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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ
FACULDADE CEARENSE
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LOGISTICA EMPRESARIAL
LUCIANO BALULA CARDOSO
O PROCESSO DE LOGÍSTICA INTERNACIONAL NO FRIGORÍFICO
NOVILHO DO BRASIL
FORTALEZA
2013
LUCIANO BALULA CARDOSO
O PROCESSO DE LOGÍSTICA INTERNACIONAL NO FRIGORÍFICO
NOVILHO DO BRASIL
Monografia submetida à aprovação da
Coordenação do Curso de Pós Graduação em
Logística Empresarial , como requisito parcial
para obtenção do grau de pós- graduação.
Orientador: Prof. Fernando Lopes de Souza da
Cunha
FORTALEZA
2013
LUCIANO BALULA CARDOSO
O PROCESSO DE LOGÍSTICA INTERNACIONAL NO FRIGORÍFICO
NOVILHO DO BRASIL
Monografia como pré-requisito para
obtenção do título de Pós Graduado em
Logística Empresarial outorgado pela
Faculdade Cearense – FAC, tendo sido
aprovada pela banca examinadora
composta pelos professores.
Data de aprovação:____________/2013
BANCA EXAMINADORA
Prof. Fernando Lopes de Souza da Cunha
Orientador
Professor
Professor
Ao Senhor Deus, por permitir chegar ao
fim de mais uma jornada;
Aos amigos e familiares, pelo apoio e
compreensão;
Aos professores, mestres e doutores,
por serem propagadores do saber.
“A vida me ensinou a nunca desistir,
nem ganhar, nem perder mas procurar
evoluir”.
Charlie Brown Jr.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por todas a coisas boas que me tem
proporcionado na vida e nunca fazer-me perder a fé.
Á minha mãe, que hoje, infelizmente, não se encontra neste mundo em
que vivemos, mas nos momentos que passamos juntos sempre procurou fazer
o melhor por mim e pelos meus irmãos. Se eu pudesse trocar tudo o que tenho
pela sua vida de volta faria com maior prazer, só para tê-la ao meu lado.
Agradeço aos meus irmãos e a meu pai que de certa forma
contribuíram, com incentivo e apoio, para que eu nunca houvesse desistido de
nada.
Quero agradecer à minha noiva Jairla que sempre me apoiou e esteve
junto nesta nova batalha que está chegando ao fim. Todas as vezes que fui à
faculdade procurava me apoiar mesmo estando cansado e nunca me fez
desistir.
Agradeço à empresa em que trabalho por seu apoio para que pudesse
dar mais um passo na minha caminhada, me proporcionando a melhor
estrutura de tempo e locomoção para poder dar continuidade aos meus
estudos.
Agradeço a todos os colegas de classe e professores que nos
ajudaram a completar mais uma etapa das nossas vidas, colaborando com
seus ensinamentos e experiências fazendo de nós protagonistas de uma nova
jornada.
Por fim, agradecer ao meu orientador professor Fernando Lopes de
Souza da Cunha que sempre se mostrou solícito em todas as vezes que o
procurei para orientação , me deu todo o apoio necessário para que eu
pudesse concluir mais uma etapa da minha vida.
RESUMO
A Logística Internacional é de suma importância para a eficiência das
exportações brasileiras e para o crescimento das relações globais.
Diante dos fatos a logística no Frigorífico Novilho do Brasil se tornou a
chave da concorrência para poder atuar com maior competitividade em um
mercado globalizado. O resultado final alcançado foi o suporte total dado aos
seus clientes externos em todas as etapas do processo, desde o desembaraço
aduaneiro à entrega final das mercadorias, centralizando as operações,
padronizando os atendimentos, minimizando erros e fazendo com que a
percepção do cliente seja a sua satisfação com o produto, nível de qualidade,
preços, serviços justos e valor agregado.
Palavras chaves: Logística, exportação, globalização.
ABSTRACT
The International Logistics is critical to the efficiency of Brazilian exports
and the growth of global relations.
Given the facts in the logistics Refrigerator Beef from Brazil, has
become the key competition to be able to act with greater competitiveness in a
globalized market. The end result achieved was given full support to external
clients at all stages of the process, since the customs clearance of goods to
final delivery, centralizing operations, standardizing care, minimizing errors and
making the customer perception is the their satisfaction with the product, level
of quality, price, service and fair value.
Keywords: logistics, export, globalization
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO I – Cabeças Abatidas.......................................................................47 GRÁFICO II – Cabeças Abatidas......................................................................48 GRÁFICO III – Peles Processadas...................................................................49 GRÁFICO IV – Faturamento e Evolução Ebitda...............................................50 GRÁFICO V – Market Share Exportações Boi Brasileiro..................................51 GRÁFICO VI – Regiões de Destino das Exportações de Carne.......................52 GRÁFICO VII – Receita Bruta...........................................................................53
5
LISTA DE TABELA
TABELA I – Prazo Médio dos Despachos de Exportação....................23
TABELA II – Taxa de Exportação.........................................................29
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
SISCOMEX - Sistema de Comércio Exterior
AFRF - Auditor Fiscal da Receita Federal
MERCOSUL – Mercado Comum do Sul
NAFTA – North America Free Trade Agreement
INCOTERM - Termos Internacionais de Comércio
IPAM – Instituto de Pesquisa da Amazônia
PCP – Planejamento e Controle da Produção
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................08 2. REVISÃO DE LEITURA................................................................................10
2.1Logística.......................................................................................................10 3. A LOGISTICA INTERNACIONAL..................................................................13
3.1 Comércio Exterior...................................................................................14 3.2 Exportação..............................................................................................20 3.2.1 Local de Realização do Despacho.......................................................20
3.2.2 Etapas do Despacho de Exportação................................................20 3.2.2.1Registro DADDE.........................................................................21 3.2.2.2 Prazos Médios do Despacho de Exportação.............................23
3.2.2.3 Para Evitar Problemas na Exportação.......................................24 3.2.2.4 Documentação Exigida para Exportação...................................25
3.3 Operacionalização do Processo de Exportação....................................26 3.4 Passos para Exportar............................................................................28 3.4.1 Tabela de Valores para Exportar....................................................29 5 Fatores Limitadores na Integração da Logística Internacional................30
4. METODOLOGIA.........................................................................................32 5. ESTUDO DE CASO....................................................................................33 6. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS................................47 7. CONCLUSÃO.............................................................................................55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA..............................................................58
8
1 - INTRODUÇÃO
A Logística é uma ferramenta poderosa que ajuda as empresas a quebrar
paradigmas, rever conceitos, fazer muito mais com menos agregando maior valor
ao produto com um custo bastante reduzido. Muitas empresas estão descobrindo a
logística como uma oportunidade competitiva dando ao cliente a oportunidade de
receber o produto certo, na quantidade desejada, qualidade estabelecida e no
tempo contratado.
Fundamentalmente a logística tornou-se inevitável para a condução da
empresa moderna, ela é um meio de se fazer com que os negócios sejam
realizados da forma que venha a satisfazer as necessidades do cliente, trazendo
qualidade no atendimento ao menor custo possível, maior rapidez na entrega do
produto buscando a eficiência e a eficácia
O resultado esperado com uma boa logística faz com que o cliente obtenha
o suporte em todas as etapas do processo, desde o desembaraço até a entrega
final do produto. Através da logística pode-se executar ações e planejar a forma de
como a mercadoria pode ser transportada e qual o modal mais seguro para se
realizar a entrega da carga, prevenindo futuros imprevistos.
Diante de tantas informações que possamos buscar sobre a logística, este
trabalho pretende analisar, de forma substancial e globalizada, a logística no
comércio exterior e o seu papel fundamental na economia dos países.
Para ser possível a efetivação dessa pesquisa e dos objetivos que foram
definidos fez-se necessária a realização de uma pesquisa de campo, essa se
baseou no histórico de crescimento de um Frigorífico, importante destacar que a
empresa não autorizou a divulgação de seu nome, portanto os nomes são fictícios.
O objetivo geral é descrever sobre o processo logístico do Frigorífico
Novilho do Brasil, foco da pesquisa de campo e em especial entender a sua
Logística Internacional no intuito de conhecer melhor essa área, agregando
conhecimentos e o que ela pode influenciar no crescimento do mesmo.
O objetivo específico deste trabalho é de analisar e fazer comparações
entre teorias e prática, sendo aprofundada a pesquisa de campo em questão aos
temas que expõem as características dos processos logísticos, em especial em
nível de internacionalização mostrando como esta ferramenta foi importante para o
9
crescimento e desenvolvimento do Frigorífico Novilho do Brasil se destacando
como um dos maiores exportadores do ramo agropecuário do mundo.
A pesquisa trata do início das atividades deste frigorífico em 1977 e os
métodos utilizados para o desenvolvimento e crescimento da sua marca,
adquirindo ao longo dos anos muitas outras unidades pelo Brasil e pelo mundo,
resolvendo em 2009 fazer uma fusão com outro grande frigorífico com o intuito de
aumentar ainda mais os seus negócios. Mostra também os métodos utilizados para
poder adentrar aos mercados concorrentes, como enfrentar as crises e barreiras
mundiais e agregar valores aos seus negócios visando uma boa prática de
logística.
A partir de outubro de 2009, após a fusão com outro gigante do ramo de
produtos bovinos, a história do frigorífico Novilho do Brasil passa a ser a de um
novo negócio o qual não é o foco da pesquisa.
Na revisão de literatura aborda o tema logística em geral para se ter uma
idéia ampla da sua importância, quais os valores e benefícios que ela possa trazer
e os resultados esperados, aborda também a forma como ela é aplicada sendo
uma ferramenta fundamental para qualquer empresa controlar melhor suas
operações, em seguida são tratados assuntos voltados à Logística Internacional,
suas formas de aplicação, operacionalização, mostrando todos os pontos
existentes, dando ênfase para como são realizadas as atividades de exportação,
como é realizado o registro da solicitação do despacho e em que momento o
exportador pode realizar este processo, quais os fatores limitadores na integração
da logística internacional, como são os procedimentos e as etapas para poder
exportar cada produto e o local de realização do despacho da mercadoria, a
importância do comércio exterior para a empresa e os estudos realizados para
poder adentrar nos países conforme a cultura de cada um deles, ou seja, a
logística Internacional, abrangendo suas normas, documentos, meios de
transporte, custos, e outros itens. O trabalho ainda aborda os métodos de utilização
da pesquisa, a forma aplicada e os conceitos existentes.
Após expor a pesquisa teórica, onde foi enriquecido com idéias de vários
autores pesquisadores e conhecedores em assuntos pertinentes a logística em
geral, foi apresentado também o estudo de caso baseado na história de um grande
frigorífico e o seu processo de logística internacional bem como a importância do
comércio exterior para o crescimento da empresa. São expostos vários gráficos e
10
através deles é feita a análise dos resultados da pesquisa e dado o meu parecer
sobre a situação do frigorífico Novilho do Brasil .Finalizando foi exposta a minha
conclusão sobre o trabalho em questão.
.
2 – REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Logística
De acordo com Lambert (1998), a logística é um componente significativo
da economia de um país, é importante dar uma definição específica do significado
do termo. Historicamente os meios de comunicação, tanto na esfera acadêmica
como a de negócios, se referiam à logística utilizando denominações diversas:
Distribuição Física; Distribuição; Engenharia de Distribuição; Logística Empresarial;
Logística de Marketing; Logística de Distribuição; Logística Industrial;
Administração de Materiais; Administração Logística de Materiais; Sistema de
Resposta Rápida; Administração da Cadeia de Abastecimento e por fim Logística.
Em ocasiões distintas todos estes termos referiam-se essencialmente à
mesma coisa: a administração do fluxo de bens do ponto de origem ao ponto de
consumo. Eis a definição de Administração de Logística,segundo Lambert (1998):
O processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto-de-origem até o ponto-de-consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes. (Lambert, 1998, p.)
Nesta definição podemos incluir serviço ao cliente, tráfego e meios de
transporte, armazenagem e estocagem, escolha do local para fábrica e armazéns,
controle de inventário, processamento de pedidos, comunicações de distribuição,
compras, movimentação de materiais e serviço fornecimento de peças, remoção do
lixo industrial, embalagem, devolução de mercadorias e previsão de volume de
pedidos.
Ainda Lambert (1998) , há defensores da tese de que a logística só é
importante para empresas de manufatura. A logística é, entretanto, um componente
11
importante nas operações de qualquer tipo de empresa, como varejistas,
atacadistas e outros prestadores de serviços. A administração eficiente do fluxo de
bens do ponto de origem ao ponto de consumo exige planejamento,
implementação e controle de uma gama de atividades de logística. Nota-se em
definições que a logística vai até o ponto de consumo, vê-se que houve um com o
crescimento da influência do consumidor, com isso surgiram os mercados
domésticos e internacionais de bens e serviços. Milhares de novos produtos e
serviços são lançados a todo o momento, são vendidos e distribuídos a clientes em
todo o mundo, acarretam-se no crescimento do processo logístico. O tamanho e
complexidade são ampliados para poder fazer face aos desafios de mercados
como por exemplo: fábricas de produto único transformaram-se em operações
polivalentes.
Devido à amplitude da distribuição de produtos passou do ponto de origem
ao ponto de consumo tornou-se um componente importante do PIB (Produto
Interno Bruto) de países industrializados.
Conforme menciona Lambert (1998), como componente significativo do
PIB, a logística afeta a taxa de inflação, taxas de juros, produtividade, custo e
disponibilidade de energia e demais aspectos da economia. As melhorias de
produtividade em um país têm efeito positivo nos preços das mercadorias e
serviços, no equilíbrio das contas nacionais, na valorização da moeda, na
capacidade de competir com maior eficácia em mercados globais, nos lucros da
indústria, na disponibilidade de investimento de capital e no crescimento
econômico, levando a um nível de emprego maior.
A administração eficaz da logística complementa o esforço de marketing da
empresa, pois se bem executada gera satisfação nos clientes. O direcionamento
eficaz do produto ao cliente e disponibilização no lugar certo e no momento certo,
pode ser tratado em termos contábeis, como um “ativo” da empresa, Lambert
(1998).
Tratando-se de produto aos olhos da empresa considera-se que os
produtos que são produzidos possuem mais valor do que as matérias primas
isoladamente. Para o consumidor, entretanto, não deve ter simplesmente a
utilidade da forma, mas também deve estar no lugar certo, momento certo e
disponível para compra. Agrega-se assim valor aos produtos, além do valor que é
agregado pela fabricação. Quando não se tratar de matéria-prima, é chamado
12
utilidade de lugar, momento e posse. A atividade de logística proporciona utilidade
de lugar e momento, enquanto o marketing proporciona a utilidade da posse.
Tanto a economia de custos em logística quanto uma posição de
marketing, que é fortalecida devido a um sistema de logística aperfeiçoado. Tudo
isso pode causar melhorias no desempenho financeiro. Em empresas onde a
logística dá uma contribuição significativa ao valor agregado de um produto, a
administração da logística é particularmente importante.
Ainda na visão de Lambert (1998) a utilidade de lugar é o valor criado ou
agregado a um produto de forma a torná-lo disponível para compra ou consumo, no
lugar certo. A logística é diretamente responsável por agregar utilidade de lugar aos
produtos na medida em que deslocam matérias-primas, produtos semi-acabados e
produtos acabados do ponto de origem ao ponto de consumo. Já a utilidade de
posse é o valor agregado a um produto ao se permitir que o cliente o adquira. Ela
não é o resultado da logística, mas sim da oferta de crédito, de descontos por
volume ou prazos de pagamento que permitirão ao cliente tomar posse da
mercadoria.
Um sistema de logística eficiente e econômico não pode ser prontamente
copiado pela concorrência. Se uma empresa proporciona produtos a seus clientes
rapidamente com baixo custo, pode ganhar vantagens e conquistar fatias de
mercado.
3 - LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Segundo Vazquez (2003), com a globalização e os acordos de livre
comércio entre os países (MERCOSUL, NAFTA, UNIÃO EUROPÉIA, etc.), tornou-
se obrigatório o comércio internacional para o crescimento e a sobrevivência das
organizações, pois as relações profissionais atuais estão mais abrangentes, as
empresas estão fazendo mais alianças e parcerias com o intuito de aumentar sua
fatia no mercado internacional.
Ainda de acordo com Vazquez (2003), a profissionalização ajudou as
organizações a terem foco mais sólido nas competências essenciais dando um
resultado maior na obtenção de parceiros e fornecedores mundiais e diminuindo a
13
integração vertical, dando ênfase na terceirização de supridores internacionais
melhorando a logística externa do fabricante com todos os envolvidos na operação.
À medida que as empresas estão se profissionalizando internacionalmente
e a competição vai se intensificando ainda mais, elas estão descobrindo que
precisam compartilhar economias que venham aumentar sua participação no
mercado globalizado porém na logística internacional existem alguns desafios a
serem superados como: alto custo dos transportes, longos lead times, barreiras
alfandegárias, diversidade cultural, conforme menciona Vazquez (2003).
O gerenciamento da logística e da cadeia de suprimentos é também
primordial para obter preços competitivos para a disputa no mercado globalizado.
Contudo existe a vontade e necessidade de muitas empresas a buscarem fazer
parte deste mercado globalizado, mas algumas perguntas são feitas antes de
poder buscar esta condição, Vazquez (2003).
As empresas desejam entrar no mercado internacional, para crescer,
aumentarem seus lucros, não dependerem só do mercado interno, fazer com que o
produto seja conhecido mundialmente, enfim há muitos motivos, porém vale
destacar um importante aspecto, não tem como fugir desse mercado altamente
competitivo e global, Vazquez (2003).
Vazquez (2003), menciona ainda que a organização que decide exportar
deve preparar-se adquirindo conhecimento sobre o país ou países que pretende
inserir seu produto. É extremamente necessário saber se será preciso fazer alguma
alteração no produto para ser bem aceito, se está de acordo com as leis, se não há
problemas quanto a cultura ou costumes, se atende as necessidades, como deve
ser o rótulo ou a embalagem, em que língua, etc.
As empresas pretendem chegar até o mercado alvo, através de parcerias
com agentes, trading, despachantes, são informações relevantes para começar,
saber qual o tipo de incoterm utilizar a fim de não encontrar problemas na
exportação.
14
3.1. Comércio Exterior
Os Incoterms (International Commercial Terms / Termos Internacionais de
Comércio) regulam as regras de um contrato de comércio internacional. Eles
definem claramente as obrigações do vendedor e do comprador, Vazquez (2003).
Ainda de acordo com Vazquez (2003) o Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior, distribui os incoterms de acordo com as seguintes
categorias:
E de Ex (Partida - Mínima obrigação para o exportador)
A mercadoria é colocada à disposição do comprador no estabelecimento
do vendedor ou em outro local nomeado (fábrica, armazém, etc.), não
desembaraçada para exportação e não carregada em qualquer veículo coletor.
EXW – Ex Works / À disposição
Este termo representa obrigação mínima para o vendedor. O comprador
arca com todos os custos e riscos envolvidos em retirar a mercadoria do
estabelecimento do vendedor. Desde que o Contrato de Compra e Venda contenha
cláusula explícita a respeito, os riscos e custos envolvidos e o carregamento da
mercadoria na saída, poderão ser do vendedor.
EXW não deve ser usado se o comprador não puder se responsabilizar,
direta ou indiretamente, pelas formalidades de exportação.
Este termo pode ser utilizado em qualquer modalidade de transporte.
F de Free (Transporte Principal não Pago Pelo Exportador)
Mercadoria entregue a um transportador internacional indicado pelo
comprador.
FCA – Free Carrier / Livre no transportador
15
O vendedor completa suas obrigações quando entrega a mercadoria,
desembaraçada para a exportação, aos cuidados do transportador internacional
indicado pelo comprador, no local determinado.
A partir daquele momento cessam todas as responsabilidades do
vendedor, ficando o comprador responsável por todas as despesas e por quaisquer
perdas ou danos que a mercadoria possa vir a sofrer.
O local escolhido para entrega é muito importante para definir
responsabilidades quanto à carga e descarga da mercadoria: se a entrega ocorrer
nas dependências do vendedor, este é o responsável pelo carregamento no veículo
coletor do comprador; se a entrega ocorrer em qualquer outro local pactuado, o
vendedor não se responsabiliza pelo descarregamento de seu veículo.
O comprador poderá indicar outra pessoa que não seja o transportador,
para receber a mercadoria. Nesse caso o vendedor encerra suas obrigações
quando a mercadoria é entregue àquela pessoa indicada;
Este termo pode ser utilizado em qualquer modalidade de transporte.
FAS – Free Alongside Ship / Livre ao lado do navio
Vendedor encerra suas obrigações no momento em que a mercadoria é
colocada ao lado do navio transportador, no cais ou em embarcações utilizadas
para carregamento no porto de embarque designado. A partir daquele momento o
comprador assume todos os riscos e custos com carregamento, pagamento de
frete e seguro e demais despesas; O vendedor é responsável pelo desembaraço
da mercadoria para exportação.
Este termo pode ser utilizado somente para transporte aquaviário (marítimo
fluvial ou lacustre).
FOB – Free On Board / Livre a bordo
O vendedor encerra suas obrigações quando a mercadoria transpõe a
amurada do navio (ship's rail) no porto de embarque indicado e, a partir daquele
momento, o comprador assume todas as responsabilidades quanto a perdas e
danos.
16
A entrega se consuma a bordo do navio designado pelo comprador,
quando todas as despesas passam a correr por conta do comprador. O vendedor é
o responsável pelo desembaraço da mercadoria para exportação.
Este termo pode ser utilizado exclusivamente no transporte aquaviário
(marítimo, fluvial ou lacustre).
C de Cost ou Carriage (Transporte Principal Pago Pelo Exportador)
O vendedor contrata o transporte, sem assumir riscos por perdas ou danos
às mercadorias ou custos adicionais decorrentes de eventos ocorridos após o
embarque e despacho.
CFR – Cost and Freight / Custo e frete
O vendedor é o responsável pelo pagamento dos custos necessários para
colocar a mercadoria a bordo do navio;
O vendedor é responsável pelo pagamento do frete até o porto de destino
designado;
O vendedor é responsável pelo desembaraço da exportação;
Os riscos de perda ou dano da mercadoria, bem como quaisquer outros
custos adicionais são transferidos do vendedor para o comprador no momento em
há que a mercadoria cruze a murada do navio;
Caso queira se resguardar, o comprador deve contratar e pagar o seguro
da mercadoria;
Cláusula utilizável exclusivamente no transporte aquaviário (marítimo fluvial
ou lacustre).
CIF – Cost, Insurance and Freight / Custo, seguro e frete
A responsabilidade sobre a mercadoria é transferida do vendedor para o
comprador no momento da transposição da amurada do navio no porto de
embarque. O vendedor é o responsável pelo pagamento dos custos e do frete
necessários para levar a mercadoria até o porto de destino indicado.
17
O comprador deverá receber a mercadoria no porto de destino e daí para
frente se responsabilizar por todas as despesas.
O vendedor é responsável pelo desembaraço das mercadorias para
exportação; O vendedor deverá contratar e pagar o prêmio de seguro do transporte
principal.
O seguro pago pelo vendedor tem cobertura mínima, de modo que
compete ao comprador avaliar a necessidade de efetuar seguro complementar. Os
riscos a partir da entrega (transposição da amurada do navio) são do comprador.
Cláusula utilizável exclusivamente no transporte aquaviário (marítimo,
fluvial ou lacustre).
CPT – Carriage Paid To / Transporte pago até
O vendedor contrata e paga o frete para levar as mercadorias ao local de
destino designado. A partir do momento em que as mercadorias são entregues à
custódia do transportador os riscos por perdas e danos se transferem do vendedor
para o comprador, assim como possíveis custos adicionais que possam incorrer.
O vendedor é o responsável pelo desembaraço das mercadorias para
exportação.
Cláusula utilizada em qualquer modalidade de transporte.
CIP – Carriage and Insurance Paid To / Transporte e seguro pagos
Nesta modalidade as responsabilidades do vendedor são as mesmas
descritas no CPT, acrescidas da contratação e pagamento do seguro até o destino.
A partir do momento em que as mercadorias são entregues à custódia do
transportador os riscos por perdas e danos se transferem do vendedor para o
comprador, assim como possíveis custos adicionais que possam incorrer.
O seguro pago pelo vendedor tem cobertura mínima, de modo que
compete ao comprador avaliar a necessidade de efetuar seguro complementar.
Cláusula utilizada em qualquer modalidade de transporte.
D de Delivery (Chegada - Máxima obrigação para o exportador)
18
DAF – Delivered At Frontier / Entregue na fronteira
O vendedor deve entregar a mercadoria no ponto combinado na fronteira,
porém antes da divisa aduaneira do país limítrofe, arcando com todos os custos e
riscos até esse ponto;
A entrega é feita a bordo do veículo transportador, sem descarregar;
O vendedor é responsável pelo desembaraço da exportação, mas não pelo
desembaraço da importação;
Após a entrega da mercadoria são transferidos do vendedor para o
comprador os custos e riscos de perdas ou danos causados às mercadorias;
Cláusula utilizada para transporte terrestre.
DES – Delivered Ex-Ship / Entregue a partir do navio
O vendedor deve colocar a mercadoria à disposição do comprador, à bordo
do navio, não desembaraçada para a importação, no porto de destino designado;
O vendedor arca com todos os custos e riscos até o porto de destino, antes
da descarga;
Este termo somente deve ser utilizado para transporte aquaviário
(marítimo, fluvial ou lacustre).
DEQ – Delivered Ex-Quay / Entregue no cais
A responsabilidade do vendedor consiste em colocar a mercadoria à
disposição do comprador, não desembaraçada para importação, no cais do porto
de destino designado;
O vendedor arca com os custos e riscos inerentes ao transporte até o porto
de destino e com a descarga da mercadoria no cais;
A partir daí a responsabilidade é do comprador, inclusive no que diz
respeito ao desembaraço aduaneiro de importação;
DDU – Delivered Duty Unpaid / Entregue direitos não pagos
19
O vendedor deve colocar a mercadoria à disposição do comprador, no
ponto de destino designado, sem estar desembaraçada para importação e sem
descarregamento do veículo transportador;
O vendedor assume todas as despesas e riscos envolvidos até a entrega
da mercadoria no local de destino designado, exceto quanto ao desembaraço de
importação;
Cabe ao comprador o pagamento de direitos, impostos e outros encargos
oficiais por motivo da importação;
Este termo pode ser utilizado para qualquer modalidade de transporte.
DDP – Delivered Duty Paid / Entregue direitos pagos
O vendedor entrega a mercadoria ao comprador, desembaraçada para
importação no local de destino designado;
É o INCOTERM que estabelece o maior grau de compromisso para o
vendedor, na medida em que o mesmo assume todos os riscos e custos relativos
ao transporte e entrega da mercadoria no local de destino designado;
Não deve ser utilizado quando o vendedor não está apto a obter, direta ou
indiretamente, os documentos necessários à importação da mercadoria;
3.2. Exportação
3.2.1. Local de realização do Despacho
De acordo com a Alfândega de Santos, o despacho de exportação pode
ser realizado:
Em recintos alfandegados de zona primária o , ( IPA´s);
Em recintos alfandegados de zona secundária, (EADI´s );
Em recintos não alfandegados de zona secundária,( Redex);
20
3.2.2. Etapas do despacho de Exportação
FIGURA I Etapas do Despacho de Exportação
Fonte: Receita Federal do Porto de Santos (2011)
3.2.2.1. Registro da DDE
De acordo com as normas e procedimentos da Receita Federal do Brasil ,
o registro da declaração para despacho de exportação – DDE inicia o despacho de
exportação. Na formulação da DDE o Sistema aproveitará os dados e informações
dos Registros de Exportação – RE já obtidos anteriormente.
Registro da Declaração para Despacho de Exportação - DDE
Confirmação da Presença da Carga
Canal Vermelho Canal Laranja Canal Verde
Parametrização
Recepção de Documentos
Desembaraço – liberação para embarque
Distribuição da DDE
Registros de Dados de Embarque
Averbação de Embarque
21
Em casos específicos previstos na legislação o despacho é feito através de
Declaração Simplificada de Exportação – DSE, hipótese em que é dispensado o
Registro de Exportação. Ainda de acordo com a Receita Federal do Brasil (2011),
abaixo seguem discriminados como funcionam as etapas do processo do despacho
de exportação:
CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA DA CARGA
Esta etapa se refere à confirmação da presença da carga pelo depositário,
em recinto alfandegado, ou pelo exportador, em local não alfandegado.
RECEPÇÃO DOS DOCUMENTOS
Após a informação da presença da carga, ocorrerá a recepção dos
documentos do despacho, que consiste na entrega, pelo exportador, dos
documentos instrutivos do despacho e registro de tal fato no Sistema, pela Aduana.
PARAMETRIZAÇÃO
Registrada no Sistema, a recepção dos documentos instrutivos do
despacho, a próxima etapa será a parametrização, ou seja, a seleção, pelo
Siscomex, dos despachos de exportação para um dos seguintes canais de
conferência aduaneira: verde, laranja ou vermelho, submetendo-se aos seguintes
procedimentos:
CANAL VERDE: são dispensados o exame documental e a
verificação da mercadoria. O desembaraço é feito automaticamente
pelo Siscomex;
CANAL LARANJA: é realizado apenas o exame documental,
dispensando-se a verificação da mercadoria;
CANAL VERMELHO: o despacho é submetido tanto ao exame
documental quanto à verificação da mercadoria.
22
DISTRIBUIÇÃO
Após a parametrização os despachos de exportação selecionados para os
canais laranja e vermelho serão distribuídos para os Auditores Fiscais da Receita
Federal – AFRF, para análise.
DESEMBARAÇO
Uma vez designado o AFRF fará o exame documental do despacho, caso o
mesmo tenha sido selecionado para o canal laranja, conferindo se os dados
constantes na DDE ou DSE coincidem e se harmonizam com as informações da
documentação instrutiva do despacho.
Caso o despacho tenha sido selecionado para o canal vermelho o AFRF
efetuará o exame documental e a verificação da mercadoria. O desembaraço da
mercadoria será necessariamente registrado no Sistema, pelo AFRF responsável.
REGISTRO DOS DADOS DE EMBARQUE
O transportador registrará os dados de embarque imediatamente depois de
realizado o embarque da mercadoria para o exterior, com base nos documentos
por ele emitidos.
AVERBAÇÃO DE EMBARQUE
A averbação é o ato final do despacho de exportação e consiste na
confirmação, pela fiscalização aduaneira, do embarque da mercadoria.
A averbação será feita no Sistema após a confirmação do efetivo
embarque da mercadoria e do registro dos dados pertinentes pelo transportador.
Registrados os dados de embarque se os dados informados pelo
transportador coincidirem com os registrados no desembaraço da DDE ou DSE,
haverá averbação automática do embarque pelo Sistema. Caso contrário a
Alfândega irá analisar a documentação apresentada, confrontando-a com os dados
relativos ao desembaraço e ao embarque, efetuando-se a chamada averbação
manual, com ou sem divergência.
23
Concluída a operação de exportação com a sua averbação no sistema,
será fornecido ao exportador quando solicitado, o documento comprobatório da
exportação emitido pelo Siscomex, na Unidade de despacho da mercadoria
conforme orientação da própria Receita Federal do Brasil.
3.2.2.2. Prazos Médios do Despacho de Exportação
Conforme informações da Alfândega do Porto de Santos ( 2011 ) , o
despacho de exportação, processado através de DDE, será parametrizado no
Siscomex após a entrega na Equipe de Despacho de Exportação – EQDEX, do
envelope contendo os documentos instrutivos do despacho.
Estando a DDE corretamente instruída o desembaraço das mercadorias
ocorre, via de regra, nos prazos conforme tabela abaixo.
Se os documentos são entregues no período da manhã:
Canal Desembaraço
Verde Automático, no mesmo dia
Laranja No mesmo dia
Vermelho No dia seguinte Fonte: Alfândega do Porto de Santos
Se os documentos são entregues no período da tarde:
Canal Desembaraço
Verde Automático, no mesmo dia
Laranja No dia seguinte
Vermelho No dia seguinte Fonte: Alfândega do Porto de Santos
Quando o despacho de exportação é processado através de DSE –
Declaração Simplificada de Exportação a parametrização ocorre logo após o
registro. Neste caso a entrega dos documentos a esta Alfândega ocorrerá somente
para os canais laranja ou vermelho, valendo os mesmos prazos acima
mencionados.
Em caráter excepcional os despachos de exportação com dead line
iminente serão tratados com prioridade, reduzindo-se ainda mais os prazos acima,
com vistas a garantir o embarque das mercadorias para o exterior.
24
3.2.2.3. Para Evitar Problemas na Exportação
A Receita Federal do Brasil (2011) alerta a todos os exportadores os
cuidados que devam ter na escolha de seu representante legal, na hipótese de
contratar os serviços de um despachante aduaneiro é necessário procurar obter
informações sobre sua qualificação profissional, pois a escolha de um profissional
competente pode evitar muitos problemas, uma vez que este agirá em nome do
exportador e terá poderes legais para representá-lo em qualquer situação. É
importante que haja uma confiança muito grande a fim de evitar problemas e
possíveis constrangimentos que venham desestruturar qualquer relação.
Para se ter uma posição exata de como está o andamento dos processos
pelo exportador e se obter com exatidão as etapas de cada processo do despacho
aduaneiro é fundamental que seja solicitada à Secretaria da Receita Federal a
instalação do Siscomex na própria empresa do representante legal com isto poderá
preparar o quanto antes os documentos para análise da fiscalização , pois sem a
entregue devida dos mesmos à Alfândega não poderá iniciar a análise do
despacho.
Toda mercadoria que seja selecionada para conferência física deve-se
comparecer ao local designado com a máxima brevidade possível. Muitos
despachos sofrem atraso porque o exportador ou seu representante legal demoram
em comparecer ao recinto para acompanhar a vistoria da mercadoria junto à
fiscalização federal.
Na preparação dos documentos pertinentes ao processo de despacho
aduaneiro deve-se notar algumas cautelas básicas a fim de evitar problemas com a
Receita Federal que venham ocasionar transtornos ao exportador , todo cuidado é
necessário e no primeiro momento é importante observar o enquadramento da
operação, se o valor declarado na nota fiscal é o mesmo informado no despacho e
se a descrição da mercadoria e o peso bruto declarado na DDE ou DSE estão
compatíveis com o descrito na nota fiscal.
A classificação correta da mercadoria conforme a sua posição tarifária é
fundamental para que se tenha um processo normal dentro do despacho aduaneiro ,
importante apresentar a 1a Via da nota fiscal corretamente preenchida, com a
25
descrição detalhada da mercadoria, quantidade, peso e demais elementos para uma
perfeita identificação.
Antes de confirmar o registro no Siscomex é importante verificar, com bastante
atenção, todas as informações nelas contidas. As DDE ou DSE preenchidas com erro
certamente irão provocar atrasos.
No caso de mercadorias em recinto alfandegado, observar se a presença de
carga foi informada no sistema e, tratando-se de mercadoria em REDEX, apresentar
cópia da tela “Informações da Presença de Carga”, averbada, manualmente, pelo
depositário da carga.
Apresentar certificado de origem e sanitários, quando se tratar de despacho
de produtos que exijam anuência destes órgãos.
3.2.2.4. Documentação Exigida para Exportação
A documentação é um item muito importante pois se a mesma não estiver
de acordo com as leis do país importador a mercadoria é barrada na alfândega até
a correção.
Segundo Vasquez (2003) os documentos básicos exigidos para o processo
de exportação são:
Pro Forma Invoice / Fatura Pro Forma
Nota Fiscal da mercadoria
RE – Registro de Exportação: esse documento serve para confirmar
que a venda para o exterior está registrada no Siscomex (Sistema
Integrado de Comércio Exterior).
Commercial Invoice / Fatura Comercial
Certificate of Origin / Certificado de Origem
Packing List / Romaneio
Draft / Saque
Bill of Lading / Conhecimento de embarque
26
3.3. Operacionalização do Processo de Exportação
Garcia (1996) diz que se o exportador atentar para a sequência de que
primeiro procurou definir qual seria o provável mercado em potencial para trabalhar
seu produto, adotando a seguir providências no sentido de definir os possíveis
compradores dentro desses diferentes países, tendo agora como resultado a
solicitação para que remeta a Fatura Pro Forma, poderá concluir que o nascimento
da operação de exportação ocorreu exatamente no instante em que decidiu fazer o
primeiro contato – o experimental ou exploratório. A evolução dessa operação é
detectada pelo desenrolar dos acontecimentos e pode-se dizer que a cotação é o
indício da maioridade que se aproxima.
O caminho percorrido e o possível amadurecimento de uma operação
comercial de exportação estão, na maioria dos casos, intimamente ligados à forma
pela qual foi conduzido o contato preliminar. O passo seguinte ou segundo estágio
do processo é representado pelo contato de cotação.
Apesar de aquele – preliminar – merecer cuidados especiais, este –
contato de cotação – deve ser entendido, pelo fato de ser este que propiciará o
surgimento do pedido de compra da mercadoria.
A cotação, por conseguinte, conterá todos os pormenores da operação,
nada podendo ser omitido pois todos os elementos devem merecer a devida
importância.
Para ser elaborada de forma a conter todos os itens merecedores de
destaques para a operação comercial aconselha-se que sua elaboração seja feita
mediante um roteiro completo previamente elaborado.
Feita a observação de que ela é internacionalmente conhecida por Fatura
Pro Forma. É normal sua confecção mediante o preenchimento de impresso
específico. Ao remetê-la ao interessado, no exterior, deve-se fazer por carta
contendo todos os esclarecimentos adicionais que são impossíveis de ser inseridos
naquela peça “fria” que se encontra estampada no impresso.
De acordo com Garcia ( 1996 ) é muito comum questionar-se quanto ao
estilo mais adequado que deveria ser respeitado em uma carta para esta
finalidade. Não há muito a se discutir quanto ao estilo, uma vez que ela estará
27
intimamente ligada à forma usual utilizada pela empresa para elaboração de suas
correspondências comerciais, devendo, no entanto, ser bastante objetiva e concisa.
Deve se levar em consideração que um contato de cotação de um produto
se reveste de elevada importância, pois todos os elementos dele constantes devem
ser cumpridos rigorosamente. Por esta razão faz-se necessário ter o completo
domínio de cada item que o compõem, razão pela qual deve o administrador ter
plena convicção de que conhece, com muita precisão, a íntegra de cada quesito
abordado, oferecendo detalhes profundos para aqueles merecedores de tratamento
particularizado.
A sequência tem por finalidade tratar de forma mais aprofundada o que
deve conter cada um dos itens, permitindo que o destinatário da cotação, quando
de seu recebimento, possa avaliar de maneira precisa o documento.
Outro detalhe importante é explicitar de forma clara a maneira pela qual
deverá ser processado o pagamento de uma operação comercial, sendo de vital
importância para uma cotação cumprir integralmente seus objetivos.
Ainda Garcia ( 1996 ) ao se propor vender um produto ao exterior deverá a
empresa contar com perfeito domínio das formas usuais utilizadas para os
pagamentos internacionais de compromissos comerciais, destacando-se:
Pagamento antecipado ou remessa antecipada ou mesmo cheque;
Cobrança, que poderá ser: à vista ou a prazo;
Carta de Crédito, que também poderá ser à vista ou a prazo.
Para serem estabelecidas as condições de pagamento que o exportador
utilizará nas vendas de seus produtos para o exterior há necessidade de uma
análise criteriosa não apenas no sentido de ser estipulada a condição que melhor
atenderá aos anseios de quem vende, como também que, cumulativamente se
encontre integrada às condições usualmente utilizadas para aquelas operações.
É a conjugação destes fatores que implicará no sucesso ou não de uma
determinada condição de pagamento.
28
3.4. Passos para Exportar
Vinte e dois passos para exportar de acordo com a Delegacia da Receita
Federal do Porto de Santos ( 2010 ).
1. Planejamento.
2. Pesquisa de Mercado.
3. Negociação com o Importador.
4. Elaboração da Fatura Pro Forma.
5. Envio da Fatura Pro Forma ao Importador.
6. Importador vai ao Banco e solicita a abertura da Carta de Crédito.
7. Exportador analisa a Carta de Crédito.
8. Elaborar a Fatura Comercial.
9. Preparar a Mercadoria para Embarque.
10. Elaborar o Packing List .
11. Emitir Nota Fiscal.
12. Providenciar o Pré Transporte – Porto.
13. Solicitar o Despacho Aduaneiro.
14. Pagamento do Frete e Seguro pelo Exportador.
15. Recebimento de Conhecimento de Embarque.
16. Desembaraço e Averbação junto SRF (Secretaria da Receita Federal)
17. Emissão do Comprovante de Exportação.
18. Consolidar toda a Documentação.
19. Contratar Câmbio.
20. Entregar a Documentação ao Banco Negociador da Carta de Crédito.
21. Liquidar o Câmbio – Receber em Reais. Liquidação de Câmbio é o
procedimento de entrega da moeda estrangeira ao Banco autorizado
que, por sua vez, efetua o pagamento do Valor equivalente em moeda
Nacional à Taxa de Câmbio acertada na data do Fechamento do
Câmbio.
22. Enviar carta de agradecimento. Enviar um e-mail de agradecimento ao
fechar o negócio e manter uma correspondência regular com o cliente,
fortalecendo os laços comerciais.
29
2.4.1 Tabela de Valores para Exportar
Tabela contendo todas as taxas para exportação de produtos, elaborado pela
Comissária de Despachos LPC de Santos.
Preço de Mercado Interno (-) c/ 30% IPI 11.700,00
ICMS (-) 18%
COFINS (-) 7,6%
PIS (-) 1,65%
Lucro de Mercado Interno (-) 10%
Embalagem de Mercado Interno (-) 1%
Comissão Vend. Mercado Interno (-) 4%
Despesas Distrib. Mercado Interno (-) 1%
Propaganda Mercado interno (-) 0,35%
Embalagem de exportação (+) 1,4 % s/ FOB/FCA
Despesas até o efetivo embarque (+) 1,8%
Lucro exportação (10% sobre FOB) (+) 10%
Comissão agente exterior (+) 3%
Vistos Consulares (+) 2%
DETERMINAÇÃO DO PREÇO 11.700,00
Preço Mercado Interno 2.700,00
(-) IPI 9.000,00
= Subtotal 1.620,00
(-) ICMS 180,00
(-) COFINS 58,50
(-) PIS 900,00
(-) Lucro Mercado Interno 90,00
(-) Embalagem Mercado Interno 360,00
(-) Comissão Vend. Mercado interno
90,00
(-) Desp. Distrib. Mercado Interno 31,50
(-) Propaganda Mercado Interno Subtotal
5670,00
(+) Embalagem Exportação
(+) Despesas até o efetivo embarque
18,2%
(+) Lucro Exportação
(+) Comissão Agente Exterior 6.931,54
TABELA I Taxa de Exportação
(Fonte: Comissária de Despachos LPC - Santos/ SP - Despachante Sérgio Piedade)
30
3.5. Fatores Limitadores na Integração da Logística Internacional
Silva (2008) expõe que o ambiente externo de qualquer empresa pressiona
constantemente as organizações a se adaptarem ao meio em busca de agilidade
para manter-se no mercado. Numa Cadeia de Abastecimento internacional os
fatores de interferência são muito relevantes pois nesta cadeia os valores de
transportes são diferenciados, assim como existe a presença de legislações
aduaneiras, movimentação portuária, etc. Dentre os fatores presentes na logística
internacional destacam-se:
a) Transporte Internacional e sua escolha são um dos vetores que
determinarão o sucesso de uma operação internacional. Não dominar
este processo poderá acarretar atrasos de entrega e até mesmo
ocasionar a perda de clientes pois o Transit time nas exportações em
sua grande maioria é mais extenso, obrigando assim um
planejamento de distribuição e uma gestão operacional com controle
de estoque diferenciado.
b) Procedimentos Aduaneiros:
Os trâmites de liberação das cargas para exportação ou importação,
podem prejudicar o andamento do fluxo material.
O embarque e respectivo desembarque de mercadoria é uma das
etapas mais importantes ao processo de logística internacional. Os
custos atrelados a esta etapa e o tempo despendido tornam-se
fatores dinâmicos dentro da Supply Chain Internacional.
Ao analisar os custos da modalidade de operação importante
observar os custos globais e sistêmicos, priorizado assim um custo
global reduzido, levando em consideração não somente tarifas
portuárias menores mas também sua agilidade. A demora nas
operações pode comprometer as programações, elevando assim o
custo final da operação.
c) Eadi:
A criação das Eadis – Estação Aduaneira de Interior, contribui
muito para agilizar os processos logísticos no Brasil. Também
conhecida como “porto seco”, a Eadi é um terminal alfandegado de
31
uso público localizado em zona secundária, com finalidade de
prestação de serviços na movimentação e armazenagem de
mercadoria sob controle aduaneiro.
d) Processo de importação e distribuição:
No caso de uma Cadeia de abastecimento internacional, em que o
cliente ou distribuidor está localizado em outro país a distribuição
física das mercadorias e os processos de nacionalização das
mercadorias provenientes de outro país requerem um estudo amplo
sobre o tema, assim como verificação tributária e jurídica para poder
garantir o sucesso em operações internacionais.
e) Processos atípicos de distribuição e importação:
Muito importante conhecer as modalidades especiais que muitos
países tutelam a importação de alguns produtos. Essas condições
especiais são importantes ferramentas para agilizar os processos
logísticos e dentre elas destacam-se: importação temporária, re-
exportação, drawback, etc.
4 - MEDOLOGIA DE PESQUISA
A presente pesquisa iniciou-se quando se aspirou realizar um estudo sobre
Logística já que este é um tema de grande amplitude, escolheu-se uma área
específica para abordar.
Foi visualizado o interesse por explorar a área internacional de tal
processo, de forma a verificar se há reflexos significativos e mensuráveis nas
organizações quando este é bem desenvolvido.
Iniciou-se com um estudo teórico sobre a Logística e os métodos de
aplicação da Logística Internacional, o referencial teórico trouxe base para a
efetuação de uma Pesquisa de Campo.
A pesquisa de Campo tem caráter qualitativo, foi baseada em todo o
processo de Logística internacional do Frigorífico Novilho do Brasil onde se realizou
pesquisa documental em registros internos da empresa, divulgados em sua
intranet, bem como entrevista realizada com colaborador de nível gerencial.
32
Todo conjunto de ações da pesquisa tem como objetivo nos possibilitar
gerar análise sobre a empresa estudada.
33
5 - ESTUDO DE CASO
GRUPO NOVILHO DO BRASIL
Empresa familiar controlada por cinco irmãos, o grupo Novilho do Brasil atua
no mercado há mais de 30 anos. Sediada em São Paulo a empresa deu início às
suas atividades em 1977 no interior paulista e é um holding de capital 100%
nacional. Cresceu ao longo dos anos sendo uma das maiores produtoras e
exportadoras de produtos de origem animal da América Latina, como: couros,
produtos pet, higiene e limpeza, lácteos e carne bovina in natura e processada. A
empresa também mantém negócios nos segmentos de Agropecuária,
Equipamentos de Proteção Individual, Higiene e Beleza, Construção Civil,
Biodiesel, Construção de Rodovias e Saneamento Básico e Energia Renovável.
Os produtos e serviços da empresa são comercializados no mercado
interno e em mais de 100 países nos cinco continentes. A empresa conta
atualmente com mais de 35 mil colaboradores em 38 unidades produtivas no Brasil
e no exterior, incrementando a economia brasileira e gerando renda para a
sociedade brasileira.
Todos os setores da organização compartilham uma visão comum no que
se refere a investimentos contínuos em qualidade, tecnologia, pesquisas,
capacitação das equipes de trabalho, logística, processos de gestão e estratégia
mercadológica.
Os processos produtivos são extremamente rigorosos e seguem padrões
de qualidade havendo o monitoramento do gado no campo até o consumidor final.
1. Visão
Ser uma empresa de classe mundial e líder em rentabilidade nos
segmentos e mercados em que atua.
34
2. Missão
Fornecer soluções integradas na cadeia de proteínas e derivados que
atendam ou superam as expectativas de seus clientes, investidores, acionistas, e
comunidade em harmonia com o meio ambiente.
3. Valores
União e comprometimento;
Simplicidade, Integridade, ética e transparência;
Valorização e confiança nas pessoas;
Empreendedorismo;
Foco na valorização da empresa, espírito de dono;
Busca pela excelência, qualidade e agregação de valores aos
clientes;
Responsabilidade Social e Ambiental.
4. Vantagens competitivas:
Foco na qualidade e valor agregado aos produtos
Elevados padrões de qualidade e segurança alimentar
Portfólio diversificado de produtos
Constante aperfeiçoamento de das tecnologias utilizadas
Distribuição abrangente
Plantas industriais estrategicamente localizadas
5. Sustentabilidade
As ações do grupo são baseadas no compromisso de administrar os
negócios de forma integrada com a responsabilidade social e ambiental. Para isso
a empresa faz constantes investimentos em iniciativas que minimizam os possíveis
impactos resultantes de nossas atividades, buscando ser uma referência no setor,
obedecendo estritamente às leis brasileiras trabalhistas, ambientais, fiscais e todas
as outras referentes à atividade.
Investem em ações que contribuem para um desenvolvimento sustentável,
sendo uma das pioneiras em seu setor a ter uma agenda com evolução
35
permanente em sustentabilidade, direcionada as suas unidades, comunidades
onde atua e à cadeia produtiva bovina, tendo o comprometimento com o
desenvolvimento humano e o respeito ao meio ambiente.
Todas as unidades do grupo possuem licenças ambientais e controle de
suas operações, tais como: descarte de resíduos, tratamento de fluentes, coleta
seletiva, uso racional de energia, de acordo com a característica fabril de cada
Divisão.
As plantas de processamentos de carne, onde está concentrada hoje a
maior rentabilidade do grupo, destacando-se como a segunda maior do país no
setor de frigoríficos, são credenciadas pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF). As
destinações de matéria-prima, das diferentes origens (plantas do grupo), para os
diferentes mercados, são regidas por normatização do SIF. No caso de matéria-
prima para exportação é emitido um Certificado Sanitário Internacional (CSI) e,
para as transferências de mercado interno, uma Guia de Trânsito (GT), sem
especificação de habilitação. Os mercados da União Européia e EUA têm
regulamentação própria dentro do SIF, onde os controles são mais restritos ainda.
A empresa criou o Programa Piloto de Assistência Técnica em parceria
com o Instituto de Pesquisa da Amazônia (IPAM), por meio de uma equipe técnica
especializada, fornecedores da empresa recebem orientações de como
implementar boas práticas agrícolas e de manejo. Participa do Plano Nacional de
Prevenção e Combate ao Desmatamento da Amazônia, que cumpre Decreto 6.514
o qual proíbe adquirir, intermediar, transportar ou comercializar produto ou
subproduto de origem animal ou vegetal produzido sobre área objeto de embargo.
6. Diferencial Logístico
Atua nos principais mercados importadores por meio de distribuição própria
ou com parceiros, diminuindo a intermediação nas relações comerciais e
garantindo maior proximidade e pulverização de clientes.
No mercado interno a empresa opta pela ampliação da distribuição
numérica de clientes atendendo todas as regiões geográficas do país.
As plantas e escritórios para a prática das relações comerciais e
operacionais estão localizados em regiões estratégicas do mundo, representando
36
vantagens competitivas para a organização, capazes de atender os principais
mercados, nos cinco continentes.
Seus princípios de gestão estão alinhados com as práticas de governança
corporativa, conduzindo as operações de forma ética e transparente, gerando valor
para a organização e para a sociedade.
Pelas características dos produtos a escolha do transporte na logística dos
produtos do grupo em especial a carne, requer cuidados especiais e rigorosos, pois
a qualidade nos carregamentos interfere diretamente na entrega do produto.
A logística eficiente é notada pelos gestores desde como o gado é
transportado até a sua descarga para a desossa. Os cortes e as embalagens
utilizadas são variados de acordo com o pedido de cada cliente e país comprador.
A aquisição da matéria-prima é enxergada pelos principais executivos da
empresa como um diferencial na questão logística, com a alocação dos seus
principais complexos industriais próximos às unidades produtoras, buscando uma
melhor uniformidade junto aos pecuaristas.
Na visão logística a cadeia de carne é pouco estudada, porém a forma
como o rebanho possa ser tratado bem como o modelo de produção trabalhada
terá uma grande vantagem do modo como este produto deverá posteriormente ser
exportado, a fim também de evitar problemas com os terminais portuários.
A carne bovina visando a exportação para poder manter a sua qualidade
por causa da perecibilidade tem que ser transportada em containers refrigerados
ou congelados tornando uma logística mais complexa em relação aos demais
produtos agrícolas, além de custo bastante diferenciado.
O controle de temperatura utilizado para conservação da carne é utilizado
conforme acima citado de duas formas: resfriada que tem uma durabilidade em
torno de cento e vinte dias e a congelada que pode durar até dois anos.
O transporte utilizado para ambos os tipos de carne é o rodoviário que é
feito tanto por veículos pequenos tornando a distribuição diretamente na porta do
cliente, por carretas grandes levadas até o destino final ou pontos de distribuição e
no transporte marítimo até os portos de destino.
Para as unidades de abate do grupo que estão a distância dos portos de
embarque , são utilizados containers acoplados com gensets que mantêm a
temperatura constante e a qualidade do produto adequado durante o transporte.
37
A exportação da carne refrigerada em determinados períodos do ano
tende-se a fazer com que a empresa aumente seu faturamento em razão das
exigências de vários países pela qualidade e também a Cota Hilton.
Quando o produto é solicitado em caráter de urgência e precisa ser
entregue em menos de dez dias a mercadoria é transportada em carretas
frigorificadas que levará o produto em um entreposto próximo ao aeroporto que
antes de embarcar irá analisar se o produto ainda se encontra na mesma condição
apresentada e na temperatura ideal, em seguida monta-se o air pallet ou air
container para posteriormente encaminhar ao aeroporto de embarque.
Para o transporte de carne congelada a logística é menos complexa, porém
o transi time é maior criando com isto alternativa para o uso de um terminal de
cargas situado na matriz em Lins e outro no porto de Santos no bairro da Alamoa ,
dando uma condição de maior armazenamento com um custo muito baixo até que
a mercadoria esteja totalmente liberada para ser levada ao terminal alfandegado
para embarque.
No caso do terminal de cargas no porto de Santos este serve também para
o armazenamento de outros tipos de cargas containerizadas do grupo como: couro,
produtos pet, corne beef , higiene e beleza, produtos químicos e lácteos,enquanto
aguardam autorização de embarque da equipe de comércio exterior.
O terminal do Novilho do Brasil em Santos tem capacidade para o
acondicionamento de oitocentos containers bem como quatro painéis com
capacidade para quatrocentas tomadas para plugagem das unidades refrigeradas e
congeladas. Quando esta capacidade se excede a empresa utiliza o terminal de
cargas da Standard, localizada na cidade de Cubatão que apresenta todas as
condições possíveis para armazenamento das unidades e disponibiliza
equipamentos suficientes para o transporte do material, quando este esteja
liberado e autorizado para embarque pela equipe de exportação do Novilho do
Brasil.
No transporte de couros a logística adotada pela empresa se restringe ao
modal rodoviário por haver maior disponibilidade de prestadores de serviços e por
não haver ferrovias suficientes em todas as regiões do Brasil.
O processo de carregamento do couro é feita em containers específicos
para carga geral , chamados dry´s de vinte ou quarenta pés e são de grande
importância para a empresa, que utiliza todas as suas estruturas de logística nos
38
seus curtumes até os terminais portuários ou de armazenagem no porto de Santos
para posterior embarque.
A empresa trabalha com armadores e operadores que tenham a clara
eficiência de equipamentos para movimentação de suas cargas com segurança,
navios apropriados e atendimento de qualidade, visando também uma maior
assistência e comodidade na entrega de seus produtos nos portos de destinos.
Esta expansibilidade das plantas do grupo pelo Brasil preocupou a alta
direção na questão das exportações, com a longitude dos principais portos,
possibilitando no aumento dos custos de transportes. Para que isto não ocorresse,
a empresa em 2008 fechou a compra de 1.150 veículos que seriam utilizados, para
solucionar o problema de demanda em vários negócios operacionais.
O grupo possui parcerias com outras transportadoras que após receberem
a autorização da equipe de logística internacional da organização, coletam os
containers vazios e entrega no próprio terminal da empresa, onde serão
carregados e levados para os embarques nas plantas na data estabelecida pelo
PCP. Com estas empresas ajudando na coleta dos baús, diminui o tempo de
esperas na fila, trazendo benefícios em custos e otimizando melhor a sua frota.
Conforme mencionado anteriormente, mantém também parcerias com
armazéns específicos para cadeia de frio, inclusive nos portos de exportação.
Estas empresas se responsabilizam por todas as etapas, desde a separação das
cargas, até a estufagem dos containers, que são feitos em plataformas
climatizadas e posteriormente embarcados nos navios.
O tipo de incoterm utilizada para a transação das exportações varia de
acordo com o contrato de cada país bem como o tipo de produto exportado, porém
o grupo Novilho do Brasil costuma utilizar o modelo FOB , que torna a
responsabilidade da mercadoria transferida dele para o comprador.
7. Mercados Internacionais, Crescimentos e Obstáculos
O grupo teve a sua primeira participação no mercado externo em 1992 ,
quando iniciou a exportação de carne industrializada para a Europa , onde junto
com outros frigoríficos, representava cerca de 7% (por cento) do comércio mundial
até 2003. A partir desta década, a empresa com outros 22 maiores frigoríficos do
39
Brasil tornou-se responsáveis pelo aumento das vendas internacionais,
ultrapassando à Austrália e os Estados Unidos, na lista dos maiores exportadores.
Todos os negócios do grupo são gerados a partir da criação e do abate de
gado, da industrialização de carnes e do beneficiamento de pele bovina. O grupo é
um dos grandes fornecedores de matéria-prima para a indústria de higiene pessoal
e limpeza doméstica e um importante produtor e exportador de couros para a
indústria de calçados.
As operações para o mercado externo representam 55% dos negócios da
empresa, em 2001 o grupo apresentou crescimento de 53% em relação ao mesmo
período do ano anterior. No primeiro semestre do ano de 2001 houve uma variação
de receita de 35,5% (por cento) passando dos US$ 85 milhões para US$ 116
milhões, apurados nos seis primeiros meses de 2001. Episódios como o “mal da
vaca louca” levaram uma retração em torno de 18% (por cento) das importações de
carne pela Europa, mas propiciou ao Brasil conquistar mercados como o de Irã e
Egito, em virtude da suspensão temporária do fornecimento ao mercado
internacional de carnes do Uruguai e da Argentina. Do volume de carne bovina
entre in natura e industrializada que a empresa exporta, houve um recuo de 54%
(por cento) para 38% (por cento) nas importações pela União Européia, observado
entre janeiro e junho de 2001, em relação ao mesmo período do ano de 2000. Em
compensação houve um aumento nas vendas de 15% para 28% para o Extremo
Oriente e de 19% (por cento) para 27% (por cento) as transações para outros
mercados.
Com uma estratégia verticalizada que atende toda a cadeia produtiva, o
grupo como já foi dito, se destaca na divisão alimentos ocupando posição
importante no ranking brasileiro de exportação de carne bovina, segmento que
movimentou 566,80 milhões de dólares em agosto de 2004, cifra 71% (por cento)
superior ao volume de agosto de 2003.
O faturamento do segmento de carnes do grupo em 2003 estava dividido
entre os produtos congelados e os resfriados que somavam mais de 300 itens.
Apesar de a empresa ter a metade do tamanho da sua maior concorrente,
abatendo 7.000 cabeças de gado por dia e faturando o mesmo que ela cerca de
2,2 bilhões de reais, o grupo merece papel de destaque no mercado global, pois
ninguém fatura tanto quanto este grupo do mercado internacional, ou seja, 65%
deste total.
40
A ocorrência de febre aftosa no país é um fator de limitação ao crescimento
das exportações. O aparecimento da febre no gado, no fim de 2005 resultou no
embargo às exportações de carne bovina para 56 países.
Líder nas exportações mundiais de carne bovina o Brasil luta contra a
doença há anos para conquistar mercados mais exigentes como os Estados
Unidos e o Japão.
Mas se a carne resulta um problema nas exportações em razão da febre
aftosa, o grupo adota outros meios para poder conquistar o mercado externo e em
2005 entrou no mercado de tripas bovinas, beneficiando-as no próprio frigorífico em
São Paulo e que se tornaram um produto tão interessante para exportação como a
própria carne. Antes o grupo vendia toda sua barrigada para uma grande triparia,
porém o negócio evoluiu e a empresa viu uma oportunidade de negócio e passou a
beneficiar.
A empresa exporta tripas para Portugal, Espanha, Bélgica, Áustria,
Alemanha, Suíça, Itália, Peru e muitos outros países.
Em 2005, a empresa exportou também 124 mil toneladas de carne in
natura, pouco menos que em 2006 que chegou a 135 mil toneladas, mesmo com
as restrições impostas por alguns países ao Brasil por causa do problema de aftosa
em outubro de 2005. O Brasil fabrica 80% (por cento) dos corned beefs
consumidos no mundo e o frigorífico Novilho do Brasil responde por mais da
metade desse valor.
No fim de 2005 o grupo decidiu abrir um curtume na China mas com a
concorrência grande com os chineses, só conseguia exportar couro wet blue e não
encontrava espaço para exportar couro acabados e semi-acabados, que produzia
na sua unidade no interior de São Paulo. Fez uma joint venture – com um sócio
chinês e construiu uma fábrica para processamento de couros acabados e semi-
acabados na província de Guandong, que entrou em operação em 2007 e faturou
neste ano a estimativa de R$ 40 milhões.
A área de couros da empresa, com o episódio que marca a
internacionalização da empresa dá uma forma discreta de atuar, porém com uma
verticalização de estratégia de muita importância para todo o grupo.
Um grande desejo dos frigoríficos brasileiros era exportar carne in natura
para os Estados Unidos, porém com as restrições sanitárias dos americanos ao
Brasil o grupo adotou uma estratégia e adquiriu em 2006 um dos cinco maiores
41
exportadores de carne bovina do Uruguai, que vendeu US$ 75 milhões ao exterior
em 2005. O Uruguai tem permissão para exportar carne in natura para os Estados
Unidos há cerca de cinco anos, além de poder exportar também para o Canadá e
ao Japão (dois outros mercados que o Brasil não consegue entrar por restrições
sanitárias).
Em novembro de 2006 o grupo, recebeu a informação da ABIEC
(Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), informando de uma
suposta suspensão dos embarques de carne bovina pela Rússia mediante
argumentos de perda de prazo de entrega, o que levou a empresa a se reunir com
a ABIEC na busca de um posicionamento do mercado interno.
Houve um impacto muito grande nos frigoríficos brasileiros, mas a empresa
conseguiu absorver este impacto não cedendo às exigências russas.
No início de 2006, a empresa já havia operado com volumes menores para
a Rússia, em decorrência dos embargos à carne brasileira por aftosa, decretado no
final de 2005, mas estima ter negociado cerca de 4 a 5 mil toneladas.
Com a exportação de carne para Israel, que também é vendida para os
demais países do Oriente Médio, a empresa ganhava uma nova vitrine. Com a
habilitação empresa se une a outros 7 frigoríficos brasileiros que já exportam para
Israel e Oriente Médio.
Juntamente com outros dois grandes frigoríficos do país, no dia 14 de
março de 2008 foi publicado no diário oficial chinês, a habilitação concedida a uma
das unidades do grupo no interior de São Paulo, para exportar carne in natura para
a China, e assim abrir caminho para que o Brasil intensifique suas exportações.
O grupo foi fortalecido também com a consolidação do plano de
diversificação da cadeia de proteínas e derivados. Foi criado à área de produtos de
consumo com a integração da empresa de lácteos, sendo responsável pela
comercialização e gestão de produtos, com marcas de carnes e outras proteínas
dirigidas e desenvolvidas ao fast food e varejos
A empresa buscou expandir sua atuação no segmento de produtos
industrializados e a estratégia de vendas externas foi ampliar o número de países
atendidos, dadas as restrições sanitárias impostas ao Brasil pela União Européia,
onde a empresa possui presença marcante. A estratégia deu certa e em apenas
dois anos o grupo ampliou sua atuação de 38 para 80 países. Essa presença em
vários mercados permite uma rápida migração na busca por compradores.
42
O grupo procurou equilibrar também as vendas internas e externas no
segmento de carnes em 2008, com o espaço deixado pela redução de abate dos
outros frigoríficos, buscando atender e ampliar sua distribuição de clientes
atendendo todas as regiões do país.
No final de 2008 houve uma finalização de retratação dos principais
mercados exportadores do Brasil.
Essa percepção de acordo com a revelação do diretor da divisão de carnes da empresa foi dada pela rede de distribuição que diminuiu a intermediação nas relações comerciais. Os outros exportadores já estavam decrescendo e nos principais mercados haveria um recuo nos estoques, detectamos esse movimento e fizemos uma antecipação das vendas, fizemos em novembro, recuamos em dezembro e voltamos agora a esses mercados. (grifo nosso)
Foi o caso do Oriente Médio região para qual a empresa reforçou suas
vendas no quarto trimestre de 2008. Alguns países importadores já estão com
estoque baixo novamente. Essa dinâmica dura mais 30 dias e se inverte e os
estoques voltam a aumentar, afirma o executivo.
Na divisão de couros do grupo iniciou ajustes na sua capacidade produtiva
antes do agravamento da crise. A divisão de couros tinha capacidade de 26 mil
peles/dia, mas devolveu duas unidades que havia arrendado e ficou com 22 mil
couros/dia. A empresa passou a processar 18 mil peles/dia (nove no Brasil e uma
na China).
A situação foi ainda pior com a crise nos Estados Unidos e a recessão nos
principais mercados. O quadro é grave já que 75% (por cento) da produção são
destinadas ao mercado externo e 70% (por cento) da receita está concentrada em
três mercados. Das vendas externas brasileiras, 32% (por cento) vão para a China,
27% (por cento) para a Itália e 11% (por cento) para os Estados Unidos.
Em maio de 2009 o grupo colocou em prática a sua planta localizada no
interior do Mato Grosso, que tem a maior capacidade instalada de abate de bovinos
da América do Sul. O principal investimento do grupo ocorreu em 2008 com a
aquisição da planta de Campo Grande, com capacidade para abater 3,5 mil
cabeças de gado por dia.
Ainda no mesmo ano a indústria de couros do grupo por meio de sua
marca própria, manteve a posição de maior exportadora de couros, e uma das
?????????????????
43
A divisão de Produtos Pet do grupo também merece papel de destaque no
crescimento de sua marca, que ainda hoje é bastante reconhecida mundialmente,
pela sua internacionalização nos mercados norte-americano e europeu e obteve
incremento de 54,5% (por cento) em sua receita líquida em relação ao segundo
trimestre de 2008.
Teve suas atividades iniciadas em 1996 com uma planta situada na no
interior de São Paulo e expandiu com outras três unidades sendo uma em
Rondônia, Pará e Goiânia, com o aproveitamento dos subprodutos bovinos
produzidos pela companhia, que produz mastigadores e snacks para cães e gatos,
com capacidade produtiva de 725 toneladas/mês, comercializadas na América do
Sul, América do Norte e Europa, já é reconhecida internacionalmente por sua
qualidade.
Após obter sucessos no exterior a companhia volta a focar o mercado
brasileiro que hoje tem um potencial enorme, com a segunda maior população de
cães e gatos do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e 60% desses
animais ainda não consome produtos pet. A organização irá aproveitar a
experiência no mercado externo para crescer também no Brasil.
O grupo como resultado de uma gestão consciente fecha o segundo
trimestre do ano de 2009 com lucro líquido de R$ 163,3 milhões, montante 221%
(por cento) superior ao primeiro trimestre, quando obteve lucro de 50,9 milhões.
A expectativa é que a expansão continue nos próximos meses. “Novas
oportunidades estão vindo do mercado financeiro, o que possibilita buscarmos
formas de financiar o crescimento futuro”, comenta o atual diretor-presidente da
companhia.
Em comparação com o segundo trimestre de 2008, o lucro antes de juros,
impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) expandiu 31,6% (por cento)
totalizando R$ 192,1 milhões com margem de 10,1% (por cento). A receita líquida
cresceu 14,7% (por cento) em relação ao mesmo período do ano anterior.
A dívida bruta da empresa foi reduzida em 12,9% (por cento), devido
principalmente ao efeito da apreciação do real frente ao dólar sobre a parcela da
dívida denominada em moeda estrangeira.
O volume de abate no segundo trimestre totalizou 965,2 mil cabeças com
incremento de 12,7% (por cento) em relação ao mesmo período do ano anterior e
3,1% (por cento) comparando com o primeiro trimestre de 2009. Os resultados
44
positivos se devem à bem-sucedida estratégia de crescimento. “Nosso grande
diferencial em relação aos outros players de mercado está no aproveitamento da
capacidade produtiva, na expansão da venda de produtos industrializados e na
conquista de novos clientes e mercados”, destaca o diretor-superintendente da
divisão carnes do grupo.
Para driblar a crise econômica mundial que afetou as exportações
brasileiras de carne a empresa tem ampliado o número de países atendidos, de 84
ao final de 2008 para 110 nacionalidades e aumentando seu market share. .
Nos cinco principais clientes da carne in natura brasileira, Rússia, Hong
Kong, Egito, Argélia e Irã, que, neste ano respondem por 64% (por cento) das
exportações do país, a empresa detém um market share superior a 21% (por
cento).
Já os produtos enlatados do grupo têm nos Estados Unidos e no Reino
Unido seus principais mercados. Os produtos cozidos da companhia são
direcionados principalmente ao mercado europeu, onde a companhia tem
exclusividade de fornecimento para um dos maiores distribuidores desta região. No
período houve também o aumento das exportações, país no qual o share da
companhia é de 40% (por cento).
As vendas de beef jerky, produto de alto valor agregado, para o mercado
americano, continuam se recuperando. Em relação ao trimestre anterior houve um
aumento em mais de 12% (por cento). O grupo possui ainda importante
participação em outros mercados: maior produtor de bresaola no mercado italiano,
fornecedor de pouch para as instituições de ensino do Chile e forças armadas da
Grã-Bretanha e detém 80% (por cento) do mercado de corned beef no Canadá.
Em maio de 2009, iniciaram-se as conversas para uma possível fusão
entre o Novilho do Brasil e outro grande frigorífico de origem Paulista, que uniria
apenas as áreas de alimentos dos grupos. Seria criada uma holding para controlar
a nova empresa e o que estaria estimulando este negócio, seria justamente a
divisão alimentícia da empresa, com os resultados obtido nos últimos anos.
A fusão estaria sendo anunciada pelos seus acionistas controladores e
dependeria apenas da aprovação por parte de defesa da concorrência no Brasil e
no exterior.
De acordo com a diretoria do frigorífico Novilho do Brasil a associação com
este gigante do mercado mundial, irá ocorrer visando a troca de ações entre os
45
acionistas de ambas as empresas que formarão uma holding para controlar a
companhia formada após a fusão. Os proprietários destas duas organizações,
terão 60% das ações desta holding, sendo que deste bloco de controle, os donos
do Novilho do Brasil deterão 40% (por cento) dos papéis, enquanto os outros donos
terão 60% (por cento).
A incorporação de ações aconteceu na Assembléia geral do frigorifico que
adquiriu o Novilho do Brasil no final de dezembro de 2009 e a ações apresentadas
pelo frigorífico, foram entregues diretamente a Nova Holding para fins de
integralização das ações subscritas pelos acionistas controladores do Novilho do
Brasil.
A associação deste frigorífico com o Novilho do Brasil resultou na maior
eficiência para fazer frente aos desafios do mercado nacional e internacional,
expandindo em linhas estratégicas de contínua expansão dos negócios adotados
pelos dois frigoríficos.
8. Cronologia Frigorífico Novilho do Brasil
1977 – Origem Início das operações do primeiro frigorífico no interior de
São Paulo
1984 - Exportação de carne in natura para Europa
1984 - Início das atividades Unidade Industrial Couros
1989 – Início das atividades Higiene e Limpeza
1990 – Construção Unidade Industrial Couros no interior de São Paulo
1991- Aquisição Unidade Industrial Couros Aguai - SP
1992 – Exportação de carne industrializada para Europa
1992 – Construção Fábrica Industrialização de Carnes no interior de São
Paulo
1993 – Aquisição Unidade Industrial Carnes Ituiutaba MG
1994 – Implantação Fabrica de Latas no interior de São Paulo
1995 - Construção Beef Shopping no interior de São Paulo
1995 – Modernização Unidade Industrial Couros Estância Velha - RS
1996 - Construção Unidade Industrial Couros São Luiz M. Belo - GO
1996 – Modernização Unidade Industrial Coros Redenção - PA
46
1996 – Implantação Terminal Conteiners Próprio
1996 - Construção Unidade Industrial Produtos PET-SP
1997 - Aquisição Beef Shopping Alphaville -SP
1998 - Modernização Unidade Industrial Carnes Naviraí- MS
2000 - Construção Unidade Industrial Carnes Mozarlândia -GO
2000 - Construção Unidade Industrial Couros Cacoal - RO
2000 - Construção Beef Shopping Ribeirão Preto - SP
2000 - Construção Unidade Industrial Produtos PET São Luis M. Belo -GO
2001 - Construção Fábrica de Latas no interior de São Paulo
2001 - Início das atividades Entreposto Rio de Janeiro- RJ
2001 - Aquisição Unidade Industrial Couros Rio Brilhante - MS
2002 - Construção Unidade Industrial Carnes Beef Jerky no interior de São
Paulo
2003 - Construção UI Couros Naviraí -MS
2004 - Implantação Entrepostos Brasília, Belo Horizonte e Curitiba
2004 - Aquisição Unidade Industrial Carnes Itapetininga - BA
2005 - Implantação Unidade Industrial Carnes Pouch no interior de São
Paulo
2005 - Aquisição Unidade Industrial Carnes Marabá - PA
2006 - Início das atividades Unidade Industrial Couros China
2006 - Aquisição Unidade Industrial Carnes no Paraguai
2006 - Aquisição Unidade Industrial Carnes no Uruguai
2007 - Aquisição controle acionário de uma indústria de Lácteos
2007 - Aquisição Unidade Industrial Carnes Água Boa - MT, Redenção
Santana do Araguaia e Tucumã - PA
2007 - Implantação Unidade Industrial Carnes Diamantino- MT
2007 - Início das Atividades Constituição do Novilho do Brasil S/A
2008 - Aquisição Industrializados na Itália
2008 - Aquisição 100% da indústria de Lácteos
2009 – Fusão com outro grande frigorífico tornando-se o maior do mundo
contendo 40 % de todo o mercado.
47
6 - INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Esse capítulo tem por objetivo detalhar e organizar os dados coletados no
transcorrer da pesquisa. A fim de responder ao objetivo proposto separam-se os
resultados em gráficos.
1) Gráfico 1: Cabeças Abatidas
Cabeças Abatidas (em mil unidades)
Fonte: Grupo Novilho do Brasil GRÁFICO I
Cabeças Abatidas
Percebe-se pelo gráfico 1 que o abate de cabeças de gado teve um
aumento significativo no segundo e terceiro trimestres com relação ao primeiro
trimestre de 2008 , este aumento ainda é maior no primeiro trimestre de
2009,fazendo com que o grupo abata em média 7.000 cabeças por dia , tornando a
segunda maior empresa do ramo agropecuário em abate de cabeças de gado.
Esta facilidade no Brasil em relação aos demais países que operam no
mercado internacional no crescimento da produção de gado, está relacionada com
a expansão de pastos em ares de baixo custo, do clima totalmente favorável, além
das técnicas de produção e os cuidados com a saúde dos animais que o grupo
Novilho tem se preocupado, para o incremento das exportações.
48
2) Gráfico 2: Crescimento do Abate em 2009
Cabeças Abatidas (em mil unidades)
Fonte: Grupo Novilho do Brasil GRÁFICO II
Cabeças Abatidas
No gráfico 2 , observa-se que houve um aumento tanto no primeiro quanto
no segundo trimestre de 2009, este dá-se principalmente com a saída ainda que
temporária de outro grande frigorífico brasileiro e por ter colocado em prática a sua
planta localizada no interior do Mato Grosso, que tem a maior capacidade instalada
de abate de bovinos da América do Sul. “Apesar da crise, tem empresas que
continuavam operando, automaticamente esse cliente fica vulnerável e há uma
migração quase que imediata para outros exportadores. Apesar de
transferência imediata de clientes, eles ressaltam que o crescimento da empresa é
orgânico e que os números influenciados pelo mercado após a paralisação de
outros frigoríficos, só devem aparecer em balanços futuros.
49
3) Gráfico 3: Peles Processas
Peles Processadas (em mil unidades)
Fonte: Grupo Novilho do Brasil GRÁFICO III
Peles Processadas
Consequentemente com o aumento de número de cabeças abatidas
conforme mostrado no gráfico 2 o número de peles processadas no primeiro
trimestre em relação ao segundo, obteve um aumento de aproximadamente 1,7%
conforme mostra o gráfico 3.
Mesmo com a desvalorização do plano real que veio a afetar a produção
de couros em 2008 o grupo se preparou a fim de não afetar suas exportações ,
passou a processar menos peles mas não deixou de atender o mercado externo.
O planejamento estratégico 2009/2013, mesmo com um cenário marcado
pela crise econômica mundial, foi elaborado com o propósito de evoluir e preservar
os diferenciais competitivos, qualidade e gestão a uma agenda positiva de
aperfeiçoando de todos os processos, incluindo os aspectos ambientais e sociais,
além de focar na execução do aumento da eficiência operacional e no plano de
negócios, enriquecendo com um mix de produtos e marcas.
50
4) Gráfico 4: Faturamento e Evolução Ebitda
Faturamento e Evolução Ebitda
Fonte: Grupo Novilho do Brasil
GRÁFICO IV Faturamento e Evolução Ebitda
O gráfico 4 , mostra a evolução financeira da empresa, onde obteve ao final
de 2008 um faturamento bruto de R$ 7,5 bilhões, um crescimento de 27% (por
cento) comparado ao ano de 2007, já considerando os resultados da unidade de
lácteos, durante o exercício de 2007. A margem Ebitda (lucro antes dos impostos,
amortizações, resultados financeiros e depreciações), ficou em 10,3% (por cento),
que correspondem a R$ 694,5 milhões. Neste ano, a divisão de carnes representou
68% (por cento) da receita líquida.
A receita patamar líquida atingiu no último semestre, recorde de R$ 1,8
bilhão – o maior da história do grupo, com crescimento de 40,5% (por cento)
comparados ao quarto trimestre do ano de 2007. O Ebitda alcançou R$ 271
milhões – 44% (por cento) superior ao obtido em 2007 e 173% (por cento) maior
que o de 2008. A estrutura de capital da empresa, foi otimizada com a injeção de
200 milhões adicionais capitalizados pelo acionista controlador e R$ 700 milhões
pelo BNDESPAR, que passou a deter 27% (por cento) do capital da empresa.
51
5) Gráfico 5: Market Share Exportações Novilho do Brasil
Market Share Exportações Novilho do Brasil
Carne in Natura Carne Processada
Fonte: Grupo Novilho do Brasil GRÁFICO V
Market Share Exportações Novilho do Brasil
O gráfico 5 , mostra a participação da organização nas exportações de
carne in natura que saltou de 8,4% (por cento) no segundo trimestre de 2008, para
17,9% (por cento) no último trimestre de 2009, com expansão de 35% (por cento)
na receita líquida, que chegou sua liderança nas exportações e em 2009, deteve
50,5% (por cento) do mercado. Esse segmento apresentou, entre abril e junho de
2009, uma receita líquida de R$ 210,6 milhões, 20% (por cento) superior ao mesmo
período de 2008.
52
6) Gráfico 6: Regiões de Destinos das Exportações de Carne
Regiões de Destinos das Exportações de Carne (em % do volume vendido )
Fonte: Grupo Novilho do Brasil GRÁFICO VI
Regiões de Destinos das Exportações de Carne
O gráfico 6 mostra que a empresa buscou expandir sua atuação no
segmento de carnes e produtos industrializados onde a estratégia de vendas
externas foi ampliar o número de países atendidos, dadas as restrições sanitárias
impostas ao Brasil pela União Européia, onde a empresa possui presença
marcante. A estratégia deu certo e em apenas dois anos o grupo ampliou sua
atuação de 38 para 80 países. Essa presença em vários mercados permite uma
rápida migração na busca por compradores.
7) Gráfico 7: Receita Bruta Anual do Grupo Novilho do Brasil
53
Receita Bruta Anual Novilho do Brasil
Fonte: Grupo Novilho do Brasil
GRÁFICO VII Receita Bruta
Considerando o histórico de crescimento, aquisições, investimentos,
conquista de mercado e receita bruta da empresa, no gráfico 7 nota-se que o
frigorífico Novilho do Brasil apresenta índices positivos de crescimento e expansão,
desde a sua fundação pendurando ao longo dos anos onde buscou novos
negócios, adquiriu outras unidades e foi buscando expandir sua marca no mercado
nacional e internacional onde fez com que sua receita bruta tenha crescido todos
os anos
7 - CONCLUSÃO
Receita Bruta
8791.166
1.4731.732
2.164
2.918 3.1173.742
5.935
7.544
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
Em Milhões
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
54
Verifica-se que pelos dados estudados foi analisado, com grande valia, o
processo de logística e a sua importância para as empresas, tratando todos os
pontos existentes e o seu papel como diferencial para o desenvolvimento e
crescimento de uma organização.
Foram realizadas pesquisas teóricas sobre o tema abordado e a boa
prática de gestão de logística internacional, dando ênfase de como são realizadas
as atividades de comércio exterior e os métodos utilizados para exportação de
produtos agropecuários e suas complexidades, abrangendo suas normas,
documentos, formas de organização, meios de transporte, custos e outros itens,
buscando a qualidade e a importância da imagem da empresa no âmbito nacional e
internacional para poder fazer face aos desafios dos mercados
O estudo apresentando e seu objetivo foi de descrever detalhes sobre o
processo de logística internacional, seus desafios e conquistas realizadas para o
amplo progresso da organização, com informações adquiridas através de
pesquisas teóricas e de campo e de análises significativas sobre o assunto.
Nota-se que para garantir o sucesso da logística internacional, é fator de
suma importância também o sucesso dos processos e a prática de poder chegar o
produto com qualidade ao destino final, de forma que gere satisfação no cliente,
respeitando prazos e tempo de entrega, enfim, os padrões pré-estabelecidos, toda
estrutura da logística se move para o destino final do produto.
A empresa estudada, o frigorífico Novilho do Brasil, possui valores de
empreendedorismo, busca pela excelência, qualidade e agregação de valores aos
clientes, dentre as suas vantagens competitivas estão a localização estratégica das
indústrias, bem como o foco para uma administração de forma integrada. Todos os
setores da organização compartilham de uma visão comum quando se trata de
investimentos contínuos, em qualidade, tecnologia, pesquisas, capacitação das
equipes de trabalho, logística, processos de gestão e estratégia mercadológica,
esses fatores relacionados são de suma importância para a análise da empresa,
isso influi nas estratégias e ações adotadas pela mesma.
No que tange à identificação das causas da contribuição da logística
internacional no crescimento do Frigorífico Novilho do Brasil, pode-se observar que
55
a empresa é organizada de forma estratégica, desde a sua localização à
adequação aos padrões e normas estabelecidas por cada país.
A cultura exportadora da empresa, sua capacidade de visualizar novos
mercados, diversificando suas atividades, diferenciando seus produtos adequando-
os ao mercado consumidor externo, através das estratégias da logística
internacional, são características de extrema importância para a competitividade da
empresa no mercado mundial.
Foi possível detectar que mesmo frente às grandes barreiras enfrentadas,
a empresa consegue competir no mercado internacional de forma inovadora e
positiva, por meio de seus constantes nichos de mercado.
Deve-se destacar a ação empreendedora dos sócios da empresa, que
desde a criação e início das atividades, foram competentes e não desistiram de
suas atividades, mesmo em momentos críticos, procurando de forma estratégica
criar mecanismos que pudessem levar a empresa a continuar se destacando em
industrialização de produtos agropecuários.
Há uma grande preocupação na manutenção da marca que tem como
propósito atingir de forma excelente os mercados promissores e manter aqueles
que foram conquistados como referencial, em especial a contribuição da logística
no crescimento e busca destes mercados.
A empresa conta com um extraordinário potencial competitivo, investindo
constantemente em novos produtos, o que tem contribuído para que investidores
potenciais vislumbrassem as grandes conquistas do grupo nos mercados nacionais
e internacionais, consolidando na fusão com o maior produtor de carnes do mundo,
onde o Frigorífico Novilho do Brasil possui uma participação importante em várias
divisões agropecuárias, em especial na manutenção da exportação de carne in
natura aos mercados globais.
O estudo ainda destaca que o processo de Logística Internacional possui
suas particularidades e normas. Vê-se que o Frigorífico Novilho do Brasil se adapta
a tais realidades e possui histórico de conquista de mercado, isso bem é notório
quando se analisa o seu rendimento bruto, mesmo com os constantes
investimentos e aquisições não há queda de rendimentos, isso possivelmente é
reflexo de estratégias e planejamentos seguidos.
Ao observar os valores da empresa, destaca-se a importância dada para os
investimentos e conquista de mercado externo, muitos dos itens que a empresa
56
estima, são fundamentais para o bom andamento da Logística, dentre eles estão, a
preocupação com a qualidade e integração de processos.
Finalizada a pesquisa afirma-se que o crescimento de uma organização e a
conquista de mercado externo tem associação com o processo logístico e com as
estratégias e estrutura da empresa.
57
REFERÊNCIAS
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Logística. São Paulo: Vantine Consultoria,1998.
VASQUEZ, J.L. Comércio Exterior Brasileiro. 6ª ed. – São Paulo: Atlas, 2003
COMISSÁRIA DE DESPACHOS LPC - DESPACHANTE SÉRGIO PIEDADE
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____________. Exportar: Rotinas e Procedimentos, Incentivos e Formação de
Preços. 5ª Edição. São Paulo: Aduaneiras, 1996.
SILVA, L.A.T. Logística no Comércio Exterior. 2ª ed. São Paulo: Aduaneiras,
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VASQUEZ, J.L. Comércio Exterior Brasileiro. 6ª ed. – São Paulo: Atlas, 2003
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REFRIGERADOS – Disponível em HTTP://www.agroanalysis.com.br Acesso em 01
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APRESENTAÇÃO DESPACHO DE EXPORTAÇÃO – RECEITA FEDERAL DO
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Comércio Exterior – Disponível em <http://
www.slideshare.net/abracomex1/apresentao-despacho-exportao> Acesso em 28
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58
DESPACHO DE EXPORTAÇÃO – ALFANDEGA DO PORTO DE SANTOS –
Disponível
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