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Livro espirita
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Conteúdo EXPLICAÇÃO ................................................................................................................................................................... 2
PRIMEIRA PÁGINA .......................................................................................................................................................... 2
Preâmbulo ...................................................................................................................................................................... 3
ORIENTAÇÃO BÁSICA ..................................................................................................................................................... 4
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EXPLICAÇÃO DAMIANO é o nome de um Espírito que surgiu em nosso Grupo, manifestando-‐se pela psicofonia e pela psicografia, trazendo mensagens para um livro. Quem é Damiano? Pouco sabemos. É mais uma das Entidades que preferem se manter no anominato. Nas entrelinhas de suas manifestações informou-‐nos pertencer à plêiade de Francisco de Assis, trabalhando atualmente no Movimento Espírita. Suas páginas refletem nitidamente o pensamento central da Codificação Espírita, enquanto sua presença irradia equilíbrio e bondade.
O Médium
PRIMEIRA PÁGINA Você que detém faculdades mediúnicas, visando ao bom desempenho de sua tarefa entre os diferentes Planos da Vida Eterna, não deixe de: incorporar o espírito do Evangelho, ver a luz do bem em toda parte, ouvir as melodias da Natureza, transmitir a Verdade libertadora, revelar otimismo em qualquer situação, pintar diariamente nas telas da imaginação imagens de alegria e paz, escrever na própria vida páginas de gratidão e bondade.
Finalmente não olvide a necessidade de materializar Amor, produzindo a energia que cura, esclarece e ilumina.
ANDRÉ LUIZ
Psicografada pelo médium deste livro, cm 19.11.90, no Chão de Flores – BsD
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Preâmbulo Este trabalho foi escrito para atender pedidos que nos chegaram de corações desejosos de ver ampliadas as atividades medianímicas, sob orientação inspirada no pensamento centrado em Allan Kardec.
Não espere o leitor encontrar aqui obra de fôlego, livro técnico capaz de se nivelar às conquistas da ciência nessa área.
Não é livro científico, devassando o universo do psiquismo; já existem grandes contribuições especializadas na fenomenologia do espírito.
Não é essa, pois, nossa intenção nem tampouco temos possibilidade para tal.
Escrevemos especialmente para aqueles que iniciam atividades na Seara Mediúnica, sem possuir mais amplos recursos intelectuais; aqueles corações simples e bem intencionados ansiosos por trabalharem com proveito no intercâmbio com os desencarnados.
Não vai nestas palavras qualquer colocação menos reverente sobre a ciência, cujo esforço abre sempre grandes perspectivas de iluminação ao mundo.
Aliás, mediunidade é assunto eminentemente científico.
Aqui fazemos abordagem simples, coloquial, pensando nos núcleos de espiritualidade que abrem suas portas ao povo simples, cansado de exploração e carente de paz.
Infelizmente o problema mediúnico ainda não foi resolvido a contento, havendo por toda parte muita dúvida, muita empolgação e muita fantasia ao lado de realizações nobres, enriquecidas de cultura e amor.
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ORIENTAÇÃO BÁSICA Dizem que tu és médium. Há sintomas ou evidências, contudo, a experiência fala melhor. Não será um problema psicológico ou psicanalítico?
Nem tudo é mediunidade a desenvolver.
Mas, digamos que sejas médium e desejes atuar na área do intercâmbio com o Além...
Isto não é grande coisa. O fato de possuíres certa sensibilidade só faz aumentar tua responsabilidade perante a vida.
Antes de tudo, pára um pouco e observa teu comportamento e tua personalidade, e procura entender o que se passa contigo. Naturalmente precisas ler bons livros e ouvir boas palestras.
As imperfeições e defeitos como arrogância, vaidade, presunção, mentira, egoísmo, nada tem a ver com mediunidade; são problemas teus, deficiências que deves ter a coragem de encarar e corrigir.
Pensas em ser bom médium, carregando esses e outros defeitos? Isto é insensatez e tolice. O mundo está cheio de médiuns problemáticos.
Aprende a distinguir o que se passa no teu mundo interior e no teu psiquismo e até mesmo no teu corpo. Nem tudo é mediunidade embora a mediunidade possa influir em tudo.
E fundamental desenvolver a autocrítica antes de cuidar da abertura de faculdades psíquicas.
Tens que saber definir o que se passa contigo.
Mesmo na condição de médium não deixas de ser criatura humana normal.
E necessário distinguir animismo de mediunidade, porquanto uma coisa e outra estejam intimamente relacionadas. Animismo são manifestações da própria alma do médium; mediunidade são manifestações de outro ou outros Espíritos pelos canais psíquicos do médium.
E interessante identificar problemas psicológicos, espirituais, anímicos, enfermidades físicas, conflitos obsessivos.
Médium desprovido de conhecimento ou de bom senso é facilmente levado ao fanatismo e a fascinação.
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Claro! existem bons médiuns analfabetos, mas isto não constitui regra. Todo médium, ou melhor, toda pessoa que se preza, procura desenvolver a inteligência e ampliar conhecimentos.
O bom trabalho na esfera mediúnica exige participação de pessoas maduras, sinceras e esclarecidas. Pessoas que se conhecem e se harmonizam no mesmo ideal.
Observa, pois, teus sentimentos e tuas idéias, tuas tendências, atitudes e aspirações, e busca acima de tudo e diariamente melhorar teu comportamento.
O autocontrole advém desse conhecimento. A pessoa impulsiva e desequilibrada que não procura educar-‐se torna-‐se marionete de Espíritos brincalhões e maldosos.
Outra questão importante é a empolgação que vamos abordar mais adiante. Serenidade sempre, ponderação em tudo.
Vai devagar. Não conheces a estrada. A trajetória do médium é cheia de surpresas e imprevistos.
O Mundo Espiritual não tem pressa. O que tem urgência é a reforma moral dos filhos de Deus. Este, aliás, é o objetivo maior da Doutrina Espírita.
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SINTONIA Aquele que nasceu com o compromisso da mediunidade estará sempre susceptível a influências espirituais.
Esse tipo de influências medra por toda parte, procedendo do Plano Invisível ou mesmo das mentes encarnadas.
A mente do médium assemelha-‐se a uma antena sintonizada ou direcionada para o lado espiritual da vida.
Essa antena deveria estar sempre apta a fazer contato com Esferas Superiores na medida da vontade do médium, em função do trabalho beneficente e das superiores aspirações que deve acalentar.
Imagine-‐se uma casa desguarnecida, com portas e janelas abertas, sem qualquer segurança, quando se sabe que malfeitores andam soltos.
A mente é, pois, um espaço individual sujeito a invasões.
Há médiuns que vivem como se não fossem donos do próprio campo mental, deixando-‐o sempre entregue ao comando de forças alheias.
Este é um ponto delicadíssimo no estudo do psiquismo.
Temos visto pessoas abertas às mais levianas e deletérias influências do Mundo Invisível. Facilmente invadem-‐lhe o espaço mental e emocional, bloqueando-‐lhe a vontade, e provocando toda sorte de perturbação e distúrbio.
Infelizmente é grande o número de pessoas nessa situação.
Médiuns desajustados, invigilantes, alguns ainda/desinformados da sua situação real, subordinados aos interesses de Entidades levianas.
A proteção e a segurança de que o domicílio psicossomático necessita depende basicamente da determinação e do esforço de cada pessoa.
O problema da obsessão no mundo é bem mais complexo e grave do que se imagina. E uma patologia espalhada por toda parte.
Segundo a Medicina Espiritual a obsessão constitui o pior dos males; uma espécie de epidemia que a Medicina da Terra desconhece.
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Obsediados com sintomas de psicoses e neuroses são medicados inadequadamente pela maioria esmagadora dos médicos em consultórios e hospitais.
Daí a importância da divulgação da Doutrina Espírita nos meios acadêmicos, nas escolas e, se possível, em todos os setores da sociedade humana.
Mediunidade não é sinônimo de doença. Mediunidade é função; o trabalho, produção; e o Evangelho, luz e remédio para a saúde mental e física.
Sem a superior assistência dos Mensageiros do Bem ninguém consegue viver em paz, principalmente aqueles que detêm maior sensibilidade.
Dificuldades e problemas, contudo, existirão por muito tempo ainda no destino do mundo, representando expiação e provas determinadas pela Lei Divina a fim de que o espírito se depure, desenvolvendo mecanismos de defesa e alçando a outros mais elevados níveis de consciência.
Ninguém pense que os Emissários invisíveis carregam nos braços seus tutelados. Isto não acontece. O auxílio do Alto tem limites. Cada pessoa deve caminhar com suas próprias pernas.
Médium ideal é aquele que cultiva suas faculdades como o bom jardineiro cuida de suas plantas.
Ninguém aspire facilidades e privilégios sob pretexto de trabalhar na Seara Mediúnica.
O esforço diário pela transformação moral é noção básica da Doutrina Espírita, sendo o exercício da mediunidade um dos meios que propiciam mudanças na personalidade.
A abertura do psiquismo para outras dimensões da vida, é oportunidade de crescimento integral do ser.
Mediunidade é ferramenta de importante trabalho nas mãos de quem precisa servir, colaborar, compreender, promovendo a renovação espiritual do ambiente humano.
Pensamentos alimentam a alma. Pensamentos negativos são alimentos contaminados; pensamentos positivos revitalizam corpo e alma.
Atitudes más, geram sombra e perturbação ao passo que as boas ações, movidas por idéias nobres, renovam as forças psíquicas e iluminam a mente, trazendo ao coração suprimentos de paz e alegria.
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O DIA-‐A-‐DIA DO MÉDIUM Tuas faculdades não estão limitadas à mesa de trabalho ou ao centro espírita.
O mecânico tem sua oficina, mas é mecânico em qualquer lugar e a qualquer momento, podendo exercer suas habilidades onde se fizer necessário.
Assim ocorre com aquele que lida diretamente com a Espiritualidade.
Médium é médium sempre. Pode não atuar ostensivamente nesse ou naquele setor da vida diária, mas a qualquer hora pode agir discretamente, transmitindo um recado ou uma energia ou mesmo assimilando algum tipo de vibração nas circunstâncias mais diversas.
Está constantemente sujeito a influenciação direta ou indireta do Plano Invisível. Daí a necessidade de vigilância permanente. Disse o Cristo: Vigiai e orai sem cessar.
Certamente que o médium será sempre pessoa discreta, evitando demonstrações e atitudes que lhe possam causar embaraços no meio social. A educação cabe em todas as situações.
Deve-‐se, porém, estar sempre atento para esta realidade: médico é médico a todo instante. Médium também é médium sempre, e poderá ser chamado a qualquer momento até mesmo numa solenidade política para uma emergência.
Não te esqueças que em teu ambiente profissional ou num banquete social há muitos médiuns de faculdades embutidas, indefinidas, sujeitas a distúrbios.
Em verdade, mesmo durante a noite, no período do sono, o médium respira em atmosfera específica, estando quase sempre em alguma atividade junto aos Espíritos. Há muito que fazer no socorro a sofredores dos dois Planos, e a participação de pessoas encarnadas no lado invisível, é muito importante, desde que estejam preparadas.
O médium, principalmente, deve conciliar o sono sabendo que alguém pode estar à sua espera do outro lado para algum tipo de trabalho.
O médium deve agir em tudo, ciente de sua condição de médium, de pensamento ligado ao Bem.
Vê bem o que fazes e como fazes, o que comentas, com quem e onde; observa tuas reações, teus exemplos.
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À noite o subconsciente aflora o que se passou durante o dia. Observa teus sonhos e teu sono. Eles têm linguagem, são espelhos de tua alma.
Médium no corpo físico também o é no corpo sutil que assume quando se projeta para o outro lado.
Muitos até se recordam frequentemente de terem trabalhado como médium, enquanto o corpo repousava.
Mediunidade é ferramenta a ser utilizada em qualquer setor da vida. Sublime oportunidade de servir sob a proteção direta dos Missionários da Luz.
A sensibilidade está sempre aberta ao que se passa, sendo que a mente reflete outras mentes desencarnadas e encarnadas.
O pensamento se expande em todas as direções.
Todo médium precisa viver atento a tudo que acontece na esfera de suas sensações, junto à família, nas ruas, no trabalho, no centro, em todos os lugares.
Não tiveste ainda este cuidado?
O Bem e o mal circulam em todos os ambientes, sendo fundamental a capacidade de sintonização dos obreiros da Doutrina Espírita.
Evita sofrer desnecessariamente. Poupa tuas energias. Não te deprimas gratuitamente. Mantém a melhor postura mental.
O homem bom serve naturalmente. Se é bom, irradia vibrações de bondade.
O ambiente humano muitas vezes influencia o campo sensorial e extrasensorial do companheiro, gerando conflitos. De repente sente-‐se "um peixe fora d'água"; um desambientado ou marginalizado.
Há médiuns que facilmente se descompensam e adoecem.
Cuidado com ambientes!
Não olvides teu compromisso espiritual. Preserva tua saúde. Auxilia sem baixar o nível de teu pensamento. Não sintonizes o mal.
Ambientes, pessoas, atividades, diversões, lugares, momentos tudo tem sua energia.
O que é bom para os outros pode não ser conveniente a ti.
O campo das relações humanas é cheio de espinhos.
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Infeliz é o médium que não se cuida!
Em razão de tantas dificuldades na delicadíssima interação das pessoas, recomendamos a leitura de obras relacionadas com o assunto.
Autocrítica, controle emocional e mental, meditação, leitura diária, oração constante, trabalho, contatos com a Natureza e perseverança no Bem.
Sem isto tornase difícil ou mesmo impossível a harmonia interior na colheita dos frutos sazonados que a árvore da mediunidade deve produzir.
Médium não é objeto ou engrenagem meramente técnica. Médium é gente, é alma, é pessoa normal, é consciência em ascensão.
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DESEQUILÍBRIOS A idade física é importante. Os anos favorecem a experiência e o conhecimento, trazendo serenidade e força ao espírito.
O campo emocional do médium precisa estar submetido ao mais rigoroso controle.
Freqüentemente se encontra médiuns empolgados, deslumbrados, sugestionáveis, frágeis, sujeitos a problemas de relacionamento com colegas, amigos, confrades, parentes e cônjuge.
Médium precisa ser visto como portador de uma psicologia diferente. A personalidade mediúnica tem características próprias.
Quando o médium está sendo ele mesmo, sozinho, sem a influência de forças magnéticas do ambiente, de
Espíritos, dele mesmo noutros estados de consciência?
Não é fácil saber.
Por isso há médiuns, principalmente jovens, que passam por grandes conflitos, com muitas dificuldades de adaptação ao meio ambiente.
Não se distingue facilmente o emocional do psíquico, o mediúnico do anímico; o pessoal do espiritual; o pensamento do médium e dos Espíritos que possam estar influenciando em dado momento.
Nesse caso a compreensão, o silêncio e a prece ajudam muito.
Não fugir do convívio com outras pessoas, não se isolar e também não usar a condição de médium para exigir obediência ou respeito à sua pessoa.
O médium deve manter uma linha de equilíbrio, sabendo que é portador de magnetismo específico que pode se expandir, envolvendo e até influenciando outras pessoas no sentido do bem ou do mal.
A meditação propriamente considerada é para se tornar hábito dos médiuns, principalmente os de efeitos intelectuais. Aliás, todas as pessoas deveriam praticar meditação. Meditação é janela para dentro. É uma forma de harmonizar a alma, aviltando desequilíbrios emocionais.
Meditação e trabalho — paz de espírito e consciência tranqüila.
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Médiuns que vivem em constantes processos depressivos, enxaquecas e irritação precisam parar e refletir. Ideal é que os médiuns levem vida normal, sem maiores problemas, sem exotismo nem esquisitices.
Há médiuns que trabalham sistematicamente na assistência aos sofredores, e, mesmo assim dão muito trabalho.
Não há dúvida quanto aos resultados danosos advindos de uma mediunidade descuidada ou destrambelhada.
Por tudo isto o Evangelho é roteiro insubstituível, cujas lições educam e orientam, fortalecem e iluminam.
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MÉDIUNS EMPOLGADOS Convém distinguir entusiasmo de empolgação.
Médiuns empolgados existem por toda parte, vendo, ouvindo e falando demais.
Mediunidade, porém, não é privilégio nem atestado de superioridade. Geralmente ocorre o contrário: nasce médium aquele que se endividou gravemente noutras vidas.
Conhecemos médiuns, desenvolvendo intenso trabalho de recuperação de tempo perdido e reabilitação da consciência.
Se descobriste que és portador dessa ou daquela faculdade medianímica, mantém-‐te sereno, evitando qualquer afetação.
Deslumbramento diante de fenômenos indica insegurança e imaturidade.
Já sabes que mediunidade é ferramenta de trabalho, nada mais além disto.
Muita gente procura fazer da sua condição de médium trampolim de promoção pessoal ou até mesmo palco de exibicionismo.
Cuidado!
Não caias nesta rede.
Vaidade excessiva nos médiuns representa porta aberta à obsessão ostensiva ou sutil.
Humildade oferece segurança e tranquilidade.
Médiuns de vitrine prejudicam a imagem da Doutrina perante o público.
Há casos que chegam ao ridículo; médiuns externando revelações e conceitos precipitadamente, colidindo espetacularmente com as noções elementares e básicas da Doutrina que dizem seguir.
Não é o nome do comunicante nem a fama do médium que atesta a legitimidade das comunicações. O que vale é o conteúdo da mensagem e o teor espiritual do trabalho.
O bom observador percebe facilmente o tipo de Espírito que está por traz dessa ou daquela mensagem.
Na sutileza e nas entrelinhas da comunicação os verdadeiros propósitos se revelam.
O médium assume responsabilidade perante tudo aquilo que transmite ou produz.
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Por essa razão é natural que o estudo e a vivência do Evangelho sejam indispensáveis a todos os candidatos ao ministério da mediunidade.
Todo bem que se manifesta nas atividades espirituais procede do Alto, cabendo aos médiuns e trabalhadores da Causa a alegria de servir.
O mérito pertence, pois, aos obreiros do Além, e não aos aprendizes do Bem.
Disse o Mestre que "quem quiser ser dos primeiros no Reino de Deus, seja o servo de todos".
Noutra passagem também afirma: "Aquele que quiser vir após mim, tome sua cruz e siga-‐me".
Cruz não representa conforto ou galardão, e sim, sacrifício, perdão, perseverança e renúncia.
Os melhores médiuns nem sempre terão seus nomes ou fotografias nas páginas da imprensa; em geral passam no anonimato, trabalhando humildemente na sementeira da paz e da harmonia.
Os médiuns devem ter consciência de sua responsabilidade perante o Alto, buscando sempre atender o chamado do dever.
O reto cumprimento do dever põe o médium em harmonia com Esferas da Luz, e é essa agradável experiência que lhe infunde a certeza de estar no caminho certo, sendo gratificado pelas alegrias que brotam de seu próprio coração.
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CONSCIÊNCIA DO DEVER Nunca te exaltes nem consideres tua mediunidade algo especial capaz de te por em evidência.
Melhor que penses o contrário: mediunidade é cruz.
Na medida do possível, dispensa e agradece com humildade sincera quaisquer destaques ou homenagens que te queiram prestar.
Cumpre teu dever. Isto é suficiente para garantir a paz de teu espírito.
Não digas a qualquer pessoa ou em qualquer momento aquilo que saibas ou tenhas ouvido das Entidades Superiores. Não conheces a reação das criaturas e não imaginas os efeitos que tua revelação possa produzir.
No que tange à mediunidade a prudência é fundamental.
A respeito do teu trabalho fala o mínimo possível, destacando sempre o esforço dos outros companheiros.
Evita comentários sobre a possível presença de Entidades Elevadas junto a ti. Qualquer incidência da luz no abismo das lutas humanas é manifestação da Misericórdia Divina.
Evita publicidade e qualquer tentativa de culto à tua personalidade.
Não esqueças: foste chamado a servir na Seara do Cristo, em regime de simplicidade, disciplina, dedicação, renúncia e amor ao próximo.
Só será dos maiores no reino do espírito quem se fizer humilde servo de todos.
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MANDAMENTOS Muita gente alega não ter tempo para dedicarse à Doutrina ou à mediunidade. Tem tempo para a profissão, para a família, para o lazer; quanto aos trabalhos espirituais só mesmo quando sobra tempo, resto de tempo. Naturalmente isto não deve ser tão importante, as prioridades são outras... e a questão do espírito vai ficando em segundo plano.
Observa: em qualquer atividade espiritual séria, facilidades e comodidades precisam ser ponderadas.
Apresentamos-‐te três mandamentos que a Doutrina inspira, sobretudo aos médiuns que assumiram responsabilidade direta com os dois mundos: humildade, estudo e trabalho.
E possível que este lembrete já tenha aparecido noutros livros ou mensagens doutrinárias, entretanto, é bom enfatizar tão importante e oportuno aspecto da educação mediúnica
Humildade que seja espelho a revelar a pequenez e limitações de qualquer criatura humana independente de ser ou não ser portadora de faculdades medianímicas.
A mediunidade não indica grandeza ou privilégio em nenhuma hipótese; é compromisso que o espírito devedor assume perante a vida, cabendo-‐lhe colaborar no bem de todos como servo obediente e fiel.
Sem estudo e discernimento as sombras facilmente invadem a mente das pessoas, fixando idéias de presunção e fanatismo. O estudo traz consigo luz e convicção.
A fé raciocinada de que fala o Codificador tem suas bases no conhecimento.
Ai! dos médiuns que combatem a cultura. É nessa área de invigilância que as ervas daninhas da obsessão estendem seus galhos e espinhos.
Nos fundamentos da humildade e do estudo a pessoa reconhece a necessidade do trabalho em favor dos corações famintos de pão e carentes de luz.
O serviço é a melhor maneira de demonstrar amor ao próximo.
Humildade, estudo e trabalho caridade em ação este é o roteiro que leva ao bom desenvolvimento das faculdades psíquicas, cuja função abre canais de esperança, esclarecimento e paz ao mundo,
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Tem que haver tempo para as coisas de Deus!
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MÉDIUM ESPÍRITA Por incrível que pareça, há pessoas que se orgulham de ser médiuns e fazem disso meio de autopromoção enquanto outros montam consultório para atender "clientes" num frontal desrespeito às leis do país.
Se pensas ser médium a serviço do Bem comum, trabalhando em sintonia com os Mensageiros da Luz, considera a necessidade de vigilância diariamente.
Ninguém neste mundo é perfeito. Qualquer um pode a qualquer momento manifestar atitudes de um passado que não se apagou de todo.
Cuidado com o verniz das aparências! A verdadeira educação vem de dentro.
Cuida de ti!
Não participes de qualquer conversa ou atividade, simplesmente para agradar.
Gostar de agradar é um problema de muitos médiuns. Que adianta agradar os homens e violentar a própria consciência? Sim, sim; não, não! — dizia Jesus.
Ser simpático ou ser bom é diferente de ser apenas agradável. Há tantos pratos deliciosos que a medicina desaconselha!
Procura ser agradável a Deus. Ser amigo dos Espíritos Superiores.
O médium espírita não deve ocupar lugar comum na praça dos convencionalismos sociais. Deve estar em harmonia com sua consciência, melhorando cada vez mais seu estilo de vida, ainda que tenha de contrariar certos interesses.
Sabemos que isto não é tão fácil.
A incompreensão dos outros, mesmo daqueles mais próximos, será um espinho a ferir-‐lhe a sensibilidade constantemente. Entretanto, para crescer espiritualmente, temos que superar a nós mesmos.
Tua vontade pode não ser a Vontade de Deus. Tua vontade pode estar sendo produto de tuas vaidades.
Ora com humildade e pede ajuda nesse trabalho de transformação moral!
Busca sintonizar a Vontade Divina que se reflete na dimensão dos Espíritos da Verdade.
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A mediunidade é um meio utilizado pela providência Divina para melhorar o nível de consciência das pessoas.
A atividade mediúnica bem conduzida tem sido grande luz no caminho de muita gente.
Quando todos estiverem iluminados e alimentados na atmosfera do amor, a mediunidade vulgarmente considerada, será descartada, deixando o espaço a outra forma de comunicação com os diferentes planos da Vida.
A vigilância, a autocrítica, o aprimoramento consciente da própria maneira de ser, é trabalho de ascensão para a Luz.
Se a mediunidade não servir para a tua iluminação interior, perde o sentido.
Levanta a fronte, portanto, e sê honesto para contigo mesmo.
O médium que incorporou o Evangelho passa a ser fonte de paz e consolação para o povo. Não é isto que a tua consciência indica?
Sê coerente e faz o melhor para teu espírito.
Procura a luz do Evangelho, falando e agindo somente no sentido de construir.
Evita leviandades.
Sê austero contigo mesmo.
Policia tuas atitudes.
Que cada dia seja um dia novo na tua alma. Que sejas sempre melhor.
Não te preocupes com o supérfluo. A recompensa para teu esforço estará na paz de tua consciência. Aliás, no próprio trabalho do dia a dia, sob a Bênção de Deus, sentir-‐te-‐ás estimulado e confortado, tranquilo e fortalecido a prosseguir no cumprimento de tua tarefa junto aos corações necessitados.
Mediunidade bem orientada é porta que se abre para as luzes do Infinito.
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BANHO DE ORAÇÃO Os orientais sempre foram dados à meditação, os católicos e outros cristãos levam a sério a oração. Francisco de Assis, Teresa d'Ávila e outros despertavam três horas da madrugada para orar, enquanto Mahatma Gandhi passava dias em prece e jejum.
Muita gente não cultiva a prece, achando desnecessária uma vez que Deus sabe dos problemas e anseios de cada um dos seus filhos.
Isto é certo. Ele sabe o que se passa no íntimo de todos nós, contudo, a oração conduz sentimentos de humildade e fé, estabelecendo sintonia espontânea entre a criatura e o Criador.
E muito importante a busca da comunhão com os Planos Superiores.
Nunca deixes de orar. O hábito da prece cria mecanismos de defesa e proteção.
E ao mesmo tempo higiene psíquica e recuperação de forças espirituais e orgânicas.
Ao amanhecer, seja teu primeiro ato um contato mental com o Pai Celestial.
A prece, devidamente considerada, não deixa de ser uma ação mediúnica.
Pelos fios sutilíssimos do pensamento a alma se eleva ao encontro com Entidades da Luz, assimilando forças que revitalizam o corpo e a mente.
Mediunidade pede oração, assim como um motor exige combustível ou eletricidade.
A pessoa que ora constantemente torna-‐se mais sensível à presença de Protetores Espirituais e adquire forças, fazendo-‐se menos vulnerável à influência das sombras.
A prece facilita a sintonia com o trabalho mediúnico, gerando harmonia no ambiente e atraindo vibrações das Esferas mais altas.
O médium que se preza não dispensa essa sublime oportunidade.
De forma alguma deves considerar-‐te livre de assédios ou processos obsessivos. A assistência dos Mensageiros do Bem é a maneira de afastar Entidades sombrias.
O Cristo orava sempre; seus apóstolos, também.
Os médiuns que têm mandato no campo das necessidades humanas, os missionários que trabalham diariamente com os Espíritos Superiores, vivem orando constantemente.
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Esta é uma técnica de se evitar maiores dificuldades até mesmo na área da saúde.
Quando um coração se abre em prece, entra na corrente de outros pensamentos voltados para Deus, e recebe energia de renovação e paz.
Fica ciente disto: a oração possui asas, asas de luz.
As manifestações mediúnicas devem ocorrer sempre na claridade do pensamento sublimado.
Aprende a usar a prece inclusive como instrumento de trabalho.
Uma súplica que chega aos Céus é logo ouvida e atendida. Para tanto é preciso que o pensamento esteja desprovido de interesses mesquinhos; o pensamento deve subir puro e cristalino.
Prece significa comunicação com o Invisível. E um diálogo com as hostes luminosas do Infinito.
Não esqueças de buscar essa sintonia diariamente.
Tens carência de proteção espiritual.
É necessário beber nesta fonte.
Banha-‐te nesta luz, higienizando tua alma.
A oração é alimento da mediunidade que se deve desenvolver na vibração da fraternidade para melhor servir de instrumento nas mãos misericordiosas do Cristo, nosso Senhor e Mestre.
Descobre, pois, as delícias e utilidades da prece, e avança estrada afora, cumprindo fielmente tua tarefa de médium espírita.
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SITUAÇÕES
Existem personalidades anímicas e mediúnicas que podem ser classificadas da seguinte forma:
Médiuns psicopatas,
Médiuns obsediados,
Médiuns confusos,
Médiuns indecisos,
Médiuns acomodados,
Médiuns bitolados
Médiuns cultos,
Médiuns flexíveis.
Psicopatas — doentes mentais.
Obsediados — constantemente assediados por Entidades sombrias.
Confusos — desconhecem o mecanismo dos fenômenos.
Indecisos — têm medo de assumir responsabilidades.
Acomodados — ociosos e insipientes.
Bitolados — sectários e presunçosos.
Cultos — instrumentos mais afinados.
Flexíveis — mentes abertas ao estudo, ao trabalho e ao progresso.
Vê onde tu te colocas honestamente nesta classificação. Faz tua autocrítica.
Não se deve confundir equilíbrio com inércia. Convém distinguir bem uma coisa da outra.
Lamentável existirem tantos médiuns confusos e acomodados ao longo dos anos, embora ligados ao trabalho. Mas, perguntemos: de que forma trabalham? seguem que tipo de orientação?
Médiuns que se apresentam hoje com as mesmas características de muitos anos atrás. Algo não vai bem.
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Mas, que é mesmo desenvolvimento? Mudança no mecanismo fenomênico das comunicações? na versatilidade e riqueza de linguagem? no aprofundamento e atualização de conceitos? na facilidade espontânea das manifestações?
Reflete sobre cada um desses tópicos, tranquilamente, e procura situar-‐te da maneira que melhor se ajuste ao crescimento de teu espírito.
O que parece ter regredido ou estacionado pode simplesmente haver assumido um nível mais sereno e estável de trabalho e produção.
Exemplo: há médiuns cujo início é marcado por contrações, bocejos e agitações no momento do transe, porém, acabam por mudar o comportamento, passando a incorporar e transmitir as comunicações com serenidade e lucidez.
O desenvolvimento mediúnico é processo lento e constante, em todas as idades.
Médium completo ou perfeito, não existe. Há sempre uma flor a desabrochar no jardim da alma. Enquanto houver tempo e disposição haverá progresso, e com o progresso a percepção ganha novo brilho.
Examina tua mediunidade. Como anda o trabalho? Alguma modificação ou tudo continua na mesma? Tens estudado? meditado? visitado pessoas enfermas e carentes?
Médiuns na atividade assistencial, abrem o coração e o psiquismo, aproximando-‐se mais de Deus fonte emissora de toda a verdade.
Amplia o círculo de teu pensamento, renova tuas esperanças e reassume o propósito de renascer espiritualmente a cada dia.
A consciência registra tudo. Sensação de desânimo e dúvidas são indícios de imobilidade; sensação de leveza e alegria são sinais de progresso, sob a generosa assistência do Alto.
Liga-‐te a esses Emissários na vivência da caridade. Eles também necessitam de instrumentos afinados e dóceis. Em verdade os médiuns nada podem fazer de útil sem a proteção do Cristo. Faltando terminantemente essa cobertura o médium se desequilibra e adoece.
Confia, portanto, na Bênção Divina, busca o convívio com as dores alheias, persevera na oração e encontrarás adiante as mais expressivas oportunidades de servir e aprender, subindo sempre os degraus do progresso.
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DIFICULDADES E ALEGRIAS A vida é uma caminhada.
Há quem percorra caminhos de relativa tranquilidade, com saúde, bem-‐estar, alegria... outros, porém, avançam por estradas íngremes, acidentadas, pedregosas.
Em todos os casos a existência na Terra é uma caminhada que exige cuidados.
Levantando os olhos, todos poderão ver o horizonte azul, mas os pés não pisam horizontes. A realidade cotidiana é outra.
O caminho dos médiuns é sempre cheio de obstáculos. Dificuldades e tentações a cada passo.
Alongando a visão pode-‐se contemplar o objetivo, a luminosa meta; porém, é agora que se deve semear.
A viagem é longa, mas o viajor tem direito a repouso. A Providência divina pôs aqui e ali um oásis de paz e refazimento.
Não deves imaginar somente sacrifício e dor. Na senda podes e deves colher frutos e flores e, sempre que necessário, declinar o corpo à sombra de árvores amigas.
O Alto quer que trabalhemos alegres e felizes.
Existem médiuns que trabalham muito, ligados todo o tempo aos sofrimentos alheios, em processos de obsessão e desobsessão, e se acham indignos de se envolver nas luzes de Planos mais altos. Não é assim que se deve viver. Trabalho e dor dão direito a repouso e alegria. Aliás, o centro espírita bem orientado, cumprindo sua missão na claridade do Evangelho, é um verdadeiro oásis. É oficina por onde corre uma fonte de esperança e paz.
Se tu freqüentas centro onde corações do Plano Físico e do Plano Espiritual se reúnem para trabalhar, estudar e orar, agradece a Deus a sublime oportunidade, e colabora, dando o melhor de ti mesmo.
Quem vai a um grupo precisa voltar para casa reconfortado e feliz. O ambiente encontrado tem de oferecer o melhor exemplo de harmonia e entendimento.
Ali mentes e corações devem buscar comunhão com as Esferas elevadas; fora disso o centro espírita perde sua finalidade.
Aqueles que trabalham diretamente com os Espíritos têm maior responsabilidade.
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A verdadeira alegria dos obreiros da mediunidade com Jesus consiste no serviço ao próximo. Foi este o exemplo que o próprio Mestre nos deixou.
Centro espírita é sinônimo de Espiritualidade, e o ideal é que seja oásis de refazimento e alegria, ponto de encontro de almas que buscam uma vida melhor.
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DIÁLOGO MEDIÚNICO Nos trabalhos de desobsessão ou de desenvolvimento mediúnico existem aqueles que atuam como orientadores de Espíritos sofredores ou perturbados, buscando socorrê-‐los através do diálogo.
Pergunta-‐se até onde vai a responsabilidade desses companheiros...
Ora, até o ponto que sua palavra e sua presença j á não influam no destino das Entidades comunicantes.
Esses irmãos, trabalhando de coração puro, sintonizam-‐se naturalmente com Obreiros do Plano Espiritual e passam a uma função de intermediários pelas vias da intuição.
Observa um detalhe: essas pessoas se predispõem a orientar e despertar. Será fácil mudar o curso do pensamento de alguém? despertar uma consciência?
Essa função é delicadíssima, envolve expressão oral e magnetismo pessoal. Não é fácil nem tão difícil; é questão de tendência e exercício.
Três fatores são necessários: humildade, compaixão e conhecimento.
Ocorre que muitos Espíritos, quando buscam socorro e ajuda nas atividades de um Centro, já se acham cobertos de humilhação e conflito em face da situação que arrastam nas sombras. São mendigos da Erraticidade como diria Allan Kardec , vítimas da solidão, da ignorância, da saudade, do remorso. Outros são velhos intelectuais frustrados e deprimidos.
Eles todos precisam encontrar uma palavra amiga.
Os irmãos orientadores devem ser ao mesmo tempo agentes da compreensão e do respeito, do equilíbrio e da compaixão. São enfermeiros amigos dispostos a passar aos Espíritos comunicantes uma energia de paz e renovação.
Os Espíritos nessa situação, amparados num pronto-‐socorro, não querem nem podem estar ouvindo discursos ou teorias; eles têm fome de Deus, necessitam de bálsamo para suas chagas. Pouca conversa e muito amor.
O diálogo com essas almas egressas da sombra, deve ter a tônica da paciência e do otimismo. Conversação breve e objetiva em clima de oração e respeito. Não se esqueçam que ao lado estão outros Espíritos e outros companheiros encarnados.
O ideal, em síntese, é que os orientadores sejam pessoas educadas no Evangelho.
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Há casos em que o comunicante desencarnado está tão confuso e tão deprimido que o melhor remédio são a prece e o passe.
O trabalho mediúnico na forma de sessão é dos mais importantes para a desobsessão dos encarnados, para o socorro aos desencarnados, para o desenvolvimento de faculdades psíquicas e para o convívio que deve haver entre os dois Mundos.
E trabalho da Espiritualidade Superior no ambiente humano para atender aos Espíritos que ainda não se libertaram das injunções da matéria.
Os orientadores também são médiuns. E justo que se ponham em sintonia com a direção espiritual do Grupo, favorecendo ambiente de paz e harmonia.
Vê bem: o médium em transe, servindo de canal a determinada Entidade, de repente estará sob influência direta de dois centros irradiadores de energia: o comunicante desencarnado e o encarnado na pessoa do orientador.
Terá que haver harmonia entre os três.
Os instrutores nesses casos são medianeiros da palavra e da energia, cabendo-‐lhe o cuidado de envolver médium e Espírito nos melhores sentimentos de bondade e paz.
Mas o que se deve dizer aos Espíritos nesses casos?
Depende de cada caso. Entretanto, convém transmitir somente aquilo que traga esclarecimento e conforto, sem palavras rebuscadas e sem revelações desnecessárias.
Qual o tempo necessário a esses atendimentos?
Também isto depende de cada situação, porém, vale lembrar que a clareza e a objetividade são importantes fatores desse tipo de comunicação. Repetimos: pouca conversa e muito amor, considerando inclusive que outros
Espíritos aguardam sua vez nos mesmos trabalhos. A questão não é falar muito e sim o necessário com segurança e bondade.
O dirigente dessas reuniões no Plano Físico deve obviamente ter consciência de tudo isto. Sua função é de coordenador; pessoa de confiança da direção espiritual.
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AUTENTICIDADE MEDIÚNICA Paira em toda parte uma interrogação sobre a autoria de mensagens e livros, curas e revelações, produzidos por diferentes médiuns.
Finalmente, o que prova a autenticidade de uma manifestação mediúnica?
Provas, excetuando os casos de identificação cientificamente comprovada, que mesmo assim o cepticismo questiona e descarta, são aqueles indícios verificados pelo bom senso e pela intuição dos observadores sinceros.
O que melhor evidencia a autenticidade dessas manifestações é o caráter do médium, embora qualquer um esteja sujeito a equívoco, dada a complexidade do intercâmbio entre diferentes dimensões da vida.
. Até hoje nenhum médium gozou de credibilidade geral, contudo, seu exemplo de vida é a melhor resposta.
E quanto à questão do estilo?
Estilos são traços ou formas de expressão que, de certa forma, podem ser imitados. Não têm base científica, mesmo porque com o tempo e a evolução os estilos podem mudar.
Mais importante que este detalhe é o teor lítero-‐doutrinário das comunicações.
Nenhum Espírito, por nenhum médium, consegue ser inteiro. A transmissão de pensamentos ou imagens de uma para outra Esfera envolve certa complexidade difícil de ser compreendida na linguagem humana.
Médium em geral é tradutor. Aqueles que são inconscientes e mecânicos são raríssimos, e acham-‐se em extinção. A mediunidade evolui para a zona mais alta da consciência nítida e da intuição pura.
Outra dúvida que nos chega é a seguinte: como o médium poderia identificar uma mistificação por seu intermédio?
A questão é simples: a Entidade comunicante irradia um tipo de energia que lhe revela a personalidade. O que melhor testifica a fonte de uma mensagem ou manifestação é a própria sensibilidade do médium. A sensação que o Espírito deixa pode ser agradável ou não, harmonizante ou perturbadora. Entidade inferior jamais consegue imprimir no coração das pessoas sensação de profunda alegria. O Espírito bom sempre deixa um inconfundível perfume de paz.
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CIÊNCIA, MEDIUNIDADE E ANIMISMO Mediunidade é assunto simples e complexo ao mesmo tempo. A questão ética é simples; o mecanismo em si é complexo. Por isso sua abordagem mais completa apresenta inevitável fundamentação científica.
A temática envolve, porém, um campo praticamente novo para a ciência convencional, embora as teorias da incerteza e da probabilidade na Física moderna sejam excelente impulso de aproximação para o entendimento do que se passa nos movimentos das partículas infinitesimais da matéria e nas reações fenoménicas do universo psíquico.
A mediunidade se manifesta na esfera do espírito, onde a Psicologia, a Física e a Filosofia unificam-‐se, descortinando novo e extraordinário espaço ao Conhecimento.
A resposta dos fenômenos tem características próprias e originais, oscilando de acordo com vontades, sentimentos, idéias, tendências e leis que escapam ao poder de controle dos laboratórios.
Esta é a razão pela qual não se pode, inclusive, padronizar comportamentos mediúnicos; o que se deve é educar as funções paranormais a fim de que esse imenso campo de comunicação e trabalho possa atender de imediato aos anseios evolutivos da humanidade.
Cada médium tem suas qualidades, suas tendências, suas aptidões, seus sentimentos, seus conhecimentos, suas idéias. É um espelho original, capaz de refletir imagens a seu modo.
Não há dois médiuns iguais porque não existem duas personalidades idênticas. O mesmo se pode dizer em relação às pesquisas, aos ambientes, aos trabalhos de intercâmbio.
O estudo é vasto e fascinante. Breve estará no currículo das Universidades.
Nos Centros Espíritas e nos trabalhos mediúnicos temos um potencial de pesquisas com possibilidades de desencadear verdadeira revolução no Conhecimento, embora essa revolução já exista a partir de Allan Kardec, no século passado.
No que se refere a mediunidade podemos ter nas casas espíritas atividades voltadas para os seguintes objetivos:
Desobsessão
Desenvolvimento
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Projeção anímico-‐mediúnica
Terapia
Psicografia
Psicopictografia Em quaisquer situações o pensamento centrado em Allan Kardec é orientação básica e indispensável, sem sectarismo nem preconceito.
O entendimento do problema anímico é fundamental nas atividades propriamente mediúnicas, porquanto médium também é Espírito. Os animistas — aqueles que trabalham espontânea ou conscientemente fora do corpo — são médiuns, e essa habilidade individual não deve ser bloqueada; pelo contrário: desenvolvida.
Na mediunidade em si ocorre o intercâmbio com Espíritos. Mas no animismo também pode se dar essa comunicação, porque nesse caso a pessoa se projeta noutras faixas vibratórias, noutros estados de consciência, noutras Esferas invisíveis, no passado, no futuro, vai a algum lugar, vê, sente, ouve, comunica, cura, esclarece e retorna.
Mediunidade e animismo coexistem e devem harmonizar-‐se cada vez mais.
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FONTE DE LUZ Trabalhos de natureza mediúnica guardam características muito singulares — já o dissemos. São atividades que se processam na dimensão do espírito, incidindo diretamente no pensamento e no campo emocional.
O grupo mediúnico que melhor se desincumbe de suas responsabilidades em geral é aquele que apresenta tônica
de familiaridade, família espiritual, grupo de almas irmãs que se reúnem frequentemente, assiduamente. Tudo por amor.
Mediunidade em grupo é oportunidade maior. Aí abrem-‐se portas para o serviço fraterno em favor de quem necessite e queira.
Não se trata apenas de encontro de estudo ou pesquisa, experiências e diálogo para atender à curiosidade ou aos interesses intelectuais das pessoas sem maiores objetivos. A mediunidade assistida pelos Espíritos Superiores tem fins educativos.
Não se adere interesses monetários ou político-‐partidários. Todos os esforços são voltados para o bem comum, mesmo que custe incompreensão e sacrifício.
A sala desses trabalhos torna-‐se laboratório de forças invisíveis; recinto de acontecimentos que transcendem a imaginação humana; remanso de paz e luz.
À mesa de trabalhos mediúnicos, procura desenvolver teus melhores sentimentos, gerando um clima de entendimento e harmonia.
Descarta a preocupação em saber a identidade dos Espíritos, teu passado e teu futuro.
Vive o momento.
Muitas Entidades respiram nas trevas de dolorosa inconsciência, resultante da mentalidade niilista que acalentaram ao longo tempo.
Compreende e auxilia com tua mente calma e cristalina.
Deixa que cada comunicante expanda suas vibrações e manifeste seus pensamentos e seus anseios sem o bloqueio de tuas preocupações.
Sê transparente e afável.
Mentaliza um sol de suavíssima claridade.
Mergulha a alma nessa fonte de
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luz.
Asserena a mente e relaxa o corpo.
Sintoniza os Planos Excelsos da Eternidade.
Banha-‐te nas luzes do infinito amor de Deus.
Se algum Mentor Espiritual se aproxima, abre teu coração, e deixa a mensagem fluir.
Espíritos sofredores e desorientados, a seu turno, presentes nesse santuário, assimilam vibrações que lhes reconfortam e pacificam.
Cada médium, na sua função de antena psíquica, tendo o coração nimbado de amor, torna-‐se oásis em que os viajores das sombras encontram a água viva da paz, da esperança e da alegria.
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FLEXIBILIDADE A mediunidade em si é flexível. Convencionou-‐se pensar em mediunidade vinculada obrigatoriamente a comunicação direta de Espíritos. Médiuns são, portanto, aqueles que podem ser intermediários entre o Mundo invisível e o Mundo corpóreo, no dizer abalizado do Codificador da Doutrina Espírita.
Numa conceituação elástica devemos, contudo, afirmar que médiuns podem também se prestar a diferentes contatos: médiuns de situações, médiuns do conhecimento, médiuns de energias, médiuns de emoções.
Em muitas ocasiões certas pessoas captam e transmitem pensamentos que não estavam nos domínios exclusivos dessa ou daquela mente desencarnada.
Existem pensamentos em ondas no espaço infinito. Aliás, em tudo há idéias, imagens, pensamentos, conceitos... basta lembrar que Deus é Dínamo Pensante, e Ele está em tudo.
Quando, pois, as mentes se tornam mais sensíveis, conseguem viajar na intimidade e na extensão das coisas, além do imaginável, e assimilam idéias e revelações que não passam de emanação do próprio Deus.
Os médiuns mais transparentes fazem isto, habituando-‐se a contemplar as paisagens da Natureza e do Universo.
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GRATIDÃO Se estou bem, agradeço aos Céus porque não me considero merecedor de qualquer benefício.
Se estou atribulado por alguma dificuldade maior, agradeço a Deus a oportunidade de sofrer, porque sei que o sofrimento é bênção que pode trazer alegrias eternas.
Se estou cercado de amigos, agradeço aos Céus por tão preciosa dádiva.
Anotações
Se me vejo visitado por desafetos visíveis ou invisíveis, agradeço a Deus o ensejo do reencontro que me deve ensinar as sublimes lições da tolerância, humildade, perdão e indulgência.
Se o dia é ensolarado e a noite iluminada de estrelas, agradeço aos Céus.
Se, porém, dias e noites são negros e chuvosos, mesmo assim agradeço a Deus porque sei que Ele é Pai amoroso e justo, presente em todos os momentos de nossas vidas.