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INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL Luciano Cristiano França Nova Odessa - SP Fevereiro - 2011 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DE PLANTAS FORRAGEIRAS E GANHO DE PESO DE FRANGOS EM PASTEJO

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DE PLANTAS … · As plantas forrageiras Cynodon, Quicuio e Estilosantes podem ser consideradas adequadas para pastejo de frangos em engorda nas densidades

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INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL

Luciano Cristiano França

Nova Odessa - SP

Fevereiro - 2011

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DE PLANTAS

FORRAGEIRAS E GANHO DE PESO DE FRANGOS EM PASTEJO

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS

INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL

Luciano Cristiano França

Orientadora: Dra. Josiane Aparecida de Lima

Nova Odessa - SP

Fevereiro –––– 2011

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Instituto de Zootecnia, APTA/SAA, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Produção Animal Sustentável.

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DE PLANTAS

FORRAGEIRAS E GANHO DE PESO DE FRANGOS EM PASTEJO

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Ficha elaborada peloNúcleo de Informação e Documentação do Instituto de Zootecnia

Bibliotecária responsável – Ana Paula dos Santos Galletta - CRB8/7166

F881a França, Luciano CristianoCaracterísticas morfológicas de plantas forrageiras e

ganho de peso de frangos em pastejo . / Luciano Cristiano França. Nova Odessa - SP, 2011.

65p. : il.

Dissertação (Mestrado) - Instituto de Zootecnia. APTA/SAA.Orientador: Dra. Josiane Aparecida de Lima.

1. Avicultura. 2. Ave - Criação. I. Lima, Josiane Aparecida de. II. Título.

CDD 636.5

Ficha elaborada peloNúcleo de Informação e Documentação do Instituto de Zootecnia

Bibliotecária responsável – Ana Paula dos Santos Galletta - CRB8/7166

F881a França, Luciano CristianoCaracterísticas morfológicas de plantas forrageiras e

ganho de peso de frangos em pastejo . / Luciano Cristiano França. Nova Odessa - SP, 2011.

65p. : il.

Dissertação (Mestrado) - Instituto de Zootecnia. APTA/SAA.Orientador: Dra. Josiane Aparecida de Lima.

1. Avicultura. 2. Ave - Criação. I. Lima, Josiane Aparecida de. II. Título.

CDD 636.5

Ficha elaborada peloNúcleo de Informação e Documentação do Instituto de Zootecnia

Bibliotecária responsável – Ana Paula dos Santos Galletta - CRB8/7166

F881a França, Luciano CristianoCaracterísticas morfológicas de plantas forrageiras e

ganho de peso de frangos em pastejo . / Luciano Cristiano França. Nova Odessa - SP, 2011.

65p. : il.

Dissertação (Mestrado) - Instituto de Zootecnia. APTA/SAA.Orientador: Dra. Josiane Aparecida de Lima.

1. Avicultura. 2. Ave - Criação. I. Lima, Josiane Aparecida de. II. Título.

CDD 636.5

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO

AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS INSTITUTO DE ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DE PLANTAS FORRAGEIRAS E GANHO DE

PESO DE FRANGOS EM PASTEJO

LUCIANO CRISTIANO FRANÇA

Orientador: Dra. Josiane Aparecida de Lima

Aprovado como parte das exigências para obtenção de título de MESTRE em Produção Animal

Sustentável, pela Comissão Examinadora:

Dra. Josiane Aparecida de Lima (Orientadora)

Dr. Vicente José Maria Savino

Dr. Waldssimiler Teixeira de Mattos

Data da realização: 15/02/2011

Presidente da Comissão Examinadora

Prof. Dr. (orientador) Dra. Josiane Aparecida de Lima

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Dedico e OfereçoDedico e OfereçoDedico e OfereçoDedico e Ofereço

A Manoel de Andrade França e Laurinda Leite França, meus Pais queridos que jamais mediram esforços para me proporcionar condições de estudo e uma ótima vida, sem eles eu

nada seria...........

ao meu querido irmão Cristiano Ricardo Bueno

E a todos os familiares e amigos que de alguma forma contribuíram para que isso fosse possível.

Obrigado....Amo vocês.

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AGRADECIMENTOS A DEUS... Ao Instituto de Zootecnia, ao Programa de Pós Graduação e a todos os professores e

funcionários. À Orientadora Dra. Josiane Aparecida de Lima pelo incentivo, pelos ensinamentos e pela

confiança depositada em mim para a realização deste trabalho. Aos professores Vicente José Maria Savino e Antonio Augusto Domingos Coelho pela

amizade e confiança, e por todo aprendizado desde a graduação, sem vocês tudo isso não seria possível.

Aos funcionários do Departamento de Genética Setor de Aves da ESALQ, no qual não mediram esforços para a realização deste e pela amizade de anos, Edival, Jair, Edmilson, Lico, Nuir, Sidnei, Adilson e seu Paulinho. A todos os amigos e funcionários do Departamento, em especial ao Dr. Millor Fernandes do Rosário e ao Eng° Agrônomo Claudio Segateli pela ajuda sempre que foi preciso.

Em especial as amigas Tatiana Gonzales e Joana Demski na qual participaram intensamente sem medir esforços.

Aos parceiros de turma Claiton, Carlos Eduardo e Sheila, obrigado por tudo. A todos os amigos que fiz na ESALQ durante todos estes anos em especial a Joel Martins

da Silva, Fernanda Papa Spada, Diogo Patrini entre muitos outros. A todos do Laboratório LANA/CENA no qual fui muito bem acolhido para a realização de

análises. Ao colega de trabalho e experimentos em parceria com a ESALQ, Tércio Michelan Filho. A todos os grandes Amigos que fiz no Núcleo de pesquisa em Ambiência (NUPEA) em

especial ao Frederico e Maria Luiza. Aos Amigos irmãos Etalivio, Whyllerton (Ito) e José Mario. Ao meu grande incentivador pelo conhecimento na ciência, meu tio Edson de Oliveira. Aos amigos da graduação Alexandre Xará, Gustavo, Moro, Alexandre Chopp´s, Felipe

Bob, Mylenne, Nara, Bianca, Carla e a táta Aline, Bruna, Ligia, Ana, e a todos os outros os quais os nomes couberam aqui.

A grandiosa turma denominada “A Grande Família” na qual temos como Anfitrião nosso querido amigo Luiz Carlos, seus nomes também não cabem nesta pagina mas estarão sempre em meu coração, obrigado por fazerem parte da minha vida nas horas boas e nas ruins.

A familia Gumier em especial a Alana por fazer parte desta minha conquista e de minha vida por anos, pelo incentivo carinho e amor.

E a todos os outros amigos e familiares no qual os nomes não foram mencionados, mais sei que sempre torceram para que os meus objetivos fossem alcançados.

Às vezes as palavras não conseguem expressar um sentimento, mas se o tamanho de minha gratidão e amor por vocês pudesse, seria uma simples frase assim.........Muito Obrigado!

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SUMÁRIO

Pág. ÍNDICE DE TABELAS................................................................................................. v ÍNDICE DE FIGURAS.................................................................................................. vi RESUMO........................................................................................................................ viii ABSTRACT................................................................................................................... x 1.INTRODUÇÃO........................................................................................................... 1 2.REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................... 3 2.1.Cynodon.........................................................................….................................… 3 2.2.Quicuio...........................................................................…................................... 4 2.3.Stylosanthes....................................................................…..…………………..... 5 2.4.Sistema alternativo de criação de frangos............................................................ 5

3.MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................... 11 3.1.Local...................................................................................................................... 11 3.2. Solo da área experimental.................................................................................... 12 3.3.Clima...................................................................................................................... 12 3.4.Tratamentos e delineamento experimental............................................................ 13 3.5.Formação da pastagem.......................................................................................... 13 3.6.Animais.................................................................................................................. 14 3.7.Uniformização da pastagem e periodicidade de avaliações.................................. 15 3.8.Avaliações na pastagem........................................................................................ 16

3.8.1. Disponibilidade de forragem...................................................................... 16 3.8.2. Perda de forragem....................................................................................... 17 3.8.3. Altura do dossel forrageiro.......................................................................... 17

3.9. Desempenho animal, consumo de ração, conversão e eficiência alimentar ........ 18 3.10.Análise estatística................................................................................................ 19

4.RESULTADOS .......................................................................................................... 21 4.1. Altura do dossel forrageiro.................................................................................. 21 4.2. Massa de forragem total....................................................................................... 22 4.3. Massa de folhas.................................................................................................... 23 4.4. Massa de colmos.................................................................................................. 24 4.5. Massa de material morto...................................................................................... 26 4.6. Perdas por pastejo (kg/m2 de MS)......................................................................... 27 4.7. Perdas por pastejo (% da massa de forragem)..................................................... 29 4.8. Porcentagem de folhas......................................................................................... 29 4.9. Porcentagem de colmos........................................................................................ 30 4.10. Porcentagem de material morto.......................................................................... 31 4.11. Relação folha/colmo........................................................................................... 32 4.12.Ganho de peso, consumo de ração, conversão e eficiência alimentar................. 33

5.DISCUSSÃO............................................................................................................... 35 5.1.Considerações Finais............................................................................................. 44

6. CONCLUSÕES.......................................................................................................... 45 7. REFERÊNCIAS......................................................................................................... 47 8. APÊNDICE................................................................................................................. 53

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ÍNDICE DE TABELAS

Página Tabela 1. Características químicas do solo da área experimental............................. 12

Tabela 2. Temperaturas (mínima, máxima e média), precipitação pluviométrica e insolação média......................................................................................... 12

Tabela 3. Composição percentual e valores calculados das rações............................ 15

Tabela 4. Disponibilidade média de massa verde, massa seca e altura das plantas no acesso inicial das aves aos piquetes...................................................... 17

Tabela 5. Valores médios e erro padrão da média de massa de forragem total (kg/m2 de MS) de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por aves em pastejo.......................................................................................... 23

Tabela 6. Valores médios e erro padrão da média de massa de forragem total (kg/m2 de MS) de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por aves em pastejo.......................................................................................... 23

Tabela 7. Valores médios e erro padrão da média para massa de colmos (kg/m2 de MS) de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por aves em pastejo......................................................................................................... 25

Tabela 8. Valores médios e erro padrão da média de massa de material morto (kg/m2 de MS) de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por aves em pastejo........................................................................................... 27

Tabela 9. Perdas por pastejo (kg/m2 de MS) de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por aves em pastejo......................................................... 28

Tabela 10. Perdas por pastejo (% da massa de forragem) de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por aves em pastejo................................... 29

Tabela 11. Valores médios e erro padrão da média para porcentagem de colmos de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por aves em pastejo........................................................................................................ 31

Tabela 12. Valores médios e erro padrão da média (EP) para ganho de peso de aves (kg/animal) ganho de peso médio das aves por unidade de área (kg/m2) em piquetes de três espécies forrageiras submetidas à lotação contínua...................................................................................................... 34

Tabela 13. Valores médios e erro padrão (EP) do consumo de matéria seca, conversão e eficiência alimentar da ração por aves em pastejo em três espécies forrageiras submetidas à lotação contínua................................... 34

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ÍNDICE DE FIGURAS

Página

Figura 1. Instalações experimentais do Departamento de Genética Setor de Aves ESALQ/USP............................................................................................... 11

Figura 2. Forrageiras em crescimento inicial............................................................. 14

Figura 3. Vista lateral dos piquetes com altura das plantas aproximada de 30 cm.... 16

Figura 4. Régua graduada em centímetros................................................................. 18 Figura 5. Altura do dossel de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por

aves em pastejo................................................................................... 22 Figura 6. Massa de folhas de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por

aves em pastejo .......................................................................................... 24 Figura 7. Massa de colmos de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua

por aves em pastejo .................................................................................... 26 Figura 8. Perdas de forragem de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua

por aves em pastejo.................................................................................... 28 Figura 9. Porcentagem de folhas de plantas forrageiras submetidas à lotação

contínua por aves em pastejo...................................................................... 30 Figura 10. Porcentagem de material morto de plantas forrageiras submetidas à

lotação contínua por aves em pastejo......................................................... 32 Figura 11. Relação folha:colmo em plantas forrageiras submetidas à lotação

contínua por aves em pastejo...................................................................... 33

Figura 12. Croqui da área experimental....................................................................... 55

Figura 13. Área experimental....................................................................................... 57

Figura 14. Fase inicial do experimento........................................................................ 57

Figura 15. Vista geral das aves em pastejo.................................................................. 59

Figura 16. Piquete formado com capim-quicuio, densidade de 3m2/ave .................... 59

Figura 17. Piquete formado com Cynodon, densidade de 3m2/ave ............................. 61

Figura 18. Piquete formado com Cynodon, densidade de 0,5 m2/ave.......................... 61

Figura 19. Piquete formado com Cynodon, densidade de 1,0 m2/ave.......................... 63

Figura 20. Piquete formado com Stylosanthes, densidade de 1 m2/ave ...................... 63

Figura 21. Piquete formado com capim-quicuio, densidade de 1 m2/ave ................... 65

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RESUMO Características morfológicas de plantas forrageiras e ganho de peso de frangos em pastejo

A criação de frango caipira vem se destacando no Brasil e no mundo na última década,

visando à produção de um alimento diferenciado e claramente à melhoria no bem-estar animal. O

sistema de criação alternativa ou caipira é regulamentado dentro das normas do Ministério da

Agricultura que exige o acesso das aves em pasto ou piquetes. Este pasto pode ser composto por

gramíneas e leguminosas e quanto maior a biodiversidade da pastagem melhor será o

aproveitamento pela ave. O estudo foi realizado com objetivo de avaliar em sistema de criação

alternativa de frangos algumas características morfológicas de três espécies forrageiras

submetidas ao pastejo por aves, sob lotação contínua. Os tratamentos foram três espécies

forrageiras T1-Coastcross, T2-Quicuio e T3-Estilosantes, em piquetes de 33m2 com duas

densidades (m2/ave): D1= 3m2/ave e D2= 1m

2/ave, sendo um fatorial 3x2 e três blocos. A

avaliação das pastagens foi feita por meio da disponibilidade de forragem (total, colmo e folhas),

altura das plantas e perdas pelo pastejo. Os animais foram provenientes da linhagem “caipira

alternativa”, sendo escolhida a linhagem “Carijó Pesado”, e o desempenho animal e consumo de

ração foram avaliados quinzenalmente. Avaliou-se, também, a conversão e a eficiência alimentar.

As plantas forrageiras Cynodon, Quicuio e Estilosantes podem ser consideradas adequadas para

pastejo de frangos em engorda nas densidades de 3 e 1 m2/ave na época do ano avaliada (outono).

Considerando a entrada de um novo lote de aves após esse período (68 dias), o Estilosantes na D2

e o Quicuio em ambas as densidades devem ser utilizados com cautela devido à baixa massa de

forragem disponível resultante do pastejo do lote anterior. As três espécies forrageiras

proporcionaram ganho de peso semelhante, sendo constatado melhor resultado para 3 m²/ave

(3,20 e 3,02 kg/ave para D1 e D2, respectivamente). A densidade de 0,5 m2/ave não é

recomendada, pois as forrageiras não suportam esta pressão de pastejo.

Palavras-chave: avicultura alternativa, bem-estar animal, frango caipira, pastejo por aves, sustentabilidade

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ABSTRACT

Morphological characteristics of forage plants and weight gain of chicken in pasture

The raising chicken of free-range chicken has been increasing in Brazil and abroad in the

last decade, aiming the production of a differentiated product and clearly the improvement of the

animal’s welfare. The system of alternative breeding or free-range is regulated under the rules of

the Ministério da Agricultura, wich demands the release of the chickens in pastures or paddocks.

This pasture can be composed of grasses and legumes and as higher is the pasture’s biodiversity,

better will be the utilization by the chicken. The study was conducted to evaluate in a system of

alternative chicken some morphological characteristics of three species of forage plants,

submitted to the continuous grazing of chickens. The treatments were three species of forage T1-

Coastcross, T2-Quicuio and T3-Estilosantes, in small pastures of 33m2 with two densities

(chicken/m2), D1= 3m2/chichen and D2= 1m

2/chichen, being one 3x2 factorial and three blocks.

The evaluation of the pastures was performed using the availability of the forage (total, stem and

leaves), plant height and loss by grazing. The animals used were derived lines “rustic

alternative”, being chosen lines “Carijó Pesado”, and the animal performance and feed intake

were determined biweekly. The conversion and the feed efficiency were also evaluated. The

forage plants Cynodon, Quicuio and Estilosantes can be considered adequate for chicken grazing

in fattening in densities of 3 and 1 m²/chicken at the time of year that was evaluated (autumn).

Considering the input of a new lot f chichens after this evaluation period (68 days), the

Estilosantes in D2 and Quicuio in both densities must be used with caution, due to low mass of

availabe forage, resulting from the grazing of the previous lot. The three forage species have

provided similar weight gain, being revealed better outcome for a 3 m²/chichen (3,20 and 3,02

kg/chichen to D1 and D2, respectively). The density of 0.5 m2/chicken is not recommended

because the grasses do not support this grazing pressure.

Keywords: alternative aviculture, animal welfare, free-range chicken (rustic chicken), pasture by chichens, sustainability

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1. INTRODUÇÃO

A criação de frango caipira vem se destacando no Brasil e no mundo na ultima década

(CARRIJO et al., 2002), tornando-se uma atividade lucrativa para o setor avícola. Atualmente,

essa atividade esta diretamente relacionada com a agricultura familiar agregando fonte de renda,

servindo de instrumento de sustentabilidade alimentar por meio da disponibilidade de proteína

de alta qualidade, como carne e ovos. Este segmento da avicultura brasileira foi responsável em

2006 pela produção de 40% das aves e ovos produzidos no Brasil (COELHO et al., 2008).

A criação de aves em sistema alternativo, além da qualidade e do valor agregado ao produto

final, busca claramente a melhoria no bem estar animal fazendo com que a ave expresse seu

comportamento natural. Este tipo de manejo é regulamentado, principalmente, pela Comunidade

Européia, e deve ser assegurado para o sistema de produção alternativo de aves.

O ato da ave em ciscar, bater asas, tomar banho de terra, são alguns destes comportamentos

naturais dentre os quais podem ser melhores expressados pela ave quando a mesma tiver acesso a

qualquer tipo de pasto, sendo este oferecido na forma de livre acesso ou em piquetes

rotacionados, podendo assim simular um ambiente natural para a ave, o que contribuirá na

procura de outras fontes de alimento e, conseqüentemente, resultará em uma possível melhoria no

seu bem-estar.

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A criação a pasto cada vez mais vem sendo utilizada para a produção de animais

monogástricos, como por exemplo, o frango caipira, onde são criadas em sistemas semi-

intensivos ou agroecológicos utilizando-o como fonte alternativa de nutrientes, proporcionando

um ambiente natural e menos estressante para a ave, quando comparados aos sistemas de criações

convencionais que atualmente vem aumentando o número de aves por metro quadrado

otimizando sua produção, porém gerando um ambiente desfavorável em relação ao bem-estar dos

animais.

Tendo em vista a obrigatoriedade desse sistema alternativo de criação em oferecer o

acesso a um pasto é correto afirmar que quanto maior a biodiversidade da pastagem melhor será

o aproveitamento pela ave. A escolha da espécie forrageira se deve principalmente as

necessidades das aves, tais como: baixo porte, uma boa aceitabilidade e digestibilidade

(lembrando que as aves são animais monogástricos e com baixa digestibilidade de fibras), ricas

em vitaminas e minerais, que apresentem um bom enraizamento, evitando assim que a ave

danifique a planta e prejudique a rebrota, ou deixando o solo sem cobertura vegetal, o que é

comum quando ocorre pastejos com altas densidades de animais.

Diversas espécies de plantas forrageiras como o Tifton, Coastcross, Quicuio, Brachiaria,

Estilosantes com uso consorciado ou exclusivo, são comumente conhecidas e indicadas na

avicultura alternativa, porém essas indicações são carentes de informações precisas quando se

diz respeito à sua resposta ao pastejo por aves.

Sendo assim, objetivou-se avaliar algumas características morfológicas de algumas

espécies forrageiras pastejadas por aves caipiras. O estudo poderá contribuir com o setor avícola

no sentido de disponibilizar uma opção relativa ao sistema de criação proporcionando

alternativas que reduzam os insumos com alimentação e que agreguem valor a um produto

diferenciado e de extrema expansão no mercado brasileiro. Neste contexto, é imprescindível que

a ciência disponibilize para o setor produtivo alternativas de sistemas de criação que

proporcionem bem estar animal, pois é fato que de agora em diante o ser humano busque cada

vez mais consumir produtos de origem animal obtidos em sistemas de criação cuja filosofia é

produzir sem causar desconforto aos animais.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

São escassas as informações cientificas relativas às características morfológicas e

qualitativas de espécies forrageiras sob pastejo por aves. Neste contexto, salientam-se algumas

características das espécies Cynodon, Quicuio e Estilosantes, que as tornam forrageiras

adequadas ao pastejo por aves.

2.1. Cynodon (Cynodon dactylon (L) Pers.)

Segundo Vilela e Alvim, (1998) as espécies pertencentes ao gênero Cynodon são bem

adaptadas às regiões tropicais e subtropicais, resistentes a invernos moderados, além de serem

boas opções para sistemas de produção animal (PEDREIRA e MELLO, 2001). No Brasil não há

registro de onde e como este gênero foi introduzido, mas acredita-se que foi consequência da

curiosidade de produtores brasileiros, o que levou os pesquisadores a investigarem seu

comportamento em condições brasileiras.

Este gênero apresenta elevado potencial forrageiro e bom valor nutritivo, sendo

comumente utilizado na forma de pastejo ou feno. Dentre as espécies pertencentes ao gênero

cita-se o Coastcross, cujas características morfológicas e nutritivas se adéquam muito bem aos

requisitos necessários para ser utilizado no pastejo por aves.

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O Coastcross é amplamente difundido no Brasil pela sua flexibilidade de utilização e vem

sendo utilizado há vários anos, é um híbrido obtido por meio do cruzamento entre o cultivar

Coastal e uma introdução de Bermuda proveniente do Quênia. Possui colmos finos, boa relação

folha/colmo, folhas macias, coloração verde menos intensa que a grama-estrela e a produção

varia de acordo com o manejo (CARNEVALLI et al., 2001).

Corrêa e Santos (2003) citam que o cultivar Coastcross tem demonstrado bons resultados

na produção de forragem, além de boa adaptação ao frio e elevado valor nutritivo, é

caracterizada por ser uma planta estolonífera, possuir colmos finos, folhas macias e com boa

resistência ao pastejo; porém é exigente em fertilidade e é susceptível a cigarrinha.

Conforme Silva e Nakano (1998), além do Quicuio e a Grama-seda, as gramíneas Tifton e

Coastcross são boas forrageiras para aves e Amaral (2002) cita as forrageiras Coastcross e

Tifton entre outras, como suplementação alimentar verde, porém desde que as mesmas estejam

livres da contaminação com produtos tóxicos. Há inúmeras plantas forrageiras que podem ser

utilizadas para o pastejo de aves e dentre elas Sales (2005) menciona o Coastcross como uma

boa opção.

2.2. Quicuio (Pennisetum clandestinum Hochst. ex Chiov)

O capim-quicuio é originário das regiões de elevada altitude da África (SEMMELMANN

et al., 2008), foi introduzida no Brasil por volta de 1923 onde adaptou-se perfeitamente as

condições do País (PUPO, 1985). É uma gramínea perene e de porte rasteiro (30-40 cm de

altura), com colmos longos e finos, estolonífera, de fácil enraizamento e com máximo

crescimento em regiões subtropicais (ALCÂNTARA e BUFARAH, 1985; PUPO, 1985). O

Quicuio é uma espécie agressiva, resistente ao frio, a geadas e ao fogo e é exigente em

fertilidade do solo (DALLA COSTA et al., 2002).

Esta forrageira é uma excelente alternativa na alimentação de aves devido ao seu alto

potencial de produção (MOREIRA, 2008), sendo também recomendada por Coelho et al. (2008)

como cobertura vegetal de piquetes para aves. Silva e Nakano (1997) e Albino et al. (2001)

reforçam o relato dos autores supracitados comentando que o Quicuio é uma excelente opção

para o pastejo de aves, sendo resistente ao pisoteio, a seca e com boa produção de massa verde.

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2.3. Stylosanthes (Stylosanthes sp.)

O gênero Stylosanthes é nativo da América Latina, porém é encontrado em muitos países.

Possui mais de 40 espécies, sendo que destas, 25 são brasileiras (CHARCHAR et al., 2002), o que

confirma sua boa adaptação em regiões com altas temperaturas.

No Brasil tem ocorrência na região Sudeste, estendendo-se até a região Norte, com maior

propagação em Minas Gerais, que dispõe de 19 espécies nativas (FERREIRA e COSTA, 1979).

O Stylosanthes é gênero perene, adaptado ao frio, se propaga bem em solos pouco férteis,

apresenta alta tolerância a acidez e baixa tolerância a solos salinizados. Este gênero é semi-

arbustivo, com ramos curtos, inflorescência com várias alturas conforme a espécie e flores

amareladas. Entre as características que a evidenciam para o pastejo por aves citam-se: boa

produção por unidade de área, resistência ao pastejo e pisoteio, capacidade de consorciação e

alta aceitação por animais (SILVEIRA et al., 2005).

Segundo Garcia et al. (2008), o Stylosanthes é uma forrageira rica em proteína e executa

uma função importante de transformar o nitrogênio da atmosfera e fixá-lo biologicamente no

solo. Assim, reduz os investimentos em insumos agrícolas, contribuindo para a redução dos

impactos ambientais.

A utilização do Stylosanthes na alimentação de aves e suínos é citada em pesquisas

realizadas na China e na Índia, sendo acrescentada farinha das folhas nas dietas dos referidos

animais, o que resultou em elevados índices relativos ao ganho de peso dos animais. Conforme

Ramesh et al. (2004) esta prática reduziu a utilização de grãos e o custo na formulação das

dietas.

2.4. Sistema alternativo de criação de frangos

Na historia da avicultura brasileira Silva e Nakano (1997) descrevem que entre os anos de

1900 e 1930 houve um período no qual a avicultura era chamada de “Colonial”, onde as aves

eram criadas totalmente soltas e sem critérios específicos de produção. Anos mais tarde, entre as

décadas de 40 e 60, em plena escassez de alimentos provocada pela segunda guerra mundial

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iniciaram-se criações de aves com aptidões mistas “carne e ovos” criadas livremente com acesso

a pasto ou confinadas em galpões.

No Brasil, a criação alternativa de frangos vem crescendo desde a década de 90 e o uso de

ingredientes alternativos nas dietas tem sido bastante estudado com a finalidade de diminuir o

custo da alimentação, além de visar criações baseadas em paradigmas ecológicos e oferta de

produtos mais saudáveis (COSTA et al., 2007).

Com o aumento nos custos de produção, a utilização de alimentos alternativos é

economicamente interessante na produção animal (GENEROSO et al., 2008) o que satisfaz uma

parcela de consumidores cada vez mais exigentes por alimentos de qualidade, aumentando o

interesse pela produção alternativa como o sistema caipira, onde a ave pode suprir parte de sua

alimentação com alimentos naturais e livres de promotores de crescimento (VIEIRA et al.,

2007).

Atualmente há um crescente interesse no consumo de carnes com características

alternativas, as quais podem ser obtidas mediante produção de aves com desenvolvimento lento

e criadas com acesso a piquetes, com o objetivo de atender a um nicho de mercado constituído

por uma faixa de consumidores mais exigentes e com maior poder aquisitivo (TAKAHASHI et

al., 2006), nichos estes que surgiram com propostas diferenciadas aos consumidores que estão

cada vez mais preocupados com a segurança alimentar, meio ambiente e ecologia sustentável

(CARBONE et al., 2005).

Na região sudeste esse tipo de ave ou de criação é chamado de caipira, na região sul, de

colonial e, no nordeste, de capoeira (SAVINO et al., 2007). Estas possuem características

sensoriais diferentes das aves criadas em regime de confinamento, como maior coloração da

carne, maior firmeza, sabor acentuado e menor teor de gordura na carcaça (TAKAHASHI et al.,

2006).

O consumo de carne de frango industrial convencional vem crescendo como alternativa

mais barata para substituir a carne bovina nas faixas de renda mais baixa, principalmente nos

países em desenvolvimento. Gessulli (1999) salienta que o mercado do frango caipira não

compete com o frango industrial em escala e custo de produção, mas sim na qualidade da carne

e em seu sabor, atendendo consumidores dispostos a pagar mais por essa característica e salienta

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que a sociedade atual está mais interessada em sistemas de produção que aumentem o bem estar

animal.

O sistema convencional de frangos de corte buscou a otimização da produção aumentando o

número de aves por metro quadrado, porém este regime de total confinamento gera um ambiente

desfavorável ao bem estar da ave, provocando declínios nos índices produtivos (BOLI, 2001;

HELLMEISTER FILHO et al., 2003), causando intenso estresse, tendo como consequência

respostas fisiológicas e comportamentais, que causam sérios danos à saúde e ao bem estar animal,

salientando mais uma vez os sistemas de criação semi-intensivos como opção dos consumidores e

produtores (SILVA et al., 2003).

Prestes (2005) salienta ser impossível definir precisamente com base científica o que é

bem estar animal, definindo apenas de modo amplo que os animais devem ser saudáveis em

aspecto físico e comportamental, devendo ser criados em harmonia com o ambiente, adaptando-

se a ele sem sofrimento. Para melhorar as condições de bem estar dos animais, Pinheiro

Machado e Hötzel (2000) citados por Picoli, (2004) comentam duas linhas de conduta: o

enriquecimento ambiental “introdução de aparatos de distração ou de semelhança ao ambiente

natural tais como: poleiros, touceiras de plantas penduradas ao alcance da ave para sua apreensão

simulando uma vegetação natural, brinquedos de plásticos feitos de tampinhas, madeira, canos

de PVC, etc.”, conforme Abreu et al., 2006 e a criação de aves em pasto, semiconfinadas.

O interesse dos produtores, fornecedores de insumos, supermercadistas e consumidores

levou o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) a normatizar o sistema de

produção de frangos coloniais/caipiras por meio do DIPOA (Divisão de Inspeção de Produtos de

Origem Animal), por meio do Ofício Circular DOI/DIPOA nº 007/99 de 19/05/1999, onde se

estabeleceu que na produção do frango caipira sejam fielmente observadas, nas suas diversas

fases, as seguintes condições: a) alimentação constituída por ingredientes, inclusive proteínas,

exclusivamente de origem vegetal, sendo totalmente proibido o uso de promotores de

crescimento de qualquer tipo ou natureza; b) sistema de criação (manejo) até 25 dias em

galpões; após essa idade, devem ser soltos, a campo, sendo doravante sua criação extensiva e

usar no mínimo 3 metros quadrados de pasto por ave; c) idade de abate no mínimo de 85 dias e

d) linhagem exclusivamente de raças próprias para esse fim, sendo vedadas, portanto, aquelas

linhagens comerciais específicas para frango de corte.

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No sistema alternativo de produção, a exploração pode ser intensiva, ou não, criada sem

uso de medicamentos contra as doenças e parasitas, promotores de crescimento, quimioterápicos

e ingredientes de origem animal na dieta. No caso do uso de algumas destas substâncias, o lote

deve ser rotulado como convencional (CARBONE et al., 2005).

No mesmo contexto, a agricultura orgânica surge da interação entre o homem-ambiente-

animal tornando-os um organismo que trabalha em conjunto e em equilíbrio, porém o adjetivo

“orgânico” passou a qualificar não só os sistemas de produção orgânicos, mas também a

agricultura ecológica, biodinâmica, natural, biológica, permacultura (conexão entre homem-

animal-culturas, gerando um sistema para a criação de ambientes sustentáveis, baseada em

sistemas naturais, sabedoria de sistemas tradicionais de produção e no conhecimento cientifico

e tecnológico, com o objetivo de melhorar a produção humana e animal em relação a sua

produtividade natural).

A alimentação das aves e suas exigências nutricionais podem ser feitas por livre escolha

dela mesma, onde o pasto tende a ser o ambiente que proporcionará essa escolha aproveitando do

pasto suas vitaminas, minerais e outras substâncias nutritivas do capim (SALES, 2005).

Takahashi et al. (2006) demonstraram em experimento com linhagens de crescimento

lento (Caipirinha/Pescoço Pelado) e de crescimento rápido (Ross e Paraíso Pedrês) em dois

sistemas de criação (confinadas e em piquetes), que o ganho de peso foi semelhante nos dois

sistemas, o que difere dos apresentados por Pelicia et al. (2003) que observaram maior ganho de

peso e peso vivo em aves criadas em sistema de confinamento, em relação às com acesso a

piquetes.

Silva et al. (2003) estudando a influência do sistema de criação (intensivo e semi-

intensivo) com linhagens de crescimento rápido e lento, mostraram que o peso corporal em

sistema semi-intensivo foi maior quando comparado ao sistema intensivo, assim como menor

conversão alimentar neste sistema. Avaliando parâmetros fisiológicos como temperatura retal,

taxa respiratória e hematócrito, pode-se demonstrar influência positiva do sistema em relação ao

conforto e bem estar das aves.

Hellmeister Filho et al. (2003) avaliando o efeito do sistema em relação ao desempenho de

frangos caipiras, demonstraram que para atingir a “idade 2300” (idade da ave ao atingir

2.300 kg, exigência Oficio Circular DOI/DIPOA Nº007/99 para aves caipiras criadas por no

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mínimo 85 dias), o sistema de criação semi-intensivo obteve melhores resultados, como também

linhagens de crescimento lento obtiveram melhores idades 2300 e menores ganho de peso médio

por dia, assim como as diferenças no consumo de ração foi menor para as mesmas linhagens.

A avicultura alternativa se destaca como uma crescente estratégia para o setor avícola,

visando à busca do consumidor por produtos diferenciados, originados de sistemas de criação

que preservam o bem-estar animal e valorizando os atributos de qualidade que estão associados

à sustentabilidade ambiental e social gerada em toda escala de produção, diversificando a

atividade das pequenas propriedades, gerando renda e contribuindo para a inclusão social desta

parcela da sociedade brasileira.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Local

O experimento foi realizado nas instalações experimentais do Departamento de Genética da

Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” USP (Figura 1), localizada no município de

Piracicaba Estado de São Paulo à altitude de 547 m, - 22° 43’ 31’’ Sul e 47° 38’ 57’’, entre os

meses de agosto/2009 e junho/2010.

Figura 1 - Instalações experimentais do Departamento de Genética - Setor de Aves ESALQ/USP.

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3.2. Solo da área experimental

O solo da área foi classificado como Nitossolo Vermelho eutroférrico típico, com textura

argilosa A moderada (EMBRAPA, 1999). Devido à alta fertilidade do solo (Tabela 1) não foram

realizadas calagem e adubações potássica e fosfatada durante o período de experimento.

Tabela 1. Características químicas do solo da área experimental

pH MO P K Ca Mg H+Al SB CTC V

CaCl2 g/dm³ mg/dc³ ............................mmolc/dm³............................... %

5,7 40 98 11 77 23 28 11 139 80

3.3. Clima

Conforme o sistema Köppen, o clima da região de Piracicaba pode ser classificado como

Cwa, isto é, mesotérmico úmido, subtropical de inverno seco, onde a temperatura do mês mais

frio é inferior a 18 °C e a do mês mais quente ultrapassa os 22 °C (BRASIL, 1960). Os dados

climáticos (Tabela 2) referentes ao período experimental foram obtidos na estação experimental

do Departamento de Engenharia e Biossistemas - ESALQ/USP.

Tabela 2. Temperaturas (mínima, máxima e média), precipitação pluviométrica e insolação média

Temperatura (°C)

Mês/Ano Max. Média Min. Média Média Precipitação mensal

(mm/chuva) Insolação média

(h/dia)

ago/09 26,3 13,2 19,7 61,4 7,1 set/09 27,6 16,8 22,2 143,8 5,2 out/09 28,6 17,1 22,8 56,7 6,6 nov/09 31,7 20,1 25,9 196,5 6,9 dez/09 25,9 19,7 24,6 274,3 5,5 jan/10 30,2 20,3 25,3 250,2 4,7 fev/10 31,8 20,2 26,0 158,6 7,6 mar/10 30,5 19,2 24,9 99,0 6,6 abr/10 28,4 16,7 22,5 76,4 7,6 mai/10 25,6 13,2 19,4 24,4 7,1 jun/10 25,7 10,3 17,9 16,7 8,4

Fonte: Departamento de Engenharia e Biossistemas - ESALQ/USP (2010).

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3.4. Tratamentos e delineamento experimental

Foram estudadas três espécies de forrageiras: Coastcross (Cynodon spp.), Quicuio

(Pennisetum clandestinum) e Estilosantes (Stylosanthes macrocephala + Stylosanthes capitata)

submetidas ao pastejo contínuo por aves, com duas densidades: D1 (3m2/ave) e D2 (1m

2/ave).

Estes tratamentos serão descritos em alguns pontos do texto como C1 e C2, E1 e E2, Q1 e Q2

(respectivamente, Cynodon nas densidades 1 e 2, Estilosantes nas densidades 1 e 2, Quicuio nas

densidades 1 e 2)

A partir do primeiro dia de idade, os pintinhos foram alojados em galpões recebendo o

mesmo tratamento e, permaneceram em círculos de proteção onde recebiam água e ração à

vontade, aquecimento por meio de campânulas elétricas e iluminação no período noturno. Cada

galpão comportava cerca de 400 animais que foram mantidos no mesmo ambiente até o 15° dia

quando foram separados em seus respectivos boxes e tratamentos. As aves permaneceram em

regime intensivo (confinadas) até 25º dia (período limite para o início do regime de semi-

confinamento segundo MAPA) sendo liberado o acesso aos piquetes e aos tratamentos após este

período.

A proposta inicial compreendia a avaliação de três densidades de aves, ou seja, as duas

supracitadas (D1 e D2) e a terceira densidade (D3) que visava a avaliação considerando 0,5m2/ave.

No entanto, todas as forrageiras, em todas as repetições, degradaram com 40 dias de pastejo,

antes do final do período experimental. Este fato evidencia que a disposição de 0,5m2/ave não

condiz com o objetivo de criação de frangos coloniais com sustentabilidade referente às espécies

forrageiras. Sendo assim, a metodologia será descrita considerando somente as duas densidades

avaliadas. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, em esquema fatorial (3x2),

sendo três forrageiras, duas densidades e três blocos.

3.5. Formação da pastagem

A área total com cada espécie forrageira foi cerca de 297m2 que foram divididos em nove

piquetes de 33m2.O preparo do solo foi realizado por meio de aração e duas gradagens

niveladoras, sendo o plantio realizado após ocorrência uniforme de chuvas.

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O preparo do solo e a eliminação de plantas daninhas ocorreram no mês de agosto e o

plantio das forrageiras no mês de setembro de 2009. A partir desse momento, quando não ocorria

precipitação, era realizada irrigação por meio de irrigador giratório com aspersão uniforme em

todos os piquetes durante cerca de trinta minutos visando garantir melhor formação dos pastos.

O controle de plantas daninhas foi realizado com a utilização de enxada durante todo o

período de estabelecimento da pastagem até a primeira avaliação. Este procedimento foi realizado

com o intuito de evitar que as invasoras interferissem no desenvolvimento das plantas forrageiras

e na avaliação dos tratamentos.

O Coastcross e o Quicuio foram plantados por meio de mudas com espaçamento de 50 cm

entre sulcos (ALVIN et al., 1996) e o Estilosantes semeado em linha com espaçamento de 0,40

cm entre as mesmas (SILVEIRA et al., 2005) (Figura 2).

Estilosantes Coastcross Quicuio

Figura 2 - Forrageiras em crescimento inicial.

3.6. Animais

Foram utilizados pintos de um dia provenientes da Granja Caipixaba localizada na cidade

de Marechal Floriano ES, que comercializa linhagens de frango “caipira alternativa”, sendo

escolhida a linhagem “Carijó Pesado” com aptidão para corte, sexados e definidos como machos

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com a finalidade de evitar variâncias de peso e consumo decorrentes de lotes mistos (machos e

fêmeas).

Os animais foram alojados em três galpões, sendo cada um com acesso a seis piquetes

correspondentes às três forrageiras nas duas densidades (Anexo 1). Cada galpão era constituído

de seis boxes, totalizando 18 boxes/piquetes. Durante todo o período experimental ração e água

foram fornecidas ad libitum. A composição porcentual das rações, bem como os níveis calculados

estão apresentados na Tabela 3.

Tabela 3. Composição percentual e valores calculados das rações

INGREDIENTES 1INICIAL 2ENGORDA Milho 60,63 68,00

Farelo de trigo 2,50 2,00 Farelo de soja 31,25 23,75 Óleo de soja 0,41 1,04 Suplemento 5,21 5,21

VALORES CALCULADOS EM (kcal/kg) 3,000 3,150

PB (%) 20 17 Cálcio (%) 0,92 0,9

Fósforo disponível (%) 0,3 0,29 1 Enriquecimento por kg de ração: ácido fólico 0,6 mg; antioxidante 100 mg; coccidiostático 100 mg; promotor de crescimento 40 mg; cobre 8 mg; ferro 50 mg; iodo 1,4 mg; lisina 0,35 g; manganês 72 mg; metionina 1,8 g; selênio 0,2 g; sódio 1,6 g; vit. A 8000 UI; vit. B12 15 mcg; vit. D3 3000 UI; vit. E 20 mg; vit k3 1,5mg; zinco 54,15 mg; pantotenato de cálcio 12 mg; niacina 40 mg; cloreto de colina 0,34 g; biotina 100 mcg; Piridoxina 3 mg; tiamina 2 mg; riboflavina 6 mg. 2 Enriquecimento por kg do produto: ácido fólico 0,4 mg; antioxidante 100 mg; coccidiostático 60 mg; promotor de crescimento 30 mg; cobre 65 mg; ferro 50 mg; iodo 1 mg; lisina 0,3 g; manganês 60 mg; metionina 1,35 g; selênio 0,2 mg; sódio 1,5 g; vit. A 6000 UI; vit. B12 10 mcg; vit.D3 2000 UI; vit.E 10 mg; vit k3 0,80 mg; zinco 45 mg; pantotenato de cálcio 8 mg; niacina 20 mg; cloreto de colina 0,24 g; biotina 60 mcg; piridoxina 2 mg; tiamina 1,8 mg; riboflavina 4,5 mg.

3.7. Uniformização da pastagem e periodicidade de avaliações

Foi realizado um corte de uniformização em todas as forrageiras um dia antes da entrada

das aves nos piquetes, padronizando-os em altura aproximada de 30 cm em 21/04/2010, com

entrada dos animais nos piquetes em 22/04/2010 (Figura 3). O corte foi realizado com a

utilização de tesoura de poda e, para padronização da altura de forma mais homogênea possível,

utilizou-se régua graduada em centímetros.

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Figura 3 - Vista lateral dos piquetes com altura das plantas aproximada de 30 cm.

3.8. Avaliações na pastagem

As avaliações a seguir relacionadas ocorreram a cada 14 dias a partir do acesso das aves aos

piquetes e transcorreram até o final do experimento totalizando cinco períodos: aos 12, 26, 40, 54

e 68 dias de permanência das aves nos piquetes e, deste ponto do texto em diante, as mesmas

serão referidas como períodos 1, 2, 3, 4 e 5, respectivamente.

3.8.1. Disponibilidade de forragem

A determinação da forragem disponível foi realizada por meio de corte (tesoura de poda),

rente ao solo, sendo as plantas delimitadas por quadrados de 0,30m x 0,30m colocados em três

pontos no piquete (ao centro e nas extremidades). As molduras possuíam umas das faces abertas

para facilitar sua colocação no local determinado. As molduras foram colocadas de forma

sistêmica por meio de linha transecta para evitar que ao longo do período experimental ocorresse

sobreposição das unidades amostrais, evitando que o efeito do corte antecedente afetasse a

próxima estimativa, uma vez que esta variável foi medida a cada 14 dias.

O material coletado foi separado nos componentes morfológicos folha, colmo e material

morto, sendo para gramíneas com as particularidades folha (lâminas foliares), colmos (bainha

foliar + colmo) com o intuito de obter a massa de matéria seca (MS) dos componentes e suas

porcentagens na massa de forragem total. Conforme Penati (2002) foi considerada como lâmina

foliar verde, as laminas com menos de 50% de tecido senescente mais as folhas em expansão. A

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relação folha/colmo foi calculada por meio da divisão simples entre massa seca de folhas pela

massa seca de colmos. Na Tabela 4 podem ser observadas as disponibilidades de massa verde,

matéria seca e altura das forrageiras no momento do acesso inicial das aves nos piquetes.

Tabela 4. Disponibilidade média de massa verde, massa seca e altura das plantas no acesso inicial das aves aos piquetes

Cynodon Quicuio Estilosantes

Altura (cm) 29,5 26,0 31,0

Massa verde (kg/m2)

Folha 0,114 0,252 0,207

Caule 0,328 0,342 0,472

Total 0,442 0,594 0,679

Massa seca (kg/m2)

Folha 0,061 0,089 0,081

Caule 0,125 0,094 0,253

Total 0,186 0,183 0,334

3.8.2. Perda de forragem

A coleta das amostras para estimar a perda de forragem pelo pastejo (todo material solto

sobre o solo e preso na planta mas danificado pela ação dos animais) foi realizada em três locais

fixos de 0,09m2 (0,30 m x 0,30 m) de cada piquete e neste material foi determinada a participação

de lâminas, colmo e material senescido. Para esta coleta, as três áreas de retirada das amostras

foram demarcadas e limpas, sem que houvesse vestígio de qualquer material ou parte da planta

sobre o solo e após dois dias foi coletado todo material depositado sobre a área demarcada, sendo

computado como forragem proveniente da perda pelo pastejo.

3.8.3. Altura do dossel forrageiro

A altura do dossel foi determinada por meio de medições semanais (15 pontos por piquete)

utilizando-se uma régua de madeira (Figura 4), construída a partir de uma haste graduada em

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centímetros e, ao centro, foi colocada uma folha de transparência que não exercia pressão sobre

as folhas, evitando, assim, subestimar ou superestimar a altura das mesmas. Para o registro desta

variável, considerou-se desde a superfície do solo até a curvatura das folhas totalmente

expandidas. Introduzia-se ponta da haste no dossel de forma perpendicular, do topo para base, até

o nível do solo e durante esse percurso a folha de transparência era deslocada para cima e quando

a haste atingia o solo realizava-se a leitura na posição da transparência na escala da haste.

Figura 4 - Régua graduada em centímetros.

3.9. Desempenho animal, consumo de ração, conversão e eficiência alimentar

O ganho de peso médio diário das aves foi obtido pela diferença entre os pesos vivos, final

e inicial, dividido pelo número de dias de pastejo (68 dias). O peso inicial das aves foi

considerado quando estas contavam com 15 dias (idade na qual foram separadas por tratamento,

sendo acomodadas em seus respectivos boxes) e o peso final foi realizado aos 93 dias de idade

das aves, quando encerraram as avaliações experimentais.

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O cálculo para determinar a conversão alimentar (CA) foi realizado pela relação entre a

média de consumo diário de ração (g.ave.dia-1) e o ganho médio diário de peso (g.ave.dia-1):

)(g.ave.dia peso de diário médio Ganho

)(g.ave.dia ração de diário médio ConsumoCA

1-

-1

=

O consumo médio diário de ração foi estimado por meio da pesagem da ração fornecida e

das sobras das mesmas, em cada período.

As aves tiveram livre acesso à água e a ração (ad libitum) que ficaram disponíveis

respectivamente em bebedouros pendulares e comedouros tubulares dentro dos boxes internos

dos galpões.

O cálculo para determinar a eficiência alimentar (EA) foi realizado pela relação entre ganho

médio de peso diário (g.ave.dia-1) e a média de consumo médio diário de ração (g.ave.dia-1):

)(g.ave.dia ração de diário médio Consumo

)(g.ave.dia diário médio GanhoEA

1-

-1

=

3.10. Análise estatística

A análise de variância dos dados foi realizada utilizando-se o PROC MIXED do pacote

estatístico SAS® (Statistical Analysis System), versão 8.2 para Windows® (SAS, 2010). Para

escolha da matriz de covariância foi utilizado o Critério de Informação de Akaike

(WOLFINGER, 1993). Os efeitos de planta forrageira, densidade de aves, períodos e suas

interações foram considerados fixos e o efeito de blocos foi considerado aleatório (LITTEL et al.,

2000). As médias dos tratamentos foram estimadas utilizando-se o “LSMEANS” e a comparação

entre elas, quando necessária, realizada por meio da probabilidade da diferença (“PDIFF”),

usando o teste Tukey e um nível de significância de 5%. Para análise dos dados ganho de peso

total por área foi utilizado o procedimento GLM do mesmo pacote estatístico adotando-se o

mesmo nível de significância de 5%.

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4. RESULTADOS

4.1. Altura do dossel forrageiro

A altura do dossel forrageiro variou conforme a forrageira (P<0,0001), densidade

(P=0,00037), período (P<0,0001) e interações forrageira x período (P<0,0001), densidade x

período (P=0,0342) e forrageira x densidade x período (P=0,0426). De forma geral, a maior altura

do dossel forrageiro ocorreu no Estilosantes (32,00 cm ±0,50 e.p.m.), seguida do Cynodon (24,53

cm ±0,50 e.p.m.) e a menor altura em Quicuio (10,69 cm ±0,50 e.p.m). Na D1 (23,53 cm ±0,41

e.p.m.) a altura do dossel forrageiro foi superior a D2 (21,28 cm ±0,41 e.p.m.).Dentro dos

períodos avaliados o Estilosantes apresentou as maiores alturas, o Cynodon valores

intermediários e o Quicuio as menores alturas, nas duas densidades (Figura 5); porém, houve

diferenças entre as densidades estudadas dentro de cada espécie forrageira. No período 1 a altura

do Quicuio foi maior na D1 (21,00 cm) em relação a D2 (16,33 cm), enquanto no período 2 não

houve diferença entre as densidades dentro das forrageiras. No período 3 a D1 teve valores

superiores em relação a D2 dentro das forrageiras Estilosantes (34,00 vs 32,00 cm) e Quicuio

(11,33 vs 7,00 cm), enquanto no período 4 houve variação apenas para densidades dentro do

Cynodon de 24,33 e 16,66 cm para D1 e D2, respectivamente. No período 5 a D1 foi superior a D2

dentro de Estilosantes (32,33 vs 29,00cm) e Cynodon (20,66 vs 18,33 cm), enquanto os valores de

Quicuio foram muito baixos e semelhantes nas duas densidades (7,66 e 5,33cm). Os valores de

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altura do dossel forrageiro diferiram entre os períodos e foram decrescente, 26,16±0,45;

24,27±0,52; 22,50±0,23; 20,22±0,38 e 18,88cm ±0,35 e.p.m. para os períodos 1, 2, 3, 4 e 5,

respectivamente (Figura 5).

Letras minúsculas comparam médias de tratamentos dentro dos períodos e letras maiúsculas comparam médias de períodos.

Figura 5 – Altura do dossel de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por aves

em pastejo. * Análise realizada em dados transformados SQRT(x)

4.2. Massa de forragem total

A massa de forragem total (kg/m2 de massa seca) variou em função da forrageira

(P<0,0001), densidade (P=0,0081), período (P<0,0001) e das interações forrageira x densidade

(P=0,0409) e densidade x período (P=0,0076). Nas densidades 1 e 2, os maiores valores de massa

de forragem ocorreram para o Estilosantes, seguido do Cynodon e Quicuio, sendo que todos

diferiram entre si (Tabela 5). Dentro das forrageiras apenas para Estilosantes houve diferença

entre as densidades, sendo a D1 superior a D2 (Tabela 5). Dentro dos períodos 3 e 5 a massa de

forragem da D1 foi superior a observada na D2, enquanto nos demais períodos não houve

diferença entre as massas de forragem (Tabela 6). Na D1 os maiores valores de massa de

forragem foram descritos nos períodos 1 e 2 e menores no período 5 e 4, sendo que este não

diferiu do período 3 (Tabela 6).

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Tabela 5. Valores médios e erro padrão da média de massa de forragem total (kg/m2 de MS) de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por aves em pastejo Forrageiras Densidade (aves/m2)

D1 D2 Média

Cynodon 0,16±0,01 Ba 0,17±0,01 Ba 0,17±0,01

Estilosantes 0,39±0,01 Aa 0,28±0,01 Ab 0,34±0,01

Quicuio 0,13±0,01 Ca 0,11±0,01 Ca 0,13±0,01

Média 0,23±0,01 0,19±0,01

Médias seguidas por letras distintas, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas, diferem entre si (P>0,05).

Tabela 6. Valores médios e erro padrão da média de massa de forragem total (kg/m2 de MS) de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por aves em pastejo

Períodos Densidade (aves/m2)

D1 D2 Média

Período 1 0,27±0,01 Aa 0,26±0,01 Aa 0,27±0,01

Período 2 0,27±0,01 Aa 0,24±0,01 Ba 0,25±0,01

Período 3 0,21±0,01 Ba 0,17±0,01 Cb 0,19±0,01

Período 4 0,20±0,01 BCa 0,16±0,01 Ca 0,18±0,01

Período 5 0,19±0,01 Ca 0,11±0,01 Db 0,15±0,01

Média 0,23±0,01 0,19±0,01

Médias seguidas por letras distintas, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas, diferem entre si (P>0,05).

4.3. Massa de folhas

A massa de folhas (kg/m2 de MS) ao longo do período experimental foi influenciada pela

forrageira (P=0,0002), densidade (P=0,0035), período (P<0,0001) e interações forrageira x

período (P=0,0058), densidade x período(P=0,0030) e forrageira x densidade x período

(P=0,0127). A massa de folhas foi maior no Estilosantes (0,13 kg/m2±0,01e.p.m.) em relação ao

Cynodon e ao Quicuio, que não diferiram entre si, (0,06 kg/m2±0,01e.p.m.). Na D1 (0,10

kg/m2±0,01e.p.m.) houve maior massa de folhas em relação a D2 (0,07 kg/m2±0,01e.p.m.).

Dentro do período 1 os maiores valores de massa de folhas foram registrados para o

Estilosantes nas densidades 1 e 2 e os menores para o Cynodon e o Quicuio na D1 e D2, sendo que

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a D2 foi igual para todas as forrageiras (Figura 6). No período 2 os maiores valores foram para E1

e E2 seguidos de Q1, C1 e C2, que não diferiram do menor valor Q2. No período 3 a maior massa

de folhas ocorreu em E1, que diferiu dos demais, seguido de E2, Q1 e C1, que não diferiram do

menor valor Q2. Para o período 4 o E1 apresentou maior valor, enquanto os demais não diferiram

entre si. No período 5, o E1 também apresentou a maior massa de folhas em relação aos demais

tratamentos, seguido de C1, C2 e Q1, que não diferiram de E2 e C2, estes com menores valores

(Figura 6).

Letras minúsculas comparam médias de tratamentos dentro dos períodos, letras maiúsculas comparam médias de períodos.

Figura 6 – Massa de folhas de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por aves em

pastejo. • Análise realizada em dados transformados SQRT(x)

4.4. Massa de colmos

A massa de colmos (kg/m2 de MS) apresentou diferenças significativas em função da

forrageira (P<0,0001), período (P<0,0001) e das interações forrageira x densidade (P=0,0069),

forrageira x período (P=0,0008) e forrageira x densidade x período (P=0,0298). Dentro de ambas

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as densidades avaliadas a massa de colmos foi superior para o Estilosantes, seguida do Cynodon e

Quicuio, todas diferentes entre si (Tabela 7). Dentro das plantas forrageiras, para o Cynodon e o

Quicuio não houve diferença entre as densidades avaliadas, enquanto para o Estilosantes a massa

de colmos foi superior na D1 em relação a D2 (Tabela 7). No período 1 a maior massa de colmos

foi registrada para o E1, que diferiu das demais seguida por E2, C2 e C1 e a menor massa de

colmos esteve em Q2 e Q1, iguais entre si. Dentro dos períodos 2, 3 e 4 não houve diferenças

para densidades dentro das forrageiras, sendo constatado para o Estilosantes os maiores valores,

para o Quicuio, os menores, e para o Cynodon, valores intermediários (Figura 7). Já no período 5

o E1 apresentou as maiores massas e C1, Q1 e Q2 as menores e C2 e E2 apresentaram valores

intermediários (Figura 3).

Tabela 7. Valores médios e erro padrão da média para massa de colmos (kg/m2 de MS) de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por aves em pastejo Forrageiras Densidade (aves/m2)

D1 D2 Média

Cynodon 0,09±0,006 Ba 0,10±0,006 Ba 0,10±0,004

Estilosantes 0,22±0,006 Aa 0,19±0,006 Ab 0,20±0,004

Quicuio 0,06±0,006 Ca 0,06±0,006 Ca 0,06±0,004

Média 0,23±0,004 0,19±0,004

Médias seguidas por letras distintas, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas, diferem entre si (P>0,05).

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Letras minúsculas comparam médias de tratamentos dentro dos períodos e letras maiúsculas comparam médias de períodos.

Figura 7 – Massa de colmos de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por aves em

pastejo. * Análise realizada em dados transformados SQRT(x)

4.5. Massa de material morto A massa de material morto variou conforme forrageira (P=0,0095), período (P=0,0175) e

interação forrageira x período (P=0,0237). Dentro de Estilosantes e Quicuio não houve variação

entre os períodos (Tabela 8), já em Cynodon o material morto foi superior nos períodos 2 e 4,

intermediário nos períodos 1 e 5 e menor no período 3. Dentro dos períodos, a massa de material

morto foi igual entre as forrageiras nos períodos 3 e 5, no período 1 os valores foram superiores

para Cynodon e inferiores para Quicuio, e Estilosantes não diferiu dos demais. No período 2 os

maiores valores foram também para Cynodon, enquanto as demais forrageiras tiveram valores

menores e iguais entre si. No período 4, apenas o Quicuio apresentou massa de material morto

inferior aos demais (Tabela 8).

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Tabela 8. Valores médios e erro padrão da média de massa de material morto (kg/m2 de MS) de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por aves em pastejo

Forrageiras Planta forrageira

Cynodon Estilosantes Quicuio Média

Período 1 0,09±0,007BCa 0,08±0,007 Aab 0,06±0,007Ab 0,08±0,004

Período 2 0,11±0,007Aa 0,07±0,007 Ab 0,07±0, 007Ab 0,09±0,004

Período 3 0,07±0,007Ca 0,08±0,007 Aa 0,07±0, 007 Aa 0,07±0,004

Período 4 0,10±0,007 ABa 0,10±0,007 Aa 0,07±0,007 Ab 0,09±0,004

Período 5 0,09±0,007BCa 0,08±0,007 Aa 0,08±0,007 Aa 0,08±0,004

Média 0,09±0,003 0,08±0,003 0,07±0,003

Médias seguidas por letras distintas, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas, diferem entre si (P>0,05).

4.6. Perdas por pastejo (kg/m2 de MS) As perdas por pastejo foram influenciadas pelo período (P=0,00042) e interações forrageira

x densidade (P=0,0106) e forrageira x densidade x período (P=0,0417). Na D1 as maiores perdas

por pastejo ocorreram no Cynodon e as menores no Quicuio, enquanto o Estilosantes apresentou

valores intermediários e não diferiu das demais. Na D2 o maior valor de perdas por pastejo foi

observado no Estilosantes, enquanto os menores foram observados no Cynodon e no Quicuio, que

não deferiram entre si (Tabela 9). Dentro das forrageiras, para Cynodon o maior valor ocorreu na

menor densidade (D1) em relação à maior, já para o Estilosantes as maiores perdas ocorreram na

maior densidade (D2), e para o Quicuio não houve diferença entre as densidades (Tabela 9).

Dentro dos períodos 1 e 5, não houve diferença significativa para perdas por pastejo entre os

tratamentos (Figura 8). No período 2 os maiores valores foram registrados para C1 e o menor

para E1, os outros tratamentos foram intermediários e não diferiram entre si e foram iguais a C1 e

E1. No período 3 o E1 e o E2 foram os tratamentos com maiores perdas por pastejo e C2 e Q1 os

menores, enquanto C1 e Q2 apresentaram valores intermediários. Já no período 5 E2, C1 e Q1

tiveram as maiores perdas por pastejo, enquanto C2 e E1 as menores (Figura 8).

A quantidade de forragem perdida pelo pastejo variou pouco ao longo dos períodos

(Figura 8). Para o Cynodon, o aumento na densidade de aves elevou a quantidade de forragem

perdida, provavelmente gerada pelas injurias às plantas em função do ato de ciscar que as aves

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apresentam; enquanto para o Estilosantes, o aumento da densidade reduziu a quantidade de

perdas, sugerindo que a forragem produzida foi melhor aproveitada e consumida pelas aves

(Tabela 9).

Tabela 9. Perdas por pastejo (kg/m2 de MS) de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por aves em pastejo

Forrageiras Densidade (aves/m2)

D1 D2 Média

Cynodon 0,025±0,0001 ABa 0,020±0,0001 Bb 0,022±0,0001

Estilosantes 0,022±0,0001 BCb 0,030±0,0001 Aa 0,026±0,0001

Quicuio 0,020±0,0001 Ca 0,023±0,0001 Ba 0,022±0,0001

Média 0,02±0,0009 0,02±0,0009

Médias seguidas por letras distintas, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas, diferem entre si (P>0,05).

Letras minúsculas comparam médias de tratamentos dentro dos períodos e letras maiúsculas comparam médias de períodos

Figura 8 – Perdas de forragem de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por aves em

pastejo.

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4.7. Perdas por pastejo (% da massa de forragem)

As perdas por pastejo, expressas como porcentagem da massa de forragem, variaram

conforme a forrageira (P<0,0001), densidade (P=0,0270), período (P=0,0084) e interação

forrageira x densidade (P=0,0053). Dentro da D1 as gramíneas apresentaram as maiores

porcentagens da massa de forragem em perdas por pastejo e a leguminosa a menor porcentagem.

Já na D2, o Quicuio sofreu a maior perda, enquanto o Cynodon e o Estilosantes as menores, sendo

que não diferiram entre si (Tabela 10). Apenas para o Estilosantes houve diferença entre as

densidades avaliadas, sendo que na D2 os valores foram superiores a D1 (Tabela 10). As maiores

porcentagens da massa de forragem total, expressas em perdas por pastejo, ocorreram nos

períodos 4 (18,09%±2,39e.p.m.) e 5 (20,19%±2,94e.p.m.) e, as menores, no período 2

(9,79%±1,08e.p.m.), sendo os períodos 1 (11,99%±0,81e.p.m.) e 3 (18,09%±0,68e.p.m.) com

valores intermediários.

Tabela 10. Perdas por pastejo (% da massa de forragem) de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por aves em pastejo

Forrageiras Densidade (aves/m2)

D1 D2 Média

Cynodon 15,95±1,88 Aa 11,75±1,88 Ba 13,85±1,33

Estilosantes 6,88±1,89 Bb 12,73±1,88 Ba 9,81±1,33

Quicuio 18,30±1,88 Aa 22,54±1,88 Aa 20,42±1,33

Média 13,71±1,08 15,67±1,08

Médias seguidas por letras distintas, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas, diferem entre si (P>0,05) * Análise realizada em dados transformados LOG10(x).

4.8. Porcentagem de folhas

A porcentagem de folhas na massa de forragem total foi influenciada pela forrageira

(P=0,0434), densidade (P=0,0059), período (P=0,0095) e interações forrageira x período

(P=0,0025), densidade x período (P=0,0030) e forrageira x densidade x período (P=0,0254). A

maior porcentagem de folhas ocorreu no Quicuio (30,82%±1,68e.p.m.), a menor no Cynodon

(24,11%±1,69e.p.m.), já o Estilosantes (29,37%±1,68e.p.m.) não diferiu das outras forragens. A

menor densidade (D1) resultou em maior proporção de folhas (31,49%±1,38e.p.m.) em relação à

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maior densidade (D2) (24,71%±1,37e.p.m.). A porcentagem de folhas na massa de forragem total

foi decrescente ao longo dos períodos avaliados (Figura 9). Dentro do período 1 as maiores

porcentagens ocorreram nos tratamentos Q2 e Q1 e as menores nos demais tratamentos que não

diferiram entre si. No período 2 os maiores valores foram constatados em Q1 e E1 seguidos de

E2, semelhante a E1, e os demais tratamentos com os menores valores. No período 3, C1, E1 e

Q1 tiveram as maiores porcentagens e, os demais períodos, os menores valores. Nos períodos 4 e

5 o E1 apresentou a maior porcentagem de folhas e o E2 a menor porcentagem, enquanto os

outros tratamentos apresentaram valores intermediários (Figura 9).

Letras minúsculas comparam médias de tratamentos dentro dos períodos e letras maiúsculas comparam médias de períodos.

Figura 9 – Porcentagem de folhas de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por aves

em pastejo.

4.9. Porcentagem de colmos

A porcentagem de colmos na massa de forragem total variou em função da forrageira

(P<0,0001), período (P<0,0001) e interação forrageira x período (P=0,0008). Nos períodos 1, 2, 4

e 5 a maior porcentagem de colmos ocorreu na forrageira Estilosantes, seguida de Cynodon e as

menores porcentagens em Quicuio, todos diferentes entre si. No período 3 os maiores valores

ocorreram em Estilosantes, os menores em Quicuio, enquanto o Cynodon não diferiu dos demais

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(Tabela 11). Dentro da forrageira Cynodon as maiores porcentagens de colmos ocorreram nos

períodos 1 e 2 e, a menor, no período 5, enquanto os períodos 3 e 4 não diferiram dos demais.

Para o Estilosantes a porcentagem de colmos do período 1 foi superior e do período 3 inferior as

demais, que ficaram em posição intermediária. Para o Quicuio os valores foram decrescentes ao

longo dos períodos avaliados, com maiores porcentagens nos períodos 1 e 2 e menores nos

períodos 4 e 5, estando o período 3 em condição intermediária (Tabela 11).

Tabela 11. Valores médios e erro padrão da média para porcentagem de colmos de plantas

forrageiras submetidas à lotação contínua por aves em pastejo Períodos Forrageiras

Cynodon Estilosantes Quicuio Média

Período 1 40,52±2,45 Ab 57,66±0,01 Aa 33,30±2,45 Ac 43,83±1,41

Período 2 40,27±1,34 Ab 49,66±1,34 Ba 35,63±1,34 Ac 41,85±0,77

Período 3 38,80±2,66 ABab 44,45±2,66 Ca 34,67±2,66 Ab 39,30±1,54

Período 4 39,16±1,42 ABb 45,39±1,42 Abc 27,55±1,42 Bc 37,37±0,82

Período 5 34,99±2,41 Bb 46,39±2,41 BCa 27,55±2,41 Bc 35,94±1,39

Média 38,75±1,44 48,71±1,44 31,52±1,44

Médias seguidas por letras distintas, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas, diferem entre si (P>0,05).

4.10. Porcentagem de material morto

A porcentagem de material morto na massa de forragem total apresentou diferenças

significativas conforme a forrageira (P<0,0001), densidade (P=0,0478), período (P=0,0002),

forrageira x período (P=0,0256) e forrageira x densidade x período (P=0,0005). O Estilosantes

apresentou menor percentual de material morto (21,91%±1,53e.p.m.) em relação ao Cynodon

(36,31%±1,53e.p.m.) e ao Quicuio (37,64%±1,53e.p.m.) que não diferiram entre si. A D2 resultou

em maior proporção de material morto (34,06%%±1,25e.p.m.) em relação a D1

(29,85%%±1,25e.p.m.). A porcentagem de material morto foi crescente ao longo dos períodos

(Figura 10). No período 1, as maiores porcentagens de material morto ocorrem nos tratamentos

C1, seguida de E2, enquanto C2, Q1 e Q2 apresentaram valores intermediários entre C1 e E2 não

diferindo destes, sendo o menor valor registrado para E1. No período 2 a porcentagem de colmos

foi mais elevada em C1, C2 e Q2, seguidos de Q1. Por sua vez, o E1 e o E2 tiveram as

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porcentagens mais baixas e foram iguais entre si. No período 3 os valores mais elevados

estiveram em C1, C2, Q1 e Q2 e menores em E1 e E2. No período 4 apenas E1 apresentou menor

porcentagem de material morto em relação aos demais que não diferiram entre si. No período 5,

os maiores valores foram das gramíneas (C1, C2, Q1 e Q2) e os menores da leguminosa, onde a

D1 (E1) teve o menor valor em relação a D2 (E2) (Figura 10).

Letras minúsculas comparam médias de tratamentos dentro dos períodos e letras maiúsculas comparam médias de períodos.

Figura 10 – Porcentagem de material morto de plantas forrageiras submetidas à lotação contínua

por aves em pastejo.

4.11. Relação folha/colmo

Para relação folha/colmo houve efeito significativo da forrageira (P=0,0008), densidade

(P=0,0009), período (P=0,0030) e das interações forrageira x período (P=0,0030), densidade x

período (P=0,0064) e forrageira x densidade x período (P=0,0469). A maior relação folha/colmo

foi registrada para o Quicuio (1,02±0,06e.p.m.) e as menores para o Cynodon (0,69±0,06e.p.m.) e

para o Estilosantes (0,64±0,06e.p.m.), que não diferiram entre si. Quando avaliada a densidade, a

relação folha/colmo para D1 (0,93±0,05e.p.m.) foi superior a D2 (0,64±0,06e.p.m.). No período 1

os tratamentos Q1 e Q2 tiveram relação folha/colmo superior e diferente dos demais, já no

período 2 apenas Q1 foi superior e os outros tratamentos não diferiram entre si. No período 3, o

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E1 apresentou relação folha/colmo mais elevada que E2 enquanto os demais não diferiram destes.

No período 4, o Q1 apresentou a maior relação folha/colmo e o E2, a menor, sendo que os outros

tratamentos apresentaram valores intermediários.

Letras minúsculas comparam médias de tratamentos dentro dos períodos e letras maiúsculas comparam médias de períodos.

Figura 11 – Relação folha/colmo em plantas forrageiras submetidas à lotação contínua por aves em pastejo.

4.12. Ganho de peso, consumo de ração, conversão e eficiência alimentar

Os dados relativos ao ganho médio de peso das aves são apresentados na Tabela 12 e o

consumo de ração, conversão e eficiência alimentar da ração podem ser observados na Tabela 13.

O ganho de peso foi influenciado (P<0,05) somente pela densidade, sendo observado

maior valor (3,20 kg) para a D1 em relação à D2 (3.02 kg) (Tabela 12).

Para médias de ganho de peso das aves por unidade de área (m2) também houve diferença

significativa (P<0,001) entre as densidades, sendo o maior ganho relativo à D1.

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Tabela 12. Valores médios e erro padrão da média (EP) para ganho de peso de aves (kg/animal) ganho de peso médio das aves por unidade de área (kg/m2) em piquetes de três espécies forrageiras submetidas à lotação contínua

Forrageiras Ganho de peso

(kg/ave) Ganho de peso por área

(kg/m2)

Cynodon 3,12 ± 0,066 2,06± 0,03

Estilosantes 3,14 ± 0,066 2,03± 0,03 Quicuio 3,07 ± 0,066 2,03± 0,03

Média 3,11 2,04

Densidade (m2/ave) D1 3,20 ± 0,054 a 1,06 ± 0,03 b D2 3,02 ± 0,054 b 3,01 ± 0,03 a

Média 3,11 2,0

Médias seguidas por letras distintas diferem entre si (P>0,05). Tabela 13. Valores médios e erro padrão (EP) do consumo de matéria seca, conversão e eficiência

alimentar da ração por aves em pastejo em três espécies forrageiras submetidas à lotação contínua

Forrageira Consumo de MS (kg/ave) Conversão alimentar Eficiência alimentar Cynodon 9,9 ± 0,49 3,2 ± 0,15 0,33 ± 0,018

Estilosantes 9,9 ± 0,49 3,2 ± 0,15 0,32 ± 0,018 Quicuio 10,6 ± 0,49 3,4 ± 0,15 0,29 ± 0,018 Média 10,15 3,3 0,31

Densidade

D1 10,17 ± 0,407 3,2 ± 0,12 0,32 ± 0,015 D2 10,13 ± 0,407 3,4 ± 0,12 0,30 ± 0,015

Média 10,15 3,3 0,31

Médias seguidas por letras distintas diferem entre si (P>0,05).

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5. DISCUSSÃO

A altura do dossel forrageiro é uma variável estrutural da pastagem que pode influenciar

plantas e animais na medida em que a forma espacial dos componentes do pasto influencia a

captação de luz e, consequentemente, a fotossíntese e, por outro lado, facilita ou não o consumo

pelos animais (HODGSON, 1990). Para aves ainda há necessidade de se estabelecer as melhores

faixas de altura do dossel para cada planta forrageira, mas para as plantas em si já há bons

indicativos das faixas mais adequadas visando promover produtividade de forragem e perenidade

do pasto, dois atributos desejados também para o sistema alternativo de criação. Ao longo do

período experimental o Estilosantes manteve-se com as maiores alturas de dossel (Figura 5)

indicando que as densidades de aves não foram grandes o suficiente para rebaixar a leguminosa,

já o Cynodon sofreu redução em altura, porém situando-se acima da altura mínima para Cynodon

(Coastcross) sob lotação contínua descrita por Carnevalli et al. (2001). Para esses autores a faixa

de utilização deste cultivar deve estar entre 10 e 20 cm de altura do dossel forrageiro, intervalo no

qual o acúmulo de forragem foi semelhante e a produção de Coastcross, mantido a 20 cm de

altura mantida por lotação contínua de ovinos variou de 0,0064 a 0,0086 kg/m2/dia de MS nos

períodos de primavera e verão, respectivamente. Esse pasto apresentou renovação de perfilhos

suficiente para manutenção e perenidade (SBRISSIA et al., 2001), indicando que nessa faixa de

utilização tanto a produção de forragem como a perenidade são atingidas. O Quicuio sofreu

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drástica redução em altura do dossel ao longo do período experimental, chegando ao período 5

com valores iguais e muito baixos nas duas densidades (Figura 5). Carvalho et al. (2010)

trabalhando com capim-quicuio sob lotação contínua (meta de 20 cm de altura) obteve média de

valores de altura do dossel forrageiro que variaram de 15,6 a 18,6 cm, considerados adequados

para essa forrageira. Deve-se considerar que os valores de 6,50 cm registrados no período 5 estão

abaixo da altura recomendada e há grande risco de degradação da pastagem, de forma que a

entrada de um novo lote de aves nestes piquetes não seria possível, pois devido à época do ano na

finalização do experimento (final de outono), esses pastos não teriam condições favoráveis de

crescimento sendo necessária a vedação dos piquetes com Quicuio até a próxima época de chuvas

(primavera/verão) para recuperação e um novo ciclo de crescimento da gramínea.

Houve redução da massa total de forragem (Tabela 6) de folhas (Figura 6) e de colmos

(Figura 7) ao longo do período experimental, enquanto a massa de material morto, de forma

geral, aumentou (Tabela 7). Esse comportamento provavelmente ocorreu pelo menor crescimento

das plantas no período de outono aliado ao consumo e injurias causados pelas aves (Tabela 6). As

plantas forrageiras tropicais têm melhor desenvolvimento em épocas com condições de

temperatura, luminosidade e precipitação mais elevadas e, nesta região, seria o período de verão

ou época de chuvas. No outono esses fatores de crescimento são reduzidos, limitando a rebrota

das plantas, principalmente as gramíneas.

O Quicuio apresentou as menores massas de forragem, provavelmente em função do hábito

de crescimento aliado a possível maior remoção de material vegetal realizada pelas aves nestes

piquetes (Tabela 4). Esses valores estão bem abaixo dos valores de massa de forragem registrados

por Carvalho et al. (2010) para esta forrageira, com média de 0,26 kg/m2.

A maior densidade de aves (D2) causou redução na massa de forragem apenas para o

Estilosantes, evidenciando que em termos de massa de forragem total as gramíneas não foram

influenciadas pelas densidades (Tabela 5), apesar das diferenças na composição morfológica das

forrageiras terem sido alteradas pelas densidades de aves. Com exceção do Estilosantes na D1

(E1) houve uma redução da massa de folhas ao longo do período experimental, chegando ao

período 5 com valores baixos para os demais tratamentos, principalmente na D2. Esta condição

pode ter sido causada em razão da preferência das aves pelas folhas em detrimento de colmos e

material morto, o que dificultou a rebrota.

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A massa de folhas tem papel muito importante na manutenção dos ‘stand’ forrageiro ao

longo dos ciclos de uso, pois com a redução neste componente, as plantas terão redução no

índice de área foliar (IAF) que está altamente correlacionado com a interceptação luminosa pelas

plantas (HODGSON, 1990) e consequente causa redução na taxa de fotossíntese, o que irá

comprometer as produções futuras de forragem. Considerando o exposto, a D2 foi mais

comprometida para todas as forrageiras, pois no período 5 até mesmo o Estilosantes, que

apresentou os melhores resultados, teve a massa de folhas muito baixa na maior densidade,

indicando que para esta leguminosa a densidade de aves teve forte influencia na massa foliar.

Sendo assim, a densidade de 1m2/ave (D2) pode ser considerada inadequada para o Estilosantes

devido a acentuada redução na massa de folhas e colmos.

Da mesma forma que para massa de forragem (Tabela 5) a massa de colmos foi reduzida

para o Estilosantes na maior densidade (D2), principalmente nos períodos 1 e 5 (Figura 3), fato

que não ocorreu para as gramíneas, sendo que para o Cynodon no período 5 a massa de colmos

foi maior na D2 em relação a D1, indicando que nessa situação a maior densidade não prejudicou a

produção de colmos desta gramínea. Essas diferenças entre as forrageiras podem ser atribuídas às

diferentes morfologias e hábitos de crescimento das plantas. Para ruminantes, elevada massa de

colmos não é desejada por dificultar o consumo de forragem e comprometer a nutrição dos

animais e, para aves, também não deve ser desejada, mas pelo motivo de prejudicar o bem-estar

dos animais. Considerando que, para o bem-estar das aves em pastejo, maior massa de folhas seja

mais desejável em relação à massa de colmos, que são mais duros e podem dificultar a

movimentação das aves nos piquetes, machucá-las e ser um obstáculo ao descanso e ao ato de

ciscar. E, ainda, é importante considerar também que as folhas são a parte mais nutritiva da

planta. Porém, neste estudo a manutenção da massa de colmos ou seu aumento ao longo do

período experimental podem significar ainda manutenção dos componentes vivos da forragem.

A estrutura do dossel e morfologia das plantas foi determinante para os resultados de massa

de material morto, uma vez que os valores não estiveram apenas relacionados com a massa de

forragem (maior massa de forragem maior massa de material morto), pois, na menor densidade

(D1) o Cynodon apresentou mais elevada massa material morto, apesar de o Estilosantes ter a

maior massa de forragem (Tabela 5). Já na densidade maior (D2) a massa de material morto do

Estilosantes foi tão alta como a do Cynodon, sendo que o Quicuio apresentou as menores

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quantidades de material morto em ambas as densidades, o que, nesse caso, pode ser explicado

pela menor massa de forragem registrada no Quicuio (Tabela 5), o que consequentemente, gerou

menor massa de material morto (Tabela 7). Quanto ao Cynodon, já era esperada essa proporção,

pois é característico dessa espécie grande acúmulo de material morto nas partes baixas da planta.

As proporções de cada componente morfológico na massa de forragem são indicativas das

alterações do dossel forrageiro frente ao pastejo, sendo sempre desejável atingir maior proporção

de folhas. A porcentagem de folhas foi sendo reduzida ao longo do período experimental (Figura

9), resultado do pastejo pelas aves e da época de realização do estudo (outono) que não favorece

o crescimento das plantas forrageiras. A porcentagem de folhas descrita para o Cynodon (Figura

9) esteve acima da proporção descrita para o cultivar Coastcross mantido a 20 cm de altura sob

lotação contínua por ovinos que variou de 16,8 a 16,7% para primavera e verão, respectivamente

(CARNEVALLI et al., 2001). Já para o Quicuio, os valores descritos por Carvalho et al. (2010)

estiveram acima de 30% de folhas, sendo superiores aos observados neste estudo. Andrade

(2003) trabalhando com capim-marandu sob lotação contínua por bovinos de corte também

registrou para o outono porcentagem de folhas inferiores às descritas neste experimento, que

variaram de 17,1 a 21,0% para as alturas de pasto de 10 e 40 cm, respectivamente e, mesmo

assim, essas estruturas de dossel permitiram o consumo (mensurado por simulação de pastejo) de

dieta com 77,0% de folhas no outono. Esses dados indicam que a proporção de folhas descrita na

presente pesquisa não foi limitante, por si, para a rebrota das plantas forrageiras, apontando para

a maior restrição sendo de massa de forragem, principalmente no Quicuio.

As diferenças observadas na porcentagem de colmos devem-se, em grande parte, às

diferenças morfológicas das espécies forrageiras. O Quicuio apresentou menores valores de

porcentagem de colmos em relação às descritas por Carvalho et al. (2010) que variaram de 29 a

35,6%. As porcentagens de colmo para o Cynodon (Tabela 11) estão próximas aquelas

encontradas por Carnevalli et al. (2001) para o Cynodon (Coastcross), de 39,7 e 42,4% para

primavera e verão, respectivamente e superiores às descritas para capim-marandu no outono, de

22,5 e 24,2 para 10 e 40 cm, respectivamente (ANDRADE, 2003).

As porcentagens de material morto observadas no Cynodon (Figura 10) estão próximas

aquelas encontradas por Carnevalli et al. (2001) 43,4 e 40,9% trabalhando na primavera e verão,

respectivamente. De forma geral, as porcentagens observadas estão muito abaixo daquelas

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descritas para capim-marandu sob lotação continua no outono (50,1 a 61,4% para 10 e 40 cm de

altura, respectivamente) em pastos submetidos ao pastejo há anos (ANDRADE, 2003). No

entanto, a porcentagem de material morto se elevou ao longo do período experimental,

provavelmente resultante dos danos causados às plantas pelo ato de ciscar e ação de pastejo das

aves. Além disso, a época do ano, que desfavoreceu o crescimento das plantas, e o aumento da

idade dos pastos podem tem influenciado a elevação na proporção de colmos

A relação folha/colmo não variou entre os períodos avaliados, pois as massas de folhas e

colmos foram sendo reduzidas proporcionalmente, e as variações foram significativas dentro dos

períodos. No período 5 o C1 foi superior a E2 e C2, enquanto os outros tratamentos não diferiram

destes e entre si. Este período, por ser o último avaliado, possivelmente acumulou efeitos

decorrentes da permanência das aves nos piquetes e indica que, de forma geral, as menores

densidades de aves geraram maiores relações folha/colmo, principalmente se comparadas ao

período 1, quando a influência da morfologia de cada planta forrageira foi predominante.

Apesar da redução em massa de forragem ao longo do período experimental (Tabela 5),

houve pouca variação nas perdas por pastejo. Nos períodos 1 e 5 (inicio e final do experimento)

não houve diferença entre os tratamentos (Figura 8) o que pode ter ocorrido em razão do

comportamento das aves, que ciscam em busca de alimento. A metodologia empregada para

mensuração das perdas por pastejo foi a mesma normalmente empregada em experimentos de

pastejo com ruminantes (CARNEVALLI et al., 2006), podendo, portanto, apresentar restrições,

pois as aves ao ciscar podem misturar a forragem caída em outro local com a forragem

proveniente da área dos quadrados de avaliação, ou retirar da área de avaliação o material que

deveria fazer parte desta. Apesar dessa ressalva, os resultados foram interessantes na medida em

que auxiliam na compreensão do destino da forragem produzida. Para os ruminantes em pastejo a

massa de material morto depositada sobre o solo é sempre considerada como perda, já que a

forragem foi produzida e não consumida pelos animais, porém pode ser considerada um

benefício, pois proporciona retorno de nutrientes e matéria orgânica ao solo. Para aves, a melhor

cobertura do solo proporcionada pela deposição de material morto poderá favorecer o bem-estar

animal, pois este material contribui para a manutenção da umidade do solo, pode torná-lo menos

compactado e, assim, beneficiar a presença de minhocas, larvas e insetos e, ao mesmo tempo,

reduzir o contato das aves com o solo nos momentos de repouso.

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Na D1, as gramíneas apresentaram maiores proporções de perdas em relação à leguminosa,

provavelmente devido ao caráter mais lignificado e endurecido dos colmos do Estilosantes, o que

reduziu as perdas desse componente na menor densidade. Já na D2, observou-se para o Quicuio

maior proporção de perdas, mesmo com a baixa massa de forragem total registrada (Tabela 5).

Gimenes (2010) trabalhando com capim-marandu sob lotação rotacionada com bovinos de corte

apresentou valores de perdas por pastejo superiores aos encontrados neste experimento (25,7 a

18,7% da massa de forragem total para primavera e verão, respectivamente), o que indica que as

perdas ocasionadas pelo pastejo das aves não foram excessivas de forma a comprometer a

perenidade dos pastos

O maior ganho de peso por ave foi registrado na menor densidade (D1), possivelmente, este

fato esteja relacionado à menor competição por alimento devido ao maior espaço no piquete para

cada ave, uma vez que a D2 comportava em cada m2 uma ave e, a D1, que proporcionou maior

ganho de peso, comportava uma ave em cada 3 m2; logicamente, esta condição contribui para a

nutrição das aves. Conforme Sundrum (2001), o aumento da área para locomoção do animal pode

afetar a sua saúde e seu bem-estar. E, ainda, uma vez que as aves permaneçam com maior

frequência no pasto, locomovem-se mais, o que melhora o seu bem-estar. É necessário considerar

também que, além do maior espaço que confere bem-estar às aves, a D1, em razão da maior área

por animal, também pode ter proporcionado maior consumo de outras fontes de alimento, tais

como insetos, larvas, minhocas, etc. Este fato possivelmente não ocorreu na D2 em razão do

maior número de aves por área, o que certamente resultou em competição pelas referidas fontes

alimentares. Este fato comprova o efeito positivo de proporcionar mais espaço as aves, sendo este

um fator limitante ao ganho de peso. Neste aspecto, ressalta-se que as condições ambientais

podem influenciar a produção (SILVA e SILVA, 1998), o comportamento (DAWKINS, 1999) e

a condição fisiológica dos animais (FURLAN et al., 1999). Conforme Castellini et al. (2005),

frangos criados com mais liberdade são mais parecidos com os criados no habitat natural,

favorecendo um bom desenvolvimento da massa muscular, reduzindo gorduras, produzindo

animais aparentemente mais calmos e menos sensíveis ao estresse, aumentando a resistência em

manejos pré-abate.

Outro aspecto que deve ser levado em consideração é que a menor densidade de aves (D1)

proporcionou maior disponibilidade de forragem (Figura 2 e Tabela 4) em razão da menor

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competição entre as aves pelas plantas forrageiras. Este fato resulta em maior sombreamento e

umidade do solo e esta condição torna o microclima favorável à proliferação de minhocas, insetos

e larvas, que contribuem, conforme já mencionado, com a nutrição das aves. Vale lembrar

também que, conforme Argolo e Lima (2005) a alimentação vegetal (plantas) pode suprir cerca

de 25% das exigências nutricionais das aves. Os vegetais crescem recebendo a energia do sol e

estão repletos de vitaminas, minerais e força vital. As ingestões de gramíneas, leguminosas e

outras fontes vegetais fornecem vitaminas e minerais as aves, conferindo-lhes resistência às

doenças e modificando a qualidade de seus produtos (carne com pele amarelada e ovos com gema

rica em pigmentos carotenóides). Sendo assim, garantir o bem-estar das aves no sistema de

criação é importante, pois este afeta diretamente a produção, o que pode significar a viabilidade

econômica do sistema. Para Hellmeister Filho et al. (2003) em um sistema de criação o bem-estar

e a saúde do animal devem ser considerados como critérios principais, pois a produção depende

diretamente desses fatores.

Picolli (2004) utilizando frangos machos da linhagem Embrapa 041 de crescimento

denominado rápido, lotação média de 5m²/ave e restrição alimentar a partir dos 59 dias (90

gramas de ração diária/ave) obteve em pastejo continuo por 78 dias ganho de peso por ave de

3,8 kg, média de dois períodos experimentais. Ressalta-se que, o maior ganho de peso por ave

observado neste estudo, em relação ao presente experimento, foi possivelmente função da menor

densidade de aves (5m2/ave) em relação às densidades empregadas neste experimento (3 e

1m2/ave para D1 e D2, respectivamente).

O consumo médio de ração foi de 10,2 kg/ave (Tabela 13). Este consumo é próximo ao

observado por Takahashi et al. (2006) que trabalharam com a linhagem Paraíso Pedrês por um

período de 84 dias e obtiveram consumo de 9,2 kg. Carrijo et al. (2002) em 55 dias de

experimento constataram consumo de 7,9 kg de ração quando trabalharam com a mesma

linhagem utilizada por Takahashi et al. (2006). O maior consumo observado na presente pesquisa

e por Takahashi et al. (2006), em relação ao observado por Carrijo et al. (2002) deve-se

provavelmente a diferença na duração do período de avaliação, sendo que no presente estudo o

período de avaliação das aves compreendeu 92 dias.

A conversão e a eficiência alimentar não foram influenciadas pelos tratamentos, cujos

valores médios foram 3,3 e 0,31%, respectivamente.

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Conforme Mendes e Patrício (2004), o consumo de ração e o peso médio são os índices

diretos que tem influência decisiva no custo de produção de frangos de corte. O peso médio é

responsável pelo faturamento e, por conseguinte, pela diluição dos custos fixos do

empreendimento, que representam cerca de 40% do custo total. Acrescentam, também, que a

conversão alimentar, obtida com base no consumo de ração por unidade de peso produzido

representa aproximadamente 60% do custo total. De acordo com Dawkins (1989) o ato de pastejo

contribui para redução de problemas como o canibalismo e Dawkins (2003) ressalta também, que

o aumento dos níveis de bem-estar em sistemas em que as aves pastejam está associado

significativamente ao baixo índice de mortalidade e a maior condenação de abate. Portanto, é

possível assegurar o bem-estar dos animais pelo espaço proporcionado e simultaneamente

garantir boa produtividade o que, certamente, resulta em lucratividade.

Diante do exposto, vale considerar o comentário de Bockisch et al. (1999): o bem-estar do

animal e sua saúde devem ser considerados em um sistema de criação. De acordo com Dawkins

(1999), planteis em que animais não ficam doentes, não morrem, não sofrem injúrias ou

deformações, provavelmente não terão seu bem-estar afetado. Sendo assim, possivelmente essa é

uma das razões pelas quais não foram constatadas doenças e,ou morte nas aves que participaram

da presente pesquisa. E isto é válido também para a D2, pois mesmo proporcionando menor peso

por ave, não foram observadas doenças ou perdas de aves nesta densidade.

Reforça-se a teoria anteriormente citada referente ao ganho de peso, em que o bem-estar

dos animais, em razão do maior espaço bem como o consumo de outras fontes de alimento,

contribui para o ganho de peso das aves, uma vez que o consumo de matéria seca proveniente da

ração, assim como a conversão e a eficiência alimentar não foram influenciados pelos

tratamentos. Menegali (2005), Pereira ( 2006) e Vigoderis (2006) lembram que os procedimentos

que favorecem o bem-estar animal garantem que os mesmos não se estressem facilmente e, como

consequência, o sistema imunológico não é abalado, o que favorece de forma positiva o

desempenho animal. O ganho de peso produzido por área foi superior na D1 em relação a D2, pois

a D2 comportou uma ave em cada m2, enquanto a D1 comportou menor número de animais por

unidade de área, ou seja, 0,33 aves/m2. Portanto, era esperado que a menor densidade de aves

resultasse em maior ganho de peso por unidade de área, conforme pode ser observado na Tabela

11. Vale salientar que é necessário considerar não só a produtividade animal por área, mas,

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também, a condição das forrageiras durante os períodos de pastejo e ao final de um ciclo de

produção de frangos, visto que em seguida virá um novo lote de animais e a pastagem deve estar

produtiva e sem sinais de degradação para recebê-los.

Neste sentido, salienta-se que a condição das plantas forrageiras no período 5 deve ser

observada quanto a viabilidade de colocação de um novo lote de animais nos piquetes para a

época do ano em que foram realizadas as avaliações. Para o Quicuio a condição do pasto no final

do período experimental (junho/2010) encontrava-se inadequada para receber um novo lote de

frangos em razão da baixa altura do dossel (Figura 1) e da massa de forragem (Tabela 5) em

ambas as densidades, sendo que as perdas por pastejo mostraram-se mais elevadas nesta espécie

(Tabela 10) com elevação significativa na proporção de material morto (Figura 6). Para o

Estilosantes, o efeito das densidades foi mais forte e a D2 causou drástica redução na massa de

forragem (Figura 1), principalmente em relação a massa de folhas (Figura 2), apesar de pouca

redução em altura. Este fato evidencia que os animais retiraram as folhas, por consumo ou

injurias, e os caules permaneceram mantendo a altura da planta. Esta condição pode resultar em

prejuízo nas produções futuras devido à queda na fotossíntese das plantas. Por sua vez, a D1

apresentou pouca variação na massa de forragem total e de folhas (Figuras 1 e 2) e manteve baixa

a porcentagem de material morto até o final do experimento (Figura 6). Nesse contexto, o

Cynodon foi a planta forrageira que menos sofreu os efeitos das densidades chegando ao final do

período do experimento com altura e massa de forragem adequadas a um novo ciclo de pastejo

(Figura 1 e Tabela 5).

Provavelmente, esses resultados seriam alterados conforme a época do ano. No presente

estudo, conduzido no final de verão e outono, ainda há crescimento das plantas forrageiras,

porém, de forma lenta. Por outro lado, se o experimento tivesse sido realizado no período de

inverno, quando há ocorrência de baixas temperaturas e déficit hídrico, a produção de forragem

seria quase nula e os efeitos do pastejo ainda mais intensos. E, ainda, se os lotes estivessem

pastejando no verão as gramíneas, com elevadas taxas de acúmulo de forragem, poderiam ter

crescimento expressivo e menor redução de altura e massa de forragem. Diante do exposto, torna-

se de imprescindível importância mencionar novamente: é necessário considerar não somente

produtividade animal por área, mas, também, a condição das forrageiras durante os períodos de

pastejo e ao final de um ciclo de produção de frangos, visto que em seguida virá um novo lote

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de animais e a pastagem deve estar produtiva e sem sinais de degradação para recebê-los.

Sendo assim, neste modelo de criação, o objetivo é o bem-estar animal, com liberdade de

movimentação, o que proporcionará um produto diferenciado, desejado por um nicho de mercado

com preferência por carne com textura e coloração específicas. Neste contexto, busca-se a

qualidade do produto final e não a maior produção por área.

Com base nestas considerações, ressalta a necessidade de avaliações em todas as estações

do ano, com adequação de densidades de aves por unidade de área em cada época do ano e cada

planta forrageira estudada. Sendo assim, neste ponto do texto, é necessário remeter o leitor ao

item seguinte, em que algumas considerações pertinentes são elucidadas e de igual importância é

mencionar que a presente pesquisa é um passo inicial para avaliar forrageiras em pastejo por

aves.

5.1. Considerações finais

Com referência a avaliação de forrageiras pastejadas por aves a disponibilidade de

informações ainda é muito limitada ou inexistente. Portanto, a presente pesquisa pode ser

considerada como um passo inicial e traz à tona a necessidade de pesquisas que venham aumentar

a gama de informações para a viabilidade do sistema de criação por meio da utilização de

forrageiras na produção avícola.

Com base nas variáveis analisadas nas forrageiras, salienta-se que as mesmas podem ser

consideradas com potencial satisfatório para serem pastejadas por aves e utilizadas como parte da

dieta de aves caipiras. Entretanto, é necessária melhor caracterização dos constituintes

nutricionais e seus efeitos sobre o desempenho produtivo dos animais, bem como a

disponibilidade de nutrientes e a interação dietética com outros alimentos. O potencial nutricional

deve ser amplamente investigado, uma vez que apenas a composição químico-bromatológica não

é suficiente para avaliar a qualidade. Neste contexto, a digestibilidade dos nutrientes, como

indicativo do aproveitamento dos mesmos pelo organismo animal, torna-se fundamental para

elucidar a viabilidade de uso das forrageiras como componente da dieta de aves caipiras.

Importante também que pesquisas sejam feitas com relação a diferentes metodologias de manejo

das forrageiras, tais como altura de entrada, sistema de lotação, densidade de aves/área, etc. Cada

uma tem sua importância, sendo imprescindível considerá-las de forma interdisciplinar.

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6. CONCLUSÕES As plantas forrageiras Cynodon, Quicuio e Estilosantes podem ser consideradas adequadas

para pastejo de frangos em engorda nas densidades de 3 e 1 m2/ave na época do ano avaliada

(outono) e nesta região do País.

Considerando a entrada de um novo lote de aves após esse período de avaliação (68 dias), o

Estilosantes na D2 e Quicuio em ambas as densidades devem ser utilizados com cautela devido à

baixa massa de forragem disponível resultante do pastejo do lote anterior.

A forrageira do gênero Cynodon foi a que menos sofreu os efeitos das densidades chegando

ao final do período experimental com altura e massa de forragem adequada a um novo ciclo de

pastejo em ambas as densidades.

As três espécies forrageiras proporcionaram ganho de peso semelhante, sendo constatado

melhor resultado para 3 m2/ave.

A densidade de 0,5 m2/ave não é recomendada, pois as forrageiras não suportam esta pressão de pastejo.

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APÊNDICE

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.

E C Q QE E C Q C

Q E E CC Q E Q C

E Q Q CC E Q C E

C=COASTCROSSC=COASTCROSS

Q=QUICUIOQ=QUICUIO

E= ESTILOSANTESE= ESTILOSANTES

D1= 3MD1= 3M22/AVE/AVE

D2= 1MD2= 1M22/AVE/AVE

D3= 0,5MD3= 0,5M22/AVE/AVE

D3 D3 D3D2 D1 D1 D1D2 D2

D1 D1D1

D1 D1 D1

D2D2 D2

D2D2D2

D3D3D3

D3 D3D3

Galpão 1

Galpão 1

Galpão 3

Galpão 3

Galpão 2

Galpão 2

PIQUETE 1PIQUETE 1 PIQUETE 2PIQUETE 2 PIQUETE 3PIQUETE 3 PIQUETE 4PIQUETE 4 PIQUETE 5PIQUETE 5 PIQUETE 6PIQUETE 6 PIQUETE 7PIQUETE 7 PIQUETE 8PIQUETE 8 PIQUETE 9PIQUETE 9

PIQUETE 1PIQUETE 1 PIQUETE 2PIQUETE 2 PIQUETE 3PIQUETE 3 PIQUETE 4PIQUETE 4 PIQUETE 5PIQUETE 5 PIQUETE 6PIQUETE 6 PIQUETE 7PIQUETE 7 PIQUETE 8PIQUETE 8 PIQUETE 9PIQUETE 9

PIQUETE 1PIQUETE 1 PIQUETE 2PIQUETE 2 PIQUETE 3PIQUETE 3 PIQUETE 4PIQUETE 4 PIQUETE 5PIQUETE 5 PIQUETE 6PIQUETE 6 PIQUETE 7PIQUETE 7 PIQUETE 8PIQUETE 8 PIQUETE 9PIQUETE 9

Figura 12 – Croqui da área experimental.

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Figura 13 – Área experimental.

Figura 14 – Fase inicial do experimento.

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Figura 15 - Vista geral das aves em pastejo.

Figura 16 – Piquete formado com capim-quicuio, densidade de 3m2/ave.

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Figura 17 – Piquete formado com Cynodon, densidade de 3m2/ave.

Figura 18 – Piquete formado com Cynodon, densidade de 0,5 m2/ave.

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Figura 19 – Piquete formado com Cynodon, densidade de 1,0 m2/ave.

Figura 20 – Piquete formado com Stylosanthes, densidade de 1 m2/ave.

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Figura 21 – Piquete formado com capim-quicuio, densidade de 1 m2/ave.