CAPTULO II
PERCIA CRIMINAL, LEGISLAO E LOCAL DE CRIME
PERCIA CRIMINAL E LEGISLAO UNIDADE II1. IMPORTNCIA DA PERCIA -
ART.157 CPP "O juiz formar sua convico pela livre apreciao da
prova" - ART.158 "Quando a infrao deixar vestgio, ser indispensvel
o exame de corpo delito, direto ou indireto, no podendo supri-lo a
confisso do acusado.
PERCIA CRIMINAL E LEGISLAO UNIDADE II2. ISOLAMENTO E PRESERVAO
DO LOCAL- ART. 6 - LEI 8.862/94
"Logo que tiver conhecimento da prtica da infrao penal, a
autoridade policial dever: I)Dirigir-se ao local, providenciando
para que no se alterem o estado das coisas at a chegada dos
peritos; ll) Apreender os objetos que tiverem relao com o fato, aps
liberados pelos peritos criminais;
A PERCIA CRIMINAL E LEGISLAO UNIDADE II- ART. 169-LEI 8.862/94
"Para o efeito do exame do local onde houver sido praticada a
infrao, a autoridade providenciar imediatamente para que no se
altere o estado das coisas at chegada do perito, que podero
instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas
elucidativos; Pargrafo nico "Os peritos registraro nos laudos, as
alteraes do estado das coisas e discutiro, no relatrio, as
consequncias dessas alteraes na dinmica dos fatos".
3. PRINCIPAIS PERCIAS -CPP
PERCIAS DE LABORATRIO
- ART.170
"Nas percias de laboratrio, os peritos guardaro material
suficiente para eventualidade de nova percia, sempre que
conveniente, os laudos sero ilustrados com provas fotogrficas,
microfotogrficas, desenhos ou esquemas.
PERCIAS DOS CRIMES CONTRA O PATRIMNIO - ART.171"Nos crimes
cometidos com destruio ou rompimento de obstculos para subtrao da
coisa, ou por meio de escalada, os peritos, alm de descrever os
vestgios, indicaro com que instrumento, por que meios e em que poca
presumem ter sido o fato praticado"
PERCIAS DE AVALIAO ECONMICA/CONTBIL
- ART.172: "Proceder-se-, quando necessrio, avaliao de coisas,
destrudas, deterioradas, ou que constituam produto de crime"
Pargrafo nico "Se impossvel a avaliao direta, os peritos procedero
a avaliao por meios dos elementos existentes nos autos e dos que
resultarem de diligncias.
PERCIAS DE INCNDIO/OUTRAS- ART.173"No caso de incndio, os
peritos verificaro a causa e o lugar em que houver comeado, o
perigo que dele tiver resultado para a vida ou patrimnio alheio, a
extenso do dano e o seu valor e demais circunstncias que
interessarem elucidao do fato.
PERCIAS DOCUMENTOSCPICASART. 174
"No exame para comparao de escritos, por comparao de letra,
observar-se- o seguinte: I) A pessoa a quem se atribua ou se possa
atribuir o escrito ser intimada para o ato, se for encontrada; II )
Para comparao, podero servir quaisquer documentos que a ,dita
pessoa reconhecer ou j tiverem sido judicialmente reconhecidos como
de seu punho, ou sobre sua autenticidade no houver dvidas;
PERCIAS DOCUMENTOSCPICASIII ) A autoridade, quando necessrio,
requisitar, para exame, os documentos que existirem arquivos
pblicos, ou nestes realizar a diligncia se da no puderem ser
retirado ; IV) Quando no houver escritos para comparao ou forem
insuficientes os exibidos, a autoridade mandar que a pessoa escreva
o que for ditado".
PERICIAS EM OBJETOS PARA AVALIAAO DE EFICINCIA
ART.175
"Sero sujeitos a exames os instrumentos empregados para a prtica
da infrao, afim de se lhes verificar a natureza e a eficincia. -
Exame de armas de fogo, instrumentos e ferramentas diversos usados
em crimes.
4. REQUISITOS TCNICOS DO PERITO:ART. 159 CPP-LEI 8.862/94
Pargrafo primeiro "No havendo peritos oficiais, o exame ser
realizado por duas pessoas idneas, portadoras de diploma de curso
superior, escolhidas, de preferncia, entre as que tiverem habilitao
tcnica relacionada natureza do exame; - ART.l..5 CPC-LEI 7.270/84
Pargrafo primeiro "Os peritos sero escolhidos entre os
profissionais de nvel universitrio.
DOIS PERITOS
- ART. 159 CPP-LEI 8.862/94 "Exigncia de que as percias sejam
realizadas por dois peritos oficiais; - Na prtica ocorre que o
primeiro perito faz o exame e o segundo revisa o laudo e assina. -
Porm, para justia no h diferena entre primeiro e segundo
signatrios, so ambos responsveis.
CAP. III - LOCAL DE CRIME1. DEFINIES:
"Toda rea onde tenha ocorrido qualquer fato que reclame
providncias da polcia"(CARLOS KEHDY). " consenso que todo exame do
local de crime se transforme no ponto de partida da investigao
criminal. Hoje no se concebe qualquer procedimento de anlise
investigatria de fatos delituosos sem o exame do local de
crime.(Alberi Espindula).
LOCAL DE CRIME" a poro do espao compreendida num raio que tendo
origem o ponto no qual constatado o fato, se estenda de modo a
abranger todos os lugares em que, aparente, necessria ou
presumivelmente, hajam sido praticados, pelo criminoso, ou
criminosos, atos materiais, preliminares ou posteriores, consumao
do delito e com este diretamente. (E. Rabelo)
LOCAL DE CRIME CAP III2. O ISOLAMENTO E PRESERVAO PARA FINS DE
EXAME: - As definies nos mostram a abrangncia que revestes os
locais de crime; - Da elasticidade incontestvel do conceito
salienta-se a importncia decorrente para o correto e completo
isolamento e a preservao do local do crime, afim de que sejam
propiciadas as condies para um levantamento eficaz.
LOCAL DE CRIME3. CLASSIFICAO DOS LOCAIS 3.1) PRESERVADOS,
IDNEOS, OU NO VIOLADOS: Quando so mantidos na integridade, ou na
originalidade, no tendo sofrido ao de pessoas estranhas ao fato e
encontra se como foi deixado pelo autor ou autores aps a prtica da
infrao penal; 3.2) NO PRESERVADOS, lNIDNEOS,OU VIOLADOS: Quando so
devassados, alterados aps a prtica da infrao penal, tomando-se
muitas vezes imprprio para um levantamento eficaz.
LOCAL DE CRIME4. RAZO DO LEVANTAMENTO DO LOCAL CRIME:
ART.158 CPP "Quando a infrao deixar vestgios, ser indispensvel o
exame de corpo de delito, direto ou indireto, no podendo supri-lo a
confisso do acusado"
CONCEITO DE CORPO DE DELITO:
"E o conjunto de elementos exteriores, ou
a materialidade de uma infrao. " o conjunto dos elementos
sensveis do fato criminal. " o delito em sua corporao fsica. " o
conjunto de todos vestgios materiais diretamente relacionado com o
fato delituoso e seu exame compreende o prprio levantamento do
local de crime.
LOCAL DE CRIME5. OS EXAMES DE LOCAL TEM POR FINALIDADE
RESPONDER:
Onde e quando ocorreu o fato? Qual meio empregado? Qual a forma
foi utilizado o meio? Por quem?
MOTIVAES PARA REALIZAO DOS EXAMES:
PRIMEIRA FINALIDADE
Constatar se, efetivamente, houve ou no, uma infrao penal; S
haver exame periciais nos casos em que efetivamente ocorreu uma
infrao penal. No a realidade observada.
MOTIVAES PARA REALIZAO DOS EXAMES:SEGUNDA FINALIDADE: Qualificao
da infrao penal; As infraes penais quando realizadas mediante
algumas circunstncias que revelam perverso, impiedade,
periculosidade dos agentes, traio, caracteriza e qualifica o fato
delituoso; Na sentena judicial so avaliados agravantes e
atenuantes.
MOTIVAES PARA REALIZAO DOS EXAMES:TERCEIRA FINALIDADE: Coleta
dos elementos materiais que porventura presentes no local e que
levem identificao do(s) criminoso(s). prova insofismvel de
culpabilidade.
Busca da autoria do delito.
MOTIVAES PARA REALIZAO DOS EXAMESQUARTA FINALIDADE: Perpetuao
dos indcios materiais
suscetveis de serem utilizados como prova nos tribunais;
inqurito policial e ao penal.
Sua importncia fundamental para o
Os julgamentos ocorrem aps um longo tempo decorrido da data do
evento.
MOTIVAES PARA REALIZAO DOS EXAMESRazes da perpetuao: Existncia
de um prolongado lapso de tempo, em geral, decorrido entre a poca
de consumao do fato delituoso at sua apreciao jurdica; Construo de
uma viso tcnica da cena do crime dentro dos critrios da legalidade,
atravs da processualstica e da criminalstica; Necessidade de
registros perenes das localizaes relativas a situao dos vestgios em
geral; As constantes e intensas mudanas das estruturas fsicas de
moradias, vias pblicas.
MOTIVAES PARA REALIZAO DOS EXAMES
QUINTA FINALIDADE: Legalizao dos indcios; o pressuposto de sua
autenticidade legal, isto , faz-se necessrio que o surgimento e a
origem do vestgio (indcio) esteja ligado ao local onde foi
encontrado; Deve estar eficazmente comprovada sua veracidade de
ligao com o fato que se analisa; de fundamental importncia a
custodia legal das provas que sero carreadas o processo legal.
LOCAL DE CRIME7. LEVANTAMENTOS TCNICOS PERICIAISCPP- LEl
8.862/94 7.1) LEVANTAMENTO DESCRITIVO: - Exata identificao do local
- Detalhamento do local - Dados cronolgicos" - Condies do local,
isolamento, preservao - Relato minucioso e caracterizado das
anlises - Interpretao dos vestgios (indcios) materiais constatados
nos local. 7.2) LEVANTAMENTO FOTOGRFICO - Complementa, documenta, e
muitas vezes comprova dados, imprimindo, cunho de autenticao ao
relatrio descritivo. - Tipos de fotos: Panormicas, Fotos gerais,
Fotos de detalhes (dados, medidas)
LOCAL DE CRIME UNIDADE I7.3) LEV ANTAMENTO TOPOGRFICO: -
Croquis, Desenho final e Plantas topogrficas 7.4) LEV ANTAMENTO
DATILOSCPICO - Constitui-se de pesquisa, revelao dos vestgios
(indcios) datiloscpicos, por apreenso ou decalque. 7.5) MOLDAGEM OU
MODELAGEM: - Transferncia e perpetuao de diversas marcas (pegadas,
ferramentas, marcas pneumticas) 7.6) RECONSTITUIO - ART. 7 CPP
-INQURITO POLICIAL - Exame de corpo de delito, facultativo,
complementar; - muito til quando existem dvidas a respeito do
delito; - Identificar atuao dos envolvidos, nos fatos; - Apurar
confisses.
Vestgio-Evidncia Exame Local de Crime: busca por objetos,
marcas, ou sinais relacionado ao fato; Composio do vestgio:
agente provocador, suporte e o vestgio em si (produto da ao do
agente provocador); Evidncia: o vestgio fsico que aps ser examinado
por peritos concluem que ele est relacionado ao evento periciado;
Indcio: tratamento jurdico dado para evidncia no processo.
VESTGIOS E INDCIOS1. CONCEITO LEGAL- ART.239 -CPP - Indcio: "A
circunstncia conhecida e provada que, tendo relao com o fato,
autorize, por induo concluir-se a existncia de outra ou outras
circunstncias"
2. ENFOQUE CRIMINALSTICO VESTGIOS/INDCIOS:- Um vestgio
analisado, interpretado, associados a exames complementares de
laboratrios e dados da investigao, que tiver estabelecida sua
inequvoca relao com o fato delituoso e com as pessoas com est
relacionado, transforma-se em indcio.
CATEGORIAS DE VESTGIOS:
1)
Verdadeiro: So produzidos diretamente pelos atores da infrao e,
ainda,que no sejam produtos diretos das aes do cometimento do
delito; So produzidos independentemente da vontade do homem. ex:
impresses digitais em suportes diversos, sangue em vestes, projtil,
marcas de calados, resduos de plvora na mo do atirador, etc.
CATEGORIAS DE VESTGIOS:2) Ilusrio: So vestgios encontrado no
local de crime que no esto relacionados s aes dos atores da infrao;
ex: qualquer contribuio que no provm dos atores do evento. 3)
Forjado: So produzidos por indivduos que modificam o conjunto dos
elementos originais produzidos pelos atores. ex. autores do delito,
parentes, amigos da vtimas, policiais que modificam o local.
VESTGIOS E INDCIOS4. VALOR DO INDCIOS:4.1) OBJETIVO:
- So os que se impem por si mesmo e podem serdeterminados por
meios tcnicos (biolgicos, fsicos, qumicos); 4.2) SUBJETIVOS: -
Dependem de uma apreciao subjetiva. (atitudes, circunstncias,
comportamento de pessoas); 4.3) CERTEZA OU PROBABILIDADE - A soma
dos indcios de probabilidade pode gerar uma convico para o analista
do fato.
VESTGIOS E INDCIOS1 PRESERVAO DOS VESTGIOS/INDCIOS:
Visa, de maneira especial, a segurana e a integridade do valor
probatrio que pode ser assegurado aos indcios presentes e
resultante das aes no local do crime; Devem ser preservado do ponto
de vista cientfico, legal e processualstico.
2. ALTERAES DAS CARACTERSTICAS- Causas naturais - Causas
acidentais - Causas propositais
COLETA, CADEIA DE CUSTDIA ACONDICIONAMENTO, PRESERVAO:
So procedimentos fundamentais e visam manter a:- Integridade; -
Individualidade; - Cadeia de Custdia - Responsabilidade pela guarda
da prova; - Contra prova; - Nova percia ou contra percia, parecer
tcnico.
ASSERTIVAS TCNICASFUNDAMENTAO
Fato-----> Percia -----> Sentena Justificao atravs do
mtodo cientfico Possvel x provvel Induo x Deduo Vestgios / indcios
determinantes Excluso de um ru Incluso de um ru Fazer Justia /
busca da verdade
REFLEXO LAUDO TCNICO A palavra no foi feita para brilhar,
enfeitar,
brilhar como ouro falso. A palavra foi feita para dizer.
Graciliano Ramos Prof. M. Passagli
