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0,50€ CARRAZEDA DE ANSIÃES Publicação Mensal | 31 de agosto de 2015 | Ano XIX - Nº 224 | Diretora: Fernanda Natália Lopes Pereira Farpa 2015 O palco onde todas as artes se cruzam

CARRAZEDA DE ANSIÃESJornal “O Pombal” n.º 224 de 31 de agosto de 2015 Conservatória dos Registos Civil, Predial e Comercial e Cartório Notarial de Carrazeda de Ansiães Certifico,

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0,50€

CARRAZEDA DE ANSIÃES

Publicação Mensal | 31 de agosto de 2015 | Ano XIX - Nº 224 | Diretora: Fernanda Natália Lopes Pereira

Farpa 2015 O palco onde todas as artes se cruzam

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Agosto 2015 2

Quintinha do ManelRua Tenente Aviador Melo Rodrigues

Carrazeda de Ansiães

Restaurante, Pensão / Residencial

278617487

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Agosto 2015

FICHA TÉCNICANome

O Pombal

PropriedadeAssociação Recreativa e Cultural

de Pombal de Ansiães

Nº de Pessoa Coletiva500 798 001

Publicação Registada na D.G.C.S.122017

Depósito Legal129192/98

DiretoraFernanda Natália Lopes Pereira

Paginação e ComposiçãoJoão Miguel Almeida Magalhães

Redação e ImpressãoLargo da Igreja, 1 - Pombal de Ansiães

5140-222 Pombal CRZTelef. 278 669 199 * Fax: 278 669 199

E-mail: [email protected]@arcpa.pt

Home Pagehttp://www.arcpa.pt

RedatoresTiago Baltazar; Patrícia Pinto; Liliana Carvalho.

FotografiaFernando Figueiredo; Eduardo Teixeira; Fernanda Natália

ColaboradoresVitor Lima; Fernando Figueiredo;

Fernando Campos Gouveia; Flora Teixeira; Manuel Barreiras Pinto; Catarina Lima; José Mesquita; Fátima Santos; Adriana Teixeira; Susana Bento; Matilde Teixeira; Hermínia Almeida;

Fernanda Cardoso.(Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade dos seus autores)

Tiragem Média500 Exemplares

PreçoO jornal O POMBAL é gratuito para os

residentes em Pombal de AnsiãesAssinatura Anual (Sócios)

Portugal: 8,00 Euros; Europa: 18,00 Euros;

Resto do Mundo: 25,00 EurosAssinatura Anual (Não Sócios)

Portugal: 12,00 Euros; Europa: 25,00 Euros;Resto do Mundo: 35,00 Euros

Pontos de VendaSede da ARCPA (Pombal);

Papelaria Horizonte; Ourivesaria Cardoso; Papelaria Nunes

(Carrazeda de Ansiães)

FUNDADO EM 1 DE JANEIRO 1997

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EDITORIAL

Fernanda Natália

Os últimos tempos têm trazido, diariamente, notícias sobre a movimentação migratória rumo à Europa de povos que fogem pelos mais variados motivos mas, o destino procurado, tem como único objetivo encon-trar um local que lhes proporcione o que lhes falta na sua terra natal: alimentação, trabalho, paz e tranquili-dade. Quem pode opor-se a que alguém procure um lugar para viver no verdadeiro sentido da palavra? To-davia, fui surpreendida por uma notícia na imprensa espanhola que dava conta de uma situação ocorrida na Moldávia onde um grupo de refugiados declinou a oferta de alimentação apenas porque a mesma es-tava a ser dada pela Cruz Vermelha. E, como se sabe, o seu símbolo é a denominada Cruz de Cristo. Sendo muçulmanos, não poderiam aceitar ajuda de cristãos por considerarem uma heresia. Eu acho que o caso aqui relatado é um bom exemplo do que é o fanatis-mo levado ao extremo. Este termo, aparece associado a quem segue “cegamente” uma religião. O interessan-te é que descobri que o mesmo surge como sinónimo de “carolismo” só que neste caso, tem o significado de uma paixão desinteressada. E, nada mais a propósito de “carolismo” do que o que perseguem os membros da Direção da ARCPA cuja organização da última edição do FARPA é prova da paixão que os liga no sentido de organizarem um fes-tival de artes como poucas instituições ousam fazer. Só não estou de acordo em considerar que estes “caro-las” têm uma paixão desinteressada. Paixão pela cul-tura em geral eu não duvido mas não é desinteressada porque eles têm o interesse em encontrar as melhores e mais variadas performances para que o FARPA pos-sa continuar a proporcionar bons espectáculos.Ah, e se eu disser que lhes fica muito bem serem faná-ticos pela cultura e pela arte, parece-me que é a me-lhor maneira de reconhecer o excelente trabalho que têm realizado. Porque, como alguém disse, a “cultura não é decoração ou ornamento. É produção de saber e de sentido, é a formação da perceção e da sensibili-dade (…)” e, sejamos justos, o FARPA, pela mão da Direção da ARCPA, tem sido uma lufada de ar fresco na modelagem de mentes ainda mais cultas.

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Agosto 2015 4

RÁDIO ANSIÃES, C.R.L.Rua Tenente Aviador Melo Rodrigues

5140-100 Carrazeda de Ansiães

Internet: www.radioansiaes.ptE-mail: [email protected]. Comercial: 910 043 373

A Rádio Ansiães apoia a ARCPA, ciente da colaboração no progresso do concelho de Carrazeda de Ansiães.

José Alberto Pinto Pereira

Ex.mo(s) Senhor(es) Associados/Assinantes

Caso pretendam receber o jornal, deverão recortar/copiar e preencher a Ficha de Assinatura abaixo e enviá-la para a ARCPA, com o respectivo meio de pagamento ou comprovativo de transferência bancária dos valores indicados, para as seguintes contas:

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo (C.a Ansiães) - NIB - 0045 2190 40052054541 39

JORNAL – O POMBAL

FICHA DE ASSINATURA

NOME -__________________________________________________________

MORADA - __________________________________________________________

____________________________________________________________________

LOCALIDADE - ____________________________ CÓD. POSTAL - ________ - ____

PAÍS - ______________________________________________________________

ENVIO CHEQUE No ______________________ BANCO_____________________ VALE POSTAL No - __________________________________________________ou comprovativo de transferência bancária com a identificação do assinante DATA - ____ / ____ / ____ Assinatura - ________________________________

Envie para: Jornal O POMBAL * Largo da Igreja, 1 POMBAL5140-222 POMBAL CRZ – CARRAZEDA DE ANSIÃES

Obs.: O pagamento deverá ser efectuado no início de cada ano.

SÓCIOS ARCPA Assinatura anual

– 8,00 Euros PORTUGAL – 18,00 Euros EUROPA

– 25,00 Euros RESTO DO MUNDO

NÃO SÓCIOS Assinatura anual

– 12,00 Euros PORTUGAL – 25,00 Euros EUROPA

– 35,00 Euros RESTO DO MUNDO

Rua Marechal Gomes da Costa, 319, 1º Dtº5140-083 Carrazeda de Ansiães

Tlf.: 278 610 040Fax: 278 610 049

Tlm: 917 838 018 [email protected]

Delegado Centro Sul (Coimbra)Arq. Jaime Veiros Tlm.: 917837198

Participar nos programas:Telefone: 278616295SMS: [email protected]

Publicidade:910043373278616365Email: [email protected]

Jornal “O Pombal” n.º 224 de 31 de agosto de 2015

Conservatória dos Registos Civil, Predial e Comercial e Cartório Notarial de Carrazeda de Ansiães

Certifico, para fins de publicação, nos termos do art°. 100º do código do notariado, que por escritura de justificação notarial, outorgada neste cartório notarial, em 18/08/2015, lavrada a partir de folhas setenta e seis do respectivo livro de notas numero oitenta C, José António Diogo Almeida, NIF 170 186 440, e mulher Maria de Fátima Perpétuo de Almeida Morais Almeida, NIF 180 831 542, casados sob o regime da comunhão geral, naturais ele da freguesia de Valtomo, concelho de Vila Flor, e ela da freguesia de Freixial, concelho de Vila Flor, onde residem na Rua dos Olivais, 102, declararam:Que, com exclusão de outrem, são possuidores dos seguintes bens imóveis, situados na freguesia de Freixiel, concelho de Vila Flor, que totalizam o valor patrimonial para efeitos de IMT de € 843,98, e a que atribuem o respectivo valor patrimonial:Um) metade indivisa de um prédio rústico composto de horta e terra de centeio e pastagem com mata de castanho bravo, sito no Castelinho, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 1498, com o valor patrimonial para efeitos de IMT correspondente a fracção de € 108,09, descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila Flor sob o número dois mil e trinta e dois, sem qualquer registo relativamente a metade indivisa e onde se mostra registada a aquisição de metade indivisa a favor de Francisco António Ferreira de Almeida Morais, conforme inscrição apresentação mil oitocentos e quarenta e oito de vinte e três de Fevereiro de dois mil e nove:Dois) metade indivisa de um prédio rústico composto de terra com oliveiras e figueiras, sito no Olival do Cabeço, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 1333, com o valor patrimonial para efeitos de IMT correspondente a fracção de € 130,20, descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila Flor sob o número dois mil e vinte e nove, sem qualquer registo relativamente a metade indivisa e onde se mostra registada a aquisição de metade indivisa a favor de Diana Velho Morais, conforme inscrição apresentação mil oitocentos e sessenta e quatro de vinte e três de Fevereiro de dois mil e nove;Três) metade indivisa de um prédio rústico composto de terra de cereal e horta, com videiras, oliveiras, figueiras e árvores de fruto, sito no Penascoso, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 855, com o valor patrimonial para efeitos de IMT correspondente 6 fracção de € 436,57, descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila Flor sob o número dois mil e vinte e cinco, sem qualquer registo relativamente a metade indivisa e onde se mostra registada a aquisição de metade indivisa a favor de José Eduardo de Almeida Morais, conforme inscrição apresentação mil setecentos e sessenta e seis de vinte e três de Fevereiro de dois mil e nove.Que, entraram na posse dos indicados prédios no ano de mil novecentos e oitenta e dois, por doação meramente verbal que nunca foi reduzida a escritura pública, feita em dia e mês que não podem precisar, por António Manuel Araújo de Almeida Morais, solteiro, maior, e residente no dito Freixiel, Rua da Barreira, n° 8.Que, deste modo não possuem titulo formal que lhes permita registar na aludida Conservatória do Registo Predial os identificados imóveis, todavia, desde o citado ano, data em que se operou a tradição material dos mesmos, eles justificantes, já possuem em composse, em nome e interesse próprios, os prédios em causa, tendo sempre sobre eles praticado todos os atos materiais de uso e aproveitamento agrícola, tais como, amanhando-os, semeando-os, cultivando-os, colhendo os seus frutos, aproveitando, assim, deles todas as suas correspondentes utilidades e pagando todas as contribuições e impostos por eles devidos, agindo sempre como seus proprietários, quer na sua fruição, quer no suporte dos seus encargos, tudo isso realizado a vista de toda a gente, sem qualquer ocultação, de forma continuada, ostensiva e ininterrupta desde o seu inicio, sem qual-quer Oposição ou obstáculo de quem quer que seja e sempre no convencimento de o fazerem em coisa própria, tendo, assim, mantido e exercido sobre os identificados prédios, durante mais de vinte anos e com o conhecimento da generalidade das pessoas vizinhas, uma posse pública, pacifica, continua e em nome próprio, pelo que adquiriram os citados prédios por usucapião, que expressamente invocam para justificar o seu direito de propriedade para fins de primeira inscrição no registo predial, direito esse que pela sua própria natureza não pode ser comprovado por qualquer titulo formal extrajudicial.Extrai a presente certidão de teor parcial que vai conforme o seu original, e na parte omitida nada há em contrário que amplie, restrinja, modifique ou condicione a parte transcrita.18.08.2015. A Conservadora, Ana Paula Pinto Filipe da Costa

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4150-171 PORTO

Sócio(a) / Filho(a) de Sócio(a) / Cônjuge

RegulamentoCedência do Salão

Obs: Para este efeito, as regalias de sócio, adquirem-se desde que se seja sócio(a) há mais de um ano, na data do pedido.

O salão deverá ser sempre pedido por escrito, com uma antecedência adequada. Para casamentos, principalmente no Verão e datas festivas, a antecedência deverá ser, no mínimo de

três meses, Os pedidos serão objecto de apreciação e decisão, por ordem de chegada. Sempre que os pedidos

sejam coincidentes, os sócios terão preferência sobre os não-sócios.

Dias Salão Loiças Cozinha Salão/Loiças/Cozinha

1 40€ 15€ 30€ 75€ 3/4 100€ 40€ 80€ 200€

Não Sócio(a)

Dias Salão Loiças Cozinha Salão/Loiças/Cozinha

1 80€ 30€ 60€ 150€ 3/4 200€ 80€ 150€ 300€

[email protected] de Ansiães

Altina Madalena AlmeidaCunha

Nasceu a 26/05/1935Faleceu a 14/08/2014 (?)

FaleceuA Sra. Altina Madalena Almeida Cunha , de 79 anos de idade.A família vem por este meio agradecer a todas as pessoas amigas que a acompanharam

à sua última morada ou que de qualquer modo lhes testemunharam o seu pesar.Paz à sua alma.

A Direcção da ARCPA envia os mais sentidos pêsames à família enlutada.

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Agosto 2015 6Carrazeda de AnsiãesExposição de Fotografias - Caminhos de Ferro e de PrataFernanda Natália

Durante a realização da XX Feira da Maçã, Vinho e Azeite, foi inaugurada uma exposi-ção de fotografia da autoria de Emílio Biel e que retrata as linhas do Douro e do Minho, em diversas vertentes: construção de algumas infra-estruturas; estações na sua forma origi-nal; os primeiros comboios.

Trata-se de uma exposição que merece ser vista, não só pela raridade das fotografias mas porque elas fazem parte da História nacional e regional. Foram os caminhos-de-ferro que trouxeram a tão apregoada modernidade dos

governos liberais e que deram um forte im-pulso ao desenvolvimento do país, no qual se integra, igualmente, o desenvolvimento das regiões do Douro e do Minho.

Fernando Pessoa disse que “Deus quer, o homem sonha e a obra nasce” e, neste caso, a implementação da rede ferroviária nasceu do sonho do ministro Fontes Pereira de Melo, que conseguiu fazer circular com mais rapi-dez e segurança pessoas e mercadorias, para além de facilitar a circulação de ideias, logo, da cultura.

É por isso que esta exposição tem um valor acrescido que é o de fazer recordar a uns e dar a conhecer a outros que o vapor já foi o combustível dos meios de comunicação mais revolucionários de uma certa época e, assim, talvez sejamos capazes de avaliar quão gran-de foi o desenvolvimento que os mesmos so-freram ao longo dos dois últimos séculos. É, ainda importante, perceber que a evolução e o desenvolvimento só é visível aos olhos de quem quer, de facto, olhar mas ver.

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Duas décadas volvidas desde o início do certame, esta feira con-tinua com grande vitalidade e potenciadora do desenvolvimen-to económico, social e cultural do concelho.Os três produtos endógenos e geradores de riqueza na região e que dão nome à feira, têm aqui uma oportunidade de excelên-cia para se darem a conhecer aos consumidores e, a verdade, é que a sua “boa fama” já começa a ser conhecida extra muros, trazendo de outras paragens pessoas que vêm propositadamente para os adquirirem. Este ano, a sua inauguração con-tou com a presença de sua Ex-celência o Secretário de Estado da Juventude e Desporto, Dr. Emídio Guerreiro, que a visitou, cumprimentou e conversou com os expositores, deixando ficar uma palavra de incentivo.Seguiu-se a inauguração do Es-tádio Municipal, depois de re-modelado e melhorado e que, segundo o senhor Presidente da Câmara, se trata de uma obra que irá, finalmente, permitir aos atle-tas, praticarem a modalidade da sua eleição em instalações con-dignas. O renovado campo, agora relvado, encheu-se de muita cor; o das camisolas dos jogadores das classes mais juvenis e dos ve-

teranos que “fizeram o gosto ao pé” em jogos que pretenderam, sobretudo, celebrar um momento há muito esperado.As noites em que decorreu a feira foram preenchidas por concertos de bandas musicais que ajuda-ram a aquecer as temperaturas de um final de Agosto que pareceu querer-se despedir do verão. Mú-sica, luz e muita, muita anima-ção, caraterizaram os momentos noturnos da feira, cujo momen-to exponencial foi atingido com o espetáculo de pirotecnia que conseguiu prender a atenção dos que assistiram e fazer-lhes soltar rasgados elogios.Mas, a componente de animação da feira foi muito mais abrangen-te, incluindo a participação do Grupo de Cantares de Carrazeda de Ansiães, do Rancho Folclórico local e dos Zíngaros. Houve aqui uma evidente preocupação em dar oportunidade às associações locais para participarem num evento onde é, certamente, todo o concelho que se promove e aos mais variados níveis.Importa, ainda, dar realce às con-ferências que se realizaram, na medida em que visavam ter um caráter informativo sobre temas tão importantes como o que se refere aos apoios comunitários na criação de novos empreendi-

mentos. Uma vertente mais desportiva e de aventura teve o seu momen-to na realização de um Raid e Passeio Turístico integrado na denominada Rota da Maçã, per-correndo extensos pomares de macieiras. Mas, inevitavelmen-te, acabou por proporcionar aos participantes a visão de vinhedos que agora se encontram no seu mais completo e perfeito estado, deixando sobressair os cachos amadurecidos pelo sol e fruto do labor dos agricultores que, este ano, estão contentes porque o adágio popular não se cumpre e, há muita parra mas também muita uva. E, ao longo do percur-so a trilogia completou-se com os olivais que se entremeavam com outros campos de cultivo ou flo-restação natural.Quiçá, os dois momentos mais marcantes da XX Feira da Maçã, Vinho e Azeite foram o Desfi-le Etnográfico e a Procissão dos Padroeiros, integrada no Dia da Unidade Pastoral de Ansiães. O primeiro teve a participação de diversas associações do concelho que se empenharam por darem o seu melhor, retratando temas diversos mas quase todos com algo em comum: a ironia e a co-micidade. Também houve quem apostasse em temas ligados aos

trabalhos agrícolas ou ofícios de tempos recuados já praticados nas aldeias a que correspondiam as associações e também para não deixar passar em vão a come-moração do 150.º aniversário do nascimento do Abade de Baçal. E, deste modo, houve oportuni-dade de reviver os tempos das se-gadas, das malhadas, do fabrico artesanal da telha, das idas para os rios e ribeiros para se fazerem as barrelas, tal e qual as “lavadei-ras de Caneças” e até uma mani-festação bem alegre sobre a nos-talgia da despedida do “querido mês de Agosto”.E, se já nesta ocasião as ruas de Carrazeda de Ansiães se en-cheram de muitas pessoas para apreciarem o cortejo etnográfico, quando a Procissão dos Padro-eiros percorreu as suas ruas, a moldura humana em seu redor era bem representativa da impor-tância desta manifestação de reli-giosidade popular. Fiéis à religião e fiéis à sua terra, os habitantes de cada paróquia quiseram estar presentes e acompanhar o seu padroeiro. E, sem margem para dúvidas, este foi o momento em que todo o concelho se manteve unido, dando uma vivacidade in-superável à sede do concelho.

Carrazeda de AnsiãesXX Feira da Maçã, do Vinho e do AzeiteFernanda Natália

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Agosto 2015 8Há festa em PombalJoão MagalhãesFesta em honra de S. Lourenço

É Agosto. De alguns anos a esta parte, praticamente a primeira

metade do mês de agosto é passada em festa em Pombal. Inicia-se com o FARPA, promovido e oferecido à po-

pulação pela ARCPA, culminando nas festividades em honra de S. Lourenço, patrono desta terra.

O tempo estava agradável, na tarde do dia 9 de agosto. Os populares começaram por se concentrar no Largo da Capela para receber a Banda Filarmónica de Carlão. Eram 19h, ouve-se um foguete, começou a “festa”. De “rol” na mão era hora da tradicional arruada, recolhen-do os donativos de quem “prometera” e de alguém que vai a passar e que ainda não esteja na “lista”.

Depois de jantar em família, chegou a hora da pro-cissão de penitência. Procissão de tradição ímpar no concelho. A procissão de penitência é porventura o mo-mento de maior introspeção do período festivo. As pes-soas caminham em silêncio, ao passo das marchas que vão sendo tocadas pela banda. Sendo na “Capelinha” o ponto alto, onde Filho e Mãe se encontram e o pároco dá umas palavras aos fiéis.

Dia 10, a alvorada foi dada com uma salva de mortei-ros. Sai para a rua a “procissão das prendas”. Esta será porventura a procissão que recolhe maior verba para o orçamento da festa. Acompanhada pela banda filarmó-nica, a Nª Sra. das Necessidades percorre todas as ruas da aldeia, visitando cada casa habitada (que infelizmen-te vão sendo cada vez menos).

Depois de bem almoçados, e de ouvir o concerto da banda no salão da ARCPA, chegou a hora da missa em honra de S. Lourenço, seguida da habitual procissão com todos os Santos adorados na paróquia, enfeitados com as melhores flores naturais.

A noite chegava, quente como se desejava. À espera dos romeiros estava o agrupamento musical “Somtex” de Macedo de Cavaleiros, e foi ao som deles que se foi dançando e matando a sede com refrescos à base de ce-vada e malte. Este ano, a festa teve uma inovação que fez o gosto aos mais resistentes e que gostam de ficar para além do conjunto: o Dj Camané. Filho da terra, e dado à pratica de passar os hit’s do momento, pôs a mexer toda a gente até ao nascer do sol.

Na noite do dia 11, mais fria mas não menos animado, subiram ao palco o conjunto “Attitude”, que animou o recinto de festas.

Assim termina mais uma festa. Resta-nos deixar um agradecimento em especial à comissão de festas, que a titulo voluntário, sacrificando muito do seu tempo (por vezes de férias), se prontificam a manter vivas estas tra-dições que vão fazendo parte da história de cada um de nós.

Até para o ano!

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Dia 1

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeiaPorque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

Farpa 2015Tiago Baltazar

O festival dia a dia

Contagiados pelas palavras do grande po-eta português num dia em que ele fora Alberto Caeiro, eis que surge a décima oitava edição do FARPA. O FARPA é o mais belo dos festivais porque é o da nossa al-deia e no ano em que co-memora a maioridade voltou a entusiasmar-se como uma criança. Fez--se de bom grado e boa disposição, como antes e como sempre!

A abertura oficial, pela primeira vez, teve lugar no salão de festas, durante aquela que foi a primeira oferta des-te FARPA 2015, numa sessão de poesia e fo-tografia, interpretadas por Otília Lage e Edu-ardo Beira, a propósito da apresentação de um lvro “Colectânea do Tua”. Um tributo que foi feito ao rio e à linha do Tua que conseguiu transmitir à plateia a mesma serenidade do rio e igualou o arrojo da linha. Tudo o resto des-te momento foi como a paisagem de que fa-laram, ou se visita e se conhece ou se perde por não se ter descoberto.

À noite, coube ao Te-atro das Beiras, a árdua tarefa de entreter o sem-pre insaciável público

do Pombal que por tea-tro tem tanto apreço. A peça, As Carnavalescas, um texto de Calderón de la Barca que relata a história de duas filhas que mais não querem que fazer uma comédia pela altura do Carnaval, recusada por um pai idoso e avarento. Esta comédia, como outras desta época, são sempre divertidas e atuais sáti-ras às relações huma-nas. Loa, xácara e bugi-ganga era o tema desta obra que foi interpre-tada para mais de du-zentas pessoas no palco exterior do festival, que marcaram presença no primeiro dia do Farpa.

Na segunda parte do espectáculo, As visões da morte, apresenta um espectáculo composto por um conjunto de fi-guras metafísicas que bem dispõem o públi-co com delírios morais, um texto também ele satírico da sociedade de então, do século XVII e que bem cabe nos nos-sos tempos.

Terminado o espec-táculo, as barraquinhas de artesanato que foram as novidades deste ano foram a última passa-gem antes do regresso a casa.

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Agosto 2015

Dia 2O segundo dia trouxe um tempo livre e um espectáculo de artes circenses. Interpretado por um duo Hispano-Brasileiro que me faz lembrar o ditado... No meio é

que está a virtude! (Não resisti!) Contudo, o momento foi mui-to divertido e envolvente, Circo de fuego é um espectáculo que prende a atenção do púbico e que sobretudo é uma soberba mistu-ra de dança e malabarismos com fogo e que emprestaram à noite da segunda noite do festival uma luz e dinamismo muito agradá-vel.

O último espectáculo desta noite foi oferecido pelo duo Fado Vio-lado. Foi o primeiro espectáculo de índole musical desta edição. Os Fado Violado, como o pró-prio nome indica assumem um conceito de fusão de culturas. Por um lado, o fado, que empresta os seus temas populares a um acom-panhamento feito apenas pela viola e esta viola que viola o fado

e lhe dá sustento com as técnicas do flamenco.O público aderiu em grande nú-mero e ficou satisfeito. Público este que, por mau profissionalis-mo e palavra da agremiação The Glockenwise saíu desta segunda noite de FARPA com um fartote de entretenimento.

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Agosto 2015

Dia 3Uma cara já conhecida do FAR-PA que desta vez trouxe uma ino-vação. A Susana Bento e o Antó-nio Santos que apresentaram um espectáculo de estátuas vivas. São imagens que valem por si e que valem a pena serem apreciadas pela dificuldade que a sua execu-ção necessita.No fim da noite, mais uma peça de teatro levado a cabo pelo Lei-rena Teatro, uma companhia de

teatro de Leiria. A peça, designa-da “Aqui há Pousio”, fala-nos do povo de um lugar que, sem terra para cultivar, é obrigado a acei-tar as condições de trabalho de um proprietário. Deparando-se com as dificuldades que o povo enfrenta, uma mulher arregaça as mangas e em conjunto com o povo amanha e semeia o que virá a ser uma nova forma de vida: o trabalho em comunidade.Poderá esta alternativa prevale-cer num Mundo dominado pelos grandes proprietários?“Aqui Há Pousio”, é um espetácu-lo que procura comunicar com o

público de uma forma descom-prometida, incluindo-o no jogo teatral desenvolvido.Quatro atores desdobram-se em várias personagens e animais para dar vida ao Lugarejo. O ce-nário transforma-se ao longo do espetáculo em inúmeros espaços desta aldeia, trazendo sempre uma surpresa visual ao espe-tador. Contando também com música feita ao vivo, este espec-táculo procura chegar ao público de todas as idades e de todos os lugares, promovendo uma parti-lha entre gerações.

Para encerrar a noite, nada me-lhor que dois Dj’s, mascarados de António Santos e Susana Bento, para pôr toda a gente a dançar. O espetáculo foi-se entranhando nos presentes, de tal forma que a pouco e pouco foi sendo visível um certo bater de pés e abanar de ancas, feito quase impossível, num público habitualmente re-servado e pouco dado a manifes-tações externas.Pena o frio e não haver mais gen-te para contagiar e aí sim, seria um fim de noite ainda mais má-gico.

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Agosto 2015

Dia 4O quarto dia foi em termos de es-pectáculo todo ele da responsabi-lidade dos Mimo’s Dixie Band...mas espectáculo, espectáculo, foi o lanche FARPA, esse evento de boa mesa e bom gosto que nun-ca deixou de estar presente em nenhuma das dezoito edições. E que este ano se tornou um dos maiores eventos sociais do con-

celho, com a presença de quase 250 convivas, para apreciar os dotes culinários da nossa cozi-nheira do FARPA.Os Mimo’s Dixie Band são uma banda de qualidade inequívoca e que conseguem entreter o pú-blico com muita facilidade. Um mistura de música dixie com muita mímica na interpretação são o guião indicado para falar desta magnífica banda. Mimo’s Dixie Band é o que encontramos em New Orleans e também num virar de rua em Montmarte ou no Quartier Latin, em Paris.

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Agosto 2015

Crónicas de uma PombalenseHermínia Almeida

Na edição do FARPA deste ano, por cir-cunstâncias muito específicas, só assisti aos espetáculos da última noite do programa. Mas… caros leitores, valeu por tudo o que não vi nos restantes dias do festival. Para além do teatro do grupo de Favaios, cujo hu-mor brejeiro e bem disposto a que já nos ha-bituaram, é sempre cativante, o que mais gos-tei e me surpreendeu foi a prestação da “prata da casa” (refiro-me às meninas da dança e ao teatro dos mais novos).

As meninas da dança, como lhe chamo, revelaram boa coordenação, ritmo, alegria e muito empenho. Desde a mais nova à mais crescida, todas foram simplesmente encanta-doras. Parabéns à Ana Fonseca, por ter coor-denado o grupo que, com tão poucos ensaios certamente, fez um brilharete.

Também a peça de teatro apresentada pelos

mais novos, foi, como já aconteceu em edi-ções anteriores do FARPA, divertida e muito apreciada pelo público. É de salientar que o Vitor Lima e o Eduardo Teixeira fizeram um ótimo trabalho de organização e encenação. Para eles também os meus agradecimentos por esta ação com os jovens atores da comu-nidade pombalense…e não só. Cativar os mais novos para ações de caráter cultural e recreativo, afastando-os dos jogos de compu-tador e dos enredos das redes sociais, não é, nos tempos que correm, tarefa fácil.

Refletindo um pouco mais sobre isto, dou por mim a pensar que estas atividades reali-zadas pelos mais novos são muito importan-tes para a Associação Recreativa e Cultural do Pombal. Por vários motivos. Por um lado, provam que a coletividade está viva e de boa saúde, pois consegue incentivar os mais no-

vos a participar e a interagir. Por outro lado, contribuem para cimentar a tradição teatral que desde há muito tempo está enraízada na nossa terra. Fazer teatro é algo que tem ca-tivado gerações de pombalenses e valorizar a arte da representação a partir da prestação das crianças é algo que devemos preservar e incentivar. Mas, outro motivo me ocorre, ain-da. Ao envolver a geração dos mais jovens nas atividades da coletividade, está-se, com toda a certeza, a criar um potencial de futuros di-rigentes e colaboradores da associação. Não diz o ditado que de pequenino se torce o pe-pino? Pois bem, se estes pequenos filhos da terra desenvolverem, desde cedo, dentro de si, os valores do associativismo, da partilha e do são convívio, a ARCPA terá sempre um futuro risonho e de sucesso à sua frente.

Parabéns a todos e continuem.

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A propósito do FARPA 2015

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Agosto 201515Raid - Passeio TurísticoFeira da Maçã, do Vinho e do Azeite 2015Patricia Pinto

O Clube Douro Aventura T.T em parceria com a Câmara Mu-nicipal de Carrazeda de Ansiães, organizou um raid passeio turís-tico no dia 29 de agosto, juntan-do-se assim a iniciativa à Feira da Maçã, do Vinho e do Azeite que decorria no concelho.

O passeio teve início por volta das 10h00 e não faltaram partici-pantes e curiosos que não quise-ram ficar de fora do evento.

A concentração teve lugar no recinto da feira municipal onde cada participante fez o seu check--in e recebeu material para com-plementar o raid assim como al-gumas lembranças.

Iniciado o percurso, a fila de carros não deixava os transeuntes indiferentes e só depois da saída

da vila é que deixaram de ter pú-blico.

A rota teve como principais pontos de passagem áreas onde o cultivo de maçã, vinho e azeite fosse visível, fazendo assim mais uma vez homenagem ao certame que decorria na vila.

Passados alguns quilómetros de hectares e hectares de poma-res a perder de vista, uma das paragens foi na Lavandeira onde o reforço matinal foi servido e onde os participantes tiveram a oportunidade de visitar o Núcleo Museológico do Azeite, construí-do nesta freguesia.

Começando a descer para o Douro, as oliveiras e as vinhas com uvas já bem maduras come-çaram a surgir e depois de algu-

mas pausas para “molhar o bico” pois a temperatura prometia con-tinuar a subir, a derradeira hora de almoço foi aproveitada no res-taurante Senhora da Ribeira.

Depois de se comer, de se beber e falar mais um pouco o “apito” por parte da organização soou e os aventureiros subiram dali para o Vilarinho da Castanheira, ao mesmo tempo que a paisagem se ia tornando cada vez mais digna de fotografia.

Já no Vilarinho, a paragem foi para visitar o Museu da Memória Rural e para surpresa dos partici-pantes a receção foi feita com um mini-concerto de violino ofere-cido pelo jovem Ricardo Vieira que estuda música em Castelo Branco e que também ele estava

de visita ao Museu. Visitado o Museu e uma vez que a tarde já ia no fim, voltou-se a subir até Car-razeda mas a direção foi rumo à Frucar, a empresa de Carrazeda de Ansiães que acolhe e comer-cializa grande parte da produção de maçã do concelho. Chegados lá, os participantes tiveram uma visita guiada às instalações da empresa e no final, todos tiveram direito a um saco de maçãs.

Aqui terminou a iniciativa e já se falava da próxima, a noite esta-va a tirar lugar ao dia quente que se fez sentir e era chegada a altura de ir jantar em família pois a festa prometia continuar noite dentro.

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Agosto 201516Figuras e FactosFernando Figueiredo

O rio Tua, que desagua na mar-gem direita do rio Douro, na po-voação de Foz-Tua, concelho de Carrazeda de Ansiães, a sul da Província de Trás-os-Montes e Alto Douro, na designada “Terra Quente do Nordeste Transmon-tano”, é um curso de água que re-sulta da junção de outros dois: o rio Rabaçal e o rio Tuela, ambos com uma extensão semelhante e cuja confluência acontece a qua-tro quilómetros a norte da cidade de Mirandela. Com nome pró-prio, o Tua tem um percurso de cerca de 40 km, fazendo parte da Bacia Hidrográfica do rio Douro (Adaptado de: Wikipédia).

O rio Rabaçal nasce na Galiza,

perto da fronteira Portugal-Espa-nha, entrando no nosso país pelo concelho de Vinhais. Ainda no termo deste município, junta as suas águas com as do rio Mente, seu maior afluente, o qual faz, em parte do seu percurso, a referida fronteira.

O rio Rabaçal estabelece o li-mite entre os distritos de Vila Real e Bragança, bem como entre os concelhos de Chaves e Valpa-ços, na margem direita; e os con-celhos de Vinhais e Mirandela, na margem oposta. Nele podem encontrar-se as barragens de Re-bordelo e de Sonim, entre os con-celhos de Valpaços e Mirandela, antes de se juntar ao Tuela e com

ele constituir o Tua. (Adaptado de: Wikipédia).

Desde tempos recuados, a ac-tividade piscatória tem sido, na-turalmente, objecto de procura pelas populações que perto dele se situam.

O rio Tuela nasce também em Espanha, no sítio denominado Lagunas de la Hermita, localiza-do no Parque Natural do Lago Sanábria, na Sierra Secundera, província de Zamora (Castela e Leão).

Este curso de água é de origem glaciar, tendo como principais afluentes, do lado espanhol, os rios Pedro e o de la Gamoneda; e, no território português, os rios Baceiro e Guide. Serve de limite natural entre as províncias es-panholas da Galiza, e Castela e Leão, entrando em Portugal na freguesia de Moimenta, concelho de Vinhais, dentro do perímetro do Parque Natural de Montesi-nho. Tem um comprimento total de 120 quilómetros, sendo 40 em Espanha e 80 em Portugal.

Ao longo do seu curso, o rio Tuela tem várias praias fluviais, açudes, moinhos, pontes roma-nas, ladeando também locais de interesse histórico e turístico (povoados pré-históricos, lorgas e castros romanizados). Por ele passava parte do traçado da Via Romana XVII: Bracara Augusta (Braga) e Astorga (em Espanha). A pesca foi sempre uma grande actividade que animou as suas margens, nas quais se cultivava outrora também um linho de qualidade, que era lavado no leito de águas cristalinas. (Adaptado de: Wikipédia).

Quando o volume de água, re-sultante da junção dos rios Ra-baçal e Tuela, entra na cidade de Mirandela e aí se espraia, já tem, como se referiu, a designação de rio Tua. Aquela localidade é a mais importante ao longo do seu percurso, sendo poucas as que, a

jusante, banha ou serve de perto, havendo talvez a destacar Fre-chas e Cachão. Todas as mais, nos concelhos por onde passa, ficam a uma certa distância do leito do rio, daí resultando muitos incon-venientes para dele poderem di-rectamente beneficiar.

Ao contrário, na cidade “Rai-nha do Tua”, existe uma ponte ro-mânica, ligando as duas margens e servindo, durante séculos, as populações que as habitavam. Só após o “25 de Abril” se construiu uma ponte mais moderna e ade-quada ao trânsito automóvel, li-bertando a antiga deste desgaste. Ao mesmo tempo, a ponte-açude permitiu a criação de um lençol de água, para regularização do leito e embelezamento, tornan-do-o um grande espelho da cida-de, e local de lazer e admiração. Mais a Sul, a ponte de Abreiro, construída nos meados do sécu-lo XX e, posteriormente, as duas pontes de Brunheda, a primeira, levantada na década de 1980 e, a segunda, erigida recentemente, atravessando o rio, vieram facili-tar as ligações entre os concelhos limítrofes e os dois distritos de Trás-os-Montes e Alto Douro.

No percurso do rio, entre Mi-randela e Foz-Tua, podem distin-guir-se claramente duas partes: a primeira, que se estende entre aquela cidade até às imediações da povoação de Brunheda, na qual o leito do rio é razoavel-mente largo, espraiando-se pelas margens planas, que irriga e fer-tiliza; a segunda, que vai desde a Brunheda até Foz-Tua, no conce-lho de Carrazeda de Ansiães, na qual a água corre apertada entre rochedos, com poucas represas e alguns poços naturais, sendo em muitos lugares o leito de di-fícil acesso e não tendo as águas praticamente qualquer aproveita-mento directo. Ao longo do tem-po, apenas a pesca tem atraído alguns amantes ou necessitados

Rio Tua: Como se forma e transforma um rio

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Agosto 201517pescadores, daí tirando estes últimos escasso pecúlio, sobretudo por alturas das festas reli-giosas, no Verão.

Como afluentes, na primeira parte do per-curso, destaca-se a ribeira de Carvalhais, que tem origem na vertente meridional da Serra da Nogueira e desagua na margem esquerda.

Na segunda metade do percurso, um pouco a jusante do termo de Brunheda, na margem direita, concelho de Murça, junta-se ao rio Tua outro pequeno afluente, o rio Tinhela, curso de água que nasce na aldeia de Lagoa, concelho de Vila Pouca de Aguiar. Um pouco acima da sua foz, passa nas Termas de Carlão, concelho de Alijó, junto às quais se construiu uma pequena praia fluvial. A sua procura pe-los pescadores deve-se sobretudo às trutas, sendo o pequeno curso de água considera-do um dos mais ricos do país nesta espécie. (Adaptado de: www.cmjornal.xl.pt/nacional/portugal/detalhe/rio-tinhela-despoluído...).

É nesta última parte, no designado “rio sel-vagem”, com muito interesse ecológico, mas com escasso valor económico, que mais se vão sentir os efeitos da barragem que está a ser construída, um pouco acima da foz.

Efectivamente, com a desactivação da linha férrea, entre Cachão e Foz-Tua, a qual acom-panhava o percurso do rio, vários problemas se levantavam, sobressaindo um abandono que, se continuasse, seria comprometedor para a região.

Outro sinal desse abandono e desleixo prendia-se com a acentuada poluição que, li-gada ao não tratamento dos esgotos do antigo Complexo Agro-Industrial do Cachão, com excepção do Matadouro industrial, tornava as suas águas castanhas, mais parecendo o leito um volumoso esgoto a céu aberto, que só engordava os peixes para os fazer morrer, fartos mas contaminados.

Na verdade, a preservação da linha férrea – uma notável obra de engenharia – e a valo-rização da faceta “selvagem” mas despoluída do rio, teriam sentido e viabilidade com um aproveitamento turístico associado ao Douro Vinhateiro, entretanto tornado Património da Humanidade. Tal não aconteceu com essas vertentes em mente, vingando a opção pela construção de uma única barragem que, em meu entender, não é agora, depois de feita, que se deve contestar. Com o enchimento da albufeira, vai-se perder a obra de engenharia invulgar, entre Foz-Tua e Brunheda, e um es-paço ecológico único, muito por inércia das populações locais, escassas, envelhecidas, pouco informadas e não mobilizadas para esta defesa.

Tal como noutros locais e perante dilemas semelhantes, têm prevalecido, quase sempre, as razões e os argumentos economicistas e desenvolvimentistas, tantas vezes reflectindo apenas as soluções mais fáceis e compensató-rias, levando os decisores a optar nesse sen-tido.

Espera-se agora que a barragem produza energia eléctrica e contribua para a regula-rização do Douro. Espera-se também que a albufeira tenha algum aproveitamento turís-tico, o que só pode acontecer com a atracção de gente de fora, pois localmente não a há. Espera-se ainda que, elementos mais jovens das povoações limítrofes, encontrem nas no-vas valências, algumas formas de exploração e razões para se fixarem.

Quanto ao rio Tua, não me ocorre mais nada do que isto:

As raízes vêm de Espanha, Pelo Tuela e o Rabaçal;Ao nascer se espreguiça,Em alargado caudal.

Na Brunheda se estreita,Entre apertados rochedos;Parece então despertarE libertar os seus medos.

Com a perda da companheira,Mui abandonado se viu;Sem os trens a circular,Até o silêncio sentiu.

Nesta parte do percurso,Reina um tédio profundo;Mesmo ao arrojado viajante,Parece o fim do mundo. Bem podiam as bruxas todas,À noite, fazer arraial;Talvez só os pássaros, nos ninhos,Se apercebessem de tal.

Nas margens, pia o mocho,E também a cotovia;Nas águas, saltam as bogas,Em lúgubre monotonia.

Agora, bem contrariado,Entre uma e outra margem, Vai ser obrigado a conter-se,Numa mui vulgar barragem.

Ele que nunca foi bazófias,Com força, fica agastado;Assim, nem na grande represa,Se há-de considerar domado.

Talvez o rio Tua seja como os Transmonta-nos: Quase indomáveis!…

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Junho 201518Tento na LínguaA pré-despedida do verãoPatricia Pinto

Já há alguns que tenho obser-vado este fenómeno cujo nome adotei mesmo agora para dar tí-tulo à ideia que descrimino hoje aqui. A pré-despedida do verão é o fenómeno que ocorre antes da despedida “oficial”, chamemos--lhe assim, do verão. Este cená-rio é nem mais nem menos do que a análise das seguintes vari-áveis:- Pouquíssima gente na piscina;- A apanha da maçã que nesta zona é sinal inconfundível de que o outono está a chegar;- A azáfama dos vinicultores na preparação das vindimas (lavar o lagar, verificar se tudo está em ordem);

- No Douro, a vindima já come-çou porque a uva branca não es-pera pela tinta;- O trânsito já não está sobrecar-regado de emigrantes mas sim de carrinhas com dornas, com trabalhadores e tratores que cir-culam numa rotina sem igual;- O sol já tem uma cor diferente;- As noites estão bem mais frias e o orvalho da manhã já deixa tudo bastante molhado;Podia-vos dar mais variáveis mas, penso que estas já chegam para realizar a equação que pre-tendia concluir a minha teoria. Ah! Mas, noto agora que me es-queci do regresso às aulas, das conversas de rua sobre o preço dos livros e do material escolar.

Dos pais orgulhosos a dizerem: “Este ano portou-se bem, no próximo vamos ver…eu já lhe disse que tem de estudar!”É assim que nos meios mais ru-rais nos começamos a despedir do verão mas, nem tudo é mau, até porque nós, durienses, gosta-mos de ver esta azáfama da vin-dima e do restante trabalho no campo. As vindimas considera--as como a festa de despedida do verão, que se juntam às restan-tes festas que fizeram do verão uma lista incontável de roma-rias. Não faltam as caminhadas aos pinheirais com sacos para se apanharem as pinhas que da-rão muito jeito para acender a lareira de inverno. As pessoas

parecem formigas a trabalhar para que tudo esteja organizado quando as temperaturas come-çarem a descer e as chaminés começarem a fumegar. Não tarda estaremos a comer torradas feitas ao lume, a beber chás quentes e a matar o porco. O Natal também não se faz de esquecido e quando dermos por isso, estamos na cozinha a fritar as bôlas e a preparar a consoada. O ano passa depressa e, no de-correr da conversa, falta pouco para se abrir o champanhe que traz a abertura do novo ano. Nesta altura, estarão certamente a chamar-me de exagerada e eu concordo com isso mas, a verda-de, é que o tempo nos voa.

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Agosto 201519A ColheitaGraciete Morais

O Douro dá o Sangue que lhe corre nas VeiasDe Ano pra Ano é renovado pelo Fruto AbençoadoNo Mundo AclamadoDe Aromas tão ProfundoSuas Castas Plantadas no Vale DouradoEntre Calhaus nascem Uvas SagradasSão Bagos pequenos mas protegidosA sua Densa pele resguarda o seu precioso SaborDiz o Rei ::Estas são as minhas Princesas as Tourigas e as TintasAs Tourigas são Elegantes sempre Perfumadas de FloresAs Tintas são Poderosas , Selvagens e Sedutoras de Intensos SaboresEntre Elas Há HarmoniaFormando o Mais Maravilhoso BailadoPor Todos o Mais ProcuradoO Brinde da Vida

No meu Rosto, o tempo vai Escrevendoas Linhas da minha VidaOs meus Olhos vêem com a Ternura de uma Criança Escondida Neste corpo de MulherEspreitando com TraquiniceConfundindo o DestinoDeixando Fluir o SentimentoA minha Alma ChoraPreciso de AlimentoAo Longe sintoO Odor talhado pelo DouroAs Saudades dos meus pés descalços na terra avermelhadaSonhos interrompidos mas nunca perdidosLembranças em Linho guardadasEmbrulhadas na Esperança de uma Criança que outrora da sua Avó escutaraFora gerada no Ventre de uma Mulher de Cujo Amor se AlimentouSempre no Amor Acreditou e que o Tempo seu Corpo Moldou

De Onde vem esses Olhos TristesVem dos Montes onde Nascem Alsacias , Pinheiro Manso e Lírios SilvestresEsculpida por mais AgrestesEm terras de Calhaus NascesteCorre por entre águas Douradas o Néctar da vidaEmbriagada pelo Sabor e SuorDaqueles que em Cestos Carregam os Sonhos Cheios de AlegriaEspremendo em Corpos Robustos o Encantamento por Ela SentidaSelvagem está Paisagem que jamais me EsqueceNasceDescalça caminhaSendo filha da VinhaProduz esse Sangue DouradoBebido se faz ViciadoRespirando no Presente o PassadoE TransmontanaDiz o Povo por Ela Iluminado

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Agosto 2015 20Viva El Rei! Viva o Povo! Morra a Companhia!José Mesquita

A crescente fama dos vinhos do Douro redunda em crise, que teve particular acutilância no início do século XVIII com o aumento da fraude que se torna generalizada pondo em causa a sua qualidade, levando à criação da Companhia Geral de Agricultura das Vinhas do Alto Douro, instituída por Al-vará Régio de 10 de Setembro de 1756. O aumento dos preços e a monopolização do setor re-dunda em revolta nas tabernas, numa primeira fase, e virá rapi-damente para as ruas. Os motins do Porto contra a Companhia decorreram na primeira parte do mandato de Sebastião José de Carvalho e Melo (1750 a 1777) e constitu-

íram um teste à autoridade do marquês. A cidade da “liber-dade” e da pujança do livre co-mércio tinha as características para testar a força da autorida-de do governante em ascensão e uma boa oportunidade para subjugar a natural e histórica insubmissão das suas gentes.A narração dos acontecimentos apoia-se em duas fontes funda-mentais – as informações ou contas dadas pela Câmara do Porto a el-rei acerca do motim e o texto da Alçada que relata pormenorizadamente o ocorri-do. Há ainda uma outra versão escrita pelo padre Agostinho Rebelo da Costa, 30 anos de-pois, que terá de ser entendida como uma tentativa de ilibar o

bom nome da cidade.Vamos aos factos relatados pelo auto da Câmara. Era uma normal Quarta-feira de Cinzas, do dia 23 de Feve-reiro do ano de 1757. A cele-bração do dia santo implicava a observância de feriado obriga-tório por parte da população e, por conseguinte, uma disponi-bilidade de um grande número de pessoas, pois as celebrações religiosas só estavam marcadas para a tarde desse dia. Era manhã, “pelas dez horas e meya da manhaa se congre-garão vários rapazes com al-gumas mulheres no Terrº da Cordoaria desta Cidade, e en-trando amotinados pela porta do Olival com um lenço arvo-

rado em huma vara romperão em altas vozes dizendo Viva El Rey, Viva o Povo, e Morra a Companhia”. Encaminharam-se para a rua de S. Bento da Vitória na dire-ção da Praça de S. Domingos, onde se concentraram largas centenas de pessoas. Nessa rua vivia o Juiz do Povo que foi forçado a acompanhar os ma-nifestantes, apesar de se dizer doente. Na frente da multidão e levado numa cadeirinha onde foi obrigado a sentar-se ouvia incomodado a vozearia feita palavra de ordem da multi-dão “Viva El-rey! Viva o Povo! Morra a Companhia!”.Seguiram pela Rua das Flores, Terreiro das Religiosas de S.

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Agosto 201521Bento, Rua do Loureiro e Rua Chã onde vivia o Desembarga-dor e Corregedor do Crime e que servia de Chanceler e Go-vernador das Justiças, o mais alto representante do Poder na cidade invicta “aonde chegarão incorporados mais de sinco mil pessoas, cujo número constava de rapazes, gallegos, marinhei-ros, mulheres e alguns officiais e homens de Capote, que mos-travão ser pessoas de baixa es-fera, porem, a nenhum se vio arma de qualidade alguma”. O governador desceu à rua e ouviu a multidão que procu-rou “sossegar com a madura prudência”. Para desmobilizar os ânimos cedeu nas reivin-dicações proclamando o livre comércio do vinho e a extin-ção da Companhia, esperando com otimismo que sua Majes-tade confirmasse esta resolução para que tomasse efeito legal. No regresso por onde vieram, a ira da multidão alimentada pelo deferimento conseguido, deu de caras com a casa do Provedor da Companhia, Luís Beleza de Andrade, e logo cho-veram pedradas para as janelas. De dentro e de súbito foram disparados dois a três tiros que provocaram ferimentos graves

em duas pessoas, mas não pu-seram em perigo as suas vidas como referem os autos da Câ-mara. Maior furor se acendeu no Povo que, num abrir e fe-char de olhos irrompeu pelas portas e destruiu o rés-do-chão e o jardim. Igual ou ainda maior raivosa investida foi feita aos escritó-rios da Companhia, contíguos à residência do Provedor onde provocaram estragos, lançan-do para a rua diversos papéis e livros. E mais não se passou pois acudiu a Guarda a reque-rimento do Juiz de Fora que pacificamente, sem represálias violentas, a mando do seu ca-pitão serenou os ânimos “im-pedindolhes a resolução de deytarem à rua o dinheiro da mesma Companhia que nellas se achava com a voz de ser o mesmo dinheiro pertencente a V. Majestade”. Nesta altura, os acontecimentos tinham jun-tado muita gente perfazendo mais de 20 000 pessoas. O governador pediu a ajuda de outros magistrados para suster a fúria popular recomendan-do-lhes que usassem de toda a prudência. O tenente-coronel, responsável pela defesa da ci-dade entretanto chegado com

diversos militares tomou uma posição defensiva fazendo dis-persar as pessoas. Na versão da Câmara ouve ainda confrontos instigados por alguns arruacei-ros de que resultaram alguns soldados feridos, destacando--se um com mais gravidade pois passados dois dias ainda estava doente.Às três da tarde ordenou-se aos franciscanos que pusessem a procissão de penitência pro-gramada para aquele dia na rua para “divertir o povo”. Nada mais ocorreu mas a prevenção das forças de segurança prolon-gou-se.As informações dadas pela Câ-mara do Porto a el-rei acerca do tumulto estão escritas com todos os pormenores e dão a ideia das movimentações se tornarem uma torrente cres-cente, difícil de suster, sempre na ideia de a única responsa-bilidade ter de ser abonada às classes baixas e dando sempre pouca importância aos fac-tos graves considerando-os de pouca monta e fruto da incons-ciência e pouco esclarecimento da multidão, pois “foi mais po-derosa a ignorância que a von-tade”. A desculpabilização das classes gradas da sociedade é

uma constante. “Este inopina-do sucesso que pomos na real presença de Vossa Majestade sendo de universal sentimento para toda a nobreza e homens bons d`esta cidade, se nos faz mais sensível, porque glorian-do-se ella sempre de ter V. Ma-jestade n`ella os mais obedien-tes e fiéis vassalos, com esta acção de um povo ignorante, poderá ficar em dúvida a obe-diência de todos...”Ainda se relata que foi feita uma inquirição para saber se alguma Cabeça ou figura da cidade esteve implicada con-cluindo-se que não e todos os inquiridos lamentaram o suce-dido. O relato prossegue com as razões de a Câmara não ter comparecido como instituição pois vários vereadores encon-travam-se ausentes ou noutras tarefas, nomeadamente religio-sas, tendo em conta o dia, os acontecimentos teriam sido tão rápidos que não houve tempo para fazer representar a insti-tuição.É a Câmara que explica, ainda o motivo por que foram tocados os sinos da Misericórdia a re-bate, relatando dever-se a dois rapazes de pouca idade que se introduziram de forma oculta

Rosalina Calvário

Nasceu a 06/01/1941Faleceu a 18/08/2015

FaleceuA Sra. Rosalina Calvário sócia n.º 304, de 74 anos de idade.A família vem por este meio agradecer a todas as pessoas amigas

que a acompanharam à sua última morada ou que de qualquer modo lhes testemunharam o seu pesar.

Paz à sua alma.

A Direcção da ARCPA envia os mais sentidos pêsames à família enlutada.

João Jacinto Fernandes

Nasceu a 02/05/1936Faleceu a 09/08/2015

FaleceuO Sr. João Jacinto Fernandes de 79 anos de idade.A família vem por este meio agradecer a todas as pessoas ami-

gas que o acompanharam à sua última morada ou que de qualquer modo lhes testemunharam o seu pesar.

Paz à sua alma.

A Direcção da ARCPA envia os mais sentidos pêsames à família enlutada.

na Torre a que logo se acudiu impedindo-os e castigando-os.O relato da edilidade apon-ta a causa dos excessos não se coibindo a afirmar que ela se encontra nas queixas da popu-lação com a Mesa da Adminis-tração da Companhia para o preço do vinho e sua qualidade.A finalizar prostram-se aos pés de S. Majestade “com o mais profundo respeito” e ratificam a sua “fidelidade e obediência”.O motim foi particularmen-te festejado pela população já que, como vimos, os populares pensaram ter conseguido a ex-tinção da Companhia por parte da maior autoridade da cidade e o livre comércio dos vinhos. Fo-ram afixados editais pelo burgo e a boa nova foi também dada através de pregões e ao rufo de tambores. A seguir há de vir a repressão brutal, que se quis exemplar.

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Agosto 201522Jornal “O Pombal” n.º 224 de 31 de agosto de 2015

Conservatória dos Registos Civil, Predial e Comercial e Cartório Notarial de Carrazeda de Ansiães

Certifico, para fins de publicação, nos termos do artº. 100º do código do notariado, que por escritura de justificação notarial, outorgada neste cartório notarial, em 11/08/2015, lavrada a partir de folhas trinta e seis do respetivo livro de notas número oitenta C, Júlio Augusto Cruz, NIF 155 094 050, e mulher Generosa de Magalhães Lopes, NIF 155 094 068, casados sob o regime da comunhão geral, naturais ela da freguesia de Castanheiro, concelho de Carrazeda de Ansiães, e ele da freguesia de Pombal, concelho de Carrazeda de Ansiães, onde residem em Paradela, Rua dos Olivais, nº 25, declararam:Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes bens imó-veis, situados na freguesia do Castanheiro do Norte e Ribalonga, concelho de Carrazeda de Ansiães, ainda não descritos na Conservatória do Registo Predial de Carrazeda de Ansiães:Um) prédio rústico composto de vinha, estacas de oliveira e figueiras, com a área de três mil e duzentos metros quadrados, sito no Serro de Cima, a confrontar do norte e nascente com António Augusto Mateus, do poente com António de Jesus Lopes e do sul com António Júlio Lopes, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 1409 (anteriormente inscrito sob o artigo 749 da extinta freguesia de Castanheiro), com o valor patrimonial para efeitos de IMT € 1058,39, igual ao que lhe atribuem; Dois) prédio rústico composto de vinha, oliveiras, figueiras e terra de batata, com a área de mil trezentos e sessenta metros quadrados, sito no Carvoeiro de Baixo, a confrontar do norte com José Maria do Nascimento, do nascente com Delmina Cândida Carvalho, do poente com José Santos Silva e do sul com caminho, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 1437 (anteriormente inscrito sob o artigo 763 da extinta freguesia de Castanheiro), com o valor patrimonial para efeitos de IMT € 454,48, igual ao que lhe atribuem. Que entraram na posse dos indicados prédios em data que não conseguem precisar mas segu-ramente há mais de vinte anos, por partilha verbal por óbito dos pais da justificante António Lopes e Isabel Magalhães, que foram casados na comunhão geral e residentes em Tralhariz, dito Castanheiro. Que, deste modo não ficaram a dispor de título formal que lhes permita registar na aludida Conservatória do Registo Predial os identificados prédios, porém, desde a citada data em que se operou a tradição material dos mesmos, eles justificantes, já possuem, em nome e interesse próprios, os prédios em causa, tendo sempre sobre eles praticado todos os atos materiais de uso e aproveitamento agrícola, tais como, amanhando-os, semeando-os, cultivando-os, colhendo os produtos semeados, aproveitando, assim, deles todas as suas correspondentes utilidades e pagando todas as contribuições e impostos por eles devidos, agindo sempre como seus proprietários, quer na sua fruição, quer no suporte dos seus encargos tudo isso realizado à vista de toda a gente, sem qualquer ocultação, de forma continuada, ostensiva e ininterrupta desde o seu início, sem qualquer oposição ou obstáculo de quem quer que seja e sempre no convencimento de o fazerem em coisa própria, tendo, assim, mantido e exercido sobre os identificados prédios, durante mais de vinte anos e com o conhecimento da generalidade das pessoas vizinhas, uma posse pública, pacífica, contínua e em nome próprio, pelo que adquiriram os citados prédios por usucapião, que expressamente invo-cam para justificar o seu direito de propriedade para fins de primeira inscrição no registo predial, direito esse que pela sua própria natureza não pode ser comprovado por qualquer título formal extrajudicial.Extraí a presente certidão de teor parcial que vai conforme o seu original, e na parte omitida nada há em contrário que amplie, restrinja, modifique ou condicione a parte transcrita. 11.08.2015. A Conservadora,(Ana Paula Pinto Filipe da Costa)Conta registada sob o nº 573.

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Conservatória dos Registos Civil, Predial e Comercial e Cartório Notarial

de Carrazeda de Ansiães

Certifico, para fins de publicação, nos termos do artº. 100º do código do notariado, que por escritura de justificação notarial, outorgada neste cartório notarial, em 12/08/2015, lavrada a partir de folhas cinquenta e oito do respetivo livro de notas número oitenta C, Manuel Luiz da Fonseca, NIF 169 088 367, e mulher Herminia Lucília Pereira, NIF 189 516 399, casados sob o regime da comunhão de ad-quiridos, naturais freguesia de Linhares, con-celho de Carrazeda de Ansiães, onde residem em Campelos, Largo da Igreja,, declararam:Que, com exclusão de outrem, são possui-dores dos IMÓVEIS SITOS NO CONCELHO DE CAR-RAZEDA DE ANSIÃESI - freguesia de LinharesVerba n.º 1Quota-parte: 2/3Natureza: rústicaComposição: terra de cereal e vinha e árvore de frutoConfinantes: Ana Jesus Ferreira (Norte); António Augusto Azevedo (Sul); Virgílio Nas-cimento Moura (Nascente); caminho (Poente) Situação: OrgaisArtigo Matricial: 1455Área: 2500 metros quadradosValor Patrimonial para efeitos de IMT corres-pondente à fração: € 256,12Descrição predial: não descrito na Conservató-ria do Registo Predial de Carrazeda de AnsiãesComproprietário: Valter do nascimento Moura, casado com Luz do Céu Sousa e Costa, co-munhão de adquiridos, Campelos, Linhares, Carrazeda de AnsiãesVerba n.º 2Natureza: rústicaComposição: quintal de primaveraConfinantes: caminho (Norte); Joaquim Paixão Azevedo (Sul); António Morais (Nascente); Teresa Conceição Morais (Poente) Situação: Feijoais _Artigo Matricial: 1112Área: 18 metros quadradosValor Patrimonial para efeitos de IMT: € 8,84Descrição predial: não descrito na Conservató-

ria do Registo Predial de Carrazeda de AnsiãesVerba n.º 3Quota-parte: 1/4Natureza: rústicaComposição: terra de videiras, oliveiras, so-breiros e laranjeirasSituação: PassadouroArtigo Matricial: 3564Área: 12800 metros quadradosValor Patrimonial para efeitos de IMT corres-pondente à fração: € 557,60Descrição predial: descrito na Conservatória do Registo Predial de Carrazeda de Ansiães sob o número mil duzentos e dezanove, com ins-crições de aquisição de 1/4 a favor de António Carlos Rodrigues, conforme apresentação 2 de 2001/01/29, 1/6 a favor de João dos Anjos e de Lucúlia do Céu marques dos Anjos, conforme apresentação 2 de 2002/04/24 e 2/6 em comum e sem determinação de parte ou direito a favor de Ana Maria Rodrigues Morais e Maria Leo-nor Rodrigues, conforme apresentação 1978 de 2013/07/15Verba n.º 4Quota-parte: 1/3Natureza: rústicaComposição: terra de cereal com vinha e hortaSituação: Vale do CuboArtigo Matricial: 910Área: 2000 metros quadradosValor Patrimonial para efeitos de IMT corres-pondente à fração: € 57,03Descrição predial: descrito na Conservatória do Registo Predial de Carrazeda de Ansiães sob o número oitocentos e setenta e três, com inscrição de aquisição de 2/45 a favor de Carlos Alberto Fonseca Veloso e de Pascal Augusto Fonseca Veloso, conforme apresentação 1 de 1995/03/01Verba n.º 5II - freguesia de MarzagãoQuota-parte: 4/5Natureza: rústicaComposição: terra com videiras, oliveiras, sobreiros e pastagem de cabrasSituação: Filhadas Artigo Matricial: 1570Área: 1500 metros quadradosValor Patrimonial para efeitos de IMT corres-pondente à fração: € 105,75Descrição predial: descrito na Conservatória do Registo Predial de Carrazeda de Ansiães sob o número noventa e três, com inscrição de aquisição de 1/5 a favor de Isabel Maria da Fon-seca, conforme apresentação 1 de 1988/08/11Que, entraram na posse dos indicados prédios

no ano de mil novecentos e setenta e quatro, já no estado de casados, por compra meramente verbal que nunca foi reduzida a escritura pública, feita em dia e mês que não podem precisar, a António dos Anjos Terreiro e a Ilda Gonçalves Terreiro, que foram solteiros, maiores, e residentes no dito Campelos (quanto às verbas números um e quatro), a Manuel Morais Frias, que foi casado, e residente no dito Campelos (quanto à verba número dois), a Augusto Morais, que foi casado, e residente no dito Linhares (quanto à verba número três), to-dos já falecidos, e a Maria da Conceição Moura, casada, e residente no Canadá (quanto à verba número cinco). __ Que, deste modo não possuem título formal que lhes permita registar na aludida Conservatória do Registo Predial os identificados imóveis, todavia, desde o citado ano, data em que se operou a tradição material dos mesmos, eles justificantes, já possuem, em nome e interesse próprios, os prédios em causa, tendo sempre sobre eles praticado todos os atos materiais de uso e aproveitamento agrícola, tais como, amanhando-os, semeando-os, cultivan-do-os, colhendo os seus frutos, aproveitando, assim, deles todas as suas correspondentes utilidades e pagando todas as contribuições e impostos por eles devidos, agindo sempre como seus proprietários, quer na sua fruição, quer no suporte dos seus encargos, tudo isso realizado à vista de toda a gente, sem qualquer ocultação, de forma continuada, ostensiva e ininterrupta desde o seu início, sem qualquer oposição ou obstáculo de quem quer que seja e sempre no convencimento de o fazerem em coisa própria, tendo, assim, mantido e exer-cido sobre os identificados prédios, durante mais de vinte anos e com o conhecimento da generalidade das pessoas vizinhas, uma posse pública, pacífica, contínua e em nome próprio, pelo que adquiriram os citados prédios por usucapião, que expressamente invocam para justificar o seu direito de propriedade para fins de primeira inscrição no registo predial, direito esse que pela sua própria natureza não pode ser comprovado por qualquer título formal extrajudicial.Extraí a presente certidão de teor parcial que vai conforme o seu original, e na parte omitida nada há em contrário que amplie, restrinja, modifique ou condicione a parte transcrita. 12.08.2015. A Conservadora,(Ana Paula Pinto Filipe da Costa)Conta registada sob o nº 591.

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Conservatória dos Registos Civil, Predial e Comercial e Cartório Notarial

de Carrazeda de Ansiães

Certifico, para fins de publicação, nos termos do artº. 100º do código do notariado, que por escritura de justificação notarial, outorgada neste cartório notarial, em 13/08/2015, lavrada a partir de folhas sessenta e um do respetivo livro de notas número oitenta C, Armando Norberto Seixas, NIF 155 102 168, e mulher Maria de Fátima Figueiredo Seixas, NIF 200 381 261, casados sob o regime da co-munhão de adquiridos, naturais ela da freguesia de Linhares, concelho de Carrazeda de Ansiães, e ele da freguesia de Marzagão, concelho de Carrazeda de Ansiães, onde residem na Rua do Caminho Novo, declararam:Que, com exclusão de outrem, são possui-dores dos IMÓVEIS SITOS NO CONCELHO DE CAR-RAZEDA DE ANSIÃESfreguesia de MarzagãoVerba n.º 1Natureza: rústica Composição: pinhalConfinantes: caminho (Norte); Carlos Manuel Múrias (Sul); caminho (Nascente); Manuel Augusto Magalhães (Poente) Situação: CostaArtigo Matricial: 1315Área: 9500 metros quadradosValor Patrimonial para efeitos de IMT: € 255,98Descrição predial: não descrito na Conservató-ria do Registo Predial de Carrazeda de AnsiãesVerba n.º 2Quota-parte: 1/2 Natureza: rústica Composição: terra de cereal, horta com videiras e árvores de frutoConfinantes: Valdemar da Conceição Pereira (Norte); Joaquim Diogo Araújo (Sul); caminho (Nascente); Conceição Dias (Poente) Situação: AdesilveiroArtigo Matricial: 2236Área: 6700 metros quadrados

Valor Patrimonial para efeitos de IMT corres-pondente à fração: € 209,56Descrição predial: não descrito na Conservató-ria do Registo Predial de Carrazeda de AnsiãesComproprietários: Júlia Alzira de Seixas, casada com Francisco Cabral, São Paulo, BrasilVerba n.º 3Quota-parte: 1/Natureza: rústica Composição: horta, terra de cereal e lameiroConfinantes: Adília de Jesus Sobral (Norte); herdeiros de António Veiga (Sul); herdeiros de António Veiga (Nascente); Abílio Ramires (Poente) Situação: MenjafraArtigo Matricial: 1063Área: 8100 metros quadradosValor Patrimonial para efeitos de IMT corres-pondente à fração: € 126,44Descrição predial: não descrito na Conservató-ria do Registo Predial de Carrazeda de AnsiãesComproprietários: Júlia Alzira de Seixas, casada com Francisco Cabral, São Paulo, Brasil, e Aldina Leonor de Seixas, casada com Paulino Henrique Lima, FrançaVerba n.º 4Quota-parte: 1/Natureza: rústica Composição: terra de cereal, lameiro, horta e pinhalSituação: Adejoão BrancoArtigo Matricial: 855Área: 40250 metros quadradosValor Patrimonial para efeitos de IMT corres-pondente à fração: € 252,00Descrição predial: descrito na Conservatória do Registo Predial de Carrazeda de Ansiães sob o número mil cento e quarenta e três, com inscrições de aquisição de 2/14 a favor de Adolfo Norberto de Seixas e de Dália Rosa Dias Ramires Seixas, conforme apresentação 5 de 2008/10/29 e 1/7 a favor de José Rodrigo Monteiro e de maria Alice de Seixas Monteiro, conforme apresentação 144 de 2015/08/05Que, com exclusão de outrem, são possuidores dos bens imóveis, situados na freguesia de Marzagão, concelho de Carrazeda de Ansiães, identificados nas quatro verbas descritas no do-cumento complementar, que totalizam o valor patrimonial para efeitos de IMT de € 843,98, e a que atribuem o respetivo valor patrimonial.

Que, entraram na posse dos indicados prédios no ano de mil novecentos e noventa, já no es-tado de casados, por partilha meramente verbal que nunca foi reduzida a escritura pública, feita em dia e mês que não podem precisar, por óbito de Mário Norberto de Seixas e mulher Ana de Jesus, que foram casados entre si, e residentes no dito Marzagão, Rua da PereiraQue, deste modo não possuem título formal que lhes permita registar na aludida Conser-vatória do Registo Predial os identificados imó-veis, todavia, desde o citado ano, data em que se operou a tradição material dos mesmos, eles justificantes, já possuem, em nome e interesse próprios, os prédios em causa, tendo sempre sobre eles praticado todos os atos materiais de uso e aproveitamento agrícola, tais como, amanhando-os, semeando-os, cultivando-os, colhendo os seus frutos, aproveitando, assim, deles todas as suas correspondentes utilidades e pagando todas as contribuições e impostos por eles devidos, agindo sempre como seus proprietários, quer na sua fruição, quer no suporte dos seus encargos, tudo isso realizado à vista de toda a gente, sem qualquer ocultação, de forma continuada, ostensiva e ininterrupta desde o seu início, sem qualquer oposição ou obstáculo de quem quer que seja e sempre no convencimento de o fazerem em coisa própria, tendo, assim, mantido e exercido sobre os identificados prédios, durante mais de vinte anos e com o conhecimento da generalidade das pessoas vizinhas, uma posse pública, pa-cífica, contínua e em nome próprio, pelo que adquiriram os citados prédios por usucapião, que expressamente invocam para justificar o seu direito de propriedade para fins de primeira inscrição no registo predial, direito esse que pela sua própria natureza não pode ser compro-vado por qualquer título formal extrajudicial.Extraí a presente certidão de teor parcial que vai conforme o seu original, e na parte omitida nada há em contrário que amplie, restrinja, modifique ou condicione a parte transcrita. 13.08.2015. A Conservadora,(Ana Paula Pinto Filipe da Costa)Conta registada sob o nº 593.

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CARTORIO NOTARIALNotária - CECILIA VAZ RIBEIRO

RUA DE SANTO ANTONIO - MIRANDELA

Certifico para efeitos de publicação que, por escritura de Justificação, lavrada neste Cartório Notarial, no dia um de Julho de dois mil e quinze, com inicio a folhas Setenta e três do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Quarenta e seis - A, JOSÉ HENRIQUE DE MORAIS (N.I.F. 179 626 434) e mulher JACINTA DE FATIMA ALMEIDA COELHO (N.I.F. 181 879 778), casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia de Castanheiro e ela da freguesia de Parambos, residentes na Rua Central, n.° 5, lugar de Tralhariz, freguesia de Castanheiro do Norte e Ribalonga, todas as freguesias do concelho de Carrazeda de Ansiães, declararam:Que, com exclusão de outrem, os seus representados são donos e legítimos possuidores do prédio urbano, composto por casa térrea, com a superfície coberta de quarenta e nove virgula cinquenta metros quadrados, sito na Rua Central, lugar de Tralhariz, da União das freguesias de Castanheiro do Norte e Ribalonga, concelho de Carrazeda de Ansiães, a confrontar de Norte com Rua Pública, de Sul e Poente com Próprio e de Nascente com José Ramos, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Carrazeda de Ansiães, inscrito na matriz predial respectiva sob o artigo 515 (que proveio do artigo 433, o qual, por sua vez, proveio do artigo 274 da extinta freguesia de Castanheiro), com o valor patrimonial de 6.450,00€, a que atribuem igual valor.Que a construção erigida no supra identificado prédio não sofreu quaisquer alterações desde a data da sua inscrição inicial na matriz.Que o identificado prédio veio a posse e domínio dos justificantes, já no estado de casados, por óbito do pai do justificante marido, António dos Santos Morais, casado que foi com Maria do Carmo Sousa, residente que foi no lugar de Tralhariz, freguesia de Castanheiro, concelho de Carrazeda de Ansiães, tendo-lhes sido adjudicado em partilha amigável, não reduzida a escritura pública e que ocorreu entre os interessados no ano de mil novecentos e noventa e dois.Que desde então e ate hoje, seja, há mais de vinte anos, são os justificantes que, sem oposi-ção de quem quer que seja, possuem o mencionado prédio, o utilizam e habitam, fazem as necessárias obras de conservação, usando e fruindo de todas as utilidades proporcionadas pelo mesmo, pagam taxas e contribuições, considerando-se e sendo considerados como seus únicos donos, na convicção de que não lesam quaisquer direitos de outrem, tendo a sua actuação e posse sido de boa fé, sem violência, sem interrupção e a vista da generalidade das pessoas que vivem na freguesia onde se situa o prédio.Que essa posse em nome próprio, pacífica, continua e pública, desde há mais de vinte anos, conduziu a aquisição do mencionado prédio por usucapião, que expressamente invocam, justificando o seu direito de propriedade para efeitos de registo predial, dado o modo de aquisição não poder ser provado pelos meios extrajudiciais normais.O Colaborador, Cláudio Miguel dos Santos Borges, devidamente autorizado para a prática do presente acto, pela titular do Cartório Cecília Maria Vaz Ribeiro, conforme publicitação no sítio da Ordem dos Notários em 02/02/2015, com o número 376/9.

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Junho 201523Notícias da CapitalEsplanada Lisboa IISusana Bento

Pois é, as esplanadas em Lisboa crescem como trepadeiras! No artigo anterior puderam ler um pouco do que vai acontecendo com as ruas do centro de Lisboa e, com esta segunda abordagem, gostaria de par-tilhar convosco mais fotografias, pois penso que a última deixou pou-co clara a dimensão do crescimento que vos revelo aqui: as esplanadas

em Lisboa, a crescer como trepadeiras...E com um toque de magia, junto a isto um pouco de poesia!E como a quadra tem quatro versos, assim quatro fotografias minhas tem este artigo: espero que tenham gostado, foi um presente com muito carinho!

Fotografia do Rossio. E como reagiria hoje o polícia que interpelou Bocage, já que o não veria assim tão bem por entre as multidões, quando este disse: “Eu sou Bocage / Venho do Nicola / Vou p’ro outro mundo / Se dispara a pistola.” ?

A Rua Augusta. Vista do antigo Banco Nacional Ultramarino, hoje MUDE Museu Design Moda; cruzamento com a Rua de São Julião. Nesse cantinho que evoca Fernando Pessoa: “(...) Eras sobre eras se somem / No tempo que em eras vem. / Ser descontente é ser homem / Que as forças cegas se domem / Pela visão que a alma tem! (...)” in segundo poema dos símbolos d’ “O Encoberto” — “Mensagem”.

Pormenor da Rua Augusta. De Manuel Alegre, aquando do poema gigante nesta rua no dia mun-dial da poesia, a 21. Março. 2009: “(...) Lisboa a desditosa a violada / a exilada dentro de Lisboa. / E há um braço que voa há uma espada. / E há uma madrugada azul e triste / Lisboa que não morre e que resiste.”

Rua Augusta, vista do Arco. De Ary dos Santos, “A cidade é um chão de palavras pisadas / A palavra criança a palavra segredo. / A cidade é um céu de palavras paradas / A palavra distância e a pala-vra medo (…)”

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