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Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário RUBENS KINDLMANN

Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário · 1.113.959/RJ, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 11/03/2010). AgRg no AREsp 705069 / RJ, Segunda Turma,

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Page 1: Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário · 1.113.959/RJ, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 11/03/2010). AgRg no AREsp 705069 / RJ, Segunda Turma,

Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário

RUBENS KINDLMANN

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Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:

I - moratória;II - o depósito do seu montante integral;III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras doprocesso tributário administrativo;IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, emoutras espécies de ação judicial;VI – o parcelamento.Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa ocumprimento das obrigações assessórios dependentes da obrigaçãoprincipal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes.

NO CTN

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EFEITOS DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO• Veda a cobrança do crédito do contribuinte;

• Afasta a inadimplência;

• Veda oposição ao crédito (impede compensação de ofício ou indeferimento de certidão positiva com efeitos de negativa);

• Uma vez constituído pelo lançamento, o crédito existe, mas não pode ser oposto ao contribuinte;

• Não afeta o curso do prazo decadencial e nem dispensa o lançamento;

• Suspende o curso do prazo prescricional;

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TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. LANÇAMENTO PORHOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. PRAZO QUINQUENAL. MANDADO DESEGURANÇA. MEDIDA LIMINAR. SUSPENSÃO DO PRAZO. IMPOSSIBILIDADE.1. Nas exações cujo lançamento se faz por homologação, havendo pagamento

antecipado, conta-se o prazo decadencial a partir da ocorrência do fatogerador (art. 150, § 4º, do CTN), que é de cinco anos.

2. Somente quando não há pagamento antecipado, ou há prova de fraude,dolo ou simulação é que se aplica o disposto no art. 173, I, do CTN.

3. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário na via judicial impede oFisco de praticar qualquer ato contra o contribuinte visando à cobrançade seu crédito, tais como inscrição em dívida, execução e penhora, masnão impossibilita a Fazenda de proceder à regular constituição do créditotributário para prevenir a decadência do direito de lançar.

4. Embargos de divergência providos.(EREsp 572603/PR, Rel. Min. CASTRO MEIRA)

NÃO AFETA O CURSO DO PRAZO DECADENCIAL E NEM DISPENSA O LANÇAMENTO

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NÃO AFETA O CURSO DO PRAZO DECADENCIAL E NEM DISPENSA O LANÇAMENTO

Sumula 48, CARF (Conselho Administrativo deRecursos Fiscais): A suspensão da exigibilidade docrédito tributário por força de medida judicial nãoimpede a lavratura de auto de infração.

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PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. (...). NÃO OCORRÊNCIA. IMPUGNAÇÃO DE DÉBITOTRIBUTÁRIO NA VIA ADMINISTRATIVA. SUSPENSÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL.INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 151, III, E 174 DO CTN. ACÓRDÃO RECORRIDO. REVISÃO DEENTENDIMENTO. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 7/STJ. INOBSERVÂNCIA DASNORMAS LEGAIS. AFRONTA À BOA-FÉ OBJETIVA. VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM.DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. EXAME PREJUDICADO.2. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, (...), firmou o entendimento de que "orecurso administrativo suspende a exigibilidade do crédito tributário, enquanto perdurar ocontencioso administrativo, nos termos do art. 151, III do CTN, desde o lançamento(efetuado concomitantemente com auto de infração), momento em que não se cogita doprazo decadencial, até seu julgamento ou a revisão ex officio, sendo certo que somente apartir da notificação do resultado do recurso ou da sua revisão, tem início a contagem doprazo prescricional, afastando-se a incidência da prescrição intercorrente em sede deprocesso administrativo fiscal, pela ausência de previsão normativa específica" (REsp1.113.959/RJ, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 11/03/2010).(...)(AgRg no AREsp 705069 / RJ, Segunda Turma, STJ – Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 04/02/2016)

NÃO AFETA O CURSO DO PRAZO DECADENCIAL E NEM DISPENSA O LANÇAMENTO

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SUSPENDE O CURSO DO PRAZO PRESCRICIONAL

AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. CRÉDITO TRIBUTÁRIO.PRESCRIÇÃO. INOCORRÊNCIA. CERTIDÃO DE REGULARIDADE FISCAL.IMPOSSIBILIDADE.

1. Consoante disposto no artigo 151, inciso IV, do CTN, a concessão damedida liminar em mandado de segurança impõe a suspensão deexigibilidade do crédito tributário e, acarreta, como corolário, asuspensão do prazo prescricional da ação de cobrança.

2. Circunstância em que não logrou a parte demonstrar aimprocedência dos fatos em que se baseou a decisão singular,subsistindo créditos fiscais não atingidos pela prescrição e queinviabilizam a certidão de regularidade fiscal prevista no artigo 206do CTN.

(AG - 2003.04.01.002217-0, Primeira Turma TRF4, Rel. WELLINGTON MENDES DE ALMEIDA,18/06/2003)

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TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSOESPECIAL. EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO SUSPENSA.PROPOSITURA DA EXECUÇÃO FISCAL. NÃO CABIMENTO. AGRAVONÃO PROVIDO.1. "A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que a suspensãoda exigibilidade do crédito tributário, por alguns dos motivoselencados nos incisos do art. 151 do CTN, conduz a inviabilidade depropositura da ação executiva fiscal, quando posterior ao fatosuspensivo, ensejando a extinção do feito" (AgRg no AREsp156.870/RJ, Rel. Min. HUMBERTOMARTINS, Segunda Turma, DJe 21/5/12).(...)(STJ, 1ª T. AgRg mp AREsp 316.328/PE, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, 09/2013)

DEVE SUSPENDER O AJUIZAMENTO DE EXECUÇÃO FISCAL?

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DEVE SUSPENDER EXECUÇÃO FISCAL EM ANDAMENTO?

TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. (…). EMPRESA RECORRIDA QUE JÁHAVIA ADERIDO AO PARCELAMENTO E GARANTIDO À EXECUÇÃO FISCAL.SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE DE PRATICARATOS PROCESSUAIS. ART. 266 DO CPC. PRECEDENTES: RESP.1.309.711/PE, REL. MIN. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJE 22.08.2012;RESP. 905.357, REL. MIN. ELIANA CALMON, DJ DE 23.4.2009; AGRG NOAGRG NO RESP. 1.247.790/RS, REL. MIN. HUMBERTO MARTINS, DJE29.6.2011. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.1. (…)2. Um dos efeitos jurídicos do parcelamento do pagamento do crédito

tributário é o de suspender a sua exigibilidade (art. 151, VI do CTN),bem como interditar a prática de atos processuais, no caso de a suacobrança se achar ajuizada (art. 266 do CPC).

(STJ, 1ª T., AgRg no Resp 1356059/PE, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho,10/2013)

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MODALIDADES DE SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE- Moratória

- Dilação do prazo de vencimento do tributo- Pode ser antes ou depois do decurso do prazo original- Não se confunde com o parcelamento- Pode ser dada em caráter geral ou individual (v. Art. 152,

CTN)- Não pode ser concedida sem prazo definido (v. art. 153, CTN)- Salvo disposição de lei em contrário, só abrange créditos

definitivamente constituídos à data da lei ou do despachoconcessor

- Será “revogada” de oficio quando se apurar que obeneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer ascondições (art. 154, CTN)

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RECURSO ESPECIAL - MANDADO DE SEGURANÇA - ICMS - PARCELAMENTO EMORATÓRIA - DIFERENCIAÇÃO - LEI ESTADUAL DE SÃO PAULO N.º 6374/89, ART.100 - OFENSA AO ART. 97, VI DO CTN.I - O parcelamento do débito tributário é admitido como uma dilatação do prazo depagamento de dívida vencida. Não quer isto significar que seja uma moratória,que prorroga, ou adia o vencimento da dívida, no parcelamento, incluem-se osencargos, enquanto na moratória não se cuida deles, exatamente porque nãoocorre o vencimento.II - Sendo o parcelamento uma dilatação do prazo de pagamento de dívida vencida,não se verifica a apontada ofensa ao art. 97, inc. VI do CTN.III - A jurisprudência desta Corte entende que não é matéria de reserva legal afixação do prazo de pagamento de tributos, podendo ser feita por decretoregulamentador, não constituindo, portanto afronta aos princípios da não-cumulatividade e da legalidade.(STJ, 2ª T., Resp 258.985/SP, rel. Min. Nancy Andrighi, Ago/00)

NÃO SE CONFUNDE COM O PARCELAMENTO

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“A lei instituidora da moratória pode dispor de tal forma que nãoseja necessário o lançamento, à data em que entrar em vigor ou àdo despacho que conceder a medida, e, ainda, no sentido deprescindir até o início de qualquer procedimento iniciador daformalização do crédito. É o permissivo que emana da ressalvainicial”

(Paulo de Barros Carvalho, Curso de Direito Tributário, 8ª edição, Ed. Saraiva,1996,p. 296)

SÓ ABRANGE CRÉDITOS DEFINITIVAMENTE CONSTITUÍDOS À DATA DA LEI OU DO DESPACHO CONCESSOR

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“O discricionarismo do legislador competente prainstituir o tributo é limitado quanto à moratória. Nãopode concedê-la por tempo indefinido nemincondicionalmente, se em caráter individual. Geralou individual, deverá ter prazo prefixado”

(Aliomar Baleeiro, Direito Tributário Brasileiro. 11ª Ed. Ed. Forense, 1999, atualizadapor Misabel Abreu Machado Derzi, p. 848)

NÃO PODE SER CONCEDIDA SEM PRAZO DEFINIDO

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MODALIDADES DE SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE

- Depósito do Montante Integral

- Não é pressuposto para discussão judicial do

débito

- É direito subjetivo

- O Crédito não constituído não impede o depósito

- Precisa ser em dinheiro e integral

- Inibe a execução fiscal

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NÃO PODE SER PRESSUPOSTO PARA DISCUSSÃO JUDICIAL

Súmula Vinculante 28: É inconstitucional a exigência dedepósito prévio como requisito de admissibilidade de açãojudicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade decrédito tributário.

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PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIALREPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC.AJUIZAMENTO DE AÇÃO ANULATÓRIA DO CRÉDITO FISCAL.CONDICIONAMENTO AO DEPÓSITO PRÉVIO DO MONTANTEINTEGRAL. IMPOSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO DO ART. 535, II, DO CPC.INOCORRÊNCIA.1. A propositura de ação anulatória de débito fiscal não estácondicionada à realização do depósito prévio previsto no art. 38 daLei de Execuções Fiscais, posto não ter sido o referido dispositivolegal recepcionado pela Constituição Federal de 1988, em virtude deincompatibilidade material com o art. 5º, inciso XXXV, verbis: "a leinão excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça adireito".

NÃO É PRESSUPOSTO PARA DISCUSSÃO JUDICIAL DO DÉBITO

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NÃO É PRESSUPOSTO PARA DISCUSSÃO JUDICIAL DO DÉBITO

2. "Ação anulatória de débito fiscal. art. 38 da lei 6.830/80. Razoável a

interpretação do aresto recorrido no sentido de que não constitui

requisito para a propositura da ação anulatória de débito fiscal o

depósito previsto no referido artigo. Tal obrigatoriedade ocorre se o

sujeito passivo pretender inibir a Fazenda Pública de propor a execução

fiscal. Recurso extraordinário não conhecido." (RE 105552, Relator Min.

DJACI FALCAO, Segunda Turma, DJ 30-08-1985)

3. Deveras, o depósito prévio previsto no art. 38, da LEF, não constitui

condição de procedibilidade da ação anulatória, mas mera faculdade do

autor, para o efeito de suspensão da exigibilidade do crédito tributário,

nos termos do art. 151 do CTN, inibindo, dessa forma, o ajuizamento

da ação executiva fiscal, consoante a jurisprudência pacífica do E. STJ.

(...)

(...)

(STJ, 1ª Seção, Resp 962838/BA, Rel. Min Luiz Fux, 11/2009)

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NÃO É PRESSUPOSTO PARA DISCUSSÃOADMINISTRATIVA DO DÉBITO

SÚMULA VINCULANTE 21

É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamentoprévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recursoadministrativo.

Súmula 373, STJ: É ilegítima a exigência de depósito prévio paraadmissibilidade de recurso administrativo.

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Tema 271 STJ

Tese firmada: Os efeitos da suspensão da exigibilidade pela realizaçãodo depósito integral do crédito exequendo, quer no bojo de açãoanulatória, quer no de ação declaratória de inexistência de relaçãojurídico-tributária, ou mesmo no de mandado de segurança, desde queajuizados anteriormente à execução fiscal, têm o condão de impedir alavratura do auto de infração, assim como de coibir o ato de inscriçãoem dívida ativa e o ajuizamento da execução fiscal, a qual, acasoproposta, deverá ser extinta.

Questão levada a julgamento: Questão referente à impossibilidade deajuizamento de executivo fiscal enquanto pendente de julgamento açãoanulatória de lançamento fiscal, em face da suspensão da exigibilidadedo crédito tributário pelo depósito do montante integral do débito, nostermos do artigo 151, inciso II, do CTN.

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PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. IPTU. DEPÓSITO INTEGRAL.SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ART. 151, II, DOCTN.1. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que "odepósito de que trata o art. 151, II, do CTN constitui direitosubjetivo do contribuinte, que pode efetuá-lo tanto nos autos da açãoprincipal quanto em Ação Cautelar, sendo desnecessária a autorizaçãodo Juízo. É facultado ao sujeito passivo da relação tributária efetivar odepósito do montante integral do valor da dívida, a fim de suspender acobrança do tributo e evitar os efeitos decorrentes da mora, enquantose discute na esfera administrativa ou judicial a exigibilidade da exação"(...)2. (...)(STJ, 2ª Turma, Resp 1289977/SP, Rel. Min. Mauro Cambell Marques, 12/2011)

É UM DIREITO SUBJETIVO

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Súmula 112, STJ

O DEPOSITO SOMENTE SUSPENDE A EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO SEFOR INTEGRAL E EM DINHEIRO.

(...) 3. TRIBUTÁRIO. DEPÓSITO DO MONTANTE CONTROVERTIDO. O MONTANTEINTEGRAL DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO, A QUE SE REFERE O ARTIGO 151, II, DOCÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. É AQUELE EXIGIDO PELA FAZENDA PÚBLICA, ENÃO AQUELE RECONHECIDO PELO SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTARIA.(...)4. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO.(STJ, 2ª T., Resp, 69648/SP. Rel. Min Ari Pargendler, ago/97)

PRECISA SER EM DINHEIRO E INTEGRAL

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NÃO SE SUBSTITUI POR FIANÇA BANCÁRIA

Repetitivo 378, STJQuestão submetida a julgamentoQuestão referente à possibilidade ou não de substituição do depósito integral domontante da exação por fiança bancária, sob o enfoque do art. 151 do CTN e doEnunciado Sumular n. 112 desta Corte.

Tese FirmadaA fiança bancária não é equiparável ao depósito integral do débito exequendo parafins de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, ante a taxatividade do art.151 do CTN e o teor do Enunciado Sumular n. 112 desta Corte.

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Mas...(...). MULTA ADMINISTRATIVA. CRÉDITO NÃO TRIBUTÁRIO. NATUREZA JURÍDICASANCIONADORA. UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS INTERPRETATIVAS E INTEGRATIVASVOCACIONADAS À PROTEÇÃO DO INDIVÍDUO (GARANTISMO JUDICIAL). AUSÊNCIA DEPREVISÃO LEGAL DE SUSPENSÃO DE EXIGIBILIDADE DE CRÉDITO NÃO TRIBUTÁRIO.MÉTODO INTEGRATIVO POR ANALOGIA. É CABÍVEL A SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADEDO CRÉDITO NÃO TRIBUTÁRIO A PARTIR DA APRESENTAÇÃO DA FIANÇA BANCÁRIA EDO SEGURO GARANTIA JUDICIAL, DESDE QUE EM VALOR NÃO INFERIOR AO DODÉBITO CONSTANTE DA INICIAL, ACRESCIDO DE TRINTA POR CENTO (ART. 151, INCISOII DO CTN C/C O ART. 835, § 2o. DO CÓDIGO FUX E O ART. 9o., § 3o. DA LEI6.830/1980). (...)1. Consolidou-se o entendimento, pela Primeira Seção desta Corte Superior deJustiça,(...) Tema 378, (...) de que o art. 151, II do CTN é taxativo ao elencar ashipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito, não contemplando o oferecimentode seguro garantia ou fiança bancária em seu rol.

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2. O entendimento contemplado no Enunciado Sumular 112 do STJ, segundo o qual odepósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e emdinheiro, que se reproduziu no julgamento do Recurso Representativo daControvérsia, nos autos do REsp. 1.156.668/DF, não se estende aos créditos nãotributários originários de multa administrativa imposta no exercício do Poder dePolícia.(...)4. Inexistindo previsão legal de suspensão de exigibilidade de crédito não tributáriono arcabouço jurídico brasileiro, deve a situação se resolver, no caso concreto,mediante as técnicas de integração normativa de correção do sistema previstas noart. 4º. da LINDB.5. O dinheiro, a fiança bancária e o seguro garantia são equiparados para os fins desubstituição da penhora ou mesmo para garantia do valor da dívida ativa, seja elatributária ou não tributária, sob a ótica alinhada do § 2o. do art. 835 do Código Fuxc/c o inciso II do art. 9o. da Lei 6.830/1980, alterado pela Lei 13.043/2014.6. É cabível a suspensão da exigibilidade do crédito não tributário a partir daapresentação da fiança bancária e do seguro garantia judicial, desde que em valornão inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento, nosmoldes previstos no art. 151, inciso II do CTN c/c o art. 835, § 2o. do Código Fux e oart. 9o., § 3o. da Lei 6.830/1980, uma vez que não há dúvida quanto à liquidez de taismodalidades de garantia, permitindo, desse modo, a produção dos mesmos efeitosjurídicos do dinheiro.

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7. Não há razão jurídica para inviabilizar a aceitação do seguro garantia judicial,porque, em virtude da natureza precária do decreto de suspensão da exigibilidade docrédito não tributário (multa administrativa), o postulante poderá solicitar arevogação do decreto suspensivo caso em algum momento não viger ou se tornarinsuficiente a garantia apresentada(...)(REsp 1381254/PR, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA,julgado em 25/06/2019, DJe 28/06/2019)

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MODALIDADES DE SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE

As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo

- Decreto 70.235/72 – dispõe sobre o PAF – processo administrativo fiscal

- Lei 9.430/96, Art. 49 e 50 – Dispõem sobre o procedimento de consulta

- Reclamações e Recursos = impugnações ou defesas onde os contribuintes se insurgem contra o lançamento ou contra a aplicação de penalidade e os respectivos recursos contra as decisões

- Todas as instancias administrativas são formadas por colegiados (V. art. 25, Dec 70.235/72)

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Concessão de medida liminar em Mandado de SegurançaConcessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação

MODALIDADES DE SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE

Sumula 626, STF

A suspensão da liminar em mandado de segurança, salvo determinação emcontrário da decisão que a deferir, vigorará até o trânsito em julgado dadecisão definitiva de concessão da segurança ou, havendo recurso, até a suamanutenção pelo Supremo Tribunal Federal, desde que o objeto da liminardeferida coincida, total ou parcialmente, com o da impetração.

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COM O NOVO CPC...

Tutela de UrgênciaArt. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos queevidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útildo processo.

§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigircaução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vira sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamentehipossuficiente não puder oferecê-la.

§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificaçãoprévia.

§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houverperigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.

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Tutela de EvidênciaArt. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstraçãode perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:

I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatórioda parte;II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houvertese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada docontrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objetocustodiado, sob cominação de multa;IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatosconstitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvidarazoável.Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.

COM O NOVO CPC...

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No Mandado de SegurançaArt. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:

III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.

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Parcelamento

- Será concedido na forma e condição estabelecida em lei específica

MODALIDADES DE SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE

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PARCELAMENTO

SONEGAÇÃO FISCAL E FALSIFICAÇÃO DE SINAIS PÚBLICOS E VALEPOSTAL. PRELIMINAR. PARCELAMENTO DO DÉBITO TRIBUTÁRIO.CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO. SUSPENSÃO DA AÇÃO PENAL.Comprovado nos autos o parcelamento e o regular pagamento dodébito tributário junto à Fazenda estadual, é impositiva a suspensãoda ação penal. Ordem concedida de ofício, para suspender a açãopenal enquanto houver o parcelamento do débito tributário devido àFazenda estadual. Inteligência do art. 9º, caput, da Lei 10.864/2003,c/c Lei Complementar 104/2001, que alterou o art. 151 do CódigoTributário Nacional.(STF, 2ª T., HC 83896/TO, rel. Min Joaquim Barbosa, ago/04, DJ 25/02/2005)

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Quando surte os efeitosPROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. PEDIDO DEPARCELAMENTO. HOMOLOGAÇÃO POSTERIOR. BENS. LIBERAÇÃO.IMPOSSIBILIDADE.1. O parcelamento de débito tributário é negócio jurídico bilateral, cujosefeitos estão condicionados ao preenchimento dos requisitos da lei, não seencontrando perfeito e acabado, apto a produzir efeitos com a simplesmanifestação da vontade de uma das partes em solicitar adesão ao programa.2. Consolidou-se na Primeira Seção o entendimento de que "a produção deefeitos suspensivos da exigibilidade do crédito tributário, advindos doparcelamento, condiciona-se à homologação expressa ou tácita do pedidoformulado pelo contribuinte junto ao Fisco" (REsp n. 957.509/RS, Rel. MinistroLUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe de 25/08/2010).(...)(AgInt no AREsp 627.812/BA, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA,julgado em 12/08/2019, DJe 20/08/2019)

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(...) IPTU. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. DIA SEGUINTE AO VENCIMENTO DA EXAÇÃO.PARCELAMENTO DE OFÍCIO DA DÍVIDA TRIBUTÁRIA. NÃO CONFIGURAÇÃO DE CAUSASUSPENSIVA DA CONTAGEM DA PRESCRIÇÃO. MORATÓRIA OU PARCELAMENTO APTO ASUSPENDER A EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. NECESSÁRIA MANIFESTAÇÃO DEVONTADE DO CONTRIBUINTE. PARCELAMENTO DE OFÍCIO. MERO FAVOR FISCAL. (...)1. Tratando-se de lançamento de ofício, o prazo prescricional de cinco anos para que aFazenda Pública realize a cobrança judicial de seu crédito tributário (art. 174, caput doCTN) referente ao IPTU, começa a fluir somente após o transcurso do prazo estabelecidopela lei local para o vencimento da exação (pagamento voluntário pelo contribuinte),não dispondo o Fisco, até o vencimento estipulado, de pretensão executória legítimapara ajuizar execução fiscal objetivando a cobrança judicial, embora já constituído ocrédito desde o momento no qual houve o envio do carnê para o endereço docontribuinte (Súmula 397/STJ). (...)2. O parcelamento de ofício da dívida tributária não configura causa interruptiva dacontagem da prescrição, uma vez que o contribuinte não anuiu.

PARCELAMENTO DE OFÍCIO X SUSPENSÃO DO CRÉDITO

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3. O contribuinte não pode ser despido da autonomia de sua vontade, emdecorrência de uma opção unilateral do Estado, que resolve lhe conceder apossibilidade de efetuar o pagamento em cotas parceladas. Se a Fazenda PúblicaMunicipal entende que é mais conveniente oferecer opções parceladas parapagamento do IPTU, o faz dentro de sua política fiscal, por mera liberalidade, o quenão induz a conclusão de que houve moratória ou parcelamento do créditotributário, nos termos do art. 151, I e VI do CTN, apto a suspender o prazoprescricional para a cobrança de referido crédito.Necessária manifestação de vontade do contribuinte a fim de configurar moratóriaou parcelamento apto a suspender a exigibilidade do crédito tributário.4. Acórdão (...) cadastrados sob o Tema 980/STJ, fixando-se a seguinte tese: (i) otermo inicial do prazo prescricional da cobrança judicial do Imposto Predial eTerritorial Urbano - IPTU inicia-se no dia seguinte à data estipulada para ovencimento da exação; (ii) o parcelamento de ofício da dívida tributária nãoconfigura causa interruptiva da contagem da prescrição, uma vez que o contribuintenão anuiu.(REsp 1641011/PA, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/11/2018, DJe21/11/2018)

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O Julgado anterior fez nascer esse RepetitivoTema Repetitivo 980, STJ

Questão submetida a julgamento(i) Termo inicial do prazo prescricional da cobrança judicial do Imposto Prediale Territorial Urbano - IPTU, bem como (ii) sobre a possibilidade de oparcelamento de ofício da dívida tributária ser considerado causa suspensivada contagem da prescrição.

Tese Firmada(i) O termo inicial do prazo prescricional da cobrança judicial do ImpostoPredial e Territorial Urbano - IPTU inicia-se no dia seguinte à data estipuladapara o vencimento da exação; (ii) o parcelamento de ofício da dívida tributárianão configura causa interruptiva da contagem da prescrição, uma vez que ocontribuinte não anuiu.

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PARCELAMENTO:ALEGAÇÃO DE NULIDADE POR COAÇÃO

TRIBUTÁRIO. ANULATÓRIA DE TERMO DE PARCELAMENTO DEDÍVIDA FISCAL. SIMPLES. EXCLUSÃO. CND. COAÇÃO.

Não há que se reconhecer a nulidade do Termo de Parcelamentode Dívida Fiscal pela existência de coação quando o contribuinte,ante a impossibilidade de participar de licitação, reconhece odébito com o escopo de obter a CND, ato perfeito, acabado eequiparado ao lançamento fiscal. - A ameaça de cobrança do débitonão se presta a caracterizar a coação porque é justa, sendo aexecução fiscal um dever estatal que a excluiu.(TRF4, AC 1999.71.08.007460-1, Primeira Turma, Relator Wellington

Mendes de Almeida, DJ 09/07/2003)

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Professor Rubens Kindlmann

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