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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DO AZEITE DE OLIVA (OLEA EUROPAEA L.) EXTRA VIRGEM COMERCIALIZADOS EM DIFERENTES SISTEMAS DE EMBALAGENS VITÓRIA DE SOUZA NOBRE Barra do Garças MT 2019

CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DO AZEITE DE OLIVA (OLEA …³ria de Souza … · vitÓria de souza nobre caracterÍsticas quÍmicas do azeite de oliva (olea europaea l.) extra virgem

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DO AZEITE DE OLIVA (OLEA EUROPAEA

L.) EXTRA VIRGEM COMERCIALIZADOS EM DIFERENTES SISTEMAS

DE EMBALAGENS

VITÓRIA DE SOUZA NOBRE

Barra do Garças – MT

2019

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VITÓRIA DE SOUZA NOBRE

CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DO AZEITE DE OLIVA (OLEA EUROPAEA

L.) EXTRA VIRGEM COMERCIALIZADOS EM DIFERENTES SISTEMAS

DE EMBALAGENS

Barra do Garças – MT

2019

Monografia apresentado a banca examinadora

do curso de Engenharia de Alimentos –

UFMT/CUA, como requisito para

apresentação da monografia.

Orientadora: Profª Dra Luciana Costa Lima

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Barra do Garças – MT

2019

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“Acredite em si e chegará um dia em que os

outros não terão outra escolha senão acreditar em você”

Cynthia Kersey.

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a todos os que me ajudaram direta ou indiretamente na

execução deste trabalho, em especial:

Aos meus pais, Orivaldo e Elineusa, e irmãs, Valéria e Verônica, pelo incentivo,

paciência e apoio, não só durante a realização deste projeto, mas como em toda a trajetória

da universidade.

À minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Luciana Costa Lima, pelas orientações,

esclarecimento de dúvidas, sugestões e apoio durante toda a realização deste trabalho.

À técnica Leidianne Nunes de Oliveira Souza pelo conhecimento, paciência e

auxílio nas análises nos laboratórios.

À Maria Gabrielly Spagnol, pelo papel de minha ‘coorientadora’, cuja a amizade

me fez evoluir de diferentes formas! Essa conquista seria muito difícil sem seu apoio.

Àos meus amigos Andreza, Deborah, Gabriel, Íkaro, Nágella Maiara, Sara

Cristina, Taynara, Viviane e Isaque pelo incentivo, apoio e grande ajuda nos momentos

difíceis ao longo da graduação.

E à todos os outros amigos e colegas, que de longe ou perto me incentivaram nessa

etapa da minha vida.

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RESUMO

A participação do azeite de oliva extra virgem vem aumentando no mercado,

principalmente, em razão da intensa divulgação de seus efeitos benéficos à saúde,

associado ao elevado conteúdo de ácidos graxos insaturados e aos micronutrientes

presentes em sua composição. Vários indícios apontam que o azeite de oliva extra virgem

possui propriedades antioxidantes, atuando contra o envelhecimento, no combate ao mau

colesterol e doenças cardíacas. Considerando isto, este projeto teve como intuito definir

o sistema de embalagem mais adequado para comercialização tendo como parâmetro de

avaliação as análises dos índices de acidez, peróxido, refração e saponificação. As

análises para avaliação e determinação dos índices foram realizadas com quatro diferentes

marcas de azeite de oliva extra virgem em embalagens metálicas e de vidro. Os resultados

foram avaliados e comparados de acordo com a legislação vigente e, a partir disso,

realizou-se uma análise sobre a influência da embalagem no produto final. Dos resultados

obtidos para os índices de acidez e refração, as quatro marcas de azeite de oliva extra

virgem analisadas estavam de acordo com os parâmetros exigidos pela legislação vigente.

Para o índice de peróxido, as embalagens metálicas tiveram valores superiores aos

encontrados nas embalagens de vidro, mesmo todas estando de acordo com os parâmetros

exigidos pela legislação. Esta diferença mostra uma certa interferência. Com relação ao

índice de saponificação, todas as quatro marcas de azeite de oliva extra virgem analisadas

apresentaram-se fora do limite estabelecido pela legislação vigente, apontando que não

foram os diferentes sistemas de embalagens que interferiram significativamente no

produto final. A partir dos parâmetros analisados, foi possível concluir que não houve

diferença na qualidade dos azeites extra virgem analisados quando se compara as

embalagens em questão, vidro e metal.

Palavras-chave: óleo, análises, vidro, metal.

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ABSTRACT

Extra virgin olive oil participation has increased in the market, mainly due to the high

divulgation of its beneficial effects to health linked to the high content of unsaturated fatty

acids and micronutrients present in its composition. Many factors point that extra virgin

olive oil has antioxidant properties, acting against aging, on the combat to bad cholesterol

levels and cardiac diseases. All considered, this project aimed define a more appropriated

packaging system to marketing having as parameter of evaluation the analysis of acidity,

peroxide, refraction and saponification indices. The analysis to the evaluation and the

indices were fulfilled with four different extra virgin olive oil brands with metal and glass

package. The results were evaluated and compared according to the current legislation

and, based on this, it was carried out an analysis of the packaging influence in the final

product. Within the obtained results to the acidity and refraction indices, all the four extra

virgin olive oil brands analyzed are in in accordance with the parameters required by the

legislation. For the peroxide indices, metal packages had higher values than those found

in glass packaging, even though all of them are in accordance with the parameters

required by the legislation. This difference shows a certain interference. Regarding the

saponification indices, all of the four brands analyzed were outside the limit established

by current legislation, pointing out that it was not the different packaging systems that

significantly interfered with the final product. From the analyzed parameters, it was

concluded that there was no difference in the quality of the extra virgin olive oils analyzed

when comparing the packages in question, glass and metal.

Key-words: oil, analyses, glass, metal.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Parâmetros de identidade e qualidade para azeites de oliva extra virgem........9

Tabela 2. Média da acidez em ácido oléico (%) dos azeites de oliva extra virgem de

acordo com os sistemas de embalagens...........................................................................19

Tabela 3. Média dos índices de peróxido (mEq/kg) dos azeites de oliva extra virgem de

acordo com os sistemas de embalagens...........................................................................21

Tabela 4. Média dos índices de refração dos azeites de oliva extra virgem de acordo com

os sistemas de embalagens...............................................................................................22

Tabela 5. Média dos índices de saponificação (mg KOH/g) dos azeites de oliva extra

virgem de acordo com os sistemas de embalagens...........................................................23

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LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1. Acidez em ácido oleico, por cento..............................................................16

Equação 2. Índice de acidez...........................................................................................16

Equação 3. Índice de peróxido.......................................................................................16

Equação 4. Índice de saponificação...............................................................................17

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1

2. OBJETIVOS ................................................................................................................. 3

2.1 Objetivo geral ......................................................................................................... 3

2.2 Objetivos específicos .............................................................................................. 3

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 4

3.1 Características gerais do azeite de oliva ................................................................. 4

3.2 Processamento do azeite de oliva extra virgem ...................................................... 5

3.3 Dados de mercado .................................................................................................. 7

3.4 Legislação e características de identidade do azeite de oliva ................................. 8

3.5 Degradação e estabilidade do azeite ....................................................................... 9

3.6 Parâmetros analíticos ............................................................................................ 11

3.7 Estocagem e sistemas de embalagens ................................................................... 12

3.7.1 Embalagens de Vidro..................................................................................... 13

3.7.2 Embalagens metálicas ................................................................................... 14

4. MATERIAS E MÉTODOS ........................................................................................ 15

4.1 Obtenções das amostras ........................................................................................ 15

4.2 Análises Químicas ................................................................................................ 15

4.2.1 Índice de Acidez (IA) .................................................................................... 15

4.2.2 Índice de Peróxido (IP) .................................................................................. 16

4.2.3 Índice de Refração (IR) ................................................................................. 17

4.2.4 Índice de Saponificação (IS) ......................................................................... 17

4.3 Comparação de resultados .................................................................................... 17

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................. 18

5.1 Acidez livre em ácido oleico ................................................................................ 18

5.2 Índice de Peróxido ................................................................................................ 20

5.3 Índice de Refração ................................................................................................ 22

5.4 Índice de Saponificação ........................................................................................ 23

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6. CONCLUSÕES .......................................................................................................... 25

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 26

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1.INTRODUÇÃO

A participação do azeite de oliva extra virgem vem aumentando no mercado,

principalmente, em razão da intensa divulgação de seus efeitos benéficos à saúde,

associado ao elevado conteúdo de ácidos graxos insaturados e aos micronutrientes

presentes em sua composição. Vários indícios apontam que o azeite de oliva extra virgem

possui propriedades antioxidantes, atuando contra o envelhecimento, no combate ao mau

colesterol, contra doenças cardíacas e até na prevenção de determinados tipos de câncer

(SILVA, 2011; JORGE, 2010; MARQUES, 2015).

O azeite de oliva é um produto alimentício extraído a partir de azeitonas maduras

por processos mecânicos. A qualidade vai depender de diversos fatores como o estado

inicial das azeitonas, qualidade da colheita, pós-colheita, extração, conservação

(umidade, temperatura e exposição à luz), tipo de embalagem e distribuição do produto a

ser consumido (SILVA, 2011; SOUZA, 2017).

A composição do azeite é constituída em sua maior parte pela fração

saponificável, composta majoritariamente por triglicerídeos, e outra fração denominada

de insaponificável, onde são encontrados vários compostos como os fenólicos, orgânicos

voláteis, tocoferóis, pigmentos, dentre outros, sendo estes compostos responsáveis pelas

propriedades nutricionais, sabor e estabilidade do azeite de oliva (SILVA, 2011; SOUZA,

2017; JORGE, 2010).

A vida de prateleira do azeite é limitada pela foto-oxidação, auto oxidação e

lipólise. Durante o armazenamento pode haver degradação do azeite causando perda nas

características sensoriais e nutricionais do produto, isso ocorre por uma série de reações

químicas envolvendo ácidos graxos insaturados, luz, umidade e oxigênio que levam à

formação de hidroperóxidos, estes se decompõem em inúmeros outros compostos

incluindo aldeídos, cetonas, álcoois e hidrocarbonetos (SOUZA, 2017; ARAÚJO, 2008).

O acondicionamento do azeite em embalagens adequadas é capaz de manter

estável a oxidação e assegurar uma vida útil adequada, levando em consideração a

proteção contra a luz e a impermeabilidade ao óleo e aos gases. O sistema de embalagem

pode potencializar ou retardar as interações entre o azeite e o ambiente. As embalagens

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mais utilizadas para o armazenamento do azeite são as de vidro, as metálicas e as plásticas

(OLIVEIRA, 2006; BOTTI, 2014). No entanto, no presente trabalho, será avaliado

somente as embalagens metálicas e de vidro, por serem consideradas as mais utilizadas

para o acondicionamento do azeite de oliva.

As embalagens de vidro são as mais utilizadas no mercado do azeite, pois

oferecem boas versatilidades de volumes, formas e cores. Além de ser impermeável à

água e aos gases sendo considerado um dos melhores materiais para acondicionamento

de azeite. Entretanto apresenta algumas desvantagens como o peso elevado e baixa

resistência (SOUZA, 2017).

As embalagens metálicas oferecem proteção total contra a luz, oxigênio, vapor de

água e micro-organismos, além de serem resistentes a diversos tipos de danos mecânicos.

A opacidade da embalagem é uma característica importante por prevenir alterações

induzidas pela luz e radiação ultravioleta. Entretanto essas embalagens oferecem algumas

desvantagens como: redução dos atributos sensoriais e grande quantidade de material

sedimentado nas latas após 60 dias de armazenamento em temperatura ambiente

(OLIVEIRA, 2006, RABABAH et. al., 2011).

Considerando o grande consumo de azeite de oliva este trabalho teve como intuito

definir o sistema de embalagem mais adequado para comercialização tendo como

parâmetro de avaliação as características químicas realizadas com diferentes marcas de

azeite extra virgem em embalagens metálicas e de vidro disponíveis no mercado.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Este trabalho teve por objetivo analisar a qualidade das características químicas

de diferentes marcas comercializadas de azeites de oliva (Olea europaea L.) extra virgem

embalados em diferentes sistemas.

2.2 Objetivos específicos

Determinar os índices de acidez, peróxido, refração e saponificação das diferentes

marcas selecionadas em embalagens de vidro e embalagens metálicas;

A partir das análises químicas, determinar o sistema de embalagem mais adequado

para apresentação do produto ao consumidor em relação aos parâmetros

analisados.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Características gerais do azeite de oliva

O azeite é um óleo obtido unicamente a partir do fruto da oliveira (Olea europaea

L.), mediante extração mecânica das azeitonas em condições que não cause alteração no

mesmo, sendo o único óleo que pode ser consumido cru. A extração por solvente, a

reesterificação ou a mistura com óleos de outra natureza não são permitidos (CODEX,

2003; INTERNATIONAL OLIVE COUNCIL, 2019; MARQUES, 2015).

O azeite de oliva é composto por uma fração saponificável (representando 99%

do peso total), constituída majoritariamente por triglicerídeos e porções de ésteres de

glicerina com ácidos graxos e os ácidos graxos livres. Os ácidos graxos principais

encontrados no azeite de oliva são o palmítico (C16:0), esteárico (C18:0), oléico (C18:1),

linoléico (C18:2), linolênico (C18:3) e traços do ácido mirístico (C14:0) (SOUZA, 2017;

CODEX, 2003).

Assim como outros óleos, o azeite de oliva tem alta concentração de ácido oleico

e baixa concentração dos ácidos palmítico e esteárico, esses valores podem apresentar

diferenças de uma amostra pra outra uma vez que dependem do clima, zona de produção,

variedade, latitude, e estágio de maturação da azeitona. A principal característica dos

azeites é a predominância de ácido oleico, que varia entre 55 e 83% do total de ácidos

graxos. Este elevado nível garante menor susceptibilidade à oxidação, quando comparado

a outros óleos (SILVA, 2011; BOTTI, 2014).

A fração insaponificável do azeite de oliva virgem representa de 1-2% do azeite

em massa, esta fração é responsável pelo sabor, estabilidade e propriedades nutricionais

do azeite de oliva devido aos seus componentes, sendo alguns deles, os tocoferóis,

pigmentos, compostos orgânicos voláteis, compostos fenólicos, esteróis, esqualeno,

dentre outros (FREITAS, 2013).

A cor do azeite varia do verde ao amarelo devido à prevalência de pigmentos, as

clorofilas, sendo estes encontrados na forma de feofitina, são responsáveis pela a cor

esverdeada e os carotenoides, encontrados em grande parte na forma de β-caroteno,

atribuem a cor amarelada. Esses pigmentos contribuem para a estabilidade do azeite

evitando a foto-oxidação. Portanto, são consideradas como índices de qualidade, uma vez

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que a cor é influenciada pelas condições de estocagem, sistema de extração e grau de

maturação do fruto (SOUZA, 2017; MARQUES, 2015).

Os tocoferóis são considerados antioxidantes naturais e apresentam uma elevada

atividade de vitamina E, sendo predominantemente encontrados na forma do α-tocoferol.

A origem do azeite de oliva virgem tem um grande impacto no seu nível de tocoferóis,

sua concentração de tocoferóis é menor em frutos maduros (SILVA, 2011).

Os compostos fenólicos ou polifenóis são substâncias que possuem um anel

benzênico ligado a um ou mais grupos hidroxílicos. Assim como os tocoferóis, os

compostos fenólicos possuem propriedades antioxidantes responsáveis pela resistência

do azeite à oxidação, melhorando a sua estabilidade e contribuição para suas

características sensoriais. O teor de compostos fenólicos no azeite é bastante influenciado

pelos fatores ambientais, pelo tipo e estado de maturação das azeitonas e pelas condições

dos processos de extração e armazenamento (MARQUES, 2015; FREITAS, 2013).

Os principais compostos fenólicos presentes no azeite são: oleuropeína, o

hidroxitirosol e tirosol, onde o hidroxitirosol atua como antioxidante principal e a

oleuropeína e tirosol atuam como sequestradores de radicais livres. A quantidade de

substâncias fenólicas naturais confere gosto amargo e frutado e contribuem para

resistência a auto oxidação e termo oxidação (FREITAS, 2013; SOUZA, 2017).

Os benefícios do azeite para a saúde resultam dos seus compostos ativos, por

exemplo a oleuropeina apresenta atividade antimicrobiana frente a vírus, bactérias,

leveduras e outros parasitas, além de sua potencialização na proteção celular e do

organismo, através de uma resposta mediada por macrófagos e a redução de

aproximadamente 30%, do nível de LDL. É comprovado que o azeite pode contribuir

beneficamente no tratamento de uma grande variedade de enfermidades infecciosas e

crônicas (AZEITES, 2018).

3.2 Processamento do azeite de oliva extra virgem

O azeite de oliva quando devidamente extraído da azeitona in natura, madura e

de boa qualidade, encontra-se um perfil de características sensoriais. Pode-se consumir

na forma bruta, conservando assim o conteúdo de vitaminas e compostos fenólicos de

grande importância nutricional (PETRAKIS, 2006).

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Existem uma série de fatores antes do processo de extração que influenciam a

quantidade e qualidade dos azeites sendo os principais fatores as variedades de azeitona,

as condições climáticas, os tipos de solos, os sistemas de cultivo que regulam a retenção

da água da chuva ou irrigação e o controle de pragas (SOUZA, 2017; BOTTI, 2014).

A colheita da azeitona destinada ao processamento do azeite deve ser realizada

num período específico, antes de apresentar-se completamente madura, por proporcionar

um azeite com características sensoriais e físico-químicos de qualidade. A seleção das

azeitonas, devem ser firmes e não apresentar nenhum dano físico (JORGE, 2010).

No tratamento da matéria-prima, deve-se considerar a fração dos componentes

sólidos ao todo como a pele, a polpa, o caroço e as fases líquidas compostas pelo óleo e

pela água vegetal. O processamento do azeite de oliva tem a finalidade de separar a fase

oleosa dos outros componentes do fruto. Trata-se de um processo difícil, demorado e

pouco rentável, pois, para cada 5 kg de azeitonas, produz-se, em média, apenas 1 L de

azeite (JORGE, 2010; SILVA, 2011).

O objetivo de qualquer método de extração é extrair a maior quantidade possível

do azeite sem alterar a sua qualidade original, sendo essencial usar somente métodos

mecânicos ou físicos para a extração do óleo, evitando reações químicas e enzimáticas

que podem mudar sua composição natural (CODEX, 2003; INTERNATIONAL OLIVE

COUNCIL, 2019).

Segundo Jorge (2010) as etapas de elaboração do azeite de oliva, incluem:

a) Operações prévias: recepção do fruto, caracterização do fruto, adequação da

azeitona, limpeza, lavagem e armazenamento do fruto;

b) Preparo da pasta: moagem e batimento;

c) Separação das fases sólidas e líquidas: prensagem e centrifugação (sistema de

duas fases e sistema de três fases);

d) Separação de fases líquidas: decantação natural e centrifugação;

e) Armazenamento e maturação do azeite.

O processo de extração se inicia pela limpeza dos frutos colhidos no momento

ótimo de maturação, seguindo pela quebra da sua estrutura vegetal para liberar o óleo das

células em seguida, obtém-se as fases líquida e sólida. Por meio de pressão ou

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centrifugação, as fases sólida e líquida são separadas. Por fim, as fases líquidas são

separadas em água vegetal e óleo por decantação e/ou centrifugação (MARQUES, 2015;

SILVA, 2011).

Desta forma, nota-se que o azeite de oliva virgem e extra virgem, apesar da maior

instabilidade, são mais valorizados que os óleos vegetais, uma vez que, ao longo de seu

processamento, consegue-se reter ao máximo os compostos originalmente presentes no

fruto da oliveira, o que não acontece com outros óleos, onde estes compostos geralmente

são perdidos ao longo do tratamento (BOTTI, 2014).

3.3 Dados de mercado

Nos últimos anos, o mercado mundial do azeite passou por uma quase duplicação

da produção e do consumo do azeite, por conta do aumento do consumo de azeite nos

principais países não produtores (EUA, Brasil, Canadá, Japão, Rússia e Suíça) que causou

uma crescente produção por parte da Espanha, Portugal e dos países do Norte da África.

Consequentemente aumentou o reconhecimento das qualidades do azeite do ponto de

vista da nutrição e da saúde humana e diferenciação dos preços dos azeites de acordo com

a respetiva qualidade (GLOBALAGRIMAR, 2017).

Os principais países exportadores são os países da União Europeia, com 68%, e a

Tunísia, com 15%. Entre os principais importadores de Portugal encontramos os países

considerados os novos consumidores de azeite, que ao todo são responsáveis por cerca de

63% das importações mundiais: Estados Unidos (35%), Brasil (9%), Austrália (3%),

Canadá (5%), Japão (6%) e China (5%) (CASA DO AZEITE, 2018).

O comércio de azeite e óleo de bagaço de oliva nos mercados atuais com dois

meses antes do final da safra 2017/18 (outubro de 2017 - julho de 2018) apontam para

um aumento de 29% no Brasil; 12% no Canadá; 4% nos EUA; 2% na Rússia e 1% na

Austrália e no Japão (IOOC, 2018).

As importações brasileiras de azeite e óleo do bagaço da azeitona começaram a

aumentar em 2015/16 para atingir seu pico durante o último ano-safra, 2017/18.

Aumentaram cerca de 28% ao longo da safra, atingindo 76.816,6 toneladas em relação à

safra anterior e superando os volumes médios dos últimos quatro anos-safra (IOOC,

2018a).

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Com relação ao consumo, o azeite de oliva segue sendo um produto nobre e de

fundamental importância a saúde humana, mas toda sua produção equivale a apenas 2%

de todas as gorduras produzidas no mundo. Acredita-se que isso deve-se a falta de

costume de muitas populações em seu cotidiano. O ápice de consumo do Brasil foi na

campanha 2012/2013 chegando a importar praticamente 75 mil toneladas de azeite.

Depois passou-se por uma crise que redundou em uma retração sequencial de consumo

de cerca de 33%. A tendência é que em 2018/2019 já tenha voltado a patamares de 2013

nas importações de azeite de oliva (OLIVEIRA, 2017).

3.4 Legislação e características de identidade do azeite de oliva

De acordo com a RDC nº 270 da ANVISA, de 22 de setembro de 2005, é definido

o azeite de oliva como o produto obtido dos frutos da oliveira (Olea europaea L.),

excluídos os óleos obtidos através de solventes ou processos de reesterificação e ou

qualquer mistura de outros óleos (BRASIL, 2005).

A Resolução nº 482 da ANVISA, de 23 de setembro de 1999, republicada em 20

de junho de 2000, regulamenta o setor de óleos vegetais comestíveis comercializados no

país. Estabelece limites máximos e mínimos que devem ser seguidos para alguns

parâmetros físico-químicos e compostos presentes nos óleos, responsáveis pela sua

identidade, qualidade e pureza. Valendo também para a classificação dos diferentes tipos

de azeite de oliva (BRASIL, 2000).

Na nova legislação brasileira considera como principais parâmetros de qualidade

para classificação do azeite de oliva a acidez livre, índice de peróxido e o coeficiente de

extinção específica no ultravioleta. Define-se em específico que o azeite de oliva extra

virgem deve apresentar valores menores ou iguais a 0,8 g/100 g em ácido oleico

(BRASIL, 2010).

Os limites de parâmetros de identidade e qualidade para azeites de oliva extra

virgem de relevância para este projeto estão expressos na Tabela 1 de acordo com a RDC

nº 270 da ANVISA, de 22 de setembro de 2005.

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Tabela 1. Parâmetros de identidade e qualidade para azeites de oliva extra virgem.

Produto Azeite de oliva extra virgem

Acidez em ácido oleico (g/100g) 0,8

Índice de refração 1,4675 – 1,4705

Índice de peróxido (mEq /kg) 20

Índice de saponificação (mg KOH/g) 184 – 196

Fonte: BRASIL (2005)

3.5 Degradação e estabilidade do azeite

A principal causa de deterioração do azeite de oliva, assim como os óleos vegetais

de modo geral, é a oxidação lipídica, que ocorre geralmente durante o armazenamento

por interações entre ácidos graxos insaturados e moléculas de oxigênio, levando a

formação de compostos primários (hidroperóxidos) e compostos secundários (aldeídos,

cetonas, álcoois e hidrocarbonetos), causando alterações no tempo de vida útil,

características sensoriais e nutricionais do produto (SOUZA, 2017; BOTTI, 2014).

De acordo com Faria (2012) os lipídeos são suscetíveis à oxidação com maior

facilidade quando expostos em determinadas condições como relatados abaixo:

Luz – favorece a reação dos ácidos graxos insaturados com o oxigênio;

Temperatura – pode haver a formação de peróxidos e consequente decomposição

em aldeídos e cetonas se expostos a temperaturas superiores a 20°C;

Oxigênio – o processo de degradação do azeite é maior quando estiver em contato

com o oxigênio;

Metais – a presença de metais no azeite produz um efeito catalisador de auto

oxidação e rancificação do azeite, podendo até promover um sabor metálico;

Enzimas – a presença de enzimas aumenta a acidez do azeite.

A estabilidade oxidativa de um azeite é expresso em horas, sendo definido como

o tempo necessário para o óleo começar a mostrar sinais de rancificação. Além das

condições descritas, as características próprias do azeite também influenciam nesse

processo, como o grau de insaturação, teor de antioxidantes, estado de oxidação, dentre

outros. As alterações químicas mais importantes que ocorrem em azeites são a rancidez

hidrolítica e a rancidez oxidativa (FARIA, 2012; JORGE, 2010).

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A rancidez hidrolítica é resultado da hidrólise das ligações ésteres por lipases ou

pela combinação da umidade e do calor, que hidrolisam os triacilglicerídeos, sendo

responsáveis pelo aumento de acidez do azeite, esse processo ocorre normalmente antes

da extração do óleo de oliva. A formação de peróxidos e hidroperóxidos ocorre através

das enzimas peroxidases e lipoxigenases que também degradam o azeite (FARIA 2012;

BOTTI, 2014).

O processo de foto-oxidação ocorre na presença de luz, podendo ser natural ou

artificial, fazendo com que a energia transferida para a molécula de oxigênio triplete (3O2)

se transforme em oxigênio singlete, tornando-se apto para reagir com as moléculas de

ácido graxo com dupla ligação formando compostos de degradação (hidroperóxidos,

álcoois, aldeídos, entre outros). O mecanismo de foto-oxidação faz com que o azeite

apresente uma pigmentação mais amarelada e pode ocorrer mais rápido que a oxidação

(SILVA, 2011; ARAÚJO, 2008).

De acordo com Souza (2017) o processo de auto oxidação ocorre pela ação dos

radicais livres em três etapas:

Iniciação: na presença de luz e calor, os ácidos graxos perdem um átomo de

hidrogênio instável formando os radicais livres.

Propagação: os radicais livres recém formados reagem com o oxigênio

formando peróxidos. Estes reagem com outros ácidos graxos produzindo

hidroperóxidos. Esse processo ocorre até se esgotarem os ácidos graxos

insaturados.

Término: são responsáveis pelo surgimento de odores e sabores

desagradáveis, ranço e cor amarelada devido aos produtos estáveis gerados

pela combinação entre os radicais livres.

Desta forma é de suma importância controlar as condições de armazenamento do

produto a fim de se retardar as reações indesejáveis e, consequentemente, preservar a

qualidade do azeite de oliva.

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3.6 Parâmetros analíticos

A determinação das características dos azeites permite inferir sobre a sua

classificação bem como a sua qualidade e possíveis adulterações. Esta caracterização é

efetuada através do conhecimento de diversos parâmetros, alguns deles são a

determinação dos índices de acidez, peróxidos, refração e saponificação, sendo estes os

utilizados neste trabalho (MARQUES, 2015).

No Brasil esses métodos podem ser encontrados no compendio “Métodos físico-

químicos para análise de alimentos” produzido pelo Instituto Adolfo Lutz (SOUZA,

2018).

A acidez de um azeite é consequência da ruptura dos triacilgliceróis, devido a uma

reação de hidrólise, com formação de ácidos graxos livres. Pode ser expressa como índice

de acidez, que se refere à quantidade em mg de álcali necessária para neutralizar os ácidos

graxos livres em 1g de amostra. O grau de acidez é uma medida relacionada com o

conteúdo (g/100g) de ácidos graxos livres, determinado em relação a um ácido graxo

específico predominante na amostra. O índice de acidez é um dos principais parâmetros

usados para classificar o azeite de oliva como extra virgem (FARIA, 2012).

O índice de refração é característico de cada tipo de óleo e está relacionado com

o grau de insaturação e com o tamanho da cadeia de ácidos graxos. Entretanto, são

dependentes de fatores como o teor de ácidos graxos livres, os compostos de oxidação e

o tratamento térmico. Com o aumento da temperatura há uma diminuição no índice de

refração (RIOS; PEREIRA; ABREU, 2013).

O elevado valor do índice de refração indica a presença de um grande número de

ligações duplas e, consequentemente, um elevado grau de insaturação. Adicionalmente,

pode também indiciar a presença de impurezas. Deste modo, torna-se útil não só para

identificar a substância, mas também para detectar a presença de impurezas (MARQUES,

2015; MARTINS et al., 2010).

A presença de peróxidos deve-se a vários fatores tais como as elevadas

temperaturas, a exposição a oxigênio por períodos prolongados, dentre outros. A

determinação do índice de peróxido é utilizada como indicador de qualidade,

monitorando a deterioração oxidativa, sendo esta influenciada pelas insaturações dos

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ácidos graxos e pela quantidade de antioxidantes presentes. Valores altos deste índice são

indicativos da degradação do azeite, geralmente devido a manipulação inadequada da

azeitona ou deficiente preservação do azeite (MARQUES, 2015).

Os antioxidantes presentes no azeite reagem com os radicais livres resultantes do

processo oxidativo. Supostamente, o índice de peróxidos aumenta apenas quando os

antioxidantes existentes são insuficientes para compensar a formação desses radicais, ou

seja, no estado inicial existe um equilíbrio entre a taxa de formação de peróxidos e a sua

taxa de degradação (FARIA, 2012; MARQUES, 2015).

O índice de peróxido é medido em termos de miliequivalentes (mEq) de oxigênio

ativo por Kg de gordura. O limite legal para este parâmetro é de 20 mEq/Kg de azeite

para azeites virgem extra segundo o Regulamento (CE) N.º 2568/91 e suas alterações

(FARIA, 2012).

O índice de saponificação reflete o comprimento das cadeias de ácidos graxos. É

referido como a quantidade em miligramas de hidróxido de potássio necessários para

saponificar 1g de amostra (SOUZA, 2018).

Este índice indica a quantidade relativa de ácidos graxos de alto e baixo peso

molecular obtidos após a saponificação sendo inversamente proporcional ao peso

molecular dos ácidos graxos presentes e ao comprimento da sua cadeia. Deste modo, os

ácidos graxos de maior peso molecular, que por sua vez possuem cadeias longas, liberam

um menor número de ácidos graxos por grama de gordura hidrolisada e, por

consequência, apresentam um índice de saponificação mais baixo (MARQUES, 2015).

Essa medida é útil para identificar adulteração por outros óleos ou gorduras

contendo ácidos graxos com tamanhos diferentes daqueles que deveriam ter ou até mesmo

com material insaponificável, como parafina e óleo mineral (SOUZA, 2018).

3.7 Estocagem e sistemas de embalagens

A embalagem em que o azeite será acondicionado requer barreiras efetivas ao

oxigênio, umidade, à radiação, resistência à carga vertical e ao colapso, sendo capaz de

manter suas propriedades, que devido ao passar do tempo e estocagem ocorre alterações

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como o aumento da acidez, perdas de compostos aromáticos e da coloração (PISCOPO;

POIANA, 2012).

A embalagem deve ser projetada com o objetivo de obter melhor estabilidade à

oxidação e assegurar uma vida útil adequada. Três fatores são importantes para a escolha

de materiais de embalagem: impermeabilidade ao óleo, impermeabilidade aos gases e

proteção contra luz (SILVA, 2011).

Para reduzir a permeabilidade do oxigênio atmosférico e consequentes problemas,

há opções de utilização de tecnologias de barreira aos gases. O uso de sequestradores de

oxigênio e aplicação de revestimentos tendem a reduzir a permeabilidade do oxigênio,

prolongando a estabilidade dos alimentos devido à redução das reações de oxidação

(BOTTI, 2014).

A escolha do polímero a ser utilizado na fabricação da embalagem, o processo de

fabricação e a distribuição da espessura do polímero na embalagem irão definir a

quantidade de oxigênio que irá se propagar através do material (OLIVEIRA, 2006).

Nos últimos anos, as embalagens plásticas (principalmente o PET) vem sendo

muito utilizados nos mercados de óleos comestíveis, por possuírem características

termoplásticas, transparência, boa resistência mecânica, estabilidade dimensional e

química, baixo custo de produção e baixo peso. No entanto, eles oferecem proteção

limitada ao óleo devido a propriedades de barreira menos superiores em comparação ao

vidro e à folha de flandres (SOUZA, 2017; RABABAH et al., 2011).

Os materiais mais utilizados para o acondicionamento de azeites são as

embalagens de vidro, as metálicas e as plásticas. Entretanto, para maior relevância, a

realização deste trabalho foi avaliada somente as embalagens metálicas e de vidro, por

serem consideradas as mais utilizadas para o acondicionamento do azeite de oliva

(RABABAH et. al., 2011).

3.7.1 Embalagens de Vidro

O vidro, ainda nos dias atuais, é uma das embalagens mais utilizadas para

armazenamento de azeite de oliva, devido a boa proteção mecânica ao seu conteúdo,

material totalmente reciclável, boa inércia química e física, versatilidades de volumes,

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impermeabilidade aos gases e à água, além de ser esteticamente superior e possuir grande

apelo comercial. No entanto apresenta algumas desvantagens como o peso, fragilidade e

a ocorrência de fraturas (SOUZA, 2017).

O vidro é um material inerte e impermeável aos gases, mas o seu efeito protetor

contra a luz pode variar. Os consumidores geralmente preferem vidro transparente,

porque permite a visualização do azeite, o que, no entanto, não é recomendado uma vez

que a foto-oxidação ocorre facilmente em vidro transparente (SILVA, 2011).

3.7.2 Embalagens metálicas

As latas de folha-de-flandres oferecem proteção total contra a luz, ao oxigênio, ao

vapor de água e micro-organismos, além de alta resistência a diversos tipos de danos

mecânicos. Na conservação dos alimentos a opacidade presente no interior da embalagem

metálica é uma característica de grande importância, por prevenir alterações induzidas

pela luz e radiação ultravioleta. O interior da lata é revestido com resinas que protegem o

metal da corrosividade do produto (OLIVEIRA, 2006).

A vida de prateleira da maioria dos produtos enlatados é determinada

principalmente pela taxa de corrosão da embalagem. Há alimentos que, por sua vez,

apresentam menor corrosividade, nestes casos, a previsão para o fim de sua vida de

prateleira ocorre de acordo com as deteriorações das características sensoriais e perdas de

valor nutritivo do produto (SILVA, 2011).

Essas embalagens têm algumas desvantagens como a redução dos atributos

sensoriais e grande quantidade de material sedimentado nas latas após 60 dias em

armazenamento à temperatura ambiente de aproximadamente 25ºC (RABABAH, et. al.,

2011).

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4. MATERIAS E MÉTODOS

As análises do azeite de oliva extra virgem foram realizadas no Laboratório de

Panificação, pertencente ao Curso de Engenharia de Alimento do Instituto de Ciências

Exatas e da Terra da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Araguaia, Unidade

II.

4.1 Obtenções das amostras

As amostras foram obtidas a partir de quatro marcas diferentes, as quais, foram

selecionadas e adquiridas em hipermercados da região de Barra do Garças- MT,

apresentando como critério inicial de escolha, marcas de azeites de oliva extra virgem

que possuíam o mesmo produto em embalagens metálicas e embalagens de vidro âmbar.

4.2 Análises Químicas

Todas as análises foram realizadas de acordo com os padrões técnicos

estabelecidos segundo o Instituto Adolfo Lutz (2008). Para maior confiabilidade dos

resultados, realizou-se as análises em triplicata.

Para avaliação química dos azeites de oliva extra virgem foram realizadas as

seguintes análises: Índice de acidez, Índice de refração, Índice de peróxido e Índice de

saponificação.

As marcas analisadas foram identificadas por letras (A, B, C e D) e os tipos de

embalagens foram identificadas por números, sendo 1 para vidro e 2 para metal.

4.2.1 Índice de Acidez (IA)

Para determinação do índice de acidez foi coletado uma amostra de cerca de

5,00±0,05g de cada produto e adicionou-se 25mL de etanol para solubilizar a amostra.

Em seguida, aplicou-se 2 gotas de indicador fenolftaleína para a titulação com solução

aquosa de hidróxido de sódio 0,1M até atingir a coloração rósea. Realizou-se uma prova

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em branco nas mesmas condições descritas, sem a presença da amostra. O cálculo do

índice de acidez foi realizado de acordo com as equações (1) e (2).

Acidez em ácido oleico, por cento, v/m = [(𝑉𝐴− 𝑉𝐵)×𝐹𝐶 × 𝑀 ×28,2

𝑃] (1)

Índice de acidez (mg KOH/g) = [(𝑉𝐴− 𝑉𝐵)×𝐹𝐶 × 𝑀 ×28,2

𝑃] × 1,99 (2)

Em que:

𝑉𝐴- volume da solução de hidróxido de sódio gasto na titulação da amostra (mL);

𝑉𝐵- volume da solução de hidróxido de sódio gasto na titulação do branco (mL);

M - é a concentração da solução de hidróxido de sódio 0,1N;

P - é a massa da amostra (g);

FC - fator de correção da solução de hidróxido de sódio.

4.2.2 Índice de Peróxido (IP)

Para determinação do índice de peróxido coletou-se uma amostra de

aproximadamente 5,00±0,05 g de cada produto e dissolvido em 30 mL de uma solução

de ácido acético-clorofórmio (3:2 v/v) em um erlenmeyer de 250 mL, em seguida, houve

a adição 0,5 mL de solução saturada de iodeto de potássio. A mistura ficou em repouso

por aproximadamente um minuto e em seguida adicionou-se 30 mL de água destilada e

0,5 mL de solução de amido a 1% (m/v). As amostras foram tituladas com solução aquosa

de tiossulfato de sódio 0,01N (Na2S2O3), até o desaparecimento da coloração azulada.

Realizou-se uma prova em branco nas mesmas condições descritas, sem a presença da

amostra. O índice de peróxido vai ser calculado segundo a Equação (3).

Índice de Peróxido (mEq /kg) = [𝑁 ×(𝑉𝐴−𝑉𝐵)×1000

𝑃] (3)

Em que:

N - é a normalidade da solução de Na2S2O3;

𝑉𝐴- volume da solução de Na2S2O3 consumido pela amostra (mL);

𝑉𝐵- volume da solução de Na2S2O3 consumido pelo branco (mL);

P - é a massa da amostra (g).

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4.2.3 Índice de Refração (IR)

Para determinação do índice de refração absoluto foi necessário o Refratômetro

de Abbé com escala-padrão, sendo necessário, inicialmente, a devida calibração de

acordo com as instruções do fabricante, utilizando água destilada e a padronização da

temperatura a 20ºC. Foram coletados uma alíquota das amostras, com o auxílio de uma

pipeta e, por fim, realizada as análises.

4.2.4 Índice de Saponificação (IS)

Para determinação do índice de saponificação coletou-se uma amostra de cerca de

2,00±0,02 g de cada produto e adicionou-se 20 mL da solução etanólica de hidróxido de

potássio (KOH). As soluções sofreram aquecimento sob refluxo por aproximadamente 30

minutos, em seguida, as soluções foram resfriadas e tituladas com uma solução aquosa de

ácido clorídrico 0,5mol L-1, utilizando solução etanólica de fenolftaleína a 1% (m/v) como

indicador. Realizou-se a titulação até o desaparecimento total da coloração rosa. Uma

prova em branco foi realizada nas mesmas condições descritas, sem a presença da

amostra. O índice de saponificação pôde ser calculado de acordo com Equação (4).

Índice de Saponificação (mg KOH/g) = [𝑁 × 𝐹 × (𝑉𝐵−𝑉𝐴) × 28,06

𝑃] (4)

Em que:

N - é a concentração da solução de HCl (mol L-1);

F- fator da solução de HCl 0,5 M;

𝑉𝐴- volume da solução de HCl gasto na titulação do branco (mL);

𝑉𝐵- volume da solução de HCl consumido pelo branco (mL);

P - é a massa da amostra (g).

4.3 Comparação de resultados

Após a realização das análises químicas, foi avaliado se os valores obtidos

encontravam-se de acordo com a legislação vigente e, a partir disso, realizou-se uma

análise sobre a influência da embalagem nos resultados finais.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

As etapas de acondicionamento e estocagem são essenciais para a conservação

dos diversos tipos de produtos e alimentos sendo uma importante condição de influência

para a sua qualidade final, há também outros fatores que interferem no produto, e

consequentemente na sua vida de prateleira. Esses fatores podem ser intrínsecos, quando

relacionados com as características próprias do alimento, ou extrínsecos, quando

relacionados com o ambiente no qual o alimento se encontra. Para o azeite de oliva, os

fatores vão das condições de clima e cultivo das oliveiras aos métodos de armazenamento.

O sistema de embalagem pode potencializar ou retardar as interações entre o azeite e o

ambiente (SOUZA, 2018; BOTTI, 2014).

Em se tratando da relevância das embalagens para azeites, uma das características

mais importantes é a propriedade de barreira contra agentes pró oxidantes tais como luz,

temperatura elevada e disponibilidade de oxigênio que provocam a oxidação e

consequente liberação de hidroperóxidos, que causam alterações nas características

sensoriais e nutricionais do azeite de oliva (BOTTI, 2014; ARAÚJO, 2018).

5.1 Acidez livre em ácido oleico

O teor de acidez é um parâmetro físico-químico importante na classificação do

azeite. Este parâmetro está diretamente relacionado com a natureza e qualidade da

matéria-prima, com a qualidade e o grau de pureza do azeite. A acidez pode ser

influenciada pelas características do terreno em que a oliveira está localizada, das

condições climáticas a que foi submetido o olival durante aquela safra, estágio de

maturação e estocagem das azeitonas, ação enzimática, qualidade da azeitona, sistema de

obtenção do azeite virgem, tipo de extração do azeite e processo de refino. O aumento da

acidez também pode ocorrer quando há uma combinação de algumas variáveis, tais como

temperatura e umidade (MELLO, PINHEIRO, 2012; CARDOSO et al., 2010).

Com relação a acidez, como apresentado na Tabela 2, os resultados das marcas A,

0,362 e 0,182%, e B, 0,347 e 0,273%, para vidro e metal, respectivamente, apresentaram

variações nos tipos de embalagens utilizadas. As azeitonas de cada marca de azeite extra

virgem provavelmente devem ter passado pelas mesmas condições de pré-colheita,

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colheita, extração e tratamento do produto só diferindo no tipo de embalagem utilizada.

Podemos observar pelos resultados uma interferência da embalagem de vidro devido aos

valores mais elevados de acidez, no entanto, apesar das diferenças, ambas as embalagens

apresentaram valores para o índice de acidez de acordo com a legislação vigente.

Tabela 2. Média da acidez em ácido oléico (%) dos azeites de oliva extra virgem de

acordo com os sistemas de embalagens.

Embalagens Marcas

A B C D

Vidro 0,362 0,347 * 0,302

Metal 0,182 0,273 0,299 *

*Marca não encontrada na embalagem em questão.

Para as marcas C e D não foi possível realizar a comparação do índice de acidez

para ambas as embalagens, pois no mercado obteve-se o azeite extra virgem apenas em

um tipo de sistema de embalagem.

De acordo com a RDC nº 270 da ANVISA, de 22 de setembro de 2005, as

amostras analisadas apresentam o índice de acidez dentro da faixa característica para

azeite de oliva tipo extra virgem, estando abaixo de 0,8%(BRASIL, 2005). Nas

embalagens dos azeites extra virgem é expresso que a acidez deve ser menor ou igual a

0,5%, estando todas de acordo com essa faixa característica também. Logo, indica-se que

os diferentes sistemas de embalagens não interferiram significativamente no índice de

acidez.

Os valores médios encontrados neste trabalho estão, relativamente, abaixo dos

relatados pelos autores Mello e Pinheiro (2012) onde obtiveram valores para duas

amostras diferentes de azeites de oliva extraídos da variedade Arbequina cultivada em

Caçapava do Sul (azeite 1) e em Cachoeira do Sul (azeite 2), com valores iguais a 0,38 e

0,40, respectivamente.

A análise de acidez é um parâmetro muito importante para avaliar alterações

sofridas pelo óleo em consequência de processos industriais ou inadequada conservação.

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20

A acidez livre encontrada em cultivares influencia diretamente na acidez final do azeite,

e quanto menor esta acidez, melhor a qualidade (MELLO, PINHEIRO, 2012; ALMEIDA,

2009).

O estudo realizado por Silva et al. (2012) obteve resultados de acidez dos azeites

de oliva próximos aos encontrados neste trabalho, onde 19 cultivares diferentes estudadas

apresentaram valores que variaram de 0,2 a 0,4%. Os índices de acidez baixos,

apresentados para as amostras analisadas, indicam que os azeites são provenientes de uma

matéria prima de boa qualidade.

5.2 Índice de Peróxido

O índice de peróxido é o método que indica o estado inicial de oxidação do azeite

e, também, as possíveis deteriorações que possam ter ocorrido, como o sabor e odor dos

azeites. A determinação do índice de peróxido baseia-se na determinação de todas as

substâncias que oxidam o iodeto de potássio a iodo em meio ácido. Estas substâncias são

consideradas como sendo peróxidos ou produtos similares provenientes do processo de

oxidação lipídica que em concentração razoável podem ser determinados por titulação

volumétrica, tendo os resultados expressos em termos de miliequivalentes de oxigênio

ativo por quilograma de gordura (mEq/Kg) (MELLO, PINHEIRO, 2012).

De acordo com a Tabela 3, os resultados das marcas A, 6,267 e 8,391 mEq/Kg, e

B, 5,688 e 7,063 mEq/Kg, para vidro e metal, respectivamente, apresentaram variações

nos tipos de embalagens. A partir destas informações pode-se observar que mesmo cada

marca de azeite passando, provavelmente, pelas mesmas condições de processamento,

ocorreu uma interferência da embalagem metálica sobre a de vidro, pois os valores nas

marcas analisadas apresentaram-se mais elevados. Apesar da diferença verificada, os

valores encontrados em ambas as embalagens analisadas, encontram-se dentro dos

padrões da legislação vigente.

As marcas C e D apresentaram resultados diferentes para o índice de peróxido

com relação aos sistemas de embalagens, no entanto, tais valores estão dentro do limite

permitido pela legislação vigente. Estes valores podem ter sido afetados pelos

condicionantes pós-colheita, pelo processo de extração, pela oxidação inicial, a

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21

rancificação do azeite ou a deterioração que pode ocorrer nos antioxidantes naturais,

como os tocoferóis e os polifenóis (CARDOSO et al., 2010).

Tabela 3. Média dos índices de peróxido (mEq/kg) dos azeites de oliva extra virgem de

acordo com os sistemas de embalagens.

Sistemas de

embalagem

Marcas

A B C D

Vidro 6,267 5,688 * 6,979

Metal 8,391 7,063 14,085 *

*Marca não encontrada na embalagem em questão.

De acordo com a RDC nº 270 da ANVISA, de 22 de setembro de 2005, as

amostras analisadas apresentam o índice de peróxido dentro da faixa característica para

azeite de oliva extra virgem, estando abaixo de 20 mEq/Kg (BRASIL, 2005). Logo,

indica-se que os diferentes sistemas de embalagens não interferiram no índice de peróxido

para as marcas analisadas.

Índices de peróxido próximo ao encontrado na marca C (14,085 mEq/kg) também

foram obtidos por Cardoso et al. (2010), para azeites de oliva de variedades produzidas

no estado de Minas Gerais, com valores que variaram de 11,15 (vd Ascolano 315) a 18,40

(vd 0004).

Segundo Silva et al. (2012) observou-se resultados próximos ao deste trabalho dos

índices de peróxido dos azeites de oliva extraídos de cultivares em Maria da Fé (MG),

onde variaram de 5,840 mEq/kg (cv. MGS MISS293) a 19,460 mEq/kg (cv. MGS

GRAP575).

Antoniassi et al. (1998) analisou diversas amostras de azeite de oliva que também

se aproximaram aos valores obtidos para índices de peróxido neste trabalho, dentre as que

se encontravam de acordo com a legislação podemos observar valores que variavam de

5,01 mEq/kg (amostra 11) a 17,03 mEq/kg (amostra 5).

Almeida (2009) estudou cinco marcas de azeite de oliva e também obteve

resultados próximos aos encontrados neste, variando de 4,43 mEq/kg (Marca FF) a 12,92

mEq/kg (Marca AD).

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22

5.3 Índice de Refração

O índice de refração de uma substância corresponde à relação da velocidade da

luz no vácuo e a velocidade da luz através da amostra analisada, sob temperatura

controlada a 20ºC, neste caso. É analisado através de um aparelho específico, denominado

refratômetro (ALMEIDA, 2009).

A determinação do índice de refração é característica para cada tipo de óleo,

dentro de certos limites. Está relacionado com o grau de saturação das ligações, entretanto

esse valor pode ser afetado pelo teor de ácidos graxos livres, por compostos de oxidação

e tratamento térmico. Este índice aumenta com o aumento do número de duplas ligações

conjugadas e com o tamanho da cadeia. Também valores altos do índice de refração

podem indicar a presença de possíveis impurezas. Conforme o índice de refração diminui

aumenta o grau de saturação (MELLO, PINHIERO, 2012; SILVA et al., 2012).

De acordo com a Tabela 4, pode-se observar que os resultados obtidos para índice

de refração nas marcas A e B, em ambas as embalagens analisadas foram idênticos. Neste

caso, os diferentes sistemas de embalagens não afetaram em nada a característica

analisada.

Tabela 4. Média dos índices de refração dos azeites de oliva extra virgem de acordo com

os sistemas de embalagens.

Embalagens Marcas

A B C D

Vidro 1,4680 1,4678 * 1,4675

Metal 1,4680 1,4678 1,4680 *

*Marca não encontrada na embalagem em questão.

Para as marcas C e D, o índice de refração absoluto a 20ºC apresentou variações

pequenas entre as marcas analisadas, de 1,4680 e 1,4670, respectivamente. Essa diferença

é previsível devido às diferentes condições de processamento e tratamento entre os

produtos.

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De acordo com a RDC nº 270 da ANVISA, de 22 de setembro de 2005, as

amostras analisadas apresentam o índice de peróxido dentro da faixa característica para

azeite de oliva extra virgem, estando os valores encontrados entre 1,4675 e 1,4705. Logo,

indica-se que os diferentes sistemas de embalagens novamente não interferiram no índice

de refração dos produtos analisados (BRASIL, 2005).

Segundo Oliveira et al. (2010), seu estudo apresentou resultados de refração

próximos ao deste trabalho das amostras de azeites de oliva adquiridos da Fazenda

Experimental da EPAMIG em Maria da Fé (MG), onde as nove amostras analisadas

apresentaram o valor de 1,4690, aceitável de acordo com a legislação.

Andrade et al. (2017) também apresentou valores de refração próximo aos

resultados encontrados neste trabalho, onde obtiveram o valor de 1,4682 para o azeite de

oliva provindos da região da Campanha.

5.4 Índice de Saponificação

O índice de saponificação é a quantidade de álcali necessário para saponificar uma

quantidade definida de amostra. Ele é expresso como o número de miligramas de KOH

necessário para saponificar 1g de amostra. É inversamente proporcional ao peso

molecular médio dos ácidos graxos dos glicerídeos presentes. É importante para

demonstrar a presença de óleos ou gorduras de alta proporção de ácidos graxos de baixo

peso molecular em mistura com outros óleos e gorduras. Quanto menor o peso molecular

do ácido graxo, maior será o índice de saponificação (MELLO, PINHIERO, 2012;

FLUENTES, 2011). Os resultados obtidos nesta análise, encontram-se na Tabela 5.

Tabela 5. Média dos índices de saponificação (mg KOH/g) dos azeites de oliva extra

virgem de acordo com os sistemas de embalagens.

Embalagens Marcas

A B C D

Vidro 118,625 122,494 * 129,028

Metal 123,355 127,081 128,267 *

*Marca não encontrada na embalagem em questão.

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Segundo a legislação brasileira RDC nº 270 da ANVISA, de 22 de setembro de

2005, e os valores de referência da Official Methods and Recommended Practices of the

American Oil Chemists' Society, o índice de saponificação para azeites de oliva deve estar

entre 184 e 196mg KOH/g (BRASIL, 2005; AOCS, 2004).

De acordo com a Tabela 5, as amostras de azeite extra virgem apresentaram

valores de índice de saponificação relativamente próximos entre si, porém abaixo da faixa

estabelecida pela legislação vigente, independente do sistema de embalagem utilizado.

As amostras variaram de 118,625 a 129,028, indicando que os azeites extra virgem

analisados contêm uma composição predominante em ácidos graxos de alto peso

molecular. No entanto, pelos valores obtidos, nota-se que a embalagem de metal

apresentou valores mais elevados para esta característica analisada. Para as marcas C e

D, não foi possível realizar a comparação dos diferentes sistemas de armazenamento,

devido à ausência do produto no mercado.

Índices de saponificação mais baixos que o limite mínimo legal também foram

obtidos por Cardoso et al. (2010), para azeites de oliva das variedades 0004 e Ascolano

315 produzidos no estado de Minas Gerais, com valores iguais a 100,80 e 115,72,

respectivamente.

Os autores Mello e Pinheiro (2012) também obtiveram valores abaixo do limite

mínimo legal, para duas amostras diferentes de azeites de oliva extra virgem, com valores

iguais a 152,00 e 142,22, para os azeites 1 e 2, respectivamente.

Trabalhos realizados por Gomes et al. (2003), mostraram que o índice de

saponificação do óleo de soja mostrou-se abaixo do preconizado pelas normas legais.

Portanto, alguns fatores, como a utilização de solvente para a extração, podem estar

influenciando essa medida.

Os resultados dos índices de saponificação podem indicar uma possível

adulteração nos azeites de oliva analisados. Entretanto, para haver essa certeza deveria

ser realizado outras análises para verificar adulteração tais como o índice de Bellier.

Segundo Mello e Pinheiro (2012) um índice de Bellier alto significa um azeite de oliva

misturado com outros óleos vegetais comestíveis, especialmente o óleo de amendoim

(CODEX, 2003).

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6. CONCLUSÕES

De acordo com os parâmetros que caracterizam o azeite de oliva tipo extra virgem,

conforme a ANVISA, Regulamentação Européia e Codex Alimentarium, os azeites

utilizados neste trabalho obtiveram resultados satisfatórios em três das quatro análises

realizadas, não apresentando interferência nos diferentes sistemas de armazenamento das

características avaliadas.

Para os índices de acidez e refração, as quatro marcas de azeite de oliva extra

virgem analisadas estavam de acordo com os parâmetros exigidos pela legislação vigente,

indicando, assim, que os diferentes sistemas de embalagens não interferiram na qualidade

do produto final.

Em relação ao índice de peróxido, as embalagens metálicas tiveram valores

superiores aos encontrados nas embalagens de vidro. Mesmo todas estando de acordo

com os parâmetros exigidos pela legislação vigente, esta diferença mostra uma certa

interferência, que talvez, a longo prazo se modifique.

Com relação ao índice de saponificação, todas as quatro marcas de azeite de oliva

extra virgem analisadas apresentaram-se fora do limite estabelecido pela legislação

vigente, apontando que os diferentes sistemas de embalagens não interferiram na

qualidade do produto final.

Considerando a demanda crescente e a distribuição global de azeite de oliva extra

virgem é de fundamental importância ações efetivas e multidisciplinares que atuem na

conscientização e maior divulgação sobre os parâmetros e indicadores de qualidade do

produto.

Novos estudos poderão ser realizados a fim de utilizar outros métodos de análise

para comparação a longo prazo, em benefício aos consumidores.

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