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CAROÇO DE ALGODÃO EM DIETAS DE VACAS LACTANTES
Autor: Edvaldo Nascimento Costa Orientador: Prof. Dr. Fabiano Ferreira da Silva
ITAPETINGA BAHIA – BRASIL Dezembro de 2017
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA PROGRAMA DE POS GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
EDVALDO NASCIMENTO COSTA
CAROÇO DE ALGODÃO EM DIETAS DE VACAS LACTANTES
Tese apresentada, como parte das exigências para obtenção do título de DOUTOR EM ZOOTECNIA, no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
Orientador: Prof. Dr. Fabiano Ferreira da Silva
Co-orientadores: Prof. Dr. Robério Rodrigues Silva Prof. Dra. Sibelli Passini Barbosa Ferrão
ITAPETINGA BAHIA – BRASIL Dezembro de 2017
636.085
C871c
Costa, Edvaldo Nascimento.
Caroço de algodão em dietas de vacas lactantes. / Edvaldo Nascimento Costa. – Itapetinga-BA: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, 2017.
80 f.
Tese do Programa de Pós-Graduação de Doutorado em Zootecnia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB - Campus de Itapetinga. Sob a orientação do Prof. D. Sc. Fabiano Ferreira da Silva e co-orientação dos Prof. D. Sc. Robério Rodrigues Silva; Profa. D. Sc.Sibelli Passini Barbosa Ferrão.
1. Vacas lactantes – Alimentação – Caroço de algodão. 2. Nutrição animal – Caroço de algodão. 3. Caroço de algodão – Dieta – Vacas lactantes. I. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - Programa de Pós-Graduação de Doutorado em Zootecnia, Campus de Itapetinga. II. Silva, Fabiano Ferreira da. III. Silva, Robério Rodrigues. IV. Ferrão. Sibelli Passini Barbosa. V. Título.
CDD(21): 636.085
Catalogação na Fonte:
Cláudia Aparecida de Souza – CRB 1014-5ª Região
Bibliotecária – UESB – Campus de Itapetinga-BA
Índice Sistemático para desdobramentos por Assunto:
1. Vacas lactantes : Alimentação 2. Caroço de algodão 3. Nutrição animal
Não há nada nobre em ser superior ao seu semelhante. A verdadeira nobreza é ser
superior ao seu antigo eu.
Ernest Hemingway
Há algumas coisas que não se pode aprender rapidamente, e o tempo, que é só o de que
dispomos, cobra um preço alto pela aquisição delas. São as coisas mais simples do
mundo, e porque leva a vida inteira de um homem para conhecê-las, a pequena
novidade que cada homem extrai da vida custa muito caro e é a única herança que ele
poderá deixar. (Morte ao Entardecer)
Ernest Hemingway
iii
Aos meus amados pais, Humberto Costa (in memorian) , Orleide Vieira do Nascimento
Costa, pela vida, pelo apoio, carinho, amor, incentivo, peça fundamental e exemplo de
vida;
À minha esposa, Gabriele Pitta, pela paciência,
companhia, pelo carinho e amor;
Aos meus filhos, Pedro e João Costa,
meus bens mais preciosos;
A minha tia/mãe Maria da Glória e ao meu irmão, Matheus Costa,
que sempre apoiaram minha caminhada;
A toda minha família e amigos.
DEDICO...
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, pelo dom da vida e por ter guiado os meus passos nessa trajetória;
À Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Campus de Itapetinga, por ter me
dado mais uma oportunidade de continuar a realização de minha formação
profissional;
Ao professor e orientador D.Sc. Fabiano Ferreira da Silva, pela oportunidade em
desenvolver o trabalho,pelo desafio, pela confiança, sempre acessível, e, além de tudo
pela simplicidade e a forma de transmitir os seus conhecimentos;
Aos co-orientadores, D.Sc. Robério Rodrigues Silva e Sibelli Passini Barbosa Ferrão,
pela orientação, incentivo e confiança;
Aos membros da banca, pelo tempo disponibilizado para ajudar na construção desse
sonho;
A Alex Schio, pela humildade de pessoa e por estar sempre disposto a ajudar a todos;
Aos funcionários da UESB: Setor de Bovinocultura, Adenilson Lima“Pelezinho”,
Juracy Brito e Jenilson da Silva “Tim”, sempre presentes durante todo o experimento
de campo;
Ao parceiroJosé Queiroz “Zé de Lioba”, servidor do Laboratório de Forragicultura da
UESB, pela amizade, confiança e pelo auxilio nas análises químico-bromatológicas;
Aos amigos de PPZ, Dicastro Dias, Murilo Meneses “Gedel”, Bismarck Moreira....
obrigado pela amizade, força e pelo suporte;
Aos amigos e colaboradores, Agnaldo Rios “Perna”, Jemima Fialho, Thatiane Mota,
Wendel Bispo “Cria”, minha gratidão;
A todos que, de alguma forma, contribuíram para que eu concluísse essa etapa.
Muito obrigado a todos!!!
v
BIOGRAFIA
EDVALDO NASCIMENTO COSTA, filho de Humberto Costa e Orleide Vieira
do Nascimento Costa, nasceu em 24 de março de 1981, em Itabuna, Bahia.
Em 2000, iniciou o curso de graduação em Engenharia de Alimentos na
Universidade Estadual da Bahia – UESB, campus de Itapetinga Bahia, em 03 de março
de 2014, concluindo-o em setembro de 2005.
Em 2009, iniciou o curso de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos stricto
sensu, em nível de Mestrado, pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia –
UESB, Campus de Itapetinga, sob a orientação da Professora Doutora Julliana Izabelle
Simionato. Em 2011, defendeu a referida dissertação, para obter o titulo de “Mestre em
Engenharia de Alimentos”.
Em 2014.1, iniciou o curso de Pós-Graduação em Zootecnia stricto sensu, em
nível de Doutorado, pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Campus
de Itapetinga, sob a orientação do Prof. Dsc. Fabiano Ferreira da Silva, submetendo-se à
defesa de Tese em 15 de dezembro de 2017, para obter o titulo de “Doutor em
Zootecnia”.
vi
SUMÁRIO
Página LISTA DE TABELAS...................................................................................... viii
RESUMO.......................................................................................................... x
ABSTRACT...................................................................................................... xii
I – INTRODUÇÃO........................................................................................... xiv
II – REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................... 1
1. O ALGODÃO EM CAROÇO............................................................. 1
2. CARACTERÍSTICAS DO CAROÇO DE ALGODÃO E SUA
UTILIZAÇÃO NA ALIMENTAÇÃO DE VACAS EM LACTAÇÃO....... 3
3. FATORES NUTRICIONAIS QUE AFETAM A COMPOSIÇÃO
DE PROTEÍNA, GORDURA E LACTOSE DO LEITE.................................. 7
3.1- Gordura..................................................................................... 8
3.2- Proteína...................................................................................... 9
3.3- Lactose....................................................................................... 11
4- ÁCIDOS GRAXOS PRESENTES NA GORDURA DO LEITE....... 11
4.1- Influencia da alimentação nos ácidos graxos do leite........... 12
4.2- ÁCIDO LINOLÉICO CONJUGADO (CLA)........................... 14
5- Colesterol............................................................................................ 16
III-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................ 18
IV-OBJETIVOS GERAIS................................................................................. 26
V-MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................... 27
5.1 Local e período de avaliação experimental...................................... 27
5.2 Caracterizações do clima.................................................................. 27
5.3 Delineamento experimental.............................................................. 28
5.4 Composições e proporção das dietas.............................................. 28
5.5 Produção de forragem...................................................................... 29
5.6 Produção de leite.............................................................................. 30
5.7 Análises químico-bromatológica..................................................... 31
5.8 Estimativa de consumo, digestibilidade e ganho de peso.................. 32
vii
5.9 Balanço de compostos nitrogenados.................................................. 33
5.10 Análises físico-químicas................................................................. 35
5.11 Análise de Ácidos Graxos.............................................................. 35
5.11.1 Extração dos Lipídios Totais do Leite................................ 35
5.11.2 Extração dos Lipídios Totais do Concentrado e do pastejo
simulado..................................................................................................... 35
5.11.3 Preparação de Ésteres Metílicos de Ácidos Graxos............. 36
5.11.4 Análise Cromatográfica dos Ésteres de Ácidos Graxos........ 36
5.11.5 Identificação dos ésteres metílicos........................................ 37
5.11.6 Avaliação da resposta do detector de ionização de chama.... 37
5.11.7 Quantificação dos ésteres metílicos....................................... 38
5.12 Índice de Qualidade Nutricional dos Lipídios do Leite in Natura... 38
5.13 Índices de Atividade da Enzima Δ9-Dessaturase............................ 39
5.14 Extração e análise do colesterol do Leite....................................... 39
5.15 Análise estatística............................................................................ 40
V – RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 41
VI – CONCLUSÕES ....................................................................................... 68
VII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................... 69
viii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1. Sobras de caroço de algodão após consumo 42
ix
LISTA DE TABELAS
Página
TABELA 1. Temperatura média, médias das temperaturas máximas (TMAX) e mínimas (TMIN) e precipitação pluviométrica total, por mês, observadas durante a fase experimental............................................................................... 27
TABELA 2. Proporções de ingredientes dos concentrados, com base na matéria seca para vacas lactantes alimentadas com diferentes níveis de caroço de algodão....................................................... 28
TABELA 3. Composição químico-bromatológicas e razão volumoso:concentrado............................................................... 29
TABELA 4. Disponibilidade e oferta de forragem referente aos períodos experimentais, proporções dos componentes do capim Brachiaria decumbens e razão folha/colmo............................. 30
TABELA 5. Perfil lipídico do pastejo simulado e do concentrado consumido.................................................................................. 35
TABELA 6. Consumo de matéria seca e dos nutrientes de vacas lactantes recebendo níveis de caroço de algodão na dieta..................... 41
TABELA 7. Coeficiente de digestibilidade da matéria seca e dos nutrientes, em vacas lactantes alimentadas com níveis de caroço de algodão....................................................................... 45
TABELA 8. Desempenho de vacas lactantes alimentadas com diferentes níveis de caroço de algodão na dieta ........................................ 47
TABELA 9. Balanço de compostos nitrogenados de vacas lactantes alimentadas com dietas contendo diferentes níveis de caroço de algodão na dieta..................................................................
50
TABELA 10. Concentrações de N uréico de vacas lactantes recebendo diferentes níveis de níveis de caroço de algodão na dieta.......................................................................................... 51
TABELA 11. Produção de proteína microbiana e eficiência microbiana de vacas lactantes recebendo diferentes níveis de caroço de algodão na dieta.......................................................................... 54
TABELA 12. Resultados médios das análises físico-químicas do leite in natura de vacas alimentadas com diferentes níveis de caroço de algodão.................................................................................. 55
TABELA 13. Ácidos graxos saturados (mg.g-1)e em leite de vacas lactantes alimentadas com diferentes níveis de caroço de algodão......... 58
x
TABELA 14. Ácidos graxos mono e poliinsaturados (mg.g-1)e em leite de vacas lactantes alimentadas com diferentes níveis de caroço de algodão................................................................................. 60
TABELA 15. Níveis de ácidos linoléico conjugado em mg.g-1 de lipídios no leite de vacas lactantes alimentadas com diferentes níveis de caroço de algodão na dieta......................................................... 61
TABELA 16. Valores médios relativos aos somatórios de ácidos graxos, índices de qualidade nutricional e de atividade da enzima Δ9-dessaturase para as amostras de leite in natura.................................... 63
TABELA 17 Níveis de colesterol no leite de vacas lactantes alimentadas com diferentes níveis de caroço de algodão...........................
66
xi
RESUMO
COSTA, Edvaldo Nascimento. Caroço de algodão em dietas de vacas lactantes. Itapetinga, BA: UESB, 2017. 80p. Tese. (Doutorado em Zootecnia, Área de Concentração em Produção de Ruminantes).* Objetivou-se avaliar os diferentes níveis de inclusão de caroço de algodão integral na alimentação de vacas leiteiras em pastejo, e seus efeitos sobre o consumo e a digestibilidade dos nutrientes, produção e composição do leite, balanço de compostos nitrogenados, perfil lipídico e colesterol do leite. O experimento foi desenvolvido na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, Campus Itapetinga-Bahia, no período de março a junho de 2015. Foram utilizadas 5 vacas mestiças Holandês x Zebu (grau de sangue variando de ½ a ¾ de sangue H x Z), de terceira ou quarta lactação, com produção média anterior entre 3.000 e 4.000 kg.lactação-¹, ajustado para 300 dias, com peso corporal médio de 465,16 kg ± 65,45 kg. Elas foram manejadas em uma área formada de Brachiaria decumbens. As vacas foram selecionadas também para dias em lactação entre 80 e 120 dias no início do período experimental, distribuídas em um Quadrado Latino 5 x 5. O experimento foi dividido em cinco períodos experimentais, com duração de 21 dias cada, sendo os primeiros 16 dias considerados de adaptação, e os 5 últimos para coleta de dados. As dietas foram constituídas com níveis de inclusão de caroço de algodão integral (0, 6, 12, 18 e 24%) na dieta total. O consumo de matéria seca e a digestibilidade dos nutrientes foram estimados a partir da produção fecal, com o auxílio de um indicador interno, fibra em detergente neutro indigestível (FDNi) e um indicador externo (óxido de cromo). As análises de perfil lipídico e colesterol foram determinadas a partir de cromatografia gasosa e cromatografia liquida, respectivamente. O consumo de matéria seca total, consumo de matéria seca da forragem, consumo de fibra em detergente neutro, corrigido para cinzas e proteína, o consumo de matéria seca e de consumo de fibra em detergente neutro corrigido para cinzas e proteína, ambos em porcentagem do peso corporal, não apresentaram diferença entre os tratamentos. O consumo de matéria seca do concentrado e consumo de proteína bruta apresentaram efeito quadrático com máximo de consumo a 12% de fornecimento de caroço de algodão integral. O consumo de extrato etéreo apresentou efeito linear crescente, com o aumento dos níveis de inclusão do caroço de algodão. A digestibilidade da matéria seca total, consumo de carboidrato não fibroso, assim como a digestibilidade do carboidrato não fibroso, consumo de nutrientes digestíveis totais apresentaram efeito linear decrescente. Não houve diferença na composição do leite, no entanto a produção de leite foi afetada pela inclusão do caroço de algodão, apresentando um efeito quadrático. As concentrações de nitrogênio uréico no plasma e no leite, bem como produção de proteína microbiana e eficiência microbiana, não sofreram influência pelos níveis de inclusão do caroço de algodão integral. O balanço de compostos nitrogenados apresentou efeito quadrático sobre o nitrogênio ingerido, nitrogênio nas fezes, nitrogênio na urina e nitrogênio no leite, mas não houve efeito sobre o nitrogênio retido. O colesterol do leite não foi influenciado pela dieta. Quanto ao perfil lipídico, todos os ácidos graxos saturados e monoinsaturados apresentaram efeito linear decrescente. Os ácidos graxos poliinsaturados não foram influenciados pelos tratamentos. A qualidade nutricional da fração lipídica foi afetada pelos tratamentos, apresentando um efeito quadrático sobre o índice de aterogenicidade e de índice de trombogenicidade e o aumento da razão de ácidos graxos poliinsaturados e ácidos graxos saturados.
xii
Recomenda-se a inclusão de até 12% do caroço de algodão na dieta total de vacas lactantes sob pastejo, pois até esse nível o desempenho produtivo dos animais mantém níveis de produção de leite e de consumo de matéria seca do concentrado, devido à aceitação do caroço de algodão integral, assim como mantém os níveis de qualidade nutricional da fração lipídica. Palavras-chave: cromatografia, subproduto e leite.
___________________________ *Orientador: Fabiano Ferreira da Silva, Dr. UESB, Co-orientador: Robério Rodrigues Silva, Dr. UESB e Sibelli Passini Barbosa Ferrão Dra. UESB.
xii
ABSTRACT
COSTA, Edvaldo Nascimento. Cottonseed in the diets of lactating cows. Itapetinga-BA: UESB, 2017. 80p. Thesis. (PhD in Animal Science, Area of concentration in Ruminant Production). * The objective of this study was to evaluate the different levels of inclusion of whole cottonseed in the diet of dairy cows on grazing and their effects on nutrient intake and digestibility, milk production and composition, nitrogen balance, lipid profile and milk cholesterol . The experiment was carried out at the State University of the Southwest of Bahia (UESB, Campus Itapetinga-Bahia), from March to June 2015. Five crossbred Holstein x Zebu cows were used (blood level ranging from ½ to ¾ H x Z blood ), of third or fourth lactation, with a previous average production between 3,000 and 4,000 kg.lactation-¹, adjusted for 300 days, with a mean body weight of 465.16 kg ± 65.45 kg, they were managed in a formed area of Brachiaria decumbens. Cows were also selected for lactation days between 80 and 120 days at the beginning of the experimental period, distributed in a 5 x 5 Latin Square. The experiment was divided into five experimental periods, each lasting 21 days, the first 16 days considered for adaptation and the last 5 for data collection. The five diets were constituted with inclusion levels of integral cotton seedlings (0, 6, 12, 18 and 24%) in the total diet. The dry matter intake and nutrient digestibility were estimated from fecal production, verified using an internal indicator denominated as indigestible neutral detergent fiber (NDF) and an external indicator (chromium oxide). The lipid and cholesterol profile analyzes were determined from gas chromatography and liquid chromatography, respectively. Total dry matter intake, forage dry matter intake, neutral detergent fiber corrected for ash and protein all expressed in kilograms per day, dry matter intake and neutral detergent fiber intake corrected for ash and protein both in percentage of the corporal weight, did not present difference between the treatments. The dry matter intake and crude protein consumption showed a quadratic effect with maximum consumption at 12% of total cotton seed supply. The consumption of ethereal extract showed an increasing linear effect, with the increase of cotton seed inclusion levels. Total dry matter digestibility, nonfiber carbohydrate intake as well as non - fibrous carbohydrate digestibility and total digestible nutrient intake showed a linear decreasing effect. There was no difference in milk composition, however milk production was affected by the inclusion of the cotton seed presenting a quadratic effect. Concentrations of urea nitrogen in plasma and milk as well as production of microbial protein and microbial efficiency were not influenced by the inclusion levels of whole cottonseed. Nitrogen compounds balance showed a quadratic effect on ingested nitrogen, nitrogen in the faeces, nitrogen in the urine and nitrogen in the milk, but there was no statistical effect on the nitrogen retained. Milk cholesterol was not influenced by diet. As for the lipid profile, all saturated and monounsaturated fatty acids had a linear decreasing effect, polyunsaturated fatty acids were not influenced by the treatments. The nutritional quality of the lipid fraction was affected by the treatments, presenting a quadratic effect on the rate of atherogenicity and thrombogenicity index and increase in the ratio of polyunsaturated fatty acids and saturated fatty acids. It is recommended to include up to 12% of cottonseed in the total diet of lactating cows under grazing, because up to this level the productive performance of the animals maintains good levels of milk production and dry matter
xiii
consumption of the concentrate due to the acceptance of the integral cotton core as well as maintains the levels of nutritional quality of the lipid fraction. Keywords: chromatography, by-product and milk. _____________________ * Advisor: Fabiano Ferreira da Silva, Dr. UESB e Co-supervisor: Robério Rodrigues Silva, Dr. UESB e Sibelli Passini Barbosa Ferrão Dra. UESB.
xiv
I –INTRODUÇÃO
A preferência do consumidor tem marcado o caminho a ser seguido na produção
de alimentos de origem animal neste século. O interesse em produtos saudáveis tornou-
se uma prioridade para a competitividade da pecuária no aspecto mundial. Há um
especial interesse na composição de gordura a partir dos produtos consumidos oriundos
dos ruminantes, uma vez que alguns dos seus componentes, ou a melhoria da relação
entre alguns deles, têm sido associados com efeitos positivos sobre a saúde humana
(Angulo et al., 2009).
A economia mundial passa boas transformações, bem como os hábitos
alimentares dos consumidores e seu poder econômico. Para os laticínios somente a
quantidade de gordura ou teor de sólidos não é mais interessante; para eles a agregação
de características saudáveis na composição do leite passa a ser mais atrativa, e se
acompanhada de um alto teor de sólidos melhor, pois gera mais rendimento aos
processos produtivos. Isso é um grande desafio para os profissionais envolvidos na
cadeia de produção animal, que precisam aliar produção, qualidade, desempenho e
custo de produção para também poder obter êxito em seu empreendimento.
Diante desse contexto, a alimentação de vacas de leite requer uma combinação
de conhecimento científico, criatividade e competências de gestão, de forma que
equilibre as necessidades dos microrganismos do rúmen e as necessidades do animal.
Os elevados custos das commodities agrícolas, aliadas à necessidade de se
buscar alternativas alimentares que não concorram com a alimentação humana ou de
animais não ruminantes, desperta o interesse da agroindústria na tentativa de reduzir os
custos, manter o desempenho animal e aumentar a rentabilidade do sistema produtivo
(Parsons et al., 2009)
No que diz respeito à formulação de rações utilizando subprodutos de diversas
indústrias e agroindústrias, torna-se cada vez mais imprescindível no sistema de
produção animal, gerando impacto positivo no âmbito de pesquisa técnico-cientifica,
além de assegurar, aos produtores de leite, uma nova fonte de alimentação alternativa e,
muitas vezes, de baixo custo, dependendo da disponibilidade da região, sendo que a
substituição de ingredientes tradicionais, como o milho, por outros de menor custo deve
ser considerada, caso haja benefícios em termos econômicos e nutricionais (Iamaizumi,
2010). Assim, nesse segmento, o uso do caroço de algodão ganha destaque nas
xv
pesquisas integradas com diversas áreas, seja ela na nutrição animal e nutrição humana,
ou na engenharia de alimentos com nutrição animal.
A manipulação dietética de vacas leiteiras tem focalizado recentemente alguns
aspectos importantes para a indústria de laticínios que se constituem nos seguintes
desafios: produção de leite com menor teor de gordura, aumentando o grau de
insaturação, com incremento na concentração de ácidos graxos poliinsaturados (AGPI),
preservando os ácidos voláteis de cadeia curta, responsáveis pelo aroma dos produtos
lácteos, mantendo ou até mesmo aumentando o nível de produção de leite. Um
incremento nos ácidos graxos insaturados (AGI), juntamente com a redução nos ácidos
graxos saturados (AGS), causaria um impacto positivo na imagem do consumo de
produtos derivados do leite, que hoje ainda experimenta restrições ao seu consumo
(Soglia et al., 2003).
A formulação da dieta é um fator com efeitos favoráveis na absorção de
nutrientes, sobre prevenção e controle de doenças. Ingestão excessiva de gordura tem
sido, tradicionalmente, relacionada com o aumento da obesidade e doença
cardiovascular, o que levou a sua limitação na dieta. No entanto, não são atribuídos,
principalmente em ácido linoléico conjugado (CLA) e do ômega-3, efeitos positivos de
matéria gorda do leite para a saúde humana. Sua proporção pode ser alterada
dependendo da alimentação do gado leiteiro, com a ingestão de forragem de alta
qualidade o principal fator de influência (Vicente, 2009).
Objetivou-se avaliar níveis de inclusão de caroço de algodão em dietas para
vacas leiteiras sob pastejo em relação ao o consumo, digestibilidade, balanço de
nitrogênio, produção microbiana, produção, composição, níveis de colesterol e perfil de
ácidos graxos do leite.
1
II –REFERENCIAL TEÓRICO
1- O ALGODÃO EM CAROÇO
O algodoeiro pertence ao gênero Gossypium, da família Malvaceae, e conta com
mais de 50 espécies distribuídas nos continentes Asiático, Africano, Americano e
Oceania (Busoli et al., 2011). Nesses, o caroço de algodão é produzido em mais de 65
países, numa área total de 33,31 milhões de hectares, cerca de 18,55 milhões de
toneladas de algodão em pluma e cerca de 31,58 milhões de toneladas de sementes
(Beltrão, 2000).
Segundos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015),
o ranking dos principais produtores de algodão do país em relação à safra 2015, são:
Mato Grosso (2.308.000,0 toneladas), Bahia (1.123.000,1 toneladas) e Goiás (162.
000,0 toneladas), com participações na produção brasileira de 58, 28,2 e 4,1%,
respectivamente.
A espécie Gossypium hirsutum L., conhecida nos Estados Unidos como algodão
“Upland” e no Brasil denominada de algodoeiro “herbáceo” ou “anual”, é responsável
por mais de 90% da produção mundial de algodão (Busoli et al., 2011).
As cultivares (variedades) diferenciam-se quanto ao tamanho das fibras (curto,
médio e longo), ciclo curto (120-140 dias), ciclo longo (150-180 dias), porte alto ou
baixo, resistência ou susceptibilidade a doenças, entre outras características. As flores se
abrem a cada 3-6 dias, entre 9-10 horas da manhã. Os frutos (chamados maças quando
verdes e capulhos pós-abertura) são cápsulas de deiscência (abertura) longitudinal, com
3 a 5 lojas cada uma, encerrando 6 a 10 sementes. As sementes são revestidas por pelos
mais ou menos longos, de cor variável (creme, branco, avermelhado, azul ou verde),
que são fibras (os de maior comprimento) e línter (os de menor comprimento) (Oliveira
et al., 2007)
A produção de caroço de algodão em 2015 somou 2.348,6 mil toneladas, 13,1%
menor que em 2014, no qual a produção foi de 2.670,6 mil. Os preços baixos da pluma
no ano de 2015 e o aumento dos custos de produção desestimularam os produtores,
segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2016). Segundo o
IBGE (2015), um outro fator se serve ao mercado internacional de algodão, que ainda
2
reflete a queda de preço observado nas últimas quatro safras, reflexo, principalmente, da
política de subsídio chinês que busca aumentar a produção interna em detrimento das
importações.
No oitavo levantamento realizado pela CONAB em maio de 2016 aponta para a
redução na área plantada de 1,6% na temporada 2015/16, atingindo 960,4 mil hectares,
comparada com 976,2 mil hectares do exercício anterior. A Região Nordeste, segunda
maior produtora do país, será a responsável pela maior redução percentual na área
plantada com algodão para a temporada 2015/16 – 14,3%. Na Bahia, segundo maior
produtor nacional como dito anteriormente, estima-se que serão cultivados cerca de
240,6 mil hectares, representando redução de 14,4% em relação à temporada passada.
Para a safra 2015/16, estima-se que sejam produzidos 759,6 mil toneladas de caroço de
algodão em uma área de 240,6 mil ha.
Mesmo com a redução na produção de caroço de algodão e a alta procura das
esmagadoras, geram-se uma grandes possibilidades no uso desse, bem como no do
farelo, torta e casca, viabilizando o uso como fonte alternativa de nutrientes na
alimentação de animais. Segundo Imaizumi et al., (2010), a substituição de ingredientes
tradicionais, como o milho, por outros de menor custo deve ser considerada, caso haja
benefícios em termos econômicos e/ou nutricionais.
A crescente demanda pelo óleo de algodão fez com que muitas unidades
esmagadoras de caroço fossem instaladas nas regiões produtoras. Seu principal produto
é o óleo. Após o refino, o óleo de caroço de algodão se torna comestível, podendo ser
utilizado como óleo de cozinha ou aplicado na elaboração de outros produtos
alimentares, como a margarina e a maionese. Mas o óleo também pode ser
comercializado pelas esmagadoras na sua forma bruta, para a indústria de biodiesel,
mercado este que tem crescido rapidamente no Brasil.
Esse conjunto de aplicações comercialmente valorizadas torna o óleo de algodão
o segundo principal produto do algodoeiro, atrás somente da pluma (ABRAPA, 2014).
Atualmente, devido a preocupações quanto aos efeitos da utilização do caroço
sobre a qualidade da carne e do leite, e também devido ao aumento da demanda pela
indústria esmagadora, estima-se que apenas 20% do caroço produzido nas algodoeiras
sejam vendidos diretamente a confinadores, enquanto 75% são comprados pelas
esmagadoras e os outros 5% vão para a indústria de sementes (ABRAPA, 2014).
3
2- CARACTERÍSTICAS DO CAROÇO DE ALGODÃO E SUA
UTILIZAÇÃO NA ALIMENTAÇÃO DE VACAS EM LACTAÇÃO
Visando, principalmente, à produção de fibras para a indústria têxtil de onde é
retirada a pluma, a cultura do algodão também gera subprodutos, como o caroço, a torta
e o farelo, empregados em larga escala na alimentação animal, principalmente de
ruminantes (Borges, 1997).
O termo subproduto foi originado para caracterizar aqueles produtos resultantes
de um processamento industrial, no qual o objetivo final da produção é um outro
produto. O uso desse termo traz sempre alguma conotação negativa a esses alimentos.
Entretanto, quando analisados sob o prisma da nutrição, muitas vezes se apresentam
como fontes nutricionais com qualidades excepcionais, como o farelo de soja, caroço de
algodão (Meneghetti et al.,2008).
Atualmente a tendência é que passem a ser chamados de co-produto devido ao
valor agregado que possuem, pela maior atenção quanto ao controle de qualidade e o
potencial nutricional para formulação de rações (Ezequiel, 2006), evidenciados pelas
pesquisas e ampla utilização no cenário nacional.
Para os subprodutos, é importante observar o valor nutritivo e a qualidade, uma
vez que o sucesso ou insucesso vai depender muitas vezes das restrições ou limitações
que são apresentadas, influenciando no consumo, taxa de passagem e por fim, afetando
diretamente o desempenho animal (Pires et al.,2006).
O caroço de algodão tem sido uma alternativa bastante estudada para a
suplementação energética. Sua principal vantagem está no alto teor de energia, que
reflete o seu conteúdo de óleo. Considerado fonte de energia, é relativamente rico em
proteína, além disso, não requer nenhum processamento (Costa, 2015).
A semente de algodão apresenta em média a seguinte composição: 12,5% de
línter, 15,2% de óleo bruto, 46,7% de torta (resíduo da extração do óleo), 20,7% de
casca e 4,9% de resíduos, produzidos no processo industrial (Beltrão, 2000).
Com características bromatológicas, o caroço de algodão com línter possui
23,0% de proteína bruta (PB), 17,8% de extrato etéreo (EE), 47,0% de fibra em
detergente neutro (FDN), 39% de fibra em detergente ácido (FDA) e 95% de nutrientes
digestíveis totais (NDT) (NRC, 2007). No Brasil, Valadares Filho et al. (2006)
encontraram uma composição bromatológica para o caroço de algodão valores de
4
81,92% de NDT, 22,62% de PB, 46,04% de FDN e 18,9% de EE. Possuindo a mesma
eficiência de forragens em estimular a ruminação, o caroço de algodão melhora a saúde
ruminal e mantém a produção de gordura do leite. Essa efetividade da fibra do caroço
de algodão é devida a sua capacidade de flutuar no conteúdo ruminal. Isso acontece,
pois no caroço há resquícios das plumas de algodão, chamados de línter, que é quase
celulose pura e tem um elevado potencial digestibilidade (Pires et al.,1997).
O caroço de algodão é relativamente rico em proteína, comparado aos grãos de
cereais, e pode suprir uma importante porção da exigência de proteína de uma vaca
leiteira (Fernandes et al., 2002). Além de ser capaz de balancear energeticamente uma
dieta, sem, no entanto, comprometer seu teor fibroso, contribuindo, expressivamente,
para a fração protéica da mistura final (Borges ,1997).
A grande quantidade de lipídeos contidos no caroço de algodão integral vem
conferir-lhe a característica de alto valor energético, levando a respostas positivas, pois
podem gerar benefícios quando os animais tiverem em condições de stress calórico,
suprindo as exigências energéticas dos animais em condições de consumo reduzido
(Prado et al., 2002).
Os fatores que afetam a qualidade do caroço de algodão são umidade, que deve
ser inferior a 12%; matéria estranha, que deve ser inferior a 1% e conteúdo de ácidos
graxos livres (AGL) presentes no óleo, que não deve ultrapassar 1,8% (Pesce, 2008).
Esses fatores devem ser levados em consideração juntamente com as características
nutricionais, como os teores de PB, NDT, FDN, FDA e a digestibilidade para se
determinar a qualidade nutricional do produto.
A justificativa para a suplementação com caroço de algodão é baseada em três
hipóteses: melhora da resposta animal, especialmente na fase inicial da lactação, em que
o consumo de alimentos é limitado pelo stress pós-parto (15% em média), evitando,
assim, a perda de peso, o balanço energético negativo e, consequentemente, a redução
da produção total de leite na lactação, pelo aumento do nível de energia na alimentação;
o caroço de algodão, devido a sua composição, é uma excelente fonte de fibra e proteína
para vacas em lactação (Costa et al.,2011).
As características físico-químicas dos ingredientes da dieta e suas interações
podem ter grande efeito sobre o consumo de alimentos por vacas lactantes,
influenciando a quantidade de nutrientes disponíveis para a absorção e produção (Allen,
2000). Para o caroço de algodão, foi observado que a alteração da forma física do
5
caroço de algodão não alterou o seu consumo, bem como o consumo de volumoso,
ocorrendo consumo médio de volumoso (kg/dia) de 27,8 (inteiro) e 27,3 (moído) na
matéria natural e 8,0 (inteiro) e 8,0 (moído), não sendo necessário, portanto, quebrar,
moer ou triturar o caroço de algodão antes de fornecê-lo para as vacas leiteiras.
(Delgado et al., 2004; Meirelles et al., 1992).
Vilela et al. (1996), ao avaliarem o consumo de caroço de algodão com vacas
leiteiras, observaram que houve o aumento linear do consumo de EE, mas, não
influenciou no consumo da: MS, matéria orgânica (MO), PB, FDN, carboidratos totais
(CHOT) e nos NDT. Eles concluíram que o caroço de algodão pode ser utilizado até o
nível de 30% na ração concentrada sem influir no consumo de nutrientes. Com relação a
o consumo de matéria seca (CMS), Smith et al. (1981) não encontraram efeito quando
utilizaram teores (0%, 5%, 15%, 25%) de caroço de algodão e silagem de milho como
volumoso na dieta de vacas leiteiras.
Melo et al. (2006) verificaram que vacas alimentadas com caroço de algodão em
dieta à base de palma forrageira, observaram que o caroço de algodão aumentou o
CMS, EE, NDT; porém não afetou o consumo de PB e FDN. Eles relatam que o
aumento está associado à diferença do tamanho de partícula e à gravidade específica da
silagem de sorgo e do caroço de algodão, que interferem na taxa de passagem das dietas
experimentais.
Alguns autores, como Fernandes et al. (2002) e Mohamed et al. (1988),
observaram uma redução linear no CMS. Eles justificam essa redução de consumo,
provavelmente, à diminuição da digestibilidade ruminal da fibra, quando se tem adição
de gordura na dieta. O uso de elevadas quantidades de lipídeos na dieta de ruminantes
pode prejudicar o consumo, podendo causar queda na digestibilidade e aproveitamento
dos nutrientes (Palmquist, 1991; Jenkins, 1993).
Estudos comprovam que há pouco efeito sobre o consumo quando até 18,5% de
caroço de algodão foram adicionados nas dietas (Hawkins et al., 1985), variando de
15% (Arieli, 1998) até 25% (Coppock et al., 1985) as recomendações de adição nas
dietas.
A lenta liberação dos lipídios proveniente do caroço de algodão permite a
atuação dos microrganismos ruminais na hidrogenação das duplas ligações dos AGI,
impedindo o efeito inibidor dos lipídios sobre a digestibilidade da fibra (Coppock e
Wilks, 1991). São diversos os efeitos no consumo e na digestibilidade quando se utiliza
6
o caroço de algodão na alimentação de vacas leiteiras. No entanto, esses efeitos são
dependentes do teor de inclusão, tipo de volumoso, fase da lactação entre outros fatores
relacionados à dieta basal (Almeida, 2014).
As oleaginosas são as fontes de lipídios mais usadas na dieta de ruminantes, por
proporcionarem alta densidade energética em substituição aos carboidratos rapidamente
fermentáveis, favorecendo a fermentação ruminal e a digestão da fibra, entretanto não
deve ser usado em excesso, devido ao seu conteúdo em óleo (Teixeira, 2005). Dessa
forma, a avaliação de ingredientes alternativos com potencial de uso na dieta de
ruminantes deve prever os efeitos desses alimentos sobre o consumo, a digestibilidade e
o desempenho animal (Santos et al., 2010)
Quando se utiliza grãos de oleaginosas como a soja ou o caroço de algodão, o
teor recomendado de EE pode ser maior, pois as gorduras desses alimentos são
liberadas de forma gradativa para o ambiente ruminal, diminuindo os efeitos negativos
sobre a digestibilidade dos nutrientes, e, por consequência, os efeitos negativos sobre a
produção leiteira (Coppock e Wilks, 1991).
Os resultados de eficiência de produção com a suplementação lipídica para vacas
leiteiras são bastante controversos. Algumas vezes são positivos, através do aumento de
produção ou redução da ingestão de alimentos; outras vezes não alteram a eficiência de
produção e ainda, em alguns casos, diminuem a produtividade (Bonfim, 2014).
As principais fontes de proteína verdadeira usadas comercialmente no Brasil
para a alimentação de bovinos são o farelo de soja, a soja em grãos, o farelo de algodão,
o caroço de algodão, o resíduo de cervejaria, o farelo de glúten de milho, o farelo de
amendoim, dentre outras (Santos, 2005).
A determinação do balanço de nitrogênio (BN) permite a quantificação da
retenção ou perda de proteína pelo animal, relacionada ao consumo de um determinado
alimento. A otimização do equilíbrio entre a síntese protéica microbiana e a degradação
protéica no rúmen em vacas leiteiras em lactação tem o potencial de aumentar a
produção de leite e reduzir a excreção de nitrogênio (N) para o meio ambiente
(Imaizumi et al., 2010).
A avaliação do balanço de nitrogênio no animal e da concentração de ureia no
soro e na urina permite a obtenção de informações a respeito da nutrição protéica dos
ruminantes, o que pode ser importante para evitar prejuízos produtivos, reprodutivos e
7
ambientais, decorrentes do fornecimento de quantidades excessivas de proteína ou da
inadequada sincronia energia-proteína no rúmen (Pessoa et al., 2009)
O BN, ou seja, N consumido menos o N das fezes, menos o N da urina, sob
condições controladas, fornece uma quantificação do metabolismo protéico e demonstra
especificamente se o organismo está com perda ou ganho de proteína (Ladeira et al.,
2002). Reduzir a produção de N nas fezes e na urina é, portanto, um desafio central,
para reduzir o custo N e o impacto ambiental sem prejuízo substancial ao desempenho
(Gidenne, 2013).
3- FATORES NUTRICIONAIS QUE AFETAM A COMPOSIÇÃO DE
PROTEÍNA, GORDURA E LACTOSE DO LEITE
Muitos fatores influenciam a composição do leite, cujos principais componentes
são água, gordura, proteína, lactose e minerais (Waldner et al., 2005).
Os principais fatores que impulsionam o interesse em manipular a composição
do leite são: 1) melhorar rendimento no processamento do leite e seus derivados lácteos;
2) alterar o valor nutricional do leite, de acordo com os parâmetros nutricionais
estabelecidos pelas instituições governamentais; 3) usar o leite como ferramenta
nutracêutica, por meio de seus conhecidos benefícios para a saúde humana (Jenkins e
Mcguire, 2006).
A nutrição oferece um meio de fazer mudanças rápidas na composição do leite,
mas a relação entre os constituintes da alimentação e a composição do leite é complexa
(Sutton, 1989). A manipulação da dieta, com intuito de alterar a produção e a
composição do leite, vem-se tornando muito comum dentro da atividade leiteira.
(Oliveira et al., 2007)
Os fatores dietéticos podem afetar a composição do leite de vacas leiteiras, e a
nutrição oferece os meios mais eficazes de rapidamente alterar a composição do leite
(Santos, 2002). As maiores mudanças podem ser provocadas na concentração de
gordura do leite. Fatores dietéticos particularmente importantes são: a quantidade de
forragem, proporção de forragem:concentrado, a composição de carboidratos dos
concentrados, lipídios, ingestão e frequência de refeição. Mudanças muito menores são
possíveis na concentração de proteína do leite (Sutton, 1989). A composição do leite e
os rendimentos dos componentes também podem ser afetados pela genética e meio
8
ambiente, nível de produção de leite, estágio de lactação, doença (mastite), estação e
idade da vaca (Waldner et al., 2005).
Em geral, os aumentos proporcionais nas quantidades de gordura, proteína e
lactose são aproximadamente o mesmo que o aumento proporcional no volume de leite
e composição do leite, portanto, muda pouco. No entanto, não há nenhuma relação
simples entre os componentes dos alimentos ingeridos e produtos lácteos
individualmente, tal que o aumento da quantidade de um determinado componente na
alimentação resultaria em uma elevação na secreção de um constituinte similar no leite
e, consequentemente, um aumento em sua concentração em relação a de outros
constituintes (Sutton, 1989).
3.1- Gordura
Várias pesquisas foram desenvolvidas visando determinar o impacto de
diferentes formulações no conteúdo de gordura do leite. A partir desses estudos
verificou-se que os fatores nutricionais mais significantes, influenciando na produção de
gordura do leite, são: a quantidade de grãos ou concentrado (carboidratos não fibrosos),
a quantidade de volumoso, a quantidade de gordura adicionada à dieta, bem como o
perfil lipídico e a forma desta (Jenkins e Mcguire, 2006; Sutton, 1989).
A relação volumoso:concentrado é importante, pois a sua queda causa
incremento na quantidade de carboidratos fermentáveis no rúmen (amido) e redução no
teor de fibra, o que provoca uma redução no pH ruminal mediante o aumento dos ácidos
orgânicos. Especificamente nessas condições dietéticas, a relação molar de
acetato:propionato diminui, consideravelmente, no líquido ruminal, e em vários
trabalhos foi estabelecida clara relação entre as mudanças no padrão de ácidos graxos
voláteis (AGV) e a redução na produção de gordura do leite. Mudanças nas proporções
de AGV são bem evidentes em dietas com baixa relação volumoso:concentrado ou em
dietas com fibras de baixa efetividade (Palmquist e Beaulieu, 1993, Palmquist e Matos,
2006).
A adição de gordura à dieta pode aumentar a concentração e o rendimento de
gordura do leite. Essa resposta, contudo, é inconsistente e muitas vezes relacionada a
quantidade e ao tipo de gordura alimentada. Os AGI têm o potencial de afetar o
crescimento de alguns grupos de bactérias do rúmen e inibem a síntese de gordura na
9
glândula mamária. Por outro lado, os AGS, tais como o ácidos palmítico ([C16:0]) e
esteárico ([C18:0]), são considerados inertes no rúmen e não foram implicados na
redução de gordura do leite (Lock et al., 2012). O rendimento de gordura total do leite,
bem como percentual de gordura, é frequentemente elevado quando suplementos de
AGS são inclusos na dieta.
Com relação à composição do leite de animais suplementados com caroço de
algodão, o efeito mais consistente observado é o aumento no teor de gordura do leite.
De acordo com Coppock et al. (1987), em revisão de literatura, inclusões entre 10,0 e
30,0 % (MS) de caroço de algodão na dieta aumentaram a porcentagem de gordura no
leite em 8 dentre 13 experimentos; entretanto, somente em quatro houve aumento
significativo em relação à dieta controle.
Para Almeida (2014), houve efeito das dietas sobre teor de gordura do leite,
quando comparamos os animais que foram suplementados com outras sementes, mesmo
com menor CMS (P<0,05) das vacas alimentadas com dieta contendo caroço de
algodão. Essas tiveram supridas as suas exigências de energia liquida, permitindo,
assim, que esses animais mantivessem a sua produção.
A redução do teor de gordura do leite obtido com suplementação lipídica com
fontes contendo ácidos graxos insaturados se relaciona aos efeitos dos AG
intermediários resultantes do processo de biohidrogenação ruminal sobre a síntese de
novo de gordura na glândula mamária (Bauman et al., 2001).
Oliveira et al., (2007), avaliando a produção e composição do leite de vacas
alimentadas com dietas com diferentes proporções de forragem e teores de lipídeos , a
produção de gordura foi influenciada pela proporção de forragem, independente do teor
de lipídeos.
3.2- Proteína
A proteína do leite é responsável por cerca de 25% do total de sólidos do leite,
sendo também o componente mais valioso do leite, superior até mesmo do que a
gordura (Murphy et al., 1993).
A proteína do leite consiste em um número de componentes diferentes, sendo o
principal a caseína (Murphy et al., 1993). As frações de nitrogênio de leite podem ser
divididas como caseína, soro de leite e nitrogênio não protéico. Caseína é composto por
10
cerca de 78% de nitrogênio no leite, soro de leite 17% e nitrogênio não protéico,
aproximadamente 5% (Ondarza, 2001).
Mudanças nos teores de proteínas do leite podem ser conseguidas pela
manipulação da dieta, em proporção bem inferior que as conseguidas para gordura
(Sutton, 1989).
A adição de lipídeos ruminalmente desprotegida ou protegida está associada a
reduções na percentagem de proteína de leite em até 0,3 unidades de porcentagem de
leite. Em contraste, o rendimento de proteína de leite é geralmente inalterado ou
ligeiramente aumentado, refletindo a fisiologia da vaca que predispõe gordura
suplementar para ter um maior impacto na produção de gordura e lactose (regulador do
volume de leite) no leite, do que na produção de proteína de leite em si (Robinson,
2000).
As dietas contendo gordura suplementar aumentarão a produção de proteína de
leite, mas não tão extensivamente quanto o aumento na produção de leite, porque o teor
de proteína do leite é geralmente reduzido de 1 a 2 g/kg (Schingoethe, 1996).
É claro que ambos os rendimentos de proteína do leite, como o percentual,
podem ser aumentados pelo aumento da proporção de concentrados na ração fornecida
para a vaca. Isso pode ser devido às alterações na fermentação ruminal, a maior entrega
de nutrientes digestíveis no local da absorção intestinal, ou o aumento no fluxo da
proteína bacteriana do rúmen para o intestino. No entanto, altos níveis de concentrado
na dieta também podem suprimir a produção de proteína do leite e seu percentual. Isso
pode ser o resultado de redução no crescimento bacteriano rúmen, associado às
condições de fermentação ruminal acidótico, que são típicas de situações em que as
rações contêm altos níveis de concentrado (Robinson, 2000).
O aumento da oferta de aminoácidos para a glândula mamária é a base para a
maioria das manipulações dietéticas para elevar a concentração de proteína do leite ou
rendimento. O nível de proteína na dieta não afeta a concentração de proteína do leite,
no entanto, o tipo de proteína alimentada pode gerar um efeito crescimento na
concentração de proteína de leite (Murphy et al., 1993).
DePeters et al. (1992) ressaltaram a importância em distinguir entre respostas
que afetam a porcentagem de proteína do leite ou o teor de proteína, daquelas que
afetam a produção de proteína (kg de proteína/dia). Normalmente, mudanças na dieta
11
que apresentam impactos positivos na produção de leite e na produção de proteína
proporcionam efeitos negativos no teor de proteína do leite.
É importante para o produtor tentar aumentar a concentração de proteína do leite
e seu rendimento com o uso de estratégias nutricionais e de reprodução. É provável que,
no futuro, a proteína do leite continue mais valiosa em relação aos outros componentes
do leite, uma vez que a concentração de proteína é de grande importância para o
processamento de leite na fabricação de uma gama de produtos (Murphy et al., 1993).
3.3- Lactose
A lactose é um dissacarídeo composto por uma molécula de glicose e galactose
(Acosta, 2001), que possui um importante papel na síntese do leite, sendo o principal
fator osmótico no leite, responsável por 50% dessa variável e, no processo de síntese do
leite, “atrai” água para as células epiteliais mamárias. Portanto, a sua concentração é
relativamente paralela aos volumes emitidos e está estreitamente correlacionado com os
níveis de sódio, cloro e potássio, que também têm um papel osmolar. Em função da
estreita relação entre a síntese de lactose e a quantidade de água drenada para o leite, o
conteúdo de lactose é o componente do leite que menos tem variação, a não ser em caso
de desnutrição do animal. É certamente verdade que as mudanças são pequenas e
inconsistentes, mas, ocasionalmente, atingem níveis estatisticamente significativos
devido ao baixo coeficiente de variação (Sutton, 1989; Acosta, 2001; González, 2001).
As alterações na ração que aumentam o suprimento de glicose para o úbere
aumentarão a quantidade de lactose produzida, consequentemente eleva a produção de
leite, mas não a concentração de lactose do leite produzido (Ondarza, 2001).
A inclusão de níveis elevados de suplementos lipídicos, tanto na forma livre
quanto na forma protegida, diminuíram a concentração de lactose em até 0,2%, mas
novamente essas respostas são inconsistentes (Sutton, 1989).
4- ÁCIDOS GRAXOS PRESENTES NA GORDURA DO LEITE
Gordura de leite contém, aproximadamente, 400 ácidos graxos diferentes, o que
torna a mais complexa de todas as gorduras naturais, tendo propriedades nutricionais e
físicas únicas. Os AG do leite são derivados quase igualmente de duas fontes, da
12
alimentação e da atividade microbiana no rúmen da vaca, sendo que os lipídeos no leite
bovino estão presentes, principalmente, em glóbulos como uma emulsão num sistema
óleo em água. Esses diferem quanto ao comprimento da cadeia carbônica, que pode
variar de 4 a 24 átomos de carbono, e possuem diferentes posições das insaturações,
configuração posicional, geométrica e grupos funcionais. Quase 70% da gordura no
leite são saturadas. Dessas, cerca de 11% são AG de cadeia curta, sendo quase metade
do ácido butírico. Aproximadamente 25% dos ácidos graxos no leite são
monoinsaturados e 2,3% são poliinsaturados, com uma relação de ômega-6/ômega-3 em
torno de 2,3 e aproximadamente 2,7% são ácidos graxos trans (Månsson, 2008; Zancan,
2012).
Segundo German et al. (2006), os principais ácidos graxos do leite são: os
ácidos palmítico (16:0), oléico (18:1), esteárico (18:0), mirístico (14:0) e butírico (4:0),
com valores percentuais de 27,7; 26,6; 12,8; 10,6 e 3,4%, respectivamente. Apenas dois
desses citados, o mirístico e palmítico, têm sido associados ao aumento dos níveis de
colesterol total no plasma, mas seus efeitos individuais são variáveis, tanto para
aumentar lipoproteínas de baixa densidade e elevar o nível lipoproteínas de alta
densidade.
4.1- Influência da alimentação nos ácidos graxos do leite
A composição de AG do leite de vaca tornou-se menos favorável à saúde
humana nos últimos quarenta anos devido à mudança nas práticas de alimentação e
manejo dos animais, notadamente maiores proporções de concentrados e silagens em
dietas com menos pastejo. As concentrações de ácidos graxos essenciais e de CLA
geralmente diminuíram e, com mais produtos lácteos de baixo teor de gordura, a
ingestão humana desses AG diminuiu ainda mais, uma vez que os produtos alimentares
de ruminantes são a principal fonte de ingestão de CLA. A mudança de conduta da
sociedade e as exigências dos consumidores exigem sistemas de produção de leite que
fornecem produtos alimentares através de sistemas de produção sustentáveis (Elgesma
et al., 2006).
As dietas dos ruminantes variam em composição, dependendo da espécie, do
estado fisiológico, do custo e disponibilidade dos ingredientes da ração. Elas contêm
frequentemente espécies forrageiras (gramíneas, leguminosas ou milho forrageiro) de
13
maturidade e valor nutricional variável, além de diferirem na composição das que
contêm forragens como única alimentação para combinações de forragem, cereais e
suplementos protéicos (Shingfield et al., 2014).
A suplementação com concentrado apresenta resultados dúbios e, em sua
pesquisa, Bargo et al. (2006) observaram o aumento do conteúdo total de AGS de
cadeia curta de leite, mas reduziram o conteúdo dos AGPI presentes em altas
concentrações na pastagem. O conteúdo de CLA da gordura do leite foi maior para
vacas não suplementadas, quando comparadas com vacas suplementadas, devido a
maior ingestão de ácido alfa-linolênico presente na pastagem. Mas, Santos et al. (2001)
relataram que os tratamentos contendo diferentes fontes de concentrado, quando
comparados com o controle, diminuíram o percentual de AGS, mas tenderam a
aumentar o percentual de AGPI.
As forragens fornecem uma opção de baixo custo em comparação às estratégias
de suplementação dietética, como óleos e amido, que são projetadas para melhorar os
perfis de AG do leite em relação aos seus impactos na saúde dos consumidores
(Dewhurst et al., 2006).
A principal contribuição de lipídios em dietas para ruminantes são as forragens e
os grãos de cereais, embora o teor de gordura da dieta possa ser aumentado, usando
suplementos lipídicos. Esses suplementos podem ser classificados de acordo com sua
origem: em animais, vegetais e misturas. Dentro das gorduras de origem animal,
podemos ter as poliinsaturadas (origem marinha), gorduras insaturadas (gorduras de
aves), moderadamente insaturadas (gordura de porco), saturadas (sebo bovino) e
misturas de todos os itens acima (Fuentes Álvarez, 2009).
As dietas baseadas em pastagens constituem uma parte importante para o
consumo de vacas leiteiras na maioria dos sistemas agrícolas, pois aumentam as
concentrações de AGPI na gordura do leite quando comparadas à alimentação com
concentrado (Schroeder et al., 2003; Glasser et al., 2013). Para animais sob pastejo, a
composição e conteúdo de AG do leite são afetados por inúmeros fatores, tais como
espécies de plantas e variedade, clima, precipitação, duração do dia, fertilização, fase de
crescimento e forma física (KALAČ et al., 2010; Costa, 2009 ).
Forrageiras representam uma fonte de celulose e hemiceluloses, compostos
conhecidos como substratos interessantes para a flora microbiana do rúmen, pois sua
14
fermentação promove a produção de acetato e butirato no rúmen (Cuvelier et al., 2005).
Esses são os precursores da síntese de gordura do leite.
4.2- Ácido Linoléico Conjugado (ALC)
O termo CLA, acrônimo de conjugated linoleic acid, em inglês; ácido linoléico
conjugado, em português, refere-se ao grupo de isômeros posicionais e geométricos do
ácido linoléico, que por serem naturalmente sintetizados no rúmen de animais, têm
como principal fonte os alimentos, derivados do leite e as carnes provenientes dos
ruminantes (Lucatto et al., 2014; Silva, 2012).
A estrutura das ligações duplas (insaturados) de AG naturais segue um padrão
muito característico e preservado. Em um AGPI (no caso possuindo duas insaturações),
ambas as ligações duplas serão sempre separadas por um átomo de carbono
intermediário não envolvido na estrutura de insaturação. Ou seja, um AG, em que as
ligações duplas estão entre 9-10 e 12-13 carbonos, o carbono 11 não participará da
estrutura insaturada. Essa seria uma estrutura não conjugada, e o carbono 11 seria como
um carbono de metileno intermediário. Esse é o caso de a estrutura da maioria dos AG
na sua forma natural. No entanto, como consequência de manipulação tecnológica de
óleos e gorduras ou efeito do metabolismo celular de certos AG, é possível que a dupla
ligação troque de posição, seguindo o mesmo exemplo acima, da posição 9-11, 10-12,
ou 11-13, entre outras, e podem ser em ambas as configurações, cis e trans. Em ambos
os casos, o carbono intermediário desapareceria, e o AG formado poderia ser
transformado em uma estrutura de "conjugada", ou em um AG conjugado (duplas
ligações separadas por uma ligação simples) (Avilez, 2006).
Embora possa haver diversos isômeros possíveis, dois deles (18:2 cis-9, trans-11
e o 18:2 trans-10, cis-12) têm mostrado destaque e, muitas vezes, distintos efeitos
fisiológicos (Pariza et al.; 2001). A que se destacar que o 18:2 trans-10, cis-12 possui
ação sobre determinadas enzimas responsáveis pela síntese de gordura na glândula
mamária, o que pode gerar prejuízo ao produtor, pois pode reduzir o teor de gordura
ocasionando perdas por pagamento do leite por qualidade (Gama, 2010; Oliveira, 2004).
Segundo Bauman (2000), o ácido rumênico (C18:2 cis-9, trans-11) é o isômero
em maior proporção na gordura do leite, e representa de 75 a 90% dos CLAs totais e é
originado de duas fontes, sendo a primeira durante o processo de biohidrogenação
15
ruminal do ácido linoleico, e a segunda fonte, sintetizado via endógena pela ação da
enzima Δ9- dessaturase na glândula mamária, que utiliza como substrato o ácido
transvacênico (C18:1 trans-11), outro intermediário da biohidrogenação dos ácidos
graxos insaturados. Ironicamente, a biohidrogenação ruminal de lipídios dietéticos é
responsável pelos altos níveis de AGS em gordura de ruminantes, uma característica
considerada indesejável para alguns aspectos da saúde humana, bem como para gordura
de ruminantes contendo a CLA, AG com muitos efeitos benéficos na saúde humana.
O termo genérico de biohidrogenação refere-se a todo o conjunto de
metabolizações a que os AGI podem sofrer no rúmen, e inclui não só as hidrogenações,
mas também as isomerizações que as acompanham (Bessa, 2017).
O conteúdo de CLA na gordura do leite varia amplamente dentro de um
rebanho. Essa variação pode ser relacionada com fatores associados a fermentação
ruminal, relação concentrado forragem, níveis de ingestão e o consumo de plantas ricas
em ácido linoléico (Vieira et al., 2003).
Ao avaliar a composição da gordura láctea, Rico et al. (2016) observaram uma
diminuição do teor de ácido rumênico, com o aumento da suplementação sob pastejo,
principalmente quando se inclui a silagem de milho, e uma tendência para a diminuição
do teor de ácido rumênico, com o aumento do consumo de semente de algodão. As
diferenças encontradas no conteúdo de ácido rumênico sugerem que a alimentação com
forragem fresca pode ser vantajoso para a produção de leite com alto teor de ácido
rumênico, e que, em condições comerciais, suplementação adequada poderia fornecer a
oportunidade de aumentar a oferta de AGPI necessários para sua síntese.
A oportunidade de melhorar o conteúdo do CLA no leite melhorou com o
resultado de avanços recentes que melhor definiram as inter-relações entre a
fermentação ruminal, o metabolismo lipídico e a síntese de gordura de leite (Lock et al.,
2004).
O objetivo de se aumentar o CLA visa uma maior ingestão de produtos ricos
nesses AG pelo consumidor, que nos últimos anos vem demonstrando interesse por esse
composto por aumentar, principalmente, dois tipos de efeitos biológicos demonstrados
em diversas pesquisas ao redor do mundo, sendo elas: sua atividade anti-carcinogênica
(que previne o câncer) e sua propriedade repartidora de nutrientes. A atividade anti-
carcinogênica do CLA, em sua forma cis-9, trans-11, foi a primeira propriedade a atrair
interesse: talvez esse seja o mais potente anti-carcinogênico de origem animal
16
conhecido pelo homem, sendo os efeitos do CLA considerados pela National Academy
of Science American como inequivocamente comprovados. O CLA cis-9, trans-11 não
só previne, mas ataca as células tumorais já presentes no organismo, reduzindo tumores
previamente formados (Vieira et al., 2003).
Segundo Simionato (2008), uma forma de analisar ácidos graxos em alimentos é
utilizando a cromatografia em fase gasosa (CG) que, para sua utilização, faz-se
necessária a derivatização clássica, ou seja, a conversão dos ácidos graxos em ésteres
metílicos de ácidos graxos, em que, nesse processo, permite que os ácidos graxos
tornem-se menos polares e mais voláteis.
5- Colesterol
O colesterol é um esterol comumente presente no leite e nos produtos à base de
carne destinados ao consumo humano (Faye et al., 2015). Para equilibrar a ingestão de
colesterol nos alimentos, os dados sobre seu teor em gorduras comestíveis, como
gordura do leite, são extremamente relevantes. Além disso, o conhecimento sobre o teor
de colesterol em condições de alimentação das vacas nos permite influenciar o teor de
colesterol na gordura do leite, contribuindo para o controle de qualidade de produtos
lácteos (Precht, 2001; Goudjil et al., 2003).
No leite, o colesterol situa-se na membrana que envolve o glóbulo de gordura,
constituindo o seu principal esteróide. O colesterol é introduzido no leite durante a
pinocitose das gotículas lipídicas e através da membrana plasmática dentro do lúmen do
alvéolo. Devido a sua presença na membrana do glóbulo de gordura, sua concentração
no alimento lácteo está relacionada ao conteúdo de gordura (Fennema, 2000). Brzoska
et al. (2002), suplementando a alimentação de vacas de leite com zinco, sugerem que o
nível de colesterol do leite não depende do seu conteúdo no plasma sanguíneo e é
modulado no processo de síntese do componente do leite.
Parte principal do colesterol contido no leite é sintetizada endogenamente,
através de processo independente do tipo de dieta oferecida, sendo que a composição
química dos alimentos afeta o conteúdo desse esterol no leite de vaca (Precht, 2001).
Além desse, o teor de colesterol no leite de vaca é influenciado por fatores genéticos e
ambientais, e está relacionado, também, com a proporção de contagem de células
17
somáticas e percentual de gordura da dieta (Strzałkowska et al., 2009; Strzałkowska et
al., 2010).
A fonte de gordura na dieta pode ter um efeito sobre o status de colesterol das
vacas, especialmente modulando seu conteúdo no leite. Com relação à ordenha matutina
e noturna, foi observado que o teor de gordura foi maior na ordenha noturna do que na
manhã; como consequência, o teor de colesterol também seguiu a mesma tendência,
enquanto a relação colesterol/gordura foi semelhante, independentemente do tempo de
ordenha. A excreção do leite foi geralmente mais elevada na ordenha da manhã, devido
ao intervalo mais longo, do que à noite, contribuindo para a diluição do teor de gordura,
consequentemente menos colesterol (Faye et al., 2015).
Na dieta humana, o colesterol tem atraído mais a atenção, devido a ser suspeito
de ser um dos fatores que levam à aterosclerose em seres humanos, bem como outras
doenças (Larsen, 2012). Contudo, o colesterol é uma substância importante para manter
a saúde e diversas funções no organismo animal; sem ele, todos os animais, inclusive o
homem, poderiam morrer: razão pela qual ele é exigido por todos os tecidos e células
vivas do corpo. Assim, suas principais funções são: componente da célula que
desempenha uma importante função estrutural e funcional na membrana plasmática,
assim como nas membranas das organelas internas da célula; síntese de ácidos biliares
que participam da emulsificação, digestão e absorção de lipídios e vitaminas
lipossolúveis, no intestino delgado; síntese de hormônios esteróides; síntese da vitamina
E e componente da pele que, junto a outros materiais gordurosos, torna-a altamente
resistente à absorção de água e outras substâncias hidrossolúveis, que, se absorvidas,
podem causar danos ao organismo. Além disso, o colesterol e outros componentes da
pele têm função de prevenir contra perdas excessivas de água por evaporação, o que
acarretaria problemas de desidratação e morte (Ludke et al., 1999).
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ZANCAN, N.A. Composição e quantificação de ácidos graxos de leite UHT integral, desnatado, semidesnatado e em pó integral comercializados em supermercados da cidade de Campinas/SP. Dissertação (mestrado) Universidade Estadual de Campinas . Faculdade de Engenharia de Alimentos. 2012.
26
IV-OBJETIVOS GERAIS
Avaliar a inclusão de níveis de caroço de algodão integral na dieta de vacas
leiteiras em pastejo, e o seu desempenho sobre o consumo, digestibilidade dos
nutrientes, balanço de nitrogênio, produção de proteína microbiana, níveis de colesterol
no leite produzido e o perfil lipídico.
27
V-MATERIAL E MÉTODOS
5.1 Local e período de avaliação experimental
O experimento foi conduzido na bovinocultura de leite da Universidade Estadual
do Sudoeste da Bahia (UESB) Campus Itapetinga – BA, situada nas seguintes
coordenadas: 15o 38’46’’ de latitude sul, 40o 15’24” de longitude oeste e altitude média
de 280 metros, no período de março a junho de 2015.
As análises das amostras foram realizadas no Laboratório de Forragicultura e
Pastagem, Laboratório de Métodos de Separações Químicas e no Laboratório de
Anatomia e Fisiologia Animal da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia –
Campus de Itapetinga, Bahia.
5.2 Caracterizações do clima
O clima da região, segundo a classificação de Koppen reescrita por Alvares et
al.( 2013), é do tipo “Cw”, mesotérmico úmido e sub-úmido quente, com inverno seco.
O período de verão é quente e chuvoso, compreendendo os meses de outubro a março, e
o período seco é frio, indo de abril a setembro.
Durante a fase de campo, os dados referentes à temperatura (máxima, mínima e
média) e índice pluviométrico, foram coletados através de pluviômetro e termômetro
(Tabela 1) instalados na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) Campus
Itapetinga - BA.
Tabela 1: Temperatura média, médias das temperaturas máximas (TMAX) e mínimas (TMIN) e precipitação pluviométrica total, por mês, observadas durante a fase experimental.
Variáveis MÊS
Março Abril Maio Junho
TMAX (°C) 34 35 31 30
TMIN (°C) 21 21 17 16 Média (°C) 27 26 24 23 Precipitação (mm) 80,57 14,45 5,56 37,24
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5.3 Delineamento experimental
Foram utilizadas 5 vacas mestiças Holandês x Zebu (grau de sangue entre ½ a ¾
de sangue H x Z), de terceira ou quarta ordem de lactação, com produção média de leite
ajustada para 300 dias na lactação anterior entre 3.000 e 4.000 kg. As vacas
apresentavam entre 80 e 120 dias no início do período experimental. Ressalta-se que o
experimento foi devidamente aprovado sob o número de protocolo 91/2015 pelo Comitê
de Ética no Uso de Animais – CEUA da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
(UESB) Campus Itapetinga - BA.
O delineamento experimental utilizado foi o quadrado latinos 5 X 5, sendo os
tratamentos: 0; 6; 12; 18 e 24% de caroço de algodão. Todos os níveis com base na
matéria seca da dieta.
O nível da suplementação concentrada foi formulado pelo balanceamento das
dietas para conter nutrientes suficientes para mantença, ganho de peso corporal de 0,15
kg.dia-1 e produção de 20 kg de leite.dia-1 ajustada para 4,5% de gordura, de acordo com
a tabela de exigências do NRC (2001), e com base nos dados da composição químico-
bromatológica do capim Braquiaria decumbes, milho, farelo de soja e caroço de
algodão, previamente realizada uma semana antes do período experimental.
5.4 Composições e proporção das dietas
A proporção e composição química dos ingredientes, além do perfil lipídico das
dietas experimentais, encontram-se nas Tabelas 2 e 3, respectivamente.
Tabela 2: Proporções de ingredientes dos concentrados, com base na matéria seca para vacas lactantes alimentadas com diferentes níveis de caroço de algodão.
Alimento Níveis de caroço de algodão (% MS)
0 6 12 18 24 Algodão integral 0,00 14,33 29,20 44,71 60,79 Milho 71,93 61,60 50,66 39,49 27,81 Soja 23,04 19,05 14,95 10,58 6,08 Sal Mineral 2,11 2,15 2,19 2,24 2,28 Uréia 1,69 1,72 1,75 1,79 1,82 Calcário 1,12 1,15 1,26 1,19 1,22 Fosfato 0,11 0,00 0,00 0,00 0,00
29
Os animais foram mantidos em baias individuais, recebendo suplementação
concentrada duas vezes ao dia logo após a ordenha, sempre nos mesmos horários, às
7:00 e 15:30 horas, e a água foi fornecida à vontade.
Tabela 3: Composição químico-bromatológicas do concentrado e razão volumoso:concentrado.
Componentes Forragem Níveis de caroço de algodão
(% MS) 0 6 12 18 24
Matéria Seca (%) 26,45 56,14 56,80 56,78 60,98 48,02
Proteína Bruta (% da MS) 8,70 23,43 23,81 24,20 24,61 25,04
Extrato etéreo (% da MS) 1,98 3,16 5,36 7,22 10,08 12,63
Fibra em detergente neutrocp (% da MS)
68,98 23,33 25,82 25,53 27,51 32,77
Fibra em detergente ácido (% da MS)
47,78 11,07 10,26 10,59 15,19 15,67
Carboidratos não fibrosos (% da MS)
11,99 44,98 38,75 36,14 31,95 24,34
Matéria mineral (% da MS) 8,32 6,43 7,61 7,87 7,27 6,67
Razão Volumoso:Concentrado 53:47 52:48 52:48 47:53 68:32 MS - Matéria Seca
5.5 Produção de forragem
Para determinação das características qualitativas e quantitativas da Braquiaria
decumbes durante os períodos experimentais, foram realizadas coletas de amostras da
forragem em determinados intervalos, coleta inicial e final entre os piquetes,
respectivamente. Inicialmente, foi quantificada, visualmente, a matéria seca da
biomassa da amostra em toda área experimental, antes de colocar os animais no pasto,
para quantificar os escores existentes, considerando a altura como parâmetro. A
forragem que apresentou altura equivalente de 20 a 30 cm era definida com escore 1;
para altura de 30 a 40 cm, escore 2, e para altura de 40 a 50 cm, escore 3. Foi calculada
a biomassa da forragem expressa em kg ha-¹ pela equação proposta por Gardner (1986).
Da mesma forma, nos piquetes foi utilizada a mesma metodologia citada acima,
para quantificar, visualmente, a biomassa da amostra do pasto e os escores existentes.
Foram feitas essas visualizações no período de entrada e saída dos animais nos piquetes,
tendo, assim, essa determinação, com o auxilio de um quadrado de área equivalente de
0,25 m2 e uma tesoura. Foram feitas quatro coletas de forragem por escore, a 5 cm do
30
nível do solo e colocados em sacos plásticos, nos quais foram feitas as pesagens do
material, anotados os valores e retirado uma amostra composta que foram feitas as
separações dos constituintes (folha, colmo e material morto), conforme metodologia
descrita por Mcmeniman (1997).
Também foi realizada a coleta do pasto através do pastejo simulado em piquetes,
com média de 5.000m2, observando o pastejo das vacas e, posteriormente, coletando o
pasto no extrato consumido, simulando o material ingerido pelo animal. As
disponibilidades e oferta de forragem durante o experimento encontram-se na Tabela 4.
Tabela 4: Disponibilidade e oferta de forragem referente aos períodos experimentais, proporções dos componentes do capim Brachiaria decumbens e razão folha/colmo
Período experimental
1 2 3 4 5 Média Massa de forragem kg /ha
4519,54 4608,31 5460,28 3490,32 4519,27 45519,54
Folha % 39,54 32,24 46,27 38,51 41,14 39,54 Colmo % 39,22 40,89 38,08 47,62 30,31 39,22 Material Morto % 21,21 26,85 15,63 13,85 28,53 21,21 Folha:colmo 1,00 0,78 1,21 0,80 1,35 1,02
5.6 Produção de leite
As vacas foram ordenhadas, duas vezes ao dia, e a produção de leite foi avaliada
do 17º ao 21º dia de cada período experimental, em balança analógica com capacidade
para 30 kg. Foram coletadas amostras de leite com aproximadamente 300 mL, do 20º
dia de cada período experimental, nas ordenhas da manhã e da tarde de cada animal,
fazendo amostras compostas de acordo com a produção de leite. As amostras coletadas
foram reservadas para: análises de determinação das propriedades físico-químicas
(sendo realizadas de imediato), análises de perfil de ácidos graxos e análises de
colesterol, todas devidamente acondicionadas em frasco plástico com tampa rosqueável
e mantida em temperatura -20ºC.
A produção de leite corrigida (PLC) para 4,0% de gordura foi estimada de
acordo com o modelo proposto pela NRC (1989), pela seguinte equação:
PLC=(0,4 x PL) + (15 x % GL) (Equação1)
Em que, PLC = Produção de leite corrigido para 4,0% de gordura, %GL = Teor de
gordura do leite e PL = Produção de leite em kg/dia.
31
5.7 Análises químico-bromatológica
No final de cada período experimental, os alimentos fornecidos, concentrado e
volumoso, assim como as fezes, foram coletadas e acondicionadas em sacos plásticos e,
em seguida, armazenadas em freezer a uma temperatura de -20ºC para análises químico-
bromatológicas.
Ao término do período de coleta, as amostras foram descongeladas e pré-secadas
em estufa de ventilação forçada a 55ºC, durante 72 a 96 horas e, posteriormente, moídas
em moinho de faca tipo Willey (peneira com crivos de 1 mm); em seguida, foram
acondicionadas em recipiente plásticos com tampa, previamente identificados, e
guardadas para posteriores análises.
As análises de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra
em detergente ácido (FDA) e matéria mineral (MM) das dietas foram realizadas
conforme (Detmann et al., 2012).
A fibra em detergente neutro, isenta de cinzas e proteínas (FDNcp), foi calculada
segundo Mertens (2002) e Licitra et al., (1996). Os carboidratos não fibrosos (CNF) das
amostras que não continham ureia foram calculados pela equação proposta por
(Detmann et al., 2010):
CNF= 100 - (%PB + %EE + %Cinzas + %FDNcp) (Equação2)
Em que %PB = teor de proteína bruta, %EE = teor de extrato etéreo, %Cinzas = teor de
cinzas e %FDNcp= teor de fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína.
Já os CNF das amostras que continham ureia, foram calculados pela equação proposta
por Hall (2003), utilizando-se a seguinte equação:
CNF = 100 –((%PB -% PBU + %U) + %MM + %EE + %FDNcp) (Equação3)
Em que, %PBU = teor de proteína bruta oriunda da uréia e %U = teor de ureia.
Os teores de nutrientes digestíveis totais (NDT) foram calculados segundo
(NRC, 2001):
NDT = PBD + EED x 2,25 + FDND + CNFD (Equação 4)
Em que: PBD = proteína bruta digestível; EED = extrato etéreo digestível; FDND=
fibra em detergente neutro digestível; CNFD = carboidratos não fibrosos digestíveis.
32
5.8 Estimativa de consumo, digestibilidade e ganho de peso
Diariamente, foram registradas as quantidades do concentrado fornecido, a partir
do 17° dia as sobras de cada animal; também foram devidamente pesadas, registradas,
para a obtenção do consumo e, além disso, durante cada período experimental, foram
realizadas amostragens dos alimentos fornecidos e sobras. O consumo foi calculado
pela diferença entre o fornecido e as sobras. Todas as amostras foram acondicionadas
em sacos plásticos e congeladas para análises químico-bromatológicas.
Para estimativa do consumo voluntário de volumoso, utilizou-se o indicador
interno fibra em detergente neutro indigestível (FDNi). Amostras de forragem, fezes e
concentrado foram incubadas no rúmen de dois animais fistulados por 288 horas,
segundo metodologia descrita por Valente et al. (2011), para tanto, utilizou-se sacos de
TNT 100 (tecido não-tecido), considerando a relação de 20 mg de amostra/cm2. Após o
período de incubação, as amostras foram retiradas do rúmen, lavadas em água corrente
para a estabilização dos microrganismos e secas por 72 horas em estufa de ventilação
forçada com temperatura média de 60ºC. Posteriormente, o material foi submetido à
extração com detergente neutro, seguindo a metodologia de Mertens (2002), e o
material remanescente foi considerado como parte não digerível (FDNi).
Para o ensaio da digestibilidade, utilizou-se o óxido crômico (Cr2O3) como
indicador externo, fornecido diariamente às 7:00 horas, em dose única de 10 gramas,
que foi acondicionado em cartuchos de papel e introduzido via oral, durante um período
de 11 dias, sendo sete dias para adaptação dos animais ao manejo e à regulação da
excreção de cromo nas fezes e, quatro dias restantes para coleta, que também foi
administrada a dose diária do indicador. Foram coletadas, aproximadamente, 300g de
fezes diretamente da ampola retal, cinco vezes, do 17º e 21º dia de cada período, em
turnos alternados (Vagnoni et al., 1997). Ao término das coletas, foi feita uma amostra
composta.
As fezes foram acondicionadas em sacos plásticos e armazenadas a -10ºC. Ao
término do período de coletas, as amostras de fezes foram descongeladas, secas em
estufa de ventilação forçada a 65ºC, durante 96 horas e, posteriormente, moídas em
moinho com peneira dotada de crivos de 1 mm e armazenadas para posteriores análises
(Dias et al., 2014).
33
As amostras de fezes foram analisadas por espectrofotometria de absorção
atômica (EAA) para dosagem de cromo, conforme Williams et al. (1962).
A determinação da produção fecal foi realizada conforme a equação abaixo:
PF = OCF/COF (Equação5)
Em que PF é a produção fecal diária (g/dia); OCF óxido crômico fornecido (g/dia), e
COF é a concentração de óxido crômico nas fezes (g/g de MS).
A digestibilidade aparente dos nutrientes (D) foi determinada pela equação
descrita por Silva & Leão (1979):
D = [(kg nutriente ingerido – kg nutriente excretado) . 100 (Equação6)
kg nutriente ingerido
As vacas foram pesadas no início e fim de cada período experimental, sempre
após a ordenha da manhã e antes de receber a dieta, para acompanhamento do peso
corporal. Para a condução das pesagens, foi utilizada uma balança tipo brete, com
capacidade para 2.000kg.
O ganho de peso médio diário foi obtido através da diferença de peso da vaca no
início e no fim do período para cada tratamento, obtendo, ao final do experimento, o
ganho de peso médio diário em cada tratamento.
5.9 Balanço de compostos nitrogenados
As amostras de sangue foram coletadas no 20º dia de cada período experimental,
obtendo-se 10 ml, através da veia mamária, com tubos de vacutainer com heparina
sódica com anticoagulante. Após a coleta, o sangue foi imediatamente centrifugado
(1500rpm durante 15 minutos). Após centrifugação, o plasma foi acondicionado em
tubos eppendorfe congelado a temperatura de -20ºC, para posterior análises das
concentrações de ureia.
Durante o período de coleta, amostras de urina spot foram obtidas no 20º dia de
cada período experimental, de todas as vacas, aproximadamente 4 horas após a
alimentação, durante micção espontânea, conforme descrito por Valadares et al. (1999).
34
A urina foi filtrada em gases e uma alíquota de 10 mL de cada animal foi
diluída, imediatamente, em 40 mL de ácido sulfúrico de normalidade 0,036. As
amostras de urina foram armazenadas a -20ºC e, posteriormente, submetidas à análise
das concentrações de creatinina, ureia, alantoína e ácido úrico. A concentração de ureia
no plasma, na urina e no leite desproteinizado e as concentrações de creatinina e ácido
úrico na urina foram determinadas utilizando-se kits comerciais Bioclin®, segundo
orientações do fabricante.
O volume urinário foi obtido para cada animal através da divisão entre a
excreção diária de creatinina (mg/Kg PC) pelos valores observados de concentração de
creatinina (mg/L) na urina spot e multiplicando essa divisão pelo respectivo peso
corporal.
As análises de alantoína na urina e no leite desproteinizado foram feitas pelo
método calorimétrico, conforme metodologia de Fujihara et al., (1987) descrita por
Chen & Gomes (1992), sendo o teor de nitrogênio total na urina, no leite, no sangue e
nas fezes foi realizado segundo Silva (1990).
O balanço de nitrogênio (N-retido, g/dia) foi calculado com:
N-retido = N ingerido (g) – N nas fezes (g) – N na urina (g) (Equação7)
A síntese de compostos nitrogenados microbianos no rúmen (Y, g N/dia) foi
calculada em função das purinas absorvidas (X, mmol/dia), por meio da equação:
Y=(70X) / (0,83 x 0,116 x 1000) (Equação8)
Em que 70 representa o conteúdo de N nas purinas, 0,83 a digestibilidade das
purinas microbianas e 0,116 a relação N-purina: N total nas bactérias (Chen & Gomes,
1992)
5.10 Análises físico-químicas
As análises de composição físico-química do leite foram feitas em duplicata,
para densidade (g.mL-1) a 15ºC, pelo termolactodensímetro de Quevenne; índice
crioscópio (ºH), utilizando crioscópio eletrônico LAKTRON 312-L (BRASIL, 2006).
Os percentuais de gordura, proteína, lactose e Extrato Seco Total (EST) foram
determinados em analisador de leite por ultrassom, Lactoscan LA. O Extrato Seco
35
Desengordurado (ESD) foi estimado pela diferença entre o EST e o percentual de
gordura.
5.11 Análise de Ácidos Graxos
5.11.1 Extração dos lipídios totais do leite
Para a extração dos lipídios totais do leite in natura, 50,0 mL de cada amostra
descongelada foram centrifugados a 12.000 rpm por 30 min a 4ºC, em Micro-Centrífuga
de Alta Rotação Himac CF-16RX II. A camada sólida formada na parte superior foi
coletada e armazenada em frascos eppendorfs para análise cromatográfica (Reveneau,
2008).
5.11.2 Extração dos lipídios totais do concentrado e do pastejo simulado
Para a quantificação dos ácidos graxos, as amostras de concentrado e de pastejo,
foram submetidas à extração dos lipídios, segundo a metodologia proposta por Bligh &
Dyer (1959).
Tabela 5. Perfil lipídico do pastejo simulado e do concentrado consumido
Ácidos graxos (mg g-1) Forragem Níveis de caroço de algodão (% MS) 0 6 12 18 24
Tridecanoico 13:00 0,38 0,20 0,20 0,20 0,17 0,26 Mirístico 14:00 0,32 0,17 0,52 0,88 1,38 1,21 Palmítico 16:00 3,44 5,45 24,13 33,20 47,61 36,17 Palmitoléico 16:01 Nd1 nd 0,23 0,46 0,79 0,64 Margárico 17:00 Nd nd 0,04 0,08 0,13 0,11
Esteárico 18:00 Nd nd 1,19 2,43 4,18 3,37
Vacênico 18:1n-7t Nd nd 0,06 0,11 0,19 0,16 Elaidico 18:1n-9t 1,62 1,67 11,22 18,47 29,09 23,13 Oleico 18:1n-9c Nd nd 0,40 0,81 1,39 1,12 Linoléico 18:2n-6 2,14 5,73 28,56 23,58 20,54 9,50 Calêndico 18:3n-6 3,14 12,66 64,22 83,03 115,25 83,19 Alfa-linolênico 18:3n-3 427,00 226,31 222,04 222,04 196,42 290,36 Henecosanoico 21:00 2,50 2,43 3,14 2,93 2,75 2,50 Dihomo-γ-linolênico
20:3n-6 0,30 0,17 0,41 0,48 0,60 0,53
Eicosatrienóico 20:3n-3 1,51 0,80 0,79 0,79 0,79 0,79 Somatório dos Ácidos graxos (mg g-1)
∑AGS2 6,64 8,25 28,03 37,29 52,04 40,25 ∑AGM3 1,62 1,67 11,91 19,85 31,46 25,05 ∑AGPI4 434,09 245,67 316,02 329,92 333,6 384,37
1Nd - não detectado; 2Somatório de Ácidos Graxos Saturados: 13:00; 14:00; 16:00; 17:00; 18:00; 21:00 ; 3 Somatório de Ácidos Graxos Monoinsaturados: 16:01; 18:1n-7t; 18:1n-9t; 18:1n-9c; 4Somatório de Ácidos Graxos Poliinsaturados: 18:2n-6; 18:3n-6; 18:3n-3; 20:3n-6; 20:3n-3.
36
5.11.3 Preparação de ésteres metílicos de ácidos graxos
Os lipídios extraídos do leite in natura foram submetidos à preparação de ésteres
metílicos de ácidos graxos, conforme procedimento descrito por Bannon et al. (1982),
com modificações descritas por Simionato et al. (2010). Foram adicionados 5,0 mL de
solução de metóxido de sódio 0,25 mol.L-1 em metanol-dietil éter (1:1), em um tubo de
tampa rosqueável, com aproximadamente 150 mg de lipídios, agitando por 3 minutos. À
mistura, foram adicionados 2,0 mL de iso-octano e 10,0 mL de solução saturada de
cloreto de sódio. O tubo foi novamente agitado e deixado em repouso para separação
das fases; o sobrenadante foi transferido para frascos eppendorf devidamente
identificados, para posterior análise cromatográfica.
5.11.4 Análise cromatográfica dos ésteres de ácidos graxos
Os ésteres de ácidos graxos foram analisados por um cromatógrafo à gás
Shimadzu, modelo GC-2010 Plus, equipado com Detector de Ionização de Chama
(DIC) e coluna capilar de sílica fundida Rt-2560 (100m, 0,25mm d.i). As vazões dos
gases (White Martins) foram de 40 mL.min-1 para o gás de arraste (H2); 30 mL.min-1
para o gás auxiliar (N2) e 4.000 mL.min-1 para o ar sintético da chama.
A razão da divisão da amostra foi de 90:10. Os parâmetros de funcionamento
foram estabelecidos após verificação da condição de melhor resolução. As temperaturas
do injetor e detector foram 225°C e 260°C, respectivamente. A temperatura da coluna
foi programada a 140°C por 5 minutos, seguido por uma rampa de 3°C/min até atingir
245°C por 20 minutos. O tempo total de análise foi de 60 minutos. As injeções foram
realizadas em duplicata e os volumes das injeções foram de 0,7 μL. As áreas dos picos
dos ésteres metílicos de ácidos graxos foram determinadas através do software
LCSolution®.
5.11.5 Identificação dos ésteres metílicos
A identificação dos ésteres metílicos de ácidos graxos foi realizada por
comparação de tempo de retenção dos constituintes da amostra, com uma mistura de 37
37
padrões de ésteres metílicos de ácidos graxos (189-19 Sigma, EUA) e por comparação
com os tempos de retenção com os ésteres metílicos de padrões contendo os isômeros
geométricos c9t11 e t10c12 do ácido linoléico (O-5632 Sigma, EUA).
5.11.6 Avaliação da resposta do detector de ionização de chama
Para avaliar a resposta do detector de ionização de chama, foi utilizada uma
solução de mistura constituída de padrões (Sigma) de ésteres metílicos de ácidos graxos
em concentração conhecida, sendo calculado através da Equação 9, conforme método
proposto por Ackman (1972). Esses fatores foram obtidos a partir da média de quatro
repetições:
A23:0 . CX
FR = _________________ (Equação9)
Ax . C23:0 Em que:
FR= Fator de resposta em relação ao tricosanoato de metila;
A23:0= área do tricosanoato de metila;
CX= concentração de ésteres metílicos de ácidos graxos;
Ax = área do éster metílico de ácido graxos; e
C23:0= concentração tricosanoato de metila;
5.11.7 Quantificação dos ésteres metílicos
Para as amostras de leite in natura, foi realizada a quantificação dos ácidos
graxos, em mg.g-1 de lipídios totais, utilizando o padrão interno tricosanoato de metila
(23:0) (Sigma, EUA). Após a pesagem dos lipídios (~ 150 mg) para transesterificação,
foram adicionados a todas as amostras, com auxílio de uma micropipeta, 1000 μL da
solução de padrão interno com concentração conhecida (1,00 g.mL-1).
Os cálculos da concentração dos ácidos graxos contidos nas amostras foram
realizados conforme Visentainer e Franco (2006), pela equação 10:
38
AX . M23:0 . FRT (Equação 10) C (mg/g) =
A23:0 . MA . FCT Em que:
AX = área dos ésteres metílicos dos ácidos graxos
A23:0 = área do padrão interno;
M23:0 = massa do padrão interno adicionado a amostra (em miligramas);
MA = massa da amostra (em gramas);
FRT = fator de resposta teórico dos ésteres metílicos de ácidos graxos; e
FCT = fator de conversão para expressar os resultados em mg de ácidos graxos/g de
lipídios totais (LT).
5.12 Índice de qualidade nutricional dos lipídios do leite in natura
A qualidade nutricional da fração lipídica do leite in natura foi avaliada por
meio do Índice de Aterogenicidade (IA) e Índice de Trombogenicidade (IT), a partir dos
resultados obtidos para os ácidos graxos encontrados nas amostras.
Os cálculos foram realizados segundo Ulbricht & Southgate (1991), por meio
das seguintes equações:
12:0 + (4 . 14:0) +16:0 (Equação11)
IA = ΣAGM + Σn-6 - Σn-3
14:0 + 16:0 +18:0 (Equação12) IT = (0,5 . ΣAGM) + (0,5 . Σn-6) + (3 . Σn-3) + (Σn-3/Σn-6)
Em que:
ΣAGM = Somatório de Ácidos Graxos Monoinsaturados;
Σn-6 = somatório dos ácidos graxos da família ômega-6;
Σn-3 = somatório dos ácidos graxos da família ômega-3; e
Σn-3/Σn-6 = relação dos ácidos graxos da família ômega 6 e 3.
39
5.13 Índices de atividade da enzima Δ9-Dessaturase
O índice de dessaturase foi calculado a partir de 14:1n-9c/14:0, ácidos graxos
que representam em sua maioria produtos e substratos para a Δ9-dessaturase. A
comparação de 14:0 com 14:1 é considerada porque 14:0 origina-se da síntese da
glândula mamária, e, essencialmente, a única fonte para o ácido miristoleico na gordura
do leite é a dessaturação por Δ 9-desaturase (Griinari et al., 2000).
5.14 Extração e análise do colesterol do Leite
A extração, detecção, identificação e quantificação do colesterol foi realizada,
seguindo metodologia validada e descrita por Bauer et al. (2014).
Para extração da matéria insaponificável das amostras de leite, tomou-se 10 mL
de leite e adicionou-se 8 mL de solução aquosa de hidróxido de potássio (KOH) a 50%
(p/v) e 12 mL de álcool etílico P. A. Após agitação em vórtex por 1 minuto, a mistura
permaneceu em repouso durante 22 h, no escuro e à temperatura ambiente, para que se
completasse a reação de saponificação. Decorrido esse período, foram adicionados 10
mL de água destilada e 10 mL de hexano P.A., e a mistura foi novamente agitada em
vórtex (5 minutos). Após completa a separação de fases, a fase hexânica foi coletada,
evaporada a temperatura ambiente em evaporador rotativo, e o resíduo obtido diluído
em 2,5 mL de acetonitrila e isoproponal na proporção de 95:5 (fase móvel).
O resíduo diluído na fase móvel foi filtrado através de uma membrana de
fluoreto de polivinilideno (PVDF), com diâmetro do poro de 0,45 μm e analisado por
Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) com detector de arranjo de diodos
(DAD).
Para a análise das amostras, foi utilizado um cromatógrafo líquido da marca
Shimadzu, equipado com um sistema quaternário de bombas, degaseificador, válvula de
injeção com alça de amostragem de 20 L, forno de coluna e detector de arranjo de
diodos. O colesterol foi separado em coluna analítica de fase reversa C18 (15 cm x 6
mm d.i. x 5 m) da marca Restek. Como fase móvel, foram utilizados os solventes de
grau cromatográfico, acetonitrila e isopropanol na proporção de 95:5 (v/v), sendo que,
antes da realização das corridas cromatográficas, esses eram filtrados e degaseificados.
Os parâmetros de funcionamento do cromatógrafo foram estabelecidos em: vazão
40
ajustada para 2 mL.min-1, a temperatura do forno de 35ºC e tempo de corrida de 15
minutos. As injeções foram realizadas em duplicata, e as áreas dos picos do colesterol
foram determinadas através do software LCSolution®.
A identificação do colesterol foi realizada tentativamente através da comparação
do tempo de retenção dos picos das amostras, com o tempo de retenção do pico do
padrão do colesterol (Cholesterol, cód. C8667) da Sigma-Aldrich® e também pelo
comprimento de onda característico da substância. O cromatograma foi processado a
202 nm.
5.15 Análise estatística
Os dados foram avaliados por meio de análises de variância e de regressão,
utilizando-se o Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas - SAEG (Ribeiro Júnior,
2001). Os modelos estatísticos foram escolhidos de acordo com a significância dos
coeficientes de regressão, utilizando-se o teste “F” em nível de 5% de probabilidade e
coeficiente de determinação (R2).
41
VI-RESULTADOS E DISCUSSÃO
O incremento dos níveis de caroço de algodão na dieta de vacas de leite não
afetou o consumo de matéria seca total, consumo de matéria seca de forragem, matéria
seca em função do peso corporal, consumo de fibra em detergente neutro corrigido para
cinzas e proteína e, consequentemente, consumo de fibra em detergente neutro,
corrigido para cinzas e proteína relacionado ao peso corporal, conforme apresentado na
Tabela 6.
Tabela 6 .Consumo de matéria seca e dos nutrientes de vacas lactantes recebendo níveis de caroço de algodão na dieta
Consumo (kg/dia) Níveis de caroço de algodão (% MS)
Ŷ¹
CV%²
P³
0 6 12 18 24 Matéria seca total 13,99 14,54 14,83 12,33 12,85 13,70 11,45 0,11 Matéria seca concentrado 6,66 6,96 7,10 6,70 4,17 6,31 8,44 7
Matéria seca forragem 7,32 7,57 7,72 5,62 8,67 7,38 20,27 0,07 Matéria seca (% PC) 2,30 2,38 2,46 1,99 2,12 2,25 11,23 0,07 Proteína bruta 2,19 2,32 2,39 2,12 1,86 2,17 8,99 8
CFDNcp 4 6,61 6,91 7,14 5,75 7,49 6,78 15,14 0,71 CFDNcp (% PC)5 1,08 1,15 1,18 0,93 1,22 1,11 14,94 0,12 Extrato etéreo 0,35 0,51 0,69 0,78 0,63 0,59 15,36 9
CNF5 3,89 3,64 3,50 2,81 2,08 3,18 10,83 10
NDT6 8,05 8,47 8,81 7,23 6,89 7,89 12,26 11
1Equação de regressão, 2Coeficiente de variação em porcentagem, 3Probabilidade de erro; 4Consumo de fibra em detergente neutro corrigido para cinzas e proteína; 5Carboidratos não fibrosos,6Consumo de nutrientes digestíveis totais; 7y = -0,012x2 + 0,207x + 6,480, R² = 0,930 ; 8 y = -0,002x2 + 0,039x + 2,188 R² = 0,963; 9y = 0,013x + 0,426, R² = 0,616 ; 10 y = -0,074x + 4,074 R² = 0,914, 11 y = -0,006x2 + 0,104x + 8,110 R² = 0,799
Sousa et al. (2008) verificaram que o consumo de pastagem foi maior quando a
suplementação com concentrados passou de 4 para 8 kg/vaca/dia. Essa afirmação
corrobora os dados encontrados nesta pesquisa, pois, sendo fornecidos 8 kg/vaca/dia
durante o experimento, a proporção de volumoso em média foi sempre maior que a de
concentrado.
Houve um efeito quadrático quanto ao consumo de concentrado (Tabela 6)
(P<0,05), sendo que a proximidade dos pontos de máximo de seu consumo a 14,57%
(8,625 kg/dia) demonstra que os animais consumiram, de maneira heterogênea, as
rações, não selecionando o caroço de algodão em detrimento da soja e do milho moído,
ficando evidenciado na verificação das sobras durante todos os períodos, conforme fica
42
evidenciado na figura 1. O objetivo do zootecnista ao balancear uma dieta para vacas
leiteiras é atender as exigências específicas de cada categoria animal, combinando
diversos alimentos com composições nutricionais distintas de forma eficiente e
economicamente viável. Entretanto, por melhor formulada e homogeneizada que a dieta
esteja, as vacas têm boa capacidade seletiva e acabam por ingerir uma ração distinta da
originalmente formulada (Danés, 2012).
Figura 1: Sobras de caroço de algodão após consumo
No experimento, essa maior seletividade dos animais na tentativa possível de
atenderem aos requisitos nutricionais e ingerirem material mais palatável pode se dever
ao fato do caroço de algodão com línter em níveis mais elevados, ser de difícil
homogeneização com os demais itens formulados na dieta. Quando o percentual de
caroço de algodão atingiu os níveis de 18 e 24% na formulação, houve uma baixa
mistura, assim o destacando, facilitando a separação dos itens no fundo do cocho,
mesmo com a mistura previa do fornecido antes do consumo pelos animais, ficando
evidenciado durante todo o experimento. Ressalta-se que a mistura dos alimentos da
ração foi efetuada da forma mais homogênea possível, a fim de evitar que os animais
selecionassem e consumissem os ingredientes de maior aceitabilidade e palatabilidade.
43
O principal problema da avaliação do consumo de um alimento está nas razões
pelas quais um animal pode recusar um alimento. Uma delas é a palatabilidade, que
compreende a escolha das melhores porções do alimento (Van Soest, 1994).
Considerando esse fato, as dietas apresentaram em média 87,11% (Tabela 5) de AGPI,
o que, segundo Benson et al. (2001), são potentes inibidores de consumo. Fiorentini
(2009) afirma que o uso de gordura insaturadas na alimentação de ruminantes pode
prejudicar a palatabilidade.
A aceitabilidade do caroço de algodão, principalmente a 24% de inclusão na
dieta, foi baixa, sendo devidamente comprovado pela razão volumoso:concentrado
numa relação de 68:32 (Tabela 3), havendo um maior consumo de forragem do que de
concentrado. Esses dados ficam comprovados por Costa (2009), que, em seu trabalho,
observou que os animais que recebiam dietas com caroço de algodão tentavam evitar o
consumo desse ingrediente. A palavra aceitabilidade normalmente se refere aos aspectos
de qualidade, que refletem a palatabilidade, o consumo voluntário e o grau em que os
diversos tipos de plantas são consumidos, em relação à sua abundância em
experimentos de pastejo (Suarez, 2014).
Smith et al. (1981), Wilks et al. (1991), Harrison et al. (1995) e Villela (1995)
também não encontraram efeito no consumo de MS total de vacas em lactação quando
incluíram caroço de algodão na dieta nos teores que variaram de 0 a 30% da MS da
dieta.
Resende et al. (2002), trabalhando com diferentes níveis de caroço de algodão
(0%, 6%, 12%, 18%, 24%) em dietas contendo silagem de milho para vacas de leite,
encontraram em seus resultados um efeito quadrático no consumo de matéria seca total,
em que eles justificaram a redução a partir de 12% devido a diminuição da
digestibilidade ruminal da fibra, quando se tem a adição de gordura à dieta. Melo et al.
(2006) avaliaram o desempenho de vacas alimentadas com caroço de algodão (0%,
6,25%; 12,50%; 18,75%; 25%) em dieta à base de palma forrageira, obtendo um
aumento linear como resultado para o consumo de matéria seca total, justificando esse
aumento a diferença de tamanho a partícula à gravidade específica da silagem de sorgo
e do caroço de algodão, que interferem na taxa de passagem das dietas experimentais.
Com base no consumo de FDN em porcentagem do peso corporal (Tabela 6) que
não possuiu diferença estatística entre os tratamentos (P<0,05), pôde-se afirmar que o
consumo de matéria seca não foi limitado pela repleção ruminal, sendo encontrada, no
44
presente estudo, uma média de 1,1%. Esse valor se manteve abaixo de valores
encontrados por Sousa et al. (2008), que citam média geral para o consumo de FDN em
relação ao peso vivo que foi de 1,6%. O resultado encontrado é semelhante ao de Melo
et al. (2006), que encontraram no consumo médio de 1,09% PC, o qual ficou abaixo do
valor de 1,2% adotado pelo NRC (2001) como limitante do CMS.
O consumo de extrato etéreo (Tabela 6) foi influenciado pela inclusão de níveis
crescentes de caroço de algodão (P˂0,05). O estudo apresentou um comportamento
linear crescente do consumo desse nutriente: reflexo do conteúdo de extrato etéreo do
caroço de algodão e sua respectiva porcentagem de inclusão nas dietas experimentais.
Resultados semelhantes foram encontrados por Resende et al. (2002) trabalhando com
teores de caroço de algodão em dietas contendo silagem de milho para vacas em
lactação, e por Melo et al. (2006), avaliando o desempenho leiteiro de vacas
alimentadas com caroço de algodão em dieta à base de palma forrageira, em que eles
explicam que o consumo de EE verificado é reflexo do conteúdo de EE do caroço de
algodão e sua respectiva porcentagem de inclusão na dieta.
Os teores de extrato etéreo nas dietas com níveis mais elevados de caroço de
algodão (12, 18 e 24% de inclusão) chegaram próximo (4,38% de consumo extrato
etéreo) do nível máximo preconizado (5% da dieta total), uma vez que, a partir desse
nível, os lipídeos podem afetar negativamente o consumo de nutrientes, seja por
mecanismos regulatórios que controlam o consumo de alimentos, seja pela capacidade
limitada dos ruminantes de oxidar os ácidos graxos (Palmquist e Mattos, 2006).
O excesso de óleo, e, principalmente, o óleo insaturado presente no caroço de
algodão, é prejudicial à flora microbiana presente no rúmen. Além disso, o excesso de
óleo provoca diarreia nos animais, o que ficou evidenciado durante o experimento. Os
animais aprendem a associar as consequências pós-digestivas de um alimento com suas
propriedades sensoriais, e usam suas preferências ou aversões condicionadas para
fazerem a seleção dos alimentos (Forbes et al., 2007)
Houve interferência dos níveis de caroço de algodão na dieta em caráter linear
decrescente (P>0,01) sobre o consumo de carboidratos não fibrosos (CNF),
provavelmente, à medida que se aumentou os níveis de inclusão de caroço de algodão
na dieta, foi diminuindo a quantidade de grãos moídos de milho (fonte expressiva de
CNF) e soja (fonte expressiva de PB), consequentemente, as dietas experimentais com
maiores níveis de caroço de algodão serão as compostas de menor teor de CNF. Neste
45
trabalho, a inclusão de gordura reduziu o teor de CNF nas dietas, sendo que seus níveis
ficaram abaixo daqueles preconizados pelo NRC (2001), de 33 a 42% da matéria seca
da dieta (23,08% de média).
Os consumos de PB totais e nutriente digestível total (NDT) (Tabela 6)
apresentaram um efeito quadrático (P<0,05), com ponto máximo 2,39 kg/dia, média
geral de 2,17kg/dia e 8,66 Kg/dia, média geral de 7,89 Kg/dia, respectivamente. Os
dados obtidos para consumo de proteína bruta apresentaram-se inferiores aos preditos
pelo NRC (2001), que preconiza um consumo de PB em 2,513 kg/dia para vacas com
produção de 20 kg de leite/dia. O caroço de algodão integral é relativamente rico em
proteína, quando comparado aos grãos e cereais. No entanto, a inclusão de níveis
crescentes neste estudo seguiu o mesmo comportamento do consumo de matéria seca do
concentrado, justificando, assim, o consumo de proteína bruta, mesmo com o
balanceamento das dietas que foram formuladas para serem isoprotéicas.
O consumo de FDN (Tabela 6) não sofreu alteração (P<0,05) com os níveis
crescentes de caroço de algodão. A necessidade de um fornecimento mínimo de FDN
para os ruminantes se deve para a prevenção de diversas doenças metabólicas, como:
acidoses, redução da gordura do leite, laminites e alterações nos padrões de fermentação
do rúmen. No presente estudo, o nível de FDN na dieta foi de 49,56% estando dentro do
limite mínimo de FDN (23,3%) proposto por Mertens (1997).
Houve um efeito linear decrescente (P<0,01), sobre a digestibilidade da matéria
seca, conforme demonstra a Tabela 7. Isso pode ser justificado pelo fato do caroço de
algodão apresentar uma proteção apenas parcial dos AGI contidos em seu interior, tendo
em vista que o teor de EE não ultrapassou 6,0% da MS da dieta. Valores superiores a
6,0-7,0% de extrato etéreo na MS têm sido associados a uma queda na ingestão e
digestibilidade da MS (Wada et al., 2008).
46
Tabela 7 .Coeficiente de digestibilidade da matéria seca e dos nutrientes, em vacas lactantes alimentadas com níveis de caroço de algodão.
1Equação de regressão, 2Coeficiente de variação em porcentagem, 3Probabilidade de erro; ,4digestibilidade de fibra em detergente neutro corrigido para cinzas e proteína; 5 y = -0,305x + 58,43, R² = 0,705 ; 6y = -0,473x + 75,69,R² = 0,595
Outro ponto a ser observado, quanto a redução da digestibilidade da MS, refere-
se ao consumo de EE, que, segundo Maciel et al. (2012), o elevado consumo de EE
pode ser considerado como uma provável causa para a redução na digestibilidade da
MS. O aumento da disponibilidade de substratos no intestino aumenta a fermentação e o
crescimento bacteriano nesses compartimentos, aumenta as perdas fecais metabólicas e
diminui a digestibilidade aparente da matéria seca (Van Soest, 1994).
O coeficiente de digestibilidade do CNF apresentou efeito linear decrescente
(P<0,01), que pode ser justificado pela qualidade do CNF, principalmente, oriundo dos
grãos de milho moído da dieta (Tabela 7). Provavelmente, o efeito associativo dos
alimentos na ração pode ter restringido essa fração de carboidratos, os quais são
rapidamente degradados no rúmen (Cunha, 2008). Outro fator pode ser devido a
substituição do milho, ingrediente rico em amido rapidamente fermentável no rumem,
pelo caroço de algodão.
Embora a concentração energética em lipídeos seja maior que em carboidratos e
proteínas, o uso de elevadas quantidades na dieta de ruminantes pode causar efeito
prejudicial sobre o consumo, podendo, também, causar alterações no metabolismo
ruminal, com queda na digestibilidade da matéria seca e no aproveitamento dos
nutrientes (Palmquist, 1991; Jenkins, 1993).
Melo et al. (2005), ao incluir caroço de algodão nas dietas (0,00; 6,25; 12,50;
18,75; e 25,00%) em substituição de parte da silagem de sorgo e farelo de soja, não
verificaram influência em relação aos coeficientes de digestibilidade aparente de
matéria seca.
Digestibilidade (kg/dia) Níveis de caroço de algodão
(% MS)
Ŷ¹
CV%²
P³ 0 6 12 18 24
Matéria seca 56,33 57,96 56,36 54,06 49,12 54,76 6,04 5
Proteína bruta 64,88 67,30 68,06 70,43 66,67 67,46 4,09 0,08 DFDNcp4 51,66 49,85 51,14 43,91 48,19 48,95 11,39 0,24 Extrato etéreo 45,26 59,55 59,47 66,56 52,01 56,57 20,85 0,10 Carboidratos não fibrosos 72,59 73,47 73,56 70,61 59,82 70,01 6,42 6
Nutrientes digestíveis totais 57,51 58,30 59,36 58,39 53,34 57,38 6,44 0,15
47
Alguns resultados sobre o uso de fontes de lipídeos sobre a digestibilidade da
matéria seca são controversos, pois Jorge et al. (2008) não observaram efeito da
inclusão de lipídios sobre o coeficiente de digestibilidade dos nutrientes, dados também
encontrados por Sousa et al. (2009), quando avaliaram a digestibilidade de nutrientes,
em vacas alimentadas com silagem de milho ou cana-de-açúcar com caroço de algodão.
Todavia, Oliveira et al. (2007), utilizaram lipídeos na forma de grãos, notaram que
houve uma influência negativa na digestibilidade da fibra. Portanto, além do nível de
extrato etéreo, a fonte pode influenciar a digestibilidade e o desempenho animal.
Não foi observado efeito de diferentes níveis de inclusão de caroço de algodão
na digestibilidade do FDN. Segundo Arieli (1998), o efeito do EE na dieta pode ter
limitado esse potencial, fazendo com que, ao final, a alta digestibilidade da FDN do
caroço de algodão e o aumento no teor de EE da resultassem na manutenção da FDN
entre os tratamentos. Outro fator também pode se dever ao fato do efeito associativo dos
alimentos na ração ter restringido essa fração de carboidratos, os quais são rapidamente
degradados no rúmen. Resende et al. (2002), avaliando teores de caroço de algodão em
dietas contendo silagem de milho para vacas em lactação, também não observaram
influência no coeficiente de digestibilidade da FDN com a adição de caroço de algodão
nas dietas. Dados também corroborados por Wu et al. (1993), quando acrescentaram
fontes de gordura a dieta.
Não houve efeito dos diferentes tratamentos sobre os NDT das dietas, que foi em
média 57,38 %, uma vez que o NDT é calculado usando a energia produzida pelas
frações químicas do alimento (carboidratos fibrosos, carboidratos não-fibrosos, lipídeos
e proteína bruta), medidas ou calculadas por meio de análise de laboratório, e de suas
digestibilidades aparentes, a partir de equações (NRC, 2001).
Os resultados médios por tratamento de produção de leite e produção de leite
corrigida para 4% de gordura encontram-se na Tabela 8. Observa-se que tanto a
produção de leite como a produção de leite corrigida diferiu, significativamente, com
efeito quadrático (P<0,05)
48
Tabela 8. Desempenho de vacas lactantes alimentadas com diferentes níveis de caroço de algodão na dieta
Desempenho (kg/dia) Níveis de caroço de algodão
(% MS) Ŷ¹
CV%²
P³
0 6 12 18 24 Produção de Leite 18,58 17,57 18,22 16,07 13,12 16,71 9,30 6
Produção de Leite G4 18,40 17,43 18,69 17,23 13,77 17,10 9,95 7
EA (kg leite/CMS)5 1,33 1,22 1,23 1,31 1,04 1,22 9,84 8
GMD (kg/dia)6 -0,17 -0,42 0,09 0,34 -0,06 -0,04 **** 0,62 1Equação de regressão, 2Coeficiente de variação em porcentagem, 3Probabilidade de erro; 4 Produção de leite corrigida para 4% de gordura, 5Eficiência alimentar, 6 y = -0,013x2 + 0,111x + 18,24 R² = 0,939; 7y = -0,015x2 + 0,209x + 17,89 R² = 0,854; 8y = -0,008x + 1,324 R² = 0,457.
O comportamento quadrático (P<0,05) da produção de leite e produção de leite
corrigida para 4% de gordura (Tabela 8) pode ser explicado em função do consumo de
matéria seca do concentrado (Tabela 6). Quanto mais concentrado consumido, mais
energia, consequentemente maior produção de leite. Essa relação fica evidenciada entre
a produção de leite, consumo de concentrado e consumo de NDT, em que todos esses
quesitos apresentaram efeito quadrático (P<0,05). Segundo Lima et al. (2002), a maior
eficiência de produção de vacas leiteiras que recebem rações foi observada quando há
maior inclusão de concentrado na dieta. A redução de produção de leite nos níveis mais
elevados de caroço de algodão integral na dieta (18 e 24%) pode ser principalmente
evidenciada pela baixa palatabilidade e aceitabilidade da dieta formulada, que indica
que houve mudanças no consumo da dieta (comprovada pelas altas quantidades de
caroço de algodão nas sobras), na qual reduziram muito sua densidade energética
devido ao baixo consumo nos níveis mais altos de fornecimento de caroço de algodão.
De acordo com Grummer et al. (1990), a redução na aceitabilidade das fontes de
gordura pode, em parte, explicar a redução da produção de leite.
Os resultados de pesquisas relacionadas à produção de vacas leiteiras submetidas
à alimentação com suplementação lipídica são variáveis (podendo aumentar, reduzir ou
não influenciar), e as respostas a tais suplementações são verificadas, possivelmente, de
acordo com o nível de suplementação, grau de insaturação dos ácidos graxos do
suplemento, assim como, a possível proteção aos processos ruminais, atribuídas a
algumas fontes de gordura. Dessa forma, esse conjunto de aspectos relacionados à
suplementação lipídica pode modular o resultado esperado (Machado, 2012).
De acordo com Ospina et al. (2000), a eficiência de produção de uma vaca está
ligada a fatores relacionados ao animal (genética, condição corporal, estágio de lactação
e número de cria) e a dieta (quantidade ofertada, razão volumoso e concentrado), sendo
49
que, neste trabalho, ocorreu uma série de variações dessas. Quanto à dieta, que apesar
de ser formulada com características isoenergéticas e isoprotéicas houve um efeito
decrescente (P<0,05) quanto a eficiência alimentar, esse efeito é justificado pelo
consumo de matéria seca que não apresentou efeito significativo com a inclusão de
caroço de algodão na dieta, apesar da produção de leite ter apresentado efeito
quadrático, o que indica que a eficiência de conversão da MS, consumida em produção
de leite, foi maior no tratamento com 0% de inclusão de caroço de algodão e reduziu à
medida que o caroço de algodão foi incluso na dieta. Brosh et al. (1989) observaram
redução da eficiência alimentar ao adicionarem 12% de caroço na dieta. Da mesma
forma, Takahashi et al. (2007) obtiveram diminuição linear da eficiência alimentar com
o aumento da proporção de caroço na dieta. O fato da dieta fornecida com diferentes
níveis de caroço de algodão ser rica em fibra, e essa reduzir a eficiência através de um
aumento no incremento calórico (Van Soest, 1994).
A variação do ganho de peso médio diário (Tabela 8) observado neste trabalho
não sofreu influência da adição de caroço, provavelmente porque não houve diferença
significativa (P<0,05) no consumo de matéria seca total. Embora os tratamentos não
tenham alterado o ganho de peso dos animais, havendo perda de peso em ordem
numérica com média de -0,04 kg/dia, tais dados devem ser analisados com certa cautela,
uma vez que o experimento foi de curta duração, com períodos de apenas 21 dias
(quadrado latino) ou houve uma mobilização de reserva de gordura (conforme indica a
perda média de peso) para a tentativa de manutenção de produção de leite. Assim, não
se pode especular sobre um provável efeito negativo nessas variáveis, com o
fornecimento da ração com diferentes níveis de caroço de algodão durante períodos
longos como por exemplo.
Segundo Savastano (2007), o caroço de algodão contém muito óleo, sendo 75%
do tipo insaturado, e o excesso de óleo provoca diarreia nos animais, ficando esse fator
evidenciado ao longo do experimento, o que pode ser uma outra explicação para a
pequena perda de peso.
O balanço dos compostos nitrogenados para as dietas contendo diferentes níveis
de caroço de algodão são apresentadas na Tabela 9.
Para o N ingerido (g/dia), houve um efeito quadrático (P<0,05), com máxima de
ingestão de nitrogênio a 12% de fornecimento de caroço de algodão e uma média de
ingestão de 349,10 g/dia; esse efeito observado já era esperado, devido ao consumo de
50
proteína bruta (kg/dia), demonstrado na Tabela 6, assim a ingestão de nitrogênio está
intimamente relacionada à magnitude do consumo de proteína bruta da dieta: essa
relação fica comprovada também por Cavalcante et al. (2006).
Tabela 9. Balanço de compostos nitrogenados de vacas lactantes alimentadas com dietas contendo diferentes níveis de caroço de algodão na dieta. Balanço de compostos nitrogenados
Níveis de caroço de algodão (% MS)
Ŷ¹
CV%²
P³
0 6 12 18 24 N ingerido (g/dia) 351,45 372,30 383,67 340,29 297,83 349,10 8,99 4
N fezes (g/dia) 122,17 120,63 122,05 98,43 97,56 112,16 8,97 5
N leite (g/dia) 91,93 89,30 91,89 85,78 65,35 84,85 9,22 6
N urina (g/dia) 42,46 51,01 53,41 59,79 39,16 49,16 20,21 7
Balanço de N(g/dia) 94,87 111,36 116,30 96,27 95,75 102,91 26,20 0,60 1Equação de regressão, 2Coeficiente de variação em porcentagem, 3Probabilidade de erro; 4y=-0,359x2+6,315x+351,0 R²=0,9647, 5y=-0,047x2-0,061x+123,0 R²=0,819;6y=-0,087x2 + 1,164x + 89,85 R² = 0,921;7y = -0,107x2 + 2,625x + 40,96 R² = 0,757
O nitrogênio expelido nas fezes e na urina (kg/dia) apresentaram um efeito
quadrático (P<0,05), com máxima de ingestão de nitrogênio a 12% de fornecimento de
caroço de algodão. Tendo em vista as afirmações de Hoffman et al. (2001), Sousa
(2003) e de Aguiar et al. (2015), que existe uma relação direta entre o consumo de
nitrogênio e a excreção de nitrogênio tanto nas fezes quanto na urina, os resultados
encontrados neste estudo indicaram que houve influência do tratamento a nível
quadrático no nitrogênio expelido nas fezes e urina (P<0,05).
O nitrogênio expelido na urina obteve um percentual médio de 14,08% do
nitrogênio ingerido, o que, segundo Church (1974), quando ocorre baixa excreção de N
urinário, associado ao seu consumo e absorção adequados, há um bom aproveitamento
da fração nitrogenada pelos ruminantes. Para o nitrogênio expelido nas fezes 32,13% no
N-ingerido, apesar de haver uma maior perda de nitrogênio nas fezes 12% de
fornecimento de caroço de algodão, quando comparamos ao tratamento controle, a
perda é de 0,12 g/dia, que biologicamente 122 miligramas de nitrogênio não
representam valores expressivos.
Ao alimentar um animal com uma dieta cujo teor de proteína degradável no
rumem é superior ao que os microorganismos são capazes de utilizar, essa proteína não
é devidamente aproveitada e o que não é reciclado via saliva ou parede ruminal é
excretado pela urina (Orskov, 1988). Isso se percebe, devido à baixa perda de nitrogênio
na urina, quando comparada percentualmente com a excreção de nitrogênio nas fezes.
51
A excreção de nitrogênio no leite (N leite) apresentou efeito quadrático (P<0,05)
com a inclusão de níveis crescentes de caroço de algodão na dieta; fato esse justificado
pelo mesmo efeito encontrado para a produção de leite descrito na presente estudo
(Tabela 8). Segundo Souza (2015), esse efeito é justificado pela produção de leite,
tendo, essa, uma relação direta com a excreção de N através do leite. Dessa forma,
quanto maior a produção de leite, também será maior a excreção de N através do leite e
vice e versa.
O balanço de N, expresso em g/dia, não foi influenciado pelo caroço de algodão
da ração, obtendo uma média de 102,91 g/dia. O mesmo balanço foi positivo para todos
os tratamentos avaliados, ou seja, a quantidade de nitrogênio consumido ou N-ingerido
pelos animais foi maior que a excretada nas fezes, na urina e no leite. Segundo
Vasconcelos et al. (2010), o balanço positivo de nitrogênio indica que houve retenção
de proteína no organismo animal, proporcionando condições para que não ocorresse
perda significativa de peso nos animais, indicando, provavelmente, que as exigências de
proteína nas dietas foram satisfeitas, o que ocorreu neste experimento.
A Tabela 10 apresenta os resultados referentes às concentrações de nitrogênio
uréico no plasma e nitrogênio ureico no leite, os quais demonstram que não houve
diferença entre os tratamentos (P<0,05).
Tabela 10. Concentrações de N ureico de vacas lactantes recebendo diferentes níveis de níveis de caroço de algodão na dieta.
Concentrações de N uréico (mg/dL)
Níveis de caroço de algodão (% MS)
Ŷ¹
CV%²
P³
0 6 12 18 24 N uréico no plasma 17,53 21,88 19,31 17,51 20,26 19,29 28,53 0,68
N uréico no leite 15,10 14,11 14,32 15,44 14,87 14,76 11,73 0,73
1Equação de regressão, 2Coeficiente de variação em porcentagem, 3Probabilidade de erro
Ao avaliar os dois itens relacionados na Tabela 10, observa-se que valores mais
elevados foram obtidos para a concentração de NUP em relação à de NUL, sendo outros
autores também encontraram valores de NUP superior ao de NUL (Alves et al., 2010;
Pina, et al., 2006). Essas diferenças nas concentrações de NUP e NUL podem ser
explicadas pelo fato de o NUL ser uma medida que reflete o conteúdo médio de ureia
nos períodos matutino e vespertino, enquanto a concentração de NUP afere o conteúdo
de ureia no soro, somente no momento em que a amostra foi coletada (Pina et al., 2006).
52
Apesar de não haver diferença estatística entre o NUL, que teve como média
14,76 mg/dL, os valores obtidos se encontram dentro dos valores que Jonker et al.
(1998) preconizam como ideal, sendo entre 10 e 16 mg/dL para vacas de leite.
Os dados de concentração de nitrogênio ureico no leite corretamente é
importante levar em consideração alguns fatores não-nutricionais, além da dieta do
animal: produção de leite, idade da vaca, estágio da lactação, peso vivo, e as
concentrações de proteína e de gordura do leite também podem alterar a concentração
de NUL. A cada aumento de uma unidade percentual de proteína, sólidos totais, lactose
e gordura do leite, observaram-se decréscimos na concentração de NUL (Meyer et al.,
2006). Como no presente trabalho, não houve diferença estatística entre os componentes
do leite, consequentemente não houve diferença (P<0,05) entre as concentrações de
NUL.
Levando em consideração a caseína como principal proteína no leite e
importante para a fabricação de queijos, uma vez que parte da proteína verdadeira,
formada pela caseína e proteínas do soro, quando são substituídas pelo nitrogênio não
protéico, notadamente a ureia, a caseína encontra-se diminuída com o aumento da
concentração de ureia no leite, além disso, o conteúdo de ureia no leite tem chamado a
atenção da indústria leiteira e dos pesquisadores durante a última década; esse interesse
é devido ao aumento no consumo de queijo em diversos países (Mühlbach et al., 2000;
Grande et al., 2010). Há aumento do tempo de coagulação do queijo com aumento das
concentrações do nitrogênio não proteico no leite. Esse aumento determina menor
rendimento industrial para produção de queijos (Ferreira et al., 2006).
Tendo em vista que os dados obtidos possuíram concentrações de NUL menor
com relação ao NUP, pode-se perceber que o leite obtido através de vacas alimentadas
com caroço de algodão, possui um grande valor tecnológico para a indústria láctea
brasileira.
Um fator não nutricional está relacionado com a concentração de NUL, sendo a
estação do ano citada por Grazziotin (2013), que, avaliando o nitrogênio ureico em
vacas nas diferentes estações do ano, observaram que: no verão há um maior índice,
seguido pelo inverno, primavera e outono, respectivamente. Isso pode explicar, em
parte, os dados obtidos, já que o experimento ocorreu de março a junho de 2015, e os
intervalos de coleta de amostras a serem analisadas de todos os períodos se deram na
estação de outono.
53
Quanto as concentrações de nitrogênio ureico no plasma, Oliveira et al.(1997)
concluem em seu trabalho que os valores adequados de nitrogênio ureico no plasma
situam-se entre 19,00 a 20,00 mg/dL: esses valores representariam limite para a
utilização de N dietético. No presente estudo, a média de concentração foi de 19,29
mg/dL, ficando dentro do recomendado.
A ureia é uma pequena molécula neutra que se difunde facilmente através das
membranas. Uma vez que o leite é secretado pela glândula mamária, a ureia difunde-se
para dentro ou para fora dela, entrando em equilíbrio com a ureia plasmática. Sendo
assim, existe uma relação significativa entre esses parâmetros, citadas por vários autores
(Lucci et al., 2006; Valadares et al.,1997). Segundo Costa (2008), o nível de nitrogênio
ureico no leite reflete o nível de nitrogênio no sangue.
O teor de NUP tem sido utilizado para obtenção de informações adicionais sobre
nutrição proteica de ruminantes, por meio da resposta metabólica à determinada dieta.
Desse modo, é possível evitar perdas econômicas advindas do fornecimento excessivo
de proteína dietética e de possíveis prejuízos produtivos, reprodutivos e ambientais
(Carvalho et al., 2011).
A Tabela 11 apresenta os dados referentes à síntese de nitrogênio e proteína
microbiana, ambos expressos em g/dia e demonstra também a eficiência microbiana
expressa em gramas de proteína bruta por quilo de Nutriente Digestível Total (NDT).
Todos esses parâmetros avaliados não possuíram diferença estatística (P<0,05).
Tabela 11. Produção de proteína microbiana e eficiência microbiana de vacas lactantes recebendo diferentes níveis de caroço de algodão na dieta. Síntese de N e PB microbiana (g/dia)
Níveis de caroço de algodão (% MS)
Ŷ¹
CV%²
P³
0 6 12 18 24 N microbiano 229,02 215,75 180,79 251,15 175,34 210,41 38,26 0,54PB microbiana 1431,41 1348,46 1129,94 1569,72 1095,92 1315,09 38,26 0,54
Eficiência microbiana g PB/kg NDT 181,75 155,14 130,29 219,31 165,45 170,38 38,34 0,32
1Equação de regressão, 2Coeficiente de variação em porcentagem, 3Probabilidade de erro.
Em seu trabalho, Souza (2015) e Vasconcelos et al. (2010) afirmam que a
ausência de variação na síntese de proteína microbiana pode ser explicada devido a não
diferença no consumo de matéria seca total, não modificando a taxa de passagem. Isso
54
corrobora os dados encontrados neste experimento, tendo em vista que não houve
diferença significativa entre o consumo de matéria seca total conforme Tabela 6.
O aumento da produção de proteína microbiana ocorre por meio do equilíbrio do
ambiente ruminal com o suprimento adequado de nitrogênio e energia oriundos da dieta,
associados ao pH ruminal adequado para o desenvolvimento dos microrganismos
(Feitosa, 2013).
Os níveis crescentes de caroço de algodão fornecidos nas dietas elaboradas não
influenciaram (P>0,05) a eficiência microbiana (g PB/kgNDT), apesar do caroço de
algodão ser rico em ácidos graxos poliinsaturados, que, geralmente, interferem na
síntese de proteína microbiana, pelo possível efeito tóxico sobre os microrganismos
(Doreau et al.,1995), sendo que os níveis de ingestão dos ácidos graxos poliinsaturados
não causaram efeito nesse parâmetro. O mecanismo exato da toxicidade dos lipídeos
sobre esses microrganismos ainda não está claro, mas acredita-se que esteja relacionado
à barreira que os lipídeos fazem ao redor das partículas de alimento, prejudicando a
colonização e degradação microbiana (Van Soest, 1994).
Uma vez que a eficiência microbiana (gPB/kgNDT) foi similar entre os
tratamentos com caroço de algodão e o tratamento controle, esperava-se um efeito
depressor pelo fato do caroço de algodão ser rico lipídeo, mas esse fato não ocorreu,
tendo em vista que o a gordura presente no caroço de algodão está protegida pela casca,
havendo uma liberação dos lipídeos no ambiente ruminal de forma mais lenta devido a
mastigação: isso faz com que haja uma redução nos efeitos deletérios sobre os
microrganismos ruminais. O efeito negativo de lipídios sobre os protozoários parece
depender da composição de gordura e da forma como a gordura é liberada no rúmen
(Martinele et al., 2008).
A eficiência microbiana foi similar entre as dietas com caroço de algodão
(P>0,05) e a dieta controle que também pode ser explicada em função de possível efeito
defaunatório dos AGPI, diminuindo o número de protozoários. Esses podem utilizar a
maioria dos carboidratos solúveis, amido e carboidratos da parede celular para seu
crescimento, além de estarem associados à maior reciclagem de nitrogênio microbiano
no rúmen e à redução no suprimento de aminoácidos ao intestino (Ivan et al., 2001), o
que levaria a um aumento do número de bactérias, resultante da diminuição da predação
dos protozoários (Jenkins, 1993).
55
As médias dos valores dos constituintes analisados do leite (gordura, proteína,
lactose, extrato seco total, extrato seco desengordurado) são apresentadas na Tabela 12,
na qual se observa que não houve efeito sobre a composição do leite (P≥0,05), quando
aumentado os níveis de caroço de algodão na dieta.
Tabela 12.Resultados médios das análises físico-químicas do leite in natura de vacas alimentadas com diferentes níveis de caroço de algodão
Parâmetros físico químicos
Níveis de caroço de algodão (% MS) Ŷ¹
CV%²
P³
0 6 12 18 24
Gordura (%) 3,91 4,02 4,20 4,51 4,37 4,20 8,81 0,13
Proteína (%) 3,09 3,21 3,18 3,35 3,11 3,18 5,37 0,19 Densidade (g/mL) 1,028 1,029 1,028 1,029 1,028 1,028 0,08 0,25 Crioscopia (°H) -0,536 -0,540 -0,527 -0,543 -0,540 -0,537 4,11 0,14 Lactose (%) 4,39 4,53 4,45 4,50 4,40 4,45 3,48 0,19 EST (%)4 12,26 12,56 12,65 13,27 12,77 12,70 4,29 0,12 ESD (%)5 8,34 8,54 8,45 8,75 8,40 8,49 3,37 0,24 1Equação de regressão; 2Coeficiente de Variação; 3Probabilidade de erro; 4Extrato Seco Total; 5Extrato Seco Desengordurado
Esses resultados são semelhantes ao de Almeida (2014), nos quais ele cita que
possivelmente o aporte de nutrientes para o animal, e especialmente para a glândula
mamária, não foi limitado em nenhuma das dietas.
Quanto ao teor de gordura analisado não possuir diferença (P≥0,05), mesmo com
o consumo de matéria seca do concentrado apresentar um comportamento quadrático, o
percentual de gordura se manteve constante entre os tratamentos. Isso pode se dever ao
consumo de FDN, que também não obteve diferença, e esse ser relacionado por
estimular uma maior produção ruminal de acetato em relação ao propionato, sendo o
acetato precursor direto de metade da gordura do leite (Lucci et al., 2006). Além disso, a
suplementação com sementes de oleaginosas inteiras, como as do caroço de algodão,
embora apresente níveis elevados de óleo, mantém ou aumenta a porcentagem de
gordura do leite, o que, no presente trabalho, manteve-se constante, porque a gordura
está encapsulada, permitindo uma liberação lenta no rúmen, e parte escapa para ser
aproveitada no abomaso (Mohamed et al., 1988).
Melo et al. (2006), avaliando o desempenho leiteiro de vacas alimentadas com
caroço de algodão em dieta à base de palma forrageira, não observaram diferença
estatística quanto a gordura do leite, corroborando os dados encontrados neste trabalho.
56
Villela et al. (1996) verificaram um aumento no teor de gordura do leite ao fornecer
caroço de algodão para vacas leiteiras a um nível de 12,17% da dieta.
De acordo com Behmer (1987), a curva de gordura é inversamente proporcional
à produção de leite, uma vez que essa cresce até o pico e diminui durante a lactação,
enquanto que próximo ao pico o teor de gordura atinge valores mínimos. Entretanto, as
vacas foram selecionadas para o experimento após o pico de lactação, de modo a não
sofrer influência desse fator. Contudo, o teor de gordura foi superior ao encontrado por
Silva et al. (2009) que, ao pesquisar vacas leiteiras mestiças Holandês X Zebu
suplementadas em pastagem, encontraram uma média de 2,34% de gordura no leite.
Ponce (2001), avaliando as composições do leite das raças Holandesa, Zebu e seus
cruzamentos, cita, em seu trabalho, que a média de gordura no leite encontrada em
vacas holandesas 3/4 e holandesas 1/4 zebuíno é de 3,65; abaixo do teor médio de
gordura encontrado, que foi de 4,20%. Martinez (2008), avaliando vacas multíparas
Holandesas e primíparas meio sangue Holandês/Jersey, observou que ambos os grupos
raciais não apresentaram variação no teor de gordura do leite, sendo que todas foram
alimentadas com níveis crescentes de caroço de algodão.
O teor de gordura é importante sob o aspecto nutricional, pois esse é uma fonte
de energia e de ácidos graxos essenciais. Industrialmente, a gordura possui uma grande
importância, pois é a matéria prima para elaboração de produtos lácteos, como
manteiga, queijos, iogurte e requeijão, entre outros, embora alguns desses produtos
possam ser elaborados com leite desnatado (Garcia, 2005). A gordura é o componente
do leite que apresenta maior valor energético, 9 Kcal/g, constituindo o solvente natural
para as vitaminas lipossolúveis. Por imprimir um sabor peculiar ao alimento, é
solicitada pelo consumidor, ou seja, o leite mais gordo é mais “saboroso” (Costa et al.,
2011).
O fato de, no presente trabalho, os percentuais de sólidos totais e extrato seco
desengordurado não se alterarem para o nível de significância avaliado (P≥0,05),
explica-se pela constituição desses dois compostos, sendo o primeiro constituído por
todos os componentes do leite fluido menos a água, e para o segundo, exclui-se além da
água, a gordura (Veiga, 2006).
Os resultados das análises físico-químicas do leite demonstrados na Tabela 12
atenderam as exigências da Instrução Normativa n° 62 (BRASIL, 2011), a qual
estabelece teores mínimos no leite de 3,0%, 2,9% e 8,4% de gordura, proteína e extrato
57
seco desengordurado, respectivamente. Isso indica que o leite de vacas que façam uso
de rações suplementadas com caroço de algodão nessas mesmas condições, não tem as
características alteradas, sendo, portanto, considerado um leite normal dentro dos
parâmetros estabelecidos pela legislação, podendo ser utilizado pelas indústrias de
laticínios para os mais diversos produtos lácteos. Para Madalena (2000), é possível que
em determinadas regiões, os laticínios não se interessem em pagar mais pela proteína e
gordura, porque o teor dessas já seja suficiente, sem necessidade de fomentar seu
aumento, como também é possível que isso ocorra apenas por desinformação dos
produtores.
Foram analisados, identificados e quantificados 27 AG, sendo os resultados
expressos em miligrama de ácido graxo por grama de gordura. Eles estão agrupados de
acordo com o grau de saturação: saturados (Tabela 13), monoinsaturados e
poliinsaturados (Tabela 14). Em todas as amostras, os AG encontrados em maior
quantidade foram: o palmítico (16:0), oléico (18:1n-9c) e esteárico (18:0), com
percentuais médios de 30,01; 22,48 e 16,91%, respectivamente.
Tabela 13 Ácidos graxos saturados (mg.g-1)e em leite de vacas lactantes alimentadas com diferentes níveis de caroço de algodão Ácido Graxo18 Níveis de caroço de algodão
(% MS) Ŷ¹
CV%²
P³
0 6 12 18 24 Butírico 4:0 18,56 14,85 14,77 13,08 12,61 14,77 4,43 4
Capróico 6:0 8,52 7,61 6,47 6,56 6,34 7,1 7,00 5
Caprílico 8:0 5,20 4,31 3,86 3,52 3,43 4,06 12,44 6
Cáprico 10:0 12,89 9,48 9,27 7,05 6,49 9,03 7,95 7
Hendecanóico 11:0 1,42 1,12 0,99 0,68 0,94 1,03 12,89 8
Láurico 12:0 13,96 10,95 9,75 7,92 6,75 9,86 12,11 9
Mirístico 14:0 50,72 43,23 38,21 36,40 35,05 40,72 4,70 10
Pentadecílico 15:0 4,92 4,16 3,71 3,66 2,70 3,83 9,13 11
Palmítico 16:0 139,35 117,91 107,93 102,61 96,31 112,82 3,62 12
Margárico 17:0 6,37 5,04 4,45 3,56 2,49 4,38 17,69 13
Esteárico 18:0 73,85 64,40 61,77 60,46 55,83 63,26 8,58 14
Araquidico 20:0 0,487 0,42 0,37 0,35 0,27 0,37 11,54 15
Henecosanoico 21:0 0,77 0,64 0,55 0,58 0,45 0,59 20,61 16
Behênico 22:0 0,11 0,056 0,057 0,058 0,051 0,06 18,44 17
1Equação de regressão, 2Coeficiente de variação em porcentagem, 3Probabilidade de erro; 4y=-0,227x+17,50 R² = 0,853; 5y = -0,090x + 8,182 R² = 0,826; 6y = -0,072x +4,93 R² = 0,896; 7y = -0,253x + 12,08 R² = 0,908; 8y=-0,023x+1,31 R²=0,670; 9 y = -0,290x + 13,35 R² = 0,968; 10 y = -0,636x + 48,35 R² = 0,891 ; 11 y = -0,082x + 4,818 R² = 0,932; 12 y = -1,689x + 133,1 R²=0,909; 13 y = -0,154x + 6,23 R² = 0,987 ; 14 y = -0,644x + 70,99 R² = 0,836; 15 y = -0,008x + 0,480 R² = 0,971; 16 y = -0,011x + 0,738 R² = 0,876; 17 y = -0,001x + 0,089 R² = 0,559, 18 Nomenclatura segundo IUPAC
58
A composição da dieta é o principal fator que influencia a composição de AG do
leite dos ruminantes porque os mesmos que atingem o duodeno são, pelo menos em
parte, de origem dietética, bem como do resultado da biohidrogenação (Buccioni et al.,
2012). A semente de algodão contém, em média, 26,4% de ácidos graxos saturados e
72,9% de ácidos graxos insaturados (Gondim-Tomaz, 2016). A dieta com adição de
níveis crescentes de caroço de algodão promove um aumento na ingestão de AGI nas
vacas. Na Tabela 4, é possível verificar que o aumento do percentual de caroço de
algodão nas formulações provocou nelas um aumento nos valores dos AGI, sendo que a
suplementação com lipídeos para vacas em lactação provoca modificações a
composição dos AG do leite, dependendo da fonte e do nível empregado (Palmquist e
Jenkins, 1980).
Existe uma grande variação nos resultados da adição de AGI à dieta de vacas,
apontando para uma redução na quantidade de AGPI e aumento na quantidade de AGS,
o que sugere a biohidrogenação ruminal (Do Prado Paim et al., 2010). O processo de
biohidrogenação é um mecanismo de defesa para os microrganismos de ruminantes para
reduzir a toxicidade dos AGI, sendo que esses inibem o metabolismo microbiano, e essa
atividade inibitória é maior quanto maior o grau de insaturação (Prieto-Manrique,
Esperanza et al., 2016).
Os resultados do presente trabalho apontaram para um efeito linear decrescente
do tratamento (P<0,05) em relação aos AGS. Os AGI são potentes inibidores da síntese
de AG na glândula mamária, através de um efeito inibitório direto sobre a atividade da
enzima acetil-CoA carboxilase (Barber et al., 1997). Então, quando esses AG estão
disponíveis, há um decréscimo na percentagem AGS na gordura do leite (Chilliard et
al., 1986).
Soita et al. (2003), avaliando a alimentação de vacas de leite com grãos de
oleaginosas, encontraram resultados semelhantes quanto a redução de AGS. Solórzano
et al. (2015) relatam ainda que a inclusão de sementes oleaginosas na dieta de
ruminantes em estado de lactação, resulta na redução dos AGS de cadeia curta e média
(C4:0 a C16:0), corroborando os dados encontrados neste trabalho. Smith et al. (1981),
avaliando a digestibilidade do caroço de algodão em vacas em lactação, concluíram que
há uma redução no níveis de AGS (C6 a C12). Segundo esses autores, tem sido
relatado, em diversos estudos, que a utilização de lipídios protegidos são indicativos de
síntese deprimida de AG na glândula mamária.
59
A gordura do leite possui elevadas concentrações de AG de cadeia curta, quando
comparado a outros alimentos. Esses AG apresentam a característica de serem voláteis,
o que irá conferir grande parte do aroma e sabor de muitos produtos lácteos,
principalmente da manteiga e dos queijos e, no caso dos queijos. Esses ácidos
contribuem para caracterizar os diferentes tipos conhecidos, mas, para o leite de
consumo, os ácidos graxos de cadeia curta não são muito importantes, pois sua
importância se reflete mais sobre os produtos lácteos que necessitam de aromas
característicos para lhes conferir distinção de qualidade (Abreu, 1993).
Os AG com número ímpar de cadeia de carbono (C11:0; C15:0, C17:0; C21:0),
assim como os demais, foram reduzidos com o aumento de caroço de algodão na dieta
(P<0,05). A concentração deles é atribuída à variação entre quantidade de amido e fibra
na dieta, diminuindo, concomitantemente, a redução de amido dietético, e reduzindo,
também, o aumento no teor de lipídios na dieta (Vlaeminck et al., 2004; Vlaeminck et
al., 2006). Neste experimento, a principal fonte de amido foi o milho moído e o
consumo de CNF teve efeito linear decrescente (P<0,05), bem como houve um efeito
linear crescente no consumo de EE (P<0,05).
Tabela 14 Ácidos graxos mono e poliinsaturados (mg.g-1)e em leite de vacas lactantes alimentadas com diferentes níveis de caroço de algodão
Ácido Graxo11 Níveis de caroço de algodão (% MS)
Ŷ¹
CV%²
P³
0 6 12 18 24 Miristoléico 14:01 5,40 4,47 3,74 2,54 2,28 3,68 10,87 4
Pentadecenóico 15:01 1,04 0,88 0,84 0,79 0,67 0,84 12,82 5
Palmitoleico 16:01 3,24 2,94 2,85 2,46 2,38 2,77 14,22 6
10-heptadecenoico
17:01 1,17 0,97 0,89 0,83 0,74 0,92 9,82 7
Elaidico 18:1n9t 6,91 3,75 2,94 2,19 1,59 3,47 19,74 8
Oléico 18:1n9c 97,05 93,71 86,65 82,49 63,06 84,59 3,63 9
Gama-Linoléico 18:2n-6 1,36 1,36 1,36 1,36 1,36 1,36 6,69 1,00 Alfa-Linolênico 18:3n-6 4,62 4,62 4,62 4,62 4,60 4,61 4,68 1,00 Di-homo-gama-linolênico
20:3n-6 0,28 0,28 0,28 0,28 0,29 0,28 8,16 1,00
Eicosatrienóico 20:3n-3 0,34 0,34 0,34 0,34 0,33 0,33 15,15 1,00
Ácido Eicosadienoico
20:2 1,17 1,37 1,38 1,38 1,99 1,46 19,87 10
1Equação de regressão, 2Coeficiente de variação em porcentagem, 3Probabilidade de erro; 4 y = -0,136x + 5,32 R² = 0,975; 5y = -0,013x + 1,01 R² = 0,944 ; 6 y = -0,036x +3,214 R²=0,959; 7 y = -0,016x + 1,12 R² = 0,939 ;8 y = -0,203x + 5,916 R²=0,857; 9y = -1,32x + 100,4 R² = 0,882 ; 10 y = 0,027x + 1,131 R² = 0,704; 11 Nomenclatura segundo IUPAC
60
Quanto aos AGMI (Tabela 14), houve um efeito linear decrescente (P<0,05).
Isso pode ser explicado pelo fato de a enzima ∆9-dessaturase atuar, predominantemente,
na síntese de AGMI, dessaturando AGS com 14 a 18 carbonos, convertendo-os em seus
correspondentes monoinsaturados (Mosley et al., 2002, Martin et al., 2006). A atividade
da enzima Δ9-dessaturase pode ser avaliada indiretamente através de quatro principais
índices. Esses são obtidos através da relação entre os pares de AG representados pelos
produtos (14:1n-9c, 16:1n-9c, 18:1n-9c e CLA cis-9, trans-11) e substratos (14:0, 16:0,
18:0 e 18:1n7t) da enzima (Fox e McSweeney, 1998). Desses, o melhor indicador da
atividade de Δ9-dessaturase é a relação C14:1:C14:0, porque todo o C14:0 na gordura
do leite é produzido através de síntese de novo na glândula mamária e,
consequentemente, a dessaturação é a única fonte de C14:1 (Corl et al., 2000). Como
houve uma redução nos níveis dos AGMI e seus respectivo precursores, a exemplo do
C14:1/C14:0; C16:1/C16:0, os dados demonstram uma redução linear significativa
(tabela 16), referente a atividade da enzima ∆9-dessaturase. Os fatores que afetam a
atividade de Δ 9-dessaturase não são bem compreendidos, mas pode ser influenciado
pela genética, estágio de lactação e nutrição (Lock et al., 2003 ).
Os AG das famílias ômega-6 (18:2n-6; 18:3n-6; 20:3n-6) e ômega 3 (20:3n-3)
não foi observado efeito entre os tratamentos, sendo que esses devem ser obtidos a
partir de materiais vegetais na dieta (Ratnayake et al., 2009). Fato esse comprovado
devido ao consumo de matéria seca total do experimento não possuir diferença
estatística entre os tratamentos (Tabela 6).
Em humanos, os ômega 3 e ômega 6 são necessários para manter, sob condições
normais, as membranas celulares, as funções cerebrais e a transmissão de impulsos
nervosos, sendo considerados essenciais para os mamíferos (Arterburn et al., 2006,
Martin et al., 2006).
Não houve diferença na concentração dos CLA's, sendo o ácido rumênico
(18:2c9t11) e ácido trans-10, cis-12-octadecadienóico (18:2t10c12) na gordura do leite,
que pode se dever a não interferência dos tratamentos nos ácidos linoléico e linolênico
(tabela 15), pois os CLA's originam-se a partir da biohidrogenação destes (Khanal et al.,
2008, Castro et al.,2009). O ácido rumênico representou o maior conteúdo de CLA nas
amostras (63%) quando comparado com o outro isômero do ácido linoléico
(18:2t10c12) encontrado, o que já era esperado por esse ser considerado o principal
isômero encontrado em gorduras de ruminantes (Mourão et al., 2005).
61
Tabela 15. Níveis de ácidos linoléico conjugado em mg.g-1 de lipídios no leite de vacas lactantes alimentadas com diferentes níveis de caroço de algodão na dieta.
Ácido Graxo4 Níveis de caroço de algodão
(% MS) Ŷ¹
CV%²
P³
0 6 12 18 24
CLA 18:2c9t11 0,72 0,71 0,71 0,72 0,73 0,71 13,40 1,00
CLA 18:2t10c12 0,42 0,43 0,41 0,42 0,42 0,42 19,81 1,00 1Equação de regressão, 2Coeficiente de variação em porcentagem, 3Probabilidade de erro, 4Nomenclatura segundo IUPAC
Segundo Duarte (2011) o ácido linolênico é o precursor predominante do CLA
na gordura do leite. Sendo assim, como não houve diferença no primeiro,
consequentemente não haverá diferença no segundo, corroborando os dados
encontrados neste trabalho. A dieta é um dos principais determinantes do teor de CLA
na gordura do leite, bem como a raça e a idade dos animais, mas as variações
individuais de cada vaca também devem ser consideradas (Rego et al., 2004; Huang et
al., 2008).
A concentração de CLA na gordura do leite é reforçada, principalmente, pela
ingestão de pasto (Rego et al., 2004). Sendo assim, como o consumo de matéria seca do
pastejo não teve diferença significativa, também não houve diferença significativa entre
os CLA's. Outro fator muito importante a ser colocado, é o sistema endógeno, que é
responsável por 78% do total de 18:2c9t11 na gordura do leite, portanto, a síntese
endógena é a principal fonte de 18:2c9t11 na gordura do leite de vacas em lactação
(Corl et al., 2001), o que quer dizer que o fator animal é o mais preponderante, na
produção desse AG.
Lopes (2010) estimou que a disponibilidade de CLA nos domicílios brasileiros é
de 108 mg/g de gordura, usando-se como alimentos-fontes o leite de vaca e seus
derivados (queijo, iogurte, creme de leite, leite condensado e manteiga), além da carne
de gado bovino. Ritzenthaler et al. (2001) estimaram, através de registro de frequência
alimentar, que a ingestão diária de CLA pelos ocidentais seja de aproximadamente 200
mg/dia. Considerando a média encontrada de 0,72 mg/g, a média de densidade do leite
encontrada neste experimento, que foi de 1,028 g/ml, observa-se que caso um
consumidor, consuma 500 g do leite produzido por dia (transformando para litro
equivale a aproximadamente 486 ml), ele ira consumir 360 mg/dia de 18:2c9t11, o que
equivale a um valor muito superior ao encontrado por Ritzenthaler et al. (2001) e ao
estimado por Lopes (2010). Vale ressaltar que o cálculo apresentado refere-se ao
62
consumo de leite in natura, mas, segundo Costa et al. (2011), não há diferença nos
níveis de CLA do leite in natura e o leite pasteurizado, o que permite nos dizer que o
consumo de um leite mais seguro microbiologicamente mantém os mesmos níveis de
CLA do leite in natura.
O CLA demonstrou exercer várias funções fisiológicas potentes, como
propriedades anticarcinogênica, redução da gordura corporal, controle de diabete tipo II
e anti-hipertensivas. Isso significa que o CLA pode ser efetivo para evitar doenças de
estilo de vida ou síndromes metabólicas. Além disso, os efeitos fisiológicos do CLA são
diferentes entre os isômeros, podendo contribuir de diversas maneiras nos efeitos a
saúde, por exemplo: o isômero de 18:2t10c12 é anticarcinogênica, redução da gordura
corporal, particularmente a gordura abdominal e a diabete, enquanto o 18:2c9t11 é
principalmente anticarcinogênica (câncer de mama em humanos) (Koba et al., 2014).
Apenas produtos derivados de ruminantes, especialmente produtos lácteos, têm
contribuído de modo significativo para o consumo de CLA em dietas humanas
(Ritzenthaler et al., 2001), consequentemente, o leite enriquecido com CLA é a melhor
estratégia para aumentar a ingestão de CLA na população (Siurana et al., 2016).
Na Tabela 16, constam os somatórios dos ácidos graxos saturados (4:0, 6:0, 8:0,
10:0, 11:0, 12:0, 14:0, 15:0, 16:0, 17:0, 18:0, 20:0, 21:0 e 22:0), monoinsaturados
(14:01, 15:1, 16:01, 17:01, 18:1n9t, 18:1n9c), insaturados (18:2n6, 18:3n-6, 18:2c9t11,
18:2t10c12, 20:3n-6, 20:3n-3, 20:2), ômega 6 (18:2n-6, 18:3n-6, 20:3n-6), ômega 3
(20:3n-3), relação entre ácidos graxos insaturados e saturados, relação entre os ácidos
graxos da família n-6 e n-3 (n-6/n-3), índices de aterogenicidade e trombogenicidade
bem como a índice de atividade da enzima ∆9-dessaturase.
Tabela 16. Valores médios relativos aos somatórios de ácidos graxos, índices de qualidade nutricional e de atividade da enzima Δ9-dessaturase para as amostras de leite in natura.
Ácido
Graxo11
Níveis de caroço de algodão (% MS) Ŷ¹
CV%²
P³
0 6 12 18 24
Somatórios(mg.g-1)
∑ AGS 337,87 284,82 262,53 247,13 230,34 272,53 3,42 4
∑ AGM 114,84 106,74 97,94 91,33 70,75 96,32 2,32 5
∑ AGPI 8,94 9,14 9,14 9,14 9,75 9,22 3,89 6
∑ n-6 6,27 6,27 6,28 6,27 6,26 6,27 3,57 0,99
63
1Equação de regressão, 2Coeficiente de variação em porcentagem, 3Probabilidade de erro,4y = -4,212x + 323,0 R² = 0,919; 5y = -1,726x + 117,0 R² = 0,947; 6y= 0,027x + 8,898 R² = 0,693; 7y = 0,003x2 - 0,074x + 2,953 R² = 0,941; 8 y = 0,002x2 - 0,065x + 3,270 R² = 0,982 ; 9y = 0,000x + 0,026 R² = 0,952 ; 10 y = -0,001x + 0,100 R² = 0,882 ; 11 Nomenclatura usual, 12 índice de aterogenecidade; 13 índice de trombogenicidade, 14Índice de atividade da Δ9-dessaturase = (produto da dessaturase)/(produto da dessaturase + substrato da dessaturase)
Parte dos resultados apresentados na Tabela 16 (somatórios dos ácidos graxos
saturados, monoinsaturados e poliinsaturados) são favoráveis sob o ponto de vista
comercial. Com consumidores cada dia mais preocupados com a saúde, é atrativo um
produto que tenha redução de AGS, principalmente o láurico (C12:0), mirístico (C14:0)
e palmítico (C16:0), sendo esses responsáveis pelo aumento do colesterol sanguíneo no
homem (Alves Filho, 2005), mas apenas o palmítico (C16:0) tem um claro impacto do
aumento da doença cardíaca coronária (Williams, 2000).
O somatório dos ácidos graxos poliinsaturados (∑ AGPI) apresentou um efeito
linear crescente (P<0,01), o que pode ser devido a não serem sintetizados pelos
ruminantes e, portanto, sua concentração no leite é dependente da quantidade desses
ácidos graxos que chegam ao duodeno (Chilliard et al., 2000). Como eles apresentaram
níveis de crescimento no fornecimento das dietas, conforme relatado acima, os dados
deste experimento estão de acordo com a literatura. Especificamente, o aumento de
AGPI contribui para a prevenção de doenças crônicas, bem como a melhoria da imagem
dos produtos lácteos para os consumidores (Lima et al., 2011).
Quanto aos critérios sensorias, Lacerda et al. (2014) concluíram que a dieta rica
em AGPI fornecidas a vacas mestiças Holandês X Zebu não alterou as características
sensoriais do leite.
O índice de aterogenecidade (IA), assim como o índice de trombogenicidade
(IT) apresentaram um efeito quadrático (P<0,01). Tais índices indicam o potencial de
estímulo à agregação plaquetária, isto é, quanto menores os valores de IA e IT maior é a
∑ n-3 0,341 0,342 0,345 0,343 0,337 0,34 15,15 0,99
Índices de Qualidade Nutricional
IA12 2,93 2,66 2,59 2,61 3,14 2,78 4,15 7
IT13 3,28 2,94 2,89 2,92 3,20 3,04 4,16 8
AGPI/AGS 0,026 0,032 0,034 0,036 0,042 0,034 4,55 9
n-6/n-3 18,86 19,28 18,65 18,32 19,06 18,83 13,16 0,97
Índice de Dessaturase14
14:1 0,096 0,093 0,089 0,065 0,061 0,08 7,43 10
64
quantidade de AG anti-aterogênicos presentes em determinado óleo/gordura e,
consequentemente, maior é o potencial de prevenção ao aparecimento de doenças
coronarianas. Vale ressaltar que todos os ácidos graxos insaturados, independentemente
do número, posição ou configuração de dupla ligação, são considerados igualmente
eficazes na diminuição da aterogenicidade (Turan et al., 2007).
Não há valores recomendados para os IA e IT em produtos lácteos (Bentes et
al., 2009), mas Bobe et al. (2003), avaliando o IA em leite bovino, relataram valores
entre 1,51 e 2,83. Os resultados deste trabalho apresentaram uma média de 2,78, ficando
dentro da faixa encontrada pelo autor citado. Barros (2011), avaliando o IT em leite de
vacas alimentadas com cana-de-açúcar suplementada com óleo de girassol, encontrou
uma média de 3,16, dado semelhante ao encontrado que foi de 3,04.
A relação dos AGPI e AGS apresentou efeito linear crescente (P<0,01), com
média de 0,034 mg/g entre os tratamentos. Para o Departamento de Saúde do Reino
Unido, o valor ideal dessa razão para um alimento ser considerado saudável deve ser de
0,40 (HMSO, 1994). Nos produtos lácteos, já são esperados valores baixos dessa razão,
pois a gordura dos ruminantes possui maior quantidade de AGS e menor razão de AGPI
e AGM, em função do processo de biohidrogenação dos AGPI da dieta no rúmen pela
ação de microrganismos (French et al., 2000). Mesmo que neste experimento, tenha
havido uma influência sobre o processo de biohidrogenação, a relação ficou abaixo do
que preconiza o órgão inglês.
A razão de n-6:n-3 não foi alterada estatisticamente (P=0,97) com a inclusão de
diferentes níveis de caroço de algodão a dieta. O valor médio encontrado de 18,83,
sendo que a razão está diretamente relacionada às quantidades desses que são
consumidos na dieta (Bertechini, 2012). Considerando que não houve diferença no
consumo de matéria seca total (P=0,11), fato pode explicar esse resultado. Figueiroa
(2010) obteve um resultado médio de 17,52 na relação n6/n3, valor esse bem próximo
ao resultado encontrado neste trabalho. Tais valores não se enquadram na
recomendação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (FAO, 2007), que
sugere que essa deve situar-se entre 5 e 10, observando, assim, que a inclusão de caroço
de algodão prejudicou as razões desses ácidos graxos, entretanto, esses valores para
lácteos já são originalmente grandes. Para Lacerda (2012), essa discordância dos valores
das razões encontrados neste trabalho com órgão e o autor citados, está relacionada com
o tipo de alimentação fornecida aos animais.
65
A relação n-6:n-3 é um importante indicador da qualidade nutricional do leite,
devido a sua influência sobre os fatores de risco relacionados ao aparecimento de
câncer, doenças cardíacas e à formação de coágulos que podem levar a ataques
cardíacos (Lima et al., 2011). As quantidades de ácidos graxos e as razões entre os
ácidos graxos das famílias n-6 e n-3, ingeridas atualmente pelo homem, são difíceis de
serem analisadas, pois dependem da fisiologia, disponibilidade de alimento e dieta de
cada indivíduo, vale ressaltar que no Brasil, informações sobre a razão n-6/n-3 na dieta
dos brasileiros são restritas (Perini et al., 2010)
Observa-se que no presente trabalho os níveis de colesterol no leite, não
apresentaram diferença significativa (P<0,05) entre os tratamentos, como demonstra a
Tabela 17. Diversos autores relatam que a concentração do colesterol está intimamente
ligada à concentração de gordura e ao tamanho dos glóbulos de gordura do leite
(Swaisgood, 2010; Faye et al., 2015). Não houve diferença significativa (P<0,05) entre
a concentração de gordura do leite nos diversos níveis de fornecimento de caroço de
algodão e, consequentemente, o mesmo comportamento foi observado para o colesterol
(P<0,05) (Tabela 17).
Tabela 17. Níveis de colesterol no leite de vacas lactantes alimentadas com diferentes níveis de caroço de algodão
Colesterol (mg/100ml) Níveis de caroço de algodão (% MS)
Ŷ¹
CV%²
P³
0 6 12 18 24 Colesterol no leite 5,94 4,45 5,11 4,72 6,24 5,29 35,03 0,51 1Equação de regressão, 2Coeficiente de variação em porcentagem, 3Probabilidade de erro
Os valores encontrados no presente trabalho são semelhantes ao valor médio
encontrados por Bauer et al. (2013), avaliando a inclusão de níveis de orégano sobre o
conteúdo de colesterol (5,66 mg/100 mL). Esses valores diferem daqueles apontados
por Faye et al.(2015), que encontraram níveis de colesterol no leite que variaram entre
8,51 a 9,07 mg/100mL.
As diferenças nos valores encontrados nos trabalhos acima apontados podem
estar relacionadas, segundo Strzałkowska et al.(2010), ao estágio de lactação, estação do
ano, contagem de células somáticas, e ainda por processos bioquímicos no organismo
da vaca, controlado por genes que determinam seu conteúdo, não só nas membranas
celulares e no sangue, mas também no leite. Destaca-se, ainda, que existe uma diferença
66
nesses teores em leites obtidos em ordenhas matutinas e noturnas, sendo maior na
ordenha noturna (Faye et al., 2015).
Lichtenstein et al. (2006) sugerem que o consumo deve ser inferior a 300 mg/dia
de colesterol, considerando que o consumo per capita de leite, sob inspeção pelo
brasileiro em 2015, foi de 475mL/habitante/dia (IBGE, 2010) e a media do colesterol
encontrado no leite deste experimento foi de 5,29 mg/100ml. Multiplicando a média de
consumo de leite pela concentração média de colesterol do leite encontra-se 25,12 mg,
ficando abaixo do que preconizam Lichtenstein et al. (2006), indicando que o leite do
experimento possui boas características quanto ao quesito analisado. Apesar de o leite
analisado estar com boas características no quesito colesterol, o consumidor deverá
fazer uma dieta variada e equilibrada, sendo importante saber a diferença entre os
diferentes tipos de produtos lácteos que se encontram a disposição no mercado,
observando qual deles é mais adequado para a dieta de acordo com as preferências e o
poder de compra de cada um. Nesse contexto, dada a necessidade de fornecer
informações úteis aos consumidores, alimentos diferenciados que podem conter altos
níveis de gordura e colesterol e, portanto, representam riscos para a sua saúde, tentando
ser uma ferramenta de motivação para a adoção de políticas públicas preventivas,
visando positivas mudanças na dieta dos consumidores brasileiros (Beltrão et al., 2014).
67
VII–CONCLUSÕES FINAIS
Recomenda-se a inclusão de até 12% de caroço de algodão na dieta total de
vacas lactantes em regime de pastejo, o que garante o desempenho produtivo dos
animais e manutenção dos níveis de qualidade nutricional da fração lipídica e do
colesterol.
68
VIII-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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