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CARACTERIZAÇÃO DA OFERTA E DA DEMANDA DO TRANSPORTE FLUVIAL DE PASSAGEIROS E CARGAS NA REGIÃO AMAZÔNICA Produto V Belem, 2018

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CARACTERIZAÇÃO DA OFERTA E DA DEMANDA

DO TRANSPORTE FLUVIAL DE PASSAGEIROS E

CARGAS NA REGIÃO AMAZÔNICA

Produto V

Bele m, 2018

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Michel Temer Presidente da República

Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil – MTPA

Maurício Quintella Lessa Ministro

Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ

Adalberto Tokarski Diretor-Geral Mário Povia

Diretor Francisval Dias Mendes

Diretor

Superintendência de Administração e Finanças (SAF)

Albeir Taboada Lima Superintendente

Superintendência de Regulação (SRG)

Bruno de Oliveira Pinheiro Superintendente

Gerência de Regulação da Navegação Interior (GRI)

José Ademir Menezes Allama

Superintendência de Fiscalização e Coordenação das Unidades (SFC)

José Renato Ribas Fialho Superintendente

Superintendência de Outorgas (SOG)

Samuel Ramos de Carvalho Cavalcante Superintendente

Superintendência de Desempenho, Desenvolvimento e Sustentabilidade (SDS)

Arthur Yamamoto Superintendente

Gerência de Desenvolvimento e Estudos (GDE)

Eduardo Pessoa de Queiroz

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Equipe Técnica ANTAQ

Arthur Felipe de Menezes Il Pak

Bernardo Rego Feitosa

Darcy Closs Júnior

Herbert Koehne de Castro

Isaac Monteiro do Nascimento

Karina Seto Shimoishi

Maria Luiza Nascentes Tanizaki

Marcos Gomes Coelho

Marília Patelli Juliani de Souza Lima

Patrícia Povoa Gravina

Wesley Alves Mesquita

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

Universidade Federal do Pará

Prof. D.Sc. Emmanuel Tourinho Reitor

Prof. D.Sc. Gilmar Pereira da Silva Vice Reitor

Instituto de Tecnologia (ITEC)

Prof. D.Sc. Alcebíades Macedo Diretor Geral

Faculdade de Engenharia Naval (FENAV)

Prof. M.Sc Pedro Igor Dias Lameira Diretor

Equipe técnica UFPA

Coordenador Geral Prof. D. Sc. Hito Braga de Moraes Coordenador Adjunto Prof. D. Sc. Nelio Moura de Figueiredo Pesquisador Prof. M. Sc. Emannuel Loureiro Pesquisador Prof. M. Sc. Pedro Igor Dias Lameira Coordenação da pesquisa de campo José Américo do Canto Lopes – Sociólogo Processamento dos dados e inferências estatísticas Silvanildo Baia da Silva – Estatístico Coordenadores/supervisores de campo e auxiliares de pesquisa Fátima Carneiro Maria Parecida Lidiane Nascimento Rogério Willian Luis Souza Hilton Junior Figueiredo

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Sumário

1. APRESENTAÇÃO ___________________________________________________________________ 12

2. OBJETIVO DO ESTUDO _____________________________________________________________ 14

3. ABRANGÊNCIA DO ESTUDO _________________________________________________________ 14

4. PERÍODO DAS PESQUISAS __________________________________________________________ 15

5. METODOLOGIA ___________________________________________________________________ 15

5.1 Metodolog ia dos Levantamentos de Campo ______________________________________ 16

5.2 Metodolog ia da Projeção de Demanda __________________________________________ 22

6. TRANSPORTE LONGITUDINAL ESTADUAL _____________________________________________ 28

6.1 . AMAPÁ ________________________________________________________________ 29

6.1 .1 . L inhas Estadua is do Amapá _______________________________________________ 29

6.1 .2 . Embarcações do Amapá __________________________________________________ 30

6.2 . AMAZONAS ____________________________________________________________ 32

6.2 .1 . L inhas Estadua is do Amazonas ____________________________________________ 32

6.2 .2 . Embarcações do Amazonas _______________________________________________ 34

6.3 . PARÁ _________________________________________________________________ 37

6.3 .1 . L inhas Estadua is do Pará _________________________________________________ 37

6.3 .2 . Embarcações do Pará ____________________________________________________ 39

6.4 . RONDÔNIA ____________________________________________________________ 42

6.4 .1 . L inhas Estadua is de Rondônia _____________________________________________ 43

6.4 .2 . Embarcações de Rondônia ________________________________________________ 43

7. TRANSPORTE LONGITUDINAL INTERESTADUAL ________________________________________ 46

7.1 . L inhas Interestadua is ____________________________________________________ 46

7.2 . Demanda de Passage iros e Cargas _________________________________________ 47

7.3 . Embarcações Interestadua is ______________________________________________ 49

8. TRANSPORTE DE TRAVESSIA ________________________________________________________ 52

9. EMBARCAÇÕES ___________________________________________________________________ 57

9.1 . Forma de cá lcu lo do Indicador por atr ibuto ( 𝐼𝑁𝐷𝑖) ____________________________ 63

9.2 . Forma de cá lcu lo do Índice de Qual idade das Embarcações ____________________ 63

9.3 . Índ ice de rotat iv idade de passage iros e cargas nos pontos intermediár ios de

atracação _____________________________________________________________________ 65

10. MATRIZ DE ORIGEM E DESTINO _____________________________________________________ 69

11. TERMINAIS HIDROVIÁRIOS _________________________________________________________ 75

11.1 . Caracter ização dos Termina is H idrov iár ios do Amapá ____________________________ 80

11.2 . Caracter ização dos Termina is H idrov iár ios do Amazonas _______________________ 82

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11.3 . Caracter ização dos Termina is H idrov iár ios do Pará ___________________________ 84

11.4 . Caracter ização dos Termina is H id rov iár ios de Rondônia _______________________ 87

11.5 . Caracter ização dos Termina is H idrov iár ios de Travess ias _______________________ 88

11.6 . Caracter ização dos Termina is H idrov iár ios Interestadua is ______________________ 88

12. CONSIDERAÇÕES F INAIS ___________________________________________________________ 90

13. REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS _____________________________________________________ 94

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Índice de Figuras

Figura 1: Etapas pare execução do estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

Figura 2: Termina is referênc ia por Estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

Figura 3: Ident if icação da equipe de campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

Figura 4: Crachá de identi f icação da equipe de campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

Figura 5: Tre inamento e reuniões das equipes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

Figura 6 - Equ ipe de técn icos da ANTAQ acompanhando o t raba lho de coleta dos dados no

Termina l Hidrov iár io de Be lém . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

Figura 7 - Embarcação de Transporte Estadua l do Pará , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

Figura 8 - Transporte interestadua l – Santarém/PA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

Figura 9 - L inhas de Travessia na Reg ião Metropol i tana de Belém/PA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

Figura 10 – L inhas de Travess ia na Reg ião Metropol itana de Manaus/AM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

Figura 11 – L inha de travess ia Tabat inga/AM – Benjamin Constant/AM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

Figura 12: Foto i lustrat iva de embarcação de travess ia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

Figura 13 – D istr ibu ição percentua l das embarcações de acordo com Índ ice de Qual idade das

Embarcações ( IQE) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

Figura 14 – As 25 embarcações melhor ava l iadas pe lo IQE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

Figura 15 - Evo lução da est imat iva do tr ansporte de passageiros e cargas nos levantamentos

rea l i zados pela UFPA – 2011 a 2017. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70

Figura 16 - Mapa de Fluxo de Passageiros no Transporte Total , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

Figura 17 - Gráf ico dos Ind icadores de Tar i fa Unitár ia (R$/km) x Distânc ia (km) para o Transporte

de Passageiros na Região Amazônica , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

Figura 18 - Mapa de Fluxo de Cargas no Transporte na Área de Abrangênc ia do Estudo, 2017 74

Figura 19 - Modelo de Exploração Por tuár io Bras i le iro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

Figura 20 - Porto de Óbidos/PA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

Figura 21 – Relação da Capacidade Média das Embarcações de Passage iros e IGQ dos Terminais

H idrov iár ios, 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

Figura 22 – Local ização dos Termina is H idrov iár ios Estadua is do Amapá, 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

Figura 23 - Foto de Termina is H idrov iár ios Interestadua is – Amapá, 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

Figura 24 – Local ização dos Termina is H idrov iár ios Estadua is do Amazonas , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83

Figura 25 - Term inais H idrov iár ios Estadua is – Amazonas , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

Figura 26 - Terminais H idrov iár ios Estadua is – Pará, 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85

Figura 27 – Reg istro Fotográf ico dos Terminais H idrov iár ios Estadua is – Pará, 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

Figura 28 - Terminal Hidrov iár io do Estado do Pará – Be lém, 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

Figura 29 - Terminal Hidrov iár io de Por to Ve lho (Por to Ca i N 'água) , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87

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Índice de Tabelas

Tabela 1 – Panorama do Transporte Long i tud ina l Estadual de Passage iros e Misto, 2015 e 2017 23

Tabela 2– Panorama do Transporte Long i tud ina l Interestadual de Passageiros , 2015 e 2017 . . . . . 23

Tabela 3 - Ofer ta de Embarcações no Transporte Long i tud inal Estadua l e Interestadua l , 2015 e

2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

Tabela 4 - Ofer ta de Lugares no Transporte Long itud ina l Estadual e Interestadua l , 2015 e 2017 24

Tabela 5 - Ofer ta de L inhas de Navegação no Transporte Longi tud ina l Estadua l e Interestadua l ,

2015 e 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

Tabela 6 - Panorama do Transporte de Travess ia , 2015 e 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

Tabela 7 - Ofer ta de Transporte de Travess ia, 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

Tabela 8 – Evo lução do levantamento da quantidade de passage iros e cargas transportadas na

região norte 2011 -2017. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

Tabela 9 – Pro jeção da demanda de passage iros e cargas com base nos índ ices de cresc imento

populaciona l , PIB e P IB per capi ta da região nor te – 2018-2027. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

Tabela 10 – Evo lução da População por estado e região – 2010-2030. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

Tabela 11 - Evo lução do PIB por estado e reg ião – 2010 -2030. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

Tabela 12 - Evo lução do PIB per cap ita por estado e reg ião – 2010-2030. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

Tabela 13 - Est imat iva de Mov imentação Anual de Passageiros por Trecho/L inha Estadua l -

Amapá, 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

Tabela 14 - Est imat iva de Mov imentação Anual de Cargas por L inha Estadual – Amapá, 2017 . . . . 30

Tabela 15 - Re lação das Embarcações que Operam nas L inhas Estadua is – Amapá, 2017 . . . . . . . . . . . . 30

Tabela 16 - Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas Estadua is do Amapá –

Caracter íst icas F ís icas das Embarcações , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

Tabela 17 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas Estadua is do Amapá –

Caracter íst icas Func iona is das Embarcações , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

Tabela 18 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas Estadua is do Amapá –

Ambientes das Embarcações , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

Tabela 19 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas Estadua is do Amapá –

Prát icas Sustentáveis de Operação das Embarcaçõe s , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

Tabela 20 – L inhas Estadua is Com Maior Número de Esca las – Amazonas , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

Tabela 21 - Est imat iva de Mov imentação Anual de Passageiros dos Pr inc ipais Trechos/L inhas do

Estado do Amazonas, 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

Tabela 22 - Est imat iva de Mov imentação Anual de Cargas dos Pr inc ipais Trechos/L inhas Estadua is

– Amazonas , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

Tabela 23 – Caracter ização das Embarcações que Operavam nas L inhas Estadua is do Amazonas –

Caracter íst icas F ís icas das Embarcações , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

Tabela 24 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas Estadua is do Amazonas –

Caracter íst icas Func iona is das Embarcações , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

Tabela 25 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas Estadua is do Amazonas –

Ambiente das Embarcações , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

Tabela 26 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas Estadua is do Amazonas –

Prát icas Sustentáveis das Embarcações , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

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Tabela 27 – Est imat iva de Mov imentação Anual de Passage iros dos Pr inc ipa is Trechos/L inhas

Estaduais – Pará , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

Tabela 28 - Est imat iva de Mov imentação Anual de Cargas dos Pr inc ipais Trechos/L inhas Estadua is

do Pará , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

Tabela 29 – Caracter ização das Embarcações que Operavam nas L inhas Estadua is do Pará –

Caracter íst icas F ís icas das Embarcações , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

Tabela 30 – Caracter ização das Embarcações que Operavam nas L inhas Estadua is do Pará –

Caracter íst icas Func iona is das Embarcações , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

Tabela 31 – Caracter ização das Embarcações que operavam nas L inhas Estadua is do Pará –

Ambientes das Embarcações , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

Tabela 32 – Caracter ização das Embarcações que Operavam nas L inhas Estadua is do Pará –

Prát icas Sustentáveis das Embarcações , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

Tabela 33 - Movimentação Anual de Passageiros por L inha Estadual – Rondônia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

Tabela 34 – Caracter ização das Embarcações que Operavam nas L inhas Estadua is de Rondônia –

Caracter íst icas F ís icas das Embarcações , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

Tabela 35 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas Estadua is de Rondônia –

Caracter íst icas Func iona is das Embarcações , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

Tabela 36 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas Estadua is de Rondônia –

Ambientes das Embarcações , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

Tabela 37 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas Estadua is de Rondônia –

Prát icas Sustentáveis de Operação, 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

Tabela 38 – Re lação das L inhas Interestadua is e Respect ivas Escalas, 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

Tabela 39 – Est imat iva de Mov imentação Anual de Passage iros por L inha Interestadual da Reg ião

Amazônica , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

Tabela 40 – Est imat iva de Mov imentação Anual de Cargas por L inha Interestadua l da Reg ião

Amazônica , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

Tabela 41 – Caracter ização das Embarcações que 0peravam nas L inhas Interestadua is –

Caracter íst icas F ís icas das Embarcações , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

Tabela 42 – Caracter ização das Embarcações que Operavam nas L inhas Interestadua is –

Caracter íst icas Func iona is da Embarcações, 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

Tabela 43 – Caracter ização das Embarcações que operavam nas L inhas Interestadua is –

Ambientes das Embarcações , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

Tabela 44 – Caracter ização das Embarcações que operavam nas L inhas Interestadua is – Prát icas

Sustentáve is das Embarcações , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

Tabela 45 – Transporte de Travess ias no Amazonas e Pará , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

Tabela 46 – Caracter ização das Embarcações que Operavam nas L inhas de Travess ia –

Caracter íst icas F ís icas das Embarcações , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

Tabela 47– Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas de Travess ia –

Caracter íst icas Func iona is das Embarcações , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

Tabela 48 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas de Travess ia – Ambiente das

Embarcações, 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

Tabela 49 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas de Travess ia – Prát icas

Sustentáve is das Embarcações , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

Tabela 50 – Estat íst icas o Índ ice de Qual idade das Embarcações ( IQE) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

Tabela 51 – Distr ibuição das embarcações por indicador e índ ice de qual idade ( IQE) . . . . . . . . . . . . . . . 64

Tabela 52 – Distr ibuição das embarcações por t ipo de serv iço e IQE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

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Tabela 53 - Índice de rotat iv idade de passage iros por embarcação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

Tabela 54 - Índice de rotat iv idade de passage iros por l inha de navegação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

Tabela 55 - Índice de rotat iv idade de cargas por embarcação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

Tabela 56 – Índice de rotat iv idade de cargas por l inha de navegação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

Tabela 57 – Pr incipais L inhas/Trechos de Movimentação de Passageiros na Reg ião Amazônica ,

2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

Tabela 58 – Pr incipais L inhas/Trechos de Movimentação de Cargas em Embarcações Mistas na

Reg ião Amazônica , 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

Tabela 59 – Distr ibuição dos Termina is H idrov iár ios por T ipo de Admin istração e Unidade da

Federação, 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

Tabela 60 – Re lação dos Me lhores Termina is Hidrov iár ios da Área de Abrangênc ia do Estudo,

2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78

Tabela 61 – IGQ Médio dos Termina is H idrov iár ios por T ipo de Admin ist ração e Unidade da

Federação, 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78

Tabela 62 – IGQ Médio dos Termina is H idrov iár ios por T ipo de Admin ist ração e Uni dade da

Federação, 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

Tabela 63 - Re lação dos Terminais H idrov iár ios e Quanti tat ivo de L inhas Estadua is e de

Embarcações – Amapá, 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80

Tabela 64 – Pr incipais Termina is Hidrov iár ios das L inhas Estadua is – Amazonas, 2017 . . . . . . . . . . . . . . 82

Tabela 65 – Pr incipais Termina is Hidrov iár ios em Relação ao Número de Embarcações Atendidas

nas L inhas Estadua is – Pará, 2017 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

Tabela 66– Termina is Hidrov iár ios e L inhas Interestadua is da Região Amazônica, 2017 . . . . . . . . . . . . . 89

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PREFÁCIO

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) traz a público os resultados da segunda

edição do estudo de Caracterização da Oferta e da Demanda do Transporte Fluvial de Passageiros na

Região Amazônica, realizado novamente em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA). Do

primeiro levantamento, publicado em 2013, para o presente estudo, evidenciou-se, mais uma vez, a

importância do transporte fluvial de passageiros e misto (carga e passageiros) para a Região Amazônica,

a principal forma de deslocamento de pessoas e cargas na região. Enquanto a infraestrutura de

transporte terrestre permanece escassa e precária, a malha hidroviária de mais de 16 mil quilômetros

de rios naturalmente navegáveis revela-se como um verdadeiro convite ao uso das águas para a

integração dos grandes centros regionais, as comunidades ribeirinhas e os portos marítimos e fluviais

na dinâmica econômica, social e cultural da Amazônia.

O desafio da Antaq é garantir a qualidade do transporte fluvial, prezando pela acessibilidade,

pelo interesse público e pela sustentabilidade ambiental. Com a presente publicação, a Antaq, mais uma

vez, cumpre com seu dever institucional, ao atualizar as informações sobre esse rico universo da

navegação interior, trazendo a público dados mais recentes sobre as linhas regulares de transporte, as

embarcações e os terminais que compõem a rede de transportes hidroviários de passageiros e misto da

Amazônia.

Tal como o estudo de 2013, buscou-se caracterizar a oferta e a demanda do transporte de

passageiros e misto regulados pela Antaq, isto é, o transporte realizado em linhas interestaduais e

longitudinais de percurso internacional. As linhas estaduais também foram pesquisadas, identificando-

se as embarcações em operação e os terminais hidroviários utilizados, com o intuito de disponibilizar à

sociedade uma visão ampla e integrada do setor.

A partir da caracterização qualitativa dos terminais hidroviários realizada pela UFPA nesta nova

campanha, foi possível compilar os dados necessários à análise do impacto regulatório da Resolução

Normativa nº13-Antaq, em vigor desde 18 de outubro de 2016. Esse normativo regulamenta as

instalações de apoio ao transporte aquaviário por meio de registro para cadastramento discricionário

perante a Antaq, com o intuito de regularizar atracadouros não credenciados para obtenção de

autorização junto à Antaq.

As informações presentes nas próximas páginas foram obtidas diretamente junto às instalações

portuárias e às embarcações. No âmbito das instalações portuárias, foram pesquisadas desde aquelas

mais simples, basicamente atracadouros, até os novos terminais de passageiros construídos

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recentemente pelo DNIT. Quanto às embarcações, os pesquisadores trouxeram informações junto

àquelas mais tradicionais, que transportam passageiros em redes e camarotes, e às mais modernas e

velozes, nas quais os passageiros seguem acomodados em poltronas.

As cargas, usualmente tipificadas como carga geral, constituem importante fator de viabilização

econômica das empresas de navegação e de promoção da dinâmica social de várias localidades na

região. Alimentos, bebidas, combustíveis, medicamentos, ferramentas, entre outras mercadorias,

dependem do transporte hidroviário para abastecer centenas de comunidades lindeiras aos rios na

Amazônia.

Os resultados apresentados permitem o desenvolvimento de análises que não se limitam ao

setor de transportes, alcançando temas como a dinâmica urbana e regional das localidades ribeirinhas,

o meio ambiente, a cultura e a segurança regional. O estudo poderá subsidiar a formulação e o

aprimoramento de políticas públicas de transporte, infraestrutura e bem-estar social da Região

Amazônica, capazes de reduzir as assimetrias identificadas pelos pesquisadores de campo da UFPA e de

viabilizar a prestação de do serviço de transporte de passageiros e misto com qualidade, regularidade,

modicidade, segurança e conforto, em equilíbrio com o meio ambiente e alinhado com o interesse

público. Por fim, agradecemos a todos aqueles que contribuíram para a realização do presente estudo

e contamos com a colaboração de todos para eventuais críticas e sugestões com o intuito de juntos

melhorarmos a caracterização de um setor vital para a dinâmica econômica, social e cultural da Região

Amazônica, o transporte fluvial de passageiros e misto.

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1. APRESENTAÇÃO

Em 2013, a Faculdade de Engenharia Naval da Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria

com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), realizou o estudo “Caracterização da Oferta

e da Demanda do Transporte Fluvial de Passageiros da Região Amazônica” com o intuito de conhecer e

dimensionar a demanda de passageiros e misto (carga e passageiros) transportados pelos rios da

Amazônia. Esse estudo, que incluía a navegação interior de travessia, revelou que pelos rios da região

foram transportados 13,6 milhões de passageiros. Com o intuito de atualizar e verificar a evolução dos

dados do transporte longitudinal de passageiros e cargas em embarcações mistas na Região Amazônica

desde 2013, bem como aprofundar o diagnóstico das condições operacionais das instalações portuárias,

um novo termo de cooperação entre Antaq e UFPA foi celebrado, cujos resultados serão apresentados

no presente relatório.

Ao lado da atualização de informações, o presente estudo deve subsidiar os esforços para

melhoria das práticas regulatórias do transporte hidroviário da Região Amazônica, assim como balizar a

ação fiscalizatória da Antaq e de órgãos públicos que atuam na infraestrutura aquaviária da região.

Espera-se que essa continuidade do esforço de caracterização da demanda e da oferta do transporte

longitudinal de passageiros e misto estimule novas pesquisas acadêmicas e novas abordagens de

políticas públicas para a Região Amazônica.

A utilização dos rios navegáveis da bacia amazônica pautou o processo de ocupação da Região

Norte do país, inclusive nos seus ciclos econômicos1, cumprindo, até os dias atuais, papel de destaque

na dinâmica econômica e social da região. Foram determinantes para isso a presença da densa floresta

equatorial de difícil penetração humana, as grandes distâncias entre as localidades, a disponibilidade de

uma ampla rede hidroviária naturalmente configurada, acompanhados da ausência de recursos

financeiros e de capital humano para a abertura de caminhos terrestres que viabilizassem a plena

ocupação territorial da Amazônia.

Destarte, o transporte hidroviário se estabelece, de maneira regular, como meio de conexão das

poucas cidades existentes na floresta, a exemplo de Manaus, Belém, Macapá, Cametá, Gurupá

1 A Amazônia testemunhou ciclos econômicos importantes, como o Ciclo da Borracha, iniciado no final do século XIX. Neste

período, várias linhas regulares de transporte hidroviário foram inauguradas, inclusive para o território boliviano do Acre,

posteriormente anexado ao território brasileiro (FURTADO, 1998). Na implantação da Zona Franca de Manaus, o transporte

hidroviário foi fator decisivo para seu desenvolvimento.

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(TAVARES, 2011), viabilizando o acesso de suas populações a bens de consumo, de subsistência e a

serviços públicos básicos, como educação e saúde. Mesmo com a recente ampliação dos centros

urbanos, das fronteiras agrícolas e a implementação de projetos de exploração mineral e industrial

relevantes2, com consequente expansão da rede de transportes terrestre e aéreo, a navegação interior

de passageiros e misto permanece como a principal alternativa de transporte para a Região Amazônica.

Os estudos mais recentes no âmbito do planejamento federal, como o Plano Nacional de

Integração Hidroviária (PNIH) e o Plano Hidroviário Estratégico (PHE), enaltecem a importância das

hidrovias como parte necessária da solução logística do país. No entanto, não consideram no

planejamento do transporte de passageiros e misto a magnitude e as peculiaridades das vias navegáveis

da Região Amazônica. O presente estudo poderá auxiliar o preenchimento dessa lacuna.

Devido ao arranjo federativo brasileiro e ao arcabouço jurídico que incide sobre o setor

aquaviário, verificam-se distintos padrões de conduta, regulamentos e matrizes de planejamento do

serviço de transporte na navegação interior. A legislação que rege o transporte hidroviário é de

competência de vários órgãos públicos de diferentes esferas de governo. Assim, o transporte realizado

entre duas Unidades da Federação ou entre uma Unidade da Federação e o exterior é de competência

da Antaq, enquanto o transporte realizado no âmbito de uma mesma Unidade da Federação é de

responsabilidade daquele governo estadual. Tal contexto propicia assimetrias na qualidade da prestação

dos serviços, na fiscalização e no desempenho dos operadores que atuam regularmente em linhas de

percurso interestadual, internacional ou estaduais.

Neste sentido, um dos maiores desafios para o transporte de passageiros na Região Amazônica

é garantir o mesmo padrão e critérios de serviço adequado estabelecidos pelos órgãos reguladores do

setor, almejando níveis satisfatórios de segurança, regularidade, modicidade e conforto.

As assimetrias na qualidade da prestação dos serviços de transporte estadual, interestadual e

de travessias no Amapá, Amazonas, Pará e Rondônia foram captadas pelo presente estudo. Foram

coletadas informações sobre as linhas de transporte, a quantidade e as características das embarcações

e dos terminais hidroviários que integram o sistema de transporte de passageiros e misto. Não obstante

2 A título de exemplo: Projeto Celulose em Jari (AP); Projeto Bauxita em Porto Trombetas (PA); Projeto Calcário em Itaituba (PA); Projeto Alumínio Albrás/Alunorte em Barcarena (PA); Projeto Alumínio em Jurutí (PA); Projeto de Petróleo em Coari (AM) e Manaus (AM); Terminais para exportação de Soja em Porto Velho (RO), Itacoatiara (AM), Santarém (PA), Vila do Conde (PA) e Miritituba (PA); Zona Franca de Manaus (AM).

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o foco do estudo residir na caracterização do transporte longitudinal de passageiros e misto na área de

abrangência definida, a equipe de pesquisadores da UFPA, na coleta de campo, deparou-se com a

prestação do transporte de travessia em alguns terminais hidroviários que integravam o escopo da

pesquisa. Assim, algumas contribuições sobre esse pequeno universo do transporte de travessia foram

incorporadas ao presente estudo.

O relatório está segmentado em 13 tópicos, incluindo essa apresentação (Tópico 1). No Tópico

2, será apresentado o objetivo do estudo e no Tópico 3 sua abrangência. O tópico 4 aborda sobre o

período em que as pesquisas foram realizadas. No Tópico 5, uma síntese sobre as metodologias da coleta

de campo e da projeção de demanda. No Tópico 6, será detalhada a caracterização desse transporte em

âmbito estadual. No Tópico 7, a caracterização do transporte no âmbito interestadual. No Tópico 8, o

transporte de travessias identificado pelos pesquisadores da UFPA, seguido pela apresentação da

metodologia utilizada para construção de um indicador que classifique as embarcações segundo

critérios de qualidade e do índice de rotatividade de passageiros e cargas nos pontos intermediários de

atracação. O tópico 10 apresenta as informações referentes à matriz de origem e destino. No Tópico 11

será realizada a caracterização dos terminais que integram o sistema de transporte fluvial da área de

abrangência do estudo e, por fim, as considerações finais.

2. OBJETIVO DO ESTUDO

O estudo tem como objetivo caracterizar a demanda de passageiros e misto no transporte fluvial

da Região Amazônica, identificando as linhas e o fluxo de transporte, e a oferta do transporte,

identificando a frota de embarcações e a caracterização e avaliação dos terminais hidroviários.

3. ABRANGÊNCIA DO ESTUDO

A área de abrangência do estudo compreendeu as principais Unidades da Federação geradoras

de fluxo fluvial na Região Hidrográfica Amazônica, a saber: Pará (PA), Amapá (AP), Amazonas (AM) e

Rondônia (RO).

A Região Hidrográfica Amazônica é a mais extensa rede hidrográfica do globo terrestre, com

7.008.370 km2, que se distribuem pelos territórios do Brasil (63%), Peru (17%), Bolívia (11%), Colômbia

(5,8%), Equador (2,2%), Venezuela (0,7%) e Guiana (0,2%) (ANA, 2017). As 4 Unidades da Federação

estudadas concentram 37,4% do território brasileiro (3.187.694 km2) e 7,2% da população brasileira,

cerca de 15 milhões de habitantes estimados para 2017 (IBGE, 2017).

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Na pesquisa de campo realizada na área de abrangência do estudo, foram identificados 3 tipos

de transporte fluvial de passageiros e misto:

1) Linhas de Transporte Longitudinal de Passageiros Estaduais: são as linhas que trafegam entre

os municípios e localidades de uma mesma Unidade da Federação;

2) Linhas de Transporte Longitudinal de Passageiros Interestaduais: são aquelas que trafegam

entre municípios e localidades de duas ou mais Unidades da Federação;

3) Linhas de Travessia: a navegação realizada transversalmente aos cursos dos rios e canais;

entre 2 pontos das margens em lagos, lagoas, baías, angras e enseadas; entre ilhas e

margens de rios, de lagos, de lagoas, de baías, de angras e de enseadas, numa extensão

inferior a 11 milhas náuticas; entre 2 pontos de uma mesma rodovia ou ferrovia

interceptada por corpo de água (artigo 2º, inciso XIV, da Lei nº 9.432/ 1997).

Além das embarcações que operavam nesses três tipos de transporte fluvial, foram pesquisados

os terminais utilizados para o embarque e desembarque de passageiros nos 4 estados pesquisados.

4. PERÍODO DAS PESQUISAS

O trabalho de campo foi realizado por 2 coordenadores de campo e 22 entrevistadores

capacitados pela UFPA, que se deslocaram pelas 4 Unidades da Federação ao longo de 5 meses. Os

questionários foram elaborados pelos pesquisadores da UFPA e validados pela equipe técnica da Antaq.

A coleta em campo das informações foi realizada em dois momentos distintos: a primeira no

período de julho a setembro de 2015 e a segunda entre março e agosto de 2017.

Os dados coletados em campo foram trabalhados e analisados a partir dos programas SPSS

(Statistic Package for Social Sciences) e Excel.

5. METODOLOGIA

Neste capítulo serão apresentados as metodologias e planejamento para os trabalhos de

levantamento de campo e projeção da demanda de movimentação de passageiros e carga.

O resultado da pesquisa de campo da UFPA alinha-se ao perfil populacional da Região Norte.

Foram aplicados questionários aos passageiros nas embarcações e nos terminais e coletadas

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informações como sexo, idade, escolaridade, renda familiar, ocupação, local de residência, motivo de

viagem, concessão de gratuidade na passagem, entre outras conforme Anexo D.

5.1 Metodologia dos Levantamentos de Campo

Para o desenvolvimento dos levantamentos de campo houve um longo período de

planejamento, haja vista a magnitude da abrangência dos trabalhos, bem como a extensa faixa território

a ser levantada.

Para a execução do estudo buscou-se reunir e organizar dados em quatro etapas distintas, com

o objetivo de quantificar e qualificar as informações, como segue:

F igura 1: Etapas pare execução do estudo Fonte: UFPA

1ª etapa: Correspondeu à identificação do meio físico relevante para o trabalho, ou seja,

organização dos dados, através de observação in loco, em fontes secundárias, site de empresas ligadas

ao ramo de transporte, site da ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), nos estudos

realizados nos anos de 2011/2012 e 2015, além de conversa pessoal com os administradores e

responsáveis pelos terminais/portos, para desta forma, quantificar as embarcações utilizadas no

transporte fluvial de cargas e passageiros. Nesta etapa, foram levantadas informações em 62

1ª etapa: Identificação do meio físico

Observação in loco;

Pesquisa em fonte secundária;

Dados e estatíticas obtidas no estudo de 2011/2012 e 2015.

2ª etapa: Estratégia de campo

Logística e planejamento de campo;

Organização da equipe de campo;

Organização do material da coleta de dados.

3ª etapa: Treinamento

Informar sobre o levantamento;

Discutir sobre a estratégia de campo;

Orientar e treinar a equipe de campo.

4ª etapa: : Coleta de dados

Aplicação de questionário junto ao público alvo do estudo (proprietários/responsáveis pelas embarcações, portos, terminais e usuários do transporte fluvial.

Etapas para a execução do estudo

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portos/terminais, nas principais cidades alvo do estudo, a saber: 08 em Manaus/AM, 07 em

Santarém/PA, 39 em Belém/PA, 01 em Porto Velho/RO, 04 em Macapá/AP e 03 em Santana/AP.

F igura 2: Termina is referênc ia por Estado Fonte: UFPA

2ª etapa: Definição da estratégia, logística e planejamento de campo de acordo com as

subdivisões da área do estudo, conforme dados coletados na 1ª etapa.

3ª etapa: Realização de atividade preparatória/reunião, com a participação da equipe de campo,

supervisores, coordenadores, além de representantes e técnicos da ANTAQ e UFPA. De modo geral, essa

atividade teve o objetivo de informar sobre o estudo, discutir o planejamento, definir a estratégia de

campo, orientar e treinar os entrevistadores. Foram realizadas 06 reuniões, nas cidades de Belém/PA,

Manaus/AM, Santarém/PA e Macapá/AP.

O trabalho de campo foi realizado por uma equipe composta por 46 pessoas entre supervisores

operacionais, coordenadores de campo e pesquisadores, com experiência em pesquisa, devidamente

treinados para a realização da coleta dos dados. Para o treinamento foi utilizado slides, apresentados

em Datashow, manual de orientação da equipe de campo, com instruções que visaram orientar o

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trabalho, auxiliando na correta aplicação do questionário de forma a garantir a precisão dos dados

coletados.

Todo pessoal de campo foi devidamente identificado e credenciado pelas organizações

envolvidas no projeto, através de crachá, colete e carta de apresentação.

Figura 3: Ident if icação da equipe de campo Fonte: UFPA

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19

Figura 4: Crachá de identi f icação da equipe de campo Fonte: UFPA

Figura 5: Tre inamento e reuniões das equipes Fonte: UFPA

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20

4ª etapa: Aplicação de questionários junto ao público alvo da pesquisa:

proprietários/responsáveis das embarcações, terminais portuários e usuários do transporte.

As informações foram coletadas por formulário impresso e por programa via tablet,

desenvolvido com base no formulário da pesquisa, aprovado em reunião técnica com representantes da

ANTAQ.

Os questionários e demais instrumentos de campo, foram estruturados de acordo com os

objetivos da pesquisa, elaborado pela equipe técnica do estudo. Sempre antes da aplicação do

questionário, os entrevistadores explicavam o motivo da pesquisa e a importância da mesma para os

entrevistados. A pesquisa teve boa receptividade e os entrevistados colaboraram para que as

informações coletadas obtivessem o máximo de veracidade.

Visando garantir a autenticidade e veracidade na coleta dos dados, adotaram-se os seguintes

controles de qualidade: Acompanhamento da equipe de técnicos da ANTAQ nos principais portos de

atracação e no momento da viagem do pesquisador. Fiscalização nos portos e embarcações pelos

supervisores de campo, crítica de todo o material coletado para verificar a forma de aplicação e

consistência das respostas. Do total de entrevistas realizadas por cada entrevistador, foi sorteada

aleatoriamente uma parcela de 30% para checagem, que foi feita in loco ou via telefone, quando

disponível no questionário.

Para detectar erros no processamento, foi feito controle de crítica e consistência de todo o

material coletado. Os dados foram tabulados nos programas SPSS (Statistic Package for Social Sciences)

e EXCEL, conforme apresentado no produto 3.

O levantamento de dados foi planejado e executado em 05 etapas, considerando a dispersão

geográfica da Região Amazônica, conforme quadro abaixo:

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Figura 6 - Equ ipe de técn icos da ANTAQ acompanhando o t raba lho de coleta dos dados no

Termina l Hidrov iár io de Be lém

Os resultados indicaram que a maior parte dos usuários são jovens, com idade entre 18 e 40

anos (58%), escolaridade de nível fundamental e médio (54% têm até o 2° incompleto) e rendimento

familiar mensal médio de R$ 1.675,00. Pelo menos 35% entrevistados exerciam atividades autônomas

como ocupação. Os principais motivos de viagem foram: lazer ou visita a amigos e parentes (40%) e

compromissos de trabalho e tratamento médico (45%).

Em relação à concessão de descontos, gratuidades e isenções na passagem, a maioria dos

passageiros entrevistados (84,8%) declarou pagar o valor integral da passagem. Apenas 15% afirmaram

ser beneficiados por descontos ou isenção.

Ademais, apenas 26,7% dos entrevistados residiam em uma das quatro capitais pesquisadas

(Belém 6,8%; Macapá 4,1%; Manaus 15,4% e Porto Velho 0,4%). Os 73,3% restantes residiam em

municípios/ localidades no interior dos estados.

De acordo com dados do IBGE, a Região Norte do país concentra cerca de 9% da população

brasileira (17.936.201 habitantes) e 45% do território brasileiro. O rendimento médio nominal mensal

domiciliar per capita de 2016 da Região Norte foi de R$ 846,00, cerca de 50% menor do que o

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rendimento médio do estado de São Paulo, que apresenta o maior valor no país. No comparativo

nacional, o rendimento médio da população da Região Norte apresenta-se 34% menor do que o

rendimento registrado para o agregado nacional.

Outro aspecto socioeconômico de destaque na Região Norte é a elevada concentração de sua

população na zona rural. Cerca de 26% da população da Região Norte (4,2 milhões de habitantes)

encontra-se na zona rural, com destaque para o Pará, que apresenta a quarta maior população rural no

ranking de todas as Unidades da Federação (2,3 milhões de pessoas). No Brasil, o percentual de

população rural é de 15,6% (IBGE, 2017).

5.2 Metodologia da Projeção de Demanda

O levantamento de campo coletou dados do transporte de passageiros e cargas por embarcação

e informações operacionais, como a quantidade de passageiros e cargas transportados por percurso e a

quantidade de viagens previstas por mês. A partir dessas informações estimou-se a demanda anual de

passageiros e cargas na região amazônica.

A estatística da demanda seguiu a fórmula:

𝐷𝑂/𝐷 = ∑ 𝐷𝑖

𝑛

𝑖=1

= ∑ 𝑃𝑎𝑥𝑖 ∗ 𝐹𝑟𝑒𝑞𝑖 ∗ 12

Onde:

𝐷𝑂/𝐷: Demanda anual de passageiros no percurso O/D;

𝐷𝑖: Demanda de passageiros na embarcação i;

𝑃𝑎𝑥𝑖: Quantidade de passageiros transportados em 2017 pela embarcação i;

𝐹𝑟𝑒𝑞𝑖: Frequência de viagem mensal da embarcação i.

São premissas dessa estimativa: 1) as embarcações operam durante os 12 meses do ano; 2) as

embarcações cumprem rigorosamente o esquema operacional previsto; 3) a demanda de passageiros é

a mesma em todos os meses do ano; 4) eventuais manutenções das embarcações são realizadas no

intervalo das viagens; 5) a demanda de passageiros é completamente atendida pelas embarcações

pesquisadas.

A estimativa da demanda de passageiro para o ano de 2017 foi utilizada para a projeção

da demanda de 2027. Utilizou-se também as estimativas da demanda total de passageiros dos anos de

2011, 2012 e 2015. Ao todo, cinco registros. Essa quantidade de levantamentos disponíveis limitou a

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23

metodologia de projeção da demanda. Técnicas como a análise de séries temporais ou análise de

regressão, por exemplo, pressupõem utilização de uma amostra maior³.3

Foi estimado para o ano de 2017 o transporte de aproximadamente 9,8 milhões de passageiros

e 3,4 milhões de toneladas de cargas distribuídos pelo transporte longitudinal estadual e interestadual

e de travessia. Em 2015, estimou-se um movimento de 10,5 milhões de passageiros e 3,68 milhões de

toneladas de carga, havendo, portanto, uma diminuição de 6,6% no volume de passageiros e 7,6% no

volume de toneladas de carga. Em relação ao transporte longitudinal estadual, responsável pelo

transporte de 5,7 milhões de passageiros, o destaque recai sobre o estado do Pará que concentrou

69,5% dessa estimativa (Tabela 1).

Tabela 1 – Panorama do Transporte Long i tud ina l Estadual de Passage iros e Misto, 2015 e 2017

Longitudinal Estadual Amapá Amazonas Pará Rondônia Total 2017 Total 2015

Nº linhas estaduais 2 73 78 1 154 249

Pontos de embarque/desembarque* 9 57 129 1** 196 184

Municípios/localidades 6 47 42 2 97 122

Nº embarcações 10 213 247 3 473 468

Demanda Anual de Passageiros 62.112 1.665.120 3.988.800 24.816 5.740.848 6.108.978

Demanda Anual de Cargas (t) 33.432 999.156 1.512.180 14.256 2.559.024 2.799.994

* Uni vers o p es quis ado pe l o est ud o. **U m pont o d e emb ar que / dese mb ar que na loc a l id ad e de C ala m a/R O n ão fo i p e squis ad o. Fonte: UF PA , 2 01 7.

No transporte interestadual de passageiros e misto, estimou-se o transporte de 843.924

passageiros e 822.488 toneladas de carga para o ano de 2017 (Tabela 2). Quando comparado a 2015,

verificou-se uma diminuição na movimentação em 28,3% de passageiros e 7% de toneladas de carga.

Tabela 2– Panorama do Transpor te Long i tud ina l Interestadual de Passageiros , 2015 e 2017

Interestadual 2015 2017

Nº linhas interestaduais 31 22

Nº embarcações 103 86

Demanda Anual de Passageiros 1.176.772 843.924

Demanda Anual de Cargas (t) 884.424 822.488

Fonte: UF PA , 2 01 7.

3 Segundo MENTZER (1989), um modelo de regressão que utiliza três variáveis independentes deve ter no mínimo 20 períodos de dados históricos para ser efetivo (MENTZER; J. T.; GOMES, R. Evaluating Decision Support Forecasting System. Industrial Marketing Management. V. 18, n. 4, p. 313-323, 1989)

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O estado do Pará apresentou também destaque na oferta de transporte longitudinal global

(estadual e interestadual) de passageiros, concentrando 58,5% das embarcações, seguido pelo estado

do Amazonas (38,1%) (Tabela 3). Consoante com essa tendência, o Pará concentrou também 62,7% dos

assentos ofertados pelo conjunto de embarcações estaduais e interestaduais e 55% das linhas de

transporte longitudinal ofertadas, de acordo com a estimativa de 2017 (Tabela 4 e Tabela 5).

Tabela 3 - Ofer ta de Embarcações no Transporte Long i tud inal Estadua l e Interestadua l , 2015 e 2017

UF Origem UF Destino Total Geral

2017 Total Geral

2015 AM AP PA RO

AM 213 213 285

AP N/I 10 10 46

PA 27 53 247 323 298

RO 6 N/I N/I 3 9 6

Total Geral 246 63 247 3 559 635

*N/ I : nã o in fo rm ad o. Fonte: UF PA , 2 01 7.

Tabela 4 - Ofer ta de Lugares no Transporte Long itud ina l Estadual e Interestadua l , 2015 e 2017

UF Origem UF Destino Total Geral

2017 Total Geral

2015 AM AP PA RO

AM 32.036 32.036 29.686

AP N/I 850 850 1.432

PA 14.583 9.671 32.771 57.100 49.305

RO 787 N/I N/I 278 1.065 1.382

Total Geral 47.481 10.521 32.771 278 91.051 81.805

*N/ I : nã o in fo rm ad o. Fonte: UF PA , 2 01 7.

Tabela 5 - Ofer ta de L inhas de Navegação no Transporte Longi tud ina l Estadua l e Interestadual , 2015 e 2017

UF Origem UF Destino Total Geral

2017 Total Geral

2015 AM AP PA RO

AM 73 73 91

AP 0 2 2 7

PA 10 12 78 98 88

RO 4 N/I N/I 1 5 1

Total Geral 87 14 76 1 180 187

*N/ I : nã o in fo rm ad o. Fonte: UF PA , 2 01 7.

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Nas coletas de campo, a equipe de pesquisadores deparou-se com a prestação do transporte de

travessia em alguns terminais hidroviários que integravam o sistema de transporte estadual e

interestadual longitudinal de passageiros e misto na área de abrangência do estudo. Esta pequena

amostra do transporte de travessia foi composta por 8 linhas, distribuídas entre os estados do Amazonas

e do Pará. Estimou-se que 3.195.552 passageiros foram transportados no ano de 2017 nessas travessias,

conforme Tabela 6. O conjunto das 93 embarcações pesquisadas tinha capacidade de oferta de 7.222

assentos aos passageiros.

Tabela 6 - Panorama do Transporte de Travess ia , 2015 e 2017

Transporte de Travessia Amazonas Pará Total 2017 Total 2015

Nº de linhas em operação 3 5 8 8

Nº Embarcações 53 40 93 100

Movimentação anual de passageiros (2 sentidos) 337.560 2.857.992 3.195.552 3.217.128

Fonte: UF PA , 2 01 7.

Tabela 7 - Ofer ta de Transporte de Travess ia, 2017

UF Nº Embarcações Capacidade de Passageiros

AM 53 2.666

PA 40 4.556

Total 93 7.222

Fonte: UF PA , 2 01 7.

Para a projeção da demanda para o horizonte de 10 anos, conforme exige o Plano de

Trabalho, considerou-se a média dos levantamentos (2011, 2012 e 2015) e o PIB per capita da região

norte, publicada pelo IBGE e disponível no Relatório do Plano Nacional de Logística e Transporte (PNLT,

2011), como indicador da expectativa de crescimento do transporte. Ou seja, em um cenário moderado,

espera-se que a demanda de transporte cresça proporcionalmente à expectativa de crescimento PIB per

capita da população e alcance o patamar de 15.875.746 de passageiros e 5.403.874 de toneladas de

carga.

Outros indicadores, como os PIBs estadual e regional e o crescimento populacional

estadual e regional, também foram testados; contudo, as estimativas geradas foram consideradas

superestimadas e subestimadas, respectivamente. Outrossim, dado que os indicadores estaduais são

sensíveis aos investimentos setoriais locais e o transporte ultrapassa a fronteira estadual, optou-se pelo

uso do indicador que abrange a região norte como um todo. Os resultados estão apresentados na Tabela

8.

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26

Ademais, registra-se que o PNLT adotou uma modelagem econométrica para a estimativa da

demanda de transporte de passageiros. Para o modal aéreo, o PNLT utilizou a distância e o PIB das

microrregiões como variável econômica explicativa da demanda. Para o modal rodoviário, o modelo de

regressão incluiu a distância e a população dos municípios para estimar as demandas futuras. O Plano

não considerou o modal hidroviário justamente pela ausência de dados históricos do transporte de

passageiros.

A Tabela 8 apresenta as estimativas de passageiros e cargas transportadas pelo sistema

hidroviário da região norte obtidas nos levantamentos realizados pela UFPA. A Tabela 9 apresenta os

valores obtidos pela técnica aplicada. As Tabelas 10, 11 e 12 apresentam a evolução do crescimento

populacional, PIB e PIB per capita por estado da região norte disponíveis no Relatório do PNLT (2011).

Tabela 8 – Evolução do levantamento da quantidade de passageiros e cargas transportadas na região norte 2011-2017.

Ano Estimativa Transporte de Passageiros Estimativa Transporte de Cargas

2011 12.789.899 4.511.802

2011 14.392.112 4.401.588

2012 13.625.536 4.811.680

2015 10.492.872 3.684.418

2017 9.780.324 3.381.512

Média 12.216.149 4.158.200

Tabela 9 – Projeção da demanda de passageiros e cargas com base nos índices de crescimento populacional, PIB e PIB per capita da região norte – 2018-2027.

Ano

Crescimento populacional da região norte

PIB da região norte PIB per capita da região norte

Projeção Pax Projeção

cargas Índice Projeção Pax

Projeção cargas

Índice Projeção Pax Projeção

cargas Índice

2017 (Média dos

estudos) 12.216.149 4.158.200 1,07 12.216.149 4.158.200 3,64 12.216.149 4.158.200 2,54

2018 12.346.861 4.202.693 1,07 12.660.816 4.309.558 3,64 12.526.439 4.263.818 2,54

2019 12.478.973 4.247.662 1,07 13.121.670 4.466.426 3,64 12.844.610 4.372.119 2,54

2020 12.612.498 4.293.112 0,7 13.599.299 4.629.004 3,41 13.170.863 4.483.171 2,69

2021 12.700.785 4.323.163 0,7 14.063.035 4.786.853 3,41 13.525.160 4.603.768 2,69

2022 12.789.691 4.353.425 0,7 14.542.585 4.950.085 3,41 13.888.986 4.727.610 2,69

2023 12.879.219 4.383.899 0,7 15.038.487 5.118.883 3,41 14.262.600 4.854.782 2,69

2024 12.969.373 4.414.587 0,7 15.551.299 5.293.437 3,41 14.646.264 4.985.376 2,69

2025 13.060.159 4.445.489 0,51 16.081.598 5.473.943 3,27 15.040.249 5.119.483 2,74

2026 13.126.766 4.468.161 0,51 16.607.467 5.652.941 3,27 15.452.351 5.259.757 2,74

2027 13.193.712 4.490.948 0,51 17.150.531 5.837.792 3,27 15.875.746 5.403.874 2,74

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Tabela 10 – Evolução da População por estado e região – 2010-2030.

UF

População Variação % aa por Período % s/BR em

2010

Contribuição

2010 a 2030

2010 2015 2020 2025 2030 2010-2015

2015-2030

2020-2025

2025-2030

Rondônia 1.562.409 1.550.268 1.592.765 1.622.130 1.644.237 0,16 0,54 0,37 0,27 0,0082 0,0031

Acre 733.559 739.339 784.685 816.019 839.609 0,16 1,2 0,79 0,57 0,38% 0,41%

Amazonas 3.483.985 3.620.751 3.835.051 3.983.134 4.094.614 0,77 1,16 0,76 0,55 1,83% 2,35%

Roraima 450.479 458.123 493.765 518.394 536.935 0,34 1,51 0,98 0,71 0,24% 0,33%

Pará 7.581.051 7.893.499 8.341.713 8.651.433 8.884.595 0,81 1,11 0,73 0,53 3,97% 5,01%

Amapá 669.526 685.133 740.272 778.373 807.056 0,46 1,56 1,01 0,73 0,35% 0,53%

Tocantins 1.383.445 1.447.257 1.498.261 1.533.505 1.560.038 0,91 0,7 0,47 0,34 0,73% 0,68%

NORTE 15.864.454 16.394.370 17.286.512 17.902.988 18.367.084 0,66 1,07 0,7 0,51 8,32% 9,62%

Fonte: Relatório Final PNLT (2011).

Tabela 11 - Evolução do PIB por estado e região – 2010-2030.

UF

População Variação % aa por Período % s/BR em

2010

Contribuição 2010 a 2030 2010 2015 2020 2025 2030

2010-2015

2015-2030

2020-2025

2025-2030

Rondônia 21.880 26.764 32.900 39.809 47.484 4,11 4,21 3,89 3,59 0,006 0,0066

Acre 8.297 10.261 12.788 15.647 18.806 4,34 4,5 4,12 3,75 0,23% 0,27%

Amazonas 56.031 67.101 79.798 94.722 112.157 3,67 3,53 3,49 3,44 1,52% 1,46%

Roraima 6.034 7.459 9.250 11.271 13.498 4,33 4,4 4,03 3,67 0,16% 0,19%

Pará 69.800 86.651 101.530 117.215 134.788 4,42 3,22 2,91 2,83 1,90% 1,68%

Amapá 8.260 10.162 12.451 15.040 17.929 4,23 4,15 3,85 3,58 0,22% 0,25%

Tocantins 16.109 19.699 23.983 28.779 34.078 4,11 4,01 3,71 3,44 0,44% 0,47%

NORTE 186.411 228.097 272.700 322.483 378.740 4,12 3,64 3,41 3,27 5,07% 4,98%

Fonte: Relatório Final PNLT (2011).

Tabela 12 - Evolução do PIB per capita por estado e região – 2010-2030.

UF População Variação % aa por Período

2010 2015 2020 2025 2030 2010-2015 2015-2030 2020-2025 2025-2030

Rondônia 14.004 17.264 20.656 24.541 28.879 4,27 3,65 3,51 3,31

Acre 11.311 13.879 16.297 19.175 22.399 4,18 3,26 3,31 3,16

Amazonas 16.082 18.532 20.808 23.781 27.391 2,88 2,34 2,71 2,87

Roraima 13.395 16.282 18.734 21.742 25.139 3,98 2,85 3,02 2,95

Pará 9.207 10.978 12.171 13.549 15.171 3,58 2,09 2,17 2,29

Amapá 12.337 14.832 16.819 19.322 22.215 3,75 2,55 2,81 2,83

Tocantins 11.644 13.611 16.007 18.767 21.844 3,17 3,3 3,23 3,08

NORTE 11.750 13.913 15.775 18.013 20.621 3,44 2,54 2,69 2,74

Fonte: Relatório Final PNLT (2011).

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28

6. TRANSPORTE LONGITUDINAL ESTADUAL

Nessa seção serão apresentados os dados das linhas de navegação e das embarcações que

estavam em operação, atuando no serviço de transporte hidroviário longitudinal de percurso estadual

no momento da coleta de campo da UFPA. As informações estão segmentadas pelas 4 Unidades da

Federação nas quais a pesquisa de campo ocorreu: Amapá, Amazonas, Pará e Rondônia.

A regulação do transporte hidroviário estadual é de competência de cada Unidade da Federação.

No Pará, a Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado do Pará (ARCOM-PA) é o

órgão que autoriza, normatiza e fiscaliza a prestação de serviços de transporte estadual. No estado do

Amazonas não existe um órgão regulador que centralize a regulação das atividades de transporte

aquaviário estadual. Há um projeto de lei em tramitação da Assembleia Legislativa daquele estado que

prevê o estabelecimento dessa competência para Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos

do Estado do Amazonas (ARSAM)4. Em Rondônia, a Agência de Regulação de Serviços Públicos

Delegados do Estado de Rondônia (AGERO) é a autarquia, sob regime especial, que tem por finalidade a

regulação dos contratos e serviços prestados em diversos setores da economia, dentre os quais o

transporte intermunicipal de passageiros e terminais de cargas e passageiros. Por fim, no Amapá, a

Secretaria de Estado de Transportes (SETRAP) é quem autoriza, normatiza e fiscaliza as atividades de

transportes hidroviário no âmbito do estado.

O transporte realizado em região de fronteira internacional, mesmo que de percurso estadual,

é de competência regulatória federal. De acordo com a Súmula Administrativa 001-Antaq, de 9 de agosto

de 2004, alterada pela Resolução nº 2.828-Antaq, de 13 de março de 2013, compete à União a

autorização da prestação dos serviços de transporte aquaviários na “navegação realizada parcial ou

totalmente em faixa de até 150 km de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa

de fronteira”.

Dessa forma, estão sob competência da Antaq as seguintes linhas estaduais: Manaus (AM) –

Tabatinga (AM), Manaus (AM) – Benjamim Constant (AM), Manaus (AM) – São Gabriel da Cachoeira

(AM) e Guajará-Mirim (RO) – Pimenteiras do Oeste (RO). Esta última linha não estava em operação no

momento da pesquisa de campo da UFPA.

4 O Projeto de Lei está disponível na página da ARSAM: http://www.arsam.am.gov.br/wp/?p=3154

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6.1. AMAPÁ

No estado do Amapá foram pesquisados 9 terminais hidroviários, nos quais 10 embarcações

atuavam ao longo de 2 trechos/ linhas estaduais. Para o ano de 2017 foi estimado o transporte de 62.112

passageiros e 33.432 toneladas de cargas a partir do levantamento da pesquisa de campo. A

caracterização dos terminais pesquisados será desenvolvida no Tópico 11 deste relatório.

6.1.1. Linhas Estaduais do Amapá

As 2 linhas estaduais pesquisadas pela equipe da UFPA foram: Macapá (AP) –Bailique (AP) e

Santana (AP) – Laranjal do Jari (AP). A linha entre Macapá e Bailique, um distrito do município de

Macapá, apresenta 157 km de extensão e nenhuma escala. Já a segunda linha possui extensão de 192

km e apresenta escalas em Jarilândia (AP) e em Vitória do Jari (AP).

A estimativa de movimentação mensal e anual dos trechos correspondentes às duas linhas é

apresentada na Tabela 13, com destaque para a linha Macapá (AP) – Bailique (AP), com estimativa de

transporte de 41,9 mil passageiros no ano. A taxa média de ocupação das embarcações que atuam

nessas linhas estaduais foi de 68,5%, com uma tarifa média de R$ 46,86. Ao todo, estima-se que em

2017 sejam transportados 62,1 mil passageiros.

Tabela 13 - Est imat iva de Mov imentação Anual de Passageiros por Trecho/L inha Estadua l - Amapá, 2017

Linha/Trecho Distância

(Km)

Movimentação de passageiros (02 sentidos)

Taxa de ocupação média de

passageiros

Tarifa média (R$)

Projeção Passageiros

2026 Mês Ano

MACAPÁ BAILIQUE 157 3.492 41.904 63,6 61,00 11.197

SANTANA LARANJAL DO JARI 192 920 11.040 70,1 80,00 2.250

SANTANA JARILÂNDIA 174 292 3.504 70,9 65,00 3.819

LARANJAL DO JARI VITÓRIA DO JARI 28 188 2.256 67,7 10,00 2.459

SANTANA VITÓRIA DO JARI 261 128 1.536 70,2 72,00 1.674

LARANJAL DO JARI JARILÂNDIA 115 120 1.440 66,7 25,00 1.570

JARILÂNDIA VITÓRIA DO JARI 87 36 432 70,6 15,00 471

TOTAL/MÉDIA 145 5.176 62.112 68,5 46,86 23.440

Fonte: UF PA , 2 01 7. PLAN ILHA CO MP LET A N O A NEXO A

A movimentação anual de carga estimada para o ano de 2017 nas duas linhas estaduais foi de

33,4 mil toneladas, conforme Tabela 14.

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30

Tabela 14 - Est imat iva de Mov imentação Anual de Cargas por L inha Estadual – Amapá, 2017

Linha/Trecho Estimativa

Movimentação Anual de Cargas (t)

Taxa de Ocupação média de cargas

Projeção da Demanda de Cargas 2026

Preço Médio Unitário (R$)

SANTANA - LARANJAL DO JARI

8.736 0,33 9.522 93,00

MACAPÁ - BAILIQUE 24.696 0,47 26.919 104,00

TOTAL/MÉDIA 33.432 0,4 36.441 98,5

Fonte: UF PA , 2 01 7. PLAN ILHA CO MP LET A N O A NEXO B

6.1.2. Embarcações do Amapá

As 10 embarcações em atuação no transporte estadual de passageiros e misto do Amapá

encontram-se distribuídas da seguinte forma: 2 na linha Santana (AP) – Laranjal do Jari (AP) e 8 na linha

Macapá (AP) – Bailique (AP). A Tabela 15 apresenta os nomes das embarcações alocadas em cada linha.

Tabela 15 - Re lação das Embarcações que Operam nas L inhas Estadua is – Amapá, 2017

Linhas Nº

Embarcações Nome das Embarcações

MACAPÁ - BAILIQUE 8 EDNEI III, JOÃO BRUNO II, COMANDANTE MARLON, RENASCER, COMANDANTE CAMPOS, DEUS NOS GUIE I, COMANDANTE DIEGO E REY BENEDITO

SANTANA - LARANJAL DO JARI 2 BENATHAN JR II E BRAGA GÕES

Fonte: UF PA , 2 01 7.

As embarcações que trafegavam nas linhas de percurso estadual do Amapá apresentaram, em

média, idade de construção de 14 anos. São embarcações com capacidade média de 85 passageiros,

comprimento de 22 metros, boca de 6 metros e calado de aproximadamente 1 metro (Tabela 16).

Tabela 16 - Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas Estadua is do Ama pá – Caracter íst icas F ís icas das Embarcações , 2017

Atributos Total de

embarcações Embarcações

válidas Média Máximo Mínimo

Desvio padrão

Idade 10 9 14 37 2 10

Comprimento 10 10 22 27 17 3

Boca 10 10 6 7 4 1

Calado 10 10 1 2 1 0

Potência 10 10 242 315 114 59

TPB 10 10 87 150 16 35

Capacidade de Passageiros 10 10 85 145 35 32

Capacidade de carga (t) 10 10 71 100 12 26

Fonte: UF PA , 2 01 7.

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31

Quanto às acomodações, todas as 10 embarcações pesquisadas disponibilizaram acomodações

para redes e camarotes aos passageiros. Cerca de 67 pessoas atuavam na prestação direta de serviços

dessas embarcações, sendo 45 tripulantes e 22 funcionários na limpeza (Tabela 17).

Tabela 17 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas Estadua is do Amapá – Caracter íst icas Func iona is das Embarcações , 2017

Atributos Nº (embarcações) Soma Média Máximo Mínimo

Tripulantes 10 45 5 7 3

Funcionários para limpeza 10 22 2 3 1

Acomodação:

Rede 10 798 80 150 35

Poltrona 0 - - - -

Camarote 10 47 5 11 1

Banheiros 10 32 3 6 1

Vasos sanitários 10 30 3 5 1

Salvaguarda:

Coletes salva-vidas 10 974 97 160 48

Boias 10 47 5 12 2

Fonte: UF PA , 2 01 7.

No quesito segurança, os dados revelam que, no momento da pesquisa, 30% das embarcações

não dispunham de coletes salva-vidas e boias de salvaguarda para atender a lotação total da embarcação

(incluindo a tripulação), o que demanda a atuação fiscalizadora imediata da Secretaria de Transportes

(SETRAP) do estado do Amapá.

No quesito acessibilidade, 90% das embarcações dispunham de escada de acesso interno, o que

limita o trânsito interno de passageiros com deficiência ou mobilidade reduzida. Todas as embarcações

apresentavam cozinha e 60% delas, bar (Tabela 18).

Tabela 18 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas Estadua is do Amapá – Ambientes das Embarcações , 2017

Atributos Nenhum % Apenas 1 % 2 ou mais % Total de

embarcações

Bar 4 40,0% 6 60,0% 0 0,0% 10

Cozinha 0 0,0% 10 100,0% 0 0,0% 10

Porão 0 0,0% 2 20,0% 8 80,0% 10

Escada de acesso interno

1 10,0% 1 10,0% 8 80,0% 10

Convés - 2 20,0% 8 80,0% 10

Fonte: UF PA , 2 01 7.

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32

Sobre a sustentabilidade da prestação do serviço de transporte fluvial no estado do Amapá,

registrou-se que, apesar de 60% das embarcações realizarem a coleta seletiva de lixo, todos os

operadores afirmaram não haver pontos de recepção de resíduos adequados ao longo do trajeto da

viagem (Tabela 19).

Tabela 19 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas Estadua is do Amapá – Prát icas Sustentáveis de Operação das Embarcações , 2017

Atributos Não % Sim % Total de

embarcações

Coleta seletiva de lixo 4 40,0% 6 60,0% 10

Destinação adequada de resíduos 10 100,0% 0 0,0% 10

Destinação resíduos recicláveis 7 70,0% 3 30,0% 10

Destinação seletiva óleo de cozinha 10 100,0% 0 0,0% 10

Tanque de armazenamento de efluentes 5 50,0% 5 50,0% 10

Certificado de Livre Prática (CLP) em vigor 7 70,0% 3 30,0% 10

Fonte: UF PA , 2 01 7.

6.2. AMAZONAS

No estado do Amazonas foram pesquisados 57 terminais de embarque/desembarque de

passageiros, que estão caracterizados no Tópico 11 deste relatório. Ao todo foram identificadas 73

linhas5 estaduais e 213 embarcações em operação. O levantamento estimou uma movimentação de

1.665.120 passageiros para o ano de 2017.

6.2.1. Linhas Estaduais do Amazonas

Em 2017, as 175 linhas estaduais identificadas no estudo conectavam, principalmente, a capital

Manaus a 47 municípios/localidades do estado. A extensão média das linhas amazonenses é de 454 km,

tendo, em sua maioria, diversos pontos de parada. As linhas com o maior número de pontos de

atracação intermediários são: Manaus (AM) – Tabatinga (AM), Manaus (AM) – Carauari (AM) e Manaus

(AM) – Uarini (AM), conforme Tabela 20.

5 Somando-se os trechos intermediários das linhas, foram computados 175 trechos/linhas de navegação.

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Tabela 20 – L inhas Estadua is Com Maior Número de Esca las – Amazonas , 2017

Linha de Atuação Escalas

MANAUS - UARINI MANAUS - CODAJÁS - COARI - TEFÉ - ALVARÃES - UARINI

MANAUS - CARAUARI MANAUS - CODAJÁS - COARI - TEFÉ - JURUÁ - CARAUARI

MANAUS - TABATINGA MANAUS - CODAJÁS - COARI - ALVARÃES - TEFÉ - FONTE BOA - JUTAÍ - TONANTINS - SANTO ANTONIO DO IÇA - AMATURÁ - SÃO PAULO DE OLIVENÇA - BENJAMIN CONSTANT – TABATINGA

Fonte: UF PA , 2 01 7.

A linha Manaus (AM) – Janaucá (AM), com extensão aproximada de 64 km, apresentou a maior

estimativa de movimentação de passageiros para 2017: 133.740 passageiros. No total, estimou-se que

cerca de 1,7 milhões de passageiros serão transportados em todo o estado. A taxa média de ocupação

das embarcações das linhas estaduais do Amazonas foi de 40% e a tarifa média praticada de R$ 111,60,

conforme Tabela 21. As estimativas de movimentação de passageiros para todos os 175 trechos/ linhas

de navegação pesquisados podem ser consultados no Anexo A deste relatório, disponibilizado no site da

Antaq.

Tabela 21 - Est imat iva de Mov imentação Anual de Passage iros d os Pr inc ipa is Trechos/L inhas do Estado do Amazonas , 2017

Linha/Trecho Distância

(KM)

Movimentação de passageiros (02 sentidos)

Taxa de ocupação média de

passageiros

Tarifa média (R$)

Projeção de Passageiros

2026 Mês Ano

MANAUS JANAUCÁ 64 11.145 133.740 45,9 25,00 2.838

MANAUS TEFÉ 631 10.044 120.528 32,7 120,00 1.400

MANAUS PARINTINS 475 8.280 99.360 40,2 125,00 249

MANAUS COARI 421 6.182 74.184 54,9 118,00 3.453

MANAUS MAUÉS 698 4.752 57.024 27,7 80,00 301

MANAUS MANICORÉ 616 4.732 56.784 55,6 140,00 288

MANAUS MANAQUIRI 79 4.650 55.800 50,0 28,00 327

MANAUS AUTAZES 324 4.528 54.336 67,5 88,00 45.675

MANAUS NOVA OLINDA DO NORTE 236 4.379 52.548 35,7 52,00 9.836

MANAUS CODAJÁS 285 4.078 48.936 35,2 52,00 2.511

Outros trechos/linhas 458 75.990 911.880 39,9 113,23 10.114.387

TOTAL/MÉDIA 454 138.760 1.665.120 40,1 111,60 10.181.265

Fonte: UF PA , 2 01 7. PLAN ILHA CO MP LET A N O A NEXO A

Em relação à movimentação de cargas, estimou-se que no ano de 2017 as embarcações mistas

estaduais do Amazonas foram responsáveis pelo transporte de 999.156 toneladas. O trecho Manaus

(AM) – Tefé (AM) foi o que apresentou a movimentação de carga mais expressiva, com 129.360

toneladas, concentrando 13% da movimentação total (Tabela 22). As estimativas de movimentação de

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34

cargas para todos os trechos/ linhas podem ser consultadas no Anexo B deste relatório disponível no

site da Antaq.

Tabela 22 - Est imat iva de Mov imentação Anual de Cargas dos Pr inc ipa is Trechos/L inhas Estaduais – Amazonas, 2017

Linha/trecho Estimativa

Movimentação Anual Cargas (t)

%

Taxa de Ocupação Média de

Cargas

Projeção da Demanda de Cargas 2026

Preço Médio Unitário

(R$)

MANAUS - TEFÉ 129.360 12,9% 0,31 141.002 138,00

MANAUS - MAUÉS 87.840 8,8% 0,53 95.746 117,00

MANAUS - TABATINGA 86.340 8,6% 0,45 94.111 143,00

MANAUS - PARINTINS 71.760 7,2% 0,58 78.218 335,00

MANAUS - AUTAZES 47.040 4,7% 0,58 51.274 117,00

MANAUS - MANICORÉ 42.720 4,3% 0,31 46.565 124,00

MANAUS - BARREIRINHA 39.840 4,0% 0,49 43.426 299,00

MANAUS - UARINI 37.680 3,8% 0,44 43.426 122,00

MANAUS - SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA 35.040 3,5% 0,56 38.194 142,00

MANAUS - NOVA OLINDA DO NORTE 26.064 2,6% 0,72 28.410 118,00

Outras linhas/trechos 395.472 39,6% - - 7512,00

TOTAL/MÉDIA 999.156 100,0% 0,44 - 150,79

Fonte: UF PA , 2 01 7. PLAN ILHA CO MP LET A N O A NEXO B

6.2.2. Embarcações do Amazonas

Durante o levantamento das informações na pesquisa de campo, foram contabilizadas 213

embarcações que operavam no transporte fluvial estadual de passageiros e misto do Amazonas.

A idade média de construção dessas embarcações foi de 13 anos. São embarcações de maior

porte dentre as que operam na Região Amazônica, com comprimento total de 28 metros, boca média

de 7 metros e capacidade média de transporte de 150 passageiros (Tabela 23).

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35

Tabela 23 – Caracter ização das Embarcações que Opera vam nas L inhas Estadua is do Amazonas – Caracter íst icas F ís icas das Embarcações , 2017

Atributos Total Total válido Média Máximo Mínimo Desvio padrão

Idade 213 190 13 60 1 9

Comprimento 213 213 28 60 7 10

Boca 213 213 7 15 2 2

Calado 213 213 2 3 1 1

Potência 213 211 413 2.100 100 247

TPB 213 193 193 1.200 8 234

Capacidade de passageiros 213 213 150 675 12 140

Capacidade de carga (t) 213 213 144 1.016 0 191

Fonte: UF PA , 2 01 7.

A capacidade total instalada nas embarcações em operação pesquisadas foi de 32.358

passageiros (conjunto de acomodações do tipo rede, poltrona e camarote). Das 1.471 pessoas ocupadas

diretamente com a prestação do serviço, 1.087 eram tripulantes e 384 funcionários responsáveis pela

limpeza da embarcação (Tabela 24).

Tabela 24 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas Estadua is do Amazonas – Caracter íst icas Func ionais das Embarcações , 2017

Atributos Nº de embarcações Soma Média Máximo Mínimo

Tripulantes 213 1.087 5 22 2

Funcionários para limpeza 211 384 2 10 1

Acomodação

Rede 171 28.669 168 675 10

Poltrona 43 2.723 63 145 3

Camarote 166 966 6 24 1

Banheiros 202 1.378 7 32 1

Vasos sanitários 202 1.354 7 32 1

Salvaguarda

Coletes salva-vidas 213 34.906 164 900 2

Boias 211 1.549 7 40 1

Fonte: UF PA , 2 01 7.

No que se refere à presença de itens de segurança, os dados sugerem que nem todas as

embarcações possuíam coletes salva-vidas e boias em quantidade suficiente para todos os passageiros

e tripulantes. A análise dos dados revela que, em 22% das embarcações, a quantidade de coletes salva-

vidas e boias seria insuficiente para atender a totalidade de passageiros e tripulantes transportados,

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sugerindo que o governo do estado do Amazonas deveria atuar de forma mais incisiva no sentido de

regular e fiscalizar a prestação de serviços de transporte estadual de passageiros longitudinal misto.

Quanto à distribuição dos ambientes na embarcação, os dados sugerem a existência de perfis

diferenciados de embarcações no estado do Amazonas. Constatou-se que mais de 70% das embarcações

apresentam dois ou mais conveses e um ou mais bar e cozinha. Verificou-se, por outro lado, que

aproximadamente 25% das embarcações não possuem bar e 14% não apresentam cozinha, dados

apresentados na Tabela 25. Ressalte-se que a presença de bar e cozinha é frequente em embarcações

que operam em linhas de longa distância, enquanto a ausência desses ambientes é frequente em

embarcações que operam em linhas de curta distância.

Tabela 25 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas Esta dua is do Amazonas – Ambiente das Embarcações , 2017

Atributos Nenhum % Apenas 1 % 2 ou mais % Total de

embarcações

Bar 53 25,0% 155 73,0% 5 2,0% 213

Cozinha 29 14,0% 179 84,0% 5 2,0% 213

Porão 37 17,0% 36 17,0% 140 66,0% 213

Escada de acesso interno 53 25,0% 47 22,0% 113 53,0% 213

Convés - 64 30,0% 149 70,0% 213

Fonte: UF PA , 2 01 7.

No requisito sustentabilidade operacional do transporte, de acordo com a Tabela 26, a maior

parte dos operadores afirmaram não haver pontos de recepção de resíduos adequados ao longo do

trajeto (81%), assim como destinação adequada de resíduos recicláveis (74%) e de óleo de cozinha

(92%).

Tabela 26 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas Estadua is do Amazonas – Prát icas Sustentáveis das Embarcações , 2017

Atributos Não % Sim % Total de

embarcações

Coleta seletiva de lixo 128 60,0% 84 40,0% 212

Destinação adequada de resíduos 173 81,0% 40 19,0% 213

Destinação resíduos recicláveis 157 74,0% 56 26,0% 213

Destinação seletiva óleo de cozinha 197 92,0% 16 8,0% 213

Tanque de armazenamento de efluentes 97 46,0% 116 54,0% 213

Certificado de Livre Prática (CLP) em vigor 66 31,0% 147 69,0% 213

Fonte: UF PA , 2 01 7.

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6.3. PARÁ

No estado do Pará foram pesquisados 129 terminais de embarque e desembarque de

passageiros. A caracterização desses terminais será apresentada no Tópico 11 deste relatório. A pesquisa

também identificou 78 linhas (ou 162 trechos) estaduais de navegação fluvial e 247 embarcações em

operação. Estima-se para 2017 uma movimentação total de 4,0 milhões de passageiros no estado do

Pará.

6.3.1. Linhas Estaduais do Pará

Os 161 trechos identificados conectam a capital Belém e os demais municípios do estado. E,

diferentemente do estado do Amazonas, outros municípios além da capital também exercem grande

influência no fluxo estadual de passageiros, tais como Santarém e Almeirim.

Belém, localizada às margens da baía do Guajará, na entrada da Amazônia, destaca-se como a

cidade do Brasil com o maior número de ilhas6, cuja história e economia foram desenvolvidas em função

dos rios da região, fundamentando, em grande medida, a relevância do transporte fluvial de passageiros

e misto na economia paraense.

A extensão média percorrida pelas embarcações no Pará, de 159 km7, é menor do que a

extensão média do estado do Amazonas. Com base no levantamento de campo, estima-se que a

movimentação anual de passageiros em percursos estaduais seja de 4,0 milhões em 2017, sendo a linha

Belém (PA) – Camará (PA), de 85 km de extensão a de maior concentração de passageiros, cerca de com

604 mil passageiros (Tabela 27). A estimativa da taxa média de ocupação das embarcações foi de 41,3 %

e tarifa média de R$ 60,94. As estimativas de movimentação de passageiros para todas os trechos/ linhas

podem ser consultadas no Anexo A deste relatório, disponível no site da Antaq.

6 Total de 42 ilhas, de acordo com o Anuário Estatístico do Município de Belém de 1998 (MELO, 2010). 7 A extensão média das linhas/trechos navegados é de 232 km. Contudo, há uma alta concentração de

embarcações nas linhas de menor extensão, o que faz com que a extensão média percorrida pelas embarcações seja menor, 159 km.

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Tabela 27 – Est imat iva de Mov imentação Anual de Passage iros dos Pr inc ipa is Trechos/L inhas Estaduais – Pará , 2017

Linha/Trecho Distância

(KM)

Movimentação de passageiros (02 sentidos)

Taxa de ocupação média de

passageiros

Tarifa média (R$)

Projeção de Passageiros

2026 Mês Ano

BELÉM (PA) CAMARA (PA) 85 50.348 604.176 57,3 35,00 658.552

BELÉM (PA) BREVES (PA) 205 20.048 240.576 27,7 94,00 262.228

ICOARACI (PA) CAMARA (PA) 70 19.920 239.040 14,1 16,43 5.075

SANTARÉM (PA) ÓBIDOS (PA) 120 17.312 207.744 54,2 30,00 226.441

BELÉM (PA) PONTA DE PEDRAS (PA)

62 12.966 155.592 34,0 24,20 169.595

BREVES (PA) PORTEL (PA) 120 9.996 119.952 32,6 25,00 130.748

BELÉM (PA) PORTEL (PA) 285 9.176 110.112 43,4 93,00 120.022

BELÉM (PA) SÃO SEBASTIÃO DA BOA VISTA (PA)

135 8.600 103.200 49,9 35,00 112.488

SANTARÉM (PA) ALENQUER (PA) 93 8.088 97.056 52,2 31,00 105.791

BELÉM (PA) MUANÁ (PA) 98 7.238 86.856 31,1 35,00 94.673

Outros trechos/linhas 240 168.708 2.024.496 41,4 62,31 8.585.558

TOTAL/MÉDIA 232 332.400 3.988.800 41,3 60,94 10.471.171

Fonte: UF PA , 2 01 7. PLAN ILHA CO MP LET A N O A NEXO A

Quanto ao fluxo anual de cargas, o levantamento realizado em 2017 permitiu estimar o

transporte de 1,51 milhões toneladas nas linhas estaduais do Pará. A linha Belém (PA) – Portel (PA)

concentrou 15,3% de toda a movimentação de carga registrada, o equivalente a 230.880 toneladas. As

estimativas de movimentação de cargas para todas os trechos/ linhas podem ser consultadas no Anexo

A deste relatório disponível no site da Antaq.

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Tabela 28 - Est imat iva de Mov imentação Anual de Cargas dos Pr inc ipais Trechos/L inhas Estaduais do Pará , 2017

Linha/trecho Estimativa

Movimentação Anual Cargas (t)

% Taxa de Ocupação média de cargas

Projeção da Demanda de Cargas

2026

Preço médio Unitário (R$)

BELÉM - PORTEL 230.880 15,3% 0,42 251.659 115,00

BELÉM - BREVES 174.240 11,5% 0,42 189.922 99,00

SANTARÉM - ORIXIMINÁ 91.920 6,1% 0,48 100.193 99,00

BELÉM - SÃO SEBASTIÃO DA BOA VISTA

73.440 4,9% 0,42 80.050 81,00

SANTARÉM - JURUTI 65.280 4,3% 0,61 71.155 107,00

ICOARACI - CAMARA 64.800 4,3% 0,07 70.632 84,00

SANTARÉM - ÓBIDOS 60.480 4,0% 0,62 65.923 100,00

BELÉM - MUANÁ 59.640 3,9% 0,34 65.008 99,00

BELÉM - VITÓRIA DO XINGU

54.720 3,6% 0,57 59.645 128,00

BELÉM - PONTA DE PEDRAS

42.912 2,8% 0,7 46.774 90,00

Outras linhas/trechos 593.868 39,3% - - 5435,00

TOTAL/MÉDIA 1.512.180 100,0% 0,45 - 119,20

Fonte: UF PA , 2 01 7. PLAN ILHA CO MP LET A N O A NEXO B

6.3.2. Embarcações do Pará

No estado do Pará foram identificadas 247 embarcações em operação nos 129 terminais

pesquisados pela UFPA. Essas embarcações possuíam idade média de 12 anos. São embarcações com

capacidade média para 133 passageiros, comprimento de cerca de 26 metros, boca de 6 metros e calado

de aproximadamente 1 metro.

A linha Belém (PA) – Portel (PA) apresenta 285 km de extensão e foi a linha com a maior

estimativa de tonelagem de carga e passageiros transportados em 2017: 230 mil toneladas de cargas e

110 mil passageiros. Seis embarcações mistas operavam nessa linha. Já a linha Belém (PA) – Breves (PA)

movimentou cerca de 174 mil toneladas de carga concomitantemente ao transporte de 240 mil

passageiros. Sete embarcações operavam nessa linha.

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Tabela 29 – Caracter ização das Embarcações que Opera vam nas L inhas Estadua is do Pará – Caracter íst icas F ís icas das Embarcações , 2017

Atributos Total de

embarcações Embarcações

válidas Média Máximo Mínimo

Desvio padrão

Idade 247 193 12 47 1 10

Comprimento 247 247 26 76 6 11

Boca 247 247 6 16 2 3

Calado 247 247 1 3 0 1

Potência 247 246 417 2.750 113 327

TPB 247 222 142 1.410 5 212

Capacidade de Passageiros 247 247 133 1.120 10 143

Capacidade de carga (t) 247 247 107 1.240 0 182

Fonte: UF PA , 2 01 7 .

Na análise das informações das linhas de navegação praticadas por cada embarcação, observou-

se que cerca de 90% dessas embarcações operavam em linhas com distância inferior a 200 km.

Complementarmente, a Tabela 30 indicou que 37% das embarcações (92 embarcações do estado)

dispunham de poltronas para os passageiros. Esse tipo de acomodação é regularmente utilizado em

viagens de curta distância.

Quanto à mão de obra mobilizada, o transporte estadual de passageiros ocupava, diretamente,

1.473 pessoas entre tripulantes e funcionários de limpeza em suas embarcações. Dentre os 4 estados

pesquisados, o Pará foi o que apresentou o maior número absoluto de pessoas ocupadas na prestação

desse serviço.

Tabela 30 – Caracter ização das Emba rcações que Operavam nas L inhas Estadua is do Pará – Caracter íst icas Func iona is das Embarcações , 2017

Atributos Nº de

embarcações Soma Média Máximo Mínimo

Tripulantes 247 1.013 4 13 1

Funcionários para limpeza 226 460 2 7 1

Acomodação:

Rede 158 20.093 127 557 12

Poltrona 92 11.759 128 1.120 10

Camarote 135 829 6 46 1

Banheiros 237 1.031 4 36 1

Vasos sanitários 235 1.030 4 36 1

Salvaguarda:

Coletes salva-vidas 247 37.450 152 1.500 4

Boias 237 1.627 7 45 1

Fonte: UF PA , 2 01 7.

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Quanto à salvaguarda dos passageiros e tripulantes, os dados revelam que nem todas as

embarcações possuíam coletes salva-vidas ou boias em quantidades suficientes para todos a bordo. No

momento do levantamento, 15% das embarcações estaduais pesquisadas apresentavam uma

quantidade de coletes e boias menor do que a capacidade de passageiros e tripulantes da embarcação,

sugerindo que a Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado do Pará (ARCOM-PA)

deve atuar fiscalizando as empresas e as embarcações que prestam os serviços de transporte estadual

de passageiros longitudinal e misto.

Figura 7 - Embarcação de Transporte E stadua l do Pará , 2017 Fonte: A cer vo Antaq

Destaque-se ainda que aproximadamente 44% das embarcações não possuíam bar, percentual

superior ao encontrado nas embarcações amazonenses (25%). Conforme já apontado, as embarcações

paraenses percorrem uma distância média (159 km) três vezes menor do que a distância média

percorrida pelas embarcações amazonenses (540 km8) no percurso estadual, o que pode explicar a

ausência dessa comodidade em maior proporção do que nas embarcações do estado vizinho.

8 A extensão média das linhas de navegação amazônica é de 454 km. Contudo, há uma concentração de

embarcações em linhas de longa extensão, o que faz com que a extensão média percorrida pelas embarcações seja maior, 540 km.

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Tabela 31 – Caracter ização das Embarcações que operavam nas L inhas Estadua is do Pará – Ambientes das Embarcações , 2017

Atributos Nenhum % Apenas 1 % 2 ou mais % Total de

embarcações

Bar 109 44,0% 134 54,0% 4 1,0% 247

Cozinha 64 26,0% 183 74,0% 0 0,0% 247

Porão 45 18,0% 61 25,0% 141 57,0% 247

Escada de acesso interno 73 30,0% 68 28,0% 106 43,0% 247

Convés - 134 54,0% 113 46,0% 247

Fonte: UF PA , 2 01 7.

Os resultados referentes à sustentabilidade das operações das embarcações que atuavam no

transporte estadual de passageiros no Pará foram semelhantes aos resultados obtidos na pesquisa do

transporte estadual amazonense. Registraram a ausência de pontos de recepção de resíduos adequados

ao longo do trajeto (96%) e a destinação inadequada dos resíduos recicláveis (95%) e de óleo de cozinha

(97%). Por outro lado, 55% das embarcações paraenses realizavam coleta seletiva do lixo, contra 39%

das embarcações amazonenses.

Tabela 32 – Caracter ização das Embarcações que Operavam nas L inhas Estadua is do Pará – Prát icas Sustentáveis das Embarcações , 2017

Atributos Não % Sim % Total de

embarcações

Coleta seletiva de lixo 111 45,0% 136 55,0% 247

Destinação adequada de resíduos 236 96,0% 11 4,0% 247

Destinação resíduos recicláveis 234 95,0% 13 5,0% 247

Destinação seletiva óleo de cozinha 239 97,0% 8 3,0% 247

Tanque de armazenamento de efluentes 175 71,0% 72 29,0% 247

Certificado de Livre Prática (CLP) em vigor 110 45,0% 137 55,0% 247

Fonte: UF PA , 2 01 7.

6.4. RONDÔNIA

Em Rondônia (RO), a pesquisa de campo9 foi realizada apenas no Terminal Hidroviário de Porto

Velho (Porto Cai N’água). Três embarcações do transporte estadual de passageiros atendidas por esse

terminal foram caracterizadas. Elas operavam em numa única linha estadual, a linha Porto Velho (RO) –

Calama (RO). A caracterização desse terminal pode ser consultada no Tópico 11 deste relatório.

9 Destaque-se que EBN autorizada pela ANTAQ a atuar na linha estadual Guajará Mirim-Pimenteira do Oeste (região de fronteira) não estava operando no momento da pesquisa de campo pela equipe da UFPA.

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6.4.1. Linhas Estaduais de Rondônia

O fluxo de passageiros no percurso estadual foi registrado apenas na linha Porto Velho (RO) –

Calama (RO)10, de cerca de 180 km de extensão, cuja estimativa de transporte de passageiros para o

ano de 2017 foi de 24.816 passageiros.

Tabela 33 - Movimentação Anual de Passageiros por L inha Estadual – Rondônia

Linha/Trecho

Movimentação de Passageiros (02

sentidos)

Taxa de Ocupação Média de

Passageiros

Taxa de Ocupação média de

cargas

Tarifa Média (R$)

Projeção Passageiros

2026

Projeção da Demanda de Cargas 2026

Preço Médio

Unitário (R$)

Mês Ano

PORTO VELHO CALAMÃ 2.068 24.816 57,40 0,41 56,00 13.996 15.539 113,00

Total/ média 2.068 24.816 57,40 0,41 56,00 13.996 15.539 113,00

Fonte: UF PA , 2 01 7. PLAN ILHA CO MP LET A N O A NEXO A /B

6.4.2. Embarcações de Rondônia

No estado de Rondônia foram identificadas 3 embarcações em operação no transporte estadual,

tendo como origem ou destino o Terminal Hidroviário de Porto Velho (Porto Cai N’água). A taxa média

de ocupação das embarcações da linha estadual Porto Velho (RO) – Calamã (RO) foi de 57,4%, com uma

tarifa média de R$ 56,00 para a acomodação do tipo rede.

As idades dessas 3 embarcações variaram entre 9 e 13 anos. Apresentaram capacidade

aproximada de 93 passageiros, comprimento de 25 metros, 6 metros de boca e 1 metro de calado.

Realizam, em média, 6 viagens por mês.

10 O ponto de embarque/desembarque do distrito de Calama/RO não foi pesquisado neste estudo.

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Tabela 34 – Caracter ização das Embarcações que Operavam nas L inhas Estadua is de Rondônia – Caracter íst icas F ís icas das Embarcações , 2017

Atributos Total de

embarcações Embarcações

válidas Média Máximo Mínimo

Desvio padrão

Idade 3 2 11 13 9 2

Comprimento 3 3 25 26 24 1

Boca 3 3 6 8 5 1

Calado 3 3 1 2 1 0

Potência 3 3 392 550 270 117

TPB 3 3 91 110 63 20

Capacidade de Passageiros 3 3 93 103 85 8

Capacidade de carga (t) 3 3 70 84 50 14

Fonte: UF PA , 2 01 7.

Quanto às acomodações, todas as embarcações apresentaram ambientes para redes. Duas

embarcações também dispunham de camarotes para os passageiros. Quanto à segurança, todas as

embarcações disponibilizavam coletes salva-vidas e boias em quantidade suficiente para a lotação

máxima da embarcação.

Tabela 35 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas Estadua is de Rondônia – Caracter íst icas Func iona is das Embarcaç ões , 2017

Atributos Nº de

embarcações Soma Média Máximo Mínimo

Tripulantes 3 10 3 5 2

Funcionários para limpeza 3 5 2 2 1

Acomodação:

Rede 3 283 94 108 85

Poltrona

Camarote 2 7 4 4 3

Banheiros 3 10 3 4 2

Vasos sanitários 3 10 3 4 2

Salvaguarda:

Coletes salva-vidas 3 355 118 130 105

Boias 3 14 5 6 4

Fonte: UF PA , 2 01 7.

Quanto à disponibilidade de ambientes, todas as embarcações possuíam bar e cozinha. A

existência de dois ou mais conveses e escada de acesso interno em todas as embarcações provavelmente

dificulta a acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida.

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Tabela 36 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas Estadua is de Rondônia – Ambientes das Embarcações , 2017

Atributos Nenhum % Apenas 1 % 2 ou mais % Total de

embarcações

Bar 0 0,0% 3 100,0% 0 0,0% 3

Cozinha 0 0,0% 3 100,0% 0 0,0% 3

Porão 0 0,0% 2 67,0% 1 33,0% 3

Escada de acesso interno 0 0,0% 2 67,0% 1 33,0% 3

Convés - 0 0,0% 3 100,0% 3

Fonte: UF PA , 2 01 7.

No aspecto da sustentabilidade do serviço de transporte, 100% das embarcações não adotavam

práticas primárias como coleta seletiva do lixo e dispensavam destino inadequado aos resíduos

recicláveis e ao óleo de cozinha.

Tabela 37 – Caracter ização das Embarcações que Operam na s L inhas Estadua is de Rondônia – Prát icas Sustentáveis de Operação, 2017

Atributos Não % Sim % Total de

embarcações

Coleta seletiva de lixo 3 100,0% 0 0,0% 3

Destinação adequada de resíduos 3 100,0% 0 0,0% 3

Destinação resíduos recicláveis 3 100,0% 0 0,0% 3

Destinação seletiva óleo de cozinha 3 100,0% 0 0,0% 3

Tanque de armazenamento de efluentes 3 100,0% 0 0,0% 3

Certificado de Livre Prática (CLP) em vigor 3 100,0% 0 0,0% 3

Fonte: UF PA , 2 01 7.

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7. TRANSPORTE LONGITUDINAL INTERESTADUAL

A prestação dos serviços de transporte interestadual de passageiros e misto no âmbito da

navegação interior é regulada pela Antaq, com base na Resolução nº 912/2007-Antaq.

A pesquisa de campo realizada em 2017 identificou 86 embarcações operando no transporte

interestadual de passageiros e misto da Região Amazônica. A capacidade média dessas embarcações era

de 292 passageiros e 219 toneladas de carga. A partir das informações levantadas, estimou-se que essas

embarcações transportaram 843.924 passageiros e 822.488 toneladas de carga em 2017. A demanda

atual de passageiros e cargas está detalhada no Anexo B deste relatório, disponibilizado no site da Antaq.

7.1. Linhas Interestaduais

No levantamento de campo realizado em 2017 pela equipe da UFPA foram identificadas 22

linhas interestaduais de transporte longitudinal de passageiros, responsáveis pela interligação dos

principais centros urbanos da região. Entre os municípios dos estados do Pará e do Amazonas verificou-

se 10 linhas de navegação. Igualmente, entre o Pará e o Amapá foram identificadas 10 linhas e entre o

Amazonas e Rondônia, 2 linhas. A Tabela 38 apresenta as linhas interestaduais e seus respectivos pontos

de atracação intermediários (escalas) atendidos pelas embarcações pesquisadas.

A sequência de trechos estaduais que compõem a linha interestadual influencia diretamente a

oferta e a demanda do transporte. Em um mesmo trecho estadual diversas embarcações estaduais e

interestaduais podem operar. De acordo com a Resolução nº 912/2007-Antaq, o operador autorizado

tem a liberdade de definir quais trechos irão compor seu esquema operacional. Dessa forma, a demanda

de passageiros e cargas de uma embarcação interestadual dependerá do esquema operacional adotado.

A demanda detalhada de passageiros e cargas para todos os trechos interestaduais e estaduais pode ser

consultada no Anexo A/B deste relatório, disponível no site da Antaq.

Tabela 38 – Re lação das L inhas Interestadua is e Respect ivas Escalas, 2017

Linha de Atuação Escalas

ALENQUER (PA) – MANAUS (AM) ALENQUER - ÓBIDOS - JURUTI - PARINTINS - ITACOATIARA - MANAUS

BELÉM (PA) – MANAUS (AM) BELÉM - BREVES - GURUPÁ - ALMEIRIM - PRAINHA - MONTE ALEGRE - SANTARÉM - ÓBIDOS - JURUTI - PARINTINS - ITACOATIARA - MANAUS

LARANJAL DO JARI (AP) – BELÉM (PA) LARANJAL DO JARI - MONTE DOURADO - GURUPÁ - BREVES - BELÉM

LARANJAL DO JARI (AP) – SANTARÉM (PA) LARANJAL DO JARI - ALMEIRIM - PRAINHA - MONTE ALEGRE - SANTARÉM

MACAPÁ (AP) – AFUÁ (PA) MACAPÁ – AFUÁ

MACAPÁ (AP) – ANAJÁS (PA) MACAPÁ - AFUÁ – ANAJÁS

MACAPÁ (AP) – CHAVES (PA) MACAPÁ – CHAVES

MACAPÁ (AP) – PORTEL (PA) MACAPÁ - BREVES – PORTEL

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47

Linha de Atuação Escalas

MANAUS (AM) - PORTO VELHO (RO) MANAUS - NOVA OLINDA DO NORTE - BORBA - NOVO ARIPUANÃ - MANICORÉ - HUMAITÁ - PORTO VELHO

MONTE ALEGRE (PA) – MANAUS (AM) MONTE ALEGRE - SANTARÉM - ÓBIDOS - JURUTI - PARINTINS - ITACOATIARA – MANAUS

ÓBIDOS (PA) – MANAUS (AM) ÓBIDOS - ORIXIMINÁ - JURUTI - PARINTINS - MANAUS

ORIXIMINÁ (PA) – MANAUS (AM) ORIXIMINÁ - JURUTI - PARINTINS - URUCURITUBA - ITACOATIARA - MANAUS

PARINTINS (AM) - TERRA SANTA (PA) PARINTINS - TERRA SANTA

PORTO VELHO (RO) - MANICORÉ (AM) PORTO VELHO - HUMAITÁ – MANICORÉ

SANTANA (AP) – BREVES (PA) SANTANA – BREVES

SANTANA (AP) – GURUPÁ (PA) SANTANA – GURUPÁ

SANTANA (AP) – SANTARÉM (PA) SANTANA - ALMEIRIM - PRAINHA - MONTE ALEGRE - SANTARÉM

SANTANA (AP) - VITÓRIA DO XINGU (PA) SANTANA - GURUPÁ - PORTO DE MOZ - SENADOR JOSÉ PORFÍRIO - VITÓRIA DO XINGU

SANTARÉM (PA) – MANAUS (AM) SANTARÉM - ÓBIDOS - JURUTI - PARINTINS - ITACOATIARA - MANAUS

SANTARÉM (PA) – PARINTINS (AM) SANTARÉM - ÓBIDOS - JURUTI – PARINTINS

TERRA SANTA (PA) – MANAUS (AM) TERRA SANTA - NHAMUNDÁ - FARO - ITACOATIARA- MANAUS

TERRA SANTA (PA) – PARINTINS (AM) TERRA SANTA – PARINTINS

Fonte: UF PA , 2 01 7.

7.2. Demanda de Passageiros e Cargas

Para a elaboração e o acompanhamento de políticas públicas do setor de transporte, são

essenciais as informações e análises sobre a demanda de determinado tipo de transporte. No modal

aquaviário, o conhecimento sobre a demanda de passageiros e misto contribui para o dimensionamento

dos terminais, a calibração da oferta dos serviços, a priorização de investimentos, melhorias da malha

viária, entre outros aspectos do planejamento em transportes.

Alinhada à atribuição de promover estudos específicos de demanda de transporte aquaviário e

atividades portuárias, em consonância com o artigo 27, inciso I, da Lei nº 10.233/2001, a presente

pesquisa buscou quantificar a demanda de passageiros e cargas nas linhas regulares da Região

Amazônica em 2017.

A Tabela 39 apresenta a estimativa da movimentação anual de passageiros por linha

interestadual entre os estados do Amapá, Amazonas, Pará e Rondônia. É possível observar que a linha

Macapá (AP) – Afuá (PA) apresentou a maior estimativa de transporte de passageiros para o ano de

2017, 115.440 passageiros, o que representa 13,7% da estimativa total, de 843.924 passageiros.

A taxa média de ocupação das embarcações das linhas interestaduais foi de 39,8 %, com uma

tarifa média de R$ 116,75. Apesar de não constarem na Tabela 39, os trechos interestaduais que

apresentaram a maior tarifa média unitária foram: Laranjal do Jari (AP) – Monte Dourado (PA) (R$

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3,00/pas.km) e Almeirim (PA) – Parintins (AM) (R$ 1,19/pas.km). Por outro lado, os trechos

interestaduais mais módicos foram: Santana (AP) – Breves (PA) (R$ 0,08/pas.km) e Faro (PA) – Manaus

(AM) (R$ 0,09/pas.km).

Tabela 39 – Est imat iva de Mov imentação Anual de Passage iros por L inha Interestadual da Reg ião Amazônica , 2017

Linha/Trecho Distância

(KM)

Movimentação de passageiros (02 sentidos)

Taxa de ocupação média de

passageiros

Tarifa média (R$)

Projeção de Passageiros

2026 Mês Ano

MACAPÁ (AP) AFUÁ (PA) 83 9.620 115.440 36,4 30,00 26

SANTARÉM (PA) MANAUS (AM) 756 8.554 102.648 40,3 190,00 111.886

SANTARÉM (PA) SANTANA (AP) 600 6.560 78.720 45,7 142,00 85.805

BELÉM (PA) SANTANA (AP) 514 5.760 69.120 32,8 127,00 75.341

SANTANA (AP) BREVES (PA) 731 4.376 52.512 56,8 60,00 4.186

MACAPÁ (AP) BREVES (PA) 731 2.972 35.664 51,3 70,00 20.248

ALENQUER (PA) MANAUS (AM) 555 2.560 30.720 32,5 100,00 33.485

ÓBIDOS (PA) MANAUS (AM) 650 2.464 29.568 12,5 90,00 35.264

MACAPÁ (AP) PORTEL (PA) 355 2.448 29.376 37,1 71,00 5.860

JURUTI (PA) MANAUS (AM) 572 2.310 27.720 21,9 75,00 30.215

Outros trechos/linhas 512 22.703 272.436 40,3 120,54 9.909.738

TOTAL/MÉDIA 519 70.327 843.924 39,8 116,74 10.312.054

Fonte: UF PA , 2 01 7. PLAN ILHA CO MP LET A N O A NEXO A /B

Em termos de transporte de cargas, o trecho interestadual que apresentou a maior estimativa

de transporte para 2017 foi Santarém (PA) – Manaus (AM), com 156,5 mil toneladas de carga. Esse valor

representa 19,0% da estimativa do total transportado pelas embarcações atuantes no transporte misto

interestadual.

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Tabela 40 – Est imat iva de Mov imentação Anual de Cargas por L inha Interestadua l da Reg ião Amazônica , 2017

LINHA/TRECHO Estimativa Movimentação

Anual Cargas (t) %

Taxa de Ocupação media de cargas

SANTARÉM (PA)- MANAUS (AM) 156.480 19,0% 0,79

SANTANA (AP)– BELÉM (PA) 116.400 14,2% 0,54

BELÉM (PA) – MANAUS (AM) 92.240 11,2% 0,54

SANTANA (AP)- SANTARÉM (PA) 74.880 9,1% 0,31

ÓBIDOS (PA)- MANAUS (AM) 52.800 6,4% 0,31

MACAPÁ (AP) – AFUÁ (PA) 43.776 5,3% 0,36

ORIXIMINÁ (PA) – MANAUS (AM) 39.120 4,8% 0,29

MANAUS (AM) - PORTO VELHO (RO) 33.960 4,1% 0,70

TERRA SANTA (PA) – MANAUS (AM) 31.680 3,9% 0,37

ALENQUER (PA) – MANAUS (AM) 30.960 3,8% 0,45

Outras linhas/trechos 150.192 18,3% -

TOTAL/MÉDIA 822.488 100,0% 0,45

Fonte: UF PA , 2 01 7. P LAN I LHA C OM PLE T A N O A NEXO B

7.3. Embarcações Interestaduais

As embarcações que trafegam nas linhas interestaduais apresentam alguns atributos que as

diferenciam das embarcações alocadas no transporte estadual de passageiros. São embarcações mais

novas e de maior porte, adaptadas a percursos mais longos e com maior capacidade de transporte de

passageiros e cargas. Destarte, apresentam média de idade de 11 anos, comprimento total de 34 metros,

boca de 8 metros e capacidade média de 292 passageiros. A tonelagem de porte bruto (TPB) de 267 é

63% superior ao TPB médio das embarcações estaduais (163 TPB).

Tabela 41 – Caracter ização das Embarcações que 0peravam nas L inhas Interestadua is – Caracter íst icas F ís icas das Embarcações , 2017

Variáveis Total de

embarcações Embarcações

válidas Média Máximo Mínimo

Desvio padrão

Idade 86 80 11 60 1 12

Comprimento 86 86 34 72 10 13

Boca 86 86 8 21 2 3

Calado 86 86 2 4 1 1

Potência 86 86 464 1.800 130 294

TPB 86 83 267 1.600 10 297

Capacidade de Passageiros 86 86 292 1.400 30 308

Capacidade de carga (t) 86 86 219 1.400 0 256

Fonte: UF PA , 2 01 7.

Quanto às características funcionais das embarcações, 90% delas (78 de 86 embarcações)

disponibilizam espaço para redes e 82% possuem camarotes para os passageiros. Essas são as

acomodações mais comuns em viagens de longa distância. Ao todo, estimou-se que o serviço de

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transporte interestadual ofertou cerca de 25,3 mil vagas aos passageiros em 2017, distribuídas entre

redes, poltronas e camarotes.

Tabela 42 – Caracter ização das Embarcações que Operavam nas L inhas Interestadua is – Caracter íst icas Func iona is da Embarcações, 2017

Empregabilidade Nº de embarcações Soma Média Máximo Mínimo

Tripulantes 86 568 7 15 2

Funcionários para limpeza 86 182 2 9 1

Acomodação:

Rede 78 23.951 307 1.400 35

Poltrona 8 661 83 171 30

Camarote 71 735 10 56 1

Banheiros 86 911 11 72 1

Vasos sanitários 86 936 11 72 1

Salvaguarda:

Coletes salva-vidas 86 28.916 336 2.102 12

Boias 86 1.059 12 103 1

Fonte: UF PA , 2 01 7.

Quanto à presença de itens de segurança, os dados indicam que nem todas as embarcações

possuíam coletes salva-vidas ou boias em quantidades suficientes para todos os passageiros e

tripulantes. O percentual de embarcações nas quais a quantidade de coletes salva-vidas e boias era

inferior à capacidade de passageiros e tripulantes transportados foi de 12%. Ou seja, uma em cada dez

embarcações do transporte interestadual não transportava itens de segurança em quantidade suficiente

para atender sua lotação. De posse dessas informações, a Antaq fiscalizará essas empresas de forma

dirigida.

Quanto à distribuição de ambientes, o percentual de embarcações alocadas no transporte

interestadual que possuem bar (88%) e cozinha (94%) é maior do que o percentual observado em

embarcações de transporte estadual. Em termos de acessibilidade, 90% das embarcações possuíam ao

menos uma escada de acesso interno, o que limita a acessibilidade dos passageiros com mobilidade

reduzida.

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Tabela 43 – Caracter i zação das Embarcações que operavam nas L inhas Interestadua is – Ambientes das Embarcações , 2017

Ambientes Nenhum % Apenas 1 % 2 ou mais % Total de

embarcações

Bar 10 12,0% 76 88,0% 0 0,0% 86

Cozinha 5 6,0% 80 93,0% 1 1,0% 86

Porão 8 9,0% 7 8,0% 71 83,0% 86

Escada de acesso interno 9 10,0% 13 15,0% 64 74,0% 86

Convés - 12 14,0% 74 86,0% 86

Fonte: UF PA , 2 01 7.

No quesito sustentabilidade da prestação do serviço do transporte interestadual de passageiros,

a maior parte dos operadores (83%) afirmou não haver pontos de recepção de resíduos adequados ao

longo do trajeto, e também a destinação inadequada de resíduos recicláveis (80%) e de óleo de cozinha

(94%). Todavia, mais da metade das embarcações (58%) realizavam a coleta seletiva do lixo no interior

da embarcação.

Tabela 44 – Caracter ização das Embarcações que operavam nas L inhas Interestadua is – Prát icas Sustentáveis das Embarcações , 2017

Sustentabilidade Não % Sim % Total de

embarcações

Coleta seletiva de lixo 36 42,0% 50 58,0% 86

Pontos de recepção de resíduos no trajeto 71 83,0% 15 17,0% 86

Destinação resíduos recicláveis 69 80,0% 17 20,0% 86

Destinação seletiva óleo de cozinha 81 94,0% 5 6,0% 86

Tanque de armazenamento de efluentes 45 52,0% 41 48,0% 86

Certificado de Livre Prática (CLP) em vigor 28 33,0% 58 67,0% 86

Fonte: UF PA , 2 01 7.

Figura 8 - Transporte interestadua l – Santarém/PA Fonte: Ac ervo A nta q .

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8. TRANSPORTE DE TRAVESSIA

De acordo com o artigo 2º, inciso XIV, da Lei nº 9.432/ 1997, o transporte de travessia é aquele

realizado “a) transversalmente aos cursos dos rios e canais; b) entre 2 (dois) pontos das margens em

lagos, lagoas, baías, angras e enseadas; c) entre ilhas e margens de rios, de lagos, de lagoas, de baías,

de angras e de enseadas, numa extensão inferior a 11 (onze) milhas náuticas; d) entre 2 (dois) pontos

de uma mesma rodovia ou ferrovia interceptada por corpo de água”.

A regulação do transporte de travessia é de competência federal quando ocorre em percurso

interestadual, internacional, em diretriz de rodovia ou ferrovia federal e em faixa de fronteira. Nos

demais casos, é competência das unidades federativas nas quais elas ocorrem. Atualmente, na esfera

federal, a Resolução nº 1.274-Antaq, de 3 de fevereiro de 2009, regulamenta a prestação dos serviços

de transporte travessia de passageiros e misto.

A pesquisa de campo limitou-se à caracterização das linhas de travessia que à época eram

atendidas pelos terminais do sistema de transporte longitudinal de passageiros e misto. As demais linhas

de transporte de travessia da Região Amazônica não foram objeto de análise do presente estudo.

Foram pesquisadas 8 linhas de travessia nos estados do Amazonas e Pará. Ao todo, 93

embarcações, com capacidade média de 77 passageiros e 32 toneladas de carga, se revezavam na

prestação do serviço. Para 2017, estima-se o transporte de 3.195.552 passageiros.

Tabela 45 – Transporte de Travess ias no Amazonas e Pará , 2017

Travessia Amazonas Pará

Nº de linhas em operação 3 5

Nº Embarcações 53 40

Estimativa de Movimentação anual de passageiros (2 sentidos) 337.560 2.857.992

Taxa de Ocupação Média de Passageiros 22 40

Tarifa Média (R$) 22 8

Fonte: UF PA , 2 01 7.

As Figuras 9, 10 e 11 ilustram as linhas de travessias pesquisadas nos municípios de Belém (PA),

Manaus (AM) e Tabatinga (AM), respectivamente. Em especial, a linha Manaus (AM) – Careiro da Várzea

(AM), que é de competência da Antaq por compor a diretriz da rodovia federal BR 319, possui extensão

aproximada de 32 km. QUEIROZ et al (2017) destaca a existência de outras linhas de travessia com

características do transporte urbano/metropolitano.

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Figura 10 – L inhas de Travess ia na Reg ião Metropol itana de Manaus/AM Fonte: UF PA , 2 01 7.

Figura 9 - L inhas de Travessia na Reg ião Metropol i tana de Belém/PA. Fonte: UFPA, 2017

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Figura 11 – L inha de travess ia Tabat inga/AM – Benjamin Constant/AM

Fonte: UF PA , 2 01 7.

As embarcações que operavam nas linhas de travessia possuíam média de idade de construção

de 12 anos. A maior parte das embarcações (87%) é de pequeno porte, com capacidade de até 100

passageiros. Dentre as embarcações de grande porte (com capacidade de passageiros maior que 350),

duas estão alocadas na linha Belém (PA) – Arapari (PA) e uma na linha Icoaraci (PA) – Cotijuba (PA). No

geral, são embarcações com 18m de comprimento, 4m de boca e 1m de calado (Tabela 46).

Tabela 46 – Caracter ização das Embarcações que Operavam nas L inhas de Travess ia – Caracter íst icas F ís icas das Embarcações , 2017

Variáveis Total de

embarcações Embarcações

válidas Média Máximo Mínimo

Desvio padrão

Idade 93 85 12 33 1,0 6,5

Comprimento 93 93 18 41 7,0 6,5

Boca 93 93 4 10 2,0 1,3

Calado 93 93 1 2 0,0 0,4

Potência 93 91 335 800 120,0 146,1

TPB 93 49 36 300 7,0 47,1

Capacidade de Passageiros 93 93 78 650 14,0 82,1

Capacidade de carga (t) 93 93 8 263 0,0 31,4

Fonte: UF PA , 2 01 7.

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Quanto à disponibilidade de acomodações, cerca de 99% dos lugares são do tipo poltrona (6.822

lugares). No transporte fluvial, esse tipo de acomodação é típico de viagens de curta duração. Não

obstante, aproximadamente 80% das embarcações (75) dispunham de pelo menos um banheiro com

vaso sanitário. A soma de pessoas ocupadas diretamente com a prestação do serviço era de 353 pessoas,

sendo 220 tripulantes e 133 funcionários para limpeza da embarcação (Tabela 47).

Tabela 47– Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas de Travess ia – Caracter íst icas Func iona is das Embarcações , 2017

Empregabilidade Nº embarcações Soma Média Máximo Mínimo

Tripulantes 93 220 2 6 1

Funcionários para limpeza 85 133 2 4 1

Acomodação:

Rede 2 43 22 40 3

Poltrona 92 6.822 74 650 5

Camarote 9 19 2 6 1

Banheiros 75 96 1 7 1

Vasos sanitários 75 95 1 7 1

Salvaguarda:

Coletes salva-vidas 93 8.387 90 700 14

Boias 92 285 3 27 1

Fonte: UF PA , 2 01 7.

Quanto à presença de itens de segurança, os dados revelam que apenas uma embarcação

possuía coletes salva-vidas e boias em quantidade suficiente para todos os passageiros e tripulantes. A

referida embarcação atuava na linha Tabatinga (AM) – Benjamin Constant (AM). Neste sentido, a Antaq

envidará esforços, em conjunto com os Governos Estaduais, no sentido de fiscalizar o transporte de

travessia.

Quanto à distribuição dos ambientes nas embarcações, os dados ratificam o perfil majoritário

de embarcação para viagens de curta duração. Mais de 80% das embarcações não possuíam bar ou

cozinha. E 94% delas possuíam apenas um convés principal.

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Tabela 48 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas de Travess ia – Ambiente das Embarcações , 2017

Ambientes Nenhum % Apenas 1 % 2 ou mais % Total de

embarcações

Bar 76 82% 17 18% 0 0% 93

Cozinha 79 85% 14 15% 0 0% 93

Porão 60 65% 21 23% 12 400% 93

Escada de acesso interno 79 85% 8 9% 6 200% 93

Convés - 87 94% 6 200% 93

Fonte: UF PA , 2 01 7.

No requisito sustentabilidade do transporte, a maior parte dos operadores (71%) afirmou não

realizar a coleta seletiva do lixo no interior da embarcação. Esse resultado merece atenção, dado que o

transporte de travessia movimenta em torno de 3,2 milhões pessoas por ano, conforme expresso no

início desta seção.

Tabela 49 – Caracter ização das Embarcações que Operam nas L inhas de Travess ia – Prát icas Sustentáve is das Embarcações , 2017

Sustentabilidade Não % Sim % Total de embarcações

Coleta seletiva de lixo 66 71% 27 29% 93

Pontos de recepção de resíduos no trajeto

91 98% 2 2% 93

Destinação resíduos recicláveis 92 99% 1 1% 93

Destinação seletiva óleo de cozinha 92 99% 1 1% 93

Tanque de armazenamento de efluentes 88 95% 5 5% 93

Certificado de Livre Prática (CLP) em vigor 67 72% 26 28% 93

Fonte: UF PA , 2 01 7.

A Figura 12 ilustra a estrutura e a acomodação típica de uma embarcação do transporte

de travessia de passageiros.

Fonte: UF PA , 2 01 7.

Figura 12: Foto i lustrat iva de embarcação de travess ia

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9. EMBARCAÇÕES

O estudo elaborado pela UFPA contemplou a avaliação e classificação das embarcações segundo

critérios de qualidade verificados na prestação de serviço, abordando, os seguintes aspectos:

1. Acessibilidade;

2. Conforto;

3. Higiene;

4. Segurança;

5. Preservação ambiental.

A metodologia utilizada visa a construção de um indicador para cada atributo listado acima e

um índice de qualidade da embarcação que consolide esses 5 (cinco) indicadores. As informações foram

levantadas na aplicação dos Questionário de Caracterização das Embarcações, instrumento de coleta de

dados do estudo.

Apresenta-se abaixo as questões do questionário que foram selecionadas para compor o

indicador de cada atributo. Em seguida, é apresentada a forma de cálculo dos indicadores e do índice e

os resultados obtidos com base no levantamento realizado em 2017.

1. Acessibilidade: QAE 1, QAE 2, QAE 3, QAE 4 e QAE 12

Item Discriminação Respostas

1 Acesso de passageiros SIM NÃO Sem Info.

1.1 Existe acesso à embarcação com largura mínima de 1 m e

balaustrada de proteção?

1.2 Existem corrimãos laterais instalados na balaustrada do

dispositivo de acesso com alturas de 920 e 700mm?

1.3 Existe dispositivo de acesso com piso regular e

antiderrapante?

1.4 Existe dispositivo de acesso sinalizado com piso de

alerta?

1.5

Existem áreas de manobra para pessoa em cadeira de

rodas entre o local de acesso e a área reservada para

passageiros com deficiência ou mobilidade reduzida e

áreas de uso público ou coletivo, incluindo sanitários?

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1.6 Existem áreas de manobra em conformidade com os

padrões normativos?

1.7 Existem áreas de circulação com largura em

conformidade com o padrão normativo?

1.8

Existem camarotes acessíveis no convés destinado ao

transporte de passageiros com deficiência ou mobilidade

reduzida?

1.9 Existe sinalização ao acesso do camarote em

conformidade com os requisitos normativo?

1.10 Existe nível de iluminação adequado e dentro dos limites

normativos?

2 Acesso ao convés de passageiros SIM NÃO Sem Info.

2.1 Existe acesso ao convés de passageiros sem o uso de

degrau?

2.2 Existe vão livre no acesso ao convés de passageiros maior

ou igual a 800mm?

3 Cadeira de Rodas SIM NÃO Sem Info.

3.1 Existe disponibilidade de cadeira de rodas manual a

bordo?

3.2 As dimensões e características da cadeira de rodas está

em conformidade?

4 Assentos Preferenciais no Convés de Passageiros SIM NÃO Sem Info.

4.1 Existem quatro assentos preferenciais destinados às

pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida?

4.2 Existe cromo diferenciação nos assentos preferenciais?

4.3 Existe sinalização indicativa nos assentos preferenciais?

4.4 Existe sinalização indicativa em bom estado de

conservação?

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59

4.5

Existe localização de assentos preferenciais nas fileiras de

corredor e próximo aos acessos de embarque e

desembarque?

4.6 Existem apoios de braços retráteis?

12 Dispositivo de Transposição de Portas SIM NÃO Sem Info.

12.1

Existe dispositivo para transposição de portas no convés

destinado ao transporte de passageiros com deficiência

ou mobilidade reduzida.

12.2 Portas e seus acessos com dimensões em conformidade

com os requisitos estabelecidos.

12.3 Inclinação do dispositivo de transposição de soleira

dentro dos limites estabelecidos. (ver nota)

2. Conforto: QAE 5, QAE 6, QAE 7, QAE 9 e QAE 11

5 Assentos para pessoas obesas no Convés de Passageiros SIM NÃO Sem

Info.

5.1 Existem assentos preferenciais para pessoas obesas?

5.2

A largura dos assentos preferenciais para pessoas obesas é

igual à largura de dois assentos do tipo utilizado na

embarcação?

5.3 Existe um espaço livre frontal, de no mínimo 600 mm, nos

assentos destinados a pessoas obesas?

5.4 Existem assentos destinados a pessoas obesas que suportem

uma carga de 250kg?

6 Módulos de referência no Convés de Passageiros SIM NÃO Sem

Info.

6.1 Existem duas áreas reservadas e identificadas para passageiros

em cadeiras de rodas (módulo de referência)?

6.2 As dimensões dos módulos de referência, estão em

conformidade com os limites estabelecidos?

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60

6.3 Sinalização dos Módulos de referência em conformidade com

os padrões estabelecidos.

6.4 Existe sistema de travamento das cadeiras de rodas eficiente?

6.5 Existe sistema de travamento fixo para cadeira de rodas no

sentido longitudinal da embarcação?

6.6 O sistema de travamento está em estado satisfatório?

6.7 Existe indicação sobre utilização do sistema de travamento?

7 Obstáculos no Convés de Passageiros SIM NÃO Sem

Info.

7.1

Os obstáculos como pilares, balaustradas e apoios de mão ou

qualquer outro com altura superior a 5mm receberam

tratamento cromo diferenciado?

9 Sanitários no Convés de Passageiros SIM NÃO Sem

Info.

9.1

Existe pelo menos um boxe sanitário acessível localizado no

convés destinado ao transporte de passageiros com deficiência

ou mobilidade reduzida?

9.2 As dimensões estão em conformidade com os limites

estabelecidos?

9.3 Existe área de transferência com dimensões em conformidade

com os limites estabelecidos?

9.4

Existe área de manobra em conformidade com os requisitos

aplicáveis e com dimensões em conformidade com os limites

estabelecidos?

9.5 A Porta abre para fora do boxe?

9.6 O vão livre da porta está em conformidade com o limite

estabelecido?

11 Instalações dos Sanitários do Convés de Passageiros SIM NÃO Sem

Info.

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61

11.1 As barras de apoio estão fixadas adequadamente e com

resistência dentro dos limites estabelecidos?

11.2

Existem barras de apoio e transferência em boxes para vasos

sanitários estão em conformidade com os padrões

estabelecidos?

11.3

As dimensões e posicionamento das barras de apoio e

transferência em boxes para vasos sanitários estão em

conformidade com os padrões estabelecidos?

11.4 A altura e características de instalação dos vasos sanitários

estão em conformidade com os padrões estabelecidos?

11.5 O posicionamento da descarga do vaso sanitário está em

conformidade com o padrão estabelecido?

11.6

A localização dos acessórios dos banheiros não interfere com

as áreas de manobra e transferência nem com a utilização das

barras de apoio?

11.7 Existe puxador horizontal na porta de acesso ao boxe sanitário

acessível?

11.8 Existe pelo menos um boxe para chuveiro acessível?

3. Higiene:

Item Discriminação Respostas

Higiene SIM NÃO Sem Info.

19.15 Número de funcionários para limpeza:

38.

A embarcação possui Certificado de Livre Prática em

vigor? (CLP - Autorização a ser emitida pelo órgão de

vigilância sanitária federal competente – ANVISA, para

uma embarcação operar embarque e desembarque de

viajantes, cargas ou suprimentos).

39.1 As pias possuem: papel toalha

39.2 As pias possuem: sabonete líquido

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62

4. Segurança: QAE 8 e QAE 10

8 Elementos suspensos no Convés de Passageiros SIM NÃO Sem

Info.

8.1

Existem elementos suspensos entre 600 e 2.100mm de altura

do piso do convés que se projetem sobre as áreas de

circulação, sem sinalização tátil de alerta no piso do convés

(piso tátil de alerta)?

8.2 Existe piso tátil de alerta apresenta cor contrastante com o

piso adjacente?

8.3 Existe sinalização em conformidade com os requisitos

aplicáveis?

10 Localização e Sinalização do Sanitários no Convés de Passageiros SIM NÃO Sem

Info.

10.1 A sinalização do sanitário está em conformidade com os

requisitos estabelecidos?

10.2 Existe posicionamento e funcionamento de dispositivo de

sinalização de emergência?

5. Preservação ambiental: itens 28, 30, 31, 33

Item Discriminação Respostas

Preservação ambiental SIM NÃO Sem Info.

28. Há coletores para coleta seletiva de lixo?

30. Há destinação de resíduos recicláveis?

31. Há destinação seletiva do óleo de cozinha?

33. A embarcação possui tanque de armazenamento de

efluentes?

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63

9.1. Forma de cálculo do Indicador por atributo (𝑰𝑵𝑫𝒊)

As questões do questionário que compõem os atributos verificam a presença ou ausência de

itens no interior das embarcações. O indicador por atributo corresponde à proporção dos itens

presentes sobre a quantidade de itens pesquisados em cada embarcação. Os itens rotulados como “sem

informação” ou “não se aplica” não foram considerados no cálculo do indicador. A amplitude de variação

dos indicadores é de 0 a 1.

𝐼𝑁𝐷𝑖 =∑ 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑒𝑥𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠

𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 𝑎𝑣𝑎𝑙𝑖𝑎𝑑𝑜𝑠

Onde 𝐼𝑁𝐷𝑖é o indicador por atributo.

9.2. Forma de cálculo do Índice de Qualidade das Embarcações

O Índice de Qualidade das Embarcações (IQE) corresponde à média aritmética dos indicadores

dos 5 (cinco) atributos por embarcação. Todos os indicadores possuem o mesmo peso,

independentemente da quantidade de itens que o compõe. A amplitude de variação do índice é de 0 a

1.

𝐼𝑄𝐸 =𝐼𝑁𝐷𝐴𝑐𝑒𝑠𝑠𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 + 𝐼𝑁𝐷𝐶𝑜𝑛𝑓𝑜𝑟𝑡𝑜 + 𝐼𝑁𝐷𝐻𝑖𝑔𝑖𝑒𝑛𝑒 + 𝐼𝑁𝐷𝑆𝑒𝑔𝑢𝑟𝑎𝑛ç𝑎 + 𝐼𝑁𝐷𝐴𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙

5

A média geral do Índice de Qualidade das Embarcações (IQE) foi de 0,27, o que pode ser

considerado um resultado ruim. A Tabela 50 apresenta as demais estatísticas do IQE para o universo das

652 embarcações pesquisadas.

Tabela 50 – Estat íst icas o Índ ice de Qual idade das Embarcações ( IQE)

Estatísticas do IQE

Média 0,27

Máximo 0,95

Mínimo 0,00

Desvio Padrão 0,19

n 652

Dado que a amplitude de variação dos indicadores dos atributos e do índice de qualidade das

embarcações é a mesma (de 0 a 1), foi proposto uma escala de classificação qualitativa dos resultados.

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64

Os resultados de 0 a 0,2 foram considerados péssimos; de 0,2 a 0,4, ruim; de 0,4 a 0,6, mediano; de 0,6

a 0,8, bom; e de 0,8 a 1, excelente.

A Tabela 51 apresenta a distribuição das embarcações de acordo com o resultado dos

indicadores dos atributos e o índice de qualidade das embarcações. De modo geral, as embarcações

apresentaram melhor desempenho no atributo Higiene. Cerca de 54% das embarcações foram avaliadas

como excelente ou bom. Ressalta-se, contudo, que esse atributo avaliou apenas i) a existência de

funcionários para limpeza; ii) a existência de Certificado de Livre Prática em vigor (emitido pelo órgão de

vigilância sanitária competente) e iii) a disponibilidade de papal toalha e sabonete líquido nos lavabos.

Tabela 51 – Distr ibuição das embarcações por indicador e índ ice de qual idade ( IQE) .

Qualificação Indicador por atributo

IQE Acessibilidade Conforto Higiene Segurança Preservação ambiental

Excelente 12 16 233 33 5 9

Bom 29 13 116 68 46 27

Mediano 52 24 120 38 146 99

Ruim 148 37 167 112 212 275

Pessimo 411 562 16 401 243 242

Total Geral 652 652 652 652 652 652

A Figura 13 enfatiza o resultado do IQE. Apenas 9 embarcações, ou seja 2% do total, foram

consideradas excelentes, de acordo com a disponibilidade dos itens avaliados pela pesquisa. A Figura 14

apresenta o ranking das 25 embarcações melhor avaliadas pelo IQE.

Figura 13 – D istr ibu ição percentua l das embarcações de acordo com Índ ice de Qual idade das Embarcações ( IQE)

2% 4%

15%

42%

37%Excelente

Bom

Mediano

Ruim

Pessimo

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65

Figura 14 – As 25 embarcações melhor ava l iadas pe lo IQE.

O cruzamento do IQE com o tipo de serviço prestado (estadual, interestadual e de travessia)

expõe a concentração de embarcações com avaliações ruim e péssima em todos os serviços. No entanto,

o serviço de travessia possui a maior proporção de embarcações mal avaliadas, cerca de 93% (13 ruim e

77 péssimos). A Tabela 52 apresenta a distribuição das embarcações pelo IQE e o tipo de serviço

prestado.

Tabela 52 – Distr ibuição das embarcações por t ipo de serv iço e IQE .

IQE ESTADUAL

INTERESTADUAL TRAVESSIA TOTAL EMBARCAÇÕES AM AP PA RO

Excelente 9 9

Bom 11 1 6 9 27

Mediano 48 1 28 15 7 99

Ruim 80 7 128 47 13 275

Péssimo 65 1 80 3 16 77 242

Total Embarcações 213 10 242 3 87 97 652

9.3. Índice de rotatividade de passageiros e cargas nos pontos

intermediários de atracação

O Índice de Rotatividade é o quociente entre quantidade de embarques e desembarque

realizados nos pontos intermediários e a quantidade total de embarque e desembarques nas linhas que

possuem pontos intermediários. Possui uma amplitude de variação entre 0 e 1 e teve como base a

0,9

5

0,9

5

0,9

5

0,9

1

0,9

0

0,8

9

0,8

8

0,8

2

0,8

1

0,7

9

0,7

9

0,7

6

0,7

5

0,7

5

0,7

4

0,7

4

0,7

4

0,7

4

0,7

4

0,7

2

0,7

1

0,6

9

0,6

9

0,6

7

0,6

6

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

IQE

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66

estimativa da demanda de passageiros por embarcação de 2017 e a estimativa da demanda de carga

por embarcação de 2017. A seguir é apresentada a formulação para o cálculo do índice.

𝑅𝑜𝑡𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝐸𝑚𝑏𝑎𝑟𝑞𝑢𝑒𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑚𝑒𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜 + 𝐷𝑒𝑠𝑒𝑚𝑏𝑎𝑟𝑞𝑢𝑒𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑚𝑒𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜

𝐸𝑚𝑏𝑎𝑟𝑞𝑢𝑒𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 + 𝐷𝑒𝑠𝑒𝑚𝑏𝑎𝑟𝑞𝑢𝑒𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙

A Tabela 53 apresenta as 10 embarcações com maior índice de rotatividade de passageiros em

pontos intermediários. Oito embarcações atuavam na linha Manaus/AM – Tabatinga/AM, uma das linhas

com maior número de pontos intermediários: 10 pontos. No geral, o índice de rotatividade de

passageiros nas embarcações foi de 28%, ou seja, dois em cada sete embarques/desembarques

aconteceram nos pontos intermediários.

Tabela 53 - Índice de rotat iv idade de passage iros por embarcação

EMBARCAÇÃO LINHA Sentido

Soma passageiros

pontos intermediários

Soma passageiros embarque e

desembarque total

Índice de rotatividade

VOYAGER III MANAUS (AM) - TABATINGA (AM) Ida 207 300 69,0%

ITAPURANGA III MANAUS (AM) - TABATINGA (AM) Ida 183 266 68,8%

CIDADE DE MANAQUIRI MANAUS (AM) - TABATINGA (AM) Ida 97 148 65,5%

ITABERABA I MANAUS (AM) - TABATINGA (AM) Ida 179 274 65,3%

GLORIA DE DEUS III MANAUS (AM) - TABATINGA (AM) Ida 96 148 64,9%

VOYAGER III MANAUS (AM) - TABATINGA (AM) Volta 256 398 64,3%

LUIS AFONSO MONTE ALEGRE (PA) - MANAUS (AM) Volta 178 278 64,0%

CORAÇÃO DE JESUS MANAUS (AM) - TABATINGA (AM) Ida 86 136 63,2%

LUIS AFONSO MONTE ALEGRE (PA) - MANAUS (AM) Ida 159 262 60,7%

ITABERABA I MANAUS (AM) - TABATINGA (AM) Volta 219 366 59,8%

Outras embarcações 30.525 111.132 27,5%

Total Geral 32.185 113.708 28,3%

A Tabela 54 apresenta as 10 linhas de navegação com maior índice de rotatividade de

passageiros em pontos intermediários. A linha Manaus/AM – Monte Alegre/PA, com 5 pontos

intermediários (Itacoatiara/AM, Parintins/AM, Juruti/PA, Óbidos/PA e Santarém/PA) se destaca em

ambos os sentidos (ida e volta), apresentando o maior índice de rotatividade. Cerca de 6 em cada 10

passageiros transportados nessa linha, embarcaram ou desembarcaram em um dos pontos

intermediários.

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67

Tabela 54 - Índice de rotat iv idade de passage iros por l inha de navegação

LINHA Sentido Soma

passageiros ptos intermediários

Soma passageiros embarque e

desembarque total

Índice de rotatividade

MONTE ALEGRE (PA) - MANAUS (AM) Ida 392 664 59,0%

MONTE ALEGRE (PA) - MANAUS (AM) Volta 413 700 59,0%

MANAUS (AM) - TABATINGA (AM) Ida 2.214 4.208 52,6%

BELÉM (PA) - VITÓRIA DO XINGU (PA) Ida 83 166 50,0%

SANTARÉM (PA) - VITÓRIA DO XINGU (PA) Volta 241 490 49,2%

ITAITUBA (PA) - AVEIRO (PA) Ida 229 470 48,7%

ITAITUBA (PA) - AVEIRO (PA) Volta 207 434 47,7%

SANTARÉM (PA) - PORTO TROMBETAS (PA) Ida 330 694 47,6%

SANTARÉM (PA) - PARINTINS (PA) Volta 134 284 47,2%

MANAUS (AM) - TABATINGA (AM) Volta 2.352 5.038 46,7%

Outras linhas de navegação 25.590 100.560 25,4%

Total Geral 32.185 113.708 28,3%

A Tabela 55 apresenta as 10 embarcações com maior índice de rotatividade de cargas em pontos

intermediários. A embarcação Semeador Pinheiro que atua na linha estadual Manaus/AM – Anori/AM,

com apenas um ponto intermediário (além da origem e do destino), se destaca com um índice de

rotatividade de 83%. Ou seja, a cada 5 toneladas transportadas 4 embarcam ou desembarcam no ponto

intermediário.

No geral, o índice de rotatividade de cargas nas embarcações foi de 24,7%, ou seja, um em cada

cinco embarques/desembarques aconteceram nos pontos intermediários.

Tabela 55 - Índice de rotat iv idade de cargas por embarcação

Embarcação Linha Sentido Escala Soma carga

ptos intermediários

Soma carga transportada

total

Índice de Rotatividade

SEMEADOR PINHEIRO MANAUS (AM) - ANORI (AM) Ida 3 50 60 83,3%

J. CANDIDO MANAUS (AM) - MANICORÉ (AM) Volta 5 41 60 68,3%

ITABERABA I MANAUS (AM) - TABATINGA (AM) Volta 12 72 120 60,0%

F B DIAMANTE MANAUS (AM) - TABATINGA (AM) Volta 12 71 120 59,2%

SÃO PEDRO SANTANA (AP) - VITÓRIA DO XINGU (PA) Volta 5 35 60 58,3%

COMANDANTE BINDÁ MANAUS (AM) - ITAMARATI (AM) Volta 4 23 40 57,5%

CIDADE DE NHAMUNDÁ III TERRA SANTA (PA) - MANAUS (AM) Ida 5 45 80 56,3%

MARLENE COIMBRA MANAUS (AM) - MANICORÉ (AM) Volta 5 32 60 53,3%

CIDADE DE NHAMUNDÁ III TERRA SANTA (PA) - MANAUS (AM) Volta 5 85 160 53,1%

F B OBIDENSE II ÓBIDOS (PA) - MANAUS (AM) Ida 5 105 200 52,5%

OUTRAS EMBARCAÇÕES 24.175 99.218 24,4%

Total Geral 24.734 100.178 24,7%

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68

A Tabela 56 apresenta as 10 linhas de navegação com maior índice de rotatividade de cargas em

pontos intermediários. A linha que apresentou o maior índice de rotatividade, 52,9%, foi Manaus/AM –

Itamarati/AM, com 2 pontos intermediários (Juruá/AM e Carauari/AM). No geral, cerca de 1 em cada 4

toneladas transportadas embarcaram ou desembarcaram em pontos intermediários.

Tabela 56 – Índice de rotat iv idade de cargas por l inha de navegação

LINHA SENTIDO Soma carga ptos intermediários

Soma carga transportada

total

Índice de Rotatividade

MANAUS (AM) - ITAMARATI (AM) Volta 37 70 52,9%

MANAUS (AM) - MANICORÉ (AM) Volta 150 290 51,7%

VITÓRIA DO XINGU (PA) - ALMEIRIM (PA) Volta 8 16 50,0%

MANAUS (AM) - CANUTAMÃ (AM) Ida 42 90 46,7%

MONTE ALEGRE (PA) - MANAUS (AM) Ida 100 220 45,5%

MANAUS (AM) - CANUTAMÃ (AM) Volta 9 20 45,0%

MONTE ALEGRE (PA) - MANAUS (AM) Volta 400 900 44,4%

MANAUS (AM) - CARAURI (AM) Volta 769 1.770 43,4%

SANTARÉM (PA) - VITÓRIA DO XINGU (PA) Ida 450 1.060 42,5%

MANAUS (AM) - TABATINGA (AM) Volta 393 930 42,3%

OUTRAS EMBARCAÇÕES 22.376 94.812 23,6%

Total Geral 24.734 100.178 24,7%

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69

10. MATRIZ DE ORIGEM E DESTINO

A pesquisa de campo buscou quantificar a demanda de passageiros e misto nas linhas regulares

da Região Amazônica em 2017. O estudo também buscou obter informações das distâncias das

linhas/trechos, da taxa de ocupação média das embarcações e da tarifa média cobrada para o cálculo

do índice de passageiro por quilômetro médio (IPK médio) e do indicador de tarifa unitária.

A estimativa de movimentação de passageiros e carga foi apresentada por trecho, logo a

segregação das informações seguiu a divisão dos trechos em interestaduais, estaduais e travessia. Desta

forma, uma linha interestadual, apesar de apresentar trechos estaduais, teve seu volume estimado de

passageiros e cargas transportados utilizando-se apenas o trecho interestadual da viagem. Por exemplo,

na linha Belém (PA) – Manaus (AM) quantificou-se apenas os passageiros que embarcaram em Belém e

desembarcaram em Manaus.

As Tabelas 57 e 58 apresentam os 10 trechos com maior fluxo anual de passageiros e cargas

classificados por tipo de percurso (estadual, interestadual e travessia) e as tarifas médias, distâncias,

índices de passageiros por quilômetro médio (IPK), taxas de ocupação média e indicadores de tarifa

unitária.

A estimativa do total de passageiros transportados no ano de 2017 é de aproximadamente 9,8

milhões de passageiros, abrangendo as linhas estaduais, interestaduais e de travessia. Esse total

representa uma redução da ordem de 6,6% em relação ao levantamento realizado em 2015 pela UFPA.

Comparando as estimativas de 2017 com o histórico dos levantamentos realizados pela Universidade

(dois em 2011 e um em 201211), que utilizaram a mesma metodologia e público alvo, a redução

registrada foi de 32%.

O mesmo resultado foi observado no caso da demanda de cargas. Estimou-se que em 2017

foram transportadas 3,4 milhões de toneladas pelas embarcações de passageiros e misto, uma redução

de 7,6% em relação ao levantamento realizado em 2015 pela UFPA. No comparativo de 2011 e 2017, a

redução chega a 30%. A Figura 15 apresenta a evolução das estimativas de movimentação de passageiros

e cargas no transporte fluvial da Região Amazônica.

11 As estimativas de 2011 e 2012 estão detalhadas no Relatório Executivo do estudo “Caracterização da Oferta e da Demanda

do Transporte Fluvial de Passageiros na Região Amazônica” também desenvolvido pela Universidade Federal do Pará em

parceria com a Antaq publicado em 2013.

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70

Figura 15 - Evo lução da est imat iva do transporte de passageiros e cargas nos levantamentos rea l i zados pe la UFPA – 2011 a 2017.

Fonte: UF PA , 2 01 7.

De forma geral, observou-se uma forte concentração de passageiros na baía do Guajará, entre

os municípios de Barcarena (PA) e Belém (PA); no rio Solimões, entre Tefé (AM) e Alvarães (AM); na rota

Manaus (AM) – Carreiro (AM); nas proximidades de Santarém (PA) e na região entre os municípios de

Belém (PA) e Breves (PA).

4,5 4,44,8

3,7 3,4

12,8

14,413,6

10,39,8

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

2011 2011 2012 2015 2017

Milh

ões

de

t

Cargas Passageiros

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71

Tabe la 57 – Pr incipais L inhas/Trechos de Movimentação de Passageiros na Reg ião Amazônica , 2017

Trecho Distância

(Km)

Movi. de passageiros (02 sentidos)/ Ano

Taxa de ocupação média de passageir

os

Tarifa média (R$)

Cap. média de pass. por

embarcação

IPK (Médio)

Tipo de percurso

Tarifa média

unitária (km/R$)

BELÉM (PA) - CAMARA (PA) 85 604.176 57,3 35,0 479 3,23 ESTADUAL 0,41

BELÉM (PA) - BREVES (PA) 205 240.576 27,7 94,0 220 0,30 ESTADUAL 0,46

ICOARACI (PA) - CAMARA (PA)

70 239.040 14,1 16,4 627 1,26 ESTADUAL 0,23

SANTARÉM (PA) - ÓBIDOS (PA)

120 207.744 54,2 30,0 365 1,65 ESTADUAL 0,25

BELÉM (PA) - PONTA DE PEDRAS (PA)

62 155.592 34,0 24,2 142 0,78 ESTADUAL 0,39

MANAUS (AM) - JANAUCÁ (AM)

64 133.740 45,9 25,0 85 0,61 ESTADUAL 0,39

MANAUS (AM) - TEFÉ (AM) 631 120.528 32,7 120,0 345 0,18 ESTADUAL 0,19

BREVES (PA) - PORTEL (PA) 120 119.952 32,6 25,0 81 0,22 ESTADUAL 0,21

BELÉM (PA) - PORTEL (PA) 285 110.112 43,4 93,0 348 0,53 ESTADUAL 0,33

BELÉM (PA) - SÃO SEBASTIÃO DA BOA VISTA (PA)

135 103.200 49,9 35,0 222 0,82 ESTADUAL 0,26

MACAPÁ (AP) - AFUÁ (PA) 83 115.440 36,4 30,0 163 0,71 INTERESTADUAL 0,36

SANTARÉM (PA) - MANAUS (AM)

756 102.648 40,3 190,0 612 0,33 INTERESTADUAL 0,25

SANTARÉM (PA) - SANTANA (AP)

600 78.720 45,7 142,0 302 0,23 INTERESTADUAL 0,24

BELÉM (PA) - SANTANA (AP)

514 69.120 32,8 127,0 314 0,20 INTERESTADUAL 0,25

SANTANA (AP) - BREVES (PA)

731 52.512 56,8 60,0 150 0,12 INTERESTADUAL 0,08

MACAPÁ (AP) - BREVES (PA)

731 35.664 51,3 70,0 113 0,08 INTERESTADUAL 0,10

ALENQUER (PA) - MANAUS (AM)

555 30.720 32,5 100,0 663 0,39 INTERESTADUAL 0,18

ÓBIDOS (PA) - MANAUS (AM)

650 29.568 12,5 90,0 1.075 0,21 INTERESTADUAL 0,14

MACAPÁ (AP) - PORTEL (PA)

355 29.376 37,1 71,0 171 0,18 INTERESTADUAL 0,20

JURUTI (PA) - MANAUS (AM)

572 27.720 21,9 75,0 663 0,25 INTERESTADUAL 0,13

BELÉM (PA) - ARAPARI (PA) 16 1.602.360 82,8 9,7 321 16,61 TRAVESSIA 0,60

BELÉM (PA) - BARCARENA (PA)

19 691.272 28,9 12,0 82 1,25 TRAVESSIA 0,63

ICOARACI (PA) - COTIJUBA (PA)

10 461.160 46,0 5,0 85 3,91 TRAVESSIA 0,50

MANAUS (AM) - CAREIRO DA VÁRZEA (AM)

32 210.384 32,8 25,0 48 0,49 TRAVESSIA 0,78

TABATINGA (AM) - BENJAMIN CONSTANT (AM)

18 101.112 88,9 20,0 18 0,89 TRAVESSIA 1,11

BELÉM (PA) - BOA VISTA DO ACARÁ (PA)

6 61.440 40,0 5,0 41 2,73 TRAVESSIA 0,83

BELÉM (PA) - COTIJUBA (PA)

14 41.760 34,1 10,0 10 0,24 TRAVESSIA 0,71

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72

MANAUS (AM) - CACAU PEREIRA (AM)

10 26.064 17,7 5,0 52 0,92 TRAVESSIA 0,50

Total 9.780.324 41,1 91,1 225 0,60 0,30

Fonte: UF PA , 2 01 7.

O indicador de tarifa unitária (R$/km) mensura a tarifa cobrada por quilômetro percorrido e

permite comparar as tarifas nas diferentes linhas/trechos. Observando-se as estimativas das

linhas/trechos que mais transportaram passageiros em 2017, verificou-se uma tendência de redução da

tarifa por quilômetro percorrido à medida que as distâncias das linhas aumentavam, a despeito das

pequenas oscilações entre uma linha e outra. Uma exceção é a linha Belém (PA) – Acará (PA), na qual se

constatou a cobrança de uma tarifa elevada, a despeito do pequeno trecho percorrido (92 km). A Figura

17 apresenta uma síntese da relação tarifa unitária (R$/km) e distância.

Figura 16 - Mapa de Fluxo de Passageiros no Transporte Total , 2017 Fonte: UFPA, 2017.

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Figura 17 - Gráf ico dos Ind icadores de Tar i fa Unitár ia (R$/km) x Distânc ia (km) para o Transporte de Passage iros na Reg ião Amazônica , 2017 Fonte: UFPA, 2017

Com relação ao transporte de cargas nas embarcações mistas, estimou-se o transporte de

aproximadamente 3,4 milhões de toneladas em 2017, em uma distância média de 248 km. Já a taxa de

ocupação média nas embarcações indicou que, em média, 72% do espaço das embarcações foi

efetivamente ocupado durante a viagem.

A Tabela 58 apresenta as linhas/trechos que mais concentraram o transporte de cargas em 2017,

suas respectivas distâncias, a taxa média de tonelada transportada por quilômetro e a taxa de ocupação

média das cargas nas embarcações.

De forma geral, há uma forte concentração de cargas em quatro zonas: 1) entre os municípios

de Belém (PA) e Abaetetuba (PA), na confluência do rio Pará com o rio Tocantins; 2) na travessia Manaus

(AM) – Carreiro (AM); 3) entre os municípios de Manaus (AM) e Itacoatiara (AM); e 4) na região entre

Breves (PA) e Abaetetuba (PA), no rio Pará. A Figura 18 ilustra o fluxo de carga do total transportado.

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

0 500 1,000 1,500 2,000 2,500

Tari

fa u

nit

ária

(R

$/k

m)

Distância (km)

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74

Tabela 58 – Pr incipais L inhas/Trechos de Movimentação de Cargas em Embarcações Mistas na Reg ião Amazônica , 2017

Linha/Trecho Distância

(Km) Movimentação anual

de cargas transportada Taxa de Ocupação

Média (%) Tipo de percurso

BELÉM (PA) - PORTEL (PA) 285 230.880 72 ESTADUAL

BELÉM (PA) - BREVES (PA) 205 174.240 72 ESTADUAL

SANTARÉM (PA) - MANAUS (AM) 756 156.480 72 INTERESTADUAL

MANAUS (AM) - TEFÉ (AM) 631 129.360 74 ESTADUAL

SANTANA (AP) - BELÉM (PA) 514 116.400 72 INTERESTADUAL

BELÉM (PA) - MANAUS (AM) 1.646 92.240 72 INTERESTADUAL

SANTARÉM (PA) - ORIXIMINÁ (PA) 144 91.920 72 ESTADUAL

MANAUS (AM) - MAUÉS (AM) 698 87.840 71 ESTADUAL

MANAUS (AM) - TABATINGA (AM) 1.573 86.340 66 ESTADUAL

SANTANA (AP) - SANTARÉM (PA) 600 74.880 72 INTERESTADUAL

BELÉM (PA) - S. SEB. BOA VISTA (PA)

135 73.440 66 ESTADUAL

MANAUS (AM) - PARINTINS (AM) 475 71.760 73 ESTADUAL

SANTARÉM (PA) - JURUTI (PA) 154 65.280 72 ESTADUAL

SANTARÉM (PA) - ÓBIDOS (PA) 120 60.480 72 ESTADUAL

ÓBIDOS (PA) - MANAUS (AM) 680 52.800 72 INTERESTADUAL

MACAPÁ (AP) - AFUÁ (PA) 83 43.776 72 INTERESTADUAL

ORIXIMINÁ (PA) - MANAUS (AM) 680 39.120 73 INTERESTADUAL

MANAUS (AM) - PORTO VELHO (RO)

1.348 33.960 72 INTERESTADUAL

Demais linhas 1.675.452

Total 248 3.356.648 72

Fonte: UF PA , 2 01 7.

Figura 18 - Mapa de Fluxo de Cargas no Transporte na Área de Abrangênc ia do Estudo, 2017 Fonte: UFPA, 2017.

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75

11. TERMINAIS HIDROVIÁRIOS

O terminal é a parte do sistema de transporte onde se realiza a integração entre dois ou mais

modos de transporte ou entre dois veículos do mesmo modal. Como elemento de conexão, o terminal

deve oferecer uma infraestrutura e arranjos mínimos que possibilitem a transferência entre os modos

de transporte de forma eficiente, segura e confortável.

De acordo com a Lei nº 10.233/2001 compete à Antaq a regulação da exploração da

infraestrutura portuária brasileira. Complementarmente, a Lei nº 12.815/2013 e o Decreto nº

8.033/2013 dispõem sobre o modelo de exploração portuária. Depreende-se que a exploração portuária

pode ocorrer dentro da área do Porto Organizado, por meio de um procedimento licitatório para

concessão ou arrendamento de área desejada, ou fora da circunscrição dos Portos Organizados por meio

de autorização ou registro. A autorização, realizada por meio de um contrato de adesão, é exigida para

operação de: Terminais de Uso Privativo (TUP), Estações de Transbordo de Carga (ETC), Instalação

Portuária Pública de Pequeno Porte (IP4) e Instalação Portuária de Turismo (IPTur). Ao lado desse marco

legal e normativo, o registro, realizado perante a Antaq em conformidade com o que dispõe a Resolução

Normativa nº 13/201612, consiste no cadastramento de instalações não passíveis de outorga de

autorização e aplica-se às instalações portuárias públicas de pequeno porte IIP4) exploradas pelo DNIT

e às instalações de apoio ao embarque e desembarque de cargas e/ou passageiros destinadas ou

provenientes do transporte aquaviário, mormente aquele verificado na Região Amazônica. A Figura 19

representa uma compilação do modelo brasileiro de exploração portuária.

12 De acordo com o inciso V do artigo 2º da Resolução Normativa da Antaq nº 13/2016, o registro aplica-se às instalações de pequeno porte para apoio ao embarque e desembarque de cargas e/ou passageiros destinadas ou provenientes do transporte aquaviário, desprovidas de Guindastes de Pórtico – Portêiner, Guindastes Fixo de Torre, Guindastes Flutuantes, Guindaste Móvel sobre Pneus (Mobile Harbours Crane –MHC) , Shiploader, Torre fixa de Shiploader, Estação de descarga de vagão, Ponte rolante móvel, Esteira de Granéis Sólidos (Incluindo Suporte & Galeria), Torre de Transferência (típico), Linha de Dutos para Granéis Líquidos (Incluindo suportes), Descarregador Contínuo, Equipamentos auxiliares para granéis líquidos, Guindaste Móvel de alta performance, Scanner, Transtêiner, RTG (Rubber Tyred Gantry), Ship unloader, Esteira de Granéis Sólidos, Descarregador de Barcaça Contínuo, Torre de transferência, Silos (metálicos/concreto) e Tanques de armazenagem de combustíveis e químicos.

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76

Figura 19 - Modelo de Exploração Por tuár io Bras i le iro Fonte: Ad apt ad o de Le i n º 12. 815 /2 013; D ecr eto n º 8 .03 3/ 201 3; R eso l uçã o N or mat i va da A ntaq n º 13/ 201 6.

Nesse sentido, a caracterização dos terminais realizada pela UFPA documenta a realidade

operacional dessas instalações e poderá ser utilizada no aprimoramento dos trabalhos regulatórios da

Antaq, como, por exemplo, na avaliação do impacto regulatório da Resolução Normativa nº 13/2016-

Antaq.

A caracterização dos terminais hidroviários realizada pela UFPA identificou a infraestrutura

existente, particularmente as condições dos acessos terrestres (como ruas, parada de ônibus, ponto de

taxis, linhas de ônibus) e dos acessos às embarcações, retroárea (estacionamento de veículos),

instalações e serviços, sala de embarque de passageiros, berço de atracação, área de movimentação de

carga, postos de serviços públicos e práticas sustentáveis.

Foram pesquisados 196 terminais hidroviários que atendiam ao serviço de transporte fluvial

estadual de passageiros e misto, com o estado do Pará concentrando 129 terminais (66%). Do total de

terminais pesquisados, 12% também atendiam embarcações do transporte interestadual e 5% atendiam

embarcações do transporte de travessia. Quanto ao tipo de administração portuária, 91 terminais (46%)

estavam sob administração municipal.

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77

Figura 20 - Porto de Óbidos/PA

Fonte: Ac ervo A nta q

Tabela 59 – Distr ibuição dos Termina is H idrov iár ios por T ipo de Admin istração e Unidade

da Federação, 2017

Tipo de Administração

UF Total

Amapá Amazonas Pará Rondônia

Estadual - - 2 - 2

Federal - 16 2 1 19

Municipal 4 33 52 - 89

Particular 5 8 71 - 84

Total 9 57 129 1 194

Fonte: UF PA , 2 01 7.

Os pesquisadores da UFPA, através da aplicação do questionário de caracterização dos

terminais, entrevistaram os responsáveis por cada instalação portuária. Além dos dados de identificação,

foram coletadas informações sobre a infraestrutura existente e as embarcações e linhas atendidas.

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78

Cada pergunta foi avaliada como “Bom”, “Ruim” ou “Inexistente”. Dessa avaliação foram

atribuídas as notas 2 (bom), 1 (ruim) e 0 (inexistente). A média ponderada (adotando o peso de 0,5) das

avaliações consubstanciou no Indicador Geral de Qualidade por terminal (𝐼𝐺𝑄𝑇). E a média dos

indicadores (1) representa o Índice Geral de Qualidade (IGQ) dos terminais hidroviários de passageiros.

𝐼𝐺𝑄 =∑ 𝐼𝐺𝑄𝑇

𝑁𝑇=1

𝑁 , onde N é o total de terminais pesquisados. (1)

O Índice Geral de Qualidade (IGQ) dos terminais hidroviários de passageiros calculado foi de

0,17. Considerando que o IGQ varia de 0 a 1, a avaliação geral das instalações pode ser considerada

ruim. No desempenho individual, apenas 5 terminais receberam IGQ maior ou igual a 0,5 (Tabela 60),

sendo do Terminal Hidroviário do Estado do Pará (de Belém) o melhor avaliado.

Tabela 60 – Re lação dos Melhores Termina is Hidrov iár ios da Área de Abrangênc ia do Estudo, 2017

Nome do Terminal/Porto Cidade Tipo de administração IGQ

Terminal Hidroviário do Estado do Pará Belém Estadual 0,64

Roadway Manaus Federal 0,59

Companhia Docas do Pará Santarém Federal 0,57

Terminal hidroviário de Itaituba - Edson Botelho Itaituba Municipal 0,53

Terminal Hidroviario de Porto Velho Porto velho Federal 0,50

Fonte: UF PA , 2 01 7.

A Tabela 61 apresenta o IGQ médio em relação à Unidade da Federação e ao tipo de

administração portuária. Os terminais do estado do Amapá, que estão sob gestão municipal e privada,

obtiveram as piores avaliações médias.

Tabela 61 – IGQ Médio dos Termina is H idrov iár ios por T ipo de Admin ist ração e Unidade da Federação, 2017

Tipo de administração Amapá Amazonas Pará Rondônia Média IGQ

Estadual - - 0,43 - 0,43

Federal - 0,35 0,48 0,50 0,37

Privado 0,15 0,14 0,16 - 0,16

Municipal 0,07 0,13 0,13 - 0,12

Média IGQ 0,11 0,19 0,16 0,50 0,17

Fonte: UF PA , 2 01 7.

Quanto ao tipo de transporte das embarcações atendidas pelos terminais, aqueles que além das

embarcações do transporte estadual também atendiam às embarcações do transporte interestadual

e/ou de travessia receberam uma avaliação melhor do que aqueles que não atendiam esses dois tipos

de serviço (Tabela 62). Os terminais hidroviários que detêm uma infraestrutura melhor tendem a atrair

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a demanda do transporte interestadual e de travessia, devido ao porte das embarcações interestaduais,

à elevada demanda de passageiros na travessia, à localização do terminal, entre outros fatores.

Tabela 62 – IGQ Médio dos Termina is H idrov iár ios por T ipo de Adm in ist ração e Unidade da Federação, 2017

Tipo de transporte atendido pelo terminal IGQ médio dos terminais

Estadual 0,15

Estadual e Interestadual 0,24

Estadual, Travessia e Interestadual 0,36

Estadual e Travessia 0,19

Fonte: UF PA , 2 01 7.

Na pesquisa de campo, muitas vezes não foi possível identificar todas as embarcações estaduais

atendidas regularmente pelo terminal. Em apenas 91 dos 196 terminais hidroviários pesquisados foram

identificadas todas as embarcações do transporte estadual atendidas regularmente. Cruzando-se os

dados das embarcações (capacidade de passageiros e carga) com o IGQ desses terminais foi possível

verificar que, apesar de um grande número de terminais com baixa avaliação no IGQ atender

embarcações de pequeno porte (capacidade média de passageiros menor que 200), estes também

atendiam embarcações de grande porte (Figura 21). De forma geral, 65% dos terminais receberam IGQ

menor do que 0,3 e atendiam embarcações com capacidade média inferior a 200 passageiros.

Figura 21 – Relação da Capacidade Média das Embarcações de Passage iros e IGQ dos Termina is H idrov iár ios , 2017

Fonte: UF PA , 2 01 7 .

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80

A seguir, será apresentado um resumo qualitativo dos terminais pesquisados no Amapá,

Amazonas, Pará e Rondônia. As informações detalhadas obtidas nos questionários da pesquisa poderão

ser acessadas no site da Antaq.

11.1. Caracterização dos Terminais Hidroviários do Amapá

No estado do Amapá foram identificados 9 terminais hidroviários operando com linhas

estaduais, nos quais 10 embarcações atuavam. A Tabela 63 apresenta a relação dos terminais

hidroviários, bem como o respectivo município de sua localização, o número de linhas e de embarcações

em operação.

Tabela 63 - Re lação dos Terminais H idrov iár ios e Quanti tat ivo de L inhas Estadua is e de Embarcações – Amapá, 2017

Nome do Terminal/ Porto Município

Em Operação Capacidade Nominal

(Passageiros)

Capaci. Nominal (Cargas)

Projeção 2026

(Pass.) Nº de linhas

Nº de embarcações*

TRAPICHE MUNICIPAL DE BAILIQUE BAILIQUE 1 8 123 90 11.197

TERMINAL HIDROVIÁRIO DE LARANJAL DO JARI

LARANJAL DO JARI

1 2 276 250 11.720

PORTO CANAL DO JANDIÁ MACAPÁ 1 8 140 120 14.650

HIDROVIÁRIO SÃO BENEDITO - SOUZA MAR

SANTANA 1 2 250 130 6.802

RAMPA SANTA INÊS MACAPÁ 13 2 439 350 759

PEDRINHAS MACAPÁ 2 9 363 180 26.108

IGARAPÉ DAS MULHERES MACAPÁ N/I N/I N/I N/I N/I

GREGO SANTANA 16 5 740 470 169.988

IGARAPÉ DA FORTALEZA- PORTO SOUZA SANTANA 1 1 85 130 79.527

* A contabilização do número total de embarcações foi duplicada, pois em uma mesma linha um terminal hidroviário apresenta-se como o destino do outro, e vice-versa. N/I: Não identificado.

Fonte: UFPA, 2017. PLAN ILHA CO MP LET A N O A NEXO C

A Figura 22 apresenta a localização dos terminais hidroviários estaduais do Amapá.

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F igura 22 – Loca l i zação dos Terminais H idrov iár ios Estadua is do Amapá, 2017 Font e: UFP A , 2 017 .

F igur a 23 - Fot o d e T er mi nai s Hid rov i ár io s Inte rest a duai s – A m ap á, 20 17 Font e: UFP A, 20 17 .

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82

De maneira geral, são instalações nas quais inexistem facilidades e postos de serviços públicos.

Um ponto crítico de destaque recai sobre a precariedade da acessibilidade, tanto externa ao terminal

hidroviário quanto à acessibilidade às embarcações. Os registros fotográficos da Figura 23 foram

realizados durante a pesquisa de campo.

11.2. Caracterização dos Terminais Hidroviários do Amazonas

No estado do Amazonas foram pesquisados 57 terminais hidroviários distribuídos em 47

municípios/localidades diferentes, relacionados na Tabela 64. Manaus foi o município que registrou 9

terminais hidroviários, concentrando o maior número de terminais cadastrados em operação.

Tabela 64 – Pr incipais Termina is Hidrov iár ios das L inhas Estadua is – Amazonas, 2017

Nome do Terminal Município/ Localidade

Nº de linhas

Nº de embarcações

Capacidade Nominal

(Passageiros)

Capacidade Nominal (Carga)

Projeção 2026

(Passageiros)

ROADWAY MANAUS 10 48 1400 1016 487.479

BALSA VERDE – MANAUS MODERNA MANAUS 23 42 311 840 99.526

BALSA VERMELHA – MANAUS MODERNA MANAUS 13 29 369 288 248.926

BALSA AMARELA – MANAUS MODERNA MANAUS 9 20 1002 1400 133.665

TERMINAL HIDROVIÁRIO DE TEFÉ TEFÉ 5 12 675 800 201.864

AJATO – MANAUS MODERNA MANAUS 5 9 171 100 174.749

TRAPICHE MUNICIPAL DE UARINI UARINI 2 8 675 1000 19.110

BALSA LARANJA – MANAUS MODERNA MANAUS 5 7 362 231 231.778

TERMINAL HIDROVIÁRIO DE PARINTINS PARINTINS 5 7 600 560 317.347

Demais Terminais 53 116 7456 7949 1.239.868

Fonte: UF PA , 2 01 7. PLAN ILHA CO MP LET A N O A NEXO C

Através da Figura 24 pode-se observar a localização dos terminais hidroviários estaduais do

Amazonas.

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F igur a 24 – Lo ca l i z açã o d os Ter min ai s Hidr ov i ár io s Estad uai s do A m azon as , 2 017 Font e: UFP A, 20 17

De maneira geral, são instalações nas quais a acessibilidade externa e interna do terminal é

precária. Em mais de 80% dos terminais amazonenses havia somente o atendimento a embarcações

estaduais, área específica para ponto de ônibus, parada de taxi ou mesmo de linhas de ônibus que sirvam

o terminal.

Constatou-se também a inexistência de posto de polícia e de posto de atendimento médico

nesses terminais. Em 40% deles, não existia banheiros para o uso público em suas áreas externas e 50

% dos terminais não dispunham de banheiros em sua sala de embarque para uso dos passageiros.

Os registros fotográficos apresentados na Figura 25 sintetizam, de certa maneira, os resultados

da pesquisa de campo.

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84

Figura 25 - Terminais H idrov iár ios Estadua is – Amazonas , 2017 Fonte: UF PA , 2 01 7

11.3. Caracterização dos Terminais Hidroviários do Pará

No estado do Pará foram identificados 127 terminais hidroviários distribuídos em 42

municípios/localidades. O município com o maior número de terminais hidroviários foi Belém, com 38

terminais hidroviários. A Tabela 65 apresenta os principais terminais hidroviários que integram o

transporte estadual de passageiros, classificados a partir do número de embarcações que atendem.

Tabela 65 – Pr incipais Termina is Hidrov iár ios em Relação ao Número de Embarcações

Atendidas nas L inhas Estadua is – Pará , 2017

Nome do Terminal/ Porto Município/ Localidade Nº de linhas

Nº de embarcações

Capacidade Nominal

(Passageiros)

Capacidade

Nominal (Carga)

Projeção 2026

PORTO DA PRAÇA TIRADENTES SANTARÉM 13 37 680 615 764.487

BEIRA RIO SANTARÉM 9 14 100 120 173.206

MERCADÃO 2000 SANTARÉM 4 14 95 68 4.604

RODOFLUVIAL BELÉM BELÉM 1 13 120 7 -

PORTO DE CURUÁ CURUÁ 2 9 70 50 35.578

TERMINAL HIDRO. DE CAMARA SALVATERRA 2 9 229 160 663.627

PORTO DE TROMBETAS PORTO TROMBETAS -

ORIXIMINA 3 8 301 190 81.044

TRAPICHE DE LIMOEIRO DO AJURU LIMOEIRO DO AJURU 3 8 192 240 89.860

Fonte: UF PA , 2 01 7. P LAN I LHA C OM PLE T A N O ANEXO C

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A Figura 26 ilustra a distribuição dos terminais hidroviários estaduais do Pará.

F igura 26 - Termina is H idrov iár ios Estaduais – Pará, 2017

Font e: UFP A, 20 17 .

A equipe da UFPA realizou levantamento de campo para caracterizar os terminais hidroviários

de transporte estadual no Pará. De maneira geral, com exceção do Terminal Hidroviário do Estado do

Pará, são instalações nas quais a acessibilidade externa do terminal é precária, inexistindo, em mais de

70% dos casos, área específica para ponto de ônibus, parada de taxi ou mesmo de linhas de ônibus que

sirvam o terminal. A acessibilidade da infraestrutura do terminal às embarcações também é crítica. Os

registros fotográficos apresentados na Figura 27 sintetizam, de certa maneira, os resultados da pesquisa.

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F igura 27 – Reg istro Fotográf ico dos Termina is Hidrov iár ios Estadua is – Pará , 2017

F onte: UFP A, 20 17 .

F igura 28 - Termina l H idrov iár io do Estado do Pará – Be lém, 2017

Fo nte: Ac erv o ANT AQ

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11.4. Caracterização dos Terminais Hidroviários de Rondônia

No estado de Rondônia foi pesquisado um único terminal que integra a cadeia de transporte

estadual fluvial de passageiros e misto, localizado em Porto Velho, denominado Terminal Hidroviário de

Porto Velho (Porto Cai N’água). O terminal atende a única linha de transporte estadual de Rondônia,

Porto Velho (RO) – Calamã (RO), na qual atuam 3 embarcações.

Figura 29 - Terminal Hidrov iár io de Por to Ve lho (Por to Ca i N 'água) , 2017

Fonte: ANTAQ , 2017.

De acordo com o levantamento de campo da UFPA, o Terminal Hidroviário de Porto Velho (Porto

Cai N’água) foi o melhor avaliado, possuindo capacidade nominal de passageiros e de carga igual a 175

passageiros e 230 toneladas, respectivamente. Apresentou condições melhores de acessos terrestres,

com área específica de parada de ônibus e linhas de ônibus próximas ao Terminal. Sobre as instalações

e serviços, apresentou a presença de posto de polícia avaliado como bom. O terminal também recebe

resíduos das embarcações e realiza a destinação seletiva para os mesmos. Sobre a acessibilidade dos

passageiros às embarcações, registrou-se a presença de berço adequado para o embarque e

desembarque compatível com as características das embarcações. Os registros fotográficos

apresentados na Figura 29 sintetizam os resultados da pesquisa.

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11.5. Caracterização dos Terminais Hidroviários de Travessias

No estado do Amazonas foram identificados 3 terminais hidroviários distribuídos em 5

municípios/localidades diferentes. Os seguintes terminais operavam com o maior número de

embarcações de travessia: o Porto Ceasa, no qual 33 embarcações operavam em uma linha de travessia,

e o terminal Trapiche Municipal de Careiro da Várzea, no qual 38 embarcações operam no transporte de

uma linha de travessia (a linha Manaus- Careiro da Várzea).

No estado do Pará foram identificados 11 terminais hidroviários distribuídos em 7

municípios/localidades diferentes. O terminal que operava o maior número de embarcações no

transporte de travessia foi o Trapiche de Icoaraci, no qual 24 embarcações operavam em uma linha de

travessia, seguido pelo Terminal Fluvial de Belém, no qual 11 embarcações operavam no transporte de

2 linhas de travessia.

11.6. Caracterização dos Terminais Hidroviários Interestaduais

As campanhas de campo pesquisaram 22 terminais hidroviários ao longo das Unidades da

Federação integrantes do estudo. Para o atendimento das linhas interestaduais, observou-se a seguinte

distribuição: 11 terminais no estado do Pará, 3 terminais no Amazonas, 7 terminais no Amapá e 1

terminal em Rondônia (Tabela 66).

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Tabela 66– Termina is Hidrov iár ios e L inhas Interestadua is da Região Amazônica, 2017

Nome do Terminal/Porto Município/ Localidade

UF Nº de linhas em operação

Nº de embarcações em operação

CDP - ÓBIDOS ÓBIDOS PARÁ 1 2

PORTO DA PRAÇA TIRADENTES SANTARÉM PARÁ 1 2

PORTO DE TERRA SANTA TERRA SANTA PARÁ 2 4

TERMINAL HIDROVIÁRIO DE ORIXIMINÁ ORIXIMINÁ PARÁ 1 3

TRAPICHE MUNICIPAL DE ALENQUER ALENQUER PARÁ 1 2

TRAPICHE MUNICIPAL DE MONTE ALEGRE MONTE ALEGRE PARÁ 1 2

BALSA VERDE MANAUS AMAZONAS 1 1

ROADWAY MANAUS AMAZONAS 1 1

TERMINAL FLUVIAL DE MANICORÉ MANICORÉ AMAZONAS 1 3

TERMINAL HIDROVIÁRIO DE PARINTINS PARINTINS AMAZONAS 1 2

GREGO SANTANA AMAPÁ 4 9

HIDROVIÁRIO SÃO BENEDITO - SOUZA MAR SANTANA AMAPÁ 2 6

IGARAPÉ DA FORTALEZA- PORTO SOUZA SANTANA AMAPÁ 1 1

PEDRINHAS MACAPÁ AMAPÁ 1 7

PORTO CANAL DO JANDIÁ MACAPÁ AMAPÁ 1 3

RAMPA SANTA INÊS MACAPÁ AMAPÁ 2 13

TERMINAL HIDROVIÁRIO DE LARANJAL DO JARI LARANJAL DO JARI AMAPÁ 2 4

TERMINAL HIDROVIÁRIO DE BELÉM BELÉM PARÁ 1 2

MARQUES PINTO BELÉM PARÁ 1 2

CDP - COMPANHIA DOCAS DO PARÁ - SANTARÉM SANTARÉM PARÁ 1 5

HIDROVIÁRIO TAPAJÓS SANTARÉM PARÁ 1 1

ROADWAY MANAUS AMAZONAS 2 9

A JATO - MANAUS MODERNA MANAUS AMAZONAS 1 1

TERMINAL HIDROVIÁRIO DE PORTO VELHO PORTO VELHO RONDÔNIA 2 6

Fonte: UF PA , 2 01 7.

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12. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Amazônia tem apresentado uma evolução constante em suas densidades demográficas. A

partir da segunda metade da década de 90 as extensões urbanas, as fronteiras agrícolas e os projetos

minerais e industriais vêm-se ampliando. O potencial agrícola e mineral da Amazônia vem atraindo

diversos grupos empresariais, que nos últimos anos tem implantado grandes projetos alterando as

características da frota fluvial, dos portos/terminais e do transporte como um todo. Alguns dos principais

projetos implantados na região são:

Projeto Celulose em Jarí, AP;

Projeto Bauxita em Porto Trombetas, PA;

Projeto Calcário em Itaituba, PA;

Projeto Alumínio Albrás/Alunorte em Barcarena, PA;

Projeto Alumínio em Jurutí, PA;

Projeto de Petróleo em Coarí, AM e Manaus, AM;

Terminais para exportação de Soja em Porto Velho, RO, Itacoatiara, AM, Santarém, PA, Vila do

Conde, PA e Miritituba, PA;

Zona Franca de Manaus, AM.

Com o surgimento de polos de mineração, agrícolas e industriais, houve um considerável

aumento na população da região, aumentando com isso a demanda pelo transporte fluvial,

necessitando cada vez mais de adequação e segurança para cada linha de navegação.

Nos polos e cidades da Amazônia, a utilização de embarcações mistas para o transporte de

passageiros e cargas vem crescendo, uma vez que são as que melhor se adaptam as condições de cargas

e passageiros e a operacionalidade dos afluentes e subafluentes do Rio Amazonas. São essas

embarcações que proporcionam a mobilidade dos habitantes da Amazônia e a existência dos comércios

regionais entre as cidades, transportando, além dos passageiros, os mais diversos tipos de mercadorias,

como: alimentos, bebidas, vestuário, eletrodomésticos, eletrônicos, produtos regionais, etc.

Com a movimentação intensa de pessoas e o comércio muito diversificado e com pouco

controle, a importância da quantificação da demanda de passageiros e mercadorias movimentadas é

um desafio que torna os resultados desse trabalho muito importante. O transporte de passageiros na

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Região Amazônica tem um cunho social de elevada importância; em virtude de inúmeras localidades

que não tem outra opção de acesso a não ser por meio do transporte fluvial.

Os dados sobre o número de passageiros transportados pelas embarcações da Amazônia eram

muito escassos ou desconhecidos até 2012, quando a ANTAQ contratou a Universidade Federal do Pará,

para desenvolver a pesquisa sobre a oferta e demanda do transporte de passageiro na Amazônia. A

referida pesquisa foi capaz de identificar boa parte do universo de linhas e do número de passageiros

transportados no ano de 2012. Este fato possibilitou o desenvolvimento de inúmeras pesquisas para o

setor, bem como, ajudou a ANTAQ e os governos estaduais a planejarem ações visando a melhoria da

qualidade dos serviços das embarcações, assim como dos terminais. A pesquisa finalizada em 2017 vem

atualizar os dados e permitir inferências a respeito ao quadro evolutivo de movimentação e passageiros

e cargas nas linhas.

A maior dificuldade para a movimentação de passageiros é a inexistência de um transporte

regular, seguro e rápido que atenda a padrões de serviço mais adequados. As viagens, em algumas

linhas, são estabelecidas conforme o interesse do armador, pois em muitos casos, ele só realiza viagens

se houver carga que torne a viagem rentável. A maioria das linhas da Amazônia ainda são servidas por

embarcações de tecnologia ultrapassadas e em muitos casos construídas em madeira ou em aço com

idades superior a cem anos, apesar de que, após reformas e adequações, as mesmas geralmente obtêm

nova idade.

Sem ação do Estado por intermédio de subsídios e subvenções é impossível qualquer

empresário suportar os investimentos em tecnologias mais modernas entre centros populacionais de

baixa aglomeração e baixa renda. O transporte mais rápido e seguro com linhas regulares dará maior

dinamismo ao comércio regional, permitindo que a prosperidade econômica venha a acontecer.

As embarcações que realizam o transporte de passageiros apresentam problemas de conforto,

higiene e segurança. O aumento da altura da superestrutura com o objetivo de aumentar a capacidade

das embarcações causam problemas de estabilidade. A baixa qualidade dos serviços, do conforto e

segurança, são justificadas pelos donos das embarcações, devido à necessidade de cobrar tarifas de

baixo valor, em razão da Amazônia ser uma região ainda subdesenvolvida. Sua população, na grande

maioria, apresenta padrão de renda e nível de vida bastante baixos. Seu comércio é ainda incipiente e

pouco dinâmico, entretanto, o transporte fluvial através de embarcações mistas (passageiros e cargas)

continua sendo a base de todo o comércio ao longo da calha principal do Rio Amazonas e seus afluentes.

Como o transporte fluvial é praticamente o único meio de locomoção de baixo custo na região,

as embarcações hoje existentes desempenham um papel social relevante para as inúmeras localidades

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ribeirinhas servidas por elas. Essa realidade Amazônica faz com que as embarcações construídas em

madeira, sejam largamente empregadas no transporte fluvial da região, pela simples natureza de sua

construção, pelo custo do material relativamente baixo e pelo modo artesanal como elas são construídas

e recuperadas.

As embarcações de madeira conquistaram seu espaço na navegação fluvial da região

Amazônica. Os terminais ainda são inadequados e não possuem, em sua grande maioria, os

equipamentos necessários para a operação do transporte com passageiros.

Outro fator importante observado na pesquisa é ainda a falta de controle de embarcações em

relação a origem e o destino das viagens, onde embarcações construídas para um padrão de condições

de navegação, são submetidas a condições de navegabilidade diferentes e inadequadas para os seus

projetos. Este fato pode ocasionar acidentes semelhantes ao que ocorreu em 22 de agosto de 2017, em

que uma embarcação, cujo nome era Capitão Ribeiro, afundou em Porto de Moz quando levava pessoas

de Santarém até Vitória do Xingu. Conforme informado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública

e Defesa Social (SEGUP-PA), havia quarenta e nove pessoas a bordo, das quais vinte e três foram

localizadas com vida, dez viera a óbito e outras dezesseis ainda permanecem desaparecidas. Alguns

sobreviventes relataram o mau tempo (chovia na hora do acidente) e condições desfavoráveis de

operação da embarcação que, segundo a Agência Estadual de Regulação e Controle de Serviços Públicos

(ARCON-PA), pertencia a uma empresa não legalizada para fazer o transporte de passageiros.

Por força das próprias condições regionais, o subsistema hidroviário é bastante utilizado para o

abastecimento e desenvolvimento dos principais núcleos econômicos, permitindo o acesso às

localidades mais distantes no interior do Estado, situadas às margens dos cursos d'água. A rede

hidrográfica, principalmente compreendida pela bacia Amazônica, constitui-se na opção de transporte

mais viável, fazendo com que a modalidade hidroviária seja a de maior aptidão para a região. A

navegação na bacia Amazônica apresenta características muito particulares. Enquanto o rio Amazonas

possui excelentes condições de navegabilidade, a maioria dos demais rios e canais sofrem alterações

pelo assoreamento.

O estudo de caracterização da oferta e demanda apoiado pela ANTAQ e executado pela UFPA

lançado em 2013, possibilitou o conhecimento de linhas, terminais e a demanda de passageiros e cargas,

contribuindo para o estabelecimento de políticas públicas que se materializem em melhorias do

transporte em embarcações mistas (passageiros e cargas) da Amazônia. Em 2017 a ANTAQ/UFPA entrega

um novo relatório ampliando a pesquisa de 2012 com a levantamento de novas linhas que possibilitou

ampliar o conhecimento do transporte fluvial de passageiros e cargas nas embarcações mistas. Além do

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conhecimento da demanda, qualidade dos terminais e acessibilidade, observa-se que o desafio da

pesquisa vai além das dimensões da região amazônica, com o objetivo de se obter um cenário mais

preciso do que é o transporte fluvial na região.

Com os dados e informações fornecidas por esta pesquisa, será possível identificar os principais

problemas do transporte fluvial de passageiros e com isso propor planos e políticas mais adequadas ao

transporte fluvial da Amazônia. Dentre os problemas identificados podem-se elencar os seguintes:

Modo fluvial carece de uma infraestrutura de terminais com mais segurança e

acessibilidade aos passageiros e adequados às embarcações que os utilizam, o que

contribui para a insegurança e ineficiência do setor;

Necessita-se de maior segurança no transporte fluvial de passageiros, aprimorando as

sinalizações, e, consequentemente, o transporte nos grandes rios da região;

A sociedade bem como o poder público precisam compreender a importância do

transporte fluvial de passageiros da região amazônica, da mesma maneira que valoriza

o transporte rodoviário;

Deve haver maior diálogo entre os Estados da Região Amazônica e a União, sobre o

transporte hidroviário de passageiros, uma vez que a grande maioria das linhas estão

sem controle devido à ausência de fiscalização dos órgãos envolvidos no setor, que por

sua vez também sofrem com a falta de recursos e mão de obra para atuar de forma mais

efetiva em toda a região amazônica;

A Amazônia é uma região singular e por isso precisa de soluções especificas para cada

área de navegação, conforme subdividida na pesquisa, pois, dependendo da área da

região, são necessários embarcações e terminais específicos;

Os acidentes que ocorreram ao longo do ano de 2017 tem demonstrado a precariedade

deste segmento, em que se fazem necessários programas que levem a projetos de

embarcações mais apropriados para cada linha de navegação, além de terminais mais

adequados e acessíveis;

Como necessidades identificadas ao longo da pesquisa, constata-se a falta de um

sistema que possa ser acessado pelos usuários visando dar informações em tempo real

sobre o registro da embarcação, autorização de funcionamento na linha, capacidade de

passageiro e carga, bem como informações operacionais na linha como tempo de

viagem e escalas, dentre outras;

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13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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