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CDU, 20 ANOS História de união, diálogos e lutas ANO 38 - EDIÇÃO 113 - MAIO DE 2020 WWW.AELO.COM.BR INFORMA

CDU, 20 ANOS - Aelo...permitir que caminhemos para um abismo fiscal, que custará às gerações futuras mais do que uma década perdida; nPropor e atuar junto aos Poderes Executivos

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CDU, 20 ANOSHistória de união, diálogos e lutas

ANO 38 - EDIÇÃO 113 - MAIO DE 2020 WWW.AELO.COM.BR

INFORMA

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Diretoria

PresidenteCaio Carmona Cesar Portugal

Vice-PresidenteLuís Paulo Germanos

Diretores:Administrativo e FinanceiroArthur Matarazzo Braga

Relações InstitucionaisJorgito Donadelli

Assuntos RegionaisElias Resnichenco Zitune

Assuntos de Meio AmbienteMarcos Saes

Conselho ConsultivoPresidenteCiro Pereira Scopel

Membros EfetivosFlavio Augusto Ayres AmaryÂngela Aparecida L. de Paiva FernandesAntonio BasileLuiz Eduardo de Oliveira CamargoRoland Philipp Malimpensa

Membros SuplentesCarlos De GióiaRonaldo Lucas Brani

Conselho FiscalMembros EfetivosPaulo Roberto VelziRoberto Cavalotti HaddadRuth Carmona Cesar Portugal

Membros SuplentesCeci Soares Krähenbühl PiccinaJaques ZituneMarcos Cesar Walter

AELO Informa é a publicação oficial da AELOJornalista-responsável, textos e edição:Luiz Carlos Ramos (MTb n.º 8.472-SP)Fotos: José Carlos Tafner Jorge e Luiz Carlos RamosArte: Glauco Eduardo Soares

AELO-SPRua Dr. Bacelar, 1.043 – 3.º andar, Vila Clementino,

São Paulo-SP CEP 04026-002.Telefones: (11) 3289-1788 - (11) 5594-6375

e-mail: [email protected]

Anuncie no jornal “AELO Informa”:Alessandra Martin

[email protected](11) 99630-6020

CAIO PORTUGAL

Loteadores produzem terrenos, que dãoorigem a casas, empregos e sonhos. Umaatividade econômica que gera valoresfinanceiros, mas que, acima de tudo, sesustenta com base no valor humano. E é ovalor do capital humano, com garra,conhecimento, competência e ética, quegarante a estrutura do setor imobiliáriobrasileiro. Uma autêntica soma de forças,dos empresários às mais variadasmodalidades de profissionais.

A AELO, que completou 39 anos em 24 defevereiro, integra esse mágico cenário e seorgulha de fazer parte do Comitê deDesenvolvimento Urbano (CDU), ao lado deduas expressivas entidades parceiras – oSecovi-SP e o SindusCon-SP. O CDU, aos 20anos, é o tema principal desta edição do“AELO Informa”, que traz outros destaques,como a mais recente vitória da AELO naJustiça, a 30.ª temporada dos cursos deloteamentos, o contundente discurso de

posse do presidente do Secovi-SP, BasilioJafet, os artigos dos especialistas Luis PauloGermanos, Marcos Saes, Luciano BorghesiFilho e Kelly Durazzo Nadeu, e a “Análise doPresidente”, desta vez sugerindo caminhoscontra os reflexos da crise da Covid-19.

As notícias a respeito do coronavírus eseus reflexos na economia do Brasil e domundo abalaram as perspectivas otimistaspara o País, mas quem vive no dia a dia dosetor imobiliário aprendeu a lutar. Sempre.Ainda mais em maus momentos. Afinal decontas, o valor do capital humano, que éexposto em cada reunião do CDU, tempeso fundamental na busca de soluções. Olado positivo do Brasil vai vencer.

Nesta edição, há fotos de gente, muitagente. Gente que se une em torno damissão de construir melhores cidades,superando todos os tipos de barreiras.Neste Editorial, nossa homenagem a todaessa gente. Desnecessário citar nomes: ospersonagens entram em cena nas próximaspáginas.

O VALOR DO CAPITAL HUMANO

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Caio Portugal escreveu esta “Análise doPresidente” com base no momentoenfrentado pelo País e, em especial, aatividade de lotear, sugerindo o caminhopara os empreendedores.

A atividade de lotear é uma atividadeempresarial genuinamente privada, e quesofre de todas as mazelas da interferência daadministração pública para a consecuçãodos seus objetivos: produzir novos espaçosurbanos dotados de infraestrutura, e apreços e condições acessíveis.

Esse segmento da indústria imobiliária já sofria com uma série de entraves:

nAtividade rigorosamente burocratizada,sobreposição de competências nas trêsesferas do Poder Executivo para olicenciamento urbanístico-ambiental dosloteamentos;

nSuperação pelos empreendedores dafalta ou ineficiência dos investimentospúblicos na infraestrutura básica seja pelopróprio poder público, seja pelos seusconcessionários;

nInexistência de linhas de créditosimobiliários compatíveis para com aprodução e/ou comercialização de lotesurbanizados;

nNefastas relações tributárias incidentessobre a atividade, em especial a tributaçãoda propriedade urbana engendrada pelosMunicípios;

nAtuação inadequada do Poder Judiciáriona relação privada de compra e venda delotes urbanizados, gerando insegurançajurídica e quebra de relações contratuais.Tudo isso, levando a este resultado: prejuízoa um segmento econômico que produz solourbano sustentável, e prejudicando mais asociedade, pois traz uma variável de risco ao

negócio que impede que maisconsumidores possam ter acesso ao loteurbanizado, matéria prima da casa própria.

Infelizmente, se essa indústria já sofria comessas mazelas, a pandemia do Covid-19 trazmais incertezas e mais insegurança a essaatividade. Em virtude das medidas necessáriasdo isolamento social, a recessão econômica éuma certeza! Mas, em vez de lamentarmosesse evento único que o mundo estápassando, temos que ter um olhar para ohorizonte, enxergar o que devemos fazer nessemomento, para que possamos sair mais fortes,vivos, e ativos nessa atividade de lotear:

Algumas medidas já foram tomadas, e outras virão em sequência:

nGarantir que as medidas legislativas, emesmo judiciais, não interfiram em relaçõesprivadas. As carteiras de recebíveis dasloteadoras são o ativo que lhes garantirá suasobrevivência e manutenção de suaatividade. Para tanto, além da atuaçãopermanente junto ao Poder Legislativo, umaatuação mais que acuidada junto aoJudiciário. E orientamos os associados daAELO para que negociem, protejam asrelações com seus clientes, posterguemprestações, sejam parceiros dos clientes,atuem com sensibilidade;

nBuscar proteção aos prazos de execuçãode obras, e compromissos junto aos Poderes

Públicos que têm relação direta com aaprovação dos loteamentos, e recebimentosdas obras;

nPesquisa inédita para subsidiar açõesjunto ao BNDES, Banco Central, FIntechspara a construção de linhas adequadas definanciamento ao setor;

nAtuação institucional com dois focos:garantir que a exceção do momento sejatratada no orçamento de guerra, sempermitir que caminhemos para um abismofiscal, que custará às gerações futuras maisdo que uma década perdida;

nPropor e atuar junto aos PoderesExecutivos no sentido da retomada daeconomia, com foco na retomada deemprego e renda, mas também das reformasestruturais, em especial à reformaadministrativa, sem a qual os efeitos dapandemia se perdurarão por mais tempoalém das previsões;

nAtuar de forma integrada com as demaisentidades do segmento imobiliário, com arepresentação necessária dos loteadores, afim de colaborar para a manutenção dasnossas atividades, e, como já estava emandamento, de uma nova Lei da liberdadeeconômica para mudar o paradigma daatuação das nossas empresas.

nE, por último, construir novoscomportamentos que ficarão: reuniões econtatos por meio digital, colaboração,união, valores humanos, e sempre mantendoos associados bem informados. Esse deveráser o novo normal.

Vamos continuar em assembleiapermanente na defesa dos interesses dasempresas de loteamento, de nossosconsumidores, e da sociedade brasileira.Nossas raízes são fortes, nossos laços sãopermanentes. Vamos vencer, e sairemosmelhores!

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GESTÃO EM TEMPO DE EXCEÇÃO: UNIÃO, COMPROMETIMENTO, SUPERAÇÃO!

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Na reunião do CDU de 2 de março, a primeirade 2020, a empresa Brain, parceira da AELO edo Secovi-SP, apresentou os números finais de2019 sobre as duas pesquisas desenvolvidas arespeito do mercado de loteamentos: a doEstado de São Paulo e a do Brasil. Desta vez,coube a Marcos Kahtalian, sócio diretor daBrain, comentar os gráficos mostrados na telaaos participantes do encontro, concluindo queo último trimestre do ano passado apontouuma reação em relação aos trimestresanteriores. No entanto, com a chegada dapandemia do coronavírus ao Brasil, naquelemesmo mês, surgiu uma onda de incertezas naeconomia brasileira e, claro, comprometeu atendência otimista de alguns indicadores daspesquisas para este ano, apesar de todas asprecauções que vêm sendo tomadas pelospróprios empreendedores e pelas entidades dosetor imobiliário.

De qualquer modo, vale a pena analisar osnúmeros das duas pesquisas, que, além detudo, podem ser acessados por meio de doisvídeos postados no YouTube por Fábio TadeuAraújo (foto), sócio diretor da Brain, que temcomparecido à maioria das reuniões do CDU,

desde dezembro de 2017.Em seus vídeos “Fique por dentro do

mercado”, cada um de cerca de 20 minutos,Fábio mostra e comenta os gráficos quanto alançamentos e comercialização de loteamentose de lotes.

O vídeo da pesquisa nacional está neste link:https://www.youtube.com/watch?v=nRfL6AZbucMO vídeo da pesquisa paulista é encontradoneste link:https://www.youtube.com/watch?v=471lnorFAo8

Conforme mostramos nas duas ediçõesanteriores deste jornal, a AELO expandiu para

todo o País a pesquisa pioneira do mercadopaulista de lotes urbanizados, lançada no finalde 2017, parceria do Secovi-SP e da AELO coma empresa Brain – Bureau de InteligênciaCorporativa. Tem sido possível analisar ocomportamento do setor de desenvolvimentourbano de 158 municípios, em 14 Estados,incluindo os 65 de São Paulo.

A pesquisa de âmbito nacional foi feita nodecorrer de 2019 em importantes cidadesdestes Estados: Minas Gerais, Amazonas, Pará,Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Maranhão, Piauí,Mato Grosso, Goiás, Paraná, Santa Catarina, RioGrande do Sul e São Paulo.

Importante: nessas cidades, o total de loteslançados em 2019 foi de 56.791, com umaqueda mínima, de 0,7%, em relação aos 57.200de 2018. Os lotes lançados no quarto trimestrede 2019 atingiram o total de 17.514.

Quanto às cinco regiões do País, trêsapresentaram evolução na comparação entre2019 e 2018 e dois tiveram queda. No Norte,crescimento expressivo, de 121,35%; noNordeste, 31,58%; no Sudeste, 8,24%. Asquedas ocorreram no Sul, de 34,63%, e noCentro-Oeste, de 36,51%.

A Pesquisa do Mercado de Loteamentos doEstado de São Paulo, levada adiante pelaBrain em parceria com o Secovi-SP e a AELO,mostra os números sobre lançamentos evendas de loteamentos e de lotes em 65municípios considerados de expressão combase nos registros de empreendimentos noGraprohab. O gráfico desta página revela a

variação do número de lotes lançados nessascidades, mês por mês, em 42 meses – dejulho de 2016 a dezembro de 2019. Com isso,é possível verificar a variação. Os três últimosmeses de 2019, por exemplo, mostraramreação.

Quanto ao número de lotes vendidos em2019, a Região Administrativa de Campinas

surge em primeiro lugar, com 12.099, seguidadestas regiões, pela ordem: São José do RioPreto, 5.381; Sorocaba, 4.056; Araraquara,3.378; Ribeirão Preto, 2.437; São José dosCampos, 2.434; Franca, 2.207, e Bauru, 2.131.

Detalhes, com Fábio Tadeu Araújo:https://www.youtube.com/watch?v=471lnorFAo8

PESQUISAS: REAÇÃO, ANTES DO VÍRUS

O PERFIL DE SÃO PAULO, REGIÃO POR REGIÃO

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Em 10 de março, a AELO recebeu umagrande notícia: a vitória da ação ajuizadapelo nosso Conselho Jurídico junto ao PoderJudiciário paulista contra as taxas abusivasda CETESB para o licenciamento ambientalde novos projetos de loteamentos noEstado. O juiz de Direito Dr. Josué VilelaPimentel, da 8.ª Vara da Fazenda Pública doTribunal de Justiça do Estado, proferiu estasentença: “Ante o exposto, CONCEDO ASEGURANÇA para afastar a metodologia decálculo de que trata o Decreto no 64.512/19para o licenciamento ambiental requeridopelas empresas substituídas dos impetrantesque se associaram até a propositura dopresente mandado de segurança, devendo-se observar a sistemática anterior no cálculoda taxa”.

Importante: com essa sentença,prevalecem as vitórias obtidas peloConselho Jurídico da AELO na Justiça em

2018 contra a elevação das taxas daCompanhia Ambiental do Estado de SãoPaulo (CETESB) a níveis absurdos, já que,agora, o Tribunal derrubou também osefeitos do Decreto n.º 64.512 de 2019, doGoverno do Estado.

O advogado Luis Paulo Germanos, vice-presidente da AELO e coordenador do

Conselho Jurídico, explica que “esta vitóriatem um sabor especial”: desta vez, aocontrário de 2018, quando houve liminar e,depois, o julgamento, também comsentença positiva, “o juiz concedeu asegurança, afastando a aplicabilidade dosantigos critérios”. O benefício concedidopela Justiça é para as empresas que tiveremsido admitidas como associadas da AELO até30 de janeiro, dia do ajuizamento da ação.São contempladas antigas associadas e asque, tendo se associado após as vitórias de2018, se mantêm no quadro associativo.

Assim como dois anos atrás, o trabalho defôlego de embasamento da ação foi feitopor Luis Paulo Germanos e pela advogadaRenata Mathias de Castro Neves, doConselho Jurídico – nesta foto, ao lado dopresidente Caio Portugal. Eles receberamparabéns de Caio, diretores, conselheiros eassociados.

UMA NOVA (E GRANDE) VITÓRIA NA JUSTIÇA

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Luis Paulo Germanos,vice-presidente daAELO e coordenadordo nosso ConselhoJurídico, escreveuartigo para a ColunaSecovi-SP, no jornal“O Estado de S.Paulo”. Oimportante texto éaqui reproduzido.

Consagradofundamento daRepública Federativado Brasil, a livreiniciativa encontrouna desmedidaburocracia, noagravamento da repudiável corrupção e noexacerbado intervencionismo estatal os seusprincipais entraves.

Reafirmando o seu compromisso políticocom a nação brasileira, o atual governo editoua Lei nº 13.874/19, também conhecida comoLei de Liberdade Econômica (LLE), pararestabelecer o ambiente de negócios epossibilitar a retomada do tão almejadodesenvolvimento econômico.

Em linhas gerais, a LLE institui normas deproteção à livre iniciativa e ao livre exercício deatividade econômica, dispondo ainda sobre aatuação do Estado como agente normativo eregulador. Seus princípios norteadores estãopautados na liberdade, na boa-fé do particularperante o poder público, na intervençãosubsidiária e excepcional do Estado sobre oexercício de atividade econômica e noreconhecimento da vulnerabilidade doparticular perante o Estado.

É verdade que a LLE apresenta forte viésprincipio lógico e reproduz preceitosconstitucionais já abarcados na Carta de 88. Aprevalência de tais normas gerais talvez sejustifique pela imperiosa necessidade dereconstrução de valores sociais, assim comopara declarar dissolvidas as práticas abusivas

do Estado.O legislador, ao intitular a lei como

“Declaração de Direitos de LiberdadeEconômica”, manifesta a sua intenção deafastar um modelo ultrapassado, danoso eineficaz, dando ao Estado um novo contorno:ainda que se pressuponha alguma forma desupervisão estatal sobre a atividadeeconômica, que sua intensidade seja dosadaem grau mínimo e salutar para favorecer ocrescimento de nosso país, devendo oempreendedor ser acolhido com confiança ecomo decisivo parceiro para a concretizaçãodesse propósito.

Ao Estado, não mais será permitido tripudiarsobre os direitos e liberdades individuais,inerentes à pessoa desde o seu nascimento,devendo atuar como meio para garantir aprosperidade. Ou, nas palavras de Pio XI, quetodos encontrem no Estado condições dedesenvolvimento dos dotes individuais esociais insertos na natureza humana.

Em razão do âmbito de aplicação einterpretação da LLE, dirigindo-se ela aodireito civil, empresarial, econômico,urbanístico, do trabalho, assim como a temas

ligados aoexercício das profissões, comércio, juntascomerciais, registros públicos, trânsito,transporte e proteção ao meio ambiente,inegável é a influência que exercerá sobre omercado imobiliário.

A dispensa de atos de liberação paraatividades econômicas de baixo risco (sendomuitas delas correlatas ao setor), a fixação deprazos para análise de processos pelo poderpúblico, a não exigência de medida ouprestação compensatória ou mitigatóriaabusiva em sede de estudos de impacto nodireito urbanístico, o combate ao abuso dopoder regulatório, a análise de impactoregulatório e a proteção da personalidadejurídica são as principais inovações legislativasque tocam o setor imobiliário.

Por derradeiro, caberá ao Poder Judiciárioprotagonizar criterioso papel no processo deaplicação e interpretação da LLE para garantira previsibilidade das regras e conferir aomercado estabilidade e segurança jurídica,cumprindo à sociedade o dever de sua amplapropagação para, assim, dar efetividade aotexto legal.

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LUIS PAULO: “LIBERDADE PARA EMPREENDER”

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O presidente do Secovi-SP, Basilio Jafet,fez contundente pronunciamento no seudiscurso de posse para o Biênio 2020-2022, na noite de 9 de março, no ClubeAtlético Monte Líbano, diante deautoridades, dirigentes imobiliários econvidados. Vale a pena ler o discurso,reproduzido nestas três páginas.

Excelentíssimas autoridades que nosconferem a honra de sua presença.

Excelentíssimo governador João Doria, queprontamente aceitou nosso convite paraesta solenidade e a quem enaltecemos porsua gestão moderna, pró-mercado e liberal,características que estão atraindoinvestimentos que já alcançaram 100 bilhõesde reais.

Ilustres representantes de entidades declasse que igualmente prestigiam estaocasião. Caríssimo Flavio Amary, a quemtenho a desafiadora missão de substituir napresidência do Secovi-SP; a quem agradeçopelas palavras de incentivo; e a quemcumprimento por sua brilhante atuação àfrente da secretaria estadual da Habitação.

Prezados companheiros da indústriaimobiliária, líderes de entidades de classe,representantes da imprensa, minhassenhoras, meus senhores.

Iniciamos esta cerimônia com umaprovocação: que cidade você queramanhã?

Se perguntássemos o que você queralmoçar amanhã, por certo a maioria dassenhoras e senhores levaria alguns segundospara responder.

Mas quando a questão é cidade,prontamente teríamos várias respostas.

Sem trânsito. Sem poluição. Riosrecuperados. Mais áreas verdes. Semmorador de rua. Inclusão social. Educação esaúde para todos. Mais mobilidade. Semenchentes. Mais casas, menos prédios.

A lista é imensa. Cada um tem um pontode vista.

Para nós, a resposta é objetiva: Queremoscidades funcionais e que sejam capazes deresponder a todos os tipos de demandas deseus habitantes.

O setor imobiliário pensa além do

momento. Olhamos o presente. Fazemos osalertas necessários.

E buscamos vislumbrar as condições que ofuturo irá oferecer.

É ciência e inteligência imobiliária. Estudos pautados em estatísticas,

tendências, perfil do público consumidor,tipologias inovadoras e no benchmarkingcom as metrópoles de sucesso mundo afora.

Isto forma a base das propostas queapresentamos a governantes, parlamentarese imprensa.

Várias vezes fomos ouvidos. FundosImobiliários, alienação fiduciária, leilões deimóveis, nova Lei do Inquilinato, Minha Casa,Minha Vida e outras conquistas dasociedade são alguns exemplos.

Porém, enfrentamos muitas resistências.Ninguém acusa o setor automobilístico pelotrânsito. Ou o poder público pela falta deruas e avenidas planejadas para suportar oinevitável crescimento das cidades. Quandohá enchentes, a culpa não é da falta demanutenção e de investimentos. Dos bueirosentupidos pelo lixo que pessoas jogam narua. Ou de sofás que boiam solenemente norio Tietê. Para alguns, a culpa é do mercadoimobiliário!!!

A maioria das pessoas desconhece que osedifícios que construímos para servir de laràs famílias ajudam a reduzir as enchentes.

Estudo realizado por respeitadíssimosprofessores da Universidade de São Paulo,dentre eles o arquiteto Nestor Goulart Reis,revela que nossos empreendimentosaumentam a permeabilidade do solo nas

cidades. Um estudo que poucos se

animam a ler.Afinal, é mais confortável

sentar na poltrona doapartamento, construído pornós, e acompanhar a novelaque continua adotandoideias preconcebidas,apresentando o incorporadorimobiliário como vilão.

Também ninguém semostra disposto a conhecerteses acadêmicas quecomprovam queverticalização e adensamentosão coisas totalmente

diferentes.Dá trabalho estudar. Melhor continuar na poltrona, apontando o

dedo. Um dedo que encontramos em vários

lugares. Por vezes, nos órgãos públicos queanalisam empreendimentos...

Fatores ideológicos e preconceitostranspiram na pele de responsáveis porlicenciamento ambiental, e pela definição doque é – ou não – patrimônio histórico ouparque arqueológico.

Daí vem o mantra irrefletidamente repetidopor muitos: Se interessa ao mercado, não deveser interessante para a coletividade.

Diante de tantas dificuldades, por quecontinuamos loteando, incorporando,vendendo, alugando e administrandoimóveis? Somos idealistas, sonhadores?

Não! Nem idealistas, nem sonhadores, nem

esquizofrênicos, ainda que algumas leis osejam.

A carapuça do vilão especulador não nosserve. Temos objetivos maiores, muito alémdo retorno financeiro, que é bem menor doque muitos imaginam. Até porque a outorgaonerosa que pagamos ao poder público nãoé nada barata.

Quem atua no setor imobiliário tem noDNA a vontade de transformar e melhorarcidades. Então, insistimos e insistimos.

(Continua na próxima página)

A EXPRESSIVA MENSAGEM DE BASILIO JAFET

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Continuação do discurso de Jafet. A fotomostra a Diretoria e Conselhos:

Os mais de 300 empresários e profissionaisque atuam voluntariamente no Secoviacreditam que é possível mudar a ordemdos fatores e alterar os resultados. Estamoslado a lado com nossos associados.Ouvimos suas dores. E trabalhamos paraencontrar o remédio e a cura.

Manifestamos nossa indignação quando,por conta da opinião de um ou de alguns,empreendimentos legalmente aprovadossão embargados.

E convidamos os responsáveis pelaparalisação de obras, que cedo ou tardeserão retomadas, a responder:

Quem irá ressarcir os prejuízos ouempregar a mão de obra demitida? Qualo valor da imagem de uma empresa sériainjustamente maculada? Alguém já fez ascontas?

Daí ser difícil aceitar que, da janela do14.º andar do edifício onde mora, tambémconstruído por nós, alguém comece aformular hipóteses quanto aossobradinhos que darão espaço a um novoempreendimento residencial.

Por vezes, e sem qualquer evidênciadocumental, o denunciante obtém umaliminar, embarga a obra e segue sua vidaimpunemente. São os NIMBYs – not in mybackyard – e seu egoísmo, impedindo odemocrático uso do espaço urbano.Reduzindo a disponibilidade de terrenos,cada vez mais raros e caros.

Nosso Judiciário está atolado emprocessos, já que, constitucionalmente,não pode impedir o ingresso de ações. Ebem sabemos que a justiça que tarda,falha.

Outro ponto é a quantidade de projetosde lei relativa ao setor imobiliário!!!

Aparecem propostas sem fundamento,tecnicamente inexequíveis e onerosas aoscidadãos. Há gabinetes que insistem em semanter distantes da realidade.

Foi assim que São Paulo, a maiormetrópole do Hemisfério Sul, terminouordenada por uma legislação elitista erestritiva. E preocupa saber que outras

cidades seguem seu modelo. Os baixos potenciais de uso do solo

encarecem a habitação. Famílias de menorrenda são expulsas para a periferia. Alegislação cria guetos arborizados paraalguns poucos privilegiados. E transforma osdemais em cidadãos de segunda classe.

Como sempre, as portas do diálogo foramabertas. Porém, nossos alertas não têmrecebido a devida atenção. Desde 2016,esperamos que a calibragem da Lei deZoneamento minimize o problema.Enquanto a resposta não vem, a populaçãopadece.

O mercado está impedido de ofertar o queo cidadão deseja. O desempregado fica àespera de um chamado.

Tudo o que queremos é transformar nossaSão Paulo em uma metrópole moderna.Com excelente mobilidade. Amada eadmirada pelo paulistano e pelo mundo.Com espaço para produzir moradias maisbaratas em áreas dotadas de infraestrutura.

Até quando vamos continuar adiando este sonho? Será tão difícil entender que as famílias não residem nas ideologias? Que não colocam fogão e cama nas idiossincrasias?

Elas moram sob um teto! E não podemosaceitar passivamente que viadutos emarquises continuem servindo de telhadopara tantos brasileiros.

Minhas senhoras, meus senhores. Chegoua hora de dizer o que temos dentro dopeito: Não desistiremos! Não desistiremosde combater a injusta marca de especuladorimobiliário.

Não estocamos terrenos. São nosso

insumo básico. Não desistiremos decombater propostas que congelam áreas eencolhem espaço urbano que deveriaservir aos cidadãos, especialmente à classemédia, cada vez mais desatendida. Nãodesistiremos de combater gente que nãoconsegue enxergar o potencial dosinúmeros casarões abandonados emgrandes avenidas, que poderiam sertransformados em moradiasmultifamiliares. Não desistiremos de lutarpor uma legislação que permita retrofitare devolver, em condições de uso, osinúmeros prédios deteriorados no centro,próprios para a locação social. Nãodesistiremos ao ver patrimônios históricostombados desmoronando a olhos vistos.Não desistiremos de combater quem sedeixa influenciar pelas “Gretas” quequerem parar o mundo, sem abrir mão doconforto que o mundo lhes proporciona. Enão desistiremos de enfrentar oradicalismo ambiental ideológico que fazquestão de ignorar as soluçõessustentáveis que temos a oferecer.

Por que não fazer um mundo melhor paraa espécie humana, que vive numacivilização? Portanto, não desistiremos deencontrar caminhos para ofertar as moradiasem que os paulistas desejam viver.

Não desistiremos de lutar pelaperenidade dos programas habitacionaisque, por sua descontinuidade, lançam àprópria sorte milhões de famílias de baixarenda e quebram centenas de empresasque neles acreditaram. Não desistiremosde fazer com que as pessoas entendamque o lucro é o salário do empreendedor.Também somos trabalhadores. E nossopatrão é o cliente.

Está na hora de virar a página da disputadoutrinária entre capitalismo e socialismo. Asociedade precisa entender que o mundo semove pelo pragmatismo. Há mais de 100anos os princípios liberais têm mostradoseus benefícios. E vale observar que estemodelo está em franca evolução. Ocapitalismo dos acionistas foi substituídopelo capitalismo das partes interessadas,dos stakeholders. Os juros baixos deram fimà era do cômodo rentismo.

(Continua na próxima página)

AS DORES POR EMPREENDIMENTOS EMBARGADOS

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Parte final do discurso de Basilio Jafet:

A expressão cidadania, tão banalizada,começa a recuperar seu significado. Asdemocracias, que sucumbiram à tentação dacomplacência, estão sendo convocadas aretomar as rédeas de seu destino, e seuscidadãos a aceitar que têm direitos e tambémdeveres.

E, por falar em democracia, cabe registrarque, em São Paulo, uma liminar proibiu oExecutivo de encaminhar projeto de mudançasurbanísticas para discussão, pelosrepresentantes do povo, na Câmara Municipal.Nunca vimos tal coisa! É uma afronta àdemocracia, às instituições, aos eleitores. Écomo se tudo pudesse ser relativizado –quando, na verdade, não pode!

Aliás, vale lembrar que o Brasil conquistouessa democracia. Ela não foi obra do acaso,mas da vontade de mudar; de colocar o paísde volta no mapamúndi como nação moderna,contemporânea.

E democracia, senhoras e senhores, tem porpilares instituições autônomas e fortes, que serespeitam mutuamente. Democracia implicauma imprensa livre para informar a opiniãopública, desnudar os fatos e apresentar averdade, sem medo de represálias ou sanções.Democracia também está vinculada adirigentes governamentais dispostos adefendê-la de forma intransigente, e nas trêsesferas de poder. Democracia que tem sidoexemplarmente abraçada por nossoCongresso Nacional, com parlamentares cadavez mais empenhados em ir ao encontro dosinteresses da população. E cada vez menosdispostos a picuinhas ou vinganças que sófazem amesquinhar a relevância de suasatitudes para o futuro do País.

É importante salientar que o empresariadopassou a participar cada vez mais dos destinosdo País. E isso pressupõe uma atuação política.

Não a velha política, feita nos subterrâneosdo poder. E sim a política republicana,transparente, onde não temos receio dedefender nossas ideias e fundamentar suaimportância para os brasileiros.

A relação entre poder público e setorprivado está cada vez mais exposta aos olhosde todos. E essa é, felizmente, uma tendênciairreversível.

Uma nova cultura empresarial passou aemergir no Brasil, cujos efeitos já se mostramextremamente positivos para a sociedade.Substitui-se o individualismo pelocoletivismo, resgatando-se, assim, o realsignificado da cidadania. E isso não éproselitismo, é opção!

Embora silenciosa, essa revolução – ouevolução – favorece o País. É um exemplo detantas coisas boas que estão acontecendo,como a corajosa agenda liberal do atualgoverno, há tempos aguardada pelosbrasileiros. Nela, o setor privado assume oprotagonismo na promoção do crescimentoeconômico, cabendo ao Estado o papel deindutor e facilitador do desenvolvimento.

Uma agenda que afasta aqueles que se

acostumaram a parasitar ogoverno. E que criaobstáculos à indústria dacorrupção. Uma agendaque já viabilizou asreformas trabalhista eprevidenciária. E irá fazera reforma administrativa ea simplificação tributária.É o que aguardamos. Umaagenda que estabelecenovos marcos legais nolicenciamento ambiental eno saneamento básico. Eque leva para discussãono Congresso mais de 20microrreformas quepodem mudarsensivelmente a dinâmicado País.

Tudo isso é animador!Mas, ainda que o cenáriofosse outro, o setorimobiliário jamaisabandonaria a missão deconstruir a cidade quetodos queremos amanhã.Até porque são as cidadesque formam uma nação.Se funcionam bem, a

nação vai bem. Como resumiu o poeta Bertold Brecht... Há

homens que lutam um dia, e são bons. Háoutros que lutam um ano, e são melhores. Háaqueles que lutam muito anos, e são muitobons.

Mas há os que lutam todos os dias. Estessão os imprescindíveis. O Secovi é feito porhomens e mulheres imprescindíveis.Dispostos a lutar diuturnamente pela cidadeque queremos amanhã e depois. A inovar epensar nas próximas gerações. O Secovi nãoé um fim em si mesmo. É um instrumento daindústria imobiliária, utilizado para promoverum ambiente de negócios saudável, e sementraves para trabalhar.

Ao defender o setor, defendemos acoletividade por ele atendida.

Portanto, se for preciso gritar, gritaremos.Brigar, brigaremos.

Um sonho não pode morrer por falta de voze ação. Vamos conquistar a cidade e o Paísque você, eu e todos nós queremos amanhã!Este é o nosso maior compromisso. Boa noitee muito obrigado.

DEMOCRACIASAVANÇAM, ABSURDOSPERSISTEM

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DE 2000 A 2020, PALAVRAS, NÚMEROS E EVOLUÇÃO

CDU, MUITO ALÉM DE UMA SIG

Em três anos consecutivos, a história doparcelamento do solo teve três fatos degrande importância: a sanção da Lei n.º 6.766,de 19 de dezembro de 1979; a criação daAssociação Nacional de Empresários deLoteamentos (ANEL), em 5 de fevereiro de1980, e a fundação da AELO, em São Paulo,em 24 de fevereiro de 1981. O engenheiroCiro Scopel, diretor da empresa ScopelDesenvolvimento Urbano, de São Paulo,presidente do Conselho Consultivo da AELO e

membro do Conselho Fiscal do Secovi-SP – nafoto ao lado, na reunião do CDU de 2 demarço –, participou da criação do Comitê, doqual chegou a ser coordenador. Ele explicaque seu irmão, Maurício Scopel, presidente daAELO de 1989 a 1993, já se reunia comClaudio Bernardes, Lair Krähenbühl e outros,que frequentavam a AELO e o Secovi-SP, paradebater problemas: “Daquele tempo para acriação do CDU, em 2000, foi um pulo. Aevolução tem sido constante nestes 20 anos.

Muitas palavras, lutas e, felizmente, muitasvitórias.”

Ciro também ressalta que a AELO teve papeldecisivo para o decreto do governo paulistade 10 de julho de 1991, da criação do Grupode Análise e Aprovação de ProjetosHabitacionais do Estado de São Paulo(Graprohab): “Maurício, então presidente daAELO, e o advogado Ronaldo Lucas Brani,especialista em Direito Ambiental, redigiram otexto que deu origem ao decreto.”

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Se já havia objetivos em comum, por quenão somar forças? Vinte anos atrás, AELO eSecovi-SP chegaram à conclusão de que asduas entidades – uma associação e umsindicato – poderiam continuar com vidaprópria, cada uma com seus dirigentes, masque valeria a pena criar um comitê técnico paradiscutir especificamente problemas e soluçõesentre empreendedores de loteamentos. E foiassim que surgiu, em 25 de julho de 2000, oentão Comitê de Loteadores. Na época, oSecovi-SP era presidido por Romeu Chap Chape a AELO, por Sérgio Guimarães Pereira Júnior.A Diretoria da AELO era também integradapelos vice-presidentes Ciro Pereira Scopel, dePolíticas Institucionais; Roland PhilippMalimpensa, de Desenvolvimento Urbano;Flavio Augusto Amary, de DesenvolvimentoRegional; Jaques Zitune, Administrativo;Marcelo Pereira Melo, Financeiro; CaioCarmona Cesar Portugal, Eventos, e RonaldoLucas Brani, Meio Ambiente. No ano seguinte,outra expressiva entidade, o SindusCon-SP,uniu-se ao comitê, que passou a ter o nomeatual, Comitê de Desenvolvimento Urbano(CDU), com reuniões em São Paulo.

Nos dois primeiros anos, as reuniões doCDU tinham em média 25 participantes.Com o tempo, entretanto, esse número foicrescendo, até chegar, em 2019, à média de110 participantes da modalidade presencialacrescidos de cerca de 200 pelo sistema detransmissão simultânea, online. Nos anos2000, a presidência da AELO foi ocupada porRoland Philipp Malimpensa, Luiz Eduardo deOliveira Camargo e Flavio Amary, além deCaio Portugal, eleito pela primeira vez em

2011, exercendo também as funções device-presidente de Desenvolvimento Urbanoe Meio Ambiente do Secovi-SP ecoordenador do CDU.

A união de forças não tardou a apresentarresultados. Graças aos debates, em que sãocompartilhadas informações comempreendedores, e aos diálogos junto aopoder público, os problemas caminham

para soluções.Portanto, o CDU não é apenas uma sigla. É

gente idealista destes 20 anos, à qual o “AELOInforma” presta homenagem. Na capa dojornal, nestas duas páginas, na próxima e naúltima, há fotos de muita gente que contribuiue contribui para o sucesso do CDU. Uma ououtra pessoa pode ter ficado de fora, masdeve se sentir igualmente homenageada.

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GLA: CAMINHO PARA VITÓRIAS

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A persistência faz parte do estilo doComitê de Desenvolvimento Urbano (CDU).Os habituais frequentadores se recordamde tantos temas e tantos embates ao longode 20 anos de história. Cada problema temsido discutido amplamente, e o

crescimento da AELO, hoje com associadosassociadas de 16 Estados, contribuiu paraampliar o número de pessoas em casareunião. Nesta página, mostramos reuniõesdo passado e do presente, com seuspersonagens. O estilo é o mesmo, a

transparência que leva à credibilidade.Grandes empreendedores se unem aospequenos e médios, todos com o objetivode alcançar a segurança jurídica para levaradiante loteamentos e aprimorar ascidades.

PERSONAGENS AO LONGO DOS 20 ANOS DO CDU

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Luciano Borghesi Filho (foto), frequenteparticipante do CDU, escreveu este artigo parao “AELO Informa”. Arquiteto e urbanistaformado pela Universidade Federal de SantaCatarina, em Florianópolis, Luciano tem MBApelo International Institute for ManagementDevelopment, da Suíça, e recebeu o título deMaster of Arts in Architecture pela KingstonUniversity, da Inglaterra. Desenvolveu bairrosplanejados e master developments naInglaterra e na Espanha. No Brasil, foi consultorde gestão empresarial na Gemini Consulting ediretor de Incorporação da Rossi Residencial. Éconsultor na DRTZ Estratégia de ProdutoImobiliário, que tem como foco o aumento decompetitividade de loteamentos, bairrosplanejados, master developments econdomínios de incorporação. Neste artigo,sob o título de “Como replicar os atributos dosbairros planejados nos loteamentos”, Lucianomenciona um de seus trabalhos, o do Vale dosIpês, em Águas de Lindóia:

Os loteamentos e bairros planejados sãoconsiderados produtos diferentes pelomercado, mas existem atributos dos bairrosplanejados replicáveis nos loteamentos quepodem aumentar a sua atratividade e liquidezcomercial.

O bairro planejado é um empreendimentocom maior porte, maior variedade de produtosimobiliários, tem centralidades, equipamentose espaços urbanos para o convívio, possui umaassociação de moradores e comércio e serviço.Já o loteamento, em geral, tende a ser demenor porte, ofertar um único tipo de produto,digo um lote com “X m²”, em alguns casos, temportaria, clube, sistemas de segurança e projetode paisagismo elaborado com o intuito dequalificar o produto.

O foco do empreendedor de um bairroplanejado está em formar uma identidade

urbana, nas pessoas, no convívio, nosequipamentos e áreas para atividadescomunitárias e na perpetuação do conceito aolongo do tempo. Já no loteamento, em geral, ofoco está no lote a comercializar e nosatributos que o qualifiquem, como portaria,clube, segurança e paisagismo, sendo poucosos empreendimentos que tem uma associaçãode moradores.

Isto posto, podemos afirmar que a diferençaentre estes produtos advém de o bairroplanejado criar um “lugar com identidade paramorar e conviver” e o loteamento criar um“lugar para morar”.

O loteamento, em geral, enxerga o lote comoo produto final, mas o mercado mudou e osclientes não querem mais viver isolados ecomprar apenas um lote e construir a sua casa.Eles buscam morar em um lugar que tenhaidentidade, propicie o convívio, ofereçaconveniências, tenha um sistema de segurançacomplementar e seja administrado paragarantir a sua preservação.

Nada impede que o loteamento, aberto oufechado, incorpore os atributos de um bairroplanejado. Independente da escala e mercado,qualquer empreendimento pode ter maior

elaboração de desenho urbano, ser alavancadoem centralidades para formar a sua identidade,ter espaços e equipamentos para o convívio, teruma associação de moradores e ofertar o usomisto, na medida do possível que a geografiacomportar, mesmo que sejam apenasequipamentos institucionais.

Existe um enorme potencial inexploradopelos desenvolvedores de loteamentos paraagregar atributos dos bairros planejados emseus empreendimentos e gerar produtosimobiliários que transcendam a prática demercado tradicional e atendam ao anseio dopúblico atual, que privilegia a “experiência” aoinvés do “ter’, e o “convívio” ao invés do“individualismo”.

É preciso traduzir os atributos do bairroplanejado para a escala e realidade domercado de loteamento, algo possível, masainda pouco explorado.

Recentemente a Ippes Urbanizadora lançou oloteamento aberto Residencial Vale dos Ipês,com apenas 263 lotes de 250m² e de 300m²,em Águas de Lindóia, no Interior paulista. Oloteamento replica com sucesso os atributos deum bairro planejado, pois tem um desenhourbano que o integra à cidade, está alavancadoem uma centralidade que gera a identidade donovo endereço e propiciará o convívio entre osfuturos moradores. Oferta o uso misto, lotescomerciais e residenciais, e tem uma associaçãode moradores que o administrará.Adicionalmente, uma grande área ao redor dolago existente será urbanizada para maiorqualidade de vida dos futuros moradores.

O mercado recebeu a novidade doloteamento muito bem e o impacto na sualiquidez comercial foi positivo, evidenciandoque ao traduzir os atributos de um bairroplanejado para o loteamento, a cidade, ocliente e o empreendedor se beneficiam.

Márcio Santos Filho, da IppesUrbanizadora, do Residencial Vale dosIpês, destaque no artigo de LucianoBorghesi Filho, comentou. “Luciano é umdos melhores urbanistas com quem játrabalhei, e esse projeto tornou-se ótimareferência”. O projeto (ver a planta)consiste em 199 lotes residenciais a partirde 250 m²; 64 lotes mistos a partir de 300m²; 59.826 m² de área verde; 25.768 m²de área de lazer.

BORGHESI: LOTEAMENTOS E BAIRROS PLANEJADOS

A OPINIÃO DO CLIENTE MÁRCIO SANTOS, DA IPPES

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A advogada Kelly Durazzo Nadeu, doConselho Jurídico da AELO, escreveu esteartigo, cujo título original é: “Decisões doJudiciário colocam em risco operações domercado de capitais lastreadas em C.C.I”.Especializada em Direito Imobiliário, ela épós-graduada em Direito Contratual pelaPUC-SP e fez vários cursos no exterior.

Com o advento da Lei 9.514/97, fora criado oSistema de Financiamento Imobiliário (“SFI”) ea alienação fiduciária em garantia de bensimóveis. Esta modalidade de garantia existequando o devedor, com o escopo de garantia,transfere ao credor, a propriedade resolúvel decoisa imóvel. A propriedade resolúvel é aquelacondicionada ao pagamento do financiamentoimobiliário, ou seja, se o devedor ficarinadimplente a propriedade resolúvel seráconsolidada (devolvida) ao do credor fiduciário,após execução extrajudicial do procedimentoprevisto no artigo 26 da Lei 9.514/97.

A alienação fiduciária trouxe celeridade àexecução da garantia, eis que todo oprocedimento para a recuperação do crédito seresolve por via extrajudicial (Registro deImóveis), cabendo ao Oficial do RegistRo deImóveis a intimação do devedor para aconstituição em mora, averbação do leilãorealizado e demais atos pertinentes à execuçãoda garantia previstos na citada lei.

Ainda nos termos da citada lei, a alienaçãofiduciária em garantia de bem imóvel passou aser permitida para financiamentos em geral,não sendo privativo do SFI e SFH (SistemaFinanceiro Habitacional) e instrumentalizadopor meio de escritura de compra e venda debem imóvel, com pacto de alienação fiduciária,firmada por instrumento público ou particular,nos termos do art. 38 da referida lei.

A celeridade do procedimento de garantiaacima e sua validação pelo Judiciário, fez comque incorporadoras e loteadoras passassem autilizar referido instituto, cumulando a funçãode vendedora e agente financeiro, poisfinanciavam diretamente aos seus clientes,praticamente abandonando a hipoteca comomodalidade de garantia.

O problema é que o Poder Judiciário vemdando tratamento judicial equivocado àestrutura jurídica acima apontada, já que trataas escrituras particulares com efeito deescritura pública (artigo 38 da Lei 9.514/97),indevidamente, como se fossem contratos decompromisso de compra e venda de imóveis,decretando sua rescisão judicial, ignorando quetrata-se de ato jurídico perfeito e acabado,

passível de nulidade somente se constatadovício jurídico.

Exemplo disso é o julgado abaixo:

“(...) A mera existência de condição resolutivaem contrato de compra e venda com AlienaçãoFiduciária em garantia não impede que oadquirente pleiteie a rescisão do contrato combase no artigo 53 do Código de Defesa doConsumidor (...)”- Apelação Cível nº 1010838-30.2017.8.26.0344 - Comarca de Marília -Apelante Couto Rosa EmpreendimentosImobiliários SPE Ltda e Outro - Apelado: FélixOtávio Bachega.

Vários problemas decorrem da RESCISÃOJUDICIAL da escritura particular com força deescritura pública, cujos formatos são idênticosaqueles dos contratos de financiamentoimobiliário da CAIXA e de outras instituiçõesfinanceiras.

Se o mesmo julgamento equivocadoocorresse para anular os contratos particularesde financiamento da CAIXA e dos demaisagentes financeiros, ninguém mais conseguiriafinanciar sua casa, pois as instituiçõesfinanceiras deixariam de operar por totalinsegurança jurídica e afronta à Lei 9.514/97, aqual dá base para as operações do mercado decapitais, a seguir descritas.

DO MERCADO DE CAPITAIS

Com base nas parcelas do preço do imóvelcontratado no financiamento imobiliáriocelebrado diretamente entre a vendedora do

imóvel e seu cliente, ocorre a originação eemissão de CCI (Cédula de CréditoImobiliário) e CRI (Certificado de RecebíveisImobiliários), colocados no mercado decapitais, nos termos do artigo 6º e seguintesda Lei 9.514/97.

Trata-se de uma sequência de negóciosjurídicos validados com base nos contratosde financiamento firmados para a venda delotes por exemplo, refletindo operações quemovimentam o mercado de capitais eimobiliário, podendo denominá-las“operações estruturadas”.

O que se alerta neste arrazoado é que osistema de operações estruturadas está emiminente risco com atuação discricionária edesenfreada do Poder Judiciário que vemrescindindo tais escrituras que não sãopassíveis de rescisão, salvo se apresentassealgum vício jurídico.

A lei 9514/97 tem como um dos pilarescaptar recursos financeiros para estimular ocrescimento dos negócios imobiliários. Nãose mostra aceitável alguns Julgadorestratarem os mesmos como se fossem meros“contratos de promessa de compra e venda”.

Quando o Poder Judiciário aplica a essesnegócios jurídicos a legislação consumerista,ou do próprio Código Civil, afastando aincidência das normas especiais da Lei nº9.514, decretando rescisão judicial daEscritura de Venda e Compra (do instrumentoque tem a mesma força de escritura pública),isso também afeta a garantia acessória aocontrato principal, ou seja, a alienaçãofiduciária – garantia real constituída não sógarantidora do pagamento do preço doimóvel, como também da C.C.I emitida.

Ou seja, a intervenção do Poder Judiciáriona equação econômico-financeira daoperação acima, gera um “efeito cascata”devastador, violando a garantia daimutabilidade do ato jurídico perfeito postano artigo 5º, XXXVI, da Constituição Federal.

Concluindo, o mercado de capitais quefomenta o mercado imobiliário com suasoperações estruturadas está em risco de serprejudicado a ponto de afastar investimentosno país, pois o abalo da segurança jurídicadesse tipo de transação inibirá a captação derecursos financeiros, inclusive do exterior, oque certamente reverterá em maiores taxasde juros para qualquer tipo de operaçãolastreada em C.C.I ou similar, o quecertamente, de forma indireta, refletiránegativamente no “bolso” do comprador deimóvel.

KELLY: O RISCO EM DECISÕES DO JUDICIÁRIO

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Do decorrer dos últimos anos, a AELO,fundada em 1981, ampliou ainda mais seuquadro associativo, que passou a serintegrado por empresas de todas as regiõesdo Estado de São Paulo e de 15 outrosEstados. A adesão do 17.º Estado, o RioGrande do Sul, está a caminho. E o Comitêde Desenvolvimento (CDU) contribui para odebate entre membros até das mais remotasáreas do Brasil. As iniciativas para o diálogovão além das propostas da Diretoria da AELOde origem paulista, hoje entidade de âmbitonacional, em que o presidente Caio Portugalelogia cada passo das demais AELOs pelatroca de ideias, em busca da evolução.

Da Região Sul, temos associados doParaná e de Santa Catarina, e estamos àespera dos gaúchos. A Região Sudeste jáestá inteiramente com a AELO, por meio deSão Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro eEspírito Santo. O mesmo ocorre com oCentro-Oeste, de Goiás, Mato Grosso e MatoGrosso do Sul. No Nordeste, a AELO temassociados no Ceará, Rio Grande do Norte,Pernambuco e Bahia. No Norte, Pará,Rondônia e Tocantins.

Há várias AELOs estaduais e regionaisfiliadas à nossa AELO. As dos Estados doCeará, Goiás, Tocantins, Espírito Santo, MinasGerais e Bahia não só têm vida própria comotambém trocam experiências entre elas,numa multiplicação de forças. O mesmoocorre com as AELOs regionais, como a doOeste Paulista, com sede em Birigui, e a doTriângulo Mineiro e Alto Paranaíba, sediadaem Uberlândia, ambas em contato com SãoPaulo e com outras entidades.

Aqui está um exemplo das reações emcadeia. Em 9 de setembro de 2019, opresidente da AELO Minas, Flávio Guerra,estreou nas reuniões do CDU, tendoocupado assunto na mesa principal.Fundada no fim de 2018, essa AELO, comsede em Belo Horizonte, recebeuorientações de Caio, se aproximou da AELOdo Triângulo e ganhou força. Não ficounisso: Guerra já deu dicas para FranciscoCardoso, que busca criar a AELO gaúcha. Nopassado, a AELO Goiás incentivou a AELOTocantins, que, agora, dá dicas para a novaAELO Bahia, sediada em Barreiras. Umpequeno grande mundo.

A arrancada da AELO no decorrer de 2017 e2018 para reforçar e ampliar a rede deDelegacias Regionais no Estado de São Paulovaleu a pena. Com a instalação derepresentações em Presidente Prudente, Biriguie Ribeirão Preto, cobrimos todo o Interiorpaulista. E o que é importante: essas delegaciasvão assumindo missões, honrando o estilo daAELO.

A desenvolvida região de Ribeirão Pretomerece destaque especial nesta edição. ADelegacia da AELO foi instalada em 15 demarço de 2018, com a presença do presidenteCaio Portugal, tendo sido empossado orepresentante João Theodoro Feres Sobrinho, eficou definida a aliança com José BatistaFerreira, diretor Regional do SindusCon-SP. Umano atrás, os dois fundaram a Associação dasIncorporadoras, Loteadoras e Construtores deRibeirão Preto (Assilcon-RP), que cumpre oobjetivo de atrair um número ainda maior deempresas imobiliárias e do setor da construçãocivil, assumindo a defesa da segurança jurídicadiante das prefeituras. Na Assilcon-RP, Ferreiraé o presidente e Feres, vice (foto acima).“Juntos, nossa representatividade é ainda maior.Queremos dar agilidade e melhores condiçõesao segmento, atuando junto ao poder públiconas esferas municipal, estadual e federal”, dizFerreira.

João Theodoro Feres Sobrinho explica: “Apercepção dos empresários é de que cidadescomo Ribeirão Preto, que vivem gravesdificuldades financeiras, por problemas degestão pública. Por sua vez, a gestão publicabusca ampliar sua receita, e vê no setorimobiliário uma oportunidade de arrecadaçãoe resolução da falta de investimento público namanutenção da cidade. Com isso se propõemleis que distorcem o ordenamento do mercado,impõem exigências de contrapartidas eoutorgas desconectadas das reais demandas, eburocratizam os processos de licenciamento,em vez de efetivamente planejar o município.”

Na Delegacia Regional de Franca, a novidadeé a de que seu titular, Jorgito Donadelli,também diretor de Relações Institucionais daAELO, promoveu eleições na Associação dosLoteadores e Empreendedores Imobiliários deFranca (Alfa), da qual era presidente atédezembro. Carlos Henrique de Barros foi eleitopresidente e já está trabalhando junto àprefeitura para tentar destravar projetos deloteamentos. Jorgito se mantém na Alfa, comovice-presidente de Parcelamento do Solo. Seupai, Jorge Félix Donadelli, é o 1.º tesoureiro.

Todas as demais Delegacias Regionaispaulistas, do Vale do Paraíba ao Oeste, tambémseguem ativas, na esperança de os reflexos docoronavírus serem logo superados.

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AELO, UNIÃO ENTRE ESTADOS DO BRASIL

REGIONAIS PAULISTAS ASSUMEM MISSÕES

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Para inúmeros especialistas quedesenvolvem loteamentos em todo o Brasil,ajudando a criar melhores bairros e cidadesmais humanas, grande parte dos seusconhecimentos se deve aos cursos criados ecoordenados pelo professor Vicente C.Amadei, em São Paulo. Em 2020, os cursos deloteamentos chegam ao seu 30.º ano commotivos para se comemorar e para se recordar.

A pandemia da Covid-19 e suas tristesconsequências inibem a festa e levam aUniversidade Secovi a alterar parcialmente osplanos para esta nova temporada de cursos.Mas o mestre, com o mesmo ânimo com quelançou, em 1991, o primeiro curso, nãoabandona seus discípulos, e entrou em cenapara anunciar: o programa de aulas está aindamelhor. O início, que seria em 27 de abril,passou para 22 de junho, e o encerramentoserá em 30 de novembro.

Vem aí uma nova safra de especialistas emempreendimentos de parcelamento do solo:empresários, engenheiros, arquitetos,administradores, advogados, técnicos. Cresceuo número de inscrições, tanto pelo sistema

presencial, no Edifício Milenium, em São Paulo,quanto pela opção de transmissão simultânea,online. A alternativa de aulas virtuais foi umaexpressiva conquista dos cursos deloteamentos da Universidade Secovi em 2019e vem sendo o segredo para que osensinamentos cheguem a qualquer ponto doPaís, a preços acessíveis.

O Programa de Cursos de AtividadesEspecíficas de Loteamentos 2020, com as

novas datas, foi integralmente publicado em16 de abril no boletim “AELO Online” n.º 790,juntamente com informações sobre preços,tanto para a modalidade presencial quantopara a opção de transmissão simultânea. Oconteúdo daquele boletim pode ser acessadono site da AELO: www.aelo.com.br. Na páginaprincipal, clicar, no alto, em “Boletim Online”;ao abrir, clicar no boletim 790.

Inscrições e mais informações:Telefones (11) 5591-1304 a 1308 ou [email protected].

Serão seis cursos, a partir de uma palestra introdutória doprofessor Vicente C. Amadei, sempre às segundas equartas-feiras, das 9 às 12 horas. Nessa iniciativa daUniversidade Secovi, com apoio da AELO, os interessadospoderão garantir participação no programa todo ouescolher um ou outro curso, de acordo com suaespecialidade. Os cursos são de: 1 – Estudos de viabilidadede loteamentos; 2 – Projeto urbanístico; 3 – Projetos deinfraestrutura; 4 – Aprovações e implantação de obras eserviços; 5 – Contratos e registro de loteamentos; 6 –Comercialização e administração do empreendimento.

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NO 30.º ANO, OS CURSOS COMEÇAM EM JUNHO

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O “Valor Econômico”, um dos principaisjornais do País, publicou, em 13 de março,incisivo artigo do advogado Marcos Saes,diretor de Assuntos de Meio Ambiente daAELO, sob o título “Licenciamento ambiental,segurança ou desastre”. Este é o texto:

Surpresa. Esse o sentimento que tomouconta após a leitura de artigo tratando sobre olicenciamento ambiental publicado aqui nestaseção. Subscrito por especialistas no assunto, otexto teceu inúmeras críticas ao PL 3.729/04, achamada Lei Geral do LicenciamentoAmbiental. Por óbvio, a trajetória dos autorestorna obrigatória a leitura do texto. Contudo, acontundência das críticas chama a atenção enão se pode concordar com várias delas.Inicialmente é preciso destacar que até hojenão existe no Brasil um marco legal sobre olicenciamento ambiental. Existem mais de 50mil normas tratando de meio ambiente, masnenhuma lei federal regulando euniformizando o licenciamento. Somente essefato já demonstra que isso não foi umapreocupação ao longo das últimas décadas.Por isso soa estranha a afirmação dos autoresde que o PL seria um verdadeiro desastre. Eleé, em nossa opinião, uma conquista para asociedade e para o meio ambiente.

Entre todas as pessoas de alguma maneiraenvolvidas com o licenciamento ambiental, éunanimidade que a sistemática atual é ruim.Gera insegurança ao empreendedor, àsequipes técnicas que realizam os estudosnecessários, aos servidores que avaliam oprojeto, ao Ministério Público (que, como fiscalda lei, por vezes tem dúvidas sobre quaisnormas deveriam ter sido utilizadas e,portanto, fiscalizadas) e ao Poder Judiciário,que constantemente se vê na obrigação deachar soluções “mágicas” para aprofundadasdiscussões técnicas e jurídicas. Assim sendo, éno mínimo estranho dizer que uma lei geralserá um desastre para o licenciamentoambiental.

Chama ainda mais atenção que os autorescitem como exemplos Brumadinho e Mariana.Ora, tanto Brumadinho quanto Mariana foramlicenciados e fiscalizados com o tal arcabouçoexistente hoje sobre licenciamento ambiental,criado (ou não criado) a partir da Lei daPolítica Nacional de Meio Ambiente, nolongínquo 1981. É hora de modernizar a leipara que o Estado e a sociedade utilizemracionalmente o meio ambiente e que os

processos tramitem com adequadamente. LeiGeral é procedimental e assim não diminuiráa defesa do meio ambiente, mas apenasracionalizará o processo de licenciamento.

Importante destacar que a Lei Geral éprocedimental. As exigências técnicas quepermitirão, ou não, a implantação de umempreendimento estão em leis que tratam dodireito material ambiental. A Lei Geral nãoalterará as hipóteses de supressão devegetação ou ocupação de APPs existentesno Código Florestal e na Lei da MataAtlântica, por exemplo. De igual forma, nãoalterará Resoluções do Conselho Nacional deMeio Ambiente que estabeleçam normas,critérios e padrões relativos ao controle e àmanutenção da qualidade do meio ambientecom vistas ao uso racional dos recursosambientais (competência primordial doConama).

De fato, citar o inigualável Paulo NogueiraNeto, patrono da política ambiental brasileira,é imprescindível nesse momento. Isso porqueele foi um dos membros da ComissãoBruntland de Meio Ambiente eDesenvolvimento das Nações Unidas, quecriou o conceito de DesenvolvimentoSustentável. Sabemos que o tripé doDesenvolvimento Sustentável é compostopelos viéses ambiental, social e econômico.Ora, por certo, para que se alcance o que foisonhado por Paulo Nogueira Neto e osdemais integrantes da Comissão, é necessárioque se tenha regras claras que tragamsegurança jurídica a todos os envolvidos.

Para tanto, é necessária uma lei queuniformize o licenciamento ambientalbrasileiro. É necessária a aprovação dessemarco legal, cuja falta, sim, é que continuaráa gerar insegurança a todos os envolvidos erestrição a investimentos. No histórico artigo“A erradicação da miséria: um problemaambiental central”, o professor Nogueira jádemonstrava preocupação com a explosãodemográfica e com o desenvolvimentosustentável. Regras claras e um processoeficiente são primordiais para tratar do meioambiente urbano e todas as suas mazelas.

Importante, ainda, contrapor a forma comque os autores do artigo se referiram à Licençapor Adesão e Compromisso (LAC).Demonstraram desconhecimento dasistemática desse instrumento. Primeiro pornão se tratar de licenciamentoautodeclaratório. Segundo, porque essa

modalidade não afrouxa o licenciamento nemdispensa a fiscalização. Ele será aplicado asituações preteritamente conhecidas pelosórgãos ambientais que, por isso, estabelecerãocondicionantes ambientais específicas paraaquela atividade. O empreendedor, assistidopor técnico da área ambiental, aderirá a essasistemática, firmará um compromisso decumprimento das obrigações e condicionantesambientais e será posteriormente fiscalizado. ALAC não é um mal ao País e ao meio ambiente,mas apenas uma racionalização que garantirá adefesa ambiental e a eficiência administrativado Estado.

De igual forma, a regulamentação dalicença corretiva é algo positivo, que visauniformizar o procedimento, justamente paraevitar que os Estados e municípios possuamregramentos díspares. E não custa lembrarque, apesar de poder haver a regularizaçãoda atividade, o empreendedor quedescumpre normas ambientais é passível desofrer sanções civis, administrativas ecriminais. Assim, regulamentar olicenciamento corretivo é uniformizar aquestão e não um incentivo aodescumprimento das normas, até porqueessas serão firmemente fiscalizadas peloMinistério Público.

O clamor pelo marco legal vem da sociedadeque quer e precisa empreender e quer fazê-locom respeito ao meio ambiente e com asfuturas gerações. Mas precisa fazê-lo comsegurança. Precisa conhecer de antemão asexigências a que será submetido. Precisa ter aconvicção de que o Ministério Público, na suafunção precípua de fiscal da lei, acompanhará eexigirá o cumprimento desse marco legal e nãodo labirinto regulatório atualmente existente.

Assim, aqueles que são favoráveis aodesenvolvimento com segurança, respeito àsnormas e ao meio ambiente devem apoiar aaprovação do PL 3.729/04, que está sob arelatoria do deputado federal Kim Kataguiri(DEM-SP). O projeto respeita os ditamesconstitucionais, tramita há mais de 15 anos,passou por inúmeras audiências públicas e, seainda contiver alguma imperfeição, estarásujeito ao crivo do controle deconstitucionalidade existente no País.Entendemos e respeitamos os avanços naproteção ambiental havidos nas últimasdécadas e sabemos que o desenvolvimentosustentável é o único possível. Já passou dahora de fazer isso com segurança.

SAES: PELA LEI DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

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Margot Greenman, CEO da Captalys,falou ao jornal “AELO Informa” paracontar novidades dessa inovadoraplataforma de crédito e serviços decrédito lançada em 2010 em São Pauloe com atuação em todo o País. Esta ésua entrevista.

n No final de fevereiro,a senhora participou de programa na CBIC. Qual foi o foco?

Tratamos, basicamente, de inovações nocrédito imobiliário. O evento reuniuespecialistas para discutir futuras formasque o setor imobiliário pode usar para sefinanciar de forma mais eficaz, e aCaptalys foi destaque ao apresentarformas inovadoras de captação para asempresas do setor, utilizando tecnologiapara facilitar a conexão entre investidorese tomadores de recursos. Mostramos queé possível realizar operações no mercadode capitais, concedendo recursosdiretamente ao tomador, de forma rápidae segura e sem a necessidade deestruturas complexas e demoradas comoCRIs (Certificados de RecebíveisImobiliários). Nesse sentido, muitos dosnossos produtos são direcionadosjustamente para o financiamento deloteamentos, como uma linha específicapara empreendimentos em fase deexecução de obras de infraestrutura euma outra para dar liquidez para carteirasde projetos já entregues com o TVO.

n Agora, com o coronavírus tendo chegado ao Brasil e levado a ações de distanciamento social, o que a Captalys pode fazer em apoio às empresas de loteamentos?

Sabemos que todos os mercadosdeverão sentir os efeitos da crise. Comocolocado pelo próprio presidente doSecoviSP, Basílio Jafet, há um grande riscode que o aumento do desemprego possa

resultar em cancelamentos ou adiamentosnas vendas. Desta forma, ainda é muitocedo avaliar como a crise vai impactar asempresas de loteamentos. Isso dito, aindaestamos ativamente avaliandofinanciamentos para diversos projetos.

n Como poderia funcionar esse apoio?

Temos muito clara a perspectiva de quea crise é aguda, porém temporária. Nomédio e longo prazo, o mercado irá serecuperar. Por isso, entendemos que esteé o momento de avaliar os desafios decada empresa e reforçar nossa parceria.Quando a crise for superada, quem tiver,de fato, mostrado a importância dessasparcerias sairá fortalecido.

n A Captalys também atua com incorporação?

Sim, nós temos uma linha para provercapital de giro aos incorporadores usando

estoque de unidades prontas como garantia.

n Podem ser empresas só do Estado de São Paulo ou também de outros Estados?

A Captalys possui clientes e tomadoresde crédito nos 26 Estados brasileiros, econtinuaremos ativos no Brasil todo.

n Qual é o tamanho da Captalys, hoje?

A Captalys é a maior gestora focadaexclusivamente em crédito privado noBrasil, com R$10,4 bilhões sob gestão.Nosso papel é de conectar investidorescom carteiras diversificadas e bem geridasde crédito, principalmente através denossos dois fundos de crédito, Orion ePanorama. Para investir os recursos dosinvestidores, oferecemos crédito para omercado por meio da utilização intensivade tecnologia, de modo a entender afundo o perfil de cada cliente e oferecerprodutos adequados à sua necessidade eao seu fluxo de caixa. Como mencionei,temos produtos voltados para loteadorese também para incorporadoras, empresasprestadoras de serviços de saúde, epequenos e médios empresários no setorvarejista.

n O que a senhora enxerga para o futuro?

A crise vai passar, como todas as outras.Vejo o setor habitacional no Brasil comum potencial enorme, nós temos umdéficit de moradias muito grande,indubitavelmente uma oportunidade parao segmento. Do ponto de vista domercado de capitais, vejo umaaproximação cada vez maior entre oinvestidor e tomador de recurso. Adesintermediação é um caminho semvolta que tem ganhado força nos últimosanos, e não faz mais sentido intermediarrelações.

CAPTALYS APRESENTAMODELO EFICAZ DE FINANCIAMENTO

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Duas décadas do Comitê de Desenvolvimento Urbano

GENTE QUE FAZ O SUCESSO DO CDU

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