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TRIMESTRAL | NOV-DEZ-JAN N.º 55/2014/2015 Na Intimidade com Deus: a Oração

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TRIMESTRAL | NOV-DEZ-JAN N.º 55/2014/2015

Na Intimidade com Deus:

a Oração

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EDITORIAL

A intimidade com Deus e a resposta aos desafios 01

CONSELHEIRO ESPIRITUAL

Na Intimidade com Deus - a Oração 02

VIDA DO MOVIMENTO

Ecos da Supra Região 05

Províncias 09

Próximas atividades 26

CORREIO DA ERI

Mensagem do Casal da ERI Responsável pela Comunicação e Relacionamento com os Casais Jovens 27

VIDA DE CASAL

Oração em família 29

VIDA DA IGREJA

A Igreja em Notícia 32

A METODOLOGIA DAS ENS

A reunião de equipa 34

O lugar da oração nas reuniões de equipa 36

“QUEM É O PADRE CAFFAREL?”

Orar é ou não Vital? 39

INTERCESSORES

O Senhor está perto de quantos O invocam 41

PARTIRAM PARA O PAI 43

LIVROS RECOMENDADOS 44

Índice

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EDITORIAL

Fátima e Eduardo Frutuoso Casal Responsável pela Comunicação

A intimidade com Deus e a resposta aos desafios

Foi com um misto de surpresa e inquie-tação que acolhemos o convite da Mar-garida e do João Paulo para assumirmos a responsabilidade da Comunicação do movimento. Surpresa porque nada nos fazia prever que fossemos confrontados com este desafio. Inquietação por não termos a certeza absoluta das nossas ca-pacidades para o cumprir em pleno, prin-cipalmente no que respeita à Carta, que, nos últimos anos, contou com um traba-lho notável da Rita e do Pedro Cabral.

Hesitámos algum tempo, mas percebe-mos, entretanto, pelo discernimento e pela oração, que não podíamos negar--nos a continuar ao serviço de um mo-vimento que tanto nos tem dado. Mais, compreendemos que era o próprio Se-nhor que nos desafiava a sair da nossa zona de conforto e a agarrar o projeto com alegria e empenho. Agradecemos, por isso, à Margarida e ao João Paulo o convite, por nos desinstalar e nos fa-zer crescer, e à Rita e ao Pedro toda a disponibilidade já demonstrada para nos apoiar nas dúvidas que ao longo do caminho nos irão surgir. E a todos vós,

amigos equipistas, pedimos a compre-ensão para as falhas e imperfeições que certamente, aqui e ali, irão acontecer…

Quanto à estrutura da Carta, ela vai con-tinuar com a mesma organização, com um tema unificador e um conjunto de secções/rubricas que pretendem espe-lhar as preocupações e necessidades dos casais das ENS em termos de in-formação, formação e partilha. A única novidade é a disponibilização, a partir de agora, de um espaço próprio, dentro da secção “Vida do Movimento”, para a partilha dos nossos irmãos equipistas da Província Angola.

O tema desta Carta confronta-nos com o apelo de Deus a vivermos com Ele uma relação de proximidade pela ora-ção. Deus quer que nos aproximemos d’ Ele e sejamos capazes de lhe confiar a nossa intimidade com tudo o que ela encerra de mesquinho ou de transcen-dente. Aproveitemos a oportunidade para nos questionarmos sobre como está a nossa relação com Deus e como está o nível da nossa generosidade na resposta aos seus desafios.

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CONSELHEIRO ESPIRITUAL

Na Intimidade com Deus - a Oração

Pe. Carlos José Delgado Conselheiro Espiritual da Supra Região

Ao começar a escrever sobre este tema como que me tremem as mãos, pois estou a escrever para pessoas de um movimento eclesial que tem como fundador um dos homens que, no sé-culo vinte, mais e melhor escreveu, ensinou, fundou escola, testemunhou e viveu dedicando-se exclusivamente à oração na última parte de sua vida. Basta pegar nos livros (para referir apenas os que estão traduzidos em português) como Oração Interior1, Na Presença de Deus. Cem cartas sobre a oração2 e Novas Cartas sobre a Oração3, para nos darmos conta do nível que ele alcançou e a riqueza das propostas que nos dá. Mas Henri Caffarel não foi um teórico, foi sobretudo um homem que viveu e não guardou para si a riqueza que o Senhor lhe ia manifestando. É que toda esta problemática da intimidade com Deus não é tanto uma conquista, mas é sobretudo um dom, um fruto

ou resultado, pois ninguém alcança o Senhor Deus se Ele o não atrair. Vale-ria a pena aprofundar não apenas o que é típico do P. Caffarel mas a sua proposta, uma vez que ele é de ver-dade um pedagogo da oração.

A intimidade com Deus foi, desde sempre, uma busca de todo o ser hu-mano, que está atento ao que vive dentro de si, no seu interior mais pro-fundo e onde sempre surge a atração por uma maior e melhor relação com o ser divino que o transcende. Mas o relacionamento com Deus não é uma realidade espontânea, supõe um certo esforço, caminho a percorrer e algo a aprender. O P. Caffarel come-çou pela busca de Cristo na Sagrada Escritura, aí onde se expressa a reve-lação de Deus ao ser humano e que se centraliza na pessoa de Jesus vivo no meio de nós. Escutando a Palavra, ela acaba com os barulhos nefastos e vai descobrindo, com a sua luz, o ros-

1 CAFFAREL, Henri, Oração Interior, Editorial A. O., Braga 19893ª.2 CAFFAREL, Henri, Na Presença de Deus. Cem cartas sobre a oração. Lucerna, Cascais, 2008.3 CAFFAREL, Henri, Novas Cartas sobre a Oração, Paulus Editora, Apelação, 2012.

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CONSELHEIRO ESPIRITUAL

to de Jesus, pois é n’Ele que se revela toda a plenitude da divindade. Assim, a escuta da Palavra de Deus é escuta de Jesus Cristo, que habita em nós e supõe também a escuta da humanidade, a Ele unida, suplicando-lhe a salvação deste mundo, que também deve ser servido pela Igreja orante. Daí o valor da ora-ção comunitária e em união com todo o Povo de Deus.

Há uma passagem do Evangelho de S. João que é basilar para se entender um pouco da mensagem sobre a oração que o P. Caffarel nos deixou. Ela é como que o ponto de partida: “Se alguém me tem amor, há de guardar a mi-nha palavra; e o meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele faremos morada” (Jo 14, 23).

Primeiro dois dados, que são como que pressupostos: “se alguém me tem amor” e “há de guardar a minha pala-vra”. Este amor a Jesus supõe e resulta de uma fé, já consciente e assumida responsavelmente, de alguém que se encontrou com a pessoa de Jesus e se sentiu reconhecido no seu ser mais profundo. E o “há de guardar a minha palavra” é lógico, pois é fruto ou conse-quência desse amor.

Para o P. Caffarel este encontro com Je-sus leva a um dar-lhe espaço para viver e atuar em nós: “Sua morada”! E então vem a entrega ou oferta de si mesmo a Ele que nos faz viver para o serviço de Deus em Cristo Total, para usar uma

expressão então muito em voga. Por isso pedia que se começasse sempre a oração unindo-se a Cristo Total, ou seja, ao Corpo Místico de Cristo, uno em todos os seus membros e até unido a toda a criação (a Igreja viva e atuan-te no mundo de hoje!). Esta visão de Igreja é assim como que natural, lógi-ca em sua santidade. É o Espírito Santo que a conduz e ilumina. E o mesmo se pode dizer acerca da oração, pois ela é sobretudo dom de Deus, mais do que atividade humana. O fundamental está em querer abrir-se à voz de Deus, que em nós fala, ou clama: “Abba, ó Pai!”. Parece-me que tudo isto está por detrás daquele belo poema:

“Ó Tu que estás em mim no fundo do meu serDeixa-me ir ter contigo no fundo do meu ser.

Ó Tu que estás em mim no fundo do meu serAdoro-Te, meu Deus, no fundo meu ser.

Ó Tu que estás em mim no fundo do meu serLouvado sejas Tu no fundo meu ser.

Ó Tu que estás em mim no fundo do meu serEntrego-me ao teu amor no fundo do meu ser.

Ó Tu que estás em mim no fundo do meu serQue surja a tua alegria no fundo do meu ser.

Ó Tu que estás em mim no fundo do meu serGuarda-me de todo o mal no fundo do meu ser.

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CONSELHEIRO ESPIRITUAL

Ó Tu que estás em mim no fundo do meu serFaz-me viver de Ti no fundo do meu ser.

Ó Tu que estás em mim no fundo do meu serEu quero o que Tu queres no fundo do meu ser.

Ó Tu que estás em mim no fundo do meu serReúne o universo no fundo do meu ser.

Ó Tu que estás em mim no fundo do meu serGlória ao teu santo Nome no fundo do meu ser.

Ó Tu que estás em mim no fundo do meu serDeslumbra-me de luz no fundo do meu ser.”

(P. Henri Caffarel)

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VIDA DO MOVIMENTO

Queridos casais e conselheiros espirituais,

Estamos a viver um tempo privilegia-do, após o Sínodo Extraordinário dos Bispos sobre a família, e com ele a oportunidade para vivermos melhor e mais profundamente este sentido de comunhão entre todos e com a Igreja, na pessoa do nosso Papa Fran-cisco. Ele, que tem um carinho e pre-ocupação particulares relativamente à família, recorda-nos: “O caminho do povo de Deus no deserto, guiado por Moisés, faz pensar nas famílias, nas nossas famílias, a caminho pelas estradas da vida, na história de cada dia...É incalculável a força, a carga de humanidade presente numa família: a ajuda mútua, o acompanhamento educativo, as relações que crescem com o crescimento das pessoas, a par-tilha das alegrias e das dificuldades... As famílias constituem o primeiro lu-gar onde nos formamos como pessoas e, ao mesmo tempo, são os «tijolos» para a construção da sociedade…

O amor de Jesus, que abençoou e con-sagrou a união dos esposos, é capaz de manter o seu amor e de o renovar… O amor de Cristo pode restituir aos esposos a alegria de caminharem jun-tos. Pois o matrimónio é isto mesmo: o caminho conjunto de um homem e de uma mulher, no qual o homem tem o dever de ajudar a esposa a ser mais mulher, e a mulher tem o dever de ajudar o marido a ser mais homem. É a reciprocidade das diferenças. Não é um caminho suave, sem conflitos, não! Não seria humano. É uma via-gem laboriosa, por vezes difícil…mas isto é a vida! No meio desta teologia que a Palavra de Deus nos oferece so-bre o povo em caminho, mas também sobre as famílias em caminho, sobre os esposos em caminho, um peque-no conselho: nunca deixeis terminar o dia sem fazer a paz. É suficiente um pequeno gesto. E assim continuar a caminhar. O matrimónio é símbolo da vida, da vida real, não é uma «ficção»! É sacramento do amor de Cristo e da Igreja, um amor que tem na Cruz a sua

Ecos da Supra Região

Margarida e João Paulo Mendes Casal Responsável pela Supra Região Portugal

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VIDA DO MOVIMENTO

confirmação e garantia. Desejo, a todos vós, um caminho lindo e fecundo. Que o amor cresça! Desejo-vos a felicidade. Existirão as cruzes…mas o Senhor esta-rá sempre lá para nos ajudar a seguir em frente. Que o Senhor vos abençoe!”

Formação de Responsáveis de Setor

Decorreu em Fátima, nos dias 31 de maio e 1 de junho, com a participação dos casais que vão assumir a respon-sabilidade do setor em 2014/2015, ou que, tendo assumido no ano passado, não tiveram oportunidade de estar presentes em 2013. Esta formação, que pretende ser um auxílio aos casais que iniciam a sua missão como RS e,

ao mesmo tempo, garantir a unidade e fidelidade ao carisma, proporcionou espaços de reflexão, partilha e conví-vio. Da responsabilidade da equipa da SR, este encontro contou também com a colaboração do casal Teresa e Duarte de Cunha e do Sr. Pe. Armindo Vaz, que partilharam com todos o seu testemu-nho/reflexão sobre o serviço no movi-mento. Certos de que o setor é o motor do movimento, pela proximidade e co-nhecimento da realidade das equipas; sentimo-nos alegres e confiantes, mas conscientes da responsabilidade pela animação, ligação e crescimento das ENS. Em espírito de serviço saibamos acolher a vontade do Pai! Obrigado pelo vosso empenho e generosidade!

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VIDA DO MOVIMENTO

Reunião da Supra Região

Sob o lema “A comunhão, fonte de vida”, decorreu em Fátima, nos dias 21 e 22 de junho último, a reunião da Equipa da SR. Estiveram presentes os casais Provinciais, responsável do Secretariado, responsável da Comu-nicação, o CSR, o CE da SR, Pe. Carlos Delgado e, com muita alegria de todos, o novo casal que irá em novembro as-sumir a responsabilidade da província Angola, Deolinda e António Oliveira. Foi partilhado o balanço de cada pro-víncia, incluindo as regiões Açores e Madeira, suas alegrias, dificuldades e anseios. Igualmente foi apresentado o balanço de atividades da SR. Tivemos momentos de oração, celebração da Eu-caristia, terço na Capelinha e um tempo de formação orientado pelo CE sobre a “Comunhão Eucarística”. Tendo como base o documento de S. João Paulo II, “A Igreja vive da Eucaristia”, o nosso CE recordou-nos que ao sermos batizados, somos mergulhados na vida divina e depois alimentamo-nos nela através da comunhão (na Eucaristia); é ela que nos fortalece. Une-nos uns aos outros e a Cristo. A Eucaristia é o dom por excelên-cia, porque é o dom do próprio Senhor. Este dom conduz à missão. Louvamos o Senhor por esta oportunidade de cresci-mento vivida por toda a equipa!

Reunião da Supra Região e Colégio da Supra Região

Nos dias 12 e 13 de setembro, nova-mente em Fátima, reuniu a Equipa da SR. Com a presença dos casais Provin-ciais, novo responsável pela P. Norte, Sílvia e Pedro Soares, novo responsá-vel pela Comunicação, Fátima e Edu-ardo Frutuoso, o Pe. Samuel Dombele, em representação do CE da Província Angola, responsável do Secretariado, CSR e o CE da SR. Foi tempo de dar-mos graças a Deus pelos que genero-samente chegam de novo, mas tam-bém pelos que com alegria, sentido do dever cumprido e alguma emoção à mistura, terminam agora as suas mis-sões de responsabilidade. Saudamos particularmente a Fernanda e o Antó-nio Felgueiras que deixam a responsa-bilidade da P. Norte; a Cristina e o João Baptista Makenengo que deixam a responsabilidade da P. Angola e a Rita e o Pedro Cabral que deixam a respon-sabilidade da Comunicação. Agradece-mos o esforço e dedicação em prol do Movimento das ENS em Portugal.

O Colégio da Supra Região teve lugar a 13 e 14 de setembro, sob o lema “…nós anunciamos Cristo crucificado” (1 Cor 1,23). Foram debatidos vários assuntos práticos da vida do movimen-to em espírito de abertura e partilha. Procurámos acolher todos com ale-gria, particularmente os que se encon-travam presentes pela primeira vez:

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VIDA DO MOVIMENTO

Amélia e António Assunção, novo RR Douro Sul; Amélia e João Nunes, novo RR Centro Interior; referimos também a Ana e o Mário Jorge Cabral, novo RR Açores, que não estiveram presentes. Todos estamos ao serviço das ENS, cada um com os seus dons e talentos específicos, por isso procurando dar o melhor de si.

A partilha dos balanços de cada re-gião permite-nos sentir toda a SR e ter presentes os equipistas de Norte a Sul, incluindo Açores, Madeira, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique.

Tivemos momentos de oração, o terço na Capelinha e a Eucaristia de encerra-mento dos trabalhos. O tempo de for-mação e reflexão, que o CE nos propor-cionou, centrou-se no “Mistério da Cruz do Senhor”. A cruz é símbolo da nossa união indestrutível com Cristo e mer-gulha-nos no Seu ser mais profundo. A mensagem que devemos anunciar é que Cristo morreu na cruz, mas está vivo para sempre. Saibamos ser fiéis a este anúncio, através da nossa vida!

Colégio Internacional de Medway (Boston)

Foi com muita alegria que partici-pámos neste Colégio, de 20 a 26 de julho, que reúne os responsáveis de todas as SR e R. isoladas do nosso Movimento. Estiveram presentes 30 casais e 7 CE de todo o mundo. Foram

dias de trabalho, reflexão, oração e também convívio e partilha. Viemos com a certeza de que todos procuram ser fiéis ao que o Pe. Caffarel espera das ENS. A simplicidade e o acolhi-mento estavam presentes em cada rosto com que nos cruzámos. Vive-se um verdadeiro espírito de partilha e entreajuda entre todos, o que nos faz sentir em missão de serviço, corres-ponsabilizando-nos uns pelos outros. Damos graças ao Senhor pela genero-sidade e entrega de todos e por nos querer como humildes trabalhadores desta Sua vinha.

Para todos os equipistas, marquem nas vossas agendas, ENCONTRO NA-CIONAL das ENS em 22 e 23 de novembro, em Fátima.

Sob o olhar carinhoso de Maria, este-jamos atentos à vontade do Pai.

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VIDA DO MOVIMENTO

Fernanda e António Felgueiras Casal Responsável da Província Norte

Província Norte

Caros equipistas,

Esta mensagem será a última que es-crevemos neste espaço pois, como dis-semos na última Carta, cessamos agora a nossa missão como Casal Provincial Norte (a passagem de testemunho será feita no Encontro Nacional de Novem-bro próximo).

O Senhor fez maravilhas connosco e continuará a fazê-las com o casal que, com a sua generosidade e saber, nos sucederá: a Sílvia e o Pedro Soares, da Região Douro Sul.

Só foi possível realizar as atividades do âmbito da nossa missão, com mui-to diálogo um com o outro (às vezes, porque não dizê-lo, num tom mais elevado!!!), mas principalmente com

a preocupação de “pensarmos” tudo com o Senhor para, juntos, podermos discernir a Sua vontade!

Entendemos o nosso papel de Casal Responsável Provincial nas suas duas vertentes: como membro da Equipa da Supra Região e como elemento de li-gação e coordenação das 4 Regiões da Província.

Na medida das nossas capacidades e disponibilidades, esforçámo-nos por fa-zer o que era ou nos parecia necessário, em tempo oportuno.

De novo, a todos os que nos acom-panharam nesta linda caminhada, os nossos agradecimentos e a certeza da nossa oração.

REGIÃO DOURO SUL

Quando fomos convidados para assumir a responsabilidade da Região Douro Sul,

Sílvia e Pedro SoaresCasal Responsável da Região Douro Sul

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VIDA DO MOVIMENTO

escolhemos como lema “a felicidade está mais em dar do que em receber” porque sempre nos sentimos interpela-dos a pôr a render os dons que Deus nos deu e por acreditarmos que é estando ao serviço que damos testemunho da nossa fé: “vede como eles se amam!”

Assim, quando assumimos esta respon-sabilidade, o nosso principal objetivo foi “mimar” os casais que pertencem às ENS, não só através das atividades que foram proporcionadas como também através da formação e da ligação porque “só se ama aquilo que se conhece” e isto só acontece quando ligamos rostos.

Por outro lado, as famílias que estão nas “periferias” sempre foram uma grande inquietação para nós. Por isso, desde a primeira hora, procuramos aproximar as ENS à comunidade atra-vés da organização de ações direcio-nadas a casais que não pertenciam às ENS e a jovens que terminaram a sua caminhada catequética.

Sentimos verdadeiramente que esta deve ser também uma missão das ENS porque quem recebe esta riqueza não a pode guardar para si ou para as suas equipas.

E agora que terminamos a nossa mis-são, sentimos que as sementes estão lançadas, algumas terão caído no ca-minho, outras em terreno pedregoso, outras entre espinhos e outras em boa terra. Esperamos que as que caíram em terra boa dêem bom fruto.

Deixamos uma palavra de apreço e gra-tidão ao CE, CRS e CRECIP com quem

trabalhamos porque acreditamos que eles foram os principais mentores de todo este trabalho e a todos os Equipis-tas da nossa Região, que tanto nos mi-maram. Sobretudo, sentimo-nos felizes por termos sido responsáveis por uma Região tão viva e dinâmica!

Ao casal que vai assumir a responsabili-dade desta Região – Amélia Maria e An-tónio Assunção, da Cortegaça 3 – dese-jamos as maiores felicidades e que Deus os ilumine sempre no seu caminho!

REGIÃO DOURO NORTE

Somos a Conceição e o António Dória e desta vez coube-nos falar um bocadi-nho da nossa região.

Pois bem: ela nasceu da restrutura-ção das Regiões Porto 1, da qual éra-mos Regionais, e Porto 2. Em conjunto, após muita reflexão, achou-se melhor agrupar os Sectores da cidade do Porto numa só região – Região Porto – e criar a Região Douro Norte, que agrega os sectores Maia, Trofa e J.

É uma região com um elevado poten-cial de crescimento e constituída pelos Setores:

Xão e António DóriaCasal Responsável da Região Douro Norte

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VIDA DO MOVIMENTO

SETOR MAIA

A Maia 1 surgiu na sequência dum CPM, em que os seus casais participaram. A iniciativa foi do casal Maria da Graça e Fernando Araújo Barros que já conhe-ciam o Movimento. A reunião zero acon-teceu em 5 de Janeiro de 1986. Ficaram ligados ao Setor F da Região Porto.

Em 26 de outubro de 1990, com 7 equi-pas (3 das quais em pilotagem) reali-zou-se a 1ª Reunião da Equipa do Setor da Maia, então criado.

Um Setor dinâmico, que foi crescendo e que, durante alguns anos, acolheu al-gumas equipas de Gondomar. Das 19 equipas que entretanto se formaram, somos hoje 16 equipas ativas e man-temos, como atividades regulares, o Dia de Setor, Missas de Setor, Via-Sacra, Jornadas (de 2 em 2 anos), além das participações nas atividades propostas pela Região.

SETOR TROFA

As ENS chegaram à Trofa em 13-10- -1978, dia em que nasceu a Trofa 1, por

Sãozinha e José Guilherme BentoCasal Responsável do Setor Maia

Elsa e Augusto CamposCasal Responsável do Setor Trofa

iniciativa de 6 casais e do abade da pa-róquia, o Sr. Padre Joaquim Ribeiro.

Inicialmente ligadas à Região Porto, as ENS da Trofa passaram pela Região Nor-te e Porto 1.

Atualmente, o Setor Trofa pertence à recém-criada Região Douro Norte e é constituído por 16 equipas, estando em fase de formação duas novas equipas.

Aqui mostramos um pouco do que são as ENS na Trofa.

SETOR J

O Setor J foi criado em 2009 com 8 equipas distribuídas por Gondomar, Va-longo, Paredes, Penafiel e Lousada.

Atualmente conta com 13 equipas (5 em Gondomar; 3 em Valongo; 2 em Paredes; 2 em Penafiel e 1 em Lousa-da), 65 casais, 10 Conselheiros Espiritu-ais e 6 casais piloto.

A média de idades dos elementos das equipas é de 50 anos, a média de anos de casamento é de 26 e a de ordenação dos Conselheiros Espirituais é de 25.

Fátima e Eduardo QueirósCasal Responsável do Setor J

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VIDA DO MOVIMENTO

Mª do Carmo e António Pedro Casal Responsável da Província Centro

Queridos amigos,

Nesta Carta partilhamos um pouco mais da nossa diversidade: 3 Regiões, 17 Setores…, grande diversidade de “lín-guas”, mas o mesmo espírito: servir.

A Região Centro Interior partilha a ale-gria da renovação no serviço: muito obrigado ao casal Isabel e Tózé Mar-ques e as boas vindas ao novo casal regional: Amélia e João Nunes. Estamos muito gratos pela vossa generosidade.

Da Centro Litoral fica-nos o desafio para aproveitarmos os momentos de encon-tro para refletir sobre a razão de ser das ENS. Juntos somos luz uns para os outros!

A Região Centro Sul diz-nos que a ex-pansão acontece, mesmo quando pare-ce difícil, se os Setores caminharem em conjunto e em sintonia com os desafios do Movimento.

Louvamos a Deus por estes dons. Bem hajam.

Província Centro

Queridos amigos equipistas:

Já passaram 4 anos desde que a Mª José e o Rocha vieram a nossa casa desafiar-nos, acordar-nos da letargia em que já nos íamos acomodando!...

Pensámos imediatamente que só uma resposta era possível: sim! Se Deus nos chamava para a messe, nós só tínhamos que largar tudo e pôr-nos a caminho.Pedimos ao Espírito Santo que estivesse connosco e que a Sua Luz iluminasse o caminho. E assim partimos para a mis-são, com muitas dúvidas e incertezas, conscientes das nossas limitações e dos nossos parcos talentos, mas com uma vontade enorme de servir. Contámos sempre com a ajuda dos amigos equi-pistas da Região, da Província e da Su-pra Região, que se foram cruzando con-nosco. Que saudades já sentimos deles!

Fomos caminhando, até que chegámos ao Encontro Internacional de Brasília. Este Encontro foi para nós inesquecível e constituiu um novo fôlego – “Ousar

Isabel e Tozé MarquesCasal Responsável da Região Centro Interior

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VIDA DO MOVIMENTO

o Evangelho”, fazendo de cada casal equipista um samaritano a cuidar dos ”caídos” na beira do caminho. Passou também a ser o nosso desafio na RCI. “Ousar o Evangelho”, na RCI, passava por alargar o Movimento a mais ca-sais, constituindo equipas novas ou renovando as já existentes. Passava também por chamar os equipistas a comprometer-se não só com o Movi-mento mas também com a Igreja e a Sociedade. Sentimos que demos um passo pequenino mas que ficámos muito aquém do que pretendíamos.

A nossa missão na RCI chegou ao fim e lá fomos chamar o casal Amélia e João Nunes da Covilhã para continuar a ca-minhada. Com o espírito de missão e serviço que caracteriza os casais das ENS, também eles deram o seu “sim”. As maiores bênçãos para eles.

A todos aqueles que Deus colocou no nosso caminho durante esta missão um muito obrigado. Bem hajam e contem sempre connosco já que seguiremos o apelo do Papa Francisco – evangelizar, com a alegria de quem tem a certeza de que a bênção de Deus e de Maria nunca nos abandona, ainda que tudo à volta pareça prestes a desmoronar.

Um abraço fraterno a todos os equipis-tas do casal Isabel e TóZé.

Xana e Henrique DiasCasal Responsável da Região Centro Litoral

Os setores de Aveiro realizaram, no passado dia 4 de outubro, o seu en-contro de abertura. Deixamos aqui o testemunho do CR do Setor Aveiro B sobre o acontecimento.

Ecos da abertura do Ano nos Setores de Aveiro

O programa teve início com um tempo de oração presidida pelo Pe. Nestor So-bral, CE do Setor B e de duas Equipas.

O Tema – A Família na Comunidade Cristã” foi apresentado pelo Pe. Ma-nuel Rocha, também CE duma Equipa.

Iniciou o trabalho com uma rica re-flexão sobre a família na sua origem natural e espiritual, no amor humano de um homem e de uma mulher, que-rida por Deus desde o início da criação (“criou-os homem e mulher”) e que, por Jesus Cristo, foi elevado à dignida-de de sacramento. União estável de um homem e de uma mulher alicer-çada na fidelidade, indissolubilidade e abertura à vida. Família que precisa

Se Deus nos chamava para a messe, nós só tínhamos que

largar tudo e pôr-nos a caminho.

Maria Idalina Noronha e Manuel AraújoCasal Responsável do Setor Aveiro B

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VIDA DO MOVIMENTO

de ser defendida na sua natureza e constituição e nos seus valores.

Referindo-se às ENS afirmou que são uma escola de formação e os seus elementos encontram na Pastoral Fa-miliar um vastíssimo campo para o exercício do seu carisma.

Após o convívio seguiu-se a Eucaris-tia, com a igreja do Seminário cheia. Foi o primeiro contacto das ENS com o nosso Bispo, D. António Moiteiro, re-centemente chegado à nossa Diocese. No início da Eucaristia foi feita ao Senhor Bispo, em nome dos três Setores, uma saudação pelo casal de Ligação à Diocese.

Na homilia, muito rica e clara, o Senhor Bispo situou os textos da liturgia e diri-giu-se diretamente às ENS, transpondo para o contexto atual a vinha, os vinha-teiros e os frutos. Realçou a Pedagogia dos PCE como fundamental para o ca-sal e o Dever de se Sentar, feito a três, como meio eficaz para discernir, com o olhar de Deus, os sinais dos tempos.

Lembrando o Sínodo dos Bispos so-bre “Os Desafios Pastorais da Família”, incentivou-nos a ser missionários da família, e terminou repetindo: “O amor do casal cristão é a imagem mais per-feita do amor de Deus pelo homem”.

Mª João e Manuel LourençoCasal Responsável da Região Centro Sul

Neste número da Carta, damos a pala-vra ao CR do Setor Tomar, onde decor-reu a abertura das atividades de quatro dos setores desta Região.

Início das atividades em Tomar

O encontro de arranque de ano dos Setores de Almeirim A e B, Santarém e Tomar, decorreu na Igreja de S. João em Tomar.

O Setor de Tomar, bem como a comu-nidade paroquial, receberam os casais das equipas dos outros setores, familia-res e CE com grande alegria e espírito de acolhimento.

Após um longo período de estagnação, o Setor de Tomar tem 2 Equipas em pi-lotagem: a Entroncamento 1 (a termi-nar) e a Tomar 11 (realizou a reunião 1 em outubro).

Queremos dar graças a Deus pelo con-tributo que o Pe. Mário Duarte e o Pe. Sérgio Santos têm dado para que este Setor esteja a dar “novos frutos”.

Cristina Maurício e Rui ConstantinoCasal Responsável do Setor Tomar

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Teresa e Rui Barreira Casal Responsável pela Província Sul

Neste número da Carta, para além de um texto nosso e de um outro do casal responsável pela nova/renovada Região Sintra/Oeste, quisemos dar voz ao Bis-po Auxiliar de Lisboa, D. Nuno Brás, que vem convidar todos os equipistas da área do Patriarcado a empenhar-se na prepa-ração do Sínodo diocesano de 2016.

O filósofo francês Gilles Lipovetsky, que veio a Lisboa para participar no 3º Encontro Presente no Futuro (3-4 de outubro de 2014), organizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, afirmou, em entrevista à Renascença, que a causa jihadista “é um movimen-to que, paradoxalmente, se aproveita da destruição social e cultural, da in-dividualização da nossa sociedade, de uma sociedade que não tem um en-quadramento comunitário, que deixou de propor “objetivos fortes”, e que por isso é capaz de atrair um determinado número de jovens, já que é capaz de propor “objetivos fortes”, mas que é expressão do aspeto desestruturante da individualização que grassa atualmente nas nossas sociedades. Como não ver

Província Sul

aqui os frutos dos contínuos ataques à familia, que tanto têm contribuído para a sua desagregação, deformação e des-truição? A família opõe-se ao individu-alismo, pois tem início na comunhão conjugal (“aliança”, na qual o homem e a mulher “mutuamente se dão e rece-bem um ao outro”), vivendo a sua re-alidade numa comunidade de pessoas, para quem o modo próprio de existir e viver juntas é precisamente a comu-nhão. Se é na familia que, enquanto escola de amor, aprendemos a viver e a crescer numa autêntica comunidade de pessoas, se esta se torna ausente, o que nos restará?

Diocese de Lisboa em Sínodo: “O sonho missionário de chegar a todos”

Na sua Exortação Apostólica “A alegria do Evangelho”, o Papa Francisco pedia

Mª João e Manuel LourençoCasal Responsável da Região Centro Sul

D. Nuno BrásBispo Auxiliar de Lisboa

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VIDA DO MOVIMENTO

aos Bispos que, com o objetivo de fa-vorecer a comunhão missionária das respetivas dioceses, estimulassem e procurassem “o amadurecimento dos organismos de participação propos-tos pelo Código de Direito Canónico e de outras formas de diálogo pastoral, com o desejo de ouvir a todos” (n. 31). E, em nota, indicava precisamente o Sínodo diocesano como a primeira dessas formas.

Ora o Código de Direito Canónico de-fine um Sínodo diocesano como uma “assembleia de sacerdotes e de outros fiéis da Igreja particular, escolhidos para auxiliar o Bispo diocesano para o bem de toda a comunidade diocesa-na” (can. 460). Desde 1640 que ne-nhum Sínodo diocesano era convoca-do na diocese de Lisboa.

Àquela vontade do Santo Padre veio juntar-se, no caso concreto da diocese de Lisboa, a comemoração, em novem-bro de 2016, dos 300 anos da sua qua-lificação como “Patriarcado”, dada pelo Papa Clemente XI, que a justificou com a atividade missionária então desen-volvida pelos cristãos da nossa diocese.

Foi assim que o Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, anunciou no passa-do dia 22 de janeiro de 2014 a convo-cação de um Sínodo Diocesano com o objetivo de colocar toda a diocese em dinamismo missionário. Usando pala-vras do Papa Francisco no documento a que já fizemos referência, trata-se

de tomar a sério “o sonho missionário de chegar a todos” (n. 31).

Os trabalhos de preparação do Síno-do já foram lançados: cada grupo de cristãos já existente (e, portanto, cada Equipa de Nossa Senhora existente na diocese) ou aqueles que se venham a criar com este objetivo, são convi-dados, por um lado, a ler a Exortação Apostólica do Santo Padre (um capítu-lo em cada trimestre) e, à sua luz, a rever a vida da respetiva comunidade paroquial, movimento, congregação ou instituto religioso; e, por outro lado, a procurar iniciativas concretas de evangelização e a partilhá-las com todos (os materiais de trabalho são acessíveis a todos por meio da inter-net: www.patriarcado-lisboa.pt).

No final de cada trimestre, os resul-tados de cada grupo serão recolhidos pela Comissão Preparatória. Deste es-forço de síntese surgirá, por volta de julho de 2016, o documento de tra-balho do Sínodo, que será objeto da reflexão dos sacerdotes, religiosos e leigos chamados pelo nosso Bispo a participar nas sessões sinodais.

Para além disso, todos somos, desde já, convidados a rezar pelo bom êxito do Sínodo diocesano, em comunidade e individualmente.

No fundo, trata-se não apenas de pensar mas, sobretudo, de fazer com que no coração de todos os cristãos da nossa diocese se reacenda a alegria de

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evangelizar aqueles que ainda não co-nhecem Jesus: como diz o Santo Padre, Ele “quer evangelizadores que anun-ciem a Boa-Nova, não só com palavras, mas sobretudo com uma vida transfigu-rada pela presença de Deus” (EG 259).

Caros equipistas,

Há 2 anos, o Senhor chamou-nos para aceitarmos a responsabilidade de ser-mos Casal Regional da Região Sintra.

Conscientes das nossas limitações, mas confiantes no Senhor e recordando o que alguém nos disse um dia, “Deus não escolhe os capacitados, mas ca-pacita os escolhidos”, aceitámos com muito amor e entrega a missão que nos foi confiada.

Decorridos estes 2 anos, damos graças a Deus, pelo nosso Sim ao serviço de Deus e dos irmãos neste Movimento que tanto amamos e tanto nos tem ajudado na nossa caminhada em Igreja e em Família.

Este ano, as nossas responsabilidades foram acrescidas com o alargamento da Região. As Regiões Sintra e Oeste fo-ram agregadas, passando a chamar-se Região Sintra/Oeste.

Lena e Armando SilvaCasal Responsável pela Região Sintra/Oeste

Atualmente é composta por 68 Equipas,

350 casais, 65 Conselheiros Espirituais,

6 Equipas inscritas para o próximo EEN

em novembro e mais 4 Equipas em pi-

lotagem, distribuídas por 5 Setores: Cal-

das da Rainha, Sintra A, Sintra B, Sintra

C e Torres Vedras.

No ano passado procurámos fazer o

nosso “trabalho de casa”, ou seja, ir a

algumas atividades dos Setores de Cal-

das e Torres Vedras para conhecermos

os casais que compõem esses Setores.

Nazaré

Alcobaça

Caldas da Rainha

ÓbidosPeniche

Bombarral

Cadaval

Alenquer

Mafra

Sintra

Amadora

Arruda dos Vinhos

Lourinhã

Torres Vedras

Sobralde Monte

Agraço

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Com muita alegria partilhamos o amor e acolhimento com que sempre fomos recebidos e os laços que sentimos esta-rem a ser criados.

Queremos ainda deixar o nosso agrade-cimento ao Casal Regional cessante, Fá-tima e Eduardo, pelo excelente trabalho desenvolvido na Região Oeste e pelo apoio e disponibilidade que sempre nos deram e que sabemos terá continuidade.

Nesta missão pretendemos ainda real-çar o apoio e ajuda do sempre nosso

querido Conselheiro Espiritual, Padre Miguel Ribeiro e a mais-valia por tam-bém podermos fazer caminhada com os Casais Responsáveis de Setor e Casal RECIP, que compõem a Equipa da Região, e que sentimos estarem empenhados e unidos na expansão do Movimento.

Agradecemos-Te Senhor, a missão que nos confiaste, pois sabemos que estás sempre connosco.

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VIDA DO MOVIMENTO

Província África

Caros amigos,

Nesta carta vamos dar voz à Região de Moçambique porque está a viver dois momentos de grande intensidade. Um com a realização do 1.º Encontro Nacio-nal das ENS de Moçambique, que se rea-lizou na Guiúa, Província de Inhambane, e outro pela passagem de testemunho do casal Ester e Isaías Nhabomba para o casal Rosalina e António Gabriel. Que o Senhor os abençoe e proteja na mis-são que lhes confiou de responsáveis pela Região de Moçambique.

Caríssimos Irmãos Equipistas,

Foi este momento de fecho que nós, Casal Nhabomba, há bem pouco tempo Casal Regional, escolhemos para, antes do nosso ADEUS como Regionais, ende-

Guida e Luís Costa Casal Responsável da Província África

Ester e Isaías NhabombaCasal Responsável cessante da Região Moçambique

reçarmos, como não podia deixar de ser, algumas palavras de agradecimento.

Agradecermos, em primeiro lugar, a Deus que, ao longo destes 4 anos ao serviço desta grande Região, foi-nos mostrando o que fazer, como fazer e quando fazer. Queremos, muito since-ramente, confessar que, quando fomos chamados para esta tão grande missão, pensámos que se tratava de algum equívoco. Não éramos nós, certamente, tão pequenos que somos! Mas era pura verdade! Daí em diante, devíamos co-meçar a cair na real, passe a expressão.

Mas, paulatinamente, fomo-nos aper-cebendo que se tratava, afinal, de um trabalho de equipa, bastando, para tal, solicitar apoio. Foi assim que fomos re-cebendo de todos vós tanto apoio que, em muitos casos, foi mais ensinamen-to do que apoio. Aprendemos muito, mas muito mesmo! Por isso, é mister que depois de Deus, o nosso humilde agradecimento vá para todos vós, carís-simos irmãos em Cristo, e em particular a toda a equipa regional.

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Nesta nossa caminhada não podemos deixar de evocar e agradecer aos nos-sos sempre presentes Conselheiros Espi-rituais, Padres e Irmãs religiosas, sem os quais a nossa missão teria sido pratica-mente impossível, com particular ênfa-se para o nosso Conselheiro da Região, o Reverendo Padre Eduardo, a quem tivemos que recorrer vezes sem conta em muitas situações melindrosas e aci-dentes de percurso. O Padre Eduardo foi para nós um verdadeiro Pai, um indis-pensável companheiro de viagem e, so-bretudo, um grande precetor. Por isso a nossa profunda vénia ao Padre Eduardo.

Os nossos agradecimentos estendem- -se também ao Senhor Bispo de Lichin-ga, D. Élio Greselin, e ao Senhor Bispo de Quelimane, D. Hilário Massinga, pelo encorajamento que nos deram aquando da visita de cortesia que lhes fizemos em novembro de 2011, nas suas Dio-ceses, em missão das ENS. As ENS po-dem e devem dar um grande apoio à Igreja, sobretudo no Ministério da Família – disseram-nos eles.

Agradecemos igualmente aos senhores Bispos de Gurúè, de Pemba, de Nacala e de Chimoio, que nos receberam em audiência, a nós e ao nosso Conselhei-ro Espiritual regional, em novembro de 2011, aquando da Conferência Episco-pal no Seminário Santo Agostinho, na Matola. O assunto era o mesmo – im-plantar o Movimento nas Dioceses. Pela sua anuência e encorajamento, esta-mos profundamente agradecidos.

Aos nossos inesquecíveis amigos, os res-ponsáveis pela Província África, nossos hierarquicamente chefes diretos, Guida e Luís Costa, por quem nutrimos grande amizade, muita confiança e que, apesar de longe de nós, sempre procuraram sa-ber das nossas dificuldades, das nossas vitórias e sempre prontos a nos dar uma mão de encorajamento, dizemos-lhes de viva voz que os seus nomes estarão sempre ligados pela positiva à história da Região de Moçambique.

Momentos vividos aquando do 1º Congresso das ENS em Moçambique

O Congresso de Guiúa, o primeiro na história do Movimento das ENS na Re-gião de Moçambique, o mesmo é dizer, na nossa história como equipistas, foi um momento de encontro festivo en-tre as diferentes equipas de todo o país (Região), à exceção dos equipistas de Lichinga e Chimoio, os únicos ausentes, infelizmente, por motivos de segurança, devido à instabilidade política que se vive no país. No total participaram 210 pessoas, das quais 2 bispos, 6 sacerdo-tes conselheiros espirituais e 2 religiosas também conselheiras espirituais.

Rosalina e António GabrielCasal Responsável da Região Moçambique

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VIDA DO MOVIMENTO

Na nossa modesta análise, o Congresso de Guiúa constituiu um grande marco na vida e história do Movimento, em geral, e dos casais equipistas partici-pantes, em particular.

Para além das cinco palestras que, no nosso ponto de vista, foram verdadeiras lições de aprendizagem de como en-frentar os grandes desafios que se colo-cam à família, onde os casais equipistas devem ser o fermento da sociedade na sua intervenção junto dos casais em cri-se, as palestras serviram também para o aprofundamento espiritual na vida dos equipistas, sob a orientação dos conselheiros espirituais.

Outro momento de particular interesse foi o das reuniões de equipas mistas, em que casais de diferentes equipas, setores e pontos de origem puderam trocar as suas experiências de como respondem aos diversos desafios que, de diferentes formas e circunstâncias, se colocam à vida dos casais, pon-

do em causa a coesão das equipas e afetando a expansão do Movimento. As conclusões das várias equipas mistas, trazidas ao plenário, e complementadas pelos contactos interpessoais entre os equipistas nos momentos de lazer e convívio, constituíram um grande enri-quecimento na vida do Movimento.

Não deixaríamos de nos referir ao im-portantíssimo momento das celebra-ções eucarísticas diárias em que, antes do início de cada jornada, pedíamos a Deus a bênção para os trabalhos do dia, através da intercessão da nossa Padro-eira junto ao Seu Filho Jesus Cristo.

Finalmente, os nossos agradecimentos vão para Dom Francisco Chimoio, Dom Adriano Langa e toda a equipa de con-selheiros espirituais, que nos deram o seu carinhoso acompanhamento espi-ritual durante todo o Congresso, bem como os momentos de orações que nos proporcionaram.

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Cristina e João Baptista Makenengo Casal Responsável da Província Angola

Província Angola

Que melhor mês haveria* para con-versarmos um pouco sobre a oração que é tão cara ao Movimento e aos seus membros – o MAGNIFICAT? Que abençoadas são as ENS por se colo-carem sob proteção de Maria, a Mãe d’Aquele que é o centro da vida espi-ritual dos equipistas!

Inspirado por Deus foi o Pe. Henri Caffarel quando entendeu que, para chegar a Cristo, não havia melhor guia que a própria Mãe do Salvador.

E aqui estamos nós, em grande nú-mero de pessoas de Portugal e de África Lusófona, que numa “submis-são de homem livre” deseja compro-meter-se a seguir este caminho de esperança, cantando e louvando com Maria as maravilhas que o Senhor faz e fez em nós.

Deus fala e se revela através de pes-soas escolhidas e tiradas do meio do próprio povo (cf Ez 2, 2-5). A missão de falar em nome de alguém exige absoluta fidelidade àquele que se representa. O escolhido é humano

e marcado pela fraqueza como todos. Estamos nas vésperas da passagem de testemunho para o novo casal Provin-cial de Angola. De facto, já escolhemos o casal que assumirá a responsabilida-de pela vida da Província. Preparemo--nos para esse momento. Em primeiro lugar, reavivando a fé e a convicção de que a escolha vem do Alto. Por isso acolhemos com fé e alegria o casal indicado ou eleito. Em segundo lugar, ajudando-o a desempenhar a missão com generosidade.

Responsabilidade na eleição e corres-ponsabilidade no exercício da missão. Maria, quando chamada à missão e dignidade de mãe, sentiu sua peque-nez, após aceitar o chamado mostrou-se generosa e corajosa. Deus serve-se de instrumentos pequenos e simples para fazer-se presente; usa o que é frágil para as grandes obras. “Sabe tra-balhar com instrumentos insuficientes” (Papa Francisco). A palavra “respon-sável” amedronta. O temor assalta os chamados à responsabilidade; é bom

* Texto redigido em outubro de 2014

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sinal, porque revela consciência de responsabilidade, mas também revela imperfeição. É preciso superar o temor para exercê-la de forma amadurecida. O temor é vencido acolhendo a chama-da vinda da boca de Deus. Maria teve medo ao escutar o Anjo. “Não tenhas medo, disse o Anjo, pois achaste graça diante de Deus”. Ao escolhido Deus re-pete: “Achaste graça diante de Mim”.

Os casais são portadores do chamado divino. O SIM é fruto da fusão de dois elementos: o divino, a graça de Deus e o humano, a disponibilidade do esco-lhido, que colocará a boa vontade e os talentos à disposição da graça. A graça é a semente, o casal responsável é o semeador, as Equipas o terreno. Con-jugue, misture e amasse o seu esforço com a graça de Deus e a sua equipa será uma vinha florida, verdadeira Igreja, reunida em nome de Cristo para orar, escutar a Palavra e partilhar a vida e o pão ao redor da Mesa da Fraternidade, onde formamos um só corpo e um só coração. A graça, como o fermento, mostra sua força na mas-sa que a acolhe e se deixa invadir por ela. A graça é luz. A luz de cada um é sinal da fecundidade da graça, e juntos como equipa formam um belo lustre. Para a equipa, o SIM, é fonte de

alegria e paz, sinal de esperança, pon-to de unidade e solidariedade. Um SIM é uma bênção de Deus para a equipa.

Especialmente neste mês de outubro dedicado à Mãe de Jesus, peçamos--lhe, como nossa padroeira e inter-cessora, que nos ajude a servir a Deus sempre mais perfeitamente, acolhen-do e cuidando de seus filhos. Confie-mos à Virgem Maria a fecundidade dos nossos “SIM’s à vida pessoal, conjugal e familiar, à nossa missão nas ENS e na Igreja, unindo-nos, cotidianamen-te, a Ela no Magnificat.

Notícias de Angola

As notícias sobre as atividades realiza-das em Angola, sejam as mais gerais da Província sejam as mais específicas das regiões Angola Norte, Centro e Sul es-tão publicadas no sítio da Internet das Equipas de Nossa Senhora, em www.ens.pt, no separador ENS Portugal/An-gola/Notícias.

A graça é luz. A luz de cada um é sinal da fecundidade da graça, e juntos como equipa formam um belo lustre.

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VIDA DO MOVIMENTO

Caros amigos equipistas!

Chegámos ao Colégio há quatro anos atrás, quando o lema da equipa da Su-pra Região era “ Eu sou o caminho a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai senão por Mim”. Ao longo desses qua-tro anos fomos fazendo caminho com o nosso casal provincial do sul e ilhas e com todas as regiões de norte a sul e seus provinciais, vivemos momen-tos de muita alegria fraterna, oração e reflexões profundas partilhadas pelos conselheiros espirituais, que muito nos enriqueceram e nos ajudaram a ca-minhar em casal e em equipa. Enfim, recebemos mais do que aquilo que fo-mos capazes de dar, por isso dizemos: “Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer” (Lc 17,10).

Agora, na hora da partida, com a nova equipa da Supra Região, cujo lema é “Eu venho, Senhor, para fazer a Vossa vontade”, queremos desejar à Ana e ao Mário Jorge Cabral, que vão assumir a responsabilidade da Região Açores, as maiores alegrias e muita garra para que a nossa Região continue a dar muitas equipas ao movimento.

Região Açores

Gina e Anselmo BarcelosCasal Responsável da Região Açores

Por último, uma palavra para a nossa Região Açores, que nestes quatro anos, através dos setores, deu ao movimento mais equipas, com casais novos cheios de energia e vontade de levar a outros casais a vivência da espiritualidade conjugal, praticando os pontos concre-tos de esforço, que tanto nos ajudam a crescer como casal cristão, para solicitar a todos eles, sem exceção, que sejam generosos quando convocados para integrarem alguma equipa de serviço (setor, formação, pilotagem, região) e que participem ativamente nas ativida-des propostas pelo movimento.

Para todos um abraço fraterno.

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VIDA DO MOVIMENTO

Região Madeira

Pe. Manuel RamosConselheiro Espiritual da Região Madeira

Discernir os sinais da Memória e da Missão*

O começo de um novo ano é sempre uma porta que se abre para novos desa-fios no ser peregrino da família dos filhos de Deus.

Na comunhão com a Igreja, o novo ano é marcado pela realização da III Assem-bleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos sob o tema “Os desafios pastorais da Família no contexto da Evangelização” e por ser o ano dedicado à Vida Consa-grada. Estes acontecimentos deverão despertar em nós muita oração e aten-ção às propostas concretas que nascerão para a Igreja.

A nossa caminhada em Movimento e em Equipa será sob o farol “Discernir os sinais dos tempos”. Esta é uma atitude proféti-ca que todos temos a obrigação de as-sumir para intuir os caminhos da missão em cada tempo e circunstâncias concre-tas. Só da fé, do amor salvífico de Deus, da comunhão, é que pode brotar esta “intuição”, o “perscrutar” os sinais, que

indicarão portas abertas, para anunciar ao mundo os valores da família e do ma-trimónio cristão sob o olhar de Deus que é Pai e caminha connosco lado a lado.

A atual geração está a tornar-se incrédu-la. É uma geração que não se coloca con-tra Deus ou contra a Igreja, mas é uma geração que está a aprender a viver sem Deus e sem a Igreja. Há transformações na família, na escola, na cultura ociden-tal. Exigindo também da Igreja mudanças profundas, em atitude profética, no olhar e viver o nosso tempo.

Perante estes cenários, os casais cristãos são desafiados a abrir portas para ence-tar caminhos de conversão, para serem fermento na massa, faróis do amor du-radouro do matrimónio cristão e da famí-lia “igreja doméstica”. Seguindo o pen-samento do Pe. Caffarel “se as ENS não forem um viveiro de homens e mulheres prontos para assumir, corajosamente, to-das as suas responsabilidades na Igreja e na cidade, perdem a sua razão de ser”.

* O artigo completo pode ser consultado no site das ENS, no espaço de notícias destinado à Região Madeira.

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VIDA DO MOVIMENTO

Reunião da Supra RegiãoJaneiro de 2015, dias 10 e 11

Encontro de Equipas Novo Fôlego (EENF)Fevereiro de 2015, dias 7 e 8

Encontro de Equipas Novas (EEN)Fevereiro de 2015, dias 14 e 15 – Província Centro

Encontro de Equipas em Caminhada (EECam)Fevereiro de 2015, dias 21 e 22

Encontro de Equipas em Comunhão (EECom)Fevereiro de 2015, dias 21 e 22

Próximas atividades Supra Região Portugal 2015

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CORREIO DA ERI

Mensagem do Casal da ERI Responsável pela Comunicação e Relacionamento com os Casais Jovens

Françoise e Rémi Gaussel Casal da ERI Responsável pela Comunicação e Relacionamento com os Casais Jovens

Queridos amigos,

Somos Françoise e Rémi Gaussel da Equipa Responsável Internacional, en-carregados da comunicação e das rela-ções com os casais jovens. Terminámos, em agosto de 2013, a nossa missão de casal responsável da Supra-Região Fran-ça-Luxemburgo-Suíça. Estamos casados há quarenta e seis anos e temos dois filhos casados e sete netos.

A internacionalidade do nosso Movi-mento é fonte de uma grande riqueza; o último encontro em Brasília demons-trou-o mais uma vez. É, pois, importan-te que os equipistas do mundo inteiro possam estar em comunhão; para isso, é preciso aprender a conhecer melhor a realidade das nossas vidas, a com-preender melhor as nossas culturas, a apreender melhor a nossa maneira de viver em equipa. A comunicação de-sempenha, pois, um papel importante. Como diz o Papa Francisco, “comunicar bem ajuda-nos a aproximarmo-nos e a

conhecermo-nos melhor uns aos ou-tros”. Os meios modernos que temos à

nossa disposição facilitam essa aproxi-

mação. O sítio Internet é, a este respei-

to, um instrumento eficaz que é preciso

melhorar continuamente, atualizar e

tornar mais atraente. Vai ser criada uma

comissão de redação para refletir nessa

renovação; vai também ser dada uma

atenção especial para que as várias ru-

bricas sejam regularmente enriquecidas

e atualizadas. Correspondentes das di-

ferentes zonas ficarão encarregados de

nos informar sobre acontecimentos que

mereçam ser levados ao conhecimen-

to de todos… A parte dedicada ao Pe.

Caffarel e à sua obra será revista, apro-

fundada e ilustrada. Além disso, com a

preocupação de evangelizar e de nos

mantermos fiéis ao carisma fundador,

serão propostos textos de reflexão so-

bre o matrimónio e o casal. Progressiva-

mente, o sítio internacional é assim cha-

mado a tornar-se um sítio de referência.

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CORREIO DA ERI

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Como o matrimónio cristão e a família, célula base da sociedade, atravessam atualmente uma grave crise no mun-do, é imperativo que as Equipas de Nossa Senhora reflitam nos meios a uti-lizar para se darem a conhecer melhor. O carisma fundador e a pedagogia do nosso Movimento podem ser fonte de ajuda para um grande número de jo-vens casais inquietos perante essa evo-lução e desejosos de fazer a sua união duradoura e ancorada na Fé. Na sua última exortação apostólica, o Papa Francisco não deixou de nos convidar a “sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho”.

Além disso, o nosso Movimento, fun-dado na espiritualidade conjugal e no sacramento do matrimónio, tem por missão evangelizar em profundidade os jovens casais que já são equipistas. Temos, pois, que dar testemunho a fa-vor do matrimónio, olhar com fé esta nobre instituição e mostrar que a du-rabilidade não é uma utopia mas que, com a ajuda do Senhor e o exercício da vontade, é possível e entusias-mante. Impõe-se, mais do que nunca, ajudar os casais a viver uma espiritu-alidade conjugal forte para discernir, face a uma sociedade que veicula um certo número de contraverdades e preconiza a superficialidade. É preciso conciliar iniciação e aprofundamento, gradualidade e exigência, o que exige

imaginação e criatividade. Não sendo as realidades quotidianas as mesmas nos diferentes países do mundo, é preciso refletir em evoluções do Movi-mento a adaptar consoante os lugares e as circunstâncias. Compete à ERI tra-çar caminhos de unidade e abrir cami-nhos novos a fim de responder às ex-pectativas de todos os casais que têm necessidade de ser acompanhados de forma a permitir que a sua união seja duradoura. A primeira ação fraternal é facilitar o encontro desses jovens com o Amor de Deus dando-lhes testemu-nho da Boa Nova que Jesus nos veio anunciar. “O Evangelho – como dizia o Papa Francisco nas JMJ do Rio – é para todos, e não apenas para alguns. Não é apenas para aqueles que nos pa-recem mais próximos, mais abertos, mais acolhedores. É para todas as pes-soas”. As Equipas de Nossa Senhora têm o dever de, com a ajuda do Espíri-to, aceitar este grande desafio.

Comunicar bem ajuda-nos a aproximarmo-nos e a conhecermo-nos melhor uns aos outros.

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Oração em família

VIDA DE CASAL

Regiani e Tiago Líbano MonteiroEquipa L151, Setor Lisboa J, Região Lisboa 1

Somos a Regiani e o Tiago Líbano Mon-teiro, casados há 22 anos e pais de 7 filhos com idades dos 20 aos 9 anos e pertencemos à Equipa L151 de Lisboa. Na nossa juventude – a Regiani no Bra-sil e o Tiago em Portugal – tanto nas nossas famílias de base como nas Equi-pas de Jovens de Nossa Senhora a que pertencemos, habituámo-nos a rezar em grupo: desde a oração antes das refeições até à adoração do Santíssi-mo, passando por momentos de oração com meditação e partilha. Pensamos que isso contribuiu muito para a natura-lidade com que foi surgindo e crescen-do a nossa oração em família.

Desde recém-nascidos levámos sempre os nossos filhos à missa. Pensamos que isto os foi habituando aos momentos de oração e de silêncio que exigem, da parte deles, uma postura adequa-da. Em casa rezamos sempre antes das refeições (com ou sem convidados, quaisquer que sejam) e ao deitar, bem como no início das viagens maiores. No Advento a montagem em conjunto do presépio, da árvore de Natal, da co-roa do Advento e dos enfeites da casa

lançam-nos para uma oração mais de-morada, domingo a domingo, ao acen-der as velas da coroa. Já na Quaresma é o respeito pelo jejum e abstinência e uma via-sacra, dentro de casa ou em Equipa, que nos lançam para momen-tos mais profundos de oração. Em maio damos mais atenção a Nossa Senhora, rezando de vez em quando o terço en-quanto arrumamos a cozinha ou numa viagem mais comprida.

Deus não se torna mais ou menos pre-sente consoante a maior ou menor qualidade da nossa oração. Deus está sempre connosco a 100%! Mas nós te-mos que fazer a nossa parte: abrir-Lhe a porta e deixá-Lo entrar, porque Ele nunca força a entrada! E este é, para nós, o grande desafio: como passar aos nossos filhos esta vontade de eles abri-rem o seu coração a Deus, num total respeito pela liberdade deles e neste contexto atual de uma sociedade pro-fundamente egoísta que lhes entra pela porta dentro sem pedir licença? Como diz o Papa Francisco, no início da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (nº 2), “Quando a vida interior se fecha

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VIDA DE CASAL

nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fa-zer o bem.” Não temos nenhuma recei-ta nem nenhuma bala de prata… Temos a vida do dia a dia, a nossa oração con-jugal onde pedimos ajuda ao Senhor, os nossos deveres de se sentar onde, na presença de Deus, tentamos encontrar novas propostas de caminhos onde os nossos filhos possam encontrar esta alegria do Amor de Deus e se sintam entusiasmados em fazer o bem. E, sem dúvida, uma oração familiar participada ajuda muito a promover este objetivo.

Damos assim muita importância a não deixar cair a oração numa rotina. A ora-ção tem que ser viva, tem que mexer connosco, tem que nos confortar nos momentos difíceis mas também tem que nos provocar, desafiar, desinstalar. Para isso é fundamental a participação ativa de cada um e mudanças de esque-

ma de tempos a tempos. Por exemplo, na oração antes das refeições introduzi-mos o “Pão da Palavra”, oferecido por um casal da nossa equipa. É uma caixa com muitos papéis redondos, em for-mato de hóstia, cada um com um trecho bíblico seguido de uma pequena oração. Todos os dias, de forma rotativa, há um filho que tira um papel e lê a oração.

Uma vez estávamos nós a pensar como dar a volta a esta tendência para os ir-mãos se criticarem permanentemente uns aos outros. Criámos então uma “tabela de elogios” durante 1 mês que indicava, para cada dia e para cada fi-lho, um irmão a quem ele tinha que fazer um elogio (na verdade nós tam-bém entrámos na tabela). Assim, em cada dia e na oração da noite, todos nós tínhamos que fazer um elogio a um e receber um elogio de outro. O resultado foi muito interessante: to-dos aderimos ativamente e o nível dos elogios surpreendeu muito pela positi-va, principalmente para quem estava

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VIDA DE CASAL

habituado a ouvir tantas críticas. Por várias vezes alguns se comoveram por não imaginarem que os outros pudes-sem, no fundo, pensar tão bem deles. Esta promoção de ver o bem no ou-tro é um exercício fantástico e muito necessário nos dias de hoje. Os nossos filhos pediram para fazer de novo, e já estamos a repetir a dose!

Por último gostávamos de referir o nos-so Dever de se Sentar em família. De vez em quando fazemos uma reunião para decidir sobre questões da vida familiar introduzidas por nós ou pelos nossos filhos. Sentamo-nos todos à mesa e rezamos primeiro com o mes-mo espírito do dever de se sentar: cons-

cientes da presença de Deus no meio de nós, pedimos-Lhe que nos ajude a saber escutar os outros com atenção e a procuramos as melhores soluções para todos. Não é complicado de fazer e ajuda muito a criar um espírito paci-ficador e participativo, tanto dos filhos como dos pais, importante em particu-lar nos temas mais difíceis.

Que Deus nos ajude a transmitir aos nos-sos filhos, pela nossa vida e pela oração, a essência da família, para que eles pos-sam descobrir que a verdadeira alegria está no serviço aos outros em total gra-tuidade e liberdade. Isto é fazer o bem, isto é amar, é isto que nos faz felizes!

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VIDA DA IGREJA

A Igreja em Notícia

Pe. Carlos José Delgado Conselheiro Espiritual da Supra Região

A Família no centro das atenções – Durante o passado mês de outubro (de 5 a 19) decorreu em Roma uma Assem-bleia Extraordinária e preparatória do Sínodo dos Bispos, que culminará em outubro de 2015, sob o tema “Os desa-fios pastorais da família no contexto da evangelização”. Trata-se, sem dúvida, de um acontecimento da maior impor-tância para a vida da Igreja, das comuni-dades cristãs, das ENS e dos cristãos em geral. O acompanhamento feito pelos media tem sido intenso e, como sem-pre, tendendo a distorcer os conteúdos que vão transparecendo, já nesta fase das primeiras discussões, e portanto de apresentação de conteúdos o mais di-versificados possível. Daí ser importante seguir o Sínodo com atenção através de sites seguros (como por exemplo: “Síno-do – a pensar a Família hoje”, Agência Ecclesia, Santa Sé, etc.) e não apenas pela imprensa generalista.

A fase mais decisiva é a do final de outubro de 2015, mas depois o Santo Padre ainda irá redigir uma Exortação Apostólica, sancionando então as con-clusões apresentadas.

Os holofotes têm-se virado apenas para os temas mais polémicos, como o dos divorciados, recasados e homossexuais. Mas há temas muito mais decisivos e mesmo, quando se fala dos sofrimen-tos relativos à família, que provocam o atual agir da pastoral eclesial, temos muitos mais: solidão da viuvez, o ce-libato não consentido, a esterilidade, a violência, sofrimento dos pais e avós na educação, etc… Mas estes temas não constituem chamariz! Peçamos a força e a luz do Espírito de Deus para nos abrir o caminho do verdadeiro e santo amor familiar, segundo a Sua vontade nos dias de hoje, como tanto o deseja-va e propunha o Pe. Caffarel.

Viagens do Papa Francisco – É curioso estar atento à lógica e prioridade que manifesta o Papa Francisco nas suas viagens fora do Vaticano. Desde Lampe-dusa até à projetada ao Sri Lanka: que move o Papa Francisco? Se S. João Pau-lo II denunciava facilmente um pastor e um teólogo, o papa Francisco denuncia um evangelizador que levanta muitas interrogações, esperando uma resposta posterior e pelo mundo inteiro. Na Albâ-

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VIDA DA IGREJA

nia foi o apelo à fidelidade, perante o exemplo dos mártires e a urgência da evangelização: “Matar em nome de Deus é um grande sacrilégio!” E a sua passagem pela zona da Terra Santa, como ela foi carregada de simbolismo e de interpelações!... Por alguns elas foram bem sentidas… Os frutos são aguardados em esperança confiante. E o mergulho no mundo oriental da Coreia?!... E a China ali tão perto!

Em 20 de novembro está prevista a sua ida rápida ao Conselho Europeu, mas em janeiro (13 a 15) de 2015 está projetada uma visita ao Sri Lanka (que significa “terra santa”, em sânscrito, ainda língua litúrgica). Tem apenas

7% de população católica e enfrenta muitas dificuldades e perseguições. E a Índia ali tão perto!...

Meios de Comunicação Social – Já é conhecido o tema da mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comuni-cações Sociais, a realizar no dia 17 de maio de 2015: “Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor”. Está também em sintonia com o Sínodo dos Bispos. O texto será conhecido no dia 24 de janeiro de 2015, festa de São Francisco de Sales, o padroeiro dos jornalistas.

(Recolha na “Agência Ecclesia” pelo Pe. Carlos José Delgado)

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A METODOLOGIA DAS ENS

Henry Caffarel Fundador das ENS

A reunião de equipa*

“Ter fé”? É olhar com os olhos de Deus todas as realidades humanas e, tam-bém, todas as realidades sobrenaturais; é ver todas as coisas do ponto de vista de Deus. Ter fé é justamente possuir o olhar de Deus no coração.

O objetivo desta conferência é convidá-los a ver com os olhos da fé a reunião mensal das nossas equipas, a olhá-la com os olhos de Deus.

Há uma palavra técnica, uma palavra da Igreja que define com precisão a nossa reunião mensal – é uma palavra grega que conservarei sem traduzir: “Ecclesia”.

A grande preocupação de Nosso Senhor Jesus Cristo, durante toda a sua vida apostólica, foi agrupar, reunir. A vontade de Cristo foi reunir homens à sua volta.

Ora com eles, ensina-os a orar...

E talvez em nenhum lugar se descobre mais profundamente os sentimentos de Cristo em relação aos seus discí-pulos do que durante a sua grande e impressionante oração depois da Ceia,

quando recomenda ao Pai aqueles que lhe foram entregues e que vão ter a rude missão de levar a sua mensagem a todos os homens. E que termina: “Pai Santo, guarda em Teu nome aqueles que me deste, para que sejam UM, como nós somos UM.”

Podemos ler nos Atos dos Apóstolos al-guns desses grandes textos que cons-tituem precisamente os estatutos da Ecclesia.

Temos o quadro, certamente idílico, da primeira assembleia cristã, da primeira Ecclesia. “Todos os crentes viviam uni-dos e colocavam tudo em comum”.

Todos os dias, com um só coração, fre-quentavam assiduamente o templo. Rompiam o pão em suas casas. Toma-vam seu alimento com alegria e simpli-cidade de coração. Louvavam a Deus e tinham a simpatia de todo o povo.

Esta primeira assembleia chamava-se “Ecclesia”, o que quer dizer em grego, assembleia, a assembleia do povo.

* Extratos adaptados de “A Ecclesia”, conferência realizada pelo Pe. Henri Caffarel em São Paulo (Brasil), em julho de 1957, dirigida aos Casais Responsáveis das ENS.

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Nesta palavra Ecclesia, há outra palavra grega que é preciso notar: “clesis”, que quer dizer “convocação”.

A Ecclesia é a assembleia dos convocados.

Para os apóstolos, os discípulos, Eccle-sia tinha um sentido infinitamente rico, uma repercussão extraordinária, pois lembrava uma palavra chave, uma tra-dição que era conservada viva, em Isra-el, desde séculos.

A “Ecclesia do Deserto” é a imensa as-sembleia de todos esses Hebreus, pri-sioneiros dos Egípcios, libertados por Moisés, ou melhor, por Deus.

Hoje em dia, a palavra Ecclesia evoca para nós apenas a grande Igreja.

Quanto às reuniões de cristãos, ninguém teria a ideia de chamá-las de “Ecclesia”, o que é realmente lamentável. É justa-mente por isso que, aos poucos, se per-de o sentido desta realidade misteriosa que é uma assembleia de cristãos.

Vou abordar o mistério de uma peque-na Ecclesia. Convido-vos a avivar a vos-sa fé e a olhar, à luz da fé, a reunião

mensal, para descobrir o mistério que ali se vive, quando estiverem reunidos em nome do Senhor.

“O pequeno grupo cristão é verdadeira-mente uma célula da Igreja. Ora, a célu-la vive da vida do corpo: em cada célula do meu corpo, minha alma está toda ela presente e viva. Da mesma forma, em cada célula da Igreja, em cada Ec-clesia, a alma da grande Igreja está pre-sente, viva, impaciente por dispensar e desdobrar todas as suas virtualidades de santificação.”

Se esta reunião é uma Ecclesia, então o mistério da grande Igreja está presente na pequena Igreja.

A pequena Ecclesia tem um centro; o seu centro é precisamente Jesus Cristo, invisível mas presente no meio dela.

É preciso que toda a Ecclesia, mesmo a menor, seja um diálogo entre a assem-bleia e Cristo misteriosamente presente.

Um diálogo: não somente de vozes, mas corações que respondem uns aos outros e vidas que se dão.

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A METODOLOGIA DAS ENS

Maria Junília e António Manuel OliveiraEquipa Póvoa 2, Setor Póvoa do Varzim, Região Norte

O lugar da oração nas reuniões de equipa

Por ação do Espírito “que faz tudo em todos”, no ano já distante de 1976, fomos desafiados pelo Padre Joaquim Gonçalves (mais tarde Bispo de Vila Real, responsável pela implantação da Pastoral Familiar na Arquidiocese de Braga) a aprofundar a nossa espi-ritualidade conjugal através do Movi-mento das Equipas de Nossa Senho-ra. Por graça de Deus, em novembro daquele ano, com um grupo de casais que conhecemos em trabalho pastoral de CPM, começámos a fazer parte da Equipa Póvoa 2, Região Norte, acom-panhados pelo Padre Cândido Pedrosa.

Receosos de não termos capacidade para levar a cabo este desafio ou de não sermos dignos do convite, fomos trilhando o novo caminho de comu-nhão e amor.

Tudo era novo, mas maravilhoso. A reunião de equipa, esperada com an-siedade, causava alguma angústia por-que tinha que ser preparada com zelo. A Fernanda e o Zé Eduardo Sá, casal

piloto, bem como o nosso CE iam-nos guiando com ternura e paciência. Difícil mesmo era a meditação individual, es-cutada por todos em profundo silêncio, logo seguida da oração pessoal.

Ano após ano, estes momentos fo-ram ocupando o lugar privilegiado das nossas reuniões, como fator de alegria e unidade. Começámos a perceber como é bom falar com o Pai que nos ama. Como diz o nosso fundador, Pe. Caffarel, logo na sua primeira carta: “a meditação, justamente, é o céu; é, pelo menos, a sua realidade essencial: a presença de Deus, o amor de Deus, o acolhimento de Deus ao seu Filho… Portanto, Deus está em nós, no centro do nosso ser. Presente, vivo, ativo”. A oração propicia este encontro no amor e faz-nos entrar no coração de Deus, construindo comunhão.

Foi difícil perder o nervosismo desta exigência do Movimento, mas lenta-mente fomos percebendo o que o profético Pe. Caffarel queria dizer:

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A METODOLOGIA DAS ENS

“o objetivo essencial das Equipas é aju-dar os casais a tender para a santidade: nem mais, nem menos”. A oração é o

cimento agregador. Hoje podemos dizer

que a nossa reunião mensal de equipa

é para nós, casais da Póvoa 2, segun-

do os seus testemunhos, um oásis, um

tempo de oração, de união ao Pai atra-

vés de Jesus que é caminho e de Ma-

ria, a Senhora do Acolhimento. É esta

atitude de Maria que sentimos no casal

que nos recebe e que agradecemos an-

tes da refeição. Segue-se o momento

da Oração em que, unidos no mesmo

Espírito, escutamos a Palavra que Deus

nos dirige naquele dia, interiorizamo-

la, meditando e rezando. As intenções que cada casal e o CE colocam, para se-

rem rezadas durante o mês, consolidam

a nossa união e prolongam a oração

no nosso dia a dia. É neste ambiente

que fazemos a nossa Partilha de Vida,

agradecendo os sucessos e pedindo

ajuda para vencer as nossas falhas.

É em atitude de oração que ouvimos os

nossos companheiros de jornada e com

eles agradecemos as maravilhas que o

Senhor vai operando em nossas vidas

sendo suporte e alento nos momentos

menos bons que também aparecem.

O Tema de estudo é colocado diante

de todos como ação de graças pelo aprofundamento que, em conjunto, o casal conseguiu desenvolver naquele mês. No Magnificat, com que termina-mos todas as nossas reuniões, sentimo--nos unidos a Maria louvando e glori-ficando o Senhor. Todos os caminhos de “espiritualidade” exigem conversão, mas este, da espiritualidade conjugal, porque compromete no mesmo projeto dois seres tão diferentes, mulher e ho-mem, numa via de respeito pela liber-dade e identidade de cada um, exige uma grande disponibilidade para a con-versão imediata. Só pela oração per-sistente é possível fazer este caminho e chegar “ao outono da vida” unidos como na “primavera da nossa vida”!

Para além dos momentos intensos de oração em equipa, ao longo destes trin-ta e oito anos, temos encontrado ou-tras oportunidades para rezar, louvan-do e bendizendo o Senhor por tantas maravilhas que em nós vai operando: o dom dos filhos e netos, com que enriquece cada casal; as realizações e êxitos pastorais dos Sacerdotes que nos acompanham; ou mesmo para pedir a intercessão em situações dolorosas de doença, desemprego, incompreensão ou separação. A Póvoa 2 viveu um mo-mento de grande sofrimento, há cinco anos, quando Deus chamou para a sua casa o nosso CE, Cónego Cândido Pe-drosa, depois de ter caminhado con-nosco durante trinta e três anos, com

Deus está em nós, no centro do nosso ser. Presente, vivo, ativo.

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A METODOLOGIA DAS ENS

uma presença constante e um exem-plar testemunho de vida. Fizemos vio-lência ao céu a pedir que continuasse entre nós, mas aceitávamos a vontade de Deus como rezamos na oração que Cristo nos ensinou: seja feita a vossa vontade. E a vontade era que partisse para receber a recompensa do serviço prestado à Igreja e para nos enviar um outro Sacerdote seu amigo, compa-nheiro de casa e de espiritualidade, o Sr. Padre Manuel Graça que continua a ser, para nós, um dom inspirador. Com a sua juventude, afabilidade, sabedoria

e dinâmica incita-nos a caminhar e a manter uma grande união, levando-nos a discernir as provações e a vencer as dificuldades de cada dia, como etapas de crescimento espiritual.

Pedimos ao Espírito Santo que nos mantenha unidos e em comunhão, para testemunhar e passar aos nossos filhos e netos este sinal de unidade e espiritualidade, e nos conceda o dom de escutar sempre as palavras cheias de ternura, da nossa Mãe, a Senhora do SIM: fazei tudo o que Ele vos disser.

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QUEM É O PADRE CAFFAREL?

Isabel e Augusto Veiga de MirandaCasal responsável pela Equipa de Reflexão e Aprofundamento do Pensamento do Padre Caffarel

Orar é ou não Vital?

De Henri Caffarel: Profeta do Sacramen-to do Matrimónio, ENS, Supra Região Portugal, 2010, pp. 21-23:

“Os nossos amores humanos requerem encontros, diálogo, momentos de inti-midade. É vital.

O mesmo se passa com o amor de Deus. Ele definha na alma do cristão que não se proporciona a si próprio, em cada dia, momentos de encontro com o Senhor, momentos de diálogo, de inti-midade, isto é, de oração. E isso não é menos vital!

E quando me perguntam, “mas onde quer que eu arranje tempo para re-zar?”, isso deixa-me pensativo... Ou não entendeu o caráter vital da oração para alimentar a vida espiritual e religiosa, ou então é assunto para o psiquiatra, tal como a mãe de família numerosa que sofria de forte anemia e que respondia ao médico “como é que quer que eu tenha tempo para comer, com 8 filhos e tudo o que isso implica, os biberões, as fraldas para lavar, os banhos dos pe-quenos, as traduções de línguas para os mais velhos...?”

A questão é saber se comer é vital; a questão é saber se rezar é vital.

Afinal talvez seja culpa nossa, dos Pa-

dres, se os cristãos não acreditam no

valor da oração. Será que os alertamos o

suficiente para a anemia espiritual que

os espreita? Quando vêm confessar-se

de cobardia, de orgulho, de impureza,

em vez de os estimularmos para não

reincidirem, será que chamamos a sua

atenção para a sua verdadeira causa,

para o seu estado de menor resistência

que os torna terrivelmente vulneráveis?

Recomendamos-lhes a única solução

que lhes permitirá adquirir vitalidade

espiritual e, portanto, resistir às amea-

ças interiores e exteriores: a oração?

Após 20 anos de ministério, creio po-

der afirmá-lo com segurança: o cristão

que não consagra cada dia dez minutos

– um quarto de hora – a esta forma de

rezar que se chama Oração ou Medita-

ção permanecerá sempre infantil, ou

melhor definhará. Viverá graves crises,

das quais não sairá vitorioso, ou talvez

mesmo, nem consiga sair delas por

muito tempo.

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QUEM É O PADRE CAFFAREL?

Após 36 anos de vida sacerdotal pare-ce-me cada vez mais evidente que, se tantos cristãos estão moral e psiquica-mente doentes, vivem ansiosos, depri-midos ou sobre-excitados – se tantos casais não chegam a acordo, à harmo-nia, à união, à alegria que haviam es-perado – se a cristandade se revela tão profundamente dividida, tanto no plano do pensamento como no da ação, é porque a importância da oração é des-conhecida. Quando os indivíduos e as sociedades não se ligam mais a Deus pela oração, ficam entregues às forças de desagregação, sem defesas...

A minha experiência não me deixa dú-vidas, a oração é vital para vós leigos, como para nós sacerdotes. Entenda-mo-nos bem, não falo de uma rápida oração da manhã ou da noite, mas da que se chama oração interior ou medi-tação... [...]

Este Deus que está dentro de vós não é um Deus silencioso, Ele fala; mas para o ouvir é preciso silêncio. “O Pai pro-

nuncia uma Palavra, é o seu Verbo, e é o seu Filho. Di-la num silêncio eterno, é em silêncio que a alma o ouve” (S. João da Cruz).

O silêncio é difícil no nosso mundo in-crivelmente barulhento. [...]

No entanto, o silêncio interior é pos-sível. Para aí chegar é preciso treino com paciência e delicadeza. Os meios violentos nunca foram bons meios de pacificação. E é mesmo de pacificação que se trata, pacificação de todas as fa-culdades a fim de as tornar disponíveis a Deus, imóveis, à “escuta”. Este último termo evoca uma certa qualidade do si-lêncio: o recolhimento. É uma atenção bem desperta, pronta a perceber a voz interior. [...]

Tende confiança, perseverai na Oração e Cristo apaziguará e conduzirá a Ele as vossas faculdades errantes, como o pas-tor de que fala Santa Teresa de Ávila, que ao cair da noite toca a flauta para juntar as ovelhas dispersas nos prados.”

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INTERCESSORES

Rita e Joaquim Carvalho Casal Responsável pelos Intercessores

“O Senhor está perto de quantos O invocam” *

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Na carta aos intercessores o CR inter-nacional (Gerard/Christine Roberty) exulta à prática da CARIDADE, virtude teologal que leva a fazer o bem aos outros, inspirada no amor ao próximo. “Tudo é claro para nós cristãos e ainda mais para nós intercessores que toma-mos a nosso cuidado as intenções de oração pelos irmãos em sofrimento, na procura de uma resposta para uma situação angustiante ou uma acção de graças pela resposta a um pedido feito ao Senhor. Frequentemente, no curso dos séculos, a palavra “caridade” to-mou conotação pejorativa ligada à ne-cessidade de “fazer caridade” para se tributar sobre a sua boa posição social ou riqueza. Hoje, a nossa sociedade, atingida pela miséria, solidão, isola-mento, redescobriu o verdadeiro sen-tido desta palavra que significa amor ao próximo, e muito mais ainda, que se inscreve num amor ainda maior: o Amor de Deus.”

É com este Amor de Deus com que somos abençoados que abraçamos os intercessores e o seu projecto de o dis-tribuir pelos que dele necessitam.

Como em todo o empreendimento que se quer ver crescer e no início de cada ciclo ou ano sempre se fazem projectos na esperança de que “este ano é que vai ser…” não poderíamos fugir à regra. Tendo Cristo como alia-do e o Espírito Santo como orientador, estamos confiantes. O propósito é: au-mentar a família intercessora através de novas adesões e conseguir cada vez mais pedidos de intercessão “por-tugueses”. Todos temos problemas e pedidos de ajuda mas, muitas vezes, porque os achamos só nossos e temos alguma relutância em os expor, não os partilhamos. Está na hora de nos aproveitarmos desta inspiração do P. Caffarel – intercedemos pelos outros e beneficiemos da oração dos que nos querem ajudar a ser atendidos pelo Pai.

* Este texto não segue as normas do último Acordo Ortográfico.

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Para alcançarmos o primeiro propósito tentamos chegar mais junto dos casais das ENS através do apoio de casais res-ponsáveis regionais que tentarão sen-sibilizar os equipistas para se juntarem à cadeia de oração que gostaríamos de completar. Temos muita esperança neste próximo ano e naquilo que Jesus nos irá trazer. Essa mesma Esperança de que nos falava o P. Marcovitz quando dizia na última carta aos intercessores: ”… a esperança não é só a confiança em Deus para o nosso porvir, mas tam-bém a perspectiva de salvação (nossa e da humanidade). A esperança leva-nos a antever (de maneira segura) a felici-dade da vida na eternidade, pois Deus não nos pode enganar”.

É precisamente a promessa da Sua vin-da que confere todo o entusiasmo à esperança. Aqui está todo o apoio para a nossa oração. Como não ficar interpe-lado por pedidos tão importantes pelos quais rezamos? Muito frequentemente há urgência em pedir, suplicar, forçar as portas do Céu. “É preciso importunar

Deus!”. Sim, mas todos os nossos pedi-dos têm como apoio essa espera lon-ga e profunda da beatitude que Deus promete para nós e para todos. O silên-cio da oração impõe-nos esta compro-vação: ao rezar por alguém, o Senhor manda-nos levantar os olhos para a Sua presença e o Seu mistério, para a Sua misericórdia e para a Sua paz.

O P. Radclif (Brasília 2012) dizia ”Como disse o Cardeal Martini – embora as ENS não sejam um movimento de acção, querem ser um movimento de gente activa; que nos impede de agir? Talvez, diante do sofrimento do mundo, nos sintamos incompetentes. Que diferen-ça pode fazer a minha insignificante pessoa? Mahatma Gandhi disse: o que quer que façam será insignificante, mas é importante que o façam – cada um de nós deverá ter a sua pequena acção. Com a graça de Deus, ela pode mudar o mundo.”

Pedimos ao Senhor que nos ajude a ser generosos na nossa contribuição!

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PARTIRAM PARA O PAI

✝ João Lopes Porto2014-04-23, Equipa Porto 6, Setor I, Região Porto

✝ Olívia Lourdes Cardoso Costa Malheiro Sarmento2014-05-16, Equipa Porto 47, Setor C, Região Porto

✝ Maria Arminda Soares Barbosa2014-06-01, Equipa Guimarães 5, Setor Guimarães, Região Norte

✝ António Neves da Gama2014-06-03, Equipa Covilhã 3, Setor Covilhã, Região Centro Interior

✝ Maria Alda Brandão2014-06-05, Equipa Arouca 1, Setor Vouga, Região Douro Sul

✝ Maria Ribeiro Silva2014-06-06, Equipa Leiria 16, Setor Leiria B, Região Centro Sul

✝ Carlos Santos Henriques2014-06-18, Equipa Porto 70, Setor I, Região Porto

✝ José Ribeiro Abreu2014-06-22, Equipa Feira 5, Setor Feira, Região Douro Sul

✝ António Alfredo Monteiro2014-06-29, Equipa Vila Real 4, Pré-Setor Vila Real/Alijó, Região Norte

✝ Sofia Pires Ramos2014-09-14, Equipa Figueira 8, Setor Coimbra Beira Mar, Região Centro Litoral

✝ Fernando Cascão2014-09-27, Equipa Cantanhede 2, Setor Coimbra Beira Mar, Região Centro Litoral

“Eu sou a Ressureição e a Vida; aquele que crê em Mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em Mim, não morrerá eternamente” Jo II,25-26

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LIVROS RECOMENDADOS

A Família que reza no dia a diaPietro Fiordelli, Paulus, 2011.

A Família que reza no dia a dia é uma obra de Dom Pietro Fiordelli, ex-bispo de Prato, em Itália, entretanto já falecido. No decurso do seu ministério episcopal, sempre dedicou uma atenção especial à temática da família. Partindo do princípio de que as famílias que rezam em conjunto são mais fortes e mais unidas, o autor quis, com esta obra, fornecer às famílias um meio para fortalecer a sua relação pela oração.

Cada página é dedicada a um dia diferente, de acor-do com o calendário anual. As famílias são convidadas

a rezar quando estão sentadas à mesa, através de um esquema pré-definido que contém um excerto do Evangelho, um pequeno comentário, uma invocação, uma prece e ainda uma oração de benção da mesa.

Este livro de Sarah Young parte da consciência da presença incondicional e permanente de Jesus na vida de cada homem e de cada mulher. Jesus nunca nos abandona, não obstante haver momentos em que os nossos sentidos não conseguem captar a Sua presença.Em jovem, numa aldeia dos Alpes franceses, Sarah Young viveu uma experiência muito forte de encontro com Jesus, que ela percebeu presente na beleza estonteante da paisagem alpina. Essa experiência marcou indelevelmente a sua vida. Desde então, tem procurado Jesus na oração e na escrita, desenvolvendo a capacidade de escuta e transpondo para o papel o resultado desse diálogo íntimo com Deus.O livro que aqui se apresenta é a consequência dessa procura e desse encontro, expressa em 366 mensagens “de coragem, conforto e esperança”, uma para cada dia do ano. Trata-se de um contributo valioso para quem se esforça por viver o desafio da intimidade com Deus e a procura da plenitude.

Jesus está contigo todos os dias do anoSarah Young, Lua de Papel, 2012.

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Ficha TécnicaCarta das Equipas de Nossa Senhora

Ano 51 Nº55, Nov, Dez 2014 e Jan 2015

Diretor João Paulo Mendes

Equipa Redatorial Fátima e Eduardo FrutuosoEquipa da Supra Região

Traduções Fátima e António Moitinho de Almeida

Design Arco da Velha

E-mail [email protected]

Capa Arco da Velha

Impressão e acabamento Clio by RiP-Artes Gráficas, Lda

Propriedade, Administração e EditorEQUIPAS DE NOSSA SENHORAMovimento de Espiritualidade Conjugal(Instituição Particular de Solidariedade Social)NIF: 501 753 265 Av de Roma, nº 96, 4º E | 1700-352 LISBOAT: 216 097 677 | TM: 925 826 364E-mail: [email protected] | Web: www.ens.pt

Tiragem deste número: 5.600 exemplares

Publicação trimestral fornecida gratuitamente a todos os membros das ENS

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