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Faculdade de Letras da Universidade do Porto Departamento de Geografia Mestrado em Sistemas de Informação Geográfica e Ordenamento do Território Relatório do Projecto Final CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DA FREGUESIA DE OUTEIRO, CONCELHO DE MONTALEGRE Unidade Curricular: Geração de Superfícies Docente: Professor José Teixeira Discentes: Andreia Taveira Feitais, Licenciada em Geografia Diana Marlene Magalhães Silva, Licenciatura de Geografia Ano Lectivo: 2013/2014

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Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Departamento de Geografia

Mestrado em Sistemas de Informação Geográfica e Ordenamento do Território

Relatório do Projecto Final

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DA

FREGUESIA DE OUTEIRO, CONCELHO DE

MONTALEGRE

Unidade Curricular: Geração de Superfícies

Docente: Professor José Teixeira

Discentes: Andreia Taveira Feitais, Licenciada em Geografia

Diana Marlene Magalhães Silva, Licenciatura de Geografia

Ano Lectivo: 2013/2014

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Caracterização Morfológica da Freguesia de Outeiro, Concelho de Montalegre

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ÍNDICE GERAL

1. Introdução………………………………………………………………………………3

2. Enquadramento Geográfico…………………………………………………………..4

3. Metodologia Utilizada…………………………………………………………………5

4. Modelo Digital do Terreno…………………………………………………………….6

4.1 Tin e TinGrid………………………………………………………………………7

5. Caracterização Morfológica……………………………………………………………10

5.1 Mapa Hipsométrico……………………………………………………………….10

5.2 Sombreamento de Vertentes…………………………………………………….11

5.3 Perfis Topográficos………………………………………………………………13

5.4 Declives de Vertentes……………………………………………………………14

5.5 Exposição de Vertentes…………………………………………………………..16

5.6 Análise da Intervisibilidade (Bacias de Visão)…………………………………18

5.7 Perspectivas Tridimensionais…………………………………………………….19

6. Modelo Cartográfico na Freguesia de Outeiro, Montalegre……………………20

7. Conclusão………………………………………………………………………...23

8. Referências Bibliográficas……………………………………………………….24

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Enquadramento Geográfico da freguesia de Outeiro, concelho de Montalegre…….4

Figura 2. Modelo Tin…………………………………………………………………………...8

Figura 3. Modelo TinGrid……………………………………………………………………..9

Figura 4. Mapa Hipsométrico…………………………………………………………………11

Figura 5. Mapa de Sombreamento das Vertentes ao Meio Dia Solar……………………..12

Figura 6. Perfis Topográficos NW – SE e E – O…………………………………………….14

Figura 7.1 Mapa de Declives em Graus……………………………………………………..15

Figura7.2 Mapa de Declives em Percentagem……………………………………………….16

Figura 8.1 Mapa de Exposição de Vertentes – Octantes……………………………………17

Figura 8.2 Mapa de Exposição das Vertentes – Quadrante………………………………….17

Figura 9. Mapa da Bacia de Visão…………………………………………………………….19

Figura 10.1 Perspectivas Tridimensionais do Modelo Tin………………………………….20

Figura 10.2 Perspectivas Tridimensionais do Modelo TinGrid……………………………..20

Figura 10.3 Perspectivas Tridimensionais com Sobreposição das Ortofotomapas………..21

Figura 11. Diagrama do Modelo de Susceptibilidade de Incêndios na Freguesia de Outeiro.21

Figura 12. Susceptibilidade de Incêndios Florestais em outeiro, Montalegre………………24

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Parâmetros da Construção do Tin…………………………………………………7

Tabela 2.Paraâmetros da Construção do TinGrid……………………………………………9

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Caracterização Morfológica da Freguesia de Outeiro, Concelho de Montalegre

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho enquadra-se no âmbito da Unidade Curricular de Geração de

Superfícies leccionada no 1º ano do curso de Mestrado em SIG e Ordenamento do Território,

proporcionado pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, sendo-nos solicitado pelo

docente a sua elaboração num grupo constituído por duas pessoas.

A temática deste trabalho prático consiste na caracterização e análise morfológica

seleccionando uma freguesia de um concelho da Região Norte com cartografia existente e com

uma área mínima de 750 hectares. Assim sendo, optámos pela escolha espacial da freguesia de

Outeiro, concelho de Montalegre, distrito de Vila Real para a elaboração deste trabalho, onde

utilizámos uma metodologia que inicialmente contempla uma análise e por conseguinte,

tratamento dos dados disponibilizados pela mapoteca da Oficina do Mapa da FLUP, para

posteriormente serem construídos os mapas referidos pelo docente no enunciado do trabalho.

É necessário revelar que numa perspectiva inicial a principal finalidade deste trabalho é

consolidar os conhecimentos aprendidos nas aulas e pô-los em prática, utilizando de forma

integrada o Modelo Digital de Terreno e informação derivada, como permitiu também que

adquirisse-mos conceitos, informação e técnicas até então desconhecidas e numa fase final,

possibilitou a interpretação de mapas elaborados por nós próprias. Visa também a elaboração e

realização de diversas “peças” cartográficas que garantam a caracterização e análise

morfológica da freguesia elegida.

Para dar resposta às finalidades deste trabalho, este irá ser constituído por duas partes

principais: uma primeira parte de carácter prático que recairá sobre a construção de mapas e

uma segunda parte de índole teórico, que incluirá a descrição dos procedimentos na criação dos

mapas e caracterização sucinta relativa aos mesmos. Este projecto será estruturado da seguinte

maneira: introdução; enquadramento geográfico da área de estudo; metodologia utilizada;

construção do Modelo Digital de Terreno (Tin e TinGrid); caracterização morfológica da

freguesia de Outeiro (com realização de um mapa hipsométrico, um mapa de sombreamento das

vertentes, um perfil topográfico, um mapa com declives de vertentes, outro com a exposição das

vertentes, um mapa com a análise da intervisibilidade, a apresentação de duas perspectivas

tridimensionais e por último, será apresentado um pequeno modelo cartográfico relativo á

susceptibilidade de incêndios na freguesia de Outeiro), com a análise dos produtos finais de

cada mapa temáticos; conclusão; referências bibliográficas e anexos. Ao longo do trabalho

serão esclarecidas as opções metodológicas, problemas e soluções encontrados de forma

precisa e clara.

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2. ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO

Nos dias de hoje é praticamente impensável estudar a história de um país, de uma

região, de uma cidade, sem termos o mínimo conhecimento sobre a evolução do local que

estamos a analisar como por exemplo devemos ter em conta as condições naturais, o suporte

geológico, hipsométrico e hidrográfico. Por esta razão, procuramos desenvolver um

enquadramento geográfico, do concelho de Montalegre, mais precisamente a freguesia de

Outeiro. Montalegre com uma área de 805,78 Km2, é um município inserido no Distrito de Vila

Real na Região Norte e na Sub-região Alto Trás-os-Montes.

É um município limitado a Norte pela Espanha, a Leste por Chaves, a Sudeste por

Boticas, a Sul por Cabeceiras de Basto, a Sudoeste por Vieira do Minho e a Oeste pelas Terras

do Bouro. Uma parte do Parque Nacional da Peneda Gerês encontra-se inserida neste concelho.

A Freguesia de Outeiro tem cerca de 51,58km2 de área, encontra-se a uma distância de 20 km

da sede de concelho. Goza de um clima ameno, nas margens da albufeira de Paradela e no sopé

do Gerês e Mourela. Inicialmente a freguesia chamava-se Parada do Gerês, depois São Tomé de

Parada, depois Parada de Outeiro e, finalmente, Outeiro, sempre sob o mesmo orago – que é e

foi São Tomé. Na fig. 1 podemos verificar a localização geográfica do respectivo concelho de

Montalegre, e a freguesia de Outeiro.

Figura 1. Enquadramento Geográfico

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3. METODOLOGIA UTILIZADA

A realização deste trabalho centrou-se na cartografia já existente, fornecida pela

Mapoteca da Oficina do Mapa da Faculdade de letras da Universidade do Porto, sendo por

conseguinte tratada pelos SIG (Sistemas de Informação Geográfica). Utilizámos também e

como é claro, o programa ArcGis 10.2 da ESRI (ArcMap, ArcScene, ArcToolbox,

ArcCatalog….) e também o programa Microsoft Office Excel, para a realização de tabelas, com

objectivo de elaborar mapas temáticos recorrendo aos dados/informações das tabelas

estatísticas.

Inicialmente realizámos um mapa com a localização geográfica da nossa área de estudo

(fig.1), tendo como base a Carta Administrativa Oficial de Portugal 2012 (CAOP),

disponibilizada na página Web IGEOE. Para isso foi indispensável dividir a informação da

CAOP, organizando-a em várias shapefiles referentes aos diversos níveis administrativos:

primeiro Portugal Continental; depois distrito de Braga (pois faz limite com o concelho de

Montalegre, principalmente a nossa área de estudo, apesar de o nosso concelho pertencer ao

distrito de Vila Real); a seguir concelho de Montalegre e por fim a freguesia de Outeiro. Para a

elaboração deste mapa utilizamos as ferramentas Selection By Attributes, sendo depois

exportados para uma nova shapefile, e o Dissolve que está no Geoprocesing.

De forma a melhorar a representação de Portugal, inserimos a shapefile do limite

administrativo de Espanha. De seguida todas as shapefiles provenientes da CAOP, com o

sistema de coordenadas original em ETRS - 1989 - TMO6 - Portugal, foram projectadas para o

sistema de projecção cartográfica Datum 73 Hayford Gauss IPCC, pelo seguinte procedimento:

ArcToobox, Data Management Tools, Projections and Transformations, Feature, Project. O

mesmo foi realizado para a shapefile de Espanha, já que esta se encontrava com o sistema de

projecção GCS _WGS _1984. Mais á frente será exposto o porque da escolha deste sistema de

projecção. A informação/ficheiros fornecidos para o trabalho possuem formato dwg.,

produzidos em software Auto CAD, o que fez com que tivéssemos a necessidade de os

converter a shapefiles, para se poder desenvolver os dados no programa ArcGis.

Foi necessário introduzir no projecto ArcMap os ficheiros relativos á Altimetria e

observar quais os que correspondiam á freguesia de Outeiro (área de estudo). Através da layer

do enquadramento (figura 1), vimos que correspondiam á freguesia de Outeiro, os cartogramas

18.4dwg., 31.1dwg., 31.2 dwg., 31.4 dwg., 32.1 dwg. e 32.3 dwg. Verificou-se que era

necessário a informação armazenada nas polyline referente às curvas de nível (junção das curvas

de nível mestras e secundárias) e nos point, que contêm os pontos cotados, assim, exportaram-se

as polylines e os point através do Export Data. Relativamente aos pontos cotados realizamos

primeiramente um Merge (Geoprocesing), com propósito de minimizar o número de shapefiles,

produzindo apenas uma única. Através de uma observação á shapefile “pc_merge”, verificámos

a inexistência de erros no que diz respeito á posição dos pontos. Seguidamente, efectuámos um

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recorte dos “pc_merge”, sobre a freguesia limite recorrendo á ferramenta que está no

Geoprocesing, respectivamente o Clip, dando o nome “pc_clip”.

No que diz respeito às curvas de nível, recorreu-se ao mesmo método utilizado nos

pontos cotados, ou seja, realizou-se primeiro um Merge e depois um Clip (ambos no

Geoprocesing), com a designação “cn_clip”. Por conseguinte, na tabela de atributos da shapefile

“cn_clip” seleccionámos os campos “Curva_Nível_Mestra” e “Curva_Nível_Secundária” e

exportámos para uma nova shapefile de linhas e atribuímos-lhe o nome “curvas_nível”. Para

complementar o nosso trabalho e enriquecê-lo adjudicamos a alguns mapas temáticos a Rede

Hidrográfica através da seguinte maneira: fomos ao Selection By Attributes, e com base no

“cn_clip” escolhemos o campo “Layer = 1201060_Linhas_Água” e de seguida exportámos

como “Rede_Hidrográfica”. Voltamos á ferramenta Selection By Attributes e utilizámos de novo

o suporte “cn_clip” e escolhemos o campo “Layer = 12040201_Albufeira”, sendo depois

exportado com o nome “Albufeira”. Seguidamente recorremos ao ArcCatalog e criámos uma

shapefile de polígonos chamada “Albufeira_Paradela” e em cima de “Albufeira_Paradela”, Edit

Features, Start Editing e com o comando “Trace” começamos a editar o polígono e no final,

Save Edits e Stop Editing. De seguida criámos um campo do tipo double na tabela de atributos

na shapefile “Albufeira_Paradela” com o nome “cota” e atribuímos-lhe o número que

corresponde a essa cota que é 724,38 metros.

Após termos tudo tratado foi definido o sistema de projecção de coordenadas

cartográfico para Datum 73 Hayford Gauss IPCC através da ferramenta ArcToolbox, Data

Management Tools, Projections and Transformations, Raster, Define Projection. Optámos pela

escolha deste sistema de coordenadas pois a Altimetria, Planimetria e as Ortofotomapas dos

dados de Montalegre, apesar de não terem sistema de coordenadas atribuído, com a ajuda da

ferramenta Go to XY no ArcMap e algumas dicas do docente, permitiu-nos perceber que o

sistema de coordenadas era Datum 73 Hayford Gauss IPCC.

Para finalizar, procedemos á construção dos mapas temáticos aludidos pelo docente e

por conseguinte, relativa descrição dos processos para cada mapa criado, os problemas

encontrados e a justificação pertinente das opções por nós tomadas. Em suma, decidimos

colocar os dados das tabelas e dos gráficos construídos no Microsoft Office Excel nos layouts

dos mapas, com propósito de obtermos algum espaço, já que existe um limite de número de

páginas deste projecto imposto pelo docente.

4. MODELO DIGITAL DE TERRENO

Por Modelo Digital de Terreno designa-se qualquer conjunto de dados em suporte

numérico que, para uma dada área, permita associar a qualquer ponto definido sobre o plano

cartográfico. O MDT é uma designação complexa que envolve cotas e outras entidades de um

SIG (por exemplo rios, linhas de festo, linhas de ruptura, etc.) e envolve dados altimétricos,

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planimétricos e dados derivados (declive de orientação das encostas, intervisibilidade, etc.). Os

Modelos Digitais de Terreno podem ser aplicados em diferentes domínios, sendo de salientar: a

topografia e a fotogrametria; engenharia civil e militar; planeamento e gestão de recursos;

ciências da Terra e protecção civil.

4.1 Tin e TinGrid

O Tin (Triangulated Irregular Network) consiste no modelo topológico de dados

vectoriais no qual pontos de coordenadas tridimensionais X, Y (localização geográfica) e Z

(elevação) são ligados por linhas, formando a “Rede de Triângulos Irregulares”, não

sobrepostos. Os seus vértices podem não ter a mesma elevação, o que leva cada triângulo a ter

um determinado declive. As vantagens do Tin inserem-se na organização interna do ficheiro, o

que o tornam mais atractivo para trabalhos; forma simples e precisa de representar as mais

diversas superfícies e o facto de serem mais rigorosos na generalização do relevo. Mas também

possui desvantagens consideráveis desde o consumo de tempo, na constituição inicial do

modelo e demora na apresentação/visualização do modelo.

Corrigidas as anomalias e os erros para a realização do Modelo Digital de Terreno, já de

forma enunciada e descrita na metodologia, procedemos á elaboração do Tin, através da

ferramenta ArcToolbox, 3D Analyst Tools, Data Management, Tin, Create Tin. Na criação do

Tin utilizámos os elementos/parâmetros identificados e descritos na tabela 1, como podemos

verificar mais abaixo.

Input Feature Class Heigth Field Sf_Type

“Albufeira_Paradela” Cota Softreplace

“Freguesia_Limite” <None> Softclip

“pc_clip” Elevation Mass Points

“curvas_nível” Elevation Softline

Tabela 1. Parâmetros da construção do Tin

Depois definimos seis classes do “tin”, escolhemos uma rampa de cores, dos verdes

escuros aos castanhos escuros nas propriedades, simbologia e assim, obtivemos a nossa “Rede

de Triângulos Irregulares”, como é possível observar pela fig.2. Por último inserimos a

“Rede_Hidrográfica” já tratada, na nossa área de estudo e as freguesias envolventes á freguesia

de Outeiro, de modo a não parecer uma “ilha” . A nível de interesse estatístico, para verificar a

cota máxima e a cota mínima do “tin” vamos às propriedades do mesmo, simbologia e no

campo Elevation vamos ao Classify, Classification Statistics: máxima (1545 m ) e mínima (540

m).e para obter o declive médio fomos novamente á simbologia do “tin” e representámo-lo pelo

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campo Face Slope with Graduated Color Ramp (Slope – Degrees), vamos ao Classify,

Classification Statistics retirámos o declive médio (Mean), que no nosso caso possui um valor

de 17,13º.

Figura 2. Modelo Tin

O modelo TinGrid também designado por matriz de cotas é um conjunto rectangular e

regular de pontos cotados. Tem como vantagens: a sua facilidade no armazenamento de dados;

simplicidade da estrutura de dados e forma simples de representar superfícies de tendência.

Como em tudo também possui algumas implicações desde a uniformidade do tamanho de

pixéis; dificuldade em integrar linhas de ruptura; a reconstrução da superfície é mais morosa até

á necessidade de algum espaço físico em disco para o armazenamento de dados. Basicamente o

TinGrid consiste na conversão do Tin (formato vectorial) em formato raster (TinGrid), que se

realiza através do ArcToolbox, extensão 3D Analyst Tools, Conversion, From Tin, Tin to Raster,

definindo um tamanho de pixel (cellzize), pois na nossa opinião assim gera uma melhor

resolução para o tamanho da área em questão. Usámos na criação do TinGrid, os parâmetros

expostos na tabela 2.

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Input Tin Output Data Method Sampling Distance

“tin” Float Linear 1

Tabela 2. Parâmetros da construção do TinGrid

Ainda para complementar dentro da ferramenta Tin to Raster, podíamos ir

opcionalmente a Environments, Raster Analyst e seleccionámos o campo “as specified below” e

como Mask, clicámos na shapefile “ Freguesia_Limite” e ainda adicionámos informação no

Processing Extent (ainda no Environments) sendo que no campo Extent clicámos em “same as a

layer Freguesia_Limite” e assim, foi elaborado o modelo raster TinGrid. O resultado foi a preto

em branco, mas para ficámos com uma visão de como ficou, fomos às propriedades do

“tingrid”, simbologia e alterámos a rampa de cores, resultando assim como produto final a fig.3.

Figura 3. Modelo TinGrid

Resultado Final:

Após a elaboração dos dois modelos (Tin e TinGrid) e numa sucinta observação ao

MDT, é possível numa primeira interpretação aos resultados obtidos que a Este da freguesia de

estudo (Parque Nacional da Parada), a altitude manifesta uma crescente elevação. Em suma,

observa-se também que a altitude aumenta á medida que nos deslocámos de Sudeste para

Noroeste. Em suma, os valores máximos ou mínimos do Tin e do modelo GRID tem que ser

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iguais ou muito parecidos. O tamanho do pixel neste caso 1 pode originar diferenças, mas

geralmente são mínimas.

5. CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA

5.1 Mapa Hipsométrico

A hipsometria representa o relevo de uma dada área por classes. A legibilidade dela

dependerá da classificação dos dados, nomeadamente do número e intervalos de classes. O

docente aconselhou-nos nas aulas que o número de classes não deveria exceder as sete, pois o

olho humano não distingue mais de 5/7 classes. O mapa hipsométrico tem como suporte o

“tingrid”. Primeiramente fomos ás propriedades do “tingrid” e definimos na simbologia,

classify, que a amplitude de cada classe hipsométrica era de 200 metros e na prática vai criar

seis classes de altitude. Então atribuímos á classe 1 (540 – 600), á classe 2 (600 – 800), á classe

3 (800 – 1000), á classe 4 (1000 – 1200), á classe 5 (1200 – 1400) e á classe 6 (1400 – 1600).

Posteriormente e como já foi referido anteriormente, o mapa hipsométrico foi efectuado

com base no “tingrid”, através da ferramenta ArcToolbox, Spatial Analyst Tools, Reclass,

Reclassify, com o nome “Hipsometria”. Depois de efectuada esta operação, fomos novamente á

simbologia do “tingrid” e escolhemos uma graduação de cores (color ramps) dos verdes escuros

aos castanhos escuros, resultando assim na fig.4. Ao reclassificámos o mapa de hipsometria

obtemos o número de pixéis por cada classe, que se encontram na tabela de atributos do raster

“Hipsometria” no campo count,e assim já podemos calcular a área em m2 (número do

pixel*tamanho do pixel*tamanho do pixel) e a frequência relativa (área da classe/soma de todos

os pixéis*1000) para cada uma das classes. Estes cálculos foram realizados numa folha

Microsoft Office Excel e serão expostos numa tabela no layout da fig.4 como podemos verificar

mais abaixo, assim como os valores da média, cota máxima e cota mínima e desvio – padrão.

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Figura 4. Mapa Hipsométrico

Interpretando o mapa propriamente dito, denota-se a tendência já mencionada

anteriormente no Modelo Digital de Terreno (Tin e TinGrid), em que a altitude diminui

progressivamente no sentido Noroeste – Sudeste, desde o ponto mais elevado 1545 metros até á

cota mais baixa, 540 metros. Ou seja, a parte mais acentuada da altitude encontra-se a Noroeste

da freguesia de Outeiro e a mais uniforme e plana na proximidade da “Albufeira_Paradela”.

A nível da hidrografia da nossa área de estudo podemos verificar que esta é extensa e

possui várias “Linhas de Água” como se pode observar pela fig.4. Denota-se que a maioria

destes recursos vai desaguar á Albufeira da Barragem de Paradela. Elaborámos um histograma

referente á frequência relativa das classes hipsométricas e verificámos que a classe com maior

percentagem de relevo é 1200 -1400 com 52, 16%, pois é medida que subimos no território a

altitude aumenta, ao contrário da classe 540 – 600 que obtém uma percentagem de 2,39%,

pouco significativa no território em estudo.

5.2 Sombreamento de Vertentes

O mapa de sombreamento de vertentes é uma ferramenta útil na valorização do Modelo

Digital de Terreno, aliado aos conceitos de azimute (3) e da altura do sol (L). Este mapa permite

detectar numa determinada área, mediante o relevo existente, quais as áreas com maior

iluminação e, consequentemente, as áreas menos iluminadas.

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Para a elaboração do mapa de relevo sombreado, recorremos ao ArcToolbox, ferramenta

Spatial Analyst Tools, Surface e opção Hillshade, para tal utilizou-se como input surface o

modelo “tingrid” e os parâmetros utilizados foram referentes ao dia 21.02.2013, com uma

latitude 41º.81’Norte, em três momentos diferentes do dia: um ao “nascer do sol” (08:00h) ao

qual corresponde o azimute 110.3º e uma altura do sol de 6.63º; outro ao ”Meio - Dia Solar”

(12:00h), com um azimute de 166.01º e uma altura máxima de 36.78º e o último referente ao

“Pôr-do-Sol” (18:00h) com um azimute de 254.78º e uma altura do sol de 1,76º. Utilizámos

estes três períodos honorários distintos no mesmo dia com o intuito de comparar a variação e as

diferenças existentes a nível do sombreamento/iluminação das vertentes. Os valores para a

altura do sol e azimute foram obtidos com recurso ao portal NOAA Solar Calculator.

De seguida fomos ao ArcToolbox, Spatial Analyst Tools, Reclass, Reclassify e dentro

deste definimos apenas a classe 1aparece com cor cinza (menos luz) e a classe 2 a branco (mais

luz). Assim foram modelados três mapas sobre o relevo sombreado. Como forma de ocupar

menos espaço no trabalho, entendemos colocar os mapas de sombreamento do “Nascer e Pôr-

do-sol” em anexo, e apenas deixámos aqui presente o mapa referente ao período do “Meio - Dia

Solar”. No mapa da fig.5 relativo ao “Mei – Dia - solar” observámos que as áreas mais

iluminadas se localizam na área onde começa a aumentar a elevação do relevo, situada na parte

a Noroeste da nossa área de intervenção.

Figura 5. Mapa de Sombreamento das Vertentes ao Meio – Dia - Solar

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5.3 Perfis Topográficos

Uma maneira mais clara para interpretar e analisar um mapa hipsométrico é a

representação dos perfis topográficos da nossa área de estudo. Um perfil topográfico define-se

como uma imagem precisa da topografia, no decorrer da linha de intersecção, facultando uma

relação entre a altitude e a distância de um determinado traçado na área de estudo,ou seja, o

perfil topográfico é um instrumento essencial na análise morfométrica do relevo do terreno

segundo uma direcção previamente escolhida. Primeiramente começámos por analisar a nossa

área de intervenção, com objectivo de escolher um espaço que represente um perfil topográfico.

Depois através da extensão 3DAnalyst Tools, activada, escolhemos o “tingrid” como

base e usámos o comando Interpolate Line para desenhar a linha que vai servir para o traçado

do referido perfil. Decidimos optar pela escolha da área entre Sudeste e o Noroeste da freguesia

em pesquisa, pois percebemos que revela bem a distribuição presente na área de intervenção,

sendo que a altitude aumenta à medida que nos deslocámos de Sudeste para Noroeste,

encontrando-se na distância aproximada entre 1500 e 2900 metros, uma espécie de estagnação

derivada da existência da Albufeira da Barragem de Paradela. Depois de desenhada a linha,

vamos ao Ccreate Profile Graph e adquirimos assim o perfil topográfico. Na nossa opinião,

pensámos em traçar outro perfil topográfico, mais quebrado e com outra direcção,

designadamente Este-Oeste, com o mesmo procedimento do anterior, verificando neste uma

constante elevação, sendo que apenas se observa uma diminuição abrupta, quando nos

aproximámos da Albufeira da Barragem de Paradela.

Depois de manipular as propriedades dos perfis, exportámos os ficheiros para o formato

Jpeg e adicionámo-los ao layout no projecto ArcMap e obtemos assim como produto final a

fig.6, como observável a baixo.

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Caracterização Morfológica da Freguesia de Outeiro, Concelho de Montalegre

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Figura.6 Perfil Topográfico NW – SE e Perfil Topográfico E - O

5.4 Declives de Vertentes

Para criar o mapa de declives de vertentes é indispensável ter o Modelo Digital do

Terreno Raster (“tingrid”), para usufruir deste como Input Surface, através da ferramenta Slope

que está no ArcToolbox, Spatial Analyst Tools Surface, Slope. Optámos por realizar o primeiro

mapa de declives, em Degrees (graus) e o segundo em Percent Rise (percentagem). Terminando

isto, temos os mapas de declives de vertentes não reclassificados.

Após a concepção do mapa de declives, procedemos à definição das classes, tendo em

conta a área de estudo. Para tal, vamos às propriedades da Slope, simbologia, Classified,

Classify, escolhemos o método Natural Breaks e definimos as classes no nosso entender, no

campo break values. No caso da carta de declives em graus usámos 6 classes,enquanto que na

carta em percentagem utilizámos 5 classes. De seguida fomos ao ArcToolbox, Spatial Analyst

Tools, Reclass, Reclassify, sendo que tanto o mapa de declives em graus como o mapa de

declives em percentagem sofreram este processo, para no final termos acesso aos números dos

pixéis que compõe cada classe, de modo a nos permitir mais facilmente calcular a área em m2 e

a frequência relativa. Para adquirir os parâmetros estatísticos simples, fomos às propriedades,

simbologia e no Classification Statistics apresentava a informação estatística relativa a cada

mapa de declives, sendo só necessário interpretar e extrair a informação necessária (média,

desvio- padrão, mínima e máxima).

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Examinando o mapa de declives de vertentes em graus denota-se que para esta freguesia

de Outeiro os declives possuem em média 16,87 de inclinação, concentrando-se principalmente

na classe entre 13º- 19º, e analisando-se a tabela pode-se constatar que para esta mesma classe a

área corresponde mesmo a cerca de 25,01% da superfície total, ao contrário da classe 35º - 90º

que possui uma frequência relativa de 4,31%, como se pode verificar na fig.8.1.

Figura 7.1. Mapa de Declives em Graus

Analisando o mapa de declives em percentagem verifica-se que os valores são

diferentes dos do mapa anterior, consequência de erro pois isto acontece porque deve ter ficado

alguma linha, com a cota errada no nosso modelo.

Há uma variação de mais de 200 metros de altitude, em poucos metros de extensão, o que

origina uma parede quase vertical, com declives de 11.000%.

Como reclassificamos o mapa em classes normais, isso englobou estes valores díspares. Mesmo

assim, a classe com maior percentagem de inclinação é de 0% - 50%.

Em suma, na freguesia de Outeiro prospectam os declives acentuados, por estar numa

área com elevação grande como já foi possível perceber por outros mapas.

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Figura 7.2. Mapa de Declives em Percentagem

5.5 Exposição de Vertentes

Os mapas de exposição de vertentes permitem verificar as condições de insolação, o que

pode influenciar a construção das habitações, visto que as vertentes expostas a Norte revelam-se

mais frias e podem estar sujeitas a humidade, ao contrário do que acontece a Sul, pois são áreas

mais secas, logo com maior exposição solar, daí serem mais propícias a incêndios. Para a

criação destes mapas, foi necessário utilizar novamente a ferramenta ArcToolbox, Spatial

Analyst Tools, Surface, Aspect. Neste projecto foi-nos pedido pelo docente o desenvolvimento

de dois mapas de exposição das vertentes, um de octantes e outro de quadrantes. Os mapas

produzidos na ferramenta Aspect, sofreram de seguida o processo de reclassificação, uma vez

que no mapa de octantes existiam “2” Nortes, com o propósito de tornar o Norte numa única

classe. Para obter o mapa de quadrantes reclassificamos o Aspect gerado em 6 classes, em que a

classe 1 corresponde ao plano, a classe 2 ao Norte, a classe 3 a Este, a classe 4 a Sul, a classe 5 a

Oeste e por fim atribuímos o 2 à segunda classe do Norte.

Para finalizar a construção dos mapas atribuímos as cores que pensamos ser as mais

correctas, visto que a Norte são atribuídas cores mais frias (exemplo, azul) e cores mais quentes

a Sul (exemplo, vermelho), resultando na fig.8.1 e fig.8.2.

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Figura 8.1 Exposição das Vertentes – Octantes

Figura 8.2 Exposição das Vertentes - Quadrantes

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Interpretando o mapa da orientação das vertentes a octantes, é detectável que a maior

parte das encostas estão a Este, seguida da orientação Sudeste e salienta-se como menor

frequência relativa, a exposição virada a Norte, seguida de Noroeste, como podemos testar pelas

figuras anteriores. Relativamente ao mapa de exposição de vertentes a quadrantes é possível

destacar que as encostas viradas a Norte são maiores, ocupando aproximadamente 31% da área

total, ao contrário das vertentes viradas a Sul que ocupam apenas 15,81% da área total.

5.6 Análise de Intervisibilidade (Bacias de Visão)

A bacia de divisão permite a determinação das áreas visíveis, a partir de um ponto. A

obtenção dos resultados do mapa das bacias de visão é útil na determinação da localização dos

postos de vigilância, por exemplo. Primeiramente para chegar a este mapa, neste caso o

solicitado pelo docente, foi que escolhêssemos o ponto cotado mais alto. Para isso, tivemos de

adicionar os pontos cotados pertencentes nossa área de estudo, ir às tabelas de atributos e no

campo Elevation verificar qual o ponto cotado mais elevado, sendo este exportado com a

designação “torre_vigia”. Na tabela “torre_vigia” (ponto cotado mais alto),apagamos os campos

todos com excepção dos campos SHAPE e do FID. Posteriormente criámos dois campos do tipo

double na tabela de atributos da “torre_vigia”, um com o nome OFFSETA e outro com o nome

SPOT, ambos escritos obrigatoriamente em letras maiúsculas, para a sua função do ArcGis ser

assim reconhecida. O campo OFFSETA foi editado com o valor da soma da altura do

observador (1,75m), mais a altura da torra de vigia (10m), sendo esta última fornecida pelo

docente. Já ao campo SPOT atribuímos-lhe a elevação do ponto cotado mais alto, neste caso

1537,21 metros.

Depois fomos à ferramenta do ArcToolbox, Spatial Analyst Tools, Surface, comando

Viewshed, onde no Input Surface inserimos o “tingrid” e no Input Points introduzimos a

shapefile “torre_vigia”. Para uma complementação do mapa introduzimos os cálculos

estatísticos aprendidos na aula para o mapa em questão e para melhor interpretar os dados

obtidos criámos um gráfico circular. O resultado obtido para este mapa está exposto na fig.9.

Interpretando o mesmo, podemos concluir que no ponto cotado mais elevado da área de

intervenção o observador apenas consegue olhar cerca de 17% da superfície total da freguesia

de Outeiro, sendo que na nossa opinião um ponto não chega para examinar uma área.

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Figura 9. Mapa da Bacia de Divisão

5.7 Perspectivas Tridimensionais

Para a criação das perspectivas tridimensionais, referentes ao modelo Tin e TinGrid e

das Ortofotomapas, foi imprescindível recorrer ao ArcScene da ESRI, com a intenção de

observar estas imagens numa visão 3D, isto é, numa óptica que oferecesse uma melhor

visualização do relevo em causa. Sendo assim, foi necessário apenas, introduzir num projecto

ArcScene a “tin”, “tingrid” e Ortofotomapas (estas já delimitadas para a nossa área de estudo,

com ajuda da ferramenta Clip DataManagement e por conseguinte, fomos ao Data Management

Tools, Raster Dataset, Mosaic To New Raster, de modo a torná-las numa só orto) e ainda foi

criada uma “parede” em volta do modelo, através da ferramenta Tin Domain, que se encontra no

ArcToolbox, 3D Analyst Tools, Conversion, From Tin, Tin Domain. Posteriormente colocámos

um exagero vertical de 1,5 á layer Scene Properties, General, Vertical Exageration.

Nas propriedades das shapefiles e no campo Base Heights foi assinalada a selecção

Floating on a custom surface para que as shapefiles assentem umas sobre as outras. Ainda nas

propriedades da shapefile “tin_domain” no campo Extrusion , foi necessário assinalar a opção

using it as a value that features are extruded to e aplicou-se como valor de extrusão 700.

De seguida exportámos as três perspectivas tridimensionais cada uma referente ao seu

modelo. A diferença das ópticas 3D reside no ficheiro original da informação, uma foi obtida a

partir do ficheiro Tin (fig.10.1), TinGrid (fig.10.2), e uma terceira com a sobreposição dos

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Ortofotomapas (fig.10.3). Como nos foi referido pelo docente a cartografia de Montalegre não

tem informação sobre o edificado, a não ser nas polylines. Se as exportasse-mos ficariam apenas

como linhas, que com a extrusão non ArcScene iriam aparecer como um “muro”, e não como

edifícios. A correcção e definição destas informações iriam levar muitos dias a trabalhar, e logo

desvia-se consideravelmente do objectivo do nosso trabalho. Já que não tinha-mos a parte do

edificado, procedemos nós á realização do edificado (por exemplo, implementação de

habitações, aerogeradores e árvores, ou seja, definiram-se diferentes Keyframes) através da

ferramenta 3D Graphics no ArcScene.

Procedemos á também á realização de um pequeno filme com 20 segundos para realçar

a freguesia de Outeiro. Com estas perspectivas tridimensionais é nos possível observar, de uma

melhor forma o relevo e ter a percepção das formas que o relevo assume nesta área de

intervenção.

Figura 10.1. Perspectiva Tridimensional do Modelo Tin

Figura 10.2. Perspectiva Tridimensional do Modelo TinGrid

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Figura 10.3. Perspectiva Tridimensional com sobreposição das Ortofotomapas

6. MODELO CARTOGRÁFICO NA FREGUESIA DE OUTEIRO, MONTALEGRE

Na elaboração do modelo cartográfico foi resolvido concretizar a modelação através do

Model Builder e também através do procedimento normal no ArcMap, para daí obtermos as

diferenças entre os mesmos. A concepção no Model Builder permite de uma forma mais rápida

e explicita efectuar as etapas e inserir dados numa lógica sequencial, ou seja, Model Builder

consiste em unir variáveis pretendidas para chegar ao modelo final, neste caso para a criação do

mapa de susceptibilidade de incêndios. A produção do modelo segue uma lógica sequencial de

Inputs, utilização de ferramentas de análise espacial e posteriores Outputs decorrentes como

mostra a fig. 11. Se porventura a sequência lógica da modelação não for seguida de forma

sólida, o modelo apresenta erros e não realiza os cálculos. Este processo apresenta distintos

problemas na execução, possivelmente pelos caminhos extensos onde se localizavam os

ficheiros.

Figura 11. Diagrama do Modelo de Susceptibilidade de Incêndios, na freguesia de Outeiro

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Para o desenvolvimento do mapa foi essencial a utilização de dois ficheiros: o

“slop_deeg” (declives) e o “aspect” (exposição de vertentes) recorrendo ao uso da ferramenta

Raster Calculator para as operações/cálculos de normalização foram executadas com a

utilização das seguintes fórmulas: a primeira de declives normalizados =“slop_deeg” / 90 e a

segunda de exposição normalizada = 1- (Abs(180 –“aspect”)/180).

Seguidamente adicionámos a carta de ocupação do solo 2007 número 2 (Nível II da

Corine) e na tabela de atributos desta adicionámos o campo “peso”, o qual preenchemos da

seguinte forma com os valores correspondentes para normalizar entre o valor “0” e “1” para

ficar igual á normalização dos restantes rasters. Desta forma atribuímos á classe 1.1, 1.2 e 3.3

valor de 0; á classe 2.1,o valor de 0.50; á classe 2.3, o valor 0.40; á classe 2.4, o valor de 0.75 e

á classe 3.1 o valor de 1. Depois introduzirmos a informação relacionada com o uso do solo,

converte-mos o ficheiro para raster com a ferramenta Polygon to Raster, a seguir intersectámos

os dados com a ferramenta Weighted Sum e foram atribuídos os pesos para cada layer na soma

ponderada, guiando-nos na tabela AHP Calc Version fornecida pelo docente, em que os declives

correspondem a 0,28%, a exposição de vertentes 0,9% e o uso do solo 0,63%. Posteriormente a

“cos_1” foi reclassificado em duas classes: 0 e 1. E para concretizar o diagrama final foi feita

uma multiplicação entre o raster da “cos_rec” já reclassificada e a soma ponderada que é o

raster obtido com a aplicação do Weighted Sum, com o nome”Weighted_dec”.

Após a etapa final do diagrama no campo “susc_final”, fizemos o Add to Display, que

consequentemente vai ser adicionado no ArcGis, ao qual na simbologia atribuímos 4 classes,

onde, as cores escuras em vermelho apontam para os valores mais altos e mais susceptíveis a

incêndios, e a cor verde-escuro apontam para os valores mais baixos e menos susceptíveis,

idealizando como exibe a figura 12, o Mapa de Susceptibilidade de Incêndios Florestais.

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Figura 12. Susceptibilidade de Incêndios Florestais em Outeiro, Montalegre

7. CONCLUSÃO

De um modo geral através da execução deste trabalho foi possível sem sombra de

dúvida pôr em prática o que aprendemos na unidade curricular de Geração de Superfícies, assim

como consolidar conhecimentos adquiridos e deter informação antes desconhecida. Numa

perspectiva inicial retiro deste projecto que os benefícios/vantagens na caracterização

morfológica de uma freguesia, neste caso Outeiro, no concelho de Montalegre são imensos,

possibilitando um maior e aprofundado conhecimento das características e particularidades

geográficas e morfológicas essencialmente da área de estudo e análise.

De destacar que esta disciplina é fundamental para a análise, interpretação, e

aplicação dos dados. Foi expressamente evidente a diferença na utilização de diferentes

formatos de dados utilizados, principalmente a nível do processamento da informação.

Operações mais complexas ou operações em 3D, incluindo as animações, são mais exigentes

aos computadores utilizados, dificultando muitas vezes as nossas etapas de trabalho.

Para além disso conseguimos com este trabalho aprimorar e melhorar significativamente

a nossa capacidade interpretativa dos mapas criados por nós próprias, assim como as todas as

ferramentas utilizadas constituíram uma mais – valia fundamental de base para todas as “peças”

cartográficas que venhamos a elaborar num futuro próximo, essencialmente a nível profissional.

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Relativamente á freguesia de Outeiro conclui-se que esta possui no geral altitudes

elevadas acima de 540 metros, sendo o seu pico mais alto tem uma elevação máxima de 1545

metros No que diz respeito aos declives, estes são relativamente acentuados e as encostas são

maioritariamente voltadas a Este.

De forma genérica, estas ferramentas constituíram uma mais-valia fundamental de base

para todas as peças cartográficas que venhamos a elaborar num futuro próximo e esperemos,

próspero.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Fontes Electrónicas Consultadas

http://snig.igeo.pt/portal/ - consultado em 21-12-2013;

http://www.infopedia.pt/$montalegre;jsessionid=Ceft2P3JAVlWqcjvUh4TmQ- -

consultado em 21-12-2013;

http://www.cm-montalegre.pt/listafreg.phh -consultado em 22-12-2013;

Carta de ocupação do solo (COS2007) – IGP – consultado 05-01-2014;

Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP 2012.1). Instituto Geográfico

Português (Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território). Disponível em

http://www.igeo.pt/produtos/cadastro/caop/inicial.htm - consultado em 30 – 11- 2013;

Limite administrativo de Espanha. Disponível em http://www.diva-gis.org/-

consultado 30 – 11- 2013.

Altimetria, Planimetria e Ortofotomapas do Concelho de Montalegre-Oficina dos Mas,

Faculdade de Letras da Universidade do Porto-consultado a 15 -12- 2013

Apontamentos das Aulas de Geração de Superfícies.

O vídeo em formato avi encontra-se no cd

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9. ANEXOS