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Autora: Valesca Gomes Rios

MÓDULO II

Gênero

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GÊNERO

.....................................................................................................................................

2.1 MOVIMENTO FEMINISTA

Valesca Gomes Rios1

Fonte: https://www.todamateria.com.br/feminismo/

A objetividade e imparcialidade da cinência nos ensinou a usar o masculino

como o modo universal a pensar a pesquisa e a sociedade. Hoje, entendemos o

quanto isso não invisibiliza a experiência, participação e percepção das mulheres.

Cada vez mais, escuta-se falar a palavra feminismo e algumas palavras de ordem

atribuídas a esse movimento. No entanto, nem sempre se há o entendimento do

que é feminismo:

O feminismo busca repensar e recriar a identidade de sexo sob uma

ótica em que o indivíduo, seja ele homem ou mulher, não tenha que

adaptar-se a modelos hierarquizados e onde as qualidades “femininas” ou

“masculinas” sejam atributos do ser humano em sua globalidade. Que a

afetividade, a emoção, a ternura possam aflorar sem constrangimentos nos

1 Graduada em História pela Universidade Federal do Ceará, especialista em História do Brasil pela

Universidade Estadual Vale do Acaraú, membro do Grupo de Pesquisas e Estudos em História e Gênero

(UFC) e técnica pedagógica da equipe de Educação, Gênero e Sexualidade na Escola da Coordenadoria de

Desenvolvimento da Escola e da Aprendizagem (CODEA) – Diversidade e Inclusão (Secretaria de

Educação do Estado do Ceará).

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homens e serem vivenciadas, nas mulheres, como atributos não

desvalorizados. Que as diferenças entre os sexos não se traduzam em

relações de poder que permeiam a vida de homens e mulheres em todas

as suas dimensões: no trabalho, na participação política, na esfera familiar,

etc… (ALVES, PITANGUY, 1981, p. 7 e 8)

A luta das mulheres tem vários fatos históricos ao longo do tempo, mas em

geral associado a dois períodos, conhecidos como “Primeira Onda” e “Segunda

Onda”. O desenvolvimento do conceito gênero só veio a partir do entendimento de

que, primeiro, as mulheres são importantes para a sociedade e os entendimentos

sobre elas e o corpo delas são construções e, em um segundo momento, que

homens e mulheres são construídos em relação uns com os outros.

É importante, entender então as pautas do feminismo, tantos as mais

atuais quanto as de outros períodos para entender a necessidade por se lutar por

uma igualdade e para entender que as construções históricas sobre as mulheres.

Para uma breve e inicial iniciação ao debate, indicamos a leitura das páginas 29 a

66 do livro “O que é Feminismo”, Coleção Primeiros Passos (disponível em:

https://farofafilosofica.com/2017/03/07/o-que-e-feminismo-colecao-primeiros-

passos-livro-em-pdf-para-download/) e do vídeo sobre a Marcha das Vadias

(disponível em: https://vimeo.com/28039698) para responder as perguntas abaixo.

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BIBLIOGRAFIA

ALVES, Branca Moreira; PITANGUY, Jacqueline. O que é feminismo.

Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Editora Brasiliense, 1981.

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2.2. FEMINISMOS SUBALTERNOS

Valesca Gomes Rios2

Leila Khaled (Palestina), Rashid Jahan (Índia), Kartini (Indonésia), Yuri Kochiyama (EUA, Japão).

Arte: Ing Lee, brasileira de ascendência norte-coreana. Fonte: https://emais.estadao.com.br/blogs/nana-soares/voce-ja-ouviu-falar-de-feminismo-asiatico/

Quando pensamos nas lutas do feminismo, em especial as pautas até a

década de 1970, é preciso perguntar que mulheres participavam e quais mulheres

eram representadas por essas pautas. Bell Hooks, feminista norte-americana,

expressou um pouco da seu questionamento a esse limitado grupo feminista:

Um preceito central do pensamento feminista moderno tem sido a afirmação de

que “todas as mulheres são oprimidas”. Essa afirmação sugere que as mulheres

compartilham a mesma sina, que fatores como classe, raça, religião, preferência

sexual etc. não criam uma diversidade de experiências que determina até que

ponto o sexismo será uma força opressiva na vida de cada mulher. O sexismo,

como sistema de dominação, é institucionalizado, mas nunca determinou de forma

absoluta o destino de todas as mulheres nesta sociedade. Ser oprimida significa

ausência de opções. É o principal ponto de contato entre o oprimido(a) e o

opressor(a). Muitas mulheres nesta sociedade têm escolhas (por mais inadequadas

que possam ser); portanto, exploração e discriminação são palavras que

2 Graduada em História pela Universidade Federal do Ceará, especialista em História do Brasil pela

Universidade Estadual Vale do Acaraú, membro do Grupo de Pesquisas e Estudos em História e Gênero

(UFC) e técnica pedagógica da equipe de Educação, Gênero e Sexualidade na Escola da Coordenadoria de

Desenvolvimento da Escola e da Aprendizagem (CODEA) – Diversidade e Inclusão (Secretaria de

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descrevem com mais precisão a sorte coletiva das mulheres nos Estados Unidos.

(HOOKS, 2015, p. 197)

As questões levantadas pelo feminismo antes de 1970 eram feitas por

mulheres, brancas, de classe média ou alta, algumas delas universitárias,

reivindicando por trabalhar e ter sua independência. No entanto, as mulheres

negras, pobres e socialmente excluídas já trabalhavam e sustentavam suas

famílias. As pautas não contemplavam os vários outros grupos que tem

preconceitos específicos. Hooks, falando de Betty Friedan, uma das autoras mais

aclamadas da década de 1960 com seu livro “A mística feminina”, criticou o

movimento feminista:

Ela não falou das necessidades das mulheres sem homem, sem filhos,

sem lar, ignorou a existência de todas as mulheres não brancas e das

brancas pobres, e não disse aos leitores se era mais gratificante ser

empregada, babá, operária, secretária ou uma prostituta do que ser dona

de casa da classe abastada. (HOOKS, 2015, p. 194)

Hooks dedica-se a pensar mulheres negras, no entanto tantas outras

mulheres merecem um olhar para suas especificidades. O texto “Feminismos

subalternos” – sugerido para leitura – tenta pensar esses outros feminismos, os

vários grupos de mulheres com necessidades específicas, que são invisibilizadas e

que também deve ser alcançadas pelo feminismo. Para Davis, o empoderamento

feminino não pode ser apenas uma questão pessoal para mulheres brancas, de

classe média e heterossexuais.

A educação passa por essas questões e esse tema rendeu o Prêmio Nobel

de Malala Yousafzai. A feminista paquistanesa defende a educação para meninas

de todo o mundo, tendo como um marco do início de seu reconhecimento

internacional o fato de ter sido baleada no ônibus que a levava a escola. Hoje,

Malala faz inúmero palestras falando sobre essas situações em que a meninas não

podem ou não conseguem ter acesso a educação – sugere-se uma dessas

palestras, com a interpretação de várias meninas de vários pontos do mundo.

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O feminismo nessa perspectiva critica toda uma estrutura de

pensar a ciência, a sociedade e a si mesmo. Quais as especificidades

podem ser percebidas para as mulheres do Ceará, em especial as

estudantes da rede estadual? Como fazer com que essas vozes sejam

ouvidas e, principalmente, possam receber suporte para seu

empoderamento a partir da educação? Apesar de não haver leis, todas

as meninas estão tendo acesso a educação? Como garantir esse

acesso?

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BIBLIOGRAFIA

BALLESTRIN, Luciana Maria de Aragão. Feminismo Subalternos. In:

Revista de Estudos Feministas. Florianópolis, nº 25, v. 3, set./dez. 2017, p. 1035

– 1054. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ref/v25n3/1806-9584-ref-25-03-

01035.pdf> Acesso em: 30 de maio de 2018.

Malala – Uma menina. Entre outras. Disponível em:

<https://www.youtube.com/watch?v=A6SD8vph8-8>. Acesso em: 30 de maio de

2018.

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2.3. DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES

Valesca Gomes Rios3

Fonte: http://revistadonna.clicrbs.com.br/comportamento-2/mulheres-um-projeto-sobre-representatividade-preconceito-e-feminismo/

Diante de tantas leituras sobre as necessidades e específicidades entre as

mulheres, percebe-se que algumas pautas dessas mulheres merecem uma

atenção diferenciada. Por esse motivo, os direitos das mulheres entraram como

agenda social internacional, considerando que:

As mulheres, ao longo dos séculos, têm sido privadas do exercício

pleno de direitos humanos e têm sido submetidas a abusos e violências,

tanto em situações de guerra, como no espaço da vida familiar e

doméstica, elas têm tido um papel de grande relevância na ampliação do

alcance dos direitos humanos. Questões que sempre fizeram parte da sua

agenda, como a violência doméstica, os direitos sexuais e reprodutivos,

direitos sociais específicos à mulher, a violação de sua integridade física,

entre outros temas, vêm sendo colocadas por esses movimentos nas pautas

de discussões das Nações Unidas e no âmbito nacional. As mulheres têm

sido protagonistas nessa trajetória, seguindo dois caminhos 3 Graduada em História pela Universidade Federal do Ceará, especialista em História do Brasil pela

Universidade Estadual Vale do Acaraú, membro do Grupo de Pesquisas e Estudos em História e Gênero

(UFC) e técnica pedagógica da equipe de Educação, Gênero e Sexualidade na Escola da Coordenadoria de

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complementares, um na esfera nacional e outro na arena internacional.

(PINTAGUY, 2012, p. 1 e 2)

Baseada no sexo, as mulheres passam por tipo específicos de

preconceitos e violências e quando pensa-se na intersecionalidade esses

preconceitos e violências aumentam e ganham novas caracterísitcas como o

racismo. Por esse motivo, como foi possível perceber no texto de Jussara Reis Prá

e Léa Epping – sugerido para leitura – uma série de acordos foram assinados, dos

quais alguns desses tem a participação do Brasil. Várias metas foram colocadas

como promoção da igualdade de gênero, empoderamento feminino e participação

feminina nas instâncias de poder. Sobre esse último – mas passível de

compreensão para todas as metas –, afirma-se no texto que os movimentos

feministas nacionais deveriam ter força para garantir o cumprimentos desses

acordos.

De fato, essas pautas são próprias dos movimentos sociais,

porém por se tratar de acordos internacionais dos quais o Brasil faz

parte, a educação pode se colocar a favor (ou contra) essas metas.

Como em sala o professor pode colaborar (ou não) para que a

equidade de gênero ou o empoderamento feminino seja alcançado?

Como o conceito de gênero se relaciona e contribui positivamente

para a discussão dos Direitos Humanos das mulheres?

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BIBLIOGRAFIA

PITANGUY, Jacqueline. Os direitos humanos das mulheres. In: Fundo Brasil de

direitos humanos. Disponível em:

<http://www.fundodireitoshumanos.org.br/downloads/artigo_mulheres_jacpit.pdf>

Acesso em: 10 de Dezembro de 2017.

PRÁ, Jussara Reis; EPPING, Léa. Cidadania e feminismo no reconhecimento

dos direitos humanos das mulheres. In: Estudos Feministas. Florianópolis, vol.

20, jan./abr. 2012, pp. 33 – 51. Disponível em:

<https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/S0104-026X2012000100003>

Acesso em 22 de Maio de 2018.

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2.4. VIOLÊNCIA DE GÊNERO E LEI MARIA DA PENHA.

Valesca Gomes Rios4

Fonte: https://www.metropoles.com/vida-e-estilo/feminismo/campanha-denuncia-violencia-contra-a-mulher-nas-musicas-brasileiras

“Em briga de marido e mulher, não se mete a colher”. A frase de

conhecimento popular expõe um traço da cultura brasileira: a omissão e

naturalização da violência contra a mulher. As mulheres passam por situação de

violência de diferentes tipos, sendo a mais divulgada a violência física, tem relação

direta ao modo com o machismo. O machismo, como modo de entender a

sociedade em que os homens são os sujeitos da história e da sociedade, traz uma

relação de poder em que as mulheres não tem poder nem mesmo sobre si.

Desse modo, a mulher são agredidas e morrem pelas mãos dos

companheiros em diferentes graus, pois eles se acham no direito de fazer tal ato,

tomando controle sobre o corpo e a vida da mulher. Com sensação de posse, a

mulher passa pelas mais diversas situações que durante muito tempo era visto

como um crime qualquer e sujeito a interpretação da justiça. Por exemplo, em

1976, a sociality Ângela Diniz foi assassinada por seu ex-namorado, Doca Street. O

assassino foi condenado a 2 anos de prisão e teve direito a suspensão condicional

da pena. Por clamor popular, a pena foi aumentada para dois anos e seis meses.

4 Graduada em História pela Universidade Federal do Ceará, especialista em História do Brasil pela

Universidade Estadual Vale do Acaraú, membro do Grupo de Pesquisas e Estudos em História e Gênero

(UFC) e técnica pedagógica da equipe de Educação, Gênero e Sexualidade na Escola da Coordenadoria de

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Apenas após Maria da Penha ter perdido os movimentos das pernas e ter

recorrido a justiça internacional, o Brasil se dedicou a pensar sobre uma violência

que se aplica a mulher. No entanto, a cultura brasileira ainda expõe seu apoio ao

agressor, não só nos “ditos populares”, mas também em suas músicas. Uma das

polêmicas mais recentes relacionado ao tema foi a música “Surubinha de leve” que

teve em um de seus trechos a descrição de uma cena em que uma menina era

estuprada e jogada na rua. As mulheres não se calaram diante dessa música e

fizeram manifestações mostrando essa e outras músicas que também tinham

essas conotações.

Para maior compreensão sobre os temas abordados e resolução das

questões abaixo, indica-se a leitura de algumas matérias “Campanha denuncia a

violência contra a mulher nas músicas brasileiras” , “A violência contra a mulher nas

paradas de sucesso” e o vídeo “Lei Maria da Penha e a violência de gênero no

Brasil, por Alice Bianchini”.

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BIBLIOGRAFIA

LEI Maria da Penha e a violência de gênero no Brasil, por Alice Bianchini.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=JaYeHUSZYPo> Acesso em:

22 de Maio de 2018.

CONTAIFER, Juliana. Campanha denuncia a violência contra a mulher nas

músicas brasileiras. In: Metrópoles. Publicação online, 11 de março d e2018.

Disponível em: <https://www.metropoles.com/vida-e-estilo/feminismo/campanha-

denuncia-violencia-contra-a-mulher-nas-musicas-brasileiras>. Acesso em 22 de

maio de 2018.

SILVA, Vitória Régia da. A violência contra a mulher nas paradas de

sucesso In: Gênero e número. Publicação online, 8 de fevereiro de 2018.

Disponível em: <http://www.generonumero.media/violencia-contra-mulheres-nas-

paradas-de-sucesso/> Acesso em: 22 de maio d e2018.

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2.5. MASCULINIDADES

Valesca Gomes Rios5

No texto que segue para a apreciação, Durval vai pensar as rupturas do

início do século XX: mudança de século, fim do Império e início de República;

desvalorização do estilo de vida rural em razão do estilo de vida urbano. Isso

significa uma série de questões de âmbito público e privado. As famílias que no

período imperial – especialmente no final do século XIX - tinham certo domínio da

situação política, tentavam se equilibrar após o período republicano. Tentava-se

distanciar das características do Império, entre outros modos, pela “modernização

da sociedade”: eletricidade, organização das cidades, estilo de vida citadino. Isso

implica em novas sensibilidades, relações sociais, hábitos e pensamentos.

5 Graduada em História pela Universidade Federal do Ceará, especialista em História do Brasil pela

Universidade Estadual Vale do Acaraú, membro do Grupo de Pesquisas e Estudos em História e Gênero

(UFC) e técnica pedagógica da equipe de Educação, Gênero e Sexualidade na Escola da Coordenadoria de

Desenvolvimento da Escola e da Aprendizagem (CODEA) – Diversidade e Inclusão (Secretaria de

Educação do Estado do Ceará).

Durval Muniz de Albuquerque Júnior é um historiador

que se dedica a pensar as questões em torno das masculidades

e da “identidade do nordestino”, construída principalmente a

partir de meados do século XX. Pensar, então, a masculinidade

do nordestino é um ponto sempre presente em várias de suas

obras, como por exemplo,

“Nos destinos de fronteira: história, espaços e

identidade regional” (2008).

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Fonte: https://www.jornalnh.com.br/_conteudo/2018/04/blogs/cotidiano/questao_de_genero/2259900-a-

caixa-dos-homens.html

Albuquerque Júnior pensa essas mudanças na região do Nordeste,

momento em que os antigos senhores de engenho e seus descentes tentavam

ainda se agarrar ao seu estilo de vida e ao seu entendimento de masculinidade,

ligada, entre outras coisas, a violência.

Em seguida, sugere-se o trecho do documentário da

ONU Mulheres, “Precisamos falar com os homens? Uma

jornada pela igualdade de gênero”, em que se questiona a

valorização da violência para afirmar-se homem.

O objetivo dessas sugestões é dar luz as construções históricas e culturais

em torno do que se espera do homem. Não existe aqui uma intenção de pensar a

história como uma continuidade, mas é preciso entender que existem mudanças e

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permanências. A violência do homem sobre a mulher ainda existe, ainda que ela

precise de certas mudanças na argumentação, na motivação e na forma para se

manter “naturalizada” e presente na sociedade.

A cultura da violência de gênero, em especial a sexual e a

física, é perceptível no cotidiano escolar? Que atitudes,

principalmente escolares, reforçam esses comportamentos violentos e

as justificativas disso? Como professores e a escola, como um todo,

podem trabalhar esse assunto?

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BIBLIOGRAFIA

ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz. “Quem é frouxo não se mete":

violência e masculinidade como elementos constitutivos da imagem do nordestino.

In: Projeto história. São Paulo, v.9, 1999. Disponível em:

<https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/10928/8089>. Acesso em: 30

de maio de 2018.

ONU Mulheres Brasil. “Estereótipos de gênero ditando a lógica do

desejo” Precisamos falar com os homens Drops #9. Disponível em:

<https://www.youtube.com/watch?v=LHK-Tsyqb0M&list=PLvMXkb8tWg0gQZ3u-

KgpRaDDycUEhZgUe&index=2>. Acesso em 30 de maio de 2018.