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N.º 3 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Pedro Pinto & Gandins Música pág.7 Bonecos & Campaniça Formas animadas pág.8 Coisas do Ser e do Mar Música pág.2 pág.4 Contanário, uma fonte de contos São cinco dias “em que os con- tos estarão à solta em vários can- tos da cidade e visitarão algumas freguesias do concelho.” Praças, escolas, bibliotecas, associações de idosos e outros espaços cul- turais da cidade vão servir de palco às dezenas de iniciativas de contadores de histórias recon- hecidos a nível nacional e local. w pág.6 Burgim Uma banda de referência da música pop independente da Ex- tremadura espanhola chega-nos do Festival Europa Sur. Conside- rados como uma das revelações do ano, os Burgim apresentam- -se a 6 de Setembro, na Praça do Sertório. w pág.9 Retomar o diálogo e apostar nos valores locais O Presidente do Município, Car- los Pinto de Sá, é um dos vários responsáveis pelo “Cenas ao Sul” que fazem um primeiro balanço da iniciativa. w

Cenas ao Sul - Jornal 3

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N.º 3 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Pedro Pinto & GandinsMúsicapág.7

Bonecos & CampaniçaFormas animadaspág.8

Coisas do Ser e do MarMúsicapág.2

pág.4

Contanário, uma fonte de contosSão cinco dias “em que os con-tos estarão à solta em vários can-tos da cidade e visitarão algumas freguesias do concelho.” Praças, escolas, bibliotecas, associações de idosos e outros espaços cul-turais da cidade vão servir de palco às dezenas de iniciativas de contadores de histórias recon-hecidos a nível nacional e local. w

pág.6

BurgimUma banda de referência da música pop independente da Ex-tremadura espanhola chega-nos do Festival Europa Sur. Conside-rados como uma das revelações do ano, os Burgim apresentam--se a 6 de Setembro, na Praça do Sertório. w

pág.9

Retomar o diálogo e apostar nos valores locaisO Presidente do Município, Car-los Pinto de Sá, é um dos vários responsáveis pelo “Cenas ao Sul” que fazem um primeiro balanço da iniciativa. w

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Opinião

O Cenas ao Sul é uma feliz conjugação de vontades e de trabalho.

Ficha TécnicaTítulo: Cenas ao Sul / Editor: Associarte / Data: Agosto de 2014 / Tiragem: 5000 exemplares / Director: Pedro Miguel Comendinha Grilo, Presidente da Associ’arteRedação: Gabinete de Comunicação de Cenas ao Sul com Gabinete de Comunicação da Câmara Municipal de Évora / Design Gráfico: Rui Belo, design+print / Depósito Legal n.º: 379234/14

Coisas do Ser e do Marpelos Contrabando na Praça do Giraldo

Capote’s Emotion

O concerto será antecedido por um desfile da Capote’s Emotion, uma ini-ciativa das empresárias eborenses Delfina Marques e Florbela Nunes, que apostaram numa reinvenção do Capote Alentejano. Trata-se de uma reinter-pretação desta peça de vestuário tradicional portuguesa à luz dos concei-tos contemporâneos de estética, conforto e qualidade. A Capote’s Emotion direciona os seus produtos para o público feminino, utilizando materiais eco-logicamente sustentáveis, e introduz a elegância, a leveza, novas cores e pa-drões como fatores de distinção dos capotes alentejanos tradicionais. w

o som em destaque

As várias institui-ções, agentes cul-turais e artistas que decidiram, apesar de todas as dificuldades que atravessamos, organizar, financiar e pôr na rua um pro-grama de animação para a cidade du-rante os meses de verão, merecem re-conhecimento.

Este é um bom exem-plo do que se pode fazer quando parece que nada se pode fazer. Mas para que isto acon-teça foi necessário construir uma base de entendimento e cooperação que tem que ultrapassar algumas visões e entendimen-tos necessária e louvavelmente diferentes.

Todos sabemos que o caminho a percor-rer neste domínio é desafiante e cheio de dificuldades, mas também de enormes possibilidades que não se esgotam numa primeira batalha ganha. Continuar a traba-lhar, com todos os que quiserem e pude-rem dar o seu contributo, para fazer mais e melhor é um desafio que sendo difícil, é o que nos pode garantir o reconhecimento interno mas também exterior ao nosso “pe-queno mundo”. Sabemos que é possível com a força da vontade e do trabalho que esta iniciativa nos demonstra desde Julho.

A visão institucional foi aqui fundamental para este arranque e deve ser sublinhado o empenho e participação essencial da Co-missão de Coordenação e Desenvolvimento da Região do Alentejo, da Entidade Regio-nal de Turismo, do Município de Évora. E claro temos que agradecer a todos os que participam e à Associarte, que agre-gou as vontades e construiu estas Cenas que no verão do Sul têm trazido uma lufa-da de bem estar à cidade. w

Ana Paula Amendoeira Diretora Regional de Cultura do Alentejo.

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o som em destaque

“Things of Being and of the Sea” by Contrabando in Giraldo Square

Contrabando go on stage of “Cenas ao Sul” in Giraldo square, on 13th Septem-ber, at 10 pm, bringing with them as guests a group of friends – “Cantares de Évora”, a traditional singing group of Alentejo. w

Golden Gypsies “Ciganos d’Ouro”

The open air auditorium in the neighborhood of Malagueira welcomes Gypsies d’Ouro, at 9:30 pm, on September 14th.The Flamenco and the Hondo Singing are the main musical references of this group, the only one of its kind in our country; however their artistic influences go beyond gypsy music, ranging from Fado to Jazz.This show is part of the commemorative program for the 20th anniversary of this group. w

Os Contrabando sobem ao palco do “Cenas ao Sul”, na Praça do Giral-do, no dia 13 de setembro, pelas 22 horas. Trazem consigo, como convida-dos, um grupo de amigos – os Canta-res de Évora.

Em 1999, os Contrabando iniciaram o seu percurso musical em Évora. A for-mação base é composta por Nuno do Ó (guitarra e voz), Henrique Lopes (gui-tarra), Valter Passarinho (percussão), Carlos Menezes (contrabaixo) e Mário Parreira (saxofone).

Para este espetáculo os Contraban-do convidaram os Cantares de Évora, que irão interpretar algumas “modas” tradicionais alentejanas do seu reper-tório. Segundo nos revelou Nuno do Ó, talvez se apresente um momento mu-sical especial conjunto dos dois gru-pos. Em conversa com o “Cenas ao Sul”, o cantautor teceu elogios aos Cantares de Évora, salientando que “o Joaquim Soares é um ponto extraor-dinário, o Pedro Calado um dos nos-sos melhores altos. Os Cantares de

Évora acrescentam a particularida-de de incorporarem vozes femininas, o que não é muito comum e enrique-ce musicalmente a sua atuação”.

O alinhamento dos Contrabando conta com temas dos dois álbuns edita-dos pela banda – “Fresta” (2000) e “Coi-sas do Ser e do Mar” (2008) –, a maioria dos temas com poemas de importan-tes autores da língua portuguesa: Fer-nando Pessoa, Agostinho da Silva, José Gomes Ferreira, Ary dos Santos e Branquinho da Fonseca, mas tam-bém novos poetas como Alice Pereira.

No ano em que se comemoram os 40 anos do 25 de Abril, os Contraban-do incluem no seu espetáculo temas de autores deste período, nomeada-mente José Afonso, José Mário Bran-co ou Fausto, que consideram como marcantes influências no seu percur-so musical. Os instrumentos tradicio-nais – viola campaniça e a sarronca – trazem à música do grupo um am-biente de fusão dos sons do passado com os do presente. w

O auditório ao ar livre no bairro da Mala-gueira recebe os Ciganos d’Ouro, pelas 21.30h de 14 de setembro.O Flamenco e o Cante Hondo são as prin-cipais referências musicais deste grupo que é o único do género no nosso país, no entanto, as influências artísticas es-tendem-se ainda deste o Fado até ao Jazz.

O convite aos Ciganos d’Ouro, que este ano comemoram o seu 20o aniversário, é promovido pela União das Freguesias de Malagueira e Horta das Figueiras. Com este concerto, que promete ser de gran-

Ciganos d’Ouro dão-nos música flamenca

de riqueza musical, pretende dar-se uma envolvência musical às cálidas noites ebo-renses e dar mais vida e animação cultural a um dos espaços vivos mais populosos do concelho: o Bairro da Malagueira. w

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O Cenas ao Sul acolhe uma maratona de contos entre os dias 23 e 27 de Setembro. Chama-se Contanário – Semana de Contos e é promovida pela É Neste País – associação cul-tural. Depois de três experiências anteriores, “a aposta reside em alargar a iniciativa a vários espaços da cidade e abarcar uma maior hetero-geneidade de públicos envolvendo, ao mesmo tempo, mais entidades na sua organização”, garantem os responsáveis da associação.

No total, são cinco dias “em que os contos estarão à solta em vários cantos da cidade e visitarão algumas freguesias do concelho.” Praças, escolas, bibliotecas, associações de idosos e outros espaços culturais da cidade vão servir de palco às dezenas de iniciativas em que contadores de histórias de referên-

No ciclo das formas e dos afetos

Tales on the loose in Évora, from 23rd to the 27th September.“É Neste País” cultural Association promotes the “Contanário – week of tales”

Évora hosts the marathon of tales from the 23rd to the 27th Septem-ber. It’s the fourth edition of the “Contanário – week of tales” pro-moted by “É Neste País” cultur-al Association. This year “the bet is to extend the initiative to vari-ous areas of the city embracing a greater heterogeneity of public and involving, at the same time, more entities in its organization”, ensure those responsible for the association. In total, it’s five days “in which tales are on the loose in various corners of the city and in some parishes of the county.” w

Contanário, uma fonte de contos de 23 a 27 de Setembro

cia a nível nacional e local são os protago-nistas de “uma festa” cuja base assenta no projeto “Com quantos pontos se conta um conto?”. Esta é uma atividade que a É Neste País promove, semanalmente, aos sábados, desde 2010, onde “a leitura e/ou narração de histórias assumem um papel crucial na pro-moção da leitura e da valorização cultural da tradição oral.”

A É Neste País – associação cultural está sediada em Évora, na Rua da Corredoura n.º 8, tendo-se constituído “com o fim de de-senvolver ações em diferentes formas de ex-pressão artística promovendo o debate de ideias, o confronto com opções estéticas di-versificadas e o aprofundamento de conhe-cimentos e aprendizagens.” w

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“Little Garden” é o título da performance que Márcio Perei-ra concebeu para apresentar ao público, no dia 7 de setembro, às 22h00, na Praça de Sertório.

Um cubo de 2 por 2 metros,

construído pelo próprio artista, é a peça principal no cenário desta performance, que recria um jar-dim, onde tudo acontece. Num local público nasce, inesperada-mente, um jardim que é descrito por Márcio como “um pequeno jardim onde o corpo que o habi-ta inicia a sua metamorfose, o seu processo de transformação, que não é único, mas é singular”.

Propositadamente criada para

ser apresentada no “Cenas ao Sul”, “Little Garden” é uma per-formance de 30 minutos, que

vem nascendo ao longo de um mês. Pensada de raiz como es-petáculo de rua, a sua maior dificuldade, segundo Márcio, é “atingir a intimidade, que é sempre mais facilmente con-seguida num espaço fechado”.

“É um desafio fazer este tipo

de trabalho em Évora, onde fui encontrando as estruturas, o apoio e as oportunidades para o fazer”, diz-nos Márcio Perei-ra, natural de Santo André que, em Évora, fez o curso superior de Teatro. Um breve contac-to com a dança foi suficiente para lhe despertar o interes-se por esta arte, que foi explo-rando e aperfeiçoando, fazendo hoje parte do seu universo como criador, unindo nas suas per-formances a dança e o teatro. w

No ciclo das formas e dos afetos

“Little Garden” in Sertório Square

“Little Garden” is the title given by Márcio Pereira to the performance conceived to be presented to the public on 7th September, at 10 pm in the Sertório square.A cube of 2 by 2 meters, built by the artist himself, is the central piece of the scenario of his performance, recreating a garden where everything happens. w

Foi através da exi-bição e apresen-tação de mais de cem propostas ar-tísticas e culturais que Évora, nos úl-timos três meses, se deu a conhe-cer aos muitos vi-sitantes e turistas que escolheram a cidade “Patri-mónio Mundial da Humanidade” para passar férias ou gozar alguns dias de descanso.

Tradicionalmente ligada à Arte e à Cul-tura, Évora criou o Cena ao Sul que veio reavivar memórias, afirmar e reve-lar uma cidade aberta ao mundo. Uma cidade que, para além da monumenta-lidade, se projecta sendo palco da sim-biose das múltiplas manifestações de diferentes criadores e agentes culturais.

Tendo como cenário as ruas e praças do Centro Histórico, Évora convocou ar-tistas e criadores, mas também institui-ções e associações culturais para dar vida à primeira edição de um evento que aposta na multiculturalidade para expri-mir a essência e jovialidade da cidade.

Ao longo de três meses, através do cine-ma, da fotografia, da música, do teatro, da dança ou das expressões de rua, este evento enriqueceu, certamente, a expe-riência turística de quem visitou Évora.

A todos os parceiros desta iniciativa, assim como a todos os turistas que ele-geram Évora como destino de férias e o Cenas ao Sul como programa de ani-mação preferido, o Alentejo agradece.

Até para o ano! w

António Ceia da Silva Presidente da Turismo do Alentejo e Ribatejo

Opinião

Há semprequalquer coisa aacontecer!Um jardim na Praça

do Sertório

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A opinião da ACDE é que são importantes estas atividades. Todas as ações que tragam pessoas à cidade, que dinamizem, que tragam movimento, que ani-mem, são interessan-tes. Aliás, nós próprios já fizemos esse tipo de atividades através de programas financiados.

O que gostaríamos era de puxar os agentes económicos mais para

estas iniciativas. Como? Se conseguirmos, com alguma antecedência, envolver a asso-ciação, os comerciantes, a restauração con-seguindo que as mesmas aconteçam a horas em que o comércio esteja aberto. A ativida-de económica beneficiará do facto de virem pessoas à cidade. Termos as praças cheias com gente a divertir-se, em termos económi-cos não é produtivo, com exceção para as esplanadas. Nós entendemos isto sempre nesta vertente.

Eu estive em algumas atividades, não es-tive em todas, mas sei que o público ade-riu aos vários tipos de eventos (exposições, concertos, cinema). Verificamos adesão por parte do público. Gostaríamos é que essas pessoas contribuíssem de alguma forma para o tecido económico, consumindo. É esse o nosso papel: conseguirmos que as pessoas consumam. Há já muitos anos que nós pedimos às entidades que estão li-gadas à cultura que venham para a rua e façam espetáculos, que tragam pessoas e colaborem. Na altura do Natal e noutras.

Mesmo sem financiamentos, se todos der-mos um pouco de cada um, e cada agente fizer um pequeno espetáculo, uma pequena animação, a cidade fica animada e podemos trazer pessoas. E temos tantas entidades cul-turais e associações!

É preciso, também, criar uma continuidade nestes programas. Se as pessoas não soube-rem o que há, não vêm. Interligando todos os agentes económicos, desde a restauração ao comércio, conseguiremos criar aqui outra di-nâmica. Da nossa parte, estamos disponíveis para colaborar trabalhando, mobilizando as pessoas, organizando candidaturas conjuntas a programas do próximo quadro comunitário. w

Mariana Candeias Secretária Geral da Associação Comercial do Distrito de Évora (ACDE)

Opinião

Puxar os agentes económicos para estas iniciativas

Cáceres e Trujillo são as cida-des da Extremadura Espanhola que acolhem, em datas distintas, a quinta edição do Europa Sur – Festival Luso Espanhol que, este ano, contempla um total de 27 concertos de bandas espanho-las e portuguesas de vários esti-los musicais.

Uma das novidades desta edi-ção é a aposta na apresentação do festival em Évora, a 6 de Se-tembro, através da atuação dos extremenhos Burgim. A atua-ção está prevista para a Praça do Sertório, pelas 22h00, a an-

In the framework of “Cenas ao Sul” Évora joins the “Europa Sur – 5th edition of the Portuguese-Spanish Festival” in Cáceres and Trujillo, to be held in September

Cáceres and Trujillo are the cities of the Spanish Extremadura hosting, on different dates, the fifth edition of “Europa Sur” Portu-guese-Spanish Festival, which this year includes a total of 27 con-certs of Spanish and Portuguese bands of various musical styles.One of the novelties this year is the commitment to present the festival in Évora, on 6th September, with a performance of the group Burgim from Extremadura at 10 pm in Sertório Square, preceding the concert of Pedro Pinto and the Gandins, included in the programme of “Cenas ao Sul”.This may prove to be the first step to establish a partnership be-tween the Municipality of Évora and the organisation of the fes-tival “Europa Sur” in order to exchange initiatives between the cities involved.All programming of the Festival “Europa Sur” is available on the website: http://www.festivaleuropasur.com w

Burgim convidam Évora para o Europa Sur

teceder o concerto de Pedro Pinto e os Gan-dins, integrado no Cenas ao Sul. Este pode revelar-se como o primeiro passo para esta-belecer uma parceria entre a Câmara ebo-rense e a organização do festival, no sentido do intercâmbio de iniciativas entre as cida-des envolvidas.

O Europa Sur apresenta-se como um even-to único no país vizinho que junta bandas es-panholas e portuguesas, apostando numa mistura de estilos que viajam entre o pop e o rock, o ska e o indie mais atual. The Pop-pers, The Walks, Brass Wire Orchestra o The Soaked Lamb, fazem parte do leque de artis-tas nacionais a atuar em Cáceres (18 a 20 de Setembro) e Trujillo (26 e 27 de Setembro).

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Cenas a não perder

O Cenas ao Sul recebe em palco o proje-to musical Pedro Pinto e Os Gandins. O mú-sico eborense promete apresentar na Praça do Sertório, no dia 6 de Setembro, a partir das 22h00, os seus mais recentes temas ori-ginais em português, num espetáculo de am-biente acústico e intimista.

Pedro Pinto é um cantautor natural de Évora. Músico autodidata, escreve e canta em português e inglês e descreve a sua mú-sica como Indie/Pop com influências do Folk ao Jazz. A música emergiu naturalmente na sua vida, uma vez que “tendo crescido numa família de músicos e num ambiente rico em melodias, o meu contacto com as noitadas de cante alentejano e cantautores portugueses (grupo de amigos dos meus pais) e principal-mente com a coleção de discos de vinil que

havia lá em casa, literalmente ditou o meu destino. Assisti ao meu primeiro concerto às cavalitas do meu pai, com uns quatro anos, e até hoje não apareceu nada que mexesse mais comigo do que a música”, revela-nos de forma apaixonada. O músico considera o Cenas ao Sul como “uma excelente apos-ta na prata da casa e a prova que santos da casa podem fazer milagres”, acrescentando ainda ser “um gozo ver a cidade cheia de vida e pessoas no verão. É uma prova de que cul-tura e entretenimento podem conciliar-se”.

Pedro Pinto surge, neste espetáculo, acompanhado por Adenilda Muguambe, João Aleixo, João André, José Silva e Marta Graça. A história à volta do nome da banda “só será revelada quando contada na primei-ra pessoa”. Fica a promessa! w

Pedro Pinto and the Gandins

The “Cenas ao Sul” hosts the musical project “Pedro Pinto and the Gandins”. The musician from Évora promisses to present in the Sertório Square, on the 6th September, at 10 pm, his latest original songs in Portuguese, a spectacle of sound and intimate atmosphere.Pedro Pinto is a songwriter born in Évora. The self-taught musician writes and sings in Portuguese and English and describes his music as Indie / Pop with influences from Folk to Jazz.Pedro Pinto in this show will be accompanied by Adenilda Muguambe, João Aleixo, John Andrew, José Silva and Marta Grace. The story around the name of the band “will only be revealed when told in the first person.” It’s a promise! w

Pedro Pinto com os GandinsBurgim

O projeto do músico extreme-nho Alfonso Búrdalo é apontado, atualmente, como a referência da música pop independente daque-la região. Considerados como uma das revelações do ano, os Burgim, editaram recentemente o seu pri-meiro trabalho intitulado The way that you smile. Para conhe-cer e desfrutar, na Praça do Ser-tório, em Évora, a 6 de Setembro.

Toda a programação do Festi-val Europa Sur pode ser consul-tada na ligação oficial do evento em: http://www.festivaleuropa-sur.com/ w

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Manuel Dias, manipulador de marionetas, e Tó Zé Bexiga, músico, apresentam na Praça de Sertório o espetáculo Bonecos & Campani-ça, dia 7 de setembro, às 22h45.

O jornal do “Cenas ao Sul” foi ao encon-tro deste duo de artistas, sediados em Évora, quando estavam reunidos num dos seus en-saios. “Todas as semanas nos encontramos para ensaiar”, conta-nos Manuel Dias, que há mais de 40 anos se dedica a tempo inteiro ao trabalho com marionetas. Criou em 1975 o Projeto de Investigação de Formas Anima-das a que chamou TRULÉ. As suas mãos são a alma deste trabalho.Com essas mãos Ma-nuel Dias constrói os bonecos. Com as mes-mas mãos, por via da manipulação, dá vida a estas personagens de cada vez que faz es-petáculo. Com outras mãos toca Tó Zé Bexi-ga uma viola campaniça. O encontro entre os dois resulta numa imensa cumplicidade.

Tó Zé Bexiga incorpora projetos musicais consolidados como os “Uxu Kalhus”, “Bicho do Mato”, “O Rijo” e “Ao Lado” e dinamiza na Sociedade Harmonia Eborense sessões de improvisação musical. Para uma dessas sessões convidou o seu amigo Manuel Dias. “Criámos um set de bonecos e, como correu bem começamos a propor este espetáculo. Já o realiza-mos em vários locais da cidade” diz Tó Zé Bexiga. Os Bonecos & Campaniça nasceram assim há um ano, no contexto de uma das associações culturais que integram o CENAS AO SUL , denominada “É Neste País”.

Neste espetáculo, que dura uma hora, doze bonecos contam “histórias sem palavras, ao som da viola campaniça, a viola do alente-jo”, explica Tó Zé, “os bonecos são construí-dos em palco, a alma do boneco, o que ele representa, é um segredo só nosso, e o ritmo boneco dita o sentimento e a história”. w

Bonecos com novas vidas ao som da Campaniça

Bonecos & Campaniça tell us stories

Manuel Dias, puppeteer, and Tó Zé Bexiga, musician, present in Sertório square the puppet show Bonecos & Campaniça, on the 7th September, at 10:45 pm.During the course of this one hour show, twelve puppets tell “stories without words, to the sound of campaniça guitar, the guitar of Alentejo” says Tó Zé: “the puppets are built on stage, the soul of the puppet, what he represents, it’s a secret of our own. The rhythm of the puppet dictates the emotion and the story. w

Cenas a não perder

O programa Cenas ao Sul não é só uma iniciativa, um conjunto de even-tos. É, sobretudo, uma estrutura que acolhe a dinâmica cultural da cidade e que a integra e re-presenta como um todo, tendo trazido à cidade de Évora um vida como eu já não me lembro de ver há muitos anos.

É verdade que a minha vivência de Évora era de há 20 anos, quando aqui estu-dei na Universidade, mas tinha sempre a noção de que havia uma vida cultural intensa. Agora voltei a encontrar essa vida cultural nestas noites de Verão. Tem sido muito interessante andar pela rua e ver sempre qualquer coisa a acontecer!

Além disso, há atividades de todas as vertentes. Por exemplo, há duas noi-tes aconteceu um espetáculo de palha-ços ali na Praça do Sertório e, portanto, todas as vertentes culturais têm a opor-tunidade de se exprimirem. Não há aqui nenhum tipo de fundamentalis-mo, há uma abertura total e acho que isso tem sido uma grande mais-valia. Acho que o público tem aderido muito bem; o facto de haver esta programação sistematizada e das coisas não acon-tecerem sem aviso prévio também é fundamental para que as pessoas pos-sam participar e assistir aos espetácu-los. Esta ideia de criar um programa que é uma unidade, onde recebe essa estrutura que integra tudo, isso foi, uma ótima ideia e é um ponto importante no sucesso que a iniciativa está a ter.

Relativamente à Biblioteca, vemos com bons olhos tudo o que possa agitar as mentes, as consciências, e possa con-tribuir para alertar as pessoas para a vida cultural, para o conhecimento, para o acesso à arte. Essa é a nossa postura, é aquilo que nos faz trabalhar, a nossa missão é essa: servir de ponte para que as pessoas cheguem ao co-nhecimento, à informação, ao lazer, à cultura. Assim sendo, uma iniciativa destas só pode ser vista por nós como muito, muito positiva! w

Zélia Parreira Diretora da Biblioteca Pública de Évora (BPE)

Opinião

Há semprequalquer coisa aacontecer!

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Carlos Pinto de Sá,

Presidente da Câmara

Municipal de Évora

faz um primeiro balanço

deste programa em

entrevista a Cenas ao Sul.

CENAS AO SUL (CS) – O que leva a Câma-ra a apostar num programa de quase três meses de animação do espaço público?

Carlos Pinto de Sá (CPS) – Primeiro, sem dúvida, o retomar da animação do Cen-tro Histórico de Évora, Cidade Património da Humanidade, que estava quase morto. Era incompreensível o desmazelo, a ina-tividade que, naturalmente, afastava em vez de atrair.

Um segundo aspeto, que me parece de grande importância, é a capacidade para um conjunto de instituições – quase três dezenas – se juntar e construir um pro-grama comum. De alguma maneira, isso representou também o retomar do diálo-go com o Município, bem como a capa-cidade de cooperação e de criação, em pé de igualdade, de um programa con-junto com o Município e com a Região de Turismo.

Um terceiro aspeto, também de extrema rele-vância: a aposta no con-junto de valores locais que estão traduzidos em vários espetáculos. É o caso, por exemplo, do CENDREV que percorreu freguesias ru-rais. Este não era propria-mente um dos objetivos diretos deste programa, uma vez que ele estava vo-cacionado para a anima-ção do Centro Histórico. Mas fê-lo com grande su-cesso e criou a expectati-va de se poder vir a ter uma

importante colaboração com a zona rural. Outro exemplo foi o espetáculo da Mara, que encheu completamente a Praça de Gi-raldo. Mostrou que, para além dos valores nacionais que trouxemos, temos um con-junto de valores locais de grande qualidade.

Finalmente, o último objetivo tem a ver com a projeção de Évora para o ex-terior. Apresentar um programa desta di-mensão, com esta envolvência, permite começar a dizer que em Évora se reali-za uma programação de qualidade, que as pessoas de vários meios olham com mais atenção. Isso significa uma maior capacidade de atratividade e um maior interesse por Évora e pelo seu patrimó-nio. Já hoje estamos a voltar a ouvir refe-rências fora do concelho, fora da região. É esse retomar das questões culturais, que eram uma das imagens de marca de Évora, que nós queremos recuperar.

CS – Como foi possível um programa desta dimensão na atual situação finan-ceira da Câmara?

CPS – Devo dizer que conseguir lançar este programa foi uma aventura. Aventu-ra em vários sentidos. Em primeiro lugar, como é sabido, porque o município está em situação de falência. Significa, em termos práticos, que não pode apresen-tar candidaturas, que não pode despen-

der verbas para programas deste tipo. Ou seja, está numa situação de grande dificuldade para assegurar o apoio, em particular logístico, que é exigido pelos grupos a quem tem de se pagar alguma coisa. Por isso, foi necessário encontrar aqui uma fórmula que envolveu a Entida-de Regional de Turismo do Alentejo, que envolveu um conjunto vasto de associa-ções, permitindo-nos ir buscar dinheiro externo – estamos a falar de verbas com algum significado – sem que esse projeto tenha sido afetado pela situação de falên-cia da Câmara. Conseguir construir, neste primeiro ano de mandato, um projeto com esta dimensão e com estas caraterísti-cas, demonstra que é possível criar muita coisa com poucos recursos, desde que haja criatividade. Mas, para além da criati-vidade, é necessário perceber-se a impor-tância da cooperação entre os agentes.

CS – E em termos futuros, o que se pode esperar? Para o ano haverá mais Cenas ao Sul?

CPS – A cooperação vai ser a pedra de toque para projetos futuros. Queremos manter, aumentar, entrosar, atrair ainda mais agentes. Queremos que percebam que o êxito do espetáculo do vizinho é também o êxito do seu espetáculo. Isto criará uma mentalidade que permite en-volver aqui, não apenas estes, mas até

outros agentes que quere-mos trazer à participação a Évora. Assim consegui-remos ultrapassar as tre-mendas dificuldades que o Município tem. No futuro, vamos continuar a apostar nestes programas de ani-mação. O que temos aqui é um projeto que não vai apenas pela área dos es-petáculos. Preocupa-se com a criação de públicos – porque tínhamos perdido públicos – com a anima-ção turística e, sobretudo, com esta ideia que o cená-rio maravilhoso do Centro Histórico de Évora mere-ce mostrar a sua valia. w

Balanço do Cenas ao SulEntrevistaPara além da criatividade, há a importância da cooperação entre os agentes

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As Cenas ao Sul são uma oportunidade de viver o espa-ço público da cidade, de tornar as ruas num local de cidadania, de discussão política, de críti-ca, de criação e de lazer. Neste âmbito e associando-se a este evento, o Grupo Pro-Évora vai proceder ao lançamento do Guia de Escultura Pública da Cidade de Évora.

O Grupo Pro-Évora, funda-do em 1919, é a mais antiga as-sociação portuguesa de defesa do património. A sensibilização pela arte tem constituído uma das estratégias da intervenção do Grupo.

Na continuidade das suas ati-vidades de pesquisa e divulgação do património, o Grupo Pro-Évo-ra editou e vai lançar, no dia 6

de Setembro, o Guia de Escultu-ra Pública da Cidade de Évora, o que será pretexto para per-correr a cidade, seguindo os percursos aí indicados, que as-sinalam as intervenções escul-tóricas dos últimos 100 anos no espaço público da cidade.

Esta edição bilingue (portu-guês/inglês) localiza e identifica cerca de 50 esculturas públicas. Com fotografias de Paulo Nuno Silva, mapas, fichas técnicas e textos introdutórios de Maria do Mar Fazenda, são propostos três percursos temáticos – Percurso Evocativo, Percurso Simpósio ’81 e Percurso (Re)Pensar a Cidade – que dão visibilidade e leitura às peças instaladas na cidade. De-monstram como a História e a Memória pontuam o nosso quo-tidiano, levando-nos a refletir e a

questionar a relação entre Arte e Espaço Público nos nossos dias.

Por isso, este lançamento in-cluirá, além da visita guiada a algumas esculturas representa-tivas dos Percursos, quatro bre-ves comunicações, proferidas por António Pedroso, Manuel Bran-co, João Cutileiro e Maria do Mar Fazenda, que terão lugar na sede do Grupo-Pro Évora.

Esta edição teve o financia-mento da Câmara Municipal de Évora e da Direcção Regional de Cultura do Alentejo, o apoio da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central e do Depar-tamento de Escultura em Pedra do Centro Cultural de Évora.

Pedro Fazenda, escultor e membro da Direcção do Grupo Pro-Évora. w

Cenas ao Sul e o Lançamento do Guia de Escultura Pública da Cidade de Évora

Como afirma Jean Baudril-lard, reputado pensador francês, “cada objeto fotografado é somen-te o rasto deixado pelo desapare-cimento de tudo o resto”, como se a lente fotográfica fizesse es-quecer que o mundo não acaba na margem da fotografia. O que nem sempre é mau. Se avaliar-mos o nosso quotidiano, povoado pela semântica da crise, do deses-

Concurso de FotografiaCenas no teu olhar

As Cenas ao Sul são uma oportunidade de viver o espa-ço público da cidade, de tornar as ruas num local de cidadania, de discussão política, de críti-ca, de criação e de lazer. Neste âmbito e associando-se a este evento, o Grupo Pro-Évora vai proceder ao lançamento do

Cenas ao Sul e o Lançamento do Guia de Escultura Pública da Cidade de ÉvoraCenas ao Sul e o Lançamento do Guia de Escultura Pública da Cidade de ÉvoraCenas ao Sul e o Lançamento do Guia

nem sempre é mau. Se avaliar-mos o nosso quotidiano, povoado pela semântica da crise, do deses-

pero, do infortúnio, é bom poder focar o objeto e esquecer o que o circunda. Quer seja com concer-tos, exposições ou encontros, o Cenas ao Sul tem sido esse objeto.

Para não esquecermos o que acalorou as noites de Évora, surge agora o Concurso de Foto-grafia – Cenas no Teu Olhar, que procura fomentar o trabalho de todos os que gostam de tirar fo-tografias, quer amadores ou pro-fissionais. As trinta imagens que melhor retratem as atividades e o ambiente a elas associado, escolhidas por um júri ainda a divulgar, farão parte de uma expo-sição coletiva, a realizar em 2015. Os resultados serão publica-dos nos meios de comunicação.

Cada participante poderá con-tribuir com os seus disparos para a criação de uma base de ima-gens do projeto, bem como um álbum na página de facebook e no sítio oficial. Não existe um li-mite para as fotografias enviadas por cada participante, devendo estas estar identificadas com o nome do autor, evento e data de captura, com predefinição para partilha na web. Ao enviarem as imagens, os participantes confir-mam que o material enviado é ori-ginal e da sua exclusiva autoria.

Para participar, basta enviar os conteúdos para o email [email protected] (por wetransfer, link para cloud ou qualquer outra via). w

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Para mais tarde recordar

Cidade do Homem

“Para lá da cal, para lá dos miran-tes, para lá dos contrafortes, para lá dos postigos de rendas tristes, para lá do monumental e da glória, para lá das ferrarias e dos frescos, para lá de Deus, está a Cidade. Essa entida-de sem tempo, habitada em todo o tempo. Em todos os tempos. Para lá

de todas as coisas, de todas as pe-dras, está essa máquina vagarosa, embora perene, que se deixou moldar pelo Homem para no seu âmago me-lhor o poder receber. Foram guerrei-ros e legionários, bárbaros e crentes, sultões e cruzados, monarcas e fra-des, republicanos e novos ricos que patrocinaram o levantamento da mo-numentalidade de Évora. Mas a maior realização que ali se pode contemplar não vem nos postais ilustrados, nem nos guias turísticos, nem nos ma-nuais da história oficial. É necessá-

rio buscá-la nas travessas, nas vielas e nos becos, vagarosamente. Lá onde os homens guerreiam nas tabernas e fazem as pazes defronte de uma taça de vinho. Lá onde as telefonias passam canções de amor em AM. Lá onde se escutam choros longínquos de crian-ças. Lá onde as buganvílias trepam o branco e contornam com delicadeza a gaiola dos pintassilgos. Lá onde o gato finge dormitar. Lá onde tudo, onde a vida toda, finge dormitar. Essa é a Cida-de do Homem. E é nisso, no Homem, que Évora é verdadeiramente rica.” w

Fotografia Telmo Rocha – Romeo e Julieta / CDCE

Fotografia Duarte Guerreiro – Vou ou não vou esta noite ao teatro ? / CENDREV

Fotografia Joaquim Carrapato – Terra de Abrigo / EBORAE MVSICA

As artes do olhar, do ouvir, do ver e do sen-tir correm nas ruas durante os três meses de Verão em Évora. No Cenas ao Sul. Mui-tos usufruem, fluem com elas. Há quem deseje fixá-las no mágico espaço da memó-ria. As Cenas foram percorridas pelo olhar de muitas lentes. Imprimem-se, aqui, três olhares grandes para lembrar que infinitos outros ficaram no etéreo espaço do vivido.

Paulo Barrigain exposição de fotografia “Ruas Primas” aberta até 26 de Setembro 2014na casa de Burgos (sede da Direção Regional de Culturado Alentejo), Rua de Burgos, nº 5, Évora.

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O Hotel de Santa Clara foi uma das empresas que acei-tou o convite do “Cenas ao Sul” para se associar ao proje-to, tendo o hotel ofe-recido alojamento a alguns artistas que vieram animar Évora. Localizado em pleno centro histórico da cidade, o Hotel de Santa Clara foi cria-do em 1976 e conti-

nua a ser gerido pela família do fundador. Este hotel, que teve a sua origem numa antiga casa de fados, é um dos mais anti-gos de Évora. Atualmente, Maria de Jesus Gaspar é a diretora da unidade hoteleira.

Cenas ao Sul (CS) – Já assistiu a algum dos espetáculos do “Cenas ao Sul”?

Maria de Jesus Gaspar (MJG) – Sim, assis-ti a um espetáculo da Semana dos Palha-ços, precisamente de um artista que ficou aqui hospedado no hotel. Não tenho po-dido assistir a mais por motivos laborais.

CS – Que balanço faz desta iniciativa?

MJG – Daquilo que me é dado entender pelas pessoas com quem falo, o balanço é positivo e é para continuar. É positivo pelo facto de serem espetáculos de rua e gra-tuitos, sobretudo neste período de crise. Traz movimento a Évora, mexe com os agentes comerciais da cidade, restauran-tes, cafés e esplanadas.

CS – Como vê as parcerias das empresas da cidade com projetos como o “Cenas ao Sul”?

MJG – A combinação de comércio, restaura-ção e hotelaria faz todo o sentido nesta cida-de de turismo. Se todos colaborarmos com estes projetos, todos colheremos frutos. Os frutos poderão não surgir logo no momen-to, mas de certeza virão nos anos seguin-tes. As pessoas perguntarão se vai voltar a haver “Cenas ao Sul” e, com base nisso, poderão planear uma nova visita, voltando a experienciar a vida cultural da cidade. w

“As ruas devem ter vida e não podem servir apenas para nos deslocarmos de casa para o emprego, do emprego para o supermercado e do supermercado para casa”. As palavras são do ator alemão Detlef Shafft, há muitos anos radica-do em Portugal e atual diretor da Com-panhia Maribondo, sediada na Lousã.

Eva Cabral, da mesma companhia não tem dúvidas de que atuar na rua tem uma magia especial. “É fantástico quando rea-lizamos um espetáculo com o qual as pessoas não estavam a contar e depois conseguimos prender a sua atenção. Sen-timo-nos muito bem e realizados”, referiu.

Pode ser mágico, mas as dificuldades começam logo na burocracia que mui-tos artistas e companhias enfrentam junto das entidades locais para con-seguirem as autorizações respetivas.

Diogo Duro, outro artista de rua, inter-preta o personagem “Pitú Palhaço”. Na-tural de Lisboa, mas residente em Évora, não esconde a sua indignação pela

forma como este tipo de arte é encarado no nosso país. “Somos vistos como o pa-rente pobre da arte e cultura em Portu-gal, embora trabalhemos tanto ou mais que qualquer outro artista. Encontramos muitas dificuldades para conseguir-mos licenças camarárias para realizar os nossos espetáculos”, concretizou.

Mas será que em Portugal é possível viver desta arte de representar? Diogo Duro encolheu os ombros, pensou um pouco e, de forma veemente, respon-deu: “sim, é! Isto é uma paixão e não desistimos dela facilmente. Temos que ser nós a demonstrar aos políticos e às pessoas que os espetáculos de rua valem a pena, dão vida e vão ao encon-tro das pessoas, que querem divertir-se e sorrir, sem terem que pagar bilhete”.

Pelo mesmo diapasão afinou Detlef Shafft: “o aluguer das salas de espetá-culos é muito caro. É na rua que nos sen-timos bem, porque as ruas são públicas, são das pessoas, e devemos aproveitá--las melhor”. w

Cenas que aconteceram

A magia das artes circenses na rua procura o seu espaço em Portugal

The magic of street circus seeks its space in Portugal

“The streets should be alive and shouldn’t only serve to move from home to work, from work to the supermarket and from the supermarket back home.” These are the words of the actor Detlef Shafft, of german origin, living in Por-tugal for many years and presently the director of the Maribondo Company, based in Lousã.It’s one of the artists that performs daily in the streets and squares of villa-ges, towns and cities of Portugal, a country that, in his view, “has not the habit of street performances, although the public likes them and receives them with open arms.” w

A combinação de comércio, restauração e hotelaria faz todo o sentido nesta cidade de turismo

Maria de Jesus Gaspar Diretora do Hotelde Santa Clara

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Entre Cante e Piano abriu um ciclo de cruzamentos entre o Cante e outras viagens, por Ter-ras de Abrigo. Este ciclo, de dois momentos, encerra o paradig-ma maior do Cenas ao Sul: acres-centar património ao património.

O enamoramento da tradição oral pela música que resulta da improvisação contemporânea, transporta-nos para um univer-so de emoções que redensificam tudo aquilo que o cante significa, conferindo-lhe uma força arreba-tadora. Se de um duelo se tratas-se, o cante ganharia sem sombra de dúvida. Mas o piano não sai-ria derrotado... absurdo? Talvez,

Cenas que aconteceramCante, Tradição e Contemporaneidade

“People who seek Évora are sure to find an animation that motivates them and brings them closer to others. It is this animation that foster human bonds that otherwise would not be possible. Who goes to a beach town does not have the warmth that comes from meeting other people. The re-vitalization through cultural activities brings people who are interested in a humanis-tic attitude, people who care for others. This is, ultima-tely, the principle of peace.”

António Prata, by the end of the show Terra de Abrigo w

mas é assim a arte. Este confron-to entre tradições, rotuladas por alguns de oral e erudita, abre--nos outros horizontes, sempre rumo à liberdade, demonstrando que não há fronteiras na música.

Este é também um ciclo de regres-sos a casa. Tão desejados que, mesmo os que assistiram a mui-tos Terras de Abrigo – do CCB ao Festival de Sines, de Serpa a Mon-temor – sentiram tudo como se da euforia e da paixão do primeiro en-contro se tratasse. Fomos levados num turbilhão de emoções ao en-contro de novos significados das pedras, embaladas pelos sons, pelas cores, pela brisa que sopra

em cada nota que vibra. Até ao próximo encontro, resta-nos uma certeza: a Ronda dos Quatro Ca-minhos a Sinfonietta de Lisboa, os Cantares de Évora, os Corais Évora e Eborae Mvsica, a Mara e outros que se lhes juntem terão em Évora e no Alentejo a sua Terra de Abrigo.Aconteceu magia e foi tão bonito. O Templo de hoje não é o mesmo,

Este ciclo de outros Cantes re-escreveu a paisagem urbana que se alonga por todos os olhares que atravessam a geografia do templo, redesenhando o mapa do nosso pa-trimónio imaterial, aquele onde jun-tamente guardamos as maneiras de sentir, amar, pensar, sofrer. Com

o Cante navegámos nas águas tur-bulentas do confronto estético, da inquietação, do gozo, do prazer e desembarcámos em festa, perti-nho da linha do horizonte, aquela que nos aguça o desejo de cami-nhar à descoberta do conhecimen-to, convictos que é esse o caminho da liberdade. Évora e o Alentejo são a nossa Terra de Abrigo signi-ficando isso que nunca serão um ponto de chegada. Com o Cante na bagagem dali, do templo que atravessou o tempo, acabámos de partir… para onde? Pouco impor-ta. O caminho é em frente e have-rá sempre “estrada para andar”. w

Luís Garcia

A animação cultural como princípio para a paz“As pessoas que procuram Évora trazem a certeza de encontrar uma animação que as motiva, que as aproxima. É esta animação que faz com que haja um relacionamento humano que de outra manei-ra não é possível. Quem vai a uma cidade de praia não tem o calor do encontro entre as pessoas. A dinamização por via das activida-des culturais traz pessoas que se interessam por uma atitude hu-manista, pelos outros. Isto é, em última análise, o princípio da paz.”Declarações de António Prata no final do espetáculo de 29 de Agosto. Antó-nio Prata é músico, dinamizador do espetáculo “Terras de Abrigo” e membro da Ronda dos Quatro Caminhos. w

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Enquanto decorrem Cenas ao Sul, a Câ-mara Municipal acolhe o Pontos de Refe-rência – Cartografia Crítica da Arquitectura Contemporânea pelo Território Português, no dia 19 de setembro, no Posto de Turismo de Évora (Praça de Giraldo).

O evento inclui um workshop (entre as 15 e as 17 horas), uma conferência (a par-tir das 17 horas) e uma exposição sobre ar-quitetura contemporânea nacional, patente naquele local até ao dia 27 de setembro.

A conferência de abertura contará com a presença dos arquitetos Pedro Cam-pos Costa (curador), Luis Santiago Ba-tista (curador), Ventura Trindade e João Matos (Departamento de Arquitetura da Universidade de Évora); e ainda do Verea-

dor Eduardo Luciano (Câmara Municipal de Évora).

Segundo os dinamizadores deste proje-to, Pontos de Referência “é uma plataforma ativa de divulgação e registo de arquiteturas cartografadas no Portugal Contemporâneo” e “é simultaneamente a construção dinâmi-ca de um mapeamento territorial e a cons-tituição de um arquivo aberto, que não seja um repositório passivo de obras isoladas”.

“Os filmes das obras, de pequena dura-ção e realizados de uma forma low-budget, apresentarão assim os trabalhos selecio-nados como intervenções integradas num contexto territorial e paisagístico específi-co e através de uma leitura da sua realidade económica, social e cultural”, adiantam. w

A Associ’Arte é uma associação cultural sem fins lucrati-vos que nasceu em Évora em 1994, tendo vindo a oficializar-se em 1999. A missão era divulgar a criação artística que existe ao Sul, lançando reptos aos artistas para criarem projetos e mostrarem ao resto do país o que de bom se faz por estas paragens. O resultado deste processo traduziu-se na produ-ção de mais de três dezenas de espetáculos e na parceria com diversas Câmaras Municipais, empresas e instituições.

Em 2013 a Associ’Arte decidiu percorrer o caminho também no sentido inverso. Ou seja, trazer a Évora pro-postas culturais de outras partes do país e do mundo. O armazém 8, situado na Zona Industrial, surge assim como novo espaço cultura, composto por uma sala de espetácu-los e 4 salas de formação, onde oferecemos aulas e work-shops de teatro, música, danças de salão, biodança, e reiki.

Propondo à cidade uma programação regular, o arma-zém 8 tem feito, em cada sexta feira, propostas artísticas em várias áreas. Aos domingos de manhã a programação é direcionada para os mais pequenos, onde a música, as histórias e o teatro têm feito as honras da casa. Também o cinema, as palestras, as conversas e exposições tiveram lugar neste primeiro ano de atividades.

O armazém 8 vai reiniciar a programação no próximo dia 3 de Outubro com um espetáculo de Fernanda Cunha. A cantora brasileira está em digressão pela Europa com o espetáculo de homenagem a António Carlos Jobim e vai passar por Évora.

Este novo ano do armazém 8 anuncia-se mais internacio-nal, apresentando em Évora artistas do Brasil, de Itália, de Espanha e França. w

Évora sempre foi uma cidade marcadamente cultural. Nunca deixou de o ser. O Cenas ao Sul veio-nos provar o que nós já sabíamos. Temos grandes agentes, grandes criadores, grandes músicos que fazem projetos de grande qualida-de artística. Na grande maioria das vezes, todo este movimento é mostrado lá fora e tem uma grande dificuldade em mostra-se na sua terra.

Num dos espetáculos de música da Praça do Giraldo, Manuel Guerra começou dizendo: “É com enorme prazer que consigo concretizar o sonho de dizer: Boa noite Évora, boa noite Praça do Giraldo”. Este é o sonho de todos os artistas da cidade e esta programação deu essa oportunidade a muitos.

Tenho a certeza que o balanço é positivo, é extremamente gratifican-te. Eu acompanho todos os espetáculos e, portanto, sei que desde o iní-cio do projeto o público tem crescido muito. Chegam-me muitos elogios desta relação entre os projetos criativos e o património, com as praças, com os monumentos, com os cenários naturais que recebemos de he-rança e a que nós temos estado a dar relevo.

Foi importante mostrar ao público que não está tão atento que, du-rante 365 dias por ano, há nesta cidade associações, há criadores a tra-balhar bem. Talvez assim consigamos que as pessoas saiam das suas casas e voltem a participar nesta grande coisa que sempre fez de Évora uma cidade única.

A Associ’Arte é a promotora visível do Cenas ao Sul. Os nossos co-legas ligados a todas as outras 25 associações são também, todos eles, promotores das propostas criativas que aqui trouxeram. Este processo é, para todos nós, extremamente gratificante. É uma mais valia para quem trabalha na cultura e para quem usufrui da cultura. w

The Project “Landmarks” exposes national contemporary architecture in the Tourism Office of Évora

The Municipality of Évora hosts the exhibition “Landmarks – Critic Cartography of Contemporary Ar-chitecture by the Portuguese Ter-ritory”, which will be presented on 19th September in the Tourist Offi-ce of Évora (Giraldo Square). It in-cludes a workshop (from 3 pm to 5 pm), a conference (from 5 pm) and an exhibition on national con-temporary architecture, open until the 27th September. According to the project facilitators, Landmarks “is an active dissemination and re-gister platform of mapped architec-tures in Contemporary Portugal.”The opening conference will be at-tended by the architects Pedro Campos Costa (curator), Luis San-tiago Batista (curator), Ventura Trin-dade e João Matos (Department of Architecture of the University of Évora) and the Councillor Eduardo Luciano (Municipality of Évora). w

Cenas Extra Projeto Pontos de Referência mostra arquitetura contemporânea nacional no Posto de Turismo de Évora

Associ’Arte

Primeiro balanço da Associ’ArteGratificante para quem trabalha e para quem usufrui

Lurdes Nobre Diretora da Associarte

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Maria Eduarda FernandesSocióloga

“Eu acho uma excelente ideia porque eu sou muito apologista dos espetáculos de rua que possam ser acessíveis a todas as pessoas. Esta ideia é extraordinária porque os espetáculos têm sido bons, há muita variedade (não há espetáculos só de teatro ou de dança), há espetáculos para todos os gostos, para todos os públicos. Antigamente havia o “Viva a Rua” que eu adorava, portanto, acho que este vem um bocadinho na mesma senda. Parabéns pela ideia e pela dinamização que estão a fazer! “

Silvia RamalhoFuncionária Pública

“Sim, tenho gostado. Já vi alguns espetáculos. Passei uma grande parte do Verão fora de Évora mas já fui assistir a alguns e acho que a programação é boa. É o retomar de uma velha ideia – que eu acho que se perdeu há muitos anos em Évora, que me faz lembrar o “Viva a Rua”. Era uma coisa importante em Évora que entretanto deixou de existir. Agora o Cenas ao Sul faz-me lembrar um bocadinho isso… claro que há melhorias a fazer mas era bom manter. A cidade tem muitos visitantes e no Verão é agradável sair à noite, apanhar ar. Assim, aproveita--se para assistir aos eventos culturais que são programados pelas associações, pela Câmara, e por quem se interessa por dar uma certa animação que faltava que a cidade está agora a retomar.”

Fátima BarrosEmpregada de Limpeza

“Tenho visto vários espetáculos. Dos que vi, gostei e acho uma iniciativa extremamente importante para a cidade e para a sua dinamização, principalmente, no Verão.”

Nuno LopesEmpregado de Hotelaria

“Tenho gostado, tem sido uma boa iniciativa da Câmara Municipal e dos agentes locais. E como há mais turistas neste mês, o Cenas ao Sul serve de entretenimento para quem nos visita.”

Que acha do programa Cenas ao Sul? Já viu alguns espetáculos?

Paralelamente à programação do Cenas ao Sul, Évora é palco de outras inúmeras iniciativas dedicadas à cul-tura e às artes. O Cenas ao Sul destaca neste número a II Residência Cisterciense S. Bento de Cástris, promovi-da pela Delegação de Cultura do Alentejo, a Universidade de Évora, o CIDEHUS-Centro Interdisciplinar de Histó-ria, Culturas e Sociedades da Universidade de Évora e a CHAIA-Centro de História da Arte e Investigação Artística. A iniciativa decorre nos dias 19 e 20 de Setembro, numa edição que é subordinada à temática “A Estética, o Espaço e o Tempo: reflexos da contra-reforma na praxis musical”.

Esta residência, no Mosteiro de S. Bento de Cástris, tem como objetivo principal reinventar, na contempora-neidade, a densidade histórica do discurso cisterciense, integrando a geografia do mosteiro eborense numa mais ampla geografia da Ordem de Cister. Inspirada nas ques-tões da História, da Arte, do Património e da Paisagem cis-tercienses, a Residência, regida pelo ritmo do quotidiano da Regra Beneditina, apostará na vivência dos espaços do mosteiro e no debate de questões atuais ligadas aos espa-ços monásticos e ao seu futuro.

A participação na Residência tem um custo de 15 € para o público geral e 7,5 € para estudantes. Nestes dias, o Mosteiro também estará aberto ao público, tendo o in-gresso o custo de 2€. w

Outras Cenas ao SulII Residência Cisterciense S. Bento de Cástris19 e 20 de Setembro

Mais informações emhttp://residenciacisterciense.weebly.com

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APOIOSCO-FINANCIAMENTOPROMOTORES

APOIOSCO-FINANCIAMENTOPROMOTORES

6 setembro sábado

Aprender Pirogravura em madeira100 Pavor – inscrição préviaPraça do Sertório junto ao nº 25 10h30 às 14h30 e das 14h30 às16h00

Lançamento do Guia de Escultura Pública da Cidade de ÉvoraGrupo Pró Évora. Pró Évora 15h00

BurginBanda da estremadura EspanholaMúsica. Praça do Sertório 22h00

Pedro Pinto & GandinsMúsica. Praça do Sertório 22h30

7 setembro domingo

Circulando na PraçaCírculos de TransformaçãoJardim Público / Infantil 10h00

Litle GardenMárcio Pereira – PerformancePraça do Sertório 22h00

Bonecos e CampaniçaMúsica e Formas AnimadasÉ neste País / Manuel Dias e Tó Zé Praça do Sertório 22h45

12 setembro sexta feira

Sermão de Santo António aos PeixesA Bruxa teatro Templo Romano 22h00

13 setembro sábado

Ciclos ExQuorum: Boom & BangTeatroValverde Casa do Povo 22h00

Coisas do Ser e do MarContrabando com Cantares de Évora Música Praça do Giraldo 22h00

14 setembro domingo

Ciganos D’ouroMúsicaAuditório de ar livre no Bairro da Malagueira 21h30

23 setembro terça feira

ContanárioSemana de contosem Évora

Bruno Batista Do ImaginárioVer programa das freguesias urbanas de Évora 10h00

Teatro à lá minuta TRULÉJunto à Biblioteca Pública 11h00

Bruno Batista Do ImaginárioVer programa das freguesias urbanas de Évora 15h00

Abertura Oficial do ContanárioÉ neste País 18h30

Inauguração da exposição Ilustração de Afonso CruzÉ neste País 19h00

Música no Páteocom Daniel CatarinoÉ neste País 21h30

24 setembro quarta feira

ContanárioSemana de contosem Évora

Bruno Batista Do ImaginárioVer programa das freguesias urbanas de Évora 10h00

Teatro à lá minuta TRULÉPáteo da Direção Regional de Cultura do Alentejo 11h00

Bruno Batista Do ImaginárioVer programa das freguesias urbanas de Évora 15h00

Teatro à lá minuta TRULÉVer programa das freguesias urbanas de Évora 15h00

Margarida JunçaDo ImaginárioClaustro da Igreja do Salvador 18h30

Sempre não é um Arraial?Grupo de Marionetas Neste País há BonecosSociedade Harmonia Eborense 22h30

25 setembro quinta feira

ContanárioSemana de contosem Évora

Margarida Junça Do ImaginárioVer programa das freguesias urbanas de Évora 10h00

Teatro à lá minuta TRULÉPraça do Giraldo 11h00

Margarida Junça Do ImaginárioVer programa das freguesias urbanas de Évora 15h00

Apresentação do projeto: “Uma Biblioteca é uma casa onde cabe toda a gente”Biblioteca Pública de Évora 18h30

26 setembro sexta feira

ContanárioSemana de contosem Évora

Ana Sofia Paiva Ver programa das freguesias urbanas de Évora 11h00

Variações de Marionetas TRULÉMuseu de Évora das 16h00 às 19h00

Ana Sofia PaivaThomas BakkVer programa das freguesias urbanas de Évora 15h00

Thomas BakkCafetaria Páteo de S. Miguel 18h30

O Contanário na PraçaAna Sofia PaivaMargarida JunçaThomas BakkPraça do Sertório 21h00