Características c Objetivos Da Ciência

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Características c Objetivos Da Ciência

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nCaractersticas c Objetivos da CinciaAlgumas caractersticas importantes da cincia J afirmei que h.eihci uffla-mescla de dvida e certeza; Considero que o bom tien-tista arrogantemente humilde.. Isto no um mero jogo de palavras,

pois ete deve ser arrogante po mtodo e humd fta f que tem no seu' Conhecimento^ No meu caso, o de um psiclogo, isto se aplica de forma bem clara. Tantos so os aspectos que desconhecemos no estudo do comportamento humano que essencial uma humildade adequa-no cientficas do comportamentos (tais como a da natureza humana) que entram em conflito com o mtodo cientfico. Conforme Skin- ner (53) sugeriu, melhor ficar sem resposta do que. aceitar urna resposta inadequada.) Esta uma caracterstica importante da cincia, a habilidade de esperar por uma resposta combinada com uma busca contnua de explicao e a rejeio de explicaes prematuras. Skinner tambm sugeriu outras caractersticas da cincia, entre elas as seguintes: a cincia um coniunto de atitudes, uma disirosiciOL^uiraLJklar. com os fatos e no com a opinio aue algum emitiu sobi:c_eles?. (54) cincia rejeita suas: prprias autoridades quando suas afirmaes entram em. conflito com as observaes dos eventos naturais. Os dados subsistem, no os homens.da; entretanto, ste fato no deve levar-nos a aceitar a$' explicaesSkinner observa tambm que a cincia uma disposio para

cia outorga um prmio elevado honestidade[footnoteRef:1] e so muito raros os casos de alterao de dados no sentido de adapt-los teoria favorita da pessoa. No entretanto, mesmo aceitando a honestidade de um pesquisador, ningum que esteja firmemente ligado a um ponto de vista se regozija ao v-lo abalado. Se seus prprios dados destroem crenas que lhe so caras, o dentista aceita os fatos, mesmo quando isso envolve a perda de um velho amigo, isto , uma teoria retida em segredo. Neste caso a moral clara: No se empenhe em provar alguma coisa, deixe que os fatos o guiem. Como disse Skinner: Qs.;experi^ mentos nem sempre do os resultados esperados; mas. os fatos; devem permanecer e as expectativas desvanecer-se.:O ssntq estudado.jsnbe ihisdifoj^^jOL^ (56). [1: No sculo XIX, o famoso matemtico francs Lagrange apresentou- se diante de uma douta sociedade para explicar uma prova que havia elaborado para um problema at ento insolvel. Havia apenas comeado a ler seu trabalho quando, subitamente, parou de falar, franziu o cenho, dobrou as folhas de seu trabalho e disse: Senhores, preciso pensar mais sobre este assunto. Este um cientista que se auto-corrige. Provavelmente seria conveniente que um maior nmero de pessoas dobrassem as folhas de seus trabalhos.]

Skinner tambm salientou que a cincia mais'do que um conjunto de atitudes, a,_bpsa da.: ordem e. da jmif qrr. rel-oes, sujeitas s'(57) oma pofuni -evento nico cuidadosamente observado procede, eventualmente, t formulao de uma lei geral.Mencionei que o cientista torna*se arrogante em relao sua metodologia e humilde quanto a seus dados. Isto pode criar o que Gardner (30) denominou a ortodoxia da teimosia da cincia, uma dedicao ao dogma que, como ele diz, to (necessria quanto desejvel para o -bem da cincia. sto significa qu um cientista respeita os f atos e o indivduo,que apresenta um novo ponto de vista est obrigado 'demonstrar evidncia suficiente a fim de alcanar o reconhecimento, de sua teoria.; O mundo est repleto de pessoas que tm teorias sobre cada evento imaginvel e os cientistas, facilmente, poderam dispender todo o tempo de que dispem ouvindo e refutando a maioria deles. preciso haver alguma defesa contra isso, pois, conforme diz Gardner: A cincia se reduziria a nada se tivesse que examinar cada nova noo perifrica que surgisse. Evidentemente, os cientists tm tarefas mais importantes. Se algum anuncia que a lua feita de queijo verde no se pode esperar que o astrnomo abandone seu telescpio e escreva uma refutao pormenorizada.Esta constante recusa de examinar cada teoria apresentada produziu alguns mrtires. Homens do calibre de Pasteur foram criticados e questionados. Todavia, um filtro necessrio para evitar que se entorpeam as engrenagens da cincia. Acreditamos que. uma teoria ocasional que correta e que refutada em uma dada ocasio subsistir, pois, como vimos, so os dados e no os homens que prevalecem.Os objetivos da cincia^ Em ltima instncia, sejam quais forem as disciplinas cientficas, o objetivo da cincia compreender- e controlar o que constitui seu objeto de estud.j Pode ser mais fcil aceitar a parte desse par relativa compreenso porque existem cincias que no tm qualquer controle do seu objeto, como, por exemplo, a astronomia e a geologia. A astronomia tem um corpo de conhecimentos altamente desenvolvidos que permite aos astrnomos descrever e predizer, com grande previso, por exemplo, os movimentos das estrelas, ou o aparecimento de um cometa. O americano do norte, de Connecticut, do conto de Mark Twain pde assombrar e impressionar a corte do Rei Arthur, prevendo um eclipse; isto hoje se aceita como um tipo corriqueiro de predio. .^Apesar dessa habilidade pi descrever e predizer, a astronomia no dispe de nehtoingmi ,p^ controlar os fenmenos ulestes; portanto^ pode-se dizer: que a astrd- nomia unia cincia descritiva Alm disso, pode-se dizer que a astronomia uma cincia pura quanto ao controle dos eclipses e cometas; mas isto um tanto tangencial, pois recentemente se desenvolveu uma geologia experimental (13) aproximando a geologia, cincia descritiva, da possibilidade de tornar-se experimental.Acrescentei aos objetivos da cincia dois outros aspectos vinculados aos objetivos de compreenso e controle, ii descrio e, -a pre^ dioi O primeiro entre eles a descrio. A bsibfo-ie. aunensura* bo so fundamentais para toda cincia, pois fornecem uma descrio co experimental,;: Pp,d,c^..dizer ._|s. os dois fundamentos crticos da cincia so a observao e a experimentao, e que a mensurao fornece ...um meio significativo para manipular e ordenar os fatos. ralmen.^: ltimo: da cincia o de ordenar - m lts^em leis gerais coerentes, a partir das: quais se torne possvel a predio mas, inevitavelmente, ela comea com a observao; Discutirei brevemente a observao e a experimentao, em seguida, o uso da mensurao e, finalmente, a ordenao de fatos de observaes e de experimentao em leis gerais.Observao e expentnentq. A cincia sempre um equilbrio entre a observao e o experimento, pois, Ja primeira a coleta emprica dos fatos; e o - segundo e o racibCuiarj sbre; esses; fats e .sua mniptrao, visando obtr maiores conhecimento^ Envolve tambm a observao sob condio experimental controlada. Estudiosos da cincia argumentam que Descartes e Bacon representam posies antagnicas de atividade cientfica. Descartes fez todo o seu trabalho no leito, enquanto que Bacon, segundo se diz, morreu aos 65 anos de idade em consequncia de uma gripe contrada enquanto fazia experimentos numa ne- vasca. Para Descartes era possvel obter os elementos, o fato e a razo que so cruciais em cincia sem recorrer experimentao; no entanto, esta no , geralmente, a maneira da cincia progredir. A. razo~se.amplA-na.xpermcntao..mas est..enr.aizada..na .ob.seryaa.BjropwskiK17) observou que a cincia uma maneira de descrever a realidade e , portanto, irsuflscrita pelos limites da obser- & nada afirma que esteja alm da observao. Qualquer outjra coisa no cincia academismc^ Aqui Bronowski evoca a imagem de escolasticismo, filosofia da Europa Ocidental, na Idade Mdia, que era essenialmente anti-emprica e, certamente, anti-experimental no sentido moderno. Mas, quando diz que a cincia est circunscrita pelos limites da observao, estabelece uma das fronteiras da metodologia cientfica. Quando diz que a cincia no afirma nada que esteja fora da observao, est formulando um outro dogma bsico do mtodo cientfico. O observvel a verdadeira pedra fundamental da cincia. Einstein sugeriu que a unidade fundamental na fsica era: evento sinal observador. Com isto queria dizer quequando ocorre um evento apresenta-se alguma manifestao exterior que requer a presena de um observador para registr-la. Certamente, este trio, evento-sinal-observador, bsico para outras cincias, alm da fsica; e da responsabilidade do cientista, seja qual for a disciplina em que trabalha, observar cuidadosamente o sinal que representa o evento e registr-lo com exatido. Esta a razo pela qual a instrumentao se desenvolveu. Disseram que o liomem est entre um tomo; e uma estrela, e que inventou o microscpio-e o telescpio para amplia? sua viso em ambas as direes! Os principais objetivos a que serve m instrumento so: possibilitar uma observao acurada de mqdtf a eliminar o vis do observador 'e ampliar e quantificar as observa- es do pesquisadonlExistem, sem dvida, problemas na observao e em qualquer discusso sobre o observador. importante mencionar Heisenberg, fsico alemo que, em 1927, estabeleceu o Princpio da Incerteza (ou Indeterminismo), que afirma no ser possvel determinar, ao msmo, tempo, a posio e a velocidade de um eltron. O observador deve se restringir a um ou a outro fato. Se escolhe observar a posio do olctron com preciso, deve renunciar a uma avaliao precisa de sua velocidade, ou vice-versa[footnoteRef:2]. O Princpio daIncertez;passou a significar que, para estudar um fato, o observador deve interferir:-no seu curso; natoralifE, portanto, o cientista no pode ter toda a informao relevante que precisa ao mesmo tempo. Naturalmente, isto considerado na pesquisa e, realmente, constitui a base dos repetidos experimentos nos quais so estudadas isoladamente variveis diferentes. ;A Princpio? da Incerteza for invocado, em psicologia*- em discusses sobro asstr% tos tais como a introspeeo, porque ho verdadeirament possvel olhasse para si mesmo com clareza*; [2: Como disse Margenau, (35) esta afirmao no inteiramente correta. Pondera que j dispomos de tcnicas mediante as quais possvel fazer tais mensuraes, e que essas medidas, no entretanto, no so to significativas.]

Voltando afirmao de Bronowsk de que tudo o que est fora da observao no cincia, gostaria de elabor-la segundo meu ponto de vista, para dizer que ura dos requisitos crticos da observao O de. ser replicvel;- isto , relatada por outros que tambm so oa- pazes de ver e registrar. Isto o que se quer dizer quando se fala de uma linguagem de dados em cincia. Um exemplo simples seria o do fsico ao ler o movimento de um ponteiro no qual um observador pode registrar uma alterao no ponteiro, medi-la e repetir essa observao com outras pessoas. Quanto mais precisa for a mensurao, tanto mais semelhante ser a rplica da observao. Um dos problemas bsicos da psicologia tem sido o da ausncia de uma linguagem universal de dados, qual poderam se relacionar as observaes e com a qual estas poderiam ser expressas. Por exemplo, obviamente diferente falar de uma personalidade desajustada e de um desvio de trs graus num ponteiro. A margem de erro na primeira descrio grande, enquanto que na segunda mnima. Greenspoon (31) e Da- vis (23) consideram a neccsidade que a psicologia tem de uma linguagem de dados para refinar a observao e a descrio psicolgicas. Ambos sugerem referentes fsicos para a observao e a descrio psicolgicas. A linguagem de dados da psicologia ser discutida um pouco mais pormenorizadamente n parte relativa aos mtodos operacionais, pg. 51.Sugiro, portanto, que, se a observao no for clara e replicvel. dentro dos limites de uma observao definida, ela no passvel de um estudo eiefttfieb. possvel que isto venha a ocorrer no futuro quando os instrumentos ampliarem a capacidade de medir e observar; porm, de maneira alguma isto muda o critrio das fronteiras cientficas. Conforme vimos ao discutir as caractersticas da cincia, melhor esperar do que criar uma resposta inadequada.Muitas reas de estudos podem ser abordadas, experimentalmente, com tcnicas estatsticas e de planejamento sofisticadas e acessveis cincia; e, no entanto, podem permanecer fora do domnio da investigao cientfica. Uma delas, escolhida porque ilustra muitos dos aspectos que desejo considerar, a rea da parapsicologi; o estudo dos fenmenos paranormais, tais como a telepatia e a percepo ex~ tra-sensocial (ESP). No h dvida que existem investigadores diligentes, laboriosos e produtivos na parapsicologia. At o momento, contudo, apesar do uso de instrumentos cientficos, tais como planejamento experimental e provas estatsticas, existem fatores que co^ locam a patapsieolgia fora das fronteiras da canctay Um destes fatores o problema da replicabilidade d-observador*; Por exemplo, o insucesso de um pesquisador, na obteno de resultados com um determinado sujeito experimental enquanto que outro pesquisador, aparentemente, obtm bons resultados, em termos de altos escores em tarefas d percepo extra-sensorial, foi explicado como um problema de atitude. Um experimentador hostil hiptese da percepo extra- sensorial no obter bons resultados enquanto que o experimentador simpatizante os obter. A suposio (ainda no comprovada) de que estas atitudes afetam a atividade mental do sujeito.Ainda que possa parecer desnecessariamente restritivo, deve-se dizer que os dados da parapsicologia no podem ser admitidos como cientficos at que tantas observaes de diferentes experimentadores, feitas sob condies especficas e com controle de variveis, no sejam coerentes. Isto no condena tais dados ao limbo do qual no possam retornar. Simplesmente significa que a observao dc Bronowski sobre o carter, no cientfico dos eventos que esto fora do alcance da observao deve ser levada em considerao ao se avaliar esta investigao, mesmo quando os experimentos so cuidadosamente concebidos e executados.A parapsicologia no a nica a sofrer os efeitos do problema de rplica do observador. Muitas reas da psicologia trabalham tendo estas inconvenincias, em grande parte, porque, como disse anteriormente, no dispem de uma linguagem de dados suficientemente clara para permitir (ou criar) a concordncia entre os observadores. Desta forma, a parapsicologia obtm resultados diferentes de diferentes sujeitos sob condies experimentais diferentes. Esta variabilidade de desempenho, ainda que lamentvel, no rara. O que parece excluir a .parapsicologia do corpo, da cincia sua pressuposio inicial de eventos pum-normais, ilustrada pela expresso ex/ra-sensorial. Esta pressuposio inicial afirma que os dados da parapsicologia esto alm dos eventos normais, e a pesquisa sempre foi orientada por esta suposio. A cincia parte da afirmao bsica de que os eventos na natureza (incluindo comportamento) so ordenados e obedecem a leis e de que o obje.tivo de um cientista buscar a ordem e a! similaridade.Creio (e esta obviamente uma preferncia pessoal) que o estudo da telepatia-poderia comear, com mais propriedades, com um estudo mais intensivo da percepo normal e no com a afirmao inicial sobre o para-normal. Mesmo o espiritualista mais dedicado,, ao se referir a almas, usa meios fsicos de viso e audio para conjurar s espritos. As pessoas no relatam vises? Ento o mais indicado seria comear por uni exame completo da percepo normal desses indivduos. Quando os horizontes so ampliados para abranger o estudo de vises alm do espao e do tempo, a preocupao deve continuar a mesma, stsio , buscar a ordem e no ignorar as explicaes mais econmicas. A pessoa que oferece uma explicao notoriamente fora do corpo comum das leis de uma cincia tem o encargo de prov-la. Ningum pode esperar que o cientista aceite evidncias sobre a reencar- nao das almas sem uma prova cientificamente.obtida, e isto no significa anedotas sobre espritos ou sobre existncias anteriores. As dificuldades encontradas ao se procurar estudar cientificamente estes problemas so ilustradas num ensaio de Ian Stevenson (60) sobre o destino da personalidade do morto e a reencamao. Estes relatos incluem observaes apresentadas numa linguagem difcil de incluir nas metodologias padronizadas, embora, a princpio, por exemplo, o mesmo tenha ocorrido com as formulaes originais de Einstein relativas ao espao e ao tempo. A diferena bvia a de que as observaes de Einstein foram confirmadas.A maior dificuldade que se coloca parapsicologia a aceitao de uma posio dualista que a separa completamente das cincias naturais. No tenho inteno de me envolver no. problema mente-corpo neste ponto o livro demasiado pequeno para tanto somente afirmarei que a psicologia, como cincia, precisa aceitar a posio mo- nstica da cincia e rejeitar a tentao de lidar conr os. eventos..mentais como se eles tivessem uma existncia separada dos eventos fsicos. A principal razo para isto deriva do simples fato de que esta posio foi bem sucedida em outras cincias e est de acordo com. o objetivo de buscar -a ordem e a uniformidade que bsica na metodologia cientfica. O argumento de que existem obviamente eventos mentais tais como os processos de pensamento e os sonhos novamente confunde o assunto, porque o estudo desses eventos deve obedecer s linhas estabelecidas em cincia. O litor interessado poder encontrar uma discusso mais ampla desta linha monstica em Greenspoon (31) e Ryle (43).Esfa posio de rejeitar observaes que ultrapassam as fronteiras da cincia pode parecer restritiva e limitativa mas, aqui tambm cabe pessoa que apresenta as observaes apresentar as provas. Isto, frequentemente, cria um mrtir da rigidez cientfica (tais como o foram Pastem*, Koch ou Semmelweiss) mas, como vimos, dados e no homens subsistem. s vezes, o mrtir apresenta um cso fundamentado e razovel, como na citao que se segue: Para. mim verdade preciosaPrefiro estar certo e s, do que acompanhar a multidoe estar errado... A defesa das perspectivas aqui expostas chegou at o ponto de alguns de meus companheiros me escarnecerem, desprezarem e ridicularizarem. Olham-rae. como se eu fosse uma pessoa rara, estranha e peculiar. . . Mas a verdade a verdade, e ainda que todos a rejeitem e se voltem contra mim, continuarei jogado a ela. Estas frases impressionantes e corajosas so de um livro de Ford (25), publicado em 1931, no qual prova o achatamento da terra. A afirmao de Gardner, citada na pg. 21, sobre a necessria ortodoxia da teimosia da cincia no pode ser melhor ilustrada do que o com esta citao de Ford.sSe sua informao difere das informaes, ordenadas da cincia sua a responsabilidade de oferecer as provas.' Atender estas responsabilidade da cincia.IRaciocnio a partir de experimento: a busca de ordem e lei: O primeiro, passo no mtodo cientfico, portanto, . a observao ou -a coleta emprica de fatos | Mas, fatos no so suficientes por si mesmos. Constituem, somente, o primeiro passo. Conforme mencionei, a ordenao atravs da atividade fundamentada essencial para atingir os objetivos da cincia. A cincia no. s.e confunde com a. coleo de fatos isolados por maior que tenha sido a preciso de uma observao e de seu registro, O que caracteriza o mtodo cientfico busca de coerncia ou ordem entre os fatos[footnoteRef:3]'. Sem dvida, registrar X, Y e Z com preciso o primeiro passo crtico, mas a cincia, eventualmente, deve descrever as semelhanas existentes, entre as variveis e suas redaes funcionais? Bronowski (18) observou: ... a verdade em cincia no a verdade a respeito do fato, que nunca pode ser mais do que aproximada, mas a verdade das leis que vemos nos fatos. [3: Em 1848, Renam escreveu no LAvenir de la Science (O juturo da cincia): Todas as cincias especiais comeam pela afirmao da unidade e somente iniciam a diferenciao quando a anlise revela numerosas diferenas onde, anteriormente, somente era visvel a uniformidade. Leia os psiclogos escoceses e ver em cada pgina que a primeira regra do mtodo filosfico manter separado o que distinto, no antecipar fatos com uma reduo apressada unidade e no retroceder ante a multiplicidade de causas.]

O cientista parte- da observao cuidadosa dos .fatos para uma busca de ordem; de coerncia e uniformidades, de relaes funcionais que obedecem a leis entre ps eventos que estudou. Comeando com um evento isolado ele tenta encontrar cada vez mais informaes que relacionar os eventos em uma ordem significativa e coerente. Requer uniformidade de eventos. Bronowski, em outro trecho, diz:No podemos definir a verdade cm cincia antes de passar do fato lei. Dentro do corpo das leis, por sua vez, o que nos impressiona a coerni ordenada das partes. Elas sc ajustam umas s outras como personagens em uma boa novela, ou como palavras em um poema. Deveriamos realmente conservar sempre presente esta ltima analogia. Pois cincia linguagem, e como linguagem define suas partes pela maneira pela qual compe um significado.Cada palavra na sentena tem alguma impreciso de definio, e no obstante a frase define seu prprio significado, por conseguinte, o das palavras que a compemu. A unidade e a coerncia eterna da cincia lhe do a verdade que a torna um sistema melhor de predio do que qualquer linguagem menos ordenada.(19)Neste sentido, conforme sugeriu ^Bronowski, a cincia, tqrna-se uma linguagem, para descrever a; natureza;? Comea com uma declarao de f ao afirmar que o mundo ordenado, que os eventos do mundo podem ser comprendidos e que so sujeitos a leis. No caso da psicologia e do estudo do comportamento isto no pode funcionar eficientemente como cientfico a menos que aceite a afirmao de que o comportamento pode ser compreendido e est sujeito a leis, reconhecendo tambm o lato algo ingnuo de que a finalidade da cincia controlar o comportamento. Posteriormente, quando falarmos sobre consideraes ticas em pesquisa, discutiremos alguns dos problemas de tica no controle do comportamento. No momento, preciso somente observar que a psicologia, como disciplina cientfica, aceita o dogma geral da existncia de lei e uniformidade dos eventos naturais, um dogma que^ qualquer outra cincia considera como um fundamento crtico.Desta forma, la observao nos conduziu experimentao e esta noa levou busca de ordem. e uniformidade nas quais podemos busearv as leisf Sidman ofereceu um relato interessante sobre uma experincia pessoal que ilustra a importncia das uniformidades na metodologia cientfica. Escreve:.Quando jovem estudante universitrio... achei que meu trabalho deveria ser diferente, que deveria produzir algo novo que assombrasse o mundo. Seguindo esta orientao, certa vez elaborei um trabalho escrito descrevendo parte de um trabalho, no qual destacava como meus experimentos eram liferentes de qualquer outro at ento realizado. Um dos meus professores, W. N. Schoenfeld, concordou que os dados eram muito interessantes, mas prosseguiu acrescentando que eu tinha escrito o trabalho de um ponto de vista muito peculiar. Tinha enfatizado as diferenas entre meu trabalho e o de outros autores. Porm, co- mumente a cincia no progride desta forma. A tarefa da cincia encontrar as relaes ordenadas entre os fenmenos, no diferenas. Teria sido mais til se eu tivesse indicado suas semelhanas entre meu trabalho e os experimentos anteriores. (44)De forma alguma isto significa que os cientistas buscam a conformidade. Nem esto meramente tentando repetir experimentos dos outros ou pondo em dvida os dados experimentais que outros tenham obtido. Longe disto. Significa, simplesmente,, que qanto; mais desem# volvermos as semelhanas e as relaes ordenadas entre os eventos, mais .prximos estamos da predo e- do controle efetivos de nossa cincia. Por exemplo, quando descobrimos a semelhana que existe entre o bacilo, o vrus e o cristal, ou a semelhana funcional que pode existir entre a clula, o organismo e a sociedade, mais nos aproximamos de uma predio eficiente.^redio a partir da observao e d:-experimentos Ressaltei que a cincia uma tcnica para ordenar os eventos em relaes que obedecem a leis e que o obetivo da cincia predio e controle baseado nessas leis. Usualraente, a lei descrita como uma coleo de fatos ^grupados num corpo coerente de conhecimentos, a partir dos quais possvel fazer; predieS| bvio que nenhuma predio completamente certa porque no possvel conhecer .todas as variveis que operam, em uma determinada situao(jTudo o que exigimos de uma predio que se baseie nuitia ordenao dos eventos expressa em lei, e que prediga, to precisamente quanto possvel, o que .acontecer em um evento futuro dentro de uma margem de incerteza^)Isto introduz um conceito bsico de probabilidade que fundamental para o mtodo cientfico. Referimo-nos s probabilidades de ocorrncia de um evento* Nura dado sentido estamos ponderando as oportunidades de que se X for manipulado de certo modo, modi- ficar-se- de certa forma; A experimentao claramente um mtodo para aumentar a probabilidade de que a predio seja correta.Tomemos um exemplo simples. Se voc estivesse observando um co beber gua, provavelmente diria que o animal tinha sede, inferindo, a partir de experincia passada, que o co que bebe gua esteve privado dela e tem sede. Trata-se de uma inferncia provvel e possivelmente de uma conjectura suficientemente boa. Ainda que esta seja .a explicao mais provvel para seu comportamento, tambm possvel que outros fatores tenham desempenhado certo papel. Por exemplo, uma vespa' pode ter picado sua lngua, ou que tenha comido algo apimentadp ou talvez esteja tentando pegar um bocado de carne que se encontrava no fundo da vasilha. Todos estes so eventos pouco provveis em termos de freqncia de ocorrncia, portanto, baseamos nossa interpretao da sede do co em nossa experincia passada. Se desejamos aumentar a probabilidade de que nossa explicao seja correta, precisaramos experimentar. Prendemos o co e o privamos de guadurante 48 horas. Ao fim desse perodo, poderiamos oferecer-lhe comida e gua e verificar quo ativo o seu comportamento de beber. Supondo que a privao tenha produzido uma necessidade fisiolgica de gua e aumentado a probabilidade de que ele beba gua, poderiamos ter mais confiana na privao como uma varivel crtica no comportamento de beber. Uma vez estabelecido isto, poderiamos voltar s nossas explicaes anteriores do comportamento do co com mais informaes e confiana.( Deve-se ter era mente que em toda a predio h sempre un elemento de incerteza. O cientista deve estar constantmente procurando mtodos para melhorar a preciso de suas. prediespuando fa- lvamos sobre controle dos eventos era essencialmente isto que estvamos querendo dizer. interessante notar que na rea da predio algumas pessoas que comumente aceitam os princpios bsicos da cincia, tais como observao acurada, descrio e experimentao, sentem ter entrado na terra do sem-fim. Sir Oliver Lodge, por exemplo, observou; Embora um astrnomo possa calcular a rbita de um planeta ou de um cometa ou mesmo de um meteoro, embora um fsico possa lidar com a estrutura do tomo e um qumico com suas possveis combinaes, nenhum bilogo ou outro cientista pode calcular a rbita de" uma mosca comum. Bem, com todo o respeito devido a Sir Oliver, esta uma afirmao bastante infeliz. Em primeiro lugar, quem poder janais dizer que impossvel conseguir algo? Somente uma pessoa pessimista ou de viso limitada poderia supor que as observaes ou mensuraes atualmente inacessveis permanecero sempre alm de nosso alcance. Uma leitura cuidadosa da afirmao altissonante de Sir Oliver sugerir uma questo. Quem j tentou calcular a rbita de uma mosca comum?Estou certo de que se fosse suficientemente importante dispor deste clculo, iniciativas podriam ser tomadas no sentido de tentar e de medir. Joguemos, por um momento, com esta especulao porque cia parece atingir o ponto central de algumas das consideraes que fizemos. Afirmamos que o co-mportamento obedece a leis e, assim sendo, se seguimos nossas crenas, a rbita de uma mosca, digamos, numa catedral, deveria ser compreensvel, desde que tivssemos suficiente informao sobre o organismo e- o meio no qual est se comportando. Como proceder para obter informao pertinente predio da rbita desta mosca cm particular? Talvez se pudesse comear com um exame das correntes de ar na catedral. Suponhamos que se divida a catedral em quadros, e, ao fazer observaes e mensuraes acuradas, verifica- se que no ponto B-6, que est a 30 ps do solo e a 25 ps da paredeocidental, h uma forte corrente de ar, que oferece uma resistncia considervel a qualquer objeto que se encontra na referida coordenada. Podemos considerar que seria menos provvel que uma mosca voasse para uma rea de resistncia, que se oporia ao seu voo, do que para uma outra rea que lhe oferecesse menos obstculos. Isto pode estar completamente errado mas, pode ser, pelo menos, um comeo para calcular a rbita, Pode acontecer que, depois de algumas investigaes, descubra-se que as mudanas de temperatura constituam uma varivel crtica. Certamente isto parece ser verdadeiro no clculo da migrao dos pssaros e no do comportamento de desova do salmo, os quais Sir Oliver tambm poderia ter considerado alm das possibilidades dos cientistas. Alm do mais, variveis orgnicas podem existir tais como a presena de moscas do sexo feminino, a resistncia da mosca, o tempo decorrido desde sua ltima refeio, e outras que podem parecer relevantes.Certamente no tenho a inteno de traar as cordenadas para testar a idia de que possvel predizer a rbita de uma mosca numa catedral, mas tenho certeza de que, se. isto: tivesse alguma importncia m cincia, lalgum. poderia desenvolver um meio- para fazer tal pre- (liq. Podemos simplesmente oferecer nossos respeitos a Sir Oliver e ignor-lo neste contexto.At o presente considerei os elementos da observao, experimentao e predio no que se relacionam com o mtodo cientfico e os fins ltimos de compreenso, predio e controle. Porem, no me detive muito tempo no problema do controle em si mesmo. iE evidente que, quando^ fomos capaaes de-iJredizer os .eventos cotn. xito, obtivemos m certo grau descontrole sobre eles. Voltarei mais tarde a este assunto quando discutir a manipulao experimental. No momento, gostaria de retomar a um outro elemento bsico da cincia que se inicia, aquele que, como a observao, bsico em todas as cincias, seja ela descritiva ou experimental. Trata-se da mensurao.Mensurao em cincia. Discutindo a questo da descrio na metodologia cientfica, usei vrios exemplos que se referiam a eventos to diferentes como um vrus, uma mosca e um co. Existem diferentes nveis de descrio em cincia, variando desde a descrio da atividade celular em um ser humano at a corte, feita por este mesmo ser humano, sua namorada. Quanto menor o foco de atividade mais fcil medi-lo. Por exemplo, um cientista poder ser infinitamente mais preciso na descrio da atividade eltrica que se verifica na membrana de uma clula de uma pessoa do que na descrio de seu comportamento ao encontrar o namorado. Existem reas de problemas muito complicadas, tais como as tenses que levam guerra e os preconceitos raciais e religiosos, que ainda no fomos capazes de r- SOye& No fomos capazes de resolv-los, em grande parte, porque eles no podem ser descritos adequadamente. Considerando estas reas de problemas significantes, concordo com Underwood (63), que observou: Defenderia a proposio de que a pesquisa em psicologia necessariamente envolve mensurao e que a rapidez com que a pesquisa ir abranger. . . comportamentos significantes depende de nossa habilidade para dividi-los em partes relevantes que possam ser medidas. Por exemplo, no se pode medir preconceito,;:que somente um termo geral. para. um grande nmero de atividades. Contudo, podemos comear subdividindo preconceito em partes relevantes, catalogando o nmero de hotis e restaurantes de uma determinada comunidade que recusam admitir membros de um grupo minoritrio, Epi verdade, isto somente um pequeno comeo de mensurao mas, de qualquer forma, um comeo.fLs duas questes bsicas -em met1)' Q fenmenoexiste? e( 2) se existe, em que extens?^Quando estas questes so colocadas em termos cientficos, a primeira se refere a um tipo nominal de mensurao. Como o termo nominal sugere, trata-se de uma operao de denominao que simplesmente diferencia um evento de outro. freqentemente uma base de descrio da mensurao. Por exemplo, a classificao de flores ou de pssaros uma operao nominal. Mas vejamos a que isto pode conduzir.Em uma outra ilustrao, a numerao dos prisioneiros num presdio nominal. Esta classificao bsica pode ser suficiente para as necessidades das autoridades da priso, mas possvel que elas desejem separar os prisioneiros em grupos de acordo com uma estimativa da severidade do crime pelos quais foram condenados. Considerando que a falsificao um crime menos srio do que o assassinato, o prisioneiro n. 400-097 (um falsificador) colocado num bloco de celas diferentes daquele no qual colocado o prisioneiro n. 400-789 (um assassino). Os nmeros diferenciam os dois em uma escala nominal, a separao em termos de gravidade do crime os diferencia numa escala ordinal. aparente que uma escala ordinal, como a classificao da severidade do crime, pode ser altamente subjetiva. Suponha ser possvel elaborar uma escala exata dc severidade de forma que o intervalo assassinato