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Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II 1 CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DOS SISTEMAS PRODUTIVO E MACROLOGÍSTICO NA REGIÃO NORDESTE ENQUANTO SUPORTE À LOCALIZAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS: FOCO NO PAPEL DA FERROVIA TRANSNORDESTINA RELATÓRIO FINAL TOMO II – ESTADO DE PERNAMBUCO (Versão preliminar: normalização e diagramação em execução) JUNHO DE 2012

CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DOS SISTEMAS PRODUTIVO E

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Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DOS SISTEMAS

PRODUTIVO E MACROLOGÍSTICO NA REGIÃO

NORDESTE ENQUANTO SUPORTE À LOCALIZAÇÃO DE

EMPREENDIMENTOS: FOCO NO PAPEL DA FERROVIA

TRANSNORDESTINA

RELATÓRIO FINAL

TOMO II – ESTADO DE PERNAMBUCO

(Versão preliminar: normalização e diagramação em execução)

JUNHO DE 2012

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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EQUIPE:

Coordenador:

Prof. Titular Dr. João Bosco Furtado Arruda

Auxiliar de Coordenação:

Cont. MS Breno Dilherman Botelho

Pesquisadores:

Prof. Adjunto Dr. Antônio Paulo de Holanda Cavalcante

Profa Associada Dra Marta Maria de Mendonça Bastos

Cont. MS Juscelino Emanoel Gomes de Castro

Econ. Roberto Alves Gomes (Mestrando)

Bolsistas-Estagiários:

Abraão Ramos da Silva

Bruno Maia Araújo de Sousa

Francisco Bruno Martins Rodrigues

Jackson Batista Freitas Vidal

Juciane Mendes Lima

Michel Ney de Almeida Barroso Rodrigues

Natássia Marques Arruda

Patrícia Barbosa da Silva

Rayssa Alexandre Costa

Suyanne Alves Vieira

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO....................................................................................................... 11

2. OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS DO ESTUDO........................................... 12

2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................ 12

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................... 12

3. ESCOPO E OBJETIVOS DESTE RELATÓRIO (TOMO II)....... .......................... 13

4. DESCRIÇÃO DOS ATUAIS EQUIPAMENTOS MACROLOGÍSTICOS

NO ESTADO DE PERNAMBUCO............................................................................ 14

4.1 A FERROVIA NOVA TRANSNORDESTINA...................................................... 14

4.2 EQUIPAMENTOS MACROLOGÍSTICOS RELACIONADOS À

FERROVIA NOVA TRANSNORDESTINA NO ESTADO DE

PERNAMBUCO...................................................................................................... 16

4.2.1 Sistemas Rodoviários de Pernambuco........................................................... 16

4.2.2 Sistema Portuário do Estado de Pernambuco: Caracterização

e Análise........................................................................................................... 26

4.2.3 Sistema Aeroportuário de Pernambuco........................................................ 49

4.2.4 Sistema de Comunicações de Pernambuco................................................... 58

4.2.5 Sistema Ferroviário Complementar à Ferrovia Nova

Transnordestina.............................................................................................. 59

4.2.6 Sistema Dutoviário de Pernambuco.............................................................. 61

4.2.7 Centros de Distribuição de Pernambuco...................................................... 62

4.2.8 Infraestrutura de Oferta e Demanda Energética no Estado

de Pernambuco................................................................................................ 63

5. INVESTIMENTOS E FACILIDADES RECENTEMENTE CONCLUÍDAS

OU EM ANDAMENTO NO ESTADO DE PERNAMBUCO COM

IMPACTO NA FERROVIA NOVA TRANSNORDESTINA........... .................................... 71

5.1 INVESTIMENTOS NO SISTEMA PORTUÁRIO.................................................. 71

5.1.1 Investimentos no Porto de Recife................................................................... 71

5.2 INVESTIMENTOS NO COMPLEXO INDUSTRIAL E PORTUÁRIO

DE SUAPE.............................................................................................................. 73

5.3 INVESTIMENTOS DA FIAT/CHRYSLER............................................................ 78

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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5.4 INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA AEROVIÁRIA............................. 78

5.5 OUTROS INVESTIMENTOS PROPOSTOS.......................................................... 80

6. PROPOSIÇÕES PARA O SISTEMA MACROLOGÍSTICO DO

ESTADO DE PERNAMBUCO................................................................................... 82

6.1 SISTEMA RODOVIÁRIO....................................................................................... 82

6.2 ESTRUTURA FERROVIÁRIA COMPLEMENTAR À FERROVIA

NOVA TRANSNORDESTINA.............................................................................. 82

6.3 SISTEMA AEROVIÁRIO........................................................................................83

6.4 SISTEMA DE COMUNICAÇÕES.......................................................................... 84

6.5 SISTEMA HIDROVIÁRIO...................................................................................... 84

6.6 MATRIZ DE OFERTA ENERGÉTICA.................................................................. 85

6.7 SISTEMA DUTOVIÁRIO....................................................................................... 86

6.8 GESTÃO LOGÍSTICA............................................................................................. 87

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 90

REFERÊNCIAS................................................................................................................. 91

ANEXOS............................................................................................................................. 96

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica

ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários

ASSIMP – Assessoria de Imprensa e Comunicação

ASTINF – Assessoria de Tecnologia da Informação

BNB – Banco do Nordeste do Brasil

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CAP – Conselho de Autoridade Portuária

CBTU – Companhia Brasileira de Trens Urbanos

CD – Centro de Distribuição

CEL – Comissão Especial de Licitação

CELPE – Companhia Energética de Pernambuco

CFN – Companhia Ferroviária do Nordeste

CMU – Cais de Múltiplo Uso

CNT – Confederação Nacional do Transporte

COJUR – Coordenadoria Jurídica

CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento

COPERGÁS – Companhia Pernambucana de Gás Natural

COSEG – Coordenadoria de Segurança

CPL – Comissão Permanente de Licitação

CSS – Companhia Siderúrgica de Suape

DER – Departamento Estadual de Rodovias

DIAFIN – Diretoria Administrativa e Financeira

DIOPE – Diretoria de Operações e Engenharia

DIRCOM – Diretoria Comercial

DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

EIA – Estudo de Impacto Ambiental

ETENE – Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste

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FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

FUNCEF – Fundo dos Economiários Federais

FUNDECI – Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

GASALP – Gasoduto Pilar-Cabo

GASPETRO – Petrobras Gás S.A

GEMA – Gerência de Engenharia e Meio Ambiente

GLEN – Grupo de Estudo e Pesquisa em Infraestruturas de Transporte e Logística da

Energia

GLP – Gás Liquefeito de Petróleo

GNC – Gás Natural Comprimido

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INFRAERO – Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária

KV – Kilovolt

MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

METROREC – Superintendência de Trens Urbanos do Recife

MITSUI – Gás e Energia do Brasil

PAC – Programa de Aceleração do Crescimento

PAEPE – Plano Aeroviário do Estado de Pernambuco.

PARQTEL – Parque Tecnológico de Pernambuco

PETROS – Fundação Petrobras de Seguridade Social

PGL 1 – Píer de Granéis Líquidos 1

PGL 2 – Píer de Granéis Líquidos 2

PIE – Produção Independente de Energia

PND – Programa Nacional de Dragagem

PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos

PNV – Plano Nacional de Viação

PREVI – Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil

PRODEPE – Programa de Desenvolvimento de Pernambuco

PROMEF – Programa de Expansão e Modernização da Frota da Transpetro

PROMOB – Programa Estadual de Mobilidade Urbana

RFFSA – Rede Ferroviária Federal S.A

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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RIMA – Relatório de Impacto Ambiental

RMR – Região Metropolitana de Recife

RVAP – Projeto de Revitalização de Áreas Portuárias

SBPL – Aeroporto de Petrolina – Senador Nilo Coelho

SBRF – Aeroporto Internacional do Recife / Guararapes – Gilberto Freyre

SDEC – Secretaria de Desenvolvimento Econômico

SEP – Secretaria Especial de Portos

SICARM – Sistema de Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras

SR1 – Superintendência Regional Recife

SUAPE – Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros

TECA – Terminal de Logística de Carga

TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação

TLSA – Transnordestina Logística S.A

UFC – Universidade Federal do Ceará

UGER – Unidade de Geração de Energia a partir de Resíduos

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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LISTA DE TABELAS E QUADROS

Tabelas

Tabela 1 – Caracterização do tipo de pavimento das rodovias no Estado de

Pernambuco, segundo a jurisdição.................................................................... 19

Tabela 2 – Densidade da Malha Rodoviária, por Jurisdição.............................................. 19

Tabela 3 – Estradas inauguradas entre outubro e novembro/2011..................................... 21

Tabela 4 – Ordens de Serviço para Implantações e Pavimentações................................... 22

Tabela 5 – Ordens de Serviço: Restaurações...................................................................... 22

Tabela 6 – Investimentos em Rodovias do PAC 2007 - 2010 e Pós 2010, Eixo

Transportes, Rodovias de Pernambuco............................................................. 24

Tabela 7 – Projetos do Plano CNT de Transporte e Logística/Pernambuco:

Infraestrutura Rodoviária.................................................................................. 25

Tabela 8 – Investimento Mínimo em Infraestrutura Rodoviária (Pernambuco)................. 26

Tabela 9 – Porto do Recife: Características dos armazéns internos................................... 27

Tabela 10 – Porto do Recife: Características do armazém externo.................................... 28

Tabela 11 – Porto do Recife: Características dos armazéns disponibilizados para o

Projeto Revitalização Portuária....................................................................... 28

Tabela 12 - Porto do Recife: Características de equipamentos para embarque e

desembarque de cargas..................................................................................... 30

Tabela 13 – Porto de Recife – movimentação anual por tipo de carga e de

navegação de 2002 a 2011................................................................................ 31

Tabela 14 – Porto de Suape: Características dos Píeres Externos...................................... 43

Tabela 15 – Movimentação anual de carga geral (em toneladas) no Porto de

Suape de 1991 a 2010....................................................................................... 44

Tabela 16 – Movimento Operacional da Rede Infraero (aeronaves e passageiros)

– Ano de 2011................................................................................................... 56

Tabela 17 – Movimento Operacional da Rede Infraero (carga aérea e mala

postal) – Ano de 2011....................................................................................... 57

Tabela 18 – Clientes de Gás em Pernambuco.....................................................................62

Tabela 19 – Tipos e quantidades de CDs em Pernambuco................................................. 62

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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Tabela 20 – Capacidade de armazenagem dos CDs de Pernambuco................................. 63

Tabela 21 – Dados da infraestrutura energética de Pernambuco........................................ 64

Tabela 22 – Mercado cativo de energia em Pernambuco................................................... 65

Tabela 23 – Evolução do mercado de distribuição de energia em Pernambuco................. 66

Tabela 24 – Usinas Eólicas em Operação em Pernambuco................................................ 67

Tabela 25 – Evolução da produção de etanol no Estado de Pernambuco

(em mil m3)..................................................................................................... 69

Tabela 26 – Investimento Mínimo no Sistema Aeroviário de Pernambuco....................... 80

Quadros

Quadro 1 – Aeródromos do sistema aeroviário do Estado de Pernambuco....................... 51

Quadro 2 – Principais Produtos Movimentados no Terminal de Logística de Carga

de Recife...................................................................................................... 58

Quadro 3 – Relação de Projetos da INFRAERO no Sistema Aeroviário de

Pernambuco.................................................................................................. 80

Quadro 4 – Proposições da CNT referentes ao Sistema Ferroviário de Pernambuco........ 81

Quadro 5 – Proposições da CNT referentes à infraestrutura complementar do

Estado de Pernambuco................................................................................... 81

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Nova Transnordestina....................................................................................... 15

Figura 2 – Classificação Geral das Rodovias em Pernambuco.......................................... 20

Figura 3 – Localização do Porto de Recife......................................................................... 27

Figura 4 – Esquema do Porto do Recife............................................................................. 29

Figura 5 – Porto de Recife: Movimentação total de cargas, por tipo, entre

2002 e 2011.................................................................................................... 33

Figura 6 – Porto de Recife: Movimentação anual por tipo de navegação de 2002

a 2011................................................................................................................ 34

Figura 7 – Porto de Recife: Movimentação anual das exportações e importações

de 2002 a 2011.................................................................................................. 35

Figura 8 – Porto de Suape: Vista Aérea............................................................................. 39

Figura 9 – Vistas Aéreas do Estaleiro Atlântico Sul.......................................................... 49

Figura 10 – Infraestrutura de Transportes do Estado de Pernambuco................................ 52

Figura 11 – Mapa da configuração atual do Metrô do Recife............................................ 60

Figura 12 – Mapa das intervenções macrologísticas no Estado de Pernambuco............... 89

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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1. APRESENTAÇÃO

Este Tomo II constitui parte do Estudo intitulado “Caracterização e Análise dos Sistemas

Produtivo e Macrologístico na Região Nordeste enquanto Suporte à Localização de

Empreendimentos: Foco no Papel da Ferrovia Transnordestina”, desenvolvido pela equipe

do GLEN/UFC sob abrigo do Convênio BNB/FUNDECI 2011/192, publicado no D.O.U.

05.06.2011, firmado entre o Banco do Nordeste do Brasil – BNB e a Fundação Cearense

de Pesquisa e Cultura – FCPC, com a interveniência da Universidade Federal do Ceará –

UFC.

O presente Tomo II tem o intuito de explicitar os principais equipamentos macrologísticos

do Estado de Pernambuco através de cuja análise se pôde propor e justificar as

intervenções, mostradas neste Tomo e repetidas no Tomo I, no âmbito do Estado. A

escolha de cada intervenção foi feita após análise sistêmica, seguindo os critérios

explicitados no Tomo I, e visa integrar a rede macrologística estadual à regional,

buscando-se viabilizar tanto a implantação de empreendimentos econômicos na Região

quanto equilibrar a demanda e a oferta de serviços da malha ferroviária regional,

principalmente em face da implantação dos eixos estruturantes das ferrovias

Transnordestina e Oeste-Leste e da sua integração com as ferrovias Centro-Atlântica e

Norte-Sul.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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2. OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS DO ESTUDO

2.1 OBJETIVO GERAL

Identificar e analisar os componentes dos sistemas produtivo e macrologístico na Região

Nordeste do Brasil, com ênfase para a área de influência da Ferrovia Transnordestina, com

vistas a criar uma base de dados e possibilitar proposições para subsidiar políticas de

financiamento do setor produtivo regional.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Identificar, caracterizar e referenciar em mapas temáticos os componentes

do sistema macrologístico (atuais e previstos) na área de influência da Ferrovia

Transnordestina;

• Identificar potenciais investimentos produtivos na Região Nordeste

considerando o aproveitamento ótimo do seu sistema macrologístico, com ênfase para a

Ferrovia Transnordestina; e

• Analisar o cenário de fluxos de carga previstos com uma nova estruturação

econômica no espaço regional de forma a sugerir ajustes no seu sistema macrologístico.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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3. ESCOPO E OBJETIVO DESTE RELATÓRIO (TOMO II)

A descrição dos equipamentos macrologísticos explicitados neste trabalho buscou auxiliar

a compreensão do papel e da viabilidade operacional do empreendimento estruturante que

constitui parte essencial da espinha dorsal da rede macrologística regional: a Ferrovia Nova

Transnordestina. A implantação desta ferrovia implicará na revitalização do sistema

ferroviário regional e permitirá maior capilaridade dos fluxos de mercadorias tanto de

cunho intrarregional quanto de exportação e importação.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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4. DESCRIÇÃO DOS ATUAIS EQUIPAMENTOS MACROLOGÍSTICO S NO

ESTADO DE PERNAMBUCO

4.1 A FERROVIA NOVA TRANSNORDESTINA

As principais características da Ferrovia Nova Transnordestina estão reportadas no Tomo I

deste Estudo.

A Figura 1 apresenta os eixos estruturantes da Nova Transnordestina.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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Figura 1 – Nova Transnordestina

Fonte: Elaborada pela equipe GLEN/UFC

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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4.2 EQUIPAMENTOS MACROLOGÍSTICOS RELACIONADOS À FERROVIA NOVA

TRANSNORDESTINA NO ESTADO DE PERNAMBUCO

4.2.1 Sistemas Rodoviários de Pernambuco

Este item tem apresenta a infraestrutura atual da malha rodoviária pernambucana, segundo

dados colhidos no Departamento de Estradas de Rodagem de Pernambuco (DER/PE), na

Confederação Nacional de Transportes (CNT) e no Departamento Nacional de

Infraestrutura de Transportes (DNIT). Inclui-se a descrição das principais características do

sistema rodoviário de Pernambuco, abrangendo os seguintes tópicos:

• Classificação e caracterização rodoviária quanto à jurisdição da via;

• Tipo e condições de manutenção do pavimento.

i) Classificação e caracterização rodoviária quanto à jurisdição da via

Segundo o Relatório Pesquisa CNT de Rodovias 2011, o Estado de Pernambuco abrange

uma área territorial equivalente a 98.146,6 km², o que corresponde a 6,3 % da área da

Região Nordeste e a 1,2% do território nacional.

Com base em dados coletados junto ao DNIT, referentes ao ano de 2011, a malha

rodoviária pernambucana é composta pelas jurisdições a seguir:

a) Rodovias com jurisdição federal: também chamadas de BR, são os trechos

rodoviários que constam na Lei 5.917/73 e suas alterações, que estabelece o Plano

Nacional de Viação – PNV. São as rodovias que se encontram sob a tutela do Governo

Federal. O Estado de Pernambuco conta com 2.825,1 km de rodovias federais, que

corresponde a 6,4% da malha total do Estado. Desta extensão, 2.503,4 km são

pavimentados (88,61%); 7 km (0,25%) são em leito natural, ou seja, construído sem

atendimento às normas rodoviárias de projeto geométrico; 243,9 km (8,63%) estavam em

obras em 2011 (serviços de implantação, pavimentação ou duplicação); e 95,4 km (3,38%)

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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são rodovias implantadas, isto é, construídas de acordo com as normas rodoviárias de

projeto geométrico, com revestimento primário na pista de rolamento. Além disso, das BRs

pavimentadas, apenas 211,3 km (7,48%) são trechos contendo duas ou mais pistas de

rolamento;

b) Rodovias com jurisdição estadual: compreendem os trechos rodoviários que

constam do plano de viação de cada Estado e que estão, portanto, sob a tutela do Governo

Estadual. A malha rodoviária estadual é constituída por rodovias estaduais, rodovias

estaduais transitórias – que são trechos rodoviários cuja jurisdição é federal, mas a tutela

foi delegada provisoriamente ao governo do Estado de Pernambuco, e acessos, anéis e

contornos estaduais. O sistema rodoviário estadual apresentava, em 2011, uma extensão de

6.374 km, o que representa 14,4% da malha rodoviária total do Estado. Deste total, 3.816,3

km são pavimentados (59,9%); 1.590,1 km são em leito natural (25,0%); e 744,2 km são

rodovias implantadas (11,7%). Vale destacar que, do total da malha rodoviária sob tutela

do Governo Estadual, 82,7 km (1,30%) são rodovias estaduais coincidentes ou transitórias,

delegadas ao DER pelo DNIT;

c) Rodovias com jurisdição municipal: compreendem as rodovias efetivamente sob

a jurisdição das prefeituras municipais pernambucanas. A maior parte delas se denomina

de rodovias vicinais, que se constituem de estradas locais destinadas a dar acesso,

principalmente, a propriedades lindeiras ou caminhos que ligam povoados relativamente

pequenos ou próximos (DNIT, 2012). A malha rodoviária municipal de Pernambuco

possui uma extensão total de 35.002,5 km, correspondendo, assim, a 79,2% da malha total

do Estado. De todo o alcance da malha municipal, apenas 507,4km (1,5%) são

pavimentados; 33.086,2 km são em leito natural (94,5%); e 1.408,9 km (4,0%) são de

revestimento primário na pista de rolamento.

Para o DNIT, em 2011, havia no Estado de Pernambuco 442,7 km de rodovias planejadas,

cuja construção encontra-se em perspectiva. Desse total, 219,3 km (49,5%) são rodovias

federais e 223,4 km (50,5%) estradas estaduais. Quando se compara com o ano de 2010, a

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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extensão de rodovias planejadas sob jurisdição federal, estadual e municipal permaneceu a

mesma.

ii) Tipo e condições de manutenção do pavimento

Com relação ao tipo de pavimento, a malha rodoviária pernambucana é composta por vias

pavimentadas, implantadas e de leito natural. São chamadas de vias pavimentadas as

rodovias que apresentam revestimento asfáltico, de concreto cimento ou pedra poliédrica,

ou seja, um revestimento superior. Já as rodovias implantadas apresentam sua superfície

em revestimento primário (pista de rolamento sem pavimentação) e atendem às normas

rodoviárias de padrão geométrico. Por sua vez, as rodovias de leito natural são aquelas cuja

superfície de rolamento se apresenta no próprio terreno natural, sem atendimento às

normas e que podem, eventualmente, receber revestimento primário.

A Tabela 1 apresenta o sistema rodoviário do Estado de Pernambuco, no que diz respeito

ao tipo de pavimento, segmentado por jurisdição. Já a Tabela 2 mostra que as proporções

das densidades das malhas rodoviárias, por jurisdição, no Estado de Pernambuco se

assemelham àquelas da Região Nordeste. Isto demonstra um esforço equivalente de

desenvolvimento do modal, hoje hegemônico no transporte de cargas e passageiros na

Região.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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Tabela 1 – Caracterização do tipo de pavimento das rodovias no Estado de Pernambuco,

segundo a jurisdição

Tipo de Pavimento

Pavimentada Implantada Leito Natural Jurisdição da

rodovia Extensão

(Km)

Percentual

(%)

Extensão

(Km)

Percentual

(%)

Extensão

(Km)

Percentual

(%)

Municipal 507,4 1,45 1408,9 4,03 33086,2 94,53

Estadual 3816,3 62,05 744,2 12,1 1590,1 25,85

Federal 2503,4 96,07 95,4 3,66 7 0,27

Fonte: Elaborada pela equipe do GLEN/UFC com base no Plano Nacional de Viação 2011, do Ministério dos Transportes

Tabela 2 – Densidade da Malha Rodoviária, por Jurisdição

Estado

Densidade

rodoviária

federal

(km/km²)

Densidade

rodoviária

estadual

(km/km²)

Densidade

rodoviária

municipal

(km/km²)

Densidade

rodoviária

federal

(%)

Densidade

rodoviária

estadual

(%)

Densidade

rodoviária

municipal

(%)

Pernambuco 0,026637747 0,072479736 0,356036259 5,85 15,92 78,22

Nordeste 0,013799841 0,049089842 0,208208275 5,09 18,11 76,80

Fonte: Elaborada pela equipe do GLEN/UFC com base no Plano Nacional de Viação 2011, do Ministério dos Transportes

No que tange à condição de manutenção do sistema rodoviário de Pernambuco, apresenta-

se, a seguir, os principais resultados da pesquisa rodoviária realizada pela Confederação

Nacional de Transportes (CNT) em 2011. Nesse contexto, foram analisadas – segundo os

níveis de conservação, segurança e conforto perceptíveis aos usuários da infraestrutura

rodoviária – as características viárias quanto ao pavimento, à sinalização e à geometria das

vias.

Conforme a CNT, a extensão das rodovias pernambucanas, avaliada pelos seus

pesquisadores em 2011, foi de 3.108 km, ou seja, 48,8% do total das rodovias do Estado.

Vale ressaltar que a pesquisa tomou como base apenas os trechos rodoviários federais e

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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estaduais pavimentados do Estado, não contemplando, portanto, os trechos sob jurisdição

municipal. As principais conclusões do estudo revelaram que, em Pernambuco:

• 37% das rodovias foram consideradas “regular”;

• 33,2% das rodovias foram consideradas “ruim ou péssima”; e

• Apenas 29,8% das rodovias foram consideradas “ótima ou bom”.

A Figura 2 apresenta a síntese da avaliação dos pavimentos no Estado.

Figura 2 – Classificação Geral das Rodovias em Pernambuco

Fonte: Elaborado pela equipe do GLEN/UFC com base no Relatório Pesquisa CNT de Rodovias, 2011

Ainda segundo a CNT, entre todos os estados nordestinos, Pernambuco obteve uma

avaliação regular na pesquisa; o destaque da Região ficou com o Estado de Alagoas, que

apresentou, no geral, as melhores condições de rodovias pavimentadas estaduais e federais.

Segundo o Jornal Diário de Pernambuco (2011), estão previstos investimentos da ordem

de R$ 1,98 bilhão para intervenções em 73 rodovias do Estado, totalizando 1.973km, que

representam 30,6 % do total da malha estadual. Segundo o DER-PE (2011), por meio do

documento intitulado “Plano de Infraestrutura Rodoviária de Pernambuco – Caminhos da

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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Integração”, encontram-se, atualmente, em fase de obras, restauração ou duplicação 557,4

km de rodovias, representado 28,3% da malha contemplada pelo plano e 8,6% da malha

estadual. O investimento total é de R$ 879,4 milhões ou 44,4% do total de recursos

alocados pelo governo do Estado para a execução dessas obras. A Tabela 3 explicita as

rodovias inauguradas entre outubro e novembro de 2011.

Tabela 3 – Estradas inauguradas entre outubro e novembro/2011

Rodovia Trecho

Extensão

(km)

Investimento

(R$ x 106)

PE 041

Entre BR 101 - Usina São José -

Araçoiaba 22 19,8

PE 042 Escada - Ipojuca 16 10,7

PE 071 Gravatá - Chã Grande 9 8,7

PE 090 Limoeiro - Umari 30 24,3

PE 102 Surubim - Casinhas 15 15,7

PE 180 Belo Jardim - Lajedo 42 19,5

Total 134 98,6

Fonte: Plano de Infraestrutura Rodoviária de Pernambuco – Caminhos da Integração – DER-PE, 2011

A extensão total de 134 km já contemplados com alguma intervenção representa 24,0%

dos 557,4 km e o total investido R$ 98,6 milhões representa 11,2% dos recursos

atualmente destinados para essas melhorias. Os investimentos e ações, apresentados na

Tabela 4, são referentes a implantações (construção de nova rodovia, com serviços de

terraplanagem, drenagem, pavimentação e sinalização) de estradas com início até

dezembro de 2011.

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22

Tabela 4 – Ordens de Serviço para Implantações e Pavimentações

PE Trecho

Extensão

(em km) RD*

Investimento (em

R$ x 106)

Vicinal Sanharó - Jenipapo 11,2 Agreste Central 8,0

PE 160 Jataúba - Congo 13,0 Agreste Central 10,5

PE 088 Salgadinho - João Alfredo 11,0 Agreste Setentrional 10,0

PE 149 Altinho - Ibirajuba 17,0 Agreste Central 11,1

PE 086 Orobó - Machados 15,5 Agreste Setentrional 12,5

VPE Três

Ladeiras Itaquitinga - Três Ladeiras 25,8 Mata Norte 29,1

PE 102 Casinhas - Divisa PB 6,0 Agreste Setentrional 6,0

Vicinal

Entrocamento PE 280 -

Rio da Barra -

Entroncamento BR 232 12,0 Sertão do Moxotó 9,6

Total 111,5 96,8

*Região de Desenvolvimento

Fonte: Plano de Infraestrutura Rodoviária de Pernambuco – Caminhos da Integração – DER-PE (2011)

Essas ações contemplam 111,5 km, o equivalente a 20,0 % dos 557,4 km em obras em

2011. Os recursos investidos, cerca de R$ 96,8 milhões, representam 10,9% do total

destinado até o momento. As obras de restauração apresentadas na Tabela 5 foram

iniciadas em dezembro de 2011.

Tabela 5 – Ordens de Serviço: Restaurações

PE Trecho

Extensão

(km) RD

Investimento

(R$ x 106)

PE 045 Escada - Vitória 34,4 Mata Sul 23,4

PE 060 Cabo - Suape 10,2 Metropolitana 15,7

Total 44,6 39,1

Fonte: Plano de Infraestrutura Rodoviária de Pernambuco – Caminhos da Integração – DER-PE (2011)

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23

Observam-se duas rodovias já com ordens de serviço emitidas, perfazendo 44,6 km ou

8,0% dos 557,4 km. Foi empregado o montante de R$ 39,1 milhões para essas

intervenções, representando 4,4% do total atualmente investido. As demais obras do

“Plano de Infraestrutura Rodoviária de Pernambuco – Caminhos da Integração” serão

executadas entre 2012 e 2013.

Está em estudo de viabilidade a implantação do Arco Metropolitano em Pernambuco que

será uma via alternativa ao trânsito do trecho urbano da BR-101, o qual já se encontra

saturado. Com o Arco, pretende-se desafogar o trânsito e criar uma nova zona de

desenvolvimento na Região Metropolitana. Quando pronto, o Arco terá 98 km de extensão

e ligará os Litorais Norte e Sul, partindo da entrada de Itamaracá, passando por Itapissuma,

Igarassu, Abreu e Lima, Paudalho, São Lourenço da Mata, Moreno, Cabo de Santo

Agostinho, Ipojuca e indo até o Porto de Suape.

A estimativa inicial para o custo da obra é de R$ 1,8 bilhão. A rodovia será construída e

operada por 30 anos através de uma parceria público-privada, sendo o terceiro pedágio de

Pernambuco. O consórcio interessado na PPP é formado pela Odebrecht, Queiroz Galvão e

pela Investimentos e Participações em Infraestrutura (INVEPAR); esta, por sua vez, tem

como acionistas o grupo OAS e três fundos de previdência: PREVI, PETROS e FUNCEF.

A Tabela 6 apresenta alguns investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento

(PAC) para o Eixo Transportes, com foco nas rodovias pernambucanas.

Os investimentos do PAC 2007-2010, destinados para empreendimentos exclusivos na

infraestrutura logística de Pernambuco, são de cerca de R$ 6,6 bilhões. Desse total, R$

671,2 milhões, ou seja, 10,2%, representam recursos destinados para intervenções em

rodovias que ainda estavam em obras ou em estado preparatório. Para o período pós 2010,

foram previstos a alocação de cerca de R$ 631,3 milhões em recursos para a infraestrutura

logística do Estado; destes, aproximadamente R$ 552,6 milhões foram reservados para o

modal rodoviário, o que representou 87,5% do total e revela a hegemonia do setor na

captação de recursos.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

24

A Tabela 7 apresenta a relação de projetos propostos pela Confederação Nacional do

Transporte (CNT) para Pernambuco. Já a Tabela 8 traz a quantia mínima de recursos

necessária para a realização das intervenções.

Tabela 6 – Investimentos em Rodovias do PAC 2007-2010 e Pós 2010, Eixo Transportes,

Rodovias de Pernambuco

Subtipo Empreendimento

Investimento Previsto

2007-2010 (R$ x 106)

Investimento após 2010 (R$ x 106)

Estágio

Duplicação BR - 104/PE - Caruaru S.C.

Capibaribe 99,1 181,3 Em Obra

Duplicação BR - 408/PE - Carpina - Entr. BR-

232/PE lote 02 74,5 5 Em Obra

Adequação Rodovias

BR - 101/PE Subtrecho contorno de Recife - 182

Ação Preparatória

Adequação Rodovias

BR - 101/PE Subtrecho Divisa PE/PB - Igarassu 176 50,8 Em Obra

Adequação Rodovias

BR - 101/PE Subtrecho Palmares - Divisa PE/AL 25,8 116,2 Em Obra

Adequação - Rodovias

BR - 101/PE Subtrecho Ribeirão/PE - Palmares/PE 291,2 14,8 Em Obra

Controle de Velocidade

Controle de Velocidade 4,6 2,5 Em Obra

TOTAL 671,2 552,6 - Fonte: Elaborada pela equipe do GLEN/UFC com base no Relatório do PAC: Balanço 4 Anos 2007 – 2010,

Pernambuco

Caso os projetos propostos venham a ser realizados, 1054 km de rodovias de Pernambuco

passariam por alguma intervenção, com um montante mínimo a ser gasto de R$ 4,8

bilhões.

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Tabela 7 – Projetos do Plano CNT de Transporte e Logística/Pernambuco:

Infraestrutura Rodoviária

Categoria Município Inicial

Município Final Titulo Extensão

(km)

Adequação de Capacidade de

Via Urbana Recife (PE) Recife (PE)

Adequação de via urbana na Região Metropolitana de

Recife 45

Construção de Via Urbana

Recife (PE) Recife (PE) Construção de via urbana na

Região Metropolitana de Recife

40

Xexéu (PE) Goiana (PE) Duplicação BR-101 157

Belém de São

Francisco (PE)

Salgueiro (PE)

Duplicação BR-116 91

Sertânia (PE)

São Caitano (PE)

Duplicação BR-232 131

Duplicação de Rodovia

Garanhuns (PE)

São Caitano (PE)

Duplicação BR-423 80

Faixa Adicional

Araripina (PE)

Parnamirim (PE)

Implantação de faixas adicionais na BR-316 e BR-

230 138

Recife (PE) Recife (PE)

Implantação de corredor expresso de ônibus na

Região Metropolitana de Recife

15 Implementação de Corredor Expresso ou

BRT Recife (PE) Recife (PE)

Implantação de BRT na Região Metropolitana de

Recife 56

Taquaritinga do Norte

(PE) Quipapá (PE)

Recuperação do pavimento BR-104

142

Sítio dos Nunes (PE)

Iraguaçu (PE) Recuperação do pavimento

PE-337/BR-426 39

Ibimirim (PE)

Floresta (PE) Recuperação do pavimento

PE-360 97

Recuperação do Pavimento

Palmares (PE)

Barreiros (PE) Recuperação do pavimento

PE-096 53

Fonte: Elaborada pela equipe do GLEN/UFC com base nos dados do Plano CNT de Transporte e Logística 2011

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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Tabela 8 – Investimento Mínimo em Infraestrutura Rodoviária (Pernambuco)

Categoria Extensão

(km)

Investimento

Mínimo

(R$x106)

Adequação de Capacidade de Via Urbana 45 236,3

Construção de Via Urbana 40 243,7

Duplicação de Rodovia 459 2.430,1

Faixa Adicional 138 230,1

Implementação de Corredor Expresso ou BRT 71 1.130,0

Recuperação do Pavimento 331 529,0

Total 4.799,2

Fonte: Elaborada pela equipe do GLEN/UFC com base nos dados do Plano CNT de Transporte e Logística 2011

4.2.2 Sistema Portuário do Estado de Pernambuco: Caracterização e Análise

O sistema portuário de Pernambuco é constituído pelo Porto do Recife, sob a

responsabilidade da Empresa Porto do Recife S.A., e pelo Complexo Industrial e Portuário

de Suape, administrado pelo Governo do Estado através da empresa SUAPE – Complexo

Industrial Portuário.

A seguir, apresentam-se as principais características dos dois componentes desse sistema.

a) Caracterizações do Sistema Portuário no Estado de Pernambuco.

a.1 Caracterização do Porto do Recife.

O Porto do Recife, distante 14 km do aeroporto internacional dos Guararapes, localiza-se

na parte leste da cidade do Recife, capital do Estado de Pernambuco, na confluência dos

rios Capibaribe e Beberibe onde ambos deságuam no Oceano Atlântico. A Figura 3 mostra

esta localização.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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Figura 3 – Vista aérea do Porto de Recife

Fonte: http://jc3.uol.com.br/blogs/repositorio/porto_recife.jpg

Nas áreas retro portuárias e contíguas, o Porto do Recife dispõe de 7 armazéns para

exploração operacional e 1 armazém para granéis sólidos, grãos e carga geral, conforme

mostram as tabelas 9 e 10.

Tabela 9 – Porto do Recife: Características dos armazéns internos

Armazém Área (m²) Dimensões (m)

01 1.789,00 90,00 x 19,88

03-B 2.861,00 140,75 x 20,33

05 7.507,00 150,05 x 50,03

06 7.507,00 150,05 x 50,03

07 2.055,86 105,70 x 19,45

08 1.847,92 95,50 x 19,35

09 2.069,75 105,60 x 19,60

Total 25.637,53m²

Fonte: Porto do Recife

Na área contígua ao porto encontra-se um armazém com as características mostradas na

Tabela 10.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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Tabela 10 – Porto do Recife: Características do armazém externo.

Armazém Área (m²) Dimensões (m)

18 6.004,50 150,00 x 40,03

Total 6.004,50m²

Fonte: Porto do Recife

Existe, também, uma área com cerca de 2,0 hectares, cujas características estão mostradas

na Tabela 11 e que se encontra disponível para revitalização de acordo com o "Projeto de

Revitalização de Áreas Portuárias" – RVAP.

Tabela 11 – Porto do Recife: Características dos armazéns disponibilizados para o Projeto

Revitalização Portuária

Armazém Área (m²) Dimensões (m)

10 1.976,66 100,95 x 19,60

11 1.966,90 100,25 x 19,62

12 1.666,48 86,00 x 20,00

13 1.666,48 85,68 x 19,45

14 2.375,55 85,29 x 19,44

15 1.643,71 85,61 x 19,20

16 3.656,02 150,33 x 24,32

17 7.175,37 185,41 x 38,70

Total 22.127,14m²

Fonte: Porto do Recife

O Porto conta com áreas descobertas para armazenagem de cargas. São pátios de concreto

protendido construídos em pavimentação rígida e destinados à estocagem de carga geral

pesada, contêineres e granéis sólidos. Áreas disponíveis para arrendamento estão

localizadas na área de influência do Porto, como as mostradas na cor branca na Figura 4.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

29

Figura 4 – Esquema do Porto do Recife

Fonte: Porto do Recife

O Porto conta com um único cais contínuo, cuja extensão total é de 2.960m, assim

distribuídos:

• Trecho 1 – Com 340m, contendo dois berços de atracação (0 e 01) com profundidades

variando de 8,5m a 10m. Existem, contíguos, dois silos horizontais para granéis, com

200.000t de capacidade, e um armazém de carga geral, com 1.782m²;

• Trecho 2 – Com 1.010m, dotado de cinco berços (02, 03, 04, 05 e 06) e profundidade

média de 10,3m. Dispõe de área de armazenagem a céu aberto, com 50.600m², e de

dois armazéns, totalizando 15.000m²; existe disponível, ainda, um porteiner com

capacidade de levantamento de até 30,5t;

• Trecho 3 – Com 1.262m de comprimento, oito berços (07, 08 09, 10, 11, 12, 13 e 14) e

profundidade entre 8m e 10m, possui oito armazéns para carga geral somando

14.910m²; um deles se destina à carga frigorificada. Conta, também, com uma área de

5.785m² de pátios descobertos para depósito de carga geral; e

• Trecho 4 – Com 348m de cais e um berço (15), com profundidade de 8m, em frente a

dois armazéns com 1.642m² e um pátio descoberto, de 1.400m², destinado à carga

geral.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

30

O acesso aos cais se dá através de dois canais, ambos com características naturais. O

principal deles – o canal Sul, possui cerca de 260m de largura e 3,4km de extensão, com

profundidade de 10,5m. O outro, denominado Canal Norte, tem pouca largura, cerca de

1.000m de comprimento, e profundidade de 6,5m, sendo utilizado apenas por embarcações

de pequeno porte.

O Porto dispõe de equipamentos para movimentação de cargas diversas, como mostrado na

Tabela 12.

Tabela 12 – Porto do Recife: Características de equipamentos para embarque e desembarque de

cargas

Equipamentos Capacidade Quantidade

2,5t; 3t; 7t 03 Empilhadeira

37t 01

Auto Guindaste 50HP, 108HP, 112HP 03

3,2t 04

12,5t 01 Guindaste Elétrico

16t 01

Trator 50HP 01

Portainer 30,5t 01

Transtainer 30t 01

Grab 6,3m³; 4,0m³ 04

Descarregador Pneumático 300t/h;1.000t/h 02

Fonte: Porto do Recife

Dados do Porto de Recife revelam que o movimento entre 2002 e 2011 apresenta a

evolução conforme mostrada na Tabela 13 e nas figuras 5 e 6.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

31

Tabela 13 – Porto de Recife: movimentação anual por tipo de carga e de navegação de

2002 a 2011

Fonte: Porto de Recife (2012)

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

32

Ao longo dos anos estudados (2002-2011), a navegação de longo curso evoluiu tanto no

volume importado quanto exportado, principalmente com a colaboração dos granéis

sólidos como de carga geral. Nesta modalidade, as importações de granéis sólidos tiveram

alta de 31%, e as importações de cargas gerais tiveram alta de 159,5%, com pico de

movimentação para os granéis sólidos em 2007 (importação) e 2005 (exportação); para a

carga geral, o pico de movimentação foi em 2011 (importação) e 2008 (exportação).

O mesmo aconteceu com a navegação por cabotagem, que importou muita carga a granel e

exportou carga geral. A importação de granéis sólidos via cabotagem teve muitas

oscilações e uma alta amplitude (variando entre 4.715 t, em 2002, e 184.439 t, em 2006),

fechando o período com alta de mais de 1.500%. Quanto ao movimento de granéis

líquidos, houve uma alta de 33,2%, com um pico registrado em 2007. Quanto à exportação

de carga geral, os dados mostram um crescimento constante, fechando com alta de cerca de

174%.

Já na movimentação no Mercosul, houve quedas nas trocas internacionais e nas categorias

em estudo, sendo os granéis sólidos os principais tipos movimentados (predominantemente

com importações) com baixa de cerca de 19% no período analisado.

Vale ressaltar que a Tabela 13 mostra que a movimentação total de cargas para o Mercosul

teve uma forte e atípica alta em 2004, não estando claro de isto se deveu à falta de dados

quanto à exportação para este Bloco Comercial.

Na Figura 5 tem-se a movimentação total de cargas, por tipo, entre 2002 e 2011,

observando-se que os granéis sólido e líquidos tem uma tendência acentuada de queda nas

operações do Porto de Recife.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

33

Figura 5 – Movimentação total de cargas, por tipo, entre 2002 e 2011, no Porto de Recife

Fonte: Porto do Recife

Na Figura 5 tem-se a movimentação total de cargas, por tipo, entre 2002 e 2011 no Porto

de Recife. De acordo com o comportamento das colunas apresentadas nesta Figura, é

possível perceber que:

i. Entre os anos de 2007 e 2009, a movimentação de granéis sólidos e líquidos

sofreram queda acentuada, voltando a crescer a partir de 2010;

ii. No último triênio, a movimentação de carga geral manteve-se, praticamente,

estável; e

iii. Em 2011, a movimentação de cargas conteinerizadas voltaram a apresentar valores

significativos, o que não acontecia desde 2004.

Com relação às afirmações acima, diversas são as hipóteses que podem ser elaboradas para

explicar as oscilações verificadas na movimentação das cargas naquele porto. Entre elas,

pode-se destacar:

i. A crise econômica mundial, ocorrida em 2007, e a transferência de cargas para o

Porto de Suape. A grande recessão econômica vivida pelo mundo, principalmente, de 2007

a 2009 e a atratividade de cargas para Suape podem ter contribuído para queda na

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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movimentação de granéis sólidos e líquidos, bem como da carga conteneirizada no Porto

de Recife;

ii. Os investimentos em obras de melhoria nas instalações físicas do porto, a

desconcentração das cargas movimentadas, a atração de novos clientes, os benefícios

fiscais oferecidos pelo Estado bem como a instalação de novos empreendimentos na cidade

de Recife e proximidades são apontados como elementos indutores de crescimento da

movimentação de cargas como um todo, no Porto de Recife, nos últimos anos.

Ainda conforme o Porto de Recife, para o ano de 2012 prevê-se um aumento de 54% na

movimentação das cargas, provocado, principalmente, pelo desenvolvimento de novos

focos de atração no porto.

Figura 6 – Porto de Recife: Movimentação anual por tipo de navegação de 2002 a 2011

Fonte: Porto do Recife

Na Figura 6 tem-se a movimentação total de cargas por tipo de navegação entre 2002 e

2011, observando-se uma queda acentuada da cabotagem e dos movimentos do Mercosul.

Entre os motivos considerados para a diminuição das transações de importação e

exportação, voltadas ao Mercosul e à cabotagem, têm-se os problemas ligados à falta de

dragagem do Porto de Recife, fato que levou muitas operadoras a procurarem outros

portos, além da retração de negócios deste Porto com os demais países integrantes do

Mercosul.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

35

Figura 7 – Porto de Recife: Movimentação anual das exportações e importações de 2002 a

2011

Fonte: Porto do Recife

A análise dos volumes de mercadorias importadas e exportadas via Porto de Recife,

conforme apresentado na Figura 7, expõe, claramente, um deficit acentuado nas trocas

comerciais deste porto desde 2002. Dentre as hipóteses consideradas para explicar esse

saldo desfavorável nas transações comerciais realizadas pelo porto, tem-se o fato do Estado

de Pernambuco representar uma das principais portas de entrada de mercadorias na Região

Nordeste; a mudança de perfil da indústria local que passou a buscar no exterior grande

parte de sua matéria-prima e equipamentos de produção, bem como a queda das

exportações de produtos líderes, a exemplo do açúcar bruto, no Estado.

Quanto às infraestruturas terrestres de acesso ao porto, elas se dão pelo modo rodoviário,

principalmente através das rodovias federais BR-232, conectando o Porto ao interior do

Estado e a BR-101, ligando-o aos demais Estados do país.

Os principais centros produtores e consumidores localizados no interior do Estado e no

restante do Nordeste estão ligados ao Porto por rodovias asfaltadas.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

36

O acesso ferroviário ocorre por linhas-troncais da Companhia Ferroviária do Nordeste

(CFN) que servem às principais regiões produtoras do Estado, ligando-as ao Porto de

Recife. Existem ligações às capitais dos estados situados ao norte de Pernambuco (tronco

norte) e às cidades do interior do Estado (tronco oeste), além das cidades de Maceió e

Aracaju (tronco sul).

O Porto de Recife oferece os seguintes serviços:

Energia Elétrica - oriunda da Companhia Energética de Pernambuco (CELPE), com

entrada e distribuição conforme segue (60Hz):

• Três subestações de entrada de 13,8KV;

• Seis subestações rebaixadoras, para corrente alternada de 220V (luz), sendo duas de

380V (força) e quatro de 440V(trifásica para tomadas de guindastes de cais);

• Tomadas para fornecimento de energia elétrica para navios, no trecho entre os

berços de 02 a 06, a cada 50m;

• Setenta e quatro tomadas elétricas para contêineres frigorificados, sendo trinta e

duas tomadas no Cais 2, vinte e quatro tomadas nos pátios 3 e 4 bem como dezoito

tomadas no Pátio 5;

• Um transformador sobre rodas, com mediadores em condições de fornecer 220V/

380V/ 440V (trifásica), para os demais trechos de cais.

Abastecimento de água – proveniente da rede de abastecimento da cidade, sendo

armazenada em cinco reservatórios com capacidade total de 2.300m³.

O fornecimento de água para os navios é realizado através de firmas credenciadas, com

controle de qualidade exercido pela Gerência do Meio Ambiente da Porto do Recife S.A.

Combate a Incêndio – localizado entre os berços 02 e 06, compreende hidrantes

distribuídos ao longo daquele trecho de cais e pátios anexos. As demais dependências

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

37

possuem sistema de combate a incêndio com extintores de gás carbônico e conjunto Moto-

Bomba.

Abastecimento de navios – feito através de 16 tomadas, espaçadas entre si de 60 m, ao

longo do trecho de cais entre os berços 02 a 06, com vazão média de 150 m³/h no caso de

óleo diesel marítimo. O fornecimento de bunker (óleo combustível para navios) é realizado

através de 13 pontos instalados entre os berços 02 a 06; o óleo diesel marítimo é fornecido

entre o Terminal Açucareiro e o Armazém 06.

Coleta de Lixo / Resíduos Oleosos – segundo procedimento para atendimento da retirada

de resíduo de embarcações, aprovado em 29/05/2007.

Atracação – com prioridades estabelecidas no Regulamento de Exploração do Porto do

Recife.

Salvatagem – sob a competência da Capitania dos Portos do Estado de Pernambuco.

Praticagem – obrigatória, a partir do quebra-mar do Banco Inglês, sendo administrada

pela Associação dos Práticos do Estado de Pernambuco.

Rádio operador – 16 e 23 a 27. 10, 13 – freqüências 156.500, 156.650 e 156.800 MHz.

Horário de trabalho – regido pelo Regulamento de Exploração do Porto do Recife. Para

as operações portuárias (avulsos) o regime é de 24 horas, sendo quatro períodos de seis

horas.

A entrada em operação comercial do Porto Organizado do Recife ocorreu em 12 de

setembro de 1918. A partir de 1º de junho de 2001, através de Convênio, passa a

administração e exploração a ser realizada pelo Estado de Pernambuco por intermédio da

empresa Porto do Recife S.A, empresa de economia mista vinculada à Secretaria de

Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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Sua administração superior é formada por um diretor-presidente que gerencia: a Diretoria

de Operações e Engenharia – DIOPE, a Diretoria Administrativa e Financeira – DIAFIN, a

Diretoria Comercial – DIRCOM, a Gerência de Negócios, a Assessoria de Imprensa e

Comunicação – ASSIMP, a Coordenadoria de Segurança – COSEG, a Coordenadoria

Jurídica – COJUR, a Comissão Permanente de Licitação – CPL, a Comissão Especial de

Licitação – CEL, a Assessoria de Tecnologia da Informação – ASTINF, a Gerência de

Operações, a Gerência Financeira, a Gerência de Recursos Humanos, a Gerência de Meio

Ambiente, além de um setor de Protocolo e de uma Ouvidoria. Recentemente, foi criada a

Gerência de Engenharia e Meio Ambiente – GEMA.

Além desses organismos, atua o Conselho de Autoridade Portuária – CAP, instituído pela

Lei nº. 8.630/93, de existência obrigatória e funcionamento permanente, com competência

definida em lei.

No que diz respeito à organização institucional, não se pode realizar análise mais

detalhada, tendo em vista a não disponibilidade de informações detalhadas sobre o arranjo

institucional da empresa.

a.2 Caracterização do Complexo Industrial e Portuário de Suape.

O Complexo Industrial e Portuário de Suape localiza-se entre os municípios de Ipojuca e

Cabo de Santo Agostinho, na Foz do Rio Ipojuca, a 45 km de Recife, capital do Estado.

Ele está instalado numa área de 13 mil hectares e ora concentra investimentos privados que

somam US$ 21 bilhões.

A Figura 8 a seguir mostra a localização do Porto de Suape.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

39

Figura 8 – Porto de Suape: Vista Aérea

Fonte: http://www.negociospe.com.br/img_miolo20ed_g/miolo20ed_entendendo_suape_foto_aerea.jpg

Além de grandes empreendimentos, localizam-se em Suape empresas dos setores

secundário e terciário como:

• Aguaflex, Alcan Packaging Beauty, Alvo Distribuidora de Combustíveis LTDA,

Amanco, Andaluz Logística Transportes, Ar Clima Engenharia, Arcor do Brasil

LTDA , Atlântico Terminais S/A;

• Brasalpla, Brasitrans, Braspack, Bunge Alimentos – Óleo, Bunge Alimentos –

Margarina, Bunge Moinho, Campari, Cascadura ltda, Cerâmica Monte Carlo S/A,

Cereser, Cesa – Pedra Cerâmica Santo Antônio S/A , Cimento Brasil, Citepe, Coca-

cola, Companhia brasileira de Petróleo Ipiranga, Condor, Copagaz, Cristalpet;

• Decal, Dsr transportes, Embratel, Emplal Embalagens Plásticas ltda, Enertec, Esso

brasileira de petróleo ltda, Estaleiro Atlântico Sul, Fasal, Gonvarri, Ibg, Itapoama

mineração LTDA , Komboogie Brasil Logistica LTDA;

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

40

• Liquigás, M & G – Grupo Mossi & Ghisolf, Max Pinturas, Máquinas Piratininga

Ind. e Com. Ltda, Medabil sistemas construtivos, Mhag mineração, Minasgás,

Multifarinhas do Brasil, Nutrinor,

• Pamesa do Brasil S/A, Pandenor Importação e Exportação LTDA, Pedreira

Anhanguera S/A Empresa de Mineração, Pedreiras do Brasil, Pepsicola do Brasil

LTDA,

• Pernod Ricard Ind Com LTDA , Pet Nordeste, Petrobras Distribuidora S.A ,

Petrobras Pool (Petrobras, Esso Shell, Ipiranga), Petrobras Transporte S.A –

Transpetro, Petroquimica Suape, Plas Tamp)

• Plastipak, Posto Portal de Suape LTDA, Procinsa, Quebecor Word Color, Rapidão

Cometa, Redimix;

• Refinaria Abreu e Lima S/A, Rexam, Rip, Sapeka, Saveiros Camuyrano Serviços

Marítimos S/A , Selmi, Senai Cabo, Sest/ Senat, Suape Energia, Suape Têxtil,

Suata Log Serviços e Logística LTDA, Tecon Suape S/A , Temape – Terminais

Marítimos de pernambuco, Tequimar – Terminal Químico de Aratu S/A ,

Termopernambuco S/A , Terranor, Thor Nordeste;

• Tim Nordeste S/A, Toc – Empreendimentos LTDA, Trade logística 1 (locatário),

Transpaz – Transporte Rodoviário de Cargas, Ultragaz LTDA , Unilever CD –

Alimentos, Unilever WS – Alimentos, Urbano Agroindustrial, Vila Galé Ecoresort

do Cabo, White Martins, Wind Power/ impsa;

• Windrose Serviços Marítimos, Work Marine (a), Work Planejamento e Consultoria

LTDA.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

41

Na área portuária e retro portuária do Porto de Suape localizam-se depósitos, tanques de

armazenagem de graneis líquidos, silos, armazéns, pátios e tanques. Nos tanques podem-

se armazenar até 500 mil m³ de granéis líquidos. Existem pátios para carga geral, para

contêineres com carga seca e para contêineres com carga frigorificada.

Os silos são em número de nove e sua capacidade total é de 45 mil toneladas. A área

destinada ao pátio de contêineres é de 45 hectares e a área alfandegada é de 55 hectares.

As instalações de acostagem do Porto de Suape compreendem píeres localizados em mar

aberto e em área naturalmente abrigada. São, respectivamente, denominados porto interno

e porto externo ou off-shore.

Porto Externo – De acordo com o site do PAC, o Porto Externo possui um molhe de

pedras de proteção em "L", com 3 mil metros de extensão onde se abrigam dois píeres de

granéis líquidos, um cais de múltiplo uso, uma tancagem flutuante de GLP e um píer

petroleiro com dois cais de atracação. Nestes, podem atracar navios petroleiros de até 170

mil TPB e suas características estão resumidas a seguir:

• Píer de Granéis Líquidos 1 (PGL 1) - tem extensão de 330m e contém 2 berços

para navios de até 190 metros de comprimento, até 45 mil tpb e até 14m de calado.

Sua plataforma central conta com 84m comprimento e 25m de largura, contendo 4

dolfins laterais para atracação e amarração, além de ponte de acesso e tubulações

para transporte de granéis líquidos;

• Píer de Granéis Líquidos 2 (PGL 2) – com 386m de extensão, contém 2 berços para

navios de até 270m metros de comprimento, até 14,5m de calado e até 90 mil tpb.

Possui plataforma de operações com 45 m comprimento e 32 m de largura,

contendo 10 dolfins para atracação e amarração, além de ponte de acesso e

tubulações para transporte de granéis líquidos.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

42

Ambos os píeres são operados por empresas habilitadas pela Agência Nacional de Petróleo

(ANP) e pré-qualificadas pelo Porto de Suape.

• O Cais de Múltiplo Uso (CMU) – tem extensão de 320m e largura de 39m. Possui

ponte de acesso com 20m de extensão e 15m de largura, 18 cabeços de amarração

no berço leste e 14 cabeços no berço oeste. Contém um terminal roll-on-roll-off,

com rampa de 30m de comprimento e 20m de largura. Nele se localizam dois

berços de atracação. O berço leste tem capacidade de receber navios de até 260 m

de comprimento e o oeste pode receber navios de até 150 m de comprimento.

Ambos comportam navios com calado de até 15,5 m de profundidade.

• A Tancagem Flutuante de GLP se faz por navios de gás refrigerado com porte de

até 45mil TPB e se realiza no berço oeste do PGL-1, atingindo capacidade de

estocagem de 75 mil m3.

Na Tabela 14 se encontram especificações dos três píeres off-shore de Suape.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

43

Tabela 14 – Porto de Suape: Características dos Píeres Externos

Característica CMU PGL 1 PGL 2

− Berços de atracação n.d 2U 2U

− Braços mecânicos n.d 10 u 4u

− Carga máxima admissível n.d 45 mil tpb 90 mil tpb

− Comprimento 320m 330 m 3860 m

− Comprimento da Plataforma central n.d 84 m n.d

− Comprimento para navios no berço leste – até: 260m n.d n.d

− Comprimento para navios no berço oeste – até: 260m n.d n.d

− Comprimento dos Berços 150m 190 m 270 m

− Dolfins laterais - atracação e amarração Vide abaixo 4 u 10u

− Largura da Plataforma central 25m 39m

− Ponte de acesso a tubulações 150m.

− Profundidade dos Berços 15,5 14m 14,5 m

− CMU - Terminal roll-on-off com rampa de 30m de comprimento e 20m de largura

− CMU - ponte de acesso com 20m de extensão e 15m de largura

− CMU - dolfins de amarração 18 e14 cais leste e oeste.

Fonte: Porto de Suape (2011)

Porto interno – possui 5 cais. O cais 1 é público, possui 275 m de extensão e movimenta

carga geral, predominando a operação de minério de ferro, coque, escória e clínquer. É

equipado com dois guindastes Liebhherr, capazes de movimentar 18 mil t/d, e duas esteiras

rolantes móveis.

Os cais 2 e 3 estão arrendados à empresa Tecon Suape, subsidiária da International

Container Terminal Inc. e somam 600m de cais. Neles se concentra a movimentação de

contêineres e tem capacidade de movimentação de 600 mil contêineres/ano. Eles contam

com 2 portêineres Post-Panamax com capacidade de 65t e 2 portêineres Panamax com

capacidade de 40t, além de 10 Reach Stacker com capacidade de 45t, 8 transtêineres

RTG’s e contêineres reefers para produtos congelados.

O Cais 4 é público, foi inaugurado em 2007 e possui 330m de extensão, sendo utilizado

para a movimentação de carga geral e grãos. Planeja-se iniciar, no curto prazo, através

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

44

deste píer, o desembarque de veículos. É equipado com uma esteira rolante de 1,5 km

construída para interligá-lo aos moinhos de trigo da Bunge Alimentos – que já opera em

Suape, com capacidade de 800 mil toneladas do grão para processamento – e do Grupo

Dias Branco, em implantação.

O Cais 5 foi inaugurado em setembro de 2009, possui 335m de extensão e deverá

movimentar, nos primeiros anos de operação, cargas gerais e açúcar a granel.

Segundo dados de 2008 e 2009 da Administração Portuária, pode-se notar que houve

decréscimo de cerca de 10 % no montante de movimentação total de cargas entre 2008 e

2009. Tanto os valores que correspondem às movimentações de longo curso, voltadas para

o comércio internacional, como os de cabotagem, que refletem a movimentação interna,

indicam queda.

A Tabela 15 apresenta dados de movimentação de carga no Porto de Suape entre 1991 e

2010.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

45

Tabela 15 – Movimentação anual de carga geral (em toneladas) no Porto de Suape de 1991 a 2010

Fonte: Porto de Suape (2011)

Embora uma análise mais precisa acerca da movimentação da carga geral no Porto de

Suape, conforme apresentada pela Tabela 15, fique comprometida em consequência de

lacunas no registro dos dados do ano de 2010, pode-se perceber, que de modo geral, o

Porto de Suape tem apresentado, nos últimos anos, aumentos significativos na

movimentação portuária. Isso pode ser explicado, entre outros aspectos, pelo fato de Suape

atuar como um porto concentrador e distribuidor de cargas para o Norte e Nordeste e da

atração de grandes empreendimentos estruturadores hoje em implantação ou já

operacionais no Complexo que o abriga. Além disso, Suape tem apresentado um ritmo de

crescimento superior ao da economia do Estado de Pernambuco.1

Segundo dados da autoridade portuária, nesse mesmo período, houve queda nas

importações e nas exportações, o que é mostrado pelos valores que correspondem às

movimentações de longo curso no comércio internacional. No total, eles diminuíram de

1 Segundo o Jornal do Comércio (2011), em 2010, o Porto de Suape chegou a crescer mais de 16%.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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3.584.137t em 2008 para 3.263.105t em 2009, o que corresponde a um decréscimo de

cerca de 9%.

As importações, que em 2008 foram 5.806.706t, em 2009 caíram para 5.600.717, o que

corresponde a uma retração de cerca de 4 %.

As exportações caíram de 2.811.836t em 2008 para 2.135.905t em 2009, o que corresponde

a um decréscimo de 24%. Em termos de cabotagem também houve decréscimo, passando-

se de 5.034.405t em 2008 para 4.473.517t em 2009, o que corresponde à queda de cerca de

11%.

Segundo informações da Administração do Porto, em 2011, pelo terceiro mês consecutivo,

a movimentação de cargas foi superior a um milhão de toneladas (1.243.456 t) e a de

contêineres superior a 40 mil TEUs (41.357). Esses números representam,

respectivamente, um crescimento de cerca de 50% e 43%, em relação a outubro de 2010.

No acumulado do ano de 2011, os dados mostravam um aumento representativo na

comparação com 2010, quando o Porto movimentou mais de nove milhões de toneladas.

Entre janeiro e outubro de 2011, passaram por Suape 9.174.756 toneladas de cargas, 26% a

mais que no mesmo período do ano anterior. Já a movimentação de contêineres cresceu

37%. A expectativa para o final de 2011 era passar de 11 milhões de toneladas de

movimentação no Porto.

As operações de cabotagem também continuam crescendo de maneira acelerada. No

comparativo com 2010, a evolução de 2011 foi de 33%, nos primeiros dez meses do ano.

Nos próximos anos, estes números são esperados crescer ainda mais. Com o início da

operação de grandes empreendimentos estruturadores, como a Refinaria Abreu e Lima, a

expectativa é que Suape movimente mais de 30 milhões de toneladas em 20132.

O Porto de Suape dispõe de acessos rodoviários e ferroviários com cruzamentos em nível.

Os acessos rodoviários ao Porto ocorrem pela rodovia estadual PE-060 que encontra a

2 Segundo o Coordenador de Desenvolvimento de Negócios do Porto, Leonardo Cerquinho, em reunião com a equipe do GLEN/UFC no Porto de Suape.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

47

rodovia federal BR-101 no município do Cabo (PE), e pela rodovia AL-101, na divisa de

Pernambuco com Alagoas.

O acesso ferroviário se dá através de um ramal de 23 km da TLSA, integrado às linhas das

antigas Superintendência Regional Recife (SR1) e Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA).

Uma lei estadual criou a Empresa Suape Complexo Industrial Portuário, em 7 de

novembro de 1978, para administrar o desenvolvimento das obras e a exploração das

atividades portuárias.

Sua missão é “promover o desenvolvimento socioeconômico da região de sua influência”.

Busca-se transformar Suape em um centro concentrador e distribuidor de cargas para

empresas interessadas em colocar seus produtos no mercado regional ou exportá-los para

outros países.

Para desempenhar as suas atribuições e atingir sua missão e objetivos, a Empresa conta

com a seguinte direção administrativa:

• Presidente

• Vice Presidente

• Diretor de Administração e Finanças

• Diretor de Gestão Portuária

• Diretor do Fórum Suape Global

• Diretor de Gestão Fundiária e Patrimônio

• Ouvidor.

Existem, hoje, 15 mil trabalhadores entre funcionários das empresas e pessoas envolvidas

nas obras de implantação dos empreendimentos e nas obras de infraestrutura do Porto.

No que diz respeito às instalações administrativas, além da sede da Empresa o porto abriga

instalações onde funcionam órgãos das administrações públicas federal e estaduais.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

48

Dentre os investimentos abrigados pelo porto, no início de 2012, destaca-se o Estaleiro

Atlântico Sul S.A. cujas características são descritas a seguir:

Estaleiro Atlântico Sul S.A. – de propriedade dos grupos Camargo Corrêa, Queiroz

Galvão, Samsung Heavy Industries (SHI) e a empresa PJMR, entrou em operação em

2008. Produz todos os tipos de navios cargueiros de até 500 mil tpb, além de plataformas

offshore do tipo semissubmersível. Objetiva ser a maior e mais moderna empresa do setor

de construção naval e offshore do hemisfério Sul e resulta de investimentos de R$ 1,8

bilhão.

O Estaleiro possui um cais de acabamento com 730 metros de extensão, equipado com dois

guindastes com capacidade para movimentar 35 toneladas. Outros 680 metros de cais são

utilizados para a construção de plataformas offshore.

Sua capacidade instalada de processamento é da ordem de 160 mil toneladas de aço por

ano em 1 milhão e 620 mil metros quadrados de terreno, área industrial coberta de 130 mil

metros quadrados e um dique seco de 400 metros de extensão, 73 metros de largura e 12

metros de profundidade. O dique é servido por dois pórticos Goliaths de 1.500 toneladas,

dois guindastes de 50 toneladas e dois de 35 toneladas.

O porte destes equipamentos reduz o tempo de edificação, possibilitando ao Estaleiro

figurar entre as plantas navais de quarta geração, junto aos estaleiros asiáticos,

considerados a vanguarda da construção naval mundial.

A Figura 9 mostra vistas aéreas do Estaleiro.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

49

Figura 9 – Vistas Aéreas do Estaleiro Atlântico Sul

Fonte: Estaleiro Atlântico Sul (2011)

4.2.3 Sistema Aeroportuário de Pernambuco

Este item apresenta a caracterização da infraestrutura aeroviária no Estado de Pernambuco,

tendo como principais fontes de dados a Empresa Brasileira de Infraestrutura

Aeroportuária (INFRAERO) e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Esta

caracterização compreende a descrição dos principais componentes do sistema aeroviário

de Pernambuco, abrangendo infraestrutura aeroportuária e movimentação de passageiros e

cargas nos aeroportos.

i) Caracterização da infraestrutura aeroportuária de Pernambuco

Nesta seção, apresenta-se a caracterização da infraestrutura aeroportuária do Estado de

Pernambuco, envolvendo as categorias, condições de operação dos aeródromos e

aeroportos do Estado. Em especial, apresenta-se uma caracterização mais detalhada da

infraestrutura dos dois principais aeroportos de Pernambuco: Aeroporto Internacional de

Recife (Guararapes) Gilberto Freyre (SBRF) e Aeroporto de Petrolina Senador Nilo

Coelho (SBPL).

Segundo a ANAC (2012), aeródromos são áreas destinadas a pouso, decolagem e

movimentação de aeronaves (aviões e helicópteros). Podem ser classificados em civis

(quando destinados ao uso de aeronaves civis) e militares (quando destinados ao uso de

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

50

aeronaves militares). Por aeroporto entende-se o aeródromo público dotado de instalações

e facilidades para apoio às operações de aeronaves e de embarque e desembarque de

pessoas e cargas.

O transporte aéreo em Pernambuco conta, atualmente, com dois aeródromos públicos que

apresentam operação regular: Aeroporto Internacional (Guararapes) Gilberto Freyre

(SBRF), situado ao sul de Recife, o mais movimentado do Estado; e o Aeroporto Senador

Nilo Coelho (SBPL), localizado no município de Petrolina. Ambos operam sob a

administração da INFRAERO.

Segundo o PAEPE (1997), cuja validade tem duração prevista para vinte anos, na estrutura

do sistema aeroportuário do Estado de Pernambuco os aeroportos são classificados pela

função que desempenham no sistema e pelo porte de aeronaves que operam em cada um

deles. No entanto, os aeroportos internacionais e nacionais são objeto de planejamento

específico, não sendo, portanto, feitas considerações referentes ao porte das aeronaves.

Assim, de acordo com a esfera de interesse, definem-se como aeroportos internacionais

aqueles caracterizados como portões de entrada e saída do tráfego aéreo internacional,

onde são satisfeitas formalidades de alfândega, de polícia, de saúde pública e demais

formalidades análogas.

Os aeroportos nacionais são aqueles de capitais ou grandes centros metropolitanos com

características adequadas às operações de aviação doméstica.

Os aeroportos regionais são aqueles destinados a atender às regiões de interesse estadual,

que apresentam demanda por transporte aéreo regional regular, em ligações com grandes

centros metropolitanos e capitais, bem como cidades com potencial socioeconômico,

indicado pela hierarquização dos municípios.

Os aeroportos locais são caracterizados pela operação exclusiva da aviação não regular

(pequeno porte ou charter), induzida pela atividade econômica local, de qualquer natureza,

inclusive a atividade turística. Também desempenham a função de absorver o tráfego de

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

51

aviação geral de outros aeroportos onde este segmento provoque interferências

indesejáveis.

E, por fim, os aeroportos complementares são aqueles que não apresentam demanda por

transporte aéreo regular, mas desempenham função de apoio às localidades de difícil

acesso a projetos de desenvolvimento ou a rotas aéreas.

Os aeródromos do Estado de Pernambuco, segundo sua categoria de interesse, estão

mostrados no Quadro 1.

Vale destacar que, por conta da ausência de dados mais atualizados, o número de

aeródromos apresentados no Quadro 1, segundo a categoria de interesse, pode apresentar

certa defasagem, podendo, portanto, apresentar diferenças para mais ou para menos.

Quadro 1 – Aeródromos do sistema aeroviário do Estado de Pernambuco INTERESSE AERÓDROMO Internacional

(1) Recife

Nacional (1)

Petrolina

Regional (4)

Fernando de Noronha, Caruaru, Garanhuns, Serra Talha/Santa Magalhães

Local (7)

Araripina, Arcoverde, Auxiliar de Recife, Belo Jardim, Mata Norte, Mata Sul e Salgueiro

Complementar (5)

Afogados da Ingazeira, Afrânio, Belém de São Francisco, Ibimirim e Santa Maria da Boa Vista

Fonte: Elaboração da equipe do GLEN/UFC com base no PAEPE (1997)

Segundo dados da ANAC (2009), existem no Brasil, aproximadamente, 720 aeródromos

públicos e 2.890 privados. Em Pernambuco, estima-se que haja cerca de 15 aeródromos de

interesse público e 11 de interesse privado, representando, dessa maneira, 2,1 e 0,38%,

respectivamente, do total nacional. Além disso, o Pernambuco conta com 31 helipontos de

interesse privado, sendo que 4 estão localizados em hospital.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

52

De acordo com o Governo de Pernambuco, estão sendo desenvolvidos grandes programas

do Governo de Pernambuco, dentre ele, o PROMOB – Programa Estadual de Mobilidade

Urbana, que consiste em um conjunto de obras que visam melhorar a mobilidade urbana.

Isto contribui para o fortalecimento das atividades turísticas do Estado, que consiste em

umas das suas principais vocações econômicas e gera emprego e renda em todas as

regiões.

A Figura 10 ilustra as cidades e sua interligação com a infraestrutura de transportes de

Pernambuco.

Figura 10 – Infraestrutura de Transportes do Estado de Pernambuco

Fonte: Elaboração do BNB/ETENE com base nos dados do IBGE, INFRAERO, ANTAQ e Ministério dos

Transportes (2010)

� Aeroporto de Petrolina (Senador Nilo Coelho)

Segundo a INFRAERO, o Aeroporto Senador Nilo Coelho, que atende o município de

Petrolina, se firma como um dos principais do Nordeste, impulsionado pela produção do

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

53

Vale do São Francisco, maior exportador de frutas do Brasil e responsável pela maior taxa

de crescimento econômico da região.

Os investimentos que a INFRAERO realizou em Petrolina, transformaram o aeroporto no

segundo maior de Pernambuco e sua pista de pouso e decolagem na segunda maior do

Nordeste. O sistema aeroportuário de Petrolina conta com uma área de 4,1 milhões m²,

sendo que, deste total, 16,4 mil m² compõem o pátio de manobra das aeronaves e permite

acomodar, simultaneamente, até 10 aeronaves. A pista de pouso e decolagem, agora com

3.250 metros de extensão, recebe grandes aviões cargueiros, com capacidade para até 110

toneladas.

Operam regularmente no Aeroporto de Petrolina três companhias aéreas: a GOL Linhas

Aéreas, Ocean Air Linhas Aéreas e a TRIP Linhas Aéreas.

As obras realizadas em 2004, permitiram melhor qualidade do reforço asfáltico da pista e

do pátio de aeronaves, ampliando-o para 16.406 m², com cinco posições de estacionamento

para aviões de grande porte.

O terminal de cargas do Aeroporto de Petrolina possui 2 mil m² e , de acordo com a

INFRAERO, está preparado para atender a demanda de exportação de frutas da região. A

estrutura é toda preparada para dar suporte à produção perecível, com seis câmeras

frigoríficas, capacidade de armazenamento de 17 mil caixas cada uma e dois túneis de

resfriamento.

O novo terminal de passageiros do Aeroporto de Petrolina é totalmente climatizado, com

equipamentos de segurança modernos, como o circuito interno de TV e o sistema

informativo de voo, além de 19 pontos comerciais dentro do conceito de Aeroshopping. O

terminal de passageiros dispõe de lanchonetes, restaurante, lojas de artesanato, produtos

regionais, locadoras de veículos, terminal de saque eletrônico e um estacionamento capaz

de acomodar até 75 veículos.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

54

O Aeroporto de Petrolina atende a mais de 53 municípios nos Estados de Pernambuco,

Bahia e Piauí.

Segundo o índice de eficiência, divulgado em agosto de 2011 no Relatório de Desempenho

Operacional dos Aeroportos – Ano base de 2010 (ANAC), o Aeroporto de Petrolina

obteve a 28ª posição entre os aeroportos de categoria 2. Já em relação ao índice de

produtividade, divulgado em fevereiro de 2011, no Relatório de Desempenho Operacional

dos Aeroportos – Ano base de 2009 (ANAC), o aeroporto obteve a 22ª posição.

� Aeroporto Internacional Gilberto Freyre (Recife / Guararapes)

Situado ao sul do Recife, o Aeroporto Internacional Guararapes atende a movimentação de

passageiros domésticos e internacionais. O Aeroporto utiliza o que há de mais avançado

em tecnologia aeroportuária, começando pelo acesso às aeronaves. O corredor que conduz

às pontes de embarque foi o primeiro no país a utilizar acessos diferenciados para os

passageiros. Além de evitar o encontro dos dois fluxos, torna o processo mais rápido e

seguro (INFRAERO, 2012).

De acordo com a INFRAERO, o sítio aeroportuário de Recife é controlado por sistema de

automação e possui sensores de presença que evitam o gasto de energia em áreas que não

estão sendo utilizadas. O sítio possui uma área de cerca de 3,9 milhões de m². Desse total,

139,6 mil m² compõem o pátio de manobra das aeronaves que permite acomodar,

simultaneamente, até 26 aeronaves. No pátio de aeronaves, dutos subterrâneos levam o

combustível para os aviões, uma forma mais segura de abastecimento, pois evita o trânsito

de caminhões-tanque no local.

A pista de pouso e decolagem possui 3.300 m de comprimento e 45 m de largura e o

terminal de passageiros cobre 52.000 m², contando com 64 balcões de check-in.

Mais de 23 mil m² de vidros especiais proporcionam iluminação natural e mantêm o

conforto térmico do ambiente. A área destinada a compras e lazer dispõe de várias opções

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

55

para o consumo de produtos e serviços dentro do conceito de Aeroshopping adotado nos

principais aeroportos da INFRAERO. Anexo ao terminal de passageiros funciona o

edifício garagem, com capacidade de estacionamento para mais de dois mil veículos e

cobertura com espaço para a realização de eventos.

As soluções adotadas na arquitetura do terminal contemplam itens de acessibilidade tais

como balcões de check-in adaptados, rampas com piso antiderrapante e faixas de pedestres

elevadas ao nível da calçada, que receberam a aprovação da Secretaria Especial de Direitos

Humanos. Entre outras facilidades, como praça de alimentação, restaurantes, agência de

turismo, lojas, locadoras de veículos, serviços bancários, o aeroporto conta com delegacia

de Polícia Civil especializada no atendimento ao turista e delegacia de imigração da Polícia

Federal, que faz a emissão de passaportes.

Operam regularmente em Recife, as companhias aéreas AZUL, American Airlines, Delta

Airlines, Gol, Iberia, Noar Linhas Aéreas, Avianca, TAM, Tap, Trip, Varig, Web Jet,

Pantanal e Passaredo.

Segundo o índice de eficiência, divulgado em agosto de 2011 no Relatório de Desempenho

Operacional dos Aeroportos – Ano base de 2010 (ANAC), o Aeroporto de Recife obteve a

11ª posição, entre os aeroportos de categoria 1. Já em relação ao índice de produtividade,

divulgado em fevereiro de 2011 no Relatório de Desempenho Operacional dos Aeroportos

– Ano base de 2009 (ANAC), o aeroporto obteve a 11ª posição.

ii) Caracterização operacional da movimentação de passageiros e de cargas nos aeroportos

As tabelas 16 e 17 apresentam o movimento de aeronaves, passageiros, carga (referente,

exclusivamente, às cargas de porão) e mala postal nos 02 aeroportos administrados pela

INFRAERO no Estado de Pernambuco. Em aeronaves, estão computados pousos e

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

56

decolagens. Em passageiros, embarques e desembarques. Os dados mostram a

movimentação acumulada no ano de 2011.

Tabela 16 – Movimento Operacional da Rede Infraero (aeronaves e passageiros) – Ano de

2011

Aeronaves (unid.) Passageiros (unid) Dependência

Domest. Intern. Total Domest. Intern. Total Superintendência

Regional do Nordeste (SRNE) 224.668 6.684 231.352 17.031.247 598.941 17.630.188

SBRF - Aeroporto

Internacional de Recife 80.027 3.611 83.638 6.114.753 246.115 6.360.868

SBPL- Aeroporto de Petrolina 8.213 154 8.367 372.040 16 372.056

TOTAL INFRAERO 2.706.102 187.529 2.893.631 161.316.668 18.165.560 179.482.228

Fonte: Elaboração da equipe do GLEN/UFC com base no Boletim Estatístico da Infraero de 2011

Pelos dados apresentados na Tabela 16, pode-se observar que:

� A movimentação total de passageiros em SBRF e em SBPL, quando comparada

com o total da SRNE, foi de 36,1% e 2,1 %, respectivamente; e

� Que esta movimentação, quando comparada com o total da INFRAERO, atingiu

cerca de 3,5% e 0,20%, respectivamente.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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Tabela 17 – Movimento Operacional da Rede Infraero (carga aérea e mala postal) – Ano

de 2011

Carga aérea (kg) Mala Postal (kg) Dependência Domest. Intern. Total Domest. Intern. Total

Superintendência Regional do

Nordeste (SRNE)

106.564.888 11.546.340 118.111.228 23.897.864 4 23.897.868 SBRF -

Aeroporto Internacional de

Recife 42.464.081 5.239.846 47.703.927 11.377.510 4 11.377.510 SBPL- Aeroporto

de Petrolina 1.242.051 2.272.041 3.514.092 0 0 0 INFRAERO 698.223.709 766.260.730 1.464.484.439 188.249.980 13.168.821 201.418.801

Fonte: Elaboração da equipe do GLEN/UFC com base no Boletim Estatístico da Infraero de 2011.

Conforme a Tabela 17 pode-se verificar que:

� A movimentação total de carga aérea em SBRF e SBPL, quando comparada com o

total da SRNE, foi de 40,4% e 2,97%, respectivamente, mostrando a importância relativa

do Aeroporto de Recife no que tange a carga aeroviária regional;

� A movimentação de SBRF e SBPL, quando confrontada com o total da

INFRAERO, alcançou 3,25 e 0,24%, respectivamente;

� A quantidade de mala postal movimentada em SBRF em relação ao total da SRNE

e da INFRAERO foi de 47,6% e 5,6%, respectivamente.

Vale ressaltar que, a INFRAERO administra, atualmente, 67 aeroportos em todo o país.

Sob a tutela da SRNE, estão os aeroportos de Fortaleza, João Pessoa, Juazeiro do Norte,

Campina Grande, Natal, Parnaíba e Teresina.

Segundo o Boletim Logístico da Infraero (ano base 2011), no que tange à movimentação

de cargas nos terminais de Logística de Carga da INFRAERO (rede TECA), o Aeroporto

de Recife apresentou o seguinte desempenho:

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

58

� Não alcançou nenhuma posição no ranking dos 10 maiores TECAs da rede, quando

se leva em consideração o movimento de cargas provenientes de outros países; neste caso,

aqueles somaram, sozinhos, quase 97 % de toda carga importada recebida pela rede;

� Com relação às cargas movimentadas destinadas à exportação, o TECA de Recife

ficou com a nona posição, tendo exportado o volume de 3.808t, o que representou 1,2% de

participação percentual sobre o total da rede; na Região Nordeste, apenas o TECA de

Salvador apresentou melhor índice de participação que o terminal de Recife, tendo obtido a

marca de 1,5%; após Recife, veio Fortaleza com 0,8% de participação. O Quadro 2

apresenta os principais produtos importados e exportados via TECA/SBRF;

� Já em relação às cargas nacionais, o TECA de Recife ficou com a terceira posição,

tendo exportado o volume de 28.558t, o que representou 9,5% de participação percentual

sobre o total da rede. Na Região Nordeste, nenhum TECA apresentou melhor índice de

participação que o terminal de Recife; após Recife, veio Fortaleza com 4,4% de

participação.

Quadro 2 – Principais Produtos Movimentados no Terminal de Logística de Carga de Recife

PRINCIPAIS PRODUTOS TECA

IMPORTAÇÃO EXPORTAÇÃO

Recife

Equipamentos e Reagentes para Laboratório, Equipamentos Hospitalares, Tintas e Produtos Químicos, Eletroeletrônicos, Equipamentos e Peças de Reposição, Equipamentos para Fabricação de Vidros, Peças Industriais.

Peixes, Eletroeletrônicos, Tecidos, Vegetais, Couros, Frutas e Flores.

Fonte: Elaboração da equipe do GLEN/UFC com base no Boletim Logístico da Infraero de 2011

4.2.4 Sistema de Comunicações de Pernambuco

Foram implantados, em todos os 185 municípios do Estado de Pernambuco, os

Telecentros, que, de acordo com o Ministério das Comunicações (2010), são espaços

públicos (oferecidos pelas prefeituras) providos de computadores conectados à internet em

banda larga (oferecidos pelo Ministério das Comunicações), onde são realizadas

atividades, por meio das Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs, com o

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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objetivo de promover a inclusão digital e social das comunidades atendidas. Estes espaços

serão disponibilizados gratuitamente para a população e poderá ser utilizado, também, para

a capacitação profissional.

Desta forma, farão parte de uma rede multimídia baseada em TICs que facilitará a

comunicação entre todos os municípios e entre a população e o Estado.

4.2.5 Sistema Ferroviário Complementar à Ferrovia Nova Transnordestina – Estado

de Pernambuco

O Estado de Pernambuco foi o primeiro da Região Nordeste e o segundo do Brasil a

receber uma estrada de ferro, a Ferrovia Recife - São Francisco (a primeira foi a Estrada de

Ferro Petrópolis, também conhecida por Ferrovia Mauá, no Rio de Janeiro).

Durante várias décadas, o transporte ferroviário exerceu decisiva influência na economia

do Estado de Pernambuco ao permitir o transporte de passageiros e cargas, possibilitando o

escoamento dos produtos agrícolas do interior de Pernambuco. A partir da metade da

década de 1960, as estradas de ferro pernambucanas foram praticamente abandonadas,

cedendo lugar às rodovias.

Segundo o Ministério dos Transportes (2009) e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos

(2011), da malha ferroviária de Pernambuco, 926 km são administrados pela TLSA, antiga

Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), e 65,7 km pela CBTU Recife. Ao todo, as

estradas de ferro do Estado representam, apenas, cerca de 3,3% da malha ferroviária

nacional.

O sistema de transporte ferroviário de passageiros da Região Metropolitana do Recife

(RMR) é gerido pela CBTU, através da Superintendência de Trens Urbanos do Recife

(METROREC) e atende, diretamente, 04 municípios pernambucanos, entre eles, Recife,

Cabo, Jaboatão dos Guararapes e Camaragibe; através de sua integração com o transporte

rodoviário, o METROREC consegue atender, também, os demais municípios da RMR. O

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

60

sistema de trens urbanos possui 03 linhas implantadas: a Linha Centro, a Linha Sul e a

Linha Diesel. Juntas, as 03 linhas somam 65,7 km de extensão (34,7 km Linhas Centro e

Sul + 31 a Linha Diesel).

A Figura 11 apresenta a configuração atual do Metrô de Recife.

Figura 11 – Mapa da configuração atual do Metrô do Recife

Fonte: CBTU (2011)

Em Pernambuco, com relação às obras previstas e/ou em andamento para expansão e

melhoria da malha ferroviária do Estado, pode-se destacar a construção dos trechos

Salgueiro/PE-Trindade/PE (163km) e Salgueiro/PE-Suape/PE (522km), ambos da Nova

Transnordestina, com previsão de operação para o final de 2013.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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4.2.6 Sistema Dutoviário de Pernambuco

A empresa responsável pela distribuição do gás natural em Pernambuco é a COPERGÁS, empresa de

economia mista, que tem como sócios o Governo do Estado de Pernambuco, a Petrobras Gás S.A. –

GASPETRO e a MITSUI – Gás e energia do Brasil (SDEC, 2011).

Detentor de uma das maiores redes de distribuição de gás natural do Nordeste, Pernambuco possui mais de

400 km de gasodutos, embora não produza gás natural (ANP, 2011). Os gasodutos que trazem o gás natural

para Pernambuco são:

� GASALP – Gasoduto de origem no Município de Pilar-AL, transporta gás até o Município de Cabo

de Santo Agostinho - PE, tem 204 km de extensão;

� NORDESTÃO I – Gasoduto regional, de 424 km de extensão, que liga Guamaré-RN a Cabo de

Santo Agostinho-PE, levando gás natural potiguar a 11 municípios do Rio Grande do Norte, Paraíba e

Pernambuco; e

� Gasoduto Pilar-Ipojuca – Gasoduto de 190 km de extensão que também se inicia em Pilar-AL, mas

tem como destino o Porto de Suape em Ipojuca-PE.

A COPERGÁS possui, em sua área de concessão, 185 municípios dos quais atende 17, ou seja, 9,19% do

total. Com mais de 400 km de extensão da rede e com uma média de volume distribuído de cerca de 1,1

milhão m3/dia em 2010, a companhia atende 8.013 clientes, distribuídos de acordo com a Tabela 18.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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Tabela 18 – Clientes de Gás em Pernambuco

Clientes Quantidade

Industriais 87

Automotivos 72

Comerciais 22

Residenciais 7829

De Cogeração 2

De Termelétricas 1

Total 8.013

Fonte: GasNet, 2011

A categoria residencial se destaca com 97,7 % da quantidade de clientes de Pernambuco,

seguida da categoria industrial com 1,09% e da categoria automotiva com 0,90%.

4.2.7 Centros de Distribuição de Pernambuco

As tabelas 19 e 20 apresentam dados dos Centros de Distribuição (CD) no Estado de

Pernambuco.

Tabela 19 – Tipos e quantidades de CDs em Pernambuco

Tipos Quantidade %

Baterias de Silos 1 0,94%

Convencionais 51 48,11%

Silos 31 29,25%

Graneleiros 7 6,60%

Depósitos 15 14,15%

Estruturais 1 0,94%

Total 106 100,00% Fonte: Equipe do GLEN/UFC com base nos dados do SICARM/CONAB (2011)

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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Tabela 20 – Capacidade de armazenagem dos CDs de Pernambuco

Tipos Capacidade Total

(t) Capacidade Média

(t)

Baterias de Silos 27.430,00 27.430,00

Convencionais 215.470,00 4.224,90

Silos 161.230,00 5.200,97

Graneleiros 393.987,00 56.283,86

Depósitos 158.421,00 10.561,40

Estruturais 21.750,00 21.750,00

Total 978.288,00 125.451,13 Fonte: Equipe do GLEN/UFC com base nos dados do SICARM/CONAB (2011)

Os armazéns convencionais são os de maior quantidade no Estado; porém, são os de menor

capacidade média de armazenamento e respondem por apenas 22% da capacidade total de

armazenagem do Estado; já os sete graneleiros existentes em Pernambuco tem 40% da

capacidade total de armazenamento do Estado.

4.2.8 Infraestrutura de Oferta e Demanda Energética no Estado de Pernambuco

i) Energia Elétrica

O Estado de Pernambuco conta hoje com uma população de, aproximadamente, 8,9

milhões de habitantes, distribuídos em 186 municípios. No Estado, a concessionária

responsável pelo serviço de distribuição de energia elétrica é a Companhia de Eletricidade

de Pernambuco (CELPE). Esta Companhia atende a mais de 3,1 milhões de clientes e leva

energia a 184 cidades pernambucanas, ao distrito de Fernando de Noronha e a um

município paraibano, chamado Pedras de Fogo.

A Tabela 21 apresenta, em linhas gerais, dados sobre a infraestrutura energética em

Pernambuco.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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Tabela 21 – Dados da infraestrutura energética de Pernambuco

Dados do Sistema Elétrico

Área de concessão (em km²) 98.546,70 Geração Própria 4372 MVA Energia Requerida 12.266.246 MWh (*) Total de Linhas de distribuição 69 KV e 138 KV 3.974,51 km Total de Linhas de distribuição 13,8 KV 71.742,70 km

Total de Linhas de distribuição 380/220V 52.695,32 km (*) Acumulada em 2011

Fonte: Elaborado pelo GLEN/UFC, com base nos dados da CELPE

Com relação à composição do mercado consumidor pernambucano, em 2010, este esteve

representado da seguinte maneira:

� Cerca de 86 % eram consumidores residenciais;

� Da classe residencial, segundo critérios estabelecidos pela Aneel, cerca de 61 %

eram consumidores de baixa renda;

� Os consumidores de baixa renda representavam cerca de 52 % do total de clientes

da concessionária;

� A fatia de participação das classes de consumidores industrial, comercial e rural foi

de 0,43%, 6,39% e 5,83%, respectivamente; e

� Comparado ao ano de 2009, o número de consumidores ativos sofreu um

incremento de 3,0 %.

A Tabela 22 mostra a composição do mercado cativo de energia em Pernambuco.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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Tabela 22 – Mercado cativo de energia em Pernambuco

Classes de Consumidores (milhares)

2006 2007 2008 2009 2010 Residencial 2.321 2.396 2.498 2.596 2.677 Industrial 13 13 13 14 13 Comercial 186 185 190 195 198 Rural 159 166 171 175 181 Outras classes 27 27 28 29 31 Total 2.707 2.787 2.900 3.009 3.101

Fonte: Elaborado pelo GLEN/UFC, com base nos dados da CELPE

Segundo a CELPE (2011), no que tange ao comportamento do mercado de energia elétrica,

em 2010, observou-se que:

� A energia requisitada pela Celpe no ano correspondeu a 12.775,6 GWh;

� O total de energia entregue ao mercado cativo + mercado livre + suprimento a

concessionárias de fronteira alcançou o patamar de 10.838,3 GWh, o que representou um

crescimento de mais de 8% em relação a 2009;

� Das vendas de energia, a classe residencial, a industrial e a comercial detiveram

uma participação de 37,8%, 20,4%, 20,1%, respectivamente;

� O índice de perdas foi de 15,16%, cerca de 0,44% inferior ao registrado no ano

anterior.

A Tabela 23 mostra o comportamento do mercado de distribuição de energia em

Pernambuco, entre os anos de 2006 e 2010. Observa-se um pico de consumo no ano de

2008, tendo este declinado provavelmente em função da crise econômica mundial.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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Tabela 23 – Evolução do mercado de distribuição de energia em Pernambuco

Evolução do Mercado de Distribuição de Energia

Ano Nº de clientes

Consumo (GWh)

Taxa de Consumo

2006 2.706.126 7.834 -0,33% 2007 2.787.092 8.192 4,56% 2008 2.900.415 9.103 11,12% 2009 3.008.742 9.553 4,94% 2010 3.100.145 10.039 5,10%

Fonte: Elaborado pelo GLEN/UFC, com base nos dados da Celpe

Com relação aos investimentos do PAC em andamento ou previstos para a geração de

energia em Pernambuco, tem-se a construção de:

� 06 usinas térmicas, das quais 05 já estão licitadas e 01 em execução; e

� 03 usinas eólicas, em ação preparatória.

ii) Energia Eólica

Com relação à Energia Eólica, Pernambuco, apesar da pequena faixa litorânea, tem

grande potencial de produção. A Tabela 24 mostra as usinas eólicas em operação no

Estado, sua localização, seu proprietário e o destino da energia.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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Tabela 24 – Usinas Eólicas em Operação em Pernambuco

Usina Destino da Energia

Proprietário Município Potência (kW)

Pirauá PIE* 100% para Eólica Pirauá

Geradora de Energia S.A.

Macaparana-PE 4.950

Xavante PIE 100% para Eólica

Gravatá – Geradora de Energia S.A.

Pombos-PE 4.950

Mandacaru PIE 100% para Eólica

Gravatá – Geradora de Energia S.A.

Gravatá-PE 4.950

Santa Maria PIE 100% para Eólica

Gravatá – Geradora de Energia S.A.

Gravatá-PE 4.950

Gravatá Fruitrade

PIE 100% para Eólica

Gravatá – Geradora de Energia S.A.

Gravatá-PE 4.950

TOTAL 24.750 Fonte: Equipe do GLEN/UFC com base nos dados da ANEEL (2011)

*PIE – Produção Independente de Energia

As cinco usinas eólicas de Pernambuco, de mesmo potencial produtivo, encontram-se em

municípios do agreste pernambucano, entre 80 km e 90 km de Recife.

Quatro empreendimentos foram ou estão sendo implementados nas proximidades do Porto

de Suape com a infraestrutura necessária para a produção desta energia. São eles:

a) A Impsa Wind, multinacional fundada na Argentina, fabricante de geradores, ocupa

uma área de 27 ha e recebeu do BNDES um financiamento de R$ 37,8 milhões (Portos e

Navios, 2008);

b) A RM Eólica, multinacional espanhola, fabricante de torres, instalou-se no

Complexo de Suape com investimentos de 37 milhões de euros, possuindo capacidade de

produção de 600 torres anuais;

c) A Eolice, fabricante de pás, receberá R$ 100 milhões em investimentos e incentivos

fiscais do Programa de Desenvolvimento de Pernambuco – PRODEPE, gerará 1.500

empregos diretos e ocupará uma área de 25 ha (PE DESENVOLVIMENTO, 2011); e

d) A Iraeta, fabricante de flanges eólicas está em construção.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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A fonte eólica em Pernambuco, de acordo com o Governo do Estado (2011), atingiu, em

dezembro de 2011, R$ 425 milhões em investimentos, gerando 3,4 mil empregos no

Estado.

iii) Energia Solar

No Estado de Pernambuco não existe produção de energia solar. Entretanto, segundo o

portal Ambiente Energia (2010), o Estado terá a primeira fábrica de painéis de células

fotovoltaicas das américas. Foi assinado um protocolo de intenções para sua construção no

Parque Tecnológico de Pernambuco – PARQTEL, no Recife. O investimento será de R$

500 milhões, sendo R$ 350 milhões financiados pelo BNB, R$ 100 milhões do fundo de

investimentos europeu FXX Corporate e R$ 50 milhões de uma empresa brasileira e um

fundo de investimentos americano. Suas operações estão previstas para 2012. Sua

capacidade produtiva será de 850 mil painéis anuais, com geração de emprego de 400

postos de trabalho na construção, 250 na operação e 1.300 nas instalações das placas.

iv) Energia a partir de Resíduos

Tendo em vista a necessidade de elaboração do planejamento energético do Estado,

principalmente, através da diversificação da matriz enérgica, já se encontram em fase de

andamento alguns estudos/projetos para a identificação do potencial energético de diversos

resíduos produzidos no Estado.

Neste sentido, pesquisas estão sendo desenvolvidas no âmbito do Estado para a produção

de biogás através do aproveitamento de resíduos da agroindústria familiar.

No fim de março último, foi inaugurado no Município de Lajedo, no agreste

pernambucano, a Usina Experimental de Valorização Energética da Manipueira. A usina

poderá produzir anualmente 70.000 litros de bioetanol e mais de 4,5 milhões de litros de

biofertilizante com a água residuária do processo de biodigestão.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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Além disso, em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, foi

instalada, recentemente, uma usina para geração de energia a partir da cana-de-açúcar.

Cerca de R$ 15 milhões foram investidos por uma empresa baiana para montar o sistema,

que utiliza o vinhoto, conhecido também por vinhaça; o vinhoto é um líquido resultante da

moagem da cana e que antes era usado somente como adubo no próprio canavial. A usina

tem capacidade de geração de 612 megawatts por mês, o suficiente para atender cinco mil

casas.

v) Biocombustíveis

Segundo a ANP (2011), Pernambuco não possui produção de biodiesel. Porém, foi o

segundo maior produtor de etanol anidro e hidratado do Nordeste (perdendo apenas para

Alagoas) e o oitavo maior do Brasil em 2010, com uma produção de 396 mil m3.

Entretanto, sua produção vem caindo desde 2008 – com baixas de 16,08% entre 2008 e

2009 e 15,57% entre 2009 e 2010. A Tabela 25 mostra a evolução da produção de etanol

no Estado nos últimos dez anos.

Tabela 25 – Evolução da produção de etanol no Estado de Pernambuco (em mil m3) Pernambuco 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Anidro 161,54 148,21 173,93 245,36 251,96 199,67 183,32 260,98 159,56 158,91

Hidratado 123,33 152,07 165,27 151,66 128,22 112,28 212,07 297,94 309,47 237,11

Total 284,87 300,28 339,2 397,02 380,18 311,95 395,39 558,92 469,03 396,02

Fonte: Equipe do GLEN/UFC com base nos dados do MAPA/Sapcana apud. Anuário Estatístico ANP (2011)

Também, pesquisas vêm sendo desenvolvidas no âmbito do Estado para a produção de

bioetanol a partir da cana-de-açúcar e da manipueira.

vi) Petróleo e Gás Natural

Não há produção de petróleo em Pernambuco. Contudo, no Estado estão presentes três

blocos de exploração offshore de petróleo na bacia sedimentar Pernambuco-Paraíba, sob

concessão da Petrobrás. Após a fase de exploração, poderá ser declarada a

comercialização, a partir de então passará para a fase de desenvolvimento e produção.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

70

O Estado de Pernambuco possui 12 bases de distribuição de combustíveis líquidos

derivados do petróleo e de etanol automotivo, dentre as 76 do Nordeste e as 501 do Brasil.

Estas bases pernambucanas têm capacidade nominal de armazenamento de 111.797 m3 de

derivados de petróleo (exceto GLP), 7.521 m3 de GLP e 21.717 m3 de etanol.

Detentor de uma das maiores redes de distribuição de gás natural do Nordeste, Pernambuco

possui mais de 400 km de gasodutos, embora não produza gás natural (ANP, 2011).

Atualmente, o mercado atendido pela Copergás abrange o setor industrial, veicular,

comercial, residencial, cogeração, termoelétrico e ainda fornece para uso na forma de gás

natural comprimido – GNC. No segmento veicular, os postos de abastecimento estão

localizados nos municípios de Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Abreu e

Lima, Igarassu, Itapissuma, Vitória de Santo Antão, Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho,

Goiana, Camaragibe, Caruaru, Gravatá, Taquaritinga do Norte, Garanhuns, Carpina e

Palmares (COPERGÁS, 2011).

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71

5. INVESTIMENTOS E FACILIDADES RECENTEMENTE CONCLUÍ DAS OU

EM ANDAMENTO NO ESTADO DE PERNAMBUCO COM IMPACTO NA

FERROVIA NOVA TRANSNORDESTINA

5.1 INVESTIMENTOS NO SISTEMA PORTUÁRIO

A economia de Pernambuco vive um processo de intensa transformação, com a chegada de

grandes empreendimentos ao Complexo Industrial e Portuário de Suape, nas áreas das

indústrias naval e petrolífera. Também, o Porto de Recife recebe investimentos de rotina e

para a Copa do Mundo, conforme mostrados a seguir.

5.1.1 Investimentos no Porto de Recife

No Porto do Recife consolidam-se investimentos com transformações que deverão mudar

notavelmente o seu cenário e o da cidade de Recife, como os apresentados nos itens a

seguir:

a) Investimentos Propostos pela Administração Portuária para o Porto de Recife em termos

de Instalações Físicas e Equipamentos

O Porto do Recife conseguiu aprovar recursos de R$ 148 milhões, através de projetos

incluídos no Plano Plurianual da Secretaria Especial de Portos (SEP), de acordo com

informações da Autoridade Portuária, e anunciados pelo ministro Leônidas Cristino, em

20.11.2011. São investimentos a serem realizados no período de 2012 a 2015, sendo os

principais:

• Ampliação do terminal marítimo de passageiros do Porto – esta ampliação deve

ficar pronta antes da realização da Copa de 2014 e receberá R$ 21,8 milhões do PAC/Copa

e R$ 4,5 milhões do Governo de Pernambuco, totalizando R$ 26,3 milhões.

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72

• Aprofundamento e recuperação de toda extensão do cais – desde o berço de

atracação de número 0 até o 9, permitindo que um número maior de transatlânticos

atraquem no local.

• Estação de Transbordo para tratamento de resíduos sólidos – vindos dos navios

que atracam no cais, sendo o Porto o quinto porto do Brasil a possuir estação de

transbordo, como prevista em legislação.

• Melhoria da pavimentação de vias internas – com asfalto, em cerca de 70 mil

m², para melhorar o fluxo de caminhões dentro do Porto.

Investimentos provenientes de outras fontes foram também aprovados, sendo os principais:

• Complexo Integrado Comercial, Hoteleiro, de Convenções e Exposições – a

autoridade portuária do Porto de Recife prevê a implantação de um Complexo Integrado

Comercial, Hoteleiro, de Convenções e Exposições, compreendendo o arrendamento de

cerca de 34 mil m² de áreas não operacionais. Este empreendimento está compatível ao

Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto do Recife de 2007, e deverá ser

concluído em 25 anos, segundo o site do Porto.

• Dragagem – o Porto também foi beneficiado pelo Programa Nacional de Dragagem

- PND, sendo a primeira obra concluída dentro do PND, com o valor de R$ 29 milhões.

• Pré-gate – espaço de fiscalização e credenciamento dos veículos que entram e saem

do ancoradouro; foi construído para evitar o estacionamento indevido de veículos pesados

na entrada do Porto. A obra recebeu um investimento total de R$ 7,75 milhões sendo R$

2,25 milhões do Governo Federal, através de convênio com a Secretaria Especial de

Portos; os restantes R$ 5,5 milhões provieram do Governo de Pernambuco.

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73

b) Investimentos em Acessos Terrestres

Houve a requalificação da avenida Dr. Ascânio Peixoto, que dá acesso ao cais – a avenida

foi totalmente revitalizada, com iluminação reforçada, e refez-se a sinalização de trânsito,

tanto vertical quanto horizontal.

c) Investimentos em Aprimoramento dos Instrumentos de Gestão.

Nenhuma informação esteve disponível a respeito deste tópico.

5.2 INVESTIMENTOS NO COMPLEXO INDUSTRIAL E PORTUÁRIO DE SUAPE

a) Investimentos Recentes no Porto de Suape

Entre 2007 e 2010, o Porto de Suape recebeu R$ 1,1 bilhão em investimentos públicos. De

acordo com o Fórum Suape Global, o Complexo recebeu, em 2011, investimentos da

ordem de US$ 17 bilhões do setor privado.

São mais de 100 empresas instaladas e outras 35 em fase de implantação nos 30 anos de

existência do Complexo. Uma refinaria de petróleo, três plantas petroquímicas estão em

construção no local e o maior estaleiro do hemisfério sul (Estaleiro Atlântico Sul) teve sua

conclusão em 2011. Existem ainda dois estaleiros em construção e um em negociação.

Estes investimentos alavancaram novas cadeias produtivas no Estado. Nos segundo

semestre de 2011, mais de dez empresas confirmaram investimentos totais de cerca de US$

300 milhões para atender a demanda dos empreendimentos estruturadores, como a

Refinaria Abreu e Lima, a Petroquímica Suape e o Estaleiro Atlântico Sul.

Segundo o Portal Panorama Brasil (2012), o Complexo já concentra investimentos

privados que somam US$ 21 bilhões. O Governo de Pernambuco solicitou ao Banco

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no início de dezembro de

2011, R$ 1 bilhão para obras de infraestrutura no Porto de Suape. Os recursos fazem parte

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74

dos R$ 4 bilhões que o governo estadual deve aportar no Complexo até 2014 para atender

todos os empreendimentos industriais que integram o local.

a.1) Investimentos do Setor Privado

� Investimentos no Polo Naval

A política da Petrobras de privilegiar a compra de navios, plataformas e sondas fabricados

no Brasil, aliada ao cenário de ampliação da demanda por embarcações para a exploração

de petróleo, geraram um efeito fomentador de estaleiros de grande porte sem precedentes

no país. Neste contexto, Pernambuco está se tornando o maior cluster naval do Brasil.

Além do estaleiro Atlântico Sul S.A. estão também previstos investimentos em:

- Estaleiro Promar

De propriedade da Construtora naval STX OSV Holdings Limited, de Cingapura, o

estaleiro está de mudança da Bahia para o Porto de Suape desde 2010, segundo o site A

crítica, em 20/11/2011.

O Estaleiro Promar, vencedor da licitação, em junho de 2011, para a construção de oito

navios gaseiros do Programa de Expansão e Modernização da Frota da Transpetro

(PROMEF), num total estimado em US$ 536 milhões, formalizou efetivamente contrato

com a Transpetro para a entrega dessas oito embarcações entre 2014 e 2016.

A unidade contará com investimentos de R$ 300 milhões e será instalada próxima ao

Estaleiro Atlântico Sul, na Ilha de Tatuoca3.

3 Informação obtida no blog do Deputado Estadual por Pernambuco Marcelo Guimaraes Filho (www.marceloguimaraesfilho.com.br).

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- Estaleiro Construcap

A ser construído pelo grupo paulista de mesmo nome, vai investir em torno de R$ 200

milhões.

- Estaleiro Navalmare

Primeiro projeto do grupo italiano no Brasil, pretende a construção de um novo estaleiro

em Suape. Os investimentos previstos são de R$ 250 milhões e o escritório Siqueira Castro

Advogados foi contratado para prestar assessoria jurídica ao projeto, desde a instalação da

subsidiária brasileira até a aquisição de ativos e contratações para a implantação do

estaleiro4.

- Companhia Siderúrgica de Suape (CSS)

A siderúrgica em instalação em Suape é a primeira destinada a laminados planos no

Nordeste. Nela serão produzidas cerca de 1 milhão de toneladas de laminados planos por

ano. Serão aços laminados a quente, a frio e revestidos. Também está prevista a fabricação

de perfis. A expectativa é de que sejam gerados, pelo menos, 3 mil empregos diretos e

indiretos com o novo investimento. Trata-se de um investimento de R$ 1,5 bilhão, previsto

para entrar em operação em 2014.

Ela tem suporte na associação de algumas empresas e parceiros. Trata-se de uma joint

venture entre a multinacional Trasteel, com sede em Luxemburgo, a Fábrica Participações,

formada por executivos com passagem pela Vale e pelo grupo EBX, e a Cone S.A.,

resultado da união da Moura Dubeux Engenharia e o Fundo de Infraestrutura/FGTS, gerido

pela Caixa Econômica Federal.

4 Informação obtida no site do colunista Guilherme de Barros, (http://colunistas.ig.com.br/guilhermebarros/2011/11/07/italiana-navalmare-fecha-construcao-de-estaleiro-em-suape).

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76

A Cone S.A. irá investir R$ 200 milhões, inicialmente, na infraestrutura do projeto. A

Trasteel entraria com a expertise e a Fábrica Participações com o grosso do investimento,

que também envolve financiamento do Banco do Nordeste. O terreno de 360 hectares

dentro do Complexo de Suape está sendo doado pelo Governo de Pernambuco.

O projeto também conta com a parceria de uma das maiores fabricantes de equipamentos

siderúrgicos do mundo, a Danielli, e uma consultoria chamada Metal Data, que participou

do processo de privatização de siderúrgicas no Brasil e de outros projetos na área. A CSS

utilizará como insumos placas de aço semiacabadas, fornecidas por empresas como a

siderúrgica da ArcelorMittal, em Tubarão (ES), e a ThyssenKrupp, no Rio de Janeiro.

- Refinaria Abreu e Lima (Petrobras/PDVSA)

Os investimentos nesta refinaria representam um aporte total de US$ 13,5 bilhões5.

Em 05/12/2011, a estatal venezuelana PDVSA declarou que já tem recursos financeiros

suficientes para pagar sua participação no projeto, com a Petrobras, da Refinaria Abreu e

Lima. A afirmação foi após a presidente Dilma Rousseff e o presidente venezuelano Hugo

Chávez voltarem a afirmar que pretendem dar continuidade à parceria entre as duas

estatais.

O BNDES vai financiar R$ 9,0 bilhões do projeto à PDVSA, que pretende ter participação

em 40% da Refinaria. Os outros 60% da Refinaria ficam com a Petrobras.

Quando concluir o projeto, o Brasil deve importar 100 mil barris de petróleo diários da

Venezuela, para serem processados pela refinaria em Pernambuco. “Com ela nós vamos

também contribuir para o que deve ser uma relação entre dois países em que os dois lados

ganham”, declarou a presidente Dilma Rousseff, em Caracas.

- Complexo Petroquímico de Suape

5 Segundo o site “Portal PE Desenvolvimento: Tudo sobre Suape e o desenvolvimento do Estado de Pernambuco”.

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A Petroquímica Suape, com investimentos de US$ 2,5 bilhões, é um empreendimento

também liderado pela Petrobras, através da Petrobras Química S.A, que reunirá três

unidades industriais integradas: uma para produção de ácido tereftálico (PTA), outra para

produzir polímeros e filamentos de poliéster (antiga Citepe) e uma terceira, que fabricará

resina para embalagem PET.

Quando em operação, a Petroquímica Suape deverá estará ancorando no Complexo de

Suape o maior polo integrado de poliéster da América Latina.

A opção por tecnologias de última geração, escala de produção no nível das maiores

indústrias em funcionamento no mundo e a integração das unidades industriais constituem

alguns dos diferenciais competitivos da Petroquímica Suape.

O Complexo Petroquímico de Suape faz parte da carteira de projetos estratégicos da

Petrobras e está incluído no PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo

Federal.

- Investimentos pela Autoridade Portuária de Suape

� Píer petroleiro com dois berços de atracação – Concluído em janeiro de

2011, poderá receber petroleiros de até 170 mil tpb para a Refinaria Abreu e Lima. A

implantação do píer visa viabilizar a conexão da produção localizada na refinaria Abreu e

Lima com o suprimento em sua maior parte oriundo da Bacia de Campos no Estado do Rio

de Janeiro, um dos maiores exportadores de petróleo cru do País. O projeto recebeu

investimentos da ordem de R$ 367 milhões e incluiu:

• Tubulação de petróleo – com cerca de dois quilômetros de comprimento;

• Ampliação em 100 metros e melhoramento da via de acesso (pavimentação) ao

molhe de proteção, além de dragagem da bacia de evolução do porto;

• Prolongamento e reforço do molhe de proteção; e

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78

• Melhoria do acesso viário ao Porto.

Além deste investimento, o Porto de Suape deve receber mais de 1 bilhão solicitados pelo

Governo de Pernambuco ao PAC. Boa parte desse recurso será direcionada a obras de

dragagem nas áreas onde deverão ser instalados pelo menos dois novos estaleiros: os

estaleiros Promar e o Construcap.

� Investimentos em acessos terrestres.

Não foram disponibilizadas informações quanto a este tópico.

� Investimentos em Aperfeiçoamento de Gestão Institucional

Em termos institucionais, foi lançado, em dezembro de 2008, o Projeto “Suape Global”

visando catalisar a formação em Pernambuco de um pólo provedor de serviços off-shore,

de bens da indústria naval dedicada ao setor de petróleo e de gás.

5.3 INVESTIMENTOS DA FIAT/CHRYSLER

Um projeto consorciado entre as montadoras Fiat Chrysler pretende se instalar a 110

quilômetros do Complexo, na cidade de Goiana, onde construirá fábrica, pista de testes e

um centro de desenvolvimento. Segundo o site da Fazenda (2012), o investimento

consumirá R$ 4 bilhões.

5.4 INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA AEROVIÁRIA

De acordo com o Relatório do 2º Balanço do PAC 2, referente ao ano de 2011, foi

constatado a construção e instalação de um conector, dado como obra concluída em junho

de 2011. Além disso, constata-se a construção de uma nova torre de controle no Aeroporto

de Recife, a qual se encontra em fase de ação preparatória.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

79

Segundo a INFRAERO, a obra da nova torre entra como um dos investimentos associados

com a Copa de 2014 e tem término previsto para dezembro de 2013.

O superintendente Regional do Nordeste, Fernando Nicácio, destacou, no entanto, que se

trata de uma melhoria que modernizará as instalações da Torre no aeroporto. “Essa

intervenção não interfere na capacidade de atendimento nem na operacionalidade do

aeroporto, pois a Torre atual já atende ao padrão”, explicou.

O Aeroporto Internacional do Recife possui um moderno Terminal de Passageiros,

inaugurado em 2006, com 52 mil m² e capacidade para atender a demanda a ser gerada nos

próximos anos tanto pelo crescimento esperado do setor de aviação como pelos grandes

eventos que serão sediados no Brasil, como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 20166.

O Quadro 3 e a Tabela 26 apresentam os projetos propostos para a Unidade Federativa de

Pernambuco e os investimentos mínimos em cada obra civil, de acordo com o tipo de

intervenção.

6 Informação coligida no periódico INFRAERO – notícias, 2011.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

80

Quadro 3 – Relação de Projetos da INFRAERO no Sistema Aeroviário de Pernambuco

Infraestrutura Categoria Nº do

projeto Eixo Município

Inicial Município

Final Título Vol. Unidade

313 E2 Recife Recife

Ampliação do

Aeroporto de Recife

1 un

Ampliação de

Aeroporto 618 E8 Petrolina Petrolina

Ampliação do

Aeroporto de

Petrolina

1 un

Aeroportuária

Ampliação de

Estrutura de Carga

618 E8 Petrolina Petrolina

Ampliação do

Terminal de Cargas

do Aeroporto

de Petrolina

1 un

Fonte: Elaboração da equipe do GLEN/UFC com base no Plano CNT de transporte e logística de 2011.

Tabela 26 – Investimento Mínimo no Sistema Aeroviário de Pernambuco

Infraestrutura Categoria Extensão/Quantidade/Volume

Unidade Investimento Mínimo (RS)

Ampliação de Aeroporto

2 un 560.207.031,2

9 Aeroportuária

Ampliação de Estrutura de Carga

1 un 42.698.228,82

Fonte: Elaboração da equipe do GLEN/UFC com base no Plano CNT de transporte e logística de 2011.

5.5 OUTROS INVESTIMENTOS PROPOSTOS

O Plano de Transporte e Logística de 2011, da Confederação Nacional de Transportes –

CNT, sugere para Pernambuco intervenções nas modalidades: aeroportuária, ferroviária,

portuária e rodoviária, como também nos modais urbanos e em infraestruturas

complementares (terminais), como mostram os quadros 4 e 5.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

81

Quadro 4 – Proposições da CNT referentes ao Sistema Ferroviário de Pernambuco

Infraestrutura Categoria Nº do

Projeto Eixo

Município Inicial

Município Final

Titulo Extensão

(km)

002-PE

E2 Salgueiro

(PE)

Santa Filomena

(PE)

Construção da Ferrovia Transnordestina

214

562 E1 Salgueiro

(PE) Arcoverde

(PE)

Construção da Ferrovia Transnordestina - trecho Salgueiro a Arcoverde

230

571-PE

E1 Salgueiro

(PE) Cedro (PE)

Construção da Ferrovia Transnordestina - trecho Salgueiro Missão Velha

39

572-PE

E2 Petrolina

(PE) Salgueiro

(PE)

Construção de variante ferroviária de Imperatriz a

Salgueiro 231

Construção de Ferrovia

612 E2 Arcoverde

(PE) Ipojuca

(PE) Construção de ferrovia - trecho

Arcoverde-Ipojuca 261

Construção de Metrô ou Trem

Urbano 652 PU

Recife (PE)

Recife (PE)

Ampliação malha metroviária na Região Metropolitana de

Recife 30

091-PE

E2 Recife (PE)

Quipapá (PE)

Recuperação de ferrovia - trecho Recife-Salvador

253

Ferroviária

Recuperação de Ferrovia 570-

PE E2

Recife (PE)

Timbaúba (PE)

Recuperação de ferrovia - trecho Itabaiana-Recife

109

Fonte: Equipe do GLEN/UFC com base nos dados da CNT (2011)

Quadro 5 – Proposições da CNT referentes à infraestrutura complementar do Estado de Pernambuco

Infraestrutura Categoria Nº do

Projeto Eixo

Município Inicial

Município Final

Titulo Quantidade

(un)

Adequação de Terminal de Passageiros

1000 PU Recife (PE)

Recife (PE)

Ampliação de terminais de integração de transporte coletivo

da Região Metropolitana de Recife

4

Ampliação de Terminal

432 E8 Petrolina

(PE) Petrolina

(PE)

Ampliação de terminal hidroviário de Petrolina - hidrovia do São Francisco

1

Construção de Estação

Metroviária 851 PU

Recife (PE)

Recife (PE)

Construção de estação rodoviária na Região

Metropolitana de Recife 1

Complementar

Construção de Terminal de Passageiros

980 PU Recife (PE)

Recife (PE)

Construção de terminal de passageiros na Região

Metropolitana de Recife 2

Fonte: Equipe do GLEN/UFC com base nos dados da CNT (2011)

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6. PROPOSIÇÕES PARA O SISTEMA MACROLOGÍSTICO DO ESTADO DE

PERNAMBUCO

As proposições para o Estado de Pernambuco seguiram os critérios explicitados no Tomo I

deste Relatório Final e estão apresentadas a seguir:

6.1 SISTEMA RODOVIÁRIO

Prioridade 1

Proposição: Duplicação de trecho da BR-116.

Localização: Entre Salgueiro-PE e a confluência com a BR-316.

Justificativa: Segundo a CNT (2012), essa rodovia apresenta volume médio diário de

circulação veicular superior a 3.000 unidades, sendo que a taxa de veículos de carga é

superior a 50%. Além disso, esta intervenção trará melhorias nos fluxos do Sul/Sudeste

para o Nordeste e suas capitais.

Proposição: Implantação de trechos com 3a faixa nas BR-316 e BR-230.

Localização: Entre Dom Expedito Lopes-PI e Parnamirim-PE, que apresenta uma

extensão total de 239 km.

Justificativa: Segundo a CNT (2012), as rodovias apresentam alta percentagem de

veículos de carga no volume total, justificando, assim, a implantação de terceira faixa em

trechos com aclives extensos, para facilitar a ultrapassagem em veículos lentos.

6.2 ESTRUTURA FERROVIÁRIA COMPLEMENTAR À FERROVIA NOVA

TRANSNORDESTINA

Prioridade 1

Proposição: Construção de um terminal rodoferroviário em Trindade.

Localização: Trindade-PE.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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Justificativa: Estima-se que o polo gesseiro do Araripe, localizado em Pernambuco, na

região fronteiriça com os estados do Piauí e do Ceará, seja responsável por cerca de 95%

da produção de gesso e gipsita do país. Segundo o EIA/RIMA (2002) do ramal do Gesso, a

região conta com reserva medida de 230 milhões de toneladas de gipsita e é estimada em

mais de 1,22 bilhão de toneladas. Além disso, hoje praticamente todo o transporte de

cargas demandadas pelo polo gesseiro utiliza o modal rodoviário. Ainda conforme o estudo

de impacto ambiental do ramal do gesso, são necessários, aproximadamente, 80.000

embarques anuais para atender os diversos fluxos de carga, o que resulta em danos

irreparáveis às estradas; juntos, esses fatores concorrem para o aumento do custo do frete e

prejudicam a competitividade do polo no mercado nacional e internacional. Tendo em vista

que o município de Trindade-PE, dentre as cidades que integram o polo gesseiro

pernambucano, é a única cortada pela nova ferrovia, pelo fato dela apresentar-se como

ponto de ligação entre o trecho pernambucano e o piauiense da Nova Transnordestina e,

por fim, para aliviar a pressão do trânsito de veículos de cargas na região, propõe-se a

construção de um terminal rodoferroviário no referido município.

Proposição: Construção de um terminal rodoferroviário no entorno da cidade de São

Caitano.

Localização: São Caitano-PE, a 150 km de Recife.

Justificativa: O terminal rodoferroviário proposto objetiva aliviar a pressão do trânsito de

veículos de cargas em direção a Região Metropolitana de Recife. Localiza-se na área de

influência do polo de têxtil de Caruaru – que é o maior centro econômico do agreste

pernambucano, concentrando indústrias e estabelecimentos comerciais.

6.3 SISTEMA AEROVIÁRIO

Prioridade 1

Proposição: Ampliação dos terminais de passageiros e de cargas do Aeroporto de

Petrolina.

Localização: Município de Petrolina-PE.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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Justificativa: Embora o aeroporto já conte com uma pista de pouso de 1,8 mil metros de

extensão, acesso por vias expressas e proteção para impedir a entrada/presença de animais,

ainda não permite pousos e decolagens de aeronaves de maior porte. Além disso, em

Petrolina-PE e no município vizinho Juazeiro-BA está localizado um dos maiores polos de

fruticultura do país. Quando ampliado, o Aeroporto de Petrolina poderá atender as

demandas de uma região que agrega cerca de 20 municípios e uma população estimada em

500 mil habitantes, além da grande produção de frutas in natura e produtos

industrializados.

6.4 SISTEMA DE COMUNICAÇÕES

Prioridade 1

Proposição: Criação de um cinturão digital.

Localização: Estado de Pernambuco.

Justificativa: Não obstante o Estado de Pernambuco contar hoje com telecentros em

alguns municípios, sugere-se que o Estado invista na universalização do acesso à internet,

a exemplo do cinturão digital no Estado do Ceará, vinculando a todos os seus municípios.

Sem isso, ficam prejudicadas a eficácia e eficiência dos fluxos comunicacionais no âmbito

das cadeias produtivas estaduais, restringindo sua competitividade e capilaridade

mercadológica.

6.5 SISTEMA HIDROVIÁRIO

Prioridade 1

Proposição: Investimento no Porto Fluvial de Petrolina-PE.

Localização: Petrolina-PE.

Justificativa: Potencializar o uso da Hidrovia do Rio São Francisco para a exportação de

cargas pelo Porto de Suape utilizando a Ferrovia Nova Transnordestina, via Terminal rodo-

ferroviário de Salgueiro.

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85

6.6 MATRIZ DE OFERTA ENERGÉTICA

Prioridade 1

Proposição: Implantação de Unidades de Geração de Energia a partir dos Resíduos

(UGERs).

Localização: Todas as médias e grandes cidades do Estado.

Justificativa: O uso de resíduos urbanos, da agricultura ou industriais não recicláveis para

geração de energia elétrica, via UGER, poderá gerar quantidade significativa de energia

elétrica, o que transformaria um problema ambiental em soluções de autossuficiência

energética das cidades, retendo divisas hoje evadidas pela importação da energia e dando

cumprimento ao que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS.

Prioridade 2

Proposição: Expansão de investimentos em infraestruturas para melhor aproveitamento

das energias solar e de marés.

Localização: Estado de Pernambuco.

Justificativa: O Estado de Pernambuco, por sua localização geográfica privilegiada, tem

grande potencial maremotriz e solar. Este potencial pode ser aproveitado no sentido de

contribuir para uma matriz de oferta energética mais limpa e para o atendimento da

crescente demanda energética da Região.

Proposição: Investimentos em pesquisa e produção de biocombustíveis.

Localização: Estado de Pernambuco.

Justificativa: Aproveitando a vantagem competitiva associada à nova configuração do

sistema macrologistico regional, pesquisas de inovação no trato da cana-de-açúcar e

incentivos aos produtores da Agricultura Familiar, bem como estudos de localização de

mais unidades produtoras de biocombustíveis no Estado, podem abrir uma vasta gama de

oportunidades de geração de emprego e renda no seu âmbito. Cabe lembrar a importância

da pesquisa para produção de biogasolina a partir do esgoto urbano.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

86

Prioridade 3

Proposição: Ações de atratividade de investimentos em Exploração e Produção Marítima

e Terrestre de Petróleo e Gás Natural.

Localização: Estado de Pernambuco.

Justificativa: Embora ainda não haja produção de petróleo e gás natural em Pernambuco,

é recomendável a adoção de ações para atrair investimentos no setor de exploração e

produção do petróleo e do gás natural no Estado.

6.7 SISTEMA DUTOVIÁRIO

Prioridade 1

Proposição: Conclusão do projeto de interiorização do gás natural através do gasoduto

Recife – Araripina – Projeto da Companhia Pernambucana de Gás (COPERGÁS).

Localização: Recife-PE a Araripina-PE.

Justificativa: Gargalos relacionados à infraestrutura e às fontes energéticas a muito têm

prejudicado o crescimento produtivo e o desenvolvimento econômico da região do polo

gesseiro do Araripe. A chegada de um gasoduto à região reduziria, consideravelmente, a

problemática da oferta energética, principalmente, para as atividades de calcinação e

contribuiria para a mitigação dos impactos ambientais negativos decorrentes do uso da

lenha da caatinga para as operações do polo. Assim, além dos ganhos ecológicos, o

produto poderá reduzir os custos de produção e ser levado para outras cidades, onde são

desenvolvidas atividades econômicas importantes, a exemplo de Petrolina e Juazeiro.

Prioridade 3

Proposição: Construção de oleodutos.

Localização: Estado de Pernambuco.

Justificativa: Principalmente para derivados de petróleo, se justifica pela redução de

custos operacionais e riscos com transporte de produtos inflamáveis, habitualmente feito

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

87

pelos modais rodoviário e ferroviário. Observe-se que se pode aproveitar a disponibilidade

futura do novo sistema ferroviário para a implantação de eficientes oleodutos virtuais

enquanto não se viabiliza a construção dos próprios oleodutos. Os investimentos em

oleodutos devem ser feitos após o mapeamento de potenciais ofertantes e demandantes de

produtos e indicação por EVTEA.

6.8 GESTÃO LOGÍSTICA

Prioridade 1

Proposição: Elaboração de Plano Logístico para o Estado.

Localização: Estado de Pernambuco.

Justificativa: O Plano Logístico de Pernambuco está desatualizado há mais de uma

década, sendo o Estado o pioneiro na elaboração de tal plano na Região. Este fato é

louvável na medida um estado deve orientar seus investimentos com base em um plano

logístico cientificamente elaborado. No entanto, torna-se necessário atualizar este plano,

envolvendo a otimização da matriz de origem e destino de cargas pelos diversos modais e

em diferentes cenários, bem como diagnosticar e propor soluções para os fluxos de

informações, de suporte físico e de necessidades para o sistema de gestão das cadeias

produtivas regionais.

Proposição: Criação de Portal integrando equipamentos macrologísticos e seus usuários.

Localização: Estado de Pernambuco.

Justificativa: A integração informacional online de todos os equipamentos

macrologísticos entre eles e com os seus potenciais usuários no Estado, aproximando

produtores, transportadores e clientes das cargas, reduzirá custos e tempo de transações e

facilitará a movimentação de cargas na Região.

Proposição: Estruturação de um sistema de gestão logística no âmbito do Estado.

Localização: Estado de Pernambuco.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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Justificativa: Como não se detectou, no Estado de Pernambuco, uma estrutura

organizacional compatível com a complexidade do seu sistema macrologístico, o qual deve

apoiar-se em planos logísticos periodicamente atualizados e continuamente monitorados, é

importante a criação de uma estrutura organizacional voltada para a gestão logística no

âmbito do Estado e que coordene as ações de todas as secretarias/órgãos que afetam o

desempenho das cadeias produtivas regionais. Para ter efetividade no trato sistêmico da

problemática macrologística, uma tal estrutura deverá vincular-se diretamente ao gabinete

do governador.

Proposição: Desenvolvimento de Programa de Capacitação Logística.

Localização: Estado de Pernambuco.

Justificativa: A sustentabilidade do processo de desenvolvimento das cadeias produtivas

no âmbito do Estado exige profissionais especializados a nível médio em procedimentos

logísticos e superior em gestão logística. Para isto, devem ser desenvolvidas parcerias com

universidades e centros de formação.

A Figura 12 mostra a espacialização das intervenções, em termos de equipamentos

macrologisticos, no âmbito do Estado de Pernambuco.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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Figura 12 – Mapa das intervenções macrologísticas no Estado de Pernambuco

Fonte: Elaborada pela equipe do GLEN/UFC

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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O presente Tomo II deste Relatório Final reporta a caracterização e a análise dos

equipamentos macrologisticos e investimentos previstos até o inicio de 2012 para suporte

às cadeias produtivas do Estado de Pernambuco. Em função do diagnóstico realizado, com

foco no papel da Ferrovia Nova Transnordestina, algumas proposições de intervenções e

ações de gestão foram sugeridas enquanto sinalizações propositivas para a elaboração de

estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental.

Pretende-se que as intervenções e ações sugeridas venham a eliminar ou mitigar os

gargalos logísticos e as impedâncias hoje encontradas ao desenvolvimento sustentável

regional.

As limitações de tempo e recursos financeiros do presente estudo foram agravadas pela

inexistência de uma base de dados consistente e robusta sobre o setor de Logística nos

diversos estados da Região Nordeste, não sendo Pernambuco uma exceção pela

desatualização de seu Plano Logístico.

Neste sentido, enfatiza-se a importância desta atualização do Plano no âmbito do Estado e

da discussão da complementariedade dos investimentos no Estado com aqueles efetuados

nos demais estados da Região.

Finalmente, deve ser lembrado o papel da Ferrovia Nova Transnordestina na redução dos

custos logísticos regionais tanto no sentido dos fluxos de exportação quanto no

abastecimento interno da Região.

Caracterização e análise dos sistemas produtivo e macrologístico na região Nordeste enquanto suporte à localização de empreendimentos: foco no papel da Ferrovia Transnordestina – Relatório Final – Tomo II

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS

Entidades e Técnicos Contatados em Pernambuco

Entrevistado (a) Entidade Cargo José Geovanni Costa de Almeida INFRAERO CARGO Gerente de Logística de Carga

Alberto S. S. Galvão AD DIPER Vice Presidente Isaltino Nascimento Secretaria de Transportes Secretário

Luiz Quental Coutinho AD DIPER Diretor de Planejamento e Estratégias

Flaudemir Patrício INFRAERO CARGO Coordenador de Facilitação e

Atendimento ao Cliente Sidnei Aires Porto do Recife S.A. Diretor Comercial e de Operações

Leonardo Cerquinho SUAPE – Complexo Industrial Portuário

Governador Eraldo Gueiros

Coordenador de Desenvolvimento de Negócios

Tagore Villarim de Siqueira BNDES Economista

Fernando Castilhos BNDES Gerente

Igor J. Souza SUAPE – Complexo Industrial Portuário

Governador Eraldo Gueiros

Assessor Coordenadoria de Desenvolvimento de Negócios