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CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS DOS GESTORES DE EMPRESAS INCUBADAS E O EFEITO MODERADOR DO ESTILO COGNITIVO SABRINA DO NASCIMENTO BIGUAÇU 2015

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CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS DOS GESTORES DE

EMPRESAS INCUBADAS E O EFEITO MODERADOR DO ESTILO

COGNITIVO

SABRINA DO NASCIMENTO

BIGUAÇU

2015

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SABRINA DO NASCIMENTO

CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS DOS GESTORES DE

EMPRESAS INCUBADAS E O EFEITO MODERADOR DO ESTILO

COGNITIVO

BIGUAÇU

2015

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Administração e Turismo – Curso de Doutorado

Acadêmico em Administração da Universidade do

Vale do Itajaí – UNIVALI, como requisito à

obtenção do grau de Doutor em Administração e

Turismo.

Orientador: Prof. Dr. Miguel Angel Verdinelli.

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CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS DOS GESTORES DE

EMPRESAS INCUBADAS E O EFEITO MODERADOR DO ESTILO

COGNITIVO

SABRINA DO NASCIMENTO

Profa. Rosilene Marcon, Dra.

Universidade do Vale do Itajaí

Coordenadora do PPGA

Banca examinadora:

______________________________

Orientador: Prof. Miguel Angel Verdinelli, Dr.

Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA)

Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

______________________________________

Membro: Prof. Carlos Ricardo Rossetto, Dr.

Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA)

Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

______________________________________

Membro: Prof. Fernando César Lenzi, Dr.

Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA)

Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

______________________________________

Membro: Prof. Carlos Eduardo Carvalho, Dr.

Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA)

Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC)

______________________________________

Membro: Profa. Angela França Versiani, Dra.

Programa de Pós- Graduação em Administração (PPGA)

Pontifícia Universidade Católica de Minas (PUC-Minas)

Biguaçu, 27 de outubro de 2015

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Administração – Curso de Doutorado Acadêmico em

Administração da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI,

como requisito à obtenção do grau de Doutor em

Administração e Turismo.

Área de concentração: Estratégia e Gestão das Organizações.

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Ao meu amor Marcelo e ao meu filho

amado Carlos Henrique.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela força espiritual recebida.

Ao meu esposo Marcelo, pelo companheirismo, parceria, amor, carinho, atenção e

dedicação, além das palavras constantes de incentivo e motivação.

Ao meu filho Carlos Henrique (2 anos) e ao meu enteado Matheus, pela compreensão

de minha ausência e pelos gestos motivadores de carinho e amor.

Aos meus pais Carlos Antônio (in memoriam) e Vera Lúcia, pela educação e os

ensinamentos recebidos.

Aos meus sogros João da Rocha (in memoriam) e Marlena, bem como aos demais

familiares com os quais pude contar em muitos momentos nos cuidados com Carlos Henrique,

também pela ajuda e incentivo.

Aos meus amigos mais fiéis Bianca, Daniel, Amélia e Simone , pela paciência,

companheirismo incondicional, pela força na superação de angústias e dificuldades, pelas

conquistas que obtivemos juntos e pela amizade com o mais profundo significado que essa

palavra expressa. Sem vocês eu nada seria.

Aos amigos Inocência, Almerinda Bianca, Daiane, Suzete e Flávio, pelas palavras de

ânimo, estímulo, dedicação e companheirismo. Muito aprendi com vocês.

Às empresas que participaram da pesquisa e, principalmente, aos gestores das

incubadoras que me receberam para a realização das entrevistas, Ademir Tibola (INCTECh),

Victor Alberto Danich (JaraguaTec), Osvalmir Tschoeke (ITFETEP), Adriano Hüebner

(Rinetec), Marcelo Leandro de Borba (INOVAPARQ), Rodrigo Hirt (Mafratec), Ricardo

Boeing da Silveira (UNIINOVA), Douglas Heinz (GTEC), Charles Schwanke e Shirlei

Daniela Soares Seubert (Instituto Gene).

Aos professores da banca de qualificação, Prof. Miguel Angel Verdinelli, Prof.

Fernando César Lenzi, Prof. Éverton Luís Pellizzaro de Lorenzi Cancellier e Prof.ª Vânia

Maria Jorge Nassif, pelas contribuições apresentadas.

E ainda, aos professores da banca de defesa, Prof. Miguel Angel Verdinelli, Prof.

Fernando César Lenzi, Prof. Carlos Eduardo Carvalho e Prof.ª Angela França Versiani, pelas

contribuições apresentadas.

De maneira especial, minha gratidão ao meu orientador, Prof. Miguel Angel

Verdinelli, pela sabedoria na condução deste trabalho, pelo exemplo de professor e

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profissional, pela confiança em mim depositada, pelo privilégio de ser sua orientanda e,

principalmente, pela relação de parceria do desenvolvimento de várias pesquisas empíricas.

À Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), pelo suporte institucional necessário a

este estudo, aos professores, aos alunos de mestrado e doutorado, bem como à Coordenação

do Programa de Pós-Graduação em Administração e Turismo, com os quais tive a

oportunidade de aprender.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo

apoio financeiro concedido por meio da bolsa de estudos PROSUP/CAPES. E, por fim, a

todos aqueles que, de alguma forma, colaboraram para a realização desta pesquisa.

Muito obrigada!

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“O que ficou para trás e o que está à nossa frente são coisas

pequenas em comparação ao que está dentro de nós”.

(Ralph Waldo Emerson)

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NASCIMENTO, Sabrina. Características empreendedoras dos gestores de empresas

incubadas e o efeito moderador do estilo cognitivo. 2015. 163 f. Tese (Doutorado em

Administração) - Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade do Vale do

Itajaí, Biguaçu, 2015.

RESUMO

Este trabalho objetivou investigar a existência do efeito moderador do estilo cognitivo dos

gestores das empresas incubadas de Santa Catarina (SC) sobre a autoeficácia empreendedora,

a intenção empreendedora, a capacidade de inovação e o desempenho organizacional. Para

tanto, tomou como base a Personalidade Empreendedora proposta por Chell (2008), a qual

perpassa por diferentes áreas do conhecimento para traçar as abordagens disciplinares que

permeiam as características do empreendedor, sendo elas a abordagem psicológica, a

abordagem econômica e a abordagem sociológica. A abordagem psicológica foi representada

pela autoeficácia empreendedora de De Noble, Jung e Ehrlich (1999); a sociológica pela

intenção empreendedora a partir do modelo de Ajzen (1991); e a econômica foi concebida

pela capacidade de inovação de Liao, Fei e Chen (2007), que apresentaram a concepção, a

construção e a aplicação do questionário de autopreenchimento utilizado na coleta de dados

durante o segundo semestre de 2014. A pesquisa aplicada tem caráter descritivo de corte

seccional, cuja abordagem é quantitativa. A população compreendeu 339 empresas incubadas

pertencentes às 25 incubadoras catarinenses listadas na ANPROTEC e na RECEPETI. A

amostra estudada foi composta por 68 empresas estimadas com o auxílio do software

G*Power, as quais responderam corretamente ao instrumento de pesquisa. Como

procedimento, optou-se pela modelagem de equações estruturais com ouso da técnica de

ajustamento por quadrados mínimos parciais (SEM-PLS). Os achados quanto ao modelo geral

antes da moderação apontaram que as hipóteses de que a autoeficácia empreendedora se

associava positiva e significativamente com a intenção empreendedora e, ainda, com a

capacidade de inovação foram suportadas, bem como as hipóteses que postulavam que o

desempenho organizacional influencia, positiva e significativamente, a intenção

empreendedora e a capacidade de inovação. Para o modelo após a moderação do estilo

cognitivo, verificou-se que os estilos cognitivos permitem prever que cada indivíduo possui

uma predisposição para coletar, processar e analisar as informações. Essa tendência afeta o

modo como aprendemos, como resolvemos problemas e como tomamos decisões.

Comprovou-se o papel moderador do estilo cognitivo em relação à autoeficácia

empreendedora, à intenção empreendedora e à capacidade de inovação na esfera do

empreendedorismo. Observou-se que o estilo cognitivo não afeta o desempenho

organizacional das empresas incubadas, uma vez que a H4 e aH5, no instante da moderação,

não foram significantes. Concluiu-se que a moderação do estilo cognitivo dos gestores das

incubadoras permite identificar predisposições dos indivíduos intuitivos e analíticos no

processo de incubação de empresas de bases tecnológicas e startups. Os resultados

confirmaram que as características empreendedoras presentes na personalidade

empreendedora são multidimensionais e que seus componentes psicológicos, sociológicos e

econômicos se encontram inter-relacionados, influenciando conjuntamente as ações

empreendedoras.

Palavras-chave: Características empreendedoras. Autoeficácia empreendedora. Intenção

empreendedora. Capacidade de inovação. Desempenho organizacional. Estilo cognitivo.

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ABSTRACT

NASCIMENTO, Sabrina. Entrepreneurial characteristics of the incubated company

managers and the moderating effect of cognitive style. 2015. 163 f. Thesis (Doctorate in

Business Administration) - Graduate Program in Business Administration from the University

of Vale do Itajai, Biguaçu, 2015.

This study investigates the existence of a moderating effect of cognitive style of managers of

startup companies in the state of Santa Catarina (SC) on entrepreneurial Self-efficacy,

entrepreneurial intention, innovation capacity, and organizational performance. Based on the

Entrepreneurial Personality proposed by Chell (2008), which permeates different areas of

knowledge, it traces the disciplinary approaches that permeate the characteristics of the

entrepreneur, namely: the psychological, sociological and economic approaches. The

psychological approach was represented by the entrepreneurial self-efficacy of De Noble,

Jung and Ehrich (1999); the sociological approach in the Figure of entrepreneurial intention

based on the model of Ajzen (1991); and the economic approach conceived by the innovation

capacity of Liao, Fei and Chen (2007), who present the concept, construction and application

of a self-reported questionnaire used to collect data during the second half of 2014. This

applied research uses a descriptive cross sectional, quantitative approach. The population

consisted of 339 startup companies belonging to 25 startup companies of Santa Catarina listed

in the ANPROTEC and RECEPTI. The sample consisted of 68 companies that responded

correctly to the survey instrument and was estimated using the software G*Power. The

procedure opted for was structural equation modeling with use of the technique of adjustment

by partial least squares (PLS-SEM). The findings relating to the general model before the

moderation support the hypothesis that the likelihood of entrepreneurial self-efficacy was

positively and significantly associated with entrepreneurial intention, as well as innovation

capacity. They also support the hypothesis that organizational performance has a significant

and positive influence on both entrepreneurial intention and innovation capacity. For the

model after the moderation of cognitive style, it was found that cognitive style can predict

whether an individual has a predisposition to collect, process and analyze information. This

trend affects the way we learn, and how we solve problems and make decisions. The

moderating role of cognitive style in relation to entrepreneurial self-efficacy, entrepreneurial

intention, and innovative capacity in the sphere of entrepreneurship was demonstrated. It was

observed that cognitive style does not affect organizational performance of the startup

companies, since hypotheses H4 and H5, at the time of moderation were not significant. We

conclude that the moderation of cognitive style among managers of the startup companies

enables predispositions of intuitive and analytical individuals to be identified in the start-up

process of technology-based companies and startups. The results confirm that the

entrepreneurial characteristics present in the entrepreneurial personality are multidimensional,

and that their psychological, sociological and economic components are interrelated, jointly

influencing entrepreneurial activities.

Keywords: entrepreneurial characteristics. Entrepreneurial self-efficacy. Entrepreneurial

intention. Innovation capacity. Organizational performance. Cognitive style

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Dimensões do Cognitive Style Index (CSI) de Allinson e Hayes (1996) ................ 39

Figura 2 - Modelo conceitual de De Noble, Jung e Ehrlich (1999).......................................... 50

Figura 3 - Modelo conceitual de Ajzen (1991)......................................................................... 59

Figura 4 - Modelo conceitual de Liao, Fei e Chen (2007) ....................................................... 66

Figura 5 - Modelo conceitual proposto nesta pesquisa............................................................. 71

Figura 6 - Cálculo do tamanho mínimo da amostra no G*Power ............................................ 86

Figura 7 - Design da pesquisa................................................................................................... 97

Figura 8 - Etapas para validação e ajustes do modelo estrutural proposto ............................. 103

Figura 9 - Modelo estrutural geral da pesquisa antes da moderação do Estilo Cognitivo ..... 120

Figura 10 - Modelo estrutural após a moderação do CSI para os gestores intuitivos ............ 123

Figura 11 - Modelo estrutural após a moderação do CSI para os gestores analíticos ............ 125

Figura 12 - Modelo de moderação .......................................................................................... 126

Figura 13 - Teste t de student para análise multigrupo, moderação ....................................... 127

Figura 14 - Modelo estrutural final com a moderação do CSI ............................................... 129

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Síntese da relevância do estudo .............................................................................. 23

Quadro 2 - Modelos teóricos utilizados para mensurar os estilos cognitivos .......................... 37

Quadro 3 - Abordagem disciplinar em relação ao empreendedorismo .................................... 44

Quadro 4 - Incubadoras catarinenses listadas na ANPROTEC e naRECEPETI ...................... 84

Quadro 5 - Escala de mensuração do constructo de Autoeficácia empreendedora .................. 88

Quadro 6 - Escala de mensuração do constructo de intenção empreendedora ......................... 89

Quadro 7 - Escala de mensuração do constructo de intenção empreendedora ......................... 90

Quadro 8 - Escala para mensuração do constructo de desempenho organizacional ................ 91

Quadro 9 - Cálculo do Cognitive Style Index (CSI) ................................................................. 93

Quadro 10 - Síntese dos ajustes do modelo estrutural no SmartPLS........................................ 95

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Quantidade de estudos empíricos relacionada aos constructos da pesquisa ........... 27

Tabela 2 - Cidade e a área de atuação das empresas incubadas ............................................... 98

Tabela 3 - Número de colaboradores nas empresas incubadas pesquisadas .......................... 100

Tabela 4 - Número de produtos e serviços desenvolvidos na incubadora .............................. 100

Tabela 5 - Grau de escolaridade dos respondentes ................................................................. 101

Tabela 6 - Cargo ou função desempenhada na empresa ......................................................... 102

Tabela 7 - Itens retirados do modelo estrutural proposto ....................................................... 104

Tabela 8 - Itens restantes no modelo estrutural ...................................................................... 105

Tabela 9 - Indicadores de ajuste, validade convergente e confiabilidade .............................. 108

Tabela 10 - Indicadores de Validade Discriminante .............................................................. 111

Tabela 11 -Análise crossloading – cargas cruzadas dos constructos x demais constructos... 112

Tabela 12 - Indicadores do Coeficiente de Caminho (Г) e Teste T ........................................ 116

Tabela 13 - Indicador Acurácia e utilidade à construção do modelo ..................................... 117

Tabela 14 - Relações entre as variáveis de 1a e 2a ordem do modelo estrutural .................... 118

Tabela 15 - Indicadores estruturais para a amostra dos gestores intuitivos............................ 122

Tabela 16 - Indicadores estruturais para a amostra dos gestores analíticos ........................... 124

Tabela 17 - Teste de moderação do Cognitive Style Index (CSI) – Estilo Cognitivo ............ 127

Tabela 18 - Scores médios dos constructos e dimensões após a moderação do CSI ............. 130

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LISTA DE ABREVIATURAS

ACATE

AFC

ANPAD

ANPROTEC

CELTA

COSI

CSI

EGEPE

EMM

EnEPQ

ESE

GITF

GQT

ITMB

KAI

KMO

MEE

PPGA

RECEPET

REI

TAE

TCP

TSC

TSI

UNIVALI

Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia

Análise Fatorial Confirmatória

Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em

Administração

Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos

Inovadores

Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas

Indicador de Estilo Cognitivo

Cognitive Style Index

Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas

Modelo de Evento Empresarial

Encontro de Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade

Entrepreneurial Self-Efficacy

Grupo Incorporado de Testes de Figuras

Gestão da Qualidade Total

Indicador do Tipo de Myers-Briggs (ITMB)

Kirton Inventário de Adaptação-Inovação

Kaiser, Meyer e Olkin

Modelagem de Equações Estruturais

Programa de Pós-Graduação

Rede Catarinense de Entidades Promotoras de Empreendimentos

Tecnológicos

Inventário Racional-Experimental (REI)

Teoria da Aprendizagem Experimental (TAE)

Teoria do Comportamento Planejado

Teoria Social Cognitiva

Inventário de Estilo de Pensamento

Universidade do Vale do Itajaí

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 17

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA ................ 17

1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 20

1.2.1 Geral ...................................................................................................................... 21

1.2.2 Específicos ............................................................................................................. 21

1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO ............................................................................. 22

1.3.1 Relevância ............................................................................................................. 22

1.3.2 Ineditismo .............................................................................................................. 27

1.3.3 Contribuições ........................................................................................................ 29

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................. 30

2 PLATAFORMA TEÓRICA .................................................................................... 31

2.1 ESTILO COGNITIVO .............................................................................................. 32

2.1.1 Conceito de estilos cognitivos .............................................................................. 32

2.1.2 Formas de apresentação dos estilos cognitivos .................................................. 34

2.1.2.1 Dimensão Intuitiva .............................................................................................. 34

2.1.2.2 Dimensão Analítica ............................................................................................. 35

2.1.3 Modelos de mensuração dos estilos cognitivos ................................................... 36

2.1.4 Modelo de estilo cognitivo de Allinson e Hayes (1996) ...................................... 38

2.1.5 Dimensões do modelo conceitual do Cognitive Style Index (CSI) ..................... 38

2.2 EMPREENDEDORISMO ........................................................................................ 41

2.3 PERSONALIDADE EMPREENDEDORA .............................................................. 43

2.3.1 Abordagem psicológica ........................................................................................ 45

2.3.1.1 Autoeficácia empreendedora - AE ...................................................................... 45

2.3.1.2 Modelos de mensuração da autoeficácia empreendedora.................................... 47

2.3.1.3 Modelo de Autoeficácia empreendedora de De Noble, Jung e Ehrlich (1999) ... 50

2.3.1.4 Dimensões do modelo conceitual de autoeficácia empreendedora ..................... 51

2.3.2 Abordagem sociológica......................................................................................... 54

2.3.2.1 Intenção empreendedora – IE .............................................................................. 55

2.3.2.2 Modelos de mensuração de intenção empreendedora ......................................... 56

2.3.2.3 Modelo de intenção empreendedora de Ajzen (1991) ......................................... 58

2.3.2.4 Dimensões do modelo conceitual de intenção empreendedora ........................... 60

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2.3.3 Abordagem econômica ......................................................................................... 62

2.3.3.1 Capacidade de inovação - CI ............................................................................... 62

2.3.3.2 Modelos de mensuração da capacidade dinâmica de inovação ........................... 63

2.3.3.3 Modelo de capacidade de inovação de Liao, Fei e Chen (2007) ......................... 66

2.3.3.4 Dimensões do modelo conceitual de capacidade de inovação ............................ 67

2.4 DESEMPENHO ORGANIZACIONAL ................................................................... 68

2.4.1 Contextualização de desempenho organizacional ............................................. 68

2.4.2 Medidas subjetivas de desempenho .................................................................... 69

3 MODELO DA ESTRUTURA CONCEITUAL PROPOSTA ................................. 71

3.1 MODELO DA ESTRUTURA CONCEITUAL ........................................................ 71

3.2 HIPÓTESES .............................................................................................................. 72

4 METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................... 81

4.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ......................................................................... 81

4.2 POPULAÇÃO E CRITÉRIO DE DEFINIÇÃO DA AMOSTRA ............................ 82

4.2.1 População .............................................................................................................. 83

4.2.2 Definição do tamanho mínimo da amostra ........................................................ 85

4.3 INDICADORES ........................................................................................................ 86

4.3.1 Estilo Cognitivo ..................................................................................................... 87

4.3.2 Autoeficácia empreendedora ............................................................................... 88

4.3.3 Intenção empreendedora ..................................................................................... 89

4.3.4 Capacidade de inovação ....................................................................................... 90

4.3.5 Desempenho organizacional ................................................................................ 91

4.4 COLETA DE DADOS .............................................................................................. 91

4.5 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS ................................................. 94

4.5.1 Análise dos dados quantitativos .......................................................................... 94

4.5.2 Design da pesquisa ................................................................................................ 96

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................... 98

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ................................................................... 98

5.1.1 Empresas incubadas ............................................................................................. 98

5.1.2 Perfil dos respondentes ...................................................................................... 101

5.2 ANÁLISE FATORIAL CONFIRMATÓRIA ......................................................... 102

5.2.1 Primeira etapa..................................................................................................... 103

5.2.2 Segunda etapa ..................................................................................................... 104

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5.3.3 Terceira etapa ..................................................................................................... 105

5.3.4 Quarta etapa ....................................................................................................... 107

5.3.5 Quinta etapa ........................................................................................................ 109

5.3.6 Sexta etapa .......................................................................................................... 115

5.3.7 Sétima etapa ........................................................................................................ 116

5.3.8 Modelo estrutural final ...................................................................................... 118

5.3.9 Moderação no modelo estrutural final ............................................................. 121

6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ....................................................................... 131

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 139

7.1 LIMITAÇÃO DO ESTUDO ................................................................................... 141

7.2 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS ..................................................... 142

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 143

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1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo introdutório, serão abordados os tópicos que se referem à

contextualização do tema e problema de pesquisa, aos objetivos e à justificativa do estudo, à

sua relevância, ao ineditismo e à contribuição e, por último, à estrutura da tese.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA

As ideias que envolvem o empreendedorismo nas últimas décadas se intensificaram

em virtude das transformações econômicas, da redução dos postos de trabalho e da

mobilização dos profissionais em busca de novos espaços para exposição de seus talentos

(FEUERSCHÜTTE; ALPERSTEDT; GODOI, 2012).

Em vista disso, estudar as características psicossociais que perpassam o

empreendedorismo, sobretudo a figura do empreendedor, é uma linha de pesquisa que vem

galgando seu espaço dada a situação econômica atual e as necessidades do meio

organizacional de recrutar indivíduos que saibam aproveitar as oportunidades de um mercado

dinâmico (MORIANO; PALACÍ; MORALES, 2006).

Krueger Jr., Reilly e Carsrud (2000) tratam o empreendedorismo essencialmente como

uma forma de pensar. Os autores mencionam que esse entendimento está relacionado com a

quantidade de oportunidades e ameaças identificadas pelos empreendedores. O processo de

identificação de oportunidade e ameaças é claramente um processo de ação intencional;

assim, a autoeficácia e a intenção empreendedora merecem nossa irrestrita atenção.

Para tanto, compreender as nuances que envolvem a forma de pensar dos

empreendedores se torna relevante, uma vez que a cognição é uma das características que

compõem a personalidade desses indivíduos. A cognição é muito importante para a seleção,

colocação, treinamento, orientação e desenvolvimento profissional, além da composição de

equipes de trabalho e o gerenciamento de conflitos (ALLINSON; HAYES, 2012), sobretudo

dos empreendedores. Kickul et al. (2009) ressaltam que quando os indivíduos têm a

possibilidade de se tornarem empreendedores e pensarem sobre as diferentes competências

necessárias para se criar um novo empreendimento, seus estilos cognitivos podem de fato

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promover uma autopercepção e inibir alguns fatores, além de reforçar os diferentes tipos de

autoeficácia e intenção empreendedora que estão imersos nesse processo.

As pesquisas realizadas na área do empreendedorismo têm sofrido influências em

consequência de conceitos oriundos de outras áreas do conhecimento. Áreas como a

Sociologia, a Antropologia e a Estratégia de Negócios, dentre outras, ampliaram seus

antecedentes, e os efeitos dessas mudanças são percebidas no campo de estudo (THOMAS;

MUELLER, 2000). Pesquisadores de disciplinas como a sociologia, a psicologia, a ciência

política e a economia têm realizado estudos empíricos com foco no tema empreendedorismo

(CASSON, 1982). No campo dos estudos organizacionais, há numerosas pesquisas voltadas à

compreensão da atuação do empreendedor, como, por exemplo, as de Shane e Venkataraman

(2000) e as de Baker e Nelson (2005).

Lenzi (2008) assevera que os enfoques trazidos das escolas comportamentalista,

fisiológica, positivo funcional e do mapeamento cognitivo promovem sinergia na avaliação

das ações dos indivíduos empreendedores. Em linha com esse pensamento, o estudo realizado

por Chell (2008) voltou seu olhar para compreender a personalidade dos empreendedores a

partir de uma sinergia de conceitos oriundos da psicologia, da sociologia e da economia.

Segundo a autora, as pessoas vivem imersas em um ambiente social o qual possibilita, em

termos gerais, que suas ações e comportamentos estejam interligados por meio de um quadro

socialmente construído de normas sociais, regras e responsabilidades.

Para compreender e discutir a personalidade empreendedora, Chell (2008) perpassa

por diferentes áreas do conhecimento para traçar as abordagens disciplinares que intervêm nos

atributos do empreendedor. Nessa perspectiva, reforça a relevância de reconhecer o contexto

político e socioeconômico em que o empreendedorismo é exercido, bem como as

características empreendedoras que envolvem esses indivíduos. Conforme é apontado em seu

trabalho, as abordagens disciplinares que permeiam as particularidades da personalidade

empreendedora dos indivíduos são a psicológica, a sociológica e a econômica.

Na abordagem psicológica, Chell (2008) entende que a personalidade deriva de uma

estrutura interna, sendo ela compreendida por traços de personalidade específicos, os quais

ajudam a medir os atributos pessoais que tipificam as características do empreendedor. No

presente estudo, busca-se contribuir para o mapeamento de tais características psicológicas

por meio do constructo da autoeficácia empreendedora.

Carvalho e Gonzáles (2006) destacam que a autoeficácia empreendedora explica o

grau em que uma pessoa acredita nas suas próprias capacidades para desempenhar uma

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determinada tarefa, ou seja, efetivamente realizar ações em prol da criação do seu próprio

negócio. Ao longo dos anos, pesquisadores como Boyd e Vozikis (1994), Chen, Greene e

Crick (1998) e De Noble, Jung e Ehrlich (1999) têm buscado demonstrar em suas pesquisas a

ligação do empreendedorismo com a autoeficácia e a intenção empreendedora, cujos achados

revelam uma relação positiva entre esses constructos.

Na abordagem sociológica, Chell (2008) postula que a personalidade empreendedora é

influenciada por regras sociais, normas e responsabilidades, as quais, juntas, conferem um

sentido de legitimidade à personalidade empreendedora. A autora menciona que o

comportamento está condicionado a níveis do sistema socioeconômico regido por normas e

políticas econômicas.

Nesta tese, com o intuito de identificar no empreendedor suas características

sociológicas, utiliza-se a intenção empreendedora como um constructo de estudo que trata o

comportamento do indivíduo a partir de um conjunto de variáveis sociais, culturais e

econômicas que impactam na sua disposição para criar um negócio. A intenção

empreendedora se manifesta mediante os resultados de comportamentos das pessoas e na

aspiração de um indivíduo de criar um negócio em um dado momento do tempo.

Na abordagem econômica de Chell (2008), os empreendedores assumem

características voltadas ao modelo de comportamento influenciado por regras sociais, normas

e responsabilidades que podem ser impostas por políticas públicas. O comportamento desses

indivíduos passa a ser norteado pelo sistema socioeconômico que, pautado em características

inovadoras, pode promover o desenvolvimento de uma personalidade empreendedora.

Partindo dessa premissa, o estudo busca relacionar as características empreendedoras com a

capacidade de inovação que os empreendedores manifestam.

Depreende-se que o empreendedorismo se configura como um conceito amplo e

abrangente e que suas nuances perpassam por aspectos psicológicos, como a afetividade, a

autoeficácia, a intenção, o perfil e o comportamento que antecedem seus empreendimentos e

associam-se às necessidades dos empreendedores em inovar. Vidigal e Nassif (2013)

asseveram que os empreendedores manifestam a necessidade de inovar e buscar parcerias

para oferecer novos produtos e serviços para concorrer no mercado, manter e conquistar

clientes. Dessa forma, a criação de um novo empreendimento está atrelada à busca por

oportunidades, ao planejamento para o novo empreendimento, a recursos, dentre outras

questões (KICKUL et al., 2009).

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A inovação é um fator relevante para a formação de um empreendedor (BARBOSA

JR. et al., 2008). A relação entre empreendedorismo e inovação tem se fortalecido nas últimas

décadas. Segundo Bridi (2004), o movimento do empreendedorismo está intrinsecamente

relacionado às atividades das empresas de tecnologia nos países em que se têm incentivado a

criação dessas empresas. O autor também enfatiza o apoio aos empreendedores.

Outro aspecto relacionado às características e ao ambiente em que os empreendedores

se encontram inseridos está associado ao número reduzido de pesquisas que relacionam o

empreendedor ao ambiente tecnológico. Para Shane e Venkataraman (2003), a literatura

disponível sobre o processo de criação de empresas incubadas e de base tecnológica era

incompleta, restando muito a se descobrir e compreender sobre as particularidades do

processo da criação desse tipo de negócio. Salvador (2011) destaca que as incubadoras de

empresas e os parques tecnológicos têm um papel relevante no desempenho das spin-offs e

também salvaguardam o potencial de desenvolvimento das empresas incubadas, realizando

cursos e seminários, fornecendo informação e promovendo a criação de produtos e serviços.

Nesse contexto, a identificação de fatores que auxiliam na percepção das

oportunidades de recursos, como a capacidade de inovação e do próprio planejamento de um

novo negócio, pode ser vista pelo empreendedor por meio de diferentes lentes, até mesmo

pelo seu estilo cognitivo. De acordo com Kickul et al. (2009), pouco se sabe sobre as

maneiras pelas quais os estilos cognitivos facilitam ou inibem a capacidade empresarial

individual, a autoeficácia ou a intenção empreendedora quando essas maneirasse confrontam

com os desafios associados às diferentes etapas do processo de criação de um novo negócio.

Nesse sentido, busca-se responder a seguinte questão norteadora da pesquisa: Qual é o

impacto do estilo cognitivo dos gestores das empresas incubadas de Santa Catarina (SC)

sobre a autoeficácia empreendedora, a intenção empreendedora, a capacidade de

inovação e o desempenho organizacional?

1.2 OBJETIVOS

Cervo e Bervian (2002) afirmam que os objetivos gerais de uma investigação buscam

determinar com clareza e objetividade o seu propósito. Por sua vez, os objetivos específicos

almejam aprofundar as intenções expressas nos objetivos gerais. Para Creswell (2010), o

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objetivo tem a função de definir os propósitos da investigação com base em uma necessidade.

Assim sendo, sugere o refinamento destas indagações em questões mais detalhadas, ou seja,

por meio dos objetivos específicos. Nesse sentido, elaboram-se os seguintes objetivos geral e

específicos que orientam esta tese.

1.2.1 Geral

Investigar a existência do efeito moderador do estilo cognitivo dos gestores das

empresas incubadas de Santa Catarina (SC) sobre a autoeficácia empreendedora, a intenção

empreendedora, a capacidade de inovação e o desempenho organizacional.

1.2.2 Específicos

A partir do objetivo geral, elaboram-se os seguintes objetivos específicos:

a) Traçar o perfil dos gestores das empresas incubadas de Santa Catarina que

participaram do estudo.

b) Verificar se a autoeficácia empreendedora influencia a intenção empreendedora dos

gestores analisados.

c) Examinar se a autoeficácia empreendedora influencia a capacidade de inovação dos

gestores pesquisados.

d) Analisar se a capacidade de inovação influencia o desempenho organizacional dos

gestores investigados.

e) Identificar se a intenção empreendedora influencia o desempenho organizacional dos

respondentes.

f) Propor um modelo teórico que verifique a influência do estilo cognitivo sobre a

autoeficácia empreendedora, a intenção empreendedora, a capacidade de inovação e o

desempenho organizacional.

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1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

A abordagem da justificativa está delineada sob três aspectos para o desenvolvimento

desta tese: relevância, ineditismo e contribuições.

1.3.1 Relevância

Ferreira et al. (2014) ressaltam que as pesquisas que abordam o empreendedorismo

não são recentes, porém esses estudos parecem ter ganhado maior ímpeto após a crise

econômica e social vivenciada em diversos países ocidentais como a Europa e os EUA. Essa

incapacidade por parte dos estados de apresentar soluções para a crise tem levado os

indivíduos a assumirem responsabilidades. Nesse contexto, a “área de pesquisa em

empreendedorismo tem aproximadamente 30 a 40 anos e tem crescido para hoje ser uma

disciplina com atividade intelectual munificente envolvendo milhares de acadêmicos em todo

o mundo” (FERREIRA et al., 2014, p.58).

Moraes, Hashimoto e Albertini (2013) afirmam que, nas últimas décadas, o

empreendedorismo tem sido objeto de diversas pesquisas no Brasil sobre vários enfoques.

Essa variedade de estudos denota a sua importância como processo que facilita o

desenvolvimento de novos negócios.

A assunção do empreendedorismo tem sido percebida no desenvolvimento

institucional da disciplina que se revela na grade dos cursos ofertados pelas instituições de

ensino; nos centros e agências de fomento;na criação de soluções, como as incubadoras e

parques tecnológicos;e até no aumento do volume de pesquisas e publicações que tratam

desse tema (FERREIRA et al., 2014).

Moraes, Hashimoto e Albertini (2013, p. 133) asseveram que o “empreendedor assume

um papel mais ativo do que reativo no desenvolvimento e no sucesso de um empreendimento,

reforçando a importância dos atributos pessoais no processo empreendedor”. Fiala (2012, p.

3) afirma que se pode “dizer que há uma diferença entre a intenção de empreender e o ato, em

si, de realizá-la. Faz-se necessário, no entanto, identificar os fatores que influenciam o futuro

empreendedor na decisão de empreender”.

A realização desta tese pauta-se nas especificidades imersas no estilo cognitivo dos

empreendedores. Soma-se a isso a articulação das características empreendedoras refletidas

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nas abordagens psicológica (autoeficácia empreendedora), sociológica (intenção

empreendedora) e econômica (capacidade de inovação) e o desempenho organizacional.

Além disso, cabe salientar que o empreendedorismo vem sendo apontado como

agenda de pesquisa por estudiosos como Zhao e Seibert (2006), Zhao, Seibert e Lumpkin

(2010), Armstrong, Cools e Sadler-Smith (2012), Schlaegel e Koenig (2014), Jain e Ali

(2013), Fayolle e Linãn (2014) e Ferreira et al. (2014). Também a relevância deste trabalho

está alicerçada no efeito moderador do estilo cognitivo dos gestores das empresas incubadas

em Santa Catarina. Em seguida, o Quadro 1 apresenta uma síntese das três contribuições da

pesquisa.

Quadro 1 - Síntese da relevância do estudo

Relevância Síntese Obras

Teórica Associação das características empreendedoras

(personalidade), com foco nos estudos cognitivos dos

gestores das empresas incubadas – um dos temas mais

apontados nas agendas de pesquisa.

Zhao e Seibert (2006); Zhao,

Seibert e Lumpkin (2010);

Armstrong, Cools e Sadler-

Smith (2012); Jain e Ali

(2013); Sommer (2013);

Fayolle e Linãn (2014);

Ferreira et al. (2014).

Empírica Aplicação de estudos cognitivos no campo das pesquisas,

com foco nas características empreendedoras dos gestores de

empresas incubadas e startups.

Shane e Venkataraman (2003);

Borges Jr., Filion e Simard

(2010); Jain e Ali (2013).

Metodológica Utilização da técnica da modelagem de equações estruturais

com uso da técnica de ajustamento por quadrados mínimos

parciais no campo dos estudos do empreendedorismo.

Schlaegel e Koenig (2014).

Fonte: Adaptado de Dias (2015, p. 26).

Depreende-se que a relevância teórica pode ser evidenciada a partir do estudo

realizado por Zhao e Seibert (2006) sobre a personalidade empreendedora, o qual mostra que

as cinco dimensões da personalidade e o status empreendedor foram investigados por meio de

uma metanálise. Os autores sugerem que as futuras pesquisas a serem realizadas sejam

direcionadas no sentido de explorar as possíveis variáveis moderadoras que influenciam a

personalidade empreendedora. Mencionam,ainda, que os achados de sua pesquisa

demonstram que a personalidade deve ser considerada como um componente de um modelo

multidimensional dos processos e dos fatores ambientais que afetam o empreendedorismo e a

criação de novas empresas.

Mais recentemente, Zhao, Seibert e Lumpkin (2010) pesquisaram um conjunto de

metanálises para examinar a relação da personalidade e os resultados associados a duas fases

diferentes do processo empreendedor: a intenção empreendedora e o desempenho

organizacional. Seus achados apontam que a personalidade desempenha um papel importante

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no surgimento e no sucesso dos empreendedores. Os autores sugerem futuras pesquisas

voltadas aos mecanismos por meio dos quais a personalidade dos empreendedores é afetada

pelo desempenho organizacional, sendo que as variáveis potencialmente moderadoras

incluem a cultura organizacional, o clima, a estratégia e a orientação empreendedora. Nesse

sentido, as investigações futuras precisam averiguar como os elementos da personalidade

empreendedora se relacionam especificamente com os comportamentos ou características

empreendedoras nos novos negócios.

Quanto aos estilos cognitivos, Armstrong, Cools e Sadler-Smith (2012) elaboraram

uma agenda de pesquisa com base na análise de artigos publicados em 40 anos, desde 1969 a

2009. Essa pesquisa teve o intuito de avançar na compreensão dos estudos realizados sobre os

estilos cognitivos, elucidando as tendências e perspectivas relacionadas à gestão e aos

negócios. Os autores identificaram na literatura oito lacunas teóricas e áreas promissoras para

o desenvolvimento de futuras pesquisas, sendo elas: a) questões profissionais; b) cultura

nacional; c) trabalho em equipe e as relações interpessoais; d) aprendizagem; e) tomada de

decisão; f) vendas e marketing; g) gestão de sistemas de informação, gestão e uso da

informação; e h) criação de empresas, inovação e empreendedorismo.

Fayolle e Linãn (2014) desenvolveram uma agenda de pesquisa para os estudos

relacionados à intenção empreendedora, uma vez que existe um número crescente de

pesquisas nessa área. Para os autores, as novas ideias e perspectivas que envolvem a intenção

empreendedora incluem as seguintes categorias de investigação: a) os trabalhos que abordam

os modelos de intenção, chamados “core business”, aprofundando o conhecimento em

algumas nuances teóricas ou atuando na análise de questões metodológicas; b) os que

consideram o papel de uma das variáveis de nível pessoal e a discussão das configurações das

intenções empreendedoras; c) a categoria que se refere à relação entre o espírito

empreendedor da educação e a intenção empreendedora de seus participantes; d) pesquisas

que abordam o contexto e as instituições que desempenham um papel na formação das

intenções empreendedoras; e e) os estudos que consideram o processo empreendedor e o link

da intenção comportamental.

Ferreira et al. (2014) realizaram uma pesquisa bibliométrica com o intuito de mapear o

estoque de conhecimento relacionado ao empreendedorismo no Journal of Business

Venturing, um dos periódicos internacionais da área, no período entre 1987 a 2010. Seus

resultados revelam que, dentre os estudos analisados, não há trabalhos com o tema da tese. Os

assuntos mais centrais das pesquisas têm sido pertinentes ao processo empreendedor, às

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questões metodológicas, aos aspectos psicológicos e cognitivos, às características individuais,

à criação de valor e aos fatores do ambiente externo enquanto determinantes do

empreendedorismo. Outros assuntos têm sido menos explorados, como as pequenas e médias

empresas, o empreendedorismo institucional, a organização e a gestão de recursos humanos.

Na relevância empírica, quanto às empresas de base tecnológicas e startups, Shane e

Venkataraman (2003) já apontavam a necessidade de estudos empíricos que se voltem à

compreensão do processo de criação dessas empresas, uma vez que essa área estava carente

de pesquisas empíricas. Borges Jr., Filion e Simard (2010) afirmam que o processo de criação

de empresas de base tecnológica é mais longo e mais difícil que os processos que envolvem as

empresas tradicionais. A necessidade de desenvolver uma tecnologia, as características do

mercado que elas exploram, bem como a necessidade de recursos tornam a tarefa dos

empreendedores tecnológicos complexa, principalmente para aqueles que trabalham com

tecnologias intensivas.

Nessa perspectiva, Jain e Ali (2013) realizaram uma extensa revisão de literatura para

identificar os facilitadores e as barreiras ao empreendedorismo, bem como as orientações para

futuros trabalhos. Os autores apontam a falta de pesquisas no campo do empreendedorismo

voltadas ao micronível sobre o fenômeno da organização, como as capacidades dos

empreendedores e as empresas empreendedoras. Portanto, a criação e a interação de

entendimentos cognitivos relacionados à ação organizacional focada na tarefa permanecem

como temas inexplorados nesta área do conhecimento. E ainda, as pesquisas que buscam uma

explicação por meio da cognição no desenvolvimento e implantação de novas capacidades em

startups encontram-se em falta na literatura.

Quanto à relevância metodológica, Schlaegel e Koenig (2014) utilizaram os resultados

empíricos de 98 estudos para construir uma metanálise a partir de equações estruturais com o

intuito de analisar os modelos teóricos que preveem e explicam a propensão dos indivíduos

para começar uma empresa. Os autores apontam que pesquisas futuras devem ser

desenvolvidas no sentido de: a) identificar outros determinantes que explicam a variância da

intenção empreendedora, explicitada pelos antecedentes da Teoria do Comportamento

Planejado; b) examinar teorias alternativas e os efeitos das variáveis não incluídas neste

estudo (ou seja, as emoções positivas e negativas); c) utilizar outras variáveis moderadoras

que possam moderar novas relações e, ainda, desenvolver modelos mais dinâmicos para

explicar a causalidade reversa e a simultaneidade em modelos de intenções empreendedoras; e

d) que uma área importante para futuras pesquisas de metanálise compreende o potencial

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mediador das variáveis da Teoria do Comportamento Planejado e do Modelo de Evento

Empreendedor, assim como das variáveis relacionadas às características empreendedoras (tais

como motivação de realização, propensão ao risco e inovação), aos traços de personalidade, à

exposição empresarial ou experiências empreendedoras e à educação para o

empreendedorismo.

Depreende-se que a partir da relevância teórica, empírica e metodológica, expressa nas

lacunas vislumbradas na literatura, cabe efetuar a investigação da existência do efeito

moderador do estilo cognitivo dos gestores das empresas incubadas de Santa Catarina (SC)

sobre a autoeficácia empreendedora, a intenção empreendedora, a capacidade de inovação e o

desempenho organizacional.

Esta pesquisa assemelha-se parcialmente ao estudo de Kickul et al. (2009) quando

investigaram estudantes de pós-graduação norte-americanos analisando a relevância dos dois

estilos cognitivos distintos como determinantes na percepção da autoeficácia e da intenção

empreendedora sobre as diferentes fases de um novo negócio. Entretanto, busca contribuir no

sentido de atender às limitações apresentadas no trabalho de Kickul et al. (2009), que residem

na realização da pesquisa com universitários e não com empresários. Por esse motivo, os

autores destacam a falta de estudos para que se possa realizar comparações de seus achados

com outros estudos empíricos.

Existem também semelhanças com o estudo realizado por Sommer (2013), que

examinou a influência do estilo cognitivo e a experiência internacional na autoeficácia

empreendedora internacional e na intenção empreendedora internacional, bem como o papel

da educação acadêmica nesse contexto. O estudo foi realizado com 290 estudantes do curso

de engenharia industrial de vários países, utilizando a modelagem de equações estruturais para

a análise dos resultados. O autor destaca que ambos os estilos cognitivos, o analítico e o

intuitivo, precisam ser fomentados na formação acadêmica dos discentes. Ressalta, ainda, que

mais pesquisas são necessárias para aferir a influência e a medição dos estilos cognitivos.

Conforme os seus resultados, a intenção empreendedora adquirida na formação acadêmica

pode dar uma contribuição importante para a superação dos obstáculos à formação da

intenção empreendedora internacional.

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1.3.2 Ineditismo

Para evidenciar o caráter inédito desta pesquisa, optou-se por realizar a revisão da

literatura no cenário internacional conforme a base de dados EBSCO. Esta se configura como

uma das principais bases de dados internacionais, uma vez que conta com mais de 375 bancos

de dados de pesquisas com textos completos, 550.000 e-books, 360 mil periódicos eletrônicos

e pacotes de publicações eletrônicas, além de periódicos impressos (EBSCO, 2014).

A busca pelas conjecturas teóricas abordadas nesta tese ocorreu durante os meses de

junho a agosto de 2014. Destaca-se que a localização dos estudos empíricos seguiu alguns

critérios, tais como: a) terminologia – definição da terminologia de busca na língua inglesa;

b) quantidade geral – busca simples pela terminologia na base de dados; c) quantidade de

estudos selecionados – seleção dos artigos científicos que apresentavam a terminologia no

título, no resumo e/ou nas palavras-chave; d) quantidade de estudos analisados – a escolha

limitou-se aos estudos empíricos que apresentassem os textos completos disponíveis na

Internet e estivessem publicados em revistas científicas; e) quantidade de artigos excluídos

– a exclusão ocorreu à medida que os artigos apareceram em duplicidade ou quando o

conteúdo não correspondia a uma pesquisa científica; e f) amostra final – corresponde aos

estudos empíricos efetivamente analisados. A Tabela 1 mostra a quantidade de estudos

empíricos localizados que correspondem a cada um dos constructos analisados.

Tabela 1 - Quantidade de estudos empíricos relacionada aos constructos da pesquisa

Constructo Terminologia Qtde.

geral

Qtde.

estudos

empíricos

selecionados

Qtde.

estudos

analisados

Qtde.

estudos

empíricos

excluídos

Amostra

final

Autoeficácia

empreendedora

Entrepreneurial self-

efficacy 72 58 23 1 22

Intenção

empreendedora

Entrepreneurial Intention,

Entrepreneurial Intentions,

Entrepreneurship Intention

e Entrepreneurship

Intentions

228 105 77 3 74

Capacidade de

Inovação

Dynamic Innovation

Capability 98 32 28 3 25

Estilo Cognitivo Cognitive Style 1243 578 254 24 230

Total 1.641 773 382 31 351

Fonte: Dados da pesquisa.

Na Tabela 1, são evidenciados 1.641 estudos empíricos que contemplavam as

terminologias abordadas nesta tese, sendo que a amostra final no contexto internacional é

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composta por 351 artigos científicos. Na leitura dos 351 estudos empíricos, verificou-se que

não foi publicado nenhum estudo que abordasse de maneira conjunta os cinco constructos

teóricos abordados na presente pesquisa. Cabe destacar que, no Capítulo 2, encontram-se os

quadros com os estudos empíricos correspondentes a cada um dos constructos contemplados

no estudo.

Dentre os 351 artigos analisados, a pesquisa realizada por Kickul et al. (2009) com

estudantes do programa de MBA de Midwestern University merece destaque, uma vez que

tratou de maneira conjunta três constructos contemplados nesta tese, sendo eles: intenção

empreendedora, autoeficácia empreendedora e estilo cognitivo.

O ineditismo desta pesquisa reside na investigação da existência do efeito moderador

do estilo cognitivo dos gestores das empresas incubadas de Santa Catarina (SC) sobre a

autoeficácia empreendedora, a intenção empreendedora, a capacidade de inovação e o

desempenho organizacional, que não têm sido motivo de pesquisas anteriores no contexto

nacional e internacional.

A pesquisa justifica-se, ainda, com base na afirmação de Krueger Jr., Reilly e Carsrud

(2000) quando mencionam que o empreendedorismo é essencialmente uma forma de pensar.

Esse pensamento está relacionado com a quantidade de oportunidades e ameaças identificadas

pelos empreendedores. O processo de identificação de oportunidade e ameaças é claramente

um processo de ação e intenção propositada, assim a autoeficácia e a intenção empreendedora

merecem irrestrita atenção. Destaca-se que na literatura poucos estudos têm sido realizados

com o intuito de examinar a relação do empreendedorismo no contexto do processo de criação

de um novo empreendimento, o qual é moderado pelos estilos cognitivos (KICKUL et al.,

2009).

Nesse contexto, optou-se por escolher as empresas incubadas do estado de Santa

Catarina (SC) que se encontram vinculadas às 25 incubadoras de empresas listadas no site da

ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos

Inovadores) e da RECEPETI (Rede Catarinense de Inovação).

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1.3.3 Contribuições

A pesquisa científica contribui para a resolução das indagações que emergem da

sociedade, com o auxílio de um conjunto de atividades planejadas e orientadas para seu

estudo e análise. Desse modo, são obtidas as definições que trazem o conhecimento específico

e, por consequência, o avanço científico. Estes ganhos são evidenciados sob o ponto de vista

teórico, empírico e social.

Do ponto de vista teórico, pretende-se proporcionar um novo conhecimento à

administração por meio da interdisciplinaridade. Nesse caso, aborda-se sobre a existência do

efeito moderador do estilo cognitivo dos gestores sobre a autoeficácia empreendedora, a

intenção empreendedora, a capacidade de inovação e o desempenho organizacional. No

aspecto empírico, a contribuição vincula a pesquisa científica ao mapeamento das

características da personalidade empreendedora dos gestores das incubadoras de empresa em

Santa Catarina por meio da interpretação da realidade compreendida no recorte da pesquisa.

Os achados desta pesquisa têm o intuito de contribuir para a compreensão do arcabouço

teórico existente e fomentar a discussão acerca das características que envolvem os indivíduos

empreendedores.

A contribuição social desta tese está no desenvolvimento de aspectos relacionados à

gestão das empresas incubadas, com a finalidade de auxiliar no desempenho organizacional.

Em consequência, pretende-se que a pesquisa seja também um subsídio para os gestores das

incubadoras de empresas que desejarem rever, analisar ou reestruturar sua capacidade de

gestão dos recursos financeiros e humanos a partir da percepção dos estilos cognitivos dos

gestores das empresas incubadas.

A pesquisa justifica-se também na medida em que aborda um tema estudado no grupo

de pesquisa Organizações e Sociedade, o qual pertence à linha de estratégia e gestão das

organizações, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) da

Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI).

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1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este estudo está estruturado em sete capítulos. O primeiro apresenta a introdução da

pesquisa, que aborda a contextualização do tema e do problema de pesquisa, os objetivos, a

justificativa da pesquisa e a estrutura do trabalho.

O segundo capítulo fornece os subsídios teóricos para a pesquisa. Nele, apresenta-se o

conceito de estilo cognitivo, suas formas de apresentação, modelos de mensuração e

dimensões do modelo de estilo cognitivo. Na sequência, discorre-se sobre uma

contextualização do empreendedorismo e as características individuais dos empreendedores.

Em seguida, aborda-se a personalidade empreendedora que envolve os constructos teóricos

adotados na pesquisa, os modelos conceituais com suas respectivas dimensões de autoeficácia

empreendedora, intenção empreendedora, capacidade de inovação e desempenho

organizacional.

No terceiro capítulo, apresenta-se o modelo da estrutura conceitual proposta nesta tese,

a fundamentação teórica que postula a formulação das cinco hipóteses adotadas na pesquisa.

O quarto capítulo explicita os procedimentos metodológicos, a população e a mostra

contempladas na pesquisa, bem como a sistematização das bases conceituais, as variáveis, as

escalas de mensuração e os métodos utilizados para a coleta e análise das informações

coletadas a partir da aplicação do instrumento de pesquisa.

No quinto capítulo, têm-se os resultados da pesquisa a partir das características das

empresas analisadas, o perfil dos respondentes que preencheram o instrumento de pesquisa,

além da caracterização dos gestores entrevistados. Na sequência, explicita-se sobre as etapas

adotadas na Análise Fatorial Confirmatória (AFC) a partir da modelagem de equações

estruturais, empregando o método de quadrados mínimos parciais (SEM-PLS) para investigar

as associações entre os constructos analisados.

O sexto capítulo compreende a discussão dos resultados encontrados na modelagem

das equações estruturais e na validação das hipóteses de pesquisa.

Por fim, no sétimo capítulo, apresentam-se as conclusões e sugestões para futuras

pesquisas e são listadas as referências das obras utilizadas ao longo do estudo.

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31

2 PLATAFORMA TEÓRICA

Neste capítulo, apresenta-se a fundamentação teórica que serve de base conceitual para

o estudo, bem como as pesquisas empíricas sobre os temas abordados nesta tese: estilo

cognitivo, autoeficácia empreendedora, intenção empreendedora, capacidade de inovação e

desempenho organizacional. Cabe mencionar que a base teórica sobre a qual esses temas

foram explorados recai sobre o Empreendedorismo.

A organização do capítulo compreende quatro seções. A primeira (2.1) se refere ao

estilo cognitivo e expõe o conceito e as formas de apresentação dos estilos cognitivos nas

dimensões intuitiva e analítica, bem como os estudos empíricos que contemplam o tema. Os

modelos de mensuração do estilo cognitivo disposto na literatura, além do modelo de Allinson

e Hayes (1996) e suas categorias, foram elencados.

A segunda (2.2) aborda o empreendedorismo, uma vez que evidencia a origem da

temática, apresenta definições e as características individuais dos empreendedores.

Na terceira seção (2.3), aborda-se a personalidade empreendedora e as abordagens

disciplinares relacionadas ao empreendedor. Em seguida, na subseção 2.3.1, encontra-se a

abordagem psicológica que se materializa pela revisão da literatura sobre a autoeficácia

empreendedora e o contexto em que se insere o tema na Teoria Social Cognitiva (TSC)

proposta por Bandura (1977). Apresentam-se as pesquisas empíricas sobre o tema, os modelos

teóricos para a mensuração do constructo encontrados na literatura e, ainda, o modelo de De

Noble, Jung e Ehrlich (1993) e suas respectivas dimensões.

A subseção 2.3.2 contempla a abordagem sociológica, tratando da intenção

empreendedora e da sua contextualização, bem como são elencadas as pesquisas que versam

sobre o assunto, buscadas por meio da base de dados da EBSCO e dos anais de congressos

nacionais. Na sequência, abordam-se os modelos teóricos utilizados para a mensuração desse

constructo, culminando com o modelo de Ajzen (1991), que é pautado na Teoria do

Comportamento Planejado (TCP) e em suas dimensões. Por fim, a subseção 2.3.3 se refere à

abordagem econômica, que discorre sobre a capacidade de inovação também conhecida como

capacidade inovativa e os estudos empíricos que abordam o tema, os quais localizam-se na

base de dados da EBSCO. Posteriormente, mencionam-se os modelos de mensuração da

capacidade de inovação, com ênfase no modelo de Liao, Fei e Chen (2007) e seus

componentes.

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32

Por fim, na quarta seção (2.4), é considerado o desempenho organizacional. Nela se

contextualiza o tema e mencionam-se as medidas subjetivas de desempenho organizacional

dispostas na literatura.

2.1 ESTILO COGNITIVO

Nesta seção, aborda-se o constructo de estilo cognitivo. Inicia-se com o conceito e, em

seguida, adentra-se na questão das suas duas formas de apresentação e os estudos empíricos

que buscaram conhecer a aplicação dos estilos cognitivos. Após isso, discorre-se sobre os

modelos utilizados para sua mensuração e operacionalização. Na abordagem dos modelos de

estilo cognitivo, há uma explanação de forma sucinta da relação temporal dos principais

modelos encontrados na literatura.

2.1.1 Conceito de estilos cognitivos

A partir da intensificação da competição nos últimos anos, pesquisadores e gestores

têm buscado refletir sobre quais processos e características podem incrementar o desempenho

organizacional e ainda garantir a longevidade e sucesso da organização (RAMOS;

FERREIRA; GIMENEZ, 2011). Pesquisadores como Hayes e Allinson (1994), Hodgkinson e

Sadler-Smith (2003) realizaram vários estudos que colaboraram para o desenvolvimento da

literatura de comportamento e gestão organizacional nas últimas décadas. Dentre os achados

desses pesquisadores emerge a necessidade de estudar a utilização dos estilos cognitivos no

contexto organizacional.

Allinson e Hayes (2012) entendem por estilo cognitivo a maneira como cada um de

nós possui uma predisposição para coletar, processar e analisar informações de modo

particular e único. Essa preferência afeta diretamente a maneira como aprendemos,

resolvemos problemas e tomamos decisões. Os estilos cognitivos são entendidos ainda como

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33

as preferências individuais na percepção e no processamento das informações

(GRIGORENKO; STENBERG, 1995).

Para Ramos, Ferreira e Gimenez (2011, p. 5) o estilo cognitivo pode ser definido

“como um molde em que é coletada, processada e analisada a informação e refere-se a

processos de pensamentos e padrões empregados pelos indivíduos”. Kickul et al. (2009)

asseveravam que o estilo cognitivo de um indivíduo pode influenciar a preferência por

diferentes tipos de aprendizado, o acúmulo de conhecimento, o processo de informações e a

tomada de decisão. São muitos os comportamentos críticos enfrentados por um

empreendedor no seu cotidiano.

Sandler-Smith (1998) aponta algumas características que podem ser identificadas a

partir dos diferentes estilos cognitivos de um indivíduo, tais como: a) forma em detrimento ao

conteúdo do processamento das informações; b) podem ser identificados por meio de testes

psicométricos; c) são estáveis ao longo do tempo; d) apresentam características de

bipolaridade e podem ser valorados diferentemente, uma vez que descrevem diferentes modos

de processar as informações ao invés de melhores modos de processar as informações.

O estilo cognitivo pode ser relacionado a várias temáticas, revelando um constructo

multidisciplinar, uma vez que, além da Psicologia, sua aplicação é recorrente em outras áreas

do conhecimento, tais como: educação, sistema de informação e gestão de negócios. Estes

achados corroboram com os resultados da pesquisa de Armstrong, Cools e Sadler-Smith

(2012).

O estudo realizado por Hmieleski e Colbert (2006) relacionou a intenção

empreendedora ao estilo cognitivo quando analisaram a relação entre a improvisação e a

intenção empreendedora. A pesquisa foi realizada com 430 estudantes universitários. Os

achados revelam que a intenção empreendedora está associada, significativamente, a medidas

de personalidade, motivação, estilo cognitivo, modelos sociais e improvisação. Entretanto, a

relação mais forte encontrada entre as dimensões analisadas está entre a intenção

empreendedora e a improvisação.

Brigham, De Castro e Shepherd (2007) investigaram a relação entre o estilo cognitivo

e o empreendedorismo, tendo como objeto de estudo 149 proprietários-gerentes de pequenas

empresas de alta tecnologia. Os autores examinaram a associação entre as características

individuais, características da empresa e os resultados individuais de satisfação e intenções de

sair da empresa. Os resultados indicaram que a satisfação e a baixa intenção de sair da

empresa estão presentes nos proprietários e/ou gerentes. O estilo de tomada de decisão

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complementou os níveis de formalização e estrutura em suas empresas. A satisfação e a

intenção de sair da empresa estão significativamente associadas ao volume real de negócios

dos últimos cinco anos das empresas analisadas.

Por fim, destaca-se a pesquisa realizada por Kickul et al. (2009), que relacionou os

constructos de autoeficácia e intenção empreendedora associada ao estilo cognitivo. Os

autores constataram a preferência cognitiva dos indivíduos para a influência da análise ou a

intuição sob a percepção e avaliação da autoeficácia empreendedora em sua intenção de criar

um novo negócio. Essa pesquisa evidencia a relevância de dois estilos cognitivos distintos

como determinantes na percepção da autoeficácia empreendedora sobre as diferentes etapas

do processo de criação de um novo negócio. O estudo foi realizado com 138 alunos

matriculados em programas de MBA da Universidade Estadual do Midwestern, nos Estados

Unidos. Destaca-se, ainda, que todos os alunos pesquisados haviam realizado cursos de

empreendedorismo na universidade em questão. E os autores partem do pressuposto de que

eles tenham o desejo de aprender sobre a gestão ou criação de novos negócios e que era o

público adequado para realizarem a pesquisa.

2.1.2Formas de apresentação dos estilos cognitivos

Dentre os estudos dispersos no campo teórico, muitos conceituam a dimensão genérica

da cognição tradicionalmente como uma dicotomia do pensamento humano que oscila entre a

dimensão intuitiva e analítica (ALLINSON; HAYES, 1996). Kirby (2005) ressalta que a

divisão do cérebro em dois hemisférios segue uma perspectiva neuropsicológica. A seguir,

discorre-se sobre as dimensões intuitiva e analítica.

2.1.2.1 Dimensão intuitiva

A dimensão intuitiva trata da intuição e apresenta características voltadas para o lado

direito do cérebro, que correspondem ao julgamento imediato com base no sentimento e

adoção de uma perspectiva global. Pessoas que utilizam mais o lado direito do cérebro

apresentam características dominantes, como a não conformidade, preferem uma abordagem

mais aberta para a solução de problemas, confiam em métodos de exploração aleatórios,

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35

lembram-se de imagens espaciais mais facilmente e trabalham com ideias que requerem uma

avaliação global da situação (ALLINSON; HAYES, 1996).

Kirby (2005) destaca que o lado direito é lateral, não convencional, não sistemático e

não estruturado. As funções desse lado do cérebro são, na sua maioria, associadas às

habilidades, atributos e comportamentos característicos de um indivíduo empreendedor.

2.1.2.2 Dimensão Analítica

Na dimensão analítica, as características correspondem ao lado esquerdo do cérebro e

referem-se ao julgamento com base no raciocínio mental e detalhado. As pessoas que utilizam

mais o lado esquerdo tendem a ser mais complacentes, utilizam uma abordagem estruturada

para a resolução de problemas, dependem de métodos sistemáticos de investigação, lembram

com maior frequência de informações verbais e são especialmente confortáveis com ideias

que exigem uma avaliação passo a passo da situação (ALLINSON; HAYES, 1996). Kirby

(2005) assevera que o lado esquerdo trata diretamente da linguagem, da lógica e símbolos de

forma orientada e sistemática.

A dicotomia existente entre as dimensões intuitiva e analítica foi tratada na teoria de

diferentes maneiras. Atualmente, entende-se que os atributos humanos raramente podem ser

pensados como uma simples dicotomia, considerando uma coisa em detrimento de outra. Em

vez disso, acredita-se que uma pessoa está predisposta para uma coisa ou tem uma preferência

por uma maneira de pensar ou, ainda, um comportamento que cai em algum lugar ao longo de

um continuum.

Hoje se entende a cognição intuitiva e analítica como a representação de dois polos de

uma única dimensão (ALLINSON; HAYES, 2012). Depreende-se que a dicotomia entre as

dimensões intuitiva e analítica, de acordo com a Teoria Cognitiva do Continuum,configura-se

como um processo contínuo ao longo do qual são possíveis todos os graus de estilo cognitivo.

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36

2.1.3 Modelos de mensuração dos estilos cognitivos

Na literatura há várias abordagens, visto que se busca entender o estilo cognitivo e

seus diferentes graus. Dentre elas a Teoria da Aprendizagem Experimental (TAE), que

fornece um modelo do processo de aprendizagem desenvolvido por Kolb (1984). Ela

compreende o desenvolvimento humano por meio dos estilos cognitivos, ou seja, como as

pessoas aprendem, crescem e se desenvolvem. A partir do trabalho de Kolb (1984) outros

pesquisadores também se empenharam em desenvolver estudos voltados à mensuração dos

estilos de aprendizagem, como Felder (1996), Coffield et al. (2004) e Miranda e Morais

(2008).

Entretanto, não apenas no campo do ensino como também na psicologia em que os

estilos cognitivos são estudados há algum tempo percebe-se, nos últimos anos, um aumento

no interesse em realizar estudos com abordagens cognitivas no campo organizacional.

Armstrong, Cools e Sadler-Smith (2012) asseveram que esse interesse é recorrente nos

últimos 40 anos, com a aplicação dos estilos cognitivos na gestão e negócios.

Armstrong, Cools e Sadler-Smith (2012) mencionam que na literatura encontram-se

vários instrumentos que podem ser utilizados para mensurar os estilos cognitivos no campo de

negócios, além daqueles instrumentos usados como contexto educacional e psicológico, tais

como: Grupo Incorporado de Testes de Figuras (GITF), proposto por Witkin et al. (1971); o

Kirton Inventário de adaptação-inovação (KAI), elaborado por Kirton (1976); o Inventário de

Estilo de Pensamento (TSI), proposto por Sternberg e Wagner (1991); o Índice de Estilo

Cognitivo (CSI) de Allinson e Hayes (1996); o Inventário Racional-Experimental (REI) de

Epstein et al. (1996); o Indicador do Tipo de Myers-Briggs (ITMB), proposto por Myers et al.

(2003); o Estilo e Perfil de Pensamento não-linear/linear de Vance et al. (2007) e o Indicador

de Estilo Cognitivo (COSI) sugerido por Cools e Van den Broeck (2007), conforme o Quadro

2.

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37

Quadro 2 - Modelos teóricos utilizados para mensurar os estilos cognitivos Instrumentos Autor(es) Dimensões Descrição

GITF Witkin et

al. (1971)

Independência do campo-campo de

dependência

Relaciona uma forma global versus uma forma analítica de percepção. Implica na capacidade de perceber alguns itens sem ser influenciado pelo campo. Na

independência do campo, as pessoas são caracterizadas como analíticas,

autorreferentes e com orientação impessoal, enquanto o campo dependente é visto como global, socialmente sensível e com orientação interpessoal.

KAI Kirton

(1976)

Adaptação-Inovação

Refere-se a tendência das pessoas para "fazer as coisas melhor" versus "fazer as coisas diferente" na resolução de problemas. Adaptadores viram procedimentos

estabelecidos, enquanto os inovadores preferem problemas de reestruturação e os

abordam a partir de ângulos diferentes.

TSI

Sternberg

e Wagner

(1991)

Teoria da Saúde

Mental e

autogoverno

Funções: As pessoas com funções legislativas são muito independentes e decidem

como fazer as coisas por conta própria. Os Indivíduos executivos gostam de seguir as regras e atuar junto aos sistemas pré-estabelecidos. Os Judiciais testam se as

normas e sistemas pré-estabelecidos são necessários ou válidos.

Formulários: O monárquico é alguém que é obstinado e focado na resolução de problemas. Indivíduos hierárquicos definem prioridades e entender que nem todas

as metas possam ser cumpridas. Pessoas oligárquicas lutam com a forma de

organizar suas prioridades. E os indivíduos anárquicos são motivados por suas

necessidades específicas e constroem seus próprios sistemas ao invés de seguir

sistemas estabelecidos.

Nível: Global são sonhadores que preferem abordagens mal definidas e abstratas dos problemas. Indivíduos locais preferem trabalhar em problemas bem definidos e

não observar o quadro dos problemas maiores.

Âmbito: Internos são introspectivos e preferem trabalhar sozinhos. Os externos são extrovertidos e preferem trabalhar de forma colaborativa.

Tendências: pessoas liberais dispostas a ir além das regras e procedimentos

existentes, para maximizar a mudança, e buscam situações que são um tanto ambíguas; indivíduos conservadores gostam de seguir as regras e evitar situações

ambíguas, sempre que possível.

CSI

Allinson e

Hayes

(1996)

Analítica-Intuitiva

Os analíticos são caracterizados por julgamentos com base no raciocínio mental e um concentram-se em detalhes. Os intuitivos se referem a julgamento imediatos

com base em seus sentimentos e numa perspectiva global.

REI Epstein et

al. (1996)

Racional-Experimental

O racional se refere a uma preferência por análise racional de processamento,

enquanto o experimental refere-se ao intuitivo, processamento experimental.

ITMB Myers et

al. (2003)

Extroversão-

introversão

Extroversão significa operar no mundo externo por meio de comportamento, ação, pessoas e coisas. Os introvertidos têm um foco no mundo interno de ideias e

reflexão.

Detecção-Intuição Em detecção as pessoas estão mais propensas a confiar em informações que são tangíveis e concretas. As pessoas intuitivas tendem a confiar em informações que

são mais abstratas ou teóricas.

Pensamento-

Sensação

Os pensadores tendem a decidir as coisas de um ponto de vista mais distante, usando a lógica. As pessoas sensitivas vêm as decisões com situações de empatia e

utilizam o consenso.

Julgamento-

Percepção

No Julgamento as pessoas preferem o planejamento e organização, enquanto na

dimensão da percepção as pessoas aderem a uma abordagem mais flexível.

EPPLNL Vance et

al. (2007)

Pensamento Linear e não

Linear

Pensadores lineares preferem tomar decisões a partir de dados externos,

informações e fatos. Pensadores não-lineares usam sentimentos internos, impressões

e Sensações.

COSI

Cools e

Van den

Broeck

(2007)

Estilo de

Conhecimento

O estilo de conhecimento refere-se a uma preferência pela racionalidade, lógica e uma maneira impessoal de processamento de informação.

Estilo de Planejamento

O estilo de planejamento implica em uma preferência por um pensamento

estruturado, organizado e uma maneira eficiente para o processamento de informações.

Estilo de Criação O estilo de criação refere-se a uma preferência por uma maneira mais criativa, flexível e com uma abordagem de processamento de informação não convencional.

Fonte: Adaptado de Armstrong, Cools e Sadler-Smith (2012).

O Quadro 2 evidencia os oito instrumentos utilizados para mensuração dos estilos

cognitivos no campo organizacional. Armstrong, Cools e Sadler-Smith (2012) mencionam

que os três instrumentos mais utilizados em pesquisas de gestão e negócios foram o Indicador

do Tipo de Myers-Briggs (ITMB), o Kirton Inventário de adaptação-inovação (KAI) e o

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38

Índice de Estilo Cognitivo (CSI). Essa predominância de três medidas de estilo pode indicar

alguma convergência para a mensuração desse constructo.

Diante do exposto, nesta pesquisa se adota o Índice de Estilo Cognitivo (CSI),

proposto por Allinson e Hayes (1996). Esse modelo conceitual vem sendo utilizado com êxito

para mensurar as capacidades cognitivas de estudantes e de gestores que ocupam cargos de

gerência, além de ter sido validado em contextos culturais distintos.

2.1.4 Modelo de estilo cognitivo de Allinson e Hayes (1996)

Para entender o funcionamento dos diferentes estilos cognitivos no campo

organizacional ao longo de uma escala psicométrica, os professores Christopher Allinson e

John Hayes, da Universidade de Leeds, na Inglaterra, por meio de pesquisas publicadas no

Management Practice em 1994 e no Journal of Managment Studies, em Janeiro de 1996,

desenvolveram o Índice de Estilo Cognitivo – Cognitive Style Index (CSI). Esse índice busca

traçar um modelo cognitivo e de aprendizagem desenvolvido para ambientes organizacionais.

Inicialmente, o CSI foi projetado para ser utilizado com gerentes e grupos profissionais, mas

também tem sido aplicado com sucesso em estudantes e gestores que ocupam cargos de

gerência (ALLINSON; HAYES, 1996).

2.1.5 Dimensões do modelo conceitual do Cognitive Style Index (CSI)

O Índice de Estilo Cognitivo – Cognitive Style Index (CSI) proposto por Allinson e

Hayes (1996) é composto por uma escala que possui cinco dimensões: intuitiva, quase

intuitiva, adaptativa, quase analítica e analítica. As respostas do entrevistado para mensurar as

dimensões do estilo cognitivo surgem com um inventário de 38 perguntas pontuadas em uma

escala de três pontos (Verdadeiro, Incerto e Falso). A pontuação varia entre 2, 1 ou 0, sendo

que os valores próximo do máximo de 76 pontos indicam um estilo cognitivo analítico e

próximo de zero, indicam um estilo cognitivo intuitivo (ALLINSON; HAYES, 1996, 2012).

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39

Allinson e Hayes (1996) enfatizam que a dicotomia entre as dimensões intuitiva e

analítica se caracteriza, na verdade, por um processo contínuo ao longo do qual são possíveis

todos os graus de estilo. A escala do CSI compreende cinco dimensões de estilos cognitivos,

conforme exposto na Figura 1.

Figura 1 - Dimensões do Cognitive Style Index (CSI) de Allinson e Hayes (1996)

Fonte: Nascimento, Verdinelli e Lizote (2014, p.4).

Na Figura 1, a dimensão intuitiva que se configura como um extremo inferior da

escala psicométrica do CSI é alcançada quando o indivíduo obtiver uma pontuação que varia

de 0 a 28 pontos. A dimensão quase intuitiva é atingida quando a pontuação variar de 29 a 38

pontos. A terceira dimensão adaptativa ocupa a posição central na escala psicométrica do CSI,

sendo aferida quando a pontuação resultante variar de 39 a 45 pontos. Na dimensão quase

analítica que caminha para o segundo extremo da escala psicométrica varia de 46 a 52 pontos.

Por fim, a dimensão analítica que ocupa o extremo superior da escala psicométrica é obtida

quando a pontuação variar de 53 a 76 pontos.

A utilização do índice sugere que o estilo cognitivo de um determinado indivíduo pode

cair em qualquer ponto da escala psicométrica do CSI (ALLINSON; HAYES, 2012). A

continuação aborda-se de maneira mais aprofundada; as cinco dimensões do índice adotado

nesta pesquisa expressam as formas de estilo cognitivos dos gestores das empresas de

tecnologia analisadas.

a) Intuitiva

Nessa dimensão, os indivíduos muitas vezes experimentam uma sensação imediata de

saber, porém eles não conseguem explicar esse conhecimento. Além disso, sentem-se

confortáveis agindo com base em palpites e intuições e raramente sentem a necessidade de

gastar todo o tempo analisando todos os aspectos de uma determinada situação antes de fazer

um julgamento (ALLINSON; HAYES, 2012).

IntuitivaQuase

intuitivaAdaptativa

Quase analítica

Analítica

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b) Quase intuitiva

Nessa dimensão, de acordo com Allinson e Hayes (2012), os quase-intuitivos estão

sujeitos às mesmas experiências dos intuitivos “saber sem saber por que”, porém estes tendem

a ser menos confiantes e mais cautelosos quando se trata de usar essa intuição como base para

o processo decisório. Às vezes, antes de formar um julgamento ou ação, eles podem sentir a

necessidade de refletir sobre a sua intuição e podem até deliberadamente buscar informações

que irão ajudar a confirmar o seu palpite ou intuição.

c) Adaptativa

A dimensão Adaptativa é tratada por Allinson e Hayes (2012) como os indivíduos que não

possuem uma forte preferência por modos intuitivos ou analíticos de processamento das

informações. São de desenho confortável nos dois polos do cérebro, direito e esquerdo. Em

qualquer combinação isso parece apropriado no momento, a fim de melhorar a sua

compreensão de uma situação e tomar a decisão de qual a maneira correta de agir.

d) Quase Analítica

Para Allinson e Hayes (2012), os quase-analistas possuem características parecidas

com os analistas puros na medida em que, conscientemente, buscam informações e na

sequência aplicam procedimentos sistemáticos com base em regras para identificar as

conexões lógicas. Embora fortemente comprometidos com a análise racional, eles diferem-se

dos analistas puros ao prestarem atenção aos insights e outros sentidos do saber. Os quase-

analíticos estão mais propensos a adotar essa postura quando sentem que isso pode ajudá-los a

identificar conexões lógicas ou quando sentem a necessidade de verificar a validade das suas

análises racionais detalhadas.

e) Analítica

Em relação à última dimensão, Allinson e Hayes (2012) entendem que os analíticos

são os que quebram os problemas em fragmentos e os estudam detalhadamente. Eles gostam

de recolher o máximo de informação possível que reveja a situação a fim de identificar as

ligações plausíveis entre os elementos. Além de adotarem uma postura mais sistemática para

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compreensão por meio de uma análise lógica, eles buscam utilizar modelos e fórmulas que os

orientem e gostam de refletir sobre a análise antes de tomar uma decisão definitiva.

2.2 EMPREENDEDORISMO

A essência do empreendedorismo, aplicado ao fator econômico como conhecemos

atualmente, remonta a Richard Cantillon, quando, em 1755, relaciona em seu livro, intitulado

“Essai Sur La Nature du Commerce em Général”, que a assunção do risco é inerente ao

empreendedor. Para o autor, o empreendedor é quem revende mantimentos, busca

suprimentos em cidades vizinhas para comercializar em cidades tidas como em pontos

estratégicos e assume os riscos inerentes ao processo (CANTILLON, 1959).

Jean Baptiste Say, ao contribuir com a discussão relacionada ao empreendedor no

século seguinte, em 1833, lança seu livro “A Treatise on Political Economy; or the

Production, Distribution, and Consumption of Wealth”. Essa obra foi uma das mais influentes

sobre a Economia Política. Ela preparou o campo para o desenvolvimento do estudo da

economia política na França e sua tradução para o Inglês ajudou a torná-lo o livro de

economia mais utilizado nos Estados Unidos, bem como acrescentou relevantes aspectos

relacionados à definição ao apontar características ao empreendedor como a assunção do

risco, responsabilidade e conduta (SAY, 1855).

Os trabalhos realizados por Cantillon e Say marcaram os primeiros passos dados na

história do empreendedorismo. A partir de então, muitos conceitos têm sido apresentados,

porém não existe uma definição única para o termo "empreendedor" ou “empreendedorismo”

aceito na literatura (CARLAND;CARLAND 1988; KIRBY, 2004; SOUZA; FRACASSO;

LOPEZ JÚNIOR, 2008).

Para Almeida (2013), o empreendedorismo tem sua origem a partir do termo anglo-

saxônico “Entrepreneurship”, que contempla, atualmente, um leque de teorias e abordagens e

tem sido objeto de várias pesquisas com propósitos distintos. Esse conceito apresenta uma

característica multifacetada que para ser vislumbrado ele necessita ser tratado desde muitos

ângulos para que possa ser bem definido (LOW; MACMILLAN, 1988).

Um dos autores modernos de maior expressão na área de empreendedorismo é Joseph

Alois Schumpeter. Foi ele quem deu projeção ao tema (ESCOBAR, 2012). No entendimento

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42

de Schumpeter (1965), o empreendedor é um indivíduo que explora uma oportunidade de

mercado por meio de técnicas ou inovação organizacional.

Em outro entendimento, Cooley (1990) assevera que qualquer pessoa que administra

ou organiza recursos empresariais sob a forma de uma empresa com responsabilidade e que

assume risco pode ser chamado de empreendedor. Essa definição exclui negócios agrícolas,

pois o autor entende que apesar de tais negócios possuírem características empreendedoras,

elas incorporam traços únicos e têm sido extensivamente estudadas por outras áreas.

Hisrich (1990) caracteriza o empreendedor como alguém que demonstra iniciativa e

pensamento criativo, e ainda é capaz de organizar mecanismos sociais e econômicos para

transformar recursos e situações em práticas, aceitando riscos e falhas. Para Bolton e

Thompson (2004), o empreendedor é uma pessoa que habitualmente cria e inova para

construir algo de valor sobre as oportunidades percebidas. Um empreendedor é um indivíduo

que cria e gera um negócio que visa lucro e crescimento. Sua característica principal é seu

comportamento inovador (CARLAND et al., 1984). Esses autores, apesar de apresentarem

conceitos diferentes, vão ao encontro da premissa principal apontada por Schumpeter, a

presença da inovação nos empreendedores. À medida em que se analisam os conceitos

relacionados ao empreendedorismo dispostos na literatura, percebe-se que as características

pessoais estão associadas à figura do empreendedor.

Três linhas distintas são apresentadas por Cooley (1990). Elas se diferenciam no que

tange ao comportamento empreendedor. A primeira, enfatizada por psicólogos, aborda as

diferenças na motivação e personalidade que caracterizam os empreendedores bem-sucedidos,

juntamente com os fatores no ambiente do núcleo familiar que possam ter contribuído para

essas diferenças.

Na outra vertente, sociólogos e antropólogos tendem a enfatizar as normas subgrupais

e grupais que condicionam as respostas familiares e individuais. Os economistas apresentam

outra linha e, por sua vez, tendem a destacar a presença ou ausência de certos aspectos

estruturais essenciais da economia por considerarem como sendo de importância crítica. Os

conceitos iniciais apresentados por Canillon e Say apresentam essa vertente econômica. Cada

linha de estudo aborda aspectos e características de maior importância para o tema

empreendedorismo e o relaciona à probabilidade de sucesso.

Pesquisas realizadas na área do empreendedorismo têm sofrido uma metamorfose

decorrente de conceitos oriundos de outras áreas do conhecimento. Assim, a Sociologia, a

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Antropologia e a Estratégia de Negócios ampliaram seus antecedentes, e as consequências

dessas mudanças são percebidas no campo de estudo (THOMAS; MUELLER, 2000).

Casson (1982) menciona que pesquisadores de outras áreas, como a sociologia, a

psicologia, a ciência política e a economia têm focado seu interesse em estudar o tema

empreendedorismo. No campo dos estudos organizacionais, Shane e Venkataraman (2000) e

Baker e Nelson (2005) têm voltado suas pesquisas para compreender a atuação do

empreendedor nessa área do conhecimento.

Lenzi (2008) assevera que os enfoques trazidos de escolas comportamentalistas,

fisiológica, positivo funcional e do mapeamento cognitivo promovem uma sinergia nas ações

dos indivíduos empreendedores. Em linha com esse pensamento, o estudo realizado por Chell

(2008) volta seu olhar para compreender a figura do empreendedor permeada por uma

sinergia de conceitos oriundos da economia, da sociologia e da psicologia para entender a

personalidade dos empreendedores.

2.3 PERSONALIDADE EMPREENDEDORA

Cooley (1990) destaca que o comportamento do empreendedor contempla diferenças

na motivação e na personalidade que caracterizam aqueles que obtêm sucesso empresarial,

sendo os fatores ambientais responsáveis por contribuir para essas diferenças

comportamentais entre os indivíduos. Morales (2004) corrobora com o posicionamento de

Cooley (1990) apontando que tais comportamentos são parcialmente ou inteiramente

aprendidos.

Fatores exógenos como a cultura, o ambiente familiar e a educação, seriam

responsáveis pelos traços empreendedores. Assim, para Morales (2004), as características

empreendedoras seriam moldadas pelo ambiente, inclusive sua personalidade. Por sua vez,

Miller (2015) aponta características positivas presentes na personalidade dos empreendedores,

tais como: energia, paixão, otimismo, autoeficácia, autoconfiança, necessidade de realização,

poder, independência, autonomia, necessidade de controle e domínio.

Para Chell (2008), as pessoas vivem imersas em um ambiente social que, em termos

gerais, faz com que suas ações e comportamentos estejam interligados por meio de um quadro

socialmente construído de normas sociais, regras e responsabilidades. Eles são igualmente

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44

limitados a um sistema de regras e regulação econômica, política e legal. Nessa perspectiva, a

autora sugere que a personalidade empreendedora contemple diferentes abordagens, conforme

o Quadro 3.

Quadro 3 - Abordagem disciplinar em relação ao empreendedorismo

Econômica Sociológica Psicológica

Assume um modelo de

comportamento econômico em que

as decisões são tomadas para alocar

recursos de tal maneira que possa

garantir o fornecimento de um

produto ou serviço para atender a

demanda.

E ainda permite ao indivíduo

(empreendedor) a distribuição de

um alerta para que utilizem as

informações e a transforme em

oportunidade que os outros

desconhecem.

Assume um modelo de

comportamento influenciado (ou

determinado) por meio de regras

sociais, normas e

responsabilidades, as quais dão

sentido à legitimidade e energia ao

indivíduo. Entretanto, o

comportamento é limitado em cada

nível do sistema socioeconômico

por meio de regras políticas,

econômicas, legais e

regulamentares.

Assume que há uma estrutura

“interna”, ou seja, a personalidade.

Essa estrutura compreende traços

de personalidade específicos que o

auxiliam a medir os atributos

pessoais, ou seja, contribuem para

tipificar as características do

empreendedor.

Fonte: Chell (2008).

Para gerar uma compreensão da natureza geral da personalidade. O leigo a usa no

sentido de “caráter distinto”, vendo todo “tipo” de pessoa, em vez de uma única dimensão.

Em contrapartida, o psicólogo se refere à personalidade como uma estrutura de processo

interno, privado e dinâmico. Por isso, a “personalidade” refere-se à consistência de estilo de

comportamento e características que são reflexo de uma estrutura interna (CHELL, 2008).

Nessa perspectiva, a pessoa leiga usa o termo “empreendedor” quando está se

referindo a um tipo de indivíduo e ela pode reconhecer quando está diante de um, porque

acredita que ela tem informação pública suficiente para rotular a pessoa dessa forma. Esse não

é o mesmo processo científico que um psicólogo adota para fazer essa classificação, uma vez

que utiliza a sua capacidade de isolar características que são preditivas de comportamentos

específicos. Nesse caso, o psicólogo tem a crença de que há uma característica ou conjunto de

traços que caracterizam um empreendedor e são preditivos de um comportamento

empreendedor (CHELL, 2008).

Para compreender e discutir a personalidade empreendedora, Chell (2008) perpassa

por diferentes áreas do conhecimento para traçar as abordagens disciplinares que permeiam as

características do empreendedor, uma nova perspectiva teórica é assumida. Nessa perspectiva,

a autora reforça a relevância de reconhecer o contexto político e socioeconômico em que o

empreendedorismo é exercido.

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45

Na sequência, discorre-se sobre as três abordagens disciplinares relacionadas ao

empreendedorismo separadamente.

2.3.1 Abordagem psicológica

Na abordagem psicológica, Chell (2008) entende que a personalidade deriva de uma

estrutura “interna”, sendo que essa estrutura é compreendida por traços de personalidade

específicos que auxiliam a medir os atributos pessoais que tipificam as características do

empreendedor.

Essa perspectiva trata o empreendedorismo como uma característica específica de uma

única dimensão de personalidade que é constituída por um número de componentes.

Entretanto, não é tão difícil (embora seja demorado e caro) construir uma métrica, o problema

é construí-la fundamentada teoricamente e conceitualmente, com propriedades psicométricas

válidas e confiáveis. Outro aspecto a considerar será a existência de uma personalidade

empreendedora e sua avaliação, se ela é unidimensional (construída por uma única

característica) ou, na verdade, multidimensional, tendo que ser descrita por uma constelação

de características (CHELL, 2008).

A partir da abordagem psicológica, busca-se contribuir para o mapeamento das

características psicológicas específicas do empreendedor ao utilizar a autoeficácia

empreendedora como um constructo de estudo, com seu viés de traços de personalidade que

afetam o domínio específico da tarefa de criação de um novo negócio.

2.3.1.1 Autoeficácia empreendedora - AE

A Autoeficácia tem sua origem na Teoria Social Cognitiva (TSC) proposta por

Bandura (1977)em seus trabalhos publicados em 1977 e 1986. O conceito de Autoeficácia

apresentado por esse autor é entendido como um traço de personalidade que afeta a motivação

para realizar com sucesso as tarefas ou o grau de tolerância para enfrentar determinadas

situações adversas e, também, a percepção individual acerca do risco.

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A Autoeficácia ocupa um papel relevante na Teoria Social Cognitiva. Bandura (1986,

p. 390) ressalta que “entre os diferentes aspectos do autoconhecimento, talvez nenhum exerça

maior influência no dia-a-dia das pessoas do que as concepções sobre sua eficácia pessoal”.

A autoeficácia caracteriza-se como o grau em que os indivíduos acreditam em sua capacidade

para executar um comportamento; e mais, eles acreditam que é possível realizá-lo com as

habilidades que possuem (BANDURA, 1977; SCHLAEGEL; KOENIG, 2014). Os indivíduos

com maior Autoeficácia são mais capazes de perseguir e persistir numa tarefa do que aqueles

que a têm em menor escala (BANDURA, 1977).

Para Chen, Greene e Crick (1998), a Teoria Social Cognitiva revela-se adequada para

ser utilizada em estudos voltados ao empreendedorismo, uma vez que sua aplicação não

abrange apenas os estudos gerais sobre o comportamento organizacional. Boyd e Vozikis

(1994) destacam ainda que a autoeficácia tem suscitado amplas discussões teóricas sobre suas

implicações em relação à gestão e ao empreendedorismo.

A partir das discussões teóricas emerge o conceito da autoeficácia empreendedora e

torna-se relevante entender a diferença entre o conceito dado por Bandura (1977, 1986) e a

perspectiva contemporânea da autoeficácia empreendedora. McGee et al. (2009) mencionam

que a autoeficácia, ou autoeficácia geral, capta a percepção do indivíduo em relação à sua

capacidade de realizar com sucesso uma diversidade de tarefas por meio de uma variedade de

situações. A autoeficácia de Bandura (1977) refere-se à confiança de um indivíduo na

realização de uma variedade de tarefas independente das demandas que este receber.

Pesquisadores defendem a utilização da medida de autoeficácia geral, pois acreditam

que os empresários exigem um conjunto diversificado de funções e habilidades de seus

subordinados, por isso eles acreditam que seria simplesmente muito difícil identificar uma

lista abrangente de tarefas específicas, associadas às atividades empreendedoras de maneira

explícita (MCGEE et al., 2009; MARKMAN; BALKIN; BARON, 2002).

Bandura (1977, 1997) afirmou que a autoeficácia deve ser focada em um contexto

específico com o intuito de identificar o domínio da tarefa a ser realizada pelo indivíduo.

Pautados naquela afirmação vários pesquisadores agregaram uma série de medidas

relacionadas aos domínios específicos da autoeficácia, ao invés de depender de um teste

abrangente que mensurasse apenas a autoeficácia geral (McGEE et al., 2009). Depreende-se

que ao acrescentar novas medidas emergiu a autoeficácia empreendedora com uma visão

voltada para os aspectos relacionados ao empreendedorismo. Ou seja, em um domínio

específico da tarefa da criação de um novo negócio.

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47

Enquanto uma medida composta de autoeficácia seria indiscutivelmente mais

conveniente, uma série de estudiosos têm se sacrificado em favor de um maior poder preditivo

desse constructo, preocupando-se em estudar a autoeficácia empreendedora (McGEE et al.,

2009; FORBES, 2005; DeNOBLE; JUNG; EHRLICH, 1999; CHEN; GREENE;

CRICK,1998).

A literatura sobre autoeficácia empreendedora encontra-se em ascensão e os artigos

que abordam a temática estudam a crença na sua capacidade de tomar ações empreendedoras

com base na avaliação da gestão (por exemplo, marketing e contabilidade financeira) e ainda

em habilidades técnicas e funcionais que os indivíduos devem possuir. Verifica-se na

literatura que os pesquisadores se concentraram em descrever as capacidades dos empresários

em termos que parecem muito semelhantes com as funções de gerentes eficazes (DE NOBLE;

JUNG; EHRLICH, 1999).

De Noble, Jung e Ehrlich (1999) desenvolveram no campo da autoeficácia

empreendedora um conjunto de habilidades que mais se assemelham às demandas e às

necessidades reais de futuros candidatos a empresários. Os autores reconhecem que a

autoeficácia não é o único fator que afeta o sucesso de um empreendedor, porém ela vai

lançar luz sobre a capacidade dos indivíduos de compreender os antecedentes das ações

empreendedoras e intenções empreendedoras, como pode ser visto nos estudos realizados por

Boyd e Vozikis (1994), Chen, Greene e Crick (1998), De Noble, Jung e Ehrlich, (1999), entre

outros.

2.3.1.2 Modelos de mensuração da autoeficácia empreendedora

Na literatura de gestão, são encontradas pesquisas empíricas que têm como objetivo

criar medidas para mensurar e operacionalizar a autoeficácia empreendedora em contextos

distintos nos últimos anos. Dentre os modelos teóricos localizados, podemos citar os estudos

realizados por Chen, Greene e Crick (1998), De Noble, Jung e Ehrlich (1999), Moriano,

Palací e Morales (2006), García (2010), Moriano et al. (2012), Lizote, Verdinelli e Silveira

(2013a) e Lizote, Verdinelli e Silveira (2013b).

Um dos primeiros estudos empíricos para mensuração e operacionalização da AE foi

realizado por Chen, Greene e Crick (1998). Nele, os autores analisaram estudantes

universitários e empresários de pequenas empresas a partir do desenvolvimento de uma escala

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que continha as variáveis para avaliar o indivíduo em relação a alguns aspectos de marketing,

inovação, gestão, tomada de risco e habilidades de controle financeiro. Para tanto, usaram

como variáveis de controle os seguintes aspectos:idade, sexo, nível de escolaridade, número

de familiares e amigos empresários, bem como o número de cursos de empreendedorismo que

haviam realizado. Os resultados evidenciam que a autoeficácia teve um efeito significativo e

positivo sobre a probabilidade de ser um empreendedor e que a assunção do risco e a

inovação diferenciam-se entre os participantes do estudo.

De Noble, Jung e Ehrlich (1999) desenvolveram uma escala com seis dimensões para

a mensuração da AE com base na teoria apresentada por Bandura em 1977. Os autores

entendem que a autoeficácia se configura como um conceito ponte, o que poderia explicar o

esforço inicial de um indivíduo para criar e desenvolver um novo negócio. Assim, realizaram

um estudo empírico com 272 estudantes universitários americanos e os achados revelaram

que o escore total da escala se correlacionou positivamente e significativamente com a

intenção e a disponibilidade atual dos estudantes de criarem ou iniciarem o seu próprio

negócio.

Moriano, Palací e Morales (2006) utilizaram a escala elaborada por De Noble, Jung e

Ehrlich (1999) e aplicaram ao contexto espanhol por meio de uma pesquisa com mais de

1.000 estudantes universitários espanhóis. A versão adaptada da escala contempla cinco das

dimensões originais: desenvolvimento de novos produtos, gestão de recursos humanos,

relações com investidores, construção de um ambiente inovador e o trabalho sob estresse.

Embora não tenha sido constatada a dimensão referida a definir o objetivo central do negócio,

os achados demonstram que a escala apresentou confiabilidade e pode predizer

significativamente a intenção dos estudantes universitários espanhóis em desenvolver seu

próprio negócio.

García (2010) realizou um estudo para analisar a validade de um instrumento de

pesquisa fatorial com a intenção de mensurar a orientação empreendedora de 1.810 estudantes

universitários da Espanha, Portugal, México, Brasil e Argentina. O instrumento de pesquisa é

fruto de uma estrutura psicométrica composta pelas seguintes dimensões: a) lócus de controle

a partir de uma escala elaborada com base nos estudos de Rotter (1966), Levenson (1973) e

Cromie (2000); b) autoeficácia empreendedora mensurada por meio da escala de De Noble,

Jung e Ehrlich (1999); c) personalidade proativa, aferida com base nos estudos de Seibert,

Crant e Kraimer (1999, 2001). Os achados evidenciam que a escala demonstra o perfil dos

estudantes, assim como os pontos fortes e fracos dessas características, e pode servir de

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subsídio para os programas de intervenção psicoeducacional que ajudam a desenvolver o

potencial desses estudantes.

Moriano et al. (2012) objetivaram adaptar e validar no contexto espanhol a escala de

mensuração da autoeficácia do empreendedorismo corporativo proposta por Ehrlich, De

Noble e Singh (2005), que foi elaborada a partir da proposta inicial de De Noble, Jung e

Ehrlich (1999). O estudo contemplou uma amostra de 200 diretores executivos e gerentes

intermediários espanhóis e buscou mensurar as habilidades de lideranças necessárias para a

gestão de equipes. Os achados revelam que a escala se mostrou válida e confiável para avaliar

as habilidades básicas necessárias para liderar as iniciativas empreendedoras, a partir das

atividades de uma organização, no contexto da Espanha.

Lizote, Verdinelli e Silveira (2013a) realizaram um estudo com 104 gestores de

empresas instaladas em incubadoras brasileiras para analisar o relacionamento da autoeficácia

empreendedora com as competências empreendedoras e a percepção do desempenho. O

instrumento de pesquisa utilizado tinha como base para mensuração da autoeficácia

empreendedora a escala proposta por De Noble, Jung e Ehrlich (1999). Os resultados

demonstram que as competências empreendedoras se manifestam de maneira diferente entre

os respondentes, o que possibilitou a distinção por grupos homogêneos. Além disso, a

autoeficácia empreendedora apresentou uma relação positiva com o desempenho.

Lizote, Verdinelli e Silveira (2013b) analisaram o relacionamento entre as

competências empreendedoras e a autoeficácia que declaram ter estudantes graduandos do

curso de administração de uma instituição de ensino superior privada. Para mensuração da

autoeficácia empreendedora, foi utilizada a escala de De Noble, Jung e Ehrlich (1999),

validada por Moriano, Palací e Morales (2006). Quanto às competências empreendedoras,

essas foram aferidas a partir do modelo de Cooley (1990, 1991), validado por Lenzi (2008).

Os achados evidenciam que a autoeficácia se associa com as competências empreendedoras.

Depreende-se que uma das principais escalas utilizadas para a mensuração e

operacionalização da autoeficácia empreendedora foi a escala de De Noble, Jung e Ehrlich

(1999), conforme evidenciado nas pesquisas de Moriano, Palací e Morales (2006), García

(2010), Moriano et al. (2012) e Lizote, Verdinelli e Silveira (2013a). Dessa maneira, optou-se

por utilizar essa escala para a operacionalização do constructo de autoeficácia empreendedora,

uma vez que essa demonstrou sua confiabilidade, validação e aplicabilidade em contextos

culturais distintos.

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2.3.1.3 Modelo de Autoeficácia empreendedora de De Noble, Jung e Ehrlich (1999)

Em 1999, De Noble, Jung e Ehrlich desenvolveram uma escala para medir a

autoeficácia empreendedora – Entrepreneurial Self-Efficacy (ESE) –, que foi validada para o

contexto espanhol por Moriano, Palací e Morales (2006). Ela é composta por vinte e três itens

e contempla seis dimensões, como mostra a Figura 2.

Figura 2 - Modelo conceitual de De Noble, Jung e Ehrlich (1999)

Fonte: Elaboração própria.

No trabalho original de De Noble, Jung e Ehrlich (1999), as dimensões ou subescalas

ficaram expressas por seis fatores e com número também diferente de itens. A ordem em que

as dimensões foram expressas pelos fatores foi: 1) definição do objetivo principal do negócio

(ON), 2) construção de um ambiente inovador (I), 3) desenvolvimento de novos produtos e

oportunidade de mercado (DN), 4) iniciando relações com investidores (RI), 5) lidar com

mudanças inesperadas (MI) e 6) desenvolvimento de recursos humanos-chave para a empresa

(RH).

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2.3.1.4 Dimensões do modelo conceitual de autoeficácia empreendedora

A escala elaborada por De Noble, Jung e Ehrlich (1999) contém as principais tarefas

que um empreendedor deve desenvolver para obter êxito em seu próprio empreendimento. A

seguir, explicitam-se as dimensões que se contemplam na mensuração da autoeficácia

empreendedora com aquele instrumento.

a) Desenvolvimento de novos produtos e oportunidades de mercado

Esta dimensão refere-se a um conjunto de habilidades relacionadas ao reconhecimento

de oportunidades, sendo essa habilidade particularmente importante para os indivíduos,

considerando a busca de um novo empreendimento (DE NOBLE; JUNG; EHRLICH, 1999).

O empreendedor deve acreditar na sua capacidade criativa para descobrir oportunidades que

lhe permitam desenvolver seus produtos e/ou serviços e se adaptar às mudanças providentes

do mercado (MORIANO; PALACÍ; MORALES, 2006). Os indivíduos que acreditam em sua

capacidade de iniciar uma empresa devem ser criativos e, ainda, conseguir detectar

oportunidades de mudanças incrementais ou descontínuas nos produtos, serviços ou mesmo

nos mercados em que atuam (DE NOBLE; JUNG; EHRLICH, 1999).

Chell (2000) ressalta que o empreendedor entende que as “oportunidades” não estão

“lá fora” esperando para serem reconhecidas e captadas. Os empreendedores devem entender

o desenvolvimento das oportunidades como construções sociais, que por sua vez

compreendem o espaço mental entre o empreendedor e sua percepção de realidade.

A construção social da realidade inclui espaço e tempo. As ideias em si são as

construções que podem ser desenvolvidas dentro dos parâmetros do espaço do negócio, por

meio das relações comerciais e da materialização de produtos ou de elementos menos

tangíveis, como os serviços. Os empreendedores carregam consigo as representações mentais

do negócio, e estas, por sua vez, incluem os futuros possíveis e o processo de previsão que faz

parte do processo de conceber e criar o futuro ou negócio planejado (CHELL, 2000). Chen,

Greene e Crick (1998) e Krueger Jr., Reilly e Carsrud (2000) consideram essa dimensão

essencial para o sucesso de um novo negócio.

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b) Construção de um ambiente inovador

Esta dimensão tem como foco a capacidade do indivíduo de estimular a criatividade, a

iniciativa e a responsabilidade das pessoas que trabalham com ele (KUMAR; UZKURT,

2010; MORIANO; PALACÍ; MORALES, 2006). Para De Noble, Jung e Ehrlich (1999), a

capacidade do indivíduo de incentivar outras pessoas para experimentar novas ideias, iniciar

novas ações e assumir a responsabilidade por seus resultados é o que melhor reflete a

construção de um ambiente inovador.

O empreendedor deve acreditar na sua capacidade de construir um ambiente enraizado

no apoio à inovação (MORIANO; PALACÍ; MORALES, 2006). A relação dessa dimensão na

escala de autoeficácia empreendedora com tomada de risco e inovação apareceu pela primeira

vez no estudo empírico realizado por Chen, Greene e Crick (1998).

De Noble, Jung e Ehrlich (1999) ressaltam também que essa dimensão avalia a

capacidade de percepção do indivíduo em promover ações inovadoras entre outros membros

potenciais de sua equipe. O desafio reside em construir um ambiente inovador de trabalho a

partir do zero, em uma nova situação de risco, o que o torna diferente de um gerente tentando

incutir a inovação em um ambiente corporativo estabelecido previamente. No primeiro

aspecto, um empreendedor deve acreditar que pode criar um ambiente inovador onde não

existe.

c) Iniciando relações com investidores

A dimensão de relação com investidores tem como objetivo utilizar redes sociais para

estabelecer contatos, procurando também a melhor forma de obter capital necessário para

iniciar seu próprio negócio. Para De Noble, Jung e Ehrlich (1999), esse tipo de atividade se

configura como uma parte integrante do que um empreendedor deve fazer para realizar e

sustentar a sua perspectiva empreendedora. As demandas de iniciar e manter essa rede são

frequentemente subestimadas pelos empreendedores no momento de começar o negócio. No

entanto, quando o processo principia essas atividades, muitas vezes elas podem ser demoradas

e exigentes, além de requerer habilidades significativas por parte dos indivíduos.

Moriano et al. (2012) afirmam que essa dimensão se refere à importância estabelecida

pela equipe dentro da organização, podendo incluir membros que estavam céticos em relação

às ideias do projeto. Para esses autores, torna-se relevante que o dirigente e os funcionários

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que ocupam níveis intermediários de gestão sejam capazes de manter a equipe focada no

projeto que estão desenvolvendo, mesmo que eles possam ter outras responsabilidades dentro

da organização.

d) Definição do objetivo principal do negócio

Esta dimensão é essencial, pois se um indivíduo não consegue estabelecer a meta ou o

objetivo principal do seu negócio, provavelmente não terá motivação para iniciá-lo

(MORIANO; PALACÍ; MORALES, 2006). Essa dimensão ainda é utilizada para esclarecer e

conscientizar o empreendedor sobre a visão essencial que sua empresa detém, uma vez que

esta terá que atrair os funcionários-chave e potenciais investidores. O indivíduo que acredita

não ser capaz de decidir por um propósito central do seu negócio, é improvável que se sinta

motivado a iniciá-lo (MORIANO; PALACÍ; MORALES, 2006).

e) Lidar com mudanças inesperadas

Para Moriano et al. (2012), essa dimensão se refere à crença na capacidade do

indivíduo de trabalhar sob incerteza, além e deixar para trás o conforto do trabalho em uma

empresa estabelecida para atuar em um negócio novo, que rege tolerância, ambiguidade e

adaptabilidade à mudança (MORIANO; PALACÍ; MORALES, 2006). Os gestores que

ocupam cargos de nível médio em geral são capazes de tolerar a ambiguidade e se adaptar às

mudanças inesperadas.

De Noble, Jung e Ehrlich (1999) afirmam que o tratamento da ambiguidade e incerteza

que envolve a vida de um empreendedor está diretamente relacionado com a forma como

esses indivíduos veem os desafios inesperados. Entretanto, a transação a partir do conforto de

uma empresa já existente para um mundo da criação de um negócio requer alguém que possa

tolerar a falta de informação, mensagens equivocadas e rejeições que serão enfrentadas nesse

processo. Esses desafios ocorreram com o feedback dos potenciais investidores, flutuações

nas condições do mercado e outras questões semelhantes.

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f) Desenvolvimento de recursos humanos chave para a empresa

O desenvolvimento de recursos humanos representa a habilidade do indivíduo de atrair

e reter pessoas competentes na criação de uma nova empresa. De Noble, Jung e Ehrlich

(1999) entendem que um empreendedor deve reconhecer a necessidade de envolver outras

pessoas no processo de criação, uma vez que acredita que essas pessoas possam ser um

componente importante no estágio inicial do negócio.

Para Moriano, Palací e Morales (2006), é essencial que o empreendedor tenha a

capacidade de recrutar e reter talentos no processo de criação do seu negócio. Entretanto, dada

a complexidade do comportamento empreendedor, é necessário avaliar não apenas a

pontuação global da escala de AE dos colaboradores, mas também as suas diferentes

dimensões para saber em que áreas o indivíduo é eficaz para gerenciar o negócio. Também

para definir em que se deve centrar o treinamento dos recursos humanos chave para o negócio

e assim poder desenvolver suas crenças de autoeficácia.

Alinhado com a visão de Chell (2008), o mapeamento de características psicológicas

específicas do empreendedor por meio do constructo de autoeficácia empreendedora

possibilita a mensuração dos traços de personalidade que afetam o domínio específico da

autoeficácia na tarefa de criação de um novo negócio. A seguir, discorre-se sobre a

abordagem sociológica de Chell (2008).

2.3.2 Abordagem sociológica

A perspectiva sociológica proposta por Chell (2008) postula que o modelo de

comportamento do empreendedor é influenciado por meio de regras sociais, normas e

responsabilidades, as quais, juntas, conferem um sentido de legitimidade à personalidade

empreendedora. A autora menciona que o comportamento está condicionado a níveis do

sistema socioeconômico regido por regras e políticas econômicas, legais e regulamentares.

Chell (2008) destaca que os indivíduos operam na sociedade por meio de uma

estrutura concebida que afeta seu comportamento. A autora complementa que os indivíduos

vivenciam uma nova dimensão para o empreendedor como agente transformador da sociedade

ou, mais especificamente, dentro de um contexto socioeconômico em que os empresários

tomam decisões de negócios perante restrições financeiras, regras sociais e culturais.

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Nesse contexto, a abordagem sociológica ou socioeconômica, nesta pesquisa, tem o

intuito de contribuir para identificar as características sociológicas do empreendedor ao

utilizar a intenção empreendedora como um constructo de estudo que trata o comportamento

do indivíduo a partir de um conjunto de variáveis sociais, culturais e econômicas que

impactam na sua disposição para criar um negócio.

2.3.2.1 Intenção empreendedora – IE

A intenção empreendedora reside na iniciativa dos indivíduos de criarem ou abrirem

seu próprio negócio. Nascimento et al. (2010) comentam que a atitude empreendedora ou

intenção caracteriza-se como a própria figura do empreendedor, que vem conquistando seu

espaço diante de um ambiente econômico turbulento em que se depara a sociedade e

apresenta-se como uma alternativa para a geração de emprego e renda para a população.

A compreensão dos fatores que predizem a intenção empreendedora é imprescindível,

uma vez que o comportamento empreendedor é o resultado da intenção (KOE et al., 2012).

Fontenele, Brasil e Sousa (2012, p. 3) destacam que é crescente o número de pesquisas

relacionadas à temática da intenção empreendedora as quais visam identificar os constructos

que influenciam essa intenção ou motivação dos indivíduos. Nesse sentido, grande parte dos

estudos empíricos que tem como foco a intenção empreendedora, tem se limitado ao estudo de

uma intenção genérica para iniciar um novo negócio (DOUGLAS, 2013).

Pesquisas demonstram que a intenção empreendedora está situada num espectro mais

amplo. Thompson (2009) entende a intenção não apenas como a criação de um novo negócio,

mas como a convicção de autorreconhecimento que uma pessoa tem sobre si e que esta aspira

criar um novo negócio. A pessoa pretende, conscientemente, fazê-lo em algum ponto no

futuro. Entretanto, esse ponto no futuro pode ser iminente, indeterminado ou nunca poderá ser

alcançado.

As pessoas com intenção empreendedora não precisam realmente criar um novo

negócio, porque alguns fatores pessoais ou circunstâncias ambientais podem ser resistentes a

isso. Em contrapartida, outras pessoas com intenção empreendedora podem avançar nesse

processo e serem empreendedoras nascentes, ou seja, que empreendem ações avançadas e

criam formalmente um novo negócio (THOMPSON, 2009).

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Lopez Jr. e Souza (2008) tratam a intenção empreendedora como o real

comportamento do indivíduo e um conjunto de variáveis sociais, culturais e econômicas que

influenciam a disposição para iniciar um negócio. Bird (1988) menciona que a intenção

empreendedora não se caracteriza apenas pela criação de um novo negócio, mas também a

criação de ideias em um negócio já existente. A intenção pode ser definida como um estado

de consciência mental que dirige a atenção pessoal, experiência e comportamento em relação

a um comportamento empresarial planejado e ainda é vista como variável preditora mais forte

da atividade empresarial, sendo amplamente estudada sob a ótica do empreendedorismo

contemporâneo (BIRD, 1988; OBSCHONKA; SILBEREINSEN; SCHMITT-

RODERMUND, 2010).

Fontenele et al. (2012, p.8) afirmam que alguns estudos revelam que a ideia de criar

um negócio “pode ter sido gestada por algum tempo, ou em situações; esta intenção é formada

no percurso da concretização da ideia, em outras realidades a intenção nunca coincide com a

realização do comportamento”. Entretanto, os autores destacam que o processo de empreender

recebe influência de inúmeras variáveis, tais como: individuais (relacionadas às motivações,

habilidades e processo cognitivo); interpessoais (ligadas ao relacionamento entre

empreendedores e outras pessoas com os mesmos interesses); sociais (vinculadas às políticas

governamentais, condições de mercado e desempenho econômico); e outros aspectos

ambientais e comportamentais que estimulam a intenção empreendedora (FONTENELE et

al., 2012).

O grau de intensidade da intenção empreendedora nos indivíduos pode variar

razoavelmente de pessoa para pessoa e ainda variar para a mesma pessoa em diferentes pontos

no tempo, dependendo das circunstâncias vivenciadas por este indivíduo. Fontenelle, Brasil e

Sousa (2012, p. 2) asseveram que “o uso de modelos de intenção empreendedora decorre do

fato de que a opção para iniciar uma atividade empresarial é um comportamento planejado.

Os indivíduos, em geral, analisam diversos fatores antes de empreender”.

2.3.2.2 Modelos de mensuração de intenção empreendedora

Na literatura, encontramos vários modelos teóricos que abordam a medição da

intenção empreendedora. Podem ser tomados como base os trabalhos seminais de Shapero

(1984) e Shapero e Sokol (1982), para marcar o ponto em que as publicações sobre a intenção

empreendedora começam o seu período de ascensão (FAYOLLE; LIÑÁN, 2014).

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Diversos pesquisadores têm fornecido,desde então,contribuições alternativas para

tratar desse constructo. Assim, Bird (1988) afirma que as intenções empreendedoras são

criadas a partir das dimensões: contexto político, econômico e social; contexto do pensamento

holístico intuitivo, história pessoal, personalidade e habilidades atuais; racionalidade analítica

do pensamento de causa-efeito; intencionalidade e ações.

O estudo realizado por Ajzen (1991) propõe um modelo com base na Teoria do

Comportamento Planejado (TCP). O autor buscou entender o comportamento humano de

maneira particular, combinando três atitudes: a atitude individual, a norma subjetiva e a

percepção sobre o controle do comportamento.

A partir dos modelos teóricos para mensuração da intenção empreendedora criados por

de Shapero e Sokol (1982) e Ajzen (1991), os pesquisadores Krueger e Carsud (1993)

propuseram um novo modelo composto por três eventos antecedentes: o grau de avaliação

pessoal, as relações sociais ou crenças normativas e o controle comportamental.

Spencer e Spencer (1993) postulam a existência de uma relação causal entre os

diversos elementos: motivação, os traços de personalidade, conhecimentos e habilidades,

causando a intenção empreendedora.

Davidsson (1995) criou um modelo composto por seis dimensões: intenção,

convicção, situação, atitudes gerais, atitudes de domínio e os antecedentes pessoais. Sua

combinação resulta na intenção empreendedora como uma convicção pessoal para criar um

negócio. Uma aplicação desse modelo pode ser encontrada na pesquisa de Autio et al. (1997),

os quais analisaram em estudantes universitários a relação da intenção empreendedora com a

carreira profissional de estudantes universitários.

No seu estudo, Kristiansen e Indarti (2004) trabalharam a intenção empreendedora a

partir de três grupos analíticos: fatores demográficos e contexto individual, personalidades e

atitudes, além dos elementos contextuais. Carvalho e Gonzalez (2006), por sua vez,

postularam um novo modelo que teve como base os propostos por Spencer e Spencer (1993),

Ajzen (1991), Shapero e Sokol (1982), Davidsson (1995). Aqueles autores trabalharam as

dimensões: antecedentes pessoais, conhecimentos empresariais, motivações empreendedoras,

autoeficácia empreendedora e envolvente institucional.

Mais recentemente, Lee et al. (2011) propuseram outro modelo teórico que aborda a

intenção empreendedora a partir das influências dos fatores individuais e de nível

organizacional. Pode-se destacar também que na literatura ainda se encontram outros modelos

que almejam mensurar a intenção empreendedora em diversos contextos.

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Fayolle e Liñán (2014) mencionam que os três modelos que servem principalmente

como um guia para a compreensão do desenvolvimento das intenções empreendedoras são o

modelo do evento empreendedor de Shapero e Sokol (1982), o de implementação de ideias

empreendedoras de Bird (1988) e a TCP de Ajzen (1991). Os autores apontam que para o

campo do empreendedorismo as evidências empíricas suportam a aplicabilidade dos modelos

de Shapero e Sokol (1982) e Ajzen (1991).

Schlaegel e Koeing (2014) salientam que esses dois modelos são os mais usados para

explicar a intenção empreendedora e os que têm sido extensivamente utilizados para testá-la

empiricamente. Embora outros modelos teóricos tenham sido apresentados com o objetivo de

aprofundar e ampliar o entendimento acerca do constructo da intenção empreendedora e

identificar suas dimensões, as obras de maior impacto e contribuições essenciais a essa

discussão foram o Modelo de Evento Empresarial (EMM) de Shapero e Sokol (1982) e o

modelo de Ajzen (1991), que versa sobre a Teoria do Comportamento Planejado (TCP).

Em consonância com as afirmações de Van Gelderen et al. (2008), Fayolle, Gailly e

Lassas-Clerc (2006) e Shook, Priem e McGee (2003), optou-se por não utilizar o EMM de

Shapero e Sokol (1982), uma vez que as especificações teóricas se apresentam de maneira

confusa. Portanto, a filiação teórica desta pesquisa é com o modelo proposto por Ajzen

(1991), uma vez que é considerado o mais apropriado para a mensuração do constructo e sua

operacionalização teve sucesso em diferentes áreas do conhecimento. A TCP sugerida por

Ajzen (1991) apresenta-se mais detalhada e consistente, e a variedade de pesquisas em que foi

aplicada possibilitou testar, ampliar, criticar e melhorar essa teoria (VAN GELDREN et al.,

2008; FAYOLLE; GAILLY; LASSAS-CLERC, 2006; SHOOK; PRIEM; McGEE, 2003).

2.3.2.3 Modelo de intenção empreendedora de Ajzen (1991)

O professor Icek Ajzen, do departamento de psicologia da Universidade de

Massachusetts, nos Estados Unidos, foi o idealizador da Teoria do Comportamento Planejado

(TCP). Sua proposição teórica tem sido objeto de estudo do pesquisador em toda a sua

trajetória de investigação, tendo seu primeiro artigo publicado sobre a análise das intenções

comportamentais em 1969.

As pesquisas realizadas por Ajzen foram desenvolvidas de forma a entender os

aspectos psicológicos que caracterizaram as atitudes pessoais e o comportamento humano,

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59

como demonstramos primeiros aspectos da formulação da TCP em 1985, com a publicação do

artigo intitulado “Fromintentions to actions: A theory of planned behavior” (AJZEN, 2014).

Anos mais tarde, com a publicação do livro“Attitudes, personality, and behavior” em 1988,a

TCP ficou bem estruturada, foi reconhecida e amplamente divulgada na academia depois da

publicação do artigo “The theory of planned behavior”, em 1991, no periódico Organizational

Behavior and Human Decision Processes. Nesse estudo, o pesquisador aborda como a

natureza dos fatores específicos do comportamento humano, no âmbito da TCP, é concebido

para sua previsão e poder de explicá-lo em contextos específicos.

A Teoria do Comportamento Planejado tem sido objeto de estudo de Icek Ajzen até os

dias atuais, sendo utilizada em numerosos estudos empíricos espalhados por todos os

continentes. Em seguida, a Figura3 apresenta as dimensões que compõem o modelo da TCP

proposto por Ajzen (1991).

Figura 3 - Modelo conceitual de Ajzen (1991)

Fonte: Adaptado de Ajzen (2014).

Conforme se exibe na Figura 3, a TCP de Ajzen (991) é composta por três dimensões

principais que são utilizadas para explicar a intenção empreendedora. Tais componentes são

explicados a seguir.

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60

2.3.2.4 Dimensões do modelo conceitual de intenção empreendedora

A Teoria do Comportamento Planejado é composta por Crenças Comportamentais −

Atitude em Relação ao Comportamento (ARC), Crenças Normativas −,Normas Subjetivas

(NS) e Crenças de Controle −Controle do Comportamento Percebido (CCP).

a) Atitude em relação ao comportamento

Esta dimensão é compreendida como a consciência de um indivíduo sobre o resultado

de seu comportamento e corresponde ao grau que ele tem de favorável ou desfavorável na

avaliação pessoal de seu comportamento em questão (AJZEN, 1991; SCHLAEGEL;

KOENIG, 2014). Jaén e Liñán (2013) sugerem como uma variável independente que

corresponde aos antecedentes da Teoria do Comportamento Planejado (TCP) e avalia os

resultados que o indivíduo quer alcançar em sua carreira empresarial (ser um empreendedor) e

a necessidade desses resultados em sua vida.

A atitude em relação ao comportamento considera que cada crença liga o

comportamento do indivíduo a um determinado resultado, ou algum outro atributo, como o

custo incorrido por realizar tal conduta. Os indivíduos aprendem a favorecer comportamentos

que acreditam ter consequências, em grande parte, desejáveis e a formar atitudes

desfavoráveis em relação aos comportamentos que associamos com as consequências

indesejáveis. O valor subjetivo do resultado contribui para a atitude em proporção direta com

a força da crença, ou seja, a probabilidade subjetiva de que o comportamento produzirá o

resultado em questão (AJZEN, 1991).

b) Normas subjetivas

A norma subjetiva reflete a percepção do indivíduo sobre as crenças normativas e

sobre os outros significados pessoais, como a família, parentes, amigos, mas também sobre os

outros indivíduos que ele considera importante em seu círculo pessoal. Os valores e as normas

que esses indivíduos possuem, além da pressão social que sofrem tendo em vista seu

comportamento, influenciam diretamente sua intenção para executar o comportamento

(AJZEN, 1991; SCHLAEGEL; KOENIG, 2014).

Jaén e Liñán (2013) entendem essa dimensão como as crenças nas normas e a

motivação dos indivíduos para cumpri-las, bem como atender às convenções familiares.

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61

ParaAjzen (1991), essa dimensão trata das crenças de que uma pessoa ou grupos de pessoas,

que são referência para o indivíduo, possam aprovar ou não um determinado comportamento

que este venha a ter.

c) Controle do comportamento percebido

Esta dimensão corresponde à crença de um indivíduo sobre a sua possibilidade de

executar o comportamento planejado e a percepção de que o mesmo está sobre seu controle

(AJZEN, 1991; SCHLAEGEL; KOENIG, 2014). Ela pode ser tratada como um conjunto que

verifica a presença ou ausência de recursos e oportunidades necessárias para a realização do

comportamento. Sendo assim, o controle sobre as crenças pode ter como base as experiências

passadas do indivíduo. Entretanto, costuma também ser influenciado pelas informações de

segunda mão, pelas experiências de conhecidos e amigos, e por outros fatores que aumentam

ou reduzem a dificuldade percebida de realizar o comportamento em questão do indivíduo

(AJZEN, 1991).

Em resumo, essa dimensão pode ser definida como o controle percebido que um

indivíduo possui sobre o desempenho de um determinado comportamento (AJZEN, 1991,

SCHLAEGEL; KOENIG, 2014). No campo do empreendedorismo, ela reflete as crenças do

indivíduo sobre o controle de seus resultados potenciais de se tornar um empreendedor e a sua

capacidade de superar os potenciais constrangimentos externos que possam surgir nesse

processo (SCHLAEGEL; KOENIG, 2014).

Nesse contexto, o constructo intenção empreendedora coaduna com a discussão de

Chell (2008) em relação às características sociológicas específicas do empreendedor. Para

tanto, com o auxílio do modelo de Ajzen (1991), procura-se estudar o comportamento do

indivíduo a partir de um conjunto de variáveis sociais, culturais e econômicas que impactam

na sua iniciativa de criar um negócio. Na sequência, apresenta-se a abordagem econômica

proposta por Chell (2008).

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62

2.3.3 Abordagem econômica

Nas nações que buscam aumentar a competitividade comercial e melhorar o padrão de

vida da população em geral, o empreendedorismo e a inovação fazem parte da agenda dos

governos. Há, nesses casos, uma demanda para o empreendedorismo. Mas o que se oferta?

Duas perspectivas teóricas podem responder a essa questão: a primeira pauta-se no

fornecimento do poder manipulado por meio de incentivos para tornar o ambiente mais

propício ao empreendedorismo e assim as pessoas com o capital humano adequado serão

atraídas. A segunda está limitada à ação dos indivíduos que têm características

empreendedoras implícitas em sua personalidade (CHELL, 2008).

De acordo com a abordagem econômica proposta por Chell (2008), os

empreendedores assumem características voltadas ao modelo de comportamento influenciado

por regras sociais, normas e responsabilidades, que podem ser impostas por políticas públicas

para dar um sentido de legitimidade ao empreendedor. O comportamento desses indivíduos é

norteado por sistemas socioeconômicos que, pautados em características inovadoras, podem

promover o desenvolvimento de uma personalidade empreendedora. Partindo dessa premissa,

esta tese tem o intuito de contribuir para a discussão relacionada às características

empreendedoras que perpassam pela capacidade de inovação dos empreendedores.

2.3.3.1 Capacidade de inovação - CI

A capacidade de inovação é tratada por Lawson e Samson (2001) como a capacidade

de transformar continuamente o conhecimento, ideias de novos produtos, processos internos e

sistemas que visam ao benefício da empresa e de seus stakeholders. Dessa forma, a

capacidade de inovação não é apenas uma capacidade de ser bem-sucedido na gestão da

organização, ou, ainda, gerenciar recursos de mainstream. É a capacidade de sintetizar esses

dois paradigmas de funcionamento que buscam gerar uma vantagem competitiva para a

organização.

A capacidade dinâmica de inovação também pode ser chamada capacidade inovativa.

Neely e Hii (1998) entendem por capacidade de inovação o potencial que uma organização

possui para gerar uma saída inovativa, sendo esse potencial dependente da inter-relação

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63

sinérgica da cultura da empresa, de seus processos internos e das relações interorganizacionais

que a empresa possui.

A capacidade de inovação, sobretudo a tecnológica, de acordo com Palma (2004), é

um dos temas mais relevantes e complexos a serem enfrentados pelas organizações

atualmente, uma vez que se trata de um problema controlado ou restringido sob muitos

aspectos. Entretanto, é uma atividade em que o domínio é imprescindível para o bem-estar das

organizações. Lawson e Samson (2001) destacam que o processo de inovação pode ser

gerenciado, sistematizado e replicado dentro das organizações. A partir dessa premissa,

entende-se que a capacidade de inovação pode ser gerida nas organizações perante os mais

variados contextos.

A capacidade inovativa pode ser tratada como uma ferramenta que auxilia no

desempenho organizacional e ainda se torna interessante buscar por meio de um mapeamento

teórico de autores seminais e contemporâneos a sua compreensão, bem como os aspectos

incentivadores dessa capacidade (ESCOBAR, 2012).

Zahra, Sapienza e Davidsson (2006) mencionam que os pesquisadores não têm dado

muita atenção para o ato de estudar o processo pelo qual as capacidades dinâmicas se

desenvolvem, emergem ou evoluem, principalmente em empresas mais jovens que têm

recursos, bases de conhecimento e experiência limitados para a integração de diversas

capacidades.

Em relação aos estudos empíricos localizados, verifica-se que os trabalhos que

abordam especificamente a temática das capacidades dinâmicas de inovação centram seus

esforços na criação de medidas para sua operacionalização e mensuração. Como osestudos

realizados por Lawson e Samson (2001), Rotharermel e Hess (2007) e Lee e Kelley (2008).

Também cabe ressaltar os que tratam de inovação em empresas empreendedoras, como Liao,

Fei e Chen (2007) e Grunbaum e Stenger (2013), que pesquisaram empresas de tecnologia

empreendedoras.

2.3.3.2 Modelos de mensuração da capacidade dinâmica de inovação

As preocupações práticas e as demandas oriundas de gestores têm impulsionado

muitos estudos sobre a inovação no contexto organizacional. E assim, consequentemente, as

teorias predominantemente normativas têm avançado no sentido de oferecer receitas para

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64

melhorar os resultados nas empresas relacionados à inovação, ou seja, no número de

inovações desenvolvidas (LAWSON; SAMSON, 2001).

A literatura apresenta vários estudos empíricos que têm buscado utilizar medidas para

operacionalizar a capacidade de inovação em contextos distintos nos últimos anos. Dentre os

modelos teóricos encontrados na academia com tal proposta e para mensurar as capacidades

dinâmicas de inovação, podem ser citados os trabalhos realizados por Teece, Pisano e Shuen

(1997), Neely e Hii (1998), Lawson e Samson (2001), Perdomo-Ortiz, Gonzáles-Benito e

Galende (2006), Zahra, Sapienza e Davidsson (2006), Liao, Fei e Chen (2007), Rotharermel e

Hess (2007).

Teece, Pisano e Shuen (1997) foram os precursores do termo “capacidades dinâmicas”

nos estudos organizacionais e buscaram, por meio de um estudo, relacionar as capacidades

dinâmicas e a estratégia. Os autores elaboraram um quadro das capacidades dinâmicas e

analisaram as fontes e os métodos para a criação de riqueza nas empresas de iniciativa privada

que operam em ambientes de rápidas mudanças tecnológicas. Os achados dessa pesquisa

revelam que o quadro de capacidades dinâmicas sugere que a criação de riqueza privada em

regimes de rápida mudança tecnológica depende em grande parte do aperfeiçoamento dos

processos tecnológicos, organizacionais e gerenciais dentro da empresa.

Neely e Hii (1998) realizaram uma pesquisa na Inglaterra, ligada à Confederation of

British Industry (CBI), com 76 empresas de base tecnológica. Eles identificaram os fatores de

sucesso presente nas práticas gerenciais dessas empresas. Conseguiram isso por meio de três

dimensões que definem o constructo de capacidade de inovação, a saber: cultura

organizacional, processos internos e relações interorganizacionais.

A partir de uma revisão extensa da literatura de gestão da inovação, Lawson e

Samsom (2001) desenvolveram um modelo voltado para a capacidade de inovação. Eles

também realizaram um estudo de caso na empresa Cisco Systems. O modelo conceitual

proposto pelos autores, com base no estudo de Kanter’s (1989), sugere que a capacidade de

inovação de uma empresa em si não é uma construção identificável separadamente. Essa

capacidade é composta pelo reforço das práticas e processos dentro da empresa. Assim, os

processos são vistos como os mecanismos essenciais para estimular, medir e reforçar a

inovação. Os elementos que compõem a capacidade de inovação são agrupados em sete

elementos principais, sendo eles: visão e estratégia, aproveitamento da base de competências,

inteligência organizacional, criatividade e gestão de ideias, estrutura e sistemas

organizacionais, cultura, clima e gestão da tecnologia. Esses elementos estão relacionados

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65

com o newstream e o mainstream da inovação que, por sua vez, associados à capacidade de

inovação e ao conhecimento inerente à organização resultam no desempenho da empresa e na

inovação.

Com outro enfoque, Perdomo-Ortiz, Gonzáles-Benito e Galende (2006) buscaram

relacionar a Gestão da Qualidade Total (GQT) com o constructo de capacidade de inovação

empresarial. Os autores realizaram um estudo empírico com 102 empresas dos setores de

máquinas e propuseram um modelo teórico para medição e controle das variáveis. Os achados

revelaram que os dois conceitos são compatíveis e permitem identificar quais dimensões da

GQT podem favorecer o desenvolvimento das capacidades dinâmicas de inovação.

Zahra, Sapienza e Davidsson (2006) propuseram um modelo teórico cujos resultados

indicam que as atividades empreendedoras afetam diretamente o desempenho organizacional

que, por sua vez, realimenta as novas escolhas de atividade empresarial. Os achados revelam

que há um conjunto complexo de relações entre os recursos, processos de aprendizagem,

desenvolvimento de capacidades e desempenho organizacional. A principal característica do

modelo é que as capacidades dinâmicas medem as relações entre os recursos substantivos e a

aprendizagem organizacional, resultando em um impacto indireto dessas capacidades

dinâmicas sobre o desempenho.

Liao, Fei e Chen (2007) investigaram as relações entre a partilha de conhecimentos, a

capacidade de absorção e a capacidade de inovação em 170 empresas de Taiwan de vários

segmentos. A partir do modelo teórico, os autores analisaram a capacidade de inovação de

uma empresa e os fatores que afetam a sua melhoria, como o compartilhamento de

conhecimento e a capacidade de absorção. A inovação é tratada como uma variável

dependente definida como desempenho da empresa, passando por vários tipos de inovação,

com o intuito de alcançar uma melhoria global dessa capacidade. Os autores dimensionam a

inovação por meio de três categorias: inovação de produtos, inovação de processo e inovação

gerencial.

Rotharermel e Hess (2007) buscaram examinar a construção das capacidades

dinâmicas de inovação por meio de uma análise em nível individual e da rede de

relacionamento nas organizações. A pesquisa foi realizada como auxílio de uma análise de

painel em empresas farmacêuticas globais de biotecnologia, dentro de um período de tempo

de 22 anos (1980 a 2001). Os resultados do estudo apontam que foram encontradas evidências

de que os antecedentes para a inovação se encontram em níveis de análise diferentes dentro da

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66

organização, podendo compensar ou reforçar os efeitos sobre a empresa ao nível de

descobertas inovadoras.

Ao revisar a literatura sobre a capacidade dinâmica de inovação, observa-se que esta

pode se relacionar com os constructos de estratégia, práticas gerenciais, capacidade de

absorção, gestão do conhecimento, gestão da qualidade total, compartilhamento do

conhecimento, desempenho organizacional e aprendizagem organizacional. Para Liao, Fei e

Chen (2007), poucos estudos empíricos têm sido realizados sobre a capacidade dinâmica de

inovação, visto que a maioria se concentra em discutir os aspectos técnicos da inovação.

A pesquisa de Liao, Fei e Chen (2007) diferencia-se de outros estudos por analisar a

inovação sobre a combinação de três aspectos: produtos, processos e gestão. No presente

trabalho, utilizam-se as dimensões de capacidade de inovação adaptadas da operacionalização

desses autores a partir das percepções dos gestores de empresas de tecnologia.

2.3.3.3 Modelo de capacidade de inovação de Liao, Fei e Chen (2007)

O modelo teórico de Liao, Fei e Chen (2007) busca analisar a capacidade de inovação

de uma empresa e os fatores que afetam a sua melhoria, como o compartilhamento de

conhecimento e a capacidade de absorção. Na Figura 4 são expostas as relações entre os

constructos abordados no modelo conceitual.

Figura 4 - Modelo conceitual de Liao, Fei e Chen (2007)

Fonte: Adaptado de Liao, Fei e Chen (2007, p.351).

Conhecimento

doado

Conhecimento

coletado

Conhecimento

Compartilhado

o

Capacidade

de Inovação

Capacidade

Absortiva

Habilidade dos

Funcionários

Motivação dos

Funcionários

Inovação de

Produtos

Inovação de

Processos

Inovação

Gerencial

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67

A escolha desse modelo teórico se deu pela forma como os autores analisaram a

inovação, tratando não apenas dos aspectos técnicos, como em estudos anteriores, mas

também pela abrangência de sua aplicação, que compreende empresas de segmentos

diferentes, inclusive o tecnológico. Cabe mencionar, ainda, que o modelo de Liao, Fei e Chen

(2007) foi validado parcialmente no contexto nacional por Escobar (2012).

2.3.3.4 Dimensões do modelo conceitual de capacidade de inovação

Conforme exposto na Figura 4, o modelo teórico operacionalizado por Liao, Fei e

Chen (2007) para analisar a capacidade dinâmica de inovação é composto por três dimensões:

inovação de produtos, de processos e gerencial. As mesmas são descritas seguidamente.

a) Inovação de produtos

A dimensão de inovação de produtos é entendida como a receptividade do mercado

em relação aos produtos e serviços fornecidos pela organização, além da análise da

lucratividade gerada que retorna para a mesma. Essa dimensão considera como aspectos

relacionados à inovação de produtos os lançamentos e investimentos realizados pela empresa

de maneira mais rápida que seus concorrentes e como seus produtos e serviços podem

despertar nos concorrentes o interesse em imitá-los. Por fim, também se analisa a capacidade

de desenvolvimento de novas habilidades da empresa para transformar produtos antigos em

novos para o mercado (LIAO; FEI; CHEN, 2007).

b) Inovação de processos

A dimensão de inovação de processos refere-se à aquisição de novos equipamentos ou

novas habilidades para melhorar os processos operacionais da empresa, bem como o

aperfeiçoamento dos processos de fabricação. Do mesmo modo, como a empresa atua de

forma flexível ou inflexível diante das demandas oriundas de seus clientes. Essa dimensão

contempla ainda a visão dos concorrentes em relação aos procedimentos adotados pela

organização no processo de fabricação ou operação (LIAO; FEI; CHEN, 2007).

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c) Inovação gerencial

Quanto à dimensão de gestão da inovação, Liao, Fei e Chen (2007) mencionam que a

empresa deve mudar as divisões do trabalho em seus departamentos de acordo com as

necessidades do mercado em que atua. Apontam também que os gestores de cada

departamento devem adotar novas abordagens de liderança para conduzir seus colaboradores

na conclusão de suas tarefas, incentivar suas equipes e ainda proporcionar um bem-estar para

esses colaboradores. Entretanto, a organização não deve deixar de lado a administração

financeira, principalmente o monitoramento de suas metas, a fim de atingir o desempenho

desejado.

Depreende-se que o constructo capacidade de inovação, analisado com auxílio do

modelo de Liao, Fei e Chen (2007), possa contribuir para o debate acerca das características

específicas que envolvem a personalidade empreendedora, segundo o modelo de Chell (2008)

no que se refere à abordagem econômica.

No entanto, Chell (2008) menciona que o estilo cognitivo contempla esquemas e

preconceitos que afetam o julgamento e a tomada de decisão das pessoas. Argumenta também

que isso pode ser aplicado ao comportamento empreendedor, bem como à personalidade

empreendedora, que visa identificar a assinatura única de uma pessoa (comportamento em

situações identificáveis) e inclui uma combinação de como eles pensam e sentem.

2.4 DESEMPENHO ORGANIZACIONAL

Esta seção aborda a variável dependente,o desempenho organizacional. Desse modo,

optou-se por realizar uma contextualização acerca dessa temática, bem como a explanação

decorrente da filiação teórica das medidas subjetivas selecionadas para aferir essa variável

dependente na tese.

2.4.1 Contextualização de desempenho organizacional

A avaliação de desempenho organizacional serve para controlar a estratégia definida

por uma organização, confrontando seu resultado com os objetivos estabelecidos. Sob essa

ótica, Neely, Gregory e Platts (2005) a veem como um processo de quantificação da eficiência

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e efetividade das ações empresariais. Para Igarashi et al. (2008), é mediante a análise do

desempenho que as organizações podem medir a sua capacidade de sobrevivência e

continuidade, face às exigências do ambiente interno e externo em que estejam inseridas. O

crescimento do interesse pelas medidas de desempenho organizacional deve-se às importantes

mudanças tanto no ambiente empresarial quanto nas estratégias adotadas (McADAM;

BAILIE, 2002).

No que tange à sua mensuração, Gunasekaran e Kobu (2007) consideram um grande

desafio para os administradores o desenvolvimento de medidas apropriadas para a tomada de

decisões que contribuam para o alcance da competitividade. O desempenho pode ser

mensurado por meio de duas perspectivas: primeiramente, como conceito subjetivo, o qual

está relacionado ao desempenho das organizações segundo a sua própria expectativa ou,

relativamente, diante da concorrência (PELHAM; WILSON, 1996). A segunda opção é

analisá-lo pelo método objetivo, com base em medidas absolutas de desempenho

(CHAKRAVARTHY, 1996).

Para dar suporte às decisões estratégicas da organização, sua mensuração, segundo

Bortoluzzi, Ensslin e Ensslin (2010), deve considerar alguns elementos importantes, quais

sejam: levar em consideração as particularidades de cada organização; considerar indicadores

financeiros e não financeiros, ou seja, os aspectos tangíveis e intangíveis; ligar os objetivos

estratégicos com os objetivos operacionais; e construir um processo de comunicação que

permita a todos os níveis organizacionais identificar de forma clara e holística os objetivos

que a organização está idealizando.

Entretanto, a validade de usar indicadores subjetivos de desempenho tem sido

demonstrada como alternativa viável para o caso da inexistência de dados secundários

confiáveis (PERIN; SAMPAIO, 1999) ou a impossibilidade de obtê-los. Conforme comenta

Hoque (2005), os motivos pelos quais geralmente são escolhidas as medidas subjetivas

ocorrem porque uma parcela significativa de pequenas empresas não possui ou bem dispõe de

poucas informações objetivas, tornando quase que impossível conferi-las com precisão.

2.4.2 Medidas subjetivas de desempenho

As medidas subjetivas utilizadas para mensuração de desempenho organizacional,

conforme proposta de Lizote, Verdinelli e Silveira (2013a), que se fundamentam no trabalho

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de Gupta e Govindarajan (1984), realizam o levantamento dos dados correspondentes ao

desempenho a partir de cinco descritores, a saber: lucratividade, crescimento das vendas,

retenção de clientes, faturamento mensal e desempenho geral.

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3 MODELO DA ESTRUTURA CONCEITUAL PROPOSTA

Esta seção apresenta o modelo da estrutura conceitual proposta nesta tese, bem como

as relações entre os quatro constructos que se configuram como a plataforma teórica da

pesquisa, além das conjecturas teóricas que subsidiam as hipóteses.

3.1MODELO DA ESTRUTURA CONCEITUAL

Com o intuito de investigar a existência de efeito moderador do estilo cognitivo dos

gestores de empresas incubadas em Santa Catarina (SC) sobre a autoeficácia empreendedora,

a intenção empreendedora e a capacidade de inovação é que se elaborou o modelo de estrutura

conceitual a seguir (Figura 5), proposto nesta pesquisa.

Figura 5 - Modelo conceitual proposto nesta pesquisa

Fonte: Elaboração própria.

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De acordo com a Figura 5 acima, os ovais indicam os constructos (variáveis latentes)

da pesquisa, representando a autoeficácia empreendedora, a intenção empreendedora, a

capacidade de inovação e desempenho. Os retângulos e as setas tracejadas representam a

variável moderadora (Estilo Cognitivo – CSI) e a direção de seus efeitos. Destaca-se que as

setas contínuas indicam a direção do relacionamento entre os constructos analisados e os

indicadores para mensuração de cada constructo a seguir.

3.2 HIPÓTESES

Pesquisas anteriores analisaram a influência da autoeficácia empreendedora sobre a

intenção empreendedora, operacionalizando-a de diversas maneiras e em diferentes contextos.

De Noble, Jung e Ehrlich (1999) realizaram um estudo empírico com 272 estudantes

universitários e os achados revelaram que o escore total da escala da autoeficácia

correlacionou positivamente e significativamente com a intenção e a disponibilidade atual dos

estudantes de criarem ou iniciarem o seu próprio negócio. Também verificaram que as

dimensões específicas de desenvolvimento de novos produtos e oportunidades de mercado,

construção de um ambiente inovador e o tratamento com mudanças inesperadas apresentaram

uma correlação positiva e significativa com a intenção de realizar ou criar o negócio,

evidenciando a existência da autoeficácia empreendedora nesse contexto.

A autoeficácia tem sido um dos principais aspectos psicológicos a serem estudados em

relação ao comportamento empreendedor, assim como o seu poder de previsão sobre a

intenção dos indivíduos de criar um novo negócio (BOYD; VOZIKIS, 1994; LINAN; CHEN,

2009; MORIANO; PALACÍ; MORALES, 2006; MORIANO et al., 2012).

De Noble, Jung e Ehrlich (1999) identificaram várias implicações práticas e teóricas

relacionadas à autoeficácia empreendedora, sendo que teoricamente a autoeficácia ajuda a

entender o que faz com que os potenciais empreendedores sustentem seus esforços iniciais

para materializar novas oportunidades de negócios.

Nessa mesma linha, Krueger Jr., Reilly e Carsrud (2000) afirmam que a autoeficácia

percebida tem uma relação positiva com a intenção empreendedora. Jain e Ali (2013)

destacam que a confiança em suas próprias habilidades é crucial para a autoeficácia

empreendedora, uma vez que a oportunidade para inovar é uma das razões mais significativas

para iniciar um novo negócio.

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Salanova et al. (2001) apontam que a autoeficácia positiva está relacionada à

persistência, à dedicação e à satisfação das ações que são realizadas. A pesquisa de Zhao,

Seibert e Hills (2005) sugere que os indivíduos que escolhem se tornar empreendedores

possuam elevada autoeficácia empreendedora. Desse modo, a crença do indivíduo em ser

bem-sucedido no lançamento de um empreendimento, segundo McGee et al. (2009), é uma

variável muito importante, pois é um forte preditor das intenções empreendedoras. Santos

(2008) destaca que os fatores de fundo individual, social e informacional influenciam as

crenças comportamentais, normativas e sobre o controle, que por sua vez definem as atitudes

de um indivíduo que leva a formação da intenção empreendedora e ao comportamento

empreendedor.

Kickul et al. (2009) salientam que é necessário perceber quais os fatores que podem

influenciar as intenções daqueles que podem se tornar futuros empreendedores. Esses fatores

são vários e consistem numa combinação de atributos pessoais, traços, experiência e contexto.

A literatura identifica variáveis contextuais e domínios individuais como as duas dimensões

responsáveis pela formação das intenções empreendedoras. Relativo às dimensões

contextuais, estudos evidenciam que as influências ambientais e o suporte ambiental têm

impacto nas intenções empreendedoras (SHEPHERD; KRUEGER, 2002). A pesquisa de

Zhao, Seibert e Hills (2005), direcionada aos domínios individuais, mostrou que

características como autoeficácia e propensão à tomada de risco, juntamente com as

competências e habilidades desenvolvidas, influenciam as intenções empreendedoras. Para

pesquisar o comportamento empreendedor Markman, Balkin e Baron (2002) indicam

considerar a eficácia em um sentido amplo e geral, enquanto outros autores, como Chen,

Greene e Crick (1998), utilizaram escalas.

De Noble, Jung e Ehrlich (1999) entendem a autoeficácia como um conceito ponte que

poderia explicar o esforço inicial de um empreendedor para criar e desenvolver um novo

negócio. Krueger Jr., Reilly e Carsrud (2000) verificaram a relação positiva entre a

autoeficácia percebida e a intenção empreendedora, em que a autoeficácia desenvolvida pode

explicar as características cognitivas dos empresários. Fonseca (2012) menciona que a

percepção da autoeficácia de um indivíduo para a realização de uma tarefa resulta de um

processo cognitivo que envolve experiência passada e o contexto social.

Pesquisas também afirmam a relação entre autoeficácia e intencionalidade, isto é,

indivíduos com elevada autoeficácia tendem a ter maiores intenções empreendedoras (CHEN;

GREENE; CRICK, 1998; DE NOBLE; JUNG; EHRLICH, 1999; JUNG et al., 2001, SEGAL;

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BORGIA; SCHOENFELD, 2002). Esses autores sugerem que os educadores e as políticas

educacionais podem aumentar as intenções empreendedoras dos discentes, estimulando a

autoconfiança dos alunos, incentivando-os, dessa forma, na busca de uma carreira empresarial

de sucesso. Daí acredita-se que a utilização do constructo de autoeficácia de Bandura (1977)

seja em estudos que abordem também a intenção empreendedora. Os resultados dessas

pesquisas consubstanciaram as hipóteses que seguem:

H1 – A autoeficácia empreendedora influencia significativamente e positivamente a

intenção empreendedora.

Em relação à capacidade de inovação, Jain e Ali (2013) afirmam que o

empreendedorismo está positivamente associado com o aumento do avanço tecnológico. E a

oportunidade de inovar é uma das razões mais significativas para iniciar um novo negócio.

Carland e Carland (2009) tratam a inovação como a alma do empreendedorismo. Os autores

entendem a inovação como um motor econômico e a essência vital do verdadeiro

empreendedorismo.

A autoeficácia empreendedora e a capacidade de inovação são tratadas na literatura

como característica que permeia a personalidade e as capacidades dos empreendedores.

Santos, Caetano e Curral (2010) realizaram um estudo com o objetivo de analisar as atitudes

dos universitários face ao empreendedorismo, sistematizando e operacionalizando as

características individuais que se distinguem relativamente da capacidade empreendedora. A

capacidade empreendedora, visto que esta compreende as características psicológicas dos

empreendedores.

De acordo com os achados da pesquisa, essas características são agrupadas em quatro

dimensões: motivações empreendedoras (desejo de independência e motivação econômica),

competências psicológicas (capacidade de inovação, inteligência emocional e resiliência),

competências sociais (capacidade de comunicação e persuasão, capacidade para desenvolver

uma rede social) e competências de gestão (visão, capacidade para mobilizar recursos,

capacidade de liderança e autoeficácia empreendedora). Os resultados revelam diferentes

níveis de capacidade empreendedora com diferenças estatisticamente significativas nos

valores médios das subdimensões de desejo de independência, motivação econômica,

capacidade de inovação, capacidade de comunicação, capacidade de mobilizar recursos,

capacidade de liderança e autoeficácia empreendedora, sendo que os estudantes de ciências

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sociais são os que apresentam um índice de capacidade empreendedora mais elevado.

Entretanto, acredita-se que a autoeficácia empreendedora e a capacidade de inovação

compõem as características da personalidade dos empreendedores, assim sendo, formula-se a

hipótese:

H2 – A autoeficácia empreendedora influencia significativamente e positivamente a

capacidade de inovação.

A capacidade de inovação pode ser definida como a força ou a proficiência de um

conjunto de práticas organizacionais para o desenvolvimento de novos produtos e/ou

processos (PENG; SCHROEDER; SHAH, 2008). Alguns estudos empíricos têm centrado

seus esforços em compreender os fatores que contribuem no desenvolvimento desse

constructo em diferentes perspectivas.

Koc e Ceylan (2007) destacam que os produtos e processos inovadores são descritos

como um elemento-chave para o sucesso das organizações, bem como a criação de novos

negócios. A implantação efetiva da inovação tem sido amplamente reconhecida nos últimos

anos como uma forma de obtenção de vantagens competitivas sustentáveis e que,

consequentemente, tem melhorado o desempenho das empresas.

Chow e Gong (2010) estudaram as práticas de Recursos Humanos (RH) com base na

retenção de conhecimento para compreender plenamente o papel da gestão de recursos

humanos em setores intensivos em tecnologia na China. Os achados da pesquisa revelam uma

ligação direta entre os tipos de RH e o desempenho da empresa, além do efeito significativo

da capacidade de inovação no desempenho das empresas analisadas. E, ainda, que a

capacidade de inovação mostra impacto significativo sobre os resultados relacionados com o

conhecimento em tecnologia intensiva nas empresas chinesas.

Kim e Lee (2012) buscaram propor e investigar um modelo integrador que explora as

relações estruturais entre o intercâmbio de conhecimentos organizacionais, fatores sociais,

conhecimento da autoeficácia, processo, capacidade de inovação organizacional e o

desempenho organizacional. Os resultados revelaram que a capacidade de inovação

organizacional apresentou um efeito positivo e significativo sobre o desempenho

organizacional. As empresas com maiores níveis de capacidade de inovação tendem a ter

melhor desempenho financeiro em áreas com o crescimento das vendas, rentabilidade e

participação de mercado em outros campos.

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Dadfar et al. (2013) em suas pesquisas identificaram uma relação positiva entre a

capacidade de inovação organizacional e desenvolvimento de produtos, bem como o

desempenho financeiro. Também identificaram uma relação positiva entre as variáveis de

capacidade de inovação (capacitores e número de produtos) com o desempenho financeiro das

indústrias farmacêuticas iranianas analisadas. A análise empírica mostrou uma relação

positiva entre as capacidades de inovação, tecnologia, plataforma de produtos e desempenho.

Os recursos e a capacidade de inovação dos empreendedores têm uma influência

positiva sobre o desempenho das empresas (RAUCH et al., 2004; JAIN; ALI, 2013). O

desempenho pode ser tratado como um fator determinante da capacidade de inovação, sendo

que o fator desempenho está relacionado a organizações inovadoras quando estas exibem um

comportamento inovador consistente ao longo do tempo. Valladares, Vasconcellos e Di Serio

(2014) mencionam ainda que compreender a relação do desempenho com a capacidade de

inovação comparativamente com os seus concorrentes torna-se relevante em pesquisas

empíricas, uma vez que contribui para diminuir o efeito das organizações industriais. Nesse

sentido, propõe-se a seguinte hipótese:

H3 – A capacidade de inovação influencia significativamente e positivamente o

desempenho organizacional.

A intenção empreendedora se materializa na iniciativa dos indivíduos de criarem ou

abrirem seu negócio próprio. Koe et al. (2012) destacam que a compreensão dos fatores que

predizem a intenção é fundamental para o seu entendimento, sendo que o comportamento

empreendedor é o resultado da intenção empreendedora.

Na literatura, emergem pesquisas que buscam compreender a intenção empreendedora,

além do comportamento empreendedor, e voltam-se ao ambiente em que os empreendedores

se encontram inseridos. Nesse contexto, além do empenho no desenvolvimento do perfil

empreendedor, com foco no indivíduo, os mecanismos de suporte a empresas recém-criadas

são colocados à disposição dos empreendedores que desejam abrir seu próprio negócio, ou

seja, possuem uma intenção empreendedora. Esses mecanismos abrangem desde linhas de

crédito, incubadoras de empresas, incubadoras tecnológicas, consultorias, assessorias

subsidiadas e eventos para a promoção de redes de negócio para fomentar o

empreendedorismo (SCHMIDT; BOHNENBERGER, 2009).

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Em linha com esse pensamento, estudos empíricos têm começado a relacionar os

constructos de intenção empreendedora e desempenho organizacional, como a pesquisa

realizada por Schmidt e Bohnenberger (2009), que tinham como objetivo construir e validar

um modelo para verificar a relação entre o perfil empreendedor dos alunos de uma instituição

de ensino superior e o desempenho organizacional das empresas administradas por eles. Os

achados revelam que o perfil empreendedor é um constructo multidimensional, composto por

seis características e somente a autorrealização se mostrou relacionada ao desempenho

organizacional.

Nos estudos de Aidis e Van Praag (2007), que analisaram em que medida a

experiência como empreendedores não legalizados é um preditor para o nível de desempenho

dos negócios e a motivação desses em um contexto de transição econômica. A pesquisa foi

realizada com 399 empreendedores não formalizados na Lituânia. Os achados revelam que o

desempenho em geral está associado com a intenção dos empreendedores de continuar e

fortalecer os negócios em uma economia orientada para o mercado.

Torres e Watson (2013) buscaram validar os constructos de autoeficácia

empreendedora, intenção empreendedora e desempenho em uma amostra de empresas de

pequeno porte mexicanas. Os achados da pesquisa evidenciam que os proprietários e gerentes

associam suas tarefas de acordo com sua percepção do grau de dificuldade e complexidade e

não como conhecimentos específicos em áreas como marketing e gestão. Constatou-se

também que um dos três elementos da autoeficácia empreendedora, a expansão, que envolve o

trabalho mais pesado e menor conhecimento, explica positivamente o desempenho, mas afeta

negativamente a intenção empreendedora. Verificou-se também que o alto desempenho exige

níveis mais elevados de crença do proprietário ou gerente sobre a sua capacidade para

executar suas tarefas e que o envolvimento proativo representa a referida capacidade que deve

ser considerada na avaliação das competências de gestão. Com relação à intenção

empreendedora dos proprietários ou gerentes, esta é definida como sua vontade de atribuir

recursos para o crescimento e desenvolvimento do negócio e quanto maior o seu nível de

convicção da sua capacidade para desempenhar tarefas difíceis ou complexas,sua intenção

empreendedora diminui. Na medida em que tal efeito parece ser o contrário do senso comum,

parece estar alinhado aos achados de Arenius e Minniti (2005), que sugerem que as decisões

de empreender muitas vezes tem como base percepções subjetivas e tendenciosas. Dessa

forma, o desempenho organizacional exige um trabalho árduo, mas a intenção

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empreendedora, na sua maioria surge a partir de pessoas que são excessivamente confiantes e

estão dispostas a explorar uma oportunidade. Neste contexto, postula-se a hipótese a seguir:

H4- A intenção empreendedora se relaciona com o desempenho organizacional.

O estilo cognitivo busca descrever os traços perceptuais dos indivíduos. Sua origem

reside nos estudos voltados para a cognição humana na perspectiva diferencial, que se

caracteriza como um campo de estudo consolidado na psicologia em que seus objetivos

fundamentais residem na compreensão do comportamento humano, dos processos mentais e a

procura por suas causas e consequências. Ele pode ser entendido como uma forma particular

de uma determinada mente pensar e processar informações (OLIVEIRA NETO et al., 2008).

Os indivíduos possuem habilidades particulares de aprendizagem, e cada pessoa tem

uma forma distinta de entender, processar e compreender uma informação, ou seja, as

habilidades cognitivas dos indivíduos são distintas (OLIVEIRA NETO et al., 2008). Ao

reconhecer essas diferenças cognitivas, é possível implementar estratégias de atuação para os

empreendedores em relação à autoeficácia empreendedora, à intenção empreendedora, à

capacidade de inovação e ao desempenho organizacional.

Santos (2008) ressalta que, especificamente em relação ao empreendedor, entender

como esse indivíduo trata a autoeficácia e como ela se apresenta, torna-se relevante para a

compreensão dos processos cognitivos e como isso pode afetar o seu desempenho. Para Liñán

e Chen (2006), os mecanismos cognitivos internos seriam os mesmos para todas as pessoas,

ou seja, as “lentes” através das quais cada indivíduo poderá ver a realidade de uma forma

cultural ou social, mas a maneira de raciocínio seria semelhante entre os empreendedores.

Sommer (2013) destaca a necessidade de pesquisas empíricas que se voltem para a

mensuração do estilo cognitivo, intenção empreendedora e a autoeficácia empreendedora.

Kickul et al. (2009) ressaltam a relevância da compreensão do estilo cognitivo no contexto do

desenvolvimento da autoeficácia empreendedora e da intenção empreendedora. Os autores

realizaram uma das primeiras tentativas de testar modelos de estilo cognitivo para mensurar a

autoeficácia e a intenção no âmbito do empreendedorismo.

A partir da lacuna teórica apresentada no Capítulo 1, esta pesquisa volta-se a

relacionar os constructos de autoeficácia, intenção empreendedora, capacidade de inovação e

desempenho organizacional moderada pelo estilo cognitivo dos gestores de empresas

incubadas.

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Kickul et al. (2009) afirmam que devem ser realizadas mais pesquisas para comprovar

a relação entre o estudo cognitivo e o comportamento real durante as diferentes fases do

processo empresarial, a fim de avaliar a presença da autoeficácia empreendedora. Entretanto,

seus achados revelam a influência do estilo cognitivo na percepção da autoeficácia

empreendedora e demonstram que os estilos podem prever como as pessoas vão diferir sua

percepção de autoeficácia em relação às diferentes fases de criação de novos negócios. Os

indivíduos com estilo cognitivo intuitivo de processamento das informações relatam crenças

de autoeficácia empreendedora superiores em relação às tarefas incluídas no estágio de

descoberta de novas oportunidades de negócio, ou seja, que foram associadas à sua intenção

empreendedora. Em contrapartida, os indivíduos com estilo cognitivo analítico relataram

maior autoeficácia empreendedora para o planejamento, triagem de recursos e execução das

etapas que envolvem o processo de criação de risco.

Armstrong e Hird (2009) realizaram um estudo para investigar se o estilo cognitivo e o

espírito empreendedor são importantes para os indivíduos que identificam o potencial para se

tornarem empreendedores de sucesso e para discriminar proprietários-gerentes que atuam em

empresas maduras ou em empresas em estágios iniciais de criação de risco e crescimento.

Os achados da pesquisa apontam que os empreendedores mais intuitivos possuem

níveis mais elevados de comportamento empresarial. Os empreendedores que operam em

empresas em estágios iniciais de criação de risco e crescimento apresentaram maior

implicações de estilo cognitivo do que aquelas empresas que se encontram em estágios mais

avançados. O estilo cognitivo pode ser útil para identificar os indivíduos que têm potencial

para se tornar um empreendedor de sucesso. A constatação de que os empreendedores mais

intuitivos apresentam níveis mais elevados de unidade de empreendedorismo, sugere que o

estilo cognitivo pode ser uma medida útil para distinguir os microempreendedores e os macro

empreendedores.

Lindblom, Olkkonen e Mitronen (2008) investigaram os estilos cognitivos de

empreendedores com relação ao marketing de tomada de decisão do varejo. No estudo, os

autores abordaram duas questões principais; a) como podem ser classificados os estilos

cognitivos desses empreendedores varejistas? b) se houver diferenças nos estilos cognitivos

dos empreendedores do varejo, como essas diferenças refletem em seu desempenho

empresarial? O estudo foi desenvolvido com 226 varejistas da Finlândia. Os resultados não

constataram nenhuma relação estatisticamente clara e significativa entre os estilos cognitivos

dos entrevistados e seu desempenho empresarial. Os autores apontam que isso poderia ser

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explicado pela existência de outros fatores não considerados no presente estudo. Esses fatores

poderiam ser variáveis independentes que explicariam diretamente o desempenho dos

negócios ou variáveis mediadores que influenciam a relação entre estilo cognitivo e

desempenho. Entretanto, o local de um dado varejista, a existência de concorrência local ou os

mecanismos de governo poderiam determinar o desempenho dos negócios em maior grau do

que os estilos cognitivos dos empreendedores. Desse modo, conjectura-se que a partir do

estilo cognitivo dos gestores os constructos de autoeficácia empreendedora, intenção

empreendedora podem ser influenciados, conforme apontado na pesquisa de Kickul et al.

(2009). Destarde, pode-se relacionar esse estilo cognitivo com o desempenho organizacional,

evidenciado no estudo de Lindblom, Olkkonen e Mitronen (2008) como não significativo,

porém com o apelo de mais estudos para compreender as variáveis independentes que

poderiam explicar diretamente a relação do estilo cognitivo com o desempenho

organizacional.

Levando em consideração os argumentos assinalados, propõe-se as seguintes

hipóteses:

H5a – O estilo cognitivo para os gestores intuitivos influencia significativamente e

positivamente a autoeficácia empreendedora, a intenção empreendedora, a capacidade

de inovação e o desempenho organizacional.

H5b – O estilo cognitivo para os gestores analíticos influencia significativamente e

positivamente a autoeficácia empreendedora, a intenção empreendedora, a capacidade

de inovação e o desempenho organizacional.

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4 METODOLOGIA DA PESQUISA

Este capítulo apresenta o método e os procedimentos adotados na consecução da

pesquisa. Para Martins e Theóphilo (2007), os métodos e os procedimentos são um conjunto

de normas utilizadas na observação de fenômenos para inferir conclusões a partir das

observações realizadas. Oliveira (2002) ressalta que o método é capaz de acompanhar a

técnica e esta, por sua vez, é o suporte físico que auxilia o pesquisador a chegar a um

determinado resultado, sendo ele o ensino, a descoberta, o aprendizado, a invenção ou a

investigação.

Dacoréggio (2006) ressalta que a execução de uma pesquisa requer o interesse pelo

objeto estudado, uma imaginação criadora, persistência, iniciativa individual, esforço

contínuo e paciente por parte do pesquisador. A investigação, por si só, não deve ser fruto da

intuição, mas do interesse na busca por soluções científicas sociais e inovadoras, que venham

contribuir com o desenvolvimento da sociedade, devendo esta ficar submissa aos

procedimentos do método e aos recursos da técnica utilizada em sua consecução.

Desse modo, na sequência,expõe-se a trajetória da pesquisa. Inicialmente, apresenta-se

o delineamento da pesquisa. Em seguida, define-se a população e o tamanho mínimo da

amostra, os indicadores que compõem o instrumento de pesquisa. Na sequência, explicitam-se

os procedimentos de análise e coleta dos dados. Por fim, apresenta-se o design da pesquisa.

4.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

O delineamento da pesquisa nos remete ao planejamento do estudo em sua dimensão

mais ampla, uma vez que envolve tanto a diagramação, quanto a previsão de análise e a

interpretação da coleta de dados. Dessa maneira, esta tese delineia-se como aplicada,

descritiva de corte seccional, com uma abordagem quantitativa dos dados e faz uso do

procedimento técnico de levantamento do tipo survey.

Para Goldenberg (1999), as pesquisas podem ser de natureza básica ou aplicada. As

básicas têm como objetivo gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem a

aplicação prática prevista. As pesquisas com natureza aplicada caracterizam-se pelo tipo de

investigação que almeja encontrar soluções inovadoras para o desenvolvimento de produtos,

metodologias, processos e serviços. Nesta oportunidade, o presente estudo demonstra caráter

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82

prático, uma vez que busca investigar a existência do efeito moderador do estilo cognitivo dos

gestores das empresas incubadas de Santa Catarina (SC) sobre a autoeficácia empreendedora,

a intenção empreendedora, a capacidade de inovação e o desempenho organizacional.

A pesquisa caracteriza-se como sendo descritiva de corte seccional por coletar e

descrever as informações sobre as variáveis antecedentes e consequentes num ponto de uma

linha de tempo, especificamente no período de novembro de 2014 a abril de 2015. Para Hair

Jr. et al. (2009), estudos dessa natureza têm o intuito de fornecer uma visão panorâmica das

variáveis observadas num determinado ponto do tempo e sintetizar seus resultados

estatisticamente.

No que se refere à abordagem quantitativa do problema, Creswell (2010, p. 26) afirma

que "a pesquisa quantitativa é um meio para testar teorias objetivas, examinando a relação

entre as variáveis". Oliveira (2002, p. 115) aduz que a abordagem quantitativa, “conforme o

próprio termo indica, significa quantificar opiniões, dados, na forma de coleta de informações,

assim como também o emprego de recursos e técnicas estatísticas desde as mais simples (...)

até as de uso mais complexo”. Para Malhotra (2012), pesquisas de natureza quantitativa

procuram, normalmente, quantificar as informações com o auxílio de análises estatísticas.

O procedimento adotado nesta pesquisa é do tipo survey, que objetiva contribuir para o

conhecimento de uma área específica de interesse por meio da coleta de dados sobre

indivíduos ou sobre o ambiente em que estes estão inseridos (TREZ; MATOS, 2006). As

pesquisas que adotam essa estratégia buscam as informações pretendidas diretamente no

grupo de interesse. Para Babbie (2003), esse procedimento torna-se útil, uma vez que as

pesquisas descritivas têm como objeto explorar os aspectos situacionais que possam fornecer

dados que expliquem as hipóteses levantadas e utilizam amostras que têm como foco o perfil

de um grupo e não apenas de um indivíduo.

4.2 POPULAÇÃO E CRITÉRIO DE DEFINIÇÃO DA AMOSTRA

A etapa de mapeamento da população e amostra desta tese divide-se em duas etapas,

sendo a primeira correspondente à definição da população da pesquisa em que foram

identificadas as empresas participantes. E na segunda etapa, tem-se os critérios para a

definição da amostra de acordo com a Modelagem de Equações Estruturais.

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83

4.2.1 População

A população objeto deste estudo compreende as empresas incubadas nas incubadoras

que residem no estado de Santa Catarina. Estas proporcionam às empresas incubadas um

maior desenvolvimento de suas competências. Para a European Union (1990), a incubação de

empresas é um processo dinâmico de desenvolvimento empresarial. A principal função de

uma incubadora é nutrir jovens empresas para que possam crescer e sobreviver durante o

período de arranque (startup), no qual são mais vulneráveis. As incubadoras devem oferecer

assistência na gestão, acesso a financiamentos, suporte técnico, instalações, equipamentos e

locações flexíveis.

Uma incubadora de empresa compreende o lugar em que novas empresas estão

instaladas e seu objetivo é aumentar as chances de desenvolvimento e sobrevivência dessas

organizaçõesao fornecer uma construção modular. As incubadoras devem disponibilizar

utilidades físicas (telefone, fax, computador), apoio gerencial e serviços. Elas também

possibilitam o desenvolvimento das empresas incubadas, possibilitando um desenvolvimento

da área local e a criação de novos postos de trabalho (HELSINKI, 1998 apud MORARU;

RUSEI, 2012).

No Brasil, as incubadoras de empresas e os parques tecnológicos promovem os

empreendimentos inovadores, sendo que as incubadoras têm por função oferecer suporte a

empreendedores desde o desenvolvimento de suas ideias até a transformação em

empreendimentos bem-sucedidos. Os parques tecnológicos constituem um complexo

produtivo industrial e de serviços de base científico-tecnológica que têm como objetivo

incrementar a produção de riqueza de uma determinada região (ANPROTEC, 2015).

Em 2011, a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos

Inovadores(ANPROTEC),em conjunto com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação

(MCTI), realizou um levantamento em que foi possível catalogar 384 incubadoras em

operação no país. Estas abrigam 2.640 empresas e geram 16.394 postos de trabalho. A

pesquisa destaca, ainda, que 2.509 empresas já se graduaram, ou seja, já concluíram o

processo de incubação. Atualmente, essas empresas faturam R$ 4,1 bilhões e empregam

29.205 pessoas (ANPROTEC, 2015).

Em Santa Catarina, as incubadoras de empresas e os parques tecnológicos estão

localizados em regiões que abrigam 25% da população catarinense, com mais de um milhão e

meio de pessoas. As incubadoras estão instaladas principalmente em duas regiões que contam

com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país e ainda criam parcerias com

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84

universidades para fomentar as empresas incubadas com as inovações (ROTA DA

INOVAÇÃO, 2014).

Nesse sentido, a população desta pesquisa compreende as 25 incubadoras de empresas

localizadas em Santa Catarina, listadas no site da ANPROTEC (Associação Nacional de

Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores) e RECEPETI (Rede Catarinense de

Inovação). Para mapear as empresas incubadas e graduadas que atuam nas 25 incubadoras,

realizou-se uma visita ao sítio eletrônico destas e realizou-se o envio de um correio eletrônico

com a solicitação das informações quanto ao número de empresas incubadas e graduadas. O

Quadro 4, a seguir, demonstra a relação de incubadoras de empresas existentes em Santa

Catarina que compõem a população do estudo.

Quadro 4 - Incubadoras catarinenses listadas na ANPROTEC e na RECEPETI

Qtde Instituição Incubadora Sigla Localidade

1 Agência de Desenvolvimento

Empresarial da Região de Ibirama

Incubadora de empresas

ADERI

ADERI Ibirama

2 Associação Empresarial de

Criciúma

Incubadora Insite INSITE Criciúma

3 Associação Empresarial de Rio

Negrinho

Incubadora Tecnológica

RINETEC

RINETEC Rio Negrinho

4 Associação Empresarial de São

Bento do Sul

Incubadora Tecnológica de

São Bento do Sul

ITFETEP São Bento do

Sul

5 Associação Catarinense de

Empresas de Tecnologia – ACATE

Incubadora do

Miditecnológico

MIDITecnológico Florianópolis

6 Centro Empresarial para Laboração

de Tecnologias Avançadas

Incubadora CELTA CELTA Florianópolis

7 Fundação Softville Incubadora Tecnológica

Softville

SOFTVILLE Joinville

8 Fundação Universidade do Planalto

Catarinense

Micro Distrito de Base

Tecnológica de Lages –

Incubadora Midilages

MIDILAGES Lages

9 Fundação Universidade do

Contestado

Incubadora Mafratec MAFRATEC Mafra

10 Fundação Universidade do

Contestado

Incubadora Tecnológica e

Empresarial da

Universidade do Contestado

– Campus Concórdia

UNC-Concórdia Concórdia

11 Fundação Universidade para o

Desenvolvimento do Alto Vale do

Itajaí

Núcleo gerador de empresas

de desenvolvimento

integrado de Incubação

GTEC Rio do Sul

12 Fundação Universitária do

Desenvolvimento do Oeste

Incubadora Tecnológica da

UNOCHAPECÓ

INCTECh Chapecó

13 Instituto de Apoio de Inovação e

Incubação Tecnológica

Celta Pedra Branca INAITEC Palhoça

14 Instituto Gene Blumenau Incubadora do Instituto

Gene

INSTITUTO

GENE

Blumenau

15 Núcleo de Desenvolvimento

Integrado de Incubação

Incubadora Jaraguatec JARAGUATEC Jaraguá do

Sul

16 Prefeitura Municipal de Brusque Centro de Incubação,

Tecnologia e Inovação de

Brusque

CitiBRUSQUE Brusque

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85

17 Prefeitura Municipal de Caçador Incubadora FETEC FETEC Caçador

18 Universidade do Extremo Sul

Catarinense

Incubadora Tecnológica de

Ideias e Negócios

ITEC.IN Criciúma

19 Universidade do Sul de Santa

Catarina

Centro Regional de

Inovação e

Empreendedorismo

CRIE Tubarão

20 Universidade do Vale do Itajaí Centro de Inovação e

Tecnologia de Biguaçu

CITeB Biguaçu

21 Universidade do Vale do Itajaí Núcleo de Inovação

Tecnológica

UNIINOVA Itajaí

22 Universidade do Oeste de Santa

Catarina

Pré-incubadora Oeste Pré-incubadora Chapecó

23 Universidade do Oeste de Santa

Catarina

Incubadora Tecnológica de

Luzerna

ITL Luzerna

24 Universidade do Oeste de Santa

Catarina

Pré-incubadora Tecnovale TECNOVALE Luzerna

25 Universidade da Região de

Joinville, Universidade Federal de

Santa Catarina e Universidade do

Estado de Santa Catarina

Parque de Inovação

Tecnológica de Joinville e

Região

INOVAPARQ Joinville

Fonte: Adaptado de ANPROTEC (2015) e RECEPETI (2015).

A partir do levantamento das respostas em relação à quantidade de empresas

incubadas, foram mapeadas 339 empresas vinculadas às 25 incubadoras catarinenses no

segundo semestre de 2014.

4.2.2 Definição do tamanho mínimo da amostra

Conforme Hair Jr. et al. (2014), para pesquisas que utilizem a Modelagem de

Equações Estruturais com base no método de Mínimos Quadrados Parciais (PLS-SEM),

sugere-se que o cálculo para estimar o tamanho mínimo da amostra tenha como referência o

número de preditores do modelo. Silva (2014) afirma que se a amostra é pequena para um

teste estatístico, o efeito do teste corre o risco de não ser detectado, caso não tenham

informações suficientes para descobrir esses efeitos como significantes. Nessa situação, deve-

se contar com o auxílio do software G*Power.

Cohen (1988), Hair Jr. et al. (2014) e Silva (2014) recomendam a utilização de um

poder estatístico na ordem de 80% aplicado às ciências sociais e do comportamento com um

tamanho de efeito (f²) mediano na ordem de 0,15. A Figura 6 demonstra o cálculo do tamanho

mínimo da amostra para esta pesquisa.

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86

Figura 6 - Cálculo do tamanho mínimo da amostra no G*Power

Fonte: Dados da pesquisa.

O cálculo do tamanho da amostra no G*Power, utilizando como parâmetro o effect

size f² = 0,15, com erro = 0,05; Power = 0.8 e Number of predictors = 2 (maior número de

preditores do modelo conceitual proposto nesta tese), resulta em uma amostra recomendada

de 68 casos.

4.3 INDICADORES

Nesta seção, são apresentados os constructos teóricos e suas escalas de mensuração,

conforme a revisão da literatura apresentada no Capítulo 2.

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87

4.3.1 Estilo Cognitivo

As variáveis que apoiarão a mensuração do constructo de estilo cognitivo são as que

constam no modelo de Allinson e Hayes (1996), de acordo com o Cognitive Style Index (CSI),

e compreende as seguintes dimensões: intuitiva, quase intuitiva, adaptativa, quase analítica e

analítica.

Trata-se de um instrumento de pesquisa composto por um inventário de 38 perguntas

pontuadas em uma escala de três pontos (Verdadeiro, Incerto e Falso) para mensurar a

dimensão intuitiva e analítica do estilo cognitivo. A pontuação dessas perguntas varia entre 2,

1 ou 0 e são atribuídas para cada uma das 38 perguntas. A pontuação máxima de 76 indica um

estilo cognitivo analítico, enquanto uma pontuação próxima de zero indica um estilo cognitivo

intuitivo (ALLINSON; HAYES, 1996, 2012). Allinson e Hayes (1996) enfatizam que a

dicotomia das dimensões intuitiva e analítica se caracteriza, na verdade, por um processo

contínuo ao longo do qual são possíveis todos os graus de estilo.

A escala do CSI compreende cinco estilos cognitivos. A dimensão intuitiva que se

configura como um extremo inferior da escala psicométrica do CSI é alcançada quando o

indivíduo obtiver uma pontuação que varia de 0 a 28 pontos. A dimensão quase intuitiva é

atingida quando a pontuação variar de 29 a 38 pontos. A terceira dimensão, a adaptativa,

ocupa a posição central na escala psicométrica do CSI, sendo aferida quando a pontuação

resultante variar de 39 a 45 pontos. A dimensão quase analítica, que caminha para o segundo

extremo da escala psicométrica, varia de 46 a 52 pontos. Por fim, a dimensão analítica que

ocupa o extremo superior da escala psicométrica é obtida quando a pontuação variar de 53 a

76 pontos. A utilização do índice sugere que o estilo cognitivo de um determinado indivíduo

pode cair em qualquer ponto da escala psicométrica do CSI (ALLINSON; HAYES, 2012).

Cabe mencionar que algumas pesquisas foram realizadas no contexto nacional

utilizando a escala proposta por Allinson e Hayes (1996, 2012), como as pesquisas realizadas

por Nascimento, Verdinelli e Lizote (2014) e Nascimento, Verdinelli e Lizote (2015).

Ressalta-se que a escala de mensuração utilizada neste estudo correspondente ao CSI e não

pode ser divulgada, tendo em vista que não recebemos a autorização para divulgação do

instrumento sem o consentimento dos autores.

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88

4.3.2 Autoeficácia empreendedora

O constructo da autoeficácia empreendedora será mensurado a partir da escala de De

Noble, Jung e Ehrlich (1999),composta por vinte e três (23) itens com formato do tipo Likert

de 7 pontos, que compreende desde o “completamente incapaz” (1) ao “completamente capaz

“7”. Essa escala contempla as seguintes dimensões: desenvolvimento de novos produtos e

oportunidades de mercado (DN), construção de um ambiente inovador (AI), definição do

objetivo principal do negócio (ON), desenvolvimento de recursos humanos chave para a

empresa (RH), iniciando relações com investidores (RI) e lidando com mudanças inesperadas

(MI).

Destaca-se que alguns estudos empíricos utilizaram a escala de De Noble, Jung e

Ehrlich (1999) no contexto nacional,com a finalidade de validar a escala para o cenário

brasileiro, como as pesquisas realizadas por Lizote, Verdinelli e Silveira (2013a); Lizote,

Verdinelli e Silveira (2013b); Nascimento, Verdinelli e Lizote (2014); Nascimento, Lizote e

Verdinelli (2015a) e Nascimento, Lizote e Verdinelli (2015b).

O Quadro 5 apresenta a escala utilizada para a operacionalização do constructo de

Autoeficácia empreendedora.

Quadro 5 - Escala de mensuração do constructo de Autoeficácia empreendedora

Constructo Dimensões Itens

Autoeficácia

Empreendedora

(AE)

Desenvolvimento de

novos produtos

eoportunidades de

mercado (DN)

DN1-Eu posso reconhecer novas oportunidades e mercados para novos

produtos e serviços.

DN2-Eu posso descobrir novas formas de melhorar os produtos

existentes.

DN3-Posso identificar novas áreas de crescimento potencial.

DN4-Eu posso projetar produtos que resolvam os problemas atuais.

DN5-Posso criar produtos que satisfaçam as necessidades dos clientes.

DN6-Eu posso trazer conceitos de produtos para o mercado em tempo

hábil.

DN7-Posso determinar se o negócio vai bem.

Construção de um

ambiente inovador

(AI)

AI1-Eu posso criar um ambiente de trabalho que permita queas

pessoas sejam “seu próprio chefe”.

AI2-Eu posso desenvolver ambiente de trabalho que incentiva as

pessoas a experimentarem algo novo.

AI3-Eu posso incentivar as pessoas a tomarem iniciativas e

responsabilidades por suas ideias e decisões, independentemente do

resultado.

AI4-Eu posso formar parceria ou alianças com os outros.

Definição do objetivo

principal do negócio

(ON)

ON1-Posso estabelecer a visão e valores da organização.

ON2-Posso inspirar os outros a abraçar a visão e os valores da

empresa.

ON3-Posso formular um conjunto de ações rápidas em busca de

oportunidades.

Desenvolvimento de

recursos humanos

chave para a empresa

(RH)

RH1-Posso recrutar e treinar os funcionários-chave para a empresa.

RH2-Posso desenvolver um planejamento adequado para preencher os

cargos-chave da empresa.

RH3-Eu posso identificar e criar equipes de gestão.

RI1-Posso desenvolver e manter relacionamentos favoráveis com

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89

Iniciando relações com

investidores (RI)

potenciais investidores.

RI2-Posso desenvolver relacionamentos com pessoas chaves que estão

conectadas a fontes de capital.

RI3-Eu posso identificar fontes potenciais de financiamento para

investimentos.

Lidar com mudanças

inesperadas (MI)

MI1-Eu posso trabalhar de forma produtiva sob contínuo estresse,

pressão e conflito.

MI2-Eu posso tolerar mudanças inesperadas nas condições do

negócio.

MI3-Posso persistir diante da adversidade.

Fonte: Adaptado de De Noble, Jung e Ehrlich (1999).

4.3.3 Intenção empreendedora

Quanto ao constructo de intenção empreendedora,conforme mencionado no Capítulo

2, esta pesquisa filia-se teoricamente à Teoria do Comportamento Planejado (TCP) proposta

por Ajzen (1991). Entretanto, a operacionalização dessa teoria apoia-se na escala proposta no

estudo de Dakoumi e Abdelwahed (2014), com as adaptações necessárias ao contexto das

empresas incubadasobjeto deste estudo.

A escala será do tipo Likert de 7 pontos para as dezoito (18) afirmativas distribuídas

entre as dimensões, em que o 1(um) toma o valor “Discordo totalmente” e o 7 (sete)

“Concordo totalmente” por meio das dimensões: atitude em relação ao comportamento

(ARC), normas subjetivas (NS) e controle do comportamento percebido (CCP).A escala

utilizada para mensurar o constructo é apresentada no Quadro 6.

Quadro 6 - Escala de mensuração do constructo de intenção empreendedora

Constructo Dimensões Itens

Intenção

Empreendedora

(IE)

Intenção

Empreendedora (IE)

I1-Eu tenho muito pouco interesse em começar um negócio

I2-Eu prefiro ser um empreendedor, em vez de ser um funcionário

em uma empresa.

I3-Estou pronto para fazer qualquer coisa para ser um

empreendedor.

I4-Vou concentrar todos os meus esforços para iniciar e executar o

meu próprio negócio.

Atitude em relação

ao Comportamento

(ARC)

ARC1-Ser um empreendedor implica mais vantagens do que

desvantagens para mim.

ARC2-Uma carreira como empresário é atraente para mim.

ARC4-Ser um empreendedor implicaria grandes satisfações para

mim.

ARC5-Entre várias opções, eu preferiria ser um empreendedor.

Normas subjetivas

(NS)

NS1-Os seus parentes.

NS2-Seus amigos mais próximos.

NS3-Seus parentes mais próximos.

NS4-Outras pessoas que são importantes para você.

Controle do

Comportamento

Percebido (CCP)

CCP1-Iniciar uma empresa e mantê-la funcionando é fácil para

mim.

CCP2-Estou preparado para começar uma empresa viável.

CCP3-Eu posso controlar o processo de criação de uma empresa

nova.

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90

CCP4-Eu conheço os detalhes práticos necessários para iniciar uma

empresa.

CCP5-Eu sei como desenvolver um projeto empresarial.

CCP6- Ao começar com minha empresa, senti uma alta

probabilidade de sucesso.

Fonte: Adaptado de Dakoumi e Abdelwahed (2014).

4.3.4 Capacidade de inovação

Com relação à mensuração do constructo de capacidade de inovação, este temcomo

modelo conceitual a escala de Liao, Fei e Chen (2007) para a operacionalização e a

mensuração das variáveis relacionadas à capacidade de inovação, porém serão realizadas as

adaptações específicas diante do objeto de estudo desta pesquisa. A escala será do tipo Likert

de 7 pontos para as dezoito (18) afirmativas distribuídas entre as seguintes dimensões:

inovação gerencial, inovação de produtos e inovação de processos, em que o 1(um) toma o

valor “Discordo totalmente” e o 7 (sete) “Concordo totalmente”.

Cabe mencionar que algumas pesquisas fizeram uso da escala de Liao, Fei e Chen

(2007) no contexto brasileiro, sendo elas Escobar (2012); Escobar, Lizote e Verdinelli

(2012a);Escobar, Lizote e Verdinelli (2012b);Nascimento, Lizote e Verdinelli (2015). Assim,

os itens utilizados para mensurar o constructo são apresentados no Quadro 7.

Quadro 7 - Escala de mensuração do constructo de intenção empreendedora

Constructo Dimensões Itens

Capacidade

de Inovação

Inovação

Gerencial

IG1 - Em nossa empresa se muda a divisão do trabalho de acordo com as necessidades

de gestão do mercado.

IG2 - Adotamos novas abordagens de liderança para conduzir melhor todos os

funcionários para a conclusão de suas tarefas.

IG3 - A empresa adota uma sistemática interna que visa ao bem-estar de seus

funcionários para que possa fornecer incentivos para suas equipes de trabalho.

IG4 - O sistema de administração financeira adotado pela empresa pode monitorar

efetivamente a discrepância real entre o desempenho e as metas alcançadas.

IG5 - A empresa enfatiza a capacidade inovadora e criativa de seus funcionários quando

realiza o recrutamento de pessoal.

IG6 - O sistema de recrutamento de pessoal adotado pela empresa é eficiente e eficaz.

IG7 - O método de avaliação de desempenho adotado pela empresa permite uma

avaliação por parte dos gerentes de projeto de quão longe a equipe alcançou ou deixou

de alcançar as metas traçadas pela empresa.

Inovação de

Produtos e

serviços

IS1 – A empresa muitas vezes desenvolve novos produtos e serviços bem aceitos pelo

mercado.

IS2 – A grande maioria dos lucros da empresa é gerada pelos novos produtos e serviços

que desenvolve.

IS3 – Os novos produtos ou serviços desenvolvidos pela empresa sempre despertam a

imitação por parte de seus concorrentes.

IS4 – A empresa muitas vezes pode lançar novos produtos e serviços mais rápido do

que seus concorrentes.

IS5 – A empresa tem uma melhor capacidade de desenvolver novos produtos ou

serviços do que seus concorrentes.

IS6 – A empresa sempre desenvolve novas habilidades para transformar produtos

antigos em novos para o mercado.

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Inovação de

Processo

IP1 – A empresa muitas vezes tenta realizar procedimentos diferentes em suas

operações para apressar a realização de seus objetivos.

IP2 – A empresa sempre adquire novas habilidades ou equipamentos para melhorar seu

processo de fabricação ou processo de prestação de serviços.

IP3 – A empresa desenvolve um processo de fabricação ou prestação de serviços mais

eficiente.

IP4 – A empresa é flexível diante da fabricação de produtos ou prestação de serviços de

acordo com as demandas de seus clientes.

IP5 – Os procedimentos de fabricação ou prestação de serviços adotados pela empresa

sempre despertam a imitação de seus concorrentes.

Fonte: Adaptado de Liao, Fei e Chen (2007).

4.3.5 Desempenho organizacional

No constructo de desempenho organizacional, conforme proposta de Lizote, Verdinelli

e Silveira (2013a), os autores se fundamentam no trabalho de Gupta e Govindarajan (1984),

que realizam o levantamento dos dados correspondentes ao desempenho a partir de cinco

descritores. Destaca-se, ainda, que esses itens foram avaliados numa escala do tipo Likert com

sete pontos, que varia do (7) como “totalmente satisfeito” ao (1) “totalmente insatisfeito”.

Esta escala foi utilizada no contexto nacional, nas pesquisas realizadas por Malgueiro (2011);

Escobar (2012); Lizote, Verdinelli e Silveira (2013a); Lizote, Verdinelli e Silveira (2013b);

Lizote et al. (2014); Escobar, Verdinelli e Escobar (2014); Verdinelli e Lizote (2014) e Lizote

e Verdinelli (2015).

O Quadro 8 demonstra a escala utilizada para operacionalizar o constructo de

desempenho organizacional.

Quadro 8 - Escala para mensuração do constructo de desempenho organizacional

Constructo Itens

Desempenho

Organizacional

D1 – Lucratividade

D2 – Crescimento das vendas

D3 – Captação de clientes

D4 – Retenção de clientes

D5 – Faturamento mensal

D6 – Desempenho geral

Fonte: Adaptado de Lizote, Verdinelli e Silveira (2013a).

4.4 COLETA DE DADOS

Os dados para esta pesquisa empírica foram coletados com o auxílio de um

questionário estruturado, por meio do método de levantamento ou survey. As pesquisas de

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92

levantamento consistem em um método para coleta de dados científicos quantitativos que, no

qual os dados podem ser coletados num ponto específico no tempo (CALAIS, 2007).

O instrumento de pesquisa esteve organizado em seis blocos. No primeiro,constamos

responsáveis pelas empresas incubadas que preencheram informações pessoais, incluindo

idade, gênero, grau de escolaridade, cidade em que atua, cargo ou função desempenhada na

empresa, tempo de serviço, setor em que trabalha na empresa, cidade em que atua, número de

colaboradores da empresa, área de atuação da empresa, área ocupada (em m²) pela empresa ou

incubação virtual, ano de ingresso na incubadora, ano de saída da incubadora, número de

produtos desenvolvidos na incubadora e o número de produtos e/ou serviços desenvolvidos

pela empresa.

No segundo bloco, foram levantados os dados pertinentes ao desempenho percebido

subjetivamente pelos gestores das empresas analisadas ao avaliarem seis indicadores em

relação aos seus concorrentes mais próximos a partir de uma escala do tipo Likert com sete

pontos que varia do (1), “totalmente insatisfeito”,a (7) “totalmente satisfeito”. Para Hoque

(2005), a mensuração do desempenho é utilizada como parâmetro de referência em pesquisas

com pequenas empresas devido à falta de dados objetivos confiáveis. Destaca-se que a escala

utilizada nesta pesquisa para operacionalizar o constructo de desempenho foi utilizada em

outros estudos no contexto nacional, tais como: Malgueiro (2011); Escobar (2012); Lizote,

Verdinelli e Silveira (2013ª); Lizote, Verdinelli e Silveira (2013b); Lizote et al. (2014);

Escobar, Verdinelli e Escobar (2014); Verdinelli e Lizote (2014) e Lizote e Verdinelli (2015).

No que tange ao terceiro bloco, a autoeficácia empreendedora foi mensurada pela

escala de De Noble, Jung e Ehrlich (1999), com 23 itens que utilizam uma escala Likert de

sete pontos, variando de um(1), “completamente incapaz”, a sete (7), “completamente capaz”.

Ressalta-se que alguns estudos empíricos utilizaram a escala de De Noble, Jung e Ehrlich

(1999) no Brasil, tais como as pesquisas realizadas por Lizote, Verdinelli e Silveira (2013a);

Lizote, Verdinelli e Silveira (2013b); Nascimento, Verdinelli e Lizote (2014); Nascimento,

Lizote e Verdinelli (2015a) e Nascimento, Lizote e Verdinelli (2015b).

O quarto bloco apresenta o levantamento das informações relacionadas ao constructo

da intenção empreendedora de Ajzen (1991), operacionalizado pela escala de Dakoumi e

Abdelwahed (2014), com as adaptações necessárias ao contexto das empresas incubadas,

objeto deste estudo. Esta contempla 18 afirmativas a partir de uma escala do tipo Likert de 7

pontos em que um(1) corresponde a “Discordo totalmente” e o sete (7) corresponde a

“Concordo totalmente”.

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93

No quinto bloco, busca-se coletar dados relacionados ao constructo de capacidade de

inovação, operacionalizado pela escala de Liao, Fei e Chen (2007), tilizando uma escala do

tipo Likert de 7 pontos com 18 itens e suas respectivas dimensões. Destaca-se que essa escala

foi utilizada no contexto nacional por pesquisas anteriores, como as realizadas por Escobar

(2012); Escobar, Lizote e Verdinelli (2012a); Escobar, Lizote e Verdinelli (2012b);

Nascimento, Lizote e Verdinelli (2015).

Por fim, o sexto bloco deveria completar os 38 itens correspondentes à escala de

mensuração do índice de estilo cognitivo de Allinson e Hayes (1996, 2012). Os respondentes

poderiam optar por sentenças verdadeiras, falsas ou incertas. Neste último caso, o valor

atribuído é 1 e para as outras duas opções, de acordo com os procedimentos apresentados dos

autores, as respostas poderiam receber a pontuação 0 (incerta) e 2 (verdadeira). Nesse

contexto, as categorias possíveis se determinam em função da pontuação obtida do somatório

dos itens assinalados. E para a amostra final deste estudo, optou-se por classificar a pontuação

geral em dois grupos mensurados a partir dos scores obtidos no cálculo do Cognitive Style

Index (CSI) de Allison e Hayes (1996, 2012), conforme o Quadro 9.

Quadro 9 - Cálculo do Cognitive Style Index (CSI)

Dimensão Pontuação Classificação da pesquisa

Intuitiva 0 a 28 pontos 1 e 2 (Mais intuitivos)

Quase intuitiva 29 a 38 pontos

Adaptativa 39 a 45 pontos 3, 4 e 5 (Mais analíticos)

Quase analítica 46 a 52 pontos

Analítica 53 a 76 pontos

Fonte: Adaptado de Allison e Hayes (2012).

Entre as 68 empresas que responderam o instrumento de pesquisa, 30 gestores foram

classificados como intuitivos (CSI1 e 2) e 38 gestores como analíticos (CSI 3, 4 e 5).

O questionário foi direcionado aos responsáveis pelas empresas incubadas e graduadas

via correio eletrônico, com o auxílio da ferramenta do Google Docs, no período de dezembro

de 2014 a abril de 2015. Durante esse tempo, foram encaminhados 571 questionários às

empresas que compõem a população pesquisada. O resultado foi que 72 empresas

responderam ao instrumento de pesquisa, sendo que quatro questionários foram considerados

inválidos por apresentarem dados faltantes ou apontamentos de respostas únicas em todos os

itens. A amostra final compreendeu 68 empresas incubadas, que responderam corretamente ao

instrumento de pesquisa. O método de escolha das empresas pesquisadas adotado no estudo

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94

foi de acessibilidade, ou seja, as empresas que se dispuseram a responder o instrumento de

pesquisa foram selecionadas para compor a amostra aleatória simples (BABBIE, 2003).

4.5 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS

Martins (2002, p. 55) ressalta que “nesta fase o investigador irá classificar os dados,

dando-lhes ordem e colocando-se nas diversas categorias, segundo critérios que facilitem a

análise e interpretação em face dos objetivos da pesquisa”. Na sequência, discorre-se sobre os

procedimentos adotados na análise dos dado se o design da pesquisa.

4.5.1 Análise dos dados quantitativos

Na análise dos dados,utilizou-se a técnica de Modelagem de Equações Estruturais com

o auxílio do método dos Mínimos Quadrados Parciais (SEM-PLS), com base em uma matriz

de correlação,para o caso de não ocorrer a normalidade dos dados (CHIN, 1998; HAIR et al.,

2014), a partir da utilização do software SmartPLS.

Na sequência, estabeleceu-se critérios para a validade, confiabilidade e ajustes dos

modelos, sendo que para a confiabilidade foram observados indicadores de consistência

interna e a confiabilidade composta através dos indicadores alpha de Cronbach (valores entre

0,6 e 0,7),a qual assume que todos os indicadores são igualmente confiáveis, e a

Confiabilidade Composta (valores entre 0,7 e 0,9), uma medida mais conservadora e menos

sensível a quantidades reduzidas de indicadores. Na validação, buscou-se identificar a

validade convergente e discriminante. Em seguida, observou-se a explicação do modelo com

o auxílio do coeficiente de determinação (R²) e outros indicadores de qualidade de ajuste.

Para a validade convergente (Variância Média Extraída – AVE), que observa a medida

em que as variáveis do modelo são explicadas, à medida que se correlacionam positivamente

com outras medidas de mensuração do mesmo constructo e quando analisadas em conjunto,

buscam explicá-lo. Nessa situação, verifica-se a carga fatorial de cada item para que fique

acima de 0,708, considerando-se os valores menores desde que a explicação geral do

constructo alcance 50%.

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95

Na validade discriminante, que corresponde à medida em que os constructos estão

diferentes, ou seja, aquilo que de fato se pretende mensurar, utilizou-se o critério de Fornel-

Lacker, que estima a raiz quadrada da AVE do constructo, para que esta seja superior a

qualquer correlação deste com outros constructos do modelo e, ainda, a correlação dos itens

como sendo maior sem suas dimensões do que sua correlação com os outros constructos com

o auxílio da técnica do Crossloadings.

Para ajuste do modelo, foi observada a significância das relações entre as variáveis

através da técnica de bootstrapping ou reamostragem, por meio de testes de t de student com

critério de aceitação a 10% (t ≥ 1,67, p ≤ 0,10), observados os indicadores de Stone-Geisser

para validade preditiva (Q2), e indicador de Cohen (f2), que observa o tamanho do efeito do

construto no modelo (HAIR et al., 2014). O Q2 deve ser maior que zero, e o f2 possui como

parâmetros 0,02, 0,15 e 0,35 para indicadores de baixo, médio e alto efeitos respectivamente.

Também foi considerado o índice de adequação do modelo (Goodenes of Fit, GoF), obtido

por meio da média geométrica entre o R² médio (adequação do modelo estrutural) e a AVE

média. Esse indicador é considerado adequado pelas ciências sociais aplicadas quando ocorre

acima de 0,36 (HAIR et al., 2014). O Quadro 10 demonstra a síntese dos ajustes do modelo

estrutural no SmartPLS.

Quadro 10 - Síntese dos ajustes do modelo estrutural no SmartPLS

Indicador Propósito Valores referenciais/ critério Referências

1.1 AVE Validade convergente AVE > 0,50 (HENSELER;

RINGLE;

SINKOVICS,

2009).

1.2 Cargas cruzadas Validade discriminante Valores das cargas maiores nas

variáveis latentes originais do que

em outras

(CHIN, 1998).

1.2 Critério de Fornell

e Larcker –

Correlação

Desatenuada

Validade discriminante Compara-se as raízes quadradas

dos valores das AVEs de cada

constructo com as correlações (de

Pearson) entre os constructos (ou

variáveis latentes). As raízes

quadradas das AVEs devem ser

maiores que as correlações dos

constructos

(FORNELL;

LARCKER,

1981).

1.3 Alfa de Cronbach

e Confiabilidade

Composta

Confiabilidade do modelo AC > 0,70

CC > 0,70

(HAIR et al.,

2014).

1.4 Teste t de Student Avaliação das

significâncias das

correlações e regressões

t ≥ 1,96 ou

10% (t ≥ 1,67, p ≤ 0,10)

(HAIR et al.,

2014).

2.1 Avaliação dos

Coeficientes de

Determinação de

Avaliam a porção da

variância das variáveis

endógenas, que é

Para a área de ciências sociais e

comportamentais, R2=2% seja

classificado como efeito pequeno,

(COHEN, 1988).

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96

Pearson (R²) explicada pelo modelo

estrutural

R2=13% como efeito médio e

R2=26% como efeito grande.

2.2Tamanho do efeito

(f²) ou Indicador de

Cohen

Avalia-se quanto cada

constructo é “útil” para o

ajuste do modelo

Valores de 0,02, 0,15 e 0,35 são

considerados pequenos, médios e

grandes.

(HAIR et al.,

2014).

2.4 Validade Preditiva

(Q²) ou Indicador de

Stone-Geisser

Avalia a acurácia do

modelo ajustado

Q² > 0 (HAIR et al.,

2014).

2.5 Goodness of Fit

(GoF)

É um escore da qualidade

global do modelo

ajustado

GoF >0,36 (TENENHAUS et

al., 2005);

(WETZELS,

ODEKERKEN-

SCHROEDER,

2009).

2.6 Coeficiente de

Caminho (Г)

Avaliação das relações

causais

Interpretação dos valores à luz da

teoria

(HAIR et al.,

2014).

Fonte: Adaptado de Ringle, Silva e Bido (2014, p. 72).

4.5.2 Design da pesquisa

A Figura 7 discorre sobre o design da pesquisa em que estão sistematizados a pergunta

de pesquisa; os objetivos do estudo; os constructos e suas dimensões de estudo; e as hipóteses

para fornecer os subsídios conceituais desta pesquisa.

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97

Figura 7 - Design da pesquisa

Fonte: Elaboração própria.

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98

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Nesta seção serão apresentados os resultados alcançados neste estudo. A seção inicia-

se com a caracterização da amostra, posteriormente, serão apresentados os procedimentos da

Análise Fatorial Confirmatória (AFC) e a apresentação dos indicadores de adequação do

modelo estrutural proposto para a comparação das escalas.

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

Este tópico inicia com a apresentação das características das empresas incubadas. Na

sequência, aborda-se o perfil dos respondentes do instrumento de pesquisa. Por fim, discorre-

se sobre os gestores das incubadoras que foram entrevistados.

5.1.1 Empresas incubadas

Com relação às empresas incubadas analisadas, buscou-se analisar o tempo médio de

incubação, as cidades em que atuam, a área de atuação, o número de colaboradores, a área

ocupada na incubadora, bem como os produtos e/ou serviços ofertados. Quanto ao tempo

médio de incubação das empresas graduadas analisadas, este correspondeu há 2,8 anos. A

Tabela 2 demonstra a cidade e a área de atuação das empresas analisadas.

Tabela 2 - Cidade e área de atuação das empresas incubadas

Cidade em que

atua Nº de resp. (%) Área de atuação Nº de resp. (%)

Blumenau 3 4% Automação industrial 1 1%

Balneário

Camboriú 1 1% Biotecnologia 1 1%

Brusque 1 1% Cosméticos 1 1%

Caçador 1 1% Comércio exterior 2 3%

Criciúma 3 4% E-commerce 3 4%

Chapecó 8 12% Educação 3 4%

Florianópolis 6 9% Engenharia ambiental 3 4%

Ibirama 1 1% Engenharia elétrica 1 1%

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99

Itajaí 4 6% Design 1 1%

Jaraguá do Sul 3 4% Desenvolvimento software 16 24%

Joinville 7 10% Desenvolvimento de projetos 1 1%

Joaçaba 1 1% Financeira 1 1%

Mafra 1 1% Moda 2 3%

Palhoça 3 4% Tecnologia da informação 7 10%

Rio do Sul 13 19% Têxtil 1 1%

Rio Negrinho 1 1% Indústria 5 7%

São Bento do Sul 7 10% Informática e Internet 3 4%

Tijucas 1 1% Marketing digital 2 3%

Tubarão 1 1% Metal mecânico 3 4%

Não mencionaram 2 3% P&D Produtos eletrônicos 1 1%

Projetos de estruturas metálicas 1 1%

Prospecção de serviços 1 1%

Publicidade e propaganda 2 3%

Recursos humanos 1 1%

Tratamento de efluentes 1 1%

Não mencionaram 4 6%

Total 68 100% Total 68 100%

Fonte: Dados da pesquisa.

Observa-se, na Tabela 2, que as empresas incubadas se concentram na cidade de Rio

do Sul (19%), sendo que nesta cidade reside também a incubadora do GTEC. Na segunda

posição em relação à concentração de empresas, tem-se a cidade de Chapecó (12%), onde

reside a incubadora a INCTECh e Pré-incubado do Oeste em Chapecó. Na terceira posição

aparecem as cidades de São Bento do Sul (10%) e Joinville (10%), nas quais residem as

incubadoras ITFETEP, INOVAPARQ e SOFTVILLE.

Em relação à área de atuação das empresas, percebe-se que o portfólio de atuação é

diversificado, porém se percebe a concentração também de empresas que atuam na área de

tecnologia, na atividade de desenvolvimento de software (24%) e tecnologia da informação

(10%), seguidas das empresas que atuam na indústria (7%).

A Tabela 3 exibe o número de colaboradores que as empresas possuem, bem como a

área ocupada por elas nas incubadoras.

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100

Tabela 3 - Número de colaboradores nas empresas incubadas pesquisadas

Qual o número de

colaboradores da empresa? Nº de resp. (%)

Área ocupada

(em m²) pela

empresa ou

incubação

virtual?

Nº de resp. (%)

1 colaborador 6 9% 0 a 15 m² 18 26%

2 colaboradores 12 18% 16 a 50 m² 25 37%

3 a 5 colaboradores 22 32% 51 a 80 m² 5 7%

6 a 10 colaboradores 11 16% 81 a 120 m² 5 7%

11 a 16 colaboradores 3 4% 121 a 200 m² 3 4%

17 a 20 colaboradores 1 1% 201 a 450 m² 2 3%

Mais de 21 colaboradores 3 4% Mais de 451 m² 1 1%

Não possuem 6 9% Virtual 6 9%

Não mencionaram 4 6% Não mencionaram 3 4%

Total 68 100% Total 68 100%

Fonte: Dados da pesquisa.

De acordo com a Tabela 3, constata-se que as empresas incubadas possuem, em sua

maioria, de 3 a 5 colaboradores (32%), algumas com dois colaboradores (18%) e outras com 6

a 10 colaboradores (16%). Em relação à área que ocupam na incubadora, percebe-se que 37%

ocupam uma área que vai de 16 a 50 m².

A Tabela 4 aborda os produtos e/ou serviços desenvolvidos nas incubadoras pelas

empresas analisadas.

Tabela 4 - Número de produtos e serviços desenvolvidos na incubadora Nº de produtos

desenvolvidos na

incubadora

Nº de resp. (%)

Nº de serviços

desenvolvidos na

incubadora

Nº de resp. (%)

Nº de produtos e/ou

serviços desenvolvidos pela

empresa

Nº de resp.

(%)

1 produto 14 21% 1 serviço 9 9% 1 produto e/ou serviço 11 17%

2 produtos 12 11% 2 serviços 9 13% 2 produtos e/ou serviços 11 19%

3 produtos 3 4% 3 serviços 7 8% 3 produtos e/ou serviços 6 6%

4 a 7 produtos 3 6% 4 a 7 serviços 9 15% 4 a 7 produtos e/ou serviços 16 23%

8 a 10 produtos 2 2% 8 a 10 serviços 1 2% 8 a 10 produtos e/ou serviços 8 11%

Mais de 10 produtos 6 9% Mais de 10

serviços 4 6%

Mais de 10 produtos e/ou

serviços 14 21%

Não mencionaram 28 47% Não mencionaram 29 47% Não mencionaram 2 4%

Total 68 100% Total 68 100% Total 68 100%

Fonte: Dados da pesquisa.

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101

Com base nas informações apresentadas na Tabela 4, observa-se que 21% das

empresas possuem um produto desenvolvido na incubadora e 11% possuem cerca de dois

produtos desenvolvidos atualmente. Em relação ao número de serviços desenvolvidos,

percebe-se que 15% apresentam de quatro a sete (13%) serviços desenvolvidos na incubadora.

Por fim, as empresas analisadas desenvolveram de quatro a sete produtos e/ou serviços na

incubadora (23%).

5.1.2 Perfil dos respondentes

Para determinar o perfil das pessoas que responderam ao instrumento de pesquisa,

buscou-se analisar o gênero e a idade média dos respondentes, bem como grau de

escolaridade que possuem e o cargo que ocupam na empresa.

Em relação ao gênero, verificou-se que 87% pertencem ao gênero masculino e 13% ao

gênero feminino e possuem uma idade média de 43 anos e desvio padrão de 8,9971. Na

sequência, a Tabela 5 apresenta a escolaridade dos respondentes.

Tabela 5 - Grau de escolaridade dos respondentes

Grau de escolaridade Nº resp. (%)

Ensino Médio 1 1%

Ensino Técnico 5 7%

Ensino Superior - Completo 25 37%

Ensino Superior - Incompleto 6 9%

Pós-graduação - Nível de Especialização - Completa 15 22%

Pós-graduação - Nível de Especialização - Incompleta 3 4%

Pós-graduação - Nível de Mestrado - Completa 9 13%

Pós-graduação - Nível de Mestrado - Incompleta 2 3%

Pós-graduação – Nível de Doutorado 2 3%

Total 68 100%

Fonte: Dados da pesquisa.

Observa-se, na Tabela 5, a predominância de respondentes com nível superior

completo (37%), seguida por pessoas com pós-graduação em nível de especialização

completa (22%) e incompleta (4%). A Tabela 6 explicita o cargo ou função ocupada pelo

respondente nas empresas incubadas analisadas.

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102

Tabela 6 - Cargo ou função desempenhada na empresa

Cargo ou função desempenhada na empresa Nº resp. (%)

Administrador 7 10%

Auxiliar administrativo 2 3%

Analista de Sistemas 1 1%

CEO 4 6%

Diretor 21 31%

Diretor administrativo 2 3%

Diretor comercial 7 10%

Diretor financeiro 1 1%

Diretor executivo 1 1%

Diretor técnico 5 7%

Diretor de projetos 2 3%

Departamento de Compras 1 1%

Engenheiro 1 1%

Sócio-proprietário 13 19%

Total 68 100%

Fonte: Dados da pesquisa.

Em linhas gerais, percebe-se que os respondentes são os gestores das empresas

analisadas, uma vez que predominam as funções de diretor (31%) e Sócio-proprietário (19%).

5.2 ANÁLISE FATORIAL CONFIRMATÓRIA

Nesta seção, apresentam-se os resultados da validade nomológica da comparação das

escalas da presente pesquisa, a partir do modelo conceitual proposto com base na Análise

Fatorial Confirmatória (AFC).

O modelo proposto para comparação das escalas foi testado por meio da Modelagem

de Equações Estruturais baseada em variância (VB_SEM) a partir de modelos de estimação

de ajuste de mínimos quadrados parciais (Partial Least Square – PLS) (RINGLE; SILVA;

BIDO, 2014) para análise da amostra com base em matriz de correlação, dada a possibilidade

de não ocorrer a normalidade dos dados (CHIN, 1998; HAIR JR. et al., 2014), com utilização

do software Smart PLS 2.0 M3(RINGLE; WENDE; WILL, 2010).

Para realizar uma análise dos relatórios fornecidos pelo software Smart PLS, Hair et

al. (2014) e Silva (2015) recomendam algumas etapas para os ajustes e validação do modelo

estrutural, conforme a Figura 8.

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103

Figura 8 - Etapas para validação e ajustes do modelo estrutural proposto

Fonte: Adaptado Silva (2015).

A Figura 8 explicita as etapas percorridas na consecução da análise dos resultados do

presente estudo, conforme apontado por Hair et al. (2014) e Silva (2015) para aplicação da

Análise Fatorial Confirmatória (AFC).

5.2.1 Primeira etapa

Na primeira etapa, buscou-se a estimação do modelo estrutural proposto no software

Smart PLS 2.0 M3 com todos os 66 itens de cada constructo da escala original, sendo eles:

Intenção Empreendedora conforme Ajzen (1991), Autoeficácia Empreendedora segundo De

Noble, Jung e Ehrlich (1999), Capacidade de Inovação de acordo com Liao, Fei e Chen

(2007) e desempenho de Gupta e Govindarajan (1984). E, ainda, o constructo do Estilo

Cognitivo mensurado pelo Índice de Estilo Cognitivo (CSI) de Allinson e Hayes (1996,

2012).

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104

5.2.2 Segunda etapa

Na segunda etapa, foram retirados os itens com carga inferior a 0,70 que precisaram

ser eliminados para que o modelo conceitual possa ficar com cargas na condição ideal,

conforme Hair et al. (2014) ou por cargas cruzadas em outras variáveis diferentes das suas

respectivas dimensões, conforme a Tabela 7.

Tabela 7 - Itens retirados do modelo estrutural proposto

Itens Qtde de Casos Média Desvio padrão

Rodada de exclusão e

Carga fatorial obtida Mínimo Máximo

AE_DN4 68 5,603 1,271 3a rodada 0,787 2 7

AE_DN5 68 5,838 1,334 2a rodada 0,839 1 7

AE_DN6 68 4,985 1,419 2a rodada 0,781 1 7

AE_I4 68 5,750 1,460 1a rodada 0,854 1 7

CI_IG1 68 5,206 1,451 2a rodada 0,701 1 7

CI_IS3 68 4,676 1,578 2a rodada 0,609 1 7

EI_ARC5 68 6,176 1,221 2a rodada 0,641 1 7

EI_CCP1 68 4,368 1,495 2a rodada 0,609 1 7

Fonte: Dados da pesquisa.

Observa-se, na Tabela 7, que os itens retirados do modelo estrutural original

correspondem à verificação da validade discriminante, em que se analisam as cargas fatoriais

de cada variável do modelo estrutural e identificam-se aquelas que obtêm carga inferior a 0,7

ou que carregam cargas mais altas em outras variáveis.

O primeiro item retirado do modelo estrutural foi a variável AE_DN4, “Eu posso

projetar produtos que resolvam os problemas atuais”, que obteve a carga fatorial de 0,787,

porém esta variável aumentou a carga fatorial em outra variável a AE_ON3, “Posso formular

um conjunto de ações rápidas em busca de oportunidades” (0,807). Sendo assim, optou-se

por excluir a variável AE_DN4 na 3a rodada do software PLS.

O segundo item excluído do modelo estrutural foi a variável AE_DN5, “Posso criar

produtos que satisfaçam as necessidades dos clientes”, com carga fatorial 0,839, porém essa

variável Mudanças Inesperadas atingiu carga fatorial similar de0,832, sendo assim, realizou-

se a exclusão da variável na 2a rodada do software PLS.

No terceiro item excluído, tem-se a variável AE_DN6, “Eu posso trazer conceitos de

produtos para o mercado em tempo hábil” (0,781), sendo que a carga fatorial na variável

AE_ON3, “Posso formular um conjunto de ações rápidas em busca de oportunidades”

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105

(0,909), ou seja, obteve carga fatorial maior do que na própria dimensão. Desse modo, optou-

se por excluir a variável AE_DN6 na 2a rodada do software PLS.

A quarta exclusão compreende a variável AE_I4, “Eu posso formar parceria ou

alianças com os outros”, que obteve carga fatorial de 0,8541 na 1a rodada do PLS. Constatou-

se que esta variável também carregou uma carga fatorial maior (0,8679) no item Objetivo do

Negócio. Neste caso, optou-se pela exclusão desta variável na 1ª rodada do software PLS.

A quinta exclusão corresponde à variável CI_IG1, “Em nossa empresa se muda a

divisão do trabalho de acordo com as necessidades de gestão do mercado”, com carga

fatorial de 0,701, que apresentou carga fatorial mais elevada (0,757) na variável “A empresa

muitas vezes tenta realizar procedimentos diferentes em suas operações para apressar a

realização de seus objetivos”. Desta forma, realizou-se a exclusão desta variável na 2a rodada

do software.

As demais variáveis excluídas do modelo estrutural, por apresentarem carga abaixo de

0,70, foram CI_IS3, “Os novos produtos ou serviços desenvolvidos pela empresa sempre

despertam a imitação por parte de seus concorrentes”, com carga 0,6096, variável EI_ARC5,

“Entre várias opções, eu preferiria ser um empreendedor” (0,641), e a variável EI_CCP1,

“Iniciar uma empresa e mantê-la funcionando é fácil para mim” (0,609), sendo todas

excluídas na 2a rodada do software.

5.3.3 Terceira etapa

Na terceira, tem-se a estimativa geral do modelo conceitual, após a retirada dos itens

para ajuste do modelo. Na Tabela 8, apresentam-se as médias, desvio padrão, teste de

normalidade (Kolmogorov-Smirnov Z e Normalidade), valores máximos e mínimos dos itens

restantes, bem como suas dimensões analisadas.

Tabela 8 - Itens restantes no modelo estrutural

Item Qtde

casos Média

Desvio

padrão

Kolmogorov-

Smirnov Z Normalidade Mínimo Máximo

Variável

1º ordem

Variável

2º ordem

D1 63 3,492 1,544 1,181 0,123 1 7

Desempenho Desempenho

D2 63 3,778 1,755 1,473 0,026 1 7

D3 63 3,968 1,665 1,301 0,068 1 7

D4 63 4,460 1,882 1,383 0,044 1 7

D5 63 3,317 1,564 1,205 0,109 1 7

D6 63 4,079 1,440 1,350 0,052 1 7

AE_DN1 68 5,456 1,251 2,236 0,000 2 7 Desenvolvimento

novos produtos

Autoeficácia

empresarial AE_DN2 68 5,559 1,309 2,786 0,000 1 7

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106

AE_DN3 68 5,382 1,506 1,797 0,003 1 7

AE_DN7 68 5,029 1,545 1,332 0,058 1 7

AE_I1 68 5,265 1,482 1,689 0,007 1 7

Ser inovador AE_I2 68 5,603 1,271 2,102 0,000 1 7

AE_I3 68 5,294 1,339 2,142 0,000 1 7

AE_ON1 68 5,662 1,472 1,962 0,001 1 7 Objetivo de

negócio AE_ON2 68 5,485 1,387 2,163 0,000 1 7

AE_ON3 68 5,162 1,356 1,670 0,008 1 7

AE_RH1 68 5,103 1,416 1,347 0,053 2 7

Recursos humanos AE_RH2 68 4,868 1,303 2,153 0,000 1 7

AE_RH3 68 4,809 1,307 1,450 0,030 2 7

AE_RI1 68 5,029 1,602 1,759 0,004 1 7 Relações com investidores AE_RI2 68 4,676 1,540 2,020 0,001 1 7

AE_RI3 68 4,515 1,440 1,452 0,030 1 7

AE_MI1 68 5,191 1,448 1,625 0,010 1 7 Mudanças

inesperadas AE_MI2 68 5,176 1,445 1,900 0,001 1 7

AE_MI3 68 5,794 1,410 2,298 0,000 1 7

EI_I2 68 6,118 1,252 2,382 0,000 1 7 Intenção

empreendedora VL

Intenção

empreendedora

EI_I3 68 5,794 1,399 2,301 0,000 2 7

EI_ARC1 68 5,706 1,436 2,124 0,000 1 7 Atitude em relação

ao comportamento EI_ARC2 68 6,029 1,371 2,355 0,000 1 7

EI_ARC4 68 6,088 1,368 2,404 0,000 1 7

EI_CCP2 68 5,515 1,299 1,808 0,003 1 7

Controle do

comportamento

EI_CCP3 68 5,676 1,471 2,052 0,000 1 7

EI_CCP4 68 5,559 1,520 2,397 0,000 1 7

EI_CCP5 68 5,412 1,448 2,028 0,001 1 7

EI_CCP6 68 5,662 1,277 2,195 0,000 1 7

EI_NS1 68 5,412 1,586 2,163 0,000 1 7

Normas subjetivas EI_NS3 68 5,574 1,469 2,154 0,000 1 7

EI_NS2 68 5,588 1,595 2,174 0,000 1 7

EI_NS4 68 5,544 1,470 2,338 0,000 1 7

CI_IG2 68 5,221 1,413 1,970 0,001 1 7

Inovação gerencial

Capacidade de

inovação

CI_IG3 68 5,632 1,583 1,849 0,002 1 7

CI_IG4 68 4,691 1,576 1,489 0,024 1 7

CI_IG5 68 5,132 1,656 1,405 0,039 1 7

CI_IG6 68 4,603 1,527 1,523 0,019 1 7

CI_IG7 68 4,485 1,430 1,815 0,003 1 7

CI_IS1 68 4,941 1,563 1,462 0,028 1 7

Inovação em

produtos e serviços

CI_IS2 68 4,632 1,629 1,135 0,152 1 7

CI_IS4 68 4,471 1,398 1,572 0,014 1 7

CI_IS5 68 4,632 1,392 1,344 0,054 1 7

CI_IS6 68 4,838 1,522 1,319 0,062 1 7

CI_IP1 68 5,103 1,384 1,453 0,029 1 7 Inovação em

processos CI_IP2 68 5,397 1,437 1,462 0,028 1 7

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107

CI_IP3 68 5,235 1,340 1,729 0,005 1 7

CI_IP4 68 5,456 1,501 1,652 0,009 1 7

CI_IP5 68 4,559 1,652 1,717 0,005 1 7

Fonte: Dados da pesquisa.

Na Tabela 8, verificam-se os itens que compõem o modelo conceitual proposto, após

as três rodadas realizadas pelo software Smart PLS, em que se observaram os valores das

cargas fatoriais “uma a uma” ao se realizar a exclusão dos itens mencionados na Tabela 10 e

rodando o PLS novamente e conferindo os relatórios fornecidos pelo software, conforme

indicado por Hair et al. (2014) e Silva (2015). Ressalta-se que cada item mencionado na

Tabela 8 tem sua descrição detalhada no capítulo 4, metodologia da pesquisa.

Cabe mencionar ainda que as variáveis que compõem o modelo estrutural apresentam,

em linhas gerais, uma situação normal, uma vez que a maioria das variáveis analisadas obteve

valor inferior a 5%, o que caracteriza uma situação de normalidade.

Nesse contexto, o modelo estrutural proposto apresenta uma condição ideal, uma vez

que todas as cargas são maiores que 0,70; assim,sugere-se na sequência a análise dos valores

relativos a AVE.

5.3.4 Quarta etapa

A seguir, na quarta etapa, apresenta-se a validade convergente, Alfa de Cronbach

(AC), a Confiabilidade Composta (CC) e Goodness of Fit (GoF). A Validade Convergente

(VC) é calculada por meio da Variância Média Extraída – AVE (Average Variance

Extracted). De acordo com Henseler, Ringle e Sinkovisc (2009) apud Silva (2015), essa

validade corresponde à porção dos dados, em suas respectivas variáveis, para explicar quanto

cada uma das variáveis observadas se correlaciona positivamente com seus respectivos

constructos. Em linhas gerais, quando o valor da AVE é maior que 0,5, entende-se que o

modelo converge a um resultado satisfatório de acordo com o critério de Fornell e Larcker

(HAIR Jr. et al., 2014; SILVA, 2015).

Para aferir a consistência interna do modelo estrutural, utiliza-se o Alfa de Cronbach

(AC) e a Confiabilidade Composta (CC); estes são utilizados para avaliar se a amostra está

livre de vieses ou analisar se as respostas em seu conjunto são confiáveis (SILVA, 2015). Para

AC,os valores entre 0,60 e 0,70 são considerados adequados em pesquisas exploratórias, e

para a CC, os valores de 0,70 e 0,90 são considerados satisfatórios (HAIR et al., 2014;

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108

SILVA, 2015). De acordo com Babbie (1992), o AC expressa a fiabilidade do questionário e

os valores deste índice podem ser interpretados da seguinte maneira: para uma classificação

muito alta, os valores devem variar entre 0,90 e 1,00; para uma classificação alta, os valores

devem variar entre 0,70 e 0,89; para uma classificação moderada, o intervalo deve ser entre

0,30 e 0,69; e em uma baixa classificação, os valores são inferiores a 0,30.

A Tabela 9 demonstra os indicadores de ajuste do modelo conceitual com relação aos

valores para as AVE de cada constructo, bem como a Confiabilidade Composta, oR2, o Alfa

de Cronbach, a Comunalidade e a Redundância.

Tabela 9 - Indicadores de ajuste, validade convergente e confiabilidade

Variáveis

AVE

Confiabilidade

composta (CC) R2

Alfa de

Cronbach

(AC)

Comunalidade Redundância

Autoeficácia Empreendedora - - - - - -

Desenvolvimento de novos produtos 0,789 0,937 0,753 0,910 0,789 0,593

Ser inovador 0,858 0,948 0,515 0,917 0,858 0,440

Objetivo do negócio 0,833 0,937 0,862 0,899 0,833 0,715

Recursos humanos 0,819 0,932 0,740 0,890 0,819 0,606

Relações com investidores 0,851 0,945 0,565 0,912 0,851 0,480

Mudanças inesperadas 0,839 0,940 0,698 0,904 0,839 0,584

Desempenho 0,754 0,948 0,165 0,934 0,754 0,097

Capacidade de Inovação - - 0,390 - - -

Inovação de processos 0,746 0,936 0,902 0,913 0,746 0,672

Inovação de produtos 0,669 0,910 0,721 0,876 0,669 0,475

Inovação gerencial 0,690 0,930 0,783 0,910 0,690 0,539

Intenção Empreendedora - - 0,442 - - -

Atitude em relação ao comportamento 0,801 0,923 0,716 0,875 0,801 0,568

Controle do comportamento percebido 0,752 0,938 0,747 0,916 0,752 0,558

Normas subjetivas 0,860 0,961 0,513 0,946 0,860 0,441

Intenção empreendedora_VL 0,732 0,844 0,399 0,650 0,732 0,280

Legenda: *GoF=0,711 Média das AVEs=0,774 Média R2=0,648

Fonte: Dados da pesquisa.

De acordo com a Tabela 9, observa-se que o modelo conceitual testado apresentou

AVEs superiores ao mínimo exigido (AVE > 0,50), indicadores de Confiabilidade Composta

com valores acima de 0,80,considerados satisfatórios conforme a literatura, e os Alfa de

Conbrach considerados satisfatórios, uma vez que variam de0,65 a 0,94, adequados em

pesquisas exploratórias e, em sua maioria, com carga acima de 0,90, classificada como alta

por Babbie (1992).

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109

Cabe mencionar que os constructos Autoeficácia Empreendedora, Capacidade de

Inovação e Intenção Empreendedora caracterizam-se por variáveis multidimensionais

formadas por outras variáveis, portanto, não possuem indicadores de AVE, Confiabilidade

Composta (CC), Alfa de Cronbach (AC), Comunalidade e Redundância, conforme menciona

Hair et al. (2014). Entretanto, o constructo Desempenho com natureza unidimensional, ou

seja, que não é formado por outras variáveis, apresenta os valores para esses indicadores.

Ressalta-se que o constructo com maior poder de explicação do modelo foi a Intenção

Empreendedora, com 44,2%, seguido da Capacidade de Inovação, com 39%, e Desempenho e

Autoeficácia Empreendedora, que obtiveram variação de 16,5%.

O Goodness of Fit (GoF) representa o ajustamento do modelo estrutural que

corresponde a uma medida geométrica da raiz quadrada do produto de dois indicadores, sendo

eles o R2 médio (Modelo Estrutural) e a média ponderada das AVE (Modelo de Mensuração)

(TENENHAUS et al., 2010; RINGLE; SILVA; BIDO, 2014). Conforme Wetzels, Odekerken-

Schröder e Oppen (2009), para a avaliação desse indicador, entende-se como adequado para

as áreas de ciências sociais e do comportamento o valor de 0,36. Verifica-se, neste estudo,

que o valor do médio R2 (0,648) e a média das AVE ficou em 0,774, o que gerou um valor do

GoF de 0,711, que revela um resultado acima de um mínimo de 0,36 nas ciências sociais

(WETZELS, ODEKERKEN-SCHRÖDER; OPPEN, 2009), o que demonstra uma boa

qualidade de ajuste do modelo estrutural.

5.3.5 Quinta etapa

A quinta etapa aborda o coeficiente de determinação de Pearson (R2) e a validade

discriminante. A análise do Coeficiente de Determinação de Pearson (R2) avalia a porção da

variância das variáveis endógenas, explicada pelo modelo estrutural, que indica a qualidade

do modelo ajustado, sendo sua interpretação para os valores de 0,75 substancial, de0,50

moderado e de0,25 fraco para as ciências exatas (HAIR et al., 2014; SILVA, 2015). Para a

área das ciências sociais e comportamentais, sugerem-se os valores de R2,em que 0,67 é

considerado um modelo substancial, 0,33 moderado e 0,19 franco (CHIN, 1998).

Na Tabela 3, apresentam-se os valores calculados no estuado para o Coeficiente de

Determinação de Pearson (R2) e percebe-se que em sua maioria foram superiores a 0,67,

sendo classificado como substancial, conforme indicado para a área de ciências sociais e

comportamentais (CHIN, 1998).

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110

Quanto à Validade Discriminante (VD), esta corresponde ao Cross Loading, ou seja,

aos indicadores com cargas fatoriais mais altas nas suas respectivas variáveis latentes (ou

constructos). Conforme explicita o critério de Fornell e Larcker, deve-se comparar as raízes

quadradas dos valores das AVEs de cada constructo com as correlações de Pearson entre os

constructos. Nesse critério, as raízes quadradas das AVEs devem ser maiores que as

correlações dos constructos analisados, uma vez que a VD indica até que ponto os constructos

ou variáveis latentes são independentes uns dos outros (HAIR et al., 2014; SILVA, 2015).

Na sequência, a Tabela 10 apresenta as análises dos cross loadings, ou seja, dos

indicadores de Validade Discriminante (VD) do modelo estrutural, com a comparação da raiz

quadrada das AVEs de cada constructo versus a correlação com os demais constructos.

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111

Tabela 10 - Indicadores de Validade Discriminante

Variáveis

Atitude em

relação ao

comportamento

Controle do

comportamento

percebido

Desempenho

Desenvolvimento

de novos

produtos

Inovação

de

processos

Inovação

de

produtos

Inovação

gerencial

Intenção

empreendedora_VL

Mudanças

inesperadas

Normas

subjetivas

Objetivo

do

negócio

Recursos

humanos

Relações

com

investidores

Ser

inovador

Atitude em relação ao comportamento *0,895

Controle do comportamento percebido 0,650 *0,867

Desempenho 0,300 0,227 *0,868

Desenvolvimento de novos produtos 0,469 0,525 0,354 *0,888

Inovação de processos 0,420 0,534 0,314 0,607 *0,864

Inovação de produtos 0,401 0,366 0,359 0,513 0,778 *0,818

Inovação gerencial 0,363 0,541 0,346 0,532 0,768 0,562 *0,831

Intenção empreendedora_VL 0,587 0,444 0,181 0,187 0,311 0,375 0,190 *0,856

Mudanças inesperadas 0,552 0,525 0,254 0,629 0,500 0,409 0,439 0,246 *0,916

Normas subjetivas 0,441 0,403 0,269 0,431 0,173 0,165 0,171 0,300 0,362 *0,927

Objetivo do negócio 0,569 0,571 0,335 0,813 0,578 0,458 0,546 0,275 0,709 0,552 *0,912

Recursos humanos 0,542 0,418 0,261 0,741 0,527 0,418 0,547 0,140 0,664 0,331 0,740 *0,905

Relações com investidores 0,399 0,421 0,199 0,544 0,413 0,278 0,443 0,171 0,581 0,451 0,675 0,581 *0,922

Ser inovador 0,508 0,397 0,140 0,475 0,391 0,143 0,374 0,128 0,593 0,368 0,647 0,536 0,404 *0,926

Legenda: (*) os valores em negrito representam a raiz quadrada das AVEs.

Fonte: Dados da pesquisa.

A Tabela 10 demonstra que cada variável em negrito, que corresponde à raiz quadrada das AVEs, obteve maior carga fatorial do que

aquelas que se encontram na mesma linha ou coluna. Essa informação demonstra que as variáveis analisadas explicam mais de 50% o constructo

as quais pertencem.

De maneira complementar, optou-se por demonstrar a análise à Validade Discriminante evidenciada na Tabela 10, também pela Tabela

11, onde se pode realizar a análise das cargas cruzadas dos itens dos constructos versus nos demais constructos (cross loadings).

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112

Tabela 11 -Análise cross loading – cargas cruzadas dos constructos x demais constructos

Item

Atitude em

relação ao comportamento

Controle do

comportamento percebido

Desempenho

Desenvolvimento

de novos produtos

Inovação

de processos

Inovação

de produtos

Inovação

gerencial

Intenção

empreendedora_VL

Mudanças

inesperadas

Normas

subjetivas

Objetivo

do negócio

Recursos

humanos

Relações

com investidores

Ser

inovador

AE_DN1 0,431 0,496 0,255 0,918 0,522 0,462 0,477 0,195 0,542 0,379 0,728 0,633 0,468 0,372

AE_DN2 0,431 0,490 0,315 0,907 0,528 0,432 0,491 0,199 0,643 0,341 0,725 0,656 0,528 0,432

AE_DN3 0,331 0,485 0,290 0,894 0,509 0,453 0,476 0,139 0,515 0,463 0,741 0,618 0,511 0,391

AE_DN7 0,473 0,392 0,397 0,832 0,597 0,476 0,446 0,131 0,531 0,351 0,695 0,725 0,423 0,490

AE_I1 0,426 0,328 0,107 0,372 0,376 0,137 0,334 0,129 0,515 0,349 0,561 0,456 0,340 0,908

AE_I2 0,502 0,364 0,133 0,469 0,351 0,139 0,326 0,149 0,563 0,380 0,640 0,537 0,368 0,968

AE_I3 0,480 0,409 0,147 0,472 0,362 0,121 0,381 0,077 0,567 0,293 0,594 0,491 0,414 0,901

AE_MI1 0,503 0,425 0,310 0,604 0,506 0,398 0,418 0,203 0,923 0,339 0,683 0,622 0,574 0,568

AE_MI2 0,529 0,525 0,225 0,596 0,544 0,462 0,462 0,185 0,950 0,269 0,684 0,672 0,558 0,547

AE_MI3 0,482 0,497 0,153 0,526 0,307 0,248 0,317 0,298 0,874 0,399 0,573 0,520 0,458 0,513

AE_ON1 0,471 0,537 0,313 0,777 0,487 0,371 0,474 0,194 0,668 0,498 0,935 0,681 0,547 0,575

AE_ON2 0,504 0,483 0,294 0,650 0,522 0,420 0,431 0,297 0,558 0,516 0,893 0,564 0,636 0,600

AE_ON3 0,579 0,539 0,308 0,791 0,571 0,461 0,579 0,264 0,705 0,498 0,909 0,768 0,664 0,598

AE_RH1 0,494 0,458 0,303 0,697 0,597 0,441 0,606 0,127 0,631 0,315 0,679 0,891 0,486 0,517

AE_RH2 0,538 0,351 0,257 0,675 0,410 0,378 0,386 0,179 0,573 0,307 0,657 0,921 0,498 0,466

AE_RH3 0,439 0,325 0,148 0,638 0,422 0,315 0,491 0,074 0,597 0,276 0,673 0,904 0,593 0,471

AE_RI1 0,369 0,426 0,161 0,554 0,458 0,289 0,501 0,149 0,505 0,472 0,673 0,523 0,930 0,463

AE_RI2 0,407 0,401 0,188 0,498 0,401 0,276 0,409 0,173 0,540 0,478 0,643 0,579 0,961 0,357

AE_RI3 0,324 0,334 0,204 0,448 0,271 0,200 0,306 0,150 0,570 0,285 0,546 0,504 0,874 0,290

CI_IG2 0,289 0,556 0,304 0,477 0,661 0,445 0,868 0,131 0,370 0,136 0,515 0,407 0,364 0,352

CI_IG3 0,449 0,540 0,326 0,416 0,689 0,501 0,843 0,237 0,434 0,228 0,479 0,454 0,340 0,408

CI_IG4 0,326 0,485 0,301 0,471 0,629 0,452 0,789 0,127 0,363 0,157 0,436 0,324 0,306 0,336

CI_IG5 0,229 0,412 0,290 0,515 0,699 0,490 0,851 0,147 0,423 0,117 0,460 0,479 0,421 0,314

CI_IG6 0,250 0,361 0,244 0,325 0,573 0,413 0,824 0,081 0,279 0,039 0,402 0,515 0,343 0,265

CI_IG7 0,260 0,332 0,257 0,441 0,563 0,495 0,807 0,219 0,305 0,168 0,420 0,554 0,434 0,178

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113

CI_IP1 0,362 0,495 0,358 0,563 0,899 0,684 0,764 0,220 0,400 0,063 0,534 0,483 0,442 0,410

CI_IP2 0,444 0,543 0,239 0,590 0,895 0,719 0,698 0,395 0,491 0,272 0,587 0,514 0,449 0,346

CI_IP3 0,380 0,492 0,277 0,583 0,934 0,730 0,705 0,253 0,503 0,176 0,566 0,583 0,365 0,368

CI_IP4 0,358 0,327 0,244 0,440 0,830 0,641 0,583 0,289 0,414 0,114 0,458 0,407 0,268 0,387

CI_IP5 0,252 0,434 0,230 0,421 0,747 0,573 0,539 0,175 0,338 0,116 0,318 0,248 0,227 0,150

CI_IS1 0,404 0,431 0,404 0,495 0,720 0,806 0,591 0,353 0,401 0,337 0,505 0,433 0,322 0,171

CI_IS2 0,311 0,213 0,196 0,428 0,580 0,810 0,403 0,294 0,451 0,162 0,397 0,404 0,192 0,215

CI_IS4 0,183 0,080 0,297 0,306 0,501 0,777 0,313 0,214 0,203 -0,004 0,176 0,244 0,142 -0,034

CI_IS5 0,373 0,328 0,428 0,474 0,682 0,885 0,513 0,320 0,282 0,091 0,377 0,362 0,231 0,063

CI_IS6 0,332 0,386 0,113 0,366 0,663 0,809 0,431 0,332 0,318 0,047 0,372 0,243 0,223 0,149

D1 0,235 0,167 0,912 0,298 0,287 0,396 0,347 0,185 0,181 0,139 0,202 0,219 0,148 0,038

D2 0,278 0,213 0,948 0,324 0,322 0,363 0,372 0,140 0,230 0,219 0,316 0,221 0,136 0,114

D3 0,269 0,172 0,801 0,212 0,127 0,182 0,174 0,151 0,127 0,314 0,322 0,130 0,140 0,172

D4 0,219 0,169 0,718 0,253 0,247 0,183 0,081 0,121 0,191 0,307 0,292 0,170 0,059 0,276

D5 0,271 0,135 0,939 0,295 0,260 0,336 0,329 0,129 0,204 0,171 0,267 0,267 0,196 0,013

D6 0,289 0,294 0,870 0,412 0,337 0,337 0,388 0,204 0,337 0,298 0,354 0,305 0,300 0,172

EI_ARC1 0,847 0,581 0,263 0,499 0,283 0,337 0,291 0,497 0,531 0,535 0,619 0,439 0,424 0,459

EI_ARC2 0,901 0,519 0,220 0,377 0,428 0,386 0,271 0,603 0,423 0,279 0,425 0,467 0,281 0,444

EI_ARC4 0,935 0,636 0,318 0,377 0,421 0,354 0,407 0,480 0,518 0,354 0,472 0,545 0,355 0,459

EI_CCP2 0,601 0,857 0,280 0,571 0,497 0,392 0,431 0,528 0,495 0,368 0,570 0,392 0,433 0,321

EI_CCP3 0,634 0,929 0,121 0,450 0,466 0,345 0,487 0,433 0,518 0,397 0,529 0,398 0,414 0,372

EI_CCP4 0,533 0,914 0,161 0,465 0,452 0,299 0,508 0,368 0,446 0,305 0,502 0,368 0,339 0,335

EI_CCP5 0,442 0,857 0,066 0,461 0,464 0,251 0,499 0,295 0,422 0,307 0,507 0,378 0,338 0,374

EI_CCP6 0,590 0,770 0,357 0,320 0,434 0,288 0,425 0,275 0,383 0,360 0,354 0,269 0,289 0,320

EI_I2 0,538 0,488 0,278 0,275 0,400 0,418 0,297 0,921 0,323 0,338 0,323 0,195 0,149 0,195

EI_I3 0,463 0,222 -0,034 -0,015 0,062 0,178 -0,044 0,785 0,039 0,138 0,104 0,005 0,147 -0,022

EI_NS1 0,381 0,388 0,178 0,375 0,118 0,129 0,137 0,285 0,322 0,947 0,481 0,266 0,397 0,311

EI_NS2 0,464 0,359 0,281 0,436 0,150 0,193 0,199 0,252 0,326 0,910 0,549 0,401 0,416 0,328

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114

EI_NS3 0,409 0,364 0,221 0,398 0,161 0,120 0,126 0,293 0,306 0,939 0,522 0,287 0,462 0,343

EI_NS4 0,380 0,382 0,318 0,390 0,215 0,173 0,173 0,284 0,391 0,913 0,495 0,273 0,398 0,383

Fonte: Dados da pesquisa.

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115

5.3.6 Sexta etapa

A sexta etapa compreende a realização do Teste t Student e dos Coeficientes de

Caminho (Г). De acordo com Silva (2015) e Hair et al. (2014), para estimar a significância

dos Coeficientes de Caminho (Г), deve-se realizar o teste para evidenciar a relação causal

entre dois constructos para saber se estas são significantes ou não. Em linhas gerais, quando

os caminhos entre os constructos (e entre as variáveis e os constructos) se mostrarem

significantes, o modelo estrutural se mostra ajustado.

Silva (2015) ressalta que para se calcular o teste t Student realiza-se o cálculo entre as

amostras originais de cada variável ou constructo e as respectivas amostras obtidas pelas

técnicas de reamostragem (bootstrapping). Este teste confere, determina que os valores acima

de 1,96 são considerados significantes a 5% ou 0,05, em que os constructos são relacionados e

independentes. De acordo com Silva (2015), deve-se considerar os valores t Student para cada

relação (correlação) entre variáveis e constructos com o mesmo critério de interpretação dos

valores quanto à significância e têm correlações e/ou coeficientes de caminho aceitáveis ou

não. Ressalta-se que, para pesquisas de cunho exploratório, esta relação de significância pode

ser obtida com valores <1,67 com 90% de confiança (SAMPIERI; COLLADO, LUCIO,

1991). Cabe ressaltar que nesta pesquisa optou-se por adotar em relação ao t Student a

interpretação para valores acima de 1,67 (t<1,67).

Quanto ao critério de reamostragem (bootstrapping), o software Smart PLS estima o

caminho para cada subamostra ou reamostragem, ou seja, a ligação entre as variáveis. Sendo

que a reamostragem pode ser de dois tipos: cases ou samples. Os cases caracterizam-se pelo

tamanho da amostra que compreende o número de casos ou de sujeitos respondentes. E o

samples refere-se à quantidade de reamostragem, sendo que o ideal e o mínimo recomendado

são 200, porém as mais comuns são 1.000 (SILVA, 2015).

A Tabela 12 demonstra os valores encontrados para o Coeficiente de Caminho (Г), as

reamostragens com sample de 200, Teste t, p-valor e o resultado da relação causal estimado

no modelo estrutural geral da pesquisa.

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116

Tabela 12 - Indicadores do Coeficiente de Caminho (Г) e Teste T

Hipótese Sentido Relação

Coeficiente

de Caminho

(Г)

Média samples

200

subamostras

Desvio

Padrão Teste t p-valor Resultado

H1 Positivo Autoeficácia empreendedora => Intenção empreendedora 0,665 0,663 0,086 7,742 0,000 Confirmada

H2 Positivo

Autoeficácia empreendedora

=>Capacidade de inovação 0,625 0,635 0,140 4,472 0,000 Confirmada

H3 Positivo Capacidade de inovação =>

Desempenho 0,291 0,325 0,130 2,249 0,028 Confirmada

H4 Positivo

Intenção empreendedora =>

Desempenho 0,186 0,186 0,100 1,730 0,088 Confirmada

Fonte: Dados da pesquisa.

De acordo com a Tabela 12, o modelo estrutural geral mostra-se ajustado, uma vez que

apresenta relações positivas e significantes (p>0,10 e t<1,67) entre todos os constructos

identificados pelo método de reamostragem bootstrap.

Verifica-se, ainda, a significância para a relação entre a Autoeficácia Empreendedora e

a Capacidade de Inovação (H2, Г=0,625, t(67)=4,472, p <0,001), a Autoeficácia

Empreendedora e a Intenção empreendedora (H1, Г = 0,665, t(67)=7,742, p-valor<0,001), a

Capacidade de Inovação e o Desempenho (H3, Г = 0,291, t(67)=2,249, p-valor=0,028) e a

Intenção Empreendedora e o Desempenho (H4, Г= 0,186, t(67)=1,730, p-valor=0,088). Cabe

destacar a forte relação nas relações entre Autoeficácia Empreendedora e Intenção

Empreendedora com t(67)=7,742 e a relação entre Autoeficácia Empreendedora e Capacidade

de Inovação t(67)=4,472.

5.3.7 Sétima etapa

Na sétima etapa, tem-se a Relevância ou Validade Preditiva (Q2) e o Tamanho do

efeito (f2). A Validade Preditiva (Q2), também conhecida como Indicador Stone-Geiser ou

indicador de acurácia, de acordo com Hair et al. (2014) e Silva (2015), avalia a precisão do

modelo ajustado. Ringle, Silva e Bido (2014, p.15) ressaltam que o Q2 “avalia quanto o

modelo se aproxima do que se espera dele (ou a qualidade da predição do modelo ou acurácia

do modelo ajustado”. Destaca-se que um modelo perfeito seria (Q2 = 1), sendo interpretado

como um modelo que reflete a realidade sem erros. Para interpretação dos valores, Hair et al.

(2014) e Silva (2015) apontam que a validade preditiva tem que apresentar valores maiores

que zero.

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117

Quanto ao Tamanho do Efeito (f2), também conhecido como Indicador de Cohen,

conforme Hair et al. (2014) e Silva (2015), é obtido pela inclusão e exclusão de constructos

endógenos do modelo, sendo que se realiza a avaliação de quanto cada constructo é útil para o

ajustamento do modelo conceitual. Para interpretação desse coeficiente, entende-se como

valores próximos de 0,02 para pouca utilidade, 0,15 de utilidade moderada e 0,35 com grande

utilidade.

A Tabela 13 apresenta os indicadores de acurácia (Q2) e utilidade à construção do

modelo (f2) para cada variável do modelo estrutural geral.

Tabela 13 - Indicador Acurácia e utilidade à construção do modelo

Variáveis Q2 f2

Autoeficácia empreendedora - 0,501

(DN) Desenvolvimento de novos produtos 0,575 -

(MI) Mudanças inesperadas 0,575 -

(ON) Objetivo do negócio 0,693 -

(RH) Recursos humanos 0,597 -

(RI) Relações com investidores 0,483 -

(AI) Ambiente Inovador 0,434 -

Desempenho 0,107 -

Intenção empreendedora 0,158 0,378

(ARC) Atitude em relação ao comportamento 0,563 -

(CCP) Controle do comportamento percebido 0,488 -

(IE) Intenção empreendedora_VL 0,267 -

(NS) Normas subjetivas 0,435 -

Capacidade de inovação 0,199 0,505

(IP) Inovação de processos 0,658 -

(IS) Inovação de produtos 0,457 -

(IG) Inovação gerencial 0,531 -

Fonte: Dados da pesquisa.

Com base na Tabela 13, constata-se, em relação à validade preditiva (Q2), que o

modelo apresentou acurácia, uma vez que as variáveis analisadas apresentaram valores

maiores que zero. Ressalta-se ainda que a variável “Objetivo do Negócio” com Q2 de 0,693

foi o item mais explicado pelo modelo estrutural, seguida da variável “Inovação de

Processos” com Q2 de 0,658. Destaca-se também que a variável que menos foi explicada no

modelo foi “Desempenho” com Q2 de 0,107.

No que se refere ao tamanho do efeito (f2), o modelo estrutural geral apresentou

constructos de grande utilidade para sua explicação, uma vez que os valores foram

predominantemente maiores que 0,30. Cabe mencionar que a variável “Desempenho” não

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118

obteve valor de f2, uma vez que o modelo estrutural não apresenta nenhum preditor de saída,

apenas dois preditores de chegada, conforme a Figura 5. Entretanto, observa-se na Tabela 13

que o constructo de “Capacidade de Inovação” foi mais importante para explicar o modelo

estrutural, pois obteve um tamanho do efeito de 0,505, seguido do constructo de

“Autoeficácia Empreendedora” com f2 de 0,501 e “Intenção Empreendedora” com f2 de

0,378.

5.3.8 Modelo estrutural final

A Tabela 14 evidencia as relações entre as variáveis de 1a e 2a ordem, que também

obtiveram relações positivas e significantes.

Tabela 14 - Relações entre as variáveis de 1a e 2a ordem do modelo estrutural

Relação

Coeficiente

de

Caminho

Média 200

subamostras

Desvio

Padrão Teste t p-valor

Autoeficácia empreendedora Desenvolvimento de novos produtos 0,868 0,866 0,039 22,516 p< 0,001

Autoeficácia empreendedora Mudanças inesperadas 0,836 0,831 0,057 14,544 p< 0,001

Autoeficácia empreendedora Objetivo do negócio 0,929 0,927 0,021 45,345 p< 0,001

Autoeficácia empreendedora Recursos humanos 0,860 0,862 0,033 26,475 p< 0,001

Autoeficácia empreendedora Relações com investidores 0,752 0,751 0,053 14,193 p< 0,001

Autoeficácia empreendedora Ser inovador 0,717 0,695 0,110 6,543 p> 0,001

Capacidade de inovação Inovação de processos 0,950 0,950 0,015 64,247 p<0,001

Capacidade de inovação Inovação de produtos 0,849 0,848 0,041 20,947 p<0,001

Capacidade de inovação Inovação gerencial 0,885 0,884 0,044 19,916 p<0,001

Intenção empreendedora Atitude em relação ao comportamento 0,846 0,840 0,058 14,676 p<0,001

Intenção empreendedora Controle do comportamento percebido 0,864 0,856 0,055 15,698 p<0,001

Intenção empreendedora Intenção empreendedora_VL 0,632 0,601 0,157 4,025 p<0,001

Intenção empreendedora Normas subjetivas 0,716 0,701 0,116 6,164 p<0,001

Fonte: Dados da pesquisa.

Na Tabela 14, os indicadores de acurácia do modelo ajustado ou validade preditiva

(Q2) e tamanho efeito ou utilidade para a construção do modelo (f2) se mostraram

satisfatórios, além do p-valor que se apresentou <0,05 em todas as relações analisadas.

Destaca-se que a relação com maior poder de explicação no modelo foi Capacidade de

Inovação e Inovação de Processos com t(67)=64,247, seguida da relação Autoeficácia

Empreendedora e Objetivo do Negócio com t(67)=45,345. Na terceira posição aparece a

relação entre Autoeficácia Empreendedora e Recursos Humanos com t(67)=26,475. Em

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119

contrapartida, a relação com menor poder de explicação no modelo foi Intenção

Empreendedora e Intenção Empreendedora_VL com t(67)=4,025.

A Figura 9 apresenta todos os indicadores do modelo estrutural ajustado final e pode

resumir os resultados obtidos por meio da análise de modelagem de equações estruturais.

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120

Figura 9 - Modelo estrutural geral da pesquisa antes da moderação do Estilo Cognitivo

Fonte: Dados da pesquisa.

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121

5.3.9 Moderação no modelo estrutural final

Para Prado, Korelo e Silva (2014) e Hayes (2013), as análises de mediação e

moderação de variáveis são utilizadas para estabelecer evidências ou testar hipóteses sobre

relações que têm como objetivo explicar como certos efeitos acontecem ou em que condições

eles facilitam ou inibem tais efeitos.

Baron e Kenny (1986) e Prado, Korelo e Silva (2014) mencionam que o efeito de

moderação ou efeito condicional acontece quando uma variável, categórica ou contínua, afeta

a direção ou a intensidade (mais forte ou mais fraca) da relação entre uma variável

independente e uma dependente. Esta pesquisa pauta-se na moderação do constructo de Estilo

Cognitivo por meio do Índice de Estilo Cognitivo para moderar a relação deste com os

constructos de Autoeficácia Empreendedora, Capacidade de Inovação, Desempenho e

Intenção Empreendedora.

De acordo com Hayes (2013) e Prado, Korelo e Silva (2014), a relação de moderação

busca responder questões do tipo “Quando?”, uma vez que essas questões, ao argumentarem,

mostram que não se torna interessante apenas saber se uma variável afeta a outra, mas

também saber como e quando este efeito ocorre ou deixa de ocorrer. Os autores mencionam

que “como” um efeito ocorre está relacionado ao processo psicológico, cognitivo ou

biológico. Entretanto, as questões ligadas a “quando” o efeito afeta uma variável em

detrimento de outra está relacionada com as condições da associação causal, portanto, a

moderação tem a ver com as circunstâncias ou com o tipo de grupo que exerce efeito sobre o

outro.

As abordagens para o cálculo de moderação podem ocorrer de três formas. A primeira

abordagem e mais utilizada compreende a utilização da técnica estatística da ANOVA. Na

segunda, avalia-se o efeito de moderação a partir dos caminhos com o auxílio de um modelo

de regressão tradicional. Por fim, a terceira avalia a moderação conforme proposto por Hayes

(2013), ou seja, por meio das técnicas de reamostragens (bootstrapping) (PRADO; KORELO;

SILVA, 2014). Nesta pesquisa, optou-se por utilizar a terceira abordagem com o auxílio da

técnica de reamostragens.

A técnica de reamostragem tem como base a avaliação dos caminhos. Prado, Korelo e

Silva (2014, p. 4) destacam que ao “fornecer o cálculo de significância dos efeitos por meio

do teste de teoria com distribuição normal (coeficiente de significância “p”) e distribuição não

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122

normal (intervalos de confiança CI superiores e inferiores) para valores de –1 D.P., média e

+1 D.P moderador”.

Para realizar o cálculo da moderação do constructo de Estilo Cognitivo neste estudo,

optou-se por dividir a amostra geral composta por 68 elementos que foram classificados de

acordo com o Cognitive Style Index (CSI) proposto por Allison e Hayes (1996, 2012). Na

classificação, gerou-se dois grupos com mais ou menos 30 elementos, sendo eles: 30 gestores

intuitivos (CSI 1- Intuitivos e 2- Quase-intuitivo) e 38 gestores classificados como analíticos

(CSI 3- Adaptativo, 4- Quase-analítico e 5-Analíticos).

A Tabela 15 exibe os indicadores estruturais para o primeiro grupo da moderação, os

intuitivos (CSI 1 e 2).

Tabela 15 - Indicadores estruturais para a amostra dos gestores intuitivos

Intuitivos (CSI 1 E 2)

Hipóteses Relações

Coeficiente

de Caminho

(Г)

Média

samples 200

subamostras

Desvio

Padrão Teste t

p-valor Resultado

H1

Autoeficácia

empreendedora =>

Intenção empreendedora 0,4769 0,4954 0,1469 3,245

p<0,003

Confirmada

H2

Autoeficácia

empreendedora =>

Capacidade de inovação 0,4104 0,4762 0,2109 1,946

p<0,061

Confirmada

H3

Capacidade de inovação

=> Desempenho 0,3614 0,4244 0,2037 1,773

p<0,086

Confirmada

H4

Intenção empreendedora

=> Desempenho 0,099 0,2624 0,1762 0,563

p<0,0578 *n.s

Fonte: Dados da pesquisa.

Constata-se que a relação de moderação mais forte está nas H1 – Autoeficácia

empreendedora e Intenção empreendedora com t=3,245, seguida pela H2 – Autoeficácia

empreendedora e Capacidade de Inovação com t=1,946 e H3 – capacidade de inovação e

desempenho com t=1,773 para a amostra de gestores intuitivos.

A Figura 10 apresenta todos os indicadores do modelo estrutural ajustado final por

meio da análise de modelagem de equações estruturais, após a moderação do CSI para a

amostra dos gestores intuitivos.

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123

Figura 10 - Modelo estrutural após a moderação do CSI para os gestores intuitivos

Fonte: Dados da pesquisa.

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124

Na sequência, a Tabela 16 demonstra os indicadores estruturais para o segundo grupo

de moderação, os gestores analíticos (CSI 3, 4 e 5).

Tabela 16 - Indicadores estruturais para a amostra dos gestores analíticos

Analíticos (CSI 3 4 5)

Hipóteses

Relações

Coeficiente de

Caminho (Г)

Média samples

200

subamostras

Desvio

Padrão Teste t

p-valor

Resultado

H1

Autoeficácia

empreendedora =>

Intenção empreendedora 0,7869 0,7719 0,0829 9,494

p<0,001

Confirmada

H2

Autoeficácia

empreendedora =>

Capacidade de inovação 0,806 0,7936 0,0789 10,2188

p<0,001

Confirmada

H3

Capacidade de inovação =>

Desempenho 0,3547 0,3901 0,1746 2,032

p<0,049

Confirmada

H4

Intenção empreendedora

=> Desempenho 0,1811 0,2068 0,1425 1,2708

p<0,212 *n.s

Fonte: Dados da pesquisa.

Observa-se que a relação de moderação mais forte está na H2 – Autoeficácia

empreendedora e Capacidade de Inovação com t=10,2188. Em seguida, a H1 – Autoeficácia

empreendedora e Intenção empreendedora com t=9,4947 para os gestores analíticos. E, ainda,

a H3 – Capacidade de inovação e desempenho com t=2,032.

Em seguida, a Figura11 evidencia os indicadores do modelo estrutural ajustado final

por meio da análise de modelagem de equações estruturais após a moderação do CSI para a

amostra dos gestores analíticos.

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125

Figura 11 - Modelo estrutural após a moderação do CSI para os gestores analíticos

Fonte: Dados da pesquisa.

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126

Nas Figuras 10 e 11buscou-se apresentar as diferenças ocasionadas pela presença da

variável moderadora (Estilo Cognitivo – CSI) para os gestores intuitivos e analíticos.

Para Silva (2015), as variáveis moderadoras compreendem variáveis organísmicas do

tipo cognitivo, emocional, motivacional e atitudinal; estas contaminam o experimento, salvo

se controladas. Neste estudo, optou-se pela utilização de uma variável organísmica do tipo

cognitivo, representada pelo Índice de Estilo Cognitivo.

De acordo com Hair et al. (2014), nas situações em que o pesquisador pretende estimar

diferentes parâmetros em um estudo, em função das diferenças entre grupos, deve realizar um

teste de moderação, assim este pesquisador consegue analisar se uma variável interfere na

relação entre outras duas variáveis. Na sequência, a Figura 12 demonstra a representação da

moderação.

Figura 12 - Modelo de moderação

Fonte: Silva (2015).

Na Figura 12, a variável moderação (VM) modera a relação entre a variável

independente (VI) e a variável dependente (VD).

A heterogeneidade entre grupos resulta em diferenças estatisticamente válidas nas

situações de moderação. Nessa situação, as variáveis moderadoras normalmente capturam

diferenças entre grupos em uma mesma amostra, e a não observação desta heterogeneidade

pode levar a resultados incorretos e, portanto, às interpretações imprecisas na pesquisa. Para

realizar esta análise, busca-se efetuar uma análise multigrupo (HAIR et al., 2014).

A análise multigrupo irá testar a diferença estatisticamente válida entre os coeficientes

de caminho quando os dois grupos comparados forem analisados no mesmo modelo levando-

se em consideração o erro padrão de cada coeficiente de caminho. Ou seja, a relação entre

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127

uma variável (VI) e uma variável (VD) sofre influência de uma variável (VM) (HAIR et al.,

2014).

Para realizar esta análise multigrupo, realiza-se um teste t de Student com os

coeficientes de caminho médios da simulação de subamostras (bootsrapping) de cada amostra

e seus respectivos Erros padrão, conforme a fórmula exibida na Figura 13.

Figura 13 - Teste t de student para análise multigrupo, moderação

Legenda: *Pathsample_1 e Pathsample_2 são os coeficientes de caminho médios da amostra 1 e amostra 2,

respectivamente. Os tamanhos da amostra são representados pela letra m (amostra 1) e n (amostra 2). S.E.sample1 e

S.E.sample2 representam o Erro padrão das amostras 1 e 2.

Fonte: Hair et al. (2014, p. 248).

Na sequência, demonstra-se o teste de moderação do Cognitive Style Index (CSI)

proposto por Allison e Hayes (1996, 2012) para o Teste t de Student para análise multigrupo,

conforme exposto na Tabela 17.

Tabela 17 - Teste de moderação do Cognitive Style Index (CSI) – Estilo Cognitivo

Hipótese Relação Estrutural

Intuitivos

(CSI 1 2)

Analíticos

(CSI 3 4 5)

H1

Autoeficácia empreendedora =>

Intenção empreendedora t=1,175; p=0,242 t=0,940; p=0,348

AMOSTRA

GERAL H2

Autoeficácia empreendedora =>

Capacidade de inovação t=0,857; p=0,392 t=0,932; p=0,352

H3 Capacidade de inovação => Desempenho t=0,157; p=0,876 t=0,294; p=0,796

H4 Intenção empreendedora => Desempenho t=0,393; p=0,695 t=0,045; p=0,964

H1

Autoeficácia empreendedora =>

Intenção empreendedora - t=1,96; p=0,051

CSI 1 2 H2

Autoeficácia empreendedora =>

Capacidade de inovação - t=1,943; p=0,053

H3 Capacidade de inovação => Desempenho - *n.s

H4 Intenção empreendedora => Desempenho - *n.s Legenda: (*) em negrito relações significantes - (n.s) para relações não significantes.

Fonte: Dados da pesquisa.

Diante das informações apresentadas na Tabela 17, observa-se que apenas a H1 –

Autoeficácia empreendedora e intenção empreendedora com t=1,96 e H2 – Autoeficácia

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128

empreendedora e capacidade de inovação com t=1,943 apresentaram significância no modelo

estrutural a partir da moderação do Cognitive Style Index (CSI), quando se compara a

moderação para as duas amostras dos gestores analisados, os intuitivos e os analíticos.

Destaca-se que as hipóteses H3 e H4 não se mostram significantes na pesquisa.

Por fim, a Figura 14 expõe o modelo estrutural final ajustado pela modelagem de

equações estruturais com o auxílio do SmartPLS e o impacto da variável moderado do CSI.

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129

Figura 14 - Modelo estrutural final com a moderação do CSI

Fonte: Dados da pesquisa.

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130

Na sequência, a Tabela 18 apresenta os scores médios para cada uma das dimensões

dos constructos analisados nesta pesquisa após a moderação do CSI.

Tabela 18 - Scores médios dos constructos e dimensões após a moderação do CSI

Constructos/Dimensões

Intuitivos (CSI 1 E 2)

Média geral

Analíticos (CSI 3 4 5)

Média Geral p-valor

AUTOEFICACIA EMPREENDEDORA 5,319 5,130 0,019

(DN) Desenvolvimento de novos produtos 5,400 5,310 0,594

(AI) Ambiente inovador 5,450 5,330 0,526

(ON) Objetivo do negócio 5,480 5,390 0,638

(RH) Recursos humanos 5,070 4,800 0,156

(RI) Relações com investidores 5,040 4,500 0,011

(MI) Mudanças inesperadas 5,410 5,360 0,836

INTENÇÃO EMPREENDEDORA 5,783 5,618 0,077

(IE) Intenção Empreendedora Vl 6,100 5,840 0,262

(ARC) Atitude em relação comportamento 6,110 5,800 0,117

(CCP) Controle do comportamento percebido 5,700 5,450 0,105

(NS) Normas subjetivas 5,480 5,560 0,664

CAPACIDADE DE INOVAÇÃO 5,077 4,831 0,008

(IG) Inovação gerencial 5,110 4,830 0,074

(IS) Inovação produtos e serviços 4,860 4,570 0,085

(IP) Inovação processos 5,247 5,074 0,287

DESEMPENHO 3,744 3,923 0,317

Legenda: *em negrito as diferenças significativas.

Fonte: Dados da pesquisa.

De acordo com a Tabela 18, percebe-se, em linhas gerais, que os gestores intuitivos

alcançaram valores médios maiores significativamente que os gestores analíticos, exceto no

constructo desempenho. Quanto à Autoeficácia empreendedora, percebe-se que as dimensões

recursos humanos e relações com investidores entre os gestores intuitivos se sobrassaem

quando comparados aos gestores analíticos. No constructo intenção empreendedora, verifica-

se que a dimensão atitude em relação ao comportamento obteve a maior diferença média

quando comparados os gestores intuitivos e analíticos. E quanto à capacidade de inovação,

percebe-se que a dimensão inovação de produtos e serviços também obteve a maior variação

média quando comparamos os valores entre os gestores intuitivos e analíticos.

Na seção seguinte, apresenta-se uma discussão dos resultados obtidos com base no

modelo teórico proposto nesta tese.

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131

6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Nesta seção, são avaliadas as hipóteses conjecturadas para validar o modelo teórico

proposto, analisando os resultados alcançados e estabelecendo uma discussão sobre os

achados quantitativos do estudo. Por fim, são mencionadas algumas limitações do estudo.

Na tese se confirmou o impacto positivo e significante da autoeficácia empreendedora

sobre a intenção empreendedora, por meio da sustentação da hipótese H1 – A autoeficácia

empreendedora influencia significativamente e positivamente a intenção

empreendedora. Estes achados corroboram com De Noble, Jung e Ehrich (1999) quando

afirmam que a autoeficácia se correlaciona positiva e significativamente com a intenção, bem

como com a disponibilidade de os 272 universitários analisados criarem ou iniciarem seu

próprio negócio. Destacam ainda que a análise da autoeficácia empreendedora auxilia na

compreensão do que faz com que os potenciais empreendedores sustentem seus esforços

iniciais para materializar suas novas oportunidades de negócios.

A pesquisa de Zhao, Seibert e Hills (2005) sugere que os indivíduos que escolhem

tornarem-se empreendedores possuem elevada autoeficácia empreendedora. Para Salanova et

al. (2001), a autoeficácia está positivamente relacionada com a persistência, dedicação e

satisfação das ações realizadas por indivíduos no seu ambiente de trabalho. Os resultados com

as empresas incubadas de Santa Catarina corroboram com os achados desses autores em 265

estudantes universitários de cinco universidades norte-americanas e 514 colaboradores que

trabalham com tecnologia da informação na Espanha.

Em relação à autoeficácia empreendedora, McGee et al. (2009) mencionam que nos

indivíduos que pretendem ser bem-sucedidos na criação de seus empreendimentos, configura-

se como um forte preditor de intenção empreendedora. Enquanto que Santos (2008) destaca

que os fatores de fundo individual, social e informação influenciam nas crenças

comportamentais, normativas e de controle que definem as atitudes individuais resultantes da

formação da intenção empreendedora e do comportamento empreendedor.

Na pesquisa de Kickul et al. (2009), realizada com 138 estudantes universitários

americanos, os achados revelam que é necessário perceber quais os fatores que podem

influenciar as intenções daqueles que podem se tornar futuros empreendedores, sendo esses

fatores uma combinação de atributos pessoais, traços de personalidade, experiência e

contexto. Esses achados corroboram com os resultados desta pesquisa, uma vez que a

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132

autoeficácia e a intenção empreendedora são influenciadas pelas características

empreendedoras decorrentes da personalidade dos empreendedores. Em linha com os achados

da pesquisa também há os resultados de Zhao, Seibert e Hills (2005), que destacam que os

domínios individuais que apresentam características como a autoeficácia e a propensão à

tomada de risco, juntamente com as competências e habilidades desenvolvidas, influenciam as

intenções empreendedoras.

No contexto brasileiro, a investigação de Nascimento, Verdinelli e Lizote (2014)

aponta uma relação positiva e significativa entre a autoeficácia e a intenção empreendedora,

com um coeficiente de correlação de 0,449. Esses autores analisaram as relações que têm os

estilos cognitivos com a autoeficácia empreendedora e a intenção empreendedora que

declaram ter, sob a influência do comportamento planejado em 271estudantes concluintes dos

cursos de Administração e Ciências Contábeis de duas universidades comunitárias em Santa

Catarina.

Outros estudos empíricos confirmam também a relação entre autoeficácia e intenção

empreendedora. Neles se ratifica que os indivíduos com elevada autoeficácia tendem a ter

maiores intenções empreendedoras (CHEN; GREENE; CRICK, 1998; SEGAL; BORGIA;

SCHOENFELD, 2002).

Depreende-se que a partir dos achados da pesquisa a autoeficácia empreendedora

influencia positiva e significativamente a intenção empreendedora, complementando os

achados quantitativos e corroborando com os resultados das pesquisas realizadas por De

Noble, Jung e Ehrich (1999); Salanova et al. (2001); Zhao, Seibert e Hills (2005); Santos

(2008); McGee et al. (2009); Kickul et al. (2009) e Nascimento, Verdinelli e Lizote (2014).

A pesquisa confirmou o impacto positivo e significante da autoeficácia empreendedora

sobre a capacidade de inovação, por meio da confirmação da hipótese H2 – A autoeficácia

empreendedora influencia significativamente e positivamente a capacidade de inovação.

Os resultados desta pesquisa corroboram com os achados de Liao, Kickul e Ma (2009), que

estenderam a perspectiva da capacidade dinâmica para o estudo da inovação em 120 empresas

empreendedoras. Os resultados indicam que a capacidade da empresa em mobilizar os seus

recursos e a capacidade de alinhá-los de forma dinâmica com as novas oportunidades

percebidas no ambiente é de vital importância. E, ainda, a maneira como essa empresa inova

constantemente para sobreviver e criar a sua própria vantagem competitiva. O estudo aponta

alguns aspectos vistos como benefícios na pesquisa, tais como: a diversidade de

oportunidades, processos de inovação, eficácia e crescimento sólido. Ao explorar e incorporar

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133

novas tecnologias dentro de seus modelos de negócio, os empresários podem aproveitar essas

informações e experiências que eles têm para aplicar novos conhecimentos no âmbito da

estrutura de suas empresas. O que, sem dúvida, apela para o cultivo e a utilização de

capacidades dinâmicas de inovação em contextos empreendedores.

Jain e Ali (2013) mencionam que o empreendedorismo está positivamente associado

com o aumento do avanço tecnológico, ou seja, com a capacidade de inovação. Assim, é a

oportunidade de inovar uma das razões mais significativas para iniciar um novo negócio.

Carland e Carland (2009) salientam que a inovação é a alma do empreendedorismo. E ainda

ressaltam que a inovação corresponde ao motor econômico e à essência vital do verdadeiro

empreendedorismo.

No contexto brasileiro, Nascimento, Lizote e Verdinelli (2015a) analisaram as

associações entre os constructos de autoeficácia empreendedora, capacidade de inovação e

desempenho organizacional percebido por 71 gestores de micro e pequenas empresas de

confecções. Os achados mostram uma correlação positiva e significativa entre a autoeficácia

empreendedora e a inovação.

Denota-se que a autoeficácia empreendedora influência positiva e significativamente a

capacidade de inovação corroborando com os achados quantitativos e com os resultados das

pesquisas realizadas por Liao, Kickul e Ma (2009); Carland e Carland (2009); Jain e Ali

(2013); Nascimento, Lizote e Verdinelli (2015a).

Na tese foi confirmado também o impacto positivo e significante da capacidade de

inovação no desempenho organizacional, postulada pela hipótese H3 – A capacidade de

inovação influencia positiva e significativamente o desempenho organizacional. Os

resultados desta pesquisa corroboram com os achados de Chow e Gong (2010), que estudaram

os tipos de recursos humanos com base na retenção de conhecimento para compreender o

papel da gestão de RH em setores intensivos de 156 empresas de alta tecnologia da China.

Seus resultados apontam que a capacidade de inovação apresenta um impacto significativo

sobre os aspectos relacionados ao conhecimento nas empresas analisadas. O compromisso da

empresa com a inovação se revela como um determinante importante do desempenho da

empresa. Os autores destacam que as atividades de RH que suportam a capacidade de

inovação melhoram o desempenho da organização.

Do mesmo modo, na pesquisa de Kim e Lee (2012), em que se propõe um modelo

para explorar as relações entre o intercâmbio de conhecimentos organizacionais, fatores

sociais, conhecimento da autoeficácia, processo, capacidade de inovação organizacional e o

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134

desempenho organizacional, em 327 funcionários de 10 hotéis cinco estrelas da cidade de

Busan, na Coréia, verifica-se a relação corroborada para H3. Os autores apontam em seus

achados uma relação significativa entre o conhecimento, a capacidade de inovação e o

desempenho organizacional. Também destacam que as empresas com maiores níveis de

capacidade de inovação tendem a ter melhor desempenho financeiro em áreas como

crescimento das vendas, rentabilidade e participação no mercado.

Na investigação realizada por Dadfar et al. (2013), que buscaram analisar a relação

entre a capacidade de inovação organizacional e o desenvolvimento de produtos, bem como o

desempenho em pequenas e médias empresas farmacêuticas no Irã,os resultados demonstram

que as empresas de alta performance usaram uma combinação de fontes internas e externas de

tecnologia e desenvolvimento de produtos. A análise empírica mostrou uma relação positiva

entre as capacidades de inovação, plataforma de tecnologia, plataforma de produtos e

desempenho. Os pré-requisitos para esta relação foram encontrados com base na gestão eficaz

da inovação e nas habilidades estratégicas, estruturas organizacionais, aprendizagem,

processos e relacionamento com os clientes e fornecedores, bem como com alianças.

No cenário nacional, um resultado semelhante se vê na pesquisa de Nascimento,

Lizote e Verdinelli (2015a), realizada com 71 gestores de empresas de pequeno e médio porte

da cidade de Ilhota, em Santa Catarina. Os autores apontam que nas empresas de confecções

um aspecto importante a mostrar aos gestores é que seu desempenho pode se associar com sua

capacidade de inovação e com suas próprias crenças no sucesso do seu negócio.

Percebe-se que os achados quantitativos, os que demonstram que a capacidade de

inovação influencia positiva e significativamente o desempenho. Portanto, o resultado

alcançado vai ao encontro dos estudos empíricos realizados por Chow e Gong (2010); Kim e

Lee (2012); Dadfar et al. (2013) e Nascimento, Lizote e Verdinelli (2015a).

Esta investigação também confirmou o impacto positivo e significante da intenção

empreendedora no desempenho organizacional, postulada pela hipótese H4 – A intenção

empreendedora se relaciona com o desempenho organizacional.

Na pesquisa realizada por Aidis e Van Praag (2007), que estudaram o efeito da

experiência com empreendedores não legalizados como preditor para o nível de desempenho

dos negócios e da motivação de 399 empreendedores da Lituânia, os autores apontam que os

empreendedores mais jovens têm sido mais bem sucedidos que os empresários mais velhos no

que tange aos aspectos de transferência da experiência empreendedora ilegal. Além disso, a

experiência empreendedora ilegal e o desempenho dos negócios estão positivamente

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135

relacionados para os empresários que iniciaram seus negócios de maneira legal. Também se

percebe que a experiência no mercado ilegal pode ser um indício de um capital humano

valioso para os empreendedores legais.

Torres e Watson (2012) buscaram validar um constructo de autoeficácia, intenção

empreendedora e desempenho em uma amostra de empresas de pequeno porte em uma

pequena cidade do centro-oeste do México. Os achados revelam que os proprietários e

gerentes associam suas tarefas e papéis de acordo com a sua percepção do grau de dificuldade

ou complexidade e não com áreas de conhecimento específicas como marketing ou gestão. Os

resultados apontam ainda que um dos três elementos da autoeficácia, a expansão, que envolve

trabalho duro e menos conhecimento, explica positivamente o desempenho, mas afeta

negativamente a intenção empreendedora. Os autores acreditam que o alto desempenho exige

níveis mais elevados de crença do proprietário ou gerente em relação à sua capacidade para

executar tarefas e papéis, que os levam para altos níveis de envolvimento e a referida

capacidade de avaliação das competências de gestão. Nesse sentido, os proprietários ou

gerentes definem como a sua vontade de atribuir recursos ao crescimento ou desenvolvimento

do negócio, a vontade de aumentar o seu nível de convicção da sua capacidade para

desempenhar tarefas difíceis e complexas diminui. Em linhas gerais, a alta performance exige

um trabalho árduo, mas a intenção empreendedora, na sua maioria, surge em pessoas que são

excessivamente confiantes e que estão dispostas a explorar oportunidades.

Diante do exposto, percebe-se que a intenção empreendedora detectada nesta pesquisa

influencia positiva e significativamente no desempenho, o que coaduna com os achados

quantitativos da tese e os resultados dos estudos empíricos de Aidis e Van Praag (2007),

porém divergem dos resultados de Torres e Watson (2012).

Na tese, foi confirmado parcialmente o impacto positivo e significante do estilo

cognitivo sobre os constructos de autoeficácia empreendedora, intenção empreendedora,

capacidade de inovação e desempenho organizacional para os gestores intuitivos e analíticos,

conforme as hipóteses H5a – O estilo cognitivo para os gestores intuitivos influencia

significativamente e positivamente a autoeficácia empreendedora, a intenção

empreendedora, capacidade de inovação e o desempenho organizacional; e H5b – O

estilo cognitivo para os gestores analíticos influencia significativamente e positivamente

a autoeficácia empreendedora, a intenção empreendedora, capacidade de inovação e o

desempenho organizacional. Ressalta-se que o resultado foi de cunho parcial, tendo em vista

o resultado não significante da H4, ou seja, o estilo cognitivo dos gestores intuitivos e

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136

analíticos não foi significante na moderação da relação da intenção empreendedora com o

desempenho organizacional, conforme os dados exibidos nas Tabelas 15 e 16.

Os achados da tese coadunam com os resultados de Krueger Jr., Reilly e Carsrud

(2000) que encontraram uma relação positiva entre a autoeficácia percebida e a intenção

empreendedora, em que a autoeficácia desenvolvida pode explicar as características

cognitivas dos empresários. E consubstanciam os resultados de Boyd, Vozikis (1994); Linãn e

Chen (2009); Moriano, Palací e Morales (2006) e Moriano et al. (2012) quando apontam que

a autoeficácia tem sido um dos principais aspectos psicológicos a serem estudados em relação

ao comportamento empreendedor, uma vez que possui poder de previsão sobre a intenção dos

indivíduos em criar um novo negócio.

Os resultados deste estudo corroboram igualmente com Kickul et al. (2009), uma vez

que as relações do estilo cognitivo, autoeficácia empreendedora e intenção empreendedora

mostram-se significantes. Os autores assinalam que os indivíduos que preferem o estilo

cognitivo intuitivo no processamento das informações relatam uma crença de autoeficácia

empreendedora superior em relação às tarefas incluídas no estágio de descoberta de novas

oportunidades que foram associadas às suas intenções. Entretanto, também apontam um

problema para indivíduos com essa percepção, pois eles podem decidir lançar novos

empreendimentos ignorando etapas necessárias do processo de risco. Para os indivíduos,

preferencialmente analíticos, Kickul et al. (2009) relataram maior autoeficácia empreendedora

para o planejamento, a triagem e a execução de recursos e o processo de criação com risco. Os

resultados indicam que a intenção empreendedora destes, pelo menos em parte, é motivada

por suas crenças na autoeficácia em relação à sua capacidade de realizar atividades de

planejamento de novos negócios, convencer os outros a investir neles e gerir o crescimento do

negócio. No entanto, eles não têm tanta confiança em sua capacidade de criar uma nova ideia

e identificar uma nova oportunidade, o que pode inibi-los de agir de acordo com suas próprias

ideias empreendedoras. Em linhas gerais, os autores ressaltam as percepções dos indivíduos

com diferentes estilos cognitivos sobre sua própria capacidade na realização dessas

atividades, suas percepções podem acolher ou inibir a sua intenção de se tornar um

empreendedor.

Sommer (2013) aponta que a experiência empreendedora afeta positivamente a

intenção empreendedora internacional. Observa-se uma relação positiva e significante entre a

autoeficácia empreendedora internacional e a intenção empreendedora internacional

confirmando os achados de Kickul et al. (2009). Quanto à possível relação no trabalho de

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137

Sommer do estilo cognitivo com a autoeficácia empreendedora internacional e com a intenção

empreendedora internacional, esta se mostrou inexistente, o que contradiz os resultados de

Kickul el al. (2009). Sommer (2013) aponta como justificativa para o seu resultado a maneira

como os dados foram coletados, colocando que possivelmente isso teve uma influência

significativa que torna necessária a realização de mais estudos sobre o tema. Ainda, menciona

que nas pesquisas sobre percepção empresarial o grande problema reside na avaliação dos

processos de pensamento empresarial. Em resumo, o autor destaca que seus resultados

contradizem em parte os achados de Kickul et al. (2009), quando entende que ambos os

estilos cognitivos são necessários.

Em relação aos achados da tese, no que se refere ao desempenho organizacional, estes

coadunam com os achados da pesquisa de Lindblom, Olkkonen e Mitronen (2008) quando

mencionam que não se confirma uma relação estatisticamente clara e significativa dos estilos

cognitivos com o desempenho empresarial.

No contexto brasileiro, Nascimento, Verdinelli e Lizote (2014) realizaram uma

pesquisa com estudantes concluintes dos cursos de administração e ciências contábeis de duas

universidades comunitárias para analisar as relações que têm seus estilos cognitivos com a

autoeficácia empreendedora e a intenção empreendedora que declaram ter, sob a influência do

comportamento planejado. Os achados evidenciam que os estudantes que possuem estilo

cognitivo intuitivo ou quase intuitivo manifestaram maior autoeficácia e intenção

empreendedora que aqueles de estilo analítico. Observou-se na amostra o predomínio de

alunos classificados na dimensão adaptativa, a que perpassa pelos dois lados do cérebro,

combinando características intuitivas e analíticas simultaneamente. Verificou-se também que

o estilo cognitivo se relaciona bem com autoeficácia empreendedora em três subescalas:

desenvolvimento de produtos e oportunidades de mercado, estabelecimento de relações com

possíveis investidores e a capacidade de enfrentar mudanças não previstas. Para todas elas, os

alunos intuitivos se consideraram mais autoeficazes que os analistas.

Depreende-se que o estilo cognitivo dos incubados intuitivos e analíticos influenciam

na autoeficácia empreendedora, na intenção empreendedora e na capacidade de inovação, o

que coaduna com os achados quantitativos da pesquisa, representados nas Figuras 12 e 13,

corroborando com os estudos realizados por Krueger Jr., Reilly e Carsrud (2000); Kickul et al.

(2009); Sommer (2013) e Nascimento, Verdinelli e Lizote (2014). Entretanto, a intenção

empreendedora e o desempenho organizacional não apresentaram uma relação positiva e

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significativa diante do estilo cognitivo, corroborando parcialmente com os achados de

Lindblom, Olkkonen e Mitronen (2008).

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139

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa objetivou investigar a existência do efeito moderador do estilo cognitivo

dos gestores das empresas incubadas de Santa Catarina (SC) sobre a autoeficácia

empreendedora, a intenção empreendedora, a capacidade de inovação e o desempenho

organizacional. O modelo geral antes da moderação do estilo cognitivo explicou 44,2% da

intenção empreendedora, 39% da capacidade de inovação e 16,5% do desempenho

organizacional. Para o modelo geral após a moderação do estilo cognitivo dos gestores

intuitivos que explicou 22,7% da intenção empreendedora e 16,8% da capacidade de inovação

e do desempenho organizacional. E ainda, o modelo geral após a moderação do estilo

cognitivo dos gestores analíticos que a capacidade de inovação explicou 65% do modelo,

seguida da intenção empreendedora (61,9%) e o desempenho (23,8%). Estes resultados

evidenciam um excelente poder de explicação dos fenômenos, uma vez que nas ciências

sociais se consideram válidos 2% (COHEN, 1988), o que caracteriza o alcance do objetivo da

pesquisa.

O uso da modelagem de equações estruturais empregando o método de quadrados

mínimos parciais (SEM-PLS) permitiu avaliar as associações da autoeficácia empreendedora

com a intenção empreendedora [H1, no modelo geral (Г=0,0,665; t(67)=7,742; p-valor<0,001)]

e com a capacidade de inovação [H2, no modelo geral (Г=0,0,625; t(67)=4,472; p-

valor<0,001)], sendo em ambos os casos positiva e muito significativa (p<0,001). Desse

modo, as duas primeiras hipóteses postuladas foram corroboradas. Ressalta-se que esses

achados corroboram os estudos empíricos de De Noble, Jung e Ehrich (1999); Salanova et al.

(2001); Zhao, Seibert e Hills (2005); Santos (2008); McGee et al. (2009); Kickul et al.(2009)

e Nascimento, Verdinelli e Lizote (2014) para a intenção empreendedora. Para a capacidade

de inovação, os achados quantitativos confirmam os resultados de Liao, Kickul e Ma (2009);

Santos, Caetano e Curral (2010); Carland e Carland (2009); Jain e Ali (2013); Nascimento,

Lizote e Verdinelli (2015a).

Por sua vez, os vínculos da intenção empreendedora e da capacidade de inovação com

o desempenho organizacional também podem ser aferidos com a SEM-PLS. Com a

modelagem foi possível verificar que aqueles constructos têm relação positiva e significante

com o desempenho, o que confirma as hipóteses [H3, no modelo geral (Г=0,291; t(67)=2,249;

p-valor<0,028)] e [H4, no modelo geral (Г=0,186; t(67)=1,730; p-valor<0,088)] conjecturadas

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no modelo geral. Entretanto, sua significância foi menor, sendo de 5% para a intenção

empreendedora (p = 0,028) e de 10% para a capacidade de inovação (p = 0.088). Cabe

mencionar que esses achados corroboram com os estudos empíricos de Chow e Gong (2010);

Kim e Lee (2012); Dadfar et al. (2013) e Nascimento, Lizote e Verdinelli (2015a) em relação

à capacidade de inovação e ao desempenho. E o estudo realizado por Aidis e Van Praag

(2007), que coaduna com os achados dessa pesquisa quanto à intenção empreendedora e ao

desempenho, além do estudo de Torres e Watson (2012), que contradizem essa relação.

Para tanto, a moderação do estilo cognitivo dos gestores intuitivos das empresas

incubadas de Santa Catarina pode ser aferida com auxílio da SEM-PLS. A modelagem

confirmou parcialmente a relação positiva e significante da hipótese H5a, uma vez que as

hipóteses [H1, no modelo após a moderação dos gestores intuitivos, (Г=0,467; t(67)=3,245; p-

valor<0,003)], [H2, no modelo após a moderação dos intuitivos, (Г=0,4104; t(67)=1,946; p-

valor<0,061)], [H3, no modelo após a moderação dos intuitivos, (Г=0,361; t(67)=1,773; p-

valor<0,086)] e a H4 não foi significante. A moderação do estilo cognitivo para os gestores

analíticos, ou seja, a H5b, também se confirmou parcialmente, pois a [H1, no modelo após a

moderação dos gestores analíticos (Г=0,7869; t(67)=9,494; p-valor<0,001)], [H2, no modelo

após a moderação dos gestores analíticos (Г=0,806; t(67)=10,2188; p-valor<0,001)], [H3, no

modelo após a moderação dos gestores analíticos (Г=0,3547; t(67)=2,032; p-valor<0,049)] e a

H4 não foi significante neste contexto.

A moderação do estilo cognitivo foi proposta como modelo teórico nesta tese, pois, na

medida em que o estilo cognitivo de cada indivíduo permite prever a predisposição que possui

para coletar, processar e analisar as informações, essa tendência afeta também o modo como

se aprende, como se resolvem os problemas e como se tomam as decisões. A pesquisa pode

comprovar o papel moderador do estilo cognitivo em relação à autoeficácia empreendedora, à

intenção empreendedora e à capacidade de inovação na esfera do empreendedorismo. Isto se

observou para a relação entre a autoeficácia empreendedora e a intenção empreendedora H1

(teste de Sobel = 1,96; p=0,051) e na H2 (teste de Sobel = 1,943; p=0,053). O modelo de

pesquisa adotado se revelou adequado. Esses achados confirmam os resultados das pesquisas

de Krueger Jr., Reilly e Carsrud (2000); Kickul et al. (2009); Sommer (2013) e Nascimento,

Verdinelli e Lizote (2014).

Também se observou que o estilo cognitivo não afeta o desempenho organizacional

das empresas incubadas, uma vez que a H4e H5 no instante da moderação não foram

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141

significantes. Esse resultado corrobora com os apontamentos de Lindblom, Olkkonen e

Mitronen (2008), que em sua pesquisa também não encontraram uma relação significante para

o estilo cognitivo e o desempenho.

Diante do exposto, analisar a moderação do estilo cognitivo nas características

empreendedoras dos gestores das incubadoras de Santa Catarina permitiu identificar as

predisposições dos indivíduos intuitivos e analíticos no processo de incubação de empresas de

base tecnológica e startups. Esses achados podem apoiar os empreendedores na compreensão

dos seus próprios estilos (intuitivos e analíticos) e auxiliá-los a reconhecer suas necessidades,

a fim de buscar recursos (treinamentos, consultorias, experts, etc.) para a condução do

processo empreendedor de seus negócios (SOMMER, 2013). Portanto, a pesquisa realizada

contribui na ampliação da base de resultados empíricos, podendo dar embasamentos a novas

perspectivas teóricas na área do empreendedorismo.

Como um remarque conclusivo deste estudo, os resultados obtidos aderem ao modelo

de Chell (2008), que postula que devem ser considerados os componentes psicológicos,

sociológicos e econômicos ao se analisar as características empreendedoras que concebem a

personalidade empreendedora. Assim sendo, conclui-se que o estudo das ações dos

empreendedores deve ser realizado a partir de uma perspectiva multidimensional.

7.1 LIMITAÇÃO DO ESTUDO

Esta pesquisa foi desenhada com o objetivo de investigar a existência ou não de efeito

moderador do estilo cognitivo dos gestores de empresas incubadas em Santa Catarina sobre a

autoeficácia empreendedora, a intenção empreendedora, a capacidade de inovação e o

desempenho organizacional. Para tanto se tomaram como base as 25 incubadoras de empresas

localizadas no Estado e contempladas no site da ANPROTEC e da RECEPETI. O

mapeamento feito no segundo semestre de 2014 contabilizou 339 empresas incubadas. A

amostra compreendeu 68 empresas que responderam ao instrumento de pesquisa

encaminhado a todas as incubadas por correio eletrônico, com o auxílio da plataforma do

Google Docs, caracterizando uma amostragem por acessibilidade ou conveniência. Dessa

forma, os resultados alcançados neste estudo têm como limitação não poder generalizar-se

para todas as empresas incubadas de Santa Catarina a não ser uma amostra probabilística.

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142

7.2 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS

As proposições para futuros estudos podem ser sugeridas considerando-se os diversos

aspectos abordados ao longo desta tese. Dentre eles, destacar-se-ão os mais relevantes.

Uma primeira sugestão seria replicar esta pesquisa a partir de uma amostra

probabilística para que os resultados possam ser generalizados ou efetuar um censo com todas

as empresas incubadas vinculadas à ANPROTEC e à RECEPETI.

Sugere-se aplicar o modelo desta tese no âmbito das incubadoras de empresas

localizadas em outros estados brasileiros. Assim os achados poderiam ser comparados e

verificado o efeito moderador do estilo cognitivo em conjunto com os dados demográficos

que possam ser associadas às características empreendedoras dos incubados.

Nessa linha, sugere-se a realização de uma investigação em outras condições, como as

empresas graduadas, por exemplo, para que possam verificar se o estilo cognitivo tem

influência nas características da personalidade empreendedora desses gestores que obtiveram

sucesso empresarial, com base na afirmação de Shane e Venkataraman (2003) e Borges Jr.,

Filion e Simard (2010), que destacam a necessidade de pesquisas em empresas dessa natureza.

A respeito do modelo e considerando os achados desta pesquisa, propõe-se adicionar

novos constructos em uma pesquisa similar. Seria interessante conhecer os mecanismos pelos

quais a personalidade empreendedora é afetada com variáveis moderadoras como a cultura

organizacional, o clima, a estratégia e a orientação empreendedora, conforme aponta Zhao,

Seibert e Lumpkin (2010).

Por fim, a outra sugestão compreende a realização de pesquisas que se relacionam

especificamente ao estilo cognitivo com constructos que envolvam as questões culturais,

trabalho em equipe e as relações interpessoais, tomada de decisão, gestão da informação e

conhecimento conforme apontam Armstrong, Cools e Sadler-Smith (2012). Poder-se-ia,

assim, identificar as diferentes aptidões e preferências dos indivíduos empreendedores com a

finalidade de auxiliar na autocompreensão de suas necessidades como empreendedores.

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