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AS ENFERMEIRAS NA FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA 1º Ten Al JULIANA FARIAS COÊLHO CÂMARA RIO DE JANEIRO 2008

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AS ENFERMEIRAS NA FORÇA EXPEDICIONÁRIA

BRASILEIRA

1º Ten Al JULIANA FARIAS COÊLHO CÂMARA

RIO DE JANEIRO 2008

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AS ENFERMEIRAS NA FORÇA EXPEDICIONÁRIA

BRASILEIRA

1º Ten Al JULIANA FARIAS COÊLHO CÂMARA

RIO DE JANEIRO 2008

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Escola de Saúde do Exército, como requisito parcial para aprovação no Curso de Formação de Oficiais do Serviço de Saúde, especialização em Aplicações Complementares às Ciências Militares. Orientador: Capitão-Tenente Josinete Mello dos Santos. .

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M496i Câmara, Juliana Farias Coêlho. As Enfermeiras na Força Expedicionária Brasileira /. - Juliana Farias Coêlho Câmara. - Rio de Janeiro, 2008.

23 f. : Orientador: Josinete Mello dos Santos Trabalho de Conclusão de Curso (especialização) – Escola de Saúde

do Exército, Programa de Pós-Graduação em Aplicações Complementares às Ciências Militares.

Referências: f. 23. 1. Enfermeiras. 2. FEB. 3. Segunda Guerra Mundial. I. Santos

Josinete Mello dos. II. Escola de Saúde do Exército. III. Título.

CDD 617.69

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RESUMO

O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão de literatura sobre a atuação das enfermeiras

que integraram a Força Expedicionária Brasileira (FEB). O Brasil vivia um período chamado

Estado Novo (de novembro de 1932 a outubro de 1946), quando o mundo inicia o maior

conflito armado da história: a Segunda Guerra Mundial, em que dois blocos de países se

confrontam, quais sejam, os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), que desejavam impor

uma “nova ordem” na Europa e na Ásia, e os países Aliados, liderados pelos Estados Unidos,

União Soviética, França e Inglaterra e compostos pelo restante do mundo. Uma das razões que

levaram o Brasil a entrar na guerra foi o ataque de submarinos alemães a navios brasileiros.

Assim, foi criada a FEB, com o objetivo de enviar combatentes brasileiros para lutar ao lado

dos países aliados, em solo italiano. Os Estados Unidos pressionaram o Brasil para enviar

apoio logístico de saúde para a guerra e foi criado, por Decreto, o Quadro de Enfermeiras da

Reserva do Exército. Foram enviadas para Itália 67 enfermeiras do Exército e 6 da

Aeronáutica. As enfermeiras da FEB atuaram em seções brasileiras nos hospitais americanos

nos diversos escalões que compuseram a assistência à saúde no Teatro de Operações Terrestres

(TOT), tendo atuações de grande valia para a manutenção e recuperação da higidez física e

mental dos brasileiros que combateram na Itália, além do socorro aos outros militares aliados,

aos prisioneiros alemães e à população civil. O conforto moral proporcionado pelas

enfermeiras da FEB, além de assistência médica, aos feridos e doentes no TOT na Itália, foi

essencial para a campanha vitoriosa dos militares brasileiros na Segunda Guerra Mundial.

Palavras-chaves: Enfermeiras, FEB, Segunda Guerra Mundial.

,

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ABSTRACT

The objective of this work was doing a literature revision on the performance

of the nurses who had integrated Brazilian Expedicionary Force (FEB). Brazil

lived a called period “Been New” (of November of 1932 to October of 1946),

when the world initiates the biggest armed conflict in history: Second World

War, where two blocks of countries if collate, which were, the countries of the

Axis (Germany, Italy and Japan) and the Allies, led for the United States,Soviet

Union, France and Britain and composites for the remain of the world. German

Submarines had sunk Brazilian ships and this was one of the reasons because

Brazil entered in the war. Thus, the FEB was created, with the objective to send

Brazilian troops to fight besides of the countries Allies, in Italy. The United

States had pressured Brazil to send logistic support of health for the war and

were created, for decree, the Staff of Nurses of the Reserve of the Army. 67

nurses of Army and 6 of the Air Force had been sent for Italy. The nurses of the

FEB had acted in Brazilian sections in the American hospitals in the diverse

steps that compose the assistance to the health in the Terrestrial Operation

Theater (TOT), having performances of great value for the maintenance and

recovery of the physical and mental health of the Brazilians who had fought in

Italy, beyond the aid to the other military allies, the german prisoners and the

population . The moral comfort proportionated by the nurses of the FEB, beyond

medical assistance to the wounded and sick people in the TOT in Italy was

essential for the victorious campaign of the Brazilian military in Second World

War.

Key-words : Nurses, FEB, Second World War.

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AGRADECIMENTOS

A minhas irmãs e sobrinhas, por tornarem essa “jornada” mais suave.

A Sílvio, meu noivo, pelo seu amor e apoio incondicionais.

À Capitão-Tenente Josinete Mello Silva, pela sua disponibilidade em me

orientar.

Ao Capitão-Tenente Artur Ventura (IM), pela surpreendente amizade e

atenção.

Ao Major Luiz Carlos Burgarelli, pela dedicação aos co-orientados e a

todos que necessitarem de sua ajuda.

Aos colegas de curso, que se tornaram amigos e que assim permaneçam.

A todos os que servem na Escola de Saúde do Exército, pela paciência e

pelo convívio enriquecedor.

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DEDICATÓRIA

A meus pais, Lúcio da Costa Câmara e Rita de Cássia Farias Coêlho Câmara,

por se dedicarem, incessantemente, em nos deixar como herança o que há de

mais valioso: a honestidade, a responsabilidade, a perseverança, a disciplina e o

respeito ao próximo.

Aos meus avós, Rômulo Camboim Câmara (in memorian), Maria de Lourdes

da Costa Câmara, Djalma Lins Coêlho e Maria Nelly de Farias Coêlho,

exemplos de virtudes a serem seguidos.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................8

2 METODOLOGIA ....................................................................................................11

3 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................12

3.1 COMPOSIÇÃO DA FEB.........................................................................................12

3.2 QUADRO DE ENFERMEIRAS DO EXÉRCITO......................................................13

3.3 ATIVIDADE LOGÍSTICA DE SAÚDE NO TOT.....................................................15

3.4 ATUAÇÃO DAS ENFERMEIRAS NA 2ª GUERRA MUNDIAL..............................18

4 CONCLUSÃO............................................................................................................22

REFERÊNCIAS.............................................................................................................23

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1 INTRODUÇÃO

A Segunda Guerra Mundial foi um conflito que envolveu 63 países, 80% da

população mundial e teve duração de cinco anos e oito meses, deixando 60

milhões de mortos.

Adolf Hitler, que tinha a Alemanha sob seu poder, Benito Mussolini da Itália,

e o Imperador Hiroíto, do Japão, firmaram o Pacto Tripartite, onde resolveram

se assistir mutuamente e colaborar para a satisfação das suas aspirações aos

espaços da Grande Ásia, Extremo Oriente e aos territórios da Europa. Através

desse Pacto, o Japão reconheceu e aceitou a direção da Alemanha e da Itália na

criação de uma nova ordem na Europa. A Alemanha e a Itália, por sua vez,

reconheceram e aceitaram a direção do Japão na criação de uma nova ordem no

espaço da grande Ásia e Extremo Oriente.

No dia 1° de setembro de 1939 a Alemanha invadiu a Polônia e, nessa

ocasião, os Governos francês e inglês declararam guerra a Alemanha iniciando a

2° Guerra Mundial.

Os países da América assinaram a ”Declaração Geral de Neutralidade das

Repúblicas Americanas”. Nela se firmava a posição de neutralidade, a proibição

de instalações de bases militares em seus territórios e se estabelecia a “zona de

segurança”, envolvendo o continente americano.

Em 7 de dezembro de 1941, a guarnição americana de Pearl Harbour foi

atacada por submarinos e por aviões japoneses pilotados por kamikazes que

destruíram totalmente o porto americano e a maioria dos navios ali fundeados

além de todas as instalações da base. Esse ataque levou 26 nações livres de

diferentes partes do mundo a se associarem e firmarem, a 1° de janeiro de 1942,

no Rio de Janeiro, a Declaração de empregarem todos os seus recursos militares

ou econômicos contra os membros do Pacto Tripartite. Cada governo se

comprometia a cooperar com os Governos signatários da Declaração e a não

firmar com os inimigos armistícios ou paz sem a concordância dos demais .

Em 28 de Janeiro de 1942, o Ministro das Relações Exteriores, Osvaldo

Aranha, cumprindo ordens do governo, comunicou que o Brasil se afastava

definitivamente do convívio com a Alemanha, Itália e Japão, solidarizando-se

com as repúblicas do continente americano, às quais estava ligado por

indissolúveis laços de camaradagem.

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O Brasil vivia sob um regime que se chamou Estado Novo e que duraria oito

anos (de novembro de 1932 a outubro de 1946). A Constituição de 10 de

novembro de 1937 permitira que o Presidente Getúlio Vargas governasse sem

limitações jurídicas, sem congresso, sem governos estaduais autônomos, sem

partidos políticos e sem eleições.

Os chamados países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), em que vigoravam

regimes totalitários, tinham notória simpatia pelo governo de Vargas. No

entanto, no Brasil, também existia uma facção pró-Estados Unidos liderada por

Osvaldo Aranha.

Vargas procurava manter o Brasil neutro e tirar vantagens econômicas da luta

entre os países do Eixo e os países Aliados, estes últimos liderados pelos

Estados Unidos e representados pelo restante do mundo.

Nesse conturbado período da História, a crise da economia agroexportadora

acarretada pelo crack da bolsa de valores de Nova York provocou um forte

movimento de industrialização no país, pois as dificuldades de importação eram

grandes. Nessa perspectiva, em que o Estado necessitava de mão-de-obra de

reserva a fim de manter salários baixos, as mulheres engajam neste processo,

conquistando posicionamento na estrutura social. O voto feminino foi uma

dessas conquistas, formalizada na Constituição de 1934. Há tempos, as mulheres

já reunidas pelo sentimento de consciência de classe, lutavam por esses e outros

direitos, tornando evidente o processo de inserção da mulher como sujeito

político significante na estrutura social brasileira (MARCUSE, 1967).

Até 1942, o Brasil se manteve neutro no conflito mundial. Porém, o

afundamento de navios brasileiros por submarinos alemães determinou uma

declaração de guerra à Alemanha e à Itália e mostrou que era insustentável a

ditadura de Vargas. A população exigia que o Brasil tomasse providências a

respeito dos ataques aos navios brasileiros, clamando, nas ruas, através de

passeatas, que entrássemos na Guerra.

No dia 09 de agosto de 1943, foi criada a FORÇA EXPEDICIONÁRIA

BRASILEIRA-FEB. A criação da FEB tem como marco inicial a Comissão

Militar Mista Brasil-Estados Unidos e como ponto de partida a autorização que

o Presidente Vargas deu ao General Leitão de Carvalho, em 29 de março de

1943, para que planejasse com os americanos a utilização de tropas brasileiras

em operações de guerra.

Com a entrada do Brasil na guerra, os norte-americanos reforçaram a idéia da

necessidade de que os países Aliados deveriam embarcar para a Europa,

apoiados por uma estrutura logística significativa, já que, dessa forma, aqueles

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poupariam recursos financeiros e humanos. Com isso, os norte-americanos

pressionaram o governo do Brasil a enviar um estruturado corpo de saúde. As

mulheres brasileiras estariam incumbidas de cumprir este papel assistencial,

pois, culturalmente, a função de enfermeira era designada às mulheres.

Essa pressão política exercida pelos norte-americanos, aliada à crescente

inserção da mulher brasileira no mercado trabalho, e à valorização do Estado

trabalhista de Vargas acerca do processo de voluntariado frente à guerra, foram

os possíveis fatores determinantes para impulsionar o ingresso das mulheres nas

Forças Armadas e para a criação do QUADRO DE ENFERMEIRAS NA FEB.

Além disso, como enfermeiras brasileiras prestaram assistência aos

náufragos, vítimas dos ataques dos alemães, sentiram obrigação moral de ter

uma atitude ativa frente à àquelas vidas perdidas. Uma dessas enfermeiras foi

Elza Cansanção Medeiros, que, em 1943, morava em Maceió e auxiliou no

atendimento dos náufragos do navio Itapagé, prestando assistência médica e

social.

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2 METODOLOGIA

Este trabalho realizou uma revisão de literatura sobre a atuação das

enfermeiras na Força Expedicionária Brasileira.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 COMPOSIÇÃO DA FEB

De acordo com Morais (1960), a FEB era constituída de uma Divisão de

Infantaria, que passou a se chamar 1º DIE, e de Órgãos Não-Divisionários.

Segundo Morais (1960), a Primeira Divisão de Infantaria Divisionária

tinha como composição:

- Comandante Geral de Divisão;

- Quartel Geral, Estado-Maior Geral e Estado Maior Especial;

- Infantaria Divisionária: Comandante e 03 Regimentos de Infantaria;

- Artilharia Divisionária: Comandante e 04 Grupos de Artilharia;

- Esquadrilham de Aviação-ELO;

- Batalhão de Engenharia;

- Batalhão de Saúde: possuía como Comandante o Ten Cel médico Bonifácio

Antônio Borba e como Subcomandante o médico João Maliceski Júnior;

- Esquadrão de Reconhecimento;

- Companhia de Transmissões – Comunicação.

A Tropa Especial era assim composta, de acordo com Morais (1960):

- Comando do Quartel General e da Tropa Especial;

- Destacamento de Saúde;

- Cia de Manutenção;

- Cia de Intendência;

- Pelotão de Sepultamento;

- Pelotão de Polícia;

- Banda de Música .

Os Órgãos Não-Divisionários, segundo Morais (1960), compunham-

se do (a):

- Comandante da FEB;

- Serviço de Saúde da FEB: tinha como chefe o Coronel médico Emanuel

Marques Porto;

- Agência do Banco do Brasil;

- Pagadoria Fixa;

- Seção Brasileira de Base;

- Depósito de Intendência;

- Serviço Postal;

- Serviço de Justiça;

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- Depósito de Pessoal .

3.2 QUADRO DE ENFERMEIRAS DO EXÉRCITO

Através do Decreto nº 6097, em 15 de dezembro de 1943, foi criado o Quadro

de Enfermeiras da Reserva do Exército no Serviço de Saúde. Esse Quadro

destinava-se à formação de enfermeiras militares, mediante um trabalho de

adaptação das enfermeiras civis. Assim, se tentou criar o Corpo de Enfermagem

com as alunas da Escola Anna Nery, mas a diretora da Escola foi categórica em

afirmar que ”enfermeira de Anna Nery não se sujeitaria a ganhar os quatrocentos

e vinte mil réis”, então, oferecidos. Logo, o Corpo de Enfermeiras da Reserva do

Exército foi todo criado com voluntárias (CAMERINO, 1983). Elza Cansanção

Medeiros, aos 22 anos de idade, foi a primeira voluntária brasileira a se

apresentar para a Segunda Guerra Mundial, tendo se alistado no dia 18 de abril

de 1943 (CANSANÇÃO, 1987).

O curso de formação foi realizado no Rio de Janeiro pela Diretoria de Saúde

do Exército e, nas sedes das Regiões Militares, pelas respectivas chefias do

Serviço de Saúde (CAMERINO, 1983). Teve duração de seis semanas e era

composto de treinamento físico (na Fortaleza São João), treino de natação (com

a nadadora Maria Lenk, melhor nadadora brasileira na época), instrução militar,

ordem unida, adaptação ao meio militar e microbiologia. Pela manhã, ocorria o

estágio técnico e prático, no Hospital Central do Exército e na Policlínica que

terminava às 12 horas e, à tarde, o treinamento militar, que era composto de aula

teórica no Ministério da Guerra, que começava às 13 horas e terminava às 16

horas quando se iniciava a Educação Física na Fortaleza de São João. Como o

intervalo entre as instruções da manhã e da tarde era curto, várias alunas

desmaiavam de fome durante as atividades físicas, pois apenas conseguiam

deglutir um sanduíche no percurso, de bonde, entre a Policlínica e o Ministério

da Guerra (CANSANÇÃO, 1987).

Várias enfermeiras tiveram costelas e clavículas quebradas e luxações, pois

os exercícios eram perigosos, como a passagem pelo pórtico de 5 metros de

altura, sem rede de proteção (CANSANÇÃO, 1987).

Todas deviam ser portadoras de diplomas, pois quando houve a recusa da

Escola Anna Nery, o Exército se viu na necessidade de aceitar diplomas de

enfermagem de outras Escolas. Havia, na época, 3 tipos de cursos: o de

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profissionais, de 3 anos; o de Samaritanas (artigo 99 de Enfermagem), ou seja, o

supletivo de enfermagem, de 3 anos em 1; e o de Voluntárias Socorristas, com

duração de 3 meses. Portanto, havia, na FEB, apenas 6 enfermeiras

profissionais, vindas do Hospital Alfredo Pinto, da Cruz Vermelha e uma da

Escola Anna Nery. Como a Aeronáutica ofereceu o salário de oficial, ou seja,

1(um) conto e duzentos, então as enfermeiras da Escola Anna Nery foram para

aquela Força.

Ao término do curso intensivo, as alunas consideradas habilitadas eram

propostas para nomeação, ao Ministério da Guerra e consideradas preparadas

para participar como oficiais enfermeiras na 2ª Guerra Mundial (CAMERINO,

1983).

A primeira turma de voluntárias do Exército era composta de 50 alunas,

porém apenas 37 foram incorporadas e seguiram para a Itália. A esse primeiro

curso seguiram mais quatro, entretanto, apenas 10 da segunda turma foram

convocadas; o restante passou a situação de ex-aluna do curso de Emergência

das Enfermeiras do Exército, sem nenhum direito a posto hierárquico

(CANSANÇÃO, 1987).

A mulher brasileira continuava sofrendo ataques de preconceitos de várias

vertentes da sociedade, e até mesmo pessoas inseridas no alto comando

hierárquico do governo posicionavam-se contra suas inserções no Exército

Brasileiro. A reprovação social veio a se revelar em toda sua plenitude, quando a

Sra. Dutra, esposa do ministro da Guerra, Eurico Gaspar Dutra, foi nomeada

patrono das enfermeiras da FEB. Às moças que lhe levaram a notícia, ela

apontou a porta da rua dizendo, em voz alta, que era contra o fato de mulheres

entrarem no Exército e que “isso era coisa de moças que não prestavam”

(MORAIS, 1949).

A incorporação do segmento feminino na Força Terrestre, como militar e no

Quadro de Oficiais, representou um evento ímpar para a mulher brasileira até

aquele período.

Apesar de todas as dificuldades, foi formado, sob sigilo absoluto, o

Destacamento Precursor da FEB, composto pelas enfermeiras Elza Cansanção

Medeiros, Virgínia Maria de Niemeyer Portocarrero, Carmen Bebiano de Mello

Braga, Antonieta Ferreira e Ignacia de Melo Braga. O médico designado foi o

Major Ernestino Gomes de Oliveira. Esse Destacamento tinha como missão

recepcionar os 5 (cinco) mil brasileiros do 1° Escalão da FEB a bordo do navio

General Mann, que desembarcariam em Nápoles (CANSANÇÃO,1987).

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O destacamento precursor recebeu ordens para realizar todos os preparativos

para partir para a Guerra (tomar as vacinas, confecção da placa de identificação -

dog tag-, estar de posse do material fornecido pela Intendência, além de outros),

porém o destino desse Destacamento Precursor era desconhecido

(CANSANÇÃO, 1987).

3.3 ATIVIDADE LOGÍSTICA DE SAÚDE NO TOT

Segundo Morais (1960), a atividade de saúde estava cargo do Serviço de

Saúde da FEB. Este compreendia três escalões bem distintos: o da FEB, o da

Divisão e o das Unidades.

De acordo com Morais (1960) o escalão da FEB, como órgão de cúpula, tinha

sob sua responsabilidade o funcionamento dos demais escalões, inclusive os

encargos de hospitalização, bem como a atividade de suprimento Classe VIII.

Sob sua assistência direta, estavam o Serviço Dentário, o Posto Avançado de

Neuropsiquiatria e as Seções Hospitalares junto aos hospitais norte-americanos.

O Posto Avançado de neuropsiquiatria era destinado a receber, observar e

tratar os doentes precoces de Neuropsiquiatria surgidos no âmbito da Divisão.

85% dos pacientes deste Posto foram recuperados e devolvidos à tropa, sendo os

demais recolhidos a hospitais da retaguarda (norte-americanos) (MORAIS,

1960).

As Seções Hospitalares foram desdobradas juntas aos hospitais norte-

americanos, visando a atender os baixados brasileiros naqueles hospitais, após a

evacuação do âmbito divisionário. Tal medida destinava-se a proporcionar

melhores condições de atendimento aos brasileiros, ante a dificuldade de

relacionamento com médicos e enfermeiros norte-americanos, devido à barreira

do idioma (MORAIS, 1960).

Para Morais (1960), estas Seções foram desdobradas em todos os hospitais

que se constituíram na cadeia de evacuação e hospitalização e apoiava a 1ª DIE.

Esses hospitais eram, seqüencialmente:

- 32º Hospital de Campo, em Valdibura, sob barracas, com capacidade para 25

leitos, atendia os feridos mais graves, em caráter de urgência e cujo comando foi

entregue ao Professor Alípio Correa Neto, apesar de se tratar de um hospital

americano.

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- 16º Hospital de Evacuação, em Pistóia, sob barracas, com capacidade para 400

leitos;

- 7º Hospital de Guarnição de Livorno; 45º e 182º Hospitais de Guarnição de

Nápoles; 300º Hospital Geral de Nápoles, todos de maior porte e possibilidades;

- Hospital de Convalescentes de Montecatini, misto de hospital e hotel, dispondo

dos meios para recuperação física e mental do homem.

Segundo Morais (1960), os feridos e doentes que não podiam ser tratados no

prazo de 120 dias, fixado para o Teatro de Operações, eram imediatamente

evacuados para a Zona do Interior. Os demais, uma vez restabelecidos,

transferiam-se para o Depósito de Pessoal, retornando à tropa como

recompletamento.

De acordo com Silveira (1989), à frente da rede hospitalar, funcionava o

Serviço de Saúde da 1ª DIE, destinado a estabelecer a ligação entre as unidades

e a retaguarda, cabendo-lhe, especificamente, a evacuação no âmbito

divisionário, dispondo, para esta tarefa, de um Batalhão de Saúde, composto por

uma Companhia de Tratamento e de três Companhias de Evacuação. A

Companhia de Tratamento equipava os Postos de Triagem divisionários.

Foi desdobrado um posto na região de Porreta Terme, posteriormente

deslocado mais para o sul, devido aos constantes bombardeios sobre a região.

Em 29 de novembro de 1944, data da realização do segundo ataque a Monte

Castelo, este posto recebeu e processou 124 feridos (SILVEIRA, 1989).

Cada Regimento, ou Grupo ou Unidade, segundo Silveira (1989), equivalente

possuía um Destacamento de Saúde, chefiado por um oficial médico, destinado a

prestar os primeiros socorros aos feridos e doentes, preparando-os para a

evacuação ou os restituindo às posições. Nos postos de Comando dos batalhões

eram instalados Postos de Socorro, onde se realizavam operações de grande

emergência. O ferido era inicialmente carregado por padioleiros do batalhão até

o jipe e levado para o Posto de Socorro do Batalhão. Depois de examinado e

socorrido, era removido em ambulância para o destino que seu caso exigia. O

padioleiro e o enfermeiro dos pelotões de combate prestavam os primeiros

socorros, aplicando pensos, plasma, garrotes e imobilização de membros

fraturados, muitas vezes em pleno combate, sob o fogo inimigo.

Todas as equipes do Serviço de Saúde, tanto dos Destacamentos Regimentais,

como a do 1° Batalhão de Saúde, e do próprio Hospital de Campo, tinham

extrema mobilidade, acompanhando o deslocamento da tropa para prestar

melhor atendimento ao soldado ferido (SILVEIRA, 1989).

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O estado de saúde dos militares que embarcaram a bordo do navio General

Mann, rumo ao Teatro de Operações Terrestres, em Nápoles, era precário, pois,

além de essa ser a realidade da saúde dos brasileiros, na época, as inspeções de

saúde para os combatentes que iriam lutar na FEB foram sumárias e ineficientes.

Além disso, durante a viagem, que durou 14 dias, os militares ficavam em

cabinas estanques, dormindo em macas, sendo 4 macas por fila, com direito a

apenas 2 refeições por dia. Estes fatos acarretaram surtos de sarampo, varicela,

coqueluche e outras doenças a bordo. Devido à semelhança do uniforme

brasileiro com o alemão e ao péssimo aspecto dos brasileiros por causa do

desgaste da viagem, além dos outros fatores citados, quando desembarcaram, a

16 de julho, em Nápoles, foram confundidos com prisioneiros alemães

(CANSANÇÃO, 1987).

Apesar de todos esses fatores, a capacidade de adaptação das tropas

brasileiras impressionou os americanos, sobretudo levando-se em consideração

que, sendo de um país tropical e com pouco tempo de ambientação, os

brasileiros tiveram de enfrentar o duro inverno dos Apeninos, um dos mais

rigorosos da Europa. O “pé de trincheira” era um mal muito comum que

acometia os Exércitos, no inverno, devido à permanência dos soldados em locais

muito úmidos e frios, dificultando a circulação do sangue nas extremidades do

corpo, sobretudo nos pés, causando, muitas vezes, a gangrena. As tropas

brasileiras, surpreendentemente, apresentaram baixo índice de “pé de

trincheira”, devido à capacidade de improvisação. O pracinha brasileiro cobria

bem os pés com um pedaço de cobertor e forrava a galocha com feno seco, palha

ou mesmo pano. Depois colocava os pés na galocha deixando-os secos e não

apertados, permitindo que a circulação ocorresse adequadamente. A bota ficava

pendurada no cinto, na mochila ou em outro local próximo, para ser usada

quando ia dirigir algum veículo ou realizar longa marcha (CANSANÇÃO,

1987).

3.4 ATUAÇÃO DAS ENFERMEIRAS NA 2ª GUERRA MUNDIAL

O Destacamento Precursor saiu no dia 7 de julho, de avião, para Natal. As

enfermeiras embarcaram, sem avisar a seus familiares, uniformizadas com um

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macacão verde-oliva semelhante ao usado pelos mecânicos, pois o Exército não

estava preparado para a incorporação do segmento feminino (MORAIS, 1949).

De acordo com Cansanção (1987), em Natal, tiveram o primeiro contato com

a guerra, pois viram o periscópio de um submarino do inimigo quase aflorando,

quando os holofotes da Marinha varriam o mar. Partiriam de Natal para Dacar,

mas como um avião havia sido abatido, na rota, foram para a Ilha de Ascensão,

posteriormente para Acra, de lá para Costa do Ouro (atual Gana), pernoitaram

em Dacar, dali seguindo para Atar, Robert Fild, Marrakesh e Casablanca, onde

ficaram durante 3 dias e, finalmente, chegaram a Alger. Ficaram em Alger sem

saber para onde iriam, quando os alemães, pelo rádio deram a notícia que “se

encontravam em Alger, as enfermeiras com o Major médico e que se destinavam

a Nápoles”. No dia 15 deixaram Alger com destino a Nápoles.

Segundo Cansanção (1987), a situação das enfermeiras brasileiras era

confusa, pois diziam que elas pertenciam ao círculo de oficiais, porém não

possuíam divisas. Essa falta de clareza e definição fez com que as primeiras

enfermeiras a embarcarem passassem fome, pois não podiam freqüentar o

refeitório de oficiais, nem o de civis.

Na mesma noite de sua chegada a Nápoles, as enfermeiras haviam sido

informadas que os alemães estavam cientes da movimentação brasileira e de que

haviam prometido uma festa de boas vindas. Durante a noite inteira foi feita uma

barragem de artilharia antiaérea americana, que foi apreciada como espetáculo

pelas enfermeiras brasileiras (CANSANÇÃO,2003).

O Destacamento Precursor foi designado para a seção hospitalar brasileira do

45th Field Hospital e para o 182nd Station Hospital. No primeiro hospital,

ficaram Ignacia e Elza, sendo incumbidas de receber cerca de 300 brasileiros

que chegaram baixados do navio General Mann e que para aquele hospital

haviam sido encaminhados. Distribuídos nas várias enfermarias que compunham

o 45th Hospital, os pracinhas ficariam também sob os cuidados das enfermeiras

e dos médicos norte-americanos. Dado que os brasileiros e os norte-americanos

não compreendiam o idioma um do outro, a enfermeira Elza foi também

intérprete, tendo seu nome bradado pelos alto-falantes do hospital inúmeras

vezes. No 182nd, ficaram Carmen, Virgínia e Antonieta (CANSANÇÃO, 2003).

Para Cansanção (1987), a inclusão de um contingente feminino pegou de

surpresa os planejadores encarregados de determinar o vestuário desse novo

corpo auxiliar do Exército e, como a confecção do fardamento das enfermeiras

não foi realizado adequadamente, o Chefe do Serviço de Saúde autorizou que as

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enfermeiras usassem o uniforme americano no recinto do hospital, trocando-o

pelo verde-oliva quando saíssem.

O trato com as enfermeiras de outras nacionalidades, porém, tornara-se o

maior problema. As brasileiras, hierarquicamente, não possuíam posto militar

que pudesse ser equiparado com o das enfermeiras norte-americanas (todas

oficiais), pois eram consideradas enfermeiras de 3º classe, sendo equiparadas a

2º Sargento, logo, sofriam desagradáveis humilhações por parte das americanas,

o que levou Elza a participar ao comandante da FEB, General Mascarenhas de

Morais, a respeito da conflitante situação. Após um estudo realizado na

legislação, encontrou-se a solução do problema em um regulamento não

revogado da Guerra do Paraguai: a prática do arvoramento, em outras palavras,

as enfermeiras de terceira-classe seriam “arvoradas” ao posto de 2° tenente,

podendo fazer uso das insígnias do mesmo, gozar dos direitos e vantagens

inerentes, com exceção da pecuniária (CANSANÇÃO,2003).

Segundo Cansanção (2003), as primeiras enfermeiras arvoradas foram as

cinco que chegaram no Destacamento Precursor de Saúde. À medida que as

demais enfermeiras brasileiras foram chegando à Itália, eram de imediato

arvoradas ao posto de 2° tenente, o que lhes poupava os vexames iniciais que as

companheiras precursoras haviam sofrido (CANSANÇÃO,).

A chegada de outras colegas enfermeiras, nos dias que seguiram, diminuiu o

volume do trabalho e com a visita de Clarice Lispector no hospital, muitos

doentes puderam ter cartas escritas pela gentil senhora e mais tarde escritora

brasileira de renome, na época, esposa de Mauri Gugel Valente, cônsul

brasileiro da Itália (CAMERINO,1983).

Em número de 73, sendo 67 do Exército e 6 da Aeronáutica, as enfermeiras

foram seguindo para o front em pequenos grupos, por via aérea

(CAMERINO,1983).

As enfermeiras foram lotadas desde o hospital de campo, na frente de batalha,

até os hospitais de retaguarda, a saber: o 32°Field Hospital,o 16° Evacuation

Hospital, o 38° Evacuation Hospital,o 7° Station Hospital, no qual Elza assumiu

a chefia de 24 enfermeiras, o 105° Station Hospital, o 45° General Hospital, o

182° General Hospital e o 300° General Hospital.

Uma vez resolvido o entrave da situação hierárquica, a situação entre as

enfermeiras melhorou significativamente e a então 2° tenente Elza, desejosa em

ir para o front, requereu junto aos canais competentes e obteve sua transferência

para o 38th Evacuation Hospital, no vilarejo de Santa Luccia, em Cecina

(CANSANÇÃO,2003).

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De acordo com Cansanção (1987), com o deslocamento das tropas para

frente, as outras enfermeiras se deslocaram para o 38th Evacuation Hospital,

primeiro em Santa Luccia e depois em Pisa. Esse hospital foi inundado pelas

águas do Rio Arno, em 2 de novembro de 1944, devido ao represamento do

mesmo pelos alemães e posterior estouro de suas comportas. Neste dia,

encontrava-se no hospital, cerca de 3000 pessoas entre pacientes e pessoal de

serviço. Os americanos providenciaram, de imediato, a remoção de todos os

pacientes para um edifício em construção, nas proximidades da área, com uma

grande eficiência.

Segundo Cansanção (1987), após a perda total do 38th Evacuation Hospital, a

seção hospitalar brasileira foi instalada no 16th Evacuation Hospital, em Pistóia.

Sob algumas barracas onde se alojaram enfermeiras que serviram nesse hospital,

havia um paiol de pólvora do Exército italiano, porém elas apenas ficaram

sabendo depois de terminada a guerra.

Em Livorno, porém, a situação disciplinar do 7th Station Hospital era

preocupante. Tratava-se do hospital que tinha o maior contingente de

enfermeiras servindo e sua administração estava provando ser tarefa difícil. Das

palavras do Coronel Generoso Ponce, subchefe do Hospital, recebia, a Ten Elza,

a sua mais nova missão: “Ten Elza, nós pedimos que venha para esse hospital

para assumir a chefia deste grupo. Se não quiserem lhe obedecer pelo

regulamento, meta-lhes o braço, isto aqui está uma baderna!”

(CANSANÇÃO,2003).

Frente ao grande número de pacientes, alguns com gravíssimos ferimentos,

além da questão administrativo-disciplinar, foi necessário que a Ten Elza atuasse

com rigor, acirrando o seu trabalho de fiscalização e também o de intérprete, o

que harmonizou a comunicação entre como também estabilizando a caótica

situação que a inexistência de um idioma comum causava no relacionamento

entre todos ali (CANSANÇÃO, 1987).

As pesadas atribuições do cargo de chefia do 7th em muito consumiram a Ten

Elza, que, com problemas de saúde, a fizeram requerer o desligamento da

função. Em resposta, foi designada como oficial de ligação, em virtude da

reconhecida facilidade com que manejava o idioma inglês.

Na condição de oficial de ligação serviu sob o comando do Ten Cel Augusto

Sette Ramalho, no 182th Station Hospital. A atuação da Ten Elza na 2° Guerra

Mundial recebeu elogios do Tem Cel Ramalho e este a recomendou para sua

substituta no comando do 182th Station Hospital (CANSANÇÃO, 1987).

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As enfermeiras realizaram um trabalho notável: além do serviço de

enfermagem, davam apoio e carinho aos feridos.

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4 CONCLUSÃO

A presença das enfermeiras na Força Expedicionária Brasileira representou o

ingresso das mulheres no Exército, sendo, este fato, impulsionado pelas

mudanças sociais e econômicas que ocorriam no Brasil na década de trinta.

A importância das enfermeiras na 2° Guerra Mundial vai além do tratamento

curativo aos doentes e feridos, pois a presença de um apoio com características

maternais foi fundamental para o equilíbrio emocional das tropas brasileiras no

Teatro de Operações na Itália, o que rendeu atuações vitoriosas devido à

bravura de militares que saíram do Brasil desacreditados pelos próprios

brasileiros e que iriam lutar contra aquele que era considerado o melhor soldado

do mundo.

A atuação relevante e a coragem daquelas mulheres que auxiliaram no apoio

à saúde dos combatentes brasileiros e aliados em solo italiano, na Segunda

Guerra Mundial, tornou-se exemplo, até os dias atuais e estímulo para a entrada

da mulher em áreas, no mercado de trabalho, antes dominadas pelos homens.

REFERÊNCIAS

CAMERINO, O. de A. A Mulher Brasileira na Segunda Guerra Mundial.

Rio de Janeiro: Capemi, 1983.

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CANSANÇÃO, E. E foi assim que a cobra fumou. Rio de Janeiro: Marques

Saraiva, 1987.

CANSANÇÃO, E. 1... 2... Esquerda... Direita... Acertem o passo. Rio de

Janeiro : Marques Saraiva, 2003.

CASTRO, T de. História Documental do Brasil. Rio de Janeiro: Biblioteca do

Exército, 1995.

COSTA, L. C. A.; MELLO, L. I. História do Brasil. São Paulo: Scipione, 1993.

GOMES, A. de C. A Invenção do Trabalhismo. Rio de Janeiro; Relume

Dumará,

1994.

MARCUSE, H. Ideologia da Sociedade Industrial. São Paulo: Zahar ,1967.

MORAIS, B. Testemunho de uma enfermeira in: depoimento de oficiais da

reserva sobre a FEB. São Paulo; 1949.

MORAIS, J. B. M. A Feb pelo seu Comandante. Rio de Janeiro. Biblioteca do

Exército, 1960.

SILVEIRA, J.X. A Feb por um soldado. Rio de Janeiro. Biblioteca do

Exército, 1989.

WEFFORT, F. Os Clássicos da Política. São Paulo: Ática, 2000.