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CARTA ABERTA
DAS CENTRAIS SINDICAIS
SOCIEDADE
CONTRA O SUBSTITUTIVO AO PL
4330/2004 TERCEIRIZAO
As Centrais Sindicais vm a pblico para se manifestar contra a proposta de
regulamentao da terceirizao, contida no relatrio final do deputado Arthur Maia
(PMDB-BA) ao Substitutivo do Projeto de Lei 4330/2004, de autoria do deputado
Sandro Mabel (PMDB-GO). O projeto tramita em fase final na Comisso de
Constituio e Justia e de Cidadania da Cmara.
O Brasil possui hoje um gigantesco ndice de rotatividade, segundo o estudo de
2011 do DIEESE, denominado Rotatividade e Flexibilidade no Mercado de Trabalho,
o qual afirma que aproximadamente 50% do total de trabalhadores com carteira
assinada entre os anos de 2008 e 2010 foram demitidos e recontratados. As prticas
de terceirizao sero fortalecidas, pelo substitutivo, institucionalizando a rotatividade
que contamina as relaes de trabalho e impede o desenvolvimento do mercado
interno.
Nas ltimas dcadas, o crescimento descontrolado da terceirizao, com o
objetivo principal de reduzir custos das empresas, resultou em grande precarizao
das condies de trabalho, com aumento das situaes de risco e do nmero de
acidentes e doenas, devido ao desrespeito s normas de sade e segurana, baixos
nveis salariais, ampliao das jornadas de trabalho, crescimento da rotatividade e
inadimplncia de direitos trabalhistas. Alm disso, os empregados terceirizados sofrem
discriminaes no local de trabalho, sendo tratados como trabalhadores de segunda
categoria. E, ao contrrio do que amplamente divulgado pelos que so diretamente
interessados, a terceirizao no gera emprego nem garante a alocao de mo de
obra especializada. Os resultados nefastos deste processo esto estampados nas
estatsticas de sofrimento, adoecimento e morte.
O parecer do deputado Arthur Maia (PMDB-BA) ao Substitutivo do PL
4330/2004, se aprovado, agravar ainda mais essa situao, pois, alm de liberar a
terceirizao para todos os tipos de atividades das empresas, no estabelece a
responsabilidade solidria das empresas contratantes e no garante a isonomia de
direitos e das condies de trabalho dos terceirizados.
Representamos milhes de trabalhadores e trabalhadoras do campo e da
cidade, do setor pblico e do setor privado, de todo o Brasil, que vm sofrendo os
efeitos de uma terceirizao perversa, que se agravar com a regulamentao do PL
4330/2004.
As Centrais lembram ainda a proposta que construram unitariamente para a
regulamentao da terceirizao, a qual foi consolidada em um Projeto de Lei no ano
de 2009 e encaminhada para o Governo Federal. Contudo, o Projeto de Lei foi
engavetado.
Diante deste cenrio, reafirmamos a nossa proposta construda unitariamente,
manifestamos publicamente nossa posio intransigente em defesa dos diretos e
conquistas da classe trabalhadora e contra a aprovao deste projeto que
representar uma verdadeira tragdia, legalizando a dinmica de precarizao das
relaes de trabalho presente no mercado de trabalho brasileiro. Um projeto de lei que
garante segurana jurdica s empresas deve tambm garantir segurana social
aos trabalhadores e estar assentado na isonomia de direitos, de salrio e de
tratamento dos terceirizados.