CASOS CONCRETOS_PROCESSO PENAL II.docx

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UNIVERSIDADE ESTCIO DE SDIREITO PROCESSUAL PENAL II

AULA 01: Teoria Geral da Prova

CASO CONCRETO: (Magistratura Federal / 2 Regio) Para provar a sua inocncia, o ru subtraiu uma carta de terceira pessoa, juntando-a ao processo. O juiz est convencido da veracidade do que est narrado na mencionada carta. Pergunta-se: como deve proceder o magistrado em face da regra do artigo 5, LVI da Constituio Federal ? Justifique a sua resposta.R: O juiz devera absolver o ru, aplicando o principio da proporcionalidade e aceitando a prova produzida por meio ilcito para relativizar a regra estabelecida no art. 5, LVI da CF/88, afim de, proteger o direito de liberdade do acusado.

Exerccio Suplementar

(OAB FGV 2010.2) Em uma briga de bar, Joaquim feriu Pedro com uma faca, causando-lhe srias leses no ombro direito. O promotor de justia ofereceu denncia contra Joaquim, imputando-lhe a prtica do crime de leso corporal grave contra Pedro, e arrolou duas testemunhas que presenciaram o fato. A defesa, por sua vez, arrolou outras duas testemunhas que tambm presenciaram o fato.Na audincia de instruo, as testemunhas de defesa afirmaram que Pedro tinha apontado uma arma de fogo para Joaquim, que, por sua vez, agrediu Pedro com a faca apenas para desarm-lo. J as testemunhas de acusao disseram que no viram nenhuma arma de fogo em poder de Pedro.Nas alegaes orais, o Ministrio Pblico pediu a condenao do ru, sustentando que a legtima defesa no havia ficado provada. A Defesa pediu a absolvio do ru, alegando que o mesmo agira em legtima defesa. No momento de prolatar a sentena, o juiz constatou que remanescia fundada dvida sobre se Joaquim agrediu Pedro em situao de legtima defesa.Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta.(A) O nus de provar a situao de legtima defesa era da defesa. Assim, como o juiz no se convenceu completamente da ocorrncia de legtima defesa, deve condenar o ru.(B) O nus de provar a situao de legtima defesa era da acusao. Assim, como o juiz no se convenceu completamente da ocorrncia de legtima defesa, deve condenar o ru.(C) O nus de provar a situao de legtima defesa era da defesa. No caso, como o juiz ficou em dvida sobre a ocorrncia de legtima defesa, deve absolver o ru.(D) Permanecendo qualquer dvida no esprito do juiz, ele est impedido de proferir a sentena. A lei obriga o juiz a esgotar todas as diligncias que estiverem a seu alcance para dirimir dvidas, sob pena de nulidade da sentena que vier a ser prolatada.

AULA 02: Provas em espcieCASO CONCRETO:

O juiz criminal responsvel pelo processamento de determinada ao penal instaurada para a apurao de crime contra o patrimnio, cometido em janeiro de 2010, determinou a realizao de importante percia por apenas um perito oficial, tendo sido a prova pericial fundamental para justificar a condenao do ru. Considerando essa situao hipottica, esclarea, com a devida fundamentao legal, a viabilidade jurdica de se alegar eventual nulidade em favor do ru, em razo de a percia ter sido realizada por apenas um perito.

R: Antes da reforma do CPP a lei exigia que a percia fosse realizada por dois peritos oficiais sob pena de nulidade, entretanto atualmente o art. 159, CPP exige apenas um perito oficial, no mais se aplicando a smula 361 do STF, razo pela qual no merece prosperar a alegao da defesa.

Exerccio Suplementar(Ministrio Pblico BA/2010) luz do Cdigo de Processo Penal, deve-se afirmar que:a) A prova testemunhal no pode suprir a falta do exame de corpo de delito, ainda que tenham desaparecidos os vestgios do crime;b) A confisso ser indivisvel e retratvel, sem prejuzo do livre convencimento do Juiz de Direito, fundado no exame das provas em conjunto;c) O ofendido no deve ser comunicado da sentena e respectivos acrdos que a mantenham ou modifiquem;d) As pessoas proibidas de depor em razo da profisso, podero faz-lo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho; neste caso, porm, no devero prestar compromisso legal;e) Todas as afirmativas esto incorretas.

AULA 03: Classificao dos Atos JurisdicionaisCASO CONCRETO:

Mvio Arajo foi denunciado por crime de apropriao indbita de um computador de que tinha a precedente posse. No curso da instruo, restou provado que o computador pertencia a uma entidade central de direito pblico e que Mvio desempenhava funo por delegao do poder pblico. A partir da, o magistrado entendeu de sentenciar, com adoo do artigo 383, do CPP, concluindo por condenar Mvio nas penas do artigo 312 c/c art. 327, CP. Inconformada, a defesa interps recurso de apelao sustentando a violao aos princpios do devido processo legal, do contraditrio e da ampla defesa (art. 5, LIV e LV da CF). Com base nisto, responda: O recurso da defesa deve ser julgado procedente? Fundamente a sua resposta.R: Trata-se de mutatioliberi, o juiz deveria ter observado a regra estabelecida pelo art. 384 do CPP e aberto vista para a acusao aditar a denncia, como no a fez ocorreu violao dos princpios do contraditrio e da ampla defesa, tendo em vista que o ru se defende dos fatos contra ele imputados e estes foram alterados sem que o ru pudesse se manifestar.Exerccio Suplementar(Magistratura/PR-2008) Quanto aos atos jurisdicionais penais, assinale a alternativa correta:a) As decises interlocutrias simples so aquelas que encerram a relao processual sem julgamento do mrito ou, ento, pem termo a uma etapa do procedimento. So exemplos desse tipo de deciso a que recebe a denncia ou queixa ou rejeita pedido de priso preventiva;b) As decises interlocutrias mistas no se equiparam as decises interlocutrias simples, pois as primeiras servem para solucionar questes controvertidas e que digam respeito ao modus procedendi, sem contudo trancar a relao processual. Enquanto que as decises interlocutrias simples trancam a relao processual sem julgar o meritum causae;c) A deciso que no recebe a denncia terminativa de mrito, por isso no pode ser considerada deciso interlocutria mista;d) As decises interlocutrias simples servem para solucionar questo controvertida e que diz respeito ao modus procedendi, sem contudo trancar a relao processual; as interlocutrias mistas, por sua vez, apresentam um plus em relao quelas: elas trancam a relao processual sem julgar o meritum causae.

AULA 04: Atos de Comunicao ProcessualCASO CONCRETO:

Proposta ao penal aonde se imputa a prtica de crime de estupro a ru preso em outra unidade da federao, o juiz natural, analisando a inicial, recebe a mesma e determina a citao do denunciado para que o mesmo comparea a audincia de interrogatrio designada para 30 dias aps. A citao foi realizada considerando que o ru est em local incerto e no sabido, aplicando assim a Smula 351, STF. Na data marcada, o ru no comparece e o juiz decreta a revelia, nomeando Defensor Pblico para defesa. Com base nisto, responda: O procedimento utilizado pelo juiz encontra-se em compasso com o ordenamento jurdico? Fundamente a sua resposta.R: O procedimento adotado no est adequado porque o ru deveria ter sido citado para apresentar resposta preliminar, conforme art. 396 do CPP, e no para o interrogatrio. Alm disso, o juiz considerando que o ru estava em local incerto e no sabido, deveria portanto, fazer a citao por edital, nessas hipteses se o ru no comparece e no constitui advogado, se aplicar o art. 366 do CPP. Suspendendo o processo e o prazo prescricional.Exerccio SuplementarCom relao ao tema CITAES, assinale a alternativa incorreta: a) No processo penal, o ru que se oculta para no ser citado poder ser citado por hora certa, na forma estabelecida no Cdigo de Processo Civil;b) Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, a citao far-se- por carta ou qualquer meio hbil de comunicao;c) Se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional;d) O processo seguir sem a presena do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado;e) A citao do militar dar-se- por intermdio do chefe do respectivo servio, respeitando assim hierarquia militar bem como a inviolabilidade do quartel.

AULA 05: Procedimento Comum Ordinrio e SumrioCASO CONCRETO:

Em denncia pela prtica de crime de homicdio culposo, que teve como base da materialidade o laudo de exame cadavrico, a acusada citada e apresenta resposta atravs de seu advogado constitudo, recebendo o juiz a inicial aps esta fase. Como a acusada residia em outro estado da federao, o juiz expediu carta precatria para que a mesma fosse interrogada. Cumprido a precatria, designou audincia de instruo e julgamento que teve a participao de advogado dativo, ante a ausncia da defesa, apesar de devidamente intimada e, ao final, o juiz condena a acusada considerando as provas testemunhais sobre a materialidade e autoria. Intimada da sentena, a acusada interpe recurso argindo nulidade do procedimento a partir do recebimento da inicial. Com base nisto responda: O argumento da defesa deve ser julgado procedente? Fundamente a sua resposta, apontando eventuais violaes princpios constitucionais:

Sim, merece ser acolhida a tese da defesa. Porque o juiz inverteu a ordem dos autos procedimentais fazendo o interrogatrio antes da oitiva das testemunhas acarretando com isso prejuzo para a defesa a chamada autodefesa gerando nulidade (absoluta). Art. 564 nulidade absolutas (rol exemplificativo) art. 572 nolidades relativas.

Exerccio Suplementar(OAB-FGV) Em processo sujeito ao rito ordinrio, ao apresentar resposta escrita, o advogado requer a absolvio sumria de seu cliente e no prope provas. O juiz, rejeitando o requerimento de absolvio sumria, designa audincia de instruo e julgamento, destinada inquirio das testemunhas arroladas pelo Ministrio Pblico e ao interrogatrio do ru. Ao final da audincia, o advogado requer a oitiva de duas testemunhas de defesa e que o juiz designe nova data para que sejam inquiridas. Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta.(A) O juiz deve deferir o pedido, pois a juntada do rol das testemunhas de defesa pode ser feita at o encerramento da prova de acusao.(B) O juiz no deve deferir o pedido, pois o desmembramento da audincia una causa nulidade absoluta.(C) O juiz s deve deferir a oitiva de testemunhas de defesa arroladas posteriormente ao momento da apresentao da resposta escrita se ficar demonstrado que a necessidade da oitiva se originou de circunstncias ou fatos apurados na instruo.(D) O juiz deve deferir o pedido, pois apesar de a juntada do rol de testemunhas da defesa no ter sido feita no momento correto, em nenhuma hiptese do processo penal, o juiz deve indeferir diligncias requeridas pela defesa.AULA 08: Procedimento no Tribunal do Jri - Primeira Fase (Juzo de Admissibilidade)

(OAB) Caio, professor do curso de segurana no trnsito, motorista extremamente qualificado, guiava seu automvel tendo Madalena, sua namorada, no banco do carona. Durante o trajeto, o casal comea a discutir asperamente, o que faz com que Caio empreenda altssima velocidade ao automvel. Muito assustada, Madalena pede insistentemente para Caio reduzir a marcha do veculo, pois quela velocidade no seria possvel controlar o automvel. Caio, entretanto, respondeu aos pedidos dizendo ser perito em direo e refutando qualquer possibilidade de perder o controle do carro. Todavia, o automvel atinge um buraco e, em razo da velocidade empreendida, acaba se desgovernando, vindo a atropelar trs pessoas que estavam na calada, vitimando-as fatalmente. Realizada percia de local, que constatou o excesso de velocidade, e ouvidos Caio e Madalena, que relataram autoridade policial o dilogo travado entre o casal, Caio foi denunciado pelo Ministrio Pblico pela prtica do crime de homicdio na modalidade de dolo eventual, trs vezes em concurso formal. Realizada Audincia de Instruo e Julgamento e colhida a prova, o Ministrio Pblico pugnou pela pronncia de Caio, nos exatos termos da inicial. Na qualidade de advogado de Caio, chamado aos debater orais, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso: a) Qual (is) argumento (s) poderia (m) ser deduzidos em favor de seu constituinte? ; b) Qual pedido deveria ser realizado? ; c) Caso Caio fosse pronunciado, qual recurso poderia ser interposto e a quem a pea de interposio deveria ser dirigida?R: Tendo em vista a percia que o ru tinha sob veculo, e at mesmo os argumentos utilizados pelo mesmo antecedendo ao acidente, no trata-se de dolo eventual, mas sim da forma culposa do crime narrado, portanto, no se trata de alada para tribunal do jri, sendo portanto feito o pedido de desclassificao do ru. Caso este fosse pronunciado, caberia recurso em sentido estrito , conforme art. 581, IV, do CPP.

Exerccio Suplementar(OAB) Assinale a alternativa CORRETA luz da doutrina referente ao Tribunal do Jri.a) So princpios que informa o Tribunal do Jri: a plenitude de defesa, o sigilo das votaes, a soberania dos veredictos e a competncia exclusiva para julgamento dos crimes dolosos contra a vida;b) A natureza jurdica da pronncia (em que o magistrado se convence da existncia material do fato criminoso e de indcios suficientes de autoria) de deciso interlocutria mista no terminativa;c) O rito das aes de competncia do Tribunal do Jri se desenvolve em duas fases: judicium causae e judicium accusacionis. O judicium accusacionis se inicia com a intimao das partes para indicao das provas que pretendem produzir e tem fim com o trnsito em julgado da deciso do Tribunal do Jri;d) Alcanada a etapa decisria do sumrio da culpa, o juiz poder exarar quatro espcies de deciso, a saber: pronncia, impronncia, absolvio sumria e condenao.