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COMISSÃO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL DA OAB/MS - CARTILHA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL PROPRIEDADE INDUSTRIAL: MARCAS E PATENTES 1

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ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL

Seccional de Mato GroSSo do Sul

PreSidenteLEOnARDO AVELInO DuARtE

Vice-PreSidenteJúLIO CéSAR SOuzA RODRIGuES

Secretária-GeralRAChEL DE PAuLA MAGRInI SAnChES

Secretária-adjuntaLuCIAnA AzAMBuJA

teSoureiroAnDRé LuIS XAVIER MAChADO

COMISSãO DE PROPRIEDADE IntELECtuAL

PreSidenteEMMAnuEL OLEGáRIO MACEDO – OAB/MS 13.088

Vice-PreSidenteBRunO BARBOSA ARAúJO – OAB/MS 13.053

Secretário-GeralJOãO LuIz ROSA MARquES – OAB/MS 10.907

MeMBroSthIAGO MORAES MARSIGLIA – OAB/MS 15.551FELIPE SIMõES PESSOA – OAB/MS 16.155DAVI O. PORtOCARRERO nAVEIRA – OAB/MS 16.200JúLIO CESAR DIAS DE ALMEIDA - OAB/MS 11.713FLáVIA GREGhI DE CARVALhO - OAB/MS 15.839

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Apresentaçâo

A propriedade intelectual

1. Marcas

1.1 tipos de sinais que podem ser utilizados como marcas

1.2 tipos de marcas existentes

1.3 Funções das marcas

1.4 Proteção das marcas

1.5 tipos de proteção assegurados por uma marca

1.6 Procedimentos para registro de uma Marca

1.7 tempo de proteção de uma marca

1.8 extensão da proteção das marcas

1.9 as marcas notoriamente conhecidas

1.10 nomes de domínio x marcas

1.11 Vantagens de se proteger uma marca

2. Patentes

2.1 características dos inventos para serem passíveis de patente

2.2 Proteção de um invento

2.3 como é conferida uma patente

2.4 direitos conferidos por uma patente

2.5 Âmbito da proteção das patentes

2.6 necessidade de proteção dos inventos por patentes

Fontes

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ÍNDICE

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a presente cartilha foi desenvolvida pelo dese-jo da ordem dos advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul, em informar e conscien-tizar a sociedade da importância do tema Pro-priedade intelectual na atualidade, bem como também, informar as razões pelas quais é consi-derada importante ativo econômico e cultural na atualidade, tendo sido elaborada com base nos estudos já realizados pela organização Mundial da Propriedade intelectual (oMPi).

não se pretende desta forma esgotar o tema em questão, pois se trata apenas de uma cartilha, contemplando apenas as mais conhecidas das propriedades industriais, quais sejam, as marcas e

as patentes, sendo que os outros temas compre-endidos na matéria serão objetos de novas publi-cações da oaB/MS, por intermédio da sua recém instituída comissão de Propriedade intelectual.

Leonardo Avelino DuartePresidente da OAB/MS

Ordem dos Advogados do BrasilSeccional em Mato Grosso do Sul

Emmanuel Olegário Macedo Presidente da Comissão de

Propriedade Intelectual da OAB/MS

A P R E S E N T A Ç Ã O

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A PROPRIEDADE INTELECTUAL

desde o início da história da humanidade, a raça humana vem se utilizando da criatividade, da imaginação e da inovação para expressar seus pensamentos e solucionar eventuais problemas. neste sentido, verifica-se pela história que cons-tantemente a humanidade foi inovando à me-dida que novas tecnologias eram criadas e tra-balhos científicos, literários e artísticos vinham ao mundo, merecendo desta forma sua devida proteção.

atualmente, toda essa proteção é regulada pela organização Mundial da Propriedade inte-lectual (oMPi), ligada a organização das nações unidas (onu) e gestora de mais de 20 tratados internacionais sobre o tema, que visam regular, proteger, adequar e padronizar toda matéria re-lativa ao mesmo ao redor do mundo.

as criações intelectuais protegidas por refe-rido sistema são as seguintes, classificadas por seus ramos:

01. Os Direitos do Autor: as obras literárias, artísticas e científicas.

02. As Propriedades Industriais: as inven-ções; as descobertas científicas; o design indus-trial; as marcas, nomes e denominações comer-ciais; a proteção contra a concorrência desleal.

03. Os Direitos Conexos: as interpretações artísticas e execuções, fonogramas e transmis-sões por radiodifusão.

Passamos adiante a abordar alguns aspectos relativos as marcas e as patentes, incluído no ramo especifico da Propriedade industrial, regu-lada pela lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996, tendo como órgão competente o instituto na-cional de Propriedade industrial (inPi), e no âm-bito internacional pela organização Mundial da Propriedade intelectual (oMPi).

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1. MARCASa marca é um sinal distintivo que é utiliza-

do para identificar certos serviços e bens como produzidos ou procedentes de uma específica pessoa ou empresa. Visa promover a distinção desses produtos e serviços de outros, similares, produzidos por terceiros.

no âmbito nacional, temos como exemplo as marcas “Gillette” identificando produtos liga-dos a aparelhos de barbear e “Gol” que identifica a empresa no seguimento de serviços aéreos.

1.1 tipos de sinais que podem ser utilizados como marcas

as marcas podem se consistir em palavras, combinações de palavras, de letras e abrevia-turas, podendo ainda se consistir de desenhos. Podem ainda indicar combinações de ambos os sinais, com cores e outros elementos.

o critério principal é que a marca seja distinti-va, ou seja, ela precisa claramente distinguir um produto ou serviço de outro já existente no mer-cado, com intuito único de firmá-lo no mercado.

1.2 tipos de marcas existentes

Marcas de Produtos são marcas utilizadas distinguir produtos de outros idênticos, seme-lhantes ou afins.

Marcas de Serviços são marcas utilizadas dis-tinguir serviços de outros idênticos, semelhantes ou afins.

Marcas Coletivas são marcas utilizadas para distinguir produtos ou serviços produzidos ou ofertados por membros de uma associação.

Marcas de Certificação são marcas utilizadas para distinguir bens ou serviços que cumprem com uma série de requisitos e que foram certifi-cados como tal.

1.3 Funções das Marcas

as marcas exercem diferentes funções. dentre as principais, pode-se destacar:

• auxiliar os consumidores a identificar e a distinguir produtos e serviços;

• permitir às empresas diferenciarem seus produtos;

• ser um instrumento de marketing e a base para a construção da imagem e da reputa-ção dos produtos ou serviços;

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desta forma, uma marca pode ser utilizada por mais de uma empresa em território nacional, desde que em classes diferentes de produtos e serviços.

o registro, contudo, não é a única forma de se proteger uma marca: marcas não registradas também são protegidas em diversos países, mas através de proteções menos confiáveis.

1.5 tipos de proteção assegura-dos por uma Marca.

• direito exclusivo de utilizar a marca para identificar seus produtos ou serviços;

• - direito de impedir que terceiros venham a usar e promover a mesma marca ou mar-ca similar para os mesmos ou similares produtos e serviços;

• - direito de autorizar terceiros a usá-la, através de contratos de franquia ou de li-cenciamento) em troca de pagamento.

1.6 Procedimentos para registro de uma Marca

Primeiramente deve protocolar requerimento de registro de marca junto ao instituto nacional de Propriedade industrial (inPi). referido pedido

• permitir o seu licenciamento e constituir fonte direta de faturamento através da co-brança de royalties;

• ser um componente crucial dos ativos em-presariais;

• estimular as empresas a investir na manu-tenção ou na melhora da qualidade dos seus produtos; e

• poder ser úteis para a obtenção de recur-sos financeiros.

1.4 Proteção das Marcas

a melhor e mais eficiente forma de conferir proteção a uma marca é registrá-la, e sendo os direitos territoriais, as mesmas necessitam de se-rem registradas em cada um dos países os quais se pretende tê-las asseguradas.

no Brasil este registro deve ser feito perante o instituto nacional de Propriedade industrial (inPi), órgão federal competente para a tramita-ção de todos os processos administrativos refe-rentes a registros de marca.

a proteção conferida a uma marca é limitada a produtos e serviços específicos, com exceções as marcas de alto renome ou notoriamente co-nhecidas, que possuem proteção em todas as classes.

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deve conter uma clara reprodução do sinal que pretende se registrar, incluindo todas as formas, cores ou atributos tridimensionais, alem de con-ter uma lista dos bens ou serviços para os quais a marca será utilizada.

Para ser passível de registro, um sinal deve conter algumas condições para ser protegido como uma marca, como, ser distintivo (o con-sumidor precisa distingui-lo de outro particular. o mesmo não pode induzir um consumidor ao erro, quanto à natureza ou à qualidade do pro-duto, não podendo também ser contrário à or-dem ou à moral pública. como último requisito, não estar o mesmo já registrado.

todas as características, bem como procedi-mentos a serem adotados, são previstos na lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996, que regula a matéria em âmbito nacional.

1.7 tempo de proteção de uma Marca

conforme determina a legislação pátria, a o tempo de proteção de uma marca é de 10 (dez) anos, podendo o mesmo ser renovado indefini-damente através de pagamento das taxas devi-das no órgão oficial.

1.8 Extensão da proteção das Mar-cas

a maioria dos países possuem mecanismos de registro e proteção de suas marcas regulados pelo próprio governo, sendo que os efeitos da proteção são limitados ao país correspondente.

a organização Mundial de Propriedade inte-lectual (oMPi) administra um sistema internacio-nal de registro de marcas, regulado por dois tra-tados internacionais, que possibilita ao detentor do registro da marca em seu pais corresponden-te tenha sua marca protegida também em ou-tros países signatários dos tratados em questão.

1.9 As Marcas notoriamente co-nhecidas

as marcas notoriamente conhecidas são aquelas que gozam com grande notoriedade no seu setor específico do público do país no qual a proteção é pretendida e gozam de proteção mais forte do que as demais marcas.

elas podem ser protegidas mesmo se não es-tão registradas naquele território e podem ser protegidas contra marcas similares com poten-cial de causar confusão mesmo em relação a pro-dutos ou serviços diversos, enquanto que uma marca comum teria proteção limitada àquela mesma categoria de produtos ou serviços.

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como exemplo temos a marca “coca-cola”, que mesmo sendo uma marca que se refere a be-bidas, é conhecida em todo mundo, não poden-do terceiro pleitear a proteção contra a utilização da marca em outros bens.

1.10 nomes de domínio x Marcas

os nomes de domínios são endereços na in-ternet utilizados para se localizar websites. em algumas ocasiões os nomes de domínio podem ser constituídos por uma marca. nesse caso, pode ocorrer que a pessoa que fez o registro te-nha o feito de má-fé, eis que não é o titular da marca sob a qual o nome de domínio foi registra-do. essa atividade é muitas vezes referida como “cybersquatting” ou “ciber-ocupação”.

a legislação e as diversas decisões de tribunais nacionais consideram infração a marca o seu registro por outra empresa ou pessoa como nome de domínio. Se isso ocorrer, a pessoa que escolheu a marca de terceiro como um nome de domínio poderá não apenas ter que transferir ou cancelar o nome de domínio, como também pagar indenizações ou pesadas multas.

1.11 Vantagens de se proteger uma Marca

Primeiramente a mesma confere aos empre-endedores uma alternativa contra práticas desle-ais de concorrentes, que pretendam causar con-fusão na mente dos consumidores, levando-os a acreditar que estariam adquirindo produtos ou serviços do legítimo titular da marca, quan-do, de fato, eles estão adquirindo uma imitação, que pode ser de qualidade bastante inferior. o legítimo titular poderia, então, sofrer perda po-tencial de consumidores, bem como prejudicar sua reputação.

como conseqüência disto, visa proteger os consumidores dessas práticas comerciais enga-nosas e desleais.

outro grande e forte argumento, que vem to-mando força, é que uma marca é o único ativo contabilizado que representa os investimentos realizados na construção da imagem dos pro-dutos e da empresa. Quando, por exemplo, uma empresa é vendida, ou quando ocorre fusão en-tre empresas, a avaliação das marcas se torna uma questão importante. o valor de mercado das empresas pode depender essencialmente do valor de suas marcas.

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2. PATENTES

a patente é um direito relacionado a um in-vento, que pode ser tanto um produto como um processo, que revoluciona o modo de fazer algo, ou oferece uma nova e inventiva solução técnica a um problema.

elas são classificadas em dois tipos:

• Patente de Invenção (PI) – Produtos ou processos eu atendam aos requisitos de atividade inventiva, novidade e aplicação industrial. Sua validade é de 20 anos a par-tir da data do depósito;

• Modelo de utilidade (uM) – objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato in-ventivo, que resulte em melhoria funcio-nal no seu uso ou em sua fabricação.

2.1 Características dos inventos para serem passíveis de Patente

em geral, um invento deve preencher às seguin-tes condições para ser protegido por uma patente:

• necessidade de ser novo, ou seja, deve de-monstrar algumas novas características que não sejam conhecidas no corpo dos conhe-cimentos existentes (chamado “estado da técnica”) no seu campo técnico;

• não pode ser evidente ou envolver algo que possa ser deduzido por uma pessoa com conhecimento médio naquele campo técnico (atividade inventiva);

• deve ter um uso prático ou capacidade de aplicação industrial;

• finalmente, o invento deve constituir o que se denomina “matéria patenteável” nos termos da lei aplicável. em muitos países, teorias científicas, métodos matemáticos, variedades vegetais ou animais, descober-tas de substâncias naturais, métodos comer-ciais ou métodos para tratamento médico (em oposição a produtos médicos) não são considerados matéria patenteável.

2.2 Proteção de um invento

o mais comum e eficiente meio de proteger um invento é obter uma patente. as patentes são conferidas pelo escritório de patentes do país em que se deseja proteger o invento, no Brasil elas são conferidas pelo instituto nacio-nal de Propriedade industrial. direitos paten-

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tários são conferidos em troca da revelação completa da tecnologia pelo inventor ao pú-blico, através do pedido de patente.

outro meio de obter proteção é manter a tecnologia secreta e recorrer aos denomina-dos “segredos comerciais”. a proteção aos se-gredos comerciais permite a preservação da natureza confidencial da informação contra a revelação indevida e contra o uso por pessoas não autorizadas.

2.3 Como é conferida uma patente

o primeiro passo em proteger uma patente é o preenchimento de um pedido de patente. o pedido de patente geralmente contém o título do invento e uma breve descrição do campo téc-nico no qual se situa o invento, bem como os in-ventos antecedentes e uma descrição do invento atual de um modo suficientemente claro, permi-tindo que seja avaliado e reproduzido por uma pessoa com conhecimento médio naquele tema. essas descrições são usualmente acompanhadas por materiais visuais, como desenhos, planos ou diagramas para melhor descrever o invento. o pedido também contém várias “reivindicações”, ou seja, informações que determinam a exten-são da proteção conferida pela patente.

em geral, compete aos tribunais impor medi-das necessárias para tornar efetivos os direitos patentários, podendo, em muitos sistemas, in-terromper violações a patentes. da mesma for-ma, os tribunais também podem declarar uma patente nula tendo em vista questionamentos procedentes de uma terceira parte.

2.4 Direitos conferidos por uma Patente

o titular de uma patente pode, em princípio, excluir terceiros de fabricar, utilizar, oferecer à venda, importar ou vender o invento sem o seu consentimento, no território coberto pela paten-te.

Mais ainda, o titular de uma patente pode dar permissão, ou licenciar, para terceiros utilizarem a patente em termos mutuamente acordados. o titular pode, também, vender os direitos sobre o invento a qualquer pessoa, que então se tornará o novo titular da patente.

2.5 Âmbito da proteção das Paten-tes

a patente, no Brasil, é conferida pelo institu-to nacional de Propriedade industrial. os efeitos dessa atribuição são, contudo, limitados ao país

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respectivo.

as patentes também podem ser conferidas por um escritório regional que atue em nome de diversos países, como o european Patent office (ePo) e o african regional industrial Property organization (ariPo). neste sistema, o escritório regional aceita pedidos de patentes regionais, ou confere patentes regionais, que têm os mesmos efeitos dos pedidos encaminhados – ou patentes conferidas – nos estados-membros da região. cabe porem aos tribunais, de cada jurisdição as-segurar os direitos sobre as patentes em cada país.

o tratado de cooperação em Matéria de Pa-tentes (Pct), administrado pela oMPi, é um acor-do para cooperação internacional no campo das patentes. trata-se, em grande medida, de um tra-tado para a racionalização e a cooperação quanto aos pedidos, buscas e exames de pedidos de pa-tentes, bem como para a

disseminação das informações técnicas neles contidas. o Pct não prevê a concessão de “paten-tes internacionais”: a tarefa e a responsabilidade para a concessão de patentes mantêm-se exclusi-vamente nas mãos dos escritórios mencionados no parágrafo acima.

2.6 necessidade de proteção dos Inventos por Patentes

Patentes criam incentivos a indivíduos possibi-litando que obtenham reconhecimento por sua criatividade e recompensa material por seus in-ventos com aproveitamento comercial. esses in-centivos acabam por estimular a inovação, o que assegura que a qualidade da vida humana seja continuamente melhorada.

Por outro lado, titulares de patentes são obri-gados, em troca da proteção patentária, a revelar publicamente todas as informações quanto ao seu invento. esse sempre crescente corpo de co-nhecimento público promove mais criatividade e inovação por parte de pesquisadores e inovado-res futuros.

FOntES

• Site do inPi na internet: http://www.inpi.gov.br

• Site da oMPi na internet: http://www.wipo.int

• curso dl-101, da oMPi, capítulo sobre Marcas e Patentes.

• apostila da oMPi: What is Intellectual Property.

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