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Vitreo | FoF Previdência Conservador Carta Semestral 2019 S2 Página 1 Carta Semestral | Vitreo FoF Previdência Conservador Olá! Conforme fizemos com nossos demais fundos, cá estamos para conversar sobre o resultado deste fundo no semestre passado. Como o FoF Previdência Conservador ainda não completou 6 meses de vida, não poderemos falar sobre seus resultados em razão de regras de divulgação da CVM. E isso é por uma causa nobre. A Comissão de Valores Mobiliários, principal reguladora do mercado de capitais, adota essa restrição, por meio da Instrução CVM 555, para garantir que o investidor não seja atraído com falsas promessas de rentabilidade relacionadas com histórico pouco suficiente para avaliar o desempenho dos fundos. Mas podemos falar sobre o que estamos fazendo no fundo e como os gestores se comportaram nesse período. O FoF Previdência Conservador busca seguir a carteira teórica idealizada pela equipe especialista em fundos da Empiricus. O fundo tem um perfil mais conservador, voltado para pessoas que estão no final do ciclo de acumulação na previdência, mais perto de deixar de contribuir para a previdência privada e que desejam sacar o dinheiro para curtir a vida. Desenhamos esse fundo com o objetivo de oferecer uma opção de investimento para aqueles que investem na poupança e não desejam tomar um maior risco, porém mantendo uma rentabilidade atrativa frente ao cenário de baixas taxas de juros. É preciso ter em mente que a Vitreo, em seu papel de gestora, faz a devida diligência dos investimentos do FoF. Avaliamos, repensamos e ponderamos as composições. Vamos dividir nossas ideias com você sempre quando isso acontecer. Se você já leu a carta semestral de outro fundo da Vitreo, a parte onde falamos sobre o comportamento do mercado no semestre é igual, então fique à vontade para pulá-la.

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Carta Semestral | Vitreo FoF Previdência Conservador Olá! Conforme fizemos com nossos demais fundos, cá estamos para conversar sobre o resultado deste fundo no semestre passado.

Como o FoF Previdência Conservador ainda não completou 6 meses de vida, não poderemos falar sobre seus resultados em razão de regras de divulgação da CVM.

E isso é por uma causa nobre. A Comissão de Valores Mobiliários, principal reguladora do mercado de capitais, adota essa restrição, por meio da Instrução CVM 555, para garantir que o investidor não seja atraído com falsas promessas de rentabilidade relacionadas com histórico pouco suficiente para avaliar o desempenho dos fundos.

Mas podemos falar sobre o que estamos fazendo no fundo e como os gestores se comportaram nesse período.

O FoF Previdência Conservador busca seguir a carteira teórica idealizada pela equipe especialista em fundos da Empiricus. O fundo tem um perfil mais conservador, voltado para pessoas que estão no final do ciclo de acumulação na previdência, mais perto de deixar de contribuir para a previdência privada e que desejam sacar o dinheiro para curtir a vida.

Desenhamos esse fundo com o objetivo de oferecer uma opção de investimento para aqueles que investem na poupança e não desejam tomar um maior risco, porém mantendo uma rentabilidade atrativa frente ao cenário de baixas taxas de juros.

É preciso ter em mente que a Vitreo, em seu papel de gestora, faz a devida diligência dos investimentos do FoF. Avaliamos, repensamos e ponderamos as composições. Vamos dividir nossas ideias com você sempre quando isso acontecer.

Se você já leu a carta semestral de outro fundo da Vitreo, a parte onde falamos sobre o comportamento do mercado no semestre é igual, então fique à vontade para pulá-la.

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Em que o FoF investe, mesmo? A carteira do FoF foi construída buscando diversificar investimentos em ativos de renda fixa crédito. Juntamos alguns dos melhores gestores em renda fixa crédito do mercado. A alocação teórica atual é a seguinte:

E aqui estão os fundos investidos que compõem cada classe:

1 Fundo de Renda Fixa

Icatu Vanguarda Inflação Curta FIRF LP é um fundo de renda fixa gerido pela Icatu Vanguarda. O fundo tem como estratégia obter rentabilidade superior ao índice IMA-B 5, através de investimentos em títulos indexados ao IPCA, com prazo igual ou inferior a 5 anos. O fundo tem risco baixo.

4 Fundos de Renda Fixa Crédito

Capitânia Multiprev Master FIRF Crédito Privado investe em crédito (títulos de dívida) privado e é gerido pela Capitânia. O objetivo de rentabilidade do fundo é entregar CDI + 0,5% a.a., alocando entre 40%-50% em Debêntures, CRIs e cotas de FIDCs. Os outros 50%-60% são alocados em títulos públicos federais pós fixados e CDB. O rating médio da carteira é AA+. O fundo tem risco de crédito moderado.

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Brasil Plural Portfolio FIC FIRF CrPr é gerido pela equipe de crédito da Brasil Plural, comandada pelo Rafael Zlot. O fundo investe entre 50%-70% de seu patrimônio em títulos de crédito privado e a parcela restante em títulos públicos. Dentre os títulos privados, o fundo investe principalmente em Debêntures de empresas listadas na bolsa de valores. O fundo tem risco de crédito moderado.

CA Indosuez Heritage FIRF CrPr é gerido pelo time de crédito privado do banco francês CA Indosuez, liderado pelo André Fadul. O fundo replica a estratégia dos fundos mais antigos da casa, Vitesse e Grand Vitesse, respeitando os limites de previdência. Investe até 90% em títulos de crédito privado, sendo principalmente em Debêntures. O restante é investido em títulos públicos, através de LFT e operações compromissadas. O fundo tem risco de crédito moderado.

Pimco Income FIM IE é um fundo de renda fixa internacional da PIMCO, gestora americana com cerca de U$ 1,76 trilhões sob gestão. O fundo investe toda sua carteira no exterior, em ativos de renda fixa e moedas. O fundo tem risco moderado e tem exposição total à moeda brasileira.

Encerramos o ano de 2019 com a seguinte composição:

*Fonte: Carteira Vitreo FoF Previdência Conservador Icatu FIRF CrPr.

Na tabela acima fica evidente que a alocação no fim do semestre difere da teórica, dado que continuamos com a posição zerada no fundo Pimco Income e maior alocação em caixa. Isso se deve ao fato de termos escolhido entrar na classe institucional oferecida pela Pimco, com taxa de administração inferior à normal. Porém, para entrar nessa classe, o aporte mínimo inicial é de R$ 2 milhões. Com alocação de 10% só conseguiremos investir no fundo quando o patrimônio líquido do FoF se aproximar de R$ 20 milhões.

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Como os gestores estavam posicionados (ou,no que eles apostaram) no segundo semestre de 2019 No final de outubro, de acordo com nossos cálculos, aproximadamente 22% da carteira do FoF Previdência Conservador estava indiretamente alocado em títulos privados, 24% em operações compromissadas e o restante em títulos públicos.

A fotografia do final do semestre mostra um aumento da alocação em títulos privados para 28%, aumento de operações compromissadas para 30% e o restante em títulos públicos.

Essas alterações se deveram tanto à mudança de posicionamento dos gestores, quanto às alterações na carteira.

Ao analisarmos as posições combinadas dos fundos investidos em mais detalhes, o FoF concentrava, no último semestre do ano, suas principais apostas nas seguintes teses:

§ Fechamento da curva de juros reais (NTN-B) (a queda das taxas de juros): 8,29% no fim de outubro, aumentando para 17,00% no fim de dezembro (o que aconteceu)

§ Fechamento da curva de juros nominal (pré-fixados) que iria fechar (caírem as taxas de juros): 24,22% no fim de outubro, aumentando para 29,89% no fim de dezembro (o que aconteceu)

E o que aconteceu durante o 2º semestre de 2019? O semestre começou quente, com diversos temas que perduraram até o final do ano. Abaixo uma retrospectiva dos principais acontecimentos. Para uma visão mais detalhada, sugiro que você procure o primeiro Diário de Bordo de cada mês, nos quais fiz um resumo detalhado do mês anterior.

Em julho, o Banco Central norte-americano (Fed) cortou os juros básicos em 0,25% (o primeiro em 11 anos), pouco mais de 7 meses após a última alta, dando uma guinada importante na direção da política monetária da maior economia do mundo. Esta decisão começou a levantar dúvidas sobre a continuidade do crescimento nos EUA.

Por aqui, o Banco Central brasileiro começou também um novo ciclo de cortes de juros, após mais de 1 ano, diminuindo a taxa básica em 0,5% para 6,0% ao ano.

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Ainda em julho, a Câmara dos Deputados do Brasil aprovou em primeiro turno a reforma da Previdência, abrindo o caminho para as demais votações, culminando na promulgação do texto em novembro, após aprovação no Senado.

No começo de agosto, tivemos uma escalada do principal assunto do cenário externo de todo o semestre. O presidente norte-americano Donald J. Trump deu início a uma nova onda de tarifas impostas à China, em mais um capítulo da guerra comercial iniciada em 2018. Para piorar o mês, os mercados foram assolados pelos temores de uma eventual recessão global, supostamente indicada pela inversão da curva de juros dos EUA.

A Argentina começou sua caminhada para o caos. Primeiro, a chapa populista de Kirchner surpreendeu, vencendo as eleições primárias - a vitória final foi confirmada nas eleições em outubro. No final de agosto, o ministro da Fazenda da Argentina, Hernán Lacunza, anunciou a renegociação da dívida, causando uma venda generalizada de papéis argentinos.

Em setembro, tivemos diversas notícias sensíveis: o ataque por drones às instalações de petróleo da Arábia Saudita (que, em retrospectiva, tem relação direta com o ataque dos EUA ao Irã, no começo de 2020); um pedido de impeachment do presidente Trump (que acabou sendo aprovado na Câmara de Deputados em dezembro, mas sem chance de aprovação no Senado dominado pelos Republicanos); as manifestações populares, cada vez mais violentas, em Hong Kong, a suspensão do Parlamento britânico no meio do imbróglio do Brexit (que acabou sendo resolvido só em dezembro, com nova eleição que elegeu um Parlamento com grande maioria conservadora) e a questionável votação do STF no Brasil que pode, no futuro, anular sentenças da Operação Lava-Jato.

Outubro, em contraponto, foi um mês mais devagar. Começou tumultuado, com a crescente apreensão com as negociações entre os EUA e a China, além do atraso, dificuldades e afrouxamentos na reforma da previdência. Mas a poeira logo abaixou e, apesar das manifestações populares no Chile, os mercados seguiram a inevitável tendência de alta vista nos últimos meses.

A grande notícia do mês de novembro foi a desvalorização de 5,5% do Real frente ao Dólar. O ministro Paulo Guedes afirmou que era preciso “se acostumar” com um Real mais depreciado. Isso acabou trazendo mais instabilidade à moeda, inclusive suscitando intervenções do Banco Central para segurar uma volatilidade maior. Por outro lado, as promoções da “Black Friday” tiveram resultado recorde, tanto no Brasil quanto no exterior.

O ano terminou completando o ciclo de redução de juros começado em julho. O Banco Central brasileiro, como era esperado, reduziu a taxa de juros de curto prazo (Selic) para 4,5%, em sua última reunião do ano. Com a inflação surpreendendo em dezembro (e levando o IPCA do ano para 4,31%, levemente acima da meta de 4,25%), existe grande chance de ter sido a última redução deste ciclo. Já o Fed norte-americano manteve a taxa de juros de curto prazo inalterada em 1,5%-1,75% e indicou que deve mantê-la nesse patamar pelo menos até o final de 2020.

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Além dos pontos que destaquei acima, para coroar o ano, não podemos esquecer as inúmeras polêmicas que envolveram o cenário político brasileiro durante todo o semestre: as queimadas na Amazônia; a investigação sobre o caso Queiroz; decisões polêmicas do Supremo Tribunal Federal; a saída do presidente Jair Bolsonaro do PSL; e a saída de Lula da prisão. A cereja do bolo? Um livro de um ex-Procurador Geral da República que afirma ter entrado armado no STF “para matar o ministro Gilmar Mendes" por rusgas referentes à sua filha.

Em 2019, felizmente essas polêmicas não foram suficientes para tirar o foco do momento econômico positivo em que vivemos. Mas, olhando para frente, podem atrapalhar a agenda das próximas reformas – administrativa e tributária - e das privatizações, criando dúvidas sobre a articulação política e boa vontade do Congresso, essenciais para a continuidade da recuperação brasileira.

E os mercados, como foram? O que podemos dizer? Os mercados foram resilientes em face de notícias negativas. Mais do que isso, os mercados ignoraram as notícias ruins, comportamento típico de um bull market (mercado de alta).

Os últimos 6 meses foram marcados por um mundo polarizado politicamente, com uma política protecionista crescente e inúmeros distúrbios sociais, além das já esperadas polêmicas dos presidentes Trump e Bolsonaro. Entretanto, empurrados por uma forte liquidez mundial, os mercados globais seguiram fortes, continuando as altas iniciadas no primeiro semestre e fecharam o ano batendo recordes em cima de recordes.

Uma das explicações é o patamar dos juros reais, que está negativo em grande parte do mundo. Isto é, o retorno é menor que a inflação, portanto, o investidor perde poder aquisitivo. Os recursos acabam migrando para ativos de maior risco (e rentabilidade). No Brasil, os juros reais estão num patamar um pouco mais altos, mas, após o imposto de renda, podem também ficar negativos.

Exemplifico: se a SELIC se mantiver em 4,5% em 2020, descontando um imposto de 15%, teríamos uma rentabilidade líquida de 3,825%, abaixo do centro da meta de inflação do Banco Central de 4%. Não sabemos qual será a inflação de 2020 e se os juros realmente permanecerão inalterados, mas é claro que continuaremos a ver um forte fluxo dos investimentos mais conservadores para os mais arrojados. Afinal, ninguém quer arriscar perder poder de compra.

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As boas perspectivas econômicas, amplificadas pela aprovação da Reforma da Previdência, impulsionaram fortemente o Ibovespa, fazendo com que a Bolsa fechasse o semestre com alta de 14,5%. O resultado foi reforçado com a migração de mais investidores para a Bolsa, fazendo com que o número de pessoas físicas atingisse 1,7 milhões, no final do ano. Essa boa performance coroa um longo bull market que, entre 2016 e 2019, teve rentabilidades anuais de 39%, 27%, 15% e 32%.

Os gráficos e tabela abaixo resumem em números o que aconteceu durante o semestre. Todos os índices bateram fortemente o CDI, exceto o IDEX, índice de crédito, que sofreu com um ajuste técnico entre outubro e novembro. O destaque ficou com as ações Small Caps (SMLL 32,65%) e com os fundos imobiliários (IFIX 21,76%).

*Fonte: Quantum Axis

Evolução dos índices de ações e “proteções” no 2º semestre:

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Evolução dos índices de renda fixa e multimercado no 2º semestre:

Coloquei abaixo uma breve explicação sobre cada um dos índices mencionados nos gráficos acima para você conhecer ou relembrar o que significam.

O CDI, Certificado de Depósito Interbancário, representa a média dos empréstimos que os bancos fazem entre si para fechar o caixa do dia, sendo definido como o investimento de menor risco de mercado. A maioria dos fundos multimercados usa o CDI como o benchmark a ser batido.

O Dólar é a cotação da moeda norte-americana contra o nosso Real. O Ouro é a cotação do “disponível” deste metal negociado na B3. O IFIX é o indicador do desempenho dos fundos imobiliários negociados nos mercados de bolsa e de balcão organizados da B3.

O IRF-M, calculado pela ANBIMA, é composto por uma carteira teórica de títulos públicos de renda fixa pré-fixados. Enquanto o IMA-B é o índice que mostra o desempenho dos títulos públicos indexados à inflação, o IHFA (Índice de Hedge Funds ANBIMA) é um índice representativo da indústria de hedge funds (multimercados) no Brasil. E o IDEX-CDI é um índice calculado pela gestora JGP, que mede a rentabilidade dos ativos de crédito pós-fixados.

O índice Ibovespa é composto das ações mais líquidas do Brasil, representando 85% da negociação total da Bolsa. O índice Small Caps (SMLL) é o índice que indica o desempenho de uma carteira composta pelas empresas de menor valor de mercado. Já o índice S&P 500 é uma carteira composta das 500 ações mais importantes da Bolsa norte-americana, em termos de tamanho, liquidez e classificação setorial.

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E o que esperar de 2020? Mais do mesmo? Talvez um pouco menos. Até porque 2019 foi um dos melhores anos para retornos de ativos financeiros, em que quase todas as principais classes de ativos mundiais tiveram retornos significativamente positivos.

A questão principal de 2020 deve ser a continuidade da polarização política e insatisfação da população em diversas partes do mundo. Isso deve fomentar ainda os dois principais riscos para este ano: a guerra comercial entre EUA e China, e a eleição norte-americana. Sem falar no conflito no Oriente Médio que foi despertado no início deste ano.

Como os ativos vão performar, ninguém sabe. Sem bola de cristal podemos tentar apenas projetar alguns movimentos. Os ativos de risco devem começar o ano como eles terminaram no semestre passado, continuando o movimento de alta, e começando talvez a última perna deste bull market, que já dura, com alguns breves soluços, 11 anos.

No relativo, o crescimento dos lucros das empresas norte-americanas deve ser um pouco menor do que no resto do mundo e, adicionado à volatilidade eleitoral, ações europeias, japonesas e de mercados emergentes, principalmente do Brasil, devem ter um resultado melhor.

Os juros reais mais baixos e a melhora do cenário macroeconômico vão impulsionar as ações brasileiras, que devem ter novamente um dos melhores desempenhos dentre os ativos. Não seria um absurdo projetar o Ibovespa acima de 140 mil pontos no final do ano.

Os prêmios na renda fixa pré-fixada estão muito pequenos e investir em ativos pós-fixados (Selic a 4,5%, provavelmente estável durante ano) pode render, após impostos, menos que a inflação. A queda nos últimos meses de 2019 nos ativos de crédito pode abrir uma oportunidade, deixando esses ativos mais atraentes para quem não queira se aventurar em ativos de renda variável.

Mas não podemos ignorar os riscos conhecidos (e desconhecidos). E pensando nisso, acho sempre prudente proteger as carteiras com ativos defensivos, como o Ouro e o Dólar.

É fundamental que você olhe para o seu portfólio e veja se ele está verdadeiramente diversificado e equilibrado, atendendo seu perfil de investimento, em linha com seus objetivos e horizonte para realização.

Além disso, talvez até mais importante, é ter um portfólio que respeite o seu limite de risco. Aqui, o pêndulo pode ir para os dois lados. Seu portfólio deve estar equilibrado para você aguentar firme nos momentos de vento contra. Mas não deve ficar tranquilo demais, a ponto de o decepcionar nos momentos de alegria.

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O que aconteceu com o mercado de crédito privado em 2019 O segundo semestre do ano foi marcado pelo desempenho ruim do mercado de crédito doméstico. Consequência de um problema de liquidez enfrentado pelo setor, principalmente pelos fundos de liquidez curta e debêntures incentivadas. O período foi marcado por resgates expressivos em inúmeros fundos de crédito.

O mercado teve sua crise aprofundada nos meses de outubro e novembro, com o IDEX, índice que mede o desempenho das debêntures, rendendo negativo no mês pela primeira vez. Dezembro mostrou indícios de melhora, porém seguiu com rendimento inferior ao CDI.

O FoF teve seu início no momento de maior estresse do mercado, tendo seu desempenho prejudicado logo em seu início. Sua carteira sofreu, principalmente em novembro, tendo uma leve recuperação em dezembro.

E como cada gestor se comportou... Como resumi mais acima, esse segundo semestre foi marcado por um ótimo desempenho dos mercados globais e locais. Contudo, nem todos os gestores da carteira conseguiram aproveitar esses movimentos.

Na tabela abaixo, você encontra o resultado mês a mês de cada fundo da carteira durante o período.

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O gráfico abaixo mostra o quanto cada fundo ou índice rendeu (medido pelo retorno, no eixo vertical) no segundo semestre, comparado com quanto de risco o mesmo correu (medido pela volatilidade, no eixo horizontal).

Como você deve “ler” este gráfico: quanto mais próximo do canto superior esquerdo, melhor. Naquele canto, temos alto retorno e baixo risco. Você pode ver que os fundos de renda variável tiveram retornos mais altos, mas correram mais risco, enquanto os fundos multimercados e de crédito tiveram retornos mais baixos e correram menos risco. O FoF SuperPrevidência tem uma excelente relação risco-retorno.

Uma carteira bem montada, como a do FoF SuperPrevidência, conta com o efeito da diversificação, isto é, consegue ter uma relação de retorno por risco melhor que os ativos individuais. Para isso, temos que olhar para a correlação entre os ativos da carteira. Correlação “mede” quão ligados, ou relacionados, estão os movimentos entre 2 ativos.

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A correlação pode ir de –100% (maior descorrelação, isto é, o que um ativo faz, o outro faz exatamente o contrário) a +100% (maior correlação, ou seja, o que um ativo faz, o outro faz exatamente o mesmo). Assim, quaisquer valores diferentes de 100% geram um efeito diversificador. E, portanto, quanto menor a correlação entre os fundos, melhor a diversificação.

Na matriz acima podemos ver a correlação entre os fundos presentes na carteira durante todo o semestre, em %. A área em laranja mostra os pares com correlação negativa (3 dos 10 pares) e a área em azul mostra os pares de fundos com baixa correlação (5 pares). Esses dois grupos geram a melhor diversificação para a carteira, e vemos que 80% da carteira têm esse comportamento. A área verde mostra os pares com correlação moderada (2 pares) e a área cinza os pares com alta correlação (nesse caso, 0 pares).

Comentários individuais sobre cada gestor Para você entender um pouco mais sobre como cada gestor contribuiu para a carteira, escrevi alguns comentários sobre cada um deles.

Renda Fixa

Icatu Vanguarda: o fundo obteve retorno de 5,31% no semestre (189,06% do CDI). O gestor segue otimista com o cenário doméstico, enxergando um forte crescimento econômico no ano, estimulado pela queda das taxas de juros. Em relação à inflação, não acredita que o crescimento econômico irá causar aumentos acima da meta.

Renda Fixa Crédito

Brasil Plural: o fundo obteve retorno de 2,28% no semestre (81,08% do CDI), tendo sua rentabilidade comprometida nos meses de outubro e novembro. Com a piora do mercado de crédito em outubro e novembro, o fundo zerou diversas posições a fim de se proteger, evitando maiores perdas de rentabilidade. Acreditam que o mercado já se recuperou, apresentando uma série de oportunidades de alocações.

CA Indosuez: o fundo subiu 1,90% no semestre (67,69% do CDI), sofrendo com a piora de liquidez do mercado nos meses de outubro e novembro. Seu desempenho foi prejudicado pela maior concentração em papéis mais líquidos. Contudo, o gestor está otimista com o momento atual do mercado de crédito,

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enxergando que o problema de liquidez já passou e tendo sido criadas diversas oportunidades no mercado secundário.

Capitânia: destaque entre a classe, fechou o semestre com 3,21% de alta (114,45% do CDI). Destaque para os papéis de tecnologia e telecom. Com maior alocação em caixa, o fundo conseguiu se proteger do movimento de queda do mercado nos meses de outubro e novembro. Direcionaram todas as compras para debêntures de infraestrutura, principalmente no mercado secundário, apostando em um bom desempenho dos papéis com a queda do CDI. Seguem otimistas com os próximos meses, já analisando uma série de oportunidades de compras no mercado primário.

Pimco: o fundo obteve retorno de 7,20% no semestre, com destaque para as posições de juros e crédito. Ao longo do semestre diminuíram a posição em crédito corporativo e aumentaram crédito estruturado, que tem sua hipoteca protegida pelo governo americano. Essa mudança é consequência do excesso de dívida global, causado pelas baixas taxas de juros em diversos países. Gestor segue cauteloso com cenário internacional, mas não acredita em uma recessão em 2021.

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Concluindo... Cinco meses são uma janela muito curta para maiores análises. Como dissemos, esta é uma longa viagem.

A piora de liquidez do mercado de crédito que vimos no final do ano acabou por prejudicar a rentabilidade do FoF. Porém, acreditamos que esse momento já foi contornado e o fundo conseguirá obter o resultado esperado. Estamos otimistas porque conseguimos montar um produto com qualidade excepcional, com alguns dos melhores gestores da indústria.

E vamos continuar assim, trabalhando com total transparência e buscando democratizar o acesso às melhores oportunidades de investimento.

Vamos continuar navegando e acompanhando diligentemente os investimentos que temos hoje, enquanto permanecemos atentos para novas oportunidades.

Esperamos que este papo tenha sido proveitoso.

Mais uma vez, obrigado pela confiança.

Feliz 2020! E segue o barco...

Um forte abraço,

Jojo e Equipe de Gestão Vitreo

Este material foi preparado pela Vitreo Gestão de Recursos Ltda. As informações aqui disponíveis são de caráter meramente informativo e não devem ser interpretadas como análise, solicitação de compra, esforços de venda ou aconselhamento de investimentos de qualquer ativo financeiro. Leia o regulamento, o formulário de informações complementares e a lâmina de informações essenciais dos fundos antes de investir. Estes documentos, quando obrigatórios, estão disponíveis no site da Vitreo. As informações aqui constantes estão em consonância com os regulamentos dos fundos de investimento, mas não os substituem. Antes de investir, verifique se o produto é adequado ao seu perfil, objetivos de investimento e situação financeira. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura. As rentabilidades divulgadas não são líquidas de impostos. Para avaliação da performance de um fundo de investimento, é recomendável a análise individualizada de, no mínimo, 12 (doze) meses. As comparações entre rentabilidade e indicadores econômicos, quando disponíveis nesta plataforma, são para de mera referência econômica e não necessariamente meta ou parâmetro de performance dos fundos, e tampouco representam garantia de retorno pela Vitreo. Fundos de Investimento não contam com garantia do administrador, do gestor, do custodiante, de qualquer mecanismo de seguro ou do Fundo Garantidor de Créditos– FGC. Os Planos de Previdências disponíveis na plataforma tecnológica da Vitreo são comercializados e intermediados pela Icatu Seguros S.A. e possuem informações e características próprias. Tais planos, de acordo com seus respectivos regulamentos, investirão em fundos geridos pela Vitreo Gestão de Recursos Ltda.