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CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS DOS GESTORES DE
EMPRESAS INCUBADAS E O EFEITO MODERADOR DO ESTILO
COGNITIVO
SABRINA DO NASCIMENTO
BIGUAÇU
2015
2
SABRINA DO NASCIMENTO
CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS DOS GESTORES DE
EMPRESAS INCUBADAS E O EFEITO MODERADOR DO ESTILO
COGNITIVO
BIGUAÇU
2015
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Administração e Turismo – Curso de Doutorado
Acadêmico em Administração da Universidade do
Vale do Itajaí – UNIVALI, como requisito à
obtenção do grau de Doutor em Administração e
Turismo.
Orientador: Prof. Dr. Miguel Angel Verdinelli.
3
CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS DOS GESTORES DE
EMPRESAS INCUBADAS E O EFEITO MODERADOR DO ESTILO
COGNITIVO
SABRINA DO NASCIMENTO
Profa. Rosilene Marcon, Dra.
Universidade do Vale do Itajaí
Coordenadora do PPGA
Banca examinadora:
______________________________
Orientador: Prof. Miguel Angel Verdinelli, Dr.
Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA)
Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)
______________________________________
Membro: Prof. Carlos Ricardo Rossetto, Dr.
Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA)
Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)
______________________________________
Membro: Prof. Fernando César Lenzi, Dr.
Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA)
Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)
______________________________________
Membro: Prof. Carlos Eduardo Carvalho, Dr.
Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA)
Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC)
______________________________________
Membro: Profa. Angela França Versiani, Dra.
Programa de Pós- Graduação em Administração (PPGA)
Pontifícia Universidade Católica de Minas (PUC-Minas)
Biguaçu, 27 de outubro de 2015
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Administração – Curso de Doutorado Acadêmico em
Administração da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI,
como requisito à obtenção do grau de Doutor em
Administração e Turismo.
Área de concentração: Estratégia e Gestão das Organizações.
4
Ao meu amor Marcelo e ao meu filho
amado Carlos Henrique.
5
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela força espiritual recebida.
Ao meu esposo Marcelo, pelo companheirismo, parceria, amor, carinho, atenção e
dedicação, além das palavras constantes de incentivo e motivação.
Ao meu filho Carlos Henrique (2 anos) e ao meu enteado Matheus, pela compreensão
de minha ausência e pelos gestos motivadores de carinho e amor.
Aos meus pais Carlos Antônio (in memoriam) e Vera Lúcia, pela educação e os
ensinamentos recebidos.
Aos meus sogros João da Rocha (in memoriam) e Marlena, bem como aos demais
familiares com os quais pude contar em muitos momentos nos cuidados com Carlos Henrique,
também pela ajuda e incentivo.
Aos meus amigos mais fiéis Bianca, Daniel, Amélia e Simone , pela paciência,
companheirismo incondicional, pela força na superação de angústias e dificuldades, pelas
conquistas que obtivemos juntos e pela amizade com o mais profundo significado que essa
palavra expressa. Sem vocês eu nada seria.
Aos amigos Inocência, Almerinda Bianca, Daiane, Suzete e Flávio, pelas palavras de
ânimo, estímulo, dedicação e companheirismo. Muito aprendi com vocês.
Às empresas que participaram da pesquisa e, principalmente, aos gestores das
incubadoras que me receberam para a realização das entrevistas, Ademir Tibola (INCTECh),
Victor Alberto Danich (JaraguaTec), Osvalmir Tschoeke (ITFETEP), Adriano Hüebner
(Rinetec), Marcelo Leandro de Borba (INOVAPARQ), Rodrigo Hirt (Mafratec), Ricardo
Boeing da Silveira (UNIINOVA), Douglas Heinz (GTEC), Charles Schwanke e Shirlei
Daniela Soares Seubert (Instituto Gene).
Aos professores da banca de qualificação, Prof. Miguel Angel Verdinelli, Prof.
Fernando César Lenzi, Prof. Éverton Luís Pellizzaro de Lorenzi Cancellier e Prof.ª Vânia
Maria Jorge Nassif, pelas contribuições apresentadas.
E ainda, aos professores da banca de defesa, Prof. Miguel Angel Verdinelli, Prof.
Fernando César Lenzi, Prof. Carlos Eduardo Carvalho e Prof.ª Angela França Versiani, pelas
contribuições apresentadas.
De maneira especial, minha gratidão ao meu orientador, Prof. Miguel Angel
Verdinelli, pela sabedoria na condução deste trabalho, pelo exemplo de professor e
6
profissional, pela confiança em mim depositada, pelo privilégio de ser sua orientanda e,
principalmente, pela relação de parceria do desenvolvimento de várias pesquisas empíricas.
À Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), pelo suporte institucional necessário a
este estudo, aos professores, aos alunos de mestrado e doutorado, bem como à Coordenação
do Programa de Pós-Graduação em Administração e Turismo, com os quais tive a
oportunidade de aprender.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo
apoio financeiro concedido por meio da bolsa de estudos PROSUP/CAPES. E, por fim, a
todos aqueles que, de alguma forma, colaboraram para a realização desta pesquisa.
Muito obrigada!
7
“O que ficou para trás e o que está à nossa frente são coisas
pequenas em comparação ao que está dentro de nós”.
(Ralph Waldo Emerson)
8
NASCIMENTO, Sabrina. Características empreendedoras dos gestores de empresas
incubadas e o efeito moderador do estilo cognitivo. 2015. 163 f. Tese (Doutorado em
Administração) - Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade do Vale do
Itajaí, Biguaçu, 2015.
RESUMO
Este trabalho objetivou investigar a existência do efeito moderador do estilo cognitivo dos
gestores das empresas incubadas de Santa Catarina (SC) sobre a autoeficácia empreendedora,
a intenção empreendedora, a capacidade de inovação e o desempenho organizacional. Para
tanto, tomou como base a Personalidade Empreendedora proposta por Chell (2008), a qual
perpassa por diferentes áreas do conhecimento para traçar as abordagens disciplinares que
permeiam as características do empreendedor, sendo elas a abordagem psicológica, a
abordagem econômica e a abordagem sociológica. A abordagem psicológica foi representada
pela autoeficácia empreendedora de De Noble, Jung e Ehrlich (1999); a sociológica pela
intenção empreendedora a partir do modelo de Ajzen (1991); e a econômica foi concebida
pela capacidade de inovação de Liao, Fei e Chen (2007), que apresentaram a concepção, a
construção e a aplicação do questionário de autopreenchimento utilizado na coleta de dados
durante o segundo semestre de 2014. A pesquisa aplicada tem caráter descritivo de corte
seccional, cuja abordagem é quantitativa. A população compreendeu 339 empresas incubadas
pertencentes às 25 incubadoras catarinenses listadas na ANPROTEC e na RECEPETI. A
amostra estudada foi composta por 68 empresas estimadas com o auxílio do software
G*Power, as quais responderam corretamente ao instrumento de pesquisa. Como
procedimento, optou-se pela modelagem de equações estruturais com ouso da técnica de
ajustamento por quadrados mínimos parciais (SEM-PLS). Os achados quanto ao modelo geral
antes da moderação apontaram que as hipóteses de que a autoeficácia empreendedora se
associava positiva e significativamente com a intenção empreendedora e, ainda, com a
capacidade de inovação foram suportadas, bem como as hipóteses que postulavam que o
desempenho organizacional influencia, positiva e significativamente, a intenção
empreendedora e a capacidade de inovação. Para o modelo após a moderação do estilo
cognitivo, verificou-se que os estilos cognitivos permitem prever que cada indivíduo possui
uma predisposição para coletar, processar e analisar as informações. Essa tendência afeta o
modo como aprendemos, como resolvemos problemas e como tomamos decisões.
Comprovou-se o papel moderador do estilo cognitivo em relação à autoeficácia
empreendedora, à intenção empreendedora e à capacidade de inovação na esfera do
empreendedorismo. Observou-se que o estilo cognitivo não afeta o desempenho
organizacional das empresas incubadas, uma vez que a H4 e aH5, no instante da moderação,
não foram significantes. Concluiu-se que a moderação do estilo cognitivo dos gestores das
incubadoras permite identificar predisposições dos indivíduos intuitivos e analíticos no
processo de incubação de empresas de bases tecnológicas e startups. Os resultados
confirmaram que as características empreendedoras presentes na personalidade
empreendedora são multidimensionais e que seus componentes psicológicos, sociológicos e
econômicos se encontram inter-relacionados, influenciando conjuntamente as ações
empreendedoras.
Palavras-chave: Características empreendedoras. Autoeficácia empreendedora. Intenção
empreendedora. Capacidade de inovação. Desempenho organizacional. Estilo cognitivo.
9
ABSTRACT
NASCIMENTO, Sabrina. Entrepreneurial characteristics of the incubated company
managers and the moderating effect of cognitive style. 2015. 163 f. Thesis (Doctorate in
Business Administration) - Graduate Program in Business Administration from the University
of Vale do Itajai, Biguaçu, 2015.
This study investigates the existence of a moderating effect of cognitive style of managers of
startup companies in the state of Santa Catarina (SC) on entrepreneurial Self-efficacy,
entrepreneurial intention, innovation capacity, and organizational performance. Based on the
Entrepreneurial Personality proposed by Chell (2008), which permeates different areas of
knowledge, it traces the disciplinary approaches that permeate the characteristics of the
entrepreneur, namely: the psychological, sociological and economic approaches. The
psychological approach was represented by the entrepreneurial self-efficacy of De Noble,
Jung and Ehrich (1999); the sociological approach in the Figure of entrepreneurial intention
based on the model of Ajzen (1991); and the economic approach conceived by the innovation
capacity of Liao, Fei and Chen (2007), who present the concept, construction and application
of a self-reported questionnaire used to collect data during the second half of 2014. This
applied research uses a descriptive cross sectional, quantitative approach. The population
consisted of 339 startup companies belonging to 25 startup companies of Santa Catarina listed
in the ANPROTEC and RECEPTI. The sample consisted of 68 companies that responded
correctly to the survey instrument and was estimated using the software G*Power. The
procedure opted for was structural equation modeling with use of the technique of adjustment
by partial least squares (PLS-SEM). The findings relating to the general model before the
moderation support the hypothesis that the likelihood of entrepreneurial self-efficacy was
positively and significantly associated with entrepreneurial intention, as well as innovation
capacity. They also support the hypothesis that organizational performance has a significant
and positive influence on both entrepreneurial intention and innovation capacity. For the
model after the moderation of cognitive style, it was found that cognitive style can predict
whether an individual has a predisposition to collect, process and analyze information. This
trend affects the way we learn, and how we solve problems and make decisions. The
moderating role of cognitive style in relation to entrepreneurial self-efficacy, entrepreneurial
intention, and innovative capacity in the sphere of entrepreneurship was demonstrated. It was
observed that cognitive style does not affect organizational performance of the startup
companies, since hypotheses H4 and H5, at the time of moderation were not significant. We
conclude that the moderation of cognitive style among managers of the startup companies
enables predispositions of intuitive and analytical individuals to be identified in the start-up
process of technology-based companies and startups. The results confirm that the
entrepreneurial characteristics present in the entrepreneurial personality are multidimensional,
and that their psychological, sociological and economic components are interrelated, jointly
influencing entrepreneurial activities.
Keywords: entrepreneurial characteristics. Entrepreneurial self-efficacy. Entrepreneurial
intention. Innovation capacity. Organizational performance. Cognitive style
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Dimensões do Cognitive Style Index (CSI) de Allinson e Hayes (1996) ................ 39
Figura 2 - Modelo conceitual de De Noble, Jung e Ehrlich (1999).......................................... 50
Figura 3 - Modelo conceitual de Ajzen (1991)......................................................................... 59
Figura 4 - Modelo conceitual de Liao, Fei e Chen (2007) ....................................................... 66
Figura 5 - Modelo conceitual proposto nesta pesquisa............................................................. 71
Figura 6 - Cálculo do tamanho mínimo da amostra no G*Power ............................................ 86
Figura 7 - Design da pesquisa................................................................................................... 97
Figura 8 - Etapas para validação e ajustes do modelo estrutural proposto ............................. 103
Figura 9 - Modelo estrutural geral da pesquisa antes da moderação do Estilo Cognitivo ..... 120
Figura 10 - Modelo estrutural após a moderação do CSI para os gestores intuitivos ............ 123
Figura 11 - Modelo estrutural após a moderação do CSI para os gestores analíticos ............ 125
Figura 12 - Modelo de moderação .......................................................................................... 126
Figura 13 - Teste t de student para análise multigrupo, moderação ....................................... 127
Figura 14 - Modelo estrutural final com a moderação do CSI ............................................... 129
11
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Síntese da relevância do estudo .............................................................................. 23
Quadro 2 - Modelos teóricos utilizados para mensurar os estilos cognitivos .......................... 37
Quadro 3 - Abordagem disciplinar em relação ao empreendedorismo .................................... 44
Quadro 4 - Incubadoras catarinenses listadas na ANPROTEC e naRECEPETI ...................... 84
Quadro 5 - Escala de mensuração do constructo de Autoeficácia empreendedora .................. 88
Quadro 6 - Escala de mensuração do constructo de intenção empreendedora ......................... 89
Quadro 7 - Escala de mensuração do constructo de intenção empreendedora ......................... 90
Quadro 8 - Escala para mensuração do constructo de desempenho organizacional ................ 91
Quadro 9 - Cálculo do Cognitive Style Index (CSI) ................................................................. 93
Quadro 10 - Síntese dos ajustes do modelo estrutural no SmartPLS........................................ 95
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Quantidade de estudos empíricos relacionada aos constructos da pesquisa ........... 27
Tabela 2 - Cidade e a área de atuação das empresas incubadas ............................................... 98
Tabela 3 - Número de colaboradores nas empresas incubadas pesquisadas .......................... 100
Tabela 4 - Número de produtos e serviços desenvolvidos na incubadora .............................. 100
Tabela 5 - Grau de escolaridade dos respondentes ................................................................. 101
Tabela 6 - Cargo ou função desempenhada na empresa ......................................................... 102
Tabela 7 - Itens retirados do modelo estrutural proposto ....................................................... 104
Tabela 8 - Itens restantes no modelo estrutural ...................................................................... 105
Tabela 9 - Indicadores de ajuste, validade convergente e confiabilidade .............................. 108
Tabela 10 - Indicadores de Validade Discriminante .............................................................. 111
Tabela 11 -Análise crossloading – cargas cruzadas dos constructos x demais constructos... 112
Tabela 12 - Indicadores do Coeficiente de Caminho (Г) e Teste T ........................................ 116
Tabela 13 - Indicador Acurácia e utilidade à construção do modelo ..................................... 117
Tabela 14 - Relações entre as variáveis de 1a e 2a ordem do modelo estrutural .................... 118
Tabela 15 - Indicadores estruturais para a amostra dos gestores intuitivos............................ 122
Tabela 16 - Indicadores estruturais para a amostra dos gestores analíticos ........................... 124
Tabela 17 - Teste de moderação do Cognitive Style Index (CSI) – Estilo Cognitivo ............ 127
Tabela 18 - Scores médios dos constructos e dimensões após a moderação do CSI ............. 130
13
LISTA DE ABREVIATURAS
ACATE
AFC
ANPAD
ANPROTEC
CELTA
COSI
CSI
EGEPE
EMM
EnEPQ
ESE
GITF
GQT
ITMB
KAI
KMO
MEE
PPGA
RECEPET
REI
TAE
TCP
TSC
TSI
UNIVALI
Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia
Análise Fatorial Confirmatória
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em
Administração
Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos
Inovadores
Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas
Indicador de Estilo Cognitivo
Cognitive Style Index
Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas
Modelo de Evento Empresarial
Encontro de Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade
Entrepreneurial Self-Efficacy
Grupo Incorporado de Testes de Figuras
Gestão da Qualidade Total
Indicador do Tipo de Myers-Briggs (ITMB)
Kirton Inventário de Adaptação-Inovação
Kaiser, Meyer e Olkin
Modelagem de Equações Estruturais
Programa de Pós-Graduação
Rede Catarinense de Entidades Promotoras de Empreendimentos
Tecnológicos
Inventário Racional-Experimental (REI)
Teoria da Aprendizagem Experimental (TAE)
Teoria do Comportamento Planejado
Teoria Social Cognitiva
Inventário de Estilo de Pensamento
Universidade do Vale do Itajaí
14
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 17
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA ................ 17
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 20
1.2.1 Geral ...................................................................................................................... 21
1.2.2 Específicos ............................................................................................................. 21
1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO ............................................................................. 22
1.3.1 Relevância ............................................................................................................. 22
1.3.2 Ineditismo .............................................................................................................. 27
1.3.3 Contribuições ........................................................................................................ 29
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................. 30
2 PLATAFORMA TEÓRICA .................................................................................... 31
2.1 ESTILO COGNITIVO .............................................................................................. 32
2.1.1 Conceito de estilos cognitivos .............................................................................. 32
2.1.2 Formas de apresentação dos estilos cognitivos .................................................. 34
2.1.2.1 Dimensão Intuitiva .............................................................................................. 34
2.1.2.2 Dimensão Analítica ............................................................................................. 35
2.1.3 Modelos de mensuração dos estilos cognitivos ................................................... 36
2.1.4 Modelo de estilo cognitivo de Allinson e Hayes (1996) ...................................... 38
2.1.5 Dimensões do modelo conceitual do Cognitive Style Index (CSI) ..................... 38
2.2 EMPREENDEDORISMO ........................................................................................ 41
2.3 PERSONALIDADE EMPREENDEDORA .............................................................. 43
2.3.1 Abordagem psicológica ........................................................................................ 45
2.3.1.1 Autoeficácia empreendedora - AE ...................................................................... 45
2.3.1.2 Modelos de mensuração da autoeficácia empreendedora.................................... 47
2.3.1.3 Modelo de Autoeficácia empreendedora de De Noble, Jung e Ehrlich (1999) ... 50
2.3.1.4 Dimensões do modelo conceitual de autoeficácia empreendedora ..................... 51
2.3.2 Abordagem sociológica......................................................................................... 54
2.3.2.1 Intenção empreendedora – IE .............................................................................. 55
2.3.2.2 Modelos de mensuração de intenção empreendedora ......................................... 56
2.3.2.3 Modelo de intenção empreendedora de Ajzen (1991) ......................................... 58
2.3.2.4 Dimensões do modelo conceitual de intenção empreendedora ........................... 60
15
2.3.3 Abordagem econômica ......................................................................................... 62
2.3.3.1 Capacidade de inovação - CI ............................................................................... 62
2.3.3.2 Modelos de mensuração da capacidade dinâmica de inovação ........................... 63
2.3.3.3 Modelo de capacidade de inovação de Liao, Fei e Chen (2007) ......................... 66
2.3.3.4 Dimensões do modelo conceitual de capacidade de inovação ............................ 67
2.4 DESEMPENHO ORGANIZACIONAL ................................................................... 68
2.4.1 Contextualização de desempenho organizacional ............................................. 68
2.4.2 Medidas subjetivas de desempenho .................................................................... 69
3 MODELO DA ESTRUTURA CONCEITUAL PROPOSTA ................................. 71
3.1 MODELO DA ESTRUTURA CONCEITUAL ........................................................ 71
3.2 HIPÓTESES .............................................................................................................. 72
4 METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................... 81
4.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ......................................................................... 81
4.2 POPULAÇÃO E CRITÉRIO DE DEFINIÇÃO DA AMOSTRA ............................ 82
4.2.1 População .............................................................................................................. 83
4.2.2 Definição do tamanho mínimo da amostra ........................................................ 85
4.3 INDICADORES ........................................................................................................ 86
4.3.1 Estilo Cognitivo ..................................................................................................... 87
4.3.2 Autoeficácia empreendedora ............................................................................... 88
4.3.3 Intenção empreendedora ..................................................................................... 89
4.3.4 Capacidade de inovação ....................................................................................... 90
4.3.5 Desempenho organizacional ................................................................................ 91
4.4 COLETA DE DADOS .............................................................................................. 91
4.5 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS ................................................. 94
4.5.1 Análise dos dados quantitativos .......................................................................... 94
4.5.2 Design da pesquisa ................................................................................................ 96
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................... 98
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ................................................................... 98
5.1.1 Empresas incubadas ............................................................................................. 98
5.1.2 Perfil dos respondentes ...................................................................................... 101
5.2 ANÁLISE FATORIAL CONFIRMATÓRIA ......................................................... 102
5.2.1 Primeira etapa..................................................................................................... 103
5.2.2 Segunda etapa ..................................................................................................... 104
16
5.3.3 Terceira etapa ..................................................................................................... 105
5.3.4 Quarta etapa ....................................................................................................... 107
5.3.5 Quinta etapa ........................................................................................................ 109
5.3.6 Sexta etapa .......................................................................................................... 115
5.3.7 Sétima etapa ........................................................................................................ 116
5.3.8 Modelo estrutural final ...................................................................................... 118
5.3.9 Moderação no modelo estrutural final ............................................................. 121
6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ....................................................................... 131
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 139
7.1 LIMITAÇÃO DO ESTUDO ................................................................................... 141
7.2 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS ..................................................... 142
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 143
17
1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo introdutório, serão abordados os tópicos que se referem à
contextualização do tema e problema de pesquisa, aos objetivos e à justificativa do estudo, à
sua relevância, ao ineditismo e à contribuição e, por último, à estrutura da tese.
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA
As ideias que envolvem o empreendedorismo nas últimas décadas se intensificaram
em virtude das transformações econômicas, da redução dos postos de trabalho e da
mobilização dos profissionais em busca de novos espaços para exposição de seus talentos
(FEUERSCHÜTTE; ALPERSTEDT; GODOI, 2012).
Em vista disso, estudar as características psicossociais que perpassam o
empreendedorismo, sobretudo a figura do empreendedor, é uma linha de pesquisa que vem
galgando seu espaço dada a situação econômica atual e as necessidades do meio
organizacional de recrutar indivíduos que saibam aproveitar as oportunidades de um mercado
dinâmico (MORIANO; PALACÍ; MORALES, 2006).
Krueger Jr., Reilly e Carsrud (2000) tratam o empreendedorismo essencialmente como
uma forma de pensar. Os autores mencionam que esse entendimento está relacionado com a
quantidade de oportunidades e ameaças identificadas pelos empreendedores. O processo de
identificação de oportunidade e ameaças é claramente um processo de ação intencional;
assim, a autoeficácia e a intenção empreendedora merecem nossa irrestrita atenção.
Para tanto, compreender as nuances que envolvem a forma de pensar dos
empreendedores se torna relevante, uma vez que a cognição é uma das características que
compõem a personalidade desses indivíduos. A cognição é muito importante para a seleção,
colocação, treinamento, orientação e desenvolvimento profissional, além da composição de
equipes de trabalho e o gerenciamento de conflitos (ALLINSON; HAYES, 2012), sobretudo
dos empreendedores. Kickul et al. (2009) ressaltam que quando os indivíduos têm a
possibilidade de se tornarem empreendedores e pensarem sobre as diferentes competências
necessárias para se criar um novo empreendimento, seus estilos cognitivos podem de fato
18
promover uma autopercepção e inibir alguns fatores, além de reforçar os diferentes tipos de
autoeficácia e intenção empreendedora que estão imersos nesse processo.
As pesquisas realizadas na área do empreendedorismo têm sofrido influências em
consequência de conceitos oriundos de outras áreas do conhecimento. Áreas como a
Sociologia, a Antropologia e a Estratégia de Negócios, dentre outras, ampliaram seus
antecedentes, e os efeitos dessas mudanças são percebidas no campo de estudo (THOMAS;
MUELLER, 2000). Pesquisadores de disciplinas como a sociologia, a psicologia, a ciência
política e a economia têm realizado estudos empíricos com foco no tema empreendedorismo
(CASSON, 1982). No campo dos estudos organizacionais, há numerosas pesquisas voltadas à
compreensão da atuação do empreendedor, como, por exemplo, as de Shane e Venkataraman
(2000) e as de Baker e Nelson (2005).
Lenzi (2008) assevera que os enfoques trazidos das escolas comportamentalista,
fisiológica, positivo funcional e do mapeamento cognitivo promovem sinergia na avaliação
das ações dos indivíduos empreendedores. Em linha com esse pensamento, o estudo realizado
por Chell (2008) voltou seu olhar para compreender a personalidade dos empreendedores a
partir de uma sinergia de conceitos oriundos da psicologia, da sociologia e da economia.
Segundo a autora, as pessoas vivem imersas em um ambiente social o qual possibilita, em
termos gerais, que suas ações e comportamentos estejam interligados por meio de um quadro
socialmente construído de normas sociais, regras e responsabilidades.
Para compreender e discutir a personalidade empreendedora, Chell (2008) perpassa
por diferentes áreas do conhecimento para traçar as abordagens disciplinares que intervêm nos
atributos do empreendedor. Nessa perspectiva, reforça a relevância de reconhecer o contexto
político e socioeconômico em que o empreendedorismo é exercido, bem como as
características empreendedoras que envolvem esses indivíduos. Conforme é apontado em seu
trabalho, as abordagens disciplinares que permeiam as particularidades da personalidade
empreendedora dos indivíduos são a psicológica, a sociológica e a econômica.
Na abordagem psicológica, Chell (2008) entende que a personalidade deriva de uma
estrutura interna, sendo ela compreendida por traços de personalidade específicos, os quais
ajudam a medir os atributos pessoais que tipificam as características do empreendedor. No
presente estudo, busca-se contribuir para o mapeamento de tais características psicológicas
por meio do constructo da autoeficácia empreendedora.
Carvalho e Gonzáles (2006) destacam que a autoeficácia empreendedora explica o
grau em que uma pessoa acredita nas suas próprias capacidades para desempenhar uma
19
determinada tarefa, ou seja, efetivamente realizar ações em prol da criação do seu próprio
negócio. Ao longo dos anos, pesquisadores como Boyd e Vozikis (1994), Chen, Greene e
Crick (1998) e De Noble, Jung e Ehrlich (1999) têm buscado demonstrar em suas pesquisas a
ligação do empreendedorismo com a autoeficácia e a intenção empreendedora, cujos achados
revelam uma relação positiva entre esses constructos.
Na abordagem sociológica, Chell (2008) postula que a personalidade empreendedora é
influenciada por regras sociais, normas e responsabilidades, as quais, juntas, conferem um
sentido de legitimidade à personalidade empreendedora. A autora menciona que o
comportamento está condicionado a níveis do sistema socioeconômico regido por normas e
políticas econômicas.
Nesta tese, com o intuito de identificar no empreendedor suas características
sociológicas, utiliza-se a intenção empreendedora como um constructo de estudo que trata o
comportamento do indivíduo a partir de um conjunto de variáveis sociais, culturais e
econômicas que impactam na sua disposição para criar um negócio. A intenção
empreendedora se manifesta mediante os resultados de comportamentos das pessoas e na
aspiração de um indivíduo de criar um negócio em um dado momento do tempo.
Na abordagem econômica de Chell (2008), os empreendedores assumem
características voltadas ao modelo de comportamento influenciado por regras sociais, normas
e responsabilidades que podem ser impostas por políticas públicas. O comportamento desses
indivíduos passa a ser norteado pelo sistema socioeconômico que, pautado em características
inovadoras, pode promover o desenvolvimento de uma personalidade empreendedora.
Partindo dessa premissa, o estudo busca relacionar as características empreendedoras com a
capacidade de inovação que os empreendedores manifestam.
Depreende-se que o empreendedorismo se configura como um conceito amplo e
abrangente e que suas nuances perpassam por aspectos psicológicos, como a afetividade, a
autoeficácia, a intenção, o perfil e o comportamento que antecedem seus empreendimentos e
associam-se às necessidades dos empreendedores em inovar. Vidigal e Nassif (2013)
asseveram que os empreendedores manifestam a necessidade de inovar e buscar parcerias
para oferecer novos produtos e serviços para concorrer no mercado, manter e conquistar
clientes. Dessa forma, a criação de um novo empreendimento está atrelada à busca por
oportunidades, ao planejamento para o novo empreendimento, a recursos, dentre outras
questões (KICKUL et al., 2009).
20
A inovação é um fator relevante para a formação de um empreendedor (BARBOSA
JR. et al., 2008). A relação entre empreendedorismo e inovação tem se fortalecido nas últimas
décadas. Segundo Bridi (2004), o movimento do empreendedorismo está intrinsecamente
relacionado às atividades das empresas de tecnologia nos países em que se têm incentivado a
criação dessas empresas. O autor também enfatiza o apoio aos empreendedores.
Outro aspecto relacionado às características e ao ambiente em que os empreendedores
se encontram inseridos está associado ao número reduzido de pesquisas que relacionam o
empreendedor ao ambiente tecnológico. Para Shane e Venkataraman (2003), a literatura
disponível sobre o processo de criação de empresas incubadas e de base tecnológica era
incompleta, restando muito a se descobrir e compreender sobre as particularidades do
processo da criação desse tipo de negócio. Salvador (2011) destaca que as incubadoras de
empresas e os parques tecnológicos têm um papel relevante no desempenho das spin-offs e
também salvaguardam o potencial de desenvolvimento das empresas incubadas, realizando
cursos e seminários, fornecendo informação e promovendo a criação de produtos e serviços.
Nesse contexto, a identificação de fatores que auxiliam na percepção das
oportunidades de recursos, como a capacidade de inovação e do próprio planejamento de um
novo negócio, pode ser vista pelo empreendedor por meio de diferentes lentes, até mesmo
pelo seu estilo cognitivo. De acordo com Kickul et al. (2009), pouco se sabe sobre as
maneiras pelas quais os estilos cognitivos facilitam ou inibem a capacidade empresarial
individual, a autoeficácia ou a intenção empreendedora quando essas maneirasse confrontam
com os desafios associados às diferentes etapas do processo de criação de um novo negócio.
Nesse sentido, busca-se responder a seguinte questão norteadora da pesquisa: Qual é o
impacto do estilo cognitivo dos gestores das empresas incubadas de Santa Catarina (SC)
sobre a autoeficácia empreendedora, a intenção empreendedora, a capacidade de
inovação e o desempenho organizacional?
1.2 OBJETIVOS
Cervo e Bervian (2002) afirmam que os objetivos gerais de uma investigação buscam
determinar com clareza e objetividade o seu propósito. Por sua vez, os objetivos específicos
almejam aprofundar as intenções expressas nos objetivos gerais. Para Creswell (2010), o
21
objetivo tem a função de definir os propósitos da investigação com base em uma necessidade.
Assim sendo, sugere o refinamento destas indagações em questões mais detalhadas, ou seja,
por meio dos objetivos específicos. Nesse sentido, elaboram-se os seguintes objetivos geral e
específicos que orientam esta tese.
1.2.1 Geral
Investigar a existência do efeito moderador do estilo cognitivo dos gestores das
empresas incubadas de Santa Catarina (SC) sobre a autoeficácia empreendedora, a intenção
empreendedora, a capacidade de inovação e o desempenho organizacional.
1.2.2 Específicos
A partir do objetivo geral, elaboram-se os seguintes objetivos específicos:
a) Traçar o perfil dos gestores das empresas incubadas de Santa Catarina que
participaram do estudo.
b) Verificar se a autoeficácia empreendedora influencia a intenção empreendedora dos
gestores analisados.
c) Examinar se a autoeficácia empreendedora influencia a capacidade de inovação dos
gestores pesquisados.
d) Analisar se a capacidade de inovação influencia o desempenho organizacional dos
gestores investigados.
e) Identificar se a intenção empreendedora influencia o desempenho organizacional dos
respondentes.
f) Propor um modelo teórico que verifique a influência do estilo cognitivo sobre a
autoeficácia empreendedora, a intenção empreendedora, a capacidade de inovação e o
desempenho organizacional.
22
1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO
A abordagem da justificativa está delineada sob três aspectos para o desenvolvimento
desta tese: relevância, ineditismo e contribuições.
1.3.1 Relevância
Ferreira et al. (2014) ressaltam que as pesquisas que abordam o empreendedorismo
não são recentes, porém esses estudos parecem ter ganhado maior ímpeto após a crise
econômica e social vivenciada em diversos países ocidentais como a Europa e os EUA. Essa
incapacidade por parte dos estados de apresentar soluções para a crise tem levado os
indivíduos a assumirem responsabilidades. Nesse contexto, a “área de pesquisa em
empreendedorismo tem aproximadamente 30 a 40 anos e tem crescido para hoje ser uma
disciplina com atividade intelectual munificente envolvendo milhares de acadêmicos em todo
o mundo” (FERREIRA et al., 2014, p.58).
Moraes, Hashimoto e Albertini (2013) afirmam que, nas últimas décadas, o
empreendedorismo tem sido objeto de diversas pesquisas no Brasil sobre vários enfoques.
Essa variedade de estudos denota a sua importância como processo que facilita o
desenvolvimento de novos negócios.
A assunção do empreendedorismo tem sido percebida no desenvolvimento
institucional da disciplina que se revela na grade dos cursos ofertados pelas instituições de
ensino; nos centros e agências de fomento;na criação de soluções, como as incubadoras e
parques tecnológicos;e até no aumento do volume de pesquisas e publicações que tratam
desse tema (FERREIRA et al., 2014).
Moraes, Hashimoto e Albertini (2013, p. 133) asseveram que o “empreendedor assume
um papel mais ativo do que reativo no desenvolvimento e no sucesso de um empreendimento,
reforçando a importância dos atributos pessoais no processo empreendedor”. Fiala (2012, p.
3) afirma que se pode “dizer que há uma diferença entre a intenção de empreender e o ato, em
si, de realizá-la. Faz-se necessário, no entanto, identificar os fatores que influenciam o futuro
empreendedor na decisão de empreender”.
A realização desta tese pauta-se nas especificidades imersas no estilo cognitivo dos
empreendedores. Soma-se a isso a articulação das características empreendedoras refletidas
23
nas abordagens psicológica (autoeficácia empreendedora), sociológica (intenção
empreendedora) e econômica (capacidade de inovação) e o desempenho organizacional.
Além disso, cabe salientar que o empreendedorismo vem sendo apontado como
agenda de pesquisa por estudiosos como Zhao e Seibert (2006), Zhao, Seibert e Lumpkin
(2010), Armstrong, Cools e Sadler-Smith (2012), Schlaegel e Koenig (2014), Jain e Ali
(2013), Fayolle e Linãn (2014) e Ferreira et al. (2014). Também a relevância deste trabalho
está alicerçada no efeito moderador do estilo cognitivo dos gestores das empresas incubadas
em Santa Catarina. Em seguida, o Quadro 1 apresenta uma síntese das três contribuições da
pesquisa.
Quadro 1 - Síntese da relevância do estudo
Relevância Síntese Obras
Teórica Associação das características empreendedoras
(personalidade), com foco nos estudos cognitivos dos
gestores das empresas incubadas – um dos temas mais
apontados nas agendas de pesquisa.
Zhao e Seibert (2006); Zhao,
Seibert e Lumpkin (2010);
Armstrong, Cools e Sadler-
Smith (2012); Jain e Ali
(2013); Sommer (2013);
Fayolle e Linãn (2014);
Ferreira et al. (2014).
Empírica Aplicação de estudos cognitivos no campo das pesquisas,
com foco nas características empreendedoras dos gestores de
empresas incubadas e startups.
Shane e Venkataraman (2003);
Borges Jr., Filion e Simard
(2010); Jain e Ali (2013).
Metodológica Utilização da técnica da modelagem de equações estruturais
com uso da técnica de ajustamento por quadrados mínimos
parciais no campo dos estudos do empreendedorismo.
Schlaegel e Koenig (2014).
Fonte: Adaptado de Dias (2015, p. 26).
Depreende-se que a relevância teórica pode ser evidenciada a partir do estudo
realizado por Zhao e Seibert (2006) sobre a personalidade empreendedora, o qual mostra que
as cinco dimensões da personalidade e o status empreendedor foram investigados por meio de
uma metanálise. Os autores sugerem que as futuras pesquisas a serem realizadas sejam
direcionadas no sentido de explorar as possíveis variáveis moderadoras que influenciam a
personalidade empreendedora. Mencionam,ainda, que os achados de sua pesquisa
demonstram que a personalidade deve ser considerada como um componente de um modelo
multidimensional dos processos e dos fatores ambientais que afetam o empreendedorismo e a
criação de novas empresas.
Mais recentemente, Zhao, Seibert e Lumpkin (2010) pesquisaram um conjunto de
metanálises para examinar a relação da personalidade e os resultados associados a duas fases
diferentes do processo empreendedor: a intenção empreendedora e o desempenho
organizacional. Seus achados apontam que a personalidade desempenha um papel importante
24
no surgimento e no sucesso dos empreendedores. Os autores sugerem futuras pesquisas
voltadas aos mecanismos por meio dos quais a personalidade dos empreendedores é afetada
pelo desempenho organizacional, sendo que as variáveis potencialmente moderadoras
incluem a cultura organizacional, o clima, a estratégia e a orientação empreendedora. Nesse
sentido, as investigações futuras precisam averiguar como os elementos da personalidade
empreendedora se relacionam especificamente com os comportamentos ou características
empreendedoras nos novos negócios.
Quanto aos estilos cognitivos, Armstrong, Cools e Sadler-Smith (2012) elaboraram
uma agenda de pesquisa com base na análise de artigos publicados em 40 anos, desde 1969 a
2009. Essa pesquisa teve o intuito de avançar na compreensão dos estudos realizados sobre os
estilos cognitivos, elucidando as tendências e perspectivas relacionadas à gestão e aos
negócios. Os autores identificaram na literatura oito lacunas teóricas e áreas promissoras para
o desenvolvimento de futuras pesquisas, sendo elas: a) questões profissionais; b) cultura
nacional; c) trabalho em equipe e as relações interpessoais; d) aprendizagem; e) tomada de
decisão; f) vendas e marketing; g) gestão de sistemas de informação, gestão e uso da
informação; e h) criação de empresas, inovação e empreendedorismo.
Fayolle e Linãn (2014) desenvolveram uma agenda de pesquisa para os estudos
relacionados à intenção empreendedora, uma vez que existe um número crescente de
pesquisas nessa área. Para os autores, as novas ideias e perspectivas que envolvem a intenção
empreendedora incluem as seguintes categorias de investigação: a) os trabalhos que abordam
os modelos de intenção, chamados “core business”, aprofundando o conhecimento em
algumas nuances teóricas ou atuando na análise de questões metodológicas; b) os que
consideram o papel de uma das variáveis de nível pessoal e a discussão das configurações das
intenções empreendedoras; c) a categoria que se refere à relação entre o espírito
empreendedor da educação e a intenção empreendedora de seus participantes; d) pesquisas
que abordam o contexto e as instituições que desempenham um papel na formação das
intenções empreendedoras; e e) os estudos que consideram o processo empreendedor e o link
da intenção comportamental.
Ferreira et al. (2014) realizaram uma pesquisa bibliométrica com o intuito de mapear o
estoque de conhecimento relacionado ao empreendedorismo no Journal of Business
Venturing, um dos periódicos internacionais da área, no período entre 1987 a 2010. Seus
resultados revelam que, dentre os estudos analisados, não há trabalhos com o tema da tese. Os
assuntos mais centrais das pesquisas têm sido pertinentes ao processo empreendedor, às
25
questões metodológicas, aos aspectos psicológicos e cognitivos, às características individuais,
à criação de valor e aos fatores do ambiente externo enquanto determinantes do
empreendedorismo. Outros assuntos têm sido menos explorados, como as pequenas e médias
empresas, o empreendedorismo institucional, a organização e a gestão de recursos humanos.
Na relevância empírica, quanto às empresas de base tecnológicas e startups, Shane e
Venkataraman (2003) já apontavam a necessidade de estudos empíricos que se voltem à
compreensão do processo de criação dessas empresas, uma vez que essa área estava carente
de pesquisas empíricas. Borges Jr., Filion e Simard (2010) afirmam que o processo de criação
de empresas de base tecnológica é mais longo e mais difícil que os processos que envolvem as
empresas tradicionais. A necessidade de desenvolver uma tecnologia, as características do
mercado que elas exploram, bem como a necessidade de recursos tornam a tarefa dos
empreendedores tecnológicos complexa, principalmente para aqueles que trabalham com
tecnologias intensivas.
Nessa perspectiva, Jain e Ali (2013) realizaram uma extensa revisão de literatura para
identificar os facilitadores e as barreiras ao empreendedorismo, bem como as orientações para
futuros trabalhos. Os autores apontam a falta de pesquisas no campo do empreendedorismo
voltadas ao micronível sobre o fenômeno da organização, como as capacidades dos
empreendedores e as empresas empreendedoras. Portanto, a criação e a interação de
entendimentos cognitivos relacionados à ação organizacional focada na tarefa permanecem
como temas inexplorados nesta área do conhecimento. E ainda, as pesquisas que buscam uma
explicação por meio da cognição no desenvolvimento e implantação de novas capacidades em
startups encontram-se em falta na literatura.
Quanto à relevância metodológica, Schlaegel e Koenig (2014) utilizaram os resultados
empíricos de 98 estudos para construir uma metanálise a partir de equações estruturais com o
intuito de analisar os modelos teóricos que preveem e explicam a propensão dos indivíduos
para começar uma empresa. Os autores apontam que pesquisas futuras devem ser
desenvolvidas no sentido de: a) identificar outros determinantes que explicam a variância da
intenção empreendedora, explicitada pelos antecedentes da Teoria do Comportamento
Planejado; b) examinar teorias alternativas e os efeitos das variáveis não incluídas neste
estudo (ou seja, as emoções positivas e negativas); c) utilizar outras variáveis moderadoras
que possam moderar novas relações e, ainda, desenvolver modelos mais dinâmicos para
explicar a causalidade reversa e a simultaneidade em modelos de intenções empreendedoras; e
d) que uma área importante para futuras pesquisas de metanálise compreende o potencial
26
mediador das variáveis da Teoria do Comportamento Planejado e do Modelo de Evento
Empreendedor, assim como das variáveis relacionadas às características empreendedoras (tais
como motivação de realização, propensão ao risco e inovação), aos traços de personalidade, à
exposição empresarial ou experiências empreendedoras e à educação para o
empreendedorismo.
Depreende-se que a partir da relevância teórica, empírica e metodológica, expressa nas
lacunas vislumbradas na literatura, cabe efetuar a investigação da existência do efeito
moderador do estilo cognitivo dos gestores das empresas incubadas de Santa Catarina (SC)
sobre a autoeficácia empreendedora, a intenção empreendedora, a capacidade de inovação e o
desempenho organizacional.
Esta pesquisa assemelha-se parcialmente ao estudo de Kickul et al. (2009) quando
investigaram estudantes de pós-graduação norte-americanos analisando a relevância dos dois
estilos cognitivos distintos como determinantes na percepção da autoeficácia e da intenção
empreendedora sobre as diferentes fases de um novo negócio. Entretanto, busca contribuir no
sentido de atender às limitações apresentadas no trabalho de Kickul et al. (2009), que residem
na realização da pesquisa com universitários e não com empresários. Por esse motivo, os
autores destacam a falta de estudos para que se possa realizar comparações de seus achados
com outros estudos empíricos.
Existem também semelhanças com o estudo realizado por Sommer (2013), que
examinou a influência do estilo cognitivo e a experiência internacional na autoeficácia
empreendedora internacional e na intenção empreendedora internacional, bem como o papel
da educação acadêmica nesse contexto. O estudo foi realizado com 290 estudantes do curso
de engenharia industrial de vários países, utilizando a modelagem de equações estruturais para
a análise dos resultados. O autor destaca que ambos os estilos cognitivos, o analítico e o
intuitivo, precisam ser fomentados na formação acadêmica dos discentes. Ressalta, ainda, que
mais pesquisas são necessárias para aferir a influência e a medição dos estilos cognitivos.
Conforme os seus resultados, a intenção empreendedora adquirida na formação acadêmica
pode dar uma contribuição importante para a superação dos obstáculos à formação da
intenção empreendedora internacional.
27
1.3.2 Ineditismo
Para evidenciar o caráter inédito desta pesquisa, optou-se por realizar a revisão da
literatura no cenário internacional conforme a base de dados EBSCO. Esta se configura como
uma das principais bases de dados internacionais, uma vez que conta com mais de 375 bancos
de dados de pesquisas com textos completos, 550.000 e-books, 360 mil periódicos eletrônicos
e pacotes de publicações eletrônicas, além de periódicos impressos (EBSCO, 2014).
A busca pelas conjecturas teóricas abordadas nesta tese ocorreu durante os meses de
junho a agosto de 2014. Destaca-se que a localização dos estudos empíricos seguiu alguns
critérios, tais como: a) terminologia – definição da terminologia de busca na língua inglesa;
b) quantidade geral – busca simples pela terminologia na base de dados; c) quantidade de
estudos selecionados – seleção dos artigos científicos que apresentavam a terminologia no
título, no resumo e/ou nas palavras-chave; d) quantidade de estudos analisados – a escolha
limitou-se aos estudos empíricos que apresentassem os textos completos disponíveis na
Internet e estivessem publicados em revistas científicas; e) quantidade de artigos excluídos
– a exclusão ocorreu à medida que os artigos apareceram em duplicidade ou quando o
conteúdo não correspondia a uma pesquisa científica; e f) amostra final – corresponde aos
estudos empíricos efetivamente analisados. A Tabela 1 mostra a quantidade de estudos
empíricos localizados que correspondem a cada um dos constructos analisados.
Tabela 1 - Quantidade de estudos empíricos relacionada aos constructos da pesquisa
Constructo Terminologia Qtde.
geral
Qtde.
estudos
empíricos
selecionados
Qtde.
estudos
analisados
Qtde.
estudos
empíricos
excluídos
Amostra
final
Autoeficácia
empreendedora
Entrepreneurial self-
efficacy 72 58 23 1 22
Intenção
empreendedora
Entrepreneurial Intention,
Entrepreneurial Intentions,
Entrepreneurship Intention
e Entrepreneurship
Intentions
228 105 77 3 74
Capacidade de
Inovação
Dynamic Innovation
Capability 98 32 28 3 25
Estilo Cognitivo Cognitive Style 1243 578 254 24 230
Total 1.641 773 382 31 351
Fonte: Dados da pesquisa.
Na Tabela 1, são evidenciados 1.641 estudos empíricos que contemplavam as
terminologias abordadas nesta tese, sendo que a amostra final no contexto internacional é
28
composta por 351 artigos científicos. Na leitura dos 351 estudos empíricos, verificou-se que
não foi publicado nenhum estudo que abordasse de maneira conjunta os cinco constructos
teóricos abordados na presente pesquisa. Cabe destacar que, no Capítulo 2, encontram-se os
quadros com os estudos empíricos correspondentes a cada um dos constructos contemplados
no estudo.
Dentre os 351 artigos analisados, a pesquisa realizada por Kickul et al. (2009) com
estudantes do programa de MBA de Midwestern University merece destaque, uma vez que
tratou de maneira conjunta três constructos contemplados nesta tese, sendo eles: intenção
empreendedora, autoeficácia empreendedora e estilo cognitivo.
O ineditismo desta pesquisa reside na investigação da existência do efeito moderador
do estilo cognitivo dos gestores das empresas incubadas de Santa Catarina (SC) sobre a
autoeficácia empreendedora, a intenção empreendedora, a capacidade de inovação e o
desempenho organizacional, que não têm sido motivo de pesquisas anteriores no contexto
nacional e internacional.
A pesquisa justifica-se, ainda, com base na afirmação de Krueger Jr., Reilly e Carsrud
(2000) quando mencionam que o empreendedorismo é essencialmente uma forma de pensar.
Esse pensamento está relacionado com a quantidade de oportunidades e ameaças identificadas
pelos empreendedores. O processo de identificação de oportunidade e ameaças é claramente
um processo de ação e intenção propositada, assim a autoeficácia e a intenção empreendedora
merecem irrestrita atenção. Destaca-se que na literatura poucos estudos têm sido realizados
com o intuito de examinar a relação do empreendedorismo no contexto do processo de criação
de um novo empreendimento, o qual é moderado pelos estilos cognitivos (KICKUL et al.,
2009).
Nesse contexto, optou-se por escolher as empresas incubadas do estado de Santa
Catarina (SC) que se encontram vinculadas às 25 incubadoras de empresas listadas no site da
ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos
Inovadores) e da RECEPETI (Rede Catarinense de Inovação).
29
1.3.3 Contribuições
A pesquisa científica contribui para a resolução das indagações que emergem da
sociedade, com o auxílio de um conjunto de atividades planejadas e orientadas para seu
estudo e análise. Desse modo, são obtidas as definições que trazem o conhecimento específico
e, por consequência, o avanço científico. Estes ganhos são evidenciados sob o ponto de vista
teórico, empírico e social.
Do ponto de vista teórico, pretende-se proporcionar um novo conhecimento à
administração por meio da interdisciplinaridade. Nesse caso, aborda-se sobre a existência do
efeito moderador do estilo cognitivo dos gestores sobre a autoeficácia empreendedora, a
intenção empreendedora, a capacidade de inovação e o desempenho organizacional. No
aspecto empírico, a contribuição vincula a pesquisa científica ao mapeamento das
características da personalidade empreendedora dos gestores das incubadoras de empresa em
Santa Catarina por meio da interpretação da realidade compreendida no recorte da pesquisa.
Os achados desta pesquisa têm o intuito de contribuir para a compreensão do arcabouço
teórico existente e fomentar a discussão acerca das características que envolvem os indivíduos
empreendedores.
A contribuição social desta tese está no desenvolvimento de aspectos relacionados à
gestão das empresas incubadas, com a finalidade de auxiliar no desempenho organizacional.
Em consequência, pretende-se que a pesquisa seja também um subsídio para os gestores das
incubadoras de empresas que desejarem rever, analisar ou reestruturar sua capacidade de
gestão dos recursos financeiros e humanos a partir da percepção dos estilos cognitivos dos
gestores das empresas incubadas.
A pesquisa justifica-se também na medida em que aborda um tema estudado no grupo
de pesquisa Organizações e Sociedade, o qual pertence à linha de estratégia e gestão das
organizações, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) da
Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI).
30
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
Este estudo está estruturado em sete capítulos. O primeiro apresenta a introdução da
pesquisa, que aborda a contextualização do tema e do problema de pesquisa, os objetivos, a
justificativa da pesquisa e a estrutura do trabalho.
O segundo capítulo fornece os subsídios teóricos para a pesquisa. Nele, apresenta-se o
conceito de estilo cognitivo, suas formas de apresentação, modelos de mensuração e
dimensões do modelo de estilo cognitivo. Na sequência, discorre-se sobre uma
contextualização do empreendedorismo e as características individuais dos empreendedores.
Em seguida, aborda-se a personalidade empreendedora que envolve os constructos teóricos
adotados na pesquisa, os modelos conceituais com suas respectivas dimensões de autoeficácia
empreendedora, intenção empreendedora, capacidade de inovação e desempenho
organizacional.
No terceiro capítulo, apresenta-se o modelo da estrutura conceitual proposta nesta tese,
a fundamentação teórica que postula a formulação das cinco hipóteses adotadas na pesquisa.
O quarto capítulo explicita os procedimentos metodológicos, a população e a mostra
contempladas na pesquisa, bem como a sistematização das bases conceituais, as variáveis, as
escalas de mensuração e os métodos utilizados para a coleta e análise das informações
coletadas a partir da aplicação do instrumento de pesquisa.
No quinto capítulo, têm-se os resultados da pesquisa a partir das características das
empresas analisadas, o perfil dos respondentes que preencheram o instrumento de pesquisa,
além da caracterização dos gestores entrevistados. Na sequência, explicita-se sobre as etapas
adotadas na Análise Fatorial Confirmatória (AFC) a partir da modelagem de equações
estruturais, empregando o método de quadrados mínimos parciais (SEM-PLS) para investigar
as associações entre os constructos analisados.
O sexto capítulo compreende a discussão dos resultados encontrados na modelagem
das equações estruturais e na validação das hipóteses de pesquisa.
Por fim, no sétimo capítulo, apresentam-se as conclusões e sugestões para futuras
pesquisas e são listadas as referências das obras utilizadas ao longo do estudo.
31
2 PLATAFORMA TEÓRICA
Neste capítulo, apresenta-se a fundamentação teórica que serve de base conceitual para
o estudo, bem como as pesquisas empíricas sobre os temas abordados nesta tese: estilo
cognitivo, autoeficácia empreendedora, intenção empreendedora, capacidade de inovação e
desempenho organizacional. Cabe mencionar que a base teórica sobre a qual esses temas
foram explorados recai sobre o Empreendedorismo.
A organização do capítulo compreende quatro seções. A primeira (2.1) se refere ao
estilo cognitivo e expõe o conceito e as formas de apresentação dos estilos cognitivos nas
dimensões intuitiva e analítica, bem como os estudos empíricos que contemplam o tema. Os
modelos de mensuração do estilo cognitivo disposto na literatura, além do modelo de Allinson
e Hayes (1996) e suas categorias, foram elencados.
A segunda (2.2) aborda o empreendedorismo, uma vez que evidencia a origem da
temática, apresenta definições e as características individuais dos empreendedores.
Na terceira seção (2.3), aborda-se a personalidade empreendedora e as abordagens
disciplinares relacionadas ao empreendedor. Em seguida, na subseção 2.3.1, encontra-se a
abordagem psicológica que se materializa pela revisão da literatura sobre a autoeficácia
empreendedora e o contexto em que se insere o tema na Teoria Social Cognitiva (TSC)
proposta por Bandura (1977). Apresentam-se as pesquisas empíricas sobre o tema, os modelos
teóricos para a mensuração do constructo encontrados na literatura e, ainda, o modelo de De
Noble, Jung e Ehrlich (1993) e suas respectivas dimensões.
A subseção 2.3.2 contempla a abordagem sociológica, tratando da intenção
empreendedora e da sua contextualização, bem como são elencadas as pesquisas que versam
sobre o assunto, buscadas por meio da base de dados da EBSCO e dos anais de congressos
nacionais. Na sequência, abordam-se os modelos teóricos utilizados para a mensuração desse
constructo, culminando com o modelo de Ajzen (1991), que é pautado na Teoria do
Comportamento Planejado (TCP) e em suas dimensões. Por fim, a subseção 2.3.3 se refere à
abordagem econômica, que discorre sobre a capacidade de inovação também conhecida como
capacidade inovativa e os estudos empíricos que abordam o tema, os quais localizam-se na
base de dados da EBSCO. Posteriormente, mencionam-se os modelos de mensuração da
capacidade de inovação, com ênfase no modelo de Liao, Fei e Chen (2007) e seus
componentes.
32
Por fim, na quarta seção (2.4), é considerado o desempenho organizacional. Nela se
contextualiza o tema e mencionam-se as medidas subjetivas de desempenho organizacional
dispostas na literatura.
2.1 ESTILO COGNITIVO
Nesta seção, aborda-se o constructo de estilo cognitivo. Inicia-se com o conceito e, em
seguida, adentra-se na questão das suas duas formas de apresentação e os estudos empíricos
que buscaram conhecer a aplicação dos estilos cognitivos. Após isso, discorre-se sobre os
modelos utilizados para sua mensuração e operacionalização. Na abordagem dos modelos de
estilo cognitivo, há uma explanação de forma sucinta da relação temporal dos principais
modelos encontrados na literatura.
2.1.1 Conceito de estilos cognitivos
A partir da intensificação da competição nos últimos anos, pesquisadores e gestores
têm buscado refletir sobre quais processos e características podem incrementar o desempenho
organizacional e ainda garantir a longevidade e sucesso da organização (RAMOS;
FERREIRA; GIMENEZ, 2011). Pesquisadores como Hayes e Allinson (1994), Hodgkinson e
Sadler-Smith (2003) realizaram vários estudos que colaboraram para o desenvolvimento da
literatura de comportamento e gestão organizacional nas últimas décadas. Dentre os achados
desses pesquisadores emerge a necessidade de estudar a utilização dos estilos cognitivos no
contexto organizacional.
Allinson e Hayes (2012) entendem por estilo cognitivo a maneira como cada um de
nós possui uma predisposição para coletar, processar e analisar informações de modo
particular e único. Essa preferência afeta diretamente a maneira como aprendemos,
resolvemos problemas e tomamos decisões. Os estilos cognitivos são entendidos ainda como
33
as preferências individuais na percepção e no processamento das informações
(GRIGORENKO; STENBERG, 1995).
Para Ramos, Ferreira e Gimenez (2011, p. 5) o estilo cognitivo pode ser definido
“como um molde em que é coletada, processada e analisada a informação e refere-se a
processos de pensamentos e padrões empregados pelos indivíduos”. Kickul et al. (2009)
asseveravam que o estilo cognitivo de um indivíduo pode influenciar a preferência por
diferentes tipos de aprendizado, o acúmulo de conhecimento, o processo de informações e a
tomada de decisão. São muitos os comportamentos críticos enfrentados por um
empreendedor no seu cotidiano.
Sandler-Smith (1998) aponta algumas características que podem ser identificadas a
partir dos diferentes estilos cognitivos de um indivíduo, tais como: a) forma em detrimento ao
conteúdo do processamento das informações; b) podem ser identificados por meio de testes
psicométricos; c) são estáveis ao longo do tempo; d) apresentam características de
bipolaridade e podem ser valorados diferentemente, uma vez que descrevem diferentes modos
de processar as informações ao invés de melhores modos de processar as informações.
O estilo cognitivo pode ser relacionado a várias temáticas, revelando um constructo
multidisciplinar, uma vez que, além da Psicologia, sua aplicação é recorrente em outras áreas
do conhecimento, tais como: educação, sistema de informação e gestão de negócios. Estes
achados corroboram com os resultados da pesquisa de Armstrong, Cools e Sadler-Smith
(2012).
O estudo realizado por Hmieleski e Colbert (2006) relacionou a intenção
empreendedora ao estilo cognitivo quando analisaram a relação entre a improvisação e a
intenção empreendedora. A pesquisa foi realizada com 430 estudantes universitários. Os
achados revelam que a intenção empreendedora está associada, significativamente, a medidas
de personalidade, motivação, estilo cognitivo, modelos sociais e improvisação. Entretanto, a
relação mais forte encontrada entre as dimensões analisadas está entre a intenção
empreendedora e a improvisação.
Brigham, De Castro e Shepherd (2007) investigaram a relação entre o estilo cognitivo
e o empreendedorismo, tendo como objeto de estudo 149 proprietários-gerentes de pequenas
empresas de alta tecnologia. Os autores examinaram a associação entre as características
individuais, características da empresa e os resultados individuais de satisfação e intenções de
sair da empresa. Os resultados indicaram que a satisfação e a baixa intenção de sair da
empresa estão presentes nos proprietários e/ou gerentes. O estilo de tomada de decisão
34
complementou os níveis de formalização e estrutura em suas empresas. A satisfação e a
intenção de sair da empresa estão significativamente associadas ao volume real de negócios
dos últimos cinco anos das empresas analisadas.
Por fim, destaca-se a pesquisa realizada por Kickul et al. (2009), que relacionou os
constructos de autoeficácia e intenção empreendedora associada ao estilo cognitivo. Os
autores constataram a preferência cognitiva dos indivíduos para a influência da análise ou a
intuição sob a percepção e avaliação da autoeficácia empreendedora em sua intenção de criar
um novo negócio. Essa pesquisa evidencia a relevância de dois estilos cognitivos distintos
como determinantes na percepção da autoeficácia empreendedora sobre as diferentes etapas
do processo de criação de um novo negócio. O estudo foi realizado com 138 alunos
matriculados em programas de MBA da Universidade Estadual do Midwestern, nos Estados
Unidos. Destaca-se, ainda, que todos os alunos pesquisados haviam realizado cursos de
empreendedorismo na universidade em questão. E os autores partem do pressuposto de que
eles tenham o desejo de aprender sobre a gestão ou criação de novos negócios e que era o
público adequado para realizarem a pesquisa.
2.1.2Formas de apresentação dos estilos cognitivos
Dentre os estudos dispersos no campo teórico, muitos conceituam a dimensão genérica
da cognição tradicionalmente como uma dicotomia do pensamento humano que oscila entre a
dimensão intuitiva e analítica (ALLINSON; HAYES, 1996). Kirby (2005) ressalta que a
divisão do cérebro em dois hemisférios segue uma perspectiva neuropsicológica. A seguir,
discorre-se sobre as dimensões intuitiva e analítica.
2.1.2.1 Dimensão intuitiva
A dimensão intuitiva trata da intuição e apresenta características voltadas para o lado
direito do cérebro, que correspondem ao julgamento imediato com base no sentimento e
adoção de uma perspectiva global. Pessoas que utilizam mais o lado direito do cérebro
apresentam características dominantes, como a não conformidade, preferem uma abordagem
mais aberta para a solução de problemas, confiam em métodos de exploração aleatórios,
35
lembram-se de imagens espaciais mais facilmente e trabalham com ideias que requerem uma
avaliação global da situação (ALLINSON; HAYES, 1996).
Kirby (2005) destaca que o lado direito é lateral, não convencional, não sistemático e
não estruturado. As funções desse lado do cérebro são, na sua maioria, associadas às
habilidades, atributos e comportamentos característicos de um indivíduo empreendedor.
2.1.2.2 Dimensão Analítica
Na dimensão analítica, as características correspondem ao lado esquerdo do cérebro e
referem-se ao julgamento com base no raciocínio mental e detalhado. As pessoas que utilizam
mais o lado esquerdo tendem a ser mais complacentes, utilizam uma abordagem estruturada
para a resolução de problemas, dependem de métodos sistemáticos de investigação, lembram
com maior frequência de informações verbais e são especialmente confortáveis com ideias
que exigem uma avaliação passo a passo da situação (ALLINSON; HAYES, 1996). Kirby
(2005) assevera que o lado esquerdo trata diretamente da linguagem, da lógica e símbolos de
forma orientada e sistemática.
A dicotomia existente entre as dimensões intuitiva e analítica foi tratada na teoria de
diferentes maneiras. Atualmente, entende-se que os atributos humanos raramente podem ser
pensados como uma simples dicotomia, considerando uma coisa em detrimento de outra. Em
vez disso, acredita-se que uma pessoa está predisposta para uma coisa ou tem uma preferência
por uma maneira de pensar ou, ainda, um comportamento que cai em algum lugar ao longo de
um continuum.
Hoje se entende a cognição intuitiva e analítica como a representação de dois polos de
uma única dimensão (ALLINSON; HAYES, 2012). Depreende-se que a dicotomia entre as
dimensões intuitiva e analítica, de acordo com a Teoria Cognitiva do Continuum,configura-se
como um processo contínuo ao longo do qual são possíveis todos os graus de estilo cognitivo.
36
2.1.3 Modelos de mensuração dos estilos cognitivos
Na literatura há várias abordagens, visto que se busca entender o estilo cognitivo e
seus diferentes graus. Dentre elas a Teoria da Aprendizagem Experimental (TAE), que
fornece um modelo do processo de aprendizagem desenvolvido por Kolb (1984). Ela
compreende o desenvolvimento humano por meio dos estilos cognitivos, ou seja, como as
pessoas aprendem, crescem e se desenvolvem. A partir do trabalho de Kolb (1984) outros
pesquisadores também se empenharam em desenvolver estudos voltados à mensuração dos
estilos de aprendizagem, como Felder (1996), Coffield et al. (2004) e Miranda e Morais
(2008).
Entretanto, não apenas no campo do ensino como também na psicologia em que os
estilos cognitivos são estudados há algum tempo percebe-se, nos últimos anos, um aumento
no interesse em realizar estudos com abordagens cognitivas no campo organizacional.
Armstrong, Cools e Sadler-Smith (2012) asseveram que esse interesse é recorrente nos
últimos 40 anos, com a aplicação dos estilos cognitivos na gestão e negócios.
Armstrong, Cools e Sadler-Smith (2012) mencionam que na literatura encontram-se
vários instrumentos que podem ser utilizados para mensurar os estilos cognitivos no campo de
negócios, além daqueles instrumentos usados como contexto educacional e psicológico, tais
como: Grupo Incorporado de Testes de Figuras (GITF), proposto por Witkin et al. (1971); o
Kirton Inventário de adaptação-inovação (KAI), elaborado por Kirton (1976); o Inventário de
Estilo de Pensamento (TSI), proposto por Sternberg e Wagner (1991); o Índice de Estilo
Cognitivo (CSI) de Allinson e Hayes (1996); o Inventário Racional-Experimental (REI) de
Epstein et al. (1996); o Indicador do Tipo de Myers-Briggs (ITMB), proposto por Myers et al.
(2003); o Estilo e Perfil de Pensamento não-linear/linear de Vance et al. (2007) e o Indicador
de Estilo Cognitivo (COSI) sugerido por Cools e Van den Broeck (2007), conforme o Quadro
2.
37
Quadro 2 - Modelos teóricos utilizados para mensurar os estilos cognitivos Instrumentos Autor(es) Dimensões Descrição
GITF Witkin et
al. (1971)
Independência do campo-campo de
dependência
Relaciona uma forma global versus uma forma analítica de percepção. Implica na capacidade de perceber alguns itens sem ser influenciado pelo campo. Na
independência do campo, as pessoas são caracterizadas como analíticas,
autorreferentes e com orientação impessoal, enquanto o campo dependente é visto como global, socialmente sensível e com orientação interpessoal.
KAI Kirton
(1976)
Adaptação-Inovação
Refere-se a tendência das pessoas para "fazer as coisas melhor" versus "fazer as coisas diferente" na resolução de problemas. Adaptadores viram procedimentos
estabelecidos, enquanto os inovadores preferem problemas de reestruturação e os
abordam a partir de ângulos diferentes.
TSI
Sternberg
e Wagner
(1991)
Teoria da Saúde
Mental e
autogoverno
Funções: As pessoas com funções legislativas são muito independentes e decidem
como fazer as coisas por conta própria. Os Indivíduos executivos gostam de seguir as regras e atuar junto aos sistemas pré-estabelecidos. Os Judiciais testam se as
normas e sistemas pré-estabelecidos são necessários ou válidos.
Formulários: O monárquico é alguém que é obstinado e focado na resolução de problemas. Indivíduos hierárquicos definem prioridades e entender que nem todas
as metas possam ser cumpridas. Pessoas oligárquicas lutam com a forma de
organizar suas prioridades. E os indivíduos anárquicos são motivados por suas
necessidades específicas e constroem seus próprios sistemas ao invés de seguir
sistemas estabelecidos.
Nível: Global são sonhadores que preferem abordagens mal definidas e abstratas dos problemas. Indivíduos locais preferem trabalhar em problemas bem definidos e
não observar o quadro dos problemas maiores.
Âmbito: Internos são introspectivos e preferem trabalhar sozinhos. Os externos são extrovertidos e preferem trabalhar de forma colaborativa.
Tendências: pessoas liberais dispostas a ir além das regras e procedimentos
existentes, para maximizar a mudança, e buscam situações que são um tanto ambíguas; indivíduos conservadores gostam de seguir as regras e evitar situações
ambíguas, sempre que possível.
CSI
Allinson e
Hayes
(1996)
Analítica-Intuitiva
Os analíticos são caracterizados por julgamentos com base no raciocínio mental e um concentram-se em detalhes. Os intuitivos se referem a julgamento imediatos
com base em seus sentimentos e numa perspectiva global.
REI Epstein et
al. (1996)
Racional-Experimental
O racional se refere a uma preferência por análise racional de processamento,
enquanto o experimental refere-se ao intuitivo, processamento experimental.
ITMB Myers et
al. (2003)
Extroversão-
introversão
Extroversão significa operar no mundo externo por meio de comportamento, ação, pessoas e coisas. Os introvertidos têm um foco no mundo interno de ideias e
reflexão.
Detecção-Intuição Em detecção as pessoas estão mais propensas a confiar em informações que são tangíveis e concretas. As pessoas intuitivas tendem a confiar em informações que
são mais abstratas ou teóricas.
Pensamento-
Sensação
Os pensadores tendem a decidir as coisas de um ponto de vista mais distante, usando a lógica. As pessoas sensitivas vêm as decisões com situações de empatia e
utilizam o consenso.
Julgamento-
Percepção
No Julgamento as pessoas preferem o planejamento e organização, enquanto na
dimensão da percepção as pessoas aderem a uma abordagem mais flexível.
EPPLNL Vance et
al. (2007)
Pensamento Linear e não
Linear
Pensadores lineares preferem tomar decisões a partir de dados externos,
informações e fatos. Pensadores não-lineares usam sentimentos internos, impressões
e Sensações.
COSI
Cools e
Van den
Broeck
(2007)
Estilo de
Conhecimento
O estilo de conhecimento refere-se a uma preferência pela racionalidade, lógica e uma maneira impessoal de processamento de informação.
Estilo de Planejamento
O estilo de planejamento implica em uma preferência por um pensamento
estruturado, organizado e uma maneira eficiente para o processamento de informações.
Estilo de Criação O estilo de criação refere-se a uma preferência por uma maneira mais criativa, flexível e com uma abordagem de processamento de informação não convencional.
Fonte: Adaptado de Armstrong, Cools e Sadler-Smith (2012).
O Quadro 2 evidencia os oito instrumentos utilizados para mensuração dos estilos
cognitivos no campo organizacional. Armstrong, Cools e Sadler-Smith (2012) mencionam
que os três instrumentos mais utilizados em pesquisas de gestão e negócios foram o Indicador
do Tipo de Myers-Briggs (ITMB), o Kirton Inventário de adaptação-inovação (KAI) e o
38
Índice de Estilo Cognitivo (CSI). Essa predominância de três medidas de estilo pode indicar
alguma convergência para a mensuração desse constructo.
Diante do exposto, nesta pesquisa se adota o Índice de Estilo Cognitivo (CSI),
proposto por Allinson e Hayes (1996). Esse modelo conceitual vem sendo utilizado com êxito
para mensurar as capacidades cognitivas de estudantes e de gestores que ocupam cargos de
gerência, além de ter sido validado em contextos culturais distintos.
2.1.4 Modelo de estilo cognitivo de Allinson e Hayes (1996)
Para entender o funcionamento dos diferentes estilos cognitivos no campo
organizacional ao longo de uma escala psicométrica, os professores Christopher Allinson e
John Hayes, da Universidade de Leeds, na Inglaterra, por meio de pesquisas publicadas no
Management Practice em 1994 e no Journal of Managment Studies, em Janeiro de 1996,
desenvolveram o Índice de Estilo Cognitivo – Cognitive Style Index (CSI). Esse índice busca
traçar um modelo cognitivo e de aprendizagem desenvolvido para ambientes organizacionais.
Inicialmente, o CSI foi projetado para ser utilizado com gerentes e grupos profissionais, mas
também tem sido aplicado com sucesso em estudantes e gestores que ocupam cargos de
gerência (ALLINSON; HAYES, 1996).
2.1.5 Dimensões do modelo conceitual do Cognitive Style Index (CSI)
O Índice de Estilo Cognitivo – Cognitive Style Index (CSI) proposto por Allinson e
Hayes (1996) é composto por uma escala que possui cinco dimensões: intuitiva, quase
intuitiva, adaptativa, quase analítica e analítica. As respostas do entrevistado para mensurar as
dimensões do estilo cognitivo surgem com um inventário de 38 perguntas pontuadas em uma
escala de três pontos (Verdadeiro, Incerto e Falso). A pontuação varia entre 2, 1 ou 0, sendo
que os valores próximo do máximo de 76 pontos indicam um estilo cognitivo analítico e
próximo de zero, indicam um estilo cognitivo intuitivo (ALLINSON; HAYES, 1996, 2012).
39
Allinson e Hayes (1996) enfatizam que a dicotomia entre as dimensões intuitiva e
analítica se caracteriza, na verdade, por um processo contínuo ao longo do qual são possíveis
todos os graus de estilo. A escala do CSI compreende cinco dimensões de estilos cognitivos,
conforme exposto na Figura 1.
Figura 1 - Dimensões do Cognitive Style Index (CSI) de Allinson e Hayes (1996)
Fonte: Nascimento, Verdinelli e Lizote (2014, p.4).
Na Figura 1, a dimensão intuitiva que se configura como um extremo inferior da
escala psicométrica do CSI é alcançada quando o indivíduo obtiver uma pontuação que varia
de 0 a 28 pontos. A dimensão quase intuitiva é atingida quando a pontuação variar de 29 a 38
pontos. A terceira dimensão adaptativa ocupa a posição central na escala psicométrica do CSI,
sendo aferida quando a pontuação resultante variar de 39 a 45 pontos. Na dimensão quase
analítica que caminha para o segundo extremo da escala psicométrica varia de 46 a 52 pontos.
Por fim, a dimensão analítica que ocupa o extremo superior da escala psicométrica é obtida
quando a pontuação variar de 53 a 76 pontos.
A utilização do índice sugere que o estilo cognitivo de um determinado indivíduo pode
cair em qualquer ponto da escala psicométrica do CSI (ALLINSON; HAYES, 2012). A
continuação aborda-se de maneira mais aprofundada; as cinco dimensões do índice adotado
nesta pesquisa expressam as formas de estilo cognitivos dos gestores das empresas de
tecnologia analisadas.
a) Intuitiva
Nessa dimensão, os indivíduos muitas vezes experimentam uma sensação imediata de
saber, porém eles não conseguem explicar esse conhecimento. Além disso, sentem-se
confortáveis agindo com base em palpites e intuições e raramente sentem a necessidade de
gastar todo o tempo analisando todos os aspectos de uma determinada situação antes de fazer
um julgamento (ALLINSON; HAYES, 2012).
IntuitivaQuase
intuitivaAdaptativa
Quase analítica
Analítica
40
b) Quase intuitiva
Nessa dimensão, de acordo com Allinson e Hayes (2012), os quase-intuitivos estão
sujeitos às mesmas experiências dos intuitivos “saber sem saber por que”, porém estes tendem
a ser menos confiantes e mais cautelosos quando se trata de usar essa intuição como base para
o processo decisório. Às vezes, antes de formar um julgamento ou ação, eles podem sentir a
necessidade de refletir sobre a sua intuição e podem até deliberadamente buscar informações
que irão ajudar a confirmar o seu palpite ou intuição.
c) Adaptativa
A dimensão Adaptativa é tratada por Allinson e Hayes (2012) como os indivíduos que não
possuem uma forte preferência por modos intuitivos ou analíticos de processamento das
informações. São de desenho confortável nos dois polos do cérebro, direito e esquerdo. Em
qualquer combinação isso parece apropriado no momento, a fim de melhorar a sua
compreensão de uma situação e tomar a decisão de qual a maneira correta de agir.
d) Quase Analítica
Para Allinson e Hayes (2012), os quase-analistas possuem características parecidas
com os analistas puros na medida em que, conscientemente, buscam informações e na
sequência aplicam procedimentos sistemáticos com base em regras para identificar as
conexões lógicas. Embora fortemente comprometidos com a análise racional, eles diferem-se
dos analistas puros ao prestarem atenção aos insights e outros sentidos do saber. Os quase-
analíticos estão mais propensos a adotar essa postura quando sentem que isso pode ajudá-los a
identificar conexões lógicas ou quando sentem a necessidade de verificar a validade das suas
análises racionais detalhadas.
e) Analítica
Em relação à última dimensão, Allinson e Hayes (2012) entendem que os analíticos
são os que quebram os problemas em fragmentos e os estudam detalhadamente. Eles gostam
de recolher o máximo de informação possível que reveja a situação a fim de identificar as
ligações plausíveis entre os elementos. Além de adotarem uma postura mais sistemática para
41
compreensão por meio de uma análise lógica, eles buscam utilizar modelos e fórmulas que os
orientem e gostam de refletir sobre a análise antes de tomar uma decisão definitiva.
2.2 EMPREENDEDORISMO
A essência do empreendedorismo, aplicado ao fator econômico como conhecemos
atualmente, remonta a Richard Cantillon, quando, em 1755, relaciona em seu livro, intitulado
“Essai Sur La Nature du Commerce em Général”, que a assunção do risco é inerente ao
empreendedor. Para o autor, o empreendedor é quem revende mantimentos, busca
suprimentos em cidades vizinhas para comercializar em cidades tidas como em pontos
estratégicos e assume os riscos inerentes ao processo (CANTILLON, 1959).
Jean Baptiste Say, ao contribuir com a discussão relacionada ao empreendedor no
século seguinte, em 1833, lança seu livro “A Treatise on Political Economy; or the
Production, Distribution, and Consumption of Wealth”. Essa obra foi uma das mais influentes
sobre a Economia Política. Ela preparou o campo para o desenvolvimento do estudo da
economia política na França e sua tradução para o Inglês ajudou a torná-lo o livro de
economia mais utilizado nos Estados Unidos, bem como acrescentou relevantes aspectos
relacionados à definição ao apontar características ao empreendedor como a assunção do
risco, responsabilidade e conduta (SAY, 1855).
Os trabalhos realizados por Cantillon e Say marcaram os primeiros passos dados na
história do empreendedorismo. A partir de então, muitos conceitos têm sido apresentados,
porém não existe uma definição única para o termo "empreendedor" ou “empreendedorismo”
aceito na literatura (CARLAND;CARLAND 1988; KIRBY, 2004; SOUZA; FRACASSO;
LOPEZ JÚNIOR, 2008).
Para Almeida (2013), o empreendedorismo tem sua origem a partir do termo anglo-
saxônico “Entrepreneurship”, que contempla, atualmente, um leque de teorias e abordagens e
tem sido objeto de várias pesquisas com propósitos distintos. Esse conceito apresenta uma
característica multifacetada que para ser vislumbrado ele necessita ser tratado desde muitos
ângulos para que possa ser bem definido (LOW; MACMILLAN, 1988).
Um dos autores modernos de maior expressão na área de empreendedorismo é Joseph
Alois Schumpeter. Foi ele quem deu projeção ao tema (ESCOBAR, 2012). No entendimento
42
de Schumpeter (1965), o empreendedor é um indivíduo que explora uma oportunidade de
mercado por meio de técnicas ou inovação organizacional.
Em outro entendimento, Cooley (1990) assevera que qualquer pessoa que administra
ou organiza recursos empresariais sob a forma de uma empresa com responsabilidade e que
assume risco pode ser chamado de empreendedor. Essa definição exclui negócios agrícolas,
pois o autor entende que apesar de tais negócios possuírem características empreendedoras,
elas incorporam traços únicos e têm sido extensivamente estudadas por outras áreas.
Hisrich (1990) caracteriza o empreendedor como alguém que demonstra iniciativa e
pensamento criativo, e ainda é capaz de organizar mecanismos sociais e econômicos para
transformar recursos e situações em práticas, aceitando riscos e falhas. Para Bolton e
Thompson (2004), o empreendedor é uma pessoa que habitualmente cria e inova para
construir algo de valor sobre as oportunidades percebidas. Um empreendedor é um indivíduo
que cria e gera um negócio que visa lucro e crescimento. Sua característica principal é seu
comportamento inovador (CARLAND et al., 1984). Esses autores, apesar de apresentarem
conceitos diferentes, vão ao encontro da premissa principal apontada por Schumpeter, a
presença da inovação nos empreendedores. À medida em que se analisam os conceitos
relacionados ao empreendedorismo dispostos na literatura, percebe-se que as características
pessoais estão associadas à figura do empreendedor.
Três linhas distintas são apresentadas por Cooley (1990). Elas se diferenciam no que
tange ao comportamento empreendedor. A primeira, enfatizada por psicólogos, aborda as
diferenças na motivação e personalidade que caracterizam os empreendedores bem-sucedidos,
juntamente com os fatores no ambiente do núcleo familiar que possam ter contribuído para
essas diferenças.
Na outra vertente, sociólogos e antropólogos tendem a enfatizar as normas subgrupais
e grupais que condicionam as respostas familiares e individuais. Os economistas apresentam
outra linha e, por sua vez, tendem a destacar a presença ou ausência de certos aspectos
estruturais essenciais da economia por considerarem como sendo de importância crítica. Os
conceitos iniciais apresentados por Canillon e Say apresentam essa vertente econômica. Cada
linha de estudo aborda aspectos e características de maior importância para o tema
empreendedorismo e o relaciona à probabilidade de sucesso.
Pesquisas realizadas na área do empreendedorismo têm sofrido uma metamorfose
decorrente de conceitos oriundos de outras áreas do conhecimento. Assim, a Sociologia, a
43
Antropologia e a Estratégia de Negócios ampliaram seus antecedentes, e as consequências
dessas mudanças são percebidas no campo de estudo (THOMAS; MUELLER, 2000).
Casson (1982) menciona que pesquisadores de outras áreas, como a sociologia, a
psicologia, a ciência política e a economia têm focado seu interesse em estudar o tema
empreendedorismo. No campo dos estudos organizacionais, Shane e Venkataraman (2000) e
Baker e Nelson (2005) têm voltado suas pesquisas para compreender a atuação do
empreendedor nessa área do conhecimento.
Lenzi (2008) assevera que os enfoques trazidos de escolas comportamentalistas,
fisiológica, positivo funcional e do mapeamento cognitivo promovem uma sinergia nas ações
dos indivíduos empreendedores. Em linha com esse pensamento, o estudo realizado por Chell
(2008) volta seu olhar para compreender a figura do empreendedor permeada por uma
sinergia de conceitos oriundos da economia, da sociologia e da psicologia para entender a
personalidade dos empreendedores.
2.3 PERSONALIDADE EMPREENDEDORA
Cooley (1990) destaca que o comportamento do empreendedor contempla diferenças
na motivação e na personalidade que caracterizam aqueles que obtêm sucesso empresarial,
sendo os fatores ambientais responsáveis por contribuir para essas diferenças
comportamentais entre os indivíduos. Morales (2004) corrobora com o posicionamento de
Cooley (1990) apontando que tais comportamentos são parcialmente ou inteiramente
aprendidos.
Fatores exógenos como a cultura, o ambiente familiar e a educação, seriam
responsáveis pelos traços empreendedores. Assim, para Morales (2004), as características
empreendedoras seriam moldadas pelo ambiente, inclusive sua personalidade. Por sua vez,
Miller (2015) aponta características positivas presentes na personalidade dos empreendedores,
tais como: energia, paixão, otimismo, autoeficácia, autoconfiança, necessidade de realização,
poder, independência, autonomia, necessidade de controle e domínio.
Para Chell (2008), as pessoas vivem imersas em um ambiente social que, em termos
gerais, faz com que suas ações e comportamentos estejam interligados por meio de um quadro
socialmente construído de normas sociais, regras e responsabilidades. Eles são igualmente
44
limitados a um sistema de regras e regulação econômica, política e legal. Nessa perspectiva, a
autora sugere que a personalidade empreendedora contemple diferentes abordagens, conforme
o Quadro 3.
Quadro 3 - Abordagem disciplinar em relação ao empreendedorismo
Econômica Sociológica Psicológica
Assume um modelo de
comportamento econômico em que
as decisões são tomadas para alocar
recursos de tal maneira que possa
garantir o fornecimento de um
produto ou serviço para atender a
demanda.
E ainda permite ao indivíduo
(empreendedor) a distribuição de
um alerta para que utilizem as
informações e a transforme em
oportunidade que os outros
desconhecem.
Assume um modelo de
comportamento influenciado (ou
determinado) por meio de regras
sociais, normas e
responsabilidades, as quais dão
sentido à legitimidade e energia ao
indivíduo. Entretanto, o
comportamento é limitado em cada
nível do sistema socioeconômico
por meio de regras políticas,
econômicas, legais e
regulamentares.
Assume que há uma estrutura
“interna”, ou seja, a personalidade.
Essa estrutura compreende traços
de personalidade específicos que o
auxiliam a medir os atributos
pessoais, ou seja, contribuem para
tipificar as características do
empreendedor.
Fonte: Chell (2008).
Para gerar uma compreensão da natureza geral da personalidade. O leigo a usa no
sentido de “caráter distinto”, vendo todo “tipo” de pessoa, em vez de uma única dimensão.
Em contrapartida, o psicólogo se refere à personalidade como uma estrutura de processo
interno, privado e dinâmico. Por isso, a “personalidade” refere-se à consistência de estilo de
comportamento e características que são reflexo de uma estrutura interna (CHELL, 2008).
Nessa perspectiva, a pessoa leiga usa o termo “empreendedor” quando está se
referindo a um tipo de indivíduo e ela pode reconhecer quando está diante de um, porque
acredita que ela tem informação pública suficiente para rotular a pessoa dessa forma. Esse não
é o mesmo processo científico que um psicólogo adota para fazer essa classificação, uma vez
que utiliza a sua capacidade de isolar características que são preditivas de comportamentos
específicos. Nesse caso, o psicólogo tem a crença de que há uma característica ou conjunto de
traços que caracterizam um empreendedor e são preditivos de um comportamento
empreendedor (CHELL, 2008).
Para compreender e discutir a personalidade empreendedora, Chell (2008) perpassa
por diferentes áreas do conhecimento para traçar as abordagens disciplinares que permeiam as
características do empreendedor, uma nova perspectiva teórica é assumida. Nessa perspectiva,
a autora reforça a relevância de reconhecer o contexto político e socioeconômico em que o
empreendedorismo é exercido.
45
Na sequência, discorre-se sobre as três abordagens disciplinares relacionadas ao
empreendedorismo separadamente.
2.3.1 Abordagem psicológica
Na abordagem psicológica, Chell (2008) entende que a personalidade deriva de uma
estrutura “interna”, sendo que essa estrutura é compreendida por traços de personalidade
específicos que auxiliam a medir os atributos pessoais que tipificam as características do
empreendedor.
Essa perspectiva trata o empreendedorismo como uma característica específica de uma
única dimensão de personalidade que é constituída por um número de componentes.
Entretanto, não é tão difícil (embora seja demorado e caro) construir uma métrica, o problema
é construí-la fundamentada teoricamente e conceitualmente, com propriedades psicométricas
válidas e confiáveis. Outro aspecto a considerar será a existência de uma personalidade
empreendedora e sua avaliação, se ela é unidimensional (construída por uma única
característica) ou, na verdade, multidimensional, tendo que ser descrita por uma constelação
de características (CHELL, 2008).
A partir da abordagem psicológica, busca-se contribuir para o mapeamento das
características psicológicas específicas do empreendedor ao utilizar a autoeficácia
empreendedora como um constructo de estudo, com seu viés de traços de personalidade que
afetam o domínio específico da tarefa de criação de um novo negócio.
2.3.1.1 Autoeficácia empreendedora - AE
A Autoeficácia tem sua origem na Teoria Social Cognitiva (TSC) proposta por
Bandura (1977)em seus trabalhos publicados em 1977 e 1986. O conceito de Autoeficácia
apresentado por esse autor é entendido como um traço de personalidade que afeta a motivação
para realizar com sucesso as tarefas ou o grau de tolerância para enfrentar determinadas
situações adversas e, também, a percepção individual acerca do risco.
46
A Autoeficácia ocupa um papel relevante na Teoria Social Cognitiva. Bandura (1986,
p. 390) ressalta que “entre os diferentes aspectos do autoconhecimento, talvez nenhum exerça
maior influência no dia-a-dia das pessoas do que as concepções sobre sua eficácia pessoal”.
A autoeficácia caracteriza-se como o grau em que os indivíduos acreditam em sua capacidade
para executar um comportamento; e mais, eles acreditam que é possível realizá-lo com as
habilidades que possuem (BANDURA, 1977; SCHLAEGEL; KOENIG, 2014). Os indivíduos
com maior Autoeficácia são mais capazes de perseguir e persistir numa tarefa do que aqueles
que a têm em menor escala (BANDURA, 1977).
Para Chen, Greene e Crick (1998), a Teoria Social Cognitiva revela-se adequada para
ser utilizada em estudos voltados ao empreendedorismo, uma vez que sua aplicação não
abrange apenas os estudos gerais sobre o comportamento organizacional. Boyd e Vozikis
(1994) destacam ainda que a autoeficácia tem suscitado amplas discussões teóricas sobre suas
implicações em relação à gestão e ao empreendedorismo.
A partir das discussões teóricas emerge o conceito da autoeficácia empreendedora e
torna-se relevante entender a diferença entre o conceito dado por Bandura (1977, 1986) e a
perspectiva contemporânea da autoeficácia empreendedora. McGee et al. (2009) mencionam
que a autoeficácia, ou autoeficácia geral, capta a percepção do indivíduo em relação à sua
capacidade de realizar com sucesso uma diversidade de tarefas por meio de uma variedade de
situações. A autoeficácia de Bandura (1977) refere-se à confiança de um indivíduo na
realização de uma variedade de tarefas independente das demandas que este receber.
Pesquisadores defendem a utilização da medida de autoeficácia geral, pois acreditam
que os empresários exigem um conjunto diversificado de funções e habilidades de seus
subordinados, por isso eles acreditam que seria simplesmente muito difícil identificar uma
lista abrangente de tarefas específicas, associadas às atividades empreendedoras de maneira
explícita (MCGEE et al., 2009; MARKMAN; BALKIN; BARON, 2002).
Bandura (1977, 1997) afirmou que a autoeficácia deve ser focada em um contexto
específico com o intuito de identificar o domínio da tarefa a ser realizada pelo indivíduo.
Pautados naquela afirmação vários pesquisadores agregaram uma série de medidas
relacionadas aos domínios específicos da autoeficácia, ao invés de depender de um teste
abrangente que mensurasse apenas a autoeficácia geral (McGEE et al., 2009). Depreende-se
que ao acrescentar novas medidas emergiu a autoeficácia empreendedora com uma visão
voltada para os aspectos relacionados ao empreendedorismo. Ou seja, em um domínio
específico da tarefa da criação de um novo negócio.
47
Enquanto uma medida composta de autoeficácia seria indiscutivelmente mais
conveniente, uma série de estudiosos têm se sacrificado em favor de um maior poder preditivo
desse constructo, preocupando-se em estudar a autoeficácia empreendedora (McGEE et al.,
2009; FORBES, 2005; DeNOBLE; JUNG; EHRLICH, 1999; CHEN; GREENE;
CRICK,1998).
A literatura sobre autoeficácia empreendedora encontra-se em ascensão e os artigos
que abordam a temática estudam a crença na sua capacidade de tomar ações empreendedoras
com base na avaliação da gestão (por exemplo, marketing e contabilidade financeira) e ainda
em habilidades técnicas e funcionais que os indivíduos devem possuir. Verifica-se na
literatura que os pesquisadores se concentraram em descrever as capacidades dos empresários
em termos que parecem muito semelhantes com as funções de gerentes eficazes (DE NOBLE;
JUNG; EHRLICH, 1999).
De Noble, Jung e Ehrlich (1999) desenvolveram no campo da autoeficácia
empreendedora um conjunto de habilidades que mais se assemelham às demandas e às
necessidades reais de futuros candidatos a empresários. Os autores reconhecem que a
autoeficácia não é o único fator que afeta o sucesso de um empreendedor, porém ela vai
lançar luz sobre a capacidade dos indivíduos de compreender os antecedentes das ações
empreendedoras e intenções empreendedoras, como pode ser visto nos estudos realizados por
Boyd e Vozikis (1994), Chen, Greene e Crick (1998), De Noble, Jung e Ehrlich, (1999), entre
outros.
2.3.1.2 Modelos de mensuração da autoeficácia empreendedora
Na literatura de gestão, são encontradas pesquisas empíricas que têm como objetivo
criar medidas para mensurar e operacionalizar a autoeficácia empreendedora em contextos
distintos nos últimos anos. Dentre os modelos teóricos localizados, podemos citar os estudos
realizados por Chen, Greene e Crick (1998), De Noble, Jung e Ehrlich (1999), Moriano,
Palací e Morales (2006), García (2010), Moriano et al. (2012), Lizote, Verdinelli e Silveira
(2013a) e Lizote, Verdinelli e Silveira (2013b).
Um dos primeiros estudos empíricos para mensuração e operacionalização da AE foi
realizado por Chen, Greene e Crick (1998). Nele, os autores analisaram estudantes
universitários e empresários de pequenas empresas a partir do desenvolvimento de uma escala
48
que continha as variáveis para avaliar o indivíduo em relação a alguns aspectos de marketing,
inovação, gestão, tomada de risco e habilidades de controle financeiro. Para tanto, usaram
como variáveis de controle os seguintes aspectos:idade, sexo, nível de escolaridade, número
de familiares e amigos empresários, bem como o número de cursos de empreendedorismo que
haviam realizado. Os resultados evidenciam que a autoeficácia teve um efeito significativo e
positivo sobre a probabilidade de ser um empreendedor e que a assunção do risco e a
inovação diferenciam-se entre os participantes do estudo.
De Noble, Jung e Ehrlich (1999) desenvolveram uma escala com seis dimensões para
a mensuração da AE com base na teoria apresentada por Bandura em 1977. Os autores
entendem que a autoeficácia se configura como um conceito ponte, o que poderia explicar o
esforço inicial de um indivíduo para criar e desenvolver um novo negócio. Assim, realizaram
um estudo empírico com 272 estudantes universitários americanos e os achados revelaram
que o escore total da escala se correlacionou positivamente e significativamente com a
intenção e a disponibilidade atual dos estudantes de criarem ou iniciarem o seu próprio
negócio.
Moriano, Palací e Morales (2006) utilizaram a escala elaborada por De Noble, Jung e
Ehrlich (1999) e aplicaram ao contexto espanhol por meio de uma pesquisa com mais de
1.000 estudantes universitários espanhóis. A versão adaptada da escala contempla cinco das
dimensões originais: desenvolvimento de novos produtos, gestão de recursos humanos,
relações com investidores, construção de um ambiente inovador e o trabalho sob estresse.
Embora não tenha sido constatada a dimensão referida a definir o objetivo central do negócio,
os achados demonstram que a escala apresentou confiabilidade e pode predizer
significativamente a intenção dos estudantes universitários espanhóis em desenvolver seu
próprio negócio.
García (2010) realizou um estudo para analisar a validade de um instrumento de
pesquisa fatorial com a intenção de mensurar a orientação empreendedora de 1.810 estudantes
universitários da Espanha, Portugal, México, Brasil e Argentina. O instrumento de pesquisa é
fruto de uma estrutura psicométrica composta pelas seguintes dimensões: a) lócus de controle
a partir de uma escala elaborada com base nos estudos de Rotter (1966), Levenson (1973) e
Cromie (2000); b) autoeficácia empreendedora mensurada por meio da escala de De Noble,
Jung e Ehrlich (1999); c) personalidade proativa, aferida com base nos estudos de Seibert,
Crant e Kraimer (1999, 2001). Os achados evidenciam que a escala demonstra o perfil dos
estudantes, assim como os pontos fortes e fracos dessas características, e pode servir de
49
subsídio para os programas de intervenção psicoeducacional que ajudam a desenvolver o
potencial desses estudantes.
Moriano et al. (2012) objetivaram adaptar e validar no contexto espanhol a escala de
mensuração da autoeficácia do empreendedorismo corporativo proposta por Ehrlich, De
Noble e Singh (2005), que foi elaborada a partir da proposta inicial de De Noble, Jung e
Ehrlich (1999). O estudo contemplou uma amostra de 200 diretores executivos e gerentes
intermediários espanhóis e buscou mensurar as habilidades de lideranças necessárias para a
gestão de equipes. Os achados revelam que a escala se mostrou válida e confiável para avaliar
as habilidades básicas necessárias para liderar as iniciativas empreendedoras, a partir das
atividades de uma organização, no contexto da Espanha.
Lizote, Verdinelli e Silveira (2013a) realizaram um estudo com 104 gestores de
empresas instaladas em incubadoras brasileiras para analisar o relacionamento da autoeficácia
empreendedora com as competências empreendedoras e a percepção do desempenho. O
instrumento de pesquisa utilizado tinha como base para mensuração da autoeficácia
empreendedora a escala proposta por De Noble, Jung e Ehrlich (1999). Os resultados
demonstram que as competências empreendedoras se manifestam de maneira diferente entre
os respondentes, o que possibilitou a distinção por grupos homogêneos. Além disso, a
autoeficácia empreendedora apresentou uma relação positiva com o desempenho.
Lizote, Verdinelli e Silveira (2013b) analisaram o relacionamento entre as
competências empreendedoras e a autoeficácia que declaram ter estudantes graduandos do
curso de administração de uma instituição de ensino superior privada. Para mensuração da
autoeficácia empreendedora, foi utilizada a escala de De Noble, Jung e Ehrlich (1999),
validada por Moriano, Palací e Morales (2006). Quanto às competências empreendedoras,
essas foram aferidas a partir do modelo de Cooley (1990, 1991), validado por Lenzi (2008).
Os achados evidenciam que a autoeficácia se associa com as competências empreendedoras.
Depreende-se que uma das principais escalas utilizadas para a mensuração e
operacionalização da autoeficácia empreendedora foi a escala de De Noble, Jung e Ehrlich
(1999), conforme evidenciado nas pesquisas de Moriano, Palací e Morales (2006), García
(2010), Moriano et al. (2012) e Lizote, Verdinelli e Silveira (2013a). Dessa maneira, optou-se
por utilizar essa escala para a operacionalização do constructo de autoeficácia empreendedora,
uma vez que essa demonstrou sua confiabilidade, validação e aplicabilidade em contextos
culturais distintos.
50
2.3.1.3 Modelo de Autoeficácia empreendedora de De Noble, Jung e Ehrlich (1999)
Em 1999, De Noble, Jung e Ehrlich desenvolveram uma escala para medir a
autoeficácia empreendedora – Entrepreneurial Self-Efficacy (ESE) –, que foi validada para o
contexto espanhol por Moriano, Palací e Morales (2006). Ela é composta por vinte e três itens
e contempla seis dimensões, como mostra a Figura 2.
Figura 2 - Modelo conceitual de De Noble, Jung e Ehrlich (1999)
Fonte: Elaboração própria.
No trabalho original de De Noble, Jung e Ehrlich (1999), as dimensões ou subescalas
ficaram expressas por seis fatores e com número também diferente de itens. A ordem em que
as dimensões foram expressas pelos fatores foi: 1) definição do objetivo principal do negócio
(ON), 2) construção de um ambiente inovador (I), 3) desenvolvimento de novos produtos e
oportunidade de mercado (DN), 4) iniciando relações com investidores (RI), 5) lidar com
mudanças inesperadas (MI) e 6) desenvolvimento de recursos humanos-chave para a empresa
(RH).
51
2.3.1.4 Dimensões do modelo conceitual de autoeficácia empreendedora
A escala elaborada por De Noble, Jung e Ehrlich (1999) contém as principais tarefas
que um empreendedor deve desenvolver para obter êxito em seu próprio empreendimento. A
seguir, explicitam-se as dimensões que se contemplam na mensuração da autoeficácia
empreendedora com aquele instrumento.
a) Desenvolvimento de novos produtos e oportunidades de mercado
Esta dimensão refere-se a um conjunto de habilidades relacionadas ao reconhecimento
de oportunidades, sendo essa habilidade particularmente importante para os indivíduos,
considerando a busca de um novo empreendimento (DE NOBLE; JUNG; EHRLICH, 1999).
O empreendedor deve acreditar na sua capacidade criativa para descobrir oportunidades que
lhe permitam desenvolver seus produtos e/ou serviços e se adaptar às mudanças providentes
do mercado (MORIANO; PALACÍ; MORALES, 2006). Os indivíduos que acreditam em sua
capacidade de iniciar uma empresa devem ser criativos e, ainda, conseguir detectar
oportunidades de mudanças incrementais ou descontínuas nos produtos, serviços ou mesmo
nos mercados em que atuam (DE NOBLE; JUNG; EHRLICH, 1999).
Chell (2000) ressalta que o empreendedor entende que as “oportunidades” não estão
“lá fora” esperando para serem reconhecidas e captadas. Os empreendedores devem entender
o desenvolvimento das oportunidades como construções sociais, que por sua vez
compreendem o espaço mental entre o empreendedor e sua percepção de realidade.
A construção social da realidade inclui espaço e tempo. As ideias em si são as
construções que podem ser desenvolvidas dentro dos parâmetros do espaço do negócio, por
meio das relações comerciais e da materialização de produtos ou de elementos menos
tangíveis, como os serviços. Os empreendedores carregam consigo as representações mentais
do negócio, e estas, por sua vez, incluem os futuros possíveis e o processo de previsão que faz
parte do processo de conceber e criar o futuro ou negócio planejado (CHELL, 2000). Chen,
Greene e Crick (1998) e Krueger Jr., Reilly e Carsrud (2000) consideram essa dimensão
essencial para o sucesso de um novo negócio.
52
b) Construção de um ambiente inovador
Esta dimensão tem como foco a capacidade do indivíduo de estimular a criatividade, a
iniciativa e a responsabilidade das pessoas que trabalham com ele (KUMAR; UZKURT,
2010; MORIANO; PALACÍ; MORALES, 2006). Para De Noble, Jung e Ehrlich (1999), a
capacidade do indivíduo de incentivar outras pessoas para experimentar novas ideias, iniciar
novas ações e assumir a responsabilidade por seus resultados é o que melhor reflete a
construção de um ambiente inovador.
O empreendedor deve acreditar na sua capacidade de construir um ambiente enraizado
no apoio à inovação (MORIANO; PALACÍ; MORALES, 2006). A relação dessa dimensão na
escala de autoeficácia empreendedora com tomada de risco e inovação apareceu pela primeira
vez no estudo empírico realizado por Chen, Greene e Crick (1998).
De Noble, Jung e Ehrlich (1999) ressaltam também que essa dimensão avalia a
capacidade de percepção do indivíduo em promover ações inovadoras entre outros membros
potenciais de sua equipe. O desafio reside em construir um ambiente inovador de trabalho a
partir do zero, em uma nova situação de risco, o que o torna diferente de um gerente tentando
incutir a inovação em um ambiente corporativo estabelecido previamente. No primeiro
aspecto, um empreendedor deve acreditar que pode criar um ambiente inovador onde não
existe.
c) Iniciando relações com investidores
A dimensão de relação com investidores tem como objetivo utilizar redes sociais para
estabelecer contatos, procurando também a melhor forma de obter capital necessário para
iniciar seu próprio negócio. Para De Noble, Jung e Ehrlich (1999), esse tipo de atividade se
configura como uma parte integrante do que um empreendedor deve fazer para realizar e
sustentar a sua perspectiva empreendedora. As demandas de iniciar e manter essa rede são
frequentemente subestimadas pelos empreendedores no momento de começar o negócio. No
entanto, quando o processo principia essas atividades, muitas vezes elas podem ser demoradas
e exigentes, além de requerer habilidades significativas por parte dos indivíduos.
Moriano et al. (2012) afirmam que essa dimensão se refere à importância estabelecida
pela equipe dentro da organização, podendo incluir membros que estavam céticos em relação
às ideias do projeto. Para esses autores, torna-se relevante que o dirigente e os funcionários
53
que ocupam níveis intermediários de gestão sejam capazes de manter a equipe focada no
projeto que estão desenvolvendo, mesmo que eles possam ter outras responsabilidades dentro
da organização.
d) Definição do objetivo principal do negócio
Esta dimensão é essencial, pois se um indivíduo não consegue estabelecer a meta ou o
objetivo principal do seu negócio, provavelmente não terá motivação para iniciá-lo
(MORIANO; PALACÍ; MORALES, 2006). Essa dimensão ainda é utilizada para esclarecer e
conscientizar o empreendedor sobre a visão essencial que sua empresa detém, uma vez que
esta terá que atrair os funcionários-chave e potenciais investidores. O indivíduo que acredita
não ser capaz de decidir por um propósito central do seu negócio, é improvável que se sinta
motivado a iniciá-lo (MORIANO; PALACÍ; MORALES, 2006).
e) Lidar com mudanças inesperadas
Para Moriano et al. (2012), essa dimensão se refere à crença na capacidade do
indivíduo de trabalhar sob incerteza, além e deixar para trás o conforto do trabalho em uma
empresa estabelecida para atuar em um negócio novo, que rege tolerância, ambiguidade e
adaptabilidade à mudança (MORIANO; PALACÍ; MORALES, 2006). Os gestores que
ocupam cargos de nível médio em geral são capazes de tolerar a ambiguidade e se adaptar às
mudanças inesperadas.
De Noble, Jung e Ehrlich (1999) afirmam que o tratamento da ambiguidade e incerteza
que envolve a vida de um empreendedor está diretamente relacionado com a forma como
esses indivíduos veem os desafios inesperados. Entretanto, a transação a partir do conforto de
uma empresa já existente para um mundo da criação de um negócio requer alguém que possa
tolerar a falta de informação, mensagens equivocadas e rejeições que serão enfrentadas nesse
processo. Esses desafios ocorreram com o feedback dos potenciais investidores, flutuações
nas condições do mercado e outras questões semelhantes.
54
f) Desenvolvimento de recursos humanos chave para a empresa
O desenvolvimento de recursos humanos representa a habilidade do indivíduo de atrair
e reter pessoas competentes na criação de uma nova empresa. De Noble, Jung e Ehrlich
(1999) entendem que um empreendedor deve reconhecer a necessidade de envolver outras
pessoas no processo de criação, uma vez que acredita que essas pessoas possam ser um
componente importante no estágio inicial do negócio.
Para Moriano, Palací e Morales (2006), é essencial que o empreendedor tenha a
capacidade de recrutar e reter talentos no processo de criação do seu negócio. Entretanto, dada
a complexidade do comportamento empreendedor, é necessário avaliar não apenas a
pontuação global da escala de AE dos colaboradores, mas também as suas diferentes
dimensões para saber em que áreas o indivíduo é eficaz para gerenciar o negócio. Também
para definir em que se deve centrar o treinamento dos recursos humanos chave para o negócio
e assim poder desenvolver suas crenças de autoeficácia.
Alinhado com a visão de Chell (2008), o mapeamento de características psicológicas
específicas do empreendedor por meio do constructo de autoeficácia empreendedora
possibilita a mensuração dos traços de personalidade que afetam o domínio específico da
autoeficácia na tarefa de criação de um novo negócio. A seguir, discorre-se sobre a
abordagem sociológica de Chell (2008).
2.3.2 Abordagem sociológica
A perspectiva sociológica proposta por Chell (2008) postula que o modelo de
comportamento do empreendedor é influenciado por meio de regras sociais, normas e
responsabilidades, as quais, juntas, conferem um sentido de legitimidade à personalidade
empreendedora. A autora menciona que o comportamento está condicionado a níveis do
sistema socioeconômico regido por regras e políticas econômicas, legais e regulamentares.
Chell (2008) destaca que os indivíduos operam na sociedade por meio de uma
estrutura concebida que afeta seu comportamento. A autora complementa que os indivíduos
vivenciam uma nova dimensão para o empreendedor como agente transformador da sociedade
ou, mais especificamente, dentro de um contexto socioeconômico em que os empresários
tomam decisões de negócios perante restrições financeiras, regras sociais e culturais.
55
Nesse contexto, a abordagem sociológica ou socioeconômica, nesta pesquisa, tem o
intuito de contribuir para identificar as características sociológicas do empreendedor ao
utilizar a intenção empreendedora como um constructo de estudo que trata o comportamento
do indivíduo a partir de um conjunto de variáveis sociais, culturais e econômicas que
impactam na sua disposição para criar um negócio.
2.3.2.1 Intenção empreendedora – IE
A intenção empreendedora reside na iniciativa dos indivíduos de criarem ou abrirem
seu próprio negócio. Nascimento et al. (2010) comentam que a atitude empreendedora ou
intenção caracteriza-se como a própria figura do empreendedor, que vem conquistando seu
espaço diante de um ambiente econômico turbulento em que se depara a sociedade e
apresenta-se como uma alternativa para a geração de emprego e renda para a população.
A compreensão dos fatores que predizem a intenção empreendedora é imprescindível,
uma vez que o comportamento empreendedor é o resultado da intenção (KOE et al., 2012).
Fontenele, Brasil e Sousa (2012, p. 3) destacam que é crescente o número de pesquisas
relacionadas à temática da intenção empreendedora as quais visam identificar os constructos
que influenciam essa intenção ou motivação dos indivíduos. Nesse sentido, grande parte dos
estudos empíricos que tem como foco a intenção empreendedora, tem se limitado ao estudo de
uma intenção genérica para iniciar um novo negócio (DOUGLAS, 2013).
Pesquisas demonstram que a intenção empreendedora está situada num espectro mais
amplo. Thompson (2009) entende a intenção não apenas como a criação de um novo negócio,
mas como a convicção de autorreconhecimento que uma pessoa tem sobre si e que esta aspira
criar um novo negócio. A pessoa pretende, conscientemente, fazê-lo em algum ponto no
futuro. Entretanto, esse ponto no futuro pode ser iminente, indeterminado ou nunca poderá ser
alcançado.
As pessoas com intenção empreendedora não precisam realmente criar um novo
negócio, porque alguns fatores pessoais ou circunstâncias ambientais podem ser resistentes a
isso. Em contrapartida, outras pessoas com intenção empreendedora podem avançar nesse
processo e serem empreendedoras nascentes, ou seja, que empreendem ações avançadas e
criam formalmente um novo negócio (THOMPSON, 2009).
56
Lopez Jr. e Souza (2008) tratam a intenção empreendedora como o real
comportamento do indivíduo e um conjunto de variáveis sociais, culturais e econômicas que
influenciam a disposição para iniciar um negócio. Bird (1988) menciona que a intenção
empreendedora não se caracteriza apenas pela criação de um novo negócio, mas também a
criação de ideias em um negócio já existente. A intenção pode ser definida como um estado
de consciência mental que dirige a atenção pessoal, experiência e comportamento em relação
a um comportamento empresarial planejado e ainda é vista como variável preditora mais forte
da atividade empresarial, sendo amplamente estudada sob a ótica do empreendedorismo
contemporâneo (BIRD, 1988; OBSCHONKA; SILBEREINSEN; SCHMITT-
RODERMUND, 2010).
Fontenele et al. (2012, p.8) afirmam que alguns estudos revelam que a ideia de criar
um negócio “pode ter sido gestada por algum tempo, ou em situações; esta intenção é formada
no percurso da concretização da ideia, em outras realidades a intenção nunca coincide com a
realização do comportamento”. Entretanto, os autores destacam que o processo de empreender
recebe influência de inúmeras variáveis, tais como: individuais (relacionadas às motivações,
habilidades e processo cognitivo); interpessoais (ligadas ao relacionamento entre
empreendedores e outras pessoas com os mesmos interesses); sociais (vinculadas às políticas
governamentais, condições de mercado e desempenho econômico); e outros aspectos
ambientais e comportamentais que estimulam a intenção empreendedora (FONTENELE et
al., 2012).
O grau de intensidade da intenção empreendedora nos indivíduos pode variar
razoavelmente de pessoa para pessoa e ainda variar para a mesma pessoa em diferentes pontos
no tempo, dependendo das circunstâncias vivenciadas por este indivíduo. Fontenelle, Brasil e
Sousa (2012, p. 2) asseveram que “o uso de modelos de intenção empreendedora decorre do
fato de que a opção para iniciar uma atividade empresarial é um comportamento planejado.
Os indivíduos, em geral, analisam diversos fatores antes de empreender”.
2.3.2.2 Modelos de mensuração de intenção empreendedora
Na literatura, encontramos vários modelos teóricos que abordam a medição da
intenção empreendedora. Podem ser tomados como base os trabalhos seminais de Shapero
(1984) e Shapero e Sokol (1982), para marcar o ponto em que as publicações sobre a intenção
empreendedora começam o seu período de ascensão (FAYOLLE; LIÑÁN, 2014).
57
Diversos pesquisadores têm fornecido,desde então,contribuições alternativas para
tratar desse constructo. Assim, Bird (1988) afirma que as intenções empreendedoras são
criadas a partir das dimensões: contexto político, econômico e social; contexto do pensamento
holístico intuitivo, história pessoal, personalidade e habilidades atuais; racionalidade analítica
do pensamento de causa-efeito; intencionalidade e ações.
O estudo realizado por Ajzen (1991) propõe um modelo com base na Teoria do
Comportamento Planejado (TCP). O autor buscou entender o comportamento humano de
maneira particular, combinando três atitudes: a atitude individual, a norma subjetiva e a
percepção sobre o controle do comportamento.
A partir dos modelos teóricos para mensuração da intenção empreendedora criados por
de Shapero e Sokol (1982) e Ajzen (1991), os pesquisadores Krueger e Carsud (1993)
propuseram um novo modelo composto por três eventos antecedentes: o grau de avaliação
pessoal, as relações sociais ou crenças normativas e o controle comportamental.
Spencer e Spencer (1993) postulam a existência de uma relação causal entre os
diversos elementos: motivação, os traços de personalidade, conhecimentos e habilidades,
causando a intenção empreendedora.
Davidsson (1995) criou um modelo composto por seis dimensões: intenção,
convicção, situação, atitudes gerais, atitudes de domínio e os antecedentes pessoais. Sua
combinação resulta na intenção empreendedora como uma convicção pessoal para criar um
negócio. Uma aplicação desse modelo pode ser encontrada na pesquisa de Autio et al. (1997),
os quais analisaram em estudantes universitários a relação da intenção empreendedora com a
carreira profissional de estudantes universitários.
No seu estudo, Kristiansen e Indarti (2004) trabalharam a intenção empreendedora a
partir de três grupos analíticos: fatores demográficos e contexto individual, personalidades e
atitudes, além dos elementos contextuais. Carvalho e Gonzalez (2006), por sua vez,
postularam um novo modelo que teve como base os propostos por Spencer e Spencer (1993),
Ajzen (1991), Shapero e Sokol (1982), Davidsson (1995). Aqueles autores trabalharam as
dimensões: antecedentes pessoais, conhecimentos empresariais, motivações empreendedoras,
autoeficácia empreendedora e envolvente institucional.
Mais recentemente, Lee et al. (2011) propuseram outro modelo teórico que aborda a
intenção empreendedora a partir das influências dos fatores individuais e de nível
organizacional. Pode-se destacar também que na literatura ainda se encontram outros modelos
que almejam mensurar a intenção empreendedora em diversos contextos.
58
Fayolle e Liñán (2014) mencionam que os três modelos que servem principalmente
como um guia para a compreensão do desenvolvimento das intenções empreendedoras são o
modelo do evento empreendedor de Shapero e Sokol (1982), o de implementação de ideias
empreendedoras de Bird (1988) e a TCP de Ajzen (1991). Os autores apontam que para o
campo do empreendedorismo as evidências empíricas suportam a aplicabilidade dos modelos
de Shapero e Sokol (1982) e Ajzen (1991).
Schlaegel e Koeing (2014) salientam que esses dois modelos são os mais usados para
explicar a intenção empreendedora e os que têm sido extensivamente utilizados para testá-la
empiricamente. Embora outros modelos teóricos tenham sido apresentados com o objetivo de
aprofundar e ampliar o entendimento acerca do constructo da intenção empreendedora e
identificar suas dimensões, as obras de maior impacto e contribuições essenciais a essa
discussão foram o Modelo de Evento Empresarial (EMM) de Shapero e Sokol (1982) e o
modelo de Ajzen (1991), que versa sobre a Teoria do Comportamento Planejado (TCP).
Em consonância com as afirmações de Van Gelderen et al. (2008), Fayolle, Gailly e
Lassas-Clerc (2006) e Shook, Priem e McGee (2003), optou-se por não utilizar o EMM de
Shapero e Sokol (1982), uma vez que as especificações teóricas se apresentam de maneira
confusa. Portanto, a filiação teórica desta pesquisa é com o modelo proposto por Ajzen
(1991), uma vez que é considerado o mais apropriado para a mensuração do constructo e sua
operacionalização teve sucesso em diferentes áreas do conhecimento. A TCP sugerida por
Ajzen (1991) apresenta-se mais detalhada e consistente, e a variedade de pesquisas em que foi
aplicada possibilitou testar, ampliar, criticar e melhorar essa teoria (VAN GELDREN et al.,
2008; FAYOLLE; GAILLY; LASSAS-CLERC, 2006; SHOOK; PRIEM; McGEE, 2003).
2.3.2.3 Modelo de intenção empreendedora de Ajzen (1991)
O professor Icek Ajzen, do departamento de psicologia da Universidade de
Massachusetts, nos Estados Unidos, foi o idealizador da Teoria do Comportamento Planejado
(TCP). Sua proposição teórica tem sido objeto de estudo do pesquisador em toda a sua
trajetória de investigação, tendo seu primeiro artigo publicado sobre a análise das intenções
comportamentais em 1969.
As pesquisas realizadas por Ajzen foram desenvolvidas de forma a entender os
aspectos psicológicos que caracterizaram as atitudes pessoais e o comportamento humano,
59
como demonstramos primeiros aspectos da formulação da TCP em 1985, com a publicação do
artigo intitulado “Fromintentions to actions: A theory of planned behavior” (AJZEN, 2014).
Anos mais tarde, com a publicação do livro“Attitudes, personality, and behavior” em 1988,a
TCP ficou bem estruturada, foi reconhecida e amplamente divulgada na academia depois da
publicação do artigo “The theory of planned behavior”, em 1991, no periódico Organizational
Behavior and Human Decision Processes. Nesse estudo, o pesquisador aborda como a
natureza dos fatores específicos do comportamento humano, no âmbito da TCP, é concebido
para sua previsão e poder de explicá-lo em contextos específicos.
A Teoria do Comportamento Planejado tem sido objeto de estudo de Icek Ajzen até os
dias atuais, sendo utilizada em numerosos estudos empíricos espalhados por todos os
continentes. Em seguida, a Figura3 apresenta as dimensões que compõem o modelo da TCP
proposto por Ajzen (1991).
Figura 3 - Modelo conceitual de Ajzen (1991)
Fonte: Adaptado de Ajzen (2014).
Conforme se exibe na Figura 3, a TCP de Ajzen (991) é composta por três dimensões
principais que são utilizadas para explicar a intenção empreendedora. Tais componentes são
explicados a seguir.
60
2.3.2.4 Dimensões do modelo conceitual de intenção empreendedora
A Teoria do Comportamento Planejado é composta por Crenças Comportamentais −
Atitude em Relação ao Comportamento (ARC), Crenças Normativas −,Normas Subjetivas
(NS) e Crenças de Controle −Controle do Comportamento Percebido (CCP).
a) Atitude em relação ao comportamento
Esta dimensão é compreendida como a consciência de um indivíduo sobre o resultado
de seu comportamento e corresponde ao grau que ele tem de favorável ou desfavorável na
avaliação pessoal de seu comportamento em questão (AJZEN, 1991; SCHLAEGEL;
KOENIG, 2014). Jaén e Liñán (2013) sugerem como uma variável independente que
corresponde aos antecedentes da Teoria do Comportamento Planejado (TCP) e avalia os
resultados que o indivíduo quer alcançar em sua carreira empresarial (ser um empreendedor) e
a necessidade desses resultados em sua vida.
A atitude em relação ao comportamento considera que cada crença liga o
comportamento do indivíduo a um determinado resultado, ou algum outro atributo, como o
custo incorrido por realizar tal conduta. Os indivíduos aprendem a favorecer comportamentos
que acreditam ter consequências, em grande parte, desejáveis e a formar atitudes
desfavoráveis em relação aos comportamentos que associamos com as consequências
indesejáveis. O valor subjetivo do resultado contribui para a atitude em proporção direta com
a força da crença, ou seja, a probabilidade subjetiva de que o comportamento produzirá o
resultado em questão (AJZEN, 1991).
b) Normas subjetivas
A norma subjetiva reflete a percepção do indivíduo sobre as crenças normativas e
sobre os outros significados pessoais, como a família, parentes, amigos, mas também sobre os
outros indivíduos que ele considera importante em seu círculo pessoal. Os valores e as normas
que esses indivíduos possuem, além da pressão social que sofrem tendo em vista seu
comportamento, influenciam diretamente sua intenção para executar o comportamento
(AJZEN, 1991; SCHLAEGEL; KOENIG, 2014).
Jaén e Liñán (2013) entendem essa dimensão como as crenças nas normas e a
motivação dos indivíduos para cumpri-las, bem como atender às convenções familiares.
61
ParaAjzen (1991), essa dimensão trata das crenças de que uma pessoa ou grupos de pessoas,
que são referência para o indivíduo, possam aprovar ou não um determinado comportamento
que este venha a ter.
c) Controle do comportamento percebido
Esta dimensão corresponde à crença de um indivíduo sobre a sua possibilidade de
executar o comportamento planejado e a percepção de que o mesmo está sobre seu controle
(AJZEN, 1991; SCHLAEGEL; KOENIG, 2014). Ela pode ser tratada como um conjunto que
verifica a presença ou ausência de recursos e oportunidades necessárias para a realização do
comportamento. Sendo assim, o controle sobre as crenças pode ter como base as experiências
passadas do indivíduo. Entretanto, costuma também ser influenciado pelas informações de
segunda mão, pelas experiências de conhecidos e amigos, e por outros fatores que aumentam
ou reduzem a dificuldade percebida de realizar o comportamento em questão do indivíduo
(AJZEN, 1991).
Em resumo, essa dimensão pode ser definida como o controle percebido que um
indivíduo possui sobre o desempenho de um determinado comportamento (AJZEN, 1991,
SCHLAEGEL; KOENIG, 2014). No campo do empreendedorismo, ela reflete as crenças do
indivíduo sobre o controle de seus resultados potenciais de se tornar um empreendedor e a sua
capacidade de superar os potenciais constrangimentos externos que possam surgir nesse
processo (SCHLAEGEL; KOENIG, 2014).
Nesse contexto, o constructo intenção empreendedora coaduna com a discussão de
Chell (2008) em relação às características sociológicas específicas do empreendedor. Para
tanto, com o auxílio do modelo de Ajzen (1991), procura-se estudar o comportamento do
indivíduo a partir de um conjunto de variáveis sociais, culturais e econômicas que impactam
na sua iniciativa de criar um negócio. Na sequência, apresenta-se a abordagem econômica
proposta por Chell (2008).
62
2.3.3 Abordagem econômica
Nas nações que buscam aumentar a competitividade comercial e melhorar o padrão de
vida da população em geral, o empreendedorismo e a inovação fazem parte da agenda dos
governos. Há, nesses casos, uma demanda para o empreendedorismo. Mas o que se oferta?
Duas perspectivas teóricas podem responder a essa questão: a primeira pauta-se no
fornecimento do poder manipulado por meio de incentivos para tornar o ambiente mais
propício ao empreendedorismo e assim as pessoas com o capital humano adequado serão
atraídas. A segunda está limitada à ação dos indivíduos que têm características
empreendedoras implícitas em sua personalidade (CHELL, 2008).
De acordo com a abordagem econômica proposta por Chell (2008), os
empreendedores assumem características voltadas ao modelo de comportamento influenciado
por regras sociais, normas e responsabilidades, que podem ser impostas por políticas públicas
para dar um sentido de legitimidade ao empreendedor. O comportamento desses indivíduos é
norteado por sistemas socioeconômicos que, pautados em características inovadoras, podem
promover o desenvolvimento de uma personalidade empreendedora. Partindo dessa premissa,
esta tese tem o intuito de contribuir para a discussão relacionada às características
empreendedoras que perpassam pela capacidade de inovação dos empreendedores.
2.3.3.1 Capacidade de inovação - CI
A capacidade de inovação é tratada por Lawson e Samson (2001) como a capacidade
de transformar continuamente o conhecimento, ideias de novos produtos, processos internos e
sistemas que visam ao benefício da empresa e de seus stakeholders. Dessa forma, a
capacidade de inovação não é apenas uma capacidade de ser bem-sucedido na gestão da
organização, ou, ainda, gerenciar recursos de mainstream. É a capacidade de sintetizar esses
dois paradigmas de funcionamento que buscam gerar uma vantagem competitiva para a
organização.
A capacidade dinâmica de inovação também pode ser chamada capacidade inovativa.
Neely e Hii (1998) entendem por capacidade de inovação o potencial que uma organização
possui para gerar uma saída inovativa, sendo esse potencial dependente da inter-relação
63
sinérgica da cultura da empresa, de seus processos internos e das relações interorganizacionais
que a empresa possui.
A capacidade de inovação, sobretudo a tecnológica, de acordo com Palma (2004), é
um dos temas mais relevantes e complexos a serem enfrentados pelas organizações
atualmente, uma vez que se trata de um problema controlado ou restringido sob muitos
aspectos. Entretanto, é uma atividade em que o domínio é imprescindível para o bem-estar das
organizações. Lawson e Samson (2001) destacam que o processo de inovação pode ser
gerenciado, sistematizado e replicado dentro das organizações. A partir dessa premissa,
entende-se que a capacidade de inovação pode ser gerida nas organizações perante os mais
variados contextos.
A capacidade inovativa pode ser tratada como uma ferramenta que auxilia no
desempenho organizacional e ainda se torna interessante buscar por meio de um mapeamento
teórico de autores seminais e contemporâneos a sua compreensão, bem como os aspectos
incentivadores dessa capacidade (ESCOBAR, 2012).
Zahra, Sapienza e Davidsson (2006) mencionam que os pesquisadores não têm dado
muita atenção para o ato de estudar o processo pelo qual as capacidades dinâmicas se
desenvolvem, emergem ou evoluem, principalmente em empresas mais jovens que têm
recursos, bases de conhecimento e experiência limitados para a integração de diversas
capacidades.
Em relação aos estudos empíricos localizados, verifica-se que os trabalhos que
abordam especificamente a temática das capacidades dinâmicas de inovação centram seus
esforços na criação de medidas para sua operacionalização e mensuração. Como osestudos
realizados por Lawson e Samson (2001), Rotharermel e Hess (2007) e Lee e Kelley (2008).
Também cabe ressaltar os que tratam de inovação em empresas empreendedoras, como Liao,
Fei e Chen (2007) e Grunbaum e Stenger (2013), que pesquisaram empresas de tecnologia
empreendedoras.
2.3.3.2 Modelos de mensuração da capacidade dinâmica de inovação
As preocupações práticas e as demandas oriundas de gestores têm impulsionado
muitos estudos sobre a inovação no contexto organizacional. E assim, consequentemente, as
teorias predominantemente normativas têm avançado no sentido de oferecer receitas para
64
melhorar os resultados nas empresas relacionados à inovação, ou seja, no número de
inovações desenvolvidas (LAWSON; SAMSON, 2001).
A literatura apresenta vários estudos empíricos que têm buscado utilizar medidas para
operacionalizar a capacidade de inovação em contextos distintos nos últimos anos. Dentre os
modelos teóricos encontrados na academia com tal proposta e para mensurar as capacidades
dinâmicas de inovação, podem ser citados os trabalhos realizados por Teece, Pisano e Shuen
(1997), Neely e Hii (1998), Lawson e Samson (2001), Perdomo-Ortiz, Gonzáles-Benito e
Galende (2006), Zahra, Sapienza e Davidsson (2006), Liao, Fei e Chen (2007), Rotharermel e
Hess (2007).
Teece, Pisano e Shuen (1997) foram os precursores do termo “capacidades dinâmicas”
nos estudos organizacionais e buscaram, por meio de um estudo, relacionar as capacidades
dinâmicas e a estratégia. Os autores elaboraram um quadro das capacidades dinâmicas e
analisaram as fontes e os métodos para a criação de riqueza nas empresas de iniciativa privada
que operam em ambientes de rápidas mudanças tecnológicas. Os achados dessa pesquisa
revelam que o quadro de capacidades dinâmicas sugere que a criação de riqueza privada em
regimes de rápida mudança tecnológica depende em grande parte do aperfeiçoamento dos
processos tecnológicos, organizacionais e gerenciais dentro da empresa.
Neely e Hii (1998) realizaram uma pesquisa na Inglaterra, ligada à Confederation of
British Industry (CBI), com 76 empresas de base tecnológica. Eles identificaram os fatores de
sucesso presente nas práticas gerenciais dessas empresas. Conseguiram isso por meio de três
dimensões que definem o constructo de capacidade de inovação, a saber: cultura
organizacional, processos internos e relações interorganizacionais.
A partir de uma revisão extensa da literatura de gestão da inovação, Lawson e
Samsom (2001) desenvolveram um modelo voltado para a capacidade de inovação. Eles
também realizaram um estudo de caso na empresa Cisco Systems. O modelo conceitual
proposto pelos autores, com base no estudo de Kanter’s (1989), sugere que a capacidade de
inovação de uma empresa em si não é uma construção identificável separadamente. Essa
capacidade é composta pelo reforço das práticas e processos dentro da empresa. Assim, os
processos são vistos como os mecanismos essenciais para estimular, medir e reforçar a
inovação. Os elementos que compõem a capacidade de inovação são agrupados em sete
elementos principais, sendo eles: visão e estratégia, aproveitamento da base de competências,
inteligência organizacional, criatividade e gestão de ideias, estrutura e sistemas
organizacionais, cultura, clima e gestão da tecnologia. Esses elementos estão relacionados
65
com o newstream e o mainstream da inovação que, por sua vez, associados à capacidade de
inovação e ao conhecimento inerente à organização resultam no desempenho da empresa e na
inovação.
Com outro enfoque, Perdomo-Ortiz, Gonzáles-Benito e Galende (2006) buscaram
relacionar a Gestão da Qualidade Total (GQT) com o constructo de capacidade de inovação
empresarial. Os autores realizaram um estudo empírico com 102 empresas dos setores de
máquinas e propuseram um modelo teórico para medição e controle das variáveis. Os achados
revelaram que os dois conceitos são compatíveis e permitem identificar quais dimensões da
GQT podem favorecer o desenvolvimento das capacidades dinâmicas de inovação.
Zahra, Sapienza e Davidsson (2006) propuseram um modelo teórico cujos resultados
indicam que as atividades empreendedoras afetam diretamente o desempenho organizacional
que, por sua vez, realimenta as novas escolhas de atividade empresarial. Os achados revelam
que há um conjunto complexo de relações entre os recursos, processos de aprendizagem,
desenvolvimento de capacidades e desempenho organizacional. A principal característica do
modelo é que as capacidades dinâmicas medem as relações entre os recursos substantivos e a
aprendizagem organizacional, resultando em um impacto indireto dessas capacidades
dinâmicas sobre o desempenho.
Liao, Fei e Chen (2007) investigaram as relações entre a partilha de conhecimentos, a
capacidade de absorção e a capacidade de inovação em 170 empresas de Taiwan de vários
segmentos. A partir do modelo teórico, os autores analisaram a capacidade de inovação de
uma empresa e os fatores que afetam a sua melhoria, como o compartilhamento de
conhecimento e a capacidade de absorção. A inovação é tratada como uma variável
dependente definida como desempenho da empresa, passando por vários tipos de inovação,
com o intuito de alcançar uma melhoria global dessa capacidade. Os autores dimensionam a
inovação por meio de três categorias: inovação de produtos, inovação de processo e inovação
gerencial.
Rotharermel e Hess (2007) buscaram examinar a construção das capacidades
dinâmicas de inovação por meio de uma análise em nível individual e da rede de
relacionamento nas organizações. A pesquisa foi realizada como auxílio de uma análise de
painel em empresas farmacêuticas globais de biotecnologia, dentro de um período de tempo
de 22 anos (1980 a 2001). Os resultados do estudo apontam que foram encontradas evidências
de que os antecedentes para a inovação se encontram em níveis de análise diferentes dentro da
66
organização, podendo compensar ou reforçar os efeitos sobre a empresa ao nível de
descobertas inovadoras.
Ao revisar a literatura sobre a capacidade dinâmica de inovação, observa-se que esta
pode se relacionar com os constructos de estratégia, práticas gerenciais, capacidade de
absorção, gestão do conhecimento, gestão da qualidade total, compartilhamento do
conhecimento, desempenho organizacional e aprendizagem organizacional. Para Liao, Fei e
Chen (2007), poucos estudos empíricos têm sido realizados sobre a capacidade dinâmica de
inovação, visto que a maioria se concentra em discutir os aspectos técnicos da inovação.
A pesquisa de Liao, Fei e Chen (2007) diferencia-se de outros estudos por analisar a
inovação sobre a combinação de três aspectos: produtos, processos e gestão. No presente
trabalho, utilizam-se as dimensões de capacidade de inovação adaptadas da operacionalização
desses autores a partir das percepções dos gestores de empresas de tecnologia.
2.3.3.3 Modelo de capacidade de inovação de Liao, Fei e Chen (2007)
O modelo teórico de Liao, Fei e Chen (2007) busca analisar a capacidade de inovação
de uma empresa e os fatores que afetam a sua melhoria, como o compartilhamento de
conhecimento e a capacidade de absorção. Na Figura 4 são expostas as relações entre os
constructos abordados no modelo conceitual.
Figura 4 - Modelo conceitual de Liao, Fei e Chen (2007)
Fonte: Adaptado de Liao, Fei e Chen (2007, p.351).
Conhecimento
doado
Conhecimento
coletado
Conhecimento
Compartilhado
o
Capacidade
de Inovação
Capacidade
Absortiva
Habilidade dos
Funcionários
Motivação dos
Funcionários
Inovação de
Produtos
Inovação de
Processos
Inovação
Gerencial
67
A escolha desse modelo teórico se deu pela forma como os autores analisaram a
inovação, tratando não apenas dos aspectos técnicos, como em estudos anteriores, mas
também pela abrangência de sua aplicação, que compreende empresas de segmentos
diferentes, inclusive o tecnológico. Cabe mencionar, ainda, que o modelo de Liao, Fei e Chen
(2007) foi validado parcialmente no contexto nacional por Escobar (2012).
2.3.3.4 Dimensões do modelo conceitual de capacidade de inovação
Conforme exposto na Figura 4, o modelo teórico operacionalizado por Liao, Fei e
Chen (2007) para analisar a capacidade dinâmica de inovação é composto por três dimensões:
inovação de produtos, de processos e gerencial. As mesmas são descritas seguidamente.
a) Inovação de produtos
A dimensão de inovação de produtos é entendida como a receptividade do mercado
em relação aos produtos e serviços fornecidos pela organização, além da análise da
lucratividade gerada que retorna para a mesma. Essa dimensão considera como aspectos
relacionados à inovação de produtos os lançamentos e investimentos realizados pela empresa
de maneira mais rápida que seus concorrentes e como seus produtos e serviços podem
despertar nos concorrentes o interesse em imitá-los. Por fim, também se analisa a capacidade
de desenvolvimento de novas habilidades da empresa para transformar produtos antigos em
novos para o mercado (LIAO; FEI; CHEN, 2007).
b) Inovação de processos
A dimensão de inovação de processos refere-se à aquisição de novos equipamentos ou
novas habilidades para melhorar os processos operacionais da empresa, bem como o
aperfeiçoamento dos processos de fabricação. Do mesmo modo, como a empresa atua de
forma flexível ou inflexível diante das demandas oriundas de seus clientes. Essa dimensão
contempla ainda a visão dos concorrentes em relação aos procedimentos adotados pela
organização no processo de fabricação ou operação (LIAO; FEI; CHEN, 2007).
68
c) Inovação gerencial
Quanto à dimensão de gestão da inovação, Liao, Fei e Chen (2007) mencionam que a
empresa deve mudar as divisões do trabalho em seus departamentos de acordo com as
necessidades do mercado em que atua. Apontam também que os gestores de cada
departamento devem adotar novas abordagens de liderança para conduzir seus colaboradores
na conclusão de suas tarefas, incentivar suas equipes e ainda proporcionar um bem-estar para
esses colaboradores. Entretanto, a organização não deve deixar de lado a administração
financeira, principalmente o monitoramento de suas metas, a fim de atingir o desempenho
desejado.
Depreende-se que o constructo capacidade de inovação, analisado com auxílio do
modelo de Liao, Fei e Chen (2007), possa contribuir para o debate acerca das características
específicas que envolvem a personalidade empreendedora, segundo o modelo de Chell (2008)
no que se refere à abordagem econômica.
No entanto, Chell (2008) menciona que o estilo cognitivo contempla esquemas e
preconceitos que afetam o julgamento e a tomada de decisão das pessoas. Argumenta também
que isso pode ser aplicado ao comportamento empreendedor, bem como à personalidade
empreendedora, que visa identificar a assinatura única de uma pessoa (comportamento em
situações identificáveis) e inclui uma combinação de como eles pensam e sentem.
2.4 DESEMPENHO ORGANIZACIONAL
Esta seção aborda a variável dependente,o desempenho organizacional. Desse modo,
optou-se por realizar uma contextualização acerca dessa temática, bem como a explanação
decorrente da filiação teórica das medidas subjetivas selecionadas para aferir essa variável
dependente na tese.
2.4.1 Contextualização de desempenho organizacional
A avaliação de desempenho organizacional serve para controlar a estratégia definida
por uma organização, confrontando seu resultado com os objetivos estabelecidos. Sob essa
ótica, Neely, Gregory e Platts (2005) a veem como um processo de quantificação da eficiência
69
e efetividade das ações empresariais. Para Igarashi et al. (2008), é mediante a análise do
desempenho que as organizações podem medir a sua capacidade de sobrevivência e
continuidade, face às exigências do ambiente interno e externo em que estejam inseridas. O
crescimento do interesse pelas medidas de desempenho organizacional deve-se às importantes
mudanças tanto no ambiente empresarial quanto nas estratégias adotadas (McADAM;
BAILIE, 2002).
No que tange à sua mensuração, Gunasekaran e Kobu (2007) consideram um grande
desafio para os administradores o desenvolvimento de medidas apropriadas para a tomada de
decisões que contribuam para o alcance da competitividade. O desempenho pode ser
mensurado por meio de duas perspectivas: primeiramente, como conceito subjetivo, o qual
está relacionado ao desempenho das organizações segundo a sua própria expectativa ou,
relativamente, diante da concorrência (PELHAM; WILSON, 1996). A segunda opção é
analisá-lo pelo método objetivo, com base em medidas absolutas de desempenho
(CHAKRAVARTHY, 1996).
Para dar suporte às decisões estratégicas da organização, sua mensuração, segundo
Bortoluzzi, Ensslin e Ensslin (2010), deve considerar alguns elementos importantes, quais
sejam: levar em consideração as particularidades de cada organização; considerar indicadores
financeiros e não financeiros, ou seja, os aspectos tangíveis e intangíveis; ligar os objetivos
estratégicos com os objetivos operacionais; e construir um processo de comunicação que
permita a todos os níveis organizacionais identificar de forma clara e holística os objetivos
que a organização está idealizando.
Entretanto, a validade de usar indicadores subjetivos de desempenho tem sido
demonstrada como alternativa viável para o caso da inexistência de dados secundários
confiáveis (PERIN; SAMPAIO, 1999) ou a impossibilidade de obtê-los. Conforme comenta
Hoque (2005), os motivos pelos quais geralmente são escolhidas as medidas subjetivas
ocorrem porque uma parcela significativa de pequenas empresas não possui ou bem dispõe de
poucas informações objetivas, tornando quase que impossível conferi-las com precisão.
2.4.2 Medidas subjetivas de desempenho
As medidas subjetivas utilizadas para mensuração de desempenho organizacional,
conforme proposta de Lizote, Verdinelli e Silveira (2013a), que se fundamentam no trabalho
70
de Gupta e Govindarajan (1984), realizam o levantamento dos dados correspondentes ao
desempenho a partir de cinco descritores, a saber: lucratividade, crescimento das vendas,
retenção de clientes, faturamento mensal e desempenho geral.
71
3 MODELO DA ESTRUTURA CONCEITUAL PROPOSTA
Esta seção apresenta o modelo da estrutura conceitual proposta nesta tese, bem como
as relações entre os quatro constructos que se configuram como a plataforma teórica da
pesquisa, além das conjecturas teóricas que subsidiam as hipóteses.
3.1MODELO DA ESTRUTURA CONCEITUAL
Com o intuito de investigar a existência de efeito moderador do estilo cognitivo dos
gestores de empresas incubadas em Santa Catarina (SC) sobre a autoeficácia empreendedora,
a intenção empreendedora e a capacidade de inovação é que se elaborou o modelo de estrutura
conceitual a seguir (Figura 5), proposto nesta pesquisa.
Figura 5 - Modelo conceitual proposto nesta pesquisa
Fonte: Elaboração própria.
72
De acordo com a Figura 5 acima, os ovais indicam os constructos (variáveis latentes)
da pesquisa, representando a autoeficácia empreendedora, a intenção empreendedora, a
capacidade de inovação e desempenho. Os retângulos e as setas tracejadas representam a
variável moderadora (Estilo Cognitivo – CSI) e a direção de seus efeitos. Destaca-se que as
setas contínuas indicam a direção do relacionamento entre os constructos analisados e os
indicadores para mensuração de cada constructo a seguir.
3.2 HIPÓTESES
Pesquisas anteriores analisaram a influência da autoeficácia empreendedora sobre a
intenção empreendedora, operacionalizando-a de diversas maneiras e em diferentes contextos.
De Noble, Jung e Ehrlich (1999) realizaram um estudo empírico com 272 estudantes
universitários e os achados revelaram que o escore total da escala da autoeficácia
correlacionou positivamente e significativamente com a intenção e a disponibilidade atual dos
estudantes de criarem ou iniciarem o seu próprio negócio. Também verificaram que as
dimensões específicas de desenvolvimento de novos produtos e oportunidades de mercado,
construção de um ambiente inovador e o tratamento com mudanças inesperadas apresentaram
uma correlação positiva e significativa com a intenção de realizar ou criar o negócio,
evidenciando a existência da autoeficácia empreendedora nesse contexto.
A autoeficácia tem sido um dos principais aspectos psicológicos a serem estudados em
relação ao comportamento empreendedor, assim como o seu poder de previsão sobre a
intenção dos indivíduos de criar um novo negócio (BOYD; VOZIKIS, 1994; LINAN; CHEN,
2009; MORIANO; PALACÍ; MORALES, 2006; MORIANO et al., 2012).
De Noble, Jung e Ehrlich (1999) identificaram várias implicações práticas e teóricas
relacionadas à autoeficácia empreendedora, sendo que teoricamente a autoeficácia ajuda a
entender o que faz com que os potenciais empreendedores sustentem seus esforços iniciais
para materializar novas oportunidades de negócios.
Nessa mesma linha, Krueger Jr., Reilly e Carsrud (2000) afirmam que a autoeficácia
percebida tem uma relação positiva com a intenção empreendedora. Jain e Ali (2013)
destacam que a confiança em suas próprias habilidades é crucial para a autoeficácia
empreendedora, uma vez que a oportunidade para inovar é uma das razões mais significativas
para iniciar um novo negócio.
73
Salanova et al. (2001) apontam que a autoeficácia positiva está relacionada à
persistência, à dedicação e à satisfação das ações que são realizadas. A pesquisa de Zhao,
Seibert e Hills (2005) sugere que os indivíduos que escolhem se tornar empreendedores
possuam elevada autoeficácia empreendedora. Desse modo, a crença do indivíduo em ser
bem-sucedido no lançamento de um empreendimento, segundo McGee et al. (2009), é uma
variável muito importante, pois é um forte preditor das intenções empreendedoras. Santos
(2008) destaca que os fatores de fundo individual, social e informacional influenciam as
crenças comportamentais, normativas e sobre o controle, que por sua vez definem as atitudes
de um indivíduo que leva a formação da intenção empreendedora e ao comportamento
empreendedor.
Kickul et al. (2009) salientam que é necessário perceber quais os fatores que podem
influenciar as intenções daqueles que podem se tornar futuros empreendedores. Esses fatores
são vários e consistem numa combinação de atributos pessoais, traços, experiência e contexto.
A literatura identifica variáveis contextuais e domínios individuais como as duas dimensões
responsáveis pela formação das intenções empreendedoras. Relativo às dimensões
contextuais, estudos evidenciam que as influências ambientais e o suporte ambiental têm
impacto nas intenções empreendedoras (SHEPHERD; KRUEGER, 2002). A pesquisa de
Zhao, Seibert e Hills (2005), direcionada aos domínios individuais, mostrou que
características como autoeficácia e propensão à tomada de risco, juntamente com as
competências e habilidades desenvolvidas, influenciam as intenções empreendedoras. Para
pesquisar o comportamento empreendedor Markman, Balkin e Baron (2002) indicam
considerar a eficácia em um sentido amplo e geral, enquanto outros autores, como Chen,
Greene e Crick (1998), utilizaram escalas.
De Noble, Jung e Ehrlich (1999) entendem a autoeficácia como um conceito ponte que
poderia explicar o esforço inicial de um empreendedor para criar e desenvolver um novo
negócio. Krueger Jr., Reilly e Carsrud (2000) verificaram a relação positiva entre a
autoeficácia percebida e a intenção empreendedora, em que a autoeficácia desenvolvida pode
explicar as características cognitivas dos empresários. Fonseca (2012) menciona que a
percepção da autoeficácia de um indivíduo para a realização de uma tarefa resulta de um
processo cognitivo que envolve experiência passada e o contexto social.
Pesquisas também afirmam a relação entre autoeficácia e intencionalidade, isto é,
indivíduos com elevada autoeficácia tendem a ter maiores intenções empreendedoras (CHEN;
GREENE; CRICK, 1998; DE NOBLE; JUNG; EHRLICH, 1999; JUNG et al., 2001, SEGAL;
74
BORGIA; SCHOENFELD, 2002). Esses autores sugerem que os educadores e as políticas
educacionais podem aumentar as intenções empreendedoras dos discentes, estimulando a
autoconfiança dos alunos, incentivando-os, dessa forma, na busca de uma carreira empresarial
de sucesso. Daí acredita-se que a utilização do constructo de autoeficácia de Bandura (1977)
seja em estudos que abordem também a intenção empreendedora. Os resultados dessas
pesquisas consubstanciaram as hipóteses que seguem:
H1 – A autoeficácia empreendedora influencia significativamente e positivamente a
intenção empreendedora.
Em relação à capacidade de inovação, Jain e Ali (2013) afirmam que o
empreendedorismo está positivamente associado com o aumento do avanço tecnológico. E a
oportunidade de inovar é uma das razões mais significativas para iniciar um novo negócio.
Carland e Carland (2009) tratam a inovação como a alma do empreendedorismo. Os autores
entendem a inovação como um motor econômico e a essência vital do verdadeiro
empreendedorismo.
A autoeficácia empreendedora e a capacidade de inovação são tratadas na literatura
como característica que permeia a personalidade e as capacidades dos empreendedores.
Santos, Caetano e Curral (2010) realizaram um estudo com o objetivo de analisar as atitudes
dos universitários face ao empreendedorismo, sistematizando e operacionalizando as
características individuais que se distinguem relativamente da capacidade empreendedora. A
capacidade empreendedora, visto que esta compreende as características psicológicas dos
empreendedores.
De acordo com os achados da pesquisa, essas características são agrupadas em quatro
dimensões: motivações empreendedoras (desejo de independência e motivação econômica),
competências psicológicas (capacidade de inovação, inteligência emocional e resiliência),
competências sociais (capacidade de comunicação e persuasão, capacidade para desenvolver
uma rede social) e competências de gestão (visão, capacidade para mobilizar recursos,
capacidade de liderança e autoeficácia empreendedora). Os resultados revelam diferentes
níveis de capacidade empreendedora com diferenças estatisticamente significativas nos
valores médios das subdimensões de desejo de independência, motivação econômica,
capacidade de inovação, capacidade de comunicação, capacidade de mobilizar recursos,
capacidade de liderança e autoeficácia empreendedora, sendo que os estudantes de ciências
75
sociais são os que apresentam um índice de capacidade empreendedora mais elevado.
Entretanto, acredita-se que a autoeficácia empreendedora e a capacidade de inovação
compõem as características da personalidade dos empreendedores, assim sendo, formula-se a
hipótese:
H2 – A autoeficácia empreendedora influencia significativamente e positivamente a
capacidade de inovação.
A capacidade de inovação pode ser definida como a força ou a proficiência de um
conjunto de práticas organizacionais para o desenvolvimento de novos produtos e/ou
processos (PENG; SCHROEDER; SHAH, 2008). Alguns estudos empíricos têm centrado
seus esforços em compreender os fatores que contribuem no desenvolvimento desse
constructo em diferentes perspectivas.
Koc e Ceylan (2007) destacam que os produtos e processos inovadores são descritos
como um elemento-chave para o sucesso das organizações, bem como a criação de novos
negócios. A implantação efetiva da inovação tem sido amplamente reconhecida nos últimos
anos como uma forma de obtenção de vantagens competitivas sustentáveis e que,
consequentemente, tem melhorado o desempenho das empresas.
Chow e Gong (2010) estudaram as práticas de Recursos Humanos (RH) com base na
retenção de conhecimento para compreender plenamente o papel da gestão de recursos
humanos em setores intensivos em tecnologia na China. Os achados da pesquisa revelam uma
ligação direta entre os tipos de RH e o desempenho da empresa, além do efeito significativo
da capacidade de inovação no desempenho das empresas analisadas. E, ainda, que a
capacidade de inovação mostra impacto significativo sobre os resultados relacionados com o
conhecimento em tecnologia intensiva nas empresas chinesas.
Kim e Lee (2012) buscaram propor e investigar um modelo integrador que explora as
relações estruturais entre o intercâmbio de conhecimentos organizacionais, fatores sociais,
conhecimento da autoeficácia, processo, capacidade de inovação organizacional e o
desempenho organizacional. Os resultados revelaram que a capacidade de inovação
organizacional apresentou um efeito positivo e significativo sobre o desempenho
organizacional. As empresas com maiores níveis de capacidade de inovação tendem a ter
melhor desempenho financeiro em áreas com o crescimento das vendas, rentabilidade e
participação de mercado em outros campos.
76
Dadfar et al. (2013) em suas pesquisas identificaram uma relação positiva entre a
capacidade de inovação organizacional e desenvolvimento de produtos, bem como o
desempenho financeiro. Também identificaram uma relação positiva entre as variáveis de
capacidade de inovação (capacitores e número de produtos) com o desempenho financeiro das
indústrias farmacêuticas iranianas analisadas. A análise empírica mostrou uma relação
positiva entre as capacidades de inovação, tecnologia, plataforma de produtos e desempenho.
Os recursos e a capacidade de inovação dos empreendedores têm uma influência
positiva sobre o desempenho das empresas (RAUCH et al., 2004; JAIN; ALI, 2013). O
desempenho pode ser tratado como um fator determinante da capacidade de inovação, sendo
que o fator desempenho está relacionado a organizações inovadoras quando estas exibem um
comportamento inovador consistente ao longo do tempo. Valladares, Vasconcellos e Di Serio
(2014) mencionam ainda que compreender a relação do desempenho com a capacidade de
inovação comparativamente com os seus concorrentes torna-se relevante em pesquisas
empíricas, uma vez que contribui para diminuir o efeito das organizações industriais. Nesse
sentido, propõe-se a seguinte hipótese:
H3 – A capacidade de inovação influencia significativamente e positivamente o
desempenho organizacional.
A intenção empreendedora se materializa na iniciativa dos indivíduos de criarem ou
abrirem seu negócio próprio. Koe et al. (2012) destacam que a compreensão dos fatores que
predizem a intenção é fundamental para o seu entendimento, sendo que o comportamento
empreendedor é o resultado da intenção empreendedora.
Na literatura, emergem pesquisas que buscam compreender a intenção empreendedora,
além do comportamento empreendedor, e voltam-se ao ambiente em que os empreendedores
se encontram inseridos. Nesse contexto, além do empenho no desenvolvimento do perfil
empreendedor, com foco no indivíduo, os mecanismos de suporte a empresas recém-criadas
são colocados à disposição dos empreendedores que desejam abrir seu próprio negócio, ou
seja, possuem uma intenção empreendedora. Esses mecanismos abrangem desde linhas de
crédito, incubadoras de empresas, incubadoras tecnológicas, consultorias, assessorias
subsidiadas e eventos para a promoção de redes de negócio para fomentar o
empreendedorismo (SCHMIDT; BOHNENBERGER, 2009).
77
Em linha com esse pensamento, estudos empíricos têm começado a relacionar os
constructos de intenção empreendedora e desempenho organizacional, como a pesquisa
realizada por Schmidt e Bohnenberger (2009), que tinham como objetivo construir e validar
um modelo para verificar a relação entre o perfil empreendedor dos alunos de uma instituição
de ensino superior e o desempenho organizacional das empresas administradas por eles. Os
achados revelam que o perfil empreendedor é um constructo multidimensional, composto por
seis características e somente a autorrealização se mostrou relacionada ao desempenho
organizacional.
Nos estudos de Aidis e Van Praag (2007), que analisaram em que medida a
experiência como empreendedores não legalizados é um preditor para o nível de desempenho
dos negócios e a motivação desses em um contexto de transição econômica. A pesquisa foi
realizada com 399 empreendedores não formalizados na Lituânia. Os achados revelam que o
desempenho em geral está associado com a intenção dos empreendedores de continuar e
fortalecer os negócios em uma economia orientada para o mercado.
Torres e Watson (2013) buscaram validar os constructos de autoeficácia
empreendedora, intenção empreendedora e desempenho em uma amostra de empresas de
pequeno porte mexicanas. Os achados da pesquisa evidenciam que os proprietários e gerentes
associam suas tarefas de acordo com sua percepção do grau de dificuldade e complexidade e
não como conhecimentos específicos em áreas como marketing e gestão. Constatou-se
também que um dos três elementos da autoeficácia empreendedora, a expansão, que envolve o
trabalho mais pesado e menor conhecimento, explica positivamente o desempenho, mas afeta
negativamente a intenção empreendedora. Verificou-se também que o alto desempenho exige
níveis mais elevados de crença do proprietário ou gerente sobre a sua capacidade para
executar suas tarefas e que o envolvimento proativo representa a referida capacidade que deve
ser considerada na avaliação das competências de gestão. Com relação à intenção
empreendedora dos proprietários ou gerentes, esta é definida como sua vontade de atribuir
recursos para o crescimento e desenvolvimento do negócio e quanto maior o seu nível de
convicção da sua capacidade para desempenhar tarefas difíceis ou complexas,sua intenção
empreendedora diminui. Na medida em que tal efeito parece ser o contrário do senso comum,
parece estar alinhado aos achados de Arenius e Minniti (2005), que sugerem que as decisões
de empreender muitas vezes tem como base percepções subjetivas e tendenciosas. Dessa
forma, o desempenho organizacional exige um trabalho árduo, mas a intenção
78
empreendedora, na sua maioria surge a partir de pessoas que são excessivamente confiantes e
estão dispostas a explorar uma oportunidade. Neste contexto, postula-se a hipótese a seguir:
H4- A intenção empreendedora se relaciona com o desempenho organizacional.
O estilo cognitivo busca descrever os traços perceptuais dos indivíduos. Sua origem
reside nos estudos voltados para a cognição humana na perspectiva diferencial, que se
caracteriza como um campo de estudo consolidado na psicologia em que seus objetivos
fundamentais residem na compreensão do comportamento humano, dos processos mentais e a
procura por suas causas e consequências. Ele pode ser entendido como uma forma particular
de uma determinada mente pensar e processar informações (OLIVEIRA NETO et al., 2008).
Os indivíduos possuem habilidades particulares de aprendizagem, e cada pessoa tem
uma forma distinta de entender, processar e compreender uma informação, ou seja, as
habilidades cognitivas dos indivíduos são distintas (OLIVEIRA NETO et al., 2008). Ao
reconhecer essas diferenças cognitivas, é possível implementar estratégias de atuação para os
empreendedores em relação à autoeficácia empreendedora, à intenção empreendedora, à
capacidade de inovação e ao desempenho organizacional.
Santos (2008) ressalta que, especificamente em relação ao empreendedor, entender
como esse indivíduo trata a autoeficácia e como ela se apresenta, torna-se relevante para a
compreensão dos processos cognitivos e como isso pode afetar o seu desempenho. Para Liñán
e Chen (2006), os mecanismos cognitivos internos seriam os mesmos para todas as pessoas,
ou seja, as “lentes” através das quais cada indivíduo poderá ver a realidade de uma forma
cultural ou social, mas a maneira de raciocínio seria semelhante entre os empreendedores.
Sommer (2013) destaca a necessidade de pesquisas empíricas que se voltem para a
mensuração do estilo cognitivo, intenção empreendedora e a autoeficácia empreendedora.
Kickul et al. (2009) ressaltam a relevância da compreensão do estilo cognitivo no contexto do
desenvolvimento da autoeficácia empreendedora e da intenção empreendedora. Os autores
realizaram uma das primeiras tentativas de testar modelos de estilo cognitivo para mensurar a
autoeficácia e a intenção no âmbito do empreendedorismo.
A partir da lacuna teórica apresentada no Capítulo 1, esta pesquisa volta-se a
relacionar os constructos de autoeficácia, intenção empreendedora, capacidade de inovação e
desempenho organizacional moderada pelo estilo cognitivo dos gestores de empresas
incubadas.
79
Kickul et al. (2009) afirmam que devem ser realizadas mais pesquisas para comprovar
a relação entre o estudo cognitivo e o comportamento real durante as diferentes fases do
processo empresarial, a fim de avaliar a presença da autoeficácia empreendedora. Entretanto,
seus achados revelam a influência do estilo cognitivo na percepção da autoeficácia
empreendedora e demonstram que os estilos podem prever como as pessoas vão diferir sua
percepção de autoeficácia em relação às diferentes fases de criação de novos negócios. Os
indivíduos com estilo cognitivo intuitivo de processamento das informações relatam crenças
de autoeficácia empreendedora superiores em relação às tarefas incluídas no estágio de
descoberta de novas oportunidades de negócio, ou seja, que foram associadas à sua intenção
empreendedora. Em contrapartida, os indivíduos com estilo cognitivo analítico relataram
maior autoeficácia empreendedora para o planejamento, triagem de recursos e execução das
etapas que envolvem o processo de criação de risco.
Armstrong e Hird (2009) realizaram um estudo para investigar se o estilo cognitivo e o
espírito empreendedor são importantes para os indivíduos que identificam o potencial para se
tornarem empreendedores de sucesso e para discriminar proprietários-gerentes que atuam em
empresas maduras ou em empresas em estágios iniciais de criação de risco e crescimento.
Os achados da pesquisa apontam que os empreendedores mais intuitivos possuem
níveis mais elevados de comportamento empresarial. Os empreendedores que operam em
empresas em estágios iniciais de criação de risco e crescimento apresentaram maior
implicações de estilo cognitivo do que aquelas empresas que se encontram em estágios mais
avançados. O estilo cognitivo pode ser útil para identificar os indivíduos que têm potencial
para se tornar um empreendedor de sucesso. A constatação de que os empreendedores mais
intuitivos apresentam níveis mais elevados de unidade de empreendedorismo, sugere que o
estilo cognitivo pode ser uma medida útil para distinguir os microempreendedores e os macro
empreendedores.
Lindblom, Olkkonen e Mitronen (2008) investigaram os estilos cognitivos de
empreendedores com relação ao marketing de tomada de decisão do varejo. No estudo, os
autores abordaram duas questões principais; a) como podem ser classificados os estilos
cognitivos desses empreendedores varejistas? b) se houver diferenças nos estilos cognitivos
dos empreendedores do varejo, como essas diferenças refletem em seu desempenho
empresarial? O estudo foi desenvolvido com 226 varejistas da Finlândia. Os resultados não
constataram nenhuma relação estatisticamente clara e significativa entre os estilos cognitivos
dos entrevistados e seu desempenho empresarial. Os autores apontam que isso poderia ser
80
explicado pela existência de outros fatores não considerados no presente estudo. Esses fatores
poderiam ser variáveis independentes que explicariam diretamente o desempenho dos
negócios ou variáveis mediadores que influenciam a relação entre estilo cognitivo e
desempenho. Entretanto, o local de um dado varejista, a existência de concorrência local ou os
mecanismos de governo poderiam determinar o desempenho dos negócios em maior grau do
que os estilos cognitivos dos empreendedores. Desse modo, conjectura-se que a partir do
estilo cognitivo dos gestores os constructos de autoeficácia empreendedora, intenção
empreendedora podem ser influenciados, conforme apontado na pesquisa de Kickul et al.
(2009). Destarde, pode-se relacionar esse estilo cognitivo com o desempenho organizacional,
evidenciado no estudo de Lindblom, Olkkonen e Mitronen (2008) como não significativo,
porém com o apelo de mais estudos para compreender as variáveis independentes que
poderiam explicar diretamente a relação do estilo cognitivo com o desempenho
organizacional.
Levando em consideração os argumentos assinalados, propõe-se as seguintes
hipóteses:
H5a – O estilo cognitivo para os gestores intuitivos influencia significativamente e
positivamente a autoeficácia empreendedora, a intenção empreendedora, a capacidade
de inovação e o desempenho organizacional.
H5b – O estilo cognitivo para os gestores analíticos influencia significativamente e
positivamente a autoeficácia empreendedora, a intenção empreendedora, a capacidade
de inovação e o desempenho organizacional.
81
4 METODOLOGIA DA PESQUISA
Este capítulo apresenta o método e os procedimentos adotados na consecução da
pesquisa. Para Martins e Theóphilo (2007), os métodos e os procedimentos são um conjunto
de normas utilizadas na observação de fenômenos para inferir conclusões a partir das
observações realizadas. Oliveira (2002) ressalta que o método é capaz de acompanhar a
técnica e esta, por sua vez, é o suporte físico que auxilia o pesquisador a chegar a um
determinado resultado, sendo ele o ensino, a descoberta, o aprendizado, a invenção ou a
investigação.
Dacoréggio (2006) ressalta que a execução de uma pesquisa requer o interesse pelo
objeto estudado, uma imaginação criadora, persistência, iniciativa individual, esforço
contínuo e paciente por parte do pesquisador. A investigação, por si só, não deve ser fruto da
intuição, mas do interesse na busca por soluções científicas sociais e inovadoras, que venham
contribuir com o desenvolvimento da sociedade, devendo esta ficar submissa aos
procedimentos do método e aos recursos da técnica utilizada em sua consecução.
Desse modo, na sequência,expõe-se a trajetória da pesquisa. Inicialmente, apresenta-se
o delineamento da pesquisa. Em seguida, define-se a população e o tamanho mínimo da
amostra, os indicadores que compõem o instrumento de pesquisa. Na sequência, explicitam-se
os procedimentos de análise e coleta dos dados. Por fim, apresenta-se o design da pesquisa.
4.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA
O delineamento da pesquisa nos remete ao planejamento do estudo em sua dimensão
mais ampla, uma vez que envolve tanto a diagramação, quanto a previsão de análise e a
interpretação da coleta de dados. Dessa maneira, esta tese delineia-se como aplicada,
descritiva de corte seccional, com uma abordagem quantitativa dos dados e faz uso do
procedimento técnico de levantamento do tipo survey.
Para Goldenberg (1999), as pesquisas podem ser de natureza básica ou aplicada. As
básicas têm como objetivo gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem a
aplicação prática prevista. As pesquisas com natureza aplicada caracterizam-se pelo tipo de
investigação que almeja encontrar soluções inovadoras para o desenvolvimento de produtos,
metodologias, processos e serviços. Nesta oportunidade, o presente estudo demonstra caráter
82
prático, uma vez que busca investigar a existência do efeito moderador do estilo cognitivo dos
gestores das empresas incubadas de Santa Catarina (SC) sobre a autoeficácia empreendedora,
a intenção empreendedora, a capacidade de inovação e o desempenho organizacional.
A pesquisa caracteriza-se como sendo descritiva de corte seccional por coletar e
descrever as informações sobre as variáveis antecedentes e consequentes num ponto de uma
linha de tempo, especificamente no período de novembro de 2014 a abril de 2015. Para Hair
Jr. et al. (2009), estudos dessa natureza têm o intuito de fornecer uma visão panorâmica das
variáveis observadas num determinado ponto do tempo e sintetizar seus resultados
estatisticamente.
No que se refere à abordagem quantitativa do problema, Creswell (2010, p. 26) afirma
que "a pesquisa quantitativa é um meio para testar teorias objetivas, examinando a relação
entre as variáveis". Oliveira (2002, p. 115) aduz que a abordagem quantitativa, “conforme o
próprio termo indica, significa quantificar opiniões, dados, na forma de coleta de informações,
assim como também o emprego de recursos e técnicas estatísticas desde as mais simples (...)
até as de uso mais complexo”. Para Malhotra (2012), pesquisas de natureza quantitativa
procuram, normalmente, quantificar as informações com o auxílio de análises estatísticas.
O procedimento adotado nesta pesquisa é do tipo survey, que objetiva contribuir para o
conhecimento de uma área específica de interesse por meio da coleta de dados sobre
indivíduos ou sobre o ambiente em que estes estão inseridos (TREZ; MATOS, 2006). As
pesquisas que adotam essa estratégia buscam as informações pretendidas diretamente no
grupo de interesse. Para Babbie (2003), esse procedimento torna-se útil, uma vez que as
pesquisas descritivas têm como objeto explorar os aspectos situacionais que possam fornecer
dados que expliquem as hipóteses levantadas e utilizam amostras que têm como foco o perfil
de um grupo e não apenas de um indivíduo.
4.2 POPULAÇÃO E CRITÉRIO DE DEFINIÇÃO DA AMOSTRA
A etapa de mapeamento da população e amostra desta tese divide-se em duas etapas,
sendo a primeira correspondente à definição da população da pesquisa em que foram
identificadas as empresas participantes. E na segunda etapa, tem-se os critérios para a
definição da amostra de acordo com a Modelagem de Equações Estruturais.
83
4.2.1 População
A população objeto deste estudo compreende as empresas incubadas nas incubadoras
que residem no estado de Santa Catarina. Estas proporcionam às empresas incubadas um
maior desenvolvimento de suas competências. Para a European Union (1990), a incubação de
empresas é um processo dinâmico de desenvolvimento empresarial. A principal função de
uma incubadora é nutrir jovens empresas para que possam crescer e sobreviver durante o
período de arranque (startup), no qual são mais vulneráveis. As incubadoras devem oferecer
assistência na gestão, acesso a financiamentos, suporte técnico, instalações, equipamentos e
locações flexíveis.
Uma incubadora de empresa compreende o lugar em que novas empresas estão
instaladas e seu objetivo é aumentar as chances de desenvolvimento e sobrevivência dessas
organizaçõesao fornecer uma construção modular. As incubadoras devem disponibilizar
utilidades físicas (telefone, fax, computador), apoio gerencial e serviços. Elas também
possibilitam o desenvolvimento das empresas incubadas, possibilitando um desenvolvimento
da área local e a criação de novos postos de trabalho (HELSINKI, 1998 apud MORARU;
RUSEI, 2012).
No Brasil, as incubadoras de empresas e os parques tecnológicos promovem os
empreendimentos inovadores, sendo que as incubadoras têm por função oferecer suporte a
empreendedores desde o desenvolvimento de suas ideias até a transformação em
empreendimentos bem-sucedidos. Os parques tecnológicos constituem um complexo
produtivo industrial e de serviços de base científico-tecnológica que têm como objetivo
incrementar a produção de riqueza de uma determinada região (ANPROTEC, 2015).
Em 2011, a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos
Inovadores(ANPROTEC),em conjunto com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação
(MCTI), realizou um levantamento em que foi possível catalogar 384 incubadoras em
operação no país. Estas abrigam 2.640 empresas e geram 16.394 postos de trabalho. A
pesquisa destaca, ainda, que 2.509 empresas já se graduaram, ou seja, já concluíram o
processo de incubação. Atualmente, essas empresas faturam R$ 4,1 bilhões e empregam
29.205 pessoas (ANPROTEC, 2015).
Em Santa Catarina, as incubadoras de empresas e os parques tecnológicos estão
localizados em regiões que abrigam 25% da população catarinense, com mais de um milhão e
meio de pessoas. As incubadoras estão instaladas principalmente em duas regiões que contam
com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país e ainda criam parcerias com
84
universidades para fomentar as empresas incubadas com as inovações (ROTA DA
INOVAÇÃO, 2014).
Nesse sentido, a população desta pesquisa compreende as 25 incubadoras de empresas
localizadas em Santa Catarina, listadas no site da ANPROTEC (Associação Nacional de
Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores) e RECEPETI (Rede Catarinense de
Inovação). Para mapear as empresas incubadas e graduadas que atuam nas 25 incubadoras,
realizou-se uma visita ao sítio eletrônico destas e realizou-se o envio de um correio eletrônico
com a solicitação das informações quanto ao número de empresas incubadas e graduadas. O
Quadro 4, a seguir, demonstra a relação de incubadoras de empresas existentes em Santa
Catarina que compõem a população do estudo.
Quadro 4 - Incubadoras catarinenses listadas na ANPROTEC e na RECEPETI
Qtde Instituição Incubadora Sigla Localidade
1 Agência de Desenvolvimento
Empresarial da Região de Ibirama
Incubadora de empresas
ADERI
ADERI Ibirama
2 Associação Empresarial de
Criciúma
Incubadora Insite INSITE Criciúma
3 Associação Empresarial de Rio
Negrinho
Incubadora Tecnológica
RINETEC
RINETEC Rio Negrinho
4 Associação Empresarial de São
Bento do Sul
Incubadora Tecnológica de
São Bento do Sul
ITFETEP São Bento do
Sul
5 Associação Catarinense de
Empresas de Tecnologia – ACATE
Incubadora do
Miditecnológico
MIDITecnológico Florianópolis
6 Centro Empresarial para Laboração
de Tecnologias Avançadas
Incubadora CELTA CELTA Florianópolis
7 Fundação Softville Incubadora Tecnológica
Softville
SOFTVILLE Joinville
8 Fundação Universidade do Planalto
Catarinense
Micro Distrito de Base
Tecnológica de Lages –
Incubadora Midilages
MIDILAGES Lages
9 Fundação Universidade do
Contestado
Incubadora Mafratec MAFRATEC Mafra
10 Fundação Universidade do
Contestado
Incubadora Tecnológica e
Empresarial da
Universidade do Contestado
– Campus Concórdia
UNC-Concórdia Concórdia
11 Fundação Universidade para o
Desenvolvimento do Alto Vale do
Itajaí
Núcleo gerador de empresas
de desenvolvimento
integrado de Incubação
GTEC Rio do Sul
12 Fundação Universitária do
Desenvolvimento do Oeste
Incubadora Tecnológica da
UNOCHAPECÓ
INCTECh Chapecó
13 Instituto de Apoio de Inovação e
Incubação Tecnológica
Celta Pedra Branca INAITEC Palhoça
14 Instituto Gene Blumenau Incubadora do Instituto
Gene
INSTITUTO
GENE
Blumenau
15 Núcleo de Desenvolvimento
Integrado de Incubação
Incubadora Jaraguatec JARAGUATEC Jaraguá do
Sul
16 Prefeitura Municipal de Brusque Centro de Incubação,
Tecnologia e Inovação de
Brusque
CitiBRUSQUE Brusque
85
17 Prefeitura Municipal de Caçador Incubadora FETEC FETEC Caçador
18 Universidade do Extremo Sul
Catarinense
Incubadora Tecnológica de
Ideias e Negócios
ITEC.IN Criciúma
19 Universidade do Sul de Santa
Catarina
Centro Regional de
Inovação e
Empreendedorismo
CRIE Tubarão
20 Universidade do Vale do Itajaí Centro de Inovação e
Tecnologia de Biguaçu
CITeB Biguaçu
21 Universidade do Vale do Itajaí Núcleo de Inovação
Tecnológica
UNIINOVA Itajaí
22 Universidade do Oeste de Santa
Catarina
Pré-incubadora Oeste Pré-incubadora Chapecó
23 Universidade do Oeste de Santa
Catarina
Incubadora Tecnológica de
Luzerna
ITL Luzerna
24 Universidade do Oeste de Santa
Catarina
Pré-incubadora Tecnovale TECNOVALE Luzerna
25 Universidade da Região de
Joinville, Universidade Federal de
Santa Catarina e Universidade do
Estado de Santa Catarina
Parque de Inovação
Tecnológica de Joinville e
Região
INOVAPARQ Joinville
Fonte: Adaptado de ANPROTEC (2015) e RECEPETI (2015).
A partir do levantamento das respostas em relação à quantidade de empresas
incubadas, foram mapeadas 339 empresas vinculadas às 25 incubadoras catarinenses no
segundo semestre de 2014.
4.2.2 Definição do tamanho mínimo da amostra
Conforme Hair Jr. et al. (2014), para pesquisas que utilizem a Modelagem de
Equações Estruturais com base no método de Mínimos Quadrados Parciais (PLS-SEM),
sugere-se que o cálculo para estimar o tamanho mínimo da amostra tenha como referência o
número de preditores do modelo. Silva (2014) afirma que se a amostra é pequena para um
teste estatístico, o efeito do teste corre o risco de não ser detectado, caso não tenham
informações suficientes para descobrir esses efeitos como significantes. Nessa situação, deve-
se contar com o auxílio do software G*Power.
Cohen (1988), Hair Jr. et al. (2014) e Silva (2014) recomendam a utilização de um
poder estatístico na ordem de 80% aplicado às ciências sociais e do comportamento com um
tamanho de efeito (f²) mediano na ordem de 0,15. A Figura 6 demonstra o cálculo do tamanho
mínimo da amostra para esta pesquisa.
86
Figura 6 - Cálculo do tamanho mínimo da amostra no G*Power
Fonte: Dados da pesquisa.
O cálculo do tamanho da amostra no G*Power, utilizando como parâmetro o effect
size f² = 0,15, com erro = 0,05; Power = 0.8 e Number of predictors = 2 (maior número de
preditores do modelo conceitual proposto nesta tese), resulta em uma amostra recomendada
de 68 casos.
4.3 INDICADORES
Nesta seção, são apresentados os constructos teóricos e suas escalas de mensuração,
conforme a revisão da literatura apresentada no Capítulo 2.
87
4.3.1 Estilo Cognitivo
As variáveis que apoiarão a mensuração do constructo de estilo cognitivo são as que
constam no modelo de Allinson e Hayes (1996), de acordo com o Cognitive Style Index (CSI),
e compreende as seguintes dimensões: intuitiva, quase intuitiva, adaptativa, quase analítica e
analítica.
Trata-se de um instrumento de pesquisa composto por um inventário de 38 perguntas
pontuadas em uma escala de três pontos (Verdadeiro, Incerto e Falso) para mensurar a
dimensão intuitiva e analítica do estilo cognitivo. A pontuação dessas perguntas varia entre 2,
1 ou 0 e são atribuídas para cada uma das 38 perguntas. A pontuação máxima de 76 indica um
estilo cognitivo analítico, enquanto uma pontuação próxima de zero indica um estilo cognitivo
intuitivo (ALLINSON; HAYES, 1996, 2012). Allinson e Hayes (1996) enfatizam que a
dicotomia das dimensões intuitiva e analítica se caracteriza, na verdade, por um processo
contínuo ao longo do qual são possíveis todos os graus de estilo.
A escala do CSI compreende cinco estilos cognitivos. A dimensão intuitiva que se
configura como um extremo inferior da escala psicométrica do CSI é alcançada quando o
indivíduo obtiver uma pontuação que varia de 0 a 28 pontos. A dimensão quase intuitiva é
atingida quando a pontuação variar de 29 a 38 pontos. A terceira dimensão, a adaptativa,
ocupa a posição central na escala psicométrica do CSI, sendo aferida quando a pontuação
resultante variar de 39 a 45 pontos. A dimensão quase analítica, que caminha para o segundo
extremo da escala psicométrica, varia de 46 a 52 pontos. Por fim, a dimensão analítica que
ocupa o extremo superior da escala psicométrica é obtida quando a pontuação variar de 53 a
76 pontos. A utilização do índice sugere que o estilo cognitivo de um determinado indivíduo
pode cair em qualquer ponto da escala psicométrica do CSI (ALLINSON; HAYES, 2012).
Cabe mencionar que algumas pesquisas foram realizadas no contexto nacional
utilizando a escala proposta por Allinson e Hayes (1996, 2012), como as pesquisas realizadas
por Nascimento, Verdinelli e Lizote (2014) e Nascimento, Verdinelli e Lizote (2015).
Ressalta-se que a escala de mensuração utilizada neste estudo correspondente ao CSI e não
pode ser divulgada, tendo em vista que não recebemos a autorização para divulgação do
instrumento sem o consentimento dos autores.
88
4.3.2 Autoeficácia empreendedora
O constructo da autoeficácia empreendedora será mensurado a partir da escala de De
Noble, Jung e Ehrlich (1999),composta por vinte e três (23) itens com formato do tipo Likert
de 7 pontos, que compreende desde o “completamente incapaz” (1) ao “completamente capaz
“7”. Essa escala contempla as seguintes dimensões: desenvolvimento de novos produtos e
oportunidades de mercado (DN), construção de um ambiente inovador (AI), definição do
objetivo principal do negócio (ON), desenvolvimento de recursos humanos chave para a
empresa (RH), iniciando relações com investidores (RI) e lidando com mudanças inesperadas
(MI).
Destaca-se que alguns estudos empíricos utilizaram a escala de De Noble, Jung e
Ehrlich (1999) no contexto nacional,com a finalidade de validar a escala para o cenário
brasileiro, como as pesquisas realizadas por Lizote, Verdinelli e Silveira (2013a); Lizote,
Verdinelli e Silveira (2013b); Nascimento, Verdinelli e Lizote (2014); Nascimento, Lizote e
Verdinelli (2015a) e Nascimento, Lizote e Verdinelli (2015b).
O Quadro 5 apresenta a escala utilizada para a operacionalização do constructo de
Autoeficácia empreendedora.
Quadro 5 - Escala de mensuração do constructo de Autoeficácia empreendedora
Constructo Dimensões Itens
Autoeficácia
Empreendedora
(AE)
Desenvolvimento de
novos produtos
eoportunidades de
mercado (DN)
DN1-Eu posso reconhecer novas oportunidades e mercados para novos
produtos e serviços.
DN2-Eu posso descobrir novas formas de melhorar os produtos
existentes.
DN3-Posso identificar novas áreas de crescimento potencial.
DN4-Eu posso projetar produtos que resolvam os problemas atuais.
DN5-Posso criar produtos que satisfaçam as necessidades dos clientes.
DN6-Eu posso trazer conceitos de produtos para o mercado em tempo
hábil.
DN7-Posso determinar se o negócio vai bem.
Construção de um
ambiente inovador
(AI)
AI1-Eu posso criar um ambiente de trabalho que permita queas
pessoas sejam “seu próprio chefe”.
AI2-Eu posso desenvolver ambiente de trabalho que incentiva as
pessoas a experimentarem algo novo.
AI3-Eu posso incentivar as pessoas a tomarem iniciativas e
responsabilidades por suas ideias e decisões, independentemente do
resultado.
AI4-Eu posso formar parceria ou alianças com os outros.
Definição do objetivo
principal do negócio
(ON)
ON1-Posso estabelecer a visão e valores da organização.
ON2-Posso inspirar os outros a abraçar a visão e os valores da
empresa.
ON3-Posso formular um conjunto de ações rápidas em busca de
oportunidades.
Desenvolvimento de
recursos humanos
chave para a empresa
(RH)
RH1-Posso recrutar e treinar os funcionários-chave para a empresa.
RH2-Posso desenvolver um planejamento adequado para preencher os
cargos-chave da empresa.
RH3-Eu posso identificar e criar equipes de gestão.
RI1-Posso desenvolver e manter relacionamentos favoráveis com
89
Iniciando relações com
investidores (RI)
potenciais investidores.
RI2-Posso desenvolver relacionamentos com pessoas chaves que estão
conectadas a fontes de capital.
RI3-Eu posso identificar fontes potenciais de financiamento para
investimentos.
Lidar com mudanças
inesperadas (MI)
MI1-Eu posso trabalhar de forma produtiva sob contínuo estresse,
pressão e conflito.
MI2-Eu posso tolerar mudanças inesperadas nas condições do
negócio.
MI3-Posso persistir diante da adversidade.
Fonte: Adaptado de De Noble, Jung e Ehrlich (1999).
4.3.3 Intenção empreendedora
Quanto ao constructo de intenção empreendedora,conforme mencionado no Capítulo
2, esta pesquisa filia-se teoricamente à Teoria do Comportamento Planejado (TCP) proposta
por Ajzen (1991). Entretanto, a operacionalização dessa teoria apoia-se na escala proposta no
estudo de Dakoumi e Abdelwahed (2014), com as adaptações necessárias ao contexto das
empresas incubadasobjeto deste estudo.
A escala será do tipo Likert de 7 pontos para as dezoito (18) afirmativas distribuídas
entre as dimensões, em que o 1(um) toma o valor “Discordo totalmente” e o 7 (sete)
“Concordo totalmente” por meio das dimensões: atitude em relação ao comportamento
(ARC), normas subjetivas (NS) e controle do comportamento percebido (CCP).A escala
utilizada para mensurar o constructo é apresentada no Quadro 6.
Quadro 6 - Escala de mensuração do constructo de intenção empreendedora
Constructo Dimensões Itens
Intenção
Empreendedora
(IE)
Intenção
Empreendedora (IE)
I1-Eu tenho muito pouco interesse em começar um negócio
I2-Eu prefiro ser um empreendedor, em vez de ser um funcionário
em uma empresa.
I3-Estou pronto para fazer qualquer coisa para ser um
empreendedor.
I4-Vou concentrar todos os meus esforços para iniciar e executar o
meu próprio negócio.
Atitude em relação
ao Comportamento
(ARC)
ARC1-Ser um empreendedor implica mais vantagens do que
desvantagens para mim.
ARC2-Uma carreira como empresário é atraente para mim.
ARC4-Ser um empreendedor implicaria grandes satisfações para
mim.
ARC5-Entre várias opções, eu preferiria ser um empreendedor.
Normas subjetivas
(NS)
NS1-Os seus parentes.
NS2-Seus amigos mais próximos.
NS3-Seus parentes mais próximos.
NS4-Outras pessoas que são importantes para você.
Controle do
Comportamento
Percebido (CCP)
CCP1-Iniciar uma empresa e mantê-la funcionando é fácil para
mim.
CCP2-Estou preparado para começar uma empresa viável.
CCP3-Eu posso controlar o processo de criação de uma empresa
nova.
90
CCP4-Eu conheço os detalhes práticos necessários para iniciar uma
empresa.
CCP5-Eu sei como desenvolver um projeto empresarial.
CCP6- Ao começar com minha empresa, senti uma alta
probabilidade de sucesso.
Fonte: Adaptado de Dakoumi e Abdelwahed (2014).
4.3.4 Capacidade de inovação
Com relação à mensuração do constructo de capacidade de inovação, este temcomo
modelo conceitual a escala de Liao, Fei e Chen (2007) para a operacionalização e a
mensuração das variáveis relacionadas à capacidade de inovação, porém serão realizadas as
adaptações específicas diante do objeto de estudo desta pesquisa. A escala será do tipo Likert
de 7 pontos para as dezoito (18) afirmativas distribuídas entre as seguintes dimensões:
inovação gerencial, inovação de produtos e inovação de processos, em que o 1(um) toma o
valor “Discordo totalmente” e o 7 (sete) “Concordo totalmente”.
Cabe mencionar que algumas pesquisas fizeram uso da escala de Liao, Fei e Chen
(2007) no contexto brasileiro, sendo elas Escobar (2012); Escobar, Lizote e Verdinelli
(2012a);Escobar, Lizote e Verdinelli (2012b);Nascimento, Lizote e Verdinelli (2015). Assim,
os itens utilizados para mensurar o constructo são apresentados no Quadro 7.
Quadro 7 - Escala de mensuração do constructo de intenção empreendedora
Constructo Dimensões Itens
Capacidade
de Inovação
Inovação
Gerencial
IG1 - Em nossa empresa se muda a divisão do trabalho de acordo com as necessidades
de gestão do mercado.
IG2 - Adotamos novas abordagens de liderança para conduzir melhor todos os
funcionários para a conclusão de suas tarefas.
IG3 - A empresa adota uma sistemática interna que visa ao bem-estar de seus
funcionários para que possa fornecer incentivos para suas equipes de trabalho.
IG4 - O sistema de administração financeira adotado pela empresa pode monitorar
efetivamente a discrepância real entre o desempenho e as metas alcançadas.
IG5 - A empresa enfatiza a capacidade inovadora e criativa de seus funcionários quando
realiza o recrutamento de pessoal.
IG6 - O sistema de recrutamento de pessoal adotado pela empresa é eficiente e eficaz.
IG7 - O método de avaliação de desempenho adotado pela empresa permite uma
avaliação por parte dos gerentes de projeto de quão longe a equipe alcançou ou deixou
de alcançar as metas traçadas pela empresa.
Inovação de
Produtos e
serviços
IS1 – A empresa muitas vezes desenvolve novos produtos e serviços bem aceitos pelo
mercado.
IS2 – A grande maioria dos lucros da empresa é gerada pelos novos produtos e serviços
que desenvolve.
IS3 – Os novos produtos ou serviços desenvolvidos pela empresa sempre despertam a
imitação por parte de seus concorrentes.
IS4 – A empresa muitas vezes pode lançar novos produtos e serviços mais rápido do
que seus concorrentes.
IS5 – A empresa tem uma melhor capacidade de desenvolver novos produtos ou
serviços do que seus concorrentes.
IS6 – A empresa sempre desenvolve novas habilidades para transformar produtos
antigos em novos para o mercado.
91
Inovação de
Processo
IP1 – A empresa muitas vezes tenta realizar procedimentos diferentes em suas
operações para apressar a realização de seus objetivos.
IP2 – A empresa sempre adquire novas habilidades ou equipamentos para melhorar seu
processo de fabricação ou processo de prestação de serviços.
IP3 – A empresa desenvolve um processo de fabricação ou prestação de serviços mais
eficiente.
IP4 – A empresa é flexível diante da fabricação de produtos ou prestação de serviços de
acordo com as demandas de seus clientes.
IP5 – Os procedimentos de fabricação ou prestação de serviços adotados pela empresa
sempre despertam a imitação de seus concorrentes.
Fonte: Adaptado de Liao, Fei e Chen (2007).
4.3.5 Desempenho organizacional
No constructo de desempenho organizacional, conforme proposta de Lizote, Verdinelli
e Silveira (2013a), os autores se fundamentam no trabalho de Gupta e Govindarajan (1984),
que realizam o levantamento dos dados correspondentes ao desempenho a partir de cinco
descritores. Destaca-se, ainda, que esses itens foram avaliados numa escala do tipo Likert com
sete pontos, que varia do (7) como “totalmente satisfeito” ao (1) “totalmente insatisfeito”.
Esta escala foi utilizada no contexto nacional, nas pesquisas realizadas por Malgueiro (2011);
Escobar (2012); Lizote, Verdinelli e Silveira (2013a); Lizote, Verdinelli e Silveira (2013b);
Lizote et al. (2014); Escobar, Verdinelli e Escobar (2014); Verdinelli e Lizote (2014) e Lizote
e Verdinelli (2015).
O Quadro 8 demonstra a escala utilizada para operacionalizar o constructo de
desempenho organizacional.
Quadro 8 - Escala para mensuração do constructo de desempenho organizacional
Constructo Itens
Desempenho
Organizacional
D1 – Lucratividade
D2 – Crescimento das vendas
D3 – Captação de clientes
D4 – Retenção de clientes
D5 – Faturamento mensal
D6 – Desempenho geral
Fonte: Adaptado de Lizote, Verdinelli e Silveira (2013a).
4.4 COLETA DE DADOS
Os dados para esta pesquisa empírica foram coletados com o auxílio de um
questionário estruturado, por meio do método de levantamento ou survey. As pesquisas de
92
levantamento consistem em um método para coleta de dados científicos quantitativos que, no
qual os dados podem ser coletados num ponto específico no tempo (CALAIS, 2007).
O instrumento de pesquisa esteve organizado em seis blocos. No primeiro,constamos
responsáveis pelas empresas incubadas que preencheram informações pessoais, incluindo
idade, gênero, grau de escolaridade, cidade em que atua, cargo ou função desempenhada na
empresa, tempo de serviço, setor em que trabalha na empresa, cidade em que atua, número de
colaboradores da empresa, área de atuação da empresa, área ocupada (em m²) pela empresa ou
incubação virtual, ano de ingresso na incubadora, ano de saída da incubadora, número de
produtos desenvolvidos na incubadora e o número de produtos e/ou serviços desenvolvidos
pela empresa.
No segundo bloco, foram levantados os dados pertinentes ao desempenho percebido
subjetivamente pelos gestores das empresas analisadas ao avaliarem seis indicadores em
relação aos seus concorrentes mais próximos a partir de uma escala do tipo Likert com sete
pontos que varia do (1), “totalmente insatisfeito”,a (7) “totalmente satisfeito”. Para Hoque
(2005), a mensuração do desempenho é utilizada como parâmetro de referência em pesquisas
com pequenas empresas devido à falta de dados objetivos confiáveis. Destaca-se que a escala
utilizada nesta pesquisa para operacionalizar o constructo de desempenho foi utilizada em
outros estudos no contexto nacional, tais como: Malgueiro (2011); Escobar (2012); Lizote,
Verdinelli e Silveira (2013ª); Lizote, Verdinelli e Silveira (2013b); Lizote et al. (2014);
Escobar, Verdinelli e Escobar (2014); Verdinelli e Lizote (2014) e Lizote e Verdinelli (2015).
No que tange ao terceiro bloco, a autoeficácia empreendedora foi mensurada pela
escala de De Noble, Jung e Ehrlich (1999), com 23 itens que utilizam uma escala Likert de
sete pontos, variando de um(1), “completamente incapaz”, a sete (7), “completamente capaz”.
Ressalta-se que alguns estudos empíricos utilizaram a escala de De Noble, Jung e Ehrlich
(1999) no Brasil, tais como as pesquisas realizadas por Lizote, Verdinelli e Silveira (2013a);
Lizote, Verdinelli e Silveira (2013b); Nascimento, Verdinelli e Lizote (2014); Nascimento,
Lizote e Verdinelli (2015a) e Nascimento, Lizote e Verdinelli (2015b).
O quarto bloco apresenta o levantamento das informações relacionadas ao constructo
da intenção empreendedora de Ajzen (1991), operacionalizado pela escala de Dakoumi e
Abdelwahed (2014), com as adaptações necessárias ao contexto das empresas incubadas,
objeto deste estudo. Esta contempla 18 afirmativas a partir de uma escala do tipo Likert de 7
pontos em que um(1) corresponde a “Discordo totalmente” e o sete (7) corresponde a
“Concordo totalmente”.
93
No quinto bloco, busca-se coletar dados relacionados ao constructo de capacidade de
inovação, operacionalizado pela escala de Liao, Fei e Chen (2007), tilizando uma escala do
tipo Likert de 7 pontos com 18 itens e suas respectivas dimensões. Destaca-se que essa escala
foi utilizada no contexto nacional por pesquisas anteriores, como as realizadas por Escobar
(2012); Escobar, Lizote e Verdinelli (2012a); Escobar, Lizote e Verdinelli (2012b);
Nascimento, Lizote e Verdinelli (2015).
Por fim, o sexto bloco deveria completar os 38 itens correspondentes à escala de
mensuração do índice de estilo cognitivo de Allinson e Hayes (1996, 2012). Os respondentes
poderiam optar por sentenças verdadeiras, falsas ou incertas. Neste último caso, o valor
atribuído é 1 e para as outras duas opções, de acordo com os procedimentos apresentados dos
autores, as respostas poderiam receber a pontuação 0 (incerta) e 2 (verdadeira). Nesse
contexto, as categorias possíveis se determinam em função da pontuação obtida do somatório
dos itens assinalados. E para a amostra final deste estudo, optou-se por classificar a pontuação
geral em dois grupos mensurados a partir dos scores obtidos no cálculo do Cognitive Style
Index (CSI) de Allison e Hayes (1996, 2012), conforme o Quadro 9.
Quadro 9 - Cálculo do Cognitive Style Index (CSI)
Dimensão Pontuação Classificação da pesquisa
Intuitiva 0 a 28 pontos 1 e 2 (Mais intuitivos)
Quase intuitiva 29 a 38 pontos
Adaptativa 39 a 45 pontos 3, 4 e 5 (Mais analíticos)
Quase analítica 46 a 52 pontos
Analítica 53 a 76 pontos
Fonte: Adaptado de Allison e Hayes (2012).
Entre as 68 empresas que responderam o instrumento de pesquisa, 30 gestores foram
classificados como intuitivos (CSI1 e 2) e 38 gestores como analíticos (CSI 3, 4 e 5).
O questionário foi direcionado aos responsáveis pelas empresas incubadas e graduadas
via correio eletrônico, com o auxílio da ferramenta do Google Docs, no período de dezembro
de 2014 a abril de 2015. Durante esse tempo, foram encaminhados 571 questionários às
empresas que compõem a população pesquisada. O resultado foi que 72 empresas
responderam ao instrumento de pesquisa, sendo que quatro questionários foram considerados
inválidos por apresentarem dados faltantes ou apontamentos de respostas únicas em todos os
itens. A amostra final compreendeu 68 empresas incubadas, que responderam corretamente ao
instrumento de pesquisa. O método de escolha das empresas pesquisadas adotado no estudo
94
foi de acessibilidade, ou seja, as empresas que se dispuseram a responder o instrumento de
pesquisa foram selecionadas para compor a amostra aleatória simples (BABBIE, 2003).
4.5 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS
Martins (2002, p. 55) ressalta que “nesta fase o investigador irá classificar os dados,
dando-lhes ordem e colocando-se nas diversas categorias, segundo critérios que facilitem a
análise e interpretação em face dos objetivos da pesquisa”. Na sequência, discorre-se sobre os
procedimentos adotados na análise dos dado se o design da pesquisa.
4.5.1 Análise dos dados quantitativos
Na análise dos dados,utilizou-se a técnica de Modelagem de Equações Estruturais com
o auxílio do método dos Mínimos Quadrados Parciais (SEM-PLS), com base em uma matriz
de correlação,para o caso de não ocorrer a normalidade dos dados (CHIN, 1998; HAIR et al.,
2014), a partir da utilização do software SmartPLS.
Na sequência, estabeleceu-se critérios para a validade, confiabilidade e ajustes dos
modelos, sendo que para a confiabilidade foram observados indicadores de consistência
interna e a confiabilidade composta através dos indicadores alpha de Cronbach (valores entre
0,6 e 0,7),a qual assume que todos os indicadores são igualmente confiáveis, e a
Confiabilidade Composta (valores entre 0,7 e 0,9), uma medida mais conservadora e menos
sensível a quantidades reduzidas de indicadores. Na validação, buscou-se identificar a
validade convergente e discriminante. Em seguida, observou-se a explicação do modelo com
o auxílio do coeficiente de determinação (R²) e outros indicadores de qualidade de ajuste.
Para a validade convergente (Variância Média Extraída – AVE), que observa a medida
em que as variáveis do modelo são explicadas, à medida que se correlacionam positivamente
com outras medidas de mensuração do mesmo constructo e quando analisadas em conjunto,
buscam explicá-lo. Nessa situação, verifica-se a carga fatorial de cada item para que fique
acima de 0,708, considerando-se os valores menores desde que a explicação geral do
constructo alcance 50%.
95
Na validade discriminante, que corresponde à medida em que os constructos estão
diferentes, ou seja, aquilo que de fato se pretende mensurar, utilizou-se o critério de Fornel-
Lacker, que estima a raiz quadrada da AVE do constructo, para que esta seja superior a
qualquer correlação deste com outros constructos do modelo e, ainda, a correlação dos itens
como sendo maior sem suas dimensões do que sua correlação com os outros constructos com
o auxílio da técnica do Crossloadings.
Para ajuste do modelo, foi observada a significância das relações entre as variáveis
através da técnica de bootstrapping ou reamostragem, por meio de testes de t de student com
critério de aceitação a 10% (t ≥ 1,67, p ≤ 0,10), observados os indicadores de Stone-Geisser
para validade preditiva (Q2), e indicador de Cohen (f2), que observa o tamanho do efeito do
construto no modelo (HAIR et al., 2014). O Q2 deve ser maior que zero, e o f2 possui como
parâmetros 0,02, 0,15 e 0,35 para indicadores de baixo, médio e alto efeitos respectivamente.
Também foi considerado o índice de adequação do modelo (Goodenes of Fit, GoF), obtido
por meio da média geométrica entre o R² médio (adequação do modelo estrutural) e a AVE
média. Esse indicador é considerado adequado pelas ciências sociais aplicadas quando ocorre
acima de 0,36 (HAIR et al., 2014). O Quadro 10 demonstra a síntese dos ajustes do modelo
estrutural no SmartPLS.
Quadro 10 - Síntese dos ajustes do modelo estrutural no SmartPLS
Indicador Propósito Valores referenciais/ critério Referências
1.1 AVE Validade convergente AVE > 0,50 (HENSELER;
RINGLE;
SINKOVICS,
2009).
1.2 Cargas cruzadas Validade discriminante Valores das cargas maiores nas
variáveis latentes originais do que
em outras
(CHIN, 1998).
1.2 Critério de Fornell
e Larcker –
Correlação
Desatenuada
Validade discriminante Compara-se as raízes quadradas
dos valores das AVEs de cada
constructo com as correlações (de
Pearson) entre os constructos (ou
variáveis latentes). As raízes
quadradas das AVEs devem ser
maiores que as correlações dos
constructos
(FORNELL;
LARCKER,
1981).
1.3 Alfa de Cronbach
e Confiabilidade
Composta
Confiabilidade do modelo AC > 0,70
CC > 0,70
(HAIR et al.,
2014).
1.4 Teste t de Student Avaliação das
significâncias das
correlações e regressões
t ≥ 1,96 ou
10% (t ≥ 1,67, p ≤ 0,10)
(HAIR et al.,
2014).
2.1 Avaliação dos
Coeficientes de
Determinação de
Avaliam a porção da
variância das variáveis
endógenas, que é
Para a área de ciências sociais e
comportamentais, R2=2% seja
classificado como efeito pequeno,
(COHEN, 1988).
96
Pearson (R²) explicada pelo modelo
estrutural
R2=13% como efeito médio e
R2=26% como efeito grande.
2.2Tamanho do efeito
(f²) ou Indicador de
Cohen
Avalia-se quanto cada
constructo é “útil” para o
ajuste do modelo
Valores de 0,02, 0,15 e 0,35 são
considerados pequenos, médios e
grandes.
(HAIR et al.,
2014).
2.4 Validade Preditiva
(Q²) ou Indicador de
Stone-Geisser
Avalia a acurácia do
modelo ajustado
Q² > 0 (HAIR et al.,
2014).
2.5 Goodness of Fit
(GoF)
É um escore da qualidade
global do modelo
ajustado
GoF >0,36 (TENENHAUS et
al., 2005);
(WETZELS,
ODEKERKEN-
SCHROEDER,
2009).
2.6 Coeficiente de
Caminho (Г)
Avaliação das relações
causais
Interpretação dos valores à luz da
teoria
(HAIR et al.,
2014).
Fonte: Adaptado de Ringle, Silva e Bido (2014, p. 72).
4.5.2 Design da pesquisa
A Figura 7 discorre sobre o design da pesquisa em que estão sistematizados a pergunta
de pesquisa; os objetivos do estudo; os constructos e suas dimensões de estudo; e as hipóteses
para fornecer os subsídios conceituais desta pesquisa.
97
Figura 7 - Design da pesquisa
Fonte: Elaboração própria.
98
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Nesta seção serão apresentados os resultados alcançados neste estudo. A seção inicia-
se com a caracterização da amostra, posteriormente, serão apresentados os procedimentos da
Análise Fatorial Confirmatória (AFC) e a apresentação dos indicadores de adequação do
modelo estrutural proposto para a comparação das escalas.
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
Este tópico inicia com a apresentação das características das empresas incubadas. Na
sequência, aborda-se o perfil dos respondentes do instrumento de pesquisa. Por fim, discorre-
se sobre os gestores das incubadoras que foram entrevistados.
5.1.1 Empresas incubadas
Com relação às empresas incubadas analisadas, buscou-se analisar o tempo médio de
incubação, as cidades em que atuam, a área de atuação, o número de colaboradores, a área
ocupada na incubadora, bem como os produtos e/ou serviços ofertados. Quanto ao tempo
médio de incubação das empresas graduadas analisadas, este correspondeu há 2,8 anos. A
Tabela 2 demonstra a cidade e a área de atuação das empresas analisadas.
Tabela 2 - Cidade e área de atuação das empresas incubadas
Cidade em que
atua Nº de resp. (%) Área de atuação Nº de resp. (%)
Blumenau 3 4% Automação industrial 1 1%
Balneário
Camboriú 1 1% Biotecnologia 1 1%
Brusque 1 1% Cosméticos 1 1%
Caçador 1 1% Comércio exterior 2 3%
Criciúma 3 4% E-commerce 3 4%
Chapecó 8 12% Educação 3 4%
Florianópolis 6 9% Engenharia ambiental 3 4%
Ibirama 1 1% Engenharia elétrica 1 1%
99
Itajaí 4 6% Design 1 1%
Jaraguá do Sul 3 4% Desenvolvimento software 16 24%
Joinville 7 10% Desenvolvimento de projetos 1 1%
Joaçaba 1 1% Financeira 1 1%
Mafra 1 1% Moda 2 3%
Palhoça 3 4% Tecnologia da informação 7 10%
Rio do Sul 13 19% Têxtil 1 1%
Rio Negrinho 1 1% Indústria 5 7%
São Bento do Sul 7 10% Informática e Internet 3 4%
Tijucas 1 1% Marketing digital 2 3%
Tubarão 1 1% Metal mecânico 3 4%
Não mencionaram 2 3% P&D Produtos eletrônicos 1 1%
Projetos de estruturas metálicas 1 1%
Prospecção de serviços 1 1%
Publicidade e propaganda 2 3%
Recursos humanos 1 1%
Tratamento de efluentes 1 1%
Não mencionaram 4 6%
Total 68 100% Total 68 100%
Fonte: Dados da pesquisa.
Observa-se, na Tabela 2, que as empresas incubadas se concentram na cidade de Rio
do Sul (19%), sendo que nesta cidade reside também a incubadora do GTEC. Na segunda
posição em relação à concentração de empresas, tem-se a cidade de Chapecó (12%), onde
reside a incubadora a INCTECh e Pré-incubado do Oeste em Chapecó. Na terceira posição
aparecem as cidades de São Bento do Sul (10%) e Joinville (10%), nas quais residem as
incubadoras ITFETEP, INOVAPARQ e SOFTVILLE.
Em relação à área de atuação das empresas, percebe-se que o portfólio de atuação é
diversificado, porém se percebe a concentração também de empresas que atuam na área de
tecnologia, na atividade de desenvolvimento de software (24%) e tecnologia da informação
(10%), seguidas das empresas que atuam na indústria (7%).
A Tabela 3 exibe o número de colaboradores que as empresas possuem, bem como a
área ocupada por elas nas incubadoras.
100
Tabela 3 - Número de colaboradores nas empresas incubadas pesquisadas
Qual o número de
colaboradores da empresa? Nº de resp. (%)
Área ocupada
(em m²) pela
empresa ou
incubação
virtual?
Nº de resp. (%)
1 colaborador 6 9% 0 a 15 m² 18 26%
2 colaboradores 12 18% 16 a 50 m² 25 37%
3 a 5 colaboradores 22 32% 51 a 80 m² 5 7%
6 a 10 colaboradores 11 16% 81 a 120 m² 5 7%
11 a 16 colaboradores 3 4% 121 a 200 m² 3 4%
17 a 20 colaboradores 1 1% 201 a 450 m² 2 3%
Mais de 21 colaboradores 3 4% Mais de 451 m² 1 1%
Não possuem 6 9% Virtual 6 9%
Não mencionaram 4 6% Não mencionaram 3 4%
Total 68 100% Total 68 100%
Fonte: Dados da pesquisa.
De acordo com a Tabela 3, constata-se que as empresas incubadas possuem, em sua
maioria, de 3 a 5 colaboradores (32%), algumas com dois colaboradores (18%) e outras com 6
a 10 colaboradores (16%). Em relação à área que ocupam na incubadora, percebe-se que 37%
ocupam uma área que vai de 16 a 50 m².
A Tabela 4 aborda os produtos e/ou serviços desenvolvidos nas incubadoras pelas
empresas analisadas.
Tabela 4 - Número de produtos e serviços desenvolvidos na incubadora Nº de produtos
desenvolvidos na
incubadora
Nº de resp. (%)
Nº de serviços
desenvolvidos na
incubadora
Nº de resp. (%)
Nº de produtos e/ou
serviços desenvolvidos pela
empresa
Nº de resp.
(%)
1 produto 14 21% 1 serviço 9 9% 1 produto e/ou serviço 11 17%
2 produtos 12 11% 2 serviços 9 13% 2 produtos e/ou serviços 11 19%
3 produtos 3 4% 3 serviços 7 8% 3 produtos e/ou serviços 6 6%
4 a 7 produtos 3 6% 4 a 7 serviços 9 15% 4 a 7 produtos e/ou serviços 16 23%
8 a 10 produtos 2 2% 8 a 10 serviços 1 2% 8 a 10 produtos e/ou serviços 8 11%
Mais de 10 produtos 6 9% Mais de 10
serviços 4 6%
Mais de 10 produtos e/ou
serviços 14 21%
Não mencionaram 28 47% Não mencionaram 29 47% Não mencionaram 2 4%
Total 68 100% Total 68 100% Total 68 100%
Fonte: Dados da pesquisa.
101
Com base nas informações apresentadas na Tabela 4, observa-se que 21% das
empresas possuem um produto desenvolvido na incubadora e 11% possuem cerca de dois
produtos desenvolvidos atualmente. Em relação ao número de serviços desenvolvidos,
percebe-se que 15% apresentam de quatro a sete (13%) serviços desenvolvidos na incubadora.
Por fim, as empresas analisadas desenvolveram de quatro a sete produtos e/ou serviços na
incubadora (23%).
5.1.2 Perfil dos respondentes
Para determinar o perfil das pessoas que responderam ao instrumento de pesquisa,
buscou-se analisar o gênero e a idade média dos respondentes, bem como grau de
escolaridade que possuem e o cargo que ocupam na empresa.
Em relação ao gênero, verificou-se que 87% pertencem ao gênero masculino e 13% ao
gênero feminino e possuem uma idade média de 43 anos e desvio padrão de 8,9971. Na
sequência, a Tabela 5 apresenta a escolaridade dos respondentes.
Tabela 5 - Grau de escolaridade dos respondentes
Grau de escolaridade Nº resp. (%)
Ensino Médio 1 1%
Ensino Técnico 5 7%
Ensino Superior - Completo 25 37%
Ensino Superior - Incompleto 6 9%
Pós-graduação - Nível de Especialização - Completa 15 22%
Pós-graduação - Nível de Especialização - Incompleta 3 4%
Pós-graduação - Nível de Mestrado - Completa 9 13%
Pós-graduação - Nível de Mestrado - Incompleta 2 3%
Pós-graduação – Nível de Doutorado 2 3%
Total 68 100%
Fonte: Dados da pesquisa.
Observa-se, na Tabela 5, a predominância de respondentes com nível superior
completo (37%), seguida por pessoas com pós-graduação em nível de especialização
completa (22%) e incompleta (4%). A Tabela 6 explicita o cargo ou função ocupada pelo
respondente nas empresas incubadas analisadas.
102
Tabela 6 - Cargo ou função desempenhada na empresa
Cargo ou função desempenhada na empresa Nº resp. (%)
Administrador 7 10%
Auxiliar administrativo 2 3%
Analista de Sistemas 1 1%
CEO 4 6%
Diretor 21 31%
Diretor administrativo 2 3%
Diretor comercial 7 10%
Diretor financeiro 1 1%
Diretor executivo 1 1%
Diretor técnico 5 7%
Diretor de projetos 2 3%
Departamento de Compras 1 1%
Engenheiro 1 1%
Sócio-proprietário 13 19%
Total 68 100%
Fonte: Dados da pesquisa.
Em linhas gerais, percebe-se que os respondentes são os gestores das empresas
analisadas, uma vez que predominam as funções de diretor (31%) e Sócio-proprietário (19%).
5.2 ANÁLISE FATORIAL CONFIRMATÓRIA
Nesta seção, apresentam-se os resultados da validade nomológica da comparação das
escalas da presente pesquisa, a partir do modelo conceitual proposto com base na Análise
Fatorial Confirmatória (AFC).
O modelo proposto para comparação das escalas foi testado por meio da Modelagem
de Equações Estruturais baseada em variância (VB_SEM) a partir de modelos de estimação
de ajuste de mínimos quadrados parciais (Partial Least Square – PLS) (RINGLE; SILVA;
BIDO, 2014) para análise da amostra com base em matriz de correlação, dada a possibilidade
de não ocorrer a normalidade dos dados (CHIN, 1998; HAIR JR. et al., 2014), com utilização
do software Smart PLS 2.0 M3(RINGLE; WENDE; WILL, 2010).
Para realizar uma análise dos relatórios fornecidos pelo software Smart PLS, Hair et
al. (2014) e Silva (2015) recomendam algumas etapas para os ajustes e validação do modelo
estrutural, conforme a Figura 8.
103
Figura 8 - Etapas para validação e ajustes do modelo estrutural proposto
Fonte: Adaptado Silva (2015).
A Figura 8 explicita as etapas percorridas na consecução da análise dos resultados do
presente estudo, conforme apontado por Hair et al. (2014) e Silva (2015) para aplicação da
Análise Fatorial Confirmatória (AFC).
5.2.1 Primeira etapa
Na primeira etapa, buscou-se a estimação do modelo estrutural proposto no software
Smart PLS 2.0 M3 com todos os 66 itens de cada constructo da escala original, sendo eles:
Intenção Empreendedora conforme Ajzen (1991), Autoeficácia Empreendedora segundo De
Noble, Jung e Ehrlich (1999), Capacidade de Inovação de acordo com Liao, Fei e Chen
(2007) e desempenho de Gupta e Govindarajan (1984). E, ainda, o constructo do Estilo
Cognitivo mensurado pelo Índice de Estilo Cognitivo (CSI) de Allinson e Hayes (1996,
2012).
104
5.2.2 Segunda etapa
Na segunda etapa, foram retirados os itens com carga inferior a 0,70 que precisaram
ser eliminados para que o modelo conceitual possa ficar com cargas na condição ideal,
conforme Hair et al. (2014) ou por cargas cruzadas em outras variáveis diferentes das suas
respectivas dimensões, conforme a Tabela 7.
Tabela 7 - Itens retirados do modelo estrutural proposto
Itens Qtde de Casos Média Desvio padrão
Rodada de exclusão e
Carga fatorial obtida Mínimo Máximo
AE_DN4 68 5,603 1,271 3a rodada 0,787 2 7
AE_DN5 68 5,838 1,334 2a rodada 0,839 1 7
AE_DN6 68 4,985 1,419 2a rodada 0,781 1 7
AE_I4 68 5,750 1,460 1a rodada 0,854 1 7
CI_IG1 68 5,206 1,451 2a rodada 0,701 1 7
CI_IS3 68 4,676 1,578 2a rodada 0,609 1 7
EI_ARC5 68 6,176 1,221 2a rodada 0,641 1 7
EI_CCP1 68 4,368 1,495 2a rodada 0,609 1 7
Fonte: Dados da pesquisa.
Observa-se, na Tabela 7, que os itens retirados do modelo estrutural original
correspondem à verificação da validade discriminante, em que se analisam as cargas fatoriais
de cada variável do modelo estrutural e identificam-se aquelas que obtêm carga inferior a 0,7
ou que carregam cargas mais altas em outras variáveis.
O primeiro item retirado do modelo estrutural foi a variável AE_DN4, “Eu posso
projetar produtos que resolvam os problemas atuais”, que obteve a carga fatorial de 0,787,
porém esta variável aumentou a carga fatorial em outra variável a AE_ON3, “Posso formular
um conjunto de ações rápidas em busca de oportunidades” (0,807). Sendo assim, optou-se
por excluir a variável AE_DN4 na 3a rodada do software PLS.
O segundo item excluído do modelo estrutural foi a variável AE_DN5, “Posso criar
produtos que satisfaçam as necessidades dos clientes”, com carga fatorial 0,839, porém essa
variável Mudanças Inesperadas atingiu carga fatorial similar de0,832, sendo assim, realizou-
se a exclusão da variável na 2a rodada do software PLS.
No terceiro item excluído, tem-se a variável AE_DN6, “Eu posso trazer conceitos de
produtos para o mercado em tempo hábil” (0,781), sendo que a carga fatorial na variável
AE_ON3, “Posso formular um conjunto de ações rápidas em busca de oportunidades”
105
(0,909), ou seja, obteve carga fatorial maior do que na própria dimensão. Desse modo, optou-
se por excluir a variável AE_DN6 na 2a rodada do software PLS.
A quarta exclusão compreende a variável AE_I4, “Eu posso formar parceria ou
alianças com os outros”, que obteve carga fatorial de 0,8541 na 1a rodada do PLS. Constatou-
se que esta variável também carregou uma carga fatorial maior (0,8679) no item Objetivo do
Negócio. Neste caso, optou-se pela exclusão desta variável na 1ª rodada do software PLS.
A quinta exclusão corresponde à variável CI_IG1, “Em nossa empresa se muda a
divisão do trabalho de acordo com as necessidades de gestão do mercado”, com carga
fatorial de 0,701, que apresentou carga fatorial mais elevada (0,757) na variável “A empresa
muitas vezes tenta realizar procedimentos diferentes em suas operações para apressar a
realização de seus objetivos”. Desta forma, realizou-se a exclusão desta variável na 2a rodada
do software.
As demais variáveis excluídas do modelo estrutural, por apresentarem carga abaixo de
0,70, foram CI_IS3, “Os novos produtos ou serviços desenvolvidos pela empresa sempre
despertam a imitação por parte de seus concorrentes”, com carga 0,6096, variável EI_ARC5,
“Entre várias opções, eu preferiria ser um empreendedor” (0,641), e a variável EI_CCP1,
“Iniciar uma empresa e mantê-la funcionando é fácil para mim” (0,609), sendo todas
excluídas na 2a rodada do software.
5.3.3 Terceira etapa
Na terceira, tem-se a estimativa geral do modelo conceitual, após a retirada dos itens
para ajuste do modelo. Na Tabela 8, apresentam-se as médias, desvio padrão, teste de
normalidade (Kolmogorov-Smirnov Z e Normalidade), valores máximos e mínimos dos itens
restantes, bem como suas dimensões analisadas.
Tabela 8 - Itens restantes no modelo estrutural
Item Qtde
casos Média
Desvio
padrão
Kolmogorov-
Smirnov Z Normalidade Mínimo Máximo
Variável
1º ordem
Variável
2º ordem
D1 63 3,492 1,544 1,181 0,123 1 7
Desempenho Desempenho
D2 63 3,778 1,755 1,473 0,026 1 7
D3 63 3,968 1,665 1,301 0,068 1 7
D4 63 4,460 1,882 1,383 0,044 1 7
D5 63 3,317 1,564 1,205 0,109 1 7
D6 63 4,079 1,440 1,350 0,052 1 7
AE_DN1 68 5,456 1,251 2,236 0,000 2 7 Desenvolvimento
novos produtos
Autoeficácia
empresarial AE_DN2 68 5,559 1,309 2,786 0,000 1 7
106
AE_DN3 68 5,382 1,506 1,797 0,003 1 7
AE_DN7 68 5,029 1,545 1,332 0,058 1 7
AE_I1 68 5,265 1,482 1,689 0,007 1 7
Ser inovador AE_I2 68 5,603 1,271 2,102 0,000 1 7
AE_I3 68 5,294 1,339 2,142 0,000 1 7
AE_ON1 68 5,662 1,472 1,962 0,001 1 7 Objetivo de
negócio AE_ON2 68 5,485 1,387 2,163 0,000 1 7
AE_ON3 68 5,162 1,356 1,670 0,008 1 7
AE_RH1 68 5,103 1,416 1,347 0,053 2 7
Recursos humanos AE_RH2 68 4,868 1,303 2,153 0,000 1 7
AE_RH3 68 4,809 1,307 1,450 0,030 2 7
AE_RI1 68 5,029 1,602 1,759 0,004 1 7 Relações com investidores AE_RI2 68 4,676 1,540 2,020 0,001 1 7
AE_RI3 68 4,515 1,440 1,452 0,030 1 7
AE_MI1 68 5,191 1,448 1,625 0,010 1 7 Mudanças
inesperadas AE_MI2 68 5,176 1,445 1,900 0,001 1 7
AE_MI3 68 5,794 1,410 2,298 0,000 1 7
EI_I2 68 6,118 1,252 2,382 0,000 1 7 Intenção
empreendedora VL
Intenção
empreendedora
EI_I3 68 5,794 1,399 2,301 0,000 2 7
EI_ARC1 68 5,706 1,436 2,124 0,000 1 7 Atitude em relação
ao comportamento EI_ARC2 68 6,029 1,371 2,355 0,000 1 7
EI_ARC4 68 6,088 1,368 2,404 0,000 1 7
EI_CCP2 68 5,515 1,299 1,808 0,003 1 7
Controle do
comportamento
EI_CCP3 68 5,676 1,471 2,052 0,000 1 7
EI_CCP4 68 5,559 1,520 2,397 0,000 1 7
EI_CCP5 68 5,412 1,448 2,028 0,001 1 7
EI_CCP6 68 5,662 1,277 2,195 0,000 1 7
EI_NS1 68 5,412 1,586 2,163 0,000 1 7
Normas subjetivas EI_NS3 68 5,574 1,469 2,154 0,000 1 7
EI_NS2 68 5,588 1,595 2,174 0,000 1 7
EI_NS4 68 5,544 1,470 2,338 0,000 1 7
CI_IG2 68 5,221 1,413 1,970 0,001 1 7
Inovação gerencial
Capacidade de
inovação
CI_IG3 68 5,632 1,583 1,849 0,002 1 7
CI_IG4 68 4,691 1,576 1,489 0,024 1 7
CI_IG5 68 5,132 1,656 1,405 0,039 1 7
CI_IG6 68 4,603 1,527 1,523 0,019 1 7
CI_IG7 68 4,485 1,430 1,815 0,003 1 7
CI_IS1 68 4,941 1,563 1,462 0,028 1 7
Inovação em
produtos e serviços
CI_IS2 68 4,632 1,629 1,135 0,152 1 7
CI_IS4 68 4,471 1,398 1,572 0,014 1 7
CI_IS5 68 4,632 1,392 1,344 0,054 1 7
CI_IS6 68 4,838 1,522 1,319 0,062 1 7
CI_IP1 68 5,103 1,384 1,453 0,029 1 7 Inovação em
processos CI_IP2 68 5,397 1,437 1,462 0,028 1 7
107
CI_IP3 68 5,235 1,340 1,729 0,005 1 7
CI_IP4 68 5,456 1,501 1,652 0,009 1 7
CI_IP5 68 4,559 1,652 1,717 0,005 1 7
Fonte: Dados da pesquisa.
Na Tabela 8, verificam-se os itens que compõem o modelo conceitual proposto, após
as três rodadas realizadas pelo software Smart PLS, em que se observaram os valores das
cargas fatoriais “uma a uma” ao se realizar a exclusão dos itens mencionados na Tabela 10 e
rodando o PLS novamente e conferindo os relatórios fornecidos pelo software, conforme
indicado por Hair et al. (2014) e Silva (2015). Ressalta-se que cada item mencionado na
Tabela 8 tem sua descrição detalhada no capítulo 4, metodologia da pesquisa.
Cabe mencionar ainda que as variáveis que compõem o modelo estrutural apresentam,
em linhas gerais, uma situação normal, uma vez que a maioria das variáveis analisadas obteve
valor inferior a 5%, o que caracteriza uma situação de normalidade.
Nesse contexto, o modelo estrutural proposto apresenta uma condição ideal, uma vez
que todas as cargas são maiores que 0,70; assim,sugere-se na sequência a análise dos valores
relativos a AVE.
5.3.4 Quarta etapa
A seguir, na quarta etapa, apresenta-se a validade convergente, Alfa de Cronbach
(AC), a Confiabilidade Composta (CC) e Goodness of Fit (GoF). A Validade Convergente
(VC) é calculada por meio da Variância Média Extraída – AVE (Average Variance
Extracted). De acordo com Henseler, Ringle e Sinkovisc (2009) apud Silva (2015), essa
validade corresponde à porção dos dados, em suas respectivas variáveis, para explicar quanto
cada uma das variáveis observadas se correlaciona positivamente com seus respectivos
constructos. Em linhas gerais, quando o valor da AVE é maior que 0,5, entende-se que o
modelo converge a um resultado satisfatório de acordo com o critério de Fornell e Larcker
(HAIR Jr. et al., 2014; SILVA, 2015).
Para aferir a consistência interna do modelo estrutural, utiliza-se o Alfa de Cronbach
(AC) e a Confiabilidade Composta (CC); estes são utilizados para avaliar se a amostra está
livre de vieses ou analisar se as respostas em seu conjunto são confiáveis (SILVA, 2015). Para
AC,os valores entre 0,60 e 0,70 são considerados adequados em pesquisas exploratórias, e
para a CC, os valores de 0,70 e 0,90 são considerados satisfatórios (HAIR et al., 2014;
108
SILVA, 2015). De acordo com Babbie (1992), o AC expressa a fiabilidade do questionário e
os valores deste índice podem ser interpretados da seguinte maneira: para uma classificação
muito alta, os valores devem variar entre 0,90 e 1,00; para uma classificação alta, os valores
devem variar entre 0,70 e 0,89; para uma classificação moderada, o intervalo deve ser entre
0,30 e 0,69; e em uma baixa classificação, os valores são inferiores a 0,30.
A Tabela 9 demonstra os indicadores de ajuste do modelo conceitual com relação aos
valores para as AVE de cada constructo, bem como a Confiabilidade Composta, oR2, o Alfa
de Cronbach, a Comunalidade e a Redundância.
Tabela 9 - Indicadores de ajuste, validade convergente e confiabilidade
Variáveis
AVE
Confiabilidade
composta (CC) R2
Alfa de
Cronbach
(AC)
Comunalidade Redundância
Autoeficácia Empreendedora - - - - - -
Desenvolvimento de novos produtos 0,789 0,937 0,753 0,910 0,789 0,593
Ser inovador 0,858 0,948 0,515 0,917 0,858 0,440
Objetivo do negócio 0,833 0,937 0,862 0,899 0,833 0,715
Recursos humanos 0,819 0,932 0,740 0,890 0,819 0,606
Relações com investidores 0,851 0,945 0,565 0,912 0,851 0,480
Mudanças inesperadas 0,839 0,940 0,698 0,904 0,839 0,584
Desempenho 0,754 0,948 0,165 0,934 0,754 0,097
Capacidade de Inovação - - 0,390 - - -
Inovação de processos 0,746 0,936 0,902 0,913 0,746 0,672
Inovação de produtos 0,669 0,910 0,721 0,876 0,669 0,475
Inovação gerencial 0,690 0,930 0,783 0,910 0,690 0,539
Intenção Empreendedora - - 0,442 - - -
Atitude em relação ao comportamento 0,801 0,923 0,716 0,875 0,801 0,568
Controle do comportamento percebido 0,752 0,938 0,747 0,916 0,752 0,558
Normas subjetivas 0,860 0,961 0,513 0,946 0,860 0,441
Intenção empreendedora_VL 0,732 0,844 0,399 0,650 0,732 0,280
Legenda: *GoF=0,711 Média das AVEs=0,774 Média R2=0,648
Fonte: Dados da pesquisa.
De acordo com a Tabela 9, observa-se que o modelo conceitual testado apresentou
AVEs superiores ao mínimo exigido (AVE > 0,50), indicadores de Confiabilidade Composta
com valores acima de 0,80,considerados satisfatórios conforme a literatura, e os Alfa de
Conbrach considerados satisfatórios, uma vez que variam de0,65 a 0,94, adequados em
pesquisas exploratórias e, em sua maioria, com carga acima de 0,90, classificada como alta
por Babbie (1992).
109
Cabe mencionar que os constructos Autoeficácia Empreendedora, Capacidade de
Inovação e Intenção Empreendedora caracterizam-se por variáveis multidimensionais
formadas por outras variáveis, portanto, não possuem indicadores de AVE, Confiabilidade
Composta (CC), Alfa de Cronbach (AC), Comunalidade e Redundância, conforme menciona
Hair et al. (2014). Entretanto, o constructo Desempenho com natureza unidimensional, ou
seja, que não é formado por outras variáveis, apresenta os valores para esses indicadores.
Ressalta-se que o constructo com maior poder de explicação do modelo foi a Intenção
Empreendedora, com 44,2%, seguido da Capacidade de Inovação, com 39%, e Desempenho e
Autoeficácia Empreendedora, que obtiveram variação de 16,5%.
O Goodness of Fit (GoF) representa o ajustamento do modelo estrutural que
corresponde a uma medida geométrica da raiz quadrada do produto de dois indicadores, sendo
eles o R2 médio (Modelo Estrutural) e a média ponderada das AVE (Modelo de Mensuração)
(TENENHAUS et al., 2010; RINGLE; SILVA; BIDO, 2014). Conforme Wetzels, Odekerken-
Schröder e Oppen (2009), para a avaliação desse indicador, entende-se como adequado para
as áreas de ciências sociais e do comportamento o valor de 0,36. Verifica-se, neste estudo,
que o valor do médio R2 (0,648) e a média das AVE ficou em 0,774, o que gerou um valor do
GoF de 0,711, que revela um resultado acima de um mínimo de 0,36 nas ciências sociais
(WETZELS, ODEKERKEN-SCHRÖDER; OPPEN, 2009), o que demonstra uma boa
qualidade de ajuste do modelo estrutural.
5.3.5 Quinta etapa
A quinta etapa aborda o coeficiente de determinação de Pearson (R2) e a validade
discriminante. A análise do Coeficiente de Determinação de Pearson (R2) avalia a porção da
variância das variáveis endógenas, explicada pelo modelo estrutural, que indica a qualidade
do modelo ajustado, sendo sua interpretação para os valores de 0,75 substancial, de0,50
moderado e de0,25 fraco para as ciências exatas (HAIR et al., 2014; SILVA, 2015). Para a
área das ciências sociais e comportamentais, sugerem-se os valores de R2,em que 0,67 é
considerado um modelo substancial, 0,33 moderado e 0,19 franco (CHIN, 1998).
Na Tabela 3, apresentam-se os valores calculados no estuado para o Coeficiente de
Determinação de Pearson (R2) e percebe-se que em sua maioria foram superiores a 0,67,
sendo classificado como substancial, conforme indicado para a área de ciências sociais e
comportamentais (CHIN, 1998).
110
Quanto à Validade Discriminante (VD), esta corresponde ao Cross Loading, ou seja,
aos indicadores com cargas fatoriais mais altas nas suas respectivas variáveis latentes (ou
constructos). Conforme explicita o critério de Fornell e Larcker, deve-se comparar as raízes
quadradas dos valores das AVEs de cada constructo com as correlações de Pearson entre os
constructos. Nesse critério, as raízes quadradas das AVEs devem ser maiores que as
correlações dos constructos analisados, uma vez que a VD indica até que ponto os constructos
ou variáveis latentes são independentes uns dos outros (HAIR et al., 2014; SILVA, 2015).
Na sequência, a Tabela 10 apresenta as análises dos cross loadings, ou seja, dos
indicadores de Validade Discriminante (VD) do modelo estrutural, com a comparação da raiz
quadrada das AVEs de cada constructo versus a correlação com os demais constructos.
111
Tabela 10 - Indicadores de Validade Discriminante
Variáveis
Atitude em
relação ao
comportamento
Controle do
comportamento
percebido
Desempenho
Desenvolvimento
de novos
produtos
Inovação
de
processos
Inovação
de
produtos
Inovação
gerencial
Intenção
empreendedora_VL
Mudanças
inesperadas
Normas
subjetivas
Objetivo
do
negócio
Recursos
humanos
Relações
com
investidores
Ser
inovador
Atitude em relação ao comportamento *0,895
Controle do comportamento percebido 0,650 *0,867
Desempenho 0,300 0,227 *0,868
Desenvolvimento de novos produtos 0,469 0,525 0,354 *0,888
Inovação de processos 0,420 0,534 0,314 0,607 *0,864
Inovação de produtos 0,401 0,366 0,359 0,513 0,778 *0,818
Inovação gerencial 0,363 0,541 0,346 0,532 0,768 0,562 *0,831
Intenção empreendedora_VL 0,587 0,444 0,181 0,187 0,311 0,375 0,190 *0,856
Mudanças inesperadas 0,552 0,525 0,254 0,629 0,500 0,409 0,439 0,246 *0,916
Normas subjetivas 0,441 0,403 0,269 0,431 0,173 0,165 0,171 0,300 0,362 *0,927
Objetivo do negócio 0,569 0,571 0,335 0,813 0,578 0,458 0,546 0,275 0,709 0,552 *0,912
Recursos humanos 0,542 0,418 0,261 0,741 0,527 0,418 0,547 0,140 0,664 0,331 0,740 *0,905
Relações com investidores 0,399 0,421 0,199 0,544 0,413 0,278 0,443 0,171 0,581 0,451 0,675 0,581 *0,922
Ser inovador 0,508 0,397 0,140 0,475 0,391 0,143 0,374 0,128 0,593 0,368 0,647 0,536 0,404 *0,926
Legenda: (*) os valores em negrito representam a raiz quadrada das AVEs.
Fonte: Dados da pesquisa.
A Tabela 10 demonstra que cada variável em negrito, que corresponde à raiz quadrada das AVEs, obteve maior carga fatorial do que
aquelas que se encontram na mesma linha ou coluna. Essa informação demonstra que as variáveis analisadas explicam mais de 50% o constructo
as quais pertencem.
De maneira complementar, optou-se por demonstrar a análise à Validade Discriminante evidenciada na Tabela 10, também pela Tabela
11, onde se pode realizar a análise das cargas cruzadas dos itens dos constructos versus nos demais constructos (cross loadings).
112
Tabela 11 -Análise cross loading – cargas cruzadas dos constructos x demais constructos
Item
Atitude em
relação ao comportamento
Controle do
comportamento percebido
Desempenho
Desenvolvimento
de novos produtos
Inovação
de processos
Inovação
de produtos
Inovação
gerencial
Intenção
empreendedora_VL
Mudanças
inesperadas
Normas
subjetivas
Objetivo
do negócio
Recursos
humanos
Relações
com investidores
Ser
inovador
AE_DN1 0,431 0,496 0,255 0,918 0,522 0,462 0,477 0,195 0,542 0,379 0,728 0,633 0,468 0,372
AE_DN2 0,431 0,490 0,315 0,907 0,528 0,432 0,491 0,199 0,643 0,341 0,725 0,656 0,528 0,432
AE_DN3 0,331 0,485 0,290 0,894 0,509 0,453 0,476 0,139 0,515 0,463 0,741 0,618 0,511 0,391
AE_DN7 0,473 0,392 0,397 0,832 0,597 0,476 0,446 0,131 0,531 0,351 0,695 0,725 0,423 0,490
AE_I1 0,426 0,328 0,107 0,372 0,376 0,137 0,334 0,129 0,515 0,349 0,561 0,456 0,340 0,908
AE_I2 0,502 0,364 0,133 0,469 0,351 0,139 0,326 0,149 0,563 0,380 0,640 0,537 0,368 0,968
AE_I3 0,480 0,409 0,147 0,472 0,362 0,121 0,381 0,077 0,567 0,293 0,594 0,491 0,414 0,901
AE_MI1 0,503 0,425 0,310 0,604 0,506 0,398 0,418 0,203 0,923 0,339 0,683 0,622 0,574 0,568
AE_MI2 0,529 0,525 0,225 0,596 0,544 0,462 0,462 0,185 0,950 0,269 0,684 0,672 0,558 0,547
AE_MI3 0,482 0,497 0,153 0,526 0,307 0,248 0,317 0,298 0,874 0,399 0,573 0,520 0,458 0,513
AE_ON1 0,471 0,537 0,313 0,777 0,487 0,371 0,474 0,194 0,668 0,498 0,935 0,681 0,547 0,575
AE_ON2 0,504 0,483 0,294 0,650 0,522 0,420 0,431 0,297 0,558 0,516 0,893 0,564 0,636 0,600
AE_ON3 0,579 0,539 0,308 0,791 0,571 0,461 0,579 0,264 0,705 0,498 0,909 0,768 0,664 0,598
AE_RH1 0,494 0,458 0,303 0,697 0,597 0,441 0,606 0,127 0,631 0,315 0,679 0,891 0,486 0,517
AE_RH2 0,538 0,351 0,257 0,675 0,410 0,378 0,386 0,179 0,573 0,307 0,657 0,921 0,498 0,466
AE_RH3 0,439 0,325 0,148 0,638 0,422 0,315 0,491 0,074 0,597 0,276 0,673 0,904 0,593 0,471
AE_RI1 0,369 0,426 0,161 0,554 0,458 0,289 0,501 0,149 0,505 0,472 0,673 0,523 0,930 0,463
AE_RI2 0,407 0,401 0,188 0,498 0,401 0,276 0,409 0,173 0,540 0,478 0,643 0,579 0,961 0,357
AE_RI3 0,324 0,334 0,204 0,448 0,271 0,200 0,306 0,150 0,570 0,285 0,546 0,504 0,874 0,290
CI_IG2 0,289 0,556 0,304 0,477 0,661 0,445 0,868 0,131 0,370 0,136 0,515 0,407 0,364 0,352
CI_IG3 0,449 0,540 0,326 0,416 0,689 0,501 0,843 0,237 0,434 0,228 0,479 0,454 0,340 0,408
CI_IG4 0,326 0,485 0,301 0,471 0,629 0,452 0,789 0,127 0,363 0,157 0,436 0,324 0,306 0,336
CI_IG5 0,229 0,412 0,290 0,515 0,699 0,490 0,851 0,147 0,423 0,117 0,460 0,479 0,421 0,314
CI_IG6 0,250 0,361 0,244 0,325 0,573 0,413 0,824 0,081 0,279 0,039 0,402 0,515 0,343 0,265
CI_IG7 0,260 0,332 0,257 0,441 0,563 0,495 0,807 0,219 0,305 0,168 0,420 0,554 0,434 0,178
113
CI_IP1 0,362 0,495 0,358 0,563 0,899 0,684 0,764 0,220 0,400 0,063 0,534 0,483 0,442 0,410
CI_IP2 0,444 0,543 0,239 0,590 0,895 0,719 0,698 0,395 0,491 0,272 0,587 0,514 0,449 0,346
CI_IP3 0,380 0,492 0,277 0,583 0,934 0,730 0,705 0,253 0,503 0,176 0,566 0,583 0,365 0,368
CI_IP4 0,358 0,327 0,244 0,440 0,830 0,641 0,583 0,289 0,414 0,114 0,458 0,407 0,268 0,387
CI_IP5 0,252 0,434 0,230 0,421 0,747 0,573 0,539 0,175 0,338 0,116 0,318 0,248 0,227 0,150
CI_IS1 0,404 0,431 0,404 0,495 0,720 0,806 0,591 0,353 0,401 0,337 0,505 0,433 0,322 0,171
CI_IS2 0,311 0,213 0,196 0,428 0,580 0,810 0,403 0,294 0,451 0,162 0,397 0,404 0,192 0,215
CI_IS4 0,183 0,080 0,297 0,306 0,501 0,777 0,313 0,214 0,203 -0,004 0,176 0,244 0,142 -0,034
CI_IS5 0,373 0,328 0,428 0,474 0,682 0,885 0,513 0,320 0,282 0,091 0,377 0,362 0,231 0,063
CI_IS6 0,332 0,386 0,113 0,366 0,663 0,809 0,431 0,332 0,318 0,047 0,372 0,243 0,223 0,149
D1 0,235 0,167 0,912 0,298 0,287 0,396 0,347 0,185 0,181 0,139 0,202 0,219 0,148 0,038
D2 0,278 0,213 0,948 0,324 0,322 0,363 0,372 0,140 0,230 0,219 0,316 0,221 0,136 0,114
D3 0,269 0,172 0,801 0,212 0,127 0,182 0,174 0,151 0,127 0,314 0,322 0,130 0,140 0,172
D4 0,219 0,169 0,718 0,253 0,247 0,183 0,081 0,121 0,191 0,307 0,292 0,170 0,059 0,276
D5 0,271 0,135 0,939 0,295 0,260 0,336 0,329 0,129 0,204 0,171 0,267 0,267 0,196 0,013
D6 0,289 0,294 0,870 0,412 0,337 0,337 0,388 0,204 0,337 0,298 0,354 0,305 0,300 0,172
EI_ARC1 0,847 0,581 0,263 0,499 0,283 0,337 0,291 0,497 0,531 0,535 0,619 0,439 0,424 0,459
EI_ARC2 0,901 0,519 0,220 0,377 0,428 0,386 0,271 0,603 0,423 0,279 0,425 0,467 0,281 0,444
EI_ARC4 0,935 0,636 0,318 0,377 0,421 0,354 0,407 0,480 0,518 0,354 0,472 0,545 0,355 0,459
EI_CCP2 0,601 0,857 0,280 0,571 0,497 0,392 0,431 0,528 0,495 0,368 0,570 0,392 0,433 0,321
EI_CCP3 0,634 0,929 0,121 0,450 0,466 0,345 0,487 0,433 0,518 0,397 0,529 0,398 0,414 0,372
EI_CCP4 0,533 0,914 0,161 0,465 0,452 0,299 0,508 0,368 0,446 0,305 0,502 0,368 0,339 0,335
EI_CCP5 0,442 0,857 0,066 0,461 0,464 0,251 0,499 0,295 0,422 0,307 0,507 0,378 0,338 0,374
EI_CCP6 0,590 0,770 0,357 0,320 0,434 0,288 0,425 0,275 0,383 0,360 0,354 0,269 0,289 0,320
EI_I2 0,538 0,488 0,278 0,275 0,400 0,418 0,297 0,921 0,323 0,338 0,323 0,195 0,149 0,195
EI_I3 0,463 0,222 -0,034 -0,015 0,062 0,178 -0,044 0,785 0,039 0,138 0,104 0,005 0,147 -0,022
EI_NS1 0,381 0,388 0,178 0,375 0,118 0,129 0,137 0,285 0,322 0,947 0,481 0,266 0,397 0,311
EI_NS2 0,464 0,359 0,281 0,436 0,150 0,193 0,199 0,252 0,326 0,910 0,549 0,401 0,416 0,328
114
EI_NS3 0,409 0,364 0,221 0,398 0,161 0,120 0,126 0,293 0,306 0,939 0,522 0,287 0,462 0,343
EI_NS4 0,380 0,382 0,318 0,390 0,215 0,173 0,173 0,284 0,391 0,913 0,495 0,273 0,398 0,383
Fonte: Dados da pesquisa.
115
5.3.6 Sexta etapa
A sexta etapa compreende a realização do Teste t Student e dos Coeficientes de
Caminho (Г). De acordo com Silva (2015) e Hair et al. (2014), para estimar a significância
dos Coeficientes de Caminho (Г), deve-se realizar o teste para evidenciar a relação causal
entre dois constructos para saber se estas são significantes ou não. Em linhas gerais, quando
os caminhos entre os constructos (e entre as variáveis e os constructos) se mostrarem
significantes, o modelo estrutural se mostra ajustado.
Silva (2015) ressalta que para se calcular o teste t Student realiza-se o cálculo entre as
amostras originais de cada variável ou constructo e as respectivas amostras obtidas pelas
técnicas de reamostragem (bootstrapping). Este teste confere, determina que os valores acima
de 1,96 são considerados significantes a 5% ou 0,05, em que os constructos são relacionados e
independentes. De acordo com Silva (2015), deve-se considerar os valores t Student para cada
relação (correlação) entre variáveis e constructos com o mesmo critério de interpretação dos
valores quanto à significância e têm correlações e/ou coeficientes de caminho aceitáveis ou
não. Ressalta-se que, para pesquisas de cunho exploratório, esta relação de significância pode
ser obtida com valores <1,67 com 90% de confiança (SAMPIERI; COLLADO, LUCIO,
1991). Cabe ressaltar que nesta pesquisa optou-se por adotar em relação ao t Student a
interpretação para valores acima de 1,67 (t<1,67).
Quanto ao critério de reamostragem (bootstrapping), o software Smart PLS estima o
caminho para cada subamostra ou reamostragem, ou seja, a ligação entre as variáveis. Sendo
que a reamostragem pode ser de dois tipos: cases ou samples. Os cases caracterizam-se pelo
tamanho da amostra que compreende o número de casos ou de sujeitos respondentes. E o
samples refere-se à quantidade de reamostragem, sendo que o ideal e o mínimo recomendado
são 200, porém as mais comuns são 1.000 (SILVA, 2015).
A Tabela 12 demonstra os valores encontrados para o Coeficiente de Caminho (Г), as
reamostragens com sample de 200, Teste t, p-valor e o resultado da relação causal estimado
no modelo estrutural geral da pesquisa.
116
Tabela 12 - Indicadores do Coeficiente de Caminho (Г) e Teste T
Hipótese Sentido Relação
Coeficiente
de Caminho
(Г)
Média samples
200
subamostras
Desvio
Padrão Teste t p-valor Resultado
H1 Positivo Autoeficácia empreendedora => Intenção empreendedora 0,665 0,663 0,086 7,742 0,000 Confirmada
H2 Positivo
Autoeficácia empreendedora
=>Capacidade de inovação 0,625 0,635 0,140 4,472 0,000 Confirmada
H3 Positivo Capacidade de inovação =>
Desempenho 0,291 0,325 0,130 2,249 0,028 Confirmada
H4 Positivo
Intenção empreendedora =>
Desempenho 0,186 0,186 0,100 1,730 0,088 Confirmada
Fonte: Dados da pesquisa.
De acordo com a Tabela 12, o modelo estrutural geral mostra-se ajustado, uma vez que
apresenta relações positivas e significantes (p>0,10 e t<1,67) entre todos os constructos
identificados pelo método de reamostragem bootstrap.
Verifica-se, ainda, a significância para a relação entre a Autoeficácia Empreendedora e
a Capacidade de Inovação (H2, Г=0,625, t(67)=4,472, p <0,001), a Autoeficácia
Empreendedora e a Intenção empreendedora (H1, Г = 0,665, t(67)=7,742, p-valor<0,001), a
Capacidade de Inovação e o Desempenho (H3, Г = 0,291, t(67)=2,249, p-valor=0,028) e a
Intenção Empreendedora e o Desempenho (H4, Г= 0,186, t(67)=1,730, p-valor=0,088). Cabe
destacar a forte relação nas relações entre Autoeficácia Empreendedora e Intenção
Empreendedora com t(67)=7,742 e a relação entre Autoeficácia Empreendedora e Capacidade
de Inovação t(67)=4,472.
5.3.7 Sétima etapa
Na sétima etapa, tem-se a Relevância ou Validade Preditiva (Q2) e o Tamanho do
efeito (f2). A Validade Preditiva (Q2), também conhecida como Indicador Stone-Geiser ou
indicador de acurácia, de acordo com Hair et al. (2014) e Silva (2015), avalia a precisão do
modelo ajustado. Ringle, Silva e Bido (2014, p.15) ressaltam que o Q2 “avalia quanto o
modelo se aproxima do que se espera dele (ou a qualidade da predição do modelo ou acurácia
do modelo ajustado”. Destaca-se que um modelo perfeito seria (Q2 = 1), sendo interpretado
como um modelo que reflete a realidade sem erros. Para interpretação dos valores, Hair et al.
(2014) e Silva (2015) apontam que a validade preditiva tem que apresentar valores maiores
que zero.
117
Quanto ao Tamanho do Efeito (f2), também conhecido como Indicador de Cohen,
conforme Hair et al. (2014) e Silva (2015), é obtido pela inclusão e exclusão de constructos
endógenos do modelo, sendo que se realiza a avaliação de quanto cada constructo é útil para o
ajustamento do modelo conceitual. Para interpretação desse coeficiente, entende-se como
valores próximos de 0,02 para pouca utilidade, 0,15 de utilidade moderada e 0,35 com grande
utilidade.
A Tabela 13 apresenta os indicadores de acurácia (Q2) e utilidade à construção do
modelo (f2) para cada variável do modelo estrutural geral.
Tabela 13 - Indicador Acurácia e utilidade à construção do modelo
Variáveis Q2 f2
Autoeficácia empreendedora - 0,501
(DN) Desenvolvimento de novos produtos 0,575 -
(MI) Mudanças inesperadas 0,575 -
(ON) Objetivo do negócio 0,693 -
(RH) Recursos humanos 0,597 -
(RI) Relações com investidores 0,483 -
(AI) Ambiente Inovador 0,434 -
Desempenho 0,107 -
Intenção empreendedora 0,158 0,378
(ARC) Atitude em relação ao comportamento 0,563 -
(CCP) Controle do comportamento percebido 0,488 -
(IE) Intenção empreendedora_VL 0,267 -
(NS) Normas subjetivas 0,435 -
Capacidade de inovação 0,199 0,505
(IP) Inovação de processos 0,658 -
(IS) Inovação de produtos 0,457 -
(IG) Inovação gerencial 0,531 -
Fonte: Dados da pesquisa.
Com base na Tabela 13, constata-se, em relação à validade preditiva (Q2), que o
modelo apresentou acurácia, uma vez que as variáveis analisadas apresentaram valores
maiores que zero. Ressalta-se ainda que a variável “Objetivo do Negócio” com Q2 de 0,693
foi o item mais explicado pelo modelo estrutural, seguida da variável “Inovação de
Processos” com Q2 de 0,658. Destaca-se também que a variável que menos foi explicada no
modelo foi “Desempenho” com Q2 de 0,107.
No que se refere ao tamanho do efeito (f2), o modelo estrutural geral apresentou
constructos de grande utilidade para sua explicação, uma vez que os valores foram
predominantemente maiores que 0,30. Cabe mencionar que a variável “Desempenho” não
118
obteve valor de f2, uma vez que o modelo estrutural não apresenta nenhum preditor de saída,
apenas dois preditores de chegada, conforme a Figura 5. Entretanto, observa-se na Tabela 13
que o constructo de “Capacidade de Inovação” foi mais importante para explicar o modelo
estrutural, pois obteve um tamanho do efeito de 0,505, seguido do constructo de
“Autoeficácia Empreendedora” com f2 de 0,501 e “Intenção Empreendedora” com f2 de
0,378.
5.3.8 Modelo estrutural final
A Tabela 14 evidencia as relações entre as variáveis de 1a e 2a ordem, que também
obtiveram relações positivas e significantes.
Tabela 14 - Relações entre as variáveis de 1a e 2a ordem do modelo estrutural
Relação
Coeficiente
de
Caminho
Média 200
subamostras
Desvio
Padrão Teste t p-valor
Autoeficácia empreendedora Desenvolvimento de novos produtos 0,868 0,866 0,039 22,516 p< 0,001
Autoeficácia empreendedora Mudanças inesperadas 0,836 0,831 0,057 14,544 p< 0,001
Autoeficácia empreendedora Objetivo do negócio 0,929 0,927 0,021 45,345 p< 0,001
Autoeficácia empreendedora Recursos humanos 0,860 0,862 0,033 26,475 p< 0,001
Autoeficácia empreendedora Relações com investidores 0,752 0,751 0,053 14,193 p< 0,001
Autoeficácia empreendedora Ser inovador 0,717 0,695 0,110 6,543 p> 0,001
Capacidade de inovação Inovação de processos 0,950 0,950 0,015 64,247 p<0,001
Capacidade de inovação Inovação de produtos 0,849 0,848 0,041 20,947 p<0,001
Capacidade de inovação Inovação gerencial 0,885 0,884 0,044 19,916 p<0,001
Intenção empreendedora Atitude em relação ao comportamento 0,846 0,840 0,058 14,676 p<0,001
Intenção empreendedora Controle do comportamento percebido 0,864 0,856 0,055 15,698 p<0,001
Intenção empreendedora Intenção empreendedora_VL 0,632 0,601 0,157 4,025 p<0,001
Intenção empreendedora Normas subjetivas 0,716 0,701 0,116 6,164 p<0,001
Fonte: Dados da pesquisa.
Na Tabela 14, os indicadores de acurácia do modelo ajustado ou validade preditiva
(Q2) e tamanho efeito ou utilidade para a construção do modelo (f2) se mostraram
satisfatórios, além do p-valor que se apresentou <0,05 em todas as relações analisadas.
Destaca-se que a relação com maior poder de explicação no modelo foi Capacidade de
Inovação e Inovação de Processos com t(67)=64,247, seguida da relação Autoeficácia
Empreendedora e Objetivo do Negócio com t(67)=45,345. Na terceira posição aparece a
relação entre Autoeficácia Empreendedora e Recursos Humanos com t(67)=26,475. Em
119
contrapartida, a relação com menor poder de explicação no modelo foi Intenção
Empreendedora e Intenção Empreendedora_VL com t(67)=4,025.
A Figura 9 apresenta todos os indicadores do modelo estrutural ajustado final e pode
resumir os resultados obtidos por meio da análise de modelagem de equações estruturais.
120
Figura 9 - Modelo estrutural geral da pesquisa antes da moderação do Estilo Cognitivo
Fonte: Dados da pesquisa.
121
5.3.9 Moderação no modelo estrutural final
Para Prado, Korelo e Silva (2014) e Hayes (2013), as análises de mediação e
moderação de variáveis são utilizadas para estabelecer evidências ou testar hipóteses sobre
relações que têm como objetivo explicar como certos efeitos acontecem ou em que condições
eles facilitam ou inibem tais efeitos.
Baron e Kenny (1986) e Prado, Korelo e Silva (2014) mencionam que o efeito de
moderação ou efeito condicional acontece quando uma variável, categórica ou contínua, afeta
a direção ou a intensidade (mais forte ou mais fraca) da relação entre uma variável
independente e uma dependente. Esta pesquisa pauta-se na moderação do constructo de Estilo
Cognitivo por meio do Índice de Estilo Cognitivo para moderar a relação deste com os
constructos de Autoeficácia Empreendedora, Capacidade de Inovação, Desempenho e
Intenção Empreendedora.
De acordo com Hayes (2013) e Prado, Korelo e Silva (2014), a relação de moderação
busca responder questões do tipo “Quando?”, uma vez que essas questões, ao argumentarem,
mostram que não se torna interessante apenas saber se uma variável afeta a outra, mas
também saber como e quando este efeito ocorre ou deixa de ocorrer. Os autores mencionam
que “como” um efeito ocorre está relacionado ao processo psicológico, cognitivo ou
biológico. Entretanto, as questões ligadas a “quando” o efeito afeta uma variável em
detrimento de outra está relacionada com as condições da associação causal, portanto, a
moderação tem a ver com as circunstâncias ou com o tipo de grupo que exerce efeito sobre o
outro.
As abordagens para o cálculo de moderação podem ocorrer de três formas. A primeira
abordagem e mais utilizada compreende a utilização da técnica estatística da ANOVA. Na
segunda, avalia-se o efeito de moderação a partir dos caminhos com o auxílio de um modelo
de regressão tradicional. Por fim, a terceira avalia a moderação conforme proposto por Hayes
(2013), ou seja, por meio das técnicas de reamostragens (bootstrapping) (PRADO; KORELO;
SILVA, 2014). Nesta pesquisa, optou-se por utilizar a terceira abordagem com o auxílio da
técnica de reamostragens.
A técnica de reamostragem tem como base a avaliação dos caminhos. Prado, Korelo e
Silva (2014, p. 4) destacam que ao “fornecer o cálculo de significância dos efeitos por meio
do teste de teoria com distribuição normal (coeficiente de significância “p”) e distribuição não
122
normal (intervalos de confiança CI superiores e inferiores) para valores de –1 D.P., média e
+1 D.P moderador”.
Para realizar o cálculo da moderação do constructo de Estilo Cognitivo neste estudo,
optou-se por dividir a amostra geral composta por 68 elementos que foram classificados de
acordo com o Cognitive Style Index (CSI) proposto por Allison e Hayes (1996, 2012). Na
classificação, gerou-se dois grupos com mais ou menos 30 elementos, sendo eles: 30 gestores
intuitivos (CSI 1- Intuitivos e 2- Quase-intuitivo) e 38 gestores classificados como analíticos
(CSI 3- Adaptativo, 4- Quase-analítico e 5-Analíticos).
A Tabela 15 exibe os indicadores estruturais para o primeiro grupo da moderação, os
intuitivos (CSI 1 e 2).
Tabela 15 - Indicadores estruturais para a amostra dos gestores intuitivos
Intuitivos (CSI 1 E 2)
Hipóteses Relações
Coeficiente
de Caminho
(Г)
Média
samples 200
subamostras
Desvio
Padrão Teste t
p-valor Resultado
H1
Autoeficácia
empreendedora =>
Intenção empreendedora 0,4769 0,4954 0,1469 3,245
p<0,003
Confirmada
H2
Autoeficácia
empreendedora =>
Capacidade de inovação 0,4104 0,4762 0,2109 1,946
p<0,061
Confirmada
H3
Capacidade de inovação
=> Desempenho 0,3614 0,4244 0,2037 1,773
p<0,086
Confirmada
H4
Intenção empreendedora
=> Desempenho 0,099 0,2624 0,1762 0,563
p<0,0578 *n.s
Fonte: Dados da pesquisa.
Constata-se que a relação de moderação mais forte está nas H1 – Autoeficácia
empreendedora e Intenção empreendedora com t=3,245, seguida pela H2 – Autoeficácia
empreendedora e Capacidade de Inovação com t=1,946 e H3 – capacidade de inovação e
desempenho com t=1,773 para a amostra de gestores intuitivos.
A Figura 10 apresenta todos os indicadores do modelo estrutural ajustado final por
meio da análise de modelagem de equações estruturais, após a moderação do CSI para a
amostra dos gestores intuitivos.
123
Figura 10 - Modelo estrutural após a moderação do CSI para os gestores intuitivos
Fonte: Dados da pesquisa.
124
Na sequência, a Tabela 16 demonstra os indicadores estruturais para o segundo grupo
de moderação, os gestores analíticos (CSI 3, 4 e 5).
Tabela 16 - Indicadores estruturais para a amostra dos gestores analíticos
Analíticos (CSI 3 4 5)
Hipóteses
Relações
Coeficiente de
Caminho (Г)
Média samples
200
subamostras
Desvio
Padrão Teste t
p-valor
Resultado
H1
Autoeficácia
empreendedora =>
Intenção empreendedora 0,7869 0,7719 0,0829 9,494
p<0,001
Confirmada
H2
Autoeficácia
empreendedora =>
Capacidade de inovação 0,806 0,7936 0,0789 10,2188
p<0,001
Confirmada
H3
Capacidade de inovação =>
Desempenho 0,3547 0,3901 0,1746 2,032
p<0,049
Confirmada
H4
Intenção empreendedora
=> Desempenho 0,1811 0,2068 0,1425 1,2708
p<0,212 *n.s
Fonte: Dados da pesquisa.
Observa-se que a relação de moderação mais forte está na H2 – Autoeficácia
empreendedora e Capacidade de Inovação com t=10,2188. Em seguida, a H1 – Autoeficácia
empreendedora e Intenção empreendedora com t=9,4947 para os gestores analíticos. E, ainda,
a H3 – Capacidade de inovação e desempenho com t=2,032.
Em seguida, a Figura11 evidencia os indicadores do modelo estrutural ajustado final
por meio da análise de modelagem de equações estruturais após a moderação do CSI para a
amostra dos gestores analíticos.
125
Figura 11 - Modelo estrutural após a moderação do CSI para os gestores analíticos
Fonte: Dados da pesquisa.
126
Nas Figuras 10 e 11buscou-se apresentar as diferenças ocasionadas pela presença da
variável moderadora (Estilo Cognitivo – CSI) para os gestores intuitivos e analíticos.
Para Silva (2015), as variáveis moderadoras compreendem variáveis organísmicas do
tipo cognitivo, emocional, motivacional e atitudinal; estas contaminam o experimento, salvo
se controladas. Neste estudo, optou-se pela utilização de uma variável organísmica do tipo
cognitivo, representada pelo Índice de Estilo Cognitivo.
De acordo com Hair et al. (2014), nas situações em que o pesquisador pretende estimar
diferentes parâmetros em um estudo, em função das diferenças entre grupos, deve realizar um
teste de moderação, assim este pesquisador consegue analisar se uma variável interfere na
relação entre outras duas variáveis. Na sequência, a Figura 12 demonstra a representação da
moderação.
Figura 12 - Modelo de moderação
Fonte: Silva (2015).
Na Figura 12, a variável moderação (VM) modera a relação entre a variável
independente (VI) e a variável dependente (VD).
A heterogeneidade entre grupos resulta em diferenças estatisticamente válidas nas
situações de moderação. Nessa situação, as variáveis moderadoras normalmente capturam
diferenças entre grupos em uma mesma amostra, e a não observação desta heterogeneidade
pode levar a resultados incorretos e, portanto, às interpretações imprecisas na pesquisa. Para
realizar esta análise, busca-se efetuar uma análise multigrupo (HAIR et al., 2014).
A análise multigrupo irá testar a diferença estatisticamente válida entre os coeficientes
de caminho quando os dois grupos comparados forem analisados no mesmo modelo levando-
se em consideração o erro padrão de cada coeficiente de caminho. Ou seja, a relação entre
127
uma variável (VI) e uma variável (VD) sofre influência de uma variável (VM) (HAIR et al.,
2014).
Para realizar esta análise multigrupo, realiza-se um teste t de Student com os
coeficientes de caminho médios da simulação de subamostras (bootsrapping) de cada amostra
e seus respectivos Erros padrão, conforme a fórmula exibida na Figura 13.
Figura 13 - Teste t de student para análise multigrupo, moderação
Legenda: *Pathsample_1 e Pathsample_2 são os coeficientes de caminho médios da amostra 1 e amostra 2,
respectivamente. Os tamanhos da amostra são representados pela letra m (amostra 1) e n (amostra 2). S.E.sample1 e
S.E.sample2 representam o Erro padrão das amostras 1 e 2.
Fonte: Hair et al. (2014, p. 248).
Na sequência, demonstra-se o teste de moderação do Cognitive Style Index (CSI)
proposto por Allison e Hayes (1996, 2012) para o Teste t de Student para análise multigrupo,
conforme exposto na Tabela 17.
Tabela 17 - Teste de moderação do Cognitive Style Index (CSI) – Estilo Cognitivo
Hipótese Relação Estrutural
Intuitivos
(CSI 1 2)
Analíticos
(CSI 3 4 5)
H1
Autoeficácia empreendedora =>
Intenção empreendedora t=1,175; p=0,242 t=0,940; p=0,348
AMOSTRA
GERAL H2
Autoeficácia empreendedora =>
Capacidade de inovação t=0,857; p=0,392 t=0,932; p=0,352
H3 Capacidade de inovação => Desempenho t=0,157; p=0,876 t=0,294; p=0,796
H4 Intenção empreendedora => Desempenho t=0,393; p=0,695 t=0,045; p=0,964
H1
Autoeficácia empreendedora =>
Intenção empreendedora - t=1,96; p=0,051
CSI 1 2 H2
Autoeficácia empreendedora =>
Capacidade de inovação - t=1,943; p=0,053
H3 Capacidade de inovação => Desempenho - *n.s
H4 Intenção empreendedora => Desempenho - *n.s Legenda: (*) em negrito relações significantes - (n.s) para relações não significantes.
Fonte: Dados da pesquisa.
Diante das informações apresentadas na Tabela 17, observa-se que apenas a H1 –
Autoeficácia empreendedora e intenção empreendedora com t=1,96 e H2 – Autoeficácia
128
empreendedora e capacidade de inovação com t=1,943 apresentaram significância no modelo
estrutural a partir da moderação do Cognitive Style Index (CSI), quando se compara a
moderação para as duas amostras dos gestores analisados, os intuitivos e os analíticos.
Destaca-se que as hipóteses H3 e H4 não se mostram significantes na pesquisa.
Por fim, a Figura 14 expõe o modelo estrutural final ajustado pela modelagem de
equações estruturais com o auxílio do SmartPLS e o impacto da variável moderado do CSI.
129
Figura 14 - Modelo estrutural final com a moderação do CSI
Fonte: Dados da pesquisa.
130
Na sequência, a Tabela 18 apresenta os scores médios para cada uma das dimensões
dos constructos analisados nesta pesquisa após a moderação do CSI.
Tabela 18 - Scores médios dos constructos e dimensões após a moderação do CSI
Constructos/Dimensões
Intuitivos (CSI 1 E 2)
Média geral
Analíticos (CSI 3 4 5)
Média Geral p-valor
AUTOEFICACIA EMPREENDEDORA 5,319 5,130 0,019
(DN) Desenvolvimento de novos produtos 5,400 5,310 0,594
(AI) Ambiente inovador 5,450 5,330 0,526
(ON) Objetivo do negócio 5,480 5,390 0,638
(RH) Recursos humanos 5,070 4,800 0,156
(RI) Relações com investidores 5,040 4,500 0,011
(MI) Mudanças inesperadas 5,410 5,360 0,836
INTENÇÃO EMPREENDEDORA 5,783 5,618 0,077
(IE) Intenção Empreendedora Vl 6,100 5,840 0,262
(ARC) Atitude em relação comportamento 6,110 5,800 0,117
(CCP) Controle do comportamento percebido 5,700 5,450 0,105
(NS) Normas subjetivas 5,480 5,560 0,664
CAPACIDADE DE INOVAÇÃO 5,077 4,831 0,008
(IG) Inovação gerencial 5,110 4,830 0,074
(IS) Inovação produtos e serviços 4,860 4,570 0,085
(IP) Inovação processos 5,247 5,074 0,287
DESEMPENHO 3,744 3,923 0,317
Legenda: *em negrito as diferenças significativas.
Fonte: Dados da pesquisa.
De acordo com a Tabela 18, percebe-se, em linhas gerais, que os gestores intuitivos
alcançaram valores médios maiores significativamente que os gestores analíticos, exceto no
constructo desempenho. Quanto à Autoeficácia empreendedora, percebe-se que as dimensões
recursos humanos e relações com investidores entre os gestores intuitivos se sobrassaem
quando comparados aos gestores analíticos. No constructo intenção empreendedora, verifica-
se que a dimensão atitude em relação ao comportamento obteve a maior diferença média
quando comparados os gestores intuitivos e analíticos. E quanto à capacidade de inovação,
percebe-se que a dimensão inovação de produtos e serviços também obteve a maior variação
média quando comparamos os valores entre os gestores intuitivos e analíticos.
Na seção seguinte, apresenta-se uma discussão dos resultados obtidos com base no
modelo teórico proposto nesta tese.
131
6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Nesta seção, são avaliadas as hipóteses conjecturadas para validar o modelo teórico
proposto, analisando os resultados alcançados e estabelecendo uma discussão sobre os
achados quantitativos do estudo. Por fim, são mencionadas algumas limitações do estudo.
Na tese se confirmou o impacto positivo e significante da autoeficácia empreendedora
sobre a intenção empreendedora, por meio da sustentação da hipótese H1 – A autoeficácia
empreendedora influencia significativamente e positivamente a intenção
empreendedora. Estes achados corroboram com De Noble, Jung e Ehrich (1999) quando
afirmam que a autoeficácia se correlaciona positiva e significativamente com a intenção, bem
como com a disponibilidade de os 272 universitários analisados criarem ou iniciarem seu
próprio negócio. Destacam ainda que a análise da autoeficácia empreendedora auxilia na
compreensão do que faz com que os potenciais empreendedores sustentem seus esforços
iniciais para materializar suas novas oportunidades de negócios.
A pesquisa de Zhao, Seibert e Hills (2005) sugere que os indivíduos que escolhem
tornarem-se empreendedores possuem elevada autoeficácia empreendedora. Para Salanova et
al. (2001), a autoeficácia está positivamente relacionada com a persistência, dedicação e
satisfação das ações realizadas por indivíduos no seu ambiente de trabalho. Os resultados com
as empresas incubadas de Santa Catarina corroboram com os achados desses autores em 265
estudantes universitários de cinco universidades norte-americanas e 514 colaboradores que
trabalham com tecnologia da informação na Espanha.
Em relação à autoeficácia empreendedora, McGee et al. (2009) mencionam que nos
indivíduos que pretendem ser bem-sucedidos na criação de seus empreendimentos, configura-
se como um forte preditor de intenção empreendedora. Enquanto que Santos (2008) destaca
que os fatores de fundo individual, social e informação influenciam nas crenças
comportamentais, normativas e de controle que definem as atitudes individuais resultantes da
formação da intenção empreendedora e do comportamento empreendedor.
Na pesquisa de Kickul et al. (2009), realizada com 138 estudantes universitários
americanos, os achados revelam que é necessário perceber quais os fatores que podem
influenciar as intenções daqueles que podem se tornar futuros empreendedores, sendo esses
fatores uma combinação de atributos pessoais, traços de personalidade, experiência e
contexto. Esses achados corroboram com os resultados desta pesquisa, uma vez que a
132
autoeficácia e a intenção empreendedora são influenciadas pelas características
empreendedoras decorrentes da personalidade dos empreendedores. Em linha com os achados
da pesquisa também há os resultados de Zhao, Seibert e Hills (2005), que destacam que os
domínios individuais que apresentam características como a autoeficácia e a propensão à
tomada de risco, juntamente com as competências e habilidades desenvolvidas, influenciam as
intenções empreendedoras.
No contexto brasileiro, a investigação de Nascimento, Verdinelli e Lizote (2014)
aponta uma relação positiva e significativa entre a autoeficácia e a intenção empreendedora,
com um coeficiente de correlação de 0,449. Esses autores analisaram as relações que têm os
estilos cognitivos com a autoeficácia empreendedora e a intenção empreendedora que
declaram ter, sob a influência do comportamento planejado em 271estudantes concluintes dos
cursos de Administração e Ciências Contábeis de duas universidades comunitárias em Santa
Catarina.
Outros estudos empíricos confirmam também a relação entre autoeficácia e intenção
empreendedora. Neles se ratifica que os indivíduos com elevada autoeficácia tendem a ter
maiores intenções empreendedoras (CHEN; GREENE; CRICK, 1998; SEGAL; BORGIA;
SCHOENFELD, 2002).
Depreende-se que a partir dos achados da pesquisa a autoeficácia empreendedora
influencia positiva e significativamente a intenção empreendedora, complementando os
achados quantitativos e corroborando com os resultados das pesquisas realizadas por De
Noble, Jung e Ehrich (1999); Salanova et al. (2001); Zhao, Seibert e Hills (2005); Santos
(2008); McGee et al. (2009); Kickul et al. (2009) e Nascimento, Verdinelli e Lizote (2014).
A pesquisa confirmou o impacto positivo e significante da autoeficácia empreendedora
sobre a capacidade de inovação, por meio da confirmação da hipótese H2 – A autoeficácia
empreendedora influencia significativamente e positivamente a capacidade de inovação.
Os resultados desta pesquisa corroboram com os achados de Liao, Kickul e Ma (2009), que
estenderam a perspectiva da capacidade dinâmica para o estudo da inovação em 120 empresas
empreendedoras. Os resultados indicam que a capacidade da empresa em mobilizar os seus
recursos e a capacidade de alinhá-los de forma dinâmica com as novas oportunidades
percebidas no ambiente é de vital importância. E, ainda, a maneira como essa empresa inova
constantemente para sobreviver e criar a sua própria vantagem competitiva. O estudo aponta
alguns aspectos vistos como benefícios na pesquisa, tais como: a diversidade de
oportunidades, processos de inovação, eficácia e crescimento sólido. Ao explorar e incorporar
133
novas tecnologias dentro de seus modelos de negócio, os empresários podem aproveitar essas
informações e experiências que eles têm para aplicar novos conhecimentos no âmbito da
estrutura de suas empresas. O que, sem dúvida, apela para o cultivo e a utilização de
capacidades dinâmicas de inovação em contextos empreendedores.
Jain e Ali (2013) mencionam que o empreendedorismo está positivamente associado
com o aumento do avanço tecnológico, ou seja, com a capacidade de inovação. Assim, é a
oportunidade de inovar uma das razões mais significativas para iniciar um novo negócio.
Carland e Carland (2009) salientam que a inovação é a alma do empreendedorismo. E ainda
ressaltam que a inovação corresponde ao motor econômico e à essência vital do verdadeiro
empreendedorismo.
No contexto brasileiro, Nascimento, Lizote e Verdinelli (2015a) analisaram as
associações entre os constructos de autoeficácia empreendedora, capacidade de inovação e
desempenho organizacional percebido por 71 gestores de micro e pequenas empresas de
confecções. Os achados mostram uma correlação positiva e significativa entre a autoeficácia
empreendedora e a inovação.
Denota-se que a autoeficácia empreendedora influência positiva e significativamente a
capacidade de inovação corroborando com os achados quantitativos e com os resultados das
pesquisas realizadas por Liao, Kickul e Ma (2009); Carland e Carland (2009); Jain e Ali
(2013); Nascimento, Lizote e Verdinelli (2015a).
Na tese foi confirmado também o impacto positivo e significante da capacidade de
inovação no desempenho organizacional, postulada pela hipótese H3 – A capacidade de
inovação influencia positiva e significativamente o desempenho organizacional. Os
resultados desta pesquisa corroboram com os achados de Chow e Gong (2010), que estudaram
os tipos de recursos humanos com base na retenção de conhecimento para compreender o
papel da gestão de RH em setores intensivos de 156 empresas de alta tecnologia da China.
Seus resultados apontam que a capacidade de inovação apresenta um impacto significativo
sobre os aspectos relacionados ao conhecimento nas empresas analisadas. O compromisso da
empresa com a inovação se revela como um determinante importante do desempenho da
empresa. Os autores destacam que as atividades de RH que suportam a capacidade de
inovação melhoram o desempenho da organização.
Do mesmo modo, na pesquisa de Kim e Lee (2012), em que se propõe um modelo
para explorar as relações entre o intercâmbio de conhecimentos organizacionais, fatores
sociais, conhecimento da autoeficácia, processo, capacidade de inovação organizacional e o
134
desempenho organizacional, em 327 funcionários de 10 hotéis cinco estrelas da cidade de
Busan, na Coréia, verifica-se a relação corroborada para H3. Os autores apontam em seus
achados uma relação significativa entre o conhecimento, a capacidade de inovação e o
desempenho organizacional. Também destacam que as empresas com maiores níveis de
capacidade de inovação tendem a ter melhor desempenho financeiro em áreas como
crescimento das vendas, rentabilidade e participação no mercado.
Na investigação realizada por Dadfar et al. (2013), que buscaram analisar a relação
entre a capacidade de inovação organizacional e o desenvolvimento de produtos, bem como o
desempenho em pequenas e médias empresas farmacêuticas no Irã,os resultados demonstram
que as empresas de alta performance usaram uma combinação de fontes internas e externas de
tecnologia e desenvolvimento de produtos. A análise empírica mostrou uma relação positiva
entre as capacidades de inovação, plataforma de tecnologia, plataforma de produtos e
desempenho. Os pré-requisitos para esta relação foram encontrados com base na gestão eficaz
da inovação e nas habilidades estratégicas, estruturas organizacionais, aprendizagem,
processos e relacionamento com os clientes e fornecedores, bem como com alianças.
No cenário nacional, um resultado semelhante se vê na pesquisa de Nascimento,
Lizote e Verdinelli (2015a), realizada com 71 gestores de empresas de pequeno e médio porte
da cidade de Ilhota, em Santa Catarina. Os autores apontam que nas empresas de confecções
um aspecto importante a mostrar aos gestores é que seu desempenho pode se associar com sua
capacidade de inovação e com suas próprias crenças no sucesso do seu negócio.
Percebe-se que os achados quantitativos, os que demonstram que a capacidade de
inovação influencia positiva e significativamente o desempenho. Portanto, o resultado
alcançado vai ao encontro dos estudos empíricos realizados por Chow e Gong (2010); Kim e
Lee (2012); Dadfar et al. (2013) e Nascimento, Lizote e Verdinelli (2015a).
Esta investigação também confirmou o impacto positivo e significante da intenção
empreendedora no desempenho organizacional, postulada pela hipótese H4 – A intenção
empreendedora se relaciona com o desempenho organizacional.
Na pesquisa realizada por Aidis e Van Praag (2007), que estudaram o efeito da
experiência com empreendedores não legalizados como preditor para o nível de desempenho
dos negócios e da motivação de 399 empreendedores da Lituânia, os autores apontam que os
empreendedores mais jovens têm sido mais bem sucedidos que os empresários mais velhos no
que tange aos aspectos de transferência da experiência empreendedora ilegal. Além disso, a
experiência empreendedora ilegal e o desempenho dos negócios estão positivamente
135
relacionados para os empresários que iniciaram seus negócios de maneira legal. Também se
percebe que a experiência no mercado ilegal pode ser um indício de um capital humano
valioso para os empreendedores legais.
Torres e Watson (2012) buscaram validar um constructo de autoeficácia, intenção
empreendedora e desempenho em uma amostra de empresas de pequeno porte em uma
pequena cidade do centro-oeste do México. Os achados revelam que os proprietários e
gerentes associam suas tarefas e papéis de acordo com a sua percepção do grau de dificuldade
ou complexidade e não com áreas de conhecimento específicas como marketing ou gestão. Os
resultados apontam ainda que um dos três elementos da autoeficácia, a expansão, que envolve
trabalho duro e menos conhecimento, explica positivamente o desempenho, mas afeta
negativamente a intenção empreendedora. Os autores acreditam que o alto desempenho exige
níveis mais elevados de crença do proprietário ou gerente em relação à sua capacidade para
executar tarefas e papéis, que os levam para altos níveis de envolvimento e a referida
capacidade de avaliação das competências de gestão. Nesse sentido, os proprietários ou
gerentes definem como a sua vontade de atribuir recursos ao crescimento ou desenvolvimento
do negócio, a vontade de aumentar o seu nível de convicção da sua capacidade para
desempenhar tarefas difíceis e complexas diminui. Em linhas gerais, a alta performance exige
um trabalho árduo, mas a intenção empreendedora, na sua maioria, surge em pessoas que são
excessivamente confiantes e que estão dispostas a explorar oportunidades.
Diante do exposto, percebe-se que a intenção empreendedora detectada nesta pesquisa
influencia positiva e significativamente no desempenho, o que coaduna com os achados
quantitativos da tese e os resultados dos estudos empíricos de Aidis e Van Praag (2007),
porém divergem dos resultados de Torres e Watson (2012).
Na tese, foi confirmado parcialmente o impacto positivo e significante do estilo
cognitivo sobre os constructos de autoeficácia empreendedora, intenção empreendedora,
capacidade de inovação e desempenho organizacional para os gestores intuitivos e analíticos,
conforme as hipóteses H5a – O estilo cognitivo para os gestores intuitivos influencia
significativamente e positivamente a autoeficácia empreendedora, a intenção
empreendedora, capacidade de inovação e o desempenho organizacional; e H5b – O
estilo cognitivo para os gestores analíticos influencia significativamente e positivamente
a autoeficácia empreendedora, a intenção empreendedora, capacidade de inovação e o
desempenho organizacional. Ressalta-se que o resultado foi de cunho parcial, tendo em vista
o resultado não significante da H4, ou seja, o estilo cognitivo dos gestores intuitivos e
136
analíticos não foi significante na moderação da relação da intenção empreendedora com o
desempenho organizacional, conforme os dados exibidos nas Tabelas 15 e 16.
Os achados da tese coadunam com os resultados de Krueger Jr., Reilly e Carsrud
(2000) que encontraram uma relação positiva entre a autoeficácia percebida e a intenção
empreendedora, em que a autoeficácia desenvolvida pode explicar as características
cognitivas dos empresários. E consubstanciam os resultados de Boyd, Vozikis (1994); Linãn e
Chen (2009); Moriano, Palací e Morales (2006) e Moriano et al. (2012) quando apontam que
a autoeficácia tem sido um dos principais aspectos psicológicos a serem estudados em relação
ao comportamento empreendedor, uma vez que possui poder de previsão sobre a intenção dos
indivíduos em criar um novo negócio.
Os resultados deste estudo corroboram igualmente com Kickul et al. (2009), uma vez
que as relações do estilo cognitivo, autoeficácia empreendedora e intenção empreendedora
mostram-se significantes. Os autores assinalam que os indivíduos que preferem o estilo
cognitivo intuitivo no processamento das informações relatam uma crença de autoeficácia
empreendedora superior em relação às tarefas incluídas no estágio de descoberta de novas
oportunidades que foram associadas às suas intenções. Entretanto, também apontam um
problema para indivíduos com essa percepção, pois eles podem decidir lançar novos
empreendimentos ignorando etapas necessárias do processo de risco. Para os indivíduos,
preferencialmente analíticos, Kickul et al. (2009) relataram maior autoeficácia empreendedora
para o planejamento, a triagem e a execução de recursos e o processo de criação com risco. Os
resultados indicam que a intenção empreendedora destes, pelo menos em parte, é motivada
por suas crenças na autoeficácia em relação à sua capacidade de realizar atividades de
planejamento de novos negócios, convencer os outros a investir neles e gerir o crescimento do
negócio. No entanto, eles não têm tanta confiança em sua capacidade de criar uma nova ideia
e identificar uma nova oportunidade, o que pode inibi-los de agir de acordo com suas próprias
ideias empreendedoras. Em linhas gerais, os autores ressaltam as percepções dos indivíduos
com diferentes estilos cognitivos sobre sua própria capacidade na realização dessas
atividades, suas percepções podem acolher ou inibir a sua intenção de se tornar um
empreendedor.
Sommer (2013) aponta que a experiência empreendedora afeta positivamente a
intenção empreendedora internacional. Observa-se uma relação positiva e significante entre a
autoeficácia empreendedora internacional e a intenção empreendedora internacional
confirmando os achados de Kickul et al. (2009). Quanto à possível relação no trabalho de
137
Sommer do estilo cognitivo com a autoeficácia empreendedora internacional e com a intenção
empreendedora internacional, esta se mostrou inexistente, o que contradiz os resultados de
Kickul el al. (2009). Sommer (2013) aponta como justificativa para o seu resultado a maneira
como os dados foram coletados, colocando que possivelmente isso teve uma influência
significativa que torna necessária a realização de mais estudos sobre o tema. Ainda, menciona
que nas pesquisas sobre percepção empresarial o grande problema reside na avaliação dos
processos de pensamento empresarial. Em resumo, o autor destaca que seus resultados
contradizem em parte os achados de Kickul et al. (2009), quando entende que ambos os
estilos cognitivos são necessários.
Em relação aos achados da tese, no que se refere ao desempenho organizacional, estes
coadunam com os achados da pesquisa de Lindblom, Olkkonen e Mitronen (2008) quando
mencionam que não se confirma uma relação estatisticamente clara e significativa dos estilos
cognitivos com o desempenho empresarial.
No contexto brasileiro, Nascimento, Verdinelli e Lizote (2014) realizaram uma
pesquisa com estudantes concluintes dos cursos de administração e ciências contábeis de duas
universidades comunitárias para analisar as relações que têm seus estilos cognitivos com a
autoeficácia empreendedora e a intenção empreendedora que declaram ter, sob a influência do
comportamento planejado. Os achados evidenciam que os estudantes que possuem estilo
cognitivo intuitivo ou quase intuitivo manifestaram maior autoeficácia e intenção
empreendedora que aqueles de estilo analítico. Observou-se na amostra o predomínio de
alunos classificados na dimensão adaptativa, a que perpassa pelos dois lados do cérebro,
combinando características intuitivas e analíticas simultaneamente. Verificou-se também que
o estilo cognitivo se relaciona bem com autoeficácia empreendedora em três subescalas:
desenvolvimento de produtos e oportunidades de mercado, estabelecimento de relações com
possíveis investidores e a capacidade de enfrentar mudanças não previstas. Para todas elas, os
alunos intuitivos se consideraram mais autoeficazes que os analistas.
Depreende-se que o estilo cognitivo dos incubados intuitivos e analíticos influenciam
na autoeficácia empreendedora, na intenção empreendedora e na capacidade de inovação, o
que coaduna com os achados quantitativos da pesquisa, representados nas Figuras 12 e 13,
corroborando com os estudos realizados por Krueger Jr., Reilly e Carsrud (2000); Kickul et al.
(2009); Sommer (2013) e Nascimento, Verdinelli e Lizote (2014). Entretanto, a intenção
empreendedora e o desempenho organizacional não apresentaram uma relação positiva e
138
significativa diante do estilo cognitivo, corroborando parcialmente com os achados de
Lindblom, Olkkonen e Mitronen (2008).
139
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa objetivou investigar a existência do efeito moderador do estilo cognitivo
dos gestores das empresas incubadas de Santa Catarina (SC) sobre a autoeficácia
empreendedora, a intenção empreendedora, a capacidade de inovação e o desempenho
organizacional. O modelo geral antes da moderação do estilo cognitivo explicou 44,2% da
intenção empreendedora, 39% da capacidade de inovação e 16,5% do desempenho
organizacional. Para o modelo geral após a moderação do estilo cognitivo dos gestores
intuitivos que explicou 22,7% da intenção empreendedora e 16,8% da capacidade de inovação
e do desempenho organizacional. E ainda, o modelo geral após a moderação do estilo
cognitivo dos gestores analíticos que a capacidade de inovação explicou 65% do modelo,
seguida da intenção empreendedora (61,9%) e o desempenho (23,8%). Estes resultados
evidenciam um excelente poder de explicação dos fenômenos, uma vez que nas ciências
sociais se consideram válidos 2% (COHEN, 1988), o que caracteriza o alcance do objetivo da
pesquisa.
O uso da modelagem de equações estruturais empregando o método de quadrados
mínimos parciais (SEM-PLS) permitiu avaliar as associações da autoeficácia empreendedora
com a intenção empreendedora [H1, no modelo geral (Г=0,0,665; t(67)=7,742; p-valor<0,001)]
e com a capacidade de inovação [H2, no modelo geral (Г=0,0,625; t(67)=4,472; p-
valor<0,001)], sendo em ambos os casos positiva e muito significativa (p<0,001). Desse
modo, as duas primeiras hipóteses postuladas foram corroboradas. Ressalta-se que esses
achados corroboram os estudos empíricos de De Noble, Jung e Ehrich (1999); Salanova et al.
(2001); Zhao, Seibert e Hills (2005); Santos (2008); McGee et al. (2009); Kickul et al.(2009)
e Nascimento, Verdinelli e Lizote (2014) para a intenção empreendedora. Para a capacidade
de inovação, os achados quantitativos confirmam os resultados de Liao, Kickul e Ma (2009);
Santos, Caetano e Curral (2010); Carland e Carland (2009); Jain e Ali (2013); Nascimento,
Lizote e Verdinelli (2015a).
Por sua vez, os vínculos da intenção empreendedora e da capacidade de inovação com
o desempenho organizacional também podem ser aferidos com a SEM-PLS. Com a
modelagem foi possível verificar que aqueles constructos têm relação positiva e significante
com o desempenho, o que confirma as hipóteses [H3, no modelo geral (Г=0,291; t(67)=2,249;
p-valor<0,028)] e [H4, no modelo geral (Г=0,186; t(67)=1,730; p-valor<0,088)] conjecturadas
140
no modelo geral. Entretanto, sua significância foi menor, sendo de 5% para a intenção
empreendedora (p = 0,028) e de 10% para a capacidade de inovação (p = 0.088). Cabe
mencionar que esses achados corroboram com os estudos empíricos de Chow e Gong (2010);
Kim e Lee (2012); Dadfar et al. (2013) e Nascimento, Lizote e Verdinelli (2015a) em relação
à capacidade de inovação e ao desempenho. E o estudo realizado por Aidis e Van Praag
(2007), que coaduna com os achados dessa pesquisa quanto à intenção empreendedora e ao
desempenho, além do estudo de Torres e Watson (2012), que contradizem essa relação.
Para tanto, a moderação do estilo cognitivo dos gestores intuitivos das empresas
incubadas de Santa Catarina pode ser aferida com auxílio da SEM-PLS. A modelagem
confirmou parcialmente a relação positiva e significante da hipótese H5a, uma vez que as
hipóteses [H1, no modelo após a moderação dos gestores intuitivos, (Г=0,467; t(67)=3,245; p-
valor<0,003)], [H2, no modelo após a moderação dos intuitivos, (Г=0,4104; t(67)=1,946; p-
valor<0,061)], [H3, no modelo após a moderação dos intuitivos, (Г=0,361; t(67)=1,773; p-
valor<0,086)] e a H4 não foi significante. A moderação do estilo cognitivo para os gestores
analíticos, ou seja, a H5b, também se confirmou parcialmente, pois a [H1, no modelo após a
moderação dos gestores analíticos (Г=0,7869; t(67)=9,494; p-valor<0,001)], [H2, no modelo
após a moderação dos gestores analíticos (Г=0,806; t(67)=10,2188; p-valor<0,001)], [H3, no
modelo após a moderação dos gestores analíticos (Г=0,3547; t(67)=2,032; p-valor<0,049)] e a
H4 não foi significante neste contexto.
A moderação do estilo cognitivo foi proposta como modelo teórico nesta tese, pois, na
medida em que o estilo cognitivo de cada indivíduo permite prever a predisposição que possui
para coletar, processar e analisar as informações, essa tendência afeta também o modo como
se aprende, como se resolvem os problemas e como se tomam as decisões. A pesquisa pode
comprovar o papel moderador do estilo cognitivo em relação à autoeficácia empreendedora, à
intenção empreendedora e à capacidade de inovação na esfera do empreendedorismo. Isto se
observou para a relação entre a autoeficácia empreendedora e a intenção empreendedora H1
(teste de Sobel = 1,96; p=0,051) e na H2 (teste de Sobel = 1,943; p=0,053). O modelo de
pesquisa adotado se revelou adequado. Esses achados confirmam os resultados das pesquisas
de Krueger Jr., Reilly e Carsrud (2000); Kickul et al. (2009); Sommer (2013) e Nascimento,
Verdinelli e Lizote (2014).
Também se observou que o estilo cognitivo não afeta o desempenho organizacional
das empresas incubadas, uma vez que a H4e H5 no instante da moderação não foram
141
significantes. Esse resultado corrobora com os apontamentos de Lindblom, Olkkonen e
Mitronen (2008), que em sua pesquisa também não encontraram uma relação significante para
o estilo cognitivo e o desempenho.
Diante do exposto, analisar a moderação do estilo cognitivo nas características
empreendedoras dos gestores das incubadoras de Santa Catarina permitiu identificar as
predisposições dos indivíduos intuitivos e analíticos no processo de incubação de empresas de
base tecnológica e startups. Esses achados podem apoiar os empreendedores na compreensão
dos seus próprios estilos (intuitivos e analíticos) e auxiliá-los a reconhecer suas necessidades,
a fim de buscar recursos (treinamentos, consultorias, experts, etc.) para a condução do
processo empreendedor de seus negócios (SOMMER, 2013). Portanto, a pesquisa realizada
contribui na ampliação da base de resultados empíricos, podendo dar embasamentos a novas
perspectivas teóricas na área do empreendedorismo.
Como um remarque conclusivo deste estudo, os resultados obtidos aderem ao modelo
de Chell (2008), que postula que devem ser considerados os componentes psicológicos,
sociológicos e econômicos ao se analisar as características empreendedoras que concebem a
personalidade empreendedora. Assim sendo, conclui-se que o estudo das ações dos
empreendedores deve ser realizado a partir de uma perspectiva multidimensional.
7.1 LIMITAÇÃO DO ESTUDO
Esta pesquisa foi desenhada com o objetivo de investigar a existência ou não de efeito
moderador do estilo cognitivo dos gestores de empresas incubadas em Santa Catarina sobre a
autoeficácia empreendedora, a intenção empreendedora, a capacidade de inovação e o
desempenho organizacional. Para tanto se tomaram como base as 25 incubadoras de empresas
localizadas no Estado e contempladas no site da ANPROTEC e da RECEPETI. O
mapeamento feito no segundo semestre de 2014 contabilizou 339 empresas incubadas. A
amostra compreendeu 68 empresas que responderam ao instrumento de pesquisa
encaminhado a todas as incubadas por correio eletrônico, com o auxílio da plataforma do
Google Docs, caracterizando uma amostragem por acessibilidade ou conveniência. Dessa
forma, os resultados alcançados neste estudo têm como limitação não poder generalizar-se
para todas as empresas incubadas de Santa Catarina a não ser uma amostra probabilística.
142
7.2 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS
As proposições para futuros estudos podem ser sugeridas considerando-se os diversos
aspectos abordados ao longo desta tese. Dentre eles, destacar-se-ão os mais relevantes.
Uma primeira sugestão seria replicar esta pesquisa a partir de uma amostra
probabilística para que os resultados possam ser generalizados ou efetuar um censo com todas
as empresas incubadas vinculadas à ANPROTEC e à RECEPETI.
Sugere-se aplicar o modelo desta tese no âmbito das incubadoras de empresas
localizadas em outros estados brasileiros. Assim os achados poderiam ser comparados e
verificado o efeito moderador do estilo cognitivo em conjunto com os dados demográficos
que possam ser associadas às características empreendedoras dos incubados.
Nessa linha, sugere-se a realização de uma investigação em outras condições, como as
empresas graduadas, por exemplo, para que possam verificar se o estilo cognitivo tem
influência nas características da personalidade empreendedora desses gestores que obtiveram
sucesso empresarial, com base na afirmação de Shane e Venkataraman (2003) e Borges Jr.,
Filion e Simard (2010), que destacam a necessidade de pesquisas em empresas dessa natureza.
A respeito do modelo e considerando os achados desta pesquisa, propõe-se adicionar
novos constructos em uma pesquisa similar. Seria interessante conhecer os mecanismos pelos
quais a personalidade empreendedora é afetada com variáveis moderadoras como a cultura
organizacional, o clima, a estratégia e a orientação empreendedora, conforme aponta Zhao,
Seibert e Lumpkin (2010).
Por fim, a outra sugestão compreende a realização de pesquisas que se relacionam
especificamente ao estilo cognitivo com constructos que envolvam as questões culturais,
trabalho em equipe e as relações interpessoais, tomada de decisão, gestão da informação e
conhecimento conforme apontam Armstrong, Cools e Sadler-Smith (2012). Poder-se-ia,
assim, identificar as diferentes aptidões e preferências dos indivíduos empreendedores com a
finalidade de auxiliar na autocompreensão de suas necessidades como empreendedores.
143
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