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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA ANIMAL CARACTERIZAÇÃO BIOLÓGICA E ZONEAMENTO AMBIENTAL DO PARQUE ESTADUAL DO JIQUÍ - RN/BRASIL: SUBSÍDIOS AO PLANO DE MANEIO FLÁVIO HENRIQUE CUNHA DE FARIAS MESTRADO EM BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO 2009

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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA ANIMAL

CCAARRAACCTTEERRIIZZAAÇÇÃÃOO BBIIOOLLÓÓGGIICCAA EE ZZOONNEEAAMMEENNTTOO AAMMBBIIEENNTTAALL

DDOO PPAARRQQUUEE EESSTTAADDUUAALL DDOO JJIIQQUUÍÍ -- RRNN//BBRRAASSIILL:: SSUUBBSSÍÍDDIIOOSS AAOO

PPLLAANNOO DDEE MMAANNEEIIOO

FLÁVIO HENRIQUE CUNHA DE FARIAS

MESTRADO EM BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO

2009

UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA ANIMAL

CCAARRAACCTTEERRIIZZAAÇÇÃÃOO BBIIOOLLÓÓGGIICCAA EE ZZOONNEEAAMMEENNTTOO AAMMBBIIEENNTTAALL

DDOO PPAARRQQUUEE EESSTTAADDUUAALL DDOO JJIIQQUUÍÍ -- RRNN//BBRRAASSIILL:: SSUUBBSSÍÍDDIIOOSS AAOO

PPLLAANNOO DDEE MMAANNEEIIOO

FLÁVIO HENRIQUE CUNHA DE FARIAS LICENCIADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

DISSERTAÇÃO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM BIOLOGIA DA

CONSERVAÇÃO

ORIENTADOR CIENTÍFICO: PROF. DOUTOR JORGE PALMEIRIM

2009

i

AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus por todas as bênçãos que me concedeu.

A minha Mãe, Lélia Bezerra Cunha, que sempre me apoiou em cada etapa da minha vida,

me ajudando e me incentivando em tudo, tentando me ensinar a ser uma pessoa educada,

afetuosa, simples, sincera e maravilhosa como ela.

Ao meu Pai, Mario Henrique de Farias Netto “Bau”, pelo pai amigo que é.

Ao meu orientador Professor Doutor Jorge Palmeirim pela confiança em mim depositada,

paciência, dedicação e incentivo que muito me ajudou a prosseguir com o trabalho.

A todos os professores do Mestrado em Biologia da Conservação da Faculdade de Ciências

da Universidade de Lisboa pela contribuição em minha formação das mais diferentes

maneiras (aulas, conversas nos corredores, conselhos e exemplos de vida).

A amiga Vilma Rejane Maciel de Souza pela ajuda na realização deste trabalho.

Ao professor Bruno França por sua enorme contribuição na realização deste trabalho.

Aos colegas de Mestrado pela convivência e amizade durante todo o curso.

ii

RESUMO O presente trabalho teve como objectivos a caracterização biológica e proposição de um

zoneamento ambiental para Parque Estadual do Jiquí, na perspectiva de subsidiar o plano de

maneio desta Unidade de Conservação. O Parque está localizado no Município de Parnamirim,

no Estado do Rio Grande do Norte - Brasil, com uma área de aproximadamente 398 ha,

abrangendo importantes recursos hídricos, como trechos dos rios Pitimbu, Taborda e a

Lagoa do Jiquí, assim como biomas e ecossistemas relevantes, como fragmento de Mata

Atlântica - Floresta Estacional Semidecidual e uma pequena superfície de Savana arborizada

(Cerrado e Tabuleiro). A caracterização biológica do Parque foi dividida em 6 grupos:

Avifauna, onde foram identificadas nos levantamentos 98 espécies, perfazendo um total de

43 famílias e 20 ordens; Mastofauna, com o total de 17 espécies identificadas durante o

levantamento, distribuídos em 6 famílias e 4 ordens; Herpetofauna, onde os anfíbios

apresentaram-se até ao momento pouco diversificados, apenas 9 espécies, sendo distribuídos

em 4 famílias e apenas 1 ordem, já os répteis representados por 1 ordem, a Squamata, com

30 espécies distribuídas em 13 famílias, sendo a família Colubridae (N=13) a mais diversa

de serpentes e a Teiidae (N=4) de lagartos; no grupo Ictiofauna, foi possível identificar a

presença de 6 espécies, distribuídas em 5 famílias de 2 ordens; Os Artrópodes, com um total

de 70 espécies encontradas, pertencentes a 34 famílias agrupadas em 17 ordens; Vegetação,

estudada por Cestaro (2002), que constatou a importância ambiental da área, com 59

espécies de árvores encontradas. A proposta de zoneamento ambiental contemplou seis

zonas: Zona de Uso Especial (131ha); Zona Primitiva (156.5ha); Zona de Uso Extensivo

(86.5ha); Zona de Recuperação (14ha); Zona de Uso Intensivo (10ha); e ainda uma Zona de

Amortecimento constituída pelo entorno do Parque (330ha), visando resguardar o património

ambiental ali inserido.

Palavras-chave: Unidade de Conservação; Caracterização Ambiental; Zoneamento Ambiental;

Parque Estadual do Jiquí; Plano de Maneio.

iii

ABSTRACT The objectives of this study were to make the biological characterization and proposing an

environmental zoning for Jiquí Public Park, to contribute to the management plan of this

conservation area. The Park is located in the city of Parnamirim, in the State of Rio Grande

do Norte - Brazil, and covers an area of approximately 398 ha. It includes important water

resources such as stretches of the rivers Pitimbu, Taborda and Jiquí Lagoon, as well as

relevant biomes and ecosystems, such as a fragment of the Atlantic Florest - semideciduous

forest and a small area of wooded savanna (Cerrado and Tabuleiro). The biological

characterization of the Park was divided in 6 groups: Avifauna, where surveys have been

identified in 98 species, a total of 43 families and 20 orders; Mammals, with a total of 17

species identified during the survey, distributed in 6 families and 4 orders; Herpetofauna,

where amphibians recorded so far are relatively undiversified, only 9 species, distributed in

4 families and only 1 order, while reptiles are represented by 1 order, Squamata, with 30

species belonging to 13 families, and the family Colubridae (N = 13) the most diverse

among snakes, and Teiidae (N = 4) of lizards; Ichthyofauna, it was possible to identify the

presence of 6 species belonging to 5 families, 2 orders; Arthropods, with a total found 70

species belonging to 34 families grouped into 17 orders; Vegetation, studied by Cestaro

(2002), who noted the environmental importance of the area, with 59 species of trees found.

The proposed zoning contemplated six environmental areas: Special Use Zone (131ha);

Primitive Area (156.5ha); Extensive Use Zone (86.5ha); Recovery Zone (14ha), Intensive

Use Zone (10ha), and a Buffer Zone around the Park (330ha), with the objective of

safeguarding the environmental assets of this area.

Keywords: Natural Conservation Area, Environmental Characterization, Environmental

Zoning, Jiquí Public Park, Management Plan.

iv

ÍNDICE Página INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1

Unidades de Conservação .................................................................................................... 1

Plano de Maneio ................................................................................................................... 2

Zoneamento Ambiental ......................................................................................................... 3

A Mata Atlântica ................................................................................................................... 4

Objectivo ............................................................................................................................... 5

MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................................... 6

Local de Estudo .................................................................................................................... 6

Caracterização Biológica ..................................................................................................... 6

Avifauna ................................................................................................................................ 7

Mastofauna ........................................................................................................................... 7

Herpetofauna ........................................................................................................................ 8

Ictiofauna .............................................................................................................................. 8

Artrópodes ............................................................................................................................ 9

Vegetação ........................................................................................................................... 10

Zoneamento Ambiental ....................................................................................................... 10

RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................... 12

Avifauna .............................................................................................................................. 12

Mastofauna ......................................................................................................................... 17

Herpetofauna ...................................................................................................................... 19

Ictiofauna ............................................................................................................................ 23

Artrópodes .......................................................................................................................... 25

Flora e Vegetação .............................................................................................................. 26

Zoneamento Ambiental ....................................................................................................... 27

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 32

v

ÍNDICE DE FIGURAS Página

Figura 1 Mapa de localização e limites do Parque Estadual do Jiquí. ....................................... 6

Figura 2 Armadilha para lepidópteros frugívoros. ..................................................................... 9

Figura 3 Centro de endemismo Pernambuco (Área cinza) e blocos florestais inseridos em

áreas prioritárias para conservação. Fonte: CEPAN ................................................................ 12

Figura 4 Riqueza de espécies por família de aves no Parque do Jiquí. .................................... 13

Figura 5 Herpsilochmus pectoralis (Foto: Bruno França)........................................................ 14

Figura 6 Platyrinchus mystaceus niveigularis (Foto: Bruno França) ....................................... 15

Figura 7 Picumnus fulvescens (Foto: Bruno França)................................................................ 15

Figura 8 Diversidade de espécies por famílias de mamíferos para o Parque do Jiquí. ............ 18

Figura 9 Diversidade de espécies por famílias de anfíbios anuros para o Parque do Jiquí. ..... 20

Figura 10 Diversidade de espécies por famílias de répteis para o Parque do Jiquí .................. 21

Figura 11 Micrurus ibiboboca. (Foto: Bruno França) .............................................................. 22

Figura 12 Tupinambis marianae (Foto: Bruno França) ............................................................ 23

Figura 13 Pesca com Rede de espera no rio Taborda ............................................................... 24

Figura 14 Fotografia aérea da Mata do Jiquí. (Fonte: Ronaldo Diniz)..................................... 26

Figura 15 Mapa com zoneamento proposto para o Parque Estadual do Jiquí. ......................... 28

1

INTRODUÇÃO Unidades de Conservação

A criação de Unidades de Conservação no mundo surgiu com a implementação do

Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, em 1872. Esta iniciativa se estendeu

rapidamente para diversos países, tais como, Canadá (1885), Nova Zelândia (1894),

Austrália e África do Sul (1898), México (1898), Argentina (1903), Chile (1926), Equador

(1934), Venezuela e Brasil (1937). Actualmente, a criação de Unidades de Conservação é

um instrumento eficaz para minimizar a perda de biodiversidade frente às alterações e à

deterioração impostas aos ambientes naturais. No Brasil, as Unidades de Conservação

começaram a ser instituídas, por iniciativa do Governo Federal, a partir de 1937 com a

criação do Parque Nacional de Itatiaia. Em virtude da grande diversidade de situações presentes na realidade brasileira, o

Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), divide as Unidades de Conservação

(UC) em dois grandes grupos: Unidades de Conservação de Protecção Integral e Unidades

de Conservação de Uso Sustentável. As primeiras visam preservar a natureza em áreas com

pouca ou nenhuma acção humana, onde não se permite a utilização directa de recursos

naturais e são subdivididas em 5 categorias: Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque

Nacional ou Estadual, Monumento Natural e Refúgio da Vida Silvestre. As Unidades de

Conservação de Uso Sustentável diferem das primeiras por associarem à conservação da

natureza a utilização controlada dos recursos naturais e são subdivididas em 7 categorias:

Área de Protecção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional,

Reserva Extractivista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável e

Reserva Particular do Património Natural.

O Brasil ainda apresenta hoje uma pequena fracção de sua extensão territorial

definida em Unidades de Conservação, cerca de 8,13% do seu território, sendo a área total

protegida por bioma insuficiente para a efectiva conservação da biodiversidade (IDEMA,

2006). Adicionalmente, a grande maioria das UCs apresenta sérios problemas quanto à sua

criação e cumprimento dos objectivos para os quais foram criadas.

O Estado do Rio Grande do Norte inclui variados ecossistemas como caatinga, mata

atlântica, serras, campos dunares, restingas, manguezais, tabuleiros costeiros, estuários e

lagoas, além de contar com importante património espeleológico, paleontológico e

2

arqueológico. Segundo o Instituto de Defesa do Meio Ambiente (IDEMA) (MMA, 1998),

apesar de todo esse potencial natural, o Estado ainda apresenta um quadro bastante reduzido

de áreas protegidas, cerca de 1,9 % do território estadual. Mesmo considerando todo esse

potencial em termos de recursos naturais, culturais e paisagísticos, existem, no Estado,

apenas 16 UCs legalmente constituídas. Desse total, sete UCs estão sob a responsabilidade

do Governo Federal através do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis (IBAMA) e nove (73293 ha) sob a administração do Governo Estadual,

através do IDEMA, o que representa um quadro bastante reduzido de áreas protegidas.

Contudo estão em fase de criação cinco UCs, estando três já aprovadas pelo Conselho

Estadual de Meio Ambiente (CONEMA). O Parque Estadual do Jiquí encontra-se entre as

três UCs em fase de criação já aprovadas pelo CONEMA.

Um dos principais desafios para a humanidade é lidar com a "crise ambiental",

principalmente com os problemas relacionados ao aquecimento global, à escassez de água

potável, ao aumento descontrolado da população mundial e à gradativa perda da diversidade

biológica.

A conservação da biodiversidade in situ, por meio da criação e implementação de

Unidades de Conservação, é indispensável para que o Brasil consiga cumprir os

compromissos constitucionais internos e os diversos acordos internacionais firmados. Para

além disso, é primordial para a preservação dos bens naturais, minimização dos problemas

oriundos desta “crise ambiental”, e promoção da qualidade de vida da sociedade.

As áreas protegidas são o esteio da conservação da vida na Terra. Conservacionistas

do mundo inteiro esforçaram-se para expandir a cobertura destas áreas e por criar um

sistema que seja representativo da diversidade de formas de vida no globo. A criação desses

espaços destinados primordialmente à conservação da natureza e ao uso sustentável dos

recursos naturais representa um passo fundamental para a conservação mas o seu sucesso

está dependente da capacidade de assegurar a efectividade de seu maneio.

Plano de Maneio

O SNUC determina que toda UC deve dispor de Plano de Maneio. O plano de

maneio é um instrumento de planeamento e gestão das UCs, elaborado após a devida análise

dos factores bióticos, abióticos e antrópicos existentes em uma unidade de conservação e seu

entorno. O plano de maneio deve englobar uma caracterização ambiental e socioeconómica

3

da UC, seu zoneamento (áreas agrupadas por potencialidades e tipos de usos permitidos) e

seus programas de maneio (actividades e normas permitidas para cada área) (Ferreira et al,

2004). Prevê acções de maneio a serem implementadas que são fundamentais para garantir a

preservação dos recursos naturais nelas existentes e a consecução dos benefícios indirectos

de ordem ecológica, económica, científica e social deles advindos.

Deste modo, o principal objectivo do planeamento ambiental tem sido direccionar o

melhor uso possível dos recursos naturais de uma área, solucionando a questão da melhor

combinação dos seus usos, para satisfazer a necessidade de um maior número de pessoas de

forma sustentada (Nardes, 2005). Desta forma o planeamento ambiental tem sido atrelado ao

conceito de desenvolvimento sustentável, isto é: o desenvolvimento que atende as

necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de futuras gerações

satisfazerem suas necessidades (Pires, 2005).

Em estudo preliminar foi constatado que apenas 41 dos 88 parques e reservas

florestais pesquisadas cumprem minimamente o seu papel de conservação da natureza. A

maioria (47 parques), nem sequer teve os planos de maneio implementados de facto, embora

existam há mais de seis anos (WWF, 2008).

O Parque Estadual do Jiquí apesar de apresentar ecossistemas relevantes, como um

fragmento importante de Mata Atlântica, ainda não apresenta seu Plano de Maneio, como

forma de assegurar um funcionamento sustentável do Parque, determinando usos e

atribuições mínimas que possam assegurar sua protecção.

Zoneamento Ambiental

O Zoneamento Ambiental é o principal instrumento de ordenamento territorial de

uma UC. A partir do conhecimento das características ambientais do território, da

identificação e avaliação dos conflitos decorrentes do uso e ocupação, bem como das

oportunidades e potencialidades da região, se estabelecem as normas de uso e ocupação do

solo e protecção de seus recursos naturais.

O Zoneamento Ambiental nos termos do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de

Conservação da Natureza), constitui-se na “definição de sectores ou zonas em uma unidade

de conservação com objectivos de maneio e normas específicos, com o propósito de

proporcionar os meios e as condições para que todos os objectivos da unidade possam ser

alcançados de forma harmónica e eficaz”.

4

O Zoneamento constitui uma importante ferramenta para os processos de

licenciamento e fiscalização, além de orientar a comunidade local quanto à apropriação dos

atributos naturais da região. A definição das Zonas e o enquadramento das unidades

ambientais nesta ou naquela zona, deve pressupor justificativas claras e critérios precisos.

Seus limites devem levar em conta os elementos físicos ou bióticos do território, bem como

a dinâmica social e económica que se reflecte no uso e ocupação do espaço local.

Parque Estadual do Jiquí

A Unidade de Conservação Parque Estadual do Jiquí é de fundamental importância

para a população que vive nas cidades de Natal e Parnamirim, visto que cria a oportunidade

de assegurar a oferta sustentada de uma água de boa qualidade para uso urbano, advinda da

Lagoa do Jiquí e dos rios Pitimbu e Taborda. Do ponto de vista ecológico e ambiental, a

criação da UC vai assegurar a conservação de um significativo fragmento de floresta

atlântica, ainda em estado de equilíbrio. Esse fragmento também tem importância destacada

em nível regional, já que compõe, juntamente com outros fragmentos de vegetação natural

próximos, uma malha importante de conexões, constituindo um corredor ecológico da Mata

Atlântica, até ao seu limite setentrional de distribuição. Além disso, esse fragmento serve de

reservatório da biodiversidade natural local, actuando como difusor de espécies para

repovoamento natural ou para a restauração de áreas degradadas da região. Por fim,

permitirá a realização de pesquisas científicas importantes, tanto para o conhecimento mais

detalhado da biodiversidade regional, como para compreender as complexas relações

hidrológicas e ecológicas da paisagem local.

A Mata Atlântica

A Mata Atlântica é uma das mais ricas áreas do planeta em diversidade biológica e

endemismos. Ela é considerada pela Conservation International como a 5º hotspot para

conservação da biodiversidade no planeta e abriga 80% das espécies de animais brasileiros

ameaçados de extinção. Das 17 espécies de primatas conhecidas no Neotrópico, nove são

endémicas desse ambiente. Apresenta 261 espécies de mamíferos, sendo 73 endémicos, mais

de mil espécies de aves, e cerca de 20 mil espécies de plantas vasculares, das quais 8 mil só

ocorrem neste Bioma (MMA, 1998).

5

Da sua área original, cerca de 1,35 milhões de Km2, (segundo os limites estimados

para o bioma a partir do Decreto Federal 750/93 e do Mapa de Vegetação do Brasil do IBGE

de 1993) sobraram apenas 7% preservados em pequenas porções distribuídas ao longo de 17

estados do país. A devastação é extensa, a Mata Atlântica cobria cerca de 15% do território

nacional; hoje, ocupa apenas 1% da extensão de nosso país.

Objectivo

Os objectivos gerais deste estudo foram a caracterização biológica e a proposição de

zoneamento ambiental do Parque Estadual do Jiquí, com a intenção de assegurar a

sustentabilidade na utilização dos recursos e protecção dos remanescentes do bioma Mata

Atlântica, na perspectiva de subsidiar o plano de maneio desta Unidade de Conservação.

Sendo motivado pela necessidade de garantir a manutenção do equilíbrio ambiental de uma

área de relevante interesse ecológico, possibilitando a conservação da diversidade dos

ecossistemas naturais.

Para tal, foram estabelecidos os seguintes objectivos específicos:

- Realizar um levantamento preliminar da Avifauna do Parque;

- Realizar um levantamento preliminar da Herpetofauna do Parque;

- Realizar um levantamento preliminar da Mastofauna do Parque;

- Realizar um levantamento preliminar da Ictiofauna do Parque;

- Realizar um levantamento preliminar dos Artrópodes do Parque;

- Realizar um levantamento preliminar da Flora do Parque;

- Elaborar uma proposta de Zoneamento Ambiental do Parque.

6

MATERIAL E MÉTODOS Local de Estudo

O presente estudo decorreu no Parque Estadual do Jiquí (Figura 01), localizado na

porção sul do município de Parnamirim/RN (entre latitudes 5°55’12”S e 5°56’24”S e

longitudes: 35°10’48”W e 35°12’00”). Possui uma área de cerca de 398ha e um perímetro

de 9,2Km, localizada na zona homogénea Litoral Oriental do Estado do Rio Grande do

Norte. A área possui como predominância uma paisagem composta por remanescentes da

Mata Atlântica e um importante potencial hídrico.

Figura 1 Mapa de localização e limites do Parque Estadual do Jiquí.

Caracterização Biológica

A presente Caracterização biológica do Parque foi dividida em 6 grupos, são eles:

Avifauna, Mastofauna, Herpetofauna, Ictiofauna, Artrópodes e Vegetação. A caracterização

foi elaborada a partir de dados primários com base em referências bibliográficas sobre os

7

grupos e a área de interesse e por dados secundários obtidos em visitas realizadas na área de

estudo.

No campo os dados foram colectados através de observações directas e indirectas

realizadas dentro e fora das trilhas existentes na área e captura de indivíduos com redes ou

armadilhas, sempre dentro dos limites da Unidade de Conservação.

Alguns exemplares da fauna foram fotografados utilizando câmaras fotográficas

digitais dos modelos Fuji FinePix S5100 e Nikon D60 acoplada a uma lente teleobjectiva de

500 mm da marca Tamron.

A identificação e classificação sistemática foram realizadas de acordo com a

literatura especializada, tais como: Barbosa, 2005; Borges, 1999; Buzzi, 2002; Feio, 1998;

Freitas, 1999; 2002a; 2002b; 2005; Heyer, 1990; Marques et al., 2001; Rocha Neto, 2001;

Sick, 1997; Sigrist, 2007; Zorzenon, 2006, e pelas listas de fauna elaboradas pelas

sociedades de alguns dos referidos grupos: CBRO, 2008; SBH, 2008.

Avifauna

As saídas de campo foram realizadas no período compreendido entres os meses de

Abril e Junho de 2009, totalizando 10 dias de amostragem, realizada ao longo das trilhas

pré-existentes, buscando atender os diferentes ambientes representados no Parque. Utilizou-

se a metodologia de transectos ao longo de trilhas pré-estabelecidas, sendo estes percorridos

aleatoriamente por dois observadores munidos de binóculos. Os dias de observação

ocorreram durante as primeiras horas da manhã e iniciaram cerca de uma hora após o nascer

do sol, com duração de 2 horas. Todas as aves observadas com auxílio de binóculos, a olho

nu, ou ouvidas foram registadas. Os dados foram transferidos para fichas de campo e

planilhas do programa Microsoft Excel. Todas as espécies foram identificadas no campo

com auxílio de bibliografia especializada citada anteriormente.

Mastofauna

Os registos da fauna de mamíferos do Parque Estadual do Jiquí foram realizados

conjuntamente com os levantamentos dos outros grupos de fauna. Desta maneira, os registos

foram baseados na observação indirecta, através de pegadas, fezes, pêlos, assim como a

visualização directa dos animais em campo, tanto durante o dia como à noite, e entrevistas

com funcionários do parque e frequentadores locais. Foi utilizado, durante uma noite, para a

8

inventariação de quirópteros, o método de captura envolvendo a colocação de duas redes de

neblina de 12 m de largura por 4 de altura, dispostas em linha, próximo ao Rio Taborda.

Herpetofauna

Para caracterização das comunidades de répteis e anfíbios da região estudada foram

utilizados três métodos de amostragem listados a seguir.

O primeiro foi a utilização de armadilhas de queda: (Pitfall traps with drift fences),

método baseado em Cecchin e Martins (2000) que consiste na amostragem com armadilhas

de interceptação e queda com cerca guia, utilizando-se baldes de plástico de 40 litros

enterrados no solo, para captura. O “pitfall” foi disposto linearmente no interior da mata,

utilizando-se 10 baldes plásticos (de 40L), conectados a cada 10m com uma cerca-guia feita

com lona plástica preta com aproximadamente 35cm de altura, com a extremidade inferior

enterrada no solo (cerca de 5cm), para evitar que os animais pudessem passar por baixo do

anteparo.

O segundo método de amostragem foi a busca activa e procura visual (Blomberg e

Shine, 1996): É um método para amostragem de vertebrados nos períodos diurno e nocturno,

realizada por dois pesquisadores com 30 horas-homem de procura visual, que se deslocam a

pé, lentamente, à procura da fauna em todos os micro habitats visualmente acessíveis,

incluindo troncos, tocas de mamíferos, etc. Actividades de procura limitada por tempo são

bastantes generalistas e eficientes na complementação dos outros métodos, pois além de

amostrar toda a fauna que pode ser capturada em armadilhas de queda e procura em trilhas,

permitem a amostragem de espécies de grande porte ou que se deslocam pouco pelo

ambiente, assim como a identificação de espécies de maneira indirecta, como sons, peles e

rastros.

O terceiro método utilizado foi a entrevista com pessoas: Foram realizadas

entrevistas com funcionários que trabalham neste remanescente de mata, para verificar se os

mesmos já tiveram algum contacto visual com qualquer representante do grupo.

Ictiofauna

Para o levantamento da ictiofauna, alem de entrevistas com a comunidade e

funcionários do parque, foi empregado em 4 dias do mês de Junho de 2009, o método de

captura através de rede de espera (período nocturno de 10 horas), com as seguintes

características: rede de nylon monofilamento, com comprimento de 20 metros, altura média

9

de 1,65 metros e malha de 3,0 a 9,0 centímetros. Os exemplares capturados foram

acondicionados em formalina 10% e levados ao Laboratório da Universidade Potiguar para

posterior identificação.

Artrópodes

Foram estabelecidos dois transectos de captura com 100m de comprimento cada, o

primeiro localizado na borda da mata e o segundo em seu interior distantes 120m entre si,

foram demarcados pontos de colecta distantes 10 m entre si, onde foram colocadas

armadilhas do tipo pitfall (Conceição et al., 2001), visando a captura de artrópodes. A

amostragem foi realizada semanalmente durante o mês de Maio de 2009.

Os animais capturados foram armazenados e conservados em recipientes contendo

álcool a 70%, para sua posterior identificação no Laboratório de Zoologia da Universidade

Potiguar.

Para o levantamento de lepidópteros foram utilizadas armadilhas compostas de um

cilindro de tela fina fechado na sua extremidade superior e montado sobre uma plataforma

de madeira onde é colocada a isca composta por banana fermentada (Figura 02).

Figura 2 Armadilha para lepidópteros frugívoros.

Após visitar a isca, os lepidópteros abandonam a armadilha com um voo vertical

ficando presos no cilindro de tela. Foram instaladas 10 armadilhas no interior da mata a uma

10

altura de 1,5m, permanecendo activas durante quatro dias do mês de Maio, sendo revisadas a

cada 24h.

Vegetação

O levantamento da vegetação e da flora existente no Parque foi elaborado a partir de

dados primários obtidos com base em cartas do Projecto RADAMBRASIL: geologia,

geomorfologia, pedologia, vegetação e uso potencial da terra na escala 1:1.000.000. Assim

como ortofotocartas do IDEMA/PRODETUR, 2006 em sistema de projecção UTM, Zona 25

sul, datum SAD 69, utilizando-se do Sistema de Informação Geográfica (SIG) ArcView 9 do

Sector de Geoprocessamento do IDEMA. Utilizou-se de referências bibliográficas sobre a

área e visitas de campo para identificação e confirmação de dados.

Zoneamento Ambiental

A proposta de Zoneamento Ambiental adoptou como procedimento metodológico

inicial a divisão do território do Parque em zonas homogéneas. Tais zonas foram agrupadas

a partir do mapeamento das unidades geoambientais obtidas através do processamento de

ortofotocartas do IDEMA/PRODETUR, 2006 em sistema de projecção UTM, Zona 25 sul,

datum SAD 69, utilizando-se do Sistema de Informação Geográfica (SIG) ArcView 9 do

Sector de Geoprocessamento do IDEMA, além de visitas a campo para ratificação dos dados

levantados. As unidades geoambientais são porções territoriais com características próprias,

as quais são individualizadas pela associação de dados de litologia, estrutura, relevo, solo e

água. Cada unidade expressa espacialmente um padrão territorial com peculiaridades de

natureza biótica, abiótica e paisagística. A delimitação desse território teve por finalidade

subsidiar o zoneamento para que se pudesse atribuir controlos administrativos sobre sua

ocupação, normas de uso e maneio de recursos naturais.

Nesta proposta de Zoneamento da área foram consideradas:

• Áreas de especial interesse para a protecção dos recursos naturais e da

biodiversidade;

• Áreas degradadas ou em processo de degradação com a indicação das medidas de

recuperação;

• Áreas ambientais estratégicas para definição das acções necessárias à sua

conservação ou recuperação;

11

• Áreas urbanas e de expansão urbana;

• Actividades a serem desenvolvidas nas diferentes zonas;

• Áreas ambientais estratégicas, para a mitigação e a correcção dos impactos, e o

desenvolvimento de acções, programas e projectos;

• Possibilidades alternativas de uso e ocupação do solo;

• Elaboração das Normas e Directrizes de Ocupação e Maneio.

12

RESULTADOS E DISCUSSÃO Avifauna

A Floresta Atlântica possui actualmente a maior concentração de aves ameaçadas de

extinção das Américas (Wege & Long, 1995).

O fragmento de Floresta Atlântica do Jiquí está inserido em uma área de endemismo

avifaunístico denominada de Centro Pernambuco (Figura 03), que abrange os estados do

Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas (Silva et al., 2002, Galindo-Leal &

Câmara, 2003, Silva & Casteleti, 2003).

Figura 3 Centro de endemismo Pernambuco (Área cinza) e blocos florestais inseridos em áreas prioritárias para conservação. (Fonte: CEPAN)

A avifauna do Centro Pernambuco é composta por dois elementos históricos

distintos, contando com táxons endémicos relacionados tanto a Floresta Amazônica quanto a

Floresta Atlântica do Sul (Silva et al., 2003). Caracterizando assim sua importância para a

conservação de aves Neotropicais (Barnett et al., 2004).

13

Foram identificadas nos levantamentos realizados no Parque 98 espécies de aves,

perfazendo um total de 43 famílias e 20 ordens (Anexo 01).

A família mais diversa para a Unidade de Conservação é a Tyrannidae (N=13),

seguida por Thamnophilidae (N=7) como pode ser observado na Figura 04 a seguir.

Figura 4 Riqueza de espécies por família de aves no Parque do Jiquí.

Dentre as espécies encontradas na UC, cabem destaque distinto a espécie

Herpsilochmus pectoralis e a subespécie Platyrinchus mystaceus niveigularis, pois são

consideradas ameaçadas de extinção. A presença dessas espécies eleva ainda mais a

0 2 4 6 8 10 12 14

Nº de Espécies

Tyrannidae

Thamnophilidae

Rallidae

Columbidae

Thraupidae

Ardeidae

Cuculidae

Trochilidae

Cathartidae

Accipitridae

Falconidae

Vireonidae

Hirundinidae

Anatidae

Strigidae

Caprimulgidae

Picidae

Troglodytidae

Parulidae

Tinamidae

Cracidae

Podicipedidae

Aramidae

Cariamidae

Charadriidae

Jacanidae

Psittacidae

Tytonidae

Trogonidae

Alcedinidae

Galbulidae

Bucconidae

Dendrocolaptidae

Pipridae

Polioptilidae

Turdidae

Mimidae

Motacillidae

Coerebidae

Emberizidae

Fringillidae

Estrildidae

Passeridae

Família

s

14

importância da preservação da área para conservação das aves no estado do Rio Grande do

Norte.

O Chorozinho-de-papo-preto (Herpsilochmus pectoralis) é uma espécie de ave da

família Thamnophilidae, endémica do Brasil e encontra-se actualmente classificada como

Vulnerável pelo IBAMA e pela BIRDLIFE (Figura 5).

Os seus habitats naturais são as florestas secas tropicais ou subtropicais e florestas

subtropicais ou tropicais húmidas de baixa altitude.

Figura 5 Herpsilochmus pectoralis (Foto: Bruno França)

A espécie Herpsilochmus pectoralis está cadastrada no diagnóstico do tráfico de

animais silvestres na mata atlântica, elaborado pela RENCTAS – Rede nacional de Combate

ao Tráfico de Animais Silvestres.

O Patinho do nordeste (Platyrinchus mystaceus niveigularis) é uma subespécie da

família Tyrannidae e encontra-se actualmente classificada como Vulnerável pelo IBAMA,

além de ser também uma das espécies cadastradas no diagnóstico do tráfico de animais

silvestres na mata atlântica (Figura 6).

15

.

Figura 6 Platyrinchus mystaceus niveigularis (Foto: Bruno França)

Outra espécie que merece destaque é Picumnus fulvescens (Figura 7), pois é

endémica do Centro Pernambuco, além de apresentar uma alta sensibilidade a distúrbios

ambientais (Parker III et al, 1996).

Figura 7 Picumnus fulvescens (Foto: Bruno França)

Em estudo realizado por Farias et al (2007) onde foi avaliada a riqueza de aves em

cinco fragmentos de Floresta Atlântica no Estado de Pernambuco, também na região

nordeste do Brasil, foi possível identificar que o fragmento com maior riqueza de aves foi o

“Zambana” com 140 espécies encontradas em 18 horas de esforço amostral, seguido de

“Córrego da Mina” com 127 espécies em 13 horas de esforço amostral, em seguida

16

“Palmeira” com 125 espécies em 15 horas de esforço amostral, seguido de “Piedade” com

120 espécies em 15 horas de esforço amostral e por fim o fragmento “Macacos” com 94

espécies em 16 horas de esforço amostral.

É possível notar uma grande discrepância no resultado obtido no Parque do Jiquí (98

espécies) em relação à média obtida nos demais fragmentos analisados (Média de 121

espécies) no estudo anterior, apesar de um elevado esforço amostral aplicado neste estudo

(40 horas) em comparação com a média do estudo anterior (15.4 horas). Acredita-se que esta

diferença deva-se a experiencia dos observadores, pois observadores mais experientes,

tendem a detectar mais espécies em um menor intervalo de tempo.

O processo de fragmentação dos habitats pode ser considerado como uma das

principais causas da extinção, principalmente por submeter pequenas populações ao

isolamento (Metzger, 2003). Nos casos das aves, alterações em seus ambientes podem levar

espécies mais generalistas a ocupar áreas no interior das florestas tendendo a competir com

as espécies mais especialistas (Regalado e Silva, 1997). Outros efeitos negativos da

fragmentação podem ser: a diminuição do número de espécies de aves, aumento na taxa de

predação nos ninhos, aumento dos níveis de infestação por ectoparasitas e a ampliação do

efeito de borda (Marini, 2000). O efeito de borda caracteriza-se pela perda de habitat de

áreas fragmentadas que resulta em um aumento da quantidade de habitat de borda de floresta

em relação ao de interior (Marini, 2000), modificando os níveis de luz, temperatura,

humidade e vento (Primack e Rodrigues, 2001), bem como a estrutura da vegetação (Harper

et al., 2005). Deste modo, a não observação de algumas espécies de aves mais exigentes e

dependentes de microhábitats especializados nas matas do Parque deve estar relacionada

principalmente ao processo de fragmentação florestal e o consequente aumento da área de

borda, criando amplas zonas de contacto entre o habitat original e os habitats alterados ao

seu redor (Pires et al., 2006).

Como continuidade a este inventário recente e preliminar, é sugerida a realização de

estudos que determinem e comparem a riqueza, abundância e diversidade de aves em

fragmentos florestais com diferentes características para verificar os efeitos dessas variáveis

espaço-temporais, com vistas a uma melhor compreensão dos efeitos locais da

fragmentação.

17

Mastofauna

A fauna de mamíferos da América do Sul é uma das mais ricas e menos conhecidas

do mundo. Dentre a mastofauna, os carnívoros são importantes componentes ecológicos dos

ecossistemas, controlando as populações de suas presas, influenciando os processos de

dispersão de sementes e a diversidade da comunidade (Santos et al., 2004).

Os morcegos são mamíferos muito diversificados que desempenham importante

papel no controle de insectos. São também responsáveis pela polinização de várias espécies

de plantas, bem como pela dispersão de sementes, funções realizadas pelos nectarívoros e

frugívoros, respectivamente (Izecksohn, 2007).

No Brasil existem cerca de 524 espécies de mamíferos distribuídas em 11 ordens, 46

famílias e 213 géneros. Além da destruição de seu habitat, os mamíferos ainda têm como

factores de declínio de populações a pressão da caça, comércio ilegal e tráfico de animais

silvestres, atropelamentos e perseguições por possíveis prejuízos causados às plantações ou

aos animais domésticos. No Rio Grande do Norte muitas espécies de mamíferos estão

ameaçadas de extinção ou vulneráveis, devido à perda de habitat, mas não foi observada até

o momento nenhuma espécie ameaçada nos limites do Parque Estadual do Jiquí.

Os hábitos dos mamíferos silvestres tornam a observação desses animais na natureza

muito difícil. Isto permite dizer que o pequeno número de espécies registadas deve-se,

principalmente, à ausência de uma equipe especializada e ao pouco tempo disponível para a

pesquisa e não, propriamente, à diversidade potencial de mamíferos ocorrentes na área.

Na área da reserva foram identificadas durante o levantamento 17 espécies de

mamíferos, distribuídos em 6 famílias e 4 ordens (Anexo 02). Sendo a família

Phyllostomidae (N=9) a mais diversa (Figura 8). Apenas uma espécie de primata (Callithrix

jacchus - Sagui) foi encontrada na área.

Segundo estudo realizado em fragmento de Mata Atlântica de 50ha próximo da área

do Parque, no Município de Nísia Floresta, sobre a área de vida e padrão de uso do espaço

em grupos de Sagui (Castro, 2003), foi possível identificar que os grupos de saguis

estudados apresentaram áreas de vida pequenas. Estas estão dentro da faixa de variação

descrita para o género Callithrix (0,5 a 35,5 ha). Como a goma é um item considerado como

a base da dieta do sagui, o pequeno tamanho das áreas de vida pode ser explicado pelo fato

da goma ser um recurso que está disponível o ano inteiro, sendo suficiente, poucas fontes

18

para suprir as necessidades do grupo (Alonso & Langguth 1989). Por outro lado, os frutos

apresentam marcante variação sazonal e suas fontes estão amplamente distribuídas de forma

que as espécies mais frugívoras utilizam uma área maior do que as gomívoras (Rylands &

Faria 1993). Portanto, levando-se em consideração que a área de vida estimada para este

género chega a um máximo de 35,5 há, o Parque do Jiquí encontra-se nos parâmetros

aceitáveis para o aporte de grupos desse género, tendo em vista que o Parque contempla um

fragmento de Mata atlântica de aproximadamente 129 ha.

Figura 8 Diversidade de espécies por famílias de mamíferos para o Parque do Jiquí.

A grande quantidade de indícios (pegadas e fezes) e evidências directas

(visualização) de animais domésticos como cachorros e gatos no Parque é preocupante dada

a sua capacidade de afectar negativamente a fauna silvestre local. Espera-se que com a

implantação e cumprimento do Plano de Manejo, ocorram processos de regeneração da

vegetação e a redução de animais domésticos na área, possibilitando a recolonização dessa

área por parte dos roedores silvestres, que constituem uma parcela muito importante da

cadeia alimentar da fauna da região. Além disto, há relatos da acção de caçadores dentro da

Mata do Jiquí. A caça, mesmo ocorrendo em pequena escala, provoca efeitos sensíveis sobre

as densidades populacionais de várias espécies, a qual, juntamente com a fragmentação de

habitats, é uma das principais ameaças para a conservação dos mamíferos (COSTA et al.,

2005).

Os resultados deste estudo mostram que o Parque do Jiquí, apesar de ser

relativamente pequeno, abriga uma riqueza de espécies detectadas durante o estudo

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Nº de Espécies

Phyllostomidae

Vespertilionidae

Emballonuridae

Procyonidae

Didelphidae

Canidae

Callitrichidae

Fam

ília

19

considerável (17 espécies). Além disto, funciona como área de refúgio num ambiente

bastante fragmentado e com muita influência antrópica.

Cabe ressaltar que este grupo foi pouco estudado de fato, uma vez que os registos

disponíveis actualmente são preliminares. Ainda assim, grupos como roedores e marsupiais

de pequeno porte, e ainda morcegos foram sempre sub-amostrados, podendo o número de

espécies aumentar com o desenvolvimento de novos estudos na região.

Herpetofauna

O bioma com a maior riqueza e endemismo de espécies de anuros no mundo é a

Mata Atlântica (Duellman, 1999). A anurofauna ainda é considerada pouco conhecida

quanto à sua taxonomia, história natural e ecologia (Pombal Jr. & Gordo, 2004),

principalmente na região Neotropical (Bastos et al., 2003).

Este grupo enfrenta graves problemas provocados pelo uso intensivo e não

sustentado dos recursos naturais. Em alguns casos, o declínio parece ser decorrente da

redução da cobertura vegetal, ocasionada por desmatamentos; em outros casos as razões dos

declínios populacionais e extinções locais são desconhecidas, pois têm ocorrido mesmo em

ambientes aparentemente inalterados (Haddad, 1998).

O fungo Batrachochytrium dendrobatidis, causador da quitridiomicose, tem sido

associado ao declínio de espécies de anfíbios em várias regiões do mundo. O primeiro

registo brasileiro de infecção por quitrídios acaba de ser relatado por Felipe Toledo, do

Laboratório de Herpetologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro, e

colaboradores, na revista especializada Amphibian & Reptile Conservation (volume 4,

número 1, 2006). A doença foi detectada na rã-de-corredeira (Hylodes magalhaesi), uma

espécie que só ocorre em regiões elevadas da Mata Atlântica.

Estes animais são bastante vulneráveis à acção de poluentes da água e do ar.

Portanto, devido a suas características morfológicas e fisiológicas e aos aspectos de sua

história natural, os anfíbios constituem-se num eficiente grupo indicador de qualidade

ambiental (Feio, 1998). Estes animais apresentam uma enorme sensibilidade a alterações de

parâmetros físico-químicos da água e várias espécies são sensíveis a alterações na estrutura

da vegetação nas vizinhanças dos corpos d`água (Heyer et al., 1990).

20

A fauna de anfíbios na área do Parque Estadual do Jiquí apresentou-se até ao

momento pouco diversificada, apenas 9 espécies, sendo distribuídos em quatro famílias e

apenas uma ordem (Anexo 03). Todas as espécies presentes na localidade são comuns e com

ampla distribuição geográfica e nenhuma espécie até agora encontrada no Parque Estadual

do Jiquí encontra-se na lista de Fauna Ameaçada de Extinção (MMA, 2008). As famílias

Bufonidae e Leptodactylidae são as mais diversas, estando representadas por três espécies

cada (Figura 9).

Figura 9 Diversidade de espécies por famílias de anfíbios anuros para o Parque do Jiquí.

Os répteis são bastante importantes em estudos ambientais, pois fornecem também

relevantes subsídios ao conhecimento do estado de conservação de regiões naturais. Estes

por ocuparem posição ápice em cadeias alimentares (exigindo assim uma oferta alimentar

que sustente suas populações), funcionam como excelentes bioindicadores de primitividade

dos ecossistemas ou, por outro lado, de diferentes níveis de alteração ambiental. A presença

de espécies estenóicas (dependentes de algum tipo especial de ambiente), bem como a

presença de espécies raras e formas endémicas, são fundamentais para a detecção do grau de

primitividade do ambiente enquanto presença de espécies eurióicas (tolerantes a um amplo

espectro de condições do meio) pode determinar diferentes níveis de alteração (Morato,

Bérnils & Leite, 1993).

Os répteis encontram-se representados por uma ordem, a Squamata (lagartos e

serpentes), que é representada por 30 espécies distribuídas em 13 famílias (Anexo 03).

Sendo a família Colubridae (N=13) a mais diversa de serpentes e a Teiidae (N=4) de

0

1

2

3

4

Nº d

e Es

péci

es

Bufonidae Leptodactylidae Hylidae Leiuperidae

Família

21

lagartos (Figura 10). De forma similar aos anfíbios, os répteis registados para a localidade

são espécies comuns e de ampla distribuição geográfica e nenhuma espécie relatada

encontra-se na lista de Fauna Ameaçada de Extinção (MMA, 2008).

Figura 10 Diversidade de espécies por famílias de répteis para o Parque do Jiquí

O Coleodactylus natalensis outrora restrito das matas interdunares do Parque

Estadual das Dunas de Natal teve sua distribuição ampliada segundo registos de Sousa &

Freire (2008) e Lisboa et al. (2008) e actualmente é considerada endémica de remanescentes

de Mata Atlântica do Rio Grande do Norte. Este fato ressalta a importância da preservação

deste fragmento florestal assim como a necessidade de estudos científicos mais

aprofundados. Esta espécie é um dos menores geconídeos e o menor lagarto da América do

Sul; vive em folhiço depositado no solo e tem preferência por habitats sombreados de mata

(Freire, 1996, 1999; Lisboa, 2005). Pode ser considerada uma espécie rara, por ter uma

distribuição geográfica restrita, e elusiva, por ser uma espécie com baixa probabilidade de

detecção em ambiente natural, já que é diminuta (comprimento rostro-anal máximo de

22mm em machos e 24mm em fêmeas; Freire, 1999) e se camufla com o folhiço. Possui

0 2 4 6 8 10 12 14

Nº de Espécies

Colubridae

Teiidae

Phyllodactylidae

Boidae

Amphisbaenidae

Iguanidae

Gekkonidae

Sphaerodactylidae

Anguidae

Tropiduridae

Scincidae

Polychrotidae

Elapidae

Fam

ílias

22

dicromatismo sexual, uma vez que machos e fêmeas diferem quanto ao padrão de coloração

dorsal da cabeça (Freire, 1999); diferem também quanto ao comprimento rostro-anal, pois as

fêmeas são maiores que os machos.

Um fato singular que pode ter acarretado em uma pequena captura de animais, foi a

baixa eficiência das armadilhas de interceptação e queda para serpentes utilizadas. Segundo

Cecchin e Martins (2000) as armadilhas de interceptação e queda (pitfall traps) são mais

eficientes para a captura de anfíbios e lagartos, tornando necessário a construção de

armadilhas de funil (funnel traps) sendo estas mais eficientes para a colecta de ofídios.

Porém, neste estudo optou-se pela utilização de pitfall traps ao invés de funnel traps, pois

apresentam uma facilidade maior para o transporte, instalação e manutenção, alem de uma

melhor relação do custo e benefício.

A coral-verdadeira, (Micrurus ibiboboca), mesmo sendo uma espécie potencialmente

letal, pela toxicidade de sua peçonha, não representa perigo para as pessoas, já que não tem

comportamento agressivo e vive escondida em baixo de troncos, pedras, formigueiros e

cupinzeiros (Figura 11).

Figura 11 Micrurus ibiboboca. Foto: Bruno França

A presença destes animais nos ambientes naturais é importante para a manutenção do

equilíbrio das populações naturais de pequenos roedores e algumas espécies de serpentes,

que do contrário tenderiam a ocupar ambientes alterados e/ou urbanizados em procura de

alimento.

23

Algumas espécies, como o Tupinambis merianae (Figura 12) entram rotineiramente

em conflito com actividades agrícolas e galinheiros em busca de alimento nos arredores do

Parque, o que por muitas vezes acaba no abate do indivíduo.

Figura 12 Tupinambis marianae (Foto: Bruno França)

A presença de espécies como estas desperta uma grande preocupação, pois na área

existe um grande fluxo de crianças e adultos. Seria interessante a utilização de placas

educativas dispostas ao longo das trilhas, informando aos transeuntes quais animais podem

ser encontrados na mata. Descrevendo algumas características básicas de cada género, como

morfologia externa do animal (coloração, tamanho), locais que estes indivíduos costumam

frequentar, tipo de alimentação, característica do veneno entre outras informações básicas,

buscando facilitar a identificação destes animais quando encontrados, bem como transmitir o

conhecimento sobre os mesmos.

Ictiofauna

Após o levantamento das espécies da ictiofauna existentes na Lagoa do Jiquí através

de pesca em rede de espera (Figura 13), foi possível identificar a presença de seis espécies,

distribuídas em cinco famílias de duas ordens (Tabela 1).

24

Figura 13 Pesca com Rede de espera no rio Taborda

Nenhuma espécie capturada neste estudo ou relatada para a Lagoa do Jiquí por

Gurgel & Canan (1999) encontra-se na lista de Fauna Ameaçada de Extinção (MMA, 2008).

Tabela 1 Lista da ictiofauna encontrada na Lagoa do Jiquí

Ordem

Família

Espécie

Nome Popular

Status de Ameaça de

Extinção

Characiformes

Curimatidae Psectrogaster saguiru (Fowler, 1941) Branquinha Não

Ameaçado

Anostomidae Leporinus piau (Fowler, 1941)

Piau-comum

Não Ameaçado

Erythrinidae Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) Traíra Não

Ameaçado

Cichlidae

Cichlasoma bimaculatum (Linnaeus, 1754)

Cará Não Ameaçado

Crenicichla lepidota (Heckel, 1840) João-bobo Não

Ameaçado

Siluriformes Auchenipteridae Parauchenipterus galeatus (Linnaeus, 1766) cangati Não

Ameaçado

25

Artrópodes Os insectos cumprem importante papel ecológico nos ecossistemas, actuando como

polinizadores de flores, podem viver associados a outras espécies vegetais e animais,

compõem a base da alimentação de outros animais e até produzem alimento como no caso

das abelhas que produzem o mel.

Alguns grupos de insectos são essencialmente úteis no monitoramento ambiental,

destacando-se as borboletas e formigas. Isso acontece por serem muito diversificados,

facilmente amostrados, comuns no ano inteiro, respondendo a alterações ambientais (Brown,

1991; 1996a; 1996b; 1997a; 1997b; Freitas et al, 2003; Kremem, 1992; New et al., 1995;

New, 1997).

Outro grupo de artrópodes que apresentam importante papel ecológico são os

aracnídeos, estes são importantes predadoras de topo de cadeia alimentar (isto é, estão no

topo de toda uma lista específica – uma cadeia – de animais que servem de alimentos a

outros). Do ponto de vista biológico, os aracnídeos representam um grupo importante e

eficiente sendo considerados os principais predadores de insectos e outros pequenos animais,

às vezes nocivos ao homem.

Os miriápodes são artrópodes que mais se relacionam com os insectos, sendo

representados pela lacraia ou centopeias que são peçonhentas e por embuás que são

herbívoros. A alimentação dos embuás é essencialmente constituída de detritos em geral,

matéria orgânica em decomposição, frutas, musgos, além de relativa quantidade de matéria

mineral do solo. Este grupo é importante para a dinâmica do solo provocando aeração e

enriquecimento da matéria orgânica nele presente; poucas espécies podem constituir pragas.

As centopeias são de hábito nocturno, vivem escondidas sob entulhos húmidos, folhas e

cascas de árvores, sendo ocasionalmente encontradas em casas. Alimentam-se

principalmente de larvas de besouros, capturados vivos, imobilizados e inoculados por

peçonha. São importantes, pois podem controlar a população de insectos, sua principal fonte

alimentar.

Na região puderam ser encontradas cerca de 70 espécies de artrópodes terrestres

pertencentes a 34 famílias agrupadas em 17 ordens (Anexo 04). Como era de esperar os

insectos, ainda que de maneira subestimada, compreendem grande parte das espécies

existentes neste estudo.

26

Na área não foi possível identificar a ocorrência de espécies ameaçadas de extinção,

a maioria é comum e possuem ampla distribuição geográfica.

Flora e Vegetação

A vegetação original que ocupava as áreas mais drenadas da gleba proposta para o

Parque é classificada como Floresta Estacional Semidecidual. Actualmente, essa vegetação

está presente apenas na porção oriental do Parque e nas proximidades dos corpos d’água,

ocupando cerca de 129ha (Figura 14). O fragmento foi estudado do ponto de vista

fitossociológico por Cestaro (2002), que constatou a importância ambiental e ecológica da

área. Dentre as 59 espécies de árvores encontradas no fragmento florestal pelo referido

autor, destacam-se: Caesalpinia echinata (pau-brasil), Lecytis pisonis (sapucaia), Ocotea

duckei (louro-canela), Sacoglottis mattogrossensis (pitomba-brava) e Puteria grandiflora

(goiti-trubá), dentre outras.

Figura 14 Fotografia aérea da Mata do Jiquí. (Fonte: Ronaldo Diniz)

A Savana arborizada, vegetação de tabuleiros ou cerrado, ocupa uma área restrita, de

19,5ha, na porção centro-meridional do Parque, justamente onde o terreno apresenta-se com

27

uma certa declividade e são mais rasos. São comuns nessa área Hancornia speciosa

(mangabeira), Curatella americana (lixeira) e Anacardium occidentale (cajeiro).

Importante também é a vegetação de campos alagados que ocorre nas várzeas dos

rios Pitimbu e Taborda, compondo um ambiente de fundamental importância para a retenção

de humidade. Em sua maior parte a vegetação original foi destruída, dando lugar à pequena

agricultura de subsistência.

Zoneamento Ambiental

A proposta de Zoneamento do Parque contemplou seis zonas (Figura 15), definidas

com base nas características da área e atribuições da Unidade de Conservação, para atender

ao uso sustentado dos recursos naturais de forma a não comprometer o cenário paisagístico e

sua biodiversidade. As Zonas correspondentes e suas respectivas áreas são indicadas na

Tabela 2.

Tabela 2 Zoneamento proposto e suas respectivas áreas

ZONA ÁREA (ha)

Zona de Uso Especial 131

Zona Primitiva 156.5

Zona de Uso Extensivo 86.5

Zona de Recuperação 14

Zona de Uso Intensivo 10

Total (Limite do Parque) 398

Zona de Amortecimento 330

As características e condições de uso dos recursos e espaços integrantes das zonas,

que integram a área do Parque e seu entorno (ZA), observarão os seguintes requisitos

(Tabela 3):

28

Figura 15 Mapa com zoneamento proposto para o Parque Estadual do Jiquí.

I - Zona Primitiva – considera-se a área onde a vegetação e a fauna naturais estão

mais bem representadas e, aparentemente em maior equilíbrio. Corresponde ao espaço

ocupado com a Floresta Estacional Semidecidual (Mata Atlântica), conhecida como Mata do

Jiquí, e com a Savana Arborizada (Cerrado). A área ocupa cerca de 156,5ha. A zona possui

uso restrito às actividades de pesquisa científica, educação ambiental e trilhas

interpretativas;

II - Zona de Uso Extensivo – corresponde à área constituída, em sua maior parte,

por áreas semi-naturais em diferentes estágios de intervenção, incluindo a Lagoa do Jiquí e

os rios Pitimbu e Taborda; conjunto de mangueiras (Mangifera indica), com árvores

bastante idosas, mas que continuam a produzir frutos, abundantemente; as áreas de cultivo

abandonadas, com capineiras sem manutenção e vegetação secundária no estágio inicial de

sucessão. A zona possui uma área de 86.5ha e tem seu uso destinado às actividades de

visitação e recreação orientada, educação ambiental e pesquisa científica;

29

III – Zona Recuperação – inclui as áreas de várzeas dos rios Pitimbu e Taborda

onde deverão ser desenvolvidos projectos de restauração, educação ambiental e pesquisa

científica. Embora de tamanho relativamente pequeno, 14ha, as áreas que compõem esta

zona estão consideravelmente alteradas e são fundamentais para conter o fluxo de

sedimentos para dentro dos corpos d’água e aumentar o tempo de residência da água no

sistema.

IV – Zona de Uso Especial – corresponde à área de tabuleiro com relevo plano

(131ha) cujo histórico de ocupação com experimentação florestal merece tratamento

especial visando sua manutenção, com experimentos importantes e de longa data, sobretudo

com coqueiros (Cocos nucifera), e também pela presença da estrutura de laboratórios, que

não merece ser desactivada. Também justifica a manutenção dessa zona, a parceria de

administração conjunta do Parque entre IDEMA e EMPARN, esta última tendo interesse em

continuar suas pesquisas na área. Tal estrutura favorecerá o desenvolvimento de pesquisas

visando à produção de mudas de espécies nativas oriundas da área para restauração e

enriquecimento de ecossistemas da região, destinando-se às actividades de pesquisa e

experimentos, educação ambiental, trilhas interpretativas e colecta de produtos;

V – Zona de Uso Intensivo – trata-se de uma área de tabuleiro com relevo plano,

destinada à implantação das actividades de apoio a pesquisa e experimentação, recreação e

turismo ecológico e aos equipamentos e edificações necessárias à administração do Parque.

Para tanto foi reservada uma área de 10ha

VI – Zona de Amortecimento – constituída pelo entorno do Parque, cerca de 330ha,

visa resguardar a protecção do património ambiental do Parque Estadual do Jiquí. Nesse

espaço, segundo o inciso XVIII do art. 2° da Lei n°9985 de 2000, as “atividades humanas

estão sujeitas às normas e restrições específicas”.

30

Tabela 3 Proposta de zoneamento para a Unidade de conservação Parque Estadual do Jiquí

ZONA CRITÉRIOS DE ZONEAMENTO

CARACTERIZAÇÃO GERAL PRINCIPAIS CONFLITOS USOS PERMITIDOS

Meio Físico Meio Biótico

PRIMITIVA - Ambiente natural melhor conservado

- Tabuleiros com relevo plano

- Floresta estacional Semidecidual (Mata Atlântica) - Savana arborizada (cerrado)

Extrativismo esporádico de lenha e madeira

- Caminhadas nas trilhas já existentes, - Actividades de educação ambiental (EA), - Pesquisa científica

USO EXTENSIVO

- Ambiente natural parcialmente alterado pela acção humana no passado recente

- Tabuleiros com declividade media e várzeas - Lagoa do Jiquí - Rios

- Floresta estacional secundária, - Campos alagados (banhado), - Cultura perene (mangueiras), - Capineiras abandonadas

- Extrativismo de lenha, - Contaminação da água - Assoreamento, - Colecta de frutos e de capim, - Actividades recreativas

- Actividades recreativas de baixo impacto (banho, pic-nic, caminhada), - Actividades de EA - Pesquisa científica - Captação de água

RECUPERAÇÃO - Ambientes sensíveis e antropizados

- Várzea do rio e da lagoa

- Vegetação actual: campo antrópico, - Vegetação potencial: mata de galeria

- Pastagem de gado - Actividades de EA - Pesquisa científica

USO ESPECIAL - Actividades tradicionais na área

- Tabuleiros com relevo plano

- Culturas perenes de espécies frutíferas e madeireiras

- Uso incompatível com um Parque

- Pesquisa científica, e experimentos - Colecta de produtos, - Caminhadas, - Actividades de EA

USO INTENSIVO - Área de administração e construções permanentes

- Tabuleiros com relevo plano

- Moradias, escritórios, laboratórios, oficinas e plantas e animais domésticos

- Presença de plantas e animais exóticos

- Actividades administrativas, - Actividades recreativas e EA, - Manutenção de equipamentos, - Actividades de pesquisa e equipamentos de apoio ao turismo ecológico.

AMORTECIMENTO

- Garantia da integridade da UC, - Redução do impacto sobre trechos de várzea dos rios limítrofes, - Limites facilmente definidos no campo

- Tabuleiros e várzeas

- Campos alagados (banhado), - Vegetação secundária de floresta, de savana e de campo alagado, - Agricultura, - Residências esparsas, - Bairro residencial

- Presença de animais e plantas exóticas, - Bairro residencial sem esgotamento sanitário

- Agricultura de subsistência de baixo impacto ambiental, - Ocupação humana com baixo impacto ambiental

31

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo constitui uma contribuição para subsidiar acções e estratégias para a elaboração do

plano de maneio do Parque Estadual do Jiquí. Essa Unidade de Conservação contempla importantes

cenários de beleza cénica, além de trilhas ecológicas para a prática do turismo ecológico, educação

ambiental e pesquisa científica.

A caracterização biológica realizada no Parque, apesar de nos transmitir dados subestimados,

mostrou-se uma ferramenta essencial para compreender e interpretar as potencialidades e as fragilidades da

área de estudo. Quanto aos procedimentos metodológicos utilizados na elaboração Zoneamento Ambiental,

as técnicas de geoprocessamento mostraram-se adequadas e até mesmo indispensáveis para a produção e

análise das informações. A integração de dados orbitais, cartográficos e informações de campo permitiram

a caracterização e o mapeamento dos temas abordados de forma actual, precisa, detalhada, eficiente e

operacional. Por fim o Zoneamento Ambiental buscou ordenar o território segundo suas características,

relacionando as actividades previstas para a Unidade de Conservação (científicas, culturais, recreativas,

preservacionistas), aos locais mais apropriados à sua realização, conforme as características físicas e

bióticas locais, a fim de compatibilizar a conservação dos recursos naturais com outros usos, atendendo

assim, as individualidades de cada zona e respeitando suas inter-relações e limitações.

32

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41

ANEXOS

42

ANEXO 1 Lista de espécies de aves encontradas no levantamento do Parque Estadual do Jiquí

Ordem Família Espécie Nome Popular Status de Ameaça de Extinção

Tinamiformes Tinamidae Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) inhambu-chororó Não Ameaçado

Anseriformes Anatidae Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) irerê Não Ameaçado Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) pé-vermelho Não Ameaçado

Galliformes Cracidae Penelope superciliaris Temminck, 1815 jacupemba Não Ameaçado Podicipediformes Podicipedidae Podilymbus podiceps (Linnaeus, 1758) mergulhão-caçador Não Ameaçado

Ciconiiformes Ardeidae

Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783) socó-boi Não Ameaçado Butorides striata (Linnaeus, 1758) socozinho Não Ameaçado Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) garça-vaqueira Não Ameaçado Ardea alba Linnaeus, 1758 garça-branca-grande Não Ameaçado

Cathartiformes Cathartidae Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-vermelha Não Ameaçado Cathartes burrovianus Cassin, 1845 urubu-de-cabeça-amarela Não Ameaçado Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-cabeça-preta Não Ameaçado

Falconiformes

Accipitridae Rostrhamus sociabilis (Vieillot, 1817) gavião-caramujeiro Não Ameaçado Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó Não Ameaçado Buteo brachyurus Vieillot, 1816 gavião-de-cauda-curta Não Ameaçado

Falconidae Caracara plancus (Miller, 1777) caracará Não Ameaçado Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) acauã Não Ameaçado Falco sparverius Linnaeus, 1758 quiriquiri Não Ameaçado

Gruiformes

Aramidae Aramus guarauna (Linnaeus, 1766) carão Não Ameaçado

Rallidae

Aramides cajanea (Statius Muller, 1776) saracura-três-potes Não Ameaçado Laterallus melanophaius (Vieillot, 1819) sanã-parda Não Ameaçado Porzana albicollis (Vieillot, 1819) sanã-carijó Não Ameaçado Gallinula melanops (Vieillot, 1819) frango-d'água-carijó Não Ameaçado Porphyrio martinica (Linnaeus, 1766) frango-d'água-azul Não Ameaçado

Cariamidae Cariama cristata (Linnaeus, 1766) seriema Não Ameaçado

Charadriiformes Charadriidae Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero Não Ameaçado Jacanidae Jacana jacana (Linnaeus, 1766) jaçanã Não Ameaçado

Columbiformes Columbidae

Columbina passerina (Linnaeus, 1758) rolinha-cinzenta Não Ameaçado Columbina minuta (Linnaeus, 1766) rolinha-de-asa-canela Não Ameaçado Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha-roxa Não Ameaçado Columbina picui (Temminck, 1813) rolinha-picui Não Ameaçado Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti-pupu Não Ameaçado

Psittaciformes Psittacidae Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) tuim Não Ameaçado Cuculiformes Cuculidae Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato Não Ameaçado

43

Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto Não Ameaçado Guira guira (Gmelin, 1788) anu-branco Não Ameaçado Tapera naevia (Linnaeus, 1766) saci Não Ameaçado

Strigiformes Tytonidae Tyto alba (Scopoli, 1769) coruja-da-igreja Não Ameaçado

Strigidae Megascops choliba (Vieillot, 1817) corujinha-do-mato Não Ameaçado Athene cunicularia (Molina, 1782) coruja-buraqueira Não Ameaçado

Caprimulgiformes Caprimulgidae Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789) bacurau Não Ameaçado Caprimulgus rufus Boddaert, 1783 joão-corta-pau Não Ameaçado

Apodiformes Trochilidae

Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758) rabo-branco-rubro Não Ameaçado Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura Não Ameaçado Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) besourinho-de-bico-vermelho Não Ameaçado Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) beija-flor-de-garganta-verde Não Ameaçado

Trogoniformes Trogonidae Trogon curucui Linnaeus, 1766 surucuá-de-barriga-vermelha Não Ameaçado Coraciiformes Alcedinidae Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) martim-pescador-grande Não Ameaçado

Galbuliformes Galbulidae Galbula ruficauda Cuvier, 1816 ariramba-de-cauda-ruiva Não Ameaçado Bucconidae Nystalus maculatus (Gmelin, 1788) rapazinho-dos-velhos Não Ameaçado

Piciformes Picidae Picumnus fulvescens Stager, 1961 pica-pau-anão-canela Não Ameaçado Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) picapauzinho-anão Não Ameaçado

Passeriformes

Thamnophilidae

Taraba major (Vieillot, 1816) choró-boi Não Ameaçado Thamnophilus capistratus Lesson, 1840 choca-barrada-do-nordeste Não Ameaçado Thamnophilus pelzelni Hellmayr, 1924 choca-do-planalto Não Ameaçado Herpsilochmus atricapillus Pelzeln, 1868 chorozinho-de-chapéu-preto Não Ameaçado

Herpsilochmus pectoralis Sclater, 1857 chorozinho-de-papo-preto MMA 2003 -Ameaçado IUCN 2008 – Vulnerável

Formicivora grisea (Boddaert, 1783) papa-formiga-pardo Não Ameaçado Formicivora rufa (Wied, 1831) papa-formiga-vermelho Não Ameaçado

Dendrocolaptidae Dendroplex picus (Gmelin, 1788) arapaçu-de-bico-branco Não Ameaçado

Tyrannidae

Hemitriccus striaticollis (Lafresnaye, 1853) sebinho-rajado-amarelo Não Ameaçado Hemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) sebinho-de-olho-de-ouro Não Ameaçado

Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) ferreirinho-relógio Não Ameaçado Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) guaracava-de-barriga-amarela Não Ameaçado Elaenia cristata Pelzeln, 1868 guaracava-de-topete-uniforme Não Ameaçado Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) risadinha Não Ameaçado Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831) bico-chato-amarelo Não Ameaçado Platyrinchus mystaceus niveigularis Pinto, 1954 patinho-do-nordeste MMA 2003 - Ameaçado Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766) lavadeira-mascarada Não Ameaçado Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) suiriri-cavaleiro Não Ameaçado

Myiozetetes similis (Spix, 1825) bentevizinho-de-penacho-vermelho Não Ameaçado

44

Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi Não Ameaçado Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suiriri Não Ameaçado

Pipridae Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766) tangará-falso Não Ameaçado

Vireonidae Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari Não Ameaçado Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) juruviara Não Ameaçado Hylophilus amaurocephalus (Nordmann, 1835) vite-vite-de-olho-cinza Não Ameaçado

Hirundinidae Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha-serradora Não Ameaçado Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha-doméstica-grande Não Ameaçado Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) andorinha-do-rio Não Ameaçado

Troglodytidae Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruíra Não Ameaçado Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819) garrinchão-de-bico-grande Não Ameaçado

Polioptilidae Polioptila plumbea (Gmelin, 1788) balança-rabo-de-chapéu-preto Não Ameaçado Turdidae Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-barranco Não Ameaçado Mimidae Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) sabiá-do-campo Não Ameaçado Motacillidae Anthus lutescens Pucheran, 1855 caminheiro-zumbidor Não Ameaçado Coerebidae Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica Não Ameaçado

Thraupidae

Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783) pipira-preta Não Ameaçado Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaçu-cinzento Não Ameaçado Thraupis palmarum (Wied, 1823) sanhaçu-do-coqueiro Não Ameaçado Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela Não Ameaçado Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul Não Ameaçado

Emberizidae Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) tiziu Não Ameaçado

Parulidae Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) pula-pula Não Ameaçado Basileuterus flaveolus (Baird, 1865) canário-do-mato Não Ameaçado

Fringillidae Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) fim-fim Não Ameaçado Estrildidae Estrilda astrild (Linnaeus, 1758) bico-de-lacre Não Ameaçado Passeridae Passer domesticus (Linnaeus, 1758) pardal Não Ameaçado

45

ANEXO 2 Lista de espécies de mamiferos encontrados no levantamento do Parque Estadual do Jiquí

Ordem Família Espécie Nome Popular Status de Ameaça de Extinção

Primates Callitrichidae Callithrix jacchus (Linnaeus, 1758) Sagui Não Ameaçado Procyon cancrivorus (Linnaeus, 1758) Guaxinim Não Ameaçado

Carnivora Canidae Cerducyon thous (Linnaeus, 1789) Raposa Não Ameaçado Polyprodonta Didelphidae Didelphis albiventris (Linnaeus, 1758) Timbú Não Ameaçado

Chiroptera

Phyllostomidae

Artibeus cinereus (Gervais, 1856) Morcego Não Ameaçado Artibeus lituratus (Olfers, 1818) Morcego Não Ameaçado Chiroderma villosum Peters, 1860 Morcego Não Ameaçado Platyrrhinus lineatus (E. Geoffroy, 1810) Morcego Não Ameaçado Sturnira lilium (E. Geoffroy, 1810) Morcego Não Ameaçado Lonchophylla mordax Thomas, 1903 Morcego Não Ameaçado Anoura caudifer (Geoffroy, 1818) Morcego Não Ameaçado Glossophaga soricina (Pallas, 1766) Morcego Não Ameaçado Carollia perspicillata (Lineu, 1758) Morcego Não Ameaçado

Emballonuridae Saccopteryx leptura (Schreber, 1774) Morcego Não Ameaçado Saccopteryx canescens Thomas, 1901 Morcego Não Ameaçado

Vespertilionidae Myotis riparius Handley, 1960 Morcego Não Ameaçado Myotis simus Thomas, 1901 Morcego Não Ameaçado

46

ANEXO 3 Lista de espécies da herpetofauna encontrada no levantamento do Parque Estadual do Jiquí

Ordem

Família

Espécie Nome Popular Status de Ameaça de

Extinção

Anura

Hylidae Hypsiboas raniceps Cope, 1862 Perereca Não Ameaçado Scinax x-signatus (Spix, 1824) Perereca Não Ameaçado

Bufonidae Rhinella granulosa (Spix, 1824) Sapo-verruguento Não Ameaçado Rhinella pygmaea (Myers & Carvalho, 1952) Sapo Não Ameaçado Rhinella schneideri (Werner, 1894) Sapo-cururu Não Ameaçado

Leptodactylidae Leptodactylus labyrinthicus (Spix, 1824) Gia Não Ameaçado Leptodactylus ocellatus (Linnaeus, 1758) Rã-manteiga Não Ameaçado Leptodactylus troglodytes A. Lutz, 1926 Rã Não Ameaçado

Leiuperidae Pleurodema diplolister (Peters, 1870) Cumbá Não Ameaçado

Squamata

Amphisbaenidae Amphisbaena alba Linnaeus, 1758 Cobra-de-duas-cabeças Não Ameaçado Iguanidae Iguana iguana (Linnaeus, 1758) Iguana, camaleão Não Ameaçado

Teiidae

Ameiva ameiva (Linnaues, 1758) Sinimbú, bico-doce Não Ameaçado Cnemidophorus ocellifer (Spix, 1825) Calanguinho Não Ameaçado Tupinambis marianae (Dúmeril & Bibron, 1839) Teju, tejú-açu Não Ameaçado Kentropyx calcarata Spix, 1825 Lagarto-da-mata Não Ameaçado

Gekkonidae Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818) Briba-de-casa Não Ameaçado

Phyllodactylidae Gymnodactylus darwinii (Gray, 1845) Lagarto Não Ameaçado Gymnodactylus geckoides Spix, 1825 Lagarto Não Ameaçado

Sphaerodactylidae Coleodactylus natalensis Freire, 1999 Lagarto-do-folhiço Não Ameaçado Anguidae Diploglossus lessonae Peracca, 1890 Lagarto Não Ameaçado Tropiduridae Tropidurus hispidus (Spix, 1825) Lagartixa Não Ameaçado Scincidae Mabuya heathi Schmidt & Inger, 1951 Lagarto Não Ameaçado Polychrotidae Polychrus acutirostris Spix, 1825 Calango-cego Não Ameaçado Boidae Boa constrictor Linnaeus, 1758 Jibóia Não Ameaçado

Colubridae

Epicrates cenchria (Linnaeus, 1758) Salamanta Não Ameaçado Apostolepis cearensis Gomes, 1915 Não Ameaçado Philodryas olfersii (Lichtenstein, 1823) Cobra-verde Não Ameaçado Philodryas nattereri Steindachner, 1870 Corre-campo Não Ameaçado Philodryas patagoniensis (Girard, 1858) Não Ameaçado Oxyrhopus trigeminus Dúmeril, Bibron & Dúmeril, 1854 Falsa-coral Não Ameaçado

Echinanthera occipitalis (Jan, 1863) Cobra-de-folhiço Não Ameaçado Drymarchon corais (Boie, 1827) Papa-pinto Não Ameaçado Leptophis ahaetulla (Linnaeus, 1758) Cobra-de-cipó Não Ameaçado Oxybelis aeneus (Wagler, 1824) Bicuda Não Ameaçado

47

Tantilla melanocephala (Linnaeus, 1758) Cinco-minutos Não Ameaçado Helicops leopardinus (Schlengel, 1837) Cobra d’água Não Ameaçado Spilotes pullatus (Linnaeus, 1758) Caninana Não Ameaçado Waglerophis marremii (Wagler, 1824) Jararaca, boipeva Não Ameaçado

Elapidae Micrurus ibiboboca (Merrem, 1820) Coral-verdadeira Não Ameaçado

48

ANEXO 4 Lista de espécies de artropodes encontrados no levantamento do Parque Estadual do Jiquí

Ordem Família Espécie Nome Popular Status de Ameaça de Extinção

Araneae Theraphosidae Lasiodora klugii (Koch, 1841) Caranguejeira Não Ameaçado Tetragnathidae Nephila clavipes MacLeay 1834 Aranha Não Ameaçado Araneidae Argiope argentata (Fabricius, 1775) Aranha-de-jardim Não Ameaçado

Scorpiones Buthidae Tityus stigmurus (Thorell, 1876) Escorpião- amarelo Não Ameaçado Scolopendromorpha Scolopendridae Scolopendra viridicornis Newport, 1844 Centopéia Não Ameaçado

Scutigeromorpha Não Identificada Brasilophora sp. Janduína Não Ameaçado Julida Não Identificada Julus sp. Embuás Não Ameaçado Polydesmida Não Identificada Orthomorpha sp. Embuás Não Ameaçado Odonata Libellulidae Erythrodiplax umbrata Linnaeus, 1758 Libélula Não Ameaçado Isopoda Termitidae Nasutitermis sp. Cupim Não Ameaçado

Diptera

Simulidae Simulium sp. Maruim Não Ameaçado Muscidae Musca domestica Linnaeus, 1758 Mosca-doméstica Não Ameaçado Calliphoridae Chrysomya sp. Mosca-varejeira Não Ameaçado Sarcophagidae Sarcophaga sp. Mosca-varejeira Não Ameaçado Tabanidae Tabanus sp. Mutuca Não Ameaçado

Psychodidae Lutzomyia longipalpis Lutz & Neiva Mosquito Não Ameaçado

Mantodea Mantidae Mantis sp. Louva-a-Deus Não Ameaçado Blattodea Blaberidae Blaberus giganteus (Linnaeus, 1758,) Barata-cascuda Não Ameaçado Phasmidae Phasmatidae Phiblosoma sp. Bicho-pau Não Ameaçado

Orthoptera

Acrididae Rhammatocerus sp. Gafanhoto Não Ameaçado

Romaleidae Titanacris sp. Gafanhoto Não Ameaçado Tropidacris sp. Gafanhoto Não Ameaçado

Gryllidae Gryllus sp. Grilo Não Ameaçado

Hemiptera Reduviidae Chlorocoris sp. Percevejo Não Ameaçado Arilus sp. Percevejo Não Ameaçado Sphictyrtus sp. Percevejo Não Ameaçado

Lepidoptera

Heliconiidae Agraulis vanillae (Stichel, 1907) Pingos-de-Prata Não Ameaçado

Nymphalidae

Danaus plexippus (Cr. 1775) Borboleta- monarca Não Ameaçado Danaus g. gilippus (Cr. 1775). Vice-rei Não Ameaçado Anartia jatrophae (Linnaeus, 1763) Borboleta Não Ameaçado Opsiphanes inverae (Hübner, 1818) Borboleta Não Ameaçado Hamadryas feronia (Linnaeus, 1758) Borboleta-estaladeira Não Ameaçado

49

Hamadryas februa (Hübner, 1823) Borboleta-estaladeira Não Ameaçado Hamadryas amphinome (Linnaeus, 1767) Borboleta-estaladeira Não Ameaçado Hamadryas chloe (Stoll, 1787) Borboleta-estaladeira Não Ameaçado Morpho achilles (Hübner, 1819) Capitão do Mato Não Ameaçado Opsiphanes invirae (Hübner, 1818) Borboleta Não Ameaçado Caligo brasilienses (Felder, 1862) Borboleta-coruja Não Ameaçado Historis odius (Fabricius, 1775) Borboleta Não Ameaçado Taygetis laches (Fabricius, 1793) Borboleta Não Ameaçado Eueides isabella (Hübner, 1806) Borboleta Não Ameaçado Heliconius erato phyllis (Fabricius, 1775) Borboleta Não Ameaçado Euptoieta hegesia (Cramer, 1779) Borboleta Não Ameaçado Archeoprepona demophoon (Hübner, 1814) Borboleta Não ameaçado Prepona pylene (Frühstorfer, 1915) Borboleta Não Ameaçado Lycorea cleobaea (Hübner, 1823) Borboleta Não Ameaçado Junonia evarete (Cramer, 1779) Borboleta Não Ameaçado Methona themisto (Hübner, 1818) Borboleta Não Ameaçado Mechanitis polymnia (Haensch, 1905) Borboleta Não Ameaçado Siderone marthesia (Cramer, 1777) Borboleta Não Ameaçado Callicore pygas (Godart, 1823) Borboleta Não Ameaçado Siproeta stelenes (Linnaeus, 1758) Borboleta Não Ameaçado Chorinea licursis (Linnaeus, 1775) Borboleta Não Ameaçado

Papilionidae Battus polydamas (Linnaeus, 1758) Borboleta Não Ameaçado Papilio thoas Linnaeus, 1771 Borboleta Não Ameaçado

Pieridae

Phoebis sennae (Linnaeus, 1758) Borboleta Não Ameaçado Eurema albula Cramer 1775 Borboleta Não Ameaçado Phoebis sennae (Linnaeus, 1758) Borboleta Não Ameaçado Phoebis philea philea (Linnaeus, 1763) Borboleta Não Ameaçado

Lycaenidae Pseudolycaena marsyas (L., 1758) Borboleta Não Ameaçado

Hesperiidae Urbanus proteus (Linnaeus, 1758) Borboleta Não Ameaçado Pyrgus oileus (Stoll, 1780) Borboleta Não Ameaçado

Coleoptera Carabidae Dichotomus sp. Besouro-rola-bosta Não Ameaçado

Hymenoptera

Apidae Apis mellifera (Linnaeus, 1758) Abelha europa Não Ameaçado Trigona spinipes (Fabricius, 1793) Arapuá Não Ameaçado

Pompilidae Pepsis decorata Perty, 1833 Cavalo-do-cão Não Ameaçado

Vespidae Polistes canadensis (Linnaeus, 1758) Marimbondo-caboclo Não Ameaçado Xylocopa cearensis Ducke, 1910 Mamangava Não Ameaçado

Formicidae Asteca sp. Formiga-tapira Não Ameaçado Atta sexdens (Linnaeuis, 1758) Formiga-de- roça Não Ameaçado