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INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA ROGERIO MOREIRA LIMA SILVA CARACTERÍSTICAS DA PROPAGAÇÃO PONTO-ÁREA NA FAIXA DE 2 A 15GHz COM APLICAÇÃO EM COMUNICAÇÕES MÓVEIS Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia Elétrica do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia Elétrica. Orientador: Prof. Mauro Soares de Assis – Notório Saber. RIO DE JANEIRO 2004

CARACTERÍSTICAS DA PROPAGAÇÃO PONTO-ÁREA NA … · instituto militar de engenharia rogerio moreira lima silva caracterÍsticas da propagaÇÃo ponto-Área na faixa de 2 a 15ghz

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INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

ROGERIO MOREIRA LIMA SILVA

CARACTERÍSTICAS DA PROPAGAÇÃO PONTO-ÁREA NA FAIXA DE 2 A 15GHz

COM APLICAÇÃO EM COMUNICAÇÕES MÓVEIS

Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de

Mestrado em Engenharia Elétrica do Instituto Militar

de Engenharia, como requisito parcial para a

obtenção do título de Mestre em Ciências em

Engenharia Elétrica.

Orientador: Prof. Mauro Soares de Assis – Notório

Saber.

RIO DE JANEIRO

2004

2

c2004

Instituto Militar de Engenharia

Praça General Tibúrcio, 80 – Praia Vermelha

Rio de Janeiro - RJ Cep: 22290-270

Este exemplar é de propriedade do instituto militar de engenharia, que poderá incluí-

lo em base de dados, armazenar em computador, microfilmar ou adotar qualquer

forma de arquivamento.

É permitida a menção, reprodução parcial ou integral e a transmissão entre

bibliotecas deste trabalho, sem modificação de seu texto, em qualquer meio que

esteja ou venha a ser fixado, para pesquisa acadêmica, comentários e citações,

desde que sem finalidade comercial e que seja feita a referência bibliográfica

completa.

Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do(s) autor(es) e

do(s) orientador(es).

S586c Silva, Rogerio Moreira Lima Silva Características da Propagação ponto-área na faixa de 2 a 15GHz com Aplicações em Comunicações Móveis / Rogerio Moreira Lima Silva. - Rio de Janeiro: Instituto Militar de Engenharia, 2004. 86 p. : il., graf., tab. Dissertação: (mestrado) - Instituto Militar de Engenharia – Rio de Janeiro, 2004.

1. Comunicação Móvel. I. Título. II. Instituto Militar de Engenharia

CDD 621.382

3

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

ROGERIO MOREIRA LIMA SILVA

CARACTERÍSTICAS DA PROPAGAÇÃO PONTO-ÁREA NA FAIXA DE 2 A

15GHz COM APLICAÇÃO EM COMUNICAÇÕES MÓVEIS

Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia Elétrica do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia Elétrica.

Orientador: Prof. Mauro Soares de Assis – Notório Saber.

Aprovada em 26 de maio de 2004 pela seguinte Banca Examinadora:

_______________________________________________________________

Prof. Mauro Soares de Assis – Notório Saber do IME - Presidente

_______________________________________________________________

Prof. Luiz Alencar Reis da Silva Mello – D.C. da PUC

_______________________________________________________________

Prof. Maurício Henrique Costa Dias – D.C. do IME

Rio de Janeiro

2004

4

Ao Instituto Militar de Engenharia, alicerce da minha

formação e aperfeiçoamento

5

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todas as pessoas que me incentivaram, apoiaram e possibilitaram

esta oportunidade de ampliar meus horizontes.

Agradeço aos meus pais e em especial ao meu avô William Moreira Lima.

Agradeço em especial a minha noiva Cristina Pinto Carvalho que sempre me

apoiou.

Agradeço ao Engenheiro Jorge Paulo do Bomfim, por dispor de seu tempo para

me auxiliar na confecção das fotos usadas nesta dissertação.

E em especial ao Professor Mauro Soares de Assis pela orientação impecável,

por sua disponibilidade, atenção, disposição e dedicação em todas as fases de

desenvolvimento deste trabalho.

6

“ Sem publicação, a ciência é morta”.

GERARD PIEL

7

SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES........................................................................................09

LISTA DE TABELAS .................................................................................................11

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS...............................................................12

LISTA DE SIGLAS.....................................................................................................15

1 INTRODUÇÃO...............................................................................................18

1.1 SISTEMAS PONTO-ÁREA............................................................................19

1.2 OBJETIVO.....................................................................................................20

1.3 HISTÓRICO...................................................................................................20

1.4 ROTEIRO.......................................................................................................22

2 FUNDAMENTOS DE PROPAGAÇÃO..........................................................23

2.1 CONCEITOS BÁSICOS.................................................................................23

2.2 PROPAGAÇÃO EM ESPAÇO LIVRE............................................................25

2.3 PROPAGAÇÃO SOBRE TERRA PLANA......................................................25

2.4 DIFRAÇÃO.....................................................................................................28

2.5 EFEITO DA VEGETAÇÃO.............................................................................31

2.6 ATENUAÇÃO POR CHUVA...........................................................................32

2.7 DESVANECIMENTO......................................................................................33

3 PROPAGAÇÃO PONTO-ÁREA NAS FAIXAS DE 800,900 E 2000MHz......36

3.1 ANTENA DA ERB ACIMA DO NÍVEL MÉDIO DOS PRÉDIOS......................37

3.1.1 RESULTADOS EXPERIMENTAIS DE YOUNG.............................................37

3.1.2 RESULTADOS EXPERIMENTAIS DE OKUMURA........................................39

3.1.3 MODELO DE OKUMURA-HATA....................................................................42

3.1.4 MODELO DE IKEGAMI..................................................................................43

3.1.5 MODELO DE WALFISCH-BERTONI.............................................................45

3.1.6 PROJETO COST 231…………............................…………………………......46

3.1.6.1 MODELO COST 231 – OKUMURA – HATA..................................................47

8

3.1.6.2 MODELO COST 231 – WALFISCH – IKEGAMI…….…………………………48

3.1.7 MODELO DE SAKAGAMI-KUBOI.................................................................49

3.1.8 ANÁLISE COMPARATIVA.............................................................................50

3.2 ANTENA DA ERB ABAIXO DO NÍVEL MÉDIO DOS PRÉDIOS...................53

3.2.1 MODELO DE ERCEG....................................................................................54

3.2.2 MODELO DE WIART.....................................................................................56

3.2.3 APLICAÇÃO DA TEORIA GEOMÉTRICA DA DIFRAÇÃO............................57

3.3 COMENTÁRIOS.............................................................................................57

4 PROPAGAÇÃO PONTO-ÁREA NA FAIXA DE 2 A 15 GHz........................59

4.1 ANTENA DA ERB ACIMA DA ALTURA MÉDIA DOS PRÉDIOS..................59

4.2 ANTENA DA ERB ABAIXO DO NÍVEL MÉDIO DOS PRÉDIOS...................61

4.2.1 TRANSIÇÃO ENTRE AS ZONAS DE INTERFERÊNCIA E DIFRAÇÃO.......61

4.2.2 EFEITO DA DIFRAÇÃO LATERAL...............................................................62

4.2.3 EFEITO DA REFLEXÃO NAS VIATURAS EM DESLOCAMENTO..............63

4.2.4 ABSORÇÃO E ESPALHAMENTO POR VEGETAÇÃO, PEDESTRES E

OUTROS OBSTÁCULOS .............................................................................64

4.2.5 PROPAGAÇÃO EM VISIBILIDADE.............................................................66

4.2.6 PROPAGAÇÃO SEM VISIBILIDADE............................................................67

5 CONCLUSÕES...............................................................................................71

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................73

7 APÊNDICES....................................................................................................77

7.1 APÊNDICE 1: EXTENSÃO DA SOLUÇÃO DE MILLINGTON PARA

ANTENAS ELEVADAS....................................................................................78

7.2 APÊNDICE 2: PROGRAMA DOS GRÁFICOS PARA TGD EM 900 MHz E

2GHz................................................................................................................81

9

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIG. 2.1 Modelo de propagação em terra plana, traçado de raios ..........................26

FIG. 2.2 Comportamento do campo elétrico na região de interferência e na região de

difração.......................................................................................................................27

FIG. 2.3 Difração por um obstáculo gume de faca.....................................................29

FIG. 2.4 Geometria para aplicação da TGD em difração por uma aresta.................31

FIG. 2.5 Taxa de precipitação , em mm/h, excedida em 0,01% de um ano médio

....................................................................................................................................34

FIG. 3.1 Resultados experimentais de Yong

(a) 150MHz (b) 450MHz (c) 900MHz.........................................39

FIG. 3.2 Atenuação mediana em área urbana...........................................................40

FIG. 3.3 Ganho da altura da antena da ERB.............................................................40

FIG. 3.4 Ganho da altura da antena da estação móvel.............................................41

FIG. 3.5 Fator de correção para áreas suburbanas e rurais......................................41

FIG. 3.6 Modelo de Ikegami – Detalhe da geometria no ponto de recepção.............44

FIG. 3.7 Geometria para o Modelo de Walfisch-Bertoni.............................................46

FIG. 3.8 Análise comparativa de modelos de propagação ponto-área

(a) 900MHz (b) 2GHz............................................................................52

FIG. 3.9 Variação da Atenuação com a Distância......................................................53

10

FIG. 3.10 Condição de não visibilidade......................................................................55

FIG. 3.11 Atenuação por difração nas proximidades da esquina onde se processa

a difração

(a) 900MHz (b) 2GHz.......................................................................58

FIG. 4.1 Canyon urbano

(a) Modelo idealizado (b) Situação real...............................................62

FIG. 4.2 Difração em um canyon urbano

(a) Difração lateral (b) Difração pela terra plana.................................63

FIG. 4.3 Ilustração dos Fatores que Causam Absorção, Espalhamento da Energia

em Vias Públicas

(A) Avenida Rio Branco (B) Avenida Pauster.......................................65

FIG. 4.4 Análise comparativa em 2 e 6 GHz..............................................................69

FIG. 4.5 Análise comparativa em 3,5GHz.................................................................70

FIG. 7.1Propagação por trajetos mistos.....................................................................79

11

LISTA DE TABELAS

TAB. 2.1 Valores dos parâmetros K e α em função do tipo de polarização

....................................................................................................................................32

TAB. 4.1 Parâmetros das configurações geométricas usadas nos modelos

adotados.....................................................................................................................68

12

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

ABREVIATURAS

oE - campo elétrico em espaço livre

tp - potência transmitida

tg - ganho da antena transmissora

d - distância entre o transmissor (ou ERB) e receptor (ou EM)

oA - atenuação em espaço livre

rp - potência recebida

f - freqüência

FR - coeficiente de reflexão de Fresnel para ondas planas

h - folga entre o obstáculo e o raio da 1ª Zona de Fresnel

r - raio da 1ª Zona de Fresnel

1d - distância entre a ERB ( ou transmissor) e a esquina (ou obstáculo)

2d - distância da esquina (ou obstáculo) até a EM (ou receptor)

tpA - atenuação sobre terra plana

1h - altura da antena do transmissor

2h - altura da antena do receptor

dA - atenuação devido a difração por uma aresta (tgd)

CA - atenuação devido a chuva

mA - atenuação mediana

murA - atenuação mediana urbana

bhG - ganho da altura da antena da ERB

mhG - ganho da altura da antena da em

cF - fator de correção para área suburbana ou rural

buA - atenuação básica mediana de propagação

mh - altura da antena da EM

13

bh - altura da antena da ERB

( )mha - função que depende da altura da antena da EM

bsA - atenuação mediana em área suburbana

brA - atenuação mediana em área rural

buA - atenuação mediana em área urbana

w1 - largura da rua onde está localizada a ERB

w2 - largura da rua onde está localizada a EM

BH - altura do prédio onde se processa a difração nas vizinhanças da estação móvel

rl - parâmetro que depende do coeficiente de reflexão das faces dos prédios

bBH - altura média da antena da ERB com relação à altura das construções em seu

entorno

A - parâmetros que modelo a influência das construções

bBH - altura média da antena da ERB com relação à altura das construções em seu

entorno

b - espaçamento entre colunas de prédios

cm - parâmetro que varia em função do grau de urbanização

1A - atenuação devido a contribuições causadas pela difração associada à

urbanização da área em estudo

2A - atenuação devido a contribuições causadas pela difração associada à

urbanização da área em estudo

mmH - altura média das construções nas vizinhanças da estação móvel

boh - altura da antena da ERB em relação ao solo

mbH - altura da média das construções nas vizinhanças da ERB

SÍMBOLOS

β - ângulo da esquina entre as ruas principal e transversal

φ - ângulo entre o eixo da rua e a direção do raio incidente

rε - permissividade elétrica

σ - condutividade

14

λ - comprimento de onda

γ - atenuação específica

k - parâmetro da UIT que depende do tipo de polarização e da freqüência

α - parâmetro da UIT que depende do tipo de polarização e da freqüência

15

LISTA DE SIGLAS

2G Segunda Geração de Sistemas Móveis Celulares

3G Terceira Geração de Sistemas Móveis Celulares

CCC Central de Comutação e Controle

EM Estação Móvel

ERB Estação Radiobase

IMTS Improved Mobile Telephone System

ITU International Telecommunication Union

PCS Personal Communication System

TM Terminal Móvel

UIT União Internacional De Telecomunicações

UMTS Universal Mobile Telecommunication System

16

RESUMO

Nos últimos anos a demanda por serviços de comunicações móveis tem crescido de modo significativo. Embora o serviço telefônico ainda predomine, com a popularização dos terminais móveis, a transmissão de dados (mensagens curtas, correio eletrônico, acesso à Internet, etc.) está assumindo uma posição relevante no mercado. Os sistemas móveis de 2ª geração (2G) e da geração de transição (2,5G) ocupam atualmente as faixas de 800 / 900 MHz e 1,8 / 1,9 GHz, esta última prevista também para a 3ª geração (3G). O aumento crescente que se observa na capacidade dos sistemas móveis e a possibilidade de congestionamento do espectro em UHF são fatores que justificam investigar a utilização de freqüências mais elevadas, onde o problema da largura da faixa de transmissão é menos restritivo. Por outro lado, é de se esperar que, inicialmente, a necessidade de expansão do espectro para os serviços móveis seja crítica em áreas urbanas. Neste contexto este trabalho propõe um procedimento de cálculo da atenuação de propagação em áreas urbanas, aplicável na faixa de 2 a 15 GHz, na condição de haver ou não visibilidade entre os terminais. O estudo desenvolvido está fundamentado nos conceitos básicos de propagação (espaço livre, difração, reflexão e espalhamento) e tem por referência a experiência acumulada nos modelos utilizados entre 800 e 2000 MHz. Objetivando a maior generalidade possível, o método proposto inclui diversos fatores ambientais, tais como, alteração do nível de reflexão dos sinais em função do fluxo de veículos em deslocamento nas vias públicas, difração lateral nos prédios que limitam o espaço de propagação em áreas urbanas, atenuação pela vegetação utilizada na urbanização e efeito de espalhamento causado por movimentação de pedestres nas calçadas, pela fiação da rede elétrica, por sinais de trânsito, etc. Adicionalmente, uma vez que são consideradas freqüências acima de 10 GHz, o efeito da atenuação por chuva é também levado em conta.

17

ABSTRACT

In the last years the demand for services of mobile communications has increased in the significant way. Although the telephonic service still predominates, with the popular mobile terminals, the transmission of data (short messages, e-mail, access to the Internet, etc.) it is assuming an excellent position in the market. The mobile systems of 2ª generation (2G) and the generation of transistion (2,5G) occupy the bands of 800 / 900 MHz and 1,8/ 1,9 GHz, this last one also foreseen for 3ª generation (3G). The increasing increase that if observes in the capacity of the mobile systems and the possibility of congestion of the specter in UHF are the factors that they justify to more investigate the use of higher frequencies, where the problem of the bandwidth of the transmission is less restrictive. On the other hand, it is of if waiting that, initially, the necessity of expansion of the spectrum for the mobile services is critical in urban areas. In this context, this work considers a procedure of calculation of the attenuation of propagation in urban areas, applicable in the band of 2 at 15 GHz, in the condition to have or not visibility between the terminals. The developed study free space is based on the basic concepts of propagation (free space, diffraction, reflection and scattering) and have for reference the experience accumulated in the models used between 800 and 2000 MHz. Objectifying the possible generality, the considered method includes diverse factors ambient, such as, alteration of the level of reflection of the signals in function of the flux of vehicles in displacement in the public ways, side diffraction in the building that limit the space of propagation in urban areas, attenuation for the vegetation used in the urbanization and effect of scattering caused for the motion of pedestrians in the sidewalk, for the wire of the electric net, for transit signals, etc. Additionally, for frequencies above of 10 GHz, the effect of the attenuation for rain also is taken in account.

18

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos a demanda por serviços de comunicações móveis tem

crescido de modo significativo. Embora o serviço telefônico ainda predomine, com a

popularização dos terminais móveis portáteis, a transmissão de dados (mensagens

curtas, correio eletrônico, acesso a internet, etc.) está assumindo uma posição

relevante no mercado. No contexto dos serviços de dados, o aumento da taxa de

transmissão requer maior largura da faixa do canal de RF, implicando em uma

ampliação do espectro de freqüência disponível para o serviço.

Os sistemas móveis celulares atuais de 2ª geração (2G) e de transição (2,5G)

ocupam atualmente as faixas de 800/900MHz e 1,8/1,9GHz. Embora esta última

faixa, designada genericamente por 2GHz, esteja prevista para acomodar também

os sistemas de 3ª geração (3G), outras faixas de freqüências estão sendo

investigadas. Com isto espera-se atender não apenas à expansão para 3G, mas

também à 4ª geração que deverá acontecer, provavelmente, entre 2010 e 2015. Em

que pesem as dificuldades operacionais para emprego em serviços que exijam

mobilidade, estudos sobre as características de propagação estão sendo realizados

em freqüências superiores a 2GHz. É claro que a utilização de freqüências não

muito acima de 2GHz seria ideal para tais serviços, porquê acima desta faixa temos

restrições na área cobertura e no emprego das antenas. Entretanto, o

congestionamento do espectro obriga que sejam pesquisadas outras faixas de

freqüências com maiores problemas para a aplicação desejada. Desta forma, as

questões relativas à definição das áreas de cobertura, ao dimensionamento dos

terminais móveis, especialmente das antenas, etc. devem ser enfrentadas

objetivando remover os obstáculos que possam impedir a evolução das futuras

gerações das comunicações móveis.

19

1.1 SISTEMAS PONTO-ÁREA

Relativamente ao posicionamento dos terminais em um enlace radioelétrico, os

sistemas de comunicações podem ser classificados como:

a) Ponto-a-ponto – quando os terminais estão fixos e a trajetória da energia se

faz ao longo do perfil traçado entre o transmissor e receptor;

b) Ponto-área – quando há mobilidade de um dos terminais que poderá

localizar-se em qualquer posição dentro de uma determinada área.

Os sistemas móveis são do tipo ponto-área e o terminal fixo é denominado

estação rádio base (ERB). Nesta situação, o sistema deve ser dimensionado através

de um procedimento estatístico objetivando a melhor cobertura possível da área

desejada. Os sistemas atuais procuram cobrir entre 90 e 95% da área em questão.

Fundamentalmente, os modelos utilizados no cálculo de propagação ponto-área

podem ser classificados em determinísticos, empíricos e semi-empíricos.

Relativamente aos modelos determinísticos, destaca-se a técnica de traçado de

raios (RUSTAKO et alli,1991) como ferramenta que possibilita obter cálculo bastante

preciso da atenuação entre os pontos de transmissão e recepção. Entretanto, esta

precisão depende da disponibilidade de informações detalhadas sobre a

urbanização da área em estudo. Além disso, o cálculo é feito através de um software

específico, que deve ser ajustado em função da geometria de cada caso.

No caso dos modelos empíricos e semi-empíricos, a necessidade de informação

sobre a urbanização é menos crítica. É claro que existem modelos deste tipo onde é

imprescindível um certo detalhamento dos dados locais. Entretanto, lançando-se

mão da experiência acumulada sobre o assunto e utilizando como referência os

fenômenos básicos de propagação (reflexão, difração e espalhamento) é possível

estruturar modelos a partir de um conjunto mínimo de parâmetros, usualmente

disponíveis nos órgãos responsáveis pela urbanização das vias públicas.

20

1.2 OBJETIVO

Esta dissertação tem por objetivo propor uma metodologia para o cálculo da

atenuação de propagação ponto-área a ser utilizada na faixa de 2 a 15 GHz. Esta

proposta tem por base o conhecimento dos fenômenos básicos de propagação

citados anteriormente, assim como a experiência proveniente dos modelos ponto-

área atualmente utilizados em UHF (800, 900 e 2000MHz). Considerando que a

aplicação de freqüências acima de 2GHz deverá ser concentrada, pelo menos

inicialmente, em áreas urbanas, além de aspectos básicos associados à geometria

da urbanização (tais como, reflexão no solo, difração em esquinas, etc.), foram

levadas em conta características específicas do ambiente de propagação

(vegetação, fluxo de viaturas, pedestre em deslocamento nas calçadas, etc.).

Adicionalmente, uma vez que são consideradas freqüências acima de 10 GHz, o

efeito da atenuação por chuva é também levado em conta.

1.3 HISTÓRICO

Ao se fazer um retrospecto da evolução das comunicações móveis, observa-se

que os Laboratórios do Sistema Bell (Bell System Laboratories – USA) tiveram uma

posição relevante no processo. Isto porque, após a 2ª Guerra Mundial, o

desenvolvimento realizado com finalidades militares foi transferido para aplicações

civis, objetivando o retorno do capital investido, o aproveitamento das instalações

fabris e implantação de sistemas avançados de comunicações, destacando-se

melhor qualidade e maior capacidade de transmissão, confiabilidade, mobilidade,

etc. Embora os Laboratórios do Sistema Bell tenham atuado em praticamente todos

os segmentos da tecnologia em questão, alguns exemplos a seguir ilustraram

apenas à parte de propagação e sistemas.

Um dos primeiros trabalhos nesta linha foi publicado por Bullington em 1950.

Neste trabalho, Bullington reuniu, em fórmulas e gráficos, a experiência disponível

na época, analisando problemas envolvendo atenuação do sinal, interferências, etc.

21

Dois anos mais tarde, Young demonstrou a adequação da freqüência de 900MHz

para comunicações móveis, quando os sistemas existentes operavam, no máximo,

em 450MHz. Cumpre acrescentar que Young investigou também a possibilidade de

utilizar a freqüência de 3,7GHz que, no entanto, apresentava ainda algumas

dificuldades tecnológicas para tal aplicação. Neste contexto, a síntese fundamental

das atividades de pesquisa e desenvolvimento entre as décadas de 30 e 60 foi o

número especial do Bell System Technical Journal, em janeiro de 1970, contendo

um número significativo de artigos abrangendo o conceito de célula, cobertura de

áreas, planejamento de sistemas, equipamentos, etc, que constituiu a base para

implementação do sistema AMPS (Advanced Mobile Phone System).

Fora dos Laboratórios do Sistema Bell, mas ainda no período que antecedeu a

introdução dos sistemas celulares, vale destacar os trabalhos de Egli, de Okumura

at alli. Com base em um modelo de terra plana, ajustado experimentalmente, Egli

desenvolveu um estudo para dimensionamento de sistemas móveis entre 40 e

1000MHz. Foi um trabalho abrangente, incluindo também aspectos associados à

variabilidade da intensidade do sinal com a mobilidade da viatura. Por sua vez, o

trabalho de Okumura tornou-se uma referência obrigatória em qualquer texto que

trate de aspectos de propagação em sistemas do tipo ponto-área. Apesar de

publicado há mais de 30 anos, continua atual e de extrema utilidade para usuários

interessados na estimativa da atenuação de propagação em diferentes ambientes.

Em trabalho posterior, Hata traduziu, através de fórmulas matemáticas, os gráficos

de Okumura, facilitando o cálculo rápido da atenuação com o emprego de

calculadoras portáteis.

A partir da década de 70, houve um crescimento significativo da literatura técnica

na área de comunicações móveis. Alguns modelos, considerados mais

representativos são descritos no Capítulo 3, como subsídio para fundamentar o

desenvolvimento do procedimento de cálculo adotado para a estimativa da

atenuação do sinal entre 2 e 15GHz, objetivo principal dessa dissertação.

22

1.4 ROTEIRO

Tendo em vista o objetivo estabelecido, foi adotado o seguinte roteiro. Após esta

introdução, o Capítulo 2 conceitua os fenômenos básicos de propagação sobre os

quais estão fundamentados os modelos de cálculo tratados nos Capítulos 3 e 4.O

Capítulo 3 descreve e compara diversos modelos de propagação ponto-área

disponíveis na literatura técnica para avaliar a atenuação do sinal na faixa de

freqüência entre 800 e 2000MHz. Com base no conhecimento estabelecido

anteriormente, o Capítulo 4 desenvolve um método para o cálculo da atenuação de

propagação ponto-área aplicável na faixa de 2 a 15 GHz, em região urbana, na

configuração onde a antena da ERB está abaixo do nível médio dos prédios e

supondo a existência ou não de visibilidade entre os terminais. O Capítulo 5 destaca

as principais conclusões do trabalho apresentado e comenta alguns itens que

poderão dar continuidade ao tema abordado nesta dissertação. Em

complementação, o APÊNDICE 1 apresenta a solução empírica, relativa à

propagação em trajetos mistos, a qual foi utilizada no método de cálculo proposto no

Capítulo 4, enquanto o APÊNDICE 2 detalha o programa empregado no cálculo da

difração nas arestas de prédios, elaborado com base na TGD (Teoria Geométrica da

Difração). O texto é concluído com a relação das referências utilizadas nos diversos

capítulos do trabalho.

23

2 FUNDAMENTOS DE PROPAGAÇÃO

Este capítulo tem por finalidade estabelecer a base conceitual que fundamenta

os modelos de propagação utilizados na solução de problemas práticos. Neste

contexto, inicialmente são introduzidos os fenômenos básicos de propagação, a

saber: reflexão, difração e espalhamento. A seguir, são apresentados os

mecanismos de propagação ponto-a-ponto que servem de referência para

interpretação dos modelos ponto-área empregados em comunicações móveis.

Finalizando, faz-se menção ao desvanecimento dos sinais. Trata-se, de um tema

complementar ao texto, uma vez que não está incluído nos objetivos do presente

trabalho.

2.1 CONCEITOS BÁSICOS

O mecanismo mais elementar de propagação de uma onda eletromagnética

corresponde a condição de espaço livre, onde nada afeta a trajetória da energia

entre o transmissor e o receptor. Obviamente, trata-se de uma condição idealizada,

pois é intuitivo concluir sobre os efeitos que o relevo do terreno, a vegetação, as

construções em áreas urbanas e suburbanas das cidades, etc, podem causar na

energia em propagação. De uma forma geral, três fenômenos básicos devem ser

destacados: reflexão, difração e espalhamento ou difusão.

a) Reflexão – quando a onda eletromagnética incide na superfície de

separação de dois meios, parte da energia é refletida e parte é

transmitida, penetrando no segundo meio. as parcelas correspondentes

de energia são calculadas através dos coeficientes de reflexão e

transmissão (refração). Tais coeficientes dependem das propriedades

elétricas dos meios em questão (permissividade elétrica,

permeabilidade magnética e condutividade), da polarização da onda,

da freqüência e do ângulo de incidência sobre a superfície de

24

separação, a qual deve ter dimensões muito maiores do que o

comprimento de onda. Este fenômeno é usualmente analisado pela

óptica geométrica, fazendo-se uso da teoria de raios, sendo de

fundamental importância nos enlaces em visibilidade. Nesta situação,

as ondas refletidas no solo e nas paredes dos prédios fazem variar a

intensidade do sinal recebido relativamente a onda que se propaga em

espaço livre;

b) Difração – é o fenômeno responsável pela existência de energia na

região de não visibilidade de um obstáculo. A intensidade do campo

difratado apresenta um valor sempre inferior ao que seria obtido em

espaço livre. Matematicamente, o cálculo da atenuação por difração é

mais complexo do que avaliar os efeitos da reflexão e transmissão dos

sinais. Para freqüências elevadas existe uma formulação matemática

equivalente à óptica geométrica citada anteriormente, denominada

Teoria Geométrica Da Difração (TGD). Quando se emprega esta teoria

na solução de um determinado problema, utiliza-se um coeficiente de

difração que depende de diversos parâmetros, dentre estes depende

também dos mesmos parâmetros relacionados para os coeficientes de

reflexão e transmissão. Através da difração pelo relevo do terreno e

nas quinas dos prédios, pode-se cobrir áreas de sombra de um

transmissor;

c) Espalhamento – acontece quando o meio onde se propaga a energia

possui obstáculos com dimensões da ordem ou inferior ao comprimento

de onda. Relativamente aos fenômenos da reflexão e da difração, a

análise teórica do espalhamento é bem mais complexa de ser

estruturada, razão pela qual os modelos empregados na prática são,

em geral, empíricos obtidos a partir de dados experimentais. O

espalhamento pela vegetação, por fios da rede elétrica, por sinais de

trânsito, etc., são exemplos de interesse para as comunicações móveis.

25

2.2 PROPAGAÇÃO EM ESPAÇO LIVRE

Embora tenha por base uma condição idealizada, a propagação em espaço livre

possui uma aplicação prática bastante relevante, particularmente em freqüências

elevadas. Adicionalmente, constitui referência para outros mecanismos de

propagação. a intensidade do campo elétrico em condições de espaço livre é dada

por (ASSIS, 1998),

d

gpE

tt

o

30= (2.1)

sendo

pt – potência transmitida

gt – ganho da antena transmissora

d – distância entre o transmissor e receptor

Por outro lado, supondo antenas isotrópicas na transmissão (gt = 1) e na

recepção (gr=1), tem-se para atenuação em espaço livre,

( ) ( )kmdMHzfp

pA

r

t

o log20log204,32log10 ++=

= (2.2)

onde

pr – potência recebida;

f – freqüência em GHz;

d – distância em m

2.3 PROPAGAÇÃO SOBRE TERRA PLANA

Desprezando a onda de superfície, o módulo da intensidade de campo elétrico

acima de uma terra plana perfeitamente lisa (FIG. 2.1) é dada por (LEE, 1998),

∆−

+= λ

π.2

1j

Fo eREE (2.3)

onde

26

eo – intensidade de campo elétrico em espaço livre;

rf – coeficiente de reflexão de Fresnel para ondas planas;

d

hh

.

...2 21

λ

π=∆

Para o caso em que a onda tem polarização horizontal e vertical , o coeficiente

de reflexão é dado, respectivamente, por,

( ) ( )

( ) ( )Φ−+Φ

Φ−−Φ=

2

2

cossen

cossen

η

ηFR , para polarização horizontal (2.4a)

( ) ( )( )( ) ( )( ) 22

22

cossen

cossen

ηη

ηη

Φ−+Φ

Φ−−Φ=FR , para polarização vertical (2.4b)

sendo σλεη 60jr −= ;

rε - permissividade relativa da superfície;

σ - condutividade da superfície.

FIG. 2.1 – Modelo de propagação em terra plana, traçado de raios.

Nos casos de interesse prático, o ângulo de incidência (Φ) é muito próximo de

zero. Nesta situação, independentemente da polarização, o coeficiente de reflexão

pode ser aproximado por –1 e a EQ. 2.3 se reduz a,

d

hhEE o

.

...2sen2 21

λ

π= (2.5)

27

De acordo com a EQ. 2.5, fixando-se as alturas das antenas e o comprimento de

onda, a variação de E em função da distância apresenta o comportamento

mostrado na figura 2.2.

FIG. 2.2 – Comportamento do campo elétrico na região de interferência e

na região de difração

Dependendo do posicionamento do receptor em relação ao transmissor, duas

regiões distintas podem ser destacadas nesta figura:

a) Região de interferência – onde a soma fasorial dos raios direto e

refletido provoca variações do campo elétrico em torno do seu valor em

espaço livre;

b) Região de difração – onde a intensidade de campo elétrico é sempre

inferior ao espaço livre, decrescendo monotonicamente com a

distância.

É fácil mostrar que o ponto de separação entre as regiões de interferência e

difração corresponde a uma folga h (relativamente ao ponto de reflexão mostrado na

FIG. 2.1) dada por,

28

H=0,6R (2.6)

onde r=[λd1d2/d]1/2 é o raio da primeira zona de fresnel. as distâncias d1 e d2

estão definidas na FIG. 2.1

Na região de difração é válida a aproximação,

d

hh

d

hh

.

...2

.

...2sen 2121

λ

π

λ

π≈ (2.7)

Conseqüentemente, a EQ. 2.5 pode ser escrita,

oEd

hhE

λ

π 21..4= (2.8)

A partir da EQ. 2.8 chega-se, então, à seguinte equação para atenuação em

relação à terra plana,

( ) ( ) ( )mhmhmdhh

dAtp 212

2

2

1

4

log20log20log40log10 −−== (2.9)

2.4 DIFRAÇÃO

Em áreas rurais, onde as irregularidades do terreno são as principais

responsáveis por efeitos de difração na propagação da energia, o obstáculo gume

de faca (FIG. 2.3) constitui um modelo simples e prático para avaliar a atenuação do

sinal. De acordo com este modelo, a atenuação em relação ao espaço livre em

função da folga ou obstrução de percurso (h/r) tem por expressão,

( ) ( )

−++−++=+= 1,011,0log209,6

2

ooogfo vvAAAdBA ;vo>-0,7 (2.10)

onde

Ao – atenuação em espaço livre, dada pela EQ. 2.2

Agf – atenuação devido à difração por gume de faca

d

dd

R

Hvo

λθ 212

2 == ; θ<0,2 rad

29

FIG. 2.3 – Difração por um obstáculo gume de faca

Nas áreas urbanas e suburbanas das cidades, as quinas dos prédios e

residências não se ajustam rigorosamente a obstáculos do tipo gume de faca

havendo necessidade de se dispor de um modelo geométrico que melhor se

aproxime da situação real. A hipótese da difração por uma aresta tem mostrado

resultados satisfatórios para resolver este problema. De acordo com a teoria

geométrica da difração a atenuação relativa ao espaço livre para a aresta da FIG.2.4

é dada por ,

( )ksj

EsA UTD

d.exp

.log20

−= (2.11)

onde

( )( )

( )2

212

1

1

1 expexp

jkssss

sD

s

jksEUTD −

+

−=

sendo

UTDE - campo elétrico no ponto de observação;

1s - distância relativa entre a aresta de difração e a fonte;

2s - distância da aresta ao ponto de observação;

s - distância total entre fonte e ponto de observação passando pela aresta de

difração;

k - número de onda λπ2 ;

D - coeficiente de difração na aresta e definida por (ERCEG et alli, 1994),

30

( )

( )( )( )

( )( )( )

( )( )( )

( )( )( )

Φ+Φ

Φ+Φ++

Φ+Φ

Φ+Φ−+

Φ−Φ

Φ−Φ−+

Φ−Φ

Φ−Φ+

−−=

+

+

1212

1212

1212

1212

2cot

2cot

2cot

2cot

22

4exp

kLaFn

R

kLaFn

R

kLaFn

kLaFn

kn

jD

n

o

π

π

π

π

π

π (2.12)

onde

1Φ - ângulo incidente (ver FIG. 2.4)

2Φ - ângulo difratado (ver FIG. 2.4)

n - ângulo externo à aresta

A integral de Fresnel ( )xF e demais parâmetros descritos na EQ. 2.12 são

dados por,

( ) ( ) ( )∫∞

−=x

dttjjxxjxF2.exp.exp...2 (2.13)

12

12 .

ss

ssL

+= (2.14)

( )

−=

±

±

2

...2cos2 2 βπ

βNn

a (2.15)

12 Φ±Φ=β (2.16)

π

πβ

..2 nN

±=± (2.17)

Os coeficientes de reflexão são dados pelas EQ. 2.4a e EQ. 2.4b, mas os

parâmetros são dados por,

1Φ=Φ para oR e ( )2. Φ−=Φ πn para nR

rε - constante dielétrica relativa da aresta

σ - condutividade da aresta em s/m

31

FIG. 2.4 – Geometria para aplicação da TGD em difração por uma aresta

2.5 EFEITO DA VEGETAÇÃO

Na análise deste problema pode-se identificar 3 (três) modelos distintos:

a) árvore isolada ; b) fileira de árvores ; c) parques e bosques urbanos. O efeito de

árvores isoladas e de fileiras de árvores, tem sido investigado através de formas

geométricas específicas, tais como: cilindros, cones e esferas. Em que pese o rigor

matemático dos modelos desenvolvidos teoricamente, na prática, tendo por base

dados experimentais, é simples incorporar os efeitos de espalhamento e absorção a

outros (fios elétricos, sinais de trânsito, etc) que também prejudicam a propagação

ao longo de vias públicas. Este procedimento foi adotado na definição do modelo

proposto nesta dissertação, o qual é discutido no Capítulo 4.

No que se refere a bosques urbanos, tendo em vista a maior área afetada, há

necessidade de uma solução específica. Considerando a faixa de freqüências a ser

coberta (2 a 15 GHz), sugere-se que seja adotado o modelo de Weissberger

(BLAUSTEIN,2000), estabelecido a partir de medidas entre 230MHz e 95GHz. de

acordo com este modelo, a atenuação (Av) em relação ao espaço livre é dada por,

( )vv dfdBA

284,045,0= md v 14< (2.18a)

32

( ) 588,0284,033,1 vv dfdBA = mdm 40014 <≤ (2.18b)

onde vd é a distância coberta de vegetação e f a freqüência em MHz.

2.6 ATENUAÇÃO POR CHUVA

O ponto de partida para a estimativa do efeito da chuva em enlaces

radioelétricos é a atenuação específica (γ), em dB/km e expressa por,

αγ kR= (2.19)

onde r é a taxa de precipitação em mm/h e k e α são parâmetros que dependem,

em primeira aproximação da freqüência e da polarização do sinal. A TAB. 2.1 mostra

os valores destes parâmetros para a faixa de 1 a 40GHz (ASSIS,1998).

TAB.2.1 – Valores dos parâmetros k e α em função do tipo de polarização

FREQÜÊNCIA (GHz) hk vk hα vα

1 0,0000387 0,0000352 0,912 0,880

2 0,000154 0,000138 0,963 0,923

4 0,000650 0,000591 1,121 1,075

6 0,00175 0,00155 1,308 1,265

7 0,00301 0,00265 1,332 1,312

8 0,00454 0,00395 1,327 1,310

10 0,0101 0,00887 1,276 1,264

12 0,0188 0,0168 1,217 1,200

15 0,0367 0,0335 1,154 1,128

20 0,0751 0,0691 1,099 1,065

25 0,124 0,113 1,061 1,030

30 0,187 0,167 1,021 1,000

35 0,263 0,233 0,979 0,963

40 0,350 0,310 0,939 0,929

33

A dificuldade fundamental na avaliação da atenuação causada por chuva em um

enlace está associada à variabilidade espacial da taxa de precipitação. Existem na

literatura técnica inúmeros modelos que, com maior ou menor complexidade,

procuram resolver este problema dentro de uma precisão aceitável (UIT-R P.530-

7,1997) . Entretanto, considerando que em freqüências superiores a 10GHz é de se

esperar que a cobertura da ERB não ultrapasse um raio de 1km, é bastante razoável

supor uma distribuição uniforme da chuva ao longo do percurso. Com esta

aproximação, a atenuação em relação ao espaço livre é dada por,

( ) ddBAc .γ= (2.20)

onde d é a distância entre a ERB e o terminal móvel.

A variabilidade temporal da chuva é levada em conta a partir do conhecimento

da distribuição estatística da taxa de precipitação. Por exemplo, a FIG. 2.5 mostra,

para o Brasil, a taxa de precipitação ultrapassada em 0,01% do tempo (base anual).

Uma vez que não existe um critério padronizado que estabeleça a percentagem de

tempo a ser utilizada em um caso específico, sugere-se empregar a taxa definida na

FIG. 2.5.

2.7 DESVANECIMENTO

Embora o objetivo desta dissertação esteja concentrado na análise da

atenuação mediana do sinal em enlaces ponto-área, cumpre destacar alguns

comentários sobre o problema da variabilidade da intensidade do sinal associada à

mobilidade do terminal móvel. Tais variações, denominadas genericamente por

desvanecimento, podem ser classificadas como de pequena escala (observadas em

janelas da ordem de dezenas de comprimentos de onda) e de grande escala

(janelas de centenas de comprimentos de onda). As variações de grande escala

estão associadas a: a) variação do valor mediano do sinal em função da distância

entre o transmissor e o receptor; b) variação do valor mediano que se observa

quando a distância transmissor-receptor se mantém fixa e o terminal móvel percorre

uma circunferência de centro no transmissor. O desvanecimento de grande escala é

34

causado por obstáculos, naturais ou não, tais como elevações do terreno,

construções, vegetação, etc, que se encontram no trajeto entre o transmissor e o

receptor. No caso de freqüências acima de 10GHz há que se considerar também o

efeito da precipitação pluviométrica. Os resultados experimentais mostram que este

desvanecimento obedece a uma distribuição de probabilidade log-normal com

desvio padrão entre 4 e 12dB (OKUMURA et alli, 1968).

FIG. 2.5 – Taxa de precipitação, em mm/h, excedida em 0,01% de um ano médio

As variações de pequena escala são causadas pela multiplicidade de

percursos, por reflexão, difração ou espalhamento, da energia entre o transmissor e

o receptor (desvanecimento multipercurso) e à mobilidade entre transmissor e

receptor (desvio Doppler). O desvanecimento multipercurso provoca uma dispersão

35

do sinal que constitui um problema crítico no caso de sistemas digitais de faixa larga

(interferência entre símbolos). Por outro lado, o desvio Doppler introduz uma

variação temporal no canal de propagação que aumenta a freqüência de ocorrência

de desvanecimentos profundos, aumentando conseqüentemente a taxa de erros na

recepção. Maiores detalhes sobre o desvanecimento de pequena escala podem ser

encontrados em Rappaport, (RAPPAPORT, 1996)

36

3 PROPAGAÇÃO PONTO-ÁREA NAS FAIXAS DE 800, 900 E 2000MHz

Este capítulo descreve e compara diversos modelos de propagação ponto-área

disponíveis na literatura técnica para avaliar a atenuação do sinal na faixa de

freqüência entre 800 e 2000MHz. O estudo desenvolvido tem por finalidade

estabelecer uma base de conhecimento para a estruturação do modelo a ser

proposto para a faixa de 2 a 15 GHz, que constitui o objetivo dessa dissertação. O

texto esta dividido em duas partes, tendo por referência o posicionamento da antena

da ERB. Isto porque, a altura da ERB representa um parâmetro de extrema

relevância no dimensionamento de um sistema celular. Antenas elevadas podem

aumentar o raio de cobertura, embora aumente o risco de interferência co-canal.

Conseqüentemente, há necessidade de se estabelecer uma relação de

compromisso que possibilite obter um posicionamento otimizado. Por outro lado, nas

áreas urbanas e suburbanas das cidades, este posicionamento pode alterar

totalmente o tipo de cobertura da célula.

Quando a antena situa-se acima da altura média dos prédios a cobertura,

dependendo da diretividade da antena utilizada, pode ser omnidirecional ou setorial.

Esta situação modifica-se totalmente se a antena da ERB estiver localizada abaixo

do nível médio dos prédios, quando a cobertura se restringe à rua principal

(longitudinal) e às ruas transversais, em profundidade menor, dependendo do efeito

da difração nas esquinas. Obviamente, dependendo do tipo de célula a ser coberta,

isto é, da altura da ERB, procedimentos distintos para o cálculo da atenuação devem

ser adotados. Os sistemas móveis de 1ª e 2ª gerações foram implementados nas

faixas de 800 e 900 MHz com as antenas das ERBs localizadas acima do nível

médio dos prédios. Com o aumento de tráfego, houve uma redução progressiva do

raio de cobertura até a introdução do conceito de microcélula, levando a uma

situação onde é mais adequado posicionar a ERB abaixo do nível médio dos

prédios. Posteriormente, com a utilização da faixa de 2000MHz, esta condição

tomou vulto, havendo uma reformulação significativa na metodologia de cálculo da

atenuação de propagação. Este problema será discutido a seguir, tomando por base

alguns modelos utilizados nas faixas de 800, 900 e 2000MHz.

37

3.1 ANTENA DA ERB ACIMA DO NÍVEL MÉDIO DOS PRÉDIOS

Nesta situação é usual empregar procedimentos empíricos ou semi-empíricos no

cálculo da atenuação, onde os dados experimentais disponíveis são responsáveis

por uma parcela significativa da precisão do modelo adotado. Os modelos discutidos

a seguir foram desenvolvidos nesta linha de raciocínio

3.1.1 RESULTADOS EXPERIMENTAIS DE YOUNG

Embora sem definir um procedimento de cálculo genérico, aplicável em uma

situação qualquer, as medidas publicadas por Young abriram horizontes no que diz

respeito às possíveis faixas de freqüências a serem utilizadas nos sistemas móveis.

A FIG. 3.1 mostra os resultados obtidos nas faixas de 150, 450 e 900MHz. Cumpre

observar que estas figuras foram editadas a partir do texto original de Young, onde

apenas as escalas horizontal e vertical foram traduzidas para o português. Daí, a

utilização da unidade milha na definição da distância ao transmissor. Estas medidas

correspondem a uma antena dipolo de meia onda, localizada a uma altura de 135m

na transmissão e um monopolo de um quarto de onda na recepção. No texto, não há

uma indicação clara da altura da antena de recepção. Entretanto, como foi utilizado

um veículo do tipo utilitário pode-se estimar esta altura em 2 metros.

Relativamente à freqüência de 3700MHz, devido às limitações de potência de

transmissão e de sensibilidade do receptor não foi possível traçar curvas similares

às obtidas em freqüências mais baixas. Apenas algumas medidas para pontos

específicos foram destacadas. Entretanto, é inegável que o trabalho de Young foi

pioneiro no que se refere à utilização da faixa de SHF em comunicações móveis.

38

a) 150MHz

b) 450MHz

39

c) 900MHz

FIG. 3.1 – resultados experimentais de Young

3.1.2 RESULTADOS EXPERIMENTAIS DE OKUMURA

O trabalho publicado por Okumura et alli (MELLO, 2001) foi bastante

abrangente, cobrindo diversos ambientes, ou seja, áreas urbanas e suburbanas de

Tóquio e localidades vizinhas, áreas rurais e características peculiares do terreno,

tais como, percurso inclinado, relevo irregular e trajetos mistos (terra-mar). As

medidas foram realizadas nas freqüências de 200, 453, 922, 1310, 1430 e 1920

utilizando nas ERBs antenas com altura efetivas entre 30 e 1000 metros. A altura

efetiva de uma antena é definida por,

a) he=ht, para ht > h;

b) he=h , para ht<h

onde

h – altura da antena em relação à cota de sua base;

ht – altura da antena em relação ao nível médio do terreno avaliado entre 3 e

15Km a partir da base considerada.

40

No que se refere à antena da unidade móvel foram utilizadas altura entre 1 e 10

metros de modo que os resultados fossem úteis também para radiodifusão. As

figuras FIG. 3.2 e FIG. 3.3 apresentam curvas que permitem o cálculo da atenuação

mediana de propagação em função das características da área a ser coberta

(urbana, suburbana ou rural), da freqüência, do raio da célula, das alturas das

antenas da ERB e da unidade móvel.

FIG. 3.2 – Atenuação mediana em área urbana

FIG. 3.3 – Ganho de altura da antena da ERB

41

A FIG. 3.2 fornece o valor da atenuação mediana urbana para alturas da ERB e

da estação móvel de, respectivamente, 200m e 3m. Para outras alturas, ajusta-se a

atenuação mediana através das FIG. 3.3 e FIG. 3.4.

FIG. 3.4 – Ganho de altura da antena da estação móvel

FIG. 3.5 – Fator de correção para áreas abertas.

42

Finalmente, a correção para área suburbana ou área rural é obtida na FIG. 3.5.

Assim, em uma situação qualquer, a atenuação mediana em relação ao espaço livre

é dada por,

( ) ( ) ( ) ( ) ( )dBFdBGdBGdBAdBA chhmurm mb−−−= (3.1)

onde

murA - atenuação mediana urbana de referência (dB)

cF - fator de correção para área suburbana ou rural (dB)

3.1.3 MODELO DE OKUMURA-HATA

Este modelo empírico foi desenvolvido por Hata ajustando fórmulas matemáticas

aos resultados gráficos de Okumura. Dentro dos limites estabelecidos por Hata,

praticamente não há diferença entre os gráficos e as fórmulas correspondentes.

Com este procedimento, o cálculo através de computador dos resultados de

Okumura tornou-se extremamente simples. Vale ressaltar, que o equacionamento de

Hata considera a atenuação básica mediana de propagação ( bA ) que corresponde

ao valor obtido através da EQ. 3.1 acrescido da atenuação de espaço livre. de

acordo com Hata, tem-se então para uma área urbana ( buA ),

( ) ( ) ( ) dhhahfdBA bmbbu loglog55,69,44log83,13log16,2655,69 −+−−+= (3.2)

onde

f – freqüência em MHz(150-1500)

hm – altura da antena da estação móvel

hb – altura da antena da ERB (30 - 200)

d – distância entre a ERB e a estação móvel em km(1-20)

A função ( )mha depende da altura da estação móvel. no caso usual de

mhm 5,1= , esta função é igual a zero. Para outros valores de hm a função ( )mha é

dada por,

43

a) Cidades pequenas e médias

( ) ( ) ( )8,0log56,17,0log1,1 −−−= fhfha mm (3.3a)

b) Cidades grandes

( ) ( ) 1,154,1log29,82

−= mm hha , se MHzf 300≤ (3.3b)

( ) ( ) 97,475,11log2,32

−= mm hha , se MHzf 300≥ (3.3c)

No que diz respeito a áreas suburbanas e rurais, tem-se para atenuação

básica mediana de propagação,

a) Área suburbana (sA ),

( ) ( ) 4,528

log2

2

−=

fdBAdBA bubs (3.4)

b) Área rural ( brA )

( ) ( ) ( ) 94,40log33,18log78,42

−+−= ffdBAdBA bubr (3.5)

3.1.4 MODELO DE IKEGAMI

Trata-se de um modelo semi-empírico adequado para regiões urbanas

homogêneas. O cálculo da atenuação considera apenas o efeito da difração na

quina do prédio imediatamente anterior a estação móvel. A FIG. 3.6 ilustra esta

situação, onde se observa que o campo no ponto de recepção é dado pela soma de

duas contribuições, uma correspondente ao raio direto e outra associada ao raio

refletido na parede oposta. Apesar de simples, este modelo mostrou resultados

satisfatórios na comparação de dados experimentais. Além dos parâmetros básicos

(freqüência e distância), o modelo depende de características locais de urbanização

(altura média dos prédios e largura da rua), da orientação da trajetória da energia

(ângulo φ na FIG. 3.6) e da altura da estação móvel. Cumpre assinalar que não há

dependência com a altura da ERB, pois a energia propaga-se acima dos prédios na

superposição de ondas planas. De acordo com Ikegami (CÁTEDRA et alli, 1999), a

atenuação básica mediana é dada por,

44

( )

( ) ( )φsenlog10log20log10

31log10log20log3065,26

2

2

+−+−

+−++=

mB

r

bu

hHw

ldfdBA

(3.6)

onde

f – freqüência (MHz)

d – distância entre a ERB e a estação móvel (km)

w2 – largura da rua onde esta localizada a estação móvel

hb – altura do prédio onde se processa a difração nas vizinhanças da

estação móvel (ver figura 3.6)

hm – altura da antena da estação móvel

φ – ângulo entre o eixo da rua e a direção do raio incidente (em graus)

rl – parâmetro que depende do coeficiente de reflexão das faces dos prédios

Relativamente ao parâmetro rl , deve ser observado que esta perda é

proporcional ao inverso do coeficiente de reflexão, para o qual pode-se supor um

valor típico de 0,5. Esta condição foi utilizada por Ikegami implicando em uma perda

por reflexão de 6dB (-20log0,5).

FIG. 3.6 – Modelo de Ikegami – detalhe da geometria no ponto de recepção

45

3.1.5 MODELO DE WALFISCH-BERTONI

Este modelo é também semi-empírico e aplicável a áreas urbanas homogêneas

constituídas de uma fileira de prédios paralelos como mostra a FIG. 3.7. Entretanto,

difere do anterior por considerar a difração múltipla no topo dos prédios, os quais

são supostos obstáculos absorventes. De acordo com Walfish e Bertoni, a

atenuação de propagação consiste de 3 (três) fatores: a) perda em espaço livre; b)

parcela de perda associada à propagação sobre topos dos prédios; c) perda por

difração na quina do último prédio da fileira considerada. Neste contexto, tem-se

para a atenuação mediana de propagação,

( )

−−+−++=

bB

bBbuH

dAHdfdBA

171log18log18log38log2155,89

2

(3.7)

onde

f – freqüência (MHz)

d – distância entre a ERB e a estação móvel (km)

hbb – altura média da antena da ERB com relação à altura das construções

em seu entorno

a – termo que modela a influência das construções

( )( )

−+−

−+

= −

b

hHtgbhH

bA mB

mB

2log20log9

2log5 12

2

(3.8)

hb – altura do prédio onde se processa a difração nas vizinhanças da

estação móvel

hm – altura da antena da estação móvel (m)

b – espaçamento entre colunas de prédios conforme indica a figura 3.7

bBH

d

171log18

2

– efeito da curvatura da terra

46

FIG. 3.7 – Geometria para o Modelo de Walfisch-Bertoni

3.1.6 PROJETO COST 231

Uma das soluções adotadas na Europa para estimular o desenvolvimento

técnico-científico envolvendo indústrias, institutos de pesquisa e universidade é

conhecida pelo nome de COST (COoperation in the field of Scientific and Technical

research). Esta cooperação é realizada através de projetos específicos de interesses

dos países que pertencem à união européia. Nesta linha de ação, o Projeto COST

231 dedicou-se ao estudo da evolução das comunicações móveis terrestres,

englobando aspectos do sistema rádio, dos problemas de propagação e de

aplicações de faixa larga. Relativamente à parte de propagação, com base em

medidas realizadas em diversas cidades européias, houve um esforço considerável

em desenvolver métodos de predição confiáveis. Dois desses métodos serão

descrito a seguir.

47

3.1.6.1 MODELO COST 231 – OKUMURA – HATA

Correspondente a uma extensão da formulação empírica de Hata, objetivando

cobrir a faixa de 1,5 a 2,0 GHz. O valor constante da fórmula original de Hata foi

alterado de 69,55 para 46,3 e o fator de dependência com a freqüência passou a

33,9. Além disso, foi acrescentado um novo fator (Cm) para tornar a expressão

aplicável em áreas urbanas densas. Com tais modificações, a atenuação básica

mediana de propagação é dada por,

( ) ( )

( ) Mb

mbbu

Cdh

hahfdBA

+−+

+−−+=

loglog55,69,44

log82,13log9,333,46 (3.9)

onde

f – freqüência em MHz (1500-2000)

hm – altura da antena da estação móvel

hb – altura da antena da ERB (30 - 200)

d – distância entre a ERB e a estação móvel em km(1-20)

Para cidades pequenas e médias, tem-se as mesmas fórmulas de Okumura-

Hata, ou seja,

( ) ( ) ( )8,0log56,17,0log1,1 −−−= fhfha mm (3.10a)

para cidades grandes, tem-se:

( ) ( ) 1,154,1log29,82

−= mm hha , se MHzf 300≤ (3.10b)

( ) ( ) 97,475,11log2,32

−= mm hha , se MHzf 300≥ (3.10c)

dBCM 3= para áreas urbanas densas e zero nos demais casos

Para áreas suburbanas e rurais, tem-se

( ) 4,528

log2

2

−=

fAdBA bubs (3.11a)

Para áreas rurais, tem-se

( ) ( ) 94,40log33,18log78,42

−+−= ffAdBA bubr (3.11b)

48

3.1.6.2 MODELO COST 231 – WALFISCH – IKEGAMI

Este modelo é aplicável nas condições de visibilidade e de não visibilidade entre

os terminais. No caso de haver visibilidade, o modelo utiliza uma equação similar à

de espaço livre, com coeficientes ajustados a partir de dados experimentais

provenientes de medidas na Europa. Para o caso de não visibilidade, tal como no

caso de Walfisch-Bertoni, a atenuação de propagação é constituída de 3 (três)

parcelas: a) espaço livre; b) propagação sobre topo de prédios; c) difração na quina

do prédio onde está localizada a estação móvel. Com base em tais considerações, a

atenuação básica mediana de propagação é dada por,

( ) ( ) ( ) ( )dBAdBAdBAdBA obu 21 ++= (3.12)

onde, oA é a atenuação em espaço livre e as parcelas 1A e 2A são contribuições

causadas pela difração associada à urbanização da área em estudo.

( ) ( )φ111 log20log10log109,16 AhHfwA mB +−++−−= (3.13)

onde

w – largura da rua onde se encontra o receptor

hb – altura média do prédio onde se processa a difração nas vizinhanças da

estação móvel

hm – altura da antena da estação móvel

( ) φφ 35,01011 +−=A para °<≤ 350 φ (3.14a)

( ) ( )oA 3575,05,211 −+= φφ para °<≤° 5535 φ (3.14b)

( ) ( )oA 55114,0411 −−= φφ para °<≤° 9055 φ (3.14c)

onde φ é o ângulo formado pela eixo da rua com a linha que interliga a ERB e a

estação móvel .

bfkdkkAA fda log9loglog212 −+++= (3.15)

( )Bb HhA −+−= 1log1821 para Bb Hh ≥ (3.16a)

021 =A para Bb Hh < (3.16b)

54=ak para Bb Hh ≥ (3.17a)

( )Bba Hhk −−= 8,054 para kmd 5,0≥ e Bb Hh < (3.17b)

49

( )dHhk Bba −−= 4,054 para kmd 5,0< e Bb Hh ≤ (3.17c)

18=dk para Bb Hh ≥ (3.18a)

( )

B

Bb

dh

hhk

−−= 1518 para Bb hh < (3.18b)

−+−= 1

9254

1

fkk ff (3.19)

O valor do parâmetro 1f

k é de 1,5 para centros urbanos e 0,7 para demais

situações.

onde

d – distância entre a ERB e a EM km (d>20m)

f – freqüência em MHz, 800MHz<f<2000mhz

4m < hb <50m e 1m<hm<3m

20m < d < 5km

As equações 3.11 até 3.18 são válidas para o caso sem visibilidade (NLOS). No

caso de haver visibilidade, tem-se uma expressão próxima do valor em espaço livre,

cujos parâmetros numéricos foram ajustados experimentalmente,

fdA log20log266,42 ++= (3.20)

3.1.7 MODELO DE SAKAGAMI E KUBOI

Modelo empírico extremamente detalhado no que diz respeito aos dados

necessários de urbanização do ambiente em estudo. Tal como nos casos anteriores

a caracterização do ambiente é dada pelo grau de urbanização definido nos

parâmetros utilizados nos cálculos de atenuação. Cumpre assinalar que este modelo

foi estendido por Sakawa (SAKAWA et alli,2002) para aplicações em freqüências até

15GHz com resultados plenamente satisfatórios (ver Capítulo 4). A atenuação

básica mediana é dada por,

50

( )

( )

( )[ ]23,3log13explog20

loglog1,32,43log7,337,24

log1,6log4,1023,0log1,7100

2

0

2

−++

+−+

−−

++++−=

ff

dhHh

H

HHwdBA

bb

b

mb

mmBbu φ

(3.21)

onde:

w2 – largura da rua onde esta o receptor(5m<w<50m)

φ – ângulo do eixo da rua em relação a onda incidente (0<φ <90°)

hb – altura do prédio onde se processa a difração nas vizinhanças da

estação móvel (5m<hb<80m)

hmm – altura média das construções nas vizinhanças da estação móvel

(5m<hmm<50m)

hbm – altura da antena da ERB em relação à antena da estação móvel

(20m<hbm<100m)

hb0 – altura da antena da ERB em relação ao solo (hb0>hmb)

hb – altura da antena da ERB

hmb – altura da média das construções nas vizinhanças da ERB

f – freqüência (450-2200MHz)

d – distância a ERB e a em (0,5-10km)

3.1.8 ANÁLISE COMPARATIVA

Os modelos descritos nesta seção têm como denominador comum o fato de a

antena de a ERB estar situada acima da altura média dos prédios situados em seu

entorno. A título de ilustração, será feita a seguir uma comparação de resultados

obtidos pela aplicação de tais modelos, para se ter uma idéia do desempenho de

cada um, tendo por base o mesmo grau de urbanização. A FIG. 3.8 apresenta para,

respectivamente, 900MHz e 2GHz, a atenuação básica mediana de propagação em

função da distância entre a ERB e a estação móvel, de acordo com os seguintes

parâmetros:

51

área urbana

altura da antena da ERB (hb) : 45m

altura da antena da estação móvel (hm): 1,5m

altura média da antena da ERB em relação à altura das construções em seu

entorno (hbb): 15m

altura do prédio onde se processa a difração na vizinhança da estação

móvel (hb): 20m

altura média dos prédios nas vizinhanças da ERB (hmb): 30m

altura média dos prédios nas vizinhanças da estação móvel (hmm):20m

largura da rua onde se situa a estação móvel (w2): 10m

ângulo entre o eixo da rua onde esta localizada a estação móvel (φ ): 30º

espaçamento entre colunas de prédios (b): 14m

Deve-se ressaltar que na FIG. 3.8b, o modelo de Okumura-Hata foi substituído

pelo modelo COST 231–Okumura–Hata, uma vez que o modelo original de Hata só

é válido para f<1,5GHz. A análise destas figuras mostra que:

a) Na freqüência de 900 MHz, o modelo COST 231-Walfisch-Ikegami

apresentou resultados muito próximos de Okumura-Hata. Considerando que o

desempenho deste último tem sido amplamente comprovado por medidas

experimentais em diversas localidades, parece razoável admitir que o Modelo

COST 231-Walfisch-Ikegami possa ser tomado como referência para o

cálculo em situações onde haja disponibilidade de informações sobre a

urbanização da área em estudo;

b) Na freqüência de 2000 MHz, os modelo COST 231-Walfisch-Ikegami e

Sakagami-Kuboi são praticamente coincidentes. Assumindo válida, nesta

freqüência, a suposição enunciada em a), pode-se inferir que o modelo de

Sakagami-Kuboi é também suficientemente preciso para ser usado nos

cálculos de propagação. Observar que esta conclusão não se aplica na

freqüência de 900 MHz;

c) A extensão de Okumura-Hata para 2000 MHz não parece satisfatória, pois

diverge substancialmente dos modelos COST 231-Walfisch-Ikegami e

Sakagami-Kuboi;

52

d) O modelo de Ikegami é o que apresenta menor atenuação em ambas

freqüências. Provavelmente por considerar apenas a difração na quina do

último prédio;

e) O modelo de Walfisch-Bertoni é o que apresenta maior atenuação, resultado

associado ao efeito de difração múltipla;

1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5120

125

130

135

140

145

150

155

160

165

Distância entre a ERB e a EM (km)

Ate

nu

ão

sic

a m

ed

ian

a (

dB

)

Modelo de Okumura-Hata

Modelo de Ikegami

Modelo de W alfish-Bertoni

Modelo de COST231-W alfish-Ikegami

Modelo de Sakagami-kuboi

a) 900MHz

1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5135

140

145

150

155

160

165

170

Distância entre a ERB e a EM (km)

Ate

nu

ão

sic

a m

ed

ian

a (

dB

)

Modelo de COST 231-Okumura-Hata Modelo de Ikegami Modelo de W alfish-Bertoni Modelo de COST231-W alfish-IkegamiModelo de Sakagami-kuboi

b) 2000MHz

FIG. 3.8 – análise comparativa de modelos de propagação ponto-área

53

3.2 ANTENA DA ERB ABAIXO DO NÍVEL MÉDIO DOS PRÉDIOS

Nesta configuração, a técnica de raios comentada no capítulo introdutório pode

ser de grande utilidade. Entretanto, tendo em vista as dificuldades operacionais

apontadas, o modelo da terra plana é tomado como referência.tal procedimento é

justificável, uma vez que as células possuem raios de cobertura relativamente

pequenos, não se fazendo sentir o efeito da curvatura da terra. Por outro lado, os

dados experimentais indicam um decréscimo da intensidade de campo com a

distância do tipo d-α. Este procedimento é compatível com o previsto teoricamente no

Capítulo 2, ou seja, α=2 no espaço livre e α=4 no caso de terra plana na zona de

difração. Corroborando esta afirmativa, a figura 3.9 apresenta resultados

provenientes de medidas realizadas em 4 (quatro) cidades da Alemanha

(ANDERSEN et alli, 1995) onde se pode observar este comportamento.

FIG. 3.9 – Variação da atenuação com a distância

54

3.2.1 MODELO DE ERCEG

Com base na solução de terra plana, quando há visibilidade entre a ERB e a

estação móvel, a atenuação de propagação em função da distância é equacionada

em duas partes, separadas por um ponto de quebra que corresponde a uma folga

igual ao raio da 1ª zona de Fresnel no ponto de reflexão. Para distâncias inferiores

ao ponto de quebra, a atenuação equivale à do espaço livre menos 6 dB ou, em

outras palavras, é a atenuação observada nos pontos de máximo da variação do

sinal na região de interferência mostrada na FIG. 2.2. Para distâncias além do ponto

de quebra tem-se um comportamento similar ao que foi definido na zona de difração

(ver seção 2.3). Matematicamente a atenuação básica mediana é definida por

(ERCEG et alli, 1992),

+=

q

rebud

dAA log20 , para qdd ≤ (3.22a)

+=

q

rebud

dAA log40 , para qdd > (3.22b)

λmb

q

hhd

4≈ (3.22c)

=

mb

rehh

A...8

log202

π

λ (3.22d)

O modelo ainda apresenta um limite superior de atenuação ´bA , definido

empiricamente por,

+=

q

rebud

dAA log25 (3.23a)

+=

q

rebud

dAA log40 (3.23b)

Medidas realizadas em Nova York (áreas urbanas e suburbanas) indicam que a

atenuação situa-se entre os limites definidos em EQ. 3.22 e EQ. 3.23. Em que pese

este resultado, no contexto do modelo utilizado, seria mais adequado definir o ponto

55

de quebra na separação entre as zonas de difração e interferência, ou seja, onde a

folga corresponde a 0,6 do raio da 1ª zona de Fresnel. Esta questão é discutida

adiante na definição do modelo proposto na dissertação. Adicionalmente, deve ser

informado que o modelo de Erceg consta da recomendação UIT-R p.1411(ITU-R

P.1411, 1992).

Na condição de não haver visibilidade, ou seja, na situação mostrada na

FIG.3.10, o modelo foi equacionado com base na técnica de traçado de raios. No

desenvolvimento do modelo foi feita a hipótese de haver preponderância dos raios

refletidos em relação aos raios difratados, a qual não foi justificada. Adicionalmente,

não foi esclarecido o procedimento que leva à forma final da expressão a ser

utilizada no cálculo da atenuação, onde foram separadas as contribuições da

difração na esquina que separa as ruas longitudinal e transversal. Em vista de tal

situação, a fórmula do modelo de Erceg na condição de não visibilidade não é

detalhada nesta dissertação. Entretanto, a idéia básica de separar as contribuições é

explorada e justificada no próximo capítulo.

FIG. 3.10 – Condição de não visibilidade

56

3.2.2 MODELO DE WIART

De modo similar ao modelo de Erceg descrito na seção anterior, Wiart utilizou

como base matemática a técnica de traçado de raios, incluindo os efeitos de reflexão

e difração. Os resultados foram ajustados por medidas realizadas em paris na faixa

de 2GHz. Um ponto menos preciso do Modelo de Wiart é a suposição de

propagação em espaço livre quando há visibilidade. Em parte do trajeto esta

suposição é adequada, entretanto, após o ponto de quebra, há que se levar em

conta a mudança de inclinação na curva de variação da atenuação com a distância,

conforme discutido no modelo de Erceg.

O aspecto mais interessante do modelo de Wiart refere-se à utilização de

expressões compactas para definir a contribuição dos raios refletidos e difratados

nas ruas transversais. A precisão destes resultados levou a sua adoção pela UIT-R,

conforme consta atualmente na recomendação UIT-R P. 1411-2 (ITU-R P.1411,

1992). De acordo com esta recomendação, na condição de não haver visibilidade

entre a ERB e o terminal móvel, a atenuação básica mediana de propagação tem

por expressão,

+−=

−−1010 1010log10

dr AA

buA (3.24)

onde

Ar – atenuação associada aos raios refletidos;

( )( )

+++=

λ

πβ 4log20log20

21

2121ww

fddddAr (3.25)

e

( )5,3

86,3

ββ =f (3.26)

sendo 0,6 <β[rad]<π.

Ad – atenuação associada aos raios difratados;

( )( )λ

π

πβ

4log20

180901,02log10 2121 +

−−++= ad DddddA (3.27)

57

+

≈ −−

22

40

1

11

2

21 π

π w

dtg

w

dtgDa (3.28)

onde

w1 – largura da rua onde está localizada a ERB (m)

w2 – largura da rua onde está localizada a estação móvel (m)

d1 – distância da ERB ao cruzamento das ruas (m)

d2 – distância da estação móvel ao cruzamento das ruas (m)

β: ângulo da esquina (em radianos)

3.2.3 APLICAÇÃO DA TEORIA GEOMÉTRICA DA DIFRAÇÃO

A formulação matemática descrita na seção 2.4 é aplicada à difração que se

observa quando o terminal dobra uma esquina relativamente à rua principal onde

está posicionada a ERB. Utilizando os parâmetros geométricos do trabalho de Erceg

(ERCEG et alli, 1994), chega-se aos resultados, expressos em FIG. 3.11a e FIG.

3.11b,confirmando a variabilidade da atenuação por difração nas quinas do prédio

entre 10 e 25 dB comentada anteriormente.

3.3 COMENTÁRIOS

No que se refere aos modelos aplicáveis quando a antena da ERB situa-se a

uma altura acima do nível médio dos prédios, comprovou-se, mais uma vez, que o

modelo de Okumura-Hata é o mais adequado quando não se dispõe de informações

detalhadas sobre a urbanização da área em estudo. Havendo disponibilidade de tais

informações, de acordo com os resultados apresentados, o modelo COST 231 –

Walfish-Ikegami mostrou-se adequado. Por outro lado, quando a antena da ERB

está posicionada abaixo da altura média dos prédios o modelo de Erceg é mais

adequado quando há visibilidade, tendo, inclusive, sido adotado pelo UIT-R.

58

Entretanto, nas ruas transversais, o Modelo de Wiart se mostra mais simples e

possui uma interpretação física que o qualifica para melhor representar o caso em

questão. No próximo capítulo, aproveitando-se dos resultados relativos a esta

configuração, será proposto um procedimento de cálculo, aplicável tanto na situação

de visibilidade da rua, como nas ruas transversais. Tal procedimento é sustentado

por uma base física que inclui diversos fatores ambientais e utiliza a TGD para

estimar a queda abrupta da intensidade do sinal quando o terminal móvel dobra a

esquina.

535 535.5 536 536.5 537 537.556

58

60

62

64

66

68

70

distância do Tx a esquina em 535m e largura das ruas transversal 20 metros e princ ipal em 30 metros

distância em metros da esquina a estação móvel

Ra

zão

en

tre

o c

am

po

re

ce

bid

o e

o c

am

po

tra

ns

mit

ido

(a) 900MHz

535 535.5 536 536.5 537 537.560

62

64

66

68

70

72

74

76

78

80dis tância do Tx a esquina em 535m e largura das ruas transversal 20 metros e principal em 30 metros

distânc ia em metros da esquina a es tação móvel

Ra

o e

ntr

e o

ca

mp

o r

ec

eb

ido

e o

ca

mp

o t

ran

sm

itid

o

(b) 2GHz

FIG. 3.11 – Atenuação por difração nas proximidades da esquina onde se processa

a difração

59

4 CARACTERÍSTICAS DA PROPAGAÇÃO PONTO-ÁREA NA FAIXA DE 2 A

15GHz

O aumento crescente que se observa na capacidade dos sistemas móveis e a

possibilidade de congestionamento do espectro em UHF são fatores que justificam

investigar a utilização de freqüências mais elevadas, onde os problemas associados

à largura da faixa de transmissão são menos restritivos. Nesta linha, o conhecimento

adquirido anteriormente é agora empregado no desenvolvimento de um modelo de

cálculo para a faixa de 2 a 15 GHz, na configuração onde a antena da ERB está

abaixo do nível médio dos prédios e supondo a existência ou não de visibilidade

entre os terminais. Obviamente, nesta faixa de freqüências, a cobertura de uma área

depende, fundamentalmente, dos fenômenos de propagação descritos no Capítulo

2, quais sejam, reflexão, difração e espalhamento. A diferença é que, em

freqüências mais altas, acentuam-se os efeitos de difração e espalhamento,

fazendo-se sentir também, acima de 10GHz, a atenuação introduzida pela chuva.

Cumpre informar que o problema da chuva não será tratado neste capítulo, uma vez

que o procedimento a ser adotado, no caso de células onde, no máximo, o raio de

cobertura chega a 1km, foi comentado na seção 2.6.

4.1 ANTENA DA ERB ACIMA DA ALTURA MÉDIA DOS PRÉDIOS

Embora na faixa de freqüência de interesse seja recomendável ter como

referência a propagação em visibilidade, é possível utilizar nas ERBs, antenas acima

do nível médio dos prédios. A título de ilustração, apenas para confirmar esta

possibilidade, cumpre informar que medidas realizadas no Japão, nas freqüências

de 3,35, 8,45 e 15,75 GHz e com antenas da ERB em alturas de 10 e 55 metros,

foram corretamente interpretadas por Sakawa (SAKAWA et alli, 2002) com base em

uma extensão ao modelo de Sakagami-Kuboi descrito no Capítulo 3.

60

Matematicamente, o modelo resultante da citada extensão levou à seguinte

expressão para o cálculo da atenuação básica mediana de propagação,

( )

( ) ( ) Mmb

b

b

mb

mmBbu

Chafdh

hh

H

HHwdBA

+−+−+

+

−−

++++−=

log9,21loglog1,32,43

log7,337,24

log1,6log4,1023,0log1,7100

2

0

2 φ

(4.1)

onde:

( )mha - é o mesmo usado na equação (3.10)

dBCM 3−= para cidades pequenas e médias e zero nos demais casos

w2 – largura da rua onde esta o receptor(5m<w<50m)

φ – ângulo do eixo da rua em relação a onda incidente (0<φ <90°)

hb – altura do prédio onde se processa a difração nas vizinhanças da

estação móvel (5m<hb<80m)

hmm – altura média das construções nas vizinhanças da estação móvel

(5m<hmm<50m)

hbm – altura da antena da ERB em relação à antena da estação móvel

(20m<hbm<100m)

hb0 – altura da antena da ERB em relação ao solo (hb0>hmb)

hb – altura da antena da ERB

hmb – altura da média das construções nas vizinhanças da ERB

f – freqüência (3.350-15.750MHz)

d – distância a ERB e a EM (0,1-1,5km)

Observa-se que, relativamente ao modelo de Sakagami-Kuboi, em EQ. 4.1

houve alteração na constante do termo dependente da freqüência, que passou de 20

para 21,9, foi retirado o termo exponencial e incluída uma parcela de correção para

área urbana densa.

61

4.2 ANTENA DA ERB ABAIXO DA ALTURA MÉDIA DOS PRÉDIOS

Sob o ponto de vista prático, esta é a configuração de maior interesse. Mais uma

vez a geometria da terra plana é usada como referência. Entretanto, para se obter

maior precisão no modelo proposto, é importante que se discutam as características

do ambiente de propagação. Um item relevante corresponde ao ponto de transição

entre as zonas de difração e de interferência. Por outro lado, a situação idealizada

da terra plana não leva em conta um conjunto de fatores que afetam a propagação

do sinal. Os principais fatores estão relacionados a seguir:

a) Efeito da difração lateral nas paredes dos prédios ao longo das ruas;

b) Reflexão nas viaturas em deslocamento;

c) Atenuação causada pela vegetação urbana;

d) Espalhamento do sinal por transeuntes, fios da rede elétrica e sinais de

trânsito.

4.2.1 TRANSIÇÃO ENTRE AS ZONAS DE INTERFERÊNCIA E DE DIFRAÇÃO

Esta transição foi definida no Capítulo 2 como o ponto correspondente à folga de

0,6 do raio da 1ª zona de Fresnel. Na transição, é possível fazer a separação entre

os dois comportamentos distintos da intensidade de campo elétrico, daí a

designação de ponto de quebra. De um lado, tem-se um comportamento oscilatório

associado à função seno (zona de interferência) e do outro, observa-se que o sinal

decresce monotonicamente à medida que o receptor se afasta do transmissor (zona

de difração). Vale ainda acrescentar que na zona de interferência, caso o efeito de

reflexão no solo possa ser desprezado, a intensidade de campo pode ser

aproximada por seu valor em espaço livre.

O modelo de Erceg para a condição de visibilidade (ver Capítulo 3), embora sem

fazer referência aos conceitos de interferência e difração, foi estruturado nesta linha

de raciocínio. Entretanto, o ponto de quebra (EQ. 3.22a) foi definido na condição de

62

folga de um raio da 1ª zona de Fresnel, a qual não é fisicamente compatível com a

definição clássica de separação entre as regiões de interferência e difração.

4.2.2 EFEITO DA DIFRAÇÃO LATERAL

a) Modelo idealizado

b) Situação real

FIG. 4.1 – Canyon urbano

63

A geometria típica de uma área urbana é ilustrada na FIG. 4.1, onde se observa

uma relativa uniformidade das construções. Considerando que, nesta configuração,

a transmissão da energia se processa de forma canalizada no espaço limitado pela

superfície da terra e paredes dos prédios, emprega-se normalmente a definição de

canyon urbano.

a) Difração lateral

b) Difração pela terra plana

c) Efeito combinado de a) e b)

FIG. 4.2 – difração em um canyon urbano

A difração lateral ocorre quando a folga do trajeto é obstruída lateralmente pelas

paredes dos prédios. Dependendo do posicionamento das antenas da ERB e do

terminal móvel, a difração lateral poderá anteceder ou não à difração causada pela

terra plana. A partir do corte vertical do canyon urbano (FIG. 4.1), as situações

possíveis de obstrução estão mostradas na FIG. 4.2. Nesta figura, o círculo define a

posição da elipse que limita 0,6 do raio da 1ª zona de Fresnel.

64

A dificuldade em avaliar o efeito da difração lateral está relacionada ao fato de

não haver um critério específico para definir a posição das antenas da ERB e do

terminal móvel relativamente às paredes dos prédios. Isto não acontece, por

exemplo, no caso da difração pela superfície da terra, onde a condição de folga do

percurso da energia em propagação é definida em função das alturas das antenas.

4.2.3 EFEITO DA REFLEXÃO DAS VIATURAS EM DESLOCAMENTO

Em uma via pública, o fluxo contínuo de viaturas altera as condições de reflexão

e difração associadas ao modelo de terra plana. Isto porque há uma elevação do

nível de referência do plano de reflexão, o qual depende da altura média das

viaturas em deslocamento. Genericamente, a altura deste plano de referência em

relação ao solo será representada por ho.

Resultados experimentais publicados por Oda (ODA et alli, 2000) e Schenk

(SCHENK et alli,2002) , com base em medidas realizadas, respectivamente, no

Japão e no Canadá, indicaram que durante o dia o valor de ho é da ordem de 1

metro. Obviamente, durante a noite, com a redução do tráfego, há redução deste

nível, chegando eventualmente a zero.

4.2.4 ABSORÇÃO E ESPALHAMENTO POR VEGETAÇÃO, PEDESTRES E

OUTROS OBSTÁCULOS

A existência de árvores ao longo das calçadas ou nos canteiros centrais que

separam as direções de tráfego nas vias urbanas, em que pese sua importância nas

condições ambientais de uma cidade, causa absorção e espalhamento da energia

em propagação, reduzindo, conseqüentemente, o nível da intensidade do sinal no

ponto de recepção. Por outro lado, um efeito equivalente pode ser associado a

pedestres em deslocamento nas calçadas, fiação da rede elétrica, sinais de trânsito

e outros obstáculos similares. A FIG. 4.3 mostra, através de fotos tiradas na cidade

65

do Rio de Janeiro, duas situações típicas. Em FIG. 4.3a tem-se uma foto da Avenida

Rio Branco, no centro da cidade, onde os problemas em questão são bastante

acentuados. Em FIG. 4.3b corresponde a uma foto da Avenida Pasteur, no bairro da

Urca, onde há um efeito predominante da vegetação urbana.

a) Avenida Rio Branco

b) Avenida Pasteur

FIG. 4.3 – ilustração dos fatores que causam absorção e espalhamento da energia

em propagação em vias urbanas

66

4.2.5 PROPAGAÇÃO EM VISIBILIDADE

O bloqueio do sinal devido aos efeitos comentados na seção anterior foram

levados em conta por Oda (ODA et alli, 2000) através de um fator de atenuação

exponencial função da distância. nesta linha, com base no modelo da terra plana e

sugerindo incluir na citado fator o efeito da difração lateral, propõe-se que o cálculo

da atenuação básica mediana da intensidade do sinal em condição de visibilidade

( bvA ) seja feito através das seguintes expressões,

4,32log10log20log20 . +++= d

bv edfAδ , se

λ

e

m

e

b

q

hhd

12≤ (4.2a)

( ) de

m

e

bbv ehhddBAδlog10log20log20log40 +−−= se

λ

e

m

e

b

q

hhd

12≥ (4.2b)

onde:

f – freqüência (GHz);

d – distância entre a ERB e o terminal móvel (m);

ob

e

b hhh −= – altura efetiva da antena da ERB (m);

om

e

m hhh −= – altura efetiva da antena da estação móvel (m);

oh – nível de elevação do plano de referência (m);

δ – fator de bloqueio (m-1)

Cumpre assinalar que no trabalho de Oda (ODA et alli, 2000), tendo por

referência medidas realizadas em um área da cidade de Tóquio, foi recomendado

um valor de δ igual a 0,002. Entretanto, em Schenk (SCHENK et alli,2002), na

cidade de Ottawa, observou-se valores entre 0,001 e 0,005. Desta forma, embora

haja evidência de que o fator de bloqueio possa caracterizar adequadamente os

efeitos comentados anteriormente, seria importante que fosse ampliada a

quantidade de dados experimentais que permitisse fixar de modo mais preciso um

critério para a definição do parâmetro δ.

67

4.2.6 PROPAGAÇÃO SEM VISIBILIDADE

Esta condição corresponde ao terminal móvel situado na rua transversal àquela

onde está posicionada a ERB (rua principal). Trata-se de uma situação onde a

técnica de traçado de raios pode ser de grande utilidade. Entretanto, é possível

estruturar um equacionamento simplificado que tem por base, fundamentalmente, a

interpretação do processo físico de propagação entre os pontos considerados. Para

isto, é preciso considerar neste processo os 3 (três) itens seguintes:

a) A propagação no trecho entre a ERB e a esquina das ruas principal e

transversal;

b) A difração na quina do prédio que separa as duas ruas;

c) A propagação no trecho entre a esquina e o terminal móvel.

No que diz respeito ao item b), a difração pode ser considerada isoladamente e

calculada, de acordo com a seção 2.4, através da teoria geométrica da difração. A

justificativa deste procedimento é dada pelo princípio da ação local, estabelecido por

Fock (FOCK, 1995). Na faixa de freqüência de interesse para o presente trabalho,

este efeito da difração é localizado e não perturba, de modo significativo, a

configuração de campo eletromagnético antes e depois da esquina. Em outras

palavras, a esquina constitui um elemento de transição na estrutura formada pelas

ruas principal e transversal, introduzindo, devido ao efeito da difração, uma redução

abrupta na intensidade do sinal. Por outro lado, no conjunto formado pelos trechos

definidos em a) e b), conforme demonstra o APÊNDICE 1, a atenuação pode ser

estimada através de uma extensão à solução proposta por Millington (MILLINGTON,

1949) para a propagação em trajetos mistos. em função de tais considerações e

levando em conta o fator de bloqueio δ propõe-se que a atenuação de propagação

entre a ERB e o terminal móvel, na condição de não visibilidade (bsA ), seja calculada

por,

( ) ( ) ( )

)]log[exp(10log40 22

1

21

1

dd

dd

AdAdBA dbvbs

δ

α

+

+

++=

(4.3)

68

onde ( )1dAbv é a atenuação no trecho de comprimento d1 entre a ERB e a

esquina, calculado de acordo como procedimento descrito na sub-seção 4.2.5, d2 a

distância no trecho correspondente à rua transversal, entre a esquina e o terminal

móvel e δ1 e δ2 os respectivos fatores de bloqueio dos trechos citados.

A análise pela TGD mostra que a parcela ( )βdA é da ordem de 10 a 30 dB (ver

APÊNDICE 2). Para fazer este cálculo é necessário tomar um ponto nas vizinhanças

da quina onde se processa a difração.

A parcela

+

1

21log40d

dd teve por base o modelo de terra plana, onde a

atenuação decai 40dB por década. É possível generalizar esta parcela através de,

+

1

21log10d

ddn , onde n define a variação da atenuação com a distância.

A título de ilustração, a FIG. 4.4 e a FIG. 4.5 comparam dados experimentais

publicados por Erceg (ERCEG et alli, 1994) nas freqüências de 2 e 6 GHz e por

Siqueira (SIQUEIRA et alli, 2001) na freqüência de 3,5 GHz com a estimativa teórica

da, atenuação básica mediana de propagação em função da distância entre a ERB

e a estação móvel calculada pelo modelo proposto.

TAB 4.1 Parâmetros das configurações geométricas usadas nos modelos adotados

Modelo Proposto Erceg et alli Siqueira et alli

Altura da antena da ERB (hb) 10m 10m 10m

Altura da antena da EM (hm) 2m 2m 2m

Nível de elevação do plano de

referência (ho)

1m 1m 1m

Distância entre a ERB e a

esquina (d1)

535m 535m 535m

Largura da rua onde se situa a

ERB (w1)

30m

30m

30m

Largura da rua onde se situa a

estação móvel (w2)

20m 20m 20m

69

A TAB. 4.1 mostra os parâmetros das configurações geométricas utilizadas nas

medidas anteriormente citadas. No que se refere ao fator de bloqueio o ajuste entre

a medida e o cálculo levou aos seguintes resultados:

Fator de bloqueio na rua onde se situa a ERB em 2GHz(δ1): 0,00005m-1

Fator de bloqueio na rua onde se situa a estação móvel em 2GHz(δ2):

0,0001m-1

Fator de bloqueio na rua onde se situa a ERB em 3,5GHz(δ1): 0,00005m-1

Fator de bloqueio na rua onde se situa a estação móvel em 3,5GHz(δ2):

0,0001m-1

Fator de bloqueio na rua onde se situa a ERB em 6GHz(δ1): 0,0003m-1

Fator de bloqueio na rua onde se situa a estação móvel em 6GHz(δ2):

0,0004m-1

FIG. 4.4 – Análise comparativa em 2 e 6GHz

70

FIG. 4.5 – Análise comparativa em 3,5 GHz

Observa-se que, uma vez ajustado o fator de bloqueio, o modelo proposto

apresenta concordância razoável com os dados experimentais.

71

5 CONCLUSÕES

Esta dissertação analisou um problema da propagação ponto-área, objetivando

desenvolver um modelo de cálculo para estimativa da atenuação na faixa de 2 a 15

GHz. Nesta faixa de freqüências os sistemas são estruturados em microcélulas,

sendo usual o posicionamento da antena da ERB abaixo do nível médio dos prédios.

O modelo proposto é do tipo semi-empírico, uma vez que tem por base as teorias da

terra plana e da difração por uma aresta, onde fatores adicionais são incorporados

com base nos dados experimentais disponíveis.

Tendo em vista a característica microcelular do ambiente onde se processa a

propagação, o modelo geométrico considerado consiste de uma rua principal onde

se localiza a ERB e uma rua transversal, onde a energia penetra por difração no

prédio situado na esquina de separação das duas vias. A teoria da terra plana foi

utilizada na análise da propagação nas ruas principal e transversal e a teoria

geométrica da difração para quantificar a atenuação resultante da modificação do

percurso da energia ao dobrar a esquina na direção da rua transversal. As parcelas

de atenuação associadas a cada trajeto foram computadas separadamente. Este

procedimento é justificado com base no princípio da ação local estabelecido por

Fock (FOCK, 1995). Segundo este princípio, em freqüências elevadas, a difração

pode ser considerada um fenômeno local, ou seja, concentrado nas vizinhanças do

ponto onde ocorre. Assim, exceto nas proximidades da esquina, a interação entre os

dois mecanismos de propagação (terra plana / difração por uma aresta) pode ser

ignorada. Uma vez isolado o efeito de difração, a transmissão através de trechos

distintos, ambos representados por uma terra plana e lisa, pode ser equacionada

fazendo-se uso de uma extensão ao procedimento empírico de Millington

(MILLINGTON, 1949) para propagação sobre trajetos mistos. A idealização do

modelo da terra plana foi compensada pela modificação das alturas das antenas

para considerar a reflexão nas viaturas em deslocamento nas ruas e por um fator de

bloqueio que leva em conta outros efeitos associados ao ambiente de propagação

(difração lateral nos prédios, vegetação, movimentação dos pedestres, sinais de

trânsito, fiação da rede elétrica, etc). Para freqüências acima de 10 GHz deve-se

72

incluir uma parcela que traduza o efeito da atenuação por chuva ao longo do

percurso.

O método descrito em EQ. 4.2a, EQ. 4.2b e EQ. 4.3 reúne as diversas parcelas

descritas acima. Trata-se de um método relativamente simples, com uma

interpretação física que permite separar a contribuição de cada mecanismo de

propagação envolvido. A disponibilidade de dados experimentais em freqüências

acima de 2 GHz é ainda limitada, não permitindo que o método em questão tenha

sua precisão avaliada rigorosamente. Entretanto, ainda que preliminarmente, uma

visualização desta precisão pode ser observada na FIG. 4.4, a qual compara a

estimativa teórica com medidas realizadas em área urbana nas freqüências de 2 e 6

GHz.

Tendo em vista que o método proposto inclui considerações de caráter empírico

que têm por base dados experimentais, para consolidar o procedimento de cálculo,

recomenda-se que esta particularidade seja explorada na pesquisa que venha dar

continuidade ao trabalho aqui apresentado. Neste contexto, sugere-se:

1. Realizar medidas em ambientes de propagação diversos para que se tenha

uma idéia mais precisa de como quantificar o fator de bloqueio;

2. Avaliar a alteração do nível de reflexão em função das condições de

tráfego;

3. Fundamentar o princípio da ação local através de medidas nas vizinhanças

da esquina de separação entre ruas transversais;

4. Analisar a atenuação por chuva em trajetos curtos (da ordem ou menores

do que 1 km) para estimar a redução da cobertura de uma ERB relativamente ao

que se consegue na condição de céu claro.

73

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78

7 APÊNDICES

79

7.1 APÊNDICE 1

EXTENSÃO DA SOLUÇÃO DE MILLINGTON PARA ANTENAS ELEVADAS

Millington (MILLINGTON, 1949, p. 53 e 54) desenvolveu uma metodologia para

simplificar o cálculo de propagação em trajetos mistos. Os trabalhos originais deste

autor foram aplicados a situação onde as antenas de transmissão e recepção

estavam localizadas sobre a terra. Este apêndice apresenta uma extensão da

solução de Millington para antenas elevadas.

De acordo com Millington, para o trajeto mostrado na FIG. 7.1, a intensidade de

campo elétrico no ponto b é dada por

( ) ( ) ( ) ( )( ) ( )

21

2112

2112221211

++=

dEdE

ddEdEddEdEEB (7.1)

onde

( )11 dE - campo calculado na distância 1d com os parâmetros do meio 1;

( )211 ddE + - campo calculado na distância 21 dd + com os parâmetros do meio 1;

( )21 dE - campo calculado na distância 2d com os parâmetros do meio 1;

( )22 dE - campo calculado na distância 2d com os parâmetros do meio 2;

( )12 dE - campo calculado na distância 1d com os parâmetros do meio 2;

( )212 ddE + - campo calculado na distância 21 dd + com os parâmetros do meio

2.

FIG. 7.1 – Propagação por trajetos mistos

80

Seja um trajeto misto constituído por duas ruas perpendiculares e que possuem

características distintas em termos de largura, vegetação, condições de tráfego,

movimentação de pedestres, etc. Tendo por base o modelo da terra plana, a

extensão do método de Millington será aplicada à condição de propagação descrita

na seção 4.2.6 (propagação sem visibilidade). Nesta situação, pode-se escrever,

( ) ( ) 22,1

2,1

2,11

2,114 d

o

mb edEd

hhdE

δ

λ

π −

= (7.2a)

( )( )

( )( )

221

21

211

2114 dd

o

mb eddEdd

hhddE

+−

++

=+δ

λ

π (7.2b)

( ) ( ) 22,1

2,1

2,12

2,124 d

o

mb edEd

hhdE

δ

λ

π −

= (7.2c)

( )( )

( )( )

221

21

212

2124 dd

o

mb eddEdd

hhddE

+−

++

=+δ

λ

π (7.2d)

É simples verificar que,

( ) ( )( ) ( )

( ) ( )22

2112

2211122211 dddd

eedEdE

dEdE −−−−

=δδ

Por outro lado,

( ) ( )( )

( )( )

( )( )

( )2

21

21

221

21

212211

212211 44 dd

o

mbdd

o

mb eddEdd

hheddE

dd

hhddEddE

+−+−

++

×++

=++δδ

λ

π

λ

π

Daí,

( )( )

( )( )( )

( )( )

( ) 2211

2

21

21

211

21

22212

12

114 dd

o

mb eeddEdd

hhddE

dE

dEddE

dE

dE δδ

λ

π −−

+

+=++

Conseqüentemente,

( )( ) 22

21

21

22114 dd

o

mb eeddEdd

hhE

δδ

λ

π −−

+

+= (7.3)

81

Logo aplicando a definição de atenuação a equação (i.3), tem-se

[ ] [ ]2211 log10log10log40log20log20log401

211

dd

mb eed

ddhhdA

δδ ++

++−−= (7.4)

ou seja,

( ) ( ) ( ) )]log[exp(10log40 22

1

211 d

d

ddAdAdBA dbvbs δα +

+++= (7.5)

Justifica-se a aplicação do modelo da terra plana pelo fato do terminal móvel

estar localizado em um ponto da via pública, com a antena muito próxima do solo

(da ordem de 1,5m). Nesta situação, tendo em vista os valores das distâncias d1 e

d2, o modelo adequado de propagação é o da terra plana. Entretanto, a extensão

proposta é também válida para outros modelos. Por exemplo, se a propagação for

considerada em espaço livre, pode-se aplicar a expressão (2.5) na condição de Abv

ser definida por (4.2a) e o termo 40log[(d1 + d2)/d1] ser substituído por 20log[(d1 +

d2)/d1].

82

7.2 APÊNDICE 2 PROGRAMA DOS GRÁFICOS PARA TGD EM 900MHZ E 2GHZ % difração w1=30; w2=20; % distância do é da fonte a esquina do=535; % distância df é da esquina ao ponto final df=[1:50]; d=sqrt(do.^2+df.^2); ho=1; hm=2; hb=10; s1=sqrt(do.^2+(w1/2)^2); s2=sqrt(df.^2+(w2/2)^2); o1=atan(w1./2*do); n=3/2; o2=n*pi-atan(w2./2*df); a0=+1.595769140; a1=-0.000001702; a2=-6.808568854; a3=-0.000576361; a4=6.920691902; a5=-0.016898657; a6=-3.050485660; a7=-0.075752419; a8=0.850663781; a9=-0.025639041; a10=-0.150230960; a11=+0.034404779; b0=-0.000000033; b1=4.255387524; b2=-0.000092810; b3=-7.780020400; b4=-0.009520895; b5=5.075161298; b6=-0.138341947; b7=-1.363729124; b8=-0.403349276; b9=0.702222016; b10=-0.216195929;

83

b11=0.019547031; c0=0.0000000000; c1=-0.024933975; c2=0.000003936; c3=0.005770956; c4=0.000689892; c5=-0.009497136; c6=0.011948809; c7=-0.0067488732; c8=0.000246420; c9=0.002102967; c10=-0.001217930; c11=0.000233939; d0=0.199471140; d1=0.000000023; d2=-0.009351341; d3=0.000023006; d4=0.004851466; d5=0.001903218; d6=-0.017122914; d7=0.029064067; d8=-0.027928955; d9=0.016497308; d10=-0.005598515; d11=0.000838386; % f=2000 para 2GHz e f=900 para 900MHz f=2000; l=300/f; k=2*pi/l; l=(s1*s2)/(s1+s2); %para 90° na esquina betap=o1+o2; betan=o1-o2; np=(betap+pi)/(2*n*pi); nn=(betan+pi)/(2*n*pi); ap=2*cos((2*n*np-betap)/2); an=2*cos((2*n*nn-betan)/2); x1=k*l*ap.*(o2-o1); x2=k*l*an.*(o2-o1); x3=k*l*an.*(o2+o1); x4=k*l*ap.*(o2+o1);

84

if x1 <4 e1=((1-i)/2)-(exp(-i.*x1).*sqrt(x1/4)); f1=[ a0+i*b0 (a1+i*b1).*(x1/4) (a2+i*b2).*(x1/4).^2 (a3+i*b3).*(x1/4).^3 (a4+i*b4).*(x1/4).^4 (a5+i*b5).*(x1/4).^5 (a6+i*b6).*(x1/4).^6 (a7+i*b7).*(x1/4).^7 (a8+i*b8).*(x1/4).^8 (a9+i*b9).*(x1/4).^9 (a10+i*b10).*(x1/4).^10 (a11+i*b11).*(x1/4).^11]; a1=e2*sum(f1); fx1=2*i.*sqrt(x1).*exp(i*x1).*sqrt(pi/2).*a1; else e1=-exp(-i.*x1).*sqrt(4./x1); f1=[ c0+i*d0 (c1+i*d1)*(4./x1) (c2+i*d2)*(4./x1).^2 (c3+i*d3)*(4./x1).^3 (c4+i*d4)*(4./x1).^4 (c5+i*d5)*(4./x1).^5 (c6+i*d6)*(4./x1).^6 (c7+i*d7)*(4./x1).^7 (c8+i*d8)*(4./x1).^8 (c9+i*d9)*(4./x1).^9 (c10+i*d10)*(4./x1).^10 (c11+i*d11)*(4./x1).^11]; a1=e1*sum(f1); fx1=2*i.*sqrt(x1).*exp(i*x1).*sqrt(pi/2).*a1; end if x2<4 e2=((1-i)/2)-(exp(-i.*x2).*sqrt(x2/4)); f2=[ a0+i*b0 (a1+i*b1).*(x2/4) (a2+i*b2).*(x2/4).^2 (a3+i*b3).*(x2/4).^3 (a4+i*b4).*(x2/4).^4 (a5+i*b5).*(x2/4).^5 (a6+i*b6).*(x2/4).^6 (a7+i*b7).*(x2/4).^7 (a8+i*b8).*(x2/4).^8 (a9+i*b9).*(x2/4).^9 (a10+i*b10).*(x2/4).^10 (a11+i*b11).*(x2/4).^11]; a2=e2*sum(f2); fx2=2*i.*sqrt(x2).*exp(i*x2).*sqrt(pi/2).*a2; else e2=-exp(-i.*x2).*sqrt(4./x2); f2=[ c0+i*d0 (c1+i*d1)*(4./x2) (c2+i*d2)*(4./x2).^2 (c3+i*d3)*(4./x2).^3 (c4+i*d4)*(4./x2).^4 (c5+i*d5)*(4./x2).^5 (c6+i*d6)*(4./x2).^6 (c7+i*d7)*(4./x2).^7 (c8+i*d8)*(4./x2).^8 (c9+i*d9)*(4./x2).^9 (c10+i*d10)*(4./x2).^10 (c11+i*d11)*(4./x2).^11]; a2=e2*sum(f2); fx2=2*i.*sqrt(x2).*exp(i*x2).*sqrt(pi/2).*a2; end if x3<4 e3=((1-i)/2)-(exp(-i.*x3).*sqrt(x3/4));

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f3=[ a0+i*b0 (a1+i*b1).*(x3/4) (a2+i*b2).*(x3/4).^2 (a3+i*b3).*(x3/4).^3 (a4+i*b4).*(x3/4).^4 (a5+i*b5).*(x3/4).^5 (a6+i*b6).*(x3/4).^6 (a7+i*b7).*(x3/4).^7 (a8+i*b8).*(x3/4).^8 (a9+i*b9).*(x3/4).^9 (a10+i*b10).*(x3/4).^10 (a11+i*b11).*(x3/4).^11]; a3=e3*sum(f3); fx3=2*i.*sqrt(x3).*exp(i*x3).*sqrt(pi/2).*a3; else e3=-exp(-i.*x3).*sqrt(4./x3); f3=[ c0+i*d0 (c1+i*d1)*(4./x3) (c2+i*d2)*(4./x3).^2 (c3+i*d3)*(4./x3).^3 (c4+i*d4)*(4./x3).^4 (c5+i*d5)*(4./x3).^5 (c6+i*d6)*(4./x3).^6 (c7+i*d7)*(4./x3).^7 (c8+i*d8)*(4./x3).^8 (c9+i*d9)*(4./x3).^9 (c10+i*d10)*(4./x3).^10 (c11+i*d11)*(4./x3).^11]; a3=e3*sum(f3); fx3=2*i.*sqrt(x3).*exp(i*x3).*sqrt(pi/2).*a3; end if x4<4 e4=((1-i)/2)-(exp(-i.*x4).*sqrt(x4/4)); f4=[ a0+i*b0 (a1+i*b1).*(x4/4) (a2+i*b2).*(x4/4).^2 (a3+i*b3).*(x4/4).^3 (a4+i*b4).*(x4/4).^4 (a5+i*b5).*(x4/4).^5 (a6+i*b6).*(x4/4).^6 (a7+i*b7).*(x4/4).^7 (a8+i*b8).*(x4/4).^8 (a9+i*b9).*(x4/4).^9 (a10+i*b10).*(x4/4).^10 (a11+i*b11).*(x4/4).^11]; a4=e4*sum(f4); fx4=2*i.*sqrt(x4).*exp(i*x4).*sqrt(pi/2).*a4; else e4=-exp(-i.*x4).*sqrt(4./x4); f4=[ c0+i*d0 (c1+i*d1)*(4./x4) (c2+i*d2)*(4./x4).^2 (c3+i*d3)*(4./x4).^3 (c4+i*d4)*(4./x4).^4 (c5+i*d5)*(4./x4).^5 (c6+i*d6)*(4./x4).^6 (c7+i*d7)*(4./x4).^7 (c8+i*d8)*(4./x4).^8 (c9+i*d9)*(4./x4).^9 (c10+i*d10)*(4./x4).^10 (c11+i*d11)*(4./x4).^11]; a4=e4*sum(f4); fx4=2*i.*sqrt(x4).*exp(i*x4).*sqrt(pi/2).*a4; end o=n*pi-o2; sigma=0.012; er=15; f1=f*1000000; eta=er-i*18*(10^9)*(sigma/f1); rpero= (sin(o1)-sqrt(eta-(cos(o1)^2)))/ (sin(o1)+sqrt(eta-(cos(o1)^2)));

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z=n*pi-o2; rpern= (sin(z)-sqrt(eta-(cos(z).^2)))/((sin(z)+sqrt(eta-(cos(z).^2)))) ; d=-(exp(-i*pi/4)/(2*n*sqrt(2*pi*k)))*( cot((pi+(o2-o1))/2*n).*fx1 + cot((pi-(o2-o1))/2*n).*fx2 +rpero*cot((pi+(o2-o1))/2*n).*fx3 + rpern*cot((pi+(o2-o1))/2*n).*fx4 ); sx=-s1.*cos(o1)+s2.*sin(o); sy=-s1.*sin(o1)+s2.*cos(o); s=sqrt( sx.^2 + sy.^2); alfa=s1./(s2.*(s1+s2)); eu=exp(-i*k*s1)*(1/s1).*d.*sqrt(alfa).*exp(-i*k*s2); exs=exp(-i*k*s); e=20*log10(abs((s.*eu./exs))); edb=abs(e); plot(d,edb,'r'); title('Distância do tx a esquina em 535m e largura das ruas transversal em 20 metros e principal em 30 metros'); xlabel('Distância da esquina a estação móvel (m)'); ylabel('Atenuação (dB)'); grid on;