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Caros colegas
Ilustres notaacuterios
Este livro digital publicado pelo Coleacutegio Notarial Brasileiro ndash
Conselho Federal eacute uma homenagem aos autores dos trabalhos
apresentados na XXI Jornada do Notariado Jovem do Cone Sul
pela primeira vez sediada no Brasil que ocorreu nos dias 29
de agosto a 01 de setembro de 2019 no Estado da Bahia
A proposta eacute perpetuar o ciclo virtuoso de estudos notariais
que as Jornadas do Notariado Jovem simbolizam
Contratualizaccedilatildeo do direito de Famiacutelia planejamento
sucessoacuterio e a atividade notarial no seacuteculo XXI satildeo alguns dos
temas que envolveratildeo os artigos que formam esse livro
A nova configuraccedilatildeo das famiacutelias no seacuteculo XXI com foco no
princiacutepio da autonomia privada buscando a felicidade deve
possibilitar a autorregulaccedilatildeo a fim de garantir a liberdade na
estrutura patrimonial familiar o que acarreta numa reanaacutelise
do direito sucessoacuterio Nos dias atuais ainda haacute justificativas
3
para que as legislaccedilotildees prevejam o respeito a legiacutetima nos
testamentos
Vaacuterios satildeo os instrumentos existentes nos ordenamentos
juriacutedicos dos paiacuteses latinos para realizar um planejamento
sucessoacuterio como o testamento puacuteblico no qual a atuaccedilatildeo
iacutempar do notaacuterio no assessoramento ateacute a sua lavratura eacute
essencial Para reger as relaccedilotildees patrimoniais durante o
casamento lavra-se um pacto antenupcial tambeacutem perante um
notaacuterio
O notaacuterio tem demonstrado e reafirmado a importacircncia de seu
papel perante a sociedade em todo momento da histoacuteria
Esse livro nos apresenta um estudo valioso de direito
sucessoacuterio comparado nos enriquece com o aprendizado sobre
normas patrimoniais que regem as relaccedilotildees matrimoniais em
diferentes paiacuteses Mas vai aleacutem a fim de contribuir com os
interesses da sociedade moderna questiona as legislaccedilotildees
atuais
Vivemos um novo tempo em que as novidades tecnoloacutegicas a
velocidade na transmissatildeo de ideias das informaccedilotildees e
grandes inovaccedilotildees em todas as aacutereas satildeo uma constante A
atividade notarial tal como a conhecemos estaacute em constante
evoluccedilatildeo e muito tem a desempenhar neste novo cenaacuterio
A sociedade moderna clama por acessar o ordenamento
juriacutedico de maneira mais ceacutelere e eficiente sempre com vistas
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a alcanccedilar a paz social e promover a manutenccedilatildeo da seguranccedila
juriacutedica
Tal situaccedilatildeo eacute notaacutevel em todo o mundo natildeo sendo diferente
tal percepccedilatildeo no acircmbito dos paiacuteses integrantes do Cone Sul
Todos estatildeo empenhados em possibilitar um ingresso mais
eficiente e justo agrave ordem juriacutedica o que se daacute tambeacutem por
intermeacutedio da busca por formas alternativas mais adequadas
para resoluccedilatildeo de conflitos O presente livro no tema ldquoNovas
atribuiccedilotildees e tecnologia futuro da atividade notarialrdquo tem por
escopo trazer agrave baila o futuro da atividade notarial uma vez
que esta deve estar alinhada com os atuais eventos sempre
antenada com a evoluccedilatildeo da sociedade especialmente no que
tange agrave tecnologia eis que nos dias atuais temos o tempo
como um dos bens mais valiosos para os cidadatildeos e haacute de se
fazer um esforccedilo para otimizaacute-lo ao maacuteximo Neste sentido
faz-se necessaacuteria a constante reflexatildeo a incessante criaccedilatildeo
acadecircmica e iniciativas como a presente em que notaacuterios
integrantes dos paiacuteses do Cone Sul trazem para debate temas
de grande relevacircncia para a nossa atividade e que precisam
ser enfrentados
A atividade notarial deve caminhar em sintonia com o mundo
atual e suas necessidades sendo uma de suas missotildees a de
marchar a largos passos juntamente com a tecnologia de modo
a antecipar soluccedilotildees e accedilotildees em relaccedilotildees aos fatos que estatildeo
por ocorrer Considerando que nosso atual sistema notarial
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data de alguns seacuteculos criado num contexto diferente do que
vivemos no seacuteculo XXI haacute que se ajustar e realinhar nossas
accedilotildees e procedimentos a fim de que estejam em completa
harmonia com as necessidades hodiernas
Para o alcance de tal intento natildeo obstante sejam fundamentais
os princiacutepios da feacute puacuteblica e seguranccedila juriacutedica estes por si soacute
natildeo satildeo suficientes em um contexto de uma sociedade
complexa que tem as relaccedilotildees humanas constantemente
reestruturadas
Hoje natildeo basta ao notaacuterio possuir conhecimento em Direito
haacute a necessidade de estar inteirado acerca de informaacutetica
conhecer e utilizar-se das tecnologias hoje existentes Eacute
necessaacuterio que esteja pronto para readaptar-se bem como
para a adoccedilatildeo de postura vanguardista e proativa trazendo
aos cidadatildeos a oferta de soluccedilotildees eficientes
Neste contexto o presente livro apresenta ao leitor nove
excelentes artigos redigidos por notaacuterios de paiacuteses integrantes
do Cone Sul cada qual tratando da realidade de seu paiacutes
trazendo uma interessante discussatildeo em relaccedilatildeo ao direito
comparado demonstrando o que tem sido eficaz em seus
paiacuteses de maneira a promover um intercacircmbio e uma
integraccedilatildeo de conhecimentos excepcionais que abrilhantam
ainda mais o mister desta Jornada que em muito acresceraacute
aos seus participantes e aos leitores desta obra coletiva Em
adiccedilatildeo conta o livro com o depoimento dos jurados os
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doutores Arthur Del Gueacutercio Neto Daisy Ehrhardt Heacutercules
Alexandre da Costa Beniacutecio Karin Regina Rick Rosa e Letiacutecia
Franco M Assumpccedilatildeo que juntamente com o Dr Filipe
Andrade Melo selecionaram os trabalhos que foram premiados
na festa de encerramento da XXI Jornada do Notariado Jovem
do Cone Sul
O notariado jovem busca o aprimoramento intelectual dos
notaacuterios e prepostos como uma ferramenta poderosa de
mostrar para sociedade nossa essencialidade natildeo apenas para
estabilizar as relaccedilotildees mas sobretudo em sua capacidade de
transformar a ordem juriacutedica diante das necessidades sociais
Certos de que a crescente evoluccedilatildeo tecnoloacutegica aleacutem de mudar
o mundo tal como o conhecemos traz grandes desafios para o
notariado e que nossa atuaccedilatildeo no direito sucessoacuterio e de
famiacutelia eacute essencial agrave sociedade te convidamos leitor a realizar
uma incursatildeo a respeito por intermeacutedio da leitura dos
presentes artigos a fim de seguirmos sempre adiante no que
tange agrave evoluccedilatildeo de nossa atividade
Carolina Catizane de Oliveira Almeida
Deacutebora Fayad Misquiati
Wendell Jones Fioravante Salomatildeo
Membros da Comissatildeo da XXI Jornada do Notariado Jovem do Cone Sul
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DEPOIMENTOS
O Cazuza dizia que ldquoo tempo natildeo parardquo Na verdade atualmente ele natildeo
soacute natildeo para como acelera a todo vapor Vivemos uma constante
mudanccedila quiccedilaacute uma ebuliccedilatildeo de novos fatos e circunstacircncias
Na palma de suas matildeos um mundo chamado telefone celular ou
smartphone o qual possibilita cruzar barreiras inimaginaacuteveis
A propoacutesito disso muitas pessoas questionam a histoacuterica atividade
notarial e registral sobreviveraacute agrave 4ordf Revoluccedilatildeo Industrial Tenho plena
convicccedilatildeo que sim pois cada vez mais a sociedade clamaraacute por
seguranccedila e paz pilares de nossa atuaccedilatildeo Eacute preciso que o mundo virtual
natildeo seja uma terra de ningueacutem
Nesse sentido eacute fundamental que os notaacuterios e registradores dominem
as novas tecnologias e evoluam na prestaccedilatildeo de seu serviccedilo em inuacutemeros
aspectos incluindo o tecnoloacutegico
Por isso compor a Comissatildeo Julgadora do Concurso da XXI Jornada do
Notariado Jovem do Cone Sul no Tema 2 ldquoNovas atribuiccedilotildees e tecnologia
o futuro da atividade notarialrdquo eacute uma enorme honra
Os trabalhos satildeo um norte de tudo aquilo que devemos observar para
sobreviver e avanccedilar Os temas ldquoIdentidade Legal e Assinatura Eletrocircnicardquo
ldquoContratos Eletrocircnicos Documentos Eletrocircnicos e Novos Instrumentos
Notariaisrdquo ldquoInteligecircncia Artificial aplicada agrave Atividade Notarialrdquo e ldquoMeios
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Adequados de Resoluccedilatildeo de Conflito Notarialrdquo satildeo palpitantes e precisam
ser enfrentados por tabeliatildees de todo o mundo
Parabeacutens a todos os Autores e que iniciativas anaacutelogas agrave do Coleacutegio
Notarial do Brasil e do Notariado Jovem no sentido de fomentar a
produccedilatildeo acadecircmica notarial e registral sejam pulverizadas por todo o
mundo
Arthur Del Gueacutercio Neto - Tabeliatildeo de Notas e
Protestos em Itaquaquecetuba Especialista em Direito
Notarial e Registral Especialista em Formaccedilatildeo de
Professores para a Educaccedilatildeo Superior Juriacutedica Escritor
e Autor de Livros Palestrante e Professor em diversas
instituiccedilotildees tratando de temas voltados ao Direito Notarial e Registral
Coordenador do Blog do DG (wwwblogdodgcombr)
En la Repuacuteblica Argentina ya hace varias deacutecadas los notarios que
iniciaban el ejercicio funcional como titulares o adscriptos a una
temprana edad comenzaron a generar un aacutembito de desarrollo
diferenciado del resto del notariado local Por entonces padecieron las
criacuteticas de aquellos que entendiacutean que no debiacutean existir diferencias por
franjas etarias ni antildeos de ejercicio funcional Los inicios fueron duros La
perseverancia fue maacutes fuerte Los resultados estaacuten a la vista Veinticuatro
son las demarcaciones territoriales argentinas y maacutes temprano que tarde
lograron el reconocimiento local y luego la organizacioacuten nacional siendo
una Comisioacuten del Consejo Federal del Notariado Argentino Los primeros
encuentros casi turiacutesticos acompantildeados por notarios profesores que
impartiacuteamos alguna conferencia evolucionaron hacia la aportacioacuten de
trabajos autorales defendidos personalmente en los encuentros
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regionales nacionales y aun internacionales Apuestan a la capacitacioacuten
cientiacutefica se preparan cursando las Carreras de Postgrado en la
Universidad Notarial Argentina (Fundacioacuten del Colegio de Escribanos de
la Provincia de Buenos Aires) desarrollan habilidades para la
investigacioacuten el debate y lo que es maacutes importante precisan
conclusiones para mejorar el ejercicio funcional que redunda
indiscutiblemente en las comunidades en las cuales desarrollan la funcioacuten
puacuteblica notarial investidos por el propio Estado que les delega parte del
poder puacuteblico de la dacioacuten de fe Y tambieacuten aprenden a organizarse
institucionalmente respectan su reglamento eligen y son elegidos
palpitan la vida democraacutetica notarial y se preparan para ser los dirigentes
liacutederes del mantildeana Y este movimiento notarial joven en Argentina que
soportoacute la negacioacuten y la criacutetica de inicio y supo trabajar con ahiacutenco para
poder revertir la adversidad pronto de expandioacute a los paiacuteses vecinos y
asiacute llegaron a los notariados de Uruguay Paraguay y Brasil y contagiaron
a maacutes y maacutes notariados hasta alcanzar lo que yo llamo la meta maacutes
destacada Los notarios noveles de Ameacuterica hoy tienen su propia
Comisioacuten en el seno de la Comisioacuten de Asuntos Americanos de la Unioacuten
Internacional del Notariado Felicidades
Todos los joacutevenes notarios deben comprender que los eacutexitos alcanzados
(organizacioacuten propia reconocimiento por parte de las instituciones
notariales locales nacionales e internacionales y apoyo econoacutemico) no
han sido casuales sino que son fruto de antildeos de trabajo y dedicacioacuten de
quienes hoy ya no son ldquonovelesrdquo pero que han sabido esforzarse en
beneficio de las generaciones venideras
Ademaacutes deben saber que son los ldquoduentildeos del futurordquo y que les esperan
muchos desafiacuteos Por tanto deben seguir recorriendo el camino notarial
trasado guiados con los mejores valores que enaltecen a la persona
humana y destacan al profesional del derecho que tiene a su cargo la
funcioacuten puacuteblica notarial
10
Se deben a todos aquellos que los requieren Asuman que son los
garantes de la justicia preventiva y de la seguridad juriacutedica de sus paiacuteses
y abracen su vocacioacuten con pasioacuten
Cuenten conmigo como lo han hecho ayer hoy y mientras Dios me brinde
la alegriacutea de poder hacer lo que amo
CRISTINA N ARMELLA - La autora en Rectora de la
Universidad Notarial Argentina Consejera General de
la Unioacuten Internacional del Notariado y candidata
propuesta por el Notariado argentino a la Presidencia
de la UINL para el periacuteodo 2020-2022 En su plan de
gobierno se lee ldquo hellip LA UINL Y LOS NOTARIOS
NOVELES Se afianzaraacute la cercaniacutea de la UINL con los notarios en sus
primeros antildeos de ejercicio de la funcioacuten puacuteblica notarial Ello possibilitaraacute
el surgimiento de un sentimiento de pertenencia lo que lograraacute con el
tiempo la transferencia de las vivencias de los miembros maacutes
experimentados hacia las nuevas generaciones La continuidad
institucional contaraacute con profesionales capacitados entrenados y
formados en el liderazgordquo
Participar da avaliaccedilatildeo dos trabalhos desta ediccedilatildeo da Jornada Notariado
Jovem do Cone Sul foi uma honra Os artigos apresentados demonstram
o engajamento dos novos Notaacuterios e de sua preocupaccedilatildeo com a fidelidade
aos princiacutepios notariais gerais no exerciacutecio da atividade O niacutevel teacutecnico
superou minhas expectativas e pude me surpreender de verdade com
alguns jovens Notaacuterios e seus escritos Isso traz um sentimento de que a
reuniatildeo destes jovens em eventos desta magnitude e o incentivo agrave
11
apresentaccedilatildeo de trabalhos conduzem ao engrandecimento da classe como
um todo Os trabalhos da mesma forma condizem com o niacutevel superior
de profissionalismo que se espera de jovens Notaacuterios Uma grande
experiecircncia
Daisy Ehrhardt - Tabeliatilde de Notas e Protestos de Porto
Belo Graduada em Direito pela Universidade do Planalto
Catarinense Possui especializaccedilatildeo em Direito
Administrativo Direito Registral Imobiliaacuterio e em Direito
Civil Mestre em Ciecircncia Juriacutedica pela UNIVALISC e
atualmente doutoranda em Ciecircncia Juriacutedica pela UNIVALISC
Eacute com muita alegria e satisfaccedilatildeo que recebi a incumbecircncia de analisar
os trabalhos apresentados por colegas tabeliatildees nesta XXI Jornada do
Notariado Jovem do Cone Sul referentes ao Tema ldquoNovas atribuiccedilotildees e
tecnologia o futuro da atividade notarialrdquo
Os vaacuterios artigos cuidadosamente elaborados abordam temas bastante
atuais e relevantes tais como problemas praacuteticos e juriacutedicos que
envolvem os contratos inteligentes (smart contracts) os impactos da rede
descentralizada blockchain na atividade notarial o auxiacutelio da tecnologia
na produccedilatildeo de atas notariais as vantagens da identificaccedilatildeo biomeacutetrica
e da assinatura digital a utilizaccedilatildeo da inteligecircncia artificial para
aprimoramento da seguranccedila juriacutedica e o uso de meios eletrocircnicos para
a formalizaccedilatildeo de acordos e resoluccedilatildeo de conflitos
12
Os textos apresentados revelam entusiasmo acadecircmico engajamento
profissional e comprometimento com as demandas sociais por seguranccedila
juriacutedica celeridade comodidade e simplificaccedilatildeo de procedimentos
As Jornadas do Notariado Jovem do Cone Sul satildeo ricas oportunidades de
aprendizado qualificado e compartilhamento de boas praacuteticas Nesta XXI
Jornada os diversos textos referentes ao Tema 2 abordaram por exemplo
exitosas experiecircncias de uso da tecnologia na funccedilatildeo notarial na
Colocircmbia no Peru no Paraguai na Argentina e no Brasil
A propoacutesito da realidade brasileira o Conselho Federal do Coleacutegio
Notarial do Brasil vem desenvolvendo o e-notariado que eacute uma
plataforma orientada a serviccedilos digitais Seu objetivo eacute oferecer ao
tabelionato e agrave sociedade um ambiente em que se possa ter as aplicaccedilotildees
tiacutepicas do notaacuterio em formato digital A vantagem de todo esse esforccedilo
eacute clara menos papel mais documentos digitais
Algo que a sociedade brasileira jaacute tem feito com sucesso em diversos
setores agora eacute chegada a hora do notariado
O cidadatildeo poderaacute de posse de seu celular usar um cardaacutepio de serviccedilos
a partir desta plataforma e-notariadoorgbr pois o usuaacuterio do serviccedilo
teraacute em um aplicativo (app) uma credencial (um certificado de
identidade notarial) para realizar suas assinaturas digitais
Para tanto foi montado um moacutedulo essencial que garante identificaccedilatildeo
segura e inequiacutevoca dos usuaacuterios
Serviccedilos em diversas aplicaccedilotildees tais como atas notariais e assinaturas
de escrituras satildeo alguns exemplos de funcionalidades jaacute disponiacuteveis
O e-notariado natildeo descurou da seguranccedila que eacute apanaacutegio da profissatildeo
notarial Segue as boas praacuteticas e os padrotildees internacionais neste campo
Tecnologia de nuvem criptografia e biometria satildeo algumas das
ferramentas que estatildeo na base da plataforma e lhe datildeo solidez Aliaacutes
ressalto que no acircmbito do e-notariado foi montado o Notarchain que eacute
13
uma rede blockchain constituiacuteda apenas por notaacuterios a qual possibilita
a persistecircncia do hash das assinaturas de documentos gerados no
ambiente do e-notariado
A desmaterializaccedilatildeo de processos ou seja a troca do velho e tradicional
documento em papel por um documento eletrocircnico eacute uma realidade
global e vem se tornando cada vez mais intensa nos Tabelionatos de
Notas brasileiros
O notariado deve acompanhar o avanccedilo tecnoloacutegico e estar preparado
para eficientemente atender as novas demandas sociais
Hercules Alexandre da Costa Beniacutecio - Doutor e
Mestre em Direito pela Universidade de Brasiacutelia Eacute
tabeliatildeo titular do Cartoacuterio do 1ordm Ofiacutecio do Nuacutecleo
BandeiranteDF presidente do Coleacutegio Notarial do
Brasil - Seccedilatildeo do Distrito Federal e acadecircmico
ocupante da Cadeira nordm 12 da Academia Notarial
Brasileira Foi Procurador da Fazenda Nacional com atuaccedilatildeo no Distrito
Federal Autor do livro Responsabilidade civil do Estado decorrente de
atos notariais e de registro (Editora RT 2005)
Fico extremamente feliz em ver o Notariado Jovem tatildeo inspirado em
escrever e em criar novas oportunidades de atuaccedilatildeo para o Tabeliatildeo em
benefiacutecio de toda a sociedade Os temas tratados nos trabalhos
apresentados satildeo de grande relevacircncia envolvendo a autonomia da
vontade no direito internacional da famiacutelia a questatildeo da legiacutetima o
testamento o planejamento sucessoacuterio e a reduccedilatildeo da legiacutetima a
sucessatildeo em sede notarial o registro notarial de testamentos o
fideicomisso como forma de evitar o juiacutezo sucessoacuterio o reconhecimento
14
dos direitos consagrados em convenccedilotildees internacionais como as
diretivas antecipadas de vontade o destino do proacuteprio corpo entre
outras o pacto antenupcial Sobre a questatildeo especiacutefica do pacto
antenupcial na minha opiniatildeo deve tratar apenas de questotildees
patrimoniais mesmo porque o pacto foi feito para ser puacuteblico ou seja
para que as pessoas que vatildeo negociar com o casal saibam identificar o
regime de bens Jaacute para outras questotildees mais iacutentimas sugiro a criaccedilatildeo
do contrato matrimonial cujo acesso deveria ser apenas para o proacuteprio
casal Escrevi um artigo em que trato do assunto e que compartilho para
debates e quem sabe para que possamos levar aos legisladores a fim de
uniformizar por meio de lei esse novo instrumento notarial
Letiacutecia Franco Maculan Assumpccedilatildeo ndash Oficial do
Cartoacuterio do Registro Civil e Notas do Distrito do
Barreiro Belo Horizonte-MG poacutes-graduada mestre e
doutoranda em Direito Diretora do Instituto Nacional
de Direito e Cultura ndash INDIC Presidente do Coleacutegio
Registral de Minas Gerais e Diretora do CNBMG
18
Franco Spaccasassi Ormaechea Escribano adscripto del
Registro Notarial nuacutemero 6 del Distrito Notarial de Bahiacutea
Blanca
EL ELEFANTE EN LA HABITACIOacuteN
Anaacutelisis de la Legitima Hereditaria
INTRODUCCIOacuteN
El presente trabajo es redactado para ser presentado en la XXI
Jornada del Notariado Joven del Cono Sur encuentro en el que
tengo el agrado y el honor de presentarme como Delegado de
Trabajo por el Colegio de Escribanos de la Provincia de Buenos
Aires de la Repuacuteblica Argentina
Maacutes allaacute de la camaraderiacutea que caracteriza a este tipo de
encuentros es un desafiacuteo para un escribano novel preparar un
trabajo para estas jornadas Puesto que el alto nivel acadeacutemico
que suelen exhibir los colegas de toda Latinoameacuterica es en
cierto sentido apabullante Un escribano que recieacuten comienza
con sus desventuras acadeacutemicas se zambulle en una calidad
de anaacutelisis que eleva la vara para todos y se plantea un
desafiacuteo que hay que enfrentar con una sonrisa Ello puesto
que la calidad y el respeto que uno encuentra en estos
congresos es empoderante
19
El desafiacuteo no es solo estar a la altura de los colegas Es ademaacutes
entender que se estaacute preparando una ponencia en un
encuentro con participantes de diferentes ordenamientos
juriacutedicos con diferentes realidades econoacutemicas sociales
culturales y hasta climaacuteticas Con problemas que son
diferentes desde todo punto de vista y nos obligan a hacer
una anaacutelisis distinto Uno que no se centre en las
complicaciones de un sistema normativo en particular sino
que aborde una temaacutetica que interese a todos
En ese sentido comenceacute a revisar los diferentes
ordenamientos y algo saltoacute a la luz Tenemos regulaciones
diferentes pero son similares puesto que compartimos un
mismo antepasado comuacuten Y esa fuente normativa ibeacuterica
impregnoacute con determinados institutos a todos los
ordenamientos latinoamericanos Es de esa fuente de derecho
de la que todos mamamos la bien conocida ldquolegiacutetima
hereditariardquo
Y si vamos a hablar de la contractualizacioacuten del derecho de
familia atento a una planificacioacuten sucesoria en la actividad
notarial del siglo XXI es inevitable tocar el tema No podemos
evitar hablar de la principal limitante de la autonomiacutea de la
voluntad Ya sea que la entendamos como un derecho de los
legitimarios o una limitacioacuten del causante la realidad es que
la sucesioacuten legitimaria es un obstaacuteculo a la libertad de
contratacioacuten y de disposicioacuten testamentaria
Atento a la diversidad de los asistentes antes mencionada me
resultoacute altamente improcedente hacer una revisioacuten del
20
tratamiento de la legiacutetima en la Argentina Me parecioacute poco
atractivo para el resto de los colegas describirles un sistema
juriacutedico que les puede resultar ajeno Y hasta aburridamente
similar Es asiacute como decidiacute plantear la hipoacutetesis de este trabajo
de manera diferente No detenerme a plantear por ejemplo
como afecta a la circulacioacuten de los tiacutetulos los meacutetodos de
proteccioacuten de la legiacutetima Mi intencioacuten fue plantearme una
pregunta anterior iquestQuereacutemos la institucioacuten legitimaria
Ahora bien atento a lo mencionado precedentemente no hareacute
referencia a muchas citas legislativas y tratareacute de evitar notas
al pie para citar referencias bibliograacuteficas La intencioacuten es
plantear una idea que se defienda por siacute sola y no de acuerdo
a quien es el que la esteacute planteando Espera uno estar a la
altura del desafiacuteo
ACLARACIONES CONCEPTUALES
Antes que nada es importante aclarar la terminologiacutea a usar
Tenemos diversidad de conceptos y todos ellos son conceptos
juriacutedicos que tienen una acepcioacuten especiacutefica en cada
ordenamiento No es este el lugar adecuado para plantear los
peligros de la textura abierta del lenguaje pero si vale la
aclaracioacuten Las siguientes definiciones no tienen por objeto
verificar los alcances de cada instituto La intencioacuten es evitar
que por cuestiones terminoloacutegicas o conceptuales no se pueda
transmitir claramente la idea detraacutes del trabajo
Al hablar de legiacutetima me refiero a una porcioacuten indisponible de
bienes por el causante la cual se obtiene como una parte de
21
la suma de la herencia liacutequida y las donaciones que el causante
haya hecho en vida Ya sea que esta se describa como un
derecho de los legitimarios o como una limitacioacuten de la
facultad de testar del causante la legiacutetima es una cuota que
los legitimarios pueden recuperar o no entregar para
incrementar los bienes que reciben por la muerte de una
persona
Es llamada legiacutetima dentro de un sistema de asignaciones
forzosas en los Coacutedigos de Chile (art 1181) Uruguay (art 870)
y Colombia (art 1226) Es llamada Legiacutetima o porcioacuten legiacutetima
en el Coacutedigo Civil de Argentina (art 2444) Peruacute (art 723) y
Paraguay (art 2597) Es llamada legiacutetima sin darle una
definicioacuten en el Coacutedigo Civil de Bolivia (art 1059 1060 1061)
y de Brasil (art 1846) Se la reconoce pero con otra
denominacioacuten en el Coacutedigo Civil de Cuba (art 492) Y no se
reconoce a la Legiacutetima en los Coacutedigos de Costa Rica (art 595)
y Meacutejico (art 1374)
Al hablar de legitimario me refiero a aquellas personas fiacutesicas
que tienen derecho a que se les respete la legiacutetima ya sea que
ellos sean o no reconocidos como herederos del causante En
otras palabras la clasificacioacuten que veremos posteriormente
entre los sistemas de la pars bonorum y la pars hereditatis son
irrelevantes para el anaacutelisis
Se refieren al viacutenculo para designar a los legitimarios y los
denominan como tal en el coacutedigo de Argentina (art 2444) Se
refieren al viacutenculo para designarlos pero los denominan
herederos con un caraacutecter diferente los coacutedigos de Peruacute (art
22
724 herederos forzosos) Bolivia (Capiacutetulo VI herederos
forzosos) Cuba (art 493 herederos especialmente protegidos)
Paraguay (art 2598 herederos forzosos) Uruguay (art 884 y
885 herederos legitimarios o forzosos) Colombia (art 1239
legitimarios) Chile (art 1182 legitimarios) y Brasil (art 1845
herederos necesarios)
Al hablar de sucesioacuten legitimaria me refiero a aquellas
sucesiones en las que existen legitimarios que tengan derecho
a reclamar su legiacutetima Eso no quiere decir que la sucesioacuten no
tenga otros herederos que puedan verificar su vocacioacuten Un
causante puede dejar un testamento para algunos de sus
bienes y esa sucesioacuten va a regularse por las normas de la
sucesioacuten testamentaria para sus disposiciones las normas de
la sucesioacuten intestada para lo que exceda de ellas y respetando
siempre las disposiciones de orden puacuteblico que emanen del
respeto a la legiacutetima en ambas ocasiones Cuando en la
sucesioacuten no existieren legitimarios seraacute sucesioacuten
testamentaria si existe testamento aunque no comprenda la
totalidad de los bienes del causante Y seraacute sucesioacuten legiacutetima
cuando no existan legitimario o testamento alguno
En consecuencia heredero testamentario seraacute aquel que tiene
vocacioacuten hereditaria en el testamento En cambio heredero
legiacutetimo seraacute aquel que tiene su vocacioacuten hereditaria en la ley
supletoria del testamento Y finalmente heredero legitimario
seraacute el legitimario como estaacute determinado en la primera parte
de este apartado aquel que tiene su vocacioacuten a los bienes del
causante en la ley y de modo imperativo Entiendo que
establecer tres vocaciones en lugar de dos es algo objeto de
23
discusioacuten por eso aclaro el punto del anaacutelisis y los conceptos
a utilizar
Finalmente cuando hagamos referencia al acervo imaginario
estareacute sentildealando a la masa ideal de bienes sobre la cual se
calcula la legiacutetima Esta masa es diferente al acervo hereditario
Es comuacuten a los sistemas sucesorios que producido el
fallecimiento del causante el patrimonio del de cujus se
mantenga como una universalidad juriacutedica Esta universalidad
se encuentra en estado indiviso hasta tanto los herederos
liquiden y hagan la particioacuten En otras palabras primero habraacuten
de pagar las deudas luego tendraacuten que valuar los bienes y
finalmente deberaacuten hacer la particioacuten donde cada uno se
adjudicaraacute uno o maacutes bienes determinados Este patrimonio
constituye el acervo hereditario que puede ser valorado
contablemente de manera abstracta pero que es un patrimonio
indiviso que existe en la realidad
En cambio el acervo imaginario masa de caacutelculo de la legiacutetima
no existe Puede o no coincidir con el acervo hereditario pero
estaacute concebida como un concepto Una idea para definir si se
ha violado o no la legiacutetima Esa idea ese concepto es una
ecuacioacuten Comienza con el valor liacutequido de la herencia es decir
que partimos del acervo hereditario una vez que se hayan
restado las deudas del causante Y a esa masa liacutequida le
agregamos los actos gratuitos que en vida haya hecho el
causante Cuales actos gratuitos es una cuestioacuten que tambieacuten
variacutea dependiendo de cada sistema juriacutedico
24
PLANTEO
Absolutamente todos los notarios de Latinoameacuterica nos hemos
encontrado muchas veces en una situacioacuten parecida a la que
voy a describir En una consulta un requirente me dice que
tiene dos hijos Pero que uno de ellos desde hace muchos antildeos
no le llama por teleacutefono o lo visita mientras que el otro lo
acompantildea en la empresa familiar desde toda su vida
productiva Y nuestro honesto requirente pretende dejarle a su
hijo que lo acompantildeoacute su uacutenico bien inmueble
Siacute ese caso es ajeno al lector seguramente habraacute intervenido
conocido o asesorado a aquel matrimonio que quiere comprar
una propiedad y en las entrevistas preliminares a la
celebracioacuten de la escritura manifiestan que quieren escriturar
ldquoa nombrerdquo de uno de sus tres hijos O el caso en el que un
empresario quiere distribuir su patrimonio entre sus hijos
muchas veces por riesgos propios de la actividad O
simplemente un requirente que quiere regalarle a su
compantildeera de vida la propiedad donde viven pero tiene vivos
a sus padres o sus abuelos
Todas esas situaciones son comunes Y nuestros requirentes
nos consultan en la esperanza de hacer algo liacutecito normal
sencillo y econoacutemico Pero principalmente quieren hacer lo
que ellos quieren Distribuir repartir donar en fin organizarse
patrimonialmente de la manera que ellos encuentran maacutes
adecuada a sus afectos y principios Sin embargo existe un
enorme elefante en la habitacioacuten que tenemos que esquivar
la legiacutetima Cada asesoramiento en esta materia tiene que
25
bordear este obstaacuteculo que se erige como ineludible y muchas
veces los caminos entre el elefante y la pared de la habitacioacuten
son muy pequentildeos Entonces costosamente agrandamos la
habitacioacuten con estructuras juriacutedicas complejas como el
fideicomiso y la sociedad o recurrimos a simulaciones que
tienen un mayor costo impositivo y muchas veces afectan la
moral de nuestros requirentes
Si bien los sistemas sucesorios de los paiacuteses de Latinoameacuterica
son todos diferentes existe una cosa en comuacuten en la mayoriacutea
de ellos Salvo contadas excepciones estos reconocen que
determinadas personas tienen un derecho inalienable e
irrenunciable a una cuota de los bienes del causante De este
modo la libertad de testar queda cercenada por el deber de
respetar esta cuota La que a efectos de no ser burlada por
actos en vida del causante extiende sus limitaciones a los
actos a tiacutetulo gratuito que realiza el de cujus
Estas restricciones pueden ser maacutes o menos firmes
dependiendo del sistema juriacutedico en el que se estudien Y
pueden llegar a ser mayores o menores desde el punto de
cuantitativo Pero TODAS plantean una restriccioacuten a la
voluntad de una persona al momento de otorgar un acto de
uacuteltima voluntad o una liberalidad en vida Y no suavicemos los
conceptos porque cuando hablamos de la voluntad del
testador estamos hablando de su libertad para disponer de sus
bienes Estamos hablando de una riacutegida restriccioacuten del derecho
de propiedad
26
Estaacute uacuteltima salvedad es necesaria Es menester aclarar que el
objeto del trabajo no es plantear una forma de hacer maacutes
sencilla la noble profesioacuten notarial Tampoco es la intencioacuten de
este trabajo plantear que la legiacutetima debiera desaparecer para
poder hacer auacuten maacutes donaciones en una buacutesqueda
interminable de aumentar la cantidad de nuestras
incumbencias La situacioacuten se plantea desde un punto de vista
maacutes abstracto Tiene que ver con los alcances de lo que
nosotros entendemos como propiedad
El planteo del trabajo es que la sucesioacuten legitimaria es hija de
otras eacutepocas y que ya estaacute marchita Viejo resabio de
regiacutemenes juriacutedicos que buscaban el fortalecimiento de una
familia que ya no existe maacutes basada en viacutenculos bioloacutegicos
que podriacutean ser hasta azarosos O bien teniacutean en mira una
concentracioacuten de recursos necesaria para poder plantear los
desafiacuteos de la vida en esa eacutepoca
Si queremos plantear una contractualizacioacuten del derecho de
familia que nos permita viajar al futuro tenemos que dejar de
lado algunos combustibles foacutesiles
ORIGEN DE LA LEGIacuteTIMA HEREDITARIA
Los autores suelen determinar el origen de la legiacutetima
hereditaria en la legislacioacuten romana Y para ello siempre se
comienza hablando de la absoluta libertad de testar y de coacutemo
el pretor fue poniendo barreras Ademaacutes una fuente importante
de influencias es el derecho baacuterbaro o germano el que
partiendo de una absoluta imposibilidad de testar fue
ampliando la libertad del causante dejando siempre una
27
reserva en favor de los parientes maacutes cercanos Voy a volver
a hacer estas breves referencias para hacer hincapieacute al
contexto en el cual surgen
ORIGEN ITAacuteLICOROMANO
La descripcioacuten de la evolucioacuten histoacuterica comienza por la
mencioacuten de la Ley de las XII Tablas El famoso cuerpo
normativo romano daba la maacutes absoluta libertad de testar en
la ceacutelebre uti legassit paterfamilias super pecunia tutelave suaelig
rei it ius esto la que se traduce en ldquolo que el padre disponga
legando sus bienes y respecto de la tutela de su hijo sea
observado como leyrdquo
Lo que no podemos dejar de tener en cuenta es quien teniacutea
esta libertad absoluta En el siglo V ac eacutepoca en cuestioacuten el
eje del derecho era el pater familias una figura juriacutedica que
nada teniacutea de comuacuten con el padre de familia actual El pater
era sui iure es decir que era un sujeto de derecho que teniacutea
la posibilidad de tener derechos obligaciones y propiedad
Todos los demaacutes miembros de la familia que NO fueran el pater
dependiacutean absolutamente de eacutel Tanto su mujer como sus hijos
eran alieni iure No teniacutean la capacidad juriacutedica de tener
derechos Es por eso que la emancipacioacuten y el divorcio
incluidos en este cuerpo normativo son importantes
El mismo cuerpo normativo que ratifica la absoluta voluntad
de testar del pater limita el poder que tiene sobre su familia
mediante la emancipacioacuten Una vez que el hijo estaba
emancipado era sui iure y pasariacutea a ser pater al momento de
contraer nupcias o de tener hijos En cambio la mujer podiacutea
28
ser sui iure al divorciarse pero volviacutea a ser alieni iure al
contraer nuevas nupcias
Ademaacutes no se puede evitar mencionar la absoluta vinculacioacuten
que habiacutea entre el rito religioso romano y el testamento Morir
intestado era una falta a los ritos religiosos que haciacutean a que
el ciudadano romano pudiera trascender este plano de la
realidad Era fundamental que el testamento existiere no solo
para el ordenamiento del patrimonio que queda vacante Morir
intestado era mal visto por los pares romanos y ademaacutes era
mal visto por los Dioses
En ese contexto el testamento se explica como un deber
religioso y la libertad para testar se explica como posterior a
una concentracioacuten patrimonial
Vamos a poner este paacuterrafo en contexto En nuestro mundo
actual la concentracioacuten de riquezas y poder adquisitivo puede
resultar hasta obscena es un mundo donde no hay equidad
distributiva y muchos mueren de hambre mientras otros tiran
su comida Sin embargo en el mundo antiguo la concentracioacuten
de riquezas era necesaria para generar el poderiacuteo militar
suficiente para la defensa o la conquista Y eso era un norte
deseable Es asiacute como este sistema de libertad absoluta no
implicaba una desconcentracioacuten de los recursos Puesto que
por maacutes que el testador dispusiera de todos sus bienes lo hariacutea
a otro sui iure Y este era en siacute mismo una concentracioacuten de
recursos
Claro estaacute que esta concentracioacuten de recursos implica un
riesgo muy grande Si un pater decidiera repartir todos sus
29
bienes en legados en favor de terceras personas sus alieni iure
herederos no tendriacutean nada Literal no tendriacutean un solo bien
en su patrimonio Puesto que los hijos y la coacutenyuge en esta
eacutepoca de Roma solo eran apeacutendices juriacutedicos del pater No
tienen un patrimonio propio son alieni iure incapaces de tener
propiedades o bienes a su nombre Entonces en los casos en
los cuales ello sucediacutea acudiacutean al pretor romano quien no
podiacutea moderar o limitar la clara letra de la ley Ahora bien la
herramienta procesal que existiacutea para remediar esta injusticia
era la querella inofficiosi testamenti mediante la cual se
reputaban nulos los testamentos y bajo la presuncioacuten de que
solo alguien que no esteacute en su sano juicio dejariacutea a sus
familiares maacutes cercanos sin nada anulaban el testamento por
falta de capacidad
Esto traiacutea como consecuencia que todas las disposiciones
testamentarias se reputaran nulas Y les daba a los parientes
la posibilidad de reputar como nulo cualquier testamento que
no tuviera claacuteusulas dispositivas a su favor Es por esto que
dentro del pragmaacutetico pueblo romano sucedieron dos cosas
La primera es que la legislacioacuten romana empezoacute a contener
limitaciones a la facultad de testar Es asiacute como surgen tres
normativas La primera es la Lex Furia que en el antildeo 200 ac
establecioacute que ninguacuten legado podiacutea superar los mil acres o
algo asiacute como quinientas hectaacutereas pero sucediacutea de que
muchos legados diferentes terminaban de todas formas
consumiendo el acervo hereditario La segunda es la Lex
Voconia que en el antildeo 169 ac trato de resolver el problema
equiparando el mayor de los legados a la porcioacuten que le
30
correspondiacutea a los herederos pero nuevamente muacuteltiples
legados pequentildeos podiacutean reducir la posicioacuten del heredero a
praacutecticamente nada Es por eso que finalmente la Lex Falcidia
en el antildeo 40 ac establecioacute que una cuarta parte del
patrimonio del causante debiacutea corresponder a los familiares
que la ley calificara como herederos legiacutetimos del testador La
lex falcidia dio origen asiacute a la pars legitima Una porcioacuten que
se calculaba teniendo en cuenta las donaciones en vida hechas
por el causante y el haber relicto liacutequido y que les daba a los
familiares en su calidad de tal la garantiacutea de una cuarta parte
del patrimonio del causante
La segunda situacioacuten es que empezoacute a ser costumbre entre los
romanos determinar una claacuteusula para evitar que sus
testamentos se declaran inoficiosos Y esa claacuteusula
testamentaria teniacutea como finalidad relativizar el contenido de
los legados a efectos de no caer en la absoluta anulacioacuten Si
el testador no legaba nada a los herederos o no respetaban la
cuarta la inoficiosidad del testamento produciacutea su anulacioacuten
total Entonces los testadores incluiacutean una claacuteusula que rezaba
boni viri arbitratu quarta impleatur la que deciacutea que el legado
podiacutea ser reducido o la legiacutetima complementada de acuerdo
con el arbitraje de un hombre honrado Posteriormente en la
primer mitad del primer siglo despueacutes de Cristo esta claacuteusula
fue considerada impliacutecita en todos los testamentos por
Justiniano Dando nacimiento asiacute a lo que se conoce como
accioacuten de complemento
Vale la pena remarcar que por cuestiones de brevedad no
podemos mencionar otras instituciones testamentarias que
31
tienen importancia en el imperio romano ni corresponde
analizar las disposiciones correspondientes al derecho
quiritario Estas se embebieron del ius civile pero teniacutean claras
influencias de los pueblos conquistados por los romanos
Es importante al terminar hacer eacutenfasis en que la legiacutetima
romana no estaba ligada al caraacutecter de heredero Era una cuota
o porcioacuten de los bienes del causante a la que teniacutean
necesariamente derecho sus familiares Y esa legiacutetima se
entregaba por cualquier tiacutetulo o modo ya sea mediante
donaciones en vida legados en un testamento o su institucioacuten
como heredero
ORIGEN GERMANO
Las legiacutetimas latinoamericanas influenciadas fuertemente por
la regulacioacuten espantildeola de la institucioacuten tienen origen romano
Pero es muy marcada la influencia germana en su regulacioacuten
Es importante resaltar que cuando hablamos de los pueblos
germanos estamos hablando de los habitantes del aacuterea centro
de Europa donde se encuentran actualmente Alemania y los
Paiacuteses Bajos pero que el grupo eacutetnico social es el mismo que
ocupaba originariamente las islas britaacutenicas y la peniacutensula
escandinava
El ordenamiento juriacutedico de los asentamientos de los germanos
en la Europa occidental no reconociacutea el testamento No estaba
dentro de la tradicioacuten juriacutedica de dichos pueblos que el
causante dejara determinado que iba a suceder con sus
propiedades luego de su fallecimiento Y esto se debiacutea a que
tradicionalmente no estaba en ellos el concepto de propiedad
32
privada tan arraigado estos pueblos entendiacutean la propiedad
maacutes de un modo familiar y comunitaria Un germano teniacutea
seriamente limitadas sus facultades dispositivas sobre los
inmuebles los que se denominaban Word o Were De manera
tal que le era virtualmente imposible disponer de esta Ello
atento a que se presumiacutea que la familia teniacutea un gran intereacutes
en dichos bienes Incluso era necesario el consentimiento de
toda la familia para proceder a la disposicioacuten onerosa de estos
bienes
Estas enormes limitaciones en vida era loacutegico que se
tradujeran a la muerte La forma de entender la propiedad para
los pueblos germanos era maacutes parecida a la propiedad de
muchos pueblos originarios de nuestro continente que a la
propiedad privada romana tal cual la heredamos Ello atento a
la necesidad de concentrar recursos para generar sus fuerzas
defensivas y ofensivas En otras palabras lo que los romanos
resolvieron haciendo sujeto de derechos a soacutelo una clase de
personas fiacutesicas los germanos lo resolvieron haciendo
comunitario el ejercicio de la disposicioacuten de la propiedad En
la mayoriacutea de nuestros ordenamientos positivos lejos estaacute la
actual propiedad de las limitaciones de la propiedad
comunitaria
Volviendo a la sucesioacuten el caraacutecter de heredero estaba dado
por la familia sanguiacutenea y nunca por un extrantildeo Era
impensado en ese sentido que el causante pudiera instituir
herederos o que personas ajenas a su familia recibieran esa
calificacioacuten que tanto hace a la identidad En consecuencia el
acervo se dividiacutea entre los familiares de acuerdo con su
33
funcioacuten las mujeres la labranza y utensilios y los hombres las
armas Y esta sucesioacuten no les correspondiacutea por voluntad
expresa o presunta del causante sino que les correspondiacutea a
los herederos por un derecho propio
Sin embargo por influencia de la tradicioacuten romana los pueblos
germanos empezaron a utilizar sus conceptos juriacutedicos Y con
ellos se incluyoacute el testamento Pero ademaacutes idearon figuras
nuevas que no teniacutean los sistemas romanos a las que
podemos denominar pactos sucesorios
Estas instituciones el testamento unilateral y los pactos
sucesorios teniacutean una importante funcioacuten ordenadora familiar
Pero estaban muy limitados y relegados en cuanto a la
disponibilidad a favor de terceros Ello atento a que la
posibilidad de disponer de la propiedad estaba muy limitada
En otras palabras el concepto de herederos necesarios o
forzosos surge como una consecuencia loacutegica de coacutemo los
pueblos germanos entendiacutean la propiedad Estos herederos
necesarios denominados notherben teniacutean reservado un
derecho propio a una porcioacuten de los bienes del causante Pero
ese derecho surgiacutea de su condicioacuten de heredero y su exclusioacuten
de la herencia implicaba la peacuterdida de todo derecho
Vale aquiacute hacer esta salvedad Pareciera que la concentracioacuten
de los recursos estaacute dada por la manera en que los pueblos
germanos entendieron la propiedad de manera comunitaria y
familiar La concentracioacuten de riqueza que se daba
patriarcalmente en el sistema romano se daba
comunitariamente en el germano En consecuencia es loacutegico
34
que las legiacutetimas cambien cuantitativamente mientras en el
derecho germano las legiacutetimas eran superiores a la porcioacuten
disponible en el sistema romano la porcioacuten disponible era
superior a la legiacutetima
Estas instituciones romanas fueron posteriormente
incentivadas sistemaacutetica y compulsivamente por el clero en la
edad media atento a que permitiacutean a los sentildeores feudales dar
legados o instituciones piadosas Las infames fuentes de
riquezas donde el clero bendeciacutea al testador con una parcela
en el paraiacuteso tan grande como fuera su legado
CLASIFICACIOacuteN DE LOS SISTEMAS LEGITIMARIOS
Traemos este tema a colacioacuten porque no hay una uacutenica forma
de regular la legiacutetima Cada ordenamiento juriacutedico se ha
organizado de diferentes maneras daacutendole prioridad a algunos
antecedentes antes que a otros entendiendo los alcances de
su regulacioacuten de manera diversa En este punto es necesario
aclarar que por sistemas legitimarios entendemos las diversas
maneras en que puede regularse la legiacutetima
Claro estaacute que la primer clasificacioacuten que debieacuteramos hacer
es entre aquellos sistemas que reconocen las legiacutetimas y
aquellos que no Pero ello no seriacutea una forma de clasificar los
sistemas legitimarios sino de clasificar los sistemas juriacutedicos
Esta aclaracioacuten es oportuna porque no debemos olvidar que
los sistemas legitimarios no son necesarios Es decir que no
estaacuten intriacutensecamente vinculados a la sucesioacuten mortis causa
La determinacioacuten de si existen o no en un ordenamiento
juriacutedico asiacute como la definicioacuten de sus reglas son una decisioacuten
35
de poliacutetica legislativa Decisioacuten que puede o no responder a
la historia y principios de una sociedad determinada
Humildemente tratare de proveer una clasificacioacuten original
que nos permita entender las diferencias entre los sistemas
SEGUacuteN SU ASPECTO FUNCIONAL
Este criterio de clasificacioacuten estaacute vinculado con el modo en
que se describe el funcionamiento de la legiacutetima Pero antes
de plantear la clasificacioacuten es necesario hacer una aclaracioacuten
Al no existir una obligacioacuten no hay una relacioacuten bilateral entre
causante y legitimario Es decir el causante mal puede tener
la obligacioacuten de respetar la legiacutetima puesto que esta se hace
efectiva desde el momento en que eacutel no estaacute Y por
contrapartida mal se puede decir que la legiacutetima hereditaria
es un creacutedito del legitimario porque no se le puede exigir al
causante su cumplimiento
Sin embargo es claro que la legiacutetima es un derecho que el
legitimario puede exigir erga omnes Un derecho de propiedad
que estaacute sujeto en cuanto a su existencia a la muerte del
causante Y correlativamente la legiacutetima funciona como un
freno para la libertad del causante freno que puede
caracterizarse como un deber que le impone el sistema juriacutedico
El criterio de clasificacioacuten se basa en ello No tanto en
diferenciar acerca de la naturaleza puesto que ambas son dos
caras de la misma moneda sino en coacutemo se plantea el
funcionamiento de la misma En consecuencia
36
Por un lado tenemos los Sistemas Positivos Maacutes influenciados
por la regulacioacuten germaacutenica de la legiacutetima se basan en darle
a los legitimarios una atribucioacuten legal para reclamar una
porcioacuten del patrimonio histoacuterico del causante Opera como una
cuota del acervo imaginario que legalmente y de modo
imperativo tienen los legitimarios Otorgaacutendoles la ley a estos
una proteccioacuten directa a traveacutes de una vocacioacuten legal auacuten en
contra de las disposiciones testamentarias y de los actos
realizados en vida a tiacutetulo gratuito
Por otro lado tenemos los Sistemas Negativos Con un claro
corte romano estos sistemas legitimarios funcionan como un
liacutemite a la libertad de determinar las disposiciones
testamentarias del causante Este liacutemite estaacute plantado
estrictamente a una cuestioacuten sucesoria vinculada a las
disposiciones testamentarias pero atento a la posibilidad de
burlarlas previo a la apertura de la sucesioacuten se extiende a los
actos gratuitos en vida del causante Como consecuencia del
caraacutecter privado del derecho sucesorio quien tiene la
posibilidad de reclamar en su favor el incumplimiento de este
deber son los legitimarios
SEGUacuteN SU FUENTE
Este criterio de clasificacioacuten se centra en determinar cuaacutel es el
origen de la legiacutetima Histoacutericamente al legiacutetima se discutioacute si
la legiacutetima era pars bonorum o de pars hereditatis Y se haciacutea
referencia a esta clasificacioacuten entendiendo que estaacute como
vinculada al contenido de la legiacutetima Dicho de esta manera la
legiacutetima pars bonorum daba derecho a una cuota de los bienes
37
del causante mientras que la legiacutetima pars hereditatis daba
derecho a que se lo reconozca como heredero de manera
forzosa
Sin embargo esto nos fuerza a meternos en una discusioacuten
sobre si el legitimario tiene su derecho por ser heredero o si
por el contrario tiene su derecho independientemente de que
lo sea Es decir que estamos en una discusioacuten conceptual
basada en su naturaleza Entiendo que esta discusioacuten carece
del sentido praacutectico de las clasificaciones por lo que propongo
resolver la clasificacioacuten de acuerdo a como cada ordenamiento
juriacutedico ha regulado la fuente del instituto Independientemente
de coacutemo queramos conceptualizar la legiacutetima sirve para dividir
como cada derecho a encontrado el origen de la vocacioacuten
legitimaria Dicho asiacute
Por un lado tenemos sistemas de vocacioacuten legitimaria
sucesoria Estos sistemas entienden la legiacutetima como parte de
la vocacioacuten sucesoria del heredero vocacioacuten que a falta de
testamento la ley da de modo supletorio En consecuencia
cuando el legitimario deja de ser heredero deja de ser
legitimario Y todo lo que haya recibido en vida a cuenta de
la legiacutetima debe ser imputado a la porcioacuten disponible del
acervo imaginario
En otras palabras estas legiacutetimas son de iure hereditatis Es un
derecho que surge de su caraacutecter de heredero y nada maacutes
Por otro lado tenemos los sistemas de vocacioacuten legitimaria
personal En este caso el legitimario tiene derecho a la legiacutetima
independientemente de su investidura como heredero
38
Propiamente hablando NO es un heredero forzoso sino que
tiene un derecho independiente de cualquier vocacioacuten
hereditaria En consecuencia el legitimario que en vida del
causante haya recibido donaciones no pierde su derecho a la
legiacutetima por renuncia a su caraacutecter de heredero y las
donaciones recibidas no deben ser imputadas a la porcioacuten
disponible del acervo imaginario sino a su legiacutetima
En otras palabras estas legiacutetimas son de iure propio Es un
derecho que surge de su caraacutecter de pariente del causante Una
reminiscencia de lo que fue el viacutenculo que lo unioacute con quien
ya no habita este plano Y que sea iure propio no quiere decir
que no reconozca alcances sucesorios simplemente planteo
que no se limitan a la sucesioacuten La Vocacioacuten Hereditaria puede
verse constitucionalmente como un derecho personal de una
persona fiacutesica que le otorga el caraacutecter de heredero En
cambio el derecho a pedir la remocioacuten del administrador de la
sucesioacuten o la particioacuten de los bienes de la sucesioacuten es un
derecho que solo existe en su condicioacuten de heredero El
primero seriacutea iure propio el segundo iure hereditatis ambos
reconocen el mismo titular y se relacionan con el mismo
objeto
INTERRELACIOacuteN DE LAS CLASIFICACIONES
Al haber escindido las cuestiones maacutes viscerales de la
clasificacioacuten nos quedamos con cuestiones que nos permiten
hacer un anaacutelisis maacutes flexible En otras palabras al quitar del
centro la cuestioacuten de queacute es la legiacutetima la clasificacioacuten se
reduce a coacutemo funciona y a de doacutende surge
39
Entonces podemos plantear que existiriacutean sistemas
legitimarios que sean positivos de vocacioacuten legitimaria
sucesoria positivos de vocacioacuten legitimaria personal
negativos de vocacioacuten legitimaria sucesoria y negativos de
vocacioacuten legitimaria personal
Las similares raiacuteces de nuestros derechos latinoamericanos
hacen que la mayoriacutea de nuestros ordenamientos clasifiquen
como sistemas legitimarios positivos de vocacioacuten sucesoria lo
que tradicionalmente se mencionariacutea como pars hereditatis
Pero bajo ninguacuten punto de vista pierde valor la clasificacioacuten
planteada puesto que puede servir para entender la separacioacuten
entre herencia y legitima de manera clara
DERECHO COMPARADO
Habiendo planteado las clasificaciones que utilizareacute vamos a
aplicarlas a algunos sistemas legitimarios de Ameacuterica Latina
Claro estaacute que hay dos sistemas que no participaraacuten de esta
clasificacioacuten porque no reconocen la legiacutetima hereditaria
estos son Meacutejico y Costa Rica Y como se planteoacute no utilizareacute
todas las categoriacuteas puesto que algunas no se encuentran en
nuestro derecho latinoamericano la mayoriacutea de los sistemas
se clasifican de como sistemas positivos de vocacioacuten
legitimaria sucesoria
SISTEMAS POSITIVOS DE VOCACIOacuteN LEGITIMARIA SUCESORIA
Estos sistemas legitimarios describen a la legiacutetima como un
derecho de los legitimarios que depende de su vocacioacuten
sucesoria Son la normalidad de los sistemas latinoamericanos
40
Para determinar si el sistema es de vocacioacuten legitimaria
sucesoria no podemos centildeirnos a la letra de la ley
exclusivamente Es necesario ver queacute efectos tiene la legiacutetima
Si el derecho del legitimario estaacute vinculado a su caraacutecter de
heredero este no puede renunciar a la herencia sin perder su
derecho a la legiacutetima Y la peacuterdida del derecho de legiacutetima
implica imputar lo recibido en vida a la porcioacuten disponible del
causante Recordemos que conceptualizamos la legiacutetima como
un derecho que se puede recibir por cualquier tiacutetulo y que
puede o no ser ajeno a la vocacioacuten hereditaria En esta
clasificacioacuten la vocacioacuten hereditaria estaacute vinculada a la
legitimaria
En el sistema legitimario Chileno el acervo imaginario se
divide en cuatro partes Dos partes son computadas como
legiacutetima rigorosa que se tienen que repartir entre los
legitimarios por las mismas reglas de la sucesioacuten intestada una
de las dos cuartas partes restantes le corresponden a la mejora
exclusiva para los legitimarios y el cuarto restante es de libre
disposicioacuten Este sistema de clara influencia del sistema
tradicional espantildeol reconoce como porcioacuten de libre
disponibilidad solamente un cuarto de acervo imaginario
Este cuerpo normativo define a la legiacutetima como ldquoaquella cuota
de los bienes de un difunto que la ley asigna a ciertas personas
llamadas legitimariosrdquo clasificaacutendose como un sistema
positivo de legiacutetima A su vez en los artiacuteculos 1200 y 1201 se
determina que sucede con las donaciones realizadas a tiacutetulo
de legiacutetima hechas a un legatario que posteriormente pierde
su vocacioacuten hereditaria al fulminarlas con la resolucioacuten marca
41
claramente que la legiacutetima estaacute necesariamente ligada a la
vocacioacuten hereditaria
El Coacutedigo Civil de Colombia es claro al respecto y tiene una
regulacioacuten similar al Coacutedigo de Chile
El Coacutedigo Civil de Uruguay tambieacuten ha definido positivamente
a la legiacutetima como ldquola parte de bienes que la ley asigna a
cierta clase de herederos independientemente de la voluntad
del testador y de que eacuteste no puede privarlos sin causa justa
y probada de desheredacioacutenrdquo
Para la repuacuteblica de los orientales la legiacutetima es de la mitad
si hay ascendientes yo un solo hijo la que asciende a dos
tercios si hay dos hijos y a tres cuartas partes si hay tres o
maacutes hijos
Varios son los artiacuteculos que vinculan al legitimario a la
vocacioacuten hereditaria Pero la prueba final es al igual que como
se resentildeoacute anteriormente que el coacutedigo de Uruguay imputa de
resolubles las donaciones hechas a quieacuten era legitimario y que
posteriormente resultoacute indigno (art 1103)
El Coacutedigo Civil de Paraguay define positivamente a la legiacutetima
como ldquoun derecho de sucesioacuten limitado a determinada parte
de la herencia de la que no puede disponer el causanterdquo Y es
claro en su artiacuteculo 2603 donde determina que para el caacutelculo
de la legiacutetima no se computa al renunciante ni al indigno lo
que indica claramente que el caraacutecter de legitimario depende
del caraacutecter de heredero
42
Con relacioacuten a las porciones la legiacutetima de los descendientes
es de cuatro quintos la de los ascendientes es de dos tercios
y la del coacutenyuge es de la mitad
En el coacutedigo del Brasil se entiende la legiacutetima de manera
positiva sin definirla Simplemente se limita a disponer
quienes son los herederos necesarios y a establecer que les
corresponde la mitad del patrimonio del causante de pleno
derecho
Maacutes allaacute de la redaccioacuten es claro que los legitimarios deben
ser necesariamente herederos Ello atento a que los
ascendientes descendientes y coacutenyuge que hayan recibido una
donacioacuten y que luego hayan perdido su capacidad hereditaria
deben imputarla a la porcioacuten disponible del causante (art
2008)
El Coacutedigo Civil de Bolivia plantea una situacioacuten novedosa al
incorporar dentro del elenco de legitimarios al conviviente (art
1064) Sin embargo mantiene los mismo principios que los
cuerpos normativos ya mencionados Si bien no define la
legiacutetima establece que la legiacutetima es de los legitimarios Le
corresponden cuatro quintos a los descendientes y dos tercios
para los ascendientes y el coacutenyuge
SISTEMAS POSITIVOS DE VOCACIOacuteN LEGITIMARIA PERSONAL
Ninguno de los sistemas legitimarios revisados describe a la
legiacutetima como un derecho de los legitimarios sin hacer de la
vocacioacuten legitimaria una vocacioacuten sucesoria En otras palabras
estaacute fuertemente arraigada la fuente germana de la legiacutetima
que entiende que el caraacutecter de legitimario es una extensioacuten
43
o cualidad del llamamiento que hace la ley a los parientes
como herederos
SISTEMAS NEGATIVOS DE VOCACIOacuteN LEGITIMARIA SUCESORIA
Estos sistemas describen a la legiacutetima como una limitacioacuten a
la facultad de testar del causante cuyos legitimarios tienen
que ser herederos
En el Coacutedigo Civil del Peruacute se define a la legiacutetima como ldquola
parte de la herencia de la que no puede disponer libremente
el testador cuando tiene herederos forzososrdquo En cuanto a su
cuantiacutea limita la facultad de testar en dos tercios cuando
hubiera descendientes yo coacutenyuge el cual se reduce a la
mitad del patrimonio cuando los legitimarios fueran los
ascendientes
Maacutes allaacute de la expresa designacioacuten de los legitimarios como
herederos forzosos el coacutedigo de Peruacute expresamente imputa las
donaciones realizadas en vida del causante a la porcioacuten
legiacutetima salvo dispensa de colacioacuten y hasta el monto de la
porcioacuten disponible (art 831 y 832) Y expresamente plantea que
la donacioacuten con dispensa de colacioacuten realizada por mayor
valor que la porcioacuten disponible y la del donatario que renuncia
a la vocacioacuten hereditaria1 son reducibles (art 842)
1 En rigor de verdad el coacutedigo peruano dice ldquorenuncia de la legiacutetimardquo no de la vocacioacuten
hereditaria Pero ello es atento a que estaacuten indisolublemente unidas para este coacutedigo resulta
maacutes claro explicarlo de esta manera atento a que en este trabajo separeacute los conceptos
ldquolegiacutetimardquo de ldquovocacioacuten hereditaria legiacutetima o legalrdquo
44
SISTEMAS NEGATIVOS DE VOCACIOacuteN LEGITIMARIA PERSONAL
Estos sistemas describen a la legiacutetima como una limitacioacuten a
la facultad de testar del causante cuyos legitimarios no
necesariamente tienen que ser herederos
El Coacutedigo Civil de Cuba dice textualmente en su artiacuteculo 452
que ldquoLa libertad de testar se limita a la mitad de la herencia
cuando existen herederos especialmente protegidosrdquo
Expresamente el Coacutedigo Civil denomina herederos a los
legitimarios Y entiende este cuerpo normativo que la sucesioacuten
tiene lugar por testamento o por ley (art 467) Sin embargo es
necesario remarcar algunas cuestiones
En primer lugar el coacutedigo carece de una disposicioacuten que
establezca que lo recibido por el legatario en vida del causante
a tiacutetulo de donacioacuten deba imputarse a su parte disponible o
legiacutetima El artiacuteculo 530 determina como se forma el acervo
imaginario en las sucesiones testamentarias e intestadas Y es
notable aclarar que en las testamentarias los obligados a
colacionar son los herederos instituidos y no los legitimarios
Y en las sucesiones intestadas solo se trae a la masa lo que
exceda del valor de las donaciones declaradas inoficiosas En
otras palabras los legitimarios no tienen la necesidad de traer
a colacioacuten de la masa hereditaria lo que les corresponde como
legiacutetima por el acervo imaginario
En segundo lugar el artiacuteculo 494 determina que el causante
puede entregar la legiacutetima por cualquier tiacutetulo Y que si en la
sucesioacuten le llegara a corresponder menos de la porcioacuten legiacutetima
del acervo imaginario le corresponde su complemento
45
En tercer lugar el artiacuteculo 495 determina que el heredero
especialmente protegido desplaza al heredero instituido
demostrando que su vocacioacuten es anterior a la vocacioacuten
hereditaria voluntaria del testamento
Y finalmente pero no menos importante por maacutes que se los
denomine herederos el Coacutedigo no los define por su calidad de
tal En lugar de decir que tienen caraacutecter de especialmente
protegidos los herederos legiacutetimos siempre que se den
determinadas condiciones define que parentescos otorgan
esta vocacioacuten
A riesgo de caer en una contradiccioacuten con la clara letra de la
ley que los denomina ldquoherederosrdquo es importante entender
coacutemo funciona el sistema en la realidad Y es posible que
podamos ver que los nombres no son lo maacutes importante Al fin
y al cabo la loacutegica del sistema es infalible Para que una
donacioacuten sea inoficiosa tiene que cumplir alguna de las dos
circunstancias que estaacuten determinadas en el artiacuteculo 378
exceder lo que puede darse o recibirse en testamento o
comprometer la sustentabilidad econoacutemica del donante La
primera se tiene que dar necesariamente en la sucesioacuten
testamentaria esta establece un liacutemite solamente en los casos
en que determinados parientes (ascendientes coacutenyuge y
ascendientes) no esteacuten aptos para trabajar y dependan
econoacutemicamente del causante Estos legitimarios para el
coacutedigo de Cuba no estaacuten obligados a colacionar en las
sucesiones testamentarias La segunda condicioacuten se daraacute en las
sucesiones intestadas donde los bienes entregados a tiacutetulo
gratuito en vida del causante solo se traen a la masa cuando
46
estas donaciones son declaradas inoficiosas En consecuencia
el reducido grupo de legitimarios del coacutedigo cubano no estaacute
nunca obligado a colacionar lo que haya recibido del causante
por cualquier tiacutetulo o modo
Sin embargo como se ha de plantear posteriormente auacuten este
sistema implica una enorme restriccioacuten a la propiedad
EL CASO DE ARGENTINA
El reciente Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten que entroacute en
vigor en el mes de Agosto del antildeo 2015 propone una redaccioacuten
nueva
En primer lugar a los efectos de definir quienes son los
legitimarios el artiacuteculo 2444 utiliza una redaccioacuten positiva Al
definirla determina que tienen una porcioacuten legitima
determinadas personas fiacutesicas Pero a diferencia del coacutedigo
anterior no le asigna el caraacutecter de legitimario a determinados
herederos legiacutetimos Expresamente determina que parentescos
tienen caraacutecter de legitimarios
En segundo lugar elimina el concepto y la idea de los
herederos forzosos Simplemente los denomina legitimarios Y
a diferencia del coacutedigo civil de Chile y de Colombia no tiene
un segundo paacuterrafo donde aclare que los legitimarios son
herederos Y en ninguno de los 18 artiacuteculos en los que regula
la institucioacuten se los menciona como tales
En tercer lugar se establece un sistema de mejoras novedoso
que pone el centro no solo en el viacutenculo sino en la necesidad
del legitimario Situacioacuten que no estaacute planteada
47
supletoriamente en la regulacioacuten de la sucesioacuten intestada para
la vocacioacuten hereditaria
Finalmente se eliminan las causales de desheredacioacuten Las
cuales histoacutericamente se entendiacutean como el modo que teniacutea el
causante para hacer perder la vocacioacuten hereditaria a los
herederos forzosos De esta manera se refuerza la idea de que
el legitimario no necesita ser heredero y que la indignidad
para suceder afectar a todos los herederos sean o no
legitimarios
Y en cuanto a la indignidad para suceder resuelve la situacioacuten
del legitimario donatario en el uacuteltimo inciso del artiacuteculo 2281
Expresamente determina que la indignidad se resuelve por las
mismas causas que la revocacioacuten de las donaciones lo que
resultariacutea redundante si entendemos que la vocacioacuten
hereditaria y la legiacutetima son la misma en otras palabras si la
vocacioacuten legitimaria fuese igual a la hereditaria no seriacutea
necesario traer a colacioacuten las causales de las donaciones Basta
con que el heredero sea declarado indigno para que la
donacioacuten deba ser revocada Al remitirse a las causales de
revocacioacuten de las donaciones para determinar algunas de las
causales de indignidad estaacute impliacutecitamente reconociendo que
sin ese artiacuteculo hay motivos por los cuales una donacioacuten
puede ser revocada pero que no podriacutean generar la peacuterdida de
la vocacioacuten legitimaria
Incluso en la regulacioacuten de la colacioacuten de las donaciones el
artiacuteculo 2386 plantea que la donacioacuten debe ser imputada a la
porcioacuten legiacutetima del donatario y en lo que excede a la porcioacuten
48
disponible a tiacutetulo de mejora Y solo si excede de la sumatoria
de ambas es sujeta a reduccioacuten por parte de los otros
legitimarios Permitiendo la interpretacioacuten de que al mencionar
al ldquodescendienterdquo o al ldquoconyugerdquo en lugar de al legitimario o
al heredero este derecho les corresponde en su caraacutecter de
tales Es decir fortaleciendo la interpretacioacuten que la legiacutetima
se fundamenta en el parentesco y no en la vocacioacuten
hereditaria
Pero el artiacuteculo 2387 es determinante al establecer que el ldquoel
descendiente o coacutenyuge que renuncia a la herencia pueden
conservar la donacioacuten recibidahellip hasta el liacutemite de la porcioacuten
disponiblerdquo sienta un claro indicio El legitimario es tal en su
caraacutecter de heredero caso contrario es un extrantildeo al cual sus
beneficios deben imputarse en la porcioacuten disponibles
En este sentido el Coacutedigo Civil de la Argentina con una
redaccioacuten bonita y teacutecnicamente pulida se suma a las filas de
los pars hereditatis O como lo he definido un sistema
legitimario positivo con vocacioacuten legitimaria sucesoria
NATURALEZA JURIacuteDICA DE LA LEGIacuteTIMA HEREDITARIA - SU
FUNDAMENTO
Los diferentes criterios de clasificacioacuten de los sistemas
legitimarios fueron una breve excusa para plantear que estos
sistemas son diferentes Y que en consecuencia no tienen las
mismas caracteriacutesticas en todos los ordenamientos A mayor
abundamiento es una institucioacuten juriacutedica innegablemente
innecesaria para el sistema sucesorio desde que existen varios
49
ordenamientos juriacutedicos que no la contemplan dentro de las
normas para la transmisioacuten de los bienes del causante
En otras palabras si bien la mayoriacutea de los sistemas
legitimarios conciben a la legiacutetima como una consecuencia de
la vocacioacuten hereditaria esto no es necesariamente asiacute Y son
numerosos los autores como Goyena Copelo y Alfaro Guillen
quienes citan diversas fuentes que entienden que la legiacutetima
puede encontrar su fundamento en una vocacioacuten diferente a la
hereditaria Sin perjuicio de entrar en un debate acerca de cuaacutel
es correcto y cual no la realidad es que la existencia misma
del debate hace que no se pueda ignorar que los sistemas
legitimarios pueden ser distintos aunque en su mayoriacutea sean
iguales
Si queremos plantear la conveniencia o inconveniencia de algo
es necesario saber de lo que estamos hablando Pero planteado
como hemos venido haciendo el anaacutelisis cabe la pregunta
iquestqueacute es lo que hace que consideremos a la legiacutetima como tal
Lo que he planteado como sistemas legitimarios reconocen la
misma evolucioacuten histoacuterica aunque beben de raiacuteces diferentes
Los sistemas legitimarios encontraban en Roma y en los
pueblos germanos una herramienta de concentracioacuten de
recursos y de disrupcioacuten de inequidades Podriacuteamos plantear
que el sistema germano no hizo maacutes que romanizarse y que
por el otro lado el sistema del imperio Romano encontroacute en la
Legiacutetima una herramienta para limitar los abusos del pater
Pero plantear a la legiacutetima como un evolucioacuten histoacuterica no
hace maacutes que describir su desarrollo Bajo ninguacuten punto de
50
vista podriacuteamos caer en la vacua ecuacioacuten que reduce la
naturaleza de una institucioacuten al desarrollo de su evolucioacuten
histoacuterica Ello porque todas las instituciones son el resultado
de una evolucioacuten histoacuterica
El planteo de una naturaleza juriacutedica de todos los sistemas
legitimarios parece al menos ambicioso Nos llevariacutea al
anaacutelisis de todos los sistemas legitimarios existentes para
encontrar sus diferencias y sus similitudes Ello es ajeno a los
recursos para este trabajo y a su longitud Aunque si podemos
abstraer los conocidos para plantear una primera
aproximacioacuten
Entiendo que la mejor forma de acercarnos a su naturaleza
podriacutea estar en los fundamentos que se den para su
instauracioacuten
En ese sentido se puede plantear que los sistemas legitimarios
encuentran su fundamento en el caraacutecter familiar de la
sucesioacuten patrimonial Es decir que los sistemas legitimarios
encuentran su razoacuten de ser en el afecto que existe entre los
miembros de la comunidad a la que llamamos familia Y que
como ceacutedula baacutesica de la sociedad debe ser protegida e
incentivada La familia maacutes allaacute del instinto humano
reproductivo tiene una proyeccioacuten afectiva y de contencioacuten
que no solo hace a la salud de una persona hace a su identidad
como persona
El sistema legitimario se puede plantear desde este punto de
vista como un derecho de propiedad que las personas tienen
a efectos de no ver desmejorada su posicioacuten en la distribucioacuten
51
de los bienes que quedan luego de la muerte de un
determinado pariente En el caraacutecter reciacuteproco de los viacutenculos
familiares la legiacutetima encuentra su razoacuten de ser en el hecho
de que los padres aprenden tanto como los hijos en el viacutenculo
familiar Si observamos la familia desde un punto de vista
econoacutemico al ser los individuos de la familia productivos del
enriquecimiento del padre no solo debe beneficiarse el padre
Este pondriacutea a la legiacutetima en un peldantildeo muy cercano al de la
ganancialidad matrimonial
Por otro lado se pueden plantear que el fundamento de la
legiacutetima no radica en el viacutenculo familiar Se fundamenta en su
caraacutecter asistencial En otras palabras la legiacutetima existe para
proteger que los legitimarios no sean desamparados y que de
la noche a la mantildeana no se vean afectados
Esta interpretacioacuten del fundamento de la legiacutetima como un
sistema de contingencias la plantea tambieacuten como un derecho
de propiedad Puesto que no podemos entender la previsioacuten
de las contingencias distinta a otras del mismo ordenamiento
legal De la misma manera en que la pensioacuten por discapacidad
es un derecho del pensionado la legitima es un derecho del
legitimario Y es en ese sentido que la legiacutetima puede tener
una naturaleza mucho maacutes rica que la simple limitacioacuten de la
voluntad del testador
Uno podriacutea plantearse de acuerdo con la clasificacioacuten
positivanegativa que he realizado si conceptualizar la
institucioacuten como un derecho de propiedad no seriacutea solo propio
de aquellos regiacutemenes que la describen de esta manera Pero
52
no es asiacute Si revisamos el repaso de la evolucioacuten romana de la
institucioacuten entenderemos que el liacutemite que el pretor y la ius
civitas le hicieron a la institucioacuten fue porque les reconocieron
un derecho previo a los herederos ignorados en las condiciones
testamentarias Puede o no haber sido expresamente al
principio pero finalmente se le atribuyoacute como una cuota que
les corresponde por ley Ese reconocimiento de un derecho
natural se cristalizoacute en la legitima
Ahora bien si entendemos que la legiacutetima es un derecho de
los legitimarios iquestnecesariamente tenemos que plantearlo como
un derecho en expectativa Ello puesto que no tiene
verdaderamente funcioacuten hasta tanto el causante no haya
fallecido Y en ese sentido vale la pena preguntarse si la
imposibilidad de negociar la legiacutetima en vida del causante es
necesaria a la institucioacuten o es tambieacuten una cuestioacuten de poliacutetica
legislativa
Como dijimos al momento de hablar de la evolucioacuten del
derecho germano estos permitiacutean los pactos de herencia Y
entendiacutean a la legiacutetima tambieacuten dentro de sus instituciones
Por lo que pareciera que la imposibilidad de contratar sobre la
legiacutetima hereditaria es maacutes bien una caracteriacutestica accidental
basada especiacuteficamente en el repudio que las legislaciones de
fuente romana le tienen a la contratacioacuten sobre herencia futura
Entonces podemos plantear a la legiacutetima como un derecho de
propiedad que una persona fiacutesica tiene sobre bienes ajenos
que conformaron el patrimonio de ciertas personas a las que
suceden el cual se encuentra suspendido hasta el momento de
53
la muerte del causante y puede estar sujeto a determinadas
condiciones especiales seguacuten cada ordenamiento juriacutedico
Con esta definicioacuten de la naturaleza juriacutedica de la legiacutetima
realizamos una exclusioacuten deliberada El sistema del Coacutedigo
Civil de Meacutejico no reconoce la legiacutetima pero siacute reconoce una
obligacioacuten de alimentos a determinadas personas que se
establecen en el artiacuteculo 1368 Esa obligacioacuten de alimentos
encuentra los mismos fundamentos que la legiacutetima hereditaria
en cuanto a su caraacutecter asistencial pero no recae sobre los
bienes del causante Es una obligacioacuten que el patrimonio del
causante tiene para con los beneficiarios y que puede ser
adoptada por alguno o todos los herederos
En ese sentido el artiacuteculo 1374 determina inoficioso el
testamento que no determine esa pensioacuten pero no determina
paraacutemetros cuantitativos o cualitativos sobre las cuales pedir
alguacuten complemento Es una simple pensioacuten que cumple con el
objeto asistencial que fundamenta la eacutetica familiar Por otro
lado las donaciones revocadas por el nacimiento de un hijo
poacutestumo solo se limitan al donatario sin efectos
reipersecutorios (art 2362)
En otras palabras este sistema normativo encuentra los
mismos fundamentos para la solidaridad familiar que la
legitima Pero no ldquogravardquo el patrimonio de las personas con un
yugo invisible conceptualizado como una porcioacuten de los
bienes en favor de una persona determinada No se reducen
las donaciones ni los legados en la medida en que se respete
54
esta obligacioacuten alimentaria La cual a su vez es subsidiaria a
otros parientes y tiene que existir realmente
BREVE ANAacuteLISIS ECONOacuteMICO DE LA LEGITIMA HEREDITARIA
Fundamental comenzar aclarando que este anaacutelisis es una
simple introduccioacuten Puesto que el estudio de la sucesioacuten desde
el punto de vista del law and economics nos deberiacutea introducir
en el anaacutelisis de la concentracioacuten de riquezas y de la
propiedad Atento a las limitaciones propias de este trabajo
no puedo incluir en el anaacutelisis las cuestiones macroeconoacutemicas
nos limitaremos a utilizar herramientas maacutes propias de los
anaacutelisis microeconoacutemicos vinculados a incentivos y a la
asignacioacuten de recursos
LOS INCENTIVOS
Lo primero que tenemos que preguntarnos es el motivo por el
cual las personas acumulan riqueza hasta su muerte en lugar
de consumirla a lo largo de toda su vida Partiendo del egoiacutesmo
propio del homo economicus es contraintuitivo que este no
aproveche al maacuteximo sus beneficios en vida
La primer respuesta que se puede dar es que el hombre no
sabe cuaacutendo ha de morirse Y en la expectativa de que eso
suceda en un futuro lejano capitaliza sus ingresos a efectos
de poder prever contingencias Pero claramente esta respuesta
encuentra un escollo en los sistemas de previsioacuten social Basta
que el individuo separe una cuota de sus ingresos para
destinarla a las primas correspondientes para su jubilacioacuten y
su pensioacuten para que disfrute del resto a lo largo de su vida
55
La segunda respuesta es que las personas desean acumular
para poder legarlo despueacutes de su muerte Este intereacutes en legar
encuentra el mismo fundamento altruista que las donaciones
pero estaacute sujeto a que eacutel no pueda disfrutarlo maacutes por su
propio fallecimiento
Posner entiende que un alto impuesto al acervo hereditario
reduce este incentivo que tiene la persona a capitalizar en su
vida y sirve como un incentivo para que la persona disponga
de los bienes en vida en su favor o en favor de aquellos a
quienes ellos quieren legar Entonces se plantea siempre desde
la oacuteptica del impuesto que si bien existen impuestos a las
donaciones estos regalos hechos en vida a los legatarios
pueden ser planteados como servicios y desde ese lugar eludir
completamente la presioacuten que el impuesto tiene sobre la
herencia El ejemplo es clarificante cuando una persona
capitaliza ahorra los herederos debieran pagar impuestos
cuando reciban ese capital Ahora bien si en lugar de ahorrar
el causante en vida le pagara la mejor educacioacuten a uno de sus
hijos le dejariacutea un bien mucho mayor que el dinero que le
podriacutea haber tocado en la herencia
Finalmente termina diciendo que este impuesto puede generar
alguacuten beneficio para el fisco Pero que ese beneficio se
determina en base a una transaccioacuten que es solo costo y
ninguacuten beneficio Ello puesto que la distorsioacuten que genera el
impuesto lleva a que ese recurso en la sociedad esteacute alocado
de una manera diferente a la que debiera
56
Entiendo que la legiacutetima hereditaria se puede plantear en el
mismo anaacutelisis con la diferencia de que no ingresa recurso
alguno al fisco por el hecho de implementarla Si el causante
no estaacute habilitado a disponer libremente de los bienes que
quedan luego de su muerte iquestqueacute incentivo tiene a mantener
esos bienes en su patrimonio hasta el momento de su muerte
Uno podriacutea plantear que los legitimarios normalmente seriacutean
las mismas personas que eacutel elegiriacutea para distribuir En dicho
caso iquestpor queacute imponerlas Estamos restringiendo libertades
sin ganar ninguacuten beneficio
Ademaacutes es revelador el anaacutelisis que utiliza para eludir el
impuesto que en nuestro caso seriacutea la legiacutetima El causante
puede eludir las disposiciones de ius cogens disponiendo de
su patrimonio en vida en beneficio de uno de los legitimarios
o de un tercero Estos actos no necesariamente tienen que ser
donaciones alcanzadas por las reducciones
Es por esto por lo que los modernos coacutedigos civiles tienen
artiacuteculos como el 2391 del Coacutedigo Civil Argentino que
determina que son colacionables no solo las donaciones sino
tambieacuten toda ldquoventaja particularrdquo Esto tiene dos
inconvenientes en el anaacutelisis El primero es que esta colacioacuten
de ventajas soacutelo estaacute limitada a los legitimarios lo que quiere
decir que si la ventaja estaacute realizada a quien no es legitimario
no tiene por queacute traerla a colacioacuten Se me puede decir que es
una cuestioacuten de redaccioacuten de este artiacuteculo en particular pero
eso no resuelve la segunda cuestioacuten la probatoria La prueba
57
de estas pequentildeas erogaciones hechas a lo largo de toda una
vida resultan al menos difiacuteciles en las particiones sucesorias
Finalmente podemos agregar un punto maacutes el incentivo que
pueden tener los legitimarios en el afecto del causante Al tener
un derecho inalienable e intangible sobre su patrimonio no
estaacuten incentivados a mantener un viacutenculo familiar Se podriacutea
plantear que el viacutenculo antecede al intereacutes econoacutemico que es
su fundamento Pero eso implicariacutea que son innecesarias las
causales de desheredacioacuten Si el viacutenculo es planteado como
legitimario por su fortaleza entonces no seriacutea necesario regular
la forma en que se pueden eliminar
En consecuencia desde el punto de vista de los incentivos la
institucioacuten de la legiacutetima poco suma para el sistema sucesorio
LA ASIGNACIOacuteN DE RECURSOS
El otro anaacutelisis que hace el autor mencionado radica en
aquellos casos en los que el testamento determina una
condicioacuten de ejecucioacuten permanente en su testamento so pena
de revocacioacuten Claro estaacute que estas condiciones no estaacuten
permitidas en las mayoriacuteas de nuestros ordenamientos pero
sirven al anaacutelisis
Plantea que una motivacioacuten que puede tener el causante es
acumular la suficiente riqueza para poder proyectar su
influencia en las generaciones futuras Y esto lo hariacutea
estableciendo cargos en el uso de los bienes de la herencia y
pone el ejemplo de una persona que lega un inmueble a un
municipio con la condicioacuten de que lo usen para una plaza con
juegos para nintildeos
58
Ahora bien puede suceder que las condiciones de la ciudad
cambien posteriormente y que ese lugar sea ahora un sector
industrial Y que en consecuencia puede que no sea lo maacutes
conveniente tener una plaza en ese sector O por alliacute cambia
la reglamentacioacuten y los juegos para nintildeos pasan a estar
prohibidos En ese caso iquestes convenientes mantener la voluntad
del causante
Plantea el autor que el dilema normalmente es falso Puesto
que si la condicioacuten del legado es tan gravosa en teacuterminos de
costo de oportunidad el legatario simplemente dejara de
hacerla porque los herederos le pagaraacuten para dar un destino
maacutes eficiente al bien Y si la condicioacuten se tornoacute de imposible
cumplimiento si el bien estaba bien alocado como recurso su
precio lo asignaraacute En el caso del ejemplo si los juegos se
prohiacuteben pero la plaza era un recurso uacutetil al municipio este la
compraraacute a los herederos Si no simplemente se las devolveraacute
y ellos daraacuten un destino maacutes eficiente al bien
Sin embargo mientras esta situacioacuten se mantenga hay una
asignacioacuten ineficiente de recursos que se fundamenta en la
voluntad de una persona que ya no existe maacutes Y esto no es
un detalle menor puesto que si el causante estuviera vivo
este podriacutea aclarar si es su voluntad que la plaza esteacute en el
sector fabril O si desea mantener la plaza sin juegos cuando
estos esteacuten prohibidos
El inconveniente es lo impredecible de estas situaciones y la
imposibilidad del testador de hacer un legado que contenga
todas las respuestas posibles Es por eso que es recomendable
59
incorporar la doctrina del Cy Pres que implica a los legatarios
interpretar de manera flexible las condiciones determinadas en
un legado El anaacutelisis continuacutea pero es irrelevante
Entiendo que la legiacutetima es como predeterminar un claacuteusula
obligatoria en todos los testamentos que les da un destino
determinado algunas personas fiacutesicas indicadas como
legatarios Puede ser que no sea la distribucioacuten en los
legatarios el destino maacutes eficiente para los recursos Y es
imposible que la legislacioacuten pueda prever de manera
anticipada quienes son los destinatarios maacutes eficientes
Valga la salvedad cuando hablo de eficiencia en la distribucioacuten
no me refiero a eficiencia econoacutemica solamente La podemos
plantear en teacuterminos familiares y afectivos Es absolutamente
imposible para el legislador predeterminar de manera cierta en
todas las sucesiones que los legitimarios son aquellos que
tienen un verdadero viacutenculo familiar con el causante El caso
extremo del hijo no reconocido que se descubre con
posterioridad a la muerte del causante es un claro ejemplo O
la conviviente que no estaacute reconocida en la legislacioacuten como
legitimaria es otro
En otras palabras la ley no puede determinar de manera previa
quienes son los ldquolegitimarios adecuadosrdquo de acuerdo con los
afectos y a la composicioacuten familiar del causante Salvo claro
estaacute que la familia no sea el fundamento de la legiacutetima Pero
eso no es lo que se plantea casi unaacutenimemente por todos los
autores
60
ANALISIS FINALES
Despueacutes de todo lo expuesto queda reunir las diferentes piezas
y dejar planteado el debate Puesto que lo verdaderamente
importante es que entendamos que hay determinadas
cuestiones que creemos necesarias pero no lo son Solamente
tienen la particularidad de que siempre han estado alliacute La
legiacutetima es una institucioacuten que no responde a nuestra sociedad
actual
En primer lugar la legiacutetima romana ha evolucionado desde la
total libertad del testador en un reacutegimen donde quien testaba
era el auteacutentico duentildeo de todas las propiedades de la familia
Por lo tanto el desplazamiento de los familiares cercanos del
testador provocaba la verdadera ruina Nuestro sistema juriacutedico
actual no tiene esa particularidad Hoy por hoy los legitimarios
pueden tener alguacuten intereacutes en recibir los bienes que componen
el patrimonio del causante pero su subsistencia no depende
de ello Ello atento que ellos tienen la capacidad juriacutedica de
procurarse sus propios bienes Dicho esto aclaro que entiendo
que muchas veces el patrimonio familiar es el uacutenico
patrimonio Pero esta cuestioacuten asistencial no necesariamente
se resuelve de la mejor manera mediante darle un derecho de
propiedad sobre los bienes del de cujus al legitimario que sufre
una contingencia econoacutemica
En segundo lugar la legiacutetima germana partiacutea de una
concepcioacuten de la propiedad muy distinta a la nuestra Nuestra
concepcioacuten de la propiedad privada ha sido limitada en el
uacuteltimo siglo y siguen avanzando las regulaciones sobre el libre
61
ejercicio de la propiedad Esto es claramente deseable porque
estaacute interpuesto el intereacutes puacuteblico en evitar el abuso de
derecho de la propiedad privada Pero en este caso estamos
hablando de intereses privados iquestPor queacute ponderar como
prioritario el derecho de los sucesores al patrimonio del
causante al derecho del causante en siacute para disponer en su
vida de su propiedad En la tradicioacuten germana la propiedad
no era exactamente privada por maacutes que tuviera un titular
exclusivo y ello se traduciacutea a su sistema normativo sucesorio
Pero nosotros no conocemos la propiedad de ese modo y
entiendo que maacutes allaacute de algunas excepciones propias de los
pueblos originarios de nuestro continente la mayoriacutea de las
comunidades latinoamericanas no la quisieran entender asiacute
Entonces si no tenemos el sistema de derecho de familia
romano ni tenemos la propiedad regulada de modo germano
iquestpor queacute mantener una institucioacuten que nos es ajena Se podriacutea
plantear que el devenir de la historia y la evolucioacuten de
nuestros sistemas normativos las ha incorporado pero iquestforman
parte de nuestra identidad como sociedad iquestEstaacute tan arraigada
la institucioacuten de la legiacutetima que no podemos pensar nuestro
sistema sucesorio sin ella
Otra de las cuestiones que nos tenemos que plantear es que
el anaacutelisis siempre se hace desde el caso ldquodifiacutecilrdquo Es decir que
pensamos la reduccioacuten de las donaciones las limitaciones a la
disponibilidad la restriccioacuten de los actos todo para evitar el
caso en que un legitimario es injustamente dejado de lado por
el causante iquestCuaacutentos son estos casos Planteamos una
restriccioacuten praacutecticamente canoacutenica sobre las disposiciones a
62
tiacutetulo gratuito solo para evitar alguna esporaacutedica injusticia En
la realidad de los casos nuestras familias dispondraacuten en el
orden que establece supletoriamente la ley y si hay alguna
inequidad seraacute para corregir alguna inequidad previa realizada
en vida del causante Pero en su gran mayoriacutea las sucesiones
no cambiaraacuten Derogar la legiacutetima no va a implicar una horda
de testadores corriendo en masa a perjudicar a desamparados
legitimarios
Uno podriacutea plantear como se ha hecho hasta ahora en doctrina
que para lograr un sistema maacutes justo basta con reducir las
aliacutecuotas de la legiacutetima Pero el inconveniente no es
cuantitativo es cualitativo La existencia de un gravamen de
semejante magnitud sobre los bienes de una persona el cual
no se puede cuantificar hasta su muerte genera una
incertidumbre que limita y plantea un costo muy alto en la
disponibilidad de los bienes No basta con reducir las aliacutecuotas
puesto que no es posible predeterminar quienes seraacuten los
legitimarios Siempre corremos el riesgo de que aparezca un
legitimario ignorado como un hijo no reconocido En
consecuencia la intangibilidad que reviste la legiacutetima siempre
seraacute un riesgo por maacutes o menos tiempo Y en ese tiempo el
donatario se veraacute limitado en la disponibilidad de lo donado
el testador tendraacute incertidumbre en las disposiciones
testamentarias realizadas y la posible contratacioacuten patrimonial
familiar se plantea en bases inestables
Pero maacutes allaacute de la circulacioacuten de las donaciones existe un
problema auacuten mayor Maacutes allaacute de que la ley pueda definir
amplia o restrictivamente quienes son las personas que tienen
63
esta vocacioacuten legitimaria puede suceder que las cuestiones
sean maacutes complejas Por alliacute no basta con incorporar al
conviviente o al hijo del conviviente por alliacute el viacutenculo
familiar maacutes fuerte que tiene una persona es la de su sobrino
al que su hermana abandonoacute a su cargo O el del abuelo que
le brindoacute su contencioacuten y su educacioacuten cuando el padre lo
abandonoacute No puede la ley con el caraacutecter general que esta
tiene predeterminar de manera equitativa la definicioacuten de
familia de manera imperativa Si el fundamento de la legiacutetima
hereditaria es el afecto familiar estaacute sobrado de casos que
demuestran que la familia no siempre es la que comparte los
lazos sanguiacuteneos maacutes directos iquestQuieacuten mejor que el testador
para determinar quieacuten es su familia Es en el testamento en el
que tenemos que fundar estas aclaraciones Y dejar de lado
concepciones patriarcales de familia que nos son
fundamentalmente ajenas en los albores de la segunda deacutecada
del siglo XXI
Incluso la calificacioacuten de los viacutenculos que uno considera familia
no resuelve la situacioacuten Aun asiacute el legislador inventara una
calificacioacuten fantaacutestica cuasi contrato perfecto la composicioacuten
familiar de una persona es un concepto dinaacutemico El sistema
de la legiacutetima hereditaria estaacute planteado en un mundo donde
la esperanza de vida era sustancialmente menor y donde la
familia era una sola para toda la vida En nuestro mundo actual
es imposible predeterminar como va a estar compuesta la
familia Sucede que se nos plantea la situacioacuten de armar
diferentes familias a lo largo de toda la vida Y todas ellas
deberaacuten concurrir al momento de la muerte del titular de los
64
bienes Cada uno con sus diferentes patrimonios relaciones
derechos y obligaciones pero principalmente con sus propias
pretensiones Le estamos quitando al causante la posibilidad
de distribuir los bienes de la manera que mejor vea de acuerdo
con el conocimiento profundo que eacutel tiene de sus viacutenculos
En fin por todos estos planteos entiendo que lo maacutes sano es
erradicar la legiacutetima de nuestros derechos Que sea una nota
al pie de cuando nuestro sistema sucesorio era patriarcal y
nuestro derecho civil se comportaba como la policiacutea de las
familias Que comparta el lugar que le corresponde en la
historia del derecho junto con las capellaniacuteas los mayorazgos
y la esclavitud Un recordatorio de cuando las cosas estaban
peor
PONENCIAS
Atento a todo lo expuesto la ponencia es solamente una y de
lege ferenda
bull Eliminar los sistemas legitimarios de la regulacioacuten de la
sucesioacuten
bull Proponer su substitucioacuten por sistemas que hagan hincapieacute en
una pensioacuten de los familiares que tuviera a cargo La pensioacuten
debiera ser subsidiaria y su ausencia de ser necesaria
implacariacutea la inoficiosidad del testamento
BIBLIOGRAFIacuteA
DOCTRINA
bull AAVV Artiacuteculos 2444 2445 Coacutedigo Civil y Comercial de la
Nacioacuten Comentado Anotado y concordado Modelos de
65
Redaccioacuten Sugeridos Coordinado por Eduardo Gabriel Clusellas
Buenos Aires Astrea ndash FEN 2015 (Tomo VIII)
bull AAVV Blackrsquos Law Dictionary 8ed Estados Unidos Thomson
West 2004
bull ARGUELLO Luis Rodolfo ldquoManual de Derecho Romano Historia
e institucionesrdquo - 3ordm ed Buenos Aires Astrea 2007
bull ALFARO GUILLEacuteN Yanet ldquoAutonomiacutea de la sucesioacuten legitimaria
precisiones para consolidar una teoriacutea necesariardquo EN DFyP 2017
(diciembre) 15122017 Cita Online ARDOC29952017
bull POSNER Richard A Economic Analysis of Law 1ed Boston
Editorial Little Brown and Company Law Book Division 1992
bull GOYENA COPELLO Heacutector R Tratado del Derecho de Sucesioacuten
2ed Buenos Aires Editorial La Ley 2007
bull ZANNONI Eduardo A Derecho Civil Derecho de las Sucesiones
5ed Buenos Aires Editorial Astrea de Alfredo y Ricardo
Depalma SRL 2008
LEGISLACIOacuteN
bull Ley Nacional Nordm 59 Asamblea Nacional del Poder Popular La
Habana Cuba Gaceta Oficial de la Repuacuteblica de Cuba
17071987
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Habana Cuba Gaceta Oficial de la Repuacuteblica de Cuba
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bull Ley Nacional Nordm 57 Colombia 1887
bull Decreto Legislativo Nordm 295 Congreso de la Repuacuteblica del Peruacute
Lima ldquoEl Peruanordquo 24071984
bull Ley Nacional Nordm 16603 Asamblea General de la repuacuteblica
Oriental del Uruguay Montevideo 19101994
66
bull Ley Nacional Nordm 118385 Congreso de la Nacioacuten Paraguaya
Asuncioacuten 23121985
bull Decreto Ley Nordm 12760 Presidencia de la Repuacuteblica de Bolivia
La Paz 06081975
bull Ley Nordm 30 Congreso Constitucional de la Repuacuteblica de Costa
Rica San Joseacute 26041886
bull Decreto Presidencial Coacutedigo Civil Federal Mexico Diario Oficial
de la Federacioacuten 26051928 14071928 03081928
31081928
bull Decreto con Fuerza de Ley Texto refundido coordinado y
sistematizado del codigo civil y otras leyes Presidencia de la
Nacioacuten Santiago de Chile 16052000
bull Ley Nordm 10406 Congreso Nacional Sao Pablo 10012002
67
Gustavo Dal Molin de Oliveira- Seacutetimo Tabeliatildeo de Notas e
Oficial de Registro de Contratos Mariacutetimos de Satildeo Luiacutes
Maranhatildeo
O PACTO ANTENUPCIAL E OS LIMITES
Agrave AUTONOMIA PRIVADA
Sumaacuterio 1 Introduccedilatildeo 2 Pacto antenupcial 21 Disposiccedilotildees
patrimoniais 22 Disposiccedilotildees extrapatrimoniais 3 Limites agrave
autonomia privada 31 Direito civil brasileiro 32 Direito
internacional privado 33 Direito comparado 34 Direito
comunitaacuterio ou de integraccedilatildeo 4 Conhecimento pertinente 41
Deontologia notarial 42 Questotildees poacutes-modernas 5
Conclusotildees 6 Proposiccedilatildeo Referecircncias
Resumo O pacto antenupcial eacute um contrato facultativo agrave
disposiccedilatildeo dos casais que queiram disciplinar as relaccedilotildees
patrimoniais entre si e perante terceiros podendo estipular ou
mesclar regime de bens aleacutem de permitir estipulaccedilotildees de
caraacuteter natildeo patrimonial ou seja o estabelecimento de regras
de convivecircncia para a futura entidade familiar fundada no
casamento civil Contudo a autonomia privada do casal natildeo eacute
absoluta Este artigo trata da autonomia privada contratual em
direito de famiacutelia e dos limites impostos ao conteuacutedo da
convenccedilatildeo antenupcial seja por contrariar questatildeo de ordem
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puacuteblica por violar direitos fundamentais ou por transgredir
disposiccedilatildeo absoluta de lei
Palavras-chave Pacto antenupcial Autonomia privada Limites
Ordem puacuteblica Direitos fundamentais
1 INTRODUCcedilAtildeO
Pacto antenupcial eacute um contrato tiacutepico de direito de famiacutelia
pelo qual antes da celebraccedilatildeo do casamento os nubentes
podem estipular quanto aos seus bens o que lhes aprouver O
estudo do tema eacute relevante para notaacuterios especialmente
porque o instrumento puacuteblico eacute da substacircncia do ato que seraacute
nulo se adotar forma diversa
O problema consiste entatildeo em saber Qual o conteuacutedo do
pacto antenupcial Quais claacuteusulas e disposiccedilotildees satildeo liacutecitas
Quais os limites impostos aos nubentes
Conhecer as respostas destas questotildees eacute fundamental para
que o notaacuterio possa receber qualificar e formalizar
juridicamente a vontade das partes redigindo a escritura
puacuteblica em conformidade com o direito privado
contemporacircneo
A globalizaccedilatildeo e a integraccedilatildeo dos Paiacuteses do Cone Sul deram
origem agraves famiacutelias internacionalizadas cujos laccedilos afetivos
parentais e patrimoniais vatildeo aleacutem-fronteiras Em sua formaccedilatildeo
deve o notaacuterio buscar conhecimento pertinente agrave nova
69
realidade novas demandas soacutecio juriacutedicas e demais questotildees
poacutes-modernas
Atraveacutes da revisatildeo bibliograacutefica e da pesquisa na legislaccedilatildeo
e jurisprudecircncia buscaremos identificar as disposiccedilotildees
patrimoniais e extrapatrimoniais permitidas aos contratantes
do pacto antenupcial assim como os limites agrave autonomia
privada tanto no direito paacutetrio como no direito comparado
especialmente dos paiacuteses participantes do Notariado Jovem do
Cone Sul
2 PACTO ANTENUPCIAL
Ao versar sobre o direito patrimonial no livro dedicado ao
direito de famiacutelia o Coacutedigo Civil brasileiro vigente desde 2003
estabelece que ldquoeacute liacutecito aos nubentes antes de celebrado o
casamento estipular quanto aos seus bens o que lhes
aprouverrdquo2 Desta forma o ordenamento juriacutedico brasileiro
manteve a tradiccedilatildeo luso-brasileira de dar aos nubentes
liberdade para contrataccedilatildeo do pacto antenupcial e estipulaccedilatildeo
do regime de bens restando supletivo o regime legal3 que
2 BRASIL Lei 104062002 (Coacutedigo Civil) art 1639 O dispositivo reproduz integralmente o texto do artigo 256
do primeiro Coacutedigo Civil brasileiro (Lei 30711916) revogado a 11 de janeiro de 2003 3 O direito civil brasileiro sempre contemplou dois regimes legais O primeiro eacute o que o Coacutedigo Civil manda
aplicar de forma supletoacuteria ou residual seja no silecircncio das partes seja em caso de nulidade ou ineficaacutecia do
pacto antenupcial foi o da comunhatildeo de bens ateacute o iniacutecio da vigecircncia da Lei do Divoacutercio e entatildeo a partir de
27 de dezembro de 1977 passou a ser o da comunhatildeo parcial de bens O outro regime legal eacute o da separaccedilatildeo de
bens cuja obrigatoriedade a lei impotildee agraves pessoas mencionadas no artigo 1641 do Coacutedigo Civil vigente
70
somente seraacute aplicando natildeo havendo convenccedilatildeo ou sendo ela
nula ou ineficaz4
De Plaacutecido e Silva (2007 p 994) explica que pacto
antenupcial
Eacute a denominaccedilatildeo dada em sentido geral a toda convenccedilatildeo
promovida pelos nubentes anteriormente ao casamento para
estabelecer o regime matrimonial de bens ou para regular
como bem o entenderem respeitadas as regras legais as
relaccedilotildees econocircmicas entre eles apoacutes o casamento
No Brasil a elaboraccedilatildeo do pacto antenupcial sempre foi
atribuiacuteda aos tabeliatildees Durante o processo de colonizaccedilatildeo
brasileira que perdurou do iniacutecio do seacuteculo XVI a meados do
seacuteculo XIX aplicava-se agrave colocircnia a legislaccedilatildeo da metroacutepole
portuguesa5 Mesmo com a independecircncia do Reino do Brasil
declarada a 7 de setembro de 1822 o entatildeo Brasil Monaacuterquico
seguiu utilizando parte da legislaccedilatildeo portuguesa por forccedila da
Lei de 20 de outubro de 1823 na medida em que
permaneceriam em vigor as ordenaccedilotildees leis regimentos
alvaraacutes decretos e resoluccedilotildees promulgadas pelos Reis de
4 BRASIL Lei 104062002 (Coacutedigo Civil) art 1640 O dispositivo reproduz parcialmente o texto do artigo 258 do
Coacutedigo Civil de 1916 com a redaccedilatildeo que lhe foi dada pela Lei 651577 (Lei do Divoacutercio) Os Decretos n 56041874
(art 63 10ordm) e n 98861898 (art 70 9ordm) que satildeo precursores do sistema de registro civil das pessoas naturais
determinavam que o assento de casamento deveria conter declaraccedilatildeo do regime matrimonial com menccedilatildeo agrave
escritura antenupcial e a substacircncia dela quanto ao regime de bens A exigecircncia foi mantida pela Lei dos
Registros Puacuteblicos (Lei 601573) devendo ser exarado no assento de casamento o regime de bens com
declaraccedilatildeo da data e do serviccedilo notarial em cujas notas foi lavrada a escritura puacuteblica de pacto antenupcial
quando o regime natildeo for o legal 5 Tiacutetulo XLVI do Livro Quarto das Ordenaccedilotildees Filipinas ldquoTodos os casamentos feitos em nossos Reinos e
senhorios se entendem serem feitos por Carta de ametade salvo quando entre as partes outra coisa for acordada
e contratada porque entatildeo se guardaraacute o que entre eles for contratadordquo
71
Portugal pelas quais o Brasil se governava ateacute 25 de abril de
1821 ateacute que fossem gradativamente revogadas e substituiacutedas
pela legislaccedilatildeo nacional
No iniacutecio do seacuteculo XIX Correa Telles (1830 p 120-121) jaacute
explicava que em geral satildeo liacutecitos todos os pactos
antenupciais contanto que natildeo sejam contraacuterios aos bons
costumes E tratou de exemplificar como contraacuterias agrave ordem
puacuteblica aquelas claacuteusulas pelas quais o marido natildeo pudesse
acusar a mulher por adulteacuterio a mulher ficasse obrigada a
guardar perpeacutetua viuvez sob pena de perder o dote o marido
estivesse sujeito agrave mulher
Diante da reformulaccedilatildeo dos serviccedilos dos tabelionatos e da
nova codificaccedilatildeo civil portuguesa6 Annibal Augusto de Mello
(1907 p 109-110) elaborou minuta de escritura puacuteblica de pacto
antenupcial jaacute natildeo mais conformada com as Ordenaccedilotildees mas
com supedacircneo no artigo 1096 do Coacutedigo Civil Portuguecircs
segundo o qual eacute liacutecito aos esposos estipular antes da
celebraccedilatildeo do casamento e dentro dos limites da lei tudo o
que lhes aprouver relativamente a seus bens
Ao comentar o Coacutedigo Civil Portuguecircs Joseacute Dias Ferreira
(1870 v3 p 49) sustenta que fogem aos limites da lei as
convenccedilotildees antenupciais que violam princiacutepios de ordem
puacuteblica
6 O Coacutedigo Civil Portuguecircs iniciou a vigecircncia a 22 de marccedilo de 1868 consoante carta de lei de 1ordm de julho de
1867 e por forccedila do disposto na mesma lei e no decreto de 18 de novembro de 1869 passou a vigorar nas
possessotildees ultramarinas a 1ordm de julho de 1870 (cf FERREIRA 1870 v1 p V)
72
Mas por mais que a lei favoreccedila os contratos matrimoniais
sobre os bens dos cocircnjuges natildeo pode autorizar as convenccedilotildees
que entendem com objetos e interesse puacuteblico como satildeo a
ordem da sucessatildeo e os direitos de pais e de cocircnjuges artigo
1103
Assim seria nula a estipulaccedilatildeo de que os ascendentes
herdariam de preferecircncia aos descendentes de que os
cocircnjuges tendo herdeiros legitimaacuterios poderiam dispor aleacutem
da quota legal de que a mulher seria o chefe da famiacutelia de
que qualquer dos pais renunciaria ao poder paternal de que o
divoacutercio e a emancipaccedilatildeo teriam lugar fora dos casos
prescritos na lei etc
Estas claacuteusulas satildeo de tal maneira contraacuterias jaacute agraves indicaccedilotildees
da proacutepria natureza e jaacute aos bons costumes ao decoro social
e agrave ordem puacuteblica tatildeo intimamente ligados com a boa
organizaccedilatildeo da famiacutelia que a lei natildeo poderia admiti-las sem
ferir profundamente a constituiccedilatildeo da sociedade familiar base
da sociedade em geral
O primeiro Coacutedigo Civil brasileiro comeccedilou a vigorar a 1ordm de
janeiro de 1917 trazendo a seguinte regulamentaccedilatildeo sobre o
pacto antenupcial obrigatoriedade da forma puacuteblica (art 134 I
art 256 paraacutegrafo uacutenico I) liberdade de estipulaccedilatildeo do regime
de bens e das avenccedilas patrimoniais (art 233 II art 256 art
278 art 312) reputar natildeo escrita a claacuteusula que prejudique
direitos conjugais ou paternos ou que contravenha disposiccedilatildeo
absoluta da lei (art 257) a validade contra terceiros depende
73
da inscriccedilatildeo da escritura puacuteblica no registro imobiliaacuterio (art
261)
Cloacutevis Bevilaacutequa (1979 p 637) comentou a necessidade de
escritura puacuteblica
Devem ser reduzidas a escritura puacuteblica Satildeo relaccedilotildees da mais
alta importacircncia que se regulam eacute a base econocircmica da
famiacutelia que se estabelece haacute interesses reciacuteprocos dos
cocircnjuges interesses dos filhos que se esperam e ainda
interesses de terceiros que exigem a firmeza e a solenidade
da escritura lavrada por notaacuterio
O novo Coacutedigo Civil em vigor desde 11 de janeiro de 2003
regulamenta as convenccedilotildees antenupciais de maneira
semelhante eacute nulo o pacto antenupcial se natildeo for feito por
escritura puacuteblica e ineficaz se natildeo lhe seguir o casamento (art
1653) eacute liacutecito aos nubentes antes de celebrado o casamento
estipular quanto aos seus bens o que lhes aprouver (art 1639)
eacute nula a convenccedilatildeo ou claacuteusula dela que contravenha
disposiccedilatildeo absoluta de lei (art 1655) as convenccedilotildees
antenupciais natildeo teratildeo efeito perante terceiros senatildeo depois
de registradas em livro especial pelo oficial do Registro de
Imoacuteveis do domiciacutelio dos cocircnjuges (art 1657)
A opccedilatildeo do legislador paacutetrio pela forma puacuteblica conclama o
notaacuterio a intervir nos negoacutecios juriacutedicos a que as partes devam
dar forma legal formalizar juridicamente a vontade das partes
redigir ou autorizar a redaccedilatildeo dos instrumentos adequados
conservar os originais e expedir certidotildees
Conforme liccedilatildeo de Gustavo Tepedino (2012 p 7-8)
74
A forma insere-se na teacutecnica do direito civil como elemento
essencial na ordem puacuteblica representando na tradiccedilatildeo
romano-germacircnica instrumento para a proteccedilatildeo dos
contratantes que tecircm no oficial do registro o inteacuterprete o
decodificador de intenccedilotildees negociais nem sempre claras o
promotor da igualdade formal e substancial entre as partes
Por sua vez Claacuteudia Lima Marques7 destaca que uma das
formas de proteccedilatildeo da parte mais fraacutegil na relaccedilatildeo contratual
eacute a imposiccedilatildeo pela legislaccedilatildeo de formalidades ou da adoccedilatildeo
de uma forma mais solene
Uma vez que incumbe ao notaacuterio decodificar as intenccedilotildees
negociais das partes e proteger a pessoa mais fraacutegil na relaccedilatildeo
contratual promovendo a igualdade formal e substancial entre
as partes o instituto do pacto antenupcial natildeo pode receber
anaacutelise superficial tampouco limitar-se agrave delimitaccedilatildeo vaga e
inconclusiva de que as partes podem dispor o que lhes
aprouver contanto que natildeo contravenham a ordem puacuteblica
Atualmente o debate em torno do pacto antenupcial eacute mais
rico em detalhes ldquoAo aprofundar-se no tema indaga-se em
primeiro lugar se o conteuacutedo do pacto antenupcial deve se
limitar agraves relaccedilotildees patrimoniais ou se eacute liacutecito aos nubentes
dispor sobre situaccedilotildees juriacutedicas existenciaisrdquo (TEPEDINO 2016
7 ldquoA nova concepccedilatildeo social levaraacute a um renascimento do formalismo pois o dever de empregar determinadas
formas para o nascimento de obrigaccedilotildees juriacutedicas representa uma proteccedilatildeo extra para os contratantes menos
preparados A forma leva o contratante a pensar na seriedade do ato que estaacute empreendendo contribui para
que este conheccedila o teor da obrigaccedilatildeo que estaacute assumindo ou pelo menos protege e daacute publicidade do ato para
terceirosrdquo (MARQUES 2016 p 277)
75
p 487) Ademais deve-se investigar os limites impostos agrave
autonomia privada pela nova ordem constitucional
21 Disposiccedilotildees patrimoniais
O direito civil brasileiro informa dois regimes legais que
disciplinam as relaccedilotildees patrimoniais das famiacutelias fundadas no
casamento ou na uniatildeo estaacutevel
Com efeito o regime legal da comunhatildeo parcial de bens seraacute
aplicado de forma residual seja pela inexistecircncia nulidade ou
ineficaacutecia da convenccedilatildeo antenupcial firmada pelos nubentes
antes do casamento nos termos do art 1640 do Coacutedigo Civil
seja pela inexistecircncia de previsatildeo contratual escrita firmada
pelos companheiros elegendo outro regime de bens na forma
do art 1725 do Coacutedigo Civil Tanto no casamento civil como na
uniatildeo estaacutevel leciona Afracircnio de Carvalho (1980 p 370) ldquopara
afastar o regime comum que eacute agora o da comunhatildeo parcial
eacute preciso que haja escolha antecipada expressa e solene de
um dos trecircs outros regimesrdquo
Quando obrigatoacuterio o regime da separaccedilatildeo de bens por forccedila
do artigo 1641 do Coacutedigo Civil8 o casal natildeo teraacute a faculdade
de optar pelos demais regimes de bens comunhatildeo universal
de bens comunhatildeo parcial de bens ou participaccedilatildeo final nos
aquestos Contudo existe debate doutrinaacuterio quanto agrave
possibilidade de celebraccedilatildeo de pacto antenupcial para
8 Art 1641 Eacute obrigatoacuterio o regime da separaccedilatildeo de bens no casamento I - das pessoas que o contraiacuterem com
inobservacircncia das causas suspensivas da celebraccedilatildeo do casamento II ndash da pessoa maior de 70 (setenta) anos
III - de todos os que dependerem para casar de suprimento judicial
76
estipulaccedilatildeo no acircmbito do regime legal da separaccedilatildeo de bens
do afastamento contratual da incidecircncia da suacutemula 377 do
Supremo Tribunal Federal9 Zeno Veloso Joseacute Fernando Simatildeo
Flaacutevio Tartuce e outros civilistas de escol defendem a
possibilidade de afastamento total ou parcial da incidecircncia da
suacutemula 377 do Supremo Tribunal Federal mediante pacto
antenupcial e ainda que os jaacute casados pelo regime legal da
separaccedilatildeo de bens podem pleitear em juiacutezo a modificaccedilatildeo do
regime de bens para estipular o que lhes aprouver quanto agrave
comunicaccedilatildeo ou incomunicabilidade dos aquestos O
Corregedor Geral de Justiccedila de Pernambuco Jones Figueiredo
Alves baixou o Provimento nordm 082016 pelo qual impocircs aos
oficiais de registro civil das pessoas naturais o dever de
esclarecer aos nubentes sobre os exatos limites dos efeitos do
regime de separaccedilatildeo obrigatoacuteria de bens onde comunicam-se
os bens adquiridos onerosamente na constacircncia do casamento
impondo-lhes ainda o dever de cientificar os nubentes da
possibilidade de afastamento da incidecircncia da Suacutemula 377 do
Supremo Tribunal Federal por meio de pacto antenupcial
Manifestou-se entatildeo outra corrente doutrinaacuteria da qual
participam Tomaacutes Olcese e Vitor Frederico Kuumlmpel que coloca
em duacutevida a possibilidade de afastamento da incidecircncia da
Suacutemula 377 do Supremo Tribunal Federal por meio de pacto
antenupcial e lanccedila objeccedilotildees ao Provimento nordm 08 de 30 de
maio de 2016 da Corregedoria-Geral de Justiccedila pernambucana
9 Enunciado 377 da Suacutemula do Supremo Tribunal Federal ldquoNo regime de separaccedilatildeo legal de bens comunicam-
se os adquiridos na constacircncia do casamentordquo
77
Em recente decisatildeo a Corregedoria-Geral de Justiccedila do
Estado de Satildeo Paulo permitiu o afastamento da incidecircncia da
suacutemula 377 do STF por pacto antenupcial Referida decisatildeo
ressalta que natildeo se trata de substituir o regime de separaccedilatildeo
obrigatoacuteria pelo regime de separaccedilatildeo de bens total ou
convencional efetivamente inadmissiacutevel dada a diversidade
de regramentos entre ambos mas da faculdade conferida aos
nubentes de manter o regime de separaccedilatildeo obrigatoacuteria vigente
em todos os seus termos com o reforccedilo protetivo de
incomunicabilidade dos aquestos definida por pacto
antenupcial10
Com exceccedilatildeo daqueles a quem a lei impotildee o regime da
separaccedilatildeo de bens11 os nubentes podem valer-se do pacto
antenupcial para optar pelos regimes da comunhatildeo universal
separaccedilatildeo total de bens participaccedilatildeo final nos aquestos criar
um regime misto ou hiacutebrido e mesmo no caso de optar pelo
regime da comunhatildeo parcial de bens dispor quanto a seus
bens da maneira que lhes aprouver Isto porque ldquoautoriza o art
1639 do Coacutedigo Civil aos nubentes a fixaccedilatildeo preacutevia de normas
relativas ao regime de bens natildeo havendo qualquer restriccedilatildeo
ao estabelecimento de regimes hiacutebridos ou mesmo de outra
forma natildeo prevista em leirdquo conforme liccedilatildeo de Gustavo
10 DECISAtildeO Aprovo o parecer do MM Juiz Assessor da Corregedoria e por seus fundamentos que adoto dou
provimento ao recurso administrativo para que se decirc seguimento agrave habilitaccedilatildeo para casamento com adoccedilatildeo
do regime de separaccedilatildeo obrigatoacuteria de bens prevalecendo o pacto antenupcial que estipula a incomunicabilidade
absoluta de aquestos Publique-se Satildeo Paulo 6 de dezembro de 2017 (Recurso Administrativo 1065469-
7420178260100 parecer de Iberecirc de Castro Dias juiz assessor da Corregedoria aprovado por Manoel de Queiroz
Pereira Calccedilas corregedor-geral da Justiccedila em 6 de dezembro de 2017 publicado em 23012018) 11 BRASIL Lei 104062002 (Coacutedigo Civil) art 1641
78
Tepedino (2016 p 487) cujo entendimento eacute seguido por outros
autores12
Eacute possiacutevel que o pacto antenupcial estipule doaccedilatildeo propter
nuptias ou seja em contemplaccedilatildeo do futuro casamento13 e o
Superior Tribunal de Justiccedila jaacute decidiu pela exigibilidade de
promessa de doaccedilatildeo feita em convenccedilotildees antenupciais14
Causa controveacutersia doutrinaacuteria a possibilidade de
estipulaccedilatildeo de indenizaccedilatildeo ao fim do casamento seja por
divoacutercio consensual ou por culpa de um dos cocircnjuges Luciana
Faisca Nahas defende que a claacuteusula eacute possiacutevel e que poderia
ser classificada como uma promessa de doaccedilatildeo ao fim do
casamento de quantia de dinheiro previamente estipulada
condicionada ou natildeo agrave durabilidade do casamento ficando
pois ldquosujeita agraves mesmas limitaccedilotildees e regramentos relativos agraves
doaccedilotildeesrdquo (NAHAS 2018 p 234) Contudo a doutrina alerta para
a necessidade de aferir-se no caso concreto se o acordo faz
12 ldquoAleacutem da escolha de alguns dos regimes tipificados expressamente no Coacutedigo Civil ndash comunhatildeo parcial
comunhatildeo universal separaccedilatildeo de bens e participaccedilatildeo final nos aquestos eacute liacutecito agraves partes contratarem um
regime de bens misto mesclando regras dos existentes (NAHAS 2008 p 231)rdquo Lafayette Rodrigues Pereira (2004
p 135) jaacute defendia que os nubentes podem escolher um dos regimes modificaacute-los e combinaacute-los entre si de
modo a formar uma nova espeacutecie 13 BRASIL Lei 104062002 (Coacutedigo Civil) art 546 A doaccedilatildeo feita em contemplaccedilatildeo de casamento futuro com
certa e determinada pessoa quer pelos nubentes entre si quer por terceiro a um deles a ambos ou aos filhos
que de futuro houverem um do outro natildeo pode ser impugnada por falta de aceitaccedilatildeo e soacute ficaraacute sem efeito
se o casamento natildeo se realizar 14 REsp 1355007SP Rel Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO TERCEIRA TURMA julgado em 27062017 DJe
10082017
79
por merecer proteccedilatildeo juriacutedica pois natildeo se pode precificar o
afeto nem tampouco as liberdades existenciais15
Caso o pacto antenupcial e o casamento sucedam periacuteodo
de uniatildeo estaacutevel percebe-se divergecircncia doutrinaacuteria e
jurisprudencial quanto agrave possibilidade das convenccedilotildees
antenupcial versarem sobre o regime patrimonial da uniatildeo
estaacutevel quanto aos bens adquiridos pelo casal no passado ou
mesmo quanto agrave possibilidade de retroagir os efeitos do
regime de bens pactuado para o casamento futuro
Admitiu-se o pacto antenupcial como documento escrito
para regular os efeitos patrimoniais da uniatildeo estaacutevel no
periacuteodo compreendido entre a outorga da escritura puacuteblica e a
celebraccedilatildeo do casamento16 Por sua vez em recente decisatildeo
natildeo se reconheceu efeitos retroativos ao pacto antenupcial que
elegeu o regime da separaccedilatildeo de bens de modo que a partilha
dos bens adquiridos no periacuteodo de uniatildeo estaacutevel anterior ao
casamento deu-se pelas regras do regime legal com aplicaccedilatildeo
das normas regentes do regime de comunhatildeo parcial de bens 17
15 De acordo com Gustavo Tepedino (2016 p 489) ldquotem-se notiacutecias de casos em que o casal prevecirc indenizaccedilatildeo
progressivamente crescente de acordo com o periacuteodo de convivecircncia Tambeacutem aqui natildeo parece persistir
impedimento legal aprioriacutestico para tal avenccedila como observado em doutrina Conveacutem verificar no caso concreto
o merecimento de tutela da avenccedila evitando-se evidentemente qualquer tipo de precificaccedilatildeo da liberdade
existencial ou a submissatildeo dessa agrave remuneraccedilatildeo pecuniaacuteriardquo 16 REsp 1483863SP Rel Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI QUARTA TURMA julgado em 10052016 DJe
22062016 17 AgRg no REsp 1427918SP Rel Ministro MARCO BUZZI QUARTA TURMA julgado em 17112015 DJe 30112015
Registra-se a opiniatildeo em contraacuterio de Luciana Faisca Nahas (2018 p 234) ldquoEm algumas situaccedilotildees as partes
mantecircm uniatildeo estaacutevel anterior agrave celebraccedilatildeo do casamento sem ter formalizado nenhum tipo de convenccedilatildeo a
respeito ateacute porque legalmente dispensaacutevel No entanto ao solenizar o casamento decidem aproveitar os
80
Importante ressaltar que no caso do casamento dos
septuagenaacuterios haacute uma previsatildeo legal excepcional18 que
permite-lhes a livre escolha do regime de bens condicionada
agrave comprovaccedilatildeo de uniatildeo estaacutevel iniciada antes de 28 de junho
de 1977 que haja perdurado por dez anos consecutivos ou da
qual tenha resultado filhos19
Dentre as disposiccedilotildees de caraacuteter patrimonial no pacto
antenupcial talvez a mais polecircmica seja quanto agrave
possibilidade ou natildeo dos nubentes renunciarem ao direito
sucessoacuterio concorrencial previsto no artigo 1829 do Coacutedigo
Civil Rolf Madaleno (2018 p 94) advoga a tese da possibilidade
da renuacutencia no pacto antenupcial
De qualquer sorte adotando eles o regime convencional da
separaccedilatildeo de bens ao tomarem esta resoluccedilatildeo de renuacutencia
reciacuteproca dos direitos sucessoacuterios concorrenciais
convencionam com a mesma amplitude e autonomia que lhes
permitiu abdicar de eventuais meaccedilotildees
Maacuterio Luiz Delgado (2019) sustenta que ldquopermitir a renuacutencia
ao direito concorrencial natildeo configura ato imoral assim como
natildeo o eacute renunciar agrave meaccedilatildeo ateacute mesmo porque se insere no
debates de ordem patrimonial para regular os efeitos da uniatildeo estaacutevel Assim inclui no pacto antenupcial
claacuteusula reconhecendo a uniatildeo estaacutevel e pactuam os seus efeitos
Tal disposiccedilatildeo tem objetivo reconhecimento e efetividade pelas cortes paacutetrias incluindo retroagindo efeitos da
separaccedilatildeo de bens ao iniacutecio da uniatildeo estaacutevel se assim dispostordquo 18 BRASIL Lei Lei 651577 (Lei do Divoacutercio) art 45 Quando o casamento se seguir a uma comunhatildeo de vida
entre os nubentes existentes antes de 28 de junho de 1977 que haja perdurado por 10 (dez) anos consecutivos
ou da qual tenha resultado filhos o regime matrimonial de bens seraacute estabelecido livremente natildeo se lhe
aplicando o disposto no artigo 258 paraacutegrafo uacutenico nordm II do Coacutedigo Civil 19 REsp 402697DF Rel Ministra NANCY ANDRIGHI TERCEIRA TURMA julgado em 07102004 DJ 29112004 p
315
81
quadro mais amplo da autonomia patrimonial da famiacuteliardquo e
que a possibilidade de renuacutencia por pacto antenupcial
independe de alteraccedilatildeo legislativa do artigo 426 do Coacutedigo
Civil que veda o pacto sucessoacuterio ou pacta corvina
Apesar do apoio doutrinaacuterio a tese natildeo prosperou nos
tribunais Pelo menos em duas oportunidades o Superior
Tribunal de Justiccedila rejeitou a possibilidade da exclusatildeo do
cocircnjuge sobrevivente da sucessatildeo do de cujus pelo pacto
antenupcial
Em 2011 a decisatildeo destacou que o novo Coacutedigo Civil trouxe
importante inovaccedilatildeo erigindo o cocircnjuge como concorrente dos
descendentes e dos ascendentes na sucessatildeo legiacutetima frisou
que em nenhum momento o legislador condicionou a
concorrecircncia entre ascendentes e cocircnjuge ao regime de bens
adotado no casamento e entatildeo concluiu que o artigo 1655 do
Coacutedigo Civil impotildee a nulidade da convenccedilatildeo ou claacuteusula do
pacto antenupcial que contravenha disposiccedilatildeo absoluta de
lei20
Por sua vez em 2014 a decisatildeo considerou que o intuito de
plena comunhatildeo de vida entre os cocircnjuges (art 1511 do Coacutedigo
Civil) conduziu o legislador a incluir o cocircnjuge sobrevivente no
rol dos herdeiros necessaacuterios (art 1845 do Coacutedigo Civil) o que
reflete irrefutaacutevel avanccedilo do Coacutedigo Civil de 2002 no campo
sucessoacuterio agrave luz do princiacutepio da vedaccedilatildeo ao retrocesso social
para entatildeo concluir que o concurso hereditaacuterio na separaccedilatildeo
convencional impotildee-se como norma de ordem puacuteblica sendo
20 REsp 954567PE Rel Ministro MASSAMI UYEDA TERCEIRA TURMA julgado em 10052011 DJe 18052011
82
nula qualquer convenccedilatildeo em sentido contraacuterio especialmente
porque o referido regime natildeo foi arrolado como exceccedilatildeo agrave
regra da concorrecircncia posta no art 1829 I do Coacutedigo Civil 21
Ainda prevalece o entendimento de que no campo do
Direito das Sucessotildees a autonomia privada deve manifestar-
se pela liberdade de testar
Diferentemente do divoacutercio da separaccedilatildeo e da extinccedilatildeo da
uniatildeo estaacutevel que somente poderatildeo ser realizados por escritura
puacuteblica quando natildeo houver nascituro22 no caso do pacto
antenupcial o estado graviacutedico da nubente natildeo eacute impedimento
para a outorga da escritura puacuteblica sendo desnecessaacuteria a
intervenccedilatildeo de representante do Ministeacuterio Puacuteblico como
curador de nascituro23
Por fim uma importante questatildeo de direito internacional
privado brasileiro diz respeito agrave hipoacutetese dos nubentes serem
domiciliados em paiacuteses diferentes quando entatildeo o regime de
bens legal ou convencional obedeceraacute agrave lei do paiacutes do
primeiro domiciacutelio conjugal24 Se o casamento for celebrado no
exterior mas o primeiro domiciacutelio conjugal for o Brasil entatildeo
21 REsp 1472945RJ Rel Ministro RICARDO VILLAS BOcircAS CUEVA TERCEIRA TURMA julgado em 23102014 DJe
19112014 22 BRASIL Lei 131052015 (Coacutedigo de Processo Civil) art 733 caput 23 REsp 178245SC Rel Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR QUARTA TURMA julgado em 13122005 DJ
06032006 p 389 24 BRASIL Decreto-Lei 46571942 (Lei de Introduccedilatildeo agraves normas do Direito Brasileiro) art 7ordm sect 4ordm
83
aplicar-se-aacute a lei brasileira25 merecendo especial atenccedilatildeo o
disposto na cabeccedila do artigo 1640 do Coacutedigo Civil26
22 Disposiccedilotildees extrapatrimoniais
No Brasil a doutrina natildeo eacute unacircnime quanto agrave possibilidade
de utilizaccedilatildeo do pacto antenupcial para regular questotildees
extrapatrimoniais ou existenciais destinadas a regulamentar
convivecircncia familiar a educaccedilatildeo dos filhos dentre outras
questotildees
A corrente majoritaacuteria entende que o pacto antenupcial deve
ter conteuacutedo eminentemente patrimonial seja pela redaccedilatildeo do
artigo 1639 do Coacutedigo Civil seja pelo fato do legislador ter
versado sobre o assunto no Tiacutetulo II (Do Direito Patrimonial)
do Livro de Direito de Famiacutelia27
De acordo com Luiz Edson Fachin (2003 p 187) ldquoo pacto tem
um conteuacutedo eminentemente patrimonial Recaindo sobre o
25 REsp 134246SP Rel Ministro ARI PARGENDLER Rel p Acoacuterdatildeo Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO
TERCEIRA TURMA julgado em 20042004 DJ 31052004 p 300 26 ldquoNatildeo havendo convenccedilatildeo ou sendo ela nula ou ineficaz vigoraraacute quanto aos bens entre os cocircnjuges o regime
da comunhatildeo parcialrdquo 27 ldquoNo que tange ao conteuacutedo desse pacto ou convenccedilatildeo antenupcial haacute entendimentos divergentes ou seja se
somente devem nele constar disposiccedilotildees de caraacuteter patrimonial ou se a par dessas tambeacutem as de natureza
pessoal ou pecuniaacuteria natildeo relacionadas a regime de bens () Adotamos o primeiro desses entendimentos pois
aleacutem da concordacircncia com os dois primeiros juristas supracitados [Maria Helena Diniz e Washington de Barros
Monteiro] consideramos que por forccedila de especiacutefica previsatildeo legal o novo Coacutedigo como o fazia o de 1916
contempla o pacto antenupcial e lhe reserva capiacutetulo proacuteprio com vinculaccedilatildeo a subtiacutetulo denominado lsquoDo
Regime de Bens entre os Cocircnjugesrsquo que de sua vez integra o Tiacutetulo II referente ao Direito Patrimonial de
Famiacuteliardquo (MANFREacute 2003 p 37-38) O autor ressalta o entendimento contraacuterio de Zeno Veloso e Maria Alice
Zaratin Lotufo
84
patrimocircnio natildeo apenas deve constar a escolha do regime
como pode tambeacutem conter outras disposiccedilotildees patrimoniais ()rdquo
Maria Helena Diniz (2011 p 446) ensina que ldquoo pacto
antenupcial deve conter tatildeo somente estipulaccedilotildees atinentes agraves
relaccedilotildees econocircmicas dos cocircnjugesrdquo
Deise Maria Galvatildeo Parada (2008 p 100-101) sustenta que
ldquoas claacuteusulas do pacto soacute podem conter elementos das relaccedilotildees
econocircmicas entre os cocircnjuges natildeo admitindo aquelas que
tenham conteuacutedo pessoalrdquo e rechaccedila inclusive claacuteusulas de
cunho pecuniaacuterio natildeo relacionadas ao regime de bens
pactuado pelo casal
Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (2010 p 240)
adotam o mesmo entendimento quanto ao conteuacutedo do pacto
antenupcial
() o seu conteuacutedo eacute restrito exclusivamente agrave deliberaccedilatildeo
sobre os efeitos econocircmicos do matrimocircnio sendo
absolutamente vedado aos cocircnjuges dispor sobre os efeitos
pessoais Assim seraacute nula de pleno direito (CC art 166) natildeo
produzindo qualquer efeito juriacutedico qualquer disposiccedilatildeo que
exemplificativamente libere um dos consortes de prestar
assistecircncia moral ou material ao outro ou mesmo exonere um
dos esposos do dever de fidelidade ou de respeito e lealdade
Com isso limita-se ao campo patrimonial a liberdade de
estipulaccedilatildeo conferida aos cocircnjuges sendo impensaacutevel entre
noacutes porque nulas de pleno direito as disposiccedilotildees
lsquohollywoodianasrsquo atraveacutes das quais se exige em pactos preacute-
nupciais um nuacutemero miacutenimo semanal de encontros sexuais ou
85
satildeo garantidas indenizaccedilotildees milionaacuterias para a quebra de
obrigaccedilotildees matrimoniais pessoais
Alexandre Guedes Alcoforado Assunccedilatildeo (2013 p 1616)
tambeacutem eacute categoacuterico ldquoO objeto do pacto antenupcial diz
respeito ao patrimocircnio dos cocircnjuges inadmitindo-se claacuteusulas
atinentes a relaccedilotildees pessoais ou as que natildeo disponham sobre
o regime de bens ainda que de conteuacutedo pecuniaacuteriordquo
A problemaacutetica eacute exposta por Fabiana Domingues Cardoso
(2010 p 160)
Haacute posiccedilotildees doutrinaacuterias nos dois sentidos mas dentre a
doutrina pesquisada eacute majoritaacuteria a posiccedilatildeo que tende agrave
interpretaccedilatildeo legal restrita ou seja o pacto antenupcial em
tese somente pode apresentar conteuacutedo patrimonial conforme
os arts 1639 e 1640 paraacutegrafo uacutenico
Em suma natildeo soacute no Brasil mas em parte das legislaccedilotildees que
possuem a previsatildeo legal de constituiccedilatildeo de convenccedilotildees preacute-
nupciais o conteuacutedo possui seu limite na lei vigente agrave eacutepoca
do pacto e aos bons costumes considerados no respectivo paiacutes
bem como o limitam agrave mateacuteria patrimonial
A favor do conteuacutedo clausular extrapatrimonial tem-se
Francisco Joseacute Cahali Maria Berenice Dias Gustavo Tepedino
e Deacutebora Gozzo conforme restaraacute detalhado nos itens
subsequentes
De modo geral elucida Gustavo Tepedino (2016 p 489)
ldquoseratildeo merecedoras de tutela as claacuteusulas que promovam a
86
dignidade de cada integrante da famiacutelia agrave luz dos princiacutepios
constitucionais da solidariedade e da igualdaderdquo
Ao comentar o conteuacutedo do pacto antenupcial Cloacutevis
Bevilaacutequa (1979 p 639) explicava referindo-se ao Coacutedigo Civil
de 1916 que ldquonatildeo se pode considerar ofensiva dos direitos
paternos a convenccedilatildeo de educar os filhos em determinada
religiatildeordquo
Jaacute na vigecircncia do novo Coacutedigo Civil Luciana Faisca Nahas
(2018 p 228) sublinha que ldquoas normas do Direito de Famiacutelia ndash
no que diz respeito aos relacionamentos conjugais ndash retomam
o seu aspecto privado lanccedilando aos particulares o desafio de
construir os regramentos da relaccedilatildeo mais iacutentima e privadardquo
Vitor Frederico Kuumlmpel e Carla Modina Ferrari (2017 p 981)
defendem a possibilidade de incluir no pacto antenupcial
claacuteusulas sem cunho patrimonial
Natildeo obstante nada haacute no regime legal atinente aos pactos
nupciais que obste a estipulaccedilatildeo de claacuteusulas natildeo econocircmicas
Numa acepccedilatildeo mais moderna do instituto o pacto natildeo tem por
objetivo exclusivamente a estipulaccedilatildeo do regime de bens mas
de forma mais geneacuterica a proacutepria definiccedilatildeo dos traccedilos
fundamentais de conviacutevio dos futuros cocircnjuges
Segundo F C Pontes de Miranda o negoacutecio juriacutedico antenupcial
pode servir para fixar as balizas para a convivecircncia pessoal
dos membros da famiacutelia em formaccedilatildeo dizendo respeito tanto
ao relacionamento entre cocircnjuges quanto agrave relaccedilatildeo entre
ascendentes e descendentes e determinando ateacute criteacuterios para
aquisiccedilatildeo administraccedilatildeo e partilha do acervo patrimonial da
87
famiacutelia O objetivo eacute sempre a clareza dos propoacutesitos da
estrutura familiar futura em vista da comunicaccedilatildeo dos sujeitos
que buscam compartilhar uma mesma experiecircncia de vida
dirimindo eventuais conflitos durante o casamento e em sua
dissoluccedilatildeo
Destarte o pacto natildeo estaria restrito agraves claacuteusulas de cunho
patrimonial podendo abarcar tambeacutem disposiccedilotildees relativas a
mateacuterias natildeo patrimoniais concernentes agrave relaccedilatildeo entre os
cocircnjuges e inclusive destes com a eventual prole como por
exemplo deveres domeacutesticos e questotildees relativas agrave educaccedilatildeo
dos filhos
Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery (2013 p
1440-1441) comungam de entendimento similar
Satildeo perfeitamente compatiacuteveis com o conceito juriacutedico de
casamento os negoacutecios antenupciais que definem traccedilos
fundamentais do conviacutevio dos futuros cocircnjuges e fixam balizas
para convivecircncia pessoal dos membros da famiacutelia que seraacute
formada tanto quanto ao relacionamento dos cocircnjuges quanto
com relaccedilatildeo ao relacionamento entre pais e filhos bem como
determinam criteacuterios para a aquisiccedilatildeo administraccedilatildeo e partilha
do acervo patrimonial da famiacutelia Tecircm conteuacutedo pedagoacutegico de
abrandamento de arestas que conhecidas dos nubentes ou dos
pretendentes companheiros preparam a etapa seguinte de
conviacutevio mais intenso e duradouro do casal
Conforme artigo 1566 do Coacutedigo Civil satildeo deveres de ambos
os cocircnjuges I - fidelidade reciacuteproca II - vida em comum no
domiciacutelio conjugal III - muacutetua assistecircncia IV - sustento guarda
88
e educaccedilatildeo dos filhos V - respeito e consideraccedilatildeo muacutetuos
Fabiana Domingues Cardoso (2010 p 191) explica que ldquoos
deveres inerentes aos cocircnjuges no casamento estipulados nos
incisos I e II do art 1566 do Coacutedigo Civil satildeo o principal alvo
da polecircmica ora expostardquo
Milton Paulo de Carvalho Filho (2017 p 1775) defende a
validade de claacuteusulas extrapatrimoniais com apoio no
magisteacuterio de Gustavo Tepedino28 destacando que ldquoclaacuteusulas
que estabeleccedilam regramento de vida espiritual dos cocircnjuges
relativas agrave fidelidade e agrave coabitaccedilatildeo podem ser objeto do
pacto desde que examinadas em cada caso concreto natildeo
violem a dignidade dos cocircnjuges e o princiacutepio da isonomiardquo
Questatildeo polecircmica eacute a que diz respeito agraves variadas formas
de constituiccedilatildeo de famiacutelia e inclusive se o pacto antenupcial
poderia versar sobre famiacutelias simultacircneas ou uniotildees
poliafetivas Trazendo apontamentos de Carlos Eduardo
Pianovski Ruzyk Gustavo Tepedino (2016 p 489) comenta o
assunto
Note-se de outra parte em uma anaacutelise mais ampla que o
Coacutedigo Civil institui vedaccedilatildeo a qualquer tipo de interferecircncia
externa agrave famiacutelia Essa proibiccedilatildeo deve ser compreendida de
forma ampla possibilitando ao ordenamento a tutela das mais
28 ldquoMaior dificuldade contudo resulta da anaacutelise de claacuteusulas que afastam deveres tradicionalmente
considerados essenciais agrave vida conjugal No que tange aos deveres atinentes agrave solidariedade conjugal como a
muacutetua assistecircncia ou aos deveres decorrentes da autoridade parental que alcanccedilam a pessoa dos filhos natildeo
haacute duacutevida quanto agrave sua indisponibilidade Contudo no que tange agraves formas de vida a dois especialmente
quanto agrave fidelidade e agrave coabitaccedilatildeo haacute de se examinar caso a caso a seriedade do pacto de modo que caso
natildeo violem a dignidade da pessoa dos cocircnjuges e o princiacutepio da isonomia natildeo parece haver a priori oacutebice na
ordem puacuteblica para a sua admissatildeordquo (TEPEDINO 2016 p 488)
89
variadas formas de constituiccedilatildeo da famiacutelia desprovida de
preconceitos de qualquer tipo Natildeo eacute dado ao Estado impor a
estrutura familiar que julgar acertada sob pena de restringir
ilegitimamente a esfera de liberdade dos indiviacuteduos
Na esteira de tal raciociacutenio cogita-se inclusive do
reconhecimento das chamadas lsquofamiacutelias simultacircneasrsquo ldquoNatildeo
cabe ao direito imiscuir-se na comunhatildeo de vida constituiacuteda
pela famiacutelia sendo liacutecito encetar os arranjos afetivos que
atendam agrave dignidade intersubjetiva dos seus componentes de
outro poreacutem se eacute dever do Estado proteger a famiacutelia na pessoa
de cada um de seus membros impotildee-se ao direito uma tutela
que contemple uma dimensatildeo coexistencial em que natildeo se
proteja somente na esfera do desejo de um dos sujeitos mas
sim na dignidade intersubjetiva que deve constituir o
leitmotiv de todas as relaccedilotildees humanasrdquo
Eacute firme a jurisprudecircncia do Superior Tribunal de Justiccedila no
sentido da impossibilidade do reconhecimento de uniotildees
estaacuteveis simultacircneas bem como na impossibilidade do
reconhecimento como uniatildeo estaacutevel da relaccedilatildeo concubinaacuteria
mantida simultaneamente ao matrimocircnio quando os cocircnjuges
natildeo estiverem separados de fato ou de direito 29
Em Plenaacuterio o Conselho Nacional de Justiccedila firmou
entendimento de que os tabeliatildees de notas natildeo podem lavrar
29 REsp 1628701BA Rel Ministro RICARDO VILLAS BOcircAS CUEVA TERCEIRA TURMA julgado em 07112017 DJe
17112017 No mesmo sentido AgRg no REsp 1336163SP Rel Ministro JOAtildeO OTAacuteVIO DE NORONHA TERCEIRA
TURMA julgado em 01122015 DJe 04122015
90
escrituras puacuteblicas contendo relaccedilatildeo poligacircmica ou uniotildees
poliafetivas isto eacute aquelas formadas por trecircs ou mais pessoas
A decisatildeo proferida no Pedido de Providecircncias nordm 0001459-
0820162000000 considerou que a sociedade brasileira tem a
monogamia como elemento estrutural e que os tribunais
repelem relacionamentos que apresentam paralelismo afetivo
o que limita a autonomia da vontade das partes e portanto
veda a lavratura de escrituras puacuteblicas que tenham por objeto
uniatildeo poliafetiva
O Conselho Nacional de Justiccedila sustenta que a escritura
puacuteblica declaratoacuteria eacute o instrumento pelo qual o tabeliatildeo daacute
contorno juriacutedico agrave manifestaccedilatildeo da vontade do declarante
cujo conteuacutedo deve ser liacutecito uma vez que situaccedilotildees contraacuterias
agrave lei natildeo podem ser objeto desse ato notarial E arremata
afirmando que o fato de os declarantes afirmarem seu
comprometimento uns com os outros perante o tabeliatildeo natildeo eacute
suficiente para fazer surgir no ordenamento juriacutedico brasileiro
nova modalidade de entidade familiar
A doutrina majoritaacuteria tambeacutem sustenta a impossibilidade
do pacto antenupcial permitir a infidelidade conjugal a
manutenccedilatildeo de famiacutelias paralelas ou mesmo de dispensar um
ou ambos os cocircnjuges dos principais deveres conjugais30 o
que jaacute era defendido por Cloacutevis Bevilaacutequa (1979 p 638) em
seus comentaacuterios ao Coacutedigo Civil de 1916 ldquoO Coacutedigo natildeo
30 Nas palavras de Fabiana Domingues Cardoso (2010 p 197) ldquoEm suma sintetizando a posiccedilatildeo majoritaacuteria
encontrada na literatura juriacutedica os dizeres de Rolf Madaleno lsquo() seriam ineficazes quaisquer claacuteusulas ou
contratos matrimoniais que admitissem a infidelidade conjugal que dispensasse os principais deveres conjugais
como a muacutetua assistecircncia o sustento a guarda e a educaccedilatildeo dos filhos o respeito e a muacutetua consideraccedilatildeo ()rdquo
91
permite que se derroguem os direitos conjugais e os paternos
porque tendo estabelecido a organizaccedilatildeo da famiacutelia sobre
certas bases seria imprevidecircncia deixaacute-los agrave mercecirc das
pretensotildees individuaisrdquo
Dentre as claacuteusulas do pacto antenupcial com conteuacutedo
extrapatrimonial Fabiana Domingues Cardoso (2010 p 200-
215) elenca a definiccedilatildeo da religiatildeo para catequese dos filhos
ajuste relativo agrave orientaccedilatildeo espiritual ou crenccedila dos consortes
previsatildeo de indenizaccedilatildeo decorrente de violaccedilatildeo do dever
conjugal estipulaccedilotildees sobre a rotina domeacutestica opccedilatildeo quanto
aos meacutetodos de reproduccedilatildeo perfilhaccedilatildeo e nomeaccedilatildeo de tutor
para os filhos menores
A variedade de temas que pode ser abordado no pacto
antenupcial tanto em assuntos patrimoniais como em questotildees
existenciais leva a doutrina a destacar a progressiva ampliaccedilatildeo
da margem confiada agrave autonomia privada assim como a
ampliaccedilatildeo do uso de negoacutecios juriacutedicos e contratos no acircmbito
do Direito de Famiacutelia31
3 LIMITES Agrave AUTONOMIA PRIVADA
31 ldquoAmplia-se progressivamente o espaccedilo de contrataccedilatildeo e de negoacutecios juriacutedicos no acircmbito do Direito de Famiacutelia
a permitir que as relaccedilotildees patrimoniais e muitos ajustes existenciais sejam regulados de acordo com a vontade
das partes em ambiente de crescente isonomia sob o paradigma do modelo democraacutetico de famiacutelia delineado
pelo constituinte Nesse cenaacuterio torna-se imperiosa a incidecircncia dos princiacutepios informadores da autonomia
privada na legalidade constitucional de modo a conciliar a liberdade individual com a tutela dos valores
existenciais que especialmente na comunidade familiar devem ser preservados e privilegiadosrdquo (TEPEDINO
2016 p 507)
92
A autonomia privada eacute um princiacutepio geral conformador e
orientador da regulaccedilatildeo das relaccedilotildees entre os particulares
Limita-se a autonomia privada apenas quando houver ofensa
ou ameaccedila ao bem estar social ao interesse de outrem aos
direitos fundamentais e aos valores constitucionais
A Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica Federativa do Brasil de 1988 eacute
o estatuto juriacutedico do Estado Democraacutetico destinado a
assegurar o exerciacutecio dos direitos individuais a liberdade o
bem-estar a igualdade e a justiccedila como valores supremos de
uma sociedade fraterna pluralista e sem preconceitos fundada
na harmonia social
O Coacutedigo Civil estabelece que a autonomia privada seraacute
exercida em razatildeo e nos limites da funccedilatildeo social do contrato
e quanto agraves questotildees patrimoniais familiares que eacute liacutecito aos
nubentes estipular o que lhes aprouver quanto aos seus bens
Ressalta poreacutem que ldquonenhuma convenccedilatildeo prevaleceraacute se
contrariar preceitos de ordem puacuteblica tais como os
estabelecidos por este Coacutedigo para assegurar a funccedilatildeo social
da propriedade e dos contratosrdquo 32
No tocante ao pacto antenupcial a liberdade contratual
tambeacutem natildeo eacute ilimitada Cloacutevis Bevilaacutequa (1979 p 638) jaacute
advertia ldquoA liberdade dos contratos matrimoniais por extensa
que seja natildeo poderia ser absolutardquo Passaremos a analisar as
limitaccedilotildees agrave autonomia privada nos negoacutecios juriacutedicos de
direito de famiacutelia conforme as regras do direito civil brasileiro
32 BRASIL Lei 104062002 (Coacutedigo Civil) art 2035 paraacutegrafo uacutenico
93
e do direito internacional privado aleacutem de trazer elementos de
direito comparado e normas de integraccedilatildeo
31 Direito civil brasileiro
O artigo 1655 do Coacutedigo Civil estabelece ldquoEacute nula a
convenccedilatildeo ou claacuteusula dela que contravenha disposiccedilatildeo
absoluta de leirdquo Cloacutevis Bevilaacutequa (1979 p 639) Cloacutevis
Bevilaacutequa (1979 p 639) explica que ldquoeacute a aplicaccedilatildeo aos
contratos matrimoniais da regra geral de que os preceitos de
ordem puacuteblica natildeo podem ser derrogados nem alterados pelas
convenccedilotildees particulares Satildeo rigorosamente obrigatoacuteriosrdquo
A norma eacute redundante porquanto o artigo 166 do Coacutedigo
Civil jaacute sentenciava a nulidade dos negoacutecios juriacutedicos quando
tiver por objetivo fraudar lei imperativa for iliacutecito impossiacutevel
ou indeterminaacutevel o seu objeto a lei taxativamente o declarar
nulo ou proibir-lhe a praacutetica o motivo determinante comum
a ambas as partes for iliacutecito celebrado por pessoa
absolutamente incapaz natildeo revestir a forma prescrita em lei
Por forccedila do disposto no paraacutegrafo uacutenico do artigo 2035 do
Coacutedigo Civil a convenccedilatildeo antenupcial natildeo prevaleceraacute se
contrariar preceitos de ordem puacuteblica 33
33 De acordo com Nelson Rosenvald (2017 p 2285) ldquoO paraacutegrafo uacutenico representa fielmente o que se deseja de
um direito civil-constitucional cuja filtragem eacute conferida por direitos fundamentais que potencializam o primado
da pessoa sobre as atividades econocircmicas O princiacutepio da dignidade da pessoa humana eacute um limite agrave autonomia
privada legitimando o exerciacutecio da liberdade contratual com respeito aos princiacutepios da boa-feacute objetiva e da
funccedilatildeo social dos contratos
94
Alguns autores incluem bons costumes no rol que limita a
autonomia privada enquanto outros reputam os bons
costumes incluiacutedos na noccedilatildeo de ordem puacuteblica34
As questotildees de ordem puacuteblica ressalta Gustavo Tepedino
(2016 p 507-508) devem ser estabelecidas pela legalidade
constitucional devendo o inteacuterprete da lei despir-se de
preconceitos e de padrotildees de moralidade preacute-concebidos
Nas relaccedilotildees de famiacutelia a compatibilizaccedilatildeo da noccedilatildeo de ordem
puacuteblica com a intransigente tutela da dignidade da pessoa
humana natildeo deve afastar senatildeo estimular o desenvolvimento
da autonomia privada desde que as relaccedilotildees contratuais que
vicejam no nuacutecleo familiar permeadas por intenso conteuacutedo
eacutetico se constituam em instrumento de promoccedilatildeo e
desenvolvimento da personalidade de seus integrantes Para
tanto torna-se imprescindiacutevel e urgente ndash natildeo pareceria
exagerado acrescentar ndash abrir matildeo de visotildees preconceituosas
que baseadas em padrotildees de moralidade preacute-concebidos
estipulam limites agrave liberdade em nome de uma ordem puacuteblica
intangiacutevel de difiacutecil validaccedilatildeo na legalidade constitucional Haacute
de se garantir portanto antes de mais nada a liberdade na
famiacutelia reservando-se as pontuais intervenccedilotildees ou restriccedilotildees
do Estado agraves hipoacuteteses em que a proacutepria liberdade individual
se encontra ameaccedilada () A ordem puacuteblica constitucional
portanto que funciona como balizador da legitimidade da
34 ldquoAlguns Coacutedigos destacam ainda as claacuteusulas ofensivas dos bons costumes Parece ociosa essa cautela natildeo
somente porque natildeo haacute exemplo de se encontrarem disposiccedilotildees dessa natureza em pactos antenupciais como
porque a defesa da ordem puacuteblica abrange perfeitamente a dos bons costumes neste caso particular das
relaccedilotildees conjugaisrdquo (BEVILAacuteQUA 1979 p 639)
95
autonomia privada e do merecimento de tutela dos negoacutecios
juriacutedicos no Direito de Famiacutelia natildeo pode ser forjada por
escolhas subjetivas morais ou religiosas ao reveacutes ser
construiacuteda em perspectiva funcional que tenha o nuacutecleo
familiar como instrumento para a realizaccedilatildeo plena da
dignidade humana e da liberdade individual
Tendo em conta os valores inspiradores da Constituiccedilatildeo
brasileira de 1988 a legalidade constitucional rechaccedila a
convenccedilatildeo ou as claacuteusulas do pacto antenupcial que
contrariem o princiacutepio da dignidade humana e todas as suas
irradiaccedilotildees isonomia igualdade de gecircnero natildeo-discriminaccedilatildeo
inviolabilidade da intimidade liberdade de crenccedila livre
exerciacutecio profissional aleacutem das normas constitucionais de
proteccedilatildeo da famiacutelia e que definem o planejamento familiar
como livre decisatildeo do casal
Os direitos fundamentais positivados em tratados
internacionais e em diversas Constituiccedilotildees repercutiram
profundamente no Direito Privado Daiacute a afirmaccedilatildeo de Ricardo
Luis Lorenzetti (1998 p 145)
O grupo de direitos fundamentais atua como um nuacutecleo ao
redor do qual se pretende que gire o Direito Privado um novo
sistema solar no qual o Sol seja a pessoa Natildeo se trata de uma
mera comprovaccedilatildeo faacutetica ou de uma instauraccedilatildeo legal passiva
sim de um verdadeiro princiacutepio ativo
O Direito Privado enfrentou uma renovaccedilatildeo dogmaacutetica na
medida em que a sociedade contemporacircnea jaacute natildeo se
identificava com a totalidade dos princiacutepios que inspiraram a
96
antiga codificaccedilatildeo do direito civil Surgiu entatildeo um novo
Direito Privado que tem seus princiacutepios alinhados com os
direitos humanos ou seja cujas normas convergem e
privilegiam a pessoa humana
A nova ordem constitucional abraccedila uma pluralidade de
modelos familiares e protege o direito agrave diversidade agrave
diferenccedila agrave liberdade existencial Nesse contexto o pacto
antenupcial deve ser encarado como um instrumento juriacutedico
de regulaccedilatildeo das relaccedilotildees patrimoniais e de proteccedilatildeo da
dignidade da pessoa dos cocircnjuges natildeo se admitindo a
invocaccedilatildeo da autonomia privada para estipulaccedilatildeo de claacuteusulas
com conteuacutedo discriminatoacuterio ou prejudicial agrave integridade de
um dos nubentes
Se no passado eram proibidas e reputadas natildeo escritas as
claacuteusulas que ofendessem o poder marital como a que
privasse o marido do direito de fixar o domiciacutelio conjugal ou
de ser o cabeccedila do casal ou as que importassem cerceamento
do poder paacutetrio como a que tirassem do marido o direito de
corrigir os filhos e de dirigir-lhes a educaccedilatildeo35 atualmente natildeo
satildeo permitidas convenccedilotildees antenupciais que violem os direitos
e garantias fundamentais previstos na Constituiccedilatildeo de 1988
como por exemplo a claacuteusula que ignorar a igualdade entre os
gecircneros ou que onerar significativamente apenas um dos
nubentes ferindo a isonomia dos membros da sociedade
conjugal Satildeo encontrados na doutrina inuacutemeros outros
35 Claacuteusulas proibidas nos pactos antenupciais conforme Lafayette Rodrigues Pereira (2004 p 140)
97
exemplos de claacuteusulas que natildeo podem ser inseridas no pacto
antenupcial 36
32 Direito internacional privado
De acordo com Valeacuterio de Oliveira Mazzuoli (2017 p 48) o
direito internacional privado ldquotem por objeto a resoluccedilatildeo de
todos os conflitos de leis no espaccedilo (sejam leis privadas ou
puacuteblicas) quando presente uma conexatildeo internacionalrdquo
auxiliando assim os juiacutezes e operadores do direito a
identificar qual norma juriacutedica deveraacute ser aplicada ao caso
concreto ndash se a brasileira ou a estrangeira ndash tendente agrave justa
e uacutetil soluccedilatildeo
A sua finalidade consiste portanto em ldquoindicar ao juiz
nacional a norma substancial (nacional ou estrangeira) a ser
aplicada ao caso concreto poreacutem sem resolver a questatildeo
juriacutedica posta perante a Justiccedila do forordquo (MAZZUOLI 2017 p
53)
36 Conforme apontamentos de Fabiana Domingues Cardoso (2010 p 219) ldquoAcresce-se ademais como claacuteusulas
vedadas aquelas que (i) determinem a proibiccedilatildeo da separaccedilatildeo do casal (ii) que fixem por imposiccedilatildeo de um dos
cocircnjuges o nuacutemero de filhos e o aborto se o nuacutemero for extrapolado (iii) que o marido tenha poderes sobre a
esposa a ponto de proibi-la a utilizar alguma espeacutecie de meacutetodo contraceptivo por razotildees religiosas ou outras
(iv) que disponha de regras que modifique o regime obrigatoacuterio estabelecido pela lei ao casal (v) que fira os
princiacutepios da dignidade do direito agrave vida da liberdade de expressatildeo da privacidade aleacutem da honra ainda que
o outro cocircnjuge consinta (vi) que permita alienar o bem particular do outro cocircnjuge sem seu consentimento
(vii) que estipule o poder familiar a apenas um dos nubentes proibindo o outro de exercecirc-lo (viii) que institua
a exclusatildeo de direitos legalmente garantidos como exemplo o direito real de habitaccedilatildeo ao cocircnjuge sobrevivo
(ix) que determine tratamento desigual entre os cocircnjuges nas relaccedilotildees familiares (x) a alteraccedilatildeo da ordem de
vocaccedilatildeo hereditaacuteria aleacutem de outras possibilidades que natildeo possui o presente trabalho o objetivo e condiccedilatildeo
de esgotarrdquo
98
No que diz respeito ao direito de famiacutelia o direito
internacional privado impotildee que ldquoa lei do paiacutes em que
domiciliada a pessoa determina as regras sobre o comeccedilo e o
fim da personalidade o nome a capacidade e os direitos de
famiacuteliardquo trazendo ainda disposiccedilatildeo especiacutefica sobre o regime
de bens a saber ldquoO regime de bens legal ou convencional
obedece agrave lei do paiacutes em que tiverem os nubentes domiciacutelio
e se este for diverso a do primeiro domiciacutelio conjugalrdquo 37
Mesmo quando o direito internacional privado indicar a
legislaccedilatildeo estrangeira como aplicaacutevel ao caso concreto existe
uma norma de contensatildeo que retira a eficaacutecia de leis e
declaraccedilotildees de vontade incompatiacuteveis com nossos princiacutepios
fundamentais
Assim no caso de aplicaccedilatildeo da legislaccedilatildeo estrangeira a Lei
de Introduccedilatildeo agraves normas do Direito Brasileiro dispotildee sobre a
eficaacutecia das declaraccedilotildees de vontade leis atos e sentenccedilas
oriundos de outro paiacutes ldquoAs leis atos e sentenccedilas de outro paiacutes
bem como quaisquer declaraccedilotildees de vontade natildeo teratildeo
eficaacutecia no Brasil quando ofenderem a soberania nacional a
ordem puacuteblica e os bons costumesrdquo 38
Volta agrave tona a problemaacutetica da ordem puacuteblica e dos bons
costumes como limitadores da autonomia privada nos atos de
37 BRASIL Decreto-Lei 46571942 art 7ordm caput e sect 4ordf 38 BRASIL Decreto-Lei 46571942 art 17
99
declaraccedilatildeo de vontade o que evidencia a importacircncia de
compreender o conceito39 e o alcance desses institutos40
Quanto agrave denominaccedilatildeo Amiacutelcar de Castro41 prefere a
expressatildeo ordem social que compreenderia natildeo soacute a soberania
nacional a ordem puacuteblica e os bons costumes mas tambeacutem a
ordem econocircmica e a dignidade humana dentre outros
aspectos
Ordem puacuteblica ou social por sua vez natildeo se confunde com
a ordem juriacutedica
Soberania nacional bons costumes estatildeo ligados agrave ordem
puacuteblica que eacute afinal ordem social () Inconfundiacutevel a noccedilatildeo
de ordem juriacutedica com ordem social esta eacute o bem comum
patrimocircnio espiritual do povo a refletir seus costumes
tradiccedilotildees ideias poliacuteticas econocircmicas morais religiosas e
juriacutedicas e aquela ordem juriacutedica eacute o complexo de direito
ditado pelo poder puacuteblico como normas direcionadas que
regulam e projetam as relaccedilotildees e interesses dos suacuteditos entre
39 Negi Calixto (1987 p 29) informa o conceito formulado por Irineu Strenger a saber ldquoO conjunto de princiacutepios
incorporados impliacutecita ou explicitamente na ordenaccedilatildeo juriacutedica nacional que por serem considerados para
sobrevivecircncia do Estado e salvaguardar o seu caraacuteter proacuteprio impedem a aplicaccedilatildeo do direito estrangeiro que
os contradiga ainda que determinado pela regra dos conflitosrdquo 40 ldquoEm notaacuteveis Comentaacuterios agrave Lei de Introduccedilatildeo ao Coacutedigo Civil Brasileiro SERPA LOPES demonstra que o que
haacute de fugidio e instaacutevel no conceito de ordem puacuteblica eacute o seu conteuacutedo mas em seus objetivos apresenta um
caraacuteter soacutelido fixo de qualquer modo ela atua como aparelhamento de garantia em relaccedilatildeo agraves normas que
possuam um substancial interesse moral poliacutetico e econocircmico Uma determinada norma reguladora da
propriedade pode ser considerada ateacute certa eacutepoca como de ordem puacuteblica por interessar substancialmente a
um relevante princiacutepio econocircmico e perder posteriormente esse caraacuteter A transformaccedilatildeo portanto alcanccedila a
natureza e os fins primordiais da norma e de acordo com esses caracteres eacute que ela eacute ou natildeo alcanccedilada pelo
princiacutepio de ordem puacuteblica que prossegue inalterado em sua funccedilatildeordquo (CALIXTO 1987 p 34) 41 Citado por Negi Calixto (1987 p 27)
100
si e entre eles e o Estado mantendo a proacutepria ordem social
do Estado (CALIXTO 1987 p 52)
Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery (2013 p
1649) elencam preceitos de direito civil-constitucional
reputados de ordem puacuteblica
As claacuteusulas gerais notadamente as da funccedilatildeo social do
contrato (CC 421) funccedilatildeo social da empresa (CF 170 e CC 421)
boa-feacute objetiva (CC 422) bons costumes
(CC 187) e funccedilatildeo social da propriedade (CF 5ordm XXIII e 170 III CC
1228 sect 1ordm) satildeo de ordem puacuteblica o que implica em seu
conhecimento e aplicaccedilatildeo ex officio pelo juiz
independentemente de pedido da parte ou interessado (basta
que haja processo em curso) a qualquer tempo e em qualquer
grau ordinaacuterio de jurisdiccedilatildeo (vg CPC 303 III) natildeo estando
sujeitas a preclusatildeo
Acrescenta-se o princiacutepio da dignidade da pessoa humana
consagrado como princiacutepio fundamento da Repuacuteblica
Federativa do Brasil o qual impocircs uma releitura das
instituiccedilotildees de direito privado ldquoEste Direito Privado mais social
eacute guiado pela ordem puacuteblica constitucional e seu valor-guia e
Ubergrundrecht a dignidade da pessoa humanardquo (MARQUES
MIRAGEM 2014 p 8)
33 Direito comparado
Diferentemente do Brasil onde vigoram os princiacutepios da
variedade dos regimes de bens e da liberdade dos pactos
101
antenupciais no direito civil argentino os nubentes possuem
pouca margem de contrataccedilatildeo ficando o objeto da convenccedilatildeo
matrimonial adstrito ao conteuacutedo permitido pelo legislador 42
Qualquer convenccedilatildeo entre os futuros cocircnjuges sobre qualquer
outro objeto relacionado ao seu patrimocircnio natildeo tem valor 43
O novo Coacutedigo Civil argentino determina que as convenccedilotildees
particulares natildeo podem limitar ou negar leis em cuja
observacircncia a ordem puacuteblica estaacute interessada ldquoLas
convenciones particulares no pueden dejar sin efecto las leyes
en cuya observancia estaacute interesado el orden puacuteblicordquo 44
O direito internacional privado argentino na codificaccedilatildeo de
Velez Sarsfield impedia a aplicaccedilatildeo da lei estrangeira quando
fosse incompatiacutevel com o espiacuterito da legislaccedilatildeo nacional O
novo Coacutedigo Civil e Comercial da Argentina tambeacutem rechaccedila a
lei estrangeira incompatiacutevel com os princiacutepios fundamentais
de ordem puacuteblica que inspiram o ordenamento juriacutedico
argentino 45
Mariacutea Elsa Uzal (2016 p 147-148) comenta a objeccedilatildeo de
ordem puacuteblica
42 ARGENTINA Lei 269942014 Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten artigo 446 Objeto Antes de la celebracioacuten
del matrimonio los futuros coacutenyuges pueden hacer convenciones que tengan uacutenicamente los objetos siguientes
a) la designacioacuten y avaluacuteo de los bienes que cada uno lleva al matrimonio b) la enunciacioacuten de las deudas c)
las donaciones que se hagan entre ellos d) la opcioacuten que hagan por alguno de los regiacutemenes patrimoniales
previstos en este Coacutedigo 43 ARGENTINA Lei 269942014 artigo 447 44 ARGENTINA Lei 269942014 artigo 12 45 ARGENTINA Lei 269942014 artigo 2600 Orden puacuteblico Las disposiciones de derecho extranjero aplicables
deben ser excluidas cuando conducen a soluciones incompatibles con los principios fundamentales de orden
puacuteblico que inspiran el ordenamiento juriacutedico argentino
102
El actual art 2600 del CCCN sigue la liacutenea velezana con una
redaccioacuten algo maacutes precisa pero con el mismo sentido y
alcance ()
La incompatibilidad con el espiacuteritu de la legislacioacuten a que
aludiacutea el art 14 inc 2ordm citado deviene de una aplicacioacuten del
derecho extranjero que conduce a resultados lesivos de
principios generales que se infieren de normas positivas de la
legislacioacuten y ellos es precisamente lo que explicita la actual
foacutermula del art 2600 CCCN en el afaacuten de guiar al operador
juriacutedico en su tarea interpretativa
Mariacutea Sara Rodriacuteguez Pinto (2018 p 371-372) comenta o
pacto antenupcial no sistema juriacutedico da Repuacuteblica do Chile
El Derecho Civil chileno denomina convenciones matrimoniales
a todos los acuerdos de caraacutecter econoacutemico que pueden
hacerse antes de contraer matrimonio (por ejemplo alguno de
los pactos de separacioacuten parcial del artiacuteculo 1720) en el acto
del matrimonio (momento en el que solo es posible pactar
separacioacuten total de bienes o participacioacuten en los gananciales
seguacuten el artiacuteculo 1723) Estos pactos no siempre crean derechos
y obligaciones entre los coacutenyuges y por eso no siempre son
contratos y por eso reciben geneacutericamente el nombre de
convenciones Se reserva el nombre de capitulaciones
matrimoniales a las convenciones que se hacen antes de
contraer matrimonio o en el acto mismo de su celebracioacuten
(artiacuteculo 1715)
No Paraguai a Lei 11831985 que instituiu o Coacutedigo Civil
indica o conteuacutedo das convenccedilotildees matrimoniais que os
103
nubentes podem pactuar antes do casamento assim como as
convenccedilotildees permitidas aos cocircnjuges durante o casamento
Art 203 Los futuros esposos podraacuten realizar convenciones
matrimoniales que tengan uacutenicamente los fines siguientes a)
optar por el reacutegimen de separacioacuten de bienes b) determinar
los bienes que cada uno de los futuros esposos aporte con
expresioacuten de su valor y gravaacutemenes c) establecer una relacioacuten
circunstanciada de las deudas de los futuros contrayentes d)
consignar las donaciones del hombre a la mujer e) determinar
los bienes propios de la mujer cuya administracioacuten ella se
reserva Los menores autorizados para casarse podraacuten tambieacuten
celebrar las convenciones a que se refieren los incisos a) b) y
c) con la conformidad de sus representantes legales
Art 204 Despueacutes de celebrado el matrimonio los esposos
podraacuten convenir uacutenicamente sobre los siguiente a) optar por
el reacutegimen de separacioacuten de bienes o adoptar el de comunidad
en su caso b) reservar bienes propios de la esposa a su
administracioacuten o someter bienes reservados a la
administracioacuten del marido c) otorgarse reciacuteprocamente
mandato d) permutar bienes de igual valor y e) constituir
sociedades con limitacioacuten de responsabilidad
Os juiacutezes aplicaratildeo as leis estrangeiras ex officio desde que
natildeo se oponham a instituiccedilotildees poliacuteticas leis de ordem puacuteblica
moral e bons costumes Tambeacutem natildeo seratildeo aplicadas leis
estrangeiras com regras menos favoraacuteveis agrave validade dos atos
46
46 PARAGUAI Lei n 11831985 Coacutedigo Civil artigo 22
104
O Coacutedigo Civil uruguaio permite que os nubentes faccedilam
convenccedilotildees especiais que julgarem convenientes47 desde que
natildeo sejam ofensivas aos bons costumes e observem os
seguintes limites proibiccedilatildeo da renuacutencia da faculdade de pedir
divoacutercio impossibilidade de derrogar direitos conferidos pela
autoridade parental vedaccedilatildeo agrave renuacutencia ou alteraccedilatildeo da ordem
de vocaccedilatildeo hereditaacuteria 48
A legislaccedilatildeo uruguaia natildeo permite que as convenccedilotildees
particulares contrariem disposiccedilotildees legais atinentes agrave ordem
puacuteblica e aos bons costumes e o objeto dos contratos eacute tido
como impossiacutevel moralmente quando contraacuterio agrave ordem
puacuteblica e aos bons costumes49
No que importa ao direito internacional privado o artigo
2404 do Coacutedigo Civil uruguaio dispotildee ldquoNo se aplicaraacuten en
nuestro paiacutes en ninguacuten caso las leyes extranjeras que
contrariacuteen manifiestamente los principios esenciales del orden
puacuteblico internacional en los que la Repuacuteblica asienta su
individualidad juriacutedicardquo
34 Direito comunitaacuterio ou de integraccedilatildeo
Aplica-se aos paiacuteses signataacuterios quanto aos contratos
matrimoniais o disposto na Convenccedilatildeo de Direito Internacional
47 URUGUAI Coacutedigo Civil artigo 1938 Antes de la celebracioacuten del matrimonio los esposos pueden hacer las
convenciones especiales que juzguen convenientes con tal que no se opongan a las buenas costumbres y se
conformen a las disposiciones establecidas en los artiacuteculos siguientes La ley soacutelo a falta de convenciones
especiales rige la asociacioacuten conyugal en cuanto a los bienes 48 URUGUAI Coacutedigo Civil artigos 188 1939 e 1940 49 URUGUAI Coacutedigo Civil artigos 11 e 1284
105
Privado adotada pela Sexta Conferecircncia Internacional
Americana reunida em Havana e assignada a 20 de fevereiro
de 1928 tambeacutem denominado de Coacutedigo de Bustamante
Com efeito os pactos antenupciais regem-se pela lei pessoal
comum aos nubentes e na sua falta pela lei do primeiro
domiciacutelio conjugal na mesma sequecircncia aplica-se a legislaccedilatildeo
que definiraacute o regime de bens supletivo na falta ou ineficaacutecia
de estipulaccedilatildeo antenupcial 50
Dentre outras estipulaccedilotildees o Coacutedigo de Bustamante reputa
como sendo de ordem puacuteblica internacional o preceito que
veda a alteraccedilatildeo do regime de bens por mudanccedilas de
nacionalidade ou de domiciacutelio dos cocircnjuges assim como os
preceitos que se referem agrave rigorosa aplicaccedilatildeo das leis e dos
bons costumes aos efeitos dos pactos antenupciais em relaccedilatildeo
a terceiros e agrave sua forma solene 51
4 CONHECIMENTO PERTINENTE
O filoacutesofo francecircs Edgar Morin analisa os sete saberes
necessaacuterios agrave educaccedilatildeo do futuro dentre os quais o
conhecimento pertinente assim compreendido como o
conhecimento que natildeo fragmenta ou mesmo mutila o seu
objeto de anaacutelise ou estudo Nas palavras do autor
50 BRASIL Decreto n 188711929 Coacutedigo de Bustamante artigo 187 51 BRASIL Decreto n 188711929 Coacutedigo de Bustamante artigos 188 e 189
106
A supremacia do conhecimento fragmentado de acordo com as
disciplinas impede frequentemente que se opere o viacutenculo
entre as partes e a totalidade e deve ser substituiacuteda por um
modo de conhecimento capaz de apreender os objetos em seu
contexto sua complexidade seu conjuntordquo (MORIN 2011 p 16)
O estudo do pacto antenupcial e dos limites agrave autonomia
privada trouxe elementos de direito civil direito
constitucional direito internacional privado brasileiro e
estrangeiro direito comparado e normas de integraccedilatildeo No
direito contemporacircneo haacute necessidade de promover o
conhecimento capaz de apreender problemas globais para
neles inserir os conhecimentos parciais e locais 52
Veja-se por exemplo a hipoacutetese de uma cidadatilde paraguaia
casar-se com um argentino na cidade de Punta del Este no
litoral uruguaio pelo regime supletoacuterio de comunhatildeo diferida
e adotarem Curitiba a capital paranaense como primeiro
domiciacutelio conjugal Como ficaria o regime de bens Natildeo seria
possiacutevel responder o problema posto sem o conhecimento
multidisciplinar e a visatildeo totalitaacuteria do problema No caso em
exame o direito internacional privado indica a legislaccedilatildeo
brasileira como aplicaacutevel para definir o regime de bens do
casamento e no direito civil brasileiro a opccedilatildeo dos nubentes
pelo regime da participaccedilatildeo final nos aquestos deve ser
formalizada por escritura puacuteblica de pacto antenupcial sem a
52 ldquoA esse problema universal confronta-se a educaccedilatildeo do futuro pois existe inadequaccedilatildeo cada vez mais ampla
profunda e grave entre de um lado os saberes desunidos divididos compartimentados e de outro lado as
realidades ou os problemas cada vez mais multidisciplinares transversais multidimensionais transnacionais
globais e planetaacuteriosrdquo (MORIN 2011 p 33)
107
qual a escolha do regime de bens seraacute ineficaz dando lugar
entatildeo ao regime da comunhatildeo parcial de bens
O conhecimento juriacutedico deve igualmente combater o erro
a ilusatildeo a memoacuteria de uma legislaccedilatildeo jaacute revogada ou mesmo
apontamentos doutrinaacuterios defasados Devem ser
cuidadosamente interpretadas as obras doutrinaacuterias referentes
ao periacuteodo em que prevalecia no Brasil um sistema juriacutedico
patrimonialista patriarcal individualista inspirado em
tradiccedilotildees religiosas e no modelo de famiacutelia matrimonial
Como bem observa Luciana Faisca Nahas (2008 p 226) ldquoNatildeo
se pode mais admitir estudar o instituto matrimonial com base
em conceitos juriacutedicos estruturados no casamento indissoluacutevel
patriarcalrdquo
41 Deontologia notarial
O notaacuterio deve exercer sua atividade profissional com
competecircncia e ter uma preparaccedilatildeo adequada para as funccedilotildees
essenciais de assessoramento imparcial conselho
interpretaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo da lei adquirindo conhecimentos nas
mateacuterias e disciplinas juriacutedicas que interessam ao notariado
A propoacutesito da preparaccedilatildeo profissional e da necessaacuteria
devoccedilatildeo aos estudos a liccedilatildeo do saudoso Carlos Luiz Poisl
(2006 p 15)
Ser tabeliatildeo eacute ter um bom conhecimento do universo da
Ciecircncia do Direito e ter profundo conhecimento especializado
em Direito das Pessoas Direito das Coisas Direito das
108
Obrigaccedilotildees e Direito das Sucessotildees com incursotildees tambeacutem
especiais no Direito Internacional Privado e no Direito
Tributaacuterio
O conhecimento pertinente eacute elemento indispensaacutevel ao
exerciacutecio profissional pois na elaboraccedilatildeo dos instrumentos
puacuteblicos o notaacuterio ndash que deve atuar a todo momento conforme
a lei ndash recebe e qualifica a vontade das partes e adequa a
mesma agraves exigecircncias legais Nada disso eacute possiacutevel sem apurada
teacutecnica juriacutedica
O notaacuterio eacute responsaacutevel pela redaccedilatildeo e legalidade dos
documentos que lavra devendo estar plenamente capacitado
natildeo soacute para confeccionar o pacto antenupcial conforme a
vontade manifestada pelo casal mas tambeacutem a analisar e
qualificar as minutas que lhe forem submetidas para poder
acataacute-las recusaacute-las ou indicar as modificaccedilotildees que considere
pertinentes com vistas a conferir seguranccedila juriacutedica promover
a paz social e prevenir litiacutegios e conflitos entre os contratantes
O notaacuterio tem a obrigaccedilatildeo de ser imparcial e tal
imparcialidade se expressa igualmente mediante a prestaccedilatildeo
de uma assistecircncia adequada a uma parte que se encontre em
situaccedilatildeo de inferioridade perante a outra para assim obter o
equiliacutebrio necessaacuterio a fim de que o contrato seja celebrado
em peacute de igualdade
Oportuna a liccedilatildeo de Leonardo Brandelli (2013 p 609-610)
O tabeliatildeo deve estar acima dos interesses envolvidos
constituindo-se obrigaccedilatildeo sua proteger as partes com
igualdade dando-lhes todo o conjunto de explicaccedilotildees
109
necessaacuterias e oportunas e livrando-as com imparcialidade dos
enganos que
pode engendrar a sua ignoracircncia ou ateacute mesmo uma possiacutevel
presenccedila de maacute-feacute
Ele deve em igual medida e com a mesma lealdade tratar ao
cliente habitual como ao acidental ao que o elege como ao
que o aceita ao que o paga como ao que se beneficia de sua
atividade sem despesa alguma Eacute notaacuterio das partes e de
nenhuma em particular preside as relaccedilotildees dos particulares e
sua posiccedilatildeo equidista dos diversos interessados
A imparcialidade notarial natildeo significa apenas tratar a todos
igualmente mas sim tratar igualmente os iguais e
desigualmente os desiguais buscando equiparar de alguma
forma a relaccedilatildeo juriacutedica Assim se houver uma parte
hipossuficiente na relaccedilatildeo deve o notaacuterio dispensar uma maior
preocupaccedilatildeo com esta orientando-a e atendendo-a com muito
mais afinco a fim de tentar tornar a relaccedilatildeo juriacutedica o mais
equacircnime possiacutevel Note-se que a imparcialidade notarial vem
ao encontro da autonomia real da vontade preconizada no
modelo contratual poacutes-moderno pois uma vez que as partes
natildeo satildeo materialmente iguais como supunha o contrato liberal
deve o notaacuterio buscar minimizar essa desigualdade existente
orientando e zelando pelo hipossuficiente com muito mais
cuidado para que possa haver uma correta manifestaccedilatildeo de
vontade por parte deste protegendo enfim esta vontade
A observacircncia da deontologia notarial eacute importante para que
o tabeliatildeo possa exercer sua funccedilatildeo e vencer os desafios
impostos pela sociedade poacutes-moderna
110
42 Questotildees poacutes-modernas
Na teoria de Erik Jayme (citado por MARQUES MIRAGEM
2014 p 133) os quatro elementos da poacutes-modernidade satildeo
pluralismo comunicaccedilatildeo narraccedilatildeo e retorno dos sentimentos
O pluralismo de sujeitos no novo direito privado cria
desafios para os notaacuterios no exerciacutecio da missatildeo de intervir
com imparcialidade nas relaccedilotildees privadas para dar-lhes
autenticidade e seguranccedila juriacutedica e ao mesmo tempo
garantir direitos e proteger a atuaccedilatildeo negocial das partes
vulneraacuteveis
Claacuteudia Lima Marques e Bruno Miragem (2014 p 127)
apontam a conotaccedilatildeo poacutes-moderna da atuaccedilatildeo dos novos
sujeitos de direito
A proteccedilatildeo dos vulneraacuteveis pelo direito tem sua origem na
identificaccedilatildeo de diversos novos sujeitos merecedores de
proteccedilatildeo por se encontrarem em situaccedilatildeo de desigualdade
construindo-se a partir daiacute um sistema de normas e
subprinciacutepios orgacircnicos para reconhecimento e efetivaccedilatildeo de
seus direitos A identificaccedilatildeo destes novos sujeitos de direito
grupos de natildeo iguais de vulneraacuteveis pode ter conotaccedilotildees poacutes-
modernas fortes
Num passado recente o mecanismo adotado pelo direito
privado para ldquoprotegerrdquo as pessoas vulneraacuteveis era afastaacute-las
das relaccedilotildees sociais e econocircmicas inclusive tolhendo-lhe a
capacidade civil Agora o novo direito privado enfrenta a
111
vulnerabilidade sob outro paradigma no qual as normas de
proteccedilatildeo natildeo possuem mais caraacuteter segregatiacutecio
Tem-se iniacutecio uma nova fase da proteccedilatildeo dos vulneraacuteveis
em que o paradigma eacute o de proteger respeitando as diferenccedilas
O novo direito privado ndash e a atuaccedilatildeo do notaacuterio
contemporacircneo ndash passam a visar a proteccedilatildeo juriacutedica dos mais
fracos a fim de que as pessoas que compotildeem os grupos
vulneraacuteveis possam verdadeiramente ser sujeitos de direitos
Os notaacuterios devem atentar-se ao que parte da doutrina
convencionou chamar de crise da poacutes-modernidade Para
alguns o denominado poacutes-modernismo eacute uma crise de
desconstruccedilatildeo de nossas instituiccedilotildees para outros eacute um
fenocircmeno de pluralismo e relativismo cultural arrebatador a
influenciar o direito
Com ponderaccedilatildeo buscando estabelecer um meio termo entre
as correntes doutrinaacuterias Leonardo Brandelli (2013 p 599-600)
elucida que
A poacutes-modernidade ainda natildeo solidificou suas caracteriacutesticas
ainda natildeo amadureceu de maneira que em alguns momentos
identifica-se com um retorno do liberalismo ao pregar o
afastamento do Estado como por exemplo nas privatizaccedilotildees
ou no exagerado apego agrave autonomia da vontade pretendendo
deixar livre o mercado sem intervenccedilotildees e em outros
momentos aventa resquiacutecios do Estado social pretendendo a
valorizaccedilatildeo dos direitos humanos e a tutela dos deacutebeis Pode-
se dizer que de certa forma o contrato poacutes-moderno mistura
caracteriacutesticas dos seus antecessores modernos () Nessa
112
esteira o direito deve apresentar-se como um instrumento de
organizaccedilatildeo social justa e equilibrada como um instrumento
de equidade e inclusatildeo social em contraste absoluto ao abuso
do poder econocircmico Deve o direito apresentar-se como um
meio de contenccedilatildeo dos abusos e da exclusatildeo causadas pela
economia de mercado e natildeo como um servo desta a teor do
que defendem alguns
Da liccedilatildeo de Leonardo Brandelli percebe-se que o notaacuterio
contemporacircneo assume grande importacircncia como agente
delegado do Estado incumbido de receber e qualificar a
vontade das partes responsaacutevel por redigir o instrumento
puacuteblico representativo do contrato celebrado que doravante
deveraacute funcionar como instrumento de equidade e inclusatildeo
social
Esta compreensatildeo eacute fundamental para que doravante os
pactos antenupciais sejam lavrados com respeito agrave dignidade
humana dos nubentes contendo claacuteusulas patrimoniais e
extrapatrimoniais em consonacircncia com a legalidade
constitucional
5 CONCLUSOtildeES
Pacto antenupcial eacute um negoacutecio juriacutedico proacuteprio do Direito
de Famiacutelia com contornos contratuais pelo qual eacute liacutecito aos
nubentes antes de celebrado o casamento estipular quanto
aos seus bens o que lhes aprouver
113
Aleacutem da definiccedilatildeo do regime de bens e de outras disposiccedilotildees
patrimoniais admite-se a inclusatildeo de claacuteusulas existenciais
voltadas agrave regulaccedilatildeo da futura sociedade conjugal das rotinas
domeacutesticas e de aspectos do planejamento familiar
Embora o legislador tenha dado ampla margem de
contrataccedilatildeo aos nubentes a autonomia privada natildeo eacute ilimitada
Com efeito as convenccedilotildees nupciais limitam-se pelas
disposiccedilotildees absolutas de lei e pelas questotildees de ordem puacuteblica
O limite imposto agrave autonomia privada pelas questotildees de
ordem puacuteblica eacute mutaacutevel e acompanha as transformaccedilotildees
sociais e juriacutedicas o que exige atenccedilatildeo dos notaacuterios para a
identificaccedilatildeo das claacuteusulas patrimoniais e extrapatrimoniais
que estejam abalizadas no tempo presente com a legalidade
constitucional
No direito internacional privado e no direito comparado
tambeacutem prevalecem as normas que limitam a eficaacutecia das
declaraccedilotildees de vontade quando ofensivas ou contraacuterias agrave
ordem puacuteblica aos bons costumes e aos direitos fundamentais
que inspiram o sistema juriacutedico a exemplo da dignidade da
pessoa humana
A teacutecnica juriacutedica revela-se indispensaacutevel para o exerciacutecio
da funccedilatildeo notarial O assessoramento das partes e a lavratura
do pacto antenupcial exigem conhecimento pertinente
multidisciplinar que envolve elementos de direito civil direito
constitucional e direito internacional privado noccedilotildees de direito
comparado e de normas de integraccedilatildeo
114
O notaacuterio contemporacircneo deve formalizar juridicamente a
vontade das partes redigindo os instrumentos adequados com
atenccedilatildeo ao novo direito privado que recebeu grande influecircncia
da ordem constitucional fundada no princiacutepio da dignidade da
pessoa humana Deve o notaacuterio buscar minimizar a
desigualdade existente orientando e zelando pelo
hipossuficiente com muito mais cuidado a fim de promover a
paz social e prevenir litiacutegios
Aleacutem da busca pelo conhecimento pertinente o notaacuterio deve
atentar para os demais princiacutepios fundamentais e regras
deontoloacutegicas para que possa exercer a funccedilatildeo notarial
adequadamente e vencer os desafios impostos pela sociedade
poacutes-moderna como o de promover a equidade e a inclusatildeo
social
6 PROPOSICcedilAtildeO
Apresenta-se as seguintes proposiccedilotildees para as conclusotildees
da XXI Jornada do Notariado Jovem do Cone Sul
1 Aleacutem da escolha do regime de bens e de outras disposiccedilotildees
patrimoniais o pacto antenupcial poderaacute conter disposiccedilotildees
extrapatrimoniais ou existenciais desde que natildeo sejam
contraacuterias agrave ordem social e juriacutedica
2 A legalidade constitucional rechaccedila as claacuteusulas do pacto
antenupcial que contrariem o princiacutepio da dignidade humana
e todas as suas irradiaccedilotildees isonomia igualdade de gecircnero
115
natildeo-discriminaccedilatildeo inviolabilidade da honra e intimidade
liberdade de crenccedila livre exerciacutecio profissional aleacutem das
normas constitucionais de proteccedilatildeo da famiacutelia e que definem
o planejamento familiar como livre decisatildeo do casal
3 No pacto antenupcial a assessoria juriacutedica imparcial prestada
pelo notaacuterio deve incluir a proteccedilatildeo da parte mais fraacutegil ou em
situaccedilatildeo de vulnerabilidade (idosos analfabetos pessoas com
deficiecircncia imigrantes indiacutegenas minorias e grupos
vulneraacuteveis) de modo que o instrumento puacuteblico notarial
funcione como garantia de equidade e inclusatildeo social
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Ministro ARI PARGENDLER Rel p Acoacuterdatildeo Ministro CARLOS
ALBERTO MENEZES DIREITO TERCEIRA TURMA julgado em
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BRASIL Superior Tribunal de Justiccedila REsp 402697DF Rel
Ministra NANCY ANDRIGHI TERCEIRA TURMA julgado em
07102004 DJ 29112004 p 315
124
BRASIL Superior Tribunal de Justiccedila REsp 178245SC Rel
Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR QUARTA TURMA julgado
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BRASIL Superior Tribunal de Justiccedila REsp 954567PE Rel
Ministro MASSAMI UYEDA TERCEIRA TURMA julgado em
10052011 DJe 18052011
BRASIL Superior Tribunal de Justiccedila REsp 1472945RJ Rel
Ministro RICARDO VILLAS BOcircAS CUEVA TERCEIRA TURMA
julgado em 23102014 DJe 19112014
BRASIL Superior Tribunal de Justiccedila AgRg no REsp 1427918SP
Rel Ministro MARCO BUZZI QUARTA TURMA julgado em
17112015 DJe 30112015
BRASIL Superior Tribunal de Justiccedila AgRg no REsp 1336163SP
Rel Ministro JOAtildeO OTAacuteVIO DE NORONHA TERCEIRA TURMA
julgado em 01122015 DJe 04122015
BRASIL Superior Tribunal de Justiccedila REsp 1483863SP Rel
Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI QUARTA TURMA julgado em
10052016 DJe 22062016
125
BRASIL Superior Tribunal de Justiccedila REsp 1355007SP Rel
Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO TERCEIRA TURMA
julgado em 27062017 DJe 10082017
BRASIL Superior Tribunal de Justiccedila REsp 1628701BA Rel
Ministro RICARDO VILLAS BOcircAS CUEVA TERCEIRA TURMA
julgado em 07112017 DJe 17112017
126
LLORET MARIacuteA ELISA - Escribana Puacuteblica Nacional TITULAR de
Registro Notarial 685 con siento en Ballesteros Departamento
Unioacuten de la Provincia de Coacuterdoba
LLORETLUCAS MARTIacuteN - Notario con Matriacutecula Profesional de
Escribano Nordm 2434 otorgada por el Colegio de Escribanos de la
Provincia de Coacuterdoba
AUTONOMIacuteA PRIVADA y CONVENIOS
PRENUPCIALES Y POSNUPCIALES
REGIacuteMENES MATRIMONIALES MIXTOS
INTRODUCCIOacuteN
La llamada constitucionalizacioacuten del derecho civil y la
incorporacioacuten de los tratados de derechos humanos en el
bloque constitucional (artiacuteculo 75 inciso 22 Constitucioacuten
Nacional) han tenido un fuerte impacto en el derecho de
familia Muchas constituciones y convenios internacionales
protegen especiacuteficamente a la familia pero ninguna le otorga
el rango de sujeto de derecho autoacutenomo
Aunque socioloacutegicamente la familia pueda observarse como
una realidad colectiva no quiere decir que el derecho tenga
que tratarla como algo distinto de los individuos que la
127
componen La diversificacioacuten familiar no es soacutelo una realidad
del Norte tambieacuten en Ameacuterica Latina el modelo nuclear
biparental con hijos se redujo Este patroacuten coexiste con los
hogares monoparentales las familias compuestas las uniones
convenciales las familias homoparentales asiacute como las
familias a distancia producto de las migraciones de algunos de
sus integrantes Ante la complejidad de las formas familiares a
las que se encontroacute confrontado el orden juriacutedico en sus reglas
claacutesicas del derecho de familia basado en gran parte en el
orden puacuteblico se hizo necesario pergentildear mecanismos nuevos
que permitieran regular de una manera flexible los diferentes
modos de organizacioacuten familiar
La familia aparece cada vez maacutes como un instrumento de
autorrealizacioacuten de los miembros que la componen que como
un fin en siacute misma La contractualizacioacuten y la consecuente
desjuridificacioacuten constituyen las herramientas juriacutedicas que
permiten acompantildear dicho proceso
La evolucioacuten producida y la aparicioacuten de nuevos principios en
especial el de la ldquodemocratizacioacuten de la familiardquo hizo que
algunos autores contemporaacuteneos entiendan que se ha pasado
del derecho de familia a ldquoderecho de las familiasrdquo en plural
dado que la amplitud de los teacuterminos del artiacuteculo 14 bis de la
Constitucioacuten Nacional que se refiere de manera general a la
ldquoproteccioacuten integral de la familiardquo de caraacutecter socioloacutegico y en
permanente transformacioacuten
La familia claacutesica con base en matrimonio heterosexual debe
compartir el espacio con otros nuacutecleos sociales que tambieacuten
128
constituyen familias como las fundadas a partir de una unioacuten
convivencial las que se generan tras la ruptura de una unioacuten
anterior habiendo o no hijos (familias ensambladas) familias
reconocidas por Ley 26618 fundadas en matrimonio de
personas del mismo sexo etc La unioacuten en matrimonio y unioacuten
convivencial conllevan una nocioacuten socioloacutegica fundamental
generadora de efectos econoacutemicos culturales y normativos
que caracterizan a la sociedad contemporaacutenea
En los fundamentos de proyecto del Coacutedigo Civil y Comercial
se dijo ldquola mirada riacutegida sobre las relaciones humanas
familiares bajo la excusa de considerar todo de orden puacuteblico
contrariacutea la nocioacuten de pluralismo que pregona la doctrina
internacional de los derechos humanos En efecto existe un
derecho a la vida familiar y consecuentemente la injerencia
estatal tiene liacutemitesrdquo
El Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten Argentina (texto
ordenado Ley 26994 promulgado en el antildeo 2014) supo respetar
y aggiornarse a las nuevas corrientes defendidas por la
doctrina jurisprudencia y praacutectica de la legislacioacuten comparada
Con una funcioacuten tuitiva en defensa de los postulados juriacutedicos
como la libertad la igualdad entre los coacutenyuges la solidaridad
la dignidad de las personas y la autonomiacutea de la voluntad
Con el principal propoacutesito de constitucionalizar el derecho de
familia reformoacute seriamente el derecho de familia y receptoacute la
autonomiacutea de la voluntad en el reacutegimen patrimonial del
matrimonio
129
AUTONOMIacuteA PRIVADA
El X Congreso Internacional de Derecho de Familia consideroacute
que La autonomiacutea de la voluntad no se contrapone con el
orden puacuteblico en el derecho de familia sino que eacuteste uacuteltimo
resulta un liacutemite preciso y uacutetil para la realizacioacuten de aquella
El debate acerca de la naturaleza juriacutedica del matrimonio ha
sido objeto de numerosos trabajos desde fines del siglo XIX
La cuestioacuten de la contractualizacioacuten no es novedosa
En los trabajos preparativos para la reforma del Coacutedigo Civil
la doctora Kemelmajer de Carlucci sostuvo que el concepto de
familia como el de matrimonio y el de filiacioacuten es una
creacioacuten cultural no natural o esencial Afirma la autora
si el concepto de familia no es natural sino cultural se
entiende faacutecilmente que no exista un modelo universal e
inmutable sino muy diversos tipos de familia53 Y en liacutenea con
lo sostenido por la autora la doctora Herrera sostiene que la
familia no estaacute en crisis [pero] siacute lo estaacuten varios de los criterios
sobre los cuales se ha edificado la nocioacuten juriacutedico-cristiana de
familia54
El Coacutedigo Civil y Comercial de la Repuacuteblica Argentina conjuga
el consentimiento personal-matrimonial con el intereacutes puacuteblico
El principio de Autonomiacutea de la voluntad se evidencia en
cuanto a la facultad de los contrayentes o coacutenyuges de la
53 Kemelmajer de Carlucci Aida Las nuevas realidades familiares en el Coacutedigo Civil y Comercial argentino de
2014 La Ley del 08102014 54 Herrera Marisa La familia en la constitucioacuten del 2020 iquestQueacute familia en Gargarella Roberto (coordinador)
La constitucioacuten en 2020 48 propuestas para una sociedad igualitaria Buenos Aires Siglo Veintiuno 2011 Paacutegs
85-94
130
eleccioacuten del reacutegimen patrimonial matrimonial pero es
restringida dado que existen disposiciones comunes a ambos
reacutegimen que se sustentan en principios fundamentales
destinados a la proteccioacuten de los intereacutes familiares
comprometidos conformando el reacutegimen primario que son
indisponibles inderogables por convencioacuten de los coacutenyuges
ya sea anterior o posterior al matrimonio La faz puacuteblica se
encuentra en la determinacioacuten de la estructura legal que
diagrama el Estado en la que podraacute posicionarse
patrimonialmente cada matrimonio especificaacutendose en cada
uno de ellos los derechos deberes cargas comunes etc que
imperaraacuten en cada reacutegimen econoacutemico y a traveacutes de la justicia
evaluar el cumplimiento al marco de ejercicio
El Principio de la Autonomiacutea de la Libertad (restringida) en
cuanto al reacutegimen patrimonial matrimonial del Coacutedigo Civil y
Comercial de la Nacioacuten argentina implica dar preeminencia a
la voluntad de las partes hacer retroceder el orden puacuteblico de
direccioacuten (normas imperativas) ofrecer alternativas alliacute donde
soacutelo habiacutea adhesioacuten No significa fragilizar o dejar sin
proteccioacuten sino simplemente permitir que sean las partes en
uacuteltima instancia quienes deciden y no el Estado Se trata
tutelar a los miembros que componen la familia Es por ello
que no se menoscaba el orden puacuteblico ni afecta la seguridad
juriacutedica por el solo hecho de darse cabida a la autonomiacutea de
la voluntad y permitir optar por un determinado reacutegimen
patrimonial que se ajuste a las aspiraciones de los
contrayentes siempre que no se alteren ciertos liacutemites y
principios tales como las buenas costumbres la igualdad la
131
seguridad juriacutedica proteccioacuten integral de la familia derechos
de terceros proteccioacuten hijos menores de edad y conon
capacidad reducida
La autonomiacutea de la voluntad en cuanto al reacutegimen patrimonial
matrimonial oscilaraacute en los contrayentes permitieacutendoles
escoger entre un estatuto econoacutemico matrimonial u otro o
simplemente no optar por ninguno para quedar enmarcados
dentro del legal supletorio y a los coacutenyuges variar de reacutegimen
por considerar que equivocaron en su decisioacuten u omisioacuten
inicial o porque las circunstancias econoacutemico-matrimoniales
que valoraron con anterioridad ahora son diferentes y
consideran oportuno mutar de reacutegimen Resulta importante
porque les da a los coacutenyuges la posibilidad de elegir con la
tranquilidad de que esa decisioacuten no resultaraacute definitiva y
fundamentalmente porque les brinda el derecho de variar de
reacutegimen a todas aquellas coacutenyuges que han contraiacutedo nupcias
con anterioridad a la vigencia del Coacutedigo Civil y Comercial de
la Nacioacuten Argentina
CONVENCIONES MATRIMONIALES CONVENIOS PRENUPCIALES Y
POSNUPCIALES
Las convenciones matrimoniales son facultativas pueden
modificarse antes de la celebracioacuten del matrimonio (convenios
prenupciales) en cualquier momento que consideren y las
veces que lo deseen siempre que se ajusten a las disposiciones
pre-establecidas
El CCCN regula las convenciones matrimoniales en los artiacuteculos
446 a 450 pero no brinda una definicioacuten sino que se limita a
132
enumerar los supuestos admitidos (art 446)
No obstante a ello las convenciones matrimoniales son actos
juriacutedicos familiares patrimoniales acuerdos o pactos que en
algunas ocasiones podraacuten constituir un contrato ndashcomo en el
caso de las enumerados en los incisos c) y d) del art 446- o
simplemente consistiraacuten en una declaracioacuten de los futuros
esposos con respecto a los bienes que cada uno lleva al
matrimonio o las deudas que tuvieran ndashincisos a) y b) del
mismo artiacuteculo Maacutes allaacute de las restricciones legales su
naturaleza juriacutedica y su esencia estaacuten vinculadas a las
estipulaciones contractuales y en funcioacuten de la definicioacuten del
art 957 pueden caracterizarse como contratos entre los
contrayentes o los coacutenyuges relativos a los efectos
econoacutemicos de su matrimonio 55De alliacute que se les apliquen las
normas generales en materia contractual
El mismo sentido que el reacutegimen anterior los futuros esposos
soacutelo pueden celebrar las convenciones que expresamente se
permiten y no pueden prever coacutemo se solucionaraacuten sus
relaciones en caso de ruptura o fallecimiento (el art 447 es
determinante) Son las convenciones previas al matrimonio
que al igual que en el Coacutedigo derogado (CC) deben efectuarse
con anterioridad al matrimonio por escritura puacuteblica solo
pueden referirse a los contenidos taxativamente permitidos y
se consideran sujetas a la condicioacuten suspensiva de que se
55 Molina de Juan Mariel F ldquoReacutegimen de bienes y autonomiacutea de la voluntad Eleccioacuten y modificacioacuten del
reacutegimen Convenios Contratos entre coacutenyugesrdquo en La Ley Buenos Aires La Ley suplemento especial ldquoCoacutedigo
Civil y Comercial de la Nacioacuten Familiardquo 2014 (diciembre) p 17
133
celebre un matrimonio vaacutelido
Si los futuros esposos realizan una convencioacuten sobre otro
objeto relativo a temas patrimoniales de su matrimonio ello
no implicaraacute la nulidad de la convencioacuten sino que seriacutea una
nulidad relativa (conf art 279 386 388 389 CCCN) ya que la
sancioacuten es en proteccioacuten del intereacutes de los esposos
CONVENCIONES ATIacutePICAS
Las convenciones atiacutepicas o no previstas por el sistema
juriacutedico estaacuten prohibidas en el nuevo Coacutedigo al decidirse por
un sistema opcional restrictivo (similar al numerus clausus) ya
que las convenciones antes del matrimonio uacutenicamente
pueden versar sobre determinados objetos (art 446)
OBJETO
El reacutegimen vigente ampliacutea ndashparcialmente- el objeto tradicional
de las convenciones matrimoniales
Los futuros coacutenyuges pueden pactar (art 446)
a) La designacioacuten y avaluacuteo de los bienes que cada uno lleva
al matrimonio Es un medio para pre -constituir la prueba con
relacioacuten al caraacutecter de los bienes inventariados y asiacute evitar
cuestionamientos futuros Teniendo en cuenta la presuncioacuten de
ganancialidad del artiacuteculo 466 este inventario constituye un
medio para preconstituir la prueba de la calidad de propios de
los bienes que cada coacutenyuge lleva al matrimonio
especialmente bienes muebles no registrables (dinero obras de
arte joyas etc) y derechos personales (ej boletos de
compraventa sin fecha cierta)
134
b) La enunciacioacuten de deudas Es otra forma de acreditar su
existencia y asiacute al momento de la extincioacuten de la comunidad
se transforma en el derecho de recompensa que tiene el
coacutenyuge si una deuda personal del otro fue solventada con
fondos gananciales (arts 489 490 y 468)
c) Las donaciones que se hagan entre ellos Este tipo de
donaciones se rige por las normas relativas al contrato de
donacioacuten y soacutelo tienen efecto si el matrimonio se celebra La
convencioacuten pre matrimonial es la oportunidad que tienen los
contrayentes para hacerse donaciones ya que luego de
celebrado el matrimonio rige para ellos la prohibicioacuten del art
1002 inc d) CCCN si quedan sujetos al reacutegimen de comunidad
Esta limitacioacuten no rige si su reacutegimen patrimonial matrimonial
es el de separacioacuten de bienes
Si el matrimonio no se celebra todas las donaciones ndash
contenidas en la convencioacuten o fuera de ellas pero en miras al
futuro matrimonio- podraacuten considerarse pagos sin causa y el
donatario deberaacute restituir lo donado y sus accesorios
Las donaciones que en razoacuten del matrimonio futuro les
efectuaran los terceros tambieacuten llevan impliacutecita la condicioacuten
de que el matrimonio se celebre y sea vaacutelido (452) y si no se
celebra deberaacuten restituirse al tercero los objetos donados
El plazo de validez de la oferta de donacioacuten que un tercero
haga a uno de los novios o a ambos se fija en un antildeo
transcurrido el cual queda sin efecto si el matrimonio no se
celebra La oferta puede ser revocada antes de ser aceptada
d) La opcioacuten de los futuros esposos hagan por alguno de los
135
regiacutemenes patrimoniales previstos Como se expuso en la
introduccioacuten esta es la gran modificacioacuten en materia de
efectos patrimoniales del matrimonio No obstante se habla de
una autonomiacutea de la voluntad restringida a diferencia de lo
que ocurre en otros paiacuteses donde son los propios contrayentes
o coacutenyuges como interesados quienes estructuran el reacutegimen
de bienes que mejor se adecua a su situacioacuten particular En
Argentina no se puede elaborar libremente el reacutegimen
patrimonial matrimonial sino que la ley uacutenicamente admite
que los interesados opten por uno de los dos regiacutemenes que
regula comunidad de gananciales o separacioacuten de bienes
Pueden establecerse condiciones distintas siempre que no sean
prohibidas contrarias a la moral a las buenas costumbres o
que dependan exclusivamente de la voluntad del obligado por
lo cual se tendraacute por no escrita las condiciones que afecten de
modo grave la libertad de la persona Por ejemplo elegir el
domicilio decidir sobre el estado civil
CAPACIDAD
La edad de los contrayentes es una de las limitaciones tenidas
en cuenta por la mayoriacutea de las legislaciones del derecho
comparado en cuanto a la eleccioacuten del reacutegimen patrimonial del
matrimonio
Los mayores de edad tienen plena capacidad para celebrar
convenciones matrimoniales siendo un principio general en
materia civil LA CAPACIDAD
En cuanto a los menores de edad mayores de dieciseacuteis antildeos
pueden contraer nupcias con las autorizaciones de sus
136
representantes legales o por la dispensa judicial si falta la
mencionada licencia o no se ha alcanzado la citada edad La
doctrina mayoritaria considera que todos los menores de edad
que hayan contraiacutedo matrimonio sea con autorizacioacuten judicial
o parental les rige la prohibicioacuten de efectuar la opcioacuten por el
reacutegimen patrimonial matrimonial y efectuar donaciones en las
convenciones matrimoniales Dichas prohibiciones rigen hasta
alcanzar la mayoriacutea de edad por lo que si los menores
hubieran obtenido autorizacioacuten judicial para casarse y se
casaran luego siendo mayores la restriccioacuten no opera
Se les niega a los adolescentes la posibilidad de celebrar
pactos por los cuales efectuacuteen donaciones o elijan el reacutegimen
patrimonial del matrimonio ya que la entidad de tales
decisiones requiere una deliberacioacuten propia del mayor de edad
maacutexime cuando el sometimiento al reacutegimen de comunidad no
afecta su intereacutes en la medida en que es el que mejor protege
a las personas en situacioacuten de vulnerabilidad Seguacuten el art 450
las personas menores de edad autorizadas judicialmente para
casarse no pueden hacer donaciones en la convencioacuten
matrimonial (a diferencia del art 1222 del Coacutedigo Civil que
permitiacutea a los menores que se casaban ejercer donaciones
entre coacutenyuges en las convenciones matrimoniales) ni ejercer
opcioacuten del reacutegimen patrimonial (se les aplica el reacutegimen
supletorio de comunidad de ganancia) Seguacuten sentildeala Marisa
Herrera en su comentario a este artiacuteculo dicha prohibicioacuten se
funda en que son personas en pleno desarrollo madurativo y
por ende pueden no tener la capacidad civil para poder decidir
sobre los actos que pueden traer consecuencias gravosas o
137
perjudiciales para ellos Por otra parte con relacioacuten a la
modificacioacuten del reacutegimen patrimonial matrimonial de personas
mayores adolescentes hay distintas opiniones al respecto
Seguacuten nos ilustra Herrera podriacutea ser elegido el reacutegimen de
separacioacuten de bienes por los coacutenyuges cuando ambos cumplan
los dieciocho antildeos de edad y hayan transcurrido un antildeo desde
la celebracioacuten del matrimonio es decir de la aplicacioacuten del
reacutegimen de comunidad Por el contrario entiende Azpiri que
nada obsta a que despueacutes del antildeo de casados los menores
puedan modificar el reacutegimen patrimonial
La norma se refiere especiacuteficamente a las personas menores
de edad No comprende el caso del matrimonio celebrado con
dispensa por falta de salud mental (art 405) En estos
supuestos podriacutean aplicarse los mismos argumentos sin
perjuicio de remitirse a los teacuterminos de la sentencia de
dispensa y eventualmente de la resolucioacuten que se haya
pronunciado sobre la restriccioacuten de la capacidad de la persona
que contrae matrimonio
FORMA
Conforme a los artiacuteculos 448 y 449 tanto las convenciones
matrimoniales como la convencioacuten referida a la modificacioacuten
de reacutegimen patrimonial despueacutes de celebrado el matrimonio
deben efectuarse por escritura puacuteblica
Asimismo para que produzcan efectos frente a terceros las
convenciones deberaacuten anotarse marginalmente en el acta de
matrimonio En las prematrimoniales seraacuten los contrayentes
quienes se encargaraacuten de manifestarlo ante el oficial del
138
Registro Civil para que eacuteste lo asiente y en las convenciones
posteriores al matrimonio seraacute el escribano el encargado de
rogar dicha anotacioacuten En este punto cabe destacar que las
convenciones tambieacuten deberiacutean inscribirse en los registros de
bienes
Respecto del caraacutecter de la solemnidad impuesta debemos
concluir que esta es relativa por no haberse impuesto
expresamente la escritura puacuteblica bajo sancioacuten de nulidad
(arts 285 969 1018 y cc) Se trata de una omisioacuten importante
ndashe involuntariandash del legislador pues por su contenido estas
convenciones no deberiacutean quedar sujetas a la posibilidad de
posteriores acciones de escrituracioacuten lo que resultariacutea un
ridiacuteculo y podriacutea afectar derechos de terceros
EL REacuteGIMEN PATRIMONIAL DEL MATRIMONIO
DERECHO COMPARADO
El derecho comparado ha venido aceptando desde hace
algunos antildeos la autonomiacutea de la voluntad en relacioacuten al
reacutegimen patrimonial del matrimonio previendo tambieacuten un
reacutegimen supletorio
En general existen tres regiacutemenes que regulan las relaciones
patrimoniales del matrimonio
Comunidad de bienes conocido tambieacuten como reacutegimen
societario o ldquocomunitariordquo Se constituye durante el
matrimonio una masa de bienes que extinguida la comunidad
deberaacute ser compartida entre los coacutenyuges o entre el supeacuterstite
y los herederos del otro coacutenyuge Este reacutegimen puede
139
clasificarse en cuanto a su extensioacuten en
a) universales abarcan todos los bienes adquiridos durante el
matrimonio por los coacutenyuges b) limitado o restringido
integrado por ciertos bienes o las ganancias o bienes futuros
etc
Separacioacuten de bienes La celebracioacuten del matrimonio no altera
la administracioacuten y disposicioacuten de los bienes de cada coacutenyuge
Cada uno conserva la titularidad de los bienes que teniacutea antes
de casarse y adquiere para siacute los incorporados despueacutes del
matrimonio por cualquier tiacutetulo
Participacioacuten de las ganancias Este reacutegimen surge en la
segunda mitad del siglo xx Es una combinacioacuten del reacutegimen
de comunidad y separacioacuten de bienes situacioacuten que conduce
a pensarlo como un reacutegimen patrimonial matrimonial de
naturaleza mixto Desde la celebracioacuten del matrimonio el
reacutegimen funciona como una separacioacuten de bienes situacioacuten
que cambia despueacutes de la disolucioacuten Por lo que durante el
matrimonio no se forma una masa comuacuten de bienes sino que
existen dos masas diferenciadas bajo la titularidad de cada
coacutenyuge Al disolverse no se constituye una masa partible
(como en el reacutegimen de comunidad) sino que nace un derecho
de creacutedito a favor de uno de los coacutenyuges contra el otro con
el propoacutesito de equiparar las ganancias obtenidas durante la
vigencia del reacutegimen Por lo cual al cesar el viacutenculo
matrimonial se mantienen los dos patrimonios separados de
lo que nace un derecho de creacutedito a favor del coacutenyuge maacutes
deacutebil patrimonialmente para que el otro compense la
140
diferencia por este camino se busca igualar el resultado final
REacuteGIMEN PATRIMONIAL MATRIMONIAL ARGENTINO El Coacutedigo
Civil y Comercial de la Nacioacuten Argentina en el Libro Segundo
RELACIONES DE FAMILIA regula en Capitulo 1 Seccioacuten Primera
las Convenciones Matrimoniales recepta el PRINCIPIO DE LA
TEORIacuteA DE LA AUTONOMIacuteA DE LA VOLUNTAD (restringida)
otorgando a los contrayentes y coacutenyuges la opcioacuten de elegir
entre dos regiacutemenes de patrimoniales matrimoniales
comunidad y separacioacuten de bienes (opcioacuten que podraacuten
manifestar en convenciones pre-matrimoniales o
matrimoniales o en el acta de celebracioacuten del matrimonio) El
reacutegimen legal supletorio es de la comunidad (art 463) fundado
en ser el sistema maacutes adecuado por la igualdad juriacutedica de los
coacutenyuges y a la capacidad que gozan y el maacutes adaptado a la
realidad socioeconoacutemica de las familias de la Argentina al
momento de sancionarse dicho Coacutedigo Para que la opcioacuten del
reacutegimen de separacioacuten de bienes produzca efectos respecto a
terceros debe anotare marginalmente en el acta de
matrimonio a los efectos de su publicidad
Modificacioacuten del reacutegimen (Art 449) En Argentina se permite
expresamente luego de la celebracioacuten del matrimonio pueden
los coacutenyuges cambiar el reacutegimen patrimonial matrimonial
aplicable este cambio lleva como consecuencia inmediata la
extincioacuten y cese del reacutegimen anterior debido al reemplazo por
el nuevo
Requisitos
a) por un acuerdo entre los coacutenyuges (peticioacuten conjunta) el
141
cambio de reacutegimen debe ser bilateral y no se permite la
imposicioacuten del cambio por uno solo de los esposos
b) Plazo debiendo haber transcurrido un antildeo como miacutenimo de
la aplicacioacuten del reacutegimen patrimonial elegido (convencional o
legal supletorio) es decir un antildeo desde la celebracioacuten del
matrimonio o desde la aplicacioacuten del elegido si fuera con
posterioridad
c) Forma Escritura puacuteblica Nuevamente debe recurrirse a la
intervencioacuten del notariado para otorgar estos actos tan
trascendentes en la vida conyugal No debemos perder de vista
que en el caso de mutar del reacutegimen de comunidad al de
separacioacuten de bienes se produciraacute la disolucioacuten de la
comunidad de gananciales generaacutendose la indivisioacuten
poscomunitaria y todas las consecuencias que esto conlleva
incluso la necesidad de proceder simultaacutenea o posteriormente
a su liquidacioacuten
d) Inscripcioacuten en el Registro Civil Para producir efectos frente
a terceros esta convencioacuten tambieacuten debe ser inscripta en el
Registro Civil mediante nota marginal en la partida de
matrimonio Si bien la publicidad en esta materia resulta
necesaria el hecho que en la Repuacuteblica Argentina se trate de
registros locales y de que no exista un registro federal resta
eficacia y practicidad al sistema pues siempre deberaacute anotarse
en el registro donde los coacutenyuges hayan contraiacutedo nupcias sin
importar el lugar de radicacioacuten del matrimonio al momento de
otorgar la escritura de modificacioacuten de reacutegimen Y al problema
de la distancia de los registros se le suma el de la validez
142
temporal de las partidas que ellos extienden
DISPOSICIONES COMUNES a TODOS LOS REGIacuteMENES
PATRIMONIALES MATRIMONIALES
Las normas dispuestas entre los artiacuteculos 454 y 462
constituyen un estatuto inderogable para el matrimonio con
independencia del reacutegimen patrimonial aplicable (cfr art 454)
Son indisponibles por los coacutenyuges inderogables por los
coacutenyuges destinadas a la proteccioacuten de los intereses familiares
comprometidos llamados REacuteGIMEN PRIMARIO independiente
del reacutegimen patrimonial elegido normas demostrativas de la
solidaridad familiar 56 Tales como son
1) DEBER DE CONTRIBUCIOacuteN ARTIacuteCULO 455- Deber de
contribucioacuten Los coacutenyuges deben contribuir a su propio
sostenimiento el del hogar y el de los hijos comunes en
proporcioacuten a sus recursos Esta obligacioacuten se extiende a las
necesidades de los hijos menores de edad con capacidad
restringida o con discapacidad de uno de los coacutenyuges que
conviven con ellos El coacutenyuge que no da cumplimiento a esta
obligacioacuten puede ser demandado judicialmente por el otro para
que lo haga debieacutendose considerar que el trabajo en el hogar
es computable como contribucioacuten a las cargas La proteccioacuten
legal mira el sostenimiento del hogar y de los hijos incluyendo
las necesidades del hijo del otro coacutenyuge mientras conviva con
ellos sea menor de edad con capacidad restringida o tenga
56 Ver Medina Graciela ldquoLas grandes reformas al derecho de familia en el proyecto de Coacutedigo Civil y
Comercial 2012rdquo en AAVV Comentarios al proyecto de Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten 2012 Buenos
Aires [s e] 2012 p 303 sect 14b citada por Sambrizzi Eduardo A ldquoDisposiciones comunes a ambos regiacutemenes
patrimoniales del matrimonio en el proyecto de reformasrdquo en La Ley Buenos Aires La Ley t 2014-D p 688
143
alguna discapacidad
2) SOLIDARIDAD ARTIacuteCULO 461- Responsabilidad solidaria Los
coacutenyuges responden solidariamente por las obligaciones
contraiacutedas por uno de ellos para solventar las necesidades
ordinarias del hogar o el sostenimiento y la educacioacuten de los
hijos de conformidad con lo dispuesto en el artiacuteculo 455 Fuera
de esos casos y excepto disposicioacuten en contrario del reacutegimen
matrimonial ninguno de los coacutenyuges responde por las
obligaciones del otro
La responsabilidad solidaria por las obligaciones contraiacutedas
por uno de ellos para solventar las necesidades ordinarias del
hogar o el sostenimiento y la educacioacuten de los hijos Se
mantiene el principio de irresponsabilidad del coacutenyuge no
contratante por las deudas adquiridas a tiacutetulo personal por el
otro durante el matrimonio estableciendo como excepcioacuten que
la responsabilidad de los coacutenyuges seraacute comuacuten solidariamente
responsables por las deudas referidas a las necesidades
baacutesicas del grupo familiar
Esta cuestioacuten se encontraba regida por los art 5 y 6 de la ley
11357 consagroacute el principio general de la irresponsabilidad del
no contratante por las deudas contraiacutedas por el otro coacutenyuge
con la excepcioacuten de los supuestos en que hubiesen sido
contraiacutedas para atender las necesidades del hogar para la
educacioacuten de los hijos y para la conservacioacuten de los bienes
comunes en estos casos la responsabilidad se extendiacutea al otro
coacutenyuge mas solamente con relacioacuten a los frutos de sus bienes
propios y gananciales
144
3) PROTECCION DE LA VIVIENDA FAMILAR ARTIacuteCULO 456
Se reconoce a la vivienda como un derecho humano la
proteccioacuten integral de la familia contemplada en el artiacuteculo 14
bis de la CN La vivienda familiar no puede ser ejecutada por
deudas contraiacutedas despueacutes de la celebracioacuten del matrimonio
excepto que lo hayan sido por ambos coacutenyuges conjuntamente
o por uno de ellos con el asentimiento del otro Cabe destacar
que el anexo II de la Lay 26994 que aprueba el Coacutedigo Civil y
Comercial de la Nacioacuten Argentina deroga la ley 14394 de Bien
de Familia
Se ha definido al asentimiento como hellip una declaracioacuten
unilateral y autoacutenoma que tiene por finalidad complementar la
voluntad del coacutenyuge titular cumpliendo asiacute el requisito que
la ley exige para disponer de bienes inmuebles muebles y
derechos registrales57
El artiacuteculo 456 CCCN se corresponde con el segundo paacuterrafo
del artiacuteculo 1277 CCIV que requeriacutea el asentimiento para
disponer del inmueble propio cuando fuera sede del hogar
conyugal y vivieran alliacute hijos menores o incapaces
El artiacuteculo 456 mantiene y ampliacutea dicha proteccioacuten el
asentimiento se requiere para personas casadas bajo
cualquiera de los dos regiacutemenes patrimoniales aun en un
57 Martiacutenez Karina A y Massone Mariana C ldquoAlgunas cuestiones relativas al asentimiento conyugalrdquo
en Revista del Notariado nordm 901 2010 pp 87-99 citadas por Ezernitchi Dariacuteo J y Pacheco de Ariaux Mariacutea I
ldquoAsentimiento y convenciones matrimoniales a la luz del proyecto de unificacioacuten de los Coacutedigos Civil y
Comercialrdquo en Revista del Notariado nordm 911 2013 pp 87-104
145
reacutegimen de separacioacuten El legislador ha extendido el requisito
para todo acto de disposicioacuten de derechos sobre la vivienda
Ya no seraacute necesario que tengan hijos menores o incapaces
que vivan en el inmueble para requerir el asentimiento
Ademaacutes abarca la disposicioacuten de todo tipo de derechos pues
no se limita a los reales 58 El legislador extendioacute la proteccioacuten
a los bienes muebles indispensables de la vivienda de los que
no se podraacute disponer ni podraacuten ser transportados fuera de ella
sin asentimiento lo que resultaraacute sin dudas una prerrogativa
de difiacutecil aplicacioacuten
Requisitos Asentimiento anticipado
El artiacuteculo 457 CCCN dispone En todos los casos en que se
requiere el asentimiento del coacutenyuge para el otorgamiento del
acto aquel debe versar sobre el acto en siacute y sus elementos
constitutivos Estos requisitos se refieren tanto al caso del ar-
tiacuteculo 456 CCCN como a los supuestos regulados en el artiacuteculo
470 CCCN por remisioacuten expresa de este uacuteltimo
Esta norma trajo una pronta y adversa reaccioacuten por parte del
notariado En primer lugar se advierte un uso vago del
lenguaje al referirse a ldquoel acto en siacuterdquo y sus elementos
ldquoconstitutivosrdquo La alusioacuten al ldquoacto en siacuterdquo implica el
reconocimiento normativo de la tesis que interpretaba
improcedente el asentimiento general anticipado tema que ha
sido un punto de desacuerdo en doctrina y jurisprudencia 59 ndash
58 P ej la cesioacuten del contrato de locacioacuten requeriraacute el asentimiento del coacutenyuge del cedente si el bien locado
se destina a vivienda familiar del locatario 59 Ver Giralt Font Jaime ldquoActos de disposicioacuten de bienes de los coacutenyuges antes y despueacutes de la disolucioacuten de
la sociedad conyugalrdquo en Revista del Notariado nordm 903 2011 pp 93-102 ldquo93 Opiniones en contra de la validez
146
la posicioacuten predominante dentro del notariado ha sido la
validez y defensa de dicha figura en virtud de la confianza
que existe entre los espososndash Con respecto a la mencioacuten a los
elementos ldquoconstitutivosrdquo una primera lectura parece indicar
que al momento de otorgar el asentimiento el coacutenyuge no
titular deberaacute conocer todos los elementos esenciales del acto
juriacutedico que otorgaraacute su consorte esto es sujeto objeto y
causa Dicha interpretacioacuten hariacutea praacutecticamente imposible el
otorgamiento de un asentimiento anticipado La posicioacuten que
hace operativo un asentimiento anticipado es la que entiende
que solo deben enunciarse aquellos elementos que resulten
relevantes a efectos de realizar el control que la ley le otorga
de forma irrenunciable al coacutenyuge no titular En el supuesto de
la disposicioacuten de un inmueble me enrolo en la corriente de
aquellos autores que sostienen que alcanza con describir la
naturaleza del acto a otorgar el bien y en su caso el precio
miacutenimo que deberiacutea obtenerse En definitiva la persona que
resulte compradora no es relevante a efectos del control que
debe cumplirse
Poder para asentir
Hay que distinguir el asentimiento anticipado ya sea especial
o general del poder para que el apoderado en uso de la
del asentimiento general Augusto Ceacutesar Belluscio Rauacutel J Cornejo Guillermo A Borda Joseacute Ignacio Cafferata
Eduardo A Zannoni Carlos A Vidal Taquini Aquiles Horacio Guaglianoni Santiago C Fassi y Gustavo A
Bossert Feacutelix Alberto Trigo Represas Jorge Joaquiacuten Llambiacuteas V Jornadas de Derecho Civil (Rosario 1971) 94
Opiniones a favor de la validez del asentimiento general Alberto G Spota Jorge Rodolfo Mazzinghi Neacutestor
Cichero Fernando Loacutepez de Zavaliacutea Oscar A Borgonoso XII Jornadas Notariales Argentinas (Resistencia 1968)
Instituto Argentino de Cultura Notarial hoy Academia Nacional del Notariadordquo
147
representacioacuten conferida otorgue el asentimiento en el caso
concreto La diferencia es fundamental pues en el asentimiento
anticipado el coacutenyuge ya prestoacute la conformidad requerida
mientras que en el apoderamiento el coacutenyuge no asiente sino
que le encomienda al apoderado que otorgue el asentimiento
en un caso concreto
Durante la vigencia del CC la diferencia no resultoacute tan
relevante en la medida en que los requisitos para el
asentimiento anticipado y para el poder para asentir eran los
mismos individualizar el bien objeto del acto ndashdoctrina
mayoritariandash Sin embargo la diferencia vuelva a tomar
relevancia como consecuencia del juego de los artiacuteculos 457 y
375 CCCN Este uacuteltimo relativo a los apoderamientos dispone
que seraacuten necesarias facultades especiales para ldquob) otorgar el
asentimiento conyugal si el acto lo requiere caso en el que
deben identificarse los bienes a que se refiererdquo Frente a esto
la discusioacuten gira en torno a interpretar si al requisito del ar-
tiacuteculo 375 CCCN deben sumaacuterseles los requisitos del artiacuteculo
457 CCCN sobre los elementos constitutivos del acto
Compartimos la opinioacuten de quienes sostienen que el
apoderamiento para prestar el asentimiento es vaacutelido con la
sola mencioacuten del bien
Noacutetese que el inciso b) del artiacuteculo 375 es el uacutenico supuesto
en el que el CCCN solicita el llamado poder especiacutefico o
especialiacutesimo requisito que no ha sido mantenido ni siquiera
en materia de donacioacuten inmobiliaria Imponerle al
apoderamiento los requisitos del asentimiento es un
148
sinsentido pues no seriacutea necesario otorgar el poder de
contarse con todos los requisitos para otorgar el asentimiento
anticipado Por otro lado en el supuesto del apoderamiento
seraacute el apoderado quien otorgue el asentimiento al coacutenyuge
del poderdante y dicho acto seraacute imputable al poderdante
como si hubiese actuado eacutel mismo La diferencia radica en la
relacioacuten que se entabla entre el poderdante y el apoderado si
el poder se otorga en basa a un contrato de mandato y el
mandatario actuacutea en contra de las indicaciones del mandante
esa desobediencia permanece en la faz interna de la relacioacuten
contractual entre mandante y mandatario y daraacute lugar al
reclamo del primero al segundo pero resultaraacute inoponible al
tercero contratante de buena fe en tanto en cuanto el poder
cumpla los requisitos legales
Mandato entre coacutenyuges y asentimiento conyugal
El artiacuteculo 459 CCCN luego de establecer como regla general
la posibilidad de que los coacutenyuges celebren entre siacute contrato
de mandato expresamente dispone que dicho mandato no
podraacute ser ldquopara darse a siacute mismo el asentimiento en los casos
en que se aplica el artiacuteculo 456rdquo En primer lugar la prohibicioacuten
responde a la dinaacutemica general adoptada en la materia de
asentimiento esto es se adoptoacute una postura en la cual se
desalienta la confianza en el coacutenyuge Desde ese punto de
partida resulta coherente que si no puede otorgarse un
asentimiento general anticipado ni siquiera especial si no se
cuenta con ldquolos elementos constitutivos del actordquo tampoco
pueda otorgarse mandato al otro coacutenyuge pues en definitiva
estariacutea entregando el control del acto al sujeto pasible de
149
control
La discusioacuten en torno a este tema deriva de la remisioacuten que el
artiacuteculo 470 (asentimiento de los bienes gananciales) hace a
las disposiciones de reacutegimen general en materia de regiacutemenes
patrimoniales que se refieren al asentimiento para disponer
de los derechos sobre la vivienda Como vimos el artiacuteculo 459
prohiacutebe dar mandato al coacutenyuge para asentir ldquoen los casos en
que se aplica el artiacuteculo 456rdquo es decir para la disposicioacuten de
la vivienda Asimismo el uacuteltimo paacuterrafo del artiacuteculo 470
dispone que ldquoal asentimiento y a su omisioacuten se aplican las
normas de los artiacuteculos 456 a 459rdquo Contrapuestas las dos
normas lo que hay que interpretar es si la prohibicioacuten alcanza
los supuestos en que se dispone de bienes gananciales que no
sean el inmueble que constituye la vivienda familiar
Quienes opinan que en este caso no es aplicable la prohibicioacuten
fundan su opinioacuten en la letra del propio artiacuteculo 459 que dice
que se aplica a los casos del 456 y expresan que la remisioacuten
solo tiene por fin ratificar la regla general que les permite a
los coacutenyuges celebrar el contrato de mandato Respecto de este
argumento la remisioacuten expresa del artiacuteculo 470 al 459 no
puede tener como objetivo la repeticioacuten de una regla general
que de todas formas se aplicariacutea justamente por encontrarse
entre las normas aplicables a todos los regiacutemenes La remisioacuten
al artiacuteculo 459 se torna trascendente si se entiende que se
refiere a la prohibicioacuten de que el mandato verse sobre el
asentimiento conyugal Por otro lado tambieacuten le es aplicable
el argumento vertido con respecto al artiacuteculo 459 de que se
150
estariacutea delegando el control en el sujeto que debe controlarse
que parece ser lo que el legislador buscoacute evitar
Venia judicial supletoria
En comparacioacuten con la norma anterior el artiacuteculo 458 CCCN
mantiene la posibilidad de solicitar la venia judicial supletoria
y ampliacutea los casos en que puede aplicarse pues se refiere a
cualquier supuesto en que no pueda obtenerse el asentimiento
ya sea por negativa injustificada ausencia incapacidad o
impedimento transitorio
Omisioacuten del asentimiento Efectos Caducidad y prescripcioacuten
Desde la sancioacuten de la Ley 17711 se ha discutido queacute ineficacia
afectaba al acto en el cual se habiacutea omitido el asentimiento
del artiacuteculo 1277 CC Para algunos era un caso de nulidad
relativa para otros el acto era inoponible al coacutenyuge El CCCN
termina con la discusioacuten optando por la nulidad relativa a
favor del coacutenyuge no titular pues la omisioacuten podraacute ser
confirmada por el coacutenyuge que debioacute asentir
El plazo de caducidad de seis meses resulta muy uacutetil desde el
punto de vista praacutectico No obstante debemos ser muy
precavidos al momento de considerar el transcurso de dicho
plazo como un supuesto de subsanacioacuten por cuanto la
determinacioacuten del momento en que el coacutenyuge pudo conocer
el acto de enajenacioacuten no siempre es certera En principio los
supuestos del artiacuteculo 456 parecen ser maacutes claros pues
trataacutendose de la vivienda familiar difiacutecilmente pueda alegarse
que desconociacutea la situacioacuten luego de los seis meses de
otorgado el acto No obstante el vendedor pudo haber
151
continuado en posesioacuten del bien sin que su coacutenyuge tomara
conocimiento de la venta efectuada
Acreditacioacuten de la innecesariedad del asentimiento
Ante la existencia de tantas normas nuevas en la materia lo
que resulta relevante para el notario seraacute como manejarse
respecto de aquellos bienes propios (o sujetos al reacutegimen de
separacioacuten de bienes) que no constituyan la vivienda familiar
Estimamos que seguiraacute siendo una manifestacioacuten del
enajenante que requeriraacute para la buena fe del adquirente la
previa visita del bien para verificar que el inmueble no
constituya la vivienda familiar del disponente sin necesidad
de solicitar ninguna constancia adicional
REacuteGIMEN DE COMUNIDAD
ARTIacuteCULO 463- Caraacutecter supletorio El nuevo reacutegimen de
comunidad de bienes guarda similitud con el del coacutedigo
vigente Pese a algunos cambios sigue siendo aquel
caracterizado por la distincioacuten entre bienes propios y bienes
gananciales
Este reacutegimen se caracteriza por la formacioacuten de una masa
comuacuten integrada por todos los bienes que los coacutenyuges
adquieran a tiacutetulo oneroso despueacutes de la celebracioacuten del
matrimonio (bienes gananciales) destinada a ser dividida entre
los coacutenyuges o entre ellos los herederos del otro al momento
de la disolucioacuten de la comunidad
BIENES PROPIOS Y GANANCIALES
ARTIacuteCULO 464 CCCN expresa una enumeracioacuten minuciosa de
152
cuaacuteles son los bienes propios (propiedad exclusiva de cada
coacutenyuge) sobre los cuales cada uno de los coacutenyuges tiene la
libre administracioacuten y disposicioacuten con excepcioacuten de aquellos
actos para los que se requiere el asentimiento conyugal por
ejemplo la proteccioacuten de la vivienda familiar ( Art 456 CCCN)60
Del articulado se desprende la incorporacioacuten de manera
expresa de supuestos que fueron debatidos en jurisprudencia
y doctrina como es el caso de la incorporacioacuten expresa como
bienes gananciales a las indemnizaciones por lucro cesante
correspondientes a ingresos que habriacutean sido gananciales
siendo bienes propios las indemnizaciones por consecuencias
no patrimoniales y por dantildeo fiacutesico causado a la persona del
coacutenyuge
El artiacuteculo 465 CCCN enumera los bienes que corresponden ser
calificados como gananciales incluyendo aquellos bienes sobre
los cuales los esposos tienen un derecho de expectativa al
momento de la extincioacuten resultando esta calificacioacuten un
aspecto distintivo de reacutegimen de comunidad
Gestioacuten de los bienes en la comunidad Hay que distinguir
bienes propios gananciales
o adquiridos conjuntamente
1) BIENES PROPIOS Cada uno de los coacutenyuges tiene la libre
administracioacuten y disposicioacuten de sus bienes propios excepto lo
dispuesto en el artiacuteculo 456 para la vivienda familiar
2) BIENES GANANCIALES La administracioacuten y disposicioacuten de
60 tema ya tratado en PROTECCION DE LA VIVIENDA FAMILAR
153
los bienes gananciales corresponde al coacutenyuge que los ha
adquirido Sin embargo es necesario el asentimiento del otro
para enajenar o gravar
a) los bienes registrables
b) las acciones nominativas no endosables y las no cartulares
con excepcioacuten de las autorizadas para la oferta puacuteblica sin
perjuicio de la aplicacioacuten del artiacuteculo 1824
c) las participaciones en sociedades no exceptuadas en el
inciso anterior
d) los establecimientos comerciales industriales o
agropecuarios
Tambieacuten requieren asentimiento las promesas de los actos
comprendidos en los incisos anteriores
Al asentimiento y a su omisioacuten se aplican las normas de los
artiacuteculos 456 a 459 vale decir 1) El que no ha dado su
asentimiento puede demandar la NULIDAD del acto o la
RESTITUCIOacuteN DE LOS MUEBLES dentro del plazo de caducidad
de SEIS MESES de haberlo conocido pero no maacutes allaacute de seis
meses de la extincioacuten del reacutegimen matrimonial 2) Uno de los
coacutenyuges puede ser autorizado judicialmente a otorgar un acto
que requiera el asentimiento del otro si eacuteste estaacute ausente es
persona incapaz estaacute transitoriamente impedido de expresar
su voluntad o si su negativa no estaacute justificada por el intereacutes
de la familia El acto otorgado con autorizacioacuten judicial es
oponible al coacutenyuge sin cuyo asentimiento se lo otorgoacute pero
de eacutel no deriva ninguna obligacioacuten personal a su cargo
154
3) Bienes adquiridos conjuntamente La administracioacuten y
disposicioacuten de los bienes adquiridos conjuntamente por los
coacutenyuges corresponde en conjunto a ambos cualquiera que
sea la importancia de la parte correspondiente a cada uno En
caso de disenso entre ellos el que toma la iniciativa del acto
puede requerir que se lo autorice judicialmente en los teacuterminos
del artiacuteculo 458 CCCN
A las partes indivisas de dichos bienes se aplican los dos
artiacuteculos anteriores
A las cosas se aplican las normas del condominio en todo lo
no previsto en este artiacuteculo Si alguno de los coacutenyuges solicita
la divisioacuten de un condominio el juez de la causa puede negarla
si afecta el intereacutes familiar
ARTIacuteCULO 472- Ausencia de prueba Se reputa que pertenecen
a los dos coacutenyuges por mitades indivisas los bienes respecto
de los cuales ninguno de ellos puede justificar la propiedad
exclusiva
ARTIacuteCULO 473- Fraude Son inoponibles al otro coacutenyuge los
actos otorgados por uno de ellos dentro de los liacutemites de sus
facultades pero con el propoacutesito de defraudarlo
ARTIacuteCULO 474- Administracioacuten sin mandato expreso Si uno de
los coacutenyuges administra los bienes del otro sin mandato
expreso se aplican las normas del mandato o de la gestioacuten de
negocios seguacuten sea el caso
Seguacuten nos explica Marisa Herrera la calificacioacuten de los bienes
propios y gananciales se estructura sobre la base de ciertas
155
reglas a saber
Principio de inmutabilidad de masas imposibilidad de
modificar la calificacioacuten de bienes
Principio de subrogacioacuten se traslada las caracteriacutesticas de la
cosa subrogada a la subrogante
Principio de accesoriedad Lo accidental tiene caraacutecter de la
sustancia
Presuncioacuten de ganancialidad (art 466) se supone salvo prueba
en contrario que todo bien que no pueda calificarse como
propio pertenece a la comunidad
Seguacuten la naturaleza de la adquisicioacuten los bienes adquiridos a
tiacutetulo gratuito son propios mientras que las adquisiciones
onerosas son gananciales siempre que no se presente un
supuesto de conservacioacuten de caraacutecter propio
Seguacuten el criterio temporal los bienes adquiridos antes del
principio de la comunidad son propios y los adquiridos con
posterioridad gananciales
Teoriacutea del derecho (causa o tiacutetulo anterior) cuando la
adquisicioacuten de un bien estando vigente la comunidad
reconoce un derecho (causa o tiacutetulo) anterior a ella se reputa
propia con igual criterio en materia de ganancialidad vale
decir aquel bien ingresado extinguida la comunidad pero que
reconozca causa o tiacutetulo a tal momento seraacute ganancial
El Coacutedigo adhiere al criterio de calificacioacuten uacutenica de bienes
previendo expresamente diversos supuestos de recompensas
La teoria de la recompensa es consecuencia de la calificacioacuten
156
uacutenica expresada en el art 491 CCCN Adquisicioacuten de un bien
con dinero en parte propio y en parte ganancial En estos casos
la doctrina mayoritaria le ha otorgado al bien el caraacutecter de la
mayor cantidad de dinero invertido Esta regla se receptoacute en
el CCCN imponiendo las recompensas que correspondan
Adquisiciones de partes indivisas que resulten de tiacutetulos
distintos Este es el supuesto que ha producido mayores
contradicciones y ha generado dos corrientes doctrinarias la
monista y la dualista Para la primera los bienes debiacutean
calificarse siempre y en su totalidad como propios o como
gananciales y en el caso de aportes mixtos jugaba la regla de
las recompensas al momento de la disolucioacuten de la sociedad
conyugal Por el contrario para la postura dualista no existiacutea
inconveniente en sostener que un bien de titularidad de un
coacutenyuge solo pudiera ser en parte propio y en parte ganancial
atento a la diferente calificacioacuten de los bienes o fondos
utilizados para su adquisicioacuten Dichas posturas enfrentadas
durante deacutecadas fueron sostenidas por respetados juristas Los
supuestos de recompensa implican reconocer creacuteditos a favor
de uno de los coacutenyuges o de la comunidad con el propoacutesito de
reestablecer la composicioacuten de las masas patrimoniales propias
de cada uno Corresponde a quien lo invoca la carga probatoria
Dichas recompensas operan al momento de liquidar la
comunidad La recompensa es un derecho no una obligacioacuten
En cuanto a las deudas contraiacutedas por los coacutenyuges bajo el
reacutegimen de comunidad se aplica el siguiente sistema de
responsabilidad ARTIacuteCULO 467 Cada uno de los coacutenyuges
responde frente a sus acreedores con todos sus bienes propios
157
y los gananciales por eacutel adquiridos Por los gastos de
conservacioacuten y reparacioacuten de los bienes gananciales responde
tambieacuten el coacutenyuge que no contrajo la deuda pero soacutelo con
sus bienes gananciales El coacutenyuge cuya deuda personal fue
solventada con fondos gananciales debe recompensa a la
comunidad y eacutesta debe recompensa al coacutenyuge que solventoacute
con fondos propios deudas de la comunidad
De ello se desprende que tanto en el reacutegimen de Comunidad
como en el de separacioacuten de bienes rige el Principio de
responsabilidad personas de cada uno de los coacutenyuges por las
deudas que contrae y su contracara es el principio e
irresponsabilidad del otro coacutenyuge que no contrajo la
obligacioacuten con las excepciones que se indicaron ut-supra
EXTINCIOacuteN DE LA COMUNIDAD
La enumeracioacuten de las causales de extincioacuten del reacutegimen
patrimonial matrimonial de comunidad que se advierte en el
artiacuteculo 475 es TAXATIVA
Causas La comunidad se extingue por
a) la muerte comprobada o presunta de uno de los coacutenyuges
en el supuesto de presuncioacuten de fallecimiento los efectos de
la extincioacuten se retrotraen al diacutea presuntivo del fallecimiento
b) la anulacioacuten del matrimonio putativo
c) el divorcio
d) la separacioacuten judicial de bienes
158
e) la modificacioacuten del reacutegimen matrimonial convenido
De las causas enumeradas se desprenden a) que las tres
primeras causales coinciden con la disolucioacuten del matrimonio
y se establecieron modificacioacuten con respecto al reacutegimen
anterior b) Suprime la separacioacuten personal como causa de
extincioacuten de la comunidad atento a la incorporacioacuten del
divorcio incausado
Incorporacioacuten de dos supuestos que son 1) la modificacioacuten el
reacutegimen matrimonial convenido por los coacutenyuges como
consecuencia de receptarse el principio de la autonomiacutea de la
voluntad (restringido) en el reacutegimen matrimonial patrimonial
con las limitaciones que la ley preveacute seguacuten ya fue explicado y
2) la separacioacuten judicial de bienes solicitada con motivo de
cese de la cohabitacioacuten La separacioacuten judicial de bienes puede
ser solicitada por uno de los coacutenyuges a) si la mala
administracioacuten del otro le acarrea el peligro de perder su
eventual derecho sobre los bienes gananciales b) si se declara
el concurso preventivo o la quiebra del otro coacutenyuge c) si los
coacutenyuges estaacuten separados de hecho sin voluntad de unirse d)
si por incapacidad o excusa de uno de los coacutenyuges se designa
curador del otro a un tercero Esta accioacuten estaacute reservada al
coacutenyuge ya que mira la proteccioacuten del patrimonio familiar por
lo que no puede ser promovida por los acreedores del coacutenyuge
por viacutea de subrogacioacuten En el caso de separacioacuten judicial de
bienes los coacutenyuges quedan sometidos al reacutegimen de
separacioacuten de bienes establecido en los artiacuteculos 505 506 507
y 508 La accioacuten judicial de separacioacuten de bienes es una accioacuten
autoacutenoma de caraacutecter preventivo orientada a hacer cesar la
159
comunidad de bienes gananciales y a proteger la integridad de
la masa comunitaria sin implicar la extincioacuten del viacutenculo
matrimonial
MOMENTO DE LA EXTINCIOacuteN del REacuteGIMEN DE COMUNIDAD
La anulacioacuten del matrimonio el divorcio o la separacioacuten de
bienes producen la extincioacuten de la comunidad con efecto
retroactivo al diacutea de la notificacioacuten de la demanda o de la
peticioacuten conjunta de los coacutenyuges Si la separacioacuten de hecho
sin voluntad de unirse precedioacute a la anulacioacuten del matrimonio
o al divorcio la sentencia tiene efectos retroactivos al diacutea de
esa separacioacuten El juez puede modificar la extensioacuten del efecto
retroactivo fundaacutendose en la existencia de fraude o abuso del
derecho
En todos los casos quedan a salvo los derechos de los terceros
de buena fe que no sean adquirentes a tiacutetulo gratuito
LIQUIDACIOacuteN DE LA COMUNIDAD Efectuado el balance de las
recompensas adeudadas por cada uno de los coacutenyuges a la
comunidad y por eacutesta a aqueacutel el saldo en favor de la
comunidad debe colacionarlo a la masa comuacuten y el saldo en
favor del coacutenyuge le debe ser atribuido a eacuteste sobre la masa
comuacuten En caso de insuficiencia de la masa ganancial en la
particioacuten se atribuye un creacutedito a un coacutenyuge contra el otro
PARTICIOacuteN DE LA COMUNIDAD de BIENES GANANCIALES la
particioacuten puede ser solicitada en todo tiempo excepto
disposicioacuten legal en contrario La masa comuacuten se integra con
la suma de los activos gananciales liacutequidos de uno y otro
coacutenyuge La masa comuacuten se divide por partes iguales entre los
160
coacutenyuges sin consideracioacuten al monto de los bienes propios ni
a la contribucioacuten de cada uno a la adquisicioacuten de los
gananciales Si se produce por muerte de uno de los coacutenyuges
los herederos reciben su parte sobre la mitad de gananciales
que hubiese correspondido al causante Si todos los
interesados son plenamente capaces se aplica el convenio
libremente acordado
Uno de los coacutenyuges puede solicitar la atribucioacuten preferencial
de los bienes amparados por la propiedad intelectual o
artiacutestica de los bienes de uso relacionados con su actividad
profesional del establecimiento comercial industrial o
agropecuario por eacutel adquirido o formado que constituya una
unidad econoacutemica y de la vivienda por eacutel ocupada al tiempo
de la extincioacuten de la comunidad aunque excedan de su parte
en eacutesta con cargo de pagar en dinero la diferencia al otro
coacutenyuge o a sus herederos Habida cuenta de las
circunstancias el juez puede conceder plazos para el pago si
ofrece garantiacuteas suficientes
Forma de la particioacuten El inventario y divisioacuten de los bienes se
hacen en la forma prescripta para la particioacuten de las herencias
Gastos Los gastos a que deacute lugar el inventario y divisioacuten de
los bienes de la comunidad estaacuten a cargo de los coacutenyuges o
del supeacuterstite y los herederos del premuerto a prorrata de su
participacioacuten en los bienes
REacuteGIMEN PATRIMONIAL MATRIMONIAL DE SEPARACIOacuteN DE
BIENES
En el reacutegimen de separacioacuten de bienes los coacutenyuges conservan
161
la libre administracioacuten y disposicioacuten de sus bienes personales
y cada uno de ellos responde por las deudas por eacutel contraiacutedas
con las excepciones ya tratadas61 Soacutelo en estos casos los
coacutenyuges responden solidariamente
Prueba de propiedad Si no se puede demostrar la propiedad
exclusiva se presume que el bien pertenece a ambos por
mitades La propiedad exclusiva se pueda demostrar por todos
los medios de prueba (tanto respecto del coacutenyuge como de un
tercero)
Tanto en el reacutegimen de comunidad de bienes como en el de
separacioacuten de bienes el cese del mismo se produciraacute por la
disolucioacuten del matrimonio o bien por la modificacioacuten del
reacutegimen convenido entre los coacutenyuges
CALIFICACIOacuteN DEL REacuteGIMEN PATRIMONIAL MATRIMONIAL
El Escribano ante el otorgamiento de un acto por escritura
puacuteblica cuyo objeto sean bienes registrables y las partes
intervinientes sean personas casadas ineludiblemente deberaacute
realizar la calificacioacuten del reacutegimen patrimonial matrimonial al
cual se encuentran sometidos
En principio el notario estaraacute a la declaracioacuten de las partes
tanto en lo relativo al estado civil como asiacute tambieacuten a la
situacioacuten patrimonial Ante esta situacioacuten hay diversas
variantes a tener en cuenta A los coacutenyuges que manifiesten
haber suscripta convencioacuten matrimonial y la misma esteacute
inscripta en el Acta de Matrimonio se les aplicaraacute las reglas
61 tema expuesto bajo el tiacutetulo DISPOSICIONES COMUNES a TODOS LOS REGIacuteMENES PATRIMONIALES
MATRIMONIALES
162
del reacutegimen al cual se hayan sometido siendo de buena
praacutectica notarial contar con una partida de matrimonio lo maacutes
actualizada posible y dejar constancia de ello en forma clara
en la escritura puacuteblica y adjuntar la documentacioacuten
respaldatoria (Partida de Matrimonio y Convencioacuten) Ademaacutes
al inscribir el acto en el Registro Especial de acuerdo a la
naturaleza del bien se le daraacute publicidad al reacutegimen a traveacutes
del mismo A las personas casadas que manifiesten no tener
convencioacuten se los tendraacute por sometidos al reacutegimen supletorio
de comunidad y de ello se tomaraacute razoacuten con relacioacuten a cada
bien registrable en particular Uno de los casos que puede
presentar ciertos inconvenientes es cuando quien comparezca
ante el escribano a otorgar un acto juriacutedico relativo a bienes
que luego requieran de una inscripcioacuten manifieste la
existencia de convencioacuten celebrada por escritura puacuteblica pero
sin inscripcioacuten iquestCoacutemo acredita fehacientemente el escribano
el reacutegimen al cual se encuentran sometidos En primer lugar
no caben dudas que a los terceros les es inoponible el reacutegimen
optado en la convencioacuten no inscripta pero siacute es plenamente
vaacutelida entre los coacutenyuges Entendemos que para evitar serios
inconvenientes al traacutefico juriacutedico de los bienes al notario
actuante deberaacute proceder primero a la inscripcioacuten de la
convencioacuten en el acta de matrimonio y luego siacute podraacute realizar
el acto que soliciten las partes pues la manda de inscribir las
convenciones al margen de la partida de matrimonio es
expresa (no ocurre con las sentencias de divorcio) Pero hay
quienes consideran que basta con la declaracioacuten de las partes
y ademaacutes que con la escritura puacuteblica que contiene el
convenio y el acta de matrimonio el escribano podraacute calificarlo
163
dejando constancia de ello en el acto notarial inscripto lo que
implica luego oponibilidad a terceros con relacioacuten a ese bien
en particular por la toma de razoacuten en el Registro de la
naturaleza del bien Asimilan en este caso al de los divorciados
que acreditan tal circunstancia con la sentencia firme de
divorcio aun cuando la misma no esteacute inscripta en el Registro
Civil Finalmente otra hipoacutetesis debatida es aquella en la cual
un coacutenyuge deba otorgar un acto de disposicioacuten sobre un bien
registrable ganancial y el Registro Civil publicita un reacutegimen y
el Registro Especial publicita otro iquestEn cuaacutel de las dos
publicidades debe sustentarse el escribano iquestCuaacutel de ellas es
oponible a los terceros
Nos encontramos con dos posturas diferentes y antagoacutenicas
La primera postula que debemos estar a la letra del artiacuteculo
448 que expresamente indica quehellip ldquoPara que la opcioacuten del
artiacuteculo 446 inciso d) produzca efecto respecto de terceros
debe anotarse marginalmente en el acta de matrimoniordquo
Asimismo el artiacuteculo 449 expresa ldquoPara que el cambio de
reacutegimen produzca efectos respecto de terceros debe anotarse
marginalmente en el acta de matrimoniordquo Hay doctrina que
considera que la escritura puacuteblica se mantiene como forma ad
solemnitatem y que no es modo suficiente de publicidad por
lo que la convencioacuten prematrimonial que contenga la opcioacuten
por el reacutegimen de separacioacuten de bienes y la convencioacuten
matrimonial de cambio de reacutegimen generariacutean efectos a partir
de la inscripcioacuten en nota marginal del acta matrimonial
agregando que esta inscripcioacuten es forma especial de validez
Pero otra postura sostiene que al tratarse de bienes
164
registrables se debe estar a la inscripcioacuten del reacutegimen de
bienes del matrimonio que surja de ese Registro aun cuando
difiera del reacutegimen publicado por el Registro Civil ya que la
especialidad en materia de derechos reales y la existencia de
Registros especiales llevan a concluir la prevalencia del
primero sobre el segundo por aplicacioacuten de la ley especial
sobre la ley general
UNIONES CONVIVENCIALES
Ha sido positivo sin duda el avance que representa el Coacutedigo
Civil y Comercial de la Nacioacuten Argentina regulada en el Libro
Segundo Relaciones de Familia Tiacutetulo III al contemplar
normativamente la situacioacuten de las uniones convivenciales El
progresivo incremento del nuacutemero de personas que optan por
organizar su vida familiar a partir de una unioacuten convivencial
constituye una constante en todos los aacutembitos geograacuteficos de
la Repuacuteblica Argentina y sectores sociales El artiacuteculo 16 de la
Constitucioacuten Nacional posibilita el reconocimiento legal a
estas dos formas de organizacioacuten familiar (la matrimonial y la
convivencial)
La conciencia social ha pasado de una consideracioacuten negativa
(concubinato en sentido peyorativo) a reconocer que las
personas que no se casan forman parte del espectro e formas
de vivir en familia Se posibilita la autorregulacioacuten de los
intereses patrimoniales de los convivientes en base al principio
de autonomiacutea de voluntad consagrado La base o fundamento
de la regulacioacuten de esta institucioacuten ha sido la
constitucionalizacioacuten del derecho privado asegurando el
165
respeto a diferentes opciones de vida Es por ello que es
destacable la ubicacioacuten donde se las legisla Libro Segundo
Relaciones de Familia Tiacutetulo III consolidaacutendose social y
juriacutedicamente reconociendo efectos juriacutedicos a las uniones
convivenciales cuya unioacuten se basa en relaciones afectivas de
caraacutecter singular puacuteblica notoria estable y permanente de dos
personas mayores de edad que conviven y comparten un
proyecto de vida en comuacuten sean del mismo o de diferente
sexo La libertad de contratar entre los convivientes sobre
aspectos patrimoniales de su relacioacuten ya la gozaban bajo la
antigua legislacioacuten civil Ahora estaacute regulada por una
normativa legal expresa (arts 513518) El artiacuteculo 513 del
Coacutedigo Civil y Comercial de la Repuacuteblica Argentina recepta el
principio de Autonomiacutea de la voluntad de los convivientes El
principio general que el artiacuteculo 518 del Coacutedigo Civil y
Comercial de la Repuacuteblica Argentina recepta es que las
relaciones econoacutemicas entre los integrantes de la unioacuten se
rigen por lo estipulado en los pactos de convivencias Estos
pactos son contratos bilaterales consensuales formales
destinados a regular las relaciones entre los convivientes
deben ser hechos por escrito y pueden prever un reacutegimen de
administracioacuten conjunta separada o indistinta pueden regular
entre otras cuestiones ( de manera orientativa) a) La
contribucioacuten a las cargas del hogar durante la vida en comuacuten
b) atribucioacuten del hogar comuacuten en caso de ruptura y divisioacuten
de bienes obtenidos por el esfuerzo comuacuten en caso de ruptura
de la convivencia (ya sea por mitades o en forma desigual)
El reacutegimen de estas uniones tiene un espectro maacutes amplio de
166
la autonomiacutea de la voluntad que el reacutegimen matrimonial ya
que podriacutean pactarse participaciones desiguales A falta de
regulacioacuten y como reacutegimen supletorio el Coacutedigo establece una
administracioacuten y disposicioacuten separada de la propiedad de los
bienes de cada uno de los convivientes y la uacutenica restriccioacuten
es la vivienda familiar (art 522) La eficacia que podriacutean llegar
a tener estos pactos su modificacioacuten y su extincioacuten seriacutea inter
partes ya que para desplegar efectos a terceros es necesaria
la inscripcioacuten del art 511 y en el registro de bienes en caso de
corresponder Con respecto a terceros de buena fe el ejercicio
de buena fe de los derechos generaraacute la apariencia y asiacute
quienes contraten con los convivientes lo haraacuten como si
fueran individuales sin importar los pactos salvo su
oponibilidad en caso que proceda su registracioacuten A falta de
pacto los bienes adquiridos durante la convivencia se
mantienen en el patrimonio al que ingresaron Por ello la
importancia que las previsiones del pacto de convivencia sean
otorgados por escritura puacuteblica ya que al cese de la
convivencia al momento de proceder a la distribucioacuten de los
bienes podraacuten las partes otorgar escritura de adjudicacioacuten por
cese de unioacuten convivencia cuya causa seraacute el pacto previo
(oportunamente inscripto de corresponder seguacuten la naturaleza
de los bienes incorporados) El derecho hereditario legal se
mantiene como privilegio exclusivo del matrimonio No
obstante la aproximacioacuten que se ha producido
progresivamente entre las diversas formas de conyugalidad el
derecho sucesorio continuacutea estableciendo una diferencia
esencial entre el matrimonio y la unioacuten convivencial
167
LIBERTAD DE CONTRATACIOacuteN
En el Coacutedigo Civil la regla general era la libertad de contratar
de personas capaces y esto incluiacutea a los coacutenyuges La
incapacidad de derecho para contratar en ciertos contratos
expresamente prohibidos se fundaba en la naturaleza que
implicaba una alteracioacuten del reacutegimen patrimonial del
matrimonio o del caraacutecter de los bienes o que resultaban de
ellos relaciones juriacutedicas derechos u obligaciones
incompatibles con las caracteriacutesticas de la relacioacuten
matrimonial
El Proyecto de Unificacioacuten de los Coacutedigos Civil y Comercial
adhiriendo a un sistema de gestioacuten patrimonial no imperativo
permitiacutea que los coacutenyuges eligieran el reacutegimen que creyeran
maacutes conveniente y se eliminaban todas las prohibiciones
especiacuteficas para contratar entre ellos La limitacioacuten en la
posibilidad de elegir solo entre dos regiacutemenes econoacutemicos se
veiacutea flexibilizada por esa libertad ya que a traveacutes de contratos
los esposos podiacutean cambiar el caraacutecter propio o ganancial de
los bienes en el reacutegimen de comunidad aumentar sus deberes
en orden a la contribucioacuten de los gastos o a la distribucioacuten de
los bienes con lo cual indirectamente se podiacutean configurar
regiacutemenes intermedios
Al tratarse el proyecto en el Congreso si bien se mantuvo la
posibilidad de pactar el reacutegimen patrimonial se agregoacute el art
1002 el inciso d) del CCCN que establece la prohibicioacuten de
contratar en intereacutes propio a los coacutenyuges bajo el reacutegimen de
comunidad Flagrante contradiccioacuten si se lo evaluacutea con la
168
facultad que el art 449 CCCN brinda a los coacutenyuges la
posibilidad de mutar al reacutegimen de separacioacuten de bienes
Frente a esta situacioacuten debemos interpretar que las normas
especiales que permiten la contratacioacuten entre coacutenyuges
prevalecen sobre la inhabilidad especial consagrada en el art
1002 inc d) Seguacuten nos ilustra Marisa Herrera esta prohibicioacuten
deberaacute ser armonizada considerando que existen normas
expresas que admiten la celebracioacuten de determinados
contratos entre coacutenyuges tales como contrato de mandato art
459 sociedad comercial art 27 de la Ley Sociedades
Comerciales
Por lo cual deberaacute considerarse prohibido todo contrato que
no esteacute expresamente autorizado salvo el caso de separacioacuten
de bienes Las uacutenicas excepciones a esta regla en el nuevo
sistema son el mandato (art 459 62) las sociedades (art 27 Ley
General de Sociedades63 ) y la modificacioacuten del reacutegimen
patrimonial ndashpunto 2ndash
CONCLUSIOacuteN
La irresistible extensioacuten de la autonomiacutea de la voluntad en
Derecho internacional privado ya una realidad en el aacutembito del
Derecho internacional de la familia El Coacutedigo Civil y Comercial
de la Repuacuteblica Argentina supo respetar y aggiornarse a las
nuevas corrientes defendidas por la doctrina y jurisprudencia
y praacutectica de la legislacioacuten comparada que sostienen la
62 El artiacuteculo debioacute referirse al apoderamiento y no al contrato de mandato 63 El artiacuteculo fue modificado aceptando ahora que ambos coacutenyuges forman parte de cualquier tipo de
sociedad incluso de las incluidas en la Seccioacuten IV
169
defensa de postulados juriacutedicos como igualdad entre coacutenyuges
autonomiacutea de la voluntad y libertad
Tradicionalmente las normas del derecho de familia estaban
conformadas por reglas de orden puacuteblico inexcusables cuyo
contenido se encontraba predeterminado fundado en el
caraacutecter institucional de la familia por lo que las
consecuencias de tal orden puacuteblico importaban producir la
irrenunciabilidad de los derechos incluidos en la norma de
orden puacuteblico y declarar la ineficacia de los actos contrarios a
las normativas de orden puacuteblico El concepto de familia como
el de matrimonio varioacute con el tiempo La contractualizacioacuten del
derecho de familia es el resultado loacutegico de la progresiva
democratizacioacuten de la vida privada y la victoria de una
concepcioacuten del individuo definido en funcioacuten de siacute mismo
capaz de decidir del curso de su vida y medir las consecuencias
de sus actos
Entre las novedades que trajo el Coacutedigo Civil y Comercial de
la Nacioacuten Argentina (texto ordenado Ley 26994) en materia
del reacutegimen patrimonial matrimonial se destaca sin lugar a
dudas la facultad de optar por un reacutegimen de separacioacuten de
bienes posibilitaacutendose por primera vez salir del reacutegimen uacutenico
legal y forzoso de comunidad de gananciales previsto por el
Coacutedigo Civil Esto resulta un avance fundamental para los
tiempos que corren pues la vida de los matrimonios actuales
poco tiene en comuacuten con la de los matrimonios del siglo XIX
No obstante entendemos que ello tampoco implica una total
apertura a la autonomiacutea de la voluntad pues solo versa sobre
la posibilidad de elegir entre el reacutegimen de patrimonial
170
matrimonial de comunidad y el reacutegimen patrimonial
matrimonial de separacioacuten de bienes y sobre la posibilidad de
mutar entre ellos mediando mutuo acuerdo de los coacutenyuges
una vez transcurrido cierto tiempo Por ello se habla de una
autonomiacutea de la voluntad restringida a diferencia de lo que
ocurre en otros paiacuteses donde son los propios contrayentes o
coacutenyuges como interesados quienes estructuran el reacutegimen de
bienes que mejor se adecua a su situacioacuten particular En
Argentina no se puede elaborar libremente el reacutegimen
patrimonial matrimonial sino que la ley uacutenicamente admite
que los interesados opten por uno de los dos regiacutemenes que
regula comunidad o separacioacuten de bienes Es por esto que a
falta de opcioacuten hecha en la convencioacuten matrimonial los
coacutenyuges quedan sometidos al reacutegimen de comunidad
Esto puede resultar criticable especialmente teniendo en
cuenta que en la regulacioacuten de las uniones convivenciales
prevalece la autonomiacutea de la voluntad de los convivientes
(arts 513 514 y cc) no obstante ello hay principios y valores
fundamentales del Derecho los cuales deben ser respetados
Seguacuten hemos intentado demostrar el Coacutedigo Civil y Comercial
de la Repuacuteblica Argentina texto ordenado Ley 26694
promulgado en el antildeo 2014 no elimina el orden puacuteblico en
derecho de familia sino que lo redefine Hay una clara
preeminencia de la autonomiacutea de la voluntad y un retroceso
de las normas de orden puacuteblico
171
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Hernaacuten CURET- Not Hernaacuten CURET - Colegio Notarial de la
Provincia de Santiago del Estero REPUBLICA DE ARGENTINA
ldquoSOLO SE VIVE UNA VEZrdquo
ldquoQUOD REMEDIUM PRAETER
MORTEMrdquo
SUMARIO I) Introduccioacuten II) El testamento Derecho Argentino
Caracteriacutesticas Disposiciones extrapatrimoniales Formas de
los Testamentos Testamento Oloacutegrafo Testamento por acto
puacuteblico Registros de uacuteltima voluntad Legitima III) Planificacioacuten
con fines de mejora Mejora a favor de un heredero forzoso
Mejora a favor del heredero con discapacidad IV) Planificacioacuten
con fines de indivisioacuten Indivisioacuten Hereditaria V) Planificacioacuten
con fines de administracioacuten Fideicomiso Testamentario VI)
Planificacioacuten con fines de transmisioacuten de la empresa familiar
Pactos sobre herencia futura VII) Planificacioacuten con fines de
particioacuten Particioacuten por ascendiente Particioacuten por donacioacuten
VIII) Planificacioacuten sucesoria a los bienes digitales Bienes
digitales Derechos personalismos e identidad digital
Testamento digital IX) Conclusioacuten X) Ponencias XI)
Bibliografiacutea
I) Introduccioacuten
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No resultaba frecuente en nuestras costumbres que las
personas planificaran la distribucioacuten de sus bienes para su
muerte Las personas eran reacias a hacerlo lo veiacutean como un
signo de mal aguumlero un gasto innecesario un foco de discordia
familiares o lo posponiacutean excusaacutendose en ignorancia sobre el
tema Los autores tambieacuten atribuiacutean esta conducta a la
existencia de legiacutetimas tan altas que disuadiacutean a quienes
quisieran distribuir sus bienes luego de su muerte con
limitadas posibilidades de ejercer la autonomiacutea de su voluntad
Sin embargo en los uacuteltimos tiempos se percibe en la sociedad
una tendencia a preparar la situacioacuten tanto patrimonial como
extrapatrimonial para el momento en que estas se incapaciten
o fallezcan
Es necesario asumir la importancia de la dimensioacuten juriacutedica en
la satisfaccioacuten de las necesidades de la vida cotidiana de las
personas proporcionado instrumentos necesarios para poder
plasmar sus deseos y asiacute aliviar la incertidumbre que los
ahoga Para averiguar respecto a los derechos seguacuten sentildealoacute el
jurista Norberto Bobbio ldquocuaacutel es el modo maacutes seguro para
garantizarlos para impedir que a pesar de las declaraciones
solemnes sean continuamente violadosrdquo
El empresario Steve Job declaroacute ldquoSi vives cada diacutea como si
fuera el uacuteltimo alguacuten diacutea tendraacutes razoacuten Recordar que voy a
morir pronto es la herramienta maacutes importante que haya
encontrado para ayudarme a tomar las grandes decisiones de
mi vidardquo
Con esto en mente se aborda la planificacioacuten sucesoria la que
consiste en tomar los asuntos de la vida teniendo en cuenta la
posibilidad del retiro y la certeza de la muerte articulando un
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conjunto de medidas o de acciones con vistas a evitar los
conflictos que puedan sobrevenir a la muerte de una persona
Por lo que la planificacioacuten sucesoria es un conjunto de pasos
adecuados para la mejor transmisioacuten de nuestro patrimonio y
lo que puede verse como fuente de disgustos y peleas entre
los herederos puede aportar gratas sorpresas y resolver
conflictos innecesarios
La planificacioacuten sucesoria se asienta sobre cuatro pilares
baacutesicos a partir de los cuales se pueden comprender las
motivaciones disiacutemiles de cada persona las que variacutean seguacuten
la edad y circunstancia de la vida Los que son
La proteccioacuten de los seres queridos arbitrando medios para
que estos no sufran un deterioro en sus condiciones materiales
luego de la desaparicioacuten de quien en vida colaborara con los
ingresos del hogar
La armoniacutea adoptando medidas tendientes a evitar conflictos
entre miembros de la familia manteniendo la igualdad y la
equidad entre los hijos
La proyeccioacuten en las empresas procurando su fundador que
se continuacutee maacutes allaacute de su esfuerzo personal tratando de evitar
con ello que la organizacioacuten padezca el impacto de la falta de
su aporte personal
La trascendencia de sus proyectos personales en un futuro
lejano ya que como Albert Einstein deciacutea ldquoSi quieres vivir
una vida feliz aacutetala a un objetivo no a las personas o a las
cosasrdquo
El objetivo de este trabajo es abordar y demostrar las
bondades de la planificacioacuten sucesoria la necesidad de
176
fomentarla en la sociedad y el uso de institutos valiosos que
provee el ordenamiento a tal fin
II) El Testamento
El jurista romano Herenio Modestino en el Siglo III nos da la
definicioacuten maacutes conocida entre los juristas ldquoTestamentum est
voluntatis nostrae iusta sententia de eo quod quis post
mortem suam fieri velirdquo Es la expresioacuten de la voluntad de una
persona conforme al derecho y con vocacioacuten de producir sus
efectos despueacutes de la muerte Mucio Esceacutevola sosteniacutea que es
un ldquoacto espontaneo personal solemne y revocable por virtud
del cual una persona seguacuten su arbitrio y los preceptos de la
ley dispone para despueacutes de su muerte tanto de su fortuna
como de todo aquello que en la esfera social en que vive
puede y debe ordenar en pro de sus creencias y de las personas
que a eacutel esteacuten unidas por cualquier lazo de intereacutesrdquo64
En la historia del testamento el Notario ha estado siempre
presente ya que el asesoramiento previo el contacto directo
y el profundo conocimiento teacutecnico del Derecho se han puesto
al servicio del otorgante en particular y de la sociedad en
general Seguacuten el jurista Pietro Bonfante ldquoEl testamento era el
negocio maacutes importante de la vida social y juriacutedica de Romardquo
Para los romanos morir testado era lo corriente lo moralmente
esparcido y lo socialmente recomendable Quien moriacutea sin
testamento era un imprevisor y no podiacutea consideraacuterselo como
un buen paterfamilias Sin embargo en la realidad actual de
64 CASTAacuteN TOBENtildeAS Joseacute Derecho Civil Espantildeol y Foral T VI Derecho de Sucesiones 9deg Edicioacuten Reus Madrid
1989 vol 1 p 462
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muchos paiacuteses de ameacuterica latina no es comuacuten el otorgamiento
de testamento por lo que cuando como profesionales del
derecho nos solicitan asesoramiento respecto a la redaccioacuten de
un testamento observamos la situacioacuten como una simpaacutetica
rareza
Derecho Argentino
El artiacuteculo 2462 del Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten
Argentina65 nos das un concepto de testamento estableciendo
ldquoLas personas humanas pueden disponer libremente de sus
bienes para despueacutes de su muerte respetando las porciones
legiacutetimas establecidas en el Tiacutetulo X de este Libro mediante
testamento otorgado con las solemnidades legales ese acto
tambieacuten puede incluir disposiciones extrapatrimonialesrdquo
Caracteriacutesticas
Es un acto juriacutedico otorgado por una persona mayor de edad
o emancipada por matrimonio de manera unilateral No siendo
necesario la intervencioacuten del beneficiario para la existencia del
acto Se recepta el ldquoprincipio de especialidadrdquo al establecer
que el testamento se regiraacute en cuanto a sus elementos en
primer lugar por las reglas de los actos juriacutedicos salvo que
existan disposiciones especiales en la materia
65 El COacuteDIGO CIVIL Y COMERCIAL DE LA NACIOacuteN ARGENTINA fue aprobado por el Congreso de la Nacioacuten el 1 de
octubre de 2014 mediante la Ley Ndeg26994 (Argentina) promulgada el 7 de octubre de 2014 y publicada en el
Boletiacuten Oficial el 8 de octubre del mismo antildeo El Coacutedigo entroacute en vigencia el 1 de agosto de 2015 Reemplazando
al Coacutedigo Civil de 1869 redactado por Dalmacio Veacutelez Sarsfield y al Coacutedigo de Comercio de 1862 redactado por
Eduardo Acevedo y Veacutelez Sarsfield
178
Es un acto de uacuteltima voluntad la existencia de sus
disposiciones con sus efectos juriacutedicos entran en vigor desde
el fallecimiento
Es un acto escrito solemne de solemnidad absoluta ya que de
no cumplirse las formalidades que fija la ley no existiraacuten como
tal
Es un acto juriacutedico esencialmente revocable sin limitacioacuten
alguna
Es un acto personaliacutesimo e individual ya que solo puede
otorgarse personalmente y no puede realizarse en conjunto o
mancomunado asiacute lo establece el artiacuteculo 2465 del Coacutedigo Civil
y Comercial de la Nacioacuten
Es un acto autosuficiente debe bastarse a siacute mismo
Acto a tiacutetulo gratuito pues no tienen por causa una
contraprestacioacuten Esto no quita la posibilidad de imponer al
heredero o legatario una carga que disminuya o absorba el
legado o una condicioacuten onerosa
Disposiciones extrapatrimoniales
El testamento ademaacutes de contener disposiciones de contenido
econoacutemico nos brinda la posibilidad de incluir otro tipo de
disposiciones no patrimoniales como las que se mencionan a
continuacioacuten
Designacioacuten de tutor de curador o albaceas la que debe ser
hecha por el padre o madre respecto a sus hijos menores o
mayores de edad incapaces por escritura puacuteblica Esta
designacioacuten debe ser aprobada judicialmente
Disposicioacuten de oacuterganos humanos para despueacutes del
fallecimiento La Ley Nordm27447 de la Repuacuteblica Argentina
179
establece que toda persona capaz y mayor de 18 antildeos pasa a
ser donante de oacuterganos y tejidos tras su fallecimiento salvo
que haya manifestado su oposicioacuten66 En caso de optar por la
negativa podriacutea estipularse en testamento
Reconocimiento de hijos el que es irrevocable seguacuten surge del
artiacuteculo 573 del Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten
Argentina y no puede sujetarse a modalidades que alteren sus
consecuencias legales ni requiere aceptacioacuten del hijo El
reconocimiento del hijo es un acto juriacutedico familiar unilateral
que no depende de la voluntad de ninguna otra persona
contrario sensu a lo mencionado respecto a las caracteriacutesticas
de las disposiciones testamentarias este es irrevocable se rige
por las normas de los actos entre vivos en cuanto a su materia
y su forma Por lo que si se dictara la nulidad parcial o total
de un testamento el reconocimiento subsistiriacutea como un acto
juriacutedico familiar
Formas de los testamentos
El contenido del testamento su validez o nulidad se juzga
seguacuten la ley vigente al momento de la muerte del testador
Desde la vigencia del Coacutedigo Civil Argentino autoriacutea de Veacutelez
Sarsfield en el antildeo 1871 se siguioacute el ldquoprincipio tempus regit
actumrdquo estableciendo que el momento en que se redacte regiraacute
el futuro del acto juriacutedico maacutes allaacute de los cambios normativos
y en caso de judicializarse debe inclinarse por el ldquoprincipio del
favor testamenttirdquo y declararlo valido
66 El artiacuteculo 31 que introduce el consentimiento presuntohellipldquoDe no encontrarse restringida la voluntad afirmativa
de donacioacuten o no condicionarse la finalidad de la misma se entienden comprendidos todos los oacuterganos y tejidos
y ambos finesrdquo
180
Actualmente las formas vigentes del testamento en el derecho
argentino son 1) Oloacutegrafo (artiacuteculo 2477 del Coacutedigo Civil y
Comercial de la Nacioacuten Argentina) 2) Acto puacuteblico (artiacuteculo
2479 del Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten Argentina) 3)
Cerrado ante coacutensul argentino en el exterior (artiacuteculo 2646 del
Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten Argentina) 3) Consular
(artiacuteculo 2646 del Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten
Argentina) 4) Aeronaacuteutico (artiacuteculo 85 del Coacutedigo Aeronaacuteutico
Argentino) 5) Extranjero (artiacuteculo 2645 del Coacutedigo Civil y
Comercial de la Nacioacuten Argentina)
La validez del testamento otorgado en el extranjero se debe
analizar a la luz de las normas de derecho internacional
privado que dispone que un testamento es vaacutelido en la
Repuacuteblica Argentina seguacuten las formas exigidas por la ley del
lugar de su otorgamiento por la ley del domicilio de la
residencia habitual o de la nacionalidad del testador al
momento de testar o por las formas legales impuestas por la
ley argentina
La interpretacioacuten de las disposiciones testamentarias siempre
debe adecuarse al contexto total del acto con expresiones
claras y de uso corriente salvo que el testador le quiera dar
un sentido teacutecnico Y siempre cuando sea compatibles se
aplican las reglas de interpretacioacuten de los contratos
Testamento Oloacutegrafo
Es el testamento que se otorga iacutentegramente en manuscritos
con caracteres idiomaacuteticos fechado y firmado por el testador
sin necesidad de testigos El doctrinario Eduardo Zannoni
entiende que es el testamento maacutes sencillo de otorgar pero es
181
el menos idoacuteneo para cumplir con su funcioacuten por su completa
vulnerabilidad67 Este testamento al redactarse iacutentegramente
de puntildeo y letra es lo maacutes cercano a una carta de despedida
La falta de testigos y peritos de derecho le permiten ser maacutes
interesante asiacute como vulnerable
La desventaja de este testamento es el peligro de la
suplantacioacuten la posibilidad de que el documento pierda o
altere se niegue su existencia o se pretenda la incapacidad de
su testador Y seguacuten establece el artiacuteculo 2339 del Coacutedigo Civil
y Comercial de la Nacioacuten Argentina al momento de abrir la
sucesioacuten testamentaria no solo es necesario la protocolizacioacuten
del testamento oloacutegrafo sino tambieacuten una pericia caligraacutefica
por lo que el proceso sucesorio se vuelve maacutes costoso
El artiacuteculo 2477 del Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten
Argentina establece sus requisitos ldquoEl testamento oloacutegrafo
debe ser iacutentegramente escrito con los caracteres propios del
idioma en que es otorgado fechado y firmado por la mano
misma del testador La falta de alguna de estas formalidades
invalida el acto excepto que contenga enunciaciones o
elementos materiales que permitan establecer la fecha de una
manera cierta La firma debe estar despueacutes de las
disposiciones y la fecha puede ponerse antes de la firma o
despueacutes de ella El error del testador sobre la fecha no
perjudica la validez del acto pero el testamento no es vaacutelido
si aqueacutel le puso voluntariamente una fecha falsa para violar
una disposicioacuten de orden puacuteblico Los agregados escritos por
67 ZANNONI Derecho Civil Derecho de las Sucesiones tordm 2 p 312 Ed Astrea 1983
182
mano extrantildea invalidan el testamento soacutelo si han sido hechos
por orden o con consentimiento del testadorrdquo
Debe tenerse en cuenta que en la Repuacuteblica Argentina el texto
siempre ha de ser manuscrito por el propio testador no podriacutea
utilizarse un procesador de texto o maacutequina de escribir
Tampoco son aceptados testamento realizados en soporte
viacutedeo o audio68
Puede redactarse en cualquier idioma pero no podriacutea utilizarse
caracteres en braille taquigrafiacutea o sistema morse por no
considerarse un idioma en sentido estricto
La fecha puede fijarse antes o despueacutes de la firma e incluso
no es necesario que se indique diacutea mes y antildeo puede remitirse
a una fecha especiacutefica que se plasme de manera precisa por
ejemplo las pascuas del 2019
Por lo tanto el testamento oloacutegrafo debe ser escrito fechado y
firmado por la mano misma del testador La falta de alguna de
estas formalidades lo anula en todo su contenido
No es indispensable redactar el testamento oloacutegrafo de una
sola vez ni en la misma fecha El testador puede consignar sus
disposiciones en eacutepocas diferentes sea fechaacutendolas y
firmaacutendolas por separado o poniendo a todas ellas la fecha y
la firma el diacutea en que termine el testamento como lo fija el
artiacuteculo 2478 del Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten
Argentina
68 La Ley Espantildeola Nordm152015 de jurisdiccioacuten voluntaria en su artiacuteculo 655 habla de los testamentos en peligro
de muerte estableciendo que cuando la voluntad del testador se hubiere consignado en alguna nota memoria
o soporte magneacutetico o digital duradero (hellip) Contemplando asiacute la posibilidad de existencia de testamento en
video o audio en soporte de CD
183
Ademaacutes es preciso que haya un propoacutesito manifiesto de testar
y una disposicioacuten de los bienes que dejaraacute Este punto es uno
de los maacutes controvertidos en este tema69
Testamento por Acto Puacuteblico
Esta clase de testamento es el que otorga ante un escribano
de registro con la presencia de dos testigos La doctrina y la
jurisprudencia tambieacuten le dieron el nombre de testamento
notarial o testamento abierto el testador lo otorga mediante
escritura puacuteblica y ante un escribano que autoriza quien da fe
y firma la escritura conjuntamente con el otorgante y los
testigos del acto70
69 La Caacutemara de Apelaciones en lo Civil y Comercial de Juniacuten en causa Nordm JU-7313-2012 caratulada ldquoALONSO
ISMAEL HORACIO SSUCESION TESTAMENTARIArdquo a los 19 diacuteas del mes de Diciembre del antildeo dos mil trece hizo
lugar al pedido de los herederos forzosos de una persona para que se declare la invalidez de un documento
redactado por el causante en el que le dejaba su propiedad a la municipalidad local con la intencioacuten de que se
utilice como centro cultural La Jueza de primera instancia decretoacute la validez del testamento oloacutegrafo ordenoacute la
protocolizacioacuten del mismo y desestimoacute la pretensioacuten deducida por los herederos (en este casos los tiacuteos)
tendiente a que se declare la inexistencia del mismo A pesar de que estaba redactado como si fuese una carta
el magistrado entendioacute que el causante claramente indicoacute su intencioacuten de conferir a su vivienda y a sus
herramientas de trabajo al municipio local para que luego de su muerte eacutestos tengan como destino una pensioacuten
de estudiantes o un museo de arte Contra este pronunciamiento los herederos forzosos apelaron la decisioacuten ya
que consideraban que el causante expresoacute una idea en la carta con el fin de reunirse y de comuacuten acuerdo
llevar adelante el proyecto Para los camaristas que hicieron lugar al pedido de los tiacuteos se debiacutea deslindar el
proyecto o la promesa de un testamento maacutes allaacute del medio o estilo empleado En su sentencia explicaron que
ldquono habraacute testamento si se expresa o surge la intencioacuten de realizar la disposicioacuten por un acto posteriorrdquo ldquoLa
simplificacioacuten de formas que supone el testamento oloacutegrafo impone la necesidad de certeza de que el acto no
es un mero proyecto ni una promesa sino expresioacuten de una voluntad firme y deliberadardquo indicaron los jueces
Sobre este punto remarcaron que ldquoel que hace un acto tan serio no puede conformarse con encerrarlo en una
carta o en un escrito redactado como carta sin imprimirle el sello de su voluntad testamentaria indudable que
debe surgir del instrumento mismordquo 70 CAacuteMARA NACIONAL CIVIL Sala J 23210 ldquoSIEM cPGEMM y oro simpugnacioacuten Nulidad de Testamentordquo
ldquoRevista Notarialrdquo Nordm926 p 1026 con cita de Loacutepez del Carril Derechos de las Sucesiones p256
184
Sus requisitos estaacuten establecido en el artiacuteculo 2479 del Coacutedigo
Civil y Comercial de la Nacioacuten Argentina ldquoEl testamento por
acto puacuteblico se otorga mediante escritura puacuteblica ante el
escribano autorizante y dos testigos haacutebiles cuyo nombre y
domicilio se deben consignar en la escritura El testador puede
dar al escribano sus disposiciones ya escritas o soacutelo darle por
escrito o verbalmente las que el testamento debe contener
para que las redacte en la forma ordinaria En ninguacuten caso las
instrucciones escritas pueden ser invocadas contra el
contenido de la escritura puacuteblica Concluida la redaccioacuten del
testamento se procede a su lectura y firma por los testigos y
el testador Los testigos deben asistir desde el comienzo hasta
el fin del acto sin interrupcioacuten lo que debe hacer constar el
escribano A esta clase de testamento se aplican las
disposiciones de los artiacuteculos 299 y siguientesrdquo
Las virtudes de esta forma son muacuteltiples entre ellas a) el
asesoramiento integral por parte del notario b) la custodia del
instrumento c) la presuncioacuten de autenticidad d) la posibilidad
de ser otorgado por una persona que no sepa leer y escribir
e) la inscripcioacuten en los registros de uacuteltima voluntad y f) es
maacutes econoacutemico y practico ya que no requiere peritos
caligraacuteficos ni una ulterior protocolizacioacuten71 Las desventajas
son la necesidad de la presencia de dos testigos que toman
71 MES DEL TESTAMENTO Para promover entre la poblacioacuten el otorgamiento de testamentos y fomentar la cultura
de la legalidad que debe existir en la sociedad los notarios mexicanos en el mes de septiembre de cada antildeo
buscan fomentar el otorgamiento de testamento publicitando en conjunto con el Gobierno Nacional las
bondades del testamento hacieacutendolo maacutes accesible a la ciudadaniacutea incrementando las horas y diacuteas de atencioacuten
al puacuteblico en sus oficinas y reduciendo en maacutes del 50 el monto del honorario que fija el arancel
correspondiente
185
conocimiento del acto y los honorarios y gastos notariales por
la inscripcioacuten del acto
Las personas con discapacidad auditiva o limitaciones en su
aptitud para expresar pueden otorgar testamento por
instrumento puacuteblico ya que aunque no pueden oiacuter la lectura
que realiza el escribano del instrumento si pueden leerlo por
siacute mismo y ademaacutes se cuenta con la presencia de testigos
quienes aseguran que el testador comprendioacute el texto dejando
constancia de esta circunstancia en el testamento por parte del
notario En el caso de que una persona tenga disminucioacuten en
su aptitud para expresarse puede redactar las disposiciones
testamentarias para que el escribano las incorpore Y en caso
de que esa persona sea analfabeta puede recurrir a un
inteacuterprete como lo marca el inciso e) del artiacuteculo 2467 del
Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten Argentina
Otra de las ventajas del testamento por acto puacuteblico es la
posibilidad de ser otorgado por personas que no saben o no
pueden firmar El artiacuteculo 2480 del Coacutedigo Civil y Comercial de
la Nacioacuten Argentina establece ldquoSi el testador no sabe firmar o
no puede hacerlo puede hacerlo por eacutel otra persona o alguno
de los testigos En este caso los dos testigos deben saber
firmar Si el testador sabe firmar y manifiesta lo contrario el
testamento no es vaacutelido Si sabiendo firmar no puede hacerlo
el escribano debe explicitar la causa por la cual no puede
firmar el testadorrdquo
Este tipo de testamento exige la presencia y firma de dos
testigos El artiacuteculo 2481 del Coacutedigo Civil y Comercial de la
Nacioacuten Argentina establece ldquoPueden ser testigos de los
testamentos las personas capaces al tiempo de otorgarse el
186
acto No pueden serlo ademaacutes de los enunciados en el artiacuteculo
295 los ascendientes los descendientes el coacutenyuge ni el
conviviente del testador ni los albaceas tutores o curadores
designados en el testamento ni los beneficiarios de alguna de
sus disposiciones El testamento en que interviene un testigo
incapaz o inhaacutebil al efecto no es vaacutelido si excluido eacuteste no
quedan otros en nuacutemero suficienterdquo
Tambieacuten debemos mencionar que los parientes coacutenyuges
conviviente y dependientes del notario estaacuten inhabilitados
para testar como lo reza el artiacuteculo 295 del Coacutedigo Civil y
Comercial de la Nacioacuten Argentina
Lo que se pretende evitar es cualquier tipo de conflictos de
intereses entre los parientes del testador y la persuasioacuten de su
voluntad
La doctrina critica la exigencia de la presencia de dos testigos
al momento del otorgamiento del acto El jurista argentino
Guillermo A Borda entiende que poco y nada contribuyen a
asegurar el acto su participacioacuten es inoperante y solo se
conserva por una tradicioacuten juriacutedica72 Al respecto en el antildeo
1997 en las ldquoXXXI Jornadas Notariales Bonaerensesrdquo se propuso
la supresioacuten de los testigos instrumentales por no tener un
sustento sustancial sino meramente formal
Registros de uacuteltima voluntad
Los veinticinco (25) Colegios Notariales de la Repuacuteblica
Argentina crearon a nivel local registros de uacuteltima voluntad
donde se publicitan los testamentos en los que el notario haya
72 REVISTA NOTARIAL Nordm945 p 467 con cita de Borda Tratado Sucesiones t II p206
187
intervenido como autorizantes en la certificacioacuten de firmas
(testamento oloacutegrafo) o en la protocolizacioacuten de testamentos
dispuestos por la autoridad judicial como tambieacuten cualquier
forma de revocacioacuten En dichos registros se inscriben los datos
del testador y el escribano interviniente mantenieacutendose en
secreto el contenido del instrumento A nivel nacional existe
el ldquoCentro Nacional de Actos de Uacuteltima Voluntadrdquo a cargo del
Consejo Federal del Notariado Argentino (CFNA) en donde
cada colegio informa los actos testamentarios en que hayan
participado sus colegiados
Legitima
El doctrinario argentino Joseacute L Peacuterez Lasala ha definido a la
legiacutetima como una limitacioacuten legal y relativa a la libertad de
disponer por testamento o donacioacuten que lleva como
consecuencia la reserva de una porcioacuten de la herencia o de
bienes liacutequidos en favor de los denominados legitimarios
La legiacutetima se contrapone a la libertad absoluta del testador
de disponer de todos sus bienes a favor de las personas que
considere maacutes apropiadas a diferencia del sistema anglosajoacuten
Esta tiene como fundamento el principio de solidaridad
familiar y proteccioacuten de sus integrantes partiendo de la
hipoacutetesis de que el eacutexito patrimonial del causante proviene en
alguna medida del apoyo emocional o afectivo que le brindoacute
su familia Seriacutea poco valioso a nuestro modo de ver dejar de
lado esa proteccioacuten y consagrar la libertad absoluta del
testador Sin embargo la ley podriacutea flexibilizar el reacutegimen
actual protegiendo a los en menores de edad o incapaces
188
La normativa argentina estipula que la porcioacuten legiacutetima de los
descendientes es de dos tercios la de los ascendientes de un
medio y la del coacutenyuge de un medio
III) Planificacioacuten con fines de mejorar
Mejora a favor de un heredero forzoso
Dentro del liacutemite de la porcioacuten disponible el testador puede
mejorar a uno o maacutes herederos forzosos Mejora es lo que el
heredero forzoso recibe ademaacutes de su porcioacuten hereditaria y su
tiacutetulo a ella deriva del testamento o donacioacuten Puede consistir
en toda o una parte aliacutecuota de la porcioacuten disponible o en un
legado particular
Mejora a favor del heredero con discapacidad
EL artiacuteculo 2448 del Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten
Argentina establece que el causante puede disponer por el
medio que estime conveniente incluso mediante un
fideicomiso ademaacutes de la porcioacuten disponible de un tercio (13)
de las porciones legiacutetimas para aplicarlas como mejora estricta
a descendientes o ascendientes con discapacidad73 A estos
efectos se considera persona con discapacidad a toda persona
73 El causante podraacute si asiacute lo desea disponer de un tercio de las porciones legiacutetimas para aplicarlas como mejora
estricta a favor del heredero con discapacidad No se trata de un tercio de la herencia sino de un tercio de la
porcioacuten legiacutetima que corresponda seguacuten quieacuten concurra a la herencia La legiacutetima de los descendientes es de
23 la de los ascendientes 12 y la del coacutenyuge 12 entonces la porcioacuten para la mejora seraacute para los
descendientes 13 de 23 (29) y para los ascendientes 13 de 12 (16) Si tomamos como ejemplo la existencia
de dos descendientes (porcioacuten legiacutetima 23 porcioacuten disponible 13) uno de los cuales tiene una discapacidad
en la hipoacutetesis de maacutexima este podriacutea llegar a percibir la porcioacuten disponible de la herencia (13 o sea 39) la
mejora (13 de 23 o sea 29) y su parte de la herencia como heredero legitimario (los restantes 49 a repartir
entre dos o sea 29) En este caso el heredero con discapacidad recibiriacutea un total 79 y el otro heredero solo
los 29 restantes
189
que padece una alteracioacuten funcional permanente o prolongada
fiacutesica o mental que en relacioacuten a su edad y medio social
implica desventajas considerables para su integracioacuten familiar
social educacional o laboral El artiacuteculo solo habla de
descendientes o ascendientes excluyendo
injustificadamente al coacutenyuge supeacuterstite
Mediante este instituto el estado argentino sigue el
lineamiento internacional de brindar la maacutexima proteccioacuten a
las personas que adolezcan de una discapacidad poniendo el
acento no en las deficiencias personales sino en las barreras
que la sociedad les coloca Teniendo en cuenta que seguacuten
establece la Convencioacuten sobre los Derechos de las Personas
con Discapacidad (CRPD) la que en la Repuacuteblica Argentina
tiene jerarquiacutea constitucional ldquolas personas con discapacidad
incluyen a aquellas que tengan deficiencias fiacutesicas mentales
intelectuales o sensoriales a largo plazo que al interactuar con
diversas barreras puedan impedir su participacioacuten plena y
efectiva en la sociedad en igualdad de condiciones con las
demaacutesrdquo
La discapacidad debe existir al momento de la apertura de la
sucesioacuten (fallecimiento del causante) y no necesariamente al
momento del otorgamiento del testamento Si se beneficia a
una persona que tiene una discapacidad al momento de la
mejora pero al momento de la apertura de la sucesioacuten su
situacioacuten se ha modificado y ya no tiene una discapacidad
entonces la misma no procede Del mismo modo si se beneficia
a una persona que tiene una discapacidad al momento de la
apertura de la sucesioacuten la mejora es vaacutelida a pesar de que
190
luego su situacioacuten haya cambiado por motivo de su
recuperacioacuten incluso si ello ocurre antes de la particioacuten
IV) Planificacioacuten con fines de indivisioacuten - Indivisioacuten
Hereditaria
El artiacuteculo 2330 del Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten
Argentina establece que el testador puede imponer a sus
herederos aun legitimarios la indivisioacuten de la herencia por un
plazo no mayor de diez antildeos o en caso de haber herederos
menores de edad hasta que todos alcancen la mayoriacutea de
edad La indivisioacuten impuesta por el testador preveacute dos
alternativas la indivisioacuten de la herencia y la de un bien
determinado74 un establecimiento comercial industrial
agriacutecola ganadero minero o cualquier otro que constituye una
unidad econoacutemica o las partes sociales cuotas o acciones de
la sociedad de la cual es principal socio o accionista
Este instituto constituye una excepcioacuten al derecho de los
herederos de pedir la particioacuten en cualquier tiempo posterior
a la aprobacioacuten del inventario y avaluacuteo de los bienes
sucesorios
La indivisioacuten puede imponerse auacuten a los herederos forzosos
del testador lo cual constituye una excepcioacuten al principio de
intangibilidad de la legiacutetima El testador puede imponerla por
un plazo no mayor de diez antildeos y cualquier otro teacutermino
74 Se refiere a un bien determinado o a una ldquounidad econoacutemicardquo que seguacuten Eliacuteas Guastavino es el conjunto de
bienes materiales (muebles e inmuebles) e inmateriales que armonizados en funcioacuten productora de servicios o
de bienes no podriacutea continuar su funcioacuten de produccioacuten o esta disminuiriacutea considerablemente si soportase la
separacioacuten de alguno de sus elementos
191
superior al permitido se entenderaacute reducido a eacuteste Pero si
hubiere herederos menores de edad el plazo se extenderaacute
hasta que eacutestos alcancen la mayoriacutea de edad siempre que la
indivisioacuten no recaiga sobre toda la herencia
Para imponer la indivisioacuten sobre partes sociales cuotas o
acciones requiere el precepto que el testador sea el principal
socio o accionista de la empresa por la cantidad de cuotas o
acciones de la que es titular ya que lo que se pretende es no
perder la preponderancia que tiene el testador en las
decisiones societarias
Esta indivisioacuten forzosa impuesta por el testador no es absoluta
A pedido de un coheredero el juez puede autorizar la divisioacuten
total o parcial antes de vencer el plazo cuando concurren
circunstancias graves o razones de manifiesta utilidad
Se considera con razoacuten que si todos los herederos estaacuten de
acuerdo pueden poner fin a la indivisioacuten pues son ellos los
titulares de los derechos hereditarios y si ninguno quiere
mantener la indivisioacuten ello significa que es uacutetil ponerle fin
Para el jurista argentino Salvador Fornieles Manzano la
indivisioacuten impuesta por el causante ldquoEs la maacutes criticable y la
que estaacute llamada a ocasionar mayores trastornos El
condominio la sociedad o cualquier tipo de comunidad no se
puede imponer pues asiacute como la sociedad requiere para vivir
la affectio societatis la indivisioacuten hereditaria que es otra figura
juriacutedica que reuacutene a varias personas en la propiedad de un
conjunto de bienes no funcionaraacute eficazmente si no hay
armoniacutea entre ellas y esa armoniacutea no se obtiene obligaacutendolas
a marchar de acuerdo si no quieren estarlordquo Y agrega de
manera sugerente ldquoAplazar la divisioacuten por diez antildeos cuando
192
nadie sabe cuaacutel seraacute el estado econoacutemico del paiacutes cumplida
esa fecha y trataacutendose de una medida que de todos modos
hay que realizar sin que los inconvenientes sean menores al
final que al principio me parece inconsultordquo75
V) Planificacioacuten con fines de administracioacuten Fideicomiso
Testamentario
Es el negocio juriacutedico por el cual una persona (fideicomitente
instituyente o fiduciante) dispone por testamento transmitir la
propiedad fiduciaria de su herencia de una parte aliacutecuota de
la misma o de bienes determinados a otra (fiduciario) quien
se obliga a ejercerla en intereacutes de quien designe el testador
(beneficiario) y a transmitir dicha propiedad cuando se
cumpla la condicioacuten o plazo establecido en el testamento al
fideicomisario que es la persona instituida por el testador
como destinataria final de los bienes
Tiene como finalidad evitar la dilapidacioacuten o mala
administracioacuten de los bienes de la herencia por parte de los
herederos menores o incapaces de los carentes de idoneidad
administrativa o simplemente por aquellos que carezcan de
experiencia en los negocios
Puede constituirse por cualquier forma de testamento Su
objeto son los bienes del testador que ha dispuesto transferir
al fiduciario ya sea toda su herencia una parte indivisa o
bienes determinados para que este los administre y entregue
75 FORNIELES Salvador Tratado de las sucesiones 4ordf edicioacuten Tipograacutefica Editora Argentina SA Buenos Aires
1958 Tordm I p 302
193
sus frutos a los beneficiarios siempre y cuando se respete la
legitima que tiene o pudieran tener los herederos forzosos
Los sujetos dentro de esta estructura del fideicomiso
contractual son a) El fiduciante o instituyente es el propio
testador que designa a los demaacutes sujetos de la estructura b)
El fiduciario es la persona fiacutesica o juriacutedica (solo entidades
financieras) quien tambieacuten puede ser el beneficiario76 a
nombre de quien se inscribiraacuten los bienes y quien ejerceraacute las
diligencias con prudencia como todo buen hombre de negocio
en su administracioacuten seguacuten las instrucciones que se fijen en
el propio testamento Las utilidades que genere el fideicomiso
seraacuten destinadas al beneficiario Al concluir el fideicomiso debe
transmitir los bienes al fideicomisario o sus sucesores al
beneficiado o a los herederos del testador Cesa en sus
funciones en caso de remocioacuten judicial por incumplimiento por
incapacidad disolucioacuten de la persona juriacutedica quiebra o
liquidacioacuten o por renuncia si fuera autorizado por el testador
o por causa grave o imposibilidad de ejercer el cargo Estaacute
prohibido la sustitucioacuten del fiduciario c) Beneficiario es el que
recibe los frutos del patrimonio del fideicomiso puede ser una
o varias personas fiacutesicas o juriacutedicas Y deben aceptar este
beneficio una vez aceptado pueden transmitir sus derechos
adquiridos por actos entre vivos o por causa de muerte salvo
disposicioacuten en contrario del testador Y d) Fideicomisario es el
destinatario final de los bienes que el fiduciario posee al
tiempo de su conclusioacuten Se puede superponer la figura del
beneficiario con el fideicomisario
76 La Ley Nordm17703 de la Repuacuteblica Oriental del Uruguay califica al fiduciario como heredero en su artiacuteculo 2
194
El fiduciario beneficiario y fideicomisario como sucesores
mortis causa del testador son titulares del derecho de opcioacuten
de aceptar o repudiar la herencia fiduciaria desde la muerte
del causante
El tiacutetulo constitutivo es el propio testamento que cobrara vida
desde el momento de la aceptacioacuten del fiduciante Siendo el
fideicomiso un contrato y no una persona juriacutedica
Desde la muerte del testador su patrimonio se convierte en una
universalidad juriacutedica y es necesario la tramitacioacuten del
proceso sucesorio para obtener el auto aprobatorio del
testamento y realizar la operaciones de inventario avaluoacute y
particioacuten Solo despueacutes de esto los bienes fideicomitidos
constituyen un patrimonio especial separado del patrimonio
del fiduciante formando asiacute el dominio fiduciario
El plazo del fideicomiso deber ser determinado o determinable
con un maacuteximo de treinta (30) antildeos desde la apertura de la
sucesioacuten pero con efecto retroactivo a la muerte del causante
En caso de que el beneficiario sea una persona incapaz o con
capacidad restringida el plazo puede extenderse hasta el cese
de esa restriccioacuten o hasta su muerte seguacuten lo establece el
artiacuteculo 1668 del Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten
Argentina
El artiacuteculo 2493 del Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten
Argentina establece expresamente que la constitucioacuten del
fideicomiso no puede afectar la legitima de los herederos
forzosos excepto en el caso previsto de la mejora especial a
favor de los descendientes o ascendiente discapacitados
195
VI) Planificacioacuten con fines de transmisioacuten de la empresa
familiar Pactos sobre herencia futura
Se planifica para concretar una trasmisioacuten no traumaacutetica de
los emprendimientos familiares La relevancia del tema resulta
ostensible ya que interesa de modo especial evitar que la
muerte de alguno o varios de sus titulares pueda poner en
riesgo la estructura de un bien tan valioso ndash social y
econoacutemicamente- como lo es la empresa familiar
El Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten Argentina incorpora
una trascendente novedad la tendencia moderna proclive a
flexibilizar el reacutegimen prohibitivo de todo contrato que tenga
por objeto herencias futuras con la finalidad de asegurar la
continuidad de la unidad econoacutemica empresarial la cual
consagra con caraacutecter excepcional en el segundo paacuterrafo del
artiacuteculo 1010 Los pactos han de referirse a dos tipos de bienes
1) Una explotacioacuten productiva agropecuaria industrial o
comercial que tiene la caracteriacutestica de pequentildea o mediana
empresa de naturaleza familiar 2) Participaciones societarias
en sociedades personales o por acciones
El artiacuteculo 1010 del Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten
Argentina establece ldquoHerencia futura La herencia futura no
puede ser objeto de los contratos ni tampoco pueden serlo los
derechos hereditarios eventuales sobre objetos particulares
excepto lo dispuesto en el paacuterrafo siguiente u otra disposicioacuten
legal expresa Los pactos relativos a una explotacioacuten
productiva o a participaciones societarias de cualquier tipo
con miras a la conservacioacuten de la unidad de la gestioacuten
empresarial o a la prevencioacuten o solucioacuten de conflictos pueden
incluir disposiciones referidas a futuros derechos hereditarios
196
y establecer compensaciones en favor de otros legitimarios
Estos pactos son vaacutelidos sean o no parte el futuro causante y
su coacutenyuge si no afectan la legiacutetima hereditaria los derechos
del coacutenyuge ni los derechos de tercerosrdquo
De acuerdo al artiacuteculo en anaacutelisis se autorizan estos pactos
entre el causante y futuros herederos o terceros o entre
futuros herederos con el objetivo de mantener las
explotaciones productivas o participaciones societarias
conservando la unidad de gestioacuten empresarial como
prevencioacuten o solucioacuten de conflictos eventuales Entendemos
que se aplica no solo a tipos societarios sino a la empresa
unipersonal agrupaciones econoacutemicas o cualquier otro
emprendimiento econoacutemico sea una Pyme empresa familiar
o holding econoacutemico que pretendan mantener la unidad
econoacutemica la fuente de trabajo y que a la muerte del
propietario evite un desmembramiento que genere perjuicio
econoacutemico y social Por ello el padre podraacute poner en manos
de uno de sus herederos la continuacioacuten de la unidad
econoacutemica sin perjuicio de que el resto de los coherederos
sean compensados econoacutemicamente para no verse
perjudicados y sin que afecte la legiacutetima de los herederos
forzosos y los derechos del coacutenyuge supeacuterstite O los futuros
herederos sin la participacioacuten en el pacto de su padre y madre
pueden ponerse de acuerdo para establecer en manos de quieacuten
ha de quedar el establecimiento productivo o participaciones
societarias del causante al momento de deferirse la sucesioacuten
compensando a los restantes con la finalidad de mantener la
unidad econoacutemica y la fuente de trabajo cumplieacutendose con la
funcioacuten social del contrato
197
La primera observacioacuten que se debe consignar es que el pacto
de herencia futura no instituye la calidad de heredero Eacutesta
calidad es dada por el ordenamiento legal y no es disponible
por la autonomiacutea de la voluntad Tampoco avala o faculta una
afectacioacuten de la legiacutetima respecto de alguacuten heredero forzoso
la validez del pacto estaacute sujeta al respecto a la referida
institucioacuten Por lo tanto la validez del pacto seraacute evaluada en
la apertura de la sucesioacuten ya que el futuro causante conserva
la titularidad de los bienes pudiendo resultar de esta
circunstancia que las previsiones del pacto a dicho momento
resultaren lesivas a la legiacutetima
Otro efecto que cabe consignar es que el pacto de herencia
futura es una particioacuten que impediraacute la existencia parcial de
la comunidad hereditaria respecto de los bienes atribuidos al
legitimario-beneficiario A diferencia de la particioacuten
testamentaria el pacto de herencia futura es un contrato por
lo tanto un acto entre vivos pero que surtiraacute efecto a partir
de la apertura del sucesorio del futuro causante
Tiene efecto traslativo de derechos a partir de su suscripcioacuten
respecto de los otorgantes ya que el derecho de los
beneficiarios a la explotacioacuten productiva o a las
participaciones societarias se incorpora a su patrimonio en
forma irrevocable estando sujeta su materializacioacuten a la
apertura del sucesorio El futuro causante mantiene el dominio
pleno de los bienes objeto del pacto y constituyen prenda
comuacuten de sus acreedores
Todos los legitimarios conservan el derecho a mantener
incoacutelume su porcioacuten legiacutetima
198
Los bienes no comprendidos en el pacto por su objeto se
distribuyen y dividen seguacuten las reglas legales
Los legitimarios no beneficiados con la asignacioacuten del futuro
causante por omisioacuten deben respetar la correspondiente
asignacioacuten en la medida en que se conforme su cuota
legitimaria igualmente el legitimario sobreviniente
El pacto es una convencioacuten accesoria vale decir que no podraacute
ser autoacutenomo sino que deberaacute estar dentro o vinculado
directamente a un protocolo familiar77 o pacto de sindicacioacuten
de acciones
Forma y contenido de los Pactos sobre herencia futura Rol del
Notario
Respecto a la forma de los pacto sobre herencia futura la
forma escrita es esencial Obviamente un pacto verbal no seriacutea
77 Protocolo Familiar Su uso se difunde a partir de 1980 cuando las empresas familiares reconocen que las
relaciones entre familia y empresa deben ser reguladas a traveacutes de un conjunto de normas y patrones de
funcionamiento Desde entonces numerosas familias empresarias en el mundo han realizado el esfuerzo de
formalizar y poner en vigencia un conjunto de normas y procedimientos que regulan sus aspectos maacutes criacuteticos
propiedad gobierno gestioacuten y sucesioacuten Es esencial que el protocolo sea aceptado por todos los que puedan
resultar socios o participen de la empresa El momento idoacuteneo para acordarlo seraacute aqueacutel en el que no haya
disputas entre sus partes y en que el fundador mantenga un liderazgo suficiente para generar consenso sobre
las reglas que se desea establecer Tambieacuten es un momento conveniente aqueacutel en el que el grado de crecimiento
aconseje una diversificacioacuten o maduracioacuten del objeto del negocio como la creacioacuten de una nueva liacutenea de
produccioacuten o la entrada de nuevos inversores ajenos a la familia o de nuevos miembros a la familia y
finalmente frente a situaciones tales como divorcios o declaraciones de incapacidad o enfermedad La misioacuten
esencial del protocolo es optimizar las soluciones normativas para preservar desarrollar y transmitir el negocio
a la siguiente generacioacuten En su defecto entender que si esto no es posible lo importante es que la empresa
obra del fundador continuacutee auacuten fuera de la familia favoreciendo asiacute la maximizacioacuten como ente en
funcionamiento y los intereses de terceros relacionados con la misma tales como empleados proveedores y
clientes Podemos encontrar entre otros un modelo de Protocolo Familiar en
httpwwwiadeforg20120702modelo-de-protocolo-familiar Tambieacuten se brindoacute un modelo en LXXI
Seminario Teoacuterico ndash Praacutectico Laureano Arturo Moreira - 9 Y 10 de junio de 2016 ndash Tema claacuteusulas de protocolo
familiar y planificacioacuten patrimonial sucesoria Autor Eduardo M Favier Dubois - Martiacuten J Giralt Font
199
suficiente para cumplir con la voluntad del perpetuar la
empresa La ley no establece una forma se entenderiacutea que el
pacto puede revertir la calidad de instrumento privado o
puacuteblico Sin embargo sostenemos que la escritura puacuteblica
constituye la opcioacuten maacutes acertada Los beneficios del
otorgamiento del acto mediante instrumento puacuteblico son el
dotarlo con fecha cierta de matricidad permite la expedicioacuten
de una segunda o ulterior copia ente la destruccioacuten o perdida
de la misma Ademaacutes la intervencioacuten del notario supone un
asesoramiento integral respecto del alumbramiento de un acto
valido respetando las normas societarias y sucesorias
fundamentalmente lo que respecta a las legiacutetimas Ya que en
palabras de Joseacute Gonzales Palomino ldquoel derecho no tolera la
carencia de formasrdquo y ldquopara admitir la existencia de la voluntad
juriacutedica es preciso ante todo que sea posible reconocerlardquo Por
lo que el escribano en las sucesivas entrevistas con los
requirentes debe desentrantildear la verdadera voluntad de los
otorgantes en aras del otorgamiento de un vaacutelido y eficaz y
sobre todo que proteja sus intereses y los de la empresa
familiar Personalmente creemos que la actividad del notario
no culmina con la instrumentacioacuten del acto sino que deberiacutea
registrarlo para la perpetuacioacuten del mismo y la eventual
oposicioacuten Sin embargo la ley no ha establecido la necesidad
ni un mecanismo para la registracioacuten de los mismos Aunque
seraacute de buena praacutectica inscribirlos en los Registros de uacuteltima
voluntad Esto permitiriacutea que el juez del sucesorio al requerir
el informe de la existencia o no de un instrumento
testamentario se anoticie de la existencia de un pacto sobre
herencia futura La registracioacuten de los instrumentos tendriacutea
200
solo fines publicitarios y no efecto constitutivo por lo que un
pacto no registrado tendraacute de igual manera plena validez si
se prueba su existencia y las partes intervinientes reconocen
sus firmas
VII) Planificacioacuten con fines de particioacuten
Particioacuten por ascendiente
El derecho que tienen los padres de distribuir los bienes de la
herencia entre sus hijos es una institucioacuten con una larga
tradicioacuten Es el poder que la ley les reconoce a los ascendientes
para distribuir su herencia el que se funda en la presuncioacuten
de que aqueacutellos tienen un mejor conocimiento de los bienes
que conforman la herencia y de las personas de sus herederos
y un criterio maacutes fino para definir su distribucioacuten y
adjudicacioacuten
En la nota al artiacuteculo 3514 del Coacutedigo Civil de la Nacioacuten
Argentina Veacutelez Sarsfield se referiacutea al poder de los padres
ldquocomo medio de prevenir las diferencias a que podriacutea dar lugar
la particioacuten despueacutes de la muerte de ellosrdquo y un poco maacutes
adelante la misma nota alude a la ldquovoluntad ilustradardquo de los
padres
El derecho de los padres a realizar la particioacuten es
particularmente amplio pues abarca todos los bienes incluso
los que integran la porcioacuten legiacutetima de los herederos forzosos
y puede ejercerse aunque los hijos sean mayores de edad
Si la particioacuten por el ascendiente se realiza a traveacutes de un
testamento se impone a la voluntad de los hijos pues
establece una distribucioacuten y una atribucioacuten de los bienes de la
herencia que los descendientes no pueden contradecir
201
La ldquovoluntad ilustradardquo de los padres sustituye a los deseos y
a las preferencias que pudieran tener los hijos y aunque la
particioacuten efectuada por el ascendiente no puede afectar o
violar cuantitativamente las porciones legiacutetimas siacute puede
definirlas o conformarlas atribuyeacutendole a cada uno de sus
hijos los bienes que en concreto el padre o la madre quieran
dejarles
El aprecio y la valoracioacuten de la voluntad y el criterio de los
padres se encuentran en el fundamento de la particioacuten por los
ascendientes Como su nombre lo indica la particioacuten por los
ascendientes puede ser realizada por el padre o por la madre
que tienen descendencia
En principio podraacuten recurrir a esta figura los padres con el
propoacutesito de distribuir la herencia entre sus hijos La particioacuten
tambieacuten podraacute alcanzar a los nietos del que la realice pues
eacutestos heredan a su padre o a su madre por representacioacuten
ocupando su lugar en la sucesioacuten del causante
Si la persona que decide efectuar la particioacuten estaacute casada
puede incluir en la particioacuten a su coacutenyuge pero soacutelo con
relacioacuten a los bienes que revisten caraacutecter propio
En este caso el coacutenyuge supeacuterstite se equipara a los hijos del
causante y eacuteste uacuteltimo define los bienes que se atribuiraacuten sus
hijos y define tambieacuten los que habraacuten de corresponderle al
coacutenyuge supeacuterstite
En la hipoacutetesis la particioacuten por el coacutenyuge puede realizarse
por testamento soacutelo puede concretarse a traveacutes de una
donacioacuten si los coacutenyuges han optado por el reacutegimen de
separacioacuten de bienes pues los que estaacuten encuadrados en el
reacutegimen de comunidad no pueden efectuarse donaciones
202
Si los coacutenyuges poseen bienes gananciales la particioacuten soacutelo
puede realizarse con relacioacuten a los hijos y a traveacutes de la
donacioacuten de los bienes mediante un acto conjunto de los dos
coacutenyuges De esta manera contemplada en el artiacuteculo 2411
segundo paacuterrafo del Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten
Argentina los coacutenyuges se desprenden de la titularidad y de
los derechos que pudieran ostentar sobre los bienes
gananciales transmitieacutendoles el dominio a sus hijos
Particioacuten por donacioacuten
La particioacuten por donacioacuten es el contrato en virtud del cual el
ascendiente divide su herencia futura en todo o en parte entre
sus descendientes o entre eacutestos y el coacutenyuge en los casos en
que es procedente en la proporcioacuten y con los requisitos
legales
Son partes del contrato el donante (ascendiente) y los
donatarios (descendientes yo coacutenyuge con vocacioacuten
hereditaria) futuros herederos
En el caso en que se trate de bienes gananciales y los coacutenyuges
se encuentren sometidos al reacutegimen de comunidad la donacioacuten
requiere el consentimiento de ambos coacutenyuges
En cuanto a la naturaleza juriacutedica se trata de un pacto sobre
herencia futura pero no sobre bienes futuros siendo ademaacutes
un acto bilateral e irrevocable
Contiene elementos de la donacioacuten y de la particioacuten
produciendo efectos propios de ambas figuras
De la donacioacuten se producen los siguientes efectos La
propiedad de los bienes se transfiere a los donatarios en forma
irrevocable salvo en los casos previstos en el artiacuteculo 3420
203
Los destinatarios de la particioacuten son donatarios y se requiere
su aceptacioacuten
De la particioacuten se deriva que Deben colacionarse las
donaciones anteriores realizadas a los donatarios Hay garantiacutea
de eviccioacuten entre los herederos adjudicatarios Asimismo
produce efectos despueacutes de la muerte del donante como el
derecho a ejercer la accioacuten de reduccioacuten
En cuanto al contenido ldquotiene un objeto maacutes amplio que la
donacioacuten ya que comprende tanto las cosas como los bienes
inmaterialesrdquo Solo puede comprender los bienes que se
encuentran en el patrimonio del donante al realizar la
donacioacuten ya que para transmitir la plena propiedad o la nuda
propiedad de los bienes donados debe ser propietario al
momento del acto
La normativa admite no solo la transmisioacuten de la propiedad de
los bienes por parte del ascendiente sino tambieacuten el dominio
desmembrado reservaacutendose el usufructo Asimismo puede
pactarse con los donatarios el pago de una renta vitalicia a
favor del donante
En caso de que se haya omitido alguacuten descendiente se
mantiene la validez de la particioacuten por donacioacuten y el heredero
excluido podraacute promover contra el coheredero o los
coherederos que recibieron bienes por un excedente de la
cantidad que la ley permite disponer al causante Por lo tanto
es de extrema importancia determinar previamente en el
instrumento si hay una mejora a favor del demandado o los
demandados La accioacuten de reduccioacuten solo podraacute promoverse si
el heredero forzoso omitido o perjudicado en el monto del lote
recibido no puede cubrir su legiacutetima con los bienes
204
transmitidos por el causante al momento de su muerte
circunstancia que resulta un obstaacuteculo para ejercer la accioacuten
de reduccioacuten y solo seraacute posible luego de la muerte del
donante
VIII) Planificacioacuten Sucesoria a los bienes digitales
Bienes digitales
El uso de las nuevas tecnologiacuteas de conocimiento e
informacioacuten determinan la creacioacuten de una ldquoidentidad digitalrdquo
de usuarios quienes intervienen a traveacutes de las plataformas o
aplicativos a cargo de empresas en su mayoriacutea extranjeras no
vinculadas a un estado de derecho especifico cuya relacioacuten
juriacutedica queda sujeta a los teacuterminos y condiciones de uso
impuestos por el propio fabricante o proveedor
Estas relaciones contractuales que crean la identidad digital
junto a sus bienes digitales78 formaran parte al momento del
fallecimiento del usurario de su herencia
Estos bienes sean o no de apreciacioacuten econoacutemica se considera
comprendidos en el ldquopatrimonio digitalrdquo de la personas Sin
embargo el Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten Argentina
solo contempla la existencia de un patrimonio con contenido
econoacutemico Por lo tanto para encuadrar juriacutedicamente a la
identidad digital al carecer de una regulacioacuten propia debemos
aplicar analoacutegicamente normas que reglamentan otras
materias Por ejemplo el artiacuteculo 17 del coacutedigo supra
referenciado contempla la posibilidad de que sean objetos de
78 El bien digital se caracteriza por su inmaterialidad y que estaacute almacenado registrado o conservado en medio
virtuales sea de modo local servidores en la nube o en su caso mixto
205
actos juriacutedicos derechos sobre el cuerpo humano o sus partes
aunque no tengan valor econoacutemico pero si afectivo
terapeacuteutico cientiacutefico humanitario o social reconociendo asiacute
la identidad bioloacutegica Por lo que podriacuteamos aplicar este
principio a los archivos digitales que conforman la ldquoidentidad
digitalrdquo
La herencia digital es solo una denominacioacuten social o de
mercado que se utiliza para sentildealar a los bienes digitales
extrapatrimoniales No se debe caer en la confusioacuten de que los
bienes digitales son derechos personaliacutesimos ya que estos se
extinguen con la muerte y por ende no se trasmite por la
sucesioacuten
Derechos personalismos e identidad digital
El derecho a la imagen yo voz no es transmisible mortis
causas sino que despueacutes del fallecimiento requiere para su
reproduccioacuten el consentimiento de los herederos quienes se
encargaran de que no se afecte el honor o identidad del
fallecido este principio podriacutea ser aplicado a la identidad
digital o virtual
Es decir los herederos no adquieren dicha identidad ni
derechos personaliacutesimos pero si tienen derecho a custodiarlos
y velar por la memoria del fallecido Por ejemplo tienen la
facultad de cerrar cuentas de redes sociales o modificar sus
perfiles post mortem
Se debe advertir que esta facultad pesa sobre los herederos o
un tercero designado por el causante en virtud de que no
afecta la vocacioacuten hereditaria ni la porcioacuten legiacutetima de
contenido patrimonial El causante tiene absoluta y libre
206
autonomiacutea de la voluntad para escoger a quien desee Dando
lugar un especie de apoderamiento o autorizacioacuten poacutestuma
basaacutendose en una manda para ejecutarse despueacutes de fallecido
para el caso de que no se identifique el servidor o cuenta
aplicando por analogiacutea al segundo paacuterrafo del artiacuteculo 1330 del
Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten Argentina que regula la
materia de mandatos
Si el causante manifiesto su decisioacuten poacutestuma de cerrar
mantener o preservar su identidad digital identificando
expresamente el servidor o cuenta estaremos frente a un acto
ldquoin diem mortis dilatirdquo en que la voluntad y acto juriacutedico fue
actual pero sus efectos difieren al momento del fallecimiento
es decir no hay transmisioacuten por causa de muerte sino que el
efecto natural de la manda seraacute ejecutada luego del deceso del
causante Por lo que se asimila a un apoderamiento con
eficacia post-mortem previsto en el inciso b) del artiacuteculo 380
del Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten Argentina que
subsistiraacute al fallecer el mandante-usuario siempre y cuando
haya un intereacutes legiacutetimo del representante y este encausado
en un negocio juriacutedico especial y determinado
Testamento digital
Comprendida la naturaleza de los bienes digitales se plantea
la cual es su destino luego de la muerte del causante Las
empresas que administran cuentas digitales facultan al usuario
a designar un delegado poacutestumo con una actuacioacuten limitada79
79 Gestores de perfiles de redes sociales como Facebook que ofrece la posibilidad configurar la cuenta
conmemorativa con solo adjuntar la partida de defuncioacuten o de fijar un legado que solo podraacute hacer una
207
Sin embargo cuando sean cuentas digitales de contenido
patrimonial se aplicara el derecho comuacuten Una designacioacuten que
no cumpla con la forma juriacutedica impuesta y su proceso judicial
podriacutea convertirse en un medio haacutebil para burlar la porcioacuten
legiacutetima de la herencia
Asiacute surgieron proyectos de empresas o negocios (start-up)80
donde idearon lo que se denomina ldquotestamento digitalrdquo En este
contexto el albacea digital o legado digital tiene la recepcioacuten
yo acceso de todos los bienes digitales por ejemplo archivos
perfiles de redes sociales contrasentildeas criptomonedas perfiles
blogs Con el fin de dar lugar al derecho del olvido es decir
dar de baja toda su vida digital o para administrarla Por lo
que el albacea digital no es maacutes que un gestor de archivos
digitales susceptible de ser nombrado por testamento
Para evitar posibles conflictos el causante debe disponer en
testamento notarial respecto a los derechos o bienes digitales
Lo que nos obliga a buscar una solucioacuten legal en caso de que
la designacioacuten del legado digital conlleve contrasentildeas de
acceso las que por una cuestioacuten de privacidad y mutacioacuten
constante no puede estar en el cuerpo de la escritura del
publicacioacuten fijada en el perfil del causante solicitar la eliminacioacuten de tu cuenta y descargar una copia de lo
que habiacuteas compartido en Facebook si teniacuteas activada esa funcioacuten 80 Uno de los servicios que ha emergido recientemente para atender el problema de la herencia en criptomonedas
es MyWish una plataforma que por medio de contratos inteligentes permite ejecutar una herencia seguacuten la
voluntad de su duentildeo El contrato permite establecer algunos criterios para movilizar fondos de una cartera a
otra en caso de que se le notifique sobre el fallecimiento de quien lega la herencia Asiacute puede establecerse que
luego de un nuacutemero de diacuteas de inactividad estipulado por el duentildeo de la cartera los fondos sean transferidos
a otra automaacuteticamente A su vez el duentildeo de la cartera puede asignar a personas de su confianza para que
confirmen o nieguen su fallecimiento cuando lo amerite creando asiacute una especie de junta de supervisores Otro
servicio que funciona de manera similar con contratos inteligentes es DigiPulse al igual que el servicio
SafeHaven que tambieacuten funciona con contratos inteligentes
208
testamento Por lo que deberaacute otorgarse en un documento
separado para reservar las claves de acceso una posibilidad
seriacutea agregar al protocolo en sobre cerrado el listado de
cuentas
El testamento digital seraacute una simple previsioacuten o una
autorizacioacuten privada para la administracioacuten post muerte ya
que como analizamos todo testamento tiene formalidades
solemnes debe ser escrito en soporte papel y firmado por el
testador Por lo que el notario tendraacute que analizar y proveer
sugerencias en materia de gestioacuten y de riesgos derivados de
los contenidos digitales y de las distintas obligaciones
contraiacutedas con los proveedores
IX) CONCLUSION
Siguiendo los principios del notariado latino los escribanos
debemos procurar constantemente estar al diacutea en nuestra
preparacioacuten profesional aplicaacutendonos a ello tanto
personalmente como de manera colegiada Este continuo
perfeccionamiento y evolucioacuten en los conocimientos es
preciso no solo en nuestra calidad de peritos de derecho sino
en nuestro papel fundamental como exteriorizadores de la
voluntad de las personas honrando y respetando asiacute nuestra
profesioacuten y a los requirentes quienes cifran su confianza en
la figura del notario en los momentos maacutes importantes de su
vida como en el momento de planificar que sucederaacute luego de
su muerte El ordenamiento argentino de forma acertada preveacute
muacuteltiples figuras tendientes a la proteccioacuten de los maacutes
vulnerables ya sea herederos o el propio causante quien
desea organizar sus asuntos patrimoniales y personales con
209
una gran preocupacioacuten por la validez y operatividad de los
mismos logrando con el otorgamiento de un instrumento
eficaz encontrar la paz y tranquilidad en sus uacuteltimos diacuteas
Como profesionales de derecho debemos incentivar la
planificacioacuten sucesoria y el otorgamiento de testamentos
volviendo a la conciencia juriacutedica latina donde la herencia
testamentaria prevaleciacutea sobre la intestada Asiacute
contribuiremos a crear una cultura de previsioacuten de certeza y
seguridad juriacutedica fomentando la importancia social de actuar
responsablemente con nuestros seres queridos y no heredarles
problemas no solo pensando en el aacutembito patrimonial sino
tambieacuten en el extrapatrimonial
Por lo que siendo notarios quienes desde un origen hemos
estado en la vanguardia de la defensa de los derechos de las
personas adaptaacutendonos continuamente a las nuevas
necesidades y desafiacuteos que plantea la evolucioacuten social
debemos actuar de una manera adecuada y constructiva
informar y asesorar a las partes respecto de las posibles
consecuencias de la prestacioacuten requerida eligiendo la forma
juriacutedica maacutes adecuada conforme a la voluntad de los
requirentes aseguraacutendoles su legalidad y pertinencia
X) PONENCIAS
210
Importancia de incentivar el otorgamiento de testamentos
contribuyendo asiacute a una cultura de previsioacuten de certeza y
seguridad juriacutedica en el derecho a heredar
Al momento de asesorar integralmente sobre planificacioacuten
sucesoria no solo abordad aspectos patrimoniales sino
tambieacuten extrapatrimoniales como la designacioacuten de un tutor o
curador Trabajando en conjunto interdisciplinariamente con
abogados escribanos psicoacutelogos contadores y asesores
financieros y productores asesores de seguros
Importancia de que los paiacuteses que intrigan el cono sur adopten
y legislen institutos adecuados para proteger a personas
vulnerables y unidades econoacutemicas siguiendo la tendencia
internacional
La reduccioacuten de las porciones legiacutetimas con el consiguiente
aumento de la porcioacuten disponible establece un sistema maacutes
flexible y balanceado respecto a la voluntad y libertad de
disposicioacuten del testador los intereses y expectativas de su
familia directa y la preservacioacuten y continuidad del patrimonio
familiar
Necesidad de la existencia de registros de actos de uacuteltima
voluntad en el seno de los colegios notariales donde se
inscriban no solo los testamentos sino tambieacuten los pactos
sobre herencia futura
Importancia de velar por empresas longevas implementando
protocolo familiar y pacto sobre herencia futura Otorgando los
mismos en escritura puacuteblica inscripta en registros creados o
adecuados a tal efecto
211
Adecuar los ordenamientos respecto a transmisioacuten mortis
causa de los bienes digitales Importancia de incluir el
contenido digital en la planificacioacuten sucesoria
XI) BIBLIOGRAFIA
Legislacioacuten
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Jose Leandro Parajon - Escribano Publico Formosa - Capital
ldquoFlexibilizacioacuten del Orden Puacuteblico en
materia de Planificacioacuten Sucesoriardquo
1 INTRODUCCIOacuteN
Los sistemas juriacutedicos pertenecientes al Derecho Continental o
de ldquoDerecho Civilrdquo basados principalmente en las leyes van en
un gran avance en otorgar un marco regulatorio a una serie de
conductas sociales que no se pueden dejar de lado sobre todo
en materias de Derecho Sucesorio y de Familia como asiacute
tambieacuten en el reconocimiento de Derechos Personaliacutesimos
brindando un amplio espectro de respeto a la esfera individual
de la persona como asiacute tambieacuten a la autonomiacutea de la voluntad
de las partes
La amplitud de injerencia de la libertad y de la autonomiacutea de
la voluntad expuesta seguacuten la sancioacuten del Coacutedigo Civil y
Comercial de la Nacioacuten (Ley 26994) en cuanto a las normas
que se refieren al Derecho Sucesorio y de Familia resulta la
consecuencia de la evolucioacuten social y juriacutedica de la Repuacuteblica
Argentina en virtud del mayor aacutembito de ejercicio de la
libertad y la autonomiacutea de la voluntad de los sujetos del
derecho por ella alcanzados Ello habilita un mayor grado de
217
dinamismo de las relaciones juriacutedicas vinculadas con la
transmisioacuten por causa de muerte
El notario a la hora de encarar estos nuevos axiomas tendraacute
que hacerlo con prudencia y responsabilidad con la finalidad
de darle un correcto y equilibrado usoy para eso es
indispensable establecer y entender adecuadamente sus
meacutetodos
2- DESARROLLO
21 Libertad y Autonomiacutea de la Voluntad
El Diccionario de la Real Academia Espantildeola define a la libertad
como ldquola facultad natural que tiene el hombre de obrar de una
manera o de otra y de no obrar por lo que es responsable de
sus actos Facultad de hacer y decir cuando no se oponga a las
leyes ni a las buenas costumbres en las naciones bien
gobernadasrdquo 81
La Corte Interamericana de Derechos Humanos en el caso
Artavia Murillo v Costa Rica ha dicho que el concepto de
libertad y la posibilidad de todo ser humano de
autodeterminarse y escoger libremente las opciones y
circunstancias que le dan sentido a su existencia conforme sus
propias opciones y convicciones es un derecho humano
baacutesico propio de los atributos de la persona que se proyecta
en toda la Convencioacuten Americana
Por su parte el art 19 de nuestra Constitucioacuten Nacional (nuestra
Ley fundamental) establece que Ninguacuten habitante de la Nacioacuten
81httplemaraeesdraeval=libertad
218
estaacute privado de lo que la ley no prohiacuteberdquo82 Existe un orden
de prelacioacuten normativa -escala jeraacuterquica- en nuestro
ordenamiento juriacutedico en general (conf art 31 CN) 83el cual
debe ser respetado
Con respecto a la autonomiacutea de la voluntad nos animamos a
definir en breve siacutentesis como la facultad que tienen los
particulares de decidir darse y crear sus propias reglas en las
relaciones juriacutedicas La autonomiacutea de la voluntad es un
principio general del derecho civil el cual consiste en la
libertad que reconoce el ordenamiento juriacutedico a los
individuos a fin de que estos autorregulen sus intereses Esta
autonomiacutea se manifiesta a traveacutes del acto juriacutedico que es el
medio que el derecho le otorga a los sujetos para crear
modificar transferir o aniquilar sus derechos y obligaciones
Tiene su origen en las ideas liberales del siglo XIX y consagra
en plenitud la libertad contractual que es fruto de la libertad
individual independizada de la ley y obteniendo sus propios
fines de manera soberana Y esos efectos como bien ensentildea
Ghestin se dan porque fueron queridos y como fueron
queridos84
Para sostener esta posibilidad se han sentildealado las siguientes
bases a) los hombres son esencialmente libres autoacutenomos e
82Art 19 de la Constitucioacuten Nacional Las acciones privadas de los hombres que de ninguacuten modo ofendan al
orden y a la moral puacuteblica ni perjudiquen a un tercero estaacuten reservadas a Dios y exentas de la autoridad de
los magistrados 83GASTALDI Joseacute Mariacutea y GASTALDI Joseacute Mariano Los Contratos en General en Comentarios al Proyecto de
Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten 2012 (Director Rivera Julio Ceacutesar) AbeledoPerrot Buenos Aires 2012 p
582 84 GHESTIN La formation du contrat cit p 27 Ndeg 36
219
iguales y soacutelo su voluntad es soberana b) la voluntad
individual reina como uacutenica fuente de obligacioacuten y justicia De
alliacute el dicho de Foullieacute qui dit contractuel dit justeDe esa
idea que tiene un gran desarrollo durante todo el siglo XIX y
parte del siglo XX se deducen las siguientes consecuencias a)
la libertad contractual que significa poder contratar o no ya
que nadie estaacute obligado a hacerlo b) la imposicioacuten de la fuerza
obligatoria que surge del acuerdo y de alliacute el ceacutelebre adagio
romano del ldquopacta sunt servandardquo es decir que los pactos
deben cumplirse85 y por uacuteltimo c) el efecto relativo que
importa que los contratos surten efecto entre las partes y sus
sucesores universales y no pueden invocarse ni perjudicar ni
ser opuestos a los terceros86 La libertad de configuracioacuten del
acuerdo o para mejor decir de completar y llenar el contenido
de las claacuteusulas convencionales es la zona donde aparecen las
limitaciones a esa esfera de la libertad y resultan las leyes
imperativas la moral las buenas costumbres y el orden
puacuteblico
Siguiendo de esta misma liacutenea Atilio A Alterini nos ha
ensentildeado que la idea de libertad negocial estuvo en la base
del Derecho privado antiguo en el cual la lex publica no
aporta restricciones al dominio de la legislacioacuten privada sino
alliacute donde el intereacutes de todos lo exige imperiosamente Los
85 COMPAGNUCCI DE CASO Rubeacuten H El principio de autonomiacutea de la voluntad y sus liacutemites en J A del 12-7-
2000 LARENZ Karl Derecho de Obligaciones trad de Jaime Santos Briz RDP Madrid 1956 t I p 6 86 TRIGO REPRESAS Feacutelix A Relatividad de los contratos y oponibilidad a terceros en Estudios en homenaje
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relatividad de los contratos en el Derecho espantildeol Colex Madrid 2000 p 24
220
principios de UNIDROIT preveacuten concordantemente que las
partes tienen libertad para celebrar un contrato y determinar
su contenido (art 11) pues -se explica en su comentario- la
libertad de contratar constituye el eje sobre el cual gira un
orden econoacutemico Internacional abierto orientado hacia el libre
comercio y la competitividadEl mismo criterio central resulta
del art 42 del Anteproyecto de Coacutedigo Europeo de Contratos y
del art 1102 de los Principios del Derecho Europeo de
Contratos87
El reconocido principio de autonomiacutea de la voluntad o sea de
la libertad contractual inherente a la convencioacuten soacutelo se
detiene como lo hemos dicho anteriormente ante las vallas
del orden puacuteblico la moral las buenas costumbres y la buena
fe88
La libertad es individual mientras que en la autonomiacutea de la
voluntad no existe plena libertad porque estaacute condicionada a
la concurrencia de otra voluntad afiacuten Asiacute nos ensentildea Lucchini
Guastalla al diferenciar los actos unilaterales de los
plurilaterales cuando refiere queldquoel primero estaacute constituido
por la declaracioacuten de voluntad de una sola parte mientras que
el acto plurilateral se compone de las declaraciones de
voluntad de dos o maacutes partes Nos menciona que el testamento
87 ALTERINI Atilio A Los Pilares del ContratoModerno en Private Law Beyond The National Systems - Liber
Amicorum Guido Alpa British Institute of International and Comparative Law Great Britain 2007 pp 113114
Con citas de VON IHERING 88En Palavecino Mariana Elena sterceriacutea de dominio en autos Machado Laacutezaro Esteban del Pilar c IOA
Distribuidora Electromeacutedica Argentina yu otros shaberes impagos - casacioacuten laboral Sala Criminal Laboral
y Minas del Excmo Superior Tribunal de Justicia Resol Serie B Nordm 25 - Sentencia de Fecha 1322009 - Fallo
Nordm 23859 Mag votantes Juaacuterez Carol-Riacutemini Olmedo-Suarez
221
y el poder son ejemplos del primero respecto del segundo
invoca al contrato y el matrimoniordquo89
Pero la autonomiacutea de la voluntad tiene una valla inexcusable
representada por el orden puacuteblico el que puede ser
conceptualizado como el conjunto de condiciones
fundamentales de vida social instituidas en una comunidad
juriacutedica las cuales por afectar centralmente a la organizacioacuten
de esta no pueden ser alteradas por la voluntad de los
individuos ni en su caso por la aplicacioacuten de normas
extranjeras es decir un conjunto de reglas o normas que no
pueden ser dejadas de lado por la voluntad de las partes ni
por la aplicacioacuten de normas extranjeras ya que su
promulgacioacuten se basoacute en ciertos principios que la que
comunidad considera fundamentales
22 El Orden Puacuteblico
El orden puacuteblico ha dicho Capitant es ldquoel conjunto de
instituciones y reglas destinadas a mantener en un paiacutes el buen
funcionamiento de los servicios puacuteblicos la seguridad y la
moralidad de las relaciones entre particulares y cuya
aplicacioacuten en las convenciones no puede en principio ser
excluida por los contratantes Se hallan vinculadas de tal
manera con la civilizacioacuten de un paiacutes que los jueces de eacuteste
deben aplicarlas con preferencia a la ley extranjera aunque
eacutesta fuese admisible seguacuten las reglas ordinarias de los
89LUCCHINI GUASTALLA Emanuele Negoziogiuridico en Ilcontratto e ilfattoillecito Corso di dirittocivile Giuffreacute
Milano 2012 p 120
222
conflictos de leyesrdquo90De ello podemos inferir de acuerdo con
Zannoni que la idea de orden puacuteblico marca liacutemites Desde la
perspectiva del Derecho interno delimita el territorio aunque
se desenvuelve la autonomiacutea privada (al que se denomina
orden puacuteblico interno) desde la perspectiva del Derecho
Internacional sentildeala los liacutemites a la aplicacioacuten del Derecho
extranjero (es decir el orden puacuteblico internacional) En puridad
nace como modo de armonizar la justicia conmutativa y la
distributiva en las relaciones sociales del mismo modo que
intentan armonizarla otros grandes estaacutendares como los que
encierra la nocioacuten de buena fe o abuso Es que el orden puacuteblico
implica por esencia el intereacutes general o comunitario sobre el
particular El orden puacuteblico no se limita a los intereses
comunes sino que exige que los intereses y los derechos de
cada uno sean salvaguardados siempre que sean compatibles
con el bien comuacuten Ese contenido axioloacutegico y las valoraciones
fundamentales que la sociedad quiere mantener para proteger
la integridad de esa comunidad en su totalidad91 Desde esta
perspectiva encontramos como refiere De la Fuente que el
orden puacuteblico limita la autonomiacutea de la voluntad produciendo
determinados efectos juriacutedicos (imperatividad
irrenunciabilidad aplicacioacuten de oficio y nulidad) con el objeto
de defender y garantizar la vigencia de los intereses generales
de la sociedad de modo que prevalezcan sobre los intereses
particulares Importa pues una institucioacuten que se encuentra
90 MUumlLLER Enrique CarlosldquoEJERCICIO REGULAR Y EJERCICIO ABUSIVO DE LOS DERECHOS ORDEN PUacuteBLICO Y
BUENAS COSTUMBRES O MORAL SOCIALrdquo Cita RC D 11092012 Tomo 2007 3 Orden puacuteblico y buenas costumbres
Revista de Derecho Privado y Comunitario Rubinzal- Culzoni Pag1
91 PONSSA DE MIGUENS Nina Ineacutes G J Acerca del orden puacuteblico en J A 1964-I-87
223
jerarquizada por valores que encuentran respaldo axioloacutegico
porque en definitiva lo que persigue es una suerte de justicia
absoluta aunque distinguiendo que esos principios
fundamentales o intereses generales son el bien juriacutedico
protegido o se identifican con eacutel mientras que la institucioacuten
orden puacuteblico es el instrumento que los defiende y asegura
su inexcusable vigencia frente al peligro que representa una
ilimitada autonomiacutea de la voluntad que no respeta los
intereses de la sociedad
Es importante tambieacuten destacar que el notario como
profesional del derecho a cargo de una funcioacuten puacuteblica en el
marco del control de legalidad de la norma que lleva a cabo
en el ejercicio de sus funciones y como creador de derecho
deberaacute verificar a la hora de recibir los requerimientos de las
partes en el marco de sus libertades sea para dar forma a un
acto juriacutedico de disposicioacuten de uacuteltima voluntad (acto unilateral)
o un contrato (acto bilateralpacto sucesorio) si el encuadre
juriacutedico de acuerdo al caso concreto son compatibles con los
principios del orden puacuteblico establecido Tambieacuten deberaacute
proceder de la misma manera en el caso inverso ya en el plano
del derecho internacional privado cuando redacte un
documento (pactos de familia o sucesorios) destinados a
circular en otro Estado miembro ya que deberaacute asegurar la
eficacia del mismo
La praacutectica notarial deberiacutea buscar una viacutea entre la
compatibilidad con el orden puacuteblico y los pactos sucesorios o
de familia
224
23 Relacioacuten con el Derecho Sucesorio
Es principio general por disposicioacuten de la maacutes alta jerarquiacutea
normativa de nuestro paiacutes (art 19 de la Constitucioacuten
Nacional)92 que ninguacuten habitante de la Nacioacuten estaacute privado de
lo que la ley no prohiacutebe Ello implica que dentro del aacutembito
del derecho sucesorio las personas son libres para disponer de
sus herencias salvo las limitaciones previstas por la ley y es
como explican Joseacute Mariacutea y Joseacute Mariano Gastaldi Existe un
orden de prelacioacuten normativa -escala jeraacuterquica- en el
ordenamiento juriacutedico en general (conf Arts 31 CN)93 Expone
Bianca que el liacutemite fundamental que encuentra la autonomiacutea
testamentaria es el de la solidaridad familiarhellip En presencia de
legitimarios la persona puede disponer soacutelo de una parte de
su patrimonio94 En el mismo sentido Puig Brutau exhibe que
El testamento supone la posibilidad de que la voluntad del
sujeto de derecho determine el destino de sus bienes derechos
y obligaciones para despueacutes de su fallecimiento Es un acto por
el cual una persona puede determinar dentro de los liacutemites y
en la forma que prescribe la ley el destino de su patrimonio
despueacutes de su muerte95
92Las acciones privadas de los hombres que de ninguacuten modo ofendan al orden y a la moral puacuteblica ni
perjudiquen a un tercero estaacuten soacutelo reservadas a Dios y exentas de la autoridad de los magistrados Ninguacuten
habitante de la Nacioacuten seraacute obligado a hacer lo que no manda la ley ni privado de lo que ella no prohiacutebe 93GASTALDI Joseacute Mariacutea y GASTALDI Joseacute Mariano Los Contratos en General en Comentarios al Proyecto de
Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten 2012 (Director Rivera Julio Ceacutesar) AbeledoPerrot Buenos Aires 2012 p
582
94BIANCA C Massimo La successione testamentaria en DirittoCivile - la familia - le successioni Giuffreacute Milano
2005 p 730
95PUIG BRUTAU Joseacute El testamento en Fundamentos de Derecho Civil - Sucesiones Volumen II Bosch
Barcelona 1963 p 5
225
El contenido del texto constitucional es ademaacutes reconocido
como un principio baacutesico informante de todo el derecho96
Surge claro del pensamiento del profesor Stiglitz y del texto
constitucional que el principio es la libertad del sujeto que
soacutelo puede ser limitada por normas imperativas es decir
aquellas que la misma constitucioacuten indica coacutemo deben ser
gestadas
En la mayoriacutea de los paiacuteses que pertenecen al Derecho
Continental como el nuestro se reconoce dos tipos de
sucesiones la sucesioacuten legiacutetima y la sucesioacuten testamentaria La
sucesioacuten legiacutetima tienen lugar cuando no hay testamento y es
la que la ley defiere a los parientes maacutes proacuteximos de acuerdo
a un orden que ella misma establece son los herederos
forzosos Tambieacuten llamada sucesioacuten ab intestato La sucesioacuten
testamentaria se basa en la voluntad del difunto establecida
en el testamento
Ahora bien el testador carece de facultad de disponer de todos
sus bienes a su agrado o seguacuten sus preferencias aun el caso
que realice un testamento deberaacute respetar una porcioacuten de la
que no puede disponer libremente esta porcioacuten la llamamos
legiacutetima y comprende a los parientes en liacutenea recta y al
coacutenyuge en su legiacutetima
96STIGLITZ Rubeacuten Un nuevo orden contractual en el Proyecto de Coacutedigo Civil en
httpwwwnuevocodigocivilcomun-nuevo-orden-contractual-en-el-proyecto-de-codigo-civil-por-ruben-
stiglitz
226
Las reformas incorporadas mediante la sancioacuten del Coacutedigo Civil
y Comercial de la Nacioacuten surgen a partir de una imperiosa
necesidad de adaptar modificar y flexibilizar ciertos principios
y pautas que eran pilares determinantes durante la vigencia
del antiguo coacutedigo
En consonancia con lo anteriormente expuesto y en la misma
liacutenea pensamiento de la Dra Maria Cristina de Mourelle de
Tamborenea ldquoel Coacutedigo Civil y Comercial unificado plantea
una flexibilizacioacuten del orden puacuteblico el que queda demostrado
en varias de sus disposiciones tales como la disminucioacuten de
los montos de legiacutetima (art 2445) los liacutemites a la accioacuten de
reduccioacuten (art 2459) la mejora a favor del heredero con
discapacidad (art 2448) todo lo cual supone ampliar los
maacutergenes de la autonomiacutea privada cercenada por la sucesioacuten
forzosa entre otros De todas maneras es indudable que ante
la existencia de herederos forzosos resulta indispensable
atender el orden puacuteblico sucesorio ya que no puede excederse
-en cuanto a las liberalidades-de la porcioacuten disponible del
autor de la sucesioacutenrdquo97
Los aspectos maacutes relevantes de la reforma son 1) el amplio
espacio destinado a la autonomiacutea de la voluntad en el nuevo
articulado - es preciso tener en cuenta que la expresioacuten
autonomiacutea de la voluntad en nuestro sistema juriacutedico es de
creacioacuten doctrinaria 2) el ejercicio de libertad del causante 3)
97MOURELLE DE TAMBORENEA Mariacutea Cristina ldquoPlanificacioacuten sucesoria patrimonial y no patrimonial una
herramienta a utilizar pensando en la herenciardquo Publicado en LA LEY 27092018 27092018 1 - LA LEY2018-E
910 - DFyP 2019 (marzo) 11032019 81 - RCCyC 2019 (mayo) 15052019 81 Cita Online ARDOC15972018Pag3
227
la solidaridad familiar 4) la tutela de la familia en sus
diferentes formas y 5) la proteccioacuten a los herederos maacutes
deacutebiles e incapaces entre otras Estos son algunos de los
principios que a partir de la sancioacuten del Coacutedigo Civil y
Comercial cobraron fuerte protagonismo en el aacutembito de las
transmisiones por causa de muerte
Por consiguiente aunque la libertad del causante solo puede
estar limitada por normas imperativas el objetivo del
legislador ha sido lograr un equilibrio entre las disposiciones
legales y la autonomiacutea de la voluntad
Este equilibrio se puede ver reflejado en varios supuestos
a) en la disminucioacuten de la legiacutetima proporcionaacutendole al
causante un mayor aacutembito a la hora de testar b) en la sancioacuten
de indignidad para quien haya provocado o coartado la
voluntad del causante para que otorgue testamento lo
modifique o no lo haga y a quienes oculten falsifiquen o lo
reemplacen
Tambieacuten se encuentra en institutos tales como
c) fideicomiso testamentario (art 2448) como mejora de un
heredero con discapacidad (4) el causante puede disponer
por el medio que estime conveniente incluso mediante un
fideicomiso ademaacutes de la porcioacuten disponible de un tercio de
las porciones legitimas para aplicarlas como mejora
d) el derecho real de habitacioacuten del coacutenyuge supeacuterstite asiacute lo
dispone el art 2383 Si en el haber hereditario hay soacutelo un
inmueble habitable y eacuteste fue el uacuteltimo hogar conyugal el
228
coacutenyuge supeacuterstite tiene derecho real de habitacioacuten vitalicio y
gratuito Este derecho se extingue si el coacutenyuge beneficiario
contrae nuevas nupcias o vive en concubinato La convivencia
concubinaria es incorporada como causal de peacuterdida del
derecho real de habitacioacuten con ello se pretende evitar que los
concubinos posean mayores derechos que quienes contraen
nuevas nupcias
Ademaacutes el equilibrio se encuentra presente en institutos que
buscan proteger a la empresa familiar en este caso
e) el testador puede imponer una indivisioacuten hereditaria forzosa
sobre su herencia por un plazo determinado El testador puede
imponer a sus herederos aun legitimarios la indivisioacuten de la
herencia por un plazo no mayor de 10 antildeos (art 2330)
f) los herederos tambieacuten pueden convenir que dicha indivisioacuten
forzosa perdure un plazo determinado siempre y cuando no
exceda de 10 antildeos (art 2331)
g) el coacutenyuge supeacuterstite tiene el derecho y puede imponerse a
la indivisioacuten forzosa en los teacuterminos y circunstancias que
establece el art 2332
Siguiendo la misma liacutenea un heredero tambieacuten puede oponerse
a la particioacuten de una unidad econoacutemica conforme los
lineamientos del art 2333 y
h) respecto al pacto de herencia futura se incorpora una
excepcioacuten si bien es cierto que el pacto de la herencia futura
no puede ser objeto de los contratos ni los derechos
hereditarios eventuales sobre objetos particulares el equilibrio
229
se encuentra plasmado en la excepcioacuten que cita el artiacuteculo
1010 Los pactos relativos a una explotacioacuten productiva o a
participaciones societarias de cualquier tipo con miras a la
conservacioacuten de la unidad de la gestioacuten empresaria o a la
prevencioacuten o solucioacuten de conflictos pueden incluir
disposiciones referidas a futuros derechos hereditarios y
establecer compensaciones en favor de otros legitimarios
Estos pactos son vaacutelidos sean o no parte el futuro causante y
su coacutenyuge si no afectan la legiacutetima hereditaria los derechos
del coacutenyuge ni los derechos de tercerosrdquo
Es asiacute como el causante tiene la posibilidad de realizar un
convenio sobre su patrimonio con algunos de sus coherederos
otorgaacutendosele una mayor autonomiacutea de la voluntad La reforma
proyectada al permitir mayor discrecionalidad del causante
para repartir los bienes ha fomentado la autonomiacutea de la
voluntad
El nuevo espiacuteritu del derecho sucesorio pretende actuar en
concordancia con la evolucioacuten y el desarrollo juriacutedico y social
actual y el objetivo de este trabajo es demostrar el equilibrio
entre las disposiciones legales y la autonomiacutea de la voluntad
del causante
Tambieacuten con el art 2445 del Coacutedigo Civil y Comercial de la
Nacioacuten La porcioacuten legiacutetima de los descendientes es de DOS
TERCIOS (23) la de los ascendientes de UN MEDIO (12) y la
del coacutenyuge de UN MEDIO (12) se ha ampliado la porcioacuten
disponible del causante en relacioacuten a los ascendientes y
230
descendientes lo que otorga una mayor libertad para disponer
de su herencia
En cuanto al testamento entendido como una manifestacioacuten
de voluntad del testador que se refleja mediante documento
escrito que contienen disposiciones de caraacutecter patrimonial
yo extrapatrimonial y que mediante el nuevo art 2417 se
incorpora la idea de la interpretacioacuten
En definitiva a lo largo del nuevo articulado sobre el cuaacutel
trabajamos se demostroacute coacutemo se receptoacute el respeto de la
autonomiacutea de la voluntad (como uno de los grandes principios
del Coacutedigo Civil y Comercial unificado) y la posibilidad de
autorregulacioacuten acorde a uno de los principios filosoacuteficos
esenciales del orden juriacutedico argentino
En este sentido vemos que el objetivo del legislador ha sido
lograr un equilibrio entre las disposiciones legales y la
autonomiacutea de la voluntad del causante Considerada eacutesta en
un sentido amplio como poder referido al uso y goce
disposicioacuten de poderes y facultades y derechos subjetivos la
autonomiacutea de la voluntad se manifiesta en todos los derechos
subjetivos y tambieacuten en el derecho sucesorio
24 Relacioacuten con el Derecho de Familia
a) Reacutegimen Patrimonial del Matrimonio
Es importante destacar que las reformas introducidas en el
derecho de familia repercuten directamente en el derecho
sucesorio a pesar que eacuteste es considerado como un derecho
interdependiente
231
En cuanto al Reacutegimen Patrimonial del Matrimonio definido
comoldquoel conjunto de relaciones juriacutedicas de orden o- de
intereacutes- patrimonial que el matrimonio establece entre los
coacutenyuges y entre eacutestos y tercerosrdquo98 el Coacutedigo Civil Unificado
permite que los coacutenyuges puedan optar entre dos regiacutemenes
patrimoniales el de comunidad de ganancias y el de
separacioacuten Si al contraer el matrimonio los coacutenyuges no se
pronuncian sobre la opcioacuten de un reacutegimen patrimonial u otro
quedan sometidos al reacutegimen de comunidad y luego de un antildeo
pueden pasar al de separacioacuten
En el reacutegimen de separacioacuten de bienes existe independencia
patrimonial entre los coacutenyuges el matrimonio no modifica la
propiedad de los bienes (no hay masa comuacuten partible) y no da
a los consortes expectativas comunes sobre los mismos Cada
uno conserva la propiedad de los bienes que poseiacutea antes de
la celebracioacuten de las nupcias y los que adquiera con
posterioridad por tiacutetulo gratuito u oneroso La administracioacuten
y disposicioacuten es libre salvo disposicioacuten de la vivienda familiar
que forma parte del estatuto primario Ambos coacutenyuges tienen
exclusiva responsabilidad por las deudas contraiacutedas excepto
las cargas del hogar y ciertos casos de responsabilidad comuacuten
no hay calificacioacuten de los bienes ni derechos sobre los bienes
del otro ni derecho a las ganancias El fallecimiento de uno de
los coacutenyuges no altera el patrimonio del supeacuterstite lo mismo
que el divorcio no involucra divisioacuten patrimonial Nuestro
98 WEISS Karen Maiacutena ldquoSEMINARIOS DE TEORIA Y PRAacuteCTICANOTARIALrdquo Colegio de Escribanos de la Provincia de
Buenos Aires Unidad Temaacutetica 1 Reacutegimen Patrimonial Matrimonial Pag1
232
reacutegimen sucesorio se encarga de otorgarle al supeacuterstite un
reconocimiento a la cooperacioacuten el esfuerzo comuacuten y la
solidaridad al incluirlo como heredero de los bienes propios
del causante o permitir mejorarlo viacutea testamentaria
En cambio el reacutegimen de comunidad de bienes se caracteriza
por una masa de bienes que pertenece a los esposos quienes
participaraacuten de la buena o mala fortuna del matrimonio En
este reacutegimen se forma una masa de bienes que al momento de
la disolucioacuten se dividiraacute entre los coacutenyuges o entre uno y los
herederos del otro Hay una expectativa comuacuten sobre los
bienes adquiridos La titularidad sobre los bienes se vincula al
reacutegimen de administracioacuten y disposicioacuten no se trata de
copropiedad o condominio sobre ellos y seguacuten su extensioacuten
determina distintos tipos de comunidad El principio de
administracioacuten separada lo establece el arto 469 CCCNy
retrasa la formacioacuten de la masa comuacuten hasta que se liquide la
comunidad Es alliacute donde los coacutenyuges actualizan sus
expectativas comunes sobre los bienes que la componen
Nuestro sistema es restringido de ganancias todas las
ganancias o adquisiciones a tiacutetulo oneroso que realicen los
coacutenyuges durante el matrimonio y los frutos de los bienes
propios son comunes Son bienes propios los que sean
llevados al matrimonio (sean muebles o inmuebles) o los
adquiridos con posterioridad a tiacutetulo gratuito (herencia legado
o donacioacuten) o por permuta con otro bien propio o adquirido
con el producido de la venta de un bien propio o por causa
anterior al matrimonio Hay tres masas de bienes los propios
del marido los propios de la mujer y los gananciales
233
La autonomiacutea de la voluntad oscilaraacute en los contrayentes
permitieacutendoles escoger entre un estatuto econoacutemico
matrimonial u otro o simplemente no optar por ninguno para
quedar enmarcados dentro del legal supletorio y a los
coacutenyuges variar de reacutegimen por considerar que equivocaron
en su decisioacuten u omisioacuten inicialo porque las circunstancias
econoacutemico-matrimoniales que valoraron con anterioridad
ahora son diferentes y consideran oportuno mutar de reacutegimen
En cuanto a las convenciones matrimoniales la autora las
define como ldquoactos juriacutedicos familiares patrimoniales
acuerdos o pactos que en algunas ocasiones podraacuten constituir
un contrato -corno en el caso de las enumerados en los incisos
c) y d) del art 446- o simplemente consistiraacuten en una
declaracioacuten de los futuros esposos con respecto a los bienes
que cada uno lleva al matrimonio o las deudas que tuvieran -
incisos a) y b) del mismo artiacuteculo- Su naturaleza juriacutedica y
yen funcioacuten de la definicioacuten del arto 957 CCCN pueden
caracterizarse como contratos De alliacute que se les apliquen las
normas generales en materia contractualrdquo99
Las convenciones pueden otorgase antes de la celebracioacuten del
matrimonio -ldquoprematrimonialesrdquo- (art 446) y despueacutes de la
celebracioacuten del matrimonio -ldquomatrimonialesrdquo- (art 449)
Las convenciones ldquoprematrimonialesrdquo son actos sometidos a la
condicioacuten suspensiva de que el matrimonio se celebre
99 WEISS Karen Maiacutena ldquoSEMINARIOS DE TEORIA Y PRAacuteCTICANOTARIALrdquo Colegio de Escribanos de la Provincia de
Buenos Aires Unidad Temaacutetica 1 Reacutegimen Patrimonial Matrimonial Pag2
234
vaacutelidamente y no sea anulado su objeto estaacute definido
taxativamente en el artiacuteculo 446 En cuanto a la forma
establecida se debe celebrar mediante escritura puacuteblica y
pueden modificarse ndashantes del matrimonio- con la misma
formalidad
Las convenciones ldquomatrimonialesrdquo de cambio de reacutegimen
patrimonial La forma impuesta exigida para la celebracioacuten de
las convenciones matrimoniales es la escritura puacuteblica En
cuanto a su inscripcioacuten el notario que autorice una convencioacuten
ldquomatrimonialrdquo tiene la obligacioacuten de inscribirla en el Registro
Civil y Capacidad de las Personas conforme el artiacuteculo 449 Se
registra mediante nota al margen en el acta del matrimonio
La inscripcioacuten de las convenciones matrimoniales referida a los
artiacuteculos 448 y 449 es meramente declarativa
Eficacia en el paiacutes de las convenciones celebradas en el
extranjero La vieja ley 23515 incorporoacute un punto de conexioacuten
fundamental (art 163 CC) y unificoacute en el primer domicilio
conyugal todo el reacutegimen de bienes del matrimonio
incluyendo las convenciones matrimoniales Asiacute fueron
aplicables en nuestro paiacutes las convenciones matrimoniales
celebradas en el extranjero y tambieacuten se posibilitoacute que esas
convenciones sean celebradas aquiacute si el primer domicilio
conyugal fijado en paiacutes extranjero las admitiacutea y alliacute fuera
aplicablela convencioacuten formalizada El nuevo Coacutedigo prosigue
con dicho lineamiento y el arto 2625 establece que el reacutegimen
de bienes se rige por el derecho del primer domicilio conyugal
-tambieacuten aplicable para las convenciones celebradas con
anterioridad al matrimonio- y que las posteriores se rigen por
235
el derecho del domicilio conyugal al momento de su
celebracioacuten Si los coacutenyuges deciden cambiar su domicilio a
este paiacutes pueden hacer constar en instrumento puacuteblico -el
artiacuteculo no especiacutefica cuaacutel- su opcioacuten de aplicar el derecho
argentino por lo que la escritura puacuteblica cumple acabadamente
con la garantiacutea necesaria para no afectar el derecho de
terceros
Opcioacuten de aplicacioacuten de la ley argentina y del reacutegimen
patrimonial de separacioacuten de bienes del matrimonio En los
casos de matrimonios celebrados en el extranjero los
coacutenyuges que opten por sujetarse al reacutegimen legal argentino
tambieacuten podraacuten otorgar estas convenciones auacuten cuando la ley
foraacutenea no lo contemple (art 2625 ult pte)
Hoy la denominada familia empresaria puede estar
organizada juriacutedicamente bajo estos dos esquemas diferentes
de administracioacuten de bienes familiar La asuncioacuten de cada
esquema difiere notablemente en orden a la estructuracioacuten de
la planificacioacuten patrimonial de la empresa familiar ya que las
consecuencias juriacutedicas (y eventualmente la posibilidad de
extincioacuten del viacutenculo mediante un divorcio) difieren en cada
uno de los sistemas
Seguacuten el caso la separacioacuten de bienes podriacutea resultar una
herramienta uacutetil para evitar los inconvenientes que la
comunidad de bienes suele ofrecer en aquellos matrimonios
en los que el coacutenyuge no estaacute comprometido con la gestioacuten de
la empresa familiar Es una alternativa vaacutelida para pactar
puertas adentro como seraacute desarrollada la actividad
236
empresarial la que podriacutea ser llevada a cabo por un coacutenyuge
con sus hijos o nietos (o auacuten con los hijos del otro coacutenyuge)
Las motivaciones y razones que originan los diversos modelos
de planificacioacuten patrimoniales son muy diversos y muchas
veces se originan en cuestiones nacidas en generaciones
anteriores Como se ve la separacioacuten de bienes no es la regla
(todo lo contrario debe pactarse expresamente pues si no la
regla es la comunidad de bienes) pero es una variante de
planeacioacuten que puede ser uacutetil para la empresa familiarEn el
reacutegimen de separacioacuten de bienes los coacutenyuges podriacutean celebrar
la maacutes variada gama de contratos Ello estaacute permitido
actualmente bajo el velo del art 1002 inc d) CCC Este precepto
sentildeala que no pueden contratar en intereacutes propio los coacutenyuges
bajo el reacutegimen de comunidad entre siacute Por ello en una
interpretacioacuten a contrario los coacutenyuges entre siacute podriacutean
celebrar contratos de compraventa cesioacuten de derecho mutuos
locacioacuten de un inmueble comercial hasta cincuenta antildeos y
cualquier otro contrato que permitiera una adecuada
planificacioacuten patrimonial Esto permitiriacutea cesiones de acciones
y participaciones societarias en empresas familiares
Obviamente que esta posibilidad no seriacutea liacutecita bajo el
reacutegimen de comunidad de bienes
La cuestioacuten familiar siempre estuvo regida por normas de
orden puacuteblico y con escaso margen para la realizacioacuten o
planificacioacuten de cuestiones patrimoniales o negocios entre sus
miembros La mayoriacutea de los contratos se encuentran
prohibidos entre los coacutenyuges o incluso entre padres e hijos
y la planificacioacuten del futuro de una empresa familiar siempre
237
encontraba liacutemites en los cuestionados pactos de herencia
futura
En las empresas familiares se admite el mandato entre
coacutenyuges (haya o no reacutegimen de separacioacuten de bienes) En
funcioacuten del art 459 CCC uno de los coacutenyuges puede dar poder
a otro para representarlo en el ejercicio de las facultades que
el reacutegimen matrimonial le atribuye pero no para darse a siacute
mismo el asentimiento conyugal-
Graciela Medina considera ldquoque la disposicioacuten de celebrar
contratos entre coacutenyuges unidos por el reacutegimen de comunidad
es absurda carece de sentido y es contraria al intereacutes de la
familia en general y de la empresa familiar en particular por lo
que debe ser interpretada restrictivamenterdquo100
Sin dudas es un retroceso respecto de la autonomiacutea de la
voluntad en el derecho de familia y las tendencias legislativas
que se vienen promoviendo en el derecho comparado Asiacute lo
ha hecho el Coacutedigo Civil espantildeol (art 1323 texto ley 232005)
que dispone Los coacutenyuges podraacuten transmitirse por cualquier
tiacutetulo bienes y derechos y celebrar entre siacute toda clase de
contratos Siguen esta corriente contractual paiacuteses como
Alemania Suiza y Meacutexico entre otros
La plena capacidad civil de la mujer la igualdad de los
coacutenyuges la idea de consagrar la libertad contractual entre
100MEDINA Graciela La proteccioacuten de la empresa familiar en el Coacuted Civ y Com Revista de Derecho Privado y
Comunitario 2016-2 Derecho de Familia II Relaciones entre adultos Ed Rubinzal-Culzoni Buenos Aires 2016 p
101
238
ellos la buena fe el avance de la autonomiacutea de la voluntad
deben ser las pautas rectoras en materia contractual
independientemente del reacutegimen matrimonial por el que hayan
optado
b) Uniones convivenciales
El Condigo Civil Unificado reconoce receptando el mandato
constitucional de proteccioacuten integral de la familia a las
situaciones juriacutedicas de la convivencia y la unioacuten convivencial
Entre ambas existe una relacioacuten de geacutenero a especie
recibiendo la unioacuten convivencial una regulacioacuten especiacutefica en
los veinte artiacuteculos que componen el Tiacutetulo III del Libro
Segundo del CCCN En la unioacuten convivencial se genera un
viacutenculo legal de derechos y obligaciones entre los convivientes
y los integrantes de la familia aun ensamblada Se diferencia
del matrimonio porque carecen de vocacioacuten hereditaria entre
siacute y parentesco por afinidad con los parientes del otro el
derecho real de habitacioacuten al supeacuterstite es temporal el derecho
personal de uso de la vivienda familiar es temporal y por
inexistencia del derecho a solicitar alimentos posteriores al
cese de la unioacuten
La unioacuten convivencial puede probarse por cualquier medio de
prueba Puede ser inscripta o no inscripta Su inscripcioacuten en el
registro especial no constituye el estado o situacioacuten juriacutedica
de unioacuten convivencial a diferencia del matrimonio para el
viacutenculo conyugal
239
Como sentildeala Carlos A Molina Sandoval que ldquotodo lo demaacutes
por exclusioacuten puede ser objeto de contrato y no existen
limitaciones para que los convivientes celebren todo tipo de
contrato y acuerden de comuacuten acuerdo como van a
administrar gestionar y proyectar a futuro no soacutelo la empresa
familiar en siacute sino tambieacuten los bienes que la componen y los
bienes de la familia empresario Los liacutemites soacutelo son los
generales y algunos especiacuteficos derivados del reacutegimen
sucesorio (propios del sistema juriacutedico general)rdquo101
Estos pactos deben ser formalizados por escrito (art 513 CCCN)
Aquellos que tengan por objeto la adquisicioacuten modificacioacuten o
extincioacuten de derechos reales sobre bienes registrables deben
ser formalizados por escritura puacuteblica y para su oponibilidad
a terceros deben inscribirse conforme lo indica el art 517 CCCN
En el marco de la autonomiacutea de la voluntad los convivientes
pueden pactar con la mayor amplitud de contenidos la
regulacioacuten de su convivencia tanto en aspectos patrimoniales
como extrapatrimoniales reconociendo como liacutemite el
conjunto de normas que se encuentran consagradas en el
reacutegimen primario indisponible (arts 519 520 521 y 522 CCCN)
Pueden formalizarse tanto antes del inicio de la convivencia
como durante su existencia mientras no haya cesado
A traveacutes del pacto convivencial los integrantes de la unioacuten
pueden convenir libremente el reacutegimen especial de
administracioacuten y disposicioacuten de los bienes Pueden establecer
entre otros un reacutegimen de comunidad de bienes e intereses
101 Molina Sandoval Carlos A ldquoProgramacioacuten patrimonial en la empresa familiarrdquo Publicado en LA LEY
08092015 08092015 1 - LA LEY2015-E 677 Cita Online ARDOC29862015 Pag6
240
siempre que se respete el principio de igualdad y basada en el
esfuerzo en comuacuten siendo causa suficiente para una futura
adjudicacioacuten de estos bienes en caso de cese de la unioacuten
Podraacuten integrarse con poderes redactados con las previsiones
del art 1330 CCCN con la finalidad de que el conviviente
supeacuterstite pueda transferir a su favor los bienes que se le
reconocen en caso de cese La circulacioacuten de tiacutetulos sobre
inmuebles provenientes del cese de la unioacuten convivencial tiene
causa en adjudicaciones por ejecucioacuten de pactos de
convivencias inscriptos y previos a su extincioacuten Si el pacto es
simultaacuteneo o posterior al cese o tiene su origen en un contrato
de transaccioacuten o dacioacuten en pago por reconocimiento de una
compensacioacuten convencional la causa es una transmisioacuten
onerosa por monto determinado o indeterminado
Es importante destacar que la existencia y extincioacuten de la
unioacuten convivencial puede ser acreditada por acta notarial
donde el notario podriacutea tener plenas facultades mediante
apoderamiento expreso para registrar la unioacuten convivencial en
el Registro de Uniones Convivenciales que corresponda a cada
jurisdiccioacuten local
ldquoSi bien el margen de libertad es mayor en las uniones
convivenciales que en el matrimonio aun en este caso la
posibilidad concreta del reacutegimen de separacioacuten de bienes
brinda muchos elementos en la estructuracioacuten de negocios
acuerdos y demaacutes instrumentos Los coacutenyuges tiene la
posibilidad de fijar no soacutelo las cuestiones tradicionales sino
que podraacuten pautarse esquemas maacutes sofisticados en los que la
comunioacuten entre la propiedad la gestioacuten y la familia se
241
relacionen con ratios de rendimientos con asignacioacuten de
beneficios econoacutemicos en funcioacuten del logro de objetivos
empresariales con tableros de planificacioacuten que tengan en
cuenta las modernas teacutecnicas del management empresarialrdquo 102
El respeto de la autonomiacutea de la voluntad la igualdad entre
coacutenyuges o convivientes la contratacioacuten y circulacioacuten de
bienes la proteccioacuten de la familia y de la empresa familiar son
algunos de los grandes principios del Coacutedigo Civil y Comercial
unificado Estos deben adecuarse a las necesidades de los
miembros de la familia empresaria alentando el progreso
econoacutemico con herramientas dinaacutemicas y actualizadas todo
ello en un marco de equidad
25 Planificacioacuten Sucesoria
a) Concepto
La Real Academia Espantildeola define la planificacioacuten como la
accioacuten o efecto de planificar o plan general cientiacuteficamente
organizado y frecuentemente de gran amplitud para obtener
un objetivo determinado tal como el desarrollo econoacutemico la
investigacioacuten cientiacutefica el funcionamiento de una industria
entre otros103
El tema de la planificacioacuten sucesoria se inscribe dentro del
marco del diaacutelogo entre las diferentes ramas del derecho civil
en particular el derecho contractual y el derecho sucesorio sin
102 Molina Sandoval Carlos A ldquoProgramacioacuten patrimonial en la empresa familiarrdquo Publicado en LA LEY
08092015 08092015 1 - LA LEY2015-E 677 Cita Online ARDOC29862015 Pag 12 103 httpsdleraeessrvsearchm=30ampw=planificaciC3B3n
242
dejar de lado otras ramas del derecho como puede ser el
tributario etc
Seguacuten la Dra Mariacutea Cristina Mourelle de Tamborenea se
entiende por Planificacioacuten a ldquola actividad de formulacioacuten de
planes para la transformacioacuten del futuro desarrollo del sistema
objeto del proceso de planificacioacuten el cual lleva impliacutecito la
fijacioacuten de objetivos y metas concretas al comportamiento del
sistema a planificar en un plazo determinado y la
correspondiente asignacioacuten precisa de medios que aseguren el
logro de dichos objetivosrdquo 104
Sostiene la autora querdquo la planificacioacuten sucesoria es ese
conjunto de pasos adecuados para la mejor transmisioacuten de
nuestro patrimonio o como veremos encontrar la mejor
solucioacuten para nuestras cuestiones personales o patrimoniales
o futuras posibles enfermedades siempre teniendo en cuenta
que lo que hemos de analizar para nuestra problemaacutetica
concreta es coacutemo encargar un traje a medida que habraacute de
requerir de un detallado anaacutelisisrdquo
Hoy en diacutea dentro de nuestra sociedad algunas personas -ante
la posibilidad de poder incapacitarse o ante la proximidad o
no de la muerte- desean planificar su situacioacuten tanto
patrimonial como no patrimonial cuando ya no esteacuten en
104 MOURELLE DE TAMBORENEA Mariacutea Cristina ldquoPlanificacioacuten sucesoria patrimonial y no patrimonial una
herramienta a utilizar pensando en la herenciardquo Publicado en LA LEY 27092018 27092018 1 - LA LEY2018-
E 910 - DFyP 2019 (marzo) 11032019 81 - RCCyC 2019 (mayo) 15052019 81 Cita Online
ARDOC15972018Pag1
243
condiciones de poder realizarlo porque no quieran o porque
no puedan
b) Ventajas
Nadie puede dudar de que resulta mejor planificar que no
hacerlo La planificacioacuten tiene muacuteltiples ventajas en general
preventivas entre las que se mencionan
1) opera como un mecanismo de prevencioacuten de conflictos (pues
una adecuada planificacioacuten sucesoria debe adelantarse a los
posibles problemas mediante el acuerdo y consenso familiar y
pudiendo conocer en detalle la voluntad del fundador)
2) brinda mayores posibilidades de continuidad a la empresa
(pues al prevenir conflictos en alguacuten modo garantiza un mejor
posicionamiento de la empresa y brinda fortaleza mdash
minimizando las naturales debilidades que la sucesioacuten acarrea
al cambio generacional-)
3) facilita la toma de ciertas decisiones que involucran la venta
de la empresa o la compensacioacuten de ciertos bienes del
patrimonio (evitando colaciones u otras acciones sucesorias)
4) permite organizar al empresario que planifica sus ingresos
futuros y coacutemo se va a desarrollar el cambio de mando (y de
propiedad) pero garantizando un nivel miacutenimo de ingresos y
su personal sustentabilidad patrimonial (mediante pactos de
accionistas usufructos etc)
5) facilita la apertura de informacioacuten a los futuros herederos y
la transmisioacuten de ciertos bienes a personas importantes en el
plan de sucesioacuten evitando de esa manera los naturales
244
problemas de informacioacuten que tienen los traspasos de activos
acciones y empresas (problemas que se potencian cuando esa
transmisioacuten no es planificada)
c) Planificacioacuten Sucesoria Patrimonial
Dentro de los actos juriacutedicos plurilaterales tendientes a
planificar la situacioacuten patrimonial del futuro causante
podriacuteamos mencionar las siguientes figuras juriacutedicas de
nuestro pais
- Donacioacuten a Herederos Forzosos y no Forzosos es la figura
juriacutedica por antonomasia de una planificacioacuten donde permite
la transmisioacuten del dominio a los futuros herederos forzosos y
no forzosos del causante Esta misma figura podriacutea ser
utilizada bajo diversas modalidades incluyendo clausulas
comopacto de derecho de reversioacuten e clausulas con derecho
de acrecer entre los donatarios la constitucioacuten del derecho real
de usufructo donacioacuten con cargo a favor del donante etc todo
dependiendo de las circunstancias en cada caso-
Ante esta posibilidad de planificar el ordenamiento juriacutedico
nos brinda algunas herramientas para partir o mantener
indivisos los bienes del acervo hereditario como son los
supuestos previstos en los arts 2411 al 2423 del Coacuted Civ y
Com a saber
- Particioacuten y-o indivisioacutenAnte esta posibilidad de planificar
el ordenamiento juriacutedico nos brinda algunas herramientas para
partir o mantener indivisos los bienes del acervo hereditario
como son los supuestos previstos en los arts 2411 al 2423 del
Coacuted Civ y Com a saber Particioacuten por los ascendientes Este
245
instituto permite que la particioacuten sea la realizada por los
padres u otros ascendientes y puede ser efectuada por actos
entre vivos o por actos de uacuteltima voluntad La particioacuten por
ascendientes ya habiacutea sido contemplada por Veacutelez y al
respecto Fornieles hace una aclaracioacuten al considerar que su
escasa aplicacioacuten se debiacutea a muacuteltiples causas entre ellas la
falta de haacutebito de hacer testamento sobre todo existiendo
herederos forzosos Particioacuten por Donacioacuten se trata de una
particioacuten por donacioacuten debemos considerar que se trata de un
contrato entre el ascendiente y sus descendientes y en ese
supuesto deberaacute cumplirse con las formas previstas seguacuten el
tipo de bienes objeto de esta teniendo en cuenta lo dispuesto
en el art 1552 del Coacuted Civ y Com Como toda donacioacuten mdashen
principiomdash es irrevocable maacutes allaacute de la posibilidad de
revocacioacuten por inejecucioacuten de cargas y condiciones o por
causa de ingratitud o indignidad Particioacuten por testamento en
la particioacuten por testamento se ha de tratar de un acto de uacuteltima
voluntad unilateral que no impediraacute el nacimiento de la
indivisioacuten hereditaria situacioacuten esta que no ocurre en la
particioacuten por donacioacuten
Indivisioacuten forzosa Hoy incorporada al nuevo ordenamiento por
medio de los arts 2330 al 2334 del Coacuted Civ y Com inclusiveEl
art 2330 contempla la posibilidad de que el testador imponga
la indivisioacuten de la herencia o la indivisioacuten de un bien en
particular Por su parte el art 2331 del Coacuted Civ y Com permite
que este pacto de indivisioacuten voluntaria opere y se perfecciona
entre los herederos que habiendo analizado las ventajas y
desventajas de la unidad deciden mantener unido el acervo
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hereditario o parte de eacutel para un mejor aprovechamiento del
derecho o de las cosasY por uacuteltimo el art 2332 del Coacuted Civ
y Com bajo el tiacutetulo oposicioacuten del coacutenyuge regula dos
supuestos en los cuales el coacutenyuge supeacuterstite mdashsiempre y
cuando conserve la vocacioacuten hereditariamdash puede solicitar la
indivisioacuten
Mejora estricta al heredero con discapacidad Esta es una
novedad introducida por el nuevo Coacutedigo Civil y Comercial el
cual preveacute a traveacutes del art 2448 del citado ordenamiento la
proteccioacuten del heredero con discapacidad quien
eventualmente quedariacutea sin proteccioacuten luego de la muerte de
un ascendiente o descendiente que seguramente se hubiera
hecho cargo de eacutel El beneficio puede otorgarse por el medio
que al causante le resulte conveniente ya sea por medio de
una donacioacuten legado fideicomiso con una mejora de un tercio
sobre la porcioacuten legiacutetima la que estaraacute condicionada a que se
le haya otorgado la porcioacuten disponible que en realidad deja
de ser tal cuando el testador quiere hacer uso de la facultad
de beneficio con la mejora estricta al discapacitado
Contrato de FideicomisoEste es quizaacutes el mejor avance en
materia de programacioacuten del patrimonio familiar En la
praacutectica el fideicomiso se ha utilizado para muchas finalidades
conexas (o incluso estructurales) de la adecuada organizacioacuten
del patrimonio familiar El fideicomiso permite unificar las
participaciones societarias del fundador (o de todo el grupo
familiar) permite realizar aportes de bienes inmuebles en
orden a organizar o administrar de una manera maacutes eficiente
el patrimonio familiar admite fondos de garantiacutea y
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financiamiento de necesidades alimentarias profesionales o
aun empresarias de las generaciones siguientes permite
adaptar una estructura contractual flexible con la
impermeabilizacioacuten patrimonial de la que goza el esquema
de dominio fiduciario Parece haber quedado superada la
posibilidad concreta de celebrar fideicomisos de planeacioacuten
patrimonial o que procuren organizar todo el patrimonio
completo de una determinada persona humana o juriacutedicaPero
muchas veces la seleccioacuten de un fiduciario de confianza de
todos los miembros de la familia era una seleccioacuten difiacutecil sobre
todo si el fiduciario elegido teniacutea una eventual vocacioacuten
sucesoria sobre los bienes que integraban el patrimonio
fideicomitido (ya que de heredar la posicioacuten de beneficiario en
el fideicomiso se produciriacutea la yuxtaposicioacuten de dos roles
contractuales fiduciario y beneficiario)
Fideicomiso Testamentario el Coacutedigo Civil y Comercial de la
Nacioacuten lo regula expresamente en el Libro de los contratos a
traveacutes de los arts 1699 1700 y en el Libro Quinto de
Transmisioacuten de los derechos por causa de muerte en el art
2493 del Coacuted Civ y Com y lo reitera en el 2448 del mismo
ordenamiento al disponer sobre la mejora a favor del heredero
discapacitado Para Kiper el contrato de fideicomiso con
finalidad testamentaria se da cuando una persona en su
calidad de fideicomitente traslada los bienes de su patrimonio
que desea destinar para el beneficio de las personas
designadas en ese acto (o consignando las normas o reglas
para su determinacioacuten) a un fiduciario quien los recibe con el
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encargo o la instruccioacuten de destinarlos al momento de
verificarse su muerte
Transmisioacuten de la empresa familiarGraciela Medina entiende
que hay empresa familiar cuando una parte esencial de su
propiedad estaacute en manos de una o varias familias cuyos
miembros intervienen de forma decisiva en la administracioacuten
y direccioacuten del negocio Existe por lo tanto una estrecha
relacioacuten entre propiedad y gestioacuten o dicho de otro modo entre
la vida de la empresa y la vida de la familia () Las principales
caracteriacutesticas de las empresas familiares son a) Que una o
maacutes familias tengan una participacioacuten importante
(normalmente la mayoriacutea) del capital social de la sociedad
familiar b) Que la familia ejerza un control de la empresa c)
Que alguacuten miembro de la familia participe en la gestioacuten de
empresa d) Que exista una vocacioacuten de continuidad y
permanencia en la propiedad y gestioacuten de la misma
incorporando a las siguientes generaciones105Este constituye
un tema de estudio e intereacutes en el uacuteltimo tiempo que ha sido
considerado principalmente desde la perspectiva del derecho
societario y su relacioacuten con el derecho contractual y el derecho
sucesorio La relevancia del tema resulta ostensible toda vez
que interesa de modo especial para evitar que la muerte de
alguno o varios de sus titulares pueda poner en riesgo la
estructura de un bien tan valioso mdashsocial y econoacutemicamentemdash
como lo es la empresa familiar
105 MEDINA Graciela Empresa familiar 13092010 LA LEY 2010-E 920
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Pactos de Herencia FuturaEl nuevo Coacutedigo Civil y Comercial
de la Nacioacuten mdashal igual que el Coacutedigo velezanomdash prohiacutebe por
regla los pactos sobre herencia futura Por su parte el art 1010
del Coacuted Civ y Com en su primer paacuterrafo dispone Herencia
futura La herencia futura no puede ser objeto de los contratos
ni tampoco pueden serlo los derechos hereditarios eventuales
sobre objetos particulares excepto lo dispuesto en el paacuterrafo
siguiente u otra disposicioacuten legal expresa Por lo expuesto
tenemos una regla de prohibicioacuten de dichos pactos pero esta
contiene excepciones al disponer en el segundo paacuterrafo Los
pactos relativos a una explotacioacuten productiva o a
participaciones societarias de cualquier tipo con miras a la
conservacioacuten de la unidad de la gestioacuten empresarial o a la
prevencioacuten o solucioacuten de conflictos pueden incluir
disposiciones referidas a futuros derechos hereditarios y
establecer compensaciones en favor de otros legitimarios
Estos pactos son vaacutelidos sean o no parte el futuro causante y
su coacutenyuge si no afectan la legiacutetima hereditaria los derechos
del coacutenyuge ni los derechos de tercerosLa aplicacioacuten de la
excepcioacuten a la prohibicioacuten de pactar sobre herencia futura
debe corresponder indefectiblemente a la hacienda comercial
en el sentido maacutes amplio del teacutermino concebida como
explotacioacuten productiva mdashcomprensiva de cualquier tipologiacutea
societaria yo sus participaciones en el capital social o de
participaciones societarias (sean acciones cuotas partes
partes de intereacutes entre otras) quedando fuera de los acuerdos
vinculados con eventuales patrimonios futuros que carecen del
caraacutecter de empresa en actividad Dicho de otro modo ldquola
conservacioacuten de la empresa en marcha es colocada por encima
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de la nulificacion de los pactos de herencia futura en tanto
busca como objetivo darle prioridad al desarrollo econoacutemico
en general y a tratar de lograr la creacioacuten de empleo entre
otras posibilidadesrdquo106
- Cesioacuten de Herencia y Cesioacuten de Herencia sobre Bien
Determinado Es un contrato bilateral y consensual de alliacute que
las partes pueden pactar en contrario lo que libremente
disponganEste contrato no implica en ninguacuten caso la
transmisioacuten de la calidad de heredero el cesionario queda
colocado en la posicioacuten que teniacutea el cedente en la sucesioacuten
pues la cesioacuten de herencia importa el traspaso de los derechos
y obligaciones patrimoniales derivados del caraacutecter de
herederoLa cesioacuten de derechos hereditarios puede efectuarse
desde el fallecimiento real o presunto del causante (apertura
de la sucesioacuten art 2277 CCyCN) hasta la particioacuten de la
herencia (art 2363 CCyCN)Forma Deben otorgarse por
escritura puacuteblica (art 1618 inc a) siendo un contrato formal el
contrato de cesioacuten de herencia debe encuadrarse como un acto
de solemnidad relativa El objeto del contrato de cesioacuten de
herencia es una universalidad juriacutedica entendida como la
herencia o una parte aliacutecuota de ella sin consideracioacuten a los
bienes que la integran en cambio la cesioacuten de herencia
realizada exclusivamente sobre un bien determinado se
juzgara por las normas de una compraventa permuta o
donacioacuten (seguacuten la contraprestacioacuten) sujeta a una condicioacuten
suspensiva de que ese bien sea adjudicado al cesionario en la
106 REY Hernaacuten Objeto de los contratos en CURA Joseacute Mariacutea (dir) - GARCIacuteA VILLALONGA Julio Ceacutesar
(coord) Coacutedigo Civil y Comercial de la Nacioacuten comentado Ed La Ley Buenos Aires 2016 t III p 622
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particioacuten estas cesiones deben otorgarse por escritura puacuteblica
y deben ser incorporadas al expediente del sucesorio para dar
plena publicada del contrato estos contratos se pueden otorgar
desde el momento de la muerte del causante hasta la particioacuten
de los bienes del acervo hereditario
d) Planificacioacuten no patrimonial
La planificacioacuten no patrimonial se encuentra relacionada con
los derechos y actos personaliacutesimos de la persona humana Con
su incorporacioacuten al nuevo ordenamiento se reconoce
expresamente que la persona humana es inviolable en su
integridad fiacutesica y espiritual tiene derecho al reconocimiento
de su dignidad inherente y a su tutela juriacutedica Derechos como
a la integridad espiritual intimidad imagen honor honra y
reputacioacuteno como a la Integridad fiacutesica derecho a la vida a la
salud Incluye el derecho a la autodeterminacioacuten a tomar todas
las decisiones autorreferentes e inclusive a las exequias y
disposicioacuten del cadaacutever (art 19 CN) mientras no afecten el
derecho de otras personas
Haciendo uso de la libertad del causante y de la autonomiacutea de
la voluntad el individuo puede planificar este tipo de derechos
que son aquellos que estaacuten iacutentimamente ligados a la persona
al ser de cada uno que solo pueden ser ejercidos por ella
misma y en forma directa
Estos derechos personaliacutesimos han sido regulados en el nuevo
Coacutedigo Civil y Comercial y nos autorizan a planificar con
respecto a coacutemo queremos ser tratados frente a una futura
incapacidad en que se vea involucrada nuestra persona yo
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nuestra salud o con relacioacuten a personas que tenemos a nuestro
cargo ya sean menores o incapaces Estas herramientas a tener
en cuenta entre otras pueden ser
- El destino del propio cuerpo esta situacioacuten estaacute contemplada
en el art 56 del Coacuted Civ y Com107 y la legislacioacuten especial
que rige sobre el tema Ademaacutes es de recordar lo establecido
en los arts 26 55 58 y 59 del Coacuted Civ y Com lo prescripto
en la ley 26529 mdashmodificada por la ley 26749mdash y su
reglamentacioacuten toda persona competente puede disponer del
propio cuerpo a traveacutes de un acto de voluntad libre y
revocable
- Las exequias u honras fuacutenebres de acuerdo con lo dispuesto
por el art 61 del Coacuted Civ y Com108 se reconoce a la persona la
posibilidad de disponer la forma u otras circunstancias que
tengan que ver con sus exequias e inhumacioacuten y por otro lado
107Art 56- Actos de disposicioacuten sobre el propio cuerpo Estaacuten prohibidos los actos de disposicioacuten del propio
cuerpo que ocasionen una disminucioacuten permanente de su integridad o resulten contrarios a la ley la moral o
las buenas costumbres excepto que sean requeridos para el mejoramiento de la salud de la persona y
excepcionalmente de otra persona de conformidad a lo dispuesto en el ordenamiento juriacutedico La ablacioacuten de
oacuterganos para ser implantados en otras personas se rige por la legislacioacuten especial El consentimiento para los
actos no comprendidos en la prohibicioacuten establecida en el primer paacuterrafo no puede ser suplido y es libremente
revocable
108Art 61- Exequias La persona plenamente capaz puede disponer por cualquier forma el modo y circunstancias
de sus exequias e inhumacioacuten asiacute como la dacioacuten de todo o parte del cadaacutever con fines terapeacuteuticos cientiacuteficos
pedagoacutegicos o de iacutendole similar Si la voluntad del fallecido no ha sido expresada o esta no es presumida la
decisioacuten corresponde al coacutenyuge al conviviente y en su defecto a los parientes seguacuten el orden sucesorio
quienes no pueden dar al cadaacutever un destino diferente al que habriacutea dado el difunto de haber podido expresar
su voluntad