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Abertura O objetivo dessa cartilha é ajudar a promover entre a mi- litância do PPL, em todos os organismos partidários, entre simpatizantes do partido, as entidades de massas de mu- lheres e comunitárias, os sindicatos, centrais sindicais, os políticos em geral e a sociedade civil a discussão sobre a principal questão que o país, o governo, precisa resolver em relação às creches, à licença maternidade e ao cumprimento da lei do salário igual para trabalho igual, questões decisivas para todas as mulheres trabalhadoras brasileiras poderem exercer seu direito ao trabalho sem perder sua condição fe- minina fundamental, a maternidade. Exatamente por que o Estado brasileiro não protege e nem valoriza a maternidade, questões vitais como essa, ficam rele- gadas a segundo plano. Os sucessivos governos têm tratado de questões decorrentes da pouca valorização da mulher na sociedade, como a violência contra a mulher, em geral de forma superficial e pouco efetiva, na maioria das vezes como forma de fazer propaganda de que se faz alguma coisa para as mu- lheres. Mas propaganda da luta contra a violência, marketing, não altera positivamente os índices, pois não muda a realida- de, as causas desses problemas não têm sido enfrentadas. É preciso ir à raiz do problema, atacar suas causas para reduzir ou eliminar suas consequências nefastas que mantêm o Brasil como um dos países que mais discrimina a mulher e que des- cumpre a legislação que garante seus direitos. Proteger e valorizar a maternidade Nos últimos tempos tem ficado fora do debate nacional a im- portância do Estado brasileiro promover políticas públicas para as mulheres e a necessidade de se proteger e valorizar a ma- ternidade em nosso país. Desconsidera-se assim, a importância da maternidade na vida das mulheres, na vida de mães e pais, na vida das famílias brasileiras. Desconsidera-se assim, portanto, a importância das futuras gerações e de sua formação como responsáveis pelo

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AberturaO objetivo dessa cartilha é ajudar a promover entre a mi-

litância do PPL, em todos os organismos partidários, entre simpatizantes do partido, as entidades de massas de mu-lheres e comunitárias, os sindicatos, centrais sindicais, os políticos em geral e a sociedade civil a discussão sobre a principal questão que o país, o governo, precisa resolver em relação às creches, à licença maternidade e ao cumprimento da lei do salário igual para trabalho igual, questões decisivas para todas as mulheres trabalhadoras brasileiras poderem exercer seu direito ao trabalho sem perder sua condição fe-minina fundamental, a maternidade.

Exatamente por que o Estado brasileiro não protege e nem valoriza a maternidade, questões vitais como essa, ficam rele-gadas a segundo plano. Os sucessivos governos têm tratado de questões decorrentes da pouca valorização da mulher na sociedade, como a violência contra a mulher, em geral de forma superficial e pouco efetiva, na maioria das vezes como forma de fazer propaganda de que se faz alguma coisa para as mu-lheres. Mas propaganda da luta contra a violência, marketing, não altera positivamente os índices, pois não muda a realida-de, as causas desses problemas não têm sido enfrentadas. É preciso ir à raiz do problema, atacar suas causas para reduzir ou eliminar suas consequências nefastas que mantêm o Brasil como um dos países que mais discrimina a mulher e que des-cumpre a legislação que garante seus direitos.

Proteger e valorizar a maternidadeNos últimos tempos tem ficado fora do debate nacional a im-

portância do Estado brasileiro promover políticas públicas para as mulheres e a necessidade de se proteger e valorizar a ma-ternidade em nosso país.

Desconsidera-se assim, a importância da maternidade na vida das mulheres, na vida de mães e pais, na vida das famílias brasileiras. Desconsidera-se assim, portanto, a importância das futuras gerações e de sua formação como responsáveis pelo

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futuro da nação. Hoje em dia, por mais incrível que pareça, falar de maternidade é uma coisa fora de moda.

Psicólogos “famosos” escrevem livros, a imprensa monopo-lista publica artigos, um após o outro, mostrando que a ma-ternidade não deve “ser romantizada” e falando “que ser mãe não é uma coisa tão prazerosa assim”, que é uma “experiên-cia individual”, que a maternidade é um “problema pessoal” de cada mãe. Tais concepções reproduzem e justificam a ideia machista de que criar filho é problema da mulher. Mas usam e abusam da imagem do corpo da mulher para banalizar a mulher como objeto sexual, denegrir a imagem da mulher e discriminar a mulher na sociedade.

O objetivo da proliferação nas mídias dessas ideias moderni-nhas de crítica à maternidade não é o de valorizar a maternida-de, ao contrário, é justificar o pensamento dominante nas elites de que a maternidade é um problema da mulher, que ninguém tem nada com isso, e assim eximir o Estado de se responsa-bilizar por uma questão que é ou deveria ser social, coletiva. Assim fortalecendo a ideia de que a maternidade - e a criação dos filhos, não precisa de apoio do Estado que não deve gastar dinheiro público com isso, “pois esse é um problema pessoal da mulher”, se a maternidade é problema individual da mulher, que ela resolva como fazer para ser mãe, afinal os recursos públicos não devem ser usados para resolver problemas indi-viduais... São teorias erradas e egoístas que consideram que maternidade atrapalha a mulher, que o fato da mulher ser mãe é quase um delito passível de punição cuja condenação é a mulher ficar restrita às quatro paredes do lar, a não ter um em-prego, a renunciar a uma carreira profissional ou política, a se submeter à total dependência econômica de um marido. Essas teses esdrúxulas ao desqualificar o que mais caracteriza a mu-lher, a maternidade, a capacidade que só ela tem de gerar e dar à luz os filhos, desqualificam socialmente a mulher, a enfraque-cem e discriminam, denigrem seu papel social e a desrespei-tam como ser humano diferente do homem.

A diferença nesse caso é usada para discriminar. São teorias

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individualistas e reacionárias que anulam a mulher, que a induz a negar a própria identidade e dificultam sua participação na sociedade. E que também em nada valorizam a paternidade desestimulando a que o pai tenha um papel ativo na educação dos filhos e que junto com a mãe e em harmonia, construam um sadio ambiente familiar e promovam uma vida feliz para a criação dos filhos.

Cultiva-se a ideia de que a maternidade é um problema para as mulheres e por isso nega-se a importância dela procurando-se convencer às próprias mulheres de que é melhor evitá-la. Alguns setores minoritários do movimento de mulheres che-gam ao absurdo de considerar que a maternidade não só é um problema para as mulheres como defendem que ela deve ser evitada! Chegam a considerar o aborto- uma violência contra o corpo e a saúde física e mental da mulher- como um método contraceptivo, embora não digam isso abertamente.

A maternidade não pode ser considerada como um problema que impede a mulher de ser independente, de se emancipar. Não podemos admitir que para a mulher ser respeitada, ser indepen-dente, ser trabalhadora e participar da política ela tenha que abrir mão de ser mãe. A grande maioria das trabalhadoras são mães à custa de um imenso sacrifício que não pode ficar invisível na sociedade. Tais sacrifícios devem ser reduzidos e não usados para desencorajá-la a exercer seu direito de ser mãe.

Sem que o Estado assuma seu papel em relação ao apoio à família e à maternidade não se reduz a carga de trabalho que recai sobre as mulheres, e as variadas formas de discrimina-ção que se comete contra elas decorrentes disso. E que torna mais difícil que ela participe do mercado de trabalho, e através de seu emprego, de seus esforços e capacidades, conquistem sua independência econômica e condição de criar seus filhos sem ter que depender de um casamento indesejado. A mulher deve poder ocupar seu espaço na produção, ter seu emprego e ganhar seu salário sem ter que abrir mão do que mais a ca-racteriza como mulher, da principal característica da condição feminina, a maternidade. Ou será justo ter que optar entre ter

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uma carreira profissional e ser mãe?É preciso que se tenha no Brasil políticas públicas de prote-

ção e valorização da maternidade. A primeira delas é quanto às creches e à Educação Infantil. As creches são direitos das crianças, mas também das mães, das famílias! As mães preci-sam das creches para poder trabalhar fora de casa. É preciso uma política voltada para zerar o déficit de creches em nosso país! O Estado brasileiro precisa gastar os recursos do orça-mento com educação, saúde, habitação, saneamento básico, transporte, segurança, questões que atendem a todos, mas, sobretudo, facilitam muito a vida das mulheres, mas além disso, tem que garantir os recursos para as creches como determina a Constituição. Creches que não sejam depósitos de crianças, ou vagas compradas na rede privada ou terceirizadas de duvi-dosa qualidade, creches que sejam capazes de atender bem as crianças durante todo o dia, em horário integral e não apenas durante meio período até as 4 da tarde, creches que eduquem e formem as crianças permitindo que as de zero a seis anos se desenvolvam em sentido integral.

Creches que também podem ser muito úteis para facilitar a vida das mães mais jovens que ainda estudam e muitas vezes trabalham e estudam.

A segunda questão fundamental é quanto à licença materni-dade que para a maioria das trabalhadoras, as que trabalham em empresas privadas, é de apenas 4 meses, e para os pais, de apenas 5 dias. Uma parte menor das trabalhadoras, as ser-vidoras públicas federais, têm o direito a uma licença materni-dade de 6 meses, e 20 dias para os pais.

Há uma lei federal de 2008 que instituiu o programa “Em-presa Cidadã” que faculta às empresas privadas que ade-rirem voluntariamente ao programa a conceder licença de 6 meses para suas funcionárias deduzindo todos os seus gastos dos impostos federais que a empresa teria que pa-gar. Então, por esse programa, não é a empresa que paga a licença maternidade, mas o governo. Entretanto a empresa não é obrigada a aderir ao programa e não é obrigada a conceder a

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licença as suas funcionárias. O resultado concreto é que ape-nas 10% das empresas brasileiras aderiram a esse programa e sequer temos as estatísticas de quantos trabalhadores re-presentam esses 10% de adesão. Essa questão não está bem resolvida e precisamos aprofundar a discussão sobre ela que é muito importante para a que a mulher possa trabalhar sem abrir mão do direito de ser mãe.

O fato é que a lei brasileira garante para a maioria das mães apenas 4 meses de licença maternidade, o que é muito pou-co, e mesmo os 6 meses de licença maternidade concedido às servidoras públicas não garante 6 meses de amamenta-ção para a criança, que é o mínimo considerado necessário pela OMS e recomendado pelo Ministério da Saúde, pois se a mulher entra em licença no último mês de gestação, 30 dias antes do parto como faculta a lei, sobram apenas cinco meses – e não seis - para amamentar o bebê.

Somos mulheres, somos mães e trabalhadoras! Vamos cui-dar dos nossos filhos e construir o futuro das jovens gerações que cuidarão do país no futuro!

Vamos apoiar e proteger a maternidade!A creche, a educação infantil para crianças de zero a seis

anos é obrigação do estado determinada pela Constituição brasi-leira que não é cumprida! Vamos exigir o cumprimento dessa lei!

É preciso ampliar o tempo da licença maternidade!Que as candidaturas do PPL nessas eleições municipais

mantenham erguidas essas bandeiras!Vamos à luta e à vitória! Viva as mães brasileiras!

Rosanita CamposVice-Presidente do Partido Pátria Livre

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Creches e licença maternidade: direito da criança, da mulher, da família

e dever do EstadoNo Brasil as primeiras conquistas relacionadas ao trabalho

e à maternidade aconteceram quando da revolução de 1930 com o Presidente Getúlio Vargas. Em 1932 Getúlio instituiu a jornada de Trabalho de oito horas e regulamentou o trabalho da mulher. Estabeleceu-se o princípio do trabalho igual para salário igual e de uma licença maternidade de dois meses. A lei de férias foi regulamentada em 1933 e também nesse ano começou-se a organizar a previdência social com a criação dos institutos de aposentadorias e pensões os IAPs. Em 1940 Ge-túlio instituiu o salário mínimo e em 10 de novembro de 1943 entrou em vigor a CLT – Consolidação das Leis do Trabalho maior conquista de direitos dos trabalhadores no país.

Todas essas conquis-tas foram mantidas pela Constituição de 1988 que ampliou para 120 dias o período de licença mater-nidade e garantiu 5 dias de licença para os pais. Foi um pequeno avanço, mas muito importante.

Tais conquistas fica-ram em perigo a partir de 1995, durante o governo de Fernando Henrique, que aplicando uma políti-ca neoliberal de favoreci-mento aos bancos promoveu uma revisão da Constituição de 1988 modificando leis que favoreciam os trabalhadores. FHC tentou acabar com as aposentadorias, mas a resistência dos sindicatos das mulheres e dos trabalhadores em geral não permitiu, mas ele conseguiu criar o fator previdenciario que reduziu as aposentadorias, achatar o salário mínimo, colo-car os juros na lua favorecendo aos rentistas e banqueiros e

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fazer com que as condições de vida da maioria da população piorassem muito. E não aumentou em nada o numero de creches no país.

Atualmente as aposentadorias, a CLT e os direitos dos tra-balhadores continuam ameaçados. As promessas de zerar o déficit de creches não foram cumpridas, a tênue valorização dos salário mínio foi interrompida e o desemprego começou a rondar os lares brasileiros.

CrechesO maior apoio à

participação da mu-lher no mercado de trabalho, na produ-ção, é também uma das mais antigas reivindicações do movimento femini-no e das mulheres trabalhadoras: a creche em horário integral com profis-sionais preparados para darem assis-tência, prestarem os cuidados e promoverem a educação infantil de alta qualida-de como merecem as futuras gerações que deverão ser prepa-radas como cidadãos plenos capazes de se ocuparem e dirigi-rem bem o país.

Nossa lei de creche não é cumprida e a licença maternida-de para uma parcela da população é de apenas 120 dias, o que não garante amamentação nem até aos seis meses. Se a mulher entrar em licença no último mês da gravidez ela terá apenas 3 meses na maioria dos casos, ou 5 meses para cuidar integralmente do seu bebê. E depois do terceiro ou sexto mês de vida da criança, com quem deixar o filho para voltar ao tra-balho?

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Licença maternidadeA licença maternai-

dade em alguns paí-ses do mundo como Montenegro, Bósnia, Inglaterra, Albânia, Noruega e Japão é de um ano para as mães. A Croácia oferece uma licença ainda maior, de 410 dias, mais de um ano. Na Finlândia a licença é em tres fa-ses, a primeira de 105 dias úteis, a segunda de 158 dias, em ambas as fases a mulher recebe 70% do salário e na terceira fase dura o tempo que os pais quiserem até a criança comple-tar 3 anos de idade e ela recebe um valor fixo de em média 342 euros por mês. Na alemanha a mãe pode ficar de licença de 4 meses a 1 ano. O pai pode tirar a licença paternidade por um ano também.

Na suécia são de 240 a 480 dias com remuneração integral que podem ser compartilhados entre o pai e a mãe. Em Luxem-burgo 185 dias, na Itália são 158 dias obrigatórios de licença com remuneração 70% do salário e mais 6 meses facultativos recebendo 30% do salário. No Brasil para a maioria são 120 dias e para algumas poucas, 180 dias. Mas na Coreia socialista a licença maternidade é de dois anos prorrogáveis se necessá-rio para cinco anos.

A remuneração da li-cença maternidade é va-riável de país para país. Na França, por exemplo, o pagamento é integral os seis primeiros meses. Depois disso é possível continuar de licença por um ano recebendo do go-verno 390 euros mensais

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e o pai pode compartilhar a licença com a mãe. Na Inglaterra as mães recebem 90% do salário a partir do sexto mês, nos meses restantes do período de licença até completar um ano a mãe recebe uma bolsa em torno de 139 libras o que é consi-derado muito pouco, mas a licença também pode ser usufruida alternadamente pelo paí. Na Coreia socialista durante os dois anos o pagamento é integral e a licença só é prorrogada em casos de doença da criança ou se ela tiver necessidade de cuidados especiais com a remuneração reduzida. Em todos os países citados o direito à garantia do emprego é assegurado por lei após a licença.

Os EUA são o pior país para as mães em todo o mundo. A licença maternidade é de três meses e não tem nenhuma remu-neração. Esse não é um exemplo a seguir.

Os países que oferecem as melhores licenças para o pai são a Islândia e a Islovênia com 90 dias de licença paternidade re-munerada, a Suécia, 70 dias, a Finlândia 54 dias e a Alemanha até um ano.

Para a mulher e para a criança não bastam seis meses de licença maternidade pois isso só garante um período pequeno de tempo para a amamentação. A criança, a mulher, a famí-lia são bens sociais que precisam da proteção do Estado, da sociedade que precisa dar prioridade em garantir a habitação, saúde, assistência, alimentação, higiene, educação, e segu-rança para todos e para todas as crianças. É preciso prever e garantir que o orçamento da União destine recursos para a licença maternidade de pelo menos um ano pra todas as mu-lheres trabalhadoras. Certos países concedem a licença ma-ternidade remunerada também para as desempregadas e as estudantes para assim garantir que a mulher continue a estudar na universidade depois do nascimento de um filho.

A educação infantil é um direito da criança que tem em seus anos iniciais de vida toda a base para sua formação e constitui-ção como pessoa, como cidadão pleno, como sujeito do futuro da nação.

Devemos exigir o cumprimento da Constituição de 1988 que determina que toda criança de 0 a 6 anos tenha o direito à cre-

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che assegurado pelo Estado. Tal questão também está posta muito justamente no Estatuto da Criança e do Adolescente pro-mulgado em 1990.

Mulher trabalhadora – Salário igual para trabalho igualSão elas entre as brasileiras, as que mais contribuem para

a construção das riquezas nacionais e as mais atingidas pela discriminação que se comete contra as mulheres e em especial contra as mulheres negras. São as que mais sofrem a sobre-carga da dupla jornada de trabalho, mas são as que acumulam as maiores vitórias na superação das discriminações e precon-ceitos e por isso são o nosso melhor exemplo. Muitas delas conseguiram, apesar das imensas dificuldades, mostrarem do que são capazes e tornando-se sindicalistas, dirigentes sindi-cais e como lideranças de importantes categorias profissionais em seus sindicatos, nas comissões de fábricas e centrais sin-dicais.

São elas as que mais intensamente vivem o dilema absurdo de ter que optar entre o trabalho ou a maternidade. São elas as que sofrem no dia a dia a injustiça de trabalhar fazendo um mesmo trabalho que um companheiro homem recebendo em média um salário 30% menor que o dele, num flagrante des-cumprimento da lei constitucional que o governo prefere fingir que não vê.

Aprimorar e garantir as leis que protegem a mulher no âmbito do trabalho é questão central para o movimento de mulheres. O governo com suas políticas de “ajustes” e repetindo os erros de FHC, quer acabar com a CLT ou “flexibilizá-la” eufemismo usado pelos que querem reduzir direitos adquiridos há décadas e aviltar as condições de trabalho e salário dos trabalhadores e das mulheres trabalhadoras. Continuamos dizendo não à essa infâmia e conclamamos a todas e a todos a estarem unidos na resistência ao retrocesso e pela ampliação dos direitos para

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quem mais precisa, os trabalhadores as mulheres e as crianças brasileiras.

Propostas1 - Propomos a ampliação da licença maternidade de 4 me-

ses para a maioria das trabalhadoras em empresas privadas e de 6 meses para as funcionárias públicas para um ano sem prejuízo para os vencimentos das trabalhadoras do setor pri-vado ou do setor público em igualdade de condições,como já acontece em muitos países.

2 - Propomos que a licença paternidade que hoje é de ape-nas 5 dias para os pais no setor privado e 20 dias para os fun-cionários públicos seja ampliada para 60 dias para todos os trabalhadores em igualdade de condições.

3 - Propomos ainda que o governo faça cumprir a lei cons-titucional do salário igual para trabalho igual e que conte com sindicatos, centrais sindicais, a Confederação das Mulheres do Brasil e demais entidades de massas nacionais para apoiarem o trabalho do Ministério do Trabalho na fiscalização e execução da lei maior do país.

4 - zerar o déficit de creches no Brasil. Nenhuma criança bra-sileira pode ficar sem ter seu direito a uma creche assegurado pelo Estado brasileiro. Exijamos o cumprimento da constituição do país em relação às creches.

Não à discrimanação da Mulher!Proteger e valorizar a maternidade!Não à redução dos direitos dos trabalhadores e às mutilações da CLT!Creche para todas as crianças brasileiras!Ampliar a licença maternidade para mães e pais!

Secretaria Nacional da Mulher do Partido Pátria Livre.2012

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