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Castas no Capitalismo de Estado Neocorporativista Mesa-Redonda no IFCH-UNICAMP: Social-desenvolvimentismo e Processo Político no Brasil Fernando Nogueira da Costa Professor do IEUNICAMP h2p://fernandonogueiracosta.wordpress.com/

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Castas no Capitalismo de Estado Neocorporativista

Mesa-Redonda no IFCH-UNICAMP: Social-desenvolvimentismo e Processo Político no Brasil

 Fernando  Nogueira  da  Costa  Professor  do  IE-­‐UNICAMP  

h2p://fernandonogueiracosta.wordpress.com/  

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Estrutura  da  Apresentação  

Castas  

Estratégia  do    Social-­‐DesenvolvimenGsmo  

Capitalismo  de  Estado    NeocorporaGvista  

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Castas  

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David  Priestland.  Uma  Nova  História  do  Poder:  Comerciante,  Guerreiro,  Sábio.    São  Paulo;  Companhia  das  Letras;  2014.  

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A  abordagem  sociológica  conjunta  marxista-­‐weberiana    se  preocupa  demais  com    as  estruturas  e  organizações  sociais  e  tem  muito  pouco  a  dizer  sobre    a  cultura  e  a  experiência  subjeEva.  

Se  quisermos  entender  o  Poder,  precisamos  compreender:  • de  que  modo  os  membros  das  redes  de  Poder    pensam  e  agem,  e  

• por  que  seus  valores  podem  ter  uma  atração  mais  ampla,  para  além  do  seu  próprio  grupo,  com  o  predomínio  cultural  que    Antônio  Gramsci  chamou  de  hegemonia.  

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Poder  e  Casta  

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Não  é  apenas  o  poder  políEco  e  econômico  do  comerciante  que  explica  a  influência  da  Economia  de  Livre  Mercado,  desde  os  anos  1970,    quando  houve  o  fim  do  Acordo  de  BreMon  Woods  e  o  regime  de  câmbio  tornou-­‐se  flexível  ou  flutuante.  

É  também  a  sua  capacidade  de  convencer  as  elites  e    os  eleitorados  de  que    essa  visão  de  mundo  é  correta.  É  para  captar  esse  aspecto  cultural  e  subjeEvo  das  redes  de  poder  que  Priestland  usou  o  termo  casta.  

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Conceito  de  Casta  tem  duas  vantagens  sobre  as  outras  formas  de  categorização:  

é  mais  abrangente  do  que  classe,  incorporando  vários  

Rpos  de  grupos:  

burocratas  e  sacerdotes,  assim  como  capitalistas  e  trabalhadores  

inclui  a  perspecEva  cultural,  além  dos  interesses  econômicos  

As  castas  são,  portanto,  membros  de  diversas  redes  e  insGtuições  de  poder,  cada  uma  apresentando  sua  própria  cultura  e  incenRvando  determinado  esElo  de  vida  

tendem  a  dar  a  seus  integrantes    determinadas  aGtudes  para  com    

a  autoridade,  a  organização  e  a  políRca  

complexidade    X  modelo  

dicotômico  “nós”  (pobres)  X  “eles”  (ricos)  

“classes”  são  (também)  uma  construção  cultural  

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Castas:  Gpos  ideais  Os  representantes  de  cada  casta  que  Priestland  usa  –    

comerciante,  sábio-­‐tecnocrata,  guerreiro  e  trabalhador  –    são,  claro,  muito  generalizados.    

Evidentemente,  não  há  uma  correlação  direta  entre:    

os  valores  e     a  posição  na  estrutura  do  poder  políEco  ou  econômico.    

Mas,  como  Gpos  ideais,  empregando  o  termo  de  Weber,  

são  úteis  para  mostrar    como  nossas  ocupações  se  

relacionam  com  nossos  valores.  

A  profissão  e  a  experiência  de  trabalho  são  fundamentais    

para  a  formação  das  aGtudes  políGcas,  porém,  outros  

atributos  da  pessoa  importam.    

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Orden

s  morais  e

   esqu

ema  da

s  castas  

a  visão  de  mercado:  comerciante  

a  industrial:    sábio-­‐tecnocrata  

a  inspirada:    sábio-­‐pregador  

a  familiar:  aristocrata  paternalista  

a  de  fama:    guerreiro  

a  cívica-­‐comunitária:  trabalhador  

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Origens  das  castas,  valores  e  ocupações  

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1500-­‐1822:  domínio  da  aristocracia  governante  do  

Império  português  em  aliança  com  guerreiros  e    sábios-­‐sacerdotes  

1822-­‐1888:  domínio  da  aristocracia  governante  do  Império  brasileiro  em  aliança  

com  guerreiros  e  comerciantes  de  escravos  

1889-­‐1929:  domínio  da  aristocracia  dos  governadores  e  dos  liberais  comerciantes  primário-­‐exportadores  e  importadores  de  bens  

industriais  

1930-­‐1963:  domínio  dos  guerreiros-­‐militares  em  aliança  com  sábios-­‐tecnocratas  nacional-­‐desenvolvimenGstas  e  comerciantes-­‐industriais  

1964-­‐1984:  domínio  dos  guerreiros-­‐militares  desenvolvimenGstas    em  aliança  com  sábios-­‐tecnocratas  liberais  e  

comerciantes-­‐industriais  

1985-­‐1987:  breve  interregno  com  domínio  de    

sábios-­‐tecnocratas  desenvolvimenGstas  

1988-­‐2002:  domínio  de  sábios-­‐tecnocratas  liberais    

em  aliança  com    comerciantes-­‐financistas  

2003-­‐2014:  aliança  de  trabalhadores  organizados  com  sábios-­‐tecnocratas  desenvolvimenGstas  e  comerciantes-­‐industriais  

2015-­‐...:  aliança  de  trabalhadores  organizados  com  sábios-­‐tecnocratas  liberais  e  comerciantes-­‐exportadores  e  financistas  

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Ascensão  e  Queda  

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Os  grupos  sociais,  vistos  como  castas,    não  são  só  organismos  que  buscam    o  interesse  próprio  e  a  vantagem  econômica.    Também  consRtuem    encarnações  de  ideias  e  esElos  de  vida,    que  procuram  impor  aos  outros.  

Fracasso  da  casta  dominante    (crise  econômica/guerra/revolução)  +  crise  ideológica  =>  mudanças.    As  ordens  sociais  podem  desmoronar  quando  seus  governantes  acreditam  que  estão  fracassando  –  e,  sob  pressão,  adotam  profundas  reformas.  

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domínios  irrestritos:  ordens  menos  inclusivas  

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sábios-­‐tecnocratas  trazem  a  burocraRzação  ou    

a  presunção  arrogante  jpica  dos  especialistas  

trabalhadores  e  artesãos    com  espírito  comunitário  ou  corporaRvista  excluem    

“os  de  fora”  

guerreiros    aRçam  guerras  intermináveis    

por  honra  e  vingança  

mercadores  provocam    a  instabilidade  econômica  

e  a  elevação  das  desigualdades  

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Na  Era  Neoliberal,  a  nova  panaceia  para    os  males  do  mundo  é  a  economia  de  livre  mercado.  Mas  o  entusiasmo  com    a  liberdade  do  mercado  não  dura  muito  tempo,  logo  se  deparando  com  sua  crise.  Isso  traz  uma  forte  reação  social  contra    o  comerciante.    

A  socialdemocracia,  ou  “o  social-­‐desenvolvimenEsmo  da  Europa”,    era  uma  forma  menos  militante  do  modelo  socialista,  com  um  papel  menor  para  o  guerreiro  e  um  maior  para  o  comerciante  e  o  trabalhador,  todos  sob    a  supervisão  geral  de  sábios-­‐tecnocratas.    

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Estratégia  do    Social-­‐DesenvolvimenGsmo    

no  Brasil  

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Ser  cidadão  brasileiro  representou  conquistar  direitos  civis,  como  ter  direito  à  vida,    

à  liberdade,  à  propriedade,  à  igualdade  perante  à  lei,  com  um  ou  dois  séculos  de  atraso,  com    a  exEnção  da  escravidão  e  a  proclamação  da  

República,  em  1888-­‐89,  em  relação  às    conquistas  inglesas  (1688),  norte-­‐americanas  

(1783)  e  francesas  (1789)  nos    Séculos  XVII-­‐XVIII.    

Somente  um  século  depois,  com  a  ConsRtuinte  de  1988,  após  1/3  do  período  republicano  com  

ditaduras  (1930-­‐1945  e  1964-­‐1984),  verdadeiramente,  conquistamos    

direitos  políGcos:  eleger  a  direção  da  sociedade,  votar,  ser  votado,  associar-­‐se  em  sindicatos  e  

parEdos,  liberdade  de  expressão,  etc.    

Na  transição  do  Século  XX  para  o  XXI,  começamos  a  conquistar  direitos  sociais    à  educação,  à  saúde,  à  aposentadoria,    

à  segurança  pública.    

No  Século  XXI,  nosso  grande  desafio  está  sendo  conquistar  direitos  econômicos:  ao  trabalho,  ao  salário  justo,  a  uma  renda  mínima,  acesso  aos  bancos,  isto  é,  a  crédito  e  produtos  financeiros.  

Atraso  Histórico  na  Cidadania  Brasileira  

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Conquista  de  direitos  civis,  políEcos,  

econômicos  e  sociais  

Construção  de  conhecimento  e  capacidade  

tecnológica  com  preocupação  ambiental  

Desenvolvimento  sustentável  

conceitos  ordenadores  do  desenvolvimento:    Cidadania  &  Cultura  

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O  apoio  políGco  do    ParGdo  dos  Trabalhadores  e  seus  aliados  

respaldou  a  luta  sindical    pela  reposição  salarial    

contra  a  corrosão  inflacionária  e    pela  conquista  de  maior  parEcipação  nos  

lucros  e  resultados  das  empresas.    

A  fiscalização  vigilante,  após  2003,  somada  à  reinvindicação  de  direitos  trabalhistas,    

como  a  “carteira  assinada”,  elevou  o  grau  de  formalidade  do  mercado  de  trabalho.    

Em  contexto  de  crescimento  da  renda  e    do  emprego,  conjuntamente  com  a  políEca  

de  elevação  real  do  salário  mínimo  e    o  programa  de  transferência  direta  de  renda  com  condicionalidades  (Bolsa  Família),  toda  essa  políEca  social  aEva,  inclusive  educação,  

fomentou  o  mercado  interno    com  a  mobilidade  social.    

Essa  inclusão  social  transformou    o  mercado  do  País  no  quinto  maior  do  mundo  

em  número  de  consumidores,    considerando  ranking  de  Nações.  

A  abordagem  social-­‐desenvolvimenGsta    é  jpica  da  chamada  

“Geração  PT”.    

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A  estratégia  observada  (e  defendida)  pelo    Social-­‐DesenvolvimenGsmo,  para  a  década  corrente,    

é  direcionada  pelo  invesEmento  do  setor  produEvo  estatal,  associando  os  fundos  de  pensão  patrocinados  pelo    

setor  público  com  o  setor  privado  nacional  e  estrangeiro.    

Em  conjunto  com  o  gasto  público  orçamentário,  operarão  como  indutor  do  gasto  privado.    

Significa  adotar    o  olhar  estadista    

“para  enxergar  mais  adiante,  além  da  

demanda  corrente”.    

Não  se  restringe    ao  debate  da    

políGca  econômica    em  curto  prazo.  

InvesEmento  autônomo  diante  das  condições  da  demanda  agregada    em  contexto  de    

crise  internacional.    

Destaca  a  importância  de  invesGmento  em  infraestrutura  e  

logísGca,  porém,  não  se  reduz  a  esse  o  foco.  

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Capitalismo  de  Estado  NeocorporaGvista  

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Configuração  de  um  Capitalismo  

de  Estado  NeocorporaEvista  

A  necessária  construção  de  indústria  de  componentes  nacionais  e  de  mecanismos  internos  de  financiamento    

em  longo  prazo  pode  retardar  e  até  encarecer  os  

empreendimentos.    

Embora  tenha  ocorrido  enorme  redução  do  peso  do  

Estado  na  economia  brasileira,  promovida  pelas  privaRzações  neoliberais,  ele  ainda  mantém  sua  

capacidade  de  coordenação  da  negociação.  

Agora,  há  associação  entre  capitais  de  origem  estatal,  

trabalhista,    privada  nacional  e  

estrangeira.  

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Os  interesses  gerados  na  sociedade  civil    são  organizados,    

seja  em  sindicatos  dos  trabalhadores,    

seja  em  associações  empresariais.  

Suas  estruturas  internas  centralizadas  e  

hierárquicas  impõem  quase  como  obrigação    a  militância  políEco-­‐parEdária  para  obter  apoio  à  ascensão  a  postos  com  poder  de  decisões  estratégicas.  

O  NeocorporaGvismo  é  forma  parRcular  de  intermediação  de  interesses  entre  sociedade  civil  e  Estado  em  regime  democráRco  com  

governo  trabalhista.    

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ex-­‐Bradesco  

ex-­‐CNI  

ex-­‐UNICAMP   ex-­‐CNA  

BB/Previ  

Petrobras/Petros  

Bndes/Bndespar  

Caixa/Funcef  

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Estado  interventor,  indutor  e  regulador,  que  propiciou  salto  de  etapas  históricas  antes  percorridas  por  países  de  capitalismo  maduro  

O  Capitalismo  de  Estado  chinês    (sob  domínio  do  PCCh),  russo    

(sob  ex-­‐KGB)  e  indiano  são  derivados  de  experiências  históricas  com  “Socialismo  de  Mercado”  e,  claramente,  se  diferenciam  do  

Capitalismo  de  Mercado    norte-­‐americano.    

Capitalismo  de  Estado  

NeocorporaGvista  brasileiro  

ainda  busca  conquistar  maior  autonomia  tecnológica  e  financeira.  

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O  Estado  brasileiro  situa-­‐se  no  centro  das  decisões  cruciais  de  financiamento  da  

economia.    

O  Tesouro  Nacional  possibilita    

a  realocação  dos  recursos  em  prazos  

adequados  ao  financiamento  dos  setores  prioritários  

para  o  desenvolvimento  

brasileiro.  

O  Tesouro  Nacional  oferece  aos  invesRdores    

risco  soberano,    para  captar  em  longo  prazo,    

tanto  no  mercado  financeiro  

domésRco,  quanto  no  internacional.  

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EVOLUÇÃO DA DÍVIDA PÚBLICA BRUTA E LÍQUIDA (% do PIB)

Fonte: BCB

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Alguns  fundos  de  pensão  (Petros,  Funcef,  Postalis,  Fapes)  não  alcançaram  as  metas  atuariais,  com  a  queda  da  renda  variável  e  a  marcação-­‐a-­‐mercado  da  renda  fixa.  

O  retorno  médio  dos  invesGmentos  no  ano  de  2014  foi  de  7,07%,  ante  meta  de  12,07%.  

Em  2013,  o  retorno  Rnha  sido  de  3,28%,  bem  abaixo  da  meta  de  11,63%.  

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Com  explosão  da  bolha  imobiliária,  

provocada  em  úlRma  análise  pela  

desregulamentação  financeira  neoliberal,    

a  economia  de  mercado  até  agora  não  se  recuperou.    

O  comerciante  redivivo,  que  destrói  

os  sucessos  do  Estado  de  bem-­‐estar  social,  produzido  pelo  acordo  de  

castas,  se  recusa  a  aceitar  que  os  

recentes  desarranjos    tenham  algo  a  ver    

com  ele.  

Acusa  que  tudo  é  culpa  de  falsos  comerciantes  corruptos    

–  os  “capitalistas    do  favoriEsmo,    do  compadrio,    dos  laços”  –,    

fazendo  negócios  com  os  políGcos  oportunistas.    

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[email protected] http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/