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CARTA ARGUMENTATIVA Pré-vestibular UFSC Professora Mônica Alves Professora Mônica Alves

Carta Argumentativa - 1

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CARTA ARGUMENTATIVA

Pré-vestibular UFSC

Professora Mônica AlvesProfessora Mônica Alves

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CARTA ARGUMENTATIVA: DEFINIÇÃO E USOS

Todas as cartas cumprem, em princípio, um objetivo semelhante: estabelecer um contato escrito entre dois interlocutores.

ABAURRE, Maria Luiza M.; ABAURRE, Maria Bernadete M. Produção de texto: interlocução e gêneros. São Paulo: Moderna, 2006.

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CARTA ARGUMENTATIVA: DEFINIÇÃO E USOS

Há cartas, porém, que são escritas com o objetivo declarado de apresentar argumentos em defesa de um determinado ponto de vista. São as chamadas cartas argumentativascartas argumentativas.

ABAURRE, Maria Luiza M.; ABAURRE, Maria Bernadete M. Produção de texto: interlocução e gêneros. São Paulo: Moderna, 2006.

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CARTA ARGUMENTATIVA: DEFINIÇÃO E USOS

Como todo texto busca alguém, as cartas argumentativas se definem pela apresentação articulada de informações, fatos e argumentos que caracterizam claramente a posição do autor.

ABAURRE, Maria Luiza M.; ABAURRE, Maria Bernadete M. Produção de texto: interlocução e gêneros. São Paulo: Moderna, 2006.

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CARTA ARGUMENTATIVA: DEFINIÇÃO E USOS

Interlocutor 1Autor da carta

Interlocutor 2

Destinatário da carta

Cidadão Ministro da Educação

Educação básica Educação básica

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CARTA ARGUMENTATIVA: DEFINIÇÃO E USOS

Na maior parte dos casos, esse ponto de vista é diferente daquele defendido pelo interlocutor a quem a carta foi dirigida e a finalidade do texto é convencê-lo a mudar de idéia por meio dos argumentos apresentados.

ABAURRE, Maria Luiza M.; ABAURRE, Maria Bernadete M. Produção de texto: interlocução e gêneros. São Paulo: Moderna, 2006.

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CARTA ARGUMENTATIVA: DEFINIÇÃO E USOS

Interlocutor 1“A educação é para todos. “

Interlocutor 2

“Nem todos podem ter acesso à educação. E isso não é culpa

do Governo.”

Cidadão Ministro da Educação

Educação básica Educação básica Idéias divergentesIdéias divergentes

Exemplo:

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CARTA ARGUMENTATIVA: DEFINIÇÃO E USOS

Interlocutor 1“Os jovens sabem utilizar a

internet. Não podemos generalizar!”

Interlocutor 2

“Os jovens não sabem utilizar de forma apropriada. Isso é

preocupante!”

Cidadão Ministro da Educação

Jovem e internet Jovem e internet Idéias divergentesIdéias divergentes

Exemplo:

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CARTA ARGUMENTATIVA: CIRCULAÇÃO

As cartas argumentativas não costumam circular publicamente. Uma exceção a essa característica acontece quando, em lugar de ser diretamente enviada ao interlocutor, a carta é divulgada em algum veículo de comunicação: jornal, revista etc.

ABAURRE, Maria Luiza M.; ABAURRE, Maria Bernadete M. Produção de texto: interlocução e gêneros. São Paulo: Moderna, 2006.

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(Nome da cidade e data)(O vocativo, ou seja, a pessoa a quem é endereçada a carta)

PREZADOS SENHORES:

Uns amigos me falaram que os senhores estão para destruir 45 mil pares de tênis falsificados com a marca Nike e que, para esse fim, uma máquina especial já teria até sido adquirida. A razão desta cartinha é um pedido. Um pedido muito urgente.

Antes de mais nada, devo dizer aos senhores que nada tenho contra a destruição de tênis, ou de bonecas Barbie, ou de qualquer coisa que tenha sido pirateada. Afinal, a marca é dos senhores, e quem usa essa marca indevidamente sabe que está correndo um risco. Destruam, portanto. Com a máquina, sem a máquina, destruam. Destruir é um direito dos senhores.

Mas, por favor, reservem um par, um único par desses tênis que serão destruídos para este que vos escreve. Este pedido é motivado por duas razões: em primeiro lugar, sou um grande admirador da marca Nike, mesmo falsificada. Aliás, estive olhando os tênis pirateados e devo confessar que não vi grandediferença deles para os verdadeiros.

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Em segundo lugar, e isto é o mais importante, sou pobre, pobre e ignorante. Quem está escrevendo esta carta para mim é um vizinho, homem bondoso. Ele vai inclusive colocá-la no correio, porque eu não tenho dinheiro para o selo. Nem dinheiro para selo, nem para qualquer outra coisa: sou pobre como um rato. Mas a pobreza não impede de sonhar, e eu sempre sonhei com um tênis Nike. Os senhores não têm ideia de como isso será importante para mim. Meus amigos, por exemplo, vão me olhar de outra maneira se eu aparecer de Nike. Eu direi, naturalmente, que foi presente (não quero que pensem que andei roubando), mas sei que a admiração deles não diminuirá: afinal, quem pode receber um Nike de presente pode receber muitas outras coisas. Verão que não sou o coitado que pareço.

Uma última ponderação: a mim não importa que o tênis seja falsificado, que ele leve a marca Nike sem ser Nike. Porque, vejam, tudo em minha vida é assim. Moro num barraco que não pode ser chamado de casa, mas, para todos os efeitos, chamo-o de casa.

Uso a camiseta de uma universidade americana, com dizeres em inglês, que não entendo, mas nunca estive nem sequer perto da universidade – é uma camiseta que encontrei no lixo. E assim por diante.

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Mandem-me, por favor, um tênis. Pode ser tamanho grande, embora eu tenha pé pequeno. Não me desagradaria nada fingir que tenho pé grande. Dá à pessoa uma certa importância. E depois, quanto maior o tênis, mais visível ele é. E, como diz o meu vizinho aqui, visibilidade é tudo na vida.

Atenciosamente – (despedida formal)

(O nome do emissor, isto é, a pessoa que enviou a carta)

(Moacyr Scliar, cronista da Folha de S. Paulo, 14/8/2000).

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ESTRUTURAESTRUTURA

a) Dissertativa: Logo, no primeiro parágrafo, você apresentará ao leitor o ponto de vista a ser defendido; nos dois ou três subsequentes, encadear-se-ão os argumentos que o sustentarão; e, no último, reforçar-se-á a tese (ponto de vista) e/ou se apresentará uma ou mais propostas.

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b) Argumentação: como a carta não deixa de ser uma espécie de dissertação argumentativa, você deverá selecionar com bastante cuidado e capricho os argumentos que sustentarão a sua tese. É importante convencer o leitor de algo.

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ELEMENTOS QUE A COMPÕEMELEMENTOS QUE A COMPÕEM

a) Cabeçalho: na primeira linha da carta, na margem do parágrafo, aparecem o nome da cidade e a data na qual se escreve. Exemplo: Londrina, 15 de março de 2003.

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b) Vocativo inicial: na linha de baixo, também na margem do parágrafo, há o termo por meio do qual você se dirige ao leitor (marcado por vírgula ou dois pontos). A escolha desse vocativo dependerá muito do leitor e da relação social com ele estabelecida. Exemplos: Prezado senhor Fulano, Excelentíssimo senhor presidente Luís Inácio Lula da Silva, Senhor presidente Luís Inácio Lula da Silva, Caro deputado Sicrano, etc.

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c) Interlocutor definido: Diferente da dissertação, na carta, estabelece-se uma comunicação particular entre um eu definido e um você definido. Logo, você terá que ser bastante habilidoso para adaptar a linguagem e a argumentação à realidade desse leitor e ao grau de intimidade estabelecido entre vocês dois.

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d) Necessidade de dirigir-se ao leitor: na dissertação tradicional, recomenda-se que você evite dirigir-se diretamente ao leitor por meio de verbos no imperativo (“pense”, “veja”, “imagine”, etc.). Já na carta você passa a ter a necessidade de fazer o leitor “aparecer” nas linhas. Se a carta é para ele, é claro que ele deve ser evocado no decorrer do texto. Então, verbos no imperativo – que fazem o leitor perceber que é ele o interlocutor – e vocativos devem ser usados.

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e) Expressão que introduz a assinatura: terminada a carta, é de praxe produzir, na linha de baixo (margem do parágrafo), uma expressão que precede a assinatura do autor. A mais comum é “Atenciosamente”, mas, dependendo da sua criatividade e das suas intenções com o interlocutor, será possível gerar várias outras expressões, como “De um amigo”, “De um cidadão que votou no senhor”, De alguém que deseja ser atendido”, etc.

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f) Assinatura: um texto pessoal, como é a carta, deve ser assinado pelo autor. Nos vestibulares, porém, costuma-se solicitar ao aluno que não escreva o próprio nome por extenso. Na Unicamp, por exemplo, ele deve escrever a inicial do nome e dos sobrenomes (J. A. P. para João Alves Pereira, por exemplo). Na UEL, somente a inicial do prenome deve aparecer (J. para o nome supracitado). Essa postura adotada pelas universidades é importante para que se garanta a imparcialidade dos corretores na avaliação das redações.

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Autoridades de Estado Vossa Excelência (V. Ex.ª): Para o presidente

da República, senadores da República, ministros de Estado, governadores, deputados federais e estaduais, prefeitos, embaixadores, cônsules, chefes das Casas Civis e Militares. Somente o presidente da república usa o pronome de tratamento por extenso, nunca abreviado.

Vossa Magnificência (V. Mag.ª): Para reitores de Universidade, pró-reitores e vice-reitores.

Vossa Senhoria (V. S.ª): Vereadores; Para diretores de autarquias federais, estaduais e municipais.

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Vossa Majestade Real & Imperial (V. M. R. & I.): para monarcas que detenham títulos de imperador e rei ao mesmo tempo.

Vossa Majestade Imperial (V. M. I.): para imperadores e imperatrizes

Vossa Majestade (V. M.): para reis e rainhas Senhor (Sr.): para homens em geral, quando não existe

intimidade Senhora (Sr.ª): para mulheres casadas ou mais velhas

(no Brasil) ou mulheres em geral (em Portugal). Senhorita (Srt.ª): para moças solteiras, quando não

existe intimidade (no Brasil). Vossa Senhoria (V. S.ª): para autoridades em geral,

como secretários da prefeitura ou diretores de empresas

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O que aconteceu:

Ideias soltas. Repetição de palavras. Parágrafos extensos. Pronome de tratamento inadequado. Concordância verbal e nominal. Regência verbal e nominal. Acentuação. Pontuação

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Troca de letras (f por v – t por d). Translineação inadequada. Uso de sigla. Ortografia (jeito ou geito, xingar ou chingar). Essas e esta. Onde. Maus-tratos e maltratar. Destratar (tratar mal) e distratar (desfazer). Cartas sem frase de encerramento, fecho.

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CARTA ARGUMENTATIVA

Assunto retirado da seguinte fonte:

ABAURRE, Maria Luiza M.; ABAURRE, Maria Bernadete M. Produção de texto: interlocução e gêneros. São Paulo: Moderna, 2006.