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Título: Webativismo na cidade de São Paulo: mapeamento, caracterização e análise da ação política dos coletivos de cibercultura e ciberpolítica Autor: Rafael Araujo Professor do Programa de Estudos Pós-graduados em Ciências Sociais da PUC-SP e da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Pesquisador do NEAMP(Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política da PUC- SP), Editora da Revista Aurora e-mail: [email protected] Co-autora: Rosemary Segurado Doutora em Ciências Sociais pela PUC-SP e Pós-doutora em Comunicação Política pela Universidad Rey Juan Carlos de Madrid, Professora do Programa de Estudos Pós-graduados em Ciências Sociais da PUC-SP e da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Pesquisadora do NEAMP(Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política da PUC-SP e-mail: [email protected] A presente comunicação abordará os resultados parciais da pesquisa, em fase de desenvolvimento, Webativismo na cidade de São Paulo: caracterização e análise da ação política dos coletivos de cibercultura e ciberpolítica. A pesquisa tem o objetivo de identificar o uso das tecnologias de informação e de comunicação na ação dos grupos culturais e coletivos de ação política na cidade de São Paulo entre 2011 e 2012. As movimentações sociais, no atual estágio de desenvolvimento da tecnologia e do capitalismo, procuram novas estratégias e reordenamentos. Nesse sentido, a avaliação do uso da Web na articulação das ações políticas é fundamental para a compreensão da cidade tecno- científica-informacional e das estruturas de resistência que são gestadas como meio para o empoderamento do cidadão. Segundo Milton Santos (1994), uma cidade materializa características oriundas da relação entre técnica, espaço e tempo. Em um debate a respeito dos meios técnicos científicos e informacionais, o autor nos permite

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Título: Webativismo na cidade de São Paulo: mapeamento, caracterização e análise da ação política dos coletivos de cibercultura e ciberpolítica

Autor: Rafael Araujo Professor do Programa de Estudos Pós-graduados em Ciências Sociais da PUC-

SP e da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Pesquisador do NEAMP(Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política da PUC-SP), Editora da Revista Aurora

e-mail: [email protected]

Co-autora: Rosemary SeguradoDoutora em Ciências Sociais pela PUC-SP e Pós-doutora em Comunicação

Política pela Universidad Rey Juan Carlos de Madrid, Professora do Programa de Estudos Pós-graduados em Ciências Sociais da PUC-SP e da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Pesquisadora do NEAMP(Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política da PUC-SP

e-mail: [email protected]

A presente comunicação abordará os resultados parciais da pesquisa, em fase de desenvolvimento, Webativismo na cidade de São Paulo: caracterização e análise da ação política dos coletivos de cibercultura e ciberpolítica. A pesquisa tem o objetivo de identificar o uso das tecnologias de informação e de comunicação na ação dos grupos culturais e coletivos de ação política na cidade de São Paulo entre 2011 e 2012.As movimentações sociais, no atual estágio de desenvolvimento da tecnologia e do capitalismo, procuram novas estratégias e reordenamentos. Nesse sentido, a avaliação do uso da Web na articulação das ações políticas é fundamental para a compreensão da cidade tecno-científica-informacional e das estruturas de resistência que são gestadas como meio para o empoderamento do cidadão. Segundo Milton Santos (1994), uma cidade materializa características oriundas da relação entre técnica, espaço e tempo. Em um debate a respeito dos meios técnicos científicos e informacionais, o autor nos permite identificar o impacto que a presença da técnica exerce no espaço urbano. Segundo Santos, é possível considerar a história de uma cidade a partir de sua técnica, então seria possível avaliar o cotidiano da cidade a partir da presença das TICs. O tempo e o espaço da cidade correspondem ao tempo da produção e consumo, de tal sorte que restam poucas lacunas para a materialização do civismo. Segundo Santos, as cidades contemporâneas seriam cidades sem cidadãos, lugares em que “a lei do novo é também a da conformidade e do conformismo. As estruturas mentais forjadas permitem a abolição da idéia (e da realidade) de espaço público e de homem público” (SANTOS, 1994, p.75).No entanto, se essa é a realidade de São Paulo, cidade do insulamento de indivíduos, afinada com o desenvolvimento do sistema-mundo, a presença da técnica pode servir como elemento de aglutinação e articulação de grupos, através do uso das TICs. É o que se tem presenciado pelo mundo com o crescimento do webativismo. As redes tecno-sociais assumem um lugar de destaque por conta da velocidade com que as informações circulam. A participação política através do ciberespaço não entra em confronto com o ritmo do mundo do trabalho. A participação política por meio da Internet é bastante significativa, especialmente pela facilidade com que as informações circulam e atuam na formação da opinião pública e pela possibilidade de se exercer pressão nos gestores

públicos. Ademais, a organização em rede incentiva a circulação de idéias entre diferentes instituições e atores sociais, o que possibilita o desenvolvimento de ações criativas, algo necessário para a resistência política, como afirmam Hardt e Negri (2005).As iniciativas dos ativistas que utilizam dispositivos midiáticos para a ação política estão em consonância com a nova forma de fazer política na sociedade contemporânea, constantemente atravessada por um novo elemento da comunicação, que é caracterizado pela capacidade de integração, em um mesmo sistema, de diferentes modalidades. Tais como a potência escrita, oral e audiovisual da comunicação humana, que interagem a partir de variados caminhos percorridos em uma rede global. Esse elemento corresponde à Internet: meio de comunicação mediado por computadores que interagem entre si e estabelecem um modo de organização social a partir da integração do mundo em redes globais. Na medida em que a Internet intensifica suas redes, pode desconstruir os mecanismos de repressão social, ganhando importante destaque nas ações políticas. “A Internet é o meio de comunicação e de relação essencial sobre o qual se baseia uma nova forma de sociedade que nós já vivemos, aquela que eu chamo de sociedade em rede.” (CASTELLS, 2000: 256).Posteriormente, Castells aborda especificamente a nova configuração do poder a partir do avanço da sociedade em rede.

Em La sociedad red El poder está redefinido, pero no ha desaparecido. Como tampoco han desaparecido los conflitos sociales. La dominación y la resistência a la dominación cambian de carácter según la estructura social específica em la que se originan y que modifican com sua acción. El poder gobierna, El contrapoder combate. Las redes procesan SUS programas contradictorios mientras la gente intenta encontrar sentido a la fuente de SUS miedos y SUS esperanzas. (CASTELLS, 2009: 81).

É importante destacarmos que o papel desempenhado pelas TICs está na ampliação dos espaços de debates sobre questões das mais diversas naturezas. Em nenhum momento anterior, indivíduos e coletivos com poucos recursos financeiros encontravam canais para a expressão de suas opiniões para milhões de pessoas. É fundamental compreendermos o caráter rizomático1 da Internet para analisarmos as transformações que estão em curso na configuração dos movimentos sociais e políticos contemporâneos. Em primeiro lugar, nota-se a ampliação das formas de conexão entre indivíduos e, entre indivíduos e grupos. Esse aspecto proporciona a horizontalidade da comunicação e, portanto, a ruptura com o aspecto característico dos meios de comunicação tradicionais que se organizavam a partir da relação entre um emissor e muitos receptores. Nesse sentido, a Internet proporciona, em primeiro lugar, a multiplicidade e heterogeneidade das conexões e cada ponto da rede pode realizar conexões infinitas com múltiplos pontos descentralizados, como um movimento turbilhonar na ocupação de espaços e na construção de percursos, que estão em constante criação. Não existe mais um centro de informação, mas sim uma multiplicidade que ganha força a cada novo acontecimento.Se o uso das tecnologias de informação, comunicação e conexão já está incorporado às dinâmicas sociais e políticas da contemporaneidade, nota-se que a diversificação desse uso expressa a forma como os atores políticos estão dinamizando suas práticas e encontram nas ferramentas digitais a possibilidade de potencializar e inovar as

1 Conceito definido pelos filósofos franceses Gilles Deleuze e Felix Guattari.

manifestações. A convergência midiática está para além da apropriação tecnológica, mas articula diversas mídias que podem provocar fatos políticos capazes de colocar debates específicos nas agendas locais e global.

O desenvolvimento da democracia digital e a possibilidade de criação de comunidades segmentadas por interesses específicos, geradas a partir de inputs emergentes que utilizam vários recursos, meios e canais para o afloramento de uma nova democracia está sendo capaz de transformar a sociedade em que vivemos. (FERRARI, 2010:41)

Para Henry Jenkins a convergência das mídias inaugura um novo paradigma que promove a interação entre as novas e as antigas mídias. Esse paradigma desconstrói a concepção ultrapassada baseada na idéia que as novas mídias substituíram as antigas. A convergência pressupõe um processo tecnológico que unifica múltiplas funções em um mesmo aparelho e possibilita amplas possibilidades de uso dos mesmos.

Lembrem-se disto: a convergência refere-se a um processo, não a um ponto final. Na haverá uma caixa preta que controlará o fluxo midiático para dentro de nossas casas. Graças à proliferação de canais e à portabilidade das novas tecnologias de informática e telecomunicações, estamos entrando numa era em que haverá mídias em todos os lugares. A convergência não é algo que vai acontecer um dia, quando tivermos banda larga suficiente ou quando descobrirmos a configuração correta dos aparelhos. Prontos ou não, já estamos vivendo numa cultura de convergência. Nossos telefones celulares não são apenas aparelhos de telecomunicações; eles também nos permitem jogar, baixar informações da internet, tirar e enviar fotografias ou mensagens de textos. (JENKINS, 2008: 41).

Outro aspecto importante desse debate é a capilaridade da ação política possibilitada pelo uso das redes sociais, que se apropriam das novas mídias para intervir na conjuntura política do país. A partir da constatação de que o desenvolvimento tecnológico dos meios de comunicação altera as formas de sociabilidade, produzindo novas relações mediadas por meios eletrônicos e criando uma nova forma de interação social, reafirma-se a necessidade de analisar as mudanças que estão em curso para compreendermos a dinâmica de poder na contemporaneidade. Em Mídia e Modernidade, Thompson estabelece quatro tipos distintos de poder: o econômico; o político; o coercitivo e o simbólico. A comunicação media todas essas formas de poder, mas está mais intimamente relacionada ao poder simbólico. Assim, é possível dizer que os meios de comunicação assumem a centralidade nas relações sociais.A ação simbólica deve ser vista com a perspectiva de um compartilhamento de significados entre emissor e receptor, que pode ou não acontecer. A ação simbólica pode, portanto, “provocar reações, liderar respostas de determinado teor, sugerir caminhos e decisões, induzir a crer e a descrer, apoiar os negócios do estado ou sublevar as massas em revolta coletiva” (THOMPSON, 2001, p.24). De tal forma que à política interessa dominar os meios de comunicação (DEBRAY, 1994) e, cada vez mais, isso tem lugar na Era da Informação, assim como a concebe CASTELLS (1999a).

De acordo com Castells a presença da tecnização, informatização e globalização da sociedade provoca profundas alterações na organização social, e no modo de produção econômico, apontando uma valorização do conhecimento e da informação como fontes de valor e poder. Nesse sentido, as Tecnologias de Informação de Comunicação ganham destaque na sociedade contemporânea como elemento central de circulação de conhecimento e informação, uma vez que contribuem incisivamente para as mudanças nas relações sociais, nos sistemas políticos e na produção de novos valores. De acordo com o pensamento de Castells é possível identificar que as TICs penetram em todas as esferas da atividade humana, o que indica a relação entre mídia e política como fonte necessária de investigação, tal como define o próprio autor, "devemos localizar este processo de transformação tecnológica revolucionária no contexto social em que ele ocorre e pelo qual está sendo moldado" (CASTELLS, 1999a:24).Thompson ressalta a importância de se pesquisar os meios de comunicação a fim de se compreender os processos sociais. Para o autor, “o desenvolvimento da mídia ajudou a criar um mundo em que os campos de interação podem se tornar globais em escala e em alcance e o passo da transformação social pode ser acelerado pela velocidade dos fluxos de informação” (2001, p.107), de forma que a compreensão das formas sociais de organização, bem como dos processos políticos contemporâneos, devem levar em conta a mídia e suas propriedades. Em toda a América Latina as articulações entre as práticas políticas e as culturais ganharam novos e interessantes contornos por meio da auto-organização juvenil em agrupamentos horizontalizados e apartados do sistema político. Além disso, estudos recentes apontam que nos anos 2000 “a tecnologia passou a pautar a vida juvenil com forte ênfase na sociabilidade, mas ampliou-se também o uso político da tecnologia: o emergente ciberativismo passou a organizar algumas ações juvenis, como por exemplo, as discussões sobre o uso do espaço urbano e as atividades colaborativas em prol de softwares abertos, internet livre e compartilhamento de arquivos gratuitos. A visibilidade das culturas juvenis das periferias das grandes cidades foi ampliada, re-configurando o espaço social por meio da produção cultural desses jovens” (Borelli, Lara, Oliveira, Rangel e Rocha, 2010: 312). Emerge assim a preocupação e o interesse pelas ações protagonizadas por jovens organizados que fazem uso de ferramentas digitais “comerciais” para provocar discussões e transformações culturais, sociais e políticas. Esse uso recoloca e amplifica a característica das comunidades on-line que constituíram a cultura da internet: o valor da comunicação livre e horizontal e “a formação autônoma de redes como instrumento de organização, ação coletiva e construção de significado” (Castells, 2003:48). Nestas narrativas digitais estes jovens são agentes e sujeitos que atuam de forma a moldar estruturas sociais. São simultaneamente consumidores/receptores e produtores/emissores de idéias, sentidos, estéticas, formas e conteúdos. Abordaremos as redes sociais, formas de organização social e política focadas na articulação entre grupos e instituições. Porém, é importante salientarmos que estas redes estão intimamente vinculadas ao desenvolvimento de redes físicas e de recursos comunicativos.  O desenvolvimento das novas tecnologias e a possibilidade de criação de redes de comunicação, de interesses específicos, utilizando os mais variados recursos, meios e canais são fundamentais. Para Lévy (1995), o ciberespaço oferece objetos que circulam entre os grupos, ativismos compartilhados e hipertextos comunitários para a constituição de coletivos de cibercultura e ciberpolítica. A produção coletiva de conhecimento na rede é notoriamente reconhecida como um dos pilares da inteligência coletiva, e utilizada como referência para as mais variadas correntes

midiáticas – ecoando nas mais diversas áreas de conhecimento humano, como a filosofia, a tecnologia da informação, a cognição e a sociologia.Para abordar a ação dos grupos de cibercultura e de ciberpolítica da cidade de São Paulo a pesquisa utiliza, com as necessárias adaptações ao objetivo específico, a metodologia desenvolvida pelo Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo(PUC-SP), já testada e aplicada em diversas pesquisas e apresentadas em importantes encontros científicos. A análise das estratégias de ação pressupõe a identificação dos discursos construídos e dos mecanismos adotados pelos grupos para apropriar-se do capital simbólico em questão como meio de ação política. Os textos publicados e coletados para análise serão avaliados qualitativamente, além de serem quantificados a partir de categorias de análise capazes de sistematizar o enquadramento dado às informações. As categorias seguirão o modelo apresentado por Mauro Porto (2002) para análise de enquadramento e desenvolvido por Vera Chaia (2002). Na primeira avaliação serão identificados padrões de ação, bem como as proposições e estratégias políticas. As categorias de análise, uma vez definidas, permitirão aos pesquisadores quantificar tendências discursivas que auxiliarão na análise qualitativa.A pesquisa tem, portanto, diferentes métodos. Essa multiplicidade se justifica pela complexidade do objeto escolhido. Com a análise qualitativa e de campo será possível não só identificar as estratégias de ação dos webativistas, mas verificar em que medida suas ações contribuem para o desenvolvimento do civismo.O primeiro instrumento de coleta de informações para a elaboração do mapeamento dos grupos de webativismo do município de São Paulo privilegiou o mapeamento das ações realizadas pelos respectivos grupos e o tipo de relação com as tecnologias digitais. Nesse sentido, o principal objetivo era localizar na internet os grupos e descrever brevemente as ações desenvolvidas.A partir desse levantamento a equipe pôde identificar os grupos existentes no município de São Paulo que fazem algum tipo de uso das ferramentas digitais para a organização e divulgação de suas ações. Essa atividade considerada pela equipe como fundamental para as etapas subsequentes da pesquisa, tendo em vista os diversos usos que os grupos fazem das tecnologias de informação e de comunicação para as práticas políticas e/ou culturais.Elaboramos uma planilha(Anexo I) para coletar as informações a respeito das ações realizadas coletivos de cibecultura e ciberpolítica. Em seguida, elaboramos a aplicação do instrumento de informações e elencamos as informações necessárias para o mapeamento e a caracterização dos referidos grupos. A fase seguinte consiste na elaboração das categorias analíticas e a construção dos critérios de análise.A seguir apresentaremos uma breve caracterização dos grupos de ciberpolítica e cibercultura atuantes entre 2011 e 2012 identificados até o momento:

1) Coletivos articulados na Política Pública Federal: Pontos de Cultura

Pontos de Cultura de SPO Ponto de Cultura é uma política pública do governo federal em parceria com os governos estaduais para estimular às iniciativas culturais da sociedade civil, por meio de convênios realizados através de editais públicos. Essa política está em vigência desde 2004 e tem sido responsável por fomentar as atividades relacionadas à cultura e garantir a diversidade.

No catálogo publicado pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo registra a existência de 70 Pontos de Cultura no município de São Paulo voltados ao desenvolvimento de práticas culturais específicas. As atividades realizadas pelos grupos estão voltadas a organização de cursos, oficinas, espetáculos, palestras, promoção de exposições, atividades cineclubistas, preservação de memória, entre outras.O público-alvo é bastante diversificado, dependendo da atividade realizada. São jovens, estudantes de escolas públicas, adolescentes cumprindo medidas socioeducativas, grupos de mulheres, pessoas portadoras de deficiências etc.

2) Coletivos organizados em redes de redes

2.1. Rede Livre Leste

Rede que envolve mais de 30 coletivos e grupos de teatro do extremo leste da cidade de São Paulo que surgiu em agosto de 2009, permanecendo ativa até hoje, apesar do blog não estar mais sendo atualizado. Organizou cortejos pela Zona Leste (ZL) visando a ocupação de espaços públicos, fóruns de debates (presenciais) e outros eventos. “A Rede Livre Leste é um coletivo de articulação formado por coletivos artísticos que habitam as imensas periferias da metrópole urbana de São Paulo. A Rede atua artística e politicamente na mobilização de jovens artistas e comunidades interessados em intervir na lógica cotidiana da cidade, em conexão com o Brasil e o Mundo”. Coletivos identificados na pesquisa que participam da rede: 20

2.2.Coletivo Vídeo Popular - CVPO Coletivo Vídeo Popular trabalha em conjunto com aproximadamente 30 coletivos e realiza anualmente a “Semana do Vídeo Popular”, quando exibem os filmes produzidos por parte dos coletivos do CVP em vários espaços públicos e privados das periferias de SP. Os coletivos ligados ao “Coletivo Vídeo Popular” são compostos por jovens das periferias da Grande São Paulo que se preocupam com seus territórios e por meio dos vídeos visibilizam os problemas que vivenciam no cotidiano; reúnem-se para discutir tanto questões ligadas à produção e exibição audiovisual quanto as questões políticas que envolvem suas regiões. O CVP surgiu a partir de um evento audiovisual organizado pela Coordenadoria da Juventude que contou com a participação de alguns coletivos. Em 2005 foi criado o I Fórum Paulistano de Cinema e Vídeo Comunitário Jovem, primeira versão do CVP, que no mesmo ano organizou a Mostra Cinema de Quebrada. Na sequência o grupo de coletivo se auto-intitulou Fórum de Cinema comunitário, depois Audiovisual SP. Em 2008 adotou o nome Coletivo Vídeo Popular. O Coletivo Vídeo Popular mantem o “Circuito Vídeo Popular”, um programa televisivo em conjunto com a Rede TVT, localizada em São Bernardo do Campo. São entrevistas com integrantes dos coletivos e, principalmente, exibição dos seus filmes que estão disponibilizados também no YouTube. O CPV produziu, ainda quatro edições da revista “Video Popular” publicada entre 2009 e 2010 com auxílio do Programa de Valorização das Iniciativas Culturais (VAI), da Secretaria de Cultura do Município de São Paulo. A revista pode ser acessada no blog do CPV. Esta rede de grupos centra-se na exibição dos filmes, criando circuitos e estimulando debates presenciais. No entanto, alguns desses grupos fazem parte de um intenso movimento de videoativismo em curso atualmente nas periferias de SP e que tem na cultura digital sua base de apoio: utilização de equipamentos digitais que barateiam a

produção, disponibilização dos vídeos no YouTube e Vimeo e divulgação através das redes sociais digitais. Coletivos identificados na pesquisa e que participam da rede: 31

2.3. Agência Popular Solano Trindade “A Agência tem o objetivo de fomentar a cultura popular através da viabilização financeira da produção artística da periferia, construindo estratégias de autofinanciamento e sustentabilidade econômica”. Como vemos no vídeo “Atitude e respeito – Agencia Popular Solano Trindade”, a agência não é uma agência, é uma junção dos trabalhos que se tem aí”, diz Rafa, fundador e gestor da Agência. A Agência Popular Solano Trindade é um empreendimento cultural que vem sendo construído por jovens da periferia da zona sul de SP, mas abarca produtores culturais de toda a cidade. Tem trabalhado no sentido de mobilizar os coletivos culturais da cidade e estabeleceu forte parceria com o Programa de Valorização das Iniciativas Culturais (VAI) da Secretaria de Cultura do Município de São Paulo, e com o Fora do Eixo, este como parceiro para as questões de tecnologias para a gestão da agência e para a comercialização dos produtos e serviços culturais que fazem parte do “cardápio” oferecido pela Agência à qualquer contratante. Além de estimular a produção cultural local, criaram uma moeda social, a Solano, que estimula as trocas de serviços e produtos dos coletivos inscritos na Agência. O “cardápio de serviços e produtos” envolve artes visuais, dança, audiovisual, Hip-Hop, produção cultural, comunicação, literatura, música, artes cênicas, equipamentos (ilha de edição, estúdio para ensaio, som e vídeo, etc)Grupos, coletivos e produtores culturais que participam da rede: 5

2.4. Rede Nossa São PauloA Rede Nossa São Paulo (RNSP) agrega quase 700 entidades participantes entre ONGs, associações empresariais, movimentos sociais, bancos, sindicatos, universidades e outras instituições. A RNSP se destaca por reunir diferentes setores e agentes, que se articulam de forma a apresentar demandas da sociedade para os órgãos públicos municipais. Para tanto, desenvolve programas e projetos de políticas públicas em parcerias com o Estado ou entre seus membros. Trata-se de uma rede cívica que aglutina diferentes atores da sociedade e utiliza-se das Tecnologias de Informação e Comunicação na promoção de uma maior participação cidadã. Por se inserir no paradigma de redes, a RNSP ocupa lugar estratégico em nossa pesquisa, porque é capaz de aglutinas diferentes projetos de webativismo.Criada em maio de 2007 com o nome Movimento Nossa São Paulo, passou a sua denominação atual em outubro de 2010. O projeto nasceu a partir da organização da sociedade civil com a intenção de ser um movimento político que procura pautar suas ações para “recuperar para a sociedade os valores de desenvolvimento sustentável, da ética e da democracia participativa”2. A iniciativa procura garantir uma força política para atuar na proposição da agenda de discussões sobre a cidade além de pensar o próprio planejamento da ONG e também estabelecer metas que serão, posteriormente, cobradas tanto da Câmara Municipal como também do Poder Executivo. Em sua carta de princípios, a Rede se apresenta como movimento da sociedade civil, pautado por três pilares democráticos: equidade, participação e transparência. A Rede Nossa São Paulo atua na zona metropolitana de São Paulo, contudo, por meio de suas conexões (dentro do princípio de rede), também desenvolve ações em outras localidades, atuando em parceria com outras redes ou movimentos sociais, situados fora

2 Cf. portal da RNSP. Disponível em www.nossasaopaulo.org.br. Acesso em 01/09/12.

da região metropolitana e até mesmo do Estado. Essa desterritorialização é possibilitada pelas TICs e contribui para o processo de circulação de ideias, tornando a ação política mais porosa pela presença e participação de outros atores da sociedade civil. Para compreender as estratégias de ação e organização interna, foi realizada uma análise da dinâmica interna da RNSP, por meio de uma dupla abordagem: primeiro, o estudo dos projetos desenvolvidos e do uso da internet e, segundo, a avaliação dos bastidores da Rede. Essas duas abordagens permitem uma identificação das estratégias de ação e uma leitura crítica do impacto dessas ações nos processos políticos. Os resultados dessa análise inicial estão descritos abaixo.Organização internaCom o intuito de conhecer as estratégias de articulação da Rede Nossa São Paulo e compreender sua organização interna, Maurício Broinizi, coordenador da secretaria executiva da Rede Nossa São Paulo, foi entrevistado. A secretaria executiva é formalizada na figura jurídica do Instituto São Paulo Sustentável (ISPS). O instituto é composto por 16 profissionais que são responsáveis pela logística da Rede; pelo abastecimento do Observatório Cidadão (portal eletrônico que divulga os índices da cidade desenvolvidos pelos membros da RNSP); pelo oferecimento de suporte aos grupos de trabalho temáticos e para a realização dos eventos; pela manutenção dos fluxos de comunicação e pelo gerenciamento dos recursos. A secretaria, formada por um corpo profissional e operacional, recolhe e articula dados para desenvolver indicadores, faz georeferenciamento e produz o mapa da desigualdade, por exemplo. Para tanto, há um coordenador de área e uma pessoa responsável pelo tratamento estatístico dos dados. A Rede também conta com dois jornalistas que alimentam e fazem a manutenção do website e cuidam do fluxo de informação da Rede como um todo. Através dos jornalistas a RNSP dá voz às pessoas envolvidas com as ações propostas e os temas que estão sendo discutidos, além de realizar a assessoria de imprensa. O contato com a mídia tradicional é um dos elementos centrais para o sucesso das ações promovidas pela Rede.Grupos de trabalhoA secretaria executiva operacionaliza 16 grupos de trabalho (GTs) divididos por temas: assistência social; cultura; educação; meio ambiente; orçamento; trabalho e renda; acompanhamento da Câmara Municipal; criança e adolescente; comunicação; democracia participativa; esporte e lazer; indicadores; jurídico; juventude; mobilidade urbana e saúde. O trabalho da secretaria executiva alimenta o trabalho dos GTs, que se valem dos indicadores para fazer o monitoramento do desenvolvimento das políticas públicas em suas respectivas áreas. Os grupos de trabalho possuem dinâmicas próprias, acordadas entre os membros. A participação é voluntária e aberta a qualquer um. Os grupos freqüentam as comissões de trabalho na Câmara Municipal e participam de audiências públicas, além de reunirem-se presencialmente para a elaboração de propostas e a articulação de ações pontuais. Os GTs também mantém uma comunicação virtual e alguns possuem site próprio hospedado no portal da RNSP. Esses grupos também contam com a participação de outras organizações não-governamentais, que oferecem sua estrutura para o desenvolvimento das ações. Assim, o GT de educação, por exemplo, conta com a participação e colaboração do Instituto Paulo Freire3, o Cenpec4 e a Ação Educativa5, organizações de referência na área que somam forças à Rede no desenvolvimento de ações estratégicas e no monitoramento das políticas. O trabalho dos GTs materializa o espírito de atuação da RNSP. Sua ideia é

3 http://www.paulofreire.org/ 4 http://www.cenpec.org.br/ 5 http://www.acaoeducativa.org.br/

que haja um trabalho colaborativo entre os participantes, buscando sinergias entre associações que têm objetivos comuns. Dessa forma é possível somar esforços e acelerar os processos. Às vezes os grupos de trabalho se reúnem no próprio escritório da RNSP, às vezes, quando os participantes são muito numerosos, é preciso buscar outro lugar para a reunião, em geral em ONGs participantes. Outras vezes não acontecem encontros presenciais e os grupos articulam fóruns virtuais através de e-mails. No caso específico do GT de orçamento, a composição é mais técnica e o número de participantes é menor. O grupo de trabalho de acompanhamento da Câmara Municipal, por sua vez, soma esforços com outras entidades, como o Instituto Agora6, para que as atividades parlamentares sejam monitoradas e haja participação nas comissões. Segundo Maurício Broinizi, há uma transversalidade muito grande na RNSP, o que funciona como estratégia de fortalecimento dos vínculos e amplia a responsabilidade dos participantes.

Ocorrem também reuniões periódicas entre os diversos grupos de trabalho, além de reuniões com o colegiado do movimento, uma espécie de conselho formado pelos primeiros membros que fundaram a RNSP. Esse colegiado reúne-se uma vez por mês para pensar questões mais delicadas, tais como declarações oficiais que levarão o nome da Rede. Foi o colegiado que decidiu por mudar o nome de “movimento” para “rede”. Esse conselho ajuda os GTs a pensarem suas estratégias e contribui para o desenvolvimento das ações, no entanto, não se trata de uma organização vertical. Os GTs têm autonomia para estabelecerem uma agenda de ações e o colegiado assume um caráter consultivo.Mobilização política, influência e estratégias de açãoSegundo Mauricio Broinizi, a RNSP tem capacidade de exercer pressão política junto ao governo, especialmente por sua capilaridade e capacidade de mobilização. A RNSP possui credibilidade pelo significativo conjunto de instituições que a apoiam e integram a Rede, além de haver um policiamento para que discursos ideológicos não sejam feitos, preferindo trabalhar com dados e experiências concretos, nesse sentido é que produz os indicadores que abastecem as ações e intervenções pontuais junto aos órgãos públicos. A “boa relação” com a Câmara Municipal é fruto dessa credibilidade e também da articulação que a RNSP possui com os meios de comunicação tradicionais. É freqüente que seus representantes publiquem artigos, sejam entrevistados ou mesmo que a Rede seja citada nos jornais Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, ou em rádios como a CBN. No entanto essa boa relação não é homogênea. Alguns vereadores compreendem as propostas da rede, outros não. Como exemplo do bom relacionamento da RNSP com a comissão de transportes da Câmara, a Rede apresentou uma proposta de emenda de 15 milhões de reais para um plano de mobilidade urbana que foi aprovada. As propostas são apresentadas a partir de estudos técnicos realizados pela secretaria executiva e por colaboradores, às vezes as propostas também são seguidas de mobilizações organizadas pela Rede, o que amplia a pressão junto aos órgãos públicos. No caso específico do plano de mobilidade a RNSP construiu diretrizes a partir de seis seminários organizados em conjunto com a comissão de transportes, buscando inspirações em casos como o da cidade de Bogotá, que enviou representante para contribuir com os debates. O plano de mobilidade era uma exigência prevista no plano diretor de 2002 na cidade de São Paulo, mas que nunca foi realizado, então a RNSP se articulou para fazê-lo, a Câmara o aprovou em 2010, mas nunca foi implementado pela secretaria de transportes. Recentemente a RNSP elaborou um plano municipal de educação com o intuito de melhorara a qualidade e quantidade da educação na cidade de São Paulo, mas ainda não foi enviado para a Câmara Municipal. Segundo Maurício

6 http://www.institutoagora.org.br/

Broinizi existe uma resistência do Estado aos projetos que vem da Rede e da sociedade civil como um todo. Muitos dos parlamentares e funcionários do governo sentem-se confrontados, entendendo que a RNSP está fazendo o seu trabalho. Trata-se de uma visão muito limitada de democracia, muito afeita à democracia representativa e distante dos mecanismos da democracia participativa. A prova está no fato de que muitos dos Conselhos Municipais, previstos na Constituição Brasileira de 1988, jamais foram criados, ou, quando existem, possuem um funcionamento precário. Muitas vezes são boicotados pelos representantes do governo. Falta uma cultura de participação na população, mas também nos partidos políticos. Isso é sentido pela RNSP e serve de pano de fundo para o estabelecimento das estratégias de ação. Com essa percepção, a RNSP tenta lidar com essa resistência mantendo relações cordiais com o maior número possível de representantes do Estado, mas também entende a necessidade de exercer pressão para que as propostas sejam recebidas. Assim, convoca personalidades com prestígio em diferentes meios para participarem e agregar valor simbólico às propostas, procurando manter-se nos meios de comunicação de massa, muitas vezes pautando a agenda ao apresentar resultados de pesquisas ou pressionar candidatos a aderirem aos planos de metas e outros compromissos. Então faz parte da estratégia política envolver lideranças comunitárias e dar voz a outras instituições ampliando a sinergia e o peso simbólico das ações; mas também é estratégico manter um programa de rádio na programação da CBN e oferecer indicadores aos jornalistas sempre que precisam. Isso significa que toda a semana a RNSP é citada nos meios de comunicação de massa e cada vez mais sua atuação passa a ser vista como referência.Por outro lado, sabendo que a dinâmica interna do Estado não é totalmente condicionada pelas pressões da sociedade civil organizada, a RNSP procura ocupar os espaços de participação institucionais. Assim, está presente nas audiências públicas com técnicos e informações recentes sobre a cidade, extraindo dos representantes do governo justificativas mais qualificadas, que não seriam dadas à população leiga. Essa presença tem sido vista como uma forma de elevar o debate político e exercer pressão sobre o desenvolvimento das políticas públicas. Existe uma clara percepção de que nos principais atores envolvidos com as ações da RNSP a participação política deve ser estimulada, isso significa valorizar os espaços já existentes de atuação, bem como firmar parcerias com outras instituições que tem propósitos semelhantes. Mas o estímulo à participação implica também o envolvimento do Estado e a criação de uma nova visão sobre cidadania. Então a RNSP toma o cuidado do apartidarismo e de dar ênfase a argumentos técnicos em suas propostas, para diminuir as resistências encontradas no poder público. Mantém também seus projetos em funcionamento, sem deixar que esmoreçam, procurando envolver o maior número de pessoas.Uso da internetA internet é considerada pelo coordenador da RNSP o elemento central de articulação das ações. É usada para a comunicação entre os membros, mas também com a sociedade de forma geral. Quase tudo na RNSP ocorre através da comunicação virtual, desde a circulação de atas e comunicados, até a convocação de reuniões e debates. Há também um boletim semanal que é enviado por correio eletrônico, que conta com cerca de 35.000 pessoas cadastradas, que informa as principais ações da RNSP em São Paulo e nos outros estados brasileiros e faz uma seleção das principais matérias veiculadas pela mídia em que a Rede foi citada. Através da internet a RNSP também amplia a participação da população em suas ações. Como exemplo, para a realização do IRBEM (Indicadores de Referência de Bem-Estar do Município) foi feita uma consulta pública que teve a participação de cerca de 37.000

pessoas que apontaram os itens mais importantes para a qualidade de vida na cidade, que foram agrupados em 25 temas. Posteriormente o IBOPE, parceiro da RNSP, foi às ruas para a qualificação da pesquisa, avaliando como as pessoas de diferentes regiões da cidade viam os temas levantados através da consulta pública. Outro exemplo que contou com o uso da internet como fonte de ampliação da participação foi a campanha “Você no parlamento”, formalizada através de um termo de cooperação com a Câmara Municipal de São Paulo, que obteve apoio da mídia tradicional por meio de veículos como O Estado de S.Paulo, ESPN e Rede Globo. A campanha viabilizou uma consulta pública que obteve a participação de cerca de 34.000 cidadãos, que escolheram prioridades em diversas áreas, com o intuito de orientar o trabalho dos vereadores. Outra ação que contou com a internet de forma direta foi o Fórum Nossa São Paulo, por onde a população encaminhou 1500 propostas para a cidade, com as quais a RNSP construiu um banco de propostas encaminhado aos candidatos à prefeitura de 2008. Alguns dos candidatos chegaram a incorporar parte das propostas em seus planos de governo, o que é indicador da influência exercida pela Rede.O Programa Cidades Sustentáveis, que é uma das principais ações presentes na RNSP, também tem na internet um elemento estratégico. O programa tem por finalidade sensibilizar, mobilizar e oferecer ferramentas para que as cidades brasileiras se desenvolvam de forma sustentável. Para tanto oferece uma plataforma que comporta agenda de sustentabilidade para diferentes áreas da gestão pública, além de um banco de dados contendo casos exemplares de soluções para diferentes problemas urbanos. O programa também inclui indicadores que são apresentados como parte dos compromissos de candidatos às prefeituras. No portal do programa há espaço para os partidos e os candidatos do Brasil aderirem à carta de compromisso, além de terem seus nomes na lista de signatários. A internet é usada para ampliar a participação e compromisso dos candidatos e para a realização de campanhas de valorização de uma agenda sustentável. Por exemplo, a realização de um Twitaço (#EuVotoSustentável) no dia 24 de agosto de 2012, que utilizou, além das redes sociais, a imagem de pessoas estratégicas para convocar a participação. Uma semana antes do dia marcado para o twitaço, a Rede iniciou campanha no Facebook e enviou e-mail a todos os seus assinantes convocando à participação. O e-mail foi assinado pelos atletas Raí, Lars Grael e Ana Moser, além de Frei Betto e Maria Alice Setúbal. Soma-se aos recursos da internet a credibilidade de lideranças como estratégia de mobilização.Grupos e coletivos que participam da rede: 698

3) Coletivos articulados na Política Pública Município de São Paulo: Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais (VAI) – Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo; Projetos articulados à Cultura Digital – 2011/2012

Cultura DigitalEscola Livre de Comunicação Compartilhada (2012)Publicizar as iniciativas culturais da Zona Sul de São Paulo onde será equipado um laboratório de redação jornalística, estendendo para outras regiões da cidade. Para isto, o projeto prevê recurso financeiro e formação para 10 pessoas que se interessarem em fazer coberturas de eventos culturais na periferia.

Funk Tv (2012)O projeto consiste em produções de vídeos de até 10 minutos sobre bailes funks. Tem como objetivo realizar um programa por mês, totalizando oito programas, sendo a exibição

através das redes sociais na Internet. Além disso, o projeto tem como ação ampliar o site www.funk.tv.br, visando construção de uma grande mídia retratando os mc´s, dj´s e os frequentadores dos bailes funks.

Gambiarra Acústica (2012)O projeto consiste em uma espécie de estúdio ambulante que captará sonoridades em diversos pontos da cidade, mesclando ruídos urbanos com instrumentos musicais criando texturas sonoras, musicando e dando novas formas à poluição sonora presente no cotidiano. Esta circulação criará faixas multimídias e documentará este processo audiovisual em um DVD a ser entregue como produto final do projeto.

InformAtivo Cultura ZL (2012)O Coletivo Cultura ZL pretende desenvolver e criar um informativo – um material gráfico e digital - construído em parceria com diversos artistas culturais no bairro de Emílio Matarazzo. Haverá mapeamento cultural e a criação um blog coletivo. Visa atingir 80% da população do bairro. Ao final do projeto, realizará uma caminhada cultural, com todos os envolvidos.NANANO as narrativas do navio Nomade (2012)O projeto consiste na criação de um diário de bordo eletrônico, uma espécie de revista virtual cujo foco é o uso de narrativas utilizando as linguagens de vídeo, música, texto etc. A divulgação desse material será feita através das redes sociais na Internet, fanzine e contará com um show de confraternização com a banda Homens da Caverna.

Podcast Frequência Damata (2012)O "Frequência Damata" utiliza a linguagem proposta pelo formato de podcast, um meio de comunicação cujo conteúdo pode ser sonoro ou audiovisual, com sua complementação em textos, para ser vinculado exclusivamente na Internet. Visa promover a música independente dos moradores da Zona Norte. Serão realizadas 17 reuniões e gravação de 16 edições, as quais irão desenvolver: entrevistas em áudio com músicos independentes e com acadêmicos, integrantes de coletivos, de movimentos sociais, ONGs e associações. Divulgação de seis músicas de estilos diferentes de atuantes da música independente, além de divulgar escritos que retratem o contexto musical e social.

Plataforma Digital - Movendo Atitudes (2012)Criação e desenvolvimento de uma Plataforma Digital (site + redes sociais), que contará com espaços para divulgar iniciativas culturais de produtores e artistas independentes; trocas de informações, dicas culturais e de editais, depoimentos e entrevistas, fotos e vídeos de projetos. Será um espaço para troca de informações e experiências.

Quarto Mundo (2012)Gerar um espaço de discussão sobre as mídias existentes e despertar nos jovens um olhar crítico sobre os meios de comunicação. Capacitar jovens nas diversas funções técnicas de uma produção audiovisual, com conceitos básicos de comunicação e de jornalismo para TV para produzirem programas televisivos realizados e veiculados em TV pública e canais on-line.

Rap Hour (2012)O projeto tem como contexto a área cultural, social e audiovisual, voltado para a música RAP e a cultura Hip Hop em geral, aliada as novas mídias e tecnologia. O webshow é

acessível ao público, por ser veiculado na internet, onde todas as camadas da sociedade podem assistir os episódios a qualquer dia e hora.WEB TV HIP HOP MULHER (2012)A Web TV tem como objetivo fazer a transmissão de uma grade de programação pela Internet, através de vídeos e áudios. Assim, o projeto visa formação de um público cativo para um programa de diversidade cultural, contando com uma série de entrevistas, bate-papos e notícias sobre culturas tradicionais, urbanas e periféricas. Será realizada uma programação semanal com duração mínima de 01 hora, totalizando dez programas de TV online e também a produção de material informativo (flyers virtual). Além de desenvolver um dia de oficina de produção cultural para jovens empreendedores.

Multimídia em ruínas (2011)O projeto implica na realização de oficinas de produção cinematográfica e na gravação de um curta-metragem de ficção (produzido pelos alunos participantes das atividades), além de um curta documental que discuta a ocupação pública na realização de material artístico e cultural pela cidade de São Paulo. As atividades serão realizadas em uma casa antiga da região do Tatuapé entre agosto e novembro de 2011.

Click, um olhar sobre o mundo (2011)O projeto propõe a inserção sócio-cultural de jovens entre 15 e 22 anos, de baixa renda e oriundos das comunidades de Jardim Felicidade, Jardim São Ricardo, Piqueri, Comunidade Spama e Chácara Inglesa através de oficinas artísticas (audiovisual, grafite, artes plásticas, etc.) e de um projeto de educomunicação. A ideia é criar um jornal comunitário com cinco edições, além da elaboração de material virtual em mídias interativas (blogs). As atividades ocorrerão entre maio e novembro de 2011, no Espaço AMORA, Jardim Felicidade.

Samba Rock na Veia – Multiplicando a Cultura Samba Rock (2011)É formado por uma equipe de voluntários que divulga a cultura samba rock, utilizando-se dos meios de comunicação e da presença de seus integrantes em locais como eventos, festas, aulas, shows, etc. A ação se desenvolverá por meio de oficinas, entrevistas e coleta de material multimídia (fotos e vídeos) em eventos característicos desta cultura e acontecerá nas quatro regiões da cidade, em residências dos jovens participantes do projeto.

Web TV Hip Hop Mulher (2011)O projeto “Web TV Hip Hop Mulher” visa criar 16 episódios de um programa sobre diversidade cultural, com enfoque feminino, a serem veiculados na Internet. As gravações foram feitas na ONG Ação Educativa , com a participação de convidadas e convidados especiais, de maio a dezembro de 2011.

Quem dorme na rua passa o dia de pijama (2012)O projeto consiste em retratar, através da fotografia, moradores de rua. Para tanto, pretende desenvolver um diálogo esclarecedor com os moradores de rua para coleta de material em imagens (fotografias) e coleta de material de pesquisa (relatos dos moradores- história de vida) para criação do blog Exposições das fotografias em polos culturais da cidade.

Click: um olhar curioso sobre o mundo- ganha multiplicadores (2012)Através do jornalismo comunitário, por meio de oficinas interativas, educativas e culturais, dar prosseguimento as atividades do jornal "Pirituba Acontece", criar um website, um blog e um programa radiofônico. Com atuação em escolas da região através da realização de oficinas.

Projeto Pira na Notícia (2011)Proposta de encontros, na ONG Viração Educomunicação, entre 20 (vinte) adolescentes de diferentes ONG’s e escolas públicas, voltados para a produção de notícias e informações relevantes para a juventude realizada a partir da realidade dos jovens. A divulgação dos conteúdos será feita por meio de blogs, jornal mural, histórias em quadrinhos, pelo site Agência Jovem de Notícias e através de oficinas de comunicação ministradas para outros adolescentes.

Cinemateus (2012)Produção de peças audiovisuais com os jovens das comunidades de São Mateus. Realização de um programa de Web TV - "Interligados", com a gravação de duas temporadas de três programas cada. Exibição de 12 filmes independentes e/ou de circuito comercial.

Pesquisa e Documentário Vidas Ocultas - 2º Ano (2012)O projeto consiste na gravação de cinco curtas-metragens documentários biográficos sobre personagens e histórias do universo IGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros). Pretende também criar um site para promover a distribuição por download e visualização dos filmes.

Projeto: Olhares de uma São Paulo Inclusiva 2.0 (2012)Visitas a espaços culturais acessíveis da cidade e encontros/entrevistas com coletivos culturais formados por pessoas com deficiência para Produção de Vídeo – cinco curtas, dentre eles um guia audiovisual de roteiros culturais acessíveis em São Paulo e distribuição gratuita dos DVD´s além de disponibilizar o conteúdo para download no blog e Redes Sociais.

Cinemateus (2011)Através da projeção mensal de filmes nos CEUs da região de São Mateus, da realização de eventos educativos e de oficinas temáticas para a criação de vídeos e da produção de peças audiovisuais e de um programa de Web TV, o objetivo é contribuir para ao desenvolvimento da expressão cultural da comunidade. A criação do programa na internet servirá para veicular o material produzido pelos moradores de São Mateus, de forma que eles possam reconhecer seu potencial.

Dona Albertina Jura! (2011)O projeto “Dona Albertina Jura!” pretende mapear a região de Vila Albertina identificando as personalidades que possam contribuir com suas experiências de vida a fim de criar roteiros verídicos de situações que promovam, com humor, como é morar na região. Para tanto, serão agendadas entrevistas e gravadas cenas que posteriormente comporão um documentário exibido na Internet.

Programa é Batucada! (2011)O projeto visa socializar informações, fomentar ações ligadas ao samba e à cultura popular, e preservar a memória de grandes artistas populares através do registro audiovisual de pessoas e atividades ligadas no universo do samba, utilizando um blog como ferramenta de disseminação (programaebatucada.blogspot.com).

Desde que o Samba é Sampa ou Samba-Sampa (2012)

Projeto prevê a realização de ciclo de quatro debates (Samba-conversação), edição e publicação de revista eletrônica inédita, “Samba Sampa”, com ensaios e artigos produzidos pelos convidados-pensadores, e a produção do documentário homônimo, com trechos dos debates e entrevistas, que também será disponibilizado no ciberespaço.

Conect (2012)Mapeamento de grupos de artes cênicas emergentes na região do Paraisópolis por meio de cadastro com informações básicas a serem publicadas num blog. Circulação do espetáculo “Corpo Diva” e promoção de treinamento técnico dos integrantes da Cia Movi e convidados, além de residência mensal no CEU Paraisópolis.

Fat Laces (2012)Realização de atividades voltadas à comunicação, essência do hip hop, através da cobertura de eventos de hip hop, com e edição de vídeos para entretenimento e conhecimento das pessoas, assim como promoção de debates ao vivo e transmitidos pela Internet. Além da cobertura de eventos selecionados pelo grupo. Realização de um festival que abordará os elementos: grafite, break, MC, DJ e a profissionalização.

CD Zamba Rap Clube (2012)O projeto tem como objetivo principal a gravação e a produção de um CD do grupo Zamba Rap Clube, um grupo de jovens cantores de rap que ainda não possuem trabalho oficial. Serão 12 faixas. Haverá a criação de um site oficial para o download do álbum na íntegra, além de um show de lançamento que será realizado em setembro ou começo de outubro em um CEU (ainda a ser escolhido).

Who Can Roast the Most - Resgatando a essência do Hip Hop (2012)Realização de uma festa temática (anos 80), em outubro, onde serão convidados dançarinos de diversas localidades, selecionados por meio de vídeos enviados pela Internet. Os selecionados participarão de batalhas shows, que não contará com jurados. O próprio público irá escolher os vencedores, tal como era feito antigamente no início da dança nos Estados Unidos. Haverá um workshop de dança gratuito a ser ministrado pelo americano Alejandro “Bebe”, além de uma mesa de debate sobre a cultura hip hop no Brasil e nos Estados Unidos.

A batalha dos versos (2011)Criação de uma coletânea com a apresentação de 12 faixas de novos artistas do cenário independente do Hip Hop de São Paulo, produção de web vídeo, shows e concurso em cinco etapas, com as inscrições e envio de canções através do site

Fat Laces (2011)O objetivo do projeto é criar um canal de comunicação e divulgação dos eventos de Hip hop que acontecem na cidade de São Paulo. Como uma das estratégias, o grupo pretende postar no site www.fatlaces.com.br coberturas, entrevistas e vídeos sobre as atividades. No mês de novembro será realizado o “Fat Laces Festival”, com batalhas de break, batalha-show de dj e apresentações de grupos de rap independentes.

Hip Hop – Cultura de Rua (2011)A criação de um livro de fotos com a temática do Hip Hop, principalmente no espaço central da Estação São Bento do metrô, e a realização de entrevistas com personagens envolvidas nos movimentos desta expressão cultural urbana serão os objetivos do projeto

“Hip Hop – Cultura de Rua”. O lançamento da obra será realizado no mês de dezembro em uma livraria e em CEUs da região. O registro das entrevistas poderá ser encontrado no site www.culturade rua.blogspot.com.br , servindo elas também para apoio nas informações contidas no livro.

Econsciencia (2012)Projeto consiste na elaboração de uma revista impressa que atuará em conjunto com uma virtual e iniciativa pela internet em redes sociais. Assim, serão produzidas duas edições da revista Econsciencia, com uma coletânea musical de artistas independentes na primeira edição e um dvd musical na segunda edição. Serão feitas 5.000 exemplares por edição, com distribuição gratuita em ong´s, centros culturais, restaurantes, bares, faculdades e escolas.

Pira na Notícia (2012)Projeto atuará com 40 adolescentes e jovens para juntos produzirem notícias e informações relevantes para as juventudes. Serão dez coberturas de eventos, a cada mês. A divulgação será feita por meio de blogs, jornal mural, HQ´s do site da Agência Jovem de Notícias e oficinas de comunicação para outros adolescentes e jovens. As coberturas jornalísticas serão realizadas nas diversas comunidades onde moram os integrantes do grupo, além de eventos culturais da cidade.

Ter Sarau (2012)A espinha dorsal é a literatura, apresentada através de recitais no formato “microfone aberto” a fim de que os participantes e visitantes possam expor seus trabalhos; trabalhos de outros poetas (pequenos poemas impressos em papel e espalhados no espaço do encontro) ou recitar uma poesia enviada pelos internautas no Twitter. Além da literatura, o projeto também agrega intervenções de artes plásticas (no decorrer do sarau), de teatro e música dentre outras manifestações culturais.

Revolução Poética (2011)A fim de capacitar os jovens participantes do projeto “Revolução Poética”, desenvolvido na EMEF: Sebastião Francisco, serão realizadas duas ações quinzenais durante o período de junho e novembro de 2011. São elas: cafés da manhã literários e oficinas de produção e leitura de textos literários. As produções geradas a partir dos encontros serão publicadas no blog do projeto e em uma revista literária bimestral que será produzida pelos integrantes do “Revolução Poética”.

“Estúdionosso” – Estúdio Coletivo de música (2011)De forma a facilitar a gravação de demos para bandas independentes da periferia da Zona Sul de São Paulo, o objetivo é criar um espaço para ensaios e gravações dentro da Fundação Julita Jd. São Luiz, além de criar um blog e proporcionar o desenvolvimento de eventos para apresentações em espaços públicos (de forma a divulgar as bandas participantes do projeto).

Laboratório Nômade - Experimentando o Áudio na Cidade (2012)Projeto consiste na montagem de uma unidade móvel de captação e gravação de áudio, baseada em computador, para a gravação e mixagem de material de grupos da cena independente da zona norte da cidade. A divulgação e distribuição dos trabalhos serão feitas em mídia on-line, gratuita e com divulgação em redes sociais e mídia especializada.

OCA - Organização Cultural em Atividade (2012)

Produção de uma coletânea musical onde as bandas terão a possibilidade de utilizar as dependências e equipamentos do estúdio para execução de ensaios e gravações (produção) das obras que integraram a coletânea. Serão realizados dois eventos: um ensaio geral com as bandas para gravação de web vídeo e um evento de Lançamento da Coletânea e encerramento do projeto.

Pelas Ondas da Radio Estudantil (2012)Realização de programas de radio produzidos por alunos de duas escolas públicas, na zona norte e oeste da cidade, num total de 24 programas e 40 alunos. Pretende-se fazer um registro e pesquisa de assuntos relevantes às comunidades atendidas, produzindo conhecimento e compartilhando por meio de radio-transmissão dentro da escola, e externa via Internet. O projeto prevê também a produção de DVD’s e revistas.

Rádio Onda Jovem (2012)Dando continuidade ao projeto, a rádio funcionará 24h, com um sistema streaming, que permite entrar ao vivo em horários e locais escolhidos. Além disso, prevê oficinas de como montar e administrar uma web rádio e uma ação que consiste na apresentação do musical ao vivo.

Rádio Sessions Brasil (2012)Estruturar e estabilizar um veículo de mídia digital: uma rádio web de Hip-Hop com 24 horas de programação. Desenvolver programação interativa voltada para o hip hop, música negra, cultura popular e suas vertentes, realizando programações especiais e set lists de ouvintes, além de debates e conversas com grupos que atuam na área. Montagem da loja virtual da Rádio Sessions Brasil. Gravação e lançamento de uma coletânea em dezembro no bairro do Ipiranga.

Rádio Studio Vida Luzia Americana (2012)O projeto consiste na criação de uma rádio web com 24 horas de programação. Será realizado na rádio, um concurso de jovens talentos na comunidade e ainda entrevistas com músicos. Serão realizados a cada três meses shows de hip hop e a produção de um CD com a coletânea das melhores músicas dos grupos selecionados.

Conectando (2011)É um projeto de comunicação que utiliza a rádio web como forma de informação, aproximação e participação da comunidade do Ipiranga e imediações nas produções artísticas e eventos culturais da região. A programação das oficinas vai abarcar conhecimentos como sonoplastia, noções de AM, FM e linguagem web, todos voltados para jovens com idade de 12 a 21 anos.

Rádio Tambor 2011 (2011)O objetivo do projeto é desmistificar a profissão do DJ e formar novos profissionais na área através de workshops, palestras e oficinas realizadas em CEUs e Casas de Cultura da região de Cidade Ademar. Será criada uma rádio web com programas gravados ao vivo, com a presença de convidados especiais e de plateia constituída por frequentadores da ONG Ação Educativa. Tudo de forma a criar um espaço de discussão para os jovens da comunidade e criar senso crítico a respeito do entretenimento.

Rádio Love Rap (2011)

Por meio do desenvolvimento de três festivais (em agosto, outubro e dezembro) de música da Rádio Love Rap, já existente em plataforma online desde 2009 serão escolhidos artistas e bandas para comporem duas coletâneas disponibilizadas via download no site da rádio. Além disso, nos oito meses do projeto (de maio a dezembro), serão oferecidas palestras e oficinas de locução, Dj, Mc e Beatmaker para os jovens das comunidades da Zona Leste de São Paulo. Os festivais e atividades teóricas e práticas ocorrerão no CEU São Mateus e as inscrições poderão ser realizadas a partir de maio.

SeSSIons – uma seção com atitude de verdade (2011)A partir do desenvolvimento de workshops, de junho a outubro de 2011, para jovens interessados em se aprofundar na esfera das produções artísticas e culturais digitais, o objetivo do projeto é estruturar um rádio web de Hip Hop com 24 horas de programação. A intenção é colocar a rádio SeSSIons no ar em novembro de 2011, com programação previamente definida através de pesquisas (desenvolvidas entre maio e junho) e com veículos de comunicação instantânea com seus ouvintes.

Rádio Onda Jovem (2011)O objetivo do projeto é expandir para praças, parques e espaços públicos/escolas a proposta de cultura por meio da linguagem de Rádio, com apresentações ao vivo de programação de radio convencional. Haverá o lançamento de um blog interativo com postagens de algumas programações feitas, com a possibilidade de circulação de comunicação entre escolas e comunidade (vice versa). As atividades serão realizadas na Casa de Cultura Palhaço Carequinha e na EE Prof Maria Juvenal Homem de Mello.

Sáfaro (2011)Por meio da realização de seis intervenções cênicas em espaços não edificados para fins teatrais, de cinco debates públicos com artistas e pesquisadores, de pesquisas teatrais para a criação de um espetáculo inédito (que será registrado na forma audiovisual) e da permanente atualização do blog do projeto (www.osafaro.blogspot.com), o objetivo é ativar os aspectos artísticos, políticos, culturais e sociais de alguns espaços públicos de São Paulo. As atividades ocorrerão ao longo de seis meses, sendo no último a apresentação de seis espetáculos gratuitos em locais ainda não determinados, mas esparramados por todas as zonas da cidade.

Tia Tralha, construindo um porto de poéticas teatrais (2011)De forma a promover a integração dos jovens do bairro Bexiga com as artes teatrais, o grupo “Tia Tralha” irá criar um espetáculo inédito para ser apresentado na EE Maria José em novembro de 2011. Será realizada também a Semana de Artes Teatrais no colégio, além de workshops abertos com exercícios de iniciação teatral. Por fim, será desenvolvido o programa “TV Tia Tralha”, vídeo sobre as mais diversas iniciativas teatrais no Bexiga, que será publicado em um videolog.

RPG Ferramenta Alternativa para Práticas Culturais (2012)O projeto realizará palestras e oficinas sobre RPG (Role Playing Games), os encontros contaram com palestras seguidas de oficinas. Será realizada uma exposição com os produtos dos encontros e um blog para divulgação. Além disso, todo o conteúdo da exposição será impresso e encadernado.

Construindo os critérios de análise:

Para iniciar a elaboração dos critérios de análise foram selecionados alguns estudos sobre cibercultura e ciberpolítica, considerando que a caracterização dos grupos de webativismo deve ser desenvolvida à luz da conceituação baseada nos autores de referência envolvidos no debate.Na sequência apresentamos os principais aspectos do debate teórico-metodológico utilizados até o presente momento na definição dos critérios de análise dos grupos de webativismo no município de São Paulo.Para Raquel Recuero, o que “muitos chamam de mídia social hoje compreende um fenômeno complexo, que abarca o conjunto de novas tecnologias de Comunicação mais participativas, mais rápidas e mais populares”Raquel Recuero realizou pesquisa explanatória sobre as redes sociais na internet com o histórico das principais redes sociais online (Facebook, Twitter, Orkut, etc), modos e características de usos, dinâmicas das redes sociais, apresentando e desenvolvendo os principais conceitos: atores, conexões, tipologias de reses sociais na internet, visibilidade/reputação/popularidade/autoridade, comunidades virtuais. Assim a pesquisadora discute de que forma as redes sociais digitais são, atualmente, expressões das redes sociais offline e, mais que isso, expressão de sua complexificação. Segundo Recuero “a cooperação pode ser gerada pelos interesses individuais, pelo capital social envolvido e pelas finalidades do grupo. Entretanto é essencial para a compreensão das ações coletivas dos atores que compõem a rede social” (2009: 81).

Francisco Rüdiger retoma o conceito de comunicação como processo, algo já apontado por Umberto Eco nos anos 1960. Para Rüdiger, “entender os meios é entender seu poder de mudar as estruturas temporais e espaciais, o trabalho e as relações sociais”. Como diz André Lemos, ocorreu a liberação do polo emissor. Redes sociais passam a ser constituídas em fluxos informacionais, refletindo a era da conexão já apontada por Castells.Para Castells, “o que caracteriza o desenvolvimento da economia informacional e global é precisamente o seu aparecimento em contextos culturais/nacionais muito diferentes; exercendo influência em todos os países e conduzindo a um quadro de referências multiculturais”.Principais conceitos das obras de Manuel Castells, considerado o primeiro sociólogo do ciberespaço. A sistematização desses conceitos será fundamental na segunda etapa da pesquisa, considerando o momento de elaboração dos critérios de análise dos grupos de webativismo mapeados.Na obra intitulada Comunicación y Poder, Castells discute as transformações nas dinâmicas de poder na contemporaneidade e enfatiza as transformações verificadas nas dinâmicas de poder atuais impactadas pela incorporação dos dispositivos informacionais para as articulações políticas.Para o autor existem quatro formas distintas de se pensar o poder nas redes:

1) Poder de conectar em rede(networking power)

2) Poder da rede (network power)

3) Poder na rede (networked power)

4) Poder para criar redes (network-making power)

Em nossa pesquisa nos utilizaremos dessa tipologia para analisar as formas de poder dos grupos de webativismos. Nesse sentido, a análise oferecida pelo autor é fundamental

para a pesquisa, considerando a importância do debate em torno dos conceitos de ciberpolítica, cibercultura e webativismo, eixos centrais do projeto.

Yochai Benkler aborda a importância das práticas sociais e as formas como as ferramentas digitais proporcionam a potencialização dessa produção social e destaca que a conversação e colaboração abertas são as novidades da sociedade da informação.

Para Benkler estávamos vivendo o deslocamento das formas comunicacionais das mídias massivas, modificando a configuração da opinião pública. Nas formas massivas a opinião pública é agendada e enquadrada pelos massmedia, ao contrário, nas novas mídias prevalece à conversação em rede que pressupõe diálogos, ação comum e compartilhamento. A conversação se constitui na nova esfera pública que é o ciberespaço e, nesse sentido, verifica-se que a conversação aberta e livre é base para ação política.

Para o autor as mídias pós-massivas são mais conversacionais que informacionais e essa nova esfera conversacional pode contribuir para o resgate da ação política nas seguintes dimensões:

Debate

Convencimento

Persuasão

As redes informativas são tecnologicamente interativas e nelas o processo comunicativo depende de interação dialógica e multidirecional entre sujeitos, circuitos, avatares e entidades transorgânicas. Nota-se, portanto, a ênfase nas práticas conectivas de interação entre mente, sujeito, redes, circuitos, informações e inteligências.

Entre as transformações geradas na atualidade pelo uso das novas mídias estão relacionadas à relação que os processos democráticos têm com os territórios. O autor destaca que vivemos numa era de pós-territorialidade na qual o território e percepção de lugar são constantemente resignificados pelas práticas comunicativas, pelos fluxos informativos, pelas imagens pelos usos das redes.

Nas formas digitais de participação política a pós-territorialidade é composta por informações atravessam o espaço e alteram significativamente a percepção dos indivíduos fazendo com que os significados sociais sejam, cada vez mais, influenciados pelas imagens e pelos territórios imateriais.

Os territórios informativos vivem em contínua alteração: assumem significados distintos de acordo com usuários e tipos de interface. A utilização das redes digitais, internet, videocâmaras, máquinas fotográficas digitais, satélites – meios que tornam disponíveis a todos, as informações em tempo real, colocando na pauta das políticas locais questões globais tais como ambientais, disparidades econômicas, participação nas decisões, entre outras.

Outro aspecto relevante é que os territórios informativos desenvolvem a ação política em nível global e local simultaneamente o que pode evitar a produção de formas personalísticas, modificando papéis tradicionais na política como na liderança. O uso

das novas mídias por grupos sociais proporciona a vantagem de dispensar grandes recursos econômicos, além de estimular a busca de solução colaborativa para problemáticas específicas e de promover ações sem objetivo nem conteúdo fechado preliminarmente – convida à participação e construção das ações.

Sergio Amadeu analisa a reconfiguração das práticas de intermediação e o papel das redes digitais nesse processo. Nesse sentido, as redes digitais reconfiguram as práticas econômicas, as práticas culturais como, por exemplo, a indústria fonográfica, cinematográfica e editorial, entre outros aspectos sociopolíticos.

Com o surgimento das redes digitais estaríamos vivendo mudanças significativas nas práticas sociais de desintermediação, considerando que a internet gera desintermediação na esfera pública e no plano da política gerando Impacto nas instituições de intermediação de poder. Para Amadeu, a esfera pública interconectada provoca alterações essenciais na formação da opinião pública, na política e na intermediação entre cidadãos e instâncias de poder. A partir daí o poder dos coletivos autoorganizados passaria a crescer e suas ações ganhariam maior visibilidade social.;

André Lemos e Pierre Lévy analisam a reconfiguração da Esfera Pública, a partir do que definem como expansão do ciberespaço. Essa expansão está caracterizada pelo foco nas ações coletivas de inteligência nos ambientes virtuais. Os autores defendem que essas mudanças são fundamentais para o processo de potencialização da democracia contemporânea.

A cibercultura seria responsável por impulsionar a ciberdemocracia possibilitada pela interconexão das comunidades e pela construção da inteligência coletiva.

Aspectos centrais cibercultura:

1) liberação da palavra e do pólo de emissão

2) conexão

3) reconfiguração social

4) Configuração das Comunidades Engenhosas:

5) Democracia possui fundamento local

6) Funções complementares das cidades: acumulação, interconexão e governo

7) Ciberespaço: constitui novo centro de acumulação de informações, prolonga e intensifica a função de interconexão do urbano

A Ciberdemocracia assegura acesso às informações governamentais e propicia a condução de projetos pilotos na área de consultas públicas em meio eletrônico e contribui para ajustar formalmente os processos políticos, operando mudanças na legislação e nas instituições para se adequar a e-democracia.

Wilson Gomes problematiza questões fundamentais para o debate a ciberpolítica e busca compreender em que medida as ferramentas e iniciativas apoiadas em tecnologias digitais contribuem para diminuir déficit de participação política nas democracias liberais contemporâneas.

Gomes busca compreender em que medida o uso de ferramentas digitais contribui para produzir novas formas de participação e engajamento na política, partindo da necessária diferenciação entre participação política em geral e participação pela internet. A preocupação do autor é compreender os motivos que levam que as redes sociais e as formas de reciprocidade se desfaçam com rapidez na internet.

Nesse sentido, estabelece dois pólos para a análise:

1) Participação Política via internet é instrumental

Uso de ferramentas, linguagem e máquinas digitais de conexão;

2) Participação Política via internet é essencial;

2.1) Informar-se em sites, blogs, portais desenhados para ambiente online2.2) Busca outro tipo de informação – diferente da grande mídia2.3) Emprego político de sites de relacionamento, de redes sociais é típico do

universo digital.

Nesse sentido a participação online não está necessariamente vinculada à noção de cidadão-total (devotado integralmente à participação) e não se propõe a substituir a representação pelo governo direto dos cidadãos. Entende-se que a democracia digital é desenvolvida pelo uso de dispositivos, aplicativos e ferramentas para reforçar as práticas políticas e sociais do Estado e dos cidadãos.

No que diz respeito à participação e influência civis, as iniciativas digitais facilitam a influência dos cidadãos sobre as decisões políticas no interior do Estado e sobre a implementação das decisões legislativas ou administrativas e são capazes de promoverem o aumento da diversidade de atores sociais e influenciam na composição das agendas na esfera pública e nas instâncias de decisão da política.

Além disso, as iniciativas digitais promovem o aumento de instrumentos, meios e oportunidades para que as minorias políticas se representem e sejam representadas na esfera pública e nas instâncias de produção da decisão política.

A coletânea de artigos publicados no livro intitulado Ocupy reúne vários artigos sobre o movimento dos Indignados que tomou inúmeras praças em vários países nos últimos meses de 2011. As ocupações aconteceram em forma de acampamentos que se estenderam por semanas em Nova York, Madrid, Barcelona, Londres, São Paulo e várias outras cidades; reivindicaram “democracia direta” e questionavam os destinos do capitalismo após a crise financeira mundial que eclodiu em 2008. Assim como na Primavera Árabe, redes sociais online foram fundamentais para a organização, divulgação e articulação dos acampamentos que aconteceram simultaneamente e de forma integrada.

Jesús Martín-Barbero politiza a questão das tecnologias digitais discutindo seus usos sociais: em conformidade com a Teoria dos Usos, Martín-Barbero aponta que a questão fundamental não está na tecnologia em si, mas nos usos que se faz delas. Os jovens, principalmente, estão utilizando as ferramentas sociais de forma coletiva e voltada às disputas políticas e culturais.Dênis de Moraes concebe a internet como palco de lutas pela hegemonia e discute as ações contra-hegemônicas em rede ali presentes a partir das próprias características da cibercultura. Adota a noção de comunicação alternativa defendida pelo Foro de Medios Alternativos, da Argentina: é aquela que “atua como uma ferramenta para a comunicação no campo popular, sem deixar de lado a militância social, ficando implícito que jornalistas e/ou comunicadores devem estar dentro do conflito, sempre com uma clara tendência a democratizar a palavra e a informação”. Discute o trabalho cooperativo e o ativismo virtual a partir do trabalho de grupos e organizações latino-americanas e espanholas que agem por meio da internet, mas sem cair no ciberotimismo, avaliando as perspectivas concretas para a continuidade dessa brecha nas disputas hegemônicas.Na atual fase da pesquisa estamos desenvolvendo os critérios de análise com base nas obras acima comentadas e outras que ainda não foram incorporadas à pesquisa. Nesse sentido, ainda não se tem resultados concretos da pesquisa, mas nos primeiros meses da investigação a equipe pode identificar a grande efervescência nos coletivos de cibercultura e de ciberpolítica na cidade de São Paulo. No primeiro mapeamento já foi possível verificar a grande presença de grupos nas regiões periféricas da cidade atuando, fazendo uso das TICs para nas suas práticas sociais.

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ANEXO I

Ficha de análise de ações de webativismo

1. Nome ação: _____________________________________ Ficha _________2. Link __________________________________________________________

3. Objetivos da Ação: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Atores envolvidos:

 Ação individual Ação coletiva

Quem? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________

Movimentos Sociais tradicionais que se apropriam das TICs.

 E-movimento que surge na Internet

5. Local em que surge e área de influência: ________________________________________________________________________________________________________________________________________

6. Tipo de webativismo:

E-mobilização  E-participação  E-deliberação

7. Área de atuação:

Cultura

Educação

Saúde

Habitação

Transparência

Esporte

Meio ambiente

Transporte / mobilidade

Direitos sociais

Cidadania

Outras áreas de atuação: ______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

8. O governo recebe formalmente a intervenção da Sociedade Civil?

Sim Não Indefinido

9. A Ação política migra para os meios de comunicação tradicionais?

Sim Não Indefinido

Quais? ________________________________________________________________________________________________________________________________________

10. Existem instituições (movimentos sociais, sindicatos, empresas etc.) dando legitimidade e força para a ação?

Sim Não

Quais? ________________________________________________________________________________________________________________________________________

11. As ações foram incorporadas a:

planos de governo

ações governamentais

Quais? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

12. As ações contam com um plano estratégico com o uso das TICs, instituições parceiras, redes sociais, etc?

Descrição: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

13. Direcionamento das ações:

ações universalistas

grupos específicos

Quais? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

14. Quais os mecanismos de controle social online? (relação do movimento / ação com os participantes)

Descrição: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Critérios de seleção das ações:

a) Ação ativa a partir de 2011;

b) Uso da internet como estratégia em alguma etapa da ação;

c) Ação política exógena;

d) A ação exerce influência em São Paulo.