Causas raiz das ocorrências de acidentes do trabalho

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  • 8/8/2019 Causas raiz das ocorrncias de acidentes do trabalho.

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    ANO XVI RIO DE JANEIRO, 19 DE NOVEMBRO DE 1984 NQ 789

    Com a finalidade de reprimir o roubo de carros, o. Presidente Alfredo Stroess1 ner., do paraguai, autorizou o exercito a intervir na cidade de PresidenteStroessner, na fronteira com o Brasil, junto cidade de Foz do Iguau. O che

    fe do Departamento de Roubos e Furtos da Policia foi destitu;do alem de outros fun ~cionrios envolvidos no trfico de ve;culos roubados.

    Dia 8 de novembro, a nave espacial "Discovery" foi lanada com a misso de res~ gatar dois satelites em rbita errada por falha de seus motores propulsores:Os dois satelites, depois de resgatados, sero trazidos de volta para a Terra.So eles o "Palapa B-2, encomendado pelo governo da Indonesia, e o "West Star", depropriedadeda "West Union". Depoisque se colocaramem rbita errada,as . compa -nhias seguradoras tiveram de pagar cerca de US$ 180 milhes para seus proprietrios.Agora, as sociedades seguradoras esto pagando US$ 10,5 milhes Administrao Na~cional de Aeronutica e Espao (Nasa) para resgatar os dois satelites.

    O Ministerio do Trabalho divulgou no "Dirio Oficial" da Unio a Portaria MTb:3 nQ 3 246, que estabelece os novos valores de recolhimento da Contribuio Sin-dical. Segundo a Portaria, as firmas ou empresas com o capital social supe-rior a Cr$ 70 bilhes 398 milhes 400 mil recolhero a Contribuio Sindical mxima

    de Cr$ 24 milhes 850 mil'635,00. O ato ministerial atuali~a os valores das tabelasexpedidaspela portrianQ 3 095/84. (ver seo PODER EXECUTIVO)Nos prximos dois anos - informa "0 Estado de So Paulo" -, o "Lloyd's Regis4 ter of Shippin~" implantar uma rede mundial de mini.~omputadores para melho ~rar a comunicao, processamento e armazenamento de dados em seus escritrios

    de mais de 50 pa;ses. Quando entrar em funcjonamento, o sistema Dermitir maior ra-pidez ~os trabalhos de superviso do"Lloyd's Register of Shippingl; proporcionando informaoes atualizadas de todos os navios por ela classific~dos. r prevista a insta~lao de mais de 100 minicomputadores "Prime 2 250".

    A Tokio Marine completou 25 anos de Brasil. Aqui iniciou com uma Representa -5 o Geral, a cargo da seguradora inglesa "Yorkshire". Ainda nessa fase de re-presentao, participou do capital acionrio da Concrdia. Finalmente, adqui-riu o controle acionrio de uma antiga seguradora,fundada em 1887: a "Varejistas". Aoperao foi real izada em 1972, quando ento a empresa tomou a denominao socfal'atehoje mantida: America Latina Companhia de Seguros. No Relatrio Anual de 1983,_ pu-blicado com excelente apresentao, a America Latina registrou uma resenha historicadesses 25 anos da Tokio Marine no Brasil, jubileu pelo qual registramos nossas con -gratulaes.

    A Association Internationale des Societes d'Assurance Mutuelle, com sede em6 Amsterdam (Holanda), acaba de editar o quarto volume do "Dicionrio de Terminologia Mutualista". Com 264 pginas e apresentao de Otto Saxer, presidenteda AISAM, o "Dicionrio" e um trabalho de importncia fundamental para todos aquelesque atuam no Mercado Segurador, dando uma viso global do sistema de seguro mutualistaemdiversosa; ses. -

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    Estudos e OpiniesPOR QUE OCORRE UM ACIDENTE DE TRABALHO ?

    Eng2 ANTNIO fERNANDO NAVARRO*Quais serao os motivos por que ocorrem os acidentes de trabalho? O queeles representam para a Nao, para os empregadores e para as segurad~ras?o Decreto Lei de n9 83.080/79 define o acidente de trabalho como sendoaquele que ocorre pelo exerccio do trabalho a servio da empresa, pr~vocando leso corporal ou perturbao funcional que cause a morte. oua perda ou reduo permanente ou temporria da capacidade de trabalho.Equiparam-se ao acidente de trabalho. entre outros. para fins de con-cesso de benefcios:a) doena profissional ou do trabalho;b) acidente sofrido pelo empregado no horrio e local de trabalho devi-

    do a atos de sabotagem, ou terrorismo {praticado inclusive por com-panheiro de trabalho, ofensa fIsica intencional motivada por disputarelacionada com o trabalho, imprudncia, negligncia ou imper!cia deterceiros (inclusive companheiros de trabalho), ato de pessoa priva-da do uso da razo, desabamento, inundao ou incndio;

    c) acidente sofrido pelo empregado, ainda que fora do local de trabalhoe horrio de trabalho, na execuo de ordem ou realizao de serviosob autoridade da empresa, na prestao expontnea de qualquer servio empresa para lhe evitar preju{zo ou proporcionar proveito, emviagem servio da empresa, no percurso para o trabalho ou desse Pra aquela, no percurso para o local de refeio ou de volta dele emintervalo de trabalho.-. - ,-Como se ve a definiao de acidente de trabalho e bem vasta, nao abran

    gendo to smente, como se poderia depreender ~ princIpio, o acidentesofrido por um empregado de uma empresa, no horrio e local de trabalhoe na execuo de uma tarefa determinada.EstatIsticamente vrias so as formas de avaliar-se a incidncia de a-cidentes de trabalho. so eles: Taxa de Freqncia, Taxa de Gravidade e

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    indice de Avaliao da Gravidade.Nosso PaIs, em princlpios da dcada de 70 era o campionlssimo em acide~tes de trabalho. Infeliz~ente ramos tambm os "maiores" e os "melhores'em lndices de acidentes. Muita coisa foi feita desde ento, com o obje-tivo de redwzir-se esses indices a valores considerados como aceitveispelos organismos internacionais. Entretanto, ainda hoje, apesar de todoo esforo, nossos percentuais so bastante elevados. O Dr. francesco DeCicco, em um excelente trabalho publicado pela fUNDACENTRO, intitulado-~RASIL, 1980 : Estatisticas de Acidentes do Trabalho;' fez uma cataloga-o de acidentes, baseado em trabalhos da DATAPREV e do M.P.A.S.. Paraexemplificar com alguns dados reais obtidos atravs da Coordenadoria deInformtica da Secretaria de Planejamento do INPS, citamos alguns dados

    111) ndices de acidentes por setores de atividades mais significantes"a ...ate a 10- colocaao:indstria da madeira e cortiaindstria do mobilirioindstria extrativa mineraladministrao de portos e aeroportosindstria metalrgicaindustria de bebidas

    27,3~20,6%l8,7~15,1%14,2%13,4%

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    relativos ao ano base de 1980.1) Acidente Tipico . 1.404.531 acidentes (95,9%)

    Doena Profissional . 3.713 acidentes ( 0,3%)Acidente de Trajeto . 55.967 acidentes ( 3,B)

    11) ndices por acidentes liquidadosacidentes com simples assistncia mdica . 207.375 (13,B)incapacidade temporria (menor que 15 d) . 791.504 (52,6)incapacidade temporria (maior que 15 d) + 473.964 (31,5%)incapacidade permanente c/ auxlio suplementar : 9.911 ( 0,6';)incapacidade permanente c/ auxIlio acidente . 13.118 ( 0,9%)aposentadoria por invalidez . 4.896 ( 0,3%)bitos . 4.824 ( 0,3%)

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    indstria de produtos alimentaresindstria mecanicaconstruo civil

    12,8%12,71012,310

    IV) ndice de Dias-Homem perdiaos at a 5~ colocaoc~nstruo civilindstria de madeira e cortiacomrcio varejistaindstria mecanicaindstria de produtos alimentIcios

    23.055.4726.992.6595.954.9395.756.6785.411.544.

    Aps a apresentao destes nmeros pode-se ter uma plida idia do querepresentam os acidentes de trabalho para o PaIs, para os empregadorese para as seguradoras. Entretanto, perguntamos se esses nmeros no po-deriam ser reduzidos ao m{mimo, ou quem sabe, completamente eliminados?A eliminao total no possIvel, porque a possibilidade de ocorrnciade um acidente no dependente de um nico fator, mas sim de uma infi-nidade de fatores, agravados inclusive por condies de momento.Um operrio em final de turno est sempre mais propenso a acidentes doque em inIcio de turno. A perda do seu time de futebol para um outro time tambm um fator preponderante para a ocorrncia de acidentes. Pe-

    t AI A ,r~odos de recessao economica, dias de pagamento, final de mes, vesperasde feriados, etc, so fatores que propiciam o surgimento ~e acidentes .Como se v, todo e qualquer fator que motive o desequilIbrio psico-social ca ser humano um fator de acidente;Agora imaginemos que todos esses fatores podem ocorrer com cada um dosmembros de uma comunidade operria, a todos os instantes, envolvendo osprprios participantes e terceiros. O que se observa ento que a err~dicao dos acidentes uma obra impossIvel. Entretanto, a reduo sem-pre possIvel desde que sejam criadas condies condignas de trabalho,treinamento adequado e equipamentos e materiais adequados.Recentemente um fato nos chamou a ateno, apresentado pelos jornais demaior circulao. Foi uma reunio de mais de 1.000 pessoas em uma cida-de do nordeste, apresentando parte dos membros superiores amputada por

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    motores de desfibrar sisal. A cena apresentaca das pessoas expondo aspartes de seu coroo amputadas foi chocante para todos ns. O que faltouqueles homens e mulheres para que no tivessem sido acidentados? Serque uma mquina adequada j no teria sido suficiente, ou quem sabe umtreinamento especifico para esse tipo de operao? Falou-se tambm queessas pessoas recebem por produo, isto , ganham pelo que produzem .Nessa condio quanto mais rpida trabalharem mais produziro e, conse-q~entemente, mais recebero. Se montarmos a nossa seqencia lgica dosfatos apresentados,verificaremos que tratam-se de pessoas humildes, semmuito ou nenhum recurso, trabalhando sem qualquer tipo de treinamento etcnica, em equipamentos inadequadas e condies adversas. Ora, todos

    ~ , ~.esses fatores sao contrarios a qualquer medida de prevenao ou errad1co de acidentes. O resultado uma reunio de mais de 1.000 pessoas e~pondo suas chagas e brigando por seus direitos.

    * An:tro FeJlnando de. A. Na.vaJVr.opeJlUJz.a. Enge.nhehto Civil, p~-gJta.dua.do em Se.gUJUt!!a. do TJta.bai.ho, c.om v.Jo~ c.uJL60~de. upe.c.iai.iza.o em Se.guJta.na. rnd~:tJai. e. PJtO-te.-o de. r~-tai.a. u .

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