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Conhecimentos Bancários p/ CEF Teoria e exercícios comentados Prof. Caio Figueiredo Aula 00 Prof. Caio Figueiredo www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 33 AULA 00: SFN Parte 1 SUMÁRIO PÁGINA 1. Apresentação 1-3 2. Cronograma 3-4 3. Função do SFN 5 - 6 4. Conselho Monetário Nacional 7 - 16 5. Banco Central 16 - 27 6. Comissão de Valores Mobiliários 27 36 7. CRSFN 36 - 37 8. Lista das questões apresentadas 37 - 44 9. Gabarito das questões apresentadas 44 1 - Apresentação Caríssimo aluno, É com grande felicidade que escrevo esta aula demonstrativa de Conhecimentos Bancários. Em primeiro lugar, porque sempre me interessei muito pelo dinamismo e pela importância do Sistema Financeiro. Afinal, quantas manchetes de jornal e questões importantes das nossas vidas não envolvem os bancos? Em segundo lugar, porque tenho certeza que estas aulas contribuirão fortemente para você se tornar um funcionário público. A questão é de números: para citar apenas duas instituições, a Caixa Econômica Federal realizou 3 concursos para escriturário nos últimos 5 anos e o Banco do Brasil teve concurso para o mesmo cargo em todos os anos nesse mesmo período. Ademais, CEF e BB estão com editais publicados e provas marcadas para este semestre! Por fim, e pensando também no longo prazo, há o BRB e outros bancos regionais com concursos regulares para o mesmo cargo e Banco Central, BNDES e CVM, que nos seus concursos costumam exigir, se não toda a disciplina que estudaremos, ao menos o que diz respeito ao SFN e à política econômica. Dessa forma, não se assuste com a quantidade de temas que estudaremos que é relativamente grande, não

CB- ESTRATÉGIA

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    SUMRIO PGINA 1. Apresentao 1-3 2. Cronograma 3-4 3. Funo do SFN 5 - 6 4. Conselho Monetrio Nacional 7 - 16 5. Banco Central 16 - 27 6. Comisso de Valores Mobilirios 27 36 7. CRSFN 36 - 37 8. Lista das questes apresentadas 37 - 44 9. Gabarito das questes apresentadas 44

    1 - Apresentao Carssimo aluno,

    com grande felicidade que escrevo esta aula demonstrativa de

    Conhecimentos Bancrios. Em primeiro lugar, porque sempre me

    interessei muito pelo dinamismo e pela importncia do Sistema

    Financeiro. Afinal, quantas manchetes de jornal e questes importantes

    das nossas vidas no envolvem os bancos? Em segundo lugar, porque

    tenho certeza que estas aulas contribuiro fortemente para voc se tornar

    um funcionrio pblico. A questo de nmeros: para citar apenas duas

    instituies, a Caixa Econmica Federal realizou 3 concursos para

    escriturrio nos ltimos 5 anos e o Banco do Brasil teve concurso para o

    mesmo cargo em todos os anos nesse mesmo perodo. Ademais, CEF e

    BB esto com editais publicados e provas marcadas para este

    semestre! Por fim, e pensando tambm no longo prazo, h o BRB e

    outros bancos regionais com concursos regulares para o mesmo cargo e

    Banco Central, BNDES e CVM, que nos seus concursos costumam exigir,

    se no toda a disciplina que estudaremos, ao menos o que diz respeito ao

    SFN e poltica econmica. Dessa forma, no se assuste com a

    quantidade de temas que estudaremos que relativamente grande, no

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    posso negar -, mas se satisfaa em saber que este estudo lhe ajudar em

    muito na jornada pela conquista do emprego pblico.

    Enfim, me entusiasmei demais com a matria e no me apresentei!

    Meu nome Caio Figueiredo e estou h trs anos envolvido com

    concurso pblico e, h dois, com o mercado financeiro. Sou Analista de

    Mercado de Capitais na Comisso de Valores Mobilirios (vamos falar

    bastante sobre ela neste curso) e, anteriormente, trabalhei trs anos

    como Analista de Comrcio Exterior na Secretaria de Comrcio Exterior

    (um dos rgos anuentes do SISCOMEX, o qual estudaremos mais para o

    final do curso). Ainda, estou concluindo um MBA em Finanas pelo

    IBMEC: disciplina que, afinal, est englobada em parte da nossa matria

    de Conhecimentos Bancrios. Enfim, vou tentar neste curso aliar minha

    experincia em concursos, estudo terico e exemplos da vida real. Com

    seu empenho na leitura das aulas e a sua participao nos fruns de

    dvidas, teremos boas oportunidades de aprendizado!

    Meu mtodo de estudo simples e direto, mas no abro mo de

    lhes ensinar todos os detalhes necessrios para que vocs sejam

    aprovados no concurso! As aulas seguiro, basicamente, a seguinte

    estrutura:

    explicao ampla sobre o tema;

    anlise detalhada dos tpicos cobrados normalmente em concursos,

    com exemplos demonstrativos;

    apresentao de exerccios j aplicados pela CESGRANRIO

    banca que organizar o prximo concurso da CEF e, quando

    for necessrio, por outras bancas ou de elaborao prpria;

    resoluo dos exerccios.

    Como vocs podem ver, utilizo uma linguagem simples e busco

    explicar mesmo o que parece bvio, mas, como o objetivo preparar-

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    lhe para ser aprovado, alcanaremos gradualmente um slido

    conhecimento da matria.

    Neste curso, focaremos exclusivamente no Edital da CEF j

    publicado com prova prevista para abril. Em relao ao edital, a

    grande dificuldade que vejo na preparao do concurseiro que,

    primeiro, o contedo exige uma ateno constante s novas normativas

    que surgem, e, segundo, os tpicos do Edital pertencem a reas diversas

    como economia, direito e administrao. A grande vantagem deste curso,

    na minha opinio, apresentar informao sempre atualizada e juntar,

    num mesmo lugar, diversas disciplinas de forma que um aluno sem

    nenhuma bagagem na rea possa entender tudo.

    2 Cronograma

    O cronograma das nossas aulas ser o seguinte (uma aula a cada

    dez dias):

    Aula Demonstrativa (J disponvel)

    Estrutura do Sistema Financeiro Nacional (Parte 1): funo do SFN;

    Conselho Monetrio Nacional; Banco Central do Brasil; Comisso de

    Valores Mobilirios; Conselho de Recursos do Sistema Financeiro

    Nacional.

    Aula 01 (08/02/2012)

    Estrutura do Sistema Financeiro Nacional (Parte 2): bancos comerciais;

    caixas econmicas; cooperativas de crdito; bancos comerciais

    cooperativos; bancos de investimento; bancos de desenvolvimento;

    sociedades de crdito, financiamento e investimento; sociedades de

    arrendamento mercantil; sociedades corretoras de ttulos e valores

    mobilirios; sociedades distribuidoras de ttulos e valores mobilirios;

    bolsas de valores; bolsas de mercadorias e de futuros; Sistema Especial

    de Liquidao e Custdia (SELIC); Central de Liquidao Financeira e de

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    Custdia de Ttulos (CETIP); sociedades de crdito imobilirio;

    associaes de poupana e emprstimo; Sistema de Seguros Privados:

    sociedades de capitalizao; Previdncia Complementar: entidades

    abertas e entidades fechadas de previdncia privada.

    Aula 02 (18/02/2012)

    Noes de poltica econmica, noes de poltica monetria, instrumentos

    de poltica monetria, formao da taxa de juros.

    Aula 03 (28/02/2012)

    Mercado Financeiro: mercado monetrio; mercado de crdito; introduo

    ao mercado de capitais primrio e secundrio.

    Aula 04 (09/03/2012)

    Mercado de Capitais: aes caractersticas e direitos, debntures,

    diferenas entre companhias abertas e companhias fechadas,

    funcionamento do mercado vista de aes, mercado de balco,

    funcionamento do mercado secundrio de aes.

    Aula 05 (19/03/2012)

    Mercado de cmbio: instituies autorizadas a operar; operaes bsicas;

    contratos de cmbio caractersticas; taxas de cmbio; remessas;

    SISCOMEX.

    Aula 06 (29/03/2012)

    Pessoa fsica e pessoa jurdica: capacidade e incapacidade civil,

    representao e domiclio.

    Aula 07 (06/04/2012)

    Abertura e movimentao de contas: documentos bsicos. Cheque

    requisitos essenciais, circulao, endosso, cruzamento, compensao.

    Sistema de Pagamentos Brasileiro. Produtos bancrios.

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    Aula 08 (16/04/2012)

    Reviso e simulado.

    Agora, vamos ao que interessa!

    3 Funo do Sistema Financeiro Nacional Este tpico no foi explicitamente cobrado no ltimo Edital da CEF,

    mas fundamental para a compreenso dos demais temas e costuma ser

    cobrado na disciplina Conhecimentos Bancrios. Portanto, preste

    ateno!

    Sou um mero funcionrio pblico e professor de curso preparatrio

    para concurso e quero comprar um apartamento no Rio de Janeiro, onde

    moro. Certamente, no tenho dinheiro para tanto. Ao contrrio, meu

    vizinho de bairro Eike Batista, um dos homens mais ricos do Mundo, no

    sabe mais onde colocar tanto dinheiro. Eu teria a opo, portanto, de

    bater na casa dele e pedir R$ 300 mil emprestado para pagar em 20

    anos, mas eu desconfio que os seguranas dele no gostariam muito da

    histria que tenho para contar. O Sistema Financeiro Nacional, porm,

    existe para resolver o nosso problema! O Eike Batista empresta o dinheiro

    que ele no consegue gastar para o Ita, por exemplo, e eu vou

    agncia do banco, apresento alguns documentos e o Ita me empresta o

    dinheiro que preciso! Essa , portanto, a principal funo do SFN: fazer a

    intermediao do fluxo monetrio entre os agentes econmicos

    superavitrios e os deficitrios. No caso, o Ita faz a intermediao,

    eu sou o agente deficitrio (ganho menos do que preciso para comprar

    um apartamento hoje vista) e o Eike Batista o agente superavitrio

    (no gasta tudo o que ganha).

    A funo de unir poupadores e gastadores (pode chamar de

    investidores ou agentes deficitrios para ficar mais bonito), apesar de ser

    a principal do SFN, no a nica. Uma funo secundria, e muitas vezes

    esquecida pelos livros de concurso, a diversificao do risco do

    emprestador. Ops, no precisa fazer cara de quem est perdido! Vamos

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    para outro exemplo. Imagine que eu ainda quero comprar um

    apartamento e preciso de R$ 300 mil, mas no conheo o endereo do

    Eike Batista. Porm, sei que o Zeca das Couves, meu vizinho de porta,

    guarda exatamente R$ 300 mil debaixo do colcho! Eu bato na porta dele,

    fao a proposta, ele olha para a minha cara, mas, apesar de eu estar com

    gel no cabelo e engomadinho, fala que no empresta para mim porque eu

    tenho cara de caloteiro e ele no gostaria de perder todas as economias

    que tem. Porm, veja l, o Brasil tem um SFN relativamente

    desenvolvido! Zeca das Couves abre uma poupana de R$ 300 mil na

    CEF, que, por sua vez, empresta naquele ms R$ 100 milhes para que

    seus clientes possam comprar seus sonhados apartamentos. Eu sou um

    desses clientes que consegue comprar seu apartamento por causa de

    poupadores como o Zeca das Couves! Porm, se eu der o calote na CEF,

    muito provavelmente o Zeca no vai perder um centavo, porque a CEF

    uma instituio financeira grande e, para que ela quebre, milhares de

    pessoas tm que dar um calote conjunto. Assim, o Zeca acaba me

    emprestando o dinheiro indiretamente, mas com um risco muito menor

    que se pegasse toda a sua poupana e deixasse na minha mo.

    Essas so, portanto, as duas principais funes do SFN. Todas as

    regras e instituies que estudaremos a seguir nada mais so que

    partes desse amplo Sistema que busca cumprir a funo de

    intermediar o fluxo monetrio entre os agentes econmicos superavitrios

    e os deficitrios, diminuindo, ao mximo, o risco daquele que empresta o

    dinheiro!

    Vamos, ento, aquecer os motores com uma questozinha do

    CESPE. Marque Certo ou Errado:

    (CESPE; BB 2009)

    O SFN atua na intermediao financeira, ou seja, no processo pelo qual os

    agentes que esto superavitrios, com sobra de dinheiro, transferem

    esses recursos para aqueles que estejam deficitrios, com falta de

    dinheiro.

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    Soluo: Certo. Como vimos, exatamente esta a definio do principal

    objetivo do Sistema Financeiro Nacional.

    4 Conselho Monetrio Nacional O Sistema Financeiro Nacional, porm, no composto apenas por

    mim, o Zeca das Couves e a CEF. Na verdade, milhes de pessoas,

    milhares de empresas e centenas de instituies financeiras fazem parte

    do SFN e efetuam operaes muitas vezes mais complicadas que um

    emprstimo imobilirio. Dessa forma, mais que necessrio que haja

    regulamentao por parte do Governo sobre o SFN, at porque,

    como sabemos, quando h uma crise financeira generalizada, todas as

    pessoas no pas sofrem (veja, por exemplo, a recente crise nos EUA...).

    O SFN, portanto, no composto apenas pelos intermedirios, os

    agentes superavitrios e os deficitrios. H, ainda, rgos normativos e

    entidades supervisoras. Os rgos normativos, como o prprio nome

    sugere, so aqueles que criam normas para limitar e coordenar as aes

    dos demais agentes do SFN. As entidades supervisoras, por sua vez,

    so aquelas que supervisionam as operaes realizadas pelas instituies

    financeiras, empresas e pessoas que formam o SFN, aplicando

    penalidades, inclusive, quando as normas so desrespeitadas. Antes que

    entremos em mais detalhes, veja o quadro abaixo: Fonte: BACEN

    rgos normativos

    Entidades supervisoras

    Operadores

    Conselho Monetrio

    Nacional - CMN

    Banco Central do Brasil - Bacen

    Instituies financeiras

    captadoras de depsitos vista

    Demais instituies financeiras

    Bancos de Cmbio

    Outros intermedirios financeiros e

    administradores de recursos de terceiros

    Comisso de Valores Mobilirios

    - CVM

    Bolsas de mercadorias e

    futuros

    Bolsas de valores

    Conselho Nacional de

    Seguros Privados -

    CNSP

    Superintendncia de Seguros

    Privados - Susep Resseguradores Sociedades

    seguradoras

    Sociedades de

    capitalizao

    Entidades abertas de previdncia

    complementar

    Conselho Superintendncia Entidades fechadas de previdncia complementar

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    Nacional de Previdncia

    Complementar - CNPC

    Nacional de Previdncia

    Complementar - PREVIC

    (fundos de penso)

    Na aula de hoje, estudaremos o CMN, o Banco Central e a Comisso

    de Valores Mobilirios. Os demais rgos normativos e entidades

    reguladoras sero apenas brevemente introduzidos, porque no

    costumam ser cobrados em concursos para escriturrio. Dessa forma,

    com a aula de hoje, entenderemos a parte do quadro acima pintada com

    cinza. Na prxima aula, estudaremos o restante do quadro, com todos os

    detalhes cobrados em concursos.

    Pronto! Agora estamos aptos a entender como funciona e para que

    serve o CMN.

    Segundo a Lei 4.595/64, que criou o CMN, o seu objetivo o de

    formular a poltica da moeda e do crdito como previsto nesta lei,

    objetivando o progresso econmico e social do Pas. Essa frase

    muito abstrata, mas, em poucas palavras, quer dizer que o CMN tem que

    fazer o melhor de si para que o SFN funcione bem, sem que a moeda

    nacional se torne disfuncional (estudaremos este tpico melhor na nossa

    terceira aula) e garantindo que os investidores tenham dinheiro para

    investir.

    O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho

    Nacional de Previdncia Complementar (CNPC), por sua vez, tem

    responsabilidade semelhante ao do CMN, mas nas reas de seguro e

    previdncia complementar, respectivamente. O CNSP responsvel por

    fixar as diretrizes e normas da poltica de seguros privados e o CNPC tem

    a competncia de regular o regime de previdncia complementar operado

    pelas entidades fechadas de previdncia complementar (fundos de

    penso).

    Voltando agora para o CMN, que o que mais importa para ns,

    vamos ver os seus principais objetivos. Em negrito, coloco o texto da lei

    (muitas questes so dadas para quem conhece a lei!) e, depois dos dois

    pontos, explico melhor o que a lei quer dizer:

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    Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou

    corrigindo os surtos inflacionrios ou deflacionrios de

    origem interna ou externa, as depresses econmicas e

    outros desequilbrios oriundos de fenmenos conjunturais: o

    CMN o responsvel por controlar a inflao, ou seja, a perda do

    poder de compra da moeda. Atualmente, o CMN define a meta de

    inflao e o BACEN executa a poltica monetria para alcanar essa

    meta (estudaremos melhor essa questo na nossa terceira aula).

    Adaptar o volume dos meios de pagamento s reais

    necessidades da economia nacional e seu processo de

    desenvolvimento: olha o Legislador enchendo linguia! Essa frase

    diz o mesmo que a anterior: o CMN o responsvel por controlar a

    inflao, mas sem prejudicar o desenvolvimento nacional.

    Regular o valor externo da moeda e o equilbrio no balano

    de pagamento do Pas, tendo em vista a melhor utilizao

    dos recursos em moeda estrangeira: quando um importador

    quer comprar um produto estrangeiro, ele troca reais por dlares e

    faz a importao. Para tanto, o Governo tem que ter uma reserva

    de dlares, caso contrrio a compra no pode ocorrer.

    Historicamente, o Brasil em muitos momentos no tinha reserva

    suficiente de dlares e muitos problemas ocorriam, no s com

    importadores, mas tambm com credores estrangeiros. por isso

    que o CMN tem o poder de editar normas que garantam uma

    reserva mnima de dlares para o pas.

    Orientar a aplicao dos recursos das instituies

    financeiras, quer pblicas, quer privadas; tendo em vista

    propiciar, nas diferentes regies do Pas, condies

    favorveis ao desenvolvimento harmnico da economia

    nacional: o CMN deve incentivar as instituies financeiras, por

    meio de benefcios ou obrigando mesmo, a conceder crdito para e

    incluir no sistema bancrio a populao de regies menos

    favorecidas, como o Nordeste e o Norte.

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    Propiciar o aperfeioamento das instituies e dos

    instrumentos financeiros, com vistas maior eficincia do

    sistema de pagamentos e de mobilizao de recursos: como

    j vimos, o SFN tem a grande misso de conectar poupadores a

    investidores. Se essa coneco for bem feita, o pas melhorar

    porque haver mais investimento e, portanto, mais riqueza no

    futuro. O CMN, portanto, tem o importante objetivo de fazer com

    que o recurso para o investimento seja mobilizado de forma rpida

    e eficiente.

    Zelar pela liquidez e solvncia das instituies financeiras:

    como tambm j vimos, o SFN s tem serventia se grande parte

    das instituies financeiras no quebrarem e mantiverem seus

    compromissos em dia. Esse objetivo do CMN em negrito quer fizer

    que ele responsvel por manter as instituies financeiras (IFs)

    lquidas (com dinheiro para cumprir suas obrigaes de curto prazo)

    e solventes (terem, no total, mais ativos que passivos). Como

    veremos, esse objetivo implementado sobretudo pelo BACEN e

    pela CVM, tendo o CMN responsabilidade apenas de criar regras

    gerais.

    Coordenar as polticas monetria, creditcia, oramentria,

    fiscal e da dvida pblica, interna e externa: o CMN tem a

    funo de coordenar diversas reas do governo direta ou

    indiretamente responsveis pelo funcionamento do SFN, tais como

    monetria (BACEN), creditcia (prprio BACEN e instituies

    financeiras de maneira geral), oramentria (Congresso Nacional e

    Ministrio da Fazenda), fiscal (Ministrio da Fazenda) e dvida

    pblica (Secretaria do Tesouro Nacional, pertencente ao Ministrio

    da Fazenda).

    Autorizar as emisses de papel-moeda: o Banco Central no

    pode emitir papel-moeda sem autorizao do CMN!

    Estabelecer condies para que o Banco Central da Repblica

    do Brasil emita moeda-papel de curso forado, nos termos e

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    limites decorrentes desta Lei, bem como as normas

    reguladoras do meio circulante: como veremos melhor na nossa

    terceira aula, o CMN estabelece limites para o BACEN emitir reais e

    esta entidade, com base na sua anlise tcnica, emite o quanto

    achar necessrio at os limites impostos.

    Determinar as caractersticas gerais das cdulas e das

    moedas: se o CMN quiser, a nota de R$100 pode ter a cara do Tio

    Patinhas, por exemplo. este rgo normativo o responsvel por

    definir as caractersticas das cdulas e das moedas!

    Disciplinar o crdito em todas as suas modalidades e as

    operaes creditcias em todas as suas formas, inclusive

    aceites, avais e prestaes de quaisquer garantias por parte

    das instituies financeiras: o CMN o maior responsvel por

    regular o crdito, como j dito. Estabelece diretrizes e regulamentos

    que devem ser seguidos pelos agentes do SFN e, em alguns casos,

    delega essa sua competncia para o BACEN melhor regular.

    Delegar sua competncia quer dizer permitir que o seu poder de

    regular o crdito pode ser exercido em casos especficos pelo Banco

    Central.

    Regular a constituio, funcionamento e fiscalizao dos que

    exercerem atividades subordinadas a esta lei, bem como a

    aplicao das penalidades previstas: o CMN regula de que

    forma as instituies financeiras e demais operadores do SFN (que

    estudaremos na prxima aula) sero criados, funcionaro e de que

    forma sero fiscalizados. Basicamente, a frase em negrito

    determina que o CMN deve regular todos os operadores do SFN.

    Expedir normas gerais de contabilidade e estatstica a serem

    observadas pelas instituies financeiras: tenho certeza que

    voc, caro concurseiro, adora contabilidade e estatstica! O CMN

    tambm gosta! E ele o responsvel por criar normas gerais para

    que a contabilidade de uma instituio financeira seja comparvel

    com a contabilidade de outra instituio financeira.

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    Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos

    corretores de fundos pblicos: o CMN disciplina de forma geral

    as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores e a CVM

    fiscaliza.

    No durma, querido aluno!

    Vamos fazer uns exerccios agora para voc ver como valeu o

    estudo acima e depois voltamos para finalizar o tpico CMN!

    Marque a opo correta: (CESPE; CEF 2010) A Lei n 4.595/1964, alterada pela Lei n 6.045/1974, dispe sobre as competncias do CMN. De acordo com essa lei, compete ao CMN A determinar as caractersticas gerais, exclusivamente, das cdulas e dos tributos. B coordenar sua prpria poltica com a de investimentos dos governos federal, estadual e municipal. C autorizar as emisses de papel-moeda. D disciplinar o crdito em determinadas modalidades. E fixar diretrizes e normas da poltica internacional.

    Soluo:

    A: o CMN determina as caractersticas gerais das cdulas e das

    moedas. Os tributos so definidos, claro, pelo Congresso Nacional.

    B: o CMN deve incentivar a aplicao de recursos por parte das IFS

    pblicas e privadas em regies carentes do pas, mas, de forma

    alguma, influencia nos investimentos dos governos federais e locais ou

    tem uma poltica prpria de investimentos.

    C: Correta! Como vimos, o BACEN no pode emitir papel-moeda sem

    prvia autorizao do CMN.

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    D: Pegadinha do Malandro! O CMN deve disciplinar o crdito em todas

    as suas modalidades.

    E: O CMN responsvel por regular o valor externo da moeda e o

    equilbrio no balano de pagamento do Pas, mas a poltica

    internacional algo infinitamente mais amplo e responsabilidade da

    Presidncia da Repblica e do Ministrio das Relaes Exteriores.

    Marque Certo ou Errado: (CESPE; BB 2009)

    O Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social uma das

    principais entidades supervisoras do SFN.

    Soluo: Errado. Presente de Natal adiantado! O BNDES apenas uma

    Instituio Financeira. Entidades supervisoras so apenas: BACEN;

    CVM; SUSEP; PREVIC.

    (CESPE; BB 2009)

    A rea normativa do SFN tem como rgo mximo o Banco Central do

    Brasil (BACEN).

    Soluo: Errado. Essa para pegar quem no estudou para a prova, o

    que no o seu caso! Os rgos mximos do SFN (rgos

    normativos) so apenas: CMN; CNSP; CNPC. Todos comeam com C

    de Conselho!

    (CESPE; BB 2009)

    As funes do CMN incluem: adaptar o volume dos meios de pagamento

    s reais necessidades da economia e regular o valor interno e externo da

    moeda e o equilbrio do balano de pagamentos.

    Soluo: Certo. Esse um exemplo de que ler as leis vale a pena. Leia

    novamente os trs primeiros objetivos do CMN que destacamos

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    anteriormente, que, basicamente, podemos resumir em dois: controlar

    inflao e manter reservas em dlar.

    (CESPE; BB 2009)

    O CMN o rgo formulador da poltica da moeda e do crdito, devendo

    atuar at mesmo no sentido de promover o aperfeioamento das

    instituies e dos instrumentos financeiros, com vistas maior eficincia

    do sistema de pagamentos e de mobilizao de recursos.

    Soluo: Certo. Mais uma vez repetindo a letra da lei! Lembra que j

    vimos que o CMN deve promover a maior eficincia na mobilizao

    de recursos para proporcionar o investimento?

    Agora que voc j exercitou o que aprendeu anteriormente, vamos

    avanar mais um pouco na matria! Se quiser, tome um copo dgua ou

    um caf e volte com o gs renovado!

    Para saber tudo sobre o CMN de forma a gabaritar qualquer questo

    sobre o tema, voc precisa saber como esse Conselho composto e de

    que forma ele funciona. Isso fcil.

    O CMN integrado pelo Ministro da Fazenda (que atua como

    presidente do Conselho), o Ministro do Planejamento, Oramento

    e Gesto (MPOG) e o Presidente do Banco Central (BACEN).

    Portanto, so essas trs pessoas que tomam as decises do CMN, ou seja,

    editam suas resolues ou deliberaes sobre todos aqueles temas que

    listamos anteriormente.

    As reunies do CMN ocorrem mensalmente ou sempre que o

    Presidente do Conselho (o Ministro da Fazenda) convocar uma

    reunio extraordinria. Durante essas reunies e no perodo entre elas,

    o rgo responsvel para secretariar o CMN o BACEN. Por

    secretariar, entenda-se organizar o local, as convocaes, a edio de

    atas que resumam o que foi discutido e a divulgao das resolues e

    deliberaes do CMN.

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    Para decidir sobre qualquer tema, incluindo principalmente a edio

    de resolues e diretrizes, o CMN delibera por maioria de votos. O

    Presidente do Conselho ainda tem o voto de qualidade e a prerrogativa de

    decidir em situaes de urgncia ad referendum dos demais membros do

    CMN. Opa, com latim fica mais bonito! O Ministro ter voto de qualidade

    quer dizer que ele o ltimo a votar. Ainda, a prerrogativa de decidir ad

    referendum do Conselho em casos de urgncia e interesse relevante, quer

    dizer que o Ministro da Fazenda pode tomar uma deciso em nome do

    CMN em caso de urgncia e essa deciso ser confirmada ou no pelos

    demais ministros na reunio seguinte do CMN.

    Para finalizar com chave de ouro o estudo sobre o CMN, marque

    certo ou errado para as questes abaixo, de elaborao prpria:

    (Questo do Professor) O Conselho Monetrio Nacional (CMN) composto pelo Presidente da

    Repblica, pelo Ministro da Fazenda e pelo Presidente do Banco Central.

    Soluo: Errado. O Presidente da Repblica no faz parte do Conselho.

    So membros apenas: Ministro da Fazenda; Ministro do MPOG;

    Presidente do BACEN.

    (Questo do Professor) As reunies ordinrias do Conselho Monetrio Nacional (CMN) ocorrem

    semestralmente e as extraordinrias sempre que convocadas por seu

    presidente.

    Soluo: Errado. As reunies ordinrias ocorrem mensalmente.

    (Questo do Professor) As deliberaes do Conselho Monetrio Nacional (CMN) so por maioria de

    votos, tendo o seu presidente direito a voto de qualidade e a prerrogativa

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    de decidir ad referendum em questes de relevante interesse e

    emergenciais.

    Soluo: Certo. Definio perfeita do processo decisrio no CMN!

    5 Banco Central do Brasil

    J sabemos onde o Banco Central (BACEN) se situa na estrutura do

    Sistema Financeiro Nacional (SFN): ele executa as normas criadas

    pelo CMN, sendo o responsvel por supervisionar instituies

    financeiras captadoras de depsitos vista, bancos de cmbio,

    demais instituies financeiras e outros intermedirios

    financeiros. No se preocupe em entender o que so todos esses

    operadores supervisionados no momento (os estudaremos com detalhes

    na prxima aula). Peo apenas agora que voc d mais uma olhada no

    quadro que apresentamos assim que comeamos a estudar o CMN.

    Bom. Agora comearemos a estudar as funes do Banco Central.

    Alguns temas de poltica econmica sero melhor desenvolvidos na nossa

    terceira aula, mas desde j apresentarei explicaes bsicas sobre

    economia quando necessrio.

    A funo geral do BACEN a que j citamos: supervisionar grande

    parte das instituies que compem o SFN, para que todo o sistema

    funcione bem. Porm, esta funo geral envolve diversos aspectos, que

    podem ser divididos da seguinte forma: o BACEN funciona como Banco

    dos Bancos, Banqueiro do Governo, nico Banco Emissor e

    Regulador do Sistema Financeiro Nacional.

    5.1 Banco dos Bancos Como Banco dos Bancos, o BACEN empresta para instituies

    financeiras com srios problemas de liquidez (dbitos de curto prazo

    maiores que crditos tambm de curto prazo) superarem suas crises e

    voltarem a funcionar normalmente em um futuro no muito distante.

    Normalmente, porm, as instituies financeiras superam problemas de

    liquidez pegando emprestado dinheiro com outras instituies financeiras.

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    O BACEN s empresta para as instituies em dificuldade, na verdade,

    quando estas no conseguem se financiar normalmente no mercado

    monetrio (aquele de emprstimos de curtssimo prazo), seja porque a

    instituio socorrida passa por uma crise de credibilidade (as demais

    instituies no acreditam muito na sua sobrevivncia) ou porque o

    mercado como um todo est temendo muitas falncias (quando h uma

    crise, os bancos desconfiam uns dos outros e praticamente deixam de

    emprestar dinheiro entre si).

    A operao de emprstimo que o BACEN realiza como emprestador

    de ltima instncia, para evitar que instituies financeiras quebrem e o

    SFN sofra com isso, chamada de operao de redesconto. Em uma

    operao de redesconto, a instituio financeira com problema de liquidez

    pede um emprstimo para o BACEN e este decide se vai ou no conced-

    lo. Se decidir conceder, a instituio financeira entrega ttulos pblicos

    para o BACEN em garantia pelo emprstimo e este entrega dinheiro para

    a IF, para ser devolvido em determinado prazo e por certa taxa de juros.

    Os ttulos pblicos so uma garantia para o BACEN, porque, se a

    instituio financeira falir, o Banco Central vende os ttulos e reduz seu

    prejuzo com o emprstimo no pago.

    Vamos a um exemplo da funo do BACEN como Banco dos

    Bancos. O Banco X tem, nos prximos dois dias, que pagar R$300

    milhes para os seus credores Y e Z. Porm, ir receber nos prximos

    dois dias apenas R$50 milhes do seu devedor A e tem em caixa, ou seja,

    no seu cofre, R$30 milhes. O Banco X, portanto, precisa de R$220

    milhes nos prximos dois dias para cumprir suas obrigaes, seno ter

    problemas de liquidez. A primeira opo do Banco X a de pedir

    emprestados os R$220 milhes para os demais bancos do SFN: Banco B e

    Banco C. Caso estes dois bancos, porm, se recusem a emprestar R$220

    mi para o Banco X, ele dever pedir um emprstimo urgente para o Banco

    Central. O BACEN pode se recusar a oferecer o emprstimo (o que

    obrigaria o Banco X a dar calote nos credores Y e Z), mas, se achar que o

    emprstimo necessrio para o bom funcionamento do SFN,

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    provavelmente aceitar emprestar os R$220 mi em uma operao de

    redesconto. Nesse caso, o Banco X vende ttulos pblicos do Governo

    Brasileiro para o BACEN no valor de R$220 mi e se compromete a

    recompr-los em alguns dias por um valor um pouco superior aos R$220

    mi (a diferena entre o que recebeu pelos ttulos e o que pagou na

    recompra o juros que o Banco paga ao BACEN pela operao de

    redesconto).

    5.2 Banqueiro do Governo Como Banqueiro do Governo, o Banco Central depositrio das

    reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de

    Saque. Dessa forma, o BACEN responsvel pela compra, venda e

    administrao das chamadas reservas internacionais do Brasil: negocia

    dlares e outras moedas relevantes como o Euro e a Libra Esterlina;

    investe as moedas estrangeiras em caixa, comprando ttulos de pases

    desenvolvidos como, por exemplo, os EUA; administra os Direitos

    Especiais de Saque, que so ttulos emitidos pelo FMI.

    Como administrador das reservas internacionais do pas, o BACEN

    tambm atua no sentido de garantir o funcionamento regular do

    mercado cambial, da estabilidade relativa das taxas de cmbio e

    do equilbrio no balano de pagamentos. Isso quer dizer que o

    objetivo do BACEN na rea cambial garantir (1) um funcionamento

    transparente e estvel do mercado de cmbio, no qual os negcios

    combinados sejam corretamente cumpridos e sempre existam, (2) que as

    taxas de cmbio no mudem muito drasticamente, o que tornaria o

    trabalho dos importadores e exportadores muito mais arriscado e (3) que

    o balano de pagamentos do pas no permanea por muito tempo

    desequilibrado, ou seja, que tudo que o Brasil recebe de dlares e demais

    moedas estrangeiras no seja muito diferente daquilo que enviamos em

    dlares e demais moedas para o exterior.

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    5.3 nico Banco Emissor Como nico Banco Emissor, o BACEN executa a poltica

    monetria estabelecida em linhas gerais pelo CMN. Com a poltica

    monetria, o Governo, de maneira geral, busca evitar distores danosas

    economia decorrentes de desequilbrios inflacionrios ou deflacionrios.

    A inflao ruim para o pas principalmente por dois motivos: (1) com a

    inflao, os assalariados perdem o poder de compra mais rapidamente

    que os mais ricos (os salrios so normalmente fixos durante 12 meses,

    enquanto os investimentos financeiros acompanham de perto o

    crescimento da inflao), aumentando assim a desigualdade econmica

    no pas; (2) com a inflao variando muito, os agentes econmicos

    (empresas, consumidores, bancos etc.) perdem uma viso de longo

    prazo, porque mais difcil fazer clculos quando a inflao varia muito,

    e, por isso, investem menos, o que, ao final, diminui o desenvolvimento

    econmico do pas.

    De forma geral, a inflao existe quando h muito dinheiro

    circulando e as pessoas fsicas e jurdicas tm acesso amplo ao crdito.

    Isso ocorre por um motivo simples: se voc tem o dobro de dinheiro no

    bolso hoje do que tinha ontem, provavelmente passar a consumir o

    dobro tambm. O problema que, se todo mundo passa a ter o dobro de

    dinheiro hoje do que tinha ontem, no haver o dobro de produtos a ser

    vendido nas lojas. Na verdade, o nmero de produtos nas lojas ser mais

    ou menos o mesmo hoje em relao a ontem e o que provavelmente

    acontecer que os produtos custaro o dobro tambm. A funo do

    BACEN como nico Banco Emissor a de, portanto, no deixar que

    na economia tenha um excesso (inflao) ou falta de moeda

    (deflao).

    Para cumprir a sua funo de nico Banco Emissor, ao BACEN

    competem as seguintes atividades:

    Emitir moeda-papel e moeda metlica, nas condies e

    limites autorizados pelo Conselho Monetrio Nacional: como j

    vimos anteriormente nesta aula, o CMN estabelece limites para o BACEN

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    emitir reais e esta entidade, com base na sua anlise tcnica, emite o

    quanto achar necessrio at os limites impostos.

    Executar os servios do meio-circulante: substituio e

    destruio das notas e moedas desgastadas; projetar tecnologia para

    novas cdulas e moedas; atender a demanda por dinheiro.

    Receber os recolhimentos compulsrios e, ainda, os

    depsitos voluntrios vista das instituies financeiras: como

    veremos na nossa terceira aula, os bancos comerciais criam dinheiro.

    Isso ocorre quando, por exemplo, voc deposita R$1000 no Banco do

    Brasil. O BB, apesar de lhe dever o valor depositado, no guarda esses

    mil reais no cofre e espera voc voltar l para buscar. Na verdade, o BB

    pega grande parte desse dinheiro e empresta para outra pessoa. Essa

    outra pessoa eu, por exemplo pega R$600 com o BB e vai gastar em

    algum lugar. Nessas duas transaes apenas, mil reais se transformaram

    em R$1600 para todos os efeitos. Houve, como dito, criao de moeda

    por parte do banco.

    Como se pode imaginar, se muita moeda for criada pelos bancos,

    haver inflao alta, o que o BACEN no pode permitir. Para evitar a

    criao de moeda excessiva, o BACEN exige dos bancos que recebem

    depsito a vista um recolhimento compulsrio de parte desse depsito.

    Esse percentual pode ser de at 100%, a critrio do BACEN, dependendo

    das condies econmicas vigentes. O recolhimento deve ser depositado

    no Banco Central em dinheiro ou em ttulos pblicos federais.

    Por fim, o BACEN tambm pode exigir que as instituies financeiras

    depositem at 60% de outros ttulos contbeis (tais como depsitos de

    poupana), que no depsitos a vista, em dinheiro ou ttulos pblicos

    federais. Da mesma forma, ainda, as instituies financeira podem

    depositar no BACEN o tanto que quiserem, mesmo se esse valor

    ultrapassar o que foi exigido pelo rgo.

    Efetuar, como instrumento de poltica monetria, operaes

    de compra e venda de ttulos pblicos federais: como j dito, o

    BACEN tem por objetivo evitar muita inflao ou deflao. Uma maneira

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    muito simples e direta de cumprir esse objetivo seria jogar dinheiro de

    um helicptero para combater a deflao - ou queimar os cofres dos

    bancos para combater a inflao. No entanto, uma maneira mais

    simples ainda a de comprar ttulos pblicos federais, quando se

    quiser injetar dinheiro na economia, ou vend-los, quando se

    quiser retirar dinheiro da economia. Vamos explicar melhor.

    A responsvel por gerir a dvida pblica do governo federal a

    Secretaria do Tesouro Nacional. Apenas a STN pode criar novos

    ttulos de dvida pblica. O que o BACEN faz, na execuo da

    poltica monetria, apenas comprar e vender os ttulos de dvida

    j existentes (lembrando que o BACEN tem uma mquina para imprimir

    dinheiro at o limite imposto pelo CMN). Ento: quando est sobrando

    dinheiro na economia, o BACEN vende ttulos de dvida, que so pedaos

    de papel, e recebe dinheiro, o qual sai de circulao; quando est faltando

    dinheiro na economia, o BACEN compra ttulos de dvida e entrega

    dinheiro, o qual passa a circular na economia. Essas operaes so

    chamadas de operaes de mercado aberto.

    5.4 Regulador do SFN Como sabemos, o Banco Central no o nico, e tampouco o mais

    importante, rgo regulador do Sistema Financeiro Nacional. Como define

    a Lei n 4.595, de 1964, que criou o CMN e o BACEN, compete ao

    Banco Central da Repblica do Brasil cumprir e fazer cumprir as

    disposies que lhe so atribudas pela legislao em vigor e as

    normas expedidas pelo Conselho Monetrio Nacional. Ele ,

    portanto, um executor das leis do pas e das normas expedidas pelo CMN.

    Ademais, divide a responsabilidade de supervisionar o SFN com a CVM,

    SUSEP e PREVIC, sendo cada entidade responsvel por parte do sistema.

    A seguir, vamos analisar as principais competncias do BACEN na

    superviso das instituies financeiras e no financeiras de sua

    responsabilidade:

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    Exercer o controle do crdito sob todas as suas formas:

    seguindo as diretrizes do CMN e em busca do melhor funcionamento do

    SFN, o BACEN pode controlar o crdito sob todas as suas formas, ou seja,

    pode incentivar, limitar ou mesmo proibir vrias formas de crdito.

    Efetuar o controle dos capitais estrangeiros, nos termos da

    lei: como j visto quando estudamos o CMN, importante para o pas

    manter reservas internacionais para eventuais crises internacionais. O

    BACEN, portanto, atua de forma a manter essas reservas mnimas e

    evitar muita volatilidade no cmbio, como tambm j vimos

    anteriormente.

    Exercer a fiscalizao das instituies financeiras e aplicar as

    penalidades previstas: existem centenas de normas aplicveis s

    instituies financeiras, referentes a cmbio, cheques, conta corrente,

    entre outros temas. Essas normas seriam de pouca utilidade se no

    houvesse penalidades para as instituies que as desrespeitassem e se

    essas penalidades no fossem aplicadas. O BACEN seria, nesse aspecto,

    um xerife que fiscalizaria e puniria as instituies pelas quais

    responsvel.

    Conceder autorizao s instituies financeiras, a fim de

    que possam:

    a) funcionar no Pas;

    b) instalar ou transferir suas sedes, ou dependncias, inclusive no

    exterior;

    c) ser transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas;

    d) praticar operaes de cmbio, crdito real e venda habitual de

    ttulos da dvida pblica federal, estadual ou municipal, aes,

    debntures, letras hipotecrias e outros ttulos de crdito ou

    mobilirios;

    e) ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento;

    f) alterar seus estatutos;

    g) alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu controle

    acionrio.

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    Estabelecer condies para a posse e para o exerccio de

    quaisquer cargos de administrao de instituies financeiras

    privadas, assim como para o exerccio de quaisquer funes em

    rgos consultivos, fiscais e semelhantes.

    Regular a execuo dos servios de compensao de cheques

    e outros papis: como estudaremos na nossa penltima aula em

    detalhes, o BACEN responsvel por regular o Sistema de Pagamentos

    Brasileiro, o que inclui os servios de compensao de cheques.

    Exercer permanente vigilncia nos mercados financeiros e de

    capitais sobre empresas que, direta ou indiretamente, interfiram

    nesses mercados e em relao s modalidades ou processos

    operacionais que utilizem: exerce essa funo de forma no-privativa,

    porque a CVM, a SUSEP e a PREVIC tambm competente para tanto.

    Mas concurseiro quer saber de questes de prova,

    professor!. OK, aqui vamos l!

    Leia as assertivas atentamente e marque uma das letras:

    (CESPE; CEF 2010)

    Ao exercer as suas atribuies, o BACEN cumpre funes de competncia

    privativa. A respeito dessas funes, julgue os itens subsequentes.

    I Ao realizar as operaes de redesconto s instituies financeiras, o

    BACEN cumpre a funo de banco dos bancos.

    II Ao emitir meio circulante, o BACEN cumpre a funo de banco emissor.

    III Ao ser o depositrio das reservas oficiais e ouro, o BACEN cumpre a

    funo de banqueiro do governo.

    IV Ao autorizar o funcionamento, estabelecendo a dinmica operacional,

    de todas as instituies financeiras, o BACEN cumpre a funo de gestor

    do Sistema Financeiro Nacional.

    V Ao determinar, por meio do Comit de Poltica Monetria (COPOM), a

    taxa de juros de referncia para as operaes de um dia (taxa SELIC), o

    BACEN cumpre a funo de executor da poltica fiscal.

    Esto certos apenas os itens

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    A I, II, III e IV.

    B I, II, III e V.

    C I, II, IV e V.

    D I, III, IV e V.

    E II, III, IV e V.

    Soluo:

    I) Correta! Se ficou em dvida, favor reler o tpico em que

    apresentamos a funo do BACEN como Banco dos Bancos.

    II) Correta! Se ficou em dvida, favor reler o tpico em que

    apresentamos a funo do BACEN como nico Banco Emissor.

    III) Correta! Se ficou em dvida, favor reler o tpico em que

    apresentamos a funo do BACEN como Banqueiro do Governo.

    IV) Correta! A banca preferiu a palavra gestor ao invs de

    regulador, que seria a mais correta, mas j estudamos o tema. Para fins

    de prova, portanto, gestor = regulador.

    V) Beeeehhhh! Sobre o Copom e a Selic, falaremos com calma na

    nossa terceira aula. Porm, voc j poderia saber que a assertiva est

    errada, porque o BACEN no cuida da poltica fiscal (que da

    competncia da Presidncia da Repblica e do Congresso Nacional, como

    j vimos quando falamos do CMN). Dicionrio: poltica fiscal = equilibrar

    a balana entre as receitas e os gastos do governo.

    Concluso: letra A correta.

    (CESPE; CEF 2010)

    As atividades de competncia privativa do BACEN incluem

    I efetuar, como instrumento de poltica monetria, operaes de

    compra e venda de ttulos pblicos federais.

    II coordenar as polticas monetria, creditcia, oramentria, fiscal

    e da dvida pblica, interna e externa.

    III exercer a fiscalizao das instituies financeiras e aplicar as

    penalidades previstas.

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    IV executar os servios do meio circulante.

    V receber os recolhimentos compulsrios dos bancos comerciais

    e os depsitos voluntrios das instituies financeiras que

    operam no pas.

    Esto certos apenas os itens

    A I e IV.

    B II e V.

    C I, II e III.

    D I, III, IV e V.

    E II, III, IV e V.

    Soluo:

    I) Certa! Como vimos no tpico nico Banco Emissor, o BACEN

    compra e vende ttulos pblicos federais de forma a combater a inflao

    ou a deflao, o que nada mais que fazer poltica monetria.

    II) Errada! Como vimos mais no incio da aula, o CMN o maioral do

    SFN que responsvel por coordenar as polticas monetria,

    creditcia, oramentria, fiscal e da dvida pblica, interna e

    externa.

    III) Certa! Moleza: vimos isso no tpico Regulador do SFN.

    IV) Certa! J vimos que o BACEN responsvel por executar os

    servios do meio circulante, o que inclui trocar notas deterioradas por

    novas, planejar cdulas com mais tecnologia etc.

    V) Certa! Se ficou com dvidas, favor reler o tpico nico Banco

    Emissor, no qual estudamos os principais instrumentos de poltica

    monetria do BACEN (se ficou muito curioso para entend-los ainda

    melhor, aguarde a terceira aula!).

    Concluso: letra D correta!

    Marque certo ou errado:

    (CESPE; BB 2009)

    O SFN tem como rgo executivo central o BACEN, que

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    estabelece normas a serem observadas pelo CMN.

    Soluo: Errada! J vimos isso algumas vezes: o CMN estabelece

    normas a serem observadas pelo BACEN, no o contrrio!

    (CESPE; BB 2009)

    O BACEN tem competncia para regulamentar, autorizar o funcionamento

    e supervisionar os sistemas de compensao e de liquidao, atividades

    que, no caso de sistemas de liquidao de operaes com valores

    mobilirios, exceto ttulos pblicos e ttulos privados emitidos por bancos,

    so compartilhadas com a Comisso de Valores Mobilirios (CVM).

    Soluo: Certo! Vamos estudar mais detalhadamente o Sistema Brasileiro

    de Pagamentos no final do nosso curso, mas j sabemos que o BACEN

    tem competncia para regulamentar, autorizar o funcionamento e

    supervisionar os sistemas de compensao e de liquidao. Ademais,

    sabemos que, no que diz respeito a valores mobilirios, a CVM tambm

    importante.

    (CESPE; BB 2009)

    Realizar operaes de redesconto e emprstimo s instituies financeiras

    e regular a execuo dos servios de compensao de cheques e outros

    papis so as atribuies do BACEN.

    Soluo: Certo! J vimos que so duas competncias do BACEN: realizar

    operaes de redesconto (emprstimo de ltima instncia para

    instituies com problemas de liquidez) e regular a execuo dos servios

    de compensao de cheques e outros papis.

    (CESPE; BB 2009)

    Alm de autorizar o funcionamento e exercer a fiscalizao das

    instituies financeiras, emitir moeda e executar os servios do meio

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    circulante, compete tambm ao BACEN traar as polticas econmicas,

    das quais o CMN o principal rgo executor.

    Soluo: Errada! J percebeu que uma questo recorrente, no? Ento,

    entenda bem: o CMN estabelece normas a serem observadas pelo

    BACEN, no o contrrio!

    (CESPE; BB 2009)

    As atribuies do BACEN incluem: estabelecer as condies para o

    exerccio de quaisquer cargos de direo nas instituies financeiras,

    vigiar a interferncia de outras empresas nos mercados financeiros e de

    capitais e controlar o fluxo de capitais estrangeiros no pas.

    Soluo: Certo! Caso tenha alguma dvida, favor reler o tpico

    Regulador do SFN. Nunca demais reler a aula!

    6 Comisso de Valores Mobilirios

    Caro aluno, voc j avanou muito na matria Conhecimentos

    Bancrios! Falando sobre o CMN e o BACEN, j estudamos temas de

    poltica econmica e mercado financeiro. Agora, vamos fazer uma

    distino melhor explorada na nossa quarta aula entre mercado de

    crdito, monetrio, cmbio e capitais, para voc entender bem a

    especializao da CVM dentro do SFN.

    Basicamente, poderamos dividir o Mercado Financeiro em quatro

    sub-reas: mercado monetrio, de crdito, cambial e de capitais. O

    mercado monetrio seria aquele no qual as instituies financeiras

    suprem suas necessidades de liquidez mais imediata (aqui praticada a

    poltica monetria pelo BACEN). O mercado de crdito rene

    instituies preocupadas com emprstimos de curto e mdio prazos,

    principalmente voltados para a administrao do capital de giro das

    empresas (o dinheiro que elas precisam para o dia a dia de pagar

    salrios, fornecedores etc.) e para o consumo de famlias e empresas

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    (este mercado tambm regulado e fiscalizado pelo BACEN). O mercado

    de cmbio com certeza conhecido por todos: trocar reais por moedas

    estrangeiras (este tambm normatizado e fiscalizado pelo BACEN). Por

    fim, resta o mercado de capitais (=valores mobilirios), que est

    focado no financiamento de mdio e longo prazos e normatizado e

    fiscalizado pela CVM, a qual passaremos a estudar.

    Nesta primeira aula, no estudaremos os operadores e as operaes

    fiscalizados pela CVM: isso ser realizado na nossa segunda e quinta

    aulas. Por enquanto, olharemos apenas para a estrutura administrativa da

    CVM e para sua forma de atuao.

    6.1 Estrutura Administrativa da CVM A CVM uma autarquia com autonomia reforada. Em termos

    mais tcnicos ainda uma entidade autrquica em regime especial,

    vinculada ao Ministrio da Fazenda, com personalidade jurdica e

    patrimnio prprios, dotada de autoridade administrativa

    independente, ausncia de subordinao hierrquica, mandato

    fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e

    oramentria. Depois dessa frase de flego, vamos explicar cada ponto

    levantado nessa definio:

    A Comisso de Valores Mobilirios ser administrada por um

    Presidente e quatro Diretores, nomeados pelo Presidente da

    Repblica, depois de aprovados pelo Senado Federal, dentre

    pessoas de ilibada reputao e reconhecida competncia em

    matria de mercado de capitais: como visto, as pessoas que

    deliberam em nome da CVM no so subordinadas hierarquicamente a

    ningum, so estveis e tm mandato fixo. So, na verdade, cinco

    diretores (sendo um deles o presidente), cada um com mandato fixo de

    cinco anos, sem direito a reconduo (ou seja, no podem ficar mais de

    cinco anos seguidos no cargo). Ademais, a lei estabelece que 1/5 do

    colegiado de diretores deve ser renovado a cada ano, ou seja, todo ano

    pelo menos um diretor deve ser substitudo. Por serem estveis, os

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    diretores, depois de nomeados, no podem ser demitidos nem pelo

    Presidente da Repblica: s saem do cargo por renncia, condenao

    judicial transitada em julgado (ou seja, condenao na justia sem direito

    a recurso) ou processo administrativo disciplinar (instaurado pelo Ministro

    da Fazenda). Quando um diretor no termina o seu mandato, por motivo

    de morte, renncia ou perda de mandato, outro diretor nomeado para

    terminar o tempo restante do mandato.

    Vamos apresentar um exemplo para voc no esquecer o assunto

    (costuma ser questo de prova). Em julho de 2013, temos cinco

    diretores: A, B, C, D, E. O mandato do diretor E termina neste ms,

    quando completa 5 anos no cargo, e ele no pode emendar dois

    mandatos seguidos. Portanto, o diretor E vai sair do colegiado e outro

    ser nomeado no seu lugar. O Presidente da Repblica, avisado do fato,

    indica o Sr. F, que tem ilibada reputao (no conhecido por ser

    criminoso ou antitico) e reconhecida competncia em matria de

    mercado de capitais (tem um currculo bom na rea de mercado de

    capitais) para ser aprovado pelo Senado. Os senadores discutem e

    entrevistam o Sr. F, indicado pelo Presidente da Repblica, e decidem ou

    no aprov-lo. Se aprovado, o Presidente pode nome-lo e, a partir de

    ento, ele ser estvel durante todo o seu mandato (de 5 anos, no caso).

    A CVM detm autonomia financeira e oramentria: a

    autonomia financeira busca aumentar a independncia da CVM frente a

    Administrao Central. Para tanto, a CVM no depende para o seu custeio

    apenas do Oramento Federal (que depende do Congresso e da

    Presidncia da Repblica), mas tambm tem outras fontes de renda

    prprias:

    dotaes das reservas monetrias que lhe forem atribudas pelo

    Conselho Monetrio Nacional (no caso, parte da arrecadao do

    IOF);

    receitas provenientes da prestao de servios pela Comisso,

    observada a tabela aprovada pelo Conselho Monetrio Nacional;

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    renda de bens patrimoniais e receitas eventuais;

    receitas de taxas decorrentes do exerccio de seu poder de polcia,

    nos termos da lei.

    A CVM uma entidade autrquica em regime especial,

    vinculada ao Ministrio da Fazenda, com personalidade jurdica e

    patrimnio prprios: o importante, para fins de concurso, saber que a

    CVM pertence administrao indireta (que exerce a funo do governo,

    mas de forma descentralizada, com personalidade jurdica prpria) e que

    ela est vinculada ao Ministrio da Fazenda ( fiscalizada e coordena seus

    trabalhos com o MF), mas no subordinada a ele (como sabemos, o

    Ministro da Fazenda no pode, por exemplo, exonerar qualquer dos

    diretores da CVM).

    6.2 Forma de Atuao da CVM Assim como o BACEN o xerife nos mercados de crdito e cmbio,

    a CVM a fiscalizadora do mercado de capitais. Ainda, a CVM regula tudo

    aquilo que as leis e/ou o CMN requer que ela regule. Vamos ver, portanto,

    quais so as principais competncias da CVM e de que forma ela fiscaliza

    e pune aqueles que no cumprem as regras estabelecidas.

    Compete CVM, em linhas gerais:

    regulamentar, com observncia da poltica definida pelo Conselho

    Monetrio Nacional, as matrias expressamente previstas em lei;

    administrar os registros institudos lei (tais como registro de oferta

    pblica de aes, que estudaremos mais para o final do curso);

    fiscalizar permanentemente as atividades e os servios do mercado

    de valores mobilirios, bem como a veiculao de informaes relativas

    ao mercado, s pessoas que dele participem, e aos valores nele

    negociados;

    propor ao CMN a eventual fixao de limites mximos de preo,

    comisses, emolumentos e quaisquer outras vantagens cobradas pelos

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    intermedirios do mercado (limitar, por exemplo, o preo cobrado por

    uma corretora para cada compra de ao que o seu cliente realizar);

    fiscalizar e inspecionar as companhias abertas (companhias abertas

    so aquelas que tm ao negociada em Bolsa).

    Como fiscalizadora do mercado de capitais, a CVM pode fazer o

    seguinte:

    examinar e extrair cpias de registros contbeis, livros ou

    documentos, inclusive programas eletrnicos e arquivos magnticos,

    pticos ou de qualquer outra natureza, bem como papis de trabalho de

    auditores independentes, devendo tais documentos ser mantidos em

    perfeita ordem e estado de conservao pelo prazo mnimo de cinco anos

    por parte dos operadores do mercado de capitais e prestadores de

    servios do setor;

    intimar os operadores do mercado de capitais e prestadores de

    servios do setor a prestar informaes ou esclarecimentos (se no

    responderem intimao, a CVM pode aplicar multa);

    requisitar informaes de qualquer rgo pblico, autarquia ou

    empresa pblica;

    determinar s companhias abertas que republiquem, com correes

    ou aditamentos (=acrscimos), demonstraes financeiras, relatrios ou

    informaes divulgadas;

    apurar, mediante processo administrativo, atos ilegais e prticas

    no eqitativas (=injustas) de administradores, membros do conselho

    fiscal e acionistas de companhias abertas, dos intermedirios e dos

    demais participantes do mercado.

    Com o fim de prevenir ou corrigir situaes anormais do mercado, a

    CVM poder:

    suspender a negociao de determinado valor mobilirio ou decretar

    o recesso de bolsa de valores;

    suspender ou cancelar os registros de que trata a Lei 6.385/76

    (como o de Analista de Valores Mobilirios, por exemplo);

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    divulgar informaes ou recomendaes com o fim de esclarecer ou

    orientar os participantes do mercado;

    proibir aos participantes do mercado, sob possvel aplicao de

    multa, a prtica de atos que especificar prejudiciais ao seu funcionamento

    regular.

    A CVM poder impor queles que desrespeitarem as leis e demais

    normas de sua competncia as seguintes penalidades:

    advertncia (sem efeitos objetivos, mas uma bronca pblica);

    multa (de no mximo R$500 mil, 50% do valor da operao

    irregular ou 3 vezes o valor da vantagem econmica obtida com o ilcito);

    suspenso do exerccio do cargo de administrador ou de conselheiro

    fiscal de companhia aberta, de entidade do sistema de distribuio ou de

    outras entidades que dependam de autorizao ou registro na CVM;

    inabilitao temporria, at o mximo de vinte anos, para o

    exerccio dos cargos mencionados acima;

    suspenso da autorizao ou registro para o exerccio das

    atividades fiscalizadas pela CVM;

    cassao de autorizao ou registro, para o exerccio das atividades

    fiscalizadas pela CVM;

    proibio temporria, at o mximo de vinte anos, de praticar

    determinadas atividades ou operaes, para os integrantes do sistema de

    distribuio ou de outras entidades que dependam de autorizao ou

    registro na CVM;

    proibio temporria, at o mximo de dez anos, de atuar, direta ou

    indiretamente, em uma ou mais modalidades de operao no mercado de

    valores mobilirios.

    As penalidades citadas acima so aplicadas aps concluso de

    processo administrativo que investigue o suposto desrespeito a norma

    vigente. No obstante, a CVM poder, a seu exclusivo critrio e se o

    interesse pblico permitir, suspender, em qualquer fase, o

    procedimento administrativo instaurado para a apurao de

    infraes da legislao do mercado de valores mobilirios, se o

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    investigado ou acusado assinar termo de compromisso. O termo de

    compromisso tem as seguintes caractersticas:

    O investigado, assinando o termo, se compromete a cessar a

    prtica de atividades ou atos considerados ilcitos pela CVM e a corrigir as

    irregularidades apontadas, inclusive indenizando os prejuzos;

    Assinando o termo, o investigado no confessa que cometeu algum

    ilcito.

    Chegamos ao fim do nosso estudo da CVM!!! Agora, aos

    exerccios!

    Marque a opo correta:

    (CESPE; CEF 2010)

    A Lei n. 6.385/1976 criou a Comisso de Valores Mobilirios (CVM),

    entidade autrquica em regime especial, vinculada ao Ministrio da

    Fazenda, com personalidade jurdica e patrimnio prprios, dotada de

    autoridade administrativa independente, ausncia de subordinao

    hierrquica, mandato fixo vedada a reconduo , estabilidade de seus

    dirigentes, alm de autonomia financeira e oramentria. Com relao

    aos membros do colegiado da CVM, assinale a opo que apresenta,

    respectivamente, o tempo de durao do mandato de cada um e a

    proporo de membros que deve ser renovada anualmente.

    A dois anos metade

    B trs anos um tero

    C quatro anos um quarto

    D cinco anos um quinto

    E seis anos um sexto

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    Soluo: Enrolaram na questo, mas a resposta simples! O mandato

    dos membros do colegiado dura 5 anos e todo ano um membro

    deve ser renovado, ou seja, a proporo de um quinto do colegiado

    mudando a cada ano. Letra D.

    Marque a opo correta:

    (CESPE; CEF 2010)

    No exerccio das suas funes, a CVM poder impor penalidades

    aos infratores da Lei do Mercado de Valores Mobilirios, da Lei

    das Sociedades por Aes, das suas resolues, bem como de outras

    normas legais cujo cumprimento lhe incumba fiscalizar. No

    exerccio dessa atividade fiscalizadora, a CVM poder, entre outras,

    aplicar a penalidade de

    A censura pblica.

    B inqurito policial.

    C expulso.

    D alerta administrativo.

    E advertncia.

    Soluo: A resposta correta a letra E (Advertncia). Na dvida, porm,

    voc poderia chegar resposta por excluso: censura pblica (no existe:

    o mais prximo disso a advertncia); inqurito policial ( a investigao

    de um crime na fase que antecede a instaurao de um processo penal

    mas a CVM s tem processos administrativos!); expulso (a CVM s

    pode suspender ou inabilitar por at 20 anos algum do cargo de

    administrador ou conselheiro fiscal de entidade que dependa do registro

    da CVM, no expulsar propriamente); alerta administrativo (isso no

    existe no mbito da CVM; o mais perto disso seria a prpria advertncia).

    (CESPE; CEF 2010)

    Examinar e extrair cpias de registros contbeis, livros ou documentos,

    inclusive programas eletrnicos e arquivos magnticos, pticos ou de

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    qualquer outra natureza, bem como papis de trabalho de auditores

    independentes dos fundos e sociedades de investimento, carteiras e

    depsitos de valores mobilirios, consultores e analistas de valores

    mobilirios, companhias abertas e demais emissoras de valores

    mobilirios, pessoas naturais e jurdicas que integram o sistema de

    distribuio de valores mobilirios so funes

    A do Banco Central do Brasil (BACEN).

    B da Comisso de Valores Mobilirios (CVM).

    C do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

    D da Superintendncia de Seguros Privados (SUSEP).

    E da Secretaria de Previdncia Complementar (SPC).

    Soluo: Letra B. J estudamos esta funo na aula de hoje, mas, s por

    ler diversas referncias ao tema valores mobilirios na questo, j dava

    para saber que se tratava de funo da CVM, no?

    Sobre a CVM, marque Certo ou Errado:

    (CESPE; BB 2009)

    A CVM o rgo do SFN que se responsabiliza pela fiscalizao das

    operaes de cmbio e dos consrcios.

    Soluo: Errada. J sabemos que o mercado de cmbio fiscalizado

    pelo BACEN, no pela CVM. Ademais, aprenderemos na prxima aula

    que as administradoras de consrcio so fiscalizadas pelo BACEN.

    (CESPE; BB 2009)

    A CVM tem como um de seus objetivos assegurar o acesso do pblico s

    informaes acerca dos valores mobilirios negociados, assim como s

    companhias que os tenham emitido.

    Soluo: Certo. Como j vimos, uma das competncias da CVM a de

    fiscalizar permanentemente as atividades e os servios do mercado de

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    valores mobilirios, bem como a veiculao de informaes relativas

    ao mercado, s pessoas que dele participem, e aos valores nele

    negociados.

    (CESPE; BB 2009)

    A CVM exerce a funo de assegurar a observncia de prticas comerciais

    equitativas no mercado de valores mobilirios e a de estimular a

    formao de poupana e sua aplicao em valores mobilirios.

    Soluo: Certo. De forma ampla, est certssimo. Este o fim ltimo de

    todas as atividades da CVM.

    7 Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional Contra as penalidades administrativas aplicadas pelo BACEN, pela

    CVM e pela Secretaria de Comrcio Exterior, as partes atingidas podem

    recorrer, em segunda e ltima instncia, no Conselho de Recursos do

    Sistema Financeiro Nacional. Ainda, contra os arquivamentos de processo

    administrativo, tambm pode haver recurso no CRSFN.

    O CRSFN composto por oito conselheiros designados pelo Ministro

    da Fazenda, com mandatos de dois anos e possibilidade de reconduo

    por uma nica vez. O Ministro da Fazenda designa cada Conselheiro com

    base em uma lista trplice enviada por alguns rgos pblicos e

    associaes do mercado financeiro: dois representantes do Ministrio

    da Fazenda; um do Banco Central; um da CVM; quatro de

    associaes do Mercado Financeiro tais como ANBIMA, FEBRABAN.

    Fazem ainda parte do Conselho de Recursos trs Procuradores da Fazenda

    Nacional, designados pelo Procurador-Geral da Fazenda Nacional, com

    atribuio de zelar pela fiel observncia da legislao aplicvel, e um

    Secretrio-Executivo, nomeado pelo Ministro da Fazenda, responsvel

    pela execuo e coordenao dos trabalhos administrativos. Para tanto, o

    Banco Central do Brasil e, subsidiariamente, a CVM proporcionam o

    respectivo apoio tcnico e administrativo. Um dos representantes do

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    Ministrio da Fazenda o presidente do Conselho e o vice- presidente o

    representante designado pelo Ministrio da Fazenda dentre os quatro

    representantes das entidades de classe que integram o Conselho.

    Agora, para finalizar esta aula, algumas questes sobre o CRSFN:

    (CESPE; BB 2009)

    O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) um

    rgo colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura do Ministrio

    da Fazenda. Com relao ao CRSFN, julgue os itens a seguir.

    * atribuio do CRSFN julgar, em segunda e ltima instncia

    administrativa, os recursos interpostos das decises relativas s

    penalidades administrativas aplicadas pelo BACEN quanto a matrias

    relativas aplicao de penalidades por infrao legislao de

    consrcios.

    Soluo: Certo! Como j vimos, o BACEN fiscaliza os consrcios e, contra

    as suas penalidades administrativas, h possibilidade de recurso no

    CRSFN.

    * atribuio do CRSFN adaptar o volume dos meios de pagamento s

    reais necessidades da economia, bem como regular os valores interno e

    externo da moeda e o equilbrio do balano de pagamentos.

    Soluo: Mais mole que essa impossvel! Erradssima! So funes do

    CMN adaptar o volume dos meios de pagamento s reais necessidades da

    economia, bem como regular os valores interno e externo da moeda e o

    equilbrio do balano de pagamentos!

    8 - Lista de Questes Apresentadas Marque certo ou errado:

    (CESPE; BB 2009)

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    1- O SFN atua na intermediao financeira, ou seja, no processo pelo qual

    os agentes que esto superavitrios, com sobra de dinheiro, transferem

    esses recursos para aqueles que estejam deficitrios, com falta de

    dinheiro.

    (CESPE; CEF 2010) 2 - A Lei n 4.595/1964, alterada pela Lei n 6.045/1974, dispe sobre as competncias do CMN. De acordo com essa lei, compete ao CMN A determinar as caractersticas gerais, exclusivamente, das cdulas e dos tributos. B coordenar sua prpria poltica com a de investimentos dos governos federal, estadual e municipal. C autorizar as emisses de papel-moeda. D disciplinar o crdito em determinadas modalidades. E fixar diretrizes e normas da poltica internacional.

    Marque Certo ou Errado: (CESPE; BB 2009)

    3 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social uma das

    principais entidades supervisoras do SFN.

    (CESPE; BB 2009)

    4 - A rea normativa do SFN tem como rgo mximo o Banco Central do

    Brasil (BACEN).

    (CESPE; BB 2009)

    5 - As funes do CMN incluem: adaptar o volume dos meios de

    pagamento s reais necessidades da economia e regular o valor interno e

    externo da moeda e o equilbrio do balano de pagamentos.

    (CESPE; BB 2009)

    6 - O CMN o rgo formulador da poltica da moeda e do crdito,

    devendo atuar at mesmo no sentido de promover o aperfeioamento das

    instituies e dos instrumentos financeiros, com vistas maior eficincia

    do sistema de pagamentos e de mobilizao de recursos.

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    (Questo do Professor) 7 - O Conselho Monetrio Nacional (CMN) composto pelo Presidente da

    Repblica, pelo Ministro da Fazenda e pelo Presidente do Banco Central.

    (Questo do Professor) 8 - As reunies ordinrias do Conselho Monetrio Nacional (CMN) ocorrem

    semestralmente e as extraordinrias sempre que convocadas por seu

    presidente.

    (Questo do Professor) 9 - As deliberaes do Conselho Monetrio Nacional (CMN) so por

    maioria de votos, tendo o seu presidente direito a voto de qualidade e a

    prerrogativa de decidir ad referendum em questes de relevante interesse

    e emergenciais.

    (CESPE; CEF 2010)

    10 - Ao exercer as suas atribuies, o BACEN cumpre funes de

    competncia privativa. A respeito dessas funes, julgue os itens

    subsequentes.

    I Ao realizar as operaes de redesconto s instituies financeiras, o

    BACEN cumpre a funo de banco dos bancos.

    II Ao emitir meio circulante, o BACEN cumpre a funo de banco emissor.

    III Ao ser o depositrio das reservas oficiais e ouro, o BACEN cumpre a

    funo de banqueiro do governo.

    IV Ao autorizar o funcionamento, estabelecendo a dinmica operacional,

    de todas as instituies financeiras, o BACEN cumpre a funo de gestor

    do Sistema Financeiro Nacional.

    V Ao determinar, por meio do Comit de Poltica Monetria (COPOM), a

    taxa de juros de referncia para as operaes de um dia (taxa SELIC), o

    BACEN cumpre a funo de executor da poltica fiscal.

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    Esto certos apenas os itens

    A I, II, III e IV.

    B I, II, III e V.

    C I, II, IV e V.

    D I, III, IV e V.

    E II, III, IV e V.

    (CESPE; CEF 2010)

    11 - As atividades de competncia privativa do BACEN incluem

    I efetuar, como instrumento de poltica monetria, operaes de compra e

    venda de ttulos pblicos federais.

    II coordenar as polticas monetria, creditcia, oramentria, fiscal e da

    dvida pblica, interna e externa.

    III exercer a fiscalizao das instituies financeiras e aplicar as

    penalidades previstas.

    IV executar os servios do meio circulante.

    V receber os recolhimentos compulsrios dos bancos comerciais e os

    depsitos voluntrios das instituies financeiras que operam no pas.

    Esto certos apenas os itens

    A I e IV.

    B II e V.

    C I, II e III.

    D I, III, IV e V.

    E II, III, IV e V.

    Marque certo ou errado:

    (CESPE; BB 2009)

    12 - O SFN tem como rgo executivo central o BACEN, que estabelece

    normas a serem observadas pelo CMN.

    (CESPE; BB 2009)

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    13 - O BACEN tem competncia para regulamentar, autorizar o

    funcionamento e supervisionar os sistemas de compensao e de

    liquidao, atividades que, no caso de sistemas de liquidao de

    operaes com valores mobilirios, exceto ttulos pblicos e ttulos

    privados emitidos por bancos, so compartilhadas com a Comisso de

    Valores Mobilirios (CVM).

    (CESPE; BB 2009)

    14 - Realizar operaes de redesconto e emprstimo s instituies

    financeiras e regular a execuo dos servios de compensao de cheques

    e outros papis so as atribuies do BACEN.

    (CESPE; BB 2009)

    15 - Alm de autorizar o funcionamento e exercer a fiscalizao das

    instituies financeiras, emitir moeda e executar os servios do meio

    circulante, compete tambm ao BACEN traar as polticas econmicas,

    das quais o CMN o principal rgo executor.

    (CESPE; BB 2009)

    16 - As atribuies do BACEN incluem: estabelecer as condies para o

    exerccio de quaisquer cargos de direo nas instituies financeiras,

    vigiar a interferncia de outras empresas nos mercados financeiros e de

    capitais e controlar o fluxo de capitais estrangeiros no pas.

    (CESPE; CEF 2010)

    17 - A Lei n. 6.385/1976 criou a Comisso de Valores Mobilirios (CVM),

    entidade autrquica em regime especial, vinculada ao Ministrio da

    Fazenda, com personalidade jurdica e patrimnio prprios, dotada de

    autoridade administrativa independente, ausncia de subordinao

    hierrquica, mandato fixo vedada a reconduo , estabilidade de seus

    dirigentes, alm de autonomia financeira e oramentria. Com relao

    aos membros do colegiado da CVM, assinale a opo que apresenta,

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    respectivamente, o tempo de durao do mandato de cada um e a

    proporo de membros que deve ser renovada anualmente.

    A dois anos metade

    B trs anos um tero

    C quatro anos um quarto

    D cinco anos um quinto

    E seis anos um sexto

    Marque a opo correta:

    (CESPE; CEF 2010)

    18 - No exerccio das suas funes, a CVM poder impor penalidades aos

    infratores da Lei do Mercado de Valores Mobilirios, da Lei das Sociedades

    por Aes, das suas resolues, bem como de outras normas legais cujo

    cumprimento lhe incumba fiscalizar. No exerccio dessa atividade

    fiscalizadora, a CVM poder, entre outras, aplicar a penalidade de

    A censura pblica.

    B inqurito policial.

    C expulso.

    D alerta administrativo.

    E advertncia.

    (CESPE; CEF 2010)

    19 - Examinar e extrair cpias de registros contbeis, livros ou

    documentos, inclusive programas eletrnicos e arquivos magnticos,

    pticos ou de qualquer outra natureza, bem como papis de trabalho de

    auditores independentes dos fundos e sociedades de investimento,

    carteiras e depsitos de valores mobilirios, consultores e analistas de

    valores mobilirios, companhias abertas e demais emissoras de valores

    mobilirios, pessoas naturais e jurdicas que integram o sistema de

    distribuio de valores mobilirios so funes

    A do Banco Central do Brasil (BACEN).

    B da Comisso de Valores Mobilirios (CVM).

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    C do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

    D da Superintendncia de Seguros Privados (SUSEP).

    E da Secretaria de Previdncia Complementar (SPC).

    Sobre a CVM, marque Certo ou Errado:

    (CESPE; BB 2009)

    20 - A CVM o rgo do SFN que se responsabiliza pela fiscalizao das

    operaes de cmbio e dos consrcios.

    (CESPE; BB 2009)

    21 - A CVM tem como um de seus objetivos assegurar o acesso do pblico

    s informaes acerca dos valores mobilirios negociados, assim como s

    companhias que os tenham emitido.

    (CESPE; BB 2009)

    22 - A CVM exerce a funo de assegurar a observncia de prticas

    comerciais equitativas no mercado de valores mobilirios e a de estimular

    a formao de poupana e sua aplicao em valores mobilirios.

    (CESPE; BB 2009)

    O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) um

    rgo colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura do Ministrio

    da Fazenda. Com relao ao CRSFN, julgue os itens a seguir.

    23 - atribuio do CRSFN julgar, em segunda e ltima instncia

    administrativa, os recursos interpostos das decises relativas s

    penalidades administrativas aplicadas pelo BACEN quanto a matrias

    relativas aplicao de penalidades por infrao legislao de

    consrcios.

    24 - atribuio do CRSFN adaptar o volume dos meios de pagamento s

    reais necessidades da economia, bem como regular os valores interno e

    externo da moeda e o equilbrio do balano de pagamentos.

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    Questo Gabarito 1 Certo 2 C 3 Errado 4 Errado 5 Certo 6 Certo 7 Errado 8 Errado 9 Certo 10 A 11 D 12 Errado 13 Certo 14 Certo 15 Errado 16 Certo 17 D 18 E 19 B 20 Errado 21 Certo 22 Certo 23 Certo 24 Errado

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    AULA 01: SFN Parte 2

    SUMRIO PGINA 1. Apresentao da Aula de Hoje 1-2 2. Classificao Geral dos Operadores 3-5 3. Bancos Comerciais 5-7 4. Cooperativas de Crdito 7-10 5. Caixas Econmicas 10-13 6. Bancos de Investimento 13-16 7. Bancos de Desenvolvimento 17-20 8. Sociedades de Crdito, Financiamento e Investimento 21-22 9. Sociedades de Crdito Imobilirio 22-23 10. Associaes de Poupana e Emprstimo 23-24 11. Sociedades de Arrendamento Mercantil 24-27 12. Sociedades Corretoras de Ttulos e Valores Mobilirios 27-30 13. Sociedades Distribuidoras de Ttulos e Valores Mobilirios

    30

    14. Bolsas de Valores 31-34 15. Bolsas de Mercadorias e Futuros 35 16. SELIC 35-37 17. CETIP 37-38 18. Sistema de Seguros Privados: sociedades de capitalizao

    38-39

    19. Previdncia Complementar: entidades abertas e entidades fechadas de previdncia privada

    39-42

    20. Lista de Questes Apresentadas 42-49 21. Gabarito das Questes Apresentadas 49

    1 Apresentao da Aula de Hoje

    Caro Aluno,

    Seja bem-vindo nossa segunda aula!

    Se voc chegou at aqui, porque est decidido a passar no

    prximo concurso de Tcnico Bancrio da Caixa. DECISO, em concursos,

    o fundamental! Agora, vamos ao conhecimento.

    O programa da aula de hoje razoavelmente extenso. Como voc

    j entendeu bem como funciona o Sistema Financeiro Nacional como um

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    todo, porm, o aprendizado deve ser fcil. Este o programa da aula de

    hoje (SFN Parte 2): classificao geral dos operadores; bancos

    comerciais; caixas econmicas; cooperativas de crdito; bancos

    comerciais cooperativos; bancos de investimento; bancos de

    desenvolvimento; sociedades de crdito, financiamento e investimento;

    sociedades de arrendamento mercantil; sociedades corretoras de ttulos e

    valores mobilirios; sociedades distribuidoras de ttulos e valores

    mobilirios; bolsas de valores; bolsas de mercadorias e de futuros;

    Sistema Especial de Liquidao e Custdia (SELIC); Central de Liquidao

    Financeira e de Custdia de Ttulos (CETIP); sociedades de crdito

    imobilirio; associaes de poupana e emprstimo; Sistema de Seguros

    Privados: sociedades de capitalizao; Previdncia Complementar:

    entidades abertas e entidades fechadas de previdncia privada.

    Estudaremos cada um desses tpicos separadamente e, sempre que

    possvel, interromperemos a aula com exe