CARTA-PROGRAMA Desmuros versão final revisada

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  • 7/28/2019 CARTA-PROGRAMA Desmuros verso final revisada

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    Apresentao

    Carx (e)leitorx,

    O material que voc tem em mos resultado do acmulo de um grupo que se prestou

    a refletir acerca de questes que interessam axs estudantes do CCJ: a partir de anseios eangstias concretas em relao ao nosso curso de Direito, consolidamos um programa polticoque tem como norte a mudana e transformao no CCJ.

    O nome que escolhemos para nos representar, Desmuros, mostra nossa posio para

    esta campanha. Primeiro, estamos aqui para desconstruir o muro sobre o qual a atual gestodo CAXIF insiste em se colocar; segundo, lanar um olhar alm dos muros do CCJ, vislumbrandoquestes sociais relevantes que afetam nossa universidade e nosso curso.

    No ltimo ano, o grupo que atuou no CAXIF se prestou a uma tarefa impossvel:representar a todxs. A prpria existncia de uma oposio, porm, prova que tal objetivo nofoi alcanado. Afinal, por mais representativo que voc se disponha a ser, sempre haver vozesdissonantes. Ns acreditamos que as diferenas existem e no h como serem ignoradas.

    Devido pluralidade vazia pretendida pelo CA nessa ltima gesto, certos grupos no

    CCJ tornaram-se invisveis: mulheres, homossexuais, negrxs, cotistas etc. Reivindicamos oreconhecimento da Pluralidade de Verdade dos vrios sujeitos, grupos e diferenas existentesno CCJ. Reivindicamos um CA que no se furte ao Posicionamento Poltico, e por isso, que selance ao Combate s Opresses, que lute contra o racismo, o machismo e a homofobia que

    permeiam as relaes no mundo e se refletem no CCJ.

    A disputa por um modelo de universidade est dada, e para o nosso grupoa Universidade Pblica, Gratuita e de Qualidade necessria. Ensino, pesquisa e extenso sfazem sentido se articulados de forma indissocivel, resultando em uma produo deconhecimento que no isole a academia do mundo. Alm disso, a defesa de espaos pblicos essencial para uma verdadeira Integrao entre xs estudantes: um CA deve construirespaos abertos onde xs estudantes possam participar sem distines, fornecendo a todxsiguais condies que possibilitem a integrao.

    Por fim, pretendemos viabilizar esse projeto atravs de trs princpios norteadores degesto: Abertura, Horizontalidade e Dilogo. Mais do que literalmente abrir a porta, o CAXIFprecisa convidar e acolher xs estudantes que desejam participar das tomadas de deciso: necessrio o retorno s reunies abertas, onde o peso do voto de cada estudante no determinado pelo status que seu nome ocupa em uma nominata. J passada a hora deincluirmos efetivamente xs estudantes como atores de seu Centro Acadmico, possibilitandouma gesto verdadeiramente democrtica.

    Nas pginas a seguir apresentamos um pouco mais sobre nosso projeto poltico.

    Esperamos que voc se identifique com o que escolhemos pautar e defender.

    Uma boa leitura e... Desmure-se!

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    O caos e a irresignao: por que j passou da hora de sairmos do lugar?

    A sala de aula o cenrio principal de nosso curso. Nela, muitxs (ou nem tantxs)estudantes veem manhs e noites transcorrer vagarosamente enquanto professorxs do (svezes) voos rasantes sobre a matria. O ambiente inspito e assptico. Nas janelas, poronde poderamos olhar para fora, h grades, garantindo o cercamento e, ironicamente,nas portas, h janelas, cumprindo um duplo papel: focando nosso olhar para os corredores,dentro do prprio prdio, e permitindo que a partir dele nos vigiem. Em certa medida, asportas com janelinhas assemelham-se com as de um corredor de uma instituiopsiquitrica. E quem nunca temeu ficar maluco no CCJ?

    Dentro, onde as cadeiras so militarmente enfileiradas, o espao percorrido poruma geopoltica prpria: incidentes diplomticos ocorrem por causa de mera troca delugares e a rigidez dessa disposio espacial sustentada por questes ideolgicas, de

    afinidades e amorosas. Nesse palco, ora como drama, ora como comdia, x professorx praticamente x nicx ator/atriz, o sujeito, e ns, estudantes, vestimos a carapua de alumnie nos acomodamos passividade da plateia e obrigatoriedade velada dos aplausos.

    o triste resumo do pacto de mediocridade, firmado e renovado a cada semestreentre professores que fingem ensinar e estudantes que fingem aprender, numa lgica dereproduo de jarges jurdicos de gosto duvidoso. Mais do que um retrato do ensino,porm, o descaso que perpassa a sala de aula reflete ainda o fim dos tempos da pesquisae da extenso no CCJ.

    Para onde vamos? Ns, da Desmuros, irresignados diante do absurdo ccjotiano,acreditamos que o horizonte de transformao do curso de Direito o rompimento dosmuros entre ensino, pesquisa e extenso; dos muros entre professorxs e corpo discente; dosmuros entre o saber acadmico e o popular. , enfim, a construo de uma universidadepblica, gratuita e de qualidade.

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    E a pesquisa, CAXIF?

    No processo eleitoral de 2011, tripudiaram da proposta de um congresso gratuito.Impossvel!, bradava a situao, que, no auge de seu deboche, desenhou num cartaz

    em letras cor de rosa o maravilhoso mundo do congresso de graa. Depois que o evento,

    porm, de fato aconteceu em 2012/1, na gesto Primavera nos Dentes, no havia maislugar para desculpas esfarradas. E foi a que se criou o monstro do Congresso de 2013/1, oqual, embora aparentemente gratuito, saiu caro axs estudantes: submetidxs a torturantesshowlestras e privadxs do importante espao da mostra de pesquisa.

    Assim, num cenrio em que, nacionalmente, vigora o eficientista programa de milhas,digo, de pontos, da CAPES - consolidando o produtivismo acadmico - e onde sobrevivempoucos veculos de publicao voltados graduao, a atual gesto do CAXIF deixouclaro entender que pesquisa dispensvel e que, se xs estudantes supostamente no

    demonstram interesse por pesquisar, no cabe ao CA problematizar por que isso acontece.A Desmuros acredita que sim papel do CAXIF estimular xs estudantes pesquisa e

    contribuir para que esta se consolide, especialmente nas primeiras fases, como alternativaaos estgios burrocratizantes. Por isso, defendemos a realizao de eventos acadmicossempre gratuitos, sempre construdos pelxs estudantes e com mostras de pesquisa quecada vez mais avancem na produo de conhecimentos atentos s demandas sociais.

    A farsa das bolsas

    As bolsas de monitoria so implementadas portoda a UFSC seguindo a resoluo 19/CEPE/93,especificamente editada para isso. Elas tm porobjetivo auxiliar xs estudantes com dificuldade emalguma matria e tambm despertar nxs bolsistas queprestam a monitoria o interesse pela carreira docente.No entanto, o que acontece no CCJ um flagrantedesvio de funo dessas bolsas, que so distribudasem contrariedade com a mencionada resoluo eacabam se concentrando na secretaria do EMAJ eno LINJUR.

    Afinal, de que maneira a distribuio de pastasno Escritrio Modelo ou a pesquisa informtica de sabe-se-l-o-qu-e-pra-qu no LINJURtem estimulado essxs estudantes a seguir no magistrio? As turmas de quais disciplinas esto

    sendo auxiliadas em suas dificuldades? A chapa Desmuros defende que essas bolsas sejamredistribudas segundo critrios objetivos e transparentes, de acordo com a normativa daUFSC.

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    A derrocada do EMAJ e...

    No de hoje que o EMAJ figura como o calcanhar de Aquiles do CCJ e a ltima gesto doCAXIF s reforou esta condio, haja vista a ridcula soluo paliativa proposta diante da

    implementao do novo currculo do EMAJ, que suprimiu as disciplinas de Prtica Jurdica Simuladae aumentou a carga horria de Prtica Jurdica Real. Na realidade, o que as turmas da stima fase

    hoje verificam o retorno do fantasma da Prtica Simulada, sem ementa nem plano de ensino,numa flagrante burla da reforma curricular.

    Alm disso, permanecem os velhos problemas do Escritrio Modelo. No se sabe se a funoque o EMAJ deve cumprir preponderantemente pedaggica ou se ele apenas procura suprir asdemandas da comunidade. Fica claro que, num Estado onde a Defensoria Pblica s seconcretizou por deciso do STF, o EMAJ representa uma das poucas alternativas de acesso gratuito justia que a populao tem. Por outro lado, no cabe ao EMAJ assumir integralmente umaresponsabilidade estatal em completo detrimento do processo de ensino-aprendizagem dosestudantes.

    H tambm problemas estruturais e organizativos que impedem uma boa gesto do EMAJ.O EMAJ j contou com a colaborao de estudantes do Curso de Servio Social e da Psicologia,mas hoje so xs prprios estudantes de direito que se viram para tentar fazer o trabalho deacolhimento, triagem, assistncia social e suporte emocional. Tambm problema fundante doEMAJ a alocao preferencial de professorxs substitutxs, cujo vnculo com a universidade extremamente frgil.

    Quanto organizao, pode-se dizer que no mnimo nebulosa a diviso de atribuiesentre a Coordenao do EMAJ, o Ncleo de Prtica Jurdica, o Departamento e a Direo de

    Centro. Alm disso, problemas organizativos bsicos como um projeto de digitalizao levado atoque de caixa reforam a ausncia de incentivo resoluo extrajudicial dos casos.

    Enquanto isso, a Empresa Jnior...

    J conquistou uma sala e aguarda seus/suas primeirxs clientes.

    Quando a atual gesto do Centro Acadmico decidiu por concentrar seus esforos na

    criao de uma empresa jnior no curso, ela acabou por no resolver os problemas da graduaoe, principalmente, do EMAJ. Foi uma escolha pela criao de um espao de desenvolvimento decompetncias individuais de um nmero reduzido de estudantes que participaro da empresa, emdetrimento da maioria do corpo discente, que no faz parte desse projeto.

    O grande problema, porm, a vinculao de seus objetivos institucionais ao interesse domercado, submetendo parcela das diretrizes pblicas do ensino superior ao mbito privado, alheio,muitas vezes, de uma preocupao com as carncias sociais.

    Por isso a chapa Desmuros sustenta um projeto de fortalecimento do Escritrio Modelo e degrupos de extenso vinculados proposta de um ensino crtico e em dilogo com as necessidadese demandas da sociedade. Reivindicamos, portanto, que o EMAJ, independentemente de gesto,seja repensado a partir da implementao de uma comisso paritria de estudantes, servidorxs eprofessorxs, a fim de torn-lo um espao atrativo para xs estudantes, sem esquecer a necessidadede atender a demandas sociais.

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    Combate s opresses: gnero e sexualidades

    comum nos depararmos com discursos que afirmam que j no h maispreconceitos, como os de gnero, por exemplo, em nossa sociedade. E falas neste sentidoso comuns tambm nos corredores do CCJ. Quando, porm, confrontamos o fato de quena magistratura catarinense temos 56 desembargadores e apenas 5 desembargadoras,cabe nos questionarmos a que se deve tamanha discrepncia. A Desmuros acredita queisso mais do que mera coincidncia.

    O Brasil, hoje, se erige sobre uma estrutura de opresso, segregao e excluso e papel da universidade, alm de formar tcnicos, como tem feito, protagonizar aconstruo de uma sociedade que respeite e valorize as diferenas de gnero, cor eorientao sexual. Assim, enquanto juristas em formao, precisamos ir alm do direitoposto e entender, por exemplo, que ainda que homossexuais tenham conquistado oreconhecimento do dito casamento gay, esses grupos seguem violentados dia aps dia.

    O CAXIF, portanto, deve trazer baila o debate sobre opresses, para que possamos

    compreender de que formas os preconceitos tm se reproduzido, e mais do que isso, atuarenergicamente no seu combate.

    Combate s opresses: racismo

    Na ltima dcada mais de 500 indgenas foram assassinados no Brasil. Em 2010, 49.932pessoas foram vtimas de homicdio no pas; 70,6% eram negras. Em contrapartida, ainda

    facilmente vendido (e comprado) o mito de que diferentes culturas e etnias convivem deforma plenamente harmnica no Brasil. possvel assumir uma posio de neutralidadediante disso?

    A Desmuros entende que qualquer projeto poltico de neutralidade um conscienteendosso das opresses estruturais da sociedade. Quando transplantada essa neutralidadepara o debate racial, adquirimos uma postura de indiferena, ignorando o perfil altamente

    excludente e opressor da nossa estrutura social. Nosso grupo no faz vistas grossas, noacha que o assunto no nos compete. Recusamo-nos a ficar em cima do muro, sabemosde que lado estamos: combatemos o racismo, reivindicamos o fortalecimento doPrograma de Aes Afirmativas e buscamos que, para alm do acesso, sejam garantidascondies reais de permanncia a todxs xs estudantes.

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    OCAXIF s serve para fazer festa e futebol

    A integrao foi uma das principais pautas sob a qual a gesto Levante-se se elegeunas ltimas eleies. Durante o ltimo ano, contudo, o que tivemos passou longe decumprir essa funo do CAXIF: no houve integrao no CCJ. Afinal, como integrar se os

    espaos escolhidos eram privados, com diferenciao do preo do ingresso por gnero,acessveis a uma especfica parcela do corpo discente.

    necessria a criao de espaos que proporcionem condies favorveis integrao estudantil. A Desmuros acredita em eventos abertos e acessveis, e por isso lutapela ocupao do campus, espao mais democrtico para a integrao estudantil e dauniversidade com a comunidade. Reivindicamos a ampliao e o fortalecimento deespaos de cultura e arte, gratuitos e verdadeiramente pblicos, criando as reaiscondies para que a integrao ocorra.

    A Festa

    Era uma festa muito engraada

    No tinha breja, no tinha nada

    Ningum podia entrar nela, no

    Porque o ingresso era um milho

    Ningum podia matar a sede,

    Mas muito lucro o CAXIF teve.

    Ningum podia ir no sushi,

    Mas o sarau foi feito ali

    Mas era feita com muito esmero

    Nos fez de bobos, integra zero.

    Observao importante!Carx (e)leitorx, voc deve estar um tanto quanto incomodadx com aquantidade de x que apareceu nesta carta-programa. No, no uma aluso rainha dos baixinhos. Assim como no se trata de umerro do Windows 95 e, muito menos, cuida-se de um erro de

    impresso. O x aqui uma opo poltica da nossa Chapa. Odesconforto que, por ventura, o x tenha causado na sua leitura menor temos certeza que o desconforto daquelxs quecotidianamente vem refletida na norma culta da lngua portuguesaa opresso de gnero estrutural de nossa sociedade.

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    Representao Discente

    CONSELHO DE UNIDADE

    Titular: Renata VolpatoSuplente: Lariane de Carvalho Vialli

    Titular: Thamirys Mendes LunardiSuplente: Thais Toledo Rigotti

    Titular: Murilo Rodrigues da RosaSuplente: Hugo Yan Charu Rabelo

    COLEGIADO DO DEPARTAMENTOTitular: Glenda Vicenzi

    Suplente: Lucas Varela Meyer

    Titular: Rafael CelesteSuplente: Olga Furtado Swiech

    COLEGIADO DO CURSO

    Titular: Vitria De Macedo BuzziSuplente: Ana Carolina Marinho de Moraes

    Titular: Juliana Mattos Dos SantosSuplente: Diogo Gonalves de Andrade

    Calendrio Eleitoral

    Debate da manh: 19 de junho, s 9h00Debate da noite: 24 de junho, s 19h00Eleio: 26 de junho, das 8h00 s 22h05

    Vota-se com documento de identidade com foto.

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    Nominata

    Ana Carolina Marinho de Moraes8 NAristteles da Silveira Filho8 D

    Diogo Gonalves de Andrade6 DFelipe Dutra Demetri10 D

    Gregrio Furtado Swiech6 DGuilherme Filipe Andrade dos Santos5 D

    Guilherme Bernardo de Oliveira4 DGustavo Zatelli Correa10 NHugo Yan Charu Rabelo1 DJoo Pedro Sartori Heydt2 NJuliana Mattos Dos Santos5 D

    Lariane de Carvalho Vialli2 NLucas Gonzaga Censi9 NLucas de Melo2 N

    Lucas Varela Meyer1 DMaria Luza de Souza Schreiner Pereira7 D

    Marja Mangili Laurindo8 NMurilo Rodrigues da Rosa6 D

    Nayara Aline Schmitt Azevedo9 DOlga Furtado Swiech8 D

    Rafael Celeste4 DRafael Lus Innocente10 N

    Renata Volpato7 DRenato Budag Becker6 N

    Roberta Olivato Canheo8 NRodrigo Alessandro Sartoti10 N

    Thais Toledo Rigotti8 NThamirys Mendes Lunardi7 D

    Vanessa Rodrigues Ferreira8 D

    Victor Cavallini9 DVitria De Macedo Buzzi6 N