Cartografia

1 Orientaccedilatildeo metodoloacutegica para construccedilatildeo e leitura de mapas temaacuteticosOrientation meacutethodologique pour la construction et la lecture de cartes theacutematiques - Rosely Sampaio Archela et Herveacute Theacutery

Reacutesumeacute Larticle systeacutematise les concepts fondamentaux du processus cartographique qui doivent ecirctre respecteacutes dans la construction de cartes utiles agrave lanalyse et agrave la compreacutehension de lespace geacuteographique Il eacutetablit une correacutelation entre les cartes produites avec lrsquoaide de logiciels gratuits la seacutemiologie graphique et la preacuteparation faite par le constructeur de cartes Une analyse didactique preacutesente un classement des types de cartes en fonction du mode dexpression de lrsquoeacutechelle du contenu du type dimplantation du niveau dorganisation des variables visuelles et des meacutethodes de cartographie afin de contribuer agrave la formation des constructeurs et des lecteurs de cartes Finalement il analyse le langage cartographique preacutesent dans des cartes agrave plusieurs eacutechelles

Abstract The article systematizes the fundamental concepts of the cartographic process which must be respected in the construction of maps if they are to be useful for the analysis and the comprehension of geographical space It establishes a correlation between the maps produced with the assistance of free softwares graphic semiology and the preparation made by the manufacturer of the maps A didactic analysis introduces a classification of the types of maps according to the mode of expression scale contents type of implantation level of organization visual variables and methods of cartography in order to contribute to the training of the manufacturers and readers of charts Finally it analyzes the cartographic language present in maps at several scales

Resumo O artigo sistematiza os conceitos fundamentais do processo cartograacutefico que devem ser observados na construccedilatildeo de mapas uacuteteis para a anaacutelise e compreensatildeo do espaccedilo geograacutefico Estabelece uma correlaccedilatildeo entre os mapas gerados com auxilio de softwares livres a semiologia graacutefica e o preparo do ldquoconstrutorrdquo de mapas Por meio de uma exposiccedilatildeo didaacutetica apresenta uma classificaccedilatildeo para os mapas quanto ao modo de expressatildeo escala conteuacutedo modo de implantaccedilatildeo niacutevel de organizaccedilatildeo variaacutevel visual e meacutetodos de mapeamento no sentido de contribuir para a formaccedilatildeo de ldquoconstrutoresrdquo e ldquoleitoresrdquo de mapas Por fim analisa a linguagem cartograacutefica apresentada em mapas em vaacuterias escalas

Texte inteacutegral

1 No Brasil utiliza-se o termo mapa de forma geneacuterica para identificar vaacuterios tipos de representaccedilatildeo cartograacutefica Mesmo que em alguns casos a representaccedilatildeo natildeo passe de uma lista de palavras e nuacutemeros ou de um graacutefico que mostre como ocorre determinado fenocircmeno essa representaccedilatildeo recebe o nome de mapa

2 Embora o termo esteja popularizado a grande maioria dos brasileiros possui um conhecimento muito restrito de cartografia devido ao niacutevel de importacircncia que eacute dado agrave alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica no ensino formal e agrave difusatildeo de mapas para uso cotidiano Poreacutem os mapas estatildeo em toda parte jornais revistas canais abertos de televisatildeo ndash quem natildeo olha o mapa do tempo no jornal diaacuterio - mapa rodoviaacuterio do metrocirc da

cidade e tantos outros que poderiam servir para alguma coisa mas que quando existem desorientam mais do que orientam Talvez para o usuaacuterio (consumidor) natildeo interesse como eles foram feitos mas se servem agrave necessidade imediata se cumprem seu objetivo

3 Se considerarmos que os mapas servem de orientaccedilatildeo e de base para o planejamento e conhecimento do territoacuterio a sociedade acaba sendo consumidora dessas representaccedilotildees cartograacuteficas que satildeo um meio de comunicaccedilatildeo Poreacutem na maioria das vezes esses mapas natildeo tecircm cumprido o seu papel Nas palavras de Loch (2006 p27)ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Provavelmente parte da responsabilidade pela atual proliferaccedilatildeo de mapas pouco eficazes se deve tambeacutem ao acesso irrestrito agraves ferramentas tecnoloacutegicas desenvolvidas para anaacutelise de dados espaciais aliadas ao desconhecimento dos procedimentos inerentes agrave representaccedilatildeo cartograacutefica

4 Do ponto de vista cientiacutefico a busca por meacutetodos que decircem conta da representaccedilatildeo de processos complexos da contemporaneidade tambeacutem provocou o aumento de pesquisas em aacutereas emergentes como o geoprocessamento a informaacutetica o meio ambiente e a sauacutede puacuteblica para os quais os sistemas de informaccedilatildeo geograacutefica fornecem ferramentas que ajudam na produccedilatildeo de mapas Isso certamente contribui cada vez mais para que os mapas sejam concebidos como documentos que revelam o visiacutevel e o invisiacutevel na imagem como por exemplo as concepccedilotildees ideoloacutegicas de uma sociedade No entanto independente do objetivo o mapa como um meio de comunicaccedilatildeo exige conhecimentos especiacuteficos de Cartografia tanto de seu criador como do usuaacuterio leitor e consumidor

5 O texto que segue de cunho francamente didaacutetico pretende portanto trazer un pouco de clareza sobre os diferentes tipos de mapas teacutematicos os meacutetodos de mapeamento e modos de expressāo sem esquecer a importante questatildeo da escala

Mapas temaacuteticos

6 Na cartografia os mapas tecircm caracteriacutesticas especiacuteficas que os classificam e representam elementos selecionados de um determinado espaccedilo geograacutefico de forma reduzida utilizando simbologia e projeccedilatildeo cartograacutefica Para os cartoacutegrafos escreve Loch (2006 p33) os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento que pode ser o mais amplo e variado possiacutevel ou o mais restrito e objetivo possiacutevel e afirma que ldquocada mapa tem seu autor uma questatildeo e um tema mesmo os mapas de referecircncia geral os topograacuteficos ou os cadastraisrdquo

7 Sobre a questatildeo dos mapas temaacuteticos Joly (2005 p75) afirma que todo o mapa qualquer que seja ele ilustra um tema e ateacute o mapa topograacutefico natildeo escapa agrave regra Dessa forma define como mapas temaacuteticos ldquotodos os mapas que representam qualquer tema aleacutem da representaccedilatildeo do terrenordquo Os procedimentos de levantamento redaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de informaccedilotildees por meio de mapas diferem de acordo com a formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo dos profissionais em cada campo a exemplo dos geoacutelogos geomorfoacutelogos geoacutegrafos entre outros que se expressam na forma graacutefica

8 A elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos abrange as seguintes etapas coleta de dados anaacutelise interpretaccedilatildeo e representaccedilatildeo das informaccedilotildees sobre um mapa base que geralmente eacute extraiacutedo da carta topograacutefica Os mapas temaacuteticos satildeo elaborados com a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que objetivam a melhor visualizaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo

distinguindo-se essencialmente dos topograacuteficos por representarem fenocircmenos de qualquer natureza geograficamente distribuiacutedos sobre a superfiacutecie terrestre Os fenocircmenos podem ser tanto de natureza fiacutesica como por exemplo a meacutedia anual de temperatura ou precipitaccedilatildeo sobre uma aacuterea de natureza abstrata humana ou de outra caracteriacutestica qualquer tal como a taxa de desenvolvimento indicadores sociais perfil de uma populaccedilatildeo segundo variaacuteveis tais como sexo cor e idade dentre outros

9 Cada mapa possui um objetivo especiacutefico de acordo com os propoacutesitos de sua elaboraccedilatildeo por isso existem diferentes tipos de mapas O mapa temaacutetico deve cumprir sua funccedilatildeo ou seja dizer o quecirc onde e como ocorre determinado fenocircmeno geograacutefico utilizando siacutembolos graacuteficos (signos) especialmente planejados para facilitar a compreensatildeo de diferenccedilas semelhanccedilas e possibilitar a visualizaccedilatildeo de correlaccedilotildees pelo usuaacuterio O fato dos mapas temaacuteticos natildeo possuiacuterem uma heranccedila histoacuterica de convenccedilotildees fixas a exemplo dos topograacuteficos se deve agraves variaccedilotildees temaacuteticas e aos aspectos da realidade que representam sendo necessaacuterias adaptaccedilotildees diferenciadas a cada situaccedilatildeo

10 No entanto para representar os diversos temas eacute preciso recorrer a uma simbologia especiacutefica que aplicada aos modos de implantaccedilatildeo - pontual linear ou zonal aumentam a eficaacutecia no fornecimento da informaccedilatildeo As regras dessa simbologia pertencem ao domiacutenio da semiologia graacutefica

11 A semiologia graacutefica foi desenvolvida por Bertin (1967) e estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diversas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo e agraves teorias da informaccedilatildeo Aplicada agrave cartografia ela permite avaliar as vantagens e os limites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular as regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo

12 O signo (siacutembolo) eacute constituiacutedo pela relaccedilatildeo entre o significante (ouvir falar de algo como por exemplo papel) o objeto referente (esse papel) e o significado (ideacuteia de papel formada na mente do interlocutor ao ouvir falar papel um papel qualquer) No entanto o signo eacute constituiacutedo por significante (mensagem acuacutestica papel) e significado (conceito ideacuteia de papel) Por exemplo num mapa do uso das terras o signo constituiacutedo pelo significante cor laranja tem o significado de cultura permanente Dessa forma os signos satildeo construiacutedos basicamente com a variaccedilatildeo visual de forma tamanho orientaccedilatildeo cor valor e granulaccedilatildeo para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 1)

Figura 1 ndash Quadro de Variaacuteveis Visuais Fonte Joly F (2005 p73)

13 A variaacutevel visual tamanho corresponde agrave variaccedilatildeo do tamanho do ponto de acordo com a informaccedilatildeo quantitativa a variaacutevel visual valor pressupotildee a variaccedilatildeo da tonalidade ou de uma sequumlecircncia monocromaacutetica a granulaccedilatildeo corresponde a variaccedilatildeo da reparticcedilatildeo do preto no branco onde deve-se manter a mesma proporccedilatildeo de preto e de branco a variaacutevel visual cor significa a variaccedilatildeo das cores do arco-iacuteris sem variaccedilatildeo de tonalidade tendo as cores a mesma intensidade Por exemplo usar azul vermelho e verde eacute usar a variaacutevel visual ldquocorrdquo O uso do azul-claro azul meacutedio e azul escuro corresponde agrave variaacutevel ldquovalorrdquo A variaacutevel visual orientaccedilatildeo corresponde agraves variaccedilotildees de posiccedilatildeo entre o vertical o obliacutequo e o horizontal e por fim a forma agrupa todas as variaccedilotildees geomeacutetricas ou natildeo

14 A observaccedilatildeo das regras apresentadas no quadro de variaacuteveis visuais (Bertin 1967) permite uma comunicaccedilatildeo muito mais eficaz Com exceccedilatildeo da variaacutevel visual cor (matiz) a utilizaccedilatildeo correta das demais permite a representaccedilatildeo em preto ou tons de cinza teacutecnicas muito importantes quando o mapa elaborado precisa ser impresso com baixo custo poreacutem com oacutetimos resultados

15 A legenda deveraacute ser organizada de acordo com a relaccedilatildeo existente entre os dados utilizando as variaacuteveis visuais que representem exatamente as mesmas relaccedilotildees ou seja essa relaccedilatildeo poderaacute ser qualitativa ordenada ou quantitativa Na construccedilatildeo da legenda apoacutes identificar a variaacutevel visual mais adequada ao tipo de informaccedilatildeo que se quer representar e seu respectivo modo de implantaccedilatildeo acontece a transcriccedilatildeo da linguagem escrita para a graacutefica escreve Archela (1999 p 10) Dessa forma as

relaccedilotildees entre os dados e sua respectiva representaccedilatildeo satildeo pontos de partida na caracterizaccedilatildeo da linguagem cartograacutefica

16 Para que o processo de comunicaccedilatildeo entre o construtor do mapa e o usuaacuterio ndash leitor do mapa se estabeleccedila os seguintes princiacutepios jamais poderatildeo ser ignorados

bull Um fenocircmeno se traduz por um soacute sinal Exemplo arroz feijatildeo e milho Natildeo apresenta quantidade e nem ordem A informaccedilatildeo nesse caso eacute qualitativa e a variaacutevel visual mais adequada para sua representaccedilatildeo eacute a forma ou a cor (matiz)

bull Uma ordem se traduz somente por uma ordem Exemplo densidades hierarquias e sequumlecircncias ordenadas ou seja quando a informaccedilatildeo quantitativa eacute ordenada em classes e a variaacutevel visual mais adequada eacute o valor (monocromia) Nesses casos natildeo se deve utilizar a variaacutevel visual tamanho porque natildeo eacute possiacutevel diferenciar quanto vale cada ponto dentro da classe estabelecida

bull Variaccedilotildees quantitativas se traduzem somente pela variaacutevel visual tamanho

17 Aleacutem das variaacuteveis visuais o quadro apresentado na figura 1 tambeacutem apresenta os modos de implantaccedilatildeo Esses satildeo diferenciados de acordo com a extensatildeo do fenocircmeno na realidade Dessa forma distinguem-se trecircs modos de implantaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear quando sua largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar de tudo pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma superfiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga

18 As variaacuteveis visuais podem ser percebidas de modo diferente conforme um conjunto de propriedades que podem ser seletivas associativas dissociativas ordenadas e quantitativas Satildeo chamadas variaacuteveis visuais seletivas quando permitem separar visualmente as imagens e possibilitam a formaccedilatildeo de grupos de imagens A cor a orientaccedilatildeo o valor a granulaccedilatildeo e o tamanho possuem essa propriedade Satildeo associativas quando permitem agrupar espontaneamente diversas imagens num mesmo conjunto forma orientaccedilatildeo cor e granulaccedilatildeo possuem a propriedade de serem vistos como imagens semelhantes Ao contraacuterio quando as imagens se separam espontaneamente a variaacutevel eacute dissociativa este eacute o caso do valor e do tamanho Satildeo chamadas variaacuteveis ordenadas quando permitem uma classificaccedilatildeo visual segundo uma variaccedilatildeo progressiva Satildeo ordenados o tamanho valor e a granulaccedilatildeo Finalmente satildeo quantitativas quando se relacionam facilmente com um valor numeacuterico A uacutenica variaacutevel visual quantitativa eacute o tamanho Isto porque somente as figuras geomeacutetricas possuem uma aacuterea e um volume que pode ser visualizado com facilidade permitindo relacionar imediatamente com uma unidade de medida e portanto com uma quantidade que eacute visualmente proporcional Loch (2006 p128) escreve ldquoque conhecer e distinguir as caracteriacutesticas de cada variaacutevel visual eacute importante porque ajuda o cartoacutegrafo a construir mapas temaacuteticos que atendem aos objetivos de comunicaccedilatildeo e a fazer mapas capazes de transmitir a sensaccedilatildeo condizente com as caracteriacutesticas dos dadosrdquo consequentemente ajuda a fazer mapas uacuteteis

Meacutetodos de mapeamento

19 O niacutevel de organizaccedilatildeo dos dados qualitativos ordenados ou quantitativos de um mapa estaacute diretamente relacionado ao meacutetodo de mapeamento e a utilizaccedilatildeo de variaacuteveis visuais adequadas agrave sua representaccedilatildeo A combinaccedilatildeo dessas variaacuteveis segundo os meacutetodos padronizados daraacute origem aos diferentes tipos de mapas temaacuteticos entre os quais os mapas de siacutembolos pontuais mapas de isolinhas e mapas

de fluxos mapas zonais ou coropleacuteticos mapas de siacutembolos proporcionais ou ciacuterculos proporcionais mapas de pontos ou de nuvem de pontos

2 Fenocircmenos Qualitativos

20 Os meacutetodos de mapeamento para os fenocircmenos qualitativos utilizam as variaacuteveis visuais seletivas forma orientaccedilatildeo e cor nos trecircs modos de implantaccedilatildeo pontual linear e zonal A partir desses fenocircmenos derivam-se os trecircs tipos de mapas a seguir (figuras 2 3 e 4)

21 A construccedilatildeo de mapa de siacutembolos pontuais nominais leva em conta os dados absolutos que satildeo localizados como pontos e utiliza como variaacutevel visual a forma a orientaccedilatildeo ou a cor Tambeacutem eacute possiacutevel utilizar siacutembolo geomeacutetrico associado ou natildeo as cores (figura 2) A disposiccedilatildeo dos pontos nesse mapa cria uma regionalizaccedilatildeo do espaccedilo formada especificamente pela presenccedilaausecircncia da informaccedilatildeo

Figura 2 ndash Mapas de siacutembolos pontuais com informaccedilatildeo seletiva no modo de implantaccedilatildeo pontual

22 Os mapas de siacutembolos lineares nominais satildeo indicados para representar feiccedilotildees que se desenvolvem linearmente no espaccedilo como a rede viaacuteria hidrografia e por isso podem ser reduzidos a forma de uma linha As variaacuteveis visuais utilizadas satildeo a forma e a cor Esses mapas tambeacutem servem para mostrar deslocamentos no espaccedilo indicando direccedilatildeo ou rota (rotas de transporte aeacutereo correntes oceacircnicas fluxo de migraccedilotildees direccedilotildees dos ventos e correntes de ar) sem envolver quantidades Nesses

mapas qualitativos a espessura da linha permanece a mesma variando somente sua direccedilatildeo (figura 3)

Figura 3 ndash Mapa de conexatildeo com informaccedilatildeo seletiva no modo de implantaccedilatildeo linear

23 Os mapas corocromaacuteticos apresentam dados geograacuteficos e utilizam diferenccedilas de cor na implantaccedilatildeo zonal Este meacutetodo deve ser empregado sempre que for preciso mostrar diferenccedilas nominais em dados qualitativos sem que haja ordem ou hierarquia Tambeacutem eacute possiacutevel o uso das variaacuteveis visuais granulaccedilatildeo e orientaccedilatildeo neste caso as diferenccedilas satildeo representadas por padrotildees preto e branco Quando do uso de cores estas devem separar grupos de informaccedilotildees e os padrotildees diferentes e serem aplicados para fazer a subdivisatildeo dentro dos grupos Para os usuaacuterios a visualizaccedilatildeo de fenocircmenos qualitativos em mapas corocromaacuteticos apenas aponta para a existecircncia ou ausecircncia do fenocircmeno e natildeo a ordem ou a proporccedilatildeo do fenocircmeno representado (figura 4)

Figura 4 ndash Mapa corocromaacutetico com informaccedilatildeo seletiva no modo de implantaccedilatildeo zonal

1 Fenocircmenos Ordenados

24 Os fenocircmenos ordenados satildeo representados em classes visualmente ordenadas e utilizam a variaacutevel valor na implantaccedilatildeo zonal Os mapas mais significativos para representar fenocircmenos ordenados satildeo os mapas coropleacuteticos

25 Os mapas coropleacuteticos satildeo elaborados com dados quantitativos e apresentam sua legenda ordenada em classes conforme as regras proacuteprias de utilizaccedilatildeo da variaacutevel visual valor por meio de tonalidades de cores ou ainda por uma sequumlecircncia ordenada de cores que aumentam de intensidade conforme a sequumlecircncia de valores apresentados nas classes estabelecidas Os mapas no modo de implantaccedilatildeo zonal (figura 5) satildeo os mais adequados para representar distribuiccedilotildees espaciais de dados que se refiram as aacutereas Satildeo indicados para expor a distribuiccedilatildeo das densidades (habitantes por quilocircmetro quadrado) rendimentos (toneladas por hectare) ou iacutendices expressos em percentagens os quais refletem a variaccedilatildeo da densidade de um fenocircmeno (meacutedicos por habitante taxa de natalidade consumo de energia) ou ainda outros valores que sejam relacionados a mais de um elemento

Figura 5 ndash Mapa coropleacutetico com informaccedilatildeo ordenada no modo de implantaccedilatildeo zonal

2 Fenocircmenos Quantitativos

26 Os fenocircmenos quantitativos satildeo representados pela variaacutevel visual tamanho e podem ser implantados em localizaccedilotildees pontuais do mapa ou na implantaccedilatildeo zonal por meio de pontos agregados como tambeacutem na implantaccedilatildeo linear com variaccedilatildeo da espessura da linha

27 Os mapas de siacutembolos proporcionais representam melhor os fenocircmenos quantitativos e constituem-se num dos meacutetodos mais empregados na construccedilatildeo de mapas com implantaccedilatildeo pontual Esses mapas satildeo utilizados para representar dados absolutos tais como populaccedilatildeo em nuacutemero de habitantes produccedilatildeo renda em pontos selecionados do mapa Geralmente utiliza-se o ciacuterculo proporcional aos valores que cada unidade apresenta em relaccedilatildeo a uma determinada variaacutevel (figura 6) poreacutem podem-se utilizar quadrados ou triacircngulos A variaccedilatildeo do tamanho do signo depende diretamente da proporccedilatildeo das quantidades que se pretende representar Geralmente o nuacutemero de classes com utilizaccedilatildeo do tamanho deve atingir no maacuteximo cinco classes

Figura 6 ndash Mapa de ciacuterculos proporcionais com informaccedilatildeo quantitativa no modo de implantaccedilatildeo pontual

28 Recomenda-se evitar duas formas de siacutembolos proporcionais num mesmo mapa (circulo e triacircngulo) pois dificultam a comunicaccedilatildeo cartograacutefica Especialmente quando eacute necessaacuterio representar duas informaccedilotildees quantitativas com implantaccedilatildeo pontual pode-se recorrer ao mapa de ciacuterculos concecircntricos (figura 7) ou o mapa de semiciacuterculos opostos (figura 8) que permite a comparaccedilatildeo de uma mesma variaacutevel obtida em periacuteodos diferentes

29 O mapa de ciacuterculos concecircntricos consiste na representaccedilatildeo de dois valores ao mesmo tempo por meio de dois ciacuterculos sobrepostos com cores diferentes Este tipo de representaccedilatildeo eacute recomendado para a apresentaccedilatildeo de uma mesma informaccedilatildeo em periacuteodos distintos ou para duas informaccedilotildees diferentes com dados natildeo muito discrepantes

Figura 7 ndash Mapa de ciacuterculos concecircntricos com informaccedilatildeo quantitativa no modo de implantaccedilatildeo pontual

Figura 8 ndash Mapa de semiciacuterculos opostos com informaccedilatildeo quantitativa no modo de implantaccedilatildeo pontual

30 Para representar quantidades na implantaccedilatildeo zonal utilizam-se os mapas de pontos Esse mapa possui a vantagem de possibilitar uma leitura muito faacutecil por meio da contagem dos pontos dando a sensaccedilatildeo de conhecimento da realidade No entanto a elaboraccedilatildeo desse mapa pressupotildee muita abstraccedilatildeo uma vez que a distribuiccedilatildeo dos pontos natildeo ocorre segundo a distribuiccedilatildeo do fenocircmeno

31 Os mapas de pontos ou de nuvem de pontos (figura 9) expotildeem dados absolutos (nuacutemero de tratores de um municiacutepio numero de habitantes totais de produccedilatildeo etc) e o nuacutemero de pontos deve refletir exatamente o nuacutemero de ocorrecircncias Sua construccedilatildeo depende de duas decisotildees qual valor seraacute atribuiacutedo a cada ponto e como esses pontos seratildeo distribuiacutedos dentro da aacuterea a ser mapeada

Figura 9 ndash Mapa de nuvem de pontos com informaccedilatildeo quantitativa no modo de implantaccedilatildeo pontual no qual se visualiza uma mancha mais clara ou mais escura consoante a ocorrecircncia do fenocircmeno representado

32 Os mapas isopleacuteticos ou de isolinhas satildeo construiacutedos com a uniatildeo de pontos de mesmo valor e satildeo aplicaacuteveis a fenocircmenos geograacuteficos que apresentam continuidade no espaccedilo geograacutefico Podem ser construiacutedos a partir de dados absolutos de altitude do relevo (medida em determinados pontos da superfiacutecie da Terra) temperatura precipitaccedilatildeo umidade pressatildeo atmosfeacuterica (medidas nas estaccedilotildees meteoroloacutegicas) distacircncia-tempo ou distacircncia-custo (medidas em certos pontos ao longo de vias de comunicaccedilatildeo) e outros como volume de aacutegua (medida em pontos de captaccedilatildeo) tambeacutem podem ser construiacutedos a partir de dados relativos como densidades percentagens ou iacutendices

33 Os mapas de fluxo satildeo representaccedilotildees lineares que tentam simular movimentos entre dois pontos ou duas aacutereas (figura 10) Esses movimentos podem ser medidos em certos pontos ao longo das vias de comunicaccedilatildeo ou entre duas aacutereas na origem e no destino sem necessariamente especificar a via de comunicaccedilatildeo Esse tipo de mapa mostra claramente em que direccedilatildeo os valores ou intensidades de um fenocircmeno crescem ou decrescem

Figura 10 ndash Mapa de fluxo com informaccedilatildeo quantitativa no modo de implantaccedilatildeo linear

34 Vaacuterios tipos de mapas temaacuteticos podem ser construiacutedos de acordo com os meacutetodos apresentados poreacutem outros fatores como o modo de expressatildeo escala e conteuacutedo dos mapas satildeo igualmente importantes e devem ser observados no processo de elaboraccedilatildeo e leitura de mapas

Modo de expressatildeo35 Modo de expressatildeo diz respeito a cada tipo especiacutefico de representaccedilatildeo cartograacutefica e estaacute relacionado ao objetivo da construccedilatildeo e a escala Os mais comuns satildeo o mapa e a carta

36 O mapa resulta de um levantamento preciso e exato da superfiacutecie terrestre e eacute apresentado em escala pequena (escalas inferiores a 11000000) Os limites do terreno representado coincidem com os limites poliacutetico-administrativo sendo que o tiacutetulo e as informaccedilotildees complementares satildeo colocados no interior do quadro de representaccedilotildees que circunscreve a aacuterea mapeada Satildeo exemplos caracteriacutesticos de mapas o mapa mundi mapa dos continentes mapas nacionais estaduais regionais municipais mapas poliacuteticos e administrativos organizados em atlas de referecircncia atlas temaacuteticos e escolares ou em livros didaacuteticos

37 A carta eacute uma representaccedilatildeo de parte da superfiacutecie terrestre em escala meacutedia ou grande dos aspectos artificiais e naturais de uma aacuterea subdividida em folhas delimitadas por linhas convencionais - paralelos e meridianos - com a finalidade de possibilitar a avaliaccedilatildeo de detalhes com grau de precisatildeo compatiacutevel com a escala Geralmente essas representaccedilotildees possuem como limites as coordenadas geograacuteficas e raramente terminam em limites poliacutetico-administrativo As observaccedilotildees e informaccedilotildees tais como tiacutetulo escala e fonte aparecem fora das linhas que fecham o quadro da representaccedilatildeo ou seja a linha que circunscreve a aacuterea objeto de representaccedilatildeo espacial

38 Entre os tipos de mapas menos utilizados aparecem o cartograma e a anamorfose cartograacutefica Cartograma ou mapa diagrama eacute uma das denominaccedilotildees que recebe um mapa que representa dados quantitativos em forma de graacutefico sobre mapas de aacutereas extensas como estados paiacuteses regiotildees Esse termo se cristalizou no Brasil nas deacutecadas de 1960-1980 como usual para mapas nessas escalas Conforme Sanchez (1981) satildeo representaccedilotildees que se lidam menos com os limites exatos e precisos como as coordenadas geograacuteficas para se preocupar mais com as informaccedilotildees que seratildeo objeto de distribuiccedilatildeo espacial no interior do mapa a fim de que o usuaacuterio possa visualizar seu comportamento espacial

39 Anamorfose eacute uma figura aparentemente disforme que por reflexatildeo num determinado sistema oacuteptico produz uma imagem regular do objeto que representa a anamorfose cartograacutefica ou geograacutefica eacute uma figura que expotildee o contorno dos espaccedilos representados de forma distorcida para realccedilar o tema A aacuterea das unidades espaciais eacute alterada de forma proporcional ao respectivo valor mantendo-se as relaccedilotildees topoloacutegicas entre unidades contiacuteguas Por exemplo numa carta que represente a distribuiccedilatildeo geograacutefica da densidade populacional as aacutereas dos municiacutepios podem ser ampliadas ou reduzidas de acordo com o afastamento daquele paracircmetro em relaccedilatildeo agrave meacutedia (figura 11) Em outros casos a distorccedilatildeo do espaccedilo eacute realizada de acordo com o valor de certos tipos de relaccedilatildeo espacial entre lugares tais como a distacircncia medida ao longo das estradas ou o tempo de deslocamento gasto para percorrer essa distacircncia

Figura 11 ndash Exemplo de anamorfose

Escala 40 A escala do mapa eacute um fator de aproximaccedilatildeo do terreno e possui significado cientiacutefico e teacutecnico No plano da pesquisa e do levantamento de campo a escala determina o niacutevel de detalhe em funccedilatildeo do espaccedilo a ser mapeado no estaacutegio da redaccedilatildeo a escala eacute a condiccedilatildeo da precisatildeo da legibilidade da boa apresentaccedilatildeo e da eficiecircncia do mapa

41 O nuacutemero e o acuacutemulo dos siacutembolos empregados dependem do espaccedilo disponiacutevel (tamanho da folha que seraacute impresso) ou seja quanto maior a reduccedilatildeo da imagem terrestre menor seraacute a escala mais severa a seleccedilatildeo das informaccedilotildees e mais abstrata a simbologia

42 Um mapa na escala 11000000 significa que 1cm lido no mapa equivale a 1000000 de cm (ou 10 km) da distacircncia real A escala deve estar localizada em uma posiccedilatildeo de destaque no mapa Pode-se representaacute-la na forma numeacuterica (Escala 11000000) ou graacutefica A escala graacutefica eacute um segmento de reta dividido de modo a permitir a medida de distacircncias na carta Este tipo de escala permite visualizar as dimensotildees dos objetos representados no mapa O uso da escala graacutefica tem vantagens sobre o de outros tipos pois seraacute reduzido ou ampliado juntamente com o mapa

atraveacutes de meacutetodos fotograacuteficos ou copiadoras podendo-se sempre saber a escala do documento com o qual se estaacute trabalhando

43 Normalmente as escalas satildeo classificadas em funccedilatildeo do tema representado O quadro (figura 12) mostra uma classificaccedilatildeo geral das escalas em funccedilatildeo do tamanho escala geograacutefica e aplicaccedilotildees

Tamanho da Escala

Escala Escala Geograacutefica e Aplicaccedilotildees

Escala Grande

maiores que 125000

Escala de Detalhe (visatildeo local) - Plantas Cadastrais Levantamentos de Detalhes ou Planos topograacuteficos e Cartas Temaacuteticas

Escala Meacutedia

de 1 250000

44 ateacute 1250000

Escala de Semi-Detalhe (visatildeo local e regional) - Cartas Topograacuteficas Mapas e Cartas Temaacuteticas

Escala Pequena

menores que

45 1 250000

Escala de Reconhecimento ou de Siacutentese (visatildeo regional nacional e global) - Cartas Topograacuteficas e Mapas Temaacuteticos

Figura 12 ndash Classificaccedilatildeo geral das escalas em funccedilatildeo do tamanho escala geograacutefica e aplicaccedilotildees

46 A escala de um mapa natildeo eacute apenas uma simples relaccedilatildeo de reduccedilatildeo Eacute tambeacutem um meio de representar a realidade sobre uma dada superfiacutecie de papel (ou monitor) uma maior ou menor porccedilatildeo do espaccedilo A escala eacute portanto um meio de enfocar objetos da realidade conforme as diversas ordens de grandeza desde as que se medem em milhares de quilocircmetros ateacute as que natildeo ultrapassam alguns metros Daiacute decorre a importacircncia fundamental da escala para a Cartografia uma vez que todos os tipos de representaccedilatildeo cartograacutefica e todos os procedimentos cartograacuteficos dependem estritamente dela Entre esses procedimentos encontra-se a generalizaccedilatildeo que eacute o processo de adaptaccedilatildeo dos elementos de um mapa de uma dada escala para uma escala inferior Tecnicamente a generalizaccedilatildeo compreende a seleccedilatildeo dos detalhes da realidade que seratildeo mantidos no mapa em funccedilatildeo do tema ou de seu valor como referecircncia geograacutefica e uma esquematizaccedilatildeo do desenho que consiste em atenuar caracteriacutesticas despreziacuteveis para acentuar os caracteres mais importantes que desapareceriam com a reduccedilatildeo procurando preservar as relaccedilotildees espaciais observadas na realidade e resguardando sua legibilidade

47 Quanto agraves aplicaccedilotildees haacute uma diferenciaccedilatildeo entre as cartas temaacuteticas e topograacuteficas Cartas topograacuteficas em escalas maiores de 125000 satildeo chamadas convencionalmente por plantas cadastrais e satildeo utilizadas para representar cidades com alta densidade de edificaccedilotildees em escala grande e muito detalhada As cartas topograacuteficas em escalas meacutedias possuem as seguintes caracteriacutesticas 125000 representam aacutereas especiacuteficas e com forte densidade demograacutefica as de 150000 retratam zonas densamente povoadas 1100000 representam aacutereas priorizadas para investimentos governamentais e as cartas de 1250000 fornecem as bases para o planejamento regional e projetos envolvendo o meio ambiente Com relaccedilatildeo agraves especificidades das cartas topograacuteficas em escalas menores as de 1500000 satildeo de uso aeronaacuteutico e foram confeccionadas nos EUA durante a Segunda Guerra Mundial

Finalmente as de 11000000 satildeo formadas por um conjunto de 46 cartas que recobrem completamente o territoacuterio brasileiro e fazem parte da Carta Internacional do Mundo ao Milioneacutesimo ndash CIM Elas representam toda a superfiacutecie terrestre e fornece subsiacutedios para estudos e anaacutelises de aspectos gerais e estrateacutegicos

48 Geralmente as cartas topograacuteficas servem de base cartograacutefica para a elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos por isso eacute importante conhecer a disponibilidade desse mapeamento especiacutefico no Brasil Os mapeamentos existentes em escalas de visatildeo regional e local recobrem porccedilotildees do territoacuterio equivalentes aos seguintes percentuais de cobertura sistemaacutetica 81 (1250000) 75 (1100000) 14 (150000) e 1 (125000) Os altos iacutendices de vazios cartograacuteficos nas diversas escalas e a inexistecircncia de atualizaccedilotildees das folhas topograacuteficas existentes correspondem a lacunas na representaccedilatildeo dos aspectos fiacutesicos e antroacutepicos da realidade brasileira Segundo a Comissatildeo Nacional de Cartografia grande parte do mapeamento disponiacutevel possui mais de trinta anos ressaltando-se tambeacutem os baixiacutessimos niacuteveis de cobertura do territoacuterio nas escalas 125000 e 150000 e a falta de cobertura em escala topograacutefica de grandes extensotildees da Amazocircnia em especial na faixa de fronteira internacional (CONCAR 2005)

3 Classificaccedilatildeo quanto ao conteuacutedo

49 Quanto ao conteuacutedo os mapas podem ser classificados em analiacutetico ou de siacutentese O mapa analiacutetico mostra a distribuiccedilatildeo de um ou mais elementos de um fenocircmeno utilizando dados primaacuterios com as modificaccedilotildees necessaacuterias para a sua visualizaccedilatildeo Satildeo exemplos de mapas analiacuteticos os mapas de distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo cidades supermercados redes hidrograacuteficas e rodovias entre outros tantos temas (figura 13)

Figura 13 - Mapa analiacutetico - ciacuterculos proporcionais sobrepostos ao coropleacutetico representando aspectos de um uacutenico fenocircmeno

50 O mapa de siacutentese eacute mais complexo e exige profundo conhecimento teacutecnico dos assuntos a serem mapeados Representam o mapeamento da integraccedilatildeo de fenocircmenos feiccedilotildees fatos ou acontecimentos que se interligam na distribuiccedilatildeo espacial Esses mapas permitem que se estabeleccedilam estudos conclusivos sobre a integraccedilatildeo e interligaccedilatildeo dos fenocircmenos Entre os exemplos de mapas de siacutentese encontram-se os mapas de uso do solo (figura 14) mapas de sensibilidade e mapas de zoneamento mapas geomorfoloacutegicos e mapas tipoloacutegicos diversos Os mapas de siacutentese satildeo construiacutedos para mostrar ao leitor as relaccedilotildees existentes entre vaacuterios dados tal como sua eventual aptidatildeo para determinar conjuntamente outros fenocircmenos ou outras combinaccedilotildees Os mapas de siacutentese devem ser objetivos e legiacuteveis e comportar apenas dados essenciais

Figura 14 - Mapa de siacutentese ndash mapa coropleacutetico representando a siacutentese de estudos sobre diferentes fenocircmenos

51 Apoacutes a conceituaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo dos diferentes tipos de mapas podemos considerar que um mesmo mapa tambeacutem pode ser classificado quanto ao modo de expressatildeo quanto a escala e conteuacutedo aleacutem do modo de implantaccedilatildeo variaacutevel visual e niacutevel de organizaccedilatildeo

4 Consideraccedilotildees finais

52 As preocupaccedilotildees de Jacques Bertin com a visualizaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo das informaccedilotildees nos mapas continuam sendo objeto de estudo de diversos pesquisadores que acrescentaram as ferramentas computacionais agraves pesquisas Procuram-se as melhores formas de comunicar a informaccedilatildeo cartograacutefica como tambeacutem explicitar quais satildeo as respostas que a mente humana daacute agrave apresentaccedilatildeo de mapas na tela de viacutedeo

53 Desde que se conheccedila a linguagem dos mapas e a gramaacutetica cartograacutefica existem ferramentas computacionais que ajudam na construccedilatildeo de mapas Softwares livres disponiacuteveis na internet como o Philcartho (WANIEZ 2007) e o Spring (INPE 2007) podem ajudar a reunir e compilar dados espaciais na forma de mapas No entanto a observaccedilatildeo do conjunto de informaccedilotildees recomendadas neste artigo eacute fundamental para que se estabeleccedila uma comunicaccedilatildeo efetiva com o usuaacuterio leitor e consumidor

de mapas mesmo quando os mapas satildeo elaborados por pesquisadores natildeo cartoacutegrafos pois o computador natildeo faz tudo ele eacute somente uma ferramenta na matildeo do construtor de mapas

54 Os mapas elaborados para comunicaccedilatildeo construiacutedos para uso puacuteblico satildeo julgados por sua aparecircncia e utilidade Por isso buscar conceitos e conhecimentos cartograacuteficos para sua elaboraccedilatildeo eacute imprescindiacutevel especialmente quando se deseja revelar algo por meio da visualizaccedilatildeo

55 Conhecendo as regras cartograacuteficas eacute mais faacutecil superar os limites teacutecnicos de produccedilatildeo impostos pelo software escolhido Isto eacute a definiccedilatildeo da escala linhas pontos cores e textos que soacute seratildeo superados na medida em que o ldquoconstrutorrdquo de mapas domine o software Geralmente para resultados que envolvem mapas impressos eacute necessaacuterio ainda utilizar mais de um software e incluir os de designer graacutefico fato que reforccedila a necessidade de melhor preparo do profissional pesquisador para a elaboraccedilatildeo de mapas uacuteteis

5 Bibliografia

ARCHELA Rosely S Imagem e representaccedilatildeo graacutefica Revista Geografia Londrina v8 n1 p5-11 janjun 1999

BERTIN J Seacutemiologie Graphique les diagrammes les reacuteseaux les cartes ParisLa Haye Monton ampGauthier-Villars l967

BIAGGI Enali laquo Du territoire agrave la carte lrsquoeacutemergence de la cartographie militante au Breacutesil raquo Geacuteocarrefour vol 813 ndash Breacutesil repenser le territoire 2006

BRUNET Roger La Carte mode demploi Paris-Montpellier Fayard-Reclus 1987

CONCAR ndash Comissatildeo Nacional de Cartografia Cenaacuterio Situacional Disponiacutevel In httpwwwconcaribgegovbrindex156ahtmlq=node89 Acesso em maio de 2008

INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais SPRING Disponiacutevel em httpwwwdpiinpebrspring Acesso em maio de 2008

JOLY F A Cartografia Editora Papirus Satildeo Paulo 2005 (8ordf ediccedilatildeo)

LOCH Ruth E Nogueira Cartografia representaccedilatildeo comunicaccedilatildeo e visualizaccedilatildeo de dados espaciais Florianoacutepolis Ed Da UFSC 2006

Mppemonde httpmappemondemgmfr

PALSKY G Des chiffres et des cartes Comiteacute des travaux historiques et scientifiques Paris 1996

SANCHEZ Miguel Cezar ldquoConteuacutedo e eficaacutecia da Imagem Graacuteficardquo Boletim de Geografia Teoreacutetica Rio Claro v 11 n21 p 74-81 1981

WANIEZ P Software Philcarto para Windows Disponiacutevel httpphilgeoclubfrIndexhtml Acesso em maio de 2008

Pour citer cet article

Reacutefeacuterence eacutelectronique

Rosely Sampaio Archela et Herveacute Theacutery laquo Orientaccedilatildeo metodoloacutegica para construccedilatildeo e leitura de mapas temaacuteticos raquo Confins Nuacutemero 3 Numeacutero 3 julho-outubro de 2008 juillet-octobre 2008 [En ligne] mis en ligne le 23 juin 2008 URL httpconfinsrevuesorgdocument3483html Consulteacute le 02 mai 2009

Auteurs

Rosely Sampaio Archela

Professora Associada do Departamento de Geociecircncias Universidade Estadual de Londrina roarchelauelbr

Herveacute Theacutery

Directeur de recherche au Credal-CNRS Professor convidado na USP (Caacutetedra Pierre Monbeig htheryaolcom

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cidade e tantos outros que poderiam servir para alguma coisa mas que quando existem desorientam mais do que orientam Talvez para o usuaacuterio (consumidor) natildeo interesse como eles foram feitos mas se servem agrave necessidade imediata se cumprem seu objetivo

3 Se considerarmos que os mapas servem de orientaccedilatildeo e de base para o planejamento e conhecimento do territoacuterio a sociedade acaba sendo consumidora dessas representaccedilotildees cartograacuteficas que satildeo um meio de comunicaccedilatildeo Poreacutem na maioria das vezes esses mapas natildeo tecircm cumprido o seu papel Nas palavras de Loch (2006 p27)ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Provavelmente parte da responsabilidade pela atual proliferaccedilatildeo de mapas pouco eficazes se deve tambeacutem ao acesso irrestrito agraves ferramentas tecnoloacutegicas desenvolvidas para anaacutelise de dados espaciais aliadas ao desconhecimento dos procedimentos inerentes agrave representaccedilatildeo cartograacutefica

4 Do ponto de vista cientiacutefico a busca por meacutetodos que decircem conta da representaccedilatildeo de processos complexos da contemporaneidade tambeacutem provocou o aumento de pesquisas em aacutereas emergentes como o geoprocessamento a informaacutetica o meio ambiente e a sauacutede puacuteblica para os quais os sistemas de informaccedilatildeo geograacutefica fornecem ferramentas que ajudam na produccedilatildeo de mapas Isso certamente contribui cada vez mais para que os mapas sejam concebidos como documentos que revelam o visiacutevel e o invisiacutevel na imagem como por exemplo as concepccedilotildees ideoloacutegicas de uma sociedade No entanto independente do objetivo o mapa como um meio de comunicaccedilatildeo exige conhecimentos especiacuteficos de Cartografia tanto de seu criador como do usuaacuterio leitor e consumidor

5 O texto que segue de cunho francamente didaacutetico pretende portanto trazer un pouco de clareza sobre os diferentes tipos de mapas teacutematicos os meacutetodos de mapeamento e modos de expressāo sem esquecer a importante questatildeo da escala

Mapas temaacuteticos

6 Na cartografia os mapas tecircm caracteriacutesticas especiacuteficas que os classificam e representam elementos selecionados de um determinado espaccedilo geograacutefico de forma reduzida utilizando simbologia e projeccedilatildeo cartograacutefica Para os cartoacutegrafos escreve Loch (2006 p33) os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento que pode ser o mais amplo e variado possiacutevel ou o mais restrito e objetivo possiacutevel e afirma que ldquocada mapa tem seu autor uma questatildeo e um tema mesmo os mapas de referecircncia geral os topograacuteficos ou os cadastraisrdquo

7 Sobre a questatildeo dos mapas temaacuteticos Joly (2005 p75) afirma que todo o mapa qualquer que seja ele ilustra um tema e ateacute o mapa topograacutefico natildeo escapa agrave regra Dessa forma define como mapas temaacuteticos ldquotodos os mapas que representam qualquer tema aleacutem da representaccedilatildeo do terrenordquo Os procedimentos de levantamento redaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo de informaccedilotildees por meio de mapas diferem de acordo com a formaccedilatildeo e especializaccedilatildeo dos profissionais em cada campo a exemplo dos geoacutelogos geomorfoacutelogos geoacutegrafos entre outros que se expressam na forma graacutefica

8 A elaboraccedilatildeo de mapas temaacuteticos abrange as seguintes etapas coleta de dados anaacutelise interpretaccedilatildeo e representaccedilatildeo das informaccedilotildees sobre um mapa base que geralmente eacute extraiacutedo da carta topograacutefica Os mapas temaacuteticos satildeo elaborados com a utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que objetivam a melhor visualizaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo



























































Tamanho da Escala


Escala Grande

maiores que 125000


Escala Meacutedia

de 1 250000

44 ateacute 1250000


Escala Pequena

menores que

45 1 250000



















5 Bibliografia
















Auteurs












































































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