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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOS · avaliação geral, valeu a pena", conclui. Acertos prevaleceram "Podemos dizer que progredimos, prin-cipalmente se considerarmos o que a CAI-XA

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Conselho Editorial:Conselho Editorial:Conselho Editorial:Conselho Editorial:Conselho Editorial: Davi Duarte, Bruno Vanuzzi, Carlos Alberto R. de Castro Silva, Roberto Maia, GryecosAttom V. Loureiro, Anna Claudia de Vasconcellos e Júlio Vítor Greve|JorJorJorJorJornalista responsável:nalista responsável:nalista responsável:nalista responsável:nalista responsável: Mário GoulartDuarte (Reg. Prof. 4662) - E-mail: [email protected]. PPPPProjeto gráfico:rojeto gráfico:rojeto gráfico:rojeto gráfico:rojeto gráfico: Eduardo Furasté|Editoração ele-Editoração ele-Editoração ele-Editoração ele-Editoração ele-trônica:trônica:trônica:trônica:trônica: José Rober to Vazquez Elmo|Capa e contracapa:Capa e contracapa:Capa e contracapa:Capa e contracapa:Capa e contracapa: Eduardo Furasté|Ilustrações:Ilustrações:Ilustrações:Ilustrações:Ilustrações: RonaldoSelistre|Tiragem:Tiragem:Tiragem:Tiragem:Tiragem: 1.100 exemplares| Impressão: Impressão: Impressão: Impressão: Impressão: Gráfica Pallotti|PPPPPeriodicidade:eriodicidade:eriodicidade:eriodicidade:eriodicidade: Mensal.A ADVOCEF em Revista é distribuída aos advogados da CAIXA, a entidades associativas e a instituições deensino e jurídicas.

Julho | 20092

wwwwwwwwwwwwwww.advocef.advocef.advocef.advocef.advocef.org.br – Discagem gratuita 0800..org.br – Discagem gratuita 0800..org.br – Discagem gratuita 0800..org.br – Discagem gratuita 0800..org.br – Discagem gratuita 0800.647647647647647.....88998899889988998899

ASASASASASSOCIAÇÃO NACIONAL DOSSOCIAÇÃO NACIONAL DOSSOCIAÇÃO NACIONAL DOSSOCIAÇÃO NACIONAL DOSSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOSADVOGADOSADVOGADOSADVOGADOSADVOGADOSDA CAIXA ECONÔMICA FEDERDA CAIXA ECONÔMICA FEDERDA CAIXA ECONÔMICA FEDERDA CAIXA ECONÔMICA FEDERDA CAIXA ECONÔMICA FEDERALALALALAL

DIRETORIA EXECUTIVDIRETORIA EXECUTIVDIRETORIA EXECUTIVDIRETORIA EXECUTIVDIRETORIA EXECUTIVAAAAA 2008-20102008-20102008-20102008-20102008-2010PPPPPresidente: residente: residente: residente: residente: Davi Duarte (Porto Alegre)Vice-PVice-PVice-PVice-PVice-Presidente: residente: residente: residente: residente: Bruno Vicente Becker Vanuzzi (Porto Alegre)1º Secretário:1º Secretário:1º Secretário:1º Secretário:1º Secretário: Ricardo Gonçalez Tavares (Porto Alegre)2º Secretário: 2º Secretário: 2º Secretário: 2º Secretário: 2º Secretário: José Carlos Pinotti Filho (Londrina)1º T1º T1º T1º T1º Tesoureiro:esoureiro:esoureiro:esoureiro:esoureiro: Fernando da Silva Abs da Cruz (Novo Hamburgo)2º2º2º2º2º TTTTTesoureiro: esoureiro: esoureiro: esoureiro: esoureiro: Mariano Moreira Júnior (Florianópolis)Diretor de ArDiretor de ArDiretor de ArDiretor de ArDiretor de Articulação e Rticulação e Rticulação e Rticulação e Rticulação e Relacionamento Institucional:elacionamento Institucional:elacionamento Institucional:elacionamento Institucional:elacionamento Institucional:

Carlos Alberto Regueira de Castro Silva (Recife)arararararticulacao@advocefticulacao@advocefticulacao@advocefticulacao@[email protected]

Diretor de Comunicação:Diretor de Comunicação:Diretor de Comunicação:Diretor de Comunicação:Diretor de Comunicação:Roberto Maia (Porto Alegre)comunicacao@advocefcomunicacao@advocefcomunicacao@advocefcomunicacao@[email protected]

Diretor de Honorários:Diretor de Honorários:Diretor de Honorários:Diretor de Honorários:Diretor de Honorários:Gryecos Attom Valente Loureiro (Volta Redonda)honorarios@advocefhonorarios@advocefhonorarios@advocefhonorarios@[email protected]

Diretor de Negociação:Diretor de Negociação:Diretor de Negociação:Diretor de Negociação:Diretor de Negociação:Anna Claudia de Vasconcellos (Florianópolis)negociacao@advocefnegociacao@advocefnegociacao@advocefnegociacao@[email protected]

DiretorDiretorDiretorDiretorDiretor de de de de de P P P P Prerrerrerrerrerrogativas:rogativas:rogativas:rogativas:rogativas:Júlio Vitor Greve (Brasília)prerrogativas@advocefprerrogativas@advocefprerrogativas@advocefprerrogativas@[email protected]

REPRESENTREPRESENTREPRESENTREPRESENTREPRESENTANTES ANTES ANTES ANTES ANTES REGIONAISREGIONAISREGIONAISREGIONAISREGIONAISElisia Sousa Xavier (Brasília)|Júlio Vitor Greve (Brasília)| LaertNascimento Araujo (Aracaju)|Patrick Ruiz Lima (Belém) |Helena DisciniSilveira (Belo Horizonte)|Juliana Varella Barca de Miranda Porto(Brasília)|Henrique Chagas (Presidente Prudente)|Eber Saraiva deSouza (Cuiabá)|Alfredo de Souza Briltes (Campo Grande)|CarlosHenrique Bernardes Castello Chiossi (Campinas)|Jayme de AzevedoLima (Curitiba)|Edson Maciel Monteiro (Florianópolis)|Adonias Melode Cordeiro (Fortaleza)|Ivan Sérgio Vaz Porto (Goiânia)| Leopoldo VianaBatista Junior (João Pessoa)|Dioclécio Cavalcante de Melo Neto(Maceió)|Alcefredo Pereira de Souza (Manaus)|Carlos Roberto deAraújo (Natal)|Marcelo Quevedo do Amaral (Porto Alegre)|Melissa dosSantos Pinheiro (Porto Velho)|Pedro Jorge Santana Pereira (Recife)|Márcio Miranda de Souza (Rio de Janeiro)|Jair Oliveira FigueiredoMendes (Salvador)|Enio Leite Alves da Silva (São Luís)|Roland GomesPinheiro da Silva (São Paulo)|Renato Cavalcante de Farias (Teresina)|Angelo Ricardo Alves da Rocha (Vitória)|Renato Luiz Ottoni Guedes(Cascavel)|Rodrigo Trezza Borges (Juiz de Fora)| Altair Rodrigues dePaula (Londrina)|José Irajá de Almeida (Maringá)| Clarissa Pires daCosta (Novo Hamburgo)|Daniel Burkle Ward (Niterói)|Luis GustavoFranco (Passo Fundo)|Sandro Endrigo de Azevedo Chiaroti (RibeirãoPreto)|Flávia Elisabete de Oliveira Fidalgo Souza Karrer (São José dosCampos)|Fábio Radin (Santa Maria)| Antonio Carlos Origa Junior (SãoJosé do Rio Preto)|Luciola Parreira Vasconcelos (Uberlândia)|AldirGomes Selles (Volta Redonda).CONSELHO DELIBERCONSELHO DELIBERCONSELHO DELIBERCONSELHO DELIBERCONSELHO DELIBERAAAAATIVOTIVOTIVOTIVOTIVOMembros efetivos:Membros efetivos:Membros efetivos:Membros efetivos:Membros efetivos: Patrícia Raquel Caires Jost Guadanhim (Londrina),Marcelo Dutra Victor (Belo Horizonte), Renato Luiz Harmi Hino(Curitiba), Laert Nascimento Araújo (Aracaju) e Henrique Chagas(Presidente Prudente).Membros suplentes: Membros suplentes: Membros suplentes: Membros suplentes: Membros suplentes: Arcinélio de Azevedo Caldas (Campos dosGoytacazes), Daniele Cristina Alaniz Macedo (São Paulo) e MariaEliza Nogueira da Silva (Brasília).CONSELHO FISCALCONSELHO FISCALCONSELHO FISCALCONSELHO FISCALCONSELHO FISCALMembros efetivos:Membros efetivos:Membros efetivos:Membros efetivos:Membros efetivos: Rogério Rubim de Miranda Magalhães (BeloHorizonte), Alfredo Ambrósio Neto (Goiânia) e Liana Cunha MousinhoCoelho (Belém).Membros suplentes:Membros suplentes:Membros suplentes:Membros suplentes:Membros suplentes: Fábio Romero de Souza Rangel (João Pessoa)e Sandro Cordeiro Lopes (Rio de Janeiro).Endereço em Brasília/DF:Endereço em Brasília/DF:Endereço em Brasília/DF:Endereço em Brasília/DF:Endereço em Brasília/DF:SBS, Quadra 2, Lote 1, BL S, Sala 1205 | Edifício Empire CenterCEP 70070-904 | Fone (61) 3224-3020E-mail: [email protected] | Auxiliar administrativo: PriscilaChristiane da Silva.Endereço em PEndereço em PEndereço em PEndereço em PEndereço em Porororororto Alegre/RS:to Alegre/RS:to Alegre/RS:to Alegre/RS:to Alegre/RS:Rua Siqueira Campos, 940 / 201 | Centro | CEP 90010-000Fones (51) 3286-5366 e (51) 3221-7936Auxiliares administrativos: Elisabeth Maria Vazquez Elmo(Administrativo), Lisandra de Andrade Pereira (Financeiro) e RafaelMartins Dias (Secretaria).

| Editorial

Finalmente, e após quase doismeses de uma luta inédita, os ad-vogados podem dizer que uma boabatalha foi ganha.

Ganharam os profissionais daCAIXA, unidos de modo incontesteem torno de suas Associações esob a organização das entidadessindicais de base e das confedera-ções a elas vinculadas.

Este número da ADVOCEF EMREVISTA, em alentada matéria, ou-viu com atenção e trouxe em lingua-gem jornalística as opiniões de al-guns dos muitos participantes deum movimento inesquecível.

Advogados, engenheiros e ar-quitetos que integraram um coesogrupo de pessoas firmes em seuspropósitos conferem às próximaspáginas um caleidoscópio de ma-nifestações sobre os fatos quevivenciaram.

Dos dirigentes das entidadestrazemos revelações pessoais ecoletivas, mostras de coragem etambém de angústia pelos desdo-bramentos impossíveis de prever.

Revelando algumas frustra-ções por erros cometidos e regozi-jo pelos inegáveis avanços alcan-çados, uma certeza transpareceunânime entre os testemunhos re-colhidos: a certeza de que a lutanão foi em vão.

E mais ainda: a assertiva deque a guerra produziu menos víti-mas e mais heróis trouxe mais co-ragem e menos incertezas, na con-dução dos muitos novos passos aserem ainda dados no rumo dasnossas pretensões.

A categoria demonstrou, pormuitos modos e através das cen-

Uma parte do todotenas de protagonistas direta e con-cretamente envolvidos no movimen-to, do quanto é capaz.

A ADVOCEF, juntamente com aANEAC, foi mais uma vez competen-te para quebrar os paradigmas eafrouxar as amarras que historica-mente impediam o avanço de seusrepresentados como categorias for-tes e capazes de se movimentaremno intrincado mundo sindical. Con-taram com o inestimável estímulo,apoio e participação dos sindicatosde bancários, das confederações,das entidades de classe e de umainfinidade de pessoas, algumas vi-síveis e outras tantas trabalhandode forma incansável e anônima.

Todos mostraram o quanto so-mos capazes de construir com nos-sas forças e com nossa união, emtorno de desejos claros e bemconstruídos.

Uma corajosa e memorável pá-gina da nossa própria história, con-tada por diversos autores e commuitos matizes, todos dependentesentre si e de cujo somatório eclodiuum movimento novo, forte e nuncaantes visto.

Escrevemos esta página juntose juntos ainda o faremos daqui paraa frente, pois quem busca o que de-seja, confia no que é capaz, só podeconhecer um resultado: vitórias e fe-licidade por nunca ter deixado deacreditar em si mesmo.

Esta edição e os relatos aquitranscritos merecem ficar na memó-ria de seus protagonistas, como pro-va incontestável de que unidos so-mos fortes.

DireDireDireDireDiretttttoria Exoria Exoria Exoria Exoria Executivecutivecutivecutivecutiva da ADa da ADa da ADa da ADa da ADVVVVVOCEFOCEFOCEFOCEFOCEF

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| Movimento

Há ao menos duas unanimida-des constatadas nas opiniões dos ad-vogados ouvidos sobre o resultado danegociação entre a CAIXA e os profis-sionais. Primeira: ao fim dos 50 diasde greve, o acordo entre a Empresa eos trabalhadores não contemplou oprincipal objetivo, que era areestruturação da carreira profissio-nal. Segunda: no movimento, a cate-goria olhou para si mesma e, surpre-endida, viu que era mais forte do queimaginava. "O bom foi tomarmos co-nhecimento de nossa força e união",declarou a advogada Flávia Karrer, daREJUR São José dos Campos.

Alfredo de Souza Briltes, doJURIR/Campo Grande, explica que oresultado foi proveitoso justamentepor demonstrar a força da categoria quan-do se une. Apesar de não terem conquista-do tudo o que queriam, para ele ficou claroque estão preparados para novas reivindi-cações. "Creio que o dogma de que advo-gados não fazem greve está definitivamen-te afastado."

A vitória está especialmente no rompi-mento das amarras que impediam os ad-vogados de reivindicar, reafirma Dione Limada Silva, do JURIR/Porto Alegre. Os advo-gados venceram o medo da greve e dosprazos judiciais, diz ele. "Agimos com ou-sadia ao enfrentar os equívocos da direçãoda CAIXA e forjamos, com maestria, a mais

Unida e poderosaNa greve, a categoria dos advogados conheceu a própria força

longa greve na história dos profissionais denossa Empresa, da qual muito me orgulhode ter participado."

O resultado não atendeu à expectativageral, concluiu o ex-presidente da ADVOCEF,Altair Rodrigues de Paula, mas registra quefoi uma demonstração de união da catego-ria e de grande adesão ao movimento, porum longo período.

De acordo com Adonias Melo de Cor-deiro, do JURIR/Fortaleza, se não se fezcumprir a cláusula 47ª, fundamento da gre-ve, o reajuste do salário serviu como palia-tivo, aceito pelo Comando Nacional no con-texto das negociações. "Entretanto, o au-

mento salarial,desacompanhado de uma novacarreira, sejamos justos, não foiinsignificante para uma boa par-te da categoria."

Para João Amilcar ValleAboud, do JURIR/Brasília, "obom foi fazermos contato, nosconhecermos e unirmos e, de-certo, não termos saído demãos vazias, ao final, com au-mentos salariais". O ruim foi nãoterem chegado à meta prevista,permanecendo os salários bai-xos para a dedicação exclusivaque, na prática, é exigida. "Naavaliação geral, valeu a pena",conclui.

Acertos prevaleceram"Podemos dizer que progredimos, prin-

cipalmente se considerarmos o que a CAI-XA estava disposta a nos oferecer antes deiniciada a greve, mas ainda estamos longede onde queremos chegar", diz DanieleMacedo, do JURIR/São Paulo. "Poderia tersido melhor? Talvez sim, mas essa é umaresposta que nunca teremos. Só posso ga-rantir que eu e muitos dos colegas em gre-ve de São Paulo estávamos dispostos a ar-riscar."

Na parte ruim, a advogada destaca asmensagens do Comando Nacional, quemuitas vezes não eram claras, e "um certodesencontro de informações", que dificultoubastante o dia a dia da paralisação. Mesmoassim, considera que o resultado foi positi-vo: "Afora as expectativas não atendidas,podemos considerar o grande aprendizado".

A opinião de Dioclecio Cavalcante deMelo Neto, do JURIR/Maceió, é que a gre-ve não atingiu os seus objetivos, apesar dese ter obtido ganho financeiro em todas asfaixas salariais. Ele lembra as premissasbásicas do movimento: a) igualdade entretodos os funcionários da mesma carreira;b) correção das distorções cometidas pe-los planos anteriores; c) valorização profis-sional. "Continuamos tendo diversas sub-carreiras, com vários pisos e tetos diferen-ciados, o que mostra não ter havido unifi-

Três momentosDaniele Macedo, do JURIR/São PDaniele Macedo, do JURIR/São PDaniele Macedo, do JURIR/São PDaniele Macedo, do JURIR/São PDaniele Macedo, do JURIR/São Pauloauloauloauloaulo

"O primeiro foi a união do seleto grupode advogados grevistas de São Paulo, pes-soas corajosas e determinadas e idealistas.

Um segundo momento foi a derrubadada proposta de greve por 48 horas, oportu-nidade em que assumimos a direção domovimento.

Por fim, outro grande momento foi o nãodeferimento da liminar no dissídio para a CAI-XA, que representou uma grande vitória aogolpe que nos foi dado."

|Manifestação em frente ao prédio da CAIXA, em Brasília, em abril de 2009

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"Por ter sido a primeira greve, cometemos alguns er-ros, que devem ser somatizados e evitados em embates

futuros. O principal ponto negativo a ser corrigido diz respei-to à comunicação: é imperioso que a informação chegue às

bases com clareza, precisão e rapidez, podendo retornar à Di-retoria e ao Comando de Greve, da mesma forma. Quando seomitem informações, a decisão tende a não ser a melhor, eacho que foi o que ocorreu em nosso movimento: falta deinformação e informação tardia."

A principal falhaDioclecio CaDioclecio CaDioclecio CaDioclecio CaDioclecio Cavvvvvalcantalcantalcantalcantalcante de Melo Nee de Melo Nee de Melo Nee de Melo Nee de Melo Nettttto,o,o,o,o,

do JURIR/Maceiódo JURIR/Maceiódo JURIR/Maceiódo JURIR/Maceiódo JURIR/Maceió

cação." Outro ponto negativo que viu foi afalta de comunicação entre o Comando eas bases. O que houve de bom, para ele,foi a união dos colegas.

Aos 28 anos de CAIXA, o advogadoHamilton Esequiel de Resende, do JURIR/Belo Horizonte, não esperava muito domovimento. "A Empresa teria que privilegi-ar o piso, em detrimento do teto, para ten-tar segurar os valorosos profissionais quetêm sido admitidos nos últimos concursos."Acha que o melhor foi a adesão em massa,que reforçou a coesão da categoria. "Nãome agradou nem um pouco o descaso daEmpresa para com os profissionais e paraas consequências do movimento."

Foi a primeira mobilização e o resulta-do foi satisfatório, diz Leandro Clementoni

da Cunha, do JURIR/Belo Horizonte, "ape-sar de não resolver todos os problemas dascarreiras".

Dione diz que os erros, resultado dainexperiência, eram esperados e servirão deaprendizado para mobilizações futuras."Agora, sejamos justos ao admitir que osacertos foram maiores e francos ao reco-nhecer que nossas conquistas não foramirrisórias."

Foi o melhor que a categoria poderiaalmejar nas circunstâncias, opina MarcosUlhoa Dani, da GETEN. Demonstra: conhe-ceu-se o poder de coesão e organizaçãoda categoria, houve o incremento de qua-se 90 milhões da proposta inicial da CAI-

XA, aumentou-se a base de cálculo paraaumentos futuros, foi mantido aberto ocanal entre Empresa e profissionais. Elereconhece que houve erros, naturais emum movimento longo e inédito.

Discurso e lágrimas O momento marcante do movimen-

to, para Dioclecio de Melo Neto, ocorreulogo no início, quando, diante da desconfi-ança geral, a greve se concretizava, comuma adesão de mais de 80%.

Marcos Dani também destaca esseinício coeso, primordial para que a negoci-ação evoluísse. O outro grande momento,para ele, foi quando a maioria decidiu ter-

A nova Diretoria da AssociaçãoNacional dos Engenheiros e Arquite-tos da Caixa (ANEAC) foi eleita em 19de maio, após dois adiamentos naseleições em razão da greve dos pro-fissionais. Para cumprir os prazosestatutários, em meio ao movimento,a posse aconteceu rapidamente, em28 de maio, com um mínimo de pom-pa e de presenças.

Veja quem são os novos diretores e conselheiros da entidade,para o período 2009-2011.

DiretoriaPresidente: Luiz Guilherme de Matos Zigmantas (SP)Vice-Presidente: Frederico José de Holanda Silva (PE)Secretária: Roseli Meneghin (PR)Tesoureira: Silvia Merendas (SP)

ANEAC tem nova DiretoriaDiretores Regionais: Geomar

Martiniano de Sousa (BA); FernandaTeodoro Pontes (DF); GeraldinoPolastri Júnior (MG); Ana Cristina Go-mes dos Santos (RJ); Rosane GomesFerreira (RO); Simonne JeffmannBaumgarten (RS); Sigfrido FranciscoCarlos G. G. Junior (SC) e FranciscoOtaviano Merli do Amaral (TO).

Conselho Deliberativo:Mario Gonçalves Viana Junior (BA), presidente; Valdecir Santos

Reis (PE), vice-presidente; Carlos Cesar Hauer (ES); Ciro ComarckJunior (RJ) e Marcelo Lembi Alves (MG).

Conselho Fiscal:Marcelo Sporleder Salis (RS), presidente; David Barbosa Castro

(BA), vice-presidente; Joaquim Sebastião Pereira (MS); Jorge RicardoAmaral da Costa (RN) e Silvio Carlos Heitor Jorge (SP).

|Dione: fim ao medo da greve e dos prazos

| ANEAC: a nova Diretoria foi eleita em plena greve

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minar o movimento, mostrando maturida-de em não arriscar os ganhos obtidos emuma "aventura jurídica".

Marcos salienta que uma solução liti-giosa poderia prejudicar as relações coma empregadora, entendendo que o movi-mento foi até onde a razoabilidade reco-menda. "Compreendi, perfeitamente, aposição dos coordenadores que, ao fim eao cabo, protegeram a Empresa de opor-tunistas externos que poderiam se apro-veitar do movimento para vilipendiar opatrimônio público."

Para João Aboud, um momentomarcante foi o da proposta feita pelo mi-nistro do Tribunal Superior do Trabalho, quemudou a situação e, no final, acabou pre-valecendo em favor da categoria.

Dione da Silva exalta a atuação do Co-mando Nacional e dos companheiros deluta. Recorda do discurso proferido pelocolega Rogério Bachi, em uma dasassembleias no Sindicato dos Bancários dePorto Alegre, que fez com que todos saís-sem com lágrimas nos olhos.

Leandro da Cunha chama a atençãopara a realização do Congresso daADVOCEF, exatamente no 30º dia de greve.Alfredo Briltes concorda: no evento ficoudemonstrado que havia fôlego para conti-nuar a greve. A união da categoria, nuncavista, e o apoio aos colegas do ComandoNacional também impressionaram Briltes.

Para Hamilton de Resende, o momen-to mais importante foi a mensagem do pre-sidente da ADVOCEF, conclamando à para-lisação. "Suas colocações foram precisase inflamadas, na medida certa, para inici-ar o movimento com a adesão dos indeci-

O presidente da ANEAC (AssociaçãoNacional dos Engenheiros e Arquitetos daCAIXA), Luiz Guilherme de MatosZigmantas, destacou a parceria construídacom a ADVOCEF, que permitiu aos profis-sionais sustentarem, por 50 dias, "comorganização e elevado índice de adesão,a paralisação que culminou no maior mo-vimento paredista da categoria bancáriado país, em todos os tem-pos".

Em carta à ADVOCEF,Zigmantas agradeceu aosadvogados, esperando quea identidade entre as Asso-ciações se consolide para aconquista de outros benefí-cios para os profissionais.

O presidente daADVOCEF, Davi Duarte, retri-buiu a mensagem, salien-tando que o movimento foicoeso e solidário exatamen-te por conta da soma dosesforços das duas entida-des.

Para a diretora regional da ANEAC noRio Grande do Sul, Simonne JeffmannBaumgarten, a aproximação entre os ad-vogados, arquitetos e engenheiros paradebater questões da carreira foi o granderesultado do movimento. "Uma vitória con-quistada a cada dia, a cada reunião, mo-vida pela certeza de que tínhamos razãono nosso pleito."

A arquiteta, eleita para a ANEAC du-rante a greve, admite as frustrações refe-rentes ao movimento, mas afirma que nãose conquistam todos os objetivos numa

Parceria vitoriosavez só. "Negociação implica em perdas eganhos e este foi outro aprendizado quetivemos."

Garantir ou arriscarPara Simonne, o mais difícil durante a

negociação era discernir as informaçõesreais dos boatos, que existem em qualquergreve. Diante de informações vagas e con-traditórias, a avaliação de cada dia se tor-

na uma aposta, diz ela. "Sóque essa aposta implicavano futuro de muitas pesso-as, alguns mais dispostos acorrer riscos, outros menos...O que me tranquiliza nessesentido é que as assem-bleias sempre tiveram bas-tante participação, as deci-sões foram coletivas e meparece que todos estavamconscientes dos riscos."

A arquiteta considera ascríticas uma questão "meioconfusa", pois até determi-nado momento todos segui-am a orientação do Coman-

do. "Tomar a decisão de encerrar o movi-mento me parece mais difícil do que deci-dir começar."

O ponto é: garantir conquistas ou ar-riscar mais um pouco? "Eu acreditei na per-cepção daqueles que estavam à frente danegociação e que afirmavam que a vianegocial tinha se esgotado." Acabou umaetapa, mas não a luta, diz ela. "Sabemosque há muito ainda para conquistar, aindaestamos distantes da isonomia e da valo-rização que merecemos."

| Simonne: uma vitóriaconquistada a cada dia

sos, inclusive." Conforme Hamilton, isso foiencorajador, principalmente para os queconhecem pessoalmente Davi, "que sem-pre pautou seus atos pelo bom senso e pelasolução dos conflitos, via acordo".

Flávia Karrer lamentou que, ao final, adiscussão tenha se direcionado para ques-tões pessoais.

Adonias de Cordeiro entende que omovimento foi, ao todo, organizado e coe-so. "Houve tumulto no final por não haverposicionamento uniforme nas bases sindi-cais de todo o país."

Na REJUR São João do Meriti não hou-ve greve, porque alguns advogados nãoconcordaram com a forma proposta (portempo indeterminado) e por falta de conta-to com a base sindical, situada em Duquede Caxias. Segundo André Godinho, "umerro que fosse, na menor das bases, pode-ria significar a ilegalidade de toda a cate-goria". O advogado classifica como princi-pais momentos o ajuizamento do dissídiocoletivo da CAIXA, as assembleias negan-do a primeira proposta e a aceitação daproposta final da Empresa.

|Leandro: resultado satisfatório para a primeira vez

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"É hora de reorganizar a vida e a novaluta", afirmou o presidente da ADVOCEF,Davi Duarte, depois de enaltecer a "gre-ve espetacular" realizada pelos profissi-onais da CAIXA. Para Davi, o êxito do mo-vimento não deixou dúvidas sobre o âni-mo de descontentamento que havia nasunidades de trabalho de advogados, ar-quitetos e engenheiros.

Nesta entrevista, o presidente reviveos momentos mais importantes, revelaas decisões difíceis e conta outros deta-lhes do movimento histórico de 50 dias.

ADADADADADVVVVVOCEF EM REVISOCEF EM REVISOCEF EM REVISOCEF EM REVISOCEF EM REVISTTTTTA - Como aA - Como aA - Como aA - Como aA - Como avvvvva-a-a-a-a-lia hoje os 50 dias de grelia hoje os 50 dias de grelia hoje os 50 dias de grelia hoje os 50 dias de grelia hoje os 50 dias de grevvvvve?e?e?e?e?

DDDDDAAAAAVI DUVI DUVI DUVI DUVI DUARARARARARTE -TE -TE -TE -TE - A greve foi espetacu-lar. Um movimento forte, coeso, muito so-lidário. A base é que garantiu o êxito domovimento, que não deixou dúvidas decomo estava o ânimo de descontenta-mento nas unidades jurídicas e onde atu-am arquitetos e engenheiros. Cabe aoadministrador refletir sobre os motivospelos quais o movimento foi tão intensoe longo, com tamanha unidade.

ADADADADADVVVVVOCEF - FOCEF - FOCEF - FOCEF - FOCEF - Faria tudo de noaria tudo de noaria tudo de noaria tudo de noaria tudo de novvvvvo, cadao, cadao, cadao, cadao, cadauma das ações ao longo do mouma das ações ao longo do mouma das ações ao longo do mouma das ações ao longo do mouma das ações ao longo do movimen-vimen-vimen-vimen-vimen-ttttto, ou enxo, ou enxo, ou enxo, ou enxo, ou enxerga errerga errerga errerga errerga erros qos qos qos qos que prue prue prue prue procuraria corocuraria corocuraria corocuraria corocuraria cor-----rigir?rigir?rigir?rigir?rigir?

DDDDDAAAAAVI -VI -VI -VI -VI - Faria tudo novamente. Por me-lhor que tenha sido, melhoraria a comu-nicação com as bases, estabelecendo oBoletim Diário por base sindical. De suaconsolidação teríamos uma completagama de informações 100% confiáveis.

ADADADADADVVVVVOCEF - Como recebe as críticasOCEF - Como recebe as críticasOCEF - Como recebe as críticasOCEF - Como recebe as críticasOCEF - Como recebe as críticascontra o resultado da negociação?contra o resultado da negociação?contra o resultado da negociação?contra o resultado da negociação?contra o resultado da negociação?

DDDDDAAAAAVI - VI - VI - VI - VI - Com naturalidade e com res-peito. A base tem o direito de questio-nar e o faz se não está satisfeita com asinformações. No entanto, nem tudo po-deria ser dito para não "dar munição aoadversário". Por exemplo, era impraticá-vel falar sobre os riscos do dissídio, queexistiam, sob pena de soar como receioe de repassar uma ponta de temor oude fragilidade e a Empresa se aproveitardisso.

ADADADADADVVVVVOCEF - Quais fOCEF - Quais fOCEF - Quais fOCEF - Quais fOCEF - Quais foram os momen-oram os momen-oram os momen-oram os momen-oram os momen-tttttos mais difíceis do moos mais difíceis do moos mais difíceis do moos mais difíceis do moos mais difíceis do movimentvimentvimentvimentvimento?o?o?o?o?

DDDDDAAAAAVI -VI -VI -VI -VI - Para mim os principais mo-mentos foram decidir que havíamos che-gado ao topo da proposta da CAIXA e

| Davi Duarte

Volta para casaverificar que parcela da categoria nãoestava contemplada e outra parcela nãoestava satisfeita.

ADADADADADVVVVVOCEF - E qOCEF - E qOCEF - E qOCEF - E qOCEF - E quais fuais fuais fuais fuais foram os outroram os outroram os outroram os outroram os outrosososososmomentmomentmomentmomentmomentos imos imos imos imos imporporporporportanttanttanttanttantes?es?es?es?es?

DDDDDAAAAAVI - VI - VI - VI - VI - O que preponderou foi verifi-car que avançamos, e bastante, em ter-mos de vencer o forte receio de fazer gre-ve, que tínhamos ainda bala na agulhapara continuar unidos e, sobretudo, quenão tivemos perdas. Voltamos prontospara novo embate e, como onda, revertodos os pontos que não foram atendi-dos. E a Empresa atendeu a poucos da-queles a quem deve. Preferiu transfor-mar a cláusula 47ª do ACT 2008 emmero reajuste salarial. Analisado sobesse aspecto, o aumento foi plenamen-te exitoso, porque deferido à parcela dosempregados e porque se constitui emadicional àquele deferido em setembrode 2008.

tro instrutor do dissídio. E, por fim, quan-do fechamos o acordo, sabendo que acategoria fez a CAIXA ir além, bem alémdo que ela pretendia...

ADADADADADVVVVVOCEF - O Comando NacionalOCEF - O Comando NacionalOCEF - O Comando NacionalOCEF - O Comando NacionalOCEF - O Comando Nacionalcontacontacontacontacontavvvvva com apra com apra com apra com apra com aprooooovvvvvação praticamentação praticamentação praticamentação praticamentação praticamenteeeeeunânime em boa parunânime em boa parunânime em boa parunânime em boa parunânime em boa parttttte do período dae do período dae do período dae do período dae do período dagregregregregrevvvvve. Ae. Ae. Ae. Ae. Achachachachachavvvvva na época qa na época qa na época qa na época qa na época que, de algumue, de algumue, de algumue, de algumue, de algummodo, seria possívmodo, seria possívmodo, seria possívmodo, seria possívmodo, seria possível conserel conserel conserel conserel conservvvvvar a aprar a aprar a aprar a aprar a apro-o-o-o-o-vvvvvação até o fação até o fação até o fação até o fação até o final?inal?inal?inal?inal?

DDDDDAAAAAVI - VI - VI - VI - VI - Apoio o Comando teve até ofim. Tanto é que a maioria votou seguin-do a orientação do Comando, com basena confiança, ainda mais quando a pro-posta da Empresa se limitou a atendera proposta do ministro instrutor até ja-neiro de 2010, mas compensando o re-ajuste de setembo de 2009.

ADADADADADVVVVVOCEF - Em qOCEF - Em qOCEF - Em qOCEF - Em qOCEF - Em que momentue momentue momentue momentue momento sen-o sen-o sen-o sen-o sen-tiu qtiu qtiu qtiu qtiu que a unanimidade acabaria?ue a unanimidade acabaria?ue a unanimidade acabaria?ue a unanimidade acabaria?ue a unanimidade acabaria?

DDDDDAAAAAVI -VI -VI -VI -VI - Quando lutar quase por certonão acarretaria novos ganhos, mas ge-raria perdas e muitos companheiros nãoestavam (como não estão) satisfeitos.Foi preciso conter a emoção, deixar pas-sar um tempo, acreditar nos companhei-ros que estavam comigo e, sobretudo,assumir o ônus de que assim como en-tramos fortes nesse movimento delesaímos fortalecidos.

ADADADADADVVVVVOCEF - Como acha qOCEF - Como acha qOCEF - Como acha qOCEF - Como acha qOCEF - Como acha que seráue seráue seráue seráue serálembrado no futurlembrado no futurlembrado no futurlembrado no futurlembrado no futuro: líder de uma greo: líder de uma greo: líder de uma greo: líder de uma greo: líder de uma grevvvvveeeeevitvitvitvitvitoriosa ou o responsávoriosa ou o responsávoriosa ou o responsávoriosa ou o responsávoriosa ou o responsável por uma ne-el por uma ne-el por uma ne-el por uma ne-el por uma ne-gociação qgociação qgociação qgociação qgociação que poderia tue poderia tue poderia tue poderia tue poderia ter alcançado umer alcançado umer alcançado umer alcançado umer alcançado umresultado melhor?resultado melhor?resultado melhor?resultado melhor?resultado melhor?

DDDDDAAAAAVI - VI - VI - VI - VI - A lembrança acontecerá sobos dois enfoques. No entanto, estou con-

| Davi: respeito no meio sindical e jurídico

ADADADADADVVVVVOCEF - E qOCEF - E qOCEF - E qOCEF - E qOCEF - E quais os momentuais os momentuais os momentuais os momentuais os momentosososososqqqqque o presidentue o presidentue o presidentue o presidentue o presidente guare guare guare guare guardará por muitdará por muitdará por muitdará por muitdará por muitoooootttttememememempo na memória?po na memória?po na memória?po na memória?po na memória?

DDDDDAAAAAVI - VI - VI - VI - VI - Quando uma entidade sindi-cal nacional orientou o retorno ao tra-balho e a categoria não aceitou a orien-tação e se manteve mais forte e coesa.Quando um colega, que não queria fa-zer greve, votou conforme a sua consci-ência e foi vencido, submeteu-se à deli-beração da maioria e parou. Quando aGEAJU, pela maioria de seus integran-tes, resolveu aderir ao movimento. Quan-do soube que a adesão estava em maisde 88% dos empregados sem função.Quando via os representantes da Empre-sa, no TST, sem respostas adequadas aomínimo questionamento feito pelo minis-

"ADVOCEF e ANEACtêm seu nome

marcado. A CAIXA nãomais nos

subestimará."

FOTO

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Julho | 2009 7

| A CAIXA no TST: sem respostas adequadas

victo de que fizemos a mais longa e maisforte greve que a CAIXA já viu. Consegui-mos o maior aumento fora de época.Conquistamos o respeito no meio sindi-cal e no Judiciário. Hoje as Associações(ADVOCEF e ANEAC) têm seu nome mar-cado de forma indelével. A CAIXA nãomais nos subestimará. E isso muito de-vemos aos companheiros e companhei-ras que nos apoiaram sempre, mas tam-bém àqueles que mais nos criticam e cri-ticarão, porque dentre esses estão mui-tos daqueles que mais lutaram pelo êxi-to do movimento. É preciso compreendê-los e, igualmente, respeitá-los.Mas para que não pairasse dúvi-das sobre o que o presidente daADVOCEF pensava, em todos osprincipais momentos expedimensagem específica. Assimocorreu imediatamente antes deiniciar o movimento e antes defindá-lo. E avalio que foram men-sagens importantes, com humil-dade, sinceras e adequadas aomomento.

ADADADADADVVVVVOCEF - Que refleOCEF - Que refleOCEF - Que refleOCEF - Que refleOCEF - Que reflexxxxxosososososacha qacha qacha qacha qacha que a greue a greue a greue a greue a grevvvvve te te te te terá - ou já terá - ou já terá - ou já terá - ou já terá - ou já tememememem- no co- no co- no co- no co- no cotidiano e no ambienttidiano e no ambienttidiano e no ambienttidiano e no ambienttidiano e no ambiente do Jurídi-e do Jurídi-e do Jurídi-e do Jurídi-e do Jurídi-co, de maneira geral?co, de maneira geral?co, de maneira geral?co, de maneira geral?co, de maneira geral?

DDDDDAAAAAVI - VI - VI - VI - VI - Agora terá início um períododifícil. É a volta para casa ao final daguerra, sabendo que isso aconteceria.É hora de compensar parte do tempo ede reorganizar a vida e a nova luta. Éhora de ajudar a reconstruir as pontes,demonstrar que somos importantesporque defendemos a Empresa e somoslucrativos, pelo resultado de nosso tra-balho.

ADADADADADVVVVVOCEF - Há denúncias de reOCEF - Há denúncias de reOCEF - Há denúncias de reOCEF - Há denúncias de reOCEF - Há denúncias de retali-tali-tali-tali-tali-ações aos greações aos greações aos greações aos greações aos grevistas. Como a ADvistas. Como a ADvistas. Como a ADvistas. Como a ADvistas. Como a ADVVVVVOCEFOCEFOCEFOCEFOCEFpreprepreprepretttttende agirende agirende agirende agirende agir, ou já está agindo, nes-, ou já está agindo, nes-, ou já está agindo, nes-, ou já está agindo, nes-, ou já está agindo, nes-ses casos?ses casos?ses casos?ses casos?ses casos?

DDDDDAAAAAVI -VI -VI -VI -VI - Em primeiro lugar não pensa-mos que tal fosse ocorrer. Não precisa-

mos nem devemos ser algozes uns dosoutros. O adversário deve ser externo enão interno. Mas temos notícias de difi-culdades e vamos agir. No entanto, umadas dificuldades é quando a atuaçãonegativa ocorre de forma sutil, dificultan-do a distinção entre o ato legal do admi-nistrador daquele em que há, escondi-da, a vontade de punir, de castigar, deretaliar. Mas agora temos mais força elegitimidade. Então vamos usar dessaforça, dos canais sindicais ecorporativos. A propósito, queremos veraplicada a política da CAIXA, que tantofaz pela ética, solidariedade, respeito evalorização de seus empregados. Afinal,como se lê no Código de Ética da Em-presa: “Na CAIXA as pessoas SÃO VALO-RIZADAS”. E essa regra precisa incidir es-pecialmente agora.

ADADADADADVVVVVOCEF - Já dá para imaginarOCEF - Já dá para imaginarOCEF - Já dá para imaginarOCEF - Já dá para imaginarOCEF - Já dá para imaginarcomo será a parcomo será a parcomo será a parcomo será a parcomo será a participação dos advticipação dos advticipação dos advticipação dos advticipação dos advoga-oga-oga-oga-oga-dos nas camdos nas camdos nas camdos nas camdos nas campanhas salariais da CAI-panhas salariais da CAI-panhas salariais da CAI-panhas salariais da CAI-panhas salariais da CAI-XAXAXAXAXA, daq, daq, daq, daq, daqui para a frentui para a frentui para a frentui para a frentui para a frente?e?e?e?e?

para o convite não foi o melhor. Mas su-perado esse aspecto trata-se do reco-nhecimento a um excelente profissio-nal, que tem o direito de aceitar o con-vite. O importante é que a Administra-ção está ciente de seu comprometimen-to com as causas da Associação e quenão haverá prejuízo ao exercício de suasatribuições. E sobre isso o tempo nosdará a resposta.

ADADADADADVVVVVOCEF - Quer comentar algoOCEF - Quer comentar algoOCEF - Quer comentar algoOCEF - Quer comentar algoOCEF - Quer comentar algomais?mais?mais?mais?mais?

DDDDDAAAAAVI -VI -VI -VI -VI - Foi importantíssimo o apoiode todos os profissionais, advogados, ar-quitetos e engenheiros, mas sem aescorreita atuação da CONTEC, que nosprestigiou e muito, desde a conquista dacláusula 47ª do ACT 2008, e durante olongo período de negociação com a CAI-XA, transformando os membros indica-dos pelas Associações como os seus re-presentantes, no ajuizamento dodissídio, com sua orientação, respostae reconvenção, não teríamos a projeção

que tivemos. Nossos sincerosagradecimentos ao presidenteda CONTEC, Dr. Lourenço doPrado; à diretora financeira,Dra. Rumiko Tanaka; ao secre-tário-geral, Dr. Gilberto Vieira,ao Dr. Torres das Neves, advo-gado exemplar, e aos demaiscolaboradores. Igualmente im-portante foi o apoio de inúme-ros sindicatos, de bancários, deadvogados, de engenheiros, daOAB, por Seções e pelo Conse-lho Federal. Finalmente, agra-decemos à Contraf, Fenae,

DEST e à CAIXA, por suas lideranças,bem assim aos companheiros que per-maneceram em seus postos de traba-lho, porque sem tais personagens, todosimportantes, a história não teria a rique-za de detalhes que teve.

"É preciso compreendere respeitar igualmenteaqueles que mais nos

criticam."

"'As pessoas sãovalorizadas.' Esta regrade ética da CAIXA deveincidir especialmente

agora."

DDDDDAAAAAVI - VI - VI - VI - VI - Será normal, com adesão par-cial e sem o temor que impediaosprofissionais de parar. Ficou fácil. ACAIXA se empenhou muito para quebrara maior barreira que os advogados cul-tivavam. Com sucessivas provocaçõesirritou a todos. Agora sabemos que paraa greve ter êxito basta parar e se man-ter interessado e participativo no movi-mento.

ADADADADADVVVVVOCEF - Há advOCEF - Há advOCEF - Há advOCEF - Há advOCEF - Há advogados qogados qogados qogados qogados que criti-ue criti-ue criti-ue criti-ue criti-cam a aceitação por parcam a aceitação por parcam a aceitação por parcam a aceitação por parcam a aceitação por parttttte do diree do diree do diree do diree do diretttttorororororde Honorários, Grde Honorários, Grde Honorários, Grde Honorários, Grde Honorários, Gryyyyyecos Loureirecos Loureirecos Loureirecos Loureirecos Loureiro, de umo, de umo, de umo, de umo, de umcargo na gerência nacional. Como ana-cargo na gerência nacional. Como ana-cargo na gerência nacional. Como ana-cargo na gerência nacional. Como ana-cargo na gerência nacional. Como ana-lisa isso?lisa isso?lisa isso?lisa isso?lisa isso?

DDDDDAAAAAVI - VI - VI - VI - VI - Sobre esse ponto tambémpostei mensagem específica na páginada ADVOCEF. Avalio que o momento

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Julho | 20098

| Bruno Vanuzzi

Movimento bem-sucedidoO vice-presidente da ADVOCEF, Bruno

Vanuzzi, considera que o movimento dosadvogados, arquitetos e engenheiros daCAIXA foi um sucesso, pois tirou os em-pregados de anos de letargia e sustentouuma greve inédita. Mas não só por isso.Bruno destaca que os profissionais con-quistaram um reajuste médio de 20%,chegando a mais de 30% para os maisprejudicados no processo de 2006. E oaumento foi conquistado fora da database da categoria, significando um prestí-gio enorme aos profissionais.

Na entrevista a seguir, Bruno reconhe-ce erros, fala dos momentos mais impor-tantes, revelando detalhes desconhecidosda negociação, que iniciou ainda no anopassado, quando foi incluída a cláusula47ª no Acordo Coletivo.

ADADADADADVVVVVOCEF EM REVISOCEF EM REVISOCEF EM REVISOCEF EM REVISOCEF EM REVISTTTTTA - Como aA - Como aA - Como aA - Como aA - Como avvvvvaliaaliaaliaaliaaliahoje os 50 dias de grehoje os 50 dias de grehoje os 50 dias de grehoje os 50 dias de grehoje os 50 dias de grevvvvve?e?e?e?e?

BRBRBRBRBRUNO VUNO VUNO VUNO VUNO VANUZZI ANUZZI ANUZZI ANUZZI ANUZZI - Avalio como extre-mamente positivo o movimento, por teracordado a carreira profissional de anos deletargia. A cooperação com a ANEAC tam-bém foi um avanço importante. Além dis-so, a participação efetiva de advogados emmovimento paredista é inédita e represen-ta o início de nossa caminhada em direçãoao reconhecimento como carreira de esta-do e atividade fim da nossa Empresa.

ADADADADADVVVVVOCEF - Como intOCEF - Como intOCEF - Como intOCEF - Como intOCEF - Como integrantegrantegrantegrantegrante do Co-e do Co-e do Co-e do Co-e do Co-mando, fmando, fmando, fmando, fmando, faria tudo de noaria tudo de noaria tudo de noaria tudo de noaria tudo de novvvvvo ou enxo ou enxo ou enxo ou enxo ou enxergaergaergaergaergahoje errhoje errhoje errhoje errhoje erros qos qos qos qos que prue prue prue prue procuraria corrigir?ocuraria corrigir?ocuraria corrigir?ocuraria corrigir?ocuraria corrigir?

BRBRBRBRBRUNO UNO UNO UNO UNO - Teria sido importante deixarmais claro aos associados desde o início oconteúdo negocial em jogo, tendo em vis-ta a redação da cláusula 47ª do ACT 2008/2009, que limitava em muito nossas pre-tensões. Ao final da negociação ficou a im-pressão de que muitos associados espe-ravam resultados que, em verdade, ape-sar de serem pauta de nossas reivindica-ções, não estavam em discussão no mo-mento. Esta dificuldade de comunicaçãoprejudicou a correta avaliação das propos-tas apresentadas.

Acredito também que poderíamos terdado mais publicidade ao nosso movimen-to, o que foi evitado por ser uma faca dedois gumes. A publicidade dá mais visibi-lidade, mas pode também voltar a socie-dade contra os trabalhadores. Durante a

redação do ACT 2008/2009, penso quetalvez fosse importante ter interferido naredação da cláusula 47ª, que ficou a car-go das entidades sindicais e da CAIXA, oque não fizemos por inexperiência. Esseerro foi corrigido no processo de elabora-ção do termo aditivo agora assinado. Porfim, acho que talvez fosse importante ga-rantir o assento de um colega espectadorem cada reunião, o que havíamos conse-guido nas primeiras rodadas, para quemais associados pudessem observar o tra-balho que estava sendo feito.

ADADADADADVVVVVOCEF - O qOCEF - O qOCEF - O qOCEF - O qOCEF - O que mudaria na cláusu-ue mudaria na cláusu-ue mudaria na cláusu-ue mudaria na cláusu-ue mudaria na cláusu-la 4la 4la 4la 4la 47ª?7ª?7ª?7ª?7ª?

BRBRBRBRBRUNO UNO UNO UNO UNO - Acredito que seria conveni-ente que o mercado pesquisado fosseproporcionalizado de acordo com o perfilde atuação do advogado da CAIXA, ou seja,com maior peso para as atividades emi-nentemente públicas e assemelhadas àAGU, que respondem pela maior parte denossas demandas.

ADADADADADVVVVVOCEF - Quais os momentOCEF - Quais os momentOCEF - Quais os momentOCEF - Quais os momentOCEF - Quais os momentos maisos maisos maisos maisos maisdifíceis e o mais imdifíceis e o mais imdifíceis e o mais imdifíceis e o mais imdifíceis e o mais imporporporporportanttanttanttanttantes da negoci-es da negoci-es da negoci-es da negoci-es da negoci-ação?ação?ação?ação?ação?

BRBRBRBRBRUNO UNO UNO UNO UNO - Enfrentamos alguns momen-tos críticos. Durante a negociação da database dos bancários de 2008, que redun-dou no ACT 2008/2009, nossa cláusula47ª esteve na berlinda por inúmeras oca-siões. Somente com muito esforço conse-guimos inseri-la no texto final. Já os me-ses de janeiro, fevereiro e março, nos quais

as negociações estavam congeladas, fo-ram extremamente angustiantes, pois aEmpresa estava visivelmente retroceden-do no que já havíamos ajustado, e não sa-bíamos ao certo qual era a orientação danova comissão de negociação da CAIXA,que estava estreando na mesa.

Depois de iniciada a greve, os dias queantecederam e sucederam o ajuizamentodo dissídio coletivo por parte da CAIXA fo-ram de extrema tensão. Sofremos inúme-ras pressões para encerrar o movimento,tudo ainda na primeira semana de maio,e com menos de duas semanas de greve.O campo sindical, mais experiente acercado tema, nos indicava a finalização do mo-vimento, a ADVOCEF e grande parte daANEAC acreditavam na nossa capacidadede pressão e união. Foi dificílimorearticular o movimento naquele momen-to, ainda mais quando fomos colhidos desurpresa, no dia 11 de maio, pelo reajus-te de 4% e o ajuizamento do dissídio.

Outro momento crítico foi quando asnegociações foram encerradas, já em ju-nho. Durante quase uma semana, nossaúnica esperança era um julgamento favo-rável no TST, via arriscada, estreita, e naqual abriríamos mão de escolher nossofuturo, deixando-o nas mãos de magistra-dos que julgariam pela primeira vez umtema desta natureza. Apesar de muitobem assessorados juridicamente, o cená-rio era de alto risco, conforme nosalertavam nossos advogados. Graças aoárduo trabalho do Dr. Carlos Castro, con-seguimos reabrir o canal de comunicaçãoe retomar o diálogo.

E, por fim, outro período decisivo foientre a última reunião de negociação e atomada de posição das Diretorias deANEAC e ADVOCEF pela aceitação da pro-posta. Estávamos certos de que não haví-amos conseguido tudo o que queríamos,mas tínhamos também a noção de nossaresponsabilidade na condução do proces-so. Decidir entre consolidar os avanços,na ordem de mais de 30% para um con-tingente considerável de profissionais, jus-tamente os mais prejudicados no proces-so de 2006, ou arriscar a sorte, foi umadas tarefas mais árduas. Tivemos que ava-liar a proposta em conjunto com o pro-

| Bruno: os momentos de extrema tensão

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Julho | 2009 9

cesso de unificação de 2006, somandoas conquistas dos dois momentos paracompreender quais eram as nossas prio-ridades. Somente com união e sintoniaentre os integrantes da comissão conse-guimos superar esse momento.

ADADADADADVVVVVOCEF - Como recebe as críticasOCEF - Como recebe as críticasOCEF - Como recebe as críticasOCEF - Como recebe as críticasOCEF - Como recebe as críticascontra o resultado da negociação?contra o resultado da negociação?contra o resultado da negociação?contra o resultado da negociação?contra o resultado da negociação?

BRBRBRBRBRUNO UNO UNO UNO UNO - Todas as críticas são saudá-veis, desde que não pessoalizadas. Esteprocesso foi inédito para todos os integran-tes da comissão, e com certeza há muitoa aprimorar. Lidar com grupos de interes-ses tão heterogêneos, como são os inte-grantes da carreira profissional, tendo pos-sibilidades de avanço limitadas por orça-mento e outras travas, implica obrigatori-amente desagradar muitos associados.

Vejo que muitas das críticas foram pro-cedentes. Outras foram movidas peladesinformação acerca dos termos dacláusula 47ª, como já expliquei. Algumasdecorreram do excesso de expectativas,também pelos mesmos motivos. A nossapouca experiência em movimentos declasse também explica um certo “pensa-mento mágico” acerca da via judicial, quefoi supervalorizada por muitos colegas.

O fato é que este foi apenas o primei-ro movimento dos advogados, e este mo-vimento foi um sucesso. O nosso reajus-te médio foi na ordem de 20%, chegandoa mais de 30% para os mais prejudica-dos no processo de 2006. E esse reajus-te foi fora da data base da categoria, oque é um prestígio enorme aos profissio-nais. Acredito que tenhamos avançadomuito não só no campo salarial, mas noamadurecimento das lideranças locais,que se integraram de forma ativa em todoo processo e contribuíram ao longo detodo o período com valiosas sugestões ecríticas.

ADADADADADVVVVVOCEF - Quer comentar algo mais?OCEF - Quer comentar algo mais?OCEF - Quer comentar algo mais?OCEF - Quer comentar algo mais?OCEF - Quer comentar algo mais?BRBRBRBRBRUNO UNO UNO UNO UNO - Falo por mim, mas acredito

que todos os integrantes da comissão tam-bém tenham este sentimento: saímos des-te processo endurecidos pelos percalços,mas com um grande crescimento pesso-al. O carinho transmitido por todos que nosapoiaram foi fundamental para que che-gássemos ao fim destes nove meses denegociação inteiros e sem nenhuma bai-xa. Agradeço a todos que depositaram suaconfiança e lhes asseguro: esta comissãofez tudo o que foi possível para melhorrepresentá-los.

Para a diretora de Negociação daADVOCEF, a maior conquista dos 50 diasde greve foi a união registrada entre osprofissionais da CAIXA. Para Anna Clau-dia de Vasconcellos, a falta de unidadeentre os advogados era o principal obs-táculo para uma mobilização nacional."Nenhuma carreira pode cogitar sergrande enquanto cada um de seus mem-bros não se enxergar como parte dotodo", sustenta.

Como consequência da unidade con-cretizada, anuncia Anna, a ADVOCEF con-quistou um lugar na mesa de negociação."A importância desse fato é incontestá-vel e nos permitirá continu-ar lutando pela valorizaçãoda carreira profissional daCAIXA."

Mesmo não tendo al-cançado tudo o que sequeria, segundo Anna, omovimento representouum passo importante emdireção à unificação dacarreira, com a reaberturada migração para os advo-gados que ainda estavamno PCS 98. Anna admiteter havido falhas pelainexperiência, mas não re-conhece "nenhum erro fa-tal para a negociação".

Para ela, o momentomais importante foi o encontro com osrepresentantes dos Jurídicos em SãoPaulo, antes da greve, quando aADVOCEF apresentou as questões rela-cionadas ao movimento. A reunião foicrucial para o sucesso da mobilização,afirma. "Com ela a Associação desem-penhou um papel que há muito lhe eracobrado - o de dar voz e vez aos associ-ados perante a CAIXA, orquestrando osadvogados na greve e encabeçando omovimento em todas as suas etapas."

Falta de cordialidadeA diretora fala de seu momento mais

difícil, o de decidir sobre a proposta fi-nal da CAIXA:

"Sabia que essa decisão geraria mui-ta controvérsia entre os profissionais e,

mesmo, duras críticas. Mantive meuentendimento firme pela manutençãodo movimento até a última audiênciano TST, na qual o vice-presidente, mi-nistro Dalazen, asseverou que aqueletribunal iria se ater à análise da ques-tão econômica posta, sem qualquer jul-gamento dos problemas funcionais dacarreira profissional. Como já afirmeiem outras ocasiões, tal certeza, alia-da a todas as incer tezas quepermeavam o julgamento do dissídio,juntamente com a opinião de todos oseminentes advogados que trabalha-ram por e para nós, foi determinante

para minha decisão deapoiar a proposta daCAIXA."

Anna diz que as crí-ticas, que vieram ao fi-nal do movimento, eraminevitáveis. "Quantomaior e mais importan-te a ação, mais intensaa controvérsia por elagerada." A diretora ga-rante que não foi surpre-endida nem mesmo pe-las ferozes reclama-ções, mas lamentou "atotal falta de cordialida-de e, até mesmo, airresponsabilidade dealgumas colocações fei-

tas no Fórum".Mesmo assim, acha que o Fórum

é um espaço democrático e deve sermantido. "Faço, no entanto, um convi-te aos críticos extremados. Ser pedraé fácil, aceitar ser vitrine é o verdadei-ro desafio e, em qualquer situação,uma experiência enriquecedora."

A diretora da ADVOCEF defende osucesso do movimento: "Avançamos,sim, não tanto quanto queríamos, masmais do que a CAIXA pretendia permi-tir". Lembra que foi apenas a primeiraluta, depois de muito tempo. "Agoraque finalmente acordamos, devemoscontinuar unidos pelo fortalecimentoda carreira profissional. O slogan con-tinua valendo: unidos somos bem maisfortes."

|Anna: a vez e a voz dosadvogados da CAIXA

|Anna Claudia de Vasconcellos

Julho | 2009 9

A maior conquista

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Julho | 200910

| Cena Jurídica

LexML na redeFoi lançado em 30 de junho o LexML

(Rede de Informação Jurídica eLegislativa), site de busca criado pelo

Senado Federal em parceria cominstituições como a Câmara Federal,

o Tribunal de Contas da União, aAdvocacia-Geral da União,

Controladoria-Geral da União (CGU),do Tribunal Superior do Trabalho(TST) e do Banco Central, entre

outras. No portal é possível acessarleis, decretos e demais documentos

das esferas federal, estadual emunicipal dos poderes Executivo,

Legislativo e Judiciário. Integra o sitea Biblioteca Digital do STJ.Matéria no Valor

Econômico afirma que osdirigentes de bancos sabem

que suas vidas não serão maisas mesmas com os juros

nominais de um dígito (a Selicestá em 9,25% ao ano). Os

bancos, que eram até 2001 osegmento mais lucrativo da

economia, oscilariam hojeentre o 4º e o 6º lugar.

Outra queixa dos bancos, segundo oValor, é que eles esperavam que a AGUingressasse no STF com uma Ação deArguição por Descumprimento de PreceitoFundamental para conter as decisõesjudiciais para o pagamento da correçãomonetária dos Planos Bresser, Verão e Collor1 e 2. O governo sugeriu que as entidadesdos bancos assumissem a ação. Elestambém não quiseram, e o assunto aguardaparecer do Procurador Geral da República.

Mapa da discriminaçãoAs mulheres bancárias ganham 78% dossalários dos homens e têm mais dificuldadespara a ascensão profissional. Apenas 19,5%dos trabalhadores do sistema financeiro sãonegros ou pardos, e ganham, em média, 84,1%do salário dos brancos. A discriminação é aindamaior em relação às mulheres negras: somente8% delas conseguem emprego nos bancos.Os dados estão no Mapa da Diversidade,organizado pela Federação Brasileira de

Bancos (Febraban) a partir de uma pesquisa respondida por 204.794 bancáriosde todo o Brasil.

Exemplo para gerentesMatéria no site da FENAG mostra insatisfação dos gerentes pelo

encaminhamento dado ao tema do Plano de Cargos Comissionados(PCC). Segundo a Fenae, a CAIXA alterou normativos relacionados ao

assunto e até o calendário previsto para as negociações com acategoria. A apresentação da proposta patronal foi adiada de 30 de

junho para 17 de julho.Comentando a notícia nosite, um gerente sugeriu

mobilização e enalteceu agreve dos advogados,

arquitetos e engenheiros:"Sustentaram seu

movimento por mais de 45dias (sic) e conseguiram

obter avanços na propostada Empresa".

Foto trocadaOs advogados Laert Nascimento Araújo e Leandro Jacob Neto

divertiram-se com a publicação da nota "Custo-benefício", na ediçãopassada, nesta seção. O texto referia-se a Leandro, mas por equívocofoi ilustrada com a foto de Laert. Colegas dos dois profissionais não

pouparam as brincadeiras. Com o mesmo bom humor, os advogadosdesculparam a falha do editor.

Devedores na internetDesde 2 de julho os contribuintes que possuem

dívidas com a União em execução na Justiça têmseus nomes listados no site da Procuradoria-Geral

da Fazenda Nacional (http://www2.pgfn.fazenda.gov.br/). De acordo com a

Procuradoria, mais de dois milhões decontribuintes têm dívidas em execução, num total

de R$ 650 bilhões. Mas a lista contém 1,034milhão de nomes, pois não aparecem nela os que

cumprem parcelamentos ou que conseguiramsuspender o processo

na Justiça. Oscontribuintes

relacionados poderãoregularizar sua

situação fazendo opedido pela internet.

Ainda neste ano, aPGFN deverá

disponibilizar osnomes para a Serasa

e o SPC.

| "Mulheres protestando",quadro de Di Cavalcanti

|Procuradoria Geral daFazenda Nacional

Vida difícil1. 2.

| Manifestação dos profissionaisem Porto Velho/RO

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Julho | 2009 11

| Cena Jurídica

Novas varasO Senado Federal aprovou acriação de 230 novas varas

federais, que serãoimplantadas entre 2010 e

2014. Serão criados 8.510cargos e funções

comissionadas no Judiciário,através de concurso. O

presidente da Comissão Nacional de Legislação, da OAB,Marcus Vinicius Furtado Coêlho, ressalta que é necessário

também ampliar as vagas nos Tribunais Regionais Federaise criar as Turmas Regionais Federais. Revolução bancária

O crédito consignado tirou as pessoasdas mãos dos agiotas e criou umacondição de cidadania com uma taxade juros dez vezes mais barata. Éuma revolução no mercado bancário,afirmou a presidente da CAIXA, MariaFernanda, em entrevista ao jornal OEstado de S. Paulo. "As micro epequenas empresas estavam nasmãos das factorings, quepraticamente não existem mais. Eramoperações marginais ao sistemafinanceiro." A presidente prevê taxasde juros bem menores em cincoanos.Carga rápida

O presidente da República em exercício, José Alencar, sancionou em 6 de julho oProjeto de Lei 104/06, que regulamenta a retirada de autos dos cartórios judiciaispelos advogados, editando a lei 11.969/09. O presidente da OAB/SP, Luiz FlávioBorges D'Urso, comemorou "a vitória de uma antiga luta da advocacia". Publicada a leiem 7 de julho, está instituída a carga rápida: os advogados podem retirar os processose permanecer com eles durante uma hora para consultas ou cópia dos autos.

Comentário do presidente eleitodo TRF-3, desembargador Baptista

Pereira: "O Rio Grande do Sul é umamaravilha. Se dependesse desse

Estado todos os problemas do paísestariam resolvidos. Haja

vista um colega lá, comquadrilha presa, mandou

soltar porque não tinhavagas no presídio. É

Direito Alternativo. Eles[magistrados] fazem do

jeito que acham. Ah... Senão fosse a Revolução Farroupilha... Se

fizéssemos oposição a ela teríamosnos livrado do

Rio Grande do Sul".

A declaração é de 16 de junho,quando Baptista Pereira aindaintegrava o Tribunal Regional Eleitoralde São Paulo. Estava em julgamento odireito de voto aos presos provisórios,

garantidos pelaConstituição. BaptistaPereira e mais seisjuízes foram contra.Segundo a revistaConsultor Jurídico, foinesse contexto que odesembargador

resolveu ironizar o Estado do RioGrande do Sul, "conhecido por suasposições de vanguarda principalmenteem matéria penal".

Tempo virtualEnviado o primeiro lote de processos, deforma virtual, da Justiça estadual ao STJ.

Levou dois minutos, com origem noTribunal de Justiça do Ceará. Em 33minutos, dois dos quatro processos

recebidos foram registrados, autuados,classificados e distribuídos aos relatores.Em papel, esses processos demorariamcerca de cinco meses entre a remessa e

a chegada ao gabinete do relator. "Ummarco no processo de modernização do

Judiciário", classificou o STJ.

Plano de compensaçãoA ADVOCEF finaliza um Plano de

Compensação de Horas que vai propor àCAIXA, de forma a contemplar interessesda Empresa e dos profissionais. Segundoo presidente Davi Duarte, atualmente a

recuperação só é possível com duas horasextras diárias, alongando a jornada para11 horas, devido ao intervalo mínimo de

uma hora. Mais detalhes, em breve.

Reunião daADVOCEF

No fechamento destaedição, em 11 dejulho, a ADVOCEF

realizava reunião daDiretoria em Porto

Alegre. Em pauta, asituação pós-greve, asreivindicações para oACT 2009/2010 e a

arrecadação dehonorários, entreoutros assuntos.

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: Oo: O

o: O

o: O

o: O

ABABABAB AB

Foto

: Elza

Fiú

zaAB

r|Presidente da CAIXA, Maria Fernanda

|Conselheiro da OABMarcos Vinícius Coêlho

Ironia separatista1. 2.

Parabéns ao associadoDesde o início de julho, a ADVOCEF envia

mensagens parabenizando osaniversariantes do dia. Uma

mensagem singela, massincera, que retrata a

importância da data paraa entidade, segundo o

diretor de Comunicação,Roberto Maia.

A greve em São PauloO presidente da ADVOCEF, Davi Duarte,

reuniu-se, em 10 de julho, comadvogados e gestores do JURIR/SãoPaulo. A visita decorreu de denúncias

recebidas de integrantes daquelaunidade, envolvendo o recente

movimento grevista. Davi Duarte ouviuas partes, defendendo o diálogo e o

entendimento.

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Julho | 200912

| Vale a Pena Saber

A penhora online, também denominada penhora por meio ele-trônico, constitui em modalidade de constrição de valores existen-tes em depósito ou aplicação financeira do devedor em favor doexecutado. Trata-se de penhora da possibilidade de informações,pelo juiz, da existência de ativos financeiros em nome do executa-do, que, existentes, serão indisponibilizados, correspondendo, aofinal no equivalente à penhora de dinheiro.

A penhora por meio eletrônico começou a ser utlizada pela Jus-tiça do Trabalho em convênio com o Banco Central do Brasil, atra-vés de sistema denominado BacenJud. Com o tempo, buscou-sesua utilização na Justiça comum, fato que gerou, por muito tempo,grande resistência, argumentando, alguns, que se tratava de ver-dadeira quebra de sigilo bancário.

Com a Lei 11.382/06 a modalidade de penhora foi incluída noCódigo de Processo Civil, sendo regulada por seu art. 655-A. Citadoartigo dá à penhora online caráter preferencial.

A penhora por meio eletrônico é feita pelo juiz, pessoalmente,através de senha disponibilizada pelo sistema BacenJud e depen-de de convênio do órgão judicial com o Banco Central. Nelson NeryJúnior e Rosa Maria de Andrade Nery (Código de processo civil co-mentado. 10 ed. São Paulo: RT, 2007. p. 1.037) salientam que "nãose pode fazer penhora online de crédito rotativo colocado à disposi-ção do correntista como empréstimo (v.g. cheque especial). A pe-nhora só poderá recair sobre ativos financeiros, isto é, sobre saldopositivo e não sobre saldo disponível nas contas de depósito ou dedesconto de duplicatas. Empréstimos e saldos negativos no che-

Penhora online. Noções geraisque especial são são ativos, mas passivos financeiros. Na categoriade ativos financeiros inserem-se as contas de depósitos, poupançae aplicações em geral".

Ainda há discussões acerca da utilização da penhora onlinecomo meio preferencial para constrição de ativos financeiros emfavor do credor. O Código de Processo Civil e legislação processualem vigor, de Theotônio Negrão (41ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.p. 884), traz diversos arestos confrontantes sobre o tema nas notasao art. 655-A, parecendo prevalecer o entendimento de que a pe-nhora online pode ser utilizada sem o prévio esgotamento de ou-tras diligência na busca de bens do devedor, bem como revela-seela meio menos gravoso ao executado.

A penhora on-line é requerida pelo exeqüente e, uma vez autori-zada pelo juiz, será efetivada através de requisição através do siste-ma BacenJud, para que sejam bloqueados ativos financeiros em nomedo executado no limite do valor executado. Havendo saldo em qual-quer conta ou aplicação financeira no Brasil, serão bloqueados valo-res até o limite da execução; por outro lado, poder-se-á concluir, pelaspesquisas, que não existe conta ou investimento em nome do execu-tado ou que, existindo, não há valor a ser bloqueado.

Uma vez bloqueado o valor e inexistindo impugnação ou outroincidente processual que impeça e efetivação da execução, oexequente requererá a transferência do valor depositado em seufavor, o que se fará via conversão do valor bloqueado em depósitojudicial, diponibilizado ao exequente, em seguida, através de alvarájudicial ou outro meio pertinente, mediante autorização judicial.

gundo a qual tal cenário a traduzir responsabilização indenizatória. 3.De tudo quanto carreado à causa se dessume, sim, por um lado,possa ter 'pecado' o agente financeiro, em não deter potencialmentevigilância permanente e individuada a cada cliente, em cunho indefi-nido no tempo, sobre o movimento bancário e sobre todas as pesso-as que adentram ao seu recinto, porém também elementar se afigu-ra, por outro, tenha a parte autora, claramente, incorrido em error invigilando, quando menos, com relação ao seu cartão magnético esua senha, sendo abordado por terceiro desconhecido, em um mun-do no qual as cautelas ao redor do âmbito bancário devam ser máxi-mas. 4. Deixou o autor de prestar observância ao elementar dever dezelo para com sua própria fazenda, seus bens, tendo assim sido víti-ma de si mesmo, aliás este o campo alvo de estudo jus-incriminador,pela vitimologia. 5. Unicamente se tendo evidenciado o resultado nomundo fenomênico, o prejuízo experimentado pelo demandante, anenhum outro desfecho se chega na lide em espécie, que não ao desua extinção de mérito por improcedência, ausentes provas robustase fundamentais sobre o quanto sustentado vestibularmente, atinenteà responsabilidade da CEF. 6. Improvimento à apelação. Improcedên-cia ao pedido. (TRF 3, AC 2005.61.04.007182-0 SP, Segunda Turma,Rel. Juiz Fed. Conv. Silva Neto, Dje 25/jun/2009).

Recentíssima decisão reconheceu a impossibilidade de se impu-tar à CAIXA a responsabilidade pela inobservância de zelo decorrentista no uso de seu cartão de débito, visto que o dano teria sidocausado com participação efetiva do mesmo. Veja-se in verbis o didá-tico acórdão: "AÇÃO ORDINÁRIA - DANOS MORAIS E MATERIAIS - AU-TOR/VÍTIMA AUXILIADO POR TERCEIRO DESCONHECIDO NO AUTO-ATENDIMENTO DA CEF - OCORRÊNCIA DE TROCA DE CARTÕES E POS-TERIORES SAQUES INDEVIDOS - dever de zelo inobservado - vitimologia- responsabilização ECONOMIÁRIA INCONSUMADA - IMPROCEDÊN-CIA AO PEDIDO. 1. Inicialmente, cumpre firmar-se assenta-se toda ateoria da responsabilidade ci vil pátria, tendo por referencial o artigo159, CCB anterior e o art. 186 do atual, na presença, necessaria-mente conjugada, das seguintes premissas: o evento fenomêniconaturalístico; a responsabilização ou imputação de autoria ao titularda prática daquele evento; a presença de danos; o nexo de causali-dade entre aqueles. 2. Aduz a parte autora ter sido abordada porindivíduo que prestou auxílio no manuseio de seu cartão magnético,tendo concluído a operação de saque e, no dia seguinte, notou que ocartão em sua posse não lhe pertencia, dirigindo-se a uma agênciada CEF e lá constatou indevidos saques e transferências, portantodeseja imputar ao réu responsabilidade a respeito, forte na tese se-

Inexistência de responsabilidade da CAIXA pelo mau uso/zelo do cartão do correntista

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| Vale a Pena Saber

Julho | 2009 13A coluna Vale a Pena Saber pode ser acessada, na íntegra, no site da ADVOCEF (menu Publicações).

ELABORAÇÃOELABORAÇÃOELABORAÇÃOELABORAÇÃOELABORAÇÃO

Giuliano D'Andrea, da REJUR/Ribeirão Preto([email protected])

e Jefferson Douglas Soares, do JURIR/Campinas([email protected]).

Sugestões dos colegas são bem-vindas.

STJ. Recurso Repetitivo. Prazo para manuseio deembargos em execução fiscal

"A Seção, ao julgar recurso representativo de controvérsia (art. 543-C do CPC e Res. n. 8/2008 do STJ), proveu-o em parte, reiterandoque o termo a quo para opor embargos à execução fiscal é contadoa partir da data da intimação da penhora, e não da juntada aosautos do cumprimento do mandado (art. 16, III, da Lei n. 6.830/1980)". (STJ, REsp 1.112.416 MG, Primeira Seção, Rel. Min. HermanBenjamin, julgado em 27/maio/2009.

FGTS. Levantamento x resistência da CAIXA.Competência da Justiça Federal

"Se o levantamento dos depósitos de FGTS encontrar qualquer resis-tência por parte da Caixa Econômica Federal-CEF, é da Justiça Fede-ral a competência para processar e julgar a ação, em face dalitigiosidade que assume o feito, nos termos da Súmula 82/STJ: "Com-pete à Justiça Federal, excluídas as reclamações trabalhistas, proces-sar e julgar os feitos relativos a movimentação do FGTS". (STJ CC 94.476SC, Primeira Seção, Rel. Min. Castro Meira, DJe 25/maio/2009).

SFH. Execução. Notificação. Via postal."A Turma proveu o recurso, decidindo extinguir a execução hipotecá-ria sem julgamento do mérito, ante a ilicitude de estabelecer a pre-sunção da notificação apenas com base no carimbo de postagemdo aviso de recebimento (AR) sem assinatura do recebedor. O siste-ma de intimação via postal mediante AR visa produzir documentoque sirva de prova de entrega da notificação. Por isso, o carteirodeve exigir que o destinatário da correspondência ou seu recebedorassine no campo designado, constando, inclusive, o número do res-pectivo documento de identificação. (STJ, REsp 1.102.572 DF, Ter-ceira Turma, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 2/jun/2009).

Honorários. Cumprimento de sentença. Fixação"A Turma entendeu que incidem honorários advocatícios na fase decumprimento de sentença, regramento instituído pela Lei n. 11.232/2005, caso o credor seja obrigado a atuar no processo em busca desatisfação da dívida. Se o advogado da parte continua atuando nofeito, haverá de ser remunerado por isso, sendo certo que a fixaçãoda verba honorária prevista na sentença, por óbvio, somente levouem consideração o trabalho desenvolvido até aquela fase do pro-cesso." (STJ, REsp 1.053.033 DF, Terceira Turma, Rel. Min. SidneiBeneti, julgado em 9/jun/2009).

Danos morais/materiais. Compensação decheque. Assinaturas do emitente não

divergentes das constantes no cartão autógrafo.Inexistência de danos

"1. Havendo pagamento por compensação de cheques cujas assi-naturas não divergem das constantes no cartão de autógrafo docorrentista, não há falar em falta de cautela da instituição financei-ra. 2. Se não há sequer indício de falha do serviço oferecido pelainstituição bancária, e tampouco, nexo causal entre a sua condutae o dano experimentado pelo autor, deve ser julgado improcedenteo pedido de ressarcimento de danos materiais." (TRF 3, AC2002.61.00.010197-5 SP, Segunda Turma, Rel. Des. Nelton dosSantos, DJe 04/jun/2009).

GTS. MS contra ato de gerente de agência paralevantamento de valores. Impossibilidade

"1. Trata-se de mandado de segurança impetrado em face do Ge-rente da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL da Agência de São Carlos/SP,objetivando a liberação do valor existente em conta vinculada doFGTS. 2. Não se pode qualificar o gerente de instituição bancáriacomo detentor de parcela de 'poder público' capaz de torná-lo 'auto-ridade' por equiparação, somente porque se encontra - em nome dagestora do FGTS - acautelando aqueles valores, os quais sãopatrimônio do trabalhador e não receita pública. 3. Ausente o signobásico da autoridade coatora, previsto no artigo 1º, §1º, da Lei nº1533/51, não há que se falar em mandado de segurança contraato do gerente da CEF, em tema de saque do FGTS. 4. Acolhida apreliminar de ilegitimidade passiva." (TRF 3, AC 2005.61.15.001645-0 SP, Primeira Turma, Rel. Vesna Kolmar, DJe 09/jun/2009).

Depósito judicial. Formulário.Responsabilidade da Caixa

"A Turma, por maioria, desproveu o recurso, entendendo que, refe-rente ao mérito, não obstante a impetração do writ pela CEF contra atojudicial que determinou o pagamento da diferença entre a TR e a TaxaSelic quanto aos valores do PIS depositados pela executada por guiacomum em vez da guia DARF, tal erro não exime a CEF da atualização,nos termos do art. 1º da Lei n. 9.703/1998 (Taxa Selic). No caso, cabe-ria à recorrente não ter aceito o depósito judicial do valor relativo àcontribuição federal inscrita na dívida ativa, indicando o formulário cor-reto." (STJ, RMS 29.119 RJ, Segunda Turma, Rel. Min. Castro Meira,julgado em 9/jun/2009".

Teoria e Prática dos Juizados Especiais CíveisEstaduais e Federais.

Autor: Ricardo Cunha Chimenti. 11. ed. Saraiva, 2009. 341 pgs.

A obra é um manual sobre juizados especiais. O autor faz análisedidática da Lei 9.099/95, artigo por artigo. Em destaque, quandopertinente, indica a aplicação do comentário em relação aos juizadosespeciais federais. Enriquece a obra com enunciados do fórum naci-onal dos juizados especiais federais e estaduais. Com isso, o livrotorna-se interessante instrumento para pesquisas rápidas, auxilian-do no cotidiano forense de quem atua na área.

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Julho | 200914

| Gryecos Loureiro

A quebra do paradigmaNa entrevista a seguir, o diretor de Ho-

norários da ADVOCEF, Gryecos Loureiro, re-lata as suas impressões sobre a greve econta histórias dos bastidores. Gryecos co-menta também a sua nomeação para umagerência operacional na GEAJU, ocorrida re-centemente.

ADADADADADVVVVVOCEF EM REVISOCEF EM REVISOCEF EM REVISOCEF EM REVISOCEF EM REVISTTTTTA - Como aA - Como aA - Como aA - Como aA - Como avvvvvaliaaliaaliaaliaaliahoje os 50 dias de grehoje os 50 dias de grehoje os 50 dias de grehoje os 50 dias de grehoje os 50 dias de grevvvvve?e?e?e?e?

GRGRGRGRGRYECOS LYECOS LYECOS LYECOS LYECOS LOUREIROUREIROUREIROUREIROUREIRO - O - O - O - O - Os 50 dias fo-ram um marco histórico e a solidez do movi-mento surpreendeu a todos nós. Defendo,desde o Congresso de Belém, em 2006, quea categoria seria capaz de realizar greve e,por muitas vezes, recebi o descrédito comoresposta. Até dias antes da paralisação de-finitiva, muitos colegas advogados garanti-am que não teríamos a "coragem" de ins-taurar a greve e de permanecer paralisados.Ganhei até duas ou três apostas com advo-gados e engenheiros... Considero que a prin-cipal conquista foi a quebra do paradigma"advogado não faz greve". De agora em di-ante, quando a carreira profissional negoci-ar perante a CAIXA, os colegas que repre-sentam nossa empregadora saberão queestão diante de um grupo sólido, com efeti-vo poder de negociação, já que legitimamen-te organizados e prontos para o eterno em-bate "capital x trabalho".

Outra conquista de relevo foi a aproxima-ção com a ANEAC, que possibilitou uma mai-or integração entre profissionais e, principal-mente, nos possibilitou conhecer as bandei-ras e os anseios daqueles colegas que, emalgumas oportunidades, se confundem comos nossos, o que é indicativo de futuras lutasem conjunto. Tivemos a oportunidade de as-sistir ao democrático processo de mudançade diretoria da ANEAC, o que nos possibilitouconhecer vários colegas engenheiros, todosengajados com as lutas da categoria.

A maior frustração, com certeza, é nãotermos conseguido resolver "todos os pro-blemas" da categoria. Nunca imaginamosque seria possível resolver tudo de uma úni-ca vez, mas a esperança sempre esteve pre-sente. Fica para a próxima, pois setembro jáestá chegando.

ADADADADADVVVVVOCEF - Como intOCEF - Como intOCEF - Como intOCEF - Como intOCEF - Como integrantegrantegrantegrantegrante do Coman-e do Coman-e do Coman-e do Coman-e do Coman-do, fdo, fdo, fdo, fdo, faria tudo de noaria tudo de noaria tudo de noaria tudo de noaria tudo de novvvvvo?o?o?o?o?

GRGRGRGRGRYECOS -YECOS -YECOS -YECOS -YECOS - No âmbito pessoal, certa-mente teria me ausentado de alguns com-

promissos, possibilitando uma melhorrecarga de energias. Ter sido a única pes-soa que esteve presente em todos os mo-mentos, só não estando em todos os com-promissos pela coincidência de algumasagendas, me consumiu demais, física e psi-cologicamente. Acredito que o estresse sem-pre prejudica o desempenho e, portanto,acredito que deveria ter descansado aomenos um pouco.

No que tange à estratégia, consideroque o contato com os comandos estaduaispoderia ter sido utilizado de forma mais efi-caz, ficando mais fluída a comunicação en-tre a base e o comando central. Acho quealguns problemas teriam sido evitados. Aalteração da pauta que havia sido decididaem Congresso, através de uma AGE solicita-da pela base, tumultuou demais a negocia-ção e foi prova cabal de que não se devemudar as regras do jogo no meio da parti-da. Não restam dúvidas de que os advoga-dos da CAIXA devam buscar a mesma valo-rização dos advogados públicos. Da formacomo ocorreu, entretanto, teve o único mé-rito de enfraquecer nosso discurso, de nosdiminuir e até mesmo de nos ridicularizarem algumas esferas de poder/governo.

Ainda no âmbito estratégico, acreditoque o fórum de discussão de nosso site pre-cisa ser repensado. A manifestação livre deideias sempre deve ser o norte de nossaAssociação. Tenho convicção que espaçoscomo o nosso Fórum devem ser sempreestimulados. Por outro lado, algumas dasmanifestações nele lançadas foram utiliza-

das pela CAIXA, por mais de uma vez, paraquestionar a legitimidade dos membros doComando Nacional, sobremaneira quanto asimilitude entre nosso discurso e o interes-se da base.

Esses problemas, entretanto, não sãoexclusivos de nosso movimento. Sindicalis-tas de larga experiência foram unânimes emnos dizer que a comunicação com a base esua efetiva representação são os maioresdesafios dos movimentos associativos.

ADADADADADVVVVVOCEF - Quais os momentOCEF - Quais os momentOCEF - Quais os momentOCEF - Quais os momentOCEF - Quais os momentos maisos maisos maisos maisos maisdifíceis e os mais imdifíceis e os mais imdifíceis e os mais imdifíceis e os mais imdifíceis e os mais imporporporporportanttanttanttanttantes da negocia-es da negocia-es da negocia-es da negocia-es da negocia-ção?ção?ção?ção?ção?

GRGRGRGRGRYECOS - YECOS - YECOS - YECOS - YECOS - O mais difícil, indiscutivel-mente, foi tomar a decisão quanto a estra-tégia jurídica, após o ajuizamento do dissídio,por parte da CAIXA. As sugestões e teses dosassociados foram muitas e todas semprerazoáveis e juridicamente possíveis. Entre-tanto, não raras vezes foram antagônicas, oque nos obrigou a tomar uma decisão. OBruno sempre foi nosso especialista emquestões trabalhistas e mais especialistaainda nas questões trabalhistas da CAIXA.Mesmo ele, contudo, não estava absoluta-mente confortável naquele momento e tra-vou belo debate técnico com os maioresadvogados do país em sede de TST. Foi umaoportunidade muita rica profissionalmente.Muito tensa, contudo.

O mais importante, na minha avaliação,foram as diversas reuniões que tivemos atédecidir que era chegada a hora de recomen-dar a aceitação da proposta. Apesar de játermos deixado claro que a ida ao TST nãoera uma possibilidade sequer razoável, ha-via a avaliação de muitos colegas de queaquele poderia ser o melhor caminho. Res-peitávamos a análise destes colegas e, porisso, as reuniões foram todas longas e nosconsumiram em demasia.

ADADADADADVVVVVOCEF - Como recebe as críticasOCEF - Como recebe as críticasOCEF - Como recebe as críticasOCEF - Como recebe as críticasOCEF - Como recebe as críticascontra o resultado da negociação?contra o resultado da negociação?contra o resultado da negociação?contra o resultado da negociação?contra o resultado da negociação?

GRGRGRGRGRYECOS - YECOS - YECOS - YECOS - YECOS - Recebo com muita felicida-de. Repudio toda e qualquer obviedade edesprezo qualquer certeza absoluta. Se aavaliação da base fosse unânime, certamen-te estaríamos errados e certamente sería-mos uma categoria menor. Durante a grevelia o Fórum de nosso site várias vezes aodia e estava em constante contato com di-versos colegas, de diversos estados. A críti-

|Gryecos: Habermas, a democraciae o "assembleísmo"

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Julho | 2009 15

Muito trabalho acumulado e umarecepção amistosa esperaram os ad-vogados na volta ao trabalho. Nas uni-dades jurídicas, a cordialidade degestores e colegas não grevistas pas-sou a impressão geral de que não ha-verá retaliações.

No JURIR/São Paulo, devido aospoucos grevistas e pelo ambiente he-terogêneo, cada um enfrentou realida-des distintas no retorno. "Fomos para-benizados por alguns, outros acharamque conseguimos pouco e muitos nosforam indiferentes", resume DanieleMacedo.

O retorno às unidadesFlávia Karrer diz que o ambiente na

REJUR/São José dos Campos é de cordia-lidade e parceria, apesar de ter sido a úni-ca grevista. Ela não espera retaliação. "Aocontrário, acredito que todos saímos for-talecidos do movimento, grevistas e nãogrevistas."

Dione Lima da Silva, do JURIR/PortoAlegre, também não acredita em retaliação,"pois nossa mobilização era legítima e com-preendia todos, inclusive os que dela nãoparticiparam".

É o que diz Altair Rodrigues de Paula:na REJUR/Londrina, independente da ade-são à greve, os colegas voltaram mais uni-dos ainda.

Hamilton de Resende diz que o ambi-ente no JURIR/Belo Horizonte continuamuito bom.

Volta das fériasO mesmo não acontece no JURIR/

Brasília, conta João Aboud. "Temos traba-lhado até às 22 ou 23 horas, o que nosafasta das famílias, do lazer, dos espor-tes, da leitura, e afeta nossas saúdes,

dentre outras mazelas." A propósito,lembra que há necessidade de mais ad-vogados na CAIXA. Mesmo assim, a re-cepção na unidade foi a melhor possí-vel, diz ele. "Os coordenadores nos re-ceberam sem ressalvas, como se esti-véssemos voltando de férias ou licen-ças médicas."

"Nesse ponto, os gestores merecemparabéns pela condução ética da greve",comenta Dioclecio de Melo Neto. A ansi-edade, no JURIR/Maceió, fica por contado que acontecerá em setembro.

Alfredo Briltes diz que não houvetambém qualquer problema na volta dosgrevistas do JURIR/Campo Grande. Masacha que houve retaliação, por parte daCAIXA, ao mudar o normativo que tratado controle de jornada. "Salvo engano,estávamos na condição de 'empregadosisentos de registro de ponto' e passamosa ser considerados 'empregados comregistro de ponto opcional', o que fez comque a compensação de horas da greveseja submetida a controle de jornada noSipon".

| Flávia:cordialidadepara a única

grevista

ca é o que nos melhora e mesmo quandoequivocada tem seu valor.

ADADADADADVVVVVOCEF - Como recebeu o conOCEF - Como recebeu o conOCEF - Como recebeu o conOCEF - Como recebeu o conOCEF - Como recebeu o convitvitvitvitviteeeeepara o cargo de gerentpara o cargo de gerentpara o cargo de gerentpara o cargo de gerentpara o cargo de gerente operacional dae operacional dae operacional dae operacional dae operacional daGEAJU e como aGEAJU e como aGEAJU e como aGEAJU e como aGEAJU e como avvvvvalia as críticas?alia as críticas?alia as críticas?alia as críticas?alia as críticas?

GRGRGRGRGRYECOS - YECOS - YECOS - YECOS - YECOS - O convite foi recebido commuita tranquilidade e o foi bem no meio dagreve. Minha resposta foi muito direta, poiseu entendia que não havia espaço para estetipo de conversa naquele momento. Somen-te quando a CAIXA encerrou as negociaçõesé que fui novamente contatado e só entãopassei a avaliar os prós e os contras de even-tual decisão de aceitação. O ponto a ser dis-cutido sempre foi a "oportunidade do mo-mento". Concordo com todos que acham queo momento era inoportuno. Eu acho isso atéhoje. Não há dúvida quanto a este fato. Oproblema é que eu não vejo como conciliara "oportunidade do momento" com o "mo-mento do convite". À época conversei comtodos os colegas de Comando Nacional, Bru-no, Carlos Castro, Anna Claudia e Davi, bemcomo com o colega Frederico Nascimento,da ANEAC. Conversei desde quando recebio convite e disse que não me manifestaria

até o final do movimento. Estou em paz comminha consciência e tenho convicção de quemeus anos de doação à ADVOCEF e às ques-tões dos advogados da CAIXA, em conjuntocom meu caráter, são as respostas para al-gumas das críticas pessoais e desmedidasque li aqui e acolá.

Quanto à manutenção de minha parti-cipação na ADVOCEF, consultei formalmen-te toda a Diretoria Executiva, o ConselhoDeliberativo e até mesmo o Conselho Fis-cal, formalizando minha intenção de meafastar da Associação. As opiniões não fo-ram unânimes (graças a Deus), mas fui inci-sivamente chamado à responsabilidade pelohercúleo trabalho na Diretoria de Honorári-os, já que minha saída iria sobrecarregar osdemais colegas.

Tenho a convicção de que a ADVOCEFprecisa, demais, de qualquer colega associ-ado que queira trabalhar, botar a mão namassa. Há questões estatutárias que tam-bém ainda não foram trabalhadas sobre, porexemplo, como nomear outro diretor, consi-derando que a eleição foi feita por chapafechada. Sugeriria, sem nenhuma ironia, que

voluntários mandassem mensagens para oDr. Davi, se oferecendo para assumir o en-cargo na Diretoria de Honorários.

ADADADADADVVVVVOCEF - Quer comentar algo mais?OCEF - Quer comentar algo mais?OCEF - Quer comentar algo mais?OCEF - Quer comentar algo mais?OCEF - Quer comentar algo mais?GRGRGRGRGRYECOS - YECOS - YECOS - YECOS - YECOS - O momento é de reflexão

para todos os associados. Só o tempo apon-tará, com melhores elementos, os ajustesnecessários para que nossa categoria che-gue ao seu lugar de direito e merecimentono cenário da advocacia pública brasileira.Pontuo meu total desalento com o"assembleísmo" que vem tomando conta dealguns associados. Considero que qualquerorganismo que se pretenda regular por de-mocracia participativa deva estar plenamen-te estruturado para tanto. MesmoHabermas, ao defender a efetiva participa-ção democrática, fala em "procedimento",deixando claro que somente a partir destasistematização a democracia participativaseria viável. Nosso modelo é representativoe, portanto, e salvo em questões de relevân-cia ímpar, a participação dos associadosdeverá ser através de seus delegados, legi-timamente eleitos para participarem de nos-so Congresso anual.

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Julho | 200916

O segundo-secretário da ADVOCEF,José Carlos Pinotti Filho, avalia que a gre-ve dos profissionais da CAIXA obteve con-quistas importantes e acredita que outrasserão obtidas, e não apenas referentes asalários. O advogado, que trabalha naREJUR/Londrina, enaltece o início do mo-vimento, marcado por muito companhei-rismo, e lamenta os momentos finais, pelomotivo inverso. Na entrevista, prega quese busque melhorar a qualidade no ambi-ente de trabalho, processo que, na sua opi-nião, deve envolver desde os advogadosaté o diretor jurídico.

Leia os principais trechos, a se-guir.

Novas lutas virão"A greve foi um momento de união da

nossa categoria e trouxe importantes con-quistas. Não conseguimos tudo o que al-mejávamos, mas seria tolice esperar issoem uma primeira greve. Outras carreirastiveram três ou quatro greves e batalha-ram por anos até iniciarem um processode valorização e reivindicação constante.

Não temos que almejar apenas me-lhores salários, temos que também lu-tar por melhores condições e ambientesde trabalho, reconhecimento de nossasatividades e seu impacto na CAIXA, di-minuições nos acervos por advogado, in-vestimentos em cursos, maior quantita-tivo de auxiliares e estagiários, bandei-ras que sempre foram levantadas pelaADVOCEF. Acredito que estas lutas con-tinuarão e faremos novas greves quan-do necessário."

Momentos importantes"O primeiro dia de greve foi muito

marcante, talvez pela sensação boa determos conseguido uma adesão maciçalogo no início, pelo companheirismo e oineditismo da situação.

O final também foi muito marcante,mas pelos motivos inversos. O clima dedesapontamento e desconfiança foi mui-to grande, o que é lamentável. As expec-tativas talvez estivessem em um patamarmuito alto e a perspectiva de nos conten-tarmos com menos iniciou uma avalan-

| José Carlos Pinotti Filho

Mudança de posturache de protestos sendo que muitos fica-ram longe de serem construtivos.

Devemos lembrar que todos somosresponsáveis pelo rumo de nossa Asso-ciação (ainda mais em um ambiente degreve, onde todas as decisões eram sub-metidas a voto). O presidente e a Direto-ria são eleitos por maioria, e isto dentrode um processo democrático significaque devemos respeitar os rumos impos-tos por esta maioria. O dissenso constru-

tivo deve ser sempre bem-vindo, mas orespeito também é importante quandouma eventual opção não nos agrada.

Uma categoria, que iniciou e partici-pou de um movimento exemplar, um gru-po tão coeso, não pode sair de uma gre-ve desunida. As arestas devem ser apa-radas e devemos continuar lutando paraque tenhamos uma Associação forte e re-presentativa."

Situação pós-greve"Um tsunami de processos seria a ima-

gem que melhor descreveria a situação naREJUR/Londrina. Ao menos no Paraná, a

Justiça Federal e o TRT durante a grevediminuíram ou cessaram o envio de pro-cessos, salvo os urgentes. Assim, temosmuito serviço pela frente, pois existe umpassivo grande de citações e intimaçõesagora sendo enviadas para a CAIXA."

Necessidade de mudança"A CAIXA e nós, seus empregados, jun-

tos devemos buscar melhorar a qualida-de em nosso ambiente de trabalho. Me-lhorar o entrosamento e a sinergia entrenossos colegas gerentes, coordenadorese os advogados, buscando a valorizaçãodo quadro profissional. Existe uma neces-sidade de mudança de postura dentro dos

Jurídicos, por parte de todos.Nem toda reivindicação deve

significar necessariamente uma lutaou um embate, ou ainda necessitar daintervenção da ADVOCEF. Um ambien-te harmonioso melhora sensivelmenteos efeitos da carga de trabalho a que

somos submetidos.Devemos buscar o diá-logo sempre e, por ou-

tro lado, ter a certe-za de que este norte

é seguido cadeia de comando acima,chegando ao diretor jurídico se necessá-rio, para que este tenha uma ideia exatado que nos incomoda, do sentimento pre-ponderante de sua equipe de trabalho etambém de nossa eficiência, passandoa fazer parte da política dos Jurídicos umamelhora nos canais de comunicação e ocompartilhamento de experiências nãoapenas jurídicas, mas de gestão e, porque não, pessoais. Acredito que diversosgrandes problemas, que se iniciaramcomo pequenos desentendimentos eequívocos na interpretação da intençãoou necessidade da nossa Empresa, seri-am facilmente resolvidos.

A área comercial da CAIXA tem ado-tado esta postura, ao que me parece commais sucesso. A melhora de comunica-ção entre os empregados e as superin-tendências trouxe inúmeros benefíciospara os funcionários e refletiu tambémno desempenho das agências."

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Julho | 2009 17

De repente, prazos edemandas jurídicas da CAI-XA foram deixados de ladoe prioridades inusitadas -assembleias sindicais, ma-nifestações de rua - foramassumidas pelos advogadosda CAIXA.

A rotina mudou, porexemplo - e muito -, para oadvogado Marcelo DutraVictor, do JURIR/Belo Hori-zonte. A partir do início daparalisação, em 28 de abril,ele não ia mais pela manhãao Jurídico, de onde voltavaao final da tarde. Como boaparte dos colegas em greve,permanecia quase todo otempo ligado no Fórum dosite da ADVOCEF, colhendoe repassando informações.

Fora disso, havia os contatos com oComando Nacional e com os companhei-ros de outros Estados, participações emmobilizações e assembleias. Diante deum cansaço grande, Marcelo e compa-nheiros se inspiravam na vontade cole-tiva de luta, encontrando "novas energi-as para nunca desistir".

Nesse novo cotidiano, André Justi,do JURIR/Fortaleza, centrou o foco nasreuniões, assembleias e demais even-tos do movimento. À frente do ComandoEstadual de Mobilização (CEM) em For-taleza, fez visitas institucionais (OAB, Su-perintendências e deputados) e cuidoudos contatos com o Comando Nacional.

Para Carlos Roberto de Araújo, doJURIR/Natal, a preocupação diária comos prazos do Sidap foi substituída pelapreocupação de manter os colegas beminformados e mobilizados. Também in-tegrante do CEM, tinha como principaistarefas dirigir as assembleias, repassaras informações ao Comando Nacional,dar entrevistas e, com os colegas, bus-car apoios institucionais.

Helena Discini Silveira, do JURIR/Belo Horizonte, procurava notícias nainternet e se encontrava diariamentecom os companheiros e representantesdo Sindicato dos Bancários. Com os de-bates, teve a oportunidade de conheceras particularidades dos profissionaisoriundos dos vários planos de cargos esalários da CAIXA. Mandou confeccionara faixa do movimento, espalhou fotos ee-mails com relatos do movimento e en-caminhou as questões que apareciam àADVOCEF.

Grudados no computadorSegundo Octavio Caio Couto e Silva,

do JURIR/Rio de Janeiro, no início nãohouve grandes mudanças para os advo-gados cariocas, que diariamente se diri-

giam à porta do trabalhopara realizar um "pique-te moral". Consolidada amobilização, Octavio ecompanheiros passarama acompanhar as notíci-as, trocar informações,comparecer às assem-bleias e se manter deprontidão para as tarefasque surgissem.

Para Rozana Rezen-de Silva, do JURIR/BeloHorizonte, as atividadesprofissionais diárias tam-bém foram substituídaspor reuniões, mobiliza-ções, assembleias, "ondeestivemos mais unidosdo que nunca, intensifi-cando, inclusive, os nos-sos laços de amizade e

companheirismo". Rozana diz que nãodesgrudaram do computador, aces-sando e-mails e os sites da ADVOCEF edo TST.

Rozana participou de um grupo quefazia contatos com a imprensa e de ou-tro que procurou dialogar com os profis-sionais da área de saúde que não aderi-ram à greve. "Foi possível entender e res-peitar a decisão daqueles colegas, queestão inseridos em um contexto um pou-co diferente do dos advogados e enge-nheiros."

Na nova rotina, Silvio Padilha, tam-bém de Minas Gerais, aproveitou princi-palmente as conversas com os colegasda carreira profissional. A greve serviupara que já possa ir imaginando comoserá a vida fora da CAIXA. "Isto porque,como já me aposentei pelo INSS e estoume preparando para me desligar da Em-presa possivelmente nos próximos anos,tive a oportunidade de vivenciar um pou-co essa circunstância."

Ficou evidente para ele também quedisciplina é muito importante para o me-lhor aproveitamento do tempo. "Semuma rotina mínima sequer, ficamos per-didos e o tempo se vai."

|Helena: contato diário com os companheiros

| Movimento

Rotina novaO cotidiano transformado dos advogados durante o movimento

|Carlos de Araújo, na Marcha a Brasília: um marco na greve

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Julho | 200918

Advogado da CAIXA busca novas perspectivas em Brasília

| Saída

No Senado Federal

Julho | 200918

Após sete anos na CAIXA, e depois detrocar o Jurídico de Porto Alegre pelo do Riode Janeiro, o advogado Éder Maurício PezziLópez está de mudança outra vez. Transfe-riu-se agora para Brasília, após passar numconcurso para o Senado Federal no final de2008. "Estava na hora de mudar um poucode ares, de matérias, e buscar novos desa-fios. É claro que o salário pesou também",explicou o advogado. Na CAIXA estava qua-se no final da carreira, e no Senado entrano princípio, com mais perspectivas e umaremuneração em torno de R$ 12.400.

No Rio de Janeiro, que é muito maiorque Porto Alegre, encontrou dificuldades noinício, mas depois a cidade se mostrou boapara morar, trabalhar e estudar. A mudançapara Brasília, assim, ficou mais fácil, pois acidade é menor e mais organizada, "e achoque o povo é mais acostumado com gentede fora". A única coisa que não gosta lá éque precisa de carro para tudo, devido àsdistâncias grandes e ao transporte públicoprecário.

No Senado, Éder no momento produzpareceres, na área administrativa, e informa-ções em ADIs e mandados de injunção, na

área judicial. A atividade inclui assessoramentoem CPIs e comissões parlamentares.

A instabilidade institucional vivida pelainstituição, que está na mira da imprensa, nãochega a afetar diretamente a advocacia, dizÉder. "O atual advogado-geral é uma pessoaque tem grande capacidade técnica e muitahabilidade para evitar que questões políticaspossam interferir no trabalho dos advogados."

Amigos e mestresÉder foi nomeado no meio da greve da

CAIXA, tornando difícil a sua saída, pois nãohavia definição a respeito dos dias parados,nem de salário. Acabou usando todas as APIPspara abonar os dias não trabalhados.

Diz que jamais esquecerá o movimentogrevista, pois pôde ver a união dos colegas e a"sábia decisão" ao aceitarem a proposta final."A meu ver, foi uma vitória para os advogadose para a CAIXA, que certamente terá profissio-nais mais reconhecidos e satisfeitos."

Diz que a experiência na Empresa foi im-portante para a sua carreira, pois trabalhouem várias áreas e com diversos colegas, apren-dendo muito sobre o Direito e a vida. Diz quesó tem agredecimentos, pelo carinho e pelaamizade. "Sinceramente, não me sinto saindoda CAIXA, pois deixo verdadeiros companhei-ros de caminhada, além de grandes amigos emestres." Para não fazer uma lista grande,agradece "nas pessoas do Dr. Kafruni e da Dra.Cíntia, gerentes que, mais do que excelentesgestores, foram amigos sinceros com quemsempre pude contar".

Cronista dos mais competentes, Éder co-meçou a publicar seus textos bem-humoradosainda no Boletim da ADVOCEF, antecessordesta Revista. Se não for vetado pela Reda-ção, brinca, pretende continuar a publicar. "La-mento decepcionar os leitores que pensaramque se livrariam de mim."

| Música

O advogado-instrumentista LidineiRodrigues de Melo Etzeyt apresentou-seem 20 de junho na segunda edição do pro-jeto Advogar com Arte, que acontece men-salmente em São Luís, no Maranhão.Lidinei, que executa flauta transversal, cla-rinete e saxofone soprano e contralto,apresentou os números "Eu sei que voude amar", de Tom Jobim, "Carinhoso", dePixinguinha, e "Aquarela do Brasil", de AryBarroso.

Fora das horas vagas, o músico é ad-vogado do JURIR/São Luís, desde 2006.Aos 43 anos, convive harmoniosamentecom as duas atividades. "Entendo que ad-

A harmonia que existe nas atividades de advogado e de músicoArte na advocacia

vocacia e música mantêm uma relaçãosimbiótica, seja porque ambas não pres-cindem de sensibilidade, seja porque sãovertentes de um mesmo tronco: a arte."

O advogado-músico toca desde 1979.Tem os cursos Musicalização pelo MétodoKodali e História da Música e Música Po-pular Brasileira, pela Escola de Música San-ta Cecília, em Caxias, no Maranhão. Admi-ra Pixinguinha, Ary Barroso (compositor ejurista), Tom Jobim e Patativa do Assaré.Alinha também, entre seus compositorespreferidos na MPB, Caetano Veloso, Djavane Jorge Vercilo. Entre os clássicos, gosta deMozart, Bach, Tchaikovsky e Chopin.

Costuma se apresentar acompanhadopelo guitarrista profissional Jair Torres, queé também professor de violão, canto e exe-cução de instrumentos de corda da Escolade Música do Estado do Maranhão.

O projeto Advogar com Arte - do candi-dato a presidente da OAB do Maranhão,Mário Macieira - estreou em maio, quandolá se apresentou a Banda Terrassus, forma-da só por advogados. Na bateria, o advo-gado Rogério Dias, outro representante doJURIR/São Luís.

| Lidinei: asimbiose

que vem daarte

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| Éder: na CAIXA, aprendeusobre o Direito e a vida

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Julho | 2009 19

É intrigante por que determinados as-suntos somente aparecem em algumaidade específica, ou a partir de. Nossocorrer dos anos determina que algumaspreocupações nasçam e se tornem recor-rentes. Tenho cinquenta anos e algunsmeses. E imaginem só o que veio bater àminha porta. Não exatamente à portaporque seria já uma fatalidade. Mas, sur-giu uma preocupação necessária a par-tir desta idade. É! Dizer cinquenta anos,quando a média de vida do ser humanohoje em dia quase chega aos oitenta,não parece muito. Mas experimente di-zer: "Tenho meio século". Só escutamoso "século" e já imaginamos um sujeitocaquético, pleno de rugas, amassado,"descanchelado", como diziaGeraldinho, o grande contador decausos goiano. Pois é!! Tenho poucomais de meio século. E o pen-samento que está a me per-seguir é... é, amigos! É amorte! Tétrico, não!? Noentanto é a coisa mais real,mais verdadeira e mais cer-ta na nossa vida. E vejamsó! Quem foi que morreu poresses dias com cinquentaanos? O grande MickJagger. Ah, não!!! Descul-pem! O Mike Jackson! Osnomes são parecidos. Pois é!Mas o que me forçou a enca-rar a ideia da morte? (Só ideiaporque a morte quero longe.) Vamos lá!Num dia desses, sem mais nem menos,quando me virei repentinamente depoisde ter chamado um oficial de justiça paraatendê-lo, dei uma tremenda testada naquina de uma coluna que fica no meugabinete, que, no dizer dos gozadores deplantão, foi caco de chifre para todo lado.Resumindo: supercílio arrebentado, ummandado de citação ensanguentado,uma costura de quatro pontos e umainterrrogação. E se eu tivesse morrido?Quanto a mim, sem problemas. De algu-

Francisco Spisla (*)

ma forma a morte me intriga, e isto nãotem nenhuma conotação de instinto sui-cida. Mas, e os que ficam? Não temos acultura do testamento como os america-nos, mesmo porque não podemos disporde tudo como queremos conforme nos-sa legislação. Falo das coisas simples. Oque realmente tenho? Meus bens estãoregistrados, como estão os seguros devida, do carro, da casa? A quem se dirigirpara requerer a cobertura? Como reque-rer pensão? Que valores podem serlevantados? Onde? Etc. Etc. Etc.

Pequenas coisas que às vezes causamum transtorno enorme para a esposa,para os filhos, para os pais que não co-nhecem inúmeras coisas do nosso dia adia. Como a gente não sabe o dia damorte, ou mesmo quanto tempo aindaficaremos, não tomamos o cuidado dedeixar coisas óbvias preparadas ou resol-vidas. Como não temos o privilégio desaber o dia, ficamos meio desleixados. Éclaro que há os certinhos e pragmáticos.Mas não falo desses. Falo de mim e mui-tos como eu.

Pouco antes escrevi privilégio. Podeparecer uma palavra despropositada paraa situação e até irônica. Pensei muito arespeito. É dolorido, angustiante edesesperador, mas aqueles que sabemque vão morrer, e percebem nessas situ-ações oportunidade de deixar um legadointelectual, espiritual e humanista, comcerteza de alguma forma mitigam suador. E lembro, a propósito, do professorRandy Pausch, que preparou sua últimapalestra, transformada em livro, "A LiçãoFinal". Ele sabia que ia morrer e, tendofilhos ainda pequenos, procurou deixar

um legado útil e valioso.Desviei-me um pouco da

ideia inicial, mas já a estou re-tomando. Precisamos estarpreparados. Não só paraaquelas providências queelenquei acima, do bem.Mas também para outrasque podem queimar seu fil-me perante os que aqui fi-cam. Então, livre-se dosbilhetinhos e cartas daamante. Joga fora, rasgan-do bem, é claro, aquelas

fotos de você pelado quetirou do espelho numrompante narcisista. Dêum fim naquelas revis-tas de pornografia. En-

fim, não deixe rastro desuas manias estranhas,esdrúxulas.

Viram o que a mortepode provocar, se estiver

preparado? Podetransformá-lo num santo,

que na verdade a gente aca-ba sendo se encarar o esquele-

to encapuzado com a gadanha namão com preparo e até bom humor di-zendo: "Pode me levar, estou pronto. Nãodeixei nada pendente".

Talvez essa enrolação em deixar pen-dente o esclarecimento das coisas queserão importantes após a minha mortetenha a ver com a esperança de que elaainda demore a me encontrar, porque jáestá me procurando, isso está. Já recebio recado. No entanto, nesse momento aúnica morte que permito me pegar é apetite mort, ainda.

(*) A(*) A(*) A(*) A(*) Advdvdvdvdvogado da CAIXAogado da CAIXAogado da CAIXAogado da CAIXAogado da CAIXAem Londrina/PR.em Londrina/PR.em Londrina/PR.em Londrina/PR.em Londrina/PR.

| Crônica

Ela

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