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Uberlândia, 28 de novembro de 2014 A universidade mudou muito nos últimos anos. Fruto de luta do movimento estudantil, articulado tanto local quanto nacionalmente, passamos de 45 universidades no país para 72, 140 campi para 562. Na Universidade Federal de Uberlândia, o reflexo desse avanço também foi muito sentido. Desde 2007, a UFU amplia o seu quadro discente com a entrada de 1350 vagas a mais todos os anos. A construção de 3 novos campi e ampliação significativa da estrutura física r do corpo de servidores. Vale ressaltar que os cursos criados estão sendo muito bem avaliados, alguns em destaque nacional dentre os melhores cursos de sua área. Essa expansão permitiu a mudança do perfil dos/das estudantes da universidade. A criação de muitos cursos noturnos permitiu que trabalhadores também cursem ensino superior. As cotas garantem a entrada de grupos sociais historicamente excluídos do espaço acadêmico. A descentralização e a interiorização do Ensino permitem que populações de cidades antes marginalizadas tenham Ensino, Pesquisa e Extensão voltados para sua realidade, além de movimentar toda a microeconomia da região. No entanto, esses avanços geraram novas demandas na universidade, as quais ainda precisam ser sanadas. O país viveu um processo eleitoral intenso e caloroso, esse ano. No ponto de vista da chapa, foi importante para consolidar a democracia brasileira, onde todos e todas têm direito de expressar seus anseios e, também, suas críticas. A eleição permitiu que os eleitores e eleitoras tivessem uma visão clara dos projetos em disputa, gerando, também, uma polarização de debates e concepções. Se, de

Carta Programa Podemos Mais!

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Chapa DCE UFU

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Page 1: Carta Programa Podemos Mais!

Uberlândia, 28 de novembro de 2014

A universidade mudou muito nos últimos anos. Fruto de

luta do movimento estudantil, articulado tanto local

quanto nacionalmente, passamos de 45 universidades no

país para 72, 140 campi para 562. Na Universidade Federal

de Uberlândia, o reflexo desse avanço também foi muito

sentido. Desde 2007, a UFU amplia o seu quadro discente

com a entrada de 1350 vagas a mais todos os anos. A

construção de 3 novos campi e ampliação significativa da

estrutura física r do corpo de servidores. Vale ressaltar

que os cursos criados estão sendo muito bem avaliados,

alguns em destaque nacional dentre os melhores cursos de

sua área.

Essa expansão permitiu a mudança do perfil dos/das

estudantes da universidade. A criação de muitos cursos

noturnos permitiu que trabalhadores também cursem

ensino superior. As cotas garantem a entrada de grupos

sociais historicamente excluídos do espaço acadêmico. A

descentralização e a interiorização do Ensino permitem

que populações de cidades antes marginalizadas tenham

Ensino, Pesquisa e Extensão voltados para sua realidade,

além de movimentar toda a microeconomia da região. No

entanto, esses avanços geraram novas demandas na

universidade, as quais ainda precisam ser sanadas.

O país viveu um processo eleitoral intenso e caloroso, esse

ano. No ponto de vista da chapa, foi importante para

consolidar a democracia brasileira, onde todos e todas têm

direito de expressar seus anseios e, também, suas críticas.

A eleição permitiu que os eleitores e eleitoras tivessem

uma visão clara dos projetos em disputa, gerando,

também, uma polarização de debates e concepções. Se, de

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um lado, temos a reeleição de Dilma, do outro, temos a

eleição do Congresso mais conservador desde 1964. A

nossa universidade, por ser espaço de debate de ideias,

fervilhou em tempos de escolha do legislativo e

executivo, como era de se esperar. Complicado seria caso

algum estudante ou grupo político fosse coibido de

discutir política em um ambiente de produção de

conhecimento em plena democracia.

Nesse cenário, o Diretório Central dos Estudantes,

enquanto entidade máxima de representação política dos

estudantes da UFU, deve conseguir dialogar com todos os

setores e lutar pelas melhoras do espaço da universidade.

Dessa forma, achamos que estabelecer diálogos, sempre

que possível, e pressionar, sempre que necessário, em

relação a reitoria, a prefeitura municipal e com os

governos estadual e federal. Estabelecer diálogos

institucionais não significa, cabe destacar, sermos

omissos, reticentes ou não trabalhar na direção das

conquistas das propostas que defendemos. Um DCE que

não compreende que está inserido em um macro contexto

e que precisa somar esforços em favor da luta estudantil,

para nós, está fadado a exercer uma postura de

descompromisso com os estudantes, a história do

movimento estudantil e da democracia brasileira.

Acreditamos que o DCE deve, também, estabelecer

amplo diálogo com as demais entidades de representação

estudantil, legitimadas por sua tragetória de lutas e

conquistas para toda a população. Em âmbito local, onde

o DCE deve buscar manter diálogo e auxiliar o

funcionamento dos Diretórios, Centros Acadêmicos e

Atléticas, a exemplo do que foi feito no início de 2014

onde o DCE possibilitou as entidades que há anos

funcionavam sem sede física ocupassem salas inutilizadas

em toda a universidade, além da consolidação do espaço

do Conselho de Diretórios Acadêmicos, o qual já foi

muito esvaziado e está cada vez com mais forte presença

das entidades, enquanto espaço deliberativo e de diálogo.

Em âmbito maior, deve manter relações com outros

DCE's, a União Estadual dos Estudantes e a União

Nacional dos Estudantes, de maneira a buscar soluções

para os problemas estruturais que, inclusive, nos afetam,

Page 3: Carta Programa Podemos Mais!

mas não são resolvidos diretamente na UFU.

Acreditamos que a universidade deve ser mais

humanizada. Lutaremos por uma nova segurança

universitária, que não seja armada e que seja capacitada e

que siga uma normatização de atuação, pela revitalização

e ocupação de espaços como o Jambolão com cultura e

arte, pela regulamentação e humanização dos estágios, em

favor de um encontro que reúna negros e negras

estudantes, mulheres estudantes, cotistas, estudantes

LGBTTT, por um debate sobre assistência estudantil que

não fique recluso às questões financeiras, mas às

estruturais, enfim, embates que emergiram ao longo deste

ano e que merecem a nossa atenção. Para a efetivação

desse nosso projeto de universidade mais humanizada,

cabem modificações no estatuto da entidade, a fim de

indicarmos uma estrutura organizativa que dê conta de

tais demandas.

O Diretório Central dos Estudantes, nas suas últimas

gestões, tem trabalhado para manter um diálogo

constante com os seus representados, os estudantes. Tem

lutado muito para democratizar seus processos e o espaço

da universidade. Acreditamos que Educação de qualidade

é um direito e, como direito, deve ser para todos e todas,

não privilégio de alguns poucos. É importante que o

estudante entre, aproveite ao máximo sua formação,

desfrute das inúmeras possibilidades da vida acadêmica.

A universidade deve cumprir a sua função social e as

organizações estudantis têm papel fundamental e

protagonista na construção de uma UFU plural,

democrática, popular e que garanta Ensino, Pesquisa e

Extensão de qualidade. O DCE tem trabalhado nesse

sentido em suas últimas gestões, mostramos que podemos

mudar a cara da universidade. Mas não aceitamos o

discurso vazio de “mudança pela mudança”, porque, já

que mostramos que podemos, nós acreditamos que

podemos mais!

Chapa Podemos Mais!