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1 LENA E JORGE FONTAÍNHAS Editorial CASAL RESPONSÁVEL PELA COMUNICAÇÃO Passou o tempo fosco de inverno. Os dias crescem, o sol apresenta-se sem vergonha nem cerimónia vem aí o Verão, cheira a férias. Nestes nossos países de bem-estar, olhamos para as férias como um direito adquirido. Fazemos planos e marcamos as datas. Chegada a altu- ra, fazemos as malas, pomos o cão no canil, o gato nos vizinhos, a planta na porteira, o canário em casa dos cunhados, agarramos nas crianças, nos fatos de banho, nas bicicletas, na raquete de ténis, nos utensílios do golfe e partimos, carregados mas bem dispostos. Tudo correrá bem. Não choverá. O mar estará calmo, azul e quente e o hotel, reservado com uma certa antecedência, será pertinho da praia, limpo, bonito, bom e barato. Mesmo que seja dema- siadamente modesto. A casa de cam- po, praticamente fechada todo o ano, terá alguns problemas em nos rece- ber condignamente, ou o quarto da pensão nas termas fica no andar mais alto e não há elevador, enfim, tudo coisas que se resolvem. Por nossa exclusiva conta ou na compa- nhia de amigos, mal saímos a porta da rua as férias já começaram. Finalmente o tempo é nosso e o mun- do também. Toca a esquecer o stress do ano findo. O corpo e a alma, bem ajeitados no banco do carro, ou no da camioneta, ou no do comboio, ou no do avião, conduzindo ou acompa- nhando, distraído da irrequietude das crianças, abandonam-se por in- teiro à paisagem, sem os olhos pro- priamente a verem, sem o cérebro seguir uma linha de pensamento de- finida ou coerente. Os meses que pas- saram, passaram. Nada tem verda- deiramente importância. Nada, a não ser as férias. Por vezes, o espírito, um nadinha angustiado, mais necessitado de des- canso que o corpo, insiste em manter Férias Férias

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LENA E JORGE FONTAÍNHAS

Editorial

CASAL RESPONSÁVEL PELA COMUNICAÇÃO

Passou o tempo fosco de inverno. Osdias crescem, o sol apresenta-se semvergonha nem cerimónia vem aí oVerão, cheira a férias.

Nestes nossos países de bem-estar,olhamos para as férias como umdireito adquirido. Fazemos planos emarcamos as datas. Chegada a altu-ra, fazemos as malas, pomos o cão nocanil, o gato nos vizinhos, a plantana porteira, o canário em casa doscunhados, agarramos nas crianças,nos fatos de banho, nas bicicletas, naraquete de ténis, nos utensílios dogolfe e partimos, carregados masbem dispostos. Tudo correrá bem.Não choverá. O mar estará calmo,azul e quente e o hotel, reservadocom uma certa antecedência, serápertinho da praia, limpo, bonito,bom e barato. Mesmo que seja dema-siadamente modesto. A casa de cam-po, praticamente fechada todo o ano,terá alguns problemas em nos rece-ber condignamente, ou o quarto dapensão nas termas fica no andarmais alto e não há elevador, enfim,tudo coisas que se resolvem. Pornossa exclusiva conta ou na compa-nhia de amigos, mal saímos a portada rua as férias já começaram.

Finalmente o tempo é nosso e o mun-do também. Toca a esquecer o stressdo ano findo. O corpo e a alma, bemajeitados no banco do carro, ou no dacamioneta, ou no do comboio, ou nodo avião, conduzindo ou acompa-nhando, distraído da irrequietudedas crianças, abandonam-se por in-teiro à paisagem, sem os olhos pro-priamente a verem, sem o cérebroseguir uma linha de pensamento de-finida ou coerente. Os meses que pas-saram, passaram. Nada tem verda-deiramente importância. Nada, a nãoser as férias.

Por vezes, o espírito, um nadinhaangustiado, mais necessitado de des-canso que o corpo, insiste em manter

FériasFérias

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uma certa tensão surda, secreta, quenós bem enxotamos, não imagine eleque nos vai estragar o programa. Operíodo de tréguas na nossa lufa-lufahabitual é bem merecido. É precisoque se entenda isto.

É uma realidade que, nos nossos paí-ses de bem-estar, olhamos as fériascomo um direito adquirido. Maiscerto, na verdade, é elas serem umagraça de Deus que é dada a bastantepoucos. A menos gente do que nos dájeito conjecturar neste curto inter-valo da nossa vida em que, com todaa legitimidade, decidimos não pensarem desgraças. Nem precisamos denos dar ao incómodo de olhar paraos países de mal-estar. No nosso pré-dio, na nossa rua, no nosso bairro,entre os nossos amigos e conhecidos,toda a gente vai para férias?

O Senhor, que nos concedeu estagraça, obviamente espera que aaproveitemos e que a aproveitemosbem. Por isso, varramos os nossosmedos e indecisões residuais e apro-veitemos os dias preenchendo, uma auma, cada uma das oportunidadesque nos chegam para o corpo des-cansar saudavelmente e para o espí-rito se evadir. No entanto, não esque-çamos que o Senhor conta connosco.As férias, na verdade, serão talvezum direito, são mesmo uma graçamas, o que é certo é que, antes detudo, são uma responsabilidade.Presente no coração dos outros quese cruzam connosco, Ele quer ainda,de mansinho, achegar-se a nós.Acolhamos, por isso, o desconhecidoque se abeira, o maçador que nosperturba, o infeliz que se esconde, o

incorrecto que nos irrita, o rico queostenta, o pobre que nos solicita.

Mas nós somos também a “ponte”que O levará aos outros. Através dotestemunho que dermos, presenteneste vai e vem, Ele chegará a todosos desconhecidos que conhecermosnas férias. Dará esperança aos desa-nimados, consolo aos aflitos, alegriaaos aborrecidos, ânimo aos que de-sertaram e paz aos inquietos. Pre-sente em nós nas horas de paz e nasde bulício, arranjará maneira de Serevelar ao que não crê e ser aper-cebido e louvado pelo que tem fé.Assim nós o queiramos. Assim nãonos deixemos submergir por ocupa-ções sem peso nem sentido onde Elenão cabe. Assim nos mantenhamosdisponíveis e sejamos capazes de nosdescentrar de nós próprios.

O tempo de férias é a grande ocasiãodo encontro – encontro com o outro eencontro com Deus. É tempo paraagradecer e louvar. Para crescer emeditar. Para permanecer e obser-var. Para escutar e para actuar. Paraparar e para ousar. O tempo de fériasé um tempo privilegiado que é maunegócio desperdiçar. Zelemos persis-tentemente pela vida do nosso es-pirito, atentos ao nosso programa demini ascese. As férias do espírito sãoa oportunidade aproveitada de nosaproximarmos melhor de Cristo enão de O esquecermos. Porque “nãopensemos que podemos ser teste-munhas de Deus aos olhos dos ho-mens, se não formos primeiro teste-munhas de Deus aos olhos de Deus”(“Como se visse o invisível”, J. Loew).

Boas férias para todos nós.

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Conselheiro Espiritual

PADRE ANTÓNIO JANELA

Divulgada nos últimos meses, muitastêm sido as referências feitas à 1.ª en-cíclica de Bento XVI. Mas quantos denós a têm lido?

Talvez seja oportuno um esclareci-mento prévio sobre o que é uma“encíclica”, esta palavra de origemgrega que significa “circular”, cartaque o Papa enviava às Igrejas emcomunhão com Roma. A encíclica éuma carta com um âmbito universal,onde o Papa empenha a sua auto-ri-dade como sucessor de Pedro eprimeiro responsável pela IgrejaCatólica.

Esta forma de magistério nasceu comBento XIV (1740-1758) e hoje BentoXVI contribuiu com a 294.ª encíclicana história da Igreja. O Papa maisprolífico neste tipo de cartas foi LeãoXIII, com 86 encíclicas – embora mui-tos desses textos fossem, nos nossosdias, classificados como CartasApostólicas ou Mensagens. JoãoPaulo II escreveu 14 encíclicas. O tí-tulo de uma encíclica é o começo dotexto, na sua versão oficial em Latim.

É conhecida a expectativa que ante-cedeu a publicação da encíclica. Ain-da permanecia em muitos a imagemde Joseph Ratzinger como o severoguardião da ortodoxia e, essa ima-gem, poderia levar a pensar que este

documento, porventura, não deixariade assumir um tom condenatório.Mas, contra essa ideia nada melhordo que o próprio título e toda a te-mática da encíclica: Deus é Amor. «Nacultura de hoje – comentou a insus-peita cineasta italiana Liliana Ca-vani —, a ideia de amor é muito escassa ebaixa; por isso a encíclica do Papa vai con-tra a corrente, é surpreendente pela sua ori-ginalidade». Um outro comentário:«Pela primeira vez, a questão do amor éenfrentada de forma directa e explícitanuma encíclica e, em si e por si, num do-cumento pontifício - explica o cardealScola - A encíclica fala de maneira simplesà pessoa simples, ajuda todos a entender oamor […] Também ao explicar que não sepode separar «eros» de «ágape», o Papadeixa claro que “não há separação entre ohumano e o cristão”».

Encontramo-nos diante de um textode grande envergadura e ao mesmotempo simples e inteligível; uma au-têntica antropologia do amor, umaverdadeira irrupção no coração docristianismo. Nos seus 42 números, odocumento leva-nos a mergulhar nomistério de Deus. O maravilhoso daencíclica é que vai marcando um ca-minho ascendente para o amor, que

CONSELHEIRO ESPIRITUAL DA SUPRA-REGIÃO

A PROPÓSITO DA ENCÍCLICADE BENTO XVI

Deus é AmorDeus é Amor

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é, afinal, o mesmo para todas as pes-soas, para todos os cristãos porigual, para homens e mulheres dequalquer língua, raça e nação; parasacerdotes, religiosos, casados e suasfamílias, sugerindo a todos o mesmo.

Deus ama-nos, é o grande Amante, oprimeiro Amante, “um amante com todaa paixão de um verdadeiro amor”. Estaimagem de Deus é a grande novidadeda fé bíblica: “de entre todos os povos,Deus escolhe Israel e ama-o – mas com afinalidade de curar a humanidade inteira.Ele ama, e este amor apaixonado pelo seupovo pode ser qualificado, e até descrito,como eros, que, no entanto, é também to-talmente ágape, dado de maneira plena-mente gratuita”.

E, ligada a esta imagem de Deus vema imagem do ser humano: “Adão andaà procura e ‘deixa o pai e a mãe’ para en-contrar a mulher; só no seu conjunto é querepresentam a totalidade humana, tornam-se “uma só carne” […] Numa orientaçãobaseada na criação, o eros impele o ser hu-mano ao matrimónio, a uma ligação carac-terizada pela unicidade e para sempre; destemodo, e só assim, é que se realiza a sua fi-nalidade íntima. À imagem do Deus mono-teísta corresponde o matrimónio monogâ-mico: o matrimónio baseado num amorexclusivo e definitivo torna-se o ícone dorelacionamento de Deus com o seu povo e,vice-versa, o modo de Deus amar torna-sea medida do amor humano”.

I. A UNIDADE DO AMOR

A encíclica apresenta duas partesdistintas, mas profundamente liga-das entre si. Na primeira, de índolemais especulativa - «A Unidade do

Amor na Criação e na História daSalvação» - o Papa começa por pres-tar um esclarecimento sobre o sen-tido do amor, numa perspectivaporventura mais filológica do quefilosófica, procurando reagir aosabusos que conhece hoje a palavra“amor” e fazendo-a readquirir o seu“esplendor originário”. Bento XVIdiz-nos que Deus ama-nos com umapaixão total e o próprio amor deDeus é um amor que abarca todo oser, dando unidade ao amor humano.De facto, a compreensão cristã doamor abarca e ultrapassa as noçõesmundanas ou meramente «huma-nas» do amor. Destacando o amorentre o homem e a mulher como ar-quétipo de amor por excelência, oPapa rejeita uma polarização entre o«eros», amor de atracção, e o «ága-pe», amor de entrega, como se o«eros» fosse pagão e o «ágape» cris-tão, e argumenta, ao contrário, queestes dois tipos de amor estão inter-relacionados. “Na realidade, ‘eros’ e‘ágape´ – amor ascendente e amor des-cendente – nunca se deixam separar com-pletamente um do outro. Quanto mais osdois encontrarem a justa unidade, emboraem distintas dimensões, na única realidadedo amor, tanto mais se realiza a verdadeiranatureza do amor em geral”. O «eros»,escreve o Santo Padre, «está de certomodo enraizado na própria natureza do serhumano”. Ao mesmo tempo, para serplenamente humano superando o ca-rácter egotista, o «eros» deve ama-durecer no «ágape» tornando-se ver-dadeiramente cuidado do outro epelo outro, no dom de si. Não é sufi-ciente para nós «sentir» amor, temosde «eleger» amar como decisão livre.

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O ser humano também não podeviver exclusivamente no amor obla-tivo, descendente. Não pode limi-tar-se a dar sempre, deve tambémreceber. “Quem quer dar amor, deve elemesmo recebê-lo em dom”.

De uma forma, que julgo inédita, é opróprio Papa, numa linguagem ex-tremamente simples e directa, quemnos facilita o acesso à leitura da en-cíclica. ”De facto – são palavras suaspublicadas na revista dos Paulistas,Família Cristã (Março, 2006) – ao início,o texto pode parecer um pouco difícil e teó-rico. Quando, porém, se avança na leitura,torna-se evidente que eu só quis respondera um par de perguntas muito concretas paraa vida cristã”.

1. A primeira pergunta é a seguinte:pode de verdade amar-se a Deus? Eainda: o amor pode ser mandado?Não é ele um sentimento que temosou não temos? E o Papa avança aresposta: “Sim, podemos amar aDeus, dado que Ele não ficou a umadistância inatingível, mas entrou eentra na nossa vida. Vem ao nossoencontro, ao encontro de cada um denós, nos sacramentos, por meio dosquais opera na nossa vida; com a féda Igreja, através da qual se dirige anós; fazendo-nos encontrar homensque são por Ele tocados e transmitema sua luz; com as disposições atravésdas quais intervém na nossa vida;com os sinais da Criação, que nosoutorgou. Ele não só nos ofereceu oamor, mas viveu-o em primeiro lu-gar; e bate de muitos modos ao nossocoração para suscitar o nosso amorcomo resposta. O amor não é só umsentimento, a ele pertencem também

a inteligência e a vontade. Com a suaPalavra, Deus dirige-se à nossainteligência, à nossa vontade e aonosso sentimento, de modo a quepossamos aprender a amá-l’O “comtodo o coração e toda a alma”. Oamor, de facto, não o encontramos jápreparado, mas cresce; ou seja, nóspodemos aprendê-lo lentamente, demodo a que ele abranja todas asnossas forças e nos abra o caminhopara uma vida recta”.

2. A segunda pergunta é esta: pode-mos de verdade amar o próximo,que nos é estranho ou mesmo an-tipático? “Sim, podemos, se somosamigos de Deus. Se somos amigos deCristo, e deste modo se nos tornamais claro que Ele nos amou e nosama, porque muitas vezes desviamosd’Ele o nosso olhar e vivemos se-gundo outras orientações. Se, porém,a sua amizade se tornar, a pouco epouco, importante e incisiva paranós, então começaremos a quererbem àqueles a quem Ele quer bem eque precisam do meu auxílio. Elequer que nos tornemos amigos dosseus amigos, e nós podemo-lo se esti-vermos interiormente perto d’Ele”.

3. Finalmente, há outra pergunta:com os seus mandamentos e as suasproibições, a Igreja não nos tornaamarga a alegria do eros, de sermosamados, que nos impele para o ou-tro e quer tornar-se união? “Na En-cíclica – escreve o Santo Padre – pro-curei demonstrar que a promessamais profunda do eros pode amadu-recer só quando não procurarmosagarrar a felicidade repentina. Pelo

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contrário, encontrarmos sempre apaciência de descobrir cada vez maiso outro em profundidade, na tota-lidade da alma e do corpo, de ma-neira que, por último, a felicidade dooutro se torne mais importante que aminha. Então não se deseja apenasagarrar, mas doar, e precisamentenesta libertação do eu é que o homemse encontra a si mesmo e se enche dealegria”.

II. A PRÁTICA DO AMOR REALIZADAPELA IGREJA, “COMUNIDADE DE AMOR”

Na segunda parte da Encíclica fala-seda caridade da Igreja como manifes-tação do amor trinitário, serviço deamor comunitário da Igreja por to-dos os que sofrem no corpo ou na al-ma e precisam do dom do amor. “Oamor do próximo, radicado no amor deDeus, é um dever, antes de mais, para cadaum dos fiéis, mas é-o também para a comu-nidade eclesial inteira, e isto a todos os seusníveis”.

Aqui apresentam-se antes de maisduas perguntas. A primeira: a Igrejanão pode deixar este serviço às ou-tras organizações filantrópicas quese formam de muitos modos?

Eis a resposta: “não, a Igreja não opode fazer. Ela deve praticar o amorao próximo também como comuni-dade, senão anuncia o Deus de amornum modo incompleto einsuficiente”.

A segunda pergunta: não seria pre-ferível tender para uma ordem da

justiça em que já não existem neces-sitados e por isso a caridade se tornasupérflua?

Eis a resposta: “sem dúvida, a finali-dade da política é criar um ordena-mento justo da sociedade, no qual sereconhece a cada um aquilo que éseu, e ninguém sofre a miséria. Nestesentido, a justiça é o verdadeiroobjectivo da política, tal como o é apaz, que não pode existir sem a jus-tiça. Pela sua natureza, a Igreja nãoexerce a política na primeira pessoa,antes respeita a autonomia do Es-tado e do seu ordenamento”.

A procura deste ordenamento da jus-tiça cabe à razão comum, tal como apolítica é do interesse de todos oscidadãos. Amiúde, porém, a razão éofuscada por interesses e pela von-tade de poder. A fé serve para puri-ficar a razão, para que possa ver edecidir correctamente. É então tarefada Igreja curar a razão e fortalecer avontade do bem. Neste sentido – semfazer ela mesma política – a Igrejaparticipa apaixonadamente na lutapela justiça. Aos cristãos compro-metidos nas profissões públicascompete o testemunho do amor cris-tão que nos é inspirado pela fé. Nonosso mundo, frequentemente tãosombrio, por meio deste amor a luzde Deus brilha. “O amor é possível, e nóssomos capazes de o praticar, porque somoscriados à imagem de Deus. Viver o amor e,deste modo, fazer entrar a luz de Deus nomundo: tal é o convite que vos queria dei-xar com a presente Encíclica” – tais sãoas palavras finais do Papa.

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É com grande entusiasmo quedizemos Lourdes aproxima-se apassos largos!

Os Encontros Internacionais sãosempre momentos de renovação,criatividade e actualização que im-pelem o Movimento a mais um passoem frente e que nos ajudam interna-mente a redescobrir a graça que nosfoi dada e a projectá-la nos outros.

Neles celebramos a festa da comu-nhão na diferença. A alegria de jun-tos sermos muitos apesar de poucosna diáspora. A partilha do que somosnos vários países e várias realidades.

São dias intensos passados fazendoamigos que falam outras línguas quetêm em comum o serem connoscoparte de um todo que quer viver eanunciar Cristo.

Em Lourdes, a 18 de Setembro, re-cordaremos a partida para o Pai doPadre Caffarel, que aconteceu háprecisamente 10 anos.

É também o momento de renovaçãoda ERI, é a passagem de testemunhopara o novo casal responsável quenos próximos seis anos conduziráo Movimento.

Será ainda o lançamento do novo lo-gótipo que será usado em todas asSupra-Regiões do Mundo.

Será a projecção do Movimento paraos próximos 6 anos, das suas Orien-

tações de vida e da temática inerente,de onde sairão os temas de estudopara os anos seguintes.

Enfim será tudo isto mas, principal-mente, um grande ponto de comu-nhão com os que vão e com os queficam porque estamos certos de quemesmo longe rezarão connosco.

Para nos sentirmos mais próximos,será disponibilizado um site que es-tará em permanente actualizaçãodurante o Encontro com todos osacontecimentos que vão decorrendo.

Desejamos a todos umas boas fériasde descanso e de retempero de forças,mas também de oração, para que, emSetembro e em força, uns cá e outroslá, vivamos em profunda comunhãoe acção de graças este tão importantemomento da vida do nossoMovimento.

Um abraço amigo,

ANA E VASCO VARELA

LOURDES 2006aproxima-se

LOURDES 2006aproxima-se

Supra-Região

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INSCRIÇÕES PARA LOURDES 2006

O número total de inscritos para Lourdes 2006 são mais de 9000 pessoas.Da Supra-Região Portugal temos 828 inscrições.

EQUIPA DE COORDENAÇÃO LOURDES

Conforme já foi divulgado, perante o volume de tarefas a realizar foiconstituída uma Equipa de casais para se ocupar da logística relacionadacom o Encontro. Esta equipa funciona em estreita colaboração com todaa Equipa de Coordenação da Supra-Região e com a equipa francesa res-ponsável pelo Encontro.

Para qualquer questão ou esclarecimento o contacto é o Secretariado([email protected] ou 21 842 93 40).

BOLSA DE SOLIDARIEDADE LOURDES 2006

As cerca de 50 candidaturas à Bolsa de Solidariedade, sobretudo de casaise Conselheiros Espirituais de África, foram integralmente aprovadas pelaERI que mais uma vez nos apoia no Projecto África.

FORMAÇÃO INTERNACIONAL LOURDES 2006

Como é habitual decorrerá logo a seguir ao Encontro de Lourdes umaSessão de Formação Internacional onde, ao todo, estarão presentes daSupra-Região Portugal quatro casais e dois Conselheiros Espirituais deAngola e Moçambique.

TRANSPORTES PARA LOURDES

Os Transportes estão definidos e todos os inscritos foram informadospor carta sobre as opções possíveis. Neste momento o ponto de situaçãoé o seguinte: Pessoas

(não se poderá realizar)

Autocarro com dormidaAutocarro directoComboio 2.ª classeComboio com camaAvião charterOrganizada pelos participantes

Não responderam aindaTotal

1849032543870

468360828

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As Contas de 2005

O ano de 2005 ficou marcado peloacontecimento histórico da Celebra-ção dos 50 anos da chegada do Espí-rito do Movimento a Portugal. Esteacontecimento, que envolveu muitoscasais e conselheiros espirituais, teveum enorme impacto em toda a vidado Movimento, despertando uns erevitalizando outros, dando maiorvisibilidade ao Movimento e criandoum espírito renovado nos casais,levando-os a uma maior entrega e auma maior adesão às proposta que oMovimento lhes faz.

Outro fruto do Encontro dos 50 anosfoi a generosidade que gerou dentro efora do Movimento, com as ofertas epatrocínios que foram chegando devários lados e formas.

Durante o próprio encontro os casaisforam de grande generosidade e sen-tido de partilha, fazendo com quetodos os receios que se tinham feitosentir perante os encargos geradospor um encontro desta dimensão, setransformassem em acção de graças.É que as elevadas despesas com aorganização foram compensadas

com os donativos recebidos, dandoorigem a um saldo positivoconsiderável.

Perante isto, a Supra-Região decidiuque esta grande generosidade detodos era uma resposta extraor-dinária e que tinha que ter um fimtambém ele generoso e extraor-dinário. Então, consciente da missãode ajudar a difusão e expansão doMovimento, decidiu constituir, umareserva para o designado ProjectoÁfrica (2005-2009). O Projecto Áfricaé essencialmente um programamuito desenvolvido de formação dosequipistas de África, para consoli-dação das equipas existentes, criaçãode estruturas e lançamento de novasequipas, com vista a que, num espaçode tempo que esperamos não sejalongo (cinco a seis anos), as Regiõesde Angola e de Moçambique possamconstituir a Supra-Região África--Lusófona. Para este projecto em quenão estamos sós, a ERI decidiu con-tribuir com 5.000 euros por ano e aSupra-Região Espanha com 6.000euros em 2005 e 5.000 euros em 2006.

O saldo total do ano foi de 64.923euros, que foram utilizados para a

ANA E VASCO VARELA

20062005Contas

Orçamentoe 2006

2005Contas

Orçamentoe

CASAL RESPONSÁVEL SUPRA-REGIONAL

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constituição de uma reserva para oprojecto Africa no valor de 52.400euros e o remanescente no valor de12.523 euros foram atribuídos aoutra reserva constituída para oProjecto Documentação (2005-2009),já que os documentos que se produ-zem são uma forma de suporte eentreajuda para todo o Movimento.

O Projecto Documentação, no se-guimento do esforço realizado nosanos anteriores no que diz respeitoà produção de documentação doMovimento, pretende rever e actua-lizar até 2009, o conteúdo e a imagemde todos os documentos do Movi-mento, bem como produzir outrosnovos.

RECEITAS

DonativosProveitos financeirosProveitos extraordinários

TOTAL DAS RECEITAS

DESPESAS

EncontrosFormação IIFormação IReuniões SRERIÁfricaCartaDocumentaçãoPessoalEstrutura

TOTAL DAS DESPESAS

Reserva p/ Projecto ÁfricaReserva p/ Projecto Documentação

160.9689997938

162 .903

12.713-412

08.904

25.8199.978

21.56511.69531.45129.289

151 .075

00

155.1401.671

57.187

213 .998

3.2161.2701.860

10.52124.0616.705

20.80518.92132.03629.680

149 .075

52.40012.523

155.0001.500

35.950

192.450

3.00016.0003.000

10.00025.00030.45025.00015.00035.00030.000

192.450

00

Orçamento 2006Contas 2005Contas 2004

CONTAS DE 2005

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Durante o ano de 2005, para além doEncontro dos 50 anos, realizou-se, anível Nacional, uma sessão de For-mação II, em que participaram 50casais e 3 Conselheiros Espirituais.Esta formação, que é organizadaprincipalmente para casais queassumem responsabilidades, vaicontinuar a ter uma especial atençãodo Movimento, estando previstaspara o ano 2006 outras duas (Abrile Dezembro).

Em Novembro, realizou-se o En-contro Nacional de Responsáveis,com a participação de 989 pessoas.Neste encontro houve várias acti-vidades conjuntas com as EJNS,tendo os jovens sido convidadaspelos casais para o jantar deSábado.

Realizaram-se quatro reuniões daSupra-Região, nos meses de Janeiro,Abril, Julho e Setembro. Nas últi-mas três já estiveram presentes os3 Provinciais, os 13 Regionais, e osresponsáveis pela Comunicação eSecretariado, para além do Con-selheiro Espiritual da SR e do Su-pra-Regional. Na reunião de Julhoestiveram também presentes,durante a tarde de Sábado, asEquipas da Comunicação e doSecretariado.

Realizaram-se ainda durante 2005duas sessões de Formação comcasais de Angola e Moçambique,aproveitando a sua vinda a Portugalpara o encontro dos 50 anos e para oEncontro Nacional de Responsáveisde Novembro.

Foram publicadas quatro Cartas, otema do ano, um pequeno documentosobre o aborto, os manuais do RE edo RS, e um novo folheto promo-cional do Movimento.

Embora as contas correntes estejamequilibradas, mais se poderia fazerse todas as equipas se quotizassem.Não podemos, pois, deixar de referir,com uma certa apreensão, o facto dehaver cerca de 200 equipas (25%)que não participam no esforçocomum, já que não se quotizam.

O Orçamento de 2006

O Orçamento de 2006 prevê umaumento da rúbrica África, emcoerência com as decisões atrásdescritas. A rúbrica Documentaçãojá tinha crescido em 2005 e pre-vê-se que estabilize em 2006. Em2006 prevê-se ainda uma verbapara a realização das duas Sessõesde Formação II, que passam a sersuportadas pelo Movimento con-forme decisão recentemente tomadapela Supra-Região. Efectivamentetrata-se de formar casais a quemmuito vai ser pedido. No lado dasreceitas é de destacar a rúbricaProveitos Extraordinários queresulta das contribuições da ERIe de Espanha bem como das verbasprovenientes das duas reservasatrás mencionadas (África e Do-cumentação). Uma análise compa-rativa da estrutura de custos doMovimento (ver gráficos) mostra queas restantes rubricas se mantêmidênticas.

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À Equipa do Secretariado e a todos osque contribuíram com o seu saber eesforço para a contabilização e apu-ramento das contas do Movimento,aqui fica o nosso agradecimento.

Bem hajam.

30 de Março de 2006.

CONTAS 2004

Encontros8% Reuniões

SR6%

ERI17%

África7%

Carta14%

Documentação8%

Pessoal21%

Estrutura19%

CONTAS 2005

Estrutura20%

Pessoal22%

Documentação13%

Carta14%

África4%

ERI16%

Reuniões SR7%

Formação I1%

Formação II1%

Encontros2%

ORÇAMENTO 2006

Estrutura16%

Pessoal17%

Documentação8% Carta

13%

África16%

ERI13%

Reuniões SR5%

Formação I2%

Formação II8%

Encontros2%

· Província Sul:Formação I - 30 Novembro a 3 Dezembro 2006 (ex-Região Sul).

· Província Norte e Centro:Formação I – 28 Abril a 1 Maio 2006 (coincide com a Formação II de Abril);EEN – 18 e 19 Março 2006 – Albergaria (relativamente próximo de Aveiro);EEN – 27 e 28 Maio 2006 – Albergaria.

Próximos Encontros de Equipas Novas (EEN) e de Formação I

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CentrCentrCentrCentrCentro Interioro Interioro Interioro Interioro InteriorDONZÍLIA E FELISBERTO EIRA

NorNorNorNorNortetetetetePPPPPororororortototototo

DourDourDourDourDouro Sulo Sulo Sulo Sulo SulCentrCentrCentrCentrCentro Litoro Litoro Litoro Litoro Litoralalalalal

AçorAçorAçorAçorAçoreseseseses

CASAL RESPONSÁVEL DA PROVÍNCIA NORTE E CENTRO

As ENS são uma realidade viva eactiva em quase todo o território na-cional. É disso testemunho a partici-pação na “Celebração dos 50 Anos”.A sua expansão vai-se processandonaturalmente, alimentando-se aesperança de, num futuro próximo,deixarem de se registar as manchasescuras ainda existentes no mapa dePortugal.

Esta promissora expansão gerou apercepção da necessidade de rever aactual estrutura do Movimento,adaptando-a à realidade que já agorase vive.

Nesse sentido, na mudança da res-ponsabilidade da Supra-Região, foiproposto pelo novo casal Respon-sável Supra-Regional, Ana e VascoVarela, a divisão da Supra-Região emtrês províncias: Província África,Província Sul e Província Norte eCentro, sendo convidado para cadauma delas um Casal Responsável quepassa a integrar também a Equipada Supra-Região.

A Província Norte e Centro, a quevamos fazer uma breve referência,compreende as Regiões: Norte, Porto,

Douro Sul, Centro Litoral, CentroInterior e Açores. Os seus CasaisResponsáveis, juntamente com oResponsável Provincial, constituema Equipa da Província, que realizaquatro reuniões anuais.

Tal como as restantes, esta Provínciaé uma estrutura de serviço que, sem-pre dentro do espírito e da dinâmicada Supra-Região, se empenha na di-namização das Regiões que a inte-gram e na coordenação de algumasdas suas actividades de formação,passando estas a ser programadas anível provincial. Procura-se, destaforma, rentabilizar recursos huma-nos e logísticos e enriquecer os En-contros através de uma maior diver-sidade de participantes. Este factonão limita nem condiciona a activi-dade das Regiões. Antes liberta osrespectivos Responsáveis para novasiniciativas e torna-os mais disponí-veis para o apoio aos seus Sectores.

Foi assim que, nesta sua ainda curtaexperiência, se formaram duas

daFalando

ProvínciaNorte e Centro

daFalando

ProvínciaNorte e Centro

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Equipas Formadoras de Encontros deEquipas Novas (que realizaram jáquatro Encontros) e uma Equipa deFormação I, que orientou a Formaçãorealizada em Fátima de 28 de Abril a1 de Maio.

A Província não é uma estruturadesintegrada da Supra-Região. Paraalém das suas actividades de carác-ter provincial, colabora tambémdirecta e empenhadamente nas acti-vidades de carácter nacional, assu-mindo a responsabilidade da orga-nização, programação e orientaçãode algumas destas. Assim aconteceu,no caso da Província Norte e Centro,com o Encontro e Formação de Pi-lotos, realizada no mês de Fevereiro,e voltará a acontecer com a Forma-ção II e Encontro Nacional de Res-ponsáveis programados para o anode 2006/2007.

Nesta pequena comunidade pro-vincial, a “Equipa da Província”,partilham-se ideias, iniciativas, ale-grias e dificuldades. Vive-se um es-

pírito de entreajuda e plena união deesforços, sempre que há empenha-mento comum em qualquer activi-dade. Há uma meta em direcção àqual todos mutuamente se apoiam:irmanar os equipistas no espírito dasENS e contribuir para que o carismadeste Movimento seja por todosinteriorizado e vivido.

Faz parte do espírito do Movimentoo apoio mútuo no percurso espiri-tual e humano de cada casal.É dando e partilhando que nos en-riquecemos e é nesta vivência quesentiremos a felicidade do nossocasamento, o viveremos em diálogoe alegria e o testemunharemos nonosso dia a dia. Ao fazê-lo estamos atestemunhar a riqueza das ENS e aprestar o melhor contributo paraque também outros a possam vir apartilhar.

Foi com este espírito que assumimosa nossa missão, seguros de podermoscontar sempre com apoio e a presen-ça viva da nossa Mãe e padroeira.

· Reunião da Supra-Região (ECom e ESec): Fátima. (30 Junho a 2 Julho 2006)

· Reunião da Supra-Região: Fátima. (27 a 29 Outubro 2006)

· Reunião da Supra-Região: Fátima. (12 a 14 Janeiro 2007)

Próximas Reuniões da Supra-Região

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A divisão da Supra-Região Portugalem Províncias tem provado ter sidouma decisão de grande oportuni-dade. O número de casais que hojeintegra a equipa da SR é, felizmente,muito grande, o que exige novasformas de organização que, man-tendo intacto o espírito desta pe-quena comunidade, permitamexecutar as tarefas necessárias deforma equilibradamente eficaz e notempo devido.

Neste momento, estamos aindanuma fase de aprendizagem, ten-tando perceber a nossa missão e deque forma a podemos cumprirmelhor, mas sentimos já as grandesvantagens deste novo formato, quenos permite servir melhor as ENS e,ao mesmo tempo, dar mais tempo àoração e à partilha dentro destaequipa de serviço. Por outro lado, oapoio e acompanhamento do casalsupra-regional, Ana e Vasco Varela, ea colaboração e troca de experiênciasentre Províncias têm enriquecidomuito o trabalho.

Na Província Sul, a grande trans-formação foi a mulitiplicação daRegião Sul em 4 novas regiões – Sin-tra, Cascais-Oeiras, Tejo Sul e Al-garve – que, aliada à nomeação doscasais de ligação às dioceses, vaipossibilitar a divulgação e expansãodas ENS, desejando-se fazer umesforço especial nas áreas onde essaexpansão tem sido mais difícil.

Têm-se vindo a realizar as activi-dades habituais das Regiões, estandoem constituição uma nova equipapara a Formação I, para servir oconjunto das Regiões da Província,com coordenação da Paula e do ToniPimentel.

Temos como propósito estar, sempreque possível, presentes nas acçõesimportantes de cada região, de formaa conhecer melhor a realidade decada uma. Pedimos ao Espírito Santoque nos ilumine e acompanhe.

RITA E GASTÃO DA CUNHA FERREIRA

CASAL RESPONSÁVEL DA PROVÍNCIA SUL

SintrSintrSintrSintrSintraaaaa

TTTTTejo Sulejo Sulejo Sulejo Sulejo SulAlgAlgAlgAlgAlgarararararvvvvveeeee

Cascais-OeirCascais-OeirCascais-OeirCascais-OeirCascais-OeirasasasasasdaFalando

Província Sulda

Falando

Província Sul

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Em 18 e 19 de Fevereiro realizou-seem Fátima o Encontro Nacional eFormação de Pilotos. Realizou-se,também em Fátima, nos dias 30 deAbril a 2 de Maio, uma sessão de

2.ª Encruzilhada1.ª EncruzilhadaAlimentação1.ª Reunião de EquipaChamados a um Amor MaiorO Movimento das ENS - ao serviço do AmorA Ligação, teias de Amor2.ª Reunião de EquipaFórumAlojamentoAcolhimentoCelebração de aberturaO Sector - uma comunidade de equipasDever de se sentarVigília MarianaPorque Ele nos Ama, VamosDocumentaçãoAs ENS - comunidades de AmorNoite de convívioOrganização/programaCelebração Eucarística (encerramento)

Avaliação global

4,114,164,224,434,434,494,504,514,514,514,514,524,544,544,544,654,704,724,724,724,75

4,51

Médiaponderada

FFFFFororororormação IImação IImação IImação IImação II

Avaliação

GRACIETE

E JOSÉ REBELO

CASAL RESPONSÁVELPELO SECRETARIADO

Encontro Nacional e FormaçãoEncontro Nacional e Formação

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um caminho de exigência seja pos-sível, publicamos o resultado dasavaliações que foram feitas pelosparticipantes, em cada uma destasactividades do Movimento.

Formação II. Ambos os encontrostiveram uma participação que exce-deu as expectativas. Porque nos pa-rece importante avaliar sistema-ticamente o que fazemos para que

AcolhimentoOrganizaçãoGuiãoPontualidadeAlojamentoAlimentaçãoOração de aberturaTerço na CapelinhaEucaristiaO Casal Piloto: Vocação e MissãoO Casal Piloto: Rosto do MovimentoO Casal Piloto: EvangelizadorViver e anunciar CristoPedagogia de PilotagemOrganização da PilotagemO papel do CE numa Equipa em PilotagemInformação, Pilotagem e Ligação ao Movimento1.ª Encruzilhada2.ª Encruzilhada - Trabalho de Grupo

Avaliação global

4,254,454,514,414,264,014,284,424,614,324,064,064,044,134,174,214,394,004,33

4,26

4,054,304,484,494,464,244,374,364,674,354,274,264,11

4,294,00

4,29

MédiaEncontro

MédiaFormação Avaliação

EncontrEncontrEncontrEncontrEncontro Nacional e Fo Nacional e Fo Nacional e Fo Nacional e Fo Nacional e Fororororormação de Pilotosmação de Pilotosmação de Pilotosmação de Pilotosmação de Pilotos

de Pilotos e Formação IIde Pilotos e Formação II

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Quando pensa-mos na Expansãodo Movimentoprecisamos desaber onde mo-ram os equipis-tas, onde estãobaseadas as equi-pas, para orientaros esforços e fa-cilitar o acolhi-mento dos novosequipistas e dassuas equipas.A Sofia Moita,equipista de Lis-boa, lançou-se àobra e aqui está ofruto do seu pri-meiro trabalho.

Podemos cons-tatar que háequipas em 19 das20 Dioceses dopaís, mas tambémhá muitas paró-quias onde oscasais não têm amesma sorte quetodos nós tive-mos de podercrescer com oapoio do Mo-vimento. Quepodemos fazerpara os ajudar?

Onde moram

Equipistas?osos

Onde moram

Equipistas?

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PRISCILLA E JEAN-LOUIS SIMONIS

Queridos amigos

Correio da ERI

«À descoberta de Cristo» é o temaque estudamos em equipa comopreparação do nosso grande En-contro internacional de Lourdes.

Porquê este passo? Que sentido dar ànossa procura? E, ao mesmo tempo,que sentido dar ao nosso Encontro?Pessoalmente, para cada um de nós?

É nestas estas perguntas que lhespropomos reflectir um instante nestebilhete da ERI.

A vontade do Pai

A vontade de meu Pai é que vos ameisuns aos outros (Jo 13,34)… que sejaisum como Ele e Eu somos um (Jo 10, 30)…que sejais santos e irrepreensíveis na suapresença, no amor (Ef 1, 4).

Ser santos? Que quer isso dizer?Ousaremos ainda hoje aspirar à san-tidade sem correr o risco de sermosacusados de angelismo ingénuo?Que fizeram de especial os santospadroeiros do nosso calendário se

não procurar a vontade do Pai imi-tando o Filho, visto que «ninguém co-nhece o Pai senão o Filho e aquele a quem oFilho o quiser revelar» (Mt 11, 27)?

Esta é, pois, a vontade de meu Pai: quetodo aquele que vê o Filho e n’Ele crêtenha a vida eterna; e Eu o ressuscitareino último dia (Jo 6, 40). É a vontade doPai para cada um de nós, para cadabaptizado.

E a Carta das ENS lembra-nos: Elesambicionam levar até ao fim os compro-missos do seu baptismo.

«Mas, escreve o Padre Caffarel no seueditorial da carta mensal de Outu-bro/Novembro de 1970 (edição fran-cesa), «é “no e pelo matrimónio” e não “à

CASAL DE LIGAÇÃO À ZONA CENTROEUROPA

LourLourLourLourLourdesdesdesdesdes2 0 0 62 0 0 62 0 0 62 0 0 62 0 0 6 Santidade»

chamados«Em Equipa,

à

Santidade»

chamados«Em Equipa,

à

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margem” da vida conjugal que os casaisdas Equipas pretendem procurar a santidade». Para nós, esposos, essa vontadepassa pelo nosso cônjuge. Não é asantificação recíproca dos espososum dos fins do matrimónio, se não oprincipal?

A nossa preparação para Lourdes,quer lá vamos quer fiquemos emcasa, chama-nos, encoraja-nos, emprimeiro lugar, a pôr-nos a caminho,individualmente e em casal, «à des-coberta de Cristo» que nos mostra oPai.

Em equipa

Ultrapassando o âmbito estrito decada casal, a Carta das Equipas en-coraja-nos a ajudar-nos uns aos ou-tros através da nossa vida de equipa:Porque conhecem a sua fraqueza e os limi-tes das suas forças, que não da sua von-tade… e porque têm fé indefectível no poderda ajuda fraterna, decidiram [os casais]formar equipa.

Assistimos recentemente à reuniãomensal de uma jovem equipa dosector de Beirute-Metn, por ocasião deuma visita de ligação ao Líbano emMarço último.

Estavam no capítulo 4 do tema «Àdescoberta de Cristo». Tinham modi-ficado ligeiramente a pergunta paraa partilha em equipa: «Que apoio mevem de cada um dos membros daequipa para crescer na minha cami-nhada espiritual?». E cada um, porsua vez, exprimiu com toda a sim-plicidade e verdade em que campo

particular e concreto cada membroda equipa o ajudava na sua vidaespiritual: a fidelidade indefectível àoração conjugal de Georges e Anna,mesmo nos dias em que voltam tardepara casa, a participação quotidianade Mona na Eucaristia, a presença daequipa para Samia aquando das inú-meras viagens profissionais de An-toine, etc. Anna diz-nos ter desco-berto a «inveja positivo», ou seja, «aque me impele a pôr-me a caminho ea imitar o bom exemplo deste ou da-quele membro da equipa». E podería-mos, cada um para si, continuar alista dos benefícios da entreajudaespiritual na nossa equipa. Pode-ríamos assim (re)descobrir como osnossos coequipistas nos ajudam aconformar a nossa vida ao exemplode Cristo, a responder ao seu apelopessoal.

«Onde estiverem dois ou três reunidosem meu nome, Eu estou no meio deles»(Mt 18, 21). Aqui tocamos o sentidoprofundo da nossa pertença à equi-pa: a presença de Deus no meio denós. Demos-Lhe lugar para que Elepossa realizar em nós a sua obra desantificação!

Falando, em outro dos seus editoriais(Março/Abril de 1973), da equipacomo ecclesiola (pequena igreja), oPadre Caffarel acrescenta: «Se meperguntarem o que permite designar com amesma palavra, ecclesia, a grande Igreja deJesus Cristo e uma pequena reunião de fiéis,responderei, […]: o pequeno grupo cristão éverdadeiramente uma célula da Igreja. Ora,a célula vive da vida do corpo: em cadacélula do meu corpo, toda a minha almaestá pressente e viva. Da mesma forma, em

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cada célula da Igreja, em cada ecclesia, estápresente e viva a grande Igreja, desejosade dispensar e de manifestar todas as suasvirtualidades de santificação».

Em Lourdes

Ampliaremos a nossa reflexão nonosso grande Encontro de Lourdes.Esperam-se mais de 10 000 pessoas,o que fará hesitar aqueles de entrenós que sofrem de agorafobia! E, noentanto, nessa dimensão universal,representando cerca de sessentapaíses dos cinco continentes, equi-pistas como nós, de raças, de ex-pressões e de culturas diferentes,vão enriquecer-se mutuamente coma sua experiência vivida à procura

da mesma perfeição em Cristo, sob oolhar cheio de ternura de Maria, aprimeira entre todos os santos.Todos à procura do mesmo Pai.

Uma «ecclesia» mais vasta do que aequipa, composta por uma multidãode «ecclesiola», universal à imagemda «grande Igreja». Uma maneiratambém de «fazer» Igreja, de a tor-nar visível a tantos casais isolados,à procura, se não da perfeição, pelomenos do aperfeiçoamento.

Que impulso, que encorajamentopara a nossa própria santificação!

Na alegre expectativa de os (re)en-contrar em Lourdes,

ABRAÇAMO-LOS CALOROSAMENTE.

Ó, Deus, que na Sagrada Família nos deixaste um modelo perfeito de vida familiar vivida na fée na obediência à Tua vontade.

Damos-Te graças pela nossa família. Concede-nos a força para permanecermos unidos noamor, na generosidade e na alegria de viver juntos.

Pedimos-Te, Senhor, que este tempo de preparação para o encontro mundial das família sejaum tempo de intensa experiência de fé e de crescimento das nossas famílias.

Ajuda-nos na nossa missão de transmitir a fé que recebemos de nossos pais. Abre o coraçãodos nossos filhos, para que cresça neles a semente da fé que receberam no baptismo. Fortalecea fé dos nossos jovens, para que cresçam no conhecimento de Jesus. Aumenta o amor e a fi-delidade em todos os casais, especialmente naqueles que passam por momentos de sofrimentoou dificuldade.

Derrama a tua graça e a tua bênção sobre todas as famílias do mundo, especialmente sobreaquelas que se preparam para o próximo encontro mundial das famílias em Valência. Abençoatambém o nosso Papa Bento XVI. Dá-lhe sabedoria e fortaleza, e concede-nos a alegria de po-der recebê-lo em Valência, juntamente com as famílias de todo o mundo.

Unidos a José e Maria, pedimos-Te por Jesus Cristo teu Filho, nosso Senhor. Ámen.

V ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIASValência, Julho de 2006

Oração para o

Oração para o

Oração para o

Oração para o

Oração para o

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CONSELHEIRO ESPIRITUAL DA ERI

FRANÇOIS FLEISCHMANN

Ao aproximar-nos do Encontrointernacional de Lourdes, qual será ocentro da nossa experiência?

Sabemos, por já termos vivido en-contros semelhantes, que vamos láencontrar um ambiente caloroso; ouentão aspiramos a descobrir a ale-gria do encontro de equipistas de nu-merosos países que rapidamente sejuntam no mesmo espírito. Para ládas diferenças de língua e de cultura,o fundo comum está tão profunda-mente enraizado na vida dos casaisdas Equipas que as partilhas nãopodem ser superficiais.

Ao dirigir-me tanto aos participan-tes de Lourdes como aos que nãopodem ir, convido-os a ir mais fundono que realmente fundamenta anossa unidade, em especial por oca-sião deste Encontro que diz respeitoa todo o Movimento.

Temos em comum a mesma procura,a que a Carta nos propõe, para ten-

Para as Equipas e para o Movimento,a Eucaristia é o lugar primordialdo nosso enraizamento na Igreja de Cristo.

tarmos responder a uma real exigên-cia espiritual na vida dos nossos ca-sais e das nossas equipas, bem comona nossa vida de fiéis na Igreja.Todos somos chamados a celebrar abeleza do matrimónio e a testemu-nhá-la na sociedade onde ele é tãofragilizado e desvalorizado.

Mas que é que nos permite ser fiéis aesse «caminho de santidade» que é omatrimónio? Esperamos que o En-contro de Lourdes nos torne maisatentos à fonte viva, ao amor quevem de Deus. A reflexão dos interve-nientes e a partilha nas equipas

inspirarão as nossas orientações,mas o cume desses dias será semprea Eucaristia.

Quer vamos a Lourdes quer tenha-mos que ficar longe, lembrar-nos--emos da palavra de São Paulo: «Opão que partimos não é comunhãocom o corpo de Cristo? Uma vezque há um único pão, nós, embora

Comunhão

Reunir-nosem

Comunhão

Reunir-nosem

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muitos, somos um só corpo, porquetodos participamos desse único pão»(1 Cor 10, 16-17).

Para os casais, a Eucaristia «com-pleta a união que o sacramento domatrimónio estabeleceu», como disseo Padre Caffarel.

Para as Equipas e para o Movimento,a Eucaristia é o lugar primordial donosso enraizamento na Igreja deCristo.

Quando recebemos o Corpo de Cris-zto, recordamos aquela palavra deSanto Agostinho: «Tu ouves esta pa-lavra: “o Corpo de Cristo” — e res-pondes: “Ámen”. Então, sê um mem-bro de Cristo, para que o teu “Ámen”seja verdade (Sermão 272). Por ou-

tras palavras, que cada um, ondequer que se encontre, confesse noacto de fé da comunhão a sua per-tença ao Corpo único «sob um únicoChefe, Cristo».

Saibamos não separar o Corpo euca-rístico do Corpo místico, pois na féreconhecemos que é o mesmo Corpodo Senhor. Nesta perspectiva, asdistâncias geográficas ou culturaistêm menos importância. O Encon-tro será uma experiência de comu-nhão de todo o Movimento.Todos nós, alimentados pelo Pão davida, seremos ainda mais generosa-mente solidários com toda a huma-nidade que Deus ama com o mesmoamor infinito em seu Filho JesusCristo.

· Sessão de Formação II: Fátima. (28 Abril a 1 Maio 2006)

· Colégio Internacional 2006: Lourdes. (Setembro 2006: Terça-feira 12 à tarde a Sexta-feira 15 à tarde)

· Encontro Internacional 2006: Lourdes. (Setembro 2006: Sábado 16 à tarde a Quarta-feira 21 depois de almoço)

· Sessão de Formação Internacional 2006: Lourdes (Setembro 2006: Quarta-feira 21 à tarde a Domingo 24 depois de almoço)

· Sessão de Formação II: Fátima. (30 Novembro a 3 Dezembro)

Próximos Encontros Nacionais e Internacionais

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MARIA REGINA E CARLOS HEISEEm Março último, teve lugar emBogotá, na Colômbia, o PrimeiroEncontro dos Movimentos Eclesiaise das Novas Comunidades da Amé-rica Latina. Este encontro, que tinhacomo tema «Discípulos e Missionários deJesus Cristo hoje», foi proposto peloConselho Pontifício para os Leigose pelo Conselho Episcopal Latino--americano — CELAM.

Participaram neste encontro 160pessoas, das quais cerca de 32 bis-pos, numerosos padres e leigos, deentre os quais 8 casais. Estavam re-presentados cerca de 45 movimen-tos e novas comunidades. Coube-nosa nós, Maria Regina e Carlos Eduar-do Heise (ERI) e ao Padre RicardoLondoño (Conselheiro Espiritual daProvíncia Centro da Supra-RegiãoHispano-americana), representar oMovimento das Equipas de NossaSenhora.

O Encontro começou com a leitura deuma mensagem de Sua Santidade oPapa Bento XVI, seguida de uma sau-dação feita pelo Cardeal StanislawRilko, presidente do Conselho Ponti-fício para os Leigos. A seguir, inter-veio o Cardeal Francisco Javier Erra-zurig, presidente do CELAM, para

situar este acontecimento no âmbitoda preparação da V Conferência doEpiscopado Latino-americano e dasCaraíbas, que terá lugar em Maio de2007, em Aparecida do Norte, noBrasil.

Para sublinhar alguns aspectos desteencontro, gostaríamos de mencionaralguns pontos que nos tocaram demaneira particular. Em primeirolugar, sentimos uma abertura dahierarquia relativamente aos movi-mentos eclesiais e às novas comu-nidades como nunca antes se tinhavisto. Dizia-nos um bispo brasileiroque, para ele, este encontro marcavaum “ponto de viragem” na históriada nossa Igreja. Durante a leitura damensagem do Papa, sentimos a suaestima, a sua ternura e o seu respeitopara com este povo de Deus con-sagrado por um certo carisma. Nofim do encontro, com as palavrasconclusivas de Monsenhor StanislawRilko e de Monsenhor Carlos AguiarRetes (vice-presidente da CELAM),tivemos praticamente um fecho deouro.

CASAL DE LIGAÇÃOÀ ZONA AMÉRICAS

NOTÍCIASINTERNACIONAIS

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Outro aspecto que nos marcou foi aatitude dos bispos, que estavam alinão para dizer aos leigos o que fazermas simplesmente para solicitar asua colaboração. Deixaram perceberclaramente que as reflexões que par-tilhámos em diferentes grupos detrabalho eram esperadas como ele-mentos para o enriquecimento dapróxima Conferencia Episcopal atrásreferida.

Da dinâmica do encontro fizeramparte comunicações ou mesas re-dondas seguidas de debates e de-pois de grupos de trabalho, com pos-terior apresentação da síntese dosgrupos.

Compreendemos que este primeiroencontro era o início de uma longacaminhada. Percebemos também quemuitos participantes estavam mais

preocupados em «promover» o seumovimento do que em ouvir eaprender com os outros, talvezdevido à falta de experiência decaminhada em Igreja.

No fim do Encontro, lembrando amensagem do Papa, em que BentoXVI afirmava «que os Movimentos e asNovas Comunidades contribuem para darum novo impulso à evangelização de todosos sectores da sociedade, ao mundo dotrabalho e da família, da cultura e da edu-cação, em suma, em todos os lugares emque a vida dos homens hoje se desenvol-ve», foi redigida e enviada ao Papauma carta, em que se registam trêsprioridades:

a) a formação cristã;b) o forte anúncio do Evangelho;c) a atenção especial aos que sofrem,aos pobres e aos excluídos.

Estão, finalmente, em serviço os endereços de e-mail tipo [email protected] para os quadros do Movimento.Pretende-se, com este serviço, assegurar uma comunicação mais fácil entre todos os casais e asestruturas do Movimento.Este endereços cobrem todas as estruturas até ao nível de Sector.

Com este sistema assegura-se uma maior estabilidade de endereços, já que os endereços serãoindependentes de quem exerce, em cada momento, as funções correspondentes.

Numa primeira fase o correio enviado para um endereço [email protected] será automaticamentereenviado para o endereço real de e-mail do destinário e apagadas do servidor ens.pt, competindoao Casal Responsável dos endereços, o Mailmaster ([email protected]), gerir todo o sistema.

Todas as informaçãoes referentes a alterações de endereço real ou de preferências de enviodeverão ser comunicadas ao Mailmaster.

Logo que o sistema entre numa fase de estabilidade poderão vir a ser facultadas outras modalidadesde acesso (via Webmail ou POP3, para Outlook ou equivalente).

Os endereços agora criados estarão disponíveis no site, na página de Contactos.

Esperamos pelas vossas sugestões e comentários.

[email protected]

Maria Leonor e João [email protected]

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Reflectindo...

Queridos Amigos,

Ao longo do tempo temos vindo aconstatar que compreendemos evivemos melhor a metodologia donosso movimento das ENS quandopilotamos uma nova equipa! É, porum lado, a necessidade de a apro-fundar mais e, por outro, o desafiopróprio da exigência de quem ne-cessita de transmitir algo de impor-tante com coerência de vida. De facto,as “coisas de Deus” só se conseguemtransmitir por quem as vive e asnossas dificuldades nessa matériatêm sido compensadas, primeira-mente pela acção do Espírito Santoque, através de alguém, nos desafioua essa missão, e por isso está pre-sente garantindo-nos o Seu apoio in-condicional, e depois pela qualidadedos pilotados, normalmente pessoascom uma sede inesgotável de Deus,que nos enriquecem sempre mais doque eles próprios imaginam.

Em todas as nossas pilotagens sen-timos a necessidade e a preocupaçãode insistirmos muito no tempo dapartilha. De facto, é fácil pôr as pes-soas a conversar no tempo da refei-ção. É fácil reunir as pessoas num

tempo de oração, mesmo aquelas quetêm pouca experiência de encontrocom Deus. É fácil ainda pôr as pes-soas a debater um tema, muitasvezes interessante, por vezes mesmono abstracto, com maior ou menorfacilidade de compreensão. Mastorna-se já mais difícil pôr as pes-soas a falar da sua própria expe-riência de vida, do seu esforço no diaa dia ao longo do mês.

Facilmente entendemos que, se nãoinsistirmos na vertente da partilha,não é depois da pilotagem que elaacontece. E se esse momento é malintroduzido nas reuniões da equipa,também desaparece pouco tempodepois de concluída a pilotagem.Vejamos porque sentimos de factoesse momento da Partilha como umdos mais importantes.

O Papa João Paulo II, na introduçãoque faz na sua exortação apostólica“Familiaris Consortio”, fala-nos em trêsvalores essenciais: a importância decrescermos na Fé, na consciência daexistência de Deus na nossa vida e nocompromisso que isso representacom Ele; a importância de crescer--mos na Sabedoria, que nos dá o dis-

EQUIPA

Vidaem

Movimento

Vidaem

Movimento

Um perUm perUm perUm perUm percurcurcurcurcurso de conso de conso de conso de conso de convvvvvererererersão conjugsão conjugsão conjugsão conjugsão conjugalalalalal

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cernimento necessário para distin-guir o bem do mal; a importância denos deixarmos transformar por essecrescimento sustentado da Fé e daSabedoria, ou seja, a urgência daConversão. Se a estes três valoresjuntarmos o valor da Confiançatemos a síntese dos tempos de umareunião de equipa.

De facto, todos esses valores coexis-tem em todos os tempos da reunião,mas cada tempo da reunião estámais vocacionado para o cresci-mento de cada um desses valores: oJantar, com a força que a refeição temna tradição cristã, bem como o Pôrem Comum, são tempos mais voca-

enriquece o Amor próprio, mas aque-la que nos faz compreender melhor overdadeiro Amor; por fim, o momen-to da Partilha assinala as etapas deConversão de cada um e de cadacasal ao longo da vivência do mês.

Esta associação de valores aos tem-pos de uma reunião ajuda-nos acompreender o que de facto se perdena vida de uma equipa, de um casal,ou de um elemento, quando começaa falhar sistematicamente um dostempos de uma reunião. Facilmentepercebemos que todos os tempos sãomportantes. Mas, de facto de nadavale crescermos na Fé, de nada valecrescermos na sabedoria, se isso

não provocarem nós umadinâmica deconversão, seinsistirmos emoferecer resis-tência à nossatransforma-ção interior.

No mínimo, continuando tudo namesma, aumentam as nossas respon-sabilidades, pois diminui a nossainocência.

Como alguém dizia, Satanás acreditaque Deus existe e tem mesmo umasabedoria maior que a do homem,apenas não se quis nem se quertransformar, apenas não se quis, nemse quer converter!...

E parece não haver dúvidas que asportas da conversão são sempre asmesmas, a aproximação de Deuspassa necessariamente pela relaçãocom Ele. Não há conversão semrelação com Deus. E daí a importân-

Mas que força poderemos nós fazer?Só Deus é a nossa força…Sem Ele não seremos capazes de nada,mas com Ele seremos capazes de tudo.

cionados para o crescimento da Con-fiança - também os apóstolos se reu-niam à porta fechada; o momento deOração vai aprofundando a cons-ciência da presença de Deus na reu-nião, a certeza de que Ele faz parteda Equipa como qualquer outro ele-mento, e podemos dizer que Ele émesmo o elemento mais assíduo, porisso, este momento torna-se maisvocacionado para o crescimento daFé; o momento do Tema, onde acon-tece o debate, numa perspectivacristã, de qualquer assunto previa-mente escolhido, está mais voca-cionado para o crescimento da Sabe-doria, não propriamente aquela que

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cia dos pontos de esforço: a expe-riência da oração e da meditação daPalavra de Deus necessárias à ditarelação – note-se que não basta falara Deus, é necessário também escutá--l’O a experiência do Dever de Sentarque, aliada à oração em casal, nos fazdescobrir o quão real é a presença deDeus na relação conjugal; a experiên-cia da regra de vida, que noseduca o espírito de renúnciaa tudo o que nos afaste deDeus para abraçarmos tudoo que d’Ele nos aproxima;a revisão de vida que nos éproporcionada pela quebrada rotina quotidiana numretiro anual.

A metodologia do nosso Mo-vimento das ENS, estando vocacio-nada para o desenvolvimento deuma espiritualidade conjugal, só po-derá ser bem sucedida se nos levara percorrer um verdadeiro caminhode conversão individual e em casal,o qual é necessariamente inesgotável.Daí a enorme importância da práticados pontos de esforço no dia a dia domês que posteriormente enriquecemnaturalmente o momento da partilhana reunião.

A sociedade parece querer viver semDeus e por isso torna-se urgentedecidirmo-nos definitivamente porEle, colocando-O no centro da nossavida, no espaço da nossa família, nointerior de cada um dos nossoscorações.

A tensão que se vive no interior dasociedade parece o jogo do esticar dacorda: de um lado puxam aqueles que

defendem os contravalores do pra-zer, do poder, do ter, do edonismo,etc; do outro lado da corda puxamaqueles que defendem os valores daPaz, da Solidariedade, da Caridade,do Amor, da autenticidade da pre-sença de Deus, mais perceptível poruns que por outros, etc. Como todossabemos desde crianças, perdem o

Com Deus no interiordos nossos coraçõespossuímos a humildadenecessária parareconhecermos os nossoserros e aquilo em quepodemos melhorar .

jogo aqueles que desistirem de fazerforça!

Mas que força poderemos nós fazer?Só Deus é a nossa força… Sem Ele nãoseremos capazes de nada, mas comEle seremos capazes de tudo.

Observem como é maravilhosa aforma como Deus nos criou!... A for-ma como Deus nos distinguiu!... So-mos as únicas criaturas a quem Deusdeu a honra, ou, se quiserem, o pri-vilégio, de podermos conter no inte-rior de cada um dos nossos pequenoscorações a Sua presença total, o TodoDeus - em Corpo, Sangue, Alma eDivindade.

Grandes rios de graças e de bênçãosnos são continuamente derramadasdo Céu, no dia a dia, por Ele, que emcada Eucaristia experimenta nova-mente a sua morte e ressurreição,constituindo-Se nosso verdadeiro

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alimento! Como é pena passarmostantas vezes ao lado dessas graças edessas bênçãos que Ele nos oferece,ou recebendo-as as desperdicemostornando-as inconsequentes nanossa vida.

Com Ele é mais fácil caminhar.Percebemos facilmente os nossoserros. Ele dá-nos o Dom do arre-pendimento e enche-nos da sua mi-sericórdia.

Vai convertendo gradativamenteos nossos sentimentos, as nossaspalavras, os nossos actos, a nossavida… Como é infinita a sua Bonda-de, infinito o seu Amor, para Se de-dicar totalmente a cada um, guian-do-o no percurso da vida, apagandotodos os seus medos, todas as suasinquietações. Que mais podemospretender?

Carlo Martini afirma que a “expe-riência demonstra que só nos arre-pendemos daquilo que julgamos quepoderíamos ter feito melhor”, e, porisso, “quem não reconhece os seuserros, continua agarrado a eles, por-que não vê nada melhor diante desi”. Com Deus no interior dos nossoscorações possuímos a humildadenecessária para reconhecermos osnossos erros e aquilo em que po-demos melhorar.

É esse o Espírito em que se devemviver os pontos de esforço no dia adia, ao longo do mês. Vividos comeste Espírito, o momento da partilhana reunião torna-se dos momentosmais fortes, mais bonitos, porquenele se dá também a entreajudaatravés das diversas sensibilidadese formas de viver o mesmo e únicoDeus.

Naturalmente que assim a dinâmicade conversão acontece, individual-mente e em casal, e a Alegria que sesente acaba por ser uma AlegriaDivina, porque é também de Deus.Ele próprio também a sente e con-tagia-nos essa Alegria que é bemdiferente daquela que provém deuma mera satisfação humana deoutra natureza.

E essa Alegria Divina faz-se sentirem cada uma das famílias, em cadauma das equipas, no Movimentomais alargado, na comunidade daIgreja e na sociedade em geral.

É certamente por isso que pratica-mente só conhecemos casais alegres,animados de uma mesma Esperança,em todos aqueles que vivem, comautenticidade e perseverança, a me-todologia sugerida pelo Movimento.

JOANA E SAMUEL SANCHES

LISBOA 100

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Nota sobre a

ProcriaçãoMedicamente

Assistida

ProcriaçãoMedicamente

Assistida

O Conselho Permanente da Confe-rência Episcopal Portuguesa, reunidoa 10 de Janeiro de 2006, em Fátima,tomando conhecimento de um de-bate parlamentar relativo ao pro-jecto de Lei que regulará a procriaçãomedicamente assistida, decidiu ma-nifestar a sua posição.

Reconhecendo o anseio sério demuitos casais em solucionar o seuproblema de infertilidade ou de este-rilidade, após impossibilidade derecurso a outros meios, bem comoacolhendo a necessidade de uma leique regule e estabeleça as fronteirasentre o cientificamente possível e oeticamente aceitável, consideramos,pelo serviço à dignidade da pessoahumana a que nos obrigamos, queeste método deve atender ao direitoda criança que irá nascer, como fimem si mesma e não resultado de umdireito paterno ou materno semlimites.

Para além das exigências morais querecomendamos aos cristãos, julga-mos ser nosso dever alertar a socie-

dade para alguns limites que a fu-tura lei não deveria ultrapassar, asaber:

1. As técnicas de procriação medi-camente assistida devem ser reser-vadas a casais heterossexuais, paraassegurar o dever ético de oferecer aonovo ser um homem como pai e umamulher como mãe. Não admita orecurso a gâmetas fora do casal emvirtude da grave dissociação entrepaternidade genética e social.

2. Não considere aceitável o recursoa mães portadoras porque atinge ainteracção profunda entre a criança ea mãe e porque experiências noutrospaíses têm gerado muitas situaçõesintoleráveis de conflito entre os paisbiológicos e a mãe portadora, comenorme prejuízo para a criança agerar.

3. Sendo o embrião uma vida huma-na dotada de dignidade, as técnicasusadas devem evitar a existência deembriões excedentários, mesmodestinados a uma segunda gravidezdo casal. De nenhum modo estesembriões sejam utilizados para ainvestigação, enquanto vivos.

Fátima, 10 de Janeiro de 2006.

CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESACONSELHO PERMANENTE

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No passado dia 25 de Janeiro, novemeses após a sua eleição para a cá-tedra de Pedro, o Papa Bento XVIpublicou em Roma, a sua primeiraEncíclica. Intitulado Deus caritas est(Deus é amor), o documento, mais doque um discurso-programa, é umameditação – bem fundamentada emtermos filosóficos e teológicos, em-bora apresentada numa linguagemsimples e apelativa – sobre o temado amor.

A descoberta do Deus que “é amor” éa experiência fundamental que mar-ca o itinerário de fé do Povo bíblico.Não se trata, para Israel, de umadescoberta que resulta de uma refle-xão teórica, mas de uma experiênciahistórica, existencial, realizada nospassos concretos da existência. OPovo de Deus fez, ao longo do seupercurso pela história, a incrível ex-periência de um Deus que ama pes-soalmente, de maneira gratuita eeterna, cada homem e cada mulher.

A revelação desse Deus que ama paraalém de toda a medida, atingiu o seumomento culminante em Jesus Cris-

to, o Deus que “veio habitar connos-co” (Jo 1, 14) e que, com gestos con-cretos de perdão, de solidariedade,de misericórdia, de serviço, de doa-ção, manifestou a todos os homens emulheres – particularmente aos po-bres, aos maltratados pela vida, aosexcluídos da sociedade – o rostomaterno e paterno de Deus. A suamorte na cruz é a manifestação su-prema de um amor que vai paraalém de toda a medida: “ninguémtem maior amor do que aquele quedá a vida pelos amigos” (Jo 15, 13).

O encontro de cada homem e de cadamulher com esse Deus que “é amor”,não pode ser uma experiência con-templativa sem consequências,vivida e conservada em circuito fe-chado. “Se Deus nos amou assim,também nós devemos amar-nos unsaos outros” (1 Jo 4, 11). Quem desco-bre o amor de Deus, não pode deixarde tornar-se profeta do amor nomeio do mundo e dos homens. É porisso que, na segunda parte da Encí-clica, Bento XVI reflecte sobre a prá-tica eclesial do amor ao próximo.

Profetas do AmorProfetas do Amor

servidoresda

caridade

servidoresda

caridade

PADRE JOAQUIM MANUEL GARRIDO MENDES

in Lúmen

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Num percurso que nos leva desde acomunidade primitiva de Jerusalématé ao tempo actual, o Papa mostraque a Igreja sempre entendeu comosua missão fundamental a atençãoaos sofrimentos e às necessidades domundo e dos homens, particular-mente dos pobres, dos débeis, dosexcluídos.

No início do terceiro milénio, consi-derando os desafios que o mundoapresenta, faz todo o sentido recor-dar aos crentes que o amor é o cerneda existência cristã. O culto do indi-vidualismo, o endeusamento datécnica, as fracturas sociais e civili-zacionais, os esquemas de exploraçãoe de alienação, contribuem para au-mentar, todos os dias, o imenso roldos sofredores, dos solitários, dos ca-

rentes de amor e de compreensão; e,nesse quadro problemático, competeaos crentes dar testemunho, com ges-tos concretos, de um Deus com cora-ção, que continua, hoje como ontem,a lançar sobre o mundo um olhar debondade, de ternura, de misericórdia.

A Encíclica Deus caritas est faz pensar.Constitui, para cada crente e paracada comunidade cristã, um desafioa redescobrir o essencial. O cristia-nismo não é uma lei ou uma moral;as comunidades cristãs não são em-presas onde se privilegiam questõesinstitucionais ou organizativas. Ocristianismo é o encontro com o Deusque “é amor”; e é, também, comoconsequência desse encontro, o servi-ço da caridade. Não há cristianismoonde não há amor.

MARIAMARIAMARIAMARIAMARIA, NÓS ADMIR, NÓS ADMIR, NÓS ADMIR, NÓS ADMIR, NÓS ADMIRAMOS-AMOS-AMOS-AMOS-AMOS-TETETETETE

MARIA DE BELÉM, QUE SE MARAVILHA COM JOSÉDIANTE DE JESUS RECÉM-NASCIDOE SE ASSOCIA À NOSSA ORAÇÃO DE PAIS,MARIA DAS CAMINHADAS PARA O EGIPTO E ISRAELSUBMISSA À VONTADE DE DEUS ATRAVÉS DOS IMPERATIVOS DA EXISTÊNCIAMARIA DO TEMPLO, QUE ESTREMECE DE ANGÚSTIA COM JOSÉANTES DE LHE SER REVELADO QUE O SEU FILHOPERTENCIA AGORA A DEUS E À SUA MISSÃO,MARIA DE NAZARÉ PRESENTE NO QUOTIDIANO DA NOSSA VIDA,MARIA DE CANÁ, ATENTA ÀS NOSSAS FALTAS DE VINHO,MARIA DO CALVÁRIO, QUE NOS ACOLHE ATRAVÉS DO SEU FILHO MORIBUNDOE NOS GUARDA SOB A SUA PROTECÇÃOCOM AS NOSSAS DIFICULDADES, OS NOSSOS SOFRIMENTOS E OS NOSSOS MEDOSMARIA DA PÁSCOA, VISITADA PELO SEU FILHO GLORIOSO,MARIA DO PENTECOSTES, QUE NOS CONVIDA A ACOLHER O ESPÍRITO,MARIA DA ASSUNÇÃO, QUE NOS PRECEDEU NA GLÓRIA,PRIMEIRA CRIATURA A APROXIMAR-SE DA TRINDADEE MAIS QUE NUNCA NOSSA MÃE.

GERMAINE E FRANCIS

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Padre João

O maior progresso social é viver comJesus.

O maior progresso social é viver comos pobres.

Falar-vos sobre a Nova Evangeliza-ção, neste dia em que começa a etapade Lisboa do ICNE, é para mim ummotivo de agradecimento e de pedidoa Cristo: «Fica connosco Senhor, por-que vem caindo a noite».

A 1.ª reflexão vou apresentá-la nocontexto da narração de um aconte-cimento recente. Dia 17 de Outubrocelebraram-se os 60 anos da criaçãoda FAO — organismo das NaçõesUnidas que se preocupa com a agri-cultura e a alimentação.

Na freguesia do Seixal, os professoresdo 1.º ciclo falaram disso às criançase estas, depois de terem falado comos seus pais, vieram oferecer, cadauma delas, um pacote de leite umalata de atum, ou outro alimento aogrupo paroquial Ajuda Fraterna queprocura atender pessoas em necessi-dade. Perguntei a essas crianças paraquem eram os alimentos que ofere-ciam e disseram logo que eram paracrianças pobres. Ao que eu pergun-tei: «E vós, não sois pobres?!». Fica-ram muito surpreendidas. Então,procurei explicar-lhes. Reparai bem:

«Quando vedes pessoas a precisaremde ajuda, ficais felizes ou tristes?».Todas disseram que ficavam tristes.

«Então, se alguém as ajudar elas vãovoltar a ter alegria e esperança, e vósao vê-las agora já ajudadas, ides fi-car felizes com elas ou tristes?» Tam-bém prontamente responderam queiriam ficar felizes. Logo eu concluique, enquanto tivermos pessoas aprecisarem de ajuda e a não a en-contrar, todos somos pobres, porquenão temos a alegria de ver a todosamados.

«Compreendestes bem o que vos quisdizer com esta narração?

Normalmente pensamos que sãopobres os outros, mas não é assim:todos somos pobres. E, se uns nãoencontram ajuda ou não a sabemprocurar, ou têm dificuldade em re-cebê-la, outros não ajudam, ou nãosabem ajudar e têm dificuldade emreconhecê-lo. Para além de que averdadeira alegria não é estar felizconsigo mesmo, mas com os outros.»

Considero que esta narração é apta aapontar o que seja a Nova Evange-lização.

Mas, antes de avançar, quero intro-duzir outro elemento.

São João Baptista preocupava-semuito, procurando que os seus con-temporâneos abandonassem os ca-minhos injustos que seguiam e pas-sassem a praticar obras justas1 .

1 O mesmo é dizer as obras santas.

“O Maior Progresso Social é o Regresso a Nazaré”(Padre Américo)

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Porém, São João Baptista claramentenão esperava que os injustos pudes-sem fazer justiça.

Este é um dado estável e permanentepara o presente e para o futuro. Ohomem não pode adorar a obra dassuas mãos. O homem não pode ado-rar-se a si mesmo, sob pena de cairsobre ele esse facto, de matar emorrer.

O grande erro de hoje não é simples-mente o homem desprezar ou acusaro outro homem: o verdadeiro perigodessa atitude é o homem negar-se asi mesmo, não se encontrar ou des-truir-se como homem.

Não há um problema sobre Deus eoutro sobre o homem.

Tudo é uma realidade única e una.Nunca se poderá encontrar com ver-dade o homem sem encontrar o Deusverdadeiro e nunca se poderá en-contrar o Deus verdadeiro sem queEle nos leve a encontrarmo-nos con-nosco mesmos em verdade.

(Também encontrar a obra é encon-trar o artista).

São João Baptista esperava de Deus aPalavra da justiça.

Ele queria ser um homem, queria sera voz da Palavra. Ele não era menti-roso, não aceitou passar por sábio oumestre: ele sempre pediu a Deus quelhe iluminasse os olhos, que o fizessever.

Mas São João Baptista estava tam-bém bem longe dos homens do (seu)nosso tempo que esperavam mudar omundo com palavras, leis, regula-

mentos, censuras e prisões, propa-gandas e calúnias.

Ele bem sabia que ter por bem a jus-tiça, não é de facto nenhum bem maso pior dos males, a não ser que pos-samos começar a praticar o bem quevemos, até que ele se realize em nós eem todos.

A verdadeira felicidade é trabalhar,estou a dizer: a verdadeira felicidadeé Deus, não apenas dar-nos luz paravermos o que é santo e justo, maslogo, pela Sua Misericórdia, se Lhopedirmos e recebermos, dar-nostambém a graça de termos forçapara, cheios de gratidão, abando-narmos o mal e, até à morte corporal,incansavelmente, fazermos o bemque Ele mesmo nos mostrará.

Quando Jesus vai ao seu encontro,São João Baptista pede-Lhe: «Bap-tiza-me, no fogo e no Espírito Santo».E Jesus, que o pode santificar, diz:«Eis o Cordeiro de Deus que tira opecado do mundo». Aquele que vemao seu encontro, vem também aoencontro do mundo para que o mun-do seja salvo por Ele.

Evangelizar é deixar-se Evangelizar.Tanto como para que uma vela dê luzé necessário que a receba. Só JesusEvangeliza. Se nos deixarmos en-contrar por Ele, a nossa vida mudarátanto que será como luz nas trevasda cidade.

Preso, São João Baptista pôde mesmoassim morrer em paz, porque os seusolhos tinham visto a salvação de to-dos os povos2 . E se alguma dúvida

2 São João Baptista (e nós) é irmão (filho) deSimeão.

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teve, ou tiveram os seus discípulos,estes foram interrogar Jesus se emverdade era Ele quem havia de vir aomundo3 . Qual foi a resposta de Jesus?Palavras? A resposta não é antes umfacto?: «Os cegos vêem, os coxos an-dam e a Boa Nova é anunciada aospobres»4 .

Voltemos a olhar para as crianças eseus pais. Olhemos concretamentepara Jesus, Maria e José. A acçãoevangelizadora de Jesus5 começa nasua Anunciação.

Nos dias da Virgem Maria não sa-bíamos que a participação do homeme da mulher na geração dos filhos ésimétrica. A mulher dá ao filho umacélula sua, o óvulo, e o homem dá aofilho uma célula sua, o espermato-zóide. Não, não era isso que se sabia.O que a experiência levava a ter porcerto era que a mulher se compor-tava como um campo que para dartrigo precisava de ser semeado. Aparticipação do homem e da mulherna geração dos filhos não era tidaentão como simétrica. O homem éque dava os filhos à mulher, ela re-cebia-os e alimentava-os, cheia dealegria e gratidão.

Jesus é, então, dado a Maria. Verda-deiro homem, é Filho de Deus Pai e asua primeira Palavra, que vence astrevas deste mundo, é em verdade

desde logo toda essa: o homem vivo éFilho de Deus. O homem não tempoder sobre a vida do outro homem.Os pais não têm poder sobre a vidados filhos. A vida é um dom de Deus.Desprezar a vida do mais pequeninodos homens é ter olhos e não ver, éser cego; é ser chamado à vida e es-colher a morte.

Também São José nos testemunha averdade, porque a viu e a aceitou,realizando-a: Jesus é meu filho, semdeixar de ser Filho de Deus e de Ma-ria6 . Mais, considero o que vou agoradizer como sendo ainda maior do queo que já disse: São José aceitou comuma alegria, GRATIDÃO E AMORINDIZÍVEL a Virgem Santa Maria,Esposa de Deus, Mãe de Jesus, comosua esposa verdadeira, que Deus lhedeu.

O Matrimónio, o Amor Esponsal évivido (já) neste mundo, que desde opecado todo o homem espera e pro-cura, mesmo quando não o sabe.Deus o deu de novo à humanidadepor seu Filho Jesus Cristo e os que atéhoje mais perfeitamente O receberamforam Maria e José.

Educar é defender do mal. É velar etrabalhar para que o bem que vem deDeus seja reconhecido, recebido, en-raíze, cresça e dê fruto abundante.

A Virgem Santa Maria e São JoséOperário são verdadeiros modelos,cada um a seu modo, de educadores.

Eu mesmo chego a pensar que seriahoje mais defensável, entendível e

3 Sim, como poderia Deus abandonar parasempre a obra das suas mãos? E, esperá-Lojá é viver.4 Eu vejo-nos a nós nos cegos e coxos, enaqueles a quem chamamos pobres nospobres a quem é anunciada a Boa Nova.5 Feito homem.

6 É grande este mistério: digo-o em relação aCristo e à Igreja.

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ajustado, que falássemos em NovaEducação, antes que em Nova Evan-gelização. Ou então, digo que en-tendo a Evangelização como umaEducação: livrar o homem do mal,trabalhar para que desde pequeninoele cresça em santidade e graça.

Quando São João Baptista indicava:«Eis o Cordeiro de Deus que tira opecado do mundo», já a VirgemSanta Maria e São José o tinham ex-perimentado em primeira pessoa. Enão só eles, mas também todos osmais que viram o Menino e adora-ram a Deus.

Mas também, quando nós escutamosaquelas palavras do Baptista naMissa, antes da Comunhão, já Mariae José espiritualmente se tinhamsempre alimentado de Jesus, a quemalimentavam corporalmente.

Considero que a Nova Evangelizaçãopassa pelo futuro do homem e ofuturo do homem é ter uma família.Mas só tem uma família que temJesus e ou O procura. Estou a dizerque o Amor, a Justiça ou a santidade7

que o homem, homem e mulher,procura: só em Cristo, por Cristo ecom Cristo se encontra, recebe erealiza.

«Quem recebe uma criancinha emmeu nome é a Mim que recebe», dizJesus.

Sim, procurar dar a cada criancinha,a cada pobre, o Amor que Deus lhetem é (re)encontrarmos nós mesmosesse Amor, recebê-l’O8 . Afirmo que só

sabe o que é ter pão (Jesus) aquelemesmo que saiba também o que énão o (O) ter.

Os esposos que se amam em verdade,os pais que amam os seus filhos e orealizam, alimentados com esse mes-mo Amor, para que também eles ve-nham a amar; esses não podem es-quecer-se dos pobres, esses sabemque esquecer-se dos pobres é dese-ducar os próprios filhos.

«Não é suficiente que te preocupescontigo mesmo e com os teus: tu de-ves pensar em todo o mundo» (cf. Is49, 6). E é ainda o Senhor que diz:«Feliz o homem que pensa nos po-bres, a sua descendência será pode-rosa sobre a terra».

Sim, pensar nos pobres é receber deDeus a bênção de uma família santa,numerosa e futura.

A Nova Evangelização ou será umaNova Educação, um novo trabalho,ao qual Deus, Ele próprio, chama econduzirá, para que os homens sevejam livres do mal, ou não será. Ofuturo da humanidade e o futuro doEvangelho é um só. As famílias comoas Igrejas têm de se abrir aos pobres.Mas só Jesus nos pode dar essagraça.

Só em Jesus está a Nova Evangeli-zação. Cordeiro de Deus que tirais opecado do mundo, dai-nos a Paz.

7 Que sendo vocábulos diferentes não po-dem deixar de identificar a mesma realidade.

8 E quando o tivermos dado, então sim, comtoda a gratidão diremos: só fiz o que deviater feito, sou um servo inútil; Glória a Deusque nos salvou; Glória a Deus que mostrouo Seu Amor para connosco oferecendo-nosa Vida quando O procurámos.

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Notícias

Já recebemos da Equipa ResponsávelInternacional (ERI) o tema do ano2006/2007, que está a ser traduzidopela equipista Isabel Baptista Fer-reira. O título do tema é “A Espiri-tualidade Conjugal e os Compro-missos das ENS” e integra-se numconjunto de três temas para os anosapós Lourdes 2006. Este tema seráenviado a todos os casais e Conse-lheiros Espirituais, durante o próxi-mo mês de Julho de 2006.

TEMA DO ANO 2006/2007

Foi com grande alegria que recebemosdos Bispos Diocesanos grandes in-centivos e interesse na ligação quepropusemos das ENS às Dioceses dePortugal.Estas respostas vieram por carta,mail e telefone, permitindo contactosmuito pessoais e partilha de preo-cupações.

RESPOSTASDOS SENHORES BISPOS

LIGAÇÃO ÀS DIOCESESEM INÍCIO DE ACTIVIDADE

Os Casais de Ligação às Dioceses jáiniciaram a actividade, começandopor estabelecer a ligação com o seuBispo e com as estruturas diocesanasda Pastoral Familiar. Iremos dandonotícia dos avanços que forem sendodados.

CORRESPONDENTESREGIONAIS

Esta Rede já começou a dar frutos.Alguns artigos da Carta já sãoassinados por casais Correspon-dentes Regionais que assumiram ocompromisso de promover as suasregiões.

20062006

EJNS

No passado dia 7 de Fevereiro, rea-lizou-se mais uma reunião do CasalSupra-Regional e do Provincial Sulcom os Jovens Responsáveis Nacionale Internacional das Equipas de Jovensde Nossa Senhora, para troca de in-formações e planeamento das acçõesfuturas. Os Casais ResponsáveisNacional e Internacional das EJNS,que são também equipistas da Supra--Região Portugal das ENS, estiverampresentes.

ENCONTRO E FORMAÇÃODE PILOTOS

O Encontro e Formação de Pilotos de2006 realizou-se em Fátima, no HotelCinquentenário, em 18 e 19 de Feve-

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reiro de 2006, com a participação de175 casais. Durante o plenário final,tivemos a satisfação de ter connosco oSenhor Bispo D. António Carrilho quenos endereçou uma palavras de estí-mulo valorizando o papel do CasalPiloto. A enorme afluência registadacriou alguns problemas organiza-cionais, mas tudo foi ultrapassadocom boa vontade e o Movimento temmais umas dezenas de Casais Piloto,preparados para o lançamento denovas equipas.

Foi efectuada em Março mais umareunião com a Inês Fernandes, equi-pista que tem desenvolvido a imagemgráfica dos últimos documentos doMovimento (excepto a Carta que estáa cargo do João José Rosa, tambémequipista). A Inês está a preparar aimagem gráfica dos documentos me-todológicos, dando-lhes um trata-mento gráfico que os identifique unscom os outros e com o Movimento.

PROJECTOPRODUÇÃO DE TEMAS

Já está em fase de design gráfico onovo Cartaz das ENS em Portugal, nalinha gráfica do Folheto, que teve umacolhimento excelente. Em breveteremos acesso a um Cartaz parapoder ser afixado nas Paróquias ounoutros locais.

CARTAZ ENS PORTUGAL

MAPAS DA SUPRA-REGIÃO

Está em curso um projecto deprodução de mapas digitalizados daSupra-Região, para podermosidentificar os limites exactos dasRegiões e Sectores das ENS com basenos limites das Paróquias eVigararias. Este projecto está a cargoda Sofia Moita, uma equipista que seofereceu para ajudar na sua área decompetência (Geógrafa). Um exemploa seguir! Entre as ideias que já estão

em carteira, para quando esta fase dotrabalho estiver concluída, conta-se aGeo-referenciação dos casais eequipas no mapa, para identificaçãodas Paróquias mais próximas e semequipas, onde todos, e sobretudo asEquipas de Sector, poderãoconcentrar os seus esforços de difusãopara expansão do Movimento.

Realizou-se em Fátima, na Casa deNossa Senhora do Carmo, de 31 deMarço a 2 de Abril de 2006, mais umareunião da Supra-Região. A noite desexta- feira foi dedicada à oração(Via Lucis).A Supra-Região já está a preparar oEncontro Nacional de Responsáveisde 2007 (24 e 25 de Fevereiro) e o En-contro Nacional de 2007 (10 e 11 deNovembro), bem como estão em fasefinal de preparação as Sessões de For-mação II de Abril 2006 (28 de Abril a1 de Maio) e Dezembro 2006 (30 deNovembro a 3 de Dezembro). O temade formação tratado pelo CónegoDr. António Janela na manhã de Do-mingo foi a 1.ª Encíclica de Bento XVI,“Deus é Amor”.

REUNIÃO DA SUPRA-REGIÃO(ABRIL)

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1000 ENDEREÇOS DE E-MAIL

Já ultrapassámos os 1000 casais eConselheiros Espirituais com ende-reços de e-mail na Base de Dados doMovimento. Para estes endereços va-mos começar a enviar notícias direc-tas sobre o Movimento. Quem tivere-mail, não deixe de nos enviar o seuendereço para [email protected] com aindicação do seu nome e equipa.

CALENDÁRIO GERAL DASACTIVIDADES EM www.ens.pt

Já se pode consultar no site o calen-dário das actividades do Movimento,ordenadas por data (já estava o ca-

2096 CASAIS COM PELOMENOS FORMAÇÃO I

Segundo dados da Base de Dados doSecretariado temos 2096 casais comFormação I, II e nova Formação dePilotos. Com Formação II temos 512casais e 337 casais têm a nova For-mação de Pilotos. Para as próximasSessões de Formação II foram iden-tificados 239 casais.

Por ocasião da passagem do primeiroaniversário do falecimento do Sr. Pa-dre António Nunes Sanches, o Centrode Preparação para o Matrimónio(CPM), o Corpo Nacional de Escutas(CNE), as Equipas de Nossa Senhora(ENS) e os Grupos de Jovens, na Dio-cese da Guarda, promoveram umahomenagem em Aldeia Velha, Sabu-gal, terra da naturalidade daqueleSacerdote, no dia 23 Abril pelas 15horas e 30 m, com um Momento deOração, seguido de Eucaristia, pre-sidida pelo Senhor D. Manuel Felício,Bispo da Diocese da Guarda, termi-nando com a inauguração de umMonumento em sua honra. Estive-ram presentes vários casais do Mo-vimento com o estandarte das ENS.

HOMENAGEMAO SR. PADRE SANCHES

Os Regionais de Lisboa, Ribatejo--Oeste, dos Açores e Centro Interiorterminam o seu serviço no final desteano pastoral. Um agradecimentoé-lhes devido por toda a dedicaçãoe empenho que demonstraram aolongo dos 4 anos em que, de uma for-ma muito especial, cuidaram dassuas Regiões.

PASSAGEMDE RESPONSABILIDADES

D. ANTÓNIO VITALINOCONNOSCO EM LOURDES

É com muita alegria que recebemosuma resposta positiva ao convideendereçado pela Supra-Região Por-tugal a D. António Vitalino, Bispo deBeja e Conselheiro Espiritual dasENS. Teremos a sua presença duranteo Encontro Internacional de Lourdes.

lendário de cada Sector/Região). Comuma consulta rápida podemos aper-ceber-nos da enorme diversidade deactividades que são organizadas emtodo o país e, se estivermos por perto,podemos ir lá e participar.

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A Região Centro Litoral organizouno passado dia 6 de Maio, em Aveiro,um Fórum sobre “A Educação para aSexualidade”. O encontro contou coma presença do Senhor Bispo de Avei-ro, D. António Marcelino, e dos res-ponsáveis Supra-Regional e Provin-cial Norte e Centro.O tema foi abordado pelo Dr. Manuelde Freitas Gomes que, com os seusconhecimentos médicos e enorme ex-periência de consultório, nos presen-teou com uma palestra memorável.A visão da Igreja foi apresentada deforma muito clara pelo Padre DoutorJorge Teixeira da Cunha. No debatemuito participado que se seguiu, osdois oradores foram respondendocada questão colocada pela assis-tência, sendo assim a visão técnicacomplementada com a visão ética.A São e o Duarte, responsáveis daRegião, e todos os que organizarameste encontro estão de parabéns.

FÓRUM SOBRE “A EDUCAÇÃOPARA A SEXUALIDADE”

As Jornadas da Região Norte reali-zaram-se no passado dia 20 de Maiode 2006, em Famalicão. O encontrocontou com a presença dos respon-sáveis Supra-Regional e ProvincialNorte e Centro.O tema escolhido foi “A Oração nasENS”. As comunicações foram muitointeressantes, fazendo abordagenscom diferentes perspectivas sobreeste tema. Alguns temas foram apre-

As Jornadas da Região realizaram-seno passado dia 20 de Maio de 2006,no Seminário de Valadares. O encon-tro contou com a presença do casalresponsável Supra-Regional. Houvegrande participação das equipasmais novas na preparação do encon-tro que terminou com uma VigíliaMariana intensamente participada.O Senhor Padre José Manuel estevesempre presente e atento, com assuas “notas soltas”, curtas interven-ções que em cada momento vinca-vam os aspectos mais importantes.Presidiu à celebração da Eucaristia,centro do encontro, e orientou deforma cheia de significado o terço naVigília.A Sónia e o Manuel Martins, o Sectorde Esmoriz e todos os que organiza-ram este encontro estão de parabéns.No domingo realizou-se a reunião daRegião com a presença do Casal Su-pra-Regional.

JORNADASDA REGIÃO DOURO SUL

sentados com base em testemunhosdos filhos e de casais e até num in-quérito realizado num dos sectores.Todos os sectores da região apre-sentaram uma comunicação.O Senhor Padre António Oliveira,Conselheiro Espiritual do SectorFamalicão, fez também uma comu-nicação estruturada sobre o tema doencontro.A Fernanda e o António Felgueiras, oSector de Famalicão, os oradores etodos os que organizaram este en-contro estão de parabéns.

JORNADASDA REGIÃO NORTE

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IgrejaDa

IgrejaDa

V ENCONTRO MUNDIALDAS FAMÍLIAS

Convocado em torno do tema «Atransmissão da fé na família», esti-ma-se que o EMF possa chegar a reu-nir mais de um milhão e meio depessoas. O Pontifício Conselho para aFamília e o Arcebispado de Valênciaeditaram as Catequeses prepara-tórias para o V Encontro Mundialdas Famílias (EMF), convocado paraValência de 1 a 9 de Julho. Os títulosdas nove catequeses são os seguintes:«A família, primeira e principaltransmissora da fé»; «Deus Uno eTrino»; «A pessoa de Jesus Cristo,centro e síntese da fé cristã»; «O Es-pírito Santo e a Igreja»; «Os sacra-mentos, momentos especiais para atransmissão da fé»; «Os mandamen-tos da Lei de Deus»; «O domingo: Eu-caristia e outras expressões»; «A ora-ção litúrgica e a piedade popular» e«A santíssima Virgem Maria». Ascatequeses estão disponíveis no sitedo EMF (www.emf2006.org) em fran-cês ou no site do DNPF, em português(www.cefamilia.org).

Durante as Formações I e II que serealizaram simultaneamente em

Fátima, uma das Eucaristias reuniuos casais dos dois encontros. O Ofer-tório dessa Eucaristia teve como fi-nalidade a entreajuda para o Encon-tro Internacional. A generosidade detodos fez com que mais um casalpossa ir a Lourdes.

OFERTÓRIO DA EUCARISTIADA FORMAÇÃO I E IIREVERTE PARAENCONTRO DE LOURDES

20.º EDIÇÃO DO ANUÁRIOCATÓLICO DE PORTUGAL-2006

O Anuário Católico de Portugal, queno ano de 2006 sai pela 20.ª vez, é umaobra que reúne e apresenta um amploconjunto de dados sobre a Igreja emPortugal. Resulta da preocupação daConferência Episcopal Portuguesa(CEP) no sentido de proporcionar aosagentes da pastoral, aos órgãos de co-municação social, aos fiéis e ao públi-co em geral, uma informação o maisactualizada possível sobre a sua vidae instituições que a integram. OAnuário de 2006 está organizado emsete partes: Santa Sé, ConferênciaEpiscopal Portuguesa, Dioceses, Insti-tutos de Vida Consagrada, Outrasinstituições católicas, Comunidadesde Migrantes e Refugiados e Índices.Esta publicação da Conferência Epis-copal Portuguesa apresenta ainda umconjunto de elementos estatísticos re-ferentes a 2003. Segundo o Anuário,91,52% da população professa a fé

católica, mas confirma a queda nonúmero de baptismos e de ordena-ções sacerdotais.

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SAUDAÇÃO DO PAPAAO PRIMEIRO ENCONTRODE MOVIMENTOSNA AMÉRICA LATINA

Palavras de Bento XVI aos movi-mentos da América Latina que tam-bém podem ser dirigidas a nós: “Àgratidão por tantos esforços reali-zados com generosidade e compe-tência, soma-se também a esperançada Igreja de que os Movimentos eNovas Comunidades contribuampara dar um renovado impulso àevangelização de todos os sectoresda sociedade, do mundo do trabalhoe da família, da cultura e da educa-ção, enfim, em todos aqueles camposem que se desenvolve a vida doshomens de hoje, em circunstânciastantas vezes pouco favoráveis parauma existência cristã íntegra eprofunda”.

CONGRESSO MUNDIALDA UNIÃO CRISTÃINTERNACIONALDE DIRIGENTES DE EMPRESA

De 25 a 27 de Maio foi celebrado emLisboa o Congresso Mundial daUnião Cristã Internacional de Diri-gentes de Empresa (UNIAPAC), sobreo tema: «Reforçar os líderes empre-sariais para servir à humanidade nomundo moderno – Como melhoraruma classe dirigente de executivoscristãos num mundo complexo?».

A preparação deste segundo Sínodo,convocado por João Paulo II e confir-mado por Bento XVI, está em plenodesenvolvimento, estando os Car-deais, Arcebispos e Bispos da Áfricae da Santa Sé que formam parte doConselho Especial para África daSecretaria do Sínodo dos Bispos, atrabalhar na redacção do primeirodocumento de preparação, os «Li-neamenta» (orientações).

SÍNODO DE BISPOS DE ÁFRICA

PAPA BENTO XVI RECEBEOS MOVIMENTOS ECLESIAIS

Sábado, 3 Junho 2006, na Praça deSão Pedro, vésperas da vigília dePentecostes, o Papa recebeu os mo-vimentos e as Novas Comunidades,sob o tema “A beleza de ser cristãose a alegria de o comunicar”.As ENS estavam presentes.

«Recebereis a força do Espírito Santo,que descerá sobre vós, e sereis mi-nhas testemunhas» (Actos 1, 8) é olema escolhido pelo Papa para agrande convocatória que poderá reu-nir na cidade australiana de Sydneymais de meio milhão de peregrinos,135 mil de fora do país, estima a or-ganização.A JMJ realizar-se-á de 15 a 20 de Ju-lho de 2008.

JORNADA MUNDIALDA JUVENTUDE (JMJ) 2008

Os participantes procederam de to-dos os continentes.O encontro foi realizado no CentroCultural de Belém e as celebraçõeseucarísticas, inaugural e conclusiva,aconteceram no esplêndido Mosteirodos Jerónimos.

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Arco-íris

Raros são, os que indo, ao Japão visi-tam Tsukuba: é a cidade da Ciência eda Tecnologia, construída depois dasegunda guerra mundial, uma espé-cie de Silicon Valley japonês. O quenos interpela é o facto de tratar omoderno sem destruir as tradiçõesou, melhor, os valores tradicionais.

Nada do antigo, nem templos nemsantuários, ali está presente. Que di-ferença em relação a Quioto, a cidadeda tradição, antiga capital imperial,dos templos, dos santuários, dos pa-lácios e dos jardins, e que agora dá aomundo o nome pelas exigências deconvívio do homem com o ambiente!Tsukuba é toda moderna, mas diz--nos que o moderno convive com osvalores herdados.

No hotel espera-nos um kimono eumas sandálias. Nos restaurantesencontramos tanto as mesinhasbaixas, para nos sentarmos de per-nas cruzadas depois de arrumadosos sapatos, que os soalhos brilham enão aceitam solas, como mesas altas,com cadeiras ou bancos em que nossentamos à ocidental. Mas semprecom pratos japoneses: sushi, sha-mizi, tofu, tempura e outros mais.Já não se bebe só o chá verde e o sakéquentinho, que os gostos ocidenta-lizados exigem e propõem toda avariedade dos outros mundos. Masseja o que for, é-nos proposto e ser-vido com delicadeza e esmero. Nosrestaurantes tradicionais, estandonós a um nível baixo, quem servecoloca-se de joelhos ao pé de nóspara que nos não aborde mirandode cima para baixo. Em qualquer lojaou serviço, acolhem-nos com a véniatradicional, de respeito e hospitali-dade, tal como era em tempos onosso aperto de mão. Mas isso nãoimpede que se trate da cidade ondese vão desenvolvendo dos melhoresavanços tecnológicos em tantasáreas científicas.

A cultura dos jardins, tão cara aosjaponeses, também aí está presente.Quando a primavera se instala, são

Interpelações

lugardo

Interpelações

lugardo

LUÍSA E LUÍS SANTOS PEREIRA

TSUKUBATSUKUBATSUKUBATSUKUBATSUKUBA

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as flores que marcam: magnólias car-regadas de flor branca, camélias ver-melhas, rosa e brancas, ameixieirasde flores rosadas ou ce-rejeiras quase brancas,todas fazendo contrastecom as árvores sempreverdes, como o pinheiroou o abeto, ou com ár-vores ainda sem folhas,que produzem uma to-nalidade brumosa, entreo cinza e o pardo. E, claro,arbustos e árvores, edu-cados para crescerempouco, com ramos trans-formados em tufos arre-dondados, bem lisos pe-los cortes frequentes ecuidados.

Combinar os valores tra-dicionais e a modernidadeé grande desafio do nossotempo. Não há dúvida quecada dia que passa nostraz alguma novidade oualguma solicitação paraadoptar ou pelo menosexperimentar algo denovo. Mas que devemosnós fazer com os valores?Deitá-los janela fora por-que incompatíveis com omoderno e depois dizer “agora é as-sim, que se há-de fazer”? Se a socie-dade japonesa é capaz de compati-bilizar o antigo com o moderno, porque não o seremos nós? Será que osnossos valores são menores? Ou queopõem-se ao moderno?

Saindo da cidade para o campo des-cobre-se um mundo rural, onde a

agricultura se mistura com a indús-tria e os serviços, mas uma agricul-tura quase de jardim, em pequenos

campos esmerados, onde é viva apresença dos camponeses, trajandode azul e de cabeças cobertas emtons claros. As aldeias e vilassucedem-se rapidamente, mas ondedominam as casas tradicionais,embora recentes, de rés-do-chão eprimeiro andar, com um pequenopátio, onde um pequeno espaço é

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ocupado por um pequeno jardimintimista, em que jogam as árvorespodadas em tufo, os arbustos verdespara dar flor, as flores ridentes daépoca, as pedras, a relva, a areia e agravilha. São locais que convidam àreflexão, à medita-ção, à oraçãotalvez. Podem ser mui-to pequenos,dois ou três arbustos e pouco mais,mas aí estão, marcando a paisagemconstruída de cidades ou aldeias.

O budismo é a religião marcante, nãopela teologia ou pela prática colec-tiva mas pelo ethos da relação com osoutros, com a natureza, com o cria-dor. Que local melhor para meditar erezar do que o seu próprio jardimconcebido apenas para se estar? Ouum templo de janelas abertas parauma paisagem tranquila ou para umrecanto onde as plantas, as pedras ea água se combinam para dar a paz?A simplicidade da religião fá-la ul-trapassar suavemente os desafios dotempo porque quase se resume aoviver do ethos que comunica. As pes-soas deslocam-se aos templos pararepousar e pensar. Para rezar tam-bém, mas numa conversa íntimacom Deus criador. Cerimonial colec-tivo quando alguém morre, que o en-contro com os antepassados é coisaimportante.

Era o tempo das flores que vêm coma primavera. Num largo, uma cere-jeira, velha de mais de 400 anos, car-regadinha de flor, alva de pasmar,com os ramos pendendo suavemente,quase a tocar o chão. Um templo, unsséculos mais antigo. Um cemitériocom a simplicidade e a dureza daspedras tumulares. Um pequeno jar-

dim japonês para ajudar a reen-contrar a paz. Uma avó, ainda jo-vem, com o neto pela mão, miúdo decara redonda, olhos que brilham esaltitam, cabelo bem negro e espe-tado para o ar. Como nós, olhamtudo com atenção e dirigem-se aotemplo. Está fechado mas tem de-fronte, sob o alpendre, o vaso dequeimar o incenso. Avó e neto falam,tomam um pauzinho, queimam-no eo miúdo lá vai contente colocá-lo noincensório. Do tecto pende uma fitade lã que a avó ensina ser a corda deum sino e o garoto toca uma bada-lada. Gostou, sorri muito, quer tocaroutra vez, mas a avó lá o convenceque Deus, se estava distraído, já oouviu, não é preciso chamá-l’O denovo. Falam outra vez baixinho e omiúdo, sorridente, acende outropauzinho de incenso. E voltam àcerejeira em flor, que é outra face dotemplo e do Criador. E o ethos simplesvai-se transmitindo de geração emgeração.

O Taka, que é católico, lá foi tambémfazer uma vénia diante do templo etocar o sino. Já antes, no local ondetinha toda a sua experimentação decampo, nos mostrara um pequenotemplo budista que aí construíra porentre máquinas e contentores. E de-pois de tocar o sino explica: o nossoDeus também precisa que O cha-memos de vez em quando e que Oadoremos em qualquer templo, mes-mo só pela cerejeira. E ficámos a pen-sar que, afinal, o ethos da religião queali domina também é nosso e quemanter os seus valores é tambémnossa missão.

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GRAZIELA E ZÉ DAVID

No dia 29 de Janeiro de 2006 teste-munhamos com o coração.

Iniciámos o dia por terras beirãs, acaminho da Guarda, onde iam de-correr as I Jornadas da Região CentroInterior.

CASAL RESPONSÁVEL REGIONAL CENTRO INTERIOR

À medida que avançávamos, depa-rávamo-nos com uma paisagemextremamente alva e alguns grausnegativos (-4ºC mais precisamente).

Nestas Jornadas estiveram presentescasais dos três Sectores que com-

põem a Região Centro Interior:Covilhã, Fundão e Guarda. Este úl-timo Sector ficou com a responsa-bilidade de toda a logística.

A união e a comunhão que nos une,com Cristo como centro, impele-nosa agir. Não podemos, como pobres efracos que somos, deixar de nos sen-

IJornadas

Centro Interior

daRegião

Jornadas

Centro Interior

daRegião

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tir satisfeitos e com um certo sorrisonos lábios, porque iniciámos com“chave de ouro” esta ideia das Jor-nadas Regionais.

Tivemos a presença, muito querida,do nosso casal SR, Ana e Vasco Va-rela, que nos deram o testemunho decasal, vários esclarecimentos impor-tantes e nos salientaram o espírito deserviço e humildade nas nossas res-ponsabilidades.

Como palestrante e a presidir à eu-caristia, esteve o Sr. Bispo da Dioceseda Guarda, D. Manuel Felício, quedesde o primeiro momento, se dis-ponibilizou para o serviço no Mo-vimento.

O tema tratado foi “À descoberta deCristo”, “Quem dizem os homens queeu sou? “ que nos fez reflectir na difi-culdade que sentimos quando somosnós os interpelados.

Debruçarmo-nos sobre aquilo que osoutros dizem sobre Jesus Cristo écomplexo. Escreve-se muito, mas,por vezes, não O interpretam à luzdo Amor.

Uma das pessoas do nosso tempo quetambém escreveu sobre Jesus Cristofoi o Papa Bento XVI, com a Encíclica“Deus é Amor”, divulgada no dia 25de Janeiro. D. Manuel Felício abordoua dimensão teológica do documento.

Jesus Cristo, amor encarnado deDeus, como forma sublime de doaçãovai à procura da humanidade per-dida e transviada.

Alertou para o uso da liberdaderesponsável e a grande importânciado objector de consciência.Consciência de sermos cristãos con-victos, em liberdade, de marcarmospela diferença positiva, de sermoscasais que precisam de tomar po-sição perante os problemas que apa-recem na nossa sociedade.

Convictos de que o nosso desins-talamento não é do nosso foro pes-soal, mas sim da acção do EspíritoSanto que nos faz sair de casa, deenfrentar um dia gelado, mas queterminou com o coração bem quentee com um conforto interior, que nosfez transbordar.

Da parte da tarde, envolvendo todosos presentes, fizemos as EquipasMistas, sempre um momento muitodo agrado geral, já que permitetrocar experiências e abordar novaspropostas.

O dia culminou com um plenáriogeral, em que cada equipa expôs assuas conclusões, e com uma oraçãomariana.

A TODOS UM BEM-HAJA.

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Foi em época de chuvas, emNovembro de 1997 que se lançaramas sementes das ENS no Niassa,concretamente na cidade de Lichingae na paróquia de Nossa Senhora daImaculada Conceição de Nzinge(bairro periférico).

Foi em Setembro último, aquando deuma deslocação a Lichinga paraavaliar e repensar um Projecto deCooperação Sanitária no Niassapatrocinado pela Associação ÁfricaSolidariedade, que tivemos ocasiãode, após a Eucaristia dominical, nosencontrarmos com casais das 3 equi-pas existentes, com os quais marcá-mos uma reunião posterior em casa

da Filomena e do Daniel Guidione,responsáveis de Sector.

Foi então que nos demos conta deuma forte necessidade de formaçãodaqueles equipistas. Sem grandespossibilidades de contactos comoutros sectores de Moçambique,marcados pelo isolamento que asgrandes distâncias e as dificuldadesde comunicação condicionam, mos-traram-se carregados de dúvidas epreconceitos, não tanto quanto àvida das equipas em si, mas quantoàs estruturas e espírito de respon-sabilidade no Movimento.

No Maputo, durante um simpáticojantar em casa do casal Beatriz e

ISABEL E AUGUSTO VEIGA DE MIRANDA

COIMBRA 39

Niassa,tempo fecundo

chuvas

No

no

das

Niassa,tempo fecundo

chuvas

No

no

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António Layce responsáveis daRegião Moçambique, demos conta danossa preocupação colocando-nos,desde logo, disponíveis para cola-borar numa Acção de Formação.

Chegados a Portugal, contactámosa Lai e o Fernando Marques, Res-ponsáveis da Província África, quepusemos a par da situação desafian-do-os para uma viagem a Lichinga,um Moçambique muito diferente deMaputo, desafio que, por motivosmais que pertinentes, não puderamaceitar.

Quis o Senhor que em Fevereiro pas-sado nos deslocássemos mais umavez a Lichinga, no âmbito do referidoprojecto de cooperação sanitária.

Contactamos com a Irmã Lúcia Ge-raldo, Teresiana que, na falta de sa-cerdotes, tem feito o acompanha-mento espiritual daquelas equipas,para equacionar a hipótese de umaformação, pois estávamos dispostosa assumi-la nos dois fins-de-semanaque iríamos passar em Lichinga.

E foi assim que à nossa chegada, nodia 24 de Fevereiro, tínhamos ànossa espera a magnífica imagem dolago Niassa espelhando o sol poente,mas também a Irmã Lúcia, que nosacolheu em sua casa e nos garantiuque estava tudo preparado paracomeçarmos a trabalhar com oscasais.

No sábado 25, sábado de Carnaval,de manhã ainda trabalhámos noHospital e foi logo a seguir ao almoçoque nos encontrámos, nas instala-ções da paróquia de Nzinge, com

casais representantes das 3 equi-pas. Chovia imenso e, embora muni-dos de material para projecção (ce-didos pelo Projecto supra citado)esta revelou-se impossível, devidoao corte de energia.

Com grande pena da Irmã Lúcia, queconhecera na véspera o material quehavíamos preparado, tivemos queusar apenas os nossos dotes oraise a experiência de trabalhar comgrupos.

Foi, no entanto, muito rica aquelatarde!... Incidiu sobre a razão de serdas equipas e os pontos concretos deesforço. Todos tiveram hipótese dedar opinião. Temos a certeza quetudo ficou muito mais claro e nóstambém ganhámos imenso com odiálogo. Quando se falou no dever departiciparmos na Eucaristia semanalalém de Domingo, concluímos queassumiram a responsabilidade deanimar a missa paroquial todas asQuintas-Feiras e que só não partici-pam os equipistas que de todo nãopodem. A nossa Missa Mensal dosprimeiros Sábados é para eles se-manal (às Quintas-Feiras)…

Porque o Sr. Anri (da Lichinga 2) nosconvidou, garantindo que em casadele raramente faltava energia e ha-via espaço para todos, ficou combi-nado que no dia seguinte o encontroseria lá.

Depois da missa dominical e de umrápido almoço lá fomos, sempreconduzidos pela Irmã Lúcia que já sehabituou aos buracos nas estradasde matope (lama). Connosco foisempre também a Irmã Juliana que

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substitui a Irmã Lúcia sempre quenecessário. O espaço que o SenhorAnri nos oferecia era uma amplapalhota aberta e electrificada simmas, naquele dia presenteado comuma chuva torrencial e uma típicatrovoada tropical, sem energia.

Com muita pena nossa e sobretudodas Irmãs, lá colocámos o compu-tador e o projector num sítio maisabrigado de alguns pingos maisteimosos que furavam a coberturado recinto e usámos metodologiasemelhante à do dia anterior. Os ca-sais tinham acorrido em maior nú-mero que na véspera e bastanteparticipativos.

Foi muito interessante esta tarde emque tratámos da reunião de equipa,debruçando-nos sobre cada um dosseus tempos e debatemos também aimportância do casal responsável, docasal animador e das reuniões depreparação.

Sempre em clima de diálogo fomosconcluindo que, porque reunidos emnome de Cristo, a reunião de equipa é“lugar sagrado” com tudo o que si-gnifica enquanto espaço de comu-nhão, profundo respeito, solidarie-dade e co-responsabilidade.

Marcámos o encontro do sábado se-guinte para casa do casal Guidione.

Uma vez que de manhã era neces-sário trabalhar no hospital, reuni-mos após o almoço.

Revoltámos a casa, destronámos aNossa Senhora de Fátima paraarranjar uma parede que possibili-tasse a projecção mas, desta vez, foi a

nossa “asselhice” que não conseguiuconcretizá-la. Enfim, alguns casaisainda conseguiram ver algo no ecrãdo computador…

Falámos do Movimento como equipade equipas, do espírito de serviçoinerente a toda a responsabilidadeno Movimento, nomeadamente noSector e focámos especial atenção nocasal de ligação como primeira es-trutura do movimento.

O encontro do dia seguinte, o últimoDomingo da nossa estadia, foi mar-cado para a paróquia, a começar logoa seguir à habitual missa celebradaàs 8 horas. Combinámos almoçar emconjunto, levando cada mamã umfarnel para partilhar e nós tambémclaro.

A missa estava repleta de gente, maisde 1500 pessoas, com muitos jovense crianças como é típico daquelasterras.

A chuva continuava a cair ininter-ruptamente.

Após a Eucaristia, as irmãs conse-guiram que se abrissem as portas daEscolinha (infantário) da paróquia.Desta vez, sentados em cadeiraspequeninas, conseguimos fazerfuncionar o projector…Urra!...

Insistimos nas estruturas do Movi-mento, mostrámos a sua dimensãoa nível mundial servindo-nos daapresentação cedida pela Ana e peloVasco. Almoçámos em conjunto,rezámos, cantámos, convivemos…Ainda viram parte do vídeo quemostra o último Encontro deResponsáveis…

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Sentimos que estavam muito felizese gratos pela oportunidade que lhesfoi dada. Pediram-nos muito paranão os esquecêssemos.

Sentem grande falta dos temas deestudo que, de facto, não têm che-gado àquelas longínquas paragensmas, se calhar, nem será assim tãodifícil….

Quanto a nós agradecemos ao Senhoro facto de nos ter ajudado a libertaraqueles dias e resistir à tentação depassar um fim-de-semana no Lago,porque temos consciência de que Elefez maravilhas.

Com Mariacantamos Magnificat!

MoçambiqueMoçambiqueFILOMENA E DANIEL GUIDIONE

Em primeiro lugar, queremos enviar--vos os nossos cumprimentos.

Queremos sim dizer a todos vós queno canto norte de Moçambique, maisconcretamente em Lichinga, existe oMovimento das Equipas de NossaSenhora desde o ano de 1998, quenasceu a partir da Dr.ª Isabel Veiga

Caríssimos Irmãos das Equipas de Nossa Senhora do Mundo Inteiro :

de Miranda, que, inspirada peloEspírito Santo, contactou com famí-lias da paróquia de Nossa Senhorada Imaculada Conceição de Nzingena cidade de Lichinga.

Hoje existem 3 equipas e destas2 já têm o compromisso e uma estáem pilotagem.

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Acreditamos que a semente lançadaà terra necessita de água para que elanasça, cresça e dê bons frutos.

É desta forma que as Equipas deNossa Senhora de Lichinga benefi-ciaram de uma formação sob orien-tação da família Isabel e AugustoMiranda em 4 dias.

Estavam presentes na formação amaioria dos equipistas e ausênciasforam devidas a muitas ocupaçõesnos serviços.

A formação que recebemos nos4 dias ajuda-nos a revigorar anossa devoção a Maria e a nossavontade de permanecer com Mariano Movimento das Equipas de NossaSenhora.

Nesta formação trocámos várias ex-periências.

Da nossa experiência queremos par-tilhar que para a missa semanalescolhemos as quintas-feiras e porisso todas as quintas-feiras a missa éanimada pelas equipas e fazemos aadoração do Santíssimo.

Este tipo de formação e trocas deexperiências fazem-nos falta masfazem-nos bem ao ponto de nãosabermos como agradecer à famíliaMiranda que criou e continua aprestar maior atenção. Só Deus é quesaberá recompensar o sacrifício poreles empreendido que consideramosser uma a missão apostólica.

Por tudo isso o nosso muito obri-gado.

Temos dificuldade em termos os te-mas de estudo de cada ano. Aju-dem-nos, irmãos, a tê-los.

Arminda Palmira Papa e Bernardo Moisés.Filomena Pio e Daniel Guidione.Ofélia Oliveira e Alique Parco.Cecília Enoque e Manuel Miguel Chitenga.Leonora e Ermelindo Paulo.Teresa Felismino e Batista Amisse.

Lichinga 1

Marieta Estêvão e Martinho Beula Cuche.Rita Sinésio e Agostinho Pedro Anrique.Lucinda Horácio e Lucas Wiliamo.Natália Simão e Armindo Malique.Ancha dos Anjos e Isidoro Lendema.

Lichinga 2

Benilde Carlos José Miqueias e Amisse Corata.Teresa Dimone Molesse e Félix Moless.Deolinda Ramos e Patrício Paulo.Maria Carlitos e Lúcio Pápio.Rosalina Mário e Franscisco Paulo Boaventura.Julieta Jairosse e Ramos Amós.Isabel Salimo e Rosário Andrade.

Lichinga 3

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Sectores de Aveiro A e B e Águeda

Um ponto alto da caminhada qua-resmal para o Movimento das Equi-pas de Nossa Senhora nos sectoresde Aveiro e Águeda, foi o RetiroAnual, nos dias 18 e 19 de Março, emAlbergaria-a-Velha, com a partici-pação de 51 casais.

Foi orientador o Padre CarmelitaJeremias Carlos Vechina que acedeugentilmente, apesar da sua sobre-carregada agenda, ao convite que lhefoi dirigido. A sua muita experiência,a natural disposição para umacomunicação fácil, clara e agradávele a profundidade das ideias que ex-planou, recheadas de fecunda vi-vência apostólica, tocaram fundo asensibilidade dos casais presentes,que saíram da Casa Diocesana maisricos na sua espiritualidade e maisinquietos quanto às suas responsa-bilidades na vivência dos valoresperenes do Matrimónio, face às exi-gências crescentes da Nova Evange-lização no mundo actual, em quecrescem perigosamente as ameaçasde corrosão do Cristianismo.

O Padre Jeremias, depois de ter refe-rido a asserção filosófica de Descar-tes «Penso, logo existo», como grandesuporte do Racionalismo e, de modogeral, da Filosofia Moderna, parafra-seou o filósofo francês, dizendo «Amo,logo existo», asserção que deve servirde base à Filosofia hodierna.

Esta introdução foi o interessanteponto de partida para o desenvol-vimento do tema «O Amor Conju-gal, Sacramento de Deus», em quedestacou vários pontos fulcrais parareflexão dos casais cristãos:

- Distinção entre crença e Fé;- Necessidade da partilha da Fé;- Características do encontro de

Jesus connosco;- A importância do Amor e a realida-

de humana e cristã do casamento;- A eficácia da força unitária do

Amor, alcançada na realidadehumana;

- Os cônjuges como sinal da presen-ça de Deus um para o outro, para aFamília e para o mundo;

- A valorização das experiências hu-manas para a descoberta do sentidode Deus, que passa sempre peloHomem;

- A misericórdia como expoente má-ximo da capacidade de amar;

- A Amizade como sacramento deDeus.

Realçamos a forma particularmentefeliz e esclarecedora como o PadreJeremias fez o entrosamento dosconceitos/valores do Amor e daAmizade, acentuando a relevânciadeste último como a sublimação doprimeiro, na relação oblativa quecaracteriza o Matrimónio Cristão.

Julgamos poder concluir que todosos casais deram graças a Deus pelaoportunidade que tiveram de re-forçar os seus propósitos de seremimagem do Amor de Deus noMundo.

Aveiro, 22 de Março de 2006.

O Retiro Anualdas ENS

O Retiro Anualdas ENS

CASAL SOUSA E SILVA

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SELECÇÃO E OPÇÃO POSITIVA

ajuda em casa ou de sair com osamigos. Os pais começam a ver aconsola de vídeo, ou o computador,como uma grande perda de tempo.

Quase de forma imediata, passa-seà fase do vício, em que as criançaspassam horas e horas a jogar, pro-curando superar-se a si mesmas ve-zes sem conta, desligadas da reali-dade, sem pensar nas suas necessi-dades básicas, como comer, lavar-seou vestir-se, e muito menos nas ou-tras necessidades prioritárias, comofazer os trabalhos de casa, estudarou arrumar o quarto. Nesses mo-mentos os pais declaram guerra, nãose sabe bem a quem: se à criança, seao jogo de vídeo que lhe absorveu océrebro ou se a mesmos que o com-praram com alegria...

Depois destas fases, passa-se à fasedo isolamento. Nesta fase os pais sãoautênticos inimigos da relação entrea criança e o jogo de vídeo, os amigosnão são necessários, o desporto pro-

Dos pais que conheço, poucos consi-deram os jogos de vídeo uma formade ocupar os tempos livres com va-lor educativo e positivo.

Não desejo defender os jogos elec-trónicos na sua totalidade, nem fazerpropaganda a determinadas marcasde consolas de vídeo, mas tenhocomo objectivo tirar o medo a essegrande número de pais que, por des-conhecimento, consideram os jogosde vídeo infernais e capazes de oca-sionar, por si mesmos, todo o tipo dealterações psíquicas.

Em segundo lugar, desejo demons-trar que, com os pais pelo meio, osjogos de vídeo podem converter-senum instrumento educativoprecioso.

O PORQUÊ DO MEDO

O medo começa quando o jogo de ví-deo entra em casa. Com o seu enormepoder de sedução o jogo, apodera-sedas crianças ou dos adolescentes quepassam horas e horas a experimen-tar as suas inúmeras possibilidadesem vez de estudar, de dar alguma

José Apolonio García Cabeza , médico e pai de família.

Extraído do site do Cenofa (Centro de Orientação Familiar)

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voca grande sofrimento e o ar livreparece-lhe tóxico. Qualquer diálogo éfonte de discussão e o “inimigo” jáestá completamente instalado emcasa, sendo impossível destroná-lo oueliminá-lo, excepto num acto de au-toridade, sem contemplações paracom os sentimentos da criança que,certamente, sairá magoada.

Mais tarde chega a fase da identifi-cação, em que o jogador se veste epensa como o protagonista do jogo e,accionado pela mesma vontade quemove os dois seres, age dentro dosparâmetros desenhados para o jogo.Esta é uma fase claramente pato-lógica e preocupante.

PORQUE SE PERMITEQUE ENTREM EM CASA?

· Principalmente porque a criança opede de presente e nalguns casos,porque ela teve boas notas.

· Outras vezes os pais são enganadospela actual necessidade e pelas pos-sibilidades do computador na me-lhoria dos estudos...

· Noutras ocasiões, seduzidos pelopróprio grafismo do jogo, ou ao vercomo os filhos jogam bem em casade um amigo ou na loja de informá-tica, onde fazem demonstrações...

· Às vezes os pais compram-no paraque os filhos fiquem sossegados enão aborreçam...

Há que acrescentar mais dois ele-mentos na decisão de comprar a con-sola ou o computador:

- o primeiro é a ingenuidade comque muitos pais avaliam a matu-

ridade, inteligência e responsa-bilidade do seu filho. Quantos paispensam que não há problema? Omenino é muito estudioso e res-ponsável...

- o outro elemento é a ignorânciaabsoluta que os pais têm sobre es-tes temas. Quantas vezes não ouvi-mos: Eu dou-lhe o dinheiro e ele quecompre o que quiser. O que é que eu per-cebo de jogos de vídeo, com aqueles no-mes tão esquisitos?

Há muitos pais sensatos, mas igno-rantes e com a cabeça cheia do quelhes contam ou do que vêem nas no-tícias, optam por proibi-los em suacasa e evitar qualquer contacto comestes jogos de vídeo. Dizem aos filhosque façam “os jogos do costume”,correndo o risco de manter umaguerra diária com os filhos, pro-curando manter o inimigo longe dasua fronteira... Quanto temporesistirão?

DECIDA-SE!

Compre-lhe o computador ou a con-sola, mas não se esqueça de que oestá a comprar também para si! Noinício deixe-se aconselhar pelo seufilho, pergunte-lhe em que consistemos jogos e proíba-lhe os que foremexcessivamente violentos. Pouco apouco, você irá converter-se numperito e os seus filhos saberão em queparâmetros se podem mover na aqui-sição dos jogos, sobretudo se se tiverrecusado a comprar uns quantos,quando o tiverem tentado enganar.Decida-se a desfrutar das emoções depilotar um avião da Primeira Guerra

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Mundial ou da Guerra da Coreia, te-máticas do Air Warrior II, agora quenão há batalhas com soldadinhos dechumbo, visto que o chumbo é tóxicoassim como as tintas e que, por essarazão, estão proibidos. Este jogo dá-lhe a possibilidade de escolher entre300 missões especiais, voando naPrimeira, na Segunda Guerra Mun-dial ou na Guerra da Coreia.

Graças aos jogos de vídeo, você podesalvar as batalhas, ganhá-las ou per-dê-las, em qualquer época da histó-ria. Por exemplo, experimente asGuerras da Gália de Júlio César emCaesar.

PARA DESFRUTAR DOS JOGOS DE VÍDEOSEM CORRER RISCOS

Em primeiro lugar, leia bem as carac-terísticas do jogo, em que consiste ecomo se obtém a vitória final. Com-pre um jogo adequado à idade e aodesenvolvimento da personalidadedo seu filho. Antes de oferecer umaconsola ou jogos de computador, éimportante pensar se isso irá preju-dicar a criança.

Consideramos os jogos contra-indi-cados se a criança:

· Tem tendência a ensimesmar-se ouisolar-se. É o caso das crianças tími-das e pouco sociáveis.

· É fascinada pela televisão. Refiro-me às crianças viciadas em “olhar”e que não prestam atenção ao quevêem, mas que não podem passarsem a televisão.

· Tem muito pouca força de vontade.Nestes casos há que ser mais rígido

e fazer um controlo rigoroso dotempo que passam a jogar.

· Tem mau aproveitamento escolar.Absolutamente contra indicado.

· Tem problemas na fala ou de ma-turidade afectiva.

São aconselhados nos casos de:

· Hiperactividade com défice deatenção, visto que aumenta a suacapacidade de atenção e oferece umobjectivo à sua hiperactividade.

· Transtornos de coordenação mo-tora. Exercita os reflexos dos dedose das mãos.

· Crianças hipoactivas, de reflexos einteligência lentos. Pelos mesmosmotivos do ponto anterior.

· Esquecidos ou despistados. Namaioria dos jogos é preciso sermuito rápido e estar muito atento.

· Problemas de auto-estima. Nestescasos devem escolher-se jogos esti-mulantes e não muito complicados.

Em segundo lugar, é preciso estar in-formado sobre o tipo de jogo. Tenhamuito cuidado e aconselhe-se. Háalgumas revistas que oferecem “de-mos” para jogar e ver como funciona.É aconselhável ler alguns comen-tários sobres os jogos em revistasespecializadas, como a Family PC ouPC mania, Micromania, Nintendoou Playstation, etc.

Conheça os tipos de jogos que existeme compre o mais adequado à idade ematuridade da criança.

1. Plataformas. Indicado para crian-ças dos 6 aos 10 anos, dependendodo grau de dificuldade. Por exem-plo: Rayman2 e Super Mario Bross.

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Melhoram o nível de atenção e acoordenação motora.

2. Arcada. O protagonista tem umamissão a cumprir. Cuidado! Ten-dem a ser violentos e, em certasocasiões, o fim justifica os meios.Por exemplo: Doom, Quake eMission Impossible. Maiores de 12anos.

3. Desporto. Simulam jogos de fute-bol, basquete, ténis, rugby, etc. Apartir dos 10 anos. São estimu-lantes, desenvolvem o sentido deestratégia e colocam a criança emcampos reais. Por exemplo: Fifa2000, NBA live, Roland Garros2000, etc.

4. Corridas. A partir dos 8 anos. Tra-ta-se de conduzir automóveis oumotas em circuitos diferentes. Porexemplo: Formula 1 2000, SegaRally, Super Byke. Cuidado! Nestegrupo há jogos que permitem eli-minar o rival ou atropelar cida-dãos inocentes com o objectivo deganhar.

5. Simuladores. A partir dos 10 anospode desfrutar-se de descolagens,voos e aterragens nos mais mo-dernos e sofisticados aviões. Porexemplo: F-22, USAF, Flight simu-lator 2000.

6. Aventura. Os melhores. A partirdos 10 anos podem viver-se aven-turas incríveis em ambientesmagníficos. São muito estimulan-tes e, normalmente, há hieróglifospara decifrar e mistérios para des-vendar. Por exemplo: Indiana Jo-nes, e Star-Wars. Também existemaventuras de terror, apocalípticasou demoníacas, nadarecomendáveis.

7. Estratégias. A partir dos 12 anos.Trata-se de escolher uma missão edesenvolver uma estratégia paravencer. Estimulam a planificação ea ordem. São menos emocionantesno início. Por exemplo: Age of Em-pire, Star-Craft, Dark Colony, NavyStrike.

8. De construção e gestão: Em jogoscomo Themepark world, ThemeHospital, Sim City, Los Sim, etc,trata-se de construir e gerir desdeparques de diversão até hospitais,pizzarias ou mesmo uma família.Requer paciência e queda para osnegócios. Recomendado a partirdos 12 anos.

9. Educativos. É o caso de Ika stories,que são contos interactivos comleitura de textos e mudanças delíngua, e Pipo, para aprender vo-cabulário, música, geografia, etc.Muito indicados a partir dos3 anos.

MAIS CONSELHOS E ORIENTAÇÕES

Rejeite os jogos que lhe pareçamviolentos e que tenham a violênciacomo fim, ou que a apresentem deforma explícita e cruel na capa.

Leia a contracapa do jogo e veri-fique se se tomam decisões contrá-rias aos seus princípios mais fun-damentais no desenrolar do jogo,com o objectivo de ganhar, isto é,averigúe se, para obter a vitória finalsão permitidas, ou pior, são obri-gatórias, certas acções como em-purrar o rival para fora da estrada,atropelar inocentes ou matar, paraobter pontos. Estas particularidades

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habitualmente não vêm especifi-cadas na descrição do jogo. Infeliz-mente, terá de analisá-las após acompra.

Atenção! Um dos objectivos, que ospais e os professores devem ter comoeducadores, é combater a moral quese difunde na televisão, no cinema enos jogos de vídeo: matar ou em-purrar para fora da estrada é mau,mesmo se servir para obter a vitóriafinal. Infelizmente, poucos jogos sãoelaborados com a necessária e ele-mentar sensibilidade moral.

Escolha o local. A consola ou compu-tador não deve estar no quarto doseu filho, mas numa sala comum.Evite que a criança possa utilizar aconsola ou computador a seu bel--prazer, durante o tempo que desejare com qualquer jogo.

Estabeleça um horário. Não estabe-leça um número global de horas.Defina claramente em que dias dasemana e a que horas pode jogar eestabeleça regras para as excepções.

Estabeleça prioridades, de preferên-cia de comum acordo, e não permitaque se altere a ordem. Em primeirolugar está o estudo, as obrigaçõesfamiliares e os amigos, só depois ojogo. Enquanto houver algo paraestudar, um trabalho para fazer ououtro compromisso a cumprir, nãose pode jogar.

Quebre o isolamento. Assim que ti-verem cumprido as suas obrigações eestejam no período estabelecido parajogar com a consola, anime os seusfilhos a jogarem com os amigos.

Anime-os a partilhar os jogos. Expe-rimentar jogos com várias pessoas étão emocionante como dominar ape-nas um e é muito menos viciante.

É obrigatório realizar outras activi-dades para ocupar os tempos livres.Saiba que os tempos livres têm umagrande importância na formação doseu filho como pessoa. Procure queele reparta o tempo equitativamente:deve praticar desporto, dar passeiosno campo, ler, ouvir música, conver-sar com os amigos, fazer excursões,cantar ou tocar algum instrumentomusical, etc.

Também não deve esquecer-se dededicar uma tarde aos jogos demesa, ver um bom filme ou fazercaminhadas em família.

Jogue com os seus filhos! Anime-sea passar uma tarde de domingotentando derrubar o avião do BarãoVermelho, mas entregue o comandoquando o derrubarem a si!

Converse com os seus filhos acercado conteúdo e do funcionamento dojogo. Peça-lhes que lhe expliquemcomo se joga e quando tiver de proi-bir algum jogo, seja inflexível e ex-plique o motivo da proibição. Aceiteo repto para participar nestes jogoselectrónicos com eles. Lembre-se:sem si os jogos podem ser umagrande perda de tempo, viciantes,imorais e origem de patologias. Emcontrapartida, com a sua presença,podem ser instrutivos, educativos esociáveis.

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No meio das inúmeras tarefas, fontesde preocupação e alegrias, lá arran-jámos determinação para marcar oretiro e, em Janeiro, enviámos a ins-crição, por e-mail, para o de Março(10 a 12).

Como tardava a confirmação, pensá-mos: o Espírito Santo quer que não diva-guemos, quer que nos concentremos nasnossas tarefas de animação do Movimento.E fizemos planos de trabalho para ofim-de-semana. Ainda bem, comtanto para pensar e fazer, ir ao retiroera loucura. Tão enganados queestávamos!

De facto, à última hora, na quinta-- feira à noite, liga-nos o Miguel:“temos lugar para vós, ficam commais quatro casais numa residenciallá ao pé, mas tomam todas as refei-ções connosco, estamos à vossa es-pera”. Pensámos: afinal parece que oEspírito Santo mudou de ideias. Desmar-cámos tudo e lá fomos. Pensámos:nos tempos livres e à noite, trabalhamos.

Levámos o computador portátil,livros, documentos, papel e caneta.Estávamos preparados para as tare-

fas que tínhamos que fazer e, ao mes-mo tempo, podíamos participar noretiro, em Palmela.

Na sexta-feira ao fim da noite, quan-do fomos para o quarto, abrimos ocomputador e ... avariou! Avariou?Como? E agora? ...

Puxámos da caneta bic, novinha emfolha, a estrear, para tirar as notasdurante o início do retiro, nessa noitee ... não escreve! Não escreve? Como?Mas escrevia! Desta vez parece mesmoque o Espírito Santo abusou! Ou seremosnós quem está a abusar? Quem não querparar como Marta e olhar para Cristo?Quem não Lhe deixa espaço para transfor-mar a água em vinho?

Dormimos a noite toda, mergulhá-mos a fundo no retiro todo o Sábado,no Domingo de manhã e, de tardeapós a Eucaristia, já no regresso acasa, vínhamos renovados, recon-vertidos e ... cheios de ideias! Aben-çoado retiro.

Uma palavra final é devida ao Pre-gador e aos organizadores do retiro.Ao Pregador, que nos guiou ao longo

Rostos do Movimento

ANA E VASCO VARELA

ObrigadoSenhor

pelo Retirode 2006

ObrigadoSenhor

pelo Retirode 2006

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do “Caminho de Nazaré”, aquelaNazaré que é lugar mas também ca-minho, o caminho que Jesus percor-reu, homem como os homens, antesda sua vida pública, com o qual nosidentificamos e que é modelo de vida.E aos casais que assumiram a res-ponsabilidade de organizar tudo,

incluindo as surpresas e os mimos,deixando-nos a todos viver o retirosem mais preocupações, permitin-do-nos mergulhar em águas maisprofundas da nossa Espiritualidade,o nosso agradecimento. Bem hajam.Terminamos como o Padre Zé Manelterminou o retiro, com esta oração:

Senhor, ensina-nos a repousar.Ensina-nosa deixar as coisas em suspenso,a não querer arrumar tudo antes de dormir.Ensina-nosa aceitar estarmos cansados.Ensina-nos a acabar uma jornada;senãonem saberíamos morrer.Porque, depois de nós,ainda haverá trabalho...Ensina-nosa aceitar que não somos Tu.

Oração para nos livrar da tentação da Omnipotência

PIERRE FAUCHER, S.J.

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Foi o culminar natural de um cami-nho percorrido em Equipa, apoiadospelos Casais Piloto e pelos Assisten-tes Espirituais, rumo a um compro-misso de viver a nossa condição decasais cristãos, dentro da espirituali-dade do Movimento das Equipas deNossa Senhora.

A conjugação do enquadramentonatural do sítio, Nossa Senhora doSocorro, com o empenho e generosi-dade de uma Equipa Coordenadora,muito rica de experiência humana ede vida nos ideais do movimento, fo-ram a moldura ideal para a integra-ção oficial dos casais que se apresen-taram, perante Deus e a comunida-de, para assumir o seu compromisso.

Os diferentes momentos do Encontroforam de profunda riqueza e, podedizer-se que indissociáveis, fazendoparte de um todo harmonioso em quecada tempo foi preparado pelo que oprecedeu.

Assim, os testemunhos, quer pelaforma quer pelo conteúdo, foram

comoventes e podem servir de ver-dadeiras lições de vida. O exercíciodo “dever de se sentar”, na tarde deSábado, e o momento da oração con-jugal, promoveram o encontro docasal por forma a prepará-los paraum Sim, sentido no coração e pro-nunciado com força perante a As-sembleia da Eucaristia de Domingo.

Albergaria-a-Velha

Encontro de Equipas NovasDias 1 e 2 de Abril de 2006

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O casal Homem de Gouveia, comosempre, recebeu-nos com muitaalegria, cordialidade, simpatia, en-tusiasmo e carinho. Após o acolhi-mento, foi celebrada uma missa paracomemorar esta data tão importanteda nossa Equipa que ocorreu no dia21 de Outubro de 2005.

O nosso Conselheiro Espiritual, oSenhor Padre Rafael Andrade, aten-de-nos sempre benevolente, dispo-nível e pronto a participar nas reu-niões e esclarecer as nossas dúvidas.Como tal, o Senhor Padre Rafaelcelebrou a Santa Missa com a cola-boração do diácono João Carlos Ho-mem de Gouveia, filho do casal quenos recebeu nesse dia.

RegiãoMadeira

RegiãoMadeira

Além dos casais da nossa Equipa,participaram neste evento o casal deLigação: Casal Caires (Rita e Higino),o Casal Piloto - Casal Abreu (Ma-nuela e Dionísio) e duas irmãs donosso Conselheiro Espiritual.

O Casal Freitas, que animou esteencontro, fez as leituras. Depois deter lido o Evangelho e ter sido feita ainteriorização da Palavra por cadaum de nós, o Senhor Padre explicou--nos o sentido do Evangelho atravésde uma breve Homilia.

Todos os casais participaram naOração dos Fiéis.

Terminada a “grande”, “íntima” e“sagrada” cerimónia da Eucaristia,um marco importante na nossacaminhada, saboreou-se um tempode caloroso e agradável de grandeconvívio. Tomou-se um chá, que nosconfortou o corpo e a alma, acom-panhado de iguarias que só o amore boa vontade podem preparar econfeccionar. No Lar do Casal Ho-mem de Gouveia sentimo-nos, todosfelizes e em paz numa família alar-gada e unida pelos laços do Amorde Deus.

O Casal Homem de Gouveia presen-teou-nos ainda com um postal e comuma mensagem para jamais esque-cermos esta data.

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Experiências das práticas da equipa

As Equipas de Nossa Senhora são ummovimento de espiritualidade con-jugal e propõem aos seus membrosuma vida de equipa e meios concre-tos de esforço para ajudar a progre-dir, em casal e em família, no amorde Deus e do seu próximo.

Foi tendo presente estas ideias quena comunidade de Lucheringo I, pa-róquia do Sagrado Coração de Jesus,foi criada a 3.ª equipa, hoje designadaLichinga III de que apresentamos aseguir as experiências do desenrolardas suas actividades:

A Equipa foi criada no dia 23-03-2004e é formada por 7 famílias.

Está na pilotagem até à data da ela-boração deste testemunho. Já fez 7encontros, faltando 3 para os 10 ne-cessários até ao compromisso.

O próximo encontro está marcadopara o dia 11 de Março, próximoSábado.

A equipa tem como casal responsá-vel a Benilde Carlos José Miqueias eo Amisse Courata.

Todos os encontros da Equipa obede-cem aos seguintes passos:

1 Refeição.2 Oração com:

· Leitura da Palavra;· Partilha da Palavra;· Salmo responsorial;· Oração dos fiéis.

3 Partilha – Focamos os Pontos Con-cretos de Esforço.

4 Pôr em Comum.5 Partilha do Tema de Estudo.6 Avaliação do trabalho (onde cada

um diz aspectos positivos e a me-lhorar).

7 Magnificat.

A equipa está empenhada nos váriostrabalhos da comunidade, paróquia emobiliza os outros casais a integra-rem-se no Movimento, faz visitas aosdoentes, órfãos e necessitados.

As reuniões são uma vez por mês.

Conclusão

Estamos certos que, com a ajuda doNosso Senhor Jesus Cristo e Sua MãeMaria Santíssima, a equipa chegaráao compromisso.

Lichinga, 05-03-2006.

A família responsável

BENILDE E CORATA (EQUIPA LICHINGA 3)

DIOCESE DE LICHINGA

Paróquia de Nossa Senhorada Imaculada Conceiçãode Nzinge – Lichinga

LICHINGA 3Corata

Testemunhodo casal

Corata

Testemunhodo casal

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No passado Sábado dia 8 de Abril, aEquipa do Sector H da Região de Lis-boa com o seu conselheiro espiritualPadre Amadeu Pinto s.j., organizouuma peregrinação de famílias comavós, pais, filhos e netos (40 adultos e50 crianças, desde recém-nascidos amais crescidos) rumo à Senhora deFátima. O ponto de encontro foi ameio da manhã na rotunda norte deFátima e daí partiu-se em viaturasaté Pinhel, onde se deixaram esta-cionados os carros, com excepção dosda necessária assistência. De ime-diato se começou a caminhada a pé,rezando o terço e meditando os mis-térios gloriosos. Nos vários pontosde paragem, que já se encontravamprevistos, foram desenvolvidas acti-

vidades lúdicas com a pedagogia dosentido da nossa relação com Deus,com Maria e com os Outros. Cadafamília fazia um nó à sua escolha(retirado dum guia de nós, que des-creve as suas aplicações, a sua fun-ção, confiança e segurança) que maissentido fazia para a sua vida e que,mais tarde, na celebração eucarís-tica, no momento do ofertório, foramcolocados no altar.

Chegámos com alegria ao Santuárioàs 17h30, sempre acompanhados porum dia lindo, onde estivemos re-colhidos na Capelinha por uns mo-mentos para depois seguirmos parao Carmelo onde foi celebrada aMissa, muito partilhada e partici-pada, com as violas bem afinadas.

Levámos nas “mochilas” as nossasalegrias, as dores e sofrimentos e,sobretudo um Grande Amor a Jesusatravés de Maria, padroeira destequerido Movimento das Equipas deNossa Senhora que tanto nos temajudado a crescer como pessoas e naFé de Cristo.

Peregrinaçãodas Famílias

GABRIELA E JOAQUIM VILLAS-BOAS

REGIONAIS DE LISBOA

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Homenagem

Fernando Araújo Barros

da Região Portoao Equipista

Homenagem

Fernando Araújo Barros

da Região Portoao Equipista

A Região Porto e o Sector da Maia (Maia e Gondomar) sentem-se orgulhosospor terem tido como membro honorífico das Equipas de Nossa Senhora oequipista Fernando Araújo Barros. Foi o fundador do Movimento na Maia(com a Maia 1 - sete casais) e é tão assídua, tão volumosa e tão visível a pre-sença das equipas da Maia nas actividades do Movimento que leva o FreiBernardo a falar da Maia como um Continente. Foi um verdadeiro equipista,desempenhando todos os cargos e aceitando todas as propostas que lhe fo-ram feitas: primeiro responsável do Sector da Maia; Casal de Ligação; Res-ponsável de Equipa; participante e formador da Formação 1 e da Formação 2;Casal Piloto; membro da ECIP; Informador a nível de grupo alargado, comoutros casais com que ele contactava nos primeiros tempos e depois a nívelde contacto e convite pessoal; palestrando e animando nas Jornadas e nos En-contros a nível local e regional… E apesar das dificuldades da distância, pre-parava-se com muito entusiasmo para o Encontro Internacional de Lourdes,em Setembro, entusiasmo comungado por toda a equipa de base, a Maia 1.Dada a consideração e estima de que gozava perante as pessoas, a sua pre-sença, o seu exemplo e a sua voz faziam-se ouvir.

E não se trata de uma seca enumeração no percurso de um itinerário, mascada um dos momentos e etapas foram vida vivida na responsabilidade, nocompromisso e no espírito de serviço, não sabendo nunca dizer que não. Oseu apoio era requisitado sempre.

Em tudo a Graça era uma fiel e excelente colaboradora e dinamizadora.Foi um casal de alto gabarito na angariação, divulgação e expansão doMovimento.

Concluímos com as palavras do Frei Bernardo na Missa do sétimo dia:Ámen e Aleluia.

L. E M. AROSO MAIA

MAIA 1

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“Quando a vida tem sentido, tudotem sentido na vida. Tudo convergepara o bem próprio e dos outros quetêm os mesmos sentimentos e lutampela mesma causa.” Neste pensa-mento de D. António Marcelino re-vêem-se os casais da Equipa, no mo-mento de dizer sim à caminhada queaceitaram fazer, dentro da espiritua-lidade do Movimento das Equipas deNossa Senhora.

Costuma dizer-se que nada acontecepor acaso. Nós acreditamos que Deusnos dá a mão, oportunidades, eaponta caminhos no momento certoda nossa vida. Cada casal sentiu ochamamento na altura certa. Inter-rogamo-nos porque dissemos simagora e não em qualquer outra al-tura. Estamos certos de que o Senhorentendeu que o momento era este eque a equipa também teria que seresta.

Graças a Deus que não estávamosdistraídos quando nos foi feito esteconvite para integrar esta Equipa.

Alguém disse que “ As Equipas deNossa Senhora não são o meio, massim um meio de cada casal viveruma relação mais íntima com oSenhor. É o que nós pensamos esentimos.

Sentimos que a equipa nos tem aju-dado a ser parte integrante dumacomunidade que está em união com oMundo e com Cristo, duma formaconcreta e visível nas palavras e so-bretudo nas obras, sem alardes nem“beatice”.

A espiritualidade do Movimento nãoestá compartimentada. É perene eestá presente em todos os momentosda nossa vida.

Em cada encontro é proposto quefaçamos uma retrospecção à nossavida, avaliando constantemente anossa maneira de estar, de agir, deser e de projectar as nossas atitudes,as nossas acções no futuro.

Sentimos que o esforço em casal paramomentos de oração e a sua práticacontinuada na nossa vida, nos pur-ga do egoísmo e indisponibilidadepara ouvir o chamamento de Deus.Acreditamos que Deus estabeleceuma ligação pessoal com cada um denós, orientando-nos sempre nos ca-minhos do amor. A pedra de toque daespiritualidade da equipa “o deverde sentar” exige da parte do casalgrande responsabilidade. Abrir ocoração um ao outro, nas mais diver-sas situações, quer adversas, quermais favoráveis, mantém a comu-

Os compromissos no Movimento, na Igreja e no Mundo

Caderno de Pilotagem 10Equipas de Nossa Senhora

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nicação ao mais alto nível e ajuda--nos a crescer como casal.

Há outros Movimentos e outras ma-neiras de se estar comprometido comDeus, mas ao longo do periodo depilotagem percebemos que este Mo-vimento, talvez pela forma comoestá estruturado, é um meio que fa-vorece o crescimento do casal, já quequestiona, educa e se alimenta daPalavra de Deus. Os espaços de par-tilha com os outros casais da Equipa,são profundos de riqueza e geramfraternidade.

elo de ligação entre nós é, de facto, anossa condição de filhos de Deus.Olhando de relance verificamos quetodas as tentativas de grupos depessoas, se não tiverem um objectivocomum consistente, estão segura-mente condenadas ao fracasso. Aqui,a palavra de Deus faz luz “Quandodois ou mais se reunirem em meu nome, Euestarei no meio deles”.

Como movimento dinâmico, o seucrescimento não se verifica em cír-culos fechados, antes em linha orien-tada para o encontro com Deus e,pelo caminho encontramos, nas múl-tiplas estações do nosso percurso,uma infinidade de oportunidades eapelos à prática do dom do amor,que nos vem da condição de Filhosde Deus.

A nossa disponibilidade para com osoutros, bem como a sua disponibili-dade para nós, é verdadeiramentesentida neste grupo. Sabemos quepodemos contar uns com os outrosem qualquer momento, a qualquerhora. Acreditamos que a Equipa 27 éuma Família! Uma família muito di-ferente, mas muito completa. Juntosfazemos a caminhada da nossa vida,tendo cada membro como um cajadoque nos apoia quando é preciso.Nesta vida tão agitada e por vezestão solitária, é muito bom saber isto.

Neste processo tem que haver umcrescimento comum bem alicerçado euma consciência rectamente forma-da, para que as respostas às neces-sidades sejam adequadas, por isso,sentimos que a proposta de vivernuma ENS foi para nós uma grandeajuda.

O Santo Padre Bento XVI, na Encícli-ca “Deus é Amor” diz-nos: “O deverda Igreja é mediato, enquanto lhecompete contribuir para a justifica-ção da razão e o despertar das forçasmorais, sem as quais não seconstroem estruturas justas”.

Percebemos então que não é apenasum movimento de casais amigos,mas é sobretudo um movimento decasais cristãos. Assim, o mais forte

A espiritualidade do Movimentonão está compartimentada.É perene e está presente em todosos momentos da nossa vida.

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Estamos, portanto, definitivamentecomprometidos e esta não é umaquestão subjectiva, é uma qualidadeintrínseca dos cristãos. Exige-se denós uma postura ousada e disponí-vel. Cristo não foi de meias palavras,foi veemente e deixou-nos a herançade podermos escolher, apenas, entreo sim e o não. Diz-nos em todos ospassos da nossa vida: “vai, vendetudo o que tens e segue-Me...”

Assumimos assim:

· um compromisso de oração (apren-demos que o nosso amor cresceatravés da oração);

· um compromisso de equipa (des-cobrimos juntos que o desejo, avontade, o empenho de concreti-zar e o segredo do sucesso nestecaminho, está na fidelidade aosprincípios);

· um compromisso na Igreja de que onosso lar seja uma igreja doméstica.

Contudo, o nosso primeiro compro-misso tem que ser com Deus. Vive-mos um tempo privilegiado parareflectirmos este tema :”Quaresma”.Convite a uma oração mais intensa,a uma escuta da Palavra de Deus econsequentemente ao acolhimento damesma, de forma que os nossos cora-ções sejam moldáveis como o barro,a conversão aconteça e o nosso em-penhamento se repercuta aos níveisfamiliar, religioso e social.

Com humildade pedimos a Deuspara que a nossa Equipa seja, cadavez mais, a face visível da novaAliança de amor entre Deus e os ho-mens e para que continuemos sem-pre unidos no seu amor.

4 de Março de 2006.