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Ano XXIX • nº 333 • Dezembro / 2012

Ano XXIX • nº 333 • Dezembro / 2012 - SINDHOSP · a TISS 3.0, irá ter cada vez ... cipalmente, que possamos colher bons frutos disso. E saúde a todos nós! Dante Montagnana

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não encontramos a forma de fazê-lo. E isso já é um pro-gresso e tanto.

A gestão focada em resultados e a responsabilidade socioambiental das instituições de saúde estão, defi nitiva-mente, em pauta. Essa lição de casa compete exclusivamen-te a nós: empresários, dirigentes, executivos, profi ssionais. A busca por certifi cações que atestem a qualidade dos servi-ços de saúde é outro caminho sem volta, e quem ainda não se convenceu disso já está perdendo espaço no mercado.

A tecnologia da informação, principalmente agora com a TISS 3.0, irá ter cada vez mais lugar como ferramenta indis-pensável no desenvolvimento das organizações. E o novo modelo de remuneração desenvolvido por grupo dentro da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) será, sem sombra de dúvidas, o que irá acelerar a mudança no relacionamento entre usuários, prestadores e operadoras.

Que em 2013 não falte criatividade e poder de inovar para que as tendências e mudanças que já estão anun-

ciadas possam ser implementadas sem traumas e, prin-cipalmente, que possamos colher bons frutos disso. E saúde a todos nós!

Dante Montagnanapresidente

SINDICATO DOS HOSPITAIS, CLÍNICAS, CASAS DE SAÚDE, LABORATÓRIOS DE PESQUISAS E ANÁLISES CLÍNICAS E DEMAIS ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

DO ESTADO DE SÃO PAULO

DIRETORIAEFETIVOSDante Ancona Montagnana – presidente, Yussif Ali Mere Júnior – 1º vice-presidente, George Schahin – 2º vice-presidente, José Carlos Barbério – 1º tesoureiro, Luiz Fernando Ferrari Neto – 2º tesoureiro, Luiza Watanabe Dal Ben – 1ª secretária e Antonio Carlos de Carvalho – 2º secretário

SUPLENTESSérgio Paes de Melo, Carlos Henrique Assef, Danilo Ther Vieira das

Todo fi nal de ano, de ciclo, ou início de outro, nos ques-tionamos o que, de fato, irá mudar na nossa vida pessoal e profi ssional. O ritmo das mudanças, das transformações, nem sempre acompanha nosso grau de expectativa. Às vezes cobramos soluções mais imediatas e, em outras si-tuações, nos queixamos da velocidade com que as coisas acontecem. E o setor de saúde vive esse paradoxo: quere-mos algumas mudanças “pra ontem” e outras nem sabemos ainda como implantá-las, mesmo que já anunciadas.

2013 pode, realmente, se tornar o ano em que alguns paradigmas começarão a ser quebrados. O setor de saúde amadureceu. Hoje, o diálogo entre os

players é mais efetivo, respeitoso. A maioria dos problemas está

identifi cada, sabe-mos o que precisa mudar, mas

ainda

Neves, Simão Raskin, Ricardo Nascimento Teixeira Mendes, Marcelo Luis Gratão e Irineu Francisco DebastianiCONSELHO FISCALEfetivos: Roberto Nascimento Teixeira Mendes, Gilberto Ulson Pizarro e Marina do Nascimento Teixeira Mendes - Suplentes: Maria Jandira Loconte Ferrari, Paulo Roberto Rogich e Lucinda do Rosário TrigoDELEGADOS REPRESENTANTESEfetivos: Dante Ancona Montagnana e Yussif Ali Mere Júnior - Suplen-tes: José Carlos Barbério e Luiz Fernando Ferrari Neto

REGIONAISABCTel/Fax: (11) 4427-7047e-mail: [email protected]: (14) 3223-4747 - Fax: (14) 3223-4718e-mail: [email protected]: (19) 3233-2655 - Fax: (19) 3233-2676e-mail: [email protected] PRUDENTETel: (18) 3916-2435 e-mail: [email protected]ÃO PRETOTel/Fax: (16) 3610-6529 - e-mail: [email protected]/Fax: (13) 3233-3218e-mail: [email protected]

SÃO JOSÉ DOS CAMPOSTel: (12) 3922-5777 / 3922-5023 - Fax (12) 3946-2638e-mail: [email protected]ÃO JOSÉ DO RIO PRETOTel: (17) 3232-3030e-mail: [email protected]: (15) 3211-6660 - Fax: (15) 3233-0822 e-mail: [email protected]

JORNAL DO SINDHOSPEDITORA: Ana Paula Barbulho (Mtb 22.170)REPORTAGENS: Ana Paula Barbulho, Aline Moura e Fabiane de SáPLANEJAMENTO E PRODUÇÃO GRÁFICA:Ergon Art - (11) 2676-3211PERIODICIDADE: MensalTIRAGEM: 15.000 exemplaresCIRCULAÇÃO: entre diretores e administradores hospitalares, estabe-lecimentos de saúde, órgãos de imprensa e autoridades.

Os artigos assinados não refl etem necessariamente a opinião do jornal.

Correspondência para Assessoria de Imprensa SINDHOSPR. 24 de Maio, 208, 9º andar, São Paulo, Capital, CEP 01041-000Fone (11) 3331-1555, ramais 245 e 255www.sindhosp.com.bre-mail: [email protected]

O que esperar de 2013

O último editorialDante Montagnana entregou esse editorial à redação do Jornal do SINDHOSP no último dia em que esteve no Sindicato, em 6 de dezembro. A foto que ilustra o texto também foi tirada no mesmo dia.

E d i t o r i a l

E x p e d i e n t e

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No último dia 27 de novembro, o Institu-to de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) promoveu um seminário internacional, em São Paulo, sobre “Projeções do Custo do Envelhecimento no Brasil”. Na oportunidade, o IESS apresentou estimativas das despesas nas áreas de saúde pública e suplementar, além de Previdência Social até 2030, geradas por conta da mudança demográfi ca que vai acontecer no país nos próximos anos. Alguns diretores do SINDHOSP participaram do evento. São eles: Yussif Ali Mere Jr, José Car-los Barbério, Antônio Carlos de Carvalho, Luiz Fernando Ferrari Neto e Maria Jandira Ferrari.

Em 2010, o Brasil contava com 190,8 milhões de habitantes, sendo 11% de idosos (a partir de 60 anos de idade). Para 2030, a estimativa do Instituto Brasi-leiro de Geografi a e Estatística (IBGE) é que o total de idosos atinja 40,5 milhões de brasi-leiros, ou 19% da população, de 216,4 milhões. A projeção do Instituto analisa, portanto, o momento posterior ao cha-mado “bônus demográfico”, período em que a parcela da população em idade ativa é maior do que a da população dependente. A previsão é que o bônus demográfi co termine entre 2020 e 2025, como resultado do crescimento mais acelerado da população idosa.

Saúde públicaOs gastos do Sistema Único de Saúde

(SUS) com assistências ambulatorial e hos-pitalar podem atingir, em 2030, até R$ 63,5 bilhões, um crescimento de quase 150% em relação aos R$ 25,5 bilhões despendidos a estes serviços em 2010. A assistência ambula-torial compreende procedimentos realizados por profissionais de saúde no âmbito do ambulatório, sem necessidade de internação hospitalar, como consultas, exames diagnós-ticos, terapias e procedimentos clínicos e cirúrgicos. Já a assistência hospitalar abrange procedimentos com fi nalidade diagnóstica, procedimentos clínicos, cirúrgicos e trans-plantes de órgãos, tecidos e células realizados em regime de internação hospitalar.

Apenas como impacto do aumento e en-velhecimento da população, os gastos com serviços ambulatoriais e hospitalares seriam de R$ 35,8 bilhões em 2030, um incremento de mais de 50% no período. Considerando, ainda, o crescimento das taxas de utilização do SUS e dos gastos médios por atendimen-to, projeta-se o cenário mais realista, no qual as despesas atingirão R$ 63,5 bilhões.

Previdência SocialOs gastos previdenciários e assistenciais

do governo devem atingir 46,1% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2030. Um crescimento de 27,4 pontos porcentuais em relação ao patamar registrado em 2010, de 18,7% do PIB, segundo o IESS.

A estimativa considera, na visão do IESS, um cenário realista, com crescimento médio do PIB de 2% ao ano, de 2010 a 2030, e manutenção da regra de reajuste do salário mínimo, sendo que o principal fator para o incremento dos gastos com o Regime Geral da Previdência Social (RGPS) e da Lei Ordinária de Assistência Social (LOAS) são a expansão demográfica e o envelhecimento da população. A projeção indica, ainda, que o total de aposentados e assistidos no Brasil deve crescer 89,77%, saltando de 20,65 milhões, em 2010, para 39,2 milhões, em 2030.

Se admitido um cenário mais otimista, com crescimento médio do PIB de 4% ao ano, no mesmo período considerado, os gastos previdenciários e assistenciais te-riam um impulso ainda maior. Neste caso, os gastos do setor atingiriam 57,1% do PIB nacional.

Saúde suplementarNa saúde suplementar, os gastos no

país devem ultrapassar R$ 80 bilhões em 2030, o que representará um crescimento de mais de 35% em relação aos R$ 59,2 bilhões despendidos pelas operadoras em 2010, so-mente como consequência do crescimento do total de benefi ciários de planos de saúde e, principalmente, da parcela de idosos.

Para projetar o avanço dos gastos do setor nas próximas décadas, o IESS cons-truiu dois cenários considerando o “efeito demográfi co puro”, sem aplicar qualquer indicador infl acionário ou de frequência de utilização dos serviços, o que elevaria ainda mais os valores projetados – os idosos realizam mais consultas do que os bebês

de até quatro anos e o número de internações da população que tem entre 60 e 69 anos é o dobro daquela com idade entre 40 e 49 anos. No pri-meiro cenário, ao considerar a utilização de uma amostra de operadoras de planos indi-viduais e a projetando para o conjunto de todo o mercado, concluiu-se que as despesas atingiriam R$ 83,1 bilhões em 2030 e, em 2050, saltariam

para R$ 104,7 bilhões.Já no segundo, valendo-se de uma

amostragem de operadoras de autogestão e a extrapolando para todo o mercado, a estimativa atingiu patamares ainda mais elevados, de R$ 87,6 bilhões para 2030 e de R$ 117,5 bilhões em 2050.

“O fato de a população envelhecer não é ruim para o negócio de saúde suplementar. Se houver equilíbrio fi nanceiro entre o que se gasta e os valores recebidos pelas opera-doras, estamos falando de um mercado mui-to signifi cativo e, não por outro motivo, as grandes corporações globais do setor estão de olho no Brasil”, avalia o superintendente--executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro. “Enxergamos uma grande oportunidade, mas que poderá se tornar um risco, porque o problema não está em envelhecer, mas em não haver equilíbrio entre o valor cobrado e as despesas da área.”

Os custos do envelhecimento populacional no Brasil

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A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) realizou, nos dias 5 e 6 de dezembro, em São Paulo, o Fórum Interna-cional Tendências e Perspectivas na Atenção de Urgência e Emergência. “Esse tema foi tra-tado massivamente pela mídia em 2012. Por isso, o objetivo da Anahp com esse Fórum, que também foi realizado no Rio de Janeiro e no Recife, é o de entender as difi culdades de cada região e compartilhar as melhores práticas entre os hospitais para enfrentar o problema”, afi rma o presidente do Conselho Deliberativo da entidade, Francisco Balestrin.

O evento teve início com palestra do professor assistente de Cirurgia e diretor de Telemedicina do Trauma do Jackson Me-morial Hospital, da Universidade de Miami, Antonio Marttos Jr, que apresentou case do Florida Hospital mostrando como a teleme-dicina é utilizada em desastres, catástrofes e assistência a distância. “Nem sempre o médico plantonista é o mais capacitado para

determinadas situações. Se você tiver um médico, mesmo que remotamente, treinado e preparado para transmitir orientações a quem está na ponta, o atendimento se tor-na mais efetivo”, garante Antonio Marttos. Pesquisa realizada com o corpo clínico da Universidade mostrou que 91% dos médicos acham interessante a ajuda via telemedicina.

A iniciativa teve início em nível militar, com a invasão do Iraque pelas tropas ame-ricanas. Também ajudou na assistência às vítimas do terremoto de 2010, no Haiti. “Che-gamos ao país 18 horas após a tragédia. Com a ajuda de uma bateria, em cinco minutos já estávamos enviando informações e imagens para o hospital, em Miami. Durante os 12 meses que estivemos lá, cerca de 180 mil pessoas foram assistidas via telemedicina. E isso fez toda a diferença”, conta Antonio Marttos. Recentemente, a Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro fi rmou parceria com a Universidade de Miami para

treinar equipes de 25 hospitais públicos via telemedicina, já pensando na Copa do Mundo da Fifa e nas Olimpíadas. “Todo ser humano tem direito ao melhor atendimento médico possível, em qualquer lugar que es-teja. E a telemedicina ajuda nesse processo, ajuda a elevar a qualidade”.

Após a palestra de Antonio Marttos Jr, um talk show debateu a gestão nas unidades de pronto atendimento (PA). O superintendente do Hospital Mãe de Deus, Alceu Alves da Silva, lembrou que, hoje, as pessoas têm menos tempo e disponibilidade. Por isso, querem soluções em um único local, o que acaba congestionando os PAs privados. “Precisamos compatibilizar a viabilidade econômica dos pronto atendimentos com a assistencial. Se analisarmos esse serviço só sob a perspectiva econômico-fi nanceira, ele tem um péssimo resultado, pois seu custo fi xo é altíssimo. Mas é uma área estratégica para o hospital”, lembrou.

É praticamente impossível corresponder às expectativas dos usuários com a atual estrutura de PAs que existe hoje no país e com as equipes médicas e de enfermagem que atuam nesses locais. Essa é a opinião do gerente de Pacien-tes Graves do Hospital Albert Einstein, Eliezer da Silva. “Temos um ambiente com grande fl uxo de pessoas com pro-blemas distintos e queremos atendê-las da mesma maneira. Criamos protocolos para doenças graves, mas a maioria dos usuários de pronto atendimento tem problemas simples, e nosso modelo mental não está preparado para a baixa

complexidade”, acredita Eliezer. Também falta aplicação de técnicas de gestão nos serviços de urgência e emergência, segundo Fábio Peterlini, diretor de Práticas Assistenciais da Rede São Camilo. “O PA deve funcionar com corpo clínico próprio”, defendeu.

Durante o talk show, os participantes lem-braram que nos EUA, por exemplo, existem médicos especialistas em emergência, o que não acontece no Brasil. Além disso, os norte-americanos também recebem, nos PAs, assistência de enfermeiros treinados. “A cultura brasileira não está preparada para essa mudança. Além dis-so, há outro problema: a cada dois anos, temos 60% de turn over, em média, no pronto atendimento”, disse Alceu Alves da Silva, do Mãe de Deus. No hospital, 36% do faturamento têm origem na internação de pacientes captados no PA.

Para compreender a perspectiva do cliente na atenção às urgências

e emergências, a Anahp encomendou um estudo qualitativo com a ComSenso Comportamento Humano, cujos resultados foram apresentados no evento pela sócia da empresa, Suzy Cortoni. Dez hospitais associados à entidade, sendo cinco do Rio de Janeiro e cinco de São Paulo, tiveram seus PAs avaliados. “Detectamos que os pacientes esperam do hospital atenção, compreensão, cordialidade, suporte, confiança e bem--estar. Quando há um bom acolhimento, a probabilidade de sucesso do atendimento é enorme”, conta Suzy.

A pesquisa também mostrou que, na percepção do usuário, o tempo de espera no PA está diretamente ligado à qualidade do serviço do hospital, enquanto o atendimento percebido está relacionado à qualidade dos profi ssionais. Para o cliente, qualidade hospi-talar se traduz no ambiente, no atendimento, equipe profi ssional e na comunicação. “O am-biente consegue aliviar a tensão do paciente e o estudo mostra que a recepção do hospital é o cartão de visitas”, frisou Suzy Cortoni.

Além do tempo de espera, o aspecto crítico dos PAs, na opinião dos usuários, é a triagem. “A priorização do atendimento não é compreendida pelos usuários, o conceito é confuso e mal explicado. As informações também são outro problema. O usuário não sabe, por exemplo, quando será atendido, por quem e ainda tem difi culdade em se lo-comover dentro do hospital”. Para solucionar os aspectos negativos levantados pelo estudo, o conselheiro da Anahp, Henrique Neves, acredita que os hospitais devem implantar técnicas que ajudem a otimizar o tempo, já que antigos processos não se adequam mais às necessidades de hoje.

Nos EUA, segundo palestra do CEO do American College of Healthcare Executives, Thomas Dolan, aproximadamente 12% das consultas de emergência acabam em interna-ção. Segundo ele, apesar de existirem 25 mil

Mais de 200 pessoas prestigiaram o evento

Os participantes do talk show que debateu as possíveis soluções

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Fórum debate perspectivas na atenção de urgência e emergência

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A fachada da nova unidade, no Shopping Interlagos

médicos e 95 mil enfermeiros especializados em emergência nos EUA, o país vive uma crise de mão de obra. “Há falta de profi ssionais de enfermagem e não existem médicos sufi cien-tes para os cuidados primários”. Um estudo mostra que, de 2001 a 2008, o movimento nas emergências norte-americanas aumen-tou 60%. “PAs lotados são mais propensos a erros médicos. E 98 mil cidadãos morrem por ano nos EUA em decorrência desses erros ou de problemas que acontecem nos hospitais”, lembrou Thomas Dolan.

A preocupação com os recursos huma-nos na graduação, pós-graduação e também no treinamento são o caminho para mudar o atual cenário. Essa é a opinião do presiden-te da Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino Cardoso Filho, durante talk show que debateu as possíveis soluções para a demanda crescente nas urgências e emer-gências. “Médicos têm aversão a diretrizes, protocolos. Isso é fruto do atual modelo de formação, onde o médico acredita saber e poder tudo”, afi rma o presidente da AMB.

O modelo hospitalocêntrico vigente hoje foi incentivado pelas próprias operadoras de planos de saúde, que nos últimos anos descredenciaram médicos e inúmeros outros serviços, fazendo com que o usuário leve mais tempo para agendar consultas e exames. “Por isso, os PAs passaram a ser uma referência para os usuários”, frisa o presidente do Hospi-tal Mater Dei, Henrique Salvador. No hospital, o PA responde por quase 50% do movimento de SADT e 36% das internações. Para o exe-cutivo, possíveis soluções inovadoras passam por recursos humanos adequados; área física que não restrinja o fl uxo de pessoas; o estabe-lecimento de processos integrados envolven-do as equipes assistencial e administrativa; e o papel das lideranças, que deve estar focado em processos de gestão que possam medir o que está sendo feito.

O fato é que emergências lotadas e o longo tempo de espera acabam comprome-tendo a imagem dos hospitais. “O Hospital Anália Franco, que possui 300 leitos, operava com 140 quando foi adquirido. Porém, o PA vive cheio, o que passa a impressão para o usuário de que o hospital está lotado, o que não é verdade”, conta o presidente da Rede D´Or, Jorge Moll. Nos hospitais da rede, 70% do faturamento vêm dos PAs. “Nossa vocação são os serviços de emergência. Foi assim que crescemos”, ressalta Moll, que vem implantando técnicas de triagem em seus PAs para reduzir o tempo de espera e, com isso, melhorar a imagem das instituições.

Contar com as facilidades de um cen-tro de compras, como estacionamento seguro e coberto, fácil acesso e diversi-dade de lojas, foi o que atraiu o Hospital Cema a investir em unidades dentro de shoppings centers. A primeira, com qua-se um ano de funcionamento, foi aberta no shopping Aricanduva, zona Leste de São Paulo, região em que a marca já é conhecida. “Na zona Sul, sabíamos que a população tinha boas referências dos nossos serviços, mas não os frequentava por conta da distância”, conta o gestor da nova unidade, Nelson Afonso. Loca-lizado no shopping Interlagos, um dos mais movimentados do bairro, o novo espaço aposta também na carência de serviços especializados na região.

Inaugurada no fi nal de novembro, a unidade possui 700 m², divididos em 12 consultórios e 5 salas de exames, postos de observação, enfermagem e inalação. Localiza-se no primeiro subsolo do sho-pping, ao lado da área de recreação e do acesso ao estacionamento.

A expectativa, segundo Nelson Afonso, é iniciar com 3 mil aten-dimentos/mês. “E pretendemos atingir plena capacidade daqui um ano, em novembro de 2013, com 20 mil atendimentos/mês”. O objetivo é levar a expertise do Hospital Cema, que atua em tratamento e prevenção de moléstias nos olhos, ouvidos, nariz e garganta há quase 40 anos, para o novo público. O espaço, explica o gestor, é uma unidade ambulatorial capacitada para atender situações de pronto--atendimento (sem hora marcada) e consultas agendadas. Internações e encaminhamentos para cirurgias conti-nuam sendo realizados na unidade do Hospital Cema, na Mooca. A do shop-ping Interlagos, no entanto, é equipada com aparelhos para todos os tipos de

exames relacionados às especialidades abrangentes. Além de médicos espe-cialistas em otorrinolaringologia e na oftalmologia, conta com equipe de fo-noaudiólogos, especialistas em prótese auditiva e em bucomaxilofacial.

Somando-se às unidades da Mooca e dos shoopings Aricanduva e Interla-gos, o Cema ainda possui atendimento em Santana, zona Norte da cidade. Em todas as suas unidades, atende a planos de saúde (possui contratos com cerca de 300 empresas, sendo algumas fora do Estado de São Paulo) e particulares. O braço fi lantrópico do grupo, Instituto Cema, é instalado na Mooca, em uni-dade própria. Lá, são realizadas cerca de 25 mil consultas e mil cirurgias ao mês, de forma gratuita à população. O Instituto Cema também oferece vagas de residência médica em otorrinolarin-gologia e oftalmologia. Recentemente, o Hospital Cema recebeu o certifi cado ONA II de qualidade.

SERVIÇO: Unidade CEMA InterlagosEndereço: Av. Interlagos, 2.255 - Shop-ping Interlagos - Horário de atendimen-to: 9h às 20h, de 2ª a 6ª, e das 9h às 14h aos sábados. Central de Atendimento: (11) 2602-8000 - Informações: (11) 2602-4005 / 4029 

Hospital Cema inaugura marca na zona Sul de SP

Fórum debate perspectivas na atenção de urgência e emergência

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Setor saúde perde um de seus maiores líderes: Dante Montagnana

O médico anestesista Dante Montagnana, que presidia o SINDHOSP havia mais de 15 anos, faleceu aos 87 anos, no Hospital do Co-ração, na Capital paulista, em 10 de dezembro, vítima de uma parada cardíaca. Montagnana foi o responsável pela criação do sistema sindical patronal da saúde no Estado de São Paulo. Ele foi o idealizador e também ocupa-va a presidência da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Fehoesp) desde a sua criação, há nove anos. Com isso, o maior Estado do país passou a ter assento na Confederação Nacional de Saúde (CNS) e a participar das principais reuniões,

comissões e audiências que impactam direta-mente o segmento.

Durante a sua gestão, o SINDHOSP trans-formou-se no maior sindicato patronal da área da saúde na América Latina. Isso foi possível graças à descentralização que Dante Montagnana promoveu logo que assumiu a presidência da entidade, inaugurando nove escritórios regionais em pontos estratégicos do Interior paulista. Dessa forma, os serviços que antes eram oferecidos somente na Ca-pital passaram a ser realizados in loco, o que aproximou as instituições de saúde. Hoje, o SINDHOSP representa aproximadamente 34

mil empresas privadas de saúde só no Estado de São Paulo e registrou crescimento de mais de 40% nos últimos três anos.

Neto de imigrantes italianos, Dante Mon-tagnana nasceu em Itatiba, interior de São Paulo, e herdou do avô a paixão pela natureza e pelos esportes. Desde criança manifestava o desejo de se tornar médico. Obstinado, ingressou na Faculdade de Medicina da USP e se formou em 1951. Estudante, deixava com frequência o jaleco branco para vestir os uni-formes de bola ao cesto, atletismo, voleibol e, no Tietê dos tempos áureos, competições de remo. Optou pela especialidade da anestesia

Presidente do SINDHOSP e da Federação dos Hospitais do Estado de São Paulo (Fehoesp) morreu na noite de 10 de dezembro, em São Paulo

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1 e 2 - Para defender os interesses dos estabelecimentos de saúde, Montagnana sempre esteve próximo de políticos. Na foto 1 Dante e o então presidente da Frente Parlamentar da Saúde, deputado federal Rafael Guerra. Na foto 2 com o ex-presidente, Luis Inácio Lula da Silva. 3 - O registro no Cremesp, de número 396. 4 - Com Michel Temer, na festa de 51 anos do SINDHOSP. 5 - O SINDHOSP sempre acreditou na proposta da Hospitalar, tanto que é patrocinador institucional da feira. Na foto, João Klinger, Dante Montagnana, Francisco Ubiratan Dellape e Waleska Santos. 6 - Na faculdade, Dante Montagnana conheceu dois de seus melhores amigos: Adib Jatene e Francisco Ubiratan Dellape. 7 - Com os quatro � lhos, quando recebeu o título de Cidadão Paulistano. 8 - Como presidente do SINDHOSP sempre defendeu publicamente o setor. 9 - Com o então presidente da ANS, Fausto Pereira dos Santos. 10 - A participação de Dante Montagnana para redução da carga tributária sempre foi ativa. 11 - A diretoria eleita em junho de 2012 após a posse. 12 - Na época da faculdade, quando cursava Medicina, na USP. 13 - Registro fotográ� co da última reunião de diretoria do SINDHOSP em 2012. O então vice-presidente, Yussif Ali Mere Jr, fez esse cartão e o enviou a Dante Montagnana três dias antes da sua morte.

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Setor saúde perde um de seus maiores líderes: Dante Montagnana

mil empresas privadas de saúde só no Estado de São Paulo e registrou crescimento de mais de 40% nos últimos três anos.

Neto de imigrantes italianos, Dante Mon-tagnana nasceu em Itatiba, interior de São Paulo, e herdou do avô a paixão pela natureza e pelos esportes. Desde criança manifestava o desejo de se tornar médico. Obstinado, ingressou na Faculdade de Medicina da USP e se formou em 1951. Estudante, deixava com frequência o jaleco branco para vestir os uni-formes de bola ao cesto, atletismo, voleibol e, no Tietê dos tempos áureos, competições de remo. Optou pela especialidade da anestesia

por infl uência de um de seus mestres e foi na faculdade que conheceu dois de seus melhores amigos: Francisco Ubiratan Dellape, que foi o criador da Federação Nacional dos Estabele-cimentos de Serviços de Saúde (Fenaess) e da CNS, e Adib Jatene.

Pouco tempo depois de formado, montou o Pronto Socorro Nossa Senhora da Pompeia, com mais quatro sócios. Anos mais tarde, um hospital com o mesmo nome, na região do ABC paulista. Após estudar e se tornar mestre em Administração Hospitalar ocupou a presidên-cia do Hospital e começou a se interessar por políticas de saúde. Foi diretor da Associação

Paulista de Medicina (APM), mais tarde diretor do SINDHOSP, vice-presidente e, enfi m, presi-dente do Sindicato. Dante Montagnana deixou quatro fi lhos e seis netos.

Na noite de 12 de dezembro, durante jan-tar de confraternização do SINDHOSP, Dante Montagnana seria homenageado pela atual diretoria da entidade pela sua incansável defe-sa em prol do setor de saúde. Infelizmente, sua morte pegou a todos de surpresa e a cerimônia foi cancelada. Sua dedicação e incansável trabalho à frente do Sindicato contribuíram para o fortalecimento do setor de saúde não só em São Paulo, mas em todo o país. Dante

Montagnana deixa um grande legado e o seu nome na história da saúde brasileira.

As manifestaçõesA morte de Dante Montagnana foi noti-

ciada por vários portais e veículos de comuni-cação. Além disso, autoridades, dirigentes de entidades, empresários e profi ssionais do setor enviaram fl ores e mensagens de condolências aos familiares e à diretoria do SINDHOSP. O Sindicato aproveita o espaço para agradecer publicamente por todas elas, que podem ser conferidas no site do Sindicato – mwww.sindhosp.com.br.

Presidente do SINDHOSP e da Federação dos Hospitais do Estado de São Paulo (Fehoesp) morreu na noite de 10 de dezembro, em São Paulo

O médico nefrologista e presi-dente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de Ribeirão Preto e Região (SINDHORP), Yussif Ali Mere Jr, assume a presidência do SINDHOSP, já que foi eleito em junho de 2012 primeiro vice-presi-dente da entidade. Yussif é mestre em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP; tem MBA em Economia e Gestão em Saúde pelo Centro Pau-lista de Economia da Saúde (Cepes), ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); é diretor Execu-tivo do Grupo Lund de Nefrologia; e vice-presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNS).

Yussif Ali Mere Jr faz parte da diretoria do SINDHOSP há 16 anos e ingressou na entidade por con-vite do então presidente, Dante Montagnana. A próxima edição do Jornal do SINDHOSP trará entrevis-ta exclusiva com o novo presidente do SINDHOSP.

Yussif Ali Mere Jr assume presidência

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A saúde mental passa por um momento contraditório. De um lado vemos os avanços dos recursos que vão sendo colocados gradativamen-te à disposição da população, como forma de melhorar a acessibilidade ao sistema de saúde. É certo que outras especialidades da medicina avançam numa velocidade maior do que a da saúde mental; todavia, não podemos olvidar que há muito pouco tempo as instituições ainda tinham característi-cas asilares e a eletroconvulsoterapia era muito mais comumente utilizada do que é hoje.

Os psicofármacos vão galgando gerações e ficando cada vez mais efi cazes e com menor efeito colateral. Podemos afi rmar que evoluímos mui-to e que a saúde mental deu saltos in-críveis nos últimos tempos. Assistimos o esforço dos hospitais psiquiátricos para se transformar em recursos que possam atender à demanda cada vez mais complexa, criando serviços de pronto atendimento, hospitais-dia, centros de convivência, residências inclusivas, ofi cinais terapêuticas, ofi -cinas de trabalho, entre outras ações.

Vão sendo implementados ser-viços na rede de atenção básica, na atenção psicossocial estratégica, na urgência e emergência, na residencial de caráter transitório, na hospitalar, em estratégias de desinstitucionali-zação e, fi nalmente, na reabilitação. De outro lado, o paradoxo fi ca por conta do descompasso entre a criação destes serviços e o desmonte acele-rado da rede hospitalar por parte do Ministério da Saúde. Isto provoca de-sassistência na certa, e quem sofre são os portadores de transtornos mentais e seus familiares. É antigo o discurso

de que pacientes sem assistência vão parar nas ruas, nas cadeias e a minoria que tem suporte familiar, para suas casas, mas é isto o que realmente continua acontecendo.

A política nacional de saúde men-tal extirpa da rede o hospital psi-quiátrico especializado, sempre por asfixia econômico-financeira e não cria alternativas para os pacientes que apresentam algum tipo de sofrimento mental. Quando se determina ofi cial-mente uma diária hospitalar no valor de R$ 35, há uma clara falta de respon-sabilidade do gestor nesse cenário no mínimo tenebroso. Os holofotes da mídia estão hoje focados na região de Sorocaba como protagonista de serviços que não atendem às neces-sidades da população, mas essa mira deveria ser direcionada ao Ministério da Saúde que fomenta, de maneira ofi cial, esse panorama aqui tratado.

O SINDHOSP, através de seu depar-tamento de Saúde Mental, mantém seu objetivo principal que é o de con-gregar hospitais e clínicas psiquiátricas, sempre na tentativa de mobilizar seus representantes com vistas à troca con-tínua de experiências e de estratégias para a manutenção do hospital espe-cializado como um dos componentes da rede de atenção psicossocial, a despeito do pensamento ministerial.

Uma das principais estratégias são os encontros do chamado Grupo Suprainstitucional-GSI, representado pelo SINDHOSP, Fehosp e Pró Saúde Mental, que objetiva discutir os prin-cipais problemas enfrentados pela categoria e, sobretudo, promover e sensibilizar seus representantes em torno da transformação que os hospitais devem instituir de maneira

Saúde mental vive momento contraditório: entre avanços e diretrizes mal conduzidas

progressiva, para se adequarem às novas políticas de saúde mental que a sociedade brasileira vem escolhendo, baseadas nas diretrizes da reforma psiquiátrica. Referido GSI discute e dá seguimento às principais estratégias definidas e priorizadas. O departa-mento também promove reuniões periódicas com as clínicas de saúde mental de São Paulo, que atendem a pacientes provenientes da saúde suplementar.

Projetando para o futuro, vemos com preocupação o desencontro acima, pois insistir na exclusão do hospital psiquiátrico especializado da rede de assistência constitui, a meu ver, um verdadeiro equívoco. Os efeitos deletérios dessa má condução das diretrizes do setor serão sentidos pela população há muito castigada, no âmbito da saúde pública, restando um novo mercado para a saúde suple-mentar que irá acolher a parcela mais favorecida da população brasileira.

Ricardo Mendes coordenador do departamento de Saúde

Mental do SINDHOSP

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A Comissão de Recursos Humanos (RH) do SINDHOSP realizou a sua última reunião do ano no dia 5 de dezembro, no auditório do Sindicato, quando os representantes dos estabelecimentos de saúde tiveram a oportunidade de debater e trocar informações sobre as negociações no setor, legislações trabalhistas, incluindo os projetos de lei que estão tramitando no Congresso Nacional e tratam de temas que envol-vem a saúde, e os principais assuntos que afetam as atividades do dia a dia dos profi ssionais de RH.

Na avaliação do coordenador da Comissão de RH e consultor de Gestão Empresarial, Nelson Alvarez, 2012 foi um ano pouco otimista, com um cenário tru-culento e desafi ador. “Os movimentos no setor saúde demoram a engrenar no Le-gislativo, mas, agora, vieram com força, e os profi ssionais de RH devem buscar informações e passar mais esclarecimen-tos às diretorias das empresas. Temos que nos preparar para momentos mais turbulentos”, alertou. Ele lembrou que as reuniões e ações da Comissão buscam exatamente isso: trazer contribuições para as instituições, promover a troca de expertise e a integração do segmento.

Entre os vários assuntos abordados durante os nove encontros realizados em 2012, os projetos de lei (PLs) nº 2.295/2000, que reduz a jornada de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem para 30 horas semanais, e o nº 4.924/2009, que fi xa em R$ 4.680 o piso salarial dos enfermeiros, em R$ 3.255 o dos técnicos e em R$ 2.325 o dos auxiliares de enfermagem, trou-xeram preocupação para as empresas de saúde pelo impacto fi nanceiro que devem causar.

O PL 2.295/00 ia ser votado no plená-rio da Câmara dos Deputados em junho, mas foi retirado a pedido da presidente Dilma Rousseff , atendendo às solicita-ções das entidades que representam o setor de saúde. Em uma reunião

realizada em setembro, as entidades patronais apresentaram propos-ta para que os estabe-lecimentos fi zessem a adequação da carga horária gradativamen-te para que em até 15 anos esteja vigorando a carga horária de 30 horas semanais à cate-goria de enfermeiros. Porém, as entidades representantes dos empregados re-jeitaram. Já o PL 4.924/09 tramita em caráter conclusivo e está na Comissão de Finanças e Tributação.

A reforma na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) também foi um dos destaques das reuniões do grupo. Há um ano, a presidente Dilma sancionou a lei 12.551, modifi cando o artigo 6º da CLT, para introduzir o teletrabalho (trabalho realizado a distância, por meio da internet e de novas tecnologias de comunicação). Esta lei determina que os trabalhadores têm os mesmos direitos e as mesmas obrigações nos dois tipos de trabalho.

Outro PL que fez o setor fi car em alerta foi o 4.440/2012, que pretende disciplinar o que é relativo a horas de sobreaviso. O assunto passa por intensa análise ante a recente alteração, pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), na súmula nº 428. Com ela fi cou estabelecido que o uso de ins-trumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, não caracteriza regime de sobre-aviso; e que se considera em sobreaviso o empregado que, a distância e subme-tido a controle patronal por instrumento telemático ou informatizado, permaneça em regime de plantão ou equivalente. As revisões feitas em setembro pelo TST nas súmulas e orientações para jurisprudên-cia em mais de 40 temas também deixa-ram em estado de atenção as equipes de RH das empresas de saúde.

O apoio que o grupo recebe da

área jurídica do Sin-dicato é considerado fundamental para os representantes da saú-de por auxiliá-los na tomada de decisões. “Este apoio técnico do SINDHOSP tem sido essencial para o en-tendimento das mu-danças constantes da legislação e a escolha do melhor caminho

a ser tomado”, destacou o gerente de Gestão de Pessoas do Hospital Cruz Azul de São Paulo, Marcos de Jesus Silveira. Opinião reiterada pela coordenadora de Administração de Pessoal do Hospital e Maternidade Santa Joana/Pro Matre Paulista, Celi Sapatini. “O Sindicato nos traz sempre os assuntos importantes para o nosso dia a dia, porém com uma visão muito mais ampla, remetendo-nos a uma análise mais profunda sobre o nosso papel dentro das empresas.”

Perspectivas para 2013O desenvolvimento de novas lide-

ranças, a qualifi cação da mão de obra e como mantê-la devem ser os desafi os para o setor em 2013, segundo Nelson Alvarez. Para ele, o segmento passa por um momento de concentração em gran-des grupos econômicos e tem deixado as questões de gestão de pessoas um pouco de lado. “Vejo que como trabalhamos com mão de obra intensiva e temos um cliente cada vez mais informado e ciente de seus direitos, as empresas deveriam investir mais na preparação e qualifi cação do pessoal, que é quem está diretamente em contato com este cliente.” Alvarez ainda ressalta que é preciso se preparar para enfrentar situações mais difíceis e que “isto exigirá boas relações entre capital e trabalho, principalmente nas questões sindicais”. A primeira reunião da Comissão de RH em 2013 será no dia 20 de fevereiro, no auditório do Sindicato.

2012: um ano de desafios para o RH das empresas

Nelson Alvarez, coordenador da Comissão

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As atividades do Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde (Iepas) tiveram início no segundo semestre de 2012. O Iepas é uma sociedade sem fi ns lucrativos que foi criada no fi nal de 2011, por iniciati-va do SINDHOSP, Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Fehoesp) e sindicatos fi liados. Sua missão é a de desenvolver ações voltadas à capacitação e aperfeiçoamento profi s-sional do setor saúde, através da realiza-ção de cursos, treinamentos, palestras, seminários e congressos.

O SINDHOSP já realiza cursos e demais eventos há muito tempo. A Fehoesp tam-bém, desde a sua criação. O Iepas surgiu para concentrar esses esforços e auxiliar os prestadores de serviços de saúde na capacitação dos seus recursos humanos. Afi nal, gestores e empresários do setor convivem diariamente com o problema da falta de mão de obra qualificada e treinada. Em paralelo, as demandas da saúde aumentam, a população se torna cada vez mais informada e novas tecno-logias são introduzidas com frequência cada vez maior.

Com o Iepas, a grade de cursos será ampliada e dinamizada. Esse crescimen-to deve atender ao aumento de cargos e funções dentro dos hospitais, clínicas, laboratórios e demais estabelecimentos de serviços de saúde. O setor passa por mudanças signifi cativas, como o desafi o

da qualificação da rede prestadora, o pagamento por performance e o enve-lhecimento populacional. E, claro, tudo isso exige maior preparo das empresas. E o capital humano é o coração dessas organizações.

Neste último semestre de 2012, por exemplo, o Iepas realizou 14 cursos em várias regiões do Estado de São Paulo. São eles: Estratégias para a prevenção de infecção hospitalar; Custos hospitalares; Dez passos para um faturamento efi caz; Prontuário do paciente: Aspectos técnicos e legais; Biossegurança: Gerenciamento de riscos biológicos e imunização para os profi ssionais de saúde; Gestão fi nanceira para clínicas; Humanização do atendimen-to; Limpeza, desinfecção e esterilização de materiais e reuso de materiais de uso único; Gestão estratégica de pessoas; Negociação e administração de confl itos; Gerenciamento e otimização de leitos hos-pitalares; Biossegurança: Gerenciamento de riscos químicos em serviços de saúde; Limpeza e desinfecção de superfícies; e Como avaliar as distorções após a implan-tação da TUSS (Terminologia Unifi cada da Saúde Suplementar).

Outro aspecto que merece destaque é que a atuação do Iepas não fi cará res-trita à realização de cursos e eventos. O Instituto também pretende participar e promover campanhas de saúde e realizar e apoiar pesquisas e estudos pertinentes

ao setor. Também enxergo um universo mais amplo, que traduza cooperação e colaboração com entidades científi cas, fundações e universidades.

O advento do Iepas mostra que a ini-ciativa privada está buscando desenvolver o aperfeiçoamento, a especialização e a educação continuada, já que as escolas e universidades brasileiras não estão con-seguindo formar o profi ssional que delas se espera. E os desafi os são imensos. A revolução na saúde acontece diariamente e precisamos estar preparados para isso. E o Iepas, tenham certeza, terá papel fun-damental nesse processo.

José Carlos Barbériopresidente do Iepas e diretor do SINDHOSP

Os desafios do Iepas

ANS prorroga prazo para cumprimento de IN nº 49Em maio de 2012, a Agência Nacional

de Saúde Suplementar (ANS) publicou a Instrução Normativa nº 49, que determina alterações nos contratos de prestação de serviços com as operadoras de saúde, mais especifi camente no que diz respeito à forma e periodicidade dos reajustes nos valores contratados.

Em reunião da Diretoria Colegiada da ANS, realizada em 7 de novembro de 2012, a Agência decidiu prorrogar este prazo, por mais seis meses (conforme ata publicada

no site da agência, www.ans.gov.br, link “Transparência Institucional”). Isso signifi ca que os planos de saúde terão até maio de 2013 para oferecer às suas respectivas redes de prestadores tais propostas.

As negociações são livres, e podem levar em conta índices vigentes e de conhecimen-to público - como o índice ANS para planos de saúde, INPC, IGPM, IPC, entre outros – ou qualquer outra fórmula matemática para definição de preços, que leve em conta variação positiva.

O departamento de Saúde Suplementar do SINDHOSP recomenda que os presta-dores fi quem atentos a estas propostas, as quais devem ser negociadas com as opera-doras levando em conta os custos de cada entidade, principalmente no tocante ao reajuste salarial da categoria. Vale lembrar que as operadoras que não atenderem à determinação ou utilizarem contratos omis-sos em relação aos índices ou periodicidade poderão ser penalizadas pela ANS, após o fi m do prazo estipulado.

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A Agência Nacional de Saúde Suple-mentar (ANS), representantes de hospitais e de planos de saúde assinaram, em 6 de dezembro, um acordo para o começo do que será a implantação de um novo modelo de remuneração na saúde suplementar. A ideia, segundo o gerente de Relações com os Prestadores de Serviços em Saúde da Agência, Carlos Figueiredo, é promover uma mudança nesta relação comercial, que hoje é marcada pela chamada conta aberta (fee for service), implicando em altos custos administrativos, descon-fi anças e glosas por parte dos planos de saúde.

“Mudam os incentivos”, analisou Figueiredo, na ocasião da assinatura do acordo. “A mudança do modelo possibilita o reco-nhecimento e a premiação das melhores equipes e muda a relação com os pla-nos de saúde, que passam a analisar o procedimento e a qualidade dos servi-ços prestados, ao invés de analisar a composição das contas, agilizando o processo de autorização dos procedimentos para os pacientes e o pagamento para os hospitais”, continuou.

No atual modelo de pagamento, cada item utilizado na internação do paciente é detalhado na conta, após um processo de faturamento em que profissionais de saúde contratados pelo hospital analisam a internação. Por outro lado, os planos de saúde também mantêm grandes equipes

para rever as contas e discutir valores e quantidades cobrados. O novo modelo propõe duas opções de pagamento: os procedimentos gerenciados - que podem ser clínicos ou cirúrgicos, e que incluem diversos custos facilmente previsíveis na execução dos mesmos – e as contas abertas aprimo-radas – aplicadas àqueles procedimentos mais complexos e menos previsíveis. Uma cirurgia, por exemplo, passará a ser um item único na conta hospitalar, já contemplando todo o período de internação do paciente,

recursos humanos e físicos necessários. Para isso, os hospitais terão de adequar-se aos protocolos e diretrizes, uma espécie de roteiro médico que conste a relação dos materiais necessários, exames e recursos para a realização do atendimento completo.

A princípio, a ANS planeja anunciar, já no início de 2013, oito grupos formados por hospitais e operadoras para um piloto de implantação do modelo. Apesar de ser

Setor sela acordo para novo modelo de remuneração

Qualidade das operadoras melhora, segundo IDSS

voluntária, a adesão ao projeto pode sofrer indução por parte da Agência, que admite já estar estudando maneiras de atrair o mercado para o modelo.

A mudança, segundo o coordenador do departamento de Saúde Suplementar do SINDHOSP, Danilo Bernik, é bem-vinda. No entanto, é preciso atentar para os custos re-ais dos prestadores de serviços. “Os pacotes podem diminuir a distorção vivida hoje pelo mercado, desde que construídos de maneira profi ssional, levando em conta os custos

reais de cada prestador. Também é preciso pensar em revisões periódicas desses valores, trimes-trais ou semestrais, junto às operadoras. Afi nal, um pacote mal formulado signifi cará prejuízo para todos”, avalia.

Para o desenvolvi-mento da proposta do novo modelo de remune-ração, a ANS coordenou um Grupo de Trabalho composto por represen-tantes dos hospitais (As-sociação Nacional dos

Hospitais Privados – ANAHP, Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas – CMB, Confede-ração Nacional de Saúde – CNS e Federação Brasileira de Hospitais – FBH) e dos planos de saúde (Associação Brasileira de Medicina de Grupo – Abramge, Federação Nacional de Saúde Suplementar – FenaSaúde, União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde – Unidas e Unimed do Brasil).

O Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 13 de de-zembro com base nos dados de 2011, aponta melhora na qualidade dos serviços oferecidos pelas operadoras de planos de saúde. O IDSS é um resumo sintético do Programa de Qualifi cação da Saúde Suplementar.

Analisando somente as operadoras médico-hospitalares, 62% fi caram nas duas melhores faixas de desempenho em 2011, enquanto que em 2010 foram apenas 32%. O número de operadoras caiu de 1.517, em 2010, para 1.239, em 2011, enquanto o de usuários aumentou de 58 milhões para 60 milhões.

O IDSS avalia quatro dimensões – assistencial, econômico-fi nanceira, estrutura e operação e satisfação do benefi ciário. “Os resultados demonstram que estamos no caminho certo”, acredita o presidente interino da ANS, André Longo. Os dados do IDSS podem ser encontrados no “Espaço da Qualidade”, dentro do site da ANS (www.ans.gov.br).

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Ao receber o convite do Jornal do SINDHOSP para escrever este artigo sobre as perspectivas para o setor da saúde no ano que em breve se inicia, senti-me tentado a fazer uma “viagem ao futuro” um pouco mais longa. Logo me vi pensando em como desejo permanecer por aqui nas próximas décadas para saber como serão os centros cirúrgicos, que inova-ções serão feitas na gestão, em que estágio estará a tecnologia a serviço da saúde. Enfi m, encanta-me pensar que, com o atual ritmo de crescimento desta atividade, difi cilmente conseguiria, neste momento, traçar um retrato real ou mesmo aproximado do cenário nacional e mundial da saúde em meados do século 21.

Fincando os pés na terra novamente, cá estou para falar do que espero para a saúde brasileira em 2013. Acredito que será um ano de mudanças signifi cativas no rela-cionamento entre os players do setor. Em alguns aspectos, ouso arriscar, assistiremos ao início da quebra de paradigmas há muito enraizados na mentalidade dos executivos da saúde. Vamos a eles.

No que diz respeito ao modelo de gestão, cada vez mais será necessário que as organi-zações de saúde migrem de um modelo his-toricamente amador para a profi ssionalização total. Num contexto de concorrência acirrada como o que observamos atualmente, só quem investir em uma gestão voltada a resultados, com investimentos no gerenciamento de risco e atenção à responsabilidade socioambiental se destacará. Certifi cações de qualidade com credibilidade e implantação da governança corporativa complementarão a receita de sucesso para hospitais e instituições de saúde.

A tecnologia da informação é outro item que deverá ser foco da atenção de um maior número de empresas do setor em 2013, a serviço da gestão, com foco no core business e auxiliando o desenvolvimento de setores de inteligência de mercado e, ao mesmo tempo, voltada à produtividade, rapidez e segurança. Trata-se de um momento crucial em que a TI, se bem utilizada, protagonizará uma alavancagem sem precedentes ao cres-cimento do setor.

A cereja do bolo seria a implantação, em âmbito nacional e abrangendo o sistema público e privado, do cadastro individual e digitalizado de pacientes. A medida já con-sumiu mais de R$ 400 milhões em recursos

do Ministério da Saúde. Porém, neste caso, acredito que ainda não será nos próximos doze meses que comemoraremos esta conquista, que já deveria – e poderia – ter ocorrido há mais de dez anos.

Outro fator a ter continuidade é a pre-sença de grupos econômicos com interesse em investir no setor de saúde. Ainda há entraves constitucionais para a presença de capital estrangeiro em empresas de saúde brasileiras. Porém, fatos como a recente compra da maior operadora de saúde do país por um gigante americano, numa opera-ção multibilionária, apontam para um novo desenho no controle de hospitais e serviços de saúde brasileiros com maior destaque.

O aumento da expectativa de vida e o consequente envelhecimento da população, bem como a maior longevidade dos idosos, já requerem e continuarão demandando novos produtos na área de saúde. Gerenciamento de doenças crônicas, programas de preven-ção de doenças e aumento da qualidade de vida, monitoramento de pacientes a distância são alguns exemplos que adquirem impor-tância cada vez maior e deverão constar do planejamento estratégico das organizações.

Deve se fortalecer também o novo modelo de atendimento ao “consumidor” dos serviços de saúde. Deve-se considerar, por um lado, as ferramentas de busca que permitem ao paciente chegar ao consultório do médico muito mais informado – pelo menos em teoria – sobre seu quadro clíni-co; e, por outro, as redes sociais, que dão a este consumidor poder decisivo quanto à imagem e reputação das instituições, em ritmo acelerado. Os hospitais e clínicas estão prontos para lidar com esta realidade? Se não estão, deveriam concentrar esforços e investimentos para começar a fazê-lo em 2013, organizando-se para oferecer o melhor e entregarem o que prometem.

O ano que vem também deverá ser decisi-vo para a implantação de um novo paradigma na relação médico-hospital. Se, em uma via, os hospitais devem implantar programas consis-tentes de atração e retenção do profi ssional médico, este, na outra, vai ter de seguir as re-gras do jogo. Com uma taxa crescente de médi-co por habitantes, a exemplo do que já ocorre em profi ssões como o Direito, o profi ssional que deseja se sobressair e ter boas condições

Uma viagem ao futuro da saúdede trabalhar e crescer terá que se vincular a uma instituição, não como funcionário regido pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), mas em um modelo bem próximo disso, den-tro do conceito de ganha-ganha.

Já na relação hospitais-operadoras, não se trata de uma inovação, mas a re-muneração por procedimento, já praticada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é um caminho promissor e com ganhos em escala para ambos os lados. Num futuro talvez não tão próximo, a parceria entre instituições hospitalares e planos de saúde passará por mudanças ainda mais profundas e signi-fi cativas. Se hoje a cultural nacional e as difi culdades de agendamento de consultas, exames e procedimentos faz com que os serviços de emergências sejam vistos como consultórios ambulatoriais para os usuários, daqui a algum tempo o hospital atuará de forma a evitar internações desnecessárias ao paciente e onerosas às operadoras, operan-do quase que exclusivamente para os casos complexos, especialmente cirúrgicos.

Para que o cenário apresentado neste artigo ao menos comece a ser desenhado, porém, mais do que previsões, é preciso recursos. E estes, por si só, não bastam. A não ser que venham acompanhados pelo gerenciamento adequado – efi caz e efi ciente – dos serviços de saúde. Que venha 2013!

Genésio Korbesadministrador hospitalar com MBA em Gestão

Empresarial, sócio da Korbes Consulting e assessor técnico do SINDHOSP e da Fehoesp

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