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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS DE ATLETAS DE MODALIDADES COLETIVAS Campinas 2017 MARINA BELIZARIO DE PAIVA VIDUAL

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS DE

ATLETAS DE MODALIDADES COLETIVAS

Campinas

2017

MARINA BELIZARIO DE PAIVA VIDUAL

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CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS DE

ATLETAS DE MODALIDADES COLETIVAS

Dissertação apresentada à Faculdade de

Educação Física da Universidade Estadual de

Campinas como parte dos requisitos exigidos

para a obtenção do título de Mestra em

Educação Física, na área de Atividade Física

Adaptada.

Orientadora: Profa. Dra. Paula Teixeira Fernandes

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO

FINAL DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA

ALUNA MARINA BELIZARIO DE PAIVA

VIDUAL, E ORIENTADA PELA PROFA. DRA.

PAULA TEIXEIRA FERNANDES.

Campinas

2017

MARINA BELIZARIO DE PAIVA VIDUAL

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FICHA CATALOGRÁFICA

Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): CNPq, 130452/2015-7

Ficha catalográfica Universidade Estadual de

Campinas Biblioteca da Faculdade de

Educação Física

Dulce Inês Leocádio dos Santos Augusto - CRB 8/4991

Vidual, Marina Belizario de Paiva, 1991-

V669c Características psicológicas de atletas de modalidades coletivas / Marina

Belizario de Paiva Vidual. – Campinas, SP : [s.n.], 2017.

Orientador: Paula Teixeira Fernandes.

Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade

de Educação Física.

1. Aspectos psicológicos. 2. Avaliação. 3. Esportes coletivos. 4. Psicologia

do esporte. I. Fernandes, Paula Teixeira. II. Universidade Estadual de

Campinas. Faculdade de Educação Física. III. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Psychological characteristics of athletes in collective sports

Palavras-chave em inglês:

Psychological aspects

Assessment

Collective sports

Sport's Psychology

Área de concentração: Atividade Física Adaptada

Titulação: Mestra em Educação Física

Banca examinadora:

Paula Teixeira Fernandes [Orientador]

Daniel Bartholomeu

Larissa Rafaela Galatti

Data de defesa: 31-01-2017

Programa de Pós-Graduação: Educação Física

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COMISSÃO EXAMINADORA:

__________________________

Prof. Dr. Daniel Bartholomeu

_________________________

Profa. Dra. Larissa Rafaela Galatti

__________________________

Profa. Dra. Paula Teixeira Fernandes

Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida

acadêmica do aluno.

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DEDICATÓRIA

“Algo me diz que tudo vai dar certo. Tem que dar. De um jeito ou de outro. Vou

cair, vou levantar e vou seguir até cair de novo, e levantar, e cair, até não cair mais, e cair

outra vez. Vai ter dor, vai ter decepção, vai ter sorriso e vai ter suor. Pessoas vão chegar e

vão partir. Algumas deixarão saudade, outras nunca mais se vão, seja fisicamente, ou só

no coração. Para as cargas mais pesadas terei os ombros mais fortes e nas

grandes provações tirarei as melhores lições. Me permito errar e ser triste, mas que dure

apenas o intervalo de dois sorrisos. O coração calejado suporta mais. Hoje foi melhor que

ontem, mas ainda não é nem sombra do amanhã. Vou dar o melhor de mim. Sempre. E

quando não for suficiente terei uma carta na manga, ou duas. Eu tenho um plano. Na minha

vida não existem objetivos não alcançados, apenas momentaneamente incompletos. Um

sorriso no rosto, e uma saudade no peito. Sem medo de errar.”

Rafael Magalhães

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Profa. Dra. Paula Fernandes, cuja orientação foi muito

além desta pesquisa. Obrigada pela receptividade naquela reunião em 2014 e no GEPEN

(grupo de estudos que coordena), por ensinar e defender a Psicologia do Esporte com tanto

amor. Agradeço imensamente todo o carinho, atenção e preocupação nesse tempo de

mestrado.

À Profa. Dra. Larissa Galatti e ao Prof. Dr. Daniel Bartholomeu por todas as

contribuições realizadas no exame de qualificação para a execução deste trabalho.

Aos meus pais, Antonio Carlos e Roseli, pelo exemplo, dedicação, por muitas

vezes terem me colocado como prioridade na vida de vocês. Vocês são e sempre serão meu

porto seguro e exemplo de vida.

Ao Lucas, pelo companheirismo, incentivo, paciência, dedicação, amor.

À minha avó, Dona Cila, minha segunda mãe, que sempre esteve tão presente em

tudo. Por sempre lembrar de mim em pensamento e orações.

Ao Hélio, João, Gabriela, Vinícius, Valéria, Simone por todo companheirismo,

por acreditar neste projeto e por todas as contribuições, discussões e propostas de melhorias.

À Julia por toda sua prontidão, ajuda e paciência, compartilhando seu saber de

muitos números e gráficos.

Aos integrantes do GEPEN, pela troca de experiências, força nos momentos de

apresentações e principalmente pela parceria.

Às amigas Helida, Gabriela, Adriana, Luisa, Livia, que estão presentes sempre em

pensamento e no coração.

À Associação Atlética Ponte Preta, dirigentes e gestores pela oportunidade nesse

meio tão difícil que é o futebol. À todas as comissões técnicas e profissionais envolvidos com

o departamento de formação de atletas que tive o prazer de trabalhar e aprender a cada dia.

Aos meninos atletas de diferentes lugares, com diferentes histórias e bagagens que

se unem e se fortalecem na busca do mesmo sonho. Vocês me ensinam tanto sobre a vida...

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VIDUAL, Marina Belizario de Paiva. Características psicológicas de atletas de

modalidades coletivas. 2017. 131f. Dissertação de Mestrado - Faculdade de Educação

Física. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2017.

RESUMO Introdução: O rendimento dos atletas está pautado nos aspectos técnicos, táticos, físicos e

psicológicos, de acordo com a exigência da modalidade esportiva. Do ponto de vista

psicológico, muitas vezes o atleta suporta uma sobrecarga psicofísica, assim o preparo

emocional pode auxiliar os atletas antes, durante e após a competição. A avaliação psicológica

no esporte tem a finalidade de identificar os aspectos particulares do atleta ou da equipe

esportiva em determinada modalidade. Assim, o objetivo do presente estudo foi caracterizar

aspectos emocionais e cognitivos de atletas de modalidades esportivas coletivas.

Metodologia: Foram avaliados 94 atletas com idade média de 19,4 (±4,8) anos (47 do sexo

feminino), praticantes de futebol, futsal e vôlei. Os instrumentos utilizados foram: Ficha de

Identificação, Profile of Mood States (POMS), Sport Competition Anxiety Test (SCAT),

Competitive State Anxiety Inventory-2 (CSAI-2), Escala Beck de Ansiedade (BAI),

Questionário de Estresse e Recuperação para Atletas (RESTQ-76 SPORT), Escala de

Autoestima de Rosenberg, Escala de Resiliência, Inventário de Motivação à Prática Regular

de Atividade Física (IMPRAFE - 54), Trait Sport-Confidence Inventory (TSCI), Escala de

Medida da Imagem Corporal, Inventário de Agressão Atlética de Bredemeier (BAAGI), The

World Health Organization Quality of Life (WHOQL-Bref), Teste de Atenção Concentrada

(Teste AC), Teste Pictórico de Memória (TEPIC-M), Subteste Códigos e Raciocínio Matricial

do Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS), Teste de Trilhas Coloridas (TTC). Resultados:

Foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nos níveis de ansiedade

cognitiva (p=0,022; maiores escores nos atletas de vôlei, em comparação ao futebol). Os

atletas do vôlei também apresentaram maiores escores de qualidade de vida geral (p=0,0023),

quando comparados futebol e futsal e no domínio meio ambiente (p=0,003), quando

comparados ao futebol. Nos aspectos cognitivos, atletas do vôlei apresentaram diferenças

estaticamente significativas em processamento de informação (p=0,004), memória (p<0,001)

e funções executivas (p<0,001). Discussão/Conclusões: Nos aspectos emocionais,

observamos diferenças marcantes quanto aos níveis de ansiedade cognitiva, sendo mais

elevado no perfil do voleibol quando comparados as outras modalidades. A modalidade futsal

apresentou maiores níveis de autoconfiança e resiliência em seu perfil, assim como os

domínios de sociabilidade e competitividade, pertencentes a motivação. A modalidade futebol

apresentou maiores níveis de autoestima e melhor percepção da imagem corporal. Com

relação aos aspectos cognitivos de velocidade e processamento de informação, funções

executivas e memória, a modalidade vôlei apresentou melhores índices. A partir destes

resultados, foi possível definir um protocolo de avaliação psicológica para atletas de

modalidades coletivas que é funcional e prático para mensurar as características emocionais e

cognitivas, podendo ser utilizado como norteador para uma intervenção e preparação

psicológica.

Palavras-chave: Aspectos psicológicos; Avaliação; Esportes coletivos; Psicologia do

Esporte.

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VIDUAL, Marina Belizario de Paiva. Psychological characteristics of athletes in collective

sports. 2017. 131f. Masters Dissertation – Physical Education Faculty. University of

Campinas, 2017.

ABSTRACT

Introduction: Athlete´s performance is based on technical, tactical, physical and

psychological aspects according to the requirement of the sporting modality practiced. From

the psychological point of view, the athlete often supports a psychophysical overload in his

sports practice. Whereas this context, emotional preparation can assist and prepare athletes

before, during and after the competition. Psychological assessment in sports has the purpose

of identifying the particular aspects of the athlete or the team in a particular modality. Thus,

the aim of the present study was to characterize the emotional and cognitive athlete’s aspects

of collective sports modalities. Methods: Were evaluated 94 athletes with a mean age of 19.4

(± 4.8) years (47 female), who practice soccer, futsal and volleyball. The following

instruments were used: Identification Card, Profile of Mood States (POMS), Sport

Competition Anxiety Test (SCAT), Competitive State Anxiety Inventory-2 (CSAI-2), Beck

Anxiety Scale BAI), Stress and Recovery Questionnaire for Athletes (RESTQ-76 SPORT),

Rosenberg Self-esteem Scale, Resilience Scale, Physical Activity Practice Motivation

Inventory (IMPRAFE-54), Trait Sport-Confidence Inventory , Body Image Measurement

Scale, Bredemeier Athletic Aggression Inventory (BAAGI), The World Health Organization

Quality of Life (WHOQL-Bref), Concentrated Attention Test (ACT), Pictorial Memory Test

(TEPIC-M), Subtest Codes and Matrix Reasoning from the Wechsler Adult Intelligence Scale

(WAIS), Colored Track Testing (TTC). Results: showed statistically significant differences

in levels of cognitive anxiety (p=0.0224), with higher averages in volleyball when compared

to soccer. The volleyball modality presented higher levels of general quality of life

(p=0.0023) when compared to soccer and futsal averages and in the environment of quality of

life (p=0.0027) when compared to soccer. Considering cognitive aspects, the volleyball

modality presented statistically significant differences in information processing (p = 0.004),

memory (p<0.001) and executive functions (p<0.001). Discussion / Conclusion: Considering

the emotional aspects, we observed differences in levels of cognitive anxiety, being higher in

the profile of volleyball when compared to other modalities. The futsal modality presented

higher levels of self-confidence and resilience in its profile, as well as the domains of

sociability and competitiveness, pertaining to motivation. The soccer modality presented

higher levels of self-esteem and better perception of the body image. Volleyball’s athletes

showed better aspects of speed and information processing, executive functions and memory.

From these results, it was possible to define a protocol of psychological evaluation for athletes

of collective modalities that is functional and practical to measure the emotional and cognitive

characteristics, being able to be used as a guide for an intervention and psychological

preparation.

Keywords: Psychological aspects; Evaluation; Collective sports; Sport’s Psychology.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Médias dos sintomas de ansiedade apresentados por atletas de

modalidades coletivas em cada instrumento .........................................

59

Figura 2. Características emocionais apresentadas por atletas de modalidades

coletivas ................................................................................................

60

Figura 3. Características apresentadas por atletas de modalidades coletivas em

cada subescala do instrumento RESTQ- 76 SPORT ............................

62

Figura 4. Médias de escore para cada domínio pertencente a motivação das

modalidades coletivas ...........................................................................

63

Figura 5. Médias de escore das modalidades coletivas nos domínios

pertencentes à Qualidade de Vida .........................................................

64

Figura 6. Perfil de estados de humor dos atletas de modalidades coletivas

segundo o instrumento POMS ..............................................................

65

Figura 7. Gráfico radar com as características cognitivas dos atletas de

modalidades coletivas ...........................................................................

66

Figura 8. Níveis de sintomas de ansiedade cognitiva apresentados pelos atletas

das modalidades futebol, futsal e vôlei no questionário CSAI-2 ..........

70

Figura 9. Médias apresentadas pelos atletas das modalidades futebol, futsal e

vôlei para os domínios Qualidade de Vida e Meio Ambiente no

questionário WHOQOL.........................................................................

70

Figura 10. Médias apresentadas pelos atletas das modalidades futebol, futsal e

vôlei para os domínios Sociabilidade e Competitividade do

IMPRAFE-54.........................................................................................

71

Figura 11. Perfil dos estados de humor dos atletas das modalidades futebol,

futsal e vôlei, de acordo com as médias apresentadas no questionário

POMS, comparados com resultados encontrados por Morgan (1980)..

72

Figura 12. Características emocionais apresentadas pelos atletas das

modalidades vôlei, futebol e futsal no questionário REST-76 SPORT.

73

Figura 13. Níveis de agressividade, imagem corporal e autoconfiança

caracterizados pelos atletas do gênero masculino e

feminino.................................................................................................

76

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Figura 14. Níveis de sintomas de ansiedade de acordo com o instrumento SCAT

e níveis de sintomas de ansiedade cognitiva e somática de acordo

com o instrumento CSAI-2 caracterizados pelos atletas do gênero

masculino e feminino.............................................................................

77

Figura 15. Médias apresentadas pelos atletas do gênero masculino e feminino

para os domínios Qualidade de Vida, Domínio Psicológico e Meio

Ambiente no questionário WHOQOL...................................................

77

Figura 16. Perfil dos estados de humor dos atletas homens e mulheres de acordo

com as médias apresentadas no questionário POMS, comparados com

resultados encontrados por Morgan (1980) ..........................................

78

Figura 17. Características emocionais apresentadas pelos atletas do gênero

masculino e feminino no questionário REST-76 SPORT......................

79

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Número de participantes de acordo com o gênero e modalidade

esportiva praticada.................................................................................

43

Tabela 2. Instrumentos utilizados no protocolo de avaliação dos atletas,

aspectos mensurados e autores dos instrumentos..................................

44

Tabela 3. Caracterização dos participantes quanto à modalidade, gênero, média

de idade e tempo médio de prática.........................................................

58

Tabela 4. Classificação dos sintomas de ansiedade mensurada por cada

instrumento nas modalidades coletivas..................................................

59

Tabela 5. Características emocionais apresentadas por atletas de modalidades

esportivas coletivas................................................................................

68

Tabela 6. Características emocionais apresentadas por atletas das modalidades

Futebol, Futsal e Vôlei no questionário RESTQ-76 SPORT.................

72

Tabela 7. Características cognitivas apresentadas por atletas das modalidades

futebol, futsal e vôlei..............................................................................

74

Tabela 8. Características emocionais apresentadas por atletas do gênero

masculino e feminino.............................................................................

75

Tabela 9. Características emocionais apresentadas por atletas dos gêneros

masculino e feminino no questionário RESTQ-76 SPORT...................

79

Tabela 10. Características cognitivas apresentadas por atletas do gênero

masculino e feminino.............................................................................

80

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

BAAGI = Inventário de Agressão Atlética de Bredemeier

BAI = Escala Beck de Ansiedade

CFP = Conselho Federal de Psicologia

CSAI-2 = Competitive State Anxiety Inventory-2

FEF = Faculdade de Educação Física

IMPRAF - 54 = Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física

ISSL = Inventário de Sintomas de Stress de Lipp

NADA = North American Diagnosis Association

POMS = Profile of Mood States

RESTQ-76 SPORT = Questionário de Estresse e Recuperação para Atletas

SCAT = Sport Competition Anxiety Test

TCLE = Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TEPIC-M = Teste Pictórico de Memória

Teste AC = Teste de Atenção Concentrada

TSCI = Trait Sport - Confidence Inventory

TTC = Teste de Trilhas Coloridas

UNICAMP = Universidade Estadual de Campinas

WAIS = Wechsler Adult Intelligence Scale

WHOQOL-Bref = The World Health Organization Quality of Life Questionnaire

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Sumário

1 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... 15

2 ESTRUTURAÇÃO E ROTEIRO ................................................................................... 17

3 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 18

3.1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO ESPORTE ............................................................ 22

3.2 ASPECTOS EMOCIONAIS .......................................................................................... 27

3.2.1 Estados de Humor ............................................................................ 27

3.2.2 Ansiedade ......................................................................................... 28

3.2.3 Estresse ............................................................................................. 29

3.2.4 Autoestima ....................................................................................... 30

3.2.5 Resiliência ........................................................................................ 31

3.2.6 Motivação ......................................................................................... 32

3.2.7 Autoconfiança .................................................................................. 33

3.2.8 Imagem Corporal ............................................................................. 34

3.2.9 Agressividade ................................................................................... 35

2.2.10 Qualidade de Vida ............................................................................. 36

3.3 ASPECTOS COGNITIVOS ........................................................................................... 37

3.3.1 Atenção e Concentração ................................................................... 37

3.3.2 Memória ........................................................................................... 38

3.3.3 Velocidade de Processamento de Informação .................................. 39

3.3.4 Funções Executivas .......................................................................... 39

3.3.5 Raciocínio Abstrato e Tomada de Decisão ...................................... 40

4 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 42

4.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 42

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................................... 42

5 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................ 43

5.1 PARTICIPANTES .......................................................................................................... 43

5.2 LOCAL ........................................................................................................................... 43

5.3 INSTRUMENTOS .......................................................................................................... 44

5.4 PROCEDIMENTO ......................................................................................................... 55

5.5 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................................ 56

6 RESULTADOS ................................................................................................................ 57

6.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES .......................................................... 57

6.2 ASPECTOS EMOCIONAIS .......................................................................................... 58

6.3 ASPECTOS COGNITIVOS ........................................................................................... 65

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6.4 RESULTADOS COM ANÁLISES ESTATÍSTICAS ................................................... 68

6.4.1 Comparação entre as modalidades ................................................... 68

6.4.2 Comparação entre os gêneros dos atletas ......................................... 74

7 DISCUSSÃO ..................................................................................................................... 81

8 CONCLUSÕES ................................................................................................................. 91

9 IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA ............................................................................ 93

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 94

11 ANEXOS ......................................................................................................................... 112

Anexo 1 – Ficha de Identificação ............................................................................. 113

Anexo 2 – Profile of Mood States ........................................................................... 114

Anexo 3 – Sport Competitive Anxiety Test .............................................................. 115

Anexo 4 – Competitive Sport Anxiety Inventory - 2 ................................................ 116

Anexo 5 – Escala de Autoestima de Rosenberg ....................................................... 117

Anexo 6 – Escala de Resiliência .............................................................................. 118

Anexo 7 – Inventário de Motivação a Prática Regular de Atividades Físicas ........ 119

Anexo 8 – Vealey’s Trait Sport-Confidence Inventory ............................................ 120

Anexo 9 – Escala de Medida de Imagem Corporal .................................................. 122

Anexo 10 – Bredemeier Athletic Agression Inventory ............................................. 123

Anexo 11 – World Health Organization Quality of Life - BREF ............................. 125

Anexo 12 – Comitê de Ética .................................................................................... 127

-

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1. APRESENTAÇÃO

A presente dissertação é fruto de alguns anos de trabalho. Seu início aconteceu no

final do ano de 2013, meu último ano de graduação em Psicologia, quando entrei em contato

com a professora Paula Teixeira Fernandes, por e-mail, dizendo que tinha muito interesse em

fazer um mestrado na área de Psicologia do Esporte.

Desde que entrei na graduação, sempre tive muito interesse na área de Psicologia

do Esporte. É importante salientar que alguns cursos de Psicologia não têm tanta ênfase para

esta área, sendo que muitas pesquisas e estudos encontram-se nos cursos de graduação e pós-

graduação de Educação Física.

Pelo meu interesse, durante a graduação, participei de algumas atividades

relacionadas ao esporte. Minha monografia foi na área de Psicologia Geral, porém aplicada ao

contexto esportivo. Tive a oportunidade de estudar a percepção temporal de judocas após uma

competição, buscando investigar se o fato de ganhar ou perder a competição poderia produzir

alguma influência na percepção do tempo por parte desses atletas. Concluímos que os atletas

que haviam perdido a luta superestimavam os estímulos temporais menores, ou seja, quando o

tempo era curto havia uma influência e esses atletas percebiam o tempo passar mais

lentamente.

Neste ano de 2013, tive algumas reuniões com a professora Paula e pude conhecer

o seu Grupo de Estudos na Faculdade de Educação Física da UNICAMP (GEPEN – Grupo de

Estudos em Psicologia do Esporte e Neurociências). Neste mesmo ano, prestei o processo

seletivo do mestrado e ingressei na pós-graduação da FEF em 2014.

No meu primeiro ano de mestrado, participei de alguns congressos científicos.

Nosso estudo com atletas de futebol feminino - apresentado no III Congresso Nacional de

Psicologia da Motricidade Humana, Esporte, Recreação e Dança, realizado pelo Laboratório

de Estudos em Psicologia do Esporte (LEPESP) da UNESP Rio Claro - recebeu o prêmio de

melhor trabalho apresentado.

Este fato me deu muito incentivo para continuar a pesquisa voltada para a

avaliação psicológica no esporte. Pesquisas e estudos sobre os aspectos psicológicos, tanto

emocionais como cognitivos, que influenciam no rendimento dos atletas vêm ganhando

destaque nos últimos anos. O principal foco do presente trabalho é caracterizar aspectos

psicológicos de atletas de diferentes modalidades coletivas. As descobertas da presente

pesquisa podem ter importante contribuição acadêmica, pois podemos observar como algumas

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16

modalidades podem contribuir para o desenvolvimento de algumas habilidades psicológicas.

Ao mesmo tempo em que determinadas modalidades podem exigir alguns aspectos

psicológicos mais específicos.

Hoje, finalizando esta importante etapa da minha vida acadêmica, estou ainda

mais próxima do mundo esportivo, pois sou psicóloga do esporte em um time de futebol,

atuando em categorias de base.

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17

2. ESTRUTURAÇÃO E ROTEIRO

A introdução a seguir segue a apresentação do tema abordado na dissertação e

seus assuntos pertinentes. Em um primeiro momento da introdução foi abordado o esporte e

seu contexto sociocultural, assim como as diferentes formas de prática que vão desde as

práticas de lazer até o alto rendimento, que possui um caráter profissional e de comparação de

resultados e oposição de atletas/resultados. As modalidades que possuem suas próprias

normas, classificações e definições também foram abordadas.

Posteriormente abordamos o atleta que é a figura central do esporte, seu

rendimento esportivo garante o sucesso e resultados, principalmente no esporte de alto

rendimento. É necessário entender que o rendimento do atleta está pautado nos aspectos

físicos, técnicos, táticos e psicológicos. A respeito dos aspectos psicológicos, nos referimos

aos processos cognitivos e emocionais que estão intimamente relacionados com o

desempenho do atleta, sendo importante o conhecimento desses aspectos e o seu preparo em

momentos pré competitivos, competitivos e pós competitivos.

Na segunda parte, abordamos o assunto da avaliação psicológica no esporte, que

pode ser considerado o psicodiagnóstico esportivo. Neste ponto exemplificamos os diferentes

métodos que compõe a avaliação psicológica no esporte.

A partir de então ocorre a explicação de cada um dos aspectos emocionais e

cognitivos que compõe este protocolo de avaliação. Justifica-se a elaboração deste protocolo

de testes que tem como principal objetivo mensurar as características emocionais e cognitivas

de modo a unificar os dados obtidos, favorecendo programas de investigação psicológica no

esporte que busquem o cruzamento de informações de diferentes atletas e diferentes

modalidades, criando assim um padrão de procedimentos para comparação.

Conhecer o atleta ou equipe com a qual se trabalha é primordial para qualquer

intervenção ou planejamento a ser realizado. Conhecer as emoções, reações, comportamentos

e atitudes dos atletas é o primeiro passo para auxiliá-los a traçar planos e objetivos.

Possibilitando, também, a clareza dos efeitos do esporte no desenvolvimento de determinadas

habilidades cognitivas e emocionais. A partir dessas informações e dados, pode-se tomar

decisões importantes visando o desenvolvimento adequado dos atletas.

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3. INTRODUÇÃO

O esporte tem se constituído como um dos fenômenos socioculturais mais

importantes desde o século XX (VISSOCI et al., 2008). Por esse motivo, mobiliza um grande

número de praticantes, espectadores, materiais, instalações, mídias e recursos financeiros.

Proni (1998) afirma que as competições esportivas organizadas por ligas ou federações

reúnem atletas profissionais submetidos a intensos esquemas de treinamento e que essas

competições tornam-se espetáculos veiculados pelos meios de comunicação e apreciados nas

horas livres e de lazer dos espectadores.

Para Marques, Gutierrez e Almeida (2006), o esporte de alto rendimento pode ser

considerado como uma prática influenciada por normas de um ambiente profissional e está

pautado na interpretação das regras e nas normas de ação do atleta. O esporte engloba

diversas práticas humanas que vão desde atividade de lazer, caracterizada pelo esporte amador

e heterogêneo, até esporte de alto rendimento, caracterizado por seu caráter profissional.

Assim, o esporte como fenômeno sociocultural engloba diversas práticas humanas que são

guiadas por regras de ação próprias, regulamentadas e institucionalizadas, direcionadas para o

aspecto competitivo. A competição pode caracterizar-se pela oposição entre sujeitos ou até

mesmo pela comparação entre as realizações do próprio indivíduo (MARQUES; ALMEIDA;

GUTIERREZ, 2007).

No ambiente esportivo de alto rendimento, essas práticas geralmente se expressam

através dos confrontos diretos entre atletas individuais ou equipes, da mensuração do

rendimento, da nomeação de vencedores ou destaques individuais e coletivos, sempre com a

finalidade de obter resultados.

O esporte passa por diversas classificações que tem por objetivo identificar

elementos em comum e entender a lógica interna da modalidade. Para isso, utilizam critérios

que buscam destacar aspectos diferentes da sua própria estrutura e dinâmica (GONZALES,

2004).

As modalidades são atividades realizadas sob um caráter esportivo, que possui as

próprias regras e normas, geralmente controladas por órgãos reguladores (MARQUES;

ALMEIDA; GUTIERREZ, 2007).

Existem algumas classificações baseadas em critérios específicos para as

modalidades, como por exemplo, se existe ou não relação com os companheiros e se existe ou

não interação direta com o adversário, tratando-se das relações de cooperação e oposição

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envolvidas nos esportes. Assim, os esportes podem ser classificados como individuais,

quando o atleta participa sozinho durante a ação esportiva total, sem a colaboração ou

participação de um companheiro. E esportes coletivos, que dependem da coordenação de ação

de duas ou mais pessoas para o desenvolvimento da atuação esportiva, exigido pela

modalidade, sua estrutura e dinâmica a participação de mais de uma pessoa (GONZALES,

2004).

Os esportes coletivos são atividades que requerem a colaboração de dois ou mais

atletas, onde há o envolvimento de mais de um participante em um mesmo time ou equipe,

sendo que o objetivo é comum a todos (SILVA et al., 2009). Nessas modalidades, a

responsabilidade pela vitória ou derrota é compartilhada por todos os atletas, desenvolvendo

um senso de colaboração e equipe (DIUANA, 2005).

O atleta é a figura central do esporte e o sucesso esportivo de qualquer

modalidade está fundamentado no seu comportamento. No alto rendimento, o atleta tem como

objetivo alcançar os melhores níveis de desempenho, através de bons resultados, seja

coletivamente ou individualmente (DE ROSE; DESCHAMPS; KORSAKAS, 1999).

Van Rossum (2004) afirma que existem condições ambientais que favorecem o

desenvolvimento do esporte de alto rendimento: relacionadas ao treinamento desportivo

(qualidade do treinamento, tempo de treinamento, qualidade do técnico e materiais

disponíveis), às condições psicossociais e econômicas (apoio de pais e amigos, relação com o

técnico, condições financeiras para treinar) e ao sistema organizacional da modalidade

(clubes, entidades esportivas, ligas, federações).

O rendimento esportivo é resultante da interação dos fatores fisiológicos,

biomecânicos e psicológicos. Os fatores fisiológicos relacionam-se com o estado físico e

funcional do atleta, desenvolvidos através do processo de condicionamento físico específico

para determinada modalidade. Os fatores biomecânicos estão relacionados aos gestos básicos

de cada esporte, exaustivamente repetidos em sessões de treinamento, com a finalidade da

técnica perfeita. Já os aspectos emocionais são de extrema importância para a manutenção do

equilíbrio emocional necessário para o bom desempenho (DE ROSE; DESCHAMPS;

KORSAKAS, 1999) e os aspectos cognitivos têm grande influência sobre a performance

esportiva, sendo responsáveis pela aquisição e manutenção das habilidades necessárias para o

desempenho do atleta (SILVA et al., 2013).

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Para trazer resultados positivos para a equipe, o atleta precisa estar bem

preparado. Esse preparo envolve aspectos técnicos, táticos, físicos e psicológicos, de acordo

com cada modalidade esportiva.

Os aspectos físicos se constituem por métodos e processos de treinamento,

utilizados de forma sequencial e de acordo com os princípios da periodização. Esse

treinamento tem como objetivo levar o atleta ao ápice da sua forma física, específica para

determinada modalidade (DANTAS, 2003). Contribui para o aumento do potencial motor e a

capacidade deste atleta utilizar este potencial da forma mais eficaz, tanto em condições de

treinamento quanto competição. Sendo a base do treinamento físico o estímulo e a adaptação

do corpo a este estímulo, o que permite ao atleta mais força, agilidade e rapidez

(MATVEIEV, 1997).

Djackov (1973) define a técnica desportiva como o domínio total das estruturas

motoras econômicas de exercícios esportivos, diante das condições mais difíceis da

competição é o resultado máximo a ser atingido. A técnica é uma particularidade do esporte,

trata-se de uma ação motora perfeita que proporciona o maior nível de desempenho do atleta

da forma mais objetiva e econômica possível. É comum a todos os atletas e formada pelos

fundamentos específicos da modalidade (SALES; GUIMARÃES; PAOLI, 2014).

Os aspectos táticos estão relacionados ao ensino e desenvolvimento da tática e da

técnica e requerem uma grande capacidade cognitiva do atleta. A eficácia da tática,

especificamente, depende da capacidade de percepção, antecipação e tomada de decisão, que

reflete a capacidade tática e experiência motora do atleta (FILGUEIRA, 2006). Weineck

(1999) afirma que a tática esportiva está baseada na capacidade cognitiva (percepção,

antecipação e tomada de decisão), técnica adquirida e capacidade psicofísica direcionada a um

comportamento ideal em competições, mobilizando todo o potencial do indivíduo. Ainda

falando sobre tática, Greco e Benda (2001) a caracterizam como o sistema de planos de ação

(contextualizados por espaço, tempo e situação) que acarretam em tomadas de decisão, que

tem como objetivo estruturar as ações motoras direcionadas a alcançar uma meta.

O rendimento esportivo também está relacionado aos processos cognitivos e

emocionais. Existem habilidades mentais (como autoconfiança, motivação, controle

emocional, comunicação e concentração) que ajudam os atletas a atingir bem-estar e melhor

performance. Atletas que dominam essas habilidades, além de melhor bem-estar, possuem

melhor desempenho durante as competições e treinamentos.

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Do ponto de vista psicológico, durante a prática esportiva, muitas vezes o atleta

suporta uma sobrecarga psicofísica (MIRANDA; BARA FILHO, 2008). Assim, o processo de

treinamento deve ser otimizado através de medidas específicas que favoreçam a recuperação

após tal sobrecarga esportiva. Neste sentido, é de extrema importância o conhecimento e o

preparo emocional nos momentos pré-competitivos e competitivos.

Muitos estudos (PUJALS; VIEIRA, 2008; DE ROSE JÚNIOR et al., 1996)

mostram a influência dos aspectos emocionais e cognitivos no rendimento esportivo, podendo

ser positiva ou negativa. É evidente que o atleta precisa ter um preparo emocional e cognitivo

para encarar todas as demandas do ambiente esportivo.

Competir pode ser considerado enfrentar os desafios e demandas que o esporte

propõe (DE ROSE JUNIOR, 2002). A competição esportiva pode ser considerada como a

expressão máxima do esporte como fenômeno social e cultural (CAILLOIS, 1988).

Torna-se relevante aqui entender que a preparação do atleta é composta por

fatores físicos, técnicos, táticos e psicológicos. A metodologia de treinamento físico-técnico-

tático é muito difundida e avançada se comparada com o treinamento de habilidades

psicológicas. Embora essas quatro áreas sejam reconhecidas como importantes para aumentar

o rendimento esportivo, existem poucas publicações a respeito do tema, especialmente da área

psicológica (VISSOCI et al., 2008).

Segundo Weinberg e Gould (2001), em certas situações esportivas, alguns atletas

se sobressaem em relação aos outros, devido às habilidades físicas, especialmente no alto

rendimento. Porém, na maioria das competições esportivas, os atletas ganham ou perdem

dependendo de como eles (e seus adversários) atuam naquele determinado dia. Com a

capacidade física sendo razoavelmente igual, os vencedores são geralmente aqueles que tem

habilidades psicológicas diferenciadas. Vários estudos que compararam atletas bem-sucedidos

e menos bem-sucedidos em termos de habilidades psicológicas revelaram consistentemente

que atletas mais bem-sucedidos tinham melhor concentração, níveis mais elevados de

autoconfiança, mais pensamentos orientados à tarefa (em vez de orientados ao resultado) e

níveis mais controlados de ansiedade (GOULD; EKLUND; JACKSON, 1992).

A preparação psicológica voltada para o atleta trabalha o desenvolvimento

emocional do mesmo, proporcionando estratégias cognitivas e emocionais específicas,

ajudando-o a estabelecer metas, enfrentar situações de estresse e pressão (relação com torcida,

dirigentes, técnicos, patrocinadores, adversários, situações próprias de jogo, mídia e imprensa,

materiais e instalações), tendo como objetivo a otimização de seu rendimento e desempenho

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esportivo. Diante da busca do melhor rendimento, é necessário que o atleta desenvolva e

mantenha atributos psicológicos que têm influência direta em seu rendimento como a

autoconfiança, liderança, adaptação, controle emocional (DESCHAMPS; DE ROSE, 2008).

3.1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO ESPORTE

A avaliação psicológica é um processo técnico e científico de construção de

conhecimentos acerca de aspectos psicológicos, com a finalidade de produzir, orientar,

monitorar e encaminhar ações e intervenções sobre a pessoa avaliada (CONSELHO

FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2010). Trata-se de um procedimento que visa avaliar, através

de instrumentos previamente validados para determinada função, os diversos processos

psicológicos que compõem o indivíduo, sendo o psicólogo o único profissional habilitado por

lei para exercer esta função.

A avaliação e descrição da realidade psicológica de alguém fornece ao psicólogo

um conjunto de informações relevantes, as quais este profissional deve saber interpretar,

selecionar e sobretudo transmitir e devolver essas informações ao paciente. Ela é dinâmica e

se constitui em fonte de informações que explicam fenômenos psicológicos, com o objetivo

de subsidiar os trabalhos nos diferentes campos de atuação do psicólogo (CONSELHO

FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2010).

O processo de avaliação psicológica é complexo e realizado pela busca

sistemática do conhecimento a respeito do funcionamento psicológico dos indivíduos para

poder orientar ações e decisões futuras. Os instrumentos de avaliação constituem-se de

procedimentos sistemáticos de coleta de informações úteis e confiáveis que possam orientar o

processo mais amplo e complexo da avaliação psicológica. Assim, os instrumentos estão

contidos no processo da avaliação psicológica (PRIMI; NASCIMENTO; SOUZA, 2004).

Geralmente os instrumentos são meios padronizados de se obter amostras ou indicadores de

comportamento que revelam diferenças individuais nos construtos ou processos mentais

(PRIMI, 2010).

No esporte, entende-se por avaliação psicológica o processo de psicodiagnóstico

esportivo, que tem como objetivo o levantamento de aspectos particulares do atleta, ou equipe

esportiva, na relação com a modalidade escolhida ou praticada. A avaliação psicológica no

esporte é composta por um conjunto de procedimentos que envolvem entrevistas, testes e

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observação, cuja meta é determinar o nível de desenvolvimento das funções e capacidades

para a prática esportiva ou atividades físicas e de lazer (RÚBIO, 2007).

Angelo e Rúbio (2007) destacam que a avaliação psicológica, no esporte de alto

rendimento, está orientada na busca de qualificação e quantificação de estados emocionais e

cognitivos em situações de treinamento e competição, níveis de processos psíquicos e relações

interpessoais na otimização dos trabalhos em equipe.

O psicodiagnóstico esportivo tem alguns objetivos específicos: identificar,

estabelecer objetivos, orientar a seleção de técnicas de intervenção e avaliar os resultados da

intervenção (COZAC, 2004). O processo de identificar leva em consideração as variáveis

psicológicas que interferem no rendimento de atletas, a partir do esporte que pratica, e assim

identificar o grau de habilidade e as variáveis controladoras. Uma vez identificado o grau de

habilidade para cada variável envolvida, deve-se estabelecer os objetivos que se deseja

alcançar através da intervenção adequada. A partir de então, ocorre a seleção das técnicas

psicológicas mais efetivas em função das informações e características do atleta para uma

intervenção apropriada. E assim, a intervenção deve ser avaliada, antes, durante e depois de

implementada (COZAC, 2004).

Durante o processo de psicodiagnóstico esportivo, algumas informações acerca do

atleta são de extrema importância para o psicólogo. Entre estas, elencamos: características

pessoais (idade, nível competitivo, história pessoal esportiva, motivação, aspirações, pressões

percebidas, recursos, apoio social e familiar, características socioculturais), requisitos técnicos

do esporte (detalhes da competição, calendário, adversários e requisitos físicos e psicológicos

para competir em determinada modalidade) e também os objetivos específicos do treinamento

(que são diferentes no início, meio e final da temporada). Em todo o processo, é importante

considerar as diferenças e desenvolver estratégias adequadas para cada etapa.

Contendo algumas finalidades específicas, os métodos de avaliação em Psicologia

do Esporte basicamente seguem as particularidades das diversas especialidades da Psicologia

e está pautada nos seguintes procedimentos: observação, entrevistas, anamnese, experimentos

em laboratório, experimentos pedagógicos e testes (RUDIK, 1990).

O método da observação é constituído da explicação científica da subjetividade do

sujeito, que se manifesta através de atitudes e comportamentos e caracteriza as

particularidades daquilo que se pode designar como personalidade. Por meio desta

observação, é possível acumular dados que caracterizam a manifestação das funções e

qualidades psíquicas da personalidade do atleta durante o período de treinamento e

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competições. A observação também é um procedimento importante em programas de lazer e

de atividade física para a qualidade de vida (RÚBIO, 2007).

Durante o treinamento esportivo, algumas áreas merecem destaque durante a

observação (VISSOCI et al., 2008). A comunicação é uma importante fonte de informação em

suas três dimensões (conteúdo, direção e quantidade). Almeida (2004) afirma que é

importante recorrer a todas as formas de observação de comportamentos dos atletas, sendo

necessária uma observação sistemática de comportamentos relacionados ao rendimento

esportivo. Ou seja, com quem o atleta se comunica durante os treinamentos, qual é a

qualidade da comunicação com o treinador e os companheiros de equipe, quem inicia a

comunicação, qual o conteúdo e significado (positiva, negativa, neutra). Identificam-se,

também durante a observação, as áreas de conflito, podendo-se observar as situações que

provocam conflito ou podem ser fontes estressoras ao desportista (críticas, diferenças de

opinião sobre aspectos técnicos, situações características a cada modalidade esportiva como a

situação de ficar no “banco” para atletas de futebol). As emoções também devem ser

observadas de maneira rigorosa, em especial as expressadas pelos atletas, como eles as

expressam e quais as respostas do esportista diante de fracasso, críticas e mais precisamente

seu nível de estabilidade emocional. A intensidade com que o atleta treina e compete também

é uma informação relevante, assim como as atitudes e os comportamentos dos atletas em

diferentes momentos. Convém ressaltar que a observação se dê durante os treinamentos e as

competições, acontecendo da forma menos intrusa possível por parte do psicólogo.

As entrevistas oferecem a possibilidade de investigar as particularidades

psicológicas específicas da modalidade esportiva, e também as diferentes nuances de

personalidade que surgem no processo da atividade e que possuem influência direta sobre o

comportamento do atleta. Por meio das entrevistas, é possível a descrição exata do ambiente

que envolve o atleta e as influências sobre o seu comportamento (RUBIO, 2007).

A anamnese faz parte das entrevistas e também se trata de um instrumento de

avaliação, tendo sua origem na área médica. Não só a psicologia clínica usou o modelo e foi

transformando-o de acordo com as demandas emergentes, como também a psicologia do

esporte fez uso de modelos adaptados, tendo como objetivo principal compreender o

indivíduo em um primeiro momento, na sua relação com os problemas, e possivelmente

planejamento de ações e ou intervenções (CARRETONI; PREBIANCHI, 1999).

Tanto no momento da anamnese quanto da prática profissional do psicólogo do

esporte, o contexto esportivo precisa ser considerado, pois muitas vezes o local indicado para

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desenvolver o atendimento não dá as chances de se ter as condições ideais de conforto,

tranquilidade e privacidade. Muitas vezes não há uma sala ou espaço delimitado para a

psicologia, e o atendimento pode ocorrer em vestiários anexos a quadras, campos, piscinas, ao

ar livre, exigindo adaptação a barulhos e interferências de vários tipos. É possível dar total

atenção ao atleta e concentra-se naquele momento, porém o psicólogo deve estar ciente das

limitações, empenhando-se ainda mais nas estratégias possíveis para assim atingir seu

objetivo.

Os testes psicológicos são instrumentos de avaliação ou mensuração de

características psicológicas, considerados procedimentos sistemáticos de observação e registro

de amostras de comportamento e respostas do indivíduo (CONSELHO FEDERAL DE

PSICOLOGIA, 2013). Representam uma tarefa de curta duração, cujos resultados são

submetidos a avaliações de ordem qualitativa e quantitativa e oferecem a caracterização de

sintomas de certas manifestações de uma ou várias particularidades daqueles que responderam

ao instrumento (RÚBIO, 2007). Tem como principal objetivo descrever ou mensurar

características e processos psicológicos nas mais diversas formas de expressão, podendo

compreender as áreas de emoção, cognição e inteligência, motivação, personalidade,

psicomotricidade, atenção, memória, percepção, entre outras. Os psicólogos do esporte

costumam empregar diferentes tipos de instrumentos de avaliação, podendo ser questionários,

inventários, testes projetivos e psicomotores.

Assim, nestes casos, a avaliação psicológica está direcionada na busca de

qualificação e quantificação de estados emocionais, níveis de processos psíquicos e relações

interpessoais na otimização de resultados e desempenho. Saber quem é o atleta ou praticante

de atividade física é fundamental para a psicologia do esporte, pois com base nesses dados

que o trabalho será desenvolvido (RÚBIO, 2007).

Conhecer emoções, reações, comportamentos, aspectos cognitivos e atitudes nos

levam a um conhecimento inicial interessante e facilitam na ação, nos deixando mais seguros

na busca da melhor forma de auxiliar o indivíduo a traçar planos e atingir objetivos

(BRANDÃO, 1993).

A incorporação da avaliação psicológica nos processos de treinamento esportivo e

nas questões relacionadas à saúde populacional, entre outros, otimiza o conhecimento sobre as

capacidades e limitações de cada um, contribuindo para a clareza dos efeitos do esporte e do

exercício na vida dos desportistas.

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Rodiónov (1990) afirma a importância de se considerar a avaliação psicológica

nas decisões do processo de treinamento, individualizando a preparação técnico-tática,

escolhendo a estratégia e a tática de conduta em competições e otimizando estados psíquicos.

Para tanto, são utilizados métodos que consideram as particularidades psicológicas do atleta,

buscando revelar e explicar a sua dinâmica. Observa-se, assim, que os aspectos físicos,

técnicos, táticos e psicológicos fazem parte da preparação esportiva global do atleta.

Rudik (1990) indica que algumas investigações que avaliam atletas vêm ganhado

destaque, com o objetivo de obter dados comparativos que caracterizem as exigências

especiais que são apresentadas pelos praticantes nas diferentes modalidades esportivas ou

formas de atividade física; ou ainda estudos com caráter diagnóstico que tem como objetivo a

determinação do nível de desenvolvimento de habilidades, favorecendo o prognóstico de

resultados relacionados a prática esportiva. O autor destaca também a importância da

unificação dos programas de investigação psicológica no esporte, tanto para a análise

psicológica de praticantes de modalidades esportivas, quanto das especificidades das diversas

modalidades, para um cruzamento uniforme dessas informações. Tendo como objetivo um

mesmo padrão de procedimentos para a comparação de todas as informações coletadas.

Percebe-se que grande parte da vida do atleta é dedicada ao esporte que pratica.

Costa (2007) considera que para se tornar um atleta de alto rendimento é necessária muita

disciplina, comprometimento com muitos anos de treinamento e dedicação praticamente

exclusiva ao esporte, já que o início da carreira esportiva geralmente ocorre em idades muito

precoces.

A prática de treinamento e a competição no esporte competitivo, considerado de

alto rendimento, tem características próprias. Devido ao grande volume, intensidade de carga

e a tensão de funções psíquicas e físicas o atleta é levado ao extremo de sua capacidade de

tolerância, ainda na fase de treinamento. Não é a estrutura da atividade em si, que se altera em

diferentes momentos da preparação pré-competitiva, mas a maneira como o atleta enfrenta

cada situação que lhe é proposta.

O conceito da influência dos fatores psicológicos no rendimento esportivo é

antigo. Griffith, apontado como o primeiro psicólogo do esporte (WEINBERG; GOULD,

2001) desenvolveu algumas pesquisas buscando justificar o desempenho esportivo mediante a

influência de alguns fatores psicológicos dos atletas.

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Algumas variáveis psicológicas importantes que conduzem e complementam a

atividade esportiva, serão explicadas a seguir, sendo dividas em aspectos emocionais e

aspectos cognitivos:

3.2 ASPECTOS EMOCIONAIS

Vários fatores emocionais podem afetar o rendimento esportivo, dentre eles,

Pujals e Vieira (2008) apontam motivação, autoestima, autoconfiança, ansiedade e

agressividade como os que mais se destacam.

3.2.1 Estados de Humor

O humor foi definido por Lane e Terry (2000) como uma série de sentimentos,

variando em intensidade e duração e, normalmente, envolvendo mais do que uma emoção. Ou

seja, trata-se de um estado emocional ou afetivo de duração variável e não permanente.

Os estados emocionais, que podem ser chamados de estados de humor,

apresentam duração variável, de algumas horas a alguns dias, podendo refletir sentimentos de

exaltação ou felicidade, tristeza, angústia, entre outros (BRANDT et al., 2010).

A partir da década de 70, buscou-se identificar os estados de humor relacionados à

prática esportiva, mensurados através do instrumento Profile of Mood States (POMS)

(MCNAIR et al., 1971). O perfil de estados de humor é composto por seis variáveis: tensão,

depressão, raiva, fadiga, confusão mental e vigor, sendo que vigor é variável positiva e as

demais, negativas.

O instrumento tem sido utilizado no ambiente esportivo para medir as variações

emocionais associadas ao bem-estar psicológico e também as diferenças entre os momentos

pré e pós-competição (GAUVIN; SPENCE, 1998; LEUNES; HAYWARD, 1989).

Um estudo comparativo entre praticantes e não praticantes de atividades

esportivas (MORGAN; POLLOCK, 1977) permitiu identificar um padrão de diferenças no

perfil de humor que se tornou conhecido como o Perfil Iceberg (BELL; HOWE, 1986;

MORGAN, 1980). Os indivíduos que praticavam alguma modalidade esportiva apresentavam

resultados significativamente mais elevados na escala de vigor e resultados significativamente

mais baixos nas escalas de tensão, depressão, fadiga, confusão mental e raiva, quando

comparados com a amostra não praticante de atividade física.

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O monitoramento dos estados de humor é comum entre atletas de alto rendimento,

nos diferentes momentos de treinamento e competição, já que esses indivíduos estão expostos

à pressão do contexto esportivo, a exigência constante pelo resultado, recuperação

insuficiente, calendário de competições, excedendo os limites de suas capacidades

psicofísicas (MURPHY et al., 1990; MORGAN et al., 1988; MORGAN, 1980).

Atletas que apresentam alterações no perfil de estados de humor podem ter seu

rendimento prejudicado durante treinos ou competição, influenciando na cognição, tomada de

decisão, e também na execução das habilidades motoras (WERNECK et al., 2006;

DEVENPORT et al., 2005). Algumas teorias surgem na tentativa de compreender como os

estados de humor podem influenciar no rendimento competitivo (CROCKER; GRAHAM,

1995). Silva e Angelo (2007) sugerem que altos níveis de confusão e depressão resultam em

dificuldades de manter e controlar os níveis de atenção. A tensão poderia prejudicar o controle

e a precisão muscular, enquanto a fadiga reduziria a capacidade física e disposição mental. A

raiva poderia desviar o foco de atenção durante a performance e o vigor aumentaria tanto a

percepção das capacidades físicas como a confiança.

3.2.2 Ansiedade

Dos aspectos emocionais relacionados ao rendimento esportivo, a ansiedade é um

dos temas mais estudados, principalmente quando envolve situações esportivas críticas.

Moraes (1990) afirma que a ansiedade tem forte relação com o rendimento esportivo e que

isso pode variar de acordo com o tipo de esporte, dificuldade da tarefa, ambiente esportivo,

torcida, traço de personalidade do atleta, importância do jogo ou competição.

Segundo Martin (2001), ansiedade é o rótulo dado à experiência emocional que os

indivíduos apresentam ao se depararem com eventos desconhecidos. Trata-se de um estado

emocional, caracterizado por nervosismo, preocupação e apreensão. A ansiedade tem um

componente cognitivo (preocupação e apreensão) e um componente somático (grau de

ativação física percebida).

A ansiedade pode ainda ser dividida em ansiedade traço e ansiedade estado. A

ansiedade traço está relacionada com as diferenças relativamente estáveis e permanentes

(relacionadas à personalidade) que levam a percepção de certas situações ameaçadoras de

acordo com as experiências individuais adquiridas (SPIELBERGUER et al., 1979),

contribuindo para a manifestação de ansiedade. A ansiedade estado pode ser considerada

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como uma reação episódica ou situacional, caracterizando-se como um estado emocional

transitório, que depende da situação do momento (MARTIN, 2001).

Weinberg e Gould (2001) afirmam que um atleta com altos níveis de ansiedade

tem reações observáveis nos níveis cognitivo e somático. No nível somático, a ansiedade

exagerada provoca um maior gasto de energia, pois aumenta sua tensão muscular, fazendo

com que o atleta apresente dificuldades de coordenação de seus movimentos e músculos mais

tensos e "pesados". No nível cognitivo, ocorrem mudanças no grau de concentração, o campo

de atenção torna-se mais estreito e o atleta é incapaz de observar todo o contexto de

jogo/competição.

Becker Junior (1989) afirma que é comum o atleta apresentar rendimentos

melhores em treinos do que em competições, pois os níveis de ansiedade são muito diferentes

nesses dois contextos, sendo baixos nos treinamentos e altos nas competições. O mesmo autor

ainda afirma que o modo como o atleta interpreta a ansiedade pode ser um diferencial

importante: alguns consideram que a ansiedade é positiva e útil para o desempenho, e outros

consideram como um algo negativo e prejudicial.

Hanin (1997) considera que cada atleta possui um nível de ansiedade que pode ser

considerado ideal para o seu desempenho esportivo, associado com níveis altos de

performance.

3.2.3 Estresse

Weinberg e Gould (2001) definem o estresse como um desequilíbrio substancial

entre a demanda (física e/ou psicológica) e a capacidade de respostas para aquela condição.

Verardi et al. (2012) ressaltam que não é a situação em si que é estressora, mas sim a

percepção que o indivíduo tem sobre esta. Para Lipp (1996), o estresse é uma reação do

organismo, com componentes físicos e/ou psicológicos, causados por mudanças

psicofisiológicas que podem ocorrer em algumas situações: quando a pessoa passa por um

momento de grande irritação, medo, excitação, confusão ou intensa felicidade.

Lipp (1996) propõe o modelo quadrifásico do estresse. O desenvolvimento do

estresse envolve um quadro de sintomas que varia dependendo da sua fase. A primeira fase,

chamada de "Fase de Alerta" é considerada positiva, a pessoa necessita de mais força para

enfrentar a situação ou demanda. Existe a produção de adrenalina e noradrenalina que

impulsionam o aumento de produtividade. A segunda fase é a de "Resistência", em que o

organismo gasta muita energia buscando a homeostase, caracterizando como uma sensação de

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desgaste sem motivo aparente (LIPP, 2003). A fase de "Quase Exaustão" o organismo começa

a ceder e não resistir as tensões para restabelecimento da homeostase, é muito característico as

oscilações de bem estar e desconforto. Já na fase de "Exaustão" o organismo não possui mais

forças para resistir ao evento estressor.

Altos níveis de estresse podem comprometer o rendimento esportivo, pois

interferem em outros fatores, principalmente cognitivos, como atenção, concentração e

tomada de decisão (SEGATO et al., 2010). Níveis elevados de estresse também estão

associados à insegurança, falta de tranquilidade, aumento da ansiedade estado e depressão

(BARA FILHO et al., 2002; DE ROSE JUNIOR et al., 1996). Os movimentos do atleta

também são afetados, pois ocorre aumento da tensão muscular, reduzindo assim a

flexibilidade, a coordenação motora e a eficiência do movimento, repercutindo em seu

rendimento (STEFANELLO, 2007).

Ao mesmo tempo, níveis muito baixos de estresse também podem afetar o

rendimento atlético, comprometendo a ativação adequada para a prática esportiva (DOSIL,

2004). Níveis moderados de estresse podem melhorar o desempenho porque há estímulo para

manter o atleta em estado de vigilância, mas não há excesso de estímulo para distraí-lo de seu

objetivo. Apresentando baixos níveis de estresse, o indivíduo pode não estar suficientemente

alerta para ter um desempenho adequado, por outro lado, quando apresenta níveis elevados, a

excitação excessiva pode ser prejudicial ao seu desempenho (VERARDI et al., 2012).

Um estudo de revisão bibliográfica aponta que a competição esportiva pode ser

fonte geradora de estresse, independentemente do nível de habilidade do atleta ou da

modalidade esportiva praticada (DE ROSE JUNIOR, 2002). O estudo identifica como causas

de estresse competitivo os fatores individuais (relacionados à capacidade física, habilidade

técnica, lesões, medo de decepcionar pessoas e falta de repouso) e fatores situacionais

(relacionados aos aspectos específicos do jogo: técnicos, arbitragem, companheiros de equipe,

treinamento inadequado, torcida).

3.2.4 Autoestima

Rosenberg (1965) conceituou a autoestima como um conjunto complexo de

sentimentos e pensamentos que o indivíduo tem sobre o seu próprio valor, competência e

adequação, podendo refletir em uma atitude positiva ou negativa a respeito de si mesmo.

A autoestima é considerada fundamental para resultados favoráveis tanto na

adolescência quanto na vida adulta, refletindo sucesso em importantes áreas de

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desenvolvimento pessoal: ocupacional, relacionamentos interpessoais e desempenho

acadêmico (TRZESNIEWSKI; DONNELLAN; ROBINS, 2003).

Guilhardi (2002) considera que a autoestima é um sentimento desenvolvido ao

longo da vida do indivíduo, produto de contingências de reforçamento positivo de origem

social. O fundamental para o desenvolvimento da autoestima, no caso de atletas, é o

reconhecimento social, muitas vezes expresso pelo técnico, pela torcida, pela família, pelos

profissionais envolvidos com o esporte e está vinculado à satisfação pessoal e bem estar.

A autoestima pode ser influenciada positivamente através da prática de atividade

física (COELHO; VASCONCELOS-RAPOSO, 2002). Os atletas de elite possuem níveis

superiores de autoestima quando comparados a atletas amadores ou com praticantes sem

participação ativa em competições.

Os resultados de uma pesquisa com atletas de karatê apontam que atletas de níveis

inferiores apresentavam níveis mais baixos de autoestima quando comparados com atletas de

níveis superiores, sendo que a autoestima era significativamente mais alta em indivíduos

vencedores (RICHMAN; REHBERG, 1986). O mesmo estudo comprovou que atletas mais

experientes possuíam níveis mais elevados de autoestima. Um estudo de 1995 comparou

atletas de elite de diversas modalidades com indivíduos sedentários, afirmando que os atletas

apresentavam maiores níveis de autoestima do que os não atletas (MARSH et al., 1995).

3.2.5 Resiliência

A resiliência pode ser definida como a capacidade do indivíduo para enfrentar,

sobrepor-se e sair fortalecido ou transformado em situações em que passa por adversidade

(GROTBERG, 2005). Pode ser entendida como a forma com que o indivíduo lida com os

eventos aversivos, ou seja, está intimamente relacionada com a sua capacidade de tolerar e

suportar os eventos adversos do cotidiano (GUILHARDI, 2002). O indivíduo apresenta um

desenvolvimento saudável mesmo vivenciando experiências muito adversas (RUTTER,

1999).

Os atletas, quando estão competindo, enfrentam constante pressão e estresse.

Quando a capacidade de resiliência é reforçada, os atletas tornam-se mais preparados para

enfrentar os desafios inerentes à prática esportiva, e ao mesmo tempo estão mais preparados

para superar eventuais fracassos ou derrotas (VALLE, 2007). O atleta pode apresentar a

resiliência dentro do esporte ou mesmo através dele.

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Sanches e Rubio (2010) afirmam que no contexto esportivo é possível encontrar

situações consideradas como risco em potencial, pois dificultam o desenvolvimento saudável

do praticante, quando o mesmo não possui recursos capazes de lidar com as adversidades,

podendo também estimular o atleta a criar estratégias para enfrentar os obstáculos,

fortalecendo assim sua resiliência.

A competição esportiva, a rigorosidade e intensidade dos treinamentos, as longas

viagens, a vida social prejudicada, são algumas situações adversas geradoras de estresse ou

ansiedade para esportistas. A resiliência no esporte é capaz de diminuir os efeitos das pressões

sentidas pelo atleta, promovendo o aumento da autoconfiança e da autoestima (VALLE,

2007). Portanto, apesar das adversidades do ambiente esportivo, existe a possibilidade de o

atleta desenvolver a capacidade de resiliência e estratégias que podem auxiliá-lo.

Hernandez (2010) busca relacionar a resiliência com o ambiente esportivo,

ressaltando que a resiliência faz parte do conjunto de habilidades psicológicas e das

estratégias de enfrentamento que o atleta utiliza para se controlar cognitiva e emocionalmente

diante das situações estressantes da competição.

3.2.6 Motivação

A motivação é definida por Samulski (2002) como um processo ativo e

intencional, o qual é dirigido a uma meta, influenciada por fatores pessoais (considerados

intrínsecos) e ambientais (considerados extrínsecos).

A motivação intrínseca está relacionada com uma tendência natural para buscar

novidades e desafios, assim como obter e exercitar as capacidades individuais (WEINBERG;

GOULD, 2001). Os comportamentos intrinsecamente motivados têm como principal

consequência o divertimento, prazer e satisfação pessoal. Transpondo ao esporte, a motivação

intrínseca está intimamente relacionada com o prazer pela atividade, sendo muito evidente

quando o indivíduo realiza uma determinada atividade simplesmente pelo prazer em realizá-

la. Assim, observa-se o prazer de atingir uma meta pelo simples fato da obtenção de sucesso e

êxito (DECI; RYAN, 2002).

A motivação extrínseca refere-se à realização de uma atividade para alcançar

algum resultado externo como a obtenção de recompensas materiais ou sociais, por exemplo,

o reconhecimento, medalhas, ganhos financeiros, entre outros (WEINBERG; GOULD, 2001).

Trata-se da realização de uma atividade com o objetivo de alcançar algum resultado esperado.

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O fato de executar a tarefa não é o único objetivo, neste caso, existem fatores externos que

influenciam e direcionam a ação.

A motivação para a prática esportiva depende de aspectos da personalidade do

indivíduo somado a fatores externos: meio ambiente, relações sociais, influências externas

(SAMULSKI, 2002). Quando se relaciona a motivação com a prática de atividade física ou

exercício, Balbinotti e Barbosa (2006) afirmam que existem seis diferentes dimensões:

Controle do Estresse, Saúde, Sociabilidade, Competitividade, Estética e Prazer.

A dimensão de Saúde está relacionada com a sua preocupação e manutenção

através dos benefícios proporcionados pela prática de atividade física regular, mantendo a

saúde geral e prevenindo doenças associadas ao sedentarismo. A dimensão Sociabilidade

avalia em que nível as pessoas utilizam a atividade física como forma de pertencer a um

grupo, clube ou ainda relacionar-se com outras pessoas. A dimensão de Competitividade

avalia a atividade física como meio para manifestação de aspectos relacionados ao vencer e ao

resultado, enfrentando situações desafiadoras. Algumas pessoas podem ter como motivo para

a prática a busca pelo corpo perfeito, muito relacionado com a imagem corporal,

caracterizando a dimensão Estética. A dimensão de Controle do Estresse está relacionada em

como as pessoas utilizam a atividade física como forma de controlar a ansiedade e estresse do

cotidiano. Já a dimensão prazer está muito relacionada com a motivação intrínseca, ligada

com a busca de sensações de bem-estar e prazer e divertimento.

3.2.7 Autoconfiança

Vealey (1986) considera que autoconfiança está baseada na crença que os

indivíduos possuem em relação à própria capacidade de serem bem sucedidos no que fazem.

Pode ser caracterizada com uma alta expectativa de sucesso, quando o grau de certeza de que

suas próprias habilidades estão de acordo com as demandas exigidas para o sucesso

(WEINBERG; GOULD, 2001; VEALEY, 1986; BANDURA, 1977) e baixa expectativa de

sucesso, quando existe a crença de que as próprias capacidades e habilidades não são

adequadas para atingir o sucesso em uma situação. Machado (2006) conceitua a autoconfiança

como uma crença geral do atleta, que acredita poder realizar com sucesso uma atividade.

Atletas com altos níveis de autoconfiança acreditam em si mesmo e

principalmente em suas capacidades de adquirir as habilidades e competências necessárias

para atingir seu potencial (WEINBERG; GOULD, 2001).

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Weinberg e Gould (2001) ressaltam a relação da autoconfiança com o

desenvolvimento de emoções positivas, concentração, estabelecimento metas, aumento do

esforço e foco nas estratégias de jogo, no sentido de jogar/treinar pensando nos acertos ao

invés da evitação do erro.

Martin (2001) investigou sensações corporais e sentimentos que eram vivenciados

por atletas no momento do seu melhor rendimento. O autor identificou algumas sensações

específicas como “confiança”, “capacidade de executar habilidades perfeitamente” e

“ausência de medo de falha ou erro”. Atletas considerados autoconfiantes tendem a se sentir

mais à vontade diante dos contextos competitivos, concentrando-se nos pontos fortes e nas

tarefas que os levam a atingir os desempenhos mais eficientes (MARTIN, 2001; VEALEY,

1986).

3.2.8 Imagem Corporal

Slade (1988) afirma que a imagem corporal é uma ilustração do tamanho, da

forma e da imagem do corpo, podendo expressar também os sentimentos relacionados a essas

características.

Cash e Pruzinsky (1990) relatam que a definição de imagem corporal é bastante

complexa e abrange algumas características importantes. Refere-se à percepções,

pensamentos e sentimentos a respeito do corpo e suas experiências. Podem ser determinadas

socialmente, não sendo fixas ou estáticas. A maneira como a pessoa pensa e sente seu corpo

influencia seu modo de perceber o mundo.

A imagem corporal trata-se da figura do nosso próprio corpo que é formulada em

nossa mente (SCHILDER; WERTMAN, 1994). A utilização do termo imagem corporal é

uma maneira de padronizar as diversas facetas que o compõe: satisfação com o peso e corpo,

avaliação da aparência, estima corporal, corpo ideal, padrão de corpo, esquema corporal,

percepção do corpo, distorção corporal, dentre outras (THOMPSON et al., 1999).

O processo de constituição da imagem corporal, que não é fixa e estática, pode

sofrer influência de alguns fatores como sexo, idade, mídia e meios de comunicação, relação

do corpo com crenças e processos cognitivos, além de alguns aspectos culturais como valores,

atitudes e valorização de um corpo considerado como ideal (FISHER, 1990).

O ambiente esportivo pode influenciar e ampliar as pressões socioculturais

referentes ao ideal de corpo magro. Vieira et al. (2008) afirmam que as demandas pelo corpo

e pelo peso ideais dos atletas aumentam o risco de desenvolverem comportamentos

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prejudiciais à saúde. Alguns esportes, como ginástica artística, nado sincronizado, corrida,

lutas, preconizam o baixo peso corporal e supervalorizam a estética, sendo inclusive estes

critérios para bons resultados e desempenhos em competições. Pesquisas (SUNDGOT-

BORGEN, 1994; WILSON; ELDREDGE, 1992) sobre o tema indicam que estes esportes

possuem indicativos de maiores incidências de sintomas de transtornos de comportamento

alimentar ou comportamentos considerados como precursores desses transtornos.

A maioria das pesquisas (PERINI et al., 2009; VIEIRA et al., 2008; OLIVEIRA et

al., 2003) sobre imagem corporal discute as mudanças corporais que os praticantes de

atividade física experimentam. A maior preocupação destes estudos têm sido medir a

satisfação/insatisfação com o próprio corpo focando principalmente sobre o índice de massa

corporal, tamanho, forma e peso corporal (CAETANO et al., 2012), buscando entender como

o praticante de atividade física enxerga o próprio corpo.

3.2.9 Agressividade

Baron e Richardson (1994) conceituam a agressividade como qualquer

comportamento dirigido a uma pessoa, com o objetivo de causar prejuízos ou danos a esta.

Gill (1986) afirma que para um comportamento ser considerado agressivo ele precisa ter

como característica a intencionalidade.

O comportamento agressivo pode ser físico ou verbal, envolvendo danos ou

ferimentos. A agressividade pode ser caracterizada como hostil ou instrumental. O principal

objetivo da agressão hostil ou reativa é causar danos físicos ou psicológicos a uma outra

pessoa, mesmo que este ato não traga nenhuma vantagem para o agressor, é um tipo de

comportamento impulsivo. Já a agressão instrumental trata-se do comportamento planeado

que ocorre na busca de um objetivo, busca conseguir algo independentemente do dano que

isso possa causar (WEINBERG; GOULD, 2001).

A agressividade no esporte está associada a diversos fatores. Samulski (2002)

afirma que a situação de mandante ou visitante, a importância do jogo, o nível de rendimento

os atletas, a posição e tarefa tática, o comportamento de treinadores e dirigentes, as regras da

modalidade, entre outros fatores, estão intimamente relacionados com os comportamentos

agressivos.

Os psicólogos do esporte ainda não encontraram resultados consistentes que

comprovem qualquer tipo de relação entre agressão e desempenho. Observa-se na prática que

em alguns casos a agressividade parece facilitar o desempenho esportivo enquanto em outros,

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não. No esporte coletivo, a agressividade de um atleta pode ser mais facilmente aceita quando

está relacionada com alguma função útil ao grupo (BIDUTTE et al., 2005). Neste caso, o

ponto principal é que os técnicos não incentivem o desempenho ou busca do objetivo a

qualquer custo e principalmente conscientizar os atletas e praticantes que a agressão não é útil

nem adequada ao contexto esportivo.

3.2.10 Qualidade de Vida

A qualidade de vida foi definida pelo Grupo de Qualidade de Vida da

Organização Mundial da Saúde como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no

contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos,

expectativas, padrões e preocupações” (THE WHOQOL GROUP, 1997). Envolve o bem estar

físico, mental, psicológico e emocional, relacionamentos sociais, saúde, educação e outras

circunstâncias da vida.

Bullinger et al. (1993) consideram que o termo qualidade de vida inclui uma

variedade de condições que podem afetar a percepção do indivíduo, seus sentimentos e

comportamentos relacionados ao seu funcionamento diário.

Dados de estudos têm apresentado que a prática de exercício físico agudo e

crônico produz benefícios físicos e cognitivos, e consequentemente, elevando a qualidade de

vida do praticante (WARBURTON; NICOL; BREDIN, 2006; CASPERSEN; POWELL;

CHRISTENSON, 1985). A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (1999) afirma que a

prática regular de atividade física e esportiva pode preservar e aprimorar a saúde e qualidade

de vida (NÓBREGA et al., 1999). Dantas (1999) considera que programas de atividade física,

quando bem estruturados e organizados, proporcionam oportunidades de prazer e otimização

da qualidade de vida.

Modolo et al. (2009) concluíram que atletas profissionais de modalidades

coletivas apresentam melhores níveis de qualidade de vida, quando comparados com

profissionais de modalidades individuais e com atletas amadores praticantes de modalidades

coletivas ou individuais.

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3.3 ASPECTOS COGNITIVOS

As habilidades cognitivas estão relacionadas às fases do processo de informação,

percepção, memória, atenção, aprendizagem, raciocínio e solução de problemas (ANTUNES

et al., 2001). Alguns autores (SUUTUAMA; RUOPPILA, 1996; CHODZKO-ZAJKO;

MOORE, 1994) incluem o conceito de funcionamento psicomotor às funções cognitivas, ou

seja, o tempo de reação, tempo de movimento e velocidade de desempenho.

Existem alguns fatores associados à lentidão ou diminuição das funções

cognitivas: idade, gênero, histórico familiar, trauma craniano, tabagismo, estresse mental,

sedentarismo. Dentre os maiores prejuízos, estão: diminuição da velocidade no processamento

de informações, déficit de atenção e sensorial e redução da capacidade de memória de

trabalho (ANTUNES et al., 2001).

Estudos recentes demonstram que indivíduos praticantes de exercícios físicos

apresentam consequentes benefícios em aspectos físicos e psicológicos e provavelmente

apresentem um processamento cognitivo mais eficiente (CHODZKO-ZAJKO; MOORE,

1994; CHODZKO-ZAJKO, 1991; ELSAYED; ISMAIL; YOUNG, 1980). Matias e Greco

(2010) afirmam que o atleta precisa conhecer a modalidade esportiva para se utilizar dos

processos cognitivos e assim resolver os problemas presentes no contexto esportivo, sendo

que essa solução será efetivada na execução de uma habilidade motora.

3.3.1 Atenção e Concentração

A atenção é um processo cognitivo através do qual o indivíduo seleciona e

focaliza estímulos presentes no ambiente, funcionando como um filtro da percepção

selecionando os estímulos mais importantes em um determinado momento (ALLPORT, 1993;

POSNER, 1993). Cambraia (2002) afirma que é um processo de selecionar e manter o

controle sobre a entrada de informações vindas do ambiente e o processamento dessas

informações de forma interna.

Alguns autores (MIALET; POPE; YURGELUN-TODD, 1996; HILGARD;

ATKINSON, 1979) afirmam que a capacidade de atenção e concentração é suscetível aos

estados emocionais, como a depressão, que afeta negativamente os níveis de atenção. Os

estados emocionais podem aumentar ou diminuir os níveis de atenção, de acordo com cada

situação. Luria (1979) considera que a importância e o interesse que se atribuí aos eventos e

tarefas interfere na seletividade dos estímulos presentes.

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A concentração pode ser considerada como o foco em um objeto, ponto ou alvo

específico, mantendo-se focado por um tempo determinado. Ou seja, manter o foco em sinais

ambientais relevantes (WEINBERG; GOULD, 2001). Samulski (2002) afirma que a

concentração pode ser definida como o foco da atenção direcionado a um objeto ou uma ação

e caracterizando-a como um “estado seletivo, intensivo e dirigido da percepção” (pág. 86). A

atenção concentrada é entendida como a capacidade de selecionar uma fonte de informação

dentre todas que estão disponíveis em um momento específico e conseguir dirigir a atenção

para este estímulo ao decorrer do tempo, fazendo referência ao foco de atenção

(CAMBRAIA, 2002).

Weinberg e Gould (2001) afirmam que para o desempenho esportivo, o atleta

precisa orientar e manter sua atenção nos estímulos relevantes presentes no ambiente ao longo

da competição.

Feijó (1992) relata que para concentrar-se no esporte, o atleta precisa de

autoconhecimento, entender sobre sua modalidade, ambiente esportivo e estratégias para a

prática, estando consciente de algumas ações ainda não automatizadas e, principalmente,

gerindo suas emoções.

3.3.2 Memória

A capacidade de recordar eventos passados, envolve um sistema responsável pelo

armazenamento de informação, conhecido como memória, trata-se da recuperação de

informações de um arquivo mental. A memória é um processo cognitivo que retém

informações de experiências anteriores, que são arquivadas e recuperadas em situações

específicas (CARDOSO, 1997).

Eysenck e Keane (1994) afirmam que a memória de curta duração pode ser

entendida como uma estrutura cognitiva, com capacidade e tempo de armazenamento

limitado. Possui duas funções, uma capacidade de armazenamento (armazenar e reter

informações) e outra operativa (capacidade de trabalho na qual se executam processos de

controle e coordenação, próprios do pensamento, como o raciocínio) (SQUIRE; KANDEL;

DIGITRAD, 2003).

A memória visual e a recuperação de informações são de extrema importância nos

processos de aprendizagem. Acredita-se que esses processos cognitivos juntamente com a

memória contribuem para o bom rendimento esportivo.

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3.3.3 Velocidade de Processamento de Informação

A velocidade de processamento de informação está relacionada com a capacidade

para se realizar de forma fluída tarefas simples ou aquelas anteriormente aprendidas. É o

processo de informações de maneira rápida e automática, portanto o indivíduo não pensa

conscientemente na tarefa que está realizando (RIBEIRO; ALMEIDA, 2005).

Trata-se da capacidade de manter a atenção e realizar de forma rápida tarefas

simples e automatizadas em algumas situações que pressionam o foco de atenção. Está

geralmente ligada a situações em que há um intervalo fixo definido para que a pessoa execute

o maior número possível de tarefas simples e repetitivas (PRIMI, 2003).

Em seu estudo com atletas de futebol McMorris e Graydon (1997) concluíram que

a prática do exercício induz não só a melhora em tarefas cognitivas simples como a

velocidade de processamento do campo visual, como um aumento global na velocidade de

processamento de informações. Os mesmos autores destacam que existem muitas teorias

acerca da influência de aspectos emocionais no desempenho cognitivo, mas existem poucas

teorias acerca dos efeitos da atividade física em tarefas cognitivas específicas.

3.3.4 Funções Executivas

As funções executivas correspondem a um conjunto de habilidades que permitem

direcionar alguns comportamentos às metas específicas (CAIXETA; TEIXEIRA, 2014).

Royall et al. (2002) consideram que o controle executivo pode ser compreendido como um

sistema ou mecanismo responsável por coordenar os processos cognitivos. As funções

executivas são constituídas por um conjunto de funções cognitivas, como planejamento,

iniciação, seguimento e monitoramento de comportamentos dirigidos a um fim (HAMDAN;

PEREIRA, 2009).

Cypel (2006) considera que as funções executivas funcionam como um sistema

neuropsicológico, composto por diversas funções responsáveis por iniciar e desenvolver uma

atividade com um determinado objetivo. Esse sistema é capaz de gerenciar os aspetos

cognitivos e comportamentais, planejando e regulando o comportamento.

Ainda, as funções executivas, podem ser entendidas como funções de segunda

ordem, cuja finalidade é organizar as funções de primeira ordem, as habilidades cognitivas

propriamente ditas. Portanto, os recursos cognitivos e emocionais são controlados e

integrados pelas funções executivas (LEZAK, 2004; YLIKOSKI; HANNINEN, 2003).

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As funções executivas organizam também percepções, memórias e conceitos

dentro de um contexto, sempre com finalidade de alcançar um objetivo, iniciar uma resposta,

planejar a execução e suas etapas, avaliar o resultado final em relação ao objetivo inicial

(CYPEL, 2006).

Pensando no contexto esportivo, pode-se notar que a ação motora exige

planejamento cognitivo, refinando a coordenação entre processamentos cognitivos e

movimentos intencionais que são fundamentais ao esporte, como por exemplo, a capacidade

de reação, força e velocidade (KENDALL et al., 1990).

3.3.5 Raciocínio Abstrato e Tomada de Decisão

Almeida (2004) considera que o raciocínio está relacionado com conceitos de

inteligência, compreensão, pensamentos e resolução de problemas. Através da comparação de

informações, o indivíduo seleciona uma entre várias alternativas possíveis, realizando assim o

processo de tomada de decisão.

O raciocínio pode ser entendido como a capacidade cognitiva exigida na resolução

de problemas, sejam estes simples ou complexos, abrangendo situações cotidianas e

intelectuais (ANDRIOLA; CAVALCANTE, 1999). O raciocínio abstrato é responsável por

determinar ligações abstratas entre conceitos e ideias.

Andriola e Cavalcante (1999) afirmam que a capacidade de raciocínio, é um

mecanismo cognitivo utilizado para resolução de problemas, que podem conter diferentes

formas de conteúdo: numérico, verbal, espacial, abstrato e mecânico. No caso do raciocínio

abstrato, este se caracteriza pela capacidade de resolver problemas que possuem símbolos

abstratos e lógicos.

A tomada de decisão caracteriza-se pelo processo de escolha de um plano de ação

dentre vários outros possíveis dentro de uma situação problema. Chi e Glaser (1992) destacam

que a natureza da tarefa e o tipo de conhecimento que o indivíduo possui tem grande

influência na resolução de problemas. Neste sentido, o indivíduo avalia e tenta adequar seus

comportamentos e estratégias na busca da resolução de um problema da forma mais eficaz.

A tomada de decisão do atleta, no seu esporte, se torna prática através da ação

motora, sempre relacionada ao contexto da situação (GRECO, 2001). Além da importância do

gesto técnico, o atleta precisa adotar uma tomada de decisão eficaz e efetiva, e esse processo

envolve a antecipação, reconhecimento de padrões e sinais relevantes presentes no ambiente

(DANTAS; MANOEL, 2005).

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Durante a prática esportiva, o atleta se defronta com problemas, os quais

demandam solicitações fisiológicas e funcionais, ao mesmo tempo em que exercem demandas

nas funções psicológicas e processos cognitivos (GRECO, 2004).

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4. OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar através de uma avaliação psicológica de testes as características psicológicas

(emocionais e cognitivas) de atletas de modalidades coletivas (Futebol, Futsal e

Vôlei).

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Comparar as características psicológicas dos atletas nas diferentes modalidades

coletivas praticadas.

Comparar as características psicológicas de acordo com o gênero de atletas de

diferentes modalidades coletivas.

Sugerir um protocolo de avaliação psicológica (de testes) que englobe as

características psicológicas relevantes para a prática esportiva, que futuramente possa

ser utilizado como modelo em várias modalidades coletivas.

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5. MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 PARTICIPANTES

Foram sujeitos da pesquisa 94 atletas praticantes de modalidades coletivas

(futebol, vôlei, futsal), com idade entre 15 e 32 anos (média de idade: 19,4 (±4,8) anos). Os

atletas faziam parte de equipes, clubes ou federações localizadas nas cidades de Campinas-SP,

São Carlos-SP e São Paulo-SP.

Os atletas atendiam os seguintes critérios:

Critérios de inclusão: atletas de ambos os sexos, praticantes de modalidades

coletivas, que treinassem regularmente (ao menos três vezes na semana) e participassem de

competições dentro da sua modalidade. Após o esclarecimento dos objetivos e procedimentos

do estudo, os atletas que concordaram em participar da pesquisa, assinaram o TCLE.

Critérios de exclusão: atletas que se recusaram a participar da pesquisa ou não se

enquadrassem nos critérios de treinamento e participação em competições.

O número de participantes de cada modalidade e gênero pode ser observado na

Tabela 1.

Tabela 1. Número de participantes de acordo com o gênero e modalidade esportiva praticada

NÚMERO DE ATLETAS SEXO MODALIDADE

29 Masculino Futebol

29 Feminino Futebol

18 Masculino Futsal

18 Feminino Vôlei

5.2 LOCAL

O procedimento foi realizado no próprio ambiente de treinamento dos atletas.

Diante da autorização da instituição, foi agendado um horário de acordo com a

disponibilidade dos atletas e da comissão técnica para a aplicação dos testes. Os atletas foram

avaliados em uma sala tranquila no local de treinamento, sendo que estavam presentes no

procedimento apenas os atletas e a pesquisadora.

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5.3 INSTRUMENTOS

No total, 19 instrumentos compuseram o protocolo de avaliação, sendo uma ficha

de identificação, 13 instrumentos que mensuram aspectos emocionais e cinco instrumentos

(testes ou subtestes) que mensuram aspectos cognitivos e a ficha de identificação. Os

instrumentos são apresentados na Tabela 2, com seus respectivos autores, na ordem de

aplicação realizada.

Tabela 2. Instrumentos utilizados no protocolo de avaliação dos atletas, aspectos mensurados

e autores dos instrumentos

INSTRUMENTO MENSURAÇÃO AUTOR

Ficha de Identificação Dados pessoais Criada para a presente

pesquisa

Escala de Autoestima de

Rosenberg

Autoestima Rosenberg (1965)

Hutz (2000)

Inventário de Sintomas de

Stress de Lipp (ISSL)

Stress Lipp (2000)

Inventário Beck de

Ansiedade (BAI)

Ansiedade Beck et al. (1988)

Cunha (2001)

Escala de Resiliência Resiliência Wagnild e Young (1993)

Pesce et al. (2005)

Profile of Mood States

(POMS)

Estados de Humor McNair, Lorr, Doppleman

(1971) / Rohfls et al. (2004)

Inventário de Agressão

Atlética de Bredemeier

(BAAGI)

Agressividade Bredemeier (1985)

Competitive State Anxiety

Inventory-2 (CSAI-2)

Ansiedade Competitiva Martens et al. (1990)

Vasconcelos-Raposo e

Fernandes (2004)

Escala de Medida de Imagem

Corporal

Imagem Corporal Souto (1999)

Trait Sport-Confidence

Inventory (TSCI)

Autoconfiança Vealey (1986)

The World Health

Organization Quality of Life

(WHOQOL-Bref)

Qualidade de Vida The Whoqol Grroup (1997)

Sport Competition Anxiety

Test (SCAT)

Ansiedade Competitiva Martens (1977)

Inventário de Motivação à

Prática Regular de Atividade

Física (IMPRAF-54)

Motivação Balbinotti e Barbosa (2006)

Questionário de Estresse e

Recuperação para Atletas

(RESTQ-76 SPORT)

Resposta ao Stress Kellmann e Kaulus (2001)

Costa e Samulski (2005)

Subteste Códigos (WAIS) Velocidade e Processamento

de Informação

Nascimento (2005)

Teste de Atenção

Concentrada (Teste AC)

Atenção e Concentração Cambraia (2002)

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Teste Pictórico de Memória

(TEPIC-M)

Memória Rueda e Sisto (2007)

Teste de Trilhas Coloridas

(TTC)

Processamento Perceptual e

Sequenciação

Rabelo et al. (2010)

Subteste Raciocínio Matricial

(WAIS)

Raciocínio Abstrato e

Tomada de Decisão

Nascimento (2005)

- Ficha de Identificação: teve por objetivo a coleta de dados do participante, como

os dados demográficos (nome, idade, dados pessoais), modalidade praticada (esportes que já

praticou), iniciação esportiva, incentivo à prática, objetivos e metas pessoais (ANEXO 1).

Aspectos emocionais:

- Profile of Mood States (POMS): instrumento de avaliação de humor que

identifica estados afetivos transitórios, tem sido muito utilizado para estudos na área de

ciências do esporte. Este instrumento foi originalmente desenvolvido para a observação de

estados em diferentes momentos de flutuação do humor em pacientes psiquiátricos

(MCNAIR; LORR; DOPPLEMAN, 1971). A partir dos anos 80, William Morgan, psicólogo

do esporte americano, iniciou estudos utilizando o POMS na área de atividade física e esporte

para avaliar os estados de humor de atletas americanos em diferentes momentos do

treinamento e competições. É composto por 65 itens que são palavras que descrevem

sentimentos, que devem ser pontuadas segundo uma escala do tipo Likert de 5 pontos

(“nada”, “um pouco”, “mais ou menos”, “bastante” ou “extremamente”) e mede seis fatores

de humor: tensão, depressão, raiva, vigor, fadiga e confusão mental (ANEXO 2).

O instrumento foi utilizado para mensurar o perfil dos estados de humor em

futebolistas brasileiros (BRANDÃO; FIGUEIRA JUNIOR, 1997) e atletas de voleibol

(REBUSTINI et al., 2005), demonstrando adequação ao contexto esportivo e adaptação para

atletas adultos de alto rendimento. A tradução e validação deste instrumento em português,

para ser aplicada na área de Educação Física, foi realizada por Peluso (2003), indicando que

as propriedades psicométricas são compatíveis as da versão original do instrumento. As

medidas de consistência interna (alfa de Chronbach) para as escalas do POMS foram: Tensão

0,63; Depressão 0,91; Raiva 0,88; Vigor 0,85; Fadiga 0,86 e Confusão 0,62. Este é um

instrumento amplamente utilizado em pesquisas no contexto esportivo (BRANDT et al., 2010;

VIEIRA et al., 2008; MACEDO; SIMIM; NOCE, 2007; WERNECK; BARA FILHO;

RIBEIRO, 2006; BRANDÃO; AGRESTA; REBUSTINI, 2002).

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- Sport Competition Anxiety Test (SCAT): tem como propósito acessar as

diferenças na ansiedade-traço competitiva ou a tendência de perceber situações competitivas

como ameaçadoras. O objetivo do instrumento é fornecer uma medida de ansiedade-traço

reproduzível e válida de como os atletas vivenciam emoções de ansiedade no período anterior

a uma competição. Contém 15 itens, dos quais 10 avaliam a ansiedade do indivíduo e os

demais servem para evitar possibilidades de tendências nas respostas. O atleta deve responder

a cada um dos itens em uma escala de frequência do tipo Likert de 3 pontos (“raramente”, “às

vezes” e “frequentemente”) (MARTENS, 1977) (ANEXO 3).

Quando o escore total do instrumento for menor que 17 pontos, o atleta apresenta

um nível baixo de ansiedade. Se o escore estiver compreendido entre 17 e 24 pontos, o atleta

apresenta um nível médio de ansiedade. Caso o escore total supere os 24 pontos, considera-se

que o atleta apresenta alto nível de ansiedade.

Apesar do instrumento não apresentar validação para o contexto brasileiro, um

estudo realizado na década de 90 (MARTENS et al., 1990), com o objetivo de validar o

SCAT, demonstrou como resultados excelentes valores de consistência interna (variando de

0,95 a 0,97) e fidedignidade (0,77). A escala tem se mostrado um importante instrumento de

medida da ansiedade-traço competitiva, sendo amplamente utilizada na investigação científica

(LAVALLÈE; FLINT, 1996). Alguns estudos realizados no contexto esportivo brasileiro

também utilizaram a escala como instrumento metodológico (FERREIRA; LEITE;

NASCIMENTO, 2010; APLEWICZ et al., 2009; SANTOS; PEREIRA, 1997).

- Competitive State Anxiety Inventory-2 (CSAI-2): criado com o objetivo

diferencial de avaliar tanto a ansiedade cognitiva quanto a ansiedade somática. Em sua versão

final, propõe também a avaliação da autoconfiança, que tem a tendência de ser oposta à

ansiedade cognitiva e um fator de extrema importância no gerenciamento da tensão (VILLAS

BOAS et al., 2012). Trata-se de uma medida multidimensional do estado de ansiedade, sendo

que seu principal objetivo é mensurar a ansiedade estado pré-competitiva, ou seja, o quanto

um atleta sente-se ansioso diante de uma determinada competição. É constituído por 27 itens,

distribuídos em três sub escalas: ansiedade somática, ansiedade cognitiva e autoconfiança

(MARTENS et al., 1990b). As respostas são dadas em uma escala do tipo Likert de 4 pontos

(“nada”, “um pouco”, “moderadamente” e “extremamente”). A pontuação de cada subescala é

obtida pela somatória das respostas e este escore das subescalas variam de 9 a 36, sendo que

níveis classificados como baixos encontram-se na faixa de 9 a 18 pontos; níveis médios

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encontram-se na faixa de 19 a 27 pontos e níveis altos encontram-se na faixa de 28 a 36

pontos (ANEXO 4).

É importante destacar que Martens et al. (1990) sugerem a utilização do SCAT

antes da aplicação do CSAI-2, pois o primeiro identifica uma predisposição característica para

a ansiedade-traço competitiva. Ambos instrumentos têm sido utilizados na investigação

científica nacional e internacional sobre a ansiedade no contexto esportivo (GONÇALVES;

BELO, 2007).

O instrumento é traduzido e validado para o português por Vasconcelos-Raposo e

Fernandes (2004), apresentando evidências de validade baseadas no conteúdo e na estrutura

interna. Um estudo revelou que a versão brasileira do CSAI-2 demonstrou boas propriedades

psicométricas, sustentando a sua utilização em atletas brasileiros (VASCONCELOS-

RAPOSO; FERNANDES, 2012; VASCONCELOS-RAPOSO; FERNANDES, 2012b).

Foram avaliadas as medidas de consistência interna das escalas do CSAI-2 através do alpha

de Cronbach. Diante das dimensões do instrumento, os resultados foram: Ansiedade

Cognitiva 0,872; Ansiedade Somática 0,809 e Autoconfiança 0,851. Muitos estudos,

utilizando este instrumento, vêm sendo realizados no contexto esportivo brasileiro (SILVA et

al., 2014; VILLAS BOAS et al., 2012; FERNANDES; VASCONCELOS-RAPOSO;

FERNANDES, 2012b; SONOO et al., 2010; BARBACENA; GRISI, 2008; LAVOURA;

MACHADO, 2006).

- Inventário Beck de Ansiedade (BAI): inventário composto por 21 questões sobre

como o indivíduo tem se sentido na última semana, desenvolvido por Beck et al. (1988) e

adaptado para a cultura brasileira por Cunha (2001), apresentando bons coeficientes de

fidedignidade e validade no contexto esportivo (BARTHOLOMEU et al., 2010). Essas

questões expressam sintomas comuns da ansiedade e cada questão apresenta quatro possíveis

respostas em uma escala do tipo Likert (“não”, “levemente”, “moderadamente” e

“severamente”) e o indivíduo deve assinalar aquela que mais se assemelha com o seu estado,

tomando a si mesmo como referência considerando a gravidade e frequência dos sintomas

(BECK et al., 1988).

Existem alguns critérios de classificação para o nível de ansiedade de acordo com

o escore obtido pelos atletas que responderam ao instrumento. Escores encontrados na faixa

de 0 a 10 pontos são classificados como níveis mínimos de ansiedade, escores de 11 a 19

pontos são classificados como níveis leves de ansiedade, escores de 20 a 30 pontos são

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classificados como níveis moderados de ansiedade e escores acima de 31 pontos são

classificados como níveis graves de ansiedade.

Trata-se de um inventário de uso exclusivo para psicólogos. Recentemente

utilizado em pesquisas envolvendo atletas e sintomas de ansiedade relacionados ao contexto

esportivo e competitivo (FORTES; CONRADO, 2012; BARTHOLOMEU et al., 2010;

VIEIRA; PORCU; BUZZO, 2009; ROMÁN; SAVÓIA, 2003).

- Inventário de Sintomas de Stress de Lipp (ISSL): Instrumento útil para

identificar quadros característicos do stress, possibilitando diagnosticar a fase em que a pessoa

se encontra: alerta, resistência, quase-exaustão e exaustão.

O ISSL é composto por 53 itens que estão divididos em três partes: a primeira

parte, composta por 15 itens, avalia sintomas físicos e psicológicos nas últimas 24 horas; a

segunda parte, também composta por 15 itens, avalia os sintomas físicos e psicológicos

manifestados na última semana; e por fim, a terceira parte, composta de 23 itens, avalia

sintomas vivenciados no último mês (LIPP, 2000).

Trata-se de um instrumento de uso restrito de psicólogos. Vêm sendo utilizado no

contexto esportivo para explorar questões acerca dos sintomas de estresse em atletas

(FREITAG et al., 2012; BENEDETTI; OLIVEIRA; LIPP, 2011; SZENESZI; KREBS, 2007).

- Questionário de Estresse e Recuperação para Atletas (RESTQ-76 SPORT):

instrumento utilizado para avaliar indicadores de estresse e recuperação em atletas. Propõe-se

a mensurar a frequência do estado de estresse atual em conjunto com a frequência de

atividades de recuperação associadas. Desenvolvido por Kellmann e Kallus (2001) e validado

para a população brasileira por Costa e Samulski (2005).

O instrumento possui 77 itens, divididos em 19 escalas, avaliando eventos

potencialmente estressantes e fases de recuperação e suas consequências subjetivas dos

últimos três dias/noites (COSTA; SAMULSKI, 2005). Trata-se de um importante inventário

para monitoramento e acompanhamento do treinamento de atletas.

As escalas pertencentes ao domínio de estresse são: estresse geral, estresse

emocional, estresse social, conflitos e pressão, fadiga, falta de energia, reclamações

somáticas, recuperações interrompidas, burnout e exaustão emocional. Já as escalas que

pertencem ao domínio de recuperação são: sucesso, relaxamento social, relaxamento

somático, bem-estar geral, qualidade do sono, forma física, burnout e satisfação pessoal,

autoconfiança e auto regulação.

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Como já mencionado o instrumento possui 19 subescalas, sendo 7 relacionadas ao

Estresse Geral (1 – Estresse Geral; 2 – Estresse Emocional; 3 – Estresse Social; 4 –

Conflitos/Pressão; 5 – Fadiga; 6 – Falta de Energia; 7 – Queixas Somáticas), 5 relacionadas a

Recuperação Geral (8 – Sucesso; 9 – Recuperação Social; 10 – Recuperação Física; 11 – Bem

Estar Geral; 12 – Qualidade de Sono) 3 relacionadas ao Estresse Esportivo ( 13 – Perturbação

nos Intervalos; 14 – Exaustão Emocional; 15 – Lesões) e 4 relacionadas a Recuperação

Esportiva (16 – Estar em Forma; 17 – Aceitação Pessoal; 18 – Auto Eficácia; 19 – Auto

Regulação).

O instrumento foi validado para os atletas brasileiros por Costa e Samulski

(2005), nesta validação obteve-se confiabilidade substancial em 16 subescalas (exceto as

subescalas Conflitos/Pressão, Sucesso e Aceitação Pessoal), que atingiram os valores

psicométricos de consistência interna, com o valor de alpha de Cronbach maior que 0,70,

apresentando estabilidade satisfatória.

- Escala de Autoestima de Rosenberg: originalmente criada por Rosenberg

(1965), é um instrumento de dez itens, sendo 5 positivos e 5 negativos. Para cada afirmação,

existem quatro possibilidades de resposta em uma escala do tipo Likert (“concordo

completamente”, “concordo”, “discordo” e “discordo plenamente”). Com relação ao escore

deste instrumento, verifica-se que quanto menor a pontuação obtida, melhor é o nível de

autoestima deste indivíduo. No Brasil, esta escala foi adaptada por Hutz (2000) e sua versão

brasileira foi adaptada e validade por Dini, Quaresma e Ferreira (2004) sua validade de

constructo já foi realizada novamente por Hutz e Zanon (2011) (ANEXO 5).

A escala é capaz de classificar a autoestima em baixa, média ou alta. A baixa

autoestima está intimamente relacionada a sentimentos de incompetência, incapacidade de

encarar desafios e inadequação. A média tem como característica que o sujeito oscile entre

sentimentos de aprovação e rejeição de si mesmo. E a alta consiste em um julgamento de

valor, competência e confiança de si (ROSENBERG, 1965).

No contexto esportivo brasileiro, essa escala vem sendo aplicada para

investigação dos níveis de autoestima de atletas (MEURER et al., 2012; SILVA; OLIVEIRA,

2008; VENÂNCIO; LISBOA, 2007; BILHAR; RODRIGUES, 2007).

- Escala de Resiliência: desenvolvida por Wagnild e Young (1993) para medir

níveis de adaptação psicossocial positiva com relação aos eventos de vida importantes. É

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constituída de 25 itens descritos de forma positiva com resposta tipo Likert variando de 1

(discordo totalmente) a 7 (concordo totalmente) (ANEXO 6). No instrumento, estão reunidas

diversas características e comportamentos, vinculados aos estudos de resiliência, através de

situações de adversidade e proteção. Os itens refletem às cinco características principais da

resiliência: serenidade constante mesmo perante momentos complicados, perseverança diante

da adversidade, autoconfiança, sentido de vida e autossuficiência.

O escore total pode variar de 25 a 175 pontos, sendo que os valores altos indicam

elevada resiliência. Quando o escore possui valores inferiores a 125 o nível de resiliência é

classificado como baixo. Escores de 125 a 145 indicam nível de resiliência moderadamente

baixo a moderado e valores acima de 145 indicam resiliência moderadamente alta a alta.

O instrumento é validado e adaptado para cultura brasileira por Pesce et al. (2005)

o alpha de Chronbach encontrado foi de 0,80, constatando grau satisfatório de equivalência

conceitual, de itens, semântica, operacional e de mensuração entre a versão original e a

brasileira. Também é utilizado em alguns estudos que buscam investigar a questão da

resiliência no esporte (ORSANO et al., 2013; CEVADA et al., 2012; ZOCATELI, 2010).

- Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física (IMPRAF – 54):

instrumento desenvolvido por Balbinotti e Barbosa (2006) com o objetivo de verificar 6 das

possíveis dimensões associadas à motivação para a prática regular de atividades físicas:

controle do estresse, saúde, sociabilidade, competitividade, estética e prazer. Composto por 54

itens agrupados em grupos de 6 a 6, seguindo a sequencia das dimensões.

As respostas são dadas conforme uma escala tipo Likert graduada em 5 pontos

que varia de “isto me motiva pouquíssimo” a “isto me motiva muitíssimo”. Cada uma das

dimensões é analisada e o escore total é obtido (ANEXO 7).

O IMPRAF-54 é um instrumento desenvolvido no Brasil, de acordo com a nossa

realidade e contexto cultural. A confiabilidade e validade de construto foram testadas e

demonstradas no estudo de Barbosa (2005). Vários estudos utilizam o instrumento para

mensurar a motivação para a prática regular de atividade física (MEURER et al., 2012;

MEURER; BENEDETTI. MAZZO, 2012; BALBINOTTI et al., 2011; SALDANHA, 2008).

- Trait Sport-Confidence Inventory (TSCI): desenvolvido por Vealey (1986) que

mensura a crença ou o grau de certeza que os indivíduos possuem sobre sua capacidade de ser

bem-sucedido no esporte. Assim, avalia o grau de confiança de atletas numa situação

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esportiva através de 13 itens, solicitando que o atleta reflita e se compara com o atleta mais

autoconfiante que conhece, em determinadas situações corriqueiras do contexto esportivo.

O atleta classifica a sua autoconfiança atribuindo uma nota para aquela situação

em uma escala que varia de 1 (baixo) a 9 (alto). O escore total se dá pela soma das notas

atribuídas aos 13 itens, podendo variar de 13 a 117, sendo que quanto maior o escore, maior é

a percepção de autoconfiança.

O instrumento não é validado para o contexto brasileiro. Sua principal ideia é

compará-lo com o atleta mais autoconfiante conhecido em situações esportivas. Optou-se pela

aplicação deste instrumento para comparação com a medida de autoconfiança mensurada

através do CSAI-2 (ANEXO 8).

- Escala de Medida da Imagem Corporal: criada para avaliar alterações na

imagem corporal. Desenvolvida por Souto (1999) para ser usada na prática clínica da

enfermagem para investigar e confirmar diagnósticos de distúrbios na imagem corporal,

segundo critérios diagnósticos da North American Diagnosis Association (NADA). Segundo

esse diagnóstico, o distúrbio de imagem corporal é caracterizado como o estado no qual o

indivíduo experimenta mudanças no modo de perceber sua própria imagem corporal

(CAMPANA; CAMPANA; TAVARES, 2009) (ANEXO 9).

Abrange os três componentes da imagem corporal: realidade corporal (trata-se do

corpo como ele realmente é, em sua forma mais objetiva possível – o corpo físico), ideal

corporal (corpo desejado, aquele que gostaríamos de ter. É mutável, não totalmente consciente

e construído a partir de padrões culturais) e apresentação corporal (inclui a forma de se vestir,

movimentar, postura, sentimentos, intenções e expressões – modo como cada um se apresenta

ao mundo).

Segundo o propósito, a satisfação com a imagem corporal depende da manutenção

do equilíbrio entre esses três componentes, sendo que as alterações na imagem corporal

podem ocorrer em um ou mais dos três componentes dinâmicos que a constituem. Possui 23

itens, dispostos em uma escala tipo likert de 5 pontos, variando de “sempre” a “nunca”. O

escore final corresponde à soma dos valores assinalados em cada item, escores altos indicam

imagens corporais favoráveis.

O instrumento foi criado no contexto brasileiro e validado em uma amostra de

estudantes de graduação, apresentando índices de consistência interna adequados (índice geral

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de consistência interna a = 0,91), demonstrando ser um instrumento confiável para

diagnostico de alterações na imagem corporal (SOUTO, 1999).

- Inventário de Agressão Atlética de Bredemeier (BAAGI – Bredemeier’s Athletic

Aggression Inventory): desenvolvido por Bredemeier (1985) para avaliar a tendência dos

atletas a manifestar dois tipos específicos de agressão – a hostil (voltada apenas para o dano

ao oponente) e a instrumental (voltada a um objetivo que não seja apenas o dano). Composto

por 30 questões, respondidas em uma escala likert de 4 pontos, variando de concordo

fortemente “1” a discordo fortemente “4”. São 14 questões para cada tipo de agressão e duas

questões para um escore de agressão atlética geral. Escores altos representam baixa tendência

agressiva, enquanto escores mais baixos remetem a altos níveis de agressividade.

O instrumento foi adaptado para o português por Brislin (1970). Apresenta valores

de consistência interna aceitáveis para suas subescalas. Pesquisas tem demonstrado as

qualidades psicométricas do inventário (CHANTAL et al.; 2005; SHIELDS; CICCHETTI,

1998; BREDEMEIER, 1985) (ANEXO 10).

O instrumento vem sendo utilizado em pesquisas que buscam investigar a

agressão no contexto esportivo (VISSOCI et al., 2008; BIDUTTI et al., 2006)

- The World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-Bref): desenvolvido

pelo Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Sáude (THE WHOQOL

GROUP, 1997), que demonstrou ser possível desenvolver uma medida de qualidade de vida

aplicável e válida para uso em diversas culturas (FAYERS; MACHIN, 2000).

Inicialmente, o instrumento foi desenvolvido contendo 100 questões para avaliar a

qualidade de vida (WHOQOL-100). Porém a necessidade de instrumentos curtos que

demandassem pouco tempo para o seu preenchimento, culminou na elaboração de uma versão

abreviada, o WHOQOL-Bref (SKEVINGTON; LOTFY; O'CONNELL, 2004).

O WHOQOL-Bref é um questionário composto por 26 itens, onde a primeira

questão refere-se à qualidade de vida de uma forma geral e a segunda questão está relacionada

com à satisfação da própria saúde. As outras 24 questões encontram-se dividas em 4

domínios: físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente. Além do caráter transcultural,

o instrumento valoriza a percepção individual da pessoa, podendo avaliar a qualidade de vida

em diversos grupos e situações (THE WHOQOL GROUP, 1997). A versão em português foi

realizada segundo metodologia preconizada pelo centro WHOQOL para o Brasil,

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apresentando características psicométricas consideradas como satisfatórias (FLECK et al.,

2000) (ANEXO 11).

No contexto esportivo brasileiro, o instrumento vem sendo utilizado para

mensurar a qualidade de vida e sua relação com a prática de exercícios físicos

(GUIMARÃES; BAPTISTA, 2011; INTERNODATO; GREGUOL, 2010; GORDIA et al.,

2007).

Aspectos cognitivos:

- Teste de Atenção Concentrada (Teste AC- Vetor): um dos testes psicológicos

mais utilizados para avaliar a atenção concentrada. Sua utilização ocorre nas mais diversas

situações como os psicodiagnósticos, seleção de pessoal, obtenção de Carteira Nacional de

Habilitação. Avalia a capacidade de uma pessoa em selecionar apenas uma fonte de

informação diante de vários estímulos distratores em um tempo pré-determinado. Assim, o

indivíduo demonstra que tem a capacidade de dirigir a sua atenção, ao mesmo tempo em que

demonstra ser capaz de manter o foco. Seu principal objetivo é o de analisar a capacidade que

o sujeito tem de manter a sua atenção concentrada no trabalho que realiza durante um período

determinado. Destina-se, também, a medir a rapidez e exatidão na execução de uma tarefa

simples, de natureza perceptiva, sem recorrer às funções intelectuais (CAMBRAIA, 2002).

No alto da folha encontra-se um retângulo contendo três modelos de setas e é dada

a instrução ao indivíduo de que ele deve marcar essas setas sempre que achar alguma igual ao

modelo, em 21 linhas com setas iguais e diferentes do modelo.

O escore deste instrumento pode variar de 0 a 147. Trata-se de um instrumento

cuja aplicação é restrita aos psicólogos.

- Teste Pictórico de Memória (TEPIC-M): avalia a capacidade do indivíduo de

recuperar uma informação em um período curto de tempo, por meio de estímulos figurais

representados por substantivos concretos, caracterizado como uma medida de memória de

curta duração. Composto por um cartão estímulo em preto e branco, contendo 51 itens

diversos, como desenhos e detalhes que podem ser agrupados em três categorias: itens que

pertencem e podem ser encontrados na categoria água, totalizando 8 itens (exemplo: peixe,

jet-ski); itens relacionados à categoria céu, totalizando 18 itens (exemplo: pássaro, sol, balão)

e itens referentes à categoria terra, em um total de 25 itens (exemplo: barraca, casa, árvore)

(RUEDA; SISTO, 2008). O respondente deve observar e memorizar este cartão, durante

sessenta segundos. Após este período de memorização, o sujeito deve descrever os itens que

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lembrar, dentro do tempo limite de dois minutos, escrevendo as respostas em uma folha

apropriada. A correção é realizada pelo total de acertos, avaliação quantitativa e qualitativa. A

pontuação total pode variar de 0 a 55, sendo que é atribuído 1 ponto para cada item lembrado

corretamente pelo indivíduo (RUEDA; SISTO, 2007). Trata-se de um instrumento cuja

aplicação é restrita aos psicólogos.

- Subteste Códigos do Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS): permite avaliar

velocidade de processamento, flexibilidade mental, atenção seletiva e concentrada.

Características de excelente capacidade visomotora e eficiência mental estão relacionadas a

altos escores neste instrumento (LOPES et al., 2012). Neste subteste há nove retângulos

divididos, sendo que na parte superior de cada retângulo há um dígito e na inferior, um

símbolo. A tarefa do examinado é inscrever o símbolo correspondente a cada algarismo, nos

locais indicados. Este teste requer a associação de símbolos, implica velocidade e precisão de

realização e memória visual. Sua aplicação depende do tempo estabelecido de 120 segundos

(NASCIMENTO, 2005). O escore deste instrumento pode variar de 0 a 133. A escala WAIS

de inteligência trata-se de um instrumento de uso e aplicação restritos aos psicólogos.

- Subteste Raciocínio Matricial do Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS):

Permite avaliar a habilidade fluída, organização perceptual, habilidade de planejamento,

previsão, coordenação visual e percepto-motora, atenção e concentração. Trata-se de um

subteste que apresenta isenção de influências culturais e de linguagem (LOPES et al., 2012).

Formado por 26 itens, em que a tarefa do entrevistado consiste em completar um padrão ou

figura a partir de cinco alternativas apresentadas, sendo que apenas uma é a correta

completando a figura ou uma lógica presente na figura. Investiga principalmente o

processamento visual da informação e o raciocínio abstrato. O exame é suspenso após 4 erros

consecutivos. O escore deste instrumento pode variar de 0 a 26. A escala WAIS de

inteligência trata-se de um instrumento de uso e aplicação restritos aos psicólogos.

- Teste de Trilhas Coloridas (TTC): Utilizado como instrumento para a avaliação

da atenção sustentada (Forma 1); atenção dividida (Forma 2) e em segundo plano:

rastreamento perceptual, capacidade de sequenciamento e habilidades grafomotoras,

engajamento mental, rastreamento visual, destreza motora e memória operacional (RABELO

et al., 2010).

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Existem as formas 1 e 2, sendo que em ambas existe um treino para a realização

da tarefa. Os tempos de execução são contabilizados em segundos. A Forma 1 é constituída

por círculos de cores rosa e amarelo, enumerados de 1 a 25 e dispostos aleatoriamente. O

participante deve ligar os círculos respeitando a ordem numérica e sequência alternada de

cores. Na Forma 2, existem círculos rosas numerados de 1 a 25 e também círculos amarelos

numerados de 2 a 25 (funcionando, assim, como um distrator para a atividade). É solicitado

ao participante que ligue os círculos coloridos seguindo o critério de ordem numérica e

alternando as cores rosa e amarela (UTSUMI et al., 2014). O escore do teste é determinado

pelas medidas de tempo, em segundos, que o examinado levou para realizar a tarefa tanto na

Forma 1 quanto na Forma 2. O Teste de Trilhas Coloridas é um instrumento restrito aos

psicólogos.

5.4 PROCEDIMENTO

Foi realizado um contato com os responsáveis por cada clube ou instituição

esportiva, expondo os conteúdos da pesquisa, bem como os objetivos e procedimentos a

serem realizados. Após a concordância na participação, os responsáveis assinaram a Carta de

Anuência, autorizando a coleta de dados em sua instituição.

Posteriormente, os atletas foram convidados a fazer parte do estudo e assinaram o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). No caso de atletas menores de idade,

seus responsáveis legais foram informados sobre os objetivos e procedimentos a serem

realizados e assinaram o TCLE.

A pesquisa foi conduzida em concordância com as recomendações e requisitos da

Resolução 466-2012 do CNS, com aprovação Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de

Ciências Médicas da Unicamp (processo número CAAE: 30263714.1.0000.5404) (ANEXO

12). Visto que alguns testes eram de uso restrito ao profissional psicólogo, a pesquisa além de

contar com a orientadora formada em psicologia, contou com a pesquisadora, também

psicóloga e com registro ativo no Conselho Regional de Psicologia (Registro: Inscrição CRP

128340/6).

O procedimento foi realizado no próprio local de treinamento dos atletas, em

horário pré-estabelecido com os responsáveis pela instituição. Os atletas foram avaliados em

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uma sala do próprio clube ou a um ambiente tranquilo no local de treinamento. Neste

momento, estavam presentes apenas os atletas e a pesquisadora.

Os instrumentos referentes aos aspectos emocionais (questionários e inventários)

eram respondidos individualmente pelos atletas. Já os instrumentos relativos aos aspectos

cognitivos tiveram sua aplicação de forma coletiva, exceto o subteste Raciocínio Matricial

(WAIS), cuja aplicação é dada de forma individual, como trata-se de um instrumento sem

tempo determinado para realização das tarefas, ocorreram casos de atletas finalizarem em um

tempo mais curto ou um tempo mais longo, variando de cinco a trinta minutos, com uma

média de tempo aproximada de 15 a 20 minutos. A coleta de dados demorou

aproximadamente duas horas para cada atleta e as condições de aplicação foram as mesmas

para todos os participantes.

5.5 ANÁLISE DOS DADOS

A estatística descritiva foi utilizada para resumir o banco de dados coletados,

sendo apresentados em média (desvio padrão) e mediana (amplitude interquartil). A

normalidade de cada variável foi testada através do teste estatístico de Lilliefors. Na

comparação das características psicológicas entre as modalidades quando os dados eram

normais foi utilizado o teste ANOVA e quando os dados não eram normais foi utilizado o

Kruskal-Wallis. Na comparação realizada entre os sexos dos atletas, quando os dados eram

normais foi utilizado o teste T e quando não eram normais foi utilizado o Mann-Whitney.

Todas as análises foram realizadas no programa MATLAB 2010. O nível de significância

adotado foi de p<0,05.

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6. RESULTADOS

6.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES

No total foram avaliados 94 praticantes de modalidades coletivas (futebol –

masculino e feminino, vôlei – feminino e futsal – masculino). Desses participantes, 47 eram

do sexo masculino e 47 eram do sexo feminino.

Considerando a modalidade Futebol, as atletas mulheres de Futebol apresentaram

média de idade de 16,38 (±3,62) e média de 6,92 anos de prática. Com relação a escolaridade,

75,86% cursavam o Ensino Médio, 10,34% cursavam o Ensino Fundamental, 6,9% cursavam

o ensino superior, 3,45% já haviam concluído o Ensino Médio e 3,45% possuíam curso de

pós-graduação. Essa equipe de futebol feminino treinava regularmente, de segunda a sexta, no

período da tarde. Apesar dos campeonatos serem escassos na modalidade feminina, as atletas

disputavam campeonatos regionais, representando o time feminino da cidade.

Já os atletas homens desta mesma modalidade apresentaram média de idade de

22,58 (±3,25) anos e média de 12,46 anos de prática. Sobre a escolaridade, 51,72%

completaram o Ensino Médio, 24,14% apresentaram Ensino Médio incompleto, 6,89%

apresentaram Ensino Fundamental completo, 3,45% apresentaram Superior incompleto,

3,45% apresentaram pós-graduação e 10,35% não responderam a este item. Esta equipe

treinava regularmente e disputava a terceira divisão do Campeonato Paulista e Campeonato

Brasileiro de futebol.

Com relação ao Futsal, os atletas apresentaram média de 22,83 (±5,37) anos e

11,5 anos de prática. Sobre a escolaridade deste grupo de atletas, 72,22% haviam completado

o Ensino Médio, 22,22% estavam cursando o Ensino Médio e 5,56% tinham Ensino Superior

Incompleto. Esta equipe treinava regularmente todos os dias a noite, seus atletas tinham outras

atividades durante o dia, disputava ligas e jogos regionais representando o time da cidade.

Quanto ao Vôlei, as atletas apresentaram média de idade de 15,67 (±0,97) e 4,61

anos de prática. Sobre a escolaridade, 88,88% estava cursando o Ensino Médio, 5,56% com

Ensino Médio completo e 5,56% cursando o Ensino Fundamental. Esta equipe treinava cinco

vezes por semana no período da tarde e disputava seus jogos aos sábados, participando de

campeonatos regionais e estaduais.

A caracterização dos participantes pode ser observada na Tabela 3.

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Tabela 3. Caracterização dos participantes quanto à modalidade, gênero, média de idade e

tempo médio de prática

MODALIDADE SEXO NÚMERO DE

ATLETAS

MÉDIA DE

IDADE

TEMPO MÉDIO DE

PRÁTICA (ANOS)

Futebol Feminino 29 16,38 (±3,62) 6,92

Masculino 29 22,58 (±3,25) 12,46

Futsal Masculino 18 22,83 (±5,37) 11,50

Vôlei Feminino 18 15,67 (±0,97) 4,61

6.2 ASPECTOS EMOCIONAIS

Ansiedade

Para mensuração dos sintomas de ansiedade foram utilizados três instrumentos:

BAI, SCAT e CSAI-2. Cada instrumento possui um escore específico: o escore do BAI varia

de 0 a 63 pontos, o do SCAT varia de 10 a 30 e do CSAI-2 varia de 9 a 36 em cada subescala.

O instrumento CSAI-2 é capaz de mensurar tanto a ansiedade cognitiva como a ansiedade

somática.

No instrumento BAI as três modalidades coletivas apresentaram sintomas

mínimos de ansiedade de acordo com as médias apresentadas. A modalidade Futebol

apresentou média de 6,86 pontos; Futsal média de 7,77; e Vôlei média de 7,72.

De acordo com a aplicação do SCAT tanto Futebol (19,92), Futsal (18,66) e Vôlei

(19,61) apresentaram sintomas de ansiedade considerados médios.

Nos resultados do CSAI-2 as modalidades apresentaram sintomas médios de

ansiedade cognitiva (Futebol = 18,56; Futsal = 18,83; Vôlei = 21,72) e sintomas baixos de

ansiedade somática (Futebol = 15,87; Futsal = 14,66; Vôlei = 16,11).

As classificações dos níveis de ansiedade, mensurados por cada instrumento, de

cada modalidade coletiva podem ser observados na Tabela 4, a seguir.

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Tabela 4. Classificação dos sintomas de ansiedade mensurada por cada instrumento nas

modalidades coletivas BAI SCAT CSAI-2

ANS_COG

CSAI-2

ANS_SOM

Futebol Ansiedade

mínima

Ansiedade

média

Níveis médios Níveis baixos

Futsal Ansiedade

mínima

Ansiedade

média

Níveis médios Níveis baixos

Vôlei Ansiedade

mínima

Ansiedade

média

Níveis médios Níveis baixos

Legenda: BAI=Inventário Beck de Ansiedade; SCAT=Sport Competitive Anxiety Test; CSAI-

2_ANS_COG=Ansiedade cognitiva mensurada através do instrumento Cognitive Sport Anxiety

Inventory-2.

Na construção da Figura 1, padronizou-se os escores, para comparar os sintomas

de ansiedade, mensuradas por cada instrumento, em uma mesma escala, variando de 0 a 100.

Figura 1. Médias dos sintomas de ansiedade apresentados por atletas de modalidades

coletivas em cada instrumento. Legenda: BAI=Inventário Beck de Ansiedade; SCAT=Sport Competitive Anxiety Test; CSAI-

2_ANS_COG=Ansiedade cognitiva mensurada através do instrumento Cognitive Sport Anxiety

Inventory-2.

Autoestima, Autoconfiança, Agressividade, Resiliência e Imagem Corporal

A autoestima foi mensurada através da Escala de Autoestima de Rosenberg, o

escore total desta escala pode variar de 0 a 30, sendo que quanto menor o escore, melhor é a

autoestima. Dentre as modalidades coletivas o Vôlei (6,66) demonstrou níveis mais altos de

autoestima, seguido por Futsal (6,94) e então o Futebol (7,48).

0

20

40

60

80

100

B A I S C A T C S A I - 2 _ A N S _ C O G C S A I - 2 _ A N S _ S O M

SINTOMAS DE ANSIEDADE

FUTEBOL FUTSAL VOLEI

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A autoconfiança foi mensurada por dois instrumentos: TSCI e CSAI-2. De acordo

com os escores do TSCI, quanto maior o escore, melhor é o nível de autoconfiança, sendo que

sua escala original varia de 13 a 117. Sendo assim, a modalidade Futsal (90,66) apresentou os

escores mais altos para autoconfiança, seguido por Futebol (86,21) e Vôlei (82,27). Os níveis

de autoconfiança também foram medidos através do CSAI-2 (escore variando de 9 a 36), a

equipe de Futsal (28,61) apresentou níveis altos, enquanto Futebol (25,29) e Vôlei (25)

apresentaram níveis médios, de acordo com a classificação do próprio instrumento.

Com relação à agressividade, mensurada através do instrumento BAAGI cujo

escore varia de 30 a 120, a equipe de Futsal (71,77) apresentou níveis mais baixos entre as

três modalidades participantes (Futebol = 72,08; Vôlei = 74,77).

Segundo os escores da Escala de Resiliência, quanto maior o escore, melhor é o

nível de Resiliência (variando de 25 a 175). Na modalidade Futebol (128,82) foram

encontrados níveis considerados moderadamente baixos, tanto no Vôlei (134,66) quanto no

Futsal (136,44) foram encontrados níveis considerados moderadamente altos.

Quanto à imagem corporal, cujos escores variam de 23 a 115, os níveis mais altos

ficaram com a modalidade Futebol (89,28), seguido por Futsal (84,55) e Vôlei (79,11).

Na Figura 2 abaixo, podem ser visualizados os escores padronizados de 0 a 100

para cada aspecto mensurado: autoestima (com a padronização dos escores, quanto mais

próximo de 100, melhor é o nível de autoestima), autoconfiança, agressividade, resiliência e

imagem corporal.

Figura 2. Características emocionais apresentadas por atletas de modalidades coletivas.

0

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ASPECTOS EMOCIONAIS

FUTEBOL FUTSAL VOLEI

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Estresse e Recuperação

Para mensurar os níveis de estresse e recuperação utilizou-se o instrumento

RESTQ 76-SPORT. Os escores de todas as suas subescalas variam de 0 a 6. Nas subescalas

de Estresse Geral, as maiores médias para a modalidade Futebol foram: Conflitos/Pressão

(2,5), Fadiga (2,17) e Queixas Somáticas (1,99); para a modalidade Futsal foram: Fadiga

(2,7); Conflitos/Pressão (2,66) e Queixas Somáticas (1,91); e para a modalidade Vôlei:

Conflitos/Pressão (2,45); Estresse Emocional (1,94) e Fadiga (1,86).

Nas subescalas relacionadas a Recuperação Geral, as maiores médias de cada

modalidade foram: Futebol - Bem Estar Geral (4,17), Recuperação Social (4,06) e Sucesso

(3,03); Futsal - Bem Estar Geral (4,31), Recuperação Social (4,19) e Sucesso (3,7); e Vôlei -

Recuperação Social (4,87), Bem Estar Geral (4,52) e Recuperação Física (3,63).

Para as subescalas de Estresse Esportivo as maiores médias foram para Lesão

(Futebol = 2,65; Futsal = 2,63; Vôlei = 1,84) seguido por Perturbações nos Intervalos (Futebol

= 1,88; Futsal = 2,19; Vôlei = 1,31).

Quanto as subescalas relacionadas à Recuperação Esportiva, as maiores médias na

modalidade Futebol foram: Auto Eficácia (3,67), Auto Regulação (3,66) e Estar em Forma

(3,54). Para a modalidade Futsal foram: Auto Regulação (4,13), Autoeficácia (4,02) e

Aceitação Pessoal (3,79). E na modalidade Vôlei foram: Auto Regulação (4,05), Estar em

Forma (3,9) e Auto Eficácia (3,79).

Na Figura 3, podem ser visualizados os escores padronizados de 0 a 100 e as

médias das subescalas foram agrupadas em Estresse Geral, Recuperação Geral, Estresse

Esportivo e Recuperação Esportiva, para melhor comparação das médias apresentadas por

cada modalidade.

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62

Figura 3. Características apresentadas por atletas de modalidades coletivas em cada subescala

do instrumento RESTQ- 76 SPORT.

Motivação

De acordo com o instrumento IMPRAF-54, a motivação é representada por 6

domínios: Prazer, Estética, Saúde, Competitividade, Sociabilidade e Controle do Estresse, os

escores de cada domínio variam de 8 a 40.

Na modalidade Futebol, as maiores médias foram para os domínios de Prazer

(35,85), Competitividade (33,77) e Saúde (30,12). Para o Futsal, as maiores médias foram nos

domínios: Prazer (35,29), Competitividade (33,88) e Sociabilidade (33,29). Para a modalidade

Vôlei as maiores médias foram nos domínios: Prazer (34,72), Saúde (32,88) e Estética

(32,88).

Nas três modalidades coletivas as menores médias ficaram para o domínio de

Controle do Estresse (Futebol = 22,4; Futsal = 23; Vôlei = 18,55). As médias de cada domínio

de cada modalidade foram padronizados de 0 a 100 e podem ser observados na Figura 4,

abaixo.

0

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ESTRESSE E RECUPERAÇÃO

FUTEBOL FUTSAL VÔLEI

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Figura 4. Médias de escore para cada domínio pertencente a motivação das modalidades

coletivas.

Qualidade de Vida

Com relação à qualidade de vida, o instrumento WHOQOL-BREF mensura seis

importantes domínios que a compõe: Qualidade de Vida Geral, Qualidade de Saúde Geral,

Domínio Físico, Domínio Psicológico, Relações Sociais e Meio Ambiente, cada domínio

apresenta escore variando de 0 a 5.

Na modalidade Futebol, as maiores médias foram para os domínios de Qualidade

de Saúde Geral (3,89) e Domínio Psicológico (3,9), seguido pelos domínios de Qualidade de

Vida Geral (3,89) e Relações Sociais (3,88), sendo as menores médias para os domínios

Físico (3,83) e Meio Ambiente (3,33). De acordo com a classificação de cada domínio, esta

modalidade apresentou todos os domínios como regulares.

Já na modalidade Futsal, as maiores médias encontradas foram para os domínios

de Relações Sociais (4,18) e Domínio Psicológico (3,97), seguidos pelos domínios Físico

(3,95) e Qualidade de Vida Geral (3,94), e as menores médias da modalidade foram para os

domínios Qualidade de Saúde Geral (3,66) e Meio Ambiente (3,45). De acordo com a

classificação de cada domínio, os atletas de Futsal apresentaram o domínio Relações Sociais

classificado como bom, e os outros cinco domínios como regulares.

Na modalidade Vôlei, as maiores médias foram para os domínios de Qualidade de

Vida Geral (4,55) e Qualidade de Saúde Geral (4,16), seguido pelos domínios de Relações

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MOTIVAÇÃO

FUTEBOL FUTSAL VÔLEI

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Sociais (4,12) e Domínio Psicológico (4,08), sendo as menores médias para os domínios

Físico (4,03) e Meio Ambiente (3,85). Para os resultados da modalidade Vôlei, os domínios

Qualidade de Vida Geral, Qualidade de Saúde Geral, Relações Sociais e Domínio Psicológico

e Domínio Físico foram classificados como bons e o domínio Meio Ambiente classificado

como regular. Na Figura 5 podem ser observadas as médias padronizadas de 0 a 100 de cada

domínio presente no instrumento, para cada modalidade participante.

Figura 5. Médias de escore das modalidades coletivas nos domínios pertencentes à Qualidade

de Vida.

Estados de Humor

O instrumento POMS quantifica os estados de humor de acordo com 6 aspectos

emocionais: tensão (escore 0 a 36), depressão (escore 0 a 60), agressividade (escore 0 a 48),

vigor (escore 0 a 32), fadiga (escore 0 a 28) e confusão (escore 0 a 28).

Em todas as modalidades coletivas notou-se o perfil iceberg proposto por Morgan

(1980). Nas três modalidades as maiores médias foram de Vigor (Futebol = 17,36; Futsal =

16,72; Vôlei = 17,5), seguido por Tensão (Futebol = 8,82; Futsal = 9,27; Vôlei = 9,83). E as

menores médias foram para Depressão (Futebol = 4,44; Futsal = 3,77; Vôlei = 3,11). Na

Figura 6 pode-se observar as médias de cada modalidade coletiva para cada aspecto

mensurado pelo instrumento.

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QUALIDADE DE VIDA

FUTEBOL FUTSAL VÔLEI

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Figura 6. Perfil de estados de humor dos atletas de modalidades coletivas segundo o

instrumento POMS.

6.3 ASPECTOS COGNITIVOS

Na Figura 7 podem ser visualizados os escores padronizados de 0 a 100 para cada

modalidade coletiva em cada aspecto cognitivo mensurado: Velocidade e Processamento de

Informação, Funções Executivas, Memória, Atenção e Concentração, Raciocínio Abstrato e

Tomada de Decisão.

0

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T E N S Ã O D E P R E S S Ã O A G R E S S I V I D A D E V I G O R F A D I G A C O N F U S Ã O

PERFIL ESTADOS DE HUMOR

FUTEBOL FUTSAL VÔLEI

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Figura 7. Gráfico radar com as características cognitivas dos atletas de modalidades

coletivas. Legenda: Raciocínio e Tomada de Decisão=Raciocínio Matricial-WAIS; Atenção e

Concentração=Teste AC; Memória=TEPIC-M; Funções Executivas=Teste Trilhas Coloridas;

Velocidade e Processamento de Informação=Códigos-WAIS.

Velocidade e Processamento de Informação

Para mensurar a velocidade e processamento de informação foi utilizado o

subteste Códigos do WAIS. A modalidade Futebol apresentou média de escore de 67,93,

representando um escore ponderado de 12 (em um escore que varia de 1 a 19). Na modalidade

Futsal essa média foi de 65,66, também apresentando um escore ponderado de 12. Já na

modalidade Vôlei, esse escore foi de 82,05, com escore ponderado de 15.

Funções Executivas

As funções executivas foram mensuradas pelo instrumento de Trilhas Coloridas,

aplicado na Forma 1 e Forma 2. O escore é medido através do tempo de execução do teste,

sendo que quanto maior o escore, mais tempo o participante utilizou para realizar a tarefa.

Na modalidade Futebol, o escore da Forma 1 foi de 44, percentil de 50 e sua

classificação foi média. Na Forma 2 o escore foi de 77,76, também apresentado a

classificação média e percentil de 60.

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100

VELOCIDADE EPROCESSAMENTO

INFORMAÇÃO

FUNÇÕES EXECUTIVAS

MEMÓRIAATENÇÃO E

CONCENTRAÇÃO

RACIOCÍNIO ABSTRATO ETOMADA DE DECISÃO

ASPECTOS COGNITIVOS

FUTEBOL FUTSAL VÔLEI

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No Futsal, o escore deste instrumento na Forma 1 foi de 55,04, com classificação

Médio Inferior, tendo o percentil de 25. Já na Forma 2 o escore foi de 73,2, apresentando

classificação média e percentil 60.

Para os atletas de Vôlei o escore apresentado na Forma 1 foi de 38,21 com

classificação média e percentil 60. Na Forma 2 o escore foi de 66,97, percentil 75 e

classificação médio superior.

Memória

A memória foi mensurada através do instrumento TEPIC-M.

A modalidade Futebol apresentou média de escore de 15,53, sendo essa habilidade

classificada como Médio Inferior, encontrando-se em um percentil de 25. No caso do Futsal, a

média foi de 14,28, classificada como Inferior e estando no percentil de 20. Na modalidade

Vôlei, a média de escore foi de 19,44, apresentado classificação Média Superior,

encontrando-se no percentil 60.

Atenção e Concentração

Com relação a atenção e concentração, a modalidade Futebol apresentou uma

média de escore de 82,20, classificada como Média e encontrando-se no percentil 60. No

Futsal essa média foi de 83,38, também classificado como média e apresentando percentil 60.

A modalidade Vôlei apresentou médias de 85,44, localizando-se no percentil 60 e classificada

como Média.

Raciocínio Abstrato e Tomada de Decisão

Para mensurar a Raciocínio Abstrato e Tomada de Decisão foi utilizado o subteste

Raciocínio Matricial do WAIS.

A modalidade Futebol apresentou média de escore de 14,56, representando um

escore ponderado de 10 (em um escore que varia de 1 a 19). Na modalidade Futsal essa média

foi de 19, também apresentando um escore ponderado de 13. Já na modalidade Vôlei, esse

escore foi de 21,85, com escore ponderado de 14.

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68

6.4 RESULTADOS COM INFERENCIAS NÃO DESCRITIVAS

6.4.1 Comparação entre as modalidades

Aspectos Emocionais

Foi realizado o teste estatístico de Lilliefors para verificar se os dados eram

considerados normais ou não normais. Quando os dados apresentaram normalidade foi

utilizado o teste ANOVA e quando não apresentavam normalidade foi utilizado o teste de

Kruskalwallis.

Na Tabela 5, podem ser observados os dados de cada aspecto emocional

apresentados em média (desvio padrão) e mediana (amplitude interquartil) e o p-valor da

comparação das três modalidades: Futebol, Futsal e Vôlei.

Tabela 5. Características emocionais apresentadas por atletas de modalidades esportivas

coletivas FUTEBOL FUTSAL VÔLEI

P

MÉDIA

(DP)

MEDIA-

NA (IQ)

MÉDIA

(DP)

MEDIA-

NA (IQ)

MÉDIA

(DP)

MEDIA-

NA (IQ)

GERAL

Agressivi-

dade

72,1

(7,1)

73

(9)

71,8

(6,4)

73

(5)

74,8

(4,7)

74,5

(5) 0,1368

Imagem

Corporal

89,3

(15,8)

91

(18)

84,5

(17,3)

91

(37)

79,1

(15,2)

81,5

(25) 0,0520

Confiança 86,2

(15,5)

85

(22,2)

90,67

(10,8)

85

(15)

82,3

(16,2)

81

(25) 0,2340

Confiança

(CSAI-2)

25,29

(6,2)

26

(8)

28,61

(4)

26

(5)

25

(5,7)

24,5

(9) 0,0887

Auto Estima 7,5

(5)

6,5

(9) 7 (2,8)

6,5

(3)

6,7

(3,4)

8

(5) 0,9687

Estresse 6,1

(5,6)

5

(7)

4,6

(3,2)

5

(4)

6,9

(6)

4

(8) 0,6364

Resiliência 128,8

(17,3)

128

(23)

136,4

(11,7)

128

(11)

134,7

(13,8)

134

(10) 0,1731

ANSIE-

DADE

BAI 6,9

(5,6)

5,5

(8)

7,8

(6,3)

5,5

(9)

7,7

5,6)

7

(7) 0,7175

SCAT 19,9

(3,9)

20

(6)

18,7

(3,4)

20

(5)

19,6

(3,5)

18

(4) 0,4476

CSAI_C 18,6

(5,2)

17,5

(6)

18,8

(5)

17,5

(7)

21,7

(3,8)

21

(6) 0,0224

CSAI_S 15,9

(4)

15

(5)

14,7

(2,9)

15

(3)

16,1

(3,8)

15

(4) 0,6553

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69

FUTEBOL FUTSAL VÔLEI

P

MÉDIA

(DP)

MEDIA-

NA (IQ)

MÉDIA

(DP)

MEDIA-

NA (IQ)

MÉDIA

(DP)

MEDIA-

NA (IQ)

WHO

QOL

Qualidade

de Vida

3,9

(0,8)

4

(0)

3,9

(0,7)

4

(0)

4,6

(0,6)

5

(1) 0,0023

Saúde 4,1

(0,7)

4

(1)

3,7

(1,2)

4

(1)

4,2

(0,9)

4

(1) 0,3230

Físico 3,8

(0,6)

3,8

(0,8)

3,9

(0,5)

3,8

(0,8)

4

(0,3)

4

(0,4) 0,299

Psicológico 3,9

(0,6)

3,9

(0,7)

3,9

(0,5)

3,9

(0,7)

4,1

(0,4)

4

(0,8) 0,5987

Relações

Sociais

3,9

(0,8)

4

(1)

4,2

(0,5)

4

(0,7)

4,1

(0,4)

4

(0,3) 0,1268

Meio

Ambiente

3,3

(0,5)

3,3

(0,9)

3,5

(0,6)

3,3

(0,9)

3,8

(0,5)

3,8

(0,5) 0,0027

IMPRA-

FE

Prazer 35,8

(4,7)

37

(6)

35,3

(5,1)

37

(5,5)

34,7

(6,8)

37

(7) 0,9421

Estética 30

(8,9)

31

(14,2)

28,3

(7,9)

31

(13)

28,5

(8,4)

28

(14) 0,5388

Saúde 30,1

(8,6)

32

(11,5)

33

(5,9)

32

(9)

32,9

(7)

34,5

(11) 0,3476

Sociabili-

dade

24,9

(9)

25

(13)

33,3

(7,3)

25

(5,2)

27,5

(9,8)

25,5

(15) 0,0019

Competiti-

vidade

33,8

(5,1)

34

(6,2)

33,9

(7,2)

34

(6)

27,7

(9,3)

29,5

(15) 0,0303

Controle

Estresse

22,4

(8,3)

23

(12)

23

(7,1)

23

(9,5)

18,5

(7,9)

15,5

(15) 0,1614

POMS

Geral 13,5

(22,7)

5,5

(23)

11,6

(13)

5,5

(18)

13,7

(17)

10,5

(24) 0,7939

Agressivi-

dade

7

(6,4)

5

(8)

6,5

(3,4)

5

(3)

6,9

(5,5)

6

(6) 0,7912

Confusão 5,1

(3,4)

5

(3)

4,4

(1,7)

5

(3)

5,3

(3,1)

5

(4) 0,7561

Depressão 4,4

(6,4)

2

(7)

3,8

(3,4)

2

(5)

3,1

(4,5)

0,5

(7) 0,4846

Fadiga 4,9

(4,6)

3,5

(5)

4,3

(4,2)

3,5

(5)

5,6

(4)

5

(5) 0,4160

Tensão 8,8

(4,9)

7

(6)

9,3

(4,5)

7

(7)

9,8

(4,1)

10

(6) 0,4458

Vigor 17,4

(5,7)

18

(7)

16,7

(5,9)

18

(8)

17,5

(4,6)

18,5

(6) 0,7535

Foi observada diferença estatisticamente significativa nos sintomas de ansiedade

cognitiva apresentados pelos atletas das modalidades futebol e vôlei (p=0,0224), sendo que as

maiores médias foram apresentadas pela modalidade vôlei (19,6) e as menores médias pela

modalidade futebol (18,6). Esta diferença pode ser observada na Figura 8 abaixo:

Cont. tabela 5

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70

Es

co

re

Fu

teb

ol

Fu

tsal

Vo

lei

0

1 0

2 0

3 0

*

Figura 8. Níveis de sintomas de ansiedade cognitiva apresentados pelos atletas das

modalidades futebol, futsal e vôlei no questionário CSAI-2. A modalidade futebol apresentou

diferenças estatisticamente significativas com relação a modalidade vôlei. Legenda: diferença

estatisticamente significativa, p<0,05.

Na Figura 9 observa-se as diferenças estatisticamente significativas entre as

modalidades em dois domínios do instrumento WHOQOL-BREF: Qualidade de Vida

(p=0,0023) e Meio Ambiente (p=0,0027). Com relação ao domínio Qualidade de Vida as

modalidades futsal (3,9) e futebol (3,9) apresentaram menores médias que a modalidade vôlei

(4,6). Quanto ao domínio Meio Ambiente existe uma diferença significativa entre as

modalidades futebol (3,3) e vôlei (3,8), sendo que vôlei apresentou maiores médias.

Figura 9. Médias apresentadas pelos atletas das modalidades futebol, futsal e vôlei para os

domínios Qualidade de Vida e Meio Ambiente no questionário WHOQOL. Com relação ao

domínio Qualidade de Vida, as modalidades futebol e futsal apresentaram diferenças

estatisticamente significativas quando comparadas à modalidade vôlei. Com relação ao

domínio Meio Ambiente, a modalidade futebol apresentou diferenças estatisticamente

significativas com relação a modalidade vôlei. Legenda: *diferença estatisticamente significativa, p<0,05.

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71

Com relação aos domínios de motivação nas respostas apresentadas em cada

modalidade, pode-se observar que as modalidades futebol (24,9) e futsal (33,3) apresentaram

diferenças estatisticamente significativas no domínio Sociabilidade (p=0,0019) e as

modalidades futsal (33,9) e vôlei (27,7) apresentaram diferenças estatisticamente

significativas no domínio Competitividade (p=0,0303), sendo que futsal apresentou maiores

médias nesse domínio (Figura 10).

Figura 10. Médias apresentadas pelos atletas das modalidades futebol, futsal e vôlei para os

domínios Sociabilidade e Competitividade do IMPRAFE-54. Com relação ao domínio

Sociabilidade, a modalidade futebol apresentou diferenças estatisticamente significativas com

relação a modalidade futsal. Com relação ao domínio Competitividade, a modalidade futsal

apresentou diferenças estatisticamente significativas com relação a modalidade vôlei. Legenda: *diferença estatisticamente significativa, p<0,05.

De acordo com o perfil de estados de humor obtidos pelo POMS, não houve

diferença significativa entre as três modalidades. As três modalidades apresentaram o padrão

de perfil iceberg proposto por Morgan (1980). Na comparação com o perfil ideal, destacou-se

que as três modalidades apresentaram médias de escores de tensão mais elevados e os atletas

de futsal e vôlei apresentaram níveis abaixo do esperado para o domínio depressão, enquanto

os atletas de futebol e vôlei apresentaram níveis abaixo do esperado para o domínio confusão.

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72

Figura 11. Perfil dos estados de humor dos atletas das modalidades futebol, futsal e vôlei, de

acordo com as médias apresentadas no questionário POMS, comparados com resultados

encontrados por Morgan (1980).

Na comparação das subescalas relacionadas aos estados de estresse e recuperação,

mensurados pelo instrumento RESTQ-76 SPORT, entre as três modalidades analisadas notou-

se diferença estatisticamente significativa entre as modalidades de futebol e vôlei nas

subescalas de Recuperação Social (p=0,0048) e Recuperação Física (p=0,0183), nas duas

subescalas a modalidade vôlei apresentou maiores médias que a modalidade futebol.

Tabela 6. Características emocionais apresentadas por atletas das modalidades Futebol, Futsal

e Vôlei no questionário RESTQ-76 SPORT.

FUTEBOL FUTSAL VOLEI

P-

VALOR MÉDIA

(DP)

MEDIA-

NA (IQ)

MÉDIA

(DP)

MEDIA-

NA (IQ)

MÉDIA

(DP)

MEDIA-

NA (IQ)

Estresse Geral 1,4 (1,1) 1,0 (1,5) 1,4 (1,3) 1,1 (1,2) 1,3 (1) 1,1 (1,2) 0,9960

Estresse Emocional 1,8 (1) 1,8 (1) 1,8 (0,9) 1,5 (0,7) 1,9 (0,7) 2,1 (0,7) 0,4510

Estresse Social 1,5 (1,3) 1,3 (1,8) 1,4 (0,9) 1,1 (1,6) 1,6 (0,8) 1,5 (0,9) 0,5242

Conflito 2,5 (1,1) 2,5 (1,6) 2,7 (1,3) 2,9 (1,9) 2,5 (1) 2,5 (1) 0,7160

Fadiga 2,2 (1,1) 2,1 (1,1) 2,7 (1,5) 2,4 (1,9) 1,9 (1,1) 1,9 (2) 0,2166

Falta de Energia 1,5 (0,8) 1,5 (1,3) 1,7 (1) 1,6 (1,3) 1,5 (0,7) 1,6 (1,2) 0,7963

Queixa Somática 2 (1) 1,8 (1,5) 1,9 (1,1) 1,6 (0,9) 1,5 (1) 1,5 (1,3) 0,3740

Sucesso 3,3 (0,9) 3,5 (1,1) 3,7 (0,7) 3,9 (0,8) 3,6 (0,9) 3,8 (1,4) 0,1704

Rec. Social 4,1 (1) 4,3 (1,3) 4,2 (0,9) 4,5 (1,3) 4,9 (0,7) 4,8 (0,9) 0,0048

Rec. Física 3 (0,9) 3 (1,3) 3,4 (1) 3,5 (1,1) 3,6 (0,6) 3,5 (0,7) 0,0183

Bem Estar Geral 4,2 (0,9) 4,3 (1,5) 4,3 (1) 4,8 (1,2) 4,5 (0,7) 4,5 (0,9) 0,5283

Qualidade Sono 2,5 (0,7) 2,5 (1) 2,3 (0,8) 2 (1,2) 2,2 (0,5) 2,3 (0,5) 0,2396

Perturbações 1,9 (1,1) 1,8 (1,5) 2,2 (1,2) 1,8 (1,3) 1,3 (1,1) 1,1 (1,2) 0,0595

Exaustão Emocional 1,4 (1,1) 1,3 (1,8) 1,4 (1,1) 1,1 (0,8) 1,1 (0,9) 1 (0,9) 0,6108

Lesões 2,7 (1,2) 2,8 (2) 2,6 (1,2) 2,5 (0,9) 1,8 (1,2) 1,4 (1,9) 0,0685

Estar em Forma 1,1 (1,3) 3,5 (1,8) 3,8 (1) 4 (1,4) 3,9 (0,8) 3,9 (1,2) 0,5246

Aceitação Pessoal 0,9 (1,3) 3,5 (1,5) 3,9 (1,1) 3,8 (1,6) 3,7 (1,3) 4 (1,3) 0,0766

Auto Eficácia 1 (1,3) 3,8 (1,1) 4 (0,9) 3,9 (1,3) 3,8 (1,1) 3,8 (1,2) 0,6163

Auto Regulação 1 (1,5) 3,8 (1,4) 4,1 (1) 3,9 (1,6) 4,1 (1,4) 4,4 (1,9) 0,2552

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73

Figura 12. Características emocionais apresentadas pelos atletas das modalidades vôlei,

futebol e futsal no questionário REST-76 SPORT.

Aspectos Cognitivos

Na análise dos aspectos cognitivos entre as modalidades coletivas apresentaram

diferenças significativas as Funções Executivas (Teste de Trilhas Coloridas – Forma 1 e

Forma 2), Velocidade e Processamento de Informação (Subteste WAIS Códigos) e Memória

(TEPIC-M).

Com relação as Funções Executivas, na Forma 1 os atletas das modalidades vôlei

(12,7) e futebol (27,3) apresentaram melhor desempenho quando comparados aos atletas da

modalidade futsal (55), já que o escore é dado através do tempo para realização da tarefa, esta

diferença foi significante (p<0,0001). Na Forma 2 do mesmo instrumento, os atletas das

modalidades futebol (29,5) e vôlei (14,9) apresentaram escores significativamente melhores

(p=0,0075) do que os atletas da modalidade futsal (52,9).

De acordo com os resultados de memória os atletas da modalidade vôlei (19,4)

apresentaram desempenho significativamente maiores (p<0,0001) do que os atletas das

modalidades futebol (15,5) e futsal (14,3).

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74

Tabela 7. Características cognitivas apresentadas por atletas das modalidades futebol, futsal e

vôlei.

FUTEBOL FUTSAL VOLEI P-

VALOR MÉDIA

(DP)

MEDIANA

(IQ)

MÉDIA

(DP)

MEDIANA

(IQ)

MÉDIA

(DP)

MEDIANA

(IQ)

Cod 67,9

(18,7) 64 (22)

65,7

(12,2) 64 (13)

82

(15,1)

85 (21) 0,0038

Trilhas A 27,3 (25) 31,2 (43,4) 55 (17,5) 31,2 (24) 12,7

(20,6) 0 (22) <0,0001

Trilhas B 29,5

(40,9) 0 (61,2)

52,9

(35,5) 0 (80,6)

14,9

(29,3)

0 (0) 0,0075

Rac Mat 16,1 (5,2) 18 (7) 15,5

(6,1) 18 (8)

14,6

(4,4)

15 (6,5) 0,3710

Memória 15,5 (3,4) 16 (4) 14,3

(3,8) 16 (4,2)

19,4

(3,1)

19 (4) <0,0001

Teste AC 82,2 (23) 82 (26) 83,4

(11,8) 82 (19)

83,4

(29,1)

81,5 (38) 0,9060

Legenda: Cod = Códigos; Trilhas A = Teste de Trilhas Coloridas Forma 1; Trilhas B = Teste de

Trilhas Coloridas Forma 2; Rac Mat = Raciocínio Matricial; Memória = Memória TEPIC-M; Teste

AC = Teste de Atenção Concentrada.

6.4.2 Comparação entre gêneros dos atletas

Aspectos Emocionais

Foi realizado o teste estatístico de Lilliefors para verificar se os dados eram

considerados normais ou não normais. Na comparação realizada entre os sexos dos atletas,

quando os dados eram normais foi utilizado o teste T e quando não eram normais foi utilizado

o Mann-Whitney.

Na Tabela 8, podem ser observados os dados de cada aspecto emocional

apresentados em média (desvio padrão) e mediana (amplitude interquartil) e o p-valor da

comparação das médias entre atletas do gênero masculino e feminino.

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75

Tabela 8. Características emocionais apresentadas por atletas do gênero masculino e

feminino. MASCULINO FEMININO

P-

VALOR MÉDIA

(DP)

MEDIANA

(IQ)

MÉDIA

(DP)

MEDIANA

(IQ)

GERAL

Agressividade 70,8 (6,2) 72 (6,7) 74,23 (6,5) 74 (7,7) 0,0119

Imagem

Corporal 93,1 (15) 97 (21) 80,3 (14,7) 79 (19) 0,0457

Confiança 92,2 (13,5) 94 (22,2) 80,3 (13,9) 79 (19) 0,1231

Confiança

(CSAI-2) 28 (4,8) 28 (5,7) 23,8 (6,1) 24 (10,5) <0,0001

Auto Estima 5,3 (3,2) 5 (4,7) 9,12 (4,6) 8 (7,5) <0,0001

Estresse 4,7 (3,5) 4 (4,7) 7,3 (6,4) 5 (8,7) 0,1172

Resiliência 134 (13,6) 135 (15,7) 128,8 (17,8) 130 (19,5) 0,0930

ANSIEDA

DE

BAI 6,4 (5,3) 5 (8) 8 (6) 7 (9) 0,1785

SCAT 18,6 (3,3) 18,5 (5) 20,6 (4) 20 (5) 0,0405

CSAI_C 16,9 (4,3) 16 (5) 21,6 (4,6) 21 (6,7) <0,0001

CSAI_S 14,9 (3,6) 15 (3) 16,4 (3,8) 16 (4) 0,0274

WHOQOL

Qualidade de

Vida 3,8 (0,8) 4 (0) 4,2 (0,7) 4 (1) 0,0131

Saúde 4,1 (0,9) 4 (1) 4 (0,8) 4 (0,7) 0,3416

Físico 3,9 (0,5) 4 (0,7) 3,8 (0,6) 3,8 (0,7) 0,2025

Psicológico 4,1 (0,5) 4,1 (0,8) 3,8 (0,5) 3,8 (0,5) 0,0212

Relações

Sociais 4,1 (0,6) 4 (0,7) 3,9 (0,7) 4 (0,7) 0,1516

Meio Ambiente 3,3 (0,6) 3,4 (0,6) 3,6 (0,5) 3,6 (0,7) 0,0138

IMPRAFE

Prazer 36,1 (4) 37 (5,2) 35 (6,1) 37 (6,7) 0,5338

Estética 29 (7,2) 30 (10,7) 29,8 (9,7) 32 (15,5) 0,5571

Saúde 32,1 (6,7) 32 (11) 30,3 (8,9) 32 (13,5) 0,3115

Sociabilidade 28,3 (9,4) 30 (10,7) 25,7 (9,2) 25 (13,5) 0,0605

Competitividade 34,8 (5,1) 36 (4,2) 30,5 (7,6) 33 (8,7) 0,1769

Controle

Estresse

23,3 (8,3) 24 (13,2) 20,3 (7,8) 21 (13) 0,3308

88POMS

Geral 11,8 (18,4) 6 (21) 14,5 (21,6) 7 (22,7) 0,5227

Agressividade 7,5 (5,7) 6 (7,5) 6,3 (5,7) 4 (6) 0,1716

Confusão 5,2 (2,6) 5 (3) 4,8 (3,5) 4 (3) 0,2615

Depressão 3,8 (4,4) 3 (6) 4,3 (6,6) 1 (7) 0,5757

Fadiga 4,6 (4,3) 3 (4,7) 5,3 (4,5) 4 (6) 0,3302

Tensão 9,1 (4,7) 7 (5,7) 9,1 (4,7) 9 (6) 0,9334

Vigor 18,4 (4,9) 18 (5,7) 16,1 (5,8) 18 (7) 0,0998

Foi observada diferença estatisticamente significativa em agressividade

(p=0,119), sendo que as atletas do gênero feminino apresentaram maiores médias quando

comparadas com os homens. Outra diferença de características emocionais quanto o gênero

foi a percepção da imagem corporal (p=0,0457), em que homens apresentaram médias mais

elevadas que as mulheres. Notou-se também diferenças estatisticamente significativas para

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autoconfiança (p<0,001) e autoestima (p<0,001). Os homens apresentaram maiores médias

para autoconfiança e menores médias para autoestima, porém de acordo com a correção da

Escala de Autoestima de Rosenberg, quanto menor o escore, maior é o nível de autoestima.

Figura 13. Níveis de agressividade, imagem corporal e autoconfiança caracterizados pelos

atletas do gênero masculino e feminino. Legenda: *diferença estatisticamente significativa, p<0,05.

Quanto aos sintomas de ansiedade, os atletas do gênero masculino e feminino

apresentaram diferenças estatisticamente significativas (p=0,0405), sendo que as atletas

apresentaram maiores médias quanto aos sintomas de ansiedade, de acordo com o instrumento

SCAT, que mensura a ansiedade traço. Os sintomas de ansiedade cognitiva (p<0,001) e

ansiedade somática (p=0,0274), mensurados pelo CSAI-2, também apresentaram diferenças

estatisticamente significativas, onde as mulheres apresentaram maiores médias que os

homens, como pode ser observado na Figura 14.

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Figura 14. Níveis de sintomas de ansiedade de acordo com o instrumento SCAT e níveis de

sintomas de ansiedade cognitiva e somática de acordo com o instrumento CSAI-2

caracterizados pelos atletas do gênero masculino e feminino. Legenda: *diferença estatisticamente significativa, p<0,05.

Observam-se diferenças estatisticamente significativas entre atletas do gênero

masculino e feminino em três domínios do instrumento WHOQOL-BREF: Qualidade de Vida

(p=0,0131), Domínio Psicológico (p=0,0212) e Meio Ambiente (p=0,0138). Nos três domínios:

Qualidade de Vida Geral, Domínio Psicológico e Meio Ambiente os homens apresentaram

maiores médias quando comparados as mulheres.

Figura 15. Médias apresentadas pelos atletas do gênero masculino e feminino para os

domínios Qualidade de Vida, Domínio Psicológico e Meio Ambiente no questionário

WHOQOL. Legenda: *diferença estatisticamente significativa, p<0,05.

De acordo com o perfil de estados de humor obtidos pelo POMS, não houve

diferença significativa na comparação entre gêneros. Tanto os atletas homens como as atletas

mulheres apresentaram o padrão de perfil iceberg proposto por Morgan (1980). Na

comparação com o perfil ideal, destacou-se que os homens tiveram médias muito parecidas

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com o perfil de Morgan (1980) no domínio de Vigor, nesse quesito as mulheres apresentaram

médias mais baixas que as do estudo de Morgan (1980). Os atletas de ambos os gêneros

apresentaram médias de tensão e confusão maiores que o padrão encontrado por Morgan

(1980).

Figura 16. Perfil dos estados de humor dos atletas homens e mulheres de acordo com as

médias apresentadas no questionário POMS, comparados com resultados encontrados por

Morgan (1980).

Na comparação das subescalas relacionadas aos estados de estresse e recuperação,

mensurados pelo instrumento RESTQ-76 SPORT, entre os gêneros analisados notou-se

diferença estatisticamente significativa entre eles quanto as subescalas de Fadiga (p=0,0223),

Qualidade do Sono (p=0,0077), Perturbações nos Intervalos (p=0,0266), Estar em Forma

(p=0,0095) e Autoeficácia (p=0,0098). Os homens apresentaram maiores médias em todas

essas subescalas quando comparadas as médias das mulheres.

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Tabela 9. Características emocionais apresentadas por atletas dos gêneros masculino e

feminino no questionário RESTQ-76 SPORT.

Figura 17. Características emocionais apresentadas pelos atletas do gênero masculino e

feminino no questionário REST-76 SPORT.

MASCULINO FEMININO P-

VALOR MÉDIA

(DP)

MEDIANA

(IQ)

MÉDIA

(DP)

MEDIANA

(IQ)

Estresse Geral 1,3 (1,2) 1 (1,3) 1,5 (1) 1,3 (1,3) 0,2003

Estresse Emocional 1,8 (0,9) 1,8 (0,9) 1,9 (0,9) 1,8 (1,1) 0,4125

Estresse Social 1,4 (1,2) 1 (1,8) 1,6 (1,2) 1,4 (1,4) 0,3125

Conflito 2,6 (1) 2,5 (1,3) 2,5 (1,1) 2,4 (1,9) 0,6193

Fadiga 2,5 (1,2) 2,5 (1,5) 2 (1,2) 1,8 (1,4) 0,0223

Falta de Energia 1,4 (0,8) 1,3 (1,3) 1,7 (0,8) 1,8 (0,8) 0,9120

Queixa Somática 1,8 (1) 1,5 (1,3) 2 (1,1) 1,9 (1,5) 0,3936

Sucesso 3,6 (0,8) 3,6 (0,8) 3,3 (1) 3,4 (1,5) 0,1184

Rec. Social 4,1 (1) 4,4 (1,5) 4,4 (0,8) 4,5 (1,3) 0,1147

Rec. Física 3,4 (0,9) 3,4 (1,2) 3,1 (0,9) 3 (1) 0,0541

Bem Estar Geral 4,3 (0,9) 4,5 (1,3) 4,3 (0,9) 4,3 (1,3) 0,8193

Qualidade Sono 2,6 (0,7) 2,5 (1) 2,2 (0,7) 2,3 (0,7) 0,0077

Perturbações 2,1 (1) 1,8 (1,4) 1,6 (1,2) 1,5 (1,4) 0,0266

Exaustão Emocional 1,5 (1) 1,3 (1) 1,2 (1) 1 (1,5) 0,2449

Lesões 2,7 (1,1) 2,6 (1,4) 2,3 (1,3) 2,4 (1,8) 0,1031

Estar em Forma 4 (1) 4 (1,3) 3,3 (1) 3,4 (1,3) 0,0095

Aceitação Pessoal 3,6 (0,9) 3,6 (1,2) 3,3 (1,1) 3,3 (1,7) 0,1284

Auto Eficácia 4 (0,8) 4 (1,2) 3,5 (1,1) 3,5 (1,4) 0,0098

Auto Regulação 4,1 (1) 4 (1,7) 3,6 (1,2) 3,5 (1,9) 0,0389

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Aspectos Cognitivos

Na análise dos aspectos cognitivos entre os atletas do gênero masculino e

feminino apresentaram diferenças significativas as Funções Executivas (Teste de Trilhas

Coloridas – Forma 1 e Forma 2) e Velocidade e Processamento de Informação (Subteste

WAIS Códigos).

Com relação as Funções Executivas, na Forma 1 e na Forma 2 as atletas do gênero

feminino apresentaram melhor desempenho quando comparadas aos atletas do gênero

masculino, já que o escore é dado através do tempo para realização da tarefa, esta diferença

foi significante (p<0,0001).

De acordo com os resultados de velocidade e processamento de informação, as

atletas do gênero feminino apresentaram desempenho significativamente maiores (p<0,0001)

que os atletas do gênero masculino.

Tabela 10. Características cognitivas apresentadas por atletas do gênero masculino e

feminino.

MASCULINO FEMININO P-

VALOR MÉDIA

(DP)

MEDIANA

(IQ)

MÉDIA

(DP)

MEDIANA

(IQ)

Cod 59,9 (11,5) 59 (16,5) 80,5 (17,1) 81 (20,2) <0,001

Trilhas A 43,9 (24,6) 41,4 (26,6) 15,8 (20,2) 0 (32,6) <0,001

Trilhas B 46,8 (40,6) 56,6 (74,7) 15,5 (31,6) 0 (0) <0,001

Rac Mat 15,6 (5,6) 17 (6,7) 15,9 (4,9) 18 (8) 0,8071

Memória 14,2 (3,4) 15 (5) 17,8 (3,2) 17 (4) 0,1288

Teste AC 86,8 (18,2) 86 (21) 79,3 (25,7) 19 (31,7) 0,1275

Legenda: Cod = Códigos; Trilhas A = Teste de Trilhas Coloridas Forma 1; Trilhas B = Teste de

Trilhas Coloridas Forma 2; Rac Mat = Raciocínio Matricial; Memória = Memória TEPIC-M; Teste

AC = Teste de Atenção Concentrada.

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7. DISCUSSÃO

Considerando os resultados apresentados pelos atletas avaliados, a modalidade

Futebol apresentou como principais características maiores médias de ansiedade competitiva

(mesurada pelo instrumento SCAT) quando comparada as outras modalidades, melhor

percepção de imagem corporal quando comparada com futsal e vôlei e maiores médias no

domínio de estética e menores médias no domínio de sociabilidade quanto aos aspectos da

motivação. A modalidade Futsal apresentou maiores níveis de autoconfiança e agressividade

quando comparada as outras modalidades e no caso do domínio de motivação sociabilidade

apresentou diferença significativa quando comparado com futebol. A modalidade Vôlei

apresentou maiores níveis de ansiedade cognitiva e esta diferença foi significativa quando

comparada com futebol. Mostrou maiores níveis no domínio competitividade da motivação e

esta diferença foi significativa quando comparada com futsal. Destaca-se para esta

modalidade as diferenças significativas encontradas nas habilidades cognitivas de memória,

funções executivas de velocidade de processamento de informação e rastreamento perceptual

e sequenciamento.

No caso da modalidade futebol, as características mais marcantes foram as

maiores médias em níveis de sintomas de ansiedade competitiva (mensurados pelo

instrumento SCAT). Porém, estas médias maiores não foram estatisticamente significativas

quando comparadas com as outras modalidades. Interdonato et al. (2010) utilizaram o SCAT

para mensurar os níveis de sintomas de ansiedade pré-competitivos de diversas modalidades,

considerando os dados encontrados para a modalidade futebol, os escores encontram-se na

média de 21,10 e os níveis de sintomas de ansiedade podem ser considerados médios, dados

que se assemelham aos encontrados no presente estudo.

Apresentaram também maiores índices de imagem corporal, indicando assim que

essa modalidade possui melhor percepção de imagem corporal. Um estudo de 2003

(OLIVEIRA et al., 2003) comparou comportamento alimentar e imagem corporal entre um

grupo de atletas, que incluía atletas femininas praticantes de futebol, dentre outros esportes, e

indivíduos da mesma faixa etária não praticantes. Verificou-se que 66,7% das atletas não

apresentaram distorção de imagem corporal e apenas 33% apresentaram leve distorção da

imagem corporal. Neste estudo, atletas de diversas modalidades coletivas e individuais

estavam presentes no mesmo grupo (grupo praticante) e não se observou a imagem corporal

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de apenas das atletas da modalidade futebol. Paim e Strey (2005) entrevistaram 12

adolescentes do gênero feminino praticantes de futebol e através de uma entrevista

semiestruturada puderam perceber que que o corpo é um assunto central na vida das

adolescentes e estas dão atenção especial à sua aparência quando comparada aos demais,

tendo ênfase na estética e aparência física. Algumas adolescentes apresentaram preocupações

com a forma de seu corpo, por vezes demonstrando insatisfações com seu físico e desejando

estar mais magra, algumas atribuíram a prática esportiva do futebol estando relacionada ao

prazer e outras dizendo que estava relacionada a manutenção de saúde e valorização da

imagem corporal. É importante destacar que a faixa etária deste estudo compreendeu jovens

de 15 a 18 anos, uma idade em que é comum a insatisfação com a imagem corporal, sendo um

dos principais motivos o corpo passar por diversas transformações (MARTINS et al., 2010;

SCHERER et al., 2010; ALVES et al., 2008).

Com relação aos domínios de motivação mensurados pelo instrumento

IMPRAFE-54, a modalidade futebol apresentou maiores médias no domínio de estética (30) e

menores médias nos domínios de saúde (30,1) e sociabilidade (24,9), quando comparadas as

médias das outras modalidades. De acordo com as análises estatísticas observou-se diferença

significativa (p=0,0019) no domínio de sociabilidade, sendo que a modalidade futebol

apresentou menores médias que a modalidade futsal.

Gonçalves et al. (2015) buscaram compreender quais fatores motivacionais eram

predominantes em jovens de 13 a 17 anos que praticavam futebol e futsal. Constataram que o

principal fator motivacional para esses adolescentes é o Prazer, seguido por Competitividade,

Saúde e Sociabilidade, que apresentaram valores muito próximos, sendo indissociáveis

estatisticamente. O estudo não comparou os grupos de acordo com a modalidade praticada,

como no presente estudo, em que foi divido os praticantes de futebol e futsal, apresentando

diferença estatisticamente significativa no domínio sociabilidade.

Com relação aos domínios de qualidade de vida, mensurados pelo WHOQOL-

Bref, a modalidade futebol apresentou menores médias nos domínios relações sociais e meio

ambiente, quando comparado às outras duas modalidades. De acordo com as análises

estatísticas, com relação ao domínio Qualidade de Vida, futebol e futsal apresentaram médias

de 3,9, enquanto vôlei apresentou médias de 4,6, demonstrando assim uma diferença

estatisticamente significativa. A modalidade vôlei apresenta maiores níveis de satisfação e

percepção de qualidade de vida geral. No domínio meio ambiente, futebol (3,3) e vôlei (3,8)

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apresentaram diferenças estatisticamente significativas, sendo que a modalidade futebol

apresentou menores níveis de satisfação com esse domínio.

Ao observarmos as características psicológicas da modalidade futsal, destacam-se

as maiores médias para autoconfiança e agressividade. Alguns estudos internacionais apontam

altos níveis de autoestima em atletas masculinos praticantes de futsal ao responderem a Escala

de Autoestima de Rosenberg e níveis mais elevados de atletas de futsal do gênero masculino

quando comparados com atletas de futsal do gênero feminino (KOKAK, 2015; ACAK, 2011).

Com relação à agressividade, um estudo realizado em Portugal com atletas praticantes de

futebol revelou uma associação estatisticamente significativa entre a quantidade e tipo de

cartões recebidos (vermelho ou amarelo) e a agressividade esportiva do jogador (BIDUTTE et

al., 2005). Ainda não existem estudos no contexto brasileiro que utilizem este instrumento

com atletas praticantes de futsal, um estudo com atletas de futebol de campo apresentou como

resultados níveis médios de agressividade (PUJALS; VIEIRA, 2008).

Com relação aos estados de estresse e recuperação, a modalidade Futsal

apresentou maiores médias no domínio Fadiga.

De acordo com os domínios de motivação, mensurados através do IMPRAFE-54,

a modalidade apresentou maiores médias no domínio de Sociabilidade, apresentando

diferença estatisticamente significativa quando comparado com a modalidade futebol

(p=0,0019). No estudo de Gonçalves et al. (2015), envolvendo atletas de futebol e futsal, a

sociabilidade aparece como o segundo domínio de maiores médias entre os atletas.

A modalidade vôlei se destacou apresentando maiores médias de sintomas de

ansiedade cognitiva e esta diferença foi significativa se comparada com a modalidade futebol

(p=0,0224). Em um estudo realizado por Silva et al. (2014), atletas de vôlei do gênero

feminino apresentaram médias de ansiedade cognitiva de 13,4 nos jogos em casa e 13,3 nos

jogos como visitante. No presente estudo as médias de ansiedade cognitiva foram de 21,7,

sendo classificado como níveis médios de sintomas de ansiedade cognitiva. No estudo de

Sonoo et al. (2010), as atletas de vôlei apresentaram médias de sintomas ansiedade cognitiva

de 23,7 na fase pré-competitiva e 26,4 na fase competitiva. De acordo com as duas pesquisas

as médias apresentadas neste estudo encontram-se na faixa apresentada por atletas femininas

praticantes de vôlei.

Com relação aos estados de estresse e recuperação, a modalidade Vôlei

apresentou maiores médias na subescala Relações Sociais e menores médias na subescala

Lesões quando comparada as outras modalidades. Porém as diferenças estatisticamente

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significativas encontradas no RESTQ-76 SPORT entre as modalidades se referiram as

subescalas de Recuperação Social (p=0,0048) e Recuperação Física (p=0,0183), sendo que as

médias da modalidade vôlei foram significativamente maiores nessas duas subescalas quando

comparadas à modalidade futebol.

Nos domínios de motivação, a modalidade vôlei apresentou as menores médias de

competitividade, tendo uma diferença significativa quando comparada com a modalidade

futsal (p=0,0303). Balbinotti et al. (2010) verificaram que as principais dimensões

motivacionais dos praticantes de voleibol são Prazer, Saúde e Sociabilidade. No presente

estudo as principais dimensões motivacionais foram: Prazer, Saúde e Estética, apresentando

algumas semelhanças com o estudo de Balbinotti et al. (2010).

O domínio Qualidade de Vida do WHOQOL-bref dos atletas de vôlei também

apresentou diferença estatisticamente significativa (p=0,0023) quando comparada as

modalidades futebol e futsal.

Com relação aos aspectos cognitivos, a modalidade vôlei apresentou maiores

médias em memória, funções executivas e processamento de informação. Nas médias obtidas

no subteste códigos, que mensura velocidade e processamento de informação, a modalidade

vôlei apresentou maiores médias quando comparada com as médias das modalidades futebol e

futsal. O tempo de reação está de certa forma relacionado com o processamento de

informação, um estudo verificou que o maior tempo de prática favorece o desenvolvimento

dos aspectos cognitivos dos atletas, possibilitando um maior entendimento do jogo e

facilitando a construção de respostas mais rápidas às suas ações (BARCELOS et al., 2009).

Morales et al. (2009) buscaram a relação entre velocidade de processamento mental e níveis

metacognitivos, verificando que atletas com alto nível cognitivo eram mais rápidos em seu

processamento mental. A tomada de decisão envolve o processo de seleção de uma resposta

entre várias possíveis em um mesmo ambiente (SANFEY, 2007) e consiste em determinar as

possibilidades de sucesso ao se analisar certos resultados entre diferentes alternativas

disponíveis (GRECO, 2006). Greco (1995, 2006) afirma que a tomada de decisão envolve

diversos processos cognitivos como: percepção, atenção, antecipação, memória, pensamento,

inteligência e a própria tomada de decisão. Considerando o ambiente esportivo, a tomada de

decisão do atleta se caracteriza pela execução da habilidade motora (DANTAS; MANOEL,

2005).

A modalidade vôlei também apresentou diferença estatisticamente significativa

nas funções executivas de processamento perceptual e sequenciamento (Trilhas A: p<0,001/

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Trilhas B: p=0,0075), quando comparada às outras modalidades. A percepção se caracteriza

pelo processo de extração de informação do ambiente (FORGUS, 1971) garantindo

significado para os objetos e tornando-se consciente dos mesmos e das relações do ambiente,

na medida em que são exigidos processos sensoriais (BARBANTI, 2003).

Garganta (2006) destaca que a competência da capacidade de percepção e tomada

de decisão, compõem a matriz dos jogos desportivos coletivos, juntamente com o modelo de

jogo idealizado pela equipe e o tipo de relação de forças (conflito: ataque-defesa) entre as

equipes adversárias, a imprevisibilidade, a aleatoriedade dos contextos em que as ações de

jogo são construídas e a qualidade motora para agir nesses contextos. Durante a partida, os

atletas têm contato com problemas, nos quais existem pressões e demandas fisiológicas e

funcionais, psicológicas e também cognitivas (GRECO, 2004).

Outro aspecto cognitivo que apresentou diferença significativa quando se

comparou o vôlei com as outras modalidades foi a memória (p<0,001). Trata-se da capacidade

de aquisição, conservação e restituição de informações (DORSCH et al., 2001). Segundo

Marina (1995) a memória é essencial nos jogos esportivos coletivos, pois é chave de acesso às

informações presentes na partida. Nota-se que a memória está muito relacionada com a tática

presente.

Neste estudo, verificou-se que a modalidade vôlei apresenta diferenças

significativas referentes as capacidades cognitivas de memória, velocidade e processamento

de informação, processamento perceptual e sequenciamento, quando comparados as médias

das modalidades de futebol e futsal. Estudos que gerem maiores informações precisam ser

realizados comparando-se os aspectos cognitivos em modalidades de invasão como o futebol

e futsal e modalidades de não invasão como o vôlei.

Foram realizadas análises estatísticas referentes aos atletas do gênero masculino e

aos atletas do gênero feminino. As principais diferenças do ponto de vista das habilidades

emocionais ficaram para agressividade, imagem corporal, autoconfiança, autoestima e

ansiedade.

Com relação à agressividade, as atletas do gênero feminino apresentaram maiores

níveis de agressividade quando comparadas aos atletas do gênero masculino. Vissoci et al.

(2008) estudaram a agressividade entre atletas de voleibol e encontraram resultados parecidos

com os achados do presente estudo. Os pesquisadores compararam o gênero, obtiveram

diferença estatisticamente significativas quanto a agressividade hostil e instrumental, sendo

que o gênero feminino apresentou maiores níveis de agressividade.

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Os gêneros de atletas também apresentaram diferenças estatisticamente

significativas no que diz respeito à imagem corporal: os atletas do gênero masculino

apresentam maior nível de satisfação com a imagem corporal do que as atletas do gênero

feminino. Fortes e Ferreira (2011) também identificaram maior nível de insatisfação com a

imagem corporal em atleta do gênero feminino, quando comparados com atletas do gênero

masculino, o que vai ao encontro com os achados do presente estudo.

A ansiedade também mostrou diferenças com relação ao gênero, o mesmo dado

foi encontrado em um estudo com praticantes de esporte de aventura, sendo que as mulheres

apresentaram níveis mais elevados de ansiedade cognitiva e somática quando comparadas aos

atletas homens (LAVOURA; BOTURA; MACHADO, 2006). Os autores, inclusive, sugerem

que as mulheres reagiam de modo diferente dos homens momentos antes da competição,

sendo importante que treinadores e psicólogos do esporte estejam cientes dessa diferença para

propor estratégias de competição adequadas de acordo com o gênero dos atletas. Gonçalves e

Belo (2007) também apontam em seu estudo diferenças quanto à ansiedade traço entre

homens e mulheres atletas.

As atletas mulheres apresentaram melhores habilidades cognitivas de velocidade e

processamento de informação e processamento perceptual e sequenciamento. São necessários

mais estudos comparando o desempenho de atletas nesses instrumentos de acordo com o

gênero.

Dessa maneira, o objetivo proposto de avaliar as características psicológicas,

emocionais e cognitivas, de atletas das modalidades vôlei, futebol e futsal, foi atingido.

Através do presente protocolo de testes, foi possível avaliar os aspectos emocionais

(ansiedade, autoestima, estados de humor, estresse e recuperação, resiliência, imagem

corporal, motivação, qualidade de vida e agressividade) e cognitivos (atenção e concentração,

memória, funções executivas, velocidade e processamento de informação, raciocínio abstrato

e tomada de decisão) dos atletas das diferentes modalidades. Atingindo, assim, um dos

objetivos específicos propostos.

Os aspectos emocionais e cognitivos citados acima são importantes de se

mensurar, pois apresentam influência no rendimento esportivo. As emoções durante

uma competição podem contribuir para a excitação, mobilização e euforia ou para a

frustração, raiva e decepção. As emoções são extremamente poderosas, podendo prejudicar a

performance do atleta, ou pelo contrário, potencializar o seu desempenho. Portanto, as

emoções têm o poder de ditar a qualidade de execução do atleta durante a competição. O

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conhecimento das capacidades cognitivas e o seu desenvolvimento pode ajudar na

compreensão dos resultados das capacidades técnico-táticas na atuação de um atleta, pois

entende-se que a ação do atleta é concretizada pela transformação dos processos mentais em

uma atividade motora. Um gesto esportivo implica em uma função cognitiva e isto gera o

desempenho de um atleta. Assim, um processo cognitivo efetivo, como a tomada de decisão

(antecipação, reconhecimento de padrões e reconhecimento de sinais relevantes) contribui

para o sucesso no esporte.

Os aspectos psicológicos, tanto emocionais como cognitivos, precisam ser

aprimorados visando o desempenho esportivo e também o desenvolvimento integral do atleta.

Para dar início a qualquer intervenção com o atleta ou equipe, é preciso em um primeiro

momento ter clareza de como estão os aspectos psicológicos do atleta. Isto é possível através

da avaliação psicológica global do atleta, que oferece subsídios para avaliar, determinar e

compreender o nível de desenvolvimento das funções psicológicas e cognitivas existentes e

quais habilidades precisam ser desenvolvidas.

O protocolo de testes da presente pesquisa foi selecionado com o objetivo de

investigar as principais habilidades psicológicas exigidas para a prática esportiva. Buscou-se

mensurar e quantificar esses aspectos a partir de uma avaliação utilizando-se testes.

Avaliando a aplicação e o protocolo proposto no presente estudo, acredita-se que

seja possível selecionar alguns instrumentos que o compõem como uma proposta de melhorá-

lo, sugerindo assim, um novo protocolo levando em consideração sua aplicação. Portanto, o

foco principal é mensurar as habilidades psicológicas que tem influência direta no

rendimento, de uma maneira prática e eficiente. O atleta possui uma rotina de muitos

treinamentos e a principal ideia da avaliação psicológica é que esta seja breve, porém

completa, sem precisar de muitas sessões para aplicação.

Levando em consideração estes fatores a sugestão de protocolo de testes envolve

11 instrumentos listados a seguir, que podem ser aplicados individual ou coletivamente, com

um tempo médio de aplicação de uma hora e 30 minutos. Com este protocolo, estamos

avaliando as principais habilidades psicológicas – emocionais e cognitivas – propostas neste

estudo de uma maneira prática, rápida e segura. Claro que somente a aplicação dos testes não

basta. É preciso deixar claro que a avaliação psicológica no esporte é um processo que inclui a

observação dos atletas ou equipes esportivas em treinamentos e competições, entrevistas com

os atletas e comissões técnicas, além da aplicação dos instrumentos.

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CSAI-2 (ansiedade): avalia a ansiedade cognitiva e somática e também

apresenta uma medida de autoconfiança. Assim, ficamos com apenas um

instrumento que mensure a ansiedade, excluindo BAI e SCAT do protocolo

inicial. Além disso, como já existe uma medida de autoconfiança neste

instrumento, não há necessidade de se aplicar o TSCI.

RESTQ-76 SPORT (estresse e recuperação): as subescalas do instrumento dão

a dimensão necessária de como o atleta se encontra do ponto de vista de

sobrecarga psicofísica e a sua recuperação diante do estresse. Com este

instrumento, não há necessidade de se aplicar o Questionário de Stress de Lipp

e o POMS.

Escala de Autoestima de Rosenberg: apesar de se tratar de um instrumento que

não aborda o contexto esportivo, trata-se de um aspecto psicológico importante

que está diretamente relacionado ao rendimento.

Escala de Resiliência: assim como o instrumento de autoestima, não aborda

questões do contexto esportivo, porém é uma importante medida de uma

habilidade psicológica diretamente relacionada à prática esportiva.

Escala de Medida de Imagem Corporal: importante instrumento a ser mantido,

pois a percepção da imagem corporal, é um aspecto importante a ser avaliado

em modalidades esportivas até para identificação e prevenção de transtornos

alimentares.

BAAGI: considerando que a agressividade é um aspecto psicológico

importante e que tem influência direta no rendimento do atleta, considera-se

adequado mantê-lo no protocolo ideal.

WHOQOL-Bref: a percepção de qualidade de vida, entre vários domínios, é

um dado importante de se obter dos atletas, e, por isso, faz parte deste

protocolo final.

Teste AC: a atenção é um aspecto cognitivo importantíssimo para o

desempenho esportivo e assim, está mantido neste protocolo.

TEPIC-M: a memória também se mostra muito importante para o bom

desempenho do atleta.

Códigos (WAIS): a velocidade de processamento de informação é muito

importante para o desempenho do atleta, principalmente do ponto de vista do

seu desenvolvimento e entendimento da tática.

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Teste de Trilhas Coloridas: as capacidades de rastreamento perceptual e

sequenciamento são muito importantes para o desempenho do atleta.

Optou-se por excluir o subteste Raciocínio Matricial pelo tempo de aplicação.

Trata-se de um instrumento de aplicação individual, com tempo médio de 20 minutos por

atleta.

Alguns autores descrevem a importância do perfil psicológico do atleta, diante da

presente proposta de instrumentos, se levarmos em consideração a ideia de perfil psicológico,

precisaríamos optar pela exclusão do RESTQ-76 SPORT por se tratar de um instrumento que

considera os últimos 3 dias ou noites não pode ser considerado para compor o perfil. Nesse

sentido, o SCAT seria mais adequado para mensurar a ansiedade do que o CSAI-2, já que o

primeiro está relacionado com medidas de ansiedade traço. O mesmo é válido para o POMS,

que considera como o atleta vem se sentindo no dia de hoje.

É importante ressaltar, neste contexto de avaliação psicológica, que a análise e a

devolutiva do Psicodiagnóstico Esportivo também fazem parte deste processo, nesse sentido é

importante o atleta conhecer suas emoções, reações, comportamentos e atitudes que podem

facilitar ou prejudicar a sua ação e ao mesmo tempo o possibilita a traçar alguns planos para

atingir seus objetivos na busca do melhor rendimento.

O primeiro ponto fundamental para a consciência do seu termômetro emocional é

o atleta aprender a reconhecer seus sentimentos, para que então, possa lidar de forma mais

adequada com eles. As pessoas que se conhecem bem sentem-se mais seguras em suas

decisões e isso só acontece em um processo contínuo de paciência, dedicação e treinamento.

Um atleta bem equilibrado emocionalmente (que não apresenta grandes oscilações

emocionais) estabiliza seu nível de performance nos treinamentos e competições, atingindo

um melhor desempenho em campo e também em outros contextos de sua vida.

O Código de Ética do Psicólogo, afirma em seu artigo 1°, que é responsabilidade

do psicólogo informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços

psicológicos, transmitindo somente o que for necessário para a tomada de decisões que afetam

o usuário ou beneficiário. Ao mesmo tempo que deve orientar a quem de direito sobre

encaminhamentos apropriados, a partir da prestação de serviços psicológicos.

O momento de devolutiva da avaliação psicológica ao atleta, na prática, trata-se

de um momento muito rico, pois o psicólogo do esporte pode em conjunto com o atleta

discutir sobre momentos determinantes da sua carreira, suas principais dificuldades e

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potencialidades referentes às suas habilidades psicológicas, propor o estabelecimento de

metas.

Diante do exposto, o presente trabalho investigou as características emocionais e

cognitivas de atletas das modalidades vôlei, futebol e futsal e, ao mesmo tempo, sugere um

protocolo de avaliação no esporte através de testes. As próximas etapas referem-se à aplicação

deste protocolo em outras modalidades coletivas e também em modalidades individuais.

Importante ressaltar que, em um projeto piloto, já foram coletados estes dados que se

encontram em fase de análise e elaboração de um artigo.

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8. CONCLUSÕES

A partir da análise dos dados coletados e resultados do presente trabalho, em

conjunto com os objetos propostos no estudo, podem-se obter algumas conclusões referentes à

temática da pesquisa.

As características psicológicas mensuradas apresentaram diferenças significavas

entre as modalidades para os aspectos de: ansiedade cognitiva, a equipe de vôlei apresentou

maiores médias que a equipe de futebol; percepção de qualidade de vida geral, vôlei

apresentou maiores médias que futebol e futsal; domínio meio ambiente da qualidade de vida,

as atletas de vôlei apresentaram maiores médias que os atletas da modalidade futebol;

domínio sociabilidade da motivação, onde os atletas de futsal apresentaram maiores médias

quando comparados aos atletas de futebol e no domínio competitividade da motivação em que

a modalidade futsal apresentou maiores médias que a modalidade vôlei.

Com relação às características cognitivas, as habilidades de velocidade e

processamento de informação da equipe de vôlei foram significativamente maiores que das

modalidades futebol e futsal. As habilidades de processamento perceptual e sequenciamento

foram significativamente maiores nas modalidades de vôlei e futebol quando comparadas com

a modalidade futsal. E a memória também apresentou diferença estatisticamente significativa,

a modalidade vôlei apresentou maiores médias que as modalidades futebol e futsal.

De acordo com o gênero, as principais diferenças foram para os aspectos

emocionais de agressividade, apresentando maiores médias para o gênero feminino. Enquanto

o nível de satisfação com imagem corporal, autoconfiança e autoestima foram maiores para o

gênero masculino. Os níveis de sintomas de ansiedade, tanto cognitiva quanto somática,

foram maiores para o gênero feminino. Do ponto de vista das habilidades cognitivas, o gênero

feminino apresentou melhores médias de velocidade e processamento de informação e

funções executivas, quando comparadas com as médias dos atletas do gênero masculino.

Algumas dificuldades e limitações do estudo estão relacionadas principalmente ao

momento da coleta de dados. A coleta realizada em cada instituição precisou ser realizada em

apenas uma sessão, se tratando de um protocolo longo de avaliação isto pode ter gerado

fadiga nos participantes. O segundo ponto é que precisou-se esclarecer aos participantes a

importância da psicologia do esporte e também da avaliação, já que todas as equipes

participantes do estudo não tinham o psicólogo como membro da comissão técnica, sendo que

muitos atletas ainda não tinham tido contato com o psicólogo do esporte.

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Do ponto de vista do nível competitivo as equipes estudadas também

apresentaram algumas diferenças. Os critérios de inclusão determinavam que a equipe

precisaria treinar no mínimo três vezes por semana e participar de competições. Houve uma

nítida diferença com relação aos atletas de futebol, sendo que na modalidade masculina os

atletas pertenciam a um clube que disputava o campeonato estadual, já a modalidade feminina

representava a cidade em campeonatos regionais. Ficou clara a diferença estrutural e de

oportunidades entre as modalidades masculina e feminina de futebol durante a nossa pesquisa.

Foi possível, através do protocolo proposto no presente estudo mensurar os

aspectos emocionais (ansiedade, autoestima, estados de humor, estresse e recuperação,

resiliência, imagem corporal, motivação, qualidade de vida e agressividade) e cognitivos

(atenção e concentração, memória, funções executivas, velocidade e processamento de

informação, raciocínio abstrato e tomada de decisão) dos atletas das modalidades vôlei,

futebol e futsal.

Ao mesmo tempo, a partir da aplicação deste protocolo, foi possível a sugestão de

um protocolo de testes ideal para avaliação psicológica de atletas, levando em conta a

praticidade e tempo da aplicação e o conjunto de dados obtidos pelos aspectos psicológicos

mensurados.

A avaliação psicológica otimiza o conhecimento sobre as capacidades e limitações

de cada atleta, contribuindo para o seu desenvolvimento e também para a clareza dos efeitos

do esporte e do exercício na vida dos atletas. A avaliação pode ser considerada como o

primeiro passo para uma intervenção junto ao atleta ou uma equipe. Portanto, as habilidades

psicológicas, devem ser parte integrante do planejamento de treino, obtendo um papel

importante na periodização dos atletas.

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9. IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA

A presente pesquisa apresentou uma grande relação com a minha prática

profissional, onde também preciso realizar avaliações psicológicas que compõe um perfil

considerado o de atleta ideal pelo clube. Neste espaço irei compartilhar alguns pontos

importantes que relacionam a pesquisa com a prática.

O primeiro deles é que na prática o método de avaliação baseado em testes e

instrumentos pode ser cansativo ao atleta, visto que esta não é uma atividade ao qual ele está

habituado. Neste ponto, uma estratégia interessante é dividir a avaliação de testes e protocolos

em sessões mais curtas. Ao mesmo tempo, é interessante intercalar os instrumentos que

mensuram características emocionais, que geralmente são compostos por questionários, com

instrumentos que mensuram aspectos cognitivos, que geralmente são compostos por uma

tarefa a ser realizada em um tempo determinado. Na prática, esta dinâmica tem funcionado

muito bem.

É importante citar que a observação sistemática de treinos e competições em

conjunto com as entrevistas individuais proporcionam um rico conjunto de dados e

informações relevantes sobre o atleta e pontos importantes da sua carreira. É fundamental que

o psicólogo, como parte integrante da comissão técnica, acompanhe a rotina dos atletas.

O momento da devolutiva também traz dados importantes para o psicólogo, pois

existe a possibilidade de discutir com o atleta pontos da sua história de vida, relações

interpessoais e situações importantes que possam ter influência no seu rendimento.

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11. ANEXOS

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113

ANEXO 1: Ficha de Identificação

Nome completo:_________________________________________________________

Dara de nascimento: ___/___/______ Idade: ________ Sexo: ( )F ( )M

Altura: ________ Peso: __________ Estado civil: ________________

Filhos:_______________

Local (cidade) de nascimento: ________________________________________

Escolaridade: ______________________________________________________

Profissão: _________________________________________________________

E-mail: ____________________________________________________________

Telefone para contato:

__________________________________________________________

Possui doença crônica? ( ) Sim ( ) Não Se sim, qual?

_________________________________

Modalidade que pratica atualmente:

_______________________________________________

Há quanto tempo pratica esta modalidade?

_________________________________________

Modalidades que já praticou (idade de início, tempo de prática, porque parou):

___________________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Incentivo à prática (principais pessoas que incentivaram, motivação para praticar esporte, etc):

___________________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Qual o seu objetivo ao iniciar este esporte?

( ) Saúde ( ) Estética ( ) Lazer

( ) Convívio social ( ) Terapêutico ( )Outros: ___________________

O que faz se manter na modalidade?

___________________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Marque as situações que mais te deixam estressado, ansioso ou nervoso na sua prática

esportiva: ( ) Erros no início ( ) Maus resultados anteriores ( ) Críticas dos outros

( ) Erros no final ( ) Falta de preparo físico ( ) Falta de apoio familiar e social

( ) Dormir mal antes da competição ( ) Falta de preparo psicológico ( ) Ansiedade exagerada

( ) Ser o favorito ( ) Conflitos com o treinador ( ) Excesso de treinamento

( ) O adversário ser o favorito ( ) Conflitos com a equipe ( ) Dores

( ) Pressão externa ( ) Mau rendimento nos treinos ( ) Lesões

( ) Pressão de si mesmo ( ) Problemas pessoais ( ) Alimentação inadequada

Outros : __________________________________________________________________

Lesões decorridas da modalidade e tempo de recuperação:

___________________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Metas pessoais:

___________________________________________________________________________

_________________________________________________________________

Observações:

___________________________________________________________________________

_________________________________________________________________

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114

Anexo 2: Profile of Mood States

NOME: _______________________________________________________________

AVALIADOR: ________________________________________________________

Abaixo existe uma lista de palavras que descrevem sentimentos que as pessoas têm. Por favor,

leia cada uma cuidadosamente e assinale o número que melhor descreve como você vem se

sentindo no dia de hoje.

Os números significam:

0 = nada 1 = um pouco 2 = mais ou menos 3 = bastante 4 = extremamente

1. amistoso 0 1 2 3 4 34. nervoso 0 1 2 3 4

2. tenso 0 1 2 3 4 35. sozinho 0 1 2 3 4

3. bravo 0 1 2 3 4 36. miserável 0 1 2 3 4

4. esgotado 0 1 2 3 4 37. atordoado 0 1 2 3 4

5. infeliz 0 1 2 3 4 38. alegre 0 1 2 3 4

6. sereno 0 1 2 3 4 39. amargurado 0 1 2 3 4

7. animado 0 1 2 3 4 40. exausto 0 1 2 3 4

8. confuso 0 1 2 3 4 41. ansioso 0 1 2 3 4

9. arrependido 0 1 2 3 4 42. briguento 0 1 2 3 4

10. agitado 0 1 2 3 4 43. bondoso 0 1 2 3 4

11. apático 0 1 2 3 4 44. deprimido 0 1 2 3 4

12. mau humorado 0 1 2 3 4 45. desesperado 0 1 2 3 4

13. preocupado com os

outros

0 1 2 3 4 46. preguiçoso 0 1 2 3 4

14. triste 0 1 2 3 4 47. rebelde 0 1 2 3 4

15. ativo 0 1 2 3 4 48. abandonado 0 1 2 3 4

16. a ponto de explodir 0 1 2 3 4 49. aborrecido 0 1 2 3 4

17. resmungão 0 1 2 3 4 50. desorientado 0 1 2 3 4

18. abatido 0 1 2 3 4 51. alerta 0 1 2 3 4

19. energético 0 1 2 3 4 52. decepcionado 0 1 2 3 4

20. apavorado 0 1 2 3 4 53. furioso 0 1 2 3 4

21. sem esperança 0 1 2 3 4 54. eficiente 0 1 2 3 4

22. relaxado 0 1 2 3 4 55. confiante 0 1 2 3 4

23. desvalorizado 0 1 2 3 4 56. cheio de energia 0 1 2 3 4

24. rancoroso 0 1 2 3 4 57. genioso 0 1 2 3 4

25. simpático 0 1 2 3 4 58. inútil 0 1 2 3 4

26. intranquilo 0 1 2 3 4 59. esquecido 0 1 2 3 4

27. inquieto 0 1 2 3 4 60. sem preocupação 0 1 2 3 4

28. incapaz de

concentrar

0 1 2 3 4 61. aterrorizado 0 1 2 3 4

29. cansado 0 1 2 3 4 62. culpado 0 1 2 3 4

30. cooperador 0 1 2 3 4 63. vigoroso 0 1 2 3 4

31. irritado 0 1 2 3 4 64. inseguro 0 1 2 3 4

32. desanimado 0 1 2 3 4 65. fatigado 0 1 2 3 4

33. ressentido 0 1 2 3 4

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Anexo 3: Sport Competition Anxiety Test

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Anexo 4: Competitive State Anxiety Inventory – 2

Nome: ______________________________________________

Instruções: A seguir, são várias declarações que os atletas usam para descrever seus

sentimentos antes competição. Leia cada afirmação e assinale o número apropriado para

indicar como você se sente agora, neste momento. Não há respostas certas ou erradas. Não

gaste muito tempo em cada questão.

Nada Um pouco Moderadamente Extremamente

1. Estou preocupado com este

jogo/competição

1 2 3 4

2. Sinto-me nervoso 1 2 3 4

3. Sinto-me à vontade 1 2 3 4

4. Tenho dúvidas acerca de mim 1 2 3 4

5. Sinto-me agitado 1 2 3 4

6. Sinto-me confortável 1 2 3 4

7. Estou preocupado porque posso não

jogar tão bem como sou capaz neste jogo

1 2 3 4

8. Sinto meu corpo tenso 1 2 3 4

9. Sinto-me confiante 1 2 3 4

10. Estou preparado para o fato de poder

perder

1 2 3 4

11. Sinto-me enjoado 1 2 3 4

12. Sinto-me seguro 1 2 3 4

13. Estou preocupado pelo fato de poder

falhar sob a pressão da competição

1 2 3 4

14. Sinto o meu corpo relaxado 1 2 3 4

15. Estou confiante de que posso

enfrentar o desafio que me é colocado

1 2 3 4

16. Estou preocupado pelo fato de poder

ter um mau rendimento

1 2 3 4

17. O meu coração está acelerado 1 2 3 4

18. Estou confiante de que vou ter um

bom rendimento

1 2 3 4

19. Estou preocupado pelo fato de poder

não atingir o meu objetivo

1 2 3 4

20. Sinto o meu estômago frio 1 2 3 4

21. Sinto-me mentalmente relaxado 1 2 3 4

22. Estou preocupado pelo fato de que

outros se desapontem com o meu

rendimento

1 2 3 4

23. As minhas mãos estão frias e úmidas 1 2 3 4

24. Estou confiante porque me imagino,

mentalmente, atingindo o meu objetivo

1 2 3 4

25. Estou preocupado pelo fato de poder

não ser capaz de me concentrar

1 2 3 4

26. Sinto o meu corpo rígido 1 2 3 4

27. Estou confiante em conseguir

ultrapassar os obstáculos sob a pressão da

competição

1 2 3 4

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117

Anexo 5: Escala de Autoestima de Rosenberg

Instruções: Marque o quanto você concorda ou discorda com as seguintes afirmações:

Discordo

muito

Discordo

um pouco

Concordo

um pouco

Concordo

muito

1. De forma geral, estou satisfeito comigo

mesmo.

1 2 3 4

2. Às vezes, penso que não presto para

nada.

1 2 3 4

3. Penso que tenho algumas boas

qualidades.

1 2 3 4

4. Sou capaz de fazer as coisas tão bem

como a maioria das pessoas;

1 2 3 4

5. Eu acho que não tenho muito do que

me orgulhar.

1 2 3 4

6. Às vezes, me sinto inútil. 1 2 3 4

7. Eu sinto que sou uma pessoa de valor,

no mínimo, tanto quanto às outras

pessoas.

1 2 3 4

8. Eu gostaria de ter mais respeito por

mim mesmo.

1 2 3 4

9. Resumindo, eu penso que sou um

fracasso.

1 2 3 4

10. Tenho uma atitude positiva com

relação à mim mesmo.

1 2 3 4

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118

Anexo 6: Escala de Resiliência

Marque o quanto você concorda ou discorda com as seguintes afirmações:

DISCORDO NEM CONCORDO

CONCORDO

Totalmente Muito Pouco

NEM DISCORDO Pouco

Muito Totalmente

1. Quando eu faço planos, eu levo eles até o fim. 1 2 3 4 5 6 7

2. Eu costumo lidar com os problemas de uma forma 1 2 3 4 5

6 7

ou de outra.

3. Eu sou capaz de depender de mim mais do que 1 2 3 4 5

6 7

qualquer outra pessoa.

4. Manter interesse nas coisas é importante para mim. 1 2 3 4 5 6 7

5. Eu posso estar por minha conta se eu precisar. 1 2 3 4 5 6 7

6. Eu sinto orgulho de ter realizado coisas em minha 1 2 3 4 5

6 7

vida.

7. Eu costumo aceitar as coisas sem muita preocupação. 1 2 3 4 5 6 7

8. Eu sou amigo de mim mesmo. 1 2 3 4 5 6 7

9. Eu sinto que posso lidar com várias coisas ao 1 2 3 4 5

6 7

mesmo tempo.

10. Eu sou determinado. 1 2 3 4 5 6 7

11. Eu raramente penso sobre o objetivo das coisas. 1 2 3 4 5 6 7

12. Eu faço as coisas um dia de cada vez. 1 2 3 4 5 6 7

13. Eu posso enfrentar tempos difíceis porque já 1 2 3 4 5

6 7

experimentei dificuldades antes.

14. Eu sou disciplinado. 1 2 3 4 5 6 7

15. Eu mantenho interesse nas coisas. 1 2 3 4 5 6 7

16. Eu normalmente posso achar motivo para rir. 1 2 3 4 5 6 7

17. Minha crença em mim mesmo me leva a atraves- 1 2 3 4 5

6 7

sar tempos difíceis.

18. Em uma emergência, eu sou uma pessoa em quem 1 2 3 4 5

6 7

as pessoas podem contar.

19. Eu posso geralmente olhar uma situação de diver- 1 2 3 4 5

6 7

sas maneiras.

20. Às vezes eu me obrigo a fazer coisas querendo 1 2 3 4 5

6 7

ou não.

21. Minha vida tem sentido. 1 2 3 4 5 6 7

22. Eu não insisto em coisas as quais eu não posso 1 2 3 4 5

6 7

fazer nada sobre elas.

23. Quando eu estou numa situação difícil, eu normal- 1 2 3 4 5

6 7

mente acho uma saída.

24. Eu tenho energia suficiente para fazer o que eu 1 2 3 4 5

6 7

tenho que fazer.

25. Tudo bem se há pessoas que não gostam de mim. 1 2 3 4 5 6 7

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Anexo 7: Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física

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Anexo 8: Vealey’s Trait Sport-Confidence Inventory

Instruções: Pense no quão confiante você é quando está participando de alguma competição

esportiva. Responda as questões a seguir baseado no quão confiante você geralmente se sente

quando está competindo no esporte que pratica. Por favor, tente o quanto você realmente se

sente confiante, e não o quão confiante gostaria de se estar. Compare seu próprio nível de

confiança com o nível de confiança do atleta mais autoconfiante que você conheça. Suas

respostas serão confidenciais.

Escala: 1 = mais baixo / 5 = médio / 9 = mais alto

1. Compare sua confiança na sua capacidade de executar as habilidades necessárias para

ser bem sucedido com o atleta mais confiante que você conhece.

Baixo Médio Alto

1 2 3 4 5 6 7 8 9

2. Compare sua confiança na sua capacidade de fazer decisões críticas durante a partida

com o atleta mais confiante que você conhece.

Baixo Médio Alto

1 2 3 4 5 6 7 8 9

3. Compare sua confiança na sua capacidade de atuar sob pressão com o atleta mais

confiante que você conhece.

Baixo Médio Alto

1 2 3 4 5 6 7 8 9

4. Compare sua confiança na sua capacidade de executar estratégias bem sucedidas com

o atleta mais confiante que você conhece.

Baixo Médio Alto

1 2 3 4 5 6 7 8 9

5. Compare sua confiança na sua capacidade de se concentrar o suficiente para ser bem

sucedido com o atleta mais confiante que você conhece.

Baixo Médio Alto

1 2 3 4 5 6 7 8 9

6. Compare sua confiança na sua capacidade de se adaptar a diferentes situações de jogo

e continuar sendo bem sucedido com o atleta mais confiante que você conhece.

Baixo Médio Alto

1 2 3 4 5 6 7 8 9

7. Compare sua confiança na sua capacidade de alcançar as metas competitivas com o

atleta mais confiante que você conhece.

Baixo Médio Alto

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121

1 2 3 4 5 6 7 8 9

8. Compare sua confiança na capacidade de ser bem sucedido com o atleta mais

confiante que você conhece.

Baixo Médio Alto

1 2 3 4 5 6 7 8 9

9. Compare sua confiança na capacidade de ser regularmente bem sucedido durante a

competição com o atleta mais confiante que você conhece.

Baixo Médio Alto

1 2 3 4 5 6 7 8 9

10. Compare sua confiança na sua capacidade de pensar e agir com sucesso durante a

competição com o atleta mais confiante que você conhece.

Baixo Médio Alto

1 2 3 4 5 6 7 8 9

11. Compare sua confiança na sua capacidade de enfrentar o desafio da competição com o

atleta mais confiante que você conhece.

Baixo Médio Alto

1 2 3 4 5 6 7 8 9

12. Compare sua confiança na sua capacidade de ser bem sucedido mesmo quando as

probabilidades estão contra você com o atleta mais confiante que você conhece.

Baixo Médio Alto

1 2 3 4 5 6 7 8 9

13. Compare sua confiança na sua capacidade de se recuperar de um mau desempenho e

ser bem sucedido com o atleta mais confiante que você conhece.

Baixo Médio Alto

1 2 3 4 5 6 7 8 9

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Anexo 9: Escala de Medida de Imagem Corporal

Este questionário contém uma série de afirmativas referentes ao modo como as pessoas podem pensar, sentir ou se comportar

em relação ao seu próprio corpo. Por gentileza, leia atentamente essas afirmativas e, em seguida, para cada afirmativa,

marque com um X o espaço correspondente a UMA das possibilidades, com que frequência você – nunca, raramente, às

vezes, frequentemente ou sempre – pensa, sente ou se comporta desta forma. Não existem respostas certas ou erradas. É a sua

opinião sincera que nos interessa. Por favor assinale sua opinião sobre todas as alternativas, não deixando nenhuma sem

resposta.

Afirmativa Nunca Raramente As vezes Frequentemente Sempre

Gosto do meu corpo como ele é

Considero que meu corpo é exatamente o

que sempre sonhei

Escondo alguma parte do meu corpo

porque ela não é perfeita

Estou satisfeita com meu peso corporal

Evito tocar alguma parte do meu corpo

porque ela me desagrada

Desejaria ser uma pessoa com uma

aparência física diferente

Gosto do formato e da aparência da minha

face

Gosto do formato e da aparência dos meus

seios

Há coisas em minha aparência física que

detesto

Percebo mudanças negativas no meu

relacionamento com outras pessoas por

causa da minha aparência física

Não importa que roupa ou enfeites eu

esteja usando, minha aparência física me

desagrada

Escondo das pessoas as mudanças

negativas que ocorrem no meu corpo

Penso que meu corpo é insignificante

Preocupo-me em excesso com a opinião

das pessoas a respeito da minha aparência

física

Preocupo-me em excesso com as

mudanças que ocorrem no meu corpo

Recuso-me a aceitar as mudanças que

ocorrem no meu corpo

Sinto ressentimento porque meu corpo não

é aquele que eu desejaria que fosse

Sinto-me desapontado com as mudanças

que ocorrem no meu corpo

Sinto-me incapaz de me adaptar as

mudanças que ocorrem no meu corpo

Sinto-me insatisfeito com a minha

aparência física atual

Sinto-me insatisfeito em relação a alguma

parte do meu corpo

Tenho medo da rejeição das pessoas às

mudanças que ocorrem no meu corpo

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123

Anexo 10: Bredemeier Athletic Agression Inventory

O instrumento a seguir inclui um numero de itens que as pessoas usam para descrever a si

mesmas em situações esportivas específicas. Por favor, não omita a resposta de algum item,

mesmo achando que é de difícil escolha de resposta. Sua decisão, em cada item deve ser

baseada no que você acredita, sente e como reage e não naquilo que você gostaria de

acreditar, sentir e reagir. As respostas aos itens devem ser uma descrição dos seus próprios

sentimentos, reações e forma de pensar. Utilize os números abaixo para descrever suas

respostas:

1... Concordo fortemente

2... Concordo

3... Discordo

4... Discordo fortemente

___ 1. Eu geralmente estou inconsciente de sentimentos de raiva quando estou competindo.

___ 2. Durante minha performance, estou muitas vezes mais irritado do que as pessoas podem

imaginar.

___ 3. Eu gosto de frustrar meu adversário.

___ 4. Quando as coisas dão errado em uma partida, eu não desconto no meu oponente.

___ 5. Eu gosto de pegar meu oponente, parte por parte, até que o indivíduo não tenha mais

nada.

___ 6. Quando tenho um oponente abaixo de mim, aprecio mantê-lo abaixo de mim.

___ 7. Quando um oponente tira o melhor de mim, eu costumo ficar louco o suficiente para

jogar alguma coisa.

___ 8. As vezes eu não consigo controlar a minha vontade de prejudicar um adversário.

___ 9. As vezes me surpreendo com a minha raiva contra um oponente.

___ 10. Quando o inesperado acontece em uma competição, eu sempre me ajusto sem ficar

irritado.

___ 11. Eu geralmente me sinto calmo e pronto antes de participar de um evento esportivo.

___ 12. É mais fácil para mim competir com um adversário que eu não conheço a

personalidade.

___ 13. Ter boa performance é mais importante para mim do que a satisfação de bater em

alguém.

___ 14. Não leva muito tempo para eu me irritar em uma competição.

___ 15. Houve momentos que eu quis esfregar na cara depois de ter feito algo bom ou meu

adversário ter feito algo errado.

___ 16. Você tem que punir pessoas se você quer vencer.

___ 17. Quando o meu treinador não me trata bem/adequadamente, eu sinto um ressentimento

crescer dentro de mim.

___ 18. Eu geralmente tenho uma melhor performance quando mantenho minhas emoções sob

controle e me concentro unicamente na minha performance.

___ 19. Eu geralmente não me afasto dos meus companheiros de equipe depois de

experiências competitivas frustrantes.

___ 20. Raramente meu adversário é capaz de me pressionar a cometer um erro.

___ 21. As vezes, no calor da competição, vem a tona um outro lado de mim que eu não sabia

que existia.

___ 22. Eu nunca tive um acesso de raiva em uma situação competitiva.

___ 23. Durante a competição, eu geralmente escuto a minha voz interior ao invés de barulhos

externos.

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___ 24. Um campeão é uma pessoa que tem uma performance completamente imparcial de

respostas emocionais de outras pessoas.

___ 25. Eu gosto de competir porque eu posso colocar minhas frustrações no meu oponente

em um evento esportivo.

___ 26. Minha raiva contra árbitros raramente não é controlada.

___ 27. É mais fácil para mim mentalizar uma situação competitiva do que ter pensamentos

negativos sobre os meus rivais.

___ 28. Eu nunca tive um desgosto intenso a um oponente.

___ 29. Eu nunca tive desejo de causar dano ao meu adversário.

___ 30. Eu estou consciente do meu oponente somente pela estratégia.

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Anexo 11: World Healthy Organization Quality of Life – BREF

Este outro questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e outras áreas de

sua vida. Por favor, responda a todas as questões. Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma

questão, escolha entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Por favor, tenha em mente seus

valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando

como referência as duas últimas semanas.

nada muito pouco médio muito completamente

Você recebe dos outros o apoio

de que necessita?

1 2 3 4 5

Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número e lhe parece a melhor resposta.

muito

ruim

ruim nem ruim

nem boa

boa muito boa

1 Como você avaliaria sua qualidade de

vida?

1 2 3 4 5

muito

insatisfeito

insatisfeito nem satisfeito

nem

insatisfeito

satisfeito muito

satisfeito

2 Quão satisfeito(a) você está com a sua saúde? 1 2 3 4 5

As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas duas

semanas.

nada muito

pouco

mais ou

menos

bastante extremamente

3 Em que medida você acha que sua dor

(física) impede você de fazer o que você

precisa?

1 2 3 4 5

4 O quanto você precisa de algum

tratamento médico para levar sua vida

diária?

1 2 3 4 5

5 O quanto você aproveita a vida?

1 2 3 4 5

6 Em que medida você acha que a sua vida

tem sentido?

1 2 3 4 5

7 O quanto você consegue se concentrar?

1 2 3 4 5

8 Quão seguro(a) você se sente em sua vida

diária?

1 2 3 4 5

9 Quão saudável é o seu ambiente físico

(clima, barulho, poluição, atrativos)?

1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz de

fazer certas coisas nestas últimas duas semanas.

nada muito

pouco

médio muito completamente

10 Você tem energia suficiente para seu dia-

a-dia?

1 2 3 4 5

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11 Você é capaz de aceitar sua aparência

física?

1 2 3 4 5

12 Você tem dinheiro suficiente para

satisfazer suas necessidades?

1 2 3 4 5

13 Quão disponíveis para você estão as

informações que precisa no seu dia-a-dia?

1 2 3 4 5

14 Em que medida você tem oportunidades

de atividade de lazer?

1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de

vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.

muito ruim ruim nem ruim nem

bom

bom muito bom

15 Quão bem você é capaz de se locomover?

1 2 3 4 5

16 Quão satisfeito(a) você está com o seu sono?

1 2 3 4 5

17 Quão satisfeito(a) você está com sua capacidade

de desempenhar as atividades do seu dia-a-dia?

1 2 3 4 5

18 Quão satisfeito(a) você está com sua capacidade

para o trabalho?

1 2 3 4 5

19 Quão satisfeito(a) você está consigo mesmo?

1 2 3 4 5

20 Quão satisfeito(a) você está com suas relações

pessoais (amigos, parentes,conhecidos, etc)?

1 2 3 4 5

21 Quão satisfeito(a) você está com sua vida sexual? 1 2 3 4 5

22 Quão satisfeito(a) você está com o apoio que

você recebe de seus amigos?

1 2 3 4 5

muito ruim ruim nem ruim nem

bom

bom muito bom

23 Quão satisfeito(a) você está com as condições do

local onde mora?

1 2 3 4 5

24 Quão satisfeito(a) você está com o seu acesso aos

serviços de saúde?

1 2 3 4 5

25 Quão satisfeito(a) você está com o seu meio de

transporte?

1 2 3 4 5

A questão seguinte refere-se a com que frequência você sentiu ou experimentou certas coisas

nas últimas duas semanas.

nunca algumas

vezes

frequentemente muito

frequentemente

sempre

26 Com que frequência você tem sentimentos

negativos tais como mau humor, desespero,

ansiedade, depressão?

1 2 3 4 5

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Anexo 12: Comitê de Ética

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