INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAISIFNMG CMPUS
SALINASCURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL
TIAGO BARBOSA SANTOS
Preservativos Hidrossolveis: CCA
Salinas, 2015TIAGO BARBOSA SANTOS
Preservativos Hidrossolveis: CCA
Trabalho apresentado como avaliao parcial da matria Preservao da
Madeira,ministrada pelo Professor Wagner Patrcio, Curso de
Engenharia Florestal,10 Perodo do IFMNG campus Salinas
Salinas, 2015
INTRODUOA existncia de inmeras espcies de madeira sujeitas ao
ataque de agentes biolgicos faz com que o uso de tratamentos
preservativos seja inevitvel. Todavia, a ao destes agentes sobre a
madeira ainda representa uma perda considervel para o setor
madeireiro, devido ao uso de produtos ineficazes e/ ou pela falta
de orientao tcnica na escolha de um produto adequado para a
finalidade desejada, bem como pela forma adotada para a sua
aplicaoO uso final da madeira ou produto de madeira tratada deve
ser considerado como um fator relevante na escolha do produto
preservativo a ser utilizado. Para selecionarmos um produto
adequado, devemos levar em conta, sobre tudo, os efeitos
indesejados dos produtos que poderiam prevenir o ataque por agentes
xilfagos onde a madeira ser instalada.Diante do exposto o presente
trabalho tem o objetivo de desenvolver uma reviso bibliogrfica
abordando o tema preservantes de madeira hidrossolveis com um foco
no CCA (Arseniato de Cobre Cromatado)
DESENVOLVIMENTO
Preservativos HidrossolveisPreservativos hidrossolveis, como
conhecidos na atualidade, so constitudos principalmente de sais
metlicos e flor. Hoje apenas algumas formulaes bem testadas so
reconhecidas como padres em todo o mundo. Elas incluem compostos de
arsnio, cromo, cobre zinco e flor. Outros metais e nions conhecidos
como txicos a organismos xilfagos, tais como o mercrio, nquel, tlio
e o cianeto, no so usados devido a razes econmicas (relao
custo/benefcio), de eficincia ou pela alta agressividade ao homem
ou ao meio ambiente.O sistema preservante hidrossolvel tem ao
fungicida e inseticida que ser insolubilizado na madeira pela
formao de complexos com os componentes polimricos das paredes
celulares; tal formao de complexos reduz a lixiviao, permanecendo
no interior da madeira, com uma grande vantagem sobre outros
produtos, uma vez que a aplicao dos mesmos feita em condies sob
temperatura ambiente. Uma grande vantagem dos sais de ordem prtica
e econmica: os sais so comercializados na forma de ps ou pastas, de
forma concentrada e so dissolvidas na gua antes do uso.
Arseniato e Cobre Cromatado (CCA)O arseniato de cobre cromatado,
normalmente conhecido como CCA, empregado em trs tipos de formulaes
diferentes (tipos A, B e C), todas contendo cerca de 19 % de xido
de cobre (CuO). A variao nas propores entre os componentes do
produto CCA que identifica cada tipo em particular, apresentada na
tabela a seguir:COMPOSIO DO CCA ( %
)_____________________________________________________________
COMPONENTE TIPO A TIPO B TIPO C
_____________________________________________________________ Cromo
como CrO3 65,5 35,3 47,5 Cobre como CuO 18,1 19,6 18,5 Arsnio como
As2O5 16,4 45,1 34,0
Impregnao de madeira sob presso com CCA
O preservativo CCA aplicado madeira em uma soluo aquosa,
entretanto, nenhum outro preservativo, mesmo os oleosos e leos
solveis, apresentam uma permanncia to longa dentro da madeira. Logo
aps a aplicao, os componentes qumicos reagem com os da madeira,
formando compostos. Essas reaes so chamadas de reaes de fixao e
iniciam-se logo aps o tratamento, apresentando velocidade
dependente basicamente da temperatura. Quanto mais alta a
temperatura, mais rapidamente elas ocorrem. O perodo em que essas
reaes ocorrem chamado de fixao primria e, uma vez completo, o CCA
torna-se virtualmente insolvel. Muitos metais apresentam mais de
uma valncia, termo usado para descrever o nmero de ligaes que um
tomo pode formar com outros. Assim, o arsnico geralmente utilizado
em duas formas aninicas, como arsenito, As (III), trivalente, ou na
forma mais mobilizvel, As(V), pentavalente. O pentxido de arsnico
utilizado no CCA tem arsnico pentavalente. O cobre est
principalmente na forma catinica de Cu+2 e o cromo, embora seja um
ction, comumente se apresenta em duas formas aninicas, a mais
mobilizvel e txica de ons cromatos, Cr (VI), e a menos mvel e txica
Cr (III). No CCA, ela principalmente hexavalente (CHIRENJE et al.,
2003).As pesquisas sobre os aspectos relacionados ao uso deste
preservativo se direcionam para o estudo do comportamento dos
elementos no solo e nas guas (fixao, mobilizao no solo, lixiviao),
enfocando a possibilidade de contaminao das pessoas, em especial
crianas e trabalhadores, pela liberao dos metais das superfcies
tratadas. Devem ser ressaltados a preveno dos trabalhadores nos
locais de tratamento e no transporte ou na manipulao em construes;
a mitigao, o destino da madeira tratada e seus resduos; a procura
por substitutos com menor risco e o conhecimento da situao atual em
diferentes pases frente fabricao, comercializao, e ao uso da
madeira tratada com CCA.
Principais usos de CCA como preservativo de madeira
Os usos mais comuns das madeiras tratadas com CCA incluem decks
residenciais e piscinas, cercas, passarelas, equipamentos de
playground (brinquedos infantis), mesas de campo para piqueniques e
churrascos, jardins (floreiras), coberturas de garagens, galpes
nativistas, dormentes, postes de eletrificao, moures e estacas. As
madeiras tratadas com CCA possuem colorao esverdeada, quando no
pintadas ou envernizadas, e no exalam cheiro.Nos Estados Unidos da
Amrica, aproximadamente 70% das residncias tm decks ou prticos com
madeira tratada pressurizada e cerca de 14% dos brinquedos de
playgrounds pblicos so feitos de madeira tratada. De acordo com os
dados do American Chemistry Council (ACC), cerca de 34% do CCA, foi
utilizado para decks de madeira e menos de 1% foi usado em
equipamentos de playgrounds. O potencial de exposio aos resduos dos
pesticidas remanescentes nas superfcies destas madeiras, bem como
os resduos lixiviados no solo adjacente apresentam possibilidades
de causa
Posio atual em diferentes paises do mundo
A comisso europia baniu a comercializao da madeira tratada com
CCA, para a grande maioria dos usos residenciais, a partir de 30 de
junho de 2004. Entretanto, nenhum dos paises da comunidade europia
proibiu ou retirou a madeira tratada que ainda se encontra em uso.
As madeiras tratadas, que estiverem em uso, devem ser rotuladas com
selo, a partir de janeiro de 2003. O seu emprego foi banido na Sua,
Indonsia e Vietnam. Restries ao uso do CCA j existem em pases como
Alemanha, Blgica, Luxemburgo, Frana, Portugal, Espanha, Itlia,
Grcia, ustria, Reino Unido, Irlanda, Finlndia, Sucia, Dinamarca,
Holanda, Japo. No Reino Unido, o uso permitido com controles e
pesquisas ambientais e ocupacionais. O Canad est no mesmo processo
de transio do uso que os Estados Unidos. Na Austrlia e na Nova
Zelndia, esto sendo revisados o registro e a rotulao com selo de
advertncia dos produtos que contem arsnico.
CONCLUSO
O CCA tem se mostrado um bom preservante da madeira com testes
feitos e obtidos bons resultados de conservao da madeira, sendo
assim o preservante de ao prolongada mais utilizado em todo o
mundo, embora aja a preocupao da questo da toxidade atravs dos
elementos que constituintes desse preservante,da a necessidade de
estudos conclusivos sobre tal toxidez
REFERENCIAS
ABPM (Associao Brasileira dos Preservadores de Madeiras). 2004.
Guia de preservativos de madeira - Boletim Tcnico n 28 - 1985.
Disponvel em: http:// www.abpm.com.br . Acesso em 23 de janeiro de
2015
Calil Junior C, Dias AA. Utilizao da madeira em construes
rurais. Rev. Bras. Eng. Agrc. Ambiental., 1997, 1:71-77.
MORESCHI, i J.C PRODUTOS PRESERVANTES DE MADEIRA, Departamento
de Engenharia e Tecnologia Florestal da UFPR,2013
