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Idealização e produção:
http://www.alicercedafe.com.br
1.ª edição
© Todos os direitos reservados. Esta obra pode ser citada e
reproduzida por qualquer forma e/ou quaisquer meios
(eletrônicos ou mecânicos, incluindo fotocópia e gravação) ou
arquivada em qualquer sistema ou bando de dados, desde que
haja não sofra alteração e haja referência à sua autoria,
preservando assim diretos de propriedade intelectual.
Escrito em uma linguagem simples, este e-book vai direto ao ponto,
fazendo com que você identifique as formas de combate espiritual que
visam afastá-lo da comunhão com o Senhor.
Somente assim, poderá se precaver e caminhar de triunfo em triunfo na
presença do Senhor.
3
AGRADECIMENTO E DEDICATÓRIA ............................... 4
PREFÁCIO ............................................................................. 6
A batalha contra os descontroles da pulsão sexual ................... 8
A batalha contra bebedices e glutonarias ............................... 10
A batalha contra a irritabilidade ............................................ 12
A batalha contra o materialismo ............................................ 14
A batalha contra a ansiedade ................................................. 15
A batalha contra o desânimo ................................................. 17
A batalha contra a sede pelo poder ........................................ 20
A batalha contra o orgulho .................................................... 22
A batalha contra a mágoa e a falta de perdão ......................... 24
A batalha contra a inveja e a porfia ....................................... 26
A batalha contra a busca cega por emoções ........................... 28
A batalha contra a dúvida e o esfriamento da fé ..................... 31
A batalha contra a precipitação.............................................. 33
A batalha contra as inclinações do velho homem ................... 36
A batalha contra as ações claras de Satanás ........................... 38
REFLEXÃO CONCLUSIVA................................................ 42
4
AGRADECIMENTO E DEDICATÓRIA
Primeiramente sou grato a Deus que sempre
nos dá a vitória por meio de Jesus Cristo. A Ele a
honra, a glória, todo louvor e também toda
inspiração.
Através dos anos Deus tem me mostrado
que a escrita pode ser um veículo poderoso em
suas mãos para de alguma forma abençoar a vida
das pessoas. Assim tem sido consigo. Assim
também pode ser com você que agora me lê...
É exatamente com esta fé que dedico esta
pequena obra a todos aqueles que, em verdade, já
compreenderam que viver a vida cristã é estar em
um campo de batalhas.
Mas, se você até aqui tem sido derrotado em
vários contextos de sua vida, tenho total convicção
de que o simples fato de passar a discernir
claramente os aspectos práticos de sua luta
espiritual poderá lançá-lo em outro nível de
crescimento espiritual – um nível no qual você não
será derrotado tão facilmente, ou tão rapidamente.
Mantenha-se vigilante como os trezentos homens
de Gideão que pararam para beber água, mas
mantinham-se atentos no horizonte.
5
Portanto, que o Espírito de Deus lance luz
sobre a sua vida nesta rápida viagem que faremos
juntos a fim de que seus dias sejam dias de vitória.
6
PREFÁCIO
Bom seria se a salvação em Cristo Jesus nos
tivesse livrado definitivamente dos ardis do diabo e
da nossa própria natureza. Oh, quão bom seria, se
pudéssemos cruzar os braços! Se pudéssemos
desfrutar de uma vida sem conflitos! A realidade,
entretanto, é bem diferente. A vida cristã, ao
contrário desta utopia, envolve muitas e muitas
batalhas. Você e eu, ainda estamos em um corpo
pecaminoso e Satanás, nosso grande adversário,
embora esteja legalmente derrotado, brama como
leão, buscando a quem possa tragar, conforme
escreveu Pedro (1Pe 5.8).
As batalhas espirituais que travamos em
nosso cotidiano envolvem batalhas contra nossa
carne, o diabo e o mundo. Há por detrás de todas
elas, o interesse de Satanás em afastar-nos da
comunhão com Deus, colocando nosso coração em
desarmonia com sua vontade.
Essas batalhas se materializam, basicamente,
na forma de tentações, retratando a realidade do
conflito “espírito X carne” que há em nós. As
tentações são muitas, portanto as batalhas
também. Paulo nos dá vários exemplos delas,
quando lista as obras da carne (Gl 5:19-21). O
7
cristão que por elas se contaminar, estará sendo
derrotado e dando lugar ao diabo.
João, o apóstolo, na tentativa de sintetizar
nossa guerra espiritual, escreveu que lutamos
contra o mundo (1Jo 5.4) e o que há nele, a saber,
três coisas: a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e
a soberba da vida (1Jo 2.16). Portanto, além da
principal fonte que é o diabo, as muitas batalhas
que temos, podem ser relacionadas a estas três
grandes fontes de batalhas.
Para que sejamos vencedores, é essencial que
conheçamos e saibamos discernir as várias formas
pelas quais a guerra espiritual se manifesta. É
pensando assim que relacionei quinze expressões
práticas dela. É meu desejo que você saia vitorioso
sempre. Mas, se em dado momento, você vacilar,
levante do chão, erga a cabeça e volte a
caminhar, lembrando sempre de que a vitória
final não é dos que nunca caíram, mas sim,
daqueles que se recusaram a ficar prostrados.
Amém?
Boa leitura!
Celso Melo
Ipatinga / MG
8
A batalha contra os descontroles da pulsão sexual
“Ora, as obras da carne são conhecidas e são:
prostituição, impureza, lascívia...” (Gl 5.19).
Começarei por aquela que me parece ser a
batalha mais forte que enfrentamos e que teremos
que enfrentar durante toda nossa vida. A batalha
contra a pulsão sexual é a batalha contra o
desejo latente que temos de dar livre expressão
à cobiça rumo ao prazer sexual. Trata-se de um
conflito íntimo que pode ser ou não percebido pelas
outras pessoas.
Todo ser humano foi criado com esta energia.
Sigmund Freud, criador da psicanálise, a chamou
de libido. Trata-se da energia sexual em si, que não
deve ser reprimida, mas controlada para que a
pureza seja mantida e o templo do Espírito Santo,
que é o nosso corpo, não seja contaminado... Esta é
a principal concupiscência da carne que o ser
humano enfrenta desde a queda.
Um dos enganos frequentes cometidos por
aqueles que querem ser vencedores nesta batalha é
a tentativa de desqualificar a pulsão sexual e a
ignorância quanto aos efeitos da repressão da
energia sexual. Os tais deveriam atentar para o fato
de que sexo, além de estar atrelado a fortes
9
emoções, também tem de ser encarado como uma
necessidade comum a todo ser humano, ainda que
haja níveis individuais a serem considerados – o
que torna cada indivíduo único, tendo que se haver
com suas próprias necessidades nesta área.
Obviamente que o projeto de Deus para a satisfação
sexual abrange a vivência de um amor focado. A
desqualificação desta energia, normalmente tratada
como recalque, pode afetar a vida psicológica do
indivíduo, levando a quadros sintomáticos...
Conquanto não devamos ignorar as
pressões da pulsão sexual, temos que
compreender que Deus instituiu o casamento
como sendo o meio legal para sua satisfação, o
que chamei acima de amor focado.
As derrotas nesta área tem sido imensas.
Como consequência, a prostituição e a infidelidade
são bastante comuns em nossos dias. Contudo,
estas são apenas formas claras de derrota perante
esta concupiscência carnal.
Na verdade, se não vigiarmos, poderemos ser
derrotados ao passarmos pelas ruas, diante de uma
TV, ao comprarmos um jornal em uma banca de
revistas, além obviamente, da forma mais comum
que é a vasta possibilidade de interação audiovisual
que os equipamentos eletrônicos nos proporcionam
10
hoje em dia. Quanto ao mecanismo de queda, não
há nada de novo, senão a cobiça que é despertada
pela fantasia fomentada pelo olhar. Que Deus dê
graça a sua igreja, especialmente à juventude, para
que ela se mantenha pura, pois esta é a sua
vontade.
A batalha contra bebedices e glutonarias
“Invejas, bebedices, glutonarias
e coisas semelhantes a estas” (Gl 5:21).
Glutão! Quem é o glutão? O glutão é todo
aquele que come com exagero, com total avidez,
frequentemente com desrespeito aos outros, e
às vezes, sem uma fome real. Para ilustrar o
conceito, é bom lembrar se o termo também está
presente na zoologia que se ocupa do estudo dos
animais. Assim nos apresenta o dicionário
Michaelis o animal glutão: “Mamífero carnívoro da
família dos Mustelídeos, das regiões boreais da
Europa e Ásia, relacionado às martas e zibelinas,
tendo, porém, constituição pesada e tamanho
maior, assemelhando-se a um pequeno urso”.
Achou pertinente a comparação? De fato, o
glutão cuida do instinto da sobrevivência que é
prevalecente na natureza do mundo animal. Aquele
que se julga isento desta tentação, deve tomar
11
cuidado, pois a gula pode se manifestar de formas
sutis.
Pense como exemplo uma festa entre amigos,
aquela na qual você vai e logo percebe que a bebida
e a comida estão liberadas... Você está ali, todos
estão “enchendo” a cara, e parece haver no ar (ou
inconsciente coletivo da galera – como diriam os
Jungianos) a permissão para comer e beber sem
quaisquer restrições. Pense também naquele
churrasco em um dia de happy hour no serviço, em
um rodízio, etc. Nestas e outras situações
parecidas, você se excede? Tenta se despedir do
mundo?
Lembro-me de um amigo que faz parte de
uma organização com a qual se reúne regulamente
para fins religiosos. Os encontros são rigorosos.
Todavia, na terça, um grupo dentre eles, saem para
um encontro em um restaurante, bar, algo do tipo.
Chamam este encontro de “quinta sem lei”. Ali, não
há rigor, e “a tampa do caldeirão” sempre entorna.
12
Dizem que a medida equilibrada que se
deve ter na hora da alimentação é aquela que
faz com que você saia da mesa com um
gostinho de quero mais na boca. Assim, não
haverá excessos, mas pura sobriedade. A igreja do
Senhor não está livre da necessidade de vigilância
nesta área, pois sabemos que esta situação
reprovável estava presente entre os membros da
igreja em Corinto (Ler 1Coríntios 11). Lá, a
glutonaria, infelizmente podia ser percebida
justamente na reunião da “Ceia do Senhor”.
A batalha contra a irritabilidade
“Se vocês ficarem com raiva,
não deixem que isso faça com que pequem
e não fiquem o dia inteiro com raiva” (Ef 4.26 - NTLH).
Sempre foi da vontade do Senhor que sua paz
dominasse nossos corações (Cl 3.15), afinal Cristo é
o príncipe da paz (Is 9.6) e veio para nos transmiti-
la. Entretanto, Satanás ama a nossa irritação, pois
assim esta paz que excede todo entendimento (Fl
4.7) não cumprirá seu objetivo em nós, que é de
nos transmitir quietude de espírito, mansidão,
clareza de pensamentos e confiança em Deus.
Cuidado: A irritabilidade não é uma
batalha, necessariamente contra pessoas, mas
13
também contra circunstâncias comuns que
tendem a nos deixar instáveis, impacientes, mal-
humorados e arrogantes.
O cristão deve entender que a ira não deve
ser seu combustível para a ação. Além de bloquear
a capacidade de pensar com lucidez, ela pode nos
tornar seres amargos, colocando-nos diante da
possibilidade de magoarmos os que estão ao nosso
redor, gerando por consequência conflitos
relacionais. A palavra do Senhor nos adverte
claramente: “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha
o sol sobre a vossa ira” (Ef 4.26).
Cabe ressalvar que a ira enquanto energia
que faz com que o individuo aja (saindo de um
estado de covardia, omissão e falta de
iniciativa) é boa. Obviamente que estou me
referindo à irritação e mal-humor enquanto
nuanças de um comportamento que faz com que o
individuo projete nas outras pessoas parte dessa
energia com a qual ele não está conseguindo lidar.
14
Não é tão difícil imaginar ou recordar aquele dia no
qual estivemos na mirra do estresse de alguém.
Talvez no trabalho, numa repartição pública, numa
clínica, hospital; enfim, em qualquer lugar onde a
vida humana está presente e as relações devem
acontecer. Pensemos também em situações
contrárias. Aquelas nas quais, nós mesmos, por
perdermos esta batalha, nos tornamos, em dado
momento, uma espécie de tormento para aqueles
que estavam ao nosso redor. É por isso que a
vigilância se faz necessária.
A batalha contra o materialismo
“Tende cuidado...
porque a vida de um homem
não consiste na abundância
dos bens que ele possui” (Lc12.15).
Esta é a batalha contra o apego às coisas
materiais. Pode ser vista na expressão
“concupiscência dos olhos” empregada pelo
apóstolo João. Jesus disse que “a vida de um
homem não consiste na abundância dos bens que
ele possui” (Lc 12.15b), por isso nos preveniu:
“Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer
avareza” (Lc12.15a).
15
Se não priorizarmos a busca pelas coisas que
são de cima (Cl 3.1), a avareza poderá exercer
poderosa influência não somente em uma
determinada fase de nossa vida, como também em
toda nossa existência. Muitos dizem não ter tempo
para as coisas de Deus. Trabalham o “dia todo”,
entretanto em muitos casos, podemos constatar a
presença da ganância ao invés da pura carência do
trabalho. Infelizmente, esta não é somente uma
situação presente na vida de muitos descrentes,
pois vários dentre nós, temos sido derrotados
exatamente neste ponto.
A batalha contra a ansiedade
“Não andeis ansiosos de coisa alguma...” (Fl 4.6).
O mundo moderno nunca foi tão facilitador
da produção de preocupação e ansiedade como
nestes últimos dias. Vivemos “dias difíceis” e
Satanás se alegra, presenciando nossa inquietude e
aflição de espírito; afinal, assim não fazemos a obra
de Deus, nem mesmo lhe rendemos uma adoração
perfeita.
O cristão deve entender que a ansiedade pode
indicar uma desconfiança em relação ao cuidado e
promessas do Senhor para ele. Contudo, Temos
um Deus que nos prometeu a sua presença a
16
cada dia, e esta presença não é somente
contemplativa, mas também participativa, ou seja,
Deus não é um simples expectador do que acontece
conosco; ao contrário, Ele intervém...
Ele intervém nas circunstâncias do nosso
viver, e seu propósito é conduzir-nos ao centro de
sua vontade. A preocupação desconfia deste
cuidado. Ela é uma pré – ocupação, pois torna
nossos pensamentos tempestivos, criando espaço
para a tomada de decisões precipitadas, sem
consultarmos o Senhor. Consequentemente, ela
impulsiona o individuo a agir, como se dele
dependesse todo o processo de sua vitória desejada.
O Espírito Santo, através de Paulo, manda
não inquietarmos com coisa alguma; mas sim,
orarmos ao Senhor, expondo nossas petições, e isto
com ações de graça (Fl 4.6). Pedro, pelo mesmo
Espírito, nos recomenda lançarmos “todas as
nossas ansiedades ao Senhor, sabendo que Ele tem
cuidado de nós” (1Pe 5.7).
17
Pensamentos preocupantes e ansiosos
podem surgir em nossas vidas, principalmente
quando tentamos contemplar nosso futuro e
fazer projeções com dados incompletos. As
lacunas destas projeções nos surgem na mente
recheadas de dúvidas e temores.
Quando nossa mente começa a divagar em
cima de cada “e se”, é hora de interrompê-la pela
fé. Precisamos acreditar que nosso futuro está nas
mãos do Senhor e que, embora não o conheçamos
detalhadamente, Deus está no controle de todas as
coisas.
A batalha contra o desânimo
“Não vos entristeçais,
porque a alegria do Senhor
é a vossa força” (Ne 8.10).
Esta é a batalha contra a falta de entusiasmo,
tanto em relação às coisas de Deus, como também
em relação à vida em si mesma. O desânimo é um
dos sinais mais característicos da depressão.
Satanás tem procurado espalhar o desânimo entre
o povo de Deus, principalmente porque o bom
ânimo é o combustível que nos leva a agir e a reagir
perante as dificuldades da vida.
18
Cabe ressaltar, obviamente, que a ação do
inimigo não acontece à semelhança de um
agricultor que pulveriza um produto em uma
plantação. Sua ação sempre se vale do contexto
do indivíduo, de sua história de vida e relações.
Neemias claramente escreveu que “a alegria
do Senhor é a nossa força” (Ne 8.10). Portanto,
assim como existe uma associação entre a alegria e
a força, também existe entre a tristeza, o desânimo
e a fraqueza espiritual. Desanimados, raramente
oramos, não evangelizamos, não louvamos, nem
mesmo queremos congregar. O desânimo e o
comodismo andam de mãos dadas e não produzem
coisa alguma.
Batalhar contra o desânimo no dia a dia
significa ficar atento ao menor sinal de
rebaixamento do nosso humor, ou seja, ficar alerta
para não se deixar dominar por estados de
frustração os quais sempre procuram levar o
indivíduo ao desânimo e prostração.
Cristãos desanimados correm o risco de
ficarem desencantados com o viver cristão a ponto
de não sentirem mais prazer na comunhão com os
irmãos e com o Senhor. Quando isto acontece e
se agrava, normalmente se estabelece uma crise
depressiva e o próprio viver é colocado em jogo.
19
Viver? Viver pra quê? Esta e outras perguntas
permeiam a mente e o coração de pessoas
desalentadas com a fé pessoal e com a vivência
comunitária eclesiástica.
Diante de tal realidade, se faz necessária uma
profunda incursão pra dentro de si mesmo, no
intuito de descobrir as sementes plantadas pelo
adversário que deram lugar a este estado de
letargia espiritual e desânimo.
Naturalmente quando isto não é feito, a
consequência natural é a volta ao mundo, é a
apostasia, é o estabelecimento da prática de uma
vida governada pela vontade própria e conduzida
pelos prazeres imediatos e que levarão a um
inevitável esfriamento da fé.
Cristãos desanimados precisam reconhecer
e crer que na presença do Senhor há abundância
de alegria (Sl 16.11). Seja o que for que tenha
adoecido sua alma e roubando sua alegria,
certamente não veio do Senhor, mas sim do inimigo
20
cujo intento não é outro, senão matar, roubar e
destruir (Jo 10.10).
A batalha contra a sede pelo poder
“Sabeis que os governadores dos povos os dominam
e que os maiorais exercem autoridade sobre eles.
Não será assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se
grande entre vós, será esse o que vos sirva” (Mt 20.25-26).
Poder aqui, não se refere, simplesmente, a ter
poder político, militar ou aquele que advém de se
ter “status social.” A sede pelo poder é a vontade
doentia de ter influência, exercer comando e
autoridade sobre as pessoas.
Sai vitorioso nessa batalha quem mantém o
seu coração humilde e consegue construir relações
saudáveis, mantendo a interdependência e não
manipulando os outros para fins egoístas.
Claramente temos visto a sede pelo poder
dominar muitas pessoas que aspiram por uma
posição de destaque em alguma organização e
grupos variados. O mundo do trabalho está
infestado por esse mal.
A sede pelo poder pode estar no cerne da
batalha de alguém que fantasia uma posição, bem
21
como na vida dos que já estão em uma determinada
posição de liderança.
Tal sentimento surge normalmente como
reação ao medo que tais lideranças têm de perder a
posição que ocupam. Com isso, líderes são
possuídos por condutas narcisistas e egocêntricas,
passando ao exercício de uma pseudo-liderança
que se torna cada vez mais controladora, austera e
repressiva.
Tais indivíduos se tornam incapazes de
elogiar a competência daqueles com os quais
convivem. Para eles, elogiar é dar poder a alguém.
Centralizam as atividades em torno de si, por não
confiarem nas pessoas. Querem ser vistos e
notados como competentes. Querem o pólio; e
preferencialmente o primeiro lugar.
Este mesmo sentimento pode ser visto,
sutilmente, em alguns maridos que dominam e
‘escravizam’ suas esposas. Pessoalmente já
testemunhei o fim de um casamento por esse
motivo. Lamentável!
22
Portanto, vigiemos e estejamos alerta contra
todo sentimento arrogante, afinal todos nós temos
pessoas com as quais relacionamos e que devem
ser tratadas com respeito, estima e consideração, e
não com força dominadora.
A batalha contra o orgulho
“Não seja neófito,
para não suceder que se ensoberbeça
e incorra na condenação do diabo” (1Tm 3.6).
O orgulho é o principal pecado contrário ao
caráter de Deus. Ele pode ser encontrado na
essência de várias batalhas. Também é o pecado
essencial que levará Satanás a sua condenação
inevitável, conforme nos diz Paulo no verso citado.
O texto é uma orientação dada a Timóteo
quanto à separação e consagração de obreiros.
Paulo está dizendo que o obreiro não deve ser
neófito, ou seja, inexperiente, recém-convertido. De
fato, já vi (e creio que não sou o único) muitos
novos convertidos enfatuados, principalmente
quando exercem cargos e atividades de liderança na
igreja. Sem preparo e experiência na vida cristã, o
que temos sempre será manifestação carnal,
mesmo quando o escopo da obra for espiritual.
23
Ser vencido pelo orgulho nos colocará
potencialmente vulneráveis a várias outras
batalhas, em especial:
A sede pelo poder.
A mágoa e a falta de perdão.
A inveja e a porfia.
O orgulho traz autoexaltação, tenta roubar a
honra e a glória de Deus, acabando por criar uma
insensibilidade profunda no coração que impede
seu quebrantamento diante da majestade e da
soberania do Senhor.
O orgulho leva a pessoa que por ele for
dominada a desejar ganhar prestígio, ser
reconhecida e engrandecida. Devemos combater
toda mancha de orgulho que percebermos em nós.
Se você fizer algo motivado apenas por
supostas recompensas que espera alcançar em
termos de reconhecimento e admiração,
cuidado... Ao sentir um grande impulso para falar
de si mesmo, alistando suas realizações e ‘grandes
24
conquistas’, procurando sutilmente elogios e
bajulações, cuidado...
A batalha contra a mágoa e a falta de perdão
“Suportai-vos uns aos outros,
perdoai-vos mutuamente” (Cl 3.13).
Apesar das várias exortações da Palavra de
Deus que nos manda praticar o amor e o perdão, se
não vigiarmos, poderemos cair nesta situação
pecaminosa, a saber: Termos um coração duro,
apenas inclinado à amargura e à vingança.
A vigilância nesta batalha deve ser constante,
haja vista o mundo moderno ser um mundo de
constantes relações entre as pessoas. Nunca se
falou tanto em trabalho de equipe, cooperação,
troca de experiências e interatividade. Se isto de um
lado é bom, é preciso considerar que o homem é o
mesmo em sua predisposição para o mal. Com isto,
a mágoa e a consequente falta de perdão pode
ganhar espaço quando os desentendimentos
surgem.
A prática do perdão é condição básica para
que também recebamos o perdão do Senhor. “Pai,
perdoa nossas ofensas, assim como nós perdoamos
nossos ofensores”, disse Jesus, ensinando-nos a
25
orar na tão conhecida oração do Pai nosso.
Infelizmente esta oração não pode ser orada pelos
duros de coração que negam o perdão ao próximo.
Temos de reconhecer que somos imperfeitos e
que, frequentemente, magoamos uns aos outros.
Quando isto acontecer, devemos por em prática a
admoestação que nos diz: “Antes sede uns para com
os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos
uns aos outros, como também Deus nos perdoou em
Cristo” (Ef 4.32).
Jesus nos alertou dizendo que aquele que
não perdoa o seu irmão será entregue aos
verdugos (Mt 18.34). Encare isto, sobretudo, como
sendo atormentadores psicológicos sobre o seu
psiquismo, caso você não pratique o perdão.
Obviamente que a influência de espíritos malignos
sobre estes indivíduos não deixa de ser real.
Ainda que nos pareça difícil perdoar,
lembremo-nos de que o amor de Deus está
derramado em nossos corações (Rm 5.5) e é este
amor que nos capacita a liberarmos o perdão.
26
Portanto, que Deus livre o nosso coração de se
transformar em um imenso baú a ganhar coisas
velhas. Não devemos passar pela vida colecionando
figuras da maldade de terceiros sobre nós.
A batalha contra a inveja e a porfia
“Não nos deixemos possuir de
vanglória, provocando uns aos outros,
tendo inveja uns dos outros” (Gl 5.26).
Dificilmente veremos alguém confessando
estar envolvido neste tipo de conflito. Asafe
realmente foi um corajoso ao admitir que tinha
inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos
ímpios: “Na verdade, Deus é bom para o povo de
Israel, ele é bom para aqueles que têm um coração
puro. Porém, quando vi que tudo ia bem para os
orgulhosos e os maus, quase perdi a confiança em
Deus porque fiquei com inveja deles” (Sl 73.1-3).
Mas, aquele que conhece que “enganoso é o
coração, mais do que todas as coisas, e
desesperadamente corrupto...” (Jr 17.9), não
subestimará a inveja e a porfia, antes vigiará o seu
coração.
O perfil psicológico do invejoso inclui
autoestima baixa, visão míope quanto a suas
27
próprias habilidades e a falta de compreensão de
sua singularidade. A falta de autoconhecimento é
alarmante. Espiritualmente, o invejoso não se sente
amado e aceito pelo Pai! Obviamente, o problema
não está no Pai, mas na recusa em se entregar
completamente à sua graça e amor. Como
consequência, o invejoso sutilmente passa a
porfiar, a competir contra aquele a quem inveja, e
assume uma postura crítica contra ele.
Praticar o autoexame com vistas a não
sermos derrotados nesta batalha implica em
observar as críticas que fazermos às pessoas. É
preciso exercitar perguntas, como: Será que não há
uma inveja sutil? Será que não gostaria de estar no
lugar dele(a)? Será que somente estou enxergando o
que quero enxergar? Não seriam minhas críticas
apenas ações reativas diante de uma situação
ocorrida? Estou competindo com esta pessoa em
um plano que só eu sei? Quero ser melhor do que
ela naquilo que forma o conteúdo de minhas
críticas?
Exercitar essas perguntas pode ser o início de
descobertas importantes. Uma boa dica é saber que
normalmente o alvo do invejoso não está tão
distante. Do contrário, o termo mais apropriado,
seria admiração. “Como eu acho aquele palestrante
da programação X formidável!”
28
Ao notarmos pequenos traços de inveja em
nós, o melhor mesmo é transformarmos a energia
da inveja em energia de oração intercessória. Não
há quem não tenha defeito, dificuldades, limitações
ou realidades que gostaria de ver mudadas.
Portanto, sempre há o que orar a favor de quem
quer que seja.
Por fim, depois desse exercício espiritual,
tende praticar a admiração sem rodeios. Ela é como
o fogo diante da água. Não há inveja que resista.
A batalha contra a busca cega por emoções
“éramos néscios, desobedientes, desgarrados,
escravos de toda sorte de paixões e prazeres” (Tt 3.13).
A considerar a pulsão de vida que faz com
que o ser humano busque a sobrevivência por si
mesma, podemos dizer que o homem é aventureiro
desde o início de sua criação.
Todavia a busca cega por emoções como
batalha espiritual vai além da ideia da aventura que
29
pode ocorrer enquanto se luta para sobreviver.
Refiro-me ao prazer pelo prazer, afinal temos
visto um ser humano que age mais em função de
emoções do que em função de suas próprias
necessidades, enquanto um ser de relações, um
ser sociável.
Creio que Deus não é contra a emoção,
entretanto quando priorizamos a busca por
emoções, quando elas passam a comandar nossas
ações e estruturar o nosso tempo, certamente, aí
sim, estaremos saindo da vontade do Senhor. Este
é o alvo de Satanás que tem usado de todos os
meios para nos derrotar. Nesta batalha, ele tem
usado da tecnologia e de todos os artifícios
presentes no mundo para nos seduzir.
Podemos citar, como exemplos, as grandes
produções musicais, os filmes, as novelas, os
brinquedos eletrônicos, os jogos esportivos etc. O
grande interesse por estas coisas está no fato de
que elas proporcionam prazer imediato, e
ultimamente, não são tão inacessíveis quanto a
preços e lugares.
30
A relação com o Senhor, no entanto, é bem
diferente. Entendemos pela Palavra que o Senhor,
embora nos proporcione alegria, a vida com Ele não
é um parque de diversões. Estamos em guerra e
toda alegria na sua presença será resultado da
nossa adoração e disposição em lutar ao seu lado
contra Satanás e suas ciladas. A alegria provinda
do Espírito é incomparavelmente mais intensa e
duradoura do que quaisquer emoções mundanas.
Não estou advogando contra a recreação e o
lazer sadios; antes, apenas enfatizando que somos
tentados, diariamente, a agirmos mais em função
daquilo que atrai nossas emoções do que em função
da orientação específica do Senhor, e isto é um
erro.
A busca cega por emoções pode colocar eu
e você em um estado de pura distração
espiritual. Enquanto distraímos, assassinamos o
tempo e as oportunidades que poderíamos ter tido
no serviço ao Senhor. Francamente, a busca cega
por emoções é um testemunho vivo de que o
indivíduo carece de fervor e ainda não encontrou
seu prazer em Deus.
Vale ressaltar que nos últimos dias os
homens se tornariam mais amigos dos prazeres do
que amigos de Deus ( Leia 2Tm3.4). Portanto, se
31
você está acostumado apenas a enxergar guerras,
fome, pestes e terremotos como sinais da volta de
Jesus, saiba que os prazeres também fazem parte.
É comum ouvirmos hoje em dia o termo hedonismo
para caracterizar o cenário da busca pelo prazer a
qualquer preço, porém as primeiras discussões
quanto à relação entre o prazer e a vida humana
surgiram antes de Cristo, mas agora, como “a
nossa salvação está mais próxima” (Rm 13.11), a
coisa desandou, e as pessoas estão ávidas por
prazer. Qualquer situação que as arrebate da
mesmice é encarada como bem vinda. Quanto a
mim e a você, devemos nos despertar deste sono,
afinal o arrebatamento que buscamos é outro, não
é mesmo?
A batalha contra a dúvida e o esfriamento da fé
“Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando;
pois o que duvida é semelhante à onda do mar,
impelida e agitada pelo vento” (Tg 1.6).
Todos os dias temos que exercitar nossa fé no
Senhor para vencermos as dificuldades que o dia
certamente trará consigo. Também, diariamente,
somos tentados a confiar em nós mesmos, a
duvidar da proteção e da provisão divinas a nós
prometidas. Quem não estiver em sintonia com a
voz do Senhor, e praticando a comunhão com Ele
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poderá cair em estado de dúvida e esfriamento da
fé, afinal muitas de nossas expectativas podem
ser frustradas por não discernirmos os caminhos
de Deus. Salomão nos diz que para todo
propósito há um tempo e um modo (Ecl 8.6).
Sabedores da possibilidade da dúvida, o
importante é permanecermos firmes, ainda que
Deus pareça ter retirado a sua ajuda e estar
tardando em nos enviar o socorro desejado.
Batalhar contra a dúvida é batalhar contra o
sentimento resultante daqueles pensamentos que
atordoam nossa mente com a ideia do descaso
divino. No corre-corre da vida, com tantas pessoas
aflitas ao nosso redor, pode parecer um paradoxo,
mas não é difícil se sentir sozinho. Olhamos ao
redor, e pensamos em nós, como apenas mais um
na multidão. Você nunca se sentiu assim?
Sabemos que há vários tipos de oração, e a
petição ainda figura como a principal. O próprio
Senhor Jesus nos convida a pedir: “Até agora nada
tendes pedido em meu nome; pedi e recebereis, para
que a vossa alegria seja completa” (Jo 16.24).
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Portanto, é natural que sempre tenhamos o que
pedir àquele que tudo pode.
Conquanto não faltem pedidos, não deve
faltar em contrapartida a nossa fé perseverante. Fé
que entende pelas escrituras que nosso Deus é um
Deus de processos, a saber um Deus que
frequentemente age “costurando respostas”.
Quando você orar, portanto, creia! Mesmo em
meio às dúvidas, continue firme! Dias depois, você
haverá de saber que suas impressões temerosas
estavam erradas e que Deus, de fato, estava no
controle de todas as coisas, afinal “sabemos que
todas as coisas cooperam para o bem daqueles que
amam a Deus, daqueles que são chamados segundo
o seu propósito” (Rm 8. 28).
A batalha contra a precipitação
“Não é bom proceder sem refletir,
e peca quem é precipitado” (Pv 19.2).
A perfeita vontade do Senhor inclui três
aspectos práticos: Fazer o que é certo, da maneira
certa e no tempo certo. As promessas do Senhor
também são assim: Ocorrem no tempo determinado
por Ele, e vêm pelo caminho que Ele escolher, não
cabendo a nós estabelecermos o ritmo, nem o modo
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do Senhor operar. Frequentemente, conseguimos
discernir os dois primeiros aspectos, porém não o
terceiro: O tempo de Deus. Assim, sofremos por
nossas precipitações, quer em palavras, quer em
ações. O que tem acontecido, na verdade, é que o
mundo tem influenciado grandemente nossa
maneira de pensar e sentir.
Hoje em dia, quase tudo “pode” ser feito com
tremenda rapidez graças à tecnologia. Isto faz com
que toda burocracia neste país seja alarmante. As
informações dos acontecimentos nos chegam quase
que na hora real em que acontecem. Vivemos na
era das compras virtuais, onde pode-se comprar
de quase tudo, afinal tudo está logo ali, a um
“click de distância”.
Já não é necessário esperarmos tanto, por
exemplo, em uma fila de banco. Temos hoje a
comodidade oferecida pelos terminais eletrônicos, e
já se fala em aplicação de multas para as
instituições que não agilizarem seus atendimentos
presenciais.
Diante de tal realidade, muitos cristãos
querem relacionar-se com Deus como se Ele fosse
semelhante ao mundo moderno; assim, já não se
quer ter mais aquele tempo saudável de comunhão
e espera no Senhor, quando a sua vontade nos
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pode ser revelada; com isto, a consequência
inevitável é a precipitação pecaminosa e prejudicial
a ser relevada no futuro, às vezes, não tão distante.
Quanto a isto, nos exorta Salomão em Pr
14.29: “O de ânimo precipitado exalta a loucura” e
“tens visto um homem precipitado nas suas
palavras? Maior esperança há num tolo do que nele”
(Pr 29.20).
Salomão, ainda com muita precisão escreveu
que há tempo para todo propósito debaixo do céu.
Diante de tal ciência, o servo do Senhor tem que
entender que a pressa poderá levá-lo a distanciar-
se do centro da vontade do Deus.
Com muita frequência temos nos esquecido
destas recomendações, e então, criticamos
situações e pessoas sem nenhuma ponderação.
Apressamos em julgar nossos irmãos, em emitir
nossas opiniões e em fazer as coisas sem reflexão
alguma.
Quantas escolhas e decisões têm sido
tomadas precipitadamente! Quantos acordos
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mal feitos! Quantas inimizades por causa de
palavras precipitadas! Infelizmente esta é a
consequência quando não se espera no Senhor.
Sabendo destes males, devemos pedir a Deus que
esteja sobre nós o total domínio de seu Espírito.
Batalhar contra a precipitação no dia a dia,
quer no ambiente de trabalho ou mesmo nas
nossas tarefas diárias requer a consciência de que
por mais que estejamos ansiosos, nossa ansiedade
não determinará a efetividade de nossas ações.
A serenidade sempre deve ser a base de
nossas medidas de conduta, mesmo quando ações
rápidas se fizerem necessárias.
A batalha contra as inclinações do velho homem
“Não mintais uns aos outros, uma vez que
vos despistes do velho homem com os seus feitos” (Cl 3.9).
O velho homem era nosso antigo ser com
suas pulsões, ideologias, valores, prioridades,
opiniões, desejos egoístas etc. Era aquele ser que
andava segundo o curso deste mundo, segundo o
príncipe da potestade do ar, do espírito que agora
opera nos filhos da desobediência, entre os quais
todos nós antes andávamos nos desejos de nossa
carne, fazendo a vontade da carne e dos
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pensamentos (Leia Ef 2.2,3). O velho homem
oferecia livre operação à natureza pecaminosa, e
assim, em inteira aliança com ela, cometia toda
sorte de pecados.
Conquanto, o nosso velho homem
cometesse vários tipos de pecados, ele se
habituou em algumas condutas pecaminosas
pela repetição e prazer que nelas encontrou.
Estas condutas formam as fortes inclinações do
velho homem. Potencialmente falando, o velho
homem, já foi crucificado com Cristo (Rm 6.6), mas
devemos fazer valer esta verdade a cada dia, nos
considerando, (conforme nos manda a Palavra)
mortos para o pecado (Rm 6.11). Para tanto,
devemos vigiar sempre, pois estes pecados
específicos são o campo principal de ataque do
inimigo. Certamente ele usará da realidade na qual
você está inserido. Procurará elementos de
estímulos com vistas ao despertar das cobiças de
outrora.
A batalha contra as fortes inclinações do
velho homem não adquire contornos coletivos, pois
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é peculiar a cada indivíduo. Exemplo: Um ladrão
convertido ao Senhor, sendo agora, um ex-ladrão,
terá aquele “tipo de comportamento passado” como
sendo uma inclinação peculiar do seu velho
homem. Um alcoólatra convertido ao Senhor, sendo
agora então, um ex-alcoólatra, terá na bebida uma
inclinação peculiar do seu velho homem. Os
exemplos podem ser expandidos, e não quero me
alongar, por isso sugiro que você faça o exercício
de pensar em sua própria vida, tentando
identificar as fortes inclinações do seu velho
homem.
Devo acrescentar e enfatizar que a libertação
que Jesus oferece é completa, mas conquanto seja
completa, somente a contínua comunhão com Ele
nos fará vencedores nesta batalha. Por mais
tentadoras que sejam as fortes inclinações do velho
homem, pelo Espírito Santo (mas somente por Ele)
poderemos mortificar quaisquer obras da carne que
virmos surgir em nós como tentação desafiadora.
A batalha contra as ações claras de Satanás
“...para que Satanás não alcance vantagem sobre nós,
pois não lhe ignoramos os desígnios” (2Co 2.11).
Todas as batalhas que descrevi até aqui
são batalhas contra o diabo, partindo do
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princípio de que ele quer a nossa prostração e
derrota. Todavia, não são clara ou diretamente
contra ele. Na verdade, são meios dissimulados
que ele usa para lentamente obter completo
domínio sobre nós. Sabemos que uma de suas
figuras representativas na Bíblia é a serpente;
vemos assim que, nestas batalhas, ele está como
uma serpente, astuciosamente a batalhar contra
nós.
Entretanto, Satanás é representado também
pelo dragão, e isto nos fala de suas pelejas claras e
violentas contra o povo de Deus, bem como de sua
astúcia final e desesperadora nos fins dos tempos.
Tal verdade pode ser comprovada no último livro da
Bíblia que é o Apocalipse. Vemos nesse livro o
grande dragão que é Satanás, (também apresentado
como a antiga serpente), em sua fúria final,
sabendo que pouco tempo lhe resta (Leia Ap 12).
Com efeito, ninguém pode negar que em
determinadas circunstâncias a nossa batalha
espiritual é diretamente contra ele. É necessário
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vigiarmos e pedirmos ao Senhor discernimento para
que percebamos as investidas claras do diabo.
Todavia, podemos citar alguns exemplos
corriqueiros, como:
Perseguição na família por causa do
evangelho.
Críticas e deboches em função da fé que
professamos.
Perseguições no trabalho sem procedência
alguma.
Doenças malignas.
Pesadelos e tormentos noturnos.
Aparições, vozes...
A importância de discernir as ações claras de
Satanás é inegável. Do contrário, ou seja, sem este
discernimento, corre-se o risco de lutar contra as
pessoas, as organizações, os sistemas, enfim,
simplesmente contra o que é puramente humano.
O apóstolo Paulo em sua carta aos efésios
nos alerta: “Não estamos lutando contra seres
humanos, mas contra as forças espirituais do
mal que vivem nas alturas, isto é, os governos,
as autoridades e os poderes que dominam
completamente este mundo de escuridão” (Ef
6:12 - NTLH).
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Somente pelo discernimento podemos
assumir uma postura legítima de combatentes
nesta batalha espiritual, resistindo o inimigo com
toda perseverança em oração acima de tudo.
Através da autoridade do nome de Jesus e da
sabedoria que ele nos dá em cada batalha tal
resistência é possível.
Onde está a base de nossa autoridade? Nas
próprias palavras de Cristo: “Eis aí vos dei
autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e
sobre todo o poder do inimigo, e nada,
absolutamente, vos causará dano” (Lc 10.19).
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REFLEXÃO CONCLUSIVA
No reino de Deus não existe espaço para
“civis”. Se não estamos nos comportando como
integrantes da milícia do Senhor, podemos
perguntar a nós mesmos: Será que realmente
entendemos a mensagem do reino de Deus? Será
que verdadeiramente estamos combatendo o bom
combate da fé?
Queridos, a vida cristã não é uma peça de
teatro. Não é um parque de diversões. Não temos o
direito de negligenciarmos a necessidade de
santificação e aperfeiçoamento de nossas vidas.
Deus deseja capacitar-nos para que
alcancemos vitória em todas estas batalhas. É
essencial que levemos uma vida vitoriosa a cada
dia, pois só assim faremos a obra de Deus com
dignidade, confiança e perseverança.
Aquele que estiver sendo derrotado nestas
batalhas, jamais progredirá na obra do Senhor.
Somente vencendo nossas batalhas pessoais,
teremos estrutura e forças para ajudar as outras
pessoas vencerem suas próprias batalhas.
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Portanto, devemos seguir o que nos disse o
Senhor pelo Apóstolo Paulo: “Revesti-vos de toda a
armadura de Deus, para que possais estar firmes
contra as astutas ciladas do diabo. Estai, pois,
firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a
verdade, e vestida a couraça da justiça; E calçados
os pés na preparação do evangelho da paz;
Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual
podereis apagar todos os dardos inflamados do
maligno. Tomai também o capacete da salvação, e a
espada do Espírito, que é a palavra de Deus.
Orando em todo o tempo com toda a oração e
súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a
perseverança e súplica por todos os santos (Ef
6.11;13-18).
A minha oração é no sentido de que Deus
esteja usando este estudo para abrir nossos olhos e
aguçar nossa percepção, tornando-nos mais
vigilantes, a fim de que, ajudados pelo Espírito
Santo, possamos ser mais do que vencedores em
Cristo Jesus.
Boas batalhas, e vitórias também!
Celso Melo
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