92
CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF MICROBACIAS

CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

  • Upload
    lamtu

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

CARTILHA INFORMATIVA DO

PROGRAMA RIO RURAL/GEF –

MICROBACIAS

Page 2: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

2

CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: Área de Preservação Permanente CEDRUS: Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável CMDRS: Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável COGEM: Comitê Gestor da Microbacia Hidrográfica COREM: Comitê Regional de Microbacias Norte-Noroeste DPGE: Defensoria Pública Geral do Estado DRP: Diagnostico Rural Participativo ECC: Estatuto Comunitário de Conduta EMATER: Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural GEE: Gases de Efeitos Estufa GEF: Global Environment Facility (Fundo para o Meio Ambiente Mundial) IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis INEA: Instituto Estadual do Ambiente MBH: Microbacia Hidrográfica MDL: Mecanismo de Desenvolvimento Limpo MSRN: Manejo Sustentável dos Recursos Naturais NUDEDH: Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos OEA: Organizações dos Estados Americanos PID: Plano Individual de Desenvolvimento PEM: Plano Executor da Microbacia RCPJ: Registro Civil de Pessoa Jurídica REDD: Redução de Emissões oriundas do Desmatamento e Degradação RL: Reserva Legal SEAPPA: Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e

Abastecimento SEP: Secretaria Executiva do Projeto SER: Sub-Secretaria Executiva Regional Norte e Noroeste

Page 3: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

3

PARTE I – A DEFENSORIA PÚBLICA

O que é a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPGE-RJ)?

A Defensoria Pública é o órgão público que cumpre o dever constitucional do estado de prestar assistência jurídica integral e gratuita à população que não possui condições financeiras de pagar as despesas por estes serviços (hipossuficiente econômico).

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro existe há mais de 55 anos. Ela oferece ao cidadão que não tem condições de pagar uma “cesta de serviços gratuitos”, tais como: registro e/ou regularização de estatuto de associações, 2ª via da certidão de nascimento, regularização da propriedade, inventário, separação e divórcio, pensão alimentícia, regularização de documentos para aposentadoria rural, entre outros. Como exemplo, no caso da aposentadoria rural, a mulher também tem direito a tal benefício porque, mesmo sendo do lar, ela auxilia na economia familiar, sendo necessária, por vezes, a retificação da sua certidão de casamento, viabilizada pela Defensoria Pública, para corrigir os dados referentes à sua profissão, já que é produtora rural, permitindo, assim, o requerimento de aposentadoria rural.

Qual é a atuação do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (NUDEDH)?

A atuação do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos é pautada pela leitura ampliada do direito constitucional de acesso à Justiça, visando dar a real efetividade aos Direitos Humanos, com atuação em ações coletivas ou de repercussão coletiva. Ressalta-se, dentre os seus programas: o atendimento a refugiados, a prática de peticionar no sistema das Organizações dos Estados Americanos (OEA) e de participar de discussões sobre projetos de convenção interamericanas de Direitos Humanos, atendimento de minorias (negros e quilombolas, indígenas, assentados rurais, pescadores artesanais, ciganos, moradores de rua, mulheres vítimas de violência, crianças, GLBTT, dentre outras), o monitoramento das carceragens de Casas de Custódia e do Sistema Penitenciário Carioca, a atuação junto a produtores rurais em prol da educação ambiental para o desenvolvimento sustentável, a atuação nos casos de biodireito, como requerimentos de interrupção de gravidez (fetos anencéfalos), a atuação em prol da erradicação do sub-registro com o programa “Cidadania, eu defendo! – Cidadão tem nome e sobrenome” e, em especial, a assessoria jurídica às associações na construção dos estatutos jurídicos e registro dos mesmos no Registro Civil de Pessoa Jurídica (RCPJ).

Page 4: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

4

PARTE II – O PROGRAMA RIO RURAL / GEF

Como funciona o Programa Rio Rural/GEF, também denominado Programa Microbacias?

A partir da noção de Microbacia Hidrográfica, enquanto unidade de

planejamento, o Programa incrementa a organização comunitária. O marco zero da conduta dos produtores rurais da área é identificado e descrito no Diagnóstico Rural Participativo (DRP). Com base no Plano Executivo da Microbacia (PEM) e no Plano Individual de Desenvolvimento (PID), é democraticamente construído, mediante assessoria jurídica da Defensoria Pública (DPGE), um compromisso coletivo de adoção de práticas que promoverão a auto-gestão sustentável dos recursos naturais e a prevenção de lesões ao meio ambiente, para a presente e futuras gerações.

Ressalte-se a importância da leitura alargada do direito de acesso à Justiça para atingir também a função educativa do Direito que, no contexto do Programa, extrapola a lógica punitivo-repressora abrindo-se para a possibilidade de construção da lógica educativa-preventiva. Quais os benefícios trazidos pelo Programa?

Empoderamento dos produtores rurais do processo produtivo com

melhoria da qualidade de vida para a presente e futuras gerações, proteção do meio ambiente, desenvolvimento sustentável da comunidade mediante o Manejo Sustentável de Recursos Naturais (MSRN) e incremento da organização comunitária.

O que é desenvolvimento sustentável?

É o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual,

sem comprometer a capacidade de atender às necessidades das futuras gerações e que, portanto, não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento sustentável busca conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente.

O que é manejo sustentável dos recursos naturais (MSRN)?

Um conjunto de técnicas preservacionistas alternativas que produzem

menor impacto sobre os recursos naturais, com o intuito de reverter o quadro de degradação do meio ambiente.

O que é organização comunitária?

Page 5: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

5

Ocorre quando uma categoria de trabalhadores ou uma comunidade se organizam para conquistarem direitos e garantirem melhoria nas condições de vida da coletividade. Uma vez reunidos e organizados, a coletividade resiste com mais segurança ao processo de exclusão social, elaborando propostas alternativas de desenvolvimento e lutando pelo cumprimento destas. O que é o Plano Executivo da Microbacia (PEM) e qual a sua importância?

É um documento elaborado pelos técnicos em atuação no Programa, com

base no Diagnostico Rural Participativo (DRP) e com a participação dos grupos representativos de cada comunidade.

Nele encontram-se as ações necessárias para solucionar os principais problemas da microbacia, com definição dos responsáveis, recursos necessários (humanos e materiais), além da caracterização dos parceiros (GEF, Poderes Públicos e outros).

O que é o Plano Individual de Desenvolvimento (PID)?

É o documento que individualiza o compromisso de cada agricultor com a

Microbacia Hidrográfica (MBH) no cumprimento das suas metas/compromissos em prol do Manejo Sustentável dos Recursos Naturais (MSRN). O que é o COGEM e como ele é formado?

COGEM é o Comitê Gestor da Microbacia, que contém o formato de uma

câmara de discussão local, na qual é incentivado o debate dos problemas e demandas de cada microbacia trabalhada.

O COGEM é formado por representantes de todos os grupos representativos das comunidades que vivem e trabalham na Microbacia, e seu objetivo é discutir e decidir os caminhos que levam ao desenvolvimento e bem estar daquela comunidade rural.

Qual o papel da Defensoria Pública no Programa?

Ela tem o papel de prestar assistência jurídica integral e gratuita na área

de direito ambiental, em especial quanto aos direitos de acesso à informação pública e de participação democrática, através da implementação do Estatuto Comunitário de Conduta (ECC) e divulgação da cartilha.

Page 6: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

6

PARTE III – O ESTATUTO COMUNITÁRIO DE CONDUTA (ECC)

O que é o Estatuto Comunitário de Conduta (ECC)? O ECC é um documento diretamente vinculado ao Comitê Gestor da

Microbacia (COGEM) e a uma ou mais pessoas jurídicas, que podem ser associação de produtores rurais e/ou cooperativas de produtores rurais.

É o regimento interno ambiental da produção agrícola sustentável e se compõe de compromissos assumidos em prol da promoção da melhoria da qualidade de vida, da preservação do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável da comunidade.

Como o ECC é feito?

É construído de forma participativa e democrática, seguindo a lógica do

preservador-recebedor em oposição ao poluidor-pagador.

Como se define preservador-recebedor? Preservador-recebedor é aquele que recebe um “prêmio” por preservar a

natureza. Os produtores rurais que respeitam o marco regulatório do PEM/PID/ECC e que manejam de forma sustentável os recursos naturais, além da melhoria da produção, podem ser beneficiários autorizados pelo COGEM para receber incentivos, inclusive financeiros do Programa Rio Rural/GEF e de outros programas, governamentais ou não.

O que compõe o ECC?

O ECC é composto por compromissos divididos em eixos temáticos, quais

sejam: - disposições gerais: se referem a todo o ECC e tem a missão maior de

definir o ECC como um instrumento coletivo, tanto jurídico como legítimo. Isso é conseguido porque o ECC está vinculado a uma ou mais pessoas jurídicas (associação e/ou cooperativa de produtores rurais), assim como ao COGEM e ao Plano Executivo da Microbacia (PEM), construído coletivamente pela comunidade.

- disposições específicas: se referem ao fato de que o ECC também vincula cada produtor rural, porque o Plano Individual de Desenvolvimento (PID) individualiza o alcance e abrangência do ECC;

- compromissos que refletem a ideologia do trabalho, que é a premiação do produtor rural consciente e vinculado à educação ambiental;

Page 7: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

7

- compromissos assumidos coletivamente, mediante metas estabelecidas em função da necessidade de adequação legal da propriedade rural relativamente à legislação de meio ambiente;

- eixo temático dos meios de solução de conflitos estabelecidos dentro da própria comunidade. Qual é a função da Assembleia Geral?

A Assembleia Geral é o órgão máximo da Organização Comunitária prévia

ao ECC, podendo discutir, deliberar e votar sobre qualquer assunto do interesse da comunidade. A Assembleia Geral é constituída por todos os membros regularmente registrados na Organização, em gozo dos seus direitos de associado.

Referência: Lei Federal n. 10.406/2002 (Código Civil), art. 59.

PARTE IV – NOÇÕES IMPORTANTES NO ECC

Área de Preservação Permanente (APP) O que é área de preservação permanente (APP) e qual a sua função?

É a área coberta por vegetação, que tem a função de preservar a

qualidade das águas, a paisagem, a estabilidade e a qualidade do solo, a biodiversidade, a fauna, a flora e assegurar o bem-estar das populações humanas.

Referência: Lei Federal n. 4.771/1965 (Código Florestal), art. 1º, § 2º, II,

e art. 2º e 3º.

Consideram-se áreas de preservação permanente (APP), dentre outras, as florestas e demais formas de vegetação localizadas:

ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água; ao redor de lagoas, lagos ou reservatórios de água naturais ou

artificiais; ao redor de nascentes ou olhos d’água; no topo de morros, montes, montanhas e serras; nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45º; nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues.

Page 8: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

8

Referência: Lei Federal n. 4.771/1965 (Código Florestal), art. 2º, a, b, c, d, e, f.

O que é mata ciliar?

É a vegetação de preservação permanente situada nas margens de rios ou

qualquer curso d’água, lagoas, lagos, reservatórios de água naturais ou artificiais, nascentes ou olhos d’água, e mananciais.

Referência: Lei Federal n. 4.771/1965 (Código Florestal), art. 2º, a, b e c.

Qual a largura mínima das matas ciliares (áreas de preservação permanente junto aos cursos d’água, lagoas, lagos, reservatórios e nascentes)?

SITUAÇÃO LARGURA MÍNIMA DA FAIXA

Cursos d’água com até 10 metros de largura

30 metros em cada margem

Cursos d’água de 10 a 50 metros de largura

50 metros em cada margem

Cursos d’água de 50 a 200 metros de largura

100 metros em cada margem

Cursos d’água de 200 a 600 metros de largura

200 metros em cada margem

Cursos d’água com mais de 600 metros de largura

500 metros em cada margem

Lagoas, lagos ou reservatórios em zona urbana

30 metros ao redor do espelho d’água

Lagoas, lagos ou reservatórios em zona rural (com menos de 20 hectares)

50 metros ao redor do espelho d’água

Lagoas, lagos ou reservatórios em zona rural (a partir de 20 hectares)

100 metros ao redor do espelho d’água

Represas de hidroelétricas 100 metros ao redor do espelho d’água

Nascentes e olhos d’água Raio de 50 metros

Qual a importância da preservação e da recuperação de matas ciliares?

As matas ciliares são essenciais ao equilíbrio ambiental, pois auxiliam na manutenção da qualidade das águas e do solo, protegem os cursos de água do assoreamento, previnem contra erosões do solo, minimizam os efeitos de enchentes, mantém o hábitat para a fauna, protegem a fauna e a flora, preservam a biodiversidade e asseguram o bem-estar das populações humanas.

Page 9: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

9

É possível haver intervenção ou supressão de vegetação em APP?

É possível a intervenção ou supressão de vegetação em áreas de preservação permanente desde que a atividade em questão tenha caráter eventual e de baixo impacto ambiental e seja autorizada pelo órgão ambiental competente.

É bom lembrar que as intervenções ou supressões não poderão comprometer as funções ambientais da APP, tais como: a estabilidade das encostas e margens dos corpos de água; os corredores de fauna; a drenagem e os cursos de água intermitentes; a manutenção da biota; a regeneração e a manutenção da vegetação nativa e a qualidade das águas.

Ademais, a intervenção ou supressão, eventual e de baixo impacto ambiental, da vegetação em APP não pode, em qualquer caso, exceder ao percentual de 5% (cinco por cento) da APP impactada localizada na posse ou propriedade, além do órgão ambiental competente poder exigir que o requerente comprove, mediante estudos técnicos, a inexistência de alternativa técnica e locacional à intervenção ou supressão proposta.

Pode haver intervenção em APP de nascente?

A possibilidade de intervenção ou supressão de APP ao redor de nascentes é delimitada aos casos de utilidade pública e para acesso de pessoas e animais com finalidade de obtenção de água. A autorização para tal, ainda, fica condicionada à outorga do direito de uso de recurso hídrico. Porém, o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais, distribuídos no meio rural, sem finalidade comercial, independe de outorga.

Referência: Lei Federal n. 9.433/1997, art. 12, § 1º Lei Estadual n. 3.239/1999, art. 22, § 1º Resolução CONAMA n. 369/2006, art. 1º, § 3º

Reserva Legal (RL)

O que é área de reserva legal (RL)?

É a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, não

incluída a área de preservação permanente. A vegetação dessa área deve ser preservada ou recuperada, quando for o caso, por ser necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e à proteção de fauna e flora nativas.

De acordo com a lei, nas propriedades ou posses rurais do Estado do Rio de Janeiro, a área de reserva legal deve corresponder a 20% (vinte por cento)

Page 10: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

10

da área total. Além disso, essa área deve ser registrada em cartório (averbação).

Referência: Lei Federal n. 4.771/1965 (Código Florestal), art. 1º, § 2º, III, e art. 16. Quais são os benefícios da reserva legal?

Mantendo uma área de reserva legal com vegetação preservada, o

proprietário diminui a quantidade de pragas na plantação, aumenta o número de polinizadores, garante abrigo e alimento para diversos animais que deixam de invadir as roças para se alimentar, evita a erosão do solo, além de proteger rios, nascentes e as águas localizadas no interior do solo.

Como se faz a averbação (registro em cartório) da reserva legal?

A Reserva Legal deve ser averbada à margem da inscrição da matrícula do

imóvel, no cartório de Registro de Imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação nos casos de transmissão a qualquer título, de desmembramento ou de retificação de área.

A averbação da Reserva Legal, no Cartório de Registro de Imóveis, será feita mediante assinatura, pelo proprietário, do Termo de Compromisso de Averbação e Preservação da Reserva Legal, junto ao órgão ambiental competente.

É importante lembrar que a averbação da reserva legal da pequena propriedade ou posse rural familiar é gratuita, cabendo ao Poder Público a prestação de apoio técnico e jurídico quando necessário.

Referência: Lei Federal n. 4.771/1965 (Código Florestal), art. 16, § 8º e §

9°. É possível averbar reserva legal em condomínio?

Poderá ser instituída reserva legal em regime de condomínio entre mais

de uma propriedade, respeitado o percentual legal em relação a cada imóvel, mediante a aprovação do órgão ambiental estadual competente e as devidas averbações referentes a todos os imóveis envolvidos.

Como vantagens e desvantagens da reserva legal em regime de condomínio:

Vantagens

Desvantagens

Redução do nível de devastação das áreas

Danos às propriedades rurais que têm áreas

Page 11: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

11

naturais compensadas e ficam sem cobertura vegetal Maior fiscalização das

áreas de reserva legal, com diminuição de caça e invasões

Aumento do espaço físico e condições ecológicas para as espécies de fauna e flora, reduzindo-se o fracionamento de seu habitat

Criação de condomínios muito distantes entre si, isolando-os geneticamente

Utilização do solo de acordo com sua aptidão para agricultura ou área florestal

Referência: Lei Federal n. 4.771/1965 (Código Florestal), art. 16, § 11.

Lei Estadual n. 5.067/2007, art. 13 É possível realizar manejo florestal sustentável na área de reserva legal? A vegetação da área de reserva legal pode ser utilizada por meio do manejo florestal sustentável, independendo de autorização a exploração sem propósito comercial, que abrange a coleta de subprodutos florestais, tais como frutos, folhas e sementes, além de lenha e madeira, para utilização na própria posse ou propriedade rural, e atividades consideradas de uso indireto, respeitada a legislação pertinente.

No tocante ao manejo com fim comercial, há necessidade de apresentação e aprovação do Plano de Manejo Sustentável, além de autorização do órgão ambiental competente. Quanto à pequena propriedade ou posse rural familiar, contudo, o Plano de Manejo Sustentável fica dispensado, além de ser possível, na área de reserva legal, o cômputo do plantio de árvores frutíferas ornamentais ou industriais, composto por espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies nativas, em incentivo à exploração sustentável, com emprego da razoabilidade, conciliando o crescimento econômico com o equilíbrio ecológico.

A recomposição da reserva legal pode também ser realizada mediante o plantio temporário de espécies exóticas como pioneiras, cabendo ao órgão estadual competente o apoio técnico à pequena propriedade ou posse rural familiar e a assistência aos pequenos produtores e populações tradicionais no manejo sustentável da flora nativa.

Page 12: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

12

Por fim, o manejo sustentável de Reserva Legal será submetido a vistorias técnicas para acompanhar e controlar rotineiramente as operações e atividades desenvolvidas na área de manejo.

Referência: Lei Federal n. 4.771/1965, art. 16, §§ 2º e 3º; art. 44, §§ 1º e 2º

Lei Federal n. 11.428/2006 (Lei do Bioma Mata Atlântica), art. 9º, parágrafo único

Instrução Normativa MMA n. 4/2009 Qual é o prazo para a realização da averbação da reserva legal?

O prazo final é 11 de junho de 2011. Há de se observar que, havendo

eventual autuação, o autuado terá um prazo de 180 dias para apresentar termo de compromisso de averbação e preservação da reserva legal firmado junto ao órgão ambiental competente.

Referência: Decreto Federal n. 6.514/2008, art. 55, § 1º, e art. 152

(Redação dada pelo Decreto Federal n. 7.029/2009).

O que acontece se a reserva legal não for averbada dentro do prazo legal?

Por ser tão importante para o meio ambiente, a lei impõe uma sanção de

advertência e multa diária, que varia de R$ 50,00 (cinquenta reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais), por hectare ou fração da reserva legal.

Referência: Decreto Federal n. 6.514/2008, art. 55, caput (Redação dada

pelo Decreto Federal n. 6.686/2008).

Servidão Florestal O que é a servidão florestal?

A servidão florestal permite ao proprietário de um imóvel rural destinar parte deste para a compensação da reserva legal de imóvel rural de terceiro, desde que se trate de imóveis localizados na mesma microbacia hidrográfica e pertencentes ao mesmo ecossistema. A área a ser averbada sob regime de servidão florestal deve ser percentual excedente do cômputo da reserva legal e área de preservação permanente.

O proprietário rural deverá voluntariamente renunciar, em caráter permanente ou temporário, a direitos de supressão ou exploração da vegetação nativa, em que a limitação ao uso da área sob servidão florestal deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a Reserva Legal.

Page 13: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

13

A servidão florestal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, após anuência do órgão ambiental estadual competente, sendo vedada, durante o prazo de sua vigência, a alteração da destinação da área, nos casos de transmissão a qualquer título, de desmembramento ou de retificação dos limites da propriedade. Além disso, pode ser gravada como Cota de Reserva Florestal, título representativo de vegetação nativa. Referência: Lei Federal n. 4.771/1965 (Código Florestal), art. 44, III; art. 44-A, §§ 1º e 2º.

Cota de Reserva Florestal

O que é? São títulos representativos de vegetação nativa sob regime de servidão florestal, de Reserva Particular do Patrimônio Natural ou reserva legal instituída voluntariamente em extensão superior aos percentuais mínimos exigidos por lei. O proprietário que possua área florestal excedente aos limites definidos para reserva legal pode qualificá-la para geração de cota de reserva florestal. Estas cotas, emitidas pelo órgão ambiental competente, podem ser comercializadas com proprietários que tenham déficit de reserva legal. Isso permite a viabilização de consolidação de áreas já desflorestadas e, ao mesmo tempo, cria um mercado de serviços para recuperação e conservação de florestas. A emissão da CRF dependerá de prévia avaliação da vegetação nativa, ou de sua recomposição ou regeneração pelo órgão ambiental estadual ou por órgão credenciado. Porém, as Cotas de Reserva Florestal necessitam ainda de regulamentação, a fim de permitir a ampliação dos instrumentos disponíveis para viabilizar o cumprimento do dispositivo da Reserva Legal e, conseqüentemente, de suas funções de conservação. Referência: Lei Federal n. 4.771/1965 (Código Florestal), art. 44-B e parágrafo único.

Recuperação de Áreas Degradadas Como recuperar áreas de preservação permanente e reserva legal? A recuperação de reserva legal e APP independe de autorização do poder público quando forem plantadas espécies nativas. Segundo o Código Florestal, em se tratando de Reserva Legal, a recomposição deve ser feita mediante o plantio, a cada três anos, de no mínimo 1/10 da área total necessária à sua complementação, com espécies nativas; ou pela condução da regeneração

Page 14: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

14

natural da reserva legal; ou ainda através da compensação da reserva legal por outra área equivalente em importância ecológica e extensão, desde que pertencente ao mesmo ecossistema e localizada na mesma microbacia. Além disso, no caso da recuperação da área de Reserva Legal na propriedade ou posse do agricultor familiar, do empreendedor familiar rural ou dos povos e comunidades tradicionais poderão ser utilizadas espécies de árvores frutíferas, ornamentais ou industriais exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies nativas.

Quanto às áreas de preservação permanentes, para efeito de sua recuperação, poderão ser implantados Sistemas Agroflorestais na propriedade ou posse do agricultor familiar, do empreendedor familiar rural ou dos povos e comunidades tradicionais, respeitadas as normas pertinentes.

Referência: Lei Federal n. 4.771/1965 (Código Florestal), art. 44, I, II, III. Resolução CONAMA n. 369/2006 Instrução Normativa MMA n. 5/2009

Quais são as formas de adubação e como elas são feitas? Adubação orgânica e adubação química. Adubação orgânica: é feita através da utilização de vários tipos de

resíduos, tais como: decomposição de restos de plantas ou de fezes de animais (boi, galinha, etc.), ação dos microrganismos e também das minhocas. Todos esses materiais são ricos em organismos úteis, macro e micronutrientes, antibióticos naturais e substâncias de crescimento.

Adubação química: é aquela que utiliza substância química que se mistura à terra para fertilizá-la. Os adubos ou fertilizantes químicos geralmente são vendidos em lojas de jardinagem e até em supermercados. Na embalagem, trazem a sigla NPK, mostrando que o produto contém os elementos mais importantes para o desenvolvimento das plantas: o nitrogênio (N), o fósforo (P) e o potássio (K).

O que é adubação verde?

A adubação verde é o cultivo de plantas que estruturam o solo e o

enriquecem com nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre, cálcio e micro nutrientes. As plantas de adubação verde devem ser rústicas e bem adaptadas a cada região para que descompactem o solo com suas raízes vigorosas e produzam grande volume de massa verde para melhorar a matéria orgânica, a melhor fonte de nutrientes para a planta. O que são canais de contenção?

Page 15: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

15

São obras de infra-estrutura que servem para o combate a enchentes, contenção de erosão e preservação das margens dos córregos.

O que é plantio em curva de nível?

Neste método todas as operações de preparo do terreno, balizamento,

semeadura, etc., são realizadas em curva de nível. Uma curva de nível caracteriza-se como uma linha imaginária que une

todos os pontos de igual altitude de uma região representada. É chamada de "curva" porque normalmente a linha que resulta do estudo das altitudes de um terreno são em geral manifestadas por curvas.

No cultivo em nível criam-se obstáculos à descida da enxurrada, diminuindo a velocidade de arraste, e aumentando a infiltração d’água no solo, constituindo-se em uma das medidas mais eficientes na conservação do solo e da água.

O que é cordão vegetal?

São fileiras de plantas perenes de crescimento denso, dispostas em

contorno. As barreiras de cordão vegetal permitem a retenção de sedimentos transportados durante as chuvas, evitando a degradação do solo. Algumas das espécies recomendadas são: cana-de-açúcar, capim-vetiver, erva-cidreira, capim-gordura, etc.

O que é rotação de cultura?

É uma técnica agrícola de conservação que visa diminuir a exaustão do

solo. Isto é feito trocando as culturas a cada novo plantio de forma que as necessidades de adubação sejam diferentes a cada ciclo. Consiste em alternar espécies vegetais, numa mesma área agrícola. As espécies escolhidas devem ter, ao mesmo tempo, propósitos comerciais e de recuperação do solo.

Escalando diferentes culturas, promovendo a rotação de herbicidas e inseticidas, além de proporcionar a produção diversificada de alimentos e outros produtos agrícolas, se adotada e conduzida de modo adequado e por um período suficientemente longo, essa prática melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo; auxilia no controle de plantas daninhas, doenças e pragas, pela quebra de seu ciclo de desenvolvimento; repõe matéria orgânica, com variação da absorção de nutrientes; e protege o solo da ação dos agentes climáticos.

O que é cobertura vegetal?

Page 16: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

16

Cobertura vegetal são tipos ou formas de vegetação, natural ou plantada, que recobrem uma determinada área ou terreno. A cobertura vegetal protege a parte superficial do solo do impacto direto das gotas de chuva.

A vegetação atua na melhor distribuição da água pela superfície. A presença de húmus, bem como a sombra proporcionada pelas plantas, mantém a umidade do solo, evitando seu ressecamento.

O que significa cultivo mínimo / plantio direto?

Cultivo mínimo é um sistema de cultivo que está situado entre o sistema

de cultivo convencional e o sistema de plantio direto. Neste sistema o uso de máquinas agrícolas sobre o solo é mínimo, com a finalidade de menor mistura e compactação.

O plantio direto é um sistema diferenciado de manejo do solo, visando diminuir o impacto da agricultura e das máquinas agrícolas (tratores, arados, etc) sobre o mesmo. Nele, a palha e os demais restos vegetais de outras culturas são mantidos na superfície do solo, garantindo cobertura e proteção do mesmo contra processos danosos, tais como a erosão. O solo só é manipulado no momento do plantio, quando é aberto um sulco onde são depositadas sementes e fertilizantes. Não existe, além do supracitado, nenhum método de preparo do solo.

Manejo Sustentável dos Recursos Hídricos O que são caldas fitossanitárias?

São agentes de controle biológico e indutores químicos de resistência,

indutores naturais de resistência, extratos vegetais e agentes de controle biológicos.

O que é sistema integrado do controle biológico de pragas?

O sistema integrado do controle biológico de pragas consiste na liberação

de inimigos naturais ou de um produto biológico no agroecossistema de forma inundativa, visando reduzir a população da praga rapidamente. O inimigo natural funciona como um inseticida, pois tem ação rápida, com a vantagem de ser biológico. Para que haja a liberação desses organismos em larga escala, é necessário multiplicá-los em grande quantidade em laboratório.

O que é compostagem?

São técnicas aplicadas para controlar a decomposição de materiais

orgânicos, com a finalidade de obter, no menor tempo possível, um material estável, rico em húmus e nutrientes minerais.

Page 17: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

17

Composteira - É o local onde o material orgânico, junto com folhas secas ou grama, pode ser transformado em adubo para o jardim.

Esterqueira - É uma construção reservada para o depósito de esterco.

O que é barragem subterrânea? Barragem subterrânea é uma alternativa tecnológica para o

aproveitamento das águas da chuva, evitando-se que escoam na superfície do solo, onde podem causar erosão, além de não poderem ser utilizadas posteriormente.

As águas são armazenadas no perfil do solo, de forma a permitir a criação ou a elevação do lençol freático existente, possibilitando a exploração de uma agricultura de vazante, que é um tipo especial de sistema em que o plantio é realizado próximo ao reservatório dos açudes.

Manejo Sustentável da Biodiversidade

O que é manejo florestal?

Manejo florestal é o planejamento, o controle e o ordenamento do uso dos

recursos florestais disponíveis, de modo a obter o máximo de benefícios econômicos e sociais, respeitando os mecanismos de auto-sustentação do ecossistema objeto do manejo. As atividades de manejo não degradam a floresta se corretamente conduzidas, porém, podem alterar a qualidade do ecossistema por influir na distribuição e composição das espécies e nos processos ambientais.

O que é área de recarga?

Área de recarga é a parte de uma bacia hidrográfica que contribui para

recarga da água subterrânea. É uma região onde há infiltração de água e fluxo descendente para o aqüífero, localizando-se normalmente nas porções mais elevadas das bacias.

Sistemas Produtivos Sustentáveis O que é um sistema produtivo sustentável?

É aquele sistema capaz de atender às necessidades presentes sem

prejuízo para as gerações futuras, não apenas em termos de sobrevivência, mas também no que se refere à qualidade da vida no sentido mais amplo desse conceito, conciliando as atividades produtivas com a preservação do meio ambiente.

Page 18: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

18

O que é manejo florestal sustentável? É a administração da floresta para a obtenção de benefícios econômicos,

sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras, de múltiplos produtos e subprodutos não madeireiros, bem como a utilização de outros bens e serviços de natureza florestal. O que são sistemas agroflorestais?

Sistema agroflorestal é uma forma de uso da terra na qual se combinam

espécies arbóreas lenhosas (frutíferas e/ou madeireiras) com cultivos agrícolas e/ou animais, de forma simultânea ou em sequência temporal e que interagem econômica e ecologicamente.

Um aspecto que determina a sustentabilidade desses sistemas é a presença das árvores, que têm a capacidade de capturar nutrientes de camadas mais profundas do solo, reciclando-os eficientemente e proporcionando maior cobertura e conservação dos recursos edáficos.

O sistema agroflorestal objetiva otimizar a produção por unidade de área, com o uso mais eficiente dos recursos (solo, água, luz, etc.), da diversificação de produção e da interação positiva entre os componentes.

Produtos Socioambientalmente Adequados

O que é um viveiro florestal?

Entende-se por viveiro florestal um determinado local onde são

concentradas todas as atividades de produção de mudas florestais. Viveiros florestais são áreas com um conjunto de benfeitorias e utensílios, em que se empregam técnicas visando obter o máximo da produção de mudas.

Agrotóxicos

O que são agrotóxicos?

Agrotóxico é um tipo de insumo agrícola. Podem ser definidos como quaisquer produtos de natureza biológica, física ou química que têm a finalidade de exterminar pragas ou doenças que ataquem as culturas agrícolas. Os agrotóxicos podem ser inseticidas, fungicidas, acaricidas, nematicidas, herbicidas, bactericidas, vermífugos. Podem ainda ser tóxicos os solventes, tintas, lubrificantes, produtos para limpeza e desinfecção de estábulos, etc.

Referência: Lei Federal n. 7.802/1989

Page 19: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

19

Decreto Federal n. 4.074/2002 Lei Estadual n. 3.972/2002.

Quais são os riscos oferecidos pelo uso de agrotóxicos? Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o uso

intenso de agrotóxicos e a destinação inadequada de suas embalagens levam à

degradação dos recursos naturais – solo, água, flora e fauna –, causando desequilíbrios biológicos e ecológicos, em alguns casos de forma irreversível.

Além de agredir o ambiente, a saúde também pode ser afetada pelo excesso destas substâncias. Quando mal utilizados, os agrotóxicos podem provocar três tipos de intoxicação: aguda, subaguda e crônica. Na aguda, os sintomas surgem rapidamente. Na intoxicação subaguda, os sintomas aparecem aos poucos: dor de cabeça, dor de estômago e sonolência. Já a intoxicação crônica, pode surgir meses ou anos após a exposição e pode levar a paralisias e doenças, como o câncer. O uso de agrotóxicos tem causado diversas vítimas fatais, além de abortos, fetos com má-formação, suicídios, câncer, doenças no sistema nervoso, dermatoses (doenças na pele) e outras doenças.

O que deve fazer o agricultor que utilizar produtos agrotóxicos?

a) Preparar as embalagens vazias para devolvê-las aos estabelecimentos

comerciais em que foram adquiridas ou nas unidades de recebimento (postos ou centros de recolhimento):

• Embalagens rígidas laváveis: efetuar a lavagem das embalagens (Tríplice Lavagem ou Lavagem sob Pressão);

• Embalagens rígidas não laváveis: mantê-las intactas, adequadamente tampadas e sem vazamento;

• Embalagens flexíveis contaminadas: acondicioná-las em sacos plásticos padronizados;

b) Armazenar, temporariamente, as embalagens vazias na propriedade, sem que elas estejam expostas e de modo a não oferecer risco de contaminação ou intoxicação;

c) Transportar e devolver as embalagens vazias, com suas respectivas tampas, para a unidade de recebimento mais próxima (procurar orientação junto aos revendedores sobre os locais para devolução das embalagens), no prazo de até um ano, contado da data de sua compra;

d) Manter em seu poder os comprovantes de entrega das embalagens e a nota fiscal de compra do produto.

Referência: Lei Federal n. 7.802/1989 Decreto Federal n. 4.074/2002 Lei Estadual n. 3.972/2002.

Page 20: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

20

Lixo Por que separar o lixo?

A cada dia se produz, no Brasil, milhares de toneladas de lixo. Parte do que é coletado se destina aos aterros sanitários, usinas de compostagem e incineradores. Mas a maioria dos resíduos vai parar em lixões. Terrenos baldios, córregos, represas e rios também recebem boa parcela de lixo. Em tese, 80% de tudo que é jogado fora poderia ser reaproveitado, mas não é o que acontece. Quase nada de resíduo orgânico é separado. Se cada um nós encaminhar o lixo seco para a reciclagem e transformar restos orgânicos em húmus, crescem as chances de resolver o problema do lixo e assim proteger a natureza, a cidade e, por tabela, nós mesmos. O que é lixo doméstico?

É aquele produzido nas residências. Contém jornais, revistas, papéis,

embalagens de plástico, papelão, metais, vidros, trapos, restos de alimentos, lixo de banheiro, poeira e outros.

O que é lixo tóxico?

São aqueles que contêm substâncias tóxicas capazes de causar danos à

saúde e ao meio ambiente se depositados em locais inadequados. Ex.: pilhas, lâmpadas fluorescentes, baterias, frascos de aerossóis, embalagens de agrotóxicos etc. Deverão ser encaminhados aos fabricantes através de pontos de coletas especiais.

O que é coleta seletiva?

Coleta seletiva é o recolhimento dos materiais que são passíveis de serem

reciclados, previamente separados na fonte geradora. Dentre estes materiais recicláveis, podemos citar os diversos tipos de papéis, plásticos, metais e vidros. A separação na fonte evita a contaminação dos materiais reaproveitáveis, aumentando o valor agregado destes e diminuindo os custos de reciclagem.

Como transformar lixo orgânico em húmus?

Na natureza esse processo se dá naturalmente. Galhos e troncos secos,

folhas, flores, dejetos e restos de animais mortos caem no solo e, com a ação da chuva, do oxigênio presente no ar e dos agentes “decompositores”, viram húmus e são absorvidos pela terra. Quem mora em sitio sabe que as sobras

Page 21: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

21

podem ser jogadas num buraco na terra – processo de compostagem conhecido por “leira” – e a natureza cuida do resto. Já para o morador da cidade foram criados os composteiros.

Desmatamento e Queimadas

Quais são os males causados pelo desmatamento e pelas queimadas?

Desmatamento: Destruição da biodiversidade; erosão e empobrecimento

dos solos; enchente e assoreamento dos rios; diminuição dos índices pluviométricos; elevação das temperaturas; desertificação; proliferação de pragas e doenças.

Queimadas: Piora no problema de aquecimento global, diminuição do índice de chuvas, aumento da poluição do ar com a queima que libera muito gás carbônico (CO2), extinção de espécies de animais e vegetais, desertificação do ambiente, quedas de barreiras, assoreamento de rios, causando enchentes em caso de chuva, destruição de fontes de água potável, entre muitas outras.

Quais são as vantagens das técnicas de controle feitas pela comunidade?

Os produtores rurais podem se organizar em Grupos de Combate ao

Desmatamento e às Queimadas, que possuem a vantagem de serem formados por membros da comunidade, conscientes da importância de se preservar o meio ambiente e incentivar os meios de produção sustentáveis. Esses grupos ficariam responsáveis por manter vigilância sobre a área da microbacia, registrando o caso num livro de ocorrências e procurando alertar qualquer pessoa que realizasse desmatamento ou queimadas, informando-a sobre a conduta inadequada, que contraria a legislação ambiental e o ECC. Caso necessário, o grupo, por meio de um representante, comunica a ocorrência ao técnico extensionista em atuação na microbacia ou ao órgão ambiental competente (IBAMA, INEA ou órgão ambiental municipal). Dessa forma, além da difusão da educação ambiental, promove-se a proteção da microbacia.

REDD e MDL O que é a Redução de Emissões oriundas do Desmatamento e Degradação (REDD)?

REDD (Redução de Emissões oriundas do Desmatamento e Degradação) é

um mecanismo criado para evitar a emissão de carbono. A idéia é criar valores econômicos para a floresta em pé, ou para o desmatamento evitado, como tem sido chamado. Tal mecanismo propõe compensações financeiras aos

Page 22: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

22

proprietários de matas naturais, que se prontificam a proteger suas florestas por 60 anos, ganhando durante todo este período. O que é Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL)?

O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) é um dos mecanismos de

flexibilização criados pelo Protocolo de Quioto para auxiliar o processo de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) ou de captura de carbono. O objetivo do MDL é ajudar os países desenvolvidos a atingirem suas metas de redução de emissão e promover o desenvolvimento sustentável nos paises em desenvolvimento.

O que são créditos de carbono?

Créditos de Carbono são certificados gerados por projetos que,

comprovadamente, reduzam ou absorvam emissões de gases do efeito estufa. Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) equivalente corresponde a um crédito de carbono.

PARTE V – QUESTÕES ADICIONAIS

O que é CNPJ?

É o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica. Esse cadastro é realizado junto à Receita Federal, para que a mesma tenha controle sobre as empresas registradas no país e condições de fiscalizar o pagamento de impostos.

Quais são os benefícios trazidos pelo CNPJ?

Possuindo o CNPJ, uma associação poderá realizar transações financeiras, contratos, convênios, contratação de empregados, entre outras coisas.

No caso das associações de produtores rurais, é muito interessante que estes possuam o CNPJ, já que o imposto incidente para a pessoa física (ICMS) é de 18%, e no caso da pessoa jurídica (com CNPJ) é de 5% a 12%.

Observa-se, ainda, que uma associação tem um poder de compra muito maior. Por exemplo, o custo de 1 caminhão de moeirão de 12cm de diâmetro (60 dúzias x R$100,00) é de R$ 6.000,00; e se um produtor for comprar sozinho, de 6 a 10 dúzias pagará R$140,00 por cada dúzia. É a prova de que o grupo fica mais forte, ganha mais nas compras e nas vendas. O que é o Crédito Rural?

Page 23: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

23

O crédito rural é um subsídio econômico concedido pelo Poder Público a produtores rurais, objetivando estimular os investimentos rurais feitos pelos produtores ou por suas associações; favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a comercialização de produtos agropecuários; favorecer o setor rural; e, incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção, visando ao aumento de produtividade, à melhoria do padrão de vida das populações rurais e à adequada utilização dos recursos naturais.

Quais atividades podem ser financiadas pelo Crédito Rural?

São elas: custeio das despesas normais de cada ciclo produtivo; investimento em bens ou serviços cujo aproveitamento se estenda por vários ciclos produtivos; e, comercialização da produção. Quem pode se utilizar do crédito rural?

São eles: - O produtor rural (pessoa física ou jurídica) e suas associações

(cooperativas, condomínios, parcerias, etc); - cooperativa de produtores rurais; e, - pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor rural, se

dedique a uma das seguintes atividades: a) pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou

certificadas; b) pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial; c) prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em

imóveis rurais, inclusive para a proteção do solo; d) prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais; e) exploração de pesca, com fins comerciais.

Quais são as exigências essenciais para a concessão do crédito rural?

- Idoneidade do tomador; - Apresentação de orçamento, plano ou projeto; - Oportunidade, suficiência e adequação de recursos; - Observância de cronograma de utilização e de reembolso; e, - Fiscalização pelo financiador.

O que é o PRONAF?

O PRONAF é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar. Trata-se de um programa do Governo Federal para apoiar o desenvolvimento rural sustentável e garantir segurança alimentar, fortalecendo

Page 24: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

24

a agricultura familiar, por meio de financiamentos às agricultoras e aos agricultores, bem como às suas associações e cooperativas.

O PRONAF foi criado em 1995 para atender o pequeno produtor rural de forma diferenciada, mediante apoio financeiro ao desenvolvimento de suas atividades agropecuárias e não agropecuárias, exploradas com a força de seu trabalho e com o de sua família.

O objetivo do PRONAF é o fortalecimento e a valorização do agricultor familiar, visando integrá-lo à cadeia de agronegócios e proporcionar-lhe aumento de renda e agregação de valor ao produto e à propriedade, com sua profissionalização e com modernização do seu sistema produtivo. Como se faz para conseguir o beneficiamento do PRONAF?

Para fins do crédito do PRONAF as famílias são enquadradas nos Grupos “A”, “A/C”, “B”, “C”, “D” e “E”. Essa classificação leva em conta a renda bruta anual gerada pela família, o percentual dessa renda que veio da atividade rural, o tamanho e gestão da propriedade e a quantidade de empregados na unidade familiar.

Para cada grupo do PRONAF existe um conjunto de linhas de crédito, com condições de acesso e valores diferenciados, garantindo-se assim uma maior proximidade da capacidade de endividamento da família com as alternativas de financiamento de sua produção. O que é a DAP (Declaração de Aptidão ao PRONAF)?

A DAP é o instrumento que identifica a família como beneficiária do

PRONAF, diz a que grupo essa família pertence e constitui-se em documento obrigatório para acessar o crédito PRONAF. Como se obtêm a Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP)?

Para se obter uma DAP, deve-se procurar uma entidade autorizada pelo

Governo a emiti-la. Normalmente uma entidade oficial de assistência técnica e extensão rural ou um sindicato, seja ele patronal ou de trabalhadores rurais.

A DAP é emitida gratuitamente. Para obtê-la é preciso o comparecimento do casal, caso o interessado tenha relação conjugal estável, munidos de CPF e cédulas de identidade. Também é necessário levar documento que comprove a posse da terra que será explorada. Pode ser escritura, título, contrato de arrendamento, contrato de parceria, contrato de comodato, documento que comprove a posse mansa e pacífica ou outro registro que comprove o domínio sobre o imóvel. Este item é dispensado quando a atividade da família interessada não está vinculada a uma unidade fixa de terra, como os pescadores ou extrativistas.

Page 25: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

25

Para o caso de associações e cooperativas compostas por famílias agricultoras e que desejem acessar o crédito, existe a DAP para Pessoa Jurídica, que deve ser assinada pelo representante legal da Pessoa Jurídica. Quem pode obter o financiamento pelo PRONAF?

Poderão obter o financiamento os agricultores familiares que atendam as

seguintes condições: - Produzam na terra, na condição de proprietário, posseiro, arrendatário,

parceiro ou assentados do Programa Nacional de Reforma Agrária e Programa Nacional de Crédito Fundiário;

- Residam na propriedade ou em local próximo e tenham no trabalho familiar a base da produção;

- Possuam no máximo 4 módulos fiscais (ou 6 módulos, no caso de atividade pecuária);

- Tenham parte da renda gerada na propriedade familiar; - Tenham renda bruta anual compatível com a exigida para cada grupo do

PRONAF. Obs: Os pescadores artesanais, os ribeirinhos, os extrativistas, os

silvicultores, os aqüicultores e comunidades quilombolas ou povos indígenas que atendam aos requisitos do Programa também podem obter financiamento. Quais os documentos exigidos para o acesso ao crédito?

Além da DAP – Declaração de Aptidão ao PRONAF, emitida pelos órgãos credenciados pelo Governo, os documentos abaixo relacionados devem ser apresentados obrigatoriamente pelo produtor. Porém o banco pode julgar necessária a apresentação de outros documentos para contratação da operação, principalmente em função do valor do crédito.

- Documentos Pessoais: Carteira de Identidade (RG); Cadastro de Pessoa

Física (CPF); Certidão de Casamento, se for o caso; - Documentos do Imóvel: Se proprietário, na DAP deve constar a informação de propriedade do

imóvel; Se arrendatário, comodatário, parceiro, meeiro ou similar, deve apresentar

Contrato de arrendamento, Comodato, Meação ou Parceria e/ou Carta de anuência;

Se posseiro, na DAP deve constar a informação de que o produtor tem a posse. Para a obtenção do financiamento é obrigatória a assistência técnica?

Page 26: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

26

A assistência técnica é facultativa no crédito PRONAF, raramente exigida nas operações de custeio, mas freqüente em operações de investimento. Os agentes financeiros, bancos e cooperativas, poderão, sempre que julgar necessário, requerer a prestação de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), como condição para o financiamento do projeto.

PARTE VI - GLOSSÁRIO

Dunas: São montes de areia formados pelo vento e pelo mar. Quando o vento sopra, leva a areia e com o tempo viram dunas. Referência: Resolução CONAMA n. 303/2002, artigo 2º, X. Encosta: É toda superfície inclinada que delimitam as áreas elevadas do relevo. Ela pode ser natural, quando sua forma foi determinada pela evolução natural do terreno, sem interferência direta da ação humana, e artificial, quando sua forma é conseqüência da ação humana. Hipossuficiente econômico: O indivíduo que dispõe de reduzidas condições econômicas e que necessita do produto de seu trabalho para prover a sua subsistência e de sua família. Húmus: É a matéria orgânica depositada no solo, resultante da decomposição de animais e plantas mortas, ou de seus subprodutos. É o produto final do processo de compostagem, é o adubo natural, utilizado para alimentar hortas, jardins, floreiras, etc. Lago: É uma depressão natural na superfície da terra que contém permanentemente uma quantidade variável de água. Essa água pode ser proveniente da chuva, de uma nascente local, ou curso de água, como rios que desaguem nessa depressão. Lagoa: É uma porção de água cercada por terra e aparenta um lago pouco extenso. No entanto, também são chamados "lagos" tanto os tanques de jardins como as grandes porções de água formadas por barragens. Manguezal: É um dos ecossistemas de maior produtividade na natureza, conhecido como berçário e maternidade do mar, pois a maioria dos peixes, crustáceos e moluscos, utilizam suas águas calmas, quentes e ricas para a reprodução e alimentação. É também formado por um solo lodoso, muito úmido, salgado e pouco oxigenado. Referência: Resolução CONAMA n. 303/2002, artigo 2º, IX.

Page 27: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

27

Montanha: É a grande elevação de um terreno com cota em relação à base superior a trezentos metros e freqüentemente formada por agrupamentos de morros. Resolução CONAMA n. 004/1985, artigo 2º, item i. Monte: É a elevação do terreno com cota do topo em relação à base entre cinqüenta e trezentos metros e encostas com declividade superior a trinta por cento (aproximadamente dezessete graus) na linha de maior declividade. O termo "monte" se aplica de ordinário a elevações isoladas na paisagem. Resolução CONAMA n. 004/1985, artigo 2º, item g. Morro: É a elevação do terreno com cota do topo em relação à base entre cinqüenta e trezentos metros e encostas com declividade superior a trinta por cento (aproximadamente dezessete graus) na linha de maior declividade; Resolução CONAMA n. 303/2002, artigo 2º, IV. Nascente: É o local no qual se inicia um curso de água (rio, ribeira, ribeiro, ribeirão, córrego), seja grande ou pequeno. Olho d’água: Local onde se verifica o aparecimento de água por afloramento do lençol freático Referência: Artigo 2°, letra d, Resolução nº. 04, de 18.09.85, do CONAMA. Reservatório de água artificial: É a acumulação não natural de água destinada a quaisquer de seus múltiplos usos. Resolução CONAMA n. 302/2002, artigo 2º, I. Reservatório de água natural: É a acumulação natural de água, ou seja, foi formada sem a intervenção humana. A água do reservatório é destinada a quaisquer de seus múltiplos usos. Restinga: É um terreno arenoso e salino, próximo ao mar e coberto de plantas herbáceas características. Referência: Resolução CONAMA n. 303/2002, artigo 2º, VIII. Serra: É o vocábulo usado de maneira ampla para terrenos acidentados com fortes desníveis, freqüentemente aplicados a escarpas assimétricas possuindo uma vertente abrupta e outra menos inclinada; Resolução CONAMA n. 004/1985, artigo 2º, item h. Usina Hidrelétrica: é um complexo arquitetônico, um conjunto de obras e de equipamentos, que tem por finalidade produzir energia elétrica através do aproveitamento do potencial hidráulico existente em um rio.

Page 28: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

28

PARTE VII – LEGISLAÇÃO

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

TÍTULO VII Da Ordem Econômica e Financeira

CAPÍTULO III

DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. § 1º - As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro. § 2º - O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação. § 3º - Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação. § 4º - O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício. § 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária. Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária: I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra; II - a propriedade produtiva. Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social. Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:

Page 29: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

29

I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente: I - os instrumentos creditícios e fiscais; II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização; III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia; IV - a assistência técnica e extensão rural; V - o seguro agrícola; VI - o cooperativismo; VII - a eletrificação rural e irrigação; VIII - a habitação para o trabalhador rural. § 1º - Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agro-industriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais. § 2º - Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária. Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária. § 1º - A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional. § 2º - Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as concessões de terras públicas para fins de reforma agrária. Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos. Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil, nos termos e condições previstos em lei.

Page 30: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

30

Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso Nacional. Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

TÍTULO VIII Da Ordem Social

CAPÍTULO VI

DO MEIO AMBIENTE Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.

Page 31: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

31

§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. § 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. § 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. § 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.

LEI FEDERAL Nº. 4.771, DE 15 DE SETEMBRO DE 1965 Institui o novo Código Florestal.

Art. 1º As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade, com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem. § 1º As ações ou omissões contrárias às disposições deste Código na utilização e exploração das florestas e demais formas de vegetação são consideradas uso nocivo da propriedade, aplicando-se, para o caso, o procedimento sumário previsto no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) § 2º Para os efeitos deste Código, entende-se por: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) (Vide Decreto nº 5.975, de 2006) I - pequena propriedade rural ou posse rural familiar: aquela explorada mediante o trabalho pessoal do proprietário ou posseiro e de sua família, admitida a ajuda eventual de terceiro e cuja renda bruta seja proveniente, no mínimo, em oitenta por cento, de atividade agroflorestal ou do extrativismo, cuja área não supere: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)

Page 32: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

32

a) cento e cinqüenta hectares se localizada nos Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e nas regiões situadas ao norte do paralelo 13º S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44º W, do Estado do Maranhão ou no Pantanal mato-grossense ou sul-mato-grossense; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) b) cinqüenta hectares, se localizada no polígono das secas ou a leste do Meridiano de 44º W, do Estado do Maranhão; e (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) c) trinta hectares, se localizada em qualquer outra região do País; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) II - área de preservação permanente: área protegida nos termos dos arts. 2º e 3º desta Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) IV - utilidade pública: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) b) as obras essenciais de infraestrutura destinadas aos serviços públicos de transporte, saneamento e energia e aos serviços de telecomunicações e de radiodifusão; (Redação dada pela Lei nº 11.934, de 2009) c) demais obras, planos, atividades ou projetos previstos em resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) V - interesse social: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como: prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas, conforme resolução do CONAMA; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) b) as atividades de manejo agroflorestal sustentável praticadas na pequena propriedade ou posse rural familiar, que não descaracterizem a cobertura vegetal e não prejudiquem a função ambiental da área; e (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) c) demais obras, planos, atividades ou projetos definidos em resolução do CONAMA; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) VI - Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13º S, dos

Page 33: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

33

Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44º W, do Estado do Maranhão. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) Art. 2º Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será: (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) 1 - de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) 2 - de 50 (cinquenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) 3 - de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) 4 - de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) 5 - de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; (Incluído pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais; c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) d) no topo de morros, montes, montanhas e serras; e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45º, equivalente a 100% na linha de maior declive; f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação. (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) i) nas áreas metropolitanas definidas em lei. (Incluído pela Lei nº 6.535, de 1978) (Vide Lei nº 7.803 de 18.7.1989) Parágrafo único. No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o território abrangido, obervar-se-á o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo. (Incluído pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

Page 34: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

34

Art. 3º Consideram-se, ainda, de preservação permanentes, quando assim declaradas por ato do Poder Público, as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas: a) a atenuar a erosão das terras; b) a fixar as dunas; c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; d) a auxiliar a defesa do território nacional a critério das autoridades militares; e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico; f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção; g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas; h) a assegurar condições de bem-estar público. § 1º A supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente só será admitida com prévia autorização do Poder Executivo Federal, quando for necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social. § 2º As florestas que integram o Patrimônio Indígena ficam sujeitas ao regime de preservação permanente (letra g) pelo só efeito desta Lei. Art. 4º A supressão de vegetação em área de preservação permanente somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse social, devidamente caracterizados e motivados em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001) § 1º A supressão de que trata o caput deste artigo dependerá de autorização do órgão ambiental estadual competente, com anuência prévia, quando couber, do órgão federal ou municipal de meio ambiente, ressalvado o disposto no § 2º deste artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001) § 2º A supressão de vegetação em área de preservação permanente situada em área urbana, dependerá de autorização do órgão ambiental competente, desde que o município possua conselho de meio ambiente com caráter deliberativo e plano diretor, mediante anuência prévia do órgão ambiental estadual competente fundamentada em parecer técnico. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001) § 3º O órgão ambiental competente poderá autorizar a supressão eventual e de baixo impacto ambiental, assim definido em regulamento, da vegetação em área

Page 35: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

35

de preservação permanente. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001) § 4º O órgão ambiental competente indicará, previamente à emissão da autorização para a supressão de vegetação em área de preservação permanente, as medidas mitigadoras e compensatórias que deverão ser adotadas pelo empreendedor. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001) § 5º A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, ou de dunas e mangues, de que tratam, respectivamente, as alíneas "c" e "f" do art. 2º deste Código, somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001) § 6º Na implantação de reservatório artificial é obrigatória a desapropriação ou aquisição, pelo empreendedor, das áreas de preservação permanente criadas no seu entorno, cujos parâmetros e regime de uso serão definidos por resolução do CONAMA. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001) § 7º É permitido o acesso de pessoas e animais às áreas de preservação permanente, para obtenção de água, desde que não exija a supressão e não comprometa a regeneração e a manutenção a longo prazo da vegetação nativa. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001) Art. 16. As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo: I - oitenta por cento, na propriedade rural situada em área de floresta localizada na Amazônia Legal; II - trinta e cinco por cento, na propriedade rural situada em área de cerrado localizada na Amazônia Legal, sendo no mínimo vinte por cento na propriedade e quinze por cento na forma de compensação em outra área, desde que esteja localizada na mesma microbacia, e seja averbada nos termos do § 7º deste artigo; III - vinte por cento, na propriedade rural situada em área de floresta ou outras formas de vegetação nativa localizada nas demais regiões do País; e IV - vinte por cento, na propriedade rural em área de campos gerais localizada em qualquer região do País.

Page 36: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

36

§ 1º O percentual de reserva legal na propriedade situada em área de floresta e cerrado será definido considerando separadamente os índices contidos nos incisos I e II deste artigo. § 2º A vegetação da reserva legal não pode ser suprimida, podendo apenas ser utilizada sob regime de manejo florestal sustentável, de acordo com princípios e critérios técnicos e científicos estabelecidos no regulamento, ressalvadas as hipóteses previstas no § 3º deste artigo, sem prejuízo das demais legislações específicas. § 3º Para cumprimento da manutenção ou compensação da área de reserva legal em pequena propriedade ou posse rural familiar, podem ser computados os plantios de árvores frutíferas ornamentais ou industriais, compostos por espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies nativas. § 4º A localização da reserva legal deve ser aprovada pelo órgão ambiental estadual competente ou, mediante convênio, pelo órgão ambiental municipal ou outra instituição devidamente habilitada, devendo ser considerados, no processo de aprovação, a função social da propriedade, e os seguintes critérios e instrumentos, quando houver: I - o plano de bacia hidrográfica; II - o plano diretor municipal; III - o zoneamento ecológico-econômico; IV - outras categorias de zoneamento ambiental; e V - a proximidade com outra Reserva Legal, Área de Preservação Permanente, unidade de conservação ou outra área legalmente protegida. § 5º O Poder Executivo, se for indicado pelo Zoneamento Ecológico Econômico - ZEE e pelo Zoneamento Agrícola, ouvidos o CONAMA, o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Agricultura e do Abastecimento, poderá: I - reduzir, para fins de recomposição, a reserva legal, na Amazônia Legal, para até cinqüenta por cento da propriedade, excluídas, em qualquer caso, as Áreas de Preservação Permanente, os ecótonos, os sítios e ecossistemas especialmente protegidos, os locais de expressiva biodiversidade e os corredores ecológicos; e II - ampliar as áreas de reserva legal, em até cinqüenta por cento dos índices previstos neste Código, em todo o território nacional. § 6º Será admitido, pelo órgão ambiental competente, o cômputo das áreas relativas à vegetação nativa existente em área de preservação permanente no cálculo do percentual de reserva legal, desde que não implique em conversão de

Page 37: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

37

novas áreas para o uso alternativo do solo, e quando a soma da vegetação nativa em área de preservação permanente e reserva legal exceder a: I - oitenta por cento da propriedade rural localizada na Amazônia Legal; II - cinqüenta por cento da propriedade rural localizada nas demais regiões do País; e III - vinte e cinco por cento da pequena propriedade definida pelas alíneas "b" e "c" do inciso I do § 2º do art. 1º. § 7º O regime de uso da área de preservação permanente não se altera na hipótese prevista no § 6º. § 8º A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área, com as exceções previstas neste Código. § 9º A averbação da reserva legal da pequena propriedade ou posse rural familiar é gratuita, devendo o Poder Público prestar apoio técnico e jurídico, quando necessário. § 10. Na posse, a reserva legal é assegurada por Termo de Ajustamento de Conduta, firmado pelo possuidor com o órgão ambiental estadual ou federal competente, com força de título executivo e contendo, no mínimo, a localização da reserva legal, as suas características ecológicas básicas e a proibição de supressão de sua vegetação, aplicando-se, no que couber, as mesmas disposições previstas neste Código para a propriedade rural. § 11. Poderá ser instituída reserva legal em regime de condomínio entre mais de uma propriedade, respeitado o percentual legal em relação a cada imóvel, mediante a aprovação do órgão ambiental estadual competente e as devidas averbações referentes a todos os imóveis envolvidos. Art. 44. O proprietário ou possuidor de imóvel rural com área de floresta nativa, natural, primitiva ou regenerada ou outra forma de vegetação nativa em extensão inferior ao estabelecido nos incisos I, II, III e IV do art. 16, ressalvado o disposto nos seus §§ 5º e 6º, deve adotar as seguintes alternativas, isoladas ou conjuntamente: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) I - recompor a reserva legal de sua propriedade mediante o plantio, a cada três anos, de no mínimo 1/10 da área total necessária à sua complementação, com espécies nativas, de acordo com critérios estabelecidos pelo órgão ambiental estadual competente; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)

Page 38: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

38

II - conduzir a regeneração natural da reserva legal; e (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) III - compensar a reserva legal por outra área equivalente em importância ecológica e extensão, desde que pertença ao mesmo ecossistema e esteja localizada na mesma microbacia, conforme critérios estabelecidos em regulamento. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) § 1º Na recomposição de que trata o inciso I, o órgão ambiental estadual competente deve apoiar tecnicamente a pequena propriedade ou posse rural familiar. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) § 2º A recomposição de que trata o inciso I pode ser realizada mediante o plantio temporário de espécies exóticas como pioneiras, visando a restauração do ecossistema original, de acordo com critérios técnicos gerais estabelecidos pelo CONAMA. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) § 3º A regeneração de que trata o inciso II será autorizada, pelo órgão ambiental estadual competente, quando sua viabilidade for comprovada por laudo técnico, podendo ser exigido o isolamento da área. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) § 4º Na impossibilidade de compensação da reserva legal dentro da mesma micro-bacia hidrográfica, deve o órgão ambiental estadual competente aplicar o critério de maior proximidade possível entre a propriedade desprovida de reserva legal e a área escolhida para compensação, desde que na mesma bacia hidrográfica e no mesmo Estado, atendido, quando houver, o respectivo Plano de Bacia Hidrográfica, e respeitadas as demais condicionantes estabelecidas no inciso III. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) § 5º A compensação de que trata o inciso III deste artigo, deverá ser submetida à aprovação pelo órgão ambiental estadual competente, e pode ser implementada mediante o arrendamento de área sob regime de servidão florestal ou reserva legal, ou aquisição de cotas de que trata o art. 44-B. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) § 6º O proprietário rural poderá ser desonerado das obrigações previstas neste artigo, mediante a doação ao órgão ambiental competente de área localizada no interior de unidade de conservação de domínio público, pendente de regularização fundiária, respeitados os critérios previstos no inciso III do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.428, de 2006) Art. 44-A. O proprietário rural poderá instituir servidão florestal, mediante a qual voluntariamente renuncia, em caráter permanente ou temporário, a direitos de supressão ou exploração da vegetação nativa, localizada fora da reserva

Page 39: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

39

legal e da área com vegetação de preservação permanente. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) § 1º A limitação ao uso da vegetação da área sob regime de servidão florestal deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a Reserva Legal. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) § 2º A servidão florestal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, após anuência do órgão ambiental estadual competente, sendo vedada, durante o prazo de sua vigência, a alteração da destinação da área, nos casos de transmissão a qualquer título, de desmembramento ou de retificação dos limites da propriedade. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) Art. 44-B. Fica instituída a Cota de Reserva Florestal - CRF, título representativo de vegetação nativa sob regime de servidão florestal, de Reserva Particular do Patrimônio Natural ou reserva legal instituída voluntariamente sobre a vegetação que exceder os percentuais estabelecidos no art. 16 deste Código. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) Parágrafo único. A regulamentação deste Código disporá sobre as características, natureza e prazo de validade do título de que trata este artigo, assim como os mecanismos que assegurem ao seu adquirente a existência e a conservação da vegetação objeto do título. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) Art. 44-C. O proprietário ou possuidor que, a partir da vigência da Medida Provisória no 1.736-31, de 14 de dezembro de 1998, suprimiu, total ou parcialmente florestas ou demais formas de vegetação nativa, situadas no interior de sua propriedade ou posse, sem as devidas autorizações exigidas por Lei, não pode fazer uso dos benefícios previstos no inciso III do art. 44. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)

RESOLUÇÃO CONAMA Nº. 302, DE 20 DE MARÇO DE 2002 Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno. Art. 2º Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições: I - Reservatório artificial: acumulação não natural de água destinada a quaisquer de seus múltiplos usos; II - Área de Preservação Permanente: a área marginal ao redor do reservatório artificial e suas ilhas, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos,

Page 40: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

40

a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas; III - Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial: conjunto de diretrizes e proposições com o objetivo de disciplinar a conservação, recuperação, o uso e ocupação do entorno do reservatório artificial, respeitados os parâmetros estabelecidos nesta Resolução e em outras normas aplicáveis; IV - Nível Máximo Normal: é a cota máxima normal de operação do reservatório; V - Área Urbana Consolidada: aquela que atende aos seguintes critérios: a) definição legal pelo poder público; b) existência de, no mínimo, quatro dos seguintes equipamentos de infra-estrutura urbana: 1. malha viária com canalização de águas pluviais, 2. rede de abastecimento de água; 3. rede de esgoto; 4. distribuição de energia elétrica e iluminação pública; 5. recolhimento de resíduos sólidos urbanos; 6. tratamento de resíduos sólidos urbanos; e c) densidade demográfica superior a cinco mil habitantes por km2. Art 3º Constitui Área de Preservação Permanente a área com largura mínima, em projeção horizontal, no entorno dos reservatórios artificiais, medida a partir do nível máximo normal de: I - trinta metros para os reservatórios artificiais situados em áreas urbanas consolidadas e cem metros para áreas rurais; II - quinze metros, no mínimo, para os reservatórios artificiais de geração de energia elétrica com até dez hectares, sem prejuízo da compensação ambiental; III - quinze metros, no mínimo, para reservatórios artificiais não utilizados em abastecimento público ou geração de energia elétrica, com até vinte hectares de superfície e localizados em área rural. § 1º Os limites da Área de Preservação Permanente, previstos no inciso I, poderão ser ampliados ou reduzidos, observando-se o patamar mínimo de trinta metros, conforme estabelecido no licenciamento ambiental e no plano de recursos hídricos da bacia onde o reservatório se insere, se houver. § 2º Os limites da Área de Preservação Permanente, previstos no inciso II, somente poderão ser ampliados, conforme estabelecido no licenciamento ambiental, e, quando houver, de acordo com o plano de recursos hídricos da bacia onde o reservatório se insere.

Page 41: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

41

§ 3º A redução do limite da Área de Preservação Permanente, prevista no § 1º deste artigo não se aplica às áreas de ocorrência original da floresta ombrófila densa – porção amazônica, inclusive os cerradões e aos reservatórios artificiais utilizados para fins de abastecimento público. § 4º A ampliação ou redução do limite das Áreas de Preservação Permanente, a que se refere o § 1º, deverá ser estabelecida considerando, no mínimo, os seguintes critérios: I - características ambientais da bacia hidrográfica; II - geologia, geomorfologia, hidrogeologia e fisiografia da bacia hidrográfica; III - tipologia vegetal; IV - representatividade ecológica da área no bioma presente dentro da bacia hidrográfica em que está inserido, notadamente a existência de espécie ameaçada de extinção e a importância da área como corredor de biodiversidade; V - finalidade do uso da água; VI - uso e ocupação do solo no entorno; VII - o impacto ambiental causado pela implantação do reservatório e no entorno da Área de Preservação Permanente até a faixa de cem metros. § 5º Na hipótese de redução, a ocupação urbana, mesmo com parcelamento do solo através de loteamento ou subdivisão em partes ideais, dentre outros mecanismos, não poderá exceder a dez por cento dessa área, ressalvadas as benfeitorias existentes na área urbana consolidada, à época da solicitação da licença prévia ambiental. § 6º Não se aplicam as disposições deste artigo às acumulações artificiais de água, inferiores a cinco hectares de superfície, desde que não resultantes do barramento ou represamento de cursos d’água e não localizadas em Área de Preservação Permanente, à exceção daquelas destinadas ao abastecimento público.

RESOLUÇÃO CONAMA Nº. 303, DE 20 DE MARÇO DE 2002 Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. Art. 2º Para os efeitos desta Resolução, são adotadas as seguintes definições: I - nível mais alto: nível alcançado por ocasião da cheia sazonal do curso d`água perene ou intermitente; II - nascente ou olho d`água: local onde aflora naturalmente, mesmo que de forma intermitente, a água subterrânea;

Page 42: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

42

III - vereda: espaço brejoso ou encharcado, que contém nascentes ou cabeceiras de cursos d`água, onde há ocorrência de solos hidromórficos, caracterizado predominantemente por renques de buritis do brejo (Mauritia flexuosa) e outras formas de vegetação típica; IV - morro: elevação do terreno com cota do topo em relação a base entre cinqüenta e trezentos metros e encostas com declividade superior a trinta por cento (aproximadamente dezessete graus) na linha de maior declividade; V - montanha: elevação do terreno com cota em relação a base superior a trezentos metros; VI - base de morro ou montanha: plano horizontal definido por planície ou superfície de lençol d`água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota da depressão mais baixa ao seu redor; VII - linha de cumeada: linha que une os pontos mais altos de uma seqüência de morros ou de montanhas, constituindo-se no divisor de águas; VIII - restinga: depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma geralmente alongada, produzido por processos de sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades que recebem influência marinha, também consideradas comunidades edáficas por dependerem mais da natureza do substrato do que do clima. A cobertura vegetal nas restingas ocorre em mosaico, e encontra-se em praias, cordões arenosos, dunas e depressões, apresentando, de acordo com o estágio sucessional, estrato herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado; IX - manguezal: ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés, formado por vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se associa, predominantemente, a vegetação natural conhecida como mangue, com influência flúvio-marinha, típica de solos limosos de regiões estuarinas e com dispersão descontínua ao longo da costa brasileira, entre os estados do Amapá e Santa Catarina; X - duna: unidade geomorfológica de constituição predominante arenosa, com aparência de cômoro ou colina, produzida pela ação dos ventos, situada no litoral ou no interior do continente, podendo estar recoberta, ou não, por vegetação; XI - tabuleiro ou chapada: paisagem de topografia plana, com declividade média inferior a dez por cento, aproximadamente seis graus e superfície superior a dez hectares, terminada de forma abrupta em escarpa, caracterizando-se a chapada por grandes superfícies a mais de seiscentos metros de altitude; XII - escarpa: rampa de terrenos com inclinação igual ou superior a quarenta e cinco graus, que delimitam relevos de tabuleiros, chapadas e planalto, estando limitada no topo pela ruptura positiva de declividade (linha de escarpa) e no sopé por ruptura negativa de declividade, englobando os depósitos de colúvio que localizam-se próximo ao sopé da escarpa; XIII - área urbana consolidada: aquela que atende aos seguintes critérios: a) definição legal pelo poder público;

Page 43: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

43

b) existência de, no mínimo, quatro dos seguintes equipamentos de infra-estrutura urbana: 1. malha viária com canalização de águas pluviais, 2. rede de abastecimento de água; 3. rede de esgoto; 4. distribuição de energia elétrica e iluminação pública; 5. recolhimento de resíduos sólidos urbanos; 6. tratamento de resíduos sólidos urbanos; e c) densidade demográfica superior a cinco mil habitantes por km2. Art. 3º Constitui Área de Preservação Permanente a área situada: I - em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal, com largura mínima, de: a) trinta metros, para o curso d’água com menos de dez metros de largura; b) cinqüenta metros, para o curso d’água com dez a cinqüenta metros de largura; c) cem metros, para o curso d’água com cinqüenta a duzentos metros de largura; d) duzentos metros, para o curso d’água com duzentos a seiscentos metros de largura; e) quinhentos metros, para o curso d’água com mais de seiscentos metros de largura; II - ao redor de nascente ou olho d’água, ainda que intermitente, com raio mínimo de cinqüenta metros de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrográfica contribuinte; III - ao redor de lagos e lagoas naturais, em faixa com metragem mínima de: a) trinta metros, para os que estejam situados em áreas urbanas consolidadas; b) cem metros, para as que estejam em áreas rurais, exceto os corpos d`água com até vinte hectares de superfície, cuja faixa marginal será de cinqüenta metros; IV - em vereda e em faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de cinqüenta metros, a partir do limite do espaço brejoso e encharcado; V - no topo de morros e montanhas, em áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a dois terços da altura mínima da elevação em relação a base; VI - nas linhas de cumeada, em área delimitada a partir da curva de nível correspondente a dois terços da altura, em relação à base, do pico mais baixo da cumeada, fixando-se a curva de nível para cada segmento da linha de cumeada equivalente a mil metros; VII - em encosta ou parte desta, com declividade superior a cem por cento ou quarenta e cinco graus na linha de maior declive;

Page 44: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

44

VIII - nas escarpas e nas bordas dos tabuleiros e chapadas, a partir da linha de ruptura em faixa nunca inferior a cem metros em projeção horizontal no sentido do reverso da escarpa; IX - nas restingas: a) em faixa mínima de trezentos metros, medidos a partir da linha de preamar máxima; b) em qualquer localização ou extensão, quando recoberta por vegetação com função fixadora de dunas ou estabilizadora de mangues; X - em manguezal, em toda a sua extensão; XI - em duna; XII - em altitude superior a mil e oitocentos metros, ou, em Estados que não tenham tais elevações, a critério do órgão ambiental competente; XIII - nos locais de refúgio ou reprodução de aves migratórias; XIV - nos locais de refúgio ou reprodução de exemplares da fauna ameaçados de extinção que constem de lista elaborada pelo Poder Público Federal, Estadual ou Municipal; XV - nas praias, em locais de nidificação e reprodução da fauna silvestre. Parágrafo único. Na ocorrência de dois ou mais morros ou montanhas cujos cumes estejam separados entre si por distâncias inferiores a quinhentos metros, a Área de Preservação Permanente abrangerá o conjunto de morros ou montanhas, delimitada a partir da curva de nível correspondente a dois terços da altura em relação à base do morro ou montanha de menor altura do conjunto, aplicando-se o que segue: I - agrupam-se os morros ou montanhas cuja proximidade seja de até quinhentos metros entre seus topos; II - identifica-se o menor morro ou montanha; III - traça-se uma linha na curva de nível correspondente a dois terços deste; e IV - considera-se de preservação permanente toda a área acima deste nível.

RESOLUÇÃO CONAMA Nº. 369, DE 28 DE MARÇO DE 2006 Dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente-APP. Art. 1º. Esta Resolução define os casos excepcionais em que o órgão ambiental competente pode autorizar a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente - APP para a implantação de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social, ou para a realização de ações consideradas eventuais e de baixo impacto ambiental.

Page 45: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

45

§ 1º É vedada a intervenção ou supressão de vegetação em APP de nascentes, veredas, manguezais e dunas originalmente providas de vegetação, previstas nos incisos II, IV, X e XI do art. 3º da Resolução CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002, salvo nos casos de utilidade pública dispostos no inciso I do art. 2º desta Resolução, e para acesso de pessoas e animais para obtenção de água, nos termos do § 7º, do art. 4º, da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965. § 2º O disposto na alínea “c” do inciso I, do art. 2º desta Resolução não se aplica para a intervenção ou supressão de vegetação nas APP's de veredas, restingas, manguezais e dunas previstas nos incisos IV, X e XI do art. 3º da Resolução CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002. § 3º A autorização para intervenção ou supressão de vegetação em APP de nascente, definida no inciso II do art. 3º da Resolução CONAMA nº 303, de 2002, fica condicionada à outorga do direito de uso de recurso hídrico, conforme o disposto no art. 12 da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. § 4º A autorização de intervenção ou supressão de vegetação em APP depende da comprovação pelo empreendedor do cumprimento integral das obrigações vencidas nestas áreas. Art. 2º. O órgão ambiental competente somente poderá autorizar a intervenção ou supressão de vegetação em APP, devidamente caracterizada e motivada mediante procedimento administrativo autônomo e prévio, e atendidos os requisitos previstos nesta resolução e noutras normas federais, estaduais e municipais aplicáveis, bem como no Plano Diretor, Zoneamento Ecológico-Econômico e Plano de Manejo das Unidades de Conservação, se existentes, nos seguintes casos: (...) II - interesse social: a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas, de acordo com o estabelecido pelo órgão ambiental competente; b) o manejo agroflorestal, ambientalmente sustentável, praticado na pequena propriedade ou posse rural familiar, que não descaracterize a cobertura vegetal nativa, ou impeça sua recuperação, e não prejudique a função ecológica da área; c) a regularização fundiária sustentável de área urbana; d) as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela autoridade competente; III - intervenção ou supressão de vegetação eventual e de baixo impacto ambiental, observados os parâmetros desta Resolução.

Page 46: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

46

Art. 3º. A intervenção ou supressão de vegetação em APP somente poderá ser autorizada quando o requerente, entre outras exigências, comprovar: I - a inexistência de alternativa técnica e locacional às obras, planos, atividades ou projetos propostos; II - atendimento às condições e padrões aplicáveis aos corpos de água; III - averbação da Área de Reserva Legal; e IV - a inexistência de risco de agravamento de processos como enchentes, erosão ou movimentos acidentais de massa rochosa. Art. 4º. Toda obra, plano, atividade ou projeto de utilidade pública, interesse social ou de baixo impacto ambiental, deverá obter do órgão ambiental competente a autorização para intervenção ou supressão de vegetação em APP, em processo administrativo próprio, nos termos previstos nesta resolução, no âmbito do processo de licenciamento ou autorização, motivado tecnicamente, observadas as normas ambientais aplicáveis. § 1º A intervenção ou supressão de vegetação em APP de que trata o caput deste artigo dependerá de autorização do órgão ambiental estadual competente, com anuência prévia, quando couber, do órgão federal ou municipal de meio ambiente, ressalvado o disposto no § 2º deste artigo. (...) Art. 6º. Independe de autorização do poder público o plantio de espécies nativas com a finalidade de recuperação de APP, respeitadas as obrigações anteriormente acordadas, se existentes, e as normas e requisitos técnicos aplicáveis. Art. 10. O órgão ambiental competente poderá autorizar em qualquer ecossistema a intervenção ou supressão de vegetação, eventual e de baixo impacto ambiental, em APP. Art. 11. Considera-se intervenção ou supressão de vegetação, eventual e de baixo impacto ambiental, em APP: I - abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes e pontilhões, quando necessárias à travessia de um curso de água, ou à retirada de produtos oriundos das atividades de manejo agroflorestal sustentável praticado na pequena propriedade ou posse rural familiar; II - implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e efluentes tratados, desde que comprovada a outorga do direito de uso da água, quando couber;

Page 47: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

47

III - implantação de corredor de acesso de pessoas e animais para obtenção de água; IV - implantação de trilhas para desenvolvimento de ecoturismo; V - construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno ancoradouro; VI - construção de moradia de agricultores familiares, remanescentes de comunidades quilombolas e outras populações extrativistas e tradicionais em áreas rurais da região amazônica ou do Pantanal, onde o abastecimento de água se de pelo esforço próprio dos moradores; VII - construção e manutenção de cercas de divisa de propriedades; VIII - pesquisa científica, desde que não interfira com as condições ecológicas da área, nem enseje qualquer tipo de exploração econômica direta, respeitados outros requisitos previstos na legislação aplicável; IX - coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas, como sementes, castanhas e frutos, desde que eventual e respeitada a legislação específica a respeito do acesso a recursos genéticos; X - plantio de espécies nativas produtoras de frutos, sementes, castanhas e outros produtos vegetais em áreas alteradas, plantados junto ou de modo misto; XI - outras ações ou atividades similares, reconhecidas como eventual e de baixo impacto ambiental pelo conselho estadual de meio ambiente. § 1º Em todos os casos, incluindo os reconhecidos pelo conselho estadual de meio ambiente, a intervenção ou supressão eventual e de baixo impacto ambiental de vegetação em APP não poderá comprometer as funções ambientais destes espaços, especialmente: I - a estabilidade das encostas e margens dos corpos de água; II - os corredores de fauna; III - a drenagem e os cursos de água intermitentes; IV - a manutenção da biota; V - a regeneração e a manutenção da vegetação nativa; e VI - a qualidade das águas. § 2º A intervenção ou supressão, eventual e de baixo impacto ambiental, da vegetação em APP não pode, em qualquer caso, exceder ao percentual de 5% (cinco por cento) da APP impactada localizada na posse ou propriedade. § 3º O órgão ambiental competente poderá exigir, quando entender necessário, que o requerente comprove, mediante estudos técnicos, a inexistência de alternativa técnica e locacional à intervenção ou supressão proposta.

RESOLUÇÃO CONAMA Nº. 425, DE 25 DE MAIO DE 2010 Dispõe sobre critérios para a caracterização de atividades e empreendimentos agropecuários sustentáveis do agricultor familiar,

Page 48: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

48

empreendedor rural familiar, e dos povos e comunidades tradicionais como de interesse social para fins de produção, intervenção e recuperação de Áreas de Preservação Permanente e outras de uso limitado. Art. 1º Esta Resolução define os casos excepcionais de interesse social em que o órgão ambiental competente pode regularizar a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente-APP, ocorridas até 24 de julho de 2006, para empreendimentos agropecuários consolidados dos agricultores familiares e empreendedores familiares rurais. Art. 2º São considerados de interesse social, com base no art. 1º, § 2º, inciso V, alínea “c” da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965, as atividades previstas no art. 1º acima que se caracterizem por uma ou mais das seguintes situações: I - a manutenção do pastoreio extensivo tradicional nas áreas com cobertura vegetal de campos de altitude, desde que não promova a supressão adicional da vegetação nativa ou a introdução de espécies vegetais exóticas; II - a manutenção de culturas com espécies lenhosas ou frutíferas perenes, não sujeitas a cortes rasos sazonais, desde que utilizadas práticas de manejo que garantam a função ambiental da área, em toda extensão das elevações com inclinação superior a 45 graus, inclusive em topo de morro; III - as atividades de manejo agroflorestal sustentável, desde que não descaracterizem a cobertura vegetal e não prejudiquem a função ambiental da área; e IV - atividades sazonais da agricultura de vazante, tradicionalmente praticadas pelos agricultores familiares, especificamente para o cultivo de lavouras temporárias de ciclo curto, na faixa de terra que fica exposta no período de vazante dos rios ou lagos, desde que não impliquem supressão e conversão de áreas com vegetação nativa, no uso de agroquímicos e práticas culturais que prejudiquem a qualidade da água. Parágrafo único. O órgão ambiental competente, no procedimento administrativo especifico previsto no art. 4º da Lei no 4.771, de 1965, regularizará as atividades realizadas que se enquadrem numa das situações previstas nesta Resolução, reconhecendo seu interesse social. Art. 3º Para efeitos desta Resolução considera-se agricultor familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os assentados de projetos de reforma agrária, aqueles que praticam atividades no meio rural, atendendo ao disposto no art. 3º da Lei no 11.326, de 24 de julho de 2006. Art. 4º Para os fins do disposto nesta Resolução os interessados deverão apresentar requerimento junto ao órgão ambiental competente contendo:

Page 49: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

49

I - informações básicas: a) dados do proprietário ou possuidor do imóvel; b) dados do imóvel; c) localização simplificada do imóvel; d) data da comunicação; e) uso atual da área de preservação permanente ou de uso limitado; e f) regularidade da reserva legal ou solicitação de averbação. II - indicação da metodologia de recuperação de áreas de preservação permanente degradadas e daquelas não passíveis de consolidação, em consonância com as normas vigentes. Art. 5º Em todos os casos previstos nesta Resolução, as atividades autorizadas não poderão comprometer as funções ambientais destes espaços, especialmente: I - a estabilidade das encostas e margens dos corpos de água; II - os corredores de fauna; III - a drenagem e os cursos de água intermitentes; IV - a manutenção da biota; e V - a qualidade das águas. INSTRUÇÃO NORMATIVA DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE Nº. 4,

DE 8 DE SETEMBRO DE 2009 Dispõe sobre procedimentos técnicos para a utilização da vegetação da Reserva Legal sob regime de manejo florestal sustentável, e dá outras providências. Art. 1º Para a utilização da vegetação da Reserva Legal, de que trata o § 2º, do art. 16 da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965, serão adotados procedimentos técnicos para execução do Manejo Florestal Sustentável, observando-se o disposto nesta Instrução Normativa. Parágrafo único. No caso de Reserva Legal situada nos remanescentes de vegetação nativa na área de aplicação da Lei no 11.428, de 21 de dezembro de 2006, observar-se-á o disposto nesta Instrução Normativa e no Decreto no 6.660, de 21 de novembro de 2008. Art. 2º Para a utilização da vegetação da Reserva Legal, serão adotadas práticas de exploração seletiva que atendam ao manejo sustentável nas seguintes modalidades: I - manejo sustentável da Reserva Legal para a exploração florestal eventual, sem propósito comercial direto ou indireto, para consumo nas propriedades do

Page 50: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

50

agricultor familiar, do empreendedor familiar rural e dos povos e comunidades tradicionais; e II - manejo sustentável da Reserva Legal para exploração com finalidade comercial. Art. 3º Para os fins do disposto nesta Instrução Normativa, consideram-se: I - Manejo da Reserva Legal: técnicas de condução, exploração e reposição praticadas de forma sustentável visando manter a proteção e o uso sustentável da vegetação nativa e obter benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplos produtos e subprodutos, bem como a utilização de outros bens e serviços ambientais; II - Plano de Manejo Sustentável-PMS: instrumento técnico de administração das atividades desenvolvidas na unidade de manejo florestal; III - Plano Operacional Anual-POA: Documento a ser apresentado ao órgão ambiental competente, contendo as informações definidas em suas diretrizes técnicas, com a especificação das atividades a serem realizadas no período de 12 meses. IV - Unidade de Manejo: perímetro definido a partir de critérios técnicos, socioculturais, econômicos e ambientais, objeto de um PMS; V - Produtos Florestais: produtos madeireiros e não madeireiros gerados pelo manejo sustentável; e VI - Sistema Agro Florestal-SAF: Sistema de uso e ocupação do solo em que plantas lenhosas perenes são manejadas em associação com plantas herbáceas, arbustivas, arbóreas, culturas agrícolas, forrageiras em uma mesma unidade de manejo, de acordo com arranjo espacial e temporal, com alta diversidade de espécies e interações entre estes componentes. Art. 4º A exploração florestal eventual, sem propósito comercial direto ou indireto, para consumo na propriedade ou posse do agricultor familiar, do empreendedor familiar rural e dos povos e comunidades tradicionais, incluindo a área de Reserva Legal, independe de autorização dos órgãos competentes, quando tratar-se de: I - lenha para uso doméstico no limite de retirada não superior a quinze metros cúbicos por ano por propriedade ou posse; e II - madeira para construção de benfeitorias e utensílios na posse ou propriedade rural até 20 metros cúbicos a cada três anos. Parágrafo único. Os limites para a exploração prevista no caput deste artigo, no caso de posse coletiva de populações tradicionais ou do agricultor familiar, serão adotados por unidade familiar.

Page 51: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

51

Art. 5º O transporte de produtos e subprodutos florestais madeireiros provenientes da exploração eventual, além dos limites da posse ou propriedade rural, para fins de beneficiamento, deverá ser acompanhado da autorização de transporte especifica emitida pelo órgão ambiental competente, contendo: I - dados de volume individual e total por espécie, previamente identificadas e numeradas; II - justificativa de utilização e descrição dos subprodutos a serem gerados; III - indicação do responsável pelo beneficiamento dos produtos; e IV - indicação do responsável pelo transporte dos produtos e subprodutos gerados, bem como do trajeto a ser percorrido. Art. 6º É livre a coleta de subprodutos florestais, tais como frutos, folhas e sementes, devendo-se observar: I - os períodos de coleta e volumes fixados em regulamentos específicos, quando houver; II - a época de maturação dos frutos e sementes; III - técnicas que não coloquem em risco a sobrevivência de indivíduos e da espécie coletada no caso de coleta de flores, folhas, cascas, óleos, resinas, cipós, bulbos, bambus e raízes, e IV - as limitações legais específicas e, em particular, as relativas ao acesso ao patrimônio genético, à proteção e ao acesso ao conhecimento tradicional associado e de biossegurança, quando houver. Art. 7º Consideram-se de uso indireto, não necessitando de autorização dos órgãos ambientais competentes, as seguintes atividades realizadas em área de Reserva Legal: I - abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes e pontilhões, quando necessárias à travessia de um curso de água, ou à retirada de produtos oriundos das atividades de manejo agroflorestal sustentável praticado na propriedade ou posse do agricultor familiar, do empreendedor familiar rural e dos povos e comunidades tradicionais; II - implantação de trilhas para desenvolvimento de ecoturismo; III - implantação de aceiros para prevenção e combate a incêndios florestais; IV - implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e efluentes tratados, desde que comprovada a outorga do direito de uso da água, quando couber; V - implantação de corredor de acesso de pessoas e animais para obtenção de água; VI - construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno ancoradouro;

Page 52: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

52

VII - coleta de produtos não madeireiros para fins de manutenção da família e produção de mudas, como sementes, castanhas e frutos, desde que eventual e respeitada a legislação específica do acesso a recursos genéticos; VIII - plantio de espécies nativas produtoras de frutos, sementes, castanhas e outros produtos vegetais em áreas alteradas, plantados junto ou de modo misto; IX - construção e manutenção de cercas ou picadas de divisa de propriedades; e X - pastoreio extensivo tradicional em campos naturais desde que não promova a supressão da vegetação nativa ou a introdução de espécies vegetais exóticas. XI - outras ações ou atividades similares, reconhecidas pelo CONAMA como eventual. Art. 8º O manejo florestal sustentável da vegetação da Reserva Legal, com propósito comercial direto ou indireto, de espécies da flora nativa provenientes de formações naturais, que não descaracterize a cobertura vegetal e não prejudique a função ambiental da área, deverá atender as seguintes diretrizes e orientações: I - adoção de práticas silviculturais e medidas para a minimização dos impactos sobre os indivíduos jovens das espécies arbóreas secundárias e climácicas na área manejada; II - a priorização do corte de espécies arbóreas pioneiras nativas, que não poderá ultrapassar a cinquenta por cento do número de indivíduos de cada espécie explorada existentes na área manejada; III - o cálculo do percentual previsto no inciso II deverá levar em consideração somente os indivíduos com Diâmetro na Altura do Peito-DAP acima de cinco centímetros; IV - o manejo sustentável da Reserva Legal que tenha sido constituída com plantios de árvores frutíferas, ornamentais ou industriais, compostas por espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies nativas, deverá priorizar o corte destas espécies exóticas, num ciclo que resguarde a função ambiental da área; V - na condução do manejo de espécies exóticas deverão ser adotadas medidas que favoreçam a regeneração de espécies nativas. Art. 9º Na propriedade ou posse do agricultor familiar, do empreendedor familiar rural e dos povos e comunidades tradicionais o manejo florestal madeireiro sustentável da Reserva Legal com propósito comercial direto ou indireto depende de autorização do órgão ambiental competente, devendo o interessado apresentar, no mínimo, as seguintes informações: I - dados do proprietário ou possuidor; II - dados da propriedade ou posse, incluindo cópia da matrícula do imóvel no Registro Geral do Cartório de Registro de Imóveis, ou comprovante de posse;

Page 53: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

53

III - croqui da área com indicação da área a ser objeto do manejo seletivo; IV - comprovação da averbação da Reserva Legal; e V - Laudo Técnico, com respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica, contendo, no mínimo, inventário fitossociológico da área a ser manejada com a indicação da fitofisionomia original, elaborado com metodologia e suficiência amostral adequadas; estimativa do volume de produtos e subprodutos florestais a serem obtidos com o manejo seletivo, indicação da sua destinação e cronograma de execução previsto. § 1º O Laudo Técnico mencionado no inciso V deverá ainda atestar a viabilidade do manejo proposto, considerando os volumes de produtos e subprodutos florestais a serem explorados, com a necessária manutenção das funções ambientais da área manejada. Art. 10. Nas demais propriedades, não mencionadas no art. 9º desta Instrução Normativa, a autorização do órgão ambiental competente será precedida da apresentação e aprovação do Plano de Manejo Sustentável-PMS, contendo: I - dados sobre proprietário, empresa ou responsável pela área; II - dados da propriedade ou posse, incluindo cópia da matrícula do imóvel no Registro Geral do Cartório de Registro de Imóveis, ou comprovante de posse; III - dados sobre o responsável técnico pelo PMS; IV - localização georreferenciada do imóvel, e indicação das áreas de preservação permanente, reserva legal e uso alternativo do solo; V - mapeamento das unidades de manejo e malha de acesso descrito em modulo de escala compatível; VI - caracterização do meio físico e biológico da reserva legal e da unidade de manejo, incluindo descrição hidrográfica; VII - descrição do estoque dos produtos madeireiros e não madeireiros, a serem extraídos na Unidade de Manejo da área objeto do PMS, por meio do Inventário Florestal amostral; VIII - ciclo de corte compatível com as diretrizes gerais e com o tempo de restabelecimento do volume ou quantidade de cada produto ou subproduto a ser extraído da unidade de manejo; IX - cronograma de execução do manejo previsto; X - descrição das medidas adotadas para promoção da regeneração natural das espécies exploradas na unidade de manejo; e XI - descrição do sistema de transporte adequado e da construção de vias de acesso com métodos e traçados que causem o menor impacto. § 1º Anualmente, o proprietário ou responsável pelo PMS, encaminhará formulário especifico, ao órgão ambiental competente, contendo o relatório assinado pelo responsável técnico, com as informações sobre toda a área de

Page 54: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

54

manejo florestal sustentável, a descrição das atividades realizadas e o volume efetivamente explorado de cada produto no período anterior de doze meses; § 2º O proprietário ou responsável pelo PMS submeterá ao órgão ambiental competente o formulário especifico acompanhado do Plano Operacional Anual, e a Autorização de Responsabilidade Técnica-ART, com a especificação das atividades a serem realizadas no período de doze meses e do volume ou quantidade máxima proposta para a exploração no período. Art. 11. A área de Reserva Legal excedente destinada a constituição de cotas de reserva florestal, prevista do no Art. 44-B, do Código Florestal, terá o mesmo regime de exploração prevista nesta Instrução Normativa, observados os contratos de serviços entre proprietários e portadores dos títulos de Cota de Reserva Florestal- CRF. Art. 12. Os formulários contendo os modelos de elaboração, apresentação, execução e avaliação técnica do PMS e Plano Operacional Anual-POA observarão modelo especifico emitido pelo órgão ambiental competente. Art. 13. Para os fins do disposto nesta Instrução Normativa, ressalvado normatização específica, é vedada a exploração de espécies incluídas na Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção ou constantes de listas dos Estados, bem como aquelas constantes de listas de proibição de corte objeto de proteção por atos normativos dos entes federativos. Art. 14. O manejo sustentável de Reserva Legal será submetido a vistorias técnicas para acompanhar e controlar rotineiramente as operações e atividades desenvolvidas na área de manejo. Art. 15. As pessoas físicas ou jurídicas que utilizarem matériaprima florestal proveniente da área de manejo de Reserva Legal, excetuado as modalidades previstas nos arts. 5º e 6º desta Instrução Normativa, são obrigadas a comprovar a origem dos produtos florestais conforme previsto na Instrução Normativa no 6, de 15 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a reposição florestal e o consumo de matéria-prima florestal. Art. 16. O transporte e armazenamento de produtos e subprodutos florestais madeireiros de origem nativa decorrentes da exploração em regime de manejo sustentável de Reserva Legal, deverão estar acompanhados de documento expedido pelo órgão ambiental competente e válido para todo o tempo da viagem ou do armazenamento. INSTRUÇÃO NORMATIVA DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE Nº. 5,

DE 8 DE SETEMBRO DE 2009

Page 55: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

55

Dispõe sobre os procedimentos metodológicos para restauração e recuperação das Áreas de Preservação Permanentes e da Reserva Legal instituídas pela Lei nº. 4.771, de 15 de setembro de 1965. Art. 1º A recuperação de Área de Preservação Permanente-APP e Reserva Legal-RL independe de autorização do poder público, respeitadas obrigações anteriormente acordadas e normas ambientais específicas, quando existentes, bem como os requisitos técnicos estabelecidos nesta resolução. § 1º O órgão ambiental competente poderá, a qualquer tempo, realizar vistoria técnica nas APPs e RL em processo de recuperação para aferir a sua eficácia e, quando for o caso, determinar medidas complementares cabíveis. § 2º A recuperação voluntária de APP e RL poderá ser comunicada ao órgão ambiental competente, devendo o interessado prestar no mínimo, as seguintes informações: I - dados do proprietário ou possuidor do imóvel; II - dados da propriedade ou posse, incluindo cópia da matrícula ou certidão atualizada do imóvel no Registro Geral do Cartório de Registro de Imóveis, ou comprovante de posse; III - localização com a indicação das coordenadas geográficas dos vértices do imóvel e dos vértices da APP e RL a ser recuperada; IV - metodologia simplificada de recuperação a ser adotada; e V - início previsto e cronograma de execução. Art. 2º Para efeito desta Instrução Normativa são adotadas as seguintes definições: I - Área degradada: área onde a vegetação, flora, fauna e solo foram total ou parcialmente destruídos, removidos ou expulsos, com alteração da qualidade biótica, edáfica e hídrica; II - Espécie exótica: qualquer espécie fora de sua área natural de distribuição geográfica; III - Espécie exótica invasora: espécie exótica cuja introdução ou dispersão ameaça ecossistema, habitat ou espécies e causa impactos negativos ambientais, econômicos, sociais ou culturais; IV - Espécie nativa: espécie que apresenta suas populações naturais dentro dos limites de sua distribuição geográfica, participando de ecossistemas onde apresenta seus níveis de interação e controles demográficos; V - Sistemas agroflorestais-SAF: Sistemas de uso e ocupação do solo em que plantas lenhosas perenes são manejadas em associação com plantas herbáceas, arbustivas, arbóreas, culturas agrícolas, forrageiras em uma mesma unidade de

Page 56: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

56

manejo, de acordo com arranjo espacial e temporal, com alta diversidade de espécies e interações entre estes componentes. Art. 3º No caso de empreendimentos ou atividades submetidas a licenciamento ambiental, bem como no cumprimento de obrigações decorrentes de decisão judicial ou de compromisso de ajustamento de conduta, a recuperação de APP e RL dependerá de projeto técnico previamente aprovado pelo órgão ambiental competente. § 1º O projeto técnico de recuperação de APP referido no caput deste artigo, deverá conter no mínimo, as seguintes informações: I - identificação do proprietário ou possuidor e da área a ser recuperada; II - localização, com a indicação das coordenadas geográficas dos vértices do imóvel, da RL e das APPs existentes no imóvel e identificação daquelas que necessitam de recuperação; III - mapeamento e caracterização do uso e da cobertura do solo, dos remanescentes de vegetação nativa e da rede de drenagem superficial natural da área a ser recuperada; IV - indicação das plantas ameaçadas de extinção da região de acordo com as listas oficiais; V - apresentação e justificativa da metodologia a ser utilizada; VI - indicação da quantidade das espécies nativas a serem plantadas, considerando as funções ecológicas das espécies, nome científico e popular, quando couber; VII - avaliação e metodologia proposta para a condução do processo de regeneração natural; VIII - práticas a serem executadas para a prevenção de fatores de degradação, tais como, isolamento ou cercamento da área, prevenção do fogo, competição de plantas invasoras, controle da erosão; IX - práticas de manutenção da área recuperada; e X - cronograma de execução. § 2º O projeto técnico previsto no caput deste artigo deverá ser elaborado e executado por profissional habilitado, com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica-ART. § 3º No caso de plantio de espécies nativas conjugado com a indução e condução da regeneração natural de espécies nativas, o número de espécies e de indivíduos por hectare, plantados ou germinados, buscará atingir valores próximos aos da fitofisionomia local.

Page 57: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

57

§ 4º Para os fins de indução da regeneração natural de espécies nativas também deverá ser considerado o incremento de novas plantas a partir da rebrota. § 5º Nos plantios de espécies nativas em linha, a entrelinha poderá ser ocupada com espécies herbáceas exóticas de adubação verde ou por cultivos anuais, no máximo até o 3º ano da implantação do projeto de recuperação, como estratégia de manutenção da área recuperada. Art. 4º O projeto técnico de recuperação de APP e RL, previsto no art. 3º desta Instrução Normativa, deverá ser acompanhado e monitorado pelo executor por no mínimo 3 (três) anos a partir do final da sua implantação, podendo o órgão ambiental competente aferir sua eficácia a qualquer tempo, através de vistorias e determinar, sempre que necessário, medidas complementares cabíveis ou exigir relatórios técnicos de acompanhamento. Art. 5º A recuperação de APP e RL poderá ser feita pelos seguintes métodos: I - condução da regeneração natural de espécies nativas; II - plantio de espécies nativas (mudas, sementes, estacas); e III - plantio de espécies nativas conjugado com a condução da regeneração natural de espécies nativas. Parágrafo único. No caso de empreendimentos de utilidade pública ou interesse social, tais como hidrelétricas, estradas, mineração, entre outros, o órgão ambiental competente poderá, excepcionalmente, mediante projeto técnico, autorizar o aproveitamento do banco de sementes e de plântulas exclusivamente das áreas de vegetação nativa autorizadas para supressão, para fins de utilização como metodologia complementar na recuperação de áreas degradadas, na mesma fitofisionomia vegetal, dentro da mesma bacia hidrográfica. Art. 6º A recuperação de APP e RL mediante condução da regeneração natural de espécies nativas, deve observar, no mínimo, os seguintes requisitos e procedimentos: I - proteção, quando necessário, das espécies nativas mediante isolamento ou cercamento da área a ser recuperada, em casos especiais e tecnicamente justificados; II - adoção de medidas de controle e erradicação de espécies vegetais exóticas invasoras; III - adoção de medidas de prevenção, combate e controle do fogo; IV - adoção de medidas de controle da erosão, quando necessário; V - prevenção e controle do acesso de animais domésticos;

Page 58: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

58

VI - adoção de medidas para conservação e atração de animais nativos dispersores de sementes. Parágrafo único. Na propriedade ou posse do agricultor familiar, do empreendedor familiar rural e dos povos e comunidades tradicionais a metodologia de recuperação através da condução da regeneração natural de espécies nativas será admitida mesmo nos casos que envolvam exigências decorrentes de decisão judicial ou de termo de ajustamento de conduta. Art. 7º A recuperação de APP e RL mediante plantio de espécies nativas ou mediante plantio de espécies nativas conjugado com a condução da regeneração natural de espécies nativas, deve observar, no mínimo, os seguintes requisitos e procedimentos: I - manutenção dos indivíduos de espécies nativas estabelecidos, plantados ou germinados, pelo tempo necessário, sendo no mínimo dois anos, mediante coroamento, controle de plantas daninhas, de formigas cortadeiras, adubação quando necessário e outras; II - adoção de medidas de prevenção e controle do fogo; III - controle e erradicação de espécies vegetais exóticas invasoras; IV - proteção, quando necessário, das espécies vegetais nativas mediante isolamento ou cercamento da área a ser recuperada, em casos especiais e tecnicamente justificados; V - controle da erosão, quando necessário; VI - prevenção e controle do acesso de animais domésticos; VII - adoção de medidas para conservação e atração de animais nativos dispersores de sementes; VIII - plantio de espécies nativas conforme previsto nos §§ 1º e 2º deste artigo. § 1º No caso de plantio de espécies nativas, mesmo quando conjugado com a regeneração natural, o número de espécies e de indivíduos por hectare, plantados ou germinados, deverão buscar compatibilidade com a fitofisionomia local, e sua distribuição no espaço deverá considerar os grupos funcionais, visando acelerar a cobertura vegetal da área recuperada. § 2º Para os fins de condução da regeneração natural de espécies nativas também deverá ser considerado o incremento de novas plantas a partir da rebrota. § 3º Nos plantios de espécies nativas em linha, a entrelinha poderá ser ocupada com espécies herbáceas exóticas de adubação verde ou por cultivos anuais, limitado no caso da APP até o 3º ano da implantação da atividade de recuperação, como estratégia de manutenção da área recuperada.

Page 59: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

59

Art. 8º No caso da recuperação da área de Reserva Legal na propriedade ou posse do agricultor familiar, do empreendedor familiar rural ou dos povos e comunidades tradicionais poderão ser utilizadas espécies de árvores frutíferas, ornamentais ou industriais exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies nativas. Art. 9º Para os fins previstos na alínea "b", inciso II, art. 2º da Resolução CONAMA nº. 369, de 28 de março de 2006, a implantação e condução de Sistemas Agroflorestais como indutores da recuperação de APP na propriedade ou posse do agricultor familiar, do empreendedor familiar rural ou dos povos e comunidades tradicionais, deverá observar os seguintes requisitos e procedimentos: I - controle da erosão, quando necessário; II - recomposição e manutenção da fisionomia vegetal nativa, mantendo permanentemente a cobertura do solo; III - estabelecimento de, no mínimo, 500 (quinhentos) indivíduos por hectare de, pelo menos, 15 espécies perenes nativas da fitofisionomia local; IV - limitação do uso de insumos agroquímicos, priorizandose o uso de adubação verde; V - restrição do uso da área para pastejo de animais domésticos, ressalvado o disposto no art. 11 da Resolução CONAMA nº. 369, de 2006; VI - na utilização de espécies agrícolas de cultivos anuais deve ser garantida a manutenção da função ambiental da APP e observado o disposto no art. 10 desta Instrução Normativa; VII - consorciação de espécies perenes, nativas ou exóticas não invasoras, destinadas a produção e coleta de produtos não madeireiros, como por exemplo, fibras, folhas, frutos ou sementes; e VIII - manutenção das mudas estabelecidas, plantadas e/ou germinadas, mediante coroamento, controle de fatores de perturbação como espécies competidoras, insetos, fogo ou outros e cercamento ou isolamento da área, quando necessário e tecnicamente justificado. Art. 10. Em todos os casos, a recuperação de APP e RL não poderá comprometer a estrutura e as funções ambientais destes espaços, especialmente: I - a estabilidade das encostas e margens dos corpos de água; II - a manutenção dos corredores de flora e fauna; III - a manutenção da drenagem e dos cursos de água intermitentes; IV - a manutenção da biota; V - a manutenção da vegetação nativa; e VI - a manutenção da qualidade das águas.

Page 60: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

60

Parágrafo único. As metodologias previstas nesta Instrução Normativa poderão ser empregadas também na recuperação de APP localizada em área urbana. Art. 11. Na recuperação de APP e RL deverão ser adotadas técnicas e procedimentos com vistas ao controle e erradicação das espécies exóticas invasoras eventualmente existentes, para o que os órgãos públicos de meio ambiente e extensão rural, sem ônus ao agricultor familiar, empreendedor familiar rural e populações tradicionais, deverão prestar apoio técnico e difusão de boas práticas. Art. 12. Nos casos em que esta Instrução Normativa exigir a indicação de coordenadas geográficas dos vértices de áreas, tais coordenadas poderão ser obtidas com a utilização de equipamentos portáteis de navegação do Sistema Global de Posicionamento-GPS, ou outra ferramenta de geoprocessamento compatível. Parágrafo único. Os órgãos públicos competentes promoverão o georreferenciamento das APPs e RL, sem ônus aos beneficiários quando se tratar de propriedade ou posse do agricultor familiar, do empreendedor familiar rural ou dos povos e comunidades tradicionais.

LEI FEDERAL Nº. 11.428, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2006 Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma

Mata Atlântica, e dá outras providências. Art. 3º Consideram-se para os efeitos desta Lei: I - pequeno produtor rural: aquele que, residindo na zona rural, detenha a posse de gleba rural não superior a 50 (cinquenta) hectares, explorando-a mediante o trabalho pessoal e de sua família, admitida a ajuda eventual de terceiros, bem como as posses coletivas de terra considerando-se a fração individual não superior a 50 (cinquenta) hectares, cuja renda bruta seja proveniente de atividades ou usos agrícolas, pecuários ou silviculturais ou do extrativismo rural em 80% (oitenta por cento) no mínimo; II - população tradicional: população vivendo em estreita relação com o ambiente natural, dependendo de seus recursos naturais para a sua reprodução sociocultural, por meio de atividades de baixo impacto ambiental; III - pousio: prática que prevê a interrupção de atividades ou usos agrícolas, pecuários ou silviculturais do solo por até 10 (dez) anos para possibilitar a recuperação de sua fertilidade; IV - prática preservacionista: atividade técnica e cientificamente fundamentada, imprescindível à proteção da integridade da vegetação nativa, tal como controle de fogo, erosão, espécies exóticas e invasoras;

Page 61: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

61

V - exploração sustentável: exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável; VI - enriquecimento ecológico: atividade técnica e cientificamente fundamentada que vise à recuperação da diversidade biológica em áreas de vegetação nativa, por meio da reintrodução de espécies nativas; VII - utilidade pública: a) atividades de segurança nacional e proteção sanitária; b) as obras essenciais de infra-estrutura de interesse nacional destinadas aos serviços públicos de transporte, saneamento e energia, declaradas pelo poder público federal ou dos Estados; VIII - interesse social: a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como: prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas, conforme resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA; b) as atividades de manejo agroflorestal sustentável praticadas na pequena propriedade ou posse rural familiar que não descaracterizem a cobertura vegetal e não prejudiquem a função ambiental da área; c) demais obras, planos, atividades ou projetos definidos em resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente. Art. 5º A vegetação primária ou a vegetação secundária em qualquer estágio de regeneração do Bioma Mata Atlântica não perderão esta classificação nos casos de incêndio, desmatamento ou qualquer outro tipo de intervenção não autorizada ou não licenciada. Art. 6º A proteção e a utilização do Bioma Mata Atlântica têm por objetivo geral o desenvolvimento sustentável e, por objetivos específicos, a salvaguarda da biodiversidade, da saúde humana, dos valores paisagísticos, estéticos e turísticos, do regime hídrico e da estabilidade social. Parágrafo único. Na proteção e na utilização do Bioma Mata Atlântica, serão observados os princípios da função socioambiental da propriedade, da eqüidade intergeracional, da prevenção, da precaução, do usuário-pagador, da transparência das informações e atos, da gestão democrática, da celeridade procedimental, da gratuidade dos serviços administrativos prestados ao pequeno produtor rural e às populações tradicionais e do respeito ao direito de propriedade. Art. 7º A proteção e a utilização do Bioma Mata Atlântica far-se-ão dentro de condições que assegurem:

Page 62: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

62

I - a manutenção e a recuperação da biodiversidade, vegetação, fauna e regime hídrico do Bioma Mata Atlântica para as presentes e futuras gerações; II - o estímulo à pesquisa, à difusão de tecnologias de manejo sustentável da vegetação e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de recuperação e manutenção dos ecossistemas; III - o fomento de atividades públicas e privadas compatíveis com a manutenção do equilíbrio ecológico; IV - o disciplinamento da ocupação rural e urbana, de forma a harmonizar o crescimento econômico com a manutenção do equilíbrio ecológico. Art. 8º O corte, a supressão e a exploração da vegetação do Bioma Mata Atlântica far-se-ão de maneira diferenciada, conforme se trate de vegetação primária ou secundária, nesta última levando-se em conta o estágio de regeneração. Art. 9º A exploração eventual, sem propósito comercial direto ou indireto, de espécies da flora nativa, para consumo nas propriedades ou posses das populações tradicionais ou de pequenos produtores rurais, independe de autorização dos órgãos competentes, conforme regulamento. Parágrafo único. Os órgãos competentes, sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, deverão assistir as populações tradicionais e os pequenos produtores no manejo e exploração sustentáveis das espécies da flora nativa. Art. 11. O corte e a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração do Bioma Mata Atlântica ficam vedados quando: I - a vegetação: a) abrigar espécies da flora e da fauna silvestres ameaçadas de extinção, em território nacional ou em âmbito estadual, assim declaradas pela União ou pelos Estados, e a intervenção ou o parcelamento puserem em risco a sobrevivência dessas espécies; b) exercer a função de proteção de mananciais ou de prevenção e controle de erosão; c) formar corredores entre remanescentes de vegetação primária ou secundária em estágio avançado de regeneração; d) proteger o entorno das unidades de conservação; ou e) possuir excepcional valor paisagístico, reconhecido pelos órgãos executivos competentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA; II - o proprietário ou posseiro não cumprir os dispositivos da legislação ambiental, em especial as exigências da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, no que respeita às Áreas de Preservação Permanente e à Reserva Legal.

Page 63: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

63

Parágrafo único. Verificada a ocorrência do previsto na alínea a do inciso I deste artigo, os órgãos competentes do Poder Executivo adotarão as medidas necessárias para proteger as espécies da flora e da fauna silvestres ameaçadas de extinção caso existam fatores que o exijam, ou fomentarão e apoiarão as ações e os proprietários de áreas que estejam mantendo ou sustentando a sobrevivência dessas espécies. Art. 12. Os novos empreendimentos que impliquem o corte ou a supressão de vegetação do Bioma Mata Atlântica deverão ser implantados preferencialmente em áreas já substancialmente alteradas ou degradadas. Art. 13. Os órgãos competentes do Poder Executivo adotarão normas e procedimentos especiais para assegurar ao pequeno produtor e às populações tradicionais, nos pedidos de autorização de que trata esta Lei: I - acesso fácil à autoridade administrativa, em local próximo ao seu lugar de moradia; II - procedimentos gratuitos, céleres e simplificados, compatíveis com o seu nível de instrução; III - análise e julgamento prioritários dos pedidos. Art. 14. A supressão de vegetação primária e secundária no estágio avançado de regeneração somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública, sendo que a vegetação secundária em estágio médio de regeneração poderá ser suprimida nos casos de utilidade pública e interesse social, em todos os casos devidamente caracterizados e motivados em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto, ressalvado o disposto no inciso I do art. 30 e nos §§ 1º e 2º do art. 31 desta Lei. § 1º A supressão de que trata o caput deste artigo dependerá de autorização do órgão ambiental estadual competente, com anuência prévia, quando couber, do órgão federal ou municipal de meio ambiente, ressalvado o disposto no § 2º deste artigo. § 2º A supressão de vegetação no estágio médio de regeneração situada em área urbana dependerá de autorização do órgão ambiental municipal competente, desde que o município possua conselho de meio ambiente, com caráter deliberativo e plano diretor, mediante anuência prévia do órgão ambiental estadual competente fundamentada em parecer técnico. § 3º Na proposta de declaração de utilidade pública disposta na alínea b do inciso VII do art. 3º desta Lei, caberá ao proponente indicar de forma detalhada a alta relevância e o interesse nacional.

Page 64: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

64

Art. 35. A conservação, em imóvel rural ou urbano, da vegetação primária ou da vegetação secundária em qualquer estágio de regeneração do Bioma Mata Atlântica cumpre função social e é de interesse público, podendo, a critério do proprietário, as áreas sujeitas à restrição de que trata esta Lei ser computadas para efeito da Reserva Legal e seu excedente utilizado para fins de compensação ambiental ou instituição de cota de que trata a Parágrafo único. Ressalvadas as hipóteses previstas em lei, as áreas de preservação permanente não integrarão a reserva legal. Art. 47. Para os efeitos do inciso I do caput do art. 3º desta Lei, somente serão consideradas as propriedades rurais com área de até 50 (cinquenta) hectares, registradas em cartório até a data de início de vigência desta Lei, ressalvados os casos de fracionamento por transmissão causa mortis.

LEI FEDERAL Nº 7.802, DE 11 DE JULHO DE 1989 Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se: I - agrotóxicos e afins: a) os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos; b) substâncias e produtos, empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento; II - componentes: os princípios ativos, os produtos técnicos, suas matérias-primas, os ingredientes inertes e aditivos usados na fabricação de agrotóxicos e afins. Art. 6º As embalagens dos agrotóxicos e afins deverão atender, entre outros, aos seguintes requisitos:

Page 65: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

65

I - devem ser projetadas e fabricadas de forma a impedir qualquer vazamento, evaporação, perda ou alteração de seu conteúdo e de modo a facilitar as operações de lavagem, classificação, reutilização e reciclagem; (Redação dada pela Lei nº 9.974, de 2000) II - os materiais de que forem feitas devem ser insuscetíveis de ser atacados pelo conteúdo ou de formar com ele combinações nocivas ou perigosas; III - devem ser suficientemente resistentes em todas as suas partes, de forma a não sofrer enfraquecimento e a responder adequadamente às exigências de sua normal conservação; IV - devem ser providas de um lacre que seja irremediavelmente destruído ao ser aberto pela primeira vez. § 2º Os usuários de agrotóxicos, seus componentes e afins deverão efetuar a devolução das embalagens vazias dos produtos aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, de acordo com as instruções previstas nas respectivas bulas, no prazo de até um ano, contado da data de compra, ou prazo superior, se autorizado pelo órgão registrante, podendo a devolução ser intermediada por postos ou centros de recolhimento, desde que autorizados e fiscalizados pelo órgão competente. § 4º As embalagens rígidas que contiverem formulações miscíveis ou dispersíveis em água deverão ser submetidas pelo usuário à operação de tríplice lavagem, ou tecnologia equivalente, conforme normas técnicas oriundas dos órgãos competentes e orientação constante de seus rótulos e bulas. § 5º As empresas produtoras e comercializadoras de agrotóxicos, seus componentes e afins, são responsáveis pela destinação das embalagens vazias dos produtos por elas fabricados e comercializados, após a devolução pelos usuários, e pela dos produtos apreendidos pela ação fiscalizatória e dos impróprios para utilização ou em desuso, com vistas à sua reutilização, reciclagem ou inutilização, obedecidas as normas e instruções dos órgãos registrantes e sanitário-ambientais competentes. (Incluído pela Lei nº 9.974, de 2000) Art. 14. As responsabilidades administrativa, civil e penal pelos danos causados à saúde das pessoas e ao meio ambiente, quando a produção, comercialização, utilização, transporte e destinação de embalagens vazias de agrotóxicos, seus componentes e afins, não cumprirem o disposto na legislação pertinente, cabem: (Redação dada pela Lei nº 9.974, de 2000) a) ao profissional, quando comprovada receita errada, displicente ou indevida; b) ao usuário ou ao prestador de serviços, quando proceder em desacordo com o receituário ou as recomendações do fabricante e órgãos registrantes e sanitário-ambientais; (Redação dada pela Lei nº 9.974, de 2000)

Page 66: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

66

c) ao comerciante, quando efetuar venda sem o respectivo receituário ou em desacordo com a receita ou recomendações do fabricante e órgãos registrantes e sanitário-ambientais; (Redação dada pela Lei nº 9.974, de 2000) d) ao registrante que, por dolo ou por culpa, omitir informações ou fornecer informações incorretas; e) ao produtor, quando produzir mercadorias em desacordo com as especificações constantes do registro do produto, do rótulo, da bula, do folheto e da propaganda, ou não der destinação às embalagens vazias em conformidade com a legislação pertinente; (Redação dada pela Lei nº 9.974, de 2000) f) ao empregador, quando não fornecer e não fizer manutenção dos equipamentos adequados à proteção da saúde dos trabalhadores ou dos equipamentos na produção, distribuição e aplicação dos produtos.

DECRETO FEDERAL Nº. 4.074, DE 4 DE JANEIRO DE 2002 Regulamenta a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Art. 1º Para os efeitos deste Decreto, entende-se por: IV - agrotóxicos e afins - produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como as substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento; Art. 53. Os usuários de agrotóxicos e afins deverão efetuar a devolução das embalagens vazias, e respectivas tampas, aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, observadas as instruções constantes dos rótulos e das bulas, no prazo de até um ano, contado da data de sua compra. § 1º Se, ao término do prazo de que trata o caput, remanescer produto na embalagem, ainda no seu prazo de validade, será facultada a devolução da embalagem em até 6 meses após o término do prazo de validade.

Page 67: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

67

§ 2º É facultada ao usuário a devolução de embalagens vazias a qualquer posto de recebimento ou centro de recolhimento licenciado por órgão ambiental competente e credenciado por estabelecimento comercial. § 3º Os usuários deverão manter à disposição dos órgãos fiscalizadores os comprovantes de devolução de embalagens vazias, fornecidas pelos estabelecimentos comerciais, postos de recebimento ou centros de recolhimento, pelo prazo de, no mínimo, um ano, após a devolução da embalagem. § 4º No caso de embalagens contendo produtos impróprios para utilização ou em desuso, o usuário observará as orientações contidas nas respectivas bulas, cabendo às empresas titulares do registro, produtoras e comercializadoras, promover o recolhimento e a destinação admitidos pelo órgão ambiental competente. § 5º As embalagens rígidas, que contiverem formulações miscíveis ou dispersíveis em água, deverão ser submetidas pelo usuário à operação de tríplice lavagem, ou tecnologia equivalente, conforme orientação constante de seus rótulos, bulas ou folheto complementar. § 6º Os usuários de componentes deverão efetuar a devolução das embalagens vazias aos estabelecimentos onde foram adquiridos e, quando se tratar de produto adquirido diretamente do exterior, incumbir-se de sua destinação adequada.

LEI ESTADUAL RJ Nº. 3.972, DE 24 DE SETEMBRO DE 2002 Dispõe sobre o uso, a produção, o consumo; o comércio, o transporte interno, o armazenamento, o destino final dos resíduos e embalagens, de agrotóxicos e de seus componentes e afins e, bem assim, o controle, inspeção e fiscalização, e dá outras providências. Art. 2º Para fins do disposto nesta Lei, consideram-se: I – agrotóxicos: a) os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento ou beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas nativas ou implantadas, de outros ecossistemas ou de ambientes urbanos, hídricos ou industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação de seres vivos considerados nocivos; b) as substâncias ou produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimulantes ou inibidores do crescimento;

Page 68: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

68

II – componentes: os princípios ativos, os produtos técnicos, suas matérias primas, os ingredientes inertes e os aditivos usados na fabricação de agrotóxicos e afins. Art. 3º Os agrotóxicos, seus componentes e afins só poderão ser produzidos, comercializados ou utilizados se previamente cadastrados no órgão competente do Estado, encarregado do controle, inspeção e fiscalização do uso, consumo, comércio, armazenamento e transporte interno, observado o disposto nesta Lei e nas demais normas atinentes à matéria.

LEI FEDERAL Nº. 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998 Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa. § 1º Incorre nas mesmas penas: I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida; II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural; III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente. § 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. § 3º São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras. § 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado:

Page 69: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

69

I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração; II - em período proibido à caça; III - durante a noite; IV - com abuso de licença; V - em unidade de conservação; VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em massa. § 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de caça profissional. § 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca. Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da autoridade ambiental competente: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida por autoridade competente: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal. Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:

Page 70: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

70

I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aqüicultura de domínio público; II - quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas, sem licença, permissão ou autorização da autoridade competente; III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou corais, devidamente demarcados em carta náutica. Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente: Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos; II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos; III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas. Art. 35. Pescar mediante a utilização de: I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante; II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente: Pena - reclusão de um ano a cinco anos. Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes nas listas oficiais da fauna e da flora. Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado: I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família; II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente; III – (VETADO)

Page 71: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

71

IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente. Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em estágio avançado ou médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006). Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006). Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006). Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão da autoridade competente: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre. (Redação dada pela Lei nº 9.985, de 18.7.2000) § 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada circunstância agravante para a fixação da pena. (Redação dada pela Lei nº 9.985, de 18.7.2000)

Page 72: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

72

§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. Art. 40-A. (VETADO) (Artigo inluído pela Lei nº 9.985, de 18.7.2000) § 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Sustentável as Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse Ecológico, as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna, as Reservas de Desenvolvimento Sustentável e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural. (Parágrafo inluído pela Lei nº 9.985, de 18.7.2000) § 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de Conservação de Uso Sustentável será considerada circunstância agravante para a fixação da pena. (Parágrafo inluído pela Lei nº 9.985, de 18.7.2000) § 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. (Parágrafo inluído pela Lei nº 9.985, de 18.7.2000) Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta: Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa. Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa. Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano: Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do Poder Público, para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica ou não, em desacordo com as determinações legais: Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa.

Page 73: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

73

Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente. Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa. Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) § 1º Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência imediata pessoal do agente ou de sua família. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) § 2º Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a pena será aumentada de 1 (um) ano por milhar de hectare. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)

Page 74: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

74

Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais formas de vegetação, sem licença ou registro da autoridade competente: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um sexto a um terço se: I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a modificação do regime climático; II - o crime é cometido: a) no período de queda das sementes; b) no período de formação de vegetações; c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça ocorra somente no local da infração; d) em época de seca ou inundação; e) durante a noite, em domingo ou feriado. Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente. § 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo os funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha. § 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir representação às autoridades relacionadas no parágrafo anterior, para efeito do exercício do seu poder de polícia.

Page 75: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

75

§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante processo administrativo próprio, sob pena de co-responsabilidade. § 4º As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo próprio, assegurado o direito de ampla defesa e o contraditório, observadas as disposições desta Lei. Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o disposto no art. 6º: I - advertência; II - multa simples; III - multa diária; IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração; V - destruição ou inutilização do produto; VI - suspensão de venda e fabricação do produto; VII - embargo de obra ou atividade; VIII - demolição de obra; IX - suspensão parcial ou total de atividades; X – (VETADO) XI - restritiva de direitos. § 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas. § 2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta Lei e da legislação em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo das demais sanções previstas neste artigo. § 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo: I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha; II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha. § 4º A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.

Page 76: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

76

§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração se prolongar no tempo. § 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V do caput obedecerão ao disposto no art. 25 desta Lei. § 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão aplicadas quando o produto, a obra, a atividade ou o estabelecimento não estiverem obedecendo às prescrições legais ou regulamentares. § 8º As sanções restritivas de direito são: I - suspensão de registro, licença ou autorização; II - cancelamento de registro, licença ou autorização; III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até três anos. Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma ou outra medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado. Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no regulamento desta Lei e corrigido periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinqüenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais). Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a multa federal na mesma hipótese de incidência.

DECRETO FEDERAL Nº. 6.514, DE 22 DE JULHO DE 2008 Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações, e dá outras providências. Art. 24. Matar, perseguir, caçar, apanhar, coletar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: Multa de: I - R$ 500,00 (quinhentos reais) por indivíduo de espécie não constante de listas oficiais de risco ou ameaça de extinção;

Page 77: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

77

II - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por indivíduo de espécie constante de listas oficiais de fauna brasileira ameaçada de extinção, inclusive da Convenção de Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção - CITES. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). § 1º As multas serão aplicadas em dobro se a infração for praticada com finalidade de obter vantagem pecuniária. § 2º Na impossibilidade de aplicação do critério de unidade por espécime para a fixação da multa, aplicar-se-á o valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) por quilograma ou fração. § 3º Incorre nas mesmas multas: I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida; II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural; ou III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade ambiental competente ou em desacordo com a obtida. § 4º No caso de guarda doméstica de espécime silvestre não considerada ameaçada de extinção, pode a autoridade competente, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a multa, em analogia ao disposto no § 2o do art. 29 da Lei no 9.605, de 1998. § 5º No caso de guarda de espécime silvestre, deve a autoridade competente deixar de aplicar as sanções previstas neste Decreto, quando o agente espontaneamente entregar os animais ao órgão ambiental competente. § 6º Caso a quantidade ou espécie constatada no ato fiscalizatório esteja em desacordo com o autorizado pela autoridade ambiental competente, o agente autuante promoverá a autuação considerando a totalidade do objeto da fiscalização. § 7º São espécimes da fauna silvestre, para os efeitos deste Decreto, todos os organismos incluídos no reino animal, pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras não exóticas, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo original de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro ou em águas jurisdicionais brasileiras. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).

Page 78: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

78

§ 8º A coleta de material destinado a fins científicos somente é considerada infração, nos termos deste artigo, quando se caracterizar, pelo seu resultado, como danosa ao meio ambiente. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008). § 9º A autoridade julgadora poderá, considerando a natureza dos animais, em razão de seu pequeno porte, aplicar multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais) quando a contagem individual for de difícil execução ou quando, nesta situação, ocorrendo a contagem individual, a multa final restar desproporcional em relação à gravidade da infração e a capacidade econômica do infrator. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008). Art. 25. Introduzir espécime animal silvestre, nativo ou exótico, no País ou fora de sua área de distribuição natural, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida pela autoridade ambiental competente, quando exigível: (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais), com acréscimo por exemplar excedente de: I - R$ 200,00 (duzentos reais), por indivíduo de espécie não constante em listas oficiais de espécies em risco ou ameaçadas de extinção; II - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por indivíduo de espécie constante de listas oficiais de fauna brasileira ameaçada de extinção, inclusive da CITES. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). § 1º Entende-se por introdução de espécime animal no País, além do ato de ingresso nas fronteiras nacionais, a guarda e manutenção continuada a qualquer tempo. § 2º Incorre nas mesmas penas quem reintroduz na natureza espécime da fauna silvestre sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida pela autoridade ambiental competente, quando exigível. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). Art. 26. Exportar peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem autorização da autoridade competente: Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais), com acréscimo de: I - R$ 200,00 (duzentos reais), por unidade não constante em listas oficiais de espécies em risco ou ameaçadas de extinção; ou II - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por unidade constante de listas oficiais de fauna brasileira ameaçada de extinção, inclusive da CITES. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).

Page 79: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

79

Parágrafo único. Caso a quantidade ou espécie constatada no ato fiscalizatório esteja em desacordo com o autorizado pela autoridade ambiental competente, o agente autuante promoverá a autuação considerando a totalidade do objeto da fiscalização. Art. 27. Praticar caça profissional no País: Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), com acréscimo de: I - R$ 500,00 (quinhentos reais), por indivíduo capturado; ou (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). II - R$ 10.000,00 (dez mil reais), por indivíduo de espécie constante de listas oficiais de fauna brasileira ameaçada de extinção, inclusive da CITES. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). Art. 28. Comercializar produtos, instrumentos e objetos que impliquem a caça, perseguição, destruição ou apanha de espécimes da fauna silvestre: Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), com acréscimo de R$ 200,00 (duzentos reais), por unidade excedente. Art. 29. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais) por indivíduo. Art. 34. Causar degradação em viveiros, açudes ou estação de aqüicultura de domínio público: Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). Art. 35. Pescar em período ou local no qual a pesca seja proibida: Multa de R$ 700,00 (setecentos reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais), com acréscimo de R$ 20,00 (vinte reais), por quilo ou fração do produto da pescaria, ou por espécime quando se tratar de produto de pesca para uso ornamental. Parágrafo único. Incorre nas mesmas multas quem: I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos; II - pesca quantidades superiores às permitidas ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos;

Page 80: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

80

III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da coleta, apanha e pesca proibida; IV - transporta, conserva, beneficia, descaracteriza, industrializa ou comercializa pescados ou produtos originados da pesca, sem comprovante de origem ou autorização do órgão competente; V - captura, extrai, coleta, transporta, comercializa ou exporta espécimes de espécies ornamentais oriundos da pesca, sem autorização do órgão competente ou em desacordo com a obtida; e VI - deixa de apresentar declaração de estoque. Art. 36. Pescar mediante a utilização de explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeitos semelhantes, ou substâncias tóxicas, ou ainda, por outro meio proibido pela autoridade competente: Multa de R$ 700,00 (setecentos reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais), com acréscimo de R$ 20,00 (vinte reais), por quilo ou fração do produto da pescaria. Art. 37. Exercer a pesca sem prévio cadastro, inscrição, autorização, licença, permissão ou registro do órgão competente, ou em desacordo com o obtido: Multa de R$ 300,00 (trezentos reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais), com acréscimo de R$ 20,00 (vinte reais) por quilo ou fração do produto da pesca, ou por espécime quando se tratar de produto de pesca para ornamentação. Parágrafo único. Caso a quantidade ou espécie constatada no ato fiscalizatório esteja em desacordo com o autorizado pela autoridade ambiental competente, o agente autuante promoverá a autuação considerando a totalidade do objeto da fiscalização. Art. 40. A comercialização do produto da pesca de que trata esta Subseção agravará a penalidade da respectiva infração quando esta incidir sobre espécies sobreexplotadas ou ameaçadas de sobreexplotação, conforme regulamento do órgão ambiental competente, com o acréscimo de: I - R$ 40,00 (quarenta reais) por quilo ou fração do produto da pesca de espécie constante das listas oficiais brasileiras de espécies ameaçadas de sobreexplotação; ou II - R$ 60,00 (sessenta reais) por quilo ou fração do produto da pesca de espécie constante das listas oficiais brasileiras de espécies sobreexplotadas. Art. 41. Deixar, os comandantes de embarcações destinadas à pesca, de preencher e entregar, ao fim de cada viagem ou semanalmente, os mapas fornecidos pelo órgão competente: Multa: R$ 1.000,00 (mil reais).

Page 81: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

81

Art. 42. Para os efeitos deste Decreto, considera-se pesca todo ato tendente a extrair, retirar, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos aquáticos e vegetais hidróbios suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes nas listas oficiais da fauna e da flora. Parágrafo único. Entende-se por ato tendente à pesca aquele em que o infrator esteja munido, equipado ou armado com petrechos de pesca, na área de pesca ou dirigindo-se a ela. Art. 43. Destruir ou danificar florestas ou demais formas de vegetação natural ou utilizá-las com infringência das normas de proteção em área considerada de preservação permanente, sem autorização do órgão competente, quando exigível, ou em desacordo com a obtida: (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), por hectare ou fração. Art. 44. Cortar árvores em área considerada de preservação permanente ou cuja espécie seja especialmente protegida, sem permissão da autoridade competente: Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) por hectare ou fração, ou R$ 500,00 (quinhentos reais) por árvore, metro cúbico ou fração. Art. 45. Extrair de florestas de domínio público ou áreas de preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais: Multa simples de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) por hectare ou fração. Art. 46. Transformar madeira oriunda de floresta ou demais formas de vegetação nativa em carvão, para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica ou não, sem licença ou em desacordo com as determinações legais: Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais), por metro cúbico de carvão-mdc. Art. 47. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira serrada ou em tora, lenha, carvão ou outros produtos de origem vegetal, sem

Page 82: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

82

exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento: Multa de R$ 300,00 (trezentos reais) por unidade, estéreo, quilo, mdc ou metro cúbico aferido pelo método geométrico. § 1º Incorre nas mesmas multas quem vende, expõe à venda, tem em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão ou outros produtos de origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente ou em desacordo com a obtida. § 2º Considera-se licença válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento aquela cuja autenticidade seja confirmada pelos sistemas de controle eletrônico oficiais, inclusive no que diz respeito à quantidade e espécie autorizada para transporte e armazenamento. § 3º Nas infrações de transporte, caso a quantidade ou espécie constatada no ato fiscalizatório esteja em desacordo com o autorizado pela autoridade ambiental competente, o agente autuante promoverá a autuação considerando a totalidade do objeto da fiscalização. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). § 4º Para as demais infrações previstas neste artigo, o agente autuante promoverá a autuação considerando o volume integral de madeira, lenha, carvão ou outros produtos de origem vegetal que não guarde correspondência com aquele autorizado pela autoridade ambiental competente, em razão da quantidade ou espécie. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008). Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas ou demais formas de vegetação nativa em unidades de conservação ou outras áreas especialmente protegidas, quando couber, área de preservação permanente, reserva legal ou demais locais cuja regeneração tenha sido indicada pela autoridade ambiental competente: (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por hectare ou fração. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica para o uso permitido das áreas de preservação permanente. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008).

Page 83: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

83

Art. 49. Destruir ou danificar florestas ou qualquer tipo de vegetação nativa, objeto de especial preservação, não passíveis de autorização para exploração ou supressão: (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). Multa de R$ 6.000,00 (seis mil reis) por hectare ou fração. Parágrafo único. A multa será acrescida de R$ 1.000,00 (mil reais) por hectare ou fração quando a situação prevista no caput se der em detrimento de vegetação primária ou secundária no estágio avançado ou médio de regeneração do bioma Mata Atlântica. Art. 50. Destruir ou danificar florestas ou qualquer tipo de vegetação nativa ou de espécies nativas plantadas, objeto de especial preservação, sem autorização ou licença da autoridade ambiental competente: Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por hectare ou fração. § 1º A multa será acrescida de R$ 500,00 (quinhentos reais) por hectare ou fração quando a situação prevista no caput se der em detrimento de vegetação secundária no estágio inicial de regeneração do bioma Mata Atlântica. § 2º Para os fins dispostos no art. 49 e no caput deste artigo, são consideradas de especial preservação as florestas e demais formas de vegetação nativa que tenham regime jurídico próprio e especial de conservação ou preservação definido pela legislação. Art. 51. Destruir, desmatar, danificar ou explorar floresta ou qualquer tipo de vegetação nativa ou de espécies nativas plantadas, em área de reserva legal ou servidão florestal, de domínio público ou privado, sem autorização prévia do órgão ambiental competente ou em desacordo com a concedida: (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por hectare ou fração. Art. 51-A. Executar manejo florestal sem autorização prévia do órgão ambiental competente, sem observar os requisitos técnicos estabelecidos em PMFS ou em desacordo com a autorização concedida: (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008). Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) por hectare ou fração. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008). Art. 52. Desmatar, a corte raso, florestas ou demais formações nativas, fora da reserva legal, sem autorização da autoridade competente:

Page 84: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

84

Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) por hectare ou fração. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). Art. 53. Explorar ou danificar floresta ou qualquer tipo de vegetação nativa ou de espécies nativas plantadas, localizada fora de área de reserva legal averbada, de domínio público ou privado, sem aprovação prévia do órgão ambiental competente ou em desacordo com a concedida: Multa de R$ 300,00 (trezentos reais), por hectare ou fração, ou por unidade, estéreo, quilo, mdc ou metro cúbico. Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem deixa de cumprir a reposição florestal obrigatória. Art. 54. Adquirir, intermediar, transportar ou comercializar produto ou subproduto de origem animal ou vegetal produzido sobre área objeto de embargo: Multa de R$ R$ 500,00 (quinhentos reais) por quilograma ou unidade. Parágrafo único. A aplicação do disposto neste artigo dependerá de prévia divulgação dos dados do imóvel rural, da área ou local embargado e do respectivo titular de que trata o § 1º do art. 18 e estará limitada à área onde efetivamente ocorreu o ilícito. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). Art. 55. Deixar de averbar a reserva legal: (Vide Decreto nº 7.029, de 2009) Penalidade de advertência e multa diária de R$ 50,00 (cinqüenta reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por hectare ou fração da área de reserva legal. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). § 1º O autuado será advertido para que, no prazo de cento e oitenta dias, apresente termo de compromisso de regularização da reserva legal na forma das alternativas previstas na Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965. (Redação dada pelo Decreto nº 7.029, de 2009) § 2º Durante o período previsto no § 1º, a multa diária será suspensa. (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). § 3º Caso o autuado não apresente o termo de compromisso previsto no § 1º nos cento e vinte dias assinalados, deverá a autoridade ambiental cobrar a multa diária desde o dia da lavratura do auto de infração, na forma estipulada neste Decreto. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008).

Page 85: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

85

§ 4º As sanções previstas neste artigo não serão aplicadas quando o prazo previsto não for cumprido por culpa imputável exclusivamente ao órgão ambiental. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008). § 5º O proprietário ou possuidor terá prazo de cento e vinte dias para averbar a localização, compensação ou desoneração da reserva legal, contados da emissão dos documentos por parte do órgão ambiental competente ou instituição habilitada. (Incluído pelo Decreto nº 7.029, de 2009) § 6º No prazo a que se refere o § 5º, as sanções previstas neste artigo não serão aplicadas.(Incluído pelo Decreto nº 7.029, de 2009) Art. 56. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia: Multa de R$ 100,00 (cem reais) a R$1.000,00 (mil reais) por unidade ou metro quadrado. Art. 57. Comercializar, portar ou utilizar em floresta ou demais formas de vegetação, motosserra sem licença ou registro da autoridade ambiental competente: Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), por unidade. Art. 58. Fazer uso de fogo em áreas agropastoris sem autorização do órgão competente ou em desacordo com a obtida: Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), por hectare ou fração. Art. 59. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano: Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais), por unidade. Art. 60. As sanções administrativas previstas nesta Subseção serão aumentadas pela metade quando: I - ressalvados os casos previstos nos arts. 46 e 58, a infração for consumada mediante uso de fogo ou provocação de incêndio; e II - a vegetação destruída, danificada, utilizada ou explorada contiver espécies ameaçadas de extinção, constantes de lista oficial.

Page 86: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

86

Art. 60-A. Nas hipóteses previstas nos arts. 50, 51, 52 e 53, em se tratando de espécies nativas plantadas, a autorização de corte poderá ser substituída pelo protocolo do pedido junto ao órgão ambiental competente, caso em que este será instado pelo agente de fiscalização a fazer as necessárias verificações quanto à real origem do material. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008). Art. 67. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à fauna, à flora ou aos ecossistemas: (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais). Art. 84. Introduzir em unidade de conservação espécies alóctones: Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais). § 1º Excetuam-se do disposto neste artigo as áreas de proteção ambiental, as florestas nacionais, as reservas extrativistas e as reservas de desenvolvimento sustentável, bem como os animais e plantas necessários à administração e às atividades das demais categorias de unidades de conservação, de acordo com o que se dispuser em regulamento e no plano de manejo da unidade. § 2º Nas áreas particulares localizadas em refúgios de vida silvestre, monumentos naturais e reservas particulares do patrimônio natural podem ser criados animais domésticos e cultivadas plantas considerados compatíveis com as finalidades da unidade, de acordo com o que dispuser o seu plano de manejo. Art. 85. Violar as limitações administrativas provisórias impostas às atividades efetiva ou potencialmente causadoras de degradação ambiental nas áreas delimitadas para realização de estudos com vistas à criação de unidade de conservação: Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Parágrafo único. Incorre nas mesmas multas quem explora a corte raso a floresta ou outras formas de vegetação nativa nas áreas definidas no caput. Art. 87. Explorar comercialmente produtos ou subprodutos não madeireiros, ou ainda serviços obtidos ou desenvolvidos a partir de recursos naturais, biológicos, cênicos ou culturais em unidade de conservação sem autorização ou permissão

Page 87: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

87

do órgão gestor da unidade ou em desacordo com a obtida, quando esta for exigível: (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais). Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo as áreas de proteção ambiental e reservas particulares do patrimônio natural. Art. 88. Explorar ou fazer uso comercial de imagem de unidade de conservação sem autorização do órgão gestor da unidade ou em desacordo com a recebida: Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo as áreas de proteção ambiental e reservas particulares do patrimônio natural. Art. 91. Causar dano à unidade de conservação: (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). Multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais). Art. 92. Penetrar em unidade de conservação conduzindo substâncias ou instrumentos próprios para caça, pesca ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais e minerais, sem licença da autoridade competente, quando esta for exigível: Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais). Parágrafo único. Incorre nas mesmas multas quem penetrar em unidade de conservação cuja visitação pública ou permanência sejam vedadas pelas normas aplicáveis ou ocorram em desacordo com a licença da autoridade competente. Art. 93. As infrações previstas neste Decreto, exceto as dispostas nesta Subseção, quando forem cometidas ou afetarem unidade de conservação ou sua zona de amortecimento, terão os valores de suas respectivas multas aplicadas em dobro, ressalvados os casos em que a determinação de aumento do valor da multa seja superior a este. Art. 103. Os animais domésticos e exóticos serão apreendidos quando: I - forem encontrados no interior de unidade de conservação de proteção integral; ou

Page 88: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

88

II - forem encontrados em área de preservação permanente ou quando impedirem a regeneração natural de vegetação em área cujo corte não tenha sido autorizado, desde que, em todos os casos, tenha havido prévio embargo. § 1º Na hipótese prevista no inciso II, os proprietários deverão ser previamente notificados para que promovam a remoção dos animais do local no prazo assinalado pela autoridade competente. § 2º Não será adotado o procedimento previsto no § 1º quando não for possível identificar o proprietário dos animais apreendidos, seu preposto ou representante. § 3º O disposto no caput não será aplicado quando a atividade tenha sido caracterizada como de baixo impacto e previamente autorizada, quando couber, nos termos da legislação em vigor. (Incluído pelo Decreto nº 6.686, de 2008). Art. 152. O disposto no art. 55 entrará em vigor em 11 de junho de 2011. (Redação dada pelo Decreto nº 7.029, de 2009) Art. 152-A. Os embargos impostos em decorrência da ocupação irregular de áreas de reserva legal não averbadas e cuja vegetação nativa tenha sido suprimida até 21 de dezembro de 2007, serão suspensos até 11 de dezembro de 2009, mediante o protocolo pelo interessado de pedido de regularização da reserva legal junto ao órgão ambiental competente. (Redação dada pelo Decreto nº 6.695, de 2008) Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica a desmatamentos irregulares ocorridos no Bioma Amazônia. (Incluído pelo Decreto nº 6.695, de 2008)

LEI FEDERAL Nº. 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 Institui o Código Civil.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) § 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

Page 89: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

89

§ 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) § 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. Art. 46. O registro declarará: I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: I - a denominação, os fins e a sede da associação; II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; III - os direitos e deveres dos associados; IV - as fontes de recursos para sua manutenção; V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. (Incluído pela Lei nº 11.127, de 2005)

Page 90: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

90

Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais. Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário. Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto. Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) Parágrafo único.(Revogado pela Lei nº 11.127, de 2005) Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto. Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral: (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) I – destituir os administradores; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) II – alterar o estatuto. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembléia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. § 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação. § 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo,

Page 91: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

91

o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. Art. 2.031. As associações, sociedades e fundações, constituídas na forma das leis anteriores, bem como os empresários, deverão se adaptar às disposições deste Código até 11 de janeiro de 2007. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às organizações religiosas nem aos partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

Page 92: CARTILHA INFORMATIVA DO PROJETO RIO RURAL/GEF · CARTILHA INFORMATIVA DO PROGRAMA RIO RURAL/GEF Abreviaturas utilizadas: APP: ... não esgota os recursos para o futuro. O desenvolvimento

92