28
IMPRESSO. PODE SER ABERTO PELA ECT ANO 27 EDIÇÃO 161 ISSN 0102-9401 Trigésima edição do CBMGA e da EXPOMAN teve a inovação como norte e trilhou um caminho de otimismo para o mercado brasileiro de manutenção. CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E OTIMISMO LANÇAMENTO Abraman lança nova certificação para avaliadores de Sistemas de Gestão de Ativos PARCERIA Abraman e EG Global levam PNQC e cursos à distância a outros países latinos

CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

IMPRESSO. PODE SER ABERTO PELA ECT

AN

O 2

7E

DIÇ

ÃO 1

55

ISS N 0102- 94 01

IMPRESSO. PODE SER ABERTO PELA ECT

AN

O 2

7E

DIÇ

ÃO 1

61

ISS N 0102- 94 01

Trigésima edição do CBMGA e da EXPOMAN teve a inovação como norte e trilhou um caminho de otimismo

para o mercado brasileiro de manutenção.

CBMGA E EXPOMANPALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E OTIMISMO

LANÇAMENTOAbraman lança nova certificação para avaliadores de Sistemas de Gestão de Ativos

PARCERIA Abraman e EG Global levam PNQC e cursos à distância a outros países latinos

Page 2: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,
Page 3: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

3

PALAVRA DO PRESIDENTE

REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

ROGÉRIO ARCURI FILHO,Presidente do Conselho de Administração da Abraman

Estamos no último trimestre de um ano absolu-tamente conturbado do ponto de vista político e, principalmente, econômico. É certo que a

problemática avassaladora dos números congelou os investimentos e está exigindo maior empenho de todos os profissionais, em todos os níveis, mas, por outro lado, passamos também por um período de aprendizado, do qual podemos extrair grandes e proveitosas lições.

A primeira delas é que o ideal não é cortar custos indiscriminadamente, mas racionalizar recursos, mo-delo que a própria ABRAMAN adotou para a realiza-ção do 30o Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos, em agosto. Não se tratou do nos-so maior Congresso, mas sim da grata constatação de que podemos superar qualquer obstáculo, seja do tamanho que for. Reunimos palestrantes consagra-dos, professores universitários, importantes gestores e tomadores de decisão, especialistas renomados e, além disso, contamos com um grande e expressivo número de apresentações de Trabalhos Técnicos.

Conforta-nos saber que os profissionais de Ma-nutenção e Gestão de Ativos não estão afogados nas lágrimas jorradas pela escassez econômica. Assumimos o controle da situação justamente em um momento no qual as indústrias brasileiras, em todos os setores, demandam maior confiabilidade do parque de máquinas instaladas, sem poder in-vestir em novos equipamentos e tendo que garan-tir baixos custos de produção, com menos horas de

máquinas paradas para a correção de problemas.Durante o Congresso, também foi destacado um

tema interessante: o compliance e a responsabilida-de dos gestores de Manutenção e de Ativos. Neste momento em que se evidenciam a ética e a capa-cidade de administrar recursos de terceiros, os con-gressistas foram convocados a cuidar melhor não apenas do suporte e da manutenção dos maquiná-rios, mas das especificações e compras necessárias a estas atividades.

Outro fato que chamou a atenção: o número de casos brasileiros de sucesso apresentados no dia de-dicado à Gestão de Ativos, o primeiro do programa técnico do evento. A pluralidade e a maturidade dos projetos mostram que o País já tem muito a ensinar nesta área.

O próximo Congresso e Exposição de Manutenção e Gestão de Ativos ocorrerá em Curitiba, no Paraná, em outubro de 2016, e esperamos que aconteça em momento mais otimista da economia brasileira. Estou certo de que na ocasião poderemos reunir e apresentar grandes projetos desenvolvidos justa-mente para superar a atual crise e que serão ensina-mentos para a vida toda.

Nas próximas páginas, encontra-se a cobertura completa do 30o Congresso de Manutenção e Gestão de Ativos e da XXX Exposição de Produ-tos, Serviços e Equipamentos para Manutenção e Gestão de Ativos (Expoman 2015).

Boa leitura!

DIVISOR DE ÁGUAS

Page 4: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

NOTAS

4 REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

ÍNDICE / EXPEDIENTE

é uma publicação bimestral da Abraman Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de AtivosAv. Marechal Câmara 160, grupo 320, Edifício Orly - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20 020-080Tel: (21) 3231-7000 / Fax: (21) 3231-7002 / www.abraman.org.brCríticas, dúvidas e sugestões: [email protected]

MEMBRO FUNDADORDO GLOBAL FORUM

ANO 28 - EDIÇÃO 161

CONSELHO EDITORIAL: Alexandre Fróes (NSK); Antonio Carlos Vaz Morais (PETROBRAS); Arlete Paes (SKF); Bruno Ferreira (ACTEMIUM); Carlos Alberto Barros Gutiérrez (NM ENGENHARIA); Fabiana Gimenez (SKANSKA); Fabio Gomes (ABRAMAN); Joazir Nunes Fonseca (ELETROBRÁS - UNISE); Renata Gonçalves Ramos (COMAU); Wagner Gorza (ARCELORMITTAL); PRODUÇÃO: Comunicação Interativa Editora - Tel: (11) 3032.0262 - JORNALISTA RESPONSÁVEL: Jackeline Carvalho (MTB 12456); EDIÇÃO E REPORTAGEM: Rodrigo Conceição Santos, Nelson Valencio; COLABORADORES: Débora Lopes, Letícia Milaré, João Rubens e Luiz Vinagre (Fotos); PUBLISHER: Jackeline Carvalho; DESIGN GRÁFICO: Ricardo Alves de Souza (Diretor) e Josy Angélica (Assistente).

REVISTA

J á imaginou poder produzir a própria energia elétrica e depender das concessionárias apenas para conten-

ção em momentos de emergência? É isso que o Jo Arne Lindstad, vice-presidente de indústria e sociedade para América Latina da Ericsson, aponta para o futuro. Em congresso realizado em 24/9, durante o 13o Latin Ameri-can Utility Week, o executivo disse que os distribuidores devem se atualizar para não perderem negócios, aumen-tando a capacidade de comunicação e segurança.

Segundo Lindstad, as casas conectadas trarão o con-ceito de microgrid, onde o consumidor utilizará soluções para produzir a própria energia, deixando a rede conven-cional como contenção. “A microgrid traz diversos benefí-cios, como o custo e maior confiabilidade, provando que o usuário se tornou consciente”, diz. Para tanto, ele cita o uso de energias renováveis, como a solar, como soluções que tornaram isso possível.

Para o executivo, as casas conectadas trarão novos players para o mercado, como grandes empresas de TI, por isso a necessidade das distribuidoras em aproveitar as oportunidades que se abrirão. “Mas novas tecnologias também trarão benefícios de medição, visualização, au-tomação e segurança para elas”, explica.

DISTRIBUIDORES DE ENERGIA EM ALERTA: CONSUMIDOR PODERÁ VIRAR PRODUTOR

Notas 4 Certificação - WPiAM 5 Caso de Sucesso - Eletronuclear 6 Caso de Sucesso - AES Tietê 8

Especial CBMGA - Depoimentos 10 Especial CBMGA - Capa 14

Especial CBMGA - Novos Talentos 20 Parceria - EG Global 21 Carreira - Manserv 22 Carreira - Gorceix 24 Espaço do Associado 25

Page 5: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

5REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

CERTIFICAÇÃO

CERTIFICAÇÃO DE CLASSE MUNDIAL

A Abraman firmou parceria com quatro associações mundiais que atuam na área de gestão

de ativos: SMRP (Society for Mainte-nance & Reliability Professionals), dos EUA; AM Council (Asset Management Council), da Austrália; PEMAC (Plant Engineering and Maintenance Associa-tion of Canada), do Canada; e IFRAMI (Institut Français d’Asset Management et d’Infrastructure), da França. Essa parceria resultou na criação de uma joint-venture internacional chamada World Partners in Asset Management (WPiAM).

Com base na estrutura de conheci-mentos definida pelo Global Forum on

Maintenance and Asset Managemnet (GFMAN) e em conformidade com a sé-rie de Normas ISO 55.000 e ISO 17.021-5, a WPiAM desenvolveu a certificação para Avaliadores de Sistemas de Gestão de Ativos ou, no inglês, CAMA (Certifi-led Asset Management Assessor).

A primeira edição brasileira do exa-me CAMA foi realizada oficialmente no dia 07 de agosto, em Campinas (SP), no final da programação do 30o Congresso Brasileiro de Manuten-ção e Gestão de Ativos (CBMGA) e da Expoman 2015.

De acordo com a metodologia es-tabelecida, o exame foi composto por 110 questões objetivas e aplicado

Comprometida com o desenvolvimento Profissional, Abraman lança nova certificação para avaliadores de Sistemas de Gestão de Ativos no Brasil

por duas horas de duração em inglês ou português, de maneira on-line. O candidato é certificado quando ob-tém o mínimo de 70% de acertos e a certificação tem validade de três anos, podendo ser renovada por meio de atendimento a requisitos específicos.

Até o momento, 13 brasileiros re-ceberam o CAMA, que é válido na Austrália, Brasil, Canadá, França e Esta-dos Unidos. A certificação também é reconhecida em outros países, incluin-do a África do Sul e o Reino Unido. l

Mais informações sobre o programa podem ser obtidas nos sites http://www.wpiam.com ou www.abraman.org.br

Examinador, auxiliar e candidatos

que participaram do lançamento

do exame CAMA no Brasil

Page 6: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

6

CASE DE SUCESSO

REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

Alguns setores da Eletrobras Eletronuclear – empresa que administra as usinas nucle-

ares de Angra I e II, em Angra dos Reis (RJ) – perderam até 40% do seu efetivo de funcionários experientes e qualificados por motivos de apo-sentadoria ou demissão incentivada. Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano, Assessor Técnico da Diretoria de Operação e Comercialização da companhia. Se-gundo ele, “há inscrição de candida-

TREINAMENTO É A BOLA DA VEZ NA ELETRONUCLEAR

Empresa que chegou a perder 40% do quadro de funcionários especializados em determinados departamentos, cria programa de preparação contínua para

substitutos em cargos técnicos como o de manutenção e gestão de ativos

gestão de treinamento deve ser pe-rene, porque sempre terá renovação de pessoal”, salienta. Ele espera que o programa esteja completamente implementado na empresa até 2016.

A principal característica do pro-grama é o repasse de conhecimen-to, algo que pode ocorrer de três formas: a forma implícita, fácil de entender, mas difícil de transmitir, é a primeira delas. Depois vêm o conhecimento tácito, onde o fun-cionário adquire cancha a partir da experiência com os equipamen-tos e, em seguida, vem o conhe-cimento explícito, passível de ser transmitido com treinamentos. “O grande dilema é o conhecimento implícito”, afirma. Nesses casos, a solução é colocar o novo colabo-rador junto a um supervisor, para que haja um acompanhamento e a transmissão do conhecimento num processo um tanto demorado. “Por exemplo, pode levar seis anos para se tornar um líder da sala de controle nuclear, pois é necessário ter três anos de empresa e mais três anos de treinamento, além de realizar uma prova no órgão regu-lador”, explica. “Por isso existe a necessidade de um programa con-tinuado de preparação de substitu-tos”, finaliza Napolitano. l

tos qualificados para suprir as vagas, mas a dificuldade é encontrar gente experiente que saiba lidar com os equipamentos da empresa”, explica.

Para o executivo, o treinamento é a solução para lidar com esse proble-ma e não por menos a Eletronuclear criou o Programa de Preparação de Substitutos, composto por diversas etapas como mapeamento de com-petências a partir de questionários, planejamento de treinamentos e capacitação de novos gerentes. O objetivo é trazer essa experiência aos funcionários. “Esse modelo de

USINA NUCLEAR Angra III

DIV

ULG

ÃO

/ EL

ETRO

NU

CLE

AR

Page 7: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,
Page 8: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

8

CASE DE SUCESSO

REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

R espondendo por 12% da ge-ração de energia distribuída no país, o grupo AES Brasil

atende 23 milhões de consumidores espalhados em 8 milhões de resi-dências e apresenta esses números para contextualizar que tecnologia e gestão de ativos são assuntos de primeira ordem na liderança da em-presa. Dois casos recentes ilustram a máxima: a redução de paradas for-

GESTÃO E ALTA TECNOLOGIA PAUTAM AÇÕES PRODUTIVAS

DA AES TIETÊEmpresa buscou a PAS 55 para gerir equipamentos e reduziu em 88%

as quedas não programadas de energia. Adoção de drone é outra inovação dessa subsidiária da AES Brasil e permite a fiscalização mais eficiente

dos mananciais administrados pelo Grupo

ço da geração e comercialização de energia do grupo AES Brasil. O resultado foi demonstrado pelo Di-retor do Grupo AES Brasil, Britaldo Soares, em palestra durante o 30o Congresso Brasileiro de Manuten-ção de Gestão de Ativos (CBMGA).

De acordo com ele, o primeiro ponto de atenção na gestão dos ativos é conferir a eficiência dos equipamentos e avaliar se eles es-

çadas após adoção de certificação internacional para gestão de ativos e a adoção de drones – sim, aqueles aviõezinhos não tripulados – para mapear os níveis dos reservatórios de água que atendem a produção hidrelétrica de energia distribuída pela AES.

No primeiro caso, o número de quedas forçadas de energia foi re-duzido em 88% na AES Tietê, bra-

DIV

ULG

ÃO

/ A

ES T

IETÊ

Page 9: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

tão remunerando o investimento. Foi por isso que a AES Tietê bus-cou a certificação PAS 55, focando em padrões e técnicas que eleva-ram o desempenho dos ativos e permitiram o alcance do resultado apresentado acima. “Como é uma situação diferente e complexa, com equipamentos mais espalhados, optamos por trazer um selo exter-no para avaliar a nossa metodolo-gia de gestão, envolvendo cerca de três mil pessoas nesse processo”, explica Soares. O executivo destaca ainda que a AES Tietê e a AES Eletropaulo já obtiveram a certificação da ISO 55001, enquanto a AES Sul já foi auditada e aguar-da a confirmação da certificação.

CUIDANDO DA FONTEPara assegurar a preservação das bordas dos reservató-rios de água de onde a AES Tietê retira a energia elétrica que distribui, um drone, ou veículo aéreo não tripulado (Vant), sobrevoa as áreas da empresa em busca de pos-síveis mudanças de relevo, ocupações e desmatamen-tos. A companhia investiu R$ 200 mil no dispositivo.

Guiado por GPS e satélite, e voando a 500 metros de altura, o veículo registra imagens em alta resolução de áreas de difícil acesso. Regiões alagadas, brejos, encos-tas ou locais com outros empecilhos são monitorados com muito mais rapidez e agilidade. “Às vezes, com uma equipe de barco ou caminhonete, levamos um dia ou mais para acessarmos e avaliarmos riscos ambientais de uma área. Com o Vant, conseguimos realizar a inspeção em poucos minutos e sem dificuldades”, afirma o diretor geral da Geração da AES Tietê, Italo Freitas Filho.

O veículo sobrevoa o local escolhido, mapeia o solo e identifica mudanças de relevo, construções, desma-tamentos, entre outras alterações. “A definição das fo-tos é extremamente precisa e faz um retrato fiel das áreas de interesse. Dessa forma, temos mais agilidade na tomada de decisão para combater irregularidades”, diz Freitas Filho.

A ação faz parte da Gestão dos Reservatórios da gera-dora, que tem como objetivo mapear e regularizar ocu-pações e construções atendendo todas as legislações ambientais. A tecnologia também ajuda no controle de erosões nas margens dos rios para preservar os reserva-

tórios, na verificação e preservação das matas ciliares, e ainda analisa o assoreamento dos reservatórios e identifica áreas de reflorestamento.

Com apenas 0,7 kg e pouco me-nos de um metro de diâmetro, o drone voa a 57 km/h e resiste a ventos laterais de até 45 km/h. Além de GPS e satélite, o equipa-mento conta com rádios trans-missores e câmera fotográfica de 16MP. Cada voo dura, em média, 45 minutos, tempo suficiente para

cobrir uma área de 10 km².A decolagem é feita com impulso manual e são ne-

cessários apenas cinco metros de área livre para realizar a manobra. O pouso é automático e ocorre no mesmo local da decolagem.

A AES Tietê conta com um parque com capacidade para gerar 2.658 MW e opera nove usinas hidrelétricas e três pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) no Esta-do de São Paulo. l

Número dequedas forçadas de

energia foi reduzido em

88%

Page 10: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

10

DEPOIMENTOS | CBMGA

REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

“ É um evento de bastante relevância para o setor de manutenção brasileira, tanto pela qualidade das palestras quanto pela possibilidade de realizar o networking,

conversando com as pessoas que estão realizando e transformando a manutenção den-tro do Brasil. Existem vários estudos de casos e apresentações importantes ao que tange o setor, principalmente a gestão de ativos, o tema deste ano. De fato, é uma transformação que estamos passando no Brasil ao mudar o nosso modelo de manutenção e nos prepa-rar para adequar a empresa para a nova manutenção de ativos.”

GERALDO SOUZA, gerente de Manutenção de Serviços da Thyssenkrupp SA e associado da Abraman

“N o congresso, temos a oportunidade de ver novas tecnologias e novos concei-tos que estão em uso no mercado. Aquilo que se destaca em cada empresa é

selecionado para vir ao congresso e o foco dessa feira é a produtividade no cenário econômico, onde precisamos transformar nosso trabalho em resultados mais produti-vos. O networking que fazemos aqui traz muitas coisas boas para o nosso dia a dia. O evento é importante para alinhar nossas expectativas, ver as inovações do mercado e encontrar as pessoas de referência para cada tipo de assunto, agregando valor para o próprio trabalho.”

JEFFERSON DIAS, coordenador de Manutenção da Braskem Petroquímica

“ T odas as apresentações e palestras são boas, o Congresso está muito bom. Fico feliz de ver a Abraman forte como está. Eu tenho 32 anos de Petrobras Jeep e a

gente vem sempre com expectativa de ver coisas novas. A área de gestão de ativos, por exemplo, está em franca expansão. Vi várias empresas apresentando trabalhos que me deixam feliz porque podemos aprender com aquilo. Diversos segmentos estão presen-tes, como a área de lubrificação, na qual eu vi muita coisa legal sobre a qual eu estou levando muitas coisas para implantação na empresa, pois é um momento que deman-da algumas mudanças.”

MARCO ANTÔNIO LOPES MENEZES, gerente setorial da Área de Equipamentos Dinâmicos da Petrobras Jeep

“ O Congresso da Abraman é uma excelente oportunidade para melhorar nosso networking com outras empresas e outros segmentos. A grande vantagem

desse congresso é essa: sair um pouco de papel e celulose e olhar a manutenção em outros segmentos, onde podem haver melhores resultados. Tivemos muitas apresenta-ções de trabalhos técnicos com boa aplicabilidade dentro de cada área e muita inova-ção tecnológica. É a nova onda da gestão de ativos, que é o caminho da quarta geração de manutenção do Brasil.”

JAILSON ZOCOLOTTI, gerente de manutenção de engenharia de confiabilidade na Suzano Papel e Celulose (Mucuri-BA) e associado da Abraman

Page 11: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,
Page 12: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

12

DEPOIMENTOS | CBMGA

REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

“ O evento foi bastante proveitoso. Não é o meu primeiro Congresso, é a minha quinta oportunidade, mas é sempre bacana a interação com os colegas e ver

que todas as empresas acabam tendo um perfil bastante parecido. Às vezes aquela boa descoberta praticada em uma outra companhia acaba funcionando na nossa, por ter-mos o mesmo problema.”

RAFAEL GARGANTINI, engenheiro de Processos de Manutenção da 3M do Brasil

“ P articipo dos congressos da Abraman com certa regularidade e esse é um dos melhores que eu vi até hoje. Tanto pela qualidade técnica dos trabalhos que estão sendo apre-

sentados quanto pelas conferências nacionais e mesas redondas. São assuntos bastante atu-ais e onde soluções novas vão aparecendo. É importante estar por dentro para aprender e aproveitar os aprendizados que se enquadram no nosso ambiente de trabalho. E inovação é a palavra chave. Tivemos oportunidade de assistir uma série de palestras de gente bastante experiente que está buscando e implementando soluções novas em manutenção. Não tenho dúvida de que a manutenção seja uma técnica, mas a gestão da manutenção é algo que se aprimora com o tempo, principalmente nesse momento de crise. Há uma grande evolução.”

MOISÉS PANARO, gerência corporativa de Manutenção da Suzano – Papel e Celulose

“ O principal aspecto que eu tenho observado é a preocupação muito grande com relação à definição da manutenção, principalmente com as técnicas de manuten-

ção preditiva. Eu acho que quando a gente compartilha experiências com outros grupos de manutenção em um evento como esse, a gente tem oportunidade de fazer um bench-marking, de entender como está o seu processo de manutenção frente a soluções dispo-níveis no mercado e, principalmente, obter subsídios para tentar vencer esse desafio cada vez maior de redução de custo sem perder a confiabilidade dos ativos.”

MOZART, engenheiro de Experimentação da Braskem

“O congresso tem sido uma boa oportunidade para fazer contatos com fornecedo-res e colegas da mesma área, além de ser uma boa oportunidade para ver novas

tecnologias. Eu me surpreendi com fornecedores por causa de algumas inovações. A chance de ter acesso a novas formas de gestão está muito alinhado com que estamos buscando, que é a competitividade e produtividade. Além de uma impressão muito boa do evento – está é a segunda vez que eu participo – levo novos conhecimentos e a oportunidade de fazer novos contatos dentro da área, que é o mais importante.”

PAULO ESCOTE, coordenador de Manutenção Operacional, Braskem Duque de Caxias

“ O Congresso está explorando bastante a gestão de ativos no âmbito da manuten-ção e os benefícios que a própria norma brasileira pode trazer para as grandes

corporações, e como ela pode beneficiar o modelo de tomada de decisão das empre-sas. O fato é que podemos, cada vez mais, envolver a questão da manutenção não só aos colaboradores internos, mas também os stakeholders, os nossos clientes e os forne-cedores da cadeia de valor.“

MARIA MÔNICA, gerente de Conhecimento e fundadora da HIM Consultoria Empresarial

Page 13: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,
Page 14: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS14

A realização do 30o Congresso Brasileiro de Ma-nutenção e Gestão de Ativos (CBMGA), maior evento conjunto do setor na América Latina, em

agosto, foi encarada pela Abraman como um divisor de águas para o negativismo que tomou conta das cadeias produtivas industriais do Brasil nos últimos meses. Foi assim que Rogério Arcuri Filho, Presidente do Conselho Administrativo da Associação, avaliou o evento, ressal-tando a qualidade da programação realizada e os mais de 650 inscritos entre palestrantes, convidados e visitan-

tes. “Esse congresso mostra um ponto de virada do ne-gativismo dentro do Brasil e do nosso setor. Conseguir realizar um evento desse porte com tantas dificuldades na indústria brasileira, reunindo empresas de grande porte de diversos segmentos, nos enche de esperança e eu, particularmente, saio daqui reanimado e reaquecido para prosseguir nessa luta”, disse.

Com o tema Gestão de Ativos e Manutenção: Novo pa-tamar empresarial para os novos tempos, o evento foi um sucesso, na visão de Arcuri, e mostrou que há muita gente

Trigésima edição do CBMGA e da EXPOMAN teve a inovação como norte e trilhou um caminho de otimismo para o mercado brasileiro de manutenção.

PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E OTIMISMO

DIV

ULG

ÃO

/ A

BRA

MA

N

ABERTURA OFICIAL do Congresso reúne diretoria da Abraman, executivos do setor e autoridades.

Page 15: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

15REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

séria acreditando no Brasil e na Ma-nutenção e Gestão de Ativos como uma ferramenta para o avanço. “In-clusive, vale pontuar que notamos que o aumento do índice de desem-prego ocorre fora do ambiente de Manutenção e Gestão de Ativos”, diz.

Durante os quatro dias do evento, as discussões técnicas ficaram con-centradas nas 22 conferências e dez mesas redondas, com um número de palestrantes que passou de 50 profissionais entre gerentes gerais, diretores e presidentes de empresas. O Congresso ocorreu em paralelo à EXPOMAN (Exposição de Produ-tos, Serviços e Equipamentos para Manutenção e Gestão de Ativos).

“O evento deste ano também foi um avanço no que tange a raciona-lização de recursos, algo que a Abra-

tidade. “Isso é importante porque há uma tendência de cortar custos em momentos de delicadeza econô-mica, o que não é o ideal. O ideal é racionalizar os recursos, como fize-mos”, reforça.

Em termos absolutos, ele expli-ca que a edição deste ano não foi a maior já realizada pela Abraman, mas em termos técnicos, administra-tivos e financeiros, os resultados es-tão entre os melhores já alcançados. “O que não nos tira das problemáti-cas conjunturais, como todas as or-ganizações estão vivendo, mas que nos permitiu ganhar um bom fôlego para os próximos períodos”, avalia.

Durante o CBMGA, ocorreram as apresentações dos principais traba-lhos técnicos acerca da Manutenção e Gestão de Ativos realizados no

Esse congresso mostra um

ponto de virada do negativismo

dentro do Brasil e do nosso setor

ROGÉRIO ARCURI FILHO, Presidente do Conselho Administrativo da Associação

man conseguiu com uma presença maciça de palestrantes participando com recursos próprios, até mesmo de deslocamento, coffee breaks patrocinados, etc”, diz o Presidente do Conselho Administrativo da En-

CORTE DA FITA inaugural do evento

DIV

ULG

ÃO

/ A

BRA

MA

N

Page 16: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

16 REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

Brasil no último ano. Nesta edição, foram apresentados 153 deles, sen-do 93 oralmente e os outros 60 mos-trados por meio de pôsteres.

Luiz Alberto Verri, Representante da Regional São Paulo/Centro-Oeste da Abraman e Coordenador da Co-missão Técnica de Análise dos Traba-lhos, explicou como esses trabalhos foram selecionados: “a equipe de avaliação, composta por expoentes da manutenção como Luiz Tavares de Carvalho, Ségio Nagao, Milton Zen e Tarcísio Baroni, todos ex-dire-tores da Regional de São Paulo da Associação, compuseram uma equi-pe de 31 integrantes para selecionar os trabalhos”. Verri lembrou que o alto número de trabalhos recebidos mostra o interesse dos profissionais do setor de manutenção em avan-çar no conhecimento Técnico e de Gestão, independente da crise eco-nômica. Ele também afirmou que os trabalhos, em sua maioria, foram inovadores do ponto de vista técni-co e industrial.

Para a escolha dos materiais, a co-missão responsável recebeu cerca de 300 trabalhos técnicos no total, sendo 250 pré-selecionados através da sinopse. Posteriormente, cada um deles foi avaliado por três integrantes da comissão. Os critérios de avaliação – com notas de zero a dez – envolve-ram quatro quesitos: qualidade em geral, resultado prático, nível de ino-vação e qualidade da escrita.

INOVAÇÃO FOI O NORTEInovação, realmente, foi a palavra da vez no evento e, como ícone dela ficou caracterizado um trabalho de estudantes da Unicamp (Universida-de Estadual de Campinas) desenvol-vido em 2014. Trata-se de um carro de corrida elétrico, capaz de ir de 0

ca e capitão do time, diz que foi reali-zado um investimento de R$ 250 mil no desenvolvimento da máquina, com algum aporte oriundo da pró-pria universidade, mas com o maior investimento realizado por patroci-nadores, como o Instituto Eldorado. “O desenvolvimento desse veículo faz parte de uma atividade extra-curricular da Universidade, também contando com participação de alu-nos de outras engenharias, como física, elétrica e computação”, diz.

A Qualidados mostrou que tam-bém entendeu o recado quanto a inovação. Palestrante e patrocinador da 30a edição do Congresso Brasilei-ro de Manutenção e Gestão de Ati-vos, ela mostrou como tecnologias high tech podem fazer a diferença em projetos de Gestão e Manuten-ção de Ativos. O tema da apresenta-ção da companhia foi Planejamento de Projetos em Paradas de Manuten-ção, destacando como a aplicação de tecnologias inovadoras aliadas ao know-how em planejamento pode impactar positivamente nos resul-tados de projetos, principalmente quando há associação com paradas programadas de manutenção.

No rol de assuntos abordados pela Qualidados estão os aspectos cruciais para a sobrevivência e o fortalecimen-to da competitividade da indústria, como a otimização de resultados. Pontos como o alcance de metas, a redução de custos e desperdícios e o cumprimento de prazos também fize-ram parte da palestra.

Já em termos de metodologias, a companhia destacou os estudos de construtibilidade apoiados pela uti-lização de tecnologias 3D, entre elas, as nuvens de pontos. Esse conjunto de ferramentas, quando adotado em projetos de construções e mon-

Reconhecimento a quem merece

A abertura do 30o CBMGA foi marcada pela homenagem aos integrantes da Abraman • Célio Cunha de

Almeida Prado• Eduardo de

Santana Seixas• Regina Maria

Gomes Ricci falecidos em maio deste ano. Na solenidade, a Abraman agradeceu a contribuição que os três colaboradores trouxeram para o sucesso da associação. Para a entidade, tanto o setor de Manutenção e Gestão de Ativos quanto o Brasil foram beneficiados pelo trabalho dos profissionais, classificados como competentes, dedicados e transformadores.

a 100 quilômetros por hora em três segundos e alcançando velocidade máxima de 180 km/h.

O veículo exposto na EXPOMAN pesa 210 kg e foi totalmente dese-nhado por uma equipe de aproxi-madamente 45 estudantes, deno-minada E-Racing, e atual tricampeã nacional e bicampeã mundial da Fórmula SAE Eletric, categoria em que tanto o desempenho quanto a concepção do veículo são avaliadas.

Diogo Fernandes, estudante do terceiro ano de Engenharia Mecâni-

Page 17: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

17REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

CORREDORES cheios durante os intervalos das palestras demonstram o sucesso do evento

FOTO

S: D

IVU

LGA

ÇÃ

O /

ABR

AM

AN

Page 18: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

18 REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

tagem, segundo a Qualidados, pos-sibilitam uma avaliação adequada das interferências e melhor entendi-mento do sequenciamento de mon-tagem. A empresa também acredita que, quando utilizadas em conjunto, as metodologias e tecnologias pro-movem a redução de incertezas e o aumento de previsibilidade dos re-sultados do projeto.

A Quant – que era uma área de ne-gócio da ABB – enxergou no evento uma vitrine para expor sua capaci-dade de negócios. Com oito clien-tes no Brasil atualmente, entre eles a Shell e a própria ABB, a empresa expôs na EXPOMAN com a expec-tativa de prospectar durante a feira.

A Quant pertence atualmente ao fundo de investimentos Nordic Capi-tal e herdou de sua empresa-mãe a expertise em gestão de ativos. Mesmo com esse histórico, o Gerente Nacio-

DOCUMENTO NACIONAL MOSTRA TENDÊNCIA NO REMANEJAMENTO

DAS EQUIPES DE MANUTENÇÃO DE ATIVOS DAS EMPRESAS

nal da Quant no Brasil Kelly Starling, destaca a oportunidade de divulgar a nova marca em uma Feira importan-te como a EXPOMAN para alavancar negócios. “É uma possibilidade de formar novas parcerias e também de falar com nossos clientes”, diz.

Starling enxerga dois movimentos na conjuntura do setor de Manu-tenção e Gestão de Ativos no Brasil, onde, em um primeiro momento, houve um “boom” de maneira a tra-tar a manutenção como redução de custos. “Agora vem uma segunda parte que é a aglutinação de peque-nos contratados que não adicionam valor sobre a gestão de uma empre-sa mais forte”, diz. Segundo ele, ape-sar do setor ter um grande tempo de terceirização, ainda é imaturo, e nele é difícil convencer os clientes de que uma boa parceria trará uma Gestão Estratégica da Manutenção.

A Quant trabalha com quatro ti-pos de serviços, tendo sempre como estratégia um modelo flexibilizado. “Nós podemos assumir tanto a Ges-tão de Ativos completa de uma com-panhia quanto apenas o Gerencia-mento do Projeto, sem a execução”, explica o gerente. Outro modelo de serviço é a gerência de áreas especí-ficas dentro da empresa do cliente, caso não haja interesse em uma ges-tão completa. O quarto modelo é a implementação do Gerenciamento dos Ativos, algo que vai desde a cria-ção do parque fabril do cliente.

RUMO AO FUTUROA edição deste ano do CBMGA e da EXPOMAN foi realizada estrategica-mente em Campinas (SP), que é um dos principais polos brasileiros de ci-ência, tecnologia e inovação e está en-tre as 10 cidades do mundo que mais realizam eventos de negócios nesses setores: são cerca de 6 mil deles ao ano. A cidade, localizada privilegia-damente em volta de cinco grandes rodovias: Anhanguera, Bandeirantes, Dom Pedro I, Adhemar de Barros e Santos Dumont, abriga o maior aero-porto de cargas do país, Viracopos e representa cerca de 5% do produto interno bruto (PIB) do Brasil.

Para a próxima edição dos even-tos, a Abraman já escolheu a cidade de Curitiba, onde há uma grande concentração de polos urbanísticos e industrias, principalmente na re-gião sul-leste da cidade, onde ficam as principais instituições de ensino do Estado como a Universidade Fe-deral do Paraná (UFPR) a Pontífica Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), o Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec) e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). l

O Documento Nacional, realizado a cada dois anos pela Abraman, foi apresentado durante o CBMGA e trouxe as principais tendências do

setor. Nesta edição, a análise, interpretação, consolidação e confecção do Documento ficou a cargo de Gabriel Silva, Engenheiro de Terminais de Dutos da Petrobras/Transpetro.

Entre os destaques do estudo, esteve a queda do custo relativo com o pes-soal de Manutenção, com a diminuição do crescimento de treinamentos na área de 3,9%, em 2013, para 2,7% em 2015. Outro fator que teve leve queda foi a disponibilidade dos equipamentos do parque fabril passando de 89,3% para 88,7%. A indisponibilidade devido a manutenção subiu para 6,32%, com diferença de 0,17% para o estudo anterior, enquanto a indisponibilida-de por outros fatores subiu de 4,6% para 5%.

Page 19: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,
Page 20: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS20

ESPECIAL CBMGA | NOVOS TALENTOS

TRABALHOS APRESENTADOS POR ENGENHEIROS DA NOVA GERAÇÃO SÃO SUCESSO NO CBMGA E VALIDAM A MÁXIMA DE QUE OS NOSSOS KNOW-HOW VEM DESDE OS PROFISSIONAIS MAIS JOVENS DA ENGENHARIA.

A manutenção e a gestão de ativos têm sangues novos e competentes. É o que demonstraram os trabalhos técnicos apresentados durante o

trigésimo Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos, em agosto. Ederson Ramalho e Alessandro Pacheco Souza, entrevistados por esta edição, representam o grande número de engenheiros da nova geração presentes no evento, e uma síntese dos seus trabalhos apresentados confirmam que a qualidade está nivelada por cima na nossa engenharia.

O trabalho técnico “Automatização da Calibração de Instrumentos eletrônicos do Metrô de São Paulo”, apresentado por Ramalho, por exemplo, mostra como o processo proporcionou ganhos de mais de 70% na produtividade das calibrações dos instrumentos eletrônicos e mecânicos. “Esses equipamentos precisam passar por atividades de calibração periodicamente, atendendo às normas de qualidade, e a calibração manual despendia um tempo significativo de mão de obra dos metrologistas”, explica ele.

Segundo o especialista, o sistema automatizado proporcionou ganho de produtividade acima de 70% nos instrumentos nos quais foi aplicado e ainda certificou a confiabilidade a números proximamente altos. “O mundo que vivemos hoje é muito diferente do de 30 anos atrás. Tudo fica obsoleto rapidamente e, por isso, as ideias que possam melhorar os processos produtivos são sempre bem-vindas”, sintetiza ele.

Com formação técnica em eletrônica e processos industriais, Ederson Ramalho começou a carreira como técnico de manutenção de equipamentos eletrônicos.

Já Alessandro Pacheco Souza é autor do trabalho técnico “Desenvolvimento e Implantação do Sistema de Gestão de ativos na AngloGold Ashanti”. Ele possui graduação em engenharia mecânica, MBA em gestão empresarial e pós-graduação em engenharia ferroviária, background esse que ele usa diariamente na função de gerente de gestão de ativos e engenharia da AngloGold Ashanti, onde lidera uma equipe de dez engenheiros que atuam na implantação do sistema de gestão nas quatro operações da empresa no Brasil.

Seu trabalho técnico consiste na implantação de um sistema para a gestão de ativos nas operações da empresa. A solução alinha os objetivos estratégicos com as atividades de gestão dos processos contidos no ciclo de vida dos ativos para obter o melhor desempenho, com os custos e a gestão dos riscos compatíveis com a necessidade do negócio. “Na implantação do sistema, temos tecnologias de controle e automação, como operação por controle remoto de ativos, para reduzir a exposição das pessoas ao risco, aumentar a produtividade e reduzir custos”. Segundo Pacheco, a manutenção tem atuação direta em cerca de 65% dos processos contidos no ciclo de vida do ativo e, como tal, tem grande responsabilidade nas suas eficácias. “Nos dois últimos CBMGA que participamos, percebemos que várias empresas, de diversos segmentos como mineração, siderurgia, logística, prestação de serviços, entre outras, estão cada vez mais conscientes do potencial da engenharia no contexto econômico atual e atuam para utilizá-lo ao máximo”, conclui. l

JOVENS E COMPETENTES

ALESSANDRO PACHECOEDERSON RAMALHO

Page 21: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

REVISTA MANUTENÇÃO 21

PARCERIA

Abraman e EG Global firmam parceria para levar PNQC e cursos à distância a outros países latinos, asiáticos e africanos

UNIÃO DE ESFORÇOS E COMPETÊNCIAS

A Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos (Abraman) está em

negociação avançada com a EG Global, corporação australiana de certificação com operação mun-dial, para exportar os cursos e treinamentos. Os primeiros con-tatos entre as duas organizações ocorreram no Fórum Global de 2014 e foram reforçados durante o XXX Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos, que ocorreu em agosto deste ano.

Quem ditará a forma em que as duas instituições vão trabalhar em conjunto é o protocolo de inten-ções, que aborda o Programa Na-cional de Qualificação e Certifica-ção (PNQC), os cursos à distância da Abraman e um congresso mundial sobre gestão de ativos.

Segundo Nelson Cabral, Diretor Executivo da Abraman, a intenção é levar o Programa Nacional de Qua-lificação e Certificação de Pessoal (PNQC) para países da África, Ásia e América Latina. Ele diz que o conte-údo técnico do programa não será alterado, cabendo a EG Global ape-nas realizar a prospecção de clien-tes, o marketing e a implantação da certificação no local. “Todo o risco ficará a cargo deles, cabendo a nós apenas fornecer a metodologia de ensino”, afirma.

Já sobre os cursos à distância se-rão exportados à América Latina e a EG Global fica responsável por tra-duzir o material para o espanhol e aplica-lo em nossos “Hermanos”. De acordo com Cabral, há a possibili-dade remota desses produtos se-rem lecionados em países da África que falem a língua portuguesa ou espanhola, o que depende da com-panhia australiana.

O plano de realizar um congres-so mundial sobre gestão de ativos ainda está em discussão. Cabral diz que a intenção é que ele ocorra em paralelo ao XXXI Congresso Brasilei-

ro de Manutenção e Gestão de Ati-vos, que será realizado em outubro de 2016.

O Diretor da Abraman ressalta que a relação entre o EG Global e a associação não é um mero flerte e deve ser fortificada a cada dia. Se-gundo ele, a corporação australia-na, que já emitiu mais de 100 mil certificados pelo mundo, tem um escritório para representação na ci-dade de São Paulo, mas pretende se estabelecer no Rio de Janeiro, se aproximando, inclusive fisicamen-te, da Abraman (que conta com sua matriz na capital fluminense). l

Page 22: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

22 REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

CARREIRA

POR QUÊ DESENVOLVER LÍDERES COMO

GESTORES COMPLETOS?

Em um processo de manutenção e gestão de ativos industriais, afinar a ação da equipe e a liderança a qual ela seguirá durante os processos não é uma

tarefa fácil. Pelo menos é o que a Manserv identificou. A empresa, cuja especialidade é gerir ativos de indústrias em vários segmentos, atua no Brasil e Argentina atendendo cerca de 200 clientes de médio a grande porte. Para isso, conta com uma equipe com mais de 20 mil colaborado-res, entre os quais estão os líderes de equipe que precisam ter visão diferenciada sobre os atendimentos.

“Geralmente, os líderes de equipes de manutenção e gestão de ativos são estritamente técnicos e identifica-mos que eles precisam ter um nível de liderança que vai além disso, com conceitos mais afinados sobre negocia-ção de data base, controle de horas extras, melhorias de gestão de saúde e segurança do trabalho, etc.”, diz Ander-son Abreu, diretor regional da Manserv no Brasil.

Para isso, a Manserv lançou um programa de treina-mento específico para seus líderes de equipes, a fim de que eles possam enxergar de forma mais abrangente o

É o que responde a Manserv, que criou um programa com esse intuito e já mede resultados como a redução do turnover de liderança de 15 para zero em apenas seis meses

DIV

ULG

ÃO

/ M

AN

SERV

Page 23: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

23REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

negócio dos clientes que atendem e também possam trabalhar a gestão de ativos de modo mais alinhado aos resultados de produção, de ne-gócios e financeiros esperados.

Esse método de gestão de conhe-cimento, segundo Abreu, tem como meta transformar o líder de equipe em primeiro gestor do processo. Assim, foi criada uma agenda de treinamentos com o objetivo de le-var os líderes, até então técnicos, ao último nível de gestão empresarial, e 180 deles já estão passando por esse processo. Sim, o que era a linha de chegada para muitos desses técni-cos, agora é o ponto de partida para que eles se aperfeiçoem em busca da liderança global. “Portanto, não se trata de um programa de treina-mento, mas sim de um programa de eliminação de gaps, de modo que, obrigatoriamente, devemos medir o retorno de cada treinamento realiza-do”, diz o executivo.

Em termos práticos, os líderes pas-sam por quatro etapas para o trei-namento, começando com a identi-ficação do seu perfil para a função. Em seguida são feitas avaliações de lacunas de desempenho, perfil psi-cológico e identificação de gestão e comportamento em função do per-fil traçado. A terceira etapa envolve

Objetivos do programa da

Manserv

• Desenvolver lideranças fortes para aumentar a rapidez na respostas aos clientes

• Reter talentos

• Gerar lealdade e relações mais duradouras

• Criar compromisso com o futuro das pessoas e da empresa

treinamentos teóricos e práticos, sempre voltados à redução de gaps operacionais e de liderança. A certi-ficação é o passo final, envolvendo subsídios para sucessões e promo-ções, diferenciação em processos seletivos, visibilidade na empresa e indicações para treinamentos avan-çados. “Com isso, estamos perce-bendo que passamos a ter melhor

resultado na identificação correta de problemas e as nossas equipes pas-saram a agir com ritmo mais acelera-do para alcançar resultados”, revela Anderson Abreu.

O executivo lembra que a presen-ça do líder de equipe de gestão de ativos não somente é importante para o processo, mas também é uma necessidade para que os clientes fi-quem isentos de qualquer relação trabalhista com ele e com a equipe de prestação de serviços. Por isso, fica ainda mais interessante a ideia de potencializar ao máximo as ações da liderança para obter melhores re-sultados.

Neste ano, os líderes treinados atu-am em indústrias de mineração, si-derurgia e petroquímica, três nichos de mercado com maior penetração da Manserv. Os resultados alcança-dos até agora foram representativos, caso da redução do índice de absen-teísmo em quatro vezes num perío-do de 12 meses (jan-dez de 2014). Já o turnover de liderança caiu de quase 15 pessoas em janeiro do ano passado para zero em junho. “Ago-ra estamos expandindo a ação para atendimento a outros segmentos de mercado. A ideia é ter essa metodo-logia de liderança implantada em to-dos os nossos clientes nos próximos anos”, diz o diretor regional.

Esse trabalho foi apresentado em painel durante o 30º Congresso Brasileiro de Manutenção e Ges-tão de Ativos, realizado em agosto em Campinas (SP). Para Anderson Abreu, o evento foi um sucesso, pois sua palestra contou com mais de 50 participantes que, não só apre-ciaram a apresentação, mas que até hoje interagem com a Manserv en-viando questionamentos e pedidos de cotação. l

DIV

ULG

ÃO

/ M

AN

SERV

Page 24: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

24 REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

CARREIRA

SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO GANHAM NOVO MBA EM GESTÃO DE ATIVOS

A Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos (Abraman) e a Fun-

dação Gorceix ampliaram sua par-ceria para oferecer o curso de MBA em Gestão de Ativos. Assinado du-rante a XXX Exposição de Produtos, Serviços e Equipamentos para Ma-nutenção e Gestão de Ativos (Ex-poman), que aconteceu no mês de agosto em Campinas (SP), o acordo vai expandir a especialização para as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, além de continuar sendo lecionado em Belo Horizonte (MG).

De acordo com Cristovam Paes de Oliveira, presidente da Fundação Gorceix, a integração entre a Abra-man, a indústria e a academia segue o exemplo de grandes economias mundiais, que souberam associar a universidade com o mercado de trabalho e obter resultados positi-vos com a prática. “Por esse e outros motivos, é uma honra para a Asso-ciação renovar este compromisso com a Fundação Gorceix”, diz Rogé-rio Arcuri, Presidente do Conselho de Administração da Abraman.

A parceria começou há dois anos, quando o curso foi implementado na capital mineira. Na época, a Co-

Curso é resultado da parceria entre Abraman e Fundação Gorceix e já é aplicado em Belo Horizonte

mau, companhia especializada em soluções de manutenção e servi-ços para a indústria, foi a primeira empresa a contratar o MBA para os seus engenheiros e abriu o ca-minho para uma legião de outras empresas e profissionais indepen-dentes aderirem à programação e ampliar os seus predicados para alcançar o sucesso na manutenção e gestão de ativos a nível mundial.

O CURSOSegundo a Abraman, o público--alvo do MBA não se restringe ape-nas a engenheiros ou graduados na área de exatas, mas também abran-

ge profissionais com quaisquer outras formações superiores com experiência em ativos. Mas para ga-rantir o alto-nível técnico do curso, os alunos inscritos têm seu currí-culo analisado durante o processo seletivo.

A grade curricular tem cerca de 540 horas, incluindo carga horária para Estudos de Casos e disciplinas sobre Planejamento Estratégico em Gestão de Ativos, Gestão do Pro-cesso Decisório de Investimento de Capital, Gestão do Ciclo de Vida do Portfólio de Ativos, Gestão e Avalia-ção de Riscos e Gestão de Pessoas e Facilitadores do Conhecimento. l

Page 25: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

25REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

LEITORES PASSAM A CONTRIBUIR COM A REVISTA M&GA

Conheça os trabalhos técnicos completos no site da AbramanESPAÇO DO ASSOCIADO

TRABALHO APRESENTADO NO 30o CBM&GA

AUMENTO DA CONFIABILIDADE OPERACIONAL ATRAVÉS DOMONITORAMENTO DE ANOMALIAS

Conforme noticiamos na nossa edição 159, sob o título “Revista M&GA Abre espaço para seus associados”, abrimos inscrições para a participa-

ção dos nossos Associados na Revista. Para esta edição 161, o Associado sorte-ado foi engo Márcio Barreto, formado em Engenharia Ind. Mecânica pelo IFBA, atualmente atuando como técnico de Manutenção Mecânica na Petrobras. Ele optou por solicitar a sua participação nesta edição através da apresentação do Trabalho Técnico 178, “Aumento da Confiabilidade Operacional através do Moni-toramento de Anomalias", que ele elaborou juntamente com a Marinilda Souza do Senai BA. Este TT foi selecionado e já apresentado no 30o CBM&GA.

Marcio C. dos S. Barreto1 | Marinilda Lima Souza2

RESUMO

A necessidade de se transportar fluidos, para armazená--los ou processá-los, e a grande aplicação que as bombas

centrífugas possuem, tem instigado as empresas a optarem por esse tipo de equipamento. Mas apesar da grande uti-lização dessas máquinas por indústrias, a sua manuten-ção ainda é precária em alguns aspectos, o que ocasiona paradas de emergência devido a grande quantidade de falhas nestes equipamentos. Um dos motivos do gran-de número de falhas é a manutenção deficiente, pois a maioria das empresas tem a cultura de somente realizar a intervenção após o acontecimento de uma pane ou da queda brusca do desempenho da máquina, ou seja, re-alizar a manutenção corretiva não planejada. Neste sen-tido, o objetivo deste trabalho é demonstrar que com o tratamento de anomalias, a aplicação das técnicas de confiabilidade e a utilização da gestão de ativos, onde todos devem ser envolvidos para busca da excelência da organização, podem-se alcançar excelentes resultados na manutenção, que sendo uma função estratégica, reflete em toda cadeia produtiva. O resultado demonstra que a eficácia do método de tratamento de anomalias é um grande aliado para o aumento de confiabilidade, redução dos custos, melhoria da segurança, redução de impactos ao meio ambiente contribuindo sobremaneira para o su-cesso operacional da empresa.

1. INTRODUÇÃODevido à grande demanda por produções em largas es-

calas e busca incessante por maior qualidade, nas últimas décadas, o termo confiabilidade vem se tornando cada vez mais comum nas organizações. Para Lafraia (2001) o con-ceito de confiabilidade está diretamente relacionado com a credibilidade que se tem em um produto, equipamento ou sistema. A norma NBR 5462 (1994) da ABNT, define confia-bilidade como: “capacidade de um item desempenhar uma função requerida sob condições especificadas, durante um dado intervalo de tempo”. Neste sentido, as empresas pro-curam com a aplicação da confiabilidade, ter o controle dos seus ativos, reduzir custos, aumentando a disponibilidade, garantia da segurança, porém, sem reduzir a qualidade de produto. Portanto, as organizações nos dias atuais, com a finalidade de obter bons resultados e vencer a alta con-corrência, tem como foco manter a disponibilidade, assim como a confiabilidade, já que são de vital importância para a competitividade e sobrevivência no mercado. A confiabili-dade pode ser definida por Moubray (1997) como o período de tempo em que um equipamento, planta ou organização está disponível para realizar sua função. Este conceito pode ser observado sob três pontos de vista, o empresarial, o operacional e o técnico. Isso se deve à grande necessidade das empresas estarem focadas na otimização da produção e para isso seus setores necessitam acompanhar essa deman-

Page 26: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,

26 REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

ESPAÇO DO ASSOCIADO

da, mas com focos diferentes. Do ponto de vista empresarial pode-se ter como disponibilidade o tempo que a empresa está atendendo a demanda do mercado e seus clientes, não se preocupando com variáveis operacionais nem com os equipamentos da planta, mas extremamente dependente dos bons resultados dos dois. Do ponto de vista operacio-nal, a disponibilidade é o tempo que a planta está produzin-do para atender à necessidade empresarial, neste aspecto, os pontos mais importantes são as variáveis operacionais, como pressão, vazão, temperatura, especificação do produ-to etc. Sob a ótica da técnica, a disponibilidade é o tempo em que os equipamentos estão liberados e em condição de operar de forma que atenda a necessidade da produção. Como se pode ver existem várias maneiras de buscar a dis-ponibilidade, mas todas elas estão ligadas entre si, de forma que uma depende da outra, formando uma pirâmide de de-pendência. A Figura I a seguir, ilustra a relação de dependên-cia dos focos de disponibilidade.

Nota-se que a disponibilidade dos equipamentos afe-ta diretamente a confiabilidade operacional da empresa, o que consequentemente influencia na gestão de ativos da organização. Tomando como referência a necessidade da implantação da gestão de ativos e baseado na manutenção produtiva total, onde se busca a perda zero e a confiabilida-de máxima da planta, o objetivo deste trabalho é apresen-tar a implantação do Grupo de Prevenção de Falhas (GPF) cuja finalidade foi aumentar a confiabilidade operacional dos equipamentos dinâmicos, em uma indústria de refino de petróleo. Este estudo ainda visa demonstrar que através do tratamento de anomalias em equipamentos dinâmicos, pode-se detectar o primeiro sinal de falha no equipamento, denominada nesse momento de anomalia, e reduzir o dano que essa falha causaria se chegasse a um potencial catastró-fico. A implantação da metodologia impactou na redução de paradas inesperadas, no aumento da disponibilidade e con-fiabilidade de modo a garantir o controle dos ativos organi-zacionais. Neste aspecto, o tópico a seguir aborda a gestão de ativos na manutenção.

2. GESTÃO DE ATIVOS NA MANUTENÇÃODe acordo com Pinto e Xavier (2001), a importância da

área da manutenção é cada vez mais fator determinante para o sucesso operacional das empresas. Por ser uma área estratégica, a gestão da manutenção é capaz não somen-te de implementar soluções, mas, gradativamente propor melhorias. Com ênfase nos aspectos técnicos, a evolução nos processos produtivos, tem desenvolvido sistemas com níveis consideráveis de segurança e confiabilidade. Diante disto, considerando a necessidade de gestão de seus ati-vos, o desafio para os gestores de manutenção é a perene busca por melhorias com a finalidade de aumentar a con-

fiabilidade operacional. De acordo com a PAS 55 (2008), os ativos devem ser gerenciados com a finalidade de se atingir os objetivos estratégicos das empresas e devem ser concebi-dos como fator contribuinte para aumento da qualidade de serviços para a gestão da manutenção. Segundo Bloch e Gei-tner (1999), com a necessidade cada vez maior de se aumen-tar a produção devido à alta competitividade do mercado, as empresas estão levando os seus equipamentos a operar em condições mais críticas do que no passado. No que tange às máquinas dinâmicas, nota-se que isto tem levado alguns destes equipamentos a apresentarem grande número de fa-lhas. Dentre estas máquinas, devem-se destacar as bombas que são imprescindíveis nas indústrias de processos con-tínuos. Elas são responsáveis por transportar os fluidos de um local para o outro, essencial e comum na grande maioria das indústrias, pode-se dar foco às bombas centrífugas, por serem os equipamentos mecânicos mais sensíveis a essas variações, principalmente do processo. Elas transformam energia de velocidade em energia de pressão através da ro-tação do impelidor e ao formato de espiral da carcaça, onde reduz-se a secção da descarga em relação a sucção da bom-ba, para com a redução do volume do fluido, conseguir o au-mento da pressão. Existem alguns modelos de bombas cen-trífugas classificadas pela API 610 (2010), dentre elas estão as com rotor entre mancais e as de ou também conhecidas como Back Pull Out (BPO), as duas mroatoisr ceomm buanl-sa neçmo indústrias de refino. Observa-se que devido a essa alta demanda de produção as bombas tendem a falhar com maior frequência e as principais causas de falhas são:

• Falhas de mancais;• Falhas de selo;• Baixa vazão;• Desalinhamento• Desbalanceamento;Através dessas falhas surge a necessidade crescente de

tomar conta dos “ativos". Sendo estes ativos físicos, econô-micos até humanos, empresa. Para os filósofos Gorovitz e MacIntyre (1970 apud Ga wpaantrdime,ô n2i0o1 1d)a, a “fa-libilidade é inevitável”, ou seja, ela está além da capacidade humana e em algum momento vai acontecer. l

1) Marcio C. dos S. Barreto – Pós Graduando em Engenharia de Confiabilidade. Engenheiro Industrial Mecânico – IFBA – Instituto Federal da Bahia. Técnico em Manutenção Mecânica – Petrobras. E-mail: [email protected].

2) Marinilda Lima Souza – Mestre em Gestão e Tecnologia Industrial. Pesquisa e docência – Faculdade de Tecnologia SENAI Cimatec. Membro do Grupo de Pesquisa em Manutenção de Equipamentos Industriais e do grupo Fatores Humanos e Aprendizagem Tecnológica. E-mail: [email protected].

PARTICIPAÇÃO NO ESPAÇO DO ASSOCIADO – A cada edição, será sorteado um Associado que tenha enviado a sua solicitação de inscrição para [email protected] com o título “Participação no Espaço do Associado Abraman”. A participação do Associado sorteado será feita através da publicação de um Trabalho Técnico, um “Case”, uma Entrevista explicando algum aspecto da atividade que o sócio individual desenvolve na sua empresa, etc. Lembrando que no caso de artigo técnico, antes da publicação, este será avaliado previamente pela Abraman. Não perca tempo faça já sua inscrição e participe da Maior Publicação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos!

Page 27: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,
Page 28: CBMGA E EXPOMAN PALCO DE NOVIDADES, EFICIÊNCIA E … · Com o mesmo volume de trabalho a executar, esse cenário é, para a com-panhia, motivo de atenção, como relata Olivio Napolitano,