4
A Páscoa é suposto ser um tempo de alegria mas, o que realmente acontece é que, uma vez chegada, vive-se a festa e, depois, tudo volta ao mesmo. E o mesmo é a monotonia de uma vida encurralada em si mesma, agar- rada às coisas, aos interesses pessoais ou familiares, ao ter e ao ser mais do que os outros e pronto. A Páscoa de Jesus vem dizer-nos que é possí- vel sair dessa monotonia, do olhar só para o próprio umbigo, sem horizontes nem ambi- ções elevadas. Basta seguir o caminho da cruz. A vida com sendo, que enche o cora- ção e dá alegria é possível mas, como qual- quer coisa de valor, para a conseguir, é preci- so fazer escolhas exigentes. Qualquer atleta sabe que, para chegar à vitória, deve treinar seriamente e deixar muitas coisas, de acordo com as metas propostas pelo seu treinador. Como bom treinador, que não propõe aos outros nada que Ele não faça primeiro, Jesus é muito claro: quem quiser ter uma vida cheia e com sendo, deixe de se preocupar consigo, acolha a cruz (o sofrimento dos outros e o que isso custa) e siga-me. De facto, não há vida sem morte. Quem não gasta a vida pelo bem dos outros, não a ganha, perde-a. É o que diz o Papa Francisco, na Alegria do Evangelho’: Quando a vida «se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres; e, então, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervi- lha o entusiasmo de fazer o bem». No nosso tempo vivemos ao lado uns dos outros, mas sem nos conhecermos. A comuni- cação faz-nos ver tudo o que acontece no mundo (desastres, catástrofes, guerras, mor- tes), mas não nos deixa pensar: distrai-nos imediatamente mostrando novas catástrofes ou propondo-nos sub-produtos e sonhos egoístas que nos anestesiam, dia após dia, até cairmos na indiferença. Como membros dos C.O.M., fazendo tesouro do que aprendemos na escola do Homem da cruz, tentamos quebrar o bloco da indiferen- ça e empenhamo-nos na Missão para fazer- mos Páscoa com os que nos rodeiam, nos ambientes em que nos encontramos. Ajude- nos, mais uma vez, a palavra do Papa, o qual, para além do que diz, se destaca por aquilo que faz: «O individualismo pós-moderno e globalizado favorece um eslo de vida que debilita o de- senvolvimento e a estabilidade de uma sã relação entre as pessoas e distorce os víncu- los familiares. Então, a nossa ação missionária deve mostrar ainda melhor que a relação com o nosso Pai nos exige e nos incenva a viver uma comunhão que cura, promove e fortale- ce os laços interpessoais. Enquanto no mun- do, especialmente nalguns países, se reacen- dem várias formas de guerra e de conflito, nós, cristãos, insismos na proposta de reco- nhecer o outro como irmão, de curar as feri- das, de construir pontes, de estreitar laços e de nos ajudarmos «a carregar as cargas uns dos outros» (Gal 6, 1-10). P. Júlio Boletim nº 162Abril 2015 CENÁCULOS DE ORAÇÃO MIS- SIONÁRIA PÁSCOA: o fruto maduro da cruz

CENÁCULOS DE ORAÇÃO MIS- SIONÁRIA - Missionários … · 2015-03-25 · favorece um estilo de vida que debilita o de- ... dos pelo povo de Deus ao Seguiu-se o trabalho ... 8º

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CENÁCULOS DE ORAÇÃO MIS- SIONÁRIA - Missionários … · 2015-03-25 · favorece um estilo de vida que debilita o de- ... dos pelo povo de Deus ao Seguiu-se o trabalho ... 8º

A Páscoa é suposto ser um tempo de alegria mas, o que realmente acontece é que, uma vez chegada, vive-se a festa e, depois, tudo volta ao mesmo. E o mesmo é a monotonia de uma vida encurralada em si mesma, agar-rada às coisas, aos interesses pessoais ou familiares, ao ter e ao ser mais do que os outros e pronto. A Páscoa de Jesus vem dizer-nos que é possí-vel sair dessa monotonia, do olhar só para o próprio umbigo, sem horizontes nem ambi-ções elevadas. Basta seguir o caminho da cruz. A vida com sentido, que enche o cora-ção e dá alegria é possível mas, como qual-quer coisa de valor, para a conseguir, é preci-so fazer escolhas exigentes. Qualquer atleta sabe que, para chegar à vitória, deve treinar seriamente e deixar muitas coisas, de acordo com as metas propostas pelo seu treinador. Como bom treinador, que não propõe aos outros nada que Ele não faça primeiro, Jesus é muito claro: quem quiser ter uma vida cheia e com sentido, deixe de se preocupar consigo, acolha a cruz (o sofrimento dos outros e o que isso custa) e siga-me. De facto, não há vida sem morte. Quem não gasta a vida pelo bem dos outros, não a ganha, perde-a. É o que diz o Papa Francisco, na ‘Alegria do Evangelho’: Quando a vida «se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres; e, então, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervi-lha o entusiasmo de fazer o bem». No nosso tempo vivemos ao lado uns dos

outros, mas sem nos conhecermos. A comuni-cação faz-nos ver tudo o que acontece no mundo (desastres, catástrofes, guerras, mor-tes), mas não nos deixa pensar: distrai-nos imediatamente mostrando novas catástrofes ou propondo-nos sub-produtos e sonhos egoístas que nos anestesiam, dia após dia, até cairmos na indiferença. Como membros dos C.O.M., fazendo tesouro do que aprendemos na escola do Homem da cruz, tentamos quebrar o bloco da indiferen-ça e empenhamo-nos na Missão para fazer-mos Páscoa com os que nos rodeiam, nos ambientes em que nos encontramos. Ajude-nos, mais uma vez, a palavra do Papa, o qual, para além do que diz, se destaca por aquilo que faz: «O individualismo pós-moderno e globalizado favorece um estilo de vida que debilita o de-senvolvimento e a estabilidade de uma sã relação entre as pessoas e distorce os víncu-los familiares. Então, a nossa ação missionária deve mostrar ainda melhor que a relação com o nosso Pai nos exige e nos incentiva a viver uma comunhão que cura, promove e fortale-ce os laços interpessoais. Enquanto no mun-do, especialmente nalguns países, se reacen-dem várias formas de guerra e de conflito, nós, cristãos, insistimos na proposta de reco-nhecer o outro como irmão, de curar as feri-das, de construir pontes, de estreitar laços e de nos ajudarmos «a carregar as cargas uns dos outros» (Gal 6, 1-10). P. Júlio

Boletim nº 162— Abril 2015

CENÁCULOS DE ORAÇÃO MIS-SIONÁRIA

PÁSCOA: o fruto maduro da cruz

Page 2: CENÁCULOS DE ORAÇÃO MIS- SIONÁRIA - Missionários … · 2015-03-25 · favorece um estilo de vida que debilita o de- ... dos pelo povo de Deus ao Seguiu-se o trabalho ... 8º

No dia 8 de março, reuniram-se na Maia 35 membros dos Cenáculos de Ora-ção Missionária, vindos de Folgosa; S. Pedro Avioso; Srª do Campo-Argoncilhe; S. Mamede do Coronado; Padrão da Lé-gua; Família Reunida – Maia; Guifões;

Ribeirão - Famalicão; S Daniel Comboni – Maia; A Semente - Águas Santas. Estive-ram igualmente presentes: o Pe. José Arieira, Pe. Dário, Pe. José de Sousa e o Irmão Valentim. No momento do acolhimento, a cada membro foi entregue um crachá com a identificação do tema, seguindo-se a Oração Inicial, orientada pela Clementi-na (S. Pedro do Avioso), durante a qual passou o video “ A mulher invisível”. Seguidamente a Liliane Mendonça deu as boas vindas e explicou o programa deste encontro que teve como tema: A mulher na Exortação Apostólica “Alegria do Evangelho ” do Papa Francisco. O te-ma foi apresentado pela Olinda Coelho, sobre os nº103 e 104 da “ Alegria do Evangelho” que nos falam da situação da

presença da mulher na sociedade e na Igreja e como é vista aos olhos dos que estão na cúpula da sociedade e da Igreja. A apresentação baseou--se na pre-sença da mulher ao longo da história da Salvação – Antigo/Novo Testamento, on-de teve sempre um papel importante,

sendo uma mulher, Maria Madalena, a primeira teste-munha de Jesus Ressuscitado, assim como foi decisiva em tantos outros momentos vivi-dos pelo povo de Deus ao longo da história. Seguiu-se o trabalho de grupos os quais deveriam encontrar um texto bíblico referente à mulher e identifi-car qual o seu contributo no na História da Salvação e no mundo actual. Após a reunião dos grupos realizou-se o ple-

nário e a partilha sobre os textos bíblicos referentes à mulher. No final o Pe. Arieira lembrou o encontro nacional a 1 maio em Vila Nova de Famalicão e o Retiro a 27 de setembro na Maia. A Liliane Mendonça orientou a oração final pela vida consagrada, convi-dando em seguida a tomar um chá. Olinda Coelho

NOTICIAS DOS ENCONTROS QUARESMAIS DOS COM’S

NA MAIA E EM VISEU

“Há um nítido apelo primaveril, um sopro de renovação, um sobressalto,

um novo alento a acolher a proposta adulta e exigente do caminho pascal. Não me deixes Senhor amarrado aos

meus invernos”. (S. Gregório Magno)

Page 3: CENÁCULOS DE ORAÇÃO MIS- SIONÁRIA - Missionários … · 2015-03-25 · favorece um estilo de vida que debilita o de- ... dos pelo povo de Deus ao Seguiu-se o trabalho ... 8º

“A Igreja reconhece a indispensável contribuição da mulher na sociedade, com uma

sensibilidade, uma intuição e certas capacidades peculiares, que habitualmente são mais

próprias das mulheres que dos homens. Por exemplo, a especial solicitude feminina pelos

outros, que se exprime de modo particular, mas não exclusivamente, na maternidade. Vejo,

com prazer, como muitas mulheres partilham responsabilidades pastorais juntamente com

os sacerdotes, contribuem para o acompanhamento de pessoas, famílias ou grupos e pres-

tam novas contribuições para a reflexão teológica. Mas ainda é preciso ampliar os espaços

para uma presença feminina mais incisiva na Igreja. Porque «o génio feminino é necessário

em todas as expressões da vida social; por isso, deve ser garantida a presença das mulheres

também no âmbito do trabalho» nos vários lugares onde se tomam as decisões importantes,

tanto na Igreja como nas estruturas sociais.” ( Papa Francisco, Alegria do Evangelho 103) Papa Francisco - Alegria do Evangelho, nº103

No dia 8 de Março, na parte da tarde, os Cenáculos da Zona Centro tive-ram o seu retiro da quaresma. Estiveram presentes 27 pessoas representando

oito Cenáculos, a saber: Cenáculo de N. S.ra do Viso ; dois da paróquia de Campo da Madalena: Vila Nova do Campo e Mozelos; dois da paróquia do Sagrado Coração de Jesus da cidade: centro paro-quial e Igreja dos Terceiros; Cenáculo de Lourosa de Cima; Cenáculo da Queirã e Cenáculos de Bigas / Lordosa. O tema proposto para reflexão foi a quaresma: origem, importância e mo-do de a viver com fruto espiritual. Num

segundo momento, foi apresentada, brevemente, a mensagem do Papa Fran-cisco para a quaresma sobre a qual se propuseram algumas perguntas para

trabalho em grupos. O método de trabalho foi do agrado de todos os partici-pantes. No final das activi-dades foi recordado, a todos, o Encontro Geral de 1 de Maio na casa de V.N. de Famalicão. Um autocar-ro sairá do Seminário das Missões às 06.45horas e o preço, por pessoa, é de 10 euros. Agradece-se que nos comuniquem o núme-

ro de pessoas que queiram servir-se deste meio de transporte, até ao dia 18 de Abril. Esperamos que um bom grupo dos Cenáculos de Viseu, se deslocará até Famalicão! Antes do regresso a casa, foi ser-vido um pequeno lanche e um chazinho para aquecer o estômago. O nosso obrigado a todos os que participaram.

P. José Francisco

Page 4: CENÁCULOS DE ORAÇÃO MIS- SIONÁRIA - Missionários … · 2015-03-25 · favorece um estilo de vida que debilita o de- ... dos pelo povo de Deus ao Seguiu-se o trabalho ... 8º

Para obter mais informações dirija-se à coordenadora nacional ou às secretarias das casas dos missionários combonianos mais próximas: Coordenadora Nacional: Liliane Mendonça (coordenadora nacional): 915048197; Fa-

malicão: 252322436 / P. Arieira 933209911; Maia:- 229448317/ P. Dário 966209177 e Ir.

Valentim 967838001; Viseu - 232422834/ P. José Francisco: 915104136; Santarém: - 243 351

331 / P. Víctor Camarate: -216 075 214 / P. Boaventura 918786459; 965832113; Lisboa - 213 955 286 / P. Claudino: 913444107; Calvão: - 234783391 / P. Abílio: 96426519.

8º ENCONTRO NACIONAL DOS CENÁCULOS DE ORAÇÃO MISSIONÁRIA Em Vila Nova de Famalicão, Missionários Combonianos, NO DIA 1 DE MAIO

“FAMÍLIA E VIDA CONSAGRADA”.

Local do encontro: Missionários Combonianos - Famalicão

Tema : “Família e vida consagrada”, através da apresentação de testemunhos de vida de consagração na vida religiosa e laical. Moderadora - Olinda do Cenáculo a Semente de Águas Santas

Agenda do Encontro Nacional 09.15 - Acolhimento - Ensaio de cânticos (Incluindo os da eucaristia) - Apresentação dos COM presentes

09.45 - Oração inicial - Viseu 10.00 -Mesa: “Família e vida consagrada—Vocações na Igreja”, pelo casal Ce-leste e José e uma irmã do Instituto das Oblatas do Coração de Jesus: moderador—Irmão Valentim 10.45 - Intervalo 11.15 - Preparação para a Missa 11.30 - Missa presidida pelo P. Dário Leitores – Folgosa, A Semente e S. Pedro de Avioso Ofertório – C.O.M. de Argoncilhe (Cada COM deve trazer a sua oferta num en-velope com o nome do Cenáculo, da Paróquia e a importância). Acção de Graças – Alegria da Missão - C.O.M. de Crespo 13.00 - Almoço (farnel) - Tempo de encontros interpessoais 15.00 – Convívio: 15 minutos a organizar por cada zona (Maia, Viseu, Calvão, e Lisboa) 10 minutos do testemunho do P. Claudino da sua viagem à RD Congo 10 minutos para apresentação dos 2 projetos que os C.O.M. apoiam com o ofer-tório deste ano: Apresentação do Projeto para apoiar a formação de 10 jovens (raparigas) na República Centro Africana – valor de 3050 euros e Projeto Solidário Mis-sionário JIM - para ajudar na tradução e impressão da palavra de Deus na língua MBAY (Moissalá – Chade) – valor 14 103 euros Acordou-se que o dinheiro recolhido seria divido pelos 2 projetos, dando prioridade ao

primeiro (considerando também que os grupos JIM trabalharão para o segundo).

VOTOS DE UMA SANTA PÁSCOA!