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JANEIRO / FEVEREIRO Newsleer 1 . 2012 Propriedade: Município de Castelo de Vide | Rua Bartolomeu Álvares da Santa, 7320 Castelo de Vide Diretor: Presidente da Câmara Municipal de Castelo de Vide NIPC: 506 796 035 e-mail: [email protected] Tel.: 245 908 220 Expedição: Eletrónica pag. 16-22 pag. 15 pag. 14 pag. 2-3 pag. 4-9 pag. 10-11 pag. 12-13 Mensagem e tema central Atualidades 4 Caderno da Biblioteca Municipal Laranjo Coelho4 Valores da nossa terra Rostos do serviço público A fechar Separata - Carta de foral AÇÃO Castelo de Vide InformAÇÃO

Castelo de Vide InformAÇÃO - Jan/Fev 2012

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Castelo de Vide InformAÇÃO - Janeiro/Fevereiro 2012

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Page 1: Castelo de Vide InformAÇÃO - Jan/Fev 2012

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12Propriedade: Município de Castelo de Vide | Rua Bartolomeu Álvares da Santa, 7320 Castelo de Vide

Diretor: Presidente da Câmara Municipal de Castelo de Vide

NIPC: 506 796 035

e-mail: [email protected]

Tel.: 245 908 220 Expedição: Eletrónica

pag. 16-22

pag. 15

pag. 14

pag. 2-3

pag. 4-9

pag. 10-11

pag. 12-13

Mensagem e tema central

Atualidades4

Caderno da Biblioteca Municipal Laranjo Coelho4

Valores da nossa terra

Rostos do serviço público

A fechar

Separata - Carta de foral

AÇÃOCastelo de Vide InformAÇÃO

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O “Castelo de Vide informação” é um bo-letim informativo em formato eletróni-

co, através do qual se pretende criar uma plataforma de comunicação da atividade do Município de Castelo de Vide junto de munícipes, de castelo-videnses estabeleci-dos noutras regiões do país e estrangeiro, e daqueles que diariamente nos visitam.

1. O boletim “Castelo de Vide informação” cumpre o dever de promover o município e de informar a população do concelho, con-tribuindo assim para o objectivo de aumen-tar os níveis de participação dos cidadãos, entidades e instituições na vida pública local, através da divulgação das notícias mais rele-vantes e dos principais destaques da agenda política, social, desportiva e cultural do con-celho,

2. São princípios norteadores da edição des-te boletim, a independência relativamente a poderes instituídos ou grupos de pressão, privilegiando-se a notícia em detrimento de artigos de opinião.

3. Serão apenas admitidos à publicação arti-gos de opinião que versem sobre temas emi-nentemente técnicos.

4. O diretor do boletim informação reserva-se ao direito de não publicar comentários, arti-gos, fotografias ou vídeos, cujo conteúdo:• seja considerado racista, xenófobo, difamatório;

• incluam acusações de carácter criminal, mensagens que apelem à violência, ou à vio-lação das leis em vigor;• utilizem linguagem inapropriada ou insul-tuosa;• cujos conteúdos possam ferir suscetibilida-des;• façam menção a matérias ilegais;• cujos conteúdos sejam incompreensíveis ou codificados;• contenham mensagens com fins comerciais ou de publicidade.

Responsabilidade

O boletim informação é propriedade do Mu-nicípio de Castelo de Vide e o seu diretor é responsável por todos os conteúdos publicados.

Propriedade Intelectual

Os conteúdos disponíveis no boletim infor-mação pertencem ao Município de Castelo de Vide não podendo ser reproduzidos ou utilizados, seja para que fim for, sem a autori-zação prévia, incorrendo, nomeadamente, em ilícito criminal quem violar a presente regra.

Estatuto editorial

Mensagem

Com a edição do CASTELO DE VIDE INFORMAÇÃO, pretendemos criar uma plataforma de comunicação que permita divulgar e promover a atividade do município de Castelo de Vide junto de munícipes, de castelo-videnses e amigos estabelecidos noutras regiões do país e estrangeiro, e ainda daque-les que, diariamente, nos visitam, mesmo que virtualmente.

Mensalmente, aqui encontrarão as principais notícias referentes à gestão e administração do concelho, bem como a agenda sócio-cultural local.

Este é um sinal de modernidade, na linha do processo de modernização da autarquia, que se adapta assim às novas tecnologias proporcionando uma comunicação mais eficiente, mais célere e eficaz com os diferentes públicos.

Esperamos que este novo formato seja do seu agra-do e contamos com a sua participação.

António Ribeiro

Presidente da Câmara Municipal deCastelo de Vide

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Castelo de Vide virtual em números

Em 20/06/2011 iniciou-se uma nova monotorização ao sítio on-

line da Câmara Municipal de Castelo de Vide. Nesta edição, deixamos-lhe alguns números curiosos.

44 894 visitas em 7 meses (Note-se que o sistema não permite dupla conta-gem. 1 visitante é igual a 1 entrada por dia, mesmo que ocorram mais ou que se visitem várias páginas).

46,44% dos nossos visitantes são estreantes. (nunca tinham acedido ao sítio internet)

2 141dos utilizadores vieram ao sítio inter-net através do motor de busca Goo-gle e fizeram,

11 866 visualizações de página

3 929 das buscas online vêm de browsers americanos/ingleses

9 001 pesquisas foram efetuadas pela pala-vra Castelo de Vide

2 876 foram as pessoas que visitaram a pá-gina mais vista: “alojamentos”

3 foi o número de visitas recebido a partir de Cotonu, uma cidade na Re-pública do Benim, África Ocidental.

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Tema central por António Pita

Comemorar 500 anos! Celebrar a autonomia. Festejar a cidadania.

Todos sabemos que Castelo de Vide enquanto município auto-

nomo tem fundação muito anterior a 1512, ano em que D. Manuel I con-firmou os privilégios e direitos do velho foral daquela que, à data, era considerada “terra meã” no panora-ma das localidades portuguesas.

A confirmação do estatuto de con-celho subjacente na carta de foral manuelina assinada por Fernão de Pina, escrivão da chancelaria régia, a 1 de junho daquele ano, verificou-se no âmbito da grande reforma dos forais medievais. Esta visão política implementou um conjunto de medi-das na perspetiva da reorganização administrativa, do sistema fiscal e ainda da uniformização da ordem ju-rídica do país. Um ambicioso projeto nacional que, em suma, visava a cen-tralização do poder na coroa. Assim, deverá ser motivo de orgulho e rego-zijo o facto de Castelo de Vide ter re-cebido aquele pergaminho pentase-cular numa época em que Portugal ao mesmo tempo que “dava luz ao mundo“ e descobria terras de África e Arábia, definindo um novo rumo para a sociedade da época, e ainda os novo caminhos para a moderni-dade, olhava, simultaneamente, tam-bém para o interior do seu retângulo no sentido de proporcionar reformas internas. Estas foram determinantes para o desenvolvimento regional e para a coesão do território nacional da era quinhentista.

Diz o sábio provérbio judaico que

“povo que não conhece o seu passa-do está condenado a não ter futuro!” Ora, uma das razões pela qual caste-lo de Vide se tem afirmado, desde o seu batismo e ao longo dos séculos, como terra notável, deve-se à indó-mita vontade do seu povo, o qual nas múltiplas adversidades encon-tradas ao longo dos tempos soube sempre unir-se numa comunidade coesa, solidária e fraterna. E é pre-cisamente neste espírito (que cada Páscoa consubstancia, materializa e faz renascer) que se fundem os va-lores e as convicções fundamentais para ultrapassar os tempos difíceis do presente.

Essa lição da persistência do passado, dada pelas mulheres e homens, ilus-tres ou anónimos, que durante su-cessivas gerações construíram esta harmoniosa joia da coroa (e hoje da República), mais do que um garbo-so relato de acontecimentos que a nossa história local urdiu, deverá ser

o tónico para reforçar a imprescindí-vel mobilização em torno de ideais comuns. O país de hoje, que nos úl-timos 40 anos sofreu de um obtuso e desconexo estilo de governação (à vista!), perdeu a vitalidade e o mús-culo que produzia e gerava riqueza nas regiões periféricas e do interior. Inebriado pelas tendências impor-tadas da aldeia global, esqueceu-se dos pilares em que assenta a nossa identidade territorial. E ignorando que a adoção de reformas é sempre mais prudente e inteligente que a imposição de rupturas, cortou o fio condutor que unia séculos sedimen-tados numa matriz cujas tradicionais redes sociais eram mais fraternas, funcionais e coesas em todo o terri-tório.

Torna-se hoje, portanto, determi-nante comemorar, isto é, lembrar em comum um acontecimento do passado de tão grande simbolismo e mérito, que nos orgulha e projeta no futuro. Por isso, ao longo do ano estão previstas várias iniciativas cul-turais que irão criar o ambiente de festa que tão solene idade merece, deixando-se aqui o convite a todos aqueles que individual ou coletiva-mente queiram partilhar deste dever para com a nossa história municipal. Porém, tão ou mais importante do que lembrar, esta comemoração é sobretudo um convite à reflexão e uma ocasião para reforço do espírito cívico, da cidadania ativa, enfim, um compromisso de cada castelo-viden-se perante um destino comum.

Na realidade, celebrar 500 anos de reconhecimento oficial da importân-cia de Castelo de Vide, mais do que uma festa é um sentimento de obri-gação. Uma obrigação equivalente a uma responsabilidade de no tempo presente encontrarmos soluções ino-vadoras e empolgantes para redefi-nirmos a pertinência dos ajustamen-tos ao rumo da nossa história. E esta obrigação está ainda muito para além da instituição MUNICÍPIO, porquanto a superação dos enormes e exigentes desafios do nosso tempo será uma exigência óbvia da nossa cidadania.Parabéns Castelo de Vide.Parabéns castelo-videnses.

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Telenovela “Destino” TVI. Uma janela de oportunidades

A câmara municipal de Castelo de Vide informa que por motivos

de ajustamentos de programação da TVI, a telenovela “Destino” (que poderá tomar o nome definitivo de “Louco Amor”), cuja estreia estava prevista para o final do mês de março, irá sofrer um atraso de cerca de três semanas, pelo que abril será, então, o mês em que iremos ver Castelo de Vide no pequeno ecrã.

Entretanto as gravações já se inicia-ram em Lisboa e começam agora a sair na comunicação social as primei-ras notícias mais detalhadas.Um pouco da história irá ser revelada na revista “TV 7 Dias” (edição de 7 de fevereiro) com fotos de alguns “deco-res” exteriores de Castelo de Vide.

Também, o suplemento do “Correio da Manhã” de 3 a 9 de Fevereiro le-vanta o véu da novela. Atílio Riccó, consagrado realizador brasileiro, depois da visita a Castelo de Vide afirma: “O texto é maravilho-so e vamos poder ver belas imagens” .

Os inscritos na figuração (e já atingi-mos o simpático número de cerca de 240 pessoas!...) deverão estar atentos às notícias que brevemente irão ser divulgadas no site da câmara municipal.

Turismo

Semana Gastronómica do Porco

De 21 a 29 de fevereiro corrente, vai ter lugar a Semana Gastronó-

mica do Porco que pretende divulgar os restaurantes, a gastronomia e os produtos de qualidade que a nossa região alentejana tem para oferecer. A iniciativa promovida pelo Turismo do Alentejo apela, aos restaurantes que queiram aderir, à inscrição até ao dia 10 de fevereiro.

Sensibilizamos os restaurantes de Castelo de Vide a participar, devendo os empresários interessados consul-tar o regulamento ou dirigir as even-tuais dúvidas ao gabinete de turismo (centro municipal de cultura) da câ-mara municipal.

Atenção mascarados, vem aí oCarnaval Trapalhão…

O programa do Carnaval de 2012 assenta no formato do ano

transato, começando com o desfile infantil na manhã de sexta e os des-files abertos a toda a população nas Carreiras de Cima e de Baixo, no do-mingo (19) e terça (21).Momentos de destaque:

Nas noites de sábado a terça, espera-se muita animação no pavilhão mu-nicipal. A música brasileira e os ritmos latinos que fazem furor na atualidade

serão tocados por 4 grupos que pro-metem “espicaçar” as emoções.Mas, só há verdadeiro Carnaval com mascarados, por isso vamos lá todos ao baú e ao fundo do guarda-roupa procurar uns trapinhos e participar na festa popular, que para ser genui-na tem de ser trapalhona.

Carlos Nunes (de nome artístico “ Ba-nana”) será uma das vozes da noite, que afirma: “os Castelo-videnses e todos aqueles que vierem até cá vão ter uma agradável surpresa. Estamos preparados para satisfazer todos os gostos. O nosso ritmo vai libertar as pessoas e fazer esquecer estes tem-pos de crise”.

Acompanhado por Arcílio nas teclas, na voz e percussão por João Palmeiro, na viola-sol Dani, no baixo Simão e bateria Floriano, promete marcar o ritmo “de la noche”.

Entre outros forasteiros, estes são al-guns dos músicos da “prata da casa” que garantem fazer milagres, tan-to mais que, como afirma o Carlos: “melhor do que ninguém, conhece-mos os gostos da malta de outros Carnavais. Assim, venham cinco que tragam mais cinco duma assentada que nós estamos cá”.

Atualidades

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Ação Social

Fevereiro é mês de rastreio de can-cro da mama

Não esqueça: o diagnóstico pre-coce pode salvar vidas!

Realiza-se a partir de dia 17 de feve-reiro de 2012 e até meados do mês de março o rastreio anual do cancro da mama promovido pela Liga Por-tuguesa Contra o Cancro com a par-ceria do Centro de Saúde de Castelo de Vide e da câmara municipal.

O rastreio contemplará todas as mu-lheres com idades entre os 45 anos e os 69 anos (inclusivé) e terá lugar no parque exterior do Centro de Saú-de de Castelo de Vide, de segunda a quinta-feira das 9h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h30, e às sextas-feiras das 9h00 às 13h00.

Para as mulheres residentes em Pó-voa e Meadas, à semelhança do que acontece habitualmente, será agen-dado um dia para o rastreio, com transporte assegurado pelo Munici-pio de Castelo de Vide.Para mais esclarecimentos pode con-tatar o gabinete de ação social (Casas Amarelas). Para os utentes de Póvoa e Meadas dia 27 de fevereiro, auto-carro às 9h30 e às 14h00, com parti-da do Jardim do Rossio.

Colheita de Sangue

Atenção dadores de sangue. Sába-do 4 de fevereiro haverá mais uma

colheita a partir das 9.00h no centro de saúde. O teu sangue pode salvar vidas.

Trocar papel por alimentos para ajudar os mais carenciados

A ação social municipal aderiu à campanha humanitária “Papel

por Alimentos”, promovida pelo Banco Alimentar contra a Fome. Indo muito para além do “princípio de Lavoisier”

de que “na natureza nada se perde, tudo se transforma”, o objetivo desta ação é recolher todo o papel usado e inutilizado que esteja no sótão, no ar-mazém ou no trabalho.Este papel (jornais, revistas, folhetos, cadernos, fotocópias etc,) vale por to-nelada 100 Euros em alimentos.

A autarquia está a recolher papel inuti-lizado nos serviços públicos locais, mas qualquer cidadão poderá contribuir através da linha verde do ambiente, 800200355 (gratuito). Contribua!

Também há Carnaval para os Maiores

De acordo com o programa inser-to, o gabinete de ação social irá

promover os tradicionais bailes das comadres e compadres que outrora tanta adesão tiveram na nossa terra.

Estes bailes contam com a partici-pação de música ao vivo e karaoke e são, sobretudo, destinados a maiores de 55 anos e muito particularmente

a utentes das IPSS. A entrada é livre e a meio da tarde será oferecida a taça de arroz doce por generosidade da Santa Casa da Misericórdia e do Lar da 3.ª idade de Póvoa e Meadas.

Os maiores poderão fazer-se acom-panhar de menores e familiares, desejando-se que a festa seja diver-tida.

Atualidades

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Património Sacro. As relíquias que começam a revelar-se!

Após cinquenta anos de esque-cimento nas galerias laterais da

Igreja Matriz, e em gavetões de arca-zes, deu-se o milagre que o cónego Albano tanto ansiou. As centenas de imagens recolhidas, nas várias cape-las e igrejas do concelho, por aquele reverendo, constituem agora a base do vasto e precioso acervo sacro da paróquia de Castelo de Vide, que co-meça aos poucos a ser conhecido e valorizado.

Depois dum aturado trabalho de inventário, registo e limpeza, demo-rado mas obrigatório, efetuado pela secção de arqueologia municipal, alguns objectos figuram já no Mu-seu Paroquial de Arte-Sacra Cónego Albano Vaz Pinto, só possível criar graças ao dinamismo e abertura dos nossos párocos Tarcísio e Luis.

Sabemos que os museus de arte sacra são regra geral muito repetiti-vos, todavia, este diversificado e rico acervo museológico permitirá uma apresentação dinâmica e variada, de múltiplos conteúdos, apresentando novidades ao longo do ano, e a partir do qual nascerão roteiros religiosos temáticos.

Deseja-se que seja um museu que amadureça e cresça, mas para já é se-guramente uma nova oferta cultural da vila, que permitirá aos visitantes ocuparem um pouco mais do seu tempo de estadia para descobrirem este tesouro, bem como a própria jóia da arquitetura religiosa onde está instalado.

Entretanto, no âmbito da estreita co-laboração que a câmara municipal

Culturatem realizado com a Paróquia, com vista à divulgação e promoção des-tes bens culturais, foi criado pela au-tarquia, em dezembro último, o site do Museu, e ao qual sugerimos uma visita em, www. museuartesacracas-telodevide.com. (Ver imagens em GALERIA)

Historiador José Augusto Oliveira lança monografia sobre Castelo de Vide Medieval

Era impossível iniciar melhor o ano cultural de Castelo de Vide e fes-

tejar os 500 anos da outorga do nos-so Foral Novo. O livro que a Colibri em parceria com a câmara munici-pal lançaram no passado dia 14 de janeiro, sob o título “Castelo de Vide na Idade Média “, aborda as origens da antiga vila e revela a importância estratégica, social e económica que a mesma detinha no enquadramento regional da época. Com muita com-petência e estudo José Oliveira des-venda um período da nossa história até à data muito nebuloso e desco-nhecido. Este livro, sem qualquer dú-vida, para além de ser uma ferramen-ta essencial para o estudo de Castelo de Vide e conhecimento da história local, vem enriquecer de sobrema-neira a bibliografia castelo-vidense colmatando uma evidente lacuna da investigação até à data produzida.

Academia Portuguesa de História irá comemorar os 500 anos do fo-ral com colóquios

A insígne historiadora e presiden-te da Academia Portuguesa da

História, profª Manuela Mendonça, recebeu recentemente na Academia o vice-presidente António Pita para acordarem mais uma iniciativa no âmbito da celebração dos 500 anos. Sob o tema “Castelo de Vide Ma-nuelino” , uma pliade de académicos deslocar-se-ão até nós para nos dias 6 e 7 de Outubro darem a conhecer os estudos que até lá irão efetuar. Castelo de Vide visto por Duarte de Armas, o relógio manuelino da anti-ga vila, a proteção às águas da fonte da Mealhada, poderão ser alguns te-mas fulcrais a abordar neste evento cultural que se perspectiva muito enriquecedor para a História Local.

Historiadores autografam livro de honra do município

Após o lançamento do livro “Cas-telo de Vide na Idade Média” no

convento de São Francisco, uma co-mitiva acompanhou os historiadores Manuela Mendonça e José Augusto Oliveira que manifestaram o privilé-gio e o prazer de autografar o livro de honra do município deixando as seguintes mensagens: “Agradecendo o convite para assinar este livro de honra da câmara municipal de Cas-telo de Vide, registo com muito gos-to a passagem por uma terra que, na pessoa do ilustre Dr. Possidónio La-ranjo Coelho, é presente na Acade-mia Portuguesa de História. Manuela Mendonça 14 de Janeiro de 2012”

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“Tendo elaborado uma monografia sobre Castelo de Vide Medieval es-pero, humildemente, ter contribuído para consolidar a memória histórica desta vila notável.José Augusto Oliveira18 de Janeiro de 2012”.

As historiadoras catedráticas Manuela Mendon-ça e Iria Gonçalves com António Pita no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

Achados arqueológicos inéditos relata-do pela jovem jornalista Susana Serra

A descoberta de mais um lagar de azeite cavado na rocha em Castelo de Vide foi uma surpresa agradável para o Núcleo de Arqueologia.

Um grupo de amigos que se deslo-cou ao campo para identificar sepul-turas cavadas na rocha, ainda não inventariadas deparou-se com um lagar de azeite ancestral, no final do mês de janeiro.

Para João Magusto, técnico do gabi-nete de arqueologia da câmara mu-nicipal, que acompanhava António Maniés e José Serra ao local, depois de uma conversa informal acerca do assunto, a identificação dos vestígios de um lagar de azeite próximos de uma sepultura escavada na rocha no Barregão foi “deveras importante e uma agradável surpresa” pela sua raridade. “É sabido que são escassas as evidências arqueológicas deste tipo de estruturas, ainda que possa-mos referir o Lagar das Tapadas das

Oficina - Museu Mestre Carolino irá abrir muito em breve

Numa casa de velhas tradições que conservou as antigas ferra-mentas e os segredos de trabalhar o ferro forjado, Castelo de Vide irá perpétuar a memória da arte de desenvolver uma actividade comercial de tão longa tradição e homenagear os antigos mes-tres e operários. Um autêntico repositório de património que marcará a diferença na oferta cul-tural de Castelo de Vide.

Galegas, na Meada, o Lagar do Curral do Vale Silvano, o Lagar do Mato da Pó-voa ou o Lagar do Ribeiro de Alcogulo”, explica o técnico. Na zona identificou-se também uma pia com uma função indeterminada.

Durante a visita registaram ainda os vestígios de uma lagareta (um lagar rudimentar de dimensões menores), no Vale da Viola e três sepulturas esca-vadas no topo de um rochedo no Vale do Pereiro. Estas estruturas fúnebres foram parcialmente destruídas, confor-me verificou João Magusto. “Retiraram o separador que inicialmente existia entre duas sepulturas com uma orien-tação similar. A terceira sepultura, cuja direção é francamente diferente das demais também foi alvo de mãos ico-noclastas a que por vezes são sujeitos estes vestígios arqueológicos”, refere.

José Serra e António Maniés costu-mam encontrar vestígios arqueológi-cos. “Como agricultores e caçadores é normal descobrirmos estes restos no campo, desde antas e sepulturas, a vestígios de dependências possi-velmente de origem romana”, afirma José Serra.

Segundo João Magusto, as desloca-ções ao campo para verificar novos vestígios arqueológicos fora de um projecto planeado são habituais. Considera que “as gentes de Castelo de Vide valorizam o seu património, e não é de estranhar o facto do ci-dadão comum dar o seu contributo, que muitas vezes se manifesta no acompanhamento de investigado-res e outras pessoas ligadas à História e Arqueologia”.

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Parque radical em construção

Iniciaram-se as obras do novo par-que de skates e patins de Castelo

de Vide.Trata-se de um projeto já com alguns anos e que, talvez por isso, seja tão reclamado com insis-tência pelos jovens de Castelo de Vide.

Concluídas as obras de terraplana-gem no espaço que vai acolher a estrutura, que ficará localizada numa das extremidades do estádio mu-nicipal Manuel Rodrigues, paralela-mente à Avenida da Europa, a fase seguinte contemplará a fixação de um conjunto de equipamentos para estimular a adrenalina da rapaziada.

O espaço será posteriormente ve-dado, impossibilitando assim a uti-lização de outros equipamentos do estádio municipal.

A juventude ficará pois com mais um equipamento desportivo e de re-creio com qualidade, devendo para o efeito deixar de utilizar outros ter-renos e espaços não recomendáveis e sem segurança.

O conforto do novo piso de recreio na “escola primária”

Ao longo das décadas, várias já fo-ram as transformações do recin-

to de recreio da nossa antiga escola primária. Depois do betão, que veio substituir a primitiva terra barrenta que encardia as roupas suadas da rapaziada que disputava, nas longas tardes de verão, viris “derbys” entre

“Os do Castelo” e “Os da Vila”, chegou a areia para proteção dos meninos e, finalmente, um pavimento moderno. Trata-se de um piso feito de matéria emborrachada e anti-alérgica, que permite a prática de desportos cole-tivos de modo seguro e limpo.

Foi uma prenda de Natal que che-gou em janeiro aos meninos e às meninas de Castelo de Vide, mas que também contribuirá para comodida-de das mães...

Póvoa e Meadas com melhor aces-sibilidade

Terminou a empreitada da repa-vimentação do C.M. 1006-1 que

tinha iniciado em março de 2011. A obra contemplou a repavimentação do troço Póvoa e Meadas-Meadas e a repavimentação e correção de traçado no restante troço até aos Alagadores, com beneficiação da drenagem longitudinal e transversal (aquedutos), regularização de ber-mas e nova sinalização horizontal e transversal.

O valor da obra foi de 864.557,41 €, ao qual acresce o valor do IVA e das revisões de preço.

Apesar do elevado montante da obra, a câmara advoga que este inves-timento é uma aposta numa acessibili-dade importante para a freguesia, bem como um melhoramento indispensá-vel que potencia aquele espaço rural.

Muro dos Braços de S. Francisco

Obras Foi concluída a obra de constru-ção do muro de suporte do arru-

amento do Lar da Fundação Nossa Senhora da Esperança.

Esta obra, executada por administra-ção direta e orçada em 45.000 euros, consistiu na execução de um muro de betão armado com uma altura média de 4m que serviu de conten-ção ao arruamento que liga a nova urbanização ao Bairro da Muralha, delimitando os 2 lotes de terreno de moradias aí existentes, e permitindo que se possa efetuar a pavimentação do arruamento de acesso ao Lar João Palmeiro Novo.

Intervenção no Largo da Fonte da Vila

O Largo da Fonte da Vila, um dos ex-libris da zona antiga, está a

ser alvo de uma intervenção de con-servação e melhoramento. O arco da passagem do largo para a Rua da Por-ta Nova, que se encontrava em esta-do de degradação, encontra-se pra-ticamente restaurado, com recurso a argamassas tradicionais. Também algumas das casas particulares que se encontravam degradadas ou ne-cessitadas de obras de conservação foram e estão a ser intervencionadas, facto que muito contribui para valo-rizar aquele que é, historicamente, um dos melhores postais da vila.

Considerando que este Largo irá ser palco privilegiado do desenlace da telenovela, apela-se aos proprietários dos imóveis, (felizmente poucos) que carecem de ser caiados, um esforço no sentido de embelezar as facha-das, já que muitas das imagens irão ser produzidas neste espaço, poden-do assim transmitir, uma ideia ainda mais bela da nossa terra.

Castelo de Vide agradece.

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Ambiente

Desporto

Sapadores Florestais colaboram na segurança rodoviária

A equipa de sapadores florestais do município tem vindo a reali-

zar ações de desrramação de algu-mas árvores, na estrada municipal 1007 (Castelo de Vide–Albufeira de Póvoa e Meadas), em que as per-nadas se projectavam para a rede viária, dificultando assim o cruza-mento de veículos de maior porte e colocando em perigo os utilizadores daquela via.

Tal intervenção visa subir um ou dois “andares” às árvores em causa, bem como suprimir os ramos que se pro-longam para a estrada, facilitando assim a sua utilização por parte dos veículos pesados, principalmente as caravanas, as quais, com a inaugura-ção do futuro parque de caravanis-mo da Albufeira de Póvoa e Meadas, se prevê que venham a utilizar aque-la via com maior regularidade.

Sapadores em ação externa de ser-viço público

A equipa de sapadores do municí-pio irá estar presente numa ação

de serviço público juntamente com as restantes equipas do distrito, ação essa que visa construir um troço de uma Faixa de Gestão de Combustível (rede primária), estrategicamente lo-calizada no distrito de Portalegre.

Esta ação insere-se no programa de sapadores florestais da Autoridade Florestal Nacional, do qual a equipa de sapadores florestais do município faz parte. Esta campanha de preve-

não em prol da Floresta e Ambiente irá decorrer durante o período de 6 a 17 de fevereiro, sob orientação de João Silva, coordenador de preven-ção estrutural do distrito de Portalegre.

Autarquia e Casa do Povo promo-vem desporto com: ténis de mesa e também ginástica aeróbica sénior

Estão abertas as inscrições até ao dia 9 de Fevereiro para todos

aqueles que, independentemente,

do escalão etário queiram partici-par no torneio de ténis de mesa, no sábado 11 de fevereiro no pavilhão municipal, seguido de um lanche de confraternização na Casa do Povo.

Comunica-se também à população com idade superior a 55 anos que já iniciaram as aulas de aeróbica sénior.

Estas têm lugar na Casa do Povo, às quintas-feiras, a partir das 9h30.

Pense na sua saúde, na qualidade de vida e adira a um estilo de vida mais ativo.

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Jogos Campeonato Distrital 2011/ 12

Benjamins ”C” - S. C. Campomaiorense vs A. D. Castelo de Vide - 04/02/2012 - 10:30- A. D. Castelo de Vide vs C. F. “Os Gavionenses - 11/02/2012 - 10.30- S. Nisa e Benfica vs A. D. Castelo de Vide - 25/02/2012 - 10.30

Infantis “C” - A. D. Castelo de Vide vs C. F. “Os Gavionenses” - 04/02/2012 - 10:30- G. D. R. Gafetense vs A. D. Castelo de Vide - 11/02/2012 - 10.30- A. D. Castelo de Vide vs S. Nisa e Benfica - 25/02/2012 - 10.30

Iniciados- C. F. “Os Gavionenses” vs A. D. Castelo de Vide - 12/02/2012 - 10.30- A. D. Castelo de Vide vs C. D. Portalegrense 1925 - 26/02/2012 - 10.30

Séniores futsal- A. Soujovem vs A. C. D. Póvoa e Meadas - 11/02/2012 - 18.00- A. C. D. Póvoa e Meadas vs Nisa Futsal Clube - 18/02/2012 - 18.00 - Terrimponente - A. C. D. R. vs A. C. D. Póvoa e Meadas - 25/02/2012 - 18.00

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ta? E se extraterrestres estivessem metidos ao barulho? Bem-vindo a esta história que fica para a História.

”Poema do mês por Andrea Pequito

Janeiro

O novo ano está a chegar,Com ele trazNovos sonhosE novas metasPara alcançar.E ainda mais doze meninosprontos para recomeçar.Janeiro é o primeiroQue traz um sorriso muito matreiro.Com ele vem a chuva,e um vento muito traiçoeiro.Nas noites que o frio aperta,de porta em porta,cantam-se belas canções.No dia seis lá vamos festejar os reis.Por agora vamos acabarPara o próximo mês continuar.

Conto do mês:

“O coelho branquinho e a formiga rabiga” de Alice Vieira.

Esta história tradicional portuguesa é uma das retomadas por Alice Vieira, que recuperam criteriosamente nar-rativas populares orais. Se lidos em voz alta, estes recontos conquistam o ouvido e a atenção dos mais pe-quenos, em especial pela arte com que são recuperados os aspectos fundamentais da narrativa oral tradi-cional destinado a crianças entre os 3 e 5 anos.

Livro do mês:

“Sebastião regressa a casa” de Nuno Markl.

“E se D. Sebastião, desaparecido há tanto tempo na Batalha de Alcácer Quibir, reaparecesse numa manhã de nevoeiro, no meio de um tremen-do engarrafamento em hora de pon-

Seção infanto-juvenil

Secção de multimédia

Exposições

Durante todo o anoCartas de Foral de Castelo de Vide (1512) e de Póvoa e Meadas (1511) outorgadas por D. Manuel I.

Dois documentos valiosos, originais e raros, um pergaminho produzido na Chancelaria Régia

Ateliês

Dia dos NamoradosDia 10 e 11 de Fevereiro O dia dos namorados está próximo por isso vamos fazer um postal para surpreender a nossa cara metade.

Ateliês de MáscarasDia 17 e 18 de Fevereiro

Queres construir a tua máscara de Carnaval em gesso? Então inscreve-te na biblioteca.

O fado já é património imaterial da hu-manidade

O Fado nasceu um diaquando o vento mal buliae o céu o mar prolongava.Na amurada de um veleiro,no peito de um marinheiroQue estando triste cantava…

*A Biblioteca Municipal tem mais de

Biblioteca Municipal Laranjo Coelho

Caderno“O vento é sempre o mesmo, mas a sua resposta é diferente em cada folha.Somente a árvore seca e fica imóvel entre as borboletas e os pássaros”.(Cecília Meireles)

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30 CD’S de fado à tua inteira dispo-sição. As preferências mais requisita-das do mês de Dezembro foram:

1 - Paixões paralelas [DVD]2 - Só tu [DVD3 - A janela em frente [DVD]4 - Al Capone : Capone [DVD]5 - O voo do balão vermelho [DVD]6 - Malena [DVD]7 - O diário da princesa : A princesa apaixona-se [Monografia infantil]8 - Frida [DVD]9 - O segredo de Brokeback Moun-tain [DVD]10 - Good Bye Lenin! [DVD] : Adeus Lenine! National Geographic

*Na tua biblioteca a revista para con-sulta e DVD para empréstimo.

Novidades na biblioteca

Estes CD`S e DVD`S são algumas das novidades deste mês para empréstimo.

DVD’s

Curiosidades literárias

Biblioteca moderniza-se

Alguns dias antes do Natal, a fazer as compras de última hora, entrei num conceituado alfarrabista, há muitos anos instalado na Praça da Trindade da capital, e numa das estantes de literatura portuguesa encontrei uma curiosidade.

Chamou-me a atenção a lomba-da de um livro encadernado a azul onde se lia “F. da Câmara. Frei Luiz de Sousa”. Querendo satisfazer a minha curiosidade percebi tratar-se de um livro de Alberto Freitas da Câmara que em 1935, pela Editorial Minerva, tinha a ousadia de publicar pela pri-meira vez em versão de romance o famoso drama garretiano.

Satisfeita a minha curiosidade eis que encontro na dedicatória do au-tor um tributo de deferência ao cas-telo-vidense Laranjo Coelho a quem, juntamente com Marques Braga e Câmara Reys, consagra a obra e enal-tece enquanto seus antigos mestres de Português.

Provérbio “A 20 de janeiro, uma hora por inteiro e quem bem contar, hora e meia vai achar”.

A Biblioteca Municipal Laranjo Co-elho passou a estar equipada com rede internet sem fios (wireless) em todo o edifício.

Recorde-se que a biblioteca já dis-ponibilizava gratuitamente o serviço internet em terminais para o efeito.

Agora passa também a ser possível aceder à internet a partir tablets, telemóveis ou computadores por-táteis em todo o espaço do edifício, conseguindo-se assim uma impor-tante complementaridade multi-média para os utentes deste espaço municipal.

Colmata-se uma lacuna importan-te reclamada pelos utilizadores que não podiam fazer uso dos seus PCs e que agora detêm esta ferramente em qualquer piso do edificio.

Locução latina Mutatis Mutantis, mudando ou al-ternando o que deve ser mudado ou alterado para a sua actualização.

Chá com históriaQuartas feiras

Actividade semanal junto do Lar de Póvoa e Meadas

Tardes de Cinema

5 dias 5 filmes quartas à tarde (16.30h, na sala polivalente)

- A Ovelha Xoné- Namoro - American pie apresenta o livro do amor- O abc da sedução- Artur e a vingança de maltazard

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Cinco perguntas a um castelo-vidense

em destaque

Marco José lindo Mes-tre, castelo-vidense, é engenheiro infor-

mático de formação e profis-são. Nos tempos livre pratica BTT, modalidade onde tem vindo a obter excelentes re-sultados. O Castelo de Vide Informação decidiu elegê-lo como “castelo-vidense em destaque” nesta primeira edi-ção do boletim, e fazer-lhe 5 perguntas.

Porquê o BTT?

Porque gosto muito de pas-sear, e assim, decidi eleger um desporto que tem também uma componente de lazer.

Quanto pode custar uma boa bicicleta para a moda-lidade e que características destaca?

A partir dos 1200 euros já se consegue comprar uma bi-cicleta para competição. A minha vale 6600 euros, mas não foi isso que eu paguei por ela. Digamos que fiz um bom negócio e mais não digo...

Quanto à segunda parte da pergunta, posso dizer que estas bicicletas são muito avançadas do ponto de vis-ta tecnológico, têm muitos

componentes importantes, são fiáveis e pesam muito pouco.

São feitas em materiais caros, como o carbono, e por isso são muito confortáveis e, como disse, muito leves.

Onde lhe deu mais gozo ga-nhar?

Em Castelo de Vide, natural-mente. Fiquei em primeiro lugar da geral, na prova de resistência que a Ekosiuve-nis organizou na Quinta do Prado. Por duas razões; tinha muitos amigos a ver a prova e, no fim, nem tive que trans-portar a bicicleta no tejadi-lho do carro. Pedalei até casa!

Castelo de Vide tem boas condições para este des-porto?

Sim, as melhores. E para além de ser perfeito para treinar, pelas características do ter-reno, (perfil, piso, trilhos), ain-da é agradável, já que existe muita beleza natural envol-vente.

Objetivos para 2012?

Continuar a participar em provas de BTT, porque sem isso, é impossível ganhar.Pal-

Palmarés

2012

1º Lugar (Elites) à geral | 140 pontos | Campeonato BTT Portalegre

2011

1º Lugar (Elites) | 2H Resis-tência Castelo de Vide [4-12-2011] [Notícia] | Resistência | Campeonato BTT Portalegre

6º Lugar Geral | 3º Lugar Sub23 Elites | Meia-Maratona FestivalBike Órbita Santa-rém [22-10-2011] [Notícia] | Meia-Maratona

1º Lugar | IV Ruta Transcam-piña - Valência de Alcantara [9-10-2011] [Notícia] | Mara-tona

1º Lugar | IV BTTGardunha [03.07.2011] - [Notícia] | Meia-Maratona

2º Lugar | 10º PortalegreBTT SportZone 60km [07.05.2011] - [Notícia] | Meia-Maratona

Valores da nossa terra

12 Foto: André Tavares (Highlife Junior) - www.photoshot.com.pt

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Foto: André Tavares (Highlife Junior) - www.photoshot.com.pt

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Entrevista flash

Nome: Maria Luísa de Sá Passos Pereira

Alcunha: Lili

Função na CMCV: administrativa, no centro cultural

Na Câmara desde: fevereiro de 1993

Clube: Sporting

Castelo de Vide é: uma expectativa muito para além da

realidade

Hobbies: ver televisão e conversar com ami-

gas sobre vários assuntos

Defeito: dizer o que penso

Qualidade: honestidade, franqueza

Animal: cavalo

Prato: cozido à portuguesa

Livro: palavras que nunca te direi

Música: brasileira

Mar: extensão, paz, renovação de energias

Campo: sossego, solidão

Viagem: Cuba

Se pudesse ajudava: o mundo a ser melhor

O meu maior erro: não posso dizer. Rostos do serviço público

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A fechar...

Paulo Pires - Modelo e ator

Paulo Manuel Gonçalves Pires nas-ceu em Lisboa, a 26 de Fevereiro

de 1967.

Iniciou a sua carreira como modelo na década de 1990 e, desde aí, tra-balhou em cidades como Tóquio, Milão, Londres ou Viena. Em 1993 tem a primeira aparição no cinema, com Zéfiro (1993), longa-metragem de José Álvaro Morais para, a seguir, co-protagonizar Cinco Dias, Cin-co Noites de José Fonseca e Costa (1996). Tornou-se presença regular na televisão, como ator de séries e novelas — Jornalistas (1999), Ganân-cia (2001), Ana e os Sete (2003), Maré Alta (2004), Segredo (2005), ou Até Amanhã Camaradas.

Como apresentador foi um dos ros-tos de Mundo Vip (1998), na SIC. Em Espanha deu-se a conhecer através das séries Los Serranos (2004), Fuera de Control (2006) ou Ellas y el sexo débil (2006). Tem presença habitual em novelas da TVI, tais como “Deixa-me Amar”, “Olhos nos Olhos”, “Meu

Encontrámos por cá...Amor”, e actualmente, em “Anjo Meu”. Regressou ao cinema esporadica-mente, com O Fascínio de Fonseca e Costa (2003), Maria e as Outras de José de Sá Caetano (2004), [O Milagre Segundo Salomé] de Mário Barroso (2004) e Do Outro Lado do Mundo de Leandro Ferreira (2007).

Paulo Pires é casado, desde 2000, com Astrid Werdnig, psicóloga e ex-modelo, e pai de uma filha, chamada Chloe, nascida em 2004.

Paulo Pires este-

ve em Castelo

de Vide a pro-

pósito do lançamen-

to do livro Castelo de

Vide na idade média, de

José Augusto Oliveira,

de quem é amigo, ten-

do deixado a promessa

de regressar a 25 Abril,

para participar nas co-

memorações do dia da

liberdade.

(Biografia construída com base no ar-tigo sobre Paulo Pires na wikipédia).

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Separata

1512-2012: 500 anos do Foral Manuelino de

Castelo de Vide

A assinalar o facto histórico da atribuição de Foral Novo à vila de Castelo de Vide, aquando a

grande reforma dos forais, produzida no reinado de D. Manuel I, a Biblio-teca Municipal Laranjo Coelho irá ex-por ao longo do ano de 2012 a Carta de Foral, outorgada ao 1º dia do mês de junho na cidade de Lisboa.

Não obstante um conjunto de ini-ciativas estarem planificadas para no decurso do ano de 2012 se come-morar a importância política e admi-nistrativa que estes documentos de-tiveram na afirmação e consolidação do Poder Local, bem como na con-sequente autonomia e desenvolvi-mento dos municípios portugueses, a apresentação pública destas relí-quias constitui assim uma oportuni-dade para todos os castelo-videnses admirarem um documento que quer do ponto de vista simbólico, quer a título do conhecimento jurídico, ad-ministrativo, económico e local é de elementar interesse histórico na vida da nossa comunidade.

Assim, recuperou-se o trabalho que noutros tempos figurou no projeto “peça do mês”, e que agora é o pri-meiro suplemento deste boletim, permitindo um enquadramento his-tórico e político do pergaminho em questão.

A Peça deste mês de Junho é um documento fulcral na história deste concelho, visto consubstanciar ma-

térias de direito penal, militar, ad-ministrativo e fiscal que foram apli-cadas na organização da sociedade castelo-vidense, entre o princípio do século XVI e o fim do primeiro quar-tel do século XIX. Reformando o fo-ral velho do tempo de Pedro Annes (1180), vigorou durante cerca de 320 anos, mas, para além do seu carácter político, símbolo de poder local, este manuscrito detém em si próprio ou-tros valores que o tornam um objec-

to cultural singular no conjunto do património documental deste muni-cípio. Foi, pois, nestas duas acepções – instrumento de uso do poder e obra de arte – que, em tempos, de-senvolvemos um estudo do «forall dado à nossa villa de Castell da Vide», e do qual retirámos a informação que agora aqui apresentamos.

Lamenta-se o facto de não se poder apresentar a leitura integral do códi-

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Iluminura do séc. XII (Livro de Salmos de Utreque) com auto-retrato do copista a empu-nhar o estilete e um fragmento de cana; instru-mento que posteriormente foi substituído pela pena de ave (geralmente pato) que permitia maior facilidade na escrita.

ce, porém, tal seria evidentemente impossível no âmbito de um simples folheto, que dada a especificidade e exigências dalgumas peças (que têm sido inéditas), por vezes, já se vê obri-gado a aumentar o número habitu-al de páginas. Todavia, acreditamos que esta lacuna poderá ser colmata-da brevemente, em virtude da pre-sidência da Câmara Municipal ter já manifestado interesse na publicação da transcrição e leitura deste manus-crito. Que estas folhas reforcem, tam-bém, o interesse e a necessidade de divulgar esta parcela da nossa Histó-ria Local, que cabe na problemática do tema da Peça deste mês, e asse-gurem a concretização dessa vonta-de de levar a cada castelo-vidense este precioso testemunho da história desta terra; pois o seu valor vai muito para além da sua importância histó-rica como mera relíquia de 487 anos.

E porque a natureza deste diploma impõe uma linguagem especializa-da, apresentamos no final do texto um glossário, para permitir a melhor compreensão dalguns vocábulos utilizados.

DO FORAL MEDIEVAL À ABOLIÇÃO POR MOUZINHO DA SILVEIRA

«Porque a memoria dos homens tem seus termos limitados e hé fra-ca, nenhuma couza foi mais acerta-da para a conservar que o remedio da escrita, para que os feitos e obras dignas de memoria dos homens fi-cassem permanentes».

Foral da Villa de Vianna (in «O Município e os Forais de Viana do Castelo»)

O aparecimento dos forais - diplo-mas de privilégio outorgados por monarcas, eclesiásticos ou gran-des senhores terra-tenentes - data dos primeiros tempos do Condado Portucalense em simultaneidade às cartas de couto, embora estas se inserissem mais na estratégia de po-voamento do território nesses pri-mórdios da nossa nacionalidade. As cartas de foral, que determinavam e regulamentavam as relações de ad-ministradores locais entre si e com o rei ou o senhor donatário, ao mesmo

tempo que estabeleciam privilégios, direitos e obrigações aos morado-res de uma povoação, assumiam-se numa espécie de leis orgânicas, de âmbito mais ou menos restrito, que regiam toda a vida concelhia, ou seja, definiam o regime jurídico da gover-nação das comunidades, em que as respectivas disposições legais se elevavam às do direito geral, o qual praticamente só se aplicava nos ca-sos em que as primeiras eram omis-sas. Deste modo, o foral assumia-se como um instrumento legal funda-mental para a administração e orga-nização do lugar a que era atribuído, estabelecendo o comprometimento de se respeitarem as regras de en-tendimento entre ambas as partes.

Assim, enquanto, por um lado, o rei - outorgante - se comprometia a ga-rantir a defesa, segurança e ordem, por outro, o povo - outorgado - era obrigado ao cumprimento de diver-sas obrigações militares, económicas e sociais. É óbvio que nesses medie-vos tempos conturbados, de instabi-lidade permanente e com uma ad-ministração pouco coesa, nalgumas matérias mesmo inoperante, interes-saria ao senhor, e sobretudo ao mo-narca, o apoio das populações que, por seu turno, também estavam for-temente dependentes da protecção senhorial ou régia. Vemos, portanto, um equilíbrio dos interesses com cla-ros benefícios para ambas as partes, em que, como referiu Marcelo Cae-tano, «os reis viam no povo o aliado

ideal para atingir os seus objectivos e o povo sentia no monarca a salva-guarda das suas liberdades».

Na esfera de competências dos ou-torgantes aparecia em primeiro lugar o rei, que sendo a entidade máxima do país e maior proprietário de bens, naturalmente que concedeu mais cartas de foral, embora, como já foi atrás mencionado, também muitas outras tenham sido outorgadas por senhores seculares ou senhorios eclesiásticos, incluindo ordens reli-giosas-militares, e frequentemente concedidas na presença de testemu-nhas confirmantes do acto.

Estes diplomas apresentam caracterís-ticas comuns entre si, essencialmente quanto aos aspectos geográficos e económicos, formando verdadeiras famílias de forais consoante os res-pectivos modelos, como são os casos dos «forais de Salamanca», ou os do tipo de Évora e Santarém. Por outro lado, de acordo com o teor das ma-térias abordadas, é possível determi-nar os períodos e os reinados em que foram outorgados, observando-se que os forais medievais estabeleciam, sobretudo, as condições de fixação à terra e procuraram refrear os actos criminosos e a prática da violência, bem como salvaguardar a proprieda-de privada, proteger a mulher casada, aplicando multas pecuniárias e outros tipos de penas.

Mas a evolução e as alterações da vida social nas populações, bem como o frequente desrespeito e cons-tante abuso dos outorgantes em relação às disposições insertas nos forais, provocaram, a partir dos finais do século XIV, uma onda crescente de contestação dos representantes do povo que só viria a terminar com a reforma dos forais, realizada no iní-cio da centúria de Quinhentos. Com efeito, os protestos e as queixas po-pulares multiplicaram-se em várias cortes e por sucessivos reinados, ori-

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ginando conflitos permanentes ten-do o problema permanecido latente até ao reinado de D. Manuel I. Uma dessas fortes manifestações das po-pulações foi apresentada a D. Afonso V, nas cortes iniciadas na cidade de Coimbra, em 1472, e concluídas no ano seguinte em Évora. Em vão, pois só no reinado seguinte D. João II, na sequência das preocupações an-teriormente evidenciadas pelo seu pai, determinava o envio à corte de todos os forais velhos para que estes fossem actualizados e verificados. Este jovem monarca obrigava assim a que, cerca de trezentos anos após a concessão dos primeiros foros, as cidades, vilas e lugares detentoras dos respectivos títulos os enviassem a Lisboa para serem revistos e confir-mados nos registos da chancelaria, que se encontrava na Torre do Tom-bo, sob pena de perderem a validade.

Mas seria somente com o rei “Ventu-roso” que se satisfizeram definitiva-mente os pedidos das populações, tendo-se procedido a uma reforma profunda dos forais, inserida num amplo projeto nacional de centra-lização do poder, cujas reformas de

reorganização do sistema fiscal e de uniformização de uma ordem jurídi-ca se prolongaram ao longo dos 26 anos em que governou D. Manuel I. Para o caso concreto da reforma dos forais em que se pretendeu verificar e actualizar a linguagem e conteúdo, bem como o valor monetário dos diplomas, o monarca nomeou uma comissão constituída pelos doutores Rui Boto, chanceler-mor, João Faça-nha, desembargador régio, e pelo ca-valeiro da Casa Real, Fernão de Pina.

Segundo Maria José B. Chorão (Os Forais de D. Manuel – 1496-1520, ANTT, 1990, p.10), esta reforma dos forais velhos consistiu «num traba-lho de grande envergadura, que durante cerca de 25 anos mobilizou vários desembargadores, homens-bons e vereadores dos concelhos, oficiais das contadorias das comar-cas, dos almoxarifados, escrivães, ca-lígrafos e iluminadores e, enfim, todo o pessoal da chancelaria régia».

Ainda com base na mesma fonte, sabe-se que esta comissão estava já em funcionamento em Maio de 1496 (D. Manuel ascendeu ao trono em Ou-

tubro de 1495) e também que, dois anos depois, o tra-balho era bastante volumoso, a julgar pelas dúvidas e casos levados por vinte e dois de-sembargadores e Fernão de Pina à apreciação do monarca, que na altura se encon-trava em Saragoça (onde nasceu o príncipe D. Miguel da Paz), tendo as respostas régias ficado conhecidas pelos Pareceres de Saragoça.

Estas novas car-tas de foral eram passadas pelo

Povoações de Entre-Tejo-e-Odiana que tiveram os seus forais reforma-dos a 1 de Junho de 1512.

presidente da comissão e chanceler-mor Dr. Rui Boto, que as rubricava no final do texto, depois da assinatura do rei, efectuando-se de seguida o registo na chancelaria. Fernão de Pina, desempenhando as funções de escrivão da cancelaria régia, redigia pelo próprio punho as últimas linhas, expressando habitualmente o seu mandato régio para a confirmação do foral, bem como a foliação, acres-centando, por último, «Registado no Tombo».

De acordo com o citado estudo de Maria José Chorão, os forais depois de «escritos pelo escrivão da chan-celaria ou pelos ajudantes “em seu ofício” [eram] levados pelo porteiro a casa do chanceler em cuja presen-ça eram selados; seguidamente, o mesmo porteiro levava-os em saco fechado a casa do escrivão que neles anotava as custas». Findo este per-curso, os forais eram então enviados às respectivas terras a que tinham sido outorgados, entrando apenas em vigor após a sessão da câmara que os fazia «publicar», dando-os a conhecer às respectivas populações.

Naturalmente que o foral novo de Castelo de Vide passou por todas as fases deste processo conservando os testemunhos deixados pelas mãos de Fernão de Pina e de Rui Boto, con-forme o texto do explicit e as ima-gens que aqui destacamos. O próprio custo total do foral vem mencionado no fólio XVIII em que se certifica o re-cebimento da quantia de «dous mill reis». Este valor corresponde às diver-sas despesas pelas tarefas e materiais implícitos à elaboração do diploma, o qual se integrava numa catego-ria intermédia, abaixo dos «lugares principaes» e acima dos «terceira ordem», conjuntamente com outros de «outra sorte meãa de lugares», como Vila Nova de Portimão, Castro Marim, Mourão, Monsaraz, Mértola, Pinhel, Campo Maior, Avis, Monforte, Arronches, Nisa, Marvão, Crato, Al-cácer do Sal, Almada, Sintra, Ourém, Penela, Linhares, Celorico, Sortelha, Monsanto, Penamacor e Sabugal.

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Imagens de três difícios onde se sediou a Câma-ra Municipal.

Estes diplomas viriam a ser extintos pela reforma da responsabilidade do nosso célebre conterrâneo Mou-zinho da Silveira (1770-1849), que desde a ilha da Terceira, nos Açores, legisla a reforma administrativa de 1832-34, levando a que se determi-nasse a revogação dos foros, censos e toda a qualidade de prestações impostas por foral, a extinção das dízimas, a abolição dos pequenos morgados, entre outras determina-ções com vista à reorganização das finanças, da justiça e da administra-ção do Antigo Regime.

TauoadaAlcogullo ____________________ iCortar madeira Coimas da Villa _______________ iiO prado Regemgo ____________ iiiReguengo a fonte de martinhoAcenhas CassasCellaio Acougajem ___________ iiiiManinhos Montados Pemsam dos tabaliãaesEixecuçam das SentencasCous<as> dalcaidaria __________ bCoymas dalcaidariaRegystosEntrada em castellaGado do vento Pena darma_____ biDetriminaçõoes Jeraaes para ha portagem ____________ biiPara vinho sal cal linha _________çaCousas de que se nam paguam portagem ___________ biiiCassa movida PasajemNovidades do beens pera fora ___ ixPanos finosCarguas e aRobasLinho laam panos grossos

Guados _____________________ xCarne CaçaCoirama CalcaduraPellitariaAzeite mel e semelhantesMarcaria e semelhantes ________ xiMetaaes ferro lavradoArmas ferramentaFFerro grossoPescado mariscoFruita seca Casca cumagreFruita verde OrtaliçaBestas _____________________ xiiEscravos barro louçaMallega Moos PedraCoussas de paaoPalma esparto esemelhante_________________ xiiiEntrada per terraDescaminhadoSaida per terra ______________ xiiiiPrivilligyados ________________ xbPena do forall _______________ xb

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Descrição Codicológica

Autor: D. Manuel I.

Título: Carta de Foral da vila de Cas-telo de Vide.

Data: 1 de Junho de 1512.

Corregimento: Fernão de Pina.

Copista e iluminador: não são citados.

Origem: scriptorium de Fernão de Pina, Oficina Régia de Lisboa.

Procedência e actual depósito: Câ-mara Municipal de Castelo de Vide.

Classificação: foral de 2ª categoria.

Material: pergaminho de espessura irregular (variando entre os 0,2 e os 0,4 mm), com cor amarelada clara e fólios baseados na dimensão de 195x275 mm.

Cadernos: é composto por 4 cader-nos, sendo os dois primeiros quater-nos (quatro bi-fólios), o terceiro de dois bifólios e o quarto de um bifólio, o que perfaz um total de 22 fólios, regulares, ou seja, sem pestana.

O texto do foral inicia no primeiro fólio do primeiro caderno com o in-cipit e termina no primeiro fólio do terceiro caderno [fol. XVII]. A Tauoada foi escrita no verso do primeiro fólio do último caderno.

Picotamento: na margem de goteira e em todos os fólios do texto da Car-ta de Foral.

Justificação: linhas duplas traçadas vertical e horizontalmente, a tinta acastanhada, referenciadas por pi-cotamento nas margens, definindo uma caixa de texto com uma super-fície de 190x122 mm.

Assinatura: com excepção do pri-meiro caderno, os outros três estão numerados a algarismos árabes, no canto superior esquerdo.

Foliação: a principal e original está na parte superior central dos fólios do

Pormenor da decoração. Duas aves empoleira-das em ramos que nascem numa letra capitular.Fólio VI v.º

Assinatura do chanceler-mor Rui Boto [fólio XVII] sobre a frase «foral para castel da vide» e perfuração por onde passava o fio de seda do selo pendente.

Encadernação manuelina. Pasta do recto, com revestimento em car-neira e decorada por estampagem a seco, esferas armilares e escudo de Portugal, que se repete no verso.

texto da carta de foral, em caracteres romanos vermelhos precedidos de caldeirão azul. Talvez posteriormente se tenham marcado as outras duas que, por vezes, tem números quase imperceptíveis. Estes localizam-se no canto superior direito dos mes-mos fólios, havendo uma foliação em numeração romana, à qual se so-brepôs uma segunda em algarismos árabes, que, por lapso da contagem, não considerou o fólio III, numeran-do, portanto todos os seguintes até ao explicit com um fólio de atraso. O terceiro e quarto cadernos não estão foliados, bem como as três últimas folhas de papel de “vistos“.

Escrita: Leitura Nova (da época de D. Manuel I); letra gótica librária, homo-génea, regular e uniforme, feita a uma só mão. As três linhas finais (corregimento) são pela mão do pró-prio Fernão de Pina. Ductus de cima para baixo e da esquerda para a direi-ta, de ângulo recto com a linha de escrita. A tinta é castanha.

Ornamentação: a iluminura do fl. I (página de rosto deste folheto) pre-enche uma mancha de 205x145 mm, apresentando as armas reais de D. Manuel I, ladeadas por duas esfe-ras armilares, uma cercadura a envol-ver o texto do incipit ornada por seis cravos brancos e uma coruja na base e ao centro. Na cartela em título lê-se a legenda «DOM MANUEL». As cores predominantes são o verde e o cas-tanho, existindo também o azul e o vermelho no escudo.

As letras capitulares inserem-se num rectângulo, ocupando duas unida-des de regramento e são decoradas com motivos fitomórficos, filigrana-dos e geométricos, numa sequência alternada de cor azul com vermelha.

Em duas letras capitulares, nos ver-sos dos fólios V e VI, desenvolvem-se, no sentido das margens, ornatos vegetalistas mais elaborados, neste último com a representação de duas aves aparentemente exóticas.

Encadernação: encadernação ma-nuelina, original, com uma folha de papel vegetal de meia-guarda cola-

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Pormenor do fólio XVIII onde se lê «Registado no tombo», assinado por Fernão de Pina, escrivão da chancelaria régia e cavaleiro da Casa Real. Foi nomeado para a comissão da reforma dos forais e incumbido de mandar efectuar as inquirições por todo o território nacional a fim de verificar o conteúdo de cada foral. Um trabalho de anos, desde 1496 a 1520.

Imagem do texto final do explicit com corregimento de Fernão de Pina e rubrica de D. Manuel.

da recentemente à tábua do recto. A tábua do verso apresenta metade de uma folha de papel, colada no século XVIII, a servir de guarda.

O revestimento é simples, em carnei-raneira decorada com dupla esqua-dria e duplo losango central grava-dos a seco, protegida por brochos de latão: quatro aos cantos representan-do esferas armilares, e outro, umbíli-co, com escudo de Portugal encima-do por coroa aberta. Não apresenta vestígios de fechos e os virados estão colados.

Tem três nervos de couro que são fixos por orifícios abertos nas tábu-as dos planos. Neles se prende a li-nha de cosedura dos cadernos, bem como às duas tranchefilas que exis-tem em cada uma das extremidades do lombo. Conservação: o códice encontra-se em bom estado de conservação, com marcas de uso e manuseamen-to, sobretudo na margem da goteira.

Em Agosto do transacto ano foi alvo, juntamente com o foral manuelino de Póvoa e Meadas, de tratamento (câmara de expurgo) no Arquivo Na-cional da Torre do Tombo.

Após o redacção do texto, para faci-litar a consulta, foram acrescentados títulos marginais, lançados a verme-lho sobre prévio apontamento qua-se imperceptível, precedidos por caldeirão azul, que correspondem na generalidade aos assuntos discrimi-nados na Tauoada. Junto aos títulos, quando estes foram mencionados ou quase sempre que outro assun-to inicia, há uma numeração, a tinta castanha muito desvanecida, em al-garismos árabes, que se expressa em sessenta assuntos abordados. Ainda, em jeito de glosa, foram efectuadas algumas notas, em letra cursiva da época e outras posteriores.

No canto inferior do lado da lomba-da tem um orifício em todos os fólios de pergaminho, com excepção dos dois últimos fólios do terceiro cader-no que estão destinados a vistos de correições, estando também ausen-

te nas três últimas folhas de papel. O fólio XV tem um rasgo de cerca de 23 mm que foi cosido, mas já não pos-sui o fio de cosedura. Não respeita a regra de Gregory.

As correições efectuadas entre 1795 e 1828 foram registadas em três fo-lhas de papel marca D Seehie Wend, já bastante deterioradas, que foram apensas ao quarto caderno.

Incipit [fl. I]«Per graca de deos Rey de purtugal e dos Algarues daquem e dalem mar em Africa senhor de Guine e da Con-quista e nauegaçam e Comercyo de Etiopya. Arabia. Persya e da Indya. A quantos esta carta de forall dado A

nossa villa. de Castell da Vide virem faze [fl. I vº] mos saber que per bem das dilligencias Jssames e enqueri-coões que em nossos Reynos e Se-nhorios mandamos jeralmente fazer pera justificaçam e declaraçam dos foraaes delles e per algumas Sen-tenças e determinacooes que com os do nosso concelho e leterados fezemos Acordamos visto ho foral da dicta villa dado per dom pedre annes que as Rendas e direitos Reaes se deuem hy daRecadar na maneira seguinte (...)»

Explicit: [fl. XVIvº] «...E por tanto mandamos que to-dallas cousas conteudas neste foral que nos poemos por ley se cunpram

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Page 22: Castelo de Vide InformAÇÃO - Jan/Fev 2012

pera senpre do teor do quall man-damos fazer tres hum delles pera a camara da dicta villa E outro pera o Senhorio dos dictos direitos e outro pera a n<o>ssa torre do tonbo pera em todo tempo se poder tirar quall-quer duuyda que sobre jsso possa sobrevir Dada em a nossa muj nobre e sempre [fl. XVII] Leal Cidade de li-xboa ao pr<i>meiro dya de Junho Anno do nacimento de nosso Se-nhor Jhesu de mil Vc xij Anos. E eu fernam de pyna per mandado espi-çial de sua alteza o fiz fazer e concer-tey e vay estripto em dezaseis folhas e estas çinco regrasEl Rey»

Neste breve estudo utilizámos os se-guintes critérios de transcrição:

- resolução das abreviaturas e desdo-bramento dos sinais com os grafe-mas omissos escritos em itálico.

- respeito pela grafia original (sem actualização do i, j, u e v, nem norma-lização do uso de letras maiúsculas e minúsculas);

- transcrição do documento em linha contínua sem sinal de separação das linhas manuscritas e com um traço / para a separação dos fólios;

- entre parênteses rectos o número e face do fólio em referência;

- redução a uma, das consoantes ini-ciais geminadas;

- colocação de < > aquando do apa-recimento de letras entrelinhadas;

- a foliação original.

GLOSSÁRIO

Assinatura: numeração efectuada nos cadernos que indicava ao enca-dernador a ordem a seguir na enca-dernação.

Bifólio: conjunto de dois fólios resul-tantes da dobra de uma folha (duas folhas).

Bínio: caderno constituído por dois bifólios (quatro folhas).

Caderno: conjunto de fólios obtidos pela dobra de um fólio ou encarta-mento de vários, cosidos pelo mes-mo fio.

Caldeirão: antigo sinal ortográfico, por vezes utilizado com fins decora-tivos, mas que em regra sinalizava a divisão de um texto em parágrafos, ou os separava em partes.

Códice: livro manuscrito composto por vários cadernos solidários entre si por cosedura e protegidos por uma encadernação.

Ductus de escrita: é o sentido e a or-dem seguidos na redacção de uma letra.

Encartar (ou encasar): processo de colocação dos bifólios para compo-sição do caderno.

Explicit (latim): parte final de um manuscrito.

Escrita cursiva: letra manuscrita de redacção rápida.

Estampagem a seco: impressão de decoração efectuada por ferros (cunhos) quentes e a seco.

Fólio: folha de um manuscrito, com duas páginas que tomam a designa-ção de recto e verso.

Foro: o termo tanto pode ser sinóni-mo de carta de foral como equivaler à prestação a pagar ao principal ou-torgante de acordo com o contrato de aforamento colectivo da respec-tiva terra.

Goteira: margem que corresponde ao lado de abertura do livro.

Guarda: folha colocada no princípio e/ou fim de um códice, que servem para isolar e proteger o texto da en-cadernação.

Iluminura: motivos ou conjunto de motivos decorativos que ilustram os manuscritos.

Incipit (latim): primeiras palavras de um manuscrito.

Justificação: superfície delimitada pelas linhas verticais e horizontais que formam a caixa de texto.

Letra capitular: maiúscula emprega-da no início de períodos ou de capí-tulos e que geralmente era decorada.

Pergaminho: pele de ovelha, carnei-ro, cordeiro ou cabra preparada para servir como suporte de escrita.

Pestana (ou talão): dobra na mar-gem do fólio para permitir costura.

Membranáceo: códice manuscrito em pergaminho.

Quaterno: caderno constituído por quatro bifólios (oito folhas).

Regra: Linhas paralelas equidistan-tes, onde se insere cada frase do texto.

Regra de Gregory: norma destacada por Gaspar Gregory, geralmente se-guida pelos copistas medievais, que consiste na sequência dos fólios com a apresentação da escrita no mesmo lado do pergaminho (carne-carne, pêlo-pêlo).

Terno: caderno constituído por três bifólios (seis folhas).

Tranchefila: costura executada sobre nervos suplementares nas extremi-dades do lombo do códice.

Umbílico: brocho central.

Câmara Municipal de Castelo de Vide Secção de Arqueologia António Pita Junho de 1999

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