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CAPÍTULO 8 CARACTERIZAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES Ricardo Silveira Martins

CAPÍTULO 8 - · PDF file270 8.1 INTRODUÇÃO O presente Capítulo trata da caracterização da infra-estrutura de transportes do Estado do Paraná, com vistas à identificação

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CAPÍTULO 8

CARACTERIZAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA

DE TRANSPORTES

Ricardo Silveira Martins

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8.1 INTRODUÇÃO

O presente Capítulo trata da caracterização da infra-estrutura de transportes do Estado

do Paraná, com vistas à identificação de necessidades e prioridades dos investimentos para a

Região. Num primeiro momento, será avaliada a infra-estrutura com base na potencialidade

de crescimento dos agronegócios. Num segundo, o objeto de análise foi o Plano Diretor de

Transportes Intermodal do CODESUL – Paraná, na perspectiva da Região Oeste do Paraná.

Com estas análises, foi possível identificar os pontos de estrangulamento do setor de

transportes regional, bem como apontar os investimentos necessários para dotá-la da infra-

estrutura de transportes necessária para a continuidade do processo de crescimento e de

desenvolvimento da Região.

8.2 ASPECTOS DA INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE

8.2.1 O DESEMPENHO DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO NO ESTADO DO PARANÁ NA MOVIMENTAÇÃO DE SOJA PARA EXPORTAÇÃO

O transporte ferroviário vem crescendo sua participação na distribuição modal da

movimentação de soja em grão para exportação (FIGURAS 8.1 E 8.2), implicando que em

1999 e 2000 o transporte rodoviário movimentasse menos que nos anos de 1997 e 1998.

FIGURA 8.1 – EVOLUÇÃO DA RECEPÇÃO DE SOJA NO PORTO DE PARANAGUÁ, POR MODAL, 1995-2000

-

1.000.000

2.000.000

3.000.000

4.000.000

5.000.000

1995 1996 1997 1998 1999 2000

FerroviárioRodoviário

FONTE:Construído pelo Autor, com base nos dados da APPA-Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina

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FIGURA 8.2 – EVOLUÇÃO DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO DE SOJA COM DESTINO AO PORTO DE PARANGUÁ, 1995-2000

148.835 180.583

740.668

583.031

1.010.656

1.755.945

-

200.000

400.000

600.000

800.000

1.000.000

1.200.000

1.400.000

1.600.000

1.800.000

2.000.000

1995 1996 1997 1998 1999 2000

FONTE: Construído pelo Autor, com base nos dados da APPA-Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina

No caso do farelo, o transporte ferroviário registrou uma queda significativa no

movimento, caindo de 4,1 milhões de t para menos que 2,5 milhões de t.

Essa inversão de posições entre a soja em grão e o farelo implicou, também, uma

inversão no volume da demanda por caminhões (FIGURA 8.3). No total, porém, o número de

caminhões desembarcados no Porto de Paranaguá reduziu-se como reflexos da ação conjunta

dessas variáveis: exporta-se menos farelo (Lei Kandir e perda de competitividade do Porto de

Paranaguá), em contrapartida, exporta-se mais soja em grão, com ganhos de carga pelo

transporte ferroviário para esta última carga.

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FIGURA 8.3 - EVOLUÇÃO DO DESEMBARQUE DE SOJA E FARELO NO PORTO DE PARANAGUÁ, EM Nº DE CAMINHÕES,1995-2000

45.846

111.795

157.641

65.959

96.659

162.618

128.648

86.062

214.710

133.103

66.824

199.927

94.590

52.938

147.527

108.532

49.843

158.375

-

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

1995 1996 1997 1998 1999 2000

SojaFareloTOTAL

FONTE: Construído pelo Autor, com base nos dados da APPA-Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina

No que diz respeito à área de influência deste estudo, a FERROESTE, operada pela

FERROPAR S. A., representa efetiva concorrência para o transporte rodoviário da Região.

A capacidade operacional do terminal é de 8.000 t/dia, estando operando na safra 2001

com 5.000 t/dia. Porém, na prática, a capacidade é de 6.500 t/dia, em função da restrição de

tráfego na Serra do Mar e no Trecho Guarapuava-Desvio Ribas, conforme pode ser

identificado na FIGURA 8.4.

A ferrovia opera com composições de 60 vagões (50 t) e tem praticado fretes 30%

inferiores ao rodoviário. Estima-se para a safra 2001 uma movimentação de 1.300.000t de

soja. Os principais clientes são COOPAVEL, ADM Paraguai, COOTREFAL, Agrícola

Sperafico, dentre outros.

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FIGURA 8.4 – MALHA FERROVIÁRIA E IDENTIFICAÇÃO DE PONTOS DE ESTRANGULAMENTO

FONTE: Adaptada pelo Autor, com base nos trabalhos do GEIPOT-Empresa Brasileira de Planejamento de

Transportes

A produção de cargas da FERROPAR vem crescendo significativamente a partir do

início de sua operação em 1997, sendo sua principal carga soja em grão e farelo de soja, no

sentido exportação, e fertilizante e cimento, no sentido importação (FIGURAS 8.5 e 8.6). FIGURA 8.5 – CARGAS TRANSPORTADAS PELA FERROPAR EM 2000

FONTE: Construído pelo Autor, com base nos dados da APPA-Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina

65%7%

9%2%2%

15%SojaFarelo de sojaCimentoCalcárioTrigoFertilizantes

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FIGURA 8.6 – EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE CARGAS PELA FERROPAR NO PERÍODO 1997-2000

1997 1998 1999 2000

t

402.720,00

792.381,00996.861,00

1.312.797,00

0200000400000600000800000

100000012000001400000

Figura 6 - Evolução da produção de cargas pela FERROPAR no período 1997-2000

FONTE: Construído pelo Autor, com base nos dados da APPA-Administração dos Portos de Paranaguá e

Antonina

Em número de caminhões, essa evolução significou retirar 29,8 mil caminhões das

estradas em 1997, e 97,2 mil em 2000, considerando ida e volta. Porém, considerando-se

como carga de retorno aquelas do sentido importação, o número atualmente mais próximo da

realidade do mercado é de 35 mil caminhões/ano (FIGURAS 8.7 e 8.8).

FIGURA 8.7 – PRODUÇÃO DE CARGAS PELA FERROPAR NO PERÍODO 1997-2000, EM EQUIVALENTE CAMINHÕES

14.915,56

29.831,11 29.347,44

58.694,89

36.920,78

73.841,56

48.622,11

97.244,22

-

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

80.000

90.000

100.000

1997 1998 1999 2000

caminhõesida e volta

FONTE: Construído pelo Autor, com base nos dados da APPA-Administração dos Portos de Paranaguá e

Antonina

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FIGURA 8.8 – EQUIVALENTE CAMINHÕES DO VOLUME DE CARGAS TRANSPORTADAS PELA FERROPAR EM 2000

34854

12718

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

Exportação Importação

Sentido

FONTE: Construído pelo Autor, com base nos dados da APPA-Administração dos Portos de Paranaguá e

Antonina

A FERROPAR projeta o transporte de 1,3 milhões de t de soja para 2001. Isto

significaria atingir cerca de 48 mil caminhões, um adicional de 16 mil retirados de circulação

da BR 277.

Tudo isso não quer dizer que haja uma tendência ascendente ad infinitum do transporte

ferroviário e/ou esta carga seja irrecuperável. Possivelmente, 1,3 milhões de t seja o limite

operacional na prática da ferrovia, considerando-se as restrições destacadas anteriormente.

Além do mais, a prática do mercado da commodity implica não ser possível aguardar muito

tempo para negociar a safra, pela falta de armazéns e navios, para pequenos traders,

sinalizando para que a venda concentrada continue ocorrendo, não deixando muitas

alternativas para a ferrovia captar essa carga.

8.2.2 IMPACTOS DO PEDAGIAMENTO DAS RODOVIAS

Em função do peso relativamente alto do pedágio, tem havido um grande fluxo de

caminhões utilizando rotas alternativas às rodovias pedagiadas, originados no Oeste do

Estado. Para o caso do transporte de grãos, em função do peso relativamente alto do pedágio

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no desembolso total da viagem, tem havido um grande fluxo de caminhões utilizando rotas

alternativas às rodovias pedagiadas.

Os desvios ocorrem pelo Sudoeste do Estado, via Pato Branco-União da Vitória-

Araucária (FIGURA 8.9). Enquanto rodam na BR 280, em estado de conservação muito bom,

a viagem é boa. Porém, a partir do entroncamento com a BR 153 e desta para a BR 476, as

condições da pista são muito ruins e o volume de tráfego aumenta significativamente (a cor

vermelha identifica a rodovia no mapa, com VDM superior a 5.000), o que compromete a

qualidade da viagem, a depreciação dos veículos e aumenta o risco de acidentes e roubo de

cargas.

FIGURA 8.9 – CAMINHOS CONVENCIONAIS E ALTERNATIVOS NA ROTA DE EXPORTAÇÃO DE SOJA

CASCAVEL-PARANAGUÁ

CURITIBA

PARA NAGUÁ

PON TA GR OSSA

FOZ DO IGUAÇÚ

PARANAVAÍ

MAR IN GÁ

C ASC AVEL

LON D R IN A

APU C AR AN A

SERTANEJA

GU AR APU AVA

JAGUARIAÍVA

JACAREZINHO

L A G O IN H A

A R E IA B R A N C AD O A S S IS

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A L E X A N D R A

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S Ã O J O Ã O D AG R A C IO S A

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B A C A E T A V A

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P A R Q U E E S T A D U A LD E V IL A V E L H A

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C A L Ó G E R A S

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R IO D A SA N T A S

N O V AC O N C Ó R D IA

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C A C H O E IR A

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P O R T O S A N T A N A

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S Ã O J O S É

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Á G U A A Z U L

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G A IV O T A S

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C R U Z E IR OD O N O R T E

A R A R A P IR A

P A U L IS T A S

E S P E R A N Ç AD O N O R T E

FONTE: Adaptada pelo Autor, com base nos trabalhos da Secretaria de Transportes do Governo do Estado do

Paraná, publicado em CD ROOM denominado LOGÍSTICA E MULTIMODALIDADE NO PARANÁ.

Por outro lado, percebe-se, também, que nem todas as regiões paranaenses sofrem o

impacto do pedágio na mesma intensidade. Os fretes com origem nas imediações de Cascavel

sofrem maior impacto do pedágio que aqueles originados em Campo Mourão e Maringá.

Page 9: CAPÍTULO 8 - · PDF file270 8.1 INTRODUÇÃO O presente Capítulo trata da caracterização da infra-estrutura de transportes do Estado do Paraná, com vistas à identificação

277

TABELA 8.1 – RELEVÂNCIA DOS CUSTOS COM PEDÁGIO EM ROTAS COM DESTINO A PARANAGUÁ, CONFORME AS ORIGENS

Maringá Cascavel Campo Mourão 6 eixos Bi-trem 6 eixos Bi-trem 6 eixos Bi-trem Impacto no frete (%)* 20,78 17,32 33,87 28,23 22,62 18,85Unitário (Pedágio R$/t)** 6,40 5,33 10,43 8,69 6,97 5,81Pedágio/km rodado 0,35 0,39 0,49 0,54 0,36 0,40Pedágio/custo operacional*** 2,98 2,48 4,85 4,04 3,24 2,70Fonte: Construído pelo Autor, com base nos dados da APPA-Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina * Com base nas tarifas de frete praticadas em dezembro/2001 ** Considerando-se uma carga de 27 t para caminhões de 6 eixos e 36 t para os bi-trens. *** Considerando-se o custo operacional de R$215,00/t, conforme COSTA et al. (2002), e com base na carga do

caminhão

8.2.3 PROGNÓSTICO DA DEMANDA DE TRANSPORTES PARA A PRODUÇÃO AGRÍCOLA PARANAENSE

Os produtos selecionados para o estudo foram o milho e a soja, e desta como derivado,

o farelo. Segundo informações do Departamento de Economia Rural da Secretaria de

Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná (DERAL/SEAB-PR), esses produtos em

conjunto ocuparam 4,3 dos 5,2 milhões ha da área utilizada pelas culturas de verão no Estado

na safra 1997/98. Porém, em razão do objetivo de identificação da competitividade entre as

culturas, foram incluídos, no modelo, alguns produtos concorrentes por área: algodão, café e

mandioca.

A divisão do Estado em zonas para a operacionalização do estudo está baseada nos

Núcleos Regionais da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná (SEAB-

PR). Esses núcleos estão localizados nos seguintes municípios, com as respectivas áreas de

influência: Apucarana, Campo Mourão, Cascavel, Cornélio Procópio, Curitiba, Francisco

Beltrão, Guarapuava, Irati, Ivaiporã, Jacarezinho, Londrina, Maringá, Paranaguá, Paranavaí,

Pato Branco, Ponta Grossa, Toledo, Umuarama e União da Vitória. Neste sentido, Cascavel e

Toledo são representativos da Mesorregião em apreço.

A modelagem para a estimativa da produção consistiu em otimizar a lucratividade da

atividade rural. O modelo teve como base a ocupação da área agricultável, na perspectiva de

maximização do lucro dos produtores. Sendo assim, o lucro da produção, por hectare de cada

produto, refere-se à diferença entre a receita do produtor (R$/ha), que é o menor preço

Page 10: CAPÍTULO 8 - · PDF file270 8.1 INTRODUÇÃO O presente Capítulo trata da caracterização da infra-estrutura de transportes do Estado do Paraná, com vistas à identificação

278

recebido pelo produtor nos anos 1990 multiplicado pela produtividade, e o custo variável

(R$/ha) da safra 1999/2000.

O modelo objetivou, então, maximizar o lucro total da produção dos produtos

selecionados (algodão, café, mandioca, milho e soja), condicionado pelas restrições: (2) de

que o conjunto das culturas ocupe uma área máxima, por zona, que refere-se à ocupação

máxima obtida nos últimos 20 anos; (3) de que os produtos ocupem uma área mínima, por

zona, eventualmente, para atender ao consumo de unidades fabris localizadas na área ou

mesmo para consumo animal, área esta identificada nos últimos 20 anos; (4) de que haja uma

disponibilidade máxima de capital para os agricultores, que é o custo operacional por hectare

na zona i, ponderado pelas respectivas áreas ocupadas pelas culturas; (5) de que as

quantidades de hectares ocupadas sejam não-negativas, para satisfazer a condição de não-

negatividade do modelo. O modelo tem a seguinte formulação matemática:

∑ ∑= =

=5

1

20

1.

p i

pi

pi YLTMax π (1)

sujeito às restrições

∑ ∑= =

5

1

20

1p i

piA ≤ AMAX i , para todo i,p (2)

Api ≥ AMIN p

i , para todo i,p (3) ∑∑

= =

5

1

20

1p i

p

iCOp ≤ Ki para todo i,p (4)

piY ≥ 0 para todo i,p (5)

sendo: LT = Lucro total da produção agrícola a ser maximizado, entre todas as zonas;

π p

i = Lucro por hectare, por produto p e por zona i; piY = Área ocupada (em ha), por produto p e por zona i;

AMAX i = Área máxima total ocupada pelo conjunto de culturas, por zona i; AMINi = Área mínima total ocupada pelo conjunto de culturas, por zona i; COp p

ii = Custo operacional do produto p na zona i; Ki = Disponibilidade de capital na zona i;

Para alguns núcleos, foi estabelecida uma área máxima ocupada pelas culturas, válido

para café e algodão, considerando-se que estas culturas já experimentaram um período áureo,

que sinaliza para um máximo de ocupação, e para a mandioca, que está em fase de expansão,

e que futuramente pode estabilizar-se a uma menor rentabilidade.

Page 11: CAPÍTULO 8 - · PDF file270 8.1 INTRODUÇÃO O presente Capítulo trata da caracterização da infra-estrutura de transportes do Estado do Paraná, com vistas à identificação

279

Os dados relativos à produção agrícola municipal no Estado do Paraná foram obtidos

junto à Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SEAB-PR).

8.2.3.1 – ESTIMATIVA DE FLUXOS INTERZONAIS

Os fluxos interzonais são entendidos como as quantidades de produtos transportadas

entre as zonas da área em estudo, a partir da identificação da demanda e oferta. A estimativa

dos fluxos interzonais baseia-se no reagrupamento dos núcleos da SEAB em zonas, tendo

como parâmetro a reunião de regiões para identificar mais facilmente os fluxos importantes

dos produtos em apreço. Assim, as zonas e as respectivas áreas de influência representariam o

seguinte reagrupamento dos núcleos da SEAB (FIGURA 8.10):

• Campo Mourão - Campo Mourão e Umuarama • Cascavel - Cascavel e Toledo • Pato Branco - Pato Branco e Francisco Beltrão • Guarapuava • Maringá - Maringá, Londrina, Cornélio Procópio, Jacarezinho, Paranavaí e Ivaiporã • Paranaguá • Ponta Grossa - Ponta Grossa, União da Vitória, Curitiba e Irati

FIGURA 8.10 – ZONEAMENTO DO ESTADO DO PARANÁ UTILIZADO NESTE ESTUDO

FONTE: Adaptada pelo Autor, com base nos trabalhos do GEIPOT-Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes

Page 12: CAPÍTULO 8 - · PDF file270 8.1 INTRODUÇÃO O presente Capítulo trata da caracterização da infra-estrutura de transportes do Estado do Paraná, com vistas à identificação

280

Para as estimativas de fluxos, foi utilizado um modelo de interação espacial, onde

excedentes e déficits de mercadorias entre as zonas. No presente estudo foi utilizado um

modelo de programação linear. Trata-se de estimativas de matrizes de origem-destino

especificada por produtos para o Estado do Paraná.

O modelo foi especificado como segue. A partir das variáveis exógenas produção

( i

pO ) e consumo( j

pD ) dos grãos, buscou-se minimizar a função objetivo Z (6), para que

fossem obtidos os fluxos dos produtos entre os pólos ( iT j

p ), que são as variáveis de decisão

deste modelo.

∑∑∑= = =

=3

1

7

1

7

1p i j

pijij TdZMin

(6)

sujeito às restrições

∑=

7

1j

pijT ≤ i

pO , para todo i,j (7)

∑=

7

1i

pijT ≥ j

pD , para todo i,j (8)

ij

pT ≥ 0 para todo i,j (9)

sendo:

Z = função de distância para a alocação do fluxo de soja, milho e farelo de soja;

ijd = distância rodoviária (em km) entre as zonas i e j, por unidade do produto;

i

pO = excesso de oferta do produto p na zona i;

j

pD = excesso de demanda do produto p na zona j;

ij

pT = fluxos do produto p com origem em i e destino em j.

No modelo para a identificação da distribuição modal minimizadora dos custos de

transporte foram considerados os modais disponibilizados, bem como suas restrições de

capacidade de tráfego. Dentro do modelo proposto, o objetivo foi minimizar os custos totais

com a movimentação dos produtos entre as zonas (10), considerando-se as restrições sobre o

total a ser transportado (11), e sobre as capacidades de tráfego dos trechos no modal

ferroviário (12). O modelo fica:

Page 13: CAPÍTULO 8 - · PDF file270 8.1 INTRODUÇÃO O presente Capítulo trata da caracterização da infra-estrutura de transportes do Estado do Paraná, com vistas à identificação

281

( ) ( )[ ]∑∑= =

+=n

i

n

jijijijij TFFFTRFRZMin

1 1

.. (10)

sujeito à

TR TF Tij ij ij+ = , para todo i,j (11)

C f

ijijTF ≤ para todo i,j (12)

sendo:

Z = função de custo total de transporte;

FRij = frete rodoviário entre as zonas i e j;

TRij = quantidade transportada pela modalidade rodoviária entre as zonas i e j;

FFij = frete ferroviário entre as zonas i e j;

TFij = quantidade transportada pela modalidade ferroviária entre as zonas i e j;

Tij = volumes dos fluxos com origem em i e destino em j (matrizes O/D estimadas);

C f

ij= capacidade de tráfego dos produtos nas ferrovias.

8.2.3.2 ANÁLISE DAS IMPLICAÇÕES DOS RESULTADOS

Conforme pode-se constatar neste estudo, as zonas localizadas na parte ocidental do

Estado são aquelas que deveriam demandar as maiores preocupações no planejamento dos

transportes no Paraná, pelo menos no que diz respeito à movimentação de produtos agrícolas

e agroindustrializados. Os resultados sinalizaram para a continuidade da importância das

regiões de Cascavel e Campo Mourão na produção e distribuição de grãos que são destinados,

principalmente, a Ponta Grossa e ao Porto de Paranaguá. Esta é uma situação real e que tende

a persistir no longo-prazo.

Por outro lado, esses não são todos os pontos de origem de produtos destinados a

Ponta Grossa e ao Porto de Paranaguá. Abrindo-se a perspectiva do levantamento, certamente

uma importante parcela da produção do Mato Grosso do Sul e do Paraguai utilizariam o

mesmo corredor, independentemente de outras alternativas.

Page 14: CAPÍTULO 8 - · PDF file270 8.1 INTRODUÇÃO O presente Capítulo trata da caracterização da infra-estrutura de transportes do Estado do Paraná, com vistas à identificação

282

Porém, o que se observa na atual infra-estrutura de transportes é que esta área do

Estado não está contemplada adequadamente nos planos viários. No que diz respeito às

rodovias, o Anel de Integração, Plano de desenvolvimento rodoviário do Estado, que fez

concessão da principal parte da malha, não prevê a integração dessas regiões por rodovias

duplicadas até 2020. Aliando-se esse dado ao fluxo potencial identificado no estudo, o custo

do transporte pode ser acrescido de forma a inibir o crescimento previsto na comercialização

de grãos e farelo de soja.

A ferrovia, uma alternativa modal, pode não ser a saída para o problema. Inicialmente,

porque não há trilhos que unam Campo Mourão a Maringá ou a Cascavel, o que tem sido

demonstrado como estrategicamente importante para o Corredor do MERCOSUL. Então, essa

região está isolada no que diz respeito ao transporte ferroviário. Quanto a Cascavel, a ferrovia

existente, FERROESTE, já está operando próximo de seu limite, uma vez que tem

estrangulamento de tráfego no trecho Guarapuava-Ponta Grossa.

Ao mesmo tempo, o País está passando por um momento de elevação dos níveis de

investimentos na infra-estrutura distribuídos em vários estados. Seus resultados terão algum

impacto sobre os fluxos de transporte na infra-estrutura de transporte do Paraná, tais como a

duplicação da Rodovia Régis Bittencourt - São Paulo-Curitiba, e da BR-101, trecho Curitiba-

Florianópolis, da ferrovia FERRONORTE, da conclusão da Hidrovia Tietê-Paraná e da

operação de granéis agrícolas no Porto de Sepetiba (RJ).

Configura-se, assim, uma tendência firme no sentido de desvios de cargas agrícolas no

Estado. A operacionalização da Hidrovia Tietê-Paraná, dos Portos de Itaqui e Sepetiba e da

FERRONORTE, tendem a desviar cargas do centro-oeste brasileiro que antes eram

exportadas por Paranaguá ou comercializadas com agroindústrias no Estado. Por outro lado, o

pedagiamento das rodovias paranaenses e uma continuidade do crescimento competitivo do

Porto de São Francisco (SC), podem desviar cargas do Porto de Paranaguá originadas dentro

do próprio Estado pelas rotas rodoviárias no Sudoeste do Paraná.

Sendo assim, coloca-se como estrategicamente prioritário que:

Page 15: CAPÍTULO 8 - · PDF file270 8.1 INTRODUÇÃO O presente Capítulo trata da caracterização da infra-estrutura de transportes do Estado do Paraná, com vistas à identificação

283

1) Seja revisto imediatamente o Planejamento de duplicação de rodovias paranaenses,

expresso no Programa Anel de Integração, e que nele faça constar melhorias nas condições

de tráfego das rodovias localizadas na parte ocidental do Estado, com ênfase nas regiões de

Campo Mourão e Cascavel;

2) Sejam incentivados novos investimentos ferroviários no Estado como forma de reduzir o

custo de transporte dos produtos, criando forças competitivas para a produção estadual,

evitando a evasão de parte desta para outros portos, principalmente o Porto de São

Francisco, concorrente mais próximo geograficamente, e que esta seja, também, uma

forma de se contrapor aos investimentos de outros estados, conseguindo, desta forma,

atrair/manter cargas com origem em outros estados. Além do mais, a necessidade do

desenvolvimento da ligação ferroviária com o Porto, está tornando-se premente;

3) O Porto de Paranaguá prossiga firmemente na rota da modernização, com a conseqüente

redução dos custos das operações portuárias, que é uma maneira viável para se reduzir os

impactos contrários do pedágio e de tendência de aumento de outros custos associados ao

transporte rodoviário;

4) O desenvolvimento de empresas na área de logística agroindustrial, o que pode viabilizar o

aumento nas cargas de retorno, que implica em redução dos fretes no escoamento da

safra, e estruturas de armazenamento, para evitar os picos de demanda concentrada em

alguns meses do ano.

8.3 ANÁLISE DO PLANO DIRETOR DE TRANSPORTES DO ESTADO DO PARANÁ

A partir da metodologia utilizada para o Plano, foram identificados os pontos de

estrangulamento na infra-estrutura de transporte do Estado. Com base neste procedimento, o

Plano Diretor prevê, para a Região Oeste do Paraná, os seguintes investimentos nos próximos

20 anos:

Page 16: CAPÍTULO 8 - · PDF file270 8.1 INTRODUÇÃO O presente Capítulo trata da caracterização da infra-estrutura de transportes do Estado do Paraná, com vistas à identificação

284

QUADRO 8.1: INVESTIMENTOS PREVISTOS PARA A REGIÃO OESTE DO PARANÁ NO PLANO DIRETOR DA CODESUL

Modal Trecho Custo (R$)Ferroviário – Construção Cascavel-Foz do Iguaçu 270.000.000,00

780.000.000,00Total Ferrovias% Região Oeste 34,6%

Rodoviário – Remodelação

BR 467 Cascavel-Toledo 18.800.000,00

PR 182 Toledo Entr. PR 239 5.290.000,00 Entr. PR 182 Mal. Cdo. Rondon 16.688.000,00 BR 153 Mal. Cdo. Rondon-Guaíra 9.398.000

546.391.000,00Total Rodovias% Região Oeste 9,18%

Rodoviário - Construção Cascavel-Foz do Iguaçu

(duplicação) 83.520.000,00

Total Rodovias% Região Oeste

1.055.940.000,007,9%

Fonte: BADEP, 1986.

Ou seja, os percentuais dos investimentos que serão destinados ao Oeste são

inexpressivos e insuficientes frente à força econômica atual e ao potencial de negócios que a

Região apresenta. No contexto das obras acima descritas, seriam destinados, nos próximos 20

anos, apenas 16,9% dos investimentos na infra-estrutura de transportes do Estado. Esse

percentual pode ser melhor qualificado quando analisado segundo os modais, chamando a

atenção pelos baixos volumes de investimentos nas rodovias da Região. Considerando o eixo

Cascavel-Guaíra, essa participação chega a ínfimos 6%.

Visualiza-se, também, como um aspecto negativo do Plano, em relação aos interesses

regionais, o fato de não se contemplar, no eixo Cascavel-Guaíra, nem novas rodovias ou

duplicação das já existentes, tampouco ferrovia. Tal preocupação já tinha sido manifestada na

Região por ocasião da exclusão das melhorias na infra-estrutura rodoviária do Estado, no

processo de formatação do Anel de Integração.

Considerando-se que a tonelagem atual que circula no eixo é de 3.215 mil t/ano; que a

Elasticidade PIB-transporte, segundo o Ministério dos Transportes, varia entre 1,08-1,2 e que,

o Estado do Paraná cresce mais que o Brasil - por exemplo, taxa média de crescimento no

período 1994-99 foi de 2,7% a.a. para o Brasil e 3,7% a.a. para o Paraná -, parece que a

Page 17: CAPÍTULO 8 - · PDF file270 8.1 INTRODUÇÃO O presente Capítulo trata da caracterização da infra-estrutura de transportes do Estado do Paraná, com vistas à identificação

285

lacuna de investimentos, em 20 anos, poderá provocar danos irreversíveis à dinâmica

econômica da Região. Aponta-se para uma perda do dinamismo regional futuro pelo

estrangulamento iminente nas condições infra-estruturais e ausência de condições logísticas

para atração de investimentos.

8.3.1 SOBRE A ABORDAGEM UTILIZADA

Cabe salientar que a abordagem utilizada no estudo tende a levar a algumas limitações

no potencial analítico do Plano. Inicialmente, é importante destacar que a análise de

problemas relacionados a transporte de mercadorias é prejudicada, quando a delimitação

geográfica circunscreve-se a uma Região ou Estado, como foi o caso. Os estudos são mais

aperfeiçoados, quando tratam de outros critérios para delimitação como por área de

abrangência, por exemplo. No caso deste estudo, a análise pode ser prejudicada pela

dificuldade em se quantificar fluxos que não tenham como origem e destino Municípios no

Estado do Paraná. Ainda, dificulta a incorporação de novas facilidades de transporte

oferecidas em outros estados que possam interferir nos fluxos, em termos de rotas e de

origens e destinos.

Outros conceitos poderiam ser mais apropriados, tais como:

Eixo – Determinado corte espacial que focaliza sub-regiões dinâmicas onde a seleção das ações de desenvolvimento integrado permite maior propagação desse dinamismo para a região ou para o país. Mostra orientação para as potencialidades das sub-regiões, que podem ser agregadas para estabelecer capacidades de setores produtivos e vantagens na localização de atividades ainda não devidamente exploradas.

Corredor – Elemento físico que integra os eixos, pólos e clusters. As atividades a serem desenvolvidas estão ligadas aos conceitos de interligação estrutural dos clusters e áreas caracterizadas pelo desenvolvimento local. Em caso de eixos em maior escala, utiliza-se um eixo estruturante ao invés de corredores. (Nasser: 2000: 150-151)

Page 18: CAPÍTULO 8 - · PDF file270 8.1 INTRODUÇÃO O presente Capítulo trata da caracterização da infra-estrutura de transportes do Estado do Paraná, com vistas à identificação

286

8.3.2 SOBRE A EXCLUSÃO DA CONSTRUÇÃO DA FERROESTE, NO TRECHO CASCAVEL-GUAÍRA

A correção do trecho Engenheiro Gutierrez-Desvio Ribas, seja pela simples

recuperação das condições operacionais do trecho, como recuperação de dormentes,

melhorias na linha e construção de pátio intermediário, são obras que poderiam dobrar a

capacidade. Com a construção da nova linha Guarapuava-Ipiranga, a capacidade seria

aumentada enormemente. Estes investimentos nos estrangulamentos, junto com aqueles da

Serra do Mar, poderiam justificar cada vez mais a prioridade para Guaíra, desfazendo como

uma segunda hipótese o trecho compreendido pela linha Guaíra-Cianorte.

Considerando-se que:

a) o Consórcio Brasiliana identificou 2.667 mil t/ano de demanda por transporte no eixo

Cascavel-Guaíra, conforme descrito no próprio Plano Diretor;

b) o potencial de produção de granéis agrícolas na área de influência do Porto de

Paranaguá, no Paraguai e no Mato Grosso, estimado em 36,613 mil t de soja, e no

Mato Grosso do Sul – 29.608,4 mil t;

c) que a viabilidade de cargas para o trecho ferroviário Cascavel-Guaíra está plenamente

identificada em estudos do Governo Federal, Mapa anexado); e

d) que o trecho ferroviário encontra-se identificado como prioritário no Estudo dos Eixos

de Integração e Desenvolvimento, do Governo Federal, conforme mapa anexado -

Mapa IV-2 -, em relação ao próprio ramal para Foz do Iguaçu;

Entende-se que a metodologia utilizada possa ter levado a ocorrer um

superdimensionamento das cargas oriundas do Mercosul, que acarretou o elevado fluxo

potencial do ramal da FERROESTE para Foz e sua conseqüente prioridade e, um

subdimensionamento do potencial de geração de cargas do Centro-Oeste para o Porto de

Paranaguá.

Em reuniões empresariais, o futuro do Mercosul tem sido avaliado como de difícil

consolidação. Por exemplo, essa opinião foi manifestada, recentemente, por grandes

empresários durante um almoço promovido pelo Ceal (Conselho de Empresários da América

Latina), em São Paulo, com a presença do embaixador Clodoaldo Hugueney, negociador-

chefe do Brasil para assuntos comerciais, Roberto Giannetti da Fonseca, secretário-executivo

Page 19: CAPÍTULO 8 - · PDF file270 8.1 INTRODUÇÃO O presente Capítulo trata da caracterização da infra-estrutura de transportes do Estado do Paraná, com vistas à identificação

287

demissionário da Camex (Câmara de Comércio Exterior), e Marcos Azambuja, embaixador

do Brasil na França.

Entre os empresários, estavam presentes Olavo Setubal (Itaú), Fernando Xavier

(Telefônica), Carlos Mariani (Petroquímica Bahia), Roberto Teixeira da Costa (Sul América),

Paulo Villares (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), Roberto Caiuby Vidigal,

Germano Gerdau (grupo Gerdau), Josué Gomes da Silva (Coteminas) e os consultores

Gilberto Dupas e Geraldo Forbes.

Entre os postulantes à Presidência, um dos mais críticos ao Mercosul é justamente o

senador José Serra, candidato do PSDB. Em seus pronunciamentos recentes, Serra tem

defendido uma revisão completa do Mercosul. Serra já disse que a assinatura do acordo foi

"irresponsável", já que previa a integração em quatro anos. Na Europa, a integração levou 40

anos.

Por outro lado, o dinamismo exportador da Região Centro-Oeste e sua integração à

economia nacional são fatos que, se contrapostos aos sinais do Mercosul, dariam

transparência à hipótese formulada acima.

8.3.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Finalmente, pode-se considerar:

a) o perfil de atração de cargas do Porto de Paranaguá: em função da sua vasta zona de

influência, predominantemente agrícola, composta pelos estados do Paraná, Mato Grosso do

Sul, Mato Grosso e Goiás, o Porto de Paranaguá é chamado de porto exportador de cereais e

derivados. Assim, para um sistema distributivo racional de transportes, o porto tem polarizado

o fluxo inverso de importação de fertilizantes para as mesmas áreas de produção. A FIGURA

8.11, mostra que, apesar do Porto de Paranaguá exercer influência em muitos estados

brasileiros a quase totalidade da soja que recebe origina-se nos estados do Paraná, Mato

Grosso, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, respondendo por 95% da produção de soja e

farelo captada pelo porto.

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FIGURA 8.11: ORIGEM DOS CAMINHÕES QUE DESEMBARCARAM SOJA NO PORTO DE PARANAGUÁ, EM 2001

FONTE: Construído pelo Autor, com base nos dados da APPA-Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina

b) o contexto histórico da concepção da FERROESTE - Em 1975, com o objetivo de

interligar o Centro-Oeste brasileiro ao restante do País, por vias férreas, a Superintendência do

Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO) e a Empresa Brasileira de Planejamento de

Transportes (GEIPOT), do Ministério dos Transportes, firmaram convênio para a realização

de estudo de viabilidade técnico-econômica da ferrovia ligando Corumbá (MT) e Região à

malha de São Paulo e Paraná. Este estudo definiu como a melhor alternativa de traçado a

ligação Miranda (MS)-Cascavel (PR), passando por Dourados (MS) e Guaíra (PR). Em 1979,

a RFFSA contratou os serviços da empresa Serviços de Assessoria, Planejamento e

Engenharia S. A. (SAPSA), para estudos de atualização de demanda, considerando-se a

possibilidade da extensão de suas linhas até Cascavel, vindas de Guarapuava, denominada

“ferrovia da soja”.

Em 1985, o projeto da “ferrovia da soja” teve seu traçado ampliado e passou a fazer

parte dos planos da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), tornando-se a “Ferrovia da

Produção”. O objetivo da CVRD era constituir um complexo sistema intermodal de transporte

reunindo hidrovias, rodovias, ferrovias e terminal portuário, a partir de estudos pela

Internacional de Engenharia S. A. (IESA), em janeiro de 1986.

1%2% 4%13%

72%

0%1% 6% 1%0% DFGOMSMTPRParaguaiRSSCSPOUTROS

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O projeto da “Ferrovia da Produção” era ambicioso pela área geográfica que pretendia

atingir, por meio de uma zona de influência de 782 mil km2, com a perspectiva de transportar

8,6 e 14,5 milhões de t em 1990 e 2005, respectivamente, de soja e derivados, milho, trigo e

café, no sentido exportação, e 1,3 e 1,8 milhões de t nos anos de 1990 e 2005,

respectivamente, de derivados de petróleo, álcool, fertilizantes e carvão, no sentido inverso

(BADEP, 1986).

Em 15 de março de 1988, constituiu-se a empresa Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A.

(FERROESTE), uma sociedade de economia mista controlada acionariamente pelo Governo

do Estado e vinculada à Secretaria Estadual de Transportes, que foi criada para projetar,

construir e operacionalizar uma ferrovia entre as cidades de Guarapuava e Guaíra, com 419

km de extensão. Esta ferrovia serviria ao Oeste, Extremo Oeste e Sudoeste paranaenses, aos

Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e países vizinhos, Paraguai e Argentina, a partir

do estudo de viabilidade técnico-econômica contratado à Canadian Pacific Consulting

Services Ltd. Em 1991, iniciou-se, efetivamente, a construção da FERROESTE.

FIGURA 8.12: ÁREA DE INFLUÊNCIA DA “FERROVIA DA PRODUÇÃO”

Fonte: BADEP, 1986.

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A empresa ganhou a concessão do Governo Federal, por meio do Decreto No 96.913,

de 3 de outubro de 1988, para a construção da ligação ferroviária entre Guarapuava e

Dourados (MS), passando por Guaíra, tendo, em contrapartida, o direito de uso por 90 anos.

Embora a concessão estendesse os direitos para a ligação ferroviária até Dourados, desde o

início a construção foi modulada em duas etapas: primeira, Guarapuava-Cascavel, com 248

km de extensão; e a segunda, Cascavel-Guaíra, com 171 km.

E, agregando aos dados e argumentos levantados anteriormente, a análise que se faz do

Plano Diretor de Transportes Intermodal do CODESUL - Paraná, na perspectiva da Região

Oeste do Estado, é a de que a lacuna de investimentos em transportes é evidente e a prioridade

ao trecho ferroviário Cascavel-Guaíra poderia ter sido encontrada, com a utilização de

metodologia e dados mais compatíveis com o propósito do Plano e com a atualidade

econômica regional, nacional e latino-americana. Porém, como uma reivindicação regional, as

duas obras ferroviárias são importantes, pelas características das cargas e dos parceiros

comerciais da Região, embora a extensão para Guaíra apresenta-se prioritária para os

interesses regionais.

As estratégias de desenvolvimento necessitam contar com uma adequada e eficiente

infra-estrutura de transportes para construir a competitividade regional. Os meios para se

atingir esse fim (o desenvolvimento) são a viabilização de custos menores na recepção de

matérias-primas e na distribuição dos produtos acabados e na movimentação de pessoas, com

os desdobramentos na melhor qualidade de vida e das viagens.

Neste sentido, a Região Oeste do Paraná, por não estar totalmente inserida no Anel

rodoviário de Integração e por estar localizada no extremo do Estado, dadas as características

de sua base econômica, primário-exportadora, requer investimentos em sua logística para

competir em condições menos desiguais com outras regiões do Estado e do País.

Os investimentos devem contemplar: a) a expansão da FERROESTE, b) rodovias já

congestionadas, como é o caso da BR 467 - Trecho Toledo-Cascavel; c) rodovias secundárias,

mas que se constituem nas vias de ligação entre cidades, empresas, produtores, comerciantes e

estudantes com os centros urbanos maiores, principalmente quando se considera, em primeiro

lugar, o caso das agroindústrias e de suas unidades frigoríficas, destino dos animais criados ao

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longo de quase toda a extensão regional. Em segundo lugar, quando se considera o caso das

instituições de ensino superior. O ensino superior e as agroindústrias são atividades em franca

expansão na Região;

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