Uso estratigrfico dos fsseis e tempo geolgico

Uso estratigrfico dos fsseis e tempo geolgicoCARVALHO, I.S. Paleontologia. Rio de Janeiro: Intercincia. 2004.Captulo 5 Rosemary RohnTempo geolgicoMedido atravs de relgios naturais que refletem o ritmo da Terra:os movimentos dos continentes, o soerguimento de montanhas, o aumento e a diminuio dos nveis dos oceanos, eo surgimento e a extino das espcies.

Assim, cada rocha e cada fssil existentes na crosta terrestre constituem-se em arquivos naturais que guardam os segredos de muitos eventos do passado e so ferramentas que podem nos ajudar a reconstituir a histria do planeta.

Coluna do tempo geolgicoFonte: http://www.ufrgs.br/paleodigital/Tempo_geologico1.htmlA coluna do tempo geolgico

No arbitrria, reflete grandes acontecimentos que ocorreram nas histrias geolgica e biolgica da Terra.ons Arqueano e Proterozico: grupos de rochas gneas e metamrficas que formam grande volume da crosta continental, registro fssil escasso, composto somente de seres microscpicos.Final do Proterozico: primeiros seres multicelulares.on Fanerozico significa "vida visvel: fase em que a vida se tornou abundante no planeta.Era Paleozica ("vida antiga") 6 perodosCambriano vem de Cambria, que o nome latino para Gales, onde suas rochas foram primeiramente estudadas. Ordoviciano vem de Ordovices, que o nome de uma antiga tribo celta. Siluriano homenageia a tribo dos Silures, que habitava uma regio de Gales. Devoniano uma homenagem a Devonshire, na Inglaterra onde esto expostas rochas dessa idade. Carbonfero refere-se aos depsitos de carves que se encontram acima das rochas devonianas. Permiano foi dado porque as rochas desta idade situavam-se prximas provncia de Perm, na Rssia. A Era Paleozica termina com o maior evento de extino em massa de todos os tempos.Era Mesozica ("vida do meio")3 perodosTrissico tem a ver com a diviso em trs camadas das rochas dessa idade na Alemanha, que se sobrepunham s rochas paleozicas. Jurssico faz referncia s montanhas Jura, na Sua, Cretceo vem do termo latim Creta que significa giz, relativo s rochas da Frana e Inglaterra.Era Cenozica "vida recente 2 perodosEla inicia depois da grande extino que marcou o final do perodo Cretceo. Dividida em dois perodos: Palegeno e Negeno, cada um deles contendo pocas.O tempo profundoAt o final do sculo XVIII, a cincia ainda era muito influenciada pela religio e havia a crena de que a Terra era jovem, com no mais do que 6.000 anos de histria. Essa idade havia sido estabelecida em 1650, pelo Arcebispo Ussher (religioso irlands), que realizou um estudo baseando-se em todas as geraes apresentadas pela bblia, desde Ado e Eva, e calculando seu tempo de durao. Assim, segundo Ussher, a Terra foi criada no ano de 4004 a.C., no dia 23 de outubro, um domingo.James HuttonMudou a tradicional viso de uma Terra jovem para uma Terra "sem vestgio de um comeo, sem perspectiva de um fim".Observando formaes de rochas sedimentares da Esccia, percebeu que estas eram produto da eroso de outras rochas, mais antigas ainda, e que as formaes geolgicas eram produtos de eventos que ocorreram na histria do planeta em um tempo muito superior quele apontado por Ussher.UniformitarismoAs leis da natureza no mudam atravs dos tempos, portanto, os mesmos fenmenos naturais que hoje so observados na Terra, tambm agiram no passado.Segundo Charles Lyell (1830) os processos geolgicos operaram lenta e gradualmente no passado da Terra, sem a ocorrncia de grandes catstrofes.ESTRATIGRAFIARamo da Geologia que utiliza dados paleontolgicos para determinar a idade relativa das rochas e sua distribuio espacial:Todo fssil o registro de uma espcie que existiu em determinado intervalo de tempo da histria da Terra;Representa um estgio da evoluo dos seres vivos;Constituem uma importante ferramenta para discriminar as rochas mais antigas daquelas relativamente mais novas.

Bacias sedimentaresQuase todos os fsseis so encontrados em rochas sedimentares que se formaram, portanto, em bacias sedimentares.As bacias sedimentares podem ser de diversos tipos, conforme a natureza do espao de acumulao e preservao dos sedimentos:Bacias interiores: rochas sedimentares acumuladas durante longos intervalos de tempo sobre grandes extenses do continente;Bacias marginais: relacionadas separao da Amrica do Sul e frica do antigo super continente Gondwana (cerca de 100 ma)

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAFnAAE/bacias-sedimentaresPrincpios da estratigrafia (Nicolaus Steno)Princpio da superposioEm qualquer sucesso de estratos de rochas (que no tenha sofrido deformao), o estrato mais antigo posiciona-se mais abaixo, com os estratos sucessivamente mais jovens, posicionando-se acima.

Princpio da superposio

Fonte: http://ufrr.br/lapa/index.php?option=com_content&view=article&id=%2095Princpio da continuidade originalDevido ao fato das partculas sedimentares de um fluido acomodarem-se sob a influncia da gravidade, a maior parte das estratificaes deve ser horizontal; estratos inclinados, portanto, devem ter sofrido perturbao posterior.Princpio da horizontalidade originalDepsitos sedimentares se acumulam geralmente em camadas horizontais sob a influncia da gravidade

Fonte: http://ufrr.br/lapa/index.php?option=com_content&view=article&id=%2095Princpio da continuidade lateralEstratos, originalmente, se estendem em todas as direes at que sua espessura chegue a zero, ou, ento, at encontrarem os limites de sua rea original ou bacia de deposio.Princpio da continuidade lateralGrand Canyon (USA) Camadas sedimentares so contnuas, estendendo-se at as margens da bacia de deposio, ou afinando-se lateralmente

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAcbgAB/datacao-relativa-absolutaPrincpio das relaes de corte(James Hutton)Uma rocha gnea intrusiva que corta uma outra camada de rocha deve ser mais jovem que esta camada de rocha.Princpio das relaes de corte

Fonte: http://www.ufrgs.br/paleodigital/Tempo_geologico3.htmlPrincpio das incluses(James Hutton)Uma rocha que inclui fragmentos de uma outra rocha deve ser mais jovem que a rocha que originou estes fragmentos.Princpio das incluses

Fonte: http://terra-online.blogspot.com.br/2010/05/datacao-relativa-das-rochas.htmlFsseis e datao relativaDois novos princpios, utilizando fsseis como ferramentas, se somaram aos princpios da estratigrafia. Esses princpios foram concebidos por Georges Cuvier, um paleontlogo/anatomista de vertebrados francs, e Willian Smith, um agrimensor ingls.

Teoria do Catastrofismo Georges Cuvier Enquanto prospectava fsseis de vertebrados nos arredores de Paris, comeou a perceber que cada camada de rochas abrigava um conjunto de fsseis diferente das outras camadas. Verificou, tambm, que os fsseis das camadas mais inferiores apresentavam caractersticas mais primitivas do que os fsseis das camadas mais superiores, os quais se assemelhavam mais aos animais atuais. Concluiu que essa "Sucesso Faunstica" era produto de extines catastrficas que aconteceram de tempos em tempos na histria da Terra. Assim, depois de cada evento de extino, que dizimava a fauna inteira de uma determinada rea, novos organismos provenientes de outros lugares ocupavam os ambientes vagos. Princpio da Sucesso Faunstica ou Sucesso Fssil (Willian Smith)Grupos de fsseis ocorrem no tempo geolgico em uma ordem determinada que reflete a evoluo da vida na Terra. Fsseis mais antigos posicionam-se nos estratos mais inferiores e assim sucessivamente. A idade de uma rocha pode ser inferida com base no seu contedo fossilfero.Princpio da Sucesso Faunstica ou Sucesso Fssil

Fonte: http://www.ufrgs.br/paleodigital/Tempo_geologico4_1.htmlPrincpio da correlao fssilAs correlaes temporais (correlaes estratigrficas) entre camadas de rocha situadas a longa distncia so realizadas com a utilizao de fsseis (gneros, espcies) que renem uma srie de caractersticas especiais: fsseis-guia ou fsseis-ndice. Alm da grande distribuio geogrfica (cosmopolitas), esses fsseis devem apresentar curta amplitude vertical (ter surgido e se extinguido rapidamente), devem ser facilmente identificveis e devem ser abundantes. Os melhores fsseis-guia so organismos marinhos, de preferncia, de hbito plantnico.Assim, com o auxlio dos fsseis, estavam criadas as bases para um correto empilhamento das camadas de rochas e sua correlao temporal. Esse mtodo conhecido como Datao Relativa.

Datao absoluta das rochasOs mtodos de datao relativa possibilitam um correto empilhamento das rochas no tempo e a correlao de distintos pacotes de rochas, mas no fornecem dados para se saber a idade absoluta (em nmeros) das rochas.Foi s no incio do sculo XX que uma nova metodologia emergiu:com a descoberta da radiatividade e de que alguns elementos qumicos presentes nas rocha emitiam radiao a taxas constantes, foi desenvolvido o mtodo de Datao Absoluta das Rochas (baseada em istopos radioativos e meia vida desses istopos).

Chapada do Araripe Santana do Cariri (CE)https://www.youtube.com/watch?v=LLBhmJMQfPA