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Catalogo - 2012 - Memórias Enviesadas

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Catálogo da Exposição memórias Enviesadas. Realizado na Travessa da Imagem em 2012.

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  • Ensaios Eugnio Montenegro | Portas do tempo 6 Jlio Caesar | Olhares 8 Luciana Diogo | Movimento 10 Mrio Herclio | Memrias revisitadas 12 Mrio Porto | A estao 14 Osvaldina Pereira | Brincadeiras de outrora 16 Robrio Digenes | Memrias do serto 18 Rodrigo Quevedo | Memrias de um viajante 20 Suelle Freitas | Templo de imaginao 22

    Catlogo fotogrfico Travessa 2012.1

  • Escola / ateli multimdia / coletivo / produtora / escola de fotografia / galeria

    A Travessa da Imagem tem como objetivo refletir, produzir e explorar as vrias tendncias da produo fotogrfica e audiovisual contempornea.

    Um espao que alia o ensino e a prtica atravs da sua escola livre e das galerias abertas aos novos talentos, afim de estimular a discusso sobre arte e as diversas reas de atuao da imagem.

    Nossa escola traz Fortaleza novas propostas de formao e capacitao que buscam no somente formar alunos nos aspectos tcnicos e conceituais da imagem, mas tambm estimular um novo olhar crtico e mais aguado para questes contemporneas.

    A Travessa uma grande famlia e todos esto convidados a participar desse novo espao, onde a fotografia e o audiovisual se fundem em uma imagem contempornea e transformadora.

    Markos Montenegro

  • Tempo Arabesco- Trado, ao espelho resta contemplar a face daquele que [imerso em si] tece- O qu?- Longezas Perdiduras Intratempos

    Imagens tortas de to incansavelmente re-criadas ao sabor das lembranas.Quanto mais sinuosos os percursos das revisitas mais as saudades se enfeitam. Querem-se garbosas as saudades. Nunca secas e pragmticas. Sempre potentes de novas camadas de saborescorestexturasdensidades. Querem-se inesquecveis os perdidos. Querem-se onipresentes os desfeitos. Que o tempo tem l seus caprichos e orgulhos.

    Que um homem contra a fora dos desfechos? No muito mais do que seu olhar pra dentro. No muito mais do que seu olhar dentro.

  • Memria reta no h. Quem lembra no v. Transv. Meio de banda. Distraidamente absorto no rumo torto do pensamento. Para quem lembra, tal estrabismo histrico o mais natural afoito de quem se d luxo de perceber no mesmo fato inmeras possibilidades. Pergunte-se como lembram Picasso Caligari Nijinsky. Pergunte-se como lembram pssaros baleias elefantes. Ou como sua pele lembra a pele amada. A dor vencida. O frio ou calor distante.

    Lembrar reinaugurar o vivido com novos temperos. Exticas misturas. Inebriantes contextos. Sem importar se boa ou m lembrana real ou imaginria: memria exata no h [que bom no mesmo?].

    No entanto havia algo que eu queria dizer no comeo desse texto... esqueci. incrvel. No sei mais dizer o que era.

    Mas posso fazer uma foto.Paulo Amoreira

    fotgrafo e dramaturgo

  • 8 Memrias enviesadas Catlogo 2012.1

    Eugnio Montenegro | Portas do tempoO tempo passa,...

    Memrias so registros guardados de experincias e sensaes que fazem parte da nossa identidade.

    Eu morei aqui! inevitvel o comentrio quando passamos em frente a uma casa que vivemos.

    No importa quanto tempo faa ou com que aparncia esteja, sempre resgatamos de imediato lembranas de momentos, objetos, acontecimentos e pessoas que por algum momento estiveram em nosso passado.

    Portas do tempo o resgate de memrias que deixamos para trs em cada local que moramos.

    No se trata de algo fsico, mas sim da experincia de cada um ao buscar no imaginrio o que pode ser compartilhado, o que deve ser guardado ou quem sabe at ser esquecido.

  • 9Memrias enviesadas Catlogo 2012.1

  • 10 Memrias enviesadas Catlogo 2012.1

    Jlio Caesar | Olhares...Olhares...

    Quem sou eu, seno memrias?

    Ao encontrar meu filho ao nascer eu me vi ali nascendo de novo,

    Era eu quem estava vindo ao mundo,

    Experimentando uma nova era, novos ares.

    Por fazer parte de mim ele j enxergava o mundo?

    Aqueles olhos eram dele?

    No sei se j enxergava o mundo, mas eu me enxergava nele.

    Era como se tudo que eu vivi fosse incorporado naquela criaturinha,

    como se ele detivesse todas as minhas vivncias.

    Me confundo com ele, me aprofundo em seu olhar.

    Um olhar que olha pra frente, que olha frente.

    Um olhar...

  • 11Memrias enviesadas Catlogo 2012.1

  • 12 Memrias enviesadas Catlogo 2012.1

    Luciana Diogo | Soneto do movimentoSoneto do movimentoOs ps no choA mo no coraoPra sustentar o corpo todoPra segurar intensa emoo

    Os braos na janelaOs joelhos na capelaPra ter f e esperanasPra caminhar com cautela

    A menteO corpoO movimento

    Com razoDe ir em frenteNa grandeza do sentimento

  • 13Memrias enviesadas Catlogo 2012.1

  • 14 Memrias enviesadas Catlogo 2012.1

    Mrio Herclio | Memrias revisitadasMemrias revisitadas

    O melhor das memrias so seus ganchosLuzes se refletem em formas que compem cenriosCenrios que lembram climas, que lembram sons...Sons que nos remetem a outros cenrios, gostos e cheirosDas minhas andanas pelo mundo as lembranas com maisGanchos so as da Cidade Luz, com suas luzes, gostos,Cheiros e sotaques que se fundem numa exploso sensorialQue embriaga a alma e traz consigo uma sensao de satisfaoE a cada instante que essa memria revisitada novos ganchosSurgem tornando-a infinita dentro de si mesma.

  • 15Memrias enviesadas Catlogo 2012.1

  • 16 Memrias enviesadas Catlogo 2012.1

    Mrio Porto A estaoEnsaio estao A vida com uma estao de trem que nos d uma lio de que tudo na vida passa, se pararmos para pensar quantas pessoas j passaram por nossas vidas (famlias, amigos, colegas de infncia e juventude, de diversos meios de relacionamento). Assim a estao de trem no campo da vida que abriga diariamente vrias pessoas que vem e vo, simbolizando esses campos da vida em sua essncia.

  • 17Memrias enviesadas Catlogo 2012.1

  • 18 Memrias enviesadas Catlogo 2012.1

    Osvaldina Pereira | Brincadeiras de outroraBrincadeiras de outrora

    Onde o giz j no risca mais o cimento queimado do quintal...

    Onde os fiapos do barbantej no ralam mais nas esmeras do calamento...

    Onde o voar espiral dos peesj no atravessa mais o ar morno da tarde...

    Onde o corte quente dos ps nus agora...vive em outrora!

  • 19Memrias enviesadas Catlogo 2012.1

  • 20 Memrias enviesadas Catlogo 2012.1

    Robrio Digenes | Memrias do sertoMemrias do serto. A alquimia do tempo.

    Como belo o tempo que o mesmo para todos e a todos e a tudo subtrai pela mesma medida. Como diz o poeta: E o que na vida no se cansa de se apresentar, por ser lugar comum deixamos de extravasar...

    Como nico o tempo que passa e no volta, mas deixa sua essncia memrias que carregamos em nossas vivncias. Memrias que so chaves. Chaves que podem abrir portas e nos levar ao passado. Que nos faz proceguir sempre um dia de cada vez e buscar respostas a tudo em nossa vida.

    O tempo, as memrias, a vida...

    Memrias do sero, a alquimia do tempo um relato visual entre as lembranas coletivas da seca e a vida dura do serto e a realidade cotidiana do sertanejo. Fotos atemporais e imparciais do dia-a-dia do serto nordestino, sem tempo, sem lado sem inicio ou fim... Momentos registrados entre o tempo e a realidade, passado e presente.

  • 21Memrias enviesadas Catlogo 2012.1

  • 22 Memrias enviesadas Catlogo 2012.1

    Rodrigo Quevedo | Memrias de um viajanteMemrias de um viajante

    A vida o que fazemos dela.Os lugares por onde passamos, as pessoas que conhecemos e as viagens que tivemos.O que experimentamos, vemos, cheiramos e sentimos.

    andar por ruas quase vazias, se aventurar em estradas desconhecidas e navegar por guas que para uma vila se destinam.

    Trilhar caminhos como se ainda fossemos crianas explorando cidades antigas por onde bondes ainda transitam.

    Memrias, registros e fotografias que eternizam nossa trajetoria.

  • 23Memrias enviesadas Catlogo 2012.1

  • 24 Memrias enviesadas Catlogo 2012.1

    Suelle Freitas | Templo de ImaginaoTemplo de Imaginao(Ensaio sobre minhas impresses sensoriais acerca da Catedral Metropolitana)

    Ao adentrar o ambiente, meus olhos de criana percorrem a extenso do espao, deslumbrando-se profundamente com sua magnitude. No existe uma compreenso racional. Mas no interior brota uma f ingnua que me permite sentir algo essencial e que, apesar de no ser visvel aos olhos lgicos, captado pelo corao inconsciente e subconsciente.Eu, pequena e sonhadora, passeio pelo local com meu corpo e meus sentidos... Transformo o recinto religioso em um ambiente de imaginao particularmente meu.Viso, audio, tato e olfato, encantados, viajam nesse espao de fantasia, no qual posso imaginar histrias e deixar surgir pensamentos, sem a necessidade de uma compreenso exata, com a simplicidade e a complexidade da razo infantil.As memrias da minha criana me acompanham pelos anos e o encantamento permanece. A cada retorno, posso reviver essas sensaes... meu olhar passeia, meus pensamentos viajam, minha imaginao voa, e, sem cansar, sinto-me novamente fascinada. A

  • 25Memrias enviesadas Catlogo 2012.1

    estrutura e arte expostas, unidas, expressam a beleza e a potncia da Vida.Percebo-me minscula diante da gigante obra. Porm, livre... Posso pensar o que quiser, no que quiser... Sem entender, sem explicar... apenas sentir e sonhar. Luz e sombra, cores quentes e cores frias, silncio e som, ausncia e presena, dentro e fora. Contrastes estruturais que refletem a essncia do ser e da vida. Em uma estrutura to slida, nada precisa estar inerte. Pode-se mudar, variar, sem se perder a essncia... o movimento vital.E vou assim... perdendo-me nessa imensido e encontrando-me dentro de mim.

  • Catlogo de fotos de concluso do Curso Avanado de Fotografia 2012.1 da Travessa da Imagem

    catlogo: Memrias enviesadas curadoria: Markos Montenegro diretor: Markos Montenegro coordenadora: Camilla Revuelta professores: Markos Montenegro Carlos Enrique Gibaja Galba Sandras Iana Soares Fbio Lima Maurcio Magalhes alunos: Eugenio Montenegro Jlio Caesar Luciana Diogo Mario Porto Mario Herclio Osvaldina Pereira Robrio Digenes Rodrigo Quevedo Suelle Freitas

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