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8/3/2019 Cartilha-direito-autoral
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O Minis tério da Cul tura es tá promo vendo
uma série de seminários e o fcinas com o
ob je ti vo de discu tir a polí tica de Direi to
Au toral do Brasil. Esse é um tema que
in teressa a todos os cidadãos, uma vez
que o Direi to Au toral permeia a criação, a
produção, a dis tribuição, o consum
o e a
ruição dos bens cul turais. Nes te caderno,
você encon trará o cenário do Direi to Au toral
no Brasil e as propos tas do Minis tério da
Cul tura para es ta discussão. Tudo isso para
con tar com a sua par ticipação nes te deba te.
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Í n d i c e
O QUE É DIREITO AUTORAL ............................................................................04
A POLÍTICA DE DIREITO AUTORAL DO MINISTÉRIO DA CULTURA ...............08
CENáRIO ATUAL ...............................................................................................11
BAIXA INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SETOR AUTORAL
NO ESTADO BRASILEIRO . .........................................................................12
MARCO LEGAL INADEQUADO . ................................................................19
PROPOSTAS DO MINISTÉRIO DA CULTURA PARA O DEBATE . ......................25
GESTÃO COLETIVA DE DIREITOS ..............................................................27
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS E ARBITRAGEM ............................................28
DOMÍNIO PÚBLICO ....................................................................................29
REGISTRO ...................................................................................................29
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ...............................................................31
AMBIENTE DIGITAL ...................................................................................31
PÚBLICO X PRIVADO .................................................................................33
OBRAS SOB ENCOMENDA......................................................................... 35
INVESTIDORES X CRIADORES ....................................................................36
OBRAS AUDIOVISUAIS ..............................................................................38
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o
queédireitoautoral
04
O que é direitO autOral
ProPriedade intelectual
m s s pp s ss
gívs s svçõs çõs m
Pp is
cvs
d a
a pp pg s çõs, s s, sms sb ps svçs q pm s çõs.
Você sabia que ao ligar o seu rdio ou
converter um CD legalmente adquiridopara o seu MP3, você est entrando emcontato com material protegido por
Direito Autoral?
8/3/2019 Cartilha-direito-autoral
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as bs ás, íss ífs sã m da, q m s pí g p cçã-G d
a S Pís cs Msé c.É sb ss m pp q s s pá.
direito autoral
Sã s s q obra intelectual x
sb ss çõs
obra intelectual: cçã spí, xpss p qq
m fx m qqsp, gív gív.
rgs p Lei nº 9.609/98.
Política g Msé cê tg (Mct).
Registro: is n Pp i - inPi/Mdic.
rgs p Lei nº 9.610/98.Política g Msé c (cGda/ SPc/ Mc).
Registro: cm z b.
Pgm cmp
obs ás, íss ífs.
8/3/2019 Cartilha-direito-autoral
http://slidepdf.com/reader/full/cartilha-direito-autoral 8/44
o v-s s s s s s q hs sã xs.
direito autoral
Autor: pss ís b
á, ís íf. Qmxpss é fx ss m m
sp m.
Titular:• Artista (titularidade sobre a
pçã xçã)• P gms
( sb pçã s)• ogsm sã
( sb smssã)
d a
d cx
Você sabia que ao acessar o jornal dirioe otos que azem parte de periódicos
ou revistas, você est consumindo obrasprotegidas por Direito Autoral?
8/3/2019 Cartilha-direito-autoral
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o
q u e é d i r e i t o a u t o r a l
07
Você sabia que ao adquirir ou alugarobras audiovisuais, como lmes, ou
entrar em contato com textos literriosoerecidos mediante livros ou qualqueroutra orma de reprodução, você estacessando obras que azem parte do
universo do Direito Autoral?
Sb s bs s pgs m s
ms s pms.
direito Moral direito PatriMonialou econôMico
Sã s çs pms q m à s çã .czm-s p sm:- Intransferíveis,- Imprescritíveis;- Irrenunciáveis.
c s sb sb p:- g mçã í m;- p-s à çã q pss pj- b s pçã;- mfá- smp q qs;- á- çã;- mê- é.
Exploração econômica: z, s ss, pçã, sbçã mçã púb.
os s pms sãindependentes entre si. c m zçã b ss mzçã spíf.
Pm ser transferidos mssã, ç qq m pvs m .
Sã limitados mp ( s bs,é 70 s pós m ).
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a p o l í t i c a d e d i r e i t o a u t o r a l
08
a POlítica de direitO autOraldO MinistériO da cultura
O Direito Autoral deve ser parte integrante das
políticas públicas para a cultura, a economia e o
desenvolvimento social, uma vez que ele:
- É o liame undamental que rege as relações de
criação, produção, distribuição, consumo
e ruição dos bens culturais;
- Est na base de todas as cadeias econômicas da
cultura, visto que os bens e serviços culturais
comportam alguma orma de propriedadeintelectual;
Você sabia que ao acessar a redemundial de computadores (Internet),
você entra em contato com um universode obras intelectuais protegidas por
Direito Autoral?
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- Envolve a soberania nacional.
Nesse sentido, o Ministério da Cultura do Brasil
vem ormulando uma política pública que buscapreservar os princípios necessrios ao equilíbrio
undamental entre os beneícios e os custos sociais
provenientes da proteção do Direito Autoral.
Essa política est baseada nos seguintes pilares:
1) Promoção do equilíbrio entre os direitos
coneridos pela Lei de Direito Autoral a
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seus titulares e os direitos dos membros da
sociedade de terem acesso ao conhecimento e
à cultura;2) Promoção do equilíbrio entre os direitos
coneridos pelo regime de direito de
autor e direito conexo aos criadores e aos
investidores, de orma que esses direitos
eetivamente estimulem a criatividade;
3) Implementação de um sistema de proteçãode Direito Autoral que responda plenamente
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e n á r i o a t u a l
11
às necessidades e problemas especícos de
nossa sociedade, garantindo que os custos desua implementação não sejam superiores aos
beneícios por ele proporcionados.
Os principais desaos, atualmente, a serem
enrentados pela Coordenação-Geral de
Direito Autoral do Ministério da Cultura, órgãoresponsvel pela Gestão da Política de Direito
Autoral, dizem respeito à atualização da
legislação e à necessidade de retomar a unção
do Estado como responsvel pela supervisão e
scalização das atividades deste setor no País.
Esses desaos estão baseados no diagnóstico,
descrito abaixo, que apresenta o cenrio do
Direito Autoral no Brasil nos dias
de hoje.
cenÁriO atual
No Brasil, observa-se uma ragilidade no sistema
legal e institucional do setor autoral, os quais
são incapazes de contemplar, de orma ecaz e
equilibrada, todos os interesses envolvidos no
campo. Isso se deve, primordialmente, a doispontos, que serão detalhados a seguir:
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c
enáriodainstitucionalizaçãodosetor
12
1) Uma baixa institucionalização do setor
autoral do Estado;
2) Um marco legal inadequado.
1) Baixa instituciOnalizaçãO dO setOr
autOral nO estadO BrasileirO
Analisando a evolução do setor autoral do
Estado brasileiro, desde a década de setenta,
observamos cinco momentos que merecem
destaque:
1973: entrada em vigor no País da Lei 5.998 (Leide Direito Autoral), que estabelecia em seu art.
116 a criação do Conselho Nacional de Direito
Autoral (CNDA), “órgão de fscalização, consulta
e assistência, no que diz respeito a direitos do
autor e direitos que lhes são conexos”.
1976: criação do Conselho Nacional de Direito
Autoral (CNDA), como organismo de consulta
e scalização do setor autoral, vinculado
primeiramente ao MEC e, a partir de 1985, ao
MinC, onde chegou a contar com mais de cem
uncionrios.
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1990: desativação do CNDA, juntamente com
a redução de todas as instituições culturaisadministradas pelo Estado. A partir de então, o
setor autoral restringiu-se a uma coordenação,
por vezes possuindo um único uncionrio.
1998: promulgação de nova Legislação Autoral
(Lei 9.610), que extinguiu ocialmente o CNDAe não previu qualquer instância administrativa
que assumisse suas atribuições.
2003-2007: incentivo e ortalecimento do
setor com a criação de uma gerência em 2003
e transormação em Coordenação-Geral em
2006, a qual vem adotando uma orte posição
institucional.
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Apesar do ortalecimento do setor, a estrutura
administrativa ainda é insuciente para azer
rente à missão do Estado neste tema, o que
é ampliado pela ausência de competências
previstas na Lei Autoral. Esse cenrio tem
produzido conseqüências como as que sãodescritas a seguir:
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c
e n á r i o d a i n s t i t u c i o n a l i z a ç ã o d o s e t o r
15
1.1 ausência de suPervisãO, regulaçãO e
PrOMOçãO da gestãO cOletiva de direitOs.
Existem casos em que a administração individual
de direitos autorais é extremamente diícil.
O caso típico é o da obra musical em que é
praticamente invivel controlar todos os seus
usos em todo o tempo e em todos os lugares.
Daí a opção para os autores e demais titulares se
associarem para gerirem, em conjunto, a Gestão
Coletiva de seus direitos autorais.
No Brasil, são muitos os problemas relativos
às atividades da Gestão Coletiva. Em relaçãoà música, esta atividade é um monopólio
concedido por Lei Federal. Mas ao contrrio do
que ocorre em outros países, não est previsto
supervisão administrativa por parte do Estado
brasileiro, o que ocasiona:
- Milhares de processos judiciais motivados por
alegações de inadimplência de usurios e/ou
abusos na cobrança;
- Dúvidas quanto aos critérios de distribuição,
o que geram queixas reqüentes dos autorese demais criadores;
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c
enáriodainstitucionalizaçãodosetor
16
- Risco permanente de represlias contra o Brasil
na Organização Mundial do Comércio (OMC),em razão do descontrole sobre o potencial
repasse de royalties aos titulares estrangeiros.
1.2 carência de uMa instância adMinistrativa
de MediaçãO de cOnflitOs e arBitrageM na
Área autOral.
A alta de celeridade da Justiça avorece o
desrespeito aos direitos autorais e impede a
resolução administrativa de problemas na
Gestão Coletiva.
1.3 fragilidade dO dOMíniO PúBlicO.
Na nossa legislação atual, a garantia de acesso
da sociedade às obras caídas em domínio
público é rgil, pois não h proteção ao
patrimônio cultural nacional, do ponto de vista
autoral. Além disso, observa-se a utilizaçãoindevida ou a apropriação privada dessas obras,
que não estão cadastradas em uma base de
dados adequada que garanta o eetivo controle
sobre o seu acesso.
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1.4 desOrganizaçãO dOs serviçOs de registrO.
Apesar de o registro de obras protegidas por
Direito Autoral ser acultativo, ele é importante
em casos de disputas judiciais. No Brasil, este
serviço est disposto em inúmeros órgãos, em
sua maioria na Região Sudeste, o que traz
diculdades para os autores das demais regiões.
Observa-se também que determinados tipos de
obras, como as audiovisuais, não possuem órgão
e critérios de registro adequados.
1.5 falta de discriMinaçãO dOs dadOs dO
BancO central e da receita federal sOBredireitO autOral.
O Banco Central e a Receita Federal não
conseguem distinguir o montante de recursos
movimentado pelos direitos autorais. Isso
diculta a contagem das remessas de divisas
para o exterior e impossibilita a implementaçãode sanções em Direito Autoral na Organização
Mundial do Comércio (OMC).
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1.6 estrutura OrganizaciOnal
insuficiente Para fazer frente
à MissãO instituciOnal dO setOr.
A estrutura organizacional do Estado brasileiro
para atuar no setor autoral é insucientepara, simultaneamente, realizar uma série
de negociações internacionais que o assunto
demanda, e ormular e gerir a política do setor,
o que envolve também a promoção e diusão
do Direito Autoral e a realização de estudos
e pesquisas que subsidiem essa política e suasinteraces com os demais setores.
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e n á r i o d o M a r c o l e g a l
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2. MarcO legal inadequadO
A atual Lei de Direito Autoral (9.610/98), ao
ref etir o modelo político implantado no País na
década passada, retirou do Estado competências
para atuar no campo autoral, provocando
uma série de conf itos. Além disso, avoreceu o
surgimento de desequilíbrios entre os direitos
dos criadores e dos investidores / intermedirios
e entre os titulares de obras protegidas e os
direitos dos membros da sociedade de terem
acesso ao conhecimento e à cultura.
As conseqüências de um marco legalinadequado são as seguintes:
2.1 ausência de cOMPetências claras
dO PaPel dO estadO na lei autOral.
Esta ausência de competências na Lei Autoral,
sobre o papel do Estado, impossibilita arealização de unções como:
- Supervisão, regulação e promoção da Gestão
Coletiva de Direitos;
- Mediação de conf itos e arbitragem;
- Regulação e proteção do Domínio Público.
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c
enáriodoMarcolegal
20
2.2 iMPrecisões técnicas de disPOsitivOs
e definições.
A atual Lei de Direito Autoral brasileira contém
uma série de imprecisões técnicas que causam
problemas ao campo autoral, como:
- Conusão entre as denições de emissão,
transmissão e retransmissão;
- Ausência de dubladores na denição do grupo
de artistas intérpretes e executantes;
- Imprecisão na denição da obra audiovisual;
- Necessidade de regulamentação para as
Expressões Culturais Tradicionais.
2.3 dificuldades Para lidar cOM Os nOvOs
desafiOs iMPOstOs PelO aMBiente digital.
Apesar de a Lei Autoral ser recente, ela não se
ajustou aos desaos impostos por este novo
ambiente. É o que se observa quando se tratade medidas tecnológicas de proteção (TPMs,
em inglês) que oram introduzidas em nossa lei
para impossibilitar a cópia de obras protegidas
e sua posterior utilização em outros meios.
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Esse recurso se mostrou altamente prejudicial
aos usos legítimos previstos na Lei Autoral(limitações ao direito de autor). Além disso,
essas medidas dicultam ou impedem que o
cidadão possa dispor de uma obra legalmente
adquirida para ormato, mídias ou aparelhos
eletrônicos dierentes, colocando em questão a
disponibilidade para a população brasileira dosavanços propiciados pelas novas tecnologias.
2.4 desequilíBriO entre interesses PúBlicO
e PrivadO.
A Lei Autoral prevê alguns casos em que o usode obras intelectuais protegidas não necessita
de autorização prévia dos titulares, contanto
que se preservem os direitos morais do autor
(integridade e paternidade), e que este uso
não cause prejuízo à exploração normal da
obra nem aos legítimos interesses dos autores.Esses limites impostos pela Lei visam à atender
o interesse público e garantir o acesso mais
amplo à cultura e à educação. No entanto, as
limitações aos direitos autorais previstas na lei
brasileira estão em desacordo com a realidade
socioeconômica do País, como por exemplo:
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- No impedimento para que o usurio aça uma
única cópia privada de uma obra protegida,
mesmo que para uso próprio e sem ns
comerciais ou de obtenção de lucro;
- Na impossibilidade das bibliotecas, dosarquivos e dos museus de realizarem cópia de
segurança de seus acervos, sem necessidade de
autorizações dos titulares;
- Na diculdade para copiar material protegido
para ns de adequação a portadores de
necessidades especiais.
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c
e n á r i o d o M a r c o l e g a l
23
Esse desequilíbrio também é visível quando
se observa a inexistência do mecanismo delicenciamento não voluntrio para obras que
estejam inacessíveis para a população, como:
- As que orem utilizadas por seus titulares de
orma abusiva;
- As que não orem exploradas no territóriobrasileiro;
- As que tiverem sua comercialização eita de
modo a não satiszer as necessidades do
mercado.
2.5 falta de regulaMentaçãO Para OBras
sOB encOMenda, na PrestaçãO de serviçO,
sOB cOntratO laBOral Ou financiadas
cOM dinheirO PúBlicO.
A lei em vigor não regulamentou alguns casos
particulares, ou especícos, de produção deobras intelectuais. A alta de clareza quanto
ao exercício dos direitos exclusivos, nestes
casos, causa conf ito entre as partes envolvidas,
especialmente com relação à titularidade e/
ou à paternidade dessas obras. Ainda ocorrem
diculdades de utilização, pelo Estado, de
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c
enáriodoMarcolegal
24
determinadas obras para ns institucionais não
comerciais e sob determinadas condições e quenão prejudique a exploração da obra pelo seu
autor e/ou demais titulares.
2.6 desequilíBriO na relaçãO entre
interMediÁriOs / investidOres e
criadOres.
Assim como h o desequilíbrio na Lei Autoral
entre titulares de obras protegidas e cidadãos,
h também um desequilíbrio na relação
entre investidores e criadores, presente
especialmente, no predomínio da cessão totale denitiva de direitos e da transerência total
de obras uturas e na perda do controle da obra
pelo autor / criador.
2.7 regiMe falhO de PrOteçãO das OBras
audiOvisuais.Quanto às obras audiovisuais, a Lei Autoral
é inconsistente, visto que em seu regime
de proteção apresenta uma redação que
causa desequilíbrio entre os investidores /
intermedirios e os autores dessas obras.
Isso é visível na abordagem de temas como
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autoria, prazo de proteção, registro e orma de
exploração econômica da obra. Esta alta deproteção causa:
- Diculdades de denição sobre a autoria
dessas obras;
- Nenhuma garantia aos direitos dos autores e
artistas intérpretes ou executantes relativaà comunicação ao público ou radiodiusão
dessas obras, exceto a parte musical;
- Prazo de proteção inadequado;
- Inexistência de registro especíco para ns de
autoria.
PrOPOstas dO MinistériO da cultura
Para O deBate
Baseado no cenrio descrito anteriormente, o
Ministério da Cultura tem procurado as diversas
categorias interessadas na rea de DireitoAutoral, ou seja, os autores, os investidores /
intermedirios e a sociedade de uma orma
geral, com uma proposta de temas para o
debate, por meio do Fórum Nacional de Direito
Autoral. O Fórum, iniciado no nal de 2007,
envolve seminrios e ocinas e empreender
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um amplo processo de consulta à sociedade,
contando com a participação dos vrios setores
da rea autoral, como organismos de gestão
coletiva, associações autorais, acadêmicos,
autoralistas, artistas, autores, demais titulares,
usurios e consumidores de obras protegidas.
O Fórum tem como objetivos:
a) Subsidiar a ormulação da Política Autoral do
Ministério da Cultura (MinC);
b) Discutir a conveniência da revisão da
legislação existente sobre a matéria;
c) Redenir o papel do Estado nesta rea.
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g
e s t ã o c o l e t i v a d e d i r e i t o s
27
A seguir, apresentamos as propostas do
Ministério da Cultura para este debatedivididas nos principais temas:
a) deve haver suPervisãO, regulaçãO e
PrOMOçãO da gestãO cOletiva POr Parte
dO estadO?
Sugerimos que possa haver supervisão
administrativa do Estado para garantir, entre
outros pontos, o alinhamento das associações
de Gestão Coletiva aos seguintes princípios:
- Proporcionalidade, razoabilidade eimpessoalidade nos critérios de xação
de tarias e de distribuição dos valores
arrecadados para os titulares de direitos;
- Ampla e célere publicidade de todos os atos
da vida institucional, particularmente dos
regulamentos de arrecadação e distribuição;- Garantia de representação mínima dos
associados nas suas instâncias deliberativas;
- Busca de eciência e economicidade na
administração da associação, objetivando
a redução contínua de seus custos
administrativos;
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M
ediaçãodeconflitose
arbitrageM
28
- Razoabilidade nos prazos de distribuição dos
valores aos titulares de direitos.
Entendemos que cabe ao Estado estimular a
criação de entidades de Gestão Coletiva para
outras categorias de obras, como por exemplo:
- Para a arrecadação e distribuição da
remuneração por cópia privada;- Para a arrecadação e distribuição dos direitos
gerados pela exibição pública das obras
audiovisuais envolvendo todas as categorias de
titulares.
B) é necessÁria a criaçãO de uMa cOMissãO
de arBitrageM e MediaçãO autOral?
Propomos a criação de uma Comissão, no
âmbito do órgão responsvel pela Política de
Direito Autoral, com as seguintes competências:
- Resolução, por arbitragem, dos conf itos
resultantes de disputas entre:- associações;
- associações de gestão coletiva e usurios;
- usurios e Escritório Central;
- usurios e autores;
- dierentes categorias de titulares;
- co-autores;- titulares e consumidores.
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c) cOMO O estadO POde aMPliar a defesa
dO dOMíniO PúBlicO?
Sugerimos alguns pontos que podem ampliar
a garantia de acesso e deesa da proteção do
patrimônio cultural nacional, como:
- Tornar inração de abuso de direito e inração
de ordem econômica o impedimento de
acesso, a utilização indevida ou a apropriação
privada de obra caída em domínio público;
- Tornar inequívoco o que não é material
protegido por Direito Autoral;
- Garantir que o Estado deenda a integridade e
autoria da obra caída em domínio público deautores que não tenham deixado sucessores;
- Regulamentar a proteção das Expressões
Culturais Tradicionais;
- Criar base de dados de obras caídas em
domínio público.
d) cOMO O estadO POde MelhOrar a
OrganizaçãO dOs serviçOs de registrO?
Aventamos algumas disposições que poderiam
ser incorporadas na regulamentação do órgão
responsvel pela política de Direito Autoral:
- Organizar os serviços de registro,concentrando as modalidades de registro no
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e
s t r u t u r a o r g a n i z a c i o n
a l
31
e) qual a estrutura adequada aO setOr
de direitO autOral dO estadO?
Propomos a criação de uma instituição
responsvel pela:
- Formulação e Gestão da Política de Direito
Autoral;
- Coordenação das negociações internacionais que
envolvam Direito Autoral;
- Promoção e diusão do Direito Autoral;
- Realização de estudos e pesquisas que
subsidiem a tomada de decisões e a ormulação
de políticas;
- Organização de base de dados junto ao BancoCentral e à Receita Federal para ref etir a
realidade da economia baseada em Direito
Autoral;
- Supervisão, regulação da Gestão Coletiva;
- Arbitragem e mediação de conf itos;
- Registro de obras;- Regulação e proteção do domínio público.
f) cOMO adequar a lei autOral
às nOvas tecnOlOgias?
Recomendamos algumas disposições,
divididas por temas, para lidar com as novastecnologias:
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a
Mbientedigital
32
M oó
- Suprimir, da Lei Autoral, as medidas deproteção tecnológica.o
- Tornar legítima a alteração, supressão,modicação ou inutilização dos dispositivostécnicos introduzidos nos exemplares dasobras e produções protegidas para evitar ourestringir sua cópia, desde que tal ato seja paraobter acesso a uma obra, produção ou emissãocom o propósito de azer um uso lícito damesma.
- Tornar ilícito o uso abusivo de medidastecnológicas de proteção.
ao o i- Inserir a possibilidade inequívoca de
reprodução temporria e eêmera enquantoprocesso tecnológico necessrio aouncionamento da Internet.
iopb pob- Criar o instituto da cópia privada com
remuneração eqüitativa aos titulares.
do o- Permitir a reprodução digital realizada por
biblioteca, arquivo ou museus públicos, ouinstituição de ensino ou de pesquisa, desde
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que se destine às atividades dessas instituições
e não visem a lucro direto ou indireto.
g) cOMO PrOMOver O equilíBriO entre
interesses PúBlicO e PrivadO?
Sugerimos a inclusão de alguns limites aos
direitos autorais, como por exemplo:
- A utilização de obras intelectuais protegidas
em determinados casos especiais, tais como:
- cópia privada, com remuneração eqüitativa
aos titulares;
- para ns de ensino, incluída a educação a
distância;
- para digitalização de acervos;
- em avor de pessoas com deciência ísica
ou portadoras de necessidades especiais;
- para ns de publicidade relacionada com a
venda de obras intelectuais.
- A comunicação de obras teatrais, musicais
e audiovisuais sem que haja remuneração e
intuito de lucro, nos seguintes casos:
- quando restrita ao interior dos templos
religiosos;
- quando ocorra em hospitais e unidades desaúde públicas;
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- quando ocorra nos estabelecimentos
públicos de ensino.
Além disso, propomos a inclusão de outrasmedidas na Lei e no Código Penal que, por
exemplo, reprimam e penalizem quem:
- Impedir o acesso ou a utilização de obras
caídas em domínio público;
- Apropriar-se privadamente de obra caída
em domínio público;- Impedir o usuruto da exceção ou limitação
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o
b r a s s o b e n c o M e n d a
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ao direito de autor ou aos direitos que lhe
são conexos;- Oerecer ganho, vantagem, proveito
(conhecido como “jab”) que benecie o
titular com uma maior execução pública de
obras ou onogramas em organismos de
radiodiusão.
h) cOMO regular O usO de OBras sOB
encOMenda, na PrestaçãO de serviçO, sOB
cOntratO laBOral Ou financiadas cOM
dinheirO PúBlicO?
Apresentamos alguns exemplos de regulação,por meio da Lei, do uso dessas obras:
- Regulamentar o exercício da titularidade
nessas obras, impedindo a vinculação da
cessão de direitos autorais no contrato de
trabalho;
- Conceder tratamento distinto e especíco àsobras criadas em instituições de ensino ou
pesquisa;
- Prever o direito de uso, por parte da
Administração Pública, de obras por ela
contratada, premiada ou nanciada, dentro de
suas nalidades institucionais, e desde que nãoprejudique a exploração comercial da obra.
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investidoresXcriadores
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i) cOMO PrOver O equilíBriO entre
investidOres e criadOres?
Indicamos a inclusão na Lei de algumas medidas
que, por exemplo:
- Regulamentem a transerência denitiva de
direitos de autor e conexos;
- Disciplinem a transerência de direitos de autor
sobre obras uturas;
- Vedem a existência de clusulas contratuais
que determinem a prorrogação indenida
do contrato rmado, mesmo que seja para a
recuperação de valores concedidos ao cedente
como orma de adiantamento;- Prevejam a revisão dos contratos em caso de
haver aumento do valor da obra durante a
vigência dos mesmos;
- Alterem o Direito de seqüência (Droit de suit),
prevendo que o autor ter direito de receber,
por revenda de obra de arte ou manuscrito,cinco por cento sobre o preço vericvel em
cada revenda e não mais sobre o aumento
do preço.
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Você sabia que legendar obras
audiovisuais para acesso de decienteauditivo e adaptar livros para deciente
visual, no ormato audiolivro só sãopermitidos com autorização de todos
os titulares (autores e artistasenvolvidos na obra)?
Você sabia que azer cópia de obras,ainda que estejam esgotadas, oucópia de segurança de livros rarosou esgotados, sem ns lucrativos,
só é permitido com autorização dos
titulares, com exceção daqueles queestejam em domínio público?
Você sabia que transerir música de CDlegalmente adquirido para MP3 e vice-
versa, só é permitido com autorizaçãodos titulares e que na alta de tal
autorização essas ações são ilegais?
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J) cOMO rever O regiMe de PrOteçãO das
OBras audiOvisuais?
Sugerimos a inclusão de algumas disposições na
Lei que, por exemplo:
- Garantam que sejam considerados autores:
Da obra audiovisual:
- o diretor cinematogrco e de TV;- o roteirista cinematogrco e de TV;
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o
b r a s a u d i o v i s u a i s
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- o autor da composição musical ou lítero-
musical, quando criada especialmente paraa obra;
- o autor do argumento.
De desenhos animados:
-o autor de desenhos;
- o autor da composição musical ou lítero-musical, quando criada especialmente para
a obra;
- o roteirista de animação;
- o diretor de animação;
- o autor do argumento.
- Garantam ao autor e ao intérprete de obra
audiovisual o direito a uma remuneração
eqüitativa pela comunicação ao público da
obra.
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Ministério
da Cultura
MINISTÉRIO DA CULTURA
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