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Ano 35 N.º1 de 2014/15 Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro LEITURAS NOTÍCIAS Feira do Livro no Museu da Terra de Miranda Feira do Livro no Museu da Terra de Miranda Feira do Livro no Museu da Terra de Miranda Iniciava aberta à comunidade apresentou programa cultural paralelo. Joana Afonso Joana Afonso Joana Afonso Um grande valor da BD nacional Um grande valor da BD nacional Um grande valor da BD nacional Desenho concebido por Miguel Shrek NOTÍCIAS Dia internacional da pessoa Dia internacional da pessoa Dia internacional da pessoa com deficiência com deficiência com deficiência Desfile de Carnaval Desfile de Carnaval Desfile de Carnaval está preparado! está preparado! está preparado! NOTÍCIAS

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

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Ano 35 N.º1 de 2014/15

Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

LEITURAS

NOTÍCIAS

Feira do Livro no Museu da Terra de MirandaFeira do Livro no Museu da Terra de MirandaFeira do Livro no Museu da Terra de Miranda

Iniciativa aberta à comunidade apresentou programa cultural paralelo.

Joana AfonsoJoana AfonsoJoana Afonso

Um grande valor da BD nacionalUm grande valor da BD nacionalUm grande valor da BD nacional

Desenho concebido por Miguel Shrek

NOTÍCIAS

Dia internacional da pessoa Dia internacional da pessoa Dia internacional da pessoa

com deficiênciacom deficiênciacom deficiência

Desfile de Carnaval Desfile de Carnaval Desfile de Carnaval

está preparado!está preparado!está preparado!

NOTÍCIAS

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fevereiro de 2015

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

ÍNDICE ALFABÉTICO

FICHA TÉCNICA

Propriedade

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS

DE MIRANDA DO DOURO

Rua Coronel Eduardo Beça

5210-192 MIRANDA DO DOURO

Tel.: 273 431 330 / Fax: 273 432 355

Email: [email protected]

Página Web:

esmd.dyndns.org/expert/aemd.htm

Coordenação

Clube de Jornalismo

Grafismo

Clube de Jornalismo

Imagem do Cartolinha

Manuel Ferreira

Impressão

AEMD

Tiragem

200 exemplares

CDU

373.5 (469.201) (05)

EDITORIAL / EIDITORIAL

Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

EDITORIAL 2

HISTÓRIA 17

LEITURAS 22

MIRANDÊS 20

NOTÍCIAS 3

OPINIÃO 13

Editorial

A recente avaliação externa a

que o Agrupamento de Escolas se sub-

meteu incluiu a aplicação de um inqué-

rito de satisfação à comunidade, com

uma amostra bastante significativa,

previamente definida pela equipa de

avaliação, cujos resultados foram bas-

tante positivos e, em diversos itens, até

melhores do que os nossos resultados

da autoavaliação. Motivo, portanto,

para todos ficarmos satisfeitos com o

trabalho que temos vindo a desenvol-

ver ao longo dos últimos anos.

No entanto, houve um resulta-

do que nos deixou apreensivos e preo-

cupados. De facto, e embora a maioria

dos alunos inquiridos reconheça gostar

ou até gostar muito da escola, quase

vinte por cento das respostas situaram-

se na opção «não concordo nem discor-

do». Ora é precisamente esta atitude

de indiferença e de ausência de opini-

ão que nos preocupa e que urge inver-

ter.

A atual crise económica e as

elevadas taxas de desemprego entre os

jovens licenciados têm provocado na

juventude uma grande desmotivação e

uma elevada falta de expectativas rela-

tivamente ao prosseguimento de estu-

dos e à obtenção de um grau académi-

co, a qual é potenciada, no interior do

país, por uma oferta pedagógica pouco

diversificada e que não vai de encontro

às expectativas e interesses de muitos

alunos, desembocando, muitas vezes,

no insucesso e no abandono.

É urgente definir regras especí-

ficas e apostar na constituição de uma

rede de ofertas educativas diversifica-

das, com um número de alunos por

turma mais reduzido e que seja viável,

sob pena de estarmos a contribuir para

o esvaziamento do interior. Haverá

melhor destino ou melhor utilização

para os fundos de coesão?

La recente abaluaçon sterna a la que l

Agrupamiento de Scuolas se submetiu

ancluiu l'aplicaçon dun anquérito de

sastifaçon a la quemunidade, cun ua

amostra bastante seneficatiba, prebia-

mente defenida pula eiquipa d'abalu-

açon. Ls resultados fúrun bastante

positibos i, an dibersos itenes, até me-

lhores de l que ls nuossos resultados de

l'outoabaliaçon. Motibo, antón, para

todos quedarmos sastifeitos cul traba-

lho que tenemos benido a zambolber

al lhongo de ls radadeiros anhos.

Inda assi, houbo un resultado

que mos deixou aprensibos i preacupa-

dos. De fato, i ambora la maiorie de ls

alunos anquiridos reconheça gustar ou

até gustar muito de la scuola, quaije

binte por ciento de las repuostas situó-

run-se na oupçon «nun cuncordo nin

çcordo». Ora ye percisamente esta

atitude d'andiferença i d'auséncia

d'oupenion que mos preocupa i qu'ur-

ge ambertir.

L'atual crise eiquenómica i las

eilebadas taxas de zamprego antre ls

moços lhicenciados ténen probocado

na mocidade ua grande çmotibaçon i

ua eilebada falta de spetatibas relati-

bamente al prosseguimiento de studos

i a l'oubtençon dun grau académico, la

qual ye potenciada, ne l'interior de l

paíç, por ua ouferta pedagógica pouco

dibersificada i que nun bai d'ancuontro

a las spetatibas i antresses de muitos

alunos, zambocando, muitas bezes, ne

l'ansucesso i ne l'abandono.

Ye urgente defenir regras spe-

cíficas i apostar na custituiçon dua

rede d'oufertas eiducatibas dibersifica-

das, cun un númaro d'alunos por tur-

ma mais reduzido i que seia biable, sob

pena de starmos a cuntribuir pa l sba-

ziamiento de l'interior. Haberá melhor

çtino ou melhor outelizaçon pa ls fon-

dos de coeson?

António MM Santos

Diretor do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

Notícias

No dia 25 do mês de Se-

tembro de 2014, pelas 15 horas,

nas instalações da Escola EB2 em

Miranda do Douro foi realizada

uma cerimónia de atribuição de

medalhas aos alunos, estando

presente o Diretor do Agrupa-

mento de Escolas de Miranda do

Douro, o Presidente da Câmara

Municipal de Miranda do Douro,

professores, comunidade escolar

e alguns encarregados de educa-

ção.

Nesta cerimónia, foram dis-

tinguidos os alunos que obtive-

ram melhores resultados, sendo-

-lhes atribuída uma medalha de

mérito pelo seu esforço e dedica-

ção aos estudos e à sua forma-

ção. Para além da medalha de

mérito foram ainda distinguidos

alunos com melhor progressão, e

aos alunos que se destacaram na

escrita e oralidade em Língua Mi-

randesa foi-lhes atribuído um

prémio monetário

Eu, Ana Rita Esteves Rapo-

so, aluna do 5.º ano, fui uma das

condecoradas. Quando me disse-

ram que ia receber uma medalha

fiquei muito feliz, porque vi que o

meu trabalho fora recompensa-

do. Perceber que as outras pesso-

as entendem que me esforço pa-

ra tirar boas notas é muito bom e

dá vontade de continuar a estu-

dar. Todos lá em casa ficaram

muito felizes por mim e deram-

-me os parabéns. Estou muito

contente e vou continuar a estu-

dar para mostrar que mereci, e

vou continuar a merecer esta me-

dalha de mérito. Em conversa

com outros colegas distinguidos,

estes disseram que também sen-

tiram o mesmo e iriam esforçar-

-se ainda mais neste ano escolar.

Com a realização deste tipo

de evento, a minha escola pre-

tende que os alunos continuem

motivados e obtenham cada vez

melhores resultados escolares,

contribuindo assim para que o

nível da escola seja cada vez mais

elevado.

Os frutos do interesse e do empenho!Os frutos do interesse e do empenho!Os frutos do interesse e do empenho!

EQUIPA DA BE

No dia 21 de no-

vembro, foram entre-

gues os prémios do con-

cursoBiblioselfie: os ven-

cedores receberam va-

les de compras para utili-

zar na Feira do Livro e os

participantes contempla-

dos com as Menções

Honrosas levaram para

casa um “diploma de

participação” muito es-

pecial… para mais tarde

recordar.

Estiveram presen-

tes nesta breve sessão

um representante da

Direção da Escola e um

representante dos pais e

encarregados de educa-

ção, aos quais se agrade-

ce a sua presença.

Entrega dos prémios do concurso BiblioselfieEntrega dos prémios do concurso BiblioselfieEntrega dos prémios do concurso Biblioselfie

ANA RITA RAPOSO

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

Notícias

No dia 17 de novembro,

comemorou-se, na nossa escola,

o Dia Mundial do Não Fumador.

Os alunos do 7º, 8º e 9º

anos criaram cartazes nas aulas

de Educação visual e expuseram

-nos no átrio do bloco de aulas.

Nestes trabalhos, alertavam pa-

ra os malefícios do consumo de

tabaco e para os fatores de pro-

teção. Nos intervalos da manhã

e da tarde, os alunos do Clube

da Saúde dinamizaram o “Jogo

contra o tabaco”. Foram muitos

os que aproveitaram para trei-

nar a pontaria e derrotarem os

cigarros.

Ainda neste âmbito, as

turmas do 8º ano do Agrupa-

mento participaram em ativida-

des do programa Escolas Livres

de Tabaco. Estas atividades fo-

ram orientadas pela Enfermeira

Graça e pela Cardiopneumolo-

gista Marina, técnicas do Centro

de Saúde, ao longo de três ses-

sões que decorreram nas aulas

de Formação Cívica. Os alunos

demonstraram muito interesse e

participaram com empenho em

todas as atividades.

A comemoração deste dia

tem como objetivo sensibilizar a

comunidade escolar para os ma-

lefícios do consumo de tabaco.

Segundo a Organização Mundial

de Saúde (OMS), a pandemia do

tabagismo foi responsável pela

morte de 100 milhões de pesso-

as no século XX. Se não for con-

trolada, poderá vir a matar mil

milhões, ao longo do presente

século. O consumo do tabaco é

a primeira causa evitável de do-

ença, incapacidade e morte pre-

matura nos países desenvolvi-

dos, contribuindo para seis das

oito primeiras causas de morte a

nível mundial, a saber: doença

cardíaca isquémica; doença ce-

rebrovascular; doença pulmonar

obstrutiva crónica; cancro do

pulmão; infeções respiratórias

baixas e tuberculose pulmonar.

Muitos aproveitaram para treinar a pontaria e derrotar os cigarros

Todos contra o fumo!Todos contra o fumo!Todos contra o fumo!

CARLA MARTINS

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

Notícias

O concurso de leitura para o

2.º, 3.º ciclos e secundário decorreu

no dia 14 de janeiro, pelas 16 horas,

nas escolas do Agrupamento.

Este ano abrimos o concurso,

a nível de escola, aos alunos do 2º

ciclo. Nesta 1ª fase, tiveram de mos-

trar o que sabiam sobre a história

“Chocolate à Chuva” de Alive Vieira.

Nem todos os alunos inscritos com-

pareceram, pois foram-se perdendo

no enredo da obra, mas os mais per-

sistentes apareceram e “passaram a

prova”. Os alunos que passaram à 2ª

fase do concurso foram: Helena Ro-

drigues, do 6ºB, com 96 pontos, Ana

Raquel Antão, do 5ºB, com 91 pon-

tos, e Ana Leonor Pimentel e Vitória

Sousa, do 6º A, com 83 pontos, ex-

A fraga Tantineira de Malhadas Um refúgio para muitas pessoas que queriam atravessar a fronteira

No meio do mato de Malhadas existe uma

fraga, de que poucos conhecem a lenda, mas quem

a sabe tenta sempre ensiná-la a outros. É mais co-

mum os avós contarem essas histórias aos netos e

eu sou uma delas!

Antigamente, era muito difícil as pessoas pas-

sarem, de país para país, só com um passaporte

legal. Só os comerciantes é que os tinham e, por

isso, muitas pessoas pagavam-lhes para serem le-

vadas, em segredo, escondidos nas bagagens das

carrinhas. Mas como a PIDE (Polícia Internacional

de Defesa do Estado) apanhava muitos contraban-

distas, essa hipótese foi começando a diminuir e

quem podia correr esses riscos pedia sempre mui-

to dinheiro que, na altura, era algo raro.

A Fraga “tantineira” não era só para os con-

trabandistas que queriam passar de país para país,

em busca de melhores condições de vida e empre-

go. Era também um abrigo para os pastores que iam

passear os seus rebanhos.

Esta Fraga era um refúgio para muitas pessoas

e pode muito bem ter sido um esconderijo para os

nossos bisavôs ou trisavós. Hoje em dia, ela ainda

continua sendo frequentada por pastores.

A fraga Tantineira

SOFIA MARTINS

A caminho da segunda faseA caminho da segunda faseA caminho da segunda fase EQUIPA DA BE

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

Notícias

aequo, todas da EBS de Miranda.

Ao nível do Concurso Naci-

onal de Leitura, as obras “Novos

Contos da Montanha” de Miguel

Torga e “A queda dum anjo” de

Camilo Castelo Branco foram as

selecionadas para o 3º ciclo e

para o Ensino Secundário, respe-

tivamente.

Os alunos selecionados

para a 2ª fase distrital ao nível do

3º ciclo foram o André Ferreira,

com 84 pontos, e o João Gonçal-

ves, com 80 pontos, do 7ºA de

Sendim, e a Cristiana Pires, do

8ºB de Miranda, com 78 pontos.

Ao nível do Ensino Secundário,

foram apuradas as alunas Tatiana

Raposo do 11ºA, com 79 pontos,

Catarina Figueiras, do 11ºA, com

64 pontos, e Carolina Mesquita,

do 10ºA, com 59 pontos.

Todos os participantes

receberam um Certificado de

Participação.

Parabéns e boa sorte aos

apurados para a 2ª fase!

Continuamos juntos nesta

"missão… possível" de motivar os

alunos para a leitura... E fazer da

leitura um jogo é, com certeza,

um dos caminhos!

A Feira do Livro do Agrupamento decorreu entre os dias 3 e 6 de

dezembro, no Museu da Terra de Miranda, apresentando um progra-

ma cultural paralelo aberto à comunidade. Esta iniciativa pretendeu

não só dar a possibilidade a toda a comunidade de contactar com li-

vros de autores portugueses e estrangeiros de qualidade, adequados a

várias faixas etárias, mas também promover o gosto pela leitura e enri-

quecer e alargar os horizontes culturais dos alunos. Por isso, na Feira

do Livro leram-se histórias, declamaram-se poemas, discutiram-se

obras e autores, enfim, o tema da conversa – entre alunos e professo-

res, entre pais e alunos, entre alunos, entre visitantes e organizadores

– eram os livros!

Para além disso, as iniciativas integradas no programa da Feira

do Livro visaram igualmente ir ao encontro do currículo dos alunos.

Salienta-se que este evento mobilizou muitas pessoas, destacan-

do-se em primeiro lugar, o professor Manuel Ferreira e o professor

Miguel Schreck que orientaram as oficinas de ilustração sobre a poesia

de Miguel Torga, com os alunos de 4º ano, em Sendim e em Miranda,

respetivamente, e que tiveram uma participação especial nos dese-

nhos que divulgaram os eventos; a ex-professora Teresa Almeida que

sugeriu a oradora Conceição Lima para a Hora da Poesia; os alunos das

turmas de 10º ano, envolvidos na oficina de escrita a partir de poemas

de Torga e que participaram na Hora de Poesia “Palavra de Torga”, de-

clamando poemas em português e em mirandês; os alunos das turmas

de 5º e 6º ano do Agrupamento que estiveram presentes no auditório

municipal para assistirem à leitura encenada da história “Sebastião re-

Um estimulante abraço cultural!

EQUIPA DA BE

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

Notícias

gressou” (adaptação do original de Nuno Markl) e

alunos do 8ºA que ajudaram na elaboração de car-

tazes. Para além destas pessoas, a equipa da Biblio-

teca Escolar, a equipa dos pais e encarregados de

educação, e outros professores da EBS, deram a

sua ajuda, imprescindível ao sucesso de um even-

to desta natureza.

Este evento foi apoiado desde o início

pela Direção do Agrupamento de Escolas e

para a sua realização contamos também com

a colaboração do Museu, que cedeu o espa-

ço e ajudou não só na divulgação da Feira

e das iniciativas a ela ligadas, como tam-

bém na preparação de outras iniciativas

integradas no Programa da Feira do

Livro. De sublinhar também a parceria

com a Câmara Municipal que nos

apoiou ao nível do transporte dos

alunos e de materiais e que patro-

cinou os trabalhos cénicos apre-

sentados pelo grupo de teatro

TRETAS.

A abertura da Feira do Livro à comunidade

trouxe um público variado à Feira, embora haja um

esforço a fazer no sentido de o cativar ainda mais!

Associada à

Hora da Poesia - "Palavra de Torga" -

programada para

sexta-feira, dia 5 de dezembro, às 15h e

às 21h, no Auditório Municipal e no Mu-

seu da Terra de Mi-randa, respetivamen-

te, decorre no recin-to da Feira uma ex-

posição de livros de Miguel Torga e de

trabalhos resultantes de uma Oficina de Ilustração -

realizada com os alunos do 4º ano do Agrupamento e

orientada pelo professor Manuel Ferreira, em Sendim,

e pelo professor Miguel Schreck, em Miranda -, e de

uma Oficina de Escrita - realizada com os alunos do 10º

ano e orientada pela professora Elisabete Barrosa, co-

ordenadora da Biblioteca Escolar. Esta atividade permi-

tiu envolver diferentes faixas etárias na (re)descoberta

deste poeta transmontano!

No âmbito do programa da

Feira do Livro, em parceria com a

Câmara Municipal e o Museu da

Terra de Miranda, o grupo

T.R.E.T.A.S. - Teatro Rural Experi-

mental em Terreiros Auditórios e

Salões –, da associação LéRIAS ,

adaptou e encenou a leitura da

obra “Sebastião regressa a casa”

de Nuno Markl, no Auditório Mu-

nicipal, pelas 15h30, para os alu-

nos dos 5º e 6º anos do Agrupa-

mento de Escolas de Miranda do

Douro. Aberto à comunidade, o

evento foi enriquecido com a pre-

sença de espetadores vindos dos

lares de Palaçoulo, Duas Igrejas e

Miranda. Os mais velhos acrescen-

taram à atualidade da peça as vi-

vências do passado e, dois dias

após a comemoração do dia 1 de

dezembro, até trautearam o “Hino

da Restauração da Independên-

cia”. Gostamos!

D. Sebastião regressou!D. Sebastião regressou!D. Sebastião regressou!

À volta de Miguel Torga...

À volta de Miguel Torga...

À volta de Miguel Torga...

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

Notícias

Dia das bruxasDia das bruxasDia das bruxas

No dia 31 de outubro a Escola E B 2,3

de Sendim comemorou o dia das bruxas. Nas

imagens ilustrativas deste texto podemos ver

alguns dos trabalhos presentes neste evento

assim como alguns dos alunos envolvidos.

Neste caso, foram as turmas do 7º

ano e 8º ano da disciplina de EAA que

estiveram envolvidas na atividade, em

parceria com a Biblioteca Escolar, tendo

trabalhado com gosto e interesse, em mais

um evento que se realizou na nossa escola.

Imbuídos do espírito natalício, munidos de tesouras,

cola, cartolinas, folhas coloridas e alguns materiais recicla-

dos, os alunos das turmas A e B do oitavo ano, da EBS de

Miranda do Douro, deram largas à imaginação…

No dia 11 de dezembro, na aula de Francês II, estes

alunos resolveram desejar as Boas Festas à comunidade

escolar. Para tal, colocaram mãos à obra e criaram bonitas

letras e estrelas tridimensionais, sinos feitos a partir

cápsulas do café e simples, mas originais, postais de

Natal.

O produto final foi exposto numa das vitrinas do blo-

co de aulas e aí permanece, enfeitando a escola, para o Na-

tal que se avizinha.

Resta-me,

pois, repetir as fra-

ses que escreveram

e desejar a toda a

comunidade escolar

“Joyeux Noël et

Bonne Nouvelle An-

DEOLINDA MAGALHÃES

Alunos deram largas à imaginação…Alunos deram largas à imaginação…Alunos deram largas à imaginação…

No projeto pedagógico para

este ano letivo 2014/2015—“Educar

para a cidadania” -, as atividades

para o 2.º período, devem privilegiar

o desenvolvimento da consciência

ecológica, implementando a política

dos 4R´S e sensibilizando as famílias

e comunidade em geral.

Os trajes carnavalescos estão a

ser confecionados, reutilizando sa-

cos de papel da farinha trazidos de

casa pelas crianças. Como é nosso

apanágio preservar a nossa identi-

dade cultural, resolvemos com este

material fazer trajes mirandeses:

capas

de

honra,

fatos

de

pauli-

teiros

e danças mistas.

Assim, conseguimos dois obje-

tivos para nós de relevante impor-

tância:

1º - Sensibilizar a comunidade

para a importância da reutilização

dos materiais e consequentemente

da preservação do ambiente;

2º- Dar a conhecer, divulgar e

preservar o nosso património imate-

rial.

Só esperamos que o nosso des-

file carnavalesco se realize com en-

tusiasmo, folia e animação, cativan-

do toda a comunidade local.

TURMA 8.ºa - SENDIM

Estamos a preparar o CarnavalEstamos a preparar o CarnavalEstamos a preparar o Carnaval

ORQUÍDEA XAVIER

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

Notícias

Dia 1 de dezembro, assinala

-se o “Dia Mundial da Luta Contra

a Sida” para relembrar uma do-

ença que, desde 1985, afetou

mais de 47 mil pessoas em Portu-

gal.

Segundo os dados do Insti-

tuto Nacional de Saúde Doutor

Ricardo Jorge (INSA), no ano de

2013 foram diagnosticados quase

três casos por dia de infeção por

VIH/sida, em Portugal, num total

de 1.093 situações. Foram ainda

notificados 226 mortes ocorridas

em pessoas com

a infeção por

VIH. Aponta ain-

da a mesma fon-

te que o número

de novos diag-

nósticos em ho-

mens foi 2,4

vezes superior

ao registado

em mulheres

e que metade

dos casos re-

ferentes a

adultos cor-

respondia a

indivíduos

com idade

igual ou supe-

rior a 40 anos.

O dia 1 de de-

zembro foi assinalado na nossa

Escola com diversas iniciativas

que visaram alertar a comunida-

de escolar para as formas de pre-

venção do VIH/sida e lembrar

todas as vítimas que morreram

ou que estão infetadas com a do-

ença.

Ao longo da semana ante-

rior, a maior parte das turmas

desenvolveram atividades refe-

rentes ao tema HIV/SIDA

(trabalhos de pesquisa, visualiza-

ção de vídeos, debates e elabora-

ção de cartazes e outros traba-

lhos) nas aulas de Formação Cívi-

ca, Ciências Naturais, Educação

Visual e de Biologia e Geologia.

Os trabalhos foram expostos no

átrio do bloco de aulas da escola.

No mesmo local, as alunas do

grupo de dança apresentaram, às

10:30, uma exibição de ginástica

acrobática e um grupo de alunos

de 12º ano apresentou um vídeo

alertando para os fatores de risco

e para as formas de prevenção.

No intervalo da tarde, um grupo

de alunos de 12º ano dinamizou

o jogo “O que sabes sobre a Si-

da?” … Constatamos que muitos

dos nossos alunos já possuem

muitos conhecimentos sobre esta

doença. Os membros do Clube da

Saúde distribuíram laços a toda a

comunidade escolar.

Ao longo do dia, a Unidade

Móvel do Centro de Saúde de Mi-

randa do Douro esteve no recinto

da nossa escola. Os técnicos de

saúde, coordenados pela enfª

Graça esclareceram as dúvidas

colocadas

pelos alu-

nos, efetua-

ram a todos

os interessa-

dos o teste

rápido de

Relembrar uma doença graveRelembrar uma doença graveRelembrar uma doença grave

CARLA MARTINS

Page 10: Cartolinha 1 de 2014/15

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

rastreio HIV/Sida e distribuíram

materiais fornecidos pela Coor-

denação Nacional para a Infeção

do VIH/Sida.

Pensamos que todas estas

atividades contribuíram para

alertar e consciencializar a co-

munidade escolar para esta pro-

blemática.

E porque a SIDA existe…

continuamos a insistir… mais

vale prevenir!

No âmbito do Plano Anual de

Atividades do Jardim de Infância e

Escola Básica de Miranda do Douro,

decorreu a semana da alimentação,

envolvendo professores, alunos e

assistentes operacionais, no perío-

do de treze a dezassete de outubro

de dois mil e catorze, culminando

no último dia com uma feira da ali-

mentação.

Ao longo da semana, os alu-

nos, em colaboração com professo-

res e assistentes operacionais, inte-

ragiram com uma grande diversida-

de de hortaliças, legumes e frutos

da época, prepararam a feira, parti-

cipando na confeção de compotas,

doces, pesagem de alimentos, pre-

paração de trabalhos em contexto

de sala de aula para embelezar os

expositores. É de salientar a colabo-

ração da equipa de saúde escolar

local com uma ação de sensibiliza-

ção sobre alimentação saudável.

Com a venda dos produtos, a

Escola comprou um retroprojetor e

material lúdico/ desportivo para

todos os alunos.

A avaliação da atividade foi

considerada muito positiva e com

muita participação dos encarrega-

dos de educação e do público.

Feira da alimentaçãoFeira da alimentaçãoFeira da alimentação

Feira da alimentação foi um sucesso.

Atividades contribuíram para alertar e consciencializar.

LAURINDA CAMEIRÃO

Notícias

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

Notícias

As turmas do 5.º ano da do

Agrupamento foram convidadas a

"Descobrir a Biblioteca" e assim, jun-

tamente com os respetivos diretores

de turma, acompanharam uma breve

sessão de esclarecimento seguida de

um desafio que os levou a percorrer,

em pequenos grupos, as várias zonas

da biblioteca.

No fim da atividade, os alunos

mostraram-se entusiasmados por sa-

berem o que era o ISBN e também por

terem descoberto que a etiqueta que

se cola na lombada dos livros se cha-

ma "cota". Também aprenderam que

os livros pertencem a classes que cor-

respondem a um número – trata-se da

Classificação Decimal, que é igual em

todo o mundo!

“Gostei muito de ter ido à Bi-

blioteca. Aprendi coisas novas e des-

cobri espaços na Biblioteca. Agora já

sei onde hei de procurar os livros

quando precisar. Foi muito divertido.

Gostei muito das atividades que fize-

mos. No jogo, eu e os meus colegas

conseguimos responder a todas as

perguntas. Fomos a melhor equi-

pa.” (Rui Manuel Branco, 5ºA)

Formação de Utilizadores 2014/2015

EQUIPA DA BE

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

Notícias

No nosso Agrupamen-

to assinalou-se o Dia Inter-

nacional da Pessoa com De-

ficiência com várias iniciati-

vas.

Algumas turmas dos

1º, 2º e 3º ciclos de Sendim

e de Miranda e os alunos

que frequentam o apoio

especializado, sensibilizados

para a temática da diferen-

ça e compreendendo a im-

portância da construção de

uma escola cada vez mais

inclusiva, uniram esforços

para que os valores da in-

clusão, da amizade, do res-

peito, da igualdade de opor-

tunidades e outros, perma-

neçam presentes no nosso

dia a dia.

No âmbito da discipli-

na de psicologia e em coo-

peração com a psicóloga

escolar, os alunos do 9.º C

assistiram ao filme “Amigos Im-

prováveis”, que serviu de motiva-

ção para a realização jogos de co-

municação e de alerta para os

direitos humanos, muitas vezes

ignorados, designadamente o di-

reito à felicidade, à afetividade, à

individualidade e à sexualidade

das pessoas com deficiência. Os

mesmos alunos, no âmbito da

disciplina de geografia, realizaram

pesquisas e recolheram frases de

vários autores que serviram de

mote para a reflexão, debate de

ideias e elaboração de bandeiri-

nhas que colocaram nas sandes

dos buffets da escola.

Dando um colorido especial

aos blocos de aulas, foram elabo-

rados e expostos, pelos alunos

dos 7.º, 8.º e 9.º anos, com ajuda

da professora de E.V, cartazes

alusivos à efeméride. Também os

alunos do apoio especializado qui-

seram pincelar a biblioteca com

um recorte de cores expondo a

base do mural “Dou a Minha Mão

pelo(a)/por…”, onde os cole-

gas do 6.º A e todos os ele-

mentos da comunidade

educativa, que assim enten-

deram, deixaram mensa-

gens de afeto, amizade, soli-

dariedade, respeito, aceita-

ção, igualdade, etc…

Num trabalho colaborativo e

de partilha com a biblioteca

escolar, a turma do 6.º B, na

aula de português, pensou e

redigiu as frases impressas

nos marcadores que foram

distribuídos aos visitantes

da feira do livro. O professor

de Educação Musical e os

alunos dos 5.º e 6.º abri-

lhantaram com o “Hino da

Alegria” a abertura da Feira

do Livro, num reconheci-

mento especial ao dia inter-

nacional da pessoa com de-

ficiência.

“Dou a minha mão por…”: alunos do Ensino Especial da

EBS de Miranda “de mãos dadas” com a comunidade

educativa.

Dia internacional da Pessoa com Deficiência 2014Dia internacional da Pessoa com Deficiência 2014Dia internacional da Pessoa com Deficiência 2014

RITA DIAS

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

Depois de fazermos um resumo

de algumas atividades realizadas no

nosso Agrupamento, e como momento

reflexivo, deixamos um poema do 6.ºB.

As minhas sensações

Todos acham uma aflição Porque eu tenho uma incapacidade, Mas isso não quer dizer Que eu não tenha curiosidade! Quando ando pela rua Tenho medo de caminhar, Mas quando estão à minha volta Fazem-me acreditar. Posso ser diferente Mas por dentro sou igual, Tenho direito à amizade Como um amigo normal. Toda a gente tem Alguma dificuldade Mas Todos têm Direito à Igualdade… (Escrito por: Helena, Filipa e Rodrigo)

E assim se assinalou, no nosso Agrupamento, mais um dia 3 de de-zembro.

La Cimeira de l TiempoLa Cimeira de l TiempoLa Cimeira de l Tiempo

Oucorriu antre 1 i 14 de Dezembre, na cidade de Lima, ne l

Peru, la 20ª Cunferência de las Partes de las Naçones Ounidas

acerca de las Altaraçones Climáticas, ajuntando menistros que

benírun de 190 naçones. Este ancuontro tenie cumo percipal an-

teresse demudar l Protocolo de Quioto de 1997 (l purmeiro i, até

hoije, l único tratado jurídico anternacional que se preponie a

abaixar las eimissones de oupores cun eifeito de stufa de ls países

zambultos) i assentar ls aliçaces para un antendimento nuobo

global cun bista a fazer minguar las eimissones até l anho de

2020, i que las naçones stan oubrigadas a assinar an Márcio de l

próssimo anho, na cidade de Paris.

Apuis de dues semanas de negociaçones i de un die i meio

de atraso (por bias de la falta de antendimento), ls países parteci-

pantes nun fúrun capazes de chegar a un remate final, inda assi

quedou decedido que todas las naçones teneran de apersentar a

la ONU, antes de l 1 de Outubre de 2015, cumpromissos de fazer

minguar ls oupores cun eifeito de stufa. Para alhá disso, quedou

decedido que teneran de apersentar anformaçon bien a menudo,

a respeito de las medidas tomadas puls gobernos de cada naçon

pa cunseguir que essa diminuiçon se cumpra na berdade.

La reduçon de ls oupores cun eifeito de stufa ye amportan-

te pa la lhuita al calecimiento global. L calecimiento global ye l

porcesso de oumento de la temperatura média de ls ouceanos i

de l'aire an pie a la superfice terrestre debido a las eimissones de

oupores cun eifeito de stufa por bias de l uso a mais de cumbusti-

bles fósseles pul Home. Este oumento de la temperatura al nible

global lhieba al derretimiento de l gelo, a las mudanças climáticas,

a las altaraçones de las corrientes ouceánicas, a la çtruiçon de

habitates, etc. L calecimiento global ten sido, nas redadeiras dé-

cadas, un assunto que por todo l mundo aflige las pessonas. Na

berdade, la temperatura de l planeta ten oumentado, ponendo

an peligro l eiquilhíbrio de l eicossistema global an que bibimos. L

tiempo nun permite atrasos nien demoras, l que oucurrir agora yá

nun se puode ser remediado, pul que se spera que esta cunferên-

cia, agora treminada, tenga un papel amportante na lhuita contra

este porblema.

Alunos dos 1º e 2º anos do

Agrupamento produziram cartaz

solidário na disciplina de AVT

TATIANA RAPOSO

Opinião

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

Fiz-me leitor aos onze ou doze anos. Nas fé-

rias grandes, alguém me ofereceu uma pequena

coleção de livros de bolso intitulada “Ardina”. Deve-

riam ser cerca de uma dúzia de títulos, em formato

de bolso, livros de aventuras que li e reli nesse ve-

rão. Recordo ainda e apenas alguns títulos: “Fângio,

ás do volante”; “Polícia montada”; “Naufraguei no

Andrea Doria” … As obras, em papel, desaparece-

ram, e nunca mais pude en-

contrá-las. Mas ficou a memó-

ria que, creio, me abriu essa

porta mágica que só a leitura

pode facultar.

Ora, um destes dias

olhava eu para as estantes da

minha biblioteca, sempre a

precisar de uma boa arruma-

dela, e dei por mim a pensar nas razões pelas

quais alguns desses livros fazem parte da minha his-

tória como leitor. Mas sobretudo nos motivos por-

que me deixei seduzir por alguns, lendo-os e relen-

do-os, e também porque é que outros ainda conti-

nuam quase fechados, resistindo a todas as tentati-

vas de decifração. Deixando de lado os clássicos até

porque, como diria Ítalo Calvino, estes não se leem,

releem-se, comecei a conjeturar algumas possibili-

dades de resposta às minhas interrogações.

Em primeiro lugar, penso que alguns livros

começaram por me seduzir pelo título. E continuam

a fazê-lo, cada vez que os meus olhos passam pela

lombada e “releio” o seu interior. Eis alguns exem-

plos: “A última morte do coronel santiago”, de Luís

Cardoso; “As quatro fugas de Manuel”, de Jesús

Díaz; “Fantasia para dois coronéis e uma piscina”,

de Mário de Carvalho; “História de um homem que

comeu a sua morte”, de Ascêncio de Freitas; “O ano

em que Zumbi tomou o rio”, de José Eduardo Agua-

lusa; “A noite e o riso”, de Nuno Bragança … Porém,

neste capítulo, o mestre dos mestres é, sem dúvida,

António Lobo Antunes. Desde “Os cus de Judas”,

passando pela “Memória

de elefante”, “A explica-

ção dos pássaros”,

“Exortação dos crocodi-

los”, até aos mais recen-

tes “O meu nome é

legião” ou “Que cavalos

são aqueles que fazem

sombra no mar?”, cada

título é um enigma e

uma chave que nos convida a entrar pela harmonia

das palavras e pelo universo da sua arquitetura ro-

manesca.

Noutra estratégia de sedução colocaria todos

os livros que fui descobrindo, por mera curiosidade,

através, do conselho de um amigo, por uma crítica

num jornal, revista ou outro meio de comunicação,

por uma conversa ou por uma oferta do autor… En-

fim, foram estas mais algumas das portas de entra-

da para muitas obras que hoje fazem parte do meu

património de leitor. Alguns exemplos: “No jardim

das paixões extintas”, de Álvaro Guerra; “Os leopar-

dos de Kafka”, de Moacyr Scliar; “O périplo de Bal-

dassare”, de Amin Maalouf, mas também as obras

de Lídia Jorge, de Mia Couto, de Gonzalo Torrente

“Mas os melhores livros (...)

continuam a ser aqueles cujas

primeiras linhas e parágrafos

ficam para sempre guardadas

na nossa memória.”

“Os leitores de livros desenvolvem ou concentram uma fun-ção que nos é comum a todos… a arte de decifrar e de tra-duzir signos.”

Alberto Manguel, Uma História da Leitura

Crónica dos meus livrosCrónica dos meus livrosCrónica dos meus livros

ANTÓNIO BÁRBOLO ALVES

Opinião

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

Ballester, de Ramón J. Sender, de

José Saramago, de Camilo José

Cela, de Miguel de Unamuno, de

Jorge Luis Borges ou de Miguel

Delibes.

Mas os melhores livros (e

não falo de autores) continuam a

ser aqueles cujas primeiras linhas

e parágrafos ficam para sempre

guardadas na nossa memória. O

ímpeto da abertura é tão forte e

arrebatador que nos prende até

ao final e nunca mais esquece.

São alguns os títulos que me con-

quistaram desde as primeiras

linhas. De entre eles destaco

apenas dois: “Crónica de uma

morte anunciada”, de Gabriel

Garcia Márquez e “Trabalhos e

paixões de Benito Prada”, de Fer-

nando Assis Pacheco. Embora

separados no espaço e no tem-

po, ambas as histórias seduzem

pelo absurdo do humor negro,

pelo espírito de vingança focali-

zado no primitivo e

despropositado objeti-

vo de assassinar

quem, supostamente,

tirou a honra a uma

mulher e a uma

família. Fiquemos com

o início da obra de As-

sis Pacheco: “Quando

o Padeiro Velho de

Casdemundo teve a

certeza de que Manolo Cabra lhe

desfeiteara a irmã, em dois se-

gundos decidiu tudo. Nessa mes-

ma noite matou-o de embosca-

da, arrastou o cadáver para o pa-

lheiro e foi acender o forno com

umas vides que comprara para as

empanadas da festa de San Bar-

tolomé. O irmão do meio encar-

regou-se de cortar a cabeça ao

morto. O Padeiro Velho ama-

nhou-o e depois chamuscou-o

bem chamuscado. Às duas da

manhã untou o Cabra de alto a

baixo com o tempero, enfiando-

lhe um espeto pelas nalgas. Às

cinco estava assado”.

Numa prateleira à parte

ficam os meus mestres da pala-

vra e da poesia: Fernando Pes-

soa, Miguel Torga, Eugénio de

Andrade, César Vallejo, Joaquim

Pessoa, Sophia de Mello Breyner,

Eugénio de Andrade, António

Ramos Rosa… Com estes e mui-

tos outros queria terminar o ano

de 2012. Agrade-

cendo aos meus li-

vros terem contribu-

ído para abrir espa-

ços e para rasgar

horizontes num

futuro nimbado pe-

los sonhos, criando,

(re)criando, conce-

dendo-me no tem-

po cronológico ins-

tantes únicos, momentos fulgu-

rantes e inesquecíveis.

“O ímpeto da abertura é tão forte e arrebatador que nos prende até ao final e

nunca mais esquece.”

“Numa prateleira à

parte ficam os meus

mestres da palavra e da

poesia”

Opinião

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

“A liberdade é, antes de mais nada, o respeito pelos outros e o respeito que os outros

nos devem em função dos nossos direitos. A liberdade é a combinação entre os direitos

e os deveres, sem que cada um invada o espaço que, por direito, pertence aos outros.”

José Jorge Letria

Diz-nos José Jorge Letria que “A liberdade é, an-

tes de mais nada, o respeito pelos outros e o respei-

to que os outros nos devem em função dos nossos

direitos”. De facto, está certo e não poderia con-

cordar mais com ele. Mas pergunto: Será que a li-

berdade existe? Na minha opinião não, pelo menos

não no seu pleno significado.

Ao longo da história mundial, o conceito de li-

berdade tem sido cada vez

mais idealizado, desejado e

até “falsamente” alcançado.

A existência da Declaração

Universal dos Direitos Hu-

manos – adotada e procla-

mada pela Assembleia Geral

das Nações Unidas a 10 de

dezembro de 1948 - é um

ótimo exemplo disso, sendo

um documento que delineia os direitos humanos

básicos. O problema é que os 30 direitos que a

constituem não são totalmente respeitados, nome-

adamente o art.º 16º , que enuncia que todos os

adultos têm o direito a casar e a terem uma família

se assim o quiserem, e que passo a citar “o homem

e a mulher têm o direito de casar e de constituir

família, sem restrição alguma de raça, nacionalida-

de ou religião”. – Então e o sexo? Será que se es-

queceram dos homens e das mulheres homossexu-

ais que não podem contrair matrimónio nem po-

dem adotar crianças em diversas partes do mun-

do? Será que a “universalidade” desta declaração

não é mais do que ilusória?

Falo, por exemplo do meu país, onde o casa-

mento civil entre pessoas do mesmo sexo só foi

aprovado a 8 de janeiro de 2010 e onde a coado-

ção ainda quase é um assunto tabu.

Continuando a minha reflexão sobre o conceito

de “liberdade”, lembro que Martin Luther King

uma vez disse que “a injustiça é uma ameaça para

a justiça em todo o lado”. E está certo. Considere-

mos os factos mais recentes ocorridos em França:

o atentado terrorista ocorri-

do em Paris contra o Charlie

Hebdo põe em causa a liber-

dade mundial. Se devido a

um cartoon que brinca com

a figura do profeta Maomé

a vida de seres humanos é

ceifada de forma brutal, que

tipo de liberdade possuímos

nós? Como podemos pactu-

ar com este atentado? Ainda desconhecemos o

direito à liberdade de expressão? Quem nos pode

relembrá-lo?...

Em conclusão, a liberdade, de acordo com José

Jorge Letria, “é a combinação entre os direitos e os

deveres, sem que cada um invada o espaço que,

por direito, pertence aos outros”. Se pensamos que

existe ainda um longo caminho a percorrer até al-

cançar a liberdade a que temos direito, sigamos as

palavras sábias de Gandhi e sejamos a mudança

que queremos ver no mundo porque, afinal, a De-

claração Universal dos Direitos Humanos existe, o

único problema é que não a respeitamos nem a

cumprimos!

A minha reflexão sobre o conceito de “liberdade”A minha reflexão sobre o conceito de “liberdade”A minha reflexão sobre o conceito de “liberdade”

CATARINA FREIRE

Opinião

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

D. Sebastião nasceu em

Lisboa no dia 20 de janeiro de

1554.

Era filho do príncipe D. Jo-

ão e de D. Joana de Áustria, filha

do Imperador Carlos V (pai de

Filipe II) e por consequência ir-

mã de Filipe II. Era neto de D.

João III e de D. Catarina de Áus-

tria, irmã de Carlos V, de modo

que D. Sebastião era sobrinho,

por parte da mãe, de D. Filipe II

de Espanha.

O pai de D. Sebastião, o

príncipe D. João, terá viajado por

Castela e terá mesmo passado

algum tempo na corte. Após o

regresso acabou por morrer,

ainda muito jovem, mesmo an-

tes do nascimento do filho, D

Sebastião, “O Desejado”. Este

príncipe D. João parece que era

uma pessoa muito dado aos

amores e, talvez por isso, se ti-

vessem vindo a notar muitas se-

melhanças entre o D. Sebastião,

o filho, e Gabriel Espinoza, El

pasteleiro de Madrigal. No pro-

cesso deste, de que adiante fala-

remos, não se chega a saber

quem terão sido os pais.

Quanto a D. Sebastião, co-

mo ficou registado, cresceu tole-

rado nas suas loucuras pela

mãe, a rainha viúva D. Catarina,

e pelo seu tio o cardeal D. Henri-

que, regente do reino, enquanto

D. sebastião não atingiu a maio-

ridade, entre outros. Quando

atingiu a maioridade, era um

rapaz audaz, valente, empre-

endedor, aventureiro, ansio-

so de glória, com a cabeça

cheia de lendas cavalheires-

cas, com a mente aberta a

todas as impressões do belo,

do magnífico, e do embriaga-

dor.

D. sebastião, impulsionado

pelo seu valor impaciente e

pelos seus instintos aventu-

reiros, pensava em fazer

guerra em África a partir da

cidade de Ceuta, que na altu-

ra ainda se mantinha portu-

guesa, de forma a combater

exaustivamente o islão de lés-a-

-lés. Contudo, a consequência

foi o desastre total.

O móbil para a guerra foi

dado quando o xeique Al-Malek

pediu auxílio aos portugueses

após um seu irmão, Sidi Moha-

med-Abu-Abd-Allah, lhe retirar o

poder.

Toda a gente na corte de-

saconselhou o jovem rei portu-

guês a aventurar-se em África,

inclusive Filipe II, o qual não só

não apoiou o sobrinho como

proibiu os espanhóis de partici-

par nas aventuras do rei portu-

guês. Não adiantou nada. Tinha

chegado o móbil que tanto es-

perara para avançar até Marro-

Castelo de Simancas onde se guarda grande parte da História de Espanha e entre ela

todo o Processo “del Pastelero de Madrigal”

SOBRE El REI D. SEBASTIÃOSOBRE El REI D. SEBASTIÃOSOBRE El REI D. SEBASTIÃO111

FERNANDO PEREIRA

História

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

cos.

Um enorme exército cristão chega, então, a

Marrocos. Entretanto, a situação entre os xeiques

alterou-se: Al-Malek depôs o irmão Mohamed-Abd

-Allah, que se aproveitou imediatamente das tro-

pas portuguesas para fazer guerra ao irmão.

A El Rei D. sebastião tanto fazia lutar por um

como por outro… Ambos eram desconhecidos e

ambos proporcionavam aventura, fama, glória, ri-

queza… ou não!

No dia 4 de Agosto de 1578, em Alcácer Qui-

bir, travou-se uma terrível batalha, na qual falece-

ram três reis: os dois irmãos mouros, e D. sebastião

(ou Gabriel Espinosa).

Durante o desenlace da batalha, avistou-se

D. Sebastião por toda a parte, e depois, já ferido,

perdeu-se no meio do tumulto… o estandarte real

derrubado...não se sabia onde estava o rei.

O campo de batalha ficou repleto de cadáve-

res: seis mil cristãos e dois mil mouros. Para além

destes somavam-se mais cinco mil que tinham sido

feitos prisioneiros. De entre os cristãos, contavam-

-se espanhóis, italianos, alemães e portugueses.

Os marroquinos, vencedores, entregaram-se

à pilhagem, percorrendo o campo de batalha. E na

azáfama de conseguir algum saque valioso, deixa-

vam os cadáveres despidos, tornando-se, no imedi-

ato, impossível o reconhecimento dos mesmos.

Todos procuraram o corpo do rei e dos seus

nobres cavaleiros para os espoliarem das riquezas

com que antes os tinham visto engalanados, assim

como aos califas mouros que também se faziam

acompanhar de muita riqueza. O espólio foi consi-

derável para os saqueadores.

Reza a nossa História, que D. Sebastião terá

morrido nesta batalha, mas ninguém o viu, e daí

todo o lendário que se criou, como a história de

que o Desejado iria regressar numa noite de nevo-

eiro… e tudo porque os cadáveres despidos não

permitiram identificar ninguém e também porque

ninguém terá visto o rei tombar!

E se não tivesse morrido? E se tivesse sido

capturado? E se alguém lhe tivesse prestado uma

daquelas ajudas milagrosas, ou quase?

É, pois, desta nova versão que trata o roman-

ce- El Pasteleiro de Madrigal .

Dando crédito a esta versão do que terá

acontecido em Alcácer Quibir, D. Sebastião não

terá morrido, e no seu lugar terá ficado Gabriel Es-

pinosa, uma personagem que terá estado com o rei

durante a batalha e que, segundo as fontes da altu-

ra, era muito parecido com ele, podendo mesmo

passarem um pelo outro sem dificuldade.

Do rei, diz-se que era um cristão valente e

que tinha sido visto a combater como um leão!

Imagem nada semelhante à que ficou registada na

História de Portugal.

Gabriel Espinosa,“ El pasteleiro de Madrigal”, o homem

que foi ou pretendeu ser o rei D. Sebastião.

História

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

E agora, de quem será o

corpo trucidado, ensanguentado

e despido, que o xeique guarda?

E de quem será o cadáver

que apareceu despido/nu na

praia...?

Daqui a lenda do deseja-

do…algo terá ficado mal explica-

do na época!

Agora o passo seguinte:

uma moura curiosa, filha única

de um xerife, ao ver a persona-

gem de que se fala, apaixona-se

por ele, pede para que lho en-

treguem como escravo, o que

lhe é concedido.

E começa aqui uma nova

parte em que é possível imagi-

nar um romance… e algumas

traições de amores…, só que no

meio de tanta aventura pelo

norte de África, há uma vontade

enorme de regressar e durante a

passagem por Espanha esta per-

sonagem é capturada por Filipe

II e aí começa a desventura! Há

um julgamento, condenação e

forca. Mas quem terá morrido

desta vez? Gabriel Espinosa, co-

mo interessava a Filipe II ou D.

Sebastião como desejavam os

portugueses?

Uma história romanceada

que nos apraz ler, mas que nos

faz pensar e repensar na biogra-

fia do nosso rei D. Sebastião.

O tal que passou para os

livros de história como um rei

fraco, que se deixou guiar pelos

ideais fradescos, pouco ou nada

autónomo, enfim …caraterizado

pejorativamente.

Mas na versão que aqui se

apresenta, El Rei D. sebastião

nada tem a ver com o que ficou

para a História. Nesta versão, é

apresentado como um valente

guerreiro, fisicamente bem

constituído, homem corajoso…

Inicialmente, talvez inte-

ressasse a Filipe II fazer passar a

imagem negativa que apresentá-

mos para, à posteriori, mais fa-

cilmente passar a imagem de

um rei todo-poderoso, em cujos

territórios o sol nunca se punha,

o rei mais poderoso da Europa,

como era o seu caso.

Imaginemos, e a História

também se socorre da imagina-

ção, que a tal pessoa encontrada

na praia depois da batalha era a

de Gabriel Espinosa… então o

outro corpo seria o de D. sebas-

tião… sendo assim a imagem do

rei, que passou para a história

como um rei enfezado, sem atri-

butos de liderança, educado pe-

los frades, e também por isso

um católico convicto, teria que

ser totalmente alterada.

O rei terá sido a antítese

de tudo isso, valente, forte com-

bativo, aguerrido, amante, apai-

xonado e até dado às travessu-

ras.

Parece ser verdade que

houve um processo que conde-

na à morte Gabriel Espinosa ou

D. Sebastião não havendo, no

entanto, forma de o provar, ape-

sar da consulta dos documentos

coevos.

Em 1582, Filipe II manda

trazer para lisboa um corpo

(Gabriel Espinosa ou D. Sebasti-

ão) que acabou por ser sepulta-

do no mosteiro dos Jerónimos.

O povo nunca acreditou

que, de facto, ali esteja o rei e

daí o epitáfio:

Se é vera a fama, aqui jaz Sebastião

Vida nas plagas de África ceifada

Não duvides de que ele é vivo, não!

Morte deu-lhe vida ilimitada.

1 D. Sebastião, o Desejado, por toda a gen-

te ter desejado o seu nascimento, já que o

pai tinha morrido antes dele nascer e o avó,

D. João III, já se encontrar numa idade

avançada.

Sebastião, rei de Portugal de 1557 a

1578

História

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

BEATRIZ SANTOS

L miu gato chama-se Tarzan. Ye filho de la mie

gata Blimunda i ten dues armanas: Kyara i Rubi. El ye

taludo, gordo i amarielho. Ten un par de uolhos berdes i

pequeinhos, uns bigotes mui grandes i usa ua colheira

quelor de rosa. Chamei-le Tarzan por bias de tener un

lhibro dun gato amarielho que tamien se chama Tarzan.

Ne l ampeço, dába-se mui mal cun la mie perra, assi a

mode perro i gato, mas als poucos, por causa de ser

zambergonhado, fui cunquistando l sou carino i agora

nun se apártan un de l outro. El ye mui brincalhon i zan-

quieto, mete-se cun toda la gente que passa na rue i

nun podemos salir de casa sin q'el benga atrás de nós!

El, las armanas i ls primos, Kevin i Fofinho, bíben na

nuossa huorta i

ándan siempre

pula rue a correr

delantre de ls

carros. L pas-

satiempo que

más le gusta a

Tarzan ye chubir

-se a las arbles,

outro de ls motibos pa le chamarmos assi. De beç an

quando, el deixa ratos muortos a la puorta de casa, mas

you nun me amporto cun essa parte! You gusto muito

del!

Tarzan, l gatoTarzan, l gatoTarzan, l gato

Nos dias 27, 28, 29 e 30 de

dezembro há festa em Constan-

tim, a “festa dos moços”, que é

muito conhecida aqui na região

de Trás-os-Montes.

Dia 27, pelas 9:30 da ma-

nhã, os mordomos montam a fo-

gueira. Nesse mesmo dia, à noite,

faz-se uma festa no salão de fes-

tas, que fica ao pé do café. Mas

antes do conjunto e dos paulitei-

ros atuarem acende-se a foguei-

ra. À noite, os pauliteiros dançam

para toda a gente e, de seguida, o

conjunto começa a tocar até às

tantas da manhã.

No dia 28, pelas 6:00 da

manhã, há uma alvorada com os

gaiteiros da terra para sinalizar

que o peditório vai começar.

Às7:30, começa o peditório

acompanhado dos gaiteiros e das

figuras míticas: “o carocho e a

velha”. Os pauliteiros vão de por-

ta em porta a pe-

dir o fumeiro/

esmola e, em tro-

ca, os pauliteiros

dançam uma dan-

ça à escolha do

dono de casa. Em

troca, os mordo-

mos dão-lhe tre-

moços como con-

vite para o jantar

do dia 29 de Dezembro. Às 2:00

da tarde toda a gente vai para a

igreja matriz onde decorre a mis-

sa e, dentro da igreja, os paulitei-

ros dançam um lhaço e, no final

da missa, faz-se uma procissão

em que 4 pauliteiros levam o

“São João”e os outros quatro vão

tocando as castanholas ao lado

de cada um. A procissão acaba e

os pauliteiros, no largo da igreja,

dançam alguns lhaços e enquanto

o “carocho” anda por ali aos

trambolhões com as pessoas jo-

vens. De noite, a animação é feita

por um grupo contratado a gosto

dos mordomos.

No dia 29 de dezembro faz-

se um jantar para toda a gente da

aldeia e para os convidados.

No dia 30 de Dezembro,

pela noite, faz-se a apresentação

das contas à mocidade e faz-se o

fecho da festa com a tradicional

ronda pela aldeia.

Festa da “velha e do carocho”Festa da “velha e do carocho”Festa da “velha e do carocho”

SAMUEL MARTINS

Mirandês

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fevereiro de 2015

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

A poesia de Manuel António Pina em movimento!A poesia de Manuel António Pina em movimento!A poesia de Manuel António Pina em movimento!

A nossa biblioteca escolar associou-se à

iniciativa Onda Pina: a Poesia em Movi-

mento: para além da divulgação de in-

formação sobre o autor e a sua obra, no

átrio do bloco de aulas da EBS, através

de um “cenário” e de uma apresentação

em power point, a poesia de Manuel

António Pina pôs-se “em movimento” e

“invadiu” algumas salas da EBS, da EB1

de Miranda, da EB1 de Palaçoulo e da

EBI2/3 de Sendim. E inspirou algumas

turmas:

Poema…

Poder da imaginação Olhar o coração Encontrar o sentimento Mudar o mundo Amor profundo! (EB1 de Palaçoulo)

VITÓRIA SOUSA

LIVRO – Duarte e Marta Mis-

tério no Pavilhão de Portugal

AUTORES – Maria Inês Almei-

da e Joaquim Vieira

De uma forma geral, acho que

o livro é bom, tem um vocabulário

simples, boa distribuição de capítu-

los, é bem ilustrado e dá vontade de

ler mais, mais e mais.

Este livro fala sobre dois ami-

gos que, quando saíam de um con-

certo, viram, no cimo de um edifício,

um vulto preto, masculino.

Achando eles isso muito estra-

nho, resolveram investigar.

Primeiro, seguiram o senhor

até um hotel onde, depois, pergun-

taram à rececionista o nome daque-

la intrigante figura, que acabara de

entrar. Em seguida, foram informar-

se se, à noite, havia algum homem a

trabalhar em cima da pala do edifí-

cio. No dia seguinte, e por último,

foram à polícia relatar o que viram e

que poderia ser bastante perigoso.

Os guardas, tendo acreditado no que

tinham ouvido, foram inspecionar o

local referido, acabando por encon-

trar um dispositivo denominado C4,

que, em breve, iria explodir, o que

faria ir abaixo a pala do edifício abai-

xo.

Contudo, os agentes da polícia

conseguiram desativar o explosivo e,

assim, salvar milhares de pessoas

que estariam ali debaixo.

Eu gostei deste livro porque é

uma aventura e cria um certo

«suspense» a qualquer leitor – pelo

menos a mim, criou. Além disso,

agradou-me o facto de terem sido as

personagens principais da história a

resolver o pro-

blema surgido e,

desse modo,

terem-se torna-

do heróis.

Este livro

chegou-me às

mãos no ano

passado, quando

comprei os livros

para início do

ano escolar.

Recomendo este livro, porque

é cheio de mistério e julgo que tam-

bém é bastante educativo, no senti-

do em que nos ensina sobre como

agir se nos acontecer algo semelhan-

te ao que sucede na narrativa.

Se querem saber melhor co-

mo tudo se passou, leiam o livro!

Lendo o Lendo o Lendo o Mistério no Pavilhão de PortugalMistério no Pavilhão de PortugalMistério no Pavilhão de Portugal

Leituras

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fevereiro de 2015

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Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

HELENA RODRIGUES

Orlando, cientista da AIVET, conta aos irmãos

Ana e João que vai fazer uma viagem no tempo até à

altura do terramoto de 1755, mas não quer levá-los

com ele, pois fariam amigos e seria difícil para eles

não poderem salvá-los da catástrofe. João e Ana fica-

ram logo excitadíssimos e insistiram tanto que o Or-

lando acabou por ceder, impondo-lhes uma condição:

não poderem alterar o passado. Os irmãos aceitam e

entram na máquina do tempo, que mais parece um

cubo de cristal, e vão diretos a Lisboa um mês antes

do terramoto. Quando chegam está a decorrer uma

tourada, onde conhecem Jácome e Anselmo. Estes

indicam-lhes uma estalagem para ficar: a estalagem

da Natária. A partir daí a história desenrola-se de for-

ma entusiasmante! Há romances impossíveis, aventu-

ras, quadrilhas de ladrões, cenas embaraçosas, assal-

tos, raptos e muito mais! É interessantíssimo!

Gostei imenso des-

te livro de Isabel Alçada

e Ana Maria Magalhães!

Adorei, não consegui

parar de ler de tão extra-

ordinária que é a sua his-

tória! Leva-nos para ou-

tro mundo, um mundo

completamente diferen-

te do nosso! É um livro

que não só nos espicaça

a imaginação, mas tam-

bém nos ensina factos da nossa história através das

descrições pormenorizadas que nos dão a sensação

de estarmos a viver o momento descrito! É um ótimo

livro, recomendo-o a todos os leitores!

O DIA DO TERRAMOTOO DIA DO TERRAMOTOO DIA DO TERRAMOTO

O livro que

eu li chama-

se «Estás na

lava até ao

pescoço, Stil-

tonuto!»

Este livro é

de Elisabetta

Dami, tem

123 páginas e a editora é a Editorial

Presença.

O «Estás na lava até ao pesco-

ço, Stiltonuto!» é um livro de aven-

turas e mistérios, e, na minha opini-

ão, é divertidíssimo!

As personagens são: o Geróni-

mo (que é a personagem principal),

a Tea, o Esparrela, o Benjamim e a

avó Torcata.

Quanto à história… Tudo co-

meçou quando a avó Torcata arras-

tou o Gerónimo para uma aventura

perigosa para encontrar a cura do

reumatismo.

Eles – o Gerónimo, a avó Tor-

cata, a Tea, o Esparrela e o Benja-

mim partiram para a terra de Refor-

vónia.

A meio do caminho, Geróni-

mo achou que estavam a ser segui-

dos…

De repente, o Gerónimo cai

num buraco, arrastando os seus

companheiros.

Lá, encontraram um túnel que

ia dar a uma caverna.

Depois de ultrapassarem a

caverna, só encontraram poças e

poças…

Desiludidos, iam voltar para

Pedrópolis quando aparecem os

seus piores inimigos: os Tigres-

dentes-de-Sabre!

Conseguiram escapar, escon-

dendo-se numa gruta.

Quando ficaram fora de peri-

go, saíram da gruta e a avó Torcata

saltou para cima de um das poças.

Esse ato fez com que, por acaso,

tivessem descoberto que a cura do

reumatismo eram aquelas poças

fedorentas!

Por tudo aquilo que se passa

no livro, considero-o interessante,

divertido e entusiasmante.

Recomendo a sua leitura a

todas as pessoas que gostam de

aventuras!

MARIA PIMENTEL

Um livro de aventuras e mistériosUm livro de aventuras e mistériosUm livro de aventuras e mistérios

Leituras

Page 23: Cartolinha 1 de 2014/15

fevereiro de 2015

23

Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

As Edições Polvo, de Rui

Brito, continuam a prestar um

bom serviço à banda desenhada

portuguesa adicionando «Deixa-

me entrar», de Joana Afonso, ao

seu catálogo.

Esta obra foi realizada no

âmbito de um trabalho de mes-

trado no qual a autora quis apro-

fundar conhecimentos sobre o

processo de criação e edição de

uma obra de banda desenhada,

assumindo também, pela pri-

meira vez, a responsabilidade

pelo argumento.

Revelando um grande

domínio das técnicas da narrati-

va figurada, Joana Afonso afirma

-se como um dos grandes valo-

res da banda desenhada nacio-

nal, confirmando as expectativas

criadas com «O Baile», publica-

do em 2012 pela Kingpin Books

e vencedor de seis categorias

dos Prémios Profissionais de

Banda Desenhada 2013.

Este seu novo trabalho

apresenta-nos a história de Al-

berto, um condutor de carro de

lixo e homem de poucas pala-

vras e Fernanda, dona da casa

de hóspedes onde ele

vive.

A narrativa vai

sendo interrompida por

reminiscências de um

passado por resolver

que, nas palavras de Pe-

dro Moura, simbolizam

um «espaço de conforto e

segurança, pasto de fantasi-

as, feito de fios, tecidos flutu-

antes, ondas que se fecham

em seu torno» e que de

alguma forma condicio-

nam o comportamento

e a vida de Alberto, impedindo-o

de evoluir.

Lamenta-se, porém, o

desenlace final apressado, ape-

tecendo voltar atrás e confirmar

se não teríamos saltado alguma

página. De facto, entre o encon-

tro surreal, ao longo de três pá-

ginas, no Centro Comercial Co-

lombo, com o falecido avô (que

era afinal a figura protetora a

que regressava e de quem sentia

falta) e a síntese final inespera-

da: «… e quero dizer-te isto: dei-

xa-me entrar.» parece faltar algo

que garantisse mais coerência à

narrativa..

No entanto, de acordo

com Artur Coelho, «Deixa-me

Entrar é um livro marcante.

Mostra que sendo já uma refe-

rência no grafismo da banda de-

senhada, Joana Afonso tem a

clara capacidade de contar boas

histórias. Promete continuar a

surpreender-nos com uma obra

que amadurece a cada novo li-

vro.»

A não perder!

Para saber mais:

http://lerbd.blogspot.pt/2014/12/deixa

-me-entrar-joana-afonso-polvo.html

http://www.acalopsia.com/deixa-me-

entrar-de-joana-afonso/

DeixaDeixaDeixa---me entrarme entrarme entrar ANTÓNIO SANTOS

Leituras

Page 24: Cartolinha 1 de 2014/15

Última Página

24

Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro

Falta cerca de mês e meio

para a tão aguardada visita a

Paris dos alunos dos oitavos e

nonos anos.

Quem também se prepara

para partir numa visita de

estudo são os alunos do 12.º

ano, turmas A, B e C. Vão a

Lisboa, a Mafra e a Peniche,

no âmbito das disciplinas de

Português e Biologia. Vão nos

passos de Pessoa e de

Saramago!

Pela primeira vez, o

Agrupamento de Escolas de

Miranda do Douro vai estar

presente no Festival de

Sabores Mirandeses,

disponibilizando produtos

confecionados na Escola. A

não perder!

BREVES Ne l die trés de Outubre, ne l

Liceu de Miranda, la ALM- Associa-

çon de Lhéngua Mirandesa pre-

miou ls melhores studantes de mi-

randés.

L prémio, ne l balor de 1000

ouros, fui repartido por dieç partes de maneira a que chegasse a un

númaro más grande de alunos. Çtribuírun-se ls galardones cunsideran-

do “la fala” i “la scrita” de la lhéngua mirandesa zambulta puls alunos

ne l anho scular de 2013/2014. L jurado tubo an cunta las defrentes

scuolas de l agrupamento, l númaro de studantes i ls anhos scuolares

de ls alunos que daprenden mirandés ne l cunceilho de Miranda. Assi

sendo quedórun trés prémios pa la scuola de Sendin, a cargo de l por-

sor Emílio Pires, dous pa l 2º Ciclo, de la scuola de Miranda, a cargo de l

porsor Domingos Raposo i cinco pa ls outros anhos de l 1 i 3º Ciclos i

Secundairo, de la scuola de Miranda, a cargo de l porsor Duarte Mar-

tins.

Ls studantes premiados de las scuolas de Miranda fúrun: Luís

Miguel Teixeira i Luís Carlos Martins de l 1º Ciclo; Ana Maria Martins i

Noa Martins de l 2º ciclo; Ana Paula Preto, Clara Martins i Tatiana Rapo-

so de l 3º Ciclo i Secundairo.

Na Scuola de Sendin, ls premiados fúrun: Gonçalo Mondragão

Rodrigues i Martin Ginjo Rodrigues, de l 1º Ciclo i David Santos, de l 3º

Ciclo.

Este prémio, inda que seia dado pula Associaçon de Lhéngua Mi-

randesa, ten ne l sou persidente, l Dr. Amadeu Ferreira, la pessona res-

ponsable por esta einiciatiba, que ye quien berdadeiramente abona

este galardon.

Esta fui ua forma que se ancuntrou para balorizar i premiar l tra-

balho de las geraçones más nuobas de studantes que daprenden miran-

dés nas scuolas de l cunceilho de Miranda.

Prémios Associaçon de Lhéngua MirandesaPrémios Associaçon de Lhéngua MirandesaPrémios Associaçon de Lhéngua Mirandesa

DUARTE MARTINS

Nas Bibliotecas da EBI2/3 de

Sendim e da EBS de Miranda

do Douro, já está a funcionar o

Clube da Leitura para os alu-

nos do 2º e 3º ciclos. Para

além de se falar de livros, há

jogos interativos multijogador,

desafios e muitas surpresas!

Clube da Leitura – Descobrir histórias à boleia das novas tecnologias