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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO KELLY DE SOUZA AGUIAR ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DO FAST FASHION COMO ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE CONFECÇÃO EM FORTALEZA/CE FORTALEZA 2013

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE … · implantação de uma nova estratégia de produção da empresa em estudo, através do projeto Fast Fashion. A presente pesquisa

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE

CURSO BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

KELLY DE SOUZA AGUIAR

ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DO FAST FASHION COMO ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE CONFECÇÃO EM FORTALEZA/CE

FORTALEZA 2013

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KELLY DE SOUZA AGUIAR

ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DO FAST FASHION COMO ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE CONFECÇÃO EM FORTALEZA/CE

Monografia apresentada à Coordenação

do Curso de Administração de Empresas

do Centro de Ensino Superior do Ceará,

como requisito parcial para obtenção do

grau de Bacharela.

Orientador: Professora Ms. Rosangela Soares de Oliveira

FORTALEZA

2013

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KELLY DE SOUZA AGUIAR

Trabalho de Conclusão de Curso

(Monografia) como pré-requisito para

obtenção do título de Bacharelado em

Administração, outorgado pela

Faculdade Cearense (FaC), tendo sido

aprovada pela banca examinadora

composta pelos professores.

Data de aprovação: ___/___/___

Conceito:____________________

__________________________________________________

ROSANGELA SOARES DE OLIVEIRA, Ms.

Orientador

_________________________________________________

NIDYANE COSTA DE SOUZA, Ms.

Membro

____________________________________________________________

MICHAEL VIANA PEIXOTO, Ms.

Membro

__________________________________________________

RICARDO CESAR DE OLIVEIRA BORGES, Ms.

Membro

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Dedico este trabalho a minha mãe, pelo carinho, amor, dedicação, força, paciência e incentivo durante toda a realização.

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AGRADECIMENTOS

Sinceros...

A Deus, primeiramente, que me deu força de vontade, saúde, esperança

e garra para realizar um sonho.

A toda a minha família, minha mãe, meu pai, meus irmãos, pelo apoio

em todo esse tempo; em especial, minha mãe que foi um suporte em todos os

sentidos nessa minha conquista.

À professora Rosangela Soares, minha orientadora, por sua atenção,

paciência, dedicação e contribuição direta no desenvolvimento deste trabalho.

Ao coordenador do Curso de Administração, Ricardo César, pela

competência de sempre orientar e caminhar os futuros administradores. A todos os

professores do Curso de Administração, pela orientação constante durante o curso;

em especial, ao professor João Queiroz, pelo incentivo e motivação, e os

professores Leandro Belizário, Luis Carlos, Bernadete Adriano.

Aos meus amigos de sala, Ana Célia, Flávio Abreu, Guilherme Miranda,

Isabel Gardênia, Meyrilene Fernandes, Renato Tavares, Rógisla Fernandes, Sillas

Romão e Wallison Felix pela diária convivência e pela constante troca de

conhecimentos.

Em especial, a minha amiga Loíza Lorena que, em todo esse tempo,

além da sua amizade, contribuiu e ajudou para o andamento deste trabalho, não

podendo deixar de ressaltar a companhia e o incentivo dedicado por ela.

A todos da Indústria Guararapes de Confecções, que tiveram uma

contribuição significante na idealização deste trabalho. O mais profundo

agradecimento ao meu gerente Draúlio Brasil Soares Júnior e coordenador José

Airton Marçal Filho, pela significante força, ajuda e compreensão no desenvolver

deste trabalho.

A todas as pessoas queridas, que, de certa forma, fizeram parte

indiretamente desta grande conquista.

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“Deus sempre passa pelo deserto os seus heróis, antes de lhes colocar num lugar de propósito e honra.”

Belkis Braz

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RESUMO

A busca frequente dos consumidores por produtos com qualidade, preço baixo e inovadores incentiva as empresas de confecção a buscarem métodos de produção para agregar valores sem aumento de custos e diminuição da produtividade. Com base nesse contexto, avaliou-se a percepção dos gestores com relação à implantação de uma nova estratégia de produção da empresa em estudo, através do projeto Fast Fashion. A presente pesquisa tem como objetivo principal analisar a implantação de uma estratégia de produção, através do sistema de produção Fast Fashion, em uma indústria de confecção, no município de Fortaleza/CE. Dessa forma, para orientar e subsidiar a avaliação do novo projeto, foram realizadas pesquisas na empresa e valeu-se dos fundamentos teóricos discutidos por estudiosos da área, citados neste estudo. Foram utilizadas as técnicas de observação, questionário, vivência e entrevista padronizada para analisar as dificuldades dos processos, melhorias na entrega e o controle da qualidade na empresa. Os resultados encontrados apontam a dificuldade de adaptação dos novos métodos de trabalho, o baixo atendimento do setor de pré-costura na entrega dos aviamentos em tempo hábil e o baixo índice no aumento da produtividade. Palavras-chave: Fast Fashion. Estratégia de Produção. Sistema de Produção.

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ABSTRACT

Customers constantly search for high-quality, low-price and innovative products. This has been encouraging clothing industries to seek production methods in order to add value without increasing costs and decreasing productivity. Based on this context, we evaluated the perception of managers regarding the implementation of a new production strategy in the company under study, through the Fast Fashion project. This research aims at analyzing the implementation of a production strategy, through the production system Fast Fashion, in a clothing industry in Fortaleza / CE. Thus, in order to guide and evaluate the new project we started with surveys inside the company and theoretical foundations discussed by scholars of the area mentioned in this study. We used observation techniques, questionnaires, experience and standardized interview to perform the analysis on the difficulties of processes, improvement in delivery and quality control in the company. The results show difficulty of adapting new methods of working, pre-stitching sector’s low service in the timely delivery of notions low productivity growth index. Keywords: Fast Fashion; Production strategy; Production System

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Evolução da Administração ..................................................................... 20

Figura 2 Relacionamento prioridade-capacidade ................................................... 25

Figura 3 Sistema de PCP ...................................................................................... 25

Figura 4 Abrangência do MRP I e MRP II ............................................................. 27

Figura 5 Planejamento e controle de qualidade .................................................... 31

Figura 6 Estratégias de Produção ......................................................................... 32

Figura 7 Fatores que influenciam o surgimento do Fast Fashion .......................... 37

Figura 8 Cota do mercado do Fast Fashion no vestuário (ano de 2007) .............. 38

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Oportunidades e Ameaças .................................................................... 40

Quadro 2 Universo da pesquisa ............................................................................ 43

Quadro 3 Amostra da pesquisa .............................................................................. 44

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Tempo de Empresa ............................................................................... 49

Gráfico 2 Idade ...................................................................................................... 50

Gráfico 3 Cargo ..................................................................................................... 51

Gráfico 4 Grau de Escolaridade ............................................................................ 52

Gráfico 5 Dificuldade de adaptação aos novos métodos de trabalho .................... 53

Gráfico 6 O Fast Fashion é um sistema de fácil entendimento .............................. 53

Gráfico 7 Aceitação dos colaboradores na implantação do Fast Fashion ............. 54

Gráfico 8 Dificuldade de atingir a meta diariamente .............................................. 55

Gráfico 9 Houve aumento na produtividade .......................................................... 55

Gráfico 10 O Fast Fashion trouxe mais vantagens do que desvantagens para a

empresa .................................................................................................................. 57

Gráfico 11 O “novo” sistema de produção estar adequado às necessidades da

empresa .................................................................................................................. 58

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Gráfico 12 Os Setores de pré-costura conseguem entregar os aviamentos em

tempo hábil .............................................................................................................. 59

Gráfico 13 Diminuição no tempo de fabricação ..................................................... 60

Gráfico 14 A empresa consegue entregar os produtos no tempo determinado aos

cliente final .............................................................................................................. 60

Gráfico 15 A rotatividade dos processos está mais eficiente ................................ 61

Gráfico 16 As mudanças no layout trouxeram mais agilidade ao processo

produtivo.................................................................................................................. 62

Gráfico 17 Há acompanhamento da equipe de treinamento em relação à

qualidade dos produtos em fabricação .................................................................... 63

Gráfico 18 Pode-se ter um controle rigoroso em relação aos consertos das

peças .................................................................................................................... 63

Gráfico 19 Houve diminuição no índice de peças com defeito .............................. 64

Gráfico 20 Os consertos são feitos de forma imediata .......................................... 65

Gráfico 21 Os colaboradores preocupam-se com a qualidade dos produtos

fabricados ................................................................................................................ 65

Gráfico 22 Os produtos chegam com qualidade até o cliente final ........................ 66

Gráfico 23 Houve diminuição no índice de reclamações por conta da má

qualidade dos produtos ........................................................................................... 67

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DBR Tambor-Pulmão-Corda

ERP Enterprise Resource Planning

JIT Just in Time

MRP Material Requirement Planning

PCP Planejamento e Controle da Produção

RH Recursos Humanos

TI Tecnologia da Informação

TOC Teoria das Restrições

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 14

1.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 16

1.2 Objetivo Específico ......................................................................................... 16

2 REFERENCIAL TEORICO .................................................................................. 18

2.1 Evolução da Administração e Administração da Produção ............................ 18

2.1.1 Evolução da Administração ..................................................................... 18

2.1.2 Administração de Taylor, Ford e Fayol ................................................... 19

2.2 Administração da Produção ........................................................................... 21

2.2.1 Histórico da Administração da Produção ................................................ 22

2.2.2 Planejamento e Controle da Produção ................................................... 23

2.2.3 Sistema de Planejamento de Produção .................................................. 24

2.2.3.1 MRP I e MRP II ................................................................................. 26

2.2.3.2 ERP(Enterprise Resource Planning) ............................................... 28

2.2.3.3 JUST TIME ...................................................................................... 29

2.2.4 Controle de Qualidade ............................................................................. 30

2.3 Estratégia de Produção ................................................................................. 31

2.3.1 Papel Estratégico da Produção ............................................................... 33

2.3.2 Teoria das Restrições ............................................................................. 33

2.3.2.1 Aplicação e Implementação ............................................................ 34

2.3.2.2 Tambor-Pulmão-Corda (DBR) ........................................................ 34

3 SISTEMA FAST FASHION .................................................................................. 36

3.1 Conceitos ....................................................................................................... 36

3.2 O objetivo do Fast Fashion ............................................................................ 38

3.3 A estratégia Fast Fashion .............................................................................. 39

4 METODOLOGIA DA PESQUISA ......................................................................... 41

4.1 Estratégia Metodológica ................................................................................. 41

4.2 Tipos de Pesquisa .......................................................................................... 41

4.3 Universo, população e amostra da pesquisa ................................................. 42

4.4 Método de coleta de dados ............................................................................ 44

4.5 Método de análise .......................................................................................... 45

5 ANÁLISE DOS DADOS E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ................. 47

CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 68

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 72

APÊNDICE A .......................................................................................................... 78

APÊNDICE B .......................................................................................................... 80

APÊNDICE C .......................................................................................................... 83

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1 INTRODUÇÃO

Com a explosão da produção em escala e a disseminação das redes de

Fast Fashion, o acesso e o interesse da população mundial pela moda subiram

vertiginosamente, assim, cada vez mais, as organizações preocupam-se em

industrializar produtos que agregam maior valor e com menor custo, fabricando

produtos que atendam às expectativas da sociedade.

O termo Fast Fashion significa moda rápida, é utilizado por grandes

indústrias para produção rápida e contínua de novidades. O sucesso do Fast

Fashion requer coleções compactas, modelos novos o tempo todo e retirada

constante do que não se vende das araras e reposição do que vende. O Fast

Fashion, hoje, é uma realidade nas grandes indústrias do Brasil e do mundo, como

exemplo, a empresa Zara¹, localizada na Espanha, que hoje é uma das maiores

redes de moda do mundo. A velocidade de resposta ao mercado faz do Fast

Fashion um modelo ainda mais aceitável pelos empresários.

No segmento brasileiro de vestuário, predominam as empresas de micro

e pequenos portes, sendo que a abertura de mercado é fator favorável ao

desenvolvimento, à criatividade e um constante desafio de melhoria, beneficiando o

cliente final (PEREIRA, 2011).

Diante desse cenário, as empresas do ramo de confecção procuram

atender sua demanda e manter-se no mercado através de constantes inovações e

mudanças no método de produção e estas modificações são constantes nas

indústrias em geral, uma vez que trabalham com um fluxo de fabricação de

produtos bastantes elevados devido a sua grande demanda.

Segundo Zamcopé (2010, p. 694), “para manter a participação no

mercado, as empresas desse setor foram obrigadas a se tornarem ágeis, flexíveis

e inovadoras”.

¹ A empresa espanhola Zara pertencente ao grupo Inditex, um dos maiores do mundo em volume de produção, tornou-se conhecida graças ao seu constante crescimento de vendas e estratégias competitivas que se tornaram referência em moda e em marketing. Utiliza-se pouco da publicidade para promover sua imagem, investindo grandes recursos em suas lojas.

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A necessidade de produzir moda em um curto espaço de tempo e escoar a

produção com maior rapidez geraram gargalos em relação à produção e à logística,

obrigando as empresas a mudar suas estratégias em relação a esses fatores,

levando sempre em consideração a produção em larga escala com maior agilidade,

podendo, assim, atingir o nível de competitividade necessária para sua

permanência dentro do mercado.

Moda e velocidade representam, desde o final do século XIX, um

binômio praticamente indissolúvel [...]. A modernização do processo iniciado por

Luis XIV, ao colocar as costureiras em um patamar profissional na sociedade [...].

Modernização esta que, conceitualmente, coloca a moda dentro de um novo

sistema – de produção em um primeiro momento (...). (CIETTA, 2010, p. 11)

Kaplan; Norton (2000, p. 12) ressaltam que “as empresas enfrentam

problemas na tentativa de implementar estratégias com base no conhecimento em

organizações concebidas para a competição na era industrial.”

O processo de produção é uma atividade que tem como finalidade

transformar insumos em produtos e/ou serviços. Dessa forma, sem o processo de

produção, seriam muito mais difíceis o acompanhamento e o controle da fabricação

dos produtos. Sua definição no meio industrial é atribuída ao conjunto de atividades

ligado às operações de máquinas, à manipulação de materiais e ao trabalho físico,

levando em consideração também as atividades indiretas ou auxiliares que

contribuem expressivamente no processo produtivo.

Segundo Peinado; Graeml (2007, p. 45), “processo é uma forma

sistemática de fazer as coisas.”

De acordo com Figueiredo (1979, p. 11), “Produção é a fabricação de

bens, mediante a utilização de homens, materiais e equipamentos”.

A pergunta para a qual se busca a resposta com o presente estudo é:

Considerando a implantação da estratégia de produção Fast Fashion, quais

transformações a empresa sofreu ao implantar o “novo” sistema?

Com base nessa problemática, adota-se como hipótese inicial a difícil

aceitação das costureiras com o novo método de fabricação das peças. Como

segunda hipótese, pode-se mencionar que há dificuldade em atingir a meta

diariamente, com isso, o índice de produtividade cairá.

Portanto, a pesquisa possui grande importância à organização por ter

relevância operacional e humana, visto que os resultados trarão novos

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conhecimentos para aqueles que pesquisam e trabalham diretamente na

implantação e reparo do processo. Também contribuirá para o melhor

aperfeiçoamento do sistema produtivo e fabricação dos produtos.

1.1 Objetivo Geral

Para viabilizar essa questão, apresenta-se como objetivo geral dessa

pesquisa analisar as transformações ocasionadas pela implantação de uma

inovação na estratégia de produção em uma indústria de confecção localizada no

município de Fortaleza/CE.

1.2 Objetivos Específicos

Referenciar os conceitos sobre a evolução da administração,

administração da produção e estratégia de produção.

Verificar os processos e métodos utilizados para a realização do novo

procedimento de produção na indústria de confecção no município de Fortaleza.

Comparar os aspectos positivos e negativos causados pela

implantação do Fast Fashion na indústria de confecção localizada em Fortaleza.

Observar a percepção do aumento na capacidade produtiva da

empresa de confecção localizada em Fortaleza.

Para atender ao objetivo supracitado no trabalho, foi estruturado em três

capítulos, sendo o primeiro esta Introdução que apresenta o tema, sua relevância,

sua contextualização, problemática, hipóteses e objetivos.

O segundo capítulo, denominado Referencial Teórico, contempla a

Evolução da Administração e a Administração da Produção, abordando a

evolução histórica da administração e conceitos da administração da produção.

O terceiro capítulo discorre sobre o Sistema Fast Fashion, através da

conceituação, seus objetivos e estratégia, mostrando as oportunidades e ameaças

que o sistema oferece para a empresa.

O quarto capítulo traz a Metodologia. Aqui, são definidas as estratégias

metodológicas que foram adotadas para realizar a pesquisa. Neste capítulo, são

apresentados os tipos de pesquisas do estudo, também são definidos a forma de

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seleção dos atores locais entrevistados e o instrumento de pesquisa para

direcionar a coleta dos dados.

No quarto capitulo, denominado Análise dos Dados e Interpretação

dos Resultados, fez-se um breve histórico sobre o objeto de estudo e analisaram-

se os resultados obtidos nos questionários, procurando relacioná-los com os

fundamentos teóricos.

São mostradas ainda as Considerações Finais, que têm por objetivo

demonstrar a compreensão acerca do assunto, diante dos resultados obtidos.

Finalmente, têm-se as Referências com as indicações do material que serviu de

apoio e embasamento teórico para este estudo.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo apresenta os conceitos teóricos e a abordagem utilizada

com o intuito de sustentar a percepção sobre o processo de produção em uma

organização, sendo necessário, primeiramente, compreender os termos

relacionados aos processos que interligam o assunto em estudo, na expectativa de

contribuir no enriquecimento do tema escolhido e no entendimento do processo.

O objetivo da presente seção é realizar uma breve abordagem, através

de fundamentos e teorias existentes em estudos específicos sobre a identificação

dos métodos de utilização do sistema Fast Fashion do Ceará, ocorridos em

diferentes modalidades de produção, no modelo estudado.

2.1 EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO

Esta pesquisa está fundamentada em dois conceitos principais: evolução

da administração e administração da produção.

2.1.1 Evolução da Administração

Há mais de dois mil anos atrás, já existia administração no Império

Romano. A igreja Católica Romana por sua vez também dispõe de um modelo de

administração, idealizado no século II, até os impérios coloniais fizeram junção

entre a administração e a política (LACOMBE; HEILBORN, 2008).

De acordo com Chiavenato (2004, p. 32), ”a grande virada somente

ocorreu a partir do século XVIII, com a Revolução Industrial, onde oficinas

artesanais tornaram-se fábricas”. No entanto, Silva (2004) relata o surgimento da

Revolução Industrial na Inglaterra, no final do século XVIII, que marcou o início de

um avanço tecnológico como nunca visto antes. O marco dessa revolução se deu

pela substituição do trabalho humano pelo trabalho da máquina, gerando

mudanças marcantes na vida diária. Levando, dessa forma, “o desenvolvimento da

administração que passou por três etapas distintas no decorrer do século XX: a Era

Industrial Clássica, a Era Industrial Neoclássica e a Era da Informação”

(CHIAVENATO, 2004).

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Certo (2003) afirma que o termo administração pode ser empregado de

várias maneiras, onde ele define administração como o processo que permite

alcançar as metas de uma empresa, fazendo uso do trabalho por meio de pessoas

e outros recursos da empresa.

Com base no que foi exposto, esclarece-se que a administração torna as

organizações capazes de utilizar corretamente seus recursos para atingir seus

objetivos.

2.1.2 Administração de Taylor, Ford e Fayol

De acordo com Ribeiro (2007, p. 69), Taylor definia administração por

sistemas padrões, e em um de seus livros, Princípio da Administração Científica,

Taylor salientou sobre a administração científica:

[...] consiste fundamentalmente de certos princípios gerais amplos, uma certa filosofia, que pode ser aplicada de muitos modos, e uma descrição do que qualquer homem ou homens podem acreditar ser o melhor mecanismo para aplicação destes princípios gerais, o que de modo algum pode ser confundido como os próprios princípios.

Ainda conforme Silva (2004), o sistema de Taylor caracterizava-se pelos

cinco aspectos a seguir: análise do trabalho que estuda o tempo e os movimentos,

buscando o melhor processo de executar o trabalho no menor espaço de tempo;

padronização das ferramentas no qual a habituava e padronizava os métodos de

execução; seleção e treinamento dos trabalhadores, averiguando as aptidões e

habilidades as tarefas que serão executadas por cada operário, supervisão e

planejamento, constituído pelo planejamento e execução de cada tarefa e

pagamento por produção, que são benefícios oferecidos àquele que conseguir

produção acima da quantidade fixada.

Henry Ford [1863-1947], nascido no Estado de Michigan (EUA),

representa a contribuição da indústria para a formação da teoria clássica da

administração. Ford era um empresário com visão ampla que buscava a

cristalização do conceito da eficiência, numa fábrica de automóveis. (SILVA, 2004)

Segundo Gaither; Frazier (2008, p. 9), “o grande marco da administração

científica ocorreu na Ford Motor Company, no início do século XX.

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Conforme Silva (2004), o modelo administrativo de Ford caracterizava-se

pelos três princípios seguintes: O princípio da produtividade, conceituada pela

máxima produção dentro de um período determinado; o princípio de intensificação,

aumento da velocidade rotatória do capital circulante e o princípio da

economicidade, redução do volume de matéria-prima em curso de transformação.

Segundo Silva (2004, p.148), “Fayol definiu administração como a

realização das atividades administrativas, que são as funções de previsão,

organização, comando, coordenação e controle”.

Para o Instituto Mantenedor de Ensino Superior Metropolitano S/A (2010,

p. 19), a Figura 1 descreve detalhadamente todos os processos de evolução da

administração durante a Era da Revolução Industrial, Taylor e Fayol explicam

também as análises colocadas pelos autores acima, de forma a compreender o

surgimento da administração e seus processos, enquanto objetivos e

características de produção.

Figura 1. Evolução da Administração Fonte: Adaptado de Instituto Mantenedor de Ensino Superior Metropolitano S/A( 2010, p.19)

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A administração teve continuidade e tornou-se uma das áreas mais

utilizada nas organizações, com isso, percebeu-se a necessidade de

aperfeiçoamento dos métodos e das atividades administrativas, e assim, surgiu o

conceito de administração da produção (IMES, 2010).

2.2 ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO

A Administração da produção está interligada ao gerenciamento e

aperfeiçoamento de métodos para transformação da matéria-prima em produto

acabado, através de um eficiente acompanhamento nos processos de produção

(MOREIRA, 2009).

Slack, Chambers, Johnston (2008, p. 58) definem “administração da

produção como atividades, decisões e responsabilidades dos superiores de

produção, para administrar a produção e a entrega de produtos e/ou serviços”.

Os autores acima afirmam que a administração da produção envolve o

mesmo conjunto de atividades para qualquer tamanho de organização. Entretanto,

na prática, a administração da produção, em organizações de pequeno, médio e

grande porte, somente executa diferentes trabalhos conforme a necessidade.

Para Martins e Laugeni (2005, p. 6) “é objetivo da Administração da

Produção/Operações a gestão eficaz das atividades de transformar insumos, tais

como matérias-primas, em produtos acabados e/ou serviços”.

De acordo com Slack, Chambers, Johnston (2008), a produção na

organização representa a junção de recursos destinados à produção, para se ter

um produto e/ou serviços que atendam às necessidades dos consumidores.

Já para Martins e Laugeni (2005, p. 2), “a função produção é entendida

como o conjunto de atividades que levam à transformação de um bem tangível em

outro com maior utilidade [...]”.

Segundo Slack, Chambers, Johnston (2008, p. 69), existem cinco

objetivos de desempenho da produção, são eles:

Qualidade – bens e serviços isentos de erros, eliminando insatisfações por parte do consumidor, ou seja, proporciona à empresa uma vantagem competitiva no mercado.

Rapidez – através do lead time de fornecimento diminui o tempo de entrega dos pedidos. Dessa forma, a empresa conseguirá disponibilizar seus bens ou serviços de forma mais rápida no seu destino.

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Confiabilidade - fidelização na entrega do produto ou serviço para seus clientes, gerando, assim, redução em seu estoque

Flexibilidade – capacidade de reagir ao inesperado, estando sempre preparado para mudanças na produção.

Custo – fazer as coisas com a qualidade esperada e com o menos custo possível, gerando retorno financeiro à organização.

Para analisar o sucesso de uma empresa, precisa-se medir sua

capacidade de oferecer ao mercado respostas ideais em relação a três âmbitos

que são características de todos os produtos industriais com conteúdo cultural,

estes âmbitos são: capacidade de minimizar o risco e os custos, aperfeiçoar a

gestão do processo e tornar flexível a cadeia produtiva (CIETTA, 2010).

Conforme as considerações dos autores acima, pode-se afirmar que a

administração da produção é o conjunto de atividades que têm como objetivo

transformar insumos em produtos acabados e/ou serviços para satisfazer as

necessidades do consumidor. Vale ressaltar que uma administração da produção,

quando bem executada, proporcionar um diferencial em sua eficácia na entrega do

produto e/ou serviço.

2.2.1 Histórico da Administração da Produção

Até o final do século XVIII, a agricultura era a atividade econômica

predominante entre os países. Toda manufatura era feita em casa por artesãos,

inicialmente, para consumo próprio, depois, para troca. As mercadorias eram feitas

sob medida por artesãos que gastavam muitos anos como aprendizes, estudando

cada aspecto de como fazer uma mercadoria: nenhum produto era igual ao outro.

Surgiam, então, os primeiros artesãos e a primeira forma de produção

organizada, que estabeleceu prazos de entrega, classificando as prioridades, onde

atendiam especificações prefixadas e determinavam preços para suas

encomendas (MARTINS e LAUGENI, 2005).

Ainda segundo Martins; Laugeni (2005), a produção artesanal começou

a entrar em declínio com o aparecimento da Revolução Industrial.

Peinado e Graeml (2007, p. 55) afirmam que “a Revolução Industrial

passou a ser, naturalmente, considerada o marco inicial do processo gerador da

administração da produção [...]”.

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23

No ano de 1970, com a descoberta da máquina a vapor por James

Watt, inicia-se o processo de substituição da força humana pela força da máquina

(MARTINS; LAUGENI, 2005).

No fim do século XIX, surgiram, nos Estados Unidos, os trabalhos de

Frederick W. Taylor, considerado o pai da Administração Científica.

Segundo Martins e Laugeni (2005, p. 3):

Através de seus trabalhos, surge a sistematização do conceito de produtividade, isto é, a procura incessante por melhores métodos de trabalho e processos de produção, com o objetivo de obter melhoria da produtividade com o menor custo possível.

Nasceu, então, o conceito de produção em massa caracterizada por

grandes volumes de produtos unificados, isto é, baixa variação nos tipos de

produtos finais. Essa procura da melhoria da produtividade por meio de novas

técnicas, definiu o que se chamou de engenharia industrial.

A partir do conceito da produção em massa, surgiram novas técnicas

produtivas, chamadas de produção enxuta. A produção enxuta gerou, naquela

década, vários outros conceitos – just-in-time, engenharia simultânea, tecnologia

de grupo, consórcio modular, células de produção, desdobramento da função

qualidade, comakership, sistemas flexíveis de manufatura, manufatura integrada

por computador, benchmarking, entre outros.

Diante das considerações feitas pelos autores, conclui-se que o objetivo

da administração da produção é criar métodos de aperfeiçoamento e estabelecer

planos que atinjam os objetivos empresariais.

2.2.2 Planejamento e Controle da Produção

Planejamento e Controle de Produção (PCP) é o departamento que

permite a sequência dos processos produtivos na indústria, é responsável pela

coordenação e aplicação dos recursos produtivos, controla a atividade de

determinar sobre o melhor emprego dos recursos de produção, assegurando,

assim, que a execução foi prevista no tempo e na quantidade certa e com os

recursos corretos. Machline et al (1984, p. 247) afirmam que “o PCP é a função

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administrativa que tem por objetivo fazer os planos que orientarão a produção e

servirão de guia para o controle da organização”.

“O planejamento e controle é a atividade de decidir sobre o melhor

emprego dos recursos de produção, assegurando, assim, a execução do que foi

previsto” (SLACK; CHAMBERS e JOHNSTON, 2008, p. 54).

No geral, o PCP determina o que será produzido, quanto vai ser

produzido, como vai ser produzido, onde vai ser produzido, quem vai produzir e

quando vai ser produzido.

Conforme Arnold (2008), o Planejamento e o Controle de Produção são

responsáveis pelo planejamento e controle do fluxo de materiais pelo meio do

processo de produção e suas principais atividades, que são: planejamento da

produção, a produção deve atender à demanda do mercado buscando maneiras

produtivas; implementação e controle, conquista dos planos alcançados pelo

planejamento da produção e a administração do estoque, que acompanha as

reservas intermediárias, evitando a falta de materiais e suprimentos nas

abrangentes taxas de demanda e de produção.

Levando em conta as considerações citadas pelos autores acima, o

objetivo do PCP (Planejamento e Controle de Produção) é certificar-se de que a

capacidade produtiva está adequada para atender à demanda do mercado,

colocando em ação seus planejamentos por meio do controle da atividade

produtiva.

2.2.3 Sistema de Planejamento de Produção

Arnold (2008) salienta que, para se obter um bom sistema de

planejamento, é preciso que se tenham prioridade e capacidade.

A Figura 2 apresenta o relacionamento que existe entre prioridade de

capacidade, que tem como finalidade balancear as demandas do mercado de

acordo com os recursos e sua capacidade. (ARNOLD, 2008)

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PRIORIDADE CAPACIDADE

(Demanda) (Recursos)

Figura 2. Relacionamento prioridade-capacidade Fonte: Adaptado de Arnold, 2008, p. 35

O sistema de PCP corresponde a uma função da administração, que vai

desde o planejamento até o gerenciamento e controle do suprimento de materiais e

atividades de processo de uma empresa, para que produtos específicos sejam

produzidos por métodos específicos com o fim de atender ao programa de vendas

preestabelecido (MARTINS; LAUGENI, 2005).

Arnold (2008, p. 35) salienta que há cinco níveis principais no sistema

de Planejamento e Controle de Produção (PCP):

Plano estratégico de negócios

Plano de produção

Master production Schedule

Material requeriments plan

Controle da atividade de compras e de produção.

Figura 3. Sistema de PCP (ARNOLD, 1999) Fonte: Adaptado de Urbieta, 2009, p.24.

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26

As atividades do PCP são implementadas através do auxílio de pelo

menos três sistemas. Os sistemas mais importantes são: MRP I e II, JIT/Just in

Time e OPT/Optimized Production Tecnology (SLACK, 2002).

2.2.3.1 MRP I e MRP II

Segundo Slack; Chambers e Johnston (2008, p.450), “o MRP original

data dos anos 60, quando as letras queriam dizer materials requeriments planning

(agora chamado de “MRP um” ou MRP I)”.

De acordo com Peinado e Graeml (2007), os primeiros programas de

MRP eram vistos apenas em empresas de grande porte, com o objetivo de

determinar, com o auxílio de um sistema informatizado, quanto e quando os

materiais seriam necessários à produção planejada, sempre com um mínimo de

estoque possível.

O programa MRP I, hoje, é uma ferramenta não só de acompanhamento

e controle, mas sim, juntamente com o auxílio de um sistema operacional, a

empresa conseguiu traçar novos planejamentos e aproveitar materiais que, de

certa forma, tornaram-se estoque. O MRP oferece para as empresas a praticidade

e a certeza de que todo material será adquirido da forma certa e no tempo certo.

Slack; Chambers e Johnston (2008, p. 450) afirmam que “o MRP I

permite que as empresas calculem quanto material de determinado tipo é

necessário e em que momento”.

Peinado e Graeml (2007, p. 426) citam as funções básicas do MRP:

Cálculo das necessidades brutas e líquidas² dos itens de demanda

Dependente ao longo do tempo

Cálculo dos lotes de fabricação e aquisição dos itens de demanda dependente

Recomendações de revisão de ordens em aberto (já liberadas)

Recomendações de emissão de novas ordens (planejadas).

² As necessidades brutas são as necessidades obtidas diretamente da “explosão” das necessidades de materiais a partir da confrontação do Programa Mestre de produção com a Lista de Materiais. As necessidades líquidas referem-se às necessidades brutas decrescidas da quantidade dos itens em questão existentes no estoque.

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De acordo com Corrêa; Gianesi e Caon (1999, p.140), a Figura 4 abaixo

define e conceitua o papel da MRP nas empresas, levando em consideração os

processos produtivos e de compra.

O QUE

Sistema de QUANTO MRP MRP II

apoio às QUANDO

decisões de

COMO

Figura 4. Abrangência do MRP I e MRP II Fonte: CORRÊA, Henrique L; GIANESI, Irineu G N; CAON Mauro, 1999, p. 140

Tubino (1997, p. 23) afirma que “o modelo de controle de estoques pelo

MRP considera a dependência da demanda de itens componentes da demanda por

produtos acabados”.

Devido ao modernismo do sistema de informação, o MRP, antes criado

para o controle de materiais, foi expandido para outras áreas da empresa. A partir

desta ampliação de funcionalidade, o MRP passou a ser também conhecido como

MRP II, na qual diferencia da concepção mais limitada. O MRP II engloba todas as

atividades de uma organização, tais como: atividades mercadológicas, contábeis,

de recursos humanos, logísticas e financeiras (PEINADO e GRAEML, 2007).

Portanto, o MRP é um sistema que contribui para o andamento do

processo de produção, considerado como um instrumento principal para a

coordenação de recursos da produção. Esse sistema se tornou ainda mais

completo com o passar dos tempos, como se aborda no próximo item.

2.2.3.2 ERP (Enterprise Resource Planning)

Partindo do pressuposto de que o ERP é um sistema de informação

transacional, cuja função é armazenar, processar e organizar as informações

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geradas nos processos organizacionais, agregando e estabelecendo relações de

informação entre todas as áreas de uma companhia.

De acordo com Rezende (2005, p. 51), o ERP “corresponde a um pacote

de gestão organizacional ou de sistema integrado, com recursos de automação e

informação, visando contribuir originalmente para gestão operacional da empresa”.

Segundo Laugeni e Martins (2005, p. 387), o real surgimento do ERP é

visto como a evolução natural dos sistemas de planejamento das necessidades de

materiais:

Do inglês Material Requeriment Plannin, o MRPI e MRPII surgiram por volta de 1970, com foco em manufatura em planejamentos de recursos de materiais, com a inclusão de mais módulos relativos a custos, dados de engenharia e chão de fábrica. (LAUGENI E MARTINS, 2005, p. 387)

Slack; Chambers e Johnston (2008, p. 475) salientam que o

“Planejamento de recursos do empreendimento (ERP) é o último e o mais

significativo desenvolvimento da filosofia de MRP básica”.

Em sua forma básica, a força do MRP I baseia-se no fato de poder explorar as consequências de quaisquer mudanças que uma operação fosse solicitada a realizar. Assim, se a demanda mudasse, o sistema MRP poderia calcular todos os efeitos e estabelecer instruções de acordo. O mesmo princípio aplica-se ao ERP, mas em base muito mais ampla. Os sistemas ERP permitem que as decisões e a base de dados de todas as partes da organização sejam integradas, de modo que as consequências das decisões de uma parte da organização sejam refletidas nos sistemas de planejamento e controle do restante da organização.

O ERP, em termos gerais, é uma plataforma de software desenvolvida

para integrar os diversos departamentos de uma empresa, permitindo a

automatização e armazenamento de todas as informações existentes na empresa.

O ERP é um sistema que colhe informações em outros sistemas espalhados pela

empresa com o principal objetivo de concretizar estas informações em um único

sistema (PINHEIRO, 2009).

2.2.3.3 JUST TIME

Conforme Arnold (2008, p. 450), “o JIT é uma filosofia relacionada ao

modo como a empresa fabricante organiza e opera seu negócio”. Outros autores

mencionam que:

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O just time (JIT) é uma abordagem disciplinar que visa aprimorar a produtividade global e eliminar os desperdícios. Ele possibilita a produção eficaz em termos de custo, assim como o fornecimento apenas da qualidade correta, no momento e locais corretos, utilizando o mínimo de instalações, equipamentos, materiais e recursos humanos. O JIT é dependente do balanço entre a flexibilidade do usuário. Ele é alcançado por meio da aplicação de elementos que requerem um envolvimento total dos funcionários e trabalho em equipe. Uma filosofia-chave do JIT é a simplificação.

O Just-in-time sintetiza-se na eliminação de todo desperdício e a

melhoria constante da produtividade. Através desse resultado da eliminação de

desperdício, a organização torna-se eficiente em custos, alto padrão de qualidade e

rápida resposta às necessidades dos clientes. O Just in Time surgiu para se

trabalhar continuamente pelas metas de melhoria do desempenho, no entanto

aperfeiçoa o sistema de manufatura, reduzindo consequentemente os custos de

fabricação. (CARRERA et al, 2009).

De acordo com Richard (1989, p. 9):

“a meta do Just in time é eliminar qualquer função desnecessária no sistema de manufatura que traga custos indiretos, que não acrescente valor para a empresa, impedindo uma melhor produtividade ou o aumento no valor do produto final”.

Para Richard (1989, p.11), a administração de Just in time oferece uma

vantagem competitiva para a organização através de ferramentas gerenciais:

Integrando e otimizando: reduzindo a necessidade de funções e sistemas desnecessários como inspeção, retrabalho e estoque. Melhorando continuamente: desenvolvendo sistemas internos que encoragem a melhoria constante nos processos e procedimentos. Entendendo o cliente: atendendo ás necessidades do cliente e reduzindo o custo total do cliente na aquisição e uso de um produto.

Através da filosofia do JIT de persistir na melhoria contínua do

desempenho produtivo, é que empresas estão cada vez mais preocupadas em

estabelecer o controle de tudo que gera desperdício, e consequentemente, ajuda a

fechar a fenda operacional entre a qualidade e a produção. (ARNOLD, 2008)

O impacto do JIT sobre o controle de qualidade é amortecer a

importância da inspeção como função de garantia da qualidade e alargar a

importância do controle de qualidade como função de precaução. (RICHARD,

1989)

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30

2.2.4 Controle de Qualidade

Segundo Slack; Chambers e Johnston (2008), há uma crescente

consciência de que bens e serviços de alta qualidade podem dar a uma

organização uma considerável vantagem competitiva. A boa qualidade reduz os

custos de retrabalho, e mais, gera consumidores satisfeitos.

“Durante a Segunda Guerra Mundial, a necessidade de controle de

qualidade do sistema de produção alcançou um nível crítico, à medida que as

necessidades de grandes volumes de produtos com qualidade aumentaram”

(RICHARD, 1989, p. 83).

Embora seja satisfatório que as metas de produção sejam cumpridas, é

também de muita importância que haja um controle de qualidade da produção da

empresa, de modo que o produto acabado corresponda à particularidade

estabelecida. A qualidade, no geral, oferece lucros quando o produto apresenta

boa qualidade e quando são expostos ao consumidor dentro do padrão de

qualidade, consequentemente, gera satisfação e aumento da demanda.

De acordo com Slack; Chambers; Johnston, (2008, p. 549), a Figura 4

mostra o relacionamento fornecimento-demanda, destacando a grande influência

da qualidade, desde a produção até o cliente final, apresentando o resultado do

processo da qualidade e os demais recursos ate o cliente final.

Fornecimento

de produtos e serviços Planejamento e Demanda por

controle de qualidade produtos e serviços

A qualidade dos

produtos e serviços

Recursos da que a operação Consumidores da

operação produz operação produtiva

Figura 5. Planejamento e Controle de Qualidade Fonte: Adaptado de Slack; Chambers; Johnston, 2008, p.549

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Em geral, o controle de qualidade tem como função organizar para guiar,

apoiar e monitorar o processo de produção, gerando informações de análise de

falhas, análise de dados para que sejam eliminadas todas as imperfeições feitas

pela produção.

2.3 Estratégia de Produção

Na procura de minimizar seus custos, com um cenário de alta demanda,

foi que as empresas procuraram desenvolver um planejamento de longo prazo para

determinar melhor suas prioridades competitivas.

Segundo Davis; Aquilano e Chase (2001, p. 42):

A estratégia de produção está, portanto, preocupada com o desenvolvimento de um planejamento de longo prazo para determinar como melhor utilizar os principais recursos da empresa, de modo que haja um alto grau de compatibilidade entre esses recursos e a estratégia corporativa de longo prazo da companhia.

Para Slack; Chambers e Johnston (2008, p. 88), “A estratégia de

produção diz respeito ao padrão de decisões e ações estratégicas que definem o

papel, os objetivos e as atividades da produção”. De acordo com Davis; Aquilano e

Chase (2001, p. 42), “as estratégias de produção são desenvolvidas a partir das

prioridades competitivas de uma organização que incluem baixo custo, alta

qualidade, entrega rápida, flexibilidade e atendimento”.

A estratégia de produção decorre de um planejamento em longo prazo,

no qual a empresa, através de decisões estratégicas, decide focar em seus

objetivos corporativos, minimizando seus custos de produção, aumentando a

velocidade na entrega, obtendo flexibilidade e produzindo com qualidade. A busca

por esses objetivos corporativos deu-se pelo avanço da concorrência, que

constantemente tenta obter vantagens competitivas em relação aos concorrentes.

De acordo com Slack; Chambers; Johnston (2008, p. 28), a Figura 5

apresenta detalhadamente todo o processo de formulação das estratégias de

produção na prática, sinalizando todos os processos que compõem o

aperfeiçoamento da estratégia de produção.

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Figura 6. Estratégias de Produção Fonte: Adaptado de Slack; Chambers; Johnston, 2008, p.28

O papel estratégico da produção programa e/ou "operacionaliza" a

estratégia da empresa (SLACK, 2008). Com isso, torna-se essencial a interligação

do papel estratégico com a estratégia de produção.

2.3.1 Papel Estratégico da Produção

Qualquer departamento de produção deve entender a importância da

sua contribuição na organização, para que o papel de sua função possa ser

desenvolvido de forma a contribuir para o sucesso da empresa em longo prazo.

(PREFEITURA DE DIADEMA, 2010).

De acordo com Slack; Chambers; Johnston (2008), “o papel da produção

é designar algo além de suas responsabilidades e tarefas óbvias na empresa. Com

isso designa-se a razão básica da função – o principal motivo de sua existência”.

Conforme Slack; Chambers; Johnston (2008), existem três outros papéis

importantes para a função da produção, são eles: implantação da estratégia

empresarial, desenvolvimento de recursos para atingir os objetivos estratégicos da

organização e oferecer vantagem, no curto e longo prazo, através da qualidade e

rapidez na entrega.

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O gestor da área de produção possui a responsabilidade direta quando

assume a visão do papel estratégico da produção, pois é de extrema importância o

seu foco na estratégia do processo de produção para que a empresa possa atingir

seus objetivos, dessa forma, é necessária a verificação dos projetos dos produtos,

serviços e processos, isto acontece através do planejamento e controle da

produção.

2.3.2 Teoria das Restrições

Segundo Wanke (2003), a Teoria das Restrições, também denominada

de TOC (Theory of Constraints), é um desenvolvimento relativamente recente no

aspecto prático da tomada de diversas decisões organizacionais nas quais existem

restrições. Através do Dr. Eliyahu Goldratt, em seu livro, A Meta, a TOC foi iniciada

e implantada nas organizações.

A TOC é a filosofia que diz que todo processo possui uma restrição e

que esta é qualquer coisa numa empresa que a impede ou limita seu movimento

em direção aos seus objetivos. Para nosso cotidiano, chamam-se estas restrições

de gargalos. A TOC tem seus métodos pouco conhecidos no meio organizacional e

acadêmico, mas que aos poucos vem se expandindo devido a sua grande

vantagem na busca por resultados.

Já Goldratt (1993) diz que a TOC é qualquer coisa que limita um melhor

desempenho de um sistema, fazendo uma análise de causa e efeito com o objetivo

de identificar a causa principal do problema.

2.3.2.1 Aplicação e Implementação

Visando atingir a meta nas empresas industriais, a TOC propõe a

utilização de cinco passos globais citados a seguir:

Identificar a restrição do sistema

Decidir como explorar a restrição do sistema

Subordinar tudo o mais á decisão acima

Elevar a restrição do sistema

Identificar a nova restrição do sistema caso a restrição seja rompida.

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A TOC oferece princípios, ideias, ferramentas e processos para ajudar a

responder três perguntas que facilitam respostas para a falta de capacidade de um

recurso produtivo: O que mudar? ; Para o que mudar? ; Como causar a mudança?

Segundo Souza e Baptista (2010, p. 740), para implantar a TOC, “deve-

se iniciar o processo estabilizando a operação e permitindo que ela atinja um alto

desempenho de entrega em um curto intervalo de tempo”.

Normalmente, aplica-se a Teoria das Restrições nos departamentos que

geram estoques, mais empresas estão adotando estratégias de implantação na

produção, utilizando os métodos da TOC. Estratégia esta que controla processos

produtivos identificando a entrada e a saída de produtos fabricados e não

fabricados, em determinados departamentos, através da praticidade e rapidez dos

processos, fazendo com que cada departamento só reponha aquela quantidade

que libera.

Um bom exemplo é o método Tambor-Pulmão-Corda, no qual se

menciona mais claramente no próximo tópico.

2.3.2.2 Tambor-Pulmão-Corda (TPC=DBR)

O Tambor-Plumão-Corda (DRB) é o método de programação e controle

da produção que interliga o sistema à restrição. Tem como objetivo assegurar a

máxima utilização da restrição para atender à demanda.

Sabe-se que as indústrias de confecções têm como restrições o setor de

costura e, com este gargalo bem definido, pode-se trabalhar com o DRB, que são

conceituados abaixo, salientados por Souza e Baptista (2010, p. 739):

Tambor: é a programação detalhada da restrição.

Pulmão: Em função das incertezas, uma proteção deve ser criada para liberação dos itens alguns tempos antes de seu processamento na restrição. Esta proteção é chamada de Pulmão, e na TOC, o Pulmão é medido em unidades de tempo, e não na quantidade de itens.

Corda: assegura que todos os recursos operarão no mesmo ritmo que a restrição, sem elevação nos níveis de estoque em processamento.

Souza e Baptista (2010, p. 736) dizem ainda que:

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O método DRB inicia sua lógica localizando o elemento mais restrito do sistema, denominado gargalo ou recurso com restrição de capacidade, e estabelece que o ritmo de produção de todo sistema deve estar subordinado à taxa deste elemento restritivo.

A Teoria das Restrições tem uma grande parcela de participação na

implantação do processo de produção Fast Fashion, nas indústrias de confecção.

Este método estimula o bom andamento e permite identificar os problemas

existentes na produção, problemas estes que afetam vários departamentos, devido

à lenta rotatividade dos processos iniciados.

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3 SISTEMA FAST FASHION

3.1 Conceitos

Cietta (2010, p.37) salienta que “o modelo de negócio de grande

sucesso hoje é definido como Fast Fashion“. Surgiu em 1990, na Europa, com a

nomenclatura chamada de Fast Fashion, expressão esta utilizada pela mídia para

identificar a alteração cada vez mais veloz da moda.

Segundo Erner (2005, p.146), o Fast Fashion é baseado no Sentier:

O Sentier é um bairro parisiense conhecido por ser especializado na atividade têxtil e como “inventor de uma maneira original de produzir roupas: o circuito curto, anglicizado como Quick Response System / Sistema de Resposta Rápida.

O modelo Fast Fashion, atualmente, não tem como objetivo só minimizar

os riscos, mas procurar diminuí-los e fazer que os custos de um eventual erro no

processo se minimizem, além de reduzir os custos fixos sobre variáveis. O custo

mais relevante de uma indústria é com matéria-prima e maquinário, nos quais

deve-se ter uma antecipação em relação ao início da produção. (CIETTA, 2010)

Segundo Santiago e Morelli (2010, p. 5), “o sistema Fast Fashion é

bastante complexo de ser executado com sucesso. Organização, investimento e

previsão são elementos chave para se fazer parte desse mercado”.

De acordo com Cietta (2010, p. 37), o sistema circular de

produção/consumo é o que está na base do sucesso do Fast Fashion:

As empresas de moda rápida desfrutam desse sistema circular de produção e consumo de valor imaterial para tornarem a própria atividade economicamente mais rentável e, em geral, menos arriscada. Nesse modelo de negócios, a empresa é estruturada para recolher dados e informações, interpretá-los como elementos de tendência-moda e verificar as próprias hipóteses com os monitoramentos dos consumidores.

A Figura 6 identifica os fatores que levaram ao aparecimento do Fast

Fashion:

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aumento da quantidade de nichos de mercado

globalização desenvolvimento da informação tecnológico de moda dos fabricantes

aceleração da informatização demanda

busca por produtos informatização

individuais

Figura 7. Fatores que influenciam o surgimento do Fast Fashion. Fonte: Adaptado Daniela Delgado , (2010)

Para Cietta (2010, p. 97), as empresas do Fast Fashion distinguem-se

por sua capacidade de minimizar o risco de previsão e de desenvolvimento de

projeto, graças à utilização de dados que provenham de cada fase do ciclo

produção/consumo, de maneira transversal.

O Fast Fashion revolucionou o mercado internacional, haja vista países

como a França, Alemanha, Reino Unido, Espanha, dentre outros, adotaram esse

novo processo com o objetivo de aumentar seus lucros, suas vendas e aperfeiçoar

seus processos de entrega. (HOFFMAN, 2010)

De acordo com Rocha (2013, p. 52), “com a rede fast fashion, família

Rocha quebrou vários paradigmas de que só a velha economia gera riqueza”.

Segundo Cietta (2010, p. 31), nos anos de 2000 a 2005:

As marcas do Fast Fashion cresceram, em média, de 15% a 20%, o que significa um crescimento superior aquele registrado, no mesmo período, por algumas empresas do segmento de luxo (+0,8%) e do vestuário feminino (+0,1%). O valor de mercado dessas marcas subiu 1,11%, assim como aumentou a presença de suas monomarcas

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Baseado em Cietta,( 2010, p. 31 ), na Figura 7, percebe-se o aumento

da cota do mercado do Fast Fashion no segmento de vestuário, no ano de 2007,

segundo Cietta (2010):

Países Cota % fast-fashion sobre o total de vendas vestuário

Espanha 20% Reino Unido 12% França 8% Alemanha 5% Itália 20% Brasil 7% Figura 8. Cota do mercado do Fast Fashion no vestuário (ano de 2007) Fonte: Adaptado de Cietta, 2010, p. 31.

3.2 O Objetivo do Fast Fashion

As lojas de vestuários sofrem com o alto índice de produtos em estoque,

produtos estes que foram descartados em coleções passadas e que não

agradaram ao consumidor, visto isso, empresas resolveram envolver o consumidor,

produzindo aquilo que o consumidor deseja comprar. No modelo Fast Fashion,

serão fabricados exatamente os produtos que mais tiveram venda na coleção

anterior, evitando a baixa rotatividade de produtos em estoque e fazendo com que

os produtos tenham venda. (CIETTA, 2010)

Para Hoffman (2011, p. 4), o ”objetivo das redes de Fast Fashion é

produzir e vender o mais rápido possível, de maneira a reduzir os estoques. Além

disso, é essencial entender o que o consumidor deseja para, assim, poder oferecer

o produto adequado”.

Segundo Cietta (2010, p. 39), o Fast Fashion tem como objetivo:

Definir uma coleção na qual prevaleçam os produtos de maior sucesso; não poucos best-seller, mas um grupo de produtos que definam um estilo específico e sejam coerentes entre si. A exigência de uma coleção com a melhor eficácia de vendas continua a levar as empresas de moda rápida a se inspirarem nos estilistas (...).

Algumas empresas ainda não adotaram o sistema Fast Fashion por não

saber se sua implantação é uma ameaça ou uma oportunidade, visto que micro e

pequenas empresas de confecções ainda não possuem suporte adequado para

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adquirir o sistema Fast Fashion por completo. Mas por apostarem nas mudanças e

retornos financeiros trazidos pelo Fast Fashion, foi que grandes empresários

implantaram esse novo sistema e hoje possuem sua empresa fabricando com

baixo custo e rapidez na entrega (CIETTA, 2010).

3.3 A estratégia Fast Fashion

A base de sucesso do Fast Fashion está no acompanhamento dos

riscos, da criatividade e da produção rápida. As empresas que adotam o Fast

Fashion reduzem drasticamente o tempo de preparação e produção. Algumas

conseguem fazer com que suas peças cheguem às lojas em poucas semanas.

(CIETTA, 2010, p. 23). Dessa forma, certamente a empresa trará o retorno

esperado e o processo terá uma eficácia nas diversas fases produtivas.

Para Cietta (2010, p. 35), são três as bases para o sucesso do Fast

Fashion:

Risco - Quanto maior e mais fragmentada for a informação, maior é o risco

Gestão do sistema criativo – Deve ser operada de forma dupla: inovando e incorporando as últimas tendências de consumo

Gestão da cadeia produtiva – Diminuir o tempo de fornecimento envolve encontrar soluções produtivas adequadas e o desenvolvimento de alternativas para compreender os reais interesses dos consumidores.

Na tentativa de explicar as razões do sucesso do Fast Fashion, Cietta

(2010) aponta a capacidade de esse sistema gerenciar de forma eficiente os

problemas relacionados aos riscos.

A gestão do risco tornou-se complexa pelo fato de que o grau de risco de uma determinada produção varia nas diversas fases produtivas: ele é mais arriscado quanto menor e altamente fragmentada é a informação. É menos arriscado quando for alto o nível de informação, ou quando se estiver bem próximo do momento de consumo. A política comercial das empresas de fast fashion é fortemente orientada a um segmento de consumidores de forma específica. A escolha dos tamanhos, do estilo e do canal de distribuição é feita de maneira muito consciente, inclusive, em relação à minimização de riscos e de custos (CIETTA, 2010,p. 36).

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Quadro 1. Oportunidades e Ameaças

OPORTUNIDADES Modelo de negócio que se aproveita de flexibilidade das micro e pequenas

empresas.

A proximidade das empresas produtoras das varejistas possibilita romper com o atual

modelo que busca a produção em volume e fornecimento por países periféricos.

É o novo modelo de negócio que pode ser aproveitado, se planejado, além de ser

uma nova onda que atinge a indústria de vestuário do Brasil.

AMEAÇAS

Não está organizado para explorar o processo de produção do Fast Fashion.

Não desenvolver estratégias para escutar o potencial cliente.

Não desenvolver uma ferramenta para tratar informações, dados de consumo e tendência.

Não ter capacidade de atendimento para os curtos prazos estipulados de produção.

Ser pressionado pelos preços baixos das empresas varejistas.

Quadro 1. Oportunidades e Ameaças Fonte: Adaptado de Hoffmann, 2011, p. 7.

O Quadro 1, acima, mostrou as ameaças e oportunidades do Fast

Fashion, em um cenário onde a empresa, ao implantar o Fast Fashion, deverá

seguir alguns princípios que o levará a um bom resultado.

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4 METODOLOGIA DA PESQUISA

4.1 Estratégia Metodológica

Esta seção objetiva a apresentar os aspectos metodológicos para

elaboração do presente estudo de pesquisa, quanto ao objetivo, à abordagem, ao

procedimento técnico, ao universo e à amostra, além da descrição do processo de

coleta e tratamento dos dados.

De acordo com Oliveira (2002, p.19), a “metodologia estuda os meios ou

métodos de investigação do pensamento correto e do pensamento verdadeiro, e

procura estabelecer a diferença entre o que é verdadeiro e o que não é [...]”.

4.2 Tipos de Pesquisa

O presente trabalho foi apoiado em pesquisa bibliográfica e estudo de

caso. Bibliográfica, pois foi realizada por meio de levantamentos em fontes

secundárias que, segundo MATTAR (2008), é uma das formas mais rápidas e

econômicas de amadurecer ou aprofundar um problema de pesquisa, e através do

conhecimento dos trabalhos realizados por outros, via levantamento bibliográfico.

A pesquisa fez uso intenso de pesquisa bibliográfica, no qual Lakatos e

Marconi (2001, p. 43) citam que a pesquisa bibliográfica tem como finalidade

“colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre

determinado assunto [...]”. Já Gil (2002, p. 45) explica que a “pesquisa bibliográfica

reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômeno

muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”.

Para Gil (2002, p.54), o estudo de caso “consiste no estudo profundo e

exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado

conhecimento [...]”. É largamente utilizado no levantamento das características e

parâmetros de funcionamento ou operação de sistemas e processos, normalmente

utilizado em um caso, em particular (SCHNITMAN, 2011).

Quanto ao propósito, a pesquisa classifica-se como exploratória, onde

nela são realizadas descrições precisas da situação, descobrindo as relações

existentes entre seus elementos e componentes. (CERVO; BERVIAN E DA SILVA,

2007).

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Segundo Gil (2002, p.41), pode-se dizer que a pesquisa exploratória tem

como objetivo:

Proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-los mais explicitos ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições.

Em relação aos assuntos que complementam e proporcionam maior

entendimento ao assunto principal da pesquisa, que é o Fast Fashion, houve uma

grande dificuldade, pois poucos autores escreveram sobre o assunto, no entanto

recorreu-se a outros tipos de materiais acadêmicos, sendo eles: artigos e

monografias.

A pesquisa realizou-se em um cenário onde a autora carrega amplo

conhecimento no assunto abordado, o que facilitou na elaboração e apresentação

de todo o processo mensurado nesta pesquisa.

Quanto à abordagem, trata-se de uma pesquisa com abordagem quanti-

qualitativa, sendo aplicada quando se almeja avaliar a extensão do objeto de

estudo e aplica-se nos casos em que se busca identificar o grau de conhecimento,

as opiniões, impressões, hábitos, comportamentos, proporcionando informações de

natureza mais objetiva e aparente.(SCHNITMAN, 2011).

Já para a FAMA (Faculdade de Administração Mariana, 2010, p.16), a

metodologia quantitativa “significa quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta

de informações, assim como também com o emprego de recursos e técnicas

estatísticas desde a mais simples [...], ate as de uso mais complexos [...]”.

A pesquisa deu-se através de uma aplicação de questionários e

entrevista com o corpo gerencial da empresa, sendo considerada, dessa forma,

como quantitativa, por explicar em números as opiniões, dados e informações para

serem classificados e analisados.

4.3 Universo, população e Amostra da pesquisa

De acordo com Vergara (2009, p.46), população não é: “o número de

habitantes de um local, como é largamente conhecido o termo, mas um conjunto de

elementos (empresas, produtos, pessoas, por exemplo) que possuem as

características que serão objetos de estudo”.

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Segundo Oliveira (2002, p.160), “Universo ou população é o conjunto de

seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em

comum [...]”. Diante dessas informações, esta pesquisa tem como universo o corpo

gerencial de uma Indústria de confecção, localizada em Fortaleza/CE, que inclui

como população os gerentes, coordenadores, supervisores e chefes de

departamento, perfazendo um total de 133 cargos gerenciais. A escolha da área

se deu pela maior proximidade da pesquisadora com o universo, facilitando a

obtenção de informações e também por perceber o elevado potencial para estudo.

O universo desse estudo é composto pelos funcionários que compõem o

corpo gerencial da empresa, onde se demonstra no Quadro a seguir:

Quadro 2. Universo da pesquisa

CARGOS QUANTIDADE DE FUNCIONÁRIOS UNIVERSO

Gerentes 4 4

Supervisores 24 24

Encarregados de Produção 105 105

Quadro 2 Universo da pesquisa Fonte: Dados da empresa, elaboração da autora (2012).

Dentro desta população, foi selecionada uma amostra probabilística que,

segundo Richardson (2008, p. 160), é aquela que, “em princípio, todos os sujeitos

têm a mesma probabilidade de ser escolhidos”.

Foi utilizada também a amostragem aleatória simples ou a não

intencional, pois se identificou que toda a população se encontrava em total

manuseio e grau de conhecimento do sistema Fast Fashion, facilitando, assim,

uma maior precisão dos resultados em estudo, que, de acordo com Gil (2002,

p.121), amostra aleatória simples “consiste em atribuir a cada elemento de maneira

casual”. Nesta pesquisa, foram somadas as quantidades de funcionários de cada

elemento do universo da pesquisa e, em seguida, tirou-se 10% de cada cargo do

corpo gerencial para compor a amostra.

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A amostra seguiu critérios estatísticos que foram tirados baseados nos

cálculos abaixo:

X – 10% = n (1)

Onde:

X = quantidade de funcionário por elemento

n = tamanho da amostra

Com base na explicação acima, as amostras foram divididas conforme

apresenta o Quadro a seguir:

Quadro 3. Amostra da pesquisa

CARGOS UNIVERSO AMOSTRA

Gerentes 4 1

Supervisores 24 2

Encarregados de Produção 105 11

TOTAL 133 14

Quadro 3 Amostra da pesquisa Fonte: Dados da empresa, elaboração da autora (2012)

4.4 Método de coleta de dados

Visando solucionar a problemática da pesquisa, realizou-se um estudo

de caso, tendo como ferramenta de coleta os dados dos três questionários, sendo

o primeiro e o segundo questionário aplicado em todo o corpo gerencial e o terceiro

somente aplicado ao gerente de produção. O primeiro questionário (APÊNDICE A)

fala sobre a caracterização do respondente e é composto de quatro perguntas

fechadas; o segundo questionário (APÊNDICE B) corresponde ao grau de

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concordância e discordância quanto à implantação, rapidez e qualidade do sistema

Fast Fashion, composto por vinte perguntas fechadas; o terceiro questionário

corresponde a um roteiro de entrevista (APÊNDICE C), onde foram colocadas

perguntas mais técnicas e aprofundadas sobre a implantação do Fast Fashion na

empresa, composto por quinze perguntas. Os dois questionários com questões

fechadas foram entregues ao corpo gerencial para que fosse respondido a próprio

punho, já o roteiro de entrevista foi aplicado somente ao gerente de produção, no

qual as respostas foram respondidas a próprio punho pela entrevistadora. O

objetivo do estudo é analisar as transformações causadas pela implantação de

uma nova estratégia de produção em uma indústria de confecção, localizada na

cidade de Fortaleza/CE.

Baseados no objetivo do estudo em pesquisa foram realizados pré-

testes, após a definição do universo da pesquisa onde, segundo Lakatos e Marconi

(2005, p.165), os pré-testes “consistem testar os instrumentos da pesquisa sobre

uma pequena parte da população do “universo” ou da amostra, antes de ser

aplicado definitivamente, a fim de evitar que a pesquisa chegue a um resultado

falso”. No entanto, o pré-teste foi realizado na própria empresa, no dia 22 de

novembro de 2012, às 10h30min, com a participação de seis chefes de Produção.

Após o pré-teste, houve necessidade de ajustes para melhor entendimento das

perguntas, pois, por conta do nível de escolaridade e baixo conhecimento de

determinados assuntos, alguns entrevistados sentiram dificuldade em responder

algumas perguntas.

Os questionários foram reformulados e aplicados pela própria

pesquisadora, no período de 17 a 19 de dezembro de 2012, na própria indústria, no

horário agendado, das 9h às 11h. A pesquisa foi realizada com sucesso, sem

resistências, pois foi feita de forma planejada, agendada, e com o consentimento

dos diretores da empresa.

4.5 Métodos de análises

Nessa etapa, pode ser realizada a interpretação dos resultados, ou seja,

verificar se os resultados obtidos com a pesquisa estão em conformidade com os

resultados expostos em teorias ou outros estudos já realizados (GIL, 2002). Para

analisar os dados coletados, utilizou-se o sistema Excel, versão 2007. Os dados

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foram dispostos através de planilhas que facilitaram a elaboração e organização

dos gráficos e a elaboração dos resultados, gerando o relatório final.

Foram analisados todos os questionários e nenhum foi descartado, já

que não apresentaram nenhuma irregularidade nas respostas, pois, segundo

MALHOTRA (2006), o erro de resposta surge quando os entrevistados dão

respostas imprecisas ou suas respostas são registradas ou analisadas de forma

equivocada.

No capítulo 5, abaixo, faz-se um breve histórico sobre o objeto de estudo

para melhor compreensão da pesquisa. E em seguida, analisam-se os dados

obtidos no estudo de caso e a interpretação dos resultados.

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5 ANÁLISE DOS DADOS E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Neste capitulo, apresenta-se a análise dos resultados do estudo,

realizado em uma Indústria de confecção localizada na cidade de Fortaleza. Os

dados coletados através de questionário foram estudados mediante leituras sobre

Administração da Produção e o Sistema Fast Fashion, conforme mostrados nos

capítulos anteriores.

Inicialmente, foram abordadas questões referentes à caracterização dos

respondentes (idade, escolaridade, cargo e tempo de empresa), na seqüência,

foram pontuados os entendimentos dos respondentes de acordo com o grau de

concordância, seguindo o modelo da Escala de Likert sobre a implantação do

sistema Fast Fashion e, por fim, quanto ao aprofundamento dos métodos, técnicas

e opiniões sobre o sistema Fast Fashion.

5.1 Conhecendo o objeto de estudo

O objeto de estudo aconteceu em uma Indústria de confecção de grande

porte, que atua no mercado há mais de 55 anos, situada em Fortaleza/CE, no

bairro de Antonio Bezerra. A história dessa empresa se iniciou, em 1947, quando o

seu proprietário abriu sua primeira loja de roupas localizada em Natal (RN). Quatro

anos depois, a empresa implantou uma pequena confecção, em Recife (PE), e

adquiriu vários pontos de venda, em um momento em que o mercado de roupas no

nordeste começava a se desenvolver. Dois anos depois, sua matriz foi transferida

para Natal (RN), com a inauguração de sua primeira fábrica, com 2.700m²(dois mil

e setecentos metros quadrados) de área construída e onde se mantém até os dias

de hoje.

A empresa, atualmente é o maior grupo empresarial de moda do Brasil

e controlador da rede varejista, com 135 unidades/lojas espalhadas por todo o

território nacional. Desde o início, o objetivo da empresa tem sido comercializar

produtos de alta qualidade, a preços acessíveis, sempre buscando satisfazer e

agregar valor a seus clientes e acionistas. A indústria hoje emprega,

aproximadamente, seis mil funcionários, sendo próximo de quatro mil funcionários

trabalhando direto na produção (chão de fábrica), e dois mil funcionários,

aproximadamente, trabalhando em cargos administrativos e estratégicos. Sua

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denominação é de natureza familiar e S/A, com capital aberto, tendo como

atividade principal a fabricação têxtil e de confecção.

A empresa possui marca própria e fábrica em torno de cinquenta mil

peças por dia, em uma área de aproximadamente 60.000m². O principal produto da

empresa é a fabricação de roupas utilizando o jeans, a sarja e o tecido fino, para

atender ao público feminino, masculino, jovem, idoso, gestante e infantil.

Os setores da empresa são divididos através de sinalizações, como placas e

adesivos. Todos os processos necessários para a fabricação das peças ganham

suporte a partir dos departamentos de: PCP, Suprimentos, Compras, Estilo,

Engenharia de Produto, Pilotagem, Contabilidade, Modelagem, RH, Departamento

de pessoal, Enfermaria, entre outros.

A partir da estratégia de criar um grupo verticalizado que pesquisa,

desenha, produz, distribui, comercializa e financia peças de vestuários e acessórios

de moda, em quase duzentos endereços do país, a empresa hoje é considerada

uma das empresas mais procuradas no mercado da moda.

Após conhecer o objeto de estudo, demonstram-se os resultados obtidos

através de entrevista e questionários respondidos pelo corpo gerencial da empresa,

sendo eles o gerente de Produção, supervisores e encarregados de Produção. Em

seguida, os dados foram analisados graficamente para uma melhor compreensão.

5.2 Quanto à caracterização dos entrevistados

O primeiro questionário fechado, aplicado com todos os entrevistados do

corpo gerencial, num total de 14 pessoas, abordou informações pessoais como:

idade, grau de escolaridade, cargo atual e o tempo de empresa. O objetivo foi

verificar o nível de conhecimento e, ao mesmo tempo, coletar informações

concretas de pessoas que presenciaram a evolução da empresa (antes e depois),

alinhando as informações ao conceito teórico em estudo. A entrevista aconteceu na

própria empresa, em uma sala de descanso, reservada e permitida pelo gestor da

fábrica. Os Gráficos 1 e 2, a seguir, apresentam o tempo de empresa e a idade dos

respondentes.

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5.2.1 Tempo de Empresa

Os dados apresentados no Gráfico 1 demonstram que 14% dos

pesquisados (nove pessoas) trabalham na empresa há mais de doze anos. A

maior porcentagem, 65% dos funcionários entrevistados, trabalha na empresa

entre 4 a 6 anos. Já os que trabalham de 1 a 3 anos representaram 14% do

total dos entrevistados, constando que estes, mesmo com pouco tempo de

empresa, fizeram parte do início do processo de implantação do sistema Fast

Fashion, que começou em 2011, comprovando que todos os entrevistados

possuem certo domínio em relação ao assunto abordado.

Gráfico 1. Tempo de Empresa Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

5.2.2 Idade

Já os dados apresentados no Gráfico 2 mostram que 57% dos

pesquisados (oito pessoas) são de idades entre 26 a 33 anos, o que facilita o grau

de flexibilidade em relação a mudanças de sistemas e métodos de trabalho, pois,

como dito em capítulos anteriores, o sistema Fast Fashion requer um intermediário

conhecimento teórico da TOC, o que, para muitos, só se vê esse assunto em

fundações universitárias.

Somente duas pessoas, o que representa 15% do total da amostra, têm

idade entre 34 e 41 anos.

Nota-se que a empresa não dá prioridade no que diz respeito ao tempo

de empresa e faixa etária dos funcionários. Seu quadro de funcionários em

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cargos de confiança está em constante rotatividade, o que leva a entender que

a empresa esta à procura de novos conceitos e novas ideias.

Gráfico 2. Idade Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

5.2.3 Cargo

Com relação ao cargo exercido na empresa, ao se consultar o Gráfico 3,

verifica-se que a maioria dos entrevistados (79%) pertence à área da produção,

onde desempenha o cargo de encarregado (a) de produção. A minoria, apenas 7%

(uma pessoa), faz parte da Gerência, exercendo o cargo de gerente de Produção.

Assim, torna-se claro que os participantes da pesquisa atendem ao eixo central

desse estudo, que é identificar as transformações causadas na implantação do

sistema de produção Fast Fashion em uma indústria de confecção, pois eles

trabalham diariamente e diretamente no aperfeiçoamento e implantação do

sistema.

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Gráfico 3. Cargo Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

Em seguida, indagou-se aos pesquisados o grau de escolaridade,

concluído ou em conclusão, considerando que a escolaridade é um dos requisitos

mais considerados hoje na contratação de um funcionário na empresa,

observando-se como requisito para a escolha da profissão, como representado no

Gráfico 4, abaixo.

5.2.4 Escolaridade

De acordo com o Gráfico 4, percebe-se que 64% dos respondentes (

nove pessoas) apenas possuem o 2º grau completo. Com esses dados, verifica-se

que não há exigência por parte da empresa em relação ao nível de escolaridade de

seus funcionários e tampouco procuram qualificá-los depois de contratados, o que

causa certas dificuldades ao se implantar um sistema baseado em conhecimentos

teóricos administrativos.

No entanto, apenas quatro pessoas (29%) no corpo gerencial cursam

nível superior, isto indica que, mesmo não havendo incentivo por parte da empresa

em relação à formação acadêmica, ainda assim, existem funcionários que

procuram um melhor conhecimento teórico através do estudo acadêmico.

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Gráfico 4. Grau de Escolaridade Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

5.3 Quanto à dificuldade na implantação do Fast Fashion

No Gráfico 5, a seguir, tem-se a representação das respostas dos

entrevistados, com relação à dificuldade de adaptação aos novos métodos de

trabalho.

5.3.1 Dificuldade de adaptação aos novos métodos de trabalho

Os dados apresentados no Gráfico 5 demonstram que 64% dos

pesquisados ( nove pessoas) concordam parcialmente que houve dificuldade de

adaptação aos novos métodos de trabalho após a implantação do Fast Fashion, o

que demonstrou, de início, certo descontentamento dos responsáveis pela

implantação da “nova” estratégia de produção.

Para três pessoas, o que representa 22% do total, houve dificuldade de

adaptação ao implantar os novos métodos de trabalho, pois se viam acostumadas

com o “antigo” método de produção em grande quantidade dentro do setor. No

entanto, apenas uma pessoa discordou que houve dificuldade de adaptação dos

novos métodos de trabalho, e justificou afirmando que o sistema Fast Fashion é um

sistema simples e fácil de ser manuseado.

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Gráfico 5. Dificuldade de adaptação aos novos metodos de trabalho

Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

Com relação ao fácil entendimento do sistema Fast Fashion, o Gráfico 6

mostra os seguintes dados abaixo:

5.3.2 O Fast Fashion é um sistema de fácil entendimento

A maioria dos entrevistados (64%) concorda que o sistema Fast Fashion

é um sistema de fácil entendimento. A minoria, apenas 7%, discorda totalmente

que o sistema é de facil entendimento. Assim, torna-se claro que o surgimento de

possíveis dificuldades em relação à implantação do Fast Fashion não está

relacionado ao mal entendimento do sistema. Até mesmo porque os funcionários

passaram por treinamentos antes de o Fast Fashion ser implantado definitivamente

na empresa.

Gráfico 6. O Fast Fashion é um sistema de fácil entendimento Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

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Em seguida, foram questionados aos entrevistados se houve

aceitação dos subordinados na implantação do “novo” sistema produtivo,

considerando que a aceitação das pessoas, que estão diretamente ligadas ao

processo, oferece um bom andamento nas diversas etapas do processo de

produção, como representados no Gráfico 7:

5.3.3 Aceitação dos colaboradores na implantação do Fast Fashion

O Gráfico abaixo mostra que 43% dos entrevistados concordaram que

houve aceitação dos colaboradores em relação à implantação do sistema Fast

Fashion na organização, o que indica que os funcionários são flexíveis às

mudanças implantadas pela empresa. Mesmo sabendo que o sistema traria

mudanças nos processo de fabricação, no layout, criação de novos métodos de

trabalho e redução do volume de peças no setor, o que para os funcionários estas

mudanças significam baixa produção, consequentemente, redução do valor do

prêmio de produção, mesmo assim, os funcionários apostaram na melhoria, uma

vez que um total de 57% dos pesquisados concordou parcialmente que houve

aceitação dos colaboradores com a implantação do sistema produtivo.

Gráfico 7. Aceitação dos colaboradores na implantação do Fast Fashion Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

5.3.4 Dificuldade em atingir a meta diariamente.

No entanto, apenas uma pessoa (7%) concorda que há dificuldade em

atingir as metas diárias após a implantação do sistema Fast Fashion, justificando

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que, por conta das restrições postas pelo novo método de produção, atrapalha o

rápido andamento do processo.

Já 57% dos entrevistados discordam que a nova estratégia de produção

dificulta o atendimento da meta diariamente.

Gráfico 8. Dificuldade de atingir a meta diariamente Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

5.3.5 Houve aumento na produtividade

De maneira geral, conclui-se que o Fast Fashion não impediu que a

empresa alcançasse suas metas diariamente, dessa forma, é possível inferir que

pode haver aumento da produtividade, como se apresenta no Gráfico 9, a seguir:

Gráfico 9. Houve aumento na produtividade Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

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Os dados apresentados, no Gráfico 9 permitem conhecer se houve, de

acordo com o corpo gerencial, aumento da produtividade após a implantação da

“nova” estratégia de produção. Dos entrevistados, 42% concordam parcialmente

que houve aumento na produtividade após a implantação do Fast Fashion, pois

argumentam que os produtos estão cada vez mais difíceis de ser produzidos com

maior rapidez. Em segundo, 17% concordam que, após a implantação do Fast

Fashion, a produtividade aumentou notoriamente.

Assim, é possível identificar que, além da facilidade em atingir a meta

diariamente, como foi mostrado no Gráfico anterior (Gráfico 8), o sistema produtivo

também trouxe para a organização aumento na sua produtividade, passando a

produzir mais, mesmo fabricando produtos diferenciados que levam mais tempo de

fabricação. Os dados numéricos para a concretização dessa pesquisa não

puderam ser informados pela empresa, uma vez que esta não permite apresentar

dados que, para ela, são sigilosos. No entanto, a maioria do corpo gerencial afirma

com precisão a grande evolução no cenário produtivo da empresa.

5.3.6 O Fast Fashion trouxe mais vantagens do que desvantagens para a

empresa

Em seguida, foi questionado aos entrevistados se a implantação do

“novo” sistema de produção trouxe mais vantagens do que desvantagens para a

empresa, considerando que quanto mais se veem vantagens na implantação de

uma estratégia de produção, mais a empresa se convence de que o que foi

implantado atendeu às necessidades da empresa no momento, como representado

nos Gráficos 10 e 11, respectivamente:

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Gráfico 10. O Fast Fashion trouxe mais vantagens do que desvantagens para a empresa Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

De acordo com o Gráfico 10 acima, nota-se que 50% dos entrevistados

(sete pessoas) concordam que o Fast Fashion trouxe mais vantagens do que

desvantagens para a empresa e cinco entrevistados (36%) concordam

parcialmente com a afirmação. Essa informação foi complementada pelos

entrevistados citando que o Fast Fashion trouxe vantagens no fácil andamento dos

processos, aumento da capacidade produtiva, qualidade dos produtos e o bom

atendimento ao cliente interno e externo, demonstrando que o sistema de produção

de certa forma atende às necessidades da empresa atualmente.

5.3.7 O “novo” sistema de produção está adequado às necessidades da

empresa

Pode-se perceber, no Gráfico 11, que oito pesquisados (57%) afirmaram

que o sistema Fast Fashion atende às necessidades da empresa no momento, isto

indica que as mudanças nos métodos de produção adquirida pela empresa foram o

melhor caminho para tornar sua produção ainda mais competitiva no mercado,

motivo pelo qual o corpo gerencial afirma, no Gráfico10, que a implantação do Fast

Fashion trouxe mais vantagens do que desvantagens.

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Gráfico 11. O “novo” sistema de produção está adequado às necessidades da empresa Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

5.4 Quanto à rapidez dos processos de produção

O Gráfico 12 investiga se com a implantação do Fast Fashion os setores

de pré-costura (aviamentos) conseguem entregar sua produção no tempo certo aos

setores de montagem (costura).

5.4.1 Os setores de pré-costura conseguem entregar os aviamentos em

tempo hábil

De acordo com a pesquisa, os dados que apresentam maiores

destaques são: 43% dos entrevistados concordam parcialmente que, após a

implantação do Fast Fashion, os setores de pré-costura conseguiram atender às

demandas postas pela costura no tempo certo e 36% discordam que a pré-costura,

após a implantação do “novo” sistema de produção, conseguiu entregar os

aviamentos no tempo hábil. No ato da pesquisa, identificou-se que o setor de pré-

costura sofre com a implantação do Fast Fashion no setor de costura, pois, até o

momento, o sistema não pôde ser implantado nessa área por conta de mudanças

no quadro de funcionários, no entanto os novos funcionários estão em fase de

aperfeiçoamento, no que diminui o ritmo de velocidade do processo produtivo, o

que acaba divergindo o tempo de ambas as partes.

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Gráfico 12. Os Setores de pré-costura conseguem entregar os aviamentos em tempo hábil Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

Na sequência, foram questionados aos respondentes se diminuiu o

tempo de fabricação dos produtos após a adesão do sistema Fast Fashion na

empresa, no qual é mostrado a seguir no Gráfico 13.

5.4.2 Diminuição no tempo de fabricação

De acordo com o Gráfico 13, nota-se que 57% dos respondentes ( oito

pessoas) concordam que diminuiu o tempo de fabricação dos produtos após a

implantação do “novo” sistema de produção e três entrevistados concordam

parcialmente com a afirmação, demonstrando que houve redução no tempo de

fabricação dos produtos após a implantação do Fast Fashion e,

consequentemente, os produtos passaram a chegar mais rápido ao destino final

(loja), conforme mostra o Gráfico 14, na sequência.

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Gráfico 13. Diminuição no tempo de fabricação Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

5.4.3 A empresa consegue entregar os produtos no tempo determinado ao

cliente final

Percebe-se que 36% dos entrevistados concordam que, com a

implantação do Fast Fashion, a empresa passou a entregar seus produtos ao

cliente final no tempo determinado e ainda 43% dos entrevistados concordam

parcialmente com a afirmação. Com isso, a empresa acaba conquistando seu

objetivo principal, que é oferecer moda com rapidez, passando a utilizar seu ponto

forte como vantagem competitiva.

Gráfico 14. A empresa consegue entregar os produtos no tempo determinado aos cliente final Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

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Segundo Slack; Chambers e Johnston (2002, p. 72), “o principal

benefício da rapidez de entrega dos bens e serviços para os consumidores

(externo) é que ela enriquece a oferta. [...] quanto mais rápido estiverem

disponíveis para o consumidor, mais provável é que este venha a comprá-los”.

Consequentemente, observou-se que o questionamento aplicado no

Gráfico 13 está totalmente relacionado à interrogativa proposta pelo Gráfico 14.

5.4.4 A rotatividade dos processos está mais eficiente

Foi investigado também, nesta pesquisa, se a rotatividade dos

processos está mais eficiente com a implantação do Fast Fashion. O Gráfico 15

mostra que 50% dos entrevistados concordam com a afirmação, 36% concordam

parcialmente e 14% discordam da afirmação colocada, pois acham que a eficiência

da rotatividade dos processos está ligada ao layout dos maquinários dentro do

setor.

Gráfico 15. A rotatividade dos processos está mais eficiente Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

5.4.5 As mudanças no layout trouxeram mais agilidade ao processo

produtivo

A eficiência da rotatividade dos processos, mesmo apresentando um

percentual com 14% de discordância dos demais entrevistados, por conta da

modificação do layout dos maquinários na implantação do Fast Fashion, ainda

assim, 50% dos entrevistados concordam que as mudanças no layout trouxeram

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mais agilidade no processo e quatro entrevistados (29%) concordam totalmente

com a afirmação, como mostram os dados do Gráfico 16, abaixo:

Gráfico 16. As mudanças no layout trouxeram mais agilidade ao processo produtivo Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

5.5 Quanto à qualidade dos produtos

5.5.1 Há um acompanhamento da equipe de treinamento em relação à

qualidade dos produtos em fabricação

O Gráfico 17 investiga se há acompanhamento da equipe de

treinamento em relação à qualidade dos produtos em fabricação. De acordo com a

pesquisa, os dados apresentam que: 43% dos entrevistados concordam que a

equipe de treinamento acompanha a qualidade dos produtos em fabricação,

enquanto 28% dos entrevistados dizem que não há acompanhamento da equipe de

treinamento, porém conclui-se, através desta pesquisa, que a empresa se

preocupa em fabricar produto de boa qualidade, através de um alto investimento na

aprendizagem de seus colaboradores.

Peinado e Graeml (2007) explicam que o custo de treinamento é dado

pelo tempo da curva de aprendizagem, que é o tempo necessário para que o

funcionário obtenha prática na função, portanto esta estratégia deve ser utilizada

rotineiramente e padronizadamente.

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Gráfico 17. Há acompanhamento da equipe de treinamento em relação à qualidade dos produtos em fabricação Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

5.5.2 Pode-se ter um controle rigoroso em relação aos consertos das peças

Através do questionamento anterior, citado no Gráfico 17 acima, foi que

surgiu a pergunta mostrada no Gráfico 18, onde os dados revelam que 93%, no

total, afirmam que, após a implantação do Fast Fashion, pôde-se ter um controle

rigoroso em relação aos consertos das peças defeituosas. Sendo que 43% dos

entrevistados concordam, 29% concordam parcialmente e 21% concordam

totalmente com a afirmação. Um dos entrevistados mencionou que, antes do Fast

Fashion, a empresa sofria com o alto índice de peças defeituosas que voltavam

após a lavagem, índice este que chegava a aproximadamente cinco mil peças por

dia e hoje reduziu para duas mil peças defeituosas por dia. E esse cenario se deu

após a redução do volume de peças nos setores e o rigoroso controle das revisoras

de qualidade na revisão das peças antes de lavadas.

Gráfico 18. Pode-se ter um controle rigoroso em relação aos consertos das peças Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

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5.5.3 Houve diminuição no índice de peças com defeito

Estas informações acima explicam o resultado apresentado no Gráfico

19, o qual demonstra que 36% dos entrevistados ( cinco pessoas) concordam que

diminuiu o índice de consertos após a implantação do Fast Fashion. E 29% dos

entrevistados concordam totalmente com a afirmação. Ressalte-se que apenas

uma pessoa discorda que houve redução no índice de consertos de peças

defeituosas na fábrica.

Gráfico 19. Houve diminuição no índice de peças com defeito Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

5.5.4 Os consertos são feitos de forma imediata

Como a empresa procura sempre entregar seus produtos em tempo

hábil ao cliente final (loja), sentiu-se necessidade de perguntar aos respondentes

se as peças defeituosas são consertadas de forma imediata (Gráfico 20), pois uma

vez que as peças se encontram paradas na fábrica, a empresa deixa de apresentar

seu produto aos consumidores e, consequentemente, a empresa deixa de vender.

O Gráfico 20 mostra que 43% dos respondentes concordam parcialmente que os

consertos são feitos de forma imediata, 21% concordam totalmente e 22% dos

respondentes apenas concordam com a afirmação, demonstrando que não existem

acúmulos de peças defeituosas na produção.

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Gráfico 20. Os consertos são feitos de forma imediata Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

5.5.5 Os colaboradores preocupam-se com a qualidade dos produtos

fabricados

Os dados apresentados, no Gráfico 21, revelam que os colaboradores

se preocupam com a qualidade dos produtos fabricados. 43% dos entrevistados

afirmaram que há preocupação dos colaboradores em relação à qualidade dos

produtos e 29% dos entrevistados concordaram parcialmente com a afirmação,

pois citam que essa preocupação depende da exigência feita pelos superiores, haja

vista os funcionários estarem mais interessados em produzir mais para ganhar

mais e não em consertar o que já foi fabricado.

Gráfico 21. Os colaboradores preocupam-se com a qualidade dos produtos fabricados Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

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5.5.6 Os produtos chegam com qualidade até o cliente final

A pesquisa procurou investigar se os produtos chegam com qualidade

até o cliente final (Gráfico 22), consequentemente, foi questionado aos

respondentes, sendo um complemento da pesquisa anterior (Gráfico 22), se

diminuiu o índice de reclamações por conta da má qualidade dos produtos (Gráfico

23). Os dados coletados estão representados nos Gráficos 22 e 23, a seguir:

Gráfico 22. Os produtos chegam com qualidade até o cliente final Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

De acordo com o Gráfico 22 acima, notou-se que sete entrevistados

(50%) concordam parcialmente que o produto chega com qualidade até o cliente

final, pois, como foi mostrado nos Gráficos 17 e 21 acima, há um acompanhamento

pela equipe de treinamento, reforçando a qualidade dos produtos e também uma

preocupação dos colaboradores em relação à qualidade.

5.5.7 Houve diminuição no índice de reclamações por conta da má qualidade

dos produtos

Por fim, no Gráfico 23, sete entrevistados (50%) concordam que reduziu

o índice de reclamações por conta da má qualidade dos produtos, demonstrando

que os clientes se encontram mais satisfeitos com os produtos que adquirem da

empresa.

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Gráfico 23. Houve diminuição no índice de reclamações por conta da má qualidade dos produtos Fonte: Dados da pesquisa, elaboração da autora, 2012.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do cenário atual, no qual o sistema Fast Fashion se tornou uma

das práticas mais atualizada, no ramo têxtil e de confecção, é ainda baixa a

quantidade de indústrias que utilizam essa nova estratégia de produção, mas as

poucas indústrias que usam o sistema objetivam desenvolver produtos baseados

nas últimas tendências, percebendo o que o cliente deseja e, com isso,

disponibilizar produtos a preços competitivos.

O principal objetivo do estudo foi analisar as transformações

ocasionadas pela implantação de uma inovação na estratégia de produção em uma

indústria de confecção localizada no município de Fortaleza/CE.

Através do levantamento dos dados da pesquisa, pôde-se apurar que

tais fatores se revelaram de forma positiva na visão dos supervisores e

encarregados, implicando em um resultado satisfatório.

Ao examinar o crescimento do Fast Fashion nas grandes empresas de

vestuário no Brasil, foi preciso verificar se o investimento na implantação da nova

estratégia de produção trouxe algum benefício para a empresa em estudo. O

objetivo do sistema produtivo é oferecer produtos com qualidade, reduzindo custos

e oferecendo moda rápida aos consumidores, e é exatamente este um dos

objetivos da pesquisa, uma vez que a empresa descartou a antiga cultura de alta

fabricação para investir em um modelo onde o foco é a produção de produtos

inovadores com curto prazo de entrega.

A presente pesquisa analisou algumas questões com foco no corpo

gerencial da empresa, no qual é constituído pelo gerente de produção,

supervisores e encarregados de produção. Constatou-se, portanto, inicialmente,

um clima de desconforto diante dos questionários apresentados, pois eles

apresentaram temor em responder aos questionamentos relacionados à produção,

devido ao sigilo colocado pela empresa, bem como o cargo que executa e ainda o

tempo que trabalham na empresa.

No entanto, nota-se que, diante desse cenário onde a maioria dos

entrevistados trabalha na empresa há mais de 12 anos e que ainda ocupa cargo de

chefia na empresa, mesmo diante desses desconfortos citados acima, os

entrevistados acabaram ficando à vontade e respondendo com precisão os

questionamentos propostos.

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Retornando à pesquisa, verificou-se que, ao responderem os

questionários, os entrevistados apresentavam aspectos de desabafo e satisfação.

Quando questionados sobre a dificuldade de adaptação dos novos métodos de

trabalho, a maior parte afirmou concordar sobre a dificuldade de adaptação, porém,

ao realizar a pesquisa, constatou-se que essa dificuldade de adaptação é devido à

falta de flexibilidade das costureiras que executam grande parte do processo.

Reforçando ainda que o trabalho do gestor depende muito do desempenho e

esforço das (os) costureiras (os), o que dificulta o bom andamento dos novos

processos produtivos.

Observou-se também que, ao serem questionados sobre o aumento da

produtividade após a implantação do Fast Fashion, surgiu uma dúvida, pois, antes

do Fast Fashion, a indústria fabricava alto volume de produtos com modelos de

rápida fabricação, porém, com a implantação do Fast Fashion, a indústria passou a

produzir uma quantidade menor de produtos, mas de difícil fabricação, pois seus

produtos passaram a ser mais customizados. O que se pôde verificar, no ato da

pesquisa, é que, de fato, a empresa teve sua produtividade afetada devido à difícil

adaptação dos funcionários ao novo processo e à demora na finalização do

produto, dado o alto nível de customização das peças.

Mesmo com a maioria dos entrevistados concordando parcialmente que

aumentou a produtividade, ainda assim, acredita-se que o sistema Fast Fashion

está adequado às necessidades da empresa, pois é um sistema de fácil

entendimento e trouxe mais vantagens do que desvantagens para a indústria.

Dentre as vantagens, destaca-se a entrega do produto no tempo determinado ao

cliente final, pois, em uma análise histórica de produção, identificou-se que, antes,

girava em torno de 25 dias do planejamento do produto até a entrega nos centros

de distribuição. E hoje, com a implantação do Fast Fashion, atinge em torno de 14

dias.

No decorrer da pesquisa, também foi observado que há

acompanhamento da equipe de treinamento em relação à qualidade dos produtos,

acompanhando a qualidade em que as peças estão sendo fabricadas e criando

métodos que facilitem o andamento dos processos da costura. Este cenário se

qualificou com o surgimento do Fast Fashion na empresa, pois os setores de

produção passaram a sentir dificuldade em operar e desenvolver as peças para

fabricação.

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Verificou-se que uma das grandes dificuldades da empresa é o nível de

escolaridade dos funcionários que representam o corpo gerencial da empresa, pois

a minoria possui qualificação profissional, no entanto a maioria possui apenas o

ensino médio completo e aprendeu suas atividades somente na prática e pelo

tempo que presta serviço à empresa. Todas essas informações podem influenciar

no desenvolvimento organizacional da empresa, principalmente no alto nível de

conhecimento tático da organização, já que seus métodos de trabalho estão

passando por processos de mudança, é importante para a empresa ter funcionários

qualificados e flexíveis às mudanças que venham a ser sofridas.

Outra informação relevante é o fato da entrega dos aviamentos dos

setores de pré-costura aos setores de costura no tempo hábil. Constatou-se que os

setores de pré-costura sofrem um alto nível de acúmulo de serviço e é um setor

dependente de outros setores, o que acaba atrasando a distribuição e o

abastecimento destes.

Baseado na situação dita acima, acredita-se que, com a implantação do

sistema de TOC nos setores de pré-costura, a entrega dos aviamentos será mais

rápida aos setores de costura, pois o fluxo de cada processo será feito de forma

mais sinalizada e planejada.

A pesquisa também identificou que existem casos que mostram que o

sistema Fast Fashion está atingindo um de seus objetivos, a citar: o produto chega

com qualidade ao cliente final. Analisou-se, através desse cenário, que com a

redução do volume de produtos em fabricação tornou-se mais eficaz o

acompanhamento e o aperfeiçoamento dentro do controle de qualidade. E

consequentemente, a empresa passará a produzir sem que seu produto seja refeito

e o cliente final acaba adquirindo produtos com mais qualidade.

Diante dessas situações atuais, verificou-se que um dos principais

fatores que fez a indústria implantar o Fast Fashion foi buscar seu espaço entre os

maiores concorrentes e ser a maior indústria nacional de magazines e varejistas

em seu ramo, através da fabricação dos produtos com rapidez e qualidade, não

deixando de priorizar o baixo custo na fabricação.

Como sugestão de estudos futuros pode-se ampliar a elaboração de

estudos semelhantes em outras organizações, tanto de serviços quanto de ramos

diversificados, que relacione o conceito de entrega rápida e atendimento às

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necessidades do consumidor, e assim, contribuir teórico-empiricamente para uma

eficiente estratégia de mercado.

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Apêndice A

Questionário – Caracterização dos Respondentes

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FACULDADE CEARENSE – FAC QUESTIONÁRIO

Este questionário, instrumento de pesquisa acadêmica, tem a finalidade de levantar

informações para subsidiar a elaboração de uma monografia de graduação.

Não há respostas certas ou erradas a qualquer dos itens, pretendendo-se apenas

sua opinião sincera.

Assinale a opção que mais se adequar ao seu ponto de vista.

Desde já, agradeço pelo valioso tempo reservado para responder ao questionário e

pela significante colaboração.

CARACTERIZAÇÃO DO RESPONDENTE

Assinale com um “X” na opção referente à sua resposta:

1) Assinale a sua idade:

( ) 18 – 25 anos ( ) 42 – 49 anos

( ) 26 – 33 anos ( ) 50 – 58 anos

( ) 34 – 41 anos ( ) Acima de 58 anos

2) Qual a sua escolaridade:

( ) 2º Grau incompleto ( ) Pós-Graduação

( ) 2º Grau completo ( ) Especialização

( ) Superior incompleto ( ) Mestrado

( ) Superior completo ( ) Doutorado

3) Qual seu cargo:

( ) Gerente de Produção

( ) Supervisor

( ) Encarregado de Produção

4) Há quanto tempo você trabalha na empresa:

( ) Até 1 ano ( ) De 7 – 9 anos

( ) De 1 – 3 anos ( ) De 10 – 12 anos

( ) De 4 – 6 anos ( ) Acima de 12 anos

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Apêndice B Questionário – Corpo Gerencial

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Gentileza, em cada, uma das frases a seguir, assinale o campo do número correspondente ao grau de concordância e discordância em relação à afirmativa, de acordo com a seguinte escala de valores: ( 1 ) Discordo Totalmente, ( 2 ) Discordo, ( 3 ) Concordo Parcialmente, ( 4 ) Concordo, ( 5 ) Concordo Totalmente.

SISTEMA FAST FASHION: Quanto às dificuldades na implantação

(1) (2) (3) (4) (5)

1 Houve ou há dificuldade de adaptação aos novos métodos de trabalho

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

2 O sistema Fast Fashion é um sistema de fácil entendimento

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

3 Os problemas conseguem ser vistos e consertados com antecedência

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

4 Houve ou há aceitação dos liderados na implantação do sistema

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

5 O novo sistema dificultou ou dificulta o atingimento de sua meta diariamente

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

6 A implantação causou mais vantagens do que desvantagens

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

7 O sistema atual está adequado às necessidades da empresa atualmente

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

8 Houve aumento na produtividade com a implantação do Fast Fashion

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

SISTEMA FAST FASHION: Quanto à rapidez nos processos

(1) (2) (3) (4) (5)

9 Houve diminuição no tempo de fabricação dos produtos depois da implantação do Fast Fashion

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

10 A empresa consegue entregar o produto no tempo determinado ao cliente final

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

11 A rotatividade dos processos está mais eficiente ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

12 Os setores de pré-costura conseguem entregar os aviamentos no tempo certo

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

13 As mudanças no layout trouxeram mais agilidade para a fabricação do produto

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

SISTEMA FAST FASHION: Quanto à qualidade dos produtos

(1) (2) (3) (4) (5)

14 Houve diminuição no índice de consertos ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

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15 Os liderados preocupam-se com a qualidade ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

16 O produto chega com qualidade até o cliente final ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

17 É possível ter um controle rigoroso em relação aos consertos

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

18 Há um acompanhamento do treinamento em relação à qualidade dos produtos

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

19 Houve diminuição de reclamações por conta da má qualidade

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

20 Os consertos são feitos de forma imediata ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

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Apêndice C

Entrevista Individual – Gerente de Produção

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APÊNDICE C. ROTEIRO DE ENTREVISTA

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Cargo - Gerente de Produção

Formação - Pós-Graduação

Tempo de empresa - Mais de 12 anos

Resultados – Apêndice C – Entrevista (Gerente de Produção)

1. Como o senhor define o sistema de produção da empresa hoje?

É um sistema rápido e contínuo, que vive em busca de novidades.

2. Quais as técnicas que a empresa utiliza sobre o sistema de produção?

Estamos utilizando as técnicas baseada na T.O.C e Kanban.

3. Para o senhor, o que significa Fast-Fashion?

“Significa gerar maiores opções de modelos com poucos volumes e rapidez

nos processos.”

4. Quais os pontos fortes e pontos fracos do projeto Fast-Fashion?

“Pontos fortes: atender com maior velocidade às expectativas dos magazines,

levando a moda ao mercado.

Pontos fracos: Demanda maior atenção no planejamento e difícil atendimento

dos demais departamentos de produção.”

5. Quais as vantagens e desvantagens da implantação do projeto Fast-

Fashion?

“Vantagens: Redução dos volumes em processo, facilidade da gestão dos

produtos.”

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Desvantagens: falta de conscientização de toda a equipe envolvida no

processo produtivo.”

6. Que tipo de dificuldades a empresa sofreu ou sofre com a implantação do

Fast-Fashion?

“A empresa tinha como foco alcançar grandes volumes em produção para

atender carteiras de clientela, com a nova proposta de atender ao mercado da

moda, houve uma grande reestruturação nos objetivos a serem buscados,

exigindo bastante treinamento da mão de obra e difícil adaptação do novo

processo.”

7. De que forma foi feita a apresentação e a implantação do Fast-Fashion na

empresa?

“Foram administradas várias palestras com exposição da nova proposta de

implantação e acompanhamento diário dos gestores no processo produtivo.”

8. Quais foram os fatores que fizeram com que a empresa implantasse o Fast-

Fashion?

“Ganhar mais dinheiro(risos). Buscar seu espaço entre as maiores

concorrentes e ser a maior indústria nacional de magazines, varejistas em seu

ramo.”

9. Houve aceitação dos funcionários quanto à mudança no processo de

produção?

“Inicialmente houve uma pequena dificuldade em adaptação da nova proposta

demandando um esforço maior em conscientização.”

10. Com a implantação do Fast-Fashion, houve aumento na capacidade

produtiva da empresa?

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“Não, houve um melhor atendimento na variedade dos produtos.”

11. Quanto à rapidez na entrega do produto, pode-se dizer que diminuiu o

tempo de fabricação dos produtos depois da implantação do Fast-

Fashion?

“Sim, pois antes girava em torno de 25 dias do planejamento do produto até a

entrega nos centros de distribuição. E hoje, com a implantação do Fast

Fashion, atingimos em torno de 14 dias.”

12. Como o senhor avalia a qualidade dos produtos depois da implantação do

Fast-Fashion na empresa?

“Com a redução do volume de produto em fabricação, tornaram-se mais

eficazes o acompanhamento e o aperfeiçoamento dentro do controle de

qualidade.” Isto tudo baseado na teoria das restrições.

13. Qual a relação entre a Teoria das Restrições e o Fast-Fashion?

“A teoria das restrições favoreceu o vasto e organizado andamento dos

produtos em fabricação, bem como o aproveitamento da área de cada setor.”

14. Depois do Fast-Fashion, houve alguma modificação no planejamento-

mestre da produção?

“Houve uma reestruturação em todos os departamentos de produção

objetivando otimizar os processos.”

15. No seu ponto de vista, o sistema atual de produção está adequado às

necessidades da empresa? Por quê?

“Sim, pois o mercado inserido exige uma opção de moda rápida com

qualidade.”